JANEIRO 2015
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA | D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION | CINE BIOSCOOP | DA COLEÇÃO VÍTOR RIBEIRO | SEXTA À MEIA NOITE COM OS BEATLES | DOUBLE BILL | OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO | ANTE-ESTREIAS | HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS | REALIZADOR CONVIDADO - PEDRO COSTA INTERVALO PARA O CONHECIMENTO | FOCO NO ARQUIVO | CINEMATECA JÚNIOR
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
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CINEMATECA JÚNIOR | SALÃO FOZ CINEMATECA PORTUGUESA-MUSEU DO CINEMA rua Barata Salgueiro, 39 1269-059 Lisboa, Portugal tel. 213 596 200 | fax. 213 523 180 cinemateca@cinemateca.pt www.cinemateca.pt
> Índice NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION CINE BIOSCOOP DA COLEÇÃO VÍTOR RIBEIRO SEXTA À MEIA NOITE | COM OS BEATLES DOUBLE BILL OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO ANTE-ESTREIAS HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS REALIZADOR CONVIDADO | PEDRO COSTA INTERVALO PARA O CONHECIMENTO FOCO NO ARQUIVO CINEMATECA JÚNIOR
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CALENDÁRIO
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Em tempo de regresso às aulas, a Júnior propõe dois filmes de aventuras ao seu público juvenil: dia 10, a obra-prima de Fritz Lang, a cores e cinemascope, MOONFLEET ou, no título português, O TESOURO DE BARBA RUIVA, um prodígio de emoção e estímulo para a imaginação dos jovens espectadores. A não perder. No dia 24, PIRATAS, um filme pouco conhecido de Roman Polanski que com o passar dos anos tem sido justamente reavaliado como um irreverente, divertido e provocante filme de aventuras, que reúne a inocência dos clássicos do género antecipando a famosa trilogia dos “Piratas das Caraíbas”. As outras três sessões do mês são destinadas ao público mais novinho. A abrir o ano, dia 3, um clássico de animação da Disney – OS ARISTOGATOS; a 17, outro filme de animação, MADAGÁSCAR 2, onde o leão Alex e amigos têm uma experiência assustadora na floresta africana. Para o fecho, dia 31, o clássico O CIRCO de Chaplin, para voltar às trapalhadas do nosso amigo Charlot no espetáculo circence. Ainda a 31, como é habitual, às 11h00, a Júnior propõe um atelier matinal dedicado às técnicas do cinema de animação, destinado a crianças dos 7 aos 12 anos. A participação neste atelier requer marcação prévia até 27 de janeiro para o e-mail cinemateca.junior @cinemateca.pt, só se realizando com o número mínimo de 10 participantes. De segunda a sexta-feira, a Cinemateca Júnior tem sessões de cinema, ateliers e visitas guiadas à exposição permanente de pré-cinema para escola. Não esqueça a nossa velha máxima: O Cinema voltou aos Restauradores. Venha ao cinema e aproveite, veja, toque e brinque com as magníficas máquinas da nossa exposição permanente.
THE ARISTOCATS
PIRATES
Os Aristogatos de Wolfgang Reitherman
Piratas de Roman Polanski
Estados Unidos, 1970 – 78 min / dobrado em português do Brasil | M/6
com Walter Matthau, Chris Campion, Damien Thomas, Charlotte Lewis
Esta produção da Walt Disney Pictures segue a história de uma bonita gatinha e da sua ninhada, beneficiárias de uma herança legada pela dona. Quem não está pelos ajustes é o mordomo da velha senhora disposto a tudo para se desfazer da gataria, que o faria herdeiro da fortuna. A gatinha em perigo é ajudada por um gato vadio e folião que, com o auxílio de outra bicharada, põe o vilão no seu devido lugar.
> > Agradecimentos
SÁB. [3] 15:00
MOONFLEET
com Stewart Granger, Jon Whiteley, Joan Greenwood, George Sanders, Viveca Lindfors
AS TÉCNICAS DO CINEMA DE ANIMAÇÃO Conceção: Teresa Cortez | Orientação: Rui Telmo Romão
Estados Unidos, 2008 – 89 min / dobrado em português | M/6
Os nossos heróis de MADAGASCAR, Alex, o leão, Marty, a zebra, Melman, a girafa, e Glória, a hipopótama, abandonam a ilha de Madagáscar para regressarem ao sossego do zoo de Central Park, em Nova Iorque. A máquina voadora que tomam sofre porém um acidente que os faz descer numa remota e desconhecida região da África, onde os esperam novas emocionantes e divertidas aventuras.
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Preço dos bilhetes: 3,20 Euros Estudantes/Cartão jovem, Reformados e Pensionistas - > 65 anos - 2,15 euros Amigos da Cinemateca/Estudantes de Cinema - 1,35 euros Amigos da Cinemateca / marcação de bilhetes: tel. 213 596 262 Horário da bilheteira: seg./sáb., 14:30 - 15:30 e 18:00 - 22:00 Não há lugares marcados | Bilhetes à venda no próprio dia Informação diária sobre a programação: tel. 213 596 266 Classificação Geral dos Espetáculos: IGAC
dos 7 aos 12 anos | duração 2 horas
Neste atelier, de técnicas de animação com silhuetas, questiona-se o que é o cinema de animação. Será que posso fazer um filme em animação? Vamos perceber que o cinema de animação pode ser feito de diversas formas: para além do desenho, podemos utilizar areia, pintura, recortes, entre outros. No final, iremos animar diferentes personagens de uma história, recorrendo a silhuetas recortadas. Marcação prévia até dia 27 de janeiro para cinemateca.junior@cinemateca.pt. SÁB. [31] 11:00
SÁB. [10] 15:00
Madagáscar 2 de Eric Darnell, Tom McGrath
Programa sujeito a alterações
ATELIER FAMÍLIA
O universo de Stevenson, entre Treasure Island e Kidnapped, não teve melhor versão no cinema do que nesta obra-prima de Fritz Lang, que adapta o livro de outro escritor, J. Meade Falkner. A estranha história de um miúdo, órfão, que se liga de amizade com um contrabandista. Juntos, partem à descoberta do fabuloso diamante do Barba-Ruiva, escondido na cisterna de uma fortaleza. “Com MOONFLEET atingimos um dos pontos mais altos da obra de Fritz Lang. Uma das obras mais deslumbrantemente belas alguma vez filmadas, um dos filmes mais fascinantes e mágicos da história do cinema” (João Bénard da Costa).
MADAGASCAR: ESCAPE FROM AFRICA
NOTORIOUS, 1946 Alfred Hitchcock
SÁB. [24] 15:00
Estados Unidos, 1955 – 87 min / legendado em português | M/6
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> Capa
Eis um “velho” antepassado do capitão Jack Sparrow e dos seus piratas das Caraíbas. Este truculento pirata de seu nome Reed (interpretado com grande graça pelo genial Walter Mathau) não combate fantasmas ou seres do outro mundo, mas sim um “real” galeão espanhol que transporta um fabuloso tesouro. É um irresistível “filme de piratas” em tom ferozmente burlesco e com constantes reviravoltas na ação sempre salpicadas de um violento humor sarcástico.
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O Tesouro de Barba Ruiva de Fritz Lang Laura Mulvey; Pedro Costa; Sarah Mathilde Domogola, Kees Hin; Rui Filipe Torres; Bernie Rao; José Neves, João Queiroz, Paulo Nozolino, Rui Chafes, Leonardo Simões, Olivier Blanc; Maria do Carmo Piçarra, Sofia Sampaio, Paulo Cunha; Luísa Veloso, Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso, João Rosas; Luís Mendonça; António José Martins (RTP); Catherine Gautier, Cristina Bernaldez (Filmoteca Española); Bryony Dixon, Fleur Buckley (British Film Institut); Vidalie Gaelle, Matthieu Grimault, (Cinémathèque Française); Clementine De Blieck (Cinematek); Marianne Jarris (Danish Film Institut); Anne Morra, Kitty Cleary (MoMA-Museum of Modern Art); Maria Coletti, Juan del Valle; Laura Argento (Cineteca Nazionale); Carmen Prokopiak (Murnau Stiftung); Ellen Barends (Cine Bioscoop).
Estados Unidos, 1986 – 117 min / legendado em português | M/12
THE CIRCUS O Circo de Charlie Chaplin com Charlie Chaplin, Merna Kennedy, Harry Crocker, Allan Garcia Estados Unidos, 1928 – 70 min / intertítulos em inglês, traduzidos em português | M/6
O nosso conhecido vagabundo, Charlot, vai trabalhar no circo por acaso e torna-se rapidamente a estrela da companhia. THE CIRCUS é das maiores homenagens ao espetáculo circense feitas em cinema, pelo mais sublime palhaço de todos os tempos, Charlie Chaplin.
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SÁB. [31] 15:00
SÁB. [17] 15:00
Biblioteca, seg./sex., 12:30 - 19:30
CINEMATECA JÚNIOR
Sala 6 X 2, Sala dos Carvalhos e Sala dos Cupidos
Bilhetes à venda no próprio dia (11:00 - 15:00):
seg./sex.,13:30 - 22:00 - entrada gratuita
Adultos - 3,20 euros; Júnior (até 16 anos) - 1,10 euros
Livraria Babel CINEMATECA
Ateliers Família: Adultos - 6,00 euros; Júnior (até 16 anos) - 2,65 euros
seg./sex., 13:00 - 22:00, sáb., 14:30 - 22:00
Transportes: Metro: Restauradores
Espaço 39 Degraus:
bus: 736, 709, 711, 732, 745, 759
Restaurante-Bar, seg./sáb., 12:30 - 01:00
salão foz, praça dos restauradores 1250-187 lisboa
Transportes: Metro: Marquês de Pombal, Avenida
tel. 213 462 157 / 213 476 129
bus: 736, 744, 709, 711, 732, 745
cinemateca.junior@cinemateca.pt
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
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SALA M. FÉLIX RIBEIRO
BITTER VICTORY
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA A João Bénard da Costa, a Cinemateca dedicou “Filmes de João Bénard da Costa” (2009), “Um Ano Depois, Cinco Filmes para João Bénard da Costa” (2010), entre outras iniciativas e homenagens, muitas lembranças. Neste primeiro mês de 2015, num programa que se estende a fevereiro, a Cinemateca volta “ao cinema de João Bénard da Costa” retomando os filmes por ele apresentados na RTP num programa – “No Meu Cinema” – que incluía as suas introduções aos filmes e comentários finais, filmados por Margarida Gil, e que as sessões deste Ciclo integralmente incluem. O Ciclo é concebido neste momento no contexto do lançamento do primeiro volume de uma ambiciosa edição de compilação dos Escritos sobre Cinema de João Bénard da Costa, em que a Cinemateca tem estado a trabalhar e é um projeto de edição para vários anos, que inclui todos os, impressionantemente muitos, textos escritos por João Bénard na Cinemateca, as “folhas” por ele iniciadas na Fundação Calouste Gulbenkian e textos seus publicados em catálogos coeditados pela Cinemateca e a Gulbenkian. A edição será apresentada em detalhe em breve, prevendo-se para fevereiro próximo o lançamento do primeiro volume.
A projeção de todos os filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série da RTP “No Meu Cinema”.
THE RIVER O Rio Sagrado de de Jean Renoir com Adrienne Corri, Patricia Walter, Nora Swinburne, Radha Shri Ran, Esmond Knight, Thomas E. Breen França, Índia, Estados Unidos, 1951 – 99 min / legendado eletronicamente em português | M/12
THE RIVER marca o início da fase final da carreira de Renoir. Filmado na Índia, a cores, o filme conta a história de uma família inglesa e a “ação” resume-se ao facto de nascer, morrer e amar pela primeira vez. O rio do título é ao mesmo tempo físico (o Ganges) e metafísico (a vida, o tempo). Um dos filmes mais celebrados de Renoir, imbuído de uma espiritualidade assombrosamente serena. “Entre as sestas, os balouços, as fugas e os regressos, o ‘amor ocidental’, associado à morte: ‘Captain John, I Love You’” (JBC).
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QUA. [07] 15:30
MAN HUNT BADLANDS Os Noivos Sangrentos de Terrence Malick com Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren Oates Estados Unidos, 1973 – 95 min / legendado eletronicamente em português | M/16
A primeira longa-metragem de Malick é um thriller inspirado num caso verídico que teve lugar nos anos cinquenta no sudoeste dos EUA, e ecoa o percurso de Bonnie e Clyde na década de trinta. Martin Sheen e Sissy Spacek formam o par de jovens que têm de enfrentar a oposição paterna para a sua união. Daí resulta o assassinato do pai da rapariga e, depois, uma série de crimes e uma feroz perseguição, com a imprensa a explorar o carácter passional dos acontecimentos. “’O amor é duro e inflexível como o inferno’ (Santa Teresa de Ávila). Este filme é um filme sobre o amor, sobre o inferno ou sobre a dureza e a inflexibilidade? Quanto mais o vejo, menos sei responder” (JBC).
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SEG. [05] 21:30 TER. [06] 15:30
REBECCA Rebecca de Alfred Hitchcock com Laurence Olivier, Joan Fontaine, Judith Anderson, George Sanders Estados Unidos, 1940 – 130 min / legendado em português | M/12
REBECCA marca a chegada triunfal de Alfred Hitchcock a Hollywood, já consagrado e com cerca de quinze anos de carreira na Grã-Bretanha. Hitchcock declarou, por sinal, a Truffaut, que achava o filme “demasiado britânico”, pois tanto a autora do romance (Daphne du Maurier) como o ator principal (Olivier) eram britânicos. Romance e filme têm finais
bastante diferentes. Trata-se de umas das obras maiores de Hitchcock, a história de uma mulher frágil que se casa com um homem de uma condição social muito mais elevada e vai viver numa mansão, sobre a qual pairam a sombra sinistra da governanta e a lembrança de Rebecca, a primeira mulher do marido. Na personagem, sem nome próprio, da segunda mulher, jovem e vulnerável, Joan Fontaine no seu mais icónico papel. “O segredo da perdurabilidade deste filme fascinante está na sua estrutura dupla e dúplice, tanto quanto na sua estrutura mítica e onírica” (JBC).
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TER. [06] 19:00
SANSHO DAYU “O Intendente Sansho” de Kenji Mizoguchi com Kinuyo Tanaka, Yoshiaki Hanayagi, Kyoko Kagawa Japão, 1954 – 88 min / legendado em espanhol | M/12
A história de SANSHO DAYU é uma velha lenda japonesa, contada de diversas maneiras (da literatura às canções populares) a partir do século XVI. O filme de Mizoguchi baseia-se na versão dessa lenda, escrita pelo romancista Ogai Mori em 1915. Zushio e a irmã Anju, filhos de um governador exilado pelas suas ideias humanitárias, crescem separados da mãe, suportando e vivendo condições duríssimas, por causa da escravatura imposta pelo Intendente Sansho. Enérgico e cruel, mas também infinitamente poético, SANSHO DAYU é um hino à bondade humana e à compaixão contra a escravidão e a exploração. “Um homem sem misericórdia não é um ser humano” ensina o pai a Zushio. “O INTENDENTE SANSHO é o mais comovente dos filmes de Mizoguchi, ao mesmo tempo o mais docemente triste e o mais lancinantemente triste” (JBC).
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TER. [06] 21:30 QUI. [08] 15:30
Feras Humanas de Fritz Lang com Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine Estados Unidos, 1941 – 102 min / legendado em português | M/12
Sexto filme americano de Fritz Lang, o “Lang contra Hitler”, MAN HUNT é uma espécie de fábula política sobre o regime nazi. Em vésperas da Segunda Guerra, um turista inglês é apanhado pela Gestapo quando tem Hitler na mira da sua espingarda de caça… descarregada. Os nazis exploram a situação como um atentado para tentar responsabilizar o governo britânico. Conseguindo evadir-se, a personagem de Walter Pidgeon é alvo de uma perseguição por agentes alemães na Grã-Bretanha, até ser encurralado numa caverna de montanha. Foi o primeiro dos quatro Langs com Joan Bennett, numa assombrosa criação. “Admito que o meu coração estava inteiramente com ela [Joan Bennett/Jenny]” (Fritz Lang). Filmou-a de modo inesquecível neste filme, e numa muito comovente cena de amor e sacrifício numa ponte londrina, “[…] talvez a mais bela cena de amor da história do cinema (entenda-se a mais bela em sentido godardiano) […] Terá havido alguma vez uma ‘decent girl’ como Jenny?” (JBC).
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QUA. [07] 19:00
SOMMARLEK Um Verão de Amor de Ingmar Bergman com Maj-Britt Nilsson, Alf Kjellin, Birger Malmsten Suécia, 1951 – 93 min / legendado em português | M/12
“SOMMARLEK é o mais belo dos filmes”, escreveu Jean-Luc Godard quando o filme se estreou. Talvez seja mesmo. Baseado num romance que escreveu quando era muito novo, Bergman visita o tempo dos morangos silvestres e do amor absoluto.
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
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Sabendo que tudo isso acabou e que nada volta mais. E os amores que regressam nunca são iguais aos amores que foram. Mas a única fidelidade à morte é a vida. “SOMMARLEK est le plus beau des films. Sabe tão bem poder voltar a dizê-lo. Como os Cahiers tinham razão em 1958” (JBC).
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QUI. [08] 19:00
THE WIZARD OF OZ O Feiticeiro de Oz de Victor Fleming com Judy Garland, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Frank Morgan Estados Unidos, 1939 – 102 min / legendado em português | M/6
Uma viagem pela estrada de tijolos amarelos até à cidade de Esmeralda, a mais transparente metáfora de Hollywood, que foi também o início da caminhada para a glória de Judy Garland, que ganhou um Óscar especial. Premiada também foi a canção que se tornou o leit motiv na vida de Judy, Over the Rainbow, que culmina a sequência de abertura, a preto e branco, dirigida por King Vidor. “Em Over the Rainbow há outra existência. A existência do cinema, de que esta casa é espaço e tempo. Cada filme só nos faz passar para lá do arco-íris. Sigamos os passos de Dorothy a caminho da cidade das esmeraldas” (JBC).
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SEX. [09] 15:30
TA’M E GUILASS O Sabor da Cereja de Abbas Kiarostami com Homayun Ershadi, Adbol Hosein, Baghen, Safar Ali Moradi, Mir Hosein Noori
SENSO
Irão, 1997 – 98 min / legendado em português | M/12
Um carro branco atravessa uma paisagem de colinas empoeirada. Guia-o um homem de 50 anos, o senhor Badii, que se decidiu suicidar e anda à procura de alguém disponível para encher de terra o túmulo que ele próprio escavou, ou a levá-lo para casa, se mudar de ideias. A ideia do filme surgiu da leitura de um aforismo de Cioran: “Se não existisse a possibilidade do suicídio, já me teria morto há muito tempo.” É o filme que Kiarostami completou com um epílogo que assume a diferença também na espessura da imagem.
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SEX. [09] 19:00
GLÓRIA DE MANDAR e A DIVINA COMÉDIA, a personagem de Ema, absolutamente central em VALE ABRAÃO, foi a quarta das múltiplas participações de Leonor Silveira em filmes de Oliveira. “Nunca Ema Bovary foi tão intensamente amada. Em sentido etimológico este é o filme da compaixão. Uma sublime compaixão, como creio que, algures, se diz no livro e no filme” (JBC).
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SEG. [12] 21:30
AU HASARD BALTHAZAR…
NOTORIOUS
Peregrinação Exemplar de Robert Bresson
Difamação de Alfred Hitchcock
com Anne Wiazemsky, François Lafarge, Philippe Asselin, Pierre Klossowski
com Cary Grant, Ingrid Bergman, Claude Rains, Louis Calhern, Leopoldine Konstantin
França, Suécia, 1966 – 94 min / legendado em português | M/12
Estados Unidos, 1946 – 99 min / legendado em português | M/12
Para muitos, trata-se da obra-prima absoluta de Hitchcock, uma soberba história de amor com uma intriga de espionagem por pano de fundo. NOTORIOUS é o filme do voluptuoso beijo entre Ingrid e Cary, num movimento de câmara tantas vezes imitado e nunca igualado. É o filme de uma expiação, de uma mulher pelos homens, primeiro o pai, e depois o amante. É também o filme da suspeita, mas esta exterior, dos serviços secretos americanos a propósito da utilização do urânio no argumento do filme. E é ainda o filme em que ao gosto do champanhe se junta o sabor do suspense. “NOTORIOUS é, mais uma vez, o espaço e o tempo da destruição de uma aparência” (JBC).
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TER. [13] 19:00
THE SAGA OF ANATAHAN
SEX. [09] 21:30
de Josef von Sternberg
TER. [13] 15:30
com Akeni Negishi, Takashi Sugonuma
EL de Luis Buñuel com Arturo de Córdova, Delia Garcés, Luís Beristain México, 1951 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Buñuel e Dali provocaram uma revolução com o ensaio surrealista UN CHIEN ANDALOU, um dos filmes vanguardistas mais famosos de sempre (“un appel passioné au meurtre”, segundo os autores). EL é um dos grandes filmes de Buñuel e um dos mais perversos, cheio de símbolos e fetiches que materializam as fixações e a paranoia do protagonista. Buñuel foi buscar um dos grandes símbolos do macho nos melodramas mexicanos, Arturo de Córdova, transformando-o num impotente, paranoicamente ciumento, e contrapondo-o à elegante atriz argentina Delia Garcés. Como sempre em Buñuel, o filme é repleto de humor. Uma obra-prima indiscutível, que Jacques Lacan mostrou durante vários anos aos seus alunos, como ilustração da paranoia. “Invertendo-os todos [‘normais’ e ‘anormais’], Buñuel conduz-nos à negação da negação” (JBC).
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AU HASARD BALTHAZAR é uma fábula construída em torno de um burro que vagueia, ao acaso, de dono em dono. O cinema de Robert Bresson estava, por esta altura, no máximo do seu despojamento, num misto de simplicidade e gravidade formais. As deambulações do burro Balthazar exprimem uma figura capital no universo do cineasta, o acaso. Através dos seus sucessivos donos, é a Humanidade que Bresson encena, num filme de uma beleza sublime. “AU HASARD BALTHAZAR é um filme ímpar, não só na filmografia do autor, como em qualquer obra do cinema sua contemporânea. Busquem-se-lhe todos os sentidos – pode-se sempre encontrar mais um” (JBC).
SEG. [12] 19:00 QUA. [14] 15:30
VALE ABRAÃO de Manoel de Oliveira com Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra, Isabel Ruth Portugal, 1993 – 203 min | M/12
A versão integral de um dos mais célebres filmes de Manoel de Oliveira, inspirado na Madame Bovary de Flaubert, tal como foi recriada por Agustina Bessa-Luís no romance homónimo. VALE ABRAÃO é um filme “sensualista”, dominado pelas cores, os perfumes, as atmosferas, e pela presença majestosa do rio Douro. Seguindo-se a OS CANIBAIS, NON OU VÃ
Japão, 1953 – 92 min / legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
SENSO Sentimento de Luchino Visconti com Alida Valli, Farley Granger, Massimo Girotti, Rina Morelli Itália, 1954 – 123 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Uma das obras-primas máximas de Luchino Visconti, e provavelmente o mais operático entre todos os seus filmes (a famosa cena de abertura tem lugar durante uma récita do Trovador, no La Fenice de Veneza). Durante as lutas políticas na Itália, em meados do XIX, a louca paixão de uma condessa veneziana por um tenente austríaco, paixão que a levará a trair, em vão, a causa do seu país. Na pele da Condessa Livia Serpieri, Alida Valli no seu mais célebre papel. “Mas se alguma vez houve um ‘filme-ópera’ ele chamou-se SENSO” (JBC).
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QUA. [14] 21:30 TER. [20] 15:30
IT’S A WONDERFUL LIFE Do Céu Caiu Uma Estrela de Frank Capra com James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell, Gloria Grahame, Henry Travers, Beulah Bondi Estados Unidos, 1946 – 129 min / legendado eletronicamente em português | M/12 IT’S A WONDERFUL LIFE marcou o regresso de Frank Capra no pós Segunda Guerra. Transformou-se num filme de culto. Pode ser a história de um homem que vê o seu mundo desaparecer de súbito. Pode ser a história de um anjo que busca também, desde há muito, a oportunidade de arranjar um par de asas. Pode ser, enfim, a história do mundo saído do pesadelo da guerra, perdidas as ilusões e também em busca de nova oportunidade. Uma obra-prima. “Para mim, IT’S A WONDERFUL LIFE é paixão antiga desde que o vi no Politeama, tinha eu doze anos. E muitas vezes, ao longo da vida, me tenho lembrado da moral desta fábula (corn ou not corn) e a tenha contado a gente que repete, com James Stewart, que ‘era melhor não ter nascido’” (JBC).
O último filme de Josef von Sternberg, e o único desde os filmes com Marlene Dietrich em que teve total liberdade. Numa pequena ilha esquecida, uma mulher torna-se o objeto de desejo de um grupo de soldados japoneses que ali naufragaram durante a guerra e ali vivem durante anos ignorando que o conflito terminara. “[…] Por mais que se veja, continua a ser um filme críptico em muitos sentidos. Tem-se sempre a sensação que se está muito longe de esgotar a sua complexidade, o ‘envio oculto’ (com a devida vénia) que contém” (JBC).
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com Madeleine Assas, Ghalia Lacroix, Bérangère Allaux
TER. [13] 21:30
QUI. [15] 15:30 TER. [20] 21:30
FOR EVER MOZART Para Sempre Mozart de Jean-Luc Godard França, Suíça, 1996 – 84 min / legendado em português | M/12
DETOUR de Edgar G. Ulmer com Tom Neal, Ann Savage Estados Unidos, 1945 – 67 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos mais míticos filmes negros. DETOUR, realizado com poucos meios e muita imaginação, é a história de um homem que tenta, em vão, fugir à fatalidade que paira sobre ele e que o leva a enredar-se cada vez mais na teia que o há de destruir, como o fio de telefone que estrangula a “mulher fatal”, sem que ele dê por isso. Pouco a pouco, todas as alternativas desaparecem. Uma obra-prima da série B, que parece antecipar um certo cinema dos anos sessenta. “DETOUR é o filme dessa convicção básica, dessa noção visceral da culpa comum aos trágicos gregos (e sabemos que Ulmer amava Eurípides) e ao Antigo Testamento (que dizia ter moral mais forte do que o Novo)” (JBC).
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QUA. [14] 19:00 SEG. [19] 15:30
Godard em Sarajevo, para filmar a guerra e a História, mas também o Amor, a Morte e o Cinema. Todos os temas “godardianos”, portanto, num filme que evoca, em cores, luzes e movimentos de câmara, todos os esplendores de uma arte de que Godard não cessa de encenar o fim. Mas um fim que se pretende glorioso, e por isso FOR EVER MOZART pode ser “uma saturação de signos magníficos banhados na luz da sua ausência de explicação”, como dizem as palavras de Manoel de Oliveira aí citadas.
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SEG. [19] 19:00
RIO BRAVO Rio Bravo de Howard Hawks com John Wayne, Dean Martin, Ricky Nelson, Angie Dickinson, Walter Brennan Estados Unidos, 1959 – 141 min / legendado em espanhol | M/12
Um dos mais famosos westerns de sempre, e a obra-prima de Howard Hawks, que o fez em resposta a HIGH NOON
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
de Zinnemann. Um grupo de homens com uma missão a cumprir é o tema geral dos filmes de aventuras de Hawks, neste caso a de manter a ordem numa pequena cidade, e levar a julgamento um assassino. Mas é também, como todos os filmes do realizador, uma fabulosa variação sobre a “guerra dos sexos”, com um fabuloso duelo verbal entre Wayne e Angie Dickinson. “E como, de cada vez que se vê RIO BRAVO, como de cada vez que se lê a Recherche, há sempre uma sequência – ou um plano – que parece mais central” (JBC).
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QUA. [21] 15:30 SEX. [23] 21:30
U SAMOGO SINEVO MORIA “À Beira do Mar Azul” de Boris Barnet com Elena Kuzmina, Lev Sverdlin, Nicolai Kriuchkov URSS, 1933 – 71 min / legendado em português | M/12
Este filme é, como a generalidade da obra de Barnet, aparentemente “leve”, de um lirismo magistral, filmado do modo mais livre e menos convencional: dois jovens pescadores de um kholkoze apaixonam-se pela mesma rapariga, tornando-se rivais até um desconcertante final. Uma sequência inesquecível: a “ressurreição” da protagonista. Pouco visto à época, fora da URSS, À BEIRA DO MAR AZUL é hoje unanimemente considerado uma das obras máximas do cinema russo, ou do cinema tout court. “E nunca, a não ser em ORDET de Dreyer, o triunfo dos corpos ressuscitados foi tão físico e tão anímico, tão carne e tão espírito” (JBC).
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QUA. [21] 19:00
GONE WITH THE WIND E Tudo o Vento Levou de Victor Fleming com Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Hattie MacDaniel Estados Unidos, 1939 – 223 min / legendado em português | M/12
O monumento de Hollywood a si mesma, cujo verdadeiro autor é o produtor, David O. Selznick, muito mais que os diversos realizadores que se sucederam, entre os quais Cukor e Mamoulian, embora o filme seja assinado por Fleming. Três horas e quarenta minutos a cor (num período em que os filmes a cor eram raríssimos), uma história dividida em duas grandes partes, a guerra e a paz. GONE WITH THE WIND é a saga de uma mulher, rica herdeira de uma plantação no Sul, destruída pela Guerra de Secessão, e a sua paixão por um aventureiro, ambos encarnados à perfeição. Curiosamente, este filme que condensa Hollywood e os seus costumes, tem uma conclusão aberta, com uma das réplicas mais célebres da história do cinema: “Frankly, my dear, I don’t give a damn.”
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QUI. [22] 15:00 ATENÇÃO AO HORÁRIO
ONE FROM THE HEART Do Fundo do Coração de Francis Ford Coppola
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SUSPICION
A MATTER OF LIFE AND DEATH
Suspeita de Alfred Hitchcock
Caso de Vida ou de Morte de Michael Powell, Emeric Pressburger
com Cary Grant, Joan Fontaine, Cedric Hardwicke, Nigel Bruce, Dame May Whitty
com David Niven, Kim Hunter, Raymond Massey, Roger Livesey
Estados Unidos, 1941 – 99 min / legendado em português | M/12
Uma obra-prima do cinema fantástico e uma das mais deslumbrantes experiências com a cor no cinema. Um piloto ferido em combate é sujeito a uma melindrosa operação, e o tempo dela é também o de uma digressão pelo “outro mundo” (a preto e branco, contrastando com a cor do mundo real), onde tem de enfrentar um julgamento. “Acima de tudo, A MATTER OF LIFE AND DEATH é um filme sobre essa aparente contradição: um filme sobre o non-sense, construído com todo o sentido” (JBC).
Obra maior de Hitchcock, SUSPICION é um hábil retrato psicológico da suspeita e do medo, com Cary Grant a dar à sua personagem uma ambiguidade em que se apoia praticamente todo o suspense do filme. E Hitch faz com que os seus mais inesperados gestos e comportamentos transmitam uma sensação de inquietação ao espectador, mesmo que, para este, lhe seja inconcebível ver Grant como (possível) vilão, o que justifica o ambíguo happy-end. “Tudo neste filme fica suspenso. No espaço que vai do desequilíbrio de Joan Fontaine ao equilíbrio de Cary Grant. No medo, na vertigem e na voragem” (JBC).
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SEG. [26] 15:30 QUI. [29] 19:00
Reino Unido, 1946 – 104 min / legendado em português | M/12
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QUA. [28] 15:30
NOSFERATU, EINE SYMPHONIE DES GRAUENS “Nosferatu, o Vampiro” de Friedrich Wilhelm Murnau
ORDET
com Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schroeter, Alexandre Granach
A Palavra de Carl Th. Dreyer
Alemanha, 1922 – 67 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português | M/12
com Henrik Maalberg, Emil Haas, Prebben Lendorf Rye
“Quando chegou ao outro lado da ponte, os fantasmas vieram ao seu encontro.” Este célebre intertítulo de NOSFERATU, aliás apócrifo, abre as portas do cinema fantástico. A primeira e mais célebre adaptação do romance de Bram Stoker, Drácula, é uma das obras-primas máximas da história do cinema. É também um filme de inúmeras exibições na Cinemateca, onde pela primeira vez foi projetado em 1963. “O sangue, o mar, a mulher. Em torno destas três imagens se articula a primeira das múltiplas adaptações para o cinema da célebre novela de Bram Stoker e do celebérrimo Conde Drácula” (JBC).
Dinamarca, 1955 – 125 min / legendado eletronicamente em português | M/12
ORDET é, talvez, a obra cinematográfica que melhor põe em cena a questão da fé, construída inteiramente à volta da interrogação: A palavra (Ordet) pode chegar até Deus e Este responder-lhe? O crente, como Dreyer, diz que sim e ORDET (o filme) é a sua expressão. Sobre este filme, José Régio escreveu que era “uma apologia da fé levada ao extremo limite.” “[…] E, por isso, disse S. Paulo que, maior do que a fé, era o amor. ORDET de Dreyer é o filme desse amor” (JBC).
> segunda passagem em fevereiro > TER. [27] 19:00
THE SUN SHINES BRIGHT O Sol Nasce Para Todos de John Ford com Charles Winninger, Arleen Whelan, John Russell, Stepin Fetchit, Russell Simpson. Estados Unidos, 1953 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Nova versão de JUDGE PRIEST, que Ford dirigira em 1934. Mas a personagem surge agora envelhecida e o olhar de Ford é mais sereno. Em tempo de eleições para um novo mandato como juiz, Priest ousa enfrentar as convenções sociais da sua cidade em casos polémicos como o julgamento e um negro e o enterro de uma prostituta, o que lhe pode custar a vitória. “O filme mais amado por Ford (“It’s my favorite picture – I love it”). Eis um dos seus filmes mais intimistas e comoventes. Eis um filme para fordianos. Impossível gostar de Ford sem gostar deste filme. Impossível gostar deste filme sem gostar de Ford” (JBC).
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QUA. [28] 19:00
AN AFFAIR TO REMEMBER O Grande Amor da Minha Vida de Leo McCarey com Cary Grant, Deborah Kerr, Richard Denning, Neva Patterson, Cathleen Nesbitt Estados Unidos, 1957 – 114 min / legendado em português | M/12
Cary Grant e Deborah Kerr interpretam as personagens que couberam a Charles Boyer e Irene Dunne na primeira versão deste filme, que McCarey dirigiu em 1939, LOVE AFFAIR, e que, como AN AFFAIR TO REMEMBER, se tornou um filme de culto. Trata-se de uma das mais românticas histórias de amor que o cinema nos mostrou e que até hoje não mais deixou de ser citada ou filmada em novas versões. “E tudo anda à roda neste filme de aparências e em que as aparências estão mesmo para iludir. […] AN AFFAIR TO REMEMBER... Mas a memória é tão curta e os ‘affairs’ são tão compridos...” (JBC).
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SEX. [30] 15:30
TER. [27] 21:30 QUI. [29] 15:30
com Frederic Forrest, Teri Garr, Raul Julia, Nastassja Kinski Estados Unidos, 1982 – 100 min / legendado em português | M/12
Com esta feérie romântica, Coppola propôs-se reinventar o musical numa Las Vegas de estúdio e com grandes inovações técnicas. Aqui tentou fazer nascer a sua companhia, a Zoetrope, e aqui se afundou economicamente o realizador, mesmo que o filme tenha ficado como uma das obras mais decisivas dos anos oitenta. ONE FROM THE HEART é também um filme indissociável da melancolia da banda musical de Tom Waits, e do tilintar da moeda caída ao chão que se ouve numa das canções.
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SEX. [23] 15:30 SEG. [26] 21:30
BITTER VICTORY Cruel Vitória de Nicholas Ray com Richard Burton, Curd Jurgens, Ruth Roman, Raymond Péllegrin Estados Unidos, França, 1957 – 102 min / legendado em português | M/12
É uma das obras mais admiradas de Nicholas Ray, apesar de ter sido manipulada pelos produtores, à revelia do realizador. Richard Burton tem um dos melhores papéis da sua carreira na figura de um oficial que salva uma missão prejudicada pela cobardia do superior (Curd Jurgens) obcecado pela relação que o subalterno tivera com a sua mulher, “I always contradict myself”. A juntar a Burton e a Jurgens, o deserto, filmado em scope, ganha o estatuto de protagonista ao acolher a inesquecível e belíssima sequência final. O filme que fez Godard dizer na célebre crítica nos Cahiers: “E o cinema é Nicholas Ray.” “Faz-nos fugir o chão debaixo dos pés. Tem o mais portentoso diálogo da história do cinema e as palavras não dizem nada. Tem aquela música e aquela música é um enigma. Tem os mais belos movimentos de câmara, a mais bela montagem e nada se move, nem nada se articula” (JBC).
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SEX. [23] 19:00
SOMMARLEK
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
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D. W. GRIFFITH NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION
SPELLBOUND A Casa Encantada de Alfred Hitchcock com Gregory Peck, Ingrid Bergman, Leo G. Carroll, John Emery, Michael Chekhov, Rhonda Fleming Estados Unidos, 1945 – 110 min / legendado em português | M/12
SPELLBOUND marca o encontro de Hitchcock com Gregory Peck e Ingrid Bergman. O tema principal é o amor, numa história de dedicação e sacrifício de uma mulher capaz de tudo para defender o seu amado. Ela é uma psicanalista. Ele é um seu paciente, que se fez passar pelo médico que é acusado de ter morto. E à volta disto, uma incursão pelos meandros da psicanálise, com uma sequência de antologia; o sonho de Gregory Peck, encenado por Salvador Dali. “SPELLBOUND é a ‘casa encantada’ em que nunca mais deixei de viver e é o filme em que mais me reencontro com a magia do cinema. Estou convencido que isto não é psicanalisável – ou não é só psicanalisável” (JBC).
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SEX. [30] 19:00
THE BAD AND THE BEAUTIFUL Cativos do Mal de Vincente Minnelli com Kirk Douglas, LANA TURNER, Dick Powell, Gloria Grahame, Barry Sullivan Estados Unidos, 1952 – 118 min / legendado em espanhol | M/12
Um dos mais espantosos retratos que Hollywood fez de si própria. Com SUNSET BOULEVARD, THE BAD AND THE BEAUTIFUL “abre” um novo género, o dos filmes de crítica interna ao sistema, aproveitando a perda de poder dos estúdios. O argumento de Charles Schnee ganhou um dos cinco Óscars do filme, indo outro para Gloria Grahame como melhor atriz secundária. Um realizador, uma atriz e um argumentista evocam as suas vidas com um tirânico produtor de cinema, retrato disfarçado de Irving Thalberg. “Em ilusão viveram, em ilusão relembram, em ilusão estamos. Nada acontece neste filme a não ser o cinema. Só o cinema, nada mais que o cinema. Esse pouco” (JBC).
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SEX. [30] 21:30
PARSIFAL de Hans-Jürgen Syberberg com Armin Jordan, Martin Sperr, Robert Lloyd, Michael Kutter, Karin Krick Alemanha, França, 1982 – 255 min / legendado em francês | M/12
Adaptação integral da última e mais hermética das obras de Wagner, este PARSIFAL designado por Syberberg como um “filme-ensaio” é um ponto maior da fusão das linguagens operática e cinematográfica. A máscara mortuária do compositor preside à recriação da ópera e o papel de Parsifal é confiado a dois atores, com a surpresa de um ser homem e outro mulher, dobrada pela mesma voz (a do tenor Rainer Goldberg). “Este é um filme que também convida ao ‘sommeil de l’extase’. Nos anos oitenta só outro filme atingiu este estatuto transcendental. Foi feito pelo português Manoel de Oliveira e chama-se LE SOULIER DE SATIN. Um e outro reinventaram tudo” (JBC).
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SÁB. [31] 21:30
BROKEN BLOSSOMS
No ano do centenário de THE BIRTH OF A NATION, tumultuosamente estreado em 1915 num dos primeiros grandes acontecimentos cinematográficos de sempre, obra-prima absoluta da história do cinema, a Cinemateca volta a D.W. Griffith. “Aqui”, as grandes retrospetivas da sua obra – lembre-se – foram já duas, em 1980 (“Ciclo David Wark Griffith”), e em 2004 (“David W. Griffith”) e ocasiões para a publicação de catálogos. Em 2015, entre janeiro e março, haverá quatro sessões Griffith por mês, todas as quintas-feiras à noite. As primeiras quatro dão a ver INTOLERANCE, o monumental “filme-resposta” a THE BIRTH OF A NATION, HEARTS OF THE WORLD, BROKEN BLOSSOMS e TRUE HEART SUSIE. Todos eles obras fundamentais da história do cinema, títulos maiores da arte de Griffith, que, como se lê no catálogo de 2004, “como nenhum outro realizador teve a oportunidade e o mérito de, ao mesmo tempo, construir uma obra pessoal e estabelecer o fundamento de uma arte, ou de um modelo (dominante) dessa arte”. “The task I’m trying to achieve above all is to make you see”, dizia Griffith. Mas é da importância do vento a bater nas árvores que sempre nos lembramos quando lembramos Griffith, “the beauty of moving wind in the trees”.
INTOLERANCE
surpreendentemente com um prólogo em que o próprio Griffith explica a sua implicação na causa com a realização deste filme.
Intolerância de D.W. Griffith com Lillian Gish, Mae Marsh, Robert Harron, Howard Gaye, Margery Wilson, Constance Talmadge Estados Unidos, 1916 – 210 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12
com acompanhamento ao piano Filmado como resposta aos que acusavam o reacionarismo do anterior THE BIRTH OF A NATION, INTOLERANCE foi a todos os níveis um desafio para Griffith, ficando para a história do cinema como um dos seus títulos maiores. Partindo da ideia de uma história contemporânea (“The Mother and the Law”, que foi também o título de trabalho do filme), o projeto evoluiu para uma ambiciosa narrativa em quatro andamentos: quatro histórias que decorrem em épocas diferentes (episódio moderno; episódio bíblico; episódio medieval e episódio babilónico), intercalam-se e progridem ao mesmo nível até atingirem o clímax. Para além da complexidade narrativa, das experiências e inovações ao nível das filmagens, os grandiosos cenários marcaram todo o cinema de reconstituição histórica do futuro.
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QUI. [08] 21:30
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QUI. [15] 21:30
BROKEN BLOSSOMS O Lírio Quebrado de D.W. Griffith com Lillian Gish, Richard Barthelmess, Donald Crisp Estados Unidos, 1919 – 95 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12
com acompanhamento ao piano O mais famoso filme de Griffith ao lado de THE BIRTH OF A NATION e INTOLERANCE. Trocando a dimensão épica e espetacular dos primeiros por um lirismo exacerbado, BROKEN BLOSSOMS, à época considerado “a primeira genuína tragédia do cinema” (Photoplay), tem uma rara intensidade emocional, sublinhada por uma atmosfera visual que fez história. Foi a primeira experiência para cinema do fotógrafo Hendrik Sartov, responsável pelos planos de imagens difusas que tornaram célebre a fotografia do filme. Três interpretações inesquecíveis dos protagonistas.
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QUI. [22] 21:30
HEARTS OF THE WORLD Aos Corações do Mundo de D.W. Griffith
TRUE HEART SUSIE
com Lillian Gish, Robert Harron, Jack Cosgrave, Kate Bruce, Adolph Lestina
com Lillian Gish, Robert Harron, Clarine Seymour, Walter Higby, Loyola O’Connor
Estados Unidos, 1918 – 155 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12
Estados Unidos, 1919 – 83 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português | M/12
de D.W. Griffith
com acompanhamento ao piano O filme de Griffith que se seguiu a INTOLERANCE corresponde a uma proposta do Governo Britânico anterior à entrada dos EUA na Guerra. É a primeira produção concebida com intuitos propagandísticos a favor da causa dos Aliados na Primeira Guerra e corresponde ao reconhecimento de Griffith como autor, convidado a visitar as frentes de batalha. As filmagens decorreram em Londres, França e Califórnia (no cenário da Babilónia para INTOLERANCE) onde a maior parte das cenas de guerra foram recriadas. HEARTS OF THE WORLD abre
com acompanhamento ao piano Um dos filmes mais complexos de Griffith, entre o romance pastoril e o melodrama, centrado numa jovem que se apoia na sombra do homem que ama, que, por sua vez, só a reconhece como amiga. Tom Gunning, um dos mais destacados críticos griffithianos, defende que TRUE HEART SUSIE representa, ao lado de BROKEN BLOSSOMS e WAY DOWN EAST, “o máximo da depuração da obra de Griffith, na inefável aproximação ao mistério dos seres humanos.”
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QUI. [29] 21:30
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
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CINE BIOSCOOP
EM COLABORAÇÃO COM O CINEMA BIOSCOOP – FESTIVAL DE CINEMA HOLANDÊS E FLAMENGO Em 2013 a Cinemateca mostrou um conjunto de filmes de um dos mais importantes realizadores holandeses, Bert Haanstra (1916-1997), agrupados num programa com o título “A Voz da Água”. Em 2014 voltamos a Haanstra com novos filmes e apresentamos um trabalho recente de Kees Hin. retrato documental de uma Holanda espelhada pela água, Haanstra inscreve um tom nostálgico e uma forte melancolia. DE STEM VAN HET WATER retrata a complexa relação de um povo com o mar num país parcialmente conquistado à água através de um engenhoso sistema de diques. “Haanstra fá-lo no registo heteróclito que marca tantos dos seus filmes, construídos num frenesim imagético de ideias e motivos, com passagens, raccords e ligações por vezes bastante imaginativas e divertidas” (Luís Miguel Oliveira).
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SEX. [16] 15:30
tado um Urso de Ouro em Berlim, ALLEMAN é um filme com um apurado sentido de ritmo e de enquadramento. Primeira exibição na Cinemateca.
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SEX. [16] 21:30
GOEDEMORGEN TOEKOMST, OUD IN DE DELTA “Bom dia Futuro, Envelhecer no Delta” de Kees Hin Holanda, 2013 – 50 minutos / legendado eletronicamente em português
THE MATCH de Kees Hin, Sandra van Beek
DE MUIDERKRING HERLEEFT
Holanda, 2008 – 68 minutos / legendado eletronicamente em português
“O Muiderkring revive” de Bert Haanstra
duração total da sessão: 118 minutos | M/12 com a presença de Kees Hin
Holanda, 1949 – 11 minutos / legendado eletronicamente em português
EEN PAK SLAAG “Uma Carga de Pancada” de Bert Haanstra com Jeroen Krabbé, Kees Brusse, Eric van Ingen, Paul Steenbergen Holanda, 1979 – 100 minutos / legendado eletronicamente em português
duração total da sessão: 111 minutos | M/12
BERT HAANSTRA
SPIEGEL VAN HOLLAND “Espelho da Holanda” de Bert Haanstra Holanda, 1950 – 9 min / legendado eletronicamente em português
DE STEM VAN HET WATER “A Voz da Água” de Bert Haanstra Holanda, 1966 – 91 minutos / legendado eletronicamente em português
duração total da sessão: 100 minutos | M/12 SPIEGEL VAN HOLLAND foi mostrado pela primeira vez na Cinemateca em 1963 e é o filme com que Haanstra ficou conhecido por ter sido a curta-metragem que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1951. Neste poético
Uma breve história do Muiderslot, um imponente castelo medieval situado nas proximidades de Amesterdão, e de um grupo famoso que aí se reunia no século XVII, conhecido como o Muiderkring. O filme convoca esta tradição em que, a convite do anfitrião, o escritor P.C. Hooft, se juntavam personalidades do mundo das ciências e das artes como Huygens ou Maria Tesselschade. EEN PAK SLAAG é uma ficção baseada no romance de 1963 de Anton Koolhaas. Hein Slotter, o impopular diretor de uma fábrica aceita celebrar o seu 25º aniversário com os seus empregados, o que acaba por agravar o conflito entre este e o seu pai, o fundador da fábrica. Primeiras exibições na Cinemateca.
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A região do Delta tem um grande número de habitantes que já entraram na casa dos cem anos. GOEDEMORGEN TOEKOMST aborda o envelhecimento na região e o modo como as pessoas moldam as suas vidas e se adaptam à questão da idade pois, como diz o texto de apresentação do filme, “ser velho é uma arte em si”. A demência e a solidão são alguns dos principais problemas tratados pelo filme. THE MATCH evoca o caso do homicídio de uma mulher de 80 anos em que 80 homens foram convocados pela polícia para deixar a sua saliva para análises de DNA. Primeiras exibições na Cinemateca.
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SÁB. [17] 21:30
SEX. [16] 19:00
ALLEMAN “O Homem Comum” de Bert Haanstra Holanda, 1968 – 85 minutos / legendado eletronicamente em português | M/12
Um importante documentário sobre o modo como vivem as pessoas nos Países Baixos. Haanstra filmou as fachadas, a atividade dos portos, mas também mergulhou no interior das casas e da vida dos seus conterrâneos. Registou as pessoas nas ruas, nos barcos em movimento (uma das sequências mais admiráveis do filme), nas praias, nos campos,…. Tendo conquis-
DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO Vítor Ribeiro, ou Maçariku, “nome de guerra” pelo qual o próprio fez questão de ser chamado e conhecido, fez de tudo no cinema, no teatro, em organizações políticas e associações culturais. Lutou pela liberdade dentro e fora da cabeça, contra o racismo, o militarismo, a exploração. Trocava artes, coisas e ideias, fazia com e para os outros e colecionava amigos no meio disso. Organizou centenas de encontros e concertos, participou em grandes e pequenos combates, fez de tudo com rebeldia, resistiu até não mais poder. Maçariku cultivou as amizades como quem semeia desobediência, entusiasmo, internacionalismo. Foi também um colecionador compulsivo. Entre tanta coisa deixou também uma coleção de filmes, de posters, cartazes e cartonados, de máquinas do filmar, de projetores de cinema nos mais variados formatos, de lanternas mágicas, etc., etc.. Parte substancial dessa “coleção” foi depositada na Cinemateca. A partir de 2006 foi um dos colaboradores regulares deste casa na legendagem de sessões de cinema. Morreu em agosto passado, e deixou tanta coisa, tanta gente. A Cinemateca, neste mês de janeiro, associa-se à Casa da Achada – Cento Mário Dionísio homenageando e lembrando um amigo, exibindo seis filmes da sua coleção pessoal. STATCHKA
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
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LA BANDERA
À PROPOS D’UNE RIVIÈRE
A Bandeira de Julien Duvivier
de Georges Franju
com Jean Gabin, Pierre Renoir, Robert Le Vigan, Annabella
PORTUGAL’S MEN OF THE SEA
França, 1935 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12
de George Sluizer
Depois de matar um homem em Paris, o protagonista foge para Barcelona e alista-se na Legião Estrangeira, sendo enviado para Marrocos, onde morre heroicamente em combate. À época, um dos trunfos do filme, rodado na zona espanhola de Marrocos, foi o mito da Legião Estrangeira e o das aventuras coloniais. É o primeiro filme dos vários temas que acompanharam Jean Gabin nos seus anos de ouro: o fatalismo, a dureza, a derrota final como forma indireta de vitória.
EUA, 1968 – 25 min / legendado eletronicamente em português
Greve de Sergei M. Eisenstein
duração total da sessão: 50 min | M/12
com I. Kliuvin, Alexandr Antonov, I. Ivanov
Entre 1949, ano em que realizou LE SANG DES BÊTES, a sua primeira curta-metragem a “solo” (e de longe a mais famosa e mais vista) e 1959, em que assinou LA TÊTE CONTRE LES MURS, a sua primeira longa, Franju fez mais de uma dúzia de curtas-metragens documentais que, por várias razões, ficaram na sombra, sendo raramente exibidos. Foi assim com MON CHIEN (1955), exibido na Cinemateca em setembro, no Ciclo dedicado a Henri Langlois, e é assim com este poema sobre a pesca do salmão realizado pelo autor no mesmo ano. Completa a sessão PORTUGAL’S MEN OF THE SEA, um documentário produzido pela National Geographic e realizado por George Sluizer (lembram-se de MORTINHO POR CHEGAR A CASA, com Herman José, e de A JANGADA
URSS, 1924 – 80 min / mudo, intertítulos em russo legendados em inglês | M/12
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SEG. [19] 21:30
MILOU EN MAI Os Malucos de Maio de Louis Malle com Miou-Miou, Michel Piccoli, Michel Duchaussoy, Bruno Carette
França, 1955 – 25 min / legendado eletronicamente em português
DE PEDRA?) sobre a frota portuguesa da pesca ao bacalhau. Primeiras exibições na Cinemateca.
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QUI. [22] 19:00
STATCHKA
A primeira longa-metragem de Eisenstein encena uma greve numa fábrica russa no começo do século XX. Ao realizá-la, Eisenstein tinha atrás de si muita experiência em espetáculos teatrais vanguardistas do grupo Proletkult (“cultura proletária”) e estas experiências marcam o filme, assim como as técnicas do grupo de cineastas da FEKS (“Fábrica do Ator Excêntrico”), de Leninegrado. Em GREVE, Eisenstein põe em prática as suas célebres ideias sobre a “montagem de atrações”, fazendo nascer ideias através da associação de planos e criando metáforas visuais. Um dos grandes clássicos de sempre.
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SEG. [26] 19:00
França, Itália, 1990 – 107 min / legendado eletronicamente em português | M/12
O maio deste filme de Louis Malle é o de 1968. O ambiente é o campo do sul de França. O meio o da burguesia: uma velha senhora morre. A família junta-se para discutir a herança, enquanto, em Paris, a revolução começa.
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TER. [20] 19:00
SOIS BELLE ET TAIS TOI A Bela e os Gangsters de Marc Allégret com Henri Vidal, Milène Demongeot, Jean-Paul Belmondo, Anne Collette, Alain Delon França, 1958 – 110 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Ao fugir pela terceira vez de um reformatório, Virginie vê-se acidental e inocentemente envolvida com um gangue de ladrões de joias. As coisas complicam-se quando se apaixona pelo polícia que os persegue. Com argumento de Roger Vadim, o filme foi pensado para Brigitte Bardot. Por impossibilidade desta, o papel foi confiado a Milène Demongeot, que teve neste filme a sua estreia como protagonista, numa tentativa de a promover a sex symbol. Jean-Paul Belmondo e Alain Delon fazem os seus primeiros papéis relevantes. Primeira exibição na Cinemateca.
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QUA. [21] 21:30 MILOU EN MAI
SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES é o programa britânico humorístico de rádio “Goon Show” (emitido durante a década de cinquenta, com Peter Sellers no “elenco”). Entre as canções do filme, além de Help!, You’re Going to Lose that Girl, You’ve Got to Hide Your Love Away, I Need You. Primeira exibição na Cinemateca.
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SEX. [16] 0:00
YELLOW SUBMARINE Um Submarino Amarelo de George Dunning Reino Unido, 1968 – 90 min / legendado em português | M/12
Nova rubrica regular de programação em 2015, as meias-noites de sexta-feira vão ser hora de projeções de cinema. A abrir, é “Com os Beatles”. Em janeiro, as sextas à meia-noite vão ser de cinema e música, convocando a mais famosa banda rock britânica dos anos sessenta em filmes da era da Beatlemania – A HARD DAY’S NIGHT e HELP!, ambos de Richard Lester – e dos anos que para John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr foram de estúdio e separação – YELLOW SUBMARINE, de animação trip, realizado por George Dunning, e LET IT BE, de Michael Lindsay-Hogg, uma crónica de desagregação.
Nos anos sessenta, muitos viveram num submarino amarelo… Neste célebre filme de animação, os Beatles fazem uma viagem de submarino rumo a Pepperland, para trazer a alegria de volta àquelas terras. Assumem a falsa identidade de The Sargeant Pepper’s Club Band. Uma viagem que é mesmo uma “viagem”, uma autêntica trip, num mundo visual ultratípico dos anos sessenta. Entre as canções do filme: Yellow Submarine, All You Need is Love, When I’m Sixty-Four, Lucy in the Sky with Diamonds.
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SEX. [23] 0:00
LET IT BE Improviso de Michael Lindsay-Hogg
A HARD DAY’S NIGHT
HELP!
com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr
Os Quatro Cabeleiras do Após Calypso de Richard Lester
Socorro! de Richard Lester
Reino Unido, 1970 – 80 min / legendado eletronicamente em português | M/6
com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr
com John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Leo McKern, Eleanor Bron,Victor Spinetti
Reino Unido, 1964 – 87 min / legendado eletronicamente em português | M/6
O primeiro (e melhor) filme dos Beatles, consegue a proeza de ser ao mesmo tempo um veículo para explorar (e aumentar) a popularidade dos “fab four” e uma obra imbuída do espírito do tempo, em particular da influência do “free cinema”. Documentário simulado de um dia da vida dos Beatles, o filme de Lester propõe um “jogo” que se aguenta, com coerência, do princípio ao fim. Entre as canções do filme, Tell Me Why, I Wanna Be Your Man, She Loves You.
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SEX. [09] 0:00
Reino Unido, 1965 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Foi o segundo filme de Richard Lester com os Beatles, que editaram o famoso álbum com o mesmo título (deles, o quinto), e fizeram saber que foi rodado sob “a haze of marijuana”. A canção – Help! – foi escrita por Lennon que mais tarde a emparelhou com Strawberry Fields Forever como as mais “honestas e genuínas canções Beatles” que escreveu. Também foram os Beatles que disseram que o filme de Lester fora inspirado nos Irmãos Marx (DUCK SOUP). Outra das referências
A ideia original era apenas fazer um filmezinho que mostrasse os Beatles a preparar um disco, entre ensaios e gravações. Mas as circunstâncias fizeram de LET IT BE muito mais do que isso: a crónica da desagregação de um grupo que se separaria ainda antes de o filme ser estreado. A energia destrutiva, as tensões entre os membros da banda, ferem LET IT BE de uma ponta a outra. Para além disso, o filme inclui a célebre cena do improvisado “concerto no telhado”, para espanto dos transeuntes (e indignação de alguns), momento clássico na história da música pop/rock. Entre as canções do filme, Don’t Let Me Down, I’ve Got a Feeling, I Me Mine.
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SEX. [30] 0:00
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
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DOUBLE BILL À letra seria “Sessão Dupla”, mas a designação desta também nova rubrica regular de programação para 2015, todos os sábados a partir das 15h30, é mesmo no original: “Double Bill”, uma sessão para dois filmes concebida com uma lógica única (e de bilhete único). A “tradição” vem dos anos trinta americanos da Grande Depressão e foi uma prática até mais ou menos aos sessenta. O exercício, aqui e agora, é o de trazer para dentro deste “modelo”, a lógica última da programação de cinema, estabelecer pontes entre filmes, pô-los em diálogo, propor rimas, uma montagem, mais ou menos declarados. Os primeiros double bill de 2015 juntam Carpenter e Pollet (THE THING e LE HORLA), Wiseman e Moullet (WELFARE e LA COMÉDIE AU TRAVAIL), Godard e Kramer (LE PETIT SOLDAT e THE EDGE), Tourneur e Lynch (STARS IN MY CROWN e BLUE VELVET).
LE HORLA
THE THING
WELFARE
LE PETIT SOLDAT
Veio do Outro Mundo de John Carpenter
de Frederick Wiseman
O Soldado das Sombras de Jean-Luc Godard
com Kurt Russell, A. Wilford Brimley, Richard Dysart, Richard Masur, Donald Moffat
LA COMÉDIE DU TRAVAIL
Estados Unidos, 1975 – 167 min / legendado eletronicamente em português
com Michel Subor, Anna Karina, Henri-Jacques Huet França, 1960 – 79 min / legendado em português
LE HORLA
de Luc Moullet com Roland Blanche, Sabine Haudepin, Henri Deus, Antonietta Pizzorno
de Jean-Daniel Pollet
França, 1987 – 88 min / legendado eletronicamente em português
com Jack Rader, Tom Griffin, Howard Loeb Babeuf, Robert Kramer
com Laurent Terzieff
duração total da sessão dupla: 255 min | M/12
Estados Unidos, 1967 – 102 min / legendado eletronicamente em português
Estados Unidos, 1982 – 108 min / legendado eletronicamente em português
França, 1966 – 38 min / legendado eletronicamente em português
duração total da sessão dupla: 146 min | M/12 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
O primeiro double bill de 2015 junta Carpenter e Pollet. Nova versão do filme de Hawks-Nyby, THE THING FROM ANOTHER WORLD, para o qual John Carpenter trouxe a panóplia da tecnologia moderna para os sofisticados efeitos especiais, o “nec plus ultra” do género até então. A versão de Carpenter é mais fiel à história original Who Goes There de John W. Campbell, sobre o combate de um grupo de cientistas contra um extraterrestre mutante numa estação polar. LE HORLA transpõe livremente uma novela fantástica de Maupassant (primeiro publicada como Lettre d’un Fou e depois Le Horla, em 1885/86), em que um jovem, belo e vulnerável homem, única personagem do filme, é visitado pela loucura numa solitária casa à beira mar. Dois filmes sobre “a coisa”, a coisa inimaginável, isto é, sem imagem possível de fixar.
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SÁB. [10] 15:30
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
WELFARE revela a natureza e a complexidade do sistema social norte-americano através de um conjunto de sequências que ilustram a diversidade de problemas que dele fazem parte: desemprego, divórcio, questões médicas e de alojamento, abandono infantil, apoio aos idosos, etc. Wiseman traça o retrato de um centro de assistência social, mostrando como os trabalhadores do sistema e os seus utentes enfrentam uma luta diária para se enquadrar nas leis governamentais que os regem. Um olhar acutilante sobre uma instituição americana, que é um dos mais importantes filmes de Wiseman deste período. Fazendo jus ao seu título, LA COMÉDIE DU TRAVAIL é uma comédia sobre o absurdo da situação do trabalho na Europa de fins do século XX, girando à volta das intrincadas relações entre o desemprego e o sistema de subsídios para o desemprego. Uma funcionária da Agência Nacional para o Emprego apaixona-se por um desempregado profissional, um homem que consegue desenrascar-se para viver eternamente do magro subsídio de desemprego. A mulher quer que o homem consiga um trabalho, custe o que custar.
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THE EDGE de Robert Kramer
duração total da sessão dupla: 181 min | M/12 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
Um desertor francês alista-se num grupo de extrema-direita suíço, do qual mais tarde tenta fugir por amor de uma mulher. Esta é a sinopse de LE PETIT SOLDAT, um dos mais polémicos filmes de Godard, acusado à época de “fascismo” por parte da esquerda oficial e proibido em França durante três anos, devido às muitas alusões à Guerra da Argélia, então no auge (nomeadamente uma longa e célebre cena de tortura). Sempre que Anna Karina (no seu primeiro encontro com Godard) entra em cena rouba toda a luz à sua volta. THE EDGE foi o filme que projetou o nome de Robert Kramer (trata-se da sua segunda longa-metragem), e é uma ficção sobre as lutas políticas dos anos sessenta, muito precisamente as lutas políticas americanas, sobretudo o combate à Guerra do Vietname. O filme situa-se num grupo de intelectuais e militantes políticos de Nova Iorque. Um deles quer assassinar o presidente dos Estados Unidos, mas o grupo opõe-se a esta ideia.
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SÁB. [17] 15:30
SÁB. [24] 15:30
STARS IN MY CROWN de Jacques Tourneur com Joel McCrea, Ellen Drew, Dean Stockwell, Juano Hernandez, Dean Stockwell Estados Unidos, 1950 – 89 min / legendado em português
BLUE VELVET Veludo Azul de David Lynch com Kyle MacLachlan, Isabella Rossellini, Dennis Hopper, Laura Dern, Dean Stockwell Estados Unidos, 1986 – 120 min / legendado em português
duração total da sessão dupla: 209 min | M/16 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
LE PETIT SOLDAT
STARS IN MY CROWN é, talvez, o mais belo e perfeito exemplo daquilo a que se chama “Americana” (evocação nostálgica do passado dos EUA) no cinema. É também o mais pessoal dos filmes de Jacques Tourneur, que, para o dirigir, aceitou um salário simbólico. Praticamente sem história, STARS IN MY CROWN é uma coleção de vinhetas da vida numa pequena cidade no interior dos EUA no século XIX, que retrata sentimentos e emoções e tem como ponto de partida a vida de uma criança com o seu pai, pregador, na vila que os adotou, onde o tranquilo deslizar do tempo é por vezes quebrado pelo drama (a tentativa de linchamento pelo KKK). Sob a atmosfera idílica de uma comunidade rural esconde-se o crime, o vício e a paranoia, num filme que subverte os estereótipos do “filme negro”, BLUE VELVET. David Lynch leva-nos numa viagem iniciática por um mundo sinistro, a partir da estranha descoberta de uma orelha humana num jardim. Viagem através da luz, viagem através da sombra, num filme pleno de cenas memoráveis. BLUE VELVET ou o outro lado do espelho da Americana, com o mesmo protagonista de Tourneur, Dean Stockwell.
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SÁB. [31] 15:30
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala M. Félix Ribeiro
[10]
OUTRAS SESSÕES DE JANEIRO Sob esta designação genérica, reúnem-se, em janeiro, duas segundas passagens de dois dos Ophuls programados nas “Histórias do Cinema: Laura Mulvey / Max Ophuls” em cópias que nos chegam de fora (MADAME DE… e LA SIGNORA DI TUTTI), e três sessões “In Memoriam” para lembrar o trabalho de Mike Nichols (1921-2014) (WORKING GIRL e BILOXI BLUES) e Abel Escoto (1919-2014), fundamental diretor de fotografia português (SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN de César Monteiro e O MIÚDO DA BICA de Constantino Esteves).
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, RODAGEM
IN MEMORIAM ABEL ESCOTO
MADAME DE… Madame De… de Max Ophuls
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
com Danielle Darrieux, Charles Boyer, Vittorio de Sica
de João César Monteiro Portugal, 1969 – 17 min
França, 1953 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Esta obra-prima de Ophuls forma como que uma trilogia com dois outros filmes do realizador sobre amores femininos fracassados, LIEBELEI e LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN, dos quais são retomadas algumas situações idênticas. Baseado num romance de Louise de Vilmorin e situado em fins do século XIX, o filme conta a história de um triângulo amoroso e de um par de brincos oferecidos pelo marido à mulher, que os vende e, mais tarde, os recebe como prenda do amante, que de nada sabia. Programado em “Histórias do Cinema: Mulvey / Ophuls” a 6, às 18h (ver entrada respetiva), o filme é apresentado em segunda passagem.
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SÁB. [10] 21:30
LA SIGNORA DI TUTTI de Max Ophuls com Isa Miranda, Nelly Corradi, Memo Bernassi Itália, 1934 – 85 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Depois da chegada ao poder dos nazis, Max Ophuls deixou a Alemanha e, antes de partir para Hollywood, errou por diversos países europeus, realizando filmes em França, Holanda e Itália. Foi neste último país que realizou LA SIGNORA DI TUTTI, uma das suas obras maiores, situada no mundo do cinema. Depois da tentativa de suicídio de uma famosa estrela, a história é contada em flashbacks e mostra-nos a mulher como pasto da curiosidade pública. Todo o esplendor visual do cinema de Ophuls e a maior interpretação de toda a carreira de Isa Miranda. Programado em “Histórias do Cinema: Mulvey / Ophuls” a 8, às 18h (ver entrada respetiva), o filme é apresentado em segunda passagem.
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TER. [12] 15:30
O MIÚDO DA BICA de Constantino Esteves com Fernando Farinha, Leónia Mendes, Rudolfo Neves, Cunha Marques, Júlia Buísel Portugal, 1963 – 84 min
duração total da sessão: 101 min | M/12 A primeira curta-metragem de João César Monteiro, logo reveladora do fôlego e da originalidade do realizador: SOPHIA…, muito marítimo e muito mediterrânico, supunha ele que fosse antes de mais “a prova, para quem a quiser entender, que a poesia não é filmável e não adianta persegui-la”. O MIÚDO DA BICA é inspirado na história verídica de Fernando Farinha – cuja biografia não reconstitui exatamente –, retratando o percurso de um jovem fadista a quem o sucesso dá algumas voltas à cabeça. É também o retrato de uma Lisboa “típica”, contemporânea mas muito distante da Lisboa de OS VERDES ANOS de Paulo Rocha. A sessão reúne dois dos trabalhos de Abel Escoto (1919-2014), um dos mais importantes diretores de fotografia portugueses, cuja prolífera carreira se iniciou na década de quarenta, como técnico de som e operador de imagem.
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QUI. [15] 19:00
IN MEMORIAM MIKE NICHOLS WORKING GIRL Uma Mulher de Sucesso de Mike Nichols
WORKING GIRL é um badalado filme de Mike Nichols (19212014), argumentista e realizador nascido na Alemanha e radicado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra, onde começou a carreira como ator e encenador. Se se estreou na realização com uma adaptação para televisão de Quem Tem Medo de Virginia Woof? (1966), foi THE GRADUATE / A PRIMEIRA NOITE (1967, com Dustin Hoffman e Anne Bancroft) a garantir-lhe um lugar especial. WORKING GIRL é dos anos oitenta, uma “comédia romântica”, filmada em Nova Iorque, em parte no World Trade Center. O elenco conta com grandes e inspirados atores, entre eles Melanie Griffith, a “working girl”, em estado de graça. Primeira exibição na Cinemateca
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SÁB. [24] 21:30
IN MEMORIAM MIKE NICHOLS BILOXI BLUES Os Rapazes de Biloxi de Mike Nichols com Matthew Broderick, Christopher Walken, Matt Mulhern, Corey Parker Estados Unidos, 1988 – 113 min / legendado eletronicamente em português | M/12
É uma comédia, escrita por Neil Simon a partir de uma peça sua de 1985, semiautobiográfica: o jovem Eugene Jerome (Matthew Broderick) é recrutado para um campo no Mississippi durante a Segunda Guerra, determinado a sobreviver às agruras da vida no exército. A história, de tempos de guerra, é também uma história de fim de adolescência e passagem à idade adulta. Primeira exibição na Cinemateca, em memória de Mike Nichols.
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TER. [27] 15:30
com Harrison Ford, Sigourney Weaver, Melanie Griffith, Alec Baldwin, John Cusack Estados Unidos, 1988 – 113 min / legendado em português | M/12
ANTE-ESTREIAS
CRIME de Rui Filipe Torres com João D’Ávila, Ruben Garcia, Maria Albuquerque Portugal, 2014 – 90 min | M/18
com a presença de Rui Filipe Torres Com realização e argumento de Rui Filipe Torres, CRIME parte da peça de teatro Crime em Nova Iorque de João D’Ávila por sua vez baseado num drama real. A sinopse apresenta-o assim: “O assassínio num quarto de hotel de um corista social, pelo acompanhante, um jovem modelo. Mas distancia-se deste facto, para construir uma ficção/ritual em que a pulsão sexual, as construções sociais das identidades sexuais e a pulsão da morte são trabalhadas como factos sociais na cultura ocidental”.
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QUA. [7] 21:30
THE BALDLANDS A Terra dos Carecas de Bernie Rao com Murray Davidson, Steven Mcnamara, Alasdair Johnston, Chris Jacobs Portugal, Nova Zelândia, 2014 – 90 min / legendado em português | M/12
com a presença de Bernie Rao
THE BALDLANDS
Como rubrica regular, as sessões de “Ante-estreias” prosseguem em 2015, especialmente atentas a produções portuguesas. Em janeiro, duas sessões para dois filmes de longa-metragem, de Rui Filipe Torres (CRIME) e Bernie Rao (THE BALDLANDS).
THE BALDLANDS apresenta-se como um filme independente, “um misto de comédia negra, sátira social e drama distópico”. Num futuro próximo, na Nova Zelândia, a calvície passa a ser considerado um crime grave. O filme segue vários personagens, que têm uma coisa em comum as suas vidas estão a ser diretamente afetadas pela suposta existência de uma Terra dos Carecas, onde, segundo o rumor, os carecas podem viver em liberdade.
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QUA. [28] 21:30
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
[11]
SALA LUÍS DE PINA
HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN Carta duma Desconhecida de Max Ophuls com Joan Fontaine, Louis Jourdan, Mady Christians, Art Smith Estados Unidos, 1948 – 90 min / legendado em português | M/12
sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey Um dos filmes mais belos e mais amados de Ophuls, baseado num conto de Stefan Zweig. A história do amor que uma mulher sentiu durante toda a vida por um homem, que só se dá conta disto na véspera de morrer. Situado, como LIEBELEI, na Viena do Imperador Francisco José, este talvez seja o filme em que a mise-en-scène de Ophuls mais atinge a perfeição, com um equilíbrio absoluto entre a elegância formal e a emoção. Excecional desempenho de Joan Fontaine.
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QUA. [7] 18:00
MADAME DE… Madame De… de Max Ophuls com Danielle Darrieux, Charles Boyer, Vittorio de Sica França, 1953 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12
sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey
LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN
Concebida em setembro de 2011 como rubrica regular de programação assente na ideia de um binómio, “Histórias do Cinema” é uma proposta para cinco tardes e em torno de cinco filmes (ou em cinco sessões, com número variável de obras projetadas): dum lado, um investigador de cinema – historiador, crítico, ensaísta, podendo também tratar-se de realizador ou técnico, por exemplo; de outro, um autor ou um tema histórico abordado pelo primeiro. O investigador discorre e conversa sobre o tema numa sequência de encontros que são antes de mais pensados como experiência cumulativa. Assim decorreram, entre 2011 e dezembro de 2012, as “Histórias do Cinema” “Eisenschitz / Chaplin”, “Berriatúa / Murnau”, “Marías / Buñuel”, “Seixas Santos / Straub-Huillet”, “Douchet / Renoir”, “Pontes Leça / Minnelli”, “Bitomsky / Ford”, “João Mário Grilo: Cinegeografias”, “Perpignani / Montagem”, “Gartenberg / Sonbert”. Esta rubrica é agora retomada com periodicidade mensal. A primeira edição de 2015 traz Laura Mulvey à Cinemateca para mostrar e apresentar cinco filmes de Max Ophuls, a sua escolha. Historiadora, ensaísta e realizadora, Laura Mulvey é atualmente professora no Birbeck College da Universidade de Londres. Tendo começado como crítica, por exemplo no Spare Rib e Seven Days, trabalhou durante muitos anos no British Film Institute. É autora de livros como Citizen Kane (1993), Fetichism and Curiosity (1996), Videodreams: Between the Cinematic and the Theatrical (2004), Death 24x a Second: Stillness and the Moving Image (2006), Visual and Other Pleasures (Language, Discourse, Society) (2007). Escrito em 1973 e publicado em 1975 na revista Screen, sob a influência das teorias de Freud e Lacan, “Visual Pleasure and Narrative Cinema” foi o ensaio que a tornou conhecida como teórica do cinema firmando o feminismo como campo de estudos na teoria do cinema. Como realizadora, entre 1974 e 1982, Laura Mulvey coassinou com Peter Wollen AMAZONS, RIDDLES OF THE SPHINX, AMY!, CRYSTAL GAZING, FRIDA KAHLO AND TINA MODOTTI e THE BAD SISTER. Em 1991, realizou DISGRACED MONUMENTS olhando os monumentos da União Soviética depois da queda do comunismo. Mulvey marcou a teoria cinematográfica europeia nas últimas quatro décadas e tornou-se um dos nomes centrais de uma teoria feminista do cinema que ela própria não cessa de reavaliar e repensar. Abordou a representação feminina e o melodrama, assim com as mutações tecnológicas no cinema e na televisão, e centrou-se em obras como as de Douglas Sirk ou, precisamente, Max Ophuls.
LIEBELEI
LA SIGNORA DI TUTTI
“Namorico” de Max Ophuls
de Max Ophuls
com Magda Schneider, Wolfgang Liebeneiner, Louise Ullirch, Willi Eichberger
Itália, 1934 – 85 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Alemanha, 1932 – 87 min / legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey Último filme realizado por Ophuls na Alemanha antes do nazismo e uma das suas obras-primas absolutas. Adaptada de uma peça homónima de Schnitzler, esta dilacerante história de amores contrariados pelo destino é situada nos finais do século XIX, na Viena do imperador Francisco José. Tratando-se de Viena, as alusões à música são muitas. A ação começa durante uma récita de O Rapto do Serralho, a protagonista é cantora e o “tema do destino” da Quinta Sinfonia de Beethoven acompanha o trágico desenlace. Toda a arte de um dos maiores realizadores de sempre está neste filme.
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SEG. [05] 18:00
com Isa Miranda, Nelly Corradi, Memo Bernassi sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey Depois da chegada ao poder dos nazis, Max Ophuls deixou a Alemanha e, antes de partir para Hollywood, errou por diversos países europeus, realizando filmes em França, Holanda e Itália. Foi neste último país que realizou LA SIGNORA DI TUTTI, uma das suas obras maiores, situada no mundo do cinema. Depois da tentativa de suicídio de uma famosa estrela, a história é contada em flashbacks e mostra-nos a mulher como pasto da curiosidade pública. Todo o esplendor visual do cinema de Ophuls e a maior interpretação de toda a carreira de Isa Miranda. O filme tem uma segunda projeção a 12, às 15h30 (ver entrada em “Outras Sessões de Janeiro”).
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TER. [6] 18:00
Esta obra-prima de Ophuls forma como que uma trilogia com dois outros filmes do realizador sobre amores femininos fracassados, LIEBELEI e LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN, dos quais são retomadas algumas situações idênticas. Baseado num romance de Louise de Vilmorin e situado em fins do século XIX, o filme conta a história de um triângulo amoroso e de um par de brincos oferecidos pelo marido à mulher, que os vende e, mais tarde, os recebe como prenda do amante, que de nada sabia. O filme tem uma segunda projeção a 10, às 21h30 (ver entrada em “Outras Sessões de Janeiro”).
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QUI. [8] 18:00
LOLA MONTES Lola Montes de Max Ophuls com Martine Carol, Peter Ustinov, Anton Walbrook, Oskar Werner França, Alemanha, 1955 – 115 min / versão alemã, legendada em português | M/12
sessão apresentada e comentada por Laura Mulvey O último filme de Ophuls foi massacrado à época pela distribuição, que alterou a sua estrutura em flashbacks, e só foi visto na montagem original muito mais tarde. História de uma cantora e cortesã, que termina a sua vida transformada em objeto, apresentando-se num circo, onde a sua própria vida é contada e encenada. Uma obra-prima. Vamos vê-la na versão mais completa que se conhece, falada em alemão.
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SEX. [9] 18:00
INFORMAÇÃO SOBRE AS SESSÕES E VENDA ANTECIPADA DE BILHETES
As intervenções de Laura Mulvey serão feitas em inglês, sem tradução simultânea. Para esta rubrica, a Cinemateca propõe um regime de venda de bilhetes específico, fazendo um preço especial e dando prioridade a quem deseje seguir o conjunto das sessões. Assim, quem deseje seguir todas as sessões (venda exclusiva para a totalidade das sessões, máximo de duas coleções por pessoa) poderá comprar antecipadamente a sua entrada pelo preço global de € 22 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 12 – Amigos da Cinemateca, Estudantes Cinema, Desempregados: € 10) entre 22 e 30 de dezembro. Os lugares que não tenham sido vendidos serão depois disponibilizados através do normal sistema de venda no próprio dia de cada sessão, no horário de bilheteira habitual e de acordo com o preço específico destas sessões, € 5 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 3 – Amigos da Cinemateca, Estudantes Cinema, Desempregados: € 2,60).
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala Luís de Pina
[12]
REALIZADOR CONVIDADO PEDRO COSTA É outra das novidades na programação da Cinemateca em 2015. Mensalmente, o convite é feito a um realizador para escolher e apresentar uma série de filmes seus e de outros. O primeiro é Pedro Costa, que ao longo de três semanas, entre 12 e 30 de janeiro, concebeu e apresenta um programa que inclui filmes seus em articulação com outras obras, várias delas de oportunidade de exibição rara. O programa contará com as presenças de José Neves, João Queiroz, Paulo Nozolino, Rui Chafes, Leonardo Simões e Olivier Blanc, que acompanharão algumas das sessões em diálogo com Pedro Costa.
Os títulos e horários deste programa serão detalhadamente divulgados em breve.
FOTOGRAFIA DE HENRIQUE CALVET
NO QUARTO DA VANDA, FOTOGRAFIA DE RICHARD DUMAS
FOTOGRAFIA DE RICHARD DUMAS
PEDRO COSTA E VITALINA VARELA, RODAGEM DE CAVALO DINHEIRO FOTOGRAFIA DE MARTA MATEUS
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala Luís de Pina
[13]
INTERVALO PARA O CONHECIMENTO Retomam-se as conferências “Intervalo para o conhecimento” realizadas na Cinemateca, este mês com Luís Mendonça.
OS CINEASTAS AMADORES DO PÓS-GUERRA: A FOTOGRAFIA DE RUA COMO SINOPSE DA MODERNIDADE CINEMATOGRÁFICA Conferência por Luís Mendonça Na transição da fotografia e da escrita para o cinema, um grupo de nova-iorquinos operou uma revolução silenciosa no coração da linguagem do cinema. Entre um cinema ainda feito sob o signo da Hollywood clássica, o impacto do neorealismo italiano e as vanguardas emergentes (Nouvelle Vague, New American Cinema e cinema directo), outsiders como Morris Engel, Ruth Orkin, Helen Levitt e James Agee encontraram nas ruas as coordenadas de um cinema livre que pensa em fotografias. É a partir deste “lugar sinóptico” que se propõe a modernidade cinematográfica como (est)ética fotográfica. A conferência será ilustrada com a apresentação de excertos de filmes
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QUA. [14] 18:30
LITTLE FUGITIVE (1953) DE RAY ASHLEY,MORRIS ENGEL E RUTH ORKIN
FOCO NO ARQUIVO Retomando a rubrica regular de programação “Foco no Arquivo”, janeiro propõe duas sessões respetivamente organizadas em colaboração com o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, e com a equipa de investigação do projeto WORKS, que está a ser desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia com outros parceiros e o financiamento da FCT. No primeiro caso, dedicando a sessão ao mote “Coleção Colonial da Cinemateca: campo, contracampo, fora de campo”, a Cinemateca propõe a criação de uma plataforma de investigação continuada sobre a sua coleção colonial. No segundo, cujo alinhamento se intitula “O Trabalho no Ecrã”, trata-se de uma primeira sessão dedicada à investigação em curso em filmes da coleção da Cinemateca, a prosseguir mensalmente ao longo de 2015.
de Sarah Maldoror
fixa o desconhecimento da cultura africana e a brutalidade da polícia portuguesa. UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUE mostra como o Estado Novo se quis impor, através da promoção turística das colónias, como “paraíso perdido”. Após a projeção, Maria do Carmo Piçarra, Sofia Sampaio e Paulo Cunha abordarão a política colonial do Estado Novo tal como imaginada no cinema de propaganda, as reações a essa política em filmes de resistência, e, finalmente, o que ficou “fora de campo”. Joana Pimentel fará uma breve apresentação da coleção colonial entendida em sentido lato. Os primeiros dois títulos são apresentados em cópias vídeo. Primeiras exibições na Cinemateca.
com Mohamed Zinet
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COLEÇÃO COLONIAL DA CINEMATECA: CAMPO, CONTRACAMPO, FORA DE CAMPO
STREETS OF EARLY SORROW Caminhos para a Angústia de Graham Parker, Faria de Almeida com Lionel Ngokani, Olivia Farjeon Reino Unido, 1963 – 8 min / sem diálogos
MONANGAMBÉE
QUA. [21] 18:30
Argélia, 1968 – 15 min / falado em francês, sem legendas
UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUE de Faria de Almeida Portugal, 1972 – 11 min
LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUI
O TRABALHO NO ECRÃ
A VISITA OFICIAL AO BARREIRO de autor não identificado Portugal, 1933 – 8 min / mudo
CRIANDO FONTES DE TRABALHO
de Jean Leduc
de João Mendes
Portugal, 1971 – 50 min / falado em francês, sem legendas
Portugal, 1961 – 24 min
duração total da sessão: 84 min | M/12
A OLIVEIRA E A PIRITE
sessão apresentada por Maria do Carmo Piçarra (CECS), Sofia Sampaio (CRIA), Paulo Cunha (CEIS XX), Joana Pimentel (CP-MC) Organizada em colaboração com o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, esta sessão marca o lançamento de um debate público em que a Cinemateca propõe a criação de uma plataforma de investigação continuada sobre a sua coleção colonial. Ao campo cinematográfico de afirmação propagandista do Lusotropicalismo, em obras como LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUI, opõe-se aqui o contracampo de filmes de resistência como CAMINHOS PARA A ANGÚSTIA, que aborda o Massacre de Sharpeville, e MONANGAMBÉE, que
de Jean Leduc Portugal, 1965 – 19 min
VISITA À FÁBRICA: A QUIMIGAL-DPEQ EM 1989 de Orlando Santos, António Ferreira Portugal, 1989 – 16 min
duração total da sessão: 67 min | M/12 sessão apresentada pela equipa de investigação responsável pelo Projeto WORKS Ao longo de 2015, a Cinemateca apresentará mensalmente uma sessão dedicada à investigação que, no âmbito do projeto WORKS, tem incidido sobre a imagem do trabalho no cinema. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e
identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui já o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca – incluindo longas-metragens de fição, documentários, filmes de encomenda e filmes e utilitários – com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX. O projeto, financiado pela FCT, está a ser desenvolvido no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com o Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) e o Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (CECL-UNL), e é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora, CIES-IUL), Frédéric Vidal (CRIA), Emília Margarida Marques (CRIA), Jacques Lemière (Université de Lille 1), João Sousa Cardoso (CECL-UNL) e João Rosas (CIESIUL). Num momento em que a ideia de trabalho sofre alterações rápidas e profundas, nomeadamente ao nível do valor que lhe é atribuído, simbólica e monetariamente, esta rubrica de programação propõe-se suscitar uma reflexão sobre as várias formas de filmar o trabalho – quem filma, o que é filmado e o que é dito sobre quem trabalha – pondo em diálogo filmes de autor e filmes utilitários. Neste programa inicial são dados a ver alguns filmes e documentos históricos sobre a cidade do Barreiro e a CUF, e ainda imagens mais recentes em que é registada uma visita à fábrica por parte de trabalhadores daquela empresa. Exceto CRIANDO FONTES DE TRABALHO, os filmes a apresentar são primeiras exibições na Cinemateca.
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QUA. [28] 18:30
EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS A INDÚSTRIA DO DESEJO: RETRATOS, PUBLICIDADE E MARKETING DA “ÉPOCA DOURADA” DE HOLLYWOOD Espaço 39 Degraus | 1 de setembro – 30 de janeiro de 2015 Exposição de provas fotográficas de época representativas das campanhas publicitárias dos estúdios de Hollywood nos anos 30-50.
Janeiro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Sala Luís de Pina
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CALENDÁRIO | JANEIRO 2015
3 S Á B A DO 15:00 | SF
CINEMATECA JÚNIOR
9 SEXTA- FEIRA 15:30 | MFR
THE ARISTOCATS Wolfgang Reitherman
5 S E GUN DA- F E I RA 18:00 | LP
21:30 | MFR
6 T E R Ç A- F E I RA 15:30 | MFR
18:00 | LP
HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS
19:00 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
19:00 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NOTORIOUS Alfred Hitchcock 00:00 | MFR
21:30 | MFR
15 QU I NTA- FEI R A 15:30 | MFR
19:00 | MFR
1 0 SÁ BA D O 15:00 | SF
19:00 | MFR
21:30 | MFR
MOONFLEET Fritz Lang 15:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SANSHO DAYU “O Intendente Sansho” Kenji Mizoguchi
DOUBLE BILL
THE THING John Carpenter LE HORLA Jean-Daniel Pollet 21:30 | MFR
16 S EXTA- FEI R A 15:30 | MFR
OUTRAS SESSÕES
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
MADAME DE… Max Ophuls
THE RIVER Jean Renoir 18:00 | LP
8 Q U IN TA- FEI RA 15:30 | MFR
21:30 | MFR
HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS
D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION
INTOLERANCE D.W. Griffith
21:30 | MFR
CINE BIOSCOOP
ALLEMAN “O Homem Comum” Bert Haanstra
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA 00:00 | MFR
SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES
HELP! Richard Lester
1 3 TERÇA- FEIRA 15:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NOTORIOUS Alfred Hitchcock 19:00 | MFR
AU HASARD BALTHAZAR… Robert Bresson 21:30 | MFR
17 S ÁB AD O 15:00 | SF
15:30 | MFR
THE SAGA OF ANATAHAN Josef von Sternberg 21:30 | MFR
15:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
EL Luis Buñuel
DOUBLE BILL
WELFARE Frederick Wiseman LA COMÉDIE DU TRAVAIL Luc Moullet
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
1 4 QUA RTA- FEIRA
CINEMATECA JÚNIOR
MADAGASCAR: ESCAPE FROM AFRICA Eric Darnell, Tom McGrath
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SOMMARLEK Um Verão de Amor Ingmar Bergman 21:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
VALE ABRAÃO Manoel de Oliveira
MADAME DE… Max Ophuls 19:00 | MFR
CINE BIOSCOOP
DE MUIDERKRING HERLEEFT “O Muiderkring revive” EEN PAK SLAAG “Uma Carga de Pancada” Bert Haanstra
OUTRAS SESSÕES
EL Luis Buñuel
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SANSHO DAYU “O Intendente Sansho” Kenji Mizoguchi 18:00 | LP
19:00 | MFR
ANTE-ESTREIAS
CRIME Rui Filipe Torres
19:00 | MFR
LA SIGNORA DI TUTTI Max Ophuls
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
MAN HUNT Fritz Lang 21:30 | MFR
15:30 | MFR
HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS
LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN Max Ophuls 19:00 | MFR
1 2 SEG U NDA- FEIRA
CINE BIOSCOOP
SPIEGEL VAN HOLLAND “Espelho da Holanda” DE STEM VAN HET WATER “A Voz da Água” Bert Haanstra
7 Q UAR TA- FEI RA 15:30 | MFR
D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION
HEARTS OF THE WORLD D.W. Griffith
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
REBECCA Alfred Hitchcock 21:30 | MFR
CINEMATECA JÚNIOR
IN MEMORIAM ABEL ESCOTO
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN João César Monteiro O MIÚDO DA BICA Constantino Esteves
HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS
LA SIGNORA DI TUTTI Max Ophuls
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
IT’S A WONDERFUL LIFE Frank Capra
BADLANDS Terrence Malick 18:00 | LP
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SENSO Luchino Visconti
SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES
A HARD DAY’S NIGHT Richard Lester
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
DETOUR Edgar G. Ulmer
TA’M E GUILASS O Sabor da Cereja Abbas Kiarostami 21:30 | MFR
INTERVALO PARA O CONHECIMENTO
OS CINEASTAS AMADORES DO PÓS-GUERRA: A FOTOGRAFIA DE RUA COMO SINOPSE DA MODERNIDADE CINEMATOGRÁFICA Conferência por Luís Mendonça
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
LOLA MONTES Max Ophuls
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
BADLANDS Terrence Malick
18:30 | LP
THE WIZARD OF OZ Victor Fleming
HISTÓRIAS DO CINEMA: LAURA MULVEY / MAX OPHULS
LIEBELEI “Namorico” Max Ophuls
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
CINE BIOSCOOP
GOEDEMORGEN TOEKOMST, OUD IN DE DELTA “Bom dia Futuro, Envelhecer no Delta” Kees Hin THE MATCH Kees Hin, Sandra van Beek
CALENDÁRIO | JANEIRO 2015 1 9 S E G UN DA-F EI RA 15:30 | MFR
21:30 | MFR
2 0 T E R ÇA- F EI RA
19:00 | MFR
00:00 | MFR
2 4 SÁ BA D O 15:00 | SF
15:30 | MFR
MILOU EN MAI Louis Malle 21:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
21:30 | MFR
29 QU I NTA- FEI R A 15:30 | MFR
THE SUN SHINES BRIGHT John Ford 19:00 | MFR
15:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
21:30 | MFR
15:30 | MFR
18:30 | LP
FOCO NO ARQUIVO COLEÇÃO COLONIAL DA CINEMATECA : CAMPO, CONTRACAMPO, FORA DE CAMPO
30 S EXTA- FEI R A
STREETS OF EARLY SORROW Graham Parker, Faria de Almeida MONANGAMBÉE Sarah Maldoror UM SAFARI FOTOGRÁFICO NAS COUTADAS DA SAFRIQUE Faria de Almeida LE PORTUGAL D’OUTRE MER DANS LE MONDE D’AUJOURD’HUI Jean Leduc 19:00 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
U SAMOGO SINEVO MORIA “À Beira do Mar Azul” Boris Barnet 21:30 | MFR
DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO
D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION
BROKEN BLOSSOMS D.W. Griffith
2 3 S E X TA- F EI RA NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
ONE FROM THE HEART Francis Ford Coppola
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
THE BAD AND THE BEAUTIFUL Vincente Minnelli 00:00 | MFR
SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES
LET IT BE Michael Lindsay-Hogg
11:00 | SF
IN MEMORIAM MIKE NICHOLS
19:00 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
15:00 | SF
15:30 | MFR NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
DOUBLE BILL
STARS IN MY CROWN Jacques Tourneur BLUE VELVET David Lynch
THE SUN SHINES BRIGHT John Ford
15:30 | MFR
CINEMATECA JÚNIOR
THE CIRCUS Charlie Chaplin
ORDET A Palavra Carl Th. Dreyer
2 8 QUA RTA- FEIRA
CINEMATECA JÚNIOR
Atelier Família AS TÉCNICAS DO CINEMA DE ANIMAÇÃO
BILOXI BLUES Mike Nichols
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
À PROPOS D’UNE RIVIÈRE Georgea Franju PORTUGAL’S MEN OF THE SEA George Sluizer
15:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
21:30 | MFR
15:30 | MFR
2 2 QUIN TA- FE I RA
21:30 | MFR
SPELLBOUND Alfred Hitchcock
31 S ÁB AD O
DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO
GONE WITH THE WIND Victor Fleming
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
2 7 TERÇA- FEIRA
21:30 | MFR
19:00 | MFR
19:00 | MFR
ONE FROM THE HEART Francis Ford Coppola
SOIS BELLE ET TAIS TOI Marc Allégret
15:00 | MFR
AN AFFAIR TO REMEMBER Leo McCarey
DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO
STATCHKA Greve Sergei M. Eisenstein 21:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SUSPICION Alfred Hitchcock 19:00 | MFR
D.W. GRIFFITH – NO CENTENÁRIO DE THE BIRTH OF A NATION
TRUE HEART SUSIE D.W. Griffith
2 6 SEG U NDA- FEIRA
RIO BRAVO Howard Hawks
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SUSPICION Alfred Hitchcock
15:30 | MFR
2 1 QUAR TA- F EI RA
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
IN MEMORIAM MIKE NICHOLS
WORKING GIRL Mike Nichols
IT’S A WONDERFUL LIFE Frank Capra
ANTE-ESTREIAS
THE BALDLANDS Bernie Rao
DOUBLE BILL
LE PETIT SOLDAT Jean-Luc Godard THE EDGE Robert Kramer
DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO
21:30 | MFR
CINEMATECA JÚNIOR
PIRATES Roman Polanski
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
NOSFERATU, EINE SYMPHONIE DES GRAUENS “Nosferatu, o Vampiro” Friedrich Wilhelm Murnau
SEXTA À MEIA-NOITE | COM OS BEATLES
YELLOW SUBMARINE George Dunning
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
SENSO Luchino Visconti
19:00 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
RIO BRAVO Howard Hawks
DA COLEÇÃO DE VÍTOR RIBEIRO
LA BANDERA Julien Duvivier
15:30 | MFR
21:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
FOR EVER MOZART Jean-Luc Godard
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
BITTER VICTORY Nicholas Ray
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
DETOUR Edgar G. Ulmer 19:00 | MFR
19:00 | MFR
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
21:30 | MFR
NO MEU CINEMA – JOÃO BÉNARD DA COSTA
PARSIFAL Hans-Jürgen Syberberg
A MATTER OF LIFE AND DEATH Michael Powell, Emeric Pressburger 18:30 | LP
FOCO NO ARQUIVO O TRABALHO NO ECRÃ
A VISITA OFICIAL AO BARREIRO Sem créditos de realização CRIANDO FONTES DE TRABALHO João Mendes A OLIVEIRA E A PIRITE Jean Leduc VISITA À FÁBRICA: A QUIMIGAL-DPEQ EM 1989 Orlando Santos, António Ferreira
O PROGRAMA CONCEBIDO POR PEDRO COSTA, “REALIZADOR CONVIDADO | PEDRO COSTA”, A DECORRER NA SALA LUÍS DE PINA AO LONGO DAS TRÊS ÚLTIMAS SEMANAS DE JANEIRO, É DETALHADAMENTE DIVULGADO NUM PROGRAMA SEPARADO.