Arquitectura ou Revolução Learning from the satallite|Expor Arquitetura Desmontando-a com Realidade

Page 1

Arquitectura ou Revolução

Learning from the satallite Portela de Sacavém . Parque Urbano e Junta de Freguesia

Expor Arquitetura Desmontando-a com Realidade Aumentada

Astúcia - Artes Gráficas, Lda.


Departamento de Arquitetura e Urbanismo Mestrado integrado em arquitetura Projeto Final de Arquitetura . 2013|2014 Nuno Adriano Santos Mendonça . 34185 I . Vertente prática Arquitectura ou Revolução - Learning from the satallite Grupo de trabalho: Gonçalo Velinho | João Miguel | Luís Coroado | Nuno Mendonça Parte Individual Portela de Sacavém . Parque Urbano e Junta de Freguesia Orientador José Neves - Professor auxiliar iscte-iul II . Vertente teórica Laboratório de Tecnologias da Arquitetura Arquitetura na Revolução Industrial 3.1 Expor Arquitetura Desmontando-a com Realidade Aumentada Orientadora Sara Eloy - Professora auxiliar do ISCTE-IUL

As fotografias e imagens que compõe este trabalho são da autoria do grupo de trabalho ou de autor, excepto quando indicação em contrário. Impressão - Astúcia - Artes Gráficas, Lda Lisboa . Outubro de 2014

AGRADECIMENTOS Agradeço à minha Família pelo apoio prestado à conclusão desta etapa. À Arquitecta Sara Eloy, ao Arquitecto José Neves e ao Arquitecto Paulo Tormenta Pinto pelo acompanhamento do trabalho ao longo do ano. Aos meus companheiros de trabalho, Gonçalo Velhinho, Luís Coroado e Ricardo Miguel pelo esforço dedicado. Ao Miguel Sales Dias, ao Filipe Gaspar e ao Nelson Carvalho da ADETTI-IUL e à Mariana Lopes pela excelente colaboração face ao desenvolviento da Dissertação aqui apresentada. Aos meus estimados amigos Ana Carolina Pereira, ao João Pedro Janeiro, ao Nuno Fernandes, por acreditarem nas minhas motivações e pelo apoio constante nos bons e nos maus momentos.


PARTE 1 1

Worshop de Arranque

10

2

Arquitetura ou Revolução A cidade, Portela de Sacavém

42

3

Projeto Individual Parque Urbano e Junta de Freguesia, Portela

74

1 Introdução

124

2 Estado da Arte

128

3 Realidade Aumentada e a sua aplicação em Contexto de Exposição

156

4

172

Avaliação e Experiência Prática do Protótipo ARch

5 Considerações Finais

188

Referências Bibliográficas Lista de Acrónimos Índice de Imagens Índice de Tabelas Anexos

196 202 204 208 210

Índice geraL

PARTE 2


Vertente prรกtica

Parte I


PARTE 1

j

1.

Workshop de Arranque

10

- Local de Intervenção

16

- Aproximação ao Lugar

18

- Características do Edifício

22

- Escolha do Tema

29

- Proposta

30

- Referências

40

2.

Arquitetura ou Revolução A cidade, Portela de Sacavém

42

- A cidade

48

- Satellite City

52

- Analisar / Intervir

63

3.

Projeto Individual Parque Urbano e Junta de Freguesia, Portela

74

- Parque Urbano, Portela de Sacavém

77

- Junta de Freguesia, Portela de Sacavém

88

Arquitetura ou revolução Learning from the satellite Portela de Sacavém Parque Urbano e Junta de Freguesia

I . Vertente Prática Arquitetura ou Revolução - Learning from the Satellite Grupo de Trabalho Gonçalo Velinho | João Miguel | Luís Coroado | Nuno Mendonça Parte Individual Portela de Sacavém . Parque Urbano e Junta de Freguesia Orientador José Neves - Professor auxiliar iscte-iul


Workshop de arranque

1


“Gaiola” para bebés utilizada para garantir que as crianças, que morassem em apartamentos, recebessem luz solar e ar fresco suficiente.

12

workshop A varanda como prolongamento da casa

13


Workshop de Arranque Learnign from the satellite A

disciplina de Projeto Final de Arquitetura do presente ano letivo baseou-se no tema “Arquitetura ou Revolução – Learning from the Satallite”, explorando-se, para este primeiro exercício de arranque, o desenvolvimento urbano ocorrido entre os anos 80 e o início do séc. XXI. Esta época, marcada pela série de vaivéns lançados pela NASA, entre eles o “Columbia”, coincide com o período de tempo onde se assistiu a uma profunda expansão do território um pouco por toda a Europa. O crescimento demográfico e a migração populacional de pessoas vindas de zonas rurais para as grandes cidades, procurando melhores condições de vida, agravaram o problema da falta de habitação. Como resposta foram surgindo empreendimentos privados, como os bairros de génese ilegal, que rapidamente progrediram numa uma expansão desordenada e sem planos urbanísticos. No contexto português, a rápida expansão das cidades litorais deu origem a uma série de operações suburbanas com investimentos muito baixos relativamente à qualidade dos projetos. As cidades, e sobretudo a sua periferia, foram crescendo de forma descontrolada, consoante a oferta de terrenos e a sua proximidade a grandes estruturas viárias, surgindo bolsas de construção dispersas

14

workshop A varanda como prolongamento da casa

em torno destas. Durante este período, assistiu-se assim a uma consolidação das áreas periféricas de Lisboa, sobretudo para norte (Lumiar, Telheiras, Ameixoeira, Odivelas, Amadora, etc.), surgindo novas centralidades com uma escala menor. Com base neste tema foi proposto a intervenção num edifício da Área Metropolitana de Lisboa que se enquadrasse de forma histórica e geográfica no tema lançado, sendo escolhido um edifício localizado junto à Calçada de Carriche. Esta infraestrutura viária, era no seculo XX, a principal artéria de ligação entre a cidade de Lisboa e os bairros periféricos a Norte, sendo este um dos fatores principais para o crescimento urbano da coroa Norte. Após uma cuidada análise do seu contexto histórico, e com a premissa de apenas estar disponível um orçamento fictício de 10.000 euros, foi desenvolvido em grupo uma proposta com o objetivo de resolver os problemas mais evidentes, proporcionando aos seus habitantes uma maior qualidade de vida. Este trabalho baseou-se sobretudo no tema das varandas transformadas em marquises, tentandose perceber as razões para a ocorrência deste fenómeno através de análises e do diálogo com os habitantes. Por fim foi proposto uma solução alternativa que satisfaça genericamente as necessidades associadas a esta transformação.

Calçada de Carriche, vista para Lisboa Norte 15


Local de Intervenção Quinta das Lavadeiras Lumiar, Lisboa Calçada de Carriche, 1961.

Estrada do Lumiar em direção ao Senhor Roubado. 1938.

Calçada de Carriche 1961.

Já no Senhor Roubado, vista de Odivelas para a Calçada de Carriche 1961. (Calçada de Carriche, 2010)

16

workshop A varanda como prolongamento da casa

Calçada de Carriche, 1961.

(Calçada de Carriche, 2010) 17


Aproximação ao Lugar

18

Com este primeiro exercício pretende-se refletir a questão da fraca qualificação arquitetónica e urbana sentida na coroa periférica norte do concelho de Lisboa, entendendo este território e o seu papel articulador na macroestrutura da Área Metropolitana de Lisboa. A área de estudo onde se insere o edifício é a Quinta das Lavadeiras – Ameixoeira. Trata-se de uma das primeiras zonas de expansão urbana após o 25 de Abril de 1974 por estar junto

aquela que era uma das principais artérias de ligação a norte – a Calçada de Carriche. Este canal viário foi bastante importante no desenvolvimento da coroa norte de Lisboa, servindo sobretudo as populações vindas do interior do país, que viam a possibilidade de estarem próximos dos atributos urbanos de uma capital em crescimento, mas em simultâneo, preservarem os hábitos e referencias culturais ligadas ao mundo rural. (PITA, 2012)

Carta Militar, 1946.

Carta Militar, 1986.

workshop A varanda como prolongamento da casa

Vista Aérea, BingMaps19


Contrução, 1975-80.

Contrução, 1983-86.

Edifício escolhido para interveção.

O edifício de habitação coletiva escolhido localiza-se numa colina sobre a Calçada de Carriche, na Quinta das Lavadeiras, e foi construído em 1983. O ano de construção coincide com o ano de entrada de Portugal na CEE, dois anos após do lançamento do spache-shuttle Columbia, inserindose portanto no intervalo temporal do tema de ano. O edifício intervencionado está inserido num conjunto de edifícios de habitação coletiva, construídos em 3 fases distintas. O primeiro conjunto foi construído perpendicularmente à Calçada de Carriche entre os anos 1975 e 1980. O segundo conjunto, no qual o edifício desenvolvido se insere, foi construído entre os anos 1983 e 1986, escavando a colina a norte. Por fim, já em 1997 foi construído um terceiro conjunto, encostado e alinhado ao segundo.

Contrução, 1997.

20

workshop A varanda como prolongamento da casa

21


Características do edifício

O edifício de habitação desenvolvido é composto por 7 pisos, sendo o primeiro destinado à zona de entrada e comércio. Toda a fachada deste bloco é constituída por varandas, que à semelhança de muitos outros edifícios construídos nesta época, foram transformadas em marquises. Esta situação, para além de causar grande ruído visual na fachada, acaba por alterar completamente o modo de viver na própria habitação. No edifício desenvolvido existem moradores que utilizam em

as

suas

marquise

varandas

como

espaço

transformadas de

arrumos,

cortando todas as relações interior/exterior. As varandas transformadas em marquises constituem

ainda

um

grave

problema

de

ventilação. Devido à falta de circulação de ar essencial numa habitação, situação que se agrava nos casos onde a tipologia de cada fogo apenas tem ligação com uma fachada, a varanda acaba por funcionar como uma estufa, acelerando a degradação dos materiais.

22

workshop A varanda como prolongamento da casa

23


Fachada Traseiras

Marcação da Estrutura

Maqueta . Edifício Existente

24

workshop A varanda como prolongamento da casa

Janela Horizontal

25


Corte AA'

Corte AA'

0

1

5m

0

1

5m

N

N

Alรงado

26

workshop A varanda como prolongamento da casa

0

1

5m

A

A'

A

A'

Planta

Planta

0

1

5m

0

1

5m

27


Escolha do tema A Varanda como prolongamento da casa

Reportagem RTP2, A Casa e a Cidade . Arquiteta Inês Lobo

“(…) A relação entre o espaço da casa e o exterior, a rua, é a varanda. Permite estabelecer uma relação direta com a cidade. Sempre com alguma privacidade com o exterior. Essa relação tem sido ao longo dos tempos menosprezada pelas pessoas. A ideia de que a varanda se pode transformar numa marquise e com isso ganhar área para a casa foi uma coisa que se banalizou.(...) Primeiro as marquises são feitas por uma necessidade de área construída; a segunda razão será principalmente porque a rua ou o espaço exterior onde se chega é menos qualificado, portanto passou a ser menos interessante estar à varanda; por ultimo, as questões culturais mostram que temos uma certa tendência para nos fecharmos, para termos privacidade e de não usarmos esses pontos da habitação que permitem relacionarmo-nos com o exterior.(...) O Siza aceita que a marquise existe e ele próprio desenha a marquise (referindo-se ao bairro da Bouça, no Porto) utilizando sistemas convencionais e simples para resolver um problema que ele percebeu que não poderia ultrapassar, que é a marquise. (…)”

28

workshop A varanda como prolongamento da casa

29


Proposta Intervenção na Fachada

Fachada Original

Existe um conjunto de fatores que contribuem para que esta transformação tenha vindo a acontecer, tais como a falta de espaço que leva à necessidade de aumentar a área da habitação, as características das varandas que em nada propiciam a vivência neste espaço e até a procura de uma maior privacidade. Além disto acreditamos que as reduzidas dimensões e a colocação de estores nas janelas do interior da varanda criam uma série de barreiras visuais, tornando-a num espaço desprotegido e sem relação com o interior da habitação, onde se desejaria sim que a varanda fosse um prolongamento da casa para o exterior. Propõe-se a montagem de uma estrutura metálica pré fabricada, forrada com laminas de viroc, que avança o plano da fachada. Essa estrutura estaria fixa à própria fachada, e resolveria os problemas identificados. O laminado de viroc não só aumentar a privacidade dos moradores, como garantia a circulação de ar. Além disso, oferece a cada morador várias possibilidades de utilização das suas varandas, sem com isso alterar estruturalmente o edifício. Gera-se assim uma proposta passível de ser aplicada nos conjunto habitacionais envolventes, bastando para isso adaptar o desenho da estrutura utilização das suas varandas, sem com isso alterar o aspeto global do edifício. A solução apresentada é passível de ser aplicada nos conjunto habitacionais envolventes, resolvendo os mesmos problemas que apresentam, bastando para isso adaptar o desenho da estrutura.

30

workshop A varanda como prolongamento da casa

Proposta de Intervenção

Proposta de Intervenção

31


Marquise com proteção exterior

32

workshop A varanda como prolongamento da casa

Varanda - Prolongamento do espaço exterior

Apropriação do espaço da varanda para área interior

Espaço exterior com maior área.

33


Esquema de Montagem

34

workshop A varanda como prolongamento da casa

35


P2

Alรงado 0

Corte AA'

5m

1

0

Alรงado Alรงado Alรงado

1

0

1 5m 1

5m

5m 5m

P3

P3

N

0

1 0

P3

P3

A

A'

viroc cinza 19mm

viroc cinza 19mm viroc cinza 19mm viroc branco 19mm P3| esc. 1:20

P1 Planta

0

1

5m

P1| esc. 1:50

P1| esc. 1:50

P2| esc. 1:50 P1| esc. 1:50 P1| esc. 1:50

36

workshop A varanda como prolongamento da casa

P2| esc. 1:50

P2| esc. 1:50

P3| esc. 1:20

P3| esc. 1:20

viroc branco 19mmviroc branco 19mm viroc cinza 19mm viroc branco 19mm

P3| esc. 1:20

P2| esc. 1:50

37


38

workshop A varanda como prolongamento da casa

39


ReferĂŞncias

Cais 24, Aires Mateus, Lisboa.

Hotel Altis, Risco Lisboa.

Bloco de Apartamentos Rue de Suisses, Herzog & Meuron, Paris

40

workshop A varanda como prolongamento da casa

Bairro da Bouça, Siza Vieira, Porto.

41


arquitetura ou revolução a cidade, portela de sacavém

2


“A vida moderna exige e espera um novo tipo de planta, tanto de casa como de cidade� Le Corbusier, Vers une architecture 1923.


arquitetura ou revolução Learning from the Satellite

A expressão que dá título ao tema do Ano “Arquitetura ou Revolução” presente no Livro - “Vers une Architecture” (1923)- manifesta a crença do Arquiteto Le Corbusier (1887-1965) na génese de uma nova arquitetura apoiada na industrialização e mecanização própria da época, como única solução para o desenvolvimento urbano que se evidenciava urgente. A revolução industrial (a partir de meados do século XIX) dá assim mote para uma reinvenção da arquitetura, não apenas pelos novos materiais e técnicas construtivas, como o betão e o aço e a fabricação em série e modelar, mas também pela mutação do pensamento na sociedade. Uma sociedade que migra do espaço rural à procura de melhores condições de vida, provocando em cidades desprovidas dos requisitos habitacionais e salubridade, bem como de serviços, um aumento populacional significativo. No início do século XX, depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18) é então evidenciado um ponto de viragem na arquitetura, deixando-se à margem os estilos historicistas e promovendo-se uma ar-

46

Arquitetura ou Revolução learning from the satellite

“Fenómenos que se seguem à Revolução Industrial, e principalmente, do urbanismo e do advento dos novos meios de locomoção, o século XIX defronta-se com os problemas do espaço urbano, irrompe para além dos muros antigos, cria novos bairros periféricos, formula os temas sociais da urbanística no sentido moderno da palavra, e constrói a cidade-jardim. (…) A exigência social coloca à arquitetura (…) o problema da casa para a família média, da habitação operária e camponesa até agora fracionada em pequenos e sufocantes cubos justapostos, e a nova técnica construtiva do aço e do concreto.(…) A arquitetura moderna reproduz a nova técnica para realizar com extremo apego a audácia e as suas intuições artísticas.” (ZEVI, 2002, pp. 120,121)

quitetura limpa, desprovida de ornamento, com a criação de formas simples e geométricas, valorizando-se os materiais e expondo a essência da construção. Tanto Le Corbusier em “Vers une Architecture”, como Adolf Loos (1870-1933) em “Ornamento é Crime” (1908) entre outros, apesar do devido distanciamento, pretendiam mostrar o reflexo de uma sociedade, que reclamava “um território novo que pudesse funcionar em rede, como um satélite, que distribuía em zonamento a cidade.” (PINTO, 2013) A “Ville Contemporain”, para 3 milhões de habitantes, era o sistema idealizado por Le corbusier, para a macro-escala urbana. Uma visão “ from the satallite” que se assumia responsável pelo equilíbrio do crescimento urbano, enfocando as necessidades sociais, não só individuais, mas coletivas, respondendo às temáticas da habitação com melhores condições de salubridade, ventilação e iluminação natural, lazer com a qualificação do espaço público com abundancia de espaços verdes, trabalho com a produção em série e circulação através da criação de meios eficazes de transporte.

Ville Radious, Le Corbusier, 1924

47


Este modelo, atualizado na proposta da “Villa Radiouse” apresentado em 1924 e publicado em “The radiant City” em 1933, propunha, através da utilização dos novos materiais e técnicas construtivas, blocos habitacionais em altura pré-fabricados e em série, organizados numa grelha cartesiana. com os edificios sobre pilotis, a circulação livre ao nível do solo promovia uma maior permeabilidade do espaço público. Assente num plano de zonamento, antecedido pelo Plano de Tony Garnier (1869-1948) com a publicação de “Une cité Industrielle” em 1917, Le Corbusier propunha uma divisão entre equipamentos e serviços ao centro, zonas de lazer e áreas residenciais na periferia, utilizando sistemas de locomoção subterrâneos para ligar as várias zonas. Este modelo de cidade latente nos princípios da Carta de Atenas, publicada em 1943 no âmbito 4º (1933) dos 10 CIAM (Congresso Internacional da Arquitetura Moderna, 1928-1956), representa segundo Aldo Rossi (ROSSI, 2001) o início da arquitetura moderna relativamente aos planos urbanísticos e ao problema da habitação.

A cidade Portela de Sacavém, 1965-1979 Em meados do século XX, principalmente a partir dos anos 60, também em Portugal, como reflexo da Europa, o crescimento demográfico e a procura de melhores condições de vida de população vinda de áreas rurais para as grandes metrópoles, agravam o problema da falta de habitação social. As cidades e a sua periferia crescem de maneira descontínua, segundo ofertas de terrenos e a sua proximidade das estruturas viárias principais. O desenvolvimento de empreendimentos privados, como resposta à pressão imobiliária e a construção de polos urbanos isolados, como os bairros de génese ilegal, promovem uma expansão urbanística descontrolada, surgindo repentinamente bolsas de construção dispersas em torno das grandes cidades. A urgência de um planeamento e controlo do desenvolvimento urbano dá assim mote à criação do Plano Diretor Municipal de Lisboa, em 1961, tentando-se abordar os fenómenos urbanos, e de refletir a cidade como espaço dinâmico de viver. (FADIGAS, 2010)

48

Arquitetura ou Revolução A cidade, Portela de Sacavém

49


É neste contexto temporal que surge o Plano da Portela (1965), localizado na periferia norte de Lisboa. Implantado em terreno praticamente vazio, próximo da capital e do aeroporto da Portela (anos 40), a urbanização desenvolvida transformou totalmente o território. Desde logo foram criados vários acessos provenientes da A1 e mais tarde da Ponte Vasco da Gama e CRIL, que acabaram por isolar o bairro da periferia, rodeando-o de barreiras viárias difíceis de transpor.

O Plano Urbano do arquiteto Fernando Silva (1914-1983) para o bairro da Portela surge naturalmente com influências dos idealismos da época. Propiciado por modelos criados no Movimento Moderno e por princípios da Carta de Atenas, o planeamento do bairro organiza-se segundo uma ideia funcional proposta por Le Corbusier – habitação, trabalho, lazer e circulação. Procurou-se assim, uma solução que permitisse uma conjugação da habitação com os equipamentos sociais, comerciais e de circulação, proporcionando conforto e segurança aos seus habitantes. O princípio de zonamento é assim o elemento estruturante do desenho do conjunto. No centro do bairro, foram colocados todos os equipamentos e serviços necessários e implantados perpendicularmente em torno desta ampla zona central encontram-se os edifícios de habitação. Estes edifícios eram caracterizados por uma construção rápida e eficaz, favorecidos pela pré-fabricação e pela repetição tipológica. (MACEDO, 2013)

Épocas de Construção Principais Vias e Linha de Comboio Vazios Urbanos Percurso Pedonal e viário anterior ao Plano

50

Arquitetura ou Revolução A cidade, Portela de Sacavém

51


Satellite city O Plano de Urbanização

Portela de Sacavém, 1940, com o Plano sobreposto: 1- Quinta da Victória 2- Quinta do Casquilho 3- Quinta do Carmo 4- Quinta do Ferro 5- Quinta da Alegria

Carta Militar, 1980

A Urbanização da Portela (1965-1979), que implicou a expropriação dos terrenos referentes às Quintas da Vitória, Casquilho, Ferro, Carmo e Alegria, no concelho de Loures, foi encomendada por iniciativa privada do empresário Manuel da Mota. O arquiteto Fernando Silva (1914-1983) é chamado para conceber o Plano de Urbanização, numa área de 50 hectares, que pretendia responder aos problemas de habitação existentes no centro da cidade, através da construção de 4500 fogos pensados para uma classe média/alta.

Centro da Portela ainda vazio, 1980

52

Arquitetura ou Revolução A cidade, Portela de Sacavém

53


O plano desenhado por Fernando Silva para a Urbanização da Portela é assim assente nos princípios da Carta de Atenas. Para proporcionar conforto e segurança aos habitantes, a zona funcional é separada da zona de habitação, resultando numa concentração de todos os serviços e comércio, necessários para uma população estimada de 18500 habitantes, numa área central de 285x300m. (COELHO, 2010). O arquiteto Fernando Silva concebe um esquema de circulação baseado numa hierarquização de vias: vias principais, vias secundárias e vias de acesso às habitações. As vias principais, destinadas à circulação automóvel dentro do bairro e de ligação aos bairros envolventes, não têm qualquer contacto com as habitações. Assim, são precisamente as vias principais que acabam por definir os núcleos habitacionais. As vias secundárias fazem ligação entre as vias principais e as vias de acesso às habitações, usadas exclusivamente por moradores.

Esquema Funcional. Adaptado de (MACEDO, 2013)

54

workshop Arquitetura A varanda ou Revolução como prolongamento O plano de urbanização da casa

Estrutura Viária. Adaptado de (MACEDO, 2013)

55


Cada núcleo habitacional previa-se composto por um conjunto de edifícios tipificados, seguindo uma malha ortogonal e implantados sempre perpendicularmente às vias principais, protegendo-se dos ruídos e gases nocivos inerentes ao tráfego automóvel. Os blocos, altos e estreitos, respeitam a chamada “lei dos 45º”, e elevados sobre plataformas que abrangem toda a área do lote, dispondo de estacionamento subterrâneo.

Unidades de Habitação. Adaptado de (MACEDO, 2013)

56

workshop Arquitetura A varanda ou Revolução como prolongamento A cidade, Portela dade casa Sacavém

Implantação de Edifícios. Adaptado de (MACEDO, 2013)

57


Com o intuito de isolar os núcleos habitacionais, e modo a oferecer uma maior qualidade de vida aos habitantes, foram definidas zonas verdes e de vegetação nos espaços sobrantes. A manutenção destes espaços ficaria a cargo de uma organização associativa composta por moradores, apelando-se a um espirito de cooperação na manutenção do bairro. (MACEDO, 2013)

“Pretende-se evitar que os peões atravessem as vias de circulação automóvel. Para isso foram consideradas passagens superiores com largura de dois metros situadas nos pontos estratégicos para as ligações entre todos os núcleos e paragens dos transportes coletivos” (SILVA, 1965 citado em (MACEDO, 2013)) A circulação pedonal também foi também alvo de particular atenção do arquiteto Fernando Silva. Num primeiro momento foi definido que as vias de circulação pedonal nunca cruzariam com as vias principais, sendo esse atravessamento feito por pontes. Porém, após as várias revisões que o plano foi sofrendo, as vias pedonais acabaram por ser tradicionais passeios no limite das vias, com recurso a passadeiras nos locais de cruzamento. É assim notável que o Plano de Urbanização da Portela de Sacavém, com a sua simplicidade estrutural, repetição tipológica, princípios de zonamento e espaços verdes que unificam o conjunto, tem intrinsecamente os princípios expostos pela Carta de Atenas.

Estrutura Verde. Adaptado de (MACEDO, 2013)

58

workshop Arquitetura A varanda ou Revolução como prolongamento A cidade, Portela dade casa Sacavém

Percursos Pedonais. Adaptado de (MACEDO, 2013)

59


“E se toda a área central da Portela de Sacavém fosse destruída por uma catástrofe?” 60

workshop Arquitetura A varanda ou Revolução como prolongamento A cidade, Portela dade casa Sacavém

61


Analisar / Intervir Estratégia de Intervenção A transformação do território e a densificação urbana foram alterando não só o modo de viver como também a relação do bairro com a envolvente próxima, ficando encoberto pelo crescimento da metrópole. O bairro da Portela é indissociável de Lisboa, devendo assim, afirmar a sua posição no sistema. A partir do enunciado proposto, configura-se necessária uma refundação e reinvenção do Plano da Portela de Sacavém. Considerando uma destruição irremediável de toda a área central do bairro, torna-se essencial uma análise do contexto atual em que a Portela se insere, refundando não só o centro como toda a estrutura urbana inerente ao mesmo.

Zona afetada pelo incêndio

62

ANALISAR / INTERVIR ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO

63


““É lá, nas margens da periferia, que devemos observar como as coisas tomam forma. A cidade contemporânea, aquela que é constituída por essas periferias, deveria gerar uma espécie de manifesto, uma homenagem prematura a uma forma de modernidade que, confrontada com as cidades do passado, talvez parecesse desprovida de qualidades, mas na qual um dia haveremos de reconhecer ao mesmo tempo vantagens e desvantagens (…). 64

workshop Arquitetura A varanda ou Revolução como prolongamento A cidade, Portela dade casa Sacavém

[Parece-me que] devemo-nos perguntar para que direções apontam as forças que contribuem para a definição do espaço. São elas direcionadas para o lado do urbano ou para o seu justo oposto? Elas pedem ordem ou desordem? Elas convergem para a continuidade ou para a descontinuidade? Sejam quais forem as respostas, há um movimento e uma dinâmica que precisamos conhecer, pois são a matéria do projeto” Rem Koolhaas citado em MACEDO, 2013) 65


Relação com a Envolvente Com base nas análises realizadas e refletindo sobre as questões que Rem Koolhas nos coloca sobre a cidade, foi elaborada uma estratégia de requalificação urbana, passando pela reinterpretação dos pressupostos da Carta de Atenas, hoje debilitados no cenário urbano da Portela, incidindo nos seguintes pontos: acessos e mobilidade; equipamentos e serviços; espaços públicos e de lazer; habitação e população. Partindo destes princípios, a abordagem proposta parte pela conjugação de dois processos: se por um lado a destruição do centro surge como uma oportunidade de criação de um vazio com uma escala considerável, por outro cria a oportunidade de desfuncionalizar o centro da bairro, implantando nos vazios existentes e sobrantes da periferia, os equipamentos destruídos pela catástrofe. Os vazios existentes na periferia da Portela são consequência da ausência de relação urbana entre o bairro e a sua envolvente. Com a apropriação destes vazios pretende-se aproximar as fronteiras dos bairros, desenvolvendo zonas com equipamentos públicos, tornando estes limites em espaços de atravessamento e de encontro.

Zonas de Intervenção

66

ANALISAR / INTERVIR ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO

Espaço Público

A ligação das várias zonas equipadas será estabelecida através da criação de corredores pedonais, equipados com espaços de pequenos serviços e comércio nos pisos térreos dos edifícios de habitação. A configuração espacial destes pisos térreos será adaptada não só no interior como no exterior do edifício, sendo criados espaços abertos e sem obstáculos, em oposição à tipologia atual com pátios privados nos núcleos habitacionais. Para além dos pisos térreos, serão também utilizados os primeiros pisos em alguns edifícios, para o uso de escritórios. Este modo de ocupação irá promover uma maior dinâmica funcional de densificação, em oposição ao vazio central. O centro da Portela, afirma-se como um “hight green space” e será portanto o elemento de ligação entre os vários equipamentos públicos propostos e serviços.

Espaço Público

67


Em termos viários, o bairro da Portela encontra-se circundado por diversos eixos que o isolam através de barreiras físicas difíceis de transpor, principalmente em termos pedonais. A circulação e as vias de acesso foram feitas segundo os princípios impostos pelo plano em que o bairro se fechava para si mesmo e limitava o tráfego de passagem. No entanto com o passar dos anos o sistema viário foi-se alterando causando um tráfego excessivo no interior da Portela. Um dos mais problemáticos é a ligação Norte/Sul, que passa atualmente pelo centro do bairro, apresentando um excesso de tráfego, muito dele pesado. Assim propõe-se a reformulação do sistema viário no interior da Portela com deslocação desse eixo até ao limite Oeste do novo centro, mantendo a ligação entre Encarnação e Sacavém sem interferir com o espaço público oferecido à população. Em relação ao eixo viário Este/Oeste, que liga o bairro da Portela ao Parque das Nações, também contará com um novo troço na zona Oeste do bairro, que ligará à rotunda que dá acesso à A1 e à 2ª Circular. Estes dois eixos que atravessam o bairro, agora de forma controlada, garantirão uma enorme fluidez no tráfego viário, conectando assim os vários centros urbanos.

Acessos e Mobilidade

Em relação à rede de transportes que serve o bairro será tida em conta a passagem da linha de metropolitana de Lisboa pelo centro do bairro da Portela. Esta é uma solução que tem vindo a ser discutida há alguns anos entre o Metropolitano de Lisboa e a Camara Municipal de Loures. Com a passagem da rede de metro pelo centro da Portela seria um fator de desenvolvimento num bairro que se encontra com cada vez menor atividade.

A1/ 2ªCircular

Esquema viário, alteração dos eixos principais

Rede Metropolitana e proposta

N

S

68

ANALISAR / INTERVIR ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO

69


70

workshop Arquitetura A varanda ou Revolução como prolongamento A cidade, Portela dade casa Sacavém

71


Habitação e Equipamentos/Serviços

O não preenchimento do espaço central da Portela, assumindo-se como um vazio urbano, deverá contrastar com o preenchimento e densificação das zonas adjacentes, tanto nos núcleos habitacionais como nos espaços vazios na periferia do bairro. Pretende-se oferecer a este centro a vida de uma grande praça, onde existirão pequenos equipamentos e serviços que fomentem um carácter cultural e de animação, com zonas de esplanadas, de convívio, de representações, exposições de rua, jogos ao ar livre, etc. O objetivo passa essencialmente por criar uma vivência diurna e noturna, que atraia a população. É assim esperada uma tensão entre o grande vazio central e os espaços adjacentes com capacidade de albergar equipamentos e serviços, criando uma dinâmica de relações forte entre os diferentes ambientes propostos.

Programa proposto

72

ANALISAR / INTERVIR ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO

73


Projeto Individual Parque Urbano e Junta de Freguesia, Portela

3


3 PROposta individual Parque Urbano, Portela de Sacavém Planeado para ser um “hight green space”, o centro da Portela deverá manter-se como um vazio urbano, contrastando com os grandes volumes que o limitam. Baseando-se nestas premissas estratégicas o centro é planeado como um grande parque urbano, um espaço multifuncional (convívio, lazer, administrativo, transportes) direcionado para as pessoas que habitam a Portela, organizado em torno de uma praça central, que distribui os principais equipamentos ao seu redor, dissimulando o desnível do centro através de plataformas verdes, pontualmente “habitadas” por diferentes programas. A praça é descentralizada, aproximando-se da principal via de circulação do bairro, sendo assim um ponto de passagem na ligação até Moscavide. Da Praça central fluem múltiplos eixos pedonais que percorrem e rasgam o verde do parque, ligando estrategicamente diversos pontos do bairro, permitindo que o grande vazio se torne permeável, algo fundamental devido à sua posição central na Portela, e impossível num passado recente. Planeado como um espaço que procura ser vivido ao máximo pela população, o centro da portela é desenhado para corresponder às expectativas das diferentes faixas etárias que habitam a Portela. No extremo Norte, a área de maior cota, uma plataforma verde arborizada serve de camuflado à zona desportiva, pontuada com campos para diferentes atividades (padel, basquete, vólei). Seguindo o pressuposto da extensão da linha de metro até Sacavém, a estação que serve a Portela seria situada neste centro multifuncional, com a entrada a realizar-se através da Praça central, garantindo assim um fluxo de transeuntes numa zona servida no seu extremo Norte por equipamentos como cafés, restaurantes e tabacarias, e num extremo Sul pela Junta de Freguesia.

76

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavém

77


78

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

79


Percursos Principais Percursos SecundĂĄrios

80

Projeto individual

Parque Urbano, portela de sacavĂŠm

81


82

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

83


84

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

85


86

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

87


Junta de Freguesia, Portela de Sacavém Implantado perpendicularmente em relação à via principal (sentido nascente-poente), o edifício da Junta de Freguesia encontra-se camuflado pelas diferentes plataformas verdes do parque, modelado ao terreno que o envolve este revela-se no extremo que toca a praça, criando a entrada principal através da mesma, e possibilitando uma ligação por baixo entre a praça e a cota baixa. O programa reparte-se em três zonas distintas, que se completam num todo e se organizam através de um eixo de circulação longitudinal, com duas ligações verticais que permitem o acesso à garagem. Numa primeira fase encontramos a zona administrativa, uma zona de atendimento ao público, com sala de reuniões, presidência, arquivos e restantes serviços relacionados, que correspondem às necessidades atuais deste serviço na Portela de Sacavém. No espaço central a zona pública é organizada por um grande átrio que marca o principal eixo de circulação do edifício, aqui ficam colocados o auditório, sala polivalente e a cafetaria. Numa terceira zona temos um espaço multiusos, com diversas salas para trabalhos manuais, ateliers, atividades físicas ou workshops, que se abrem para o parque através de um grande plano envidraçado, possibilitando a extensão das atividades para o exterior, estes espaços são distribuídos através de um longo corredor pontuado por entradas de luz zenitais nas entradas das salas, onde o espaço amplia criando um pequeno hall de entrada para cada sala. A materialidade resume-se ao betão com cofragem de madeira que permite uma ligação interior/exterior, prolongando o ambiente vivido nos percursos pedonais do parque, algumas paredes e cobertura são revestidas com gesso cartonado, com ligeiros afastamentos aos planos perpendiculares, passando uma ideia de leveza para quem vivencia o espaço, os pavimentos são em mármore azulino nas zonas comuns, soalho de madeira na zona administrativa, auditório e sala polivalente, as salas multiusos são pavimentadas com autonivelante.

88

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavém

89


90

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

91


92

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

93


Gesso Cartonado + Soalho de Carvalho

Betão com Cofragem de Madeira + Painéis Lacados

Mármore Azulino de Cascais + Gesso Cartonado

Mármore Azulino de Cascais + Betão com Cofragem de Madeira

94

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavém

95


96

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

97


98

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

99


100

Projeto individual Parque Urbano | Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

101


B

F'

A

C G

E

A'

B

E

F

D' H'

C'

G'

D

H

Planta Piso 01 | Escala 1/500 102

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

103


B

F'

A

C G

E

A'

B

E

F

D' H'

C'

G'

D H

Planta Piso 00 | Escala 1/500 104

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

105


B F'

58

C G

D'

H' B

F

C'

G'

D H

Planta Piso -01 | Escala 1/500 106

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

107


AA’ BB’

CC’

DD’

Corte A/B/C/D |Escala 1/500 108

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavém

109


EE’ GG’

HH’

FF’

Corte E/F/G/H |Escala 1/500 110

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavém

111


Alçado Nascente |Escala 1/500 112

Projeto individual Junta de Freguesia, portela de sacavĂŠm

113


Vertente te贸rica

Parte ii


PARTE 2 1 INTRODUÇÃO

124

1.1OBJETIVOS

126

1.2 METODOLOGIA

127

2 ESTADO DA ARTE 2.1 MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DA ARQUITETURA 2.1.1 EVOLUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DE ARQUITETURA COM O SURGIMENTO DAS FERRAMENTAS DIGITAIS 2.2 EXPOSIÇÃO DE ARQUITETURA

128 130 134 135

2.2.1 RESENHA HISTÓRICO

135

2.2.2 FORMAS DE EXPOR ARQUITETURA

140

2.3 REALIDADE VIRTUAL

145

2.3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

145

2.3.2 CONCEITOS

146

2.3.3 DISPOSITIVOS

147

2.3.4 TIPOS DE SISTEMAS DE RV

148

2.4 REALIDADE AUMENTADA

151

2.4.1 CONCEITOS E CARACTERIZAÇÃO DE REALIDADE AUMENTADA

151

2.4.3 MODO DE FUNCIONAMENTO

153

2.4.5 DISPOSITIVOS

154

3 REALIDADE AUMENTADA E A SUA APLICAÇÃO EM CONTEXTO DE EXPOSIÇÃO

156

3.1 O PORQUÊ DA UTILIZAÇÃO DE RA EM EXPOSIÇÕES DE ARQUITETURA

158

3.2 FORMAS DE UTILIZAR RA NO ÂMBITO DE EXPOSIÇÃO

159

3.3 DISPOSITIVOS A UTILIZAR EM CONTEXTO DE EXPOSIÇÃO DE ARQUITETURA

160

3.4 PROTÓTIPO DE REALIDADE AUMENTADA DESENVOLVIDO – ARCH

161

3.4.1 FUNCIONALIDADE

161

3.4.2 INTERFACE

163

3.5|FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO ARCH E PREPARAÇÃO DO MODELO VIRTUAL PARA EXPOSIÇÃO

166

3.5.1|MODELAÇÃO E IMPORTAÇÃO DO MODELO VIRTUAL

166

3.5.2 TAREFA A REALIZAR NO 3DS MAX

169

3.5.3 CARREGAR O MODELO NO ARCH E DEFINIÇÕES

170

4 AVALIAÇÃO E EXPERIÊNCIA PRÁTICA DO PROTÓTIPO ARCH

172

4.1 AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO DO PROTÓTIPO ARCH

174

4.1.1 METODOLOGIA

175

4.1.2 HARDWARE

175

4.1.3 PARTICIPANTES

176

4.1.4 AMBIENTE VIRTUAL

177

4.1.5 RESULTADOS

177

4.2 AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO ARCH NA EXPOSIÇÃO “ESCOLA DE CHICAGO: ARRANHA-CÉUS DIGITAIS” 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

EXPOR ARQUITETURA DESMONTANDO-A COM REALIDADE AUMENTADA

184 188

5.1 CONCLUSÃO

190

5.2|TRABALHO FUTURO

193

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

196

LISTA DE ACRÓNIMOS

202

ÍNDICE DE IMAGENS

204

ÍNDICE DE TABELAS

208

ANEXOS

210

II . Vertente teórica Laboratório de Tecnologias da Arquitetura Arquitetura na Revolução Industrial 3.1 EXPOR ARQUITETURA DESMONTANDO-A COM REALIDADE AUMENTADA Orientadora Sara Eloy - Professora auxiliar do ISCTE-IUL


Resumo A arquitetura, pelo enorme impacto que tem na vida das pessoas e da cidade, é uma área que desperta o interesse por parte do público que gosta de conhecer e perceber o que está por trás da conceção arquitetónica. A divulgação da disciplina é realizada frequentemente a partir de exposições, sendo este um método essencial para a difusão da mesma, tornando o mundo da arquitetura mais acessível à sociedade, dando-lhe a conhecer as novas criações e conceitos. Partindo do princípio que as exposições surgem no âmbito da divulgação da prática da arquitetura, a verdade é que estas são essencialmente direcionadas para os profissionais da área e deixam de parte um público menos familiarizado com os termos e as representações técnicas utilizadas, dificultando o entendimento desta disciplina por parte destes. Nas exposições de Arquitetura utilizam-se vários métodos de apresentar os projetos, tais como painéis, maquetas, fotografias (reais ou fotomontagens), filmes, entre outros. Com o evoluir da tecnologia, estas ferramentas têm vindo a incluir o recurso aos computadores e são complementadas p.e. com modelos 3D virtuais. Assim sendo, a presente investigação coloca como hipótese que a introdução na exposição de arquitetura de ferramentas de utilização mais direta e interativa com o público permite um entendimento mais claro do projeto. Deste modo a análise do objeto arquitetónico pode ser aprofundada do ponto de vista da sua constituição e conceção, dando ao observador a oportunidade de explorar esta informação de forma interativa, no âmbito deste trabalho, através da Realidade Aumentada (RA). A Realidade Aumentada constitui uma variante da Realidade Virtual, em que se distingue desta, segundo Cawood e Fiala (2007), porque a RA tem o objetivo de criar a sensação de que o objeto virtual esta presente no mundo real. Oferecendo ao observador a “impressão de que os objetos virtuais e reais coexistam no mesmo ambiente, e que possam interagir ou manipulá-los” (Caramelo 2010). A utilização da RA permite várias formas de visualização dos objetos arquitetónicos, dando a possibilidade do utilizador desmontar o objeto, o que possibilita observar os seus vários elementos separadamente. Outra forma através da qual a exposição em arquitetura pode tirar partido da RA, é a sua interação com o utilizador e a sua sobreposição aos métodos de representação mais tradicionais (maquetas, desenhos, diagramas, entre outros). O desenvolvimento deste trabalho foi realizado com o apoio do grupo de computação gráfica da ADETTI-IUL e Microsoft, utilizando o software por eles desenvolvido. Realizaram-se testes de usabilidade da tecnologia, no contexto expositivo em arquitetura e no final do 2º semestre foi possível participar na montagem de uma exposição na qual se tirou partido da RA. Esta exposição permitiu pôr em prática todo trabalho teórico desenvolvido até à data, sendo depois possível fazer uma avaliação crítica da viabilidade e interesse desta tecnologia em ambientes de exposição com RA. Palavras-chave Representação de Arquitetura; Exposição de Arquitetura; Interativo; Realidade Aumentada; Modelação 3D.

118

119


Abstract Architecture is a field with great impact on people’s daily life; therefore, it rises a considerate level of interest, especially in public who enjoys and seeks to understand what is behind the architecture design. The promotion of this field of study is often accomplished through exhibitions. This important method of dissemination is essential in order to make the architecture world more accessible to the public in general, allowing the knowledge and appreciation of new concepts and creations. Assuming that architecture exhibitions arise in the context of public promotion of the projects and developed works, the truth is that these are primarily directed to the professionals of the field. Therefore, the public might not get as familiarized with the terms and technical representations that are used to support the exposed work, hampering ones understanding. Architecture exhibitions see several methods of presentation of the projects, such as panels, models, photographs (authentic or in a photomontage format), movies and many others. However, the evolution of the technology has allowed the inclusion of computer programs, complemented especially with 3D virtual models. Therefore, this research seeks to propose the following hypothesis: the introduction in the architecture exhibitions of a typo of more direct and interactive tools, in order to ensure a more public-friendly understanding of the complexity of an architecture project. Under this hypothesis, the architectonical object can be deepened in what regards is construction and design, which allows the public the opportunity to explore the information in a more enjoyable way – via “Augmented Reality” (AR). Augmented Reality is a variation of Virtual Reality and according to Cawood and Fiala (2007), these are two different concepts. RA intends to create the feeling that the virtual object is, in fact, physically present in the real world and in the moment, offering the viewer the “impression that the real and the virtual objects coexist in the same environment and that they can interact with them or manipulate them.” (Caramelo, 2010). The use of AR allows various forms of visualization of architecture objects and designs, giving the possibility for the user (public) to disassemble the object, making it possible for its various components to be separately analysed and appreciated. Architecture exhibitions may also benefit from AR in its interactive feature with the public, when in comparison with the more traditional representation methods (such as models, drawings, diagrams and many other). This paper and the work inhered have been carried out with participation the support of the group of computer graphics ADETTI – IUL and Microsoft, using the software developed by the mentioned entities. During the process of this word, technological usability tests have been conducted in an architecture exhibition context, which took place at the end of the second semester. The said exhibition has allowed implementing all the theoretical work to the date, which has proven key for a critical and improvement analysis of the AR’s performance in the architecture exhibitions scenarios. Key-words: Representation of Architecture; Architecture Exhibition; Interactive; Augmented Reality; 3D Modeling.

120

121


Introdução

1


1 Introdução Os métodos de representação são um elemento fundamental na arquitetura, tanto no processo de projeto como na apresentação do objeto final. As diversas formas de apresentar arquitetura (maquetas, desenhos, perspetivas, entre outras) podem ser representadas de infinitas formas, que se têm vindo a reinventar ao longo das últimas décadas com o avanço das tecnologias. As exposições de arquitetura ao longo da história são o exemplo perfeito das diversas formas de representar arquitetura, contudo denota-se que tem havido alguma dificuldade em acompanhar o avanço das tecnologias e que a introdução das mesmas ainda se encontra numa fase embrionária. Na última década surgiram algumas exposições que adotaram diferentes tecnologias para representar arquitetura, entre elas o Pavilhão da Rússia e a instalação “Gateway” de Norman Foster na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2012 e o “Future Perfect” na edição “Close, Closer” da Trienal de Arquitetura de Lisboa em 2013. Para colmatar esta lacuna procurei perceber de que forma as novas tecnologias poderiam revolucionar ou complementar os métodos de representação de arquitetura, proporcionando que o público-alvo tenha uma experiência mais apelativa, nomeadamente no contexto de exposição. Surge assim a possibilidade de enquadrar e trabalhar a Realidade Aumentada (RA), sendo esta uma tecnologia que permite ao utilizador interagir e visionar objetos virtuais em conjunto com o mundo real (AZUMA, 1997, p.2). Assim a presente investigação pretende explorar e desenvolver esta tecnologia com o apoio do grupo de computação gráfica da ADETTI-IUL (Centro de Investigação em Sistemas e Tecnologias de Informação Avançada). Através do desenvolvimento desta investigação pretende-se perceber de que forma esta tecnologia pode estar presente em exposições de arquitetura, e concluir quais as vantagens da sua utilização para o público em geral.

124

Introdução

125


1.1 Objetivos

1.2 Metodologia

Este trabalho teórico nasceu da ideia de utilizar a tecnologia de Realidade Aumentada (RA) no contexto de exposição de Arquitetura. Sendo esta uma ferramenta ainda com pouca utilização no mundo da Arquitetura pretende-se explorar as suas potencialidades enquanto ferramenta de representação e visualização de edifícios existentes e em projeto. Desta forma os objetivos que se pretendem atingir são:

A metodologia a seguir para a realização deste trabalho baseou-se nas seguintes etapas:

posições no particular; 3. Exploração e aprendizagem de software de RA (ARTag, Ar-media e o sistema utilizado

2. Definir processos que permitam explorar o projeto de arquitetura em contexto de exposição

na ADETTI-IUL);

3. Definir dispositivos de visualização para RA adequados para exposição de arquitetura; 4. Conjugar RA com elementos de representação mais comuns (desenhos e maquetas). Pretende-se começar por identificar como se pode tornar a compreensão do projeto de arquitetura mais eficaz e interativa utilizando a RA em exposições de arquitetura, nas quais o utilizador consegue manipular e explorar o modelo virtual, conseguindo responder às suas dúvidas em relação ao projeto. Neste seguimento pretende-se ainda definir processos que permitam explorar o projeto tendo como base algumas representações já utilizadas na arquitetura, como cortes e plantas, combinado com os benefícios que os modelos virtuais e de RA podem oferecer. Pretende-se também explorar e definir quais os diferentes dispositivos, móveis ou não (e.g. AR glasses, aplicações para smartphone/Tablet e webcam), mais eficazes para uso em contexto de exposição e avaliar as suas potencialidades e fraquezas na exposição de arquitetura. Por último pretende-se utilizar a tecnologia de RA com sobreposição de modelos virtuais nos elementos mais comuns de representação utilizados em arquitetura como desenhos e maquetas. Procura-se deste modo conjugar as ferramentas mais tradicionais de expor a arquitetura com a técnica de RA.

Introdução

2. Análise de casos de estudo em que é utlizado RA em Arquitetura no geral ou em ex-

1. Identificar modos como a tecnologia de RA pode expor arquitetura no contexto de exposição; com RA;

126

1. Análise bibliográfica de métodos de representação e exposição da arquitetura;

4. Compatibilização dos software de modelação 3D com os respetivos software de RA e a aprendizagem dos mesmos; 5. Experimentação de diferentes modos de visualização, dispositivos de visualização e de interação; 6. Definição do processo de produção dos modelos 3d, modo de visualização dos modelos e dispositivos de visualização para a utilização de RA em exposições de arquitetura; 7. Desenvolvimento de uma aplicação de RA para arquitetura e posterior avaliação da usabilidade e satisfação desta aplicação; 8. Aplicação do conhecimento adquirido na colaboração no desenvolvimento do projeto expositivo sobre a Escola de Chicago que se realizou no início do ano letivo 2014/2015 no âmbito do MIA. 9. Aplicação da RA como ferramenta de exposição do projeto a desenvolver na vertente prática de Projeto Final de Arquitetura.

127


Estado da arte

2


2 Estado da Arte 2.1 Métodos de representação da arquitetura

Na arquitetura os métodos de representação têm um papel fundamental tanto ao longo do desenvolvimento do projeto como nas apresentações do mesmo. Volumetrias, desenhos de conjunto, pormenores, entre outros, têm várias formas de representação, estando esta em constante evolução consoante a tecnologia utilizada. Pretende-se neste capítulo analisar estas formas, a sua contextualização histórica, a sua evolução com o surgimento de tecnologias digitais como o CAD (Computer-Aided Design), nomeadamente a modelação 3D. “There can be no design activity without representation. Ideas must be represented if they are to be shared with others, even shared with oneself! Different representational modes and strategies afford distinctive opportunities for reading or for transforming design ideas.” (GOLDSCHMIDT & PORTE, 2004) Segundo Jorge Saiz (2005), o tratado “De re aedificatoria” de Leon Battista Alberti de 1485 reconhece a importância do desenho como instrumento fundamental para o pensamento do arquiteto e também como instrumento para comunicar as suas ideias, sendo que o desenho acompanhado pela maqueta são os elementos que permitem a materialização desta ideia. Alberti defendia que a planta era o documento gráfico apropriado para o arquiteto e que as representações gráficas mais ilusórias (perspetivas) são de um carácter mais pictórico (SAIZ, 2005) . Pouco mais de 30 anos após o início do tratado de Alberti, Rafael Sanzio foi mais longe na definição do que seria o desenho de arquitetura.

130

Estado da arte

Métodos de representação da arquitetura

Na sua carta ao Papa Leão X em 1519, descreve os desenhos dos edifícios relevantes para o arquiteto e divide-os em três partes: a planta, ou seja, o desenho plano a parede do lado de fora e os seus ornamentos; a parede interior, também com ornamentos. A contribuição de Sanzio é crucial, já que contrariamente a Alberti, não se trata de uma planta complementada pela maqueta, mas de um sistema de planta/corte/alçado. Este sistema geométrico, que era utilizado de forma intuitiva até à data, codificado mais tarde no final do século XVIII. (SAIZ, 2005). No final do século XVIII surge um desenvolvimento fundamental para o desenho de arquitetura com Gasparde Monge que estabeleceu as bases da Geometria Descritiva. Monge em 1798 publicou cientificamente todos os sistemas de projeção utilizados pela arquitetura, sendo estes as projeções ortogonais, perspetivas e axonometria, incluindo as projeções oblíquas que por sua vez são imprescindíveis para o cálculo científico das sombras que, até à data, eram realizadas de forma intuitiva ou por aproximação em vários casos pictóricos. “O trabalho de Monge é um marco na evolução da representação da arquitetura. A partir deste momento pode-se falar claramente de um sistema gráfico de arquitetura que suporta a criação e representação de edifícios.” (SAIZ, 2005) “O método de representação dos edifícios que encontramos aplicados na maioria das histórias de arte e da arquitetura serve-se de: a) plantas, b) elevações e cortes ou seções, c) fotografias. Já afirmamos que, isoladamente e no seu conjunto, esses instrumentos são incapazes de representar completamente o espaço arquitetónico, mas é útil aprofundar o assunto porque se até agora não temos á nossa disposição melhores meios representativos a nossa missão é estudar a técnica de que dispomos e torna-la mais eficiente.” (ZEVI, 2002)

131


As plantas, de acordo com Bruno Zevi (2002, p. 31), são atualmente um importante meio de representação do projeto por serem um dos poucos meios que permite avaliar a estrutura completa de um projeto de arquitetura. Todavia, na educação arquitetónica, na utilização das plantas é essencial ter em conta o nível de detalhe que se pretende. Como exemplo podemos ter que, para propor a um leigo o entendimento da planta da Basílica de S. Pedro em Roma, de Michelangelo, é necessário que a representação da planta seja sintetizada e que as plantas vão adicionando pormenor na mesma sequência em que o autor desenvolveu o seu projeto. Desta forma Bruno Zevi (2002, p. 41) considera a figura 1 sendo um resumo da figura 2 o que facilita na compreensão do projeto.

“Já dissemos que são (as plantas) uma coisa abstrata porque estão completamente fora de todas as concretas experiên¬cias visuais de um edifício. (…) Todo o arquiteto sabe que a planta é um elemento que, mesmo não sendo por si só suficiente, tem uma acentuada proeminência na determinação do valor artístico.” (ZEVI, 2002) As fachadas e cortes são projeções ortogonais verticais que nos informam da terceira dimensão. Mesmo quando devidamente representados estes desenhos, do mesmo modo que as plantas tomadas isoladamente, pouco sugerem sobre a volumetria dos edifícios. Um exemplo dado por Bruno Zevi demostra a insuficiência na clareza em relação ao entendimento do projeto a partir de um desenho de fachada, sugerindo uma representação bidimensional de sombras nos cheios e vazios (Figura 3) (ZEVI, 2002).

Figura 1- planta simplificada e negativo fotográfica da Basílica de S. Pedro de Michelangelo (ZEVI, 2002, p. 31)

132

Estado da arte

Métodos de representação da arquitetura

Figura 2- planta da Basílica de S. Pedro de Michelangelo (ZEVI, 2002, p. 31)

As maquetes são frequentemente utilizadas pelos arquitetos como método de representação e oferecem uma maior aproximação do real relativamente à abstração das projeções ortogonais. Por se tratar de um elemento tridimensional, são mais vantajosas do que o desenho porque dão a possibilidade de ter várias perspetivas do projeto, o que permite uma análise do modelo em toda a sua dimensão dando maior noção de escala e proporção. De acordo com Alexander Schilling (SCHILLING, 2007) a maqueta é utilizada preferencialmente como instrumento tridimensional que ajuda o arquiteto a representar as suas ideias, é assim fundamental no processo de projeto pois permite reproduzir a uma escala reduzida o edifício a ser construído. Apesar de ser possível representar e apresentar um projeto através de outras ferramentas que também transmitem uma composição espacial, como exemplo os esboços, é com a maqueta que temos a possibilidade de ter a mesma composição espacial mas com o benefício de podermos optar por diversas perspetivas. (NÓBREGA, 2012). Em 1839 Louis Jacques Mandé Daguerre com base nos seus conhecimentos fotoquímicos inventou a fotografia. Segundo Bruno Zevi esta invenção marcou a passagem das experiências visuais humanas e artísticas. Com a fotografia há uma maior facilidade na representação em três dimensões, reproduzindo exatamente tudo o que existe de bidimensional e tridimensional na arquitetura, por outras palavras “todo o edifício menos a sua essência espacial” (ZEVI, 2002). A fotografia e a fotomontagem, seja para representar obras já construídas ou simplesmente para simular projetos a concretizar no futuro, tem muitas vantagens principalmente pelo facto de representarem fielmente determinadas perspetivas do projeto nomeadamente com uso da escala humana. Porém de acordo com Bruno Zevi a fotografia só capta o edifício de um determinado ponto de vista, de um modo estático e elimina a sensação de tempo e percurso,

Figura 3- F.L. Wright: Alçado da Falling Water sem representação de sombras e com representação de sombras (ZEVI, 2002, p. 49)

133


a “quarta dimensão”. “Cada fotografia é uma frase separada de um poema sinfónico ou de um discurso poético, cujo valor essencial é o valor sintético do conjunto”. Com a descoberta da cinematografia, é possível representar a “quarta dimensão” do projeto de arquitetura, permitindo percorrer o edifício com uma máquina de filmar, dando a possibilidade de posteriormente rever este percurso experienciando, em parte, a espacialidade do projeto (ZEVI, 2002).

2.1.1 Evolução da representação de arquitetura com o surgimento das ferramentas digitais. No início dos anos sessenta do séc. XX Ivan Sutherland desenvolveu uma tecnologia de interface gráfico denominada Sketchpad, esta tecnologia dava a possibilidade ao utilizador de desenhar virtualmente a partir de uma caneta digital. O desenvolvimento do Sketchpad, veio mais tarde dar origem aos programas CAD (Desenho Assistido por Computador) como o AutoCAD que foi lançado nos anos oitenta, estes programas CAD eram uma ferramenta sofisticada de desenhos em 2D, a modelação em 3D nestes sistemas decorriam paralelamente ao desenho 2D (CARREIRO & PINTO, s.d.). O CAD tradicional é uma ferramenta eficaz de desenho para a arquitetura e o método de desenho é semelhante ao desenho tradicional, onde o projetista tem de criar as projeções ortogonais (plantas, cortes e alçados) em desenho bidimensional individualmente, o que por sua vez o torna num processo lento já que obriga ao tratamento individual de cada desenho. No entanto, no final da década de 1980 surgiu um novo software mais direcionado para a disciplina de arquitetura com representação e modelação tridimensional, o “Building Information Modeling” (BIM) ainda com base no método de monge, este programa permite conter vais informações do edifício e representa-o em duas ou três dimensões, o que possibilita observá-lo de qualquer ponto de vista. Com a utilização de programas como Revit ou Archicad é agora possível desenvolver um projeto arquitetónico com a consciência clara da sua forma tridimensional e facilmente detetar, durante o processo de desenvolvimento do projeto, situações complexas que até então eram difíceis de prever e que exigiam anteriormente o desenvolvimento de vários elementos

134

Estado da arte

Métodos de representação da arquitetura

desenhados. (CARREIRO & PINTO, s.d.). Desta forma é possível utilizar vários métodos de representação na arquitetura, sendo que estas ferramentas permitem desenhar o projeto a várias escalas. A tradicional apresentação ortogonal bidimensional mantém-se mas, com a representação tridimensional, é possível visualizar os edifícios através de realidade virtual, permitindo uma maior compreensão do projeto e a possibilidade de interagir com os modelos, possibilitando ainda uma maior aproximação da sua espacialidade relativamente á conseguida nos processos tradicionais.

2.2 Exposição de Arquitetura

2.2.1 Resenha Histórico

As exposições ocorridas durante a Revolução Industrial surgem com o intuito de divulgar as técnicas de construção alcançadas a partir dos materiais emergentes da época como o ferro, aço e vidro. Com a finalidade de comercializar estas novas técnicas a nível mundial, surgem as exposições universais, iniciadas no século XIX em Londres, no ano de 1851 com a Great Exhibition of the Works of Industry of all Nations (Inglaterra era o país mais desenvolvido industrialmente neste período). Nesta exposição foi construído o Palácio de Cristal, idealizado por Joseph Paxton, que constitui a primeira experiência de um edifício expositivo em grande escala e marca o início da procura da maior área coberta possível para fins expositivos. A arquitetura tinha um lugar distinto na exposição por ser, simultaneamente, segundo Marcelo Galopim “superstrutura e objeto de exposição”. Tratavam-se de edifícios que foram construídos relacionados com o surgimento de uma nova tipologia de grandes dimensões, que satisfizesse a necessidade de expor maquinaria, e na procura de maiores vãos sem apoios e simultaneamente objeto de exposição porque a arquitetura é sempre estruturadora do espaço marcando cada exposição (Lopes, 2007, p. 15).

135


Os edifícios das exposições universais oitocentistas possuíam um carácter efémero, tendo de ser montados e desmontados com rapidez, o ferro constituía a melhor opção para este objetivo, já que, além de permitir a pré-fabricação, era encarado como a mais correta expressão da modernidade da época. As Exposições Universais parisienses de 1855 a 1889 testemunharam a evolução rápida e coerente das possibilidades formais, funcionais e técnicas da construção metálica. A partir de uma primeira exposição universal londrina em 1851, “cada nova exposição francesa superou a predecessora em número de expositores, em número de visitantes, em área ocupada, em lógica organizativa, em audácia construtiva”. A exposição de Paris de 1889 marcou uma transição entre uma exposição concentrada que envolve apenas um edifício e a exposição mais dispersa que engloba vários edifícios, sistema que é utilizado até hoje (Lopes, 2007, p. 16 e 75).

tora de Oslo que realizou a sua quinta edição denominada como “Behind the green door” em 2013 (Figura 4). Behind the green door realiza a sua exposição central na galeria do DogA, sendo este um espaço de natureza industrial. O ponto focal da exposição é a sustentabilidade, partindo de uma investigação sobre as diversas interpretações sobre o tema de sustentabilidade, realizando através de exposição de uma coleção exemplos que se consideram sustentáveis das últimas décadas solicitados a duzentos escritórios de arquitetura, empresas comerciais e agências ambientais. A exposição apresenta diferentes elementos mais relacionados com o tema, sendo estes representados a partir de maquetas, fotografias, desenhos, protótipos e vídeos (BAPISTA & MELÂNEO, 2013, p. 118 e119).

Em 1923 é realizada a primeira Exposição Internacional de Arquitetura em Weimar pela Bauhaus de Walter Gropius e de acordo com Magdalena Droste “a primeira apresentação de arquitetura moderna nos anos 20”, constituída por palestras, a construção da casa “Am Horn”, a exposição que continha diversos elementos como o plano do Bairro Bauhaus, maquetas de unidades de alojamento modulares de 1923 como também fotografias de obras já realizadas de Erich Mendelsohn e Erwin Gutkind (DROSTE, 1994, p. 112). Em São Paulo surge uma nova geração de exposições de arquitetura, a Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIA), sendo a primeira edição realizada em 1975 e a segunda edição apenas em 1993. A partir desta última, as exposições começam a ser realizadas de dois em dois anos, atualmente a Bienal de São Paulo encontra-se na 10ª edição realizada (2013). Na sequência da Bienal de São Paulo surge em 1980 a Bienal de Arquitetura de Veneza, uma das mais conceituadas exposições de arquitetura, esta exposição é organizada em vários edifícios em que estes são construídos ou restaurados para receber este evento, como acontece nas exposições universais existe uma a particularidade de colocar a exposição dentro da própria exposição (ROQUE, 2013, p. 329). Como em São Paulo e Veneza surge mais recentemente em Oslo, Noruega, um evento com objetivos semelhantes, fundado em 2000, a Trienal de Arquite-

136

Estado da arte

Exposição de Arquitetura

Figura 4- Trienal de Arquitetora de Oslo “Behind the green door” em 2013 (BASULTO, 2013)

Em 2007 realizou-se a primeira Trienal de Arquitetura em Lisboa (Vazios Urbanos). Esta concretiza-se de três em três anos, sendo a segunda edição realizada em 2010 (Falemos de Casas) que compreendia a “questão da habitação, tanto no sentido literal como no sentido mais amplo da habitação no mundo, incluindo os seus aspetos sociológicos e culturais”, sendo a última edição “Close, Closer” que ocorreu em 2013 (Trienal de Arquitectura de Lisboa, Trienal de Arquitectura de Lisboa, 2014).

137


Na Trienal de Arquitetura em Lisboa, na edição “Close, Closer, exposição realizada no Museu da Eletricidade chamada de “Future Perfect”, foi exposta uma sequência de instalações organizadas com a curadoria de Liam Young. O objetivo do “Future Perfect” era desenvolver os espaços, as máquinas, as culturas e as narrativas de uma cidade do futuro, um urbanismo imaginário, assim como as paisagens que o cercam e as histórias que ele contém. Dentro destas instalações foram utilizadas tecnologias digitais, como por exemplo na instalação “The Schematics, Future Perfect’s movie miniature model cityscape” que utilizou “video maping” sobre uma maqueta (Figura 5). Outra caso que recorreu às tecnologias digitais foi a instalação do estúdio “Marshmallow Laser Feast” (é um estúdio na vanguarda da inovação digital nas artes). Aqui foram utilizados efeitos áudio visuais com o intuito de explorar o futuro da interação com a tecnologia. (Figura 6) (GALILEE, 2013)

Figura 5 - “Future Perfect” – fotografia de Miguel de Guzmán (GALILEE, 2013)

138

Estado da arte

Exposição de Arquitetura

“Estes eventos nunca são monográficos, mas sempre heterogéneos. Estão destinados a falhar do ponto de vista formal devido à sua heterogeneidade, mas nas suas falhas residem as oportunidades para o futuro sucesso. (…) São experimentais.” Philip Ursprung (BAPISTA & MELÂNEO, 2013, p. 23) As Bienais e Trienais de arquitetura e arte são eventos, segundo Philip Ursprung que “tomaram o lugar das Feiras Mundiais”. Permitindo expor a arquitetura para que se torne parte da nossa vida cultural, por se tratar de eventos cíclicos que são organizados em vários países ocorre de certo modo uma peregrinação a estes locais trazendo pessoas a sítios pouco frequentados ou desconhecidos como por exemplo a Bienal de Veneza que utilizou com ponto principal a fábrica medieval da Cordoaria do Arsenal. Este princípio foi adotado por várias Bienais utilizando fábricas e instalações industriais abandonadas, promovendo assim a reconstrução e requalificação de espaços. (BAPISTA & MELÂNEO, 2013, p. 22)

Figura 6 “Marshmallow Laser Feast” na “Future Perfect” – fotografia de Delifino Legnani (GALILEE, 2013)

139


Regressando ao Hyde Park onde foi realizada no século XIX a Great Exhibition of the Works of Industry of all Nations, atualmente é onde se localiza a Serpentine Gallery. Esta galeria de arte elabora um novo conceito de exposição de arquitetura que é realizada todos os anos durante o verão que consiste na concretização de um pavilhão efémero com carácter flexível que contém um café e alberga várias atividades sociais em que os visitantes são convidados para assistir a conferências e atividades relacionadas com música, literatura e cinema. A sua primeira edição foi realizada em 2000 com uma estrutura projetada por Zaha Hadid e atualmente encontra-se na sua décima quarta edição que será iniciada em Junho de 2014 com o pavilhão do arquiteto Chileno, Smiljan Radic.

Arquitetura de Veneza onde se nota uma leitura fluída entre os projetos, a sua representação e o desenho da instalação (Figura 7).

Estes eventos surgem em contraste com as exposições realizadas em grande parte dos museus, já que se tratam de eventos com carácter mais dinâmico como no caso das Bienais e Trienais de arquitetura, e que lançam novas temáticas relacionadas com o panorama da arquitetura a nível nacional e internacional dando lugar ao surgimento de projetos experimentais e novos conceitos. Oferecem também aos visitantes várias perspetivas do papel que a arquitetura comporta na sociedade como o caso da Trienal de Oslo “Behind the green door” ou a de Lisboa “Falemos de Casas”. Outro caso é a Serpentine Gallery que se assemelha à exposição do Bairro de Weissenhof e à exposição de 1923 da Bauhaus com a Casa “An Horn”, no sentido que os objetos expostos podiam ser utilizados e vivenciados por não se tratar de uma representação mas sim do projeto em si.

2.2.2 Formas de expor arquitetura A exposição de arquitetura é feita através do recurso a vários métodos expositivos, que possibilitam expor a obra construída ou o projeto permitindo que este seja interpretado e explorado pelos visitantes. Estes métodos são idealizados de forma a comunicar algo ao visitante que pode ser o conceito ou ideia subjacente ao projeto ou a história a ele associada. A exposição em si segue também uma linguagem específica de acordo com o curador ou a obra que está a ser exposta tornando o objeto exposto uma parte integrante da exposição ou instalação, por exemplo a Instalação “Voide” dos Aires Mateus na Bienal de

140

Estado da arte

Exposição de Arquitetura

Figura 7- VOIDS dos Aires Mateus, Bienal de Venezia.

Os métodos de expor na disciplina de arquitetura são na maioria recorrentes dos métodos de representação do projeto já mencionados, ilustrado de forma a facilitar a comunicação da ideia e ao contexto em que se insere a exposição. Estes métodos podem constituir apresentações individuais como o caso da instalação de fotografia de Wooden Churches no Schusev Museum em 2010 (Figura 8), como podem estar presentes vários métodos representativos como é o caso do painel, sendo um dos métodos mais frequentes em exposições de arquitetura. Outro método que está a ganhar alguma notoriedade é a utilização de vídeo e filmes documentais, utilizado na instalação “Gateway” de Norman Foster na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2012 (Figura 9).

141


Neste momento, ainda que numa fase embrionária, mas que tem vindo a surgir em exposições de arquitetura, são utilizadas representações virtuais. A utilização desta tecnologia permite uma melhor interação com os visitantes e uma maior exploração do projeto. Dentro deste campo de que recorre as tecnologias digitais surgem alguns modelos que adotam tecnologias diferentes, por exemplo: • A exposição “Architecture without paper” (Figura 10 realizada pela Embaixada de Espanha, na Austrália, em conjunto com o Museu de Arquitetura da Universidade do Sul da Austrália, com o objetivo de mostrar as ideias experimentais que moldam as mais recentes tendências em design de arquitetura espanhola, com destaque para o formato digital como meio para os arquitetos mais jovens expressarem a sua criatividade (Paper, 2010).

Figura 8- Instalação de fotografia de Wooden Churches Schusev Museum 2010.

Figura 10 - “Architecture without paper” realizada pela Embaixada de Espanha, na Austrália, em conjunto com o Museu de Arquitectura da Universidade do Sul da Austrália (Paper, 2010)

Figura 9- Gateway de Norman Foster na Bienal de Venezia.

142

Estado da arte

Exposição de Arquitetura

• Pavilhão da Rússia na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2012 (Figura 11), no interior do piso superior do pavilhão cada superfície está coberta de códigos QR (Quick Response), que os visitantes podem descodificar ao usar um tablet ou smartphone para explorar ideias para uma nova cidade russa dedicada à ciência. Nesta parte da exposição, é mostrado os planos para uma nova cidade de ciência localizada perto de Moscovo, esta exposição foi idealizada por Sergei Tchoban e Sergey Kuznetsov da “SPEECH Tchoban & Kuznetsov”, que estão a desenvolver o projecto Skolkovo (DEZEEN, 2012).

143


“In our pavilion we have tried to find an architecture metaphor for connecting the real and the virtual. People today live at the intersection of on- and off-line; 'our common ground' is becoming a cipher for infinite mental spaces.” (DEZEEN, 2012)

Figura 11 - Russian Pavilion at the Venice (DEZEEN, 2012)

• Augmented: Architecture in Augmented Reality (Figura 12) esta exposição realizada em Nova Iorque na Gallery R’Pure em 2012, foi uma exposição internacional que apresentava os trabalhos de arquitetos que utilizam Realidade Aumentada mais especificamente com o software URBASEE. Os visitantes poderão fazer o download URBASEE Projeto na App Store ou Google Play e usar seus smartphones ou tablets (ou os iPads demo) para descobrir o projeto de cada arquiteto (s.d., 2012).

Figura 12 - Experience the future of digital 3D architectural presentation in real time and space (s.d., 2012).

144

Estado da arte

Exposição de Arquitetura

2.3 Realidade Virtual 2.3.1| Contextualização O desenvolvimento da tecnologia de Realidade Virtual (RV) iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial, na indústria de simulação, com um simulador de voo para a Força Aérea dos Estados Unidos (NETTO, MACHADO, & OLIVEIRA, s.d., p. 6). A indústria do entretenimento também teve um papel importante no seu desenvolvimento em 1962 com o desenvolvimento de um equipamento pelo cineasta Morton Heilig. Heilig aplicou o seu conhecimento em cinematografia para realizar o Sensorama que consistia numa junção de Filme 3D, som, vibração mecânica, aromas e ar movido por ventiladores, tudo isto com a finalidade de dar ao espectador uma experiência multissensorial na qual, a simulação de um passeio por Nova Iorque, permite ao espectador sentir o vento, a vibração da estrada e até sentir o aroma ao passar por um restaurante (BURDEA & COIFFET, 2003, pp. 3,4). Mais tarde por volta de 1965 um dos principais pioneiros da computação gráfica Ivan Sutherland desenvolve o Head-mounted Display (HMD) chamado de “The Ultimate Display”, realizado para visualizar objetos produzidos pela computação gráfica e que permitia que o utilizador visse através da movimentação da sua cabeça os diferentes lados de um cubo flutuando no espaço. (BIOCCA & LEVY, 1995, p. 7)

“The ultimate display would, of course, be a room within which the computer can control the existence of matter. A chair displayed in such a room would be good enough to sit in. Handcuffs displayed in such a room would be confining, and a bullet displayed in such a room would be fatal. With appropriate programming such a display could literally be the Wonderland into which Alice walked.” (SUTHERLAND, 1965)

Figura 13 - Barra cronológica de RV e RA (YUEN, YAOYUNEYONG, & JOHNSON, 2011)

145


2.3.2 Conceitos

O termo Realidade Virtual (RV) foi empregue no final da década de oitenta por JaronLanier (NETTO, MACHADO, & OLIVEIRA, s.d.). Este conceito tem vindo a adquirir várias definições ao longo do tempo mas na sua essência trata-se de um interface que permite ao utilizador visualizar, manipular, navegar e interagir numa simulação de um mundo real ou imaginário gerado por computador, sendo os dados manipulados em tempo real e da forma mais natural possível, através da utilização do conhecimento intuitivo que caracteriza a utilização do mundo físico. (AMADO, 2007, pp. 7,8) De acordo com Grigore Burdea e Philippe Coiffet RV para alem desta definição, RV compreende três “I” que a caracteriza. A Interação e a Imersão são os que as pessoas estão mais familiarizados, mas para além destes surge mais uma característica, porque RV não se trata apenas de um interface mas também de aplicações que envolvem soluções para problemas reais de diversas áreas como engenharia, medicina, arquitetura, entre outros. Desta forma o desenvolvimento desta aplicação depende, muito da Imaginação humana, o terceiro “I”. A realidade virtual é, portanto, um trio integrado de imersão, interação e imaginação, como mostrado na Figura 14 (BURDEA & COIFFET, 2003, p. 4).

“The imagination part of VR refers also to the mind’s capacity to perceive nonexistent things. The triangle in Figure (Figura 12), for example, is easily “seen” by the reader, yet it only exists in his or her imagination.” (BURDEA & COIFFET, 2003)

Figura 14 – os três “I” de RV (BURDEA & COIFFET, 2003)

146

Estado da arte

Realidade Virtual

Considerando o que foi referido anteriormente RV compreende 2 ideias base: imersão e interação. A imersão, que pode ser total ou parcial, tem o intuito de quando o utilizador está imerso no ambiente virtual transmitir a sensação de fazer parte do ambiente a partir de estímulos psicológicos e físicos. Contudo, a proporção da imersão é condicionada pelos dispositivos que transmitem ao utilizador a sensação de estar no ambiente virtual, “levando seus sentidos sensoriais e atenção para o que está acontecer dentro desse espaço, com isso isola-o do mundo exterior permitindo-lhe manipular e explorar naturalmente os objetos” (RODRIGUES & PORTO, 2013).

A interação refere-se à capacidade de intervir no ambiente virtual em tempo real, ou seja o computador é capaz de detetar os comandos do utilizador a partir de um dispositivo de entrada e modificar o mundo virtual instantaneamente (RODRIGUES & PORTO, 2013). Segundo Lee Adams uma aplicação de RV comporta três níveis de interação: passiva, exploratória e interativa. A passiva limita-se a uma exploração automática no ambiente virtual em que a trajetória e os pontos de observação são previamente definidos e controlados pelo software, nesta interação o utilizador não tem controlo da sessão exceto para terminar a sessão. No caso de uma interação exploratória o utilizador tem a possibilidade de escolher a rota e os pontos de observação, mas não interage de outra forma com o ambiente virtual. A interativa faculta ao participante uma exploração do ambiente controlada pelo próprio e possibilita as entidades do ambiente virtual a responderem às ações do utilizador através dos dispositivos. (NETTO, MACHADO, & OLIVEIRA, s.d., p. 12).

2.3.3| Dispositivos

Os dispositivos de RV são equipamentos que permitem ao utilizador que se sinta imerso no ambiente em que navega e possa interagir com o ambiente virtual desta forma. “O humano recebe, dos dispositivos de saída, um estímulo que é encaminhado pelos sentidos humanos até ao cérebro onde é processado, gerando uma acção do utilizador no dispositivo de entrada do computador”. (Figura 15) (LINO, 2009, p. 7).

Figura 15 - Interação entre os dispositivos e o humano (LINO, 2009)

147


A partir da Figura 15 podemos observar que os dispositivos de saída estão relacionados com os estímulos sensoriais do utilizador, ou seja os dispositivos de saída são o meio que permite ao computador apresentar o mundo virtual ao utilizador e demonstrar os resultados das suas ações realizadas a partir dos dispositivos de entrada, “a representação pode ser visual, sonora ou táctil tentando provocar estímulos no utilizador” (LINO, 2009). Na RV os dispositivos mais comuns são os head-mounted displays (HMD), Cave Automatic Virtual Environment (CAVE), projetores panorâmicos e mesas virtuais. Estes podem apresentar imagens manoscópicas ou estereoscópicas, sendo que no primeiro caso é mostrada uma única imagem para ambos os olhos e no segundo cada olho observa uma imagem ligeiramente diferente, dando assim ao utilizador uma noção de profundidade (AMADO, 2007, p. 33). Enquanto os dispositivos de saída dão ao utilizador a experiencia de estar no ambiente virtual os dispositivos de entrada permitem que o participante se mova e interaja neste mundo virtual. Desta forma, sem a utilização dos mesmos, a experiência de RV do utilizador manifestava-se de forma passiva. Segundo Pimentel e Teixeira (1995) surgem dois tipos de dispositivos de entrada: os dispositivos de tracking e os de interação. Os trackers são responsáveis pela mediação das variações do posicionamento e orientação do utilizador e a localização dos objetos virtuais. Nos dispositivos de interação surgem diferentes tipos de equipamentos como os Dataglove, dispositivos com graus de liberdade e sensores de entrada biológica (NETTO, MACHADO, & OLIVEIRA, s.d., p. 17).

2.3.4 Tipos de sistemas de RV Como já mencionado existem várias definições de RV que se devem ao carácter interdisciplinar da área como também à sua constante evolução, o facto destes sistemas diferirem entre si de acordo com os níveis de imersão e de interatividade oferecidos ao utilizador. Estes níveis são estipulados pelos tipos de dispositivos de entrada (para o software) e saída (para o utilizador) do sistema (NETTO, MACHADO, & OLIVEIRA, s.d., p. 8).

148

Estado da arte

Realidade virtual

Porém, antes de compreender as diferentes classificação de RV é necessário compreender as diferenças entra o modelo virtual (MV) e o ambiente virtual (AV) que diferem principalmente pela possibilidade de manipulação do modelo tridimensional eletrónico. No caso do MV é desenvolvido em software de modelação e dá a possibilidade de criar animações e imagens pré renderizada para apresentações, mas que requer algum conhecimento prévio por parte do utilizador tal como a sua interação com o modelo dentro de um ambiente de regras. Por outro lado o AV insere-se num mundo de regras que emprega leis físicas para simular o mundo real como a gravidade para o ambiente e massa para os objetos, é um interface de manipulação mais amigável e dá liberdade ao utilizador de explorar o ambiente. (AMADO, 2007) Ainda não há um critério claro de classificação dos sistemas de RV, mas de acordo com Ken Pimentel e Kevin Teixeira (PIMENTEL & TEIXEIRA, 1995) é considerado que sistemas de RV podem ser classificados como: •A RV de Simulação – um sistema deste tipo baseia-se na imitação de ambientes reais já existentes como por exemplo a cabine de um avião com a finalidade de simular um voo, o utilizador é colocado dentro da cabine com monitores que apresentam um mundo virtual que reage aos comandos do utilizador, em determinados casos as cabines são montadas sobre plataformas móveis e os comandos oferecem feedback tátil e auditivo. •A RV de Projeção (Realidade Artificial) – foi desenvolvida por Myron Krugeger nos anos setenta do séc. XX e consistia na captura da imagem do utilizador e a sua projeção para uma tela que representava um mundo virtual no qual este podia interagir com os objetos virtuais, o participante não precisa de usar dispositivos de entrada de dados. •Telepresença (Telepresence) – corresponde a uma tecnologia que permite ao utilizador sentir-se como se estivesse presente num local onde não está fisicamente e dá ao mesmo a possibilidade de executar tarefas. Funciona a partir da utilização de câmaras de vídeo e microfones remotos para envolver e projetar o utilizador profundamente no mundo virtual. É frequentemente utilizado para reuniões assim como em aplicações médicas. Encontra-se em desenvolvimento para exploração planetária com a utilização de robôs.

149


•Os Displays Visualmente Acoplados (Visually Coupled Displays) – referemse a um sistema em que as imagens são exibidas ao utilizador a partir de um dispositivo que deve acompanhar os movimentos da sua cabeça e que contém sensores que detetam este movimento e utiliza esta informação para realimentação da imagem exibida. Para além de imagens este sistema permite sons em estéreo (PIMENTEL & TEIXEIRA, 1995). •A RV de Mesa (Desktop VR) – segundo Ken Pimentel e Kevin Teixeira (PIMENTEL & TEIXEIRA, 1995) RV de Mesa é um subconjunto dos sistemas tradicionais de RV, ao invés de utilizar HMD é utilizado um monitor ou um sistema de projeção para visualizar o ambiente virtual. Alguns sistemas permitem ao utilizador ver imagens 3D no monitor com óculos obturadores, este sistema é utilizado frequentemente na indústria de entretenimento mais especificamente em jogos de computador. •CAVE (Automatic Virtual Environment) – este tipo de RV compreende um espaço que é envolvido por telas onde são projetadas imagens e permite que uma ou mais pessoas fiquem imersas no ambiente virtual. A projeção pode ser estereoscópica o que exige a utilização de óculos obturadores dando ao utilizador uma maior noção de profundidade. Este sistema também incorpora projeção acústica tridimensional, dispositivos de rastreamento de posição e de interação. (NETTO, MACHADO, & OLIVEIRA, s.d.)

2.4 Realidade aumentada

2.4.1 Conceitos e Caracterização de Realidade Aumentada Realidade Aumentada (RA) é uma variação da Realidade Virtual (RV). A tecnologia de RV envolve o utilizador dentro de um ambiente virtual o que não permite ao mesmo ver o mundo real ao seu redor. Em contraste, RA permite ao usuário ver o mundo real, com objetos virtuais sobrepostos ou compostos com o mundo real, assim RA complementa a realidade em vez de substituí-la completamente. Segundo Ronald Azuma (AZUMA, 1997, p. 2) o ideal é que pareça ao observador que os objetos virtuais e reais coexistam no mesmo espaço, semelhante aos efeitos conseguidos no filme " Quem tramou Roger Rabbit? " (Figura 16). Ronald Azuma refere ainda que a RA pode ser pensada como um ponto médio entre a RV (totalmente sintético) e telepresença (totalmente real).

Figura 16 - filme " Quem tramou Roger Rabbit? " (AZUMA, 1997)

150

Estado da arte

Realidade aumentada

151


De acordo com Azuma a RA não deve ser definida por um tecnologia específica (até à data a RA era associada aos HMDs por muitos autores) mas sim pelas seguintes características: •Combinar o real com virtual; •Interatividade em tempo real; •Enquadramento dos objetos virtuais com o mundo real. Esta definição permite a utilização de diferentes tipos de dispositivos além dos HMDs desde que mantendo os três princípios. Por exemplo, não engloba a sobreposição de filmes. Tendo como exemplo filmes como “Parque Jurássico” que combinam imagem virtuais foto realistas com o ambiente real em 3D não são considerados RA por não serem interativos. (AZUMA, 1997, p. 3) Tal como Ronald Azuma, Paul Milgram e Fumio Kishino (1994, p. 2) distinguem a RV da RA no que se refere à imersão ou seja no caso da RV ocorre num mundo virtual isolado da realidade e RA acontece no mundo real com a adição de objetos virtuais. Paul Milgram e Fumio Kishino (1994) introduzem o conceito de “Virtuality Continuum” que identifica o tipo de sistema em relação ao ambiente em que se insere, podendo este ser: real, misto (realidade aumentada e virtualidade aumentada) ou virtual (ambiente virtual onde os ambientes reais são apresentados na extremidade, e ambientes virtuais no extremo oposto) como apresentado na Figura 17. Os casos opostos são os ambientes constituídos apenas por objetos reais e aqueles constituídos somente por objetos virtuais. Entre os mesmos localiza-se a realidade mista, como o próprio nome indica é uma combinação das duas realidades (real e virtual) que é composta pela RA e a virtualidade aumentada (VA), em que no primeiro caso é composto predominantemente por objetos reais e VA é maioritariamente composto por objetos virtuais (Figura 17) (MILAGRAM & KISHINO, 1994).

Figura 17 – representação simplificada do “Virtuality continuum” (MILAGRAM & KISHINO, 1994)

152

Estado da arte

Realidade aumentada

2.4.3|Modo de Funcionamento

Um sistema de realidade aumentada possui dois componentes básicos: hardware e software. O hardware envolve os dispositivos, processadores e redes. (TORI, KIRNER, & SISCOUTO, 2006, p. 28). O software de realidade aumentada é usado para implementar objetos virtuais e integrá-los ao ambiente real. O posicionamento dos objetos virtuais no ambiente real pode ser realizado por reconhecimento de marcadores (símbolo ou ilustração) já inseridas no cenário real. Para o reconhecimento do marcador é necessário que o utilizador possua uma câmara para captar o meio envolvente. A imagem captada pela câmara irá ser processada para que, caso seja apresentado um marcador reconhecido pelo sistema, este seja detetado. Após ser reconhecido um marcador, será consequentemente estimada a sua posição, sendo projetado no ecrã do dispositivo o modelo sobreposto à imagem, como ilustrado na Figura 18 (MORAIS, 2011). Além de reconhecimento de marcadores o software de RA deve permitir a interação do utilizador como os objetos virtuais em tempo real (TORI, KIRNER, & SISCOUTO, 2006, p. 30). A interação de alguns sistemas no ambiente de RA são interfaces gráficas já conhecidos em sistemas de 2D e 3D como menus de tela e reconhecimento de gestos (TORI, KIRNER, & SISCOUTO, 2006, p. 31). Outros tipos de interface utilizados em RA são os tangíveis que permitem interações mais diretas através das mãos ou de objetos reais como por exemplo o interface utilizado no projeto “The ARTHUR System: An Augmented Round Table” (Figura 19) (MOESLUND, et al., s.d.).

Figura 18 – reconhecimento de marcadores a imagem da esquerda o reconhecimento é feito a partir de uma ilustração realizado pela Inition; a imagem da direita reconhecimento a partir de um símbolo de empresa AR-Media.

Figura 19 – visualização e manipulação de objetos virtuais durante uma reunião utilizando o sistema “Athur” (MOESLUND, et al., s.d.).

153


2.4.5 Dispositivos

RA tem uma variedade de dispositivos que possibilitam ao utilizador ver o mundo real conjugado com objetos virtuais, a visualização de RA a partir dos dispositivos pode ser classificada como visão direta ou indireta. (TORI, KIRNER, & SISCOUTO, 2006, p. 28) Figura 22 - HMD “see-through” óptico (Google Glass)

A visão direta é quando o utilizador vê RA apontando os olhos diretamente

para as posições reais onde se localizam os objetos. Esta visualização direta pode ser feita a partir de dispositivos que utilizam um sistema de visão ótico (Figura 20) ou por vídeo (Figura 21). No sistema de visão ótico é utilizada uma lente que faculta a receção direta da imagem real, ao mesmo tempo que possibilita a projeção de imagens virtuais devidamente ajustadas com a situação real, este sistema é utilizado em dispositivos como os HMDs “see-through” óticos (Figura 22). No caso dos sistemas de visão por vídeo baseado em monitor utiliza-se uma câmara para capturar o cenário real, o qual depois da captura é misturado com os objetos virtuais gerados por computador e apresentado no monitor, dentro deste sistema podemos considerar dispositivos como HMDs “see-through” vídeo e visualizadores de apontamento direto baseados em "handheld" (dispositivos móveis) que podem ser smartphones ou tablets (Figura 22) (AZUMA, 1997, p. 10).

Figura 21 - Diagrama conceptual do funcionamento de um HMD “see-though” vídeo (AZUMA, 1997, p. 11)

Visão indireta é quando o utilizador vê o mundo real junto com objetos vir-

Figura 23 – Dispositivo móvel (Tablet)

tuais a partir de um monitor ou projetor, a câmara pode ser estática ou móvel em ambos os casos: o vídeo do mundo real e as imagens gráficas geradas por computador são combinados, assim como no caso HMD “see-through” vídeo, e exibido num monitor na frente do utilizador (Figura 25). Dentro da visão indireta também podemos considerar a visão espelho, esta funciona da mesma forma que a anterior diferenciando-se no posicionamento da câmara, neste caso a câmara está direcionada para o participante incluindo-o na cena (Figura 26) (AZUMA, 1997). Figura 25 – Visão indireta

Figura 20 - Diagrama conceptual do funcionamento de um HMD “seethough” óptico (AZUMA, 1997, p. 11)

154

Estado da arte

Realidade aumentada

Figura 24 – Diagrama conceptual do funcionamento de visualização de RA a partir de uma câmara e monitor (AZUMA, 1997, p. 13)

Figura 26 – Visão espelho

155


Realidade Aumentada e a sua aplicação em contexto de exposição

3


2 Realidade Aumentada e a sua aplicação em contexto de exposição 3.1 O Porquê da utilização de RA em exposições de arquitetura

3.2 Formas de utilizar RA no âmbito de exposição

Atualmente as exposições de arquitetura são compostas por vários elementos de representação como: maquetas, plantas, cortes, alçados, fotografias, entre outros.

Ao utilizar RA em exposições de arquitetura a sua aplicação pode ser feita de vários e diferentes modos, sendo utilizada independentemente ou a complementar outros métodos de representação.

Estes, vistos de forma isolada, por vezes são incapazes de representar completamente o espaço arquitetónico o que dificulta o entendimento global do projeto de arquitetura por parte dos observadores. Esta situação agrava-se no caso de um público menos familiarizado com a disciplina de arquitetura. Estes elementos de representação são geralmente pouco interativos e não é dada a oportunidade de os manipular de forma a facilitar a sua compreensão e estimular a exploração de um projeto. Com a utilização da tecnologia de RA em contexto de exposição de arquitetura é possível explorar o projeto de forma a dar ao observador a oportunidade de o ver a partir de múltiplos pontos de vista e como um todo. Permite ainda desmontar o projeto de modo a ser possível observar qualquer dos seus elementos ou a realização de cortes em tempo real onde o observador pode indicar onde pretende passar o corte e instantaneamente visualiza-lo tridimensionalmente. Para além de explorar a sua forma com a RA é ainda possível obter inúmeras outras informações sobre o projeto como o programa de funcionalidades, a insolação e o processo de conceção, entre outras. Desta forma o entendimento do projeto de arquitetura torna-se mais acessível, por ser mostrado com auxílio de uma representação tridimensional que permite vários tipos de visualizações possibilitando a sobreposição de elementos gráficos sendo estes manipulados pelo observador. 158

Realidade Aumentada e a sua aplicação em contexto de exposição

O Porquê da utilização de RA em exposições de arquitetura

No primeiro caso baseia-se na utilização de RA isolada dos outros elementos da exposição, apenas com uma imagem que pode ser uma fotografia ou desenho que funcionará como marcador para o sistema conseguir detetar a localização do modelo virtual no espaço físico. A outra forma que esta tecnologia pode ser utilizada é como um complemento a outros elementos físicos como painéis ou maquetas. Desta forma no caso de uso de painéis as imagem que estão neles contidos podem funcionar como marcador para AR e o painel para além das informações percetíveis passa a ter também representações virtuais como vídeos, animações, representações de modelos virtuais que acompanham as imagens existentes no painel. Considerando a utilização da RA para complementar a maqueta de exposição é possível sobrepor a maqueta física utilizada como base, com informações gráficas que normalmente se encontra em plantas, cortes, fotografia/render de modelos virtuais, dando a possibilidade ao observador de visualizar o programa e o espaço no interior do edifício a partir de transparências e cortes (como se se tratasse de uma visão raio-x da maqueta) como por outro lado pode só adicionar elementos ao cenário da maqueta o que transporá o observador para uma cenário mais real ou para uma visão mais abstrata do projeto.

159


3.3 Dispositivos a utilizar em contexto de exposição de Arquitetura

Para a RA podem-se utilizar inúmeros tipos de dispositivo como já referido no capítulo 2.4.5 mas, no caso específico da exposição de arquitetura, o utilizador vai necessitar de ter dispositivos de entrada e de saída. Estes são os equipamentos que permitem a comunicação entre a tecnologia e o utilizador já referido na secção 2.3.3. Um dos aspetos importantes a ter em consideração no dispositivo é a utilização do tipo de visão, podendo ser indireta ou direta, como explicado na secção 2.4.5. Deste modo, para alcançar uma melhor experiência de visualização e de interação com o modelo 3D, e procurando garantir que se adeque à exposição de arquitetura, foi eleito o tablet como o dispositivo preferencial, por ser um sistema que utiliza uma plataforma computacional móvel com ecrã tátil e possibilitando uma interação baseada em toque. Ao nível da visão desfruta de visão direta e com boas dimensões do ecrã (tendo em conta que se trata de um dispositivo móvel) dá uma alguma sensação de imersão ao utilizador. É ainda um equipamento vantajoso em ambiente de exposição por ser um dispositivo já conhecido e amplamente utilizado pelo público em geral, sendo que uma das suas características principais, a interação por toque, permite uma utilização mais natural e intuitiva.

160

Realidade Aumentada e a sua aplicação em contexto de exposição

Dispositivos a utilizar em contexto de exposição de Arquitetura

3.4 Protótipo de Realidade Aumentada desenvolvido – Arch O protótipo Arch é uma aplicação de realidade aumentada dirigida para disciplina de arquitetura com o intuito de ser utilizado em contexto de exposição de arquitetura com a finalidade de dar uma maior liberdade na análise do projeto de arquitetura e oferecer a um público menos familiarizado com a disciplina uma ferramenta que representasse do projeto de forma mais intuitiva. Por outro lado facultasse aos arquitetos uma nova forma de trabalhar e de comunicação com terceiros. A aplicação foi desenvolvida em parceria com Centro de Investigação em Sistemas e Tecnologias de Informação Avançados, ADETTI-IUL, e com uma estudante de Engenharia Informática e Computação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

3.4.1|Funcionalidade As funcionalidades implementadas no protótipo ARch são o resultado dos métodos de representação já utilizados em arquitetura. Esta tecnologia oferece como vantagens a capacidade de combinar o ambiente real e o virtual assim como a exploração do modelo 3D em tempo real. O protótipo possibilita a visualização de um modelo virtual num ambiente real, o método de reconhecimento é feito através da utilização da tecnologia “Natural Ubiquitous Texture Tracking” (NUTTS). Esta tecnologia permite reconhecer e rastrear um padrão a partir de uma imagem, que é captada pela câmara do dispositivo, detetando um padrão específico presente na mesma. Por outras palavras, esta imagem funciona como um marcador reconhecível pela tecnologia, este marcador determina a posição e orientação da câmara real que por sua vez informa o posicionamento da câmara virtual que deve ter os mesmos parâmetros que a câmara real.

161


infraestruturas entre outros (sendo estes grupos criados durante a conceção do modelo 3D). Com a utilização desta funcionalidade sãos facultadas aos utilizadores três ferramentas, que surgem como o intuito de tornar a leitura do projeto mais facilitada e analisar diversos elementos de projeto de forma individual ou por partes. Estas ferramentas auxiliares são as seguintes:

Todavia, é a câmara real que capta o cenário real e a câmara virtual faz o rendering dos objetos virtuais utilizando a tecnologia OpenSceneGraph (OSG). Como estas câmaras se encontram alinhadas se houver uma alteração no posicionamento da câmara real ou do marcador há também alteração em tempo real no posicionamento dos objetos virtuais em relação ao cenário onde se insere. ARch tem a particularidade de utilizar como marcadores imagens mais complexas como por exemplo fotografias, enquanto outros aplicativos de RA utilizam pequenos símbolos ou QRcodes.

a) Realçar - proporciona uma visão “raio-x”, destacando os objetos selecionados e colocando os restantes em semi-transparência. Esta ferramenta conjugada com a ferramenta Pintar permite experimentar cores e materiais diversos no modelo 3D selecionando de forma individual ou por grupos.

Por se tratar de uma aplicação de RA vocacionada para a arquitetura o ARch permite explorar os seguintes modos de visualização:

b) Ocultar – possibilita a desconstrução do projeto de acordo com a necessidade de quem está a analisar o mesmo, desta forma permitindo ocultar qualquer elemento do modelo ou grupo.

1. Insolação – Esta funcionalidade dará a possibilidade de testar diversos ambientes relacionados com insolação que permitem uma melhor perceção do próprio projeto. Desta forma esta funcionalidade permitirá analisar a iluminação natural do edifício em diferentes horas do dia e diferentes alturas do ano, mais concretamente nos solstícios e equinócios (funcionalidade em desenvolvimento).

c) Pintar – permite a opção de poder experimentar cores e materiais diversos no modelo 3D selecionando de forma individual ou por grupos (esta ferramenta encontra-se parcialmente a funcionar dando a opção de pintar apenas de amarelo).

2. Reprodução de animações – A aplicação tem a capacidade de comportar até três animações que podem ajudar a informar o projeto tanto ao nível conceptual como ao nível da simulação de ambientes reais. 3. Cortes – Esta funcionalidade permite realizar cortes e é imprescindível para a leitura de um projeto de arquitetura facilitando que, em tempo real, se realizem cortes horizontais e verticais. Deste modo o utilizador pode realizar cortes livremente no modelo virtual e instantaneamente visualizá-los em três dimensões ficando com uma melhor perceção do espaço interior. Ao utilizar esta função é possível realizar cortes e manipular o plano de corte. No caso de um corte horizontal (plantas) este pode ser realizado em qualquer cota e no caso dos cortes verticais (cortes) em qualquer posição ou orientação. 4. Selecionar – com esta funcionalidade é possível selecionar elementos do modelo virtual ou grupos de objetos como paredes, estruturas,

162

Realidade Aumentada e a sua aplicação em contexto de exposição

Protótipo de Realidade Aumentada desenvolvido - Arch

3.4.2 Interface

O interface do ARch foi realizado com o objetivo de tornar a sua utilização o mais intuitivo e deforma a não ocupar muito espaço no monitor de forma a não abstrair da experiencia de RA. Por estes motivos o interface organiza as funcionalidades referidas anteriormente (ponto 3.4.1) em três modos distintos: Modo de Apresentação, Modo de Corte e Modo de Seleção. A transição entre os modos é feita com o deslizar do dedo na horizontal (no caso de se tratar de um ecrã táctil, no caso de não ser táctil, deslizar o rato pressionando o botão do lado esquerdo). Após essa ação, no topo do ecrã, surge durante alguns segundos a identificação do modo que está ativo.

163


Todos os modos possuem atalhos com as funcionalidades principais de cada modo e um menu retrátil com definições mais avançadas, organizados da mesma forma para cada modo. O interface do Modo Apresentação (Figura 27) foi concebido para conter as funcionalidades relacionadas com o ambiente/atmosfera oferecendo a possibilidade de uma leitura total do projeto. Neste modo podemos testar a insolação em várias alturas do dia e do ano assim como realizar reprodução de animações.

Figura 28 – Modo Cortes.

O Modo Seleção contém a funcionalidade de selecionar objetos ou grupos onde é possível a partir desta seleção ocultar, realçar ou pintar o modelo virtual (Figura 29). Neste interface, a escolha da ferramenta ocultar, realçar ou pintar a seleção pode ser realizada individualmente escolhendo diretamente no modelo através do toque ou do rato como pode ser feita a partir de grupos que já se encontram predefinidos.

Figura 27 - Modo Apresentação.

As funcionalidades do Modo Corte permitem realizar cortes horizontais e verticais. No caso de se pretender um corte vertical é possível visualizar um desenho bidimensional de uma planta onde se pode observar a localização do eixo do corte vertical pretendido pelo utilizador (Figura 28). Da mesma forma, no caso de se pretender um corte horizontal a informação da localização do eixo aparece-nos a partir de um alçado. Ainda sobre este modo, existe a particularidade de, em caso de se pretender um corte vertical, ser possível alterar o sentido do corte e a orientação do mesmo.

164

Realidade Aumentada e a sua aplicação em contexto de exposição

Protótipo de Realidade Aumentada desenvolvido - Arch

Figura 29 – Modo Seleção.

165


3.5|Funcionamento do protótipo ARch e Preparação do modelo virtual para exposição

3.5.1|Modelação e importação do modelo virtual

O modelo virtual do edifício pode ser concebido num software de modelação 3d a escolha, a partir do momento que o mesmo permite uma exportação num formato compatível com o 3ds Max como também o modelo virtual pode ser realizado no mesmo. No caso particular do uso do software Revit e do AutoCAD poderá ser no formato que é utilizado pelo próprio programa RVT (Revit) e DWG (AutoCAD), porque o 3ds Max da oportunidade de fazer um link dos ficheiros que são formatos pertencentes a Autodesk.

Na importação do modelo realizado em Revit optou-se por anexar o ficheiro RVT, ou seja criar um link do ficheiro RVT (Figura 30), desta forma evitando ter de ser realizada uma exportação no Revit em FBX. Este processo difere da importação porque com a realização do link do ficheiro RTV ele permanece ligado ao arquivo de origem, que neste caso é mais vantajoso. Porque se o arquivo de origem é editado, o modelo que é apresentado no 3ds Max pode ser atualizado para mostrar essas mudanças, semelhante ao que contece com as alterações num AutoCAD XREF, podendo ser actualizado. No caso de realização da importação do modelo este não mantém nenhuma conexão com o arquivo de origem, o que não permitirá atualizações automaticas quando necessário realizar alterações ao modelo no Revit.

A importância de haver compatibilidade entre o software onde se pertente fazer o modelo e o 3dsMax, dá-se porque é nele que se procede os passos finais para que o modelo possa ser visualizado no ARch. Deste modo os passos finais a realizar no 3ds Max são: a criação de grupos dos diversos componentes do modelo que são utilizados no modo seleção da aplicação ARch, a definição da escala que se pretende utilizar e por fim a exportação no formato OGS por ser a extensão que é suportada pelo ARch. No que toca a modelação tridimensional do modelo para além da compatibilidade entre os softwares como referido anteriormente, deve-se ter atenção à sobreposição das superfícies e interseções de objetos o que pode provocar alguns problemas quando estamos a visualizar o modelo no Arch. O programa que foi utilizado para a criação dos modelos que foram testados ao longo do desenvolvimento do ARch foi o Revit por ser um software vocacionado para a criação de modelos virtuais de projetos de arquitetura. Deste modo oferece uma maior eficácia na realização do modelo 3d tendo também em conta o facto de ser um software BIM, o que acaba por facilitar na modelação de várias especialidades (estruturas e infraestruturas). Por estes motivos a explicação da importação do modelo para o 3ds Max vai ser feita a partir de um modelo criado no Revit.

166

RA e a sua aplicação em contexto de exposição

Funcionamento do protótipo ARch e Preparação do modelo virtual para exposição

Figura 30 – 3ds Max, opção: import > link Revit.

Após a escolha do modo de importar do modelo que neste caso seria a criação de um link irá surgir uma janela para selecionar a vista que se pretende utilizar, desta forma dever-se-á escolher a vista 3D do Revit (Figura 31). De seguida será apresentada uma janela de “Manage Link” onde poder-se-á escolher a forma como se pretende agrupar os componentes do modelo mais concretamente no separador “Attach” na opção de “Preste” e as opções dadas são: agrupar por materiais (combine by Revit material), por categorias (combine by Revit category), tipos de famílias (combine by Revit family type), agrupar

167


para tornar o modelo apenas num só objeto (as one object), ou por fim não agrupar os elementos do modelo (do not combine entities). Neste seguimento deve-se selecionar a última opção “do not combine entities” (Figura 32), o que irá dar mais liberdade na criação dos grupos que irão ser utilizados no Modo Seleção do Protótipo ARch.

3.5.2 Tarefa a realizar no 3ds Max

Após a criação do link do ficheiro RVT no 3ds Max existem algumas tarefas a realizar para utilizar as funcionalidades do Modo de Seleção e para exportar o modelo para aplicação ARch. Como já referido anteriormente o ARch lê os modelos virtuais no formato OSG (OpenSceneGraph), é necessário instalar no 3ds Max o plugin “OpenSceneGraph Max Exporter”, o que vai permitir criar os grupos que são utilizados para realçar, ocultar e pintar no ARch e por fim exportar o modelo no formato OSG. Antes de criar os grupos no plugin “OpenSceneGraph Max Exporter” é de boa prática organizar as “layers” em quatro grupos principais que correspondem aos seguintes: paredes, estrutura, infraestrutura e outros. Desta foram o processo de selecionar os vários elementos do modelo para formar os grupos no “plugin” “OpenSceneGraph Max Exporter” é mais facilitada. Porque quando cria um grupo no plugin basta desligar as “layer” que não quer que pertença a este grupo e selecionar as restantes. (Figura 33).

Figura 31 – 3ds Max, na importação a opção da vista do Revit.

Figura 32 – 3ds Max, na importação opções do Manage Link.

168

RA e a sua aplicação em contexto de exposição

Figura 33 – 3ds Max, organização dos layers.

Funcionamento do protótipo ARch e Preparação do modelo virtual para exposição

169


4.5.3|Carregar o modelo no ARch e definições

Quando terminado a exportação para OSG é necessário transferir o ficheiro para a aplicação; desta forma é essencial colocar o ficheiro do modelo no local específico, tal como a imagem que se pretende utilizar como marcador. Neste seguimento deve-se colocar o ficheiro do modelo 3D já no formato OSG na pasta “\data\AR\3DModels” e o ficheiro da imagem eleita para ser o marcador deve ser colocado na pasta “\data\AR\XTS”. Após inserir os ficheiros (modelo virtual e marcador) na localização correta é necessário indicar o seu endereço dos mesmos no “NUTTS-OSG-Demo” que se localiza em“AR-XTS-SDK4AD/data/ NUTTS-OSG-Demo”. O “NUTTS-OSG-Demo” é composto por vários parâmetros e definições, das quais deve ter em consideração as seguintes: •Texture To Track Filename - onde deve indicar o endereço do ficheiro gerado pelo “ImageAutomizer” referente à imagem que funcionará como marcador do modelo virtual (Figura 38).

Figura 38 - NUTTS-OSG-Demo, inserir o endereço do marcador.

170

RA e a sua aplicação em contexto de exposição

} , //tracking license filename ["licenseFilename" = STR] { "..\licenses\NUTTSLibrary.lcs" } , ["textureToTrackFilename" = STR] { "AR\XTS\BacelonaRamblas_320_d1.nts" } , ["trackingResolutionWidth" = NUM]

Funcionamento do protótipo ARch e Preparação do modelo virtual para exposição

• Volcano Filename - neste parâmetro indica a localização e o nome do ficheiro do modelo exportado do 3ds Max no formato OSG (Figura 39).

//feature cluster distinctiveness (1.0 is the most disctinctive) ["clusterDistinctiveness" = NUM] { 0.0 } , //volcano animation ["volcanoFilename" = STR] { "AR\3DModels\portela.3DS" } , ["imgSequencePath" = STR] { "AR\3DModels\animated_lava_\img_"

Figura 39 - NUTTS-OSG-Demo, inserir o endereço do modelo 3d.

• Clip Step – por último este parâmetro refere-se à velocidade em que é feito o corte horizontal e vertical no Modo Cortes, em que os valores variam entre 0,1 e 10 (Figura 40).

["AppConfig" = MIX] { ["Params" = MIX] { ["clipStep" = NUM] { 0.1 } ["videoCameraIndex" = NUM] { 0

Figura 40 - NUTTS-OSG-Demo, paramentos para a velocidade do corte.

171


Avaliação e experiência prática do protótipo ARch

4


4 Avaliação e experiência prática do protótipo ARch 4.1 Avaliação de satisfação do protótipo ARch

4.1.1 Metodologia Realizaram-se testes com o protótipo ARch com o objetivo de avaliar a satisfação do utilizador perante a aplicação desenvolvida e a sua usabilidade. Procurava-se avaliar a potencialidade do protótipo enquanto ferramenta útil ao entendimento do projeto arquitetónico e em que medida as funcionalidades que foram concebidas oferecem ao utilizador a oportunidade de explorar o projeto e melhorar o entendimento deste. Estas condições são vitais para avaliar a sua potencialidade como uma tecnologia útil para a exposição de arquitetura. Os testes para este estudo foram realizados com duas amostras: i) uma amostra composta por um público generalizado que testou o protótipo nas instalações do ISCTE–IUL; ii) uma amostra composta por arquitetos e seus colaboradores, nos seus respetivos ateliers. O teste foi concebido com base num protocolo que pretendia que toda os experimentando fossem sujeitos à mesma condição experimental e que, deste modo, os resultados pudessem ser comparados. O teste foi feito individualmente a cada um dos participantes e iniciou-se com uma explicação de contextualização do âmbito do trabalho e dos objetivos do teste. De seguida pediu-se aos participantes que preenchessem um Questionário Preliminar, usado para recolher dados sociodemográficos do participante.

174

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch

Avaliação de satisfação do protótipo ARch

Após o preenchimento do Questionário Preliminar o participante foi levado para junto do local onde se realizaram os testes. Aí foi-lhe apresentado e explicado o funcionamento da tecnologia e da aplicação que iria usar e que se pretendia avaliar e a forma como o participante iria fazer o teste. Depois destes esclarecimentos foi pedido ao participante para começar a navegar livremente na aplicação e explorar as funcionalidades anteriormente explicadas. Sem impor diretamente uma tarefa ao participante, o observador sugeria a utilização das funcionalidades da aplicação, por forma ao participante avaliar as potencialidades e limitações da mesma. O período de tempo em que se desenvolveu cada contacto direto com a tecnologia foi entre quatro a sete minutos de modo a ser possível explorar todas as funcionalidades. No final do teste foi pedido aos experimentando que respondessem a um questionário final e foram ainda registados comentários extra que os mesmos fizessem. Cada sessão foi realizada de forma individual com a utilização do mesmo hardware e software, num ambiente controlado.

4.1.2 Hardware

Para testar o protótipo ARch foi utilizado um tablet Microsft Surface Pro 2 com as seguintes caraterísticas: •Processador: Intel Core i5-4200U Dual Core •Memória: 4 GB RAM •Placa gráfica: Intel HD Graphics 4400 •Sistema Operativo: Windows 8.1 pro 64-bit •Disco rígido: SSD 64 GB

175


4.1.3 Participantes

Na realização deste teste foram inqueridos 13 indivíduos com formação em qualquer área exceto em arquitetura. A seleção da amostra teve com objetivo validar a potencialidade do protótipo para a compreensão de um projeto de arquitetura no âmbito da exposição de arquitetura e de modo a ser acessível para todo o público, principalmente aquele que é leigo em arquitetura e por consequência nos seus métodos de representação tradicionais. Em paralelo a estes testes foram também realizados testes a 13 profissionais com experiência na prática de projeto de arquitetura. Estes testes foram realizados com o objetivo de os comparar aos resultados da amostra anterior e ainda com a finalidade de validar o uso da tecnologia enquanto ferramenta de análise de um projeto de arquitetura. Tendo em conta a finalidade deste trabalho de final de mestrado, os resultados que são abordados são os que dizem respeito a utilização do protótipo como ferramenta de análise de um projeto de arquitetura no âmbito da exposição de arquitetura. Os resultados dos questionários preliminares, de acordo com as categorias da amostra (público geral ou arquitetos), podem ser consultados nos Anexos II (publico geral) e Anexos IV (arquitetos). A amostra do público geral, variou em idades a partir dos 21 anos. A experiência profissional dos participantes passava por diversas áreas exceto arquitetura, apenas 7% avaliaram a sua relação com TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) de insuficiente e 85% utilizavam dispositivos móveis, especificamente smartphones (77%). Num ponto de vista relacionado com a arquitetura, mais de metade dos participantes (62%) raramente frequentam exposições de arquitetura e 23% algumas vezes. A perceção dos utilizadores sobre o seu entendimento de plantas e cortes de arquitetura era na maioria insuficiente, no caso de plantas consideravam o seu entendimento 8% muito mau, 62% insuficiente, 15% bom e 15% muito bom. Em relação aos cortes consideravam o seu entendimento 30% muito mau, 62% insuficiente, 0% bom e 8% muito bom. Em relação aos arquitetos as suas idades variavam a partir dos 23. Os in-

176

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch

Avaliação de satisfação do protótipo ARch

queridos eram docentes do curso de arquitetura (31%), possuíam atelier de arquitetura (23%) ou eram colaboradores em ateliers de arquitetura (62%). As suas relações com o TIC eram de um modo geral boas e na maioria utilizavam dispositivos móveis; 38% utilizavam tablet, 92% utilizavam smartphone, 15% utilizavam outros tipos de dispositivos móveis e 8% não utilizava nenhum dispositivo. Dos inquiridos, apenas três do público geral e dois Arquitetos já tinham tido alguma experiência com RA.

4.1.4 Ambiente virtual

O modelo tridimensional que foi testado é uma representação do projeto de Le Corbusier a Ville Savoye. A modelação tridimensional foi realizada no Revit e importado no 3ds Max acordo com o os procedimentos indicados no capitulo 3.5.1.. No 3ds Max foi agrupar os vario-os elementos do modelo como explicado no capitulo 3.5.2. (este passo é fundamental para utilizar das funcionalidade do modo seleção da aplicação ARch) definir a escala e por fim exportar no formato OSG (como indicado no capitulo 3.5.2.).

4.1.5 Resultados

O questionário realizado focou-se em quatro pontos fundamentais para melhor perceber a validade da utilização da aplicação em exposições de arquitetura, nomeadamente: 1. A capacidade que a aplicação de RA oferece para um melhor entendimento do projeto em comparação aos métodos de representação tradicionais (plantas, cortes, alçados, maquetas, fotografias e perspetivas); 2. As mais-valias no que diz respeito à compreensão do projeto de arquitetura permitida pela aplicação e a sua utilização em exposições de arquitetura, tanto do ponto de vista do público em geral como do arquiteto;

177


3. A usabilidade das funcionalidades apresentadas pela aplicação e o seu manuseamento em exposições de arquitetura;

Tabela 3 - Considero que esta tecnologia é mais vantajosa do que a maqueta em exposições de arquitetura, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente.

4. A satisfação perante o uso da aplicação numa exposição de arquitetura. No que toca ao primeiro ponto, público geral considerou que o protótipo permite uma melhor leitura do projeto em relação aos métodos de representação tradicionais, especificamente as plantas, os cortes e os alçados. Considerando os resultados observamos que dos 13 inqueridos 69% concordaram e 23% concordaram totalmente que a utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que os métodos tradicionais (Tabela 1). Em relação às maquetas, 69% estava de acordo ou totalmente de acordo, que a utilização do ARch permite uma melhor leitura do projeto do que estas (Tabela 2), e que esta tecnologia consegue ser mais vantajosa em exposições de arquitetura (Tabela 3).

Que diz respeito à representação, exploração e a utilização desta tecnologia em exposições (ponto 2), foram realizados testes ao público geral e aos arquitetos para conseguir uma avaliação tanto do ponto de vista do profissional da área como também do leigo. Dos 13 inquiridos do público geral, 100% depositam confiança na representação do projeto apresentada pelo protótipo ARch (Tabela 4). O nível de confiança dado pelos arquitetos em relação à representação também foi positiva, sendo que 69% estavam de acordo e 23% não depositam confiança na representação do projeto apresentado pela aplicação (Tabela 5).

Tabela 1 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que os métodos tradicionais: plantas, cortes e alçados, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente.

Tabela 4 - Deposito confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte do publico geral)

Tabela 2 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que as maquetes físicas, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente.

178

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch

Para 92% dos inquiridos do público geral, o protótipo permite uma exploração dinâmica do projeto (Tabela 6), relativamente aos arquitetos este valor diminui, com 77% dos inquiridos (Tabela 7).

Avaliação de satisfação do protótipo ARch

179


Desta forma a utilização desta tecnologia pode ser importante para comunicar as ideias do projeto a um público menos familiarizado com a área, pois tem uma representação bastante fiel ao projeto, oferecendo a possibilidade de uma exploração dinâmica do mesmo. Fica assim subentendido que a aplicação poderá ser uma mais-valia para a exposição de arquitetura, esta afirmação é validada pelos inqueridos, com a concordância de 100% do público geral (Tabela 8) e 84% dos arquitetos (Tabela 9).

Tabela 9 - Na generalidade, considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte dos arquitetos)

Tabela 5 - Deposito confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte dos arquitetos)

Segundo os participantes, nomeadamente no público geral, consideram que os modos da aplicação ARch permitiu uma perceção mais clara do projeto em exposição de arquitetura de uma forma mais específica a validação média de 1 a 5 dos modos foram: Modo de Apresenta 3.69; Modo de Seleção 4.00; Modo Corte 4.15. E em relação as ferramentas disponíveis no Modo de Seleção os inqueridos consideram em media que o a funcionalidade de realçar a mais vantajosa (Tabela 10 e Tabela 11).

Tabela 6 - Considero que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte do publico geral)

A avaliação da usabilidade do ARch diz que 69% dos inqueridos afirma que a aplicação é de fácil manuseamento (Tabela 12), o que nos leva a crer que a ARch será de fácil adaptação para os visitantes de exposições com esta tecnologia.

Tabela 7 - Considero que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte dos arquitetos)

180

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch

Tabela 8 - Na generalidade considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte do publico geral)

Tabela 10 - Considerando os modos da aplicação, avalie de 1 a 5 qual lhe permitiu uma perceção mais clara do projeto em exposição de arquitetura. (mais clara é 5, menos clara é 1)

Avaliação de satisfação do protótipo ARch

181


Através dos resultados positivos obtidos é possível concluir que a utilização da aplicação de ARch em exposições de arquitetura é viável. Os testes realizados demonstram que as funcionalidades disponíveis atualmente permitem um fácil entendimento do projeto exposto. Salienta-se contudo que, apesar da boa aceitação do público, a aplicação ainda se encontra em desenvolvimento, sendo possível no futuro aplicar novas funcionalidades e melhorar as existentes (consultar ponto 5.2 Trabalho futuro), corrigindo alguns erros atuais. A expectativa é que no futuro estes resultados sejam ainda mais satisfatórios.

Tabela 11 - Considerando o modo de seleção avalie de 1 a 5 qual das seguintes funcionalidades que se apresentam mais vantajosas no contexto de exposição?

Tabela 12 - De 1 a 5, onde 1 é Muito Difícil e 5 Muito Fácil, como considera a facilidade de manusear a aplicação?

Para finalizar foi questionado ao público geral como avaliavam o seu grau de conhecimento do projeto que tinham observado em RA. Os resultados foram de 54% a considerar que o seu grau de conhecimento da Villa Savoye após a realização dos testes era razoável e 39% bom, o que pode indicar que comparativamente ao inquérito preliminar, onde ficou demonstrado uma grande dificuldade de interpretação das representações tradicionais de projeto, existiu uma maior facilidade por parte dos inquiridos em compreender e um projeto apresentado através do ARch.

Tabela 13 - Após a visualização e exploração do projeto da Villa Savoye como avalia o seu grau de conhecimento do mesmo?

182

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch

Figura 41 - Foto dos testes da aplicação ARch

Figura 42 - Foto dos testes da aplicação ARch

Avaliação de satisfação do protótipo ARch

183


4.2| Avaliação da satisfação do ARch na Exposição “Escola de Chicago: Arranha-céus Digitais”. A exposição "Escola de Chicago: arranha-céus digitais" que se realizou no ISCTE-IUL nos dias 22 e 23 de Setembro de 2014, procurou, através da utilização de tecnologias digitais, dar a conhecer a arquitetura da cidade de Chicago desde finais do séc. XIX até início do séc. XX. Desta forma foi dada a conhecer a cidade e uma seleção de edifícios considerados paradigmáticos e identitários da “Escola de Chicago” de forma mais detalhada, abordando as áreas de construções e estruturas. Esta exposição revoluciona a forma como é apresentada a arquitetura em exposições, fugindo aos métodos mais tradicionais e utilizando elementos expositivos de origem digital. Foram utilizadas diversas tecnologias que permitiam uma interação direta com o público. Na mostra dos edifícios foi utilizada a tecnologia de Realidade Aumentada, recorrendo a tablet como dispositivo (Figura 43), a projeção Vídeo Mapping sobre uma maquete volumétrica (Figura 44) e na, representação da cidade de Chicago, foi utilizado um ambiente de realidade virtual semi-imersiva no qual os visitantes podiam navegar livremente (Figura 45).

Figura 43 – Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais” demostração do First Leiter Building utilizando a tecnologia de RA (fotografia de Hugo Alexandre Cruz).

184

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch Avaliação da satisfação do ARch na Exposição “Escola de Chicago: Arranha-céus Digitais”

Figura 44 - Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais” demostração do Old Colony Building utilizando o Vídeo Mapping (fotografia de Sara Eloy).

Figura 45 - Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais” navegação em ambiente de realidade virtual imersiva da cidade de Chicago (fotografia de Hugo Alexandre Cruz).

185


Os edifícios representados com RA foram o First Leiter Building e o Home Insurance Building. Nestes foi utilizada a aplicação ARch, disponibilizando ao público um tablet para cada edifício (Microsft Surface Pro 2). Apontando o tablet para uma fotografia do edifício (que funciona como marcador para a aplicação como explicado no capitulo 3.4.1), colocada sobre um plinto, era possível aceder aos conteúdos digitais destes. O plinto representava a volumetria do edifício a escala 1/75, que por sua vez era inserido numa malha marcada no pavimento da sala de exposição que representava a cidade de Chicago à mesma escala (Figura 42).

Das pessoas presentes na exposição foram inqueridas 25 das quais 18 eram ligadas a disciplina de arquitetura. Dos participantes apenas 1 nunca tinha estado presente numa exposição de arquitetura. Segundo os inquiridos a utilização das ferramentas digitais acrescenta informação mais clara ao visitante, comparativamente com uma exposição onde se recorram a modos tradicionais como desenhos e maquetes. Na escala de 1 a 5 (1- A informação não é clara; 5- A informação é muito clara) a média das respostas foi de 4.08 (Tabela 14). No que diz respeito à utilização da tecnologia de RA e aplicação desenvolvida ARch os participantes estavam satisfeitos como a capacidade das opções disponíveis que dão a conhecer o edifício em contextos de exposição, sendo a avaliação em média 4.24 de 1 a 5, sabendo que 1 eram consideradas Muito mau e 5 eram Muito bom (Tabela 14). Os resultados obtidos acerca da exposição e da utilização dos novos métodos de representar projetos de arquitetura em contexto de exposição foram satisfatórios, todos os inquiridos responderam de forma positiva em geral a todas as questões e houve grande aceitação por parte dos visitantes em conhecer as tecnologias utilizadas e desfrutar delas para explorar os projetos.

Figura 46 - Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais”, First Leiter Building, fotografia de Hugo Alexandre Cruz.

A modelação tridimensional do edifício First Leiter Building foi realizado no Sketchup e exportado no formato FBX, de modo a permitir que pudesse ser importado pelo 3ds Max, onde foram realizados os procedimentos necessários de forma que o modelo virtual do edifício fosse legível na aplicação ARch, como referido no capítulo 3.5.2. Durante a exposição foram distribuídos questionários (anexo F) constituídos por cinco questões, com a finalidade de perceber a opinião dos visitantes em relação à utilização destas tecnologias presentes no contexto de exposição de arquitetura. 186

Avaliação e experiência prática do protótipo ARch Avaliação da satisfação do ARch na Exposição “Escola de Chicago: Arranha-céus Digitais”

Tabela 14 – questionário da “Escola de Chicago: arranha-céus digitais”.

187


consideraçþes finais

5


5 considerações finais 5.1 Conclusão

Este trabalho surge com o intuito de colmatar a atual dificuldade de comunicação existente entre a arquitetura e a população menos familiarizada com esta área. Esta dificuldade de comunicar a arquitetura e de a aproximar das pessoas é particularmente visível nas exposições desta área disciplinar, onde o público em geral sente nítidas dificuldades na leitura de um projeto e na compreensão do mesmo. Esta lacuna permitiu constatar a necessidade de implementar outros processos de exibir a arquitetura que fossem claros para o público em geral. Neste contexto assumiu-se como hipótese de estudo que a tecnologia de RA poderia ser uma mais-valia no contexto de exposição, tirando partido da sua característica de interatividade. O objetivo é assim conciliar a tecnologia de RA com a exposição de arquitetura, complementando os métodos tradicionais usados, que segundo a análise por vezes não são de fácil interpretação. Os visitantes de uma exposição de arquitetura podem assim ter uma experiência interativa na exploração de um projeto exposto, conjugando de forma intuitiva e no mesmo suporte várias informações. Este método de exposição facilita a perceção e leitura de um projeto, principalmente quando a leitura é feita por um leigo na matéria, permite combinar vários métodos de representação tradicionais como plantas, cortes, alçados, fotografias, perspetivas e maquetas, relacionando-os entre si e facilmente manipulados conforme a necessidade do utilizador. Devo salientar que a atualização desta tecnologia não tem como objetivo substituir por completo os atuais métodos de representação, mas sim

190

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclusão

complementá-los, algo conseguido com RA por ser uma tecnologia que permite visualizar o mundo real e virtual simultaneamente. A investigação realizada ao longo deste trabalho teve como objetivo compreender em primeiro lugar quais os métodos de representação de arquitetura habituais e quais as vantagens e desvantagens associadas aos mesmos, analisando o seu desenvolvimento e as mudanças que ocorreram com o surgimento de novas tecnologias e de ferramentas digitais. A pesquisa focou também o processo de exposição de arquitetura, analisando a forma como as exposições nesta área se têm desenvolvido. Através deste processo de investigação foi possível argumentar sobre qual a melhor forma de introduzir e relacionar RA com a exposição em arquitetura. No âmbito deste trabalho foi ainda possível produzir, num contexto multidisciplinar, um protótipo que responde ao contexto e necessidades expressas. O protótipo produzido resume-se no desenvolvimento de uma aplicação para tablet, que permite ao utilizador usufruir da RA e dos seus benefícios numa exposição de arquitetura. A aplicação consiste num interface intuitivo, que possibilita uma melhor perceção do objeto exposto, conciliando múltiplas funções e experiências facilmente manuseáveis. Através de testes realizados a vários utilizadores foi possível compreender que a aplicação satisfazia as necessidades. A avaliação realizada diz respeito:

191


5.2|Trabalho futuro i) à compreensão do projeto, ou seja, se através deste método seria mais fácil assimilar o objeto exposto, ii) à perceção se a representação feita através desta tecnologia era satisfatória e se apresentava vantagens às tradicionais formas de representação, iii) ao teste à funcionalidade da aplicação. Esta avaliação foi muito positiva tendo se dado evidências sobre a aplicabilidade e validade de uso deste tipo de tecnologia em exposições de arquitetura. Devo salientar que os testes foram realizados ao público em geral, mas também a várias pessoas ligadas ao universo da arquitetura. Numa segunda fase a aplicação foi testada na exposição realizada no ISCTE-IUL, denominada “Escola de Chicago: Arranha-céus Digitais”. Através da aplicação instalada num tablet à disposição dos visitantes, foi possível perceber de uma forma mais prática o sucesso desta solução. No conjunto dos dois testes realizados conclui-se que, apesar de ser ainda um protótipo e de ter uma grande margem de evolução, a aplicação já teve uma aceitação muito satisfatória, quando pensada e usada para representação e diálogo de um projeto.

Apesar da satisfação dos utilizadores com o protótipo e das críticas positivas na usabilidade do mesmo, devo salientar que existem vários tópicos que podem ser melhorados e desenvolvidos. Em primeiro lugar deve-se procurar corrigir os erros que a aplicação mantém atualmente, e que são os seguintes: •O Modo Corte – aqui pretende-se corrigir a rotação do plano de corte vertical, torna-lo mais prático e permitindo que o utilizador defina com exatidão qual o ângulo de corte que pretende visualizar. •Modo de Seleção – A funcionalidade da ferramenta realçar objetos impossibilita o utilizador de visualizar os objetos que se encontram realçados por detrás dos objetos que estão em semi-transparência. Ainda neste modo existe a dificuldade de pintar vários objetos em simultâneo. Numa segunda fase a aplicação poderá ser melhorada em diferentes aspetos, entre eles destacam-se a qualidade de resolução que neste momento é reduzida. Outro aspeto será implementar a funcionalidade de insolação no modo de apresentação, assim como a possibilidade de reproduzir animações na aplicação. Na funcionalidade de pintar, além do erro anteriormente referido, seria interessante permitir que o utilizador pudesse colorir a seu gosto os objetos através de uma paleta de cores e texturas de materiais predefinidas. Por fim outra possibilidade para um trabalho futuro seria conseguir combinar o modelo virtual com uma maqueta física, existindo ainda a possibilidade de a aplicação reconhecer como marcador não apenas uma imagem 2D, mas sim um modelo tridimensional, utilizando a KinectFusion.

192

Avaliação de usabilidade e satisfação do sistema viarmodes

XX

193


Referências Bibliográficas Lista de Acrónimos Índice de Imagens Índice de Tabelas Anexos


AMADO, a. (2007). Avaliação de Usabilidade de Ambientes de Realidade. Aveiro: Departamento de Economia, Gestão e Engenharia - Universidade de Aveiro. AZUMA, r. (1997). A Survey of Augmented Reality. Malibu, CA.USA.: Hughes Research Laboratories. BAPISTA, l., & MELÂNEO, p. (2013). Grandes eventos de Arquitetura. arqa Arquitetura e Arte 110, 22-29. BASULTO, d. (27 de setembro de 2013). Behind the Green Door: The Experts Interviews Part II. Obtido de arch daily: http://www.archdaily.com/432405/behind-the-green-door-the-experts-interviews-part-ii/ BIOCCA, F., & LEVY, M. R. (1995). Communication in the Age of Virtual Reality. Routledge: New York. BOWMAN, d., KRUIJFF, e., LAVIOLA, j., & POUPYREV, i. (2004). 3D User Interfaces: Theory and Practice. Redwood City, CA, USA: Addison Wesley Longman Publishing Co., Inc. BURDEA, g., & COIFFET, p. (2003). Virtual Reality. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc. Caramelo, F. (11 de Dezembro de 2013). Imergindo na Arquitetura com a Realidade Aumentada. Obtido em 11 de Dezembro de 2013, de http://www.portaldoarquiteto.com/blog/frank-caramelo/4326-imergindo-na-arquitetura-com-a-realidade-aumentada CARREIRO, m., & PINTO, p. (s.d.). The evolution of representation in architecture. Em FUTURE TRADITIONS 1ST eCAADe Regional International Workshop (pp. 27-38). Lisboa: DINÂMICA ‘CET – IUL. DEZEEN, m. (29 de Agosto de 2012). Russian Pavilion at the Venice : Architecture Biennale 2012. Obtido em 20 de Fevereiro de 2014, de dezeen magazine: http://www.dezeen.com/2012/08/29/ russian-pavilion-at-venice-architeture-biennale-2012/ DROSTE, M. (1994). Bauhaus 1919-1933. Berlin: Benedikt Taschen. GALILEE, b. (20 de setembro de 2013). Exhibitions are places to be occupied, not just things to be observed. Obtido de dezeen magazine: http://www.dezeen.com/2013/09/20/beatrice-galilee/ Galopin, M. (1997). As Exposições Internacionais do século XX e o BIE. Lisboa: Comissariado da Exposição Mundial de Lisboa. GOLDSCHMIDT, G., & PORTE, W. (2004). Design Representation. Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, MA & Technion-Israel Institute of Technology, Haifa: Springer-Verlag London Limited. La Biennale. (2007). La Biennale. Obtido em 24 de 01 de 2014, de La Biennale: http://www. labiennale.org/en/architecture/index.html LINO, f. (2009). Avaliação e Desenvolvimento de Dispositivos para Realidade Virtual. Aveiro: Universidade de Aveiro, Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática.

Referências bibliográficas 196

referências bibliográficas

Lopes, A. P. (2007). Exposições Universais Parisienses Oitocentistas. Coimbra: Prova final de licenciatura em arquitectura, Faculadade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra . MILAGRAM, p., & KISHINO, f. (1994). A TAXONOMY OF MIXED REALITY. Toronto: Department of Industrial Engineering, University of Toronto.

197


MOESLUND, T., STORRING, M., BROLL, W., AISH, F., LIU, Y., & GRANUM, E. (s.d.). The ARTHUR System: An Augmented Round Table. s.d.: s.d.

Trienal de Arquitectura de Lisboa. (2013). Close, Closer. Obtido em 24 de 01 de 2014, de Close,Closer: http://www.close-closer.com/

MORAIS, b. (2011). Realidade aumentada em dispositivos móveis. Aveiro: Dissertação de Mestre em Engenharia Electrónica e Telecomunicações, Universidade de Aveiro.

Trienal de Arquitectura de Lisboa. (2014). Trienal de Arquitectura de Lisboa. Obtido em 24 de 01 de 2014, de Trienal de Arquitectura de Lisboa: http://www.trienaldelisboa. com/pt/

NETTO, a., MACHADO, l., & OLIVEIRA, m. (s.d.). Realidade Virtual - Definições, Dispositivos e Aplicações. São Carlos, Brasil: Universidade de São Paulo - USP. NÓBREGA, M. (2012). A Maquete. Lisboa: Dissertação de mestrado, ISCTE-IUL Instituto da Universidade de Lisboa. Oslo Architecture Triennale. (2013). Obtido em 15 de 02 de 2014, de Oslo Architecture Triennale: http://oslotriennale.com/en Paper, A. w. (6 de Maio de 2010). 2010 Kerry Packer Civic Gallery guest installations. Obtido em 22 de Fevereiro de 2014, de University of south Austrailia: http://w3.unisa.edu.au/hawkecentre/ KerryPackerCivicGallery/exhibitions_2010.asp#Architecture PÉREZ-GÓMES, A., & PELLETIER, L. (2000). Architectural represententation and the perspective hinge. Cambridge, Massachusetts: The MIT press.

Trienal de Arquitectura em Lisboa . (2010). Trienal de Arquitectura em Lisboa - Falemos de Casa. Obtido em 24 de 01 de 2014, de Trienal de Arquitectura em Lisboa - Falemos de Casa: http://www.trienaldelisboa.com/2010/pt X Bienalde Arquitetura. (2013). X Bienalde Arquitetura. Obtido em 23 de 01 de 2014, de X Bienalde Arquitetura: http://www.xbienaldearquitetura.org.br/ YOUNG, d. (4 de junho de 2010). past, present - oblong and before. Obtido de inventing interactive: http://www.inventinginteractive.com/2010/06/04/oblong-and-before/ YUEN, s., YAOYUNEYONG, g., & JOHNSON, e. (2011). Augmented Reality: An Overview and Five Directions. EUA: Journal of Educational Technology Development and Exchange. ZEVI, B. (2002). Saber ver a arquitetura. São Pualo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda.

PIMENTEL, k., & TEIXEIRA, k. (1995). Virtual reality - through the new looking glass. New York: McGraw-Hill. RASMUSSEN, S. E. (1993). Experiencing Architecture. Cambrige: The MIT Press. RF. (20 de 02 de 2011). Do Porto e não só... Obtido em 20 de 01 de 2014, de Blog: http:// doportoenaoso.blogspot.pt/2011/02/um-percurso-pelo-weissenhof-siedlung.html RODRIGUES, G., & PORTO, C. (2013). REALIDADE VIRTUAL:. Aracaju: Interfaces Científicas - Educação. Roque, N. (2013). A Maquete enquanto objecto expositivo - A influência na leitura arquitetónica. Lisboa. ROQUE, N. (2013). A Maquete enquanto objecto expositivo - A influência na leitura arquitetónica. Lisboa: Dissertação de mestrado, ISCTE-IUL Instituto da Universidade de Lisboa. s.d. (s.d. de s.d. de 2012). Augmented: Architecture in Augmented Reality. Obtido em 27 de Fevereiro de 2014, de bustler: http://www.bustler.net/index.php/event/augmented_architecture_in_augmented_reality/ SAIZ, J. (2005). El dibujo de arquietectura : Teoría e historia de un lenguaje gráfica. Barcelona: Reverté, S.A. SAT, C., & TRIGUEIRO, L. (1998). Expo ´98 Exposição Mundial de Lisboa. Lisboa: Editorial Blau. SCHILLING, A. (2007). Basics ModelBuilding. Basel: Birkhauser. SUTHERLAND, i. (1965). The Ultimate Display. Em s.d., Proceedings of IFIP Congress (pp. 506508). s.d.: Information Processing Techniques Office, ARPA, OSD. TORI, r., KIRNER, c., & SISCOUTO, r. (2006). Fundamentos e Tecnologia de Realidade Virtual e Aumentada. Belém: s.d.

198

referências bibliográficas

199


200

referĂŞncias bibliogrĂĄficas

201


3D - a 3 Dimensões; AV - Ambiente Virtual; AVI - Ambiente Virtual Imersivo; BIM - Building Information Modeling; CAD - computer aided design (Desenho Assistido por computador) CAVE - CAVE Automatic Virtual Environment; HMD - Head-Mounted Display; OSG - OpenSceneGraph PFA - Projeto Final de Arquitetura; RA - Realidade Aumentada; RM - Realidade Mista; RV - Realidade Virtual; TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação

lista de acrónimos 202

lista de acrónimos

VA - virtualidade aumentada

203


Figura 1- planta simplificada e negativo fotográfica da Basílica de S. Pedro de Michelangelo (ZEVI, 2002, p. 31) Figura 2- planta da Basílica de S. Pedro de Michelangelo (ZEVI, 2002, p. 31) Figura 3- F.L. Wright: Alçado da Falling Water sem representação de sombras e com representação de sombras (ZEVI, 2002, p. 49) Figura 4- Trienal de Arquitetora de Oslo “Behind the green door” em 2013 (BASULTO, 2013) Figura 5 - “Future Perfect” – fotografia de Miguel de Guzmán (GALILEE, 2013) Figura 6 “Marshmallow Laser Feast” na “Future Perfect” – fotografia de Delifino Legnani (GALILEE, 2013) Figura 7- VOIDS dos Aires Mateus, Bienal de Venezia. Figura 8- Instalação de fotografia de Wooden Churches Schusev Museum 2010. Figura 9- Gateway de Norman Foster na Bienal de Venezia. Figura 10 - “Architecture without paper” realizada pela Embaixada de Espanha, na Austrália, em conjunto com o Museu de Arquitectura da Universidade do Sul da Austrália (Paper, 2010) Figura 11 - Russian Pavilion at the Venice (DEZEEN, 2012) Figura 12 - Experience the future of digital 3D architectural presentation in real time and space (s.d., 2012). Figura 13 - Barra cronológica de RV e RA (YUEN, YAOYUNEYONG, & JOHNSON, 2011) Figura 14 – os três “I” de RV (BURDEA & COIFFET, 2003) Figura 15 - Interação entre os dispositivos e o humano (LINO, 2009) Figura 17 – representação simplificada do “Virtuality continuum” (MILAGRAM & KISHINO, 1994) Figura 17 – representação simplificada do “Virtuality continuum” (MILAGRAM & KISHINO, 1994) Figura 19 – visualização e manipulação de objetos virtuais durante uma reunião utilizando o sistema “Athur” (MOESLUND, et al., s.d.). Figura 20 - Diagrama conceptual do funcionamento de um HMD “see-though” óptico (AZUMA, 1997, p. 11)

Índice de imagens 204

ÍNDICE DE IMAGENS

Figura 22 - HMD “see-through” óptico (Google Glass) Figura 23 – Dispositivo móvel (Tablet)

205


Figura 25 – Visão indireta Figura 26 – Visão espelho Figura 27 - Modo Apresentação. Figura 28 – Modo Cortes. Figura 29 – Modo Seleção. Figura 30 – 3ds Max, opção: import > link Revit. Figura 31 – 3ds Max, na importação a opção da vista do Revit. Figura 32 – 3ds Max, na importação opções do Manage Link. Figura 33 – 3ds Max, organização dos layers. Figura 38 - NUTTS-OSG-Demo, inserir o endereço do marcador. Figura 39 - NUTTS-OSG-Demo, inserir o endereço do modelo 3d. Figura 40 - NUTTS-OSG-Demo, paramentos para a velocidade do corte. Figura 41 - Foto dos testes da aplicação ARch Figura 42 - Foto dos testes da aplicação ARch Figura 43 – Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais” demostração do First Leiter Building utilizando a tecnologia de RA (fotografia de Hugo Alexandre Cruz). Figura 44 - Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais” demostração do Old Colony Building utilizando o Vídeo Mapping (fotografia de Sara Eloy). Figura 45 - Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais” navegação em ambiente de realidade virtual imersiva da cidade de Chicago (fotografia de Hugo Alexandre Cruz). Figura 46 - Exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais”, First Leiter Building, fotografia de Hugo Alexandre Cruz.

206

índice de imagens

207


Tabela 1 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que os métodos tradicionais: plantas, cortes e alçados, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. Tabela 2 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que as maquetes físicas, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. Tabela 3 - Considero que esta tecnologia é mais vantajosa do que a maqueta em exposições de arquitetura, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. Tabela 4 - Deposito confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte do publico geral) Tabela 5 - Deposito confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte dos arquitetos) Tabela 6 - Considero que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte do publico geral) Tabela 7 - Considero que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte dos arquitetos) Tabela 8 - Na generalidade considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte do publico geral) Tabela 9 - Na generalidade, considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura, sendo que 1 descordo totalmente; 2 discordo; 3 indiferente; 4 concordo e 5 concordo totalmente. (respostas por parte dos arquitetos) Tabela 10 - Considerando os modos da aplicação, avalie de 1 a 5 qual lhe permitiu uma perceção mais clara do projeto em exposição de arquitetura. (mais clara é 5, menos clara é 1) Tabela 11 - Considerando o modo de seleção avalie de 1 a 5 qual das seguintes funcionalidades que se apresentam mais vantajosas no contexto de exposição? Tabela 12 - De 1 a 5, onde 1 é Muito Difícil e 5 Muito Fácil, como considera a facilidade de manusear a aplicação? Tabela 13 - Após a visualização e exploração do projeto da Villa Savoye como avalia o seu grau de conhecimento do mesmo?

Índice de tabelas 208

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 14 – questionário da “Escola de Chicago: arranha-céus digitais”.

209

209


Anexo I Protocolo de aplicação

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

PROTOCOLO DE APLICAÇÃO Trabalho de Projeto Final do Mestrado Integrado em Arquitetura – Estudo sobre Realidade Aumentada

Anexos

João Ricardo Miguel e Nuno Mendonça 1

210

anexos

211


1. RESUMO

2013/2014

INDÍCE 1.

Resumo........................................................................................................................3 1.1. Objetivos ............................................................................................................................ 4

2.

Metodologia ................................................................................................................4 2.1. Local e Data ........................................................................................................................ 4 2.2. Amostra .............................................................................................................................. 4 2.3. Procedimento da experiência ............................................................................................ 4 2.3.1.

Etapa 1: Apresentação/Receção ........................................................................... 5

2.3.1.1. Instruções aos Participantes ................................................................................ 5 2.3.1.2. Consentimento livre e informado ........................................................................ 5 2.3.1.3. Questionário Preliminar ....................................................................................... 5 2.3.1.4. Folha de registo para o teste................................................................................ 6 2.3.2.

Etapa 1: Teste da aplicação de Realidade Aumentada ......................................... 6

2.3.2.1. Apresentação dos produtos/serviços................................................................... 6 2.3.2.2. Hardware e Software ........................................................................................... 7 2.3.3. 3.

Etapa 3: Pós-Teste ................................................................................................. 7

Anexos .........................................................................................................................8

Em arquitetura, as maquetes desempenham um papel fundamental como instrumento no processo criativo do arquiteto e que é utilizado quer ao longo do planeamento e conceção de projetos , quer na comunicação do projeto em apresentações e exposições de arquitetura. No entanto, existem sempre dificuldades associadas à utilização das mesmas, como por exemplo , o tempo gasto na sua alteração sempre que é necessário prever o resultado de modificações no projeto. Nas exposições, as maquetas são estáticas não oferecendo possibilidades de interação com o modelo. Este facto dificulta o entendimento do projeto por parte do público menos familiarizado com os termos e as representações técnicas utilizadas em arquitetura. Com a ideia de auxiliar os arquitetos a ultrapassar estas dificuldades sentidas ao longo do processo de conceção em arquitetura, o Microsoft Language Development Center, em colaboração com o Departamento de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE -IUL), realizaram uma que consiste no uso da tecnologia de realidade aumentada (RA) que, através do uso de um dispositivo móvel como um tablet, auxilia o processo e a interação dos utilizadores com os modelos 3D. O principal objetivo deste projeto é a criação de um protótipo demonstrável de um sistema que permita a visualização de informação virtual, ou seja, modelos virtuais 3D de edifícios e respetivas envolventes, usando Realidade Aumentada. Este sistema permitirá que esses modelos sejam visualizados através de um tablet sobre um padrão de referência associado à maquete, funcionando como ponto para posicionamento do modelo. O sistema permitirá diversas funcionalidades que facilitarão, quer a modifica ção do modelo 3D quer a interação com este, como por exemplo a oclusão de objetos e o suporte de planos de corte verticais e horizontais interativos que permitem visualizar toda a geometria do projeto. Os modelos podem surgir associados a uma maquete ou a uma imagem. Com base nas experiências aqui relatadas , procura-se perceber quais as tendências dos arquitetos na inovação da representação e visualização de projeto, entendendo como e quando esta nova tecnologia pode ou deve ser utilizada. O objetivo passa por identificar fases em que esta tecnologia pode se r útil, entendendo as suas vantagens, desvantagens e influência na evolução do projeto. A tecnologia desenvolvida na ADETTI-IUL que se pretende usar permite explorar visualizações, representações e interações sobre modelos tradicionais (maquetas) e ainda, num futuro próximo, no terreno (escala real). O resultado esperado é a identificação do modo como a RA pode vir a ser útil à prática de arquitetura, quer no processo de projeto quer na exposição dos objetos construídos. Pretende-se que esta nova tecnologia complemente os métodos de trabalhos utilizados atualmente otimizando o tempo de trabalho , facilitando a tomada de decisões ao longo de todo o projeto e permitindo tirar partido das suas caraterísticas e interção.

2

212

anexos

3

213


Para o enriquecimento da experiência de visualização e interação com a o modelo 3D, o sistema utilizará uma plataforma computacional móvel com ecrã tátil, permitindo uma interação baseada em toque.

Os instrumentos necessários para a realização de um teste de estudo são: - Termo de consentimento livre e informado em duplicado, um para o participante, outro para o investigador (DOC. 01/04);

1.1. O BJETIVOS Este estudo tem como finalidade avaliar a usabilidade e satisfação relativa à aplicação desenvolvida, tanto no processo de projeto como em exposições de arquitetura. Através de uma amostra de arquitetos e pessoas leigas nesta área, pretende-se atingir os seguintes resultados: R1: avaliação da pertinência da utilização desta aplicação ao longo das diversas fases do desenvolvimento do projeto;

- Questionário preliminar para o participante (Online) (DOC. 02/04); - Folha de registo do teste para o investigador (DOC. 03/04); - Inquérito de satisfação e usabilidade para o participante (Online) (DOC. 04/04);

R2: avaliação do uso desta aplicação no âmbito de exposição de arquitetura com o objetivo de facilitar a compreensão e exploração de forma interativa dos projetos .

2.3.1. E TAPA 1: A PRESENTAÇÃO /R ECEÇÃO

Secundariamente, pretende-se identificar através dos testes realizados possíveis melhorias a implementar na aplicação desenvolvida, para trabalho futuro.

Os participantes são recebidos no ISCTE -IUL e encaminhados para a ADETTI -IUL.

2. METODOLOGIA 2.1. L OCAL E D ATA Os testes para este estudo serão realizados, para profissionais em arquitetura (R1), nos seus respetivos ateliers, e para os restantes inquiridos (R2), nas instalações do ISCTE-IUL, entre o período de 14 a 18 de Julho de 2014.

2.3.1.1. Instruções aos Participantes

No caso dos profissionais arquitetos (R1), o inquérito será realizado nos seus respetivos ateliers. Os restantes participantes (R2) são recebidos no ISCTE-IUL e encaminhados para uma sala a determinar. Em ambos os casos são-lhes apresentados sucintamente os objetivos e os procedimentos que fazem parte do estudo. Após esta primeira abordagem, é entregue o “Termo de consentimento livre e informado”. Apenas os participantes que assinarem este termo, passam para o primeiro questionário – Questionário Preliminar. O Guião a seguir nesta primeira etapa pode ser consultado em Anexo - Anexo 1 – Guião Etapa 1.

2.2. A MOSTRA Os participantes que integram a amostra devem ser profissionais arquitetos com experiência em processo de projeto em Arquitetura (R1), e pessoas que não estão familiarizadas com esta área (R2). Este critério de seleção será avaliado no questionário preliminar. Cada um dos estudos R1 e R2 usará uma amostra de 15 participantes.

2.3. P ROCEDIMENTO DA

EXPERIÊNCIA

R ESUMO 1. 2. 3. 4. 5.

DAS ATIVIDADES :

Receção (cumprimentos entre observador e participante) Explicação sucinta do estudo Assinatura do Termo de consentimento livre e informado Preenchimento do Questionário (participante) Preenchimento da folha de registo para o teste (observador)

As experiências R1 e R2 a realizar são compostas pelas seguintes etapas: ETAPA 1: Apresentação/Receção: com o objetivo de rececionar os participantes, apresentar os objetivos do teste, assinar o termo de consentimento e preencher o questionário preliminar. ETAPA 2: Teste utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada com o objetivo de apresentar a aplicação desenvolvida. Verificar a usabilidade das funcionalidades e a satisfação por parte dos participantes e registar observações feitas durante o teste. ETAPA 3: Pós-Teste com o objetivo de recolher através de um questionário de satisfação e usabilidade, a opinião dos participantes acerca d a aplicação apresentada. 214

anexos

4

2.3.1.2. Consentimento livre e informado A todos os participantes será entregue um Termo de consentimento livre e informado (DOC.01/04) (ver Anexo 2) que deve ser lido e assinado em dua s vias, sendo uma delas para o participante e outra para arquivo juntamente com os questionários efetuados, garantindo que aceitam voluntariamente participar no estudo. A confidencialidade dos dados será garantida, não sendo partilhados com entidades terceiras. 2.3.1.3. Questionário Preliminar Após assinatura do Termo de consentimento, os participantes são encaminhados a um computador para realizarem o questionário preliminar. No caso das visitas a 5

215


ateliers os investigadores/observadores levarão um computador portátil onde os inquiridos respondem ao questionário preliminar. O Questionário Preliminar é efetuado numa plataforma Online (Qqualitrics.com), por forma a facilitar a análise dos dados obtidos pelo questionário, sendo que estes ficam automaticamente numa base de dados. O Questionário preliminar pode ser consultado em Anexo – Anexo 2 -DOC.02/04.

A folha de registo para o teste (DOC.03/04) deve ser preenchida pelo observador enquanto o participante realiza o teste. Esta folha permitirá registar as tarefas realizadas pelo participante e a facilidade com que as realiza, ao longo do teste. Serve ainda, para registar as possíveis observações verbais feitas do participante. Durante a observação poderão ser retiradas fotografias sem identificar o participante e apenas para uso em material académico. Todas as informações recolhidas referem-se àquelas observadas diretamente no momento da interação. A folha de registo pode ser consultada em Anexo – Anexo 2 – DOC.03/04.

DA APLICAÇÃO DE

R EALIDADE A UMENTADA

2.3.2.1. Apresentação dos produtos/serviços Após a finalização do Questionário P reliminar, o participante é levado para junto do local onde se irão realizar os testes. O observador deve apresentar sucintamente a tecnologia que vai ser usada e a aplicação que se pretende avaliar. Deve esclarecer as funcionalidades da aplicação, descri tas na Tabela 1, e a forma como o participante vai fazer o teste. Aqui, o observador deve ser imparcial de forma a evitar qualquer tendência relativamente à apresentação da aplicação de estudo. Depois, deixa-se o participante começar a navegar livremente na aplicação e explorar as funcionalidades anteriormente explicadas. Sem impor diretamente uma tarefa ao participante, o observador deve sugerir a utilização das funcionalidades da aplicação, por forma ao participante avaliar as potencialidades e limitações da mesma respondendo ao questionário final de forma mais informada. O teste deve ter um tempo máximo recomendado de 7 minutos e mínimo de 4 minutos de modo a ser possível explorar todas as tarefas necessárias. Nesta etapa, o observador apenas deve esclarecer algum detalhe caso seja pedido diretamente pelo participante. O Guião a seguir nesta segunda etapa pode ser consultado em Anexo - Anexo 1 – Guião Etapa 2.

6

216

anexos

1. 2. 3. 4.

2.3.1.4. Folha de registo para o teste

2.3.2. E TAPA 1: T ESTE

R ESUMO

5.

DAS ATIVIDADES :

Encaminhar o participante para o local do teste; Explicar ao partic ipante a aplicação desenvolvida no âmbito do processo de projeto em arquitetura e nas exposições de arquitetura; Explicar ao participante o funcionamento de navegação e de alternação entre os diversos modos e suas funcionalidades; Deixar o participante explorar a aplicação e executar as tarefas sugeridas; Preenchimento da folha de registo para o teste (observador)

2.3.2.2. Hardware e Software A Realidade Aumentada é uma vertente da Realidade Virtual (RV) e consiste na “sobreposição de imagens geradas através da computação gráfica sobre cenas do mundo real que permitem a navegação ou a intera ção do utilizador em tempo real” (Caramelo, 2013). Com a Realidade Aumentada, o utilizador interage com elementos virtuais, tendo a sensação de que fazem parte do mundo real no cenário onde ele se encontra, aumentando assim a sua realidade. Esta tecnologia, utilizada neste estudo, permite que os modelos virtuais sejam visualizados através de uma plataforma computacional móvel com ecrã tátil, utilizando técnicas de visão baseadas em texture tracking. Através do reconhecimento de uma marca visual planar (uma imagem) , que servirá de referência e que irá funcionar como plano para registo e posicionamento do modelo, o modelo surge aos olhos do observador . Para o enriquecimento da experiência de visualização e interação com a o modelo 3D o sistema utiliza um tablet, permitindo assim uma interação baseada em toque. O modelo utilizado para a experimentação da aplicação desenvolvida consiste num edifício de habitação unifamiliar denominado de Villa Savoye, projetada em França (1928) pelo arquiteto Le Corbusier. A modelação do objeto arquitetónico para esta experiência foi idealizada cumprindo os requisitos para os diferentes modos de visualização e tarefas desenvolvidas.

2.3.3. E TAPA 3: P ÓS -T ESTE Após o participante completar a experiência, o observador deve convidar o participante a responder ao questionário relativo à exper iencia que acabou de realizar. Este questionário pode ser consultado em anexo – Anexo 2 – DOC.03/04.

7

217


3. ANEXOS A NEXO 1 [Questionário Preliminar]

G UIÃO , E TAPA 1: Este guião deve ser lido pelo observador aos participantes na Etapa 1. Em alternativa, o observador pode memorizá -lo e ditá-lo aos participantes. O importante é que as mesmas informações sejam transmitidas a todos os participantes com consistência. “Antes de mais queremos agradecer a sua presença. A sua participação é muito importante e sem ela não conseguíamos realizar este estudo. Irá colaborar connosco na procura de ferramentas para o processo de projeto e para as exposições em arquitetura, no âmbito da Realidade Aumentada. O nosso objetivo é testar a usabilidade e a satisfação, relativamente às funcionalidades desenvolvidas numa aplicação de Realidade Aumentada no âmbito da arquitetura. Assim conseguiremos aval iar a pertinência da integração desta tecnologia na metodologia usada ao longo das diferentes fases do desenvolvimento do projeto de arquitetura , assim como nas exposições que se fazem para mostrar esta disciplina. Este estudo está dividido em três etapas. Nesta primeira etapa, vamos entregar-lhe um termo de consentimento livre e informado, que deve ser lido atentamente e assinado, e que garante a sua participação voluntária e a proteção dos dados que nos facultar ao longo do estudo. Na segunda etapa, tem oportunidade de experimentar a aplicação num tablet e para finalizar, teremos um pequeno questionário acerca da experiência que realizou. Em qualquer momento do estudo, todas as dúvidas e observações podem ser esclarecidas. Em qualquer momento é livre para desistir do estudo, basta para isso, informar o observador. Durante todo o estudo será acompanhado pelo mesmo observador, podendo ajudá-lo na realização de algumas tarefas. Vou agora solicitar -lhe que leia atentamente este Termo de consentimento livre e informado, onde encontrará detalhes sobre o objetivo destes testes e questões relacionadas com a proteção dos seus dados. Peço que após a leitura assine as duas vias deste documento. ”

[Entrega e assinatura do Termo de consentimento l ivre e informado]

“Como leu neste Termo de consentimento, faremos agora um pequeno questionário e depois passamos para a Etapa 2. O questionário será feito num computador, numa plataforma online, garantindo sempre a proteção dos dados e o anonimato. A sua participação tem um número associado, que eu irei indicar no questionário. O número atribuído à sua participação é [indicar numero de participação].”

G UIÃO , E TAPA 2: Antes de fornecer as tarefas relativas à aplicação, o observador deve dar as seguintes instruções ao participante: “Vamos agora iniciar a segunda etapa deste teste. Nela poderá navegar livremente na aplicação de Realidade Aumentada e explorar as diferentes funcionalidades que lhe vão ser explicadas . Como já foi informado, estamos interessados na sua opinião relativamente à usabilidade e satisfação no uso desta aplicação, na metodologia utilizada no processo de projeto em arquitetura e nas exposições em arquitetura. [Abrir a aplicação de Realidade Aumentada no tablet] O modelo virtual 3D que está a ver é a Villa Savoye, projeto de arquitetura do arquiteto Le Corbusier. Nele poderá navegar livremente e explorar as funcionalidades desta ferramenta. Para isso apenas terá de seguir algumas indicações para o uso desta aplicação . [Instrumentos de alterações de modo – explicar como pode mudar entre os diversos modos existentes na aplicação ] [Tarefas possíveis de executar dentro de cada modo – explicar para que serve cada ferramenta e como funcionam] Se durante esta demonstração tiver alguma dúvida não hesite em perguntar. [Após a mostragem das funcionalidades começamos o teste] Vamos agora começar o teste, peço -lhe portanto que navegue livremente e explore as funcionalidades apresentadas. Lembre-se que o que estamos a testar não é o cenário em que vai navegar, nem a sua habilidade no uso do dispositivo móvel, mas sim as funcionalidades que pode utilizar com esta aplicação. Também é livre para desistir do teste a qualquer momento, basta para isto informar o observador. Pedimos que durante esta etapa “pense alto” e verbalize todas as questões e observações que lhe veem à mente no momento de uso dos produtos. [passados 7 minutos ou cumprida a utilização das funcionalidades, encerramos o cenário e passamos para a terceira e ultima etapa]

8

218

anexos

9

219


Grupo Arquitetos - Questionário Preliminar (DOC.02/06)

Anexo 2 Termo de consentimento livre e informado (DOC.01/06)

Número atribuído para a realização deste estudo _____ (a preencher pelo observador)

Título da pesquisa: Avaliação de usabilidade da aplicação de realidade aumentada para arquitetura.

1. Idade

Observador Responsável:_______________________________________________________ Foi convidado(a) a participar, como voluntário(a), numa pesquisa, no âmbito de dois Trabalhos de Projeto finais do Mestrado Integrado em Arquitetura, a decorrer no ISCTE-IUL/ADETTI-IUL. A sua participação representa um importante contributo, não só para o trabalho em curso, mas também para o desenvolvimento do conhecimento na área da realidade aumentada em arquitetura. É importante que leia a informação seguinte, antes de concordar em participar nesta pesquisa. Este texto descreve, de forma sucinta, a pesquisa, os seus objetivos gerais e o que se espera da sua participação, incluindo a identificação dos procedimentos experimentais e a confidencialidade dos dados. Caso aceite fazer parte deste estudo, deverá assinar as duas vias deste documento, sendo que, uma delas ficará na sua posse e outra com o investigador responsável.

51-65

Masculino Feminino

Durante a sessão de interação será pedido que utilize a aplicação e verbalize as suas impressões e pensamentos acerca desta experiência de utilização. Um investigador vai estar sempre a observá-lo para tirar apontamentos sobre a sua interação com a aplicação. Confidencialidade dos dados Todos os dados recolhidos serão confidenciais, incluindo as suas respostas ao questionário que serão anónimas. Para isso, os participantes serão identificados apenas com um número que serve para o investigador ter registo da sequência pela qual a experiência decorreu. Não serão feitos registos vídeo, mas podem ser feitas algumas fotografias para serem utilizadas em trabalhos académicos, sem no entanto identificar o participante.

3. Identifique a(s) sua(s) atividade(s) profissional(is)? Docente de curso de arquitetura Possui atelier de arquitetura próprio Colaborador em atelier de arquitetura Outros________________ 4. Anos de experiencia profissional na prática da arquitetura? 0-10 11-20 21-30

Abandono da experiência sem qualquer penalização A participação nesta pesquisa é voluntária, pelo que pode decidir interromper a sessão e abandonar o estudo a qualquer momento sem qualquer penalização.

>30

Consentimento Ao assinar este documento está a declarar que tomou conhecimento das metodologias envolvidas neste estudo e que nada tem a opor, pelo que está disponível para participar. ________________________________________________________________________ Nome do Participante

5. Como avalia a sua relação com as tecnologias digitais? Muito má Insuficiente Razoável Boa

_______________ Data

Muito Boa

________________________________________________________________________ Assinatura do investigador

anexos

36-50

2. Género

A sessão experimental está dividida em 3 partes: (1) Explicação dos objetivos e questionário préinteração; (2) Sessão de interação com a aplicação em realidade virtual imersiva e (3) Questionário pósinteração. O tempo total estimado para a sua participação é de, aproximadamente, 30 minutos.

220

21-35

>65

Explicação do procedimento Este estudo tem por objetivo avaliar a usabilidade de uma aplicação desenvolvida no âmbito da realidade virtual imersiva para processo de projeto em arquitetura.

_____________________________________________________ Assinatura do Participante

<20

6. Como avalia a sua relação com as tecnologias digitais de modelação e visualização 3D? 10

11

221


Muito má

Utiliza um único modelo digital 3D para uma fase específica no processo de projeto em arquitetura.

Insuficiente Razoável

12. Já teve alguma experiência com Realidade Aumentada?

Boa

Sim

Muito Boa

Não 1. Neste momento sinto-me … (assinale as que se aplicam)

7. Utiliza dispositivos móveis? Tablet

Motivado(a) para interagir com as tecnologias que me serão apresentadas

Smartphone

Apreensivo(a)

Outros

Outro (por favor especifique) ___________________________________

Não

Obrigado pela sua participação!

8. Com que frequência? Pelo menos 1 vez por mês 2 a 3 vezes por semana Todos os dias 9. Costuma realizar modelos 3D digitais ao longo do processo de projeto? (Se responder não, passe para a questão 13) Sim Não 10. Se sim, com que frequência utiliza modelos digitais 3D em processo de projeto? Raramente Pouco Moderadamente Muito Sempre 11. Como costuma fazer o trabalho de modelação digital 3D?

Grupo pessoas - Questionário Preliminar (DOC.03/06)

Utiliza diferentes modelos digitais 3D ao longo do desenvolvimento do projeto de arquitetura.

Número atribuído para a realização deste estudo _____ (a preencher observador)

Utiliza um único modelo digital 3D, apesar de poder ter variações, mas este vai adquirindo informações ao longo do desenvolvimento do projeto de arquitetura.

222

anexos

2. Idade 12

13

223


<20

Razoável

21-35

Boa

36-50

Muito Boa

51-65 >65 9. Utiliza dispositivos móveis?

3. Género

Tablet

Masculino

Smartphone

Feminino

Outros Não

4. Qual a sua formação principal? _______________________

10. Com que frequência? Pelo menos 1 vez por mês

5. Costuma visitar exposições de arquitetura?

2 a 3 vezes por semana

...

Todos os dias

… …

11. Como avalia sua relação com as TIC? Muito má

6. Como avalia a sua perceção do que lhe é mostrado da disciplina de arquitetura?

Insuficiente

Muito má

Razoável

Insuficiente

Boa

Razoável

Muito Boa

Boa Muito Boa

12. Já teve alguma experiencia com Realidade Aumentada? Sim

7. Como avalia a sua interpretação de plantas de arquitetura?

Não

Muito má Insuficiente

13. Neste momento sinto-me …(assinale as que se aplicam)

Razoável

Motivado(a) para interagir com as tecnologias que me serão apresentadas

Boa

Apreensivo(a)

Muito Boa

Outro (por favor especifique) ___________________________________

8. Como avalia a sua interpretação de cortes de arquitetura?

Obrigado pela sua participação!

Muito má Insuficiente 224

anexos

14

15

225


Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Selecionar a opção de ocultar Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Selecionar objeto Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Realçar um grupo Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Como estava o participante no final da experiencia?

Sem reação

Satisfeito

Despontado

Observações feitas pelo participante:

Confuso

Supreendido

Irritado

Folha de Registo para Teste (DOC.04/06) Hora de Inicio:___:___H

|

Hora de término:___:___H

Tarefas a realizar ao longo do teste Dirigir câmara para a marca Visualizar e explorar o modelo Mudar para o modo corte Alterar a posição do corte Mudar para o modo de seleção

226

anexos

Abrir o menu

Número do Participante Nº:______ Resultados: Cumpriu com facilidade Cumpriu Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu Cumpriu com dificuldade Não cumpriu Cumpriu com facilidade Cumpriu 16

17

227


2 - A utilização da aplicação torna mais fácil a leitura do projeto ao longo do processo de conceção. 3 - A utilização desta aplicação garante um maior controlo do projeto de arquitetura ao longo da procura de soluções de projeto. 4 - Estaria disposto a utilizar esta aplicação ao longo do desenvolvimento de um projeto de arquitetura? 5 - Considero a aplicação útil para usar no processo de projeto. 6 – A utilização desta aplicação facilita a comunicação entre várias entidades presentes durante as fases de projeto. 7 - Deposita confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação. 8 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto por parte de um público menos familiarizado com a disciplina de arquitetura. 9 – Considera que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto? 10 – Na generalidade, considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura?

Grupo arquitetos - Questionário final (DOC.05/06) Este Questionário tem como objetivo perceber, a partir da sua opinião, a pertinência da integração desta tecnologia ao longo das diferentes fases do desenvolvimento do projeto de arquitetura, assim como perceber as potencialidades que esta tecnologia permite ao nível da representação do projeto em contextos de reunião, apresentação e exposição. O Projeto de arquitetura desenvolve-se, regra geral, ao longo das 5 fases cuja designação será utilizada ao longo deste questionário: Fase 1 – Programa Base

11 – Ao longo das diversas fases de um projeto de arquitetura, em quais considera que se torna pertinente a utilização da aplicação? Programa base Estudo prévio Projeto base Projeto de execução

Fase 2 – Estudo Prévio

Assistência técnica á execução da obra

Fase 3 – Projeto Base

Em nenhuma

Fase 4 – Projeto de Execução

12 – Ao longo do projeto de arquitetura, em que momentos considera que se torna pertinente a utilização da aplicação?

Fase 5 - Assistência Técnica à Execução da Obra

Processo de conceção do arquiteto Trabalho entre a equipa de arquitetura

[colocar o numero do participante antes de este começar o questionário]

Trabalho entre as várias especialidades

A - Responda às seguintes questões numa escala de 1 a 5 em que 1 é discordo totalmente e 5 é concordo totalmente 1 - Acredito que esta aplicação pode fazer parte da metodologia usada ao longo do processo de projeto.

Reuniões entre os intervenientes técnicos Reuniões entre técnicos e clientes Trabalho em obra Outro ____________

18 19 228

anexos

229


2 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que as maquetes físicas.

Muito Obrigado pela sua participação!

3 - A utilização desta tecnologia torna clara a leitura do projeto. 4 – Considera vantajosa a exploração dinâmica do projeto permitida por esta aplicação 5 - Deposita confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação. 6 – Na generalidade considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura. 7 – Considera que esta tecnologia tem vantagens na substituição a maqueta em exposições de arquitetura. 8 - Considerando os modos da aplicação, qual lhe permitiu ter uma perceção mais clara do projeto? Modo apresentação Modo corte Modo de seleção 9 - Após a visualização e exploração do projeto da Villa Savoye como avalia o seu grau de conhecimento do mesmo? Muito mau Insuficiente Razoável Boa Muito Bom

Muito Obrigado pela sua participação!

Grupo pessoas - Questionário final (DOC.06/06) Este Questionário tem por objetivo perceber, a partir da sua opinião, potencialidade que esta tecnologia permite ao nível de representação do projeto de arquitetura no âmbito das exposições de arquitetura.

A - Responda às seguintes questões numa escala de 1 a 5 em que 1 é discordo totalmente e 5 é concordo totalmente 1 - A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que os métodos tradicionais plantas, cortes e alçados.

230

anexos

20

21

231


Anexo Ii Questionário preliminar ao público geral

5. Como avalia a sua perceção do que lhe é mostrado da disciplina de arquitetura?

1. Idade Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

21-35 36-50 51-65 >65 Total

0 5 4 3 1 13

0% 38% 31% 23% 8% 100%

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Muito má Insuficiente Razoável Boa Muito boa Total

2 3 4 3 1 13

15% 23% 31% 23% 8% 100%

6. Como avalia a sua interpretação de plantas de arquitetura?

2. Género Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Masculino Feminino Total

3 10 13

23% 77% 100%

3. Qual a sua formação principal? Respostas

Assistente técnica Secretariado Línguas Aplicadas PhD Antropologia Social Licenciatura em Tradução e Assessoria de Direção Filosofia Assistente Técnica Restauração Assistente administrativa Portas em Restauração Lojista Assistente operacional Empregado de balcão

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Muito má Insuficiente Razoável Boa Muito boa Total

1 8 2 2 0 13

8% 62% 15% 15% 0% 100%

7. Como avalia a sua interpretação de cortes de arquitetura? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Muito má Insuficiente Razoável Boa Muito boa Total

4 8 0 1 0 13

31% 62% 0% 8% 0% 100%

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Tablet Smartphone Outros Não Total

1 10 0 2 13

8% 77% 0% 15% 100%

8. Utiliza dispositivos móveis? 4. Costuma visitar exposições de arquitetura?

232

anexos

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Muitas vezes Algumas vezes Raramente Nunca visitei nenhuma Total

1

8%

3

23%

8

62%

1

8%

13

100%

233


9. Com que frequência? Resposta

Pelo menos 1 vez por mês 2 a 3 vezes por semana Todos os dias Total

Nº de Respostas

Percentagem

0

0%

1

9%

10

91%

11

100%

10. Como avalia a sua relação com as TIC? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Muito má Insuficiente Razoável Boa Muito boa Total

0 1 5 2 5 13

0% 8% 38% 15% 38% 100%

11. Já teve alguma experiência com Realidade Aumentada? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Sim Não Total

3 10 13

23% 77% 100%

12. Neste momento sinto-me… (assinale as que se aplicam) Resposta

Motivado(a) para interagir com as tecnologias que me serão apresentadas Apreensivo(a) Outro (por favor especifique)

234

anexos

Nº de Respostas

Percentagem

10

77%

Anexo Iii Inquérito ao público geral 1. A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que os métodos tradicionais: plantas, cortes e alçados. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 1 9 3 13

0% 0% 8% 69% 23% 100%

2. A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto do que as maquetes físicas. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 4 6 3 13

0% 0% 31% 46% 23% 100%

3. A utilização desta tecnologia torna clara a leitura do projeto. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 4 4 5 13

0% 0% 31% 31% 38% 100%

4. Considero que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto.

3

23%

0

0%

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 1 6 6 13

0% 0% 8% 46% 46% 100%

235


9. Considerando os modos da aplicação, avalie de 1 a 5 qual lhe permitiu ter uma perceção mais clara do projeto em exposição de arquitetura. 5. Deposito confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 0 7 6 13

0% 0% 0% 54% 46% 100%

6. Na generalidade considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura Answer

1 2 3 4 5 Total

Response

0 0 0 3 10 13

%

0% 0% 0% 23% 77% 100%

7. Considero que esta tecnologia tem vantagens na substituição a maqueta em exposições de arquitetura. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 1 3 6 3 13

0% 8% 23% 46% 23% 100%

Modos

1

Modo de 1 Apresentação Modo de 0 Seleção Modo de 0 Cortes

236

anexos

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Muito mau Insuficiente Razoável Bom Muito bom Total

0 1 7 4 1 13

0% 8% 54% 31% 8% 100%

3

4

5

Total de Respostas

Média

2

0

7

3

13

3.69

0

4

5

4

13

4.00

0

3

5

5

13

4.15

10. Considerando o modo de seleção avalie de 1 a 5 qual das seguintes funcionalidades que se apresentam mais vantajosas no contexto de exposição? Modos

1

2

3

4

5

Realçar Ocultar Pintar

0 0 0

0 1 0

0 1 3

9 5 5

4 6 5

Total de respostas

13 13 13

Média

4.31 4.23 4.15

11. De 1 a 5, onde 1 é Muito Difícil e 5 Muito Fácil, como considera a facilidade de manusear a aplicação? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 2 2 5 4 13

0% 15% 15% 38% 31% 100%

12. Considera que a aplicação se enquadra em exposições de arquitetura? Resposta

8. Após a visualização e exploração do projeto da Villa Savoye como avalia o seu grau de conhecimento do mesmo?

2

Discordo totalmente Não concordo nem discordo Concordo totalmente Não tenho opinião formada Total

Nº de Respostas

Percentagem

0

0%

0

0%

11

85%

2

15%

13

100% 237


Anexo iv Questionário preliminar aos arquitetos

5. Como avalia a sua relação com as tecnologias digitais?

1. Idade. Resposta

< 20 21 - 35 36 - 50 51 - 65 > 65 Total

Nº de Respostas

0 8 4 0 1 13

Percentagem

0% 62% 31% 0% 8% 100%

2. Género. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Masculino Feminino Total

9 4 13

69% 31% 100%

3. Identifique a(s) sua(s) atividade(s) profissional(is). Resposta

Docente de curso de arquitetura Possui atelier de arquitetura próprio Colaborador em atelier de arquitetura Outras

Nº de Respostas

Percentagem

4

31%

3

23%

Resposta

0 - 10 11 - 20 21 - 30 > 30 Total anexos

Muito má Insuficiente Razoável Boa Muito boa Total

0 0 5 5 3 13

Percentagem

0% 0% 38% 38% 23% 100%

6. Como avalia a sua relação com as tecnologias digitais de modelação e visualização 3D? Nº de Respostas

Resposta

Muito má Insuficiente Razoável Boa Muito boa Total

0 2 5 4 2 13

Percentagem

0% 15% 38% 31% 15% 100%

7. Utiliza dispositivos móveis? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Tablet Smartphone Outros Não

5 12 2 1

38% 92% 15% 8%

8. Com que frequência? 8 2

62% 15%

4. Anos de experiência profissional na prática da arquitetura?

238

Nº de Respostas

Resposta

Nº de Respostas

8 1 3 1 13

Resposta

Pelo menos 1 vez por mês 2 a 3 vezes por semana Todos os dias Total

Nº de Respostas

Percentagem

1

8%

0

0%

12

92%

13

100%

Percentagem

62% 8% 23% 8% 100%

9. Costuma realizar modelos 3D digitais ao longo do processo de projeto? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Sim Não Total

10 3 13

77% 23% 100% 239


10. Com que frequência utiliza modelos digitais 3D em processo de projeto? Nº de Respostas

Resposta

Raramente Pouco Moderadamente Muito Sempre Total

0 0 3 3 1 7

Percentagem

0% 0% 43% 43% 14% 100%

11. Como costuma fazer o trabalho de modelação digital 3D? Resposta

Utiliza diferentes modelos digitais 3D ao longo do desenvolvimento do projeto de arquitetura Utiliza um único modelo digital 3D, apesar de poder ter variações, mas este vai adquirindo informações ao longo do desenvolvimento do projeto de arquitetura Utiliza um único modelo digital 3D para uma fase específica no processo de projeto em arquitetura Total

Nº de Respostas

Percentagem

3

43%

3

43%

1

14%

7

100%

12. Já teve alguma experiência com Realidade Aumentada? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

Sim Não Total

2 11 13

15% 85% 100%

13. Neste momento sinto-me… (assinale as que se aplicam) Resposta

Motivado(a) para interagir com as tecnologias que me serão apresentadas Apreensivo(a) Outro (por favor especifique)

240

anexos

Nº de Respostas

Anexo v Inquérito aos arquitetos 1. Acredito que esta aplicação pode fazer parte da metodologia usada ao longo do processo de projeto. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 5 5 3 13

0% 0% 38% 38% 23% 100%

2. A utilização da aplicação torna mais fácil a leitura do projeto ao longo do processo de conceção. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 1 3 7 2 13

0% 8% 23% 54% 15% 100%

3. A utilização desta aplicação garante um maior controlo do projeto de arquitetura ao longo da procura de soluções de projeto. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

2 1 4 5 1 13

15% 8% 31% 38% 8% 100%

Percentagem

4. Estaria disposto a utilizar esta aplicação ao longo do desenvolvimento de um projeto de arquitetura?

11

85%

1

8%

1

8%

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 2 1 6 4 13

0% 15% 8% 46% 31% 100%

241


5. Considero a aplicação útil para usar no processo de projeto. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 1 2 6 4 13

0% 8% 15% 46% 31% 100%

6. A utilização desta aplicação facilita a comunicação entre várias entidades presentes durante as fases de projeto. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

1 1 0 4 7 13

8% 8% 0% 31% 54% 100%

7. Deposito confiança na representação do projeto apresentada pela aplicação. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

1 2 1 7 2 13

8% 15% 8% 54% 15% 100%

8. A utilização desta tecnologia torna mais fácil a leitura do projeto por parte de um público menos familiarizado com a disciplina de arquitetura.

242

anexos

Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 2 2 9 13

0% 0% 15% 15% 69% 100%

9. Considero que a aplicação permite uma exploração dinâmica do projeto. Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 1 2 6 4 13

0% 8% 15% 46% 31% 100%

10. Na generalidade, considera que esta aplicação pode ser útil para exposições de arquitetura? Resposta

Nº de Respostas

Percentagem

1 2 3 4 5 Total

0 0 2 2 9 13

0% 0% 15% 15% 69% 100%

11. Ao longo das diversas fases de um projeto de arquitetura, em quais considera que se torna pertinente a utilização da aplicação? Resposta

Fase 1 Programa base Fase 2 Estudo prévio Fase 3 Projeto base Fase 4 Projeto de execução Fase 5 Assistência técnica á execução da obra Em nenhuma

Nº de Respostas

Percentagem

3

23%

9

69%

7

54%

7

54%

8

62%

1

8%

243


12. Ao longo do projeto de arquitetura, em que momentos considera que se torna pertinente a utilização da aplicação? Resposta

Processo de conceção do arquiteto Trabalho entre a equipa de arquitetura Trabalho entre as várias especialidades Reuniões entre os intervenientes técnicos Reuniões entre técnicos e clientes Trabalho em obra Outro. Qual?

Nº de Respostas

Percentagem

5

38%

4

31%

11

85%

8

62%

12

92%

9

69%

1

8%

Anexo v Questionário da exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais”

Outro. Qual?

visualização do projecto em exposições públicas

244

anexos

245


Anexo vi Respostas ao questionário da exposição “Escola de Chicago: arranha-céus digitais”

Questões

Costuma frequentar exposições de arquitetura? (1- Nunca; 5 - Muitas vezes)

Uma exposição com recurso a ferramentas digitais, em relação a uma com modos tradicionais como desenhos e maquetes, acrescenta informação mais clara ao visitante? (1- A informação não é clara; 5- A informação é muito clara) A utilização da projeção Vídeo Mapping sobre a maquete facilita a minha compreensão do edifício no âmbito de uma exposição? (1- Discordo totalmente; 5- Concordo totalmente)

As opções disponiveis para conhecer o edifício através do modo de exposição em Realidade Aumentada são: (1- Muito más; 5- Muito boas)

246

anexos

Avaliação 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Nº inqueridos 1 4 7 9 4 0 0 7 9 9 0 2 4 8 11 0 0 3 13 9

247


Anexo VIi Vertente Prática Tema do Ano

ARQUITECTURA OU REVOLUÇÃO – Learning from the Satallite. Os anos que se seguiram à Revolução dos Cravos (1974)1,em Portugal, permitiram clarificar alguns princípios urbanísticos que vinham já sendo aplicados por necessidade de resolver o problema da carência de habitação nas cidades. Em alinhamento com o debate internacional, uma consciência sobre a importância de um planeamento regional esteve na origem, por exemplo, do Plano Director da Região de Lisboa, iniciado em 1961, justamente com o objectivo de disciplinar e corrigir equilibradamente os “efeitos urbanísticos da expansão desordenada dos subúrbios da Capital”2. Uma visão macro permitiu trazer para o

planeamento urbano a importância das infra-estruturas, dos impactos ambientais e dos zonamentos de maior, ou menor, aptidão construtiva. As novas bolsas de construção possibilitaram o desencadear de urbanizações de grande dimensão, assentando em novas lógicas comunitárias que se experimentavam também à época. O pensamento comunitário emerge como tema central no debate arquitectónico, designadamente, desde o manifesto de Doorn, em 1954. A oportunidade de pensar novas formas urbanas de organização social, pressupunha uma ligação daquele momento com a ancestralidade dos assentamentos humanos. Aldo Van Eyck sugeria justamente este princípio genealógico, ao sustentar no seu discurso de 1959, em Otterlo, que “o tempo transporta o antigo para o novo, não através da linha historicista,

mas apelando à redescoberta dos princípios mais arcaicos da natureza humana”. Estas formulações sedimentadas no seio do Team 10, surgem em linha com um debate, mais amplo, que envolveu à época vários sectores da sociedade e que assentavam na convicção de que um novo tempo abriria possibilidade para um novo modo de organizar as comunidades humanas. Neste processo ressaltam os estudos sobre o comportamento humano, os quais vieram a orientar novas possibilidades comunitárias, nomeadamente os de B. F. Skinner plasmados, por exemplo, em Science and Human Behaviour

3

(de 1965), ou Walden II (1948), este último

recuperado por Ricardo Bofill (n.1939) no conjunto de San Justo Desvern (1970). Para o novo homem que emergia dos escombros da destruição da Guerra reclamava-se um território igualmente novo que pudesse funcionar em rede, como uma espécie de satélite de um sistema planetário complexo e poli-nuclear. De certa forma, este pensamento recupera as experiências soviéticas descritas por Manfredo Tafuri (1935-1994) para a “Nova

Mocovo” em La Sfera e il Labirinto4, onde relata o protagonismo da

disciplina de planeamento urbano como a outra face do processo vanguardista que se seguiu, na sequência da Revolução Bolchevique, à Guerra Civil Russa (1918-1921). O objectivo dos urbanistas soviéticos como Sakulin, Shestakov, ou Shchusev, passava por uma aplicação dos ideais defendidos pelos urbanistas do século XIX como Charles Fourier (1772-1837),Pierre-Joseph Proudhon (1809-1863), Camilo Sitte (18431903, Ebenezer Howard (1850-1928), ou Patrick Gueddes (1854-1932). São estes mesmos personagens que vêm igualmente orientar os pressupostos de Le Corbusier, quando em 1923 incorpora em Vers une Archictecture5

(1923), o desfio: “Arquitectura ou Revolução”, expressão que serve ao arquitecto suíço para colocar a tónica na necessidade de recuperação do “equilíbrio rompido” entre as condições de vida das classes activas e as próprias cidades - Só uma nova estrutura urbana podia corresponder às exigências de salubridade e inovação que o acelerado processo moderno trazia associado. Os novos territórios periféricos representavam oportunidades de implantar novas tipologias urbanas e arquitectónicas que, contrastando com os densificados e insalubres núcleos urbanos tradicionais, correspondiam aos anseios de todos

1 Em Abril de 2014 serão completados 40 anos sobre a Revolução portuguesa de 1974. A partir dessa efeméride julga-se oportuno lançar um tema que possa envolver docentes e alunos nos eventos em preparação para o próximo ano civil; 2 AZEVEDO, Mário “O Plano Director da Região de Lisboa”, in AA.VV. Binário- revista mensal de arquitectura, construção e equipamento , 108, Lisboa, Setembro de 1967 (pag. 117);

248

anexos

3

SKINNER, B. F. Science and Human Behavior, The Free Press, Nova Iorque, 1965; TAFURI, Mafredo - The Sphere and the Labyrinth: Avant-Gardes and Architecture from Piranesi to the 70s, MIT Press paperback edition, 1990, tradução do original La Sfera e il Labirinto: Avanguardie e architetura da Piranesi agli anni 70, de 1980; 5 LE CORBUSIER Por Uma Arquitectura, editora Perspectiva, São Paulo,1998 tradução do Vers un Architecture, Collection L’Esprit Nouveau, 1923; 4

249


aqueles que depositavam na “casa” o alicerce primeiro da sua cidadania. As urbanizações construídas no contexto das cidades satélite acabaram por funcionar como laboratórios de experimentação quer de novas tecnologias, quer de especulações sobre as relações entre as comunidades e o próprio espaço. O factor programático pôde também aproximar os arquitectos dos próprios promotores, tanto em investimentos oriundos do sector público como aqueles que resultaram do optimismo do sector privado. A revolução que Le Corbusier pretendia conter acabou por acontecer, não na expressão de uma revolta mas, na alteração dos modos de vida da maior parte dos agregados familiares, com a passagem da origem rural, para um universo urbano. Actualmente no contexto português, aparentemente estão superadas as carências de habitação que se colocavam no limiar da década de 70, verificando-se uma homogeneização do território urbano que acabou por envolver as acções urbanas que no passado se encontravam isoladas, alterando as lógicas de relação entre centro e periferia pela absorção dos núcleos urbanos satélites num extenso manto urbano. Neste processo pragmático foi ficando menos intenso, no campo do urbanismo e da arquitectura, um discurso prospectivo sobre o futuro. O campo de acção e de debate passou a estabelecer-se mais num pressuposto regenerador, que num desígnio expansionista. Le Corbusier terminou Vers un Architecture expressando que “podemos evitar a revolução”, no contexto actual fica no ar a pergunta se neste processo de continuidade valerá a pena conter o ímpeto revolucionário.

Fig. 1 Hans Hollein, Aircraft Carrier City in Landscape, 1964.

Lisboa, Julho de 2013 Paulo Tormenta Pinto

250

anexos

251


Anexo VIIi Vertente Prática Enunciado doWorkshop de Arranque

ISCTE – IUL - Departamento de Arquitectura e Urbanismo – Mestrado Integrado em Arquitectura Projecto Final de Arquitectura 2013-14 / Exercício de Arranque e Aquecimento

No contexto Português são as cidades litorais que mais se alteram neste período. À cabeça, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto alastraram-se conurbando-se com aglomerados ou cidades de média dimensão, formando um continuo urbano na franja atlântica. É este fenómeno de crescimento em “mancha de óleo” registado por Álvaro Domingues em Cidade e Democracia, 30 anos de transformação urbana em Portugal, que gera mudanças aceleradas na morfologia do território. O optimismo inicial associado às operações suburbanas é

Argumento: A Representação do Espaço no Tempo do Space Shuttle Columbia

apanhado numa torrente avassaladora de crescimento, submetendo ao pragmatismo dos investimentos a qualidade dos projectos dos novos edifícios. A importância do lugares, e a sua genealogia em muitos casos foi superada pela

O space-shuttle Columbia, fazendo parte de uma série de cinco vaivéns que a NASA

implementação das novas tipologias urbanas associadas a projectos de edifícios pouco

produziu (Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour), foi pioneira nas missões

qualificados.

espaciais com naves reutilizáveis. Tendo efectuado missões a partir de 1981, viria a

É com este argumento que procura estruturar-se o exercício de arranque de PFA 2013-14,

despenhar-se num acidente em 1 de Fevereiro de 2003. Nesse período, de cerca de duas

enquadrando-o com a temática geral da unidade curricular expressa na texto: Arquitectura ou

décadas, assistiu-se a uma profunda alteração nas relações da humanidade com o território.

Revolução – Learning from the satalite. Para alem de funcionar como experimentação prévia

À medida que se foi ampliando a capacidade de observação do globo terrestre, através dos

das temáticas em estudo, este exercício funcionará o como revisão sumária da formação

satélites colocados no espaço, também as relações globais se foram estreitando, aproximando

adquirida nos 4 anos anteriores.

todos os territórios terrestres. As comunicações entre os povos virtualizaram-se na complexidade das diversas redes que, numa dimensão planetária, acabaram por envolver o mundo. Este fenómeno provocou uma relativização das autenticidades culturais e uma metamorfose das relações humanas com o espaço.

ser seleccionado um edifício de habitação colectiva cujas características apontem para uma obra pouco qualificada do ponto de vista arquitectónico, implantada nas áreas de expansão de

globalização, veio tornar evidente as alterações eco-sistémicas, as quais, no contexto das

Lisboa (no tempo do Space Shuttle Columbia).

escala do território, associada a um crescimento em massa da urbanização. Em paralelo com o impacto do frenesim da urbanização, começa a consolidar-se uma consciência sobre o desenvolvimento sustentável do planeta que no Rio de Janeiro, em 1992, com a Agenda 21, dá um passo decisivo que viria a sedimentar-se já no início do novo milénio, em 2002, na Cimeira da Terra de Joanesburgo. Portugal, com pouca interveniência nas disputas espaciais, recebe por contágio, tal como a generalidade das nações, os efeitos avassaladores das alterações em curso neste “mundo novo”, ao mesmo tempo que desfruta do optimismo de um, ainda, frágil processo democrático na sequência de 25 de Abril de 1974. Foi no mandato governativo do advogado e jornalista Francisco Pinto Balsemão (no quadro do VII Governo Constitucional, da 3ª República Portuguesa), que o Columbia descolou do Kennedy Space Center em Cape Carnaval, Flórida.

anexos

Os estudantes deverão constituir-se em grupos de 5 elementos, no seio de cada grupo deverá

A visualização da terra por satélite, ao mesmo tempo que potenciou fenómenos de grandes metrópoles, se verificam maioritariamente através da impermeabilização em grande

252

Metodologia e tarefas a desenvolver:

O edifício seleccionado deverá ser devidamente enquadrado com a envolvente e com a época em que foi construído. O exercício consiste em encontrar uma possibilidade de intervenção desse edifício, tendo por base um orçamento de 10.000,00 €. Durante o processo de projecto cada grupo deverá ser capaz de realizar interpretações e leituras representativas do edifício (por ex. desenhos, fotos, maquetas de estudo), tendo como objectivo descortinar um nexo arquitectónico no edifício escolhido, o qual deve ser associado à intervenção a operar. Como resposta ao exercício deverão ser produzidos 3 tipos de representação do projecto: 1. No contexto do grupo, deverá realizar-se uma apropriação do objecto escolhido e do discurso sobre ele produzido, realizando ligações a imagens (gráficas, literárias,

253


fotográficas, cinematográficas, etc) produzidas por outros autores. Neste contexto o

e) Deverá ainda ser reservada uma área do book A4 para a demonstração do processo de

grupo deverá ser capaz de explanar de forma clara as ligações estabelecidas com um

resposta ao exercício, em forma de story board. Para tal deverá utilizar-se o recurso

universo cultural, que apesar de externo, pressupõe quer sínteses, quer estímulos

fotográfico;

evocativos das opções arquitectónicas a empreender; 2. Desenhos e/ou fotomontagens manuais em formato A2 capazes de representar as opções de leitura e projecto; 3. Deverá ainda ser realizada uma maqueta, cujo volume deverá ser aproximadamente 30 dm3 (0,30x0,30x0,30 m), realizada com o objectivo de fixar o entendimento discursivo em torno do edifício em estudo e das possibilidades de regeneração previstas – A escala do edifício fica inteiramente ao critério do grupo de trabalho;

Objectivos Ob1. Estimular uma aproximação ao tema geral de PFA 2013-14; Ob2. Estabelecer um reconhecimento discursivo entre docentes e discentes; Ob3. Debater processos de intervenção arquitectónico e urbano com base em

Apresentação Digital tipo Power-point, com exibição dos elementos de representação e processo de plantas cortes e alçados em formato não superior a A1.

Calendário do Exercício Início – dia 17 de Setembro / Entrega e presentação – aula do dia 3 de Outubro

Lisboa, 17 de Setembro de 2012

condicionalismos pré-delineados; Ob4. Promover relações entre leituras macro e micro do território de intervenção, associandoas a processos de representação do espaço;

Elementos a entregar entregar: Para alem dos elementos dos elementos anteriormente designados deverá ser realizado um processo de plantas cortes e alçados à escala 1:100 (ou outra julgada mais conveniente) e um book de formato [A4] onde deverá incluir-se uma síntese do processo projectual O book A4 deverá conter: a) O texto explicativo das opções tomadas do projecto - incluído explanação sobre os custos da intervenção; b) Fotografias e desenhos relativos ao edifício escolhido; c) Plantas, cortes e alçados, a escala conveniente da maqueta – tratados graficamente para se inserem no design do book A4; d) Digitalizações e/ou fotografias dos elementos resultantes do processo de representação (imagem, desenhos e/ou fotomontagem e maqueta)

254

anexos

255


Anexo ix Vertente Prática Enunciado do Trabalho

À época da sua construção, a Portela de Sacavém funcionava inequivocamente como um

ISCTE – IUL

núcleo urbano satélite, organizado em função de uma lógica de superação das insuficiências

Departamento de Arquitectura e Urbanismo – Mestrado Integrado em Arquitectura

da cidade antiga para responder a certas aspirações da vida moderna. Na Portela, a pureza do

Projecto Final de Arquitectura 2013-14 – Docentes: Paulo Tormenta Pinto e José Neves

ar, a envolvente verde, a generosidade das distâncias entre os edifícios, respeitando a chamada “lei dos 45º”3, das dimensões das vias e das casas permitiriam uma vida desafogada e livre das contradições a que, supostamente, a sedimentação das cidades tinha levado os seus

ARQUITECTURA OU REVOLUÇÃO – Learning from the Satellite

centros históricos. Além disso, esta situação de “descolamento urbano”, associada a idêntica “pureza” da

Exercício Tema 1, Anual

linguagem dos vários edifícios isolados, paralelipipédicos e caracterizados por faixas

A Arquitectura e a Cidade: E se toda a zona central da Portela de Sacavém fosse destruída

horizontais, afastava em certa medida possíveis afinidades genealógicas em relação à

por uma catástrofe?

arquitectura existente em Lisboa – mesmo à sua arquitectura moderna –, ou no próprio país. A Portela, implantada num terreno praticamente plano, no cruzamento entre a auto-estrada, o

A Urbanização da Portela (1965-1979), projecto do arquitecto Fernando Silva (1914-1983) e fruto de uma encomenda privada do empresário Manuel da Mota, foi construída numa das

aeroporto, o caminho de ferro e o Porto de Lisboa, desfrutava de uma situação perfeita para se enquadrar num sistema muito mais global.

“portas” de acesso à capital, na Freguesia de Sacavém do Concelho de Loures, na

Hoje, passados quase 50 anos sobre o Ante-Plano de Urbanização da Portela, verifica-se uma

proximidade do aeroporto que, na década de 40, fora construído segundo desenho de Keil do

grande transformação: os territórios envolventes foram entretanto preenchidos. Não só a

Amaral.

densificação de Sacavém ou a consolidação de Olivais Norte, mas sobretudo a urbanização

Apesar de alguns dos princípios do projecto da Urbanização da Portela não terem sido cumpridos na sua execução, verifica-se, na essência, a aplicação dos postulados da Carta de Atenas, resultante do CIAM de 1933. Na Portela, tal como nas cidades preconizadas pela Carta redigida por Le Corbusier a partir das discussões de muitos dos mestres do Movimento Moderno em cruzeiro pelo Mediterrâneo, os princípios urbanísticos são estratificados em torno de 4 funções: habitar, trabalhar, repousar e circular. Nos terrenos das “Quintas da Vitória, Casquilho, Ferro, Carmo e Alegria (...), num total de 50 hectares, 4500 fogos e o respectivo equipamento urbano”1, destinados à classe média/alta, os modelos tipológicos orientam a acção de Fernando Silva que define uma “tábua rasa” para sobre ela determinar um sistema pragmático que controla a totalidade da intervenção. Tal como na cidade idealizada pelo Movimento Moderno, a Urbanização da Portela concentra uma zona de trabalho e comércio, perfeitamente configurada por um conjunto edificado composto por uma base – um “disco” de piso único – e uma torre de escritórios2 que se

dos terrenos onde seria construído o Parque das Nações, transformaram por completo a envolvente da Portela, provocando uma alteração profunda no modo como este aglomerado, pensado para 18.500 habitantes, se relaciona consigo próprio e com as áreas urbanas que a circundam. O alastramento em “mancha de óleo” dos núcleos urbanos da área metropolitana de Lisboa, aglutinaram a Urbanização da Portela no manto urbano contínuo, alterando as suas dimensões originais de isolamento e descontinuidade . Este fenómeno, próprio do metropolitanismo, tem implicado uma alteração crescente da centralidade prevista no Plano de Urbanização da Portela. Para além de uma certa obsolescência dos modelos tipológicos do centro cívico, verifica-se que parte dos núcleos de permanência do espaço público alastraram, encontrando-se agora em zonas contíguas, tais como os parques infantis para Nascente, ou a Igreja e o supermercado para Sul, assistindo-se ao mesmo tempo uma tendência de conurbação com Moscavide e, por conseguinte, com a antiga Expo-98.

destaca volumetricamente do conjunto, assinalando o centro – geométrico e cívico – da Portela.

A. OBJECTIVOS

1

FERREIRA , Bruno Macedo “Urbanização da Portela” em PINTO, Paulo Tormenta (coord.) Passagens nº1 – Paisagens Distantes – A CRIL uma Avenida Pós-Moderna, Caleidoscópio, 2013 (pág. 227-235) 2 Torre que, apesar de tudo, integra uma percentagem importante de habitação.

256

anexos

1/5

3 Referimo-nos ao Art. 59.º do Regulamento Geral das Edificações Urbanas: “A altura de qualquer edificação será fixada de forma que em todos os planos verticais perpendiculares à fachada nenhum dos seus elementos, com excepção de chaminés e acessórios decorativos, ultrapasse o limite definido pela linha recta a 45º, traçada em cada um desses planos a partir do alinhamento da edificação fronteira, definido pela intersecção do seu plano com o terreno exterior”.

2/5 257


De modo a sedimentar as experiências realizadas ao longo do curso, o objectivo principal dos

Edificado; estado de conservação; espaços vazios; espaços públicos; equipamentos

trabalhos a desenvolver durante o ano, trata de avaliar criticamente os modelos subjacentes à

públicos e privados, etc.

arquitectura da cidade no final do século XX, pondo em relevo a tomada de uma posição ética

¥

no trabalho da arquitectura.

Evolução e enquadramento histórico: processo de formação do tecido edificado através da recolha de plantas de várias épocas, consulta de monografias e descrições,

B. PROGRAMA E MÉTODO

bem como a circunscrição de exemplos nacionais e internacionais relevantes.

O trabalho que se propõe aos alunos de PFA assenta num cenário que decorre de uma ficção

¥

que acelera subitamente um processo, de certo modo, em curso:

Planos Urbanísticos condicionantes,: PDM’s; PP’s.; Condicionantes Urbanísticas; Loteamentos; projectos mais relevantes para a área de intervenção.

E se toda a área central da Portela de Sacavém fosse destruída por uma catástrofe?

Em paralelo com este trabalho de análise, os grupos deverão desenvolver uma proposta de

Considerando-se assim a destruição irremediável, através de um grande incêndio e consequente derrocada, de um dos alicerces fundamentais da Urbanização da Portela, apesar

intervenção com base nas áreas brutas edificadas correspondentes ao programa cujo suporte edificado existente foi entretanto destruído, respectivamente:

de nunca ter sido edificado conforme o projecto original – não só o centro comercial e a torre,

¥

Comércio: 7.638m² (não inclui espaços de serviço e arrumos)

¥

Escritórios:7.050m²

concretamente, dos grupos de trabalho, sobre a arquitectura da cidade, a pretexto do modelo

¥

Habitação: 7.050m²

subjacente a esta estrutura urbana.

¥

Escola Básica: 3.263m²

Em certa medida invocam-se, com as devidas distâncias, pressupostos aproximados ao debate

¥

Estacionamento coberto: 2.800m²

que há 25 anos, em 1988, se puseram com o incêndio do Chiado que atingiu uma das áreas

¥

Escola Secundária: 2.626m²

¥

Piscina: 2.195m²

¥

Igreja: 2.100m²

mas também as piscinas, as escolas e a igreja, da autoria do arquitecto Luíz Cunha, entretanto construídas – propõe-se o lançamento de um debate no contexto do colectivo da turma e, mais

chave e de maior concentração comercial da Baixa Pombalina. Os estudantes deverão manter os grupos de 5 elementos, que começarão por desenvolver uma proposta colectiva para o projecto do novo centro cívico da Portela, do qual um conjunto de

Este programa deverá ser entretanto questionado e, se necessário, ajustado, tal como o modelo

edifícios será desenvolvido individualmente por cada um dos elementos. Deste modo o trabalho deverá ser realizado com base em 3 fases desenvolvidas, ora em

de cidade existente na Portela. Os elementos a entregar serão os seguintes:

grupo, ora individualmente:

¥

realizada, bem com à proposta;

1ª Fase (em grupo): O Território ¥

Implantação Geral e Maquete, à escala 1:000

¥

Plantas, Cortes e Alçados, à escala 1:500

Caracterização biofísica: topografia, estrutura de espaços verdes, orografia e sistemas

¥

Perspectivas

de drenagem natural; geologia - hidrologia; orientação e exposição solar.

¥

Desenhos de trabalho

Cada grupo deverá proceder à recolha de informação relativamente a alguns dos aspectos da área de intervenção, sempre em relação com as áreas envolventes, nomeadamente: ¥

¥

¥

Memória descritiva, referindo-se a todos os elementos relativos à análise crítica

Caracterização da mobilidade, potencialidades e estrangulamentos: acessos, rede

Estes elementos deverão ser organizados clara e criteriosamente num caderno A4, ao alto, que

viária, percursos pedonais, etc.

corresponda a uma síntese tanto do resultado final como do processo de trabalho.

Caracterização da estrutura edificada, da distribuição de funções e dos espaços públicos: tipologias de espaços públicos; estruturas urbanas de proximidade;

258

anexos

3/5

4/5 259


2ª e 3ª fases (individual) – O Edifício Cada elemento do grupo deverá desenvolver, individualmente, o projecto para um conjunto edificado determinado entre a proposta global. Ao longo do desenvolvimento individual dos diferentes conjuntos, o debate no contexto do grupo de trabalho prosseguirá, tendo em vista uma articulação constante entre as várias partes do todo e a consolidação do modelo urbano proposto inicialmente pelo grupo de trabalho. Os enunciados respectivos serão distribuídos oportunamente no início de cada uma das fases.

C. PRAZOS4 1ª Fase: 10/10/13 – 19/11/13 2ª Fase: 05/12/13 – 18/03/14 3ª Fase: 25/03/14 – 15/05/17

Lisboa, 10 de Outubro de 2013

4 Os prazos poderão sofrer ligeiros ajustamentos, prevendo-se igualmente a existência de apreciações dos trabalhos em momentos intercalares às datas de entregas das várias fases. Tantos os eventuais ajustamentos como as apreciações intercalares serão marcadas no decurso do acompanhamento do trabalho.

260

anexos

5/5

261


Anexo x Vertente Teórica Enunciado do Trabalho

Projeto Final de Arquitetura 2013/2014 Laboratório de Tecnologias da Arquitetura

pág. 16

Arquitetura na Revolução Industrial 3.1 Docentes Alexandra Paio

Ricardo Resende Sara Eloy Soraya Genin Vasco Rato (coordenador)

Objetivo O principal objetivo do laboratório de tecnologias da arquitetura 2013-14, enquadrado na UC de PFA, é o de promover uma reflexão científica crítica que integre o projeto e a produção de arquitetura na discussão contemporânea relativa a modos “revolucionários” de conceber, avaliar e fabricar. Neste contexto, pretende-se que o trabalho de investigação a desenvolver pelos alunos conduza à elaboração de ensaios teóricos que, em diversas áreas deste debate, permitam a compreensão dos aspetos essenciais associados à Terceira Revolução Industrial, integrem a arquitetura neste processo e sugiram percursos futuros.

Enquadramento A expressão Terceira Revolução Industrial tem sido por vezes utilizada para nomear o que é mais frequentemente designado de Revolução Digital. A Revolução Digital teve início após a Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento do transístor, dos semicondutores e de outras tecnologias associadas à microeletrónica, como o resultado do esforço, durante a Guerra, para obter técnicas de tornar as comunicações mais seguras (Boone e Peterson s.d.). Mais recentemente, num livro publicado em 2011 da autoria de Jeremy Rifkin, o termo “Third Industrial Revolution” é parte integrante do título. Neste caso, Jeremy Rifkin designou de Terceira Revolução Industrial as consequências da futura combinação entre a tecnologia das redes digitais e a produção, armazenamento e distribuição de energias renováveis (Rifkin 2012, p. 2). Trata-se, essencialmente, da possibilidade de produção individualizada, em pequena escala, de energia que é

262

anexos

Projeto Final de Arquitetura 2013/2014 Laboratório de Tecnologias da Arquitetura

pág. 26

posteriormente partilhada de uma forma rápida e flexível, através de redes digitais integradas. O caráter revolucionário associado a esta combinação reside, segundo o autor, no potencial novo paradigma económico que lhe está associado. A conotação que no entanto está na base da ideia do LabTA 2013-14 é a que associa a Terceira Revolução Industrial às tecnologias digitais emergentes aplicadas aos processos de conceção, produção e fabrico industrial, associação que surge no artigo “A Third Industrial Revolution” publicado pela revista The Economist em 21 de Abril de 2012 (Anon 2012). Foram descobertas, inventadas e desenvolvidas, nos últimos anos, tecnologias, de base digital e associadas a ferramentas computacionais, que permitem um nível de compreensão significativamente mais aprofundado sobre alguns dos instrumentos que a arquitetura utiliza, desde a sua idealização à sua utilização, passando naturalmente pela sua materialização. Está em causa, antes de mais, a capacidade de gerar, manipular, visualizar e representar geometrias complexas, conferindo, ao ato de projetar, uma liberdade totalmente insuspeita há poucos anos. O processo de conceção adquire ainda novas potencialidades ao incorporar as funcionalidades relacionadas com as tecnologias de comunicação digital. Refira-se, por exemplo, a colaboração simultânea, em tempo real, de vários intervenientes. Por outro lado, as plataformas utilizadas no projeto podem estabelecer uma relação direta, sem intermediação adicional, com as tecnologias de produção e fabricação digitais, cuja escala atingirá o nível industrial muito em breve. Significa isto que, para além de protótipos e materializações experimentais, rapidamente será realidade a produção de elementos construtivos à escala real, em ambiente fabril ou no estaleiro de construção. O próprio ato de construir conhecerá profundas alterações na medida em que a robotização industrial, até aqui apenas utilizada em fábricas, tornar-se-á portátil e ajustável às configurações típicas de um estaleiro de construção. No que diz respeito aos materiais, a escala da nanotecnologia torna realidade a sua manipulação na procura de possibilitar o cumprimento de novas funcionalidades. Considere-se, por exemplo, o desenvolvimento de materiais com memória de forma. Estes desenvolvimentos recentes têm ainda promovido uma reflexão acerca do atual paradigma de projeto que baseia a produção de arquitetura. Trata-se de um processo iterativo, em que forma, material e desempenho se condicionam apenas de forma indireta. Os requisitos de comportamento, relacionados com o uso do espaço por parte das pessoas, são frequentemente incorporados em fases tardias do processo de conceção. As ferramentas digitais de projeto já hoje disponíveis, pelo simples facto de permitirem maior rapidez e controlo simultâneo sobre um grande conjunto de dados, permitem considerar conjuntamente uma idealização conceptual e um conjunto de requisitos de desempenho. Neste processo, designado habitualmente de performance-based design, forma, função e material condicionam-se mutuamente, permitindo uma profunda coerência projetual.

263


Projeto Final de Arquitetura 2013/2014 Laboratório de Tecnologias da Arquitetura

pág. 36

Tem sido também desenvolvido um novo paradigma para a avaliação de ideias, do projeto e do próprio espaço construído. A possibilidade de avaliação, em fases anteriores ou posteriores à construção, da qualidade dos espaços arquitetónicos através do recurso à sua simulação em ambientes virtuais (imersivos ou não) constitui uma vantagem que tem vindo a merecer interesse por parte da comunidade científica e cujos resultados têm vindo a ser aplicados em locais concretos, quer em obra nova quer em reabilitação. Desde a avaliação das qualidades configuracionais bidimensionais do espaço construído, no sentido de identificar a sua influência no comportamento da sociedade, até à avaliação do espaço tridimensional, as ferramentas digitais têm vindo a ser utilizadas no sentido de prever o comportamento das pessoas no espaço e com isto identificar problemas de conceção e ainda potencialidades do espaço. A simulação tridimensional num ambiente virtual imersivo permite-nos avaliar diversos parâmetros, entre eles a inteligibilidade do espaço, o que, numa realidade bidimensional ou tridimensional em pequena escala, não é possível. A este contexto extremamente dinâmico, têm sido por vezes associados outros conceitos cujo desenvolvimento parece caber na resposta mais abrangente aos desafios lançados pela forma como a atividade humana utiliza recursos e gera resíduos. É o caso, por exemplo, dos conceitos de resiliência ou de ecologia dos edifícios. Projetar, experimentar, avaliar, fabricar e construir, com novos materiais, num processo interdependente e coerente, procurando respostas aos desafios contemporâneos. O que são, de facto, estas novas ferramentas e conceitos? Como têm sido utilizados? Quais as suas implicações na produção de arquitetura, entendida no seu sentido mais lato, englobando projeto, construção e uso? Qual o papel do património existente? Quais os desafios futuros neste novo paradigma? Estas são as questões em estudo no trabalho deste laboratório. O que se pretende finalmente clarificar, ainda que de forma inevitavelmente incompleta, é o papel que a arquitetura, apoiada no paradigma digital, pode desempenhar numa revolução que, no contexto ecológico e social em que vivemos, parece já inevitável.

Metodologia de trabalho O LabTA propõe cinco áreas gerais de investigação, às quais estão associados diversos temas de trabalho. As cinco áreas são: ʘ ʘ ʘ ʘ ʘ

264

anexos

Processos digitais: aplicação ao projeto de arquitetura; Processos digitais: geração, simulação e avaliação; Ideia ↔ Bit ↔ Átomo. Novas tecnologias no projeto arquitetónico e industrial; Conservação e reabilitação; Ecologia da arquitetura.

Projeto Final de Arquitetura 2013/2014 Laboratório de Tecnologias da Arquitetura

pág. 46

No início do funcionamento do laboratório, os alunos selecionarão a área em que pretendem realizar a sua investigação. O trabalho compreenderá, no primeiro semestre, períodos letivos regulares que serão partilhados pelos docentes, para exposição teórica das áreas e dos temas em estudo, e pelos alunos, para relatar e discutir, em grupo, o desenvolvimento do seu trabalho. Fora dos períodos letivos, os alunos desenvolverão em grupo, numa primeira fase, uma análise do estado da arte relativa a cada uma das áreas propostas. Após a discussão desta primeira etapa, será iniciado o trabalho individual, momento em que será selecionado o tema de investigação. No segundo semestre, os períodos letivos serão o lugar principal de apresentação e discussão dos resultados que forem sendo obtidos por cada aluno no que diz respeito ao seu trabalho individual. O planeamento letivo do primeiro semestre é o indicado no quadro 1. O desenvolvimento da investigação a realizar pelos alunos será enquadrado nas seguintes fases e datas de entrega dos documentos escritos respetivos: ʘ ʘ ʘ ʘ ʘ

Análise do estado da arte (em grupo): 13.nov.2013; Plano de investigação individual: 11.dez.2013; Trabalho em curso, na forma de artigo científico: 26.fev.2014; Ensaio teórico - versão provisória: 14.mai.2014; Ensaio teórico - versão final: 16.jul.2014;

Quadro 1 – planeamento letivo do primeiro semestre.

Aula

Tema

1

Introdução, apresentação detalhada dos objetivos, das áreas e dos temas de investigação

2

Investigação científica: planeamento e execução, métodos e formas

3

Processos digitais: computorização e computação

4

Simulação e avaliação do espaço físico através de ferramentas digitais

5

Ideia ↔ Bit ↔ Átomo. Novas tecnologias no projeto arquitetónico e industrial

6

Diagnóstico na conservação do património arquitetónico

7

Arquitetura, nanotecnologia e materiais na revolução industrial 3.1

8

Fabricação digital: Vitruvius FabLab-IUL

9

Apresentação da análise bibliográfica realizada por cada grupo

10

Acompanhamento ao trabalho

11

Acompanhamento ao trabalho

12

Apresentação do plano individual de investigação

265


Projeto Final de Arquitetura 2013/2014 Laboratório de Tecnologias da Arquitetura

pág. 56

Projeto Final de Arquitetura 2013/2014 Laboratório de Tecnologias da Arquitetura

pág. 66

Conservação e reabilitação

Temas de investigação Os temas de investigação propostos, por cada área geral, são os que se referem de seguida.

Processos digitais: aplicação ao projeto de arquitetura [Alexandra Paio] ʘ

ʘ

ʘ

ʘ

Processos de RE- D[igital]ESIGN: repensar a estratégia de projeto com base em lógicas bottom-up; Processos contemporâneos em arquitetura: a importância da geometria na investigação e na prática de projeto; Dos processos digitais para a computação: desenvolvimento de um pensamento paramétrico e algorítmico integrado na lógica de projeto; Processos inclusivos: ferramentas CAD-CAE-CAM e processos de geração, fabricação, automação, simulação e interação.

[Soraya Genin] ʘ ʘ

Análise da evolução histórica/construtiva do edificio ou território / aplicação ao projeto; Análise das anomalias construtivas / aplicação ao projeto.

Ecologia da arquitetura [Vasco Rato] ʘ ʘ ʘ ʘ

Ecologia da arquitetura: o espaço construído é um ser vivo? Resiliência e adaptação: o sistema arquitetónico; Nanotecnologia e arquitetura; Materiais na revolução industrial 3.1.

Processos digitais: geração, simulação e avaliação [Sara Eloy] ʘ

ʘ

ʘ ʘ

A utilização de tecnologias de realidade virtual (imersiva ou não) e realidade aumentada no processo de projeto e na avaliação sensorial do espaço construído ou simulado; Análise e avaliação do espaço existente e proposto com recurso a teorias de análise como o Space Syntax e/ou dispositivos inteligentes para avaliação sensorial; Projeto com base em processos generativos computacionais - gramáticas de forma; Inovação em processos construtivos baseados no uso de tecnologias digitais.

Ideia ↔ Bit ↔ Átomo. Novas tecnologias no projeto arquitetónico e industrial [Ricardo Resende] ʘ ʘ ʘ

266

anexos

Promessas e limites da impressão 3d: materiais e tecnologias; Do real ao digital (e vice-versa): 3d scanning na análise do local; Novas filosofias de projeto. O desempenho integrado das construções nas mãos do Arquiteto.

Referências Anon, 2012. A Third Industrial Revolution. Special Report Manufacturing and Innovation. The Economist. Disponível em: http://dc.mit.edu/sites/dc.mit.edu/files/Econ%20Special%20Rpt%20Manufactur.pdf; BOONE, J. V. and PETERSON, R. R. sem data. Sigsaly - The Start of the Digital Revolution. [Em linha]. National Security Agency. [Consult. 09.set.2013]. Disponível em: http://www.nsa.gov/about/cryptologic_heritage/center_crypt_history/publications/sigsaly_start_digital.sht ml; RIFKIN, J., 2012. Beyond Austerity. A Sustainable Third Industrial Revolution Economic Growth Plan For the European Union. (An Executive Summary of Jeremy Rifkin’s Keynote Speech for the Mission Growth Summit: Europe at the Lead of the New Industrial Revolution, hosted by The European Commission, May 29th 2012). Disponível em: http://ec.europa.eu/enterprise/policies/innovation/files/mg-speech-rifkin_en.pdf.

267


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.