1 DIÁRIO DA MANHÃ - Erechim, 23 e 24 de julho 2011
“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra.” Especial
Semana Farroupilha diário da manhã 17 e 18 de Setembro de 2011
Não pode ser vendido separadamente
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Acampamento fomenta integração e incentiva a tradição Procura por invernadas artísticas de entidades tradicionalistas tem aumentado desde a primeira edição do evento XXFoto Sara Rubia Comin
Zulmir Sotoriva destacou crescimento do evento que ruma para sua quarta edição
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altam quatro dias para terminar a terceira edição do Acampamento Farroupilha, mas se ele tivesse encerrado ainda na quinta-feira (15), já teria alcançado seu objetivo de fomentar a cultura, principalmente entre as crianças e os jovens, fato confirmado no aumento pela procura por invernadas artísticas dos CTGs já a partir da primeira edição do evento. A avaliação é do presidente da Comissão Organizadora e também coordenador da 19ª Região Tradicionalista do MTG, Zulmir Sotoriva, que reconhece que o crescimento do evento está quase no limite. Ele destacou o envolvimento dos galpões nas atividades culturais, que a partir desta edição é obrigatória, e explicou que o evento só permite a construção de galpões para entidades tradicionalistas ou com Departamentos Tradicionalistas. “Nossa preocupação é manter o foco cultural do Acampamento, envolvendo, de forma especial, as crianças e os jovens em atividades que fomentem e incentivem nossa cultura, e que estão sendo levadas a cabo, por exemplo, com as oficinas culturais que devem receber mais de 4 mil crianças, sem contar os estudantes de escolas do interior que têm vindo até o Seminário apenas para visitar o espaço”, observa. O concurso do Galpão Mais Autêntico, novidade desta edição, também motiva cultivar a tradição de forma correta e ao mesmo tempo oportuniza
um resgate histórico. Sotoriva revela que desde o início das atividades do Acampamento uma comissão de dez avaliadores tem percorrido os 38 galpões analisando aspectos como autenticidade, organização interna, originalidade, tipo de coberto e cardápio, entre outros. O resultado será divulgado neste domingo (18), às 17 horas e os vencedores (1º ao 4º lugar) receberão troféus. Questionado sobre algumas críticas que o evento vem recebendo, ele enfatizou que as ações da Comissão Organizadora são balizadas em questionário de avaliação respondido pelos galpões. “A crítica sem conhecimento só vem para destruir, porém, temos feito nossa parte ao ouvir as entidades e procurado, a cada edição, viabilizar os pedidos e as sugestões, inclusive de shows que não são contratados aleatoriamente e sim, conforme levantamento feito entre os galpões e casados com a agenda do próprio artista. Fizemos isso porque o Acampamento é as entidades que aqui estão e que vem expor o que fazem em prol do tradicionalismo o ano inteiro”, disse. Segundo Sotoriva, o Acampamento Farroupilha ainda pode crescer 25% no local onde está sediado hoje, mas se for além disso dificultará a realização do evento. “Estamos otimistas com relação à área adquirida pelo Município com 18,5 hectares localizada próximo ao Parque da Accie. O sonho é estarmos lá em 2013”, acrescentou.
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Manter o foco cultural é o desafio O idealizador do Acampamento Farroupilha de Erechim, vice-presidente da Comissão Organizadora e vereador, Cezar Caldart, disse estar gratificado com a evolução do evento. “Quando formulamos o Acampamento Farroupilha lá em 2008 tínhamos a certeza de que seu crescimento seria uma consequência. Graças a Deus tivemos a sensibilidade de ter conosco entidades que dão credibilidade ao evento e se ele é sucesso é por causa delas, logo essa conquista é coletiva”, declarou. Ao afirmar que a vida ensina muitas coisas, entre elas a ouvir as pessoas, Caldart enfatizou a importância da avaliação dos galpões via questionário, que tem balizado as ações da Comissão Organizadora e que visam melhorar, a cada ano, o evento que já é o maior do segmento na região. “Temos, na medida do possível, atendido ano a ano os pedidos e a maior alegria é ver que nossa tradição está sendo fomentada. Temos recebido, em média, mil crianças por dia nas oficinas culturais e iniciativas como esta já aumentaram em 30% a procura pelas invernadas artísticas de nossas enti-
dades, ou seja, os números falam por si e comprovam a decisão acertada de realizar o Acampamento Farroupilha, idealizado com este objetivo, pois estamos contribuindo para a valorização da cultura e a formação do caráter dos nossos jovens, prevenindo muitas situações que envolvem este tipo de público”, assinalou. Emocionado, Caldart afirmou que este é o legado que a iniciativa pretende deixar aos filhos, netos, bisnetos daqueles que ajudaram a construir o evento, que promove o tradicionalista e a integração de culturas e de classes. Ao estimar que até o final do evento o volume de negócios atinja a cifra de R$ 1,2 milhão, Caldart acredita que o desafio da próxima edição é fazer com que todas as entidades, que dão vida ao Acampamento Farroupilha mantenham o foco cultural da iniciativa. “Devemos retomar as palestras já realizadas nas edições anteriores, visando difundir a nossa cultura para que as pessoas conheçam e saibam o que estamos comemorando, de fato, na Semana Farroupilha”, acrescentou. XXFoto Sara Rubia Comin
Cezar Caldart estima que o volume de negócios chegue a R$ 1,2 milhão
“Ser tradicionalista é conviver e respeitar os vários segmentos da sociedade” XXFoto Sara Rubia Comin
Aldo Pereira Vieira e a esposa Maria Nadir
Patrono da Semana Farroupilha, Aldo Pereira Vieira, destaca pilares cultural, econômico e social do Acampamento Farroupilha O Patrono da Semana Farroupilha 2011, Aldo Pereira Vieira, viveu sua infância e juventude dividindo o tempo entre a sala de aula e lidas campeiras. Natural de Quatro Irmãos, casado com Maria Nadir Pessini, é pai de Emerson e Edson, e avô de Lucas e Leonardo. Militante do MTG – Movimento Tradicionalista Gaúcho desde o início da década de 80, Vieira iniciou sua trajetória no CTG Rodeio da Querência, de Campinas do Sul. Sócio fundador do Piquete José Barroso e CTG Sentinela da Querência, do qual já foi coordenador da invernada campeira por vários anos, Vieira, que hoje é integrante do quadro de laçadores do CTG Querência de Quatro Irmãos, também já foi diretor campeiro da 19ª Região Tradicionalista do MTG por dois anos e seu coordenador em 1992. Para ele, ser Patrono da Semana Farroupi-
lha é uma honra. “É um reconhecimento pelo trabalho que desenvolvi na sociedade gaúcha. Nasci na campanha, no meio do tradicionalismo e desde criança participo da lida campeira”, disse. Formado em História, ele revela que o contato com o ensino superior alimentou ainda mais os princípios tradicionalistas e fez com que militasse com vigor redobrado no movimento. “Ser tradicionalista é conviver dentro de uma sociedade respeitando seus vários segmentos”, define. Para ele, a convivência com o tradicionalismo propiciada pela Semana e pelo Acampamento Farroupilha, mesmo que num curto espaço de tempo, provocam a participação da sociedade. “O cidadão pode ser gaúcho de primeira bombacha, mas se ele se aperfeiçoar, tiver a oportunidade de viver essa experiência mais de perto, poderá se tornar um tradicionalista autêntico”, observa, destacando os pilares cultural, econômico e social do evento, e comentando a evolução da participação da mulher, inclusive na pista de rodeios, com equipes, atualmente formadas somente por elas.
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“ Dar de si, antes de pensar em si ” A força do voluntariado, a determinação em SERVIR as comunidades e pessoas que necessitam de apoio, a união e o companheirismo de uma centena de famílias e dezenas de jovens erechinenses vem possibilitando melhorar as condições de vida de seres humanos, minorar sofrimentos, estabelecer relações de solidariedade - construindo uma sociedade humana, sensível, mais próxima do ideal de felicidade. - Implantação do Corpo de Bombeiros no bairro Três Vendas, Erechim. - Construção do Ginásio de Esportes da Sociedade Fraternal Cantinho da Luz, do bairro São Cristóvão, Erechim. - Campanha Permanente “ Lucio Pinto de Souza “ de Doação de Sangue, junto ao banco de Sangue de Erechim. O doador vai até o Banco de Sangue e faz um cadastro. Quando há necessidade é chamado para repor o estoque. - Apoio e acompanhamento à CRÉCHE MADRE ALIX, atendendo necessidades básicas de 55 crianças carentes da comunidade do bairro Vitória, em Erechim; - Apoio e acompanhamento do Projeto MULTIMISTURA, composto alimentar que combate a ANEMIA INFANTIL, distribuído para Erechim e região;
- Projeto BANCO DE CADEIRAS DE RODAS, que empresta cadeiras de rodas aos necessitados do município de Erechim - Doação de geladeira, fogão industrial à lenha, louça e talheres para a OBRA SANTA MARTA, entidade que atende mais de 100 crianças do bairro Progresso. - Obtenção e repasse de alimentos para o “Cantinho da Luz” e de lençóis, para o Lar dos Velhinhos. - Parceria com a Escola de Pais do Brasil - Seccional Erechim, para a realização de um Círculo da Escola de Pais com mais de 100 pais e futuros pais, na Casa da Amizade. - Entrega de Forno Elétrico industrial para a Pastoral de Criança, e aquisição de máquina de costura, ampliara confecção de peças para o Hospital Santa Terezinha. - Ampliação do Programa de Sequestro de Carbono através do Plantio de Árvore das Espécies Nativas, especialmente Araucária o ‘pinheiro brasileiro’. - Campanhas de Educação no Transito e para desenvolver a prática de exercícios aeróbicos, através de caminhadas, com orientação de profissional de educação física.
‘ Conheça a Si Mesmo para Envolver a Humanidade” Rotary Clube ERECHIM, Rotary Erechim BOA VISTA, Rotary Erechim PAIOL GRANDE, Rotary Erechim TRÊS VENDAS - Integrados no ROTARY TCHÊ, Galpão Crioulo das Famílias Rotarianas no Acampamento Farroupilha de Erechim.
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Guardiões da Chama CTG Recanto do Quero-Quero foi responsável por buscar a Chama Crioula em Taquara e trazer até Erechim O gosto pelo cavalo, pela lida de campo e pelas questões tradicionalistas sempre foi muito presente nos integrantes do Centro de Tradições Gaúchas Recanto do Quero-Quero, e buscar uma centelha da Chama Crioula sempre foi um sonho dos tradicionalistas. Este ano, a 19ª Região Tradicionalista convidou o CTG para essa empreitada que, orgulhoso, aceitou o desafio. O agregado das pilchas, Roberto Demoliner, conta que 11 cavaleiros e suas famílias foram a Taquara (90 quilômetros de Porto Alegre e 420 km de Erechim) no dia 19 de agosto receber uma centelha da Chama Crioula. De acordo com Demoliner, há 50 anos a cidade esperava que a chama fosse acesa no município. Mais de três mil cavaleiros participaram do evento na tarde do dia 20 de agosto. Embarcada, a chama chegou na 19ª RT no dia 21 de agosto, onde permaneceu, no Parque Farroupilha de Getúlio Vargas, até o sábado, dia 10 de setembro. “O CTG Recanto do Quero-Quero, com 17 cavaleiros, foi até Getúlio Vargas buscar a chama Itinerante e a Crioula e as trouxe para abertura do Acampamento Farroupilha 2011”, conta Demoliner. A chama Itinerante foi acesa em Erechim em abril e percorreu todos os municípios da 19ª RT. “Para nós é muito gratificante, ter essa parceria com a 19ª RT e com todos os CTGs e piquetes da nossa região. A gente só tem a agradecer a todos da 19ª RT essa oportunidade. O nosso CTG e o nosso patrão, Célio Mauro Koch, sempre buscam participar dos eventos tradicionalistas”, enfatiza.
XXFotos Ivanor Oliviecki / DM
O patrão Célio Mauro Koch trouxe a chama Itinerante
Os cavaleiros trouxeram a Chama Crioula e a Itinerante de Getúlio Vargas
“Para nós é muito gratificante, ter essa parceria com a 19ª RT e com todos os CTGs e piquetes da nossa região”
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Mais de 35 mil pessoas já entraram pelo Seminário na Semana Farroupilha Segundo o setor de policiamento da Brigada Militar que está no Seminário Nossa Senhora de Fátima mantendo a segurança do local, como mantém um galpão junto à cidade tradicionalista, o número de pessoas ultrapassam quatro mil durante todas as noites, não computando as visitas de estudantes e comunidade na parte da tarde que também passam de mil na participação das Oficinas Culturais que estão sendo oferecidas. Quinta-feira as estrelas da noite foram César Oliveira e Rogério Melo. Na sexta, 16, a grande sensação foi a apresentação de Mano Lima. Para sábado, as atividades iniciam às 9h com o 2º Enartinho – Encontro de Artes e Tradição Gaúcha Categoria Pré-Mirim, Mirim e Juvenil, com as modalidades individuais e danças de salão. Ainda das 9h às 18h, Estação das Águas numa organização da Corsan. Às 12h tem almoço típico (feijoada – R$ 16,00) na Praça da Alimentação. Jantar Típico às 20h (massa e galeto – R$ 16,00) e como atração principal da noite, a apresentação de Teixeirinha Filho e Neto. No domingo, 18, continuação do 2º Enartinho, modalidade Danças Tradicionais, Estação das Águas e almoço típico, tendo como cardápio churrasco e acompanhamentos (R$ 20,00). Na parte da tarde haverá a divulgação do Enartinho, da Gincana Cultural do Acampamento Farroupilha e do galpão mais autêntico. A noite, jantar típico às 20h (carreteiro – R$ 16,00) e show com Pedro Ortaça. Na segunda, 19, as atividades iniciam às 13h30min com Tarde Cultural com a Terceira Idade a cargo
do Sesc. Às 14h inicia o show com Márcio Rech, seguido de show de talentos tradicionalistas da Terceira Idade de Erechim às 15h, Coquetel Campeiro às 16h e a apresentação de dança com o grupo “As Veteranas”. Às 17h encerram-se as ativida-
des da Tarde Cultural da Terceira Idade, jantar típico às 20h (Entrevero – R$ 16,00). Jantar Fandango no CTG Galpão Campeiro com animação dos Monarcas e às 21h show com Marco Lima no palco principal junto ao Seminário. Na terça, data máxima farrou-
XXFotos Carlos Alberto da Silveira – ASSECOM – Poder Legislativo
Seguramente, mais de 35 mil pessoas já entraram pelos portões do Seminário Nossa Senhora de Fátima desde o último dia 9 para acompanhar as programações do Acampamento Farroupilha 2011 que seguem até esta terça, 20, momento em que os tradicionalista, juntamente com suas entidades estarão desfilando na Avenida Sete de Setembro em comemoração a data máxima dos festejos farroupilhas. Com 38 galpões erguidos na cidade tradicionalista e com um comércio expressivo no ramo de indumentárias, alimentação, artesanato, calçados e demais detalhes para cultuar as tradições, o Acampamento Farroupilha tem levado milhares de pessoas durante todas as noites para apreciar os shows, bem como crianças, idosos e instituições durante as tardes para viver, através das Oficinas Culturais, a história do Rio Grande do Sul e a importância de manter as tradições gaúchas. A participação tem surpreendido a Comissão Organizadora, já que deverá ultrapassar o público esperado para esta terceira edição. Sinal evidente é a grande quantidade de pessoas que se aglomera para assistir as apresentações em frente ao palco principal, na Praça da Alimentação, junto aos galpões e em toda a área de circulação. Para quem tem a oportunidade de passar pelos galpões e vivenciar um pouco do clima instalado em torno da tradição gaúcha, pode ver in loco a quantidade de pessoas que se juntam para cantar músicas gaúchas, comer um bom churrasco e confraternizar no clima tradicionalista.
César Oliveira e Rogério Melo abrilhantaram a noite
Milhares de pessoas presentes ultrapassaram as expectativas
pilha, almoço típico às 12h (churrasco – 20,00), desfile temático às 14h30min com o tema “Nossas Raízes”, com início na Praça da Bandeira e término no Seminário. Após encerramento do desfile haverá os atos de extinção da Chama Crioula pelo Patrono Aldo Pereira Vieira.
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XXFotos Daniele Canfil
Cultura e tradicionalismo para crianças Nesta primeira semana do Acampamento Farroupilha, milhares de crianças das escolas municipais, estaduais e particulares visitaram os galpões e puderam vivenciar de pertinho a cultura gaúcha por meio das oficinas que foram ministradas junto a cidade tradicionalista montada no Seminário Nossa Senhora de Fátima. Mais de cinco mil crianças de Erechim e Região participaram. As oficinas foram ministradas por profissionais da Indumate – Associação das Indústrias de Mate do Alto Uruguai, onde os alunos tiveram contato com o soque de erva-mate e conheceram um pouco mais sobre as propriedades do chimarrão. Os acadêmicos do Curso de Letras da URI – Campus Erechim fizeram a contação e encenação das Lendas do Sul. Historiado-
res contaram como as tropas cargueiras traziam as sementes para Erechim e, esse ano, demonstraram também como o excesso de semente era levado de Erechim pela ferrovia. O MTG ficou responsável por ensinar a indumentária gaúcha, como encilhar um cavalo, a história e como fazer um carreteiro (comida típica) e como laçar a vaca parada. Um caminhão do SESI também reforçou, através da biblioteca ambulante, a leitura sobre nossa cultura. De acordo com o coordenador da 19ª Região Tradicionalista e presidente da Comissão Organizadora, Zulmir Sotoriva, quatro mil alunos das escolas estaduais, municipais e particulares agendaram visita ao acampamentos. “Além dessas várias escolas da região estiveram visitando o Acampamento Farroupilha nesta semana”, destaca.
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Lendas gaúchas Curso de Letras da URI e intertextualidade: inovando no Acampamento Farroupilha O Curso de Letras da URI-Campus de Erechim, ao participar ativamente da Semana Farroupilha, demonstrou, a aproximadamente 4 mil alunos de escolas das redes pública e privada de Erechim e da Região do Alto Uruguai, a arte de representar lendas gaúchas. Após pesquisa bibliográfica e discussões literárias acerca das Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto, os acadêmicos montaram uma divertida e intertextual “contação” de histórias para crianças e adolescentes, participantes das oficinas culturais durante o Acampamento Farroupilha, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, de 12 a 16 de setembro. Os estudantes deram vida a diversos personagens, entre eles os indígenas da Lenda do Chimarrão, o Negrinho do Pastoreio, a Teiniaguá e o Sacristão da Salamanca do Jarau, bem como a famosa Boitatá, construindo uma ligação entre algumas das mais significativas lendas que fazem parte do folclore gaúcho. O trabalho foi coordenado pela professora de Literatura Brasileira III, Sandra Terezinha Munero e orientado pela coordenadora do Curso de Letras, Professora Ana Maria Dal Zott Mokva, com apoio e organização do professor Ducimar Basso, Diretor da
Quatro mil alunos viram o trabalho desenvolvido pelos acadêmicos de Letras da URI
Escola de Educação Básica da URI, contando, também, com a colaboração dos demais professores do colegiado. Participaram da teatralização os acadêmicos de Letras Alan Ricardo da Veiga, Bianca Legramante, Êmile Jane Piccoli, Fabiane Vieira, Karine Liliane dos Reis, Juliana Scatolin, Rosângela Pedott Cornélio e Thomas Rocha, além dos convidados Leonardo Pavan e Marcos Kuzner.
Teatralização foi um dos diferenciais mostrados na Semana Farroupilha de Erechim
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Alumifer
Panelas Campeiras no Acampamento Farroupilha
A
Refinatto
no Acampamento Farroupilha
A
Refinatto está com um estande no Acampamento Farroupilha 2011 onde dispõe dos mais diversos tipos de madeiras, cuias e bombas para chimarrão, acessórios para churrasco e muito mais. O Acampamento Farroupilha vai até a próxima terça-feira, 20 de setembro, no Seminário Nossa Senhora de Fátima.
Alumifer trouxe para o Acampamento Farroupilha 2011 o melhor em panelas e similares de alumínio fundido. Produtos práticos, antiaderentes, econômicos e duráveis, além de ter um acabamento com polimento em alto brilho. As panelas e similares são produzidas aqui em Erechim, produtos 100% gaúcho, campeiros e recicláveis, um bom motivo para prestigiar a nossa tradição. Para maiores informações contate-nos através do telefone 543522-3902. Venham nos visitar no Acampamento Farroupilha que segue até a próxima terça-feira, 20 de setembro, no Seminário Nossa Senhora de Fátima.
Para o maior evento tradicionalista da região, a Refinatto tem também facas diferenciadas e gamelas de madeiras com 20% de desconto. Para aqueles que buscam outra linha de produtos, as empresárias convidam para conhecer a outra loja, situada na Avenida 15 de Novembro, em frente à Unetral.
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‘Nossas Raízes’ cultivadas Festas diárias nos galpões aliadas à intensa programação dão o tom do Acampamento Farroupilha Sara Rubia Comin sara@diariodamanha.net
A terceira edição do Acampamento Farroupilha, que acontece até o dia 20 de setembro no Seminário Nossa Senhora de Fátima em Erechim, é um convite ao resgate da cultura e dos costumes do povo gaúcho. Em área de fácil acesso, privilegiada localização e entrada gratuita, é possível aprender e ensinar brincando; conhecer e valorizar o passado para entender e viver melhor o presente e ajudar a construir o futuro. Erechim e o Alto Uruguai – região que tem, desde a matéria-prima do chimarrão, passando por lojas especializadas em indumentária até grupos musicais que cantam a história da cidade e levam o nome dos municípios da região mundo afora – estão representados no evento, que já é o maior do segmento na região. A intensa e diversificada programação, que inicia sempre às 14 horas com oficinas culturais, convida homens e mulheres, jovens e crianças a viver a Semana Farroupilha em família. Com exceção dos shows com convidados de fora, as principais atrações acontecem todos os dias (noites) dentro dos 38 galpões erguidos no valoroso espaço verde do Seminário. Elas não estão na programação oficial do evento, nem na agenda divulgada pelos veículos de comunicação, porque elas não foram programadas. Elas simplesmente acontecem porque fazem parte da cultura deste povo, que no espaço rústico, em companhia da gaita, do violão, do pandeiro, de algumas vozes, do chimarrão ou uma bebida mais forte, sabe como ninguém fazer a integração acontecer.
Luca Goelzer Detoni aos quatro meses estreou a primeira bombacha
A rusticidade dos galpões ganha requinte com a alegria e a hospitalidade do gaúcho
No interior de cada galpão um ritmo e cardápio diferentes, mas o mesmo espírito, alegria e hospitalidade característica do gaúcho. Cada entidade tem, ao seu modo, contribuído para fazer do evento algo para Erechim e região se orgulhar. Família também é coisa de gaúcho, e a convivência nos galpões e fora deles mostra e reforça isso. Pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos ou, simplesmente, amigos unidos pela tradição se revezam para receber bem visitantes e convidados. Acompanhado dos pais Maurício e Priscila, o pequeno Luca Goelzer Detoni, às vésperas de completar quatro meses de idade, estreou a primeira bombacha. No Galpão Militar, que funciona como sede do 13 Batalhão Militar no Acampamento, o pai coruja, que é capitão da BM, exibia o rebento vestido a caráter, provando que desde cedo é que se aprende a respeitar e a cultivar as tradições. Na indumentária não faltou o lenço vermelho e a guaiaca e nem pala para a noite mais fria.
No Acampamento Farroupilha de Erechim tem de tudo um pouco. Além de conhecer e visitar os galpões das entidades, há artesanato e peças da indumentária gaúcha para comprar, oficinas para aumentar seu conhecimento em tradicionalismo, comida típica para degustar e shows artísticos para se alegrar. O volume de negócios já supera o do ano passado e ainda tem quatro dias de programação. E se o número de público sinaliza o sucesso de um evento, esta terceira edição já garantiu o seu, pois quem passou pelo Acampamento na noite da última quinta-feira (15), por exemplo, encontrou dificuldade de caminhar até mesmo na área de circulação entre os galpões. O crescimento do Acampamento Farroupilha, se por um lado aumenta a responsabilidade de seus organizadores, mostra que o apreço pelo tradicionalismo recebeu injeção de ânimo, cumprindo a função para a qual foi idealizado. Que venha a próxima edição!
Tradição em família: Flávio Paraboni com a esposa Marisa e as filhas Luisa e Fernanda XXFotos Sara Rubia Comin/DM
Comida típica para degustar não falta
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Galpões levam o tradicionalismo ao ambiente urbano O s 38 galpões instalados no Seminário são um grande atrativo para o público visitante. O esmero no preparo desses ambientes é revelado pelos materiais utilizados, objetos de decoração e adornos. Fogões campeiros e churrasqueiras são indispensáveis, e cada galpão conta com uma programação própria, composta principalmente de refeições com pratos típicos.
Galpão do grupo Sinuelo do Alto Uruguai chama atenção pelos adornos e o uso de pranchas de madeira com nó de pinho aparente, sendo um dos que mais chama atenção
Galpão do CTG Espora de Prata é um dos mais animados, com presença de músicos, boa comida e a tradicional hospitalidade de seus integrantes
CTG Galpão Campeiro caprichou na decoração
Fogão campeiro sobre rodas e a mesa farta do CTG Crioulos do Camboatã
Alheios a cerimônia de abertura, os cuscos gaúchos entre os cavaleiros
Galpão do Departamento Tradicionalista da AABB
Galpão do CTG Sentinela da Querência
Trempa sobre o fogo de chão em um dos galpões
Piquete de Laçadores chaleira Preta, sem dúvida um dos grupos mais animados
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NAUCCC difunde cultura da raça e fortalece Balaqueiro do Nonoai é 4º lugar integração entre famílias no Freio de Ouro Entre os 38 galpões que formam a Cidade Tradicionalista na área verde do Seminário Nossa Senhora de Fátima – sede desta terceira edição do Acampamento Farroupilha de Erechim –, está o do NAUCCC – Núcleo Alto Uruguai de Criadores de Cavalo Crioulo, que é um dos 63 núcleos filiado à ABCCC – Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos espalhados pelo país. No galpão, o Núcleo recebe visitantes e convidados, contribuindo para incentivar o cultivo das tradições e o apreço pelo cavalo crioulo. Criado em dezembro de 2005 por cerca de 30 criadores, o Núcleo tem como objetivos divulgar e incentivar o crescimento da raça crioula na região, congregar criadores, proprietários e apaixonados por este animal, considerado símbolo do Rio Grande do Sul. O presidente do Núcleo, criador Jean Zanardo, conta que o grupo se uniu pela carência de representantes da raça na região. “A intenção era agregar o gosto por esta cultura e a partir dela fortalecer os laços e o convívio entre as famílias, base da sociedade”, diz. Sempre no mês de novembro, o NAUCCC promove exposições morfológicas estimulando o fomento das atividades relacionadas ao uso do cavalo para negócio ou lazer. Este ano, a 5ª Exposição Morfológica de Cavalo Crioulo será realizada dias 19 e 20, no Parque da Accie e na programação do dia 20 tem show com Luciano Quevedo. Integrantes do Núcleo participaram de exposições pelo Estado e também da disputa do Freio de Ouro – maior exposição morfológica e funcional de cavalo crioulo do país. Neste ano um de seus participantes conseguiu o 4º lugar no Freio de Ouro com o cavalo Balaqueiro do Nonoai, resultado de uma parceria do Condomínio Balaqueiro. “Ter um ca-
valo para este tipo de competição é difícil, classificar entre os dez mais ainda e obter o 4º lugar valoriza a região, o criador e os parceiros”, acrescenta. Zanardo lembra que o cavalo crioulo é animal do índio, do peão, do militar e do patrão. “No final dos anos 1800, começou a influência do homem no seu processo seletivo e a partir disso surgiram os movimentos no Chile, Brasil, Argentina e Uruguai, buscando a valorização desta raça, selecionada e ambientada no Cone Sul da América, perfeitamente adaptada aos contrastes impostos pela natureza diversa da região”, observa. Fixando qualidades inigualáveis de rusticidade, resistência e longevidade, o criador afirma que o cavalo crioulo é perfeito para Enduro, Marcha de Resistência (750 quilômetros em 15 dias), Rédeas, Laço, Paleteada e Freio de Ouro, uma competição das mais completas e exigente que se realiza para cavalos de sela e que ocorre na Expointer – Exposição Internacional de animais, que acontece sempre no final do mês de agosto, em Esteio. Zanardo ressalta também a importância sócio-econômica do cavalo crioulo. “No momento em que o campo sofre os efeitos da estagnação das atividades na cadeia produtiva do agronegócio, como fonte geradora de empregos, de diversos níveis de qualificação, o cavalo crioulo movimenta milhões de reais e vem num crescente dado a sua versatilidade. É companheiro inseparável do gaúcho, feliz nos dias cálidos como nos de invernia e não é apenas um equino a mais. Ele representa para nós, gaúchos sulamericanos, o pedestal da história porque cavalo crioulo é cultura, tradição, símbolo e paixão”, resume. XXFoto Divulgação/DM
Galpão do NAUCCC no Acampamento Farroupilha: tradição e cultura difundas em família
O que começou como uma brincadeira entre amigos, estimulando alguns admiradores da raça a criarem cavalo crioulo, já rende conquista para a região. De propriedade do Condomínio Balaqueiro, o cavalo Balaqueiro do Nonoai, nascido na Fazenda Santa Luzia, do criador Fábio Vaccaro, obteve um prêmio inédito para o Alto Uruguai ao conquistar o Bocal de Prata – segundo lugar na prova final para cavalos iniciantes nas provas profissionais. Durante a Expointer 2011, apresentado pelo ginete Guto Freire, ele classificou-se em 4º lugar no Freio de Ouro. “Essa colocação é excelente para um cavalo iniciante e de apenas cinco anos de idade. O próprio ginete Guto Freire via nele um de seus melhores candidatos ao prêmio, pela garra e pelo crescimento apresentados a cada prova, o que indicam um futuro promissor ao animal”, comenta Vaccaro. Para disputar o Freio de Ouro, Balaqueiro passou por uma primeira prova credenciadora em Santo Antônio da Patrulha, onde obteve o 1º lugar, colocação que garantiu sua disputa no Bocal de Ouro, prova classificatória ao Freio de Ouro, e disputada somente por cavalos inéditos nesta competição. Na disputa, o cavalo da Cabanha Santa Luzia ficou em 2º lugar, conquistando o cobiçado Bocal de Prata e se habilitando a disputar o Freio de Ouro. Durante a competição, Balaqueiro saiu com a nota morfológica de 7,127, se destacando entre os 48 cavalos iniciais dos quais apenas 14 passaram à fase final. No último dia da competição ele chegou em 11º lugar, quando no decorrer das provas somou 49,83 pontos de um total de 60 pontos. “Foi a melhor média funcional”, explica Vaccaro, salientando que o animal também foi muito bem nas três provas do dia (Mangueira, Bayard/Sarmento e Paleteada), mas se destacando na Bayard ao fazer média superior a 9, somando 18,167 pontos de um total de 20. Balaqueiro, quando potro, desprovido de morfologia considerada excepcional, teve sua castração recomendada, mas o veterinário do criatório, que já havia montado o animal, negou-se por duas vezes a realizar o procedimento e indicou que o cavalo fosse encaminhado à avaliação do ginete Guto Freire, que não hesitou em ficar com o animal ainda em fase de doma. Confirmado numa concentração de machos em Carazinho, onde conquistou a marca definitiva da ABCCC por estar dentro dos padrões de exigência da raça crioula, Balaqueiro começou a ser treinado em 2009 e logo já estava nas pistas de rédeas por conta do bom temperamento que apresentou desde o começo. Com o passar do tempo o potro que não era tão lindo quando novo foi tomando forma e transformou-se num cavalo maravilhoso e sua beleza ficou comprovada ao receber a nota de 7,127 na etapa de morfologia do Freio de Ouro. O cavalo gateado já foi vice-campeão do Potro do Futuro da ABCCC em 2009 e na Copa Querência de 2010 ficou entre os finalistas. Também venceu a prova Aspirante na Expointer 2010. Em 2011, o cavalo mostrou seu potencial e rusticidade típica, quando após uma maratona de três provas em menos de 30 dias, conquistou o disputadíssimo Bocal de Prata, garantindo vaga na grande final do Freio de Ouro 2011, se consagrando como um dos melhores cavalos da raça na atualidade. “Balaqueiro é um cavalo fantástico, apelidado de Coração Valente por sua valentia e entrega total nas provas”, resume um dos proprietários, o advogado Sérgio Bergoni Turra. A prova do Freio de Ouro, além de ser uma competição bastante emocionante, é acima de tudo, uma ferramenta de seleção genética. Ficar em quarto lugar é uma conquista muito importante para seu criador e atuais proprietários. Para quem cria, é um indício de se estar seguindo o caminho certo, e para os proprietários, a recompensa por acreditar neste caminho. XXFoto Arquivo Pessoal/Divulgação/DM
Cavalo gateado do criador Fábio Vaccaro foi um dos destaques do Freio de Ouro da Expointer 2011