Dia Internacional da Mulher

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Dia da Mulher

MACAÉ (RJ), SEXTA-FEIRA, 8 DE MARÇO DE 2013 • DIA DA MULHER É PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO 8027 DE O DEBATE - DIÁRIO DE MACAÉ

Mulher... ...Idolatrada no seu dia


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Macaé tem a primeira mulher no cargo de presidenta da OAB Na frente da OAB de Macaé, Andréa Meirelles afirma que as mulheres estão dominando a área

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unca é demais refletirmos sobre a condição da mulher na sociedade e no direito, em particular, em razão da crescente presença feminina nas carreiras jurídicas. Será que podemos afirmar que o mundo é das mulheres? Independente da afirmativa ser verdadeira ou não, o fato é que cada vez mais, o público feminino tem conquistado postos de destaque e comando em todas as esferas sociais. Em Macaé, por exemplo, a mais recente e marcante foi a eleição da primeira mulher para presidiar a 15ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do município. Estamos falando da advogada e macaense, Andrea Meirelles, de 41 anos. Capacitada, segura e pronta para lutar pelos direitos, Andrea é profissional há quase 20 anos. Além de presidir a OAB de Macaé e ser reeleita em chapa única na última eleição, ela também é vice-presidente do Conselho Municipal de Royalties, e a sua rotina de trabalho é um pouco “puxada”, 10 horas por dia. Segundo Andréa, ela ainda divide o seu tempo com os filhos e a casa. Na verdade, a principal dificuldade da mulher, hoje em dia, é conseguir controlar suas atividades e distribuir o seu tempo de maneira correta e saudável, para não se sentir sobrecarregada pelas tarefas assumidas. “As mulheres são “mágicas”, algumas conseguem ter uma rotina tripla: trabalho, casa e filhos. Antes de ir para o trabalho, levo as crianças para as escolas, depois eu busco, volto

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Andréa Meirelles comenta a sua tripla rotina de trabalho à frente da OAB em Macaé para a reunião, e só chego em casa à noite. Acredito que a nossa rotina jamais vai interferir na vida profissional, pelo contrário, trabalhamos melhor e com maior desempenho”, esclarece. Andréa Meirelles acredita que, o fato é que está havendo

uma valorização cada vez maior do sexo feminino no mercado de trabalho, e as advogadas estão acompanhando esta tendência. A cada ano o número de mulheres formadas em Direito que entram no mercado tornase mais expressivo, e isto é um

forte indicador de que as mulheres poderão ultrapassar em breve o número de advogados. “É importante que mulheres assumam cada vez mais cargos estratégicos, porque são competentes, têm capacidade e podem contribuir para o desenvolvimento da

cidade. Em geral, são profissionais dedicadas e preparadas", afirma. Quanto a diferença de salário do homem e da mulher, Andréa faz uma observação. “Essa barreira vai demorar, mas o poder está em nossas mãos. A luta ainda é atual e diária. Todas as

mulheres têm plena consciência sobre o papel da condição feminina na sociedade, principalmente onde as tradições culturais induzem ao errático conceito da desigualdade dos gêneros”, finaliza a presidente da OAB de Macaé.


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Fundadora da Tribo dos Malês luta por uma sociedade justa Marilene Ibraim dedica grande parte do seu tempo para ajudar pessoas carentes Marianna Fontes marifontes@odebateon.com.br

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ãe de duas filhas, avó, de origem humilde, negra, guerreira, solidária, macaense. Essas são apenas algumas palavras para resumir o nome de uma mulher que vem desde jovem dedicando a sua vida na luta pelos mais carentes, por aqueles que são esquecidos pela sociedade e pelas autoridades. Marilene Ibraim nasceu em 22 de fevereiro de 1959, cresceu na Barra de Macaé e atualmente mora no Parque Aeroporto. Apesar de todas as dificuldades e problemas que a cidade apresenta, ela se diz apaixonada pelo lugar em que nasceu, cresceu e vive, mostrando o orgulho das suas raízes. Em meio a tantos nomes e personagens que essa cidade tem, Marilene é, sem dúvida, um destaque quando se fala da luta social. Para ela não existe cor, religião, orientação sexual, classe social, ou qualquer tipo de preconceito, apenas o desejo de ajudar o próximo, acreditando que a sociedade precisa ser mais solidária. Sua vontade e vocação para

dedicar grande parte da sua vida a ajudar ao próximo surgiu desde a época da escola, quando dividia o tempo entre os estudos e o trabalho para ajudar a família. Quem vê aquela menina que não teve infância, que desde nova precisou correr atrás do pão de cada dia, deveria se inspirar, pois ela é prova de que se pode ir longe quando se acredita em algo. É essa força de vontade que ela tenta passar para as mulheres, principalmente aquelas que vivem em áreas carentes. “A mulher não tem que ter vergonha das suas raízes, do lugar em que mora, da sua casa, do seu trabalho, da sua sua profissão. Ela tem que ter orgulho de ser guerreira. A mulher precisa se valorizar e jamais abaixar a cabeça. Seja ela doméstica, gari, policial, qualquer profissão, ela tem que ter orgulho de ser trabalhadora. Ela precisa lutar por salários melhores, tem que se dar o respeito. Eu procuro através de ações, de conversas, levantar a autoestima delas e estou sempre de braços abertos para ajudá-las”, frisa. Em 2009, Marilene criou o

Movimento Negro Tribo dos Malês, que tem como objetivo resgatar a autoestima dos moradores das diversas comunidades carentes e também a raça negra, possibilitando a conscientização dos seus direitos e deveres. Ele não tem fins lucrativos e não aceita doações em espécies. Em meio a tantas ações, uma se destaca em Macaé, que é o concurso “A Mais Bela Negra”, que chega a sua quarta edição esse ano. “Esse concurso é para valorizar a beleza e Macaé não tinha um concurso desse tipo antes. Estamos na nossa quarta edição e a cada ano que passa recebendo uma aprovação da população cada vez maior. No início enfrentamos muitas dificuldades, pois ninguém acreditava nessa ideia, tinha gente que me perguntava para quê fazer isso. Mas graças a Deus isso foi mudando e hoje esse concurso é um sucesso. O objetivo é elevar a autoestima dessas mulheres, mostrando que elas têm a sua beleza. Tem muitas mulheres lindas dentro das comunidades que têm vergonha de mostrar suas qualidades” ressalta. Marilene diz que a sua luta só

Marilene acredita que mulheres precisam se valorizar e ter orgulho das suas origens e conquistas tem sido possível graças à ajuda de muitas pessoas da sociedade, que abraçam suas causas e dão todo suporte necessário. “São muitos nomes, mas alguns se destacam. A doutora Andrea Meireles, presidente da OAB de Macaé, que sempre dá suporte jurídico às pessoas carentes quando solicito, as mulheres do Projeto Mulheres Solidárias, que abraçam a Tribo e sempre ajudam com fraldas geriátricas e curativos, ao Vandré Guimarães, que é um grande parceiro,

nosso anjo guardião, ao Tênis Clube, que nos trata como se fôssemos da família deles e sempre disponibilizam o espaço para eventos beneficentes, a Elda Loureiro, que mesmo com dificuldades corre atrás das coisas para ajudar a Tribo e a todos que sempre ajudam quando a Tribo precisa”, diz Marilene. No Dia Internacional da Mulher, Marilene deixa sua mensagem a todas as mulheres dessa cidade. “O Dia da Mulher não é apenas no dia 8 de março, mas

sim todos os dias. Temos que comemorar outras datas importantes para nós, como o dia 24 de fevereiro, quando conquistamos o direito de votar, de se candidatar na política. São anos de luta e muitas conquistas. A mulher tem que estudar, se profissionalizar, andar sempre de cabeça erguida. Tem que se unir, se preocupar com a sua saúde, brigar pelos seus direitos. Mantenha sua autoestima elevada, ainda que existam dificuldades. Mulheres, mostrem a sua cara”, finaliza.


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Margarida, um exemplo de mulher atuando com idosos Para Dona Margarida, que atua no local há oito anos, o trabalho é feito com muita alegria

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oje é comemorado o Dia Internacional da Mulher e, nada mais justo do que homenagear uma representante do sexo feminino que tem grande atuação no município: Margarida Vieira da Silveira. Dona Margarida atua na Liga Beneficente São João Batista de Macaé, conhecida como Casa do Idoso. Seu trabalho tem grande relevância, no asilo estão cidadãos da cidade em situação de vulnerabilidade, já que são idosos e, em muitos casos sem família. Para Dona Margarida, que atua no local há oito anos, o trabalho é feito com muita alegria. “Eu estou na Casa do Idoso desde 2005. Antes eu trabalhei na área de saúde, sendo que após um pedido da diretoria que assumiu, não pude recusar. Faço meu trabalho com muito amor, carinho e dedicação, até porque, mesmo com todas as limitações financeiras conseguimos cuidar de to-

dos”, afirmou. De acordo com Margarida, que tem 73 anos, cuidar dos idosos é de certa forma, cuidar do futuro. “Todos seremos idosos em algum momento de nossa vida. Então cuidar deles bem, significa que também seremos bem tratados. Até porque temos que tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. Por isso atuo com tanto amor”, disse. Segundo Dona Margarida, seu trabalho está longe de terminar. “Enquanto eu tiver força, enquanto meu trabalho for preciso, eu estarei aqui atuando sempre com 100% de dedicação”, completou. Segundo Margarida Vieira da Silveira, coordenadora de Saúde da instituição, a participação da sociedade é fundamental para a manutenção do asilo, mesmo com o trabalho de dedicação realizado por todos. “Ao longo dos últimos anos estávamos solicitando a participação da sociedade junto a

Dona Margarida tem realizado grande trabalho atuando no cuidado aos idosos carentes do município Casa do Idoso devido a nossa situação. E, graças a Deus, a população de nossa cidade, além dos empresários, nunca nos abandonou. Então, em nome da diretoria só tenho a agradecer por este apoio”, agradeceu. E, como hoje é o Dia da Mu-

lher, a Casa do Idoso preparou uma atividade especial para todas as moradoras do local. Um grupo da ONG Viva Rio vai estar no asilo para levar alegria, carinho e diversão para todos. Não deixar de doar ao asilo é importante para a conti-

nuação do trabalho realizado com os idosos carentes. As doações podem ser entregues no próprio asilo, que fica localizado na Rua Luiz Belegard, 540, Imbetiba. Quem não puder doar algo físico, pode fazê-lo de forma

afetiva. A casa está aberta a visitação, pois a atenção também é importante para os idosos. Para maiores informações, o telefone da instituição fica disponível para tirar qualquer dúvida: 2772-7442.


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Olga coordena o programa "Milagre da Vidda"

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Um reflexo da infecção pelo HIV que é potencializado em pessoas com mais de 60 anos é o preconceito

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m 10 anos, a incidência de AIDS na população com mais de 60 anos teve um aumento de 50%, segundo o Departamento Nacional de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais. Esse número não chega a surpreender, uma vez que a chamada terceira idade possuiu hoje maior expectativa de vida e é mais ativa sexualmente do que a de décadas passadas. Porém, um dado chama a atenção: a maioria das pessoas idosas é diagnosticada em HIV/AIDS tardiamente, quando a doença já está instalada. E dessas, 37% morrem em um mês após o diagnóstico. O diagnóstico da AIDS na população idosa é muitas vezes dificultado porque tanto o idoso, quanto seus familiares e profissionais da saúde tendem a não cogitar a possibilidade de AIDS nessa faixa etária. O acolhimento da pessoa idosa pela equipe de Saúde assume um papel de grande importância, tanto no reconhecimento de casos vulneráveis, como para delinear e acompanhar um plano terapêutico, levando em conta outras doenças associadas. A ONG/AIDS Milagre da Vidda, pela militância e ativismo, recomenda que o tratamento do idoso sempre

interdisciplinar, incluindo geriatria, psicologia, serviço social, enfermagem, farmácia, fisioterapia e nutrição, entre outros. Precisamos estimular o paciente a seguir o tratamento, adequando-o às atividades diárias. E reconhecer os idosos como sujeitos aptos a cuidar de sua saúde, sem infantilizá-los. Outro reflexo da infecção pelo HIV que é potencializado em pessoas com mais de 60 anos é o preconceito. Os sentimentos de culpa e vergonha surgem com mais intensidade nessas pessoas, uma vez que são percebidas como assexuadas pela população e pelos profissionais de saúde. Muitos optam por esconder a doença até das pessoas mais próximas. A relação médicopaciente, bem como suporte da equipe que o atende, é fundamental ao sucesso do tratamento. Dados de pesquisa revelam que apenas 37,5% das pessoas acima de 50 anos usam preservativos com parceiros eventuais. Precisamos estimular mais o uso de preservativos nesta população, que está cada vez mais sexualmente ativa. O acesso às informações específicas para pessoas mais velhas vai tornar as escolhas possíveis (usar o preservativo,

se cuidar ou correr o risco). O não acesso às informações representa uma privação de liberdade substantiva. Sabemos que as pessoas que hoje estão na terceira idade iniciaram sua vida sexual em um contexto em que não existia a AIDS e, por isso, não se reconhecem como um grupo vulnerável ao HIV. Estimular o uso de preservativos é a única forma de minimizarmos o impacto da AIDS nesta população. Olga Sueli Neme Rios, militante, ativista, pósgraduada em Saúde Pública e presidente fundadora da ONG/ AIDS - Milagre da Vidda


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Mulheres lutam por mais creches no município WANDERLEY GIL

Ato acontece nesta sexta-feira, às 16h, e visa marcar o Dia Internacional da Mulher nesta sexta-feira, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Em virtude da data vários órgãos e instituições na cidade estarão realizando atividades para marcar o dia. Um dos eventos será um ato em prol da construção de mais creches no município que está sendo organizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) de Macaé. O encontro está previsto para as 16h na Praça Veríssimo de Mello. A iniciativa, de acordo com o órgão, visa atender as necessidades das mães que não conseguem a inserção no mercado de trabalho porque não podem colocar os filhos nas creches, tornando-se dependentes economicamente dos maridos. O órgão lembra ainda que o município sofre com uma expansão desenfreada e a sua população cresce a cada ano totalizando aproximadamente 210 mil habitantes e que a educação não acompanhou esse desenvolvimento. De acordo com dados emitidos pelo próprio Sindicato, na cidade existem cerca de 11 mil crianças fora das creches. Além disso, diversas escolas funcionam em locais alugados, sem infraestrutura, salas superlotadas, problemas como a falta de água, infiltração, violência e que tudo isso acaba atrapalhando o desenvolvimento da criança, super-explorando o profissional que tem que fazer seu trabalho sem as condições necessárias, trazendo grande insatisfação para a população. “Segundo o DIEESE, a falta de creches é o maior obstáculo

Iniciativa de acordo com o SEPE visa atender as mães que desejam ingressar no mercado de trabalho para as mulheres conseguirem um emprego. Isso é um drama cotidiano em Macaé. A préescola é parte da educação infantil, é uma etapa fundamental para a formação social, psicológica e intelectual da criança. A creche não deve ser um “depósito de crianças” e sim um lugar em que elas irão se desenvolver a partir de atividades dirigidas, que trabalhem o motor e o cognitivo infantil, como a arte, o esporte, o lazer, com profissionais qualificados, bem remunerados e concursados. É preciso que o novo governo tenha essa medida como prioridade. É com

base nessa necessidade que o Sindicato dos Profissionais da Educação lança uma campanha por mais creches na cidade”, destaca o SEPE. A campanha prevê a reforma e ampliação das creches, além da construção de berçários, para atender 100% da demanda, que as creches devem ter profissionais qualificados e infraestrutura adequada e devem ser construídas nos bairros, e funcionar também no período integral e à noite, para que atenda ao horário de trabalho de muitas mulheres, e concursos para os profissionais de creche.


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Presença da mulher no mercado de trabalho Dados do IBGE mostram que sexo feminino representa 45,6% da população

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mulher brasileira vem aumentando constantemente sua participação no mercado de trabalho. A maior escolaridade feminina, redução do número de filhos e, principalmente, as mudanças nos padrões culturais contribuem para esse novo cenário e estimulam as mulheres a entrarem no mercado cada vez mais. Mesmo assim, sua presença ainda é inferior ao público masculino. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de ocupação das mulheres (43%) continua inferior ao dos homens (63,7%), entretanto, o aumento em relação ao anos de 2003 e 2011 foi superior ao dos homens. Os dados fazem parte de uma retrospectiva da Pesquisa Mensal de Emprego entre 2003 e 2012, realizada pelo instituto. O levantamento ainda revelou que a participação das mulheres na população ocupada praticamente não se alterou, passando de 45,4%, em 2011, para 45,6%, em 2012. No entanto, é importante ressaltar que, em 2003, a presença feminina estava em 43%, o que significa que houve uma elevação significativa das mulheres no mercado de trabalho. Apesar de o preconceito em relação à mulher já ter diminuído bastante, elas ainda enfrentam muitas dificuldades. Uma delas está ligada aos salários. A pesquisa do IBGE apontou disparidades entre

KANÁ MANHÃES

“Ainda somos consideradas um sexo frágil, mas isso está mudando”, diz a motorista Daniele

os rendimentos de homens e mulheres. Em 2012, em média, as mulheres ganhavam em torno de 72,7% do salário recebido pelos homens. A menor proporção foi a registrada em 2003, de 70,8%. O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.489,01, continua sendo inferior ao dos homens, estimado em R$ 2.048,34. Em 2012, comparando a média anual dos rendimentos dos

homens e das mulheres, verificou-se que, em média, as mulheres ganham em torno de 72,7% do rendimento recebido pelos homens, um avanço de 0,4 pontos percentuais em relação a 2011. Um dado interessante é que as menores proporções de mulheres economicamente ativas foram registradas no Rio de Janeiro (45,4%) e no Recife (45,5%). Em 2012, a população brasileira ocupa-

da estava distribuída entre 54,4% de homens (12,5 milhões de pessoas) e 45,6% de mulheres (10,5 milhões de pessoas). Contudo, a participação da mulher vem apresentando contínuo crescimento ao longo desses dez anos. No início da pesquisa do IBGE, em 2003, elas representavam 43%. Hoje, esse número aumentou para 45,6%, um crescimento de 2,6 pontos percentuais.

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“A vida é assim. Gratificante a cada ato.” Além do reconhecimento da empresa é considerada uma pessoa meiga e responsável no dia internacional da Mulher, homenagens não são comuns, como muitos podem imaginar. Também nem todas as mulheres são lembradas porque motivos de força maior, muitas vezes, podem levar ao esquecimento. Mas, como esquecer, principalmente, as mulheres “guerreiras”, que deixam o interior para viver na cidade grande? Ana Célia Pereira, no caso, é um exemplo. Nascida em Mombaça, interior do Ceará, distante 180 quilômetros de Fortaleza, chegou em Macaé não atraída pelo “ouro negro”, ou melhor, pela indústria do petróleo. Mas o destino mudou o rumo de sua vida e ela resolveu enfrentar todas as dificuldades inerentes a uma situação como esta, para vencer na vida. Hoje, aos 30 anos de idade, Ana Célia que só retorna à casa dos pais quando goza férias, sempre com o sorriso estampado e coerente com a grande responsabilidade do trabalho, ela ocupa o cargo de Governanta do Hotel Personal, onde chegou em 2004 e conseguiu o emprego de Copeira. Foi o início de uma jornada de sacrifícios para concluir o ensino médio e buscar com tenacidade galgar postos na empresa hoje administrada pela Travell Inn. “Não vim à procura da sorte grande mas encontrei em Macaé pessoas amigas e solidárias para vencer na vida e garanto que meus sonhos vão sendo realizados paulatinamente, com a conquista da casa própria”, conta Ana Célia, lembrando da amiga inesquecível Efigênia Muniz que, responsável pelo café da manhã, em todo o tempo nunca faltou ao trabalho, chegando sempre às 4h30 para

uma jornada até às 10h. Encontrar o “príncipe encantado”? Quem sabe? Mas ela pensa em casar e ter filhos, depois de conquistar a casa própria. Além do reconhecimento da empresa onde é considerada uma pessoa meiga e responsável, Ana Célia Pereira lembra que vários artistas importantes se hospedaram no Hotel Personal como, Frank Aguiar, Latino e Jorge Aragão, de quem recebeu elogios porque, pela primeira vez, segundo Jorge Aragão, conseguiu às três horas da madrugada, após o show, antes de viajar, ter direito a saborear o café da manhã, situação para ele inusitada. “A vida é assim. Gratificante a cada ato que possa deixar uma pessoa feliz”, diz Célia, afirmando que qualquer homenagem recebida por ela, será extensiva a todas as suas companheiras de trabalho. ARQUIVO


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FRASE DO DIA

Mulheres que fizeram história CONHEÇA ALGUMAS PERSONALIDADES FEMININAS INESQUECÍVEIS QUE MARCARAM A HISTÓRIA E AINDA SÃO LEMBRADAS

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COCO CHANEL: Ela mal havia acabado de sair de um orfanato no interior da França quando seu jeito despojado de se vestir já anunciava uma das maiores mudanças ocorridas no guarda-roupa feminino em todos os tempos. Devolveu às mulheres a liberdade de movimentos e aboliu os espartilhos, os vestidos com armações e os cabelos postiços, deixando-os na altura do pescoço (daí surgiu o famoso corte Chanel). Em pouco tempo, seus modelos fizeram moda e Coco Chanel tornou-se uma das estilistas mais famosas em todo o mundo. E mais, numa época em que as mulheres deviam submissão a seus pais e maridos, ela foi empresária de sucesso e conquistou independência financeira, principalmente, após a criação do perfume Chanel nº 5, que vendeu milhões de frascos. Isso sem contar que viveu abertamente com os homens que amou, sem jamais se casar. Coco morreu em 1971, com 87 anos de idade;

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DIANA SPENCER: Quando se casou com o Príncipe Charles, em 1981, lady Diana Frances Spencer tornou-se Princesa de Gales e uma das mulheres mais polêmicas e amadas do século XX. Seu trabalho humanitário e sua agitada vida pessoal a transformaram em um das personagens mais procuradas pela imprensa, fama que acabou provocando sua morte, em um acidente de carro. Seu casamento com Charles e sua permanência na família real não duraram muito: no dia 29 de fevereiro de 1996, ela anunciou ter aceitado o divórcio. Sua pensão foi fixada em 23 milhões de dólares, mais de 600 mil por mês. Após quase um ano mais tarde, sua vida terminou;

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JOANA D’ARC: Não existe dúvida entre os historiadores de que Joana D‘Arc é a mais famosa das guerreiras francesas na história europeia. Embora jamais houvesse aprendido nada sobre guerra, ela demonstrava um talento militar incomum no campo de batalha e sua coragem motivava as tropas como nenhum homem jamais havia conseguido. Joana justificava isso afirmando que era guiada por santos e anjos, cujas visões a acompanhavam o tempo todo, no campo de batalha e fora dele. Mas ninguém acreditava nisso, alegando que ela se utilizava de feitiçaria. Capturada pelos ingleses, foi considerada bruxa e queimada numa fogueira. Depois de sua morte, durante a qual deixou um raro exemplo de luta por seu rei e por seu país, muitas opiniões mudaram e o próprio Vaticano reconheceu seus contatos com os espíritos divinos e acabou por canonizá-la;

MADRE TERESA DE CALCUTÁ: Entre as mulheres do século XX, Madre Teresa de Calcutá destacouse de modo inconfundível entre aquelas que dedicariam sua vida a distribuir amor e compaixão aos sofredores. Essa vocação missionária a colocou entre as mulheres mais conhecidas e admiradas da segunda metade do século XX. Depois de anos de dedicação, Madre Teresa fundou, em 1948, a Ordem das Missionárias da Caridade, em Calcutá, na Índia. Na ordem, que dirigiu com suas características de tolerância e respeito, distribuiu ajuda e amor a pobres de todo o mundo, o que lhe valeu, em1979, o Prêmio Nobel da Paz. Após sérios problemas de saúde, em setembro de 1997 Madre Te r e s a faleceu.

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INDIRA GANDHI: A Índia foi dominada pela Inglaterra por mais de

um século, até sua independência, em 1947. A ascensão política de uma mulher, Indira

Gandhi, ao mais alto cargo na mais populosa democracia do planeta foi especialmente significativa para as mulheres indianas, que tradicionalmente eram subservientes aos homens. Além disso, Indira serviu de inspiração para muitas outras mulheres em países de Terceiro Mundo e deu início ao movimento pela participação da mulher na política. No dia 31 de outubro, Indira foi assassinada por dois dos seus próprios guardas de segurança quando passeava pelo jardim de sua casa;


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Marilene, uma das mulheres em destaque

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Tendo em sua experiência de vida vivenciado as dificuldades da pessoa com perda auditiva idealizou a Amada

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árias mulheres merecem destaque neste Dia Internacional da Mulher e, uma delas que faz a diferença no município de Macaé é Marilene de Miranda Fernandes. Ela é fundadora da Associação Macaense do Deficiente Auditivo (AMADA), que iniciou os seus trabalhados em 17 de outubro de 2001, a partir dos seus esforços. Tendo em sua experiência de vida vivenciado as dificuldades da pessoa com perda auditiva idealizou a Amada, como um grande passo para favorecer o desenvolvimento cognitivo, psicológico e social destes na sociedade prioritariamente de ouvintes. Trata-se de uma sociedade civil filantrópica, pioneira na região, de caráter bilíngue, com sede na Rua Barão de Mauá, 46, Centro. O trabalho desta macaense é de grande relevância para a cidade, já que a Amada atua no sentido de promover e articular ações que visem assegurar os direitos individuais e coletivos dos surdos e deficientes auditivos. Assim, é destinada a prestar assistência a tais indivíduos sem restrição de idade e classe social, residentes em Macaé e municípios vizinhos, visando favorecer a aquisição da Lín-

gua Brasileira de Sinais - LIBRAS e da Língua Portuguesa, prestando atendimento fonoaudiológico, psicológico, social, de esporte e lazer, arte e cultura, inclusão digital, atendimento educacional especializado, inserção no mercado de trabalho, como forma de favorecer o seu pleno desenvolvimento, bem como fomentar a inclusão social. A presidente Marilene lembra que a Amada nasceu de um amor que tinha em prol de um deficiente audiditivo, já que ela tem um filho com a mesma deficiência. E dos seus sonhos, ela começou um trabalho tímido com a ajuda da filha, a fonoaudióloga Flávia, numa sala pequenina que o CVI emprestou. Não conseguindo levar o trabalho adiante, fechou as portas. Mas no final do Governo de Sílvio Lopes, Marilene resolveu retornar a Amada, realizando um trabalho de maior expressão, pois recebeu toda a estrutura para desenvolver um serviço de qualidade com a ajuda do município. Aliás, segundo a presidente, o seu filho Lafayete Junior, deficiente auditivo, sempre cobrava dela um trabalho que viesse propor-

cionar uma nova condição de vida aos surdos de Macaé. E Marilene então acatou cheia de entusiasmo a sugestão do filho e enfrentou o desafio, transformando o seu trabalho em ajuda para centenas de pessoas no município.

Marilene tem participação ativa no dia a dia da Amada, sempre buscando ajudar a todos com sua experiência de vida


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DIVULGAÇÃO

Manifestação que marcou a história da mulher O objetivo dessa data é não só comemorar como também debater sobre o papel da mulher na sociedade

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dia 08 de março foi a data escolhida porque, neste mesmo dia, no ano de 1857, em Nova Iorque, houve uma greve organizada por operárias de uma fábrica de tecidos. Elas ocuparam a fábrica e reivindicavam por melhores condições de trabalho, como redução na carga diária de trabalho (de 16h para 10), salários iguais aos dos homens (as mulheres que executavam o mesmo tipo de trabalho que os homens recebiam até um terço do salário deles) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação teve uma resposta violenta. As operárias foram trancadas na fábrica, que depois foi incendiada. Cerca de 130 delas morreram carbonizadas. Foi devido a este marcante acontecimento que o Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta data. Em 1910, a data já tinha sido marcada na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhague, na Dinamar-

ca. Clara Zetkin propôs uma resolução de instaurar oficialmente esse dia em homenagem às mulheres. Na conferência, ela lutou para que todas as mulheres seguissem o exemplo das socialistas americanas. Foi a partir daí que a data começou a ser comemorada a nível internacional, expandindo-se pela Europa, com o incentivo das mulheres socialistas. Quando esta data foi oficializada, o objetivo era não só comemorar como também debater sobre o papel da mulher na sociedade atual. O intuito é fazer com que a diferença entre elas e os homens diminuam e, quem sabe, um dia termine. As mulheres, em reuniões e conferências que são realizadas no mundo todo, tentam acabar com o preconceito e a desvalorização. Mesmo com todos os avanços que o chamado “sexo frágil” conseguiu nas últimas décadas, elas ainda sofrem com salários menores, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.

A mulher conquistou o seu lugar no mercado de trabalho ao lado dos homens, mas ainda sofre com a discriminação

A luta feminina

Queima de sutiãs muitos movimentos e passeatas feministas foram realizados ao redor do mundo. No entanto, o episódio da queima de sutiãs em praça pública foi o mais marcante da história. Na década de 60, mulheres dos

Estados Unidos e da Europa lutavam por sua emancipação. A simbologia deste gesto significava libertar-se da prisão, como se o sutiã fosse uma camisa-de-força. Elas queriam se livrar da organização DIVULGAÇÃO

social, que na época era mais machista que nos dias de hoje, que as aprisionavam. Elas procuravam colocar em prática seus direitos de cidadania, enquanto mulher, perante o homem e a sociedade. Na época, o exagero de queimar sutiãs nas ruas foi necessário para se fazerem notar e chamar a atenção da sociedade quanto às suas reivindicações. Atualmente, as mulheres que já conseguiram conquistar mais igualdade perante o homem em questões trabalhistas e políticas - querem continuar avançando e buscam chamar os homens a essa discussão, para compor um debate que é do interesse de todos.

a primeira vez que o Dia Internacional da Mulher foi comemorada deu-se em 28 de fevereiro de 1909, na cidade de Nova Iorque, que já fora palco de vários protestos em busca de melhores condições de trabalho e equiparação salarial com os homens. A iniciativa de reservar um dia especialmente para a mulher foi do Partido Socialista da América. No ano de 1910, aconteceu em Copenhague a primeira conferência sobre a mulher, dirigida pela Internacional Socialista. A data foi comemorada até o ano de 1920, depois caiu no esquecimento, sendo reavivada na década de 60. No ano de 1975, tido como o Ano Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas começou a patrocinar o Dia Internacional da Mulher.


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A mulher e a carreira na Polícia Militar

Em Macaé, atualmente quinze policiais integram a corporação do 32º BPM. A presença delas está associada a um atendimento mais sensível à comunidade KANÁ MANHÃES

Bertha Muniz berthamuniz@odebateon.com.br

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las são fortes e lidam com situações extremas sem perder a feminilidade. Representam apenas 2,5% do efetivo da Polícia Militar de Macaé, mas mudaram não apenas os números, como também as funções exercidas. Sua presença na corporação cresce a cada ano com o desafio de conquistar mais vagas, patentes altas e a confiança da população, ocupando um espaço que antes era restrito aos homens. Em Macaé, a incorporação das mulheres à polícia tem sido associada a um atendimento mais sensível à comunidade. Nas operações, a presença de mulheres representa tranquilidade. Para Thaynara Soares, cabo da PM , formada em Enfermagem, ser policial militar foi uma escolha acertada, apesar de não ter sido a sua primeira opção. “Entrei na PM há seis anos por acaso, para ajudar o meu irmão a estudar para a mesma prova que fiz. Acabei entrando na primeira tentativa e ele não. Somente cinco anos depois ele conseguiu passar”, explica a militar. A história de Thaynara é um exemplo de que a feminilidade está presente no dia a dia das mulheres da PM. Vaidosa, ela cita que o assédio na rua já é uma situação encarada com humor. “Os homens são repetitivos e usam sempre o mesmo bordão, como: Me prende!”, conta. Mas a vida para as mulheres na corporação também tem mo-

Para Thaynara Soares, cabo da PM ser policial militar foi uma escolha acertada mentos de dúvida. Para a militar, o maior desafio que encontrou ao ingressar na PM, com apenas 22 anos foi acostumar-se com o regime militar. “Aceitar o militarismo foi o mais difícil, mas a estabilidade financeira e o contato com a profissão me fizeram gostar do que faço”, avalia. Para o comandante do 32º BPM, Ramiro Campos, é importante destacar e enaltecer a atuação e ascensão da mulher na instituição. “Atualmente, temos policiais femininas atuando nos mais diversos segmentos da corporação, tanto no policiamento ostensivo, quanto na atividade administrativa, quer seja na capital ou no interior do Estado. Todas realizam seu trabalho com habilidade, responsabilidade e merecem reconhecimento”, afirmou.

Mulheres na Polícia Militar Em todo o Brasil, cerca de 10% do contingente de Policiais Militares são mulheres. Elas “invadiram” o terreno masculino na PM há muitos anos, vencendo muitos preconceitos. Em 2008, a primeira Polícia Feminina do país, a de São Paulo, completou 53 anos. A ideia de empregar mulheres em missões policiais no Brasil surgiu na década de 50 e foi uma mulher, em 1953, que apresentou, no 1º Congresso Brasileiro de Medicina Legal e Criminologia, sua tese da necessidade de criação de uma polícia de mulheres e defendia que as mulheres eram tão competentes quanto os homens para realizar o trabalho de policial. Isso foi em 1953 e a mulher era Hilda Macedo, assistente da cadeira de Criminologia

da Escola de Polícia. Em janeiro de 1955, baseado na ideia de Hilda, o então governador do Estado, Janio Quadros, pediu ao diretor da Escola de Polícia da época, Walter Faria de Queiroz, que estudasse a possibilidade de ser criada uma polícia de mulheres. Em 12 de maio de 1955 foi assinado o decreto 24.548, criando, na Guarda Civil de São Paulo, o Corpo de Policiamento Especial Feminino e foi escolhida para chefiar as mulheres, a própria Hilda Macedo, que se tornou a primeira comandante da polícia militar mulher. Foi a primeira Polícia de mulheres do país e da América Latina. A elas foi atribuído o trabalho de proteger mulheres e jovens, missão que atendia as necessidades sociais da época.

DI A DA MULHER 11

Homenagem especial a uma pessoa especial Com seu jeito professoral, meiga e critérios cheios de delicadeza, Zilma se dedica a revisar os textos como o calendário dedica o dia 8 de março para homenagear no mundo as mulheres, data em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, no dia a dia não é tão fácil reconhecer méritos nas ações das pessoas que nos cercam. Mas exatamente o fato de ser difícil, muitas vezes acabamos omitindo não por assim o desejar, mas exatamente pelo fato da presença constante nas tarefas e procedimentos profissionais, nomes e pessoas que atuam e tem importância na vida social e profissional. A presença numa empresa de comunicação, de uma pessoa antenada com o dever de levar aos leitores o melhor conteúdo, chova ou faça sol, sem hora para começar ou acabar porque a rotina no jornal se torna uma corrente contínua - mal acabamos de concluir uma edição já estamos pensando

em elaborar outra melhor torna-se uma pressão permanente. E, com seu jeito professoral, meiga e critérios cheios de delicadeza, Zilma Zarour Pinheiro Pires se dedica a revisar os textos inseridos no sistema para, finalmente, o editor passar a tarefa para o arte finalista concluir a pré-impressão. Formada em Filosofia, Ciências e Letras, diretora de escola durante 25 anos, experiência conquistada no jornalismo ao abraçar a profissão, Zilma Zarour Pinheiro Pires, macaense e pertencente a uma das tradicionais famílias mais respeitadas da cidade - Zarour e Pinheiro - é o que se espera de uma grande mulher. Beleza, cordialidade, educação, respeito, características que em alguns casos nascem com a pessoa. Ao lado do marido e diretor de O DEBATE, jornalista Oscar Pires, ela representa hoje a figura das mulheres que atuam no periódico, recebendo neste dia especial homenagem pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher. ARQUIVO


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MACAÉ, SEXTA-FEIRA, 8 DE MARÇO DE 2013

WANDERLEY GIL

A revelação política do Partido Verde, loura, de olhos verdes... Quem não conhece Renata Paes pode até confundir quando ela está junta a Rafaela, sua irmã gêmea.

C

onsiderada quase um fenômeno eleitoral por ter sido eleita em 2012 a única mulher para as 17 vagas da Câmara Municipal de Macaé, e ainda, ser a única mulher eleita pelo Partido Verde no Estado do Rio de Janeiro, Renata Thomaz de Oliveira, que adotou o sobrenome Paes quando teve o nome lançado para concorrer contra um forte time de mais de 300 concorrentes, pretende faze história não só na política. Com seu jeito simples de uma jovem com 26 anos, ela pensa grande e tem objetivos desafiadores pela frente, principalmente até o final da legislatura que acaba em 2016. Quem não conhece Renata Paes pode até confundir quando ela está junta a Rafaela, sua irmã gêmea. Olhos verdes, cabelo louro, esguia, Renata representa

a mulher no Poder Legislativo e tem planos de lutar para conquistar a criação da Secretaria da Mulher e criar mecanismos para a total assistência às mulheres que, normalmente, são lembradas na data especial. “Pelo menos, existe no calendário internacional, um dia para lembrar da gente”, diz ela, orgulhosa de ter conquistado o mandato tendo como espelho e admiração pela ex-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, “pessoa humilde que transmite, além de sabedoria, a imagem de uma pessoa do bem e deseja o bem para nossa pátria”. Cursando Psicologia na Faculdade Estácio de Sá, Renata Paes, ancorada com seus 2.608 votos conquistados em todo o município, especialmente na região serrana e em Córrego do Ouro, onde reside com seus

pais Regina e Paulo Paes, ela admira as mulheres que comandam grandes empresas, citando como exemplo a presidente da Petrobras, Graça Foster. Mas, quando concluir a faculdade, como sonho de vida de toda mulher, casar e ter filhos sem esquecer o compromisso de continuar

lutando em todas as esferas dos governos municipal, estadual e federal, para que as mulheres em todos os períodos da vida, possam ter assistência e serem lembradas todos os dias. Criar um polo de apoio psicológico ou núcleo de atendimento, além de fazer valer os direitos conquista-

dos após a promulgação da Constituição de 1988, Renata Paes lembra que tem forte apego à família, todos dedicados a causas sociais a qualquer hora do dia ou da noite. “Quando abraçamos a política, pensamos no bem coletivo. A realidade dos dias de hoje, diferente de um passado não tão dis-

tante quando não existia a velocidade da internet e em questão de segundos recebemos informações de todas as partes do mundo, estamos cada vez mais atentos as mudanças para que possamos emprestar solidariedade fazendo o bem, sem olhar a quem”, acentuou.


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