MAR
GRANDE DÉFICE DE MARÍTIMOS PARA A FROTA MUNDIAL
Não há marítimos que cheguem para os navios mercantes e esta escassez está “a empurrar as cadeias de abastecimento para um ponto de ruptura”
U
m estudo, publicado recentemente prevê que dentro de cinco anos haverá uma escassez de marítimos para tripular os actuais navios mercantes, podendo levar a um aumento dos riscos para as cadeias de abastecimento global. A imposição de quarentenas e proibições de entrada a cidadãos ou visitantes das áreas mais afectadas, graças à pandemia de Covid-19, teve um efeito que só agora foi analisado: cerca de 200 mil marítimos ficaram retidos nos navios.
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Agosto 2021 - Digital 80
Além disso, com o recente aumento de casos na Ásia, provocado pela nova estirpe Delta altamente contagiosa – detectada pela primeira vez em Dezembro, na Índia, e já presente em mais de 100 países – muitos países viram-se obrigados a cortar o acesso aos marítimos, impedindo assim a rendição dos, cerca de 100.000 marítimos que se encontravam a bordo. No estudo, divulgado o mês passado, pelas associações comerciais BIMCO e a Câmara Internacional de Transporte Marítimo (ICS sigla do inglês), estimou-se que apenas 1,89 milhões
de trabalhadores marítimos estão a operar um total de mais de 74 mil navios na frota mercante global, um número muito reduzido, em grande parte devido à pandemia, o que está a provocar um debate na indústria do transporte marítimo. Esta escassez de tripulações põe em risco o fornecimento de mão-de-obra esperado para os próximos anos. Este relatório da Seafarer Workforce, que veio substituir o relatório anterior (A Oferta e Procura Globais para os Marítimos, de 2015) prevê, com base em projecções de crescimento do coRevista Técnica de Engenharia