saude@diariodamanha.net Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
FOTO GABRIELA MIRANDA
www.diariodamanha.com/dmsaude.asp
1
Circula em Passo Fundo, Carazinho e Erechim - 24 e 25 de setembro de 2011
ÁLCOOL
Como evitar consumo por crianças e adolescentes
Estudo feito no RS, com crianças e adolescentes de 11 a 15 anos de idade, mostrou que aproximadamente 23% do público já relataram consumo de bebida de álcool. Para evitar consumo precoce,
pais devem manter o diálogo com os filhos e se preocupar em passar um bom exemplo Páginas 4 e 5
Páginas 4
e
5
2
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
endereços
Eleições do Conselho de Enfermagem têm nova data Dia 30 de outubro é a nova data para a realização das eleições do Conselho Regional de Enfermagem (COREN-RS), conforme determinação do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Três chapas disputarão o pleito para representar durante um triênio os interesses dos mais de 130 mil profissionais que formam a categoria no Estado. O processo eleitoral, previsto para o dia 11/09, havia sido suspenso pela Justiça na véspera do pleito, dia 9/09. O horário de votação se mantém das 8h às 18h através de urnas distribuídas em 30 cidades gaúchas, inclusive em Passo Fundo. Estão obrigados a votar somente os profissionais de Enfermagem que tenham inscrição definitiva ou remida no COREN-RS até 1º/08/2011 e que residem em um destes 30 municípios com locais de votação. Para exercer o voto, o profissional deve apresentar a carteira do COREN-RS (cédula) ou documento oficial com foto, como Carteira de Identidade ou Carteira de Habilitação. Aqueles profissionais que moram em locais onde não têm urnas não são obrigados a votar, mas podem exercer esse direito dirigindo-se a outro município, previamente estabelecido nos locais indicados no site do COREN-RS. A Comissão Eleitoral informa que nas cidades que possuem mais de um local para votação, os votantes foram divididos em ordem alfabética e que só é possível votar nos locais pré-determinados pelo zoneamento. O objetivo é o de organizar a participação e evitar filas. Interessados em obter outras informações podem acessar o site do CORENRS (www.portalcoren-rs.gov.br).
HSVP tem linha direta com o SIMERS A direção do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) recebeu no dia 12 de setembro de 2011, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Paulo de Argollo Mendes. O presidente fez a inauguração de um novo canal de conexão do sindicato com a categoria médica. Uma linha telefônica com acesso direto ao SIMERS foi instalada na Sala dos Médicos Residentes, denominada Sala Rudah Jorge, com o objetivo de estreitar o contato do médico com o sindicato. A Linha Direta com o SIMERS fica a disposição da categoria 24 horas através de um plantão com diretor, advogado e jornalista da entidade. “Das 7h às 19h, a linha é atendida por um gerente de relacionamento que fará o esclarecimento e direcionamento das dúvidas do médico”, ressaltou Mendes. Atualmente são 16 linhas diretas no Rio Grande do Sul, sendo que destas, três foram instaladas nesta
semana em Passo Fundo. “Esta nova alternativa para os médicos surgiu em comemoração aos 80 anos do SIMERS e, principalmente, como forma de estreitar o relacionamento com os 13 mil médicos associados. É o maior sindicato médico do Brasil e agora está ao alcance da mão”, evidenciou o presidente. A escolha do HSVP para receber uma das instalações da Linha Direta se deve ao fato de ser um dos principais hospitais do Estado e concentrar em seu corpo clínico 711 médicos. “Além da necessidade de comportar uma das linhas, o HSVP está localizado no município que é a 9ª economia do estado, pólo universitário e irradiador de conhecimento médico”, mencionou Mendes. Também esteve presente na inauguração o delegado regional do SIMERS, Carlos Antônio Madalosso, que destacou a linha como forma de trazer tranquilidade no esclarecimento de dúvidas dos profissionais. Foto Assessoria de Comunicação HSVP/Endil Mello
Direção do HSVP e representantes do Simers e Delegacia Regional participaram do ato de instalação da Linha Direta
EXPEDIENTE Empresa Jornalística Diário da Manhã Av. Sete de Setembro, 509 – 99010-121 Fone: (54) 3316-4800 - Passo Fundo/RS
Diretora-presidente: Janesca Martins Pinto Editora-chefe: Rosângela Borges Wink Editora DM Saúde: Gabriela Miranda Diagramação: Marcelo Lange
PASSO FUNDO uCentro de Saúde (Posto Central)
Rua Fagundes dos Reis, 270 (54) 3311-6494 uHospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 - Centro (54) 3316-4000 uHospital da Cidade Rua Tiradentes, 295 - Centro/Annes (54) 2103-3333 uHospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes (54) 3313-4435 uHospital Municipal Rua Alcides Moura, 100 - Centro (54) 3316-4500 uHospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José (54) 3311-0777 uProntoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 - Centro (54) 3313-5100 uBombeiros 193
CARAZINHO uHospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3330-2000 uAmbulatório Municipal Avenida São Bento, anexo ao prédio do Senai uCentro de Especialidades Médicas (CEM) Av Pátria, 736 - junto ao prédio do INSS (54) 3331-4510 Bombeiros 193
ERECHIM uHospital de Caridade Rua S Paulo, 466 (54) 3520-8400 uHospital Santa Teresinha Rua Itália, 878 (54) 3522-0500 uBombeiros 193
PIMENTA
Ajuda contra câncer da próstata FOTO DIVULGAÇÃO
Testes mostraram que substância encontrada na pimenta, chamada capsaicina, fez com que 80% das células de câncer de próstata iniciassem o processo que as leva à morte. A pesquisa, que foi publicada no jornal Cancer Research, também constatou que os tumores tratados com capsaicina ficaram menores. Especialistas em próstata da Grã-Bretanha dizem que a capsaicina pode ser a base de um Testes mostraram que substância encontrada na futuro remédio, mas alertaram pimenta, chamada capsaicina, fez com que 80% das que o hábito de comer pimenta células de câncer de próstata iniciassem o processo que as leva à morte em exagero é associado à alta incidência de câncer de estômago. No estudo, os cientistas do Cedars-Sinai Medical Center usaram ratos que tinham sido geneticamente modificados e continham células humanas de câncer de próstata.Eles receberam uma dose de extrato de pimenta equivalente a 400 mg de capsaicina três vezes por semana para um homem de 91 quilos. Isso seria o mesmo que ingerir de três a oito pimentas muripi, as que têm maior quantidade da substância. Células normais passam por um processo constante em que milhões delas morrem a cada segundo – processo conhecido como apoptose – e outras milhões são produzidos para manter o número de células existentes. Algumas células, porém, conseguem evitar a apoptose (morte celular programada) por meio de mutação ou desregulamentação dos genes que participam no suicídio programado das células. Os cientistas perceberam que a capsaicina aumentou a quantidade de certas proteínas envolvidas no processo de suicídio das células.A substância também reduziu a quantidade de PSA (antígeno específico da próstata, na sigla em inglês), uma proteína produzida pelas células cancerosas da próstata.
Mais benefícios
Além da capsaicina, a pimenta também possui piperina. As duas substâncias, além de arderem nossa boca, estimulam nosso cérebro a liberar uma substância chamada endorfina, que é uma espécie de morfina fabricada pelo nosso organismo. Essas ficam muito tempo circulando pelo organismo, provocando uma sensação de bem-estar. Quanto mais ardida a pimenta, mais endorfina é produzida, e quanto mais endorfina, menos dores musculares e enxaqueca a pessoa sente. As substâncias picantes das pimentas também melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago, além de produzirem um efeito “antiflatulência” e favorecerem a cicatrização de feridas (úlceras).
geral
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
3
CLÍNICA SANTA MÔNICA DE ERECHIM
Fisioterapia durante a gestação A
gestação é um período em que ocorrem intensas mudanças físicas na mulher. Neste momento, ela encontra-se receptiva às informações, ao aprendizado e à adoção de novos hábitos de vida, os quais podem beneficiar a sua saúde e a de seu bebê. A fisioterapia em obstetrícia é uma especialidade existente na Europa há muito tempo e que começa a ser difundida no Brasil. É indicada principalmente para auxiliar a mulher em relação às alterações sofridas pelo corpo durante a gravidez, bem como proporcionar um acompanhamento gestacional. Esta especialidade pode atuar no período pré-natal, durante o parto e no puerpério (pós-parto). Fisioterapia no pré-natal Neste período, a fisioterapia tem como objetivo orientar a gestante acerca das transformações que ocorrerão em seu corpo durante a gestação e pósparto, prevenir dores em geral e alterações no assoalho pélvico (períneo), melhorar o controle respiratório, estimular o aparelho circulatório e linfático para prevenir edema, varizes e trombose, diminuir a ansiedade e o estresse. Fisioterapia durante o trabalho de parto Visa proporcionar um parto mais participativo, oferecendo condições para reduzir a dor, bem como exercícios que facilitam a dilatação, diminuindo o tempo de trabalho de parto. Assim, a gestante que recebe o acompanhamento sente-se mais segura para vivenciar de maneira plena o seu parto normal. Fisioterapia no puerpério No período puerperal, a fisioterapia visa oferecer orientações sobre a amamentação e cuidados com o bebê, readequar a postura. A fisioterapia também auxilia a tratar as possíveis alterações do assoalho pélvico, como a incontinência
FOTOS DIVULGAÇÃO
lizados trabalhos de postura, exercícios perineais, treino respiratório, alongamento e fortalecimento de músculos específicos, conscientização corporal, drenagem linfática manual, relaxamento muscular e exercícios para aliviar a dor, caso a paciente apresente. Curso Com o intuito de oferecer os benefícios que a fisioterapia tem para proporcionar aos pais e bebês, o serviço de fisioterapia da Clinica Santa Mônica criou um prático e dinâmico Curso de Gestantes. O curso iniciou no dia 06 de setembro com a palestra de abertura, ministrada pelo do Dr. Eliezer Berenstein médico do
Clinica Santa Mônica criou um prático e dinâmico Curso de Gestantes
urinária e dor no local da episiotomia (corte realizado na maioria dos partos normais) ou no local da cesariana. Além disso, busca restabelecer a função intestinal normal, a flexibilidade, a força muscular e o condicionamento cárdiopulmonar bem como, tratar as dores em geral. O tratamento fisioterapêutico também é indicado para mulheres que apresentam prolapsos (queda) de bexiga, útero e reto, alterações sexológicas (como dor durante a relação). Durante o acompanhamento, são rea-
Curso iniciou com a palestra ministrada pelo do Dr. Eliezer Berenstein - médico do hospital Albert Einstein de São Paulo
hospital Albert Einstein de São Paulo e Dra. Clarissa Taglietti, ginecologista e obstetra da Clínica Santa Mônica. O curso conta com a colaboração de uma equipe multiprofissional atuando nas áreas de ginecologia e obstetrícia, nutrição, psicologia, direito, odontologia, infectologia, enfermagem, sexologia, e com as fisioterapeutas do serviço, Ariane Zambonato, Juliane da Silva e Zequiela C. Russi.
As fisioterapeutas do serviço, Ariane Zambonato, Juliane da Silva e Zequiela C. Russi.
FONTES: Fisioterapeutas: Dra. Zequiela C. Russi- Crefito 5/123890- F Dra. Ariane Zambonato -Crefito 5/111389- F Dra. Juliane Da Silva - Crefito 5/123881-F
ESPECIAL
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
ÁLCOOL
Prevalência
FOTO GABRIELA MIRANDA
4
de consumo aos 11 anos é de 11,9% Estudo feito no RS, com crianças e adolescentes de 11 a 15 anos de idade, mostrou que aproximadamente 23% do público já relataram consumo de bebida de álcool. Além de manter o diálogo com os filhos sobre o assunto, pais devem se preocupar em passar um bom exemplo
Gabriela Miranda
O
saude@diariodamanha.net
número de crianças e adolescentes que consomem bebida alcoólica de forma precoce tem crescido. Pesquisa realizada no Estado mostrou que aproximadamente 23% dos jovens , entre idades de 11 a 15 anos, já consumiram bebidas. Prevalência de consumo é de 11,9% em crianças de 11 anos. Mas como os pais podem evitar esse consumo? O psicólogo Cesar A R de Oliveira (saude_mental@ig.com.br) fala mais sobre a questão: DM- A procura por bebidas de álcool tem iniciado cada vez mais cedo? Cesar de Oliveira- O primeiro parâmetro a ser assinalado é o aspecto legal, o da Lei, a qual proíbe o consumo de bebidas de teor alcoólico a menores de 18 anos de idade. Então quando falamos sobre isto, temos naturalmente por referência a menoridade penal, e no que concerne ao consumo de bebidas os dados são assustadores. Um recente estudo feito aqui mesmo no RS com crianças e adolescentes gaúchos, concluiu que o uso de bebidas alcoólicas é prevalente em ambos os sexos e com início extremamente precoce. Aproximadamente 23% destes jovens, entre idades de 11 a 15 anos, já relataram algum consumo de bebida de álcool. A prevalência de consumo destas bebidas aos 11 anos de idade foi de 11,9%. Vários fatores socioculturais estão associados a isto: a facilidade de comprar-se bebidas de álcool a qualquer dia e horário da semana, o pseudoconceito de que festa sem bebida não tem diversão, a aceitação das bebidas como algo legítimo e permitido, etc.
É crescente o número de jovens que consomem grande quantia de álcool em uma única ocasião
DM- Quando os pais devem conversar com os filhos sobre bebidas alcoólicas? Cesar Oliveira- Entendo que os pais devem conversar com os filhos sempre, e sobre bebidas, mais do que conversar, é necessário primeiro olhar qual a sua relação com a mesma. De nada adiantam discursos moralistas se num almoço de domingo os pais bebem e logo depois saem com a família dirigindo seus carros, ou então, se tem o perfil daqueles que “mandam” os filhos ir buscar uma bebida na geladeira. O “Faça o que eu digo e não faça o que eu faço”, além de politicamente incorreto, não é mais aceito, e, por isto, bons exemplos terão melhores resultados na educação dos filhos do que qualquer discurso vazio. DM- De que maneira esta questão deve ser abordada na família? Cesar Oliveira- Com atitudes. Numa ocasião eu conversava com a psicóloga da Fundação Tiago Gonzaga – ONG voltada ao combate do consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes – e ela me dizia que o sonho dela seria o dia em que as pessoas tivessem um comportamento com relação ao consumo de bebidas tal qual hoje é com o cigarro. Hoje não se aceita em um bar ou restaurante que na mesa ao lado alguém acenda um cigarro, ou entre em um auditório ou cinema fumando, coisa que há apenas uma geração atrás não se questionava. Mas ninguém fica escandalizado vendo jovens bebendo em bares, postos e nas ruas e com seus carros/motos estacionados ao lado, esperando o condutor. Então a conversa dos pais deve estar em consonância com o comportamento da família com relação à bebida: se é costume que se beba em casa ou em festas, o enfoque deve estar voltado para a responsabilidade, caso a família não tenha hábitos deste consumo, então, é importante priorizar sobre as vantagens de não beber, da melhor qualidade de saúde decorrente disto, da possibilidade de menor prejuízo social ou financeiros, etc.
DM- Os pais podem ter bebida de álcool em casa e consumir em frente aos filhos? Cesar Oliveira- Todo o comportamento intrafamiliar ou servirá de modelo ou de comparativo para com outras situações. Mas atenção: muitos usuários de drogas não as têm em casa e saem às ruas para comprá-las ou consumi-las, então, não é a ausência da bebida em casa que deixará os filhos sem beber. O problema da bebida de álcool é que está cercada de muitos paradoxos: traz uma série de prejuízos sociais, morais, financeiros e o pior, irreparáveis, quando se trata da perda de uma vida humana: muitos homicídios e mortes no trânsito estão associados ao ato de beber. Por outro lado, há em nossa cultura uma associação das bebidas a diversões, lazer, bem estar, poder, prazer. Os filhos precisam saber qual o posicionamento da família, uma vez que não beber na frente dos filhos não evita que se vejam bebidas em publicidades, televisões, nas calçadas de bares e isto aguce alguma curiosidade. O comportamento dos filhos com relação à bebida é moldado pelo meio sociocultural em que vivem, e a família tem influência sobre isto. Um bom exemplo tem grandes possibilidades de gerar um comportamento adequado frente à relação com as bebidas.
ESPECIAL DM- O primeiro consumo de bebida deve ocorrer somente após os 18 anos? Cesar Oliveira- É o que diz a Lei. Todo o pai que permitir isto antes ao seu filho dá uma demonstração de que algumas leis não precisam ser obedecidas, e isto pode passar ao filho a mensagem de que ele decida em sua vida qual lei deve cumprir ou não.
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011 DM- Quais os sinais de que o filho já consome bebidas alcoólicas? É importante que as famílias saibam da existência de um fenômeno bastante em uso atualmente que é o do bebedor de festas de final de semana, e assim deixem de pensar que bebida de álcool só deve causar preocupação quando diariamente o filho estiver embriagado. Em estados de porre o jovem assume comportamentos de riscos que estando sóbrio não assumiria. Assim, discussões, brigas por banalidades, imprudências ou “rachas” ao dirigir veículo, comportamentos anti-sociais de total desrespeito aos outros e ao patrimônio tem muito a ver com atitudes de pessoas embriagadas. Um estudo recentemente publicado em importante revista científica constatou que entre jovens o grupo daqueles que bebem tem maior prejuízo em atividades relacionadas à memória, por exemplo.
DM- Se existe histórico de alcoolismo na família, existe mais chance dos filhos sofrerem da doença? Cesar Oliveira- Não necessariamente. É preciso contextualizar o aspecto biopsicosocial, pois a ciência define o ser humano desta forma. Assim o mundo científico entende que é possível alguém herdar um gene que o leve ao alcoolismo, bem como, que problemas de ordem psicológica (uma frustração ao perder o emprego, a namorada, dinheiro, etc) têm também sua parcela de contribuição e que o social tem sua expressividade: se o ambiente em que vivemos é de permissividade não encontraremos barreiras para evitar o consumo de bebidas. DM- Se o filho já esta fazendo uso destas bebidas de maneira precoce, como os pais devem proceder? Cesar Oliveira- Impondo suas autoridades. Se não o fizerem, a polícia irá fazer mais tarde prendendo-os por envolverem-se em brigas, apreendendo o veículo ao dirigir embriagado, ou então com a empresa em que trabalham dispensando-os do serviço. Mas para que a família tenha autoridade para qualquer tipo de cobrança, princípios éticos e morais devem ser observados. Imagine que um filho esteja com sobrepeso e a família resolva que ele deva fazer algum tipo de controle alimentar. Nenhum tratamento dará resultado positivo se os familiares continuarem a manter seus hábitos alimentares (indo a restaurantes, comendo sobremesas, comprando doces, etc) esperando que apenas o filho empenhe-se em sua restrição: todos devem colaborar. Com a bebida não pode ser diferente.
DM- No caso de os pais perceberem que o consumo é exagerado e que o filho pode ser alcoólatra como devem proceder? Cesar Oliveira- Não há uma resposta única para o que fazer quando o filho chegar em casa embriagado, porém, a melhor atitude dos pais seria a de anteciparem-se a isto, até como possibilidade de evitar que ocorra. Regras sobre o consumo (ou não) de bebidas devem ser construídas sempre que possível com os próprios filhos, jamais impostas. Tenham a certeza de que, se eles acatarem uma imposição desta ordem, será muito mais por decorrência de suas personalidades e por valores adquiridos em sua educação do que simplesmente pelo imperativo: “Não beba!”. DM- O apoio da família ao alcoólatra é essencial? Cesar Oliveira- É crescente o número de jovens (e de adultos também) que consomem grande quantia de álcool em uma única ocasião. Em alguns países o fenômeno é conhecido como binge drinking, ou simplesmente e em bom português, “encher a cara”. Como os pais não vêem seus filhos bêbados acreditam que ou não bebem nas baladas ou então – questão cultural – sabem beber. Somente após uma tragédia, normalmente um desastre de trânsito, é que vêm a perceber quando há alguma relação com a bebida. Portanto, acompanhar a vida social dos filhos é o maior apoio que se possa dar, mas atenção, apoiar não significa apenas “estar ao lado” do filho para ajudá-lo, pois, muitas vezes, a ajuda pode vir de uma situação de oposição, de enfrentamentos mesmo. DM- A bebida pode levar a outras drogas? Cesar Oliveira- Não há, necessariamente, uma correlação entre bebidas e drogas, mas estudos comprovam que o tabagismo e já ter tido relações sexuais precoces (para menores entre 11 e 15 anos de idade) também estiveram associados ao uso de bebidas alcoólicas. Estar sob o efeito de bebidas de álcool leva as pessoas a adotarem comportamentos de riscos mais do que se estivessem sóbrias, então, o contato com outras drogas pode vir a ser facilitado, sem dúvidas.
5
6
TERAPIAS ALTERNATIVAS
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
CHÁS
Os benefícios e diferenças entre o verde, branco e vermelho
O
consumo de chás no Brasil cresceu 50% no ano passado. Os chás verde, branco e vermelho estão em destaque no mercado devido a sua extensa lista de benefícios como a ajuda no colesterol, diabetes, câncer, infecções, entre outros. A farmacêutica da Natupharma, Carla Regina Denardi, explica a diferença destes tipos de chá, o processamento, os benefícios e outras informações essenciais para quem aprecia o sabor destas bebidas:
DM - Qual os benefícios do chá verde, branco e vermelho? Carla Denardi- O chá baixa o colesterol, previne câncer e cárie dental, trata aterosclerose e hipertensão,diminui o apetite, usado também para tratar enxaqueca diarréia e náuseas. Alguns estudos demonstram que os polifenóis presentes no chá verde (Camellia sinensis) apresentam atividades importantes em patologias como: diabetes mellitus, cardiopatias, infecções virais, inflamações, câncer e envelhecimento. Evidências sugerem que a ingestão diária de antioxidantes, principalmente aqueles da classe dos compostos fenólicos, é capaz de retardar o aparecimento dessas doenças. DM- Quais as diferenças entre eles? Carla Denardi- Há uma grande variedade de chás obtidos a partir da planta Camellia sinensis. O que os torna diferentes é o lugar no qual a planta cresce (clima, tipo de solo e outras condições de crescimento) e o processamento ao qual as folhas são submetidas. Essas diferenças são responsáveis pelas variações no sabor e na aparência dos chás. DM- Como funciona o processamento destes chás? Carla Denardi- O chá branco é o menos processado dos chás. Ele é produzido a partir dos botões prateados e de folhas selecionadas de Camellia sinensis, que são apenas lavados e secos. Devido a esse processamento mínimo, o chá branco contém mais compostos fenólicos que os outros tipos de chá, sendo o que mais proporciona efeitos benéficos. Durante a produção do chá verde, as folhas da Camellia sinensis são picadas e submetidas a um cozimento a vapor. Com isso, as folhas tornam-se flexíveis e maleáveis para serem trabalhadas. As folhas são enroladas e colocadas em bandejas aquecidas, com o intuito de romper a estrutura celular e, assim, se obter o sabor desejado do chá. Em seguida, as folhas são secas até que retenham apenas 2% de sua umidade original. O chá vermelho é preparado pela fermentação completa, e, por longo tempo, das folhas. Durante essa fermentação observa-se a presença do microorganismo Aspergillus niger. O processo todo de produção do chá vermelho exige, no mínimo, três anos. É ao longo deste tempo que a bebida adquire a sua cor característica. Acredita-se que quanto maior for o tempo de preservação das folhas do chá, melhor será sua qualidade. DM- Eles são benéficos para a questão do emagrecimento? Carla Denardi- Sim, o mecanismo anti-obesidade ocorre em decorrência da ação de catequinas sobre a ativação da termogênese e/ou controle da oxidação lipídica. DM- Os chás possuem contra-indicações? Carla Denardi- Não é recomendado o uso por grávidas, crianças menores de 12 anos, pessoas com hipertensão, gastrite, doenças renais e glaucoma. Quem já apresentou arritmias cardíacas deve evitar o consumo excessivo. Atenção para o fato de que pode ocasionar insônia devido à presença da cafeína. DM- É recomendado tomar o chá todos os dias? Carla Denardi- Sim, pode-se consumir de forma equilibrada. O consumo excessivo e prolongado na forma de infusão pode provocar uma opacidade do esmalte dos dentes. DM- Qual a quantidade recomendada de cada chá? Carla Denardi- A dose usual da Camellia sinensis é de 1,5 a 2,5 gramas em forma de cápsulas. Os estudos indicam que o consumo ideal de chá verde para garantir os benefícios das catequinas é de 4-5 xícaras ao dia.
Os chás devem ser ingeridos longe das refeições, para não atrapalhar a absorção dos nutrientes, e evitar seu consumo a noite, para não prejudicar o sono, devido à presença de cafeína. DM- Os chás consumidos no Brasil são idênticos aos consumidos pelos orientais? Carla Denardi- A partir de 1852, a indústria de chá no Brasil atingiu seu máximo de produção. Em 1873, em uma exposição em Viena, na Áustria, a qualidade do chá brasileiro foi comprovada. Ele ganhou o segundo lugar na exposição, perdendo apenas para o chá chinês. Apenas a partir de 1920, com a instalação da Empresa Industrial Chá do Tesoureiro, foi que o Brasil voltou a produzir chá de qualidade idêntica aos chás importados. DM - Qual a diferença em tomar o chá em cápsulas (fitoterápicos) ou em forma de ervas? Carla Denardi- Existem estudos comparativos e cada um tem suas vantagens. A cápsula tem a questão da comodidade, praticidade, porém o chá in natura pode ser saboroso e uma forma de aumentar a ingestão de líquidos. DM - Como deve ser feita a infusão destes chás? Carla Denardi- Coloca-se uma colher do chá em água fervente, durante dois minutos, se for utiliza-lo como estimulante; ou 10 minutos se for utilizar como coadjuvante antidiarréico. DM - Estes chás também podem ser tomados gelados no verão? Os benefícios são os mesmos? Carla Denardi- O chá consumido em até 12 horas após o preparo mantém seus princípios ativos inalterados, desde que tenha sido preparado de forma correta, que não tenha sido adoçado (chá com açúcar ou adoçante distorce totalmente o efeito), que não esteja exposto a luz e que seja mantido em uma jarra que não seja feita nem de ferro e nem de alumínio. DM - Se a pessoa toma algum medicamento, deve ter cuidado ao ingerir estes chás? Carla Denardi- O chá verde pode interagir com Inibidores da monoaminaoxidase (IMAOS), inibidores da recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina, fluvoxamina e citalopram), e interações com digitálicos e xantinas. DM - Quais os produtos formulados com estas ervas que a Natupharma possui? Carla Denardi- A Natupharma possui produtos na forma de chá e de cápsulas contendo Camélia sinensis. Na forma de chá trabalhamos com os três tipos: chá branco, verde e vermelho. Em cápsulas trabalhamos com o chá branco e chá verde. Estes podem ser manipulados sozinhos ou em associação. Formulações que apresentam chá verde em sua composição: Algas Emagrecedoras e Cápsulas Emagrecedoras.
ESTÉTICA
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
7
Preparando a pele para o verão
Hidratação corporal
Por ficar mais exposta que o restante do corpo durante o inverno, a pele do rosto é que a mais sofre com vento frio e merece atenção especial. Entretanto os banhos quentes demorados, aliados a redução de irrigação na pele, fazem com que a pele de todo o corpo perca a viscosidade e tonalidade. Por isso, o processo de esfoliação e hidratação também deve ser feito em todo o corpo, com atenção especial ao colo e as pernas, lugares que ficam mais expostos durante o verão e que precisam de hidratação extra.
Com a chegada da primavera, é tempo de preparar a pele para mais um verão, época de altíssima exposição à radiação solar. A esteticista do Espaço Iléx Saúde e Beleza, Janaína Dossa, explica que para isso é fundamental adotar cuidados simples e funcionais a fim de manter a integridade da pele. Nesse caso a dupla esfoliação e nutrição são imbatíveis. Ela proporciona uma pele hidratada e nutrida, garantia de bronzeado luminoso, saudável e duradouro. Vale lembrar que há dois tipos de produtos esfoliantes. O sabonete esfoliante (em barra ou líquido) que pode ser usado mais de uma vez por semana, pois apenas limpa mais profundamente a pele. E o sabonete abrasivo que remove as células mortas e materiais depositados sobre a pele. “Ele realiza uma limpeza mais profunda do que o esfoliante”, observa. Esse produto, segundo a esteticista, deve ser usado no máximo uma vez por semana, sempre antes de uma hidratação mais profunda. Por último tonifique a pele para retirar as últimas impurezas.
O diferencial
A hidratação feita em casa é completamente diferente daquela feita por um especialista. Além dos produtos profissionais serem mais concentrados, o dermatologista irá avaliar a sua pele para saber exatamente o que você precisa para nutri-la. Se a sua pele está bastante desidratada e opaca, vale a pena visitar um profissional. Débora Boscatto observa que há casos em que a avaliação médica indica a necessidade de reposição nutricional. Caso a pele apresente manchas ou pintas com duas tonalidades, que mudaram de forma, aumentaram em tamanho, deve-se procurar um profissional para que sejam avaliadas e se necessário retiradas, no mínimo, 30 dias antes da exposição solar.
Vitalidade para olhos e lábios
Limpeza de pele feita por profissionais é muito mais eficaz
54 3313.2249 Quimioterapia Imunoterapia Terapia Alvo Dirigida Hormonioterapia Sabonete abrasivo para remover as células mortas
Depois da pele limpa é hora de nutir. Uma boa máscara facial, rica em vitaminas e sais minerais, como as que levam extrato de erva-mate, são as mais indicadas. Márcia explica que depois de aplicar o sabonete abrasivo, lave bem o rosto e aplique uma camada de máscara hidratante. Deixe agir por aproximadamente 20 minutos. Lave novamente a pele, retire todo o excesso da máscara. Por último aplique um hidratante que siga as características de sua pele. A hidratação da pele vai além dos cosméticos. A dermatologista destaca que a nutrição passa pelo consumo abundante de água e vegetais folhosos (principalmente os caules) e em alguns casos chega ao uso de suplementos vitamínicos via oral e em cremes. Além disso, deve-se evitar excessos de café, bebidas alcoólicas e refrigerantes. FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
Máscara de argila à base de erva-mate indicada para todos os tipos de pele
www.cohp.com.br
Dr. Alvaro Machado
Oncologista Clínico - CRM 14652
Dra. Denise Almeida
Hematologista - CRM 20575
Nutra
FOTO DIVULGAÇÃO
O
outono e inverno são estações que afetam demais as características da pele. Banhos mais quentes e prolongados removem o manto hidro-lipídico natural que protege a pele. Com as temperaturas mais baixas, a irrigação sangüínea nas regiões periféricas do corpo torna-se deficiente e a pele, em conseqüência, perde sua luminosidade e tonalidade normais. A elasticidade também é afetada, pois as fibras elásticas e outros componentes do tecido conjuntivo têm sua produção diminuída. A descamação e o ressecamento se instalam impiedosamente, podem também aparecer diferenças de pigmentação e os surgimento de manchas e sardas, como resultado da radiação solar acumulada sobre a pele. A dermatologista da Seiva Iléx Saúde e Beleza, Dra. Débora Boscatto explica que há diferença de tratamento para peles oleosas e secas. “As peles secas precisam de um preparo mais específico que deve iniciar antes dos dias mais quentes. Já as peles oleosas precisam sim de um tratamento para diminuir o excesso de oleosidade e uniformizar o tom da pele. Mas nenhum tipo de pele descarta o uso de filtro solar”, observa.
Limpe
FOTO DIVULGAÇÃO
Esfoliação profunda e hidratação são alguns dos pontos principais para retomar a luminosidade e nutrição da sua pele
A região ao redor dos lábios e olhos é naturalmente mais propensa ao ressecamento e perda da elasticidade. Para reverter esta característica indesejável e melhorar a tonicidade existem produtos específicos, que nutrem em profundidade e aumentam a lubrificação da pele.
Dr. Lieverson Guerra
Oncologista Clínico - CRM 19076
Dr. Marco Schilling
Hematologista - CRM 10611
Dr. Pedro Braghini
Oncologista Clínico - CRM 14778 Rua Teixeira Soares,777/17 Passo Fundo/RS
PESQUISA
Sábado e domingo, 24 e 25 de setembro de 2011
PESQUISA
Sono de
qualidade para reduzir pressão Estudos liderados por cientistas do Instituto do Coração mostram que tratamento para apneia do sono pode reduzir pressão arterial de pacientes com hipertensão resistente, além de prevenir o problema em préhipertensos FOTO GABRIELA MIRANDA
A
o estudar as causas da hipertensão resistente, que não cede com o uso de medicamentos, um grupo de pesquisadores constatou que a condição mais frequentemente associada ao problema é a apneia do sono – distúrbio caracterizado pela suspensão da respiração enquanto o paciente dorme. O estudo foi realizado por cientistas do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e já foi aceito para publicação na revista Hypertension. Em outro estudo ainda inédito, o grupo do InCor também demonstrou que o uso do equipamento conhecido como CPAP ( sigla em inglês para “pressão positiva contínua nas vias aéreas” ), tratamento padrão para a apneia do sono, pode ser eficiente como terapia auxiliar, no caso dos pacientes com hipertensão resistente. Um estudo anterior, publicado em março na Hypertension, havia demonstrado que o CPAP é eficiente também como prevenção, no caso de pacientes pré-hipertensos. Os dois trabalhos sobre hipertensão resistente foram realizados no âmbito de um projeto que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular e foi coordenado por Geraldo Lorenzi Filho, professor do InCor. Em parceria com cientistas do Instituto Dante Pazzanese, os pesquisadores do InCor monitoraram mais de uma centena de pacientes de hipertensão resistente, a fim de investigar a causa do problema. A conclusão foi que a apneia era a condição mais frequentemente associada a ele. O estudo identificou uma frequência de 64% de casos de apneia do sono em população de hipertensos resistentes. Em um segundo trabalho com os hipertensos resistentes, os pesquisadores do InCor separaram de forma randomizada, durante seis meses, um grupo tratado com o CPAP e medicamentos e outro apenas com os medicamentos. O trabalho fez parte de um doutorado e acaba de ser submetido à Hypertension. O tratamento com o CPAP conseguiu provocar uma queda significativa na pressão arterial dos pacientes.
No início do estudo, 94% dos pacientes com apneia apresentaram pré-hipertensão
“
Em um segundo trabalho com os hipertensos resistentes, os pesquisadores do InCor separaram de forma randomizada, durante seis meses, um grupo tratado com o CPAP e medicamentos e outro apenas com os medicamentos.
“
8
Hipertensão A pré-hipertensão é caracterizada por indivíduos cuja pressão arterial é normal, mas com valores próximos aos limites da hipertensão. Já nos casos de hipertensão mascarada, os pacientes não apresentam o problema quando a pressão é medida de forma pontual, mas acusam hipertensão quando são submetidos por 24 horas a um aparelho mais sofisticado de monitoramento da pressão arterial. No início do estudo, 94% dos pacientes com apneia apresentaram pré-hipertensão. Depois do tratamento com o CPAP apenas 55% continuavam com o problema. Quanto à hipertensão masca-
rada, 39% apresentaram o problema no início do estudo. Após o tratamento com CPAP, a frequência foi reduzida para 5%. O grupo que não recebeu o CPAP não apresentou mudanças significativas. O artigo The Effects of Continuous Positive Airway Pressure on Prehypertension and Masked Hypertension in Men With Severe Obstructive Sleep Apnea (doi:10.1161/HYPER TENSIONAHA.110.165969), de Luciano Drager, Geraldo Lorenzi Filho e outros, pode ser lido por assinantes da Hypertension em http:// hyper.ahajournals.org.