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BLITZ - 30 DE setembro de 2011

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PASSO FUNDO Velvet Sexta-feira (30) No Palco Banda RockBus Dj Markinhos Muller Ingressos Masculino R$ 15 e Feminino R$ 12 Informações e reservas de mesas: (54) 3045.1714 ou (54) 9966.8639

Kartódromo Da Roselândia Sábado (08) 23h

Instrumental com duas das melhores bandas da região.

CARAZINHO

Rock Contemporâneo e

AGENDA Fonte: Imagem Multivídeo ...............................................

TOP 10 1 Sangue e honra 2 Um novo despertar 3 Arthut o milionário irresistivel 4 Uma testemunha nada protegida 5 Exterminadoras 6 Velozes e furiosos 5 7 Piratas do caribe: Navegando em águas misteriosas 8 A garota da capa vermelha 9 Soul surfer :coragem de viver 10 Qualquer gato vira-lata

Sábado (01)

ERECHIM

Sábado (01)

XXFOTO PATRULHA DO TRÂNSITO

Tradicional Sextaneja com Rodrigo Bonnato, violão e voz, no Palco Principal às 22h 30. Jonas & Paulinho tocam Sertanejo Universitário no Palco Principal à 1 hora. Dj Luka no Espaço Eletrônico à 1 hora.

Popsertanejo com a Banda Helipop tocando Pop Music no Palco Principal à meia noite. Fernando & Andrey tocam Sertanejo Universitário no Palco Principal às 2 horas. Dj Jeff no Espaço Eletrônico à 1 hora.

Festa do DCE da URI com todos os estilos musicais rolando nas picapes pelas mãos dos DJs.

Teatro para conscientização no trânsito

Cama de Gato Sexta-feira (30)

Primeiro BRAHMEIROS FEST! DJ Dina Ingresso e informações 99192313 / 96420011 e com os integrantes e apoiadores!Ingressos limitados e por pouco tempo garanta o seu.

Burn Sexta-feria (30)

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Rancho Bier Sábado (1) Sertanejo Universitário com Cia Country Promoção: Técnico de Segurança do Trabalho Ingressos antecipados com o pessoal do curso no Rui Barbosa

Grupo de dança Atitute

No ultimo dia 4 de setembro o grupo de dança "Atitude" da escola Anna Willig embarcou para Nova Araça. La participaram VIII Arte em DANÇA' no qual conquistaram o primeiro lugar no fundamental 3, e primeiro lugar no fundamental 4. Parabéns a todos do grupo por mais essa conquista.

Foi realizada nesta tarde de segunda-feira, 26, no Centro Cultural 25 de Julho, pela Prefeitura de Erechim, através da secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, a Patrulha do Trânsito, que faz parte da programação da Semana Municipal do Trânsito e contou com o apoio da empresa de Transportes Gaurama, EMA Silos e Secadores e Carvalho Materiais de Construção. A Patrulha do Trânsito é composta por Zabelim Plim Plim, Tetéko Teko e o Patrulheiro Rico da Cia Theatro em Cena, de Cuiabá, e tem como objetivo ensinar para as crianças normas de trânsito e segurança de ciclistas, pedestres, passageiros e motoristas. A atividade é realizada de forma descontraída, através de músicas, coreografias e brincadeiras. Estiveram presentes no Centro Cultural 25 de Julho escolas municipais, estaduais e particulares.

Serviço O que? Il Venerdì del Cinema Italiano Quando? Sexta-feira, 30 de setembro Quanto? Entrada gratuita Onde? UPF Idiomas

|||||||||||||||| BELLA CITTÀ 1 PREMONIÇÃO 5 - 3D / D

- WARNER 95 min.

16 anos TERROR DUBLADO

uSex – Sáb – Dom – Seg – Ter – Qua – Qui

15:00 -17:00 -19:00 - 21:00

Bella Città Shopping terá espaço cultural No mês em que o maior Shopping Center do norte gaúcho, o Bella Città, comemora o segundo ano de sua expansão, vem por aí mais uma novidade. Satisfeito com os resultados, o shopping vai inaugurar oficialmente no dia oito de outubro o “espaço cultural”. Localizado no terceiro piso, o local oferecerá atrações culturais, artísticas e de entretenimento, abertas a população. A ocasião para a inauguração não poderia ser melhor, a programação especial organizada pelo Bella Città, em homenagem às crianças. Em uma área de 65 metros quadrados, o espaço cultural, passa a ser uma opção para os artistas plásticos, cantores, atores e demais manifestações artísticas."Além de um centro de compras, um shopping center deve oferecer a comunidade um espaço destinado a cultura, onde os clientes possam apreciar uma obra de arte, assistir a uma peça de teatro, por exemplo. E

esse é nosso objetivo. Com a inauguração do espaço cultural vamos poder realizar várias atividades como a programação especial para o dia das crianças, que será nos dias oito e nove de outubro", afirma Thalia Scherer, gerente de marketing do Bella Città. No dia oito de outubro, a cada hora, durante a tarde, está programada uma atividade para divertir a garotada. Às 14h tem contação de histórias, às 15h oficina de teatro, às 16h cantiga de roda, às 17h atividades recreacionais e às 18h maquiagem e brincadeiras infantis. Para o domingo, dia nove, às 14h tem oficina de expressão corporal, às 15h contação de histórias e dramatização, às 16h oficina de composição de personagem – palhaço, às 17h atividades recreacionais, às 18h maquiagem e brincadeiras infantis. A programação acontece no espaço cultural e é aberta a população, e entrada é gratuita.

Basilicata – Coast to Coast é filme do mês no Il Venerdí del Cinema Italiano O Il Venerdì del Cinema Italiano realiza neste dia 30 de setembro mais uma exibição. O filme da vez é Basilicata – Coast to Coast, de Rocco Papaleo. A exibição inicia às 19h30min no Auditório da UPF Idiomas - Av. Brasil, 743 Centro - Campus III. A película apresenta Alessandro Gassman, Max Gazzè, Rocco Papaleo e Giovanna Mezzogiorno. O filme mostra Basilicata em uma comédia musical que faz uma viagem cheia de beleza e imprevistos pela região italiana. Um grupo de músicos, que se coloca a caminho no ritmo de seus versos e canções para participar de um festival de teatro e canção na cidade de Scanzano Jônico, na região da Basilicata, decide chegar lá atravessando-a a pé. Durante o percurso eles descobrirão as lindas paisagens do sul da Itália e também sentimentos, sonhos e ideais há muito esquecidos. A apresentação é gratuita e aberta à comunidade. A promoção é de UPF Idiomas e ACIRS Língua e Cultura Italiana.

PASSO FUNDO

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KUNG FU PANDA 2 - PARAMOUNT 92 min. LIVRE ANIMAÇÃO DUBLADO u Sáb – Dom – Qua

15:00

LANTERNA VERDE - WARNER 114 min. 10 anos AÇÃO DUBLADO u Sex - Seg -Ter - Quint - 14:40 -16:50 u Sáb - Dom - Quar - 16:50 NÃO SE PREOCUPE, NADA VAI DAR CERTO IMAGEM 99 min. 12 anos COMEDIA DUBLADO uSex – Sáb – Dom – Seg – Ter – Qua – Qui

19:00 - 21:00

|||||||||||||||| BOURBON 1 PRONTA PARA AMAR - IMAGEM 106. min. 12 anos COMEDIA ROMÂNTICA LEGENDADO

uQuart. Quint. Sext. Sáb. Dom 14:40 16:50 19:00 21:10 uSeg. Ter. Quart. 16:50 19:00 21:10

|||||||||||| BOURBON 2 MANDA CHUVA - O FILME- PLAYARTE 87 MIN. LIVRE ANIMAÇÃO DUBLADO

u Sáb - Dom - Quint. - 15:00 LARRY CROWNE – O AMOR ESTÁ DE VOLTA - PARIS FILMES 99 MIN. 10 ANOS COMEDIA ROMANTICA DUBLADO

Sext. Sab. Dom.Seg. Ter. Quart. Quint. 17:00 19:00 PROFESSORA SEM CLASSE - COLUMBIA 94 MIN. 14 ANOS COMÉDIA DUBLADO

uSext. 15:00 21:00 uSab. Dom.Seg. Ter. Quart. Quint. - 21:00 ERECHIM

|||||||||||||||| Os Smurfs - Animação – Livre – 103 minutos – Dublado Sessões: 14h 30, 146h 45 e 19 horas Professora sem Classe Comédia – 14 anos – 92 minutos – Legendado Sessão: 21 horas CARAZINHO

Os Smurfs - Dublado 105 min Classificação: Livre Ter a Dom: 20:30 Dom: 14:30


CULTURA

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CULTURA

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OS ARMÊNIOS

Festival Nacional de Corais Capa do novo disco Neste final de semana Erechim vai abrigar o 3° Festival Nacional de Corais. O evento acontece às 20 horas de sexta-feira e sábado no Centro Cultural 25 de Julho e a entrada é gratuita. Mais de dez corais vindos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e São Paulo confirmaram a presença. Entre os estilos musicais, os grupos levarão ao palco MPB, músicas regionais, negro espiritual, erudito, folclore brasileiro, entre outros. Os grupos que se apresentarem nos dois dias, se comprometeram em apresentar um repertório diferente nas duas noites, um motivo a mais para ninguém deixar de conferir. A novidade desde ano do Festival Nacional de Coros é que no sábado de manhã alguns grupos estarão nas ruas de Erechim mostrando seu trabalho e convidando a população para ir ao Centro Cultural 25 de Julho apreciar o evento. Estará se apresentando o Coral Municipal Juvenil de Erechim, o Coral Municipal de Novo Hamburgo, Procergs de Porto Alegre e Vocalando de Erechim, Rio Grande do Sul; Associação Coral Araraguá, Canarinhos de Xaxim, Unochapecó e Orquestra de Câmara de Chapecó, Santa Catarina; Coral Municipal

XXFOTO ARQUIVO PME / DIVULGAÇÃO DM

da Cachorro Grande

XXFOTO DIVULGAÇÃO Em meados de junho, logo após o término das gravações do álbum mais recente da Cachorro Grande, o vocalista Beto Bruno havia adiantado que o título do disco estava definido e seria Álbum. Durante o processo de mixagem, o grupo alterou sua decisão — ou talvez apenas não tenha acatado a escolha do cantor — e anunciou que o sexto trabalho de sua discografia levaria o nome de Baixo Augusta. A capa já foi revelada. A sessão fotográfica foi feita por Cisco Vasques. O “ratão” da capa é o próprio Beto Bruno. Baixo Augusta deve ser lançado muito em breve pela Trama.

Morre Sergio Bonelli Faleceu segunda-feira (26), em Milão, Sergio Bonelli. O editor e roteirista é um dos maiores nomes do fumetti, como são conhecidas as histórias em quadrinhos italianas. Bonelli foi internado em agosto, mas havia se recuperado. A morte, de causa desconhecida, foi inesperada. O artista tinha 78 anos. Nascido em 1932, Sergio Bonelli é filho de Gian Luigi Bonelli, o criador do Tex. Seguindo os passos da família, ele começou a trabalhar com quadrinhos em 1955, na editora de Tea Bonelli, sua mãe. Em pouco tempo assumiu os negócios e passou a produzir artisticamente. Criou personagens como Mister No e Zagor. Como editor, na década de 1980, lançou o anti-herói Dylan Dog, um detetive sobrenantural cujas histórias tiveram muito sucesso e alçaram o personagem a um status cult. Os quadrinhos escritos e editados por Bonelli são publicados no Brasil há décadas. Com enorme talento e mérito, ele se tornou um dos nomes mais lendários das HQs da Itália. (Will Asno) XXFOTO DIVULGAÇÃO

Campos de Palmas do Paraná, Municipal de riversul de São Paulo e Cesama de Juiz de Fora, Minas Gerais.

O evento é uma realização da Prefeitura de Erechim, através da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo.

Películas e Digitais JEAN DUTRA BERTHIER

A ÓTICA DO REBELDE Se James Dean morreu em 1955 e tornou-se mito, o cetro da rebeldia, ao menos em parte, foi passado para Dennis Hopper, que aliás atuou em Rebelde sem Causa, já chamando a atenção de Hollywood. Desde a década teve uma intensa produção cinematográfica como ator, diretor e roteirista. Em plena catarse de revoluções dos anos 60 coescreveu, dirigiu e atuou junto com Peter Fonda no que seria um clássico da rebeldia: Easy Rider ou Sem Destino. Um filme que afronta o establishment americano e transformou Hopper, Fonda e Jack Nicholson (este em pequena mas memorável participação) em ícones da contracultura. John Wayne, atorsímbolo da direita conservadora americana, chegou a considerar Easy Rider como o filme mais nojento que surgiu o que denota como o filme afrontou o american way of life. Na década de 70 sua produção ficaria limitada devido ao mergulho em várias substâncias lícitas ou ilícitas. Chegou a atuar atrás da câmera dirigindo The Last Movie, mas não teve êxito entrando num período de degradação sendo resgatado por Francis Coppola e Marlon Brando para atuar como um excêntrico repórter fotográfico em Apocalypse Now. Se a partir deste período começou a atuar filmes medíocres, este fato será sempre ofuscado por trabalhos excepcionais como em Veludo Azul de David Lynch, de 1986, e Atos de Amor de Bruno Barreto, de 1992. Hopper não recusava papéis o que poderia ser interpretado como um mercenário do cinema. Jasão

e os Argonautas ou Super Mario Bros foram trabalhos calamitosos, mas o fato de ser incansável no trabalho demonstrava o quanto superou suas prisões internas. Não se pode considerar Hopper como um “homem mau do cinema”. Os personagens que interpretou em grandes filmes retratam o que ator procurava imprimir: homens presos a uma angústia constante e inevitável. Sua versatilidade é perceptível, por exemplo, na comédia Flashbacks, que no Brasil recebeu o título de Quase sem Destino,de 1990, onde ele interpreta um velho rebelde que consegue escapar da prisão numa referência de continuidade ao clássico que ele fez em 1969. Na tela Dennis Hopper retratava suas oscilações para libertarse de seus monstros interiores com sua visão de rebelde.

Shows clássicos de Iron Butterfly são resgatados O Iron Butterfly é um dos XXFOTO DIVULGAÇÃO grupos mais representativos do acid rock da costa oeste dos Estados Unidos da década de 1960. Em 1968, eles estreiaram em disco lançando dois álbuns: Heavy e In-AGadda-Da-Vida. O segundo é apontado como o trabalho mais representativo da discografia da banda. A faixa título, com mais de 17 minutos, é um clássico psicodélico que marcou época. Em abril de 1968, a banda realizou quatro shows em uma temporada de dois dias na cidade de Nova York. O áudio dos concertos foram gravados e acabaram de ser resgatados pela Rhino Records. Iron Butterfly Fillmore East 1968 está sendo lançado pelo selo Rhino Handmade em uma edição caprichada de CD duplo com 22 faixas. Nas apresentações, a banda executou tanto faixas de Heavy quanto do ainda inédito — na época — InA-Gadda-Da-Vida. O título está em pré-venda e logo os amantes do som pesado e viajante da banda poderão conferir esse registro histórico do Iron Butterfly em seus anos de glória. (Lester Benga)


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CAPA

Ressocialização atra crianças e adolescentes que foram tiradas de forma violenta da sua condição para viver algo não compatível com a idade, encontram nas oficinas artísticas muito mais que apenas uma forma de lazer, mas também a socialização, a recuperação da confiança e da autoestima

XXFOTOS BEATRIZ SCARIOT

Beatriz Scariot bia@diariodamanha.net

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m assunto complicado que durante muito tempo foi guardado apenas no segredo das famílias começa a chegar até os órgãos competentes e mostra para a sociedade uma realidade assustadora. Os números alarmantes de violência sexual contra crianças e adolescentes chocam, causam desconforto e perplexidade. Como um adulto “normal” consegue fazer isso com uma criança? Tirá-la da sua condição de criança para viver algo que não é compatível com a sua idade? Violar o corpo, o psicológico, a vida inteira de uma pessoa? Que direito é esse? Que tipo de pessoa comete esse crime tão hediondo? Em um município com menos de 200 mil habitantes, como Passo Fundo, os casos que chegam até o Centro de Estudos e Proteção à Infância e Adolescência (CEPIA) provam que infelizmente essa é uma realidade mais comum do que parece. Apenas esse ano já foram registrados e encaminhados para o CEPIA 128 novos casos de crianças e adolescentes vítimas de violência. Ao todo já circularam esse ano dentro da entidade mais de 200 casos, contando 74 casos que foram registrados ainda em 2010, mas que receberam atendimento apenas agora. Mas o índice ainda não condiz com a realidade, de acordo com a presidente da Sociedade de Auxílio à Maternidade e à Infância (SAMI), Laura Bordignon, esse número é ainda maior. “Isso é apenas ponta do iceberg. É o que chega até nós, porque tem muita coisa que não ficamos nem sabendo. Se você dividir os casos que temos registrado aqui só esse ano, ainda não chega a dar um caso por dia, mas na realidade esse número é bem mais. Tem muita coisa que ainda está ficando guardada nas famílias, e as pessoas têm medo de denunciar. Quem cala está sendo tão culpado como o vitimizador”, contou. Por isso o CEPIA presta um importante serviço

no auxílio a crianças e adolescentes vítimas de violência. O Centro conta hoje com uma equipe de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, que trabalham de forma especializada e interdisciplinar, oferecendo ambiente protetivo e acolhedor. Entre os serviços desenvolvidos pelo Centro, estão às oficinas artísticas, que tem ajudado na recuperação e a ressocialização dessas crianças. As oficinas foram criadas em 2006. No primeiro momento foram focadas apenas

na questão do reforço escolar e iniciação e orientação sexual, com o tempo foram sendo desenvolvidas diversas oficinas, entre elas de teatro, línguas, informática, música, literatura, esporte e artesanato. Mas atualmente apenas duas oficinas estão sendo realizadas no CEPIA, de origamis e de arte circense. As outras acabaram sendo extintas por falta de voluntários e até mesmo infraestrutura adequada. A sede do Centro funciona em uma casa da Congregação Notre Dame, em comodato.

Conforme Laura o objetivo é que essas oficinas voltem a ser ministradas no próximo ano, principalmente a de orientação sexual. “O objetivo dessas oficinas é mostrar para as crianças que de tudo se pode tirar algo bom. De um resto de papel, tecido, elas podem criar coisas boas e relacionar isso com a vida delas, que elas tiveram um acidente de percurso, passaram por um momento ruim, mas que elas podem reconstituir a vida e ter um desenvolvimento saudável e uma vida plena e alegre. As oficinas mostram para as crianças que elas são iguais as outras e o que aconteceu não é culpa delas”, ressaltou. Hoje a oficina de origamis é ministrada pelo psicólogo João Rodrigo Zancanaro, que trabalha também com o atendimento clínico no CEPIA. Zancanaro ministra as oficinas apenas para as crianças que não são suas pacientes, tratase de uma relação de vínculo diferente, para que a imagem do terapeuta e a do monitor não se confundam e que a criança se sinta mais a vontade nas oficinas. As oficinas de origamis acontecem todas as quintas-feiras no turno da tarde e faz com que eles se ocupem e se relacionem com outros adolescentes que vivem a mesma problemática. Nas oficinas João trabalha com a confecção de origamis. O origami nasceu na China logo depois da invenção do papel, mas tomou corpo no Japão e envolve muita técnica e concentração, o que ajuda na recuperação dos adolescentes. “A oficina não tem uma caráter terapêutico. Entretanto, ela acaba se tornando terapêutica porque é organizadora. Tem um horário para começar e para terminar. A questão da motricidade fina que é desenvolvida, consequentemente a questão da concentração que acaba melhorando muito. Organização com espaço, relacionamento interpessoal e isso ajuda também no processo de socialização do adolescente”, explicou o psicólogo. Como os pacientes são vítimas de violência acabaram tendo um contato com a sexualidade de uma forma deturpada, por isso a importância da orientação e também da presença dos psicólogos. Conforme Zancanaro dentro desse processo é muito importante a figura masculina para que a criança volte a ter confiança. “Normalmente o abuso tem figuras masculinas como vitimizadoras, por isso com a presença de um terapeuta masculino elas conseguem ver um lado diferente dessa figura. Elas podem dessa forma se relacionar com um outro adulto, uma figura masculina que não vai abusá-la, mas sim, fazer um trabalho normal e reconquistar a confiança”, ressaltou.


CAPA

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XXFOTO DIVULGAÇÃO

avés da arte Arte circense como terapia Em entrevista ao Blitz o psicólogo do CEPIA, Pablo Brugnera Silva Canabarro, que desenvolve também oficinas de arte circense com as crianças e os adolescentes que são atendidos pelo centro, falou sobre a importância da arte para a ressocialização das crianças e adolescentes. Blitz - Como você define o trabalho que desenvolve junto com as crianças e adolescentes atendidos pelo CEPIA? Pablo Brugnera Silva Canabarro (PC) - O trabalho que realizo com essas crianças e adolescentes é gratificante, uma vez que aliar a arte com o tratamento destas crianças e adolescentes possibilita um espaço de descontração, desenvolvimento e interação entre iguais. Os grupos são formados de acordo com a faixa etária, com abordagens distintas de acordo com sua fase de desenvolvimento. A oficina de arte circense é um espaço lúdico, onde elas se encontram com um mundo que até então estaria distante. Movimentos acreditados como muito difíceis passam a se tornar um motivador a partir do instante que estas crianças e adolescentes percebem que são capazes de realizar algo de seu interesse e de forma satisfatória. A oficina também potencializa novas abordagens de enfrentamento a situações difíceis, contribuindo para uma autoafirmação, tendo em vista que as atividades também são voltadas a situações vividas por estas crianças e adolescentes. Blitz - Você acredita que as oficinas ajudam na recuperação dessas crianças? PC - Sim, as oficinas entram no mundo dessas crianças como uma forma de relaxamento e descontração, possibilitando assim, trabalhar aspectos de seu autocontrole, tolerância a frustração, hiperatividade e baixa autoestima. Trabalho com a saúde, com o potencial dessas crianças. As dificuldades das mesmas tornam-se cada vez menos presentes, uma vez que o diálogo é aberto e descontraído, possibilitando um vínculo saudável e terapêutico. Blitz - A oficina de arte circense colabora na socialização das crianças com os outros? PC - A arte circense, em especial os malabares, possibilita uma ótima interação, uma vez que cada criança apresenta uma habilidade diferente entre as modalidades, possibilitando assim que uma criança

com maior habilidade ajude aquela que até então tem dificuldade. A ajuda mútua e a aproximação com um grupo de iguais possibilitam para que elas vejam que não estão sós em sua problemática, e a reflitam sobre seu futuro, como forma de acreditarem em si mesmas e seu potencial de transformação. Blitz - Como você aprendeu as técnicas circenses e soube aliar isso a psicologia, usando como ferramenta de trabalho? PC - Aprendi essa arte com amigos apenas por diversão, nos reuníamos em praças da cidade para treinar e se divertir, quando aos poucos fomos percebendo que não éramos mais apenas uma atração, pois deixávamos a disposição nossas ferramentas para crianças ou qualquer pessoa que tivesse curiosidade pudesse aprender e a manipular os malabares. Os sorrisos eram evidentes a ponto de perceberemos que algo ali tinha mudado. Tempo depois dois amigos, também psicólogos, fizeram seu trabalho de conclusão de curso com a arte e a ressocialização de jovens infratores, desde então percebi que essa arte não é restrita, e a psicologia entra como forma de abstrair e debater as dificuldades de cada criança através do lúdico, do terapêutico, e da arte. Blitz - Estabelecer uma relação de confiança com essas crianças é muito importante, não só na avaliação e no tratamento, mas também nas atividades paralelas como as oficinas. Pode falar sobre isso? PC - O vínculo que precisamos ter com essas crianças, é necessariamente de confiança para que possam sentirse acolhidas e seguras em um espaço que permita o desenvolvimento psicossocial delas. Muitas vezes essas crianças se encontram em um estado de fragilidade decorrentes de suas vivências traumáticas. Assim como no tratamento e avaliação destas crianças, nas oficinas precisamos manter o mesmo vínculo de confiança, para que elas possam sentir-se seguras e a vontade para manifestar suas dificuldades e desenvolverem seus potenciais.

O CEPIA aceita doações de papéis para as oficinas de origamis. Para os interessados no trabalho voluntário em oficinas, devem entrar em contato com a presidente da SAMI, Laura Bordignon, pelo telefone (54) 3312 1275. A SAMI funciona de segunda-feira a sexta-feira, nos turnos da manhã e da tarde na rua Moron, número 2.276, Centro de Passo Fundo.


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LITERATURA

Contraponto

luizacdsantos@gmail.com

Luiza Santos

Um suspiro profundo “Em tempos tão dilacerantes não se pode escrever com suavidade. Sem delicadezas à nossa volta, é impossível fabricar textos refinados.”

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Pedro Juan Gutiérrez – Trilogia suja de Havana

edro Juan Gutiérrez engana. Engana com os olhos, com a careca, com a voz macia, a fala pausada, os gestos brandos. Prega uma peça em qualquer um que tenha lido uma linha de algum de seus livros e confunde quem ouve com atençãoum discurso brincalhão e radical, que não parece sair daquela figura de 61 anos. Pedro Juan Gutiérrez pode enganar muita gente e de muitas formas. Mas não engana com as palavras. Nem com a literatura. Ler “Trilogia suja de Havana” (Pedro Juan Gutiérrez, 1998) não é uma experiência para um curto espaço de tempo. Não que a narrativa seja lenta, entediante ou pobre – mas justamente por ser de uma intensidade e de uma realidade que dão um susto. Sim, um susto no leitor desavisado, quase ingênuo, que procura em suas páginas um relato frio, minucioso e detalhista da crise cubana da década de 90 – e não um desabafo cotidiano, como um suspiro profundo, para que se possa continuar. O livro é uma espécie de compilação de crônicas e contos que vão pintando o cenário de calamidade econômica que o país atravessou, nos apresentando personagens que representam a destruição de uma utopia. De frente para as águas do Caribe, mulatas sensuais encontram malandros, o desemprego cria novos ofícios, Deus divide território com Iemanjá e a fome é o mais marcante dos personagens. É preciso mais do que um ou dois relatos para se perceber que o aparente descompromisso do autor com aquilo que o cerca e com a realidade da qual ele faz parte é, na verdade, a única forma possível de escrever a verdade e sobreviver. Defensor do novo jornalismo com umas unhas e uns dentes que não imaginamosque possua, Gutiérrez acumula comparações com os grandes, como Henry Miller e Charles Bukowski. Acontece que os grandes não viram tudo aquilo que o cubano viu. Por isso, talvez, seus

relatos mantenham alguma coisa de esperança e alegria, quase imperceptível, mas sem aquela pontinha cômica que muitas vezes dá as caras nos textos deBukowski. Uma esperança que não se expressa nas palavras – mas se esconde atrás delas, podendo ser percebida apenas na forma de retratar seus personagens. Não é uma crença no regime comunista ou em qualquer outro, assim como também não é uma esperança no futuro: é uma crença na gente cubana. Aquela gente que ele retrata brutalizada, empoleirando-se como animais, e sobrevivendo – sobrevivendo de instintos e se agarrando aos vícios. Sexo, rum e tabaco, para passar pela vida. Aparece-nos então este povo conformado com a realidade - não por ter perdido a força ou desistido de lutar,

mas por não conhecer outra realidade. Em sua narrativa, a humanidade aparece nas passagens mais improváveis, fazendo com que a doçura encontre o primitivo.São devaneios românticos na mais implacável das prostitutas. Quando se contrapõe a imagem do escritor (que esteve em terras brasileiras em maio deste ano, no III Congresso Internacional de Jornalismo Cultural) às imagens criadas pela sua literatura fica difícil entender a serenidade daqueles olhos. São olhos de quem já viu de tudo, encontrou uma forma de compartilhar suas vivências e por isso ainda guarda a possibilidade de espanto.“Trilogia suja de Havana” é um desabafode um cubano, que, como tantos outros, sobreviveu para contar a história. Pagando um preço, claro.


GAMES Bits & Bytes

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Marcus Vinícius Freitas - marcusvinifreitas@hotmail.com

Um gamer norte-americano no Brasil Entre aulas, livros e videogames, o texano Christopher Kastensmidt divide seu tempo em terras gaúchas

XXFOTOS KARINA OLIVEIRA

Por Marcus Vinícius Freitas Pense bem: você largaria um cargo importante em uma empresa de alto quilate no ramo da tecnologia para ir morar em outro país, bem longe de sua terra natal? Foi o que o professor e escritor Christopher Kastensmidt fez. Natural do Texas, EUA, ele largou a terra da liberdade para vir morar no Brasil, especificamente em Porto Alegre. Na capital gaúcha Kastensmidt chefiou o Southlogic Studios durante nove anos, até a Ubisoft comprar o estúdio. Possui no currículo o invejável cargo de diretor criativo na Ubisoft, distribuidora de games como Assassin’s Creed e Far Cry. Ele criou Casamento dos Sonhos (Dream Weddings no exterior), feito para PC e Nintendo DS, o game brasileiro mais vendido no exterior com um milhão de cópias vendidas. Também participou na produção de clássicos como Grim Fandango (PC) e jogos mais recentes como Dark Sector (PS3 e Xbox 360). Mas não é somente de jogos que vive o professor da PUC-RS, Feevale e ESPM. Kastensmidt veio para a Jornada Nacional de Literatura deste ano e gostou muito do que viu, principalmente do contato direto do autor com seu maior interessado, o público. Sua noveleta intitulada O encontro fortuito de Gerard van Oost e Oludara foi finalista do Prêmio Nebula, importante premiação de literatura fantástica. As aventuras de sua história são baseadas no folclore e nos elementos históricos nacionais. Está em seus planos futuros criar um RPG com o universo mitológico brasileiro. Basante simpático, Kastensmidt conversou com a gente sobre o mercado de jogos no país, a questão da narrativa em jogos eletrônicos, a inserção do videogame como ferramenta de educação na sociedade. Para completar, listou alguns dos seus títulos favoritos.

Blitz - Analisando a qualidade de um jogo como todo, os gráficos estão cada vez mais realistas. Xbox e PS3 estão no ápice dos pixels. A história ainda tem como concorrer com a produção gráfica? Christopher - Com certeza. Cada vez mais tentamos melhorar a história nos jogos, melhorar as narrativas. Só que o jogo é uma peça diferente. Criamos um livro que tem um enredo fixo, por exemplo. No jogo pensamos mais em situações, qual seria uma situação legal para o jogador, etc. O ideal seria deixar o jogador criar sua própria narrativa, e temos muito pela frente para fazer isso. O ideal seria criar personagens, NPC (sigla para non-player character, personagem não jogável em português) inteligentes que possam reagir a qualquer coisa dentro do jogo. Qualquer coisa que o jogador faça terá uma reação realística dentro do jogo, que é o caso dos RPGs de mesa. Para mim, eles são o ápice do jogo porque o mestre pode reagir a qualquer momento, fazer qualquer coisa. Com a cocriação do jogador se teria uma interação realística e isso seria a melhor coisa do mundo para a narrativa. Não queremos sempre um enredo fixo, linear; queremos um enredo que mude conforme o jeito que o jogador joga, esse seria o ideal. Blitz - Nesse ponto, acho que o Shadow of the Colossus (SOTC) é um exemplo. É algo totalmente diferente do que se tinha anteriormente. Muitos games indie, como Limbo, também seguem essa linha. Este é o caminho para o futuro? Christopher - SOTC é uma narrativa maravilhosa, mas ainda é linear. Existem muitos jogos com enredos ótimos, mas ainda com uma experiência similar aos filmes, aquilo de querer saber o começo e o fim. Estou falando de outro caminho, que é deixar o jogador fazer o que quer na vida. Um exemplo melhor seria Fable II. Neste jogo você pode se casar, ter filhos, virar malvado ou ser bonzinho. O jogo muda conforme as decisões do jogador. São dois caminhos diferentes. Hoje em dia, não há nada de errado com o enredo linear, muitas pessoas gostam. Eu adorei SOTC e é um grande jogo, tem um enredo simples,

mas ao mesmo tempo cativante. Também temos Bioshock, que possui um enredo muito legal e uma maneira de contar a história diferente. Bioshock é interessante porque é o cenário que conta a trama. Surge uma fonte dos anos 50, por exemplo, e você entende que realmente é algo mais antigo. O personagem vai a um lugar onde passa um vídeo que ele pode assistir ou não, diferente daquela cutscene usual. A pessoa interage com o ambiente para saber o que é história, mas ela nem precisa saber sobre ela nesse caso, pode ir atirando em tudo, explodindo tudo para chegar ao final do jogo, mas terá uma experiência muito mais rica se parar e olhar o cenário para entender mais sobre aquele mundo, sobre aquela narrativa. Blitz - Parte da mídia ainda acusa os games como vilões na história. No recente atentado em Oslo, o culpado disse que jogou Modern Warfare e bastou para culparem os jogos no acontecido. Em sua opinião, por que isto ainda acontece, o que se pode fazer para mudar este cenário? Christopher - Quem quer ver o lado ruim das coisas, vai ver o lado ruim. Qualquer pessoa que não tem equilíbrio em utilizar as coisas vai gerar problemas. Podemos tirar o hambúrguer do mercado porque se alguém comer hambúrguer todos os dias vai morrer, entende? É ridículo, é um pensamento bobo culpar o videogame pela violência, afinal ela existe nos filmes há muito tempo e de uma forma muito mais real. O jogo tem interatividade, por isso o jogador cria uma ligação um pouco mais forte com o produto, e isso pode ser tanto para o bem quanto para o mal, mas creio que os jogos já têm mais credibilidade. Muitas vezes é a mídia que gosta dessa história de violência, mas também tem um lado bom. A mídia precisa ir atrás de jogos utilizados na educação. Lá na Feevale, por exemplo, tem um projeto que utiliza games para ajudar pessoas com deficiência física. Os jogos têm muitas possibilidades por causa dessa interação. É muito mais fácil aprender muitos conceitos com jogos eletrônicos do que com texto, este é um fato comprovado. Hoje em dia na Europa o videogame é utilizado em algum momento em aproximadamente 70% das salas de aulas. Aqui no Brasil ele está ganhando mais credibilidade do Ministério da Educação, que está começando a olhar e se dando conta que ele pode ser uma ferramenta muito poderosa para educação.

Blitz - Até porque, vendo o mercado nacional de jogos eletrônicos, grande parte da produção de jogos brasileiros é feita de jogos educativos. Christopher - Sim, é isso mesmo. Hoje tem mais credibilidade, mas ainda acho que pode ter mais, para falar a verdade. Aqui no Brasil estamos no começo, fazendo o básico, mas dá para fazer coisas mais complexas. Estou trabalhando com o Senai agora, que é aprendizagem industrial, e eles também usam games nesse nível para adultos. Essa ideia do jogo sério, chamado de serious games lá fora, que é utilizado para treinamento profissional, para educação, marketing e outros é muito forte. O videogame é muito forte na nossa sociedade. Blitz - Começou um movimento forte aqui no Brasil que é o Jogo Justo. Muitas pessoas acham que visa a apenas baixar os impostos dos jogos, quando na verdade ele tem como background ressaltar o valor cultural dos games. Realmente, jogo é cultura? Christopher - Sim, jogo é cultura. Precisamos separar indústria de cultura, mas um jogo pode ser arte, pode ser um produto cultural e algo para o mercado também. Acho que se investe muito em filmes aqui no Brasil, por exemplo, e esses filmes são culturais. Qualquer obra feita no Brasil e lançada lá fora é algo positivo para a cultura brasileira, chama a atenção para o país. Temos exemplos de filmes que não são necessariamente culturais. O problema é definir o que é cultura, já que muitas pessoas têm uma definição muito fechada, acham que filme cultural precisa ser sobre história brasileira ou problemas sociais. Existe outra visão de que qualquer coisa feita aqui é um produto cultural brasileiro. Acho que qualquer jogo feito no país é um produto cultural e agrega valor à cultura brasileira, aliás, há jogos que são altamente culturais. Conheço projetos aqui da região das missões, jogos interativos dentro das Missões para mostrar o local a pessoas que não podem visitar ou que não conhecem. Claro, é um assunto muito amplo e existem muitas possibilidades. Blitz - Christopher, você trabalhou como diretor criativo na Ubisoft (de Assassin’s Creed). Como é trabalhar numa softhouse de alta importância no mercado? Christopher - É maravilhoso. O que acontece com a Ubisoft é que eles têm escritórios em mais de 20 países. Na hora você fica ligado em um network muito grande. Eles têm muita tecnologia interna, treinamento interno e há a possibilidade de visitar outros estúdios, conhecer gente do mundo inteiro, é maravilhoso. Recomendo muito para quem está começando com jogos, é uma boa ideia trabalhar em una grande empresa para realmente ver como o mundo funciona. Ter todos esses processos e tecnologia nas mãos é outro nível. Blitz - E quais são seus três jogos de cabeceira, os favoritos? Tem algum que você jogou e pensou “é isso que quero fazer da minha vida”? Christopher - A minha entrada na indústria não foi bem assim, porque eu jogava quando era criança. Não guiei minha carreira para ser produtor de jogos, na verdade eu caí nessa carreira por acidente (risos). Os jogos que me influenciaram na minha adolescência e na minha infância são tipos jogos de SSI. O Pool of Radiance é um exemplo de jogo baseado no sistema de Dungeons & Dragons, estilo que me influenciou muito. Bah, tinha tanta coisa naquela época, tanto jogo maravilhoso, jogos de aventura como Monkey Island. Dos que eu gostava mais eram jogos de RPG e de aventura. Jogos mais anteriores ainda, em preto-e-branco, bem antigos que eu mesmo programava quando criança só para jogar. Pegava livros de programação e ficava programando jogos que rodavam em um PC com memória de 16k. Dos jogos mais recentes, Assassin’s Creed é um que adoro, já que sou fã de história e o game é uma imersão na história antiga. Gostei muito de SOTC também. O Grand Theft Auto achei um grande jogo, não gosto tanto do seu conteúdo, ir matando gente e tal. Normamente não jogo esses games súper violentos, mas gostei da interação do mundo no GTA 3. Há muitos outros, mas esses são os três exemplos.

*Publicado originalmente no www.upf.br/nexjor Nexjor AGECOM UPF


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www.diariodamanha.com/blitz.asp

BLITZ - 30 DE setembro de 2011

MÚSICA

Gleison Wojciekowski gleison_juliano_wojciekowski@hotmail.com

O Maestro Elírio Ernestino Toldo O músico desta semana teve papel fundamental no encaminhamento de diversos músicos para esta profissão, e seu espírito peculiar continua presente em diversos ensaios e reuniões com estes músicos que relembram os trejeitos do maestro Elírio Ernestino Toldo. Elírio Ernestino Toldo, um dos onze filhos de Paulo Toldo e Rosa Toldo, nasceu em 28 de fevereiro de 1930, na cidade de Sarandi, onde permaneceu até terminar os estudos do então “ginásio”. Casou-se no ano de 1956 em Passo Fundo, com Gecimina Acco Toldo (nascida em 01 de março de 1934), com quem teve três filhos e uma filha, sendo eles o pesquisador da UFRGS e geólogo Elírio Ernestino Toldo Jr., o personal trainer Paulo Toldo, o engenheiro civil Roberto Toldo e a empresária Clair Toldo, além de nove netos. Se por um lado o maestro Elírio Ernestino Toldo não teve filhos músicos, por outro lado influenciou diversos músicos a entrarem nesta profissão. Seu aprendizado musical teve início com Paulo Moron, com quem aprendia a tocar tuba além de teoria musical e solfejo, ingressando na Sociedade Banda de Musical de Erechim e na Orquestra de Concertos de Erechim para tocar este instrumento. Fundou ainda no início da década de 1960 a Bandinha do Caneco, que tocava o repertório de kerps e bailes do chopp por toda região, e faziam parte além de Toldo na tuba, músicos como Bruno Moron e Amélio Viero nos saxofones, Farina no vocal, Reno Viero e Paulo Moron. Para completar o orçamento da família, Elírio trabalhava como caixeiro viajante no início de sua carreira paralelamente ao seu lado musical. Ao longo de sua vida, trabalhou em Erechim, onde foi proprietário das Sapatarias Toldo, onde vendia e concertava calçados. Mudandose posteriormente para Bento Gonçalves, onde foi gerente das Casas Alegretti, em seguida trabalhou em Caxias do Sul, na Olivetti.

Foi nesta época (década de 1980), em Caxias do Sul, que Elírio Ernestino Toldo, começou a ter aulas de regência com o maestro Pedro Paulo Mandelli, então regente da OSCA (Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul), orquestra essa em que Toldo tocava tuba. Com os ensinamentos e indicação de Pedro Paulo Mandelli, Elírio Ernestino Toldo começa a sua carreira como regente da Banda Municipal de Flores da Cunha, e pela primeira vez podia viver exclusivamente da música. Toldo permaneceria em Flores da Cunha por cerca de treze anos, para posteriormente retornar a Erechim, onde trabalharia na Sponchiado e como regente da Sociedade Banda de Música de Erechim. O maestro Elírio Ernestino Toldo teve uma atuação bastante importante para a sociedade em que estava inserido. Toldo foi membro do Clube do Comércio em Erechim, foi presidente do Rotary Clube em Erechim, onde foi agraciado como prêmio Paul Harris. Fundou também o Rotary Clube em Flores da Cunha,quando mudou se para esta cidade, e fundou o CDL em Erechim. Outra faceta do maestro Elírio Toldo,

foi a Ordem dos Músicos do Brasil, instituição esta que Toldo fez sua prova de admissão em seis de fevereiro de 1962, e ao longo da vida fez sua carreira, passando de fiscal, para delegado regional, inclusive sendo Presidente

da OMB do Rio Grande do Sul por duas vezes, e chegando a pertencer ao Conselho Federal da Ordem dos Músicos do Brasil. Como regente da Sociedade Banda de Música de Erechim, Elírio Toldo tocou por diversos municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, chegando a participar de festivais internacionais de bandas e fanfarras, como a de Milipilla, Chile em 1998. Em 2002, Elírio Ernestino Toldo sai da Sociedade Banda de Música de Erechim, para juntamente com alguns músicos (inclusive o autor deste texto) fundar uma banda com uma proposta diferente para a época. O objetivo era tocar algo próximo a uma Big Band ou uma Banda Sinfônica, com a inclusão de instrumentos como o piano, guitarra, baixo elétrico, bateria e percussão, além dos já tradicionais sopros (madeiras e metais), surgindo então a Banda Sinfônica Erechinense. Com a Banda Sinfônica Erechinense, Elírio Ernestino Toldo tocou por diversos estados brasileiros, e inclusive sendo convidado novamente para tocar no 9º Festival Internacional de Bandas e Fanfarras de Milipilla, no Chile em 2003, além de obter destaque em festivais estaduais como o de Ijuí. A Banda Sinfônica Erechinense gravou ainda sob a regência de Elírio Ernestino Toldo dois CD´s e um DVD, este último, lançado em 2007, sendo o primeiro trabalho neste formato a ser produzido totalmente na região, sendo a captação de vídeo pela Zardo Color e o áudio e produção pela LC Produções e gravações. Elírio Ernestino Toldo, paralelamente aos seus trabalhos com a Banda Sinfônica Erechinense, foi regente também do Coral La Montanara de Jacutinga, o qual também excursionou para fora do país; foi regente da centenária Banda Cerbaro, de São Domingos do Sul, a qual gravou um CD sob a regência de Toldo além de fundar o Coral Stella Alpina em Erechim. Elírio Ernestino Toldo recebeu o título de Cidadão Erechinense em 18 de setembro de 2007, mas em quatro de outubro de 2008, veio a falecer em decorrência de


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