junho 2012
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
CINEMATECA JÚNIOR CINEMATECA PORTUGUESA-MUSEU DO CINEMA RUA BARATA SALGUEIRO, 39 1269-059 LISBOA, PORTUGAL TEL. 213 596 200 | FAX. 213 523 180 CINEMATECA@CINEMATECA.PT WWW.CINEMATECA.PT
CICLOS DE JUNHO 2012 NAS NUVENS COM STANLEY DONEN FORD, JOHN FORD HARTMUT BITOMSKY O CINEMA DE ANTÓNIO DE MACEDO A MEMÓRIA INESQUECÍVEL DE SERGE DANEY THE NECS 2012 CONFERENCE RUBRICAS REGULARES DE PROGRAMAÇÃO JUNHO 2012 MATINÉS DA CINEMATECA O PRIMEIRO SÉCULO DO CINEMA NÃO O LEVARÁS CONTIGO – ECONOMIA E CINEMA ABRIR OS COFRES O QUE QUERO VER HISTÓRIAS DO CINEMA: PONTES LEÇA / MINNELLI HISTÓRIAS DO CINEMA: BITOMSKY / FORD CINEMATECA JÚNIOR 2 CALENDÁRIO 15 Foto da capa: SINGIN’IN THE RAIN de Stanley Donen, Gene Kelly
Na primeira sessão do mês, a Cinemateca Júnior comemora o Dia da Criança, com vinte e quatro horas de atraso: a 2 de junho, a tarde vai ser imperdível e conta com um convidado internacional, o professor Mervyn Heard, especialista britânico que faz sessões especiais pelo mundo inteiro, transportando-nos para o século XIX com um espetáculo de Lanterna Mágica. Ao vivo, na plateia do Salão Foz, será evocada a maneira em que os nossos antepassados viviam estes momentos que antecederam o cinema. Como era dito numa célebre série televisiva dos anos noventa ”…tomem atenção que só vou dizer isto uma vez…”, é fundamental assistirem a esta sessão. No dia 9, para o público juvenil, entra a galope o mascarilha mais conhecido do cinema, com as aventuras do temível espadachim Zorro, adaptado ao cinema por Rouben Mamoulian e com Tyrone Power. Do Japão chega PONYO À BEIRA MAR, fabuloso filme de animação, uma visão poética do conto de Hans Christian Andersen A Pequena Sereia, numa sessão especialmente dedicada aos espectadores mais novinhos, no dia 16. Tyrone Power regressa ao écran no dia 23, desta vez a cores, em O PIRATA NEGRO, tendo por companheira a ruiva mais rebelde do cinema, Maureen O’Hara. Terminamos a 30 com o clássico LIVRO DA SELVA de Walt Disney. Nesse último sábado do mês, às 11h30, tem lugar o Atelier Família (para júniores entre os 5 e os 10 anos), dedicado à Lanterna Mágica, em raccord com a sessão do professor Mervyn Heard. A proposta às crianças é a de que venham descobrir como funciona este antigo projetor recriando também elas um espetáculo, que ilustre e narre as suas próprias histórias. O atelier requer marcação prévia até 26 de junho para o e-mail cinemateca. junior@cinemateca.pt só se realizando com o mínimo de dez participantes. De segunda a sexta-feira, a Cinemateca Júnior tem sessões de cinema, ateliers e visitas guiadas à exposição permanente de pré-cinema para escolas, sendo o programa de atividades consultável em www.cinemateca.pt. Também aí se encontra o programa ATL verão, que concebemos para junho e julho com as férias à porta. Não esqueça: O Cinema voltou aos Restauradores.
FABULOSO ESPETÁCULO DE LANTERNA MÁGICA DO PROFESSOR HEARD! narração em português por Vanessa Sousa Dias
sessão acompanhada ao piano por Filipe Raposo
duração: 70 minutos
AGRADECIMENTOS António de Macedo, Susana Sousa Dias, Hartmut Bitomsky, Frei Fernando Ventura, Manuel Deniz Silva, Maxime Bissonnet (Centre National de Documentation Pédagogique); Grover Crisp, Leah Tuttle (Sony Pictures); Schawn Belstom, Kevin Barrett (20th Century Fox); Jön Wegström, Johan Ericsson (Swedish Film Institut); Bryony Dixon, Fleur Buckley (National Film and Television Archive, Londres); Todd Wiener (UCLA Film and Television Archive); Elsa Cornevin, Christine Houard (Ministère des Affaires Étrangers, França).
O prestigiado lanternista britânico professor Mervyn Heard apresenta um espetáculo único, utilizando uma lanterna mágica dos finais do século XIX para projetar lindíssimos vidros centenários, desenhados e pintados à mão, que pertencem à sua coleção. Venham conhecer a Lanterna Mágica, fabuloso antepassado do cinema que nos contará histórias deslumbrantes e assustadoras, transportando-nos para antigas performances de feiras ambulantes e espetáculos de ilusionismo. Para miúdos e graúdos! > Sáb. [2] 15:00 | Salão Foz
THE MARK OF ZORRO O Sinal do Zorro de Rouben Mamoulian com Tyrone Power, Linda Darnell, Basil Rathbone, Gale Sondergaard, Eugene Pallette, J. Edward Bromberg Estados Unidos, 1940 – 93 min / legendado em português
Ponyo à Beira-Mar de Hayao Miyazaki Japão, 2008 – 103 min / legendado em português
Preço dos bilhetes: 3,20 Euros Estudantes/Cartão jovem, Reformados e Pensionistas - > 65 anos - 2,15 euros Amigos da Cinemateca/Estudantes de Cinema - 1,35 euros Amigos da Cinemateca / marcação de bilhetes: tel. 213 596 262 Horário da bilheteira: seg./sáb., 14:30 - 15:30 e 18:00 - 22:00 Não há lugares marcados | Bilhetes à venda no próprio dia Informação diária sobre a programação: tel. 213 596 266 Classificação Geral dos Espectáculos: maiores de 12 anos Biblioteca, seg./sex., 14:00 - 19:30 Sala 6 X 2, Sala dos Carvalhos e Sala dos Cupidos, seg./sex.,13:30 - 21:30 - entrada gratuita Livraria Babel CINEMATECA, seg./sex., 13:00 - 22:00, sáb., 14:30 - 22:00 Espaço 39 Degraus: Restaurante-Bar, seg./sex., 12:30 - 23:30, sáb., 14:30 - 23:30 Transportes: Metro: Marquês de Pombal, Avenida bus: 36, 44, 91, 709, 711, 732, 745 CINEMATECA JÚNIOR Bilhetes à venda no próprio dia (11:00 - 15:00): Adultos - 3,20 euros Júnior (até 16 anos) - 1,10 euros Ateliers Família: Adultos - 6,00 euros Júnior (até 16 anos) - 2,65 euros Transportes: Metro: Restauradores bus: 36, 44, 91, 709, 711, 732, 745, 759 salão foz, praça dos restauradores 1250-187 lisboa tel. 213 462 157 / 213 476 129 cinemateca.junior@cinemateca.pt
THE BLACK SWAN O Pirata Negro de Henry King com Tyrone Power, Maureen O’Hara, Laird Cregar, Thomas Mitchell, George Sanders Estados Unidos, 1942 – 85 min / legendado em português
Um dos mais fabulosos títulos de swashbuckler, adaptado de uma novela de Rafael Sabatini. A história anda à volta de um lugar tenente do lendário Capitão Morgan, nomeado Governador da Jamaica pelo rei de Inglaterra para acabar com a pirataria. Tudo sob o prodigioso technicolor de Leon Shamroy. > Sáb. [23] 15:00 | Salão Foz
THE JUNGLE BOOK O Livro da Selva de Wolfgang Reitherman Estados Unidos, 1967 – 76 min / dobrado em português do Brasil
O último grande filme de animação controlado pelo lendário Walt Disney. É a adaptação de um livro muito popular entre os adolescentes (e não só), escrito em finais do século XIX por Rudyard Kipling. A história é a de um menino adotado por lobos na floresta indiana e as suas aventuras a caminho da aldeia dos humanos, ao lado do urso Baloo e da pantera Baghera, alvo de caça pelo perigoso tigre Shere Khan. > Sáb. [30] 15:00 | Salão Foz
THE JUNGLE BOOK
PROGRAMA SUJEITO A ALTERAÇÕES
Um dos mais belos filmes do autor de O CASTELO ANDANTE e A PRINCESA MONONOKE, obras-primas do cinema de animação japonês. Este PONYO À BEIRA-MAR é uma original adaptação de um conto de Andersen, que já inspirara o conhecido A PEQUENA SEREIA dos estúdios Disney. Ponyo é uma pequena e estranha sereia que ajuda um jovem humano em perigo na tempestade e procura transformar-se em ser humano. Um filme belíssimo. > Sáb. [16] 15:00 | Salão Foz
GAKE NO UE NO PONYO
GAKE NO UE NO PONYO
THE MARK OF ZORRO
O primeiro dos três filmes de Mamoulian para a Fox é um dos mais notáveis filmes de aventuras de todos os tempos, com Tyrone Power no duplo papel do sofisticado Diego e do destemido justiceiro mascarado, que luta para libertar a sua terra. Um filme espetacular, em que cada duelo é encenado como um bailado. > Sáb. [9] 15:00 | Salão Foz
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
NAS NUVENS COM
STANLEY DONEN
Junho é ainda um mês Donen, o realizador dos grandes musicais da MGM nos anos cinquenta, filmes e números cantados e dançados concebidos em estado de graça com o protagonismo dos grandes atores e bailarinos da Hollywood clássica. Dessa década veremos ainda LOVE IS BETTER THAN EVER, FEARLESS FAGAN, DAMN YANKEES, GIVE A GIRL A BREAK e PAJAMA GAME, a “opereta da ala esquerda” que guardámos para o fecho da retrospetiva. Na década seguinte, a obra de Stanley Donen, que apresentámos como um sonhador inventor de formas, conheceu outros caminhos, aventurando-se pelas “comédias humanas”: a sofisticada INDISCREET, a romântica e ácida THE GRASS IS GREENER, a crepuscular TWO FOR THE ROAD, a diabólica BEDAZZLED, mas também o thriller ARABESQUE, CHARADE, “the best Hitchcock movie that Hitchcock never made” e ainda STAIRCASE, um pouco conhecido “tesouro perdido da filmografia gay”. Na mescla de géneros, entre o musical, a ficção científica e o suspense, THE LITTLE PRINCE, LUCKY LADY e MOVIE MOVIE são filmes dos anos setenta, pouco vistos e conhecidos, tal como os dois últimos títulos de Donen para cinema, SATURN 3 e BLAME IT ON RIO, igualmente programados. Cronologicamente, LOVE LETTERS (1999) é o último filme, realizado para televisão mas, de novo, adaptando um sucesso da Broadway. A oportunidade é de revisão da obra de um nome importante do cinema americano ancorada na sua idade de ouro e resistente a ela.
LOVE IS BETTER THAN EVER O Melhor É Casar de Stanley Donen com Elizabeth Taylor, Larry Parks, Josephine Hutchinson, Tom Tully Estados Unidos, 1952 – 81 min / leg. eletronicamente em português
Recuo cronológico no alinhamento da retrospetiva: LOVE IS BETTER THAN EVER (na Europa chamou-se THE LIGHT FANTASTIC) é a terceira longa-metragem de Donen, produzida pela MGM no mesmo ano de SINGIN’IN THE RAIN e FEARLESS FAGAN. Foi a primeira incursão de Donen na comédia, variação guerra dos sexos, e sobretudo mais um passo para o estrelato na carreira da jovem Elizabeth Taylor. O seu papel é aqui o de uma professora de dança (!) que se apaixona por um agente teatral. O grande convidado surpresa no elenco é Gene Kelly. > Sex. [ 1 ] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [14] 22:00 | sala Luís de Pina
CHARADE Charada de Stanley Donen com Cary Grant, Audrey Hepburn, Walter Matthau, James Coburn, George Kennedy Estados Unidos, 1963 – 107 min / legendado em espanhol
Um fabuloso “divertimento”, diretamente inspirado em Hitchcock, a quem vai mesmo buscar o seu ator de eleição, Cary Grant, num irresistível jogo de simulações e romance ao lado de Audrey Hepburn, e que é também um notável exercício de suspense, não indigno do mestre. Pelo que o filme ficou conhecido como “the best Hitchcock movie that Hitchcock never made”. Um grande sucesso de Donen. > Sex. [1] 22:00 | sala Luís de Pina
TWO FOR THE ROAD Caminho para Dois de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Albert Finney, Jacqueline Bisset, Eleanor Bron, Claude Dauphin, Nadia Gray Reino Unido, 1967 – 111 min / legendado em espanhol
Audrey Hepburn e Albert Finney protagonizam “um pas de deux sobre rodas” que decorre durante uma viagem pelo sul de França evocando a relação de doze anos de um arquiteto e da sua mulher, numa narrativa cuja não linearidade foi, na altura, causa de espanto. O título vem da canção tema do filme, Two for the Road, de Henry Mancini. > Seg. [4] 19:30 | sala Luís de Pina
FEARLESS FAGAN de Stanley Donen com Janet Leigh, Carleton Carpenter, Keenan Wynn Estados Unidos, 1952 – 78 min / leg. eletronicamente em português
Foi o filme seguinte ao grandioso SINGIN’IN THE RAIN, uma proposta da MGM a Donen na altura em que Gene Kelly viajou para a Europa e fracassado o projeto da adaptação ao cinema de Jumbo, que interessava ao realizador. “FEARLESS FAGAN estava basicamente preparado e pronto a filmar. Como em LOVE IS BETTER THAN EVER, fiz o filme por puro sentido de responsabilidade” (Donen). Trata-se de uma comédia, centrada na personagem de um palhaço que, levado a cumprir serviço militar, tenta levar consigo o leão de estimação. Primeira exibição na Cinemateca. > Seg. [ 4 ] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [18] 22:00 | sala Luís de Pina
DAMN YANKEES Brincadeiras do Diabo de George Abbot, Stanley Donen com Tab Hunter, Gwen Verdon, Ray Walston, Russ Brown Estados Unidos, 1958 – 110 minutos / leg. eletronicamente em português
LOVE IS BETTER THAN EVER
Na filmografia de Stanley Donen situa-se entre INDISCREET e ONCE MORE, WITH FEELING e é uma produção Warner, com créditos de realização coassinados com George Abbot. É um musical a partir de uma peça homónima da Broadway, que propõe uma variação sobre o mito de Fausto com yankees nova-iorquinos, senadores de Washington e equipas de baseball, desporto que Donen voltaria a filmar em BEDZZLED e THE LITTLE PRINCE. Na Europa teve como título WHAT LOLA WANTS. Primeira exibição na Cinemateca. > Ter. [ 5 ] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [19] 22:00 | sala Luís de Pina
ONCE MORE, WITH FEELING! Arrebatamento de Stanley Donen com Yul Brynner, Kay Kendall, Gregory Ratoff, Geoffrey Toone, Maxwell Shaw, Shirley Ann Field Reino Unido, 1960 – 92 min / leg. eletronicamente em português
Depois de deixar a MGM onde, nos anos cinquenta, dirigira grandes musicais, Stanley Donen rodara INDISCREET em Londres, cidade onde decide instalar-se depois. Empenha-se
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então numa proposta de Yul Brynner, ONCE MORE, WITH FEELING!, baseado numa peça de Harry Curnitz, que realiza para a Columbia, ambientado em Londres, mas rodado em Paris depois de muitas histórias de bastidores. Primeira exibição na Cinemateca. > Ter. [5] 22:00 | sala Luís de Pina
ARABESQUE Arabesco de Stanley Donen com Sophia Loren, Gregory Peck, Alan Badel, Kieron Moore, George Coulouris Estados Unidos, 1966 – 105 min / leg. eletronicamente em português
Um thriller com duas grandes estrelas, Sophia Loren e Gregory Peck, aqui nos papeis de um professor de Oxford e da amante de um bandido, que se cruzam quando o primeiro se infiltra na organização do segundo tentando evitar um crime de Estado. Para além das interpretações, as reviravoltas e surpresas narrativas marcam a história de espionagem internacional a partir de um romance de Gordon Cotler (The Cipher). A personagem de Peck, o professor Pollock, é tida como precursora do arqueólogo aventureiro Indiana Jones a que Harrison Ford e Spielberg dariam vida em 1981. A primeira exibição na Cinemateca foi em abril. > Qua. [6] 19:30 | sala Luís de Pina
STAIRCASE de Stanley Donen com Richard Burton, Rex Harrison, Cathleen Nesbitt, Beatrix Lehmann Estados Unidos, 1969 – 96 min / legendado em espanhol
A partir de uma peça homónima de duas personagens, STAIRCASE centra-se na história de um casal homossexual de meia-idade durante os dez dias em que a ação se concentra seguindo a discussão dos dois sobre o passado comum e a possibilidade de um futuro separados. Da Fox, foi filmado em França por imperativos de produção. É tido como um dos raros filmes de Hollywood que na época trataram a experiência homossexual, e um “tesouro perdido da filmografia gay”. A música é de Dudley Moore. Primeira exibição na Cinemateca. > Qua. [ 6 ] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [21] 22:00 | sala Luís de Pina
THE LITTLE PRINCE O Pequeno Príncipe de Stanley Donen com Richard Kiley, Steven Warner, Bob Fosse, Gene Wilder Reino Unido, 1974 – 88 min / leg. eletronicamente em português
Baseado no célebre livro homónimo de Antoine de Saint Exupéry (1943), THE LITTLE PRINCE foi produzido e realizado por Stanley Donen como um musical de ficção científica, com a dupla Alan Jay Lerner (argumento e letras de canções) e Frederick Loewe (música). As sequências no deserto foram filmadas na Tunísia. Primeira exibição na Cinemateca. > Sex. [ 8 ] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [22] 22:00 | sala Luís de Pina
Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema MOVIE MOVIE
LOVE LETTERS
Fitas Loucas de Stanley Donen com George C. Scott, Trish Van Devere, Red Buttons, Eli Wallach
de Stanley Donen com Steven Weber, Laura Linney, Kirsten Storms, Tim Redwine
Estados Unidos, 1978 – 102 min / leg. eletronicamente em português
Este telefilme de Donen adapta uma produção da Broadway de 1989 nomeada para um prémio Pulitzer. A história fixa-se nas reflexões de um ambicioso senador americano sobre a própria vida depois da morte de uma mulher com quem manteve contacto amoroso mas unicamente epistolar. A estrutura narrativa compõe-se em flashbacks. Primeira exibição na Cinemateca. > Seg. [18] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qua. [27] 22:00 | sala Luís de Pina
No contexto do conjunto de filmes que parodiavam os géneros clássicos na Hollywood de finais dos anos sessenta/setenta, MOVIE MOVIE é uma comédia musical em “dois”: o filme é composto por dois segmentos protagonizados pelo casal formado por George C. Scott e Trish Van Devere, “Dynamite Hands” e “Baxter’s Beauties of 1933”. Também produzido e realizado por Donen, foi o seu antepenúltimo filme. > Ter. [12] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [26] 19:30 | sala Luís de Pina
GIVE A GIRL A BREAK BLAME IT ON RIO Romance no Rio de Stanley Donen com Michael Caine, Joseph Bologna, Valerie Harper, Demi Moore, José Lewgoy Estados Unidos, 1984 – 110 min / leg. eletronicamente em português
Casanova Júnior de Stanley Donen com Marge Champion, Gower Champion, Debbie Reynolds, Helen Wood, Bob Fosse Estados Unidos, 1953 – 82 min / leg. eletronicamente em português
No seu último filme para cinema (produção e realização), Stanley Donen volta à comédia romântica partindo de um filme francês de 1977 (UN MOMENT D’EGAREMENT, Claude Berri). Este remake conta a história de um homem de meia-idade que se apaixona pela filha adolescente do seu melhor amigo durante umas férias à beira-mar, no caso do Atlântico das praias brasileiras do Rio de Janeiro, que o título original culpa. > Sex. [15] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qua. [27] 19:30 | sala Luís de Pina
No final da retrospetiva, novo regresso aos hollywoodianos anos cinquenta de Donen: GIVE A GIRL A BREAK, uma produção MGM, foi o filme anterior ao célebre SEVEN BRIDES FOR SEVEN BROTHERS. O registo é o da comédia musical, a história tem lugar na Broadway e apresenta-se como uma sátira ao mundo do teatro, com sequências musicais dignas de nota e a mestria da mise en scène coreográfica de Donen. Primeira exibição na Cinemateca. > Ter. [19] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [28] 22:00 | sala Luís de Pina
SATURN 3
PAJAMA GAME
Saturn 3 – O Robot Assassino de Stanley Donen com Farrah Fawcett, Kirk Douglas, Harvey Keitel, Douglas Lambert
Negócio de Pijamas de Stanley Donen, George Abbott com Doris Day, John Raitt, Carol Haney, Eddie Foy Jr., Reta Shaw, Barbara Nichols
Estados Unidos, 1980 – 95 min / legendado em português
Produzido e realizado por Donen, com argumento de Martin Amis a partir de uma história de John Barry (que trabalhara com Donen em THE LITTLE PRINCE e fora o responsável pela imagem de STAR WARS de George Lucas e SUPERMAN de Richard Donner), SATURN 3 é uma surpreendente incursão na ficção científica de suspense. Contando com um invejável elenco de vedetas, é um filme associável a outras estrelas: Stuart Craig no design da produção, Norman Dorme na direção artística, Colin Chilvers nos efeitos especiais ou Billly Williams na fotografia. Aproveitando os meandros do argumento, trabalhando os efeitos assustadores na mise en scène, Donen insiste na ideia do “filme dentro do filme” e no uso do split-screen. > Qui. [14] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [26] 22:00 | sala Luís de Pina
SURPRISE PACKAGE A Vida É uma Surpresa de Stanley Donen com Yul Brynner, Mitzi Gaynor, Noel Coward, Eric Pohlmann Estados Unidos, 1960 – 99 min / leg. eletronicamente em português
O segundo filme de Donen para a Columbia foi, segundo ele, dos muito poucos que fez por dinheiro. Uma comédia, de novo com Yul Brynner: numa ilha grega, um gangsters americano e um rei deposto engendram um plano para roubar joias da coroa. A primeira exibição na Cinemateca foi em abril. > Sex. [8] 22:30 | sala Luís de Pina
BEDAZZLED de Stanley Donen com Peter Cook, Dudley Moore, Eleonor Bron, Raquel Welch Reino Unido, 1967 – 103 min / leg. eletronicamente em português
Stanley Donen dirige uma comédia… dos diabos. De facto, Peter Cook é Satanás que compra a alma de um “pequeno” cozinheiro (Dudley Moore), em troca de sete desejos, que este usa para, através de vários métodos, conquistar a criada do restaurante, Raquel Welch. Tido como uma comédia de culto, BEDAZZLED é uma variação do mito de Fausto no contexto da swinging London dos anos sessenta. > Seg. [11] 19:30 | sala Luís de Pina
LUCKY LADY Lucky Lady – Uma Mulher dos Diabos de Stanley Donen com Liza Minnelli, Gene Hackman, Burt Reynolds
SATURN 3
Estados Unidos, 1975 – 118 min / leg. eletronicamente em português
Dos menos conhecidos e vistos filmes de Stanley Donen, LUCKY LADY foi demolido pela crítica à época de estreia, tendo passado relativamente desapercebido. Algures entre a comédia e o filme de aventuras, no contexto da era da Proibição americana dos anos trinta, é uma obra despretensiosa, divertida e muitíssimo bem interpretada e dirigida com o humor e a mestria de Donen. > Seg. [11] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [25] 19:30 | sala Luís de Pina
Estados Unidos, 1999 – 85 min / leg. eletronicamente em português
Estados Unidos, 1957 – 101 min / leg. eletronicamente em português
Baseado num musical de sucesso da Broadway (coreografia de Bob Fosse), PAJAMA GAME é o filme em que, no papel de Babe Williams, Doris Day encabeça o comité de uma fábrica de pijamas e se apaixona por um executivo. “A primeira opereta da ala esquerda”, chamou-lhe Jean-Luc Godard. Por ela termina esta viagem pelas coloridas nuvens de Stanley Donen. > Qua. [20] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [29] 19:30 | sala Luís de Pina
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
FORD, JOHN FORD
Doze sessões para outros tantos filmes, clássicos entre os clássicos, dos anos trinta aos sessenta, para voltar a Ford, John Ford num mês em que os sábados do “Primeiro Século do Cinema” propõem um Ford mudo e o filme de Bogdanovich sobre Ford e as “Histórias do Cinema” lhe são dedicadas com (mais) cinco sessões e cinco filmes escolhidos e a apresentar por Hartmut Bitomsky (ver respetivas entradas). Preparando a ocasião, os primeiros catorze dias de junho, trazem a cavalaria e o western, a americana, filmes de inspiração irlandesa, uma comédia e um filme histórico, histórias de denunciantes, capitães, rainhas, presidentes, mineiros, cowboys ou padres. Nem sempre com o horizonte de Monument Valley mas sempre, graciosamente, de acordo com um adjetivo muito preciso, fordianos. Como fordiano é o último título da sua obra, que perto do fim do mês remata o programa.
YOUNG MR. LINCOLN A Grande Esperança de John Ford com Henry Fonda, Alice Brady, Marjorie Weaver, Donald Meek Estados Unidos, 1939 – 100 min / legendado em português
Inspirando-se num episódio da vida de Abraham Lincoln no começo da sua carreira de advogado, John Ford dirige um dos filmes maiores da sua obra e um dos mais pessoais. Para muitos, é mesmo a sua obra-prima absoluta. Eisenstein referiu-se a YOUNG MR. LINCOLN como o filme que gostaria de ter feito. > Qua. [6] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
THE PRISONER OF SHARK ISLAND O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões de John Ford com Warner Baxter, Gloria Stuart, Claude Gillingwater, John Carradine, Harry Carey, Francis McDonald Estados Unidos, 1936 – 96 min / legendado em português
Outro clássico de John Ford da década de trinta, anterior a YOUNG MR. LINCOLN, cuja ação é posta em marcha pelo assassinato de Abraham Lincoln: THE PRISONER OF SHARK ISLAND conta a odisseia do médico Samuel Mudd, injustamente condenado por cumplicidade no assassinato de Lincoln ao degredo na sinistra Ilha de dos Tubarões. Ao mesmo tempo que a família luta pela sua libertação, Mudd vai conquistar o respeito de todos, presos e guardas, durante um epidemia de febre-amarela que ali eclode. > Qua. [6] 22:00 | sala Luís de Pina
HOW GREEN WAS MY VALLEY O Vale Era Verde de John Ford com Maureen O’Hara, Walter Pidgeon, Donald Crisp, Sara Allgood, Roddy McDowall, Barry Fitzgerald
FORT APACHE
Estados Unidos, 1941 – 118 min / legendado em português.
THE INFORMER
MARY OF SCOTLAND
O Denunciante de John Ford com Victor McLaglen, Heather Angel, Preston Foster
Maria Stuart, Rainha da Escócia de John Ford com Katharine Hepburn, Fredric March, Florence Eldridge, Donald Crisp, John Carradine
Estados Unidos, 1935 – 88 min / legendado em português
THE INFORMER adapta um romance de Liam O’Flaherty no cenário da guerra da independência da Irlanda, em finais da segunda década do século XX. Uma atmosfera sombria, de influência expressionista, rodeia a personagem de Gippo Nolan, que deu a Victor McLaglen o Oscar de melhor ator. Bem recebido na altura, mas incompreendido pela dimensão do artifício que admiravelmente trabalha, foi depois, durante largo tempo, um título menosprezado na obra de Ford, reputação injusta a que foi já resgatado. > Sex. [1] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
TOBACCO ROAD de John Ford com Charley Grapewin, Marjorie Rambeau, Gene Tierney
Estados Unidos, 1936 – 123 min / legendado em português
Estados Unidos, 1941 – 84 min / legendado em português
Um “star vehicle” em que Katharine Hepburn interpreta um papel com o qual todas as vedetas devem sonhar: o de uma rainha, neste caso, Maria Stuart. Este luxuoso filme histórico ilustra um género muito pouco habitual em John Ford. No período mais denso da sua colaboração com Cukor, o “realizador das mulheres”, Katharine Hepburn tem neste filme a sua única colaboração profissional com John Ford, o realizador dos homens. > Ter. [5] 19:30 | sala Luís de Pina
Adaptado de um romance de Erskine Caldwell, de carga naturalista e sensual, TOBACCO ROAD foca a inércia de uma família de camponeses brancos e pobres no sul dos Estados Unidos, numa região conhecida como a “estrada do tabaco”, em constante adiamento da possibilidade da sua recuperação económica. Um estudo truculento e irónico dos “pequenos brancos” do Sul, num filme que alguns comentadores vêm como um hipotético reverso de THE GRAPES OF WRATH. Gene Tierney, inesquecível, e Dana Andrews, antes de ser um par inseparável dela, surgem em início de carreira. Um filme de grande beleza plástica. > Seg. [11] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
STEAMBOAT ROUND THE BEND de John Ford com Will Rogers, Anne Shirley, Irvin S. Cobb Estados Unidos, 1935 – 81 min / legendado em português
Uma das obras-primas de John Ford, feita à medida do seu intérprete, Will Rogers, e uma das melhores ilustrações do tema da “americana”. Rogers é o capitão de um barco fluvial que percorre o Mississipi procurando provar a inocência de um sobrinho acusado de crime. A sequência da fabulosa corrida de barcos ficou célebre. Muito diferente do registo do anterior THE INFORMER, STEAMBOAT ROUND THE BEND “é um delirante hino à máquina (a caldeira do Clamore Queen, assim se chama o barco, é um dos personagens mais acarinhados por Ford), com a particularidade rara de escapar à unilateralidade dos hinos futuristas, uma vez que Ford faz errar o mecânico” (Manuel S. Fonseca). > Seg. [4] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
THE WHOLE TOWN’S TALKING Não se Fala Noutra Coisa de John Ford com Edward G. Robinson, Jean Arthur, Wallace Ford, Arthur Hohl, Edward Brophy, Donald Meek YOUNG MR. LINCOLN
Estados Unidos, 1935 – 92 min / leg. eletronicamente em português
Do mesmo ano de THE INFORMER (para a RKO) e STEAMBOAT ROAD THE BEND (20th Century Fox), THE WHOLE TOWN’S TALKING (uma produção Columbia) é uma comédia de Ford com toque “capriano”: Edward G. Robinson é um pacato e tímido empregado de escritório, autêntico “sósia” de um gangster em fuga, que se aproveita da semelhança para tentar escapar procurando fazê-lo morrer em seu lugar, “the man who looks like Mannion”. O absurdo é a ideia mestra do filme. > Seg. [4] 22:00 | sala Luís de Pina
A história é a de uma família de mineiros do País de Gales, evocada por alguém que recorda a sua infância. Da nostalgia dos tempos da inocência à amargura da separação dos vários membros da família, quando a crise económica se abate sobre a região. Algumas das mais belas cenas do cinema de Ford encontram-se neste filme: o casamento da filha (Maureen O’Hara), a greve dos mineiros e o conflito com o pai. “Há quem diga que tudo o que vive é sagrado. Ford, que o não disse, filmou-o. E não há filme que faça mais saudades” (João Bénard da Costa). > Sex. [8] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
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THE FUGITIVE O Fugitivo de John Ford com Henry Fonda, Dolores Del Rio, Pedro Armendáriz, Ward Bond Estados Unidos, 1947 – 101 min / legendado em português
Adaptação de um romance de Graham Greene que conta a história de um padre católico perseguido pela polícia mexicana durante a revolução, procurando cumprir clandestinamente os sacramentos e que acaba por ser denunciado. Uma prodigiosa fotografia de Gabriel Figueroa. “Fiz exatamente o que queria fazer e por isso é um dos meus filmes favoritos. Para mim é perfeito. Mas não foi popular” (John Ford). > Seg. [11] 22:00 | sala Luís de Pina
FORT APACHE Forte Apache de John Ford com Henry Fonda, John Wayne, Shirley Temple, Ward Bond, Victor McLaglen, John Agar, George O’Brien Estados Unidos, 1948 – 127 min / legendado em português
O primeiro filme da celebrada “trilogia da cavalaria”, e que talvez seja a obra em que a “família” fordiana está mais completa, das grandes estrelas aos secundários. O filme que marca, também, o começo da revisão do olhar de Hollywood sobre o índio. Inspirado na figura de Custer e no combate de Little Big Horn. > Ter. [12] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
THE HORSE SOLDIERS Os Cavaleiros de John Ford com John Wayne, William Holden, Constance Towers Estados Unidos, 1959 – 119 min / legendado em português
De certo modo, THE HORSE SOLDIERS é o “quarto mosqueteiro” da chamada trilogia da Cavalaria de John Ford (FORT APACHE, SHE WORE A YELLOW RIBBON, RIO GRANDE), por isso mais aguerrido e espetacular. Recuando no tempo, THE HORSE SOLDIERS tem por cenário a Guerra da Secessão, contando um perigoso “raid” que um coronel unionista (Wayne) realiza em território confederado, com alguns dos momentos mais antológicos da obra de Ford: o ataque dos jovens cadetes da Academia e a carga de cavalaria final. > Qui. [14] 19:30 | sala Luís de Pina
WAGONMASTER A Caravana Perdida de John Ford com Ben Johnson, Harry Carey Jr., Ward Bond, Joanne Dru, Jane Darwell, Alan Mowbray, James Arness Estados Unidos, 1950 – 85 min / legendado em português
John Ford considerava WAGONMASTER um filme favorito. É o mais íntimo e puro dos seus westerns, despojado de efeitos e de vedetas, interpretado pela família fordiana que costuma servir de enquadramento às grandes estrelas (Fonda, Wayne). A odisseia de uma caravana de mormons em busca da terra prometida, simples descrição dos perigos que enfrentam e celebração do esforço comum, tem por pano de fundo a paisagem fordiana por excelência: Monument Valley. > Qui. [14] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
SEVEN WOMEN Sete Mulheres de John Ford com Anne Bancroft, Margaret Leighton, Sue Lyon, Flora Robson, Mildred Dunnock, Anna Lee, Betty Field, Eddie Albert, Mike Mazurky Estados Unidos, 1966 – 85 min / legendado em português
O último filme de John Ford é também uma das suas obras mais importantes, onde se expõe, com inesperado vigor, aquilo que esteve sempre mais ou menos presente na sua obra: uma atmosfera sensual, marcada pelos estigmas do recalcamento sexual, que no caso se manifesta face à intrusão de um elemento estranho: a uma missão religiosa, formada por mulheres, na China sujeita aos horrores da guerra civil, chega uma médica (Anne Bancroft, numa das suas melhores criações) cuja maneira de ser vai provocar uma crise. > Qui. [28] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
HARTMUT BITOMSKY
Este Ciclo é dedicado à obra de cineasta de Hartmut Bitomsky, realizador, professor, ensaísta e crítico, que também estará na Cinemateca a comentar a obra de John Ford no âmbito do habitual programa das “Histórias do Cinema”. Se o trabalho de Bitomsky, que começou a realizar filmes ainda na década de sessenta, está sobretudo associado a uma vertente documental e a um recurso às imagens de arquivo, este programa revela algumas das suas obras menos conhecidas conotadas com o domínio da ficção. Autor de um cinema profundamente marcado pela sua experiência de professor e de crítico, como claramente se percebe na série de “Filmes sobre cinema” (que exibiremos em contínuo no dia 23) em que, à semeREICHSAUTOBAHN lhança de Jean-Luc Godard, Bitomsky desenvolve verdadeiras “história(s) do cinema”, a mesma atitude crítica está presente em todos os restantes trabalhos, centrem-se eles nas imagens da Alemanha nazi ou em questões tão ecléticas como o bombardeiro B-52, o Volkswagen ou o pó. A reutilização de imagens preexistentes e uma preocupação com a dimensão mais material do cinema é uma constante no trabalho de Bitomsky, que sempre se interessou pelo fílmico enquanto objeto e pelo modo como a memória e a história podem ser reinterpretadas através das suas imagens quando reutilizadas e retrabalhadas de modo a explicitar realidades não imediatamente apreensíveis. Embora não tenha a extensão de uma integral, o Ciclo apresenta uma parte significativa do trabalho desenvolvido por Bitomsky, na sua maioria ainda não mostrado na Cinemateca. Exceções feitas a STAUB, o seu trabalho mais recente, e PLAYBACK, uma vez que DIE UFA, aqui visto em 2010, surge agora numa nova versão de montagem. com a presença de Hartmut Bitomsky
B-52 de Hartmut Bitomsky
Alemanha, 2000/01 – 108 min / leg. eletronicamente em português
B-52 é um documentário cujo tema é o primeiro bombardeiro americano de longo alcance que levantou voo pela primeira vez em 1952 e foi essencialmente usado pelos americanos como meio de dissuasão nuclear face aos soviéticos no período da Guerra Fria. Recorrendo a imagens de arquivo ou a entrevistas, Bitomsky traça a história do avião desde as suas origens aos dias de hoje ao mesmo tempo que faz o retrato da América. “Tanta inteligência, tanto esforço e tanto dinheiro foram investidos na produção destas armas de destruição, que sem dúvida, foram um sucesso como arma preventiva na Guerra Fria, mas a que custos?”. É uma das questões do filme. > Sex. [15] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qua. [20] 22:00 | sala Luís de Pina Bitomsky: Os Filmes sobre o cinema
DAS KINO UND DER TOD “O Cinema e a Morte” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1988 – 46 min / leg. eletronicamente em português
DAS KINO UND DER WIND UND DIE PHOTOGRAPHIE – SIEBEN KAPITEL ÜBER DOKUMENTARISCHE FILME “Cinema e Vento e Fotografia – Sete Capítulos Sobre o Documentário” de Hartmut Bitomsky
KARAWANE DER WÖRTER Erster Teil: Wandernde Handlung “Caravana de Palavras. Parte 1: Traveling Plot” de Hartmut Bitomsky com Inge Blau, Martina Müller, Walter Adler, Jo Bolling, Hartmut Bitomsky Alemanha, 1977 – 100 min / leg. eletronicamente em português
KARAWANE DER WÖRTER Zweiter Teil: An der Hölle des Schweigens “Caravana de Palavras. Parte 2: No Inferno de Silêncio” de Hartmut Bitomsky com Inge Blau, Martina Müller, Walter Adler, Jo Bolling, Hartmut Bitomsky Alemanha, 1977 – 102 min / leg. eletronicamente em português
Mostrado pela primeira vez na televisão alemã, KARAWANE DER WÖRTER conta uma história sobre histórias, sobre livros e sobre literatura. Um escritor, um furto de livros e um estranho desaparecimento são alguns dos motivos desta ficção realizada por Bitomsky na segunda metade dos anos setenta, uma das raras incursões de Bitomsky na ficção que já foi descrito como um filme “sobre o roubo da literatura”. > Seg. [18] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
CALL GIRLS de Hartmut Bitomsky com Marie Bardischewski, Lisa Kreuzer, Hanns Zischler
Alemanha, 1991 – 56 min / leg. eletronicamente em português
Alemanha, 1974 – 9 min / leg. eletronicamente em português
FLÄCHEN, KINO, BUNKER – DAS KINO UN DIE SCHAUPLÄTZE
ISAAK BABEL – DIE REITERARMEE
“Superfícies, Cinema, Bunker – O Cinema e os Cenários” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1991 – 56 min / leg. eletronicamente em português
DIE UFA 2 (REVIDIERTE FASSUNG) “A UFA 2 (versão revista)” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1992/93 – 80 min / leg. eletronicamente em português
PLAYBACK
“Isaac Babel – Cavalaria Vermelha” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1989/90 – 28 min / leg. eletronicamente em português
IMAGINÄRE ARCHITEKTUR – DER BAUMEISTER HANS SCHAROUN “Arquitetura Imaginária – O Arquiteto Hans Scharoun” de Hartmut Bitomsky com Konstanze Binder, Sabine Hillmann, Irina Hoppe Alemanha, França, 1993 – 58 min / leg. eletronicamente em português
de Hartmut Bitomsky Alemanha, Holanda, 1995 – 80 min / leg. eletronicamente em português
sessão apresentada e comentada por Hartmut Bitomsky, a decorrer ao longo do dia com intervalos A sessão é composta por vários dos filmes de Hartmut Bitomsky sobre cinema apresentados em sequência. Ao longo de várias horas, o extenso programa será acompanhado e comentado pelo realizador, podendo assim ser encarado como um complemento às cinco sessões das “Histórias do Cinema”, que este mês são apresentadas por Bitomsky e dedicadas a John Ford. Ford, Stroheim, Griffith, Flaherty, os grandes estúdios da UFA, a omnipresença do tema da morte no cinema, e o tratamento do espaço cinematográfico são apenas alguns dos muitos temas abordados no decorrer deste sábado através de excertos de filmes e de múltiplos materiais a eles associados. “O que nos dizem os filmes?” Esta é a questão que formula a voz off que introduz PLAYBACK cuja pluralidade de respostas será explorada ao longo deste programa múltiplo. > Sáb. [16] 16:00 | sala Luís de Pina
duração total da sessão: 95 minutos Com apenas nove minutos e filmado em 16mm, CALL GIRLS é uma das primeiras obras cinematográficas de Hartmut Bitomsky de cariz mais ficcional e um filme muito pouco mostrado. ISAAK BABEL – DIE REITERARMEE desenvolve-se entre o documentário e a ficção e acompanha a história de Isaak Babel, uma das vítimas de Estaline, e hoje considerado um dos escritores essenciais para compreender a União Soviética. Em 1920, Babel ingressou no Exército Vermelho interrompendo a sua produção literária e mais tarde documentou os horrores da guerra em Cavalaria Vermelha, uma coleção de histórias curtas. A terminar a sessão um documentário sobre uma outra figura polémica: Hans Scharoun. ARQUITETURA IMAGINÁRIA centra-se neste grande criador que foi autor de uma obra controversa na jovem República Federal da Alemanha. > Ter. [19] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema INFRA/STRUKTUR BERLIN/WEST “Infra/Estrutura Berlim/Ocidental” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1987 – 10 min / leg. eletronicamente em português
DEUTSCHLANDBILDER “Imagens da Alemanha” de Hartmut Bitomsky, Heiner Mühlenbrock Alemanha, 1983 – 56 min / leg. eletronicamente em português
INFRA/STRUKTUR BERLIN/WEST visita lugares distintos da cultura oficial da cidade de Berlim, zonas povoadas por lixo e resíduos “O desperdício é colorido, o grito das cores. Isso substitui o grito da linguagem” (Bitomsky). Em DEUTSCHLANDBILDER Bitomsky e Mühlenbrock trabalham com excertos de mais de 30 documentários nazis produzidos e mostrados entre 1933 e 1945. “Nunca existiu na Alemanha um momento de iconoclastia que destruísse esses filmes num ato instintivo de indignação. Os filmes foram confiscados, o que é diferente. Foram guardados, ainda existia um plano para eles. Tal como se fossem reféns resgatáveis, é-lhes permitido sair. Para que isso aconteça tem de se ter a certeza de que o contexto e o modo cuidadoso como são utilizados os torna inofensivos. Esta é uma das condições para a sua utilização como documento, e enquanto tal, é-lhes confiada uma função dupla. É suposto mostrarem o fascismo tal como era realmente, dizerem-nos o que o fascismo nos dizia na altura (…)”. > Qui. [21] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
REICHSAUTOBAHN “Autoestradas do Reich” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1986 – 91 min / leg. eletronicamente em português
Documentário sobre uma monumental autoestrada construída pelos nazis, que é o pretexto para interessantes reflexões. Alternando imagens de arquivo da construção e entrevistas a trabalhadores que participaram na obra com imagens de propaganda que procuravam “vender” a estrada aos mais céticos, Bitomsky dá-nos uma perspetiva diferente sobre um monumento que visava proporcionar “não a mais curta, mas a mais nobre ligação entre dois pontos” ao mesmo tempo que aborda o seu impacto na sociedade alemã. Bitomsky parte assim das “Autoestradas do Reich” para construir uma investigação fascinante sobre a natureza da propaganda fascista. > Seg. [25] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
O CINEMA DE ANTÓNIO DE MACEDO
Arquiteto de formação, cineasta por vocação, mas também compositor, escritor e ensaísta, docente, António de Macedo é um protagonista singular do cinema português cujo panorama marcou entre os anos sessenta da sua estreia no contexto do Cinema Novo, época em que a sua obra é especialmente prolífera, e os anos noventa em que infletiu de percurso, passando a dedicar-se mais ativamente aos estudos e ensino universitários nas áreas das religiões comparadas, das tradições esotéricas, das formas literárias e fílmicas ou da sociologia da cultura, em que se doutorou em 2010. A sua primeira longa-metragem DOMINGO À TARDE é, em 1965, o terceiro filme proa do Cinema Novo Português, produzido por António da Cunha Telles como OS VERDES ANOS de Paulo Rocha e BELARMINO de Fernando Lopes. Com ela António de Macedo afirmou-se no contexto do novo fôlego da cinematografia portuguesa dessa década, mas como sucedeu com outros nomes da sua geração o seu percurso começara antes, no domínio do formato curto: inicia-se com os experimentais A PRIMEIRA MENSAGEM e ODE TRIUNFAL e profissionalmente com VERÃO COINCIDENTE e NICOTIANA cuja originalidade chamou a atenção para o seu trabalho. Marca de água de toda a sua obra, cruzada por diversas influências e interesses, persistentemente apostada na experimentação das possibilidades visuais e sonoras no cinema (tanto nas curtas como nas longas-metragens, nas obras de ficção, documentais, institucionais e em filmes publicitários), essa originalidade revestiu-se, por outro lado, de uma dimensão polémica, em alguns casos feroz, que foi pontuando a receção dos seus filmes a partir de 7 BALAS PARA SELMA, a segunda longa-metragem. A produtividade dos anos sessenta estendeu-se à década seguinte, que Macedo atravessou desafiando os imperativos da censura, antes de 1974 (depois de em 1970 ser um dos fundadores do Centro Português de Cinema, foi em 1974 que cofundou a cooperativa Cinequanon onde desenvolve a atividade de cineasta nos vinte anos seguintes), e dos cânones estabelecidos, estendendo as linhas mestras do seu cinema às questões sociais e políticas numa vertente documental. A dimensão fantástica, o imaginário popular e os elementos esotéricos dominam os filmes posteriores na convicção de que “a realidade é mais subtil do que aquilo que a gente vê. As incursões esotéricas que faço são tentativas de penetrar no universo real. Aliás pode dizer-se que o meu fantástico é mais real do que o real”. A retrospetiva da obra de António de Macedo que a Cinemateca agora propõe é uma travessia de várias décadas de história do cinema português e a revisão de um olhar reivindicadamente experimental, frequentemente polémico. Numa proposta de António de Macedo, começamos por O PRINCÍPIO DA SABEDORIA, sendo a retrospetiva genericamente pensada a partir da sua cronologia. Incluindo longas e curtas-metragens, obras conhecidas e títulos mais raros, os filmes serão em grande parte apresentados em novas cópias tiradas no laboratório da Cinemateca. Será publicado um catálogo.
DER VW KOMPLEX “O Complexo VW” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1989 – 88 min / leg. eletronicamente em português
A fábrica da Volkswagen é um museu de tecnologia industrial e ao mesmo tempo uma utopia. Os velhos edifícios fabris lembram catedrais, mas os novos espaços da fábrica são muito diferentes. Enquanto o filme percorre tais edifícios podemos acompanhar a criação de um automóvel e ao mesmo tempo despedirmo-nos da era industrial. > Ter. [26] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
STAUB “Pó” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 2007 – 90 min / leg. eletronicamente em português
HIGHWAY 40 WEST – REISE IN AMERIKA “Highway 40 West – Viagem na América” de Hartmut Bitomsky Alemanha, 1980/81 – 180 min / leg. eletronicamente em português
Inspirado pelo livro que George R. Stewart escreveu em 1953, U.S. 40, Hartmut Bitomsky realizou um documentário televisivo em quatro partes sobre a autoestrada construída em 1926 que atravessa os Estados Unidos. O filme começa em Atlantic City e avança para Oeste em direção a São Francisco, devolvendo-nos uma realidade transformada pela perspetiva crítica do cineasta alemão. > Sex. [29] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
DOMINGO À TARDE
Bitomsky escreveu acerca de STAUB: “Uma partícula de pó é apenas percetível a olho nu. É o tema mais pequeno acerca do qual se pode fazer um filme – é um meio de desaparecimento e um critério de perceção. Onde quer que vamos, leva-nos a melhor; para onde quer que seja que nos viremos, segue-nos. É o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. (…). Aninha-se no desespero da sua própria existência.” Ao examinar muitos tipos de pó, incluindo partículas microscópicas invisíveis a olho nu, “PÓ” ausculta uma variedade de cientistas que investigam as consequências sanitárias e ambientais do pó, desde as tempestades de areia do Sahara ao pó tóxico gerado na implosão das torres do World Trade Center. Os aspetos fenomenológicos, filosóficos e mesmo artísticos da cultura do pó são explorados em entrevistas com artistas e colecionadores. > Qua. [27] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
O PRINCÍPIO DA SABEDORIA
DOMINGO À TARDE
de António de Macedo com Guida Maria, Sinde Filipe, Carmen Dolores, Nicolau Breyner, João d’Ávila Portugal, 1975 – 155 min com a presença de António de Macedo
de António de Macedo com Isabel de Castro, Ruy de Carvalho, Isabel Ruth
O PRINCÍPIO DA SABEDORIA, também conhecido como O RICO, O CAMELO E O REINO, é uma incursão de António de Macedo nos domínios do sobrenatural, reivindicando a bizarria das peripécias num argumento escrito a partir de três novelas de Pere Calders, O Princípio da Sabedoria, A Árvore Doméstica e A Cada Um o Seu Ofício: nos jardins da grande casa de aldeia de um arquiteto insociável, é descoberta uma mão. Num letreiro colocado no portão da propriedade, o arquiteto anuncia devolvê-la a quem provar pertencer-lhe. É uma produção da Tobis Portuguesa, com direção de produção de Henrique Espírito Santo, fotografia de Elso Roque e música de António Victorino d’Almeida. > Sex. [22] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [25] 22:00 | sala Luís de Pina
Portugal, 1965 – 93 min
Título marcante do Cinema Novo Português, DOMINGO À TARDE é cronologicamente o terceiro, emparelhando com OS VERDES ANOS (Paulo Rocha, 1963) e BELARMINO (Fernando Lopes, 1964), também produzido por António da Cunha Telles, e, como aqueles, um título perfeitamente inserido nas tendências do novo cinema dos anos sessenta. “Gosto de experimentar, cinema de montagem intenso, sincopado, gosto de inserir teoria dentro da ação fílmica” (Luís de Pina) são algumas das características desta obra amarga e sóbria, situada no meio hospitalar e que inclui o segmento de um filme fantástico que indica a dimensão experimental da obra futura de Macedo. Com argumento baseado no romance de Fernando Namora, foi o seu primeiro filme de longa-metragem. Foi selecionado para a secção competitiva do Festival de Veneza de 1965, onde foi exibida uma versão não censurada. > Seg. [25] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [28] 19:30 | sala Luís de Pina
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7 BALAS PARA SELMA de António de Macedo com Florbela Queirós, Sinde Filipe, Tomás de Macedo, Osvaldo Medeiros, Lia Gama Portugal, 1967 – 108 min
Segunda longa-metragem de António de Macedo, 7 BALAS PARA SELMA tem inspiração policial e foi na época da sua estreia “um caso” no cinema português, alvo de críticas severas e a acusação de cedência a expectativas comerciais. É um filme que se distingue pela singularidade da sua proposta e a abertura a dimensões cuja variedade o realizador viria a trabalhar ao longo da sua obra. Macedo assina a realização, argumento, diálogos, planificação e montagem. A fotografia é de Acácio de Almeida, a música do Quinteto Académico e a letra das canções, interpretadas por Florbela Queirós, de Alexandre O’Neill. A produção é da Imperial Filmes. > Ter. [26] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [29] 22:00 | sala Luís de Pina
Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema Carvalho e da Ulyssea Filme. A ação de NOJO AOS CÃES dura o tempo da projeção do filme seguindo uma manifestação de estudantes que termina com a intervenção da polícia política. Proibido pela censura, foi exibido nas edições de 1970 dos festivais de Bérgamo e de Benalmadena, onde é distinguido com o prémio da Federação Internacional dos Cineclubes. > Qua. [27] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > segunda passagem em julho
CINE-RISO – ALMANAQUE DOS PARODIANTES DE LISBOA
MENSAGEM, filmada em 16mm preto e branco e sem som sob a influência da vanguarda francesa, de Eisenstein e Pudovkin. De 1969, CINE-RISO é fruto de colaboração com os Parodiantes de Lisboa, e A REVELAÇÃO é uma produção Francisco de Castro com o patrocínio da Sociedade Nacional de Sabões. Posterior em cerca de uma década, A BICHA DE 7 CABEÇAS (produção Cinequanon) é a variação de um conto tradicional português. À exceção de A PRIMEIRA MENSAGEM, os títulos da sessão são primeiras exibições na Cinemateca. > Qui. [28] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro > segunda passagem em julho
Portugal, 1969 – 10 min
A PRIMEIRA MENSAGEM com Cristóvão Martinho, Maria Tereza Portugal, 1961 – 7 min / sem som
A REVELAÇÃO com Costa Guerra Portugal, 1969 – 19 minutos
NOJO AOS CÃES
A BICHA DE 7 CABEÇAS
de António de Macedo com Avelino Lopes, Clara Silva, Eduarda Pimenta, Helena Balsa, Hilda Silvério
de António de Macedo com Guida Maria, Ruy de Carvalho, Ana Maria Gonçalves, Carlos Daniel, Manuel Coelho
Portugal, 1970 – 93 min
Portugal, 1978 – 32 min
De registo experimental e temática contestatária, filmada em película positiva e adotando premissas do cinema direto, a terceira longa-metragem de António de Macedo foi produzida pelo próprio e a expensas suas, o apoio da Valentim de
de António de Macedo duração total da sessão: 68 minutos Esta primeira sessão de curtas-metragens de António de Macedo inclui um dos seus títulos inaugurais, A PRIMEIRA
A PROMESSA de António de Macedo com Guida Maria, Sinde Filipe, João Mota, Luís Santos Portugal, 1972 – 94 min
A partir da obra teatral homónima de Bernardo Santareno e assentando num trabalho de investigação sociológica levado a cabo nas aldeias piscatórias em que decorre a ação, com produção do Centro Português de Cinema, A PROMESSA é a história de um jovem casal de uma aldeia de pescadores profundamente religiosos que não consuma a sua união em cumprimento de um voto de castidade. De novo alvo de polémica na receção em Portugal, (foi a primeira obra portuguesa a mostrar dois corpos nus), A PROMESSA teve uma boa carreira e foi o primeiro filme português oficialmente selecionado para o Festival de Cannes. > Sex. [29] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro > segunda passagem em julho
A MEMÓRIA INESQUECÍVEL DE
SERGE DANEY
SETE BALAS PARA SELMA
Em 1992 a Cinemateca dedicou um Ciclo a Serge Daney (1944-1992) e chamou-lhe “A Memória Inesquecível”. Continua a sê-lo e esta sessão vem lembrá-lo no dia em que passam vinte anos sobre a sua morte: colaborador dos Cahiers du Cinéma e seu chefe de redação em 1968, Daney foi depois responsável pelas páginas de cinema do Libération e um dos fundadores da revista Trafic. Muito mais inestimável do que isso, foi também um “cine-filho”, como se autodesignou, e muito possivelmente o crítico mais importante depois da geração da Nouvelle Vague.
THE NECS 2012 CONFERENCE EM COLABORAÇÃO COM A AIM E A NECS
SERGE DANEY – ITINÉRAIRE D’UN CINÉ-FILS de Pierre-André Boutang, Dominique Rabourdin com Serge Daney, Régis Debray França, 1992-2004 – 188 min / sem legendas
“Os cineastas habitam ainda um país que não figura em nenhum mapa geográfico. Porque os engloba a todos. Este país é o cinema e ainda é tempo de o explorar do interior”, “O cinema é uma promessa de viagem, a promessa de ser um dia cidadão do mundo” (Serge Daney). Numa série de entrevistas com Régis Debray (de 1992, para Océaniques), Serge Daney fala da infância, do cinema americano, da Nouvelle Vague, dos anos cinquenta franceses, do maio de 68 e da politização da cinefilia, da televisão e da era da comunicação de massas. Debray referiu-se ao testemunho de Daney notando “um prazer da inteligência, uma passagem obrigatória para quem queira continuar cinéfilo sem no entanto se tornar telefóbo”. A apresentar na versão de 2004, num prólogo e os três capítulos “Le Temps des Cahiers”, “Des Cahiers à Libé”, “Le Regard du Zappeur”, inclui a imagens dos filmes “que olharam” Serge Daney. > Ter. [12] 19:30 | sala Luís de Pina
O Congresso anual da NECS – European Network for Cinema and Media Studies, a decorrer entre 21 e 23 de junho na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, começa na Cinemateca com a projeção de 48, a mais recente longa-metragem de Susana Sousa Dias.
48 de Susana Sousa Dias Portugal, 2009 – 93 min
Prosseguindo o trabalho que tem vindo a desenvolver, designadamente em NATUREZA MORTA-VISAGES D’UNE
DICTATURE, Susana Sousa Dias centrou-se em 48 num núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa, procurando “mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou perpetuar, durante 48 anos”, questionando “O que pode uma fotografia de um rosto revelar sobre um sistema político? O que pode uma imagem tirada há mais de 35 anos dizer sobre a nossa atualidade?” O filme fixa os rostos cadastrados em fotografias dos arquivos da PIDE e as vozes que testemunham experiências terríveis de sofrimento e tortura. Grande Prémio do Festival Internacional Cinéma du Réel 2010, Prémio FIPRESCI do Festival Internacional do Documentário e Cinema de Animação de Leipzig. > Qua. [20] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
MATINÉS DA CINEMATECA
Sob o signo da diversidade, as matinés da Cinemateca são em junho cronologicamente balizadas entre 1932, ano de SHANGHAI EXPRESS, e 1997, “NA PRESENÇA DE UM PALHAÇO”. Além dos filmes de Sternberg e Bergman, há outras dezassete propostas nas primeiras sessões de segunda a sexta-feira na Cinemateca. Destaque para INVISIBLE STRIPES, que não se vê na Cinemateca desde 1997, DYRYGENT de Wajda e LE BAL de Scola que aqui tiveram projeções únicas em 2000 e 2003. MOONSTRUCK e ROMANCING THE STONE, dois outros populares títulos dos anos oitenta, são apresentados em primeiras exibições na Cinemateca.
mais famosos filmes de Dieterle, BOOTS MALONE revela a capacidade de um olhar surpreendentemente discreto. > Ter. [12] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
LO SCEICCO BIANCO O Cheik Branco de Federico Fellini com Alberto Sordi, Brunella Bovo, Leopoldo Trieste Itália, 1952 – 85 min / legendado em português
Após LUCI DEL VARIETÀ, correalizado com Alberto Lattuada, este foi o primeiro filme “a solo” de Fellini. LO SCEICCO BIANCO, com argumento de Tullio Pinelli (colaborador habitual de Fellini) e onde colaborou também Michelangelo Antonioni, é a história de uma provinciana fã de fotonovelas que, durante uma viagem a Roma, faz tudo para conhecer o herói da série “O Cheik Branco”. Alberto Sordi é fenomenal no papel do galã, um poltrão da pior espécie. O par Brunella Bovo-Leopoldo Trieste enfileira na galeria das mais tocantes personagens de Fellini. > Qui. [14] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
NOSFERATU, PHANTOM DER NACHT Nosferatu, o Fantasma da Noite de Werner Herzog com Klaus Kinski, Isabelle Adjani, Bruno Ganz, Roland Topor Alemanha, 1979 – 92 min / legendado em português
LO SCEICCO BIANCO
Mais do que uma nova versão do clássico de Murnau, NOSFERATU, PHANTOM DER NACHT é um filme que reflete o universo inquieto e “interior” de Werner Herzog, com o vampiro transformado numa das suas personagens de marginal do mundo e da vida. Fabulosa interpretação de Klaus Kinski no papel do “maldito”. > Sex. [15] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
MOONSTRUCK O Feitiço da Lua de Norman Jewison com Cher, Nicolas Cage, Olympia Dukakis, Vincent Gardenia, Danny Aiello, Feodor Chaliapine Estados Unidos, 1987 – 101 min / leg. eletronicamente em português
EVERYONE SAYS I LOVE YOU Toda a Gente Diz Que Te Amo de Woody Allen com Woody Allen, Alan Alda, Drew Barrymore, Goldie Hawn, Julia Roberts, Tim Roth Estados Unidos, 1996 – 100 min / legendado em português
Woody Allen dirige o irresistível retrato de uma família e as aventuras sentimentais de vários dos seus membros, nos EUA e em Paris. Allen aproveita as conversas que a filha ouve no consultório da psicanalista para aparecer como o “homem dos sonhos” de uma das pacientes por quem se apaixonara. Esta comédia romântica é concebida como um musical, e alguns momentos evocam os grandes clássicos do género. > Sex. [1] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
INVISIBLE STRIPES Homens Marcados de Lloyd Bacon com George Raft, Jane Bryan, William Holden, Humphrey Bogart Estados Unidos, 1939 – 80 min / legendado em português
Da Warner Bros., filme de gangsters produzido no contexto de uma série referente a questões prisionais e sociais na segunda metade da década de trinta, INVISIBLE STRIPES é também um filme que extravasa as intenções iniciais do estúdio e oferece boas surpresas. Bogart, num papel anterior à consagração da sua imagem de marca, não é a menor delas. “Who cares. We can’t live forever.” > Seg. [4] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
LARMAR OCH GÖR SIG TILL “Na Presença de Um Palhaço” de Ingmar Bergman com Börje Ahlstedt, Marie Richardson, Erland Josephson, Agneta Ekmanner Suécia, 1997 – 118 min / leg. eletronicamente em português
Filme sobre a vida, a arte, o cinema e o teatro. O argumento gira em torno do inventor Carl Åkerblom, grande admirador de Schubert internado num hospital psiquiátrico de Uppsala. Com a ajuda de outro paciente Åkerblom monta um projeto fílmico e declara ter inventado uma nova forma de arte cinematográfica: o cinema sonoro ao vivo. Se a projeção do filme daí resultante é interrompida pelo fogo, os atores prolongam a sua representação num palco improvisado. > Ter. [5] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
I, MOBSTER A Vida de Um Gangster de Roger Corman com Steve Cochran, Lita Milan, Robert Strauss, Celia Lovsky, Lili St. Cyr Estados Unidos, 1958 – 77 min / leg. eletronicamente em português
Ascensão e queda de um gangster. Segundo filme de gangsters de Corman, após MACHINE GUN KELLY, I, MOBSTER é uma variação de LITTLE CAESAR, descrevendo a vida criminosa com a sua brutalidade, ajustes de contas e, no caso, as traições que derrubarão o novo “César”. > Qua. [6] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
A comédia romântica de Norman Jewison com Cher e Nicholas Cage (distinguida com seis nomeações e três Oscars para melhor argumento original, melhor atriz e melhor atriz secundária) conta uma história de Brooklyn. As peripécias são românticas, envolvem um trio, reviravoltas, boa disposição. Primeira exibição na Cinemateca. > Seg. [18] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
I DREAM TOO MUCH
LE BAL
A Voz do Amor de John Cromwell com Lily Pons, Henry Fonda, Eric Blore, Osgood Perkins
O Baile de Ettore Scola com Étienne Guichard, Martine Chauvin, Régis Bouquet, Rossana Di Lorenzo
Estados Unidos, 1935 – 97 min / legendado em português
Construído à volta da figura de Lily Pons, célebre soprano coloratura francês que era então uma vedeta nos Estados Unidos (e que no delirante HITTING A NEW HIGH, de Raoul Walsh, faz o papel de um pássaro!), I DREAM TOO MUCH é uma comédia musical em que Lily Pons é casada com Henry Fonda, o que em si já é um tanto insólito. Mas o par romântico vive uma rivalidade profissional. De notar ainda a presença de Eric Blore, um dos grandes secundários de sempre e, como curiosidade, a breve aparição de Lucille Ball, no papel de uma americana em Paris. > Sex. [8] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
França, Itália, Argélia, 1983 – 111 minutos / sem diálogos
LA BAIE DES ANGES
TOTÒ, FABRIZI E I GIOVANI D’OGGI
A Grande Pecadora de Jacques Demy com Jeanne Moreau, Claude Mann, Paul Guers
Totó, Fabrizi e os Meninos de Hoje de Mario Mattoli com Totò, Aldo Fabrizi, Christine Kaufmann, Geronimo Meynetr, Franca Marzi
França, 1963 – 83 min / legendado em português
Muito longe do filme cantado que seria uma das marcas do seu cinema, esta obra-prima de Jacques Demy descreve a paixão de uma mulher pelo jogo e o seu périplo de casino em casino na companhia do amante, numa realização que tem a leveza e a elegância do cinema do realizador francês, mas também capta magnificamente a angústia dos jogadores e a sua neurose. Filmado a preto e branco em cenários naturais na Côte d’Azur (Nice e Mónaco), LA BAIE DES ANGES tem uma criação fabulosa de Jeanne Moreau. > Seg. [11] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
É um dos mais populares filmes de Ettore Scola (César de melhor filme francês ex-aequo com À NOS AMOURS; Urso de Prata para melhor realizador em Berlim 1984), filmado no cenário de um salão de dança parisiense: enquanto os pares dançam, desfilam cinquenta anos da história da sociedade francesa, das décadas de trinta à de oitenta, passando em revista a euforia da Frente Popular, o período da Ocupação e Resistência, o maio de 68. Acompanhando a evolução musical, chega-se ao rock e ao disco. > Ter. [19] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
Itália, 1960 – 94 min / legendado em português
Totò de novo, num duelo irresistível com Fabrizi, depois da obra-prima GUARDIE E LADRI e de I TARTASSATI. O filme explora, mais uma vez, o contraste físico e de personalidade dos dois comediantes, espécie de “Bucha e Estica” do neorrealismo, com a irreverência do primeiro e o tom “desajeitado” do segundo, enfrentando os problemas da nova geração, representada nos seus filhos. > Qua. [20] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
THE GLASS MENAGERIE BOOTS MALONE O Dinheiro Não é Tudo de William Dieterle com William Holden, Stanley Clements, Basil Ruysdael, Carl Benton Reid, Ralph Dumke, Ed Begley Estados Unidos, 1952 – 101 min / legendado em português
O filme de Dieterle pensado à medida de William Holden, a sua vedeta, põe-o entre corridas de cavalos, a protagonizar uma história de amizade com um adolescente de quem aprende a gostar. Holden é Boots Malone, um treinador de jockeys de caráter duvidoso e que em momento de má sorte profissional se depara com uma nova oportunidade. Não sendo dos
Algemas de Cristal de Paul Newman com Joanne Woodward, John Malkovich, Karen Allen, James Naughton Estados Unidos, 1987 – 134 min / legendado em português
Um dos melhores trabalhos de Paul Newman como realizador e a terceira adaptação da peça homónima de Tennessee Williams ao cinema. A extraordinária sensibilidade de Newman na direção de atores, revelada em RACHEL, RACHEL, faz desta versão um verdadeiro festival da arte de representar. Mas é também uma inteligente adaptação do espaço teatral ao cinema, na forma como a câmara circula pelo que é,
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praticamente, um cenário único, pela fotografia de Michael Ballhaus e pela forma como o drama é apresentado no flashback da personagem de Malkovich. > Qui. [21] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
THE RIVER O Rio Sagrado de Jean Renoir com Adrienne Corri, Patricia Walter, Nora Swinburne, Radha Shri Ran, Esmond Knight, Thomas E. Breen França, Índia, Estados Unidos, 1951 – 99 min / leg. eletronicamente em português
THE RIVER marca o início da fase final da carreira de Renoir. Filmado na Índia, a cores, o filme conta a história de uma família inglesa e a “ação” resume-se ao facto de nascer, morrer e amar pela primeira vez. O rio do título é ao mesmo tempo físico (o Ganges) e metafísico (a vida, o tempo). Um dos filmes mais celebrados de Renoir, imbuído de uma espiritualidade assombrosamente serena. > Sex. [22] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
SHANGHAI EXPRESS O Expresso de Xangai de Josef von Sternberg com Marlene Dietrich, Anna May Wong, Warner Oland, Clive Brook, Eugene Pallette
Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
O PRIMEIRO SÉCULO DO CINEMA
Durante os cinco sábados de junho, o nosso passeio pelo primeiro século do cinema (filmes realizados entre 1895 e 1995) oferece a variedade que está no cerne desta proposta de programação regular, recapitulando as grandes etapas da história do cinema e aventurando-se por meandros menos frequentados. Poderemos ver ou rever grandes clássicos de Fritz Lang, Alfred Hitchcock (dois filmes), Jean Renoir (num eco às magníficas conferências de Jean Douchet em abril) e Luis Buñuel (um dos seus mais delirantes filmes mexicanos). Mas também poderemos ver obras menos célebres do período clássico, de Budd Boetticher e Jean Grémillon. Entre os autores modernos, Sergio Leone, André Delvaux, Andrzej Wajda e Pier Paolo Pasolini, Jean-Luc Godard e Roberto Rossellini num filme em episódios, além de um raro programa de três documentários educativos de Eric Rohmer. Sempre no domínio do documentário, o filme de Peter Bogdanovich sobre John Ford e BERLIM, SINFONIA DA METRÓPOLE, de Walter Ruttman, um dos cinco clássicos do período mudo que propomos este mês. Os outros são assinados por John Ford, Yasujiro Ozu e Mauritz Stiller. Temos ainda duas raridades dos anos sessenta e setenta, uma da Checoslováquia, a outra do Brasil e dois filmes “populares”: POLTERGEIST e um filme de Terence Young (autor de alguns dos mais célebres filmes de James Bond), com Charles Bronson, quando este era uma vedeta internacional.
Estados Unidos, 1932 – 82 min / legendado em português
SHANGHAI EXPRESS foi a quinta das sete maravilhas do cinema nascidas do encontro entre Josef von Sternberg e Marlene Dietrich. Aqui, Marlene tem uma das suas mais lendárias interpretações no papel de uma mulher que muitos homens transformaram em “Shanghai Lily”. Numa viagem pela China, devastada pela guerra civil, num comboio com os mais estranhos e perigosos passageiros, Shanghai Lily encontra um velho amor, um médico enviado numa perigosa missão. > Seg. [25] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
LA SALAMANDRE
NORTH BY NORTHWEST
A Salamandra de Alain Tanner com Bulle Ogier, Jean-Luc Bideau, Jacques Denis, Véronique Alain, Marblum Jéquier Suiça, 1971 – 122 min / legendado em português
A partir de um argumento coassinado com John Berger, Tanner filma a história de Pierre, um jornalista contratado para escrever um argumento para a televisão suíça a partir de um caso verídico do passado recente que envolve a acusação de homicídio a uma rapariga que teria disparado sobre um tio. Com um amigo escritor, Paul, Pierre aborda a história segundo duas perspetivas diferentes, recorrendo a entrevistas e imaginando as personagens a partir dos factos conhecidos. A premissa narrativa de partida é portanto um argumento em processo de escrita. > Ter. [26] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
DYRYGENT O Chefe de Orquestra de Andrezj Wajda com John Gielgud, Krystyna Janda, Andrzej Seweryn , Jan Ciecierski Polónia, 1979 – 102 min / legendado em português
Há quem defenda DYRYGENT como um dos mais significativos filmes de Wajda, refletindo o estado das coisas na Polónia de finais dos anos setenta. Protagonizada por John Gielgud, no papel de um maestro famoso de origem polaca radicado no estrangeiro, a história é a de uma procura pessoal pela compreensão do passado. A investigação é levada a cabo por uma mulher, Martha, a personagem de Krystyna Janda. > Qua. [27] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
SOME LIKE IT HOT Quanto Mais Quente Melhor de Billy Wilder com Marilyn Monroe, Jack Lemmon, Tony Curtis, Joe E. Brown, George Raft Estados Unidos, 1959 – 120 min / legendado em português
“Ninguém é perfeito!”. Este é o filme da famosa réplica que todo o cinéfilo conhece e cita. E, se é verdade no caso das pessoas, não o é noutras coisas, como este filme, perfeito da primeira à última imagem, tanto no argumento (uma brilhante sucessão de acontecimentos e diálogos à volta de dois músicos que se disfarçam de mulheres para escapar a um grupo de gangsters), como no trabalho de Wilder na construção dos gags, ou no elenco em que cada ator está exatamente à altura da personagem. > Qui. [28] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
ROMANCING THE STONE Em Busca da Esmeralda Perdida de Robert Zemeckis com Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny De Vito Estados Unidos, 1984 – 104 min / legendado em português
Título popular dos anos oitenta, ROMANCING THE STONE reúne os ingredientes de uma grande produção, estrelas famosas, os cenários “on location” do México e das Filipinas, uma história que mistura a ação e aventura com a comédia romântica. Primeira exibição na Cinemateca. > Sex. [29] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
MAN HUNT Feras Humanas de Fritz Lang com Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine Estados Unidos, 1941 – 102 min / legendado em português
Sexto filme americano de Fritz Lang, MAN HUNT é uma espécie de fábula política sobre o regime nazi. Em vésperas da II Guerra, um turista inglês é apanhado pela Gestapo quando tem Hitler na mira da sua espingarda de caça… descarregada. Os nazis exploram a situação como um atentado para tentar responsabilizar o governo britânico. Conseguindo evadir-se, a personagem de Walter Pidgeon é alvo de uma perseguição por agentes alemães na Grã-Bretanha, até ser encurralado numa caverna de montanha. > Sáb. [2] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
ONCE UPON A TIME IN AMERICA Era uma Vez na América de Sergio Leone com Robert de Niro, James Woods, Elizabeth McGovern, Tuesday Weld, Joe Pesci, Danny Aiello Estados Unidos, 1984 – 226 min / legendado em português
Sob a aparência de um filme de gangsters, Sergio Leone fez um monumento cinematográfico: não um filme épico, mas um filme sobre a memória, um dos mais ambiciosos e mais belos filmes de sempre sobre o tempo, as lembranças e a amizade. Esta longa meditação elegíaca, esta dilacerante história de necessidade mútua, é também um filme sobre os mitos americanos, como só um europeu poderia vê-los, despidos do prosaísmo e da banalidade da realidade americana. Esta é uma América mitológica (era uma vez...), num filme que é uma aposta do imaginário, em que tudo aquilo que vemos talvez nunca tenha existido, talvez tenha sido a alucinação de um comedor de ópio. > Sáb. [2] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
FOUR SONS Os Quatro Filhos de John Ford com Margaret Mann, James Hall, George Neeker, Francis X. Bushman Jr. Estados Unidos, 1928 – 100 min / mudo, com intertítulos em português
Embora um tanto negligenciado pelos críticos, o período mudo da carreira de John Ford, com dezenas de filmes, é marcado
por alguns pontos altos da obra do mestre americano. FOUR SONS é um deles, onde Margaret Mann cria uma das típicas figuras maternas do realizador, que, como mais tarde em HOW GREEN WAS MY VALLEY, vê os seus filhos desaparecerem a pouco e pouco, levados no turbilhão da guerra e da emigração. Durante muitos anos, a cópia portuguesa deste filme foi a única existente em todo o mundo, pois todas as outras tinham desaparecido. Vamos revê-lo numa cópia nova tirada no laboratório da Cinemateca, a partir de um restauro feito no laboratório Cinema Ritrovato, em Bolonha. > Sáb. [2] 19:30 | sala Luís de Pina
DIRECTED BY JOHN FORD de Peter Bogdanovich com John Ford, Orson Welles, Peter Bogdanovich Estados Unidos, 1971-2006 – 110 min / leg. eletronicamente em português
Admirador sincero e entusiasta de John Ford, sobre quem escreveu vários textos importantes e que entrevistou várias vezes, Peter Bogdanovich fez este documentário dois anos antes da morte do realizador que era “o monumento do cinema americano”. Às declarações sucintas e por vezes sarcásticas de Ford, juntam-se vários outros testemunhos. Apresentado à época numa versão de noventa e nove minutos, o filme foi retirado por motivos legais, até que em 2006 Bogdanovich fez uma nova versão de 110 minutos. É esta que iremos apresentar. > Sáb. [2] 22:00 | sala Luís de Pina
NORTH BY NORTHWEST Intriga Internacional de Alfred Hitchcock com Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason, Leo G. Carroll Estados Unidos, 1959 – 136 min / legendado em português
NORTH BY NORTHWEST, um dos filmes mais célebres de Hitchcock, é um prodígio de construção de suspense, com algumas das cenas mais famosas do mestre (a perseguição do avião, a corrida no monte Rushmore). O filme também é também um autêntico repositório de todos os seus temas e obsessões, de todos os seus “jogos” e alusões eróticas e da exploração do tema do “falso culpado”, que está no cerne da sua obra. > Sáb. [9] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema THE BULLFIGHTER AND THE LADY Homens na Arena de Budd Boetticher com Robert Ryan, Gilberto Roland, Joy Page, Kathy Jurado Estados Unidos, 1951 – 86 min / leg. eletronicamente em português
Os filmes de Budd Boetticher têm algumas das melhores qualidades do cinema americano clássico: rapidez, secura, eficiência. THE BULLFIGHTER AND THE LADY, talvez a sua obra mais célebre, conta a história de um americano que vai para o México, onde aprende a ser toureiro e, naturalmente, se apaixona por uma bela mexicana. Um filme extremamente “viril”, cheio de magníficas sequências de touradas (antes de ser cineasta, Boetticher fora toureiro). Apresentamos a versão distribuída à época, mais curta do que a montagem originalmente feita pelo realizador. > Sáb. [9] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
UMARETE WA MITA KEREDO “Nasci, Mas…” de Yasujiro Ozu com Hideo Sugawara, Tokkan Kozo, Tatsuo Saito
“NASCI, MAS…” (conhecido em francês como GOSSES DE TOKYO) é considerado como o primeiro dos grandes filmes de Yasujiro Ozu. Para Donald Richie é “a primeira vez que o cineasta combinou na perfeição todos os elementos que caracterizam o seu estilo”. História trágico-cómica sobre a relação entre um homem e os seus dois filhos, que não percebem por que motivo tem o pai de agir com tanta subserviência perante o patrão. O filme é realizado num estilo extremamente depurado, mas ainda longe do despojamento absoluto que caracterizaria a fase final do cinema do mestre japonês (1949-62). > Sáb. [9] 19:30 | sala Luís de Pina
RO.GO.PA.G de Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard, Pier Paolo Pasolini, Ugo Gregoretti com Rosana Schiaffino, Jean- Marc Bory, Orson Welles, Ugo Tognazzi França, Itália, 1963 – 120 min / leg. eletronicamente em português
Um dos muitos filmes em episódios feitos nos anos sessenta, cujo título é composto pelas iniciais dos seus realizadores. O ponto culminante do filme é provavelmente o episódio de Pasolini, LA RICOTTA (“O REQUEIJÃO”), passado durante a rodagem de um filme marxista sobre Cristo, com Orson Welles no papel do realizador. O figurante que faz o papel do Bom Ladrão morre de indigestão ao comer pela primeira vez à saciedade na vida… Não menos brilhante é o episódio de Godard, “O NOVO MUNDO”, que estranha e injustamente tornou-se quase esquecido. Em “A CASTIDADE”, Rossellini faz um irónico comentário sobre a obsessão de um homem com a castidade da mulher que deseja, ao passo que Ugo Gregoretti aborda a tentação do consumismo. > Sáb. [9] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
POLTERGEIST Poltergeist, o Fenómeno de Tobe Hooper com Craig T. Nelson, JoBeth Williams, Beatrice Straight Estados Unidos, 1982 – 113 min / legendado em português
Assinado por Tobe Hooper, celebrizado pelos rios de sangue de THE TEXAS CHAINSAW MASSACRE/MASSACRE NO TEXAS, POLTERGEIST é baseado num argumento de Steven Spielberg, que parece ter controlado o filme de perto. Trata-se de um screamer (filme destinado a fazer gritar), situado no contexto clássico da família assediada numa casa mal-assombrada. Tudo começa em tom de brincadeira, antes das coisas se tornarem trágicas. Primeira exibição na Cinemateca. > Sáb. [9] 22:00 | sala Luís de Pina
MOROCCO
Japão, 1932 – 91 min / mudo, intertitulos em japonês, narrados em francês e legendados eletronicamente em português
LA BÊTE HUMAINE
FRENZY
A Fera Humana de Jean Renoir com Jean Gabin, Simone Simon, Fernand Ledoux, Julien Carette
Perigo na Noite de Alfred Hitchcock com Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt, Anna Massey
França, 1938 – 100 min / leg. eletronicamente em português
Reino Unido, 1972 – 116 min / legendado em português
Adaptado do romance de Zola, é uma das grandes obras-primas de Renoir, no seu período mais fértil. Duas das sequências mais célebres do seu cinema fazem parte deste filme, a viagem de comboio Paris-Havre e o baile que precede o trágico desenlace. Misto de realismo e sombrio fatalismo, LA BÊTE HUMAINE conta uma história que parece talhada à medida de Gabin: um condutor ferroviário tem uma ligação com a mulher de um colega, que guarda o segredo de uma culpa. Um dos papéis mais poderosos daquele que Renoir considerava “um imenso ator, capaz de transmitir os sentimentos mais violentos com um simples bater de pálpebras”. No papel da mulher, Simone Simon é inesquecível. A apresentar em cópia nova. > Sáb. [16] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
Para o seu penúltimo filme, Hitchcock regressou à sua Inglaterra natal (“Uma vez londrino, sempre londrino”, escreveu Penelope Houston à época). FRENZY mostra-nos um serial killer em ação no grande mercado de Covent Garden. À dura violência do criminoso, junta-se o humor típico de Hitchcock, sobretudo nas cenas que envolvem o polícia que tenta resolver o caso e cuja mulher se julga uma grande cozinheira. Entre o humor e a provocação, Hitchcock numa das suas obras mais geniais. > Sáb. [16] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
RENDEZ-VOUS À BRAY Encontro em Bray de André Delvaux com Anna Karina, Mathieu Carrière, Bulle Ogier Bélgica, França, 1971 – 90 min / legendado em português
Um dos mais célebres e mais melancólicos filmes do belga André Delvaux (1926-2002), adaptado de um conto de Julien Gracq. Durante a I Guerra Mundial, um jovem parisiense, livre da mobilização por ter nacionalidade luxemburguesa, dedica-se a aprender piano. Convidado por um amigo a passar uma temporada na casa da família dele em Bray, o jovem entrega-se à nostalgia, rememorando os tempos de antes da guerra. Brilhante aproveitamento da banda musical. > Sáb. [16] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
L’ÉTRANGE MONSIEUR VICTOR Um Erro Judiciário de Jean Grémillon com Raimu, Madeleine Renaud, Pierre Blanchar França, 1938 – 112 min / leg. eletronicamente em português
Autor de obras notáveis como LE CIEL EST À VOUS, GUEULE D’AMOUR e PATTES BLANCHES, Jean Grémillon só foi reconhecido postumamente como o grande cineasta que é. Típico do rico cinema francês dos anos 30, L’ÉTRANGE MONSIEUR VICTOR conta a história de um homem que tem uma dupla vida: respeitável comerciante de dia, temível malfeitor à noite. Magnificamente fotografado e com um desempenho fabuloso de Raimu no papel principal, cheio de atmosfera, o filme é uma notável pintura da honradez de fachada. Um belíssimo momento de cinema, a descobrir. > Sáb. [23] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
MOROCCO Marrocos de Josef von Sternberg com Marlene Dietrich, Gary Cooper, Adolphe Menjou, Francis McDonald Estados Unidos, 1930 – 92 min / legendado em português
O primeiro filme de Marlene nos EUA e aquele que a impôs definitivamente. Uma delirante história de amor, onde uma cantora troca a riqueza do amante mais velho pelo amor de um legionário, incarnado por Gary Cooper, que Sternberg transforma num poderoso sex symbol, num eco masculino à imagem de Marlene Dietrich. Uma cena que deu escândalo: Marlene cantando, vestida de homem, e quebrando um tabu do cinema ao beijar na boca uma cliente do cabaret. Um final que ficou lendário: Marlene seguindo a pé o seu “beau légionnaire” pelas areias do deserto. O mito de Marlene Dietrich no auge e a arte de Sternberg no apogeu. > Sáb. [23] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
ONCE UPON A TIME IN AMERICA
EROTIKON de Mauritz Stiller com Tora Teje, Lars Hanson, Karin Molander Suécia, 1920 – 97 min / mudo,intertítulos em sueco, traduzidos em português
Uma das mais célebres obras-primas do grande Mauritz Stiller, deliciosa comédia de enganos e casais trocados, num estilo em que Stiller antecipa a comédia de enganos. Sob a aparente ligeireza de EROTIKON, revela-se uma reflexão sobre os sentimentos e as crises conjugais. Lubitsch, grande admirador deste filme, inspirou-se nele para algumas das suas melhores comédias. A exibir em cópia restaurada, com tintagens e viragens originais. > Sáb. [23] 19:30 | sala Luís de Pina
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
PANNY Z WILKA Mulheres de Andrzej Wajda com Daniel Olbryschki, Anna Seniuk, Christine Pascal Polónia, 1978 – 115 min / legendado em português
PANNY Z WILKA é um filme intimista, que não tem muitos equivalentes na obra de Wajda, que costuma preferir os filmes de conjunto, que muitas vezes são representações ou alegorias da conturbada história da Polónia. A ação passa-se à volta de 1930. Um homem de cerca de quarenta anos, marcado pela perda recente de um amigo próximo, volta para a propriedade familiar. Na propriedade vizinha, reencontra um grupo de irmãs que ele frequentara há anos atrás. Descobre que aquela que ele amara morrera. A nova parece interessar-se por ele, mas o homem tem os pensamentos fixos na morte. > Sáb. [23] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
DE LA PART DES COPAINS / COLD SWEAT Ódio Velho de Terence Young com Charles Bronson, James Mason, Liv Ullman França, Itália, 1970 – 92 min / legendado em português
Terence Young já tinha quinze anos de carreira quando se transformou no “pai” de James Bond, ao realizar os três primeiros filmes da série, que também estão entre os melhores: DR. NO, FROM RUSSIA WITH LOVE e THUNDERBALL. No papel principal de ÓDIO VELHO, Young dirigiu Charles Bronson, que se tornara tardiamente numa vedeta. O filme conta a clássica história de um homem agarrado pelo seu passado. Bronson é um americano que vive tranquilamente no sul de França, com a mulher e a filha. Mas numa outra vida fora um criminoso e abandonara os seus companheiros de fuga de um presídio. Estes aparecem quando o homem menos espera. Primeira exibição na Cinemateca. > Sáb. [23] 22:00 | sala Luís de Pina
SUSANA, DEMONIO Y CARNE
em que se manifesta a sua capacidade de filmar fielmente um melodrama e ao mesmo tempo subvertê-lo completamente. Susana foge de uma prisão numa noite de tempestade e vai tomar o lugar de um “anjo exterminador” numa grande propriedade rural onde se refugia, despertando a paixão de todos os homens da casa: primeiro o capataz, depois o filho e finalmente o pai, lançando um contra o outro. O imprevisível desenlace é um prodígio de sarcasmo. > Sáb. [30] 15:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
LES MÉTAMORPHOSES DU PAYSAGE PERCEVAL OU LE CONTE DU GRAAL L’HOMME ET LES IMAGES de Eric Rohmer França, 1964, 1964 e 1967 – 23, 23 e 35 min / legendados eletronicamente em português
Nos anos 60, Eric Rohmer realizou diversos filmes para a televisão escolar, sobre temas muito variados. Propomos aqui três destes filmes. LES MÉTAMORPHOSES DU PAYSAGE reflecte as transformações decorridas em mais de um século, desde o começo da era industrial, buscando “nestas metamorfoses a ocasião para uma reflexão e um devaneio poético” (Rohmer). PERCEVAL OU LE CONTE DU GRAAL aborda o romance de Chrétien de Troyes (século XII), que Rohmer adaptaria em 1978 (PERCEVAL LE GALLOIS), através da leitura de trechos do texto e de miniaturas medievais. Em L’HOMME ET LES IMAGES Rohmer trata um tema que foi objeto de vários documentários seus: o cinema. O filme consiste em entrevistas de René Clair, Jean-Luc Godard e Jean Rouch sobre diversos aspetos do cinema. Um programa raro e estimulante. Os primeiro e terceiro títulos são primeiras exibições na Cinemateca. > Sáb. [30] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
BERLIN, SYMPHONIE EINER GROSSTADT Berlim, Sinfonia de uma Capital de Walter Ruttmann Alemanha, 1927 – 66 min / mudo, sem intertítulos
Susana de Luis Buñuel com Rosita Quintana, Fernando Soler, Victor Mendonza México, 1950 – 85 min / leg. em francês e eletronicamente em português
SUSANA, DEMONIO Y CARNE, uma das obras mexicanas de Buñuel, é um dos seus mais delirantes filmes, talvez o primeiro
NÃO O LEVARÁS CONTIGO
ECONOMIA E CINEMA
A série dedicada à discussão de temas encontrados na confluência entre a economia e o cinema encara o cinema como, também, “questão económica”, mas sobretudo o cinema como retrato e reflexo dos grandes problemas da economia, os eternos, os ocasionais, os recorrentes. A série foi concebida em estreita ligação com um conjunto de personalidades de reconhecida autoridade no tema, tendo a Cinemateca pedido a cada uma delas que escolhesse um filme (ou o filme) que na sua perspetiva melhor ou mais luminosamente exprimisse um olhar cinematográfico sobre a economia. A escolha de junho pertence a Frei Fernando Ventura, Franciscano capuchinho, licenciado em Teologia e em Ciências Bíblicas e autor, entre outros, do primeiro estudo sobre Maria no Islamismo e do livro Roteiro de Leitura Bíblica. Frei Fernando Ventura tem exercido atividade cívica como comentador de temas de atualidade social, religiosa e política.
BERLIN, DIE SYMPHONIE DER GROSSTADT é o mais célebre e o mais perfeito dos muitos filmes feitos em meados dos anos vinte sobre as diversas atividades de uma cidade, do raiar do dia à noite, que é a protagonista do filme. Uma autêntica obra-prima de montagem, concebida verdadeiramente como uma sinfonia visual. Foi esta obra de Ruttmann que deu nome
Os Mártires do Amor de Jan Nemec com Lindsay Anderson, Hana Kuberová, Josef Konicek Checoslováquia, 1966 – 71 min / legendado em português
Jan Nemec foi um dos nomes importantes na extraordinária Nova Vaga checa dos anos sessenta, com, filmes como DEMANTY NOCI (“DIAMANTES NA NOITE”) e O SLAVNOSTI A HOSTECH (“A FESTA E OS CONVIDADOS”). OS MÁRTIRES DO AMOR é dividido em três episódios: AS TENTAÇÕES DE UM TRABALHADOR DE COLARINHO BRANCO; OS SONHOS DE NASTENKA; AS AVENTURAS DE RUDOLF, O ÓRFÃO. O realizador afirmou que nestas “três farsas tristes, quis defender os tímidos, os fracassados, sugerindo uma atmosfera de emoções”. O filme pode ser definido como uma comédia melancólica e não “realista”, na medida em que arte da ação consiste em devaneios eróticos e afetivos dos personagens. Primeira exibição na Cinemateca. > Sáb. [30] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
O PALÁCIO DOS ANJOS de Walter Hugo Khoury com Barbara Grad, Rosanna Ghessa, Adriana Prieto Brasil, 1970 – 96 min
Ativo desde meados dos anos cinquenta em São Paulo, Walter Hugo Khoury foi considerado nos anos sessenta e setenta como uma “alternativa” ao Cinema Novo brasileiro, na medida em que tinha ambições de autor, mas utilizava uma linguagem mais clássica. Coproduzido com a França e apresentado o Festival de Cannes, O PALÁCIO DOS ANJOS conta a história de três amigas que decidem ser prostitutas de luxo, trabalhando de modo autónomo. Longe de qualquer exotismo, o filme tem algumas semelhanças com o cinema italiano do período. Primeira exibição na Cinemateca. > Sáb. [30] 22:00 | sala Luís de Pina
Prosseguindo a proposta de projeção de títulos de longa-metragem de ficção portugueses da coleção da Cinemateca em sessões comentadas por investigadores que tenham estado a trabalhar sobre elas, os respetivos autores ou temáticas relacionadas do cinema português, programamos dois importantes filmes das décadas de quarenta (O PÁTIO DAS CANTIGAS) e cinquenta (CHAIMITE) numa escolha de Manuel Deniz Silva que os apresentará na perspetiva do trabalho da música em cada um deles. Licenciado em Ciências Musicais e doutorado com uma tese intitulada “’La Musique a besoin d’une dictature’: musique et politique dans les premières années de l’État Nouveau Portugais (1926-1945)”, Manuel Deniz Silva é investigador auxiliar do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investiga atualmente a história da música no cinema em Portugal entre 1931-1974 e é investigador responsável do projeto de investigação “À escuta das imagens em movimento: novas metodologias interdisciplinares para o estudo do som e da música no cinema e nos media em Portugal”. sessões apresentadas por Manuel Deniz Silva
O PÁTIO DAS CANTIGAS de Francisco Ribeiro/Ribeirinho com Vasco Santana, Francisco Ribeiro/Ribeirinho, António Silva, António Vilar, Graça Maria, Maria da Graça Portugal, 1941 – 126 min
É um dos mais populares títulos da filmografia da comédia portuguesa dos anos quarenta, ambientado num pequeno pátio lisboeta povoado de sonhos, frustrações, esperança e desilusões. De tristeza, mas também de alegria, com a inesquecível rivalidade de António Silva e Vasco Santana (“Oh, Evaristo, tens cá disto?!”), e a famosa sequência deste, bêbedo, com o candeeiro. Música de Frederico de Freitas. > Sex. [8] 19:30 | sala Luís de Pina
Cinema Paraíso de Giuseppe Tornatore com Philippe Noiret, Jacques Perrin, Salvatore Cascio, Mario Leonardi, Agense Nano
CHAIMITE
Itália, 1988 – 120 min / legendado em espanhol
Portugal, 1953 – 155 min
Prémio Especial do Júri no Festival de Cannes, NUOVO CINEMA PARADISO é uma incursão pela memória adolescente no cinema, evocada por um realizador italiano que regressa à aldeia natal para assistir ao enterro do velho projecionista do antigo cinema já encerrado. A morte daquele homem representa o fim de um tempo e de uma forma de viver e ver o cinema. > Ter. [5] 21:30 | sala Dr. Félix Ribeiro
MUCEDNICI LÁSKY
ABRIR OS COFRES
NUOVO CINEMA PARADISO
sessão apresentada por Frei Fernando Ventura
ao género, que esteve em voga nos anos vinte: sinfonias das cidades. Neste período, Ruttmann estava ligado à esquerda e à vanguarda. Não tardaria a aderir ao nazismo (parece ter tido um papel decisivo na montagem de TRIUMPH DES WILLENS, de Leni Riefenstahl) e morreria em 1942, na frente do Leste, para onde fora enviado como documentarista. > Sáb. [30] 19:30 | sala Luís de Pina
de Jorge Brum do Canto com Jacinto Ramos, Jorge Brum do Canto, Augusto Figueiredo Uma gesta colonialista portuguesa e uma superprodução para o cinema nacional, destinada a celebrar as façanhas de Mouzinho de Albuquerque e de outros militares como Aires de Ornelas, Caldas Xavier, Paiva Couceiro e Freire de Andrade nas campanhas africanas e na chamada “pacificação” de Moçambique, com a encenação das batalhas de Marracuene e Coolela e a captura de Gungunhana em Chaimite. Talvez o filme colonialista mais “sem complexos” alguma vez realizado. Música de Joly Braga Santos. > Sex. [15] 19:30 | sala Luís de Pina
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Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
HISTÓRIAS DO CINEMA: BITOMSKY / FORD
A edição de junho das “Histórias do Cinema” traz o clássico dos clássicos americanos, John Ford, pelo alemão Hartmut Bitomsky. Explicitamente concebida e anunciada como um binómio, esta rubrica propõe, de um lado, um investigador ou especialista em cinema; de outro, um autor ou um tema histórico abordado pelo primeiro, ao longo de cinco tardes e em torno de cinco filmes (ou em cinco sessões, com número variável de obras projetadas), cujas projeções são antecedidas e sucedidas de apresentações e conversas sobre o autor ou o tema em causa, numa sequência de encontros pensados como experiência cumulativa. Autor singular do cinema documental contemporâneo onde tem particularmente trabalhado a História alemã e a cultura dos media, realizador e produtor (fundou a produtora Big Sky Film em 1974), Hartmut Bitomsky tem obra firmada como escritor, ensaísta e professor desde meados dos anos sessenta (consultar entrada em “Hartmut Bitomsky”). Foi corresponsável e editor da revista Filmkritik e tem publicados diversos livros e artigos sobre teoria e história do cinema, entre os quais The Kind of Red of Technicolor (1972) e Cinema Truth (2002).
THE GRAPES OF WRATH As Vinhas da Ira de John Ford com Henry Fonda, Jane Darwell, John Carradine, Charles Grapewin, Ward Bond
a solidão. Talvez o mais belo filme sobre a solidão, de que me lembro. A máxima comoção. O único filme de Ford construído sobre o cinema é o único que, no momento capital, elide o olhar” (João Bénard da Costa). > Qua. [20] 18:00 | sala Luís de Pina
THE QUIET MAN O Homem Tranquilo de John Ford com John Wayne, Maureen O’Hara, Barry Fitzgerald, Victor McLaglen, Ward Bond Estados Unidos, 1952 – 129 min / leg. eletronicamente em português
A Irlanda vista e filmada por John Ford, com uma história que começa como um conto de fadas (a visão de Maureen O’Hara nos campos verdes do Technicolor) e termina com a mais memorável e divertida cena de pancadaria entre dois homens (Wayne e McLaglen) que o cinema mostrou. Pelo meio fica a simples história de “um homem que quer ir para a cama com uma mulher”, como disse John Ford, o mais belo beijo da história do cinema (que deslumbrou cinéfilos e o E.T. de Spielberg), e o mais feliz happy-end de sempre. > Sex. [22] 18:00 | sala Luís de Pina
Estados Unidos, 1940 – 129 min / legendado em português
Um dos retratos mais duros do cinema americano sobre a terrível situação de muitos agricultores americanos durante a Grande Depressão. THE GRAPES OF WRATH adapta o romance homónimo de John Steinbeck sobre o périplo dos agricultores do Oklahoma arruinados por uma desastrosa seca na década de trinta e expulsos das suas terras pelos bancos, rumo à “terra prometida” da Califórnia. No papel principal, Henry Fonda tem uma das maiores criações da sua carreira. Um filme duro, com um tom inegavelmente “de esquerda” (“We are the people”), que mostra que John Ford, embora conservador, tinha as suas contradições. Foi o segundo Oscar de Ford como melhor realizador e o filme em que Jane Darwell conquistou o Oscar de melhor atriz secundária. > Seg. [18] 18:00 | sala Luís de Pina
THEY WERE EXPENDABLE Homens para Queimar de John Ford com John Wayne, Robert Montgomery, Donna Reed, Jack Holt, Ward Bond Estados Unidos, 1945 – 115 min / leg. eletronicamente em português
Se não é o melhor filme de Guerra jamais feito, é o melhor que se fez sobre a Marinha na guerra. Escrita por Ford com Frank W. Wead (a quem o posterior THE WINGS OF EAGLES é dedicado) em homenagem ao Capitão John Brickley, um dos mais lendários heróis americanos, a história é a de uma equipagem de lanchas lança-torpedos e as suas primeiras operações contra a armada japonesa que as destrói uma a uma. A de uma derrota que foi o primeiro passo para a vitória no Pacífico. > Ter. [19] 18:00 | sala Luís de Pina
THE WINGS OF EAGLES A Águia Voa ao Sol de John Ford com John Wayne, Maureen O’Hara, Dan Dailey, Ward Bond, Ken Curtis Estados Unidos, 1957 – 110 min / legendado em espanhol
Fabulosa homenagem à Marinha dos Estados Unidos, assinada pelo Almirante John Ford, que aqui retrata a vida de Frank “Spig” Wead que foi seu argumentista (AIR MAIL, THEY WERE EXPENDABLE) e onde Ward Bond interpreta a figura de um realizador de cinema, que é o próprio Ford. Wayne e O’Hara (o par favorito de Ford) num dos seus grandes momentos de cinema. “THE WINGS OF EAGLES é sobretudo um filme sobre
PONTES LEÇA / MINNELLI A sessão conclui o programa vindo de maio, Vincente Minnelli por Carlos de Pontes Leça, que apresentou já MEET ME IN SAINT-LOUIS, AN AMERICAN IN PARIS, THE BAND WAGON e BRIGADOON.
ON A CLEAR DAY YOU CAN SEE FOREVER Melinda de Vincente Minnelli com Barbra Streisand, Yves Montand, Bob Newhart Estados Unidos, 1970 – 129 min / leg. eletronicamente em português
O último musical do cineasta por excelência do musical, Vincente Minnelli (que só faria mais um filme, A MATTER OF TIME, em 1976). Barbra Streisand protagoniza a história de uma mulher dotada de propriedades extrassensoriais que tem a capacidade de “mergulhar” no passado e voltar a encarnações anteriores. É um dos melhores papeis de Streisand que aqui surge coadjuvada por Yves Montand. > Sex. [1] 18:00 | sala Luís de Pina
THE SEARCHERS A Desaparecida de John Ford com John Wayne, Jeffrey Hunter, Vera Miles, Ward Bond, Natalie Wood Estados Unidos, 1956 – 120 min / leg. eletronicamente em português
Uma das obras-primas de John Ford e o filme que contem todas as chaves do western. Também marca a entrada de Ford na última fase da sua obra, aquela em que a serenidade do olhar acompanha a consciência do fim de um tempo que existe apenas na memória, e de que um dos sinais é a evocação de Harry Carey, ator fordiano por excelência, no gesto final de John Wayne, o seu mais puro herdeiro. > Qui. [21] 18:00 | sala Luís de Pina
INFORMAÇÃO SOBRE AS SESSÕES E VENDA ANTECIPADA DE BILHETES As intervenções de Hartmut Bitomsky serão feitas em inglês sem tradução simultânea. Para esta rubrica, a Cinemateca propõe um regime de venda de bilhetes específico, fazendo um preço especial e dando prioridade a quem deseje seguir o conjunto das sessões. Assim, quem deseje seguir todas as sessões poderá comprar antecipadamente a sua entrada pelo preço global de 12,80 euros a partir do dia 11 (venda exclusiva para a totalidade das sessões, máximo de duas coleções por pessoa). A partir de 18 de junho, os lugares que não tenham sido vendidos antes serão disponibilizados através do normal sistema de venda no próprio dia de cada sessão, no horário de bilheteira habitual e de acordo com o preço habitual.
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O QUE QUERO VER
Às sugestões dos espectadores, junho reaje com duas sessões, sob o signo de Lang, variação Mabuse (em 1933), e Pialat, variação Satanás (em 1987).
Junho 2012 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
EDIÇÕES DA CINEMATECA
DAS TESTAMENT DES DR. MABUSE O Testamento do Dr. Mabuse de Fritz Lang com Rudolf Klein-Rogge, Otto Wernicke, Oskar Beregi Alemanha, 1933 – 108 min / legendado em português
Segundo filme sonoro de Fritz Lang e a sua última obra na Alemanha, antes da ascensão dos nazis ao poder, O TESTAMENTO DO DR. MABUSE é uma verdadeira alegoria sobre o novo regime, que seria proibida por Goebbels logo após a tomada do poder pelos partidários de Hitler. Lang retoma a personagem que em DR. MABUSE DER SPIELER (1922) deixara num asilo de alienados e retoma igualmente a do comissário de polícia de M. Através dos seus escritos, verdadeiro manual de terrorismo, um herdeiro de Mabuse dirige um regime de terror e crime a partir do hospital onde está internado. Obra-prima cinematográfica absoluta, O TESTAMENTO DO DR. MABUSE também é uma arrepiante e perene parábola sobre o Mal. > Qui. [21] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
SOUS LE SOLEIL DE SATAN
JOHN FORD AS FOLHAS DA CINEMATECA 1ª Ed., Set. 1997 280 pg. 36 fotos p/b. Compilação das “Folhas da Cinemateca”. Biografia e filmografia. Organização José Navarro de Andrade. Textos João Bénard da Costa, Luís de Pina, M.S. Fonseca, Manuel Cintra Ferreira.
Ao Sol de Satanás de Maurice Pialat com Gérard Depardieu, Maurice Pialat, Sandrine Bonnaire França, 1987 – 93 min / legendado em português
Quando Pialat subiu ao palco para receber a Palma de Ouro no Festival de Cannes por este filme, foi vaiado e respondeu tranquilamente ao público: “Vocês não gostam de mim e eu também não gosto de vocês”… Nesta adaptação de um dos textos menos facilmente “filmáveis” de Bernanos, Pialat responde ao desafio de se afastar de tudo o que caracterizara o seu cinema até então (foi esta a sua única adaptação de um texto literário) ao abordar a temática de um grande escritor católico. > Sex. [22] 19:00 | sala Dr. Félix Ribeiro
EXPOSIÇÃO
MUSICAL (O) VOL I - Aberturas: Textos Carlos de Pontes Leça, João Bénard da Costa, João Paes, Luís de Pina, Miguel Esteves Cardoso. VOL II - Libretos: Textos João Bénard da Costa, M.S. Fonseca. Colaboração João Lopes, José Gabriel Trindade Santos, José de Matos-Cruz, José Manuel Costa, Luís de Pina. VOL III - As Letras: Dicionário de actores, realizadores e técnicos da responsabilidade de João Bénard da Costa. VOL IV - As Pautas: Dicionário de canções, músicos e letristas da responsabilidade de Miguel Esteves Cardoso.
O Primeiro Império do Cinema Espaço 39 Degraus, maio/setembro 2012 A exposição “Pathé”, um olhar sobre uma das empresas mais importantes na história do cinema mundial, propõe a descoberta de projetores, câmaras e acessórios dos mais variados formatos (como o 9,5mm, 16mm, 28mm e 35mm), contando ainda com um fonógrafo, um dos primeiros equipamentos produzidos pelos irmãos Pathé. Estão ainda em exposição várias curiosidades, como um projetor “Pathé” modificado por um projecionista português, o modelo de câmara “profissionelle” utilizado pela Invicta Film em produções como AMOR DE PERDIÇÃO (1921). Com esta pequena seleção, homenagemos aquele que poderá ter sido “o primeiro império do cinema”, e também todos os que ao longo dos anos nos ajudaram a reunir o que é hoje a grande coleção de museu da Cinemateca.
LIVRO DA QUINZENA
DUAS VEZES POR MÊS, A CINEMATECA E A LIVRARIA BABEL CINEMATECA DISPONIBILIZAM DOIS TÍTULOS COM 50% DE DESCONTO SOBRE O PREÇO DE CAPA.
EDIÇÕES DA CINEMATECA
RAOUL WALSH 1ª Ed., Jul 2001. 190 p. 530 fotos p/b e cor.
WESTERN 1939-1964 1ª Ed., Jun 1995. 162 p. 48 fotos p/b BABEL CINEMATECA
A GAIA CIÊNCIA - Nietzsche ECLIPSE - John Banville
CALENDÁRIO
|
junho
1 SEXTA-FEIRA 15:30
Matinés da Cinemateca EVERYONE SAYS I LOVE YOU Woody Allen
18:00
Histórias do Cinema: Pontes Leça / MInnelli ON A CLEAR DAY YOU CAN SEE FOREVER Vincente Minnelli
19:00
Nas Nuvens com Stanley Donen LOVE IS BETTER THAN EVER Stanley Donen
21:30
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen STAIRCASE Stanley Donen
22:00
Ford, John Ford THE PRISONER OF SHARK ISLAND John Ford
Nas Nuvens com Stanley Donen THE LITTLE PRINCE Stanley Donen
19:30
Abrir os Cofres O PÁTIO DAS CANTIGAS Francisco Ribeiro
21:30
Ford, John Ford HOW GREEN WAS MY VALLEY John Ford
22:30
Nas Nuvens com Stanley Donen SURPRISE PACKAGE Stanley Donen
O Primeiro Século do Cinema ONCE UPON A TIME IN AMERICA Sergio Leone
9 SÁBADO
O Primeiro Século do Cinema FOUR SONS John Ford
15:00
O Primeiro Século do Cinema DIRECTED BY JOHN FORD Peter Bogdanovich
Cinemateca Júnior THE MARK OF ZORRO Rouben Mamoulian
15:30
O Primeiro Século do Cinema NORTH BY NORTHWEST Alfred Hitchcock
19:00
O Primeiro Século do Cinema THE BULLFIGHTER AND THE LADY Budd Boetticher
19:30
O Primeiro Século do Cinema UMARETE WA MITA KEREDO “Nasci, Mas…” Yasujiro Ozu
4 SEGUNDA-FEIRA Matinés da Cinemateca INVISIBLE STRIPES Lloyd Bacon Ford, John Ford STEAMBOAT ROUND THE BEND John Ford
19:30
Nas Nuvens com Stanley Donen TWO FOR THE ROAD Stanley Donen
21:30
Nas Nuvens com Stanley Donen FEARLESS FAGAN Stanley Donen
22:00
Ford, John Ford THE WHOLE TOWN’S TALKING John Ford
19:30
Nas Nuvens com Stanley Donen DAMN YANKEES Stanley Donen Ford, John Ford MARY OF SCOTLAND John Ford
21:30
Não O Levarás Contigo – Economia e Cinema NUOVO CINEMA PARADISO Giuseppe Tornatore
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen ONCE MORE, WITH FEELING! Stanley Donen
6 QUARTA-FEIRA 15:30
19:00
19:00
Nas Nuvens com Stanley Donen SATURN 3 Stanley Donen
19:30
Ford, John Ford THE HORSE SOLDIERS John Ford
21:30
Ford, John Ford WAGONMASTER John Ford
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen LOVE IS BETTER THAN EVER Stanley Donen
15 SEXTA-FEIRA 15:30
Matinés da Cinemateca NOSFERATU, PHANTOM DER NACHT Nosferatu, o Fantasma da Noite Werner Herzog
19:00
Nas Nuvens com Stanley Donen BLAME IT ON RIO Stanley Donen
19:30
Abrir os Cofres CHAIMITE Jorge Brum do Canto
21:30
Hartmut Bitomsky B-52 Hartmut Bitomsky
16 SÁBADO
15:30
O Primeiro Século do Cinema LA BÊTE HUMAINE Jean Renoir
16:00
Matinés da Cinemateca LA BAIE DES ANGES Jacques Demy
Hartmut Bitomsky: Os Filmes sobre o Cinema DAS KINO UND DER TOD “O Cinema e a Morte” DAS KINO UND DER WIND UND DIE PHOTOGRAPHIE – SIEBEN KAPITEL ÜBER DOKUMENTARISCHE FILME “Cinema e Vento e Fotografia – Sete Capítulos sobre o Documentário” FLÄCHEN, KINO, BUNKER – DAS KINO UN DIE SCHAUPLÄTZE “Superfícies, Cinema, Bunker – O Cinema e os Cenários” DIE UFA 2 (REVIDIERTE FASSUNG/”versão revista”) PLAYBACK Hartmut Bitomsky
19:00
Ford, John Ford TOBACCO ROAD John Ford
O Primeiro Século do Cinema RENDEZ-VOUS À BRAY André Delvaux
21:30
O Primeiro Século do Cinema FRENZY Alfred Hitchcock
22:00
O Primeiro Século do Cinema POLTERGEIST Tobe Hooper
11 SEGUNDA-FEIRA
19:00
19:00
Matinés da Cinemateca LO SCEICCO BIANCO Federico Fellini
Cinemateca Júnior GAKE NO EU NO PONYO Ponyo à Beira-Mar Hayo Miyazaki
O Primeiro Século do Cinema RO.GO.PA.G Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard, Pier Paolo Pasolini, Ugo Gregoretti
5 TERÇA-FEIRA Matinés da Cinemateca LARMAR OCH GÖR SIG TILL “Na Presença de Um Palhaço” Ingmar Bergman
15:30
15:00
21:30
15:30
15:30
14 QUINTA-FEIRA
8 SEXTA-FEIRA
19:00
O Primeiro Século do Cinema MAN HUNT Fritz Lang
19:00
21:30
Nas Nuvens com Stanley Donen CHARADE Stanley Donen
15:30
15:30
Nas Nuvens com Stanley Donen ARABESQUE Stanley Donen
Matinés da Cinemateca I DREAM TOO MUCH John Cromwell
Cinemateca Júnior ESPETÁCULO DE LANTERNA MÁGICA Lanternista: professor Mervyn Heard
22:00
19:30
15:30
15:00
19:30
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
Ford, John Ford THE INFORMER John Ford
2 SÁBADO
19:00
2012
19:30
Nas Nuvens com Stanley Donen BEDAZZLED Stanley Donen
21:30
Nas Nuvens com Stanley Donen LUCKY LADY Stanley Donen
22:00
Ford, John Ford THE FUGITIVE John Ford
18 SEGUNDA-FEIRA 15:30
Matinés da Cinemateca MOONSTRUCK Norman Jewison
18:00
Histórias do Cinema: Bitomsky / Ford THE GRAPES OF WRATH John Ford
19:00
Nas Nuvens com Stanley Donen LOVE LETTERS Stanley Donen
21:30
Hartmut Bitomsky KARAWANE DER WÖRTER ERSTER TEIL: WANDERNDE HANDLUNG “Caravana de Palavras. Parte 1: Traveling Plot” KARAWANE DER WÖRTER ZWEITER TEIL: AN DER HÖLLE DES SCHWEIGENS “Caravana de Palavras. Parte 2: No Inferno do Silêncio” Hartmut Bitomsky
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen FEARLESS FAGAN Stanley Donen
12 TERÇA-FEIRA 15:30
Matinés da Cinemateca BOOTS MALONE William Dieterle
19:00
Matinés da Cinemateca I, MOBSTER Roger Corman
Nas Nuvens com Stanley Donen MOVIE MOVIE Stanley Donen
19:30
Ford, John Ford YOUNG MR. LINCOLN John Ford
A Memória Inesquecível de Serge Daney SERGE DANEY – ITINÉRAIRE D’UN CINÉ-FILS Pierre-André Boutang, Dominique Rabourdin
21:30
Ford, John Ford FORT APACHE John Ford
CALENDÁRIO
|
junho
19 TERÇA-FEIRA
2012
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
23 SÁBADO
28 QUINTA-FEIRA
15:30
Matinés da Cinemateca LE BAL Ettore Scola
15:00
Cinemateca Júnior THE BLACK SWAN Henry King
15:30
Matinés da Cinemateca SOME LIKE IT HOT Billy Wilder
18:00
Histórias do Cinema: Bitomsky / Ford THEY WERE EXPENDABLE John Ford
15:30
O Primeiro Século do Cinema L’ÉTRANGE MONSIEUR VICTOR Jean Grémillon
19:00
Ford, John Ford SEVEN WOMEN John Ford
19:00
Nas Nuvens com Stanley Donen GIVE A GIRL A BREAK Stanley Donen
19:00
O Primeiro Século do Cinema MOROCCO Josef von Sternberg
19:30
O Cinema de António de Macedo DOMINGO À TARDE António de Macedo
21:30
Hartmut Bitomsky CALL GIRLS ISAAK BABEL – DIE REITERARMEE “Isaak Babel – Cavalaria Vermelha” IMAGINÄRE ARCHITEKTUR – DER BAUMESTEIR HANS SCHAROUN “Arquitectura Imaginária – O Arquitecto Hans Scharoun” Hartmut Bitomsky
19:30
O Primeiro Século do Cinema EROTIKON Mauritz Stiller
21:30
21:30
O Primeiro Século do Cinema PANNY Z WILKA Mulheres Andrezj Wajda
O Cinema de António de Macedo CINE-RISO – ALMANAQUE DOS PARODIANTES DE LISBOA A PRIMEIRA MENSAGEM A REVELAÇÃO A BICHA DE 7 CABEÇAS António de Macedo
22:00
O Primeiro Século do Cinema DE LA PART DES COPAINS / COLD SWEAT Terence Young
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen GIVE A GIRL A BREAK Stanley Donen
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen DAMN YANKEES Stanley Donen
25 SEGUNDA-FEIRA
29 SEXTA-FEIRA
20 QUARTA-FEIRA 15:30
18:00
19:00
15:30
15:30
Matinés da Cinemateca TOTÒ, FABRIZI E I GIOVANI D’OGGI Mario Mattoli
Matinés da Cinemateca SHANGHAI EXPRESS Josef von Sternberg
Matinés da Cinemateca ROMANCING THE STONE Robert Zemeckis
19:00
19:00
Histórias do Cinema: Bitomsky / Ford THE WINGS OF EAGLES John Ford
O Cinema de António de Macedo DOMINGO À TARDE António de Macedo
O Cinema de António de Macedo A PROMESSA António de Macedo
19:30
19:30
Nas Nuvens com Stanley Donen PAJAMA GAME Stanley Donen
Nas Nuvens com Stanley Donen LUCKY LADY Stanley Donen
Nas Nuvens com Stanley Donen PAJAMA GAME Stanley Donen
21:30
Hartmut Bitomsky REICHSAUTOBAHN “Auto-estradas do Reich” Hartmut Bitomsky
21:30
Hartmut Bitomsky HIGHWAY 40 WEST – REISE IN AMERIKA “Highway 40 West – Viagem na América” Hartmut Bitomsky
22:00
O Cinema de António de Macedo O PRINCÍPIO DA SABEDORIA António de Macedo
22:00
O Cinema de António de Macedo 7 BALAS PARA SELMA António de Macedo
21:30
The Necs 2012 Conference 48 Susana Sousa Dias
22:00
Hartmut Bitomsky B-52 Hartmut Bitomsky
21 QUINTA-FEIRA
26 TERÇA-FEIRA
30 SÁBADO
Matinés da Cinemateca THE GLASS MENAGERIE Paul Newman
15:30
Matinés da Cinemateca LA SALAMANDRE Alain Tanner
15:00
15:30
Cinemateca Júnior THE JUNGLE BOOK Wolfgang Reitherman
Histórias do Cinema: Bitomsky / Ford THE SEARCHERS John Ford
19:00
O Primeiro Século do Cinema SUSANA, DEMONIO Y CARNE Luis Buñuel
19:00
19:00
O Que Quero Ver DAS TESTAMENT DES DR. MABUSE O Testamento do Dr. Mabuse Fritz Lang
Hartmut Bitomsky DER VW KOMPLEX “O Complexo VW” Hartmut Bitomsky
15:30
18:00
O Primeiro Século do Cinema LA MÉTAMORPHOSE DU PAYSAGE PERCEVAL OU LE CONTE DU GRAAL L’HOMME ET LES IMAGES Eric Rohmer
19:30
O Primeiro Século do Cinema BERLIN, SYMPHONIE EINER GROSSTADT Berlim, Sinfonia de uma Capital Walter Ruttmann
21:30
O Primeiro Século do Cinema MUCEDNI LÁSKY Os Mártires do Amor Jan Nemec
22:00
O Primeiro Século do Cinema O PALÁCIO DOS ANJOS Walter Hugo Khoury
21:30
22:00
Hartmut Bitomsky INFRA/STRUKTUR BERLIN/WEST “Infra/Estrutura Berlim/Ocidental” DEUTSCHLANDBILDER “Imagens da Alemanha” Hartmut Bitomsky Nas Nuvens com Stanley Donen STAIRCASE Stanley Donen
22 SEXTA-FEIRA 15:30
18:00
19:00
Matinés da Cinemateca THE RIVER Jean Renoir Histórias do Cinema: Bitomsky / Ford THE QUIET MAN John Ford O Que Quero Ver SOUS LE SOLEIL DE SATAN Maurice Pialat
21:30
O Cinema de António de Macedo O PRINCÍPIO DA SABEDORIA António de Macedo
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen THE LITTLE PRINCE Stanley Donen
19:30
Nas Nuvens com Stanley Donen MOVIE MOVIE Stanley Donen
21:30
O Cinema de António de Macedo 7 BALAS PARA SELMA António de Macedo
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen SATURN 3 Stanley Donen
27 QUARTA-FEIRA 15:30
Matinés da Cinemateca DYRYGENT O Chefe de Orquestra Andrezj Wajda
19:00
O Cinema de António de Macedo NOJO AOS CÃES António de Macedo
19:30
Nas Nuvens com Stanley Donen BLAME IT ON RIO Stanley Donen
21:30
Hartmut Bitomsky STAUB “Pó” Hartmut Bitomsky
22:00
Nas Nuvens com Stanley Donen LOVE LETTERS Stanley Donen