OCOLETI O ano II - nº 34/2017
CIRCULANDO COM VOCÊ
geração Eles só fazem o que gostam e o que querem. Não conseguem conviver com ordens e regras. Buscam a satisfação pessoal acima de tudo. São extremamente conectados e pouco ambiciosos. Conheça um pouco mais dessa geração que tem se tornado um grande desafio para pais, professores e para o mercado de trabalho.
ESCREVA PAZ INFORME AMOR DIVULGUE UNIÃO TODO TRABALHO VOLTADO POR UM MUNDO MELHOR!
EXPEDIENTE
A Revista O Coletivo é uma publicação da 7SET Comunicação Estratégica Ltda. Katia Santana Editora Responsável Colaboradores Edjane Oliveira Gilmara Costa Isabelle Marques EXPEDIENTE
Sônia Pedrosa
EDITORIAL
Waneska Cipriano
SUMÁRIO
Sandro Valido
ENTREVISTA
Designer gráfico
CAFÉ COM POLÍTICA
POLÍTICA E PODER
Iraildes Santana
ECONOMIA E NEGÓCIOS
Atendimento
EMPREGO E RENDA ESPORTE E LAZER
CONVERSINHA DE MÃE
Redação: Av. Rio Branco, 186, 1º andar, sala 111, Centro, Aracaju/SE, CEP 49010030.
CONCURSOS E OPORTUNIDADES
Contatos
EDUCAÇÃO E CIDADANIA
(79) 9 9607-4430, (79) 9 9113.3016
SAÚDE E BEM-ESTAR
COMPORTAMENTO
E-mail:
GASTRONOMIA
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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SEGURANÇA PÚBLICA
BICHO E CIA ARTIGO
MODA E-COMMERCE
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Tiragem: 5.000 exemplares Distribuição: Gratuita
Periodicidade: Mensal Os artigos e seções são de inteira responsabilidade dos autores.
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Sumário
08-09 ENTREVISTA
É possível não contrair dívidas com o orçamento cada vez mais apertado em tempos de crise? Em conversa com a Revista O Coletivo, o economista Wesley Santos ajuda a tornar o planejamento doméstico menos complicado e superar a crise. Confira!
SAÚDE E BEM ESTAR
11-12
Fibromialgia: você sabe o que é? A doença gera dor crônica, cansaço constante, além de fadiga, falta de disposição e alterações do sono. Especialistas explicam como reconhecer a doença e tratá-la e mostram que é possível conviver com este mal com mais qualidade de vida.
15-16
EDUCAÇÃO E CIDADANIA - 26-27
Atenção redobrada ao matricular seu filho em uma escola. Não corra o risco de ela ser clandestina. Para atuar na educação formal, a instituição de ensino precisa atender a um conjunto de premissas estabelecidas pelos órgãos competentes do Estado e Prefeitura.
ESPECIAL - 10-11
Eles só fazem o que gostam e o que querem. Não conseguem conviver com ordens e regras. Buscam a satisfação pessoal acima de tudo. São extremamente conectados e pouco ambiciosos: eles são a Geração Y. Conheça mais sobre esse perfil de grande parte dos jovens brasileiros.
TURISMO
Férias! Barra de São Miguel pode ser um excelente destino! Um paraíso que vale a pena conhecer, principalmente, para os amantes de sombra e água fresca, mar calmo e transparente.
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SEGURANÇA PÚBLICA
- 28-29
O último mapa da violência apontou que Sergipe tem a maior taxa de homicídios do país. Diante desse quadro, o Café com Política Debate, em sua quarta edição, abriu espaço para discutir o tema segurança pública e sociedade.
Katia Santana
eDITORIAL
Ventos favoráveis 2018 chega e, pela previsão de especialistas, com expectativas mais animadoras para os brasileiros. O Produto Interno Bruto (a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país), por exemplo, registrou uma baixa da ordem de 3.8% em 2017, mas deve começar a se recuperar e chegar à casa dos 2.81%. Pelas contas das autoridades no assunto, a inflação, em queda, deve atingir 4,05%, ano que vem. Assim, nesse cenário de retomada do crescimento, a renda familiar, também, sinaliza para uma melhora de, aproximadamente, 16%, e a monstruosa taxa de desemprego deve cair, mesmo de forma muito tímida. Com esses panoramas relativamente positivos, o poder de compra é
o
favorecido e a economia começa a ganhar fôlego.
e
considerando que a volatilidade da economia é uma variável que deve
al
e
Nessa perspectiva, é hora de planejar 2018, mas com o pé no freio, ser considerada. Desse modo, a moderação e o equilíbrio são elementos fundamentais para, em caso de apuros, sofrer menos impacto, uma vez que essa travessia, ainda, não é tão tranquila e certa, já que é influenciada por todos os mercados. Bom, de qualquer modo, independente de qual seja o resultado, 2018 é um ano que exige de cada um muita reflexão e cautela para que, no que depender de nós, (sobre)vivamos com mais tranquilidade, mesmo quando o cenário for de arrocho. Assim, nesse sentimento, despedimo-nos de 2017 e apostamos num ano bom, próspero e com ventos soprando bem a nosso favor. Bem-vindo 2018!
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entrevista
“Em tempos de crise, a cama fica curta e o cobertor pequeno”, salienta economista
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oupar em tempos de crise econômica tem sido algo desafiador para muitos brasileiros. Está cada vez mais complicado não entrar o mês no vermelho, resultando em maior dificuldade para quitar as dívidas já contraídas. Em conversa com a Revista O Coletivo, o economista Wesley Santos, especialista em administração estratégica e mestre em desenvolvimento regional e gestão de empreendimentos, ajuda a tornar o planejamento doméstico menos complicado e superar a crise, independente de quais sejam seus gastos, renda mensal ou situação econômica. Confira!
REVISTA O COLETIVO- Qual a análise que o senhor faz do atual cenário econômico brasileiro? WESLEY SANTOS- Diria que o cenário econômico atual ainda é extremamente nebuloso, o país enfrenta uma recuperação lenta de seus indicadores. Há visivelmente uma crise nas finanças públicas que a curto prazo não se resolve e todos os setores econômicos ainda estão baqueados. Se olharmos para indústria a mesma se recupera lentamente, em especial o setor de transformação. Os dados mais recentes mostram que tanto o comércio quanto os serviços se recuperam de forma vacilante, a construção civil recuou 2% entre o primeiro e o segundo trimestres de 2017, mas agora também parece estar saindo do fundo do poço, ainda sem estabilização. Por fim, houve uma forte queda no emprego formal que ainda rebate no endividamento das famílias, os últimos dados mostram que mais de 58 milhões de brasileiros estão inadimplentes. Considerando os últimos resultados negativos do PIB e a profunda recessão após anos seguidos de crescimento, esta crise é das mais complicadas e a retomada, repito, é muito lenta. REVISTA O COLETIVO- É possível economizar em tempos de crise? WESLEY SANTOS- Sim, sempre é possível economizar e em tempos de crise se faz necessário trilhar esse caminho. O ideal é cortar gastos e fazer do ato de poupar um hábito, no mínimo 10 a 15% da renda deve ser poupada. Apesar do grande contingente de desempregados e do alto endividamento das famílias, é preciso que aqueles que estão no mercado de trabalho ou possuem renda derivada de outras atividades, renunciem, quando possível,
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entrevista ao consumo presente em prol de um consumo futuro. Em tempos de crise, a cama fica curta e o cobertor pequeno, o esforço de adaptação é maior, mas extremamente necessário. REVISTA O COLETIVO- Qual o conselho para quitar as dívidas com cartão de crédito? WESLEY SANTOS - O conselho é procurar os credores, solicitar os débitos exatos, na medida do possível procurar entender os cálculos, buscar um acordo com diminuição de valores ou condensar toda dívida em um só credor. Neste último caso seria preciso avaliar com cuidado a obtenção de um empréstimo a juros mais baratos, passando a dever apenas a um credor. No entanto, é preciso cautela para não se iludir com determinadas ofertas de crédito e correr o risco de ficar duplamente endividado. Aconselho ainda primeiro pagar as dívidas com maior incidência de juros, se fizer parcelamento, que observe o seu orçamento, quebra de contrato é barco furado, é juros sobre juros. Por fim, dentre todos os conselhos o mais pertinente é seja um empreendedor, se o dinheiro não dá, o caminho é trabalhar duro e conseguir renda extra. REVISTA O COLETIVO- Como o senhor ensina a não se endividar diante do aumento do desemprego? WESLEY SANTOS: Todos possuem necessidades e precisam consumir, ou seja, é quase impossível não ter dívidas. Porém, para quem está ou não no mercado de trabalho, a dica é não só conter gastos, mas na hora de comprar optar pelo pagamento em espécie. O não se endividar passa por um maior controle financeiro, foco em planejamento de longo prazo, gastar menos do que ganha, não buscar limites de crédito ou cheque especial acima da renda, etc. O mais plausível é traçar metas de economia e a partir daí realizar o consumo pretendido, assim dificilmente haverá um elevado nível de endividamento. Ressalto, que com a economia em recuperação oscilante, regiões a exemplo do Nordeste, provavelmente devem fechar 2017 com saldo de emprego negativo,
portanto, mesmo que as expectativas em torno do mercado de trabalho estejam melhorando, ainda é preciso muita cautela. REVISTA O COLETIVO- Todo chefe de família precisa planejar o orçamento doméstico mensal? WESLEY SANTOS- Sim, planejar-se na área financeira e exercer um consumo responsável, confere a uma família a capacidade de lidar com as mais variadas situações, sem ter neuroses e preocupações demasiadas. Quando não há planejamento, o consumo é feito de forma desequilibrada, todo o dinheiro é gasto e a renda familiar é posta num saco furado. O sucesso do planejamento pode ser maior quando alguns papéis são definidos de forma clara e objetiva. Na família, uma única pessoa não pode agregar todas as responsabilidades, se isso existe, o correto é descentralizar. O essencial é que o hábito de planejar o orçamento seja incorporado pelas famílias e o consumo seja feito levando em consideração não somente as preferências, mas o nível de renda familiar. REVISTA O COLETIVO- Como proteger as economias? Existe um tipo de investimento mais seguro nesse momento? WESLEY SANTOS- Apesar da melhoria em indicadores como juros e inflação, levando em conta que a recuperação da economia se mostra muito débil, a melhor forma de proteção ainda consiste nas aplicações conservadoras. Dito de outra forma, mesmo obtendo uma menor remuneração, para avessos ao risco, uma boa forma de proteção continua sendo a poupança, esta possui rendimento baixo, mas seguro contra crises, sendo seguida pelos títulos de renda fixa. Investir em ativos reais (tangíveis) também pode ser uma boa alternativa para guardar o patrimônio. Para quem investe em bolsa de valores, enquanto as expectativas não melhorarem de maneira firme, o ideal é investir pouco e somente em empresas sólidas. Sem sombra de dúvida os títulos do tesouro nacional continuam figurando como o tipo de investimento mais seguro.
SETE DICAS DO ECONOMISTA: 1
O ideal é criar o hábito de registrar receitas e despesas, ou seja, fazer o orçamento mensal e avaliar esse orçamento;
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Cortar gastos supérfluos;
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Dado o nível de instabilidade, não contrair novas dívidas, em especial com cartões de crédito e empréstimos;
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Se está endividado, além das dicas anteriores, é possível desfazer-se de itens que embora com valor, apenas ocupam espaço;
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Buscar novas alternativas de renda, ou seja, empreender ainda que fora das atividades habituais;
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Se possível qualificar-se mais, pois à medida que a economia se recupera surgem novas oportunidades e como se sabe o mercado é seletivo;
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Manter a tranquilidade e correr atrás do prejuízo. Esta dica parece não muito prática, mas o fato é que sem o devido equilíbrio emocional será mais difícil superar, não só a crise econômica, mas qualquer outra dificuldade.
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ECONOMIA E EMPREGO
Especialistas projetam 2018 com crescimento forte e inflação controlada Expectativa é de que PIB cresça acima de 2%, em meio a um cenário de inflação baixa e controlada, com juros de um dígito
O
mercado financeiro projeta um cenário confortável para a economia brasileira em 2018. A expectativa é de inflação controlada, crescimento elevado e juros de um dígito – um quadro que cria um ambiente de incentivo para investimentos e para o emprego. Depois das reformas estruturantes encaminhadas pelo governo, a exemplo de medidas que reorganizam as contas públicas e reduzem a burocracia, esse cenário favorável se mostra cada vez mais próximo. Já a partir do terceiro trimestre deste ano, o País voltará a crescer a taxas mais robustas. Dados do Boletim Focus, uma pesquisa que reúne as expectativas de cerca de 100 analistas, mostram que o Brasil vai avançar 1,10% na comparação com o terceiro trimestre de 2016. No último período do ano, essa taxa vai avançar para 1,87%. Enquanto o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) mostra uma melhora gradual e cada vez mais expressiva, a inflação segue
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em ritmo de desaceleração acentuada. Até o fim do ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuará para uma taxa de 4,47%. Esse IPCA esperado para o ano, no entanto, tem sofrido seguidas revisões para melhor. Nesta última edição do Focus, o indicador passou de 4,64% para 4,47% – a sexta queda consecutiva. Para 2018, a projeção é de que a inflação continue no centro da meta, em 4,5%.
Cenário positivo Os números mostram que depois da recessão de 2016, o brasileiro voltará a ver, ainda em 2017, a inflação controlada e o crescimento do PIB. O ano que vem, no entanto, promete ser ainda melhor. Até o momento, a projeção é de que o País cresça 2,30%, mas esse número pode melhorar – nas últimas duas semanas o mercado aumentou essa previsão. Fonte: Portal Brasil, com informações do Banco Central
comportamento
Não deixe para
amanhã
agora
o que pode ser feito
Michelle da Graça Nunes
Assistente Social Especialista em Educação Inclusiva Terapeuta Renascedora Practtioner em PNL
P
ara aprendermos algo novo, geralmente associamos a teoria com a prática e sabemos que elas são completamente diferentes, mas necessárias. Hoje, no entanto, eu me identifico com a prática e evito perder tempo apenas teorizando, não desmerecendo sua importância no processo de aprendizagem. Sabe aquele assunto que você lê, estuda, busca cada vez mais conhecer, pesquisa em diversas fontes e... quando ele acontece na prática você pode dizer: “- Nossa, agora eu realmente aprendi”. Para mim, a aprendizagem tem se consolidado com a prática. Vou citar um fato que aconteceu comigo hoje. Eu tinha uma atividade para fazer e acabei deixando para amanhã por alguns motivos (desculpas) que em nada justificam. No entanto, eu tenho o controle do agora, do momento presente, mas do amanhã, não. Aconteceu um imprevisto e já estou sabendo que não poderei fazer esta atividade amanhã. E acredite, ela é urgente e necessária, mas não poderei fazê-la amanhã por circunstâncias que fugiram do meu controle, mas na hora que poderia ter feito e que eu tinha o domínio do tempo, das circunstâncias e da situação, não o fiz. Isso me levou a pensar o modo que tenho vivido e as “historinhas” que tenho contado a mim mesma, me justificando de coisas que parecem bobas, mas que não são. Será que estou deixando as coisas sempre para amanhã? Sendo assim, determinei para minha vida: - O que tiver que ser feito, farei agora! Não vou esperar para amanhã porque o amanhã não me pertence. O agora está sob meu controle, o amanhã, não. E não procurarei mais desculpas nem culpados, pois minhas escolhas e o momento presente dependem de mim, o amanhã, não. Se você tem o hábito de deixar as coisas para amanhã, vou propor um exercício. Você pode anotar em seu espelho, colocar no celular, colocar no carro, na mesa do trabalho e em outros lugares que você esteja com freqüência a frase: AGIREI AGORA! E quando a ler, faça naquele momento, algo que você está deixando para depois e que fica contando “historinhas” para você mesmo, seja por medo, preguiça, tempo ou qualquer outro motivo (desculpa). Eu AGIREI AGORA. E você?
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Geração Y: menos cobranças e mais realizações Vidrada em tecnologia e nada disposta a cumprir regras, essa turma gera desafios, principalmente, para os pais e para as escolas
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les só fazem o que gostam e o que querem. Não conseguem conviver com ordens e regras e vivem buscando a satisfação pessoal acima de tudo. São extremamente conectados e muito exigentes. Essa turma faz parte da chamada Geração Y, ou geração do milênio, da internet. O termo é derivado de um conceito sociológico e se refere aos nascidos entre as décadas de 1980 e 1990 que fazem ressurgir o “politicamente correto”. A Geração Y ou Geração Peter Pan tende a demorar a entrar na fase adulta, mas é a que em pouco tempo de vida preservou os maiores avanços na tecnologia e diversas quebras de paradigmas no mercado de trabalho. Às vezes, revela-se preocupada com o meio ambiente e se engaja em causas sociais. A despeito de qualquer coisa, esse é um perfil que tem causado problemas para pais, professores e empresas, uma vez que essa turma consome novidades e informação em larga escala, mas não consegue se aprofundar em nenhum assunto. Para a socióloga Camila Oliveira, os representantes da Geração Y são altamente tecnológicos e, desde o nascimento, acompanham a globalização, por isso conseguem fazer diversas coisas ao mesmo tempo, como ouvir música e navegar na internet e, além disso, têm desejos constantes de novas experiências, o que
explica o fato de mudarem constantemente de trabalho. Muitos querem cuidar do próprio negócio e manter distância de chefe para ditar regras e fazê-los cumprir horas. “O empreendedorismo é uma característica dessa fase, esses jovens são cheios de ideias, o que representa um ponto positivo, mas por outro lado, eles têm o hábito de se desmotivar muito facilmente. Então, quando concretizam um propósito é como se perdessem o estímulo, aí precisam de uma nova ideia para buscar um novo gás”, narra a psicóloga Sarah Lopes. Ela ainda acrescenta que sempre existirão as exceções, entretanto, a grande maioria dos jovens dessa época anseia por um estilo de vida mais livre e com menos cobranças, e luta para que seus direitos e deveres sejam atendidos. O empreendedor Rafael Silva Oliveira, 33 anos, é um bom exemplo da Geração Y. Soldado do exército, auxiliar de escrivão de polícia, técnico de voo, professor de jovens no setor de turismo, corretor de imóveis, agente de viagem e microempresário. Essas foram algumas das funções desenvolvidas profissionalmente por esse jovem, ao longo dos últimos 15 anos. “Eu sou um cara muito inquieto, não consigo fazer uma coisa só. Quanto maior o desafio e a quantidade de atividades que desenvolvo, mais prazer eu sinto. Não pretendo acumular riqueza, quero trabalhar com o que eu gosto no momento. Quando encho o saco largo tudo e faço outra coisa, ou ainda acumulo as atividades, como faço agora”, conta. Atualmente Rafael trabalha como corretor de imóveis, administra uma loja de produtos naturais e é dono de um Hotel Fazenda. Ele é técnico em aviação, bacharel em turismo, pós-graduado em docência do ensino superior e cursa o sétimo período da faculdade de direito. “O lado negativo de ter um perfil tão diversificado e inquieto, é que às vezes me precipito demais ao tomar uma decisão. A minha ansiedade não me deixa pensar muito e, em alguns momentos, acabo me arrependendo e não podendo voltar atrás”, confessa Rafael Oliveira.
especial
Socióloga Camila Oliveira
Psicóloga Sarah Lopes
Convivência harmônica Profissionais aconselham que para lidar da melhor forma com esse público faz-se necessário estabelecer uma boa comunicação, ou seja, é preciso deixar claro o que ambos esperam nas distintas relações, seja entre pais e filhos ou chefes e subordinados. Já para professores, a dica é buscar alternativas de inserções tecnológicas ligadas ao método de ensino, para atrair mais a atenção do estudante, sempre objetivando uma convivência harmônica entre gerações. No fundo, no fundo, os mileniais são ambiciosos, mas querem sombra e água fresca. Nada de exageros, pois querem apenas ganhar o suficiente para uma vida confortável, conhecer novas culturas e acreditar em Deus, mas, claro, sem que seja necessário declarar uma religião específica. Por Isabelle Marques
Rafael Silva Oliveira representante da Geração Y
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setransp
Aplicativo é sucesso para acompanhar itinerário de ônibus Mais de 1,3 milhão de acessos ao CittaMobi
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aplicativo CittaMobi que permite ao passageiro de ônibus acompanhar o itinerário das linhas, os horários de parada dos coletivos, seus respectivos pontos, entre outras comodidades, tem sido um sucesso. Só em Aracaju e região metropolitana, mais de 1,3 milhão de pessoas já acessaram o aplicativo, que oferece ao passageiro a previsibilidade do percurso do ônibus que deseja tomar para planejar seus deslocamentos. O CittaMobi está em várias partes do país, como Salvador (BA), Recife (PE), Maceió (AL), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), entre outras, e foi implantado na capital sergipana pelas empresas de ônibus do transporte coletivo para contribuir com a troca de informações para a mobilidade urbana. Entre seus benefícios, o aplicativo dispõe de uma visão geral do ponto consultado, das linhas que passam pelo ponto e mais informações a respeito da qualidade das previsões dos veículos. O CittaMobi mantém comunicação com o GPS dos veículos e dá status de qualidade das informações da linha, mapa do itinerário, previsão de chegada para os próximos pontos, e função de alarme para quando o ônibus estiver chegando no ponto destino. O aplicativo também dispõe de um canal de feedback dos passageiros sobre os ônibus, as linhas e os pontos, um espaço aberto para reclamações ou sugestões, além de possui a versão acessível aos portadores de deficiência visual. Para quem não pode perder a hora, o aplicativo é um grande
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recurso. Maria Bernadete Silva, é um dessas pessoas que precisa chegar pontualmente ao trabalho, já que é enfermeira e não pode atrasar para as trocas de plantão. “Com o CittaMobi, eu consigo planejar o tempo de viagem até o hospital. E sei exatamente a que horas o ônibus estará no ponto, o que facilita a pontualidade e não me cansa tanto”, disse a usuária. Assim como ela, o estudante Mário Sérgio Souza conta que com o aplicativo ficou mais fácil sair de ônibus e não permanecer tanto tempo nos pontos de parada. “Antes eu ia para o ponto sem saber os horários, agora já tenho como controlar e não passo tanto tempo exposto ou correndo risco de assaltos”, disse Mário Sérgio. Para o professor Júlio Messias de Almeida, manter a pontualidade com os alunos é muito importante e o aplicativo trouxe para ele, maior flexibilidade para não perder a hora. “Dou aula particular e preciso chegar no horário à casa dos mus alunos, até porque vou de um aluno para outro e por vezes em bairros diferentes. Uso muito o ônibus e com o CittaMobi, tudo se tornou mais fácil”, declarou o professor. Para utilizar o CittaMobi é simples, basta baixar gratuitamente nas lojas Google Play ou Apple Store, e para quem tem celulares Windows Phone ou com outros sistemas operacionais, basta acessar www.cittamobi.com.br. O usuário pode gerar um login de acesso para salvar configurações particulares e informações para o acesso rápido aos pontos e linhas que mais utiliza.
Conversinha de mãe
Sim, dá para incluir os filhos nas tarefas domésticas A gente que é mãe sabe o corre-corre diário que é dar conta de casa, filhos e carreira... Sei que não sou a única a encarar, diariamente, essa rotina. E confesso: não dou conta mesmo! Tenho aprendido a fechar os olhos para algumas coisas, senão piro. Mas se tem uma coisa que muitas vezes me deixa estressada é ter que estar sempre cobrando ajuda. Envolver os filhos é fundamental para tirar esse peso das costas. Eu tenho duas filhas, uma de cinco e outra de 11 anos, que já sabe fazer algumas coisas, mas, sabe, a gente precisa sempre estar ali, meio que no pé, senão não vai. Já tinha falado para ela que iria fazer um mural com tarefas diárias para evitar o estresse de todo dia estar falando o que é para fazer. Falei, mas ainda não fiz. Por esses dias dei uma pesquisada na internet para ver alguns modelos para deixar ele bem lindo, para não encontrar desculpas. Essas tarefas devem ser compartilhadas por todos que vivem na mesma casa. Até as crianças menores mesmo podem ajudar nas atividades mais simples que estão ao alcance delas. Isso vai varia muito da idade delas, da quantidade de pessoas que se tenha em casa, se você conta ou não com uma outra pessoa para lhe ajudar. Mas, tenham certeza, não vai fazer nenhum mal envolvê-los, desde cedo, nas atividades. Independentemente se forem meninas ou meninos, viu! É importante para o desenvolvimento social dos nossos filhos crianças e adolescentes, fazendo-os passar a ter uma noção de responsabilidade, senso de coletividade e companheirismo e até preparando-os para a vida. Lembrando que são atividades para ajudar no nosso dia a dia, sem prejuízo para seus estudos e momentos de diversão e brincadeira.
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Edjane Oliveira,
mãe de Beatriz e Rebeca, jornalista e blogueira do Conversinha de Mãe (www. conversinhademae.com.br)
Conversinha de mãe Crianças de 2 a 4 anos
Crianças de 5 a 8 anos
Arrumar os brinquedos no quarto e guardar os que brincar pela casa Arrumar a mochila da escola Ajudar a arrumar a mesa de refeição Retirar e levar à pia seu próprio prato Levar roupa suja ao cesto para lavar Separar roupas para vestir Se tiver animal de estimação, ajudar com a alimentação
Arrumar a mesa de refeição, com atenção para vidros e talheres Ajudar a arrumar as compras Se tiver bichinho de estimação, levar para fazer as necessidades Dobrar e arrumar gaveta de roupas Arrumar seu próprio quarto Ajudar em algumas atividades de limpeza em casa, como limpar móveis ou passar aspirador de pó e enxugar a louça
Crianças com 9 a 11 anos
Adolescentes de 12 a 14 anos
Lavar a louça Ajudar na preparação das refeições (sempre com supervisão de um adulto) Arrumar cama Trocar roupa de cama Varrer, se não a casa toda, alguns cômodos Limpar fogão Ajudar a dobrar a roupa do varal
Além das atividades anteriores, nessa fase da adolescência os filhos já podem também: Lavar banheiro Ir ao supermercado ou feira comprar algo Ir à padaria ou quitanda Ir à casa de um parente ou amigo próximo sozinho (depois de muita orientação sobre todos os cuidados) Ajudar na faxina com tarefa mais pesadas Ajudar na preparação das refeições
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Saúde e bem-estar
Fibromialgia: doença gera dores e muito desconforto
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or crônica, aliada ao cansaço constante, além de fadiga, falta de disposição e alterações do sono podem ser sintomas de fibromialgia, um mal que mais se aproxima a uma doença neuropsíquica do que primariamente muscular. Não há uma única causa, mas sim várias que contribuem de forma diferente em cada paciente. Há uma predisposição genética comprovada pela maior prevalência de fibromialgia em parentes de primeiro grau de portadores da doença. Além disso, há de se considerar a influência hormonal, pois a maioria dos pacientes é do sexo feminino (a cada 10 pessoas que sofrem com fibromialgia, oito são mulheres), sendo que a doença tem seu pico de surgimento entre os 40 e 50 anos de idade. Aliado a todos esses fatores estão os desequilíbrios psíquicos e emocionais. “É praticamente impossível encontrar uma pessoa ansiosa ou depressiva que não apresente dor no corpo, e o contrário também é completamente verdadeiro. A dor no corpo gera ansiedade, tristeza e frustrações, que em última análise piora a própria dor, criando um círculo vicioso de amplificação dolorosa”, explica o médico reumatologista, Denison Silva. Além das dores de cabeça e nas articulações, o problema afeta o desempenho das atividades domésticas e laborais. “A dor é real e é causada por alterações na recepção dos neurotransmissores. Ela pode aumentar progressivamente se não tratada”, explica a médica fisiatra, Márcia Matos. Segundo ela, existem outros sintomas como as parestesias (sensações como formigamento), alteração subjetiva na percepção de temperatura, tontura, edema subjetivo (como mãos inchadas), além de cólica e dores abdominais e alterações de humor e distúrbios cognitivos (como perda de memória e atenção).
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A doença, em geral, pode se manifestar em nove pontos tradicionais de dor, entretanto, para um diagnóstico preciso, não é necessário que todos sejam detectados. “Os pontos dolorosos tradicionais da fibromialgia não são critérios indispensáveis para o diagnóstico”, observa a médica, ressaltando que, como a dor é somente um dos sintomas, os preceitos mais modernos que a medicina utiliza são uma combinação de dor difusa pelo corpo, somada aos sinais e sintomas já citados.
Convivendo com fibromialgia A jornalista e blogueira, Edjane Oliveira, conta que durante a adolescência sentia muitas dores nas pernas. Aos 18 anos, um médico reumatologista, após consulta detalhada e vários exames, a diagnosticou com lúpus. As dores sempre a acompanharam ao longo da vida de forma moderada. Porém, aos 35 anos, após dar à luz pela segunda vez, Edjane revela que as dores aumentaram de intensidade, gerando imenso desconforto físico e emocional. “Procurei o médico que me acompanhava e recebi um novo diagnóstico: além do lúpus, desenvolvi fibromialgia”, afirma a jornalista. Segundo Edjane Oliveira, conviver com a dor diariamente é algo muito desgastante. “Dormir e acordar nessa condição é terrível. Viver com a sensação de prostração é péssimo. Além disso, é preciso lidar com o desconhecimento das pessoas, que muitas vezes nos rotulam de preguiçosas. Sinto agora que vivo a pior fase da minha doença, que tem afetado bastante o meu lado emocional. Estou limitada por conta das dores e as atividades do dia-a-dia tornaram-se complexas. Lavar roupa, limpar casa ou dirigir está cada vez mais difícil, mesmo com o tratamento”, desabafa a jornalista.
Saúde e bem-estar
Dr. Denison
Dra. Márcia Matos fisiatra
O reumatologista explica que o preconceito das pessoas para com quem sofre de fibromialgia acontece porque os fibromiálgicos não possuem estigma externo de doença. “Não apresentam caroços, manchas, deficiências motoras, apenas dor. Como não conseguem provar o que estão sentindo e os exames complementares são normais, fica mais complicado convencer médicos, parentes, empregadores, sobre a sua condição dolorosa. Para não serem taxados de preguiçosos, de maus trabalhadores, às vezes até com receio de perder o emprego ou até problemas familiares de relacionamento, preferem esconder sua condição e tentam resolver sozinhos sua dor. Essa estratégia sempre dá errado. Quanto mais tempo se demora para iniciar o tratamento da dor crônica, piores são os resultados depois”, alerta o reumtologista. O diagnóstico de fibromialgia é algo complexo e resulta da história contada pelo paciente e o exame físico no momento da consulta. Cabe ao médico responsável pelo diagnóstico descartar outras condições que contribuam para o quadro doloroso crônico. “Basicamente, se o paciente apresenta dor no corpo todo há mais de três meses, associado a dor de cabeça frequente, sono que não é restaurador, fazendo o paciente já acordar cansado, cãimbras pelo corpo, dor de estômago frequente, dor de intestino frequente, sensação de inchaços em membros, associado a distúrbios emocionais de ansiedade e depressão, esse paciente é forte candidato ao diagnóstico de fibromialgia”, conclui o médico.
Tratamento gera melhor qualidade de vida Vale ressaltar que fibromialgia é uma doença crônica, não tem cura, assim como diversas outras como hipertensão arterial e diabetes. A recuperação, nesses casos, significa o controle adequado das dores, ou seja, pelo resto da vida o paciente deverá ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar que contempla médico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, educador físico e assistente social. De acordo com Márcia Matos, existe um tripé importante para o sucesso no tratamento que combina saúde física, saúde
Edjane Oliveira
emocional e tratamento medicamentoso. “Os estudos mostram que realizar qualquer um desses de forma isolada, ao invés de combinar os três, gera uma resposta pior. Optar por uma combinação individualizada pode atender melhor as necessidades de cada paciente”, revela a médica. A fisiatra alerta ainda que, por se tratar de uma doença com influência genética, é preciso ser rígido no tratamento físico, emocional e medicamentoso, do contrário os sintomas podem reaparecer. Para quem sente dores constantes e sofre com falta de disposição, ela aconselha a procurar um profissional médico competente na área, planejar e cuidar do tratamento. “Inspire-se em casos de fibromialgia que tiveram sucesso e conheça pessoas que possam influenciá-lo positivamente em sua qualidade de vida”, conclui Márcia Matos. O tratamento da fibromialgia é sempre multidisciplinar. Tentar tratar apenas através do uso de medicações sempre dá errado. O tratamento medicamentoso é baseado em medicações antidepressivas e anticonvulsivantes, pelo tempo que for necessário, associado a controle dos gatilhos emocionais desencadeadores das crises de dor através do apoio da psicoterapia e atividades físicas regulares, de preferência aeróbicas. Se qualquer um desses pilares não for adequadamente atingido todo o tratamento fracassa. O médico reumatologista, Denison Silva, aconselha àqueles que sofrem diariamente com as dores, como ter qualidade de vida, apesar do desconforto em todos os aspectos trazidos pela doença. “Sugiro que qualquer um que sinta dores de qualquer espécie de forma crônica, por mais de três meses, mesmo que os exames solicitados pelos outros médicos sejam normais, que não se conformem com o fato de sentir dor. Existem diversas estratégias, que mesmo que não resolvam definitivamente a doença, trazem ao paciente significativa melhora na qualidade física. E por último, manter hábitos de vida saudável como atividade física, higiene mental, atividades de lazer, além disso, enfrentar de verdade os fatores de estresse do dia a dia certamente farão com que seja mais difícil o desenvolvimento ou, para os que já foram diagnosticados, o agravamento da doença.
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Política
Luciano Pimentel aprova projeto que reduz pena de presos através de leitura
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essocializar e garantir, com isso, mais rapidamente, a liberdade de presos custodiados pela Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor - Sejuc. Este é o objetivo de um projeto de lei que a Alese aprovou recentemente, de autoria do deputado Luciano Pimentel, PSB, e que está agora à espera de que o governador Jackson Barreto o sancione e o aparato do Estado faça valer o que determinará a nova lei. O projeto de lei que institui a Remição pela Leitura no âmbito dos estabelecimentos penais do Estado e vem bem alinhavado em 25 artigos e 12 incisos, nos quais toda a fundamentação é bem traçada e envolve as Secretarias de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor e da Educação com o Departamento Central do Sistema Penitenciário - Desipe - e a Coordenadoria de Assistência Educacional. Apesar do humanismo a que se propõe, que é levar mais dignidade, qualidade de vida e liberdade à parte dos 5 mil presos (os alfabetizados e com capacidade de leitura) em termos mais céleres, não há concessões e nem populismos. Pelo projeto, cada preso terá direito de ler apenas um livro por mês e, como consequência, o dever de produzir relatórios ou resenhas sobre o que fora lido e, se aprovado em média 6, aí sim ganha uma redução de quatro dias na pena. Cristiano Barreto, o titular da Sejuc, diz que não tem estatística fechada do grau de escolaridade deles.
PODE SER CUMULATIVA “Pode parecer pouco, mas isso equivale a 48 dias por ano de redução da pena. Em 10 anos de pena, ele teria 480 dias, sem contar com os benefícios que a exposição do preso às atividades de leituras e de produção de resenhas trará para ele”, diz Luciano Pimentel. O parlamentar chama a atenção para outro aspecto: o Projeto Remição pela Leitura pode ser desenvolvido paralelamente com outras atividades que também gerem redução de pena, como a por dias trabalhados. “O Projeto Remição pela Leitura deve ser integrado a outros projetos de natureza semelhante que venha a ser executados nos estabelecimentos penais de Sergipe”, reforça o parágrafo único do artigo terceiro. Aliás, o artigo segundo desse projeto fixa bem os propósitos. “O Projeto Remição pela Leitura tem como objetivo oportunizar aos presos custodiados alfabetizados o direito ao conheci-
mento, à educação, à cultura e ao desenvolvimento da capacidade crítica por meio da leitura e da produção de relatórios de leituras e resenhas”, determina. O artigo terceiro aprofunda ainda mais. “O Projeto Remição pela Leitura consiste em oportunizar aos presos custodiados alfabetizados remir parte da pena pela leitura mensal de uma obra literária clássica, científica ou filosófica, livros didáticos, inclusive livros didáticos da área de saúde, dentre outros, previamente selecionados pela Comissão de Remição pela Leitura, e pela elaboração de relatório de leitura ou resenha”, diz. UM PROJETO BEM CERCADO O projeto prevê, também, que caberá à Sejuc e ao Desipe a coordenação das ações do Projeto Remição, a ser implementadas pela Coordenadoria de Assistência Educacional em parceria com a Secretaria da Educação. A aplicação da avaliação e do julgamento delas deve ser feita com acompanhamento de professores de língua portuguesa e de pedagogos. “Isso para certificar o êxito do programa”, diz Luciano. “O relatório de leitura ou a resenha deve ser elaborado individualmente, de forma preferencial, em local adequado, providenciado pela direção do estabelecimento penal, e perante professor de língua portuguesa disponibilizado pela Secretaria da Educação”, prevê o artigo 11. O artigo seguinte arredonda. “Deve ser utilizada a nota de 0,0 a 10, sendo considerado aprovado o relatório que atingir a nota igual ou superior a 6,0, conforme sistema de avaliação adotado pela Secretaria da Educação”, prescreve. Pelo artigo 22, o projeto de lei de Luciano cuida de preservar as avaliações nas fichas dos custodiados, para servir de fato como suporte à remição. “Os relatórios de leitura e resenhas permanecerão arquivados na Coordenação de Assistência Educacional, responsável pela oferta de educação no estabelecimento penal, no qual desenvolvem as ações de remição da pena por estudo, através da leitura, até o arquivamento dos autos dos presos custodiados inscritos”, diz. ESCRITORES APOIAM “A presente medida tem por objetivo assegurar o direito à remição da pena pela leitura, a fim de incentivar que os apenados tenham mais um instrumento de educação à disposição para que a pena privativa de liberdade cumpra, de modo mais efetivo, sua função ressocializante. Diversos Estados, como Paraná, São Paulo, Mato Grosso, já estabeleceram por leis estaduais ou portarias dos Tribunais de Justiça determinação semelhante, que também já vem sendo adotada por portaria do Ministério da Justiça nos presídios federais”, afirma Pimentel na justificativa. A sugestão de Luciano Pimentel encontra respaldo em escritores e educadores de Sergipe. “Acho a ideia excelente. Tudo que for para socializar e fazer evoluir a pessoa presa, é passível de aprovação. Entendo que isso repara um erro do sistema penitenciário, que é degradante. Ele não reforma ninguém, e uma ação como esta, que vai na tentativa de inverter isso, deve ser bem-vinda”, diz Ronaldson Sousa, poeta, bacharel em Direito e serventuário da Justiça de Sergipe. A educadora e escritora Aglacy Mary faz reflexão semelhante. “Acreditando sempre na modificabilidade da pessoa humana, do sujeito, e certa de que a educação contribui e encaminha para isso, vejo na leitura uma grande possibilidade. Este projeto gera uma boa impressão. Preocupa-me a maneira como isso vai ser conduzido. Mas a ideia, sim, é boa”, diz Aglacy.
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turismo
Barra de São Miguel | sol, mar e tranquilidade
Sônia Pedrosa
É publicitária, jornalista e tem um blog de viagens, onde divide a experiência de viajar pelo mundo
Barra de São Miguel é um desses paraísos espalhados pelo planeta, que vale a pena conhecer, principalmente, quem gosta de sombra e água fresca, mar calmo e transparente. Sorte minha que esse paraíso fica aqui, pertinho, a 3 horas de carro (de Aracaju, onde moro), em Alagoas.
Barra de Miguel no mapa do turismo
Tradição
Trata-se de um destino bastante prestigiado pelos alagoanos, uma vez que está a 20 minutos de carro, de Maceió. Mas o motivo do prestígio não é bem esse e sim, o mar – sempre calmo, com piscinas naturais, protegidas por arrecifes de corais, e temperatura na medida. Fui muitas vezes à Barra de São Miguel, na adolescência. Hoje, ótimos hotéis tomam conta da região, como o Kenoa, o Iloa e o Mangrovia, que oferecem mais que uma estada: uma experiência.
Mas, não posso esquecer o Village Barra Hotel, super antigo, mas que depois de reformado, atende ao meu sonho de kombo perfeito: conforto + comodidade. Ele fica a dois passos da praia e nem precisa atravessar a rua para dar um mergulho naquela imensidão verde. Acordar de manhã, abrir a janela e dar de cara com esse mar não tem preço! Melhor ainda é observar, da janela, a lua nascendo, refletida no mar.
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turismo
Programação Mas, não pense que Barra de São Miguel é só quarar no sol, comer e dormir. Dá para fazer uns passeios de barco à praia do Gunga e à lagoa do Roteiro, dá para dar um pulinho em Maceió e jantar por lá, ou ainda dar uma esticada até a praia do Francês, que fica logo ali, coladinha à Barra.
À noite, é possível sair para comer uma pizza ou uma tapioca, no centro da cidade. Mas, a minha sugestão é o restaurante do Village e, depois, apreciar as deliciosas caipiroscas de frutas da região e os petiscos no bar da piscina, com boa música ao vivo. A Barra de São Miguel tem, apenas, 8 mil habitantes, e é o local ideal para descansar, esquecer da vida e se preocupar, apenas, com o horário que a lua nasce. Uma semana por lá e a gente volta revigorada, energia renovada, pronta para retomar a rotina – até às férias ou o feriado seguinte. Afinal, Barra de São Miguel fica logo ali, ao alcance dos sonho de todos nós.
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circulando
Crédito Joyce Feitosa – Divulgação
Sucesso! A Sanfônica arrasou e emocionou o público durante o I Festival Cultural de Amparo do São Francisco, que aconteceu no mês passado. O grupo está com a energia total nos ensaios e apresentações, os quais podem ser acompanhados nas redes sociais através do perfil ‘Sanfônica’. Dá uma conferida!
Gilmara costa,
entusiasta da vida, jornalista e advogada
Divulgação
Campanha
De olho
Romeryto Batista Costa Júnior e Estefany Silva de Sousa, assistidos pela Associação dos Voluntários a Serviço da Oncologia em Sergipe (Avosos), representaram muito bem a campanha do Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil (DNCCi), celebrado em 23 de novembro. O registro fotográfico foi feito voluntariamente por Fábio Pamplona, profissional que sempre lacra no ângulo e sensibilidade.
Se dedica à religiosidade, nega o preconceito, mas vive a julgar o outro pela aparência. Um aviso Deus e o universo ‘tá’ vendo, viu?
Divulgação
Magia do Natal Os artistas do sul do país sabem, como poucos, encantar os mais diferentes públicos. Não por acaso, os espetáculos apresentados na região serrana do Rio Grande do Sul atraem milhares de turistas dos quatro cantos do mundo, de outubro a janeiro. A boa notícia é que, este ano, os sergipanos não precisarão viajar até Gramado e região para viver esta magia do Natal. Nos dias 19 e 20 de dezembro, o Shopping Jardins presenteia os clientes com quatro apresentações gratuitas do espetáculo multimídia Angelis. A cada dia, serão realizadas duas sessões, uma às 17h30 e outra às 20h.
O retorno
Diferente
Tá puxado!
O Festival de Artes de São Cristóvão voltou com tudo. Foram três dias de muita música, audiovisual, exposições, apresentações folclóricas e muito mais. Foi uma lindeza!
O Banco do Nordeste quer ver todos unidos em prol de fazer a diferença na vida das pessoas. Por isso, lançou a campanha #PraFazerADiferença, que objetiva mobilizar funcionários, clientes e parceiros em um só sentimento de solidariedade. De modo integrado, a ação soma-se à Campanha Natal Sem Fome, realizada pelo Instituto Nordeste Cidadania (Inec), responsável pela operação dos programas de microcrédito no Banco (Crediamigo e Agroamigo).
Está cada vez mais complicado manter o tanque do veículo sempre cheio. Planejar rotas, aproveitar as ‘promos’ de postos combustíveis, bem como fazer aquela análise para o uso do álcool, são ações necessárias para evitar aquele aperto no bolso.
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Prêmio O Banco do Estado de Sergipe (Banese) foi uma das empresas premiadas pela Associação dos Gestores de Tecnologia da Informação (TI) do Estado de Sergipe durante o 10º Encontro da organização, o 10º e-CIO, realizado em Aracaju. O Banese ganhou o prêmio de Melhor Projeto de Tecnologia de 2017 pela implantação, em suas agências, de mais de 50 caixas eletrônicos recicladores, equipamentos de última geração que permitem que o cliente realize depósitos em dinheiro sem envelope, com crédito imediato na conta, e que o dinheiro dos depósitos seja reaproveitado para saques. Na foto, o superintendente de Tecnologia da Informação do banco, Ícaro Ramos (esq.), e o gerente de Projetos, Leonardo Magalhães.
Divulgação
circulando
Doação O Senac/SE realizou a entrega de cerca de 100 latas de leite em pó a instituições filantrópicas da capital sergipana. As doações foram entregues no asilo Lar Dulce Lar, localizado no Mosqueiro, e no Lar Infantil Cristo Redentor, no 18 de Forte. Os donativos foram arrecadados durante a 2ª Semana de Rádio e TV do Senac, realizada no mês de Outubro .
Crédito Thay Rocha - Divulgação
Feijuca A tradicional Feijoada do Rasgadinho já tem dia, hora e local para ser realizada: 27 de janeiro de 2018, a partir do meio dia, no Espaço Emes, em Aracaju. E para comemorar os 15 anos do melhor carnaval de rua da cidade, a feijoada, que dá início oficial aos festejos de momo na capital sergipana, vai ter como atrações as bandas Melanina Carioca e Axé 90 graus, a cantora Margareth Menezes, a banda Cajurioca, Samba do Arnesto e o DJ JC. Os ingressos já estão sendo vendidos na sede da Associação Cultural Rasgadinho, ou ainda pelo site Guichê Web (http://www.guicheweb.com.br/). E aí? Vai perder?
No México O grupo sergipano ‘Coutto Orchestra’embarcou no início do mês para uma turnê no México. No repertório dos seis shows na Cidade do México, Puebla e Guadalajara, músicas dos dois álbuns da banda, canções nordestinas de renome e faixas exclusivas. Um arraso!
Sucesso Foi um sucesso de público o XXV Congresso Estadual de Gestão de Pessoas, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Sergipe (ABRH/SE). O evento tratou dos desafios da liderança na era da transformação digital e contou com a presença de grandes nomes na área de gestão. Na foto, a presidente da ABRH/SE, Claúdia Soledade, e o palestrante Marcelo Pirani que explanou sobre como conduzir equipes para resultados consistentes.
Réveillon Com Amor Você não precisa ir tão longe e gastar muito para passar um réveillon inesquecível. O Com Amor Beach Bar está preparando uma mega festa para celebrar a chegada de 2018. Na programação musical, haverá o axé music da grande estrela nacional Durval Lelys. E mais! Também subirão ao palco, a banda Forró Ativado e a dupla Luiz Fernando e Manoel. Música eletrônica também está incluso sob o comando do DJ Cello. Na parte de serviços, o Réveillon Com Amor contará com buffet al inclusive de David Britto, decoração temática, queima de fogos e área kids. Tudo isso na melhor localização da cidade: na beira da praia. As mesas – com direito a 01 garrafa de whisky oito anos e 01 garrafa de champanhe - e os ingressos individuais estão à venda na Central do Ticket, no RioMar Shopping. Programe-se!
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educação e cidadania
Jessica Andrade,
Pedagoga IFS, Mestre em Educação Doutoranda em Difusão do Conhecimento
A escola clandestina e os perigos de uma educação ilegal
Q
uando você matriculou seu filho na escola, lembrou-se de pedir os documentos de autorização e regulamentação dessa instituição de ensino? Exatamente. Quase nunca nos lembramos desses requisitos, mas isso é de extrema importância, pois para poder funcionar, uma escola precisa satisfazer um conjunto de premissas estabelecidas pelos órgãos competentes do Estado e Prefeitura. Para atuar na educação formal, a escola precisa dispor de uma autorização atestando que a instituição está habilitada a oferecer ensino de qualidade e com segurança aos alunos. No entanto, há escolas que funcionam ainda de forma irregular, sem projeto político pedagógico fundamentado, com professores sem formação adequada e instalações precárias, colocando em risco a formação dos estudantes. Eu, por exemplo, fui vítima de uma escola clandestina e tive uma experiência complicada quando fui aprovada no vestibular. Ser aprovada no primeiro vestibular era para ter sido apenas alegria, felicidade e alívio, mas esse não foi o meu caso. Depois da feliz notícia de aprovação fui à escola pegar os comprovantes de conclusão do ensino médio, esta me forneceu tudo o que eu precisava, mas ao chegar à universidade para fazer a matrícula, os documentos que levei não eram válidos, simplesmente pelo fato de que a escola em que estudei não era autorizada pelos órgãos deliberativos. A universidade orientou que eu fosse ao Conselho de Educação para conseguir um documento para ser anexado ao meu histórico, somente com este documento poderia efetivar a matrícula. No Conselho consegui o documento que foi anexado ao histórico escolar e no outro dia fiz a matrícula.
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Este pequeno relato de experiência é apenas um alerta para que consigamos perceber os riscos de matricular nossos filhos em qualquer escola, sem antes observar todos esses detalhes. É importante salientar que as escolas clandestinas foram importantes no período da 2° Guerra Mundial, enquanto um espaço de resistência, assistindo aqueles perseguidos pelo nazismo. A insurgência destes espaços se deu na ilegalidade com um propósito de determinação e resistência no sentido da sobrevivência de um povo e de uma cultura. Hoje, as escolas clandestinas fugiram da sua essência e costumam apenas ser um arranjo barato de oferecer um serviço sem qualidade. Não podemos esquecer que a institucionalização da Escola e as políticas de educação no Brasil foram frutos de muita luta, logo a importância de não permitirmos seu enfraquecimento com as escolas clandestinas. Diante de um evidente cenário de grande número de escolas clandestinas no estado de Sergipe, o Governo do Estado juntamente com as Secretarias e Conselhos Estadual e Municipal de Educação lançaram, no mês de agosto, uma campanha para conscientização dos malefícios das escolas clandestinas. Nesta campanha, os Órgãos citados buscaram, junto às instituições que oferecem a Educação Básica, esclarecer os estabelecimentos sobre a necessidade de regularização. A campanha não tem um caráter punitivo, mas educativo, dando os devidos esclarecimentos e chances para que estas escolas possam ser regulamentadas. Contudo, para além de qualquer campanha governamental, é preciso que, enquanto cidadãos, tenhamos o bom senso de não nutrir um sistema escolar clandestino.
segurança pública
Autoridades discutem segurança pública e sociedade no Café com Política Debate
O
último mapa da violência apontou que Sergipe tem a maior taxa de homicídios do país. Em um ano, esse indicador cresceu quase 20%, uma realidade que, segundo os especialistas, só vai mudar a partir de uma ação conjunta com a sociedade. Diante desse aspecto, o Café com Política Debate, em sua quarta edição, abriu espaço para uma discussão sobre o tema segurança pública e sociedade. Para um auditório lotado, autoridades no assunto abordaram as várias vertentes do problema. “A criminalidade tem alcançado índices estarrecedores. Temos o Estado no ranking entre os piores na situação de violência e, esses fatores por si só, já sustentavam um debate, por isso resolvemos escutar o que pensam os grandes especialistas a respeito do assunto”, disse a jornalista Katia Santana, uma das organizadoras do evento. A delegada- geral da Polícia Civil, Katarina Feitoza, que foi uma das debatedoras, apresentou dados mostrando que a região metropolitana de Aracaju concentra quase metade dos homicídios registrados no Estado. O problema, segundo ela, está relacionado, na maioria dos casos, ao tráfico de drogas. Em contrapartida, ela ressaltou que, de janeiro a outubro de 2017, comparado ao ano passado, houve redução de 17% na taxa de crimes de homicídio, mas os números ainda não são suficientes. “Eu acredito que podemos reduzir ainda mais este percentual com o apoio da sociedade e com políticas públicas eficazes para essa questão, pois apenas com a polícia, não iremos resolver o problema da criminalidade e da violência”, considerou a delegada. No entender da delegada, o evento suscitou mais do que resultados. “Eu
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segurança pública
acredito que daqui saíram mais do que ideias, mas sim execução. A imprensa tem que ter noção de que não é somente o fato policial em si que deve ser divulgado, também é preciso mostrar as soluções que estão sendo dadas e, eventos como esse, cumprem esse papel”, considerou a delegada. “Teremos muitos frutos positivos do que i foi discutido em prol da sociedade sergipana”, disse o promotor de justiça Deijaniro Jonas Filho, parabenizando os organizadores pela iniciativa. Já o sociólogo Marcos Santana, que coordena o Laboratório de estudos sobre sociedade e Segurança da Universidade Federal de Sergipe (UFS), considerou que “ eventos como esse promovem a integração entre diferentes tipos de segmento da sociedade e, a partir desse contato, podem expor, não apenas experiências, mas demandas sobre as questões que marcam nossa sociedade”.
O evento O quarto Café com Política Debate, que encerrou o ciclo de 2017, contou ainda com o representante do comando da Polícia Militar de Sergipe, o tenente-coronel Vivaldy Cabral; do advogado criminalista e ex-presidente da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim), Emanuel Cacho, além de pesquisadores, integrantes das forças policiais e de outros segmentos, como a professora-doutora e socióloga Gleise Passos; da doutora em Direito Penal e Polícia Criminal, Jovanka Carvalho, coordenadora do Instituto de Defesa de Sergipe;
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segurança pública
do delegado Paulo Márcio Cruz, da Associação dos Delegados Civis de Sergipe (Adepol). Nas edições anteriores foram discutidas as reformas Trabalhista, da Previdência, Eleitoral e também a Lei da Terceirização. De todos esses momentos participaram agentes públicos, empresários, operadores do direito, jornalistas e influenciadores de diversas áreas, a exemplo do vice-governador Belivaldo Chagas; do ex-governador Albano Franco; dos deputados federais André Moura, Laércio Oliveira e Fábio Mitidieri; dos deputados estaduais Georgeo Passos, Goretti Reis e Ana Lúcia Mendonça, além de vereadores da capital e do interior, professores e estudantes da área do Direito; do ex-vice-governador José Carlos Machado, e tantos outros. Organizado pelas jornalistas Katia Santana e Magna Santana, O Café com Política Debate, conta com o apoio de parceiros importantes, como a 7Set Comunicação Estratégica, Stanza, Superlux, F5 News, Cin Uniformes Profissionais, Iupi Agência Digital e site FAN F1. Em 2018, o evento trará à pauta temas extremamente relevantes para a sociedade, com a participação de autoridades nos assuntos propostos.
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É hora de olhar para a frente com Esperança e Amor. Que o Menino Jesus, em sua doce e infinita bondade, permita-lhe viver dias de conquistas e muita prosperidade. Feliz Natal e um 2018 pleno em realizações!
aRTIGO
Impressões dos Movimentos Culturais na Arquitetura Colonial: o caso de Laranjeiras (SE)
O
turismo é uma atividade responsável por grande dinâmica em diversas cidades ao redor do mundo, fenômeno não apenas restrito ao movimento e ao deslocamento humano através do espaço, mas também manifestado em relação aos aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais de um território. Neste âmbito, as cidades tornam-se lugares turísticos onde há a materialização das formas fixas do fenômeno do turismo, comportando atrativos, equipamentos, serviços e infraestrutura que são, concomitantemente, produzidos e consumidos in loco. As cidades históricas, por sua vez, desenvolvem uma relação ainda mais estrita com o turismo, inserindo-as numa especificidade da atividade denominada de “turismo cultural”. O dito turismo cultural baseia-se em “um vasto leque de atividades que incluem, por exemplo, o turismo gastronómico, o turismo histórico, o turismo étnico, o turismo de arte, o turismo de museus, o turismo literário ou o turismo de festivais”, como aborda N. Marujo em “Turismo Cultural em Cidades Património Mundial: a importância das fontes de informação para visitar a cidade de Évo-
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Vinícius Rodrigues
é Arquiteto e Urbanista, graduado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), com Trabalho Final de Graduação (TFG) na área de Planejamento Urbano e Regional. Foco profissional na área de projeto de arquitetura, interiores, planejamento e construção civil.
ra” (2013). Para este autor, defende-se que a relação entre o turismo cultural e as cidades históricas é embasada a partir do interesse do viajante pela herança cultural do passado, reunindo diversos atrativos (como os museus) que promovam esta relação. Sob outras perspectivas, turismo cultural é apresentado como experiência psicossocial, processo de mercantilização da cultura, tendência à nostalgia, aprendizagem, procura de atrações histórico-culturais ou, ainda, como modo de consumo de cultura. Neste ínterim, a cidade de Laranjeiras, uma das mais importantes cidades do Estado de Sergipe situada a 23km da capital Aracaju, apresenta-se como uma cidade com características peculiares para o desenvolvimento do dito turismo cultural, recorrendo ao seu patrimônio histórico-cultural para a “constituição de um discurso, de uma iconografia e de um esteticismo específicos do espaço e da cidade, de que o estatuto de património mundial se torna uma das principais referências”, como aponta N. Marujo. O município de Laranjeiras desenvolveu-se a partir da instalação dos engenhos de cana-de-
aRTIGO
-açúcar, ainda no século XVIII, e do forte comércio que se instaurou no século seguinte, quando se tornou um forte centro comercial e exportador do Estado. O chamado Período do Ouro (1878 a 1904) foi o auge do desenvolvimento econômico da cidade, também atenuado pela presença estratégica do porto, entrando em decadência no início do século XX, decorrente da proximidade com a capital e ao respectivo deslocamento da população para este centro e outros mais populosos. Apesar da decadência econômica, Laranjeiras consagrou-se como uma importante cidade no cenário histórico-cultural do Estado a partir da preservação de sua arquitetura colonial ao longo da história. A presença de inúmeras igrejas representativas do cenário religioso do século XVIII e os casarões que remontam ao século XIX concederam à Laranjeiras o tombamento de seu conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 1996. Além do patrimônio arquitetônico, a cidade abriga eventos culturais que persistem ao longo do tempo, ressaltando-se as festas populares como patrimônio imaterial. É neste cenário que Laranjeiras entoa seu viés turístico, representado, principalmente, pela preservação de seu conjunto edificado. Marca-se, assim, um trajeto turístico delineado por edificações que remontam à história da cidade e de seu povo, que guarda tradições da cultura dos negros, índigenas e portugueses, exaltando sua arquitetura colonial, seu legado religioso e suas heranças culturais através de casarões, igrejas e museus. São um total de 23 imóveis que servem de cenário para as manifestações culturais desenvolvidas nos espaços livres da cidade ao longo do ano e por
24 grupos folclóricos, entre eles folguedos, reisados, lambe-sujo, cacumbi, taeira e São Gonçalo. Entre as edificações históricas, cita-se: o Centro de Artesanato; o Centro de Tradições; o Cine Teatro; a Mansão dos Rollemberg; a recuperação dos trapiches que hoje abrigam a Universidade Federal de Sergipe (UFS); a Casa João Ribeiro; o Museu de Arte Sacra e o Museu Afro-Brasileiro de Sergipe; e as inúmeras igrejas, entre elas a Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, Presbiteriana, Nossa Senhora da Conceição dos Pardos e Igreja de São Benedito. Este cenário denota que a cidade de Laranjeiras possui eventos culturais ao longo de todo o ano, somando-se à preservação dos imóveis que, por sua vez, conspiram para um potencial turístico a ser bastante explorado. Já o estado de conservação e preservação desses imóveis relaciona-se diretamente com o desenvolvimento das atividades culturais, bem como da atividade turística. O reconhecimento cultural de um bem como patrimônio significa a garantia da continuidade de sua memória, de modo que as futuras gerações tenham o direito de partilhar de sua história, como também, ressalte-se, faz-se necessário o engajamento da população local, residentes das áreas sob intervenção, como maiores agentes responsáveis pela manutenção das atividades desses locais, pela vitalidade urbana e perpetuação dessa cultura pelas gerações à sua frente. * Este artigo foi produzido em parceria com a Prof.ª Dr.ª Carla Fernanda Barbosa Teixeira, arquiteta e urbanista, docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
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MODA EM UMA COR SÓ
mODA E ESTILO Monocromático, segundo o dicionário significa: 1- Que apresenta uma cor só; 2- Que é formado por vibrações da mesma frequência. Dito isso, vamos falar sobre look ou combinação monocromática? Fique livre para chamar como quiser. Esse tipo de combinação é bem utilizada e conhecida nas cores preto e branco, mas não se limita à essas tonalidades, ela pode ser explorada por todas as cores do círculo cromático. A combinação monocromática é ótima para pessoas que gostam de produções práticas, eficientes e muito estilosas. O look monocromático já foi tendência em outras estações, e volta com uma cara nova em relação às cores. As tonalidades queridinhas da vez são: amarelo e laranja. E adivinha qual foi a tendência que bombou na semana de moda de Milão desse ano?! As monocromáticas! Elas chegam não só nas roupas, mas também nos acessórios, calçados e bolsas. Formando um look totalmente monocromático.
Preto/ Branco/ Tons Neutros Para quem gosta de andar na moda, mas não sabe combinar cores muito bem e nem quer se arriscar nas cores vibrantes, aposte nas combinações all White, all Black, ou tons mais sóbrios, e você por usar tanto de dia quanto à noite.
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Ingrid Seemann,
Jornalista Consultora de Imagem
mODA E ESTILO
Ou se! Já se adaptou a usar combinações monocromáticas? Se sim, vamos partir para as cores vibrantes. Um dica para começar devagarzinho, sem se assustar muito, é apostar em uma peça de tom mais claro e outra de tom mais escuro. Ou usar uma peça de uma cor só, como vestidos longos e macacões.
#TRENDALERT O monocromático com cores vibrantes é ousadia e estilo puro.
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CARREIRA E MERCADO
Mais de 40 órgãos pediram autorização para realizar concursos
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ados recentes do IBGE apontam que o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 1,0% nos três primeiros meses de 2017 em relação ao 4º trimestre do ano passado, fato determinante para a retomada do crescimento econômico brasileiro. Aliado a isso, houve alta recessão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) em relação à autorização de seleções nos últimos dois anos, o que agravou a situação já precária de órgãos considerados extremamente relevantes para a melhora na arrecadação, como é o caso das carreiras na Receita Federal, CVM, Tesouro Nacional Susep, entre outros. Há entidades que já pleiteiam há anos e não podem mais adiar o preenchimento de seus quadros, como as Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF). Somente nesses dois casos, o déficit é de mais de 10 mil servidores. Na PF, são nada menos que 7 mil, entre agentes, escrivães, peritos, delegados e
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área administrativa (agente administrativo). Os órgãos públicos do Poder Executivo Federal já encaminharam as suas propostas de orçamento para o ano que vem. Isto porque, de agora em diante, o MPOG deve consolidar todas as solicitações para preparar a Proposta de Lei Orçamentária Anual de 2018. Dentre os pedidos, pelo menos 46 órgãos federais solicitaram autorização para realizar Concurso Público em 2018 e, entre eles estão o Banco Central (Bacen), Ibama, Ministério da Fazenda, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agências Reguladoras (ANTT, ANEEL) e vários outros. Assim como aconteceu no ano passado, vários pedidos de concurso podem ser negados, especialmente por conta da falta de recursos e da atual situação econômica do país. Entretanto, é fato que vários destes concursos já foram autorizados e devem ocorrer em 2018, como é o caso da ABIN, AGU e MAPA.
PONTO DE VISTA
O jornalismo em transformação
N
ão é somente a queda da exigência do diploma – após decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2009 – que vem transformando a profissão de jornalista e o modo de operacionalizar a atividade. O avanço das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs), cada vez mais presentes na vida das pessoas, é considerado um fator preponderante nesta causa. A participação ativa do público, a democratização das formas de acesso ao espaço de mídia e a utilização maciça das redes sociais praticamente redefinem a atividade jornalística. Do ponto de vista do profissional, as tecnologias móveis digitais possibilitam uma maior abrangência do campo de trabalho, além de fortalecer o sentido de mobilidade do jornalista em busca da notícia. Quanto ao público, essa tecnologia digital abre portas para a sua partici-
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Gilson Sousa,
Jornalista profissional, licenciado em Letras e especialista em Avaliações de Redações do Enem e mestrando em comunicação pela UFS
pação mais direta na construção da notícia. A academia científica tem estudado bastante este fenômeno. Já existem várias teses de doutorado, dissertações de mestrado e artigos científicos que tratam do assunto, sempre na tentativa de explicar as transformações e possíveis rumos do processo de comunicação. Para o pesquisador paraibano Fernando Firmino, doutor em Comunicação pela UFBA, o momento é de redefinição do papel das organizações jornalísticas, do perfil profissional e da relação estabelecida com a audiência na atual conjuntura. “A introdução das tecnologias da mobilidade caracteriza no âmbito das rotinas produtivas contemporâneas interferência no sentido de redimensionamento das funções exercidas, da dinâmica das narrativas construídas sob a égide da mobilidade e o surgimento de novos meios e modos de emissão
PONTO DE VISTA ou de distribuição das notícias de forma expandida”, escreveu o pesquisador em sua tese de doutorado em 2013. De fato, em Sergipe e em várias partes do país observamos hoje telejornais que praticamente se transformaram em programas interativos e de prestação de serviços, abrindo mão da noticiabilidade e até da qualidade da imagem. Muitos jornais impressos estão sendo obrigados a mudar de plataforma, sustentando-se apenas no ambiente virtual. Isso tudo caracteriza a reconfiguração exposta pelas organizações de comunicação que têm no público leitor/ audiência sua principal motivação para a continuidade do trabalho. Quanto à formação do jornalista no contexto atual, o pesquisador João Canavilhas - doutor em Comunicação pela Universidade de Salamanca (Espanha) e professor associado na Universidade de Beira Interior (Portugal), alerta que o futuro é on-line e que quem não perceber essa realidade está “irremediavelmente fadado ao insucesso”. Em entrevista concedida à revista científica Interin (jul-dez. 2017), o professor fala sobre os pontos fundamentais para compreender bem o processo de produção de notícias no contexto atual. “O jornalista atual deve ser capaz de produzir conteúdos para diferentes plataformas usando as narrativas mais adequadas e fazendo-o em espaços temporais mais reduzidos do que a periodicidade tradicional de cada meio. Os estudantes precisam aprender que a notícia deve ser multiplataforma, permanentemente aberta e, sendo perecível, necessi-
ta de atualizações que a mantenham o mais próxima possível de uma realidade em constante mutação. Isso exige o domínio de novas linguagens, de novas rotinas e, sobretudo, de uma atenção permanente”, disse Canavilhas. Na entrevista, o pesquisador também fala sobre a presença das novas tecnologias envolvendo público e jornalista. “Com a massificação dos celulares, cada usuário passou a ter consigo uma câmera, transformando-se num potencial repórter de imagem. Mas ter imagens de algo inesperado não é uma notícia: é um pormenor que pode desencadear a elaboração de uma notícia ou que a pode enriquecer. É uma espécie de “citação”, mas no formato vídeo. Se antes se ouviam as “testemunhas oculares”, agora usam-se as imagens que elas captaram”, afirmou. Portanto, nessa fase de transformações no jornalismo, empresas convergem suas diferentes operações midiáticas, criando novas plataformas, produtos híbridos e exigem que os profissionais de redação passem a produzir conteúdos multimídia e assumam o perfil multitarefas. Esse parece ser um caminho sem volta na atividade jornalística, mas não isenta o profissional de sempre buscar o domínio da língua portuguesa (escrita e falada); conhecimentos aprofundados sobre história e teoria da comunicação; interiorização dos princípios éticos no jornalismo e domínio das técnicas (e não apenas as ferramentas) de edição dos vários tipos de conteúdo. Essas são lições do professor João Canavilhas que jamais devem ser esquecidas.
João Canavilhas - doutor em Comunicação pela Universidade de Salamanca (Espanha) e professor associado na Universidade de Beira Interior (Portugal)
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