Jornal Cinemateca

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outubro 2013


Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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CINEMATECA JÚNIOR

CINEMATECA PORTUGUESA-MUSEU DO CINEMA RUA BARATA SALGUEIRO, 39 1269-059 LISBOA, PORTUGAL TEL. 213 596 200 | FAX. 213 523 180 CINEMATECA@CINEMATECA.PT WWW.CINEMATECA.PT

O mês de outubro é dedicado a criaturas peculiares e à sua interação com o nosso mundo. Os nossos espectadores, os mais novinhos e os mais crescidos, poderão assistir a quatro filmes onde as relações entre os humanos e os não humanos causam estranheza, conflitos, paixões, mas sobretudo um olhar especial e comovente sobre a diferença.

SESSÕES OUTUBRO 2013 TESOUROS DE BOLONHA HOMENAGEM À CINETECA DI BOLOGNA CLAUDE LANZMANN FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA A CINEMATECA COM O DOCLISBOA: ALAIN CAVALIER FRANÇOISE LEBRUN NA CINEMATECA NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

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UMA QUESTÃO DE CARÁCTER ANTE-ESTREIAS ESCOLHAS DE ALBERTO SEIXAS SANTOS CINEMATECA JÚNIOR

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CALENDÁRIO

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FOTO DA CAPA Peter Lorre, M de Fritz Lang, Alemanha, 1931

Estes aspectos podem manifestar-se com robots apaixonados e com preocupações ecológicas, como em WALL E, programado no dia 5; com um estranho ser, mistura de Pinóquio e Frankenstein, que provoca o ódio e o amor numa pequena comunidade, no encantatório filme de Tim Burton, EDUARDO MÃOS DE TESOURA, o filme de dia 12; Pinóquio, um simples boneco de madeira inventado por o velho Gepeto cuja única aspiração é a de ser um menino de carne e osso, salta para o ecrã no dia 19; finalmente, no último sábado de outubro, voltamos ao ultra famoso extraterrestre que aterrou na História do Cinema nos anos oitenta, transportado por Steven Spielberg em E. T., que nas palavras de Manuel Cintra Ferreira “(…) é a história da amizade que liga dois jovens de mundos diferentes, assim como diferente é a sua forma física. A amizade vence essas barreiras pois a ‘diferença’ está apenas nos olhos de quem vê”. Neste mesmo sábado, 26, às 11h00, está previsto o habitual Atelier Família, dedicado às técnicas do cinema de animação: propomos aos participantes a descoberta de diferentes formas e materiais que podem ser utilizados neste género cinematográfico. No final do atelier, os participantes poderão animar personagens de uma história. O atelier é dirigido a crianças dos 7 aos 12 anos e requer marcação prévia até 22 de outubro para cinemateca.junior@cinemateca.pt, só se realizando com o mínimo de dez participantes. De segunda a sexta-feira, a Cinemateca Júnior tem sessões de cinema, ateliers e visitas guiadas à exposição permanente de pré-cinema para escolas. Não esqueça a nossa velha máxima: O Cinema voltou aos Restauradores. Venha ao cinema e aproveite, veja, toque e brinque com as magníficas máquinas da nossa exposição permanente.

AGRADECIMENTOS Alain Cavalier, Claude Lanzmann, Christine Laurent, Françoise Lebrun, João Alves da Veiga, Jorge Silva Melo, Ricardo Aibéo, Solveig Nordlund; Luís Miguel Cintra, Teatro da Cornucópia; Alberto Seixas Santos; José Medeiros Ferreira; Gian Luca Farinelli, Andrea Meneghelli (Fondazione Cineteca di Bologna); Jean-Chrétien Sibertin Blanc (14ª Festa do Cinema Francês/ Institut Français du Portugal); Pedro Borges, Marta Fernandes (Midas Filmes); João Trabulo (Cinecoa – Festival Internacional de Cinema de Vila Nova de Foz Coa); Cinta Pelejà, Cíntia Gil, Susana de Sousa Dias, Carla Cardoso (DocLisboa’13); Carmen Prokopiak (Murnau Stiftung); Anke Hahn (Deutsche Kinematek); Marleen Labijt (Eye Film); Catherine Gautier, Cristina Bernaldez (Filmoteca Española).

WALL E

PINOCCHIO

Wall E de Andrew Stanton

Pinocchio de Ben Sharpsteen, Hamilton Luske

Estados Unidos, 2008 – 98 min / versão dobrada em português

Estados Unidos, 1940 – 88 min / dobrado em português do Brasil

Talvez seja um dos mais bonitos filmes de animação da primeira década do segundo milénio, com um uso perfeito das modernas técnicas de animação por computador. É a história de um pequeno robô deixado na Terra, encarregado da sua limpeza, quando os terrestres abandonaram o planeta super poluído, vivendo em naves no espaço. Mas eis que Wall E encontra uma manifestação da vida a renascer, assim como uma linda robô fêmea enviada para investigar. > Sáb. [5] 15:00 | Salão Foz

Obra-prima da animação americana, uma das obras-primas dos estúdios de Walt Disney adaptada da famosa história de Carlo Collodi sobre a marioneta de madeira criada por Geppetto que recebe o dom da vida (As Aventuras de Pinóquio). PINOCCHIO é também um marco na história dos efeitos especiais em animação, um prodígio de técnica. E por detrás da fantasia, espreita o terror na sinistra ilha do prazer onde os adolescentes se podem tornar “monstros”. A canção When You Wish Upon a Star conquistou um Oscar, um dos dois que distinguiram o filme. > Sáb. [19] 15:00 | Salão Foz

EDWARD SCISSORHANDS Eduardo Mãos de Tesoura de Tim Burton com Johnny Depp, Winona Ryder, Dianne Wiest, Vincent Price Estados Unidos, 1990 – 100 min / legendado em português

Um dos melhores filmes de Tim Burton, fantasiosa e negra variação do tema de Pinóquio. Eduardo Mãos de Tesoura é o “boneco” deixado incompleto (mãos de tesoura) por um novo Gepetto que é a última aparição no cinema do grande Vincent Price, numa homenagem prestada por Tim Burton, seu grande admirador. > Sáb. [12] 15:00 | Salão Foz

Programa sujeito a alterações Preço dos bilhetes: 3,20 Euros Estudantes/Cartão jovem, Reformados e Pensionistas - > 65 anos - 2,15 euros Amigos da Cinemateca/Estudantes de Cinema - 1,35 euros Amigos da Cinemateca / marcação de bilhetes: tel. 213 596 262 Horário da bilheteira: seg./sáb., 14:30 - 15:30 e 18:00 - 22:00 Não há lugares marcados | Bilhetes à venda no próprio dia Informação diária sobre a programação: tel. 213 596 266 Classificação Geral dos Espectáculos: maiores de 12 anos Biblioteca, seg./sex., 14:00 - 19:30 Sala 6 X 2, Sala dos Carvalhos e Sala dos Cupidos seg./sex.,14:00 - 20:00 - entrada gratuita Livraria Babel CINEMATECA seg./sex., 13:00 - 22:00, sáb., 14:30 - 22:00 Espaço 39 Degraus: Restaurante-Bar, seg./sex., 12:30 - 23:30, sáb., 14:30 - 23:30 Transportes: Metro: Marquês de Pombal, Avenida bus: 36, 44, 91, 709, 711, 732, 745 CINEMATECA JÚNIOR Bilhetes à venda no próprio dia (11:00 - 15:00): Adultos - 3,20 euros; Júnior (até 16 anos) - 1,10 euros Ateliers Família: Adultos - 6,00 euros; Júnior (até 16 anos) - 2,65 euros Transportes: Metro: Restauradores bus: 36, 44, 91, 709, 711, 732, 745, 759 salão foz, praça dos restauradores 1250-187 lisboa tel. 213 462 157 / 213 476 129 cinemateca.junior@cinemateca.pt

E.T., THE EXTRA-TERRESTRIAL E.T., O Extra-Terrestre De Steven Spielberg com Dee Wallace, Henry Thomas, Peter Coyote, Robert MacNaughton, Drew Barrymore, K.C. Martel, C. Thomas Howell Estados Unidos, 1982 – 115 min / legendado em português

O mais célebre filme de ficção científica jamais feito é também um belíssimo “conto de fadas”, materializado pela magia de Steven Spielberg. Num cenário de história de fadas (a nave “chaleira”, as bicicletas voadoras, a noite do Halloween), Spielberg conta a história de um pequeno alien esquecido na Terra e que se refugia numa casa onde as crianças o escondem e o ajudam na sua odisseia para regressar a casa. Um deslumbramento. > Sáb. [26] 15:00 | Salão Foz

SALA 6X2 IMAGENS DO BAIRRO DE ALVALADE Portugal, 2013 (data da montagem) – 27 min

Montagem de imagens documentais do bairro lisboeta de Alvalade feita a partir de filmes da coleção da Cinemateca, documentando a génese e as características do bairro entre meados das décadas de 1940 e 70. Para além de imagens que registam os trabalhos de planeamento e construção do bairro, a montagem inclui excertos que reenviam para as vivências dos seus habitantes, cruzando tradição e modernidade. As largas avenidas, o premiado “Bairro das Estacas”, a inauguração do Estádio da FNAT ou do Hospital Júlio de Matos, e uma hilariante e inaudita “Corrida dos Ofícios” são alguns dos motivos retratados. A proveniência das imagens desta montagem inclui jornais de atualidades, como o JORNAL PORTUGUÊS, as IMAGENS DE PORTUGAL, o VISOR, o RIVUS PATHÉ MAGAZINE e a VOGA REVISTA CINEMATOGRÁFICA, mas também excertos de filmes de Augusto Fraga (LISBOA DE ONTEM E DE HOJE), António Lopes Ribeiro (LISBOA DE HOJE E DE AMANHÃ), Ricardo Malheiro (NASCEU UMA NOVA CIDADE), Alfred Ehrhardt (PORTUGAL) e Silva Brandão (IMAGENS DUMA CAPITAL – LISBOA).

entrada livre


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Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

SESSÕES OUTUBRO 2013 Para além das retrospetivas e Ciclos que marcam este mês de outubro de 2013 e adiante se detalham, permitindo à Cinemateca recuperar em boa parte o seu modelo desejável de programação, há ainda uma série de sessões avulsas, baseadas na coleção. São estas sessões que as notas seguintes apresentam.

A KISS BEFORE DYING Um Beijo ao Morrer de Gerd Oswald com Robert Wagner, Jeffrey Hunter, Virginia Leigh, Joanne Woodward, Mary Astor Estados Unidos, 1956 – 94 min / legendado em português

Um dos clássicos do policial dos anos cinquenta, com Joanne Woodward num dos seus primeiros papéis e Robert Wagner naquele que é provavelmente o melhor papel da sua carreira, o de um estudante oportunista e egoísta que procura o meio mais fácil de fazer fortuna: casar com uma herdeira rica. Quando a rapariga que namora engravida e vai ser deserdada, só vê solução no crime, e encontra um novo alvo na irmã. Baseado no romance homónimo de 1953, de Ira Levin. > Ter. [1] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

KOHAYAGAWA-KE NO AKI “Fim de Verão” ou “O Outono da Família Kohayagawa” de Yasujiro Ozu com Ganjiro Nakamura, Setsuko Hara, Yoko Tsukasa, Chieko Naniwa Japão, 1961 – 98 min / legendado eletronicamente em português

O título deste filme, o penúltimo do mestre japonês, significa literalmente “O Outono da Família Kohayagawa”, mas é normalmente conhecido pela tradução literal do título comercial francês: “Fim de Verão”. Como de costume, nesta fase final, Ozu tece variações sobre um tema único: a família japonesa e a sua dissolução, neste caso um pequeno industrial de Osaka, que encontra uma antiga amante em cuja casa vem a morrer. Realizado com o absoluto rigor formal que caracteriza o cinema de Ozu na maturidade (planos fixos, câmara baixa) e em esplêndidas cores, KOHAYAGAWA-KE NO AKI é um filme sobre o adeus à vida. Mas um adeus alegre e despreocupado. > Ter. [1] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

STATCHKA “A Greve” de Sergei M. Eisenstein com I. Kliuvin, Alexandr Antonov, I. Ivanov

Comédia romântica (embora o argumento se assemelhe ao de uma screwball comedy) com Cary Grant no papel de um playboy que é a paixão de uma adolescente, Shirley Temple (o filme foi lançado como o primeiro papel “adulto” da exmenina prodígio). Decidida a conquistá-lo, ela entra subrepticiamente no seu apartamento, onde é descoberta pela irmã, Myrna Loy, juíza de profissão, que condena o conquistador a namorar oficialmente a irmã. > Qua. [2] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Feito imediatamente antes de trocar a Checoslováquia pelos EUA, O BAILE DOS BOMBEIROS foi o primeiro filme a cores de Milos Forman. Nomeado para o Oscar de melhor filme estrangeiro, trata-se de uma corrosiva crítica ao sistema político do seu país e a razão pela qual o cineasta o viria a abandonar. “Uma metáfora de todo o corrupto e incompetente sistema soviético”, foi como Forman o classificou já em solo americano. Primeira exibição na Cinemateca. > Qui. [3] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

MAHANAGAR

HOUSE OF GAMES

“A Grande Cidade” de Satyajit Ray com Anail Chaterjee, Madhabi Mukherjee

Jogo Fatal de David Mamet com Lindsay Crouse, Joe Mantegna, Mike Nussbaum

Índia, 1963 – 136 min / legendado em português

Estados Unidos, 1987 – 101 min / legendado em português

Primeira grande incursão de Ray no universo de Calcutá e o primeiro dos seus filmes a ter como tema central uma questão social: o facto da mulher trabalhar e contribuir para o sustento da família, adquirindo independência. MAHANAGAR, dominado por uma esplêndida interpretação de Madhabi Mukherjee, a protagonista de CHARULATA, a obra-prima que Ray realizaria a seguir a este filme, é um dos muitos filmes em que o mestre aborda um dos temas centrais da sua obra: a mulher indiana, o seu lugar na família e na sociedade. > Qua. [2] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

HOUSE OF GAMES é o primeiro filme realizado por Mamet, que pouco tempo antes havia conquistado o Pulitzer. O conhecido dramaturgo americano transporta assim para o cinema todas as qualidades da sua escrita teatral. A vertente lúdica e intrincada dos textos de Mamet está já bem presente nesta história de uma psicóloga que decide auxiliar um paciente a deixar o vício do jogo e se vê envolvida numa teia complexa. > Qui. [3] 19:30 | Sala Luís de Pina

TWO YEARS BEFORE THE MAST A Hiena dos Mares de John Farrow com Alan Ladd, Brian Donlevy, William Bendix, Esther Fernandez, Howard da Silva, Barry Fitzgerald, Albert Dekker Estados Unidos, 1946 – 97 min / sem legendas

Um dos grandes filmes de aventuras de Hollywood adapta um dos clássicos da literatura americana escrito por Richard Henry Dana em meados do século XIX e cujo texto-reportagem se destinou a expor a forma injusta e brutal da exploração dos marinheiros. Alan Ladd, grande estrela dos anos quarenta americanos, num dos seus mais aclamados papéis. > Qua. [2] 19:30 | Sala Luís de Pina

URSS, 1924 – 80 min / mudo, intertítulos em russo traduzidos em português

A primeira longa-metragem de Eisenstein encena uma greve numa fábrica russa no começo do século XX. Ao realizá-la, Eisenstein tinha atrás de si muita experiência em espetáculos teatrais vanguardistas do grupo Proletkult (“cultura proletária”) e estas experiências marcam o filme, assim como as técnicas do grupo de cineastas da FEKS (“Fábrica do Ator Excêntrico”), de Leninegrado. Em “A GREVE”, Eisenstein põe em prática as suas célebres ideias sobre a “montagem de atrações”, fazendo nascer ideias através da associação de planos e criando metáforas visuais. Um dos grandes clássicos de sempre. > Ter. [1] 19:30 | Sala Luís de Pina

UNE FEMME EST UNE FEMME Uma Mulher É uma Mulher de Jean-Luc Godard com Jean-Claude Brialy, Anna Karina, Jean-Paul Belmondo França, 1961 – 77 min / legendado em português

Segunda longa-metragem de Godard, UNE FEMME EST UNE FEMME é uma homenagem ao musical americano, filmada em scope e com cores sumptuosas, encenando um daqueles triângulos em que a obra do cineasta é fértil. Premiado no Festival de Berlim por ter “abanado as regras da comédia cinematográfica”, trata-se de um filme de extrema leveza e elegância, onde Anna Karina tem uma das suas melhores aparições no cinema. > Ter. [1] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

JACKIE BROWN

MON CAS O Meu Caso de Manoel de Oliveira com Bulle Ogier, Luís Miguel Cintra, Axel Bougousslavsky, Fred Personne França, Portugal, 1986 – 89 min / legendado eletronicamente em português

Baseado em José Régio (O Meu Caso), Samuel Beckett (Pour En Finir et Autres Foirades) e na Bíblia (Livro de Job), o filme, falado em francês, pertence à mesma vertente de OS CANIBAIS, que Oliveira realizou a seguir. No centro de tudo, está a representação, com a peça O Meu Caso de Régio mostrada sob três ângulos: em palco, em montagem acelerada e retomada, com toda a banda sonora, em marcha atrás. Segue-se, um quadro crepuscular da civilização moderna, sobre trechos do Livro de Job, terminando com uma recriação de Piero Della Francesca. > Qui. [3] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Jackie Brown de Quentin Tarantino com Pam Grier, Samuel L. Jackson, Robert Forster, Robert De Niro, Bridget Fonda

POLTERGEIST

Estados Unidos, 1997 – 154 min / legendado em português

Estados Unidos, 1982 – 113 min / legendado em português

É tido pelo menos Tarantino dos filmes de Tarantino. É o terceiro, entre PULP FICTION e os dois volumes de KILL BILL, três filmes com Uma Thurman, a “rapariga de Tarantino”. Na sua obra, JACKIE BROWN e Pam Grier são exceção, mas foi para ela que Tarantino fez o filme, em homenagem aos blaxploitation dos anos setenta em que ela foi estrela. Adaptou-o de um romance de Elmore Leonard, deu-lhe uma pistola e pô-la num labirinto de violência onde vários grupos se confrontam. > Qua. [2] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Assinado por Tobe Hooper, celebrizado pelos rios de sangue de THE TEXAS CHAINSAW /MASSACRE NO TEXAS, POLTERGEIST é baseado num argumento de Steven Spielberg, que parece ter controlado o filme de perto. Trata-se de um screamer (filme destinado a fazer gritar), situado no contexto clássico da família assediada numa casa mal-assombrada. Tudo começa em tom de brincadeira, antes de as coisas se tornarem trágicas. > Qui. [3] 22:00 | Sala Luís de Pina

THE TEXAS CHAINSAW MASSACRE

Chá e Simpatia de Vincente Minnelli com Deborah Kerr, John Kerr, Leif Erickson, Edward Andrews

Massacre do Texas de Marcus Nispel com Jessica Biel, Jonathan Tucker, Erica Leerhsen, Mike Voghel

Poltergeist, o Fenómeno de Tobe Hooper com Craig T. Nelson, JoBeth Williams, Beatrice Straight

TEA AND SYMPATHY

Estados Unidos, 1956 – 122 min / legendado em português

Remake do célebre cult movie homónimo realizado por Tobe Hooper em 1974, esta versão de 2003, se por um lado pouco acrescenta à versão original, também não estraga a história nem o suspense. Um elenco desconhecido, mas eficaz, e uma realização sóbria que soube colocar os efeitos especiais ao serviço do filme e não o contrário. Primeira exibição na Cinemateca. > Qua. [2] 22:00 | Sala Luís de Pina

A partir de uma famosa peça de Robert Anderson, Minnelli construiu um dos seus mais elaborados melodramas, tendo por pano de fundo uma faculdade e por tema a relação que se estabelece entre um aluno em crise de identidade sexual e a mulher de um professor. Apesar da censura exercida pelo ainda existente Código Hays, TEA AND SYMPATHY é um dos mais sugestivos filmes sobre a conceção da sexualidade nos anos cinquenta. > Sex. [4] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

BIRD OF PARADISE

ALONG CAME JONES

A Ave do Paraíso de King Vidor com Dolores Del Rio, Joel McCrea, John Holiday

Aí Vem Ele! de Stuart Heisler com Gary Cooper, Loretta Young, Dan Duryea

Estados Unidos, 1931 – 82 min / legendado em português

Estados Unidos, 1945 – 86 min / legendado em português

BIRD OF PARADISE conjuga aventuras exóticas nos Mares do Sul e um romance entre uma nativa e um náufrago branco, anunciando as futuras histórias com Dorothy Lamour. A belíssima Dolores Del Rio é a nativa que se sacrifica por amor a McCrea, num filme que marca, também, a entrada de Busby Berkeley com as suas fabulosas coreografias, neste caso, ao serviço de um exótico bailado aquático. > Qui. [3] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Gary Cooper é Melody (!) Jones, um desastrado cowboy sem um tostão que procura emprego com o seu amigo George Fury. A caminho de uma cidade é confundido com um famoso bandoleiro, Monte Jarrad (Dan Duryea), e apaixona-se pela noiva deste (Loretta Young). Uma comédia de aventuras com Cooper num papel que parodia os que antes fizera no mesmo género. > Sex. [4] 19:30 | Sala Luís de Pina

O Solteirão e a Pequena de Irving Reis com Cary Grant, Myrna Loy, Shirley Temple, Rudy Vallee, Ray Collins

HORÍ, MÁ PANENKO

de Jacques Feyder com Jean Forest, Rolla Norman, Françoise Rosay, Cecile Guyon

Estados Unidos, 1947 – 95 min / legendado em português

Checoslováquia, Itália, 1967 – 71 min / legendado em português

THE MOLLYCODDLE de Victor Fleming com Douglas Fairbanks Jr., Ruth Renick, Wallace Beery Estados Unidos, 1920 – 65 min / mudo, intertítulos em inglês

Depois de ter protagonizado THE MARK OF ZORRO, Douglas Fairbanks regressa à comédia com THE MOLLYCODDLE. É agora um americano educado em Inglaterra que, depois de muito tempo ausente do país, regressa ao Arizona. Wallace Beery é o vilão que Fairbanks encontrará pela frente. “Uma esplêndida comédia muda de aventuras (...). A realização de Fleming tem uma rara e hilariante inventividade, uma supreendente montagem, um breve uso de câmara subjetiva quando o filme descreve uma rotação para refletir a vertigem do herói” (The New Yorker). > Ter. [1] 22:00 | Sala Luís de Pina

THE BACHELOR AND THE BOBBY-SOXER

Estados Unidos, 2003 – 98 min / legendado em português

O Baile Dos Bombeiros de Milos Forman com Jan Vostrcil, Josef Sebánek, Josef Valnoha

GRIBICHE

França, 1925 – 126 min / mudo, intertítulos em francês legendados eletronicamente em português


Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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GRIBICHE baseia-se num romance de Frédéric Boutet protagonizado pelo jovem e pobre «Gribiche» (Jean Forest). Este atrai a atenção de uma rica americana, Edith Maranet (Françoise Rosay), disposta à filantropia. O filme revela o talento de Feyder na direção de jovens atores e os extraordinários decórs de Lazare Meerson. Estreou no cinema Tivoli em 1926. > Sex. [4] 22:00 | Sala Luís de Pina

STAND-IN Fábrica de Ilusões de Tay Garnett com Leslie Howard, Joan Blondell, Humphrey Bogart, Alan Mowbray Estados Unidos, 1937 – 92 min / legendado em português

Uma paródia sobre os estúdios de Hollywood e algumas das suas personagens, que se revela um filme que defende o sistema face a um conjunto de personalidades consideradas “difíceis” que mais tarde viriam a ser por ele marginalizadas. É impossível não olhar para Koslofski (Alan Mowbray) sem pensar em Stroheim e em GREED. Não sendo o melhor filme de Garnett, STAND-IN fica como um testemunho de uma época e de um modo industrial de produção. > Sáb. [5] 19:30 | Sala Luís de Pina

GUNNAR HEDES SAGA “A Casa Solarenga” de Mauritz Stiller com Einar Hanson, Mary Johnson, Stima Berg Suécia, 1922 – 67 min / mudo, intertítulos em sueco traduzidos em português

Baseado num romance de Selma Lagerlöf, cujo título literal é A HISTÓRIA DE GUNNAR HEDE (A CASA SOLARENGA é a transposição do título francês), este filme magnífico reúne as mais belas qualidades do grande cineasta que foi Mauritz Stiller, mestre da mise en scène: personagens nitidamente individualizadas, perfeição do timing, utilização dos cenários naturais como personagens do drama, sentido plástico e “recusa da mediocridade”, segundo as palavras de Louis Delluc. Neste filme, um rapaz de uma família endinheirada apaixona-se por uma acrobata de uma companhia ambulante, perde a memória na sequência de um acidente e recupera-a, ao reencontrar a jovem. > Sáb. [5] 22:00 | Sala Luís de Pina

THE ALPHABET MURDERS O Alfabeto do Crime de Frank Tashlin com Tony Randall, Anita Ekberg, Robert Morley, Maurice Denham Estados Unidos, 1965 – 86 min / legendado em português

O famoso detetive belga volta a estar no centro da investigação de uma série de homicídios em que as vítimas são assassinadas de acordo com as suas iniciais. Adaptação de uma história de Agatha Christie, THE ALPHABET MURDERS é frequentemente censurado pela escolha de Tony Randall para Hercule Poirot e pela sua responsabilidade na deriva do filme para um registo de comédia. > Seg. [7] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

MUCEDNICI LÁSKY Os Mártires do Amor de Jan Nemec com Lindsay Anderson, Hana Kuberová, Josef Konicek Checoslováquia, 1966 – 71 min / legendado em português

Jan Nemec foi um dos nomes importantes na extraordinária Nova Vaga checa dos anos sessenta, com filmes como DEMANTY NOCI (“DIAMANTES NA NOITE”) e O SLAVNOSTI A HOSTECH (“A FESTA E OS CONVIDADOS”). OS MÁRTIRES DO AMOR é dividido em três episódios: “As Tentações de Um Trabalhador de Colarinho Branco”; “Os Sonhos de Nastenka”; “As Aventuras de Rudolf”; “O Órfão”. O realizador afirmou que nestas “três farsas tristes, quis defender os tímidos, os fracassados, sugerindo uma atmosfera de emoções”. O filme pode ser definido como uma comédia melancólica e não “realista”, na medida em que parte da ação consiste em devaneios eróticos e afetivos das personagens. > Seg. [7] 22:00 | Sala Luís de Pina

LE REPOS DU GUERRIER O Repouso do Guerreiro de Roger Vadim com Brigitte Bardot, Robert Hossein, Jean-Marc Bory, Michel Serrault França, Itália,1962 – 88 min / legendado em português

Uma jovem rapariga rica apaixona-se por um homem, propondo-se salvá-lo do suicídio. Posteriormente, cedendo a toda uma chantagem emocional, aceita todas as suas humilhações e traições. Um filme pouco visto de Vadim com a sedutora Bardot com protagonista. Primeira exibição na Cinemateca. > Ter. [8] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

LA MORTE DE BELLE

IL GAUCHO

A Morte de Belle de Édouard Molinaro com Jean Desailly, Alexandra Stewart, Jacques Monod

O Gaúcho de Dino Risi com Vittorio Gassman, Amedeo Nazzari, Silvana Pampanini

França, 1960 – 97 min / legendado em português

Itália, 1965 – 107 min/ legendado em português

Excelente filme policial, surpreendentemente esquecido, que adapta uma história de Georges Simenon. Uma jovem americana que vive em casa de um casal de professores é assassinada e o professor, principal suspeito, vê a sua vida devassada. Os elementos que revelam o drama surgem numa série de flashbacks. A atmosfera de suspeitas mesquinhas e segredos bem escondidos, típica do universo de Simenon, é muito bem descrita. Excelente interpretação de Jean Desailly (o protagonista de LA PEAU DOUCE, de Truffaut), diálogos de Jean Anouilh e música de Georges Delerue. > Qua. [9] 19:30 | Sala Luís de Pina

Nesta nova colaboração com Dino Risi, Vittorio Gassman é um agente de imprensa de um produtor de cinema que o acompanha à Argentina para participar num festival de cinema, onde vai tentar usar os seus “golpes” junto de compatriotas emigrados, desde um rico potentado (Nazzari) a um pobre diabo (Nino Manfredi). Uma sátira contundente à maneira de Il SORPASSO. > Qua. [16] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

LE BOIS DES AMANTS Diálogo Interrompido de Claude Autant-Lara com Erika Remberg, Laurent Terzieff, Françoise Rosay França 1960 – 92 min / legendado em português

Exemplo tardio da produção de Claude Autant-Lara, um dos cineastas de prestígio do cinema francês dos anos cinquenta destronado pela Nouvelle Vague. A história situa-se em 1942, durante a ocupação da França pela Alemanha: a viúva de um oficial alemão vai ter com ele na Normandia e fica instalada em casa de uma francesa cujo filho é resistente. Nasce um amor entre os dois, que tudo torna impossível. Primeira exibição na Cinemateca. > Sex. [11] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

LA SPADA DEL CID A Espada do Cid Miguel Iglesias com Roland Carey, Sandro Moretti, Chantal de Berg Itália, França, 1962 – 85 min / versão inglesa legendada em português

THE COMEDIANS Os Comediantes de Peter Glenville com Elizabeth Taylor, Richard Burton, Peter Ustinov, Alec Guiness Estados Unidos, 1967 – 148 min / legendado em português

Baseado num romance de Graham Greene, que teve muito êxito à época, THE COMEDIANS é situado no Haiti da ditadura de François Duvalier e a maioria dos seus protagonistas são brancos expatriados: o dono de um hotel, a mulher de um embaixador. Trata-se de um inteligente thriller político, que também explora a enorme popularidade à época do par Taylor-Burton. Foi o último filme realizado por Peter Glenville, cuja obra mais célebre é BECKETT (1964). Primeira exibição na Cinemateca. > Qui. [17] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

STAR WARS, EPISODE V: THE EMPIRE STRIKES BACK Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca de Irvin Kershner com Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Anthony Daniels Estados Unidos, 1980 –124 min / legendado em português

Coprodução ítalo-espanhola, típica dos filmes de aventuras de início dos anos sessenta. Estamos na Catalunha, na Idade Média, cujo legítimo soberano foi traiçoeiramente substituído pelo seu cruel irmão. Mas o legítimo herdeiro do trono consegue o apoio militar de Castela e luta pelo seu trono. Muitas batalhas e inúmeros cavalos neste épico injustamente esquecido. Primeira exibição na Cinemateca. > Seg. [14] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

O regresso dos três heróis de STAR WARS, agora numa intriga mais complexa e que começa a revelar os segredos das origens de Luke Skywalker. Aparecem novos aliados para a luta contra o Império e Luke recebe as primeiras lições do místico Ioda. Oscar para os Efeitos Especiais e também para o som de Don Macdougall, Ray West, Bob Minkler e Derek Ball. > Sex. [18] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

DR. JEKYLL AND MR. HYDE

THE PANIC IN NEEDLE PARK

O Médico e o Monstro de Rouben Mamoulian com Fredric March, Miriam Hopkins, Rose Hobart.

Pânico em Needle Park de Jerry Schatzberg com Al Pacino, Kitty Winn, Alan Vint, Richard Bright, Raul Julia

Estados Unidos, 1932 – 82 min / legendado em português

Um dos maiores filmes da história do cinema, pelo que revela da mestria de Mamoulian e dos seus contributos para a linguagem cinematográfica nos anos de adaptação ao som, representando a súmula das experiências feitas nos seus filmes anteriores. Por muitos tido como a melhor das adaptações do romance de Robert Louis Stevenson, destaca-se também pela carga erótica que o percorre, com Miriam Hopkins no papel da prostituta que Ingrid Bergman retomou na versão de 1941. > Seg. [14] 19:30 | Sala Luís de Pina

L’ APE REGINA O Leito Conjugal de Marco Ferreri com Ugo Tognazzi, Marina Vlady, Linda Sini Itália, 1963 – 86 min / legendado em português

Depois de iniciar a sua carreira em Espanha, Marco Ferreri regressou a Itália, onde logo se integrou na indústria cinematográfica. L’APE REGINA, por um lado, renova a comédia italiana, que, no começo dos anos sessenta, começava a usar formas estereotipadas; por outro, é um exemplo do gosto do realizador pelas fábulas grotescas, que seriam levadas ao extremo na década seguinte. Esta fábula sobre a “guerra dos sexos”, em que a mulher sai vitoriosa, mostra-nos um quarentão que se casa com uma mulher mais jovem, mas que é incapaz de acompanhar o apetite sexual dela e acaba relegado para um canto da casa, como um objeto. Marina Vlady recebeu o prémio de interpretação no Festival de Cannes. > Ter. [15] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

LA VIE EST UN ROMAN A Vida É Um Romance de Alain Resnais com Vittorio Gassman, Ruggero Raimondi, Geraldine Chaplin, Pierre Arditi, Sabine Azéma, André Dussollier França, 1983 – 110 min / legendado em português

Um filme caleidoscópio, que conta três histórias que se entrecruzam tendo por cenário um castelo construído por um aristocrata antes da Grande Guerra, onde fundou uma sociedade utópica. No tempo contemporâneo da ação, um jogo de sedução desenvolve-se durante uma conferência, enquanto as crianças praticam outros jogos inspirados no castelo. > Ter. [15] 22:00 | Sala Luís de Pina

Estados Unidos, 1971 – 106 min / legendado em português

Foi o segundo filme de Al Pacino, que protagoniza um papel que chegou a ser pensado para Jim Morrison, e um dos títulos do festival de Cannes 1971. Adaptado do livro de James Mills por Joan Didion e John Gregory Dunne, THE PANIC IN NEEDLE PARK retrata a vida de um grupo de viciados em heroína em Nova Iorque, seguindo a história de amor entre um jovem casal. Integrando uma filmografia de títulos que lidam com o tema da droga, é um filme revelador do espírito do cinema nova-iorquino dos anos setenta. > Seg. [21] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

DIRTY PRETTY THINGS Estranhos de Passagem de Stephen Frears com Audrey Tautou, Sergi Lopez, Chiwetel Ejiofor Reino Unido, 2002 – 97 min / legendado em português

Em DIRTY PRETTY THINGS, Stephen Frears retoma os princípios do cinema realista britânico. Frears aborda aqui a emigração clandestina em Inglaterra, destacando a exploração de que são vítimas os emigrantes, as perseguições que sofrem e, inclusive, o tráfico de órgãos de que são “matéria-prima”. Um tema cruel que Frears procura amenizar com um toque de fantasia e de thriller. > Seg. [21] 19:30 | Sala Luís de Pina

TWO-FACED WOMAN A Mulher de Duas Caras de George Cukor com Greta Garbo, Melvyn Douglas, Constance Bennett, Roland Young Estados Unidos, 1941 – 90 min / legendado em português

Um duplo e magnífico papel para o adeus de Garbo, que, depois deste filme, se despediu das rodagens. TWO-FACED WOMAN é também um marco na obra de Cukor e uma das mais importantes comédias americanas da década de quarenta. Causou escândalo nos meios mais religiosos, tendo sido atacada pelo famoso cardeal Spellman – não admira, tal o amoralismo com que Cukor conta esta história de amores simultaneamente conjugais e extraconjugais. > Ter. [22] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro


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Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema VEREDAS

THREE COMRADES

de João César Monteiro com Margarida Gil, António Mendes, Carmen Duarte, Francisco Domingues, Manuela de Freitas, Luís Sousa Costa

Três Camaradas de Frank Borzage com Margaret Sullavan, Robert Taylor, Franchot Tone, Robert Young, Guy Kibbee

Portugal, 1977 – 120 min

Estados Unidos, 1938 – 98 min / legendado em português

Em VEREDAS João César Monteiro inspirou-se numa série de lendas e mitos populares portugueses para “fabricar” (como ele afirma no genérico) um filme que é uma reflexão sobre as nossas raízes culturais. É um magnífico filme, que dialoga com outros momentos da obra do realizador (SILVESTRE, por exemplo) e com outros títulos fundamentais da cinematografia portuguesa da década de setenta, como TRÁS-OS-MONTES de António Reis e Margarida Cordeiro. > Ter. [22] 22:00 | Sala Luís de Pina

Um dos mas luminosos melodramas de Frank Borzage, coescrito por F. Scott Fitzgerald, com base num romance de Erich Maria Remarque, ambientado na Alemanha pré-nazi. Três jovens soldados, amigos de longa data, partilham o amor pela mesma mulher, que está a morrer de tuberculose e que com a sua força os ajuda a transcender o drama. Interpretações fulgurantes, e uma Margaret Sullavan mais radiosa do que nunca. > Seg. [28] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

DJANGO DUE – IL GRANDE RITORNO

DISTANT DRUMS

Django Ataca de Novo de Ted Archer (Nello Rossati) com Franco Nero, Donald Pleasance, Christopher Connelly, Licinia Lentini

As Aventuras do Capitão Wyatt de Raoul Walsh com Gary Cooper, Mary Aldon, Richard Webb

Itália, 1987 – 90 min / versão inglesa legendada em português

Neste western de puro divertimento Raoul Walsh retoma o argumento de OBJECTIVE BURMA, substituindo os japoneses por índios. Gary Cooper é o indómito batedor que conduz o grupo de soldados pela floresta, para atacarem a aldeia dos nativos. Um espetacular filme de aventuras onde a celebração dos mitos do western anda a par com a sua paródia (a cena de Cooper a fazer a barba). > Ter. [29] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

O pistoleiro Django foi um dos mais célebres personagens do western italiano dos anos sessenta e Franco Nero foi o ator que mais se identificou à personagem. Ei-lo aqui de volta, vinte anos depois, como os três mosqueteiros. Sai do convento onde vivia retirado ao saber que tinha uma filha e que esta fora raptada por um cruel bandido. Um tema clássico no western (o aventureiro reformado, levado pelas circunstâncias a voltar a pegar em armas) tratado num contexto diferente. Realizado por Nello Rossatti e assinado com um dos seus pseudónimos, Ted Archer. Primeira exibição na Cinemateca. > Qua. [23] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Estados Unidos, 1951 – 100 min / legendado eletronicamente em português

VERBOTEN! de Samuel Fuller com James Best, Susan Cummings, Tom Pittman Estados Unidos, 1959 – 79 min / legendado em português

NEVER LOVE A STRANGER Não Ames um Desconhecido de George Stevens com John Drew Barrymore, Lita Milan, Steve McQueen Estados Unidos, 1958 – 76 min / legendado em português

O filme ilustra um tema clássico do cinema americano: dois amigos de adolescência que se reencontram na idade adulta: um está envolvido na criminalidade, o outro combate-a. Mas como o primeiro ainda gosta da irmã do segundo, resolve ajudar este último a liquidar a quadrilha com a qual está envolvido. Realizado no auge da moda dos filmes sobre adolescentes “problemáticos”, NEVER LOVE A STRANGER deu o seu primeiro papel no cinema a Steve McQueen, que já se fizera notar em várias séries de televisão. Primeira exibição na Cinemateca. > Qui. [24] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

THE LAST TIME I SAW PARIS A Última Vez Que Vi Paris de Richard Brooks com Elizabeth Taylor, Van Johnson, Donna Reed, Walter Pidgeon Estados Unidos, 1954 – 108 min / legendado em português

Típico produto de prestígio da MGM, baseado no conto Babylon Revisited de Scott Fitzgerald sobre a celebérrima lost generation de intelectuais, artistas e boémios americanos que viveram em Paris nos anos vinte, transposto para o período que se segue à II Guerra Mundial. Uma nova geração perdida de americanos, numa nova Paris, busca o prazer para esquecer dramas e vidas arruinadas. Liz Taylor e Van Johnson procuram sobreviver contra a corrente. > Sex. [25] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

DEAD MAN Homem Morto de Jim Jarmusch com Johnny Depp, Gary Farmer, John Hurt, Robert Mitchum Estados Unidos, 1995 – 121 min / legendado em português

Há quem defenda, como Jonathan Rosenbaum, que DEAD MAN é não apenas a obra-prima de Jim Jarmusch mas um dos filmes fundamentais das últimas décadas do cinema americano. É uma variação sobre as paisagens e os estereótipos do western (mas sem nada de pastiche ou de spaghetti), fundada no misticismo e na religiosidade dos povos nativos, e temperada com o imaginário poético de William Blake. Um filme sobre uma América heteróclita, miscigenada também, ou sobretudo, a nível cultural. Foi o último papel de Robert Mitchum. > Sex. [25] 19:30 | Sala Luís de Pina

ANGEL O Anjo de Ernst Lubitsch com Marlene Dietrich, Herbert Marshall, Melvyn Douglas, Edward Everett Horton Estados Unidos, 1937 – 91 min / legendado em português

Nos filmes de Lubitsch tudo gira à volta de dois temas: o sexo e o dinheiro. Mas, sendo Lubitsch o mestre absoluto da comédia sofisticada, as coisas mais duras e as relações mais venais são ditas e vividas com a máxima elegância e humor. ANGEL, um dos dois encontros de Lubitsch com Marlene Dietrich (o outro foi em DESIRE, realizado por Borzage e produzido por Lubitsch), é a história de uma mulher casada a quem reaparece o homem duma ocasional noite em Paris. É um filme quase abstrato, é quase música de câmara. > Sáb. [26] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Um filme raramente visto de Fuller, situado na Alemanha logo a seguir ao fim da II Guerra Mundial e que dessacraliza alguns mitos ligados a este período. Uma história de amor entre um soldado americano e uma alemã (o que era proibido, como indica o título) mistura-se ao tema da impaciência da população local em relação aos ocupantes e ao mercado

negro. A situação complica-se com as intrigas de um grupo de militantes neo-nazis. Um thriller realizado com a violenta eficácia que caracteriza o cinema de Fuller. > Qua. [30] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

BAD MA-RA KHAHAD BORD O Vento Levar-nos-á de Abbas Kiarostami com Bezhad Durani, Farzhad Sohrabi, Masud Mansuri, Massumeh Salimi, Bahman Ghobadi, Noghreh Asadi, Ali Reza Naderi, Rushan Karan Elmi, Reihan Haydari, Lida Soltani Irão, 1999 – 118 min / legendado em português

Um grupo de pessoas a bordo dum jeep atravessa os campos do Curdistão Iraniano. Depois de terem seguido, em vão, o mapa geográfico com a ajuda de uma criança, chegam à aldeia de Siah Dareh. O responsável explica à criança que procuram um tesouro no cemitério no alto da colina. “O VENTO LEVAR-NOS-Á mostra quanto de mim existe nos filmes que realizo. Embora seja difícil e até inútil dar uma percentagem precisa, não posso negar que em cada um destas personagens existe um pouco de mim como pessoa que vive em Teerão, numa certa fase da vida, de mim como cineasta e com as perguntas que me faço” (Abbas Kiarostami). Grande Prémio do Júri no Festival de Veneza em 1999. > Qua. [30] 19:30 | Sala Luís de Pina

FORT APACHE Forte Apache de John Ford com Henry Fonda, John Wayne, Shirley Temple, Ward Bond, Victor McLaglen, John Agar, George O’Brien Estados Unidos, 1948 – 127 min / legendado em português

O primeiro filme da celebrada “trilogia da cavalaria”, e que talvez seja a obra em que a “família” fordiana está mais completa, das grandes estrelas aos secundários. O filme que marca, também, o começo da revisão do olhar de Hollywood sobre o índio. Inspirado na figura de Custer e no combate de Little Big Horn. > Qui. [31] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

TESOUROS DE BOLONHA HOMENAGEM À CINETECA DI BOLOGNA EM COLABORAÇÃO COM A FONDAZIONE CINETECA DI BOLOGNA COM O APOIO DO INSTITUTO ITALIANO DE CULTURA DE LISBOA É um precioso Ciclo este que põe o foco na coleção e no trabalho da Cineteca di Bologna, parceira da Cinemateca e uma das instituições congéneres com as quais a Cinemateca mantém uma grande proximidade, de novo reavivada. Precioso, pelo que permite mostrar agora em Lisboa, este Ciclo organiza-se também em tributo ao trabalho de Bolonha, que a Cineteca desenvolve em colaboração estreita com o do laboratório L’Immagine Ritrovata, especializado em restauro cinematográfico, e com o Il Cinema Ritrovato, um festival de caraterísticas únicas concebido por e pela cinefilia. Reunidos em vinte e um programas, os filmes programados são grandes clássicos do cinema (de Chaplin, Ford, Dreyer, Epstein, Renoir, Stroheim), títulos fundamentais do cinema italiano – das suas grandes divas mudas (Francesca Bertini, Lyda Borelli, Leda Gys), de muitos dos seus grandes cineastas (Fellini, Pasolini, Antonioni, Risi, Comencini mas também os mais raro Vittorio De Seta ou Cecilia Mangini), representativos de um lado mais submerso da cinematografia italiana (caso por excelência do programa dedicada à produção da Panaria Fim). Refletindo a riqueza da coleção da Cineteca di Bologna, o Ciclo possibilita voltar a títulos maiores da história do cinema, a grandes filmes italianos, a títulos mais secretos, em alguns casos, verdadeiras raridades. Todos os filmes são exibidos em cópias resultantes de trabalhos de restauro levados a cabo por Bolonha e apresentados no Il Cinema Ritrovato. Gian Luca Farinelli, diretor da Cineteca di Bologna, vem a Lisboa e fará uma conferência.

TWENTY MINUTES OF LOVE com Charles Chaplin, Minta Durfee, Edgar Kennedy, Gordon Griffith

THE ROUNDERS Que Noite! com Charles Chaplin, Roscoe ‘Fatty’Arbuckle, Minta Durlee, Phyllis Allen

THE MASQUERADER Charlot Faz de Vedeta com Charles Chaplin, Roscoe ‘Fatty’Arbuckle, Chester Conklin

LAUGHING GAS Charlot Dentista com Charles Chaplin, Fritz Shade, Alice Howell

THE NEW JANITOR Charlot Porteiro com Charles Chaplin, Jess Dandy, John T. Dillon de Charles Chaplin Estados Unidos, 1914 – 75 min (duração total aproximada da projeção) mudos, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português

1914 é o ano em que Chaplin interpreta o seu primeiro filme, MAKING A LIVING (realizado por Henry Lehrman), para a Keystone, a companhia de Mack Sennett, o primeiro mestre do burlesco americano. É ainda o ano em que Chaplin interpreta um total de trinta e cinco filmes curtos, dos quais, a solo, realiza dezoito. Este programa reúne cinco títulos deste ano de Chaplin na Keystone, começando pelo primeiro em que acumulou os papéis de argumentista, realizador e ator: TWENTY MINUTES OF LOVE. Em THE ROUNDERS, em companhia de Fatty Arbuckle, Chaplin, no papel de um burguês, titubeia, bêbedo, num hotel de luxo. Em THE MASQUERADER, Charlot faz o papel de ator de cinema, ele próprio: vemo-lo chegar “à paisana” e transformar-se em Charlot! LAUGHING GAS é considerado o primeiro filme autenticamente chapliniano: empregado de um dentista, Charlot cobiça a mulher e o trabalho do seu patrão. THE NEW JANITOR é um dos melhores títulos Chaplin / Keystone, comummente associado ao desenvolvimento das marcas da presença de Charlot e ao prenúncio do título Essanay do ano seguinte, THE BANK. > Sex. [4] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [7] 19:30 | Sala Luís de Pina


Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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LA DOLCE VITA

BANDITI A ORGOSOLO

UNA LEZIONE DI ANATOMIA

A Doce Vida de Federico Fellini com Marcello Matroianni, Anita Ekberg, Anouk Aimée, Alain Cuny, Yvonne Furneaux

“Bandidos em Orgosolo” de Vittorio De Seta com Michele Cossu, Peppeddu Cuccu, Vittorina e os habitantes de Orgosolo.

de Rodolfo Sonego

Itália, 1960 – 170 min legendado em inglês e eletronicamente em português

Italia, 1960 – 91 min / legendado eletronicamente em português

O mais célebre filme de Federico Fellini (o tal, do banho de Anita Ekberg na Fonte Trevi) que assinala o ponto em que o realizador se começou docemente a afastar do “neorrealismo”. Nada disso impede, porém, que LA DOLCE VITA se veja hoje, também, como um grande filme-documento sobre a Roma no final da década de cinquenta. “’Poema fílmico’, chamou-lhe Robert Richardson no artigo em que comparava LA DOLCE VITA a The Waste Land de T.S. Eliot, submetido, diremos nós, ao tema da amargura totalmente desprovida de significado que a beleza feérica, alucinante da existência humana mascara” (Frederico Lourenço). > Sex. [4] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [8] 22:00 | Sala Luís de Pina

STRAIGHT SHOOTING de John Ford com Harry Carey, Molly Malone, Duke Lee EUA, 1917 – 68 min / mudo, intertítulos em inglês legendados eletronicamente em português

Sétimo filme de Ford, realizado aos 23 anos, quando ainda assinava Jack Ford. Trata-se de um western que conta uma história típica do género, uma guerra entre criadores de gado. Ford domina totalmente a linguagem do cinema mudo, a capacidade de contar uma história em termos puramente visuais, com um sentido absoluto da composição do plano, que será uma das suas características mais visíveis no futuro. Em termos narrativos, um tema central na obra de Ford: a dualidade entre a errância e a estabilidade. > Sáb. [5] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [8] 19:30 | Sala Luís de Pina

VAMPYR de Carl Th. Dreyer com Julian West, Maurice Schultz, Sybille Schmitz França, Alemanha, 1930 – 65 min / versão alemão, legendada eletronicamente em português

“Um filme de horror banhado numa claridade puríssima. Um filme sonoro que reinventa a noção de cinema mudo”. Assim se exprimiu Edgardo Cozarinsky sobre esta obra-prima de Carl Th. Dreyer, um dos filmes mais insólitos da história do cinema, poema de morte e ressurreição pela luz do cinema e inspirado no romance Carmilla de Sheridan le Fanu. “O filme que mais ecoa em mim”, declarou Jean-Marie Straub. > Sáb. [5] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [10] 19:30 | Sala Luís de Pina

Il Mondo Perduto de Vittorio De Seta

LU TEMPU DI LI PISCI SPATA Itália, 1954/59 – 9 min / sem legendas

ISOLE DI FUOCO Itália, 1954 – 9 min / sem legendas

SURFARARA Itália, 1955 – 9 min / sem legendas

PACQUA IN SICILIA

BANDITI A ORGOSOLO, de entre os filmes sobre a Sardenha feitos por não-sardos, é dos que melhor fama tem na ilha. O filme de De Seta foi o que melhor representou uma Sardenha “verdadeira” até ao aparecimento dos autores da nova geração da última década. De Seta escolheu escrever os diálogos do filme em conjunto com os habitantes de Orgosolo, vivendo na Sardenha e conhecendo-a por dentro. Scorsese escreveu: “o filme revela um mundo arcaico, onde as pessoas se expressam num dialeto arcaico, e onde se vive conforme as regras de um tempo que considera o mundo moderno hostil e estranho. (…) O sentido do ritmo, a maneira de usar a câmara, a habilidade de fundir as personagens e o ambiente, tudo isso na altura foi uma grande revelação. De Seta foi um antropólogo que se expressou com a voz de um poeta”. > Seg. [7] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sáb. [12] 19:30 | Sala Luís de Pina

DIARIO DI UN MAESTRO

Itália, 1973 – 70 min / legendado eletronicamente em português

França, 1926 – 142 min / mudo, intertítulos em francês legendados eletronicamente em português

Filmado em 16mm para a RAI, a longa-metragem de De Seta parte da autobiografia, Un Anno a Pietralata, de Albino Bernardini. A história pertence a Bruno D’Angelo, jovem professor de origem napolitana que vai dar aulas numa escola de um bairro periférico de Roma, empenhando-se a fundo na vida escolar, difícil, dos seus alunos e da escola. Parte da sua iniciativa reside na experiência de métodos pedagógicos alternativos. O professor é o ator Bruno Cirino, numa bela composição. Os alunos são interpretados por não atores. É tido como uma obra revolucionária no quadro do cinema italiano da sua época. Primeira exibição na Cinemateca. > Seg. [7] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sáb. [12] 22:00 | Sala Luís de Pina

LA BELLE NIVERNAISE de Jean Epstein com Maurice Touzé, Blanche Montel, Pierre Hot, Jean-David Évremont França, 1924 – 70 min / mudo, intertítulos em francês legendados eletronicamente em português

Jean Epstein foi um dos mais importantes e originais realizadores do período mudo em França e LA BELLE NIVERNAISE é considerado o seu primeiro grande filme. Passado quase inteiramente à beira do Sena e em diversos barcos (“La Belle Nivernaise” não é uma mulher mas sim um barco), o filme tem como pretexto narrativo os amores de dois jovens que se conhecem desde a infância. Do ponto de vista formal, em vez de uma sintaxe ligada às vanguardas dos anos vinte, como em LA GLACE À TROIS FACES ou SIX ET DEMI ONZE, Epstein optou por “um ritmo avesso ao intelectualismo, uma perfeita simplicidade, um despojamento sofisticado, que faz deste o filme francês que mais ecoa as obras-primas suecas”, na opinião de Henri Langlois. > Ter. [8] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [14] 22:00 | Sala Luís de Pina

ASSUNTA SPINA de Gustavo Serena com Francesca Bertini, Gustavo Serena, Carlo Benetti, Alberto Albertini

Itália, 1955 – 9 min / sem legendas

PESCHERECCI Itália, 1958 – 10 min / sem legendas

PASTORI DI ORGOSOLO Itália, 1958 – 10 min / sem legendas

UN GIORNO IN BARBAGIA Itália, 1958 – 9 min / sem legendas

I DIMENTICATI Itália, 1959 – 17 min / sem legendas

de Vittorio De Seta duração total da projeção: 99 min O excecional programa, que a Cineteca di Bologna intitula Il Mondo Perduto / O Mundo Perdido (Curtas-metragens de Vittorio De Seta 1954-1959) resulta de um restauro digital feito pelo laboratório L’Immagine Ritrovata de Bolonha, com montagem de Marzia Mete e Fabio Bianchini, em colaboração com De Seta. Reúne o conjunto das dez preciosas curtas-metragens documentais realizadas por De Seta na segunda metade da década de cinquenta, na Sardenha, Sicília e Calábria. No seu registo realista e poético, De Seta filma o mundo do trabalho e dos gestos quotidianos de pastores, pescadores e operários, bem como a sua ligação à paisagem – ao mar, à terra, ao céu. Primeiras exibições na Cinemateca. > Sáb. [5] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [11] 22:00 | Sala Luís de Pina

TIGULLIO MINORE foi filmado por Dino Risi no imediato pósguerra, em sintonia com a época em que as velhas barcas de pesca regressaram a Tigullio, a mesma da sua iniciação na realização em Itália. Comencini filmou OSPEDALE DEL DELITTO num manicómio em Aversa, testemunhando um suposto sistema de cura baseado na violência e na segregação. QUANDO IL PO E’ DOLCE, um dos títulos documentais realizados nos anos cinquenta por Renzo Renzi, crítico de cinema e argumentista, que nessa década cofundou a produtora de curtas-metragens Columbus Film. ZONA PERICOLOSA é realizado por Francesco Maselli, que se iniciou no cinema como assistente de Luigi Chiarini e Antonioni e colaborou com Visconti em SIAMO DONNE. De Damiano Damiani, BAMBINI DOPPIATORI retrata a vida quotidiana de um miúdo que dobra filmes estrangeiros. UNA LEZIONE DI ANATOMIA tem a assinatura de Rodolfo Sonego, conhecido como um dos mais notáveis argumentistas da comédia italiana. Primeiras exibições na Cinemateca. > Qua. [9] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qua. [16] 22:00 | Sala Luís de Pina

NANA

CONTADININO DEL MARE PARABOLA D’ORO

duração total da projeção: 63 min

de Vittorio De Seta com Bruno Cirino, Mico Cundari, Marisa Fabbri, Tullio Altamura, Filippo De Gara

Itália, 1955 – 8 min / sem legendas

Itália, 1955 – 9 min / sem legendas

Itália, 1949 – 10 min / legendado eletronicamente em português

de Jean Renoir com Catherine Hessling, Jean Angelo, Werner Krauss

NANA é certamente o mais ambicioso dos poucos filmes mudos de Renoir. Uma sumptuosa adaptação do magnífico romance homónimo de Zola, à luz do realismo grotesco de Stroheim, cuja influência Renoir reconheceu explicitamente. Última colaboração de Renoir com Catherine Hessling, que foi a sua primeira mulher e tem uma performance absolutamente extravagante no papel de uma cortesã parisiense. > Qua. [9] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [18] 22:00 | Sala Luís de Pina

THE DEVIL AND DANIEL WEBSTER de William Dieterle com Edward Arnold, Walter Huston, Jane Darwell, Simone Simon Estados Unidos, 1941 – 107 min / legendado eletronicamente em português

Com argumento adaptado a partir do conto homónimo de Stephen Vincent Benét, o filme de Dieterle foi inicialmente distribuído com o título ALL THAT MONEY CAN BUY (porque a RKO quis evitar confusões com outra das suas produções do mesmo ano, THE DEVIL AND MISS JONES) e teve ainda estreias com os títulos MR. SCRATCH, DANIEL AND THE DEVIL, HERE IS A MAN. O diabo, que neste filme se chama Scratch, é interpretado pelo fabuloso Walter Huston. THE DEVIL AND DANIEL WEBSTER é um filme de vários registos, do fantástico ao drama ou à comédia, um título a descobrir absolutamente. Música de Bernard Hermann (anterior às composições para os filmes de Hitchcock que o tornaram célebre). Primeira exibição na Cinemateca. > Qui. [10] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [17] 22:00 | Sala Luís de Pina

STENDALÌ (SUONANO ANCORA) de Cecilia Mangini Itália, 1960 – 11 min / legendado eletronicamente em português

IGNOTI ALLA CITTÀ de Cecilia Mangini Itália, 1958 – 11 min / legendado eletronicamente em português

LA CANTA DELLE MARANE

Itália, 1915 – 62 min / mudo, intertítulos em italiano legendados eletronicamente em português

de Cecilia Mangini

ASSUNTA SPINA é o mais famoso filme de Francesca Bertini, a primeira e maior das divas do cinema mudo italiano, uma obra-prima do cinema italiano e um título fundamental da filmografia muda. Rodado em exteriores naturais, adapta um romance de Salvatore di Giacomo (com argumento de Serena e Bertini, que se envolveu a fundo no projeto deste filme, e mais tarde o levou para o palco, noutra colaboração com Serena), seguindo uma história de amores napolitanos. O realismo da interpretação de Bertini neste filme foi em si mesmo um marco no cinema da época. > Ter. [8] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [15] 19:30 | Sala Luís de Pina

TOMMASO

TIGULLIO MINORE de Dino Risi Itália, 1947 – 11 min / legendado eletronicamente em português

OSPEDALE DEL DELITTO de Luigi Comencini Itália, 1950 – 12 min / legendado eletronicamente em português

QUANDO IL PO E’ DOLCE de Renzo Renzi Itália, 1955 – 10 min / legendado eletronicamente em português

ZONA PERICOLOSA de Francesco Maselli Itália, 1952 – 10 min / legendado eletronicamente em português

BAMBINI DOPPIATORI de Damiano Damiani Itália, 1955 – 10 min / legendado eletronicamente em português

Itália, 1962 – 10 min / legendado eletronicamente em português

de Cecilia Mangini Itália, 1965 – 11 min / legendado eletronicamente em português

LA BRIGLIA SUL COLLO de Cecilia Mangini Itália, 1972 – 15 min / legendado eletronicamente em português

V. & V. de Lino Del Fra Itália, 1973 – 10’ min / legendado eletronicamente em português

duração total da projeção: 68 min “Quando vemos os documentários de Cecilia Mangini, temos a impressão de que tudo o que vemos representa supostamente o futuro. Um futuro melhor, um futuro em que a hipocrisia, a exploração, todas essas coisas horríveis que habitam este mundo não existem. Ou, pelo menos, um futuro onde a vida é um pouco mais simples. Os documentários – diz ela – são um instrumento de esperança’. Isto não significa que o seu trabalho seja totalmente otimista, pelo contrário: se alguma coisa precisa de ser exposta nada é deixado de fora. Isto dito, o seu principal alvo é a juventude. O seu último (e belo) trabalho, LA BRIGLIA SUL COLLO, é o exemplo perfeito: uma espécie de reportagem sobre um miúdo de sete anos que é disfuncional, para usar um termo feio, agora na moda. (...) Pasolini é uma grande referência. Na realidade, contribuiu, com dois longos textos, para a realização de IGNOTI ALLA CITÀ e LA CANTA DELLA MARANE. (...) STENDALÌ [é] um documentário único sobre os cantos fúnebres tradicionais em Griko, língua antiga


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Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema de Salento. V. & V. presta tributo ao cinema de autor militante, voltando-o às avessas com uma inteligência surpreendente. O filme foi realizado por Lino Del Fra, companheiro de vida de Cecilia: ela sempre colaborou com o trabalho dele, sem ser creditada” (Andrea Meneghelli). À exceção de IGNOTI ALLA CITTÀ, são primeiras exibições na Cinemateca. > Qui. [10] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [21] 22:00 | Sala Luís de Pina

LA RABBIA “A Raiva” de Pier Paolo Pasolini, Giovannino Guareschi Itália, 1963 – 53 min / legendado eletronicamente em português

“LA RABBIA é um ensaio polémico e ideológico sobre acontecimentos de anos recentes, feito a partir de uma montagem de atualidades cinematográficas e curtasmetragens”, declarou Pasolini, que, para preparar o seu trabalho, visionou centenas de horas filmadas. O resultado é um ensaio cinematográfico, comparável a certos trabalhos de Chris Marker. O produtor, no entanto, resolveu “equilibrar” o trabalho de Pasolini e confiou a realização da segunda metade do filme a um homem de direita, Guareschi, provocando a fúria de Pasolini, que renegou o filme, que foi um completo fracasso comercial e se tornou uma raridade. > Qui. [10] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [18] 19:30 | Sala Luís de Pina

CACCIATORI SOTTOMARINI de Francesco Alliata, Pietro Moncada, Renzo Avanzo, Quintino Di Napoli Itália, 1946 – 11 min / legendado eletronicamente em português

TONNARA de Francesco Alliata, Pietro Moncada, Quintino di Napoli Itália, 1947 – 12 min / legendado eletronicamente em português

ISOLE DI CENERE de Pietro Moncada, Renzo Avanzo, Quintino Di Napoli Itália, 1947 – 12 min / legendado eletronicamente em português

BIANCHE EOLIE de Francesco Alliata, Renzo Avanzo, Quintino di Napoli, Pietro Moncada Itália, 1948 – 10 min / legendado eletronicamente em português

TRA SCILLA E CARIDDI de Francesco Alliata, Pietro Moncada, Quintino di Napoli Itália, 1948 – 12 min / legendado eletronicamente em português

MALOMBRA O Castelo da Má Sombra de Carmine Gallone com Lyda Borelli, G.C. Rizzotto, Consuelo Spada Itália, 1916 – 70 min / mudo, intertítulos em italiano legendados eletronicamente em português

Lyda Borelli é outra das muito grandes divas do cinema mudo italiano, onde, vinda do teatro, foi uma presença avassaladora entre 1913 e 1918, ano em que se retirou do cinema. Inspirado num romance de Antonio Fogazzaro, MALOMBRA é tido pelo seu mais significativo trabalho e um filme que inaugurou o gótico no cinema. “O terreno aqui está muito próximo do do melodrama, condimentado com algumas influências derivadas da tradição do fantástico literário. Não é certamente por acaso que, num filme sobre uma mulher enfeitiçada por um castelo, surge expressamente citado (através do plano de um livro) o nome de Edgar Allan Poe” (Luís Miguel Oliveira). > Seg. [14] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [28] 22:00 | Sala Luís de Pina

VEDI NAPULE E PO’ MORI! de Eugenio Perego com Leda Gys, Livio Pavanelli, Nino Taranto Itália, 1924 – 57 min / mudo, intertítulos em italiano legendados eletronicamente em português

Eugenio Perego (1876-1944) é um dos nomes do cinema italiano dos anos dez e vinte, tendo começado por escrever e adaptar argumentos para a Film d’Arte Italiana e para a Pasquali Filmes, e iniciando-se como ator na Itala Films em 1915. Como realizador, o início da sua carreira está associado à Milano Films e à comédia, e foi com Leda Gys – nome artístico de Gisela Lombardi – que realizou uma série de filmes napolitanos nos anos vinte, um deles este VEDI NAPULE E PO’ MORI!. Gys é outro dos nomes da brilhante galáxia das divas do cinema mudo italiano, onde começou a trabalhar em 1913. Primeira exibição na Cinemateca. > Qui. [17] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [22] 19:30 | Sala Luís de Pina

LE AMICHE de Michelangelo Antonioni com Eleonora Rossi Drago, Gabriele Ferzetti, Valentina Cortese Itália, 1955 – 104 min / legendado eletronicamente em português

Baseado na novela Fra Donne Sole de Cesare Pavese (última das três histórias de La Bella Estate), LE AMICHE encerra o

que poderíamos considerar como a primeira fase da obra de Antonioni, onde ainda há alguns resquícios do cinema clássico, que desaparecerão a partir do seu filme seguinte, IL GRIDO. Mas se LE AMICHE é menos abstrato do que os filmes que Antonioni realizou nos inícios dos anos sessenta e a sua narrativa não é “desconstruída”, o filme contém os temas essenciais do realizador: as personagens femininas, a dificuldade de viver, a dúvida existencial. E a perfeição visual deste mestre da forma. > Seg. [21] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sáb. [26] 19:30 | Sala Luís de Pina

APPUNTI PER UN’ORESTIADE AFRICANA “Notas para uma ‘Orestíada’ Africana” de Pier Paolo Pasolini Itália, 1970 – 73 min / legendado eletronicamente em português

APPUNTI PER UN’ORESTIADE AFRICANA é um fascinante trabalho de Pasolini sobre um projeto que não chegou a realizar: filmar a tragédia de Orestes, de Ésquilo, tendo o continente africano por pano de fundo. O resultado é uma reflexão e uma tomada de notas para o filme possível. “É um dos mais belos Pasolini. Nem convencional nem pitoresco, o documentário mostra uma África autêntica. (…) Pasolini sente a África negra com a mesma simpatia poética e original com que tinha sentido as aldeias e o subproletariado romano“ (Alberto Moravia). > Qua. [23] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sáb. [26] 22:00 | Sala Luís de Pina

FOOLISH WIVES Esposas Levianas de Erich von Stroheim com Erich von Stroheim, Rudolph Christians, Mae Busch Estados Unidos, 1922 – 100 min / mudo, intertítulos em italiano legendados eletronicamente em português

O ultimo filme que Stroheim pôde levar a cabo tal como o concebera é uma das obras-primas do cinema mudo em que o cineasta não se poupou a esforços (e a despesas) para transmitir a visão realista que pretendia, chegando a construir uma réplica do Casino de Monte Carlo quase do tamanho do original nos estúdios da Metro. É uma história de sedução, chantagem e crime, tendo por personagens a aristocracia europeia decadente e a alta burguesia americana. > Qui. [24] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [29] 19:30 | Sala Luís de Pina

OPERA DEI PUPI de Frederic Maeder Itália, 1948 – 12 min / legendado eletronicamente em português

duração total da projeção: 69 min O programa é dedicado à produção da Panaria Film, fundada na Sicília na segunda metade dos anos quarenta por Francesco Alliata di Villafranca, mais tarde produtora de VULCANO de Dieterle (1950) e LA CARROZZA D’ORO de Jean Renoir (1952), ambos com Anna Magnani. A obra documental produzida nos anos quarenta tem uma inestimável importância na filmografia italiana e inclui imagens subaquáticas pioneiras e revolucionárias, filmadas com uma Arriflex 35mm. CACCIATORI SOTTOMARINI, BIANCHE EOLIE e ISOLE DI CINERE foram filmados na ilha vulcânica de Eolie. Para além da sua importância documental, e dos seus aspetos inovadores, estes filmes documentais da Panaria distinguemse pela sua capacidade de análise antropológica e qualidade cinematográfica. Primeiras exibições na Cinemateca. > Sex. [11] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sáb. [19] 19:30 | Sala Luís de Pina

A PARTIR DO EXEMPLO DE BOLONHA: QUESTÕES ATUAIS DAS CINEMATECAS E DO RESTAURO CINEMATOGRÁFICO Conferência / debate com Gian Luca Farinelli - Diretor da Cineteca di Bologna. Entrada livre mediante o levantamento de bilhetes. > Sex. [11] 19:30 | Sala Luís de Pina

LA RAGAZZA CON LA VALIGIA A Rapariga da Mala de Valerio Zurlini com Claudia Cardinale, Jacques Perrin, Romolo Valli, Gian Maria Volonté Itália, 1961 – 121 min / legendado eletronicamente em português

sessão apresentada por Gian Luca Farinelli Único triunfo comercial de Zurlini, esta RAPARIGA DA MALA serviu também para afirmar o talento de Claudia Cardinale que fora vista em breves papéis no ROCCO de Visconti e nos GANGSTERS FALHADOS de Monicelli. Um drama de amor com fundo de Verdi e de luta de classes numa Itália onde começara o boom económico. Um delicadíssimo retrato da adolescência (um extraordinário Jacques Perrin) e do desencanto. Um genial uso da música. > Sex. [11] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sáb. [19] 22:00 | Sala Luís de Pina

CLAUDE LANZMANN

EM COLABORAÇÃO COM A 14ª FESTA DO CINEMA FRANCÊS E A MIDAS FILMES Embora tenha entrado para a História do Cinema como o autor de SHOAH, por muitos considerado como o filme definitivo sobre o extermínio dos judeus europeus pelos nazis, Claude Lanzmann só chegou muito tardiamente ao cinema (“Não sou cinéfilo, embora o lamente”, declarou numa entrevista de 1998). Nascido numa família de judeus oriundos da Europa Oriental, nas cercanias de Paris (tal como o seu pai; a sua mãe chegara a França aos três anos de idade), Lanzmann foi membro, ainda adolescente, de um grupo de resistência e estudou Filosofia a seguir à guerra. Tornou-se então próximo de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, com quem colaborou, fazendo parte do comité de redação de Les Temps Modernes, da qual foi posteriormente diretor, e desenvolvendo outras atividades jornalísticas, inclusive na televisão. É quando dirige a montagem de uma reportagem televisiva feita em Israel, que descobre verdadeiramente o cinema: “a montagem é uma forma de escrita”. Realiza o seu primeiro filme, o documental POURQUOI ISRAËL, quando já se aproximava dos cinquenta anos. Lança-se então no trabalho de construção de SHOAH, que se estende durante doze anos e que, indiscutivelmente, trata o Holocausto como nunca tinha sido feito até então. TSAHAL, sobre o exército de Israel, completa o que Lanzmann considera uma trilogia sobre aquele país. Todos os filmes subsequentes de Lanzmann abordam aspetos específicos do Holocausto, a tal ponto que isto encobriu o seu trabalho sobre a forma cinematográfica, que os espectadores deste Ciclo poderão considerar. À exceção de SHOA e SOBIBOR, os filmes do programa são primeiras exibições na Cinemateca. Claude Lanzamnn vem a Lisboa para acompanhar o início da retrospetiva, apresentando o seu mais recente filme LE DERNIER DES INJUSTES, a exibir em ante-estreia nacional na Cinemateca, e por ocasião da edição em DVD do primeiro volume da sua obra pela Midas Filmes.

LE DERNIER DES INJUSTES

SOBIBOR, 14 OCTOBRE 1943, 16 HEURES

O Último dos Injustos de Claude Lanzmann

de Claude Lanzmann França, 2001 – 95 min / legendado eletronicamente em português

França, 2013 – 220 min / legendado eletronicamente em português

projeção seguida de encontro com Claude Lanzmann Ao ocuparem a Checoslováquia em 1940, os nazis transformaram a fortaleza de Terezín (Theresienstadt em alemão) num campo de prisioneiros políticos e, pouco depois, num campo de concentração. Os judeus foram instalados numa espécie de gueto no interior da fortaleza, onde havia inclusive alguma “vida cultural”, sobretudo no domínio da música, o que era tolerado pelos nazis, que apresentavam Terezín como prova de que não maltratavam os judeus, quando todos os que ali estavam foram deportados para Auschwitz. Em LE DERNIER DES INJUSTES, Lanzmann confronta Benjamin Murmelstein, rabino, último Presidente do Conselho Judeu do gueto de Theresienstadt, o único que sobreviveu à Guerra, e uma figura extremamente controversa. O filme estreia a 7 de novembro, com distribuição da Midas Filmes. > Sáb. [12] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

com a presença da diretora de fotografia Caroline Champetier Yehuda Lerner, participante e instigador da insurreição dos prisioneiros do campo de Sobibor (sucedida a 14 de outubro de 1943), foi entrevistado por Claude Lanzmann no final dos anos setenta, durante a preparação do que viria a ser SHOAH. Mais tarde, Lanzmann sentiu que a história e o depoimento de Lerner mereciam um filme só para eles. “Por SOBIBOR passa a vontade de combater o mito da ‘bondade’ com que os judeus se sujeitaram ao extermínio pelos nazis. Foi ‘um massacre de inocentes’, diz Lanzmann, mas de ‘inocentes’ que foram enganados até ao momento de entrarem nas câmaras de gás” (Luís Miguel Oliveira). > Sáb. [12] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro


Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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LE RAPPORT KARSKI UN VIVANT QUI PASSE de Claude Lanzmann França, 2010 e 1999 – 48 e 65 min legendados eletronicamente em português

duração total da projeção: 113 min Embora realizados com mais de dez anos de distância, os filmes deste programa formam um díptico sobre dois aspectos específicos e antagónicos do extermínio dos judeus europeus pelos nazis. Em LE RAPPORT KARSKI, é evocada a figura de Jan Karski, membro da resistência polaca antinazi, que entregou um relatório ao governo polaco em exílio e aos Aliados sobre a situação na Polónia ocupada, notadamente a natureza dos campos de extermínio, mas que não viria a ter eco. Em UN VIVANT QUI PASSE, Lanzmann confronta um funcionário suíço da Cruz Vermelha Internacional, que fez um relatório positivo sobre o que se passava na fortaleza Terezín (Theresienstadt), corroborando o que era veiculado pela propaganda nazi. > Seg. [14] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

POURQUOI ISRAËL de Claude Lanzmann França, 1973 – 316 min / legendado eletronicamente em português

Ao fazer a sua primeira viagem a Israel em 1952, Claude Lanzmann teve um enorme choque – “A descoberta da particularidade judia, da cultura judia, da qual ignorava tudo. Disse-me a mim mesmo: ‘Sou francês, mas…’”. De regresso a Paris, encetou um livro sobre esta viagem, que não chegou a concluir. Realizado vinte anos depois desta primeira viagem, POURQUOI ISRAËL é um eco desta descoberta, feito num país que entretanto mudara bastante. > Qua. [16] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

TSAHAL de Claude Lanzmann França, 1994 – 316 min / legendado eletronicamente em português

Consagrado ao exército de Israel e aos colonatos judeus nos territórios ocupados, TSAHAL é o filme mais polémico de Lanzmann e foi muito criticado, inclusive em Israel, a tal ponto que, numa entrevista aos Inrockuptibles, em 1998, o cineasta declarou: “Não é o último filme fascista do século, não exageremos.” Em filigrana no filme, paradoxalmente realizado por um ex-militante anticolonialista, perfila-se toda a problemática da relação com a violência por parte daqueles que foram vítimas da maior violência possível. > Sex. [18] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

FRITZ LANG

O TEMPO DO CINEMA “Fritz Lang vivia para e nos seus filmes. Definiu-se com exatidão como um ‘sonâmbulo”. Simultaneamente parecia-lhe indispensável ligar a aventura do cinema ao seu tempo”. As afirmações, de Bernard Eisenschitz, lêem-se na introdução do seu fundamental último estudo sobre a obra de Lang, Fritz Lang au Travail (2011, ed. Cahiers du Cinema). O tempo de Fritz Lang (1890-1976) e o tempo do cinema de Fritz Lang (1919-1960) correspondem ao de boa parte do século XX, o do cinema. Lang viveu-o na Alemanha e em Hollywood, dois epicentros do cinema e do século XX. Na Alemanha, onde nasceu, onde se iniciou no cinema como argumentista em 1917, onde começou a filmar em 1919 (inaugurando a sua filmografia com HALBBLUT, produzido por Erich Pommer para a Decla, hoje um dos seus filmes perdidos) e de onde saiu em 1933 num passo envolto em relatos míticos, Lang marcou indelevelmente o cinema mundial do período mudo (com obras-primas como DER MÜD TODD, DR. MABUSE DER SPIELER, DIE NIEBELUNGEN ou METROPOLIS), inaugurou o cinema sonoro com o genial M, e regressou no final da década para um não menos genial remate, com o díptico DER TIGER VON ESCHNAPUR / DAS INDISCHE GRABMAL e DIE 1000 AUGEN DES DR. MABUSE. Nos Estados Unidos, onde chegou em 1934 depois de uma passagem por Paris e de um filme francês (LILIOM), prosseguiu o seu fabuloso trabalho, no quadro da Hollywood clássica e de vários dos seus géneros – filmes sociais (desde logo com FURY, YOU ONLY LIVE ONCE, YOU AND ME), westerns (THE RETURN OF FRANK JAMES, WESTERN UNION, RANCHO NOTORIOUS), filmes negros (categoria em que podem “caber” THE WOMAN IN THE WINDOW, CLASH BY NIGHT, THE BLUE GARDENIA, THE BIG HEAT ou WHILE THE CITY SLEEPS), filmes de guerra (MINISTRY OF FEAR, CLOAK AND DAGGER) ou de aventuras (MOONFLEET) – impregnando-os a todos do seu muito próprio universo. A estes como a títulos menos “categorizáveis” como MAN HUNT e HANGMEN ALSO DIE, os dois remakes de Jean Renoir – SCARLETT STREET e HUMAN DESIRE, o drama psicanalítico SECRET BEYOND THE DOOR, o assombrado HOUSE BY THE RIVER. Construindo-se com uma impressionante solidez temática e formal, implacavelmente associada à sua contemporaneidade, a obra de Fritz Lang trabalha as relações entre a vida, a morte e o destino, a obsessão pela fatalidade, as grandes maquinações. É uma obra pontuada por dípticos (uma evidência do seu período alemão), pela qualidade arquitetónica das imagens, o rigor e a força certeira dos planos, um olhar genialmente poderoso e lúcido, animado por um pessimismo fundamental sobre a natureza humana: “há homens maus e homens muito maus; por conveniência de expressão, dizemos dos primeiros que são ‘bons’”. Dando a ver, na íntegra, os seus filmes existentes a esta data, a retrospetiva “Fritz Lang – O Tempo do Cinema” decorre entre outubro e dezembro de 2013, reeditando a iniciativa levada a cabo pela Cinemateca em 1981 e 1983, quando a obra de Lang foi apresentada em duas partes, correspondentes aos seus períodos alemão e americano. Arrancando com M, a retrospetiva segue depois a cronologia da obra.

M

DIE SPINNEN

de Claude Lanzmann

Matou! de Fritz Lang com Peter Lorre, Ellen Widmann, Gustav Gründgens, Otto Wernicke

2. ABENTEUR: DAS BRILLANTENSCHIFF As Aranhas. Segunda Aventura: “O Navio dos Brilhantes” de Fritz Lang com Carl de Vogt, Ressel Orla, Rudolf Lettinger, Lil Dagover

França, 1985 – 544 minutos / legendado eletronicamente em português

Alemanha, 1931 – 100 min / legendado eletronicamente em português

Para muitos, a definitiva obra cinematográfica sobre os campos de concentração e extermínio nazis. Sem incluir qualquer imagem dos campos propriamente ditos, Lanzmann constrói o filme com base em dezenas de entrevistas com sobreviventes dos campos, guardas, habitantes das redondezas, etc. É um impressionante trabalho sobre a memória dos campos, testemunhada por aqueles que, de uma forma ou doutra, se cruzaram com eles. > Sáb. [19] 15:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Nesta poderosa obra-prima, primeiro filme sonoro de Fritz Lang, mais do que a descrição de um “caso autêntico” (o “vampiro” de Dusseldorf, um assassino de crianças), Lang fez o retrato de uma Alemanha mergulhada na depressão económica e nas vésperas da chegada dos nazis ao poder. O filma assinala também uma importante viragem na obra de Lang, que abandona com ele, e por muito tempo, os argumentos “folhetinescos” que tinham estado na origem de tantas das suas obras-primas. E dá a Peter Lorre o papel da sua vida. “Com M, o som, misturando-se com a imagem, recuperou o mundo das paixões para o espaço privilegiado delas que é a mudez. O primeiro grande filme sonoro é o primeiro filme do total silêncio” (João Bénard da Costa).

Alemanha, 1919-20 – 120 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

SHOAH

segunda passagem em novembro

> Seg. [21] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

DIE SPINNEN 1. ABENTEUER: DER GOLDENE SEE As Aranhas. Primeira Aventura: “O Lago Dourado” de Fritz Lang com Carl de Vogt, Ressel Orla, Lil Dagover, Georg John Alemanha, 1919-20 – 80 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

DIR GOLDENE SEE, a primeira parte de AS ARANHAS, é o terceiro filme de Fritz Lang, que, entre essa primeira parte e a segunda, filmou ainda HARAKIRI. AS ARANHAS inauguram no seu cinema a veia do cinema “folhetinesco”, por vezes desdobrados em mais de um episódio, como é aqui o caso. Como em outros filmes de Lang neste período e como nos serials americanos e franceses da década de 1910, a trama narrativa é rocambolesca: um desportista luta contra os malfeitores do “bando das aranhas”, que querem apossar-se de todas as riquezas do mundo, em aventuras que o levam ao Peru, à Ásia, a São Francisco e às Ilhas Falkland. Tudo isto é pretexto para uma mise en scène fenomenal, num filme feito com grandes meios, em que se destaca a conceção do espaço, em que Lang é mestre. “A primeira observação surpreendente para quem vê, pela primeira vez, DIE SPINNEN é a sua semelhança com as penúltimas obras de Fritz Lang, realizadas quase 40 anos depois, quando o autor de M voltou à Alemanha: DER TIGER VON ESCHNAPUR e DAS INDISCHE GRABMAL” (João Bénard da Costa). > Ter. [22] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qua. [23] 22:00 | Sala Luís de Pina

Ver texto da nota anterior.

> Ter. [22] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [24] 22:00 | Sala Luís de Pina

HARAKIRI de Fritz Lang com Paul Biensfeldt, Lil Dagover, Georg John, Meinhard Maur Alemanha, 1919 – 80 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Rodado em 1919, entre as duas partes de DIE SPINNEN, HARAKIRI foi durante largos anos um título perdido da filmografia de Lang, até que foi reencontrada uma cópia em Amesterdão, em 1986. Trata-se de uma adaptação de Madame Butterfly, filmada em cenários naturais, ao arrepio do cânone expressionista do cinema alemão da época ou do caligarismo do célebre filme de Robert Wiene, do mesmo ano. “No plano temático, HARA-KIRI está em toda a plenitude integrado no corpo principal da obra de Lang. (…) Primeiro, o tema do amor em luta contra circunstâncias externas que concorrem para o impedir. [Segundo,] o tema da ‘organização’ enquanto entidade malévola” (Luís Miguel Oliveira). > Qua. [23] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Sex. [25] 22:00 | Sala Luís de Pina

DAS WANDERNDE BILD “A Imagem Errante” de Fritz Lang com Mia May, Hans Marr, Harry Frank, Rudolf Klein-Rogge Alemanha, 1920 – 70 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Foi o filme que marcou o princípio da colaboração entre Lang e Thea von Harbou. Considerado perdido durante vários anos, foi recuperado na década de oitenta, ainda que em versão incompleta. A história segue uma jovem viúva de um filósofo famoso que, assediada por um pretendente, procura refúgio nas montanhas onde a espera uma tempestade e um surpreendente desfecho. As cenas nos exteriores naturais são um dos grandes trunfos de “A IMAGEM ERRANTE”, também conhecido como MADONNA IM SCHNEE /”A VIRGEM DA NEVE”, um dos menos vistos filmes de Lang. De notar especialmente “a acumulação heterogénea de elementos de mise en scène respigados aqui e acolá (paisagens e planos em contraluz próximos de Ford, planos descritivos em que a multidão se espalha pela praça da aldeia como em Murnau, interiores que parecem saídos de um melodrama mundano de Evgueni Bauer. (…) Trata-se evidentemente de um engano, pois


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Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema é pouco provável que os realizadores se tenham influenciado, a não ser pela admiração fraterna (Griffith e a sua ‘escola’ – Stroheim, Walsh, Dwan)” (Pierre Léon). > Qui. [24] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Seg. [28] 19:30 | Sala Luís de Pina

imediato pós-guerra. E ainda estava praticamente a começar” (José Manuel Costa). > Seg. [28] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qua. [30] 22:00 | Sala Luís de Pina

KÄMPFENDE HERZEN / DIE VIER UM DIE FRAU “Corações em Luta” / “Quatro em Redor de Uma Mulher” de Fritz Lang com Carole Trölle, Herman Boetcher, Ludwig Hartou, Anton Edhofer

1. DER GROSSE SPIELER – Ein Bild DER Zeit O Doutor Mabuse (“1ª Parte: Imagens de uma Época“) de Fritz Lang com Rudolf Klein-Rogge, Bernhard Goetzke, Alfred Abel, Aud Egede Nissen

Alemanha, 1921 – 78 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Alemanha, 1922 – 137 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Como HARAKIRI e “A IMAGEM ERRANTE”, “CORAÇÕES EM LUTA” foi durante muitos anos considerado um missing film de Fritz Lang e, como “A IMAGEM ERRANTE”, recuperado pela Cinemateca Brasileira a partir de uma cópia em nitrato, em 1986. Iniciada nesse filme, a colaboração entre Lang e Thea von Harbou prosseguiu no argumento de “CORAÇÕES EM LUTA”, enredado no tema do adultério, da chantagem e já, também, das sociedades secretas de um mundo subterrâneo. “Em KÄMPFENDE HERZEN, Lang é já Lang, já é um manipulador e já é moderno: faz cinema porque é moderno” (Antonio Rodrigues). > Sex. [25] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Ter. [29] 22:00 | Sala Luís de Pina

A tradução literal do título daquele que é sem dúvida o melhor dos serials realizados por Fritz Lang no período mudo é “DR. MABUSE, O JOGADOR”. Dr. Mabuse, um dos primeiros mestres do crime do cinema, surge aqui pela primeira vez. Voltará ao cinema de Lang por mais duas vezes, em 1932, no seu segundo filme sonoro, e na sua despedida ao cinema, em 1960. Através de uma narrativa de tipo serial, com o confronto entre um polícia e um super- criminoso, Fritz Lang traça um poderoso retrato da Alemanha de Weimar: a corrupção, a febre da Bolsa e o crime, a corrida para o abismo de um mundo onde germina a serpente do nazismo. À época, o filme, dividido em catorze episódios, foi exibido em duas partes e assim o será na Cinemateca. “(…) O tema universal que perpassa todo o filme, em que tudo é jogo e, em certo sentido, aparência. A realidade última não se dá a ver, na medida em que é, por definição, o ponto donde se distribui o olhar… Será ainda preciso lembrar que Mabuse caminha para a loucura e sintetiza a sua moral dizendo que ´não há amor, só há desejo, não há felicidade, só vontade de poder’” (José Manuel Costa). > Sáb. [26] 18:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro - atenção ao horário > Qui. [31] 18:30 | Sala Luís de Pina - atenção ao horário

DER MÜDE TOD – EIN DEUTSCHES VOLKSLIED IN 6 VERSEN A Morte Cansada de Fritz Lang com Bernhard Goetzke, Lil Dagover, Walter Janssen, Rudolf Klein-Rogge Alemanha, 1921 – 100 min / mudo, intertitulos em alemão legendados eletronicamente em português

O amor mais forte do que a morte. O filme que consagrou Fritz Lang é uma deslumbrante parábola sobre a vida, o amor e a morte. Uma jovem quer roubar o noivo à Morte, que lhe impõe, como prova, proteger a luz de três velas que correspondem a outras tantas vidas em perigo. A ação desenrola-se em três etapas, uma na Arábia, outra em Veneza, outra na China. “O tratamento espacial revela um salto na estilização. Nele encontramos de novo a subira irrupção das superfícies verticais (…); ou ainda as linhas curvas (…). Com tal rigor, equilíbrio, dimensão visual, e com essa poderosa e insólita confrontação entre as duas figuras, Lang começava já a deixar para trás o (muito) que fizera nesses três anos de

DR. MABUSE, DER SPIELER

DR. MABUSE, DER SPIELER 2. INFERNO, EIN SPIEL VON Menschen UNSER ZEIT O Doutor Mabuse (“2ª Parte: Os Homens de uma Época”) de Fritz Lang com Rudolf Klein-Rogge, Bernhard Goetzke, Alfred Abel, Aud Egede Nissen

DIE NIEBELUNGEN 1. SIEGFRIED Os Nibelungos 1ª Parte: A Morte de Siegfried de Fritz Lang com Paul Richter, Margarethe Schon, Hanna Ralph, Theodor Loos Alemanha, 1924 – 139 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Dividido em duas partes, A MORTE DE SIEGFRIED e A VINGANÇA DE KRIEMHILD, Os NIBELUNGOS é o grande monumento épico e mitológico do cinema mudo alemão. Os mitos nórdicos cantados por Wagner no Anel do Nibelungo encontram em Fritz Lang o “tradutor” perfeito para o cinema. A saga heroica da primeira parte dá lugar ao combate sem tréguas e caótico da segunda. “SIEGFRIED é um filme de luz, exteriores (mesmo que tudo seja filmado em estúdio), canto épico sobre um herói mítico. KRIEMHILD é um filme de sombras, interiores (quase tudo decorre dentro do forte de Etzel e na sala do banquete, em particular durante o longo combate final), e sobre paixões humanas” (Manuel Cintra Ferreira). segunda passagem em novembro

> Ter. [29] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

DIE NIEBELUNGEN 2. KRIEMHILDS RACHE Os Nibelungos 2ª Parte: A Vingança de Kriemhild de Fritz Lang com Paul Richter, Margarethe Schon, Hanna Ralph, Theodor Loos Alemanha, 1924 – 145 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Ver texto da nota anterior. segunda passagem em novembro

> Qua. [30] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Alemanha, 1922 – 100 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português

Ver texto da nota anterior.

> Sáb. [26] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro > Qui. [31] 22:00 | Sala Luís de Pina

A CINEMATECA COM O DOCLISBOA:

ALAIN CAVALIER EM COLABORAÇÃO COM O DOCLISBOA’13

Alain Cavalier é um dos mais secretos e singulares cineastas franceses da atualidade. Se, nos últimos anos, a sua obra é sobretudo associada a uma dimensão autobiográfica e confessional, conotada com filmes tão emblemáticos como os magníficos LE FILMEUR (2005) ou LA RENCONTRE (1996), ao longo do tempo ela tem sofrido uma profunda transformação. A retrospetiva que iniciamos em outubro em mais uma parceria com o Festival DocLisboa, e que se prolongará ao longo do mês de novembro, proporcionará assim uma perspetiva abrangente sobre uma filmografia extremamente diversificada. Depois de uma primeira curta-metragem datada do final dos anos cinquenta, Alain Cavalier estreou-se na realização com dois polémicos filmes de ficção que abordam a questão da guerra da Argélia: LE COMBAT DANS L’ÎLE (1962) e L’INSOUMIS (1964). A estes dois títulos, que conheceram exibição comercial em Portugal, seguiu-se o sucesso de LA CHAMADE (1968), ou os mais raros MISE À SAC (1967) e MARTIN ET LÉA (1979), em que Cavalier continuou a experimentar exemplarmente o domínio da ficção. Juntamente com o belíssimo THÉRÈSE (1986), CE RÉPONDEUR NE PREND PAS DE MESSAGES (1978) foi o filme que anunciou a mudança. É aqui que o cineasta aborda pela primeira vez a sua vida sentimental, o que “autoriza” que, anos mais tarde, Cavalier aponte uma câmara de vídeo para si próprio, configurando-se um cinema verdadeiramente íntimo. Um dia Cavalier afirmou: “Não sou um documentarista. Sou antes de mais um amante de rostos, de mãos, de objetos. Restituir a realidade não me atrai. A realidade não é senão uma palavra, como a sua irmã gémea, a ficção, que pratico por outro lado, com um prazer diferente.” Se esta frase foi dita a propósito de um conjunto de vinte e quatro retratos que registou nos anos oitenta, podemos ampliar o alcance da afirmação a toda a sua obra, pois Cavalier é antes de mais o cineasta dos rostos, dos gestos e dos objetos mais comuns que, sob o escrutínio da sua câmara, são alvo de uma verdadeira transfiguração.

um filme político, mas a política é um fenómeno que intervém na vida dos seres: a descrição dessa relação interessa-me.” Primeira exibição na Cinemateca. segunda passagem em novembro

> Ter. [29] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

UN ÉTRANGE VOYAGE de Alain Cavalier com Jean Rochefort, Camille de Casabianca, Arlette Bonnard França, 1981 – 100 min / legendado eletronicamente em português

Um filme itinerário ao longo do caminho-de-ferro, com um par formado por pai e filha em busca de uma pessoa desaparecida. Baseando-se numa história real, Cavalier recusa os percursos habituais do género para construir um filme que se desenha como uma viagem “interior”, num “minimalismo” que inicia uma nova fase na sua obra. UN ÉTRANGE VOYAGE é o resultado de uma estreita colaboração entre o cineasta e a sua própria filha, Camille de Casabianca, coargumentista e intérprete desta “estranha viagem”. Segundo Gérard Legrand, “desde L’AVVENTURA é uma das chaves teóricas de um certo cinema moderno” segunda passagem em novembro

> Qua. [30] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

LE COMBAT DANS L’ÎLE

L’INSOUMIS

O Duelo na Ilha de Alain Cavalier com Romy Schneider, Jean-Louis Trintignant, Henri Serre

O Indomável de Alain Cavalier com Alain Delon, Léa Massari, Georges Géret, Maurice Garrel, Robert Castel

França, 1962 – 104 min / legendado eletronicamemente em português

Romy Schneider e Jean-Louis Trintignant formam um jovem e belo casal protagonista de uma história de obsessão e repressão, que envolve uma célula comunista, um ato de traição, e uma relação amorosa triangular. Produzido por Louis Malle, coescrito com Jean-Paul Rappeneau, com uma belíssima fotografia de Pierre Lhomme (que depois colaborará com Chris Marker, Jean-Pierre Melville ou Bresson), o filme de Cavalier inscreve-se na filmografia da Nouvelle Vague, contemporâneo da guerra da Argélia, cujos reflexos são evidentes na ação dramática. segunda passagem em novembro

> Seg. [28] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

França, Itália, 1964 – 115 min legendado eletronicamemente em português

Filme polémico durante algum tempo interdito em território francês, com L’INSOUMIS Alain Cavalier regressa à guerra argelina, prolongando algumas questões de LE COMBAT DANS L’ÎLE. No seguimento do golpe de estado dos generais, Thomas Vlassenroot deserta da legião estrangeira. Convidam-no então a participar numa operação de salvamento de uma advogada francesa, que se ocupou da defesa de dois revolucionários argelinos. Protagonizado e coproduzido por Alain Delon, a música é de Georges Delerue, o compositor por excelência da Nouvelle Vague. Como referiu Cavalier, “L’INSOUMIS não é


Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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FRANÇOISE LEBRUN NA CINEMATECA

EM COLABORAÇÃO COM O CINECOA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE VILA NOVA DE FOZ COA Por ocasião da sua vinda a Portugal no âmbito do Cinecoa 2013, a Cinemateca tem o prazer de receber a grande atriz Françoise Lebrun, que entrou definitivamente para a história do cinema no papel de uma dos três coprotagonistas de um dos mais belos filmes franceses de sempre: LA MAMAN ET LA PUTAIN, de Jean Eustache. Françoise Lebrun voltaria a colaborar com Eustache, na escrita do argumento de LA ROSIÈRE DE PESSAC. Trabalhou ainda com alguns dos mais exigentes e singulares realizadores franceses: Marguerite Duras, André Téchiné, Jean-Claude Biette, Paul Vecchiali, Vincent Dieutre e também com Adolfo Arrieta, Julian Schnabel e Norah Ephron. No teatro, apresentou-se por diversas vezes no Festival de Avignon e interpretou Vida es Sueño, de Calderón de la Barca, em Toulouse em Nanterre. Em 2011, estreou-se como realizadora com o documentário CRAZY QUILT, estreado no FIDMarseille e que o Cinecoa apresenta pela primeira vez em Portugal. Françoise Lebrun vem à Cinemateca no dia 15, para apresentar CRAZY QUILT e LA MAMAN ET LA PUTAIN.

CRAZY QUILT

LA MAMAN ET LA PUTAIN

de Françoise Lebrun com Françoise Lebrun

A Mãe e a Puta de Jean Eustache com Jean-Pierre Léaud, Bernadette Lafont, Françoise Lebrun, Isabelle Weingarten

França, 2011 – 58 min / legendado eletronicamente em português

com a presença de Françoise Lebrun O filme de estreia na realização de Françoise Lebrun é um documentário autobiográfico. Lebrun regressa a sítios onde viveu em Inglaterra na sua juventude. As suas lembranças pessoais alargam-se a todo um imaginário ligado às Ilhas Britânicas: a arte dos jardins, Virginia Woolf, David Hockney. No desenlace, Françoise Lebrun está em sua casa em França, que dois ingleses querem comprar. “Sentada na cena de uma sala de cinema como para um típico debate pós-projeção, Françoise Lebun, atriz passa aqui para trás da câmara (mas também está à frente dela), começa pelo fim e previne gentilmente o seu interlocutor: tratar-se-á de uma obra à maneira de um quilt, de um quilt louco. Tradução? Autobiografia filmada onde o ‘eu’ se apresenta de forma garrida, como um patchwork” (Jean-Pierre Rehm). > Ter. [15] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

França, 1973 – 202 min / legendado em português

com a presença de Françoise Lebrun “A ternura, o prazer, a angústia, a loucura, a liberdade sexual, o sofrimento no limite do suportável. Há de tudo isto neste filme”, escreveu o crítico Jean Collet sobre LA MAMAN ET LA PUTAIN, uma das obras mais importantes e influentes do moderno cinema francês. Ou, como notou Alain Philippon, um filme que é simultaneamente “um grande plano sobre três indivíduos, um plano médio sobre uma micro-sociedade e um plano de conjunto sobre a sociedade francesa dos inícios dos anos setenta”. A obra mais conhecida de Jean Eustache é um filme de uma época e de uma geração, um manifesto estético que põe no seu centro a palavra. > Ter. [15] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA EM COLABORAÇÃO COM O TEATRO DA CORNUCÓPIA

Nos 40 anos da companhia Teatro da Cornucópia, que foi fundada por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo, se apresentou pela primeira vez ao público com a estreia de O Misantropo de Molière a 13 de outubro de 1973 e cujo trabalho de quatro décadas tem um valor inestimável, ocupando um lugar de exceção no teatro português, a Cinemateca associa-se à data com um programa de filmes que o registam, testemunham, acompanham. E que envolvem a participação de uma série de cúmplices do projeto e do trabalho da Cornucópia.

A POUSADA DAS CHAGAS

VERTIGES

A MORTE DO PRÍNCIPE

de Paulo Rocha com Luís Miguel Cintra, Clara Joana

de Christine Laurent com Magali Noël, Krystina Janda, Paulo Autran

de Maria de Medeiros com Luís Miguel Cintra, Maria de Medeiros

Portugal, 1971 – 17 min

Portugal, França, 1985 – 111 min / legendado em português

Portugal, 1991 – 61 min

E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LO? de Solveig Nordlund, Jorge Silva Melo Portugal, 1979 – 44 min

duração total da projeção: 61 min com a presença de Luís Miguel Cintra Encomendada pela Fundação Gulbenkian a Paulo Rocha, A POUSADA DAS CHAGAS – UMA REPRESENTAÇÃO SOBRE O MUSEU DE ÓBIDOS, baseia-se em textos de Fios Sanctorum, Camões, Pessoa, Garcia Lorca, Rimbaud, Mário Cesariny, Lao Tzu, Tao Chien, Mumon, e é fulgurantemente interpretada por Luís Miguel Cintra e Clara Joana. “A ILHA [DOS AMORES] e a POUSADA são filmes ópera, neo-kabuki (...) numa estética de excesso que tem a ver com certos caminhos da arte moderna em que o dispêndio de energia tenta refundir fragmentos de um mundo fraturado”(Paulo Rocha). E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LO? regista a encenação de uma escolha de fragmentos de peças do alemão Karl Valentin por Jorge Silva Melo. Êxito extraordinário, este espetáculo de 1980 tornou-se lendário. Produção do Grupo Zero, o filme foi um dos títulos que resultaram de uma colaboração entre a Cooperativa e a RTP documentando importantes trabalhos da Cornucópia (casos também de MÚSICA PARA SI e VIAGEM PARA A FELICIDADE). E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LO? é uma primeira exibição na Cinemateca. > Qua. [9] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

A ILHA DOS AMORES de Paulo Rocha com Luís Miguel Cintra, Clara Joana, Zita Duarte, Jorge Silva Melo, Paulo Rocha, Yoshiko Mita Portugal, 1982 – 169 min / falado em português e japonês com legendas em português

com a presença de Luís Miguel Cintra Compõe-se em nove cantos e é um filme inspirado na vida e obra do escritor Wenceslau de Moraes, que saiu de Portugal nos finais do século XIX para buscar no Japão uma “arte de viver” que conciliasse o material e o espiritual. Uma das obras mais arriscadas do cinema português, em que o trabalho de mise en scène é sobretudo realizado no interior dos próprios planos. “Cantos de Os Lusíadas, de Pound, de Chu Yuan (...) Era um pouco megalómano: juntar todas as culturas, todas as artes, todos os estilos, todas as línguas. Mas lá estavam o Moraes e a Ko-Háru, o gato e o pássaro de O-Yoné, o pintor impotente, para darem humanidade ao décor excessivo” (Paulo Rocha). > Qua. [9] 22:00 | Sala Luís de Pina

com a presença de Christine Laurent, a confirmar

com a presença de Luís Miguel Cintra

Atriz, argumentista de filmes de Rivette, encenadora de teatro, Christine Laurent é sobretudo conhecida como realizadora por VERTIGES, feito num momento em que diversas produções francesas independentes foram rodadas em Portugal. Filme sobre a relação entre a arte e a vida, sobre a teia de desejos que une os protagonistas, todos eles músicos de ópera, VERTIGES é um filme extremamente pessoal e original. > Qui. [10] 22:00 | Sala Luís de Pina

A MORTE DO PRÍNCIPE foi o primeiro filme realizado por Maria de Medeiros, a partir de um argumento de Luís Miguel Cintra e interpretado por ambos. Num estúdio de cinema deserto, dois atores, que alternam papéis, e textos de três peças de Fernando Pessoa – Salomé, Diálogos no Jardim do Palácio e A Morte do Príncipe, a partir de uma encenação de teatro originalmente levada à cena no Festival de Avignon em 1989. > Qua. [23] 19:30 | Sala Luís de Pina

MÚSICA PARA SI

PEIXE LUA

de Solveig Nordlund com Isabel de Castro

de José Álvaro Morais com Beatriz Batarda, Ricardo Aibéo, Marcello Urgeghe

Portugal, 1978 – 57 min

Portugal, 2000 – 125 min

MÚSICA PARA SI parte da peça homónima original de Franz Xaver Kroetz e Jorge Silva Melo. A história é a de uma mulher solitária que, em casa, escuta um programa de rádio de discos pedidos decidindo por fim suicidar-se. “MÚSICA PARA SI combina um despojamento bressoniano com uma acumulação de sinais que ‘tapam’ por completo esse despojamento e transformam o filme no acréscimo da mais estrita materialidade. É simultaneamente um filme minimal e maximal, em que tudo se diz com nada e tudo com tudo. E o seu milagre reside no modo como é usada – em contraponto e em eco à música – a figura de repetição” (João Bénard da Costa). > Qua. [16] 19:30 | Sala Luís de Pina

O Sul na obra de José Álvaro Morais: o Alentejo e a Andaluzia, o imaginário das grandes herdades, das touradas, do flamenco, a lembrança de Garcia Llorca, um barco chamado “Zéfiro”, em rima com o filme homónimo de 2000 em que já José Álvaro Morais viajava pelo imaginário do Sul. História de desuniões e desagregações familiares, PEIXE LUA combina, na sua dramaturgia, um olhar sobre o presente português contemporâneo da sua data de produção e os ecos do passado que nele persistem. > Qui. [24] 19:30 | Sala Luís de Pina

TEATRO DA CORNUCÓPIA, A LOUCA JORNADA a partir de uma ideia de José Álvaro Morais (não creditado)

NINGUÉM DUAS VEZES

Portugal, 2001 – 48 min

de Jorge Silva Melo com Manuela de Freitas, Luís Miguel Cintra, José Mário Branco, Michael König, Glicínia Quartin

A ILHA

Portugal, Alemanha, França, 1984 – 106 min

Lisboa, 1983, é a segunda das vezes para as personagens deste filme. Da primeira, na mesma cidade, em 1975, sabe-se em elipse. Em oito anos, o país está muito diferente e os dois casais protagonistas de NINGUÉM DUAS VEZES também. Uma mala sem dona no tapete rolante de um aeroporto, Lisboa como não-lugar, depois de ter sido lugar de tudo. “É uma obra atravessada por imensa tristeza, muito mais do que por imensa aflição. É o filme de quando todos – e tudo – foram embora” (João Bénard da Costa). > Qui. [17] 19:30 | Sala Luís de Pina

de Ricardo Aibéo Portugal, 2013 – 60 min

duração total da projeção: 108 min com as presenças de Ricardo Aibéo e Luís Miguel Cintra A LOUCA JORNADA foi um filme pensado por José Álvaro Morais para assinalar os 25 anos do Teatro da Cornucópia. O realizador filmou sobretudo a preparação de O Casamento de Fígaro, de Beaumarchais, em 1999. O filme, para o qual não houve financiamento, regista a memória desse trabalho. A ILHA, o título mais recente do programa dedicado ao Teatro da Cornucópia, é um filme de Ricardo Aibéo, um dos atores que regularmente tem colaborado com a Cornucópia, e foi rodado em 2009 durante a preparação de A Tempestade, de Shakespeare. Registo dos ensaios, é também um olhar afetivo sobre a Cornucópia. Primeiras exibições na Cinemateca. > Qui. [31] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro


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Outubro 2013 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

UMA QUESTÃO DE CARÁCTER Nesta rubrica que acompanha a programação de 2013 na Cinemateca, outubro é o mês de José Medeiros Ferreira, que escolheu e vem apresentar THIS LAND IS MINE de Jean Renoir.

CALENDÁRIO | outubro 2013 1 TERÇA-FEIRA 15:30

Estados Unidos, 1943 – 103 min / legendado em português

sessão apresentada por José Medeiros Ferreira

STATCHKA

8 TERÇA-FEIRA

“A Greve”

15:30

LE REPOS DU GUERRIER

19:00

TESOUROS DE BOLONHA

22:00

THE MOLLYCODDLE Victor Fleming

19:00

THE BACHELOR AND THE BOBBY-SOXER

Lilith e o Seu Destino de Robert Rossen com Warren Beatty, Jean Seberg, Peter Fonda, Kim Hunter, Gene Hackman

Robert Rossen adaptou o último filme da sua carreira de um romance de J.R. Salamanca, que tem por cenário um hospício onde um jovem estagiário se apaixona por uma perturbante jovem ali internada e onde, progressivamente, vai ele próprio deslizando para a loucura. Possivelmente o filme definitivo sobre a passagem dessa frágil fronteira entre a razão e a loucura, a que Rossen dá uma estranha atmosfera poética, valorizada pela singular fotografia de mestre Eugen Schufftan. > Qui. [31] 19:00 | Sala Dr. Félix Ribeiro

Gustavo Serena 22:00

TESOUROS DE BOLONHA

LA DOLCE VITA Federico Fellini

TWO YEARS BEFORE THE MAST

21:30

JACKIE BROWN

9 QUARTA-FEIRA

Quentin Tarantino

15:30

22:00

THE TEXAS CHAINSAW MASSACRE

John Farrow

TESOUROS DE BOLONHA

TIGULLIO MINORE

Marcus Nispel

Dino Risi

3 QUINTA-FEIRA

OSPEDALE DEL DELITTO

15:30

BIRD OF PARADISE

QUANDO IL PO E’ DOLCE

King Vidor

Renzo Renzi

19:00

HORÍ, MÁ PANENKO

ZONA PERICOLOSA

O Baile dos Bombeiros

Francesco Maselli

Milos Forman

BAMBINI DOPPIATORI

21:30 22:00

Luigi Comencini

HOUSE OF GAMES

Damiano Damiani

David Mamet

UNA LEZIONE DI ANATOMIA Rodolfo Sonego

MON CAS 19:00

Paulo Rocha

Tobe Hooper

15:30

TEA AND SIMPATHY Vincente Minnelli

19:00

TESOUROS DE BOLONHA

E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LO? Solveig Nordlund, Jorge Silva Melo 19:30

LA MORTE DE BELLE

21:30

Tesouros de Bolonha

Édouard Molinaro NANA

TWENTY MINUTES OF LOVE THE ROUNDERS THE MASQUERADER

Jean Renoir 22:00

Paulo Rocha

THE NEW JANITOR 19:30

ALONG CAME JONES Stuart Heisler

21:30

10 QUINTA-FEIRA 15:30

THE DEVIL AND DANIEL WEBSTER

LA DOLCE VITA

William Dieterle 19:00

STENDALÌ (SUONANO ANCORA)

Jacques Feyder

IGNOTI ALLA CITTÀ LA CANTA DELLE MARANE TOMMASO LA BRIGLIA SUL COLLO

CINEMATECA JÚNIOR

Cecilia Mangini

WALL E

V. & V.

Andrew Stanton 15:30

TESOUROS DE BOLONHA

STRAIGHT SHOOTING

Lino Del Fra 19:30

TESOUROS DE BOLONHA

VAMPYR

Carl Th. Dreyer 21:30

STAND-IN Tay Garnett

Pier Paolo Pasolini, Giovannino Guareschi 22:00

Christine Laurent

IL MONDO PERDUTO DE VITTORIO DE SETA 22:00

GUNNAR HEDES SAGA “A Casa Solarenga”

11 SEXTA-FEIRA 15:30

15:30

19:00

TONNARA

THE ALPHABET MURDERS

ISOLE DI CENERE BIANCHE EOLIE

TESOUROS DE BOLONHA

TRA SCILLA E CARIDDI

BANDITI A ORGOSOLO

Francesco Alliata, Pietro Moncada,

Vittorio De Seta 19:30

Quintino di Napoli, Renzo Avanzo

TESOUROS DE BOLONHA

OPERA DEI PUPI

TWENTY MINUTES OF LOVE

Frederic Maeder

THE ROUNDERS THE MASQUERADER

TESOUROS DE BOLONHA

CACCIATORI SOTTOMARINI

Frank Tashlin 19:00

LE BOIS DES AMANTS Claude Autant-Lara

Mauritz Stiller

7 SEGUNDA-FEIRA

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

VERTIGES

TESOUROS DE BOLONHA

Vittorio De Seta

TESOUROS DE BOLONHA

LA RABBIA

Carl Th. Dreyer 19:30

TESOUROS DE BOLONHA

VAMPYR

John Ford 19:00

TESOUROS DE BOLONHA

GRIBICHE

5 SÁBADO 15:00

TESOUROS DE BOLONHA

TESOUROS DE BOLONHA

Federico Fellini 22:00

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

A ILHA DOS AMORES

LAUGHING GAS Charles Chaplin

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

A POUSADA DAS CHAGAS

POLTERGEIST

4 SEXTA-FEIRA

Estados Unidos, 1964 – 110 min / legendado eletronicamente em português

sessão apresentada por Alberto Seixas Santos

TESOUROS DE BOLONHA

ASSUNTA SPINA

19:30

21:30

LILITH

John Ford 21:30

Satyajit Ray

Manoel de Oliveira

Rubrica regular da programação em 2013, “Escolhas de Alberto Seixas Santos” configura a proposta de uma sessão mensal escolhida e apresentada na Cinemateca por Alberto Seixas Santos, com a projeção antecedida de uma apresentação do filme pelo realizador. As escolhas seguem o critério da vontade de falar de filmes pessoalmente considerados por Seixas Santos entre os mais belos da história do cinema mas não suficientemente amados. No caso de outubro, LILITH de Robert Rossen.

TESOUROS DE BOLONHA

STRAIGHT SHOOTING

MAHANAGAR “A Grande Cidade”

Portugal, 2013 – 54 min

ESCOLHAS DE ALBERTO SEIXAS SANTOS

Jean Epstein 19:30

Irving Reis

DONA TUTUTA

Documentário sobre a lendária pianista cabo-verdiana Epifânia Évora. Ao longo da sua carreira, Epifânia Évora transformou dor e alegria em melodias e tocou-as, rompendo convenções. Para esta nonagenária cabo-verdiana, filha do “inventor da coladera”, a vida só faz sentido com a música. Uma viagem pela biografia de uma mulher apaixonante e uma celebração da cultura singular de um país de músicos, que carinhosamente a trata por “Dona Tututa”. No filme, admiradores de diferentes gerações dão o seu testemunho sobre o enorme contributo da compositora/instrumentista para a música popular de Cabo Verde. > Sex. [25] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

LA BELLE NIVERNAISE

2 QUARTA-FEIRA

19:30

com a presença de João Alves da Veiga

Roger Vadim

Jean-Luc Godard

ANTE-ESTREIAS

de João Alves da Veiga

Jan Nemec

UNE FEMME EST UNE FEMME

15:30

A rubrica regular de programação “Ante-estreias” conta em outubro com a apresentação do documentário DONA TUTUTA de João Alves da Veiga, centrado na vida e carreira de Epifânia Évora.

“Fim de Verão” / “O Outono da Família Kohayagawa”

21:30

THIS LAND IS MINE é um filme muito mais poderoso e perfeito do que as análises que muitas vezes lhe foram dedicadas, subestimando a complexidade das suas personagens e da história por elas protagonizada, a das reações e das razões que a elas conduzem, perante a invasão nazi e os invasores na França ocupada em 1943. A personagem de Laughton é particularmente memorável. Assim como o seu discurso no tribunal sobre os que são “weak inside, but strong outside.” > Qui. [17] 21:30 | Sala Dr. Félix Ribeiro

MUCEDNICI LÁSKY Os Mártires do Amor

Sergei M. Eisenstein

THIS LAND IS MINE Esta Terra É Minha de Jean Renoir com Charles Laughton, Maureen O’Hara, Kent Smith, George Sanders

Vittorio De Seta 22:00

KOHAYAGAWA-KE NO AKI Yasujiro Ozu

19:30

TESOUROS DE BOLONHA

DIARIO DI UN MAESTRO

A KISS BEFORE DYING Gerd Oswald

19:00

21:30

19:30

TESOUROS DE BOLONHA

LAUGHING GAS

A PARTIR DO EXEMPLO DE BOLONHA: QUESTÕES ATUAIS

THE NEW JANITOR

DAS CINEMATECAS E DO RESTAUTO CINEMATOGRÁFICO

Charles Chaplin

Conferência / debate com Gian Luca Farinelli


CALENDÁRIO | outubro 2013 21:30

TESOUROS DE BOLONHA

LA RAGAZZA CON LA VALIGIA Valerio Zurlini 22:00

17 QUINTA-FEIRA 15:30 19:00

Eugenio Perego

Vittorio De Seta 19:30

12 SÁBADO

15:30

19:30

Jorge Silva Melo

19:00

Tim Burton

Jean Renoir

19:30

A MORTE DO PRÍNCIPE Maria de Medeiros

Claude Lanzmann

William Dieterle

TESOUROS DE BOLONHA

18 SEXTA-FEIRA

GOLDENE SEE

Claude Lanzmann

As Aranhas. Primeira Aventura: “O Lago

CLAUDE LANZMANN

Dourado”

DIARIO DI UN MAESTRO

TSAHAL

Fritz Lang

Vittorio De Seta

Claude Lanzmann

LA SPADA DEL CID

TESOUROS DE BOLONHA

Pier Paolo Pasolini, Giovannino Guareschi 22:00

NANA

TESOUROS DE BOLONHA

Jean Renoir

DR. JEKYLL AND MR. HYDE

15:30

19 SÁBADO 15:00

24 QUINTA-FEIRA 15:30

PINOCCHIO Ben Sharpsteen, Hamilton Luske 15:30

19:00

NEVER LOVE A STRANGER

Fritz Lang 19:30

Erich von Stroheim 21:30

SHOAH

TESOUROS DE BOLONHA

Claude Lanzmann 19:30

21:30

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

A CINEMATECA COM O DOCLISBOA: ALAIN CAVALIER

L’INSOUMIS

Fritz Lang 19:30

TESOUROS DE BOLONHA

FOOLISH WIVES

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

DAS WANDERNDE BILD

Alain Cavalier 22:00

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

PEIXE LUA

KÄMPFENDE HERZEN

José Álvaro Morais

“Corações em Luta”

TESOUROS DE BOLONHA

Fritz Lang

FOOLISH WIVES

CLAUDE LANZMANN

Claude Lanzmann

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Os Nibelungos 1ª Parte: A Morte de Siegfried

George Stevens

CINEMATECA JÚNIOR

CLAUDE LANZMANN

DISTANT DRUMS Raoul Walsh

19:00

“A Imagem Errante”

LE RAPPORT KARSKI UN VIVANT QUI PASSE

29 TERÇA-FEIRA

DIE NIEBELUNGEN 1. SIEGFRIED

TESOUROS DE BOLONHA

Miguel Iglesias

Rouben Mamoulian

22:00

Carmine Gallone

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

DIE SPINNEN 1. ABENTEUER: DER

LA RABBIA

TESOUROS DE BOLONHA

Pier Paolo Pasolini

Irvin Kershner 19:00

Fritz Lang 22:00

MALOMBRA

STRIKES BACK

TESOUROS DE BOLONHA

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

APPUNTI PER UN’ORESTIADE AFRICANA

STAR WARS, EPISODE V: THE EMPIRE

Carmine Gallone

21:30

TESOUROS DE BOLONHA

SOBIBOR, 14 OCTOBRE 1943, 16 HEURES

CLAUDE LANZMANN

15:30

22:00

Fritz Lang

A Morte Cansada

TESOUROS DE BOLONHA

21:30

“A Imagem Errante” 21:30

DER MÜDE TOD

THE DEVIL AND DANIEL WEBSTER

22:00

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

DAS WANDERNDE BILD

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

LE DERNIER DES INJUSTES

CLAUDE LANZMANN

Alain Cavalier 19:30

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Fritz Lang

A CINEMATECA COM O DOCLISBOA: ALAIN CAVALIER

LE COMBAT DANS L’ÎLE

Ted Archer

MALOMBRA 19:30

DJANGO DUE – IL GRANDE RITORNO

HARAKIRI

19:30

19:00

15:30

THREE COMRADES Frank Borzage

23 QUARTA-FEIRA

UMA QUESTÃO DE CARÁCTER

21:30

15:30 19:00

NINGUÉM DUAS VEZES

14 SEGUNDA-FEIRA 15:30

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

28 SEGUNDA-FEIRA

João César Monteiro

THIS LAND IS MINE

CINEMATECA JÚNIOR

Vittorio De Seta

22:00

VEREDAS

EDWARD SCISSORHANDS

BANDITI A ORGOSOLO 21:30

Fritz Lang 22:00

TESOUROS DE BOLONHA

VEDI NAPULE E PO’ MORI!

DE VITTORIO DE SETA

15:00

THE COMEDIANS

dos Brilhantes”

Peter Glenville

TESOUROS DE BOLONHA

IL MONDO PERDUTO

Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

Erich von Stroheim 22:00

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

30 QUARTA-FEIRA

TESOUROS DE BOLONHA

DIE SPINNEN 2. ABENTEUER: DAS

CACCIATORI SOTTOMARINI

BRILLANTENSCHIFF

TONNARA

As Aranhas. Segunda Aventura: “O Navio

15 TERÇA-FEIRA

ISOLE DI CENERE

dos Brilhantes”

DIE NIEBELUNGEN 2. KRIEMHILDS RACHE

BIANCHE EOLIE

Fritz Lang

Os Nibelungos 2ª Parte: A Vingança de

15:30

L’APE REGINA

TRA SCILLA E CARIDDI

Marco Ferreri

Francesco Alliata, Pietro Moncada,

FRANÇOISE LEBRUN NA CINEMATECA

Quintino di Napoli, Renzo Avanzo

CRAZY QUILT

OPERA DEI PUPI

Françoise Lebrun

Frederic Maeder

LA BELLE NIVERNAISE Jean Epstein

19:00

19:30

21:30

TESOUROS DE BOLONHA

Fritz Lang

FRANÇOISE LEBRUN NA CINEMATECA

21 SEGUNDA-FEIRA

19:30

15:30

21:30

16 QUARTA-FEIRA IL GAUCHO

19:30

CLAUDE LANZMANN

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

HARAKIRI

DIRTY PRETTY THINGS

Fritz Lang

M Fritz Lang

Alain Cavalier 22:00

31 QUINTA-FEIRA 15:30

26 SÁBADO CINEMATECA JÚNIOR

FORT APACHE John Ford

19:00

15:00

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Fritz Lang

Michelangelo Antonioni

Claude Lanzmann

UN ÉTRANGE VOYAGE

A Morte Cansada

João Alves da Veiga

POURQUOI ISRAËL

A CINEMATECA COM O DOCLISBOA: ALAIN CAVALIER

DER MÜDE TOD

TESOUROS DE BOLONHA

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Abbas Kiarostami 21:30

ANTES-ESTREIAS

Stephen Frears 21:30

O Vento Levar-nos-á

Jim Jarmusch DONA TUTUTA 22:00

BAD MA-RA KHAHAD BORD

DEAD MAN

Jerry Schatzberg LE AMICHE

Dino Risi

22:00

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

“Corações em Luta”

19:00

19:30

19:00

Valerio Zurlini

LA VIE EST UN ROMAN

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Fritz Lang 19:30

Richard Brooks

Gustavo Serena

THE PANIC IN NEEDLE PARK

Samuel Fuller 19:00

THE LAST TIME I SAW PARIS

KÄMPFENDE HERZEN

Alain Resnais

19:00

15:30

LA RAGAZZA CON LA VALIGIA

Jean Eustache

15:30

TESOUROS DE BOLONHA

VERBOTEN!

Kriemhild

25 SEXTA-FEIRA

ASSUNTA SPINA

LA MAMAN ET LA PUTAIN 22:00

22:00

15:30

AS ESCOLHAS DE ALBERTO SEIXAS SANTOS

LILITH Robert Rossen 18:30

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

TESOUROS DE BOLONHA

E.T., THE EXTRA-TERRESTRIAL

DR. MABUSE, DER SPIELER

MÚSICA PARA SI

STENDALÌ (SUONANO ANCORA)

Steven Spielberg

1. DER GROSSE SPIELER – EIN BILD DER ZEIT

Solveig Nordlund

IGNOTI ALLA CITTÀ

TESOUROS DE BOLONHA

LA CANTA DELLE MARANE

TIGULLIO MINORE

TOMMASO

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

22:00

15:30 18:00

ANGEL

O Doutor Mabuse (“1ª Parte: Imagens de

Ernst Lubitsch

Uma Época”)

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Fritz Lang

Dino Risi

LA BRIGLIA SUL COLLO

DR. MABUSE, DER SPIELER

OSPEDALE DEL DELITTO

Cecilia Mangini

1. DER GROSSE SPIELER – EIN BILD DER ZEIT

Luigi Comencini

V. & V.

O Doutor Mabuse (“1ª Parte: Imagens de

JORNADA

QUANDO IL PO E’ DOLCE

Lino Del Fra

Uma Época”)

sem créditos de realização

Fritz Lang

A ILHA

Renzo Renzi ZONA PERICOLOSA Francesco Maselli BAMBINI DOPPIATORI

22 TERÇA-FEIRA 15:30 19:00

Rodolfo Sonego

19:30

21:30

21:30

NOS 40 ANOS DO TEATRO DA CORNUCÓPIA

TEATRO DA CORNUCÓPIA, A LOUCA

TESOUROS DE BOLONHA

LE AMICHE

TWO-FACED WOMAN George Cukor

Damiano Damiani UNA LEZIONE DI ANATOMIA

19:30

21:30

Ricardo Aibéo 22:00

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

Michelangelo Antonioni

DR. MABUSE, DER SPIELER

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

2. INFERNO – EIN SPIEL VON MENSCHEN

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

DR. MABUSE, DER SPIELER

UNSER ZEIT

DIE SPINNEN 1. ABENTEUER: DER

2. INFERNO – EIN SPIEL VON MENSCHEN

O Doutor Mabuse (“2ª Parte: Os Homens

GOLDENE SEE

UNSER ZEIT

de Uma Época”)

As Aranhas. Primeira Aventura: “O Lago

O Doutor Mabuse (“2ª Parte: Os Homens

Fritz Lang

Dourado”

de Uma Época”)

Fritz Lang

Fritz Lang

TESOUROS DE BOLONHA

22:00

TESOUROS DE BOLONHA

VEDI NAPULE E PO’ MORI!

APPUNTI PER UN’ORESTIADE AFRICANA

Eugenio Perego

Pier Paolo Pasolini

FRITZ LANG – O TEMPO DO CINEMA

DIE SPINNEN 2. ABENTEUER: DAS BRILLANTENSCHIFF As Aranhas. Segunda Aventura: “O Navio


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