setembro 2015
Christopher Lee – O Príncipe das Trevas | Cinema Chinês: Panorama Histórico e Retrospetiva Xie Jin | In Memoriam Alberto Vaz da Silva, Nuno Melo, Maria Barroso (Re)Visitar F.J. Ossang | Um Dia Truffaut | Double Bill | Ante‑ estreias | Plano Nacional de Cinema | DocNomads | Filmes Portugueses Legendados | Knut Erik Jensen | Histórias do Cinema: Cyril Neyrat / Jean‑Luc Godard | Foco no Arquivo Com a Casa da América Latina | Cinema na Esplanada: Marlene | Cinemateca Júnior
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
CINEMATECA JÚNIOR f fÍNDICE Sala M. Félix Ribeiro Christopher Lee – O Príncipe das Trevas Cinema Chinês: Panorama Histórico e Retrospetiva Xie Jin In Memoriam Alberto Vaz da Silva | Nuno Melo | Maria Barroso (Re)Visitar F.J. Ossang Um Dia Truffaut Double Bill Ante‑estreias Plano Nacional de Cinema DocNomads Sala Luís de Pina Filmes Portugueses Legendados Knut Erik Jensen Histórias do Cinema: Cyril Neyrat / Jean‑Luc Godard Foco no Arquivo Com a Casa da América Latina Esplanada Cinema na Esplanada | Marlene SALÃO FOZ Cinemateca Júnior CALENDÁRIO
3 5 7 8 8 9 10 10 10
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2 15
f fAGRADECIMENTOS François‑Jacques Ossang; Knut Erik Jensen; António da Cunha Telles; Francisco Valente; Joana Sousa; João Rosas; Manthia Diawara; Miguel López Beraza; Olga Ramos; Pedro Costa; Sohel Rahman; Solveig Nordlund; Hangfu Yochuan; Cyril Neyrat; Pedro Mexia; Luís Rocha Antunes, Carlos Nogueira; Francisco Vaz da Silva, Tomás Vaz da Silva, Helena Vaz da Silva; Carla Oliveira, Patrícia Guerreiro Nunes (Orfeu Negro); João Coimbra Oliveira (Linha de Sombra); Margarida Cardoso (DocNomads); Catarina Simão; Luísa Veloso, Frédéric Vidal, Nuno Domingos (Projeto Works); Elsa Mendes (PNC‑Plano Nacional de Cinema); João Monteiro (MotelX); Maria Xavier (Casa da América Latina); João Matos (Terratreme); Pedro Canavilhas (B’lizzard); Jon Wegström, Johan Ericsson (Swedish Film Institut); Catherine Gauthier (Filmoteca Española); Mark Scheffen (Cinémathèque du Luxembourg); Bryony Dixon, Fleur Buckley (British Film Institut); Matthieu Laucoin (Cinémathèque de Toulouse); Liu Yan; Jean ‑Chretien Blanc; Filomena Serras Pereira, Ana Costa Dias (ICA); Pedro Borges, Marta Fernandes, Vanessa Alvarez (Cinema Ideal); Teresa Albuquerque; Maria Mineiro; Sun Xianghui (Cinemateca Chinesa); Jan Langlo (Norwegian Film Institute), Håvard Oppøyen (National Library of Norway).
f fCapa
SHEN NÜ, “A Divina” de Wu Yonggang
Programa sujeito a alterações Preço dos bilhetes: 3,20 Euros Estudantes/Cartão jovem, Reformados e Pensionistas ‑ > 65 anos ‑ 2,15 euros Amigos da Cinemateca/Estudantes de Cinema ‑ 1,35 euros Amigos da Cinemateca / marcação de bilhetes: tel. 213 596 262
Bronzeados e revigorados das férias, é com Terror e com Monstros que regressamos às atividades da Júnior. Este mês, temos a nossa habitual parceria com o MOTELx, na secção do festival destinada ao público mais novinho, “Lobo Mau”, sob o mote “Monstrinhos na Era Digital”. Como é explicado no programa do festival: “O cinema infantil nem sempre se cingiu à comédia ou aos assuntos mais leves. Por vezes os filmes para crianças podem ser tão ou mais negros como os dos adultos, como ficou comprovado em muitas obras clássicas deste género. Este ano o MOTELx e a Cinemateca Júnior convidam miúdos e graúdos a descobrir o terror na era da animação digital. Com o avanço da tecnologia os filmes de animação estão cada vez mais complexos e impressionantes, e isso permite explorar e aproveitar o conceito de ‘medo’, que desperta tantas emoções nos mais novos. Mas sempre com muita dose de divertimento, claro”. O programa decorre de 11 a 12 de setembro com a exibição de A CASA FANTASMA produzido por Steven Spielberg e Robert Zemeckis (2006); HOTEL TRANSYLVANIA realizado pelo veterano Genndy Tartakovsky (2012) e com um atelier dia 11, às 14h30, dedicado à “Fantasmagoria”, espe‑ táculo criado no século XIX e antepassado dos terríficos filmes sobre almas do outro mundo. Para a participação neste atelier, com o número máximo de 20 participantes, é necessária marcação prévia a partir de 17 de agosto para cinemateca.junior@cinemateca.pt. As sessões de cinema só requerem marcação para grupos organizados. Apropriando‑nos do tema dos nossos parceiros, decidimos que os outros sábados de setembro são dedicados a Monstros: para os mais crescidos programámos, a 5 e a 26, duas obras‑primas, O MUNDO É UM MANICÓMIO, de Frank Capra, onde vamos rir a “bandeiras despregadas” com duas vetustas serial killers e um clone de Boris Karloff e FRANKENSTEIN, de James Whale, a quintessência do filme de terror. No dia 19, para os mais novos, voltamos a repetir A CASA FANTASMA. A 26, às 11h, o nosso atelier família tem por tema o cinema documental: a partir do filme de Flaherty NANOUK O ESQUIMÓ convidamos os participantes a experimentarem filmar o “mundo real”. O atelier é concebido por Maria Remédios, destinado ao público dos 6 aos 12 anos e requer marcação prévia até 22 de setembro para o e‑mail cinemateca.junior@cinemateca.pt. Esta atividade está sujeita a confirmação, só se realizando com o número mínimo de 10 participantes. De segunda a sexta‑feira, a Cinemateca Júnior tem sessões de cinema, ateliers e visitas guiadas à exposição permanente de pré‑cinema para escolas. Em setembro a Júnior propõe também um programa de atividades ATL, consultável em www.cinemateca.pt. Não esqueça a nossa velha máxima: O Cinema voltou aos Restauradores. Venha ao cinema e aproveite, veja, toque e brinque com as magnificas máquinas da nossa exposição permanente.
f fSalão Foz | Dia 05,
Sábado 15:00
com Cary Grant, Priscilla Lane, Raymond Massey, Peter Lorre, Jack Carson, Josephine Hull, Edward Everett Horton Estados Unidos, 1944 – 118 min / legendado em português | M/12
Com ARSENIC AND OLD LACE, Capra interrompeu a sua série de filmes “sociais” para voltar ao burlesco puro. Cary Grant e Pris‑ cilla Lane são recém‑casados e visitam as tias, ignorando que as simpáticas velhinhas se entretêm a envenenar velhos solteirões que enterram na cave. A isto junta‑se um tio que julga ser o presidente Theodore Roosevelt e a visita inesperada de um pa‑ rente fugido da cadeia e seu cúmplice, para a loucura ser total.
f fSalão Foz | Dia 11,
Sexta-feira 10:30
Dia 19, Sábado 15:00
HOTEL TRANSYLVANIA Hotel Transylvania de Genndy Tartakovsky vozes de: A dam Sandler, Kevin James, Selena Gomez, Steve Buscemy, Molly Shannon, Andy Samberg Estados Unidos, 2012 – 91min / legendado em português | M/6
Hotel Transylvania passa‑se num hotel cujo o dono é o Conde Drácula e os seus hóspedes são as míticas figuras do universo do terror, a Múmia, Frankenstein, Lobisomem, que ali procuram refúgio dos humanos. Aproveitam esta reunião para celebrar o 118º aniversário de Mavis, filha de Drácula, e tudo está a correr bem até que aparece um jovem intruso, Jonathan, que pode por em risco este refúgio de monstros.
f fSalão Foz | Dia 26,
Sábado 11h00
Vivendo nos subúrbios da cidade, um garoto descobre que a casa vizinha, de fachada meio arruinada, guarda segredos perigosos, pois tudo o que é lançado para o quintal desaparece misteriosamente. Quando uma amiga também desaparece, o garoto, com outro amigo, tenta encontrá‑la. Descobrem, assustados, que a casa “fantasma” está “viva”! Aventuras de animação.
Conceção e orientação: Maria Remédio
com Mitchel Musso, Maggie Gyllenhal, Jason Lee, Kathleen Turner (vozes) Estados Unidos, 2006 – 91 min / dobrado em português | M/6
f fSalão Foz | Dia 11,
Atelier Família
FILMAR O MUNDO COM OLHOS DE VER
Biblioteca, Segunda‑feira/Sexta‑feira, 12:30 ‑ 19:30 Sala 6 X 2, Sala dos Carvalhos e Sala dos Cupidos Segunda‑feira/Sexta‑feira,13:30 ‑ 22:00 ‑ entrada gratuita
Cinemateca Portuguesa‑Museu do Cinema Rua Barata Salgueiro, 39 ‑ 1269‑059 Lisboa, Portugal Tel. 213 596 200 | Fax 213 523 189 cinemateca@cinemateca.pt | www.cinemateca.pt
Monstrinhos na Era Digital
Monstrinhos na Era Digital
MONSTER HOUSE A Casa Fantasma de Gil Kenan
Cinemateca Júnior | Salão Foz, Restauradores Bilhetes à venda no próprio dia (11:00 ‑15:00): Adultos ‑ 3,20 euros; Júnior (até 16 anos) ‑ 1,10 euros Ateliers Família: Adultos ‑ 6,00 euros; Júnior (até 16 anos) ‑ 2,65 euros Transportes: Metro: Restauradores bus: 736, 709, 711, 732, 745, 759 salão foz, praça dos restauradores 1250‑187 lisboa tel. 213 462 157 / 213 476 129 cinemateca.junior@cinemateca.pt
Sábado 15:00
ARSENIC AND OLD LACE O Mundo é um Manicómio de Frank Capra
Horário da bilheteira: Segunda‑feira/Sábado, 14:30 ‑ 15:30 e 18:00 ‑ 22:00 Não há lugares marcados | Bilhetes à venda no próprio dia Informação diária sobre a programação: tel. 213 596 266 Classificação Geral dos Espetáculos: IGAC
Livraria LINHA DE SOMBRA Segunda‑feira/Sexta‑feira, 13:00 ‑ 22:00, Sábado, 14:30 ‑ 22:00 Espaço 39 Degraus: Restaurante‑Bar, Segunda‑feira/Sábado, 12:30 ‑ 01:00 Transportes: Metro: Marquês de Pombal, Avenida bus: 736, 744, 709, 711, 732, 745
f fSalão Foz | Dia 12,
Sexta-feira 14:30
Monstrinhos na Era Digital | Atelier
ATELIER: A FANTASMAGORIA Conceção e Orientação: Equipa Cinemateca Júnior dos 6 aos 10 anos | duração: 2 horas Antes do nascimento do cinema, no século XIX, as pessoas juntavam‑se em salas escuras ouvindo histórias misteriosas e assustadoras acompanhadas de imagens projetadas com um aparelho muito especial. Um ilusionista francês conhecido pelo nome de Robertson, que também era inventor e artista, foi o criador deste novo e curioso espetáculo cheio de ilusões arrepiantes. Era chamado fantasmagoria e à época fez grande sensação… Vem experimentar emoções fortes e descobrir mais sobre este antepassado dos filmes de terror! O atelier requer marcação prévia para cinemateca.junior@cinemateca. pt. As inscrições abertas a partir de 17 de agosto.
dos 6 aos 12 anos | duração: 2 horas O que é um documentário? Como se filma o quotidiano do mundo? Como escolhemos a história que queremos contar? E como a mostramos? Neste atelier vamos viajar até uma paisagem branca e fria, onde vive a família de Nanook, o esquimó! O Atelier requer marcação prévia até 22 de setembro para cinemateca.junior@cinemateca.pt.
f fSalão Foz | Dia 26,
Sábado 15:00
FRANKENSTEIN Frankenstein de James Whale com B oris Karloff, Colin Clive, Mae Clarke, John Boles, Edward Van Sloan Estados Unidos, 1930 – 70 min / legendado em português | M/12
Um dos mais lendários filmes de terror da história do cinema, que praticamente fundou o género nos estúdios da Universal, assim como DRACULA. Boris Karloff interpreta de maneira inesquecível a figura do monstro, que acaba por receber o nome do seu criador e conquistar a imortalidade, tal como a obra literária em que se inspira, o romance de Mary Shelley. Este FRANKEISTEIN não envelheceu de todo e continua a ser uma maravilha poética.
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
SALA M. FÉLIX RIBEIRO CHRISTOPHER LEE – O PRÍNCIPE DAS TREVAS Christopher Lee morreu em junho passado, com 93 anos e uma filmografia de mais de duzentos títulos. Seria injusto reduzi‑lo à condição de “ator de género” (o “horror movie”), mas o facto é que foi esse o campo que lhe trouxe maior fama e proveito, e que mais fez para o implantar no imaginário cinéfilo colectivo. Em especial a sua colaboração com Terence Fisher, a cuja obra está intimamente ligado, numa série de maravilhosos filmes onde o “horror” é acima de tudo o pretexto para a exposição de um imaginário român‑ tico delirante, em múltiplas variações sobre algumas das figuras mais célebres da tradição cinematográfica do horror, de Frankenstein ao Conde Drácula. Mas se foi do encontro com Fisher e com os lendários estúdios da Hammer que nasceu o seu trabalho mais significativo, a sua filmografia, antes e depois disso, é riquíssima. Lee, que se tornou ator um pouco por acaso (resolveu “experimentar” a profissão a seguir à Segunda Guerra, quando, depois de desmobilizado das forças especiais do Exército Britânico, se encon‑ trou sem nada de interessante para fazer), participou como secundário em muitos filmes notáveis dos anos cinquenta, e até ao fim da vida manteve‑se sempre re‑ quisitado, participando nalgumas das mais populares séries das últimas décadas, e criando cumplicidade com alguns cineastas, como Tim Burton, em cujos filmes se tornou presença recorrente. Este Ciclo, com centro nevrálgico na colaboração Christopher Lee/Terence Fisher, passa em revista várias fases da carreira do ator, incluindo alguns dos projetos mais marginais em que trabalhou, como é o caso da sua colaboração com Pere Portabella.
f fDia 01, Terça-feira,
15:30
DRACULA
f fDia 02, Quarta-feira,
19:00 | Dia 03, Quinta-feira, 15:30
f fDia 04, Sexta-feira,
19:00
DARK SHADOWS
THE BATTLE OF THE RIVER PLATE
ILL MET BY MOONLIGHT
Sombras da Escuridão de Tim Burton
A Batalha do Rio de Prata de Michael Powell, Emeric Pressburger
Perigo nas Sombras de Michael Powell, Emeric Pressburger
com Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Eva Green, Helena Bonham Carter, Christopher Lee
com John Gregson, Anthony Quayle, Peter Finch, Ian Hunter, Jack Gwillim, Bernard Lee, Christopher Lee
com D irk Bogarde, Marius Goring, David Oxley, Cyril Cusack, Christopher Lee
Estados Unidos, 2012 – 113 min / legendado em português | M/12
Reino Unido, 1956 – 119 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Reino Unido, 1957 – 93 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Baseado na série “Dark Shadows”, realizada por Dan Curtis e transmitida no canal americano ABC entre 1966 e 1971, DARK SHADOWS recua a finais do século XVIII para uma história de amor desprezado e de uma feiticeira negra que transforma num vampiro e enterra vivo o homem que não a quis. Quando ele regressa ao mundo dos vivos duzentos anos depois, acorda numa mansão familiar do século XX onde conhece a sua excêntrica linhagem e reaprende a lidar com o génio da rapariga, Angelique, que regressa com ele, mas também com o amor obsessivo por ele. Christopher Lee é Silas Clarney, um “rei dos peixes que passa muito do seu tempo no pub The Blue Whale”. “Uma cartografia rápida, e velozmente conduzida, das principais paragens do mundo burtoniano” (Luís Miguel Oliveira, Ípsilon). Primeira exibição na Cinemateca.
Este Powell/Pressburger pode ser entendido como uma extensão dos seus filmes realizados durante a Segunda Guerra (THE 49TH PARALELL, ONE OF OUR AIRCRAFT IS MISSING). Centra‑se na batalha naval travada em 1939 entre a Royal Navy e os alemães e é dividido em três partes: a primeira é dominada pela presença do “Graf Spee”; a segunda foca a batalha, do ponto de vista britânico; a terceira tem lugar em Montevideu, descrevendo o conflito diplomático que opõe as potências adversárias em terreno neutro. Christopher Lee surge no papel do dono de um bar em Montevideu.
Do mesmo ano de THE BATTLE OF THE RIVER PLATE, ILL MET BY MOONLIGHT (também conhecido como NIGHT AMBUSH) baseia‑se em Ill Met by Moonlight: The Abduction of General Kreipe, de W. Stanley Moss que relata acontecimentos vividos pelo autor durante a Segunda Guerra em Creta. O título cita Shakespeare (A Midsummer Night’s Dream). Foi a última produção da Archers Films. Christopher Lee surge brevemente como oficial alemão.
f fDia 01, Terça-feira,
19:00 | Dia 02, Quarta-feira, 15:30
THE CURSE OF FRANKENSTEIN A Máscara de Frankenstein de Terence Fisher com Peter Cushing, Christopher Lee, Hazel Lee, Robert Urguhart Reino Unido, 1957 – 83 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Vagamente baseado em Frankenstein de Mary Shelley (1818), THE CURSE OF FRANKENSTEIN foi o primeiro filme de terror a cores da Hammer Film Productions, inaugurou a justamente famosa série “Frankenstein” da produtora, estabeleceu a “marca gótica” do “Terror Hammer” e esteve na origem das novas versões de DRACULA e THE MUMMY (1959). Peter Cushing e Christopher Lee juntos, sob a direção de Fisher. Primeira exibição na Cinemateca, a apresentar em cópia digital.
f fDia 03, Quinta-feira,
19:00 | Dia 04, Sexta-feira, 15:30
f fDia 04, Sexta-feira,
21:30 | Dia 10, Quinta-feira, 15:30
THE HOUND OF THE BASKERVILLES
THE PRIVATE LIFE OF SHERLOCK HOLMES
O Cão dos Baskervilles de Terence Fisher
A Vida Privada de Sherlock Holmes de Billy Wilder
com Peter Cushing, Christopher Lee, André Morell
com Robert Stephens, Colin Blakely, Genevieve Page, Stanley Holloway, Christopher Lee, Irene Handl
Baseado no romance homónimo de Arthur Conan Doyle, é o filme em que Terence Fisher filma Peter Cushing como Sherlock Holmes e Christopher Lee como Henry Baskerville (o Dr. Watson é André Morell). “Christopher Lee num dos vários papéis com que tentou atenuar a sua faceta de vilão (outro papel, mais sugestivo, é o que tem em THE GORGON), num filme que é, não só o melhor Sherlock Holmes do cinema, como um dos filmes maiores de Terence Fisher” (Manuel Cintra Ferreira).
Reino Unido, 1970 – 125 min / legendado em espanhol | M/12
A ironia de Billy Wilder vira‑se aqui para um dos grandes mitos britânicos: a criação de Conan Doyle e modelo de todos os detetives, Sherlock Holmes, numa notável personificação de Robert Stephens. Esta é a aventura que nos leva ao encontro do monstro de Loch Ness e da Rainha Vitória. “Agora tratava ‑se de dar uma volta ao célebre casal Holmes‑Watson e de dar voz ao que alguns comentadores dos livros de Doyle já há muito tempo andavam a murmurar. Que Holmes, como ele próprio diz no filme, não seria um ‘wholeheart admirer of womankind’ e que no 221B da Baker Street o detetive e o médico não tinham como único passatempo deslindar crimes complicados (‘elementar, meu caro Watson’)” (João Bénard da Costa). Christopher Lee “é” Mycroft Holmes.
Reino Unido, 1959 – 87 min / legendado eletronicamente em português | M/12
sala M• félix ribeiro
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
f fDia 07, Segunda-feira, 15:30
f fDia 14, Segunda-feira, 15:30
f fDia 16, Quarta-feira,
15:30
BITTER VICTORY
EL CONDE DRACULA
THE GORGON
Cruel Vitória de Nicholas Ray
Drácula, o Príncipe das Trevas de Jess Franco
A Morte Passou de Perto de Terence Fisher
com Richard Burton, Curd Jurgens, Ruth Roman, Raymond Péllegrin, Christopher Lee
com Christopher Lee, Herbert Lom, Klaus Kinski, Maria Rohm
com P eter Cushing, Christopher Lee,Richard Pasco, Barbara Shelley, Michael Goodliffe
Estados Unidos, França, 1957 – 102 min / legendado em português | M/12
Espanha, Itália, Alemanha, 1969 – 97 min / legendado eletronicamente em português | M/12
É uma das obras mais admiradas de Nicholas Ray, apesar de ter sido manipulada pelos produtores, à revelia do realizador. Richard Burton tem um dos melhores papéis da sua carreira na figura de um oficial que salva uma missão prejudicada pela cobardia do superior (Curd Jurgens) obcecado pela relação que o subalterno tivera com a sua mulher. A juntar a Burton e a Jurgens, o deserto, filmado em scope, ganha o estatuto de protagonista ao acolher a inesquecível e belíssima sequência final. O filme que fez Godard dizer na célebre crítica nos Cahiers: “E o cinema é Nicholas Ray.” Christopher Lee interpreta o papel do Sargento Barney.
Baseado no romance de Bram Stoker (Dracula), a versão de Jess Franco (produzido por Harry Alan Towers) tem Christopher Lee no papel do Conde Drácula. Apresentando‑se como a mais fiel adaptação cinematográfica do romance, “um dos primeiros – e ainda hoje o melhor – contos do macabro”, é tida como a primeira em que o vampiro é um homem velho no início da história, rejuvenescendo quando se alimenta de sangue novo. Primeira exibição na Cinemateca.
f fDia 07, Segunda-feira, 19:00
Horror de Drácula de Terence Fisher
| Dia 08, Terça-feira, 15:30
SARABAND FOR DEAD LOVERS Uma Mulher e Um Trono de Basil Dearden
| Dia 17, Quinta-feira, 15:30
DRACULA com Christopher Lee, Peter Cushing, Melissa Stribling Reino Unido, 1959 – 85 min / legendado eletronicamente em português | M/12
com Stewart Granger, Joan Greewood, Flora Robson, Françoise Rosay, Frederick Valk, Christopher Lee Reino Unido, 1948 – 96 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Drama histórico ambientado no século XVII e baseado em fac‑ tos verídicos relacionados com a casa de Hanover, SARABAND FOR DEAD LOVERS segue o romance entre Philip Christoph von Königsmarck e Sophia Dorothea de Celle, sob o fundo do conflito que opõe amor e razões de Estado. Foi o primeiro fil‑ me em Technicolor produzido pelo britânico Ealing Studio e tem uma poderosa e barroca paleta cromática. É um dos pri‑ meiros filmes de Christopher Lee, num pequeno papel.
f fDia 09, Quarta-feira,
f fDia 14, Segunda-feira, 19:00
15:30
CAPTAIN HORATIO HORNBLOWER Epopeia Nos Mares de Raoul Walsh com Gregory Peck, Virginia Mayo, Robert Beatty, Denis O’Dea, Christopher Lee
Em meados dos anos cinquenta, a produtora britânica Hammer começou a explorar, com enorme êxito, o filão do filme de horror, ressuscitando monstros que tinham surgido no cinema anos trinta, como Frankenstein e Drácula. Terence Fisher foi um dos realizadores mais ativos da companhia. HORROR OF DRACULA (título da distribuição americana), esta primeira aventura inglesa do célebre vampiro, é uma obra‑prima de género. Também é o primeiro filme em que o Conde Drácula foi encarnado por Christopher Lee, com tanto êxito que participou em mais de dez aventuras do vampiro. Basta vê‑lo neste filme para perceber porquê: sólido como uma estátua, mas capaz de bruscos saltos de felino, tem uma presença absolutamente extraordinária.
f fDia 14, Segunda-feira, 21:30
| Dia 23, Quarta-feira, 15:30
DRACULA PRINCE OF DARKNESS Drácula, Príncipe das Trevas de Terence Fisher com Christopher Lee, Barbara Shelley, Andrew Keir
Reino Unido, 1964 – 83 min / legendado em espanhol | M/12
Há quem o defenda como o mais romântico e o mais trágico dos filmes de Terence Fisher. É um dos raros filmes da Hammer inspirados na mitologia grega, concretamente na lenda de Medusa e das suas irmãs Esteno e Euríale, conhecidas como as três Górgonas, “a ladina”, “a forte”, “a que corre o mundo”. No filme, ambientado em 1910, numa aldeia alemã, elas são Medusa, Tisiphone e Megaera: sete homicídios cometidos no espaço de cinco anos deram origem às figuras petrificadas de cada uma das vítimas e ao temor das autoridades de que uma lenda local se tenha tornado realidade. É só o início da história, mergulhada no medo. Christopher Lee é um professor, distante da sua imagem de vilão.
f fDia 16, Quarta-feira,
19:00
UMBRACLE de Pere Portabella com Christopher Lee Espanha, 1972 – 85 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Usualmente associado a CUADECUC, VAMPYR (1970), UMBRACLE tem, como aquele, fotografia a preto e branco de películas de tipo diferente, e uma banda sonora de Carles Santos, colaborador regular de Portabella. Ao contrário de CUADECUC, tem sequências com som síncrono, de que é exemplo uma cena em que Christopher Lee declama O Corvo, de Edgar Allan Poe, e canta ópera num teatro vazio, ou uma outra que capta uma discussão sobre censura entre realizadores espanhóis. Portabella explora a linguagem do cinema experimental aqui trabalhando com um ator vindo de outros universos. “Lee ofereceu‑se, com prazer, para interpretar as minhas ideias. Consegui mesmo que fizesse o que para um ator é o mais duro: nada” (Pere Portabella).
f fDia 16, Quarta-feira,
21:30 | Dia 29, Terça-feira, 15:30
THE DEVIL RIDES OUT
Estados Unidos, 1951 – 117 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Reino Unido, 1966 – 92 min / legendado eletronicamente em português | M/12
de Terence Fisher
A obra‑prima de Raoul Walsh no campo do swashbuckler. Adaptação das populares histórias de C.R. Forrester sobre as aventuras do capitão Horatio Hornblower na Marinha de Guerra britânica, durante as campanhas napoleónicas. Uma sucessão de aventuras que leva Hornblower a enfrentar um candidato a ditador na América latina e a uma perigosa operação contra a Marinha francesa. Christopher Lee é um capitão espanhol.
Segunda incursão de Fisher nas aventuras do famoso conde, oito anos depois de o ter “ressuscitado” em DRACULA. É, para muitos, o melhor de toda a série da Hammer dedicada à personagem criada por Bram Stoker, com Christopher Lee, de novo no papel que marcou a sua carreira, “ressuscitado” graças ao sangue de um viajante que, por acaso, se abrigou no castelo do conde e, que um seu servidor vai verter sobre as cinzas do amo. Lee não pronuncia uma só palavra em todo o filme, que domina pelo impacto da sua presença física.
com C hristopher Lee, Charles Gray, Patrick Mower, Niké Arighi, Leon Greene
f fDia 09, Quarta-feira,
21:30 | Dia 11, Sexta-feira, 15:30
THE MAN WHO COULD CHEAT DEATH O Homem que Enganou a Morte de Terence Fisher com Anton Diffring, Hazel Court, Christopher Lee Reino Unido, 1959 – 83 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Baseado na peça The Man in Half Moon Street de Barré Lyndon.“Terence Fisher desenvolve um tema que percorre grande parte dos seus filmes, e que tem a ver com o fascínio do Mal, dando a este não a imagem hedionda ‘habitual’ mas a da sedução, a de uma beleza decadente que deixa entrever a decomposição e a podridão, o horror, sob a aparência fascinante. Mas este singular THE MAN WHO COULD CHEAT DEATH, que pela sua concentração e unidade de ação, é, sem dúvida, uma das obras maiores de Fisher destaca‑se ainda pela série de mitologias que congrega, a começar pela da juventude eterna” (Manuel Cintra Ferreira).
f fDia 12, Sábado,
21:30
GREMLINS TWO: THE NEW BATCH Gremlins 2, A Nova Geração de Joe Dante com Zach Galligan, Phoebe Cates, John Glover, Robert Prosky, Christopher Lee Estados Unidos, 1990 – 106 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Veio na sequência do GREMLINS de 1984 (também realizado por Joe Dante) e é, como o primeiro, um filme de “dois géneros”, terror e comédia. O argumento é de Charles S. Haas e o desenho das criaturas de Rick Baker. A história continua as aventuras de Gizmo, a criatura que se replica em inúmeros pequenos monstros uma vez molhado, e aqui protagoniza uma história nova‑iorquina. Christopher Lee surge no papel do Dr. Catheter. Primeira exibição na Cinemateca.
Reino Unido, 1968 – 95 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Star Wars Episódio II: Ataque dos Clones de George Lucas
Antepenúltimo filme de Fisher (que depois assinaria dois últimos “Frankenstein”: FRANKENSTEIN MUST BE DESTROYED e FRANKENSTEIN AND THE MONSTER FROM THE HELL). Também conhecido como THE DEVIL’S BRIDE, adapta um best seller de 1934 de Dennis Wheatley centrado numa seita de adoradores do diabo. THE DEVIL RIDES OUT é “um filme premonitório. É ele que abre a tendência demoníaca do cinema de terror moderno. Houve antes alguns exemplos ilustres na exploração do tema da magia negra e do satanismo. [...] Só no ano seguinte apareceria o filme que oficialmente ‘inauguraria’ o género, ROSEMARY’S BABY, de Roman Polanski” (Manuel Cintra Ferreira). A apresentar em cópia digital.
com Ewan McGregor, Natalie Portman, Hayden Christensen, Christopher Lee, Samuel L. Jackson, Frank Oz
f fDia 25, Sexta-feira,
f fDia 15, Terça-feira,
15:30
STAR WARS, EPISODE II: ATTACK OF THE CLONES
Estados Unidos, 2002 – 142 min / legendado em português | M/12
Dez anos depois da “Ameaça Fantasma” ter ameaçado o planeta Naboo, Padmé Amidala é Senadora e uma fação separatista liderada pelo Conde Dooku tenta assassiná‑la. Não havendo Jedi suficientes para defender a República, Palpatine recorre à ajuda de um exército de clones. Entretanto, Obi‑Wan Kenobi continua a treinar o jovem Jedi Anakin Skywalker, que por sua vez teme que o Código Jedi proíba o seu romance com Padmé. Destaque para a criação digital da personagem de Yoda e para a sequência de ação no Coliseu. Christopher Lee “é” o Conde Dooku/Darth Tyranus.
f fDia 15, Terça-feira,
19:00
THE TWO FACES OF DR. JEKYLL As Duas Faces do Dr. Jekyll de Terence Fisher com Paul Massie, Dawn Addams, Christopher Lee, David Kossoff, Francis de Wolff Reino Unido, 1960 – 88 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Baseado em Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, de Stevenson (1886), a peculiar versão de Fisher, também conhecida como HOUSE OF FRIGHT e JEKYLL’S INFERNO, acentua o seu gosto pelo “charme do mal”. E aqui, Jekyll/ Hyde (Paul Massie) é salvo. Christopher Lee interpreta a personagem de Paul Allen. Voltaria a Stevenson em 1971, I, MONSTER, de Stephen Weeks, no duplo papel protagonista (com a personagem renomeada Marlowe e Blake). Primeira exibição na Cinemateca.
15:30
THE MUMMY A Múmia de Terence Fisher com P eter Cushing, Christopher Lee, Yvonne Furneaux, Eddie Byrne, George Pastell Reino Unido, 1959 – 88 min / legendado eletronicamente em português | M/12
“Its evil look brings MADNESS! Its evil spell ENSLAVES! Its evil touch KILLS, KILLS, KILLS! ALL NEW! In Terrifying Technicolor!”. O cartaz de THE MUMMY prometia e o filme cumpre, poderosamente visual em mais uma “história Hammer” de criaturas amaldiçoadas. A “múmia” é o terceiro monstro do estúdio, criado a partir de um argumento originalmente escrito para cinema numa variação de A MÚMIA de Karl Freund com Boris Karloff (1932). “A múmia era um autómato imparável, mas muito humana nas suas reações, especialmente quando encontrava a reincarnação da sua bem amada princesa. Tive que fazer tudo através dos olhos e das posições do meu corpo” (Christopher Lee).
sala M • félix ribeiro
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
CINEMA CHINÊS: PANORAMA HISTÓRICO E RETROSPETIVA XIE JIN EM COLABORAÇÃO COM A CINEMATECA CHINESA E INTEGRADO NA FESTA DO CINEMA CHINÊS Tal como outros grandes países asiáticos, a China é um continente cinematográfico com uma história prolixa e variada, intensamente marcada pelas clivagens político‑sociais do “império do meio” an‑ teriores e posteriores à fundação da República Popular. Integrado na Festa do Cinema Chinês (na qual se inclui também uma mostra de cinema contemporâneo apresentada no Cinema Ideal), este Ciclo visa antes de mais proporcionar a quem a desconheça um primeiro contacto com as várias etapas dessa história. Depois do grande Ciclo histórico aqui organizado há quase três décadas (o ciclo de Cinema Chinês de 1987, em que foram exibidos 37 filmes), e depois de ou‑ tros contactos pontuais, trata‑se assim do primeiro regresso deste cinema, encarado no seu conjunto, à Cinemateca. A mostra está dividida em duas componentes intercaladas, cada uma delas com uma dezena de títulos: um panorama histórico com filmes realizados entre 1933 e 1997; uma retrospetiva parcial do grande realizador Xie Jin (1923‑2008). Quanto ao panorama histórico, o princípio é exem‑ plificar quatro grandes etapas da cinematografia chinesa mediante um pequeno número de obras representativas de cada uma delas: o cinema de Xangai anterior a 1949 (os filmes nascidos no contexto cosmopolita das Concessões, fortemente influenciados pelo cinema ocidental); o cinema chinês pós‑1949 e anterior à Revolução Cultural Liang Shanbo yu Zhu Yingtai (o início de um outro classicismo, em que entra no cinema a grande China, em que é evidente a influência do cinema soviético e em que se procura a difícil articulação com formas artísticas e culturais autóctones); a chamada “quinta‑geração” (que estava ainda em plena afirmação aquando do nosso Ciclo anterior e que renovou substancialmente a própria conceção do ato cinematográfico na China); o período de transição entre a “quinta” e a “sexta geração” (com alguns exemplos que fazem a ponte com o núcleo central desta última, da qual um dos nomes mais marcantes, Jia Zhangke, está representado na mostra paralela de cinema contemporâneo). Quanto à retrospetiva dedicada a Xie Jin, trata‑se de evocar um dos maiores realizadores que atravessaram grande parte desta história, que filmou entre meados da década de cinquenta e a viragem do século (o seu último filme data de 2001, sendo muito assinalável o facto de ter filmado, e de ter tido reconhecimento, antes e depois da Revolução Cultural), e cuja grandeza em vários géneros é inquestionável. Xie Jin foi antes de tudo um genuíno autor à maneira clássica, que, como os grandes realizadores americanos, foi expoente em géneros diferentes (comédia, filme histórico, melodrama…). Nas suas entrevistas perpassou a consciência aguda das contradições do contexto em que trabalhou (o artificialismo de muito cinema soviético da altura ou as dificuldades dos atores da ópera chinesa com o realismo ontológico do filme, por exemplo) mas soube escolher os seus mestres (no caso soviético, Mikhail Romm…) e levou o cinema chinês a um fulgor contido, sem estereótipos, que corresponde a um dos seus óbvios cumes. No conjunto da mostra, 11 dos 20 filmes incluídos são exibidos pela primeira vez na Cinemateca. Todos os filmes são apresentados em cópias digitais.
f fDia 11, Sexta-feira, 18:30 Conferência Antes da sessão oficial de abertura do Ciclo de Cinema Chinês na Cinemateca, Hangfu Yochuan, da Cinemateca Chinesa, faz uma conferência sobre o cinema chinês, com tradução consecutiva.
jogadora de basquete, muito talentosa, porém indisciplinada, cujo treinador fora noivo da sua mãe, ela própria uma jogadora de talento. Mas como o rapaz se negara a perder uma partida “arranjada”, o pai da noiva desmanchara o casamento. Enquanto os ex‑amantes ficam felizes por se reencontrarem, a jovem torna‑se uma grande jogadora, graças à orientação do seu treinador. Um clássico do cinema chinês dos anos cinquenta, em primeira exibição na Cinemateca.
f fDia 17, Quinta-feira,
SHEN NÜ “A Divina” de Wu Yonggang
co m acompa n h a m e n to music a l ao v ivo
Drama sobre uma mulher pobre que se prostitui para educar o filho. Quando os pais dos colegas dele descobrem a profissão da mãe fazem pressão para que a criança seja expulsa da escola. A mulher decide partir com ele para outra cidade, mas descobre que o seu proxeneta gastou todas as suas economias, um gesto que terá consequências trágicas. SHEN NÜ foi o primeiro e o mais célebre filme de Wu Yonggang e também proporcionou à atriz Ruan Lingyu, que se suicidaria aos 25 anos, o seu mais importante e mais célebre papel.
f fDia 17, Quinta-feira,
com Wei Wei, Shi Yu, Li Wei, Zhang Higmei
com Ruan Lingyu, Yuan Congmei, Li Lili
Realizado um ano antes da vitória das forças comunistas, “PRIMAVERA NUMA PEQUENA CIDADE” é considerado a obra‑prima de Fei Mu (1906‑51). Situado numa cidade do sul da China, o filme conta‑nos a história da jovem Yuwen, que é casada com um homem depressivo. Um dia, um jovem médico, que no passado tivera uma grande paixão por Yuwen, chega à cidade. O filme é admirado pelo brilhante desempenho no papel principal de Wei Wei, que vinha do teatro, assim como pela originalidade da sua linguagem.
China, 1948 – 98 minutos / legendado eletronicamente em português | M/12
com acom panham e nto m u sical ao vivo
China, 1934 – 85 min / mudo, com intertítulos legendados eletronicamente em português | M/12
Clássico do cinema chinês, XIAO WANYI é um dos dois filmes mudos incluídos neste Ciclo. Trata‑se de um drama sobre o fundo da ocupação japonesa, em que uma mulher fabrica com grande habilidade brinquedos de barro e bambu. Depois da morte do marido, ela instala‑se em Xangai com a filha, a quem transmite a sua arte. Mas as duas têm grandes dificuldades porque os brinquedos tradicionais não se vendem devido à produção industrial. O estilo do realizador, Sun Yu, é considerado peculiar no cinema chinês da época, geralmente influenciado pelo teatro, ao passo que ele privilegia a espontaneidade dos atores.
f fDia 18, Sexta-feira,
“A Jogadora de Basquete nº 5” de Xie Jin
DA LI, XIAO LI HE LAO LI “O Grande Li, o Pequeno Li e o Velho Li” de Xie Jin com Liu Xiasheng, Yao Debing, Fan Haha.
com Liu Qiong, Qia Yi, Cao Qiwei
China, 1962 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12
China, 1957 – 90 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Uma conhecida comédia que se passa no meio de distribuição de carne e tem três protagonistas, todos chamados Li: o Grande Li, presidente sindicato e o Velho Li, chefe de oficina, não gostam de desportos, ao passo que o Pequeno Li, filho
Como outros filmes chineses do mesmo período (“O SACRIFÍCIO DO ANO NOVO”, de Sang Hu, 1956), NÜLAN WUHAO tem fortes elementos melodramáticos. Trata‑se da história de uma jovem
Panorama Histórico | Período 1949‑65
LIANG SHANBO YU ZHU YINGTAI “Liang Shanbo e Zhu Yingtai” de Sang Hu, Huang Sha China, 1954 – 100 / legendado eletronicamente em português | M/12
Xie Jin
NÜLAN WUHAO
f fDia 21, Segunda-feira, 15:30
com Yuan Xuefu, Fan Ruijuan
19:00
19:00 Xie Jin
“Primavera numa Pequena Cidade” de Fei Mu
“Os Pequenos Brinquedos” de Sun Yu China 1933 – 115 min / mudo, com intertítulos legendados eletronicamente em português | M/12
com Ruan Lingyu, Zhang Zhizhi, Li Keng
21:30
XIAOCHENG ZHI CHUN
XIAO WANYI
Panorama Histórico | O Cinema de Xangai Anterior a 1949
f fDia 19, Sábado,
Panorama Histórico | O Cinema de Xangai Anterior a 1949
21:30
Panorama Histórico | O Cinema de Xangai Anterior a 1949
f fDia 11, | Sexta-feira, [11] 21:30
do Grande, é um excelente desportista. Depois de ser eleito presidente da academia desportiva, o Grande Li decide praticar ginástica, o que escandaliza o Velho Li. Mas todos acabarão por praticar ginástica com entusiasmo, no âmbito do trabalho na fábrica.
Filme musical, no estilo da tradicional “ópera chinesa”, LIANG SHANBO YU ZHU YINGTAI transpõe uma história muito célebre na China, sobre uma rapariga cujos pais aceitam que ela vá estudar, mas com a condição de se fazer passar por um rapaz. Ela apaixona‑se por um colega, que só descobre a verdade vários anos depois, quando a rapariga é obrigada a casar‑se com outro. Os dois preferem a morte a viverem separados. Este foi o primeiro filme musical filmado a cores na China e a mesma história conheceu pelo menos duas outras versões cinematográficas, uma em Taiwan e a outra em Hong‑Kong. Primeira exibição na Cinemateca.
sala M • félix ribeiro
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
f fDia 25, Sexta-feira,
f fDia 21, Segunda-feira, 19:00 Panorama Histórico | Período 1949‑65
19:00
Panorama Histórico | Os Começos da Quinta Geração
JU DOU
LU BAN DE CHUANSHUO
f fDia 29, Terça-feira,
Ju Dou de Zhang Yimou
“A Lenda de Lu Ban” de Sun Yu China, 1958 – 95 min / legendado eletronicamente em português | M/12
China, 1990 – 94 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Penúltimo filme de Sun Yu, que conhecera sérias dificuldades políticas a partir de 1951. “A LENDA DE YU BAN” aborda a figura de um célebre marceneiro da China antiga, que percorre o país a ajudar o próximo, sem querer recompensas. Acompanhamos três das suas aventuras, em que com o seu talento excecional ajuda a construção de uma ponte, um pagode e quatro torres sineiras. Notável interpretação de Wei Heiling no papel principal. Primeira exibição na Cinemateca.
Segunda longa‑metragem de um dos mais importantes realiza dores da Quinta Geração, que viria a fazer uma grande carrei ra. Coproduzido com o Japão e tendo no papel principal Gong Li, a atriz preferida do realizador, JU DOU é um drama situado nos anos vinte, em que uma mulher é forçada a casar‑se com um homem muito mais velho e brutal. Ela tornar‑se‑á amante de um sobrinho do marido, de quem terá um filho. Em adulto, este terá uma atitude terrível em relação aos pais. Magnífica realização, com destaque para a magnífica paleta de cores. Foi um dos raros filmes chineses distribuído comercialmente em Portugal à época. Primeira exibição na Cinemateca.
f fDia 21, Segunda-feira, 21:30 Xie Jin
WUTAI JIEMEI “Irmãs de Palco” de Xie Jin
Xie Jin
China, 1965 – 112 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Exemplo relativamente raro de um filme feito a partir de um argumento original e não de uma adaptação literária, WUTAI JIEMEI foi violentamente atacado ao ser apresentado no começo da Revolução Cultural. Foi proibido e só voltou às salas em 1979, com grande êxito. O filme, cuja narrativa se estende por quinze anos, é inspirado na história verídica de uma atriz da Ópera de Shaoxing. Uma jovem camponesa é contratada por uma companhia teatral em digressão e cria fortes laços de amizade com a atriz principal. A guerra e a revolução separam as duas amigas, que voltam a encontrar ‑se em 1950, em Xangai, e decidem nunca mais se separar. Um clássico.
f fDia 22, Terça-feira,
“O Tratador de Cavalos” de Xie Jin
DA NAO TIANGONG China, 1961‑64 – 84 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Um clássico do cinema de animação, que foi proibido durante a Revolução Cultural, antes de voltar a ser comercializado na Europa nos anos oitenta. Trata‑se da história de um rei anarquista, que ensina aos seus jovens súbditos a dançar e a praticar artes marciais, num total desrespeito pelo Imperador de Jade e pelos membros da sua corte. Wan Laiming e os seus três irmãos contam-se entre os nomes mais ilustres do cinema de animação na China. Realizaram o primeiro filme de animação do país em 1926, assim como a primeira longa de animação, em 1941. 19:00
Panorama Histórico | Os Começos da Quinta Geração
China, 1982 – 106 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Um filme caraterístico do momento em que foi feito (por exemplo, a fotografia é extremamente cuidada, as paisagens são muito valorizadas), que também prega o amor à terra chinesa. Um industrial chinês instalado nos Estados Unidos reencontra o filho que não vê há trinta anos e é professor primário no noroeste da China. O pai tenta convencer o filho a vir com ele para os Estados Unidos, mas ele recusa e prefere retomar a vida simples que tem numa aldeia. Um dos filmes chineses mais conhecidos dos anos oitenta. 15:30
Panorama Histórico | Depois da Quinta Geração
YANGGUANG CANLAN DE RIZI
China, Taiwan, Hong Kong, 1994 – 140 min / legendado eletronicamente em português | M/12
China, 1984 – 91 min / legendado eletronicamente em português| M/12
Filme de estreia de Chen Kaige (ADEUS, MINHA CONCUBINA; A PROMESSA), realizado quando tinha 32 anos, TERRA AMARELA é um dos mais célebres filmes da chamada Quinta Geração de cineastas chineses, que surge no início dos anos oitenta, quando a China começa a abrir‑se ao mundo (o filme foi exportado para vários países). Um jovem soldado comunista é enviado a uma região remota para recolher cantos revolucionários camponeses e descobre que os verdadeiros cantos camponeses falam de uma realidade muito dura. Um clássico do moderno cinema chinês. 21:30 Xie Jin
TIANYUNSHAN CHUANQI
21:30
“O Sino do Templo da Pureza” de Xie Jin com Yi Ding, Komaki Kurihara, Ting Hi, Cunxin Pu China, 1992 – 100 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Mais um filme de Xie Jin de tom melodramático. O filme aborda o tema dos “órfãos japoneses”, crianças que foram abandonadas pelos seus pais japoneses quando estes se retiraram da China, depois de quinze anos de ocupação. Acompanhamos o percurso de uma deles que vai visitar o Japão e procurar entrar em contato com a sua família biológica. Um filme que apela aos sentimentos do espectador. Primeira exibição na Cinemateca.
f fDia 30, Quarta-feira,
15:30
A Guerra do Ópio de Xie Jin com Guoan Bao, Debra Beaumont, Oliver Cotton
f fDia 28, Segunda-feira, 19:00
f fDia 30, Quarta-feira,
Biografia de uma poetisa que viveu na passagem do século XIX para o século XX e se celebrizou pelo seu ardor revolucionário. Como em outros filmes chineses do período, a fotografia e os cenários são muito cuidados. O filme retoma os grandes traços da vida de uma mulher que foi transformada numa personagem mítica. Filha de um mandarim, formada em poesia e em artes marciais, a protagonista disfarça‑se de homem para ir estudar no Japão e, mais tarde, adere ao movimento de Sun Yat‑Sen, o fundador da República da China, publica um jornal feminista, é professora e acaba por ser capturada e executada. Primeira exibição na Cinemateca. 21:30 Xie Jin
com Shi Weijan, Wang Fuli, Shi Jianlan, Zhong Xighuo
“A Cidade dos Hibiscos” de Xie Jin
19:00
Panorama Histórico | Depois da Quinta Geração
“Histórias da Polícia do Povo” de Ning Ying
China, 1984 – 100 min / legendado eletronicamente em português | M/12
f fDia 28, Segunda-feira,
China, 1997 – 150 min / legendado eletronicamente em português | M/12
MINJING GUSHI
com Li Xiuming, Li Zhiyu, Chen Xiguang
FURONG ZHEN
Um poderoso melodrama sobre os destinos paralelos de duas mulheres, com magníficos desempenhos das duas atrizes principais. Uma mulher é enviada à região de Tianyun para se ocupar da reabilitação das vítimas da Revolução Cultural. Descobre então o dossier de um homem por quem fora apaixonada em jovem. Ao examinar mais de perto a questão, também descobre que o seu próprio marido tinha sido o acusador da vítima e que a sua melhor amiga de juventude renunciara à carreira para acompanhar aquele homem no seu exílio. Um raro exemplo de um melodrama em que as “desgraças” têm razões políticas.
f fDia 29, Terça-feira,
Realizado por ocasião da devolução de Hong‑Kong à República Popular da China, este filme aborda um dos mais célebres episódios das relações entre a Grã‑Bretanha e a China: a “guerra do ópio”, em 1839‑40. Depois da destruição por parte das autoridades chinesas de várias toneladas de ópio que pertenciam a comerciantes ingleses, a Grã‑Bretanha bombardeou Cantão, para obrigar os chineses a permitirem o comércio. Foi o penúltimo filme de Xie Jin. Primeira exibição na Cinemateca.
“A Lenda da Montanha Tianyun” de Xie Jin China, 1980 – 100 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Xie Jin sempre se interessou pelo melodrama, que consegue conciliar habilmente com temas políticos e a sua obra “mistura habilmente o entretenimento, o doutrinamento e a denúncia sincera (misturada a um afeto constante pelos personagens”, observou Marco Müller). ZUIHOU DE GUI ZU ilustra muito bem esta observação. Em 1948, quatro raparigas da aristocracia de Xangai vêm, estudar nos Estados Unidos. A vitória da revolução comunista impede‑as de regressarem à China e uma delas, afetada pela morte dos pais, cai na prostituição. Primeira exibição na Cinemateca.
Primeira incursão na realização de um conhecido ator, que tivera um dos papéis principais em MILHO VERMELHO, um dos filmes emblemáticos da Quinta Geração. Coproduzido com Hong Kong, “NO CALOR DO SOL” é uma história parcialmente autobiográfica de primeiros amores adolescentes, situada durante a Revolução Cultural. Quatro rapazes vivem num quartel, com muito tempo disponível para não ir à escola, entrar em brigas e namorar. A narrativa é organizada numa série de vinhetas, com personagens muito individualizadas. Primeira exibição na Cinemateca.
“Qiu Jin” de Xie Jin
com Xuei Wang, Bai Xue, Quiang Liu
China, 1989 – 112 min / legendado eletronicamente em português | M/12
YAPIAN ZHANZHENG
com Xia Yu, Ning Jing, Shang Nan, Tao Hong
QIU JIN
Terra Amarela de Chen Kaige
com Hing Pan, Cunxin Pu,Kechun Li
Xie Jin
Xie Jin
HUANG TUDI
“As Últimas Aristocratas” de Xie Jin
QING-LIANGSI ZHONG SHENG
“No Calor do Sol” de Jiang Wen
“O Rei dos Macacos e o Palácio Celeste” de Wan Laiming
ZUIHOU DE GUIZU
Xie Jin
com Zhu Shimao, Cong Shan, Liu Qiong
f fDia 28, Segunda-feira,
15:30 Panorama Histórico | Período 1949‑65
f fDia 22, Terça-feira,
21:30
MUMAREN
com Xie Fang, Cao Yindi, Feng Ji, Gao Yuansheng
f fDia 22, Terça-feira,
f fDia 26, Sábado,
19:00 Xie Jin
com Li Wei, Gong Li, Li Baotian
com Wei Heling, Li Wei, Zhong Shuhuang
pois do Partido Comunista adotar uma linha mais moderada. Primeira exibição na Cinemateca.
com Liu Xiaoqing, Jiang Wen, Zheng Zaishi China, 1986 – 150 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Realizado em duas versões com durações diferentes, FU RONG ZHEN é considerado como uma das obras‑primas do período final da carreira de Xie Jin. A ação passa‑se durante as “qua tro purgas” que precederam o lançamento da Revolução Cul tural, em 1966, e mostra de maneira poderosa e inteligível os sofrimentos infligidos naquele período. Um casal, proprietário de um pequeno restaurante, é denunciado como “inimigo do povo”, o marido suicida-se e a mulher é condenada a varrer as ruas. Mas o filme tem um desenlace relativamente otimista, de
com Li Jian, Lin Ying Shen, Lianqui Wang China, 1996 – 102 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Segundo filme de uma realizadora que realizou nove longas ‑metragens à data de hoje, MIN JING GU SHI é uma comédia situada numa esquadra de Pequim, onde os polícias se entediam por falta de crimes por resolver. A aparição de um cão raivoso faz com que seja ordenada a captura de todos os cães do bairro. Alguns pequenos delitos são resolvidos com esmero. A realizadora trabalhou com autênticos polícias e não com atores e filmou em cenários verdadeiros. “Algures entre Rossellini e Tati, PATRULHAS POLICIAIS EM PEQUIM é um filme modesto, estimulante e muito divertido”, observou Frédéric Strauss nos Inrockuptibles. Primeira exibição na Cinemateca.
sala M• félix ribeiro
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
IN MEMORIAM ALBERTO VAZ DA SILVA NUNO MELO MARIA BARROSO
NUNO MELO Era um dos mais populares atores portugueses, muito pelas suas participações em programas e séries televisivas. Mas tinha também um longo currículo no cinema português, de que era um rosto recorrente desde finais dos anos oitenta. Muitas vezes como secundário, outras, menos, com papel preponderante. Evocamo‑lo com três filmes em que foi protagonista: A FILHA de Solveig Nordlund, LOBOS de José Nascimento, e sobretudo O BARÃO, de Edgar Pêra, porventura o único filme feito à sua medida. Nuno Melo morreu em Junho passado, aos 55 anos. MARIA BARROSO Na homenagem que a Cinemateca presta a Maria Barroso (1925‑2015) são exibidos três filmes dos mais rele‑ vantes da sua filmografia: MUDAR DE VIDA, de Paulo Rocha (1966), BENILDE OU A VIRGEM MÃE e AMOR DE PERDIÇÃO (1974/78) de Manoel de Oliveira. Na sua vida enquanto atriz, antes do cinema, Maria Barroso tinha feito teatro. Mal finalizou o Curso de Artes Dramáticas do Conservatório Nacional, em 1943 (a par com o curso de Histórico Filosóficas da Faculdade de Letras, como prometera aos pais), entrou para o Teatro D. Maria II. O reconhecimento do público veio com o papel de Benilde na peça de José Régio: Benilde ou Virgem Mãe. Nascia uma jovem atriz num país onde não o pôde ser, a não ser a espaços, e muito longe das medidas das suas faculdades. Aconteceu que, após a apoteose, em A Casa de Bernarda Alba – em que Adela/Maria Barroso, a filha revoltada, partia em cena, com o joelho, um bastão usado pela mãe autoritária, o teatro veio abaixo!, e a censura acordou. A peça foi cancelada e Maria Barroso, claro… afastada do teatro pelo regime. “Até parecia que era Salazar que ela estava a partir”, diria Amélia Rey Colaço naquela famosa representação em Santarém. Só voltaria a pisar os palcos 17 anos depois. Em 1966, na peça de Jean Cocteau, A Voz Humana deu‑se a sua última representação, no Teatro São Luiz em que, de novo, a peça foi interrompida com violência pela PIDE. Já tinha, por esta altura, forçosamente percebido que “quando se vai à polícia política, fala‑se muito pouco, sorri‑se muito e mente‑se sempre.” Maria Barroso, acom‑ panhando permanentemente o marido, Mário Soares, na vida política conseguiu manter sempre o seu espaço. Espaço dedicado a uma luta constante na defesa da cultura, da liberdade e da justiça. Na convicção absoluta de que era na voz dos poetas que podia encontrar uma forma intransigente e inquebrável de expressão, nunca deixou de dar récitas de poesia, o que muito irritava os censores. Certa vez, quando subia ao estrado, um chefe da polícia a agarrá-la por um braço, diz: “A Senhora está proibida de falar!!!”, claro… Maria Barroso diz: “Não posso falar, mas posso recitar!!” E, precisamente quando o afastamento já parecia definitivo, é em 1966 que Paulo Rocha se lembra de a convi‑ dar para o seu filme MUDAR DE VIDA: “Nunca tinha feito cinema. Paulo Rocha veio falar comigo... os diálogos eram maravilhosos”, diz “talvez até os melhores diálogos que o nosso cinema tem tido. Pensei que seria uma experiência a tentar, que me enriqueceria…”. A nós enriqueceu! Maria Barroso compõe, deixa‑nos nesse filme, uma das mais comoventes personagens dos verdes anos do cinema português: Júlia, mulher do mar, em que tudo se centra, tudo se quebra: vida e arte, força e fragilidade, silêncio e grito, ausência e exílio, do país que somos, no país que somos: “este nosso bem‑querer / só tem fim na sepultura”. Quando, em 1976, Manoel de Oliveira entende adaptar para cinema Benilde ou a Virgem Mãe, sendo José Régio sua admiração maior, não é de surpreender que se lembrasse de ir buscar, trinta anos depois, os atores do Teatro D. Maria II. Maria Barroso não poderia dizer que não, mas não poderia também repetir o papel do passado, o de Benilde, e no filme faz de Genoveva, a velha criada, atenta e secreta, firme na sua fé. A segunda colaboração com Oliveira não tardou. Em 1978, surge no papel de Madre Superiora no – como diria quem mais defendeu o filme à época – “inadjectivável” AMOR DE PERDIÇÃO. Filme que fez quebrar tantas grades e que tanto tumulto provocou. Talvez também por isto, quando Teresa vai para o convento e a Madre Superiora diz: “Estas grades não se abrem”, a frase, assim dita e por quem é, vai muito além do sentido do momento. Com Manoel de Oliveira fez mais dois filmes: LE SOULIER DE SATIN (1984) e LISBOA CULTURAL (1983). Da sua filmografia consta ainda, de Armando Miranda, o documentário AQUI, PORTUGAL! (1947) e o filme de Manuel Guimarães O CRIME DE ALDEIA VELHA (1963), no qual fez a dobragem da atriz Barbara Laage.
lola (rodagem)
ALBERTO VAZ DA SILVA Alberto Vaz da Silva (1936‑2015) fez parte de uma geração brilhante e marcante que emergiu em finais dos anos cinquenta e se torna conhecida no início da década seguinte. Autodenominados “Católicos Progressistas”, tinham em O Tempo e o Modo, revista que criaram de raiz, a sua tribuna. Dela fizeram parte, entre vários outros, João Bénard da Costa, Helena Vaz da Silva, Pedro Tamen, M.S. Lourenço, Nuno Bragança, José Pedro Pinto Leite, Manuel Lucena, Mário Murteira e António Alçada Baptista. Alberto Vaz da Silva é, porventura, o menos mediático (sintomaticamente é o único de entre os citados que não tem entrada direta na Wikipédia). A sua prioridade nunca foi fazer uma “carreira”, fosse ela política, artística ou sequer académica. A prioridade para Alberto Vaz da Silva, aquilo que ele, como nenhum outro praticou (porque teorizá‑lo é muito fácil), foi a vida, a sua própria vivência. O ideal, a filosofia, a utopia de toda essa geração. Canalizou todo o seu enorme talento e toda a sua energia para estabelecer, com uma lógica irrefutável, as pontes mais improváveis (Palolo e Agustina Bessa‑Luís; Freud e Mozart; Proust e Nicholas Ray). Esporadicamente, muito esporadicamente, Alberto Vaz da Silva escreveu sobre cinema. Sobre filmes e realizadores mas também sobre os Astros ou o Mar. A Cinemateca presta‑lhe homenagem, exibindo um dos filmes da sua vida: LOLA de Jacques Demy (excecionalmente acompanhado por um texto de sua autoria, publicado no Tempo e o Modo em 1963). A Cinemateca publica no seu sítio web (www.cinemateca.pt) todos os escritos de Alberto Vaz da Silva sobre cinema.
f fDia 01, Terça-feira,
21:30 In Memoriam Alberto Vaz da Silva
LOLA Lola de Jacques Demy com Anouk Aimée, Marc Michel, Elina Labourdette, Margot Lion França, 1960 – 83 min / legendado em português | M/12
Alguns consideram esta longa‑metragem de estreia de Demy como a sua obra‑prima. Em LOLA, estão todos os temas de Demy, os encontros e desencontros amorosos, os jogos de simetrias, o tom agridoce, a paixão pelo cinema americano. Dois dos protagonistas voltarão a aparecer em filmes posteriores, Lola em MODEL SHOP e Roland (Marc Michel) em LES PARAPLUIES DE CHERBOURG. Filmado em preto e branco e em scope, LOLA, dedicado à memória de Max Ophuls, também é uma homenagem à cidade natal do cineasta, Nantes. Anouk Aimée tem aqui um papel inesquecível.
f fDia 02, Quarta-feira,
21:30 In Memoriam Nuno Melo
O BARÃO de Edgar Pêra com N uno Melo, Marcos Barbosa, Leonor Keil, Mariana Albuquerque, Paula Só Portugal, 2011 – 87 min | M/12
Em O BARÃO, adaptando a obra homónima de Branquinho da Fonseca e também baseado no seu conto O Involuntário, Edgar Pêra revisita o Portugal da década de quarenta em registo fantástico filmando a história de um vampiro marialva descrito como um camaleão emocional, “uma espécie de Drácula reformado, porque está em decadência”. O cartaz anuncia‑a como “um remake do filme proibido pela ditadura fascista”; a sinopse refere‑a como um retrato da vida de “uma personagem draculesca raramente vista no cinema porutuguês”. Nuno Melo é “o barão” num dos seus mais assinaláveis trabalhos em cinema, dirigido por Edgar Pêra, um dos realizadores com quem mais frequentemente colaborou.
f fDia 03, Quinta-feira,
21:30 In Memoriam Maria Barroso
MUDAR DE VIDA de Paulo Rocha com G eraldo Del Rey, Maria Barroso, Isabel Ruth, Constança Navarro Portugal, 1966 – 93 min | M/12
Filmada no Furadouro, creditada como uma Produção Cunha Telles, a segunda longa‑metragem de Paulo Rocha é um filme onde ecoa em surdina a guerra colonial, com a história de um homem que regressa ao país e se reencontra dificilmente com a sua aldeia natal, por onde também passam sinais de um desejo de mudança. Mudança de vida, mudança de cinema.
sala M• félix ribeiro
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
Depois de OS VERDES ANOS, novo fortíssimo retrato de um país e de um tempo, numa obra que convida incessantemente a novas visões e avaliações. “Se OS VERDES ANOS é um filme de condenação, MUDAR DE VIDA é um filme de redenção […]. É o seu primeiro filme em que a influência do cinema japonês é visível, quase sempre quando não se espera, com a mesma rebeldia no feminino das heroínas de Mizoguchi, é também o filme onde o realizador melhor absorve as lições da Nouvelle Vague. (…) É a sua primeira e radical colagem, conduzida pela poética de António Reis, autor dos mais belos diálogos do cinema português” (João Bénard da Costa). Primeira atuação de Maria Barroso no cinema português, compondo, no papel de Júlia, uma personagem comovente e que marcou toda uma geração. A apresentar em cópia digital.
f fDia 05, Sábado,
21:30 In Memoriam Maria Barroso
AMOR DE PERDIÇÃO
Escritor, editor, poeta, músico e cineasta, F.J. Ossang é uma personalidade à parte (talvez fosse mais correto dizer à margem) no já de si bastante eclético panorama cultural francês. Apesar de, na sua vasta e diversificada obra, o cinema ser a vertente menos prolífera, será, porventura a que mais visibilidade lhe deu, pelo menos além‑fronteiras. Com efeito, a sua carreira como realizador, iniciada em 1982, resume‑se a apenas quatro longas‑metragens e cinco “curtas”. Seja por se sentir – pelo menos cinematograficamente – um estrangeirado, um alien no seu próprio país, seja por razões puramente económicas, seja por outra razão qualquer, o facto é que, três das suas quatro longas‑metragens foram rodadas fora de França (a exceção é L’AFFAIRE DES DIVISIONS MORITURI, a única não incluída neste programa). A ligação da sua obra a Portugal é evidente: dois dos seus filmes – LE TRÉSOR DES ÎLES CHIENNES e DHARMA GUNS tiveram como cenário os Açores e o DOCTEUR CHANCE tem como protagonista Pedro Hestnes.
f fDia 08, Terça-feira,
21:30
DHARMA GUNS – LA SUCCESSION DE STARKOV
de Manoel de Oliveira com Cristina Hauser, António Sequeira Lopes, Elsa Wallenkamp, Ruy Furtado, Henrique Viana, António J. Costa, Ricardo Pais, Maria Barroso Portugal, 1978 – 261 min | M/12
O Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco por Manoel de Oliveira, num dos seus mais extraordinários filmes, e, à época da estreia, um dos mais polémicos. Oliveira realizou simulta‑ neamente duas versões, com diferentes takes dos vários pla‑ nos: uma para a televisão e outra para o cinema. Na versão televisiva, Ritinha, a irmã de Simão (Teresa Collares Pereira) fa‑ zia a ligação entre os vários “episódios”. Segunda colaboração de Maria Barroso com Manoel de Oliveira, no papel de Madre Superiora no convento onde Teresa é enclausurada.
f fDia 07, Segunda-feira,[7] 21:30 In Memoriam Nuno Melo
LOBOS
Dharma Guns (A Sucessão de Starkov) de François‑Jacques Ossang com Guy McKnight, Elvire, Diogo Dória, Patrick Bauchau França, Portugal, 2010 – 93 min / leg. eletronicamente em português | M/12
com a presença de F.J. Ossang O filme abre com um acidente de ski aquático: uma rapariga, Délie, conduz um barco a motor e puxa um rapaz, Stan. Estão ambos a testar os seus próprios limites quando se dá um acidente. Stan acorda de um coma depois deste grave acidente, descobrindo que os especialistas em genealogia procuram um indivíduo cuja identidade corresponde à sua. Em vez de se questionar sobre esta filiação testamentária, toma posse da herança do professor Starkov e embarca para o país de Las Estrellas. Uma odisseia de purificação onde a intuição e a telepatia aceleram a viagem no tempo. “Dharma Guns” revisita o mito de Orfeu e Eurídice combatendo a tirania do Todo Poderoso‑Tempo. Primeira exibição na Cinemateca.
f fDia 09, Quarta-feira,
de José Nascimento com Nuno Melo, Catarina Wallenstein, Pedro Hestnes, Francisco Nascimento, Vítor Norte Portugal, 2007 – 102 min | M/12
Numa noite de inverno, Joaquim convida o irmão, a mulher e a sobrinha para jantar. Um crime acontece e Joaquim foge com a sobrinha. Num cenário inóspito e duro, marcado pela neve e pelo frio, os dias e as noites sucedem‑se numa fuga constante e numa ligação amorosa insustentável. Tal como dos seus outros filmes, José Nascimento diz que “LOBOS é um retrato dos portugueses e de um país adiado”. Nuno Melo interpreta a personagem protagonista de Joaquim, contracenando com Catarina Wallenstein.
f fDia 08, Terça-feira,
(RE)VISITAR F.J. OSSANG
19:00
f fDia 10, Quinta-feira,
19:00
LE TRÉSOR DES ÎLES CHIENNES de F. J. Ossang com S téphane Ferrara, Serge Avédikian, Diogo Dória, José Wallenstein, Pedro Hestnes França, Portugal, 1990 – 112 min / leg. eletronicamente em português | M/12
com a presença de F.J. Ossang
SILÊNCIO de François‑Jacques Ossang com António Câmara, Elvire França, Portugal, 2006 – 20 min / legendado eletronicamente em português
DOCTEUR CHANCE de François‑Jacques Ossang com Pedro Hestnes, Marisa Paredes, Stéphane Ferrara França, 1998 – 100 min / legendado eletronicamente em português
duração total da projeção: 120 min | M/12 com a presença de F.J. Ossang Filmado nos confins do Chile, DOCTEUR CHANCE retoma vários elementos do filme de gangsters, do filme negro e do
19:00
road movie, misturando as múltiplas filiações que formam o universo de F.J Ossang, entre as quais Godard, a banda desenhada e a New Wave. A partir de uma trama narrativa sobre um tráfico de falsos quadros, que serve de pretexto à realização, Ossang faz um trabalho sofisticado sobre os diálogos, que levam em consideração a música da língua e são frequentemente rimados. O filme arrasta‑nos para uma aventura “que ressuscita a vanguarda romanesca dos anos vinte, revista e corrigida pela contracultura elétrica, pela pose ingénua e poética da música popular de guitarras incendiárias” (Vincent Ostria). A sessão abre com SILÊNCIO (primeira exibição na Cinemateca) que, com VLADIVOSTOK e CIEL ÉTIENT, forma aquilo a que Ossang chamou a “Trilogia da Paisagem”. É um poema visual.
Esta coprodução franco‑portuguesa, a preto e branco e em scope, foi filmada em Portugal continental e nos Açores, devido à atração do realizador “pelos solos de hidratos de carbono, pelas regiões com forte atividade sísmica”. A trama narrativa evoca a de muitos filmes do período clássico, com uma expedição que parte em busca de um cientista que fez uma importante descoberta e desapareceu. A realização, evidentemente, nada tem de clássica e o filme foi considerado “uma bomba, que estilhaça os pontos de referência, os horizontes geográficos e ficcionais, do cinema francês”, na opinião de Frédéric Strauss, nos Cahiers du Cinéma. LE TRÉSOR DES ÎLES CHIENNES une uma imaginação delirante a uma grande beleza formal.
In Memoriam Maria Barroso
BENILDE OU A VIRGEM MÃE de Manoel de Oliveira com Maria Amélia Matta, Jorge Rola, Jacinto Ramos, Maria Barroso, Augusto de Figueiredo, Glória de Matos Portugal, 1974 – 106 min | M/12
BENILDE OU A VIRGEM MÃE é a adaptação fiel da peça homónima de José Régio (1947) e foi o filme que marcou a consagração internacional de Oliveira. É uma obra que nos leva à significação última da corporalidade e da oralidade, permanentes manifestações da morte ou da luta contra ela. Maria Barroso e Augusto de Figueiredo que, à data da estreia da peça tinham representado os protagonistas, surgem agora nos papéis da criada e do padre. Foi um dos últimos filmes apoiados pelo Centro Português de Cinema e um dos primeiros a ser apoiado pelo recém‑criado fundo do Instituto Português de Cinema, um mês antes da Revolução. Teve estreia discreta no quente mês de novembro de 1975. Acusado de ter realizado um filme reacionário, à época Oliveira dizia: “o cinema revolucionário está atrasado face à revolução”. BENILDE foi pretexto para acesas polémicas em que se debatia o futuro de um país, mas também o futuro do cinema. Maria Barroso interpreta Genoveva, a velha criada, guardiã da jovem Benilde, o papel que trinta anos antes lhe coubera e lhe valera a consagração, no palco do Teatro D. Maria II.
f fDia 10, Quinta-feira,
21:30 In Memoriam Nuno Melo
A FILHA de Solveig Nordlund com Nuno Melo, Joana Bárcia, Margarida Marinho, Cláudio da Silva, Alexandre Falcão, Cecília Guimarães Portugal, 2003 – 77 min | M/16
Com argumento original da realizadora e Mário de Carvalho, A FILHA segue a história do desencontro entre um homem de 45 anos, produtor de televisão de sucesso concentrado na sua carreira, e a sua filha que, à beira do 18º aniversário, acusa a ausência paterna na sua vida, faz‑lhe um ultimato (que ele falha) e abandona a casa forçando uma viagem de procura e tentativa de reconhecimento. Nuno Melo é “o pai” de Joana Bárcia, “a filha”. Primeira exibição na Cinemateca.
UM DIA TRUFFAUT EM COLABORAÇÃO COM A ORFEU NEGRO E COM A LINHA DE SOMBRA
As três sessões programadas para “Um Dia Truffaut” na Cinemateca surgem de uma proposta associada à recente edição portuguesa, pela Orfeu Negro, de Os Filmes da Minha Vida de François Truffaut. Original‑ mente publicado em 1975, o livro reúne mais de uma centena de artigos escritos por Truffaut entre 1955 e 1974 e por ele selecionados, sobre filmes de Hitchcock, Welles, Chaplin, Dreyer, Renoir, Cocteau ou Vigo, entre muitos outros, incluindo os cúmplices Nouvelle Vague de Truffaut. Em colaboração com a Orfeu Negro e em três sessões concebidas em diálogo com Francisco Valente, autor do prefácio desta edição portuguesa (“O Menino Selvagem”), o programa proposto reúne filmes de Truffaut (LES MISTONS, ANTOINE ET CO‑ LETTE, JULES ET JIM) e obras de autor que para ele tiveram uma importância essencial: Jean Cocteau (LE SANG D’UN POÈTE), Jean Vigo (ZÉRO DE CONDUITE) e Jean Renoir (UNE PARTIE DE CAMPAGNE). A edição Os Filmes da Minha Vida é lançado no mesmo dia, 24 de setembro, cerca das 20h, depois do final da sessão das 19h, na Livraria Linha de Sombra, onde decorrerá uma conversa moderada por Francisco Valente com António da Cunha Telles e Pedro Mexia. ANTOINE ET COLETTE
sala M• félix ribeiro f fDia 24, Quinta-feira,
15:30
ANTOINE ET COLETTE de François Truffaut com Jean‑Pierre Léaud, Marie‑France Pisier França, 1962 – 29 minutos / legendado em português
LE SANG D’UN POÈTE de Jean Cocteau
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
DOUBLE BILL Na habitual rubrica que ocupa as matinés de sábado à tarde (dois filmes, uma sessão, um bilhete único), empa‑ relhamos John Cassavetes e William Dieterle (HUSBANDS e THE LAST FLIGHT), Alfred Hitchcock e Jean‑Claude Brisseau (VERTIGO e LA FILLE DE NULLE PART), Joseph L. Mankiewicz e Philippe Garrel (THE GHOST AND MRS. MUIR e LA FRONTIÈRE DE L’AUBE), e Edgar G. Ulmer e Brian de Palma (DETOUR e FEMME FATALE).
com Enrique Rivero, Pauline Carton, Odette Talazac França, 1930 – 55 min / sem legendas
duração total da sessão: 84 min | M/12 Depois de LES 400 COUPS, Truffaut quis filmar a continuação das aventuras de Antoine Doinel, embora não desejasse explorar um filão. A primeira “sequela” das aventuras da personagem é uma curta‑metragem, que se insere num filme em episódios, formato muito praticado nos anos sessenta. Em ANTOINE ET COLETTE, Antoine Doinel apaixona‑se por uma rapariga que conhece num concerto de música clássica, corteja‑a, mas como se torna amigo dos pais dela, ela acaba por rejeitá‑lo. LE SANG D’UN POÈTE, primeira incursão de Jean Cocteau no cinema é um clássico da vanguarda francesa. O filme contém elementos autobiográficos que voltam em várias obras de Cocteau e algumas das suas obsessões, como os espelhos e a passagem para “o outro lado”.
f fDia 24, Quinta-feira,
19:00
LES MISTONS
LA FRONTIÈRE DE L’AUBE
f fDia 05, Sábado, 15:30
de François Truffaut com Bernadette Laffont, Gérard Blain
HUSBANDS
França, 1957 – 23 min / legendado em português
Maridos de John Cassavetes
ZÉRO DE CONDUITE Zero em Comportamento de Jean Vigo com Jean Dasté, Louis Lefebvre, Gilbert Pruchon
com John Cassavetes, Ben Gazzara, Peter Falk Estados Unidos, 1970 – 132 min / legendado eletronicamente em português
THE LAST FLIGHT
França, 1933 – 45 min / legendado em português
de William Dieterle
duração total da sessão: 68 min | M/12
com Richard Barthelmess, Helen Chandler, David Manners, John Mack Brown
Bernadette Laffont foi uma das atrizes favoritas da Nouvelle Vague, nomeadamente de Chabrol, trabalhando também com Rivette, Eustache, Pollet e Garrel. Baseado num conto de Maurice Pons, LES MISTONS é o seu filme de estreia (aos 19 anos) e o primeiro filme profissional de Truffaut, no qual Laffont faz o papel de uma jovem que é adorada e desejada de longe pelos adolescentes de uma cidade de província. Obra ‑prima violenta, ZÉRO DE CONDUITE é situada num internato e culmina na revolta das crianças contra a autoridade. Esteve proibido em França durante doze anos.
f fDia 24, Quinta-feira,
21:30
UNE PARTIE DE CAMPAGNE Passeio ao Campo de Jean Renoir com Sylvia Bataille, Jane Marken, Gabriello, Georges Darnoux França, 1936 – 40 min / legendado em português
JULES ET JIM Jules e Jim de François Truffaut com Jeanne Moreau, Oskar Werner, Henri Serre França, 1962 – 100 min / legendado em português
duração total da sessão: 140 min | M/12 UNE PARTIE DE CAMPAGNE, cuja rodagem foi interrompida no verão de 1936 e cuja montagem foi concluída dez anos mais tarde a partir do material então filmado (a sua génese alimenta uma das lendas da história do cinema), é uma das obras‑primas de Renoir, no seu período mais fértil. Adaptando um conto de Maupassant, Renoir assina o mais impressionista dos seus filmes em acordo com o universo pictórico do seu pai Pierre Auguste, mas UNE PARTIE DE CAMPAGNE é um filme do movimento. O dos elementos na imagem (a água do rio, o vento nas árvores) e o da fluidez da câmara. JULES ET JIM é um título fundamental, não só da Nouvelle Vague mas de toda a obra de Truffaut, que ousou realizar um filme “de época”, o que era absolutamente insólito para o jovem cinema de então, guardando o tema da liberdade sexual, uma das marcas da Nouvelle Vague. Baseado num romance de Henri‑Pierre Roché, o filme conta a história da relação triangular entre dois homens e uma mulher, numa construção em espiral, rumo a um final trágico e pacificador. Para Jeanne Moreau, Henri Serre e Oskar Werner bastava este filme como garantia de imortalidade.
Estados Unidos, 1931 – 80 min / legendado em espanhol
duração total da projeção: 212 min | M/12 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
No filme de Cassavetes, três amigos, casados e com filhos, reencontram‑se por ocasião da morte súbita de um antigo companheiro. O reencontro e o choque levam‑nos a repetir uma das noites de farra dos seus tempos de juventude. Três interpretações notáveis (Cassavetes, Gazzara e Falk) num filme noturno e nova‑iorquino, melancólico e nervoso, que é um sério candidato ao título de “melhor filme de John Cassavetes”. Adaptado do romance de John Monk Saunders, THE LAST FLIGHT é um dos míticos “missing films” descoberto na década de setenta. Conta a história do percurso de quatro amigos no pós‑guerra, sendo também o retrato de uma “geração perdida”, que procura esquecer o drama no álcool e no prazer fugaz dos sentidos. Foi o primeiro filme americano de William Dieterle e inclui cenas que decorrem em Lisboa. Desde a sua “redescoberta” muitos o consideram o melhor filme de Dieterle. HUSBANDS é apresentado em cópia digital.
f fDia 12, Sábado,
15:30
VERTIGO A Mulher Que Viveu Duas Vezes de Alfred Hitchcock com James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore Estados Unidos, 1958 – 128 min / legendado em português
LA FILLE DE NULLE PART A Rapariga de Parte Nenhuma de Jean‑Claude Brisseau com Jean‑Claude Brisseau, Virginie Legeay, Claude Morel, Lise Bellynck França, 2012 – 91 min / legendado em português
duração total da projeção: 219 min | M/12 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
Duas mulheres que são uma só e um homem que numa procu‑ ra recriar a imagem que tem da “outra”. Diz‑se que Hitchcock só filmou histórias de amor. Se dúvidas houvesse, VERTIGO dissipava‑as. É só a paixão (que chega à necrofilia) que motiva o protagonista desta obra‑prima de Hitch. O crime, a intriga policial, aqui, não são mais do que o clássico “macguffin”, de tal modo que o espectador se esquece que o crime fica sem castigo. O saber de Hitchcock iludiu todas as censuras. Algu‑ mas das mais extasiantes cenas de VERTIGO passam‑se dentro de um museu, com Kim Novak inebriada face ao quadro que a obceca fazendo de James Stewart um espectador inebrian‑ temente obcecado por ela. LA FILLE DE NULLE PART é a mais recente longa‑metragem de um dos mais singulares cineas‑ tas franceses da atualidade, Jean‑Claude Brisseau, de quem a trilogia LES CHOSES SECRÈTES, LES ANGES EXTERMINATEURS e À L’AVENTURE (2002/06/08) deram especialmente que fa‑ lar, associando o trabalho de Brisseau à temática do desejo
feminino. LA FILLE DE NULLE PART esclarece a perspetiva re‑ dutora do cinema de Brisseau a esta associação, compondo‑se como um filme cuja delicadeza segue a par da concentração de meios. Praticamente filmado no cenário único do aparta‑ mento parisiense do próprio Brisseau, é um filme de poucos atores e onde os atores assumem também os principais pa‑ peis da equipa técnica, começando pelo realizador. VERTIGO é apresentado em cópia digital.
f fDia 19, Sábado,
15:30
THE GHOST AND MRS. MUIR O Fantasma Apaixonado de Joseph L. Mankiewicz com G ene Tierney, Rex Harrison, George Sanders, Anna Lee, Natalie Wood Estados Unidos, 1947 – 104 min / legendado em português
LA FRONTIÈRE DE L’AUBE A Fronteira do Amanhecer de Philippe Garrel com L ouis Garrel, Laura Smet, Clementine Poidatz, Olivier Massart França, 2008 – 105 min / legendado em português
duração total da projeção: 209 min | M/12 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
Há quem o considere o mais belo filme do mundo. THE GHOST AND MRS. MUIR conta a mais estranha história de amor, a que une uma jovem ao fantasma de um capitão da marinha, antigo proprietário da mansão que ela foi habitar. Amor a que será fiel durante toda a vida terrena e que se prolongará pela eternidade. Um par de eleição, Tierney e Harrison, num filme em estado de graça. No filme de Garrel, Carole é uma estrela de cinema cujo marido partiu para Hollywood. François, um jovem fotógrafo, vai a sua casa fazer uma reportagem e tornam‑se amantes. Conseguirá François esquecer este amor e enfrentar uma existência normal? De LA FRONTIÈRE DE L’AUBE sobressai uma misteriosa atmosfera em grande parte associada notável fotografia a preto e branco de William Lubtchansky.
f fDia 26, Sábado,
15:30
DETOUR de Edgar G. Ulmer com Tom Neal, Ann Savage Estados Unidos, 1945 – 67 min / legendado em português
FEMME FATALE Femme Fatale de Brian De Palma com R ebecca Romjin‑Stamos, António Banderas, Peter Coyote, Eriq Ebouaney Estados Unidos/França, 2002 – 110 min / legendado em português
duração total da projeção: 177 min | M/12 entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
Um dos mais míticos filmes negros. DETOUR, realizado com pou‑ cos meios e muita imaginação, é a história de um homem que tenta, em vão, fugir à fatalidade que paira sobre ele e que o leva a enredar‑se cada vez mais na teia que o há de destruir, como o fio de telefone que estrangula a “mulher fatal”, sem que ele dê por isso. Pouco a pouco, todas as alternativas desaparecem. Uma obra‑prima da série B, que parece antecipar um certo ci‑ nema dos anos sessenta. Um dos melhores filmes de Brian De Palma, FEMME FATALE é uma obra labiríntica onde o passado, o presente e o futuro se cruzam, numa alucinante montagem, se‑ guindo uma misteriosa mulher implicada num audacioso roubo de joias que tem lugar durante o Festival de Cannes.
sala M• félix ribeiro
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
ANTE‑ESTREIAS No espaço regularmente aberto a primeiras apresentações de filmes de produção portuguesa recente, mostram ‑se em setembro os mais recentes filmes de Olga Ramos, AMATEUR (produção B’lizzard), um retrato do fotógrafo Carlos Relvas, e de João Rosas, MARIA DO MAR (prémio da competição nacional no Curtas Vila do Conde 2015); a primeira obra de Francisco Valente, TENHO UM ROSTO PARA SER AMADO (que teve a sua primeira apresen‑ tação pública no Curtas Vila do Conde 2015); e ainda, de Manthia Diawara, DIALOGUE: WOLE SOYINKA ET L.S. SENGHOR, coproduzido por Portugal (Maumaus – Escola de Artes Visuais), França (K’a yelema Productions) e Alemanha (Goethe Institut). A sessão de MARIA DO MAR é complementada com a projeção do anterior filme de Rosas, ENTRECAMPOS. A sessão de TENHO UM ROSTO PARA SER AMADO prossegue com a projeção de LA VILLA SANTO SOSPIR, de Jean Cocteau.
f fDia 15, Terça-feira,
21:30
MARIA DO MAR de João Rosas com Francisco Melo, Miguel Carmo, Mariana Galvão, Miguel Plantier, Paola Giufridda, Mestre André Portugal, 2015 – 33 min
ENTRECAMPOS
deiros, Maria do Carmo Séren, Mark Osterman, Rute Maga‑ lhães e Sérgio Mah, AMATEUR pretende “dar visibilidade ao trabalho técnico e artístico de Relvas através dos seus retratos realizados no estúdio de luz natural da Golegã e em exteriores no Ribatejo, Lisboa, Porto e no estrangeiro. Imagens que nos trazem com surpreendente vivacidade es‑ paços e vivências com mais de 100 anos.”
de João Rosas
f fDia 25, Sexta-feira,
com Francisca Alarcão. Francisco Melo, João Simões, Miguel Carmo
de Manthia Diawara
Portugal, 2012 – 32 min
Portugal, França, Alemanha, 2015 – 52 min | M/12
duração total da projeção: 65 min | M/12 com a presença de João Rosas MARIA DO MAR é a mais recente curta‑metragem de João Rosas, recém distinguida com o prémio de melhor filme da competição nacional no Curtas Vila do Conde 2015 e apresentado no Festival de Locarno: “Um fim de semana de verão numa casa rural na zona de Sintra. Nicolau, um rapaz de 14 anos, passa dois dias na companhia do irmão mais velho, Simão, e os amigos deste, todos a caminho dos 30. A bela e reservada Maria do Mar é alvo da atenção de todos, mas Nicolau é quem mais verá a sua vida perturbada por aquela inesperada presença feminina”. A sessão prossegue com ENTRECAMPOS, que João Rosas mostrou em “ante‑estreia” na Cinemateca em 2012. O filme segue a personagem de Mariana, de 11 anos, acabada de mudar de Serpa para Lisboa com o pai, iniciando um novo ano letivo.
f fDia 23, Quarta-feira,
21:30
AMATEUR de Olga Ramos Portugal, 2015 – 120 min | M/12
com a presença de Olga Ramos O mais recente filme de Olga Ramos retrata Carlos Relvas, pioneiro da fotografia no século XIX, “um homem de cul‑ tura e inovação, que deixou um impressionante legado de aproximadamente 12.000 fotografias”, no entanto ainda pouco conhecidas em Portugal e no mundo. Com os con‑ tributos de Alexandra Encarnação, Emília Tavares, Filipe Al‑ ves, France Scully, José Luís Neto, Luís Pavão, Margarida Me‑
21:30
DIALOGUE: WOLE SOYINKA ET L.S. SENGHOR com a presença de Manthia Diawara, a confirmar Construído com base em material de arquivo, o filme documental de Manthia Diawara põe em cena um diálogo entre Léopold Sédar Senghor e Wole Soyinka “em torno do conceito da negritude. Há também a questão da pertinência contínua desta filosofia relativamente à nossa abordagem da arte contemporânea africana e da sua diáspora, da tolerância religiosa, da identidade nacional e do multiculturalismo.”
f fDia 30, Quarta-feira,
21:30
TENHO UM ROSTO PARA SER AMADO de Francisco Valente com Bernardo Nabais, Maria Leite Portugal, 2015 – 20 min | M/12
duração total aproximada da projeção (ver nota): 58 min com a presença de Francisco Valente A curta‑metragem de estreia na realização de Francisco Valente é “uma história de amor entre Lisboa e Paris”, de título e movimento inspirados num poema de Paul Éluard: “Durante muito tempo tive um rosto inútil / Mas agora / Tenho um rosto para ser amado / Tenho um rosto para ser feliz.” Os protagonistas são duas jovens personagens que se encontram numa noite de verão e que, em Lisboa, vivem “o fim da inocência”, como diz a sinopse. A sessão prossegue com LA VILLA SANTO SOSPIR, de e com Jean Cocteau (França, 1952 – 38 min / sem legendas | M/12): Magnífico exemplo do cinema experimental francês, filmado num fabuloso Ektachrome, é o filme que Cocteau nos guia através dos frescos que fez em diversos quartos de uma moderna vivenda.
KNUT ERIK JENSEN
SESSÃO DE ABERTURA Sessão especial de abertura do programa dedicado ao cinema norueguês de Knut Erik Jensen com a apresen‑ tação do seu filme STELLA POLARIS (consultar entrada do Ciclo nas páginas seguintes).
f fDia 18, Sexta-feira,
21:30
STELLA POLARIS de Knut Erik Jensen com Anne Krigsvoll, Ketil Høegh, Eirin Hargaut, Vegard Jensen Noruega, 1993 – 89 min / sem diálogos | M/12
com a presença de Knut Erik Jensen Foi a primeira longa‑metragem de ficção de Knut Erik Jensen ao cabo de uma série de trabalhos iniciados nos anos setenta de cariz mais documental ou experimental. STELLA POLARIS apresenta‑se como um retrato visual do norte da Noruega, terri‑ tório conhecido como Finnmark que geograficamente faz fron‑ teira com Troms, a Finlândia e a Rússia. Jensen concentra‑se na paisagem, no povo e na história da Finnmark do início dos anos trinta ao fim da década de oitenta. “É, de diversos modos, um filme peculiar, por exemplo sem voz off ou diálogos”, “o filme de Jensen é simultaneamente espantosamente belo e profunda‑ mente trágico, e pode ser visto como emblemático do condado de Finnmark e da sua história recente” (Holger Pötzsch).
DOCNOMADS No âmbito de uma colaboração com o programa Doc‑ nomads, que já tem alguns anos, propõe‑se a exibição de um conjunto de documentários resultantes deste mestrado internacional na área de realização docu‑ mental, lecionado conjuntamente pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa, pela Hogeschool Sint‑Lukas de Bruxelas e pela Uni‑ versidade de Teatro e Cinema de Budapeste. A sessão é composta por quatro filmes resultantes da última edição do Docnomads, exibidos e premiados em vá‑ rios festivais internacionais. Um segundo conjunto de filmes será mostrado em outubro.
f fDia 23, Quarta-feira,
19:00
BÉTAIL de Joana Sousa Portugal, Bélgica, 2014 – 26 min / sem diálogos
A PASSAGEM
PLANO NACIONAL DE CINEMA A sessão é organizada no contexto da conferência “Entre Espaços: a escola e o cinema”, da iniciativa do Plano Nacional de Cinema (PNC), constituído pela DGE‑Direção Geral da Educação, pelo ICA‑Instituto de Cinema e do Audiovisual e pela Cinemateca. Focada na questão da formação de públicos, a conferência, é organizada pelo PNC e pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto em colaboração com a Cinemateca.
de Sohel Rahman Portugal, 2014 – 28 min / legendado em inglês
WALLS de Miguel López Beraza Hungria, 2014 – 11 min / legendado em português
WITH ALL OUR CAMERAS de Miguel López Beraza Hungria, Espanha, 2014 – 26 min / sem legendas
duração total da projeção: 91 min | M/12
f fDia 18, Sexta-feira,
15:30
LOUISIANA STORY de Robert Flaherty com Joseph Boudreaux, Lionel Le Blanc, Frank Hardy Estados Unidos, 1948 – 78 min / leg. eletronicamente em português | M/12
sessão apresentada por José Manuel Costa e seguida de debate Um dos mais célebres filmes de Robert Flaherty, espécie de “poema” concebido por entre os pântanos de Louisiana, para mostrar os riscos e dificuldades da extração de petróleo naquela região. Mas o olhar do cineasta procura sobretudo captar o quotidiano, os modos de vida da população local. “A narrativa seria de novo centrada na figura de um miúdo, um rapaz semisselvagem que vivia em comunhão plena com o espaço natural e que acabaria por integrar a máquina de prospeção de petróleo nesse mesmo mundo e no universo mágico da sua própria imaginação. Era o prolongamento direto e o ponto culminante de todas as histórias de crianças, com as quais, ao longo de todas as obras anteriores, [Flaherty] fizera seu o tema de iniciação. (As crianças de NANOOK, o adolescente MOANA, o Mikelleen de MAN OF ARAN, o Toomai de ELEPHANT BOY)” (José Manuel Costa).
com a presença de Joana Sousa, Sohel Rahman, Miguel López Beraza Quatro filmes realizados no âmbito do programa internacional Docnomads, reunidos nesta sessão em virtude da diversidade de dispositivos e linguagens cinematográficas que convocam. Realizados entre Budapeste, Lisboa e Bruxelas por alunos de diferentes nacionalidades, são documentários que revelam diferentes pontos de vista sobre realidades estranhas a muitos dos que as filmam. Em BÉTAIL (premiado na competição Take One!, em Vila do Conde), Joana Sousa, realizadora de origem portuguesa, filma uma exploração bovina em Les Avins (Bélgica). Sohel Rahman, realizador oriundo do Bangladesh, acompanha o quotidiano de duas idosas pastoras algarvias. A sessão termina com dois filmes de Miguel López Beraza. WALLS (prémio Goya 2015 para melhor curta‑metragem) documenta a vida de dois habitantes de um prédio de Budapeste e WITH ALL OUR CAMERAS retrata Sandor, vendedor de câmaras fotográficas antigas numa feira nos arredores da cidade.
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
SALA LUÍS DE PINA FILMES PORTUGUESES LEGENDADOS Vindo de julho, prossegue em setembro o Ciclo de filmes portugueses legendados, destinado não apenas aos espectadores que vivem em Lisboa, mas também aos cinéfilos que nos visitam. O programa é composto por dez filmes portugueses de vários períodos (da década de trinta aos anos dois mil), em cópias legen‑ dadas em inglês ou em francês.
f fDia 01, Terça-feira,
18:30
RECORDAÇÕES DA CASA AMARELA de João César Monteiro com João César Monteiro, Manuela de Freitas, Teresa Calado, Luís Miguel Cintra, Ruy Furtado, Henrique Viana Portugal, 1989 – 119 min / legendado em francês | M/16
RECORDAÇÕES DA CASA AMARELA, “uma comédia lusitana”, marca o nascimento de João de Deus, personagem cáustica e poética que só João César Monteiro poderia interpretar. À primeira vez, saído de um manicómio para divagar diletante por Lisboa e “dar‑lhes trabalho”, João de Deus encanta‑se com uma menina que toca clarinete, passa uma noite de amor sob o olhar de Stroheim em imagem pregada na parede em cima da cama da pensão e transfigura‑se em criatura das trevas como Nosferatu no fim do filme.
f fDia 02, Quarta-feira,
18:30
O BOBO de José Álvaro Morais com Fernando Heitor, Paula Guedes, Isabel Ruth, João Guedes Portugal, 1987 – 120 min | legendado em inglês | M/12
O projeto inicial deste filme, uma adaptação de O Bobo de Alexandre Herculano, tornou‑se, com o tempo, uma reflexão sobre a obra literária e a sua representação contemporânea. O filme é fascinante porque reflete, na sua construção, a passagem do tempo (acossado por inúmeras dificuldades de produção, o processo de feitura do filme foi longuíssimo) e as transformações da sociedade portuguesa nos anos a seguir ao 25 de abril de 1974. Um filme fundamental na cinematografia portuguesa dos últimos 40 anos.
suave para tais voos de bacante. “De certo modo, transfigura MUDAR DE VIDA, como transfigura Isabel Ruth“ (João Bénard da Costa). Foi o filme do regresso de Paulo Rocha à ficção ao cabo de uma década em que lhe foi impossível realizar projetos como “O Naufrágio de Sepúlveda” sobre a história trágico ‑marítima portuguesa e é também o filme do começo da sua colaboração na escrita com Regina Guimarães (uma constante na obra de Rocha até SE EU FOSSE LADRÃO… ROUBAVA).
f fDia 10, Quinta-feira,
18:30
BELARMINO de Fernando Lopes com Belarmino Fragoso, Albano Martins, Júlia Buisel Portugal, 1964 – 72 min | legendado em francês | M/12
É um dos filmes chave do Cinema Novo Português, produzido por António Cunha Telles com uma equipa pequena de jovens iniciados e baixo orçamento pouco depois de OS VERDES ANOS de Paulo Rocha. BELARMINO capta uma Lisboa noturna e marginal como até então ninguém a tinha filmado. Utilizando métodos semelhantes aos do cinema direto, Fernando Lopes segue Belarmino Fragoso, um pugilista, e através dele mostra os sinais de uma cidade (e de um país) à beira do sufoco. “BELARMINO é o nosso ‘filme negro’, o nosso filme de guerra, de gangsters ou de aventuras: fala da solidão e do medo. Fala de algo universal e por isso resiste” (José Manuel Costa).
f fDia 11, Sexta-feira,
18:30
OSSOS de Pedro Costa com Nuno Vaz, Maria Lipkina, Isabel Ruth Portugal, 1997 – 94 min / legendado em inglês | M/12
A terceira longa‑metragem de Pedro Costa centra‑se em personagens que habitam o então existente Bairro das Fontainhas nos arredores de Lisboa. “Muito mais do que uma estocada na má consciência burguesa, OSSOS é um filme que a transforma numa parada de ‘zombies’, de ‘mortos em licença’ e o bairro é, aqui, todo o mundo” (Luís Miguel Oliveira).
f fDia 14, Segunda-feira,
18:30
APARELHO VOADOR A BAIXA ALTITUDE de Solveig Nordlund com Miguel Guilherme, Margarida Marinho, Rui Morrison, Rita Sá, Canto e Castro, Isabel de Castro Portugal, 2001 – 80 min / legendado em inglês | M/12
de Manoel de Oliveira
Solveig Nordlund adapta o conto de Ballard (Low Flying Air‑ craft), filmando, numa Tróia abandonada e quase deserta, “um futuro próximo” no qual a espécie humana enfrenta a iminência da extinção por males vindos de mutações genéticas no seio de uma sociedade que perdeu o interesse pelo amor. Contrariando as leis em vigor, uma mulher decide dar à luz uma criança. “Pen‑ so que todas as histórias de J.G. Ballard são filmáveis e penso ter pensado em todas elas como filmes” (Solveig Nordlund).
com Teresa Meneses, Diogo Dória, Manuela de Freitas, Mário Barroso, João Guedes
f fDia 15, Terça-feira,
Portugal, 1981 – 167 min / legendado em inglês | M/12
O CERCO
f fDia 03, Quinta-feira,
18:30
FRANCISCA
FRANCISCA é o filme da última heroína da “tetralogia dos amores frustrados” (interpretada por Teresa Meneses). Oliveira filma a partir do romance Fanny Owen de Agustina Bessa‑Luís, escrito com base em factos verídicos (Porto, século XIX, círculo intelectual e boémio de que fazia parte Camilo Castelo Branco). FRANCISCA é um filme de espelhos e reflexos. Uma das obras máximas de Oliveira.
f fDia 04, Sexta-feira,
18:30
O PAI TIRANO de António Lopes Ribeiro com Vasco Santana, Francisco Ribeiro/Ribeirinho, Leonor Maia (Tatão), Arthur Duarte, Laura Alves Portugal, 1941 – 114 min, legendado em francês | M/12
O melhor filme de Lopes Ribeiro e, possivelmente, a melhor “comédia à portuguesa” no que tem de retrato da pequena burguesia no começo da década de quarenta. Jogo entre o teatro e a vida real com Vasco Santana na sua mais famosa criação no cinema.
f fDia 07, Segunda-feira,
18:30
O RIO DO OURO de Paulo Rocha com Isabel Ruth, Lima Duarte, Joana Bárcia, João Cardoso, Filipe Cochofel, José Mário Branco Portugal, França, Brasil, 1998 – 101 min / legendado em inglês | M/12
Inspirado em cantigas populares, romances de cordel e dramas “de faca e alguidar”, O RIO DO OURO (um projeto acalentado por Rocha desde OS VERDES ANOS) foi aclamado pela crítica depois da sua estreia mundial em Cannes, sendo, para alguns, a obra‑prima de Paulo Rocha. Um filme possuído por uma força telúrica, onde pulsam a paixão e a violência, dominado pela “parte maldita”, com a paisagem do rio Douro ao fundo. E a outro fundo tudo arrasta Isabel Ruth, Carolina, nome
18:30
de António da Cunha Telles com Maria Cabral, Miguel Franco, Ruy de Carvalho, Zita Duarte, Lia Gama, Manuela Maria, Armando Cortez, Mário Jacques, David Hudson Portugal, 1970 – 115 min | legendado em francês | M/12
Eco tardio do Cinema Novo português dos anos sessenta (foi rea‑ lizado com película 35mm vinda da rodagem de MUDAR DE VIDA de Paulo Rocha), o filme em que Cunha Telles se estreou no du‑ plo papel de argumentista e realizador foi também o filme que revelou a extraordinária fotogenia de Maria Cabral, aqui no pa‑ pel de uma personagem que atravessa o filme, tão cercada com a cidade com que a sua história se mistura: Lisboa, 1969. Produ‑ ção Cinenovo Filmes, com produção executiva de Virgílio Correia, tem fotografia de Acácio de Almeida e música de António Victo‑ rino d’Almeida. Apresentado em Cannes em maio de 1970, foi um grande sucesso público do cinema português dos anos setenta.
f fDia 17, Quinta-feira,
18:30
UM ADEUS PORTUGUÊS de João Botelho com Ruy Furtado, Isabel de Castro, Maria Cabral, Fernando Heitor, Cristina Hauser, João Perry Portugal, 1986 – 83 min / legendado em francês | M/12
UM ADEUS PORTUGUÊS aborda os efeitos da guerra colonial nos portugueses e desenvolve‑se como uma reflexão sobre o tempo presente. Estas marcas são dadas pela ausência de um soldado morto na guerra, através de um reencontro familiar doze anos passados sobre a sua morte. Por detrás da cortesia, as personagens nada têm a dizer umas às outras. Com sequências a preto e branco da África portuguesa em 1973 e sequências a cores de Portugal em 1985, a segunda longa‑metragem de João Botelho é uma história de guerra e uma história de resignação e fatalismo. A citação inicial que antecipa a impressão de um país amargurado é de Alexandre O’Neill: “A esta pequena dor à portuguesa / tão mansa quase vegetal”.
STELLA POLARIS
KNUT ERIK JENSEN Knut Erik Jensen (nascido em 1940, na pequena cidade costeira de Honningsvåg, na região do norte da Norue‑ ga comummente conhecida como Finnmark) é autor de uma prolífera obra desconhecida em Portugal que assina como produtor e realizador independente, um dos mais conhecidos e produtivos do panorama do ci‑ nema norueguês contemporâneo. No decorrer de nove sessões e concentrando‑se apenas no seu trabalho para cinema (Jensen tem igualmente uma vasta obra filmada para televisão, tendo colaborado com a estação televi‑ siva NRK entre 1978 e 2010), a apresentação de sete longas e nove das suas curtas‑metragens propõe um olhar sobre o seu trabalho que abrange as vertentes do‑ cumental, de ficção e “experimental”. Às “categorias”, o realizador prefere a designação de “filmes pessoais”, “sobre o mar, os peixes, o amor e a morte”. Começou a realizá‑los nos anos setenta, desde logo influenciados pela experiência de uma infância vivida em tempo de guerra mas também fortemente marcados pela vivência na região litoral do norte da Noruega, as suas paisagens e clima agrestes, as condições de vida e o espírito da sua população intimamente ligados à atividade pesqueira: Jensen passou alguns dos seus primeiros anos no campo de Trondenes perto de Honningsvåg, na sequência da evacuação da população forçada pela ocupação alemã, e mais tarde conheceu de perto os efeitos subsequentes da Guerra Fria. É uma marca que atravessa de diver‑ sos modos a sua obra, sendo de assinalar, a título de exemplo, que nos anos oitenta Jensen assinou a série documental de oito horas (transmitida em seis progra‑ mas televisivos) sobre a Segunda Guerra na Finnmark e a reconstrução do norte da Noruega, FINNMARK MELLOM ØST OG VEST / “FINNMARK ENTRE O ORIENTE E O OCIDENTE” (1983/85). Por outro lado, o seu cinema parece ser indissociável do epicentro da paisagem ártica e do seu povo. Em 1974, quatro anos depois da estreia na realiza‑ ção (com GRETE PÅ KRIKEGÅRD I LENINGRAD APRIL 1970, programado neste Ciclo) a sua terceira obra documental, FARVEL DA, GAMLE KJELVIKFJELL / “EN‑ TÃO ADEUS, VELHO Kjelvirmoutain” (igualmente programado) foi o filme que o “lançou”, abrindo caminho ao seu trabalho posterior. Frequentemente referida como “um poema da e para a Finnmark”, a primeira longa‑metragem de ficção de Jensen data de 1993: STELLA POLARIS (distinguido com diversos prémios, a ver na abertura do Ciclo) retrata cerca de 40 anos da história da região a partir das memórias e sonhos de uma mulher e foi o primeiro título de uma trilogia também formada pelos posteriores BRENT AV FROST / “QUEIMADO PELO GELO” e Når mørket er forbi / “PASSANDO A ESCURIDÃO” (como as respe‑ tivas notas esclarecem). Centrados no coro masculino da pequena aldeia de Berlevåg (fundado em 1917), e por conseguinte documentado aspectos da vida na Finnmark, a “dupla” HEFTIG OG BEGEISTRET / COOL & CRAZY e HEFTIG OG BEGEISTRET På SANGENS
sala LUÍS DE PINA
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
VINGER / COLL & CRAZY ON THE ROAD (2001/02) foi um assinalável êxito internacional, tanto no circuito dos festivais de cinema em que o trabalho de Jensen costuma ser divulgado como em termos de público, na Noruega e internacionalmente. Knut Erik Jensen produziu, realizou, filmou e montou parcialmente cerca de 65 filmes até esta data – como se lê na sua nota biográfica – que refere ainda a apresentação de trabalhos seus em galerias de arte. A sua mais recente exposição intitula‑se “24 Imagens por Segundo” e foi mostrada pela primeira vez no Museu de Arte do Norte da Noruega, em Tromsø, em 2010. O programa agora organizado na Cinemateca privi‑ legia a apresentação das longas‑metragens de ficção de Jensen mas também inclui duas sessões de curtas ‑metragens expressivas do seu trabalho bem como o documental DET AKUTTE MENNESKE. Inéditos comer‑ cialmente em Portugal, todos os filmes do programa são primeiras exibições na Cinemateca.
Knut Erik Jensen acompanha a apresentação dos seus filmes em Lisboa, em que terá lugar, em oca‑ sião a anunciar, uma conversa sobre a obra do rea‑ lizador com este e Luís Rocha Antunes, investigador e profundo conhecedor do seu trabalho. A sessão de abertura, com STELLA POLARIS, primeira longa ‑metragem de ficção de Knut Erik Jensen (1993), tem lugar na sala M. Félix Ribeiro, às 21h30 de 18 de setembro (ver entrada respetiva).
f fDia 21, Segunda-feira,
“O meu pai Togo Jensen passeia‑se até ao porto, pesca uns peixes e regressa a casa. Repara redes de peixe e sorri para a câmara” (K.E. Jensen).
f fDia 22, Terça-feira,
22:00
Noruega, 2002 – 105 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Noruega, 1970‑2010 – 5 min / sem diálogos
O assinalável êxito de COOL & CRAZY pôs o coro masculino de Berlevåg na ribalta, fazendo deles “ícones nacionais” na Noruega mas também oferecendo‑lhes a atenção internacional. Quando o coro foi convidado para uma digressão nos Estados Unidos no outono de 2001 (a maioria dos membros do coro, o mais velho dos quais com 96 anos, nunca estivera nos EUA), Knut Erik Jensen acompanhou‑os e reincidiu. O resultado é este COLL & CRAZY ON THE ROAD, uma crónica sobre trinta cantores em digressão nos EUA muito pouco tempo depois do 11 de setembro de 2001.
PIA Noruega, 2012 – 5 min / sem diálogos
KALD VERDEN Noruega, 1986 – 13 min / sem diálogos
ROSORNAS VÄG “A Rua das Rosas” Noruega, 2000 – 28 min / legendado eletronicamente em português
com Stig Henrik Hoff, Bengt Altmann, Harald Andersen, Stig R. Andersen
LENGSEL ETTER NÅTID
Noruega, 1997 – 97 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Noruega, 2011 – 13 min / sem diálogos
BRENT AV FROST (BURNT BY FROST) é a “segunda parte” de uma trilogia formada com STELLA POLARIS e Når mørket er forbi. A história constrói‑se à volta da personagem de um jovem pescador do norte, Simon, que se torna espião soviético durante o período que medeia entre o pós‑Guerra e a queda do muro de Berlim. O filme de Jensen lida com “a memória da política norueguesa – a perceção e a representação equívocas das identidades e subjetividades do norte no quadro de um discurso histórico e político centralizado” (Holger Pötzsch).
LIVETS RØST
Når mørket er forbi “Passando a Escuridão” de Knut Erik Jensen com Stig Henrik Hoff, Snorre Tindberg, Gørild Mauseth Noruega, 2000 – 94 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Terceira longa‑metragem de ficção de Jensen e “capítulo” final da trilogia iniciada em STELLA POLARIS, baseado num romance de Alf R. Jacobsen que justapõe um conto de pescadores e a ocupação nazi da Noruega durante a Segunda Guerra bem como a época contemporânea. No título internacional, PASSING DARKNESS. “Um trabalho acentuadamente experimental, de novo um elogio à paisagem ártica e a sua gente resiliente num filme de grande tensão mas emocionalmente contido” (Deborah Young, Variety).
f fDia 22, Terça-feira,
18:30
FARVEL DA, GAMLE KJELVIKFJELL “Então Adeus, Velho Kjelvirmoutain” Noruega, 1974 – 45 min / legendado eletronicamente em português
200 KG PÅ STAMPEN “Um Bom Arrasto” Noruega, 1977 – 30 min / sem diálogos
TOGO JENSEN (1904‑1983) Noruega, 2012 – 4 min / sem diálogos
de Knut Erik Jensen
“Grete numa Praça em Leningrado 1970”
“Queimado pelo Gelo” de Knut Erik Jensen
22:00
HEFTIG OG BEGEISTRET På SANGENS VINGER / COLL & CRAZY ON THE ROAD com O dd Marino Frantzen, Einar F.L. Strand, Arne Wensel, Kare Wensel
BRENT AV FROST
f fDia 21, Segunda-feira,
22:00
GRETE PÅ KRIKEGÅRD I LENINGRAD APRIL 1970
“Um Mundo Frio” 18:30
f fDia 23, Quarta-feira,
“À Espera do dia de Hoje”
f fDia 24, Quinta-feira,
18:30
DET AKUTTE MENNESKE
“Voz da Vida”
O Homem de Akutte de Knut Erik Jensen
Noruega, 2013 – 16 min / legendado eletronicamente em português
Noruega, 2011 – 110 min / legendado eletronicamente em português | M/12
de Knut Erik Jensen duração total da projeção: 80 min | M/12
A sinopse de DET AKUTTE MENNESKE (THE ACUTE MAN) apresenta‑o como um retrato do médico e idealista Mads Gilbert (nascido em 1947), conhecido como “o médico de Gaza”, que foi responsável pelo Departamento de medicina da Universidade do Ártico na Noruega (em Tromsø) e trabalhou como ativista político pelo mundo inteiro, tendo estado especialmente envolvido em ações de solidariedade com o povo palestiniano.
GRETE PÅ KRIKEGÅRD I LENINGRAD APRIL 1970 (GRETE ON A CHURCHYARD IN LENINGRAD APRIL 1970) é a atual versão da primeira obra de Knut Erik Jensen, integrando a exposição “24 Imagens por Segundo”, no Museu de Arte do Norte da Noruega. Originalmente filmado em 8mm é composto pelas imagens de uma mulher a vaguear sozinha numa praça deserta em Leninegrado. PIA é um retrato de um bebé recém ‑nascido, composto por grandes planos fragmentários a preto e branco. KALD VERDEN é o segundo título de uma trilogia sobre Svalvard (com SVALBARD I VERDEN e MIN VERDEN, de 1983 e 87), que combina uma montagem de imagens do território ártico norueguês banhado pelo oceano glacial ártico, o mar de Barents, o mar da Noruega e o da Gronelândia (o ponto do planeta permanentemente habitado mais próximo do Polo Norte) com música de Cecilie Ore. ROSORNAS VÄG (THE ROAD OF ROSES) evoca uma conturbada história de amor entre uma enfermeira sueca e um prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra. LENGSEL ETTER NÅTID (LONGING FOR TODAY) apresenta‑se simultaneamente como uma curta ‑metragem e o trailer para a longa‑metragem homónima: um rapaz e uma rapariga tentam encontrar o seu caminho no futuro depois de uma guerra. LIVETS RØST (VOICE OF LIFE) é uma ficção inspirada no conto homónimo de Knut Hamsun (1903): “Um homem e uma mulher encontram‑se e separam ‑se em Hollywood Boulevard. Conhecem‑se, já se encontraram antes? Vão voltar a encontrar‑se? O que é o sonho e o que é a realidade?”
f fDia 23, Quarta-feira,
18:30
HEFTIG OG BEGEISTRET / COOL & CRAZY de Knut Erik Jensen
de Knut Erik Jensen duração total da projeção: 79 min | M/12
com Odd Marino Frantzen, Einar F.L. Strand, Arne Wensel, Kare Wensel
Da fase inicial da filmografia de Knut Erik Jensen, o primeiro filme do alinhamento (internacionalmente conhecido por FAREWELL THEN, OLD KJELVIKMOUTAIN) é um retrato da vida de três homens solteiros numa aldeia piscatória deserta no norte da Noruega, “um dos pontos altos do trabalho cinematográfico de Jensen e um dos mais importantes filmes noruegueses dos anos setenta” (Gunnar Iversen). 200 KG PÅ STAMPEN (A GOOD HAUL) centra‑se na atividade da pesca à linha nas imediações da ilha Magerøy na mesma região. TOGO JENSEN (1904‑1983) é um retrato do pai do realizador:
Sobre e com o coro masculino de Berlevåg ao longo de quatro estações, COOL & CRAZY é um exemplo deste milénio do trabalho continuado de Knut Erik Jensen no campo dos designados “documentários musicais”. “Filme de culto à espera de um culto, COOL & CRAZY é provavelmente o melhor documentário alguma vez feito sobre os membros de um coro masculino numa minúscula aldeia piscatória norueguesa muito perto do polo norte” (Dave Kehr, The New York Times).
Noruega, 2001 – 104 min / legendado eletronicamente em português | M/12
f fDia 25, Sexta-feira,
18:30
ISKYSS “Beijo de Gelo” de Knut Erik Jensen com E llen Dorrit Petersen, Aleksander Bukharov, Per Egil Aske Noruega, 2008 – 82 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Baseado na história verídica da espiã norueguesa Gunvor Gal‑ tung Haavik e do seu amante russo Vladimir Kozlov, que se conheceram durante a Segunda Guerra no norte da Noruega, numa altura em que ele era um prisioneiro de guerra a tra‑ balhar numa fábrica de peixe e ela enfermeira no hospital. E que, depois da guerra, voltaram a encontrar‑se na União Soviética e com o KGB. O enredo de ISKYSS progride dispen‑ sando a cronologia, com base na correspondência da prota‑ gonista feminina. Knut Erik Jensen retoma aqui uma história que filmara no documental MIN KJAERE VENN… / MY DEAR FRIEND… (1994), de assinalável popularidade na Noruega.
sala LUÍS DE PINA
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
HISTÓRIAS DO CINEMA: CYRIL NEYRAT / JEAN‑LUC GODARD Cyril Neyrat é crítico, programador e professor de cinema. Estudou ciências políticas e cinema e ensinou estética e história do cinema em Paris VII, Paris III e na escola de arte e design de Genève. Foi editor e membro do comité de redação das revistas francesas Vertigo e Cahiers du Cinéma e dirige as edições Independencia. Como programador, trabalha com festivais de cinema como o FID Marseille e a Viennale e tem colaborado com a Cinemateca nos últimos anos através da sua ligação ao programa “O Cinema à Volta de Cinco Artes, Cinco Artes à Volta do Cinema”, no contexto do Festival Temps d’Images, acompanhando em Lisboa várias das diversas edições realizadas na Cinemateca como programador e autor de textos publicados em português nos respetivos catálogos. É autor de uma monografia sobre François Truffaut (ed. Cahiers du cinéma), de livros de entrevistas com Pedro Costa (publicado em português pela Orfeu Negro e a Midas Filmes: Um Melro Dourado, Um Ramo de Flores, Uma Colher de Prata), Miguel Gomes, Jean‑Claude Rousseau, Albert Serra (ed. Capricci) ou Pierre Creton (ed. Independencia), para além de inúmeros textos publicados em obras coletivas e catálogos. Dirigiu, com Philippe Lafosse, a edição dos escritos de Jean‑Marie Straub e Danièle Huillet (ed. Independencia). Tem estudado particularmente as obras de Carmelo Bene, Jean‑Daniel Pollet, Pier Paolo Pasolini e Jean‑Luc Godard. Jean‑Luc Godard, é sabido, alimentado na cinefilia pura e dura da cinemateca francesa de Henri Langlois, começou a “dar‑nos trabalho” como “jovem turco” nas páginas do início amarelo dos Cahiers du Cinéma em 1950, estreando‑se cinco anos depois como realizador (UNE FEMME COQUETTE), outros tantos antes de À BOUT DE SOUFFLE. Incomparável tem sido ao longo de mais de cem filmes (curtas, muito curtas e longas‑metragens, mais ou menos “categorizáveis”, frequen‑ temente assombrosamente “inclassificáveis”) no curso de mais de seis décadas que somam e seguem em pujança com FILM SOCIALISME e ADIEU AU LANGAGE (2010/2014, as mais recentes longas). Na autobiografia de 1998, Jean‑Luc Godard par Jean‑Luc Godard (ed. Cahiers du cinéma, coordenada por Alain Bergala), foi ele quem propôs como capítulos da sua filmografia até esse momento “os anos Karina (1960‑67)”, “os anos Mao (1968‑74)”, “os anos vídeo (1975‑1980)”, “os anos entre o céu e a terra (1980‑88)”, “os anos memória (1988‑1998)”, onde cabem a Nouvelle Vague, a militância política, o encontro com Jean‑Pierre Gorin e a experiência coletiva do Grupo Dziga Vertov, o trabalho com a tecnologia do vídeo, o início da colaboração com Anne‑Marie Miéville no estúdio Sonimage de Grenoble, na Suíça, onde nasceu, o monumental empreendimento das HISTOIRE(S) DU CINÉMA composto de associações e sobreposições viscerais de elementos, matérias, referências, atravessados pela ideia – e o aforismo – “montagem, minha bela inquietação”. Foi nele que explorou no limite preocupações que continuam a ocupá‑lo, refletindo sobre o cinema, sobre a História e sobre o século XX, a “única história” e “todas as histórias”. No século XXI (ÉLOGE DE L’AMOUR, NOTRE MUSIQUE, FILM SOCIALISME, ADIEU AU LANGAGE...) JLG continua, ágil, a reinventar‑se, simultaneamente (re)inventando as novas possibilidades digitais do cinema como um dos mais singulares e seminais realizadores de cinema que é. Na Cinemateca, as duas grandes retrospetivas da sua obra realizaram‑se em 1985 (integral, até JE VOUS SALUE MARIE) e em 1999 (com os filmes realizados entre 1985 e 1999). A última teve lugar em 2011 e chamou‑se “Elogio de Jean‑Luc Godard”. Como rubrica regular de programação as “Histórias do Cinema” assentam na ideia de um binómio, para cinco tardes e em torno de cinco filmes (ou em cinco sessões, com número variável de obras projetadas): dum lado, um investigador de cinema – historiador, crítico, ensaísta, podendo também tratar‑se de realizador ou técnico, por exemplo; de outro, um autor ou um tema histórico abordado pelo primeiro. O investigador discorre e conversa sobre o tema numa sequência de encontros que são antes de mais pensados como uma experiência cumulativa. sessões‑conferência | apresentadas e comentadas por Cyril Neyrat, em inglês excecionalmente esta rubrica decorre entre o final de setembro e o início de outubro
f fDia 28, Segunda-feira,
18:00
VIVRE SA VIE Viver a Sua Vida de Jean‑Luc Godard com Anna Karina, Saddy Rebbot, André S. Labarthe França, 1962 – 82 min / legendado em português | M/12
Com uma assombrosa fotografia a preto e branco de Raoul Coutard, VIVRE SA VIE é um filme construído para Anna Ka‑ rina, que aqui demonstra que, além de ser um ícone da Nou‑ velle Vague, foi também uma fabulosa atriz – e muito poucos rostos passariam incólumes na comparação com a Falconetti da JEANNE D’ARC de Dreyer (filme que a personagem de Ka‑ rina vai ver, numa sequência de VIVRE SA VIE), também um sinal do génio e ousadia de Godard. Godard em homenagem a Dreyer. Os grandes planos de Karina em frente aos grandes planos de Falconetti.
f fDia 29, Terça-feira,
18:00
VLADIMIR ET ROSA de Grupo Dziga Vertov com Yves Afonso, Juliet Berto, Jean‑Luc Godard, Jean‑Pierre Gorin, Ernest Menzer, Claude Nedjar, Anne Waizemsky França, Alemanha, Estados Unidos, 1970 – 92 min / legendado eletronicamente em português | M/12
Dos anos Dziga Vertov (o último assinado pelo coletivo fun‑ dado por Godard em 1968, sem os créditos de realização atri‑ buídos a JLG e a Jean‑Pierre Gorin como depois sucederia), VLADIMIR ET ROSA é o caso do filme em que o Grupo toma um facto político – o processo conspirativo dos “8 de Chica‑ go”, que também interessou Nick Ray por volta de 1969 para WE CAN’T GO HOME AGAIN – para o representar numa inter‑ pretação livre que associa o processo a um microcosmos revo‑ lucionário da sociedade francesa em que Godard e Gorin in‑ terpretam respetivamente os papeis de Vladimir Lenine e Karl Rosa, discutindo política e as possibilidades da sua representa‑ ção pelo cinema. É também um filme marxista, em que surge uma fotografia dos irmãos Marx.
f fDia 30, Quarta-feira,
18:00
INFORMAÇÃO SOBRE AS SESSÕES E VENDA ANTECIPADA DE BILHETES Para esta rubrica, a Cinemateca propõe um regime de venda de bilhetes específico, fazendo um preço especial e dando prioridade a quem deseje seguir o conjunto das sessões. Assim, quem deseje seguir todas as sessões (venda exclusiva para a totalidade das sessões, máximo de duas coleções por pessoa) poderá comprar antecipadamente a sua entrada pelo preço global de € 22 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 12 – Amigos da Cinemateca, Estudantes Cinema, Desempregados: € 10) entre 21 e 26 de setembro. Os lugares que não tenham sido vendidos serão depois disponibilizados através do normal sistema de venda no próprio dia de cada sessão, no horário de bilheteira habitual e de acordo com o preço específico destas sessões, € 5 (Estudantes, Cartão Jovem, Maiores de 65 anos, Reformados: € 3 – Amigos da Cinemateca, Estudantes Cinema, Desempregados: € 2,60).
DU FILM “PASSION”, um posfácio em vídeo àquele filme, em que Godard tenta perceber como as imagens do seu filme tomaram forma: diante de um ecrã branco, Godard fala.
PUISSANCE DE LA PAROLE de Jean‑Luc Godard com Jean Bouise, Lydia Andrei, Jean‑Michel Iribarren França, 1988 – 25 min / legendado eletronicamente em português
ICI ET AILLEURS
f fDia 02 outubro, Sexta-feira,
18:00
ALLEMAGNE NEUF ZÉRO
de Jean‑Luc Godard, Anne Marie‑Miéville
de Jean‑Luc Godard
com Jean‑Pierre Bamberger
com Eddie Constantine, Hans Zischler, Claudia Michaelsen
França, 1976 – 53 min / legendado eletronicamente em português
França, Alemanha, 1991 – 62 min / legendado eletronicamente em português
duração total da projeção: 78 min | M/12 Um dos vídeos mais famosos de Godard, PUISSANCE DE LA PA‑ ROLE resultou de uma encomenda da France Télécom. A partir de um texto de Poe sobre o poder das palavras, Godard aborda a perpétua reverberação das nossas palavras no Universo, no que é também uma maneira de abordar a questão das relações entre o Humano e o Divino – tema a que voltaria. Em ICI ET AIL‑ LEURS, rushes de um filme inacabado sobre a resistência pales‑ tiniana, rodado quatro anos antes sob a égide do grupo Dziga Vertov, são mostradas a um casal que, diante do televisor, re‑ corda a sua experiência passada durante os anos de militância. Uma obra raramente exibida, que toca uma questão sensível e que aborda o modo como se organizam aqui (“ici”) imagens que foram registadas algures (“ailleurs”). Filme sobre um con‑ flito, é antes de mais uma reflexão sobre a própria televisão.
f fDia 01 outubro, Quinta-feira,
18:00
PASSION Paixão de Jean‑Luc Godard com Isabelle Huppert, Hanna Schygulla, Michel Piccoli França, Suíça, 1982 – 87 min / legendado eletronicamente em português
SCÉNARIO DU FILM PASSION de Jean‑Luc Godard com Jean‑Luc Godard França, Suíça, 1982 – 54 min / legendado eletronicamente em português
duração total da projeção: 141 min | M/16 PASSION data do começo do período em que Godard reatou com os circuitos comerciais de cinema, depois de uma longa ausência. Filme sobre o cinema e o trabalho (trata‑se da história de uma filmagem que não é levada a termo), com fortíssimas relações e associações com a pintura. Os cenários pintados são de Yvon Aubinel. A fechar a sessão, SCÉNARIO
HISTOIRE(S) DU CINÉMA 3A LA MONNAIE DE L’ABSOLU HISTOIRE(S) DU CINÉMA 3B UNE VAGUE NOUVELLE de Jean‑Luc Godard França, 1998 – 26 min + 27 min
duração total da projeção: 115 min | M/12 ALLEMAGNE NEUF ZÉRO vai buscar Eddie Constantine (e a sua personagem Lemmy Caution) a ALPHAVILLE para uma nova missão na Alemanha pós‑queda do muro de Berlim. Ponto alto da obra de Godard, trata‑se de uma belíssima e amargurada reflexão sobre a Europa, sobre o cinema, e sobre o passado de ambas as coisas. “Godard adota uma nova estratégia, criando uma montagem visual de espantosa complexidade, usando o seu próprio material e uma antologia de excertos do cinema clássico, e justapondo uma banda sonora igualmente densa” (Wheeler Winston Dixon). Os episódios 3A e 3B das HISTOIRE(S) DU CINÉMA são respetivamente dedicados a Gianni Amico e James Agee, Frédéric C. Froeschel e Nahum Kleiman. O título LA MONNAIE DE L’ABSOLU (3A) inspira‑se em Malraux, para o episódio mais político mas também mais pessimista das HISTOIRE(S) DU CINÉMA, que na sua segunda metade se concentra na relação do cinema com a Segunda Guerra, onde se diz que “o único filme que resistiu à ocupação do cinema pela América foi um filme italiano: ROMA CIDADE ABERTA”. UNE VAGUE NOUVELLE (3B) remonta às origens da Nouvelle Vague, contemporânea do artigo de Godard “Montagem, Minha Bela Inquietação”, frase que atravessa todas as HISTOIRE(S): “o nosso único erro foi então o de acreditar que se tratava de um princípio, que Stroheim não tinha sido assassinado, que Vigo não tinha sido coberto de lama, que OS 400 GOLPES continuavam enquanto enfraqueciam”… “Mas ainda assim, Becker, Rossellini, Melville, Franju, Jacques Demy, Truffaut, conheceu‑os!” / “Sim, eram meus amigos.”
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setembro 2015 | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
sala LUÍS DE PINA FOCO NO ARQUIVO
As duas sessões “Foco no Arquivo” de setembro continuam com projetos ligados à investigação. A primeira retoma o da “Coleção Colonial da Cinemateca: campo, contracampo, fora de campo”, com o qual a Cinemateca pretende criar uma plataforma de investigação e discussão continuada sobre a sua coleção colonial, sendo o filme deste mês apresentada por Catarina Simão, investigadora e artista que trabalha há vários anos sobre os arquivos moçambicanos. A sessão “O Trabalho no Ecrã” continua a ser organizada em colaboração com a equipa de investigação do projeto WORKS, desenvolvido pelo CIES‑IUL em parceria com o CRIA e o CECL‑UNL e o financiamento da FCT. Com incidência sobre a imagem do trabalho no cinema, o projeto é conduzido pelos investigadores Luísa Veloso (coordenadora), Frédéric Vidal, Emília Margarida Marques, Jacques Lemière, João Sousa Cardoso e João Rosas. “WORKS – O trabalho no ecrã: um estudo de memórias e identidades sociais através do cinema” é um projeto em curso, que inclui já o estudo de cerca de 400 filmes do acervo da Cinemateca com o objetivo de analisar as representações do trabalho no cinema português e, de modo mais alargado, as relações entre o cinema e as identidades e memórias do trabalho ao longo do século XX.
f fDia 09, Quarta-feira,
O PERIGO NÃO DORME
18:30
Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo
MUEDA – MEMÓRIA E MASSACRE de Ruy Guerra com Filipe Gunoguacala, Romão Canapoquele, Baltasar Nchilema, Maurício Machimbuco Moçambique, 1979 – 80 min / legendado em português | M/12
sessão apresentada por Catarina Simão Tendo participado ativamente na fundação do Instituto Nacional de Cinema de Moçambique, com MUEDA, MEMÓRIA E MASSACRE Ruy Guerra realiza a primeira longa‑metragem produzida no país após a independência. Filmando a reconstituição teatral do massacre cometido pelas forças coloniais portuguesas na localidade de Mueda a 16 de junho de 1960, quando soldados portugueses abriram fogo sobre uma manifestação popular, Ruy Guerra misturou os registos ficcional (a representação dos acontecimentos) e documental (os depoimentos das suas testemunhas) num misto de improvisação e de cinema vérité. O modo original como o filme trabalha a peça e os depoimentos que a acompanham para evocar um acontecimento traumático que constituiu um dos marcos históricos da luta anticolonial do país, faz com que se apresente como uma obra fundamental no contexto de um cinema moçambicano.
f fDia 16, Quarta-feira,
18:30
Projeto Works | O Trabalho no Ecrã
PENSAR NO FUTURO de João Mendes Portugal, 1953 – 14 min
COM A CASA DA AMÉRICA LATINA EM COLABORAÇÃO COM A CASA DA AMÉRICA LATINA No âmbito do curso de verão “América Latina Hoje”, organizado pela Casa da América Latina e o ISCTE ‑IUL, associando‑se à iniciativa, a Cinemateca, exibe o filme SUSANA DEMONIO Y CARNE de Luis Buñuel. A apresentação do filme é antecedida por uma breve introdução sobre o melodrama no cinema mexicano.
f fDia 08, Terça-feira,
18:00
de Fernando Garcia Portugal, 1960 – 11 min
O HOMEM E A MÁQUINA de Francisco de Castro, Manuel Moutinho Múrias Portugal, 1961 – 10 min
NOCTURNO de Jacinto Ramos Portugal, 1962 – 12 min
CRÓNICA DO ESFORÇO PERDIDO de António de Macedo Portugal, 1967 – 16 min
duração total da projeção: 63 min | M/12 sessão acompanhada pela equipa de investigação responsável pelo projeto WORKS seguida de debate com Nuno Domingos Composto por cinco títulos de curta‑metragem dos anos cinquenta e sessenta da coleção da Cinemateca, o alinhamento da sessão foi concebido a partir da ideia de uma visão institucional do trabalho. Produção da Campanha Nacional de Educação de Adultos, PENSAR NO FUTURO retrata o encontro de dois operários metalúrgicos, sublinhando o papel desempenhado pela Previdência Social. Produzidos pela Junta de Ação Social, O PERIGO NÃO DORME e O HOMEM E A MÁQUINA (um título da série “Campanha Nacional de Acidentes de Trabalho”) centram‑se na questão dos acidentes de trabalho. Essencialmente composto por imagens e música, NOCTURNO (uma produção do realizador) tem por motivo a siderurgia nacional. CRÓNICA DO ESFORÇO PERDIDO (produção Francisco de Castro) é um documentário promocional sobre a FNAT e, em particular, a ginástica de pausa, com texto dito por Maria do Céu Guerra e música de Carlos Paredes. A sessão é comentada por Nuno Domingos, investigador do ICS‑IUL.
ESPLANADA CINEMA NA ESPLANADA MARLENE Depois das sessões ao ar livre de julho, as de setembro, também às sextas‑feiras, no mesmo horário das 22h30, na Esplanada dos 39 Degraus. Depois do “mar” (o mote de julho último), Marlene. Dietrich, por Sternberg, em quatro famosos, muito luminosos (mas também noturnos), filmes da primeira metade dos anos trinta.
f fDia 04, Sexta-feira,
22:30
DER BLAUE ENGEL O Anjo Azul de Josef von Sternberg com M arlene Dietrich, Emil Jannings, Kurt Gerron, Hans Albers Alemanha, 1930 – 110 min / legendado em português | M/12 Obra de transição dos anos vinte para os anos trinta, foi filme que revelou Marlene Dietrich. A sua Lola‑Lola (“Dos pés à cabeça, sou feita para o amor”, canta ela) entrou para a galeria dos mitos criados pelo cinema. Adaptado de um romance de Heinrich Mann, é a história da degradação de um professor apaixonado por uma cantora de cabaret. O primeiro filme da lendária ligação de Sternberg com Marlene, cuja imagem é muito diferente daquela que foi criada por Hollywood, que aqui é mais crua, menos idealizada.
f fDia 11, Sexta-feira,
22:30
MOROCCO Marrocos de Josef von Sternberg com M arlene Dietrich, Gary Cooper, Adolphe Menjou, Francis McDonald Estados Unidos, 1930 – 92 min / legendado em português | M/12
O primeiro filme de Marlene nos EUA e aquele que a impôs definitivamente. Uma delirante história de amor, onde uma cantora troca a riqueza do amante mais velho pelo amor de um legionário, encarnado por Gary Cooper, que Sternberg transforma num poderoso sex symbol, num eco masculino à imagem de Marlene Dietrich. Uma cena que deu escândalo: Marlene cantando, vestida de homem, e quebrando um tabu do cinema ao beijar na boca uma cliente do cabaret. Um final que ficou lendário: Marlene seguindo a pé o seu “beau légionnaire” pelas areias do deserto. O mito de Marlene Dietrich no auge e a arte de Sternberg no apogeu.
f fDia 18, Sexta-feira,
SHANGHAI EXPRESS O Expresso de Xangai de Josef von Sternberg com M arlene Dietrich, Anna May Wong, Warner Oland, Clive Brook, Eugene Pallette Estados Unidos, 1932 – 82 min / legendado em português | M/12
SHANGHAI EXPRESS foi a quinta das sete maravilhas do cinema nascidas do encontro entre Josef von Sternberg e Marlene Dietrich. Aqui, Marlene tem uma das suas mais lendárias interpretações no papel de uma mulher que muitos homens transformaram em “Shanghai Lily”. Numa viagem pela China, devastada pela guerra civil, num comboio com os mais estranhos e perigosos passageiros, Shanghai Lily encontra um velho amor, um médico enviado numa perigosa missão.
f fDia 25, Sexta-feira,
SUSANA, DEMONIO Y CARNE
22:30
22:30
THE SCARLET EMPRESS
Susana de Luis Buñuel com Rosita Quintana, Fernando Soler, Victor Mendonza México, 1950 – 85 min / legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação SUSANA, DEMONIO Y CARNE, uma das obras mexicanas de Buñuel, é um dos seus mais delirantes filmes, talvez o primeiro em que se manifesta a sua capacidade de filmar fielmente um melodrama e ao mesmo tempo subvertê‑lo completamente. Susana foge de uma prisão numa noite de tempestade e vai tomar o lugar de um “anjo exterminador” numa grande propriedade rural onde se refugia, despertando a paixão de todos os homens da casa: primeiro o capataz, depois o filho e finalmente o pai, lançando um contra o outro. O imprevisível desenlace é um prodígio de sarcasmo.
A Imperatriz Vermelha de Josef von Sternberg com M arlene Dietrich, John Lodge, Sam Jaffe, Louise Dresser Estados Unidos, 1934 – 104 min / legendado em português | M/12
Josef von Sternberg conta a história da ascensão ao poder de Catarina a Grande numa das suas fabulosas colaborações com Marlene Dietrich, mais luminosa do que nunca. THE SCARLET EMPRESS é também um filme de inusitado barroquismo, magistralmente filmado. Mal entendido quando estreou, foi recuperado nos anos sessenta, tornando‑se entretanto um cult movie. É também (ou não fosse um Sternberg‑Marlene) um grande filme erótico. Cenários de Hans Dreier.
CALENDÁRIO | setembro 2015 01 TERÇA-FEIRA 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
DARK SHADOWS Tim Burton 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
RECORDAÇÕES DA CASA AMARELA João César Monteiro 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE CURSE OF FRANKENSTEIN Terence Fisher 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Alberto Vaz da Silva
LOLA Jacques Demy
02 QUARTA-FEIRA 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE CURSE OF FRANKENSTEIN Terence Fisher 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
O BOBO José Álvaro Morais 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE BATTLE OF THE RIVER PLATE Michael Powell, Emeric Pressburger 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Nuno Melo
O BARÃO Edgar Pêra
03 QUINTA-FEIRA 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE BATTLE OF THE RIVER PLATE Michael Powell, Emeric Pressburger 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
FRANCISCA Manoel de Oliveira 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE PRIVATE LIFE OF SHERLOCK HOLMES Billy Wilder
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Nuno Melo
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
LOBOS José Nascimento
GREMLINS TWO: THE NEW BATCH Joe Dante
08 TERÇA-FEIRA
14 SEGUNDA-FEIRA
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
SARABAND FOR DEAD LOVERS Basil Dearden
EL CONDE DRACULA Jess Franco
18h00 | SALA LUÍS DE PINA | Com a Casa da América Latina
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
SUSANA, DEMONIO Y CARNE Luis Buñuel
APARELHO VOADOR A BAIXA ALTITUDE Solveig Nordlun d
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Maria Barroso
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
BENILDE OU A VIRGEM MÃE Manoel de Oliveira
DRACULA Terence Fisher
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | (Re)Visitar F.J. Ossang
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
DRACULA PRINCE OF DARKNESS Terence Fisher
DHARMA GUNS – LA SUCCESSION DE STARKOV François-Jacques Ossang
09 QUARTA-FEIRA
15
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
CAPTAIN HORATIO HORNBLOWER Raoul Walsh
STAR WARS, EPISODE II: ATTACK OF THE CLONES George Lucas
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Foco no Arquivo | Coleção Colonial da Cinemateca: Campo, Contracampo, Fora de Campo
TERÇA-FEIRA
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
MUEDA – MEMÓRIA E MASSACRE Ruy Guerra
O CERCO António da Cunha Telles
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | (Re)Visitar F.J. Ossang
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
SILÊNCIO DOCTEUR CHANCE François-Jacques Ossang
THE TWO FACES OF DR. JEKYLL Terence Fisher 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Ante-estreias
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE MAN WHO COULD CHEAT DEATH Terence Fisher
MARIA DO MAR ENTRECAMPOS João Rosas
10 QUINTA-FEIRA
16
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
QUARTA-FEIRA
THE HOUND OF THE BASKERVILLES Terence Fisher
THE GORGON Terence Fisher
MUDAR DE VIDA Paulo Rocha
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Foco no Arquivo | Projeto Works O Trabalho no Ecrã
04 SEXTA-FEIRA
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | (Re)Visitar F.J. Ossang
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Maria Barroso
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE PRIVATE LIFE OF SHERLOCK HOLMES Billy Wilder 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
O PAI TIRANO António Lopes Ribeiro 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
ILL MET BY MOONLIGHT Michael Powell, Emeric Pressburger 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
BELARMINO Fernando Lopes
11 SEXTA-FEIRA
PENSAR NO FUTURO João Mendes O PERIGO NÃO DORME Fernando Garcia O HOMEM E A MÁQUINA Francisco de Castro, Manuel Moutinho Múrias NOCTURNO Jacinto Ramos CRÓNICA DO ESFORÇO PERDIDO António de Macedo
10h30 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior | Monstrinhos na Era Digital
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
LE TRÉSOR DES ÎLES CHIENNE François-Jacques Ossang 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Nuno Melo
A FILHA Solveig Nordlund
MONSTER HOUSE Gil Kenan
THE HOUND OF THE BASKERVILLES Terence Fisher
14h30 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior | Monstrinhos na Era Digital
22H30 | ESPLANADA | Cinema na Esplanada | Marlene
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
DER BLAUE ENGEL O Anjo Azul Josef von Sternberg
THE MAN WHO COULD CHEAT DEATH Terence Fisher
05 SÁBADO 15h00 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior
ARSENIC AND OLD LACE Frank Capra 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Double Bill
HUSBANDS John Cassavetes THE LAST FLIGHT William Dieterle
ATELIER: A FANTASMAGORIA
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
OSSOS Pedro Costa 18h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês: Panorama Histórico e Retrospetiva Xie Jin
CONFERÊNCIA POR Hangfu Yochuan
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Panorama Histórico O Cinema de Xangai Anterior a 1949
SHEN NÜ “A Divina” Wu Yonggang
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | In Memoriam Maria Barroso
22H30 | ESPLANADA | Cinema na Esplanada | Marlene
AMOR DE PERDIÇÃO Manoel de Oliveira
MOROCCO Josef von Sternberg
07 SEGUNDA-FEIRA
12 SÁBADO
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
BITTER VICTORY Nicholas Ray 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
O RIO DO OURO Paulo Rocha 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
SARABAND FOR DEAD LOVERS Basil Dearden
15h00 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior | Monstrinhos na Era Digital
HOTEL TRANSYLVANIA Genndy Tartakovsky 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Double Bill
VERTIGO Alfred Hitchcock LA FILLE DE NULLE PART Jean-Claude Brisseau
UMBRACLE Pere Portabella 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
THE DEVIL RIDES OUT Terence Fisher
17 QUINTA-FEIRA 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
DRACULA Terence Fisher 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Filmes Portugueses Legendados
UM ADEUS PORTUGUÊS João Botelho 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
NÜLAN WUHAO “A Jogadora de Basquete nº 5” Xie Jin 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Panorama Histórico O Cinema de Xangai Anterior a 1949
XIAO WANYI “Os Pequenos Brinquedos” Sun Yu
18 SEXTA-FEIRA 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Plano Nacional de Cinema
LOUISIANA STORY Robert Flaherty 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
DA LI, XIAO LI HE LAO LI “O Grande Li, o Pequeno Li e o Velho Li” Xie Jin
CALENDÁRIO | setembro 2015 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Knut Erik Jensen – Sessão de Abertura
STELLA POLARIS Knut Erik Jensen 22H30 | ESPLANADA | Cinema na Esplanada | Marlene
SHANGHAI EXPRESS Josef von Sternberg
19 SÁBADO 15h00 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior
MONSTER HOUSE Gil Kenan 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Double Bill
THE GHOST AND MRS. MUIR Joseph L. Mankiewicz LA FRONTIÈRE DE L’AUBE Philippe Garrel 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | C inema Chinês | Panorama Histórico O Cinema de Xangai Anterior a 1949
XIAOCHENG ZHI CHUN “Primavera Numa Pequena Cidade” Fei Mu
21 SEGUNDA-FEIRA 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | C inema Chinês | Panorama Histórico O Período 1949-65
LIANG SHANBO YU ZHU YINGTAI “Liang Shanbo e Zhu Yingtai” Sang Hu, Huang Sha 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
BRENT AV FROST “Queimado pelo Gelo” Knut Erik Jensen 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | C inema Chinês | Panorama Histórico O Período 1949-65
LU BAN DE CHUANSHUO “A Lenda de Lu Ban” Sun Yu 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
WUTAI JIEMEI “Irmãs de Palco” Xie Jin
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
23 QUARTA-FEIRA
28 SEGUNDA-FEIRA
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Panorama Histórico Depois da Quinta Geração
DRACULA PRINCE OF DARKNESS Terence Fisher 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
HEFTIG OG BEGEISTRET / COOL & CRAZY Knut Erik Jensen 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | DocNomads
BÉTAIL Joana Sousa A PASSAGEM Sohel Rahman WALLS WITH ALL OUR CAMERAS Miguel López Beraza
HUANG TUDI Terra Amarela Chen Kaige 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
TIANYUNSHAN CHUANQI ”A Lenda da Montanha Tyanyun” Xie Jin 22h00 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
GRETE PÅ KRIKEGÅRD I LENINGRAD APRIL 1970 “Grete numa Praça em Leningrado 1970” PIA KALD VERDEN ROSORNAS VÄG “A Rua das Rosas” LENGSEL ETTER NÅTID “À Espera do Dia de Hoje” LIVETS RØST “Voz da Vida” Knut Erik Jensen
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
FURONG ZHEN “A Cidade dos Hibiscos” Xie Jin
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
HEFTIG OG BEGEISTRET På SANGENS VINGER / COLL & CRAZY ON THE ROAD Knut Erik Jensen
THE DEVIL RIDES OUT Terence Fisher
24 QUINTA-FEIRA
VLADIMIR ET ROSA Grupo Dziga Vertov
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Um Dia Truffaut
18h00 | SALA LUÍS DE PINA | Histórias do Cinema: Ciryl Neyrat / Jean-Luc Godard
ANTOINE ET COLETTE François Truffaut LE SANG D’UN POÈTE Jean Cocteau
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
ZUIHOU DE GUIZU “As Últimas Aristocratas” Xie Jin
DET AKUTTE MENNESKE “O Homem de Akutte” Knut Erik Jensen
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Um Dia Truffaut
30 QUARTA-FEIRA
LES MISTONS François Truffaut ZÉRO DE CONDUITE Jean Vigo 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Um Dia Truffaut
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Christopher Lee – O Príncipe das Trevas
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | C inema Chinês | Panorama Histórico Os Começos da Quinta Geração
QIU JIN Xie Jin
22h00 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | C inema Chinês | Panorama Histórico O Período 1949-65
FARVEL DA, GAMLE KJELVIKFJELL “Então Adeus, Velho Kjelvirmoutain” 200 KG PÅ STAMPEN “Um Bom Arrasto” TOGO JENSEN Knut Erik Jensen
29 TERÇA-FEIRA
25 SEXTA-FEIRA
18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
AMATEUR Olga Ramos
22 TERÇA-FEIRA DA NAO TIANGONG “O Rei dos Macacos e o Palácio Celeste” Wan Laiming
VIVRE SA VIE Jean-Luc Godard
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Ante-estreias
Når mørket er forbi “Passando a Escuridão” Knut Erik Jensen
18h00 | SALA LUÍS DE PINA | Histórias do Cinema: Ciryl Neyrat / Jean-Luc Godard
UNE PARTIE DE CAMPAGNE Jean Renoir JULES ET JIM François Truffaut
22h00 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
YANGGUANG CANLAN DE RIZI “No Calor do Sol” Jiang Wen
THE MUMMY Terence Fisher 18h30 | SALA LUÍS DE PINA | Knut Erik Jensen
ISKYSS “Beijo de Gelo” Knut Erik Jensen 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Panorama Histórico Os Começos da Quinta Geração
JU DOU Ju Dou Zhang Yimou
QING-LIANGSI ZHONG SHENG “O Sino do Templo da Pureza” Xie Jin
15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
YAPIAN ZHANZHENG A Guerra do Ópio Xie Jin 18h00 | SALA LUÍS DE PINA | Histórias do Cinema: Ciryl Neyrat / Jean-Luc Godard
PUISSANCE DE LA PAROLE Jean-Luc Godard ICI ET AILLEURS Jean-Luc Godard, Anne Marie-Miéville 19h00 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Panorama Histórico Depois da Quinta Geração
MINJING GUSHI “Histórias da Polícia do Povo” Ning Ying 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Ante-estreias Outras sessões de setembro
TENHO UM ROSTO PARA SER AMADO Francisco Valente LA VILLA SANTO SOSPIR Jean Cocteau
21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Ante-estreias
DIALOGUE: WOLE SOYINKA ET L.S. SENGHOR Manthia Diawara 22H30 | ESPLANADA | Cinema na Esplanada | Marlene
THE SCARLET EMPRESS Josef von Sternberg
26 SÁBADO 11h00 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior | Atelier Família
FILMAR O MUNDO COM OLHOS DE VER
15h00 | SALÃO FOZ | Cinemateca Júnior
FRANKENSTEIN James Whale 15h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Double Bill
DETOUR Edgar G. Ulmer FEMME FATALE Brian De Palma 21h30 | SALA M. FÉLIX RIBEIRO | Cinema Chinês | Xie Jin
MUMAREN “O Tratador de Cavalos” Xie Jin
中国电影展 FESTA DO CINEMA CHINÊS