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José Carlos Bértolo | Comissão de Festas de S. Pedro 2009
Várias propostas para alegrar e animar um grande evento Quais as expectativas para as Festas de S. Pedro 2009? As Festas de S. Pedro de 2009 estão ao nível que elas merecem, tendo em conta os anos antecedentes e o que estas representam na nossa região. Foram estudadas e desenvolvidas com propostas para ir ao encontro das diversas áreas de animação, quer sejam as arruadas, os bailes, os espectáculos no palco principal, as vacadas e actividades equestres, no picadeiro, os divertimentos, as exposições, auto, comercial e de artesanato, o espectáculo com anõezinhos forcados, a corrida de Toiros e as Tasquinhas, bem como outros componentes que alegram e animam este grande evento.
Quais os principais atractivos desta edição? As novidades principais são: a alteração da disposição das Tasquinhas e da Feira de Actividades Económicas e de artesanato, a melhoria do espaço de divertimentos e da feira franca, a melhoria no acesso e parqueamento automóvel para o público e também dos sanitários. Os atractivos decorrerão naturalmente no palco principal, pois será o local onde actuarão artistas e grupos de grande nível. Os restantes grupos não são menos importantes, mas terão a sua área de actuação noutros espaços.
Que papel têm as festas para a população do concelho e na região em geral? As Festas de São Pedro / Tasquinhas de Porto de Mós têm um papel importante no Concelho e na região, dado que estão representadas associações que envolvem as suas gentes, bem como feirantes, comerciantes, artesãos, que atendendo à grande diversidade de oferta nas áreas da restauração, animação, comércio e todas as actividades aqui representadas originam uma movimentação de bens e serviços a nível nacional.
Ficha Técnica
Fundador: João Matias Foram directores: João Matias, Faustino Ângelo, João Neto e Jorge Pereira Director: Isidro Bento (C. P. nº 9612) Redacção: e-mail: oportomosense@mail.telepac.pt Patrícia Santos, Luísa Patrício, Iolanda Nunes Paginação: Ricardo Matias
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Dep. Comercial: Pedro Vazão Redacção e Secretariado: Rua da Saudade, 18-B • 2480-331 Porto de Mós Tel. 244 491165 - Fax 244 491037 Contribuinte nº 502 248 904 Nº de registo: 108885 ISSN: 1646-7442 Tiragem: 10.000 ex. Composição: CINCUP Impressão: CIC Centro de Impressão Coraze - Oliveira de Azeméis - Tel. 256 600580
Propriedade e edição:
CINCUP - Cooperativa de Informação e Cultura de Porto de Mós, C.R.L. Direcção da CINCUP: Eduardo Manuel Ferreira Amaral, Pedro Nuno Coelho Vazão, Joaquim Jorge Rino da Graça Santos, Belmiro Silva Ferreira, Marco Paulo Abreu Pereira, José Carlos Dias Vinagre
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João Salgueiro | Presidente da Câmara Municipal
“Um ponto alto na vida do concelho” Quais as expectativas para o S. Pedro 2009? As expectativas são idênticas às dos últimos anos. As Festas são um ponto alto na vida do concelho. O figurino, do recinto e da programação, vai ser idêntico. Num ano de dificuldades económicas, não fazia sentido um grande exagero em termos orçamentais. A Câmara Municipal tem feito um esforço para combater a crise, nomeadamente, este ano, não aumentámos taxas e tarifas. Nesse sentido, pedimos à organização que não se excedesse. Não fazia sentido um grande gasto em festas populares, mesmo sendo tão importantes para a vida do concelho. Mas penso que vão correr bem. As minhas expectativas são boas, para umas festas que, estou certo, vão dignificar o concelho.
Que papel assumem as Festas, dentro e fora do concelho?
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São importantes em qualquer destas duas vertentes. No concelho de Porto de Mós são importantes porque envolvem os munícipes e permitem um grande envolvimento das colectividades. Uma dinâmica que é muito importante. Depois dão uma grande visibilidade a Porto de Mós. É um momento alto no concelho, que é falado em toda a região Centro Norte. Tenho muitas pessoas que me dizem que vêm a Porto de Mós nesta altura, para as tasquinhas, que são das melhores da região.
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O actual recinto dá mais espaço às festas
Festa tem evoluído para melhor
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primeira recordação que Manuel Afonso tem das Festas de S. Pedro remonta ao ano de 1967, data em que veio trabalhar para Porto de Mós. Nesse ano, o arraial estendiase pelo Rossio, com uma tarde enriquecida pela feira do gado e por uma vacada. “Há noite havia sempre artistas de renome”, recorda o comerciante. Desde essa altura para cá muitas alterações foram passando pelas festas concelhias. A feira foi-se esticando pela Avenida de Santo António e também a duração passou de um para oito dias. O centro da vila foi trocado pelo actual recinto,
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Avenida de Santo António foi um dos palcos das festas
um espaço elogiado por Manuel Afonso. “Este é o melhor lugar que as festas já tiveram, tem mais espaço”, considera o morador da Cabeça Veada. Com uma vida ligada ao folclore, primeiro
na terra natal, depois no Arrimal, há mais de 20 anos que Manuel Afonso vive de perto a azáfama das tasquinhas. “É um ambiente bom, mas muito cansativo”, afirma, numa altura em que 19 colectividades
do concelho se preparam mais uma edição de muito trabalho. Um trabalho compensado pela importância que as receitas conseguidas nas Festas de S. Pedro têm no orçamento das associações. Para Manuel Afonso, “as tasquinhas também foram evoluindo e, hoje, são o principal motivo de atracção das pessoas à festa”. Além de visitantes de fora do concelho, os habitantes de Porto de Mós também se encontram no recinto, onde prevalece o espírito bairrista. “Nas várias freguesias, as pessoas procuram a tasquinha da terra”, considera o comerciante.
Manuel Afonso 54 anos Cabeça Veada Comerciante
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Há algumas décadas, grupos das aldeias mais distantes iam a pé à feira
Distância não impedia ida ao S. Pedro
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á 60 anos a falta de acessos tornava maior a distância que separa a vila de Porto de Mós e S. Bento. Mesmo assim, a ida ao S. Pedro era um momento de festa e.um dia aguardado com grande ansiedade pelos mais novos. Emília Jorge, é de uma geração posterior, e sem grande entusiasmo pelos festejos, no entanto, recorda alguns episódios relatados pelo pai, actualmente com 76 anos. “No tempo dele era
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uma grande festa, as pessoas iam a pé e regressavam no mesmo dia, era um momento de convívio”, refere a comerciante. Os moços e as moças mais novas aproveitavam o regresso para ensaiarem alguns namoricos. A expectativa e o desejo de vir até Porto de Mós, para participar na festa, é também visível por um episódio que envolveu o pai, há mais de 60 anos. Na altura, Manuel Jorge Duarte era moço novo e os pais prometeram que se apanhasse 20 sacos de boniscos o levavam ao S. Pedro. Naquela altura era vulgar adultos, e especialmente crianças, apanharem excrementos de animais, que serviam depois para fertilizante.
O desejo de ir até ao S. Pedro levou o rapaz a roubar boniscos a um vizinho. Os pais acabaram por descobrir e o castigo pelo mau comportamento foi mesmo ficar em casa no dia da festa. Nas suas memórias, Emília Jorge não recorda grandes momentos nas festas da vila, porque nunca foi grande entusiasta. “Para mim o S. Pedro nunca teve grande impacto”, refere a moradora de S. Bento, que ainda assim, ainda hoje conserva algumas peças de enxoval compradas na feira. “Lembro-me do mercado ser na Avenida da Liberdade e de comprar uma toalha em ponto cruz”, relembra a comerciante. Actualmente, o espírito de mercado
não é o grande motor das Festas de S. Pedro, no entanto, as oportunidades de comércio não faltam em vários pontos do recinto. A feira franca, a feira auto e comercial e o espaço de artesanato são os principais locais onde o negócio e a divulgação de produtos continuam a ser a alma da festa.
Emília Jorge 48 anos S. Bento Comerciante
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Feira era dia de ir à missa, estrear fato novo e arranjar namoro
S. Pedro dos namoricos
Conceição Rosário 69 anos Mira de Aire Empresária tentar arranjar namoricos, recorda a empresária. Na época, existiam ainda os bailes nas oficinas da Alameda, que ficaram na memória de quem por lá passou. A música arrancava à tarde. Há noite havia espectáculos de variedades e a animação prolongava-se pelo serão. Se até aos 15 anos viveu as festas de perto, com essa idade foi para Mira de Aire, onde o espírito
em torno das principais festas do concelho é muito diferente. “Em Mira de Aire não se falava, nem se fala no S. Pedro”, refere Conceição Rosário. A data apenas é relembrada por se tratar do feriado municipal. Ainda que o S. Pedro passe despercebido à generalidade dos mirenses, a empresária acredita que algumas pessoas estejam mais ligadas aos festejos, lembrando, por exemplo a participação de Mira de Aire nas últimas edições das marchas populares. Se, actualmente, o feriado municipal é a 29 de Junho, nem sempre foi esta a data. Durante muitos anos o feriado municipal foi celebrado a 14 de Agosto, data da
Batalha de Aljubarrota, que decorreu nos campos de S. Jorge. Foi em 1954 que surgiu o primeiro pedido para celebrar o feriado municipal a 29 de Junho, mas apenas em 1977 é ratificada a alteração, nascendo então o feriado de S. Pedro. Além da Alameda D. Afonso Henriques, as Festaspercorreram vários pontos da vila até chegar ao actual recinto. Durante vários anos foram organi-
zadas pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós. A Cooperativa Agrícola chegou a receber espectáculos, onde se destaca a passagem de Amália Rodrigues. A antiga Praça do Peixe, onde actualmente está construído o Tribunal, ou a Praça de Toiros, que esteve construída no terreno onde hoje está o jardim-de-infância, foram outros palcos das Festas.
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em grandes registos documentais é quase impossível determinar quando nasceram as Festas de S. Pedro. Começaram por ser uma manifestação religiosa, mas a pouco e pouco a feira foi ganhando dimensão e importância. Conceição Rosário, de 69 anos, lembra o seu tempo de juventude onde, em Porto de Mós, “tudo aguardava o dia de S. Pedro”. Nessa altura, o mercado estendia-se debaixo das árvores da Alameda D. Afonso Henriques. “Não era a festa religiosa que interessava aos mais novos, no entanto, tínhamos de ir à missa primeiro”, recorda Conceição Rosário. Depois da missa vinha então uma feira que se estendia até à noite, onde se estreavam fatos novos, para
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S. Pedro vem encerrar ano lectivo e celebrar chegada do Verão
Tasquinhas palco de reencontros e despedidas
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ara muitos jovens o S. Pedro está associado ao final das aulas e à chegada do Verão. André Narciso, estudante no primeiro ano da universidade, viveu de perto as Festas e confessa que, sendo uma “data simbólica no sentido em que termina uma etapa da nossa vida e se inicia uma outra”, o S. Pedro “ é vivido por todos de uma forma muito especial”. Para André Narciso, pensar nas festas do concelho é recordar “as vivências, alegrias, momentos de aprendizagem e, sobretudo, no encontrar de pessoas que passaram pela nossa vida e
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que agora estão longe”. “Recordar o S. Pedro é reviver os jantares de turma do secundário onde alunos e professores de um modo especial se despediam”, acrescenta o jovem. André Narciso esteve até há pouco tempo ligado ao Rancho Folclórico da Cabeça Veada, o que o levou a uma participação direc-
ta no S. Pedro, através das tasquinhas. “Era na tasquinha do Rancho que ocupava grande parte do meu tempo”, recorda, afirmando que “a experiência de servir com qualidade quem vem até nós, por si só, constitui também uma experiência única apenas vivida nas Festas de S. Pedro”. Em relação à organi-
zação, o jovem dá nota positiva e considera que “as festividades estão muito bem organizadas e conseguem diversificar as actividades de forma a chegar a todo o tipo de público”. Para André Narciso, “embora os concertos sejam o mecanismo principal de atracção de público de outras paragens, para os portomosenses e para todos aqueles que estão muito ligados a Porto de Mós, a essência do S. Pedro está no espírito, no tradicionalismo das tasquinhas, nas associações que representamos, nas empresas da nossa terra que se fazem afigurar no stand, nas
André Narciso 20 anos Valverde Estudante marchas, no festival de folclore... Tudo é criado por e para portomosenses e é este facto que faz de Porto de Mós um concelho de excelência”. Natural de Valverde (Alcanede), localidade encostada ao limite do concelho de Porto de Mós, André Narciso lembra ainda a importância que o S. Pedro tem “no estabelecimento de laços mais fortes entre as pessoas da mesma aldeia”.
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Marchas Populares traziam cem vezes mais pessoas que hoje
s concursos eram uma forma de motivar participantes e trazer mais pessoas aos eventos. João Neto não tem dúvidas. No concelho de Porto de Porto de Mós, esteve ligado a quase tudo o que se possa imaginar. Com vontade de contribuir com o que pode, diz, sem modéstias: “Só nunca fui director da Banda Recreativa Portomosense”. Acima de tudo, tem muito orgulho na sua terra e pelo facto de ter lançado eventos como o Festival da Canção e as Marchas Populares. Olhando para trás, não foi preciso pensar
muito para dizer o que o marcou mais nos festejos de Porto de Mós. “A representação de ‘Caligula’, de Albert Camus, em cenário natural, no Castelo de Porto de Mós, em 1983”, revela. Refere, ainda, a Feira do Gado como outro grande evento que acolhia muitos observadores e compradores. Tempos depois, a actividade acabou por desaparecer por falta de criadores e das doenças que apareceram. Muito mudou. O exvereador da autarquia, de 2001 a 2005, afirma que tem saudades dos concursos. “Na altura em que se elegia a melhor
marcha, havia uma competitividade saudável. Os participantes desfilavam com objectivos e com amor à camisola. O público ia para a rua ansioso por ver a marcha da sua terra. Era muito diferente. Melhor, na minha perspectiva”, afirma. No que diz respeito ao Festival da Canção, lembra-se que, na primeira edição, apareceram logo cerca de 70 candidaturas para serem seleccionadas apenas dez. “Foi um evento que nunca pretendeu ser concelhio. A ideia era ser abrangente e de grande qualidade, de forma a cativar mais público”, conta.
João Neto, sempre ligado ao mundo da cultura, tendo sido até fundador de um grupo de teatro, recorda-se que foi em 1984 que propôs a realização do Festival da Canção e das Marchas Populares. Assumia, então, uma posição na direcção da Secção Cultural dos bombeiros voluntários. “Foi uma ideia muito bem recebida pela autarquia e ambos os eventos conseguiram ser os que mais pessoas chamavam a Porto de Mós”. O arquitecto destaca que, hoje, as festas de São Pedro estão inevitavelmente associadas às tasquinhas, mas não
João Neto 52 anos Porto de Mós Arquitecto
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Concursos atraíam participantes e público
vê nenhum mal nisso. “Gosto das tasquinhas. É um lugar de folia, um ponto de encontro de pessoas que não se vêem há muito. Penso é que se podia fazer algo para dinamizar essa vertente. Podiam, por exemplo, impor que todos os dias duas tasquinhas estivessem em destaque e apresentassem as suas especialidades”, sugere.
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Todos queriam ajudar os “soldados da paz”
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legário Beato, bombeiro do Quadro de Honra da corporação de Porto de Mós, guarda muitas e boas recordações das Festas de S. Pedro, em especial do período de cerca de 10 anos em que o evento esteve a cargo dos voluntários locais e ele enquanto elemento do corpo activo, ajudou na sua organização e execução. Mas, ao mesmo tempo que recorda com inegável prazer como era “o S. Pedro” nas décadas de 60 e 70 do século pas-
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Bombeiros organizavam grandes Festas de S. Pedro
sado, não poupa elogios às actuais festas concelhias, augurando-lhes um longo e promissor futuro. As memórias deste empregado de escritório aposentado, natural de Porto de Mós, abarcam, também, os tempos de juventude em que ajudava a colocar e numerar cadeiras e a vender bilhetes para os espectáculos. De uma assentada recorda quando as Festas eram feitas no jardim em frente ao café Milá; as bancas dos comerciantes instaladas
em cada um dos lados da Avenida da Liberdade, ou, nos dias em que chovia, a mudança das actividades para o antigo cinema, na zona onde é hoje o Tribunal. Com um sorriso nos lábios, evoca “os espectáculos de variedades que eram onde está o Palácio da Justiça e tinham como cabeça-decartaz, figuras grandes da música portuguesa. O palco ficava instalado no início da Rua da Saudade e distribuíam-se cadeiras por ali acima. Os camarins faziam-se onde era a casa da Música. Depois, mais tarde, passaram para as oficinas do José da Silva David, do Narciso Alves e Cooperativa”, diz. Nos tempos das “festas do pau caiado” [alusão às varolas de madeira caiadas que eram, praticamente, a única decoração das ruas], houve
também grandiosas corridas de touros na praça construída onde é hoje o Jardim-de-Infância da Misericórdia, conta. Episódios engraçados e histórias que o marcaram, tem várias. Em 1974, com a Revolução dos Cravos ainda bem fresca e os ânimos ao rubro, a cabeça-de-cartaz foi Amália Rodrigues. “Houve pessoas que tentaram desincentivar o público a ir assistir, dizendo que o Fado era um género musical fascista. Contudo, o esforço revelou-se completamente inútil e o espectáculo registou uma afluência como não havia memória”, diz Olegário Beato. “Foi uma loucura, havia muita gente a vender bilhetes e uma multidão a querer comprá-los”, recorda. “Num outro ano ficámos sensibilizados com o gesto de Hermínia
Silva. Quando lhe fomos pagar os 20 contos de “cachet”, agarrou em cinco notas de mil escudos e disse que era para os bombeiros”. Para se perceber bem a nobreza do gesto da fadista, exemplifica: Nessa época, um bom empregado de escritório ganhava por mês, 1800 escudos, no máximo, 2000 escudos, portanto, aqueles cinco contos eram uma verba avultada”.
Olegário Beato 68 anos Porto de Mós (reformado)
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Vivia-se com menos e éramos mais felizes
ra uma vivacidade nas ruas e as pessoas divertiam-se muito com quase nada. Hoje, “muita parra e pouca uva”. Noutros tempos, “era mais saudável” e “sem tanta pompa e circunstância. Carlos Pinção, portomosense de gema, é um homem multifacetado, ligado à música e ao teatro, e assume ser muito crítico. Recorda os bons tempos das Festas de São Pedro, quando a Feira do Gado era a principal atracção, e não hesita em afirmar que, hoje, as festas são as tasquinhas. “É inquestionável. A cultura do povo está no estômago. As pessoas ficam-se pelas tasquinhas e acabam por acomodar-se, preferindo ter bons momentos nos comes e bebes. Pode estar o melhor espectáculo ao lado delas, mas ficam sentadas. É um bocado fútil, mas, de facto, é o que traz mais povo ao São Pedro”, afirma. Hoje em dia, Pinção refere que as pessoas não se contentam com pouco. “O programa parece uma caldeirada. É muito extenso. Penso que se devia apostar numa redução de actividades. Menos, mas melhor”, sugere. Críticas à parte, as recordações são muitas. “Guardo boas lembranças. Não havia tantos divertimentos como agora e as pessoas enchiam as ruas de animação”, diz. Carlos Pinção lembra a altura em que as festas começaram por realizar-se na Praça da República e conta que a população acabava por se espalhar pelo centro da vila. O portomosense diz que “havia uma envolvência diferente. Era mais terra a terra. Apostava-se em espectáculos ricos no conteúdo e as pessoas não queriam perder isso”. Vencedor de alguns Festivais da Canção,
está um pouco triste perante um programa que já não conta com o dito evento. Carlos Pinção destaca que o espectáculo “ganhou uma dimensão distrital”. “Vinham pessoas das Caldas da Rainha e de Alcobaça. Para além disso, penso que os concursos contribuem muito para a evolução. Privilegiava-
São Pedro é “caldeirada de actividades”
se a originalidade e a criatividade. Os participantes esmeravam-se, eram reconhecidos pelo seu talento e tinham muito público. Um sucesso que fez com que, de ano para ano, o evento se fizesse de forma cada vez mais profissional”, destaca.
Carlos Pinção 80 anos Porto de Mós (reformado)
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São Pedro era Feira do Gado, hoje é Tasquinhas
Tasquinhas são o melhor ponto de encontro
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ão Pedro mudou. Ainda bem, por um lado, nem tanto, por outro. “As festas são hoje muito diferentes. Sem dúvida, as tasquinhas são a principal atracção para a maioria das pessoas. Antigamente, e porque sou um homem do campo, o concelho divulgava-se de forma mais genuína. Havia agricultores que apresentavam os seus produtos e muitos criadores que dinamizavam a Feira de Gado”, recorda. Homem muito agarrado à sua terra, Joaquim Vieira Júnior tem pena que as festas
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se tenham perdido por tantas actividades e, algumas, com destaque exagerado. “Há praticamente actividades a toda a hora. Se fosse como antigamente, era tudo mais centrado. Cada dia tinha um conceito. Actualmente, acho que há muitas iniciativas ligadas ao Hipismo. É demais. Não percebo por que se dá este destaque à parte equestre”, critica. Já quanto às vacadas, nada a apontar. O portomosense revela que, esta, é uma actividade que junta os populares em grandes momentos de diversão, com muitos
risos à mistura. Mas ainda há mais. Joaquim Vieira Júnior mostra-se insatisfeito com o actual recinto das Festas de São Pedro. “Estragaram-no com o campo sintético. Está à vista de todos que espaço fez com que a festa perdesse a sua grandeza. Vejo um recinto que não é amplo, o que faz com que as pessoas se dispersem. As diferentes áreas estão mais longe umas das outras”, constata. A comparação com outros tempos é inevitável. Com 66 anos, lembrase da grande animação das Festas que enchiam
Porto de Mós de alegria. “Haviam bailes que eram uma grande diversão. Começavam logo depois do almoço e prolongavam-se até altas horas da noite. Isso deixou de existir”, conta, recordando ainda a grande festa das marchas populares. “Elas eram a alavanca dos festejos. Nas várias edições em que houve uma paragem nos desfiles das marchas, o São Pedro ficou estagnado”, afirma. Joaquim Vieira Júnior lembra ainda a altura em que havia concurso de marchas, mas não tem saudades desse modelo. “Fui
ensaiador e via sempre marchas com pior qualidade que a minha a serem reconhecidas. Os critérios eram um bocado estranhos. Aquilo chateava-me”, conta.
Joaquim Vieira 66 anos Pedreiras (reformado)
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Novidades musicais
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música e a animação são uma presença constante desde a criação das Festas de São Pedro e como diz o velho ditado “não há festa sem gaiteiro”. A Dom Fuas Fm junta-se à festa, pelo segundo ano consecutivo, no dia 26. Paulo Brissos é o cabeça-de-cartaz da comemoração do 23.º aniversário. O cantor e compositor conhecido do público português, editou no ano passado o CD e DVD “Concerto acús-
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O Rock em destaque e tico”, com temas de sucesso como “Serás Tu” e “Criação” que vão ser apresentados no Castelo. Latex, In Locomotion e Polly, são as bandas que se seguem. O dia seguinte é marcado pelo arranque oficial das Festas de São Pedro. A fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Mira de Aire soará pelas ruas e a Banda do Circulo Cultural Mirense inaugura o recinto da feira. Mais tarde, na rua soam os bombos de Alpedrinha, um grupo que se intitula de “Zabumbas de Alpedrinha”, criado com o intuito de bombar pela preservação da tradição. A noite traz à memória recordações dos lendários “Queen”, com os portugueses “One Vision”. Um espectáculo que os seguidores e apreciadores da banda, que encheu estádios nos anos de 70 e 80, não vão querer perder. Rui Saraiva antecede o espectáculo no recinto do baile e regressa logo depois para mais um pezinho de dança. A banda “Stonehenge” e o Dj Mark O encerram a noite, na tenda criada para o efeito. No dia 28, não podemos esquecer o som da alvorada que desperta os ouvidos para mais um dia de festa, logo às 9 horas, sendo que a música regressa às ruas ao cair da noite, com o Grupo Percussão e Cantares “Terra Nova”. Mais tarde e depois do desfile das marchas populares, o baile regressa ao recinto com JC Power e à Tenda da Feira volta também a alegria e a cor com a banda de rock “Bigorna” e a música de dança de Dj Kloude. No feriado municipal, dia do Santo Padroeiro as nove gaitas de
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o reggae é a novidade
Bombeiros da Maceira, visitam a vila com a fanfarra ao início da tarde e à noite o ribatejano José Cid volta a actuar em Porto de Mós. O músico deverá presentear o público com o próximo álbum “ Coisas do Amor e do Mar”. A música, sob formas bem distintas, será, então, rainha, na edição deste ano das Festas de S. Pedro.
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foles dos “Gaitilena” animam as tasquinhas, sendo que para o baile o resto da noite ficará por conta do duo “Zé Café e Guida” e do outro lado o rock domina, com a presença dos “Outside”, “The Peorth” e Polly”. A Tenda abrigará os “The Curd” e o DJ “JP”. O dia 30 segue com “FokaEnergie” e o tributo ao Jamaicano Bob Marley, com os leirienses “Quem é o Bob?” e os Jim Dungo. A pista de dança volta a vibrar, com Dj Leonel. O dia 1 de Julho, Paulo Figueiredo e Sónia Rosa animam com os seus teclados, antes e depois de mais uma actuação de Quim Barreiros. Este artista volta a trazer a sua boa disposição e o seu último trabalho “ Fui acudir”, editado no ano passado. Eurico Lisboa é o Dj que marca presença na Tenda. As tasquinhas voltam a ser invadidas com a animação, desta vez com os Amigos da Música de Mira de Aire, no dia 2. L F Music inicia a “marcha” e os Némanus fazem um espectáculo oferecido pela danceteria “D. Pirata”. Na tenda contamos com o regresso dos “In Louco Mottion” e Dj Costa M. A arruada regressa no dia 3, com o Grupo de Concertinas da Barrenta e horas antes vamos voltar a ouvir a Fanfarra dos B. V. de Mira de Aire. Mix tura Fina e Dj da Cruz encerram o dia, que sem excepção em tempo de festa acaba tarde. A bandinha Amigos da Música de Mira de Aire, o “Ritmo Calliente”, e o IV Festival da Juventude, são esperados na noite do dia 4. O encerramento é feito com “pompa e circunstância”. Os
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Numa altura em que vive um dos melhores momentos da sua carreira
José Cid está de volta ao S. Pedro
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osé Cid, um dos nomes grandes da música ligeira portuguesa, está de volta às Festas de S. Pedro, numa altura em que vive um dos melhores momentos da sua carreira. Aos 67 anos, e depois de um longo período em que foi praticamente esquecido pelas rádios e televisões nacionais e por muito do seu, outrora fiel, público, volta a estar na moda e, aspecto curioso, pela mão de jovens com 20 e 30 anos. A autêntica “Cidmania” começou há quatro anos na sequência de um espectáculo no Máxime e de um outro na Queima das Fitas do Porto, e está imparável. Depois de um período de vários anos a produzir discos que o
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público mal chegou a conhecer e a fazer espectáculos, na sua maioria, intimistas, José Cid conta, satisfeito, que tem agora, em média, 10 concertos por mês, que juntam cinco mil pessoas, na sua maioria jovens. Como autêntica “cereja no cimo do bolo”, foi, este ano, distinguido pela Sociedade Portuguesa de Autores com o prémio Consagração de Carreira. O reencontro com o público portomosense promete ter, então, uma envolvência muito especial realçando o que de melhor há num artista que sempre lutou pela música portuguesa e que dá tudo de si em cada um dos espectáculos que efectua.
Uma carreira de sucessos José Albano Salter Cid de Ferreira Tavares nasceu na Chamusca, a 4 de Fevereiro de 1942, no seio de uma família abastada, e aos 11 anos foi viver para Mogofores (Anadia). Iniciou a sua carreira em 1956, com “Os Babies”. Em 1960, criou o Conjunto Orfeão, com José Niza, Proença de Carvalho e Rui Ressurreição. A fama chegoulhe através do Quarteto 1111, onde era teclista e vocalista. Com o Quarteto concorreu ao Festival RTP da Canção, de 1968. Edita o seu primeiro álbum a solo em 1971. Em 1974 regressa, a solo, ao Festival da Canção, e com os
“Green Windows” a nova designação do Quarteto 1111. Em 1978 lançou o álbum “10.000 anos depois entre Vénus e Marte”, um verdadeiro marco na história do rock progressivo e que viria a obter mais tarde reconhecimento internacional. No festival da OTI de 1979 ficou em terceiro lugar com “Na cabana junto à praia” e com “Um grande, grande amor” vence o Festival RTP da Canção, em 1980, conseguindo um honroso sétimo lugar.
No início dos anos 90, causou polémica ao posar nu (tendo apenas um dos seus discos de ouro ao colo), para uma revista de acontecimentos sociais, como forma de protesto pelo desprezo a que, segundo ele, nas rádios, eram votados os intérpretes nacionais. O seu regresso “em grande”, deu-se em 2006. Para este ano, está prometido um novo álbum de originais, em que surgirá em duetos com Luís Represas, Susana Félix e Rui Reininho.
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oi em 1984 que no cartaz das Festas de S. Pedro apareceu, pela primeira vez, a referência à exposição industrial e comercial. Até aí a mostra era dedicada a produtos industriais e agrícolas. Comércio e serviços continuam a ter um lugar no recinto das festas, depois de várias mudanças. Em 1992 a mostra surge com o nome de Expomós e dois anos depois instalase no Pavilhão Polidesportivo. Em 2001 a mostra de actividades económicas regressa a uma tenda, com a passagem dos festejos para o actual recinto. Cinco anos mais tarde é anunciado o fim da Expomós, que acaba por continuar no recinto, junto ao artesanato e
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com o nome de feira comercial. Entre os 21 expositores que participaram na feira, há 25 anos, estava Adelino Pereira, actualmente responsável pela empresa Equipomós. Adelino Pereira considera que, inicialmente, o espaço dedicado ao comércio era melhor. “A exposição era mais atractiva, haviam promoções e uma aposta na divulgação de novos produtos”, refere. O comerciante lamenta a falta de mais empresas locais, facto que já era notado no início da década de 90. Em 1995 foi referida a ausência de rochas ornamentais na exposição, e em 1998 já era afirmado que o certame só “cumpria a missão em relação ao artesanato”. Adelino Pereira considera que
Exposição comercial nasceu há 25 anos Cortesia Móveis Primavera
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Em 1984 o comércio juntou-se à exposição agrícola e industrial
Expositores em 1984: Palma – Artes Gráficas; Móveis Primavera; Moveis Sim-Sim; Adelino Pereira; Móveis Rainho; Verga – Lar; Móval – de António Vala; Rosa & Rosa Lda.; Santana & Matos Lda.; Agência Valena; B.P. Energia Solar; Estabelecimentos Alex; Discoteca Grafonola; Atelier – António Baptista; Boutique Mariazinha; Sapataria Alcaide; Casa das Flores; Manuel Beato Pires Lda. ; Caixa Crédito Agrícola; Peço – Car; Garaupeças
seria importante as empresas presentes apostarem numa maior “criatividade”, apresentando
novos produtos. Ainda assim, a feira comercial continua a ser um dos pontos de
passagem do recinto, recebendo milhares de pessoas nos 11 dias das Festas de S. Pedro.
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Princípe dos apóstolos dá nome às festas
Quem foi S. Pedro?
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. Pedro, o santo que dá nome às festas concelhias nasceu cerca do ano 10 A.C., em Betsaida, povoação da Galileia, localizada nas margens do lago de Genesaré, conhecido também como mar de Tiberíades. Era filho de Jonas e irmão do apóstolo André. O seu nome original era Simão. Na época em que se deu o seu encontro com Cristo, morava em Cafarnaum, com a família da mulher. Pescador de profissão, trabalhava com o irmão e o pai e outros companheiros, mantendo uma pequena frota de barcos. Foi apresentado a Jesus por seu irmão, em Betânia, onde tinha
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ido conhecer Cristo, por indicação de João Baptista. Logo no primeiro encontro, Jesus chamoulhe “Cefas” que significa “pedra” em aramaico e anunciou-lhe que faria dele o fundador da sua Igreja: “Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus”, disse, dirigindo-se àquele que ficou conhecido como Príncipe dos Apóstolos. Na época, ao mudar-se de nome a uma pessoa, esperava-se que também mudasse de
vida, assim, Jesus quis que a partir daquele momento Simão Pedro, o seguisse e deixasse de ser um mero pescador para se assumir como “pescador de homens” As principais fontes de informação sobre S. Pedro são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) onde aparece em destaque em todas as narrativas. Da leitura desses textos bíblicos, S. Pedro surge como uma pessoa de temperamento impulsivo, entusiasmado embora por vezes, cedesse facilmente ao desânimo. Ao mesmo tempo, era franco, bondoso e bastante generoso.
Fascinado pela figura e pelos ensinamentos de Jesus, rapidamente se assumiu como líder dos apóstolos, tendo sido o primeiro a ver em Cristo, o Messias prometido. Apesar da sua enorme fé, e de ter garantido a Jesus que “mesmo que tenha de morrer contigo não te negarei”, a verdade é que Pedro, negou três vezes a Cristo, quando este foi preso e condenado à morte. No entanto, foi ele o primeiro a ver o Ressuscitado. Mais tarde encontro, Jesus desafiou-o a apascentar o seu rebanho, convite que foi aceite de forma determinada, responsabilizando-se pela criação e chefia da
primeira comunidade cristã. Após uma vida a dar a conhecer Jesus Cristo e a sua mensagem às várias comunidades, e de ter fundado com São Paulo, a comunidade cristã de Roma - a base da Igreja Católica Romana - tornando-se no seu primeiro bispo, foi nessa cidade que São Pedro encontrou a morte. O seu martírio, por ordem do Imperador Nero, terá acontecido no ano 64 D.C.. Reza a tradição que foi crucificado de cabeça para baixo porque terá dito que não era merecedor de ser morto da mesma maneira que o seu Mestre.
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São Pedro está sepultado na basílica que ficou com o seu nome, o edifício de maior destaque na actual cidade do Vaticano, na altura Monte Vaticano. Na Diocese Leiria-Fátima existe uma pequena pedra retirada deste túmulo e oferecida ao Reitor do Santuário de Fátima e ao Bispo de Leiria, que faz parte do altar-mor da Igreja da Santíssima Trindade. A Igreja celebra o dia de São Pedro e São Paulo, a 29 de Junho.
O culto de São Pedro
A Igreja de São Pedro está desde sempre associada a grandes manifestações religiosas.
A feira de São Pedro A feira anual que tem o nome do santo padroeiro do concelho terá absorvido as outras grandes feiras que desde a Idade Média se realizaram em Porto de Mós, nomeadamente, a feira anual de Santa Luzia, de 12 a 15 de Dezembro, a do Espírito Santo (que durava três dias), a de 7 de Agosto e ainda a feira mensal no dia 29, e que era feita no rossio da vila. Duas vezes por mês havia, ainda, onde se comprava e vendia gado bovino.
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Em Porto de Mós, a devoção a São Pedro é bastante antiga. Em 1274 já existia a igreja
dedicada ao primeiro Papa da Igreja Católica. Dela fala o bispo de Lisboa, D. Matias, no Concilio de Leão, em França, dizendo que já é sede de paróquia há muitos anos. A igreja primitiva, no local onde é hoje a Câmara Municipal, era um templo bastante amplo e com uma abóboda em cantaria lavrada. Com a demolição do edifício, a paróquia passou pelas outras igrejas da vila mas a devoção manteve-se sempre, acabando a matriz por ocupar o lugar que hoje tem na antiga igreja do Convento do Bom Jesus dos frades Agostinhos Descalços, fundado em 1676.
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Feira Comercial e de Artesanato
Trabalhos diversos e ao vivo entre outras, marcam presença nesta edição. Além do melhor que se faz em vários pontos do concelho, o que se faz “fora de portas” também marcará presença, como os quadros e azulejos de Valado dos Frades, os brinquedos do Montijo e de Viseu, os chapéus e pantufas de Vila Real, os puf’s e cadeiras dos Marrazes, as velas de Coimbra, os cintos e roupas da Amadora, a bijutaria de Ourém e o artesanato indiano trazido por um comerciante da Cidade Nova de Santo António dos Cavaleiros. Os visitantes vão ter o prazer de assistir ao vivo em alguns stands, como se fazem muitos destes trabalhos. Exemplo
disso é o stand da Associação de Artesãos das Serras de Aire e Candeeiros, que além de ter em exposição os trabalhos dos seus associados, alguns dos artesãos e formandos vão estar a trabalhar na feira. A Associação que existe desde 1992, iniciou o seu percurso formativo em 2000, através do programa “Escolas Oficinas”, financiado pelo ISP e em 2003 está acredi-
tada como entidade formadora. Os trabalhos da formação profissional vão estar expostos e alguns dos formados vão trabalhar a pintura artística em cerâmica, olaria, tecelagem e recursos florestais e ambientais, este último apenas representado através de um mostruário. A pele, pintura e modelação, serão materiais trabalhados por alguns dos artesãos. Os artigos em trapos de Maria Batista Costa, já se tornaram uma presença habitual na Feira Comercial e de Artesanato. Tratam-se de mochilas, sacos, rodilhas (para levar os cântaros na cabeça), bonecos de tra-
pos, entre outras coisas feitas à mão. Há cerca de quinze anos, que faz estes trabalhos em tecido e há dez anos, que confirma a sua presença na Feira Comercial e de Artesanato. O facto de ter trabalhado muitos anos na confecção de tecidos, despertou-lhe o interesse neste tipo de artesanato, conta a artesã.
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variedade de artesanato tem vindo a crescer nos últimos anos nas Festas de S. Pedro. Bordados, brinquedos e outros objectos feitos em madeira, bijutaria manual, velas trabalhadas em vidro, esculturas em pedra, quadros e azulejos pintados à mão, peças de decoração, roupas e até artesanato indiano,
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Nova geração de toureiros em Porto de Mós
tradição taurina e a comédia vão estar lado a lado na edição 2009 das Festas de S. Pedro. No primeiro domingo das Festas, dia 28, a praça de touros volta a receber o espectáculo cómico taurino e musical “El Chino Torero”. Os anões forcados estiveram em Porto de Mós há dois anos e esgotaram o espectáculo. A animação taurina promete voltar a oferecer momentos hilariantes ao público, numa versão acrobática do duelo toureiro/touro, onde não falta perícia e uma boa dose de humor. Os touros regressam ao S. Pedro já perto da recta final, no dia 3 de Julho, em todo o esplendor e tradição, com uma Corrida de Touros à Portuguesa. Cinco toureiros e dois grupos de forcados prometem uma memorável festa brava. O primeiro a entrar na praça será Baptista Duarte, que já celebrou os 20 anos de alternativa. Natural de Tomar, Baptista Duarte começou a tourear em 1972, contando com passagens por arenas de Portugal, Espanha,
França, Estados Unidos, entre outros. De Santarém vem José Manuel Duarte, que assinalou no ano passado 15 anos de carreira, na praça de touros da terra natal. A Corrida de Touros de Porto de Mós vai contar com a presença de vários toureiros da nova geração. Entre eles Gilberto Filipe, natural de Alcochete e com 28 anos. O jovem cavaleiro fez a sua apresentação em 1996 em Estremoz e teve como padrinho Joaquim Bastinhas. Mais do que um afilhado, a Corrida de Touros vai contar com a presença de Marco Tenório Bastinhas, filho de Joaquim Bastinhas. O jovem teve o privilégio de receber a Alternativa de Cavaleiro Tauromáquico na mítica Praça de Toiros do Campo Pequeno, no ano passado, data em que o pai assinalou na mesma corrida, os 25 anos de alternativa. O último cavaleiro a pisar a arena será Marcelo Mendes, mais uma representação de uma nova geração. Natural de Torres Vedras, onde nasceu em 1984, teve a sua apresentação pública na Praça de Toiros de
Vila Boim. Tirou a Prova de Praticante, no ano passado, na Monumental de Albufeira. Trata-se de um jovem cavaleiro praticante, que sem antecedentes familiares na tauromaquia, busca ainda ser cavaleiro de alternativa. Também nos forcados, Porto de Mós vai contar com um grupo de tradição e outro recém-formado. A corrida conta com a presença dos Forcados Amadores do Aposento das Chamusca, presença habitual em grandes corridas nacionais. Já este ano nasceu o Grupo de Forcados Amadores do Aposento de Tomar, apadrinhado pelo Grupo de Forcados Amadores de Alcochete. Os elementos do espectáculo taurino ficam completos com os touros da ganadaria de Dias Coutinho.
Corrida de Touros e espectáculo cómico na praça móvel Pub
“El Chino Torero” regressa a Porto de Mós
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Picadeiro aposta em programação lúdica
Vacadas e equitação animam S. Pedro
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zação das várias vacadas previstas. Ao todo serão oito vacadas, entre os dias 27 de Junho e 4 de Julho, sempre a partir da meia-noite. Os cavaleiros também vão ser desafiados a demonstrar as técnicas equestres em vários momentos. No dia 27 de Junho decorre um Festival Hípico de Saltos
Vacadas são uma das principais atracções do picadeiro
e Obstáculos. No dia seguinte o picadeiro está recheado de actividades. Pelo espaço vão passar as escolas de equitação do Clube Hípico do Juncal, Centro Hípico de Alcaria, Associação Equestre e Regional de Fátima e Centro Equestre Francisco de Alcaide de Orti-
gosa. Emoções ibéricas, sevilhanas, cavalos e fogo vão estar reunidos num espectáculo equestre, também previsto para o dia 28. No dia do feriado municipal realiza-se uma das actividades equestres que tem conquistado lugar cativo nas últimas
edições das festas: as cavalhadas. Nos primeiros dois dias de Julho mais provas, desta vez de equitação de trabalho, onde a destreza e maneabilidade dos cavalos serão avaliados. No penúltimo dia das Festas tem lugar a última actividade do picadeiro, com a realização de uma picaria à “vara larga”. As actividades do picadeiro dão ainda a possibilidade, em vários momentos da festa, de realizar baptismos a cavalo, estando previsto, igualmente, um passeio e desfile a cavalo. Pedro Cavaca estima que, ao longo dos dias de festa possam passar 200 cavaleiros pelo recinto do S. Pedro.
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picadeiro vai continuar a ter lugar de destaque nas Festas de S. Pedro, no entanto, este ano a aposta na programação vai recair sobre a vertente lúdica da equitação, em detrimento de provas técnicas. Pedro Cavaca, responsável pelo picadeiro, justifica a opção com as condições do recinto, que no ano passado sofreu com a proximidade com os palcos dos espectáculos. Ainda assim, a edição de 2009 conta com um programa recheado de actividades taurinas e equestres. Ao longo dos 11 dias de festa os populares mais destemidos podem arriscar-se no terreno, durante a reali-
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Concelho com grande variedade de Morcelas de arroz
Tasquinhas revelam gastronomia
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s tasquinhas de Porto de Mós são uma referência regional, não só pelo ambiente festivo, mas também pela boa gastronomia que as várias colectividades apresentam durante os dias de feira. Com ementas mais ou menos tradicionais, existem iguarias que são uma presença assídua em quase todas as mesas. A morcela de arroz é um desses exemplos, um petisco com larga tradição no concelho de Porto de Mós. Isabel Amado, da Confraria da Morcela de Arroz da Alta Estremadura, refere que o enchido está, tradicionalmente, associado à festa da matança do porco, uma ocasião que, até há poucos anos, era um momento central na vida das famílias. Com uma grande tradição de consumo de carne de porco, a matança dava uma parte dos alimentos que figuravam na cozinha durante o ano todo. Ora com mais carne, ou mais gordura, ou com temperos a variar entre as várias localidades, Isabel Amado afirma que o
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concelho “tem uma grande variedade de morcelas e buchos”. Em comum têm o facto de levar arroz, carne, gordura, sangue e vários temperos.
No entanto, Porto de Mós apresenta morcelas com identidades próprias. Em Mira de Aire, Alvados e Alqueidão a morcela caracteriza-se pela abundância de
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tradicional carne e arroz, tendo menos sangue. Já nas localidades da zona de Porto de Mós o enchido é dominado pelo arroz, sangue e algumas gorduras, mas com menos carne magra. Isabel Amado refere ainda que a quantidade dos temperos (cebola, alho, cominhos, cravinho ou salsa) varia muito em função das tradições de cada terra, originado morcelas com sabores característicos. Se a morcela tem lugar cativo nas mesas das tasquinhas, Isabel Amado lembra outro prato tradicional do concelho: os buchos, um prato mais esquecido. Alcaria é uma das localidades com alguma tradição nesta área. Neste caso é usado o bucho do porco, recheado com um preparado semelhante às morcelas, mas com menos carne.
Morcela, o prato mais nobre Mira de Aire é uma das referências quando se fala em morcela de arroz. Carlos Alberto, outro membro da Confraria, recorda que “as morcelas eram o prato mais nobre da matança”. A festa começava com a preparação da “sopa da arreigada”, feita a partir das vísceras do porco. No último dia da matança, geralmente a um domingo, a morcela era o último prato a ser servido. Sobre o “segredo” da morcela de Mira de Aire, Carlos Alberto considera que “talvez seja mais condimentada e tem mais carne”, usando febra da zona da cabeça do porco, que torna a morcela menos seca.
Lista de tasquinhas participantes Associação Desportiva Portomosense Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Juncal Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mira de Aire Associação Popular da Bezerra e Figueirinhas Associação Recreativa Cultural e Desportiva da Mendiga Centro Cultural e Recreativo de Alqueidão da Serra Centro Cultura e Recreio D. Fuas – Fonte Oleiro Clube Automóvel de Porto de Mós Clube Desportivo “Os Andorinhas“ Clube Desportivo Ribeirense Grupo Desportivo das Pedreiras Grupo Desportivo do Tojal Grupo Recreativo e Desportivo de Serro Ventoso Grupo Recreativo da Corredoura Rancho Folclórico de Pedreiras Rancho Folclórico Luz Candeeiros C.C.R.D. de Arrimal Rancho Folclórico Sociedade Recreativa da Cabeça Veada União Recreativa e Desportiva Juncalense União Recreativa Mirense Fundo Social dos Funcionários do Município de Porto de Mós
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Quatro marchas desfilam no São Pedro
Menos marchas, mesma qualidade motivação e o primor com que se preparava o espectáculo. Alguns, dizem mesmo que as marchas se resumem a apresentações que pouco têm de originalidade, quer em termos de indumentária, quer a nível musical. Cerca de três meses depois de muito trabalho nos preparativos, no domingo de 28 de Junho, a Avenida de Santo António vai receber duas marchas de infantis e outras duas, de adultos. No programa, estão a Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós, a Matajovem (Associação Juvenil em Meio Natural de Mira de Aire), a Casa do Povo de Calvaria e o Instituto
Educativo do Juncal. De sete, no ano passado, para quatro, este ano, o evento das marchas populares promete ser bem mais reduzido. Rui Neves admite estar descontente com a situação, mas afirma que “a câmara faz o que pode para conseguir manter a boa qualidade”. Damos um subsídio a cada marcha que consideramos ser uma ajuda importante para motivar, de certa forma, os participantes. São 5000 euros para as marchas de adultos e 2500 para as infantis”, revela. O nosso jornal questionou Rui Neves sobre a possibilidade de as marchas voltarem
a estar a concurso, já que, segundo o que apurámos, esses tempos eram vividos com muito entusiasmo por parte de quem desfilava, mas também por aqueles que queriam ver a marcha da sua terra brilhar e ser premiada. Apesar de tudo, a ideia não é bem aceite por
parte da autarquia. “Não se justifica fazer um concurso, quando temos diferentes categorias de marchas em desfile. Colocar no mesmo patamar as marchas infantis e as adultas, não faz sentido”, diz o responsável autárquico.
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econhecidas como uma das grandes atracções das Festas de São Pedro, as marchas populares estão, apesar de tudo, a perder participantes. O público, esse, já foi bem mais, segundo comentaram vários populares ao nosso jornal. Ainda assim, “a qualidade é garantida”, assegura o vereador da Cultura, Rui Neves. Explicações para esta perda de participantes, são poucas. Segundo populares, hoje em dia, as actividades são mais que muitas, os jovens não mantêm a tradição como os antigos e, o facto de ter desaparecido o concurso de marchas, fez cair a
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Desporto em alta nas festas
Várias e novas modalidades
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s actividades desportivas são já uma tradição nas festas do concelho. Várias modalidades, repartidas por vários espaços, alargam o leque de actividades de um vasto programa de festejos. Logo a abrir o programa uma novidade, o Open Snooker “Pool Bola 8”, que decorre no Pavilhão Gimnodesportivo de Porto de Mós, entre 26 e 28 de Julho. Para combater os excessos da primeira noite de arraial nada
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melhor do que uma manhã desportiva. Uma maratona de fitness, no Jardim Municipal, é a proposta para o início do dia 27 de Junho. Ainda no dia da abertura oficial do certame, o campo relvado sintético recebe a final de um torneio de futebol de velhas guardas, evento que irá anteceder a inauguração oficial do recinto. Antes disso, o sintético será ainda palco de um encontro de futebol, para atletas dos escalões escolas e escolinhas. No domingo de manhã o desporto continua, desta vez especialmente dedicado às crianças. É também o jardim da vila que recebe a Festa da Criança, onde actividades desportivas e lúdicas se juntam para proporcionar momentos de boa disposição. As piscinas também se associam às actividades festivas, através da realização de duas actividades. No dia 27 há um Festival de Natação e no dia 1 de Julho um Torneio de Pólo Aquático. Os eventos desportivos passam também pelo recinto das festas. No dia 1 de Julho a “Classe de Competição” do Ateneu de Leiria faz uma exibição de ginástica. As fases finais e a final de várias competições de setas também vão ser disputadas em pleno S. Pedro, com várias provas a decorrem nos dias 4 e 5 de Julho.
Circuito sobre rodas A vila de Porto de Mós já se habituou à movimentação nas ruas, trânsito cortado e multidão à beira da estrada para assistir ao Circuito de S. Pedro. A prova de ciclismo decorre no dia da inauguração oficial dos festejos e promete trazer atletas de vários
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de 30 os aviões que passaram pelo encontro organizado pelo Clube Automóvel de Porto de Mós. Este ano, é de esperar a participação de pilotos dos vários pontos do País, que vão demonstrar técnica e criatividade no dia 5 de Julho. É também no último dia de festejos que as vespas voltam a sair à rua. Trata-se da VII Concetração de Vespas, uma actividade que traz, anualmente, dezenas de motorizadas.
pontos do País para competirem em Porto de Mós. Há três anos que a aposta da organização passou por uma reformulação do circuito, que percorre a vila, Ribeira de Baixo, Fonte de Oleiro e Fonte dos Marcos.
Aeromodelismo e vespas já são tradição
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As Festas de S. Pedro estendem-se aos Mendigos, palco do Encontro Nacional de Aeromodelismo. No ano passado foram cerca
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O futuro passa pela Várzea
Fixar estruturas e ir adaptando espaços
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ste ano, o recinto das Festas de S. Pedro não apresenta grandes novidades. O picadeiro e zonas de espectáculos mantêm-se junto ao rio, à semelhança do ano passado. Do outro lado da Ponte de S. Pedro irá continuar, também, a praça de touros. A zona das tasquinhas, feira comercial e de artesanato também permanece no mesmo espaço, apenas com ligeiras alterações. As tasquinhas vão voltar a estar divididas em duas filas, frente a frente. A mesma disposição terá a zona comercial e de artesanato. O estacionamento público vai ser reforçado, com áreas abertas aos
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circundante ao campo.
Festas adiam obra
veículos nas zonas laterais aos campos de futebol e ténis. Desde 2001 que as Festas de S. Pedro trocaram o centro da vila de Porto de Mós pela zona da Várzea e é por aquela área que passa o futuro do maior evento cultural do concelho. João Salgueiro, presidente da autarquia, afirma que a aposta deve passar por começar a fixar
Projectos da Várzea não prevêem deslocar recinto
estruturas, dando como exemplo o picadeiro, que deverá continuar nos próximos anos junto à Ponte de S. Pedro. Tratando-se de uma zona em crescimento, e para onde estão previstos vários equipamentos públicos, o autarca refere que alguns espaços irão mudar de sítio, no entanto, irão continuar na Várzea. Para isso, a
Câmara Municipal tem-se empenhado na compra de terrenos, admite João Salgueiro. Um exemplo de algumas alterações que irão decorrer, a prazo, é a localização das tasquinhas, que irão ter de procurar um novo espaço, uma vez que o projecto do relvado sintético contempla a instalação de uma pista de atletismo na zona
Assim que terminem as Festas de S. Pedro começa a obra de alargamento do tabuleiro da ponte. João Salgueiro refere que a empresa Estradas de Portugal já poderia ter iniciado a obra, no entanto, a autarquia pediu um adiamento do início dos trabalhos, de forma a permitir que a circulação de pessoas e automóveis se mantenha durante os festejos. O figurino do recinto no próximo ano também poderá levar alguns retoques na zona onde está prevista a construção do Parque Verde, cuja obra deve começar ainda durante o Verão.
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