MAV - Multifuncional das Artes Visuais.

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MULTIFUNCIONAL DAS ARTES VISUAIS Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza - UNIFOR como requisito para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Aluna: Nóbrega Holanda de Azevedo Orientação: Prof.ª Maria Christina dos M. Coelho Bessa Fortaleza, dezembro de 2020


MULTIFUNCIONAL DAS ARTES VISUAIS

BANCA EXAMINADORA

Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza Azevedo, Nyna. M.A.V. Multifuncional das artes visuais. : Democratização da artes, produção colaborativa e arquitetura multifunções. / Nyna Azevedo. - 2020 91 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Arquitetura E Urbanismo, Fortaleza, 2020. Orientação: Maria Christina Bessa. 1. Arte. 2. arquitetura. 3. produção colaborativa. 4. ateliê compartilhado. 5. multifuncional. I. Bessa, Maria Christina . II. Título.

Prof.ª Maria Christina dos M. Coelho Bessa ORIENTADORA CCT - UNIFOR

Marília Diógenes Oliveira PROFESSOR (A) CONVIDADO (A) CCT - UNIFOR

MSc Ivna Gadelha Diógenes ARQUITETO CONVIDADO


Esta é uma carta aberta ao futuro. Hoje eu estou na reta final da entrega do que parece ser o desfecho dessa crônica cômica chamada curso superior. Tenho me sentido como Phileas Fogg na aposta insana da volta ao mundo em 80 dias. Ou como o acrobata desorientado e atrasado Sr. “Passa-por-tudo”, que convenhamos combina bem mais com minha personalidade. E já sabendo dessa minha mania de revisitar o passado, deixo aqui registrado que esta é uma das cartas mais difíceis que já me escrevi. É que tenho muito ao que agradecer. Durante estes últimos sete anos conheci, absorvi, aprendi e me reconheci entre histórias e estórias. Eu corri atrás de ema, tomei banho em fonte, plotei projeto na véspera, ignorei a Leonilha, dancei o berequetê, ganhei concurso de fantasia da calourada, virei noite, fui de penetra em viagens de patrimônio, chorei por meio ponto e também por abono de falta no final de cada semestre. Conheci professores que tocaram meu coração e amigos que testaram meu fígado. Transgredi algumas regras também, mas o que seria de nós se não pudéssemos admitir isso em um documento oficial, não é mesmo?

AGRADECIMENTOS

A todos que participaram desta minha caminhada e que se encontraram de alguma forma nestas linhas, meu mais profundo e sincero muito obrigada. Quem diria que os trabalhos em grupo que tanto criavam intriga, também criariam raízes. A minha orientadora Maria Christina Bessa eu agradeço as conversas, conselhos, puxões de orelha e risadas. Agradeço a persistência e o acolhimento, que neste cenário pandêmico mostrou que se fazer presente está longe de ser algo físico. Aos meus pais Paulo Soares de Azevedo e Lya Nóbrega Holanda de Azevedo, meu

coração inteiro. Com vocês aprendi que a educação é a caneta do verbo, seja ele qual for. Sonhar, projetar, arquitetar, lutar. Realizar. Vocês são o abraço que ampara cada queda, a força que sombreia cada passo, o ninho que consola cada lágrima e a voz que enfrentou o mundo para que eu tivesse a minha. Aos meus irmãos Paulo Victor e Anne eu agradeço a paciência. Deus sabe que vocês precisaram ter. A minha dupla e sócia de vida Lara Nóbrega Castelo Branco, eu agradeço por termos nos encontrado. Agradeço também pelos deliciosos purês de jerimum dos almoços de projeto, pelas incontáveis soluções práticas para problemas complexos e por todas as vezes que ao pensarmos diferente, abraçávamos e defendíamos a ideia da outra como nossa. Ceder é tão importante quanto convencer. Muito obrigada, eu não teria conseguido chegar até aqui sem você. A minha avó Maria Aila Nóbrega de Holanda, dedico meu diploma. Você é pura poesia! Agradeço também a instituição. Vocês receberam uma menina, a deram asas e hoje a jogam no mundo. Agradeço a todas as vezes que precisei me reinventar, a todos os obstáculos que me fizeram enxergar que a vida não corre em linha reta, a todas as possibilidades que me permitiram escolher entre o fácil e o certo; e a todas as vezes que enfrentando as probabilidades, escolhi ser correta. Por fim, agradeço a todas que fui pelo caminho. E, Nyna do futuro, se você estiver lendo isso, mal posso esperar pra te conhecer!

22 de novembro de 2020.


ABSTRACT

resumo

The present work seeks to promote through architecture the understanding of art as a vector of social change. With a historiographic foundation, the present paper leads the reader from the prehistory of art through its importance in the contemporary era.

O presente trabalho busca promover através da arquitetura o entendimento da arte como vetor de mudança social. Com uma fundamentação historiográfica guia o leitor da arte pré-história a sua importância na contemporaneidade pós revolução digital.

The project presents the multifunctional architecture focused on visual arts which centralizes the production, as well as showing how the built environment can encourage collaborative production.

O projeto aborda a arquitetura multifuncional voltada para as artes visuais, que centraliza os ofícios e serviços inerentes ao fazer artístico e trabalha o ambiente construído voltado para a produção colaborativa.

For this purpose, the complex has the educational sector, the cultural exchange sector and the commercial sector, which together create a symbiotic hive that aims to narrow the distance between the student, the artist, the market, the public and the collector.

Para isso o complexo conta com o setor educacional, o setor de intercambio cultural e o setor comercial, que, em conjunto criam uma colmeia simbiótica que visa estreitar a distancia entre o estudante, o artista, o mercado, o publico leigo e o colecionador.


FIGURA 10 - Área externa da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010 .......................................................................................................................................... p. 21 FIGURA 11 - Área interna da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010.................................................................................................................................................. p. 21

lista de FIGURAS FIGURA 01 - Staatliches Bauhaus, comumente conhecida como Bauhaus, uma escola de arte vanguardista na Alemanha. Fonte: Medium. Disponível em <https://medium.com/@ lenineon/bauhaus-1919-1933-bb36c1101f65 >. ..................................................................... p. 08 FIGURA 02 fessor e diretor da Bauhaus. Fonte: Site Line of Design. Disponível em <https://lineofdesign.wordpress.com/2013/02/14/professor-da-bauhaus-hannes-mey er/>................................................................................................................................................... p. 09 FIGURA 03 - Foto tirada em SoHo, mostrando a agitada vida urbana criada pelos diversos empreendimentos do bairro. Fonte: U Chicago Magazine. Disponível em <https://mag.uchicago.edu/arts-humanities/how-artists-changed-nycs-soho/>............................................................................................................................................. p. 11 FIGURA 04 - Foto aérea da Googleplex, complexo onde funciona a sede da empresa Google, no Vale do Silício. Fonte: STUDIOS Architecture. Disponível em <https://studios.com/ googleplex.html/>......................................................................................................................... p. 15 FIGURA 05 - Porto Iracema das Artes. Fonte: Site do Governo do Estado do Ceará. Disponível em < https://www.ceara.gov.br/2019/08/07/porto-iracema-das-artes-celebra-6-anos-com-programacao-especial-durante-o-mes-de-agosto/>.................................................p. 18 FIGURA 06 - Casa Bendita. Fonte: Blog Marcia Travessoni. Disponível em <https://marciatravessoni.com.br/noticias/empresas-aumentam-presenca-online-e-se-reinventam-durante-a-pandemia/>...................................................................................................................... p. 18 FIGURA 07 tim..................................................................................................................................................... p. 20 FIGURA 08 - Instituto Inhotim vista aérea. Fonte: Diário do Poder, 2019........................... p. 20 FIGURA 09 -Área externa da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010.................................................................................................................................................. p. 21

FIGURA 12 - Área interna da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010.................................................................................................................................................. p. 22 FIGURA 13 - Galeria Cosmococa, corte BB. Fonte: Arquitetos Associados. 2010 ...............p. 23 FIGURA 14 - Galeria Cosmococa, corte AA. Fonte: Arquitetos Associados. 2010............... p. 23 FIGURA 15 - Galeria Cosmococa planta de térreo. Fonte: Arquitetos Associados, 2010.Fonte: Arquitetos Associados. 2010................................................................................................... p. 24 FIGURA 16 - Galeria Cosmococa planta baixa 2 pavimento. Fonte: Arquitetos Associados, 2010.Fonte: Arquitetos Associados. 2010................................................................................. p. 24 FIGURA 17 - Área externa inferior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008.................................................................................................................. p. 25 FIGURA 18 - Entrada térrea da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008................................................................................................................................. p. 25 FIGURA 19 - Espaço de exposição no piso inferior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008........................................................................................ p. 25 FIGURA 20 - Entrada do piso superior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008................................................................................................................ p. 25 FIGURA 21 - Galeria Adriana Varejão, pavimento térreo. Fonte: Tacoa Arquitetos .......... p. 27 FIGURA 22 - Galeria Adriana Varejão, pavimento superior. Fonte: Tacoa Arquitetos..................................................................................................................................................... p. 27 FIGURA 23 - Galeria Adriana Varejão, Corte AA. Fonte: Tacoa Arquitetos..................................................................................................................................................... p. 27 FIGURA 24 - Galeria Adriana Varejão, Corte BB. Fonte: Tacoa Arquitetos .......................... p. 27 FIGURA 25 - Espaço de exposição no piso superior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 200...................................................................................... p. 28 FIGURA 25 - Espaço de exposição no piso superior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 200...................................................................................... p. 28


FIGURA 26 ............................................................................................................................................................ p. 29

FIGURA 42 - Vista interna de um dos espaço de leitura da biblioteca, onde os visitantes podem utilizar o prédio e apreciar a paisagem ao mesmo tempo. Fonte: Archdaily ............ p. 38

FIGURA 27 cial Central Park AU......................................................................................................................... p. 29

FIGURA 43 - Mapa de aferição do uso do solo por quadra. Fonte: Elaborado pela autora....................................................................................................................................................... p. 41

FIGURA 28 - Destaque do espaço de varejo central no complexo Central Park AU. Fonte: p. 30

FIGURA 44 - Mapa de zoneamento urbano e delimitação do bairro investigado nesse trabalho. Fonte: Elaborado pela autora .............................................................................................. p. 42

FIGURA 29 - Destaque do espaço de patrimônio central no complexo Central Park AU. Fonte: p. 30

FIGURA 45 - Mapa de entorno do terreno escolhido para intervenção. Fonte: Elaborado pela autora ..................................................................................................................................... p. 43

FIGURA 30 - Destaque do espaço de residência central no complexo Central Park AU. Fonte: p. 30

FIGURA 46 - Paletas de cores baseadas nos elementos da área do terreno escolhido e no p. 51

FIGURA 31 - Destaque do espaço parques e áreas verdes centrais no complexo Central Park p. 30

FIGURA 47 - Proposta de logo para o projeto do Multifuncional das Artes Visuais (MAV) trás

FIGURA 32 - Destaque do espaço de vias que circundam o complexo Central Park AU. Fonte: p. 30 FIGURA 33 escritório Jean Nouvel. .................................................................................................................. p. 31 FIGURA 34 Fonte: Site do escritório Jean Nouvel. ........................................................................................ p. 31 FIGURA 35 Site do escritório Jean Nouvel. .................................................................................................... p. 33 FIGURA 36 - Fachada toda em vidro da unidade do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Revista Folha de São Paulo. ................................................................................................................................... p. 33 FIGURA 37 - Piscina no último andar do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Revista Folha de São Paulo. ................................................................................................................................................ p. 35 FIGURA 38 - Amplo espaço da academia de ginástica do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Revista Folha de São Paulo. ........................................................................................................................ p. 35 FIGURA 39 - Um dos espaços utilizados para práticas esportivas variadas do Ses de 24 de p. 36 FIGURA 40 -Amplo espaço de galeria para exposições artísticas do Sesc de 24 de Maio. Fonp. 36 FIGURA 41

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produção participativa e faz alusão também às ondas do mar. Fonte: Elaborado pela autora. .................................................................................................................................................. p. 52 FIGURA 48 - Mapa mostrando vias do entorno do terreno escolhido para a implantação do projeto elaborado nesse trabalho. Fonte: Elaborado pela autora. ...................................... p. 53 FIGURA 49 - Progressão da escolha de zoneamento do terreno para a impantação do coplexo. Fonte: Elaborado pela autora. ......................................................................................... p. 54 FIGURA 50 paisagismo. Fonte: elaborado pela autora. .............................................................................. p. 55 FIGURA 51 - Tipos de árvores pensadas para sombrear e ornamentar a área ente blocos. Fonte: elaborado pela autora.. ................................................................................................... p. 55 FIGURA 52 - Área aberta e permeável do complexo, onde as pessoas podem utilizar como praça e espaço de convivência. Fonte: elaborado pela autora.. ........................................... p. 56 FIGURA 53 - Espaço permeável em área ente blocos. Fonte: elaborado pela autora. ..... p. 56 FIGURA 54 te: elaborado pela autora. ........................................................................................................... p. 57 FIGURA 55 cação. Fonte: Elaborado pela autora. ........................................................................................ p. 59 FIGURA 56 Elaborado pela autora. ................................................................................................................ p. 60


FIGURA 57 borado pela autora.. ..................................................................................................................... p. 60 FIGURA 58 - Espaço de restaurante padrão do complexo. Fonte: elaborado pela autora....................................................................................................................................................... p. 62 FIGURA 59 - Exemplo de sala de aula, com preparo para lições de diversos tipos voltados estudo de arte. Fonte: elaborado pela autora. ........................................................................ p. 62 FIGURA 60 ........................................................................................................................................................... p. 64 FIGURA 61 ........................................................................................................................................................... p. 64 FIGURA 62 - Área externa do espaço comercial. Fonte: elaborado pela autora. ............... p. 66 FIGURA 63 - Local destinado às exposições e amostras artísticas do complexo. Fonte: elaborado pela autora. ...................................................................................................................... p. 66

Plantas técnicas PRANCHA 01 - Implantação. ........................................................................................................ p. 67 PRANCHA 02 -Térreo. .................................................................................................................... p. 68 PRANCHA 03 -1 pavimento geral. ............................................................................................... p. 69 PRANCHA 04 -2 pavimento geral. ............................................................................................... p. 70 PRANCHA 05 - Educacional - Pavimento térro. ........................................................................ p. 71 PRANCHA 06 - Educacional - 1 Pavimento. ............................................................................... p. 72 PRANCHA 07 - Educacional - 2 Pavimento. ............................................................................... p. 73 PRANCHA 08 - Habitacional - Pavimento térro. ...................................................................... p. 74 PRANCHA 09 - Habitacional - 1 Pavimento. ............................................................................ p. 75 PRANCHA 10 - Comercial - Pavimento térro.. .......................................................................... p. 76 PRANCHA 11 - Comercial - 1 Pavimento. ................................................................................. p. 77 PRANCHA 12 - Comercial - 2 Pavimento. ................................................................................. p. 78 PRANCHA 13 - Fachadas 1 e 2. .................................................................................................... p. 79 PRANCHA 14 - Fachadas 3 e 4. .................................................................................................... p. 80 PRANCHA 15 - Cortes 1 e 2 ........................................................................................................... p. 81 PRANCHA 16 - Cortes 3 e 4. .......................................................................................................... p. 82 PRANCHA 17 - Detalhamento de brise. ..................................................................................... p. 83 PRANCHA 18 - Subsolo. ................................................................................................................ p. 84


lista de tabelas

lista de SIGLAS

TABELA 1 - Anexo 5 - Tabela de classificação das atividades por grupo e subgrupo. Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de agosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho. .......................................... p. 44

A.I.R - Artists in Residence

TABELA 2 - Anexo 7 - Tabela de classificação das vias do sistema viário (vias arteriais). Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de agosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho. .......................................... p. 45

FUNARTE - Fundação Nacional de Artes

TABELA 3 - Anexo 4 - Tabela de zoneamento urbano - macrozona de ocupação urbana - zona de orla. Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de agosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho. ................ p. 45 TABELA 4 - Anexo 5 - Tabela de equipamentos de cultura e lazer. Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de gosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho. ................................................................................ p. 46 TABELA 5 - Fluxograma da edificação proposta. Fonte: Elaborado pela autora. ... p. 48 TABELA 6 - Fluxograma do primeiro pavimento da edificação proposta. Fonte: Elaborado pela autora .......................................................................................................p. 49 TABELA 7 - Fluxograma do segundo pavimento da edificação proposta. Fonte: Elaborado pela autora........................................................................................................p. 50 TABELA 8 - Programa de necessidades do complexo. Fonte: Elaborado pela autora. ........................................................................................................................................p. 57

ARPANET - Advanced Research Projects Agency Network CDB - Central Business District LUOS - Lei de Uso e Ocupação do Solo MEC - Ministério da Educação MIRC - Messenger Internet Relay Chat MPAC - Museu Paisagem de Arte Contemporânea NSFnet - National Science Foundation’s Network Secult - Secretaria de Cultura SoHo - South Houston TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol WWW - World Wide Web


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conteúdos

pág. 19

PROJETOS DE REFERÊNCIA Inhotim Central Park SESC 24 de Maio Seashore library

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pág. 01

INTRODUÇÃO

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pág. 39

O PROJETO

Problematização e justificativa

A escolha do terreno

Objetivos

O terreno

Metodologia

Fluxograma Sobre o projeto

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Educacional

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CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

Habitacional Comercial Pranchas técnicas

O homo sapiens, a produção participativa e a arte A estetização do mundo e a produção participativa Bauhaus SoHo e o surgimento das A.I.R. A internet e o novo mercado Arquitetura multifuncional e economia participativa

05 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclusão Referencial bibliográfico

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Assim, a falta de espaços para produção artística atrelada a pequena porcentagem relativa ao preenchimento das vagas de bolsas Funarte pelo estado do Ceará, pode ser lida como uma carência neste setor.

Introdução No decorrer da história a arte permeia a vida humana, e assim como Simon Schima (2004) falava sobre a natureza, a arte também não designa a si própria como tal, são os homens que o fazem. Ela muda e se adapta tanto em significado quanto em valores simbólicos de acordo com os contextos culturais, históricos, sócio espaciais e as circunstancias as quais os artistas que a produzem são submetidos.

ram contabilizadas 116 residências artísticas cadastradas no Brasil, onde 50 estavam situadas em São Paulo, 30 no Rio de Janeiro, 16 em Minas Gerais, 10 no Rio Grande do Sul e 10 no Ceará.

Atualmente, o escopo da teoria do que é arte é imensurável, uma vez que perpassa o plano do sentir, toca o imaginário e emociona nas mais variadas plataformas para tal: de um jantar instalação a uma peça de teatro (HOFFMAN, 2017).

Dados obtidos através da Secretaria de Cultura do estado do Ceará informam que, dos 3.121 agentes promotores das artes visuais cadastrados, 1.052 não preencheram o seu local de produção. Isto é, aproximadamente 34% dos artistas inscritos na Secretaria de Cultura - Secult não possuem ateliê ou espaço compartilhado destinado para ao fazer artístico.

Este trabalho, entretanto, limita-se as artes visuais e plásticas com finalidade de pensar o espaço construído como forma de promover condições igualitárias de produção artísticas. Assim como refletir sobre a produção participativa, espaços artísticos compartilhados e o impacto destes na reviravolta social pós revolução digital (VIRILIÔ, 2010). Segundo o mapeamento da Fundação Nacional de Artes - Funarte, em 2014 fo-

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Em 2019, dos editais abertos pela FUNARTE referentes a artes visuais no Brasil apenas o edital Funarte Descentrarte teve vagas preenchidas por projetos cearenses.

Sabendo que de acordo com o Ministério da educação - MEC em todo o Brasil existem 170 centros educacionais que promovem o curso de Artes Visuais a nível de bacharelado ou licenciatura e só na capital cearense, Fortaleza, o curso em questão é ofertado por 18 instituições, aproximadamente 11% do total brasileiro, é entendido que o interesse pela área não só existe como é significativo.

xo abrigará uma escola de artes visuais e plásticas, uma residência artística e equipamentos de uso coletivo e comunitário, assim como todos os aparatos necessários para seu funcionamento pleno.

Desta forma, será desenvolvido a proposta de um Centro Multifuncional de Artes Colaborativo. O comple-

Diante do que foi apresentado, pensa-se que o objeto de estudo deste trabalho é o espaço de produção do artista e o projeto participativo. A seguir seguem os objetivos delimitados:

Objetivo geral: Busca-se aqui, primeiramente, estudar a figura do artista através de uma perspectiva histórica que permita entender a sua condição quanto agente social e seu significado na memória cultural da sociedade. Além disso, procura-se também entender a situação contemporânea na qual os profissionais da produção cultural e o mercado da arte influenciam e se inserem.

Por fim, planejo a elaboração de um projeto de Centro Multifuncional vinculado à atividades artísticas visuais. Através dos recursos conceituais consolidados na pesquisa teórica desse trabalho, pretendo aproximar educação artística e economia colaborativa através de uma arquitetura que propicie um espaço de melhoria para a vida urbana e social do bairro Praia do Futuro II.

Ademais, estuda-se também a arquitetura multifuncional para entender suas possibilidades conceituais. Pretende-se utilizar a sua caracterização como ferramenta para alcançar uma configuração de edificação que permita categorias múltiplas de atividades no seu interior.

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Planeja-se promover a democratização do acesso aos diversos tipos de artes visuais através da criação de um complexo aberto, em formato de campus permeável, onde os espaços destinados ao fazer artistico são desobstruídos e abertos ao público.

Dentro de seu trabalho administrativo, busca-se um modelo de núcleo de ações que promova a educação através das artes visuais, propiciando bolsas de estudo, espaços de exposição e eventos de mostra da arte local promovidas pelo complexo para a comunidade local.

O projeto visa, através de seus espaços amplos convidar o passante a conhecer a estrutura e entrar em contato com a arte. Para o uso coletivo, terão salas de produção compartilhada que incentivam a interação e produção participativa.

Medita-se aqui também sobre os benefícios sociais que podem ser alcançados pela população da área, através da educação, renovação local e estímulo ao investimento gerados pela inserção do centro em planejamento nesse trabalho.

Metodologia Devido ao cenário pandêmico enfrentado durante a maior parte do ano de 2020, não houveram condições de produção de material de pesquisa no local escolhido para o projeto, tendo em vista a impossibilidade de manter protocolos de segurança adequados para a pesquisadora e possíveis pessoas com as quais teria contato. Apesar disso, evidencia-se aqui o entendimento da importância uma metodologia bem argumentada para garantir a eficácia de uma boa pesquisa e, consequentemente, conseguir ter coerência entre a realidade da área de estudo e resultados aqui apresentados.

com possiveis conceitos importantes e embasamento teórico para suportar a argumentação desse trabalho e auxiliar no processo de criação do projeto proposto.

Primeiramente, buscou-se compreender a figura do artista, a comparência de edificações multifuncionais e outros temas através de uma averiguação bibliográfica. Essa atividade visou deparar-se

A última fase de pesquisa consistiu em uma análise técnica do espaço, que resultou em um diagnóstico a partir de dados científicos encontrados em fontes governamentais de informação.

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Em um segundo momento reuniu-se material sobre projetos que tivessem temáticas ligadas a assuntos abordados nesse trabalho. Estudar os casos de projetos já implementados permitiu averiguar o que foi utilizado por outros profissionais em conjunturas similares e cooperou para um compreendimento mais amplo de técnicas e soluções possíveis para o processo aqui visto.

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Contextualização teórica

O principal progresso comportamental do homo sapiens sobre as demais espécies humanas foi a capacidade comunicativa e de colaboração entre indivíduos. Tal feito foi possível graças a revolução cognitiva, cerca de 70 mil anos atrás. Com essa nova habilidade, as comunidades tribais foram capazes de criar uma linguagem ficcional, isto é, um conjunto de pensamentos e crenças próprios que tinha o poder de alterar a percepção de seus indivíduos sobre o habitat em que estavam inseridos. Esta característica organizacional de crenças também possibilitou a colaboração pacifica entre clãs até então desconhecidos, um avanço sem precedentes para a espécie humana (Harari, 2014.) A imensa diversidade de realidades imaginadas que os sapiens inventaram e a diversidade resultante de padrões de comportamento são os principais componentes do que chamamos de “culturas”. Desde que apareceram, as culturas nunca cessaram de se transformar e se desenvolver, e essas alterações irrefreáveis são o que denominamos “história” (HARARI, 2014, p.46).

O mesmo autor afirma que com a evolução das conexões humanas e cultura resultante destes vínculos, surge a arte. É importante compreender que ao lon-

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go da história humana o significado da arte veio mudando junto com a própria sociedade. Na pré-história o conceito de arte não existia, apesar de já existir a produção artística nas cavernas usadas para rituais xamãnicos e totens de proteção (Uma breve história da humanidade, Sapiens. Yuval Noah Harari. Pag 29). A antiguidade trouxe a arte-profissão como oficio representativo social e religioso, isto é, o artista era puramente alguém capacitado tecnicamente, como o padeiro ou o cuteleiro. Na idade média a arte era intrinsecamente ligada a religião e negava o sujeito e sociedade como objeto de estudo, pois ambos estavam a serviço do divino. Com o renascimento surge o humanismo, isto é, a valorização do homem. Com isto o artista ganhou status, mas se subjugou a outra força, o capital e o mecenato (RODRIGUES, 2007). Se desenvolvendo e mutando em paralelo com a sociedade, a arte se transformou em Barroca, Neoclassicista, Impressionista, Cubista, e acompanha a história na contemporaneidade como forma documental da vida humana. Assim, é constatado que a arte, o desenvolvimento social e a produção participativa andam em conjunto na história.

A estetização do mundo modificou a forma como o vemos, processamos, produzimos e entendemos o lugar que a criação artística ocupa na sociedade. Da artealização ritual a estetização moderna, muito mudou. A partir de 1300 d.c os artistas emanciparam-se progressivamente da criação vinculada a igreja, com contratos comanditários para a produção particular, a arte tornou-se parte de uma experiência de luxo aristocrata, onde existia como forma de afirmação social. O desarmamento dos grandes senhores, a constituição de uma sociedade e de um homem de corte e a laicização de um certo número de valores tornaram possível um processo elitista de estilização das formas (...) uma primeira forma de sociedade estética nasceu no coração das sociedades do Antigo Regime (pg. 20. A estetização do mundo, viver na era do capitalismo artista. Gilles Lupovetsky e Jean Serroy, 2015).

Segundo Salgueiro (2001), este tipo de consumo ditou a expressão do oficio até o século XVIII onde a produção encontrou, juntamente com a primeira e segunda ondas da revolução industrial, uma nova alforria aos costumes vigentes. Já com a consolidação dos avanços tecnológicos como parte intrínseca da vida da sociedade do século XIX, o estreitamento de grandes distancias através da popularização da maquina a vapor, o desenvolvimento dos meios de comunicação, estradas, canais navegáveis

e ferrovias, assim como a as melhores condições de moradia e progresso da medicina causaram uma diminuição do índice de mortalidade nos grandes centros urbanos. Desta forma, a população urbana cresce, acontecem mudanças na estrutura social e as cidades buscam novas maneiras de manter sua hegemonia econômica (SALGUEIRO, 2001). Assim, vislumbrando autonomia criativa em contraposta a servidão tutelar burguesa, os artistas criam seus próprios mecanismos de seleção e consagração. Um mercado de arte fomentado pela popularização de espaços públicos que exteorizavam-as até então coleções e mostras particulares: omo os teatros, museus, editoras, revistas, entre outros. Assim como a disseminação de profissionais que comunicavam, publicavam, compilavam e comercializavam a arte, como marchands, críticos, colecionadores e as academias. As distâncias se tornaram menores, o capitalismo aquecido e uma nova sociedade se consolidou na industrialização. Com a produção desenfreada de bens de consumo pela sociedade fabril, os artistas e artesãos sofrem não apenas com a velocidade que os produtos alcançam o consumidor final, mas também com o valor cobrado pelos mesmos. A industrialização e criação em massa tornaram as mercadorias acessíveis a diferentes públicos e descentraliza o processo de confecção do artesão. Esse fenômeno gerou um impacto dicotômico nos produtos manufaturados: o trabalho do

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artista torna-se ao mesmo tempo desvalorizado e transferido a um nicho de produtos luxuosos (Bauhaus: conjuntura politica e trajetórias, Paschoarelli, L. Silva, J. Silva, J. Silva, D.). Estes efeitos antagônicos se mostram possíveis quando se observa pelo panorama do capital: ao passo que os pequenos produtores não conseguem competir com as industrias, acabam falindo ou empregando-se na linha de produção dos grandes negócios. Paralelamente, os artífices mais consolidados tanto em aptidão quanto estrutura econômica se tornam incomuns, com produtos mais onerosos, exclusivos e raros. Neste cenário, surge na Inglaterra um movimento chamado Arts and Crafts (em português: Artes e ofícios) inspirado pelos manifestos do arquiteto A.W.N Pugin (1812 – 1852 e do escritor John Ruskin (1819 – 1900). O movimento, liderado pelo designer têxtil William Morris (1834 – 1896), defendia o artesanato criativo como alternativa a produção industrial massificada e tinha como propósi to reu-

Embora as premissas do movimento tenham sido de caráter contraditório, a produção industrial e o movimento Arts and Crafts atingiram seu apogeu entre as camadas mais abastadas da sociedade. A empresa de William Morris e seus associados - Morris, Marshall, Faulkner & Co, 1861 - pode ser apontada como fator inicial de mudança na relação corporação-design. Este empreendimento especializado na confecção de mobiliário e decoração em geral foi, possivelmente, um dos primeiros exemplos de negócios fundamentados estruturalmente no design. Assim, abriu-se um precedente na aplicação das artes visuais e plásticas tanto como viés de coordenação empresarial, como estratégia comercial (PASCHOARELLI et al, 2010).

Bauhaus Na primeira metade do século XX surge na Alemanha um dos mais icônicos nomes do design, arquitetura, artes plásticas e visuais mundiais, a Statliches Bauhaus. Fundada pelo arquiteto Walter Gropius em 1919 pela junção de duas escolas já existentes – a Academia de Belas Artes de Weimar e a Escola de Artes Aplicadas de Weimar – a Bauhaus foi uma escola pioneira no trabalho participativo entre artistas, artesãos e arquitetos, assim como na concepção e coordenação de projetos multidisciplinares. Ao longo de sua história a escola teve três sedes, contudo, nenhuma funcionou concomitantemente. As mudanças quanto a localização, estrutura física e divergências das vertentes pedagógicas se deram em decorrência da instabilidade sócio-política do final da primeira

guerra mundial. Na sua primeira sede, em Weimar, que funcionou de 1919 a 1925 com Gropius na direção, a escola unificou as artes plásticas às artes aplicadas e implementou um sistema educacional que entendia igualitariamente importantes os pensamentos artísticos, estéticos, técnicos e construtivos do projeto final. A Bauhaus foi uma ferramenta importante no posicionamento de um novo tipo de demanda artística na sociedade pós revolução industrial, visto que buscava integrar a arte com a indústria (OLYMPIO, 1997). Em 1925, a escola é remanejada para Dessau, onde a produção de mobiliário se torna especialmente forte. Em 1928 Gropius já desgastado com conflitos administrativos e sofrendo críticas dos conservadores, se demite e em seu lugar na

nificar o papel do artista e do artesão na sociedade.

O movimento era contra a divisão do trabalho na era capitalista e defendia o trabalho artesanal e uso de materiais naturais. Alguns artistas do lutavam por reformas sociais por meio das artes. Ironicamente o movimento teve sucesso apenas entre grandes e ricos industriais, os quais podiam pagar pelos serviços mais exclusivos destes artistas e arquitetos (TAGLIARI e GALLO, 2007).

Figura 01: Staatliches Bauhaus, comumente conhecida como Bauhaus, uma escola de arte vanguardista na Alemanha. Fonte: Medium. Disponível em <https://medium.com/@lenineon/bauhaus-1919-1933-bb36c1101f65 >.

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direção da Bauhaus, assume o também arquiteto Hannes Meyer (1889 – 1954). Uma reformulação educacional sucede a nova direção. Meyer implementa debates participativos onde tanto o corpo discente quanto docente tem voz ativa nas decisões projetuais. Isto, juntamente com a valorização do trabalho coletivo tem um impacto considerável na produção deste período. Meyer assume uma gestão inclinada para as demandas mercadológicas e para o construtivismo estético, isto é, as obras deveriam ser funcionais e necessárias. Com a setorização dos departamentos criativos e o privilegio perante a divisão da arquitetura, a vertente inicial revolucionária da escola integrada se desvia (WICK, 1989). Em 1930 Meyer foi destituído do cargo por razões políticas deixando a direção da instituição para o já renomado arquiteto Ludwig Mies Van der Rohe (1886 – 1969), que manteve a posição da arquitetura em vantagem perante as demais artes, como o design, a pintura e a fotografia. Em 1932 a Bauhaus se desloca mais uma vez fazendo de Berlim sua nova sede. Agora uma instituição privada a escola passa a ter um caráter quase que exclusivo técnico e encontra seu fim em 1933 por conta do regime nacional socialista do terceiro Reich (Bauhaus: conjuntura politica e trajetórias, Paschoarelli, L. Silva, J. Silva, J. Silva, D.).

Figura 02: Retrato do arquiteto Hannes Meyer, um dos profissionais que foi professor e diretor da Bauhaus. Fonte: Site Line of Design. Disponível em <https://lineofdesign. wordpress.com/2013/02/14/professor-da-bauhaus-hannes-meyer/>.

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A forma de pensar a arte ensinada e vivida na Bauhaus serviu de inspiração e orientação para artistas do mundo todo. Seu caráter multidisciplinar, cooperativo e ao mesmo tempo inserido nas necessidades modernas, foi imprescindível para os fenômenos que a sucederam.

SoHo e o surgimento das A.I.R. Com emancipação do artista, a arte profissão no cenário capitalista pós revolução industrial e a estetização do cotidiano, surge uma demanda decorrente da insurgência deste novo profissional: o ateliê. Nos Estados Unidos, cinco anos após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1950, a região industrial do Sul de Mannhatan, no estado de Nova Iorque, sofreu um processo degradatório em decorrência do contexto socioeconômico mundial. As grandes fabricas têxteis até então estabelecidas na região desertaram o distrito em busca de melhores condições ou declararam falência, deixando assim uma arquitetura abandonada no sul de Houston (SoHo), na cidade de Mannhatan (MORAES, 2009). Apelidada pejorativamente de Hell’s Hundred Acres, as edificações industriais do SoHo, datadas de 1840 possuíam grandes espaços livres, ótima iluminação natural e eram extremamente desvalorizadas e baratas. Em 1960, o arquiteto e artista George Maciunas, integrante do movimento Fluxus percebe no bairro uma grande oportunidade. Maciunas então propõe um projeto de ocupação para a área, que visava fomentar a expressão e produção artística independente. O projeto das Fluxhouses Cooperatives eram em essência 16 casas-ateliês coletivos, possuíam tabelas de investimento, projetos de restauro e um plano de gerenciamento coletivo. O projeto dos integrantes do movimento Fluxus

foi patrocinado inicialmente pelo J.M. Kaplan Fund e National Foundation for the Arts para o desenvolvimento da primeira FluxHouse (Sobre residências artísticas: origem da expressão A.I.R, Bettina Rupp, UFRN, 2018.) Embora a adesão tenha sido alta no meio artístico por conta dos alugueis baratos, o apoio financeiro advindo de fundações e organizações cessaram após certo tempo, mas o desenvolvimento da comunidade continuou de forma orgânica. Uma das adversidades enfrentadas pelo movimento foi a legislação vigente do local, que não enquadrava a área como residencial. Isto é, não era raro a policia ou o corpo de bombeiros despejar um artista de seu ateliê-dormitório no meio da noite. Após muitas negociações com a prefeitura, os artistas unidos nas cooperativas receberam licenças, Occupancy, para uso desses espaços, fachadas de seus a inscrição A.I.R, Artist in Residence, seguido do numero do andar onde eles habitavam. (RUPP, 2018.)

Em 1971 a legislação sobre as residências artísticas foi aprovada. Uma década após o inicio da proposta das FluxHouses Cooperatives o bairro já era um organismo vivo de produção e vivência partilhada. Os artistas conviviam de acordo com a afinidade com o trabalho do outro e não era incomum sublocar o espaço para novos artistas. O SoHo transformou-se em um bairro intensamente criativo. Haviam ateliês com-

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partilhados, artistas que se utilizavam do caráter industrial das edificações para executar performances e também em 1971 surgiu o primeiro restaurante na área, o conceitual Food, coordenado por Matta-Clark e o grupo de bailarinas Caroline Godden, Tina Girouard, Suzanne Harris e Rachel Lew. O restaurante, regido por artistas e para artistas veio para atender as necessidades da comunidade de residentes. Desta época inicial do Soho saíram nomes ilustres da arte mundial, como Andy Warhol, Jean Michel Basquiat, Keith Haring, Philip Glass, entre outros. Os programas de residências artísticas de hoje têm muita influência do princípio de comunidade e produção interativa das A.I.R e dos movimentos que surgiram no bairro. Hoje, o South of Houston ainda é casa de inúmeros artistas, mantém suas raízes criativas e é culturalmente muito

ativo. Com seu traçado marcado por galerias particulares, museus da arte histórica a contemporânea, boutiques de alta moda, eventos públicos de participação artística, restaurantes das mais diferentes culinárias, lofts industriais disputadíssimos e incontáveis artistas de rua, o SoHo foi de uma área extremamente desvalorizada e que possivelmente teria sido transformada em rotas de uma via expressa (Sobre residências artísticas: origem da expressão A.I.R, Bettina Rupp, UFRN, 2018.) para um dos metros quadrados mais caros do mundo. Pode-se afirmar que o fenômeno das residências artísticas dos primeiros anos da década de sessenta, o senso de pertencimento a comunidade, as produções participativas e a arte representaram o inicio de uma série de eventos que desencadearam na transformação do antigo Hells Hundred Acres para o SoHo que conhecemos nos dias de hoje.

Segundo Turner e Muños (2002), a internet atual é derivada de uma ferramenta de inteligência militar Norte Americana que surgiu em meados de 1960. Ela consistia na movimentação de informações sem a necessidade de um centro de comando, onde na possibilidade de inutilização de um dos pontos de leitura, o acesso a informação em rede não seria comprometido. Em 1969, duas Universidades californianas desenvolvem a ARPAnet (Advanced Research Projects Agency Network) fundamentada nos preceitos de comunicação compartilhada em rede oriundos da tecnologia militar. Este projeto, porém, conectava apenas quatro computadores (Casting the net, drom arpanet to internet and beyond. 1995. Wesley longman publishing Co, inc. Boston, EUA). No inicio dos anos oitenta, o desenvolvimento do TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) possibilitou a conexão entre uma rede maior de computadores e a utilização da ferramenta foi disseminada nos meios acadêmicos. Em 1990 a ARPAnet foi aprimorada, tornando-se NSFnet (National Science Foundation’s Network), o que possibilitou a conexão entre centros acadêmicos do mundo todo. É importante ressaltar que até este momento a internet consistia apenas

Figura 03: Foto tirada em SoHo, mostrando a agitada vida urbana criada pelos diversos empreendimentos do bairro. Fonte: U Chicago Magazine. Disponível em <https://mag.uchicago.edu/arts-humanities/how-artists-changed-nycs-soho/>.

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em textos e foi somente após a implantação da WWW (World Wide Web) que se tornou possível o processamento e visualização de imagens pelo computador. (A internet como meio de comunicação: possibilidades e limitações, 2001. Luís Monteiro. INTERCOM – Sociedade brasileira de estudos interdisciplinares da comunicação XXIV.) Assim, a internacionalização da WWW, o desenvolvimento dos browsers – programas que permitiam a navegação pela web – a difusão dos sistemas operacionais (Windows, Macintosh) e a disseminação dos computadores de uso individual fez com que o número de usuários crescesse exponencialmente. O surgimento de plataformas de interação mutua como o ICQ e Mirc foram precursoras do fenômeno mundial das redes-sociais. No período compreendido entre 1998 – ano de lançamento do site-social SixDegrees, que já possibilitava a criação de um perfil e lista de amigos – até 2003, muitas redes foram criadas e amplamente disseminadas. Em janeiro de 2004 o grupo Google lançou o Orkut, e embora a plataforma não tenha obtido tanto sucesso entre os norte americanos, no Brasil a rede social teve uma adesão estrondosa. (Três grandes marcos da primeira década de historia dos sites de redes sociais de larga escala: Friendster, Myspace, Facebook e a sua atomização em sites de

ICQ é um programa de comunicação instantânea pioneiro na Internet, criado em 1996. instantânea, criado para o sistema operacional Microsoft Windows, criado em 1995.

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redes sociais de nicho. 2015.) Um mês depois, em fevereiro do mesmo ano, Mark Zuckerberg lança o Facebook, uma rede fechada e inicialmente usada para aproximar os alunos da universidade de Harvard. Em poucos anos o Facebook se tornou uma das redes sociais mais acessadas em todo o mundo e sua forma intuitiva de navegar abriu espaço para a criação e consolidação de outros aplicativos sociais. O filosofo e arquiteto francês Paul Viriliô, em seu livro “A administração do medo”, defende a teoria da reviravolta social no mundo pós revolução digital, onde o sedentário contemporâneo se torna socialmente inserido ao passo que o nômade – mesmo que pertencente uma comunidade no mundo real, se desconectado da rede – vive numa condição de ostracismo. Assim, a inserção digital e as redes sociais como forma de reforçar as relações humanas se tornaram uma necessidade contemporânea social, onde é vista como uma indispensável extensão da vida offline. A produção artística que acontecia no SoHo, juntamente com a consolidação da revolução digital influenciou o surgimento de um novo período artístico: A arte contemporânea. (Laura Aidar, Arte contemporânea, Cultura Genial, site.) Com afluentes como a Popart e o Minimalismo, este momento se inicia com o estreitamento do estudo do cotidiano. Isto é, a grande inspiração artística é a vida do homem comum, seus interesses, questões e a cultura popular ao qual é exposto. O discurso é superior a forma, mani-

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festações artísticas até então distintas – como a escultura e a performance – se tornam passiveis de sobreposições e a arte passa também a ser experiência. As primeiras documentações da arte contemporânea datam de 1960 (Arte contemporânea, 2018, enciclopédia Itaú cultural), e acompanha até a produção atual (2020). A expressão trás consigo um discurso plural onde grupos minoritários ganham enfim voz ativa. Temas contestadores como racismo, feminismo, desigualdade, patriarcado, violência e homofobia são retratados, e este momento de livre expressão faz com que discursos coletivos ganhem força. Segundo Hoffman (2017), a arte não mais é entendida como objeto separado do artista e a linha que divide o que é definido como arte e o lugar da “não-arte”, se torna enfim, tênue. Neste momento o expectador deixa de ser um receptor passivo e se torna tão importante quanto a própria obra, as plataformas de propagação da arte se dividem entre a experiência real e a online, onde ambas reforçam e multiplicam o discurso do artista. O processo se torna participativo desde o momento de conceituação da obra, onde o artista é constantemente estimulado por diferentes discursos e inspirações gráficas. As redes sociais ganham uma grande relevância na formação do pensamento artístico, na sua produção e comercialização. Surge neste contexto, o novo mercado de arte na contemporaneidade.

Uma edificação é considerada híbrida ou de uso misto quando concentra em seu programa, duas ou mais funções. De acordo com Vecchiatti (2011), a edificação multifuncional existe desde a antiguidade, onde muitas vezes a moradia, comércio e serviço dividiam uma mesma construção como forma de amenizar as limitações de locomoção nas urbes. Ainda segundo o autor, no período compreendido entre o império romano até pouco antes do modernismo, as edificações de uso misto caíram em desuso. Este fenômeno é explicado por conta da diminuição das distâncias devido ao desenvolvimento de ferramentas que melhoraram a mobilidade, o crescimento das cidades e a dispersão progressiva da necessidade de zonas com alta densidade. No século XX, o pensamento modernista trouxe de volta esta tendência organizacional urbana, onde acreditava-se que o espaço privado residencial ideal deveria ter, nas suas imediações ou na própria arquitetura, usos que servissem a coletividade. (Sampaio, 2002, p30.) Isto é, as edificações híbridas com as funções de moradia, comercio e serviços voltaram a ganhar popularidade. Segundo Paul Viriliô em Velocidade Politica (1970), a era da informática acelerou a vida humana, onde a velocidade se converteu em um valor. Isto atrelado com o tempo de conurbação do brasileiro e as perdas econômicas associadas ao deslocamento das zonas residências para as zonas de comércio das grandes

cidades, apontam que a implantação de edificações de uso misto pode representar uma alternativa sustentável. Young et al. (2013) calcula que no ano de 2010 cerca de 6,7 a 13,5 bilhões de reais foram perdidos – com base no rendimento médio e produção sacrificada – por conta do tempo no trânsito e ineficiência na rede de transportes só no estado do Rio de Janeiro. Assim, acredita-se que a implantação do uso misto juntamente com investimento governamental de base pode desenvolver as relações urbanas, humanas e fomentar o comercio local. Em resposta as mudanças contemporâneas na forma de pensar, produzir e viver, surge em 2005 no Vale do Silício a Googleplex, o complexo onde funciona a sede da Google. Ela representa a vanguarda da indústria criativa do século XXI com o conceito de WorkPlay Factory, isto é, um ambiente de trabalho alicerçado na hospitalidade e na produtividade onde o rendimento é avaliado a partir do cumprimento de metas, em contrapartida a vertente tradicional que a contabiliza em horas. A propriedade mostra uma arquitetura convidativa que promove a produção participativa, o uso misto lazer-trabalho e favorece a gestão linear. Multinacionais como a Google, Facebook e inúmeras startups que surgem diariamente estão renunciando a antiga pirâmide de comando e reescrevendo suas estruturas organizacionais. Frederic Laloux no livro “Reinventando as Organizações” mostra que a adminis-

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tração horizontal assim como a gestão descentralizada são mais eficazes nas empresas criativas no contexto contemporâneo. A sede da Google conta com treze zonas diferentes organizadas por cor e grau de interatividade, onde as cores mais quentes representam áreas sociais e as cores mais frias representam zonas de menos interação. Contando com cozinhas compartilhadas, lounges com mesas de sinuca, os clubhouses, academias integradas, quadras de esportes e eventos que incentivam as interações sociais como meditações coletivas, aulas práticas de enologia e um calendário de eventos, a organização busca dentro do seu perímetro fazer com que as necessidades individuais e coletivas de seus funcionários sejam atingidas.

Figura 04: Foto aérea da Googleplex, complexo onde funciona a sede da empresa Google, no Vale do Silício. Fonte: STUDIOS Architecture. Disponível em <https://studios. com/googleplex.html/>.

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O Googleplex se caracteriza por edificações arquitetonicamente separadas, mas unidas pelo paisagismo do complexo, onde contam com parques, pátios e cantinas, além de possuírem um sistema de bicicletas e transporte compartilhado. É apontado por Pinto. T. R, (2017), que a interatividade, diversão, o ambiente convidativo e um sistema que permite o funcionário resolver atividades diárias, como lavanderia ou academia, sem a necessidade de deixar o complexo, az com que a produtividade aumente. Apesar das diferenças do sistema tradicional para esta nova vertente empresarial, se faz necessário ressaltar a não romanização do trabalho e apontar que o Google, assim como outras plataformas que utilizam deste sistema visam em ultima instância o lucro.

Entende-se que a insurgência da internet e das redes sociais acelerou a vida do homem, modificou sua forma de trabalhar, criou novos hábitos e transformou os vínculos interpessoais em um valor. A sociedade contemporânea capitalista, compreendendo que acima de tudo o ser humano é um animal social, foi capaz de reverter estas relações em um produto passível de ser comercializado. Neste contexto surge no ramo hoteleiro uma nova forma de hospedar. Chamados de hotéis boutique ou hotéis lifestyle, estes estabelecimentos focam seus serviços para além da hospedagem.

riott, Tribute, entre outros.

Segundo Zeina R. Fawaz uma nova geração de pessoas, os chamados Milleniuns ou geração Y, entendem o luxo de uma forma diferente. Onde a conotação tradicional trazia a definição como opulência e riqueza, hoje a pesquisa sugere que este mesmo substantivo aplicado ao espaço está alterando seu significado. Desta forma, entende-se como luxo espaços inovadores que estimulam a diversidade e proporcionam o sentimento de pertencimento. (Fawaz, 2015. p.02).

Os hotéis Selina possuem desde a acomodação privativa como lofts e quartos individuais, até as acomodações de quartos compartilhados. Em todas suas sedes a rede preza pela difusão e exposição da arte de artistas locais, apoiam a produção participativa através de áreas que incentivam a convivência como coworkings e áreas de uso coletivo e estimulam os hospedes a conhecerem a cultura regional através de passeios e praticas locais, como aulas de surfe nas redes de praia ou meditação coletiva como em Atitlan na Guatemala.

Este novo modelo traz também outras mudanças estruturais como o massivo investimento em áreas compartilhadas, uma equipe de marketing que dá atenção especial ao storytelling (botar como nota de rodapé) empresarial e a possibilidade de experiências, como passeios que exploram a geografia e cultura da cidade e eventos que proporcionam a interação entre os hospedes. Nesta categoria, temos nomes como a rede de hotéis Selina, The Ace Hotel’s Art Gallery, Moxy que faz parte da franquia Mar-

O grupo panamenho Selina, com destinos tanto urbanos quanto rurais, traz no seu modelo de negócios uma arquitetura colorida, criativa e adaptada a cultura local que recebe uma franquia da rede. Os hotéis proporcionam uma experiência imersiva dentro de suas acomodações como o camping em La Fortuna, Costa Rica, a antiga escola restaurada pela rede em Bogotá, ou a sede colombiana em Medellin que traz como atividades incorporadas palcos para shows e salas para produção musical, como o Selina Music Studio.

A rede conta também com o sistema work-play, onde seus hóspedes podem se candidatar para pagar sua estadia com serviços. Lojas especializadas nas demandas especificas da franquia, assim como bares e restaurantes de comida e bebidas locais são também encontrados dentro das edificações dos complexos Selina, o que propicia uma estadia completa no que diz respeito a arquitetura, experiência e culinária,

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além de fomentar o comércio e economia local. No Brasil, a rede conta com a sede da Lapa, no Rio de Janeiro, duas sedes em São Paulo, uma na Vila Madalena e outra no Jardim Aurora e uma sede em Florianópolis, em Santa Catarina. A presidente do grupo responsável pela rede no Brasil, Flávia Lorenzetti, comenta que o grupo vai inaugurar em breve novas sedes em Foz do Iguacu, Paraty, Pipa, Canoa Quebrada e Jericoacoara. É importante ressaltar que assim como a rede Selina baseia seus serviços na experiência da cultura local, o lifestyle hotel The Ace Hotel’s Art Gallery na cidade de Nova York tem como premissa levar seus hóspedes ao contato direto com a arte contemporânea. O empreendimento que combina estadia com mostras de arte tem parcerias com artistas e instituições consagradas como MoMA, Jaimie Warren e Chase Jarvis. O hotel conta também com instalações artísticas, fotografias, exposições de arte, design e literatura. Além de mostras de musica e culinária. O seu interior trás uma arquitetura urbana com elementos contrastantes entre o industrial e o manofaturado, onde seus espaços compartilhados foram pensados para serem convidativos tanto para socializar quanto para trabalhar. O Ace hotel possui também galerias e lojas que vendem de artigos para produção artística a souvenirs e discos de vinil. Possui também espaços flexíveis que podem ser alugados tanto para eventos grandes como pequenos, salas de reu-

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niões, coworking, lofts, assim como um programa de eventos do próprio hotel que é patrono de apresentações de musica e mostras de arte. Desta forma, percebe-se a intensificação do investimento em espaços que incentivam a interação, comunicação e convívio interpessoal. A economia participativa se tornou uma realidade contemporânea, além de ser possível perceber em escalas maiores e menores lugares que buscam dividir seu espaço tanto com outras marcas e serviços quanto com o publico tem surgido com frequência no traçado urbano. Entendendo a economia participativa, a arte como estratégia comercial e a potencia que a pluralidade de discursos representa, tem-se percebido ao redor do mundo um crescimento quantitativo nos espaços que unem estes três pilares. A cidade de Fortaleza trás representações desta economia voltada para as dinâmicas da criatividade como oficio. Entre tantos outros exemplos destacam-se a Casa Bendita, a Inkload Creative Dock e a Galeria Multiarte, espaços multifuncionais abertos ao publico e que possuem a arte como diretriz, cada um na sua escala e públicos específicos. A Casa Bendita, com um viés mais comercial, se divide em ponto de encontro com a cafeteria do térreo, área de varejo onde disponibilizam artigos de costura e produtos artísticos e áreas de exposição e ateliês no andar superior. A Inkload Creative Dock consiste em um espaço colaborativo, onde abriga um estúdio de tatuagem (Inkload Tattoo), a mini agencia de design e publicidade Contramão, o Umbú, barzinho com pal-

co para eventos nos finais de semana e área de varejo onde vendem produtos sazonais. A Inkload Creative Dock é localizada em um pequeno pátio térreo a céu aberto no bairro Parque Manibura, onde os estabelecimentos funcionam como uma colmeia, onde cada pequeno negócio se beneficia da prosperidade do vizinho.

comunicação artística. Ademais, é possível apontar a necessidade de investimento voltado para as artes e para criação de espaços de produção onde as oportunidades se apresentem de forma igualitária independente de quaisquer questões individuais.

A Galeria Multiarte é um negócio consolidado, localizada na Aldeota funciona tanto como galeria, quanto como escola teórica de artes, onde através de aulas, experiências, viagens e eventos, as turmas criam olhar crítico para o cenário artístico mundial. Apesar deste texto exemplificar apenas estes três estabelecimentos como linhas guias deste tópico afim de mostrar a economia participativa como estratégia comercial, Fortaleza possui muitos outros aparatos, instituições e espaços voltados para as artes.

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Como exemplos, tem-se o Porto Iracema das Artes, o negócio Rima Rica, a Galeria Belchior, a arte educação do Espaço Cultural Unifor, a Galeria Mariana Furlani, a Galeria Visual, Museu da Fotografia, além do Dragão do Mar de Arte e Cultura, a Casa sem Medida, além de festivais e associações como o Festival Concreto, o Além da Rua pelo Acidum e incontáveis artistas independentes. Assim, percebe-se que a cidade de Fortaleza tem um cenário cultural e artístico efervescente, uma necessidade de expressão que vai dos espaços mais tradicionais de exposição a arte de rua, um discurso plural e tantas vozes que se utilizam das mais diversas mídias para a

06 Figura 05: Porto Iracema das Artes. Fonte: Site do Governo do Estado do Ceará. Disponível em < https://www.ceara. gov.br/2019/08/07/porto-iracema-das-artes-celebra-6-anos-com-programacao-especial-durante-o-mes-de-agosto/>. Figura 06: Casa Bendita. Fonte: Blog Marcia Travessoni. Disponível em <https://marciatravessoni.com.br/noticias/ empresas-aumentam-presenca-online-e-se-reinventam-durante-a-pandemia/>.

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Projetos de referência Inhotin Categorizado como Museu Paisagem de Arte Contemporânea (MPAC), o Instituto Inhotim, localizado no município de Brumadinho, a 60km da capital do estado de Minas Gerais conta com 786 hectares de Mata Atlântica, uma arquitetura icônica integrada aos recursos paisagísticos e nomes consagrados em seu icônico percurso museológico (COSTA, et. al. , Robson Xavier da; ELALI, Gleice Azambuja. P.9). Tendo a arte, a arquitetura e o paisagismo como os três pilares que alicerçam a experiência do Instituto, o grande museu ao céu aberto Inhotim tem como objetivo trazer a arte como experiência e educação, assim como transformar a área em um polo gerador visitação e turismo, estimulando a economia das comunidades limítrofes através da criação e consolidação de empregos e novos tipos de serviços e renda (RACHED, Lisete; p 26). Utilizando de conceitos como wayfinding, continuum experiencial, habitus e espaço limite como estratégias de organização geo-espacial das instalações, edificações e totens de referencia, o complexo estabelece conexões ambientais e físicas, além de propiciar a possibilidade de ligações psíquicas capazes de acessar as áreas relacionadas aos sentimentos dos seus visitantes.

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O wayfinding ou navegação ambiental consiste na capacidade de formação de conexões mentais influenciadas por características pessoais (como idade, habilidade, conhecimento prévio, etc), de forma que o individuo seja capaz de traçar um caminho no ambiente proposto utilizando recursos os disponíveis. Assim, o sujeito reflete sobre o percurso que será percorrido no traçado museológico, onde faz escolhas de acordo com seus interesses pessoais de visitação, limitações, rotas e marcos.

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O continuum experiencial e o habitus, são conceitos sociológicos comumente utilizados para decodificar o comportamento de grupo, porém refletem também na compreensão das escolhas do individuo. Estas ferramentas são utilizadas pelo Instituto de forma a assimilar o processo de significação do espaço pelas experiências individuais culturais do sujeito, e como estas conexões afetam o pensamento e a tomada de decisões de grupo. É importante entender que estes dois conceitos inerentes ao ser humano influenciam a tomada de decisões na navegação ambiental (wayfinding), isto é, a forma como os estímulos realizados pelo MPAC, são absorvidos pelo grupo afeta suas próximas escolhas de percurso. Já o espaço-limite diz respeito as co-

08 Figura 07: Mapa dos percursos do instituto Inhotim. Fonte: Acervo do site oficial Inhotim. Figura 08: Instituto Inhotim vista aérea. Fonte: Diário do Poder, 2019.

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12 Figura 09: Área externa da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010. Figura 10: Área externa da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010. Figura 11: Área interna da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010. Figura 12: Área interna da Galeria Cosmococa. Fonte: Leonardo Finotti e Marcelo Coelho, 2010.

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nexões que podem ser feitas dentro de seu perímetro, sendo com o paisagismo, arquitetura, outros indivíduos ou com as obras de arte. Entende-se o espaço-limite como a capacidade de mudanças que ocorrem a cada visita, onde a percepção individual em relação ao ambiente construído é fluida uma vez que as condições nunca se apresentam exatamente iguais. O espaço pode ser limitado pelo museu de acordo com demandas de manutenção e restauro, e isto afeta a percepção do visitante. Como também o mesmo individuo pode visitar o Instituto uma segunda vez e fazer o mesmo percurso, e ainda assim ter uma percepção espacial diferente. (COSTA, 2014.)

do traçado de Inhotim como exemplos onde a experimentação artística é capaz de suscitar estados mentais diversos e/ ou de percepção alterada nos visitantes.

Entendendo que o percurso do museu é capaz de alterar a percepção individual e de grupo, é correto afirmar que as instalações selecionadas para fazer parte do acervo também alteram a ambiência dos visitantes. Assim, tomaremos como exemplo duas obras icônicas

Na sala CC1 Trashiscapes, o visitante recebe uma lixa de unha ao entrar e se acomoda em colchonetes e travesseiros. É apresentado a uma sala escura ao som de Luiz Gonzaga com projeções em vídeo de objetos utilizados para o consumo da droga, assim como capa

A Galeria Cosmococa, idealizada pelo artista multidisciplinar Hélio Oiticica e pelo cineasta Neville de Almeida abriga cinco blocos de experiências que mimetizam as sensações do uso da cocaína, utilizando o espaço e o espectador como personagens dessa investigação. Quando se entra no hall central da galeria não existe um caminho certo a seguir, as escolhas individuais do observador são previstas como parte da obra. (CARNEIRO, 2012, p3).

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de discos, clipes e rostos. Enquanto o corpo repousa, a mente é bombardeada por uma explosão de sons e imagens enquanto o visitante produz pó com resquícios de unha e lixa. Na sala CC2 Onobject o observador é aconselhado a tirar os sapatos, e após ultrapassar o afunilamento da entrada da sala, se depara com um ambiente acolchoado por uma densa espuma revestida de branco. A locomoção se torna laboriosa, as passadas tiram o equilíbrio e mesmo na iminência da queda o espectador entende que a caída será amortecida pela mesma superfície branca que o fez perder o equilíbrio. Almofadas alternadas entre as formas e cores primárias são

dispostas no ambiente, e nas paredes são expostas projeções da Yoko Ono com reforço auditivo feito pelas musicas mais agitadas do álbum Fly da cantora. Mesmo que o observador participante não tenha conhecimento prévio do ponto de vista dos artistas idealizadores, o estado mental individual e coletivo é alterado a partir da experimentação objetiva e subjetiva das salas. É relevante pontuar que de acordo com Bourdieu (2007) em relação aos museus europeus, a formação acadêmica influencia as preferencias culturais dos visitantes.

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14 Figura 13: Galeria Cosmococa, corte BB. Fonte: Arquitetos Associados. 2010. Figura 14: Galeria Cosmococa, corte AA. Fonte: Arquitetos Associados. 2010.

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Figura 15: Galeria Cosmococa planta de térreo. Fonte: Arquitetos Associados, 2010. Figura 16: Galeria Cosmococa planta baixa 2 pavimento. Fonte: Arquitetos Associados, 2010.

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Tomando a Galeria Adriana Varejão como exemplo de espaço que mescla a arte com a arquitetura, é possível perceber o impacto que o cubo brutalista causa no observador e a crítica sensível da obra integrada a edificação que atravessa o olhar suscitando sentimentos diversos.

Figura 17: Área externa inferior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008. Figura 18: Entrada térrea da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008. Figura 19: Espaço de exposição no piso inferior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008. Figura 20: Entrada do piso superior da Galeria Adriana Va-

Segundo RIBEIRO, 2015, a concepção da exposição permanente ligada a construção do espaço necessitou o trabalho integrado de uma equipe multidisciplinar, onde o arquiteto e o artista entendiam a edificação-exposição como uma unidade fluida. A icônica exposição Panacea Phantastica explora de forma conceitual o azulejo.

18

É possível afirmar que a aplicação habitual do azulejo tenha como característica a proteção da área aplicada, seja em escalas menores em interiores ou em fachadas de arranha-céus.

rejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008.

19

17 25

20 26


A galeria trás uma inversão desta pratica, onde a estrutura de concreto conceitualmente é invertida, deixando a fachada crua e protegendo a exposição de azulejos nos ambientes internos. A própria arquitetura foi pensada utilizando um declive como forma de camuflagem na própria paisagem, onde dependendo do ponto de observação, a experiência visitante-arquitetura proporcionará sentimentos completamente distintos em relação a escala da edificação.

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22

A obra da artista exposta na galeria se utiliza de cortes, sulcos, cheios e vazios dispostos propositalmente para chocar e confundir o observador com a tridimensionalidade do conjunto. Nesta galeria, a linha entre onde termina a arte e começa a arquitetura é tênue, e a experiência se mostra capaz de alterar o estado do sentir do passante.

Figura 21: Galeria Adriana Varejão, pavimento térreo. Fonte: Tacoa Arquitetos. Figura 22: Galeria Adriana Varejão, pavimento superior. Fonte: Tacoa Arquitetos. Figura 23: Galeria Adriana Varejão, Corte AA. Fonte: Tacoa Arquitetos. Figura 24: Galeria Adriana Varejão, Corte BB. Fonte: Tacoa Arquitetos. Figura 25: Espaço de exposição no piso superior da Galeria Adriana Varejão. Fonte: Eduardo Eckenfels e Vicente de Mello. 2008.

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28


Central Park O Central Park é um projeto de requalificação urbana localizado no CBD (Central Business District) de Sydney, na Austrália, pelo escritório Ateliers Jean Nouvel. O projeto que data de 2008 foi finalizado no ano de 2014. Ele consiste em sete empreendimentos interligados por uma área de parque e espaços públicos a céu aberto, onde cinco dos sete edifícios possuem uso misto. Com 5.8 hectares de área total, o complexo desde sua concepção se baseia em três pilares como objetivos principais do empreendimento: o de preparar o centro de Sydney para os indicadores de crescimento populacional e econômico esperados até o ano de 2056 (CTBUH Research Paper, 2014), o de que sua construção e vivência tenham o menor impacto ambiental possível e o de promover experiências coletivas atra-

vés da arquitetura. As sete propriedades que fazem parte do Central Park são, o Abercrombie Street Residencial, que é dividido nos usos residencial e comercial, com 185 apartamentos e seus dois primeiros andares destinados a lojas e serviços. O Commercial Campus, formado por três torres que dividem seus usos entre escritórios e varejo, onde a torre de esquina entre a Broadway Street e Abercrombie Street foi concebida juntamente com o projeto de restauro do Australian Hotel.

o maior jardim vertical do mundo e foi eleito o “Melhor Edifico em Altura do mundo” em 2014 pelo Council on Tall Buildings and Urban Habitat. O JPW Residencial é exclusivamente residencial e possui 1052 unidades de apartamentos divididos em suas duas torres. O Wellington Street Residencial possui 340 apartamentos, além de um bloco comercial e uma escolinha e creche para crianças. A Kent Brewery Yard é uma edificação que data de 1835 onde funcionava a fabrica de cerveja Kent. Desativada e reconstruída, com seus usos modificados ao longo dos anos, a Kent Brewery tornou-se uma icônica construção da história urbana fabril de Sydney.

O One Central Park, maior empreendimento vertical do complexo, que abriga não apenas quatro andares destinados a restaurantes, serviços e varejo, como também duas torres residenciais que possuem 623 apartamentos no total. O One Central Park também possui

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29

Figura 26: Imagem 3D do complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central Park AU. Figura 27: Destaque do espaço comercial no complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central Park AU.

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Figura 28: Destaque do espaço de varejo central no complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central Park AU. Figura 29: Destaque do espaço de patrimônio central no complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central Park AU. Figura 30: Destaque do espaço de residência central no complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central

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Park AU. Figura 31: Destaque do espaço parques e áreas verdes centrais no complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central Park AU. Figura 32: Destaque do espaço de vias que circundam o

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complexo Central Park AU. Fonte: Acervo oficial Central Park AU.

32 30


O Central Park é, devido ao seu porte e aos seus inúmeros usos, um polo gerador de viagens. Voltado primordialmente ao comércio e moradia garante um fluxo contínuo nos três turnos. O projeto se assemelha como referência não por conta do tamanho, mas por seu caráter multiuso e de convergência de pessoas.

33 Com sua fachada restaurada, seu interior abriga bares e restaurantes que alimentam o complexo. E por último, a Kensington Lane, uma rua inteiramente restaurada, divide seu uso entre escritórios e lojas de varejo e departamento.

34

O Central Park conta com 33 edificações mantidas e restauradas, 2.200 apartamentos, sendo destes 869 habitações estudantis, 1.750 pessoas empregadas permanentemente para manutenção do complexo, 5.300 residentes fixos e 30 % de todo o empreendimento é destinado a áreas verdes de uso publico. (Frasers Property Australia, Live at Central Park, 2016.) Possui também programas de auxilio as artes e artistas desde sua concepção, uma coleção de obras permanente, espaços destinados a exposições e eventos voltados para cultura e parcerias de exposição com universidades locais.

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Sua arquitetura aberta e convidativa, em comunhão com o meio ambiente e de transição suave entre bares e restaurantes. O ponto central da requalificação funciona como um Atrium de domus grega, um espaço de respiro para todos os edifícios que o circundam, enquanto o parque funciona como ponto de permanência que pode ser utilizado para exercícios, passeios e encontros.

Figura 33: Fachada principal de edificação residencial existente no parque. Fonte: Site do escritório Jean Nouvel. Figura 34: Paisagismo e espaço de convivência existente entre as edificações do parque. Fonte: Site do escritório Jean Nouvel. Figura 35: Aproximação de fachada de edificação residen-

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cial existente no parque. Fonte: Site do escritório Jean Nouvel.

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SESC 24 DE MAIO. O serviço social do comércio (SESC) é um centro multifuncional particular voltado a qualidade de vida dos trabalhadores comerciais brasileiros e suas famílias. Por se tratar de um equipamento que atende a um publico muito diverso e com idades distintas, seu escopo de atividades é extenso, sendo ofertadas atividades esportivas, artísticas, culturais, relacionadas a saúde, além de oficinas, cinema, teatro, cursos, entre outros. O SESC 24 de maio, com projeto de restauro do arquiteto Paulo Mendes da Rocha em parceria com o escritório MMBB teve como edificação base o antigo prédio da Mesbla, no centro de São Paulo. Em 1999, com a falência da antiga

rede de lojas de departamento, o edifício tornou-se vazio e sem uso até 2001, quando enfim o grupo SESC adquiriu o espaço. Segundo Bezerra (2018), uma das condicionantes para que o projeto de requalificação fosse realizado, fora a compra do edifício limítrofe como forma de anexo para o complexo. Uma das primeiras atitudes tomadas pela cooperativa formada pelo arquiteto Paulo Mendes e a MMBB, foi a adequação dos acessos segundo a norma, de forma a aumentar a caminhabilidade, melhorar os fluxos e utilizar o átrio central do projeto como partido. Assim surgiram as icônicas rampas que surgem como coluna vertebral do

edificio interligando os treze pavimentos do complexo. Estes andares são organizados de acordo com um fluxograma que setoriza suas as atividades e usos, tendo a unidade de convivência, cultural, de odontologia, lazer e atividades esportivas. O complexo possui também andares inteiros abertos que privilegiam a movimentação fluida interna, assim como a integração com a rua. É possível destacar como exemplos do exposto, o pavimento “praça”, que fica no térreo, onde o conceito de exterior e interior é sobreposto, sem impedimentos ou dificuldades para adentrar o complexo, assim como a caminhabilidade entre os pedestres são incentivadas. Os acessos são de fácil localização, a planta aberta e a utilização do vidro entre o acesso central de rampa e os andares permite o entendimento dos fluxos e atividades ofertadas de forma intuitiva. Outro grande pavimento aberto é bar molhado e a convivência, que se transforma em um grande mirante da cidade de são Paulo, assim o icônico terraço que coroa o edifício. Este projeto multifuncional proporciona espaços de lazer, entretenimento, aprendizado e saúde em uma área central de São Paulo, permite que o passante explore livremente o complexo e se demore como visitante nos espaços de permanência. Desta forma, a fluidez tanto arquitetônica quanto conceitual do projeto se torna atrativo não apenas para os residentes da cidade, como polo gerador de visitas de turistas, suprindo assim a demanda esportiva e cultural central.

Figura 36: Fachada toda em vidro da unidade do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Revista Folha de São Paulo.

33

34


37

39

38

40 Figura 39: Um dos espaços utilizados para práticas esportivas variadas do Ses de 24 de Maio. Fonte: Página oficial do Sesc

Figura 37: Piscina no último andar do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Revista Folha de São Paulo.

24 de Maio.

Figura 38: Amplo espaço da academia de ginástica do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Revista Folha de São Paulo.

Figura 40: Amplo espaço de galeria para exposições artísticas do Sesc de 24 de Maio. Fonte: Página oficial do Sesc 24 de Maio.

35

36


SEASHORE LIBRARY O projeto da livraria de 450m2 de área na costa de Qinhuangdao Shi, na China, tem como principal característica sua possibilidade de explorar a visual do exterior, criando uma espécie de integração entre a cultura e a zona de orla. O projeto, idealizado pelo escritório Vector Architects, do ano de 2015, carrega na fachada cores e materiais neutros que mimetizam a paisagem ao qual está inserindo, o que garante uma característica quase camuflada que não agride visualmente o cenário natural.

41

Seu interior é projetado em níveis de forma a propiciar a melhor visualização do espaço, possui também curvas e retas que criam espaços cenográficas que contrastam o brutalismo da edificação com a serenidade da paisagem. Apesar da aparência dura da fachada, o interior da livraria é aconchegante, espaçoso. Sua laje possui aberturas circulares cilíndricas de 30cm que permitem a entrada de ventilação natural quando necessário, além de garantir um recorte de luz para o interior da edificação. O projeto possui ainda um espaço de meditação, uma sala de atividades e um café, que funciona como suporte de vendas a livraria.

42 Figura 41: Vista externa da edificação, mostrando o contexto do entorno de onde o prédio foi edificado. Fonte: Archdaily. Figura 42: Vista interna de um dos espaço de leitura da biblioteca, onde os visitantes podem utilizar o prédio e apreciar a paisagem ao mesmo tempo. Fonte: Archdaily.

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38


Iguatemi, nas irradiações do Cocó. Com supermercados, lojas de varejo e um andar todo dedicado a serviços, a OUC não apenas mudou o sentido de fluxos do Papicu, mas também trouxe para próximo da Praia do Futuro um grande ponto de apoio comercial.

o projeto A cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, possui um total 121 bairros, dos quais 16 são completamente ou parcialmente banhados por uma vasta zona de orla. O potencial turístico destas áreas se difere em relação ao nível de investimento urbano publico e privado, assim como seus atrativos e potenciais de prover os aparatos necessários gerados por esta demanda. Ainda que, segundo a Prefeitura de Fortaleza, os bairros do Mucuripe, Meireles e Praia de Iracema ocupem as primeiras posições no anexo referente ao índice de desenvolvimento humano (IDH) por bairro de Fortaleza, e, consequentemente o maior índice de investimento, é possível apontar que os mesmos encontram suas faixas de praia completamente consolidadas. Desta forma, o presente trabalho aponta o bairro Praia do Futuro como uma potencial área de desenvolvimento. O bairro da Praia do Futuro se subdivide em relação a administração municipal, sendo a Praia do Futuro I, limítrife aos bairros Vicente Pinzon e de Lourdes em uma faixa de seis quarteirões contados a partir da zona de proteção ambiental de orla, e a Praia do Futuro II, que começa no traçado da Praça 31 de Março e termina as margens do Rio Cocó.

39

Segundo Maciel (2012) em dados obtidos através do portal do IBGE no ultimo censo publicado (2010), a Praia do Futuro I possui 6.630 habitantes, enquanto a Praia do Futuro II 11.957, totalizando 18.587 pessoas no território conjunto. O bairro tem como principal característica sua grande faixa de praia, os restaurantes, barracas e hotéis que dão suporte ao seu potencial turístico. As barracas, ainda que sejam estabelecimentos ilegais do ponto de vista de zoneamento, são apontados como polos geradores de viagem e conferem ao bairro uma identidade marcante. Segundo Donegan (2011), o bairro não se apresenta completamente consolidado devido a uma miscelânea de fatores históricos, culturais e ambientais, embora o desenvolvimento da cidade aponte o litoral leste como ponto de interesse no que diz respeito ao desenvolvimento econômico. Outros aspectos proferem ao bairro uma localização privilegiada e uma promessa homônima ao nome do bairro. Em 2011, com o inicio da operação urbana consorciada da Lagoa do Papicu e a implantação do Shopping Riomar Fortaleza, o bairro ganhou um novo polo gerador de viagens, onde a demanda até então era suprido apenas pelo Shopping

A Avenida Santos Dumont, que recolhe o fluxo gerado pela praia se transformou num ponto de acesso direto a todas as mudanças de infraestrutura causadas pela operação. É importante comentar que o binário Av. Santos Dumont e Av. Dom Luis, trouxe uma avenida mais livre e uma via mais direta para chegar a praia, o que confere o caráter de fácil localização e locomoção entre pontos opostos comerciais da cidade. Paralelo a isto em 2014 as obras do Porto do Mucuripe estavam sendo entregues, onde não apenas o novo terminal de passageiros se tornou um ponto de entrada na cidade como a área ganhou um importante centro de grandes eventos. Com isto, foi gerado uma demanda tanto no que diz respeito a funções ligadas ao turismo diretamente, como surgiu a necessidade de melhorias quanto a infraestrutura urbana de tráfego.

calçadão da Beira Mar a Praia do Futuro, além de possibilitar o acesso a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco e ao Porto do Mucuripe. Segundo a secretaria de infraestrutura, as obras da implantação da estrada da CE-010 na Sabiaguaba já é realidade desde 2002, onde entre obras e embargos teve sua conclusão em 2018. Esta, que liga pontos como a própria área de proteção ambiental da Sabiaguaba, o Rio Cocó a área turística de praia do Porto das Dunas, complexo do Beach Park e se conecta com o entroncamento CE040, desagua seu fluxo no final da Praia do Futuro II. A via conta com iluminação, sinalização horizontal e vertical, proteção da área de interesse ambiental, sistema de drenagem e ciclovia, onde se faz um importante ponto de acesso da cidade. Desta forma, fica entendido que o bairro da Praia do Futuro possui uma posição central de acordo com a prospecção de crescimento da cidade em relação a orla turística de Fortaleza, além do seu privilégio visual por conta da sua extensa faixa de praia.

Assim, segundo o Diário do Nordeste (2015), vias pré existentes foram revitalizadas assim como a criação de novas vias para interligar o Porto ao Mucuripe e a Praia do Futuro de forma simples e objetiva. Ainda segundo o Diário do Nordeste (2019) a requalificação da Av. Vicente de Castro previu melhoras no trafego entre a Praia do Futuro e Beira Mar, interligando importantes pontos turísticos como o novo Mercado dos peixes e

40


O terreno O terreno como especificado anteriormente se encontra no bairro Praia do Futuro II, entre as Avenidas Dioguinho e Clóvis Arrais Maia, e as Ruas Salustiano de Pinho e José Salustiano de Águiar.

sos hídricos; assim como dois tipos de ZEIS, a ZEIS I e a ZEIS III. Desta forma, o terreno se localiza entre a faixa de preservação de praia e as Zeis, no primeiro quarteirão após a faixa de areia.

Sua escolha se justifica seguindo três critérios: Especificações legais, visuais e de localização próximo a equipamentos de apoio.

Sabendo que o equipamento proposto gerará fluxos de alunos, professores, visitantes e turistas, o terreno escolhido se localiza circundado de hoteis e condomínios residenciais, possui fácil acesso a bairros próximos por largas vias de grande fluxo como a Av. Santos Dumont, Rua da Sabiaguaba, Av. César Cals e a própria Av. de acesso ao terreno, a Av. Dioguinho.

É sabido que a Praia do Futuro II é recortada por três zonas de preservações distintas, a Faixa de preservação de zona de praia, a Zona de preservação de dunas e a Zona de preservação de recur-

44 43 41

Figura 43: Mapa de aferição do uso do solo por quadra. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 44: Mapa de zoneamento urbano e delimitação do bairro investigado nesse trabalho. Fonte: Elaborado pela autora.

42


Ambas as avenidas limítrofes do terreno são largas e de fácil acesso, sendo a Avenida Dioguinho uma avenida arterial e a avenida Clóvis Arrais Maia local. A avenida Clóvis Arrais Maia é de pedra, o que obriga o motorista a manter uma baixa velocidade e consequentemente prevenir acidentes quanto a ciclistas e pedestres. Possui ainda uma ciclofaixa contínua que interliga a Praia do Futuro I, II e o bairro vizinho Vicente Pinzon, além de uma calçada larga e iluminada.

O terreno em sí é um quarteirão completo de 100 m por 100m, totalizando em 10.000m2 que encontra quase que completamente livre, exceto pela casa apresentada na imagem acima. Esta casa, no entanto, não é utilizada para moradia e pode ser alugada ou comprada de acordo com placas no muro da edificação. Possui por sua vez 30 m de fachada e 40 m de largura, totalizando em 1200m2.

O projeto do Complexo Multifuncional de Produção Participativa das Artes Visuais, se adequa ao grupo de serviços no subgrupo ECL, equipamentos para cultura e lazer, na atividade de centro social urbano. Assim, sabendo que a edificação proposta terá classificação de 4PE, ou seja, será considerada um projeto especial. Se faz necessário entender que a Praia do Futuro II, como já apontado anteriormente, está localizada na Zona de Orla, adequada ao subgrupo de ZO 6. Como o projeto que será desenvolvido se caracteriza como projeto especial, serão utilizadas as mais severas restrições de acordo com a zona. Assim, é possível apontar que de acordo com a tabela da LUOS de vias arteriais que de acordo com o porte do projeto a pela Avenida arterial Dioguinho é capaz de suportar os fluxos. Desta forma, é possível afirmar que a proposição também se adequa quanto as vias.

Anexo 05

grupo

institucional

45 Figura 45: Mapa de entorno do terreno escolhido para intervenção. Fonte: Elaborado pela autora.

subgrupo

tabela 5.18

EAG

Equipamentos para atividade administrativa governamental

5.19

EDS

Equipamentos para atividades de defesa e segurança

5.20

ECL

Equipamentos para cultura e lazer

5.21

EAR

Equipamentos para atividade religiosa

5.22

EAI

Equipamentos para atividades insalubres

5.23

EVP

5.24

EAT

Equipamentos para atividades de transportes

Tabela 1: Anexo 5 - Tabela de classificação das atividades por grupo e subgrupo. Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de agosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho.

43

44


trecho

via

tipo título

caixa proposta

nome

início

Av.

Bezerra de Menezes

Av. Pe. Ibiapina

Av. Eng. Humberto Monte

CA

Av.

Borges de Melo

Av. dos Expedicionários

Via Férrea Parangaba / Mucuripe

34,00

Av.

Carapinima

Av. do Imperador

Av. José Bastos

CA

Rua

Carneiro da Cunha

Av. José Bastos

Av. Pe. Ibiapina

22,00

Av.

Pres.

Castelo Branco

Av. Dom Manuel

Av. Rad. José Limaverde

CA

Catolé (*)

Av. Jaborandi (*)

R. São Raimundo (*)

30,00

Cirilo

Av. Min José Américo

R. Badi Miguel

Variável

R. R.

Frei

obs

porte (m2)

código

atividade

classe ELC

55.19.02

camping

3PE-EIV

Qualquer

Será objeto de estudo

85.32.41

centro social urbano

4PE

Qualquer

Será objeto de estudo

90.50.03

aquário

5PE-EIV

Qualquer (obs 47)

Será objeto de estudo

2

Até 500 (obs 49)

PGV1

501 a 1000 (obs 49)

PGV2

1001 a 1500 (obs 49)

PGV3

> 1500 (obs 49)

2

Até 500 (obs 49)

PGV1

501 a 1000 (obs 49)

PGV2

1001 a 1500 (obs 49)

PGV3

> 1500 (obs 49)

92.13.41

cinema

Diretriz da COURB 92.31.21

teatro

obs 5

n˚ mín. de vagas de estacionamento

1 vaga / 20 lugares

1 vaga / 20 lugares

R.

Catolé prolongamento (*)

R. São Raimundo (*)

Via Coletora Proposta

30,00

Av.

Cesar Cals

R. Ismael Pordeus

R. Aurélio Câmara

CA

R.

Comércio, do (*)

Contorno, de UNIFOR (*)

Ligação Proposta (arterial)

30,00

92.39.81

exploração de locais e instalações p/ diversões - circo

3PE

Qualquer

Será objeto de estudo

Av.

Contorno, de UNIFOR (*)

Av. Washington Soares

R. do Comércio (*)

30,00

92.50.01

centro de convenções

3PE-EIV

Qualquer (obs 47)

Será objeto de estudo

Av.

Dioguinho

R. Aurélio Câmara

Barra do Rio Cocó

CA

92.51.71

biblioteca central

3PE-EIV

Qualquer (obs 4,47)

1 vaga / 30m A.C.C.

R.

Domingos Jaguaribe e prolongamento (*)

Via Férrea Parangaba / Mucuripe

BR-116

30,00

92.51.72

biblioteca especializada

1

Qualquer (obs 4)

1 vaga / 30m A.C.C.

R.

Duarte Coelho (*)

BR-116

Limite do município

34,00

92.51.73

biblioteca de bairro

1

Qualquer (obs 4)

1 vaga / 30m A.C.C.

R.

Eduardo Porto

R. Ten. Jurandir Alencar

R. Pe. Pedro Alencar

34,00

92.52.51

museu

1

Qualquer (obs 4)

1 vaga / 30m A.C.C.

R.

Evilásio Almeida Miranda (*)

Av. Edilson Brasil Soares

R. Dr. Joaquim Frota

30,00

92.53.31

parque metropolitano

3PE

Qualquer

Será objeto de estudo

Av.

Expedicionários, dos

Av. Treze de Maio

Av. Eduardo Girão

CA

92.53.32

parque urbano

3PE

Qualquer

Será objeto de estudo

92.53.33

parque de vizinhança / parque de bairro

3PE

Qualquer

Será objeto de estudo

4PE

Qualquer

Será objeto de estudo

02

92.53.34 92.53.35

jardim zoológico

4PE

Qualquer

Será objeto de estudo

92.61.40

clube de campo

4PE

Qualquer

Será objeto de estudo

92.61.41

clube desportivo e/ou social

3PE

Qualquer

Será objeto de estudo

ZO 1

ZO 2

ZO 3

ZO 4

ZO 5

ZO 6

ZO 7

92.61.42

autódromo / kartódromo

5PE

Qualquer (obs 4)

Será objeto de estudo

zona de orla trecho I

zona de orla trecho II

zona de orla - trecho III praia de iracema

zona de orla trecho IV

zona de orla trecho V

zona de orla trecho VI

zona de orla trecho VII

92.61.43

aeroclube

5PE

Qualquer

Será objeto de estudo

Barra do Ceará Pirambu

Jacarecanga Moura Brasil

92.61.44

estádio

4PE-EIV

Qualquer (obs 49)

Será objeto de estudo

Mons. Tabosa

setor 1

setor 2

Meireles Mucuripe

Iate Club

Cais do Porto

Praia do Futuro

92.61.45

ginásio

3PE

Qualquer (obs 49)

Será objeto de estudo

taxa de permeabilidade (%)

30

20

25

10

10

20

20

30

40

92.61.46

hípica

5PE

Qualquer (obs 48)

Será objeto de estudo

taxa de ocupação TO (%)

solo

50

50

60

80

60

60

60

60

50

92.61.47

hipódromo

4PE

Qualquer (obs 48)

Será objeto de estudo

subsolo

50

50

-

60

-

60

60

60

50

básico

1,00

1,50

2,00

1,00

1,00

3,00

1,00

1,00

2,00

92.62.24

colônia de férias

3PE

Qualquer

Será objeto de estudo

mínimo

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,10

0,10

92.62.27

exploração de locais e instalações p/ parques de diversões

4PE

Qualquer (obs 48)

Será objeto de estudo

máximo

1,00

1,50

2,00

2,00

1,00

3,00

1,00

1,00

2,00

95.50.02

planetário

3PE-EIV

Qualquer (obs 4,47)

Será objeto de estudo

-

-

-

-

-

1,5

-

-

1,5

15

24

48

48

10,50

72

15

48

36

zona de ocupação

índice de aproveitamento IA

fator de planejamento (Fp)

dimensões mín. do lote

(1) fração do lote

45

Subzona 1

Subzona 2 - interesse urbanístico

testada (m)

5

5

5

5

5

5

5

12

8

profund. (m)

25

25

25

25

25

25

25

25

25

área (m2)

125

125

125

125

125

125

125

125

200

-

-

30

-

-

30

-

-

-

-

-

-

45

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

75

100

-

-

-

-

-

-

-

-

áreas de aplicação

1 2 3 4 5

observações:

(4) Refere-se a área construída, excluída a área destinada a estacionamento. (5) Neste caso, refere-se a área do terreno.

04

(47) Exige a apresentação do EIV para empreendimentos com área construída superior a 2000m. (48) Inadequado na área urbana, de acordo com a Lei n˚8966/2005. (49) Neste caso, o porte refere-se ao número de lugares.

Tabela 02: Anexo 7 - Tabela de classificação das vias do sistema viário (vias arteriais). Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de agosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho Tabela 03: Anexo 4 - Tabela de zoneamento urbano - macrozona de ocupação urbana - zona de orla. Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de agosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho.

03

Tabela 04: Anexo 5 - Tabela de equipamentos de cultura e lazer. Fonte: Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS (Lei Complementar n° 236, de 11 de gosto de 2017), estilizada pela autora deste trabalho.

46


Fluxograma

educacional COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL

O fluxograma do complexo é dividido entre seis principais áreas:

01)

02)

03)

habitacional estudantil, necessária para os alunos internos e/ ou participantes de cursos, intercâmbios culturais e residências artisticas que residem em outros estados; educacional, que abriga todo o complexo de espaços destinados a aulas, palestras e oficinas; comercial, que trás o acesso as galerias que sublocam o espaço, coworkings, lojas de materiais e restautantes, que proporcionam ao complexo um caráter autossuficiente no que diz respeito a comercialização de obras e material;

TÉRREO Entrada principal Av. Dioguinho. Carga e descarga. Portaria de controle. Portaria de mercadoria. Escada de incêndio secundária. Administração geral. Administração complexos estudantis. RH. Financeiro. Administração Educacional. Administração Habitação. Administração comercial.

Acesso ao estacionamento subsolo. Escada de incêndio principal. Elevadores. Pátio interno central do bloco.

DML. Vestiários de funcionários. Copa + sala dos professores.

Cozinha. Restaurante 01. Ateliê compartilhado livre.

HABITAÇÃO RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL

TÉRREO Estacionamento de rua. Acesso ao estacionamento subsolo. Acesso Rua Salustiano de Águiar. Portaria de controle subsolo. Portaria de controle de acesso ao bloco. Sala de arquivos e encomendas.

Suites triplas. Suites duplas. Suites individuais.

Escada de incêndio + elevadores. Lavanderia comunitária.

Acesso interno que interliga os blocos do MAV ás praças.

Banheiros do bloco.

04)

05)

administrativo, onde é realizada a gerência e coordenação do projeto; parte de equipe, que abrigam as trocas de turno, uniforme e salas de descanso da equipe; e o abastecimento, com acessos que alimentam todo o complexo.

No fluxograma ao lado, pode-se observar a através das cores e formas o acesso e o trânsito possíveis entre os diversos compartimentos da edificação.

47

Banheiros.

Rampa de acesso ao pav superior.

comercial COMPLEXO COMERCIAL

TÉRREO

Loja de materiais artisticos. Recepção telaria. Telaria e molduraria.

Estacionamento de rua. Acesso Rua Salustiano de Águiar.

Cozinha. Restaurante 02.

Entrada de serviço.

Galeria Janela. (galeria estudantil)

Escada de incêndio + elevadores.

Banheiros.

Tabela 05: Fluxograma da edificação proposta. Fonte: Elaborado pela autora.

48


Tabela 06: Fluxograma do primeiro pavimento da edificação proposta. Fonte: Elaborado pela autora.

49

Tabela 07: Fluxograma do segundo pavimento da edificação proposta. Fonte: Elaborado pela autora.

50


Como entusiasta do manifesto contemporâneo que entende a pluralidade de discursos e equipes como conquista social, aplico a arquitetura o que acredito se alinhar com este pensamento.

Sobre o projeto

O partido O projeto do MAV trás consigo a integração de espaços e serviços, como um manifesto pró produção e vivência participati-

Desta forma, o projeto do MAV, Multifuncional das Artes Visuais, trás em seu programa três principais pilares conceituais: A integração, interação e a produção participativa. O complexo entende que ao implantar um polo gerador de viagens e gerar uma microeconomia voltada para o fazer artístico, o traçado urbano limítrofe ao terreno é afetado.

Cores que norteiam a identidade do MAV Vegetação

Oceano e céu

Dunas e praia

Figura 46: Paletas de cores baseadas nos elementos da área do terreno escolhido e no conceito da edificação. Fonte: Elaborado pela autora.

51

Desta forma se faz necessário incorporar a comunidade adjunta não apenas no funcionamento interno do empreendimento com a contratação de mão de obra local e geração de empregos, mas também por meio da educação e oportunidades. Assim, o MAV dispõe de ateliês compartilhados livres para uso comunitário, galerias que promovem a exposição de artistas residentes do bairro, ações coletivas de pintura com os alunos do complexo na comunidade, eventos e palestras que visam incorporar a população em atividades artísticas e bolsas de estudo para os jovens moradores das ZEIS da Praia do Futuro II que entrarem no programa de ensino. Tendo em mente que o conceito do projeto do MAV é voltado para promover os encontros, estreitar a distancia entre o artista, o mercado e o colecionador e possibilitar o vislumbre de uma vida mais colorida, isso se exprime também em sua arquitetura.

va. Entende a arte como céu, que abraça o mundo e interliga ideias. Aberto ao público, ele incita a curiosidade do observador, onde propicia ao visitante a descoberta de seus espaços internos e externos.

democratização da arte Espaços destinados ao fazer artístico acessíveis e abertos ao público. Bolsas de estudo promovidas pelo complexo para a comunidade local. Núcleo de ações que promova a educação através da arte. Campus aberto e permeável.

integração, interação e produção participativa

Fomentar a economia artística brasileira

O projeto visa através de seus espaços amplos e abertos convidar o passante a conhecer a estrutura e entrar em contato com a arte.

Através da educação.

Salas de produção compartilhada que incentivam a interação e produção participativa.

Espaços de exposição destinados a produção criada pelos alunos do complexo. Promoção de eventos de mostra de arte local e comunitária. Residências artísticas e trocas culturais

Figura 47: Proposta de logo para o projeto do Multifuncional das Artes Visuais (MAV) trás no traçado a integração das cobertas entre os blocos. Representa a fluidez das ideias da produção participativa e faz alusão também às ondas do mar. Fonte: Elaborado pela autora.

52


O terreno foi escolhido pela proximidade com a praça 31 de março, fácil acesso a escola municipal Frei Tito, inúmeros hotéis e pousadas a uma distância a pé, abundantes serviços de alimentação e entretenimento nas proximidades, além de ser um dos poucos terrenos da zona de orla que possui uma visual livre para a faixa de praia.

Por se tratar de um edifício localizado frente a praia, onde há incidência solar direta, algumas decisões foram tomadas: as fachadas foram protegidas com brises, foram projetados balanços de forma a sombrear os pavimentos inferiores, as varandas tem mobiliário que promove sombra e o paisagismo frondoso entre-blocos é abundante.

O fato da área frente a Av. Clóvis Arrais Maia ser uma zona de preservação ambiental, garante que legalmente nada seja edificado diante do terreno proposto.

A planta do multifuncional é intencionalmente aberta, convidativa, permeável e com espaços de contemplação e permanência.

Progresso na setorização do terreno

Mapa de diagnóstico das vias

Figura 48: Mapa mostrando vias do entorno do terreno escolhido para a implantação do projeto elaborado nesse trabalho. Fonte: Elaborado pela autora.

53

Figura 49: Progressão da escolha de zoneamento do terreno para a impantação do coplexo. Fonte: Elaborado pela autora.

54


50

Aroeira da praia

Palmeira

Palmeira azul

51

Figura 50: Vista externa da edificação, mostrando a sua implantação no terreno e o seu paisagismo. Fonte: elaborado pela autora. Figura 51: Tipos de árvores pensadas para sombrear e ornamentar a área ente blocos. Fonte: elaborado pela autora.

55

52

O paisagismo preza o sombreamento dos espaços e a paginação de piso interliga os blocos gerando um fluxo guiado através da mudança de materiais em tons arenosos, como o piso drenante Drénaqua Master (Drenaltec), o intertravado losangular bege e ocre (Itauára) o pisograma crema com adição de granilhas (Drenaltec) e o piso maciço fulge lixado crema (Drenaltec). Além do intertravado cinza que faz a integração das calçadas com o desenho da paginação interna. Sendo o projeto de um multifuncional das artes, salas de pintura foram deixadas com as janelas desobstruídas, de forma a permitir que o transeunte possa ter a visão dos alunos pintando e os alunos possam se deixar inspirar pela paisagem a sua frente. A mesma medida foi adotada aos restaurantes, uma vez que são localizados em pontos estratégicos que evidenciam a panorâmica da faixa de praia.

53 Figura 52: Área aberta e permeável do complexo, onde as pessoas podem utilizar como praça e espaço de convivência. Fonte: elaborado pela autora. Figura 53: Espaço permeável em área ente blocos. Fonte: elaborado pela autora.

56


PROGRAMA

DE

NECESS IDADES

educacional

HABITAÇÃO

COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL

RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL

Portaria de carga e descarga Controle Administrativo geral Administrativo educacional Administrativo comercial Administrativo estudantil RH Financeiro Sala dos funcionários Vestiários DML geral WCs femininos Wcs masculinhos

Suítes triplss acessíveis Suítes duplas Suítes individuais WC masculino do bloco WC feminino do bloco Lavanderia comunitária DML

comercial COMPLEXO COMERCIAL

Sala de controle Sala de telaria + molduraria Lojinha de material artistico Galeria salão 01 Galeria salão 02 Galeria salão 03

Portaria de controle WC portaria

Restaurantes Cozinhas

Cozinha compartilhada Área de estar compartilhada Área de jantar compartilhada Área de jogos compartilhada

Cafeteria Sala de preparação

Salas de pinturas Acessos módulo: Sala de desenho digital Elevador + Escada de incêndio Sala de desenho a mão livre Sala de pintura de modelo vivo Sala de restauro Sala de discursões Ateliês compartilhados Auditório Biblioteca Sala de controle bibliotecário Espaços livres para exposição/instalação

Wcs feminos Wcs Masculinos Acessos módulo Elevador + Escada de incêndio

Portaria de controle de blocos estudantis Acessos módulo: Elevador + Escada de incêndio

Tabela 08: Programa de necessidades do complexo. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 54: Setorização dos ambientes das edificações do complexo por pavimento. Fonte: elaborado pela autora.

57

58


Malha estrutural do projeto por blocos

Malha padrão

Habitacional estudantil

O sistema estrutural do multifuncional consiste no sistema viga-pilar, e sua malha estrutural segue duas modulações de acordo com o bloco. No bloco habitacional por conta do menor fluxo de pessoas, a modulação segue a estrutura de 5m por 5m, formando uma malha quadrada. Já nos blocos educacional e comercial, esta malha se modifica para 10m x 10m, também quadrada. Desta forma, suporta maiores vãos que por sua vez atende ao maior fluxo previstos para estes blocos.

56

Sendo o projeto de um multifuncional das artes, salas de pintura foram deixadas com as janelas desobstruídas, de forma a permitir que o transeunte possa ter a visão dos alunos pintando e os alunos possam se deixar inspirar pela paisagem a sua frente.

Diagrama sobre aberturas e cobertas

A mesma medida foi adotada aos restaurantes, uma vez que são localizados em pontos estratégicos que evidenciam a panorâmica da faixa de praia.

Comercial e institucional

O projeto conta com três blocos principais: O educacional, o habitacional e o comercial.

Modulação de pilares 5m x 5m

57 Visual salão Galeria 01

Estudo de coberta

Visual salão Galeria 02

Movimento da coberta entre os blocos

Visual restaurante

Estudo de aberturas e iluminação dos blocos

Menor custo

Modulação de pilares 10m x 10m Vãos maiores Possibilidade de áreas livres para exposições e instaçaões Melhor modulação para o subsolo visto a quantidade de vagas previstas

59

Figura 55: Padrões de modulação de pilares escolhidos para a malha estrutural da edificação. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 56: Vista externa da fachada frontal das edificações, voltadas para a praia. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 57: Diagrama sobre aberturas e cobertas das edificações do complexo. Fonte: Elaborado pela autora.

Visual de convivência estudantil

Visual sala de palestras

Visual sala de pintura ao vivo

60


O bloco educacional além de comportar as salas de aula e os programas de educação, comporta também todo o administrativo do complexo. Tendo sua entrada principal pela Av. Dioguinho, a paginação de piso entra no interior do bloco guiando o passante para o ateliê compartilhado livre e para o restaurante 01, que ao possuírem grandes janelas integram o exterior do empreendimento ao interior dos ambientes. Localizados na extremidade do bloco educacional, esta decisão foi tomada de forma convidar o transeunte a caminhar pelo projeto, conhecer as áreas entre-blocos e instigar a curiosidade do individuo de desbravar o MAV.

58

O primeiro pavimento do bloco educacional conta com salas de aula, ateliês compartilhados voltados para a produção participativa, auditório e as varandas, que conferem ao projeto um respiro a cidade. O segundo pavimento possui além das salas de aula, e varandas, uma vasta biblioteca com área de estudos, espaço multifuncional para pequenos eventos e um mirante voltado para o mar.

59 Figura 58: Espaço de restaurante padrão do complexo. Fonte: elaborado pela autora. Figura 59: Exemplo de sala de aula, com preparo para lições de diversos tipos voltados estudo de arte. Fonte: elaborado pela autora.

61

62


O bloco habitacional tem sua entrada pela Rua local Salustiano de Aguiar. Com portaria de controle este bloco só deve ser acessado por alunos do MAV. O pavimento térreo, assim como o subsolo só pode ser utilizado por alunos no programa de residência artística, isto é, alunos em intercambio cultural que estão alojados nos quartos dispostos no térreo do bloco habitacional. As habitações são divididas entre suítes individuais, suítes duplas e suítes acessíveis triplas, onde as suítes triplas possuem o sanitário separado do chuveiro, otimizando tempo de uso dos alunos residentes.

60

O pavimento térreo conta também com uma lavanderia compartilhada e uma sala de arquivos e entregas ao lado da portaria, podendo assim receberem entregas e encomendas. O primeiro pavimento do bloco habitacional conta com uma espaçosa sala convivência, cozinha compartilhada, mesas para refeições, além de uma varanda e salão de jogos. Os alunos do MAV podem acessar este pavimento por um acesso controlado através do bloco educacional.

61 Figura 60: Edificação habitacional do complexo, fachada voltada para a Av. Dioguinho. Fonte: elaborado pela autora. Figura 61: Edificação habitacional do complexo, fachada voltada para a Av. Dioguinho. Fonte: elaborado pela autora.

63

64


O bloco comercial tem sua entrada de serviço, assim como carga e descarga pela Rua local Salustiano de Aguiar, contando também com seis vagas de estacionamento rotativo de serviço e a casa de lixo e gás. Sua entrada principal se da pelo interior do lote, onde através da paginação de piso e paisagismo o transeunte é direcionado para os serviços de molduraria e telaria, loja de materiais artísticos, galeria ou restaurante. A Galeria Janela do térreo, com 312m2 de área, foi pensada para abrigar exposições semestrais dos alunos do MAV e exposições dos artistas residentes do bairro Praia do Futuro II. A telaria/molduraria conta com espaço de trabalho para oficinas profissionalizantes e prestação de serviços para o publico geral.

O segundo pavimento conta com a Galeria Tela. Com 300m2 de área. Com a vista mais privilegiada ao complexo, ela está localizada no ponto edificado mais próximo a visual de praia. Contando com uma larga parede de brises para proteger as janelas da incidência solar direta, ela foi pensada para abrigar exposições que gerem grandes fluxos. Desta forma, é preciso passear pelo complexo antes de chegar no ponto de interesse. Também no segundo pavimento têm-se uma grande varanda que se dá como mirante para o interior do complexo.

62

O primeiro pavimento conta com um restaurante de menor porte e uma cozinha que atende tanto ao restaurante quanto as mesinhas da grande varanda, fornecendo um serviço de cafeteria. No primeiro pavimento se tem também a assessoria cultural com espaço para reuniões, onde os galeristas, produtores, marchands e artistas decidem e definem as exposições e eventos que acontecerão no complexo. Neste mesmo andar está localizada a Galeria Nômade, salão de 96m2 poximo a cozinha, restaurante e varanda. Por conta da sua localização, a Galeria Nômade foi pensada para receber eventos e vernissages.

63 Figura 62: Área externa do espaço comercial. Fonte: elaborado pela autora. Figura 63: Local destinado às exposições e amostras artísticas do complexo. Fonte: elaborado pela autora.

65

66


1

Área total do terreno

2

D

Taxa de permeabilidade do solo ZO7 Praia do Futuro orla VII Q U A D R O Zona D E de ÁR E Atrecho S

11.849,00

m2

4.739,60 40%

P02 DAP 90x 210

01

9 8

10

7

11

04

12 13 14

1 PAV

P02 DAP 90x 210

17 P03 DAP 90x 210

m2 m2

4

Coeficiente de aproveitamento Σ das áreas do Térreo Σ das áreas do 1 PAV Σ das áreas do 2 PAV

1,01 4.186,38 3.078,19 2.188,74

m2 m2 m2

2

16 P02 DAP 90x 210

38,23% 4.186,38 344,59

4 3

1

D

P03 DAP 165x 210

Taxa de ocupação Área total do térreo Projeções

5

15 S

06

P02 DAP 80x 210

05

3

6

17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

3,00 m

08

02

TÉRREO

P05 DAP 80x 210

0,00 m

P04 DAP 150x 210

P02 DAP 80x 210

03

07

09

9m

00

S

Laje

P02 DAP 90x 210

P02 DAP 90x 210

10

11

D

P04 DAP 90x 210

S

P04 DAP 150x 210

12

educacional P04 DAP 90x 210

COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL

P04 DAP 80x 210

13

14

HABITAÇÃO

P04 DAP 150x 210

E. 2

EDUCACIONAL

-2 m

P05 DAP 80x 210

15

RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL

16

Ref.

0,00 m

Ref.

S 2

1

TÉRREO

6

5

4

3

30 P05 DAP 90x 230

D

E. 1 ,16 7 m) 6E(0 ,31 m) 5P(0

comercial

S

17

E. 1

7

P04 DAP 80x 210

D

18

P05 DAP 150x 240

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

29

P05 DAP 150x 240

COMPLEXO COMERCIAL

28

6,00 m 2 PAV

25 P04 DAP 90x 210

P04 DAP 150x 210

Ref.

-1 m

20

P04 DAP 80x 210

19

18

17

16

11

15

14

P02 DAP 70x 210

21

1

3

2

4

6

5

7

22

P02 DAP 70x 210

8

27 9

S

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

P02 DAP 70x 210

P03 P03 DAP 70x 210 DAP 70x 210

C.1

E. 2

P04 DAP 70x 210

13

1 PAV

12

26

3,00 m

P02 DAP 80x 210

D

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

23

P05 DAP 270x 240

P04 DAP 80x 210

P04 DAP 90x 210

Av. Dioguinho.

24

10

0,00 m 29

D

P04 DAP 80x 210

97

22

P05 DAP 150x 280

95

23

25

P05 DAP 80x 210

96

P03 DAP 70x 210

P05 DAP 150x 280

93 92

05

91 90

27

P05 DAP 80x 210

P05 DAP 270x 280

94

21

06

89

P03 DAP 80x 210

01

88

P06 DAP 270x 240

P05 DAP 80x 210

30

98

P03 DAP 70x 210

P05 DAP 80x 210

28

TÉRREO

100 99

24

26

87 P04 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

86 85 84 83

habitação

3,00 m

82

20

81

P06 DAP 150x 240

80

ML

ML

ML

ML

ML

ML

ML

75

10

ML

09 17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

74

R.A.1

ML

9

8

P02 DAP 90x 210

COMERCIAL

02

73 72

7

6

5

4

3

2

1

P02 DAP 90x 210

S

P05 DAP 80x 210

08

07

P01 DAP 80x 210

S

06

P02 DAP 80x 210

ML

R.A.1

07

76

P05 DAP 270x 240

11

10

12

14

13

15

17

77

P01 DAP 90x 210

D

16

78

P01 DAP 90x 210

P06 DAP 270x 300

1 PAV

79

71

10

70 69 68

P04 DAP 80x 210

65

03

64

P03 DAP 80x 210 P06 DAP 150x 240

66

P02 DAP 80x 210

67

05

P04 DAP 80x 210

63 62 P02 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

61

04

Ref.

60 59

14

55 54

51 50

Ref.

Ref.

48

02

47

6,00 m 2 PAV

P01 DAP 90x 210

P03 DAP 90x 210

100E(0,03 m) 99P(0,377 m)

P07 DAP 150x 240

42

46

41

45

40

44

43

39

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

28

27

26

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

9

12

8

11

7

6

10

5

4

3

2

1

08

P06 DAP 200x 240

3,00 m 1 PAV

Ref.

49

P02 DAP 90x 210

P04 DAP 90x 210

P06 DAP 150x 240

D

S

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

17

16

11

15

14

13

12

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

Tipos de árvores pensadas para sombrear e ornamentar a área entre blocos.

09

11

C.1

53 52

17

15

P06 DAP 150x 240

P04 DAP 80x 210

56

P01 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

12

19

P02 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P03 DAP 70x 210

01

57

18

P04 DAP 80x 210

Ref.

P05 DAP 80x 210

16

11

Ref.

03

58

13

P04 DAP 80x 210

Ref.

04

S

D

GSEducationalVersion

tabela de TAXAS

Amendoeira da praia

Palmeira

Palmeira azul

12

01

0.

Pavimento Térreo (1)

Implantação esc:. 1:300

67

01/17


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

D

P02 DAP 90x 210

01

9 8

10

7

11

6

17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

04

12 13 14

5 4 3

15

2

P03 DAP 165x 210

16 P02 DAP 90x 210

P03 DAP 90x 210

P02 DAP 90x 210

17

S

06

P02 DAP 80x 210

05

1

D

08

02

TÉRREO

P05 DAP 80x 210

0,00 m

P04 DAP 150x 210

P02 DAP 80x 210

03

07

09 00

S

P02 DAP 90x 210

P02 DAP 90x 210

10

11

D

P04 DAP 90x 210

S

P04 DAP 90x 210

P04 DAP 150x 210

12

P04 DAP 80x 210

13

14

-2 m

P05 DAP 80x 210

P04 DAP 150x 210

E. 2

15

16

Ref.

0,00 m

Ref.

S

Portaria de mercadoria Portaria de controle WC portaria Circulação Ante-câmara Escada secundária Administração geral WC ADM geral Financeiro Administração Educacional Recepção Recursos Humanos Administração Estudantil WC ADM WC ADM comercial Administração comercial Cozinha Restaurante 01 Ateliê compartilhado livre DML do andar Ante-câmara Escada de incêndio principal Sala dos professores + copa Vestiário acessível DML geral Vestiário masculino Vestiário feminino WC masculino WC acessível WC masculino

11,15 7,24 3,90 81,89 2,55 11,75 19,35 3,56 8,00 18,08 8,60 11,95 3,30 3,50 18,70 22,90 96,20 90,65 4,35 9,30 26,55 44,45 8,25 5,11 31,36 33,40 15,07 3,70 21,06

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

6,98 2,87 2,87 4,25 4,25 3,63 6,57 11,77 9,33 20,06 3,76 24,38 3,62 3,97 12,41 5,24 211,00

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

312,50 22,72 3,70 15,07 23,32 22,44 146,50 12,13 55,34 143,42

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

2

1

TÉRREO

6

5

4

3

30 P05 DAP 90x 230

D

E. 1 ,16 7 m) 6E(0 ,31 m) 5P(0

S

17

E. 1

7

P04 DAP 80x 210

D

18

P05 DAP 150x 240

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

29

HABITAÇÃO

P05 DAP 150x 240

28

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

25 P04 DAP 90x 210

P04 DAP 150x 210

Ref.

-1 m

20

P04 DAP 80x 210

19

18

17

16

11

15

14

13

21

P02 DAP 70x 210

1

3

2

4

6

5

7

8

22 9

27

P02 DAP 70x 210

S

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

P02 DAP 70x 210

P03 P03 DAP 70x 210 DAP 70x 210

C.1

E. 2

P04 DAP 70x 210

12

26

P02 DAP 80x 210

D

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

23

P05 DAP 270x 240

P04 DAP 80x 210

P04 DAP 90x 210

24

10

0,00 m 29

D

P04 DAP 80x 210

97

22

P05 DAP 150x 280

95

23

25

P05 DAP 80x 210

96

P03 DAP 70x 210

P05 DAP 150x 280

93 92

05

91 90

27

P05 DAP 80x 210

P05 DAP 270x 280

94

21

06

89

P03 DAP 80x 210

01

88

P06 DAP 270x 240

P05 DAP 80x 210

30

98

P03 DAP 70x 210

P05 DAP 80x 210

28

TÉRREO

100 99

24

26

87 P04 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

86 85 84

Acesso bloco habitacional Portaria de controle Sala de arquivos e encomendas WC portaria WC acessível feminino WC acessível masculino DML Ante-câmara Escada de incêndio Lavanderia comunitária Suíte dupla tipo WC Suíte tripla tipo WC acessível sanitário WC acessível chuveiro Suíte individual tipo WC Circulação interna bloco

83 P06 DAP 270x 300

82

20

81

P06 DAP 150x 240

80 79

ML

ML

ML

ML

75

ML

74

R.A.1

02

73

ML

9

8

P01 DAP 80x 210

10

72 7

6

5

4

3

2

P02 DAP 90x 210

17E(0,176 m) 16P(0,297 m) 1

P05 DAP 80x 210

07

09 S

06

P02 DAP 80x 210

S

08

07

76

ML

R.A.1

P05 DAP 270x 240

11

10

12

14

13

15

77

P01 DAP 90x 210

D

17

P01 DAP 90x 210

16

78

ML

P02 DAP 90x 210

ML

ML

71

HABITAÇÃO

10

70 69 68

P04 DAP 80x 210

65

03

64

P03 DAP 80x 210 P06 DAP 150x 240

66

05

P02 DAP 80x 210

67

P04 DAP 80x 210

63

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

62 P02 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

61

04

Ref.

60 59

P04 DAP 80x 210

56 55 54 53

P01 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

12

19

52

17

15

51

Ref.

01

57

18

P04 DAP 80x 210

P03 DAP 70x 210

Ref.

P05 DAP 80x 210

16

11

P02 DAP 80x 210

13

P04 DAP 80x 210

03

58

Ref.

50

Ref.

49

Ref.

48

02

P01 DAP 90x 210

47

P03 DAP 90x 210

100E(0,03 m) 99P(0,377 m)

P07 DAP 150x 240

42

46

41

45

40

44

43

39

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

28

27

26

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

9

12

8

11

7

6

10

5

4

3

2

1

08

P06 DAP 200x 240

P02 DAP 90x 210

P04 DAP 90x 210

P06 DAP 150x 240

D

S

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

09

17

16

11

15

14

13

12

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

11

C.1

Ref.

P06 DAP 150x 240

04

14

S

D

GSEducationalVersion

educacional

Galeria Janela WC feminino Wc acessível WC masculino Loja de materiais artisticos Recepção telaria e molduraria Telaria e molduraria Acesso de serviço Cozinha Restaurante 02 Carga e descarga

12

01

0.

Pavimento Térreo (1)

Planta PAV. Térreo esc:. 1:300

68

02/17


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

9 8

10

7

P02 DAP 80x 210

14

2

16

P02 DAP 80x 210

S

P02 DAP 90x 210

17

16

P05 DAP 150x 210

P03 DAP 80x 210

P03 DAP 90x 210

5 4

1

D

17

18

P04 DAP 150x 210

P04 DAP 150x 210

P05 DAP 150x 240

11

15

6

3

15

12

17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

11 13

13

12

14

19

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E. 2 23

9

24

8

25

7

26

6

27

5

E. 1 S

10

28

D

11

22

33E(0,03 m) 32P(0,379 m)

12

21 30

2

31

1

32 33

07 20

P05 DAP 150x 180

4 3

S

D

P04 DAP 80x 210

29

P02 DAP 80x 210

14 13

20

08

P03 DAP 80x 210

15

19

P04 DAP 150x 210

16

18

10

E. 1

21

P05 DAP 150x 240

04

06

Escada de incêndio principal Ante-câmara DML Espaço Multiuso Sala de desenho digital Varanda WC masculino WC acessível WC feminino Sala de desenho a mão livre Varanda WC masculino WC acessível WC feminino Ante-câmara Escada de incêndio secundária Ateliê de pintura Sala de aula teórica Ateliê compartilhado Rampa de acesso Ateliê de pintura de modelo vivo Auditório Portaria de controle Rampa de acesso ao bloco habitacional

26,55 9,31 4,36 200 36,52 92,40 15,40 3,70 21,00 58,90 88,24 10,54 3,70 10,03 2,80 11,76 64,02 31,81 68,65

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

118,71 94,09 10,25

m2 m2 m2

115,00 117,00 47,31 147,24 3,34 6,57 11,74 19,92 3,70 21,04

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

96,00 12,71 4,90 4,90 50,70 45,55 320,40 28,30 77,15 29,15

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

HABITAÇÃO

17

09

Salão de jogos Salão de convivência Varanda Cozinha compartilhada DML Ante-câmara Escada de incêndio WC masculino WC acessível WC feminino

P05 DAP 150x 210

03

02

22

HABITAÇÃO

P05 DAP 80x 210

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

23

E. 2

S

1

2

3

5

4

6

7

9

8

18

17

11

16

15

14

13

12

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

01

P03 DAP 80x 210

D

P04 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P02 DAP 150x 210

05

10

C.1

29 4

P02 DAP 400x 240

D

10

01

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

09 01

Galeria Nômade Ante-sala assessoria cultural WC masculino WC feminino Depositório de obras e acervo Assessoria artistica e Dpto. cultural Varanda Cozinha Restaurante 03 Varanda

P04 DAP 80x 210

08

07

R.A.1

P01 DAP 80x 210

02 S

P02 DAP 80x 210

06 05

D

P01 DAP 80x 210

07 P06 DAP 270x 240

04

P05 DAP 90x 210

01

03

P06 DAP 270x 240

Ref.

P03 DAP 270x 210

06

02

09

P02 DAP 150x 210

Ref.

P02 DAP 150x 210

Ref.

CL

P06 DAP 90x 210

P02 DAP 150x 210

Ref.

04

03

05

Ref.

P06 DAP 150x 240

P06 DAP 270x 280

08 P05 DAP 90x 210

P02 DAP 90x 210

10

P04 DAP 90x 210

P03 DAP 90x 210 D

S

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

17

11

16

15

14

13

12

9

10

8

7

6

5

4

3

2

1

C.1

CL

R.A.1

S

GSEducationalVersion

educacional

1.

Primeiro Pavimento (1) Escala: 1:100

01

Planta 1 PAV esc:. 1:300

69

03/17


P02 DAP 90x 210

P03 DAP 90x 210

D

21

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

S

22

18 P02 DAP 80x 210

P03 DAP 80x 210

P04 DAP 80x 210

P06 DAP 150x 240

20

P06 DAP 150x 210

P05 DAP 150x 210

15

19

P06 DAP 150x 210

16

P04 DAP 150x 210

17

14

26,55 9,31 4,36 43,14 23,52

m2 m2 m2 m2 m2

131,50 215,00 54,74 66,90 185,86 16,12 110,65 53,60 50,30 45,30 13,75 3,70 21,00 155,60 2,55 11,75

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2

299,00 128,70

m2 m2

Coberta E. 2 20 21

11

22

10

23

9

24

8

25

7

26

6

27

5

28

4

29

3

30

2

31

1

32

33E(0,03 m) 32P(0,379 m)

13 12

S S

HABITAÇÃO 1 2

E. 1

Galeria Tela Varanda

D D

14

19

08

15

18

12

16

17

E. 1

Escada de incêndio principal Ante-câmara DML Sala mista Sala de pesquisa Rampa de acesso Mirante Salão de exposições Varanda Sala de desenho livre Biblioteca Sala de devoluções Ateliê compartilhado Ateliê de pintura Sala de aula teórica Sala de pesquisa WC masculino WC acessível WC feminino Varanda Ante-sala Escada de incêndio secundária HABITAÇÃO

13

P04 DAP 150x 210

11

P02 DAP 90x 210

33

6E(0,167 m) 5P(0,317 m)

S

09

P07 DAP 150x 210

P02 DAP 80x 210 P06 DAP 80x 210

P05 DAP 80x 210

1

2

3

5

4

05

P07 DAP 150x 210 S

6

7

9

6

18

17

8

07

5

4

02

3

D

11

16

15

14

13

12

10

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

01

2

1

03

D

E-22

04

C.1

E. 2 R.A.1

02 01

P07 DAP 90x 210

P06 DAP 90x 210

P08 DAP 90x 210

P09 DAP 90x 210 D

S

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

17

11

16

15

14

13

12

9

10

8

7

6

5

4

3

2

1

C.1

R.A.1

P06 DAP 270x 240

Elev.

10

P08 DAP 150x 210

06

P05 DAP 150x 240

GSEducationalVersion

educacional

2.

Segundo Pavimento (2) Escala: 1:100

01

Planta 2 PAV esc:. 1:300

70

04/17


COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL P02 DAP 90x 210

01

9 8

10

7 17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

11

04

12 13 14 15 P02 DAP 90x 210

4

1 S

06

P02 DAP 80x 210

P03 DAP 90x 210

17 P02 DAP 90x 210

5

2

16 P03 DAP 165x 210

6

3

D

05

P05 DAP 80x 210

08

02

P04 DAP 150x 210

P02 DAP 80x 210

03

07

09 00

Vista interna do complexo educacional. Parede disposta para apresentação de pinturas de alunos do complexo.

S

P02 DAP 90x 210

P02 DAP 90x 210

10

P04 DAP 90x 210

11

P04 DAP 90x 210

P04 DAP 150x 210

12

P04 DAP 80x 210

13

P04 DAP 150x 210

E. 2

15

P05 DAP 80x 210

14

16

Ref.

Vista externa do restaurante do complexo educacional. A localização do restaurante se deve a necessidade de gerar um fluxo proveniente da Av. Dioguinho para as áreas integradas do complexo, como jardins internos entre blocos e fomentar a curiosidade ao bloco comercial.

Ref.

P05 DAP 90x 230

30

17

E. 1

18

P05 DAP 150x 240

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

29

P04 DAP 80x 210

P05 DAP 150x 240

28

25 P04 DAP 90x 210

P05 DAP 270x 240

P04 DAP 80x 210

Ref.

20

18

17

16

15

14

11

13

O empreendimento também prevê oferecer bolsas de estudos no MAV para a comunidade.

P02 DAP 70x 210

P02 DAP 70x 210

2

1 S

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

3

4

5

6

7

22 8

27

P02 DAP 70x 210

P03 P03 DAP 70x 210 DAP 70x 210

E. 2

P04 DAP 70x 210

12

26

21

19

P02 DAP 80x 210

D

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P04 DAP 80x 210

9

23

O ateliê compartilhado do térreo do pavimento educacional foi pensado como ateliê livre e aberto ao publico. Onde o empreeendimento disponibiliza material artistico e promove aulas e workshops para integrar a comunidade local do pensar ao fazer artistico.

P04 DAP 150x 210

P04 DAP 90x 210

24

10

GSEducationalVersion

educacional

01

Planta Térreo Educacional esc:. 1:150

71

05/17


COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL 9 8

10

7

P02 DAP 80x 210

14 15

P02 DAP 80x 210

4

1 S

P02 DAP 90x 210

17

16

P05 DAP 150x 210

P03 DAP 80x 210

P03 DAP 90x 210

5

2

16

17

P05 DAP 150x 240

11

15

6

3

D

12

17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

11 13

13

12

14

18

19

Vista interna do palco do ateliê de pintura de modelo vivo. Esta vista contempla a faixa de praia e o mar e possui cortinas nas janelas para sessões de nú.

E. 2

P04 DAP 150x 210

P04 DAP 150x 210

Vista de uma das varandas do 1 pavimento educacional.

4m

9

24

8

25

7

26

6

27

5

28

4

29

3

30

2

31

1

32

S

33

07 20

P05 DAP 150x 180

23

33E(0,03 m) 32P(0,379 m)

22

P02 DAP 80x 210

11 10

D

12

21

P04 DAP 80x 210

13

20

21

04

P05 DAP 150x 210

03

P05 DAP 80x 210

Vista interna representando em 3D a rampa de acesso do ateliê de pintura de modelo vivo. Esta parte do pavimento tem uma cota de nível diferente por conta do pé direito de 4m do restaurante, que está localizado logo abaixo do ateliê.

23

1

Esta área é a unica do 1 pavimento educacional que possui cota de nível diferente. E. 2

2

22

S

3

4

5

6

7

8

18

17

02

P03 DAP 80x 210

D

16

15

14

11

13

12

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

01

P04 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P02 DAP 150x 210

05

9

06

P05 DAP 150x 240

08

P03 DAP 80x 210

14

19

P04 DAP 150x 210

15

18

3m

10

16

17

09

10

GSEducationalVersion

educacional

29

01

Planta 1 PAV educacional esc:. 1:150

72

06/17


COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL

P02 DAP 90x 210

P03 DAP 90x 210

D

21

S

22

18 P02 DAP 80x 210

P03 DAP 80x 210

P04 DAP 80x 210

P06 DAP 150x 240

Acesso ao mirante. Vista interna da escadaria e da rampa.

20

P06 DAP 150x 210

P05 DAP 150x 210

15

19

14

13

P04 DAP 150x 210

P06 DAP 150x 210

16

P04 DAP 150x 210

17

Vista interna da varanda para a praça interna dos jardins do complexo.

E. 2

11

20

12

21

11

22

10

23

9

24

8

25

7

26

6

27

5

28

4

29

3

30

2

31

1

32

33E(0,03 m) 32P(0,379 m)

13

S S

D D

14

19

08

15

18

12

16

17 33

06 10

P08 DAP 150x 210

Vista externa da biblioteca. P05 DAP 150x 240 P07 DAP 150x 210

P02 DAP 80x 210 P06 DAP 80x 210

P05 DAP 80x 210

1

05

P07 DAP 150x 210 S

04

E. 2

2

3

4

5

6

7

6

18

17

16

8

07

5

4

02

3

D

15

14

11

13

12

10

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

01

2

1

03

D

6E(0,167 m) 5P(0,317 m)

S

09

9

P02 DAP 90x 210

GSEducationalVersion

educacional

01

2.

Segundo Pavimento Escala: 1:100

Planta 2 PAV educacional esc:. 1:150

73

07/17


RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL 29

D

P04 DAP 80x 210

26

P05 DAP 80x 210

97

22

96 95

23

25

P05 DAP 80x 210

30

98

P03 DAP 70x 210

P05 DAP 80x 210

28

100 99

24

P03 DAP 70x 210

94 93

21

92 91 90

27

P05 DAP 80x 210

89

P03 DAP 80x 210

88 87 P04 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

86 85 84 83 82

20

81 80 79

ML

11

10

12

13

14

15

17

P01 DAP 90x 210

77

ML

ML

ML

76

D

16

78

P01 DAP 90x 210

75

ML 17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

74

R.A.1

73 72

9

8

7

6

5

4

3

2

1

P02 DAP 90x 210

10

ML

07

09 S

P05 DAP 80x 210

08 P01 DAP 80x 210

S

06

P02 DAP 80x 210

ML

R.A.1

ML

P02 DAP 90x 210

ML

ML

Vista da fachada do bloco Habitacional.

71 70 69 68 67 66

05 P04 DAP 80x 210

65 64 63 62 P02 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

61 60 59

14

P05 DAP 80x 210

11

P04 DAP 80x 210

P03 DAP 70x 210

01

57

18

12

P04 DAP 80x 210

19

P02 DAP 80x 210

16

P02 DAP 80x 210

03

58

13

P04 DAP 80x 210 P02 DAP 80x 210

56 55 54 53 52

17

15

Entradas: subsolo e portaria de controle para o bloco habitacional.

51 50 49

Ref.

04

Ref.

48

02

47

100E(0,03 m) 99P(0,377 m)

S

46

45

44

43

42

41

40

39

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

28

27

26

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

11

12

9

8

10

7

6

5

4

3

2

1

D

GSEducationalVersion

HABITAÇÃO

Vista interna do quarto triplo tipo.

01

Planta térreo habitacional esc:. 1:150

74

0.

Pavimento Térreo (4) Escala: 1:100

08/17


RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL 29

P02 DAP 400x 240

D

10

01

P03 DAP 80x 210

P02 DAP 80x 210

09 01

Vista interna da área de estar.

P04 DAP 80x 210

07

Ref.

Ref.

Vista interna da cozinha compartilhada.

CL

Ref.

R.A.1

02 P01 DAP 80x 210

05

S

P02 DAP 80x 210

06

CL

R.A.1

D

P01 DAP 80x 210

08

P03 DAP 270x 210

04

03

S

GSEducationalVersion

HABITAÇÃO

Vista interna do salão de jogos.

1.

Primeiro Pavimento (1) Escala: 1:100

01

Planta 1 PAV habitacional esc:. 1:150

75

09/17


C.1 P05 DAP 150x 280

P05 DAP 150x 280

P05 DAP 270x 280

COMPLEXO COMERCIAL 05 06

P06 DAP 270x 240

01

P06 DAP 270x 300 P06 DAP 150x 240

07

10

P03 DAP 80x 210 P06 DAP 150x 240

03

P02 DAP 80x 210

P05 DAP 270x 240

02

P04 DAP 80x 210

Ref.

04

Ref. Ref.

P01 DAP 80x 210

Ref. Ref.

P03 DAP 90x 210

P07 DAP 150x 240

08

P02 DAP 90x 210

P04 DAP 90x 210

P06 DAP 150x 240

D

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

17

16

15

14

11

13

10

12

9

8

7

6

5

4

3

2

1

11

C.1

P06 DAP 200x 240

09

P06 DAP 150x 240

P01 DAP 90x 210

S

GSEducationalVersion

comercial

12

01

0.

Planta térreo comercial esc:. 1:150

Pavimento Térreo (1) Escala: 1:100

76

10/17


C.1

COMPLEXO COMERCIAL

07 P06 DAP 270x 240

04

P05 DAP 90x 210

01

03

02

09

P02 DAP 150x 210

P02 DAP 150x 210

Ref.

05

Ref.

P06 DAP 150x 240

P06 DAP 270x 280

08 P05 DAP 90x 210

P02 DAP 90x 210

P04 DAP 90x 210

10

P03 DAP 90x 210 D

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

17

16

15

14

11

10

13

12

9

8

7

6

5

4

3

2

1

C.1

06

P02 DAP 150x 210

P06 DAP 270x 240

P06 DAP 90x 210

S

GSEducationalVersion

comercial

1.

Primeiro Pavimento (1) 01

Planta térreo Escala:comercial 1:100 esc:. 1:150

77

11/17


C.1

COMPLEXO COMERCIAL

02

P06 DAP 270x 240

01

P07 DAP 90x 210

P06 DAP 90x 210

P08 DAP 90x 210

P09 DAP 90x 210 D

17E(0,176 m) 16P(0,28 m)

17

16

15

14

11

13

12

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

C.1

S

GSEducationalVersion

comercial

2.

Segundo Pavimento Escala: 1:100

01

Planta 2 Pav. comercial esc:. 1:150

78

12/17


GSEducationalVersion

COMERCIAL

+12,00 4 Coberta

+9,00 3 Pavimento Cobertura

EDUCACIONAL

habitação +6,00 2 Segundo Pavimento

+3,00 1 Primeiro Pavimento

±0,00 0 Pavimento Térreo

-3,00 -1 Subsolo

EDUCACIONAL

01

Fachada Av. Dioguinho esc:. 1:300

01

Av. Dioguinho

Escala: 1:100

COMERCIAL habitação

Av. Dioguinho

Av. Clóvis Arrais Maia

Rua Salustiano de Pinho

02

Fachada Rua Salustiano de Aguiar esc:. 1:300

Rua Salustiano de Aguiar

02 Escala: 1:100

Rua Salustiano de Águiar

79

13/17


GSEducationalVersion

habitação

+12,00 4 Coberta

+9,00 3 Pavimento Cobertura

COMERCIAL

EDUCACIONAL +6,00 2 Segundo Pavimento

+3,00 1 Primeiro Pavimento

±0,00 0 Pavimento Térreo

-3,00 -1 Subsolo

01

Fachada Av. Clóvis Arrais Maia esc:. 1:300

+12,00 4 Coberta

COMERCIAL

+9,00 3 Pavimento Cobertura

habitação +6,00 2 Segundo Pavimento

+3,00 1 Primeiro Pavimento

Rua Salustiano de Pinho Av. Clóvis Arrais Maia

±0,00 0 Pavimento Térreo

02

Fachada Rua Salustiano de Pinho esc:. 1:300

Av. Dioguinho

-3,00 -1 Subsolo

Rua Salustiano de Águiar

80

14/17


GSEducationalVersion

educacional COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL

1

2

3

4 +8,00

9

+7,00 +6,00

5

7

6

8 +4,00 Pé direito alto. +3,00 1 PAV.

12

11

10

13 -4,00 SUBSOLO

01

CORTE Educacional E2 esc:. 1:150 Rua Salustiano de Pinho

3

4

H1

C1

H1

E1

Rua Salustiano de Águiar

+3,00 1 Primeiro Pavimento

5

E1

6 ±0,00 0 Pavimento Térreo

02

CORTE Educacional E1 esc:. 1:150

E. 2

01 02 03 04 05 06

Mirante Rampa de acesso Auditório Ateliê de pintura de modelo vivo Ateliê compartilhado livre Restautante 01

Estudantil

Escala: 1:100

81

15/17

Av. Clóvis Arrais Maia

+6,00 2 Segundo Pavimento

Escala: 1:100

C1

2

Estudantil

E. 1

E2

+9,00 3 Pavimento Cobertura

Biblioteca Sala de devolução de livros Rampa de acesso Mirante WC Sala de desenho Circulação Rampa de acesso Ateliê de pintura de modelo vivo WC Cozinha Restaurante 01 Subsolo do complexo

E2

1

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

Av. Dioguinho

+12,00 4 Coberta


GSEducationalVersion

+12,00 4 Coberta

HABITAÇÃO RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL

+9,00 3 Pavimento Cobertura

+6,00 2 Segundo Pavimento

1

2

3

4

5

6

7

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

8 +3,00 1 Primeiro Pavimento

9

9

10 ±0,00 0 Pavimento Térreo

11

12

WC Salão de jogo DML Ventilação ante-câmara Ante-câmara Escada de incêndio Elevador Salão de convivência Lavanderia comunitária Circulação Rampa de acesso subsolo Subsolo estacionamento

-3,00 -1 Subsolo

CORTE Habitacional H1 esc:. 1:150

01

R.A.1

Residencia Artistica (1) Escala: 1:100

comercial

+12,00 4 Coberta

COMPLEXO COMERCIAL

+9,00 3 Pavimento Cobertura

4

H1

E1

H1

02

CORTE Comercial C1 esc:. 1:150

C.1

01 02 03

C1

±0,00 0 Pavimento Térreo

C1

+3,00 1 Primeiro Pavimento

E1

E2

3

E2

2

Av. Dioguinho

+6,00 2 Segundo Pavimento

Rua Salustiano de Águiar

Galeria Cozinha restaurante 03 Cozinha restaurante 02

Comercial Escala: 1:100

82

16/17

Av. Clóvis Arrais Maia

Rua Salustiano de Pinho

1


EDUCACIONAL

COMERCIAL

D

70 69 68 67 66 65 64

educacional

63 62 61 60 59 58 57 56 55 54

COMPLEXO EDUCACIONAL E ADMNISTRATIVO GERAL

53 52 51 50 49 48 47 46 45 44 43 42 41 40 39 38 70E(0,03 m) 69P(0,254 m)

37 36 35 34 33 32 31 30

comercial

29 28 27 26 25 24 23 22 21 20

COMPLEXO COMERCIAL

19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 S

E. 2

1

P02 DAP 80x 210 2

3

4

1 S

6

5

7

8

9

18

17

16

P02 DAP 150x 210

P02 DAP 150x 210

D

11

15

14

13

12

10

18E(0,167 m) 17P(0,317 m)

J01 DAP 90x 150

E. 2

J01 DAP 90x 150

11

12

10

14

13

17

15

R.A.1

RESIDÊNCIA ARTISTICA E ALOJAMENTO ESTUDANTIL

17E(0,176 m) 16P(0,297 m)

S

9

8

7

6

5

4

3

2

1

P01 DAP 80x 210

D

16

J01 DAP 90x 150

3

HABITAÇÃO

P01 DAP 80x 210

J01 DAP 90x 150

S

26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

4

D

R.A.1

100E(0,03 m) 99P(0,158 m)

2

100 99 98 97 96 95 94 93 92 91 90 89 88 87 86 85 84 83 82 81 80 79 78 77 76 75 74 73 72 71 70 69 68 67 66 65 64 63 62 61 60 59 58 57 56 55 54 53 52 51 50 49 48 47 46 45 44 43 42 41 40 39 38 37 36 35 34 33 32 31 30 29 28 27

Elev.

Av. Dioguinho

E. 1

01 02 03 04

habitação

GSEducationalVersion

Rua salustiano de pinho

01

Planta estacionamento subsolo esc:. 1:300

02

Brise Apoio do brise em perfil Projeção do suporte do perfil Tampa perfil

DETALHAMENTO Brise

83

-1.

Subsolo Escala: 1:100

17/17



considerações finais Ponto de convergência entre: Arte, arquitetura multifuncional e seus impactos na vivência projetual, produção e economia participativa. É possível perceber que desde os primórdios do homem como espécie a arte permeia sua existência. Embora sua finalidade e grau de importância tenham se reorientado através das civilizações, a arte tem acompanhado fielmente a história social humana. Entendendo as dinâmicas socioeconômicas urbanas desde o século XVIII até hoje, a estetização da vida veio se tornando cada vez mais integrada ao cotidiano. Reconhecendo a Bauhaus como um movimento disruptivo na narrativa artística moderna, entende-se seu método de ensino, estrutura de trabalho participativo e seu impacto na consolidação da arte a produção fabril pós revolução industrial como entidade imprescindível para a arte profissão contemporânea. Com o fortalecimento deste novo profissional surge a necessidade de espaços de criação que permitissem que os artistas pudessem se inserir no mercado. Neste contexto, surge nos Estados Unidos as cooperativas FluxHouses,

85

edificações industriais abandonadas e consequentemente de baixo custo reutilizadas para a produção artística participativa e compartilhada. Em poucos anos a arte profissão transformou o bairro negligenciado em um organismo vivo, trazendo galerias, restaurantes e curiosos. Sabendo que hoje o SoHo possui um dos metros quadrados mais caros do mundo é possível afirmar que a arte pode atrair investimentos e é um vetor de mudança. Com o advento da internet e das redes sociais o trabalho do artista ganhou novas mídias, plataformas e oportunidades de exposição. O pensamento que veio se construindo através da história culminou na contemporaneidade, onde a pluralidade de discursos e os espaços colaborativos ganharam força. Neste contexto o pensamento da edificação multifunções tornou-se tão difundido que áreas distintas como uma empresa de tecnologia (Google) e uma rede hoteleira (Selina) o utilizam como estratégia de posicionamento.

Apesar de em Fortaleza, capital do estado do Ceará, existir uma alta demanda sobre a arte visual como profissão e campo de estudo, atualmente não existe um equipamento que centralize as etapas e necessidades inerentes ao fazer artístico. Utilizando os conceitos e estudos de caso apresentados neste documento, entende-se que a concepção de tal lugar se utilizaria de quatro pilares: A arte como vetor de mudanças tanto físicas quanto sociais, a produção artística participativa, a utilização da internet e mídias sociais como ferramenta e o pensamento do espaço multifuncional como forma de agregar diferentes etapas do mesmo ofício. Este trabalho teve como objetivo estudar e compreender as relações humanas, como estes laços são fortalecidos através da arte e o papel do ambiente edificado para uma produção artística plural e inclusiva. Tendo como objeto de estudo a comunidade artística no município de Fortaleza, CE, entendeu-se através de dados fornecidos pelos órgãos de cultura do estado uma carência de espaços de pensamento e produção voltado para as artes visuais. Diante disso, o projeto do MAV buscou não apenas ser um ponto de apoio para o oficio, mas centralizar as etapas do artista, da imersão ao mercado.

86


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