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“Velhas Lembranças, Memórias de Vida”

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Bauru, Edição 0:2015 II Edição: 22/04/2019

Projeto de Pesquisa Lucas Fúrio Melara

Orientação: Ana Beatriz Pereira de Andrade

Financiamento da Pesquisa Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Autores Ana Beatriz Pereira de Andrade Ariadne Franco Mathias Lucas Fúrio Melara

Colaboração: Vila Vicentina FAAC/UNESP Mana Bernardes Tainah Veras Lia Vasconcelos

Fotografias: Ariadne Franco Mathias Lucas Furio Melara Acervo pessoal da Vila Vicentina

Capa em papel couché brilho 170g, 1 x 1 cores, 24,5 x 34,5cm BOPP fosco com orelhas de 10 cm; Folha de guarda em papel croqui 35g, 1 x 1 cores; Miolo em papel couché fosco 150g, 1 x 1 cores; 196 páginas, 24,5 x 34,5cm, costurado e colado.

Tipografias: Manuscritos, por Mana Bernardes. e Quicksand por Andrew Paglinawan.

A saudade faz parte de todos nós, mas acima de tudo faz parte de uma fração importantíssima de cada pessoa: a memória. O primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro beijo, o último “adeus”, toda uma somatória das partículas de um filme que costumamos chamar de vida. E o que somos então sem a memória? O que resta do passado se não o que nos toca com o gesto da lembrança?! As passagens das cenas do nosso cotidiano constroem um emaranhado de fios que nos permite ser quem somos. A cada fio, uma história. A cada história, o sopro do que temos de mais valioso: o tempo.

- Vasconcelos, Lia.

O livro “Velhas Lembranças, Memórias de Vida” é resultado de um projeto homônimo de pesquisa científica desenvolvido por Lucas Fúrio Melara e Ariadne Franco Mathias enquanto alunos do curso de graduação em Design da Universidade Estadual Paulista, orientados pela Profª. Drª. Ana Beatriz Pereira de Andrade.

O projeto visa resgatar a memória oral de idosos abrigados em instituições filantrópicas, utilizando a Fotografia e o Design Editorial para dar visibilidade às histórias de vida dessas pessoas. Ao mesmo tempo, trata-se de uma iniciativa que fortalece a autonomia das instituições escolhidas com a doação de cem por cento dos recursos obtidos na venda e na distribuição das obras.

Nessa edição, a entidade de destaque é a Vila Vicentina. Em 2019, com a força colaborativa construída entre os pesquisadores e a instituição, o projeto foi viabilizado com amplo respaldo de Sérgio Luiz Húngaro (Presidente); Marcos Perassoli (responsável pela Comunicação); Vivian Rioli (Assistente Social); Camila Lopes Nogueira e Juliana Colombo (Psicólogas). Graças a esses envolvidos, Lucas e Ariadne tiveram a oportunidade de conviver com quatorze “avôs” e “avós”, nomes carinhosos que recebem os idosos assistidos pela instituição, além de interagir com alguns amigos que foram essenciais para contar a história do Jubileu de Carvalho da Vila Vicentina, que se entrelaça com diversas vidas do município de Bauru, no interior de São Paulo.

Discreta para quem passa pela Vila Engler, e próxima à Avenida Duque de Caxias, a Vila Vicentina definitivamente é um portal de cura e de luz para além da vida corrida da cidade. Através da mobilização de quarenta vicentinos, oriundos da Société de Saint-Vincent-de-Paul, fundada em 1833 em Paris pelo beato Antoine Frédéric Ozanam, essa entidade se tornou uma fortaleza na defesa dos direitos humanos dos excluídos. Aliando-se a autoridades bauruenses de diversos segmentos, os vicentinos assinaram um manifesto de apelo à população de Bauru, e no dia primeiro de março de 1940, a Vila Vicentina iniciou os trabalhos em um lote doado por Antônio Galvão de Castro, Benedicta Cardoso Madureira e Diógenes Garcia, com 12100 cruzeiros destinados à construção de dois pavilhões para abrigar idosas, um pavilhão para idosos e uma enfermaria, além das áreas do pátio, da cozinha, da lavanderia e do escritório. Apesar da estrutura possuir diferentes ambientes, o caminho até o local era muito precário. Pessoas que fazem parte da história mais antiga da Vila Vicentina dizem que era necessário caminhar até três quilômetros mata adentro para ir do Cemitério da Saudade na Vila Flores (ponto de mais fácil acesso) às dependências do abrigo.

O primeiro decênio da instituição foi marcado pela administração das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus; posteriormente, a Vila passou a ser conduzida pela administração Vicentina, com uma diretoria de vinte e cinco membros que realizam os trabalhos de forma voluntária. Aos poucos, os serviços para a comunidade foram se expandindo para além do suporte residencial e alimentar, e atualmente os idosos recebem tratamentos em diferentes áreas da saúde, com atendimento médico, fisioterapia, odontologia e psicologia, além da realização de atividades culturais, pedagógicas, religiosas e sociais. Para que todas essas ações da Vila Vicentina se concretizem, o programa de voluntariado, a relação com as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus e o trabalho do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/Centrinho - são essenciais, e é assim que é possível promover qualidade de vida e bem-estar aos idosos.

Para chegar aos oitenta anos com reformas, melhorias e com a expansão dos serviços que se apresentam no modelo atual de gestão, a Vila Vicentina sempre contou com muito trabalho e com a devoção de inúmeras pessoas. Sentindo toda a luz e a proteção de São Vicente de Paulo, os envolvidos com a instituição organizam anualmente a Revoada Vicentina. Esse evento se iniciou na casa do saudoso confrade Prof. José de Moraes Pacheco como uma verdadeira revoada de pombos, e na primeira edição cerca de cem vicentinos foram de porta em porta pela cidade de Bauru recolhendo donativos para a realização de melhorias no espaço físico da Vila. Atualmente, a iniciativa é realizada no formato de cartas, e assim a instituição continua obtendo apoio para suas atividades.

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