Dezembro - 2014
TEMPO DE ACREDITAR
Editorial O tema escolhido para este mês, creio que muito oportuno, foi “Tempo de Acreditar”. Estamos próximos de concluir mais um ciclo em nossa vida. O fim de ano que se aproxima marca o final de um período, quando fazemos uma avaliação do que conseguimos avançar ao encontro de sonhos ou projetos. É tempo, também, de pensarmos nas concessões que fizemos: estavam alinhadas com os nossos objetivos? Ou, como comenta Marta Castilho em seu artigo, faltou nos expressarmos de forma assertiva, mesmo em situações difíceis?
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Dezembro 2014 - Tempo de Acreditar
Simbolicamente, todos nós recebemos ao nascer uma sacola na qual vamos acrescentando os sentimentos que experimentamos ao longo da jornada: alegrias, conquistas, medos, amores, tristezas, mágoas, alguns ódios talvez, os grandes momentos e eventuais frustações. Durante o trajeto, tudo isso se torna um fardo difícil de transportar. A cada ciclo, podemos reavaliar todo conteúdo que adquirimos e nos livrar daqueles que nos obrigam a fazer grande esforço e não nos trazem nenhum benefício. Ao fazer este balanço, percebemos claramente que sentimentos guardados como tesouros (sim, se não fossem, por que os estaríamos guardando por tanto tempo?), estão causando-nos grandes danos emocionais e impedindo que outros sentimentos positivos nos acompanhem. Em situações diversas, muitas vezes preferimos continuar fazendo algo que não gostamos por acreditar que as coisas poderiam ser piores. Assim, deixamos de arriscar um futuro melhor por nos acomodarmos a um presente de frustação. Estamos no momento exato de acreditar nas próprias capacidades, tempo de nos conscientizar que podemos aprender e nos preparar melhor para os futuros desafios. Isto pode ser feito de forma muito agradável, como comenta Maurício França em seu artigo. Acreditar que quando nos dedicamos ao que fazemos e nos envolvemos realmente, como comenta Sandra Moreno em seu texto, podemos realizar cada atividade com prazer e, desta forma, estaremos enchendo a sacola da vida com boas emoções.
É tempo de acreditar que podemos descartar o que não nos serve mais.
Até 2015, e que venha repleto de boas notícias! omirante@dorseyrocha.com
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Q
uem foi que disse que atividades de aprendizagem não podem ser alegres, divertidas e prazerosas. Não só podem como devem! Experiências lúdicas proporcionam o desenvolvimento à medida que atribuem significado. As diferentes abordagens dos treinamentos outdoor (ao ar livre) tiveram, e têm tido ao longo dos anos, uma grande receptividade dentro das organizações, pois se comprovaram efetivas e ricas ao possibilitar o exercício de diversas situações que são facilmente reproduzidas no ambiente de trabalho. Além do caráter jovial e estimulante do contato direto com a natureza, o método outdoor possibilita uma nova compreensão do processo de aprendizado a quem o pratica. Os participantes deste tipo de treinamento sentem, literalmente falando, aquelas dimensões da liderança e de outras competências (como trabalho em equipe, planejamento, capacidade de trabalhar sob pressão, resolução de problemas, foco em resultado etc.) que até então estavam contidas nos livros, manuais, palestras e até mesmo em outros formatos de treinamento. A vivência outdoor provoca aprendizagem imediata, pois a própria atividade já fornece feedback ao profissional simultaneamente à sua realização. O aprendiz vê os resultados e as consequências de suas ações à medida que ele as toma. Não raras vezes, a experiência decorrente de um exercício bem-sucedido desperta o participante para continuar exercitando as competências e as praticando em outros momentos de sua vida profissional. Diversas atividades são utilizadas como partes desta metodologia, mas, destaco a seguir, as que tenho percebido serem mais reflexivas nos debriefings: balsa (em lagoa, rio ou mar), rafting, trekking, rapel na cachoeira, rally, regata oceânica e paintball. Este método não dispensa outras abordagens de capacitação das pessoas, apenas os complementa fazendo fechar o ciclo “sentir-pensar-agir” tornando mais coerente todo o processo de aprendizagem.
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Dezembro 2014 - Tempo de Acreditar
Maurício França
Consultor Dorsey Rocha & Associados
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N
a minha escolha profissional, fui primeiramente estimulada pelo lado cool da publicidade: aquela história de que os publicitários são pessoas descoladas, criativas, frequentam festas bacanas e ganham prêmios. E eu, por me considerar muito comunicativa, queria participar desta festa. Queria ser contato publicitário! Na época a descrição para o executivo de vendas que comercializava anúncios. Só que os primeiros passos dados não tiveram lá, todo este glamour... foram de muito improviso e muita incerteza. Queria atender as grandes agências de publicidade. E comecei obviamente com agências bem pequeninas. Seus criativos não eram premiados.
E eram também os planejadores, os mídias, os donos e os recepcionistas destas empresas. Os grandes anunciantes? Bem, ainda não eram parte da minha carteira de clientes. Mas ao vivenciar cada novo dia nesta função, aprendi a apreciar uma parte da minha escolha profissional, que jamais imaginaria: o processo.
eu queria 05
Sim, o processo de envolvimento, de entendimento e de cumplicidade com estes parceiros, que mesmo pequenos em investimento eram gigantes em empenho. Aprendi a negociar com eles, a planejar, a entregar, a entender e a estabelecer relações duradouras que carrego até hoje.
SER, MAS... Dezembro 2014 - Tempo de Acreditar
Nos anos seguintes, meu portfólio de clientes cresceu. Passei a atender as grandes agências, em busca de grandes verbas. Mas a esta altura, os chamados PI´s (pedidos de inserção) eram a consolidação de um compromisso maior, que envolvia uma dedicação verdadeira com a empresa em que trabalhava, assim como um enorme respeito e igual dedicação ao parceiro que estava do outro lado da mesa. O PI virou o passaporte para uma relação de cumplicidade profissional, em vez de ser apenas o documento oficial do acordo. Pelo compromisso, cada um oferece o máximo das suas competências. E as relações que não seguem este fluxo, logo demostram sinais de fraqueza.
Para um número cada vez maior de relações comerciais pautadas no compromisso, surge uma tremenda sensação de alegria, que não me deixa perceber a passagem dos anos. E nestes anos, quase nenhuma oportunidade de venda foi perdida, todas as ideias que vi nascer nos primeiros projetos da carreira, de uma maneira ou de outra, ajudaram a compor os projetos que estão no ar, exatamente agora. Um fio puxa o outro. São estas as vivências responsáveis pela construção do discurso seguro, comprometido e vibrante, que tento imprimir na hora de negociar com meus clientes. E então, como um ciclo natural, vi nascer uma vontade de compartilhar o conhecimento e passar conceitos e valores do processo, adiante. E ao longo do último ano, fiz isso de modo intuitivo. De repente, eu que queria ser vendedora, me transformei em gerente comercial e ganhei uma nova e estimulante oportunidade. Eu não tinha noção de que, ao compartilhar meus conhecimentos, por meio de uma dica ou ideia já vivida, estaria colaborando para um novo projeto ou para uma nova oportunidade de venda.
Este ciclo frequente de trocas, estende a sensação de ter cumprido a meta, de ter efetuado uma venda sustentável, que vai se perpetuar, se renovar, num processo que aciona a alegria e dá maior potência para agir. O estado de felicidade que esta sequência causa, me ajuda a atingir os resultados de maneira mais eficiente. E assim as metas, que são incansáveis, se tornam mais facilmente alcançáveis. Penso que a alegria é um potente motor para nutrir a equipe de garra. Claro que existem os obstáculos diários e é por meio da confiança no processo correto, na transmissão de valores e experiências positivas e na capacidade de ver estes mesmos obstáculos por diferentes ângulos, que chegamos às melhores soluções. Um ambiente harmonioso, alegre e pleno, faz com que as pessoas operem na sua melhor potência. Elas se enchem de vida. O contrário disso é desânimo, é falta de estímulo. Assim, eu que queria ser vendedora, me transformei em gerente comercial. Acredito plenamente que a atividade que exerço é muito mais do que a crença que tinha no início: ela é muito mais que bacana! É completa, busca um ambiente de confiança, de alegria e de troca. Ela gera compromisso. Ela gera realização. E isso sim, é cool!
Sandra Moreno Gerente Comercial
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V
ocê já voltou para casa triste, com raiva ou decepcionado por ver uma atitude inadequada de cliente, chefe, colega, amigo? Está insatisfeito com alguma pessoa? CONTE PARA ELA! E o contrário? Já sentiu admiração por algo feito por alguém. CONTE TAMBÉM! Estamos abordando o tema feedback. Que não é bronca, não é elogio, não é desabafo, nem conselho.
É simplesmente descrever com dados e fatos, o impacto e a mudança que um comportamento específico causou em você, nos resultados ou no ambiente. Por exemplo: “quando você não entregou o relatório combinado eu me senti desrespeitado e não acredito que cumprirá os novos prazos”. Não é verdade sobre o outro, mas apenas o impacto que algo causou em você. Vale para coisas positivas também: “quando você disse que aprecia a minha pontualidade na entrega do relatório eu me sinto valorizado e dá vontade de melhorar cada vez mais.”. Viu como pode ser mais simples do que parece? Trocar feedback aumenta a performance de um time e fortalece as relações de confiança. A Dinamarca tem sido apontada como o país mais feliz por anos seguidos. Qual a razão? Além dos elevados índices de educação e saúde, destaca-se o alto grau de confiança que existe entre as pessoas. O comportamento ético garante que ganhe no ranking acima de países mais ricos do que ela.
O risco de ser O feedback, que é sempre apoiado em uma postura ética, possibilita a melhoria contínua dos resultados comerciais, da interação entre as pessoas e maior autoconhecimento. Assim, não perdemos energia com mágoas, picuinhas, rótulos e julgamentos. Reforçamos no outro o que ele tem de bom. Já que as pessoas mais acertam do que erram, distribuiremos mais afagos do que pontos de melhoria, criando um ambiente propício ao engajamento, à alegria e à confiança mútua. Provavelmente você precisará ser assertivo, dar feedback, perdoar, gerenciar dilemas, dizer alguns nãos, comunicar-se com clareza mesmo em conversas difíceis, abrir mão do prazer em prol da satisfação, fazer o importante com disciplina, além de fazer muito bem feita, sem desculpas verdadeiras, a parte que lhe cabe em cada situação.
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Ser feliz e uma escolha, mas daรก trabalho.
feliz Marta Castilho
Consultora Dorsey Rocha & Associados
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Indica
Quem indica: Marta Castilho / Consultora da Dorsey Rocha & Associados Por que indicou: Um bom momento de reflexão sobre as mágoas que carregamos na vida, causando uma amargura desnecessária. O tempo nos mostra que às vezes desejamos ardentemente coisas das quais nos arrependemos depois. O final do filme é uma bela lição de perdão e amor. Sinopse: A história de Bela Adormecida, contada do ponto de vista de Malévola (Angelina Jolie). Protetora do reino dos Moors, ela apaixona-se pelo jovem e ambicioso Stefan (Sharlto Copley) que a engana em troca de poder. Malévola, em busca de vingança, decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Com o passar dos anos a fada afeiçoa-se à menina e precisa enfrentar as consequências de uma praga lançada em uma hora de mágoa.
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PONTO DE
VISTA “AJA COMO SE O QUE VOCÊ FAZ FIZESSE DIFERENÇA”. William James (1842-1910)
Considerado pai da psicologia americana, James era médico e exerce ainda hoje forte influência na filosofia, sendo um dos pioneiros na parapsicologia.
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