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PASSO FUNDO In House Sexta-feira (23)

IN HOUSE com HANDS UP, Bruno Be e Felipe Benvegnu Desfile lançamento da nova coleção primavera/verão - Lança Perfume Ingressos: Lojas Tribo - Ci - Esso Moron Camarotes/Mesas: esgotados Infos: 9929.5197

ERECHIM

Cama de Gato Sexta-feira (23) Tradicional Sextaneja com Rodrigo Bonnato(Violão e voz) no Palco Principal às 22h 30, Rock & Rodrigo (Sertanejo universitário) no Palco Principal à 1 hora e Dj Dani Smith no Espaço Eletrônico à 1 hora.

Sábado (24) Sambanejo com Lua Nova (Sertanejo universitário) no Palco Principal à 1 hora, Pagode Pura Curtição(Samba e Pagode) no Palco Principal e Dj Pimpo Gama no Espaço Eletrônico à 1 hora. Burn Sexta-feira (23) Show com a banda Sensação do rock gaúcho, Vera Loca Sábado (24) Fiesta de La Tequila. Presença de tequileiro e tequileira, sorteio de doses durante toda a festa. Show com DJ Betinha Bueno, Dj Renan Bertotti, Dj Dudu e Djs convidados.

GAURAMA

Maruag Sábado (24) Festa AudioMax, Dj´s e uma mega estrutura de som e luzes deixarão a noite do Maruag simplismente inesquecível.

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Inscrições para o Prêmio Sesc de Literatura terminam no dia 30 Faltam poucos dias para o encerramento das inscrições para o Prêmio Sesc de Literatura 2011/2012. Os escritores têm até 30 de setembro para confirmar participação no concurso. As obras literárias devem ser inéditas. Os interessados podem acessar o site www.sesc.com.br/premiosesc e efetuar a inscrição em uma das duas categorias: Conto e Romance. O talento gaúcho tem sido destaque no concurso, que recebe trabalhos de todo o Brasil, já que a edição de 2010 teve a canoense Luisa Geisler como vencedora na categoria Conto. Os livros devem ser destinados ao público adulto, em língua portuguesa e o autor deve ter mais de 18 anos. O processo de seleção é feito em duas etapas. Inicialmente, cinco subcomissões regionais fazem uma pré-seleção das obras para encaminhamento à comissão final. O júri, então, elege as vencedoras, podendo selecionar até três menções honrosas em cada categoria. Revelar novos talentos e promover a literatura nacional são propósitos do Prêmio Sesc de Literatura. Lançado pelo Sesc em 2003, o concurso identifica escritores cujas obras possuam qualidade literária para edição e circulação nacional. Além da divulgação, o Prêmio Sesc também abre uma porta do mercado editorial aos estreantes: os livros vencedores são publicados pela Editora Record e distribuídos para toda a rede de bibliotecas e salas de leitura do Sesc e Senac em todo o país.

Patchwork -Tradição e magia

O Patchwork é uma arte admirada e reconhecida mundialmente, por ser uma arte com a capacidade de unir tecidos e que existe há muito tempo, sendo um trabalho manual antigo de aproveitamento dos tecidos; roupas; tapetes e outros eram passados de geração a geração, por meio dos ensinamentos primários e materiais utilizados também, pois eram simples: tecidos, linhas e agulhas. Com o passar do tempo, tudo foi se aprimorando e hoje são usadas sobras de retalhos e outros tecidos apropriados, incluindo réguas; placas de corte e cortadores. A máquina de costura também veio para agilizar e facilitar os trabalhos, uma vez que une blocos e com ela é possível fazer aplicações de tecido no próprio tecido, com inúmeros temas. Em Erechim o interesse pelo Patchwork vem crescendo, pois são muitos os benefícios desta arte e está comprovado que "é o remédio para muitas doenças", o qual desenvolve habilidades com as mãos e com o cérebro, prevenindo problemas de memória e afastando as pessoas do isolamento. Também ajuda no relacionamento e autoconhecimento; melhora o humor; a concentração e a reflexão; desestressa; exercita a criatividade e traz remuneração. O Grupo Arte & Retalhos agradece os organizadores e colaboradores do Acampamento Farroupilha pela oportunidade de mostrar e divulgar esta arte, tendo o objetivo de agregar conhecimentos; experiências e de unir as artesãs neste universo de magia.

AGENDA Fonte: Imagem Multivídeo ...............................................

TOP 10 1 Sexo sem compromisso 2 Sem limites 3 Sucker Punch: mundo surreal 4 Ritual 5 Rio 6 As mães de Chico Xavier 7 Rango 8 Eu sou número 4 9 Animais unidos jamais serão vencidos 10 Jogo de poder

PASSO FUNDO

|||||||||||||||| BELLA CITTÀ 1 DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO 2 – 3D

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IMAGEM FILMES 86 min. LIVRE ANIMAÇÃO DUBLADO

uSex – Sáb – Dom – Seg – Ter – Qua – Qui u 14:30

OS SMURFS – 3 D - COLUMBIA 105 min. LIVRE AÇÃO Dublado uSex – Sáb – Dom – Seg – Ter – Qua – Qui u 16:30

||||||||||||||| BELLA CITTÀ 2 COWBOYS & ALIENS - PARAMOUNT PICTURES 118 MIN 12 ANOS AVENTURA LEGENDADO

1º Seminário Nacional de Inclusão Digital realiza campeonato regional de jogos de computador Alunos de escolas públicas de 8 a 12 anos vão participar do Campeonato de Frozen Bubble. Etapa seletiva já está acontecendo Já começaram os preparativos para o 1º Seminário Nacional de Inclusão Digital (Senid 2012) que acontecerá de 16 a 18 de abril de 2012 na Universidade de Passo Fundo (UPF). A comissão organizadora do evento está preparando, como atividade paralela, o Campeonato de Frozen Bubble, jogo baseado em software livre que exige raciocínio lógico e desenvolve a coordenação motora. O objetivo da atividade é criar um espaço de observação da dinâmica dos jogos vivenciada pelas crianças da sociedade em rede. Para participar do campeonato, cada escola da rede pública da região deverá escolher dois alunos entre oito e 12 anos que deverão ser inscritos no site do evento. Em Passo Fundo, as seletivas nas escolas municipais serão realizadas a partir de outubro com o apoio do Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão Digital do curso de Ciência da Computação, apoiador da iniciativa. A seletiva pretende escolher dois alunos de cada escola para a etapa final, a ser realizada no dia 17 de abril de 2012, na UPF, concomitantemente com o Senid 2012. O estilo da seletiva é confronto-direto, classificandose os dois alunos que atingirem o maior nível dentro do jogo em 10 minutos. O coordenador do seminário é professor do curso de Ciência da Computação Adriano Canabarro Teixeira, que explica que em Passo Fundo já estão sendo agendadas as competições nas escolas municipais. “Estamos acompanhando essa etapa em Passo Fundo, entretanto, se as escolas da região desejarem participar, basta entrar em contato com a organização do seminário para receber todas as instruções de como proceder em suas escolas”, informa.

Frozen Bubble O Frozen Bubble é um jogo de computadores que traz, entre outros benefícios, melhorias relacionadas ao raciocínio lógico e coordenação motora. De acordo com Teixeira, incluir o campeonato na programação do evento, além de propiciar a participação de estudantes do ensino fundamental em atividades da área de Tecnologia da Informação, criará um espaço real de observação para que os pesquisadores de todo o país que estarão na UPF possam visualizar em tempo real o potencial dos jogos para processos de aprendizagem. Haverá premiação e certificado para os primeiros colocados. Com o mesmo objetivo, mas direcionado a jovens com mais de 12 anos, no dia 18 de abril de 2012, o evento também estará promovendo o campeonato de jogos de estratégia, a partir de um campeonato de Savage 2. As informações para participação estão disponíveis no site do evento ou pelo contato senid@upf.br.

1º Senid A partir de momentos de socialização de experiências, discussão do contexto social e reflexão sobre a realidade da inclusão digital e da opção por software livre, o 1º Senid tem como objetivo estabelecer parcerias, fomentar ações e contribuir para a socialização do conhecimento gerado e para o aprimoramento de processos de inclusão digital no contexto sócio-educacional brasileiro. Todas as informações relacionadas ao seminário e à seletiva ao Campeonato de Frozen Bubble, incluindo o calendário de visitas às escolas municipais, podem ser obtidas acessando o site http://senid.upf.br

uSext. Sab. Dom.Seg. Ter. Quart. Quint. 14:20 16:40 APOLLO 18 - PLAYARTE 93 MIN. 12 ANOS FICÇÃO DUBLADO

uSext. Sab. Dom.Seg. Ter. Quart. Quint. 19:10 21:10 |||||||||||||||| BOURBON 1 LARRY CROWNE – O AMOR ESTÁ DE VOLTA - PARIS FILMES 99 MIN. 10 ANOS COMEDIA ROMANTICA DUBLADO

uQuart. Quint. Sext. Sáb. Dom 15:00 17:10 uSeg. Ter. Quart. 17:10 |||||||||||| BOURBON 2 PLANETA DOS MACACOS – A ORIGEM - FOX 105 min. 12 ANOS AVENTURA DUBLADO

u Quint. Sext. Sáb. Dom u17:00 - 19:10 - 21:20 uSeg. Ter. Quar u19:10 - 21:20

PROFESSORA SEM CLASSE - COLUMBIA 94 MIN. 14 ANOS COMÉDIA DUBLADO

Sext. Sab. Dom.Seg. Ter. Quart. Quint. 19:30 21:20 ERECHIM

|||||||||||||||| Professora Sem Classe Comédia – 14 anos Legendado – 92 minutos Sessões: Sábado, Domingo e Quarta-feira: 15, 17 , 19 e 21 horas Sexta, Segunda, Terça e Quinta-feira: 17, 19 e 21 horas Programação Válida de 23 a 29 de setembro


TELEVISÃO

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JORGE HENRIQUES ALVES

TV Tupi 31 anos depois...

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io de janeiro, 12h36min do dia 18 de julho de 1980. Na TV Tupi centenas de rostos expressavam inquietação, nervosismo e cansaço extremo. Muitas daquelas pessoas, já de cabelos brancos e que choravam copiosamente, testemunharam o nascimento e naquele momento testemunhariam a morte daquela emissora. 18 horas de vigília dos funcionários, transmitida ao vivo e comandada pelo apresentador Jorge Perlingeiro, num esforço hercúleo para tentar salvar a televisão pioneira dos brasileiros não foram suficientes para demover o Governo Federal da sombria decisão de impedir a renovação da concessão do canal. O destino daquela Rede, fundada 30 anos antes pelo jornalista Assis Chateaubriand Bandeira de Mello estava selado! Enquanto isso, em suas casas, os telespectadores assistiam aflitos e comovidos a essa cena agonizante, que certamente foi a mais triste e dramática história já transmitida por uma estação de televisão – seu próprio fim. Em seus derradeiros instantes, o ator e locutor Cévio Cordeiro ainda lia uma mensagem direcionada ao Presidente da República implorando para que o pior não acontecesse. Enquanto isso em um GC que bailava de forma intermitente na tela do televisor, os telespectadores podiam ler uma mensagem que dizia “Até breve telespectadores amigos. Rede Tupi”. Nesse momento um engenheiro do Dentel (Departamento Nacional de Telecomunicações), sob ordem do então Presidente da República, João Baptista Figueiredo, retirava equipamentos vitais para o funcionamento do transmissor e consumava a lacração da TV Tupi do Rio de Janeiro. A de São Paulo (Pioneira da América do Sul e quinta televisão do mundo), já havia sido retirada fora do ar horas antes, bem como as TVs Piratini (Porto Alegre), Itacolomi (Belo Horizonte), Marajoara (Belém), Ceará (Fortaleza) e Rádio Clube (Recife). Um desses heróis anônimos, que junto aos seus colegas esforçou-se até o derradeiro instante em sua trincheira para tentar reverter esse desfecho tão trágico quanto ingrato, foi Jorge Henriques Alves. Jorjão, como era conhecido entre os colegas, era um profissional já na época experimentado na área de televisão. Durante os últimos 17 anos esteve atuando naquela emissora sendo testemunha ”in loco” de muitos e muitos acontecimentos que hoje fazem parte da história da televisão no Brasil. É Jorjão quem bate um papo agora com o Blitz e revela algumas dessas histórias.

Por Hugo Kochenborger da Rosa* BLITZ - quando você entrou para o quadro de funcionários da TV Tupi? Jorge Henriques Alves (JH) - Ingressei na TV Tupi no dia 22 de novembro 1963. Não poderia jamais esquecer dessa data, mesmo que quisesse! O mundo estava em polvorosa, pois naquele dia havia sido assassinado o Presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. Houve muita confusão entre as diversas redes de televisão do mundo todo, pois todas queriam dar primeiro o furo de reportagem. O mundo literalmente estava parado por conta da gravidade desse fato. BLITZ - Qual era sua função na estação? JH - Minha primeira função na emissora foi a de arquivista. Depois de arquivista, fui operador de vídeo, operador de VT níveis C, depois B e A (montador) e finalmente chefe do setor. BLITZ - Como era a convivência com os demais colegas? JH - Poderia dizer que era a melhor possível. Era um ambiente maravilhoso, praticamente uma

XX FOTO ACERVO MUSEU COM. SOCIAL HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA - POA.

nomes da MPB de hoje, tiveram sua primeira oportunidade nesse programa da TV Tupi. Alguns deles: Armandinho (A Cor do Som), Alcione, Leci Brandão, Emilio Santiago, entre muitos outros. Em 1979 a emissora promoveu um grande Festival de MPB, onde despontaram talentos como Oswaldo Montenegro que defendeu a música Bandolins, os gaúchos Kleiton & Kledir (Maria Fumaça), Alceu Valença (Coração Bobo), Raimundo Fagner (Quem Me Levará Sou Eu). BLITZ – E na área da teledramaturgia, relacione algumas novelas produzidas pela Rede Tupi. JH - Foram bem mais de 100 novelas produzidas pela emissora ao longo de seus quase trinta anos de existência. Quase todos os grandes atores e atrizes surgidos até o final dos anos 70 na televisão Brasileira participaram de alguma obra de teledramaturgia da TV Tupi. Algumas novelas que me ocorrem no momento: Antonio Maria (1968/69), Beto Rockefeller (1968/69), Super Plá (1969/1970), Bel Ami (1972), A Viagem (1975-76), Tchan! A Grande Sacada (1976/77), O Profeta (1977/78), Cinderela 77 (1977).

Imagem Emblemática: Operador de câmera da TV Tupi do Rio chora, ao ver a emissora fora do ar após as 18 horas de vigilia. emissora de Televisão da América do Sul, que foi a pioneira TV Tupi de São Paulo, em 1950. No ano seguinte entraria em atividade a nossa emissora, ou seja, a TV Tupi do Rio. No Rio Grande do Sul, a estação da rede, que era a TV Piratini, Canal 5, seria fundada em Porto Alegre oito anos depois, ou seja, em dezembro de 1959. Seu sinal atingia a maior parte do estado. Infelizmente Chateaubriand antes de morrer, subdividiu em testamento todo o seu império em condomínios, e esse sistema condominal acabou se revelando bastante ineficaz. O resultado disso tudo foi um grande déficit financeiro, que acabou sendo o estopim para que a TV Tupi fosse tirada do ar. A situação tornou-se mais grave porque a nossa estação não era vista com muita simpatia por parte do governo militar. Sua preferida era uma outra rede de televisão... Tanto é que temos a certeza, que se fosse colocado um interventor por parte do governo na rede, o problema que havia poderia ter sido contornado, até porque de todas as praças da TV Tupi, somente as do Rio e São Paulo estavam operando no vermelho. As demais estavam em situação financeira saudável, ou seja, os problemas que haviam não poderiam justificar uma atitude tão drástica como a do cancelamento sumário da concessão de toda uma rede de televisão. Jorge Henriques Alves

família. A televisão era muito mais humana naquela época. Apesar de não se ter o mesmo apuro técnico dos dias hoje, tudo o que era feito, era realizado com muito carinho e respeito pelo telespectador, ao contrário de muita coisa que atualmente é levada ao ar pelas emissoras. BLITZ - Comente algo sobre os equipamentos que você operava na época. JH - Basicamente eram os aparelhos de vídeotape, com os quais captávamos, editávamos e levávamos ao ar imagens previamente gravadas para serem veiculadas num momento seguinte. Essas imagens poderiam ser um jornal, telenovela, comercial, e assim por diante. Técnicamente falando, alguns desses equipamentos eram Quadruplex Rca Tr1/Tr 4 /Tr600/Ampex1100,/660 e Bcn 50 e 20. BLITZ - Quais os principais cartazes artísticos com quem você lembra de ter convivido? JH - Muitas figuras consagradas passaram pelo cast da emissora em todos aqueles anos. Poderia citar meio que por alto Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Aerton Perlingeiro, Chico Anísio, J.Silvestre e o próprio Silvio Santos, isso sem contar o elenco de atores, muitos dos quais ainda em atividade em outras emissoras. BLITZ – Qual sua visão sobre o fundador da Rede Tupi, o Dr. Assis Chateaubriand Bandeira de Mello? JH- Foi um gênio! Pessoa extremamente empreendedora e conhecedora. Montou um império que em seu auge era composto por 36 emissoras de rádio, 18 revistas, 36 jornais, 18 emissoras de televisão, sem falar na Revista semanal O Cruzeiro. Mas a “cereja do bolo” da obra de Chateaubriand sem dúvida foi a ousadia de montar a primeira

BLITZ – Descreva pra gente os principais programas da emissora em seu tempo? JH - Apesar da simplicidade, citaria no jornalismo, o Repórter Esso. Ainda que fosse praticamente um jornal falado lido diante das câmeras (uma delas operando num plano aberto e outra em um plano mais fechado), diria que o Repórter Esso era um informativo de muita credibilidade diante da opinião pública. Algumas das matérias lidas eram ilustradas com imagens estáticas do tipo slide e eventualmente entravam em cena imagens em movimento. O Repórter Esso foi um marco na televisão brasileira na época, e inspirou muitos outros telejornais, inclusive o próprio Jornal Nacional da Rede Globo. No esporte, principalmente nos primeiros anos, a coisa era muito complicada. Antes do surgimento dos Videotapes, o cinegrafista ia ao campo com um filme de cerca de 7 minutos de duração, onde tinha que registrar os principais lances, melhores momentos e ainda os gols. Era uma dificuldade imensa fazer uma reportagem esportiva para a televisão naqueles tempos. No terreno infantil não da pra esquecer especialmente do Clube do Guri, que ficou no ar de 1955 a 1976, e era apresentado por Collid Filho, e ainda o programa do Palhaço Carequinha, veiculado nas décadas de 50 e 60, sendo que Carequinha chegou também a fazer programas exclusivos para os gaúchos, nos estúdios nossa emissora no RS, a TV Piratini. Enfim, figuras hoje lembradas com saudades pelas pessoas e que fizeram a alegria da garotada durante muitos anos. Depois teve também o Capitão Aza, vivido por Wilson Wianna a partir de 1966, e que permaneceu no ar até 1979. Outro grande sucesso da TV Tupi. BLITZ – E os programas musicais? JH - Consideraria o programa “A Grande Chance”, apresentado por Flávio Cavalcanti, um dos maiores reveladores de talentos de todos os tempos na televisão brasileira. Muitos dos grandes

BLITZ - Você se recorda de alguma gafe memorável ou alguma situação engraçada que tenha presenciado em sua passagem pela televisão? JH - Falando do tempo em que a teledramaturgia era ainda feita ao vivo, lembro de um fato bastante hilariante. Em certa ocasião quando foi dramatizada a “Descoberta do Brasil”, na hora em que Cabral avistava a terra, o contra-regra estava escalado para soltar uma pomba que deveria sobrevoar o cenário. Mas o que aconteceu foi que contra-regra, acidentalmente soltou a pomba antes da hora e ela foi com tudo em direção ao rosto do “Cabral”, que num reflexo de décimo de segundo tirou o rosto da reta, por pouco não sendo atingido pela ave. Mais engraçada que a situação em si, foi ver a expressão perplexa do rosto do ator diante das câmeras naquele momento. (Risos) BLITZ – No começo da crise da emissora, ainda nos anos 70, teve um momento onde você foi uma peça fundamental para por a “casa em ordem”. Como foi que isto se deu? JH – Em 1974 a Tupi do Rio estava com problemas de atrasos salariais dos funcionários de alguns meses, e então a Tupi de São Paulo assumiu a cabeça de rede. Muitos equipamentos foram enviados da Tupi do Rio para a de São Paulo. Como eu editava os VT´s num TR 70 que era um equipamento novo, e São Paulo precisava de novos editores, fui um tempo para lá. Quando lá cheguei as novelas Barba Azul (de Ivani Ribeiro), Ídolo de Pano (de Teixeira Filho) e O Machão (de Sérgio Jockyman com argumento de Ivani Ribeiro), estavam até reprisando os capítulos já veiculados por falta de pessoal habilitado para fazer as edições dos capítulos seguintes naquele novo equipamento. O que complicava mais ainda as coisas é que na época a geração de sinal via satélite pela Embratel entre Rio e São Paulo era bastante deficiente, e sobretudo cara. Ficar repetindo geração de programas era complicado. Então essa foi uma solução paliativa que a direção da emissora encontrou até que tudo voltasse à normalidade. Dessa forma, foi possível colocar a edição das telenovelas em dia e regularizar novamente a programação levada ao telespectador. E uma curiosidade sobre essas telenovelas que acabei de citar. O Machão até hoje foi a terceira telenovela de maior duração na TV Brasileira. Teve nada menos que 371 capítulos. Parte dela foi feita em preto e branco e o restante em cores, já no período em que passei a usar os novos equipamentos de edição. Outra curiosidade: A Gata Comeu, que já recebeu duas versões por parte da Globo não é nada mais, nada menos que um remake da novela Barba Azul.

Epílogo: Os Diários Associados ganharam na Justiça em 1998 ação indenizatória contra o Governo Federal, e terão de ser indenizados pela intervenção que resultou na perda de 5 dos 7 canais das Emissoras Associadas, que não enfrentavam dificuldades financeiras na época. *Colaboração: www.wix.com/hugolocutor/jornalista


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CAPA

Faça a vida V ENCONTRO NACIONAL DA JUVENTUDE ND

Aconteceu no final de seman Juventude Notre Dame. O eve de quatro estados brasileiros resgate de valores

C

om o objetivo de promover de Educação Notre Dame profunda espiritualidade, v paz e da justiça, o V Encon Dame, que aconteceu no último fi envolveu mais de mil pessoas, ent quatro estado brasileiros. O encontro que acontece a cada Rede Notre Dame tem como objet de amizades entre os estudantes, in promover momentos de partilha oportunizar estudos e reflexões. O evento que iniciou no sábado envolvendo os estudantes em um oficinas, jogos, momentos de lazer com a Irmã Elci Favaretto, uma Passo Fundo, os quatro dias de enc intensos de convivência e intercâ regiões do país. “São estudantes de Brasília, São P do Sul que levam em seus coraçõ missão de abrir caminhos de muda novo amanhã é possível. Para a Re foi mais um momento de intensificar pedagógico, fazer a vida acontecer com ela construir um mundo mais h Participaram do evento estudante (BRIS) e 1ª a 3ª série do Ensino Méd no encontro 270 pessoas nas equip outros estados foram acomodados estudantes das escolas Notre Dame Entre as oficinas artísticas e cinematográfica “O Ensaio sobre de José Saramago e dirigido por temas mais debatidos e trabalhado esportivas, os estudantes tiveram shows exclusivos na Bier Site, em Dame cantaram junto com a revela gaúcha Tópaz, e tiveram a oportu pessoal da festa “Parada Retrô”. Confira alguns momentos d encontro que agitou os estudante de toda rede Notre Dame no final d semana em Passo Fundo.


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a acontecer

na o V Encontro Nacional da ento reuniu jovens estudantes e propiciou a integração e o

um encontro entre jovens da Rede e que possibilita-se momentos de vivência do amor, da amizade, da ntro Nacional da Juventude Notre inal de semana em Passo Fundo, tre elas 610 jovens estudantes de

a cinco anos em algum colégio da tivos criar e fortalecer as relações ntensificar a mística Notre Dame, a, lazer e convivência, além de

(17) seguiu até a terça-feira (20) ma série de atividades, entre elas r e de espiritualidade. De acordo das organizadoras do evento em contro proporcionaram momentos âmbio de culturas das diferentes

Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande ões novas relações fraternas e a ança, esperança e certeza que um ede de Educação Notre Dame este r sua proposta e comprometimento é aprender a olhar a diversidade e humano, justo e solidário”, falou. es de 7ª e 8ª série (SUL), 8º e 9º Ano dio. Estiveram envolvidas também pes de trabalho. Os estudantes dos s nas residências das famílias dos e de Passo Fundo. culturais, a releitura da obra a Cegueira” – baseado no livro Fernando Meirelles, foi um dos os. Além das atividades culturais e também momentos de lazer com Carazinho. Os encontristas Notre ação do pop rock nacional, a banda unidade de viajar no tempo com o

do es de

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XXFOTOS ASSECOM NOTRE DAME


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Um olhar LITERATURA

para dentro Será lançado hoje na Academia Passo-Fundense de Letras o livro “Um Olhar para Dentro: examinando nossas relações”, da psicóloga Simone Müller Cardoso

Escrito pela psicóloga passo-fundense Simone Müller Cardoso o livro “Um Olhar para Dentro: examinando nossas relações”, fala sobre as relações humanas, e examina fatores que podem nortear nosso comportamento, escolhas e relações. A obra atualiza ainda a produção teórica em perspectiva psicológica contemporânea, além de servir também como fonte de consulta. É uma coletânea que vai de escritos psicanalíticos a frases populares, passando por citações de autores e de filmes. É um livro que incentiva o autoconhecimento, pois convida o leitor a refletir sobre os valores que orientam sua vida, através dos questionamentos que lança. Em entrevista ao Blitz a autora do livro falou sobre o lançamento que acontece hoje em Passo Fundo na sede da Academia Passo-Fundese de Letras.

Blitz – Como surgiu a ideia de escrever o livro? Simone Müller Cardoso (SC) - A ideia de escrever o livro surgiu da minha experiência de 25 anos como profissional, daquilo que escutava e observava das pessoas dentro e fora do meu local de trabalho. Também nas palestras e oficinas que ministrava. A grande questão era: quais são os fatores que influenciam nossas relações, nosso comportamento? Assim, a proposta do livro é levar os leitores a refletir sobre sua relação

consigo mesmo e com os outros, através dos inúmeros questionamentos levantados. Blitz – Onde você busca inspiração para escrever? SC - A inspiração surge em momentos de maior sensibilidade. Vem através de uma leitura, de um filme, de uma palavra, pessoa, frase ou gesto. Algo que na hora me toca e me faz pensar. Ando sempre com uma caderneta e caneta na bolsa. A inspiração surge nos momentos mais inusitados. Costumo dizer que as pessoas precisam escutar e observar mais, para inspirar-se mais. A pressa e as demandas cotidianas não as permitem contemplar nem desfrutar as belezas escondidas em cada pessoa e em cada objeto. Blitz – Quais suas principais influências? SC - Acredito que gostar de ler e escrever é um dom que nasce com a gente e que, com o passar dos anos, vamos cultivando e aprimorando. Apesar de ter familiares escritores, acredito que não tenha sido influenciada por eles ou por outro autor a escrever. Sempre gostei muito de ler todos os gêneros literários. Na infância, já na idade de nove anos, escrevia contos e, na

adolescência, escrevi muita crônica e poesia. Recebi sempre muito incentivo e apoio para continuar escrevendo do meu pai Lydio, das minhas tias Jurema e Mara da Graça e, mais tarde, do meu marido, Nilson, que foi quem me motivou a lançar este livro.

LITERATURA

Blitz – Como as pessoas podem adquirir o livro? SC - O livro poderá ser adquirido, após esta data na Livraria Nobel, Cultural, Educar, Delta e Maneco. Dia 05 de novembro às 16h vou estar na Feira do Livro de Passo Fundo autografando. Também vou participar da Feira do Livro em Caxias do Sul (07.10) e em Montenegro (08.10). Blitz – O livro incentiva o autoconhecimento de cada pessoa, qual a análise que você faz sobre as relações hoje em dia? SC - Atualmente, as relações estão muito fragilizadas. As pessoas não encontram mais tempo de dedicar atenção, escutar ou conversar umas com as outras. Quando não estão envolvidas em muitas atividades, isolam-se dentro de casa na frente da TV ou do computador. Não encontram tempo nem para pensar, agem e respondem aos estímulos do dia a dia automaticamente. Além de outros fatores, creio que a modernidade com o excesso de demandas, informações, a competição (ter que ser o melhor em tudo), o consumismo, podem ser alguns estímulos sociais que, de alguma forma, acabam afetando nossa subjetividade e nossas relações. Por isso, o livro propõe um olhar para dentro, uma reflexão de como está nossa vida, escolhas, relações, valores, estado de satisfação ou de insatisfação, mas também um olhar para fora, para o outro (O que este outro representa para nós?) e um olhar para frente (O que realmente estamos buscando? O que precisamos mudar para nos sentirmos melhores?).

LANÇAMENTO

O lançamento do livro acontece hoje a partir das 19h30min na Academia Passo-fundense de Letras

Sobre Simone Müller Cardoso Simone Müller Cardoso, gaúcha, natural de Passo Fundo, poetisa, psicóloga, professora e psicopedagoga. Especialista em Psicologia Clínica e Psicologia Escolar pelo Conselho Regional de Psicologia. Trabalhou durante dez anos na Prefeitura Municipal de Montenegro, nas áreas: Educação e Assistência Social. Atua na Prefeitura Municipal de Caxias do Sul na área da Saúde desde 2008. É membro da Comissão de Políticas Públicas e colaboradora no Conselho Regional de Psicologia – Subsede Serra. Também é representante desse no Comdim – Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Além de atuar na área clínica desde 1987, ministra regularmente cursos, oficinas e palestras na Serra Gaúcha e no Vale do Caí. É membro licenciado da Academia Passo-Fundense de Letras e da Associação Montenegrina de Escritores. Durante sete anos, foi colaboradora do jornal Diário da Manhã, de Passo Fundo, escrevendo na coluna dominical de poesias intitulada “Ser Jovem” (1976 a 1982). Autora do livro de poesias Uma gota de vida (1982), lançado com a idade de 18 anos e prefaciado por Mario Quintana. Integrante da antologia poética Poetas brasileiros hoje (1986), patrocinada pela Shogun Arte do Rio de Janeiro; do dicionário de autores contemporâneos: Quem é quem nas Letras rio-grandenses, de Faracco e Hickmann (1993/Porto Alegre), da antologia poética Rebento (2000/Montenegro), de Passo Fundo Nome Próprio Feminino (2001/Passo Fundo) e da antologia Estação da Cultura – prosa, poesia & arte (2005/ Montenegro).


CULTURA

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Festival Nacional de Corais

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CINEMA JEAN DUTRA BERTHIER

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negro espiritual, que é um gênero que nasceu nos Estados Centro Cultural 25 de Julho de Erechim será palco, Unidos e que retrata a busca de novas possibilidades e no dias 30 de setembro e 1 de outubro, do 3° Festival novos horizontes daquele povo, especialmente negros. Nacional de Corais. Grupos do Rio Grande do Sul, Os corais também levarão o repertório Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais erudito. “Basicamente são esses quatro e São Paulo confirmaram a presença. Não queremos estilos. Depois claro tem alguma música No dia 1 outubro, durante a manhã, os do folclore, ai retrata a diversidade de grupos também farão apresentações nas colocar cultura das regiões do Brasil. Todos os ruas e comércio da cidade. O evento é nenhum tipo de grupos vão fazer isso”, observa Malossi. uma realização da Prefeitura de Erechim, A entrada para o evento é gratuita. Os através da Secretaria Municipal de Cultura, impedimento, o organizadores do festival trabalham, desde Esporte e Turismo. evento é gratuito, a primeira edição, com a ideia de que as O evento se caracteriza por um festival têm que ir ao Centro Cultural de que vai reunir grupos juvenis e adultos de a gente só gostaria pessoas livre e espontânea vontade para curtir cinco estados brasileiros. Ao todo serão 12 de encher o 25 de música e apreciar o trabalho dos grupos coros que farão duas apresentações, uma na que ensaiam intensamente nas suas sexta-feira e outra no sábado. De acordo com Julho nas duas cidades. “Não queremos colocar nenhum o regente de corais, Tailor Roberto Malossi, tipo de impedimento, o evento é gratuito, foi colocado aos grupos que, aqueles que noites. a gente só gostaria de encher o 25 de Julho farão duas apresentações, que façam um nas duas noites”, convida o regente. repertório diferente para a segunda noite. A novidade desde ano do Festival Nacional de Coros é Assim o público será contemplado por um rico repertório nos que no sábado de manhã alguns grupos estarão nas ruas, dois dias. comércio, shopping e galerias, cantando e convidando a Os coros apresentarão diversos estilos de música. Os grupos população para apreciar o evento. de Erechim levarão ao palco MPB, repertório gauchesco,

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MACACOS & CIA.

A cena final em o Planeta dos Macacos de 1968 é uma das mais emblemáticas do cinema. Ao enxergar parte da Estátua da Liberdade na praia, o astronauta George Taylor (Charlton Heston) percebe que o tal planeta dos macacos era a própria Terra. A produção estava contextualizada com período da Guerra Fria entre os dois blocos mundiais capitaneados pelos Estados Unidos e União Soviética onde pairava o risco de uma guerra nuclear. Acrescentam-se temas como o preconceito racial, intolerância e o conflito entre ciência e religião. A obra literária Planeta dos Macacos de Pierre Bouille serviu de mote para o grande clássico de 1968 e várias sequências além de seriado e desenho animado. Em 2001 Tim Burton realizou um remake decepcionante. Logo para um diretor que sempre apresentava em obras anteriores com personagens desajustados, paisagens excessivas e cenários disformes. Tudo isso sob a égide de um certo toque bizarro que o distanciava dos padrões hollywoodianos. A excentricidade de Tim Burton em nada acrescentou ao roteiro preocupando-se demais em não seguir por outras visões catastróficas, o que poderia ter uma visão mais contemporânea tornando-a atrativa ao público. Sob enorme risco e expectativa o diretor inglês Rupert Wyatt aceitou reviver a franquia do clássico da ficção científica. Cineasta de produções independentes conseguiu o que Tim Burton deixou a desejar. Tensões raciais, políticas e religiosas estão de volta causando uma convulsão mundial.. A tecnologia do cinema atual não desmerece a primeira produção de 1968. Embora seu argumento seja, na verdade, inspirado em A Conquista do Planeta dos Macacos (1972), uma das sequências do filme inicial. Neste surge a figura do macaco Cesar que irá liderar uma rebelião dos símios contra os humanos. Vem dia grande parte da sua capacidade de refletir sobre a involução do homem e as relações de poder e subserviência na vida em sociedade, fora as manipulações. Este foi o mote para Wyatt realizar Planeta dos Macacos: A origem. A trama é atualizada a partir de referências à ganância da indústria farmacêutica e de embates bem contemporâneos entre ciência e moral religiosa – diga-se manipulação genética - e a dicotomia entre a vida nos grandes centros urbanos e à natureza. Um remake que não que não perde os atrativos da primeira e consagradora produção merecendo uma continuação.


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BLITZ - 23 DE setembro de 2011

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MÚSICA

Gleison Wojciekowski gleison_juliano_wojciekowski@hotmail.com

A Diva Yáskara Sperhacke O

sonho mais alto para um cantor lírico é fazer o papel principal de uma ópera, agora imagine fazer isso durante quase duas décadas na Europa, o berço desta arte que reúne dança, teatro e principalmente música? Por mais distante que um sonho como esse possa parecer, ele foi realizado por uma cantora erechinense, Yáskara Sperhacke. Neta de imigrantes alemães da região de Bochum (avôs paternos Francisco Magnus Sperhacke e Isla Arnt) e italianos da região da Cecília (avôs maternos Evaristo Sandri e Maria Adelina Bolzan), Yáskara Sperhacke, juntamente com seus irmãos Cyntia e Aldo Sperhacke Jr., São filhos de Aldo Sperhacke e Judit Bolzan Sandri. Seu pai, o economista do Banco do Brasil Aldo Sperhacke, sempre foi muito ligado a cultura, colecionava armas antigas, selos, moedas, relógios e antiguidades em geral, e seu desejo de morar em um castelo, fez que construísse para sua esposa uma construção toda revestida em pedras, com torres, archotes na forma de um castelo medieval. Vale salientar aqui que foi iniciativa de seu pai a construção da atual agencia do Banco do Banco do Brasil em Erechim, com um painel do artista plástico Harrison Testa. Mas talvez sua maior influência no início de seu contato com a música tenha sido sua mãe Judit Bolzan Sandri, que cantava tangos de maneira autodidata e totalmente descompromissada. Yáskara iniciou seus estudos formas na Escola São José em Erechim, onde foi convidada pela professora irmã Clarice, para ser solista no orfeão “Bem - te – Ví”. Estudou piano, canto, teoria musical e solfejo, harmonia e história da musica pelo Liceu Musical Palestrina de Porto Alegre. Devido ao trabalho de seu pai junto ao Banco do Brasil, morou em diversas cidades diferentes como Candelária, Brasília, Getúlio Vargas, mas independentemente disso, Yáskara sempre buscava bons professores para poder continuar seus estudos. Já na década de 1980, Yáskara cursou a faculdade de Educação Artística na Faculdade de Artes e

Comunicação da Universidade de Passo Fundo, e em seguida uma especialização em canto com a professora Reni Sudbrack. Além da performance musical, Yáskara Sperhacke trabalhou também como professora de Educação Artística junto ao Patronato de Passo Fundo. Paralelamente a isso, seguia seus estudos de canto com a professora mezzo-soprano Hilda Menna Barreto, em Porto Alegre. Em 1989, juntamente com a pianista erechinense Rosemari Niederberger, Yáskara Sperhacke realiza doze concertos em Hannover, Alemanha, onde tinham como repertório música erudita brasileira de compositores como Heitor Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, Alberto Costa e Leopoldo Miguez. Após esse período, Yáskara recebe convite para permanecer na Alemanha, onde realiza diversos concertos com a pianista correpetidora Gertrud Siebner (nessa época já com cerca de 70 anos de idade), com quem passa a morar. Estando na Alemanha, paralelamente aos concertos, Yáskara cursou o mestrado na Haus Marteau, em Liechtenberg, além de estudos em Lubeck. Além disso, estudou também com a cantora de ópera mezzo-soprano Elisabeth Dimfpel Apel, com o diretor e cantor da Casa de Ópera de Hannover,

sr. Gerry Schimdt e com a solista soprano Margarete Schwartz, também em Hannover. Yáskara teve participação no coro da Ópera de Hannover e concertos na Sociedade Alemã – Brasileira, em Bohn, na Filarmônica de Berlim além de diversas outras cidades da Alemanha. Como um ápice da carreira de Yáskara Sperhacke, é contratada como primeira soprano e solista do Teatro da cidade de Hof, onde permanece pelo período de onze anos, e permanecendo na Alemanha um total de dezessete anos. Nesse tempo, Yáskara Sperhacke teve diversos papeis importantes em diversas óperas, operetas e musicais como: Ougen Onegin, Herzstuck, Le Nozze de Figaro, Nostradamus, Farinelli, Me and My Girl e My Fair Lady. Ao longo dos anos, em visitas ao Brasil, realizou diversos concertos como convidada em inúmeros eventos, inclusive por exemplo, nas festividades em comemoração ao cinqüentenário de fundação da Orquestra de Concertos de Erechim em 2000. Ministrou também um Master Class de canto e um Workshop junto a Escola Municipal de Belas Artes Osvaldo Engel, em Erechim. Com o falecimento de seu pai em junho de 2001, decide voltar em definitivo para o Brasil, e mesmo de luto, realiza seu último concerto em Erechim em julho de 2001, o qual já estava agendado a algum tempo, com o Coral da URI e a Orquestra de Concertos de Erechim, sob a regência de Aldo Ademar Hasse. Em 2007, Yáskara Sperhacke gravou com Arnaldo Savegnago seu 8º trabalho, que conta ainda com o Quinteto Musiart, onde executam choros e musica brasileira de autoria de Savegnago. Atualmente Yáskara Sperhacke continua com o trabalho ao lado de Arnaldo Savegnago e o Quinteto Musiart, e paralelamente a isso, tem com sua mãe Judit o Alabardas, uma espécie de bar temático, onde, nas sextas e sábados, oferecem drinks, petiscos e lanches em um “castelo” todo decorado por armas e antiguidades em geral.


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