Amor Sem Reticências

Page 1

Na última semana voltou-se a falar bastante da adoção por casais homossexuais.

Li este artigo que mostra que o preconceito está na cabeça da maioria das pessoas. Gostei bastante e achei que também poderás gostar:

“É apenas a minha história, como escrevi um dia. Fui criado por duas tias, a Cristina e a Teresa. Conheceram-se antes de eu nascer, pouco antes, em 1970. Desde que me lembro elas existiram uma com a outra. Mudaram-me as fraldas, alimentaram-me, celebraram os meus primeiros passos de uma cadeira para outra cadeira, ouviram-me as primeiras paixões, ensinaram-me a ler jornais, explicaram-me da metafísica, da morte e da vida, das ideologias e do amor, de tudo o que me faz ser este e não outro. Viveram mais de 40 anos. A Cristina, irmã do meu pai, não sobreviveu a um cancro. A Teresa, minha tia que resta, esteve até ao último sopro com a pessoa que amou (ama). Vestiu-a, despiu-a, ofereceu-lhe esperança, ofereceu-me o mesmo a mim. Não foi suficiente, mas poucos dias antes de Cristina partir, no hospital, os três demos as mãos e pude então agradecer-lhes todo o amor que me deram. Um amor sem reticências. É apenas a minha história e por estes dias voltei a ela. Com orgulho e saudade.”


A meu ver a importância desta temática é extrema. Acho uma estupidez que continuemos a fechar os olhos a uma realidade que já existe.

Há uma realidade que muitos desconhecem ou fingem não ver. Há muitas crianças adotadas por homossexuais enquanto indivíduos solteiros. Acontece que quando estes pais e mães adotivos têm um relacionamento afetivo ou chegam até a casar, o/a companheiro/a não tem qualquer direito nem dever relativo à criança que amam e criam como sua. Para além das questões afetivas há questões de ordem prática.

E quando o pai ou mãe adoptivo morre, o que acontece? A criança vai viver com os avós, vai para uma instituição? O outro pai ou mãe que criou vínculo emocional e que deu o seu amor e o seu tempo àquela criança não tem sequer o direito de querer ficar com o seu filho do coração? Em casos de posterior separação, o pai/mãe que não adotou deixa de ter o dever de prover o sustento daquela criança? Não tem direito a participar na vida da criança?

Existem muitas questões que se levantam. As pessoas falam das implicações que pode ter ao nível psicológico o facto de uma criança pode ter duas mães ou dois pais, mas esquecem-se que muitas crianças já vivem com duas mães e dois pais, que embora não o sejam formalmente, para as crianças conta como se fossem seus pais e suas mães de pleno direito.


Não será uma violência maior um dia virem a ser afastadas dessas pessoas?

Ainda que não se tratem situações tão extremas, há muitas coisas da vida prática de uma família que estão vedadas a estas famílias diferentes só porque o preconceito dos senhores da Assembleia da República e das mentes não pensantes de muitos eleitores.

E tu, o que pensas acerca deste assunto? Dá-nos a tua Opinião: Rita – Skype: rrcerejo / Email: rrcerejo@gmail.com; Nuno – Skype: nrebocho / Email: nrebocho@casema.pt Para mais artigos visita o nosso BLOG: http://buildingabrandonline.com/nunexo/


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.