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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ
Macaé, quarta-feira, 29 de Julho de 2020
Com as instalações de Termelétricas, Gás Natural marca novo ciclo de crescimento para Macaé
Termelétricas
consolidam Macaé como novo polo de Energia A cidade que fez história com o petróleo, hoje caminha para ser conhecida também como produtora de Energia através do Gás Natural CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: CRISTIAN KUPFER
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apital Nacional do Petróleo, é como a cidade de Macaé é conhecida, mas, há seis anos o município sofreu com a crise petrolífera em 2014, e mesmo diante de incertezas, Macaé não perdeu esse título e nem a força do óleo e gás, já que o município tem investido em outras áreas e se reinventa a todo momento. Na chegada da cidade uma placa avisa: você está na Capital Nacional do Petróleo e quem passa no polo offshore, na Granja dos Cavaleiros presencia pequenas, médias e grandes empresas instaladas no solo macaense e ajudam a escrever a história de uma cidade que completa 207 anos e tende a crescer com novas instalações de empresas. Mesmo com a movimentação do setor em queda, muitas empresas encerraram contratos, demitiram funcionários, outras interromperam as atividades. O efeito cascata em 2014 veio se arrastando por alguns anos e a cidade superou a crise econômica, e não vai ser diferente este ano, já que todos terão que refazer a mesma lição: superar e ousar. A ousadia está em novos investimentos e atrair novas empresas que já têm vista para se instalarem na cidade e uma das expectativas é que Macaé, a Capital Nacional do Petróleo pode se tornar também polo Nacional de Produção de Energia, é que em quatro anos 9 termelétricas vão ser instaladas na cidade. Atualmente, Macaé já conta com duas usinas em funcionamento, uma em construção e outra prestes a iniciar as obras e agora mais duas vão ser instaladas. O terreno para a instalação das usinas termelétricas Tupâ e Jaci, já foi definido é uma área de 315 mil
metros quadrados ao lado do Terminal Cabiúnas, responsável pelo processamento de gás natural produzido na Bacia de Campos, combustível que vai ser utilizado pelas usinas na produção de energia elétrica. Cabiúnas processa cerca de 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia e pouco mais de R$ 9 milhões serão utilizados para abastecer as termelétricas. A chegada das unidades coloca Macaé em um novo patamar além de Capital Nacional do Petróleo, vai ser vista também como polo Nacional de Produção de Energia. Segundo o Consultor de Negócios, Vitor Vargas, esse é um novo momento para a economia na cidade que vai ganhar novos fôlegos. "A instalação das usinas traz um novo cenário econômico e próspero para Macaé, a expectativa é que sejam gerados cerca de 3 mil empregos com a construção das duas unidades", destaca. A unidade Marlin Azul está em construção, com previsão para iniciar as operações em 2022 e as obras da usina Nossa Senhora de Fátima estão a todo vapor. Outras três estão em estudos técnicos, em quatro anos a cidade deve abrigar nove usinas. O objetivo das termelétricas Jaci e Tupã é gerar energia elétrica e fornecê-la para o sistema interligado nacional no submercado Sudeste e Centro-Oeste. A previsão para início de fornecimento é a partir de primeiro de janeiro de 2024. O Empreendedor do projeto, Natural Energia, disse que haverá geração em massa de empregos, com contratações na área civil, técnica, engenharia e ambiental. Não foi informado questões de prioridades ou se apenas munícipes macaenses serão contra-
tados em maior volume. "Macaé tem a vantagem de ter a rota 2 do pré-sal aqui dentro, em Cabiúnas", atesta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Gerson Martins, ressaltando que o gás é o grande negócio hoje no município. "O gás consegue trazer qualquer tipo de empresa, principalmente com a decisão do governo federal de quebrar o monopólio do gás da Petrobras e de baratear o insumo porque é isso que a indústria quer: gás barato, indústria se instalando, desenvolvimento chegando e emprego gerado", enumera. A rota 2, citada pelo secretário, se refere ao gasoduto de 382 quilômetros de extensão, que se inicia na área do pré-sal da Bacia de Santos e segue até a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), onde o gás é processado e distribuído. Gerson Martins destaca que o município possui duas termelétricas instaladas, o empreendimento que será operado pela Shell, duas que serão operadas pela Global Energy que estão ainda na fase de iniciar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIARIMA) e outras previstas para o Complexo Logístico e Industrial de Macaé (Clima). O Arco Viário de Santa Tereza, estrada que conecta a RJ-168 à região do Parque dos Tubos, também começa a ganhar forma, gerando na região mais um eixo de deslocamento logístico a fim de servir empresas do mercado de óleo e gás. Macaé avança trazendo lembranças da representatividade regional alcançada ao longo de 40 anos de ascensão do petróleo, mantendo a população firme na esperança de dias melhores, mediante as marcas profundas geradas pela crise.
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Macaé volta a sorrir e abre suas asas a novos sonhos Após um longo período de muita nebulosidade e instabilidade trazidas pela pandemia, enfim abre-se no horizonte um novo tempo de esperança CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
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mal tempo está passando. Macaé volta a sorrir e abre suas asas a novos sonhos de verão. É tempo de recomeçar. O presidente do Macaé Convention & Visitors Bureau, Guilherme Abreu, está muito otimista anunciando os preparativos para a retomada do turismo em Macaé. “Além do Macaé C&vb prestar o suporte aos empresários locais com a divulgação de suas marcas, produtos e serviços, estamos acompanhando todo o processo da implantação do selo de Turismo Responsável e de Turismo Consciente-RJ”, declarou o presidente, informando também que o selo representa um movimento importante para a retomada da atividade turística no Brasil uma vez que há o entendimento por parte dos destinos turísticos e do próprio setor de viagens, que haverá uma demanda do turista por empreendimentos e atrativos que adotem medidas de proteção e segurança do ponto de vista sanitário. “A medida contribui para promover o Brasil como destino seguro e incentiva a retomada da atividade turística e a atração de turistas nacionais e internacionais. O selo é opcional, mas acreditamos que ele poderá ser um importante diferencial para atender o novo perfil de turista que surgirá no pós pandemia, mais atento à questão sanitária e mais exigente em relação a higiene e outros cuidados”, explicou Guilherme. A expectativa é que nos próximos meses, as viagens e passeios turísticos voltem a acontecer, mas desta vez, com critérios de logística, saúde e segurança pré-estabelecidos. Com o objetivo de realizar o deslocamento das pessoas seja feita de forma ordenada e protegida e conquistar a confiança dos turistas, foi lançado o Selo Turismo Consciente RJ. O Presidente do Macaé Convention prossegue frisando as suas expectativas que são as melhores possíveis principalmente no turismo de proximidade neste primeiro momento. “A sociedade vai redescobrir a importância ambiental e o valor estratégico da manutenção da paisagem rural (interior), e passa a tratar praias, lagoas, rios, fauna e flora como elementos essenciais para o ser humano no pós pandemia. Acreditamos que crescerá muito o turismo regional e aqueles que num raio de até 600 km propiciem as famílias a viajar, seja o turismo rodoviário ou em voos de curta duração. A busca de destinos como Macaé será de grande importância, nossa cidade oferece uma excelente região serrana com muitas cachoeiras e praias com uma gastronomia de excelência e hotelaria com todo o conforto para uma boa noite de sono”, declarou ele. Guilherme Abreu informa ainda que o foco do momento é a divulgação digital. “Não podemos deixar de falar da nova era da informação digital, que veio para ficar, onde se estima que bilhões de pessoas de todo mundo estejam conectadas na internet através de seus smartphones, o turista tem se mostrado imediatista e busca serviços flexíveis, autônomos, praticidade na aquisição de produtos e serviços. A jornada do turista digital se resume em sonhar, planejar, comprar, experimentar e compartilhar. E o Macaé CVB, se atentou a esta tendência e investiu em produção e geração de conteúdos sobre a cidade e suas riquezas naturais, grastronômicas e comerciais, através da Campanha Eu Amo Macaé, com publicações informativas, contando a história, curiosidades e benefícios que o município oferece e possui, por meio de seus canais digitais: site: macaecvb.com.br/novo, @macaecvb no Facebook e Instagram”, explicou. Já o Presidente da Associação Comercial e Industrial de Macaé, Francisco Navega, destaca que Macaé, neste seu aniversário de 207 anos, se reinventou por diversas vezes. “De Princezinha do Atlântico passa pela Capital Nacional do Petróleo e se transforma hoje na Capital Nacional da Energia com seu potencial hidráulico e o novo marco regulatório do gás por vir, quando produziremos uma Itaipu em produção termoelétrica”, declarou Navega. E prosseguiu: “Nossa capacidade de se reinventar passa pelos braços de seu povo ordeiro e trabalhador, potencial turístico inestimável em seus 300 dias por ano de sol é uma rede hoteleira e gastronomia diversificada, um potencial incrível suas serras, cachoeiras, turismo rural, junta-se ao comércio, a pesca, a agricultura, polo universitário, vocação na medicina, nossa base petróleo e gás com aeroporto e Porto em plena carga, o Tepor a nos trazer um alento, torna essa cidade de 250 mil habitantes a 200 kms da capital um Porto Seguro para investimento. Que possamos de uma vez por todas aprender a diversificar nossa economia, como é nossa gente, diversa e preparada para os novos desafios que teremos pela frente. Juntos seremos um. Sairemos dessa pandemia com uma visão humanista em busca do equilíbrio e sustentabilidade, molas mestras dos anos vindouros.”
As belezas naturais de Macaé inspiram o público a seguir em frente e mergulhar num tempor de prosperidade econômica do município
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Negócio bilionário:
nova perspectiva com a venda de Campos Maduros
Empresas que têm expertise planejam se instalar em Macaé, com isso, a arrecadação de royalties será ainda mais impulsionada CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: CRISTIAN KUPFER
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ma negociação bilionária. A Petrobras vendeu os polos Pampo e Enchova que possuem 10 campos de petróleo, em Águas Rasas na Bacia de Campos e a compradora foi a operadora internacional, a Trident Energy Brasil. Os campos são considerados maduros, quando o pico da produção já passou e começa a diminuir até chegar ao fim. A empresa é a única especialista em ativos maduros internacionais de petróleo e gás. Para o Consultor em Negócios, Vitor Vargas, a cidade de Macaé terá um investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões, valor que vai ajudar a balancear as dívidas da estatal e favorecer novos investimentos
"A negociação significa mais geração de empregos e movimentação na economia. Em tempos de pandemia do novo coronavírus e de prejuízos na maioria das áreas o valor pago pela operadora e os investimentos feitos nos campos maduros chegam em um bom momento não só para a cidade de Macaé, considerada até pouco tempo como a Capital Nacional do Petróleo, mas também para outros municípios que compreendem a Bacia de Campos", explicou o Consultor em Negócios, e afirma que as empresas que têm expertise vão querer se instalar em Macaé porque a cidade está preparada dentro do segmento e com isso, vai impulsionar ainda mais a arrecadação de royalties. Com o impacto da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, nos últimos meses, cidades como, Campos, São
João da Barra e Casimiro de Abreu, Carapebus, Rio das Ostras e Quissamã, receberam os menores repasses de royalties e participação da história. Por isso, esta negociação pode ser uma esperança para que os valores voltem a subir e a Petrobras também pretende vender os campos em terra até o fim do próximo ano. Segundo representantes da estatal, ela deve agora focar mais na exploração do pré-sal, nas águas profundas e ultra profundas. Esta será a primeira operação da Trident Energy no país e a empresa já atua na América latina e na África. A estimativa de investimentos na ordem de US$ 20 bilhões para os próximos quatro anos, garantida pela Petrobras através do Plano de Negócios 2020-2024, permitirá que a Bacia de Campos recupere, não apenas posição de destaque no volume nacional de extração de
óleo bruto e gás natural, mas também uma nova perspectiva de sobrevivência para o Estado do Rio de Janeiro e os municípios produtores. Em especial, Macaé. No momento em que o pré-sal assume a maior fatia na média nacional de produção de petróleo, as atividades nos chamados campos maduros também seguem como prioridade para a Estatal, que pretende investir pesado no campo de Marlim, elevando assim a capacidade de extração de óleo em reservas que sustentam o equilíbrio da economia nacional por quase três décadas. Essa injeção de dinheiro na revitalização dos campos maduros representa também a manutenção de sistemas de produção operados pela Petrobras, o que gera maior demanda para as empresas instaladas no polo offshore de Macaé, assim como contratações e empregos.
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O empresário Moabe Alves está confiante no potencial do município e acredita que tão breve a economia será restabelecida
Empresários otimistas com a retomada da economia e Macaé busca esperança Especialistas e empresários acreditam que o município terá novo fôlego com a reabertura de novos segmentos, já que o comércio local é aquecido também por cidades vizinhas CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: CRISTIAN KUPFER
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a comemoração dos 207 anos de emancipação política-administrativa de Macaé, comerciantes vibram por dias melhores no período de pandemia que atingiu em cheio vários setores econômicos no país e sem perder a esperança de dias melhores, profissionais do ramo estão utilizando novos meios de venda, como o on-line para diversificar ao ramo de atividade. Janeiro: o ano 2020 começava e marcava a retomada do comércio, onde novos sonhos, planejamentos e reinventar já era a palavra chave para a forma de trabalhar e reaquecer a economia. Mas de repente, tudo teve que ser fechado e sonhos tiveram que ser adiados por meses e a população teve que viver uma nova e difícil realidade por causa do novo coronavírus. Desde março, o comércio no Brasil entrou em uma nova crise e os consumidores saíram das ruas e quatro meses se passaram os setores começam a ser flexibilizados. O sol nasce cedo em Macaé, antes das seis da manhã e quem começou a reabrir a loja tem o desafio de repensar o futuro e foi a partir deste mês que todos tiveram que reavaliar a sustentabilidade dos negócios durante a pandemia e começar a refazer planos. Moabe Alves é dono de um salão de beleza, no bairro Imbetiba, e antes da pandemia ele atendia de 20 a 40 clientes por dia. Com a reabertura do salão, ele só pode atender três pessoas e mesmo assim está confiante e busca inovação e novo fôlego para encarar o pós-pandemia. Moabe teve que se adaptar a novas exigências do Ministério da Saúde e do decreto municipal e uma delas é no caso de atendimento aos clientes idosos com comorbidades, que é necessário fazer uma mini quarentena para atender o cliente."Nem tudo é o financeiro e o carinho pelos clientes estão acima de tudo, começando pelo atendimento especial", destacou o empresário e acredita que Macaé está no caminho certo e acredita na retomada da economia em breve. "Para reconstruir o Brasil, precisamos recuperar o que o país tem de melhor, que é a resiliência e a vontade de realizar. O comércio em Macaé é considerado forte e tão logo vamos enfrentar novos ciclos de boas colheitas. Sou otimista e esperançoso, arregaço as mangas e vou trabalhar todos os dias querendo ser melhor hoje do que ontem", disse Moabe Alves. "Com um pouquinho de sorte e juízo agora as coisas vão acontecer." A busca pelo faturamento não pode ser realizada a qualquer custo e é preciso planejar. Se a venda diminuiu, alguns buscam alternativas como é o caso do empresário Hanry
Tibau, que tem uma loja de equipamentos de manutenção para plataformas de petróleo. A unidade estava fechada há três meses e teve uma queda na receita de 70% , tanto ele quanto os funcionários tiveram que trabalhar em home office. "A minha empresa sobreviveu a essa crise graças ao faturamento do ano anterior que tem ajudado no fechamento das despesas de pagamento de funcionários e equipamentos, mas a partir desse segundo semestre podemos ter mais baixa na receita já que não houve faturamentos nos meses anteriores, porém estamos confiantes com a retomada do comércio que breve a economia será equilibrada", confiante disse Hanry. Faturamento que está fadado a cair, o empresário estima prejuízos para o mês de setembro. Para driblar a perda, a empresa que atende apenas a indústria de óleo e gás, viu a necessidade de expandir a carteira de clientes, o que tem dado certo. Em tempos de pandemia, se reinventar é a nova palavra de ordem, talvez nesse momento seja até mais importante que lucrar. Sem criatividade e novas estratégias de marketing, as vendas tendem a cair e o lucro cada vez mais distante e o resultado muitos já sabem: estabelecimentos fechados e funcionários demitidos. Foi o que aconteceu com Geonildo Borges, que trabalhava como gerente de um hotel em Macaé e foi desligado da empresa devido a crise. Ele já tinha o 'plano B' e com a demissão pôde dar mais atenção e investir no restaurante que tem. "Eu consegui enxergar uma oportunidade e resolvi investir arduamente e tive que buscar a reinvenção", comenta. As vendas no balcão de loja, quando pensamos em varejo, nunca mais serão as mesmas. Assim como as aglomerações em galerias, shopping e calçadão, hoje o município conta com aproximadamente 3,5 mil empresas de base comercial e cerca de 100 indústrias, conforme dados da Associação Comercial e Industrial de Macaé. O coronavírus impôs nova realidade e derrubou previsões de expansão do comércio para este ano. Especialistas afirmam que é hora de buscar novas estratégias de gestão e vendas e esse revés força um olhar para dentro de todas as organizações, das grandes redes à pequena loja do interior e em segmentos variados. "Esse é o momento de encontrar novas estratégias de marketing e vendas que a internet e o marketplace são meios que vieram pra ficar", disse o presidente da ACIM Macaé, Francisco Navega.
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Arquipélago de Santana: um mar de encantos e belezas O Arquipélago de Santana possui vestígio de civilização pré-histórica brasileira em ilha. A estimativa é que o arquipélago tenha 1.200 anos CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
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este aniversário de 207º aniversário de Macaé, momento em que o município começa a despertar para um tempo de retomada da economia, crise causada pela pandemia, os olhos do macaense se voltam para as suas belezas naturais, como forma de dar a volta por cima e atingir a superação. O turismo destaca-se como área otimista, apresentando um leque de encantos e belezas, ingredientes propícios à recuperação econômica da cidade. Desse leque salta aos olhos um dos belos cartões postais da cidade, o Arquipélago de Santana, que ganha destaque por ser considerado um santuário ecológico. Neste sentido, o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade Nupem, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveu um documentário para formatação de vídeo sobre a Ilha de Sant'anna. O autor do projeto foi o professor e doutor em Ciências Biológicas, Carlos Barbosa, que registrou belas paisagens do arquipélago macaense e incluiu
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LUCIANO GOMES FISCHER
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Vista aérea do Arquipélago de Santana, mostrando as Calhetas, Ilha do Francês, Ilha de Santana, e no horizonte ao centro, o morro de São João
informações relacionadas à fauna e à flora. Segundo um dos idealizadores do documentário, o professor e doutor em Ciências Biológicas, Carlos Barbosa, o trabalho registrou belas paisagens do arquipélago macaense e incluiu informações relacionadas à fauna e à flora. O biólogo faz questão de frisar que este trabalho de pesquisa foi desenvolvido por diversos pesquisadores do NUPEM/ UFRJ, sendo portanto de responsabilidade de todo o grupo. De acordo com o Carlos Barbosa, o Parque Natural Municipal Arquipélago de Santana está localizado a uma distância de aproximadamente 8 km do continente. Abrangendo as Ilhas de Santana, do Francês, a Ponta dos Cavaleiros, Ilhote do Sul e demais rochedos e lajes, Santana possui uma área insular de 1,64 km2 e uma área marítima de 5,4km2. Suas ilhas, caracterizadas por rara beleza, inclui um dos principais patrimônios da biodiversidade e história geológica do município de Macaé. “O arquipélago é local de descanso e reprodução para espécies de aves marinhas. A principal delas é o atobá-marrom, que habita e se reproduz nas ilhas e rochedos. LUCIANO GOMES FISCHER
Dezenas de espécies de macroalgas já foram registradas, muitas delas fontes de compostos bioativos utilizados na produção de novos medicamentos. Dentre as mais de 150 espécies de peixes conhecidas, muitas delas são importantes para a pesca da região como o pargo-rosa, corvina, sardinhas e pescadas”, relata o biólogo, esclarecendo ainda que diversas espécies ameaçadas de extinção também habitam as águas que banham o arquipélago, incluindo o tubarão-mangona, o tubarão-baleia e diversas espécies de raias, incluindo as raias-viola. As ilhas e rochedos ainda abrigam várias espécies de esponjas e corais, como o coral Mussismilia hispida, endêmico do litoral brasileiro e que chega a formar colônias com aproximadamente um metro de diâmetro na Ilha de Santana. Os costões rochosos e recifes das ilhas abrigam centenas de espécies de invertebrados sendo inventariadas pelos pesquisadores do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade NUPEM, incluindo espécies vulneráveis como o octocoralPhyllogorgiadiatata e a estrela-do-mar Echinaster (Othilia) brasiliensis. Na passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e do Dia Mundial dos Oceanos (8 de junho), um vídeo de aproximadamente cinco minutos(https://www.youtube.com/ watch?v=qLwZ6LcGQAc&t=24s) foi produzido pelos pesquisadores Dr. Carlos AM CARLOS AM BARBOZA
Barboza, Dr. Emiliano Nicolas Calderon, Dra. Lísia MS Gestinari, Dr. Luciano Gomes Fischer, Dra. Patricia Luciano Mancini e Dra. Paula Debiasi, apresentando registros de belas paisagens do Arquipélago de Santana. Ele inclui informações relacionadas à fauna e flora e uma relaxante trilha sonora. O vídeo chama a atenção para a exuberante paisagem e riqueza natural e seu conteúdo é fruto de múltiplos esforços de pesquisa envolvendo dezenas de alunos de graduação, pós-graduação e diversos outros pesquisadores. O Arquipélago de Santana é uma unidade de conservação muito importante do nosso litoral e precisamos valorizá-la como um patrimônio natural de nosso município. Carlos Barbosa deixa claro que, para o desenvolvimento das pesquisas, os pesquisadores do NUPEM contaram com a colaboração de pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro/UFRJ e são apoiados pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) através do Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira. As atividades de pesquisa estão relacionadas ao Projeto Coral Vivo, Projeto Multipesca e Projeto Costões Rochosos. Todas as atividades são frequentemente comunicadas na página do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade NUPEM/UFRJ (https://www.macae.ufrj. br/nupem/). MÔNICA PACHECO
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Educação se reinventa em tempos de pandemia Trabalho remoto da categoria se apoia na tecnologia para garantir o ensino aos alunos CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ALEX MAIA
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om o fechamento temporário das escolas das redes pública e privada de ensino, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a educação teve que se reinventar, não sendo diferente em Macaé. Frente a um outro cenário, diretores, gestores e coordenadores escolares tiveram que se unir e estabelecer formas do ensino chegar até às residências dos alunos de forma online. Embora o prosseguimento das atividades esteja acontecendo remotamente sob apoio das tecnologias, não tem sido fácil para os professores que necessitaram se adaptar a uma modalidade excepcional através de novas metodologias, a fim de garantir os conteúdos e ensinamentos da Educação Infantil ao Ensino Superior. Tendo as aulas presenciais sendo substituídas instantaneamente em meados de março pelas aulas virtuais, por meio do ensino a distância (EAD), docentes e discentes se viram obrigados a se adequarem a um rápido aprendizado e novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Segundo Wanessa Leal, diretora do Colégio de Aplicação (CAp), referência do Ensino Médio e destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nesse momento em que precisamos pensar no amanhã com novas perspectivas de superação, é tempo de desconstruir o que já estávamos acostumados a executar para então construir novamente. As palavras de ordem devem ser a cautela e serenidade para que os riscos sejam amenizados pelo equilíbrio das ações. É
imperativo um planejamento cuidadoso que contemple sempre uma Educação que alcance a todos de maneira integral, esse é o nosso papel de educador. “Sabemos que não há como retornar às atividades presenciais voltando de onde paramos. É fundamental o diagnóstico sobre a educação remota durante esse período, para depois planejar novas ações de recuperação e de acolhimento aos alunos. Os educadores ‘CApianos’ trabalham com a ideia de que é necessário desconstruir nossas práticas pedagógicas consolidadas e sistematizadas há 10 anos, para nos reinventarmos e atendermos a demanda atual, juntamente com todos os novos desafios que o ensino remoto nos impõe”, ressalta. De acordo com a diretora, a equipe gestora juntamente com o corpo docente está ‘escrevendo um novo capítulo didático-metodológico’, que acreditam ser um dos legados pedagógicos desta pandemia. “Professores que antes resistiam ao uso da tecnologia e tudo que ela nos oferece, hoje trilham com curiosidade e segurança por plataformas virtuais, ampliando cada dia mais as possibilidades e estratégias para o ensino remoto. Encontrar soluções imediatas para um problema até então desconhecido, nos mobiliza e impulsiona diariamente. Novas estratégias metodológicas foram criadas para dar conta deste período difícil para toda a humanidade e, ao mesmo tempo, tão desafiador para nós, educadores e, o retorno, caminha com esse pensamento, buscando novos caminhos e novas estratégias”, pontua. Apesar da internet estar funcionando como um facilitador e principal ponte entre os professores e alunos nesse momento de pandemia, para muitos, o uso dessa ferramenta se torna ainda mais
desafiador em meio às demais atribuições diárias, como criatividade quanto às atividades, elaboração de provas e calendário acadêmico. Para Marcelo Salvini Fernandez, diretor de uma escola particular do município, é preciso tirar o melhor dessa nova experiência, tentando sempre ficar com as boas coisas e deixando para trás tudo que foi negativo. A proposta é voltar como seres humanos melhores, dando valor às coisas simples que antes, até por falta de tempo, passavam despercebidas e longe de terem o reconhecimento mínimo que era devido. “Esperamos ver famílias mais unidas, a juventude cuidando mais dos mais experientes e dando ouvido aos conselhos extraídos de suas vivências. Temos 24 horas por dia, o que mais se ouvia era “não tenho tempo” e, nesse momento ímpar que estamos vivendo escutamos “o que vou fazer para passar esse tempo de confinamento?”, como se fosse tudo que queríamos e quando o temos não sabemos o que fazer com ele. Precisamos reorganizar nossas vidas, nosso tempo, e desta vez colocando como prioridade a nossa felicidade e não as necessidades momentâneas. Esperamos um mundo melhor com valores revistos”, conta. O diretor reforça que a escola tem que se preparar para o desconhecido, da melhor maneira possível. “Claro que ver o que os demais países têm feito ajuda, mas o Brasil é um país bem diferente, principalmente, ao que diz respeito a nossa cultura. O abraço, o aperto de mão e o toque estão presentes no dia a dia do brasileiro. Além de todos os preparativos físicos previstos nos protocolos de volta às aulas como tapetes higienizadores, álcool gel, aferição da temperatura de todos que entram e estão no estabelecimento, distanciamento entre as carteiras e pessoas e afastamento das pessoas
de grupo de risco, o maior desafio de escola será conscientizar nossos alunos nesse momento em que temos que ter atitudes diferentes para nosso bem e para o bem do próximo”, revela. Já para a Presidente do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino de Macaé e Região (Sinpro Macaé e Região), Guilhermina Rocha, as perspectivas do sindicato são as melhores no sentido de que é preciso pensar, já que a pandemia impactou e trouxe de alguma forma um novo olhar para a vida e uma nova forma de convivência. “Ela nos exigiu adaptação e reorganização, e diante disso, dentro do que nós enquanto representante dos professores da educação infantil e básica e ensinos fundamental, médio e superior, esse processo foi excepcional, por meio de um trabalho remoto incansável, garantindo a manutenção dos vínculos e continuidade do exercício pedagógico”, declara. Superação é a palavra ideal para classificar esta categoria que também salva vidas através da educação. Tem sido uma jornada de desafios frente aos computadores e recursos tecnológicos no campo do conhecimento. Diferentemente da sala de aula, onde o ‘feedback’ acontece rapidamente, por meio da tecnologia essa troca requer ainda mais cuidado. Instituído às pressas nas escolas, a pandemia do COVID-19 fez com que o ensino a distância tivesse um valor indescritível e, mais significativo que o mesmo, o trabalho indispensável do professor, seja do segmento que for. E, apesar das dificuldades enfrentadas, por meio de ações, empenho e comprometimento com o ato de ensinar, professores, diretores e profissionais da educação em geral vêm mostrando que é possível a garantia de uma educação de qualidade e transformadora.
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Gastronomia macaense se adapta ao novo cenário para manter os serviços
Setor gastronômico toma fôlego e se reestrutura em Macaé Apesar de ser um dos setores mais afetados diante da pandemia do coronavírus, gastronomia local mantém seus serviços pelo sistema delivery CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ALEX MAIA
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á são mais de quatro meses de uma outra realidade. Com a pandemia do novo coronavírus que reconfigurou vários segmentos desde meados de março, o que propôs mudanças radicais no prosseguimento das atividades, o setor gastronômico toma fôlego e se reestrutura em Macaé visando os próximos dias. Para que este mercado pudesse continuar atendendo frente a um novo cenário entre pratos, bebidas e sobremesas diferentes, a gastronomia precisou se reinventar, fortalecendo os seus serviços através do delivery que, em virtude do isolamento social, cresceu e tem sido a salvação desta categoria que movimenta expressivamente a economia local. Diante do momento pandêmico que ocasionou a crise econômica, restaurantes que antes atendiam seu público em suas sedes e salões tiveram que se adaptar repentinamente em meio às transformações e elaborar estratégias a fim de continuar garantindo as refeições da clientela. Segundo a Vice-Presidente do Polo Gastronômico, Viviane Macedo, a associação se uniu para encontrar alternativas para enfrentamento da crise, fazendo compras entre os estabelecimentos associados, realizando doações de cestas básicas a algumas famílias que se encontravam em situação de vulnerabilidade social e se mantendo à disposição da sociedade desde o início das medidas protetivas em março. “Fazendo parte de um dos setores mais afetados na crise, tomamos algumas medidas de adaptação para manter as atividades como readequação do quadro de funcionários, implantação e melhoria do sistema de delivery e modificação de cardápio para entrega, para que assim pudéssemos continuar oferecendo nossos serviços aos clientes em casa, mantendo empregos e ajudando na economia da cidade”, ressalta. Assim como os restaurantes, bares, lancho-
netes e hamburguerias locais são alguns dos outros estabelecimentos que tiveram bruscas mudanças, fechando suas portas temporariamente para consumos presenciais. Neste sentido, com a pandemia do COVID-19 o que também precisou se intensificar foi a higienização dos ambientes que continuam operando por delivery, o que requer uma série de cuidados e desafios em prol da saúde, bem-estar e, consequentemente, fidelização da rede de clientes. Embora alguns empresários do ramo gastronômico estejam buscando ferramentas de superação para driblarem a crise econômica, outros seguem tendo bons resultados apesar da situação no momento. De acordo com a empresária Lorena Rebelo, proprietária de uma hamburgueria local, como seu estabelecimento já possuía expressivamente o sistema de entregas a domicílio, o movimento positivo continuou. “Como nós já tínhamos tradição também no delivery, continuamos com vendas relativamente boas, apenas redobrando os cuidados com higienização. Continuamos com nossos produtos. Nosso ritmo se manteve o mesmo”, pontua. Já para a empresária Jéssica Bueno, proprietária de uma cafeteria no município, revela que para manter as vendas do seu negócio, deixou os produtos ainda mais atrativos e personalizados para cada cliente. Além disso, uma boa comunicação também foi essencial para mitigar os problemas e se conectar com os reais interesses da comunidade. “Além disso, tivemos o fator determinante que foi a nossa equipe super engajada e disposta a dar o seu melhor para superarmos essa juntos. Para o pós-pandemia, sabemos que a retomada será lenta, gradual e que continuará requerendo muita atenção nossa quanto a saúde pública. Mesmo assim, seguimos esperançosos e animados pela cura e com o retorno do nosso comércio local”, conta. A Vice-Presidente do Polo salienta ainda que, em paralelo, o grupo está se preparando para a retomada. Aproveitando as portas fechadas, alguns associados estão realizando melhorias estruturais e até mudança de
ponto físico para garantir mais conforto aos clientes na reabertura. “A associação apresentou à prefeitura um plano de retomada do segmento de alimentação fora do lar com sugestões de diretrizes a serem tomadas para reabertura das portas ao público, com relação às áreas de saúde, segurança e higiene, orientações para colaboradores, local de trabalho, atendimento a fornecedores, atendimento ao cliente e horário de funcionamento”, diz Viviane. “Estamos otimistas aguardando retorno, pois sabemos que o consumo de comida e bebida fora do lar tem relação com o lado afetivo, emocional das pessoas e muitas querem retornar a esses ambientes de confraternização, principalmente depois de um longo período de isolamento social, mas também estamos conscientes que será um processo lento, de muita cautela, já que estaremos lidando com os fatores segurança e confiança das pessoas em consumir fora de casa, além da condição econômica que mudou para alguns que perderam emprego e tiveram seus orçamentos alterados”, completou. Viviane revela que a associação vem formatando desde a última segunda-feira (27) um circuito de delivery em comemoração ao aniversário da cidade. Cada restaurante apresenta um prato com nome de algum ponto turístico da cidade e pedidos vêm sendo feitos diretamente com os restaurantes dentro dos respectivos horários de funcionamento. A ação segue até este sábado, 1º de agosto. “Vamos continuar trabalhando para nos reinventarmos e sobrevivermos ao ‘novo normal’. Isso vale para nossos eventos, visto que foi impossível cumprir o calendário, mas estamos estudando novos formatos para que o mais breve possível possamos realizá-los”, finaliza.
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Serra macaense: um manancial de riquezas Uma pesquisa desenvolvida pelo NUPEM/UFRJ identificou modelos de produção agrícola desenvolvidos no Alto Rio Macaé, que favorecem a conservação ambiental, aliada às principais atividades econômicas da região: agricultura e turismo CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
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ada vez mais é comprovada a importância da região serrana para o desenvolvimento da cidade, destacando-se no meio de riquezas como o mar, à indústria do petróleo e o porto. De fato, a Serra Macaense é de extrema relevância para o desenvolvimento do município, sendo cada vez mais lembrada diante do cenário de reestruturação econômica do município, baseado na indústria de gás natural de petróleo. Isso porque a água é elemento essencial para o quadro atual de desenvolvimento, sendo fundamental na geração de água de boa qualidade e quantidade para atender todas as demandas do território. Para isso, é preciso considerar as atividades desenvolvidas em toda bacia do Rio Macaé, especialmente no alto curso do rio, onde estão localizadas suas nascentes e principais afluentes. No Alto Rio Macaé, destaca-se o Sana, distrito de Macaé, e os distritos de Lumiar e São Pedro da Serra, em Nova Friburgo, locais que têm como principais atividades a agricultura familiar e o turismo. Esses distritos estão inseridos em Áreas de Proteção Ambiental (APA): APA do Sana e APA Estadual Macaé de Cima (APAMC), respectivamente. Neste sentido, uma pesquisa desenvolvida pelo NUPEM/UFRJ identificou modelos de produção agrícola desenvolvidos no Alto Rio Macaé, que favorecem a conservação ambiental, aliada às principais atividades econômicas da região: agricultura e turismo. O documento leva a assinatura da pesquisadora Alice Sá Rego de Azevedo, pós-graduada em Ciências Ambientais, e coordenana pelo Biólogo Rodrigo Lemes Martins, Vice-Diretor de Pesquisa do Nupem.
A pesquisa também levantou estudos e projetos relativos à importância da conservação ambiental aliada às práticas agrícolas e ao turismo sustentável. Essa pesquisa entrevistou agricultores residentes da APAMC. “Por meio das entrevistas foram identificadas características típicas de unidades de produção tradicional, que influenciam a conservação das águas, dos solos, da biodiversidade e da cultura local. Vale citar a adoção de estratégias de uso múltiplo dos recursos e a formação de um mosaico de ecossistemas na paisagem, incluindo florestas primárias e secundárias, pastagens, hortas, áreas de pousio, áreas de plantio, corpos d’água e áreas construídas”, informou o biólogo. Já a pesquisadora Alice esclarece que é evidenciado o uso do pousio, descanso da terra, atrelado à rotação de culturas, práticas tradicionais locais identificadas, que representam o conhecimento e adaptação dos agricultores aos ambientes florestais. “Outras técnicas utilizadas pelos agricultores da APAMC que contribuem com a conservação ambiental são: adubação verde; aumento da diversidade de espécies (biodiversidade planejada e associada); controle biológico; plantio de variedades locais de milho, feijão, mandioca e inhame; uso de recursos disponíveis no local; cultivo de espécies nativas; proteção e recuperação de nascentes e corpos d’água e a produção de mel, desenvolvida nas Áreas de Preservação Permanente. Os agricultores adotam manejos específicos dos recursos naturais, adequados às dificuldades encontradas; são protagonistas na gestão desses recursos nas áreas rurais, por isso fundamentais na construção da sustentabilidade”, explicou ela. A pesquisadora frisou também que foram identificadas a existência de iniciativas locais, atentas aos problemas decorrentes do turismo e sua potencialidade como gerador de renda. Iniciativas,
Biólogo Rodrigo Lemes Martins
Pesquisadora Alice Sá Rego de Azevedo
como redes de agroturismo, que buscam, por meio do fortalecimento da continuidade dos modelos de produção local e de suas práticas, garantir as condições ambientais, que levaram a área a ser reconhecida como propícia ao turismo ecológico e conservação. “Apesar de ainda existirem muitos desafios e conflitos, essas iniciativas são cruciais para o desenvolvimento sustentável do município, considerando a importância do fortalecimento de ações que garantam a sobrevivência de outros modos de produção, no momento atual, que se mostra crítico para diversificação da matriz econômica do município baseada no petróleo e gás”, conclui o biólogo. Alice Sá Rego de Azevedo possui graduação em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2016), Especialização em Análise Ambiental e Gestão do Território pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (2017). Atualmente é estudante de mestrado no Progra-
ma de Pós-graduação em Ciências Ambientais e Conservação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 2017, é Diretora Executiva da Associação Casa dos Saberes, em Nova Friburgo/RJ. Trabalha com Agroecologia, Conflitos Ambientais, Sustentabilidade e Gestão Ambiental. Rodrigo Lemes Martins: Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (1999), mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2002) e doutorado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). É vice-diretor de Pesquisa do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde 2009. Atua na área de Desenvolvimento Sócioambiental e Ecologia Evolutiva, com experiência em gestão de projetos de caráter interdisciplinar. É representante do NUPEM no Conselho Consultivo do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (CONPARNA).
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Praia das Pedrinhas: um paraíso escondido O paradisíaco local vem despertando interesse de turistas e de gerações de macaenses LUIZ CLAUDIO BITENCOURT (DUNGA)
CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
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o meio de um pedaço preservado de restinga, que é uma das fisionomias da Mata Atlântica, encontra-se a Praia das Pedrinhas, próximo à divisa com Rio das Ostras e onde se localiza o canal extravasor da Lagoa de Imboassica. O paradisíaco local vem despertando interesse de turistas e de gerações de macaenses. A grande aventura é partir da Lagoa de Imboassica, caminhando pela areia da praia, parando para um mergulho, e se deliciando com a paisagem deslumbrante do local. E a cada passo avançado, um visual novo se apresenta no horizonte de ceu, sol e mar encantadores.““Acidentes naturais são comumente utilizados para delimitar os municípios. No caso de Macaé sua área urbana nas planícies costeiras da região norte do estado é delimitada por importantes corpos hídricos, a lagoa de Jurubatiba ao norte e a lagoa de Imboassica ao sul. Locais de grande beleza que hoje representam a riqueza e complexidade hídrica da região”, ressaltou o Biólogo Rodrigo Lemes Martins, do Nupem, acrescentando que esses dois pontos de nossa geografia refletem o verdadeiro pantanal que a região foi num passado não muito distante. “Bons relatos sobre essa riqueza de alagados, pequenas elevações de solo vermelho, cam-
pos arenosos, pântanos e brejos, são comuns na nossa história escrita por viajantes desde as incursões dos sete capitães. Assim como os desafios de uma costa com excelente enseada para os navegantes, porém, que escondia rochas capazes de destroçar as embarcações com mestres desavisados. Aproximar-se de nossa costa na porção sul do município sem conhecer os pontos de navegação era um pecado mortal, o que explica o nome dado a uma das primeiras praias do município”, explica o Biológo e pesquisador Rodrigo Lemes Martins do NUPEM.
As lentes do Fotografo Luiz Claudio Bitencourt (conhecido como Dunga) refletem a beleza que ele diz enxergar com o coração, quando navega pela região em busca de paz e novas energias, a bordo de um caiaque. “Minhas primeiras visitas foram de completo espanto e um pouco de medo, devido à pouca intimidade com o tipo de embarcação. Porém, bastou entrar no canal e um novo universo se descortinou para as lentes do fotografo. De longe, uma árvore inclinada sobre o canal já revelava suas belezas com “o maracujá, na
beira do rio, o martim pescador, o biguá, a saracura, a jaçanã, a viuvinha, a lavadeira de cabeça branca, lavadeira de olho riscado”, disse o fotógrafo, ressaltando ainda que a paz das remadas e o desafio da procura pela expressão de seus sentimentos, por meio das fotografias, é a verdadeira fonte da juventude. Ele também se sente muito feliz com as notícias de melhoria da qualidade das águas por conta das obras de saneamento no município. Realmente a condição das águas tem melhorado assim como o cuidado com a lagoa. O canal extravasor tem tido importante papel para evitar os recorrentes eventos de abertura de barra. Segundo o Biólogo Professor Rodrigo Lemes Martins, as aberturas recorrentes têm diminuído a biodiversidade da lagoa, promovido o desenvolvimento de plantas com alta taxa de crescimento, como as taboas, e reduzido o espelho d’água e a capacidade de armazenamento de água da lagoa. O crescimento das taboas é acelerado pelo despejo de água contaminada com esgoto. Dessa forma as aberturas recorrentes e o despejo de esgoto poderiam levar, em pouco tempo, ao fim desse importante marco da nossa paisagem. O acesso até as Pedrinhas ocorre de quatro maneiras: ir caminhando pela faixa de areia ou pela trilhas, de bike pela trilha do morro, saindo da Lagoa de Imboassica em Macaé; ou de carro 4 x 4, por Rio das Ostras. Tanto pelas trilhas como pela areia, o tempo aproximado de caminhada é de 25 minutos.
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Parque Atalaia:
Rica e rara diversidade encanta pesquisadores Um estudo científico feito pelo NUPEM/UFRJ descobre e comprova que o Parque Atalaia em Macaé tem uma rica e rara diversidade de espécies vegetais, ficando acima da média de diversidade dos fragmentos florestais do estado CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
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este momento em que o mundo se volta à recuperação de sua economia, em tempos de pandemia, Macaé passa seu aniversário de 207 anos com suas atenções voltadas para sua riquezas naturais. Neste contexto, o Parque Natural Municipal Atalaia é motivo de orgulho para todo macaense, já que apresenta a região detentora de uma grande diversidade pouco conhecida pela ciência. Um brilhante estudo científico foi feito pelo NUPEM/UFRJ, que descobre e comprova que o Parque Atalaia em Macaé tem uma rica e rara diversidade de espécies vegetais, ficando acima da média de diversidade dos fragmentos florestais do estado O Vice-Diretor de Pesquisa do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM), Biólogo Rodrigo Lemes Martins, ressalta que este estudo no Atalaia mostra que a região é detentora de uma grande diversidade pouco conhecida pela ciência. Destaca-se que Macaé se localiza numa posição do continente em que ocorre uma interseção entre dois padrões de altíssima biodiversidade, bem reconhecidas e estudadas, ao norte e ao sul de Macaé. “Ou seja, nós estamos em um ponto privilegiado do continente do qual conhecemos muito pouco e sobre o qual o estudo realizado começa a lançar luz”, declarou. Segundo o biólogo, Macaé também apresenta uma alta diversidade de tipos vegetacionais ao longo de sua extensão, que vai de regiões costeiras, com praias, costões rochosos, recifes, manguezais e restingas, até florestas densas em locais de altitude. Nesse gradiente o Atalaia representa um fragmento importante que guarda condições florestais raras típicas de áreas continentais baixas, que foram dizimadas em um passado recente. “Dessa forma o Atalaia se coloca como uma espécie de refúgio que representa condições florestais raras e pouco conhecidas, sendo realmente uma joia, ou melhor dizendo, uma sentinela (tradução do nome Atalaia) da nossa biodiversidade. Atualmente o Atalaia sofre cada vez mais pela sua condição de isolamento, o que destaca mais ainda a necessidade de políticas voltadas para proteção do entorno e, quem sabe, a ampliação de sua área, protegendo inúmeras
áreas florestais do entorno, que, provavelmente, guarda ainda uma diversidade pouco compreendida”, frisa o vice-diretor. Uma das autoras do estudo, a Bióloga e Mestre em Ciências Ambientais e Conservação, Nathalya Vasconcelos de Souza, revela que o Parque Atalaia foi umas primeiras áreas a serem efetivamente protegidas no Município, e guarda uma extensa diversidade vegetal, espécies raras e importantes, no ponto de vista ecológico. Sabendo disto, ao longo de dois anos desenvolvi o projeto de mestrado pelo Programa de Pós Graduação Ciências Ambientais e Conservação (NUPEM/UFRJ), intitulado ‘Florística e Fitossociologia do Parque Natural Municipal do Atalaia’, com o objetivo principal de descrever a composição e a dinâmica da floresta”, informou a pesquisadora, acrescentando que foi possível observar nas análises que a diversidade da área amostrada dentro da Unidade de Conservação está entre as mais altas, quando comparada aos mesmos trabalhos realizados em Macaé e adjacências, há a presença de espécies raras e ameaçadas de extinção que merecem atenção quanto ao desenvolvimento e proteção. De acordo com as informações do pesquisadora, o fragmento florestal que abriga o Parque Atalaia é um dos mais íntegros dessa parte da região, e os resultados obtidos revelam que a área se encontra em estágio médio a avançado de sucessão ecológica e regeneração natural, demonstrando que além de detentor de uma dinâmica equilibrada e alta diversidade, os esforços protecionistas estão demonstrando efetividade. “O trabalho foi realizado em parte do fragmento, e já relata tal importância. É necessário um olhar de proteção para essa área, ir além dos limites da Unidade de Conservação, mais para os limites de todo o fragmento. “Fico muito feliz em poder gerar esses dados, contribuir para o conhecimento da flora macaense. De certo, ainda há muito a se descobrir, muito mesmo, e tenho certeza que novas pesquisas irão nos confirmar ainda mais o quanto nossa vegetação é particular e rica em diversidade”, declara. Ela prossegue frisando que realizar o seu mestrado no Parque Atalaia foi uma forma de reconhecimento e também agradecimento ao Município. “Vim para Macaé para fazer a faculdade em 2013, e desde então moro aqui. Com os anos de estudo, era fácil perceber como Macaé possuia uma rica biodiver-
Biologa Nathalya Vasconcelos de Souza
Biólogo Rodrigo Lemes Martins
sidade, e por mais que existam muitas frentes de pesquisa por aqui, ainda existem grandes lacunas com relação à Flora”, concluiu. Professor Doutor Rodrigo Lemes Martins possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (1999), mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2002) e doutorado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). É vice-diretor de Pesquisa do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde 2009. Atua na área de Desenvolvimen-
to Sócioambiental e Ecologia Evolutiva, com experiência em gestão de projetos de caráter interdisciplinar. É representante do NUPEM no Conselho Consultivo do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (CONPARNA). Nathalya Vasconcelos de Souza possui Licenciatura em Ciências Biológicas e Mestre em Ciências Ambientais e Conservação (Tema: Florística e Fitossociologia do Parque Natural Municipal do Atalaia, Macaé, RJ) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (NUPEM/UFRJ) e Experiência em Ecologia Vegetal com ênfase em Levantamentos/Inventários florísticos.
PARQUE NATURAL MUNICIPAL ATALAIA O Parque Natural Municipal Atalaia (PNMA) encontra-se entre o início da serra macaense e as regiões de baixada do município. De acordo com as legislações e bibliografias especializadas, a vegetação se caracteriza como Floresta Ombrófila Densa, mas possui proximidade geográfica com as florestas classificadas como Estacionais Semideciduais. Historicamente, o fragmento florestal a qual se insere o PNMA, pode ser considerado refúgio de uma condição semioriginal de Mata Atlântica, devido a este fragmento florestal ser a primeira área a ser protegida integralmente no município.
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Gestores e proprietários de hotéis vêm buscando formas de reestruturação em meio a este momento de crise sem precedentes
Rede hoteleira busca formas de se restabelecer em Macaé Sendo o segmento mais prejudicado frente ao momento pandêmico, segundo estudos, setor hoteleiro planeja ações para se reestruturar CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ALEX MAIA
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ntre os mercados mais afetados nos últimos meses em virtude da pandemia do novo coronavírus está a rede hoteleira. Isso porque diante da suspensão obrigatória e temporária de inúmeras atividades como viagens, passeios, eventos ou pelo simples fato de as pessoas estarem trabalhando de maneira remota, o setor hoteleiro precisou frear seus serviços para as hospedagens. Em Macaé, com o turismo, gastronomia e vários outros segmentos paralisados, bem como em várias regiões pelo estado do Rio de Janeiro e Brasil afora, a situação não foi diferente. E para driblar a crise financeira, gestores e proprietários de hotéis vêm buscando formas de reestruturação em meio a este momento de crise sem precedentes. Segundo o Gestor de Hotéis, Gesionildo Borges Nunes, em Macaé os gestores estavam animados com a demanda crescente a cada ano para as festas de carnaval e réveillon que foi atingida diretamente pela COVID-19. Mas para se reposicionarem novamente, vem sendo preciso um trabalho associativista junto com o poder público e instituições ligadas ao fomento do turismo, para a retomada desse nicho de forma segura para os visitantes, habitantes e profissionais que atuam nos diversos estabelecimentos e prestadores de serviços ligados
ao turismo. “Aqui na cidade nós ainda temos uma certa ajuda que é a indústria do Óleo e Gás, que mantém a sua atividade mesmo com redução, mas que tem ajudado muito os poucos hotéis ainda abertos. Por isso, enxergamos com bons olhos o descomissionamento dos campos maduros da Bacia de Campos e a entrada de novas companhias offshore para explorá-los. Isso demanda investimentos e, consequentemente, novos empregos e a circulação de pessoas em nossa cidade que favorecerá a retomada do crescimento do nosso comércio”, ressalta. De acordo com o gestor no município, a queda das hospedagens é uma consequência do ambiente externo dos negócios e não do ambiente interno empresarial durante a pandemia, visto que houve a limitação da circulação das pessoas e o incentivo ao isolamento social. Isso é contra o princípio da essência do turismo e pode-se dizer também da hotelaria que favorece os relacionamentos tanto no lazer como no executivo empresarial. “Como profissional e consultor, posso afirmar que dependeremos muito das políticas públicas oriundas do Ministério do Turismo, dos Conselhos Municipais do Turismo e das Secretarias de Saúde, tanto em nível estadual como municipal. Esses que determinarão o fluxo e a intensidade da circulação das pessoas nos municípios e re-
giões turísticas, e que impactará nos índices de ocupação hoteleira”, pontua. Gesionildo salienta que já existem ações por parte dessas instituições como os ‘Selos do Turismo Consciente RJ’ do estado e ‘Selo do Turismo Responsável Limpo e Seguro’ do MTUR. “Ambos estabelecem regras e procedimentos para realizar a prestação do serviço de forma segura, que no nosso caso, a hotelaria. Mas também existem os ‘selos’ para outras atividades ligadas ao turismo”, finaliza. Para o Gestor de Hotéis Filippe Moreira, o setor hoteleiro de Macaé já vinha sofrendo quedas de preços e demanda desde 2015, e este ano, se percebia um crescimento considerável que foi interrompido pela pandemia. “É um momento muito grande de superação, devido às muitas mudanças num curto espaço de tempo e, principalmente, ao impacto na demanda de hospedagens. Porém, sabemos que Macaé tem um grande potencial corporativo e também turístico - este que tem crescido nos últimos anos. O desenvolvimento crescente em gás natural também é um outro fator positivo para cidade. Estudos divulgados por nossa rede mostram uma previsão de 18 meses para hotelaria voltar ao patamar pré-pandemia”, disse. “Acredito que Macaé será um dos pioneiros nessa retomada devido a essas possibilidades. Sabemos
que muitos empreendimentos podem fechar as portas em definitivo, o que não é bom pra ninguém, mas quem conseguir superar estes próximos meses, acredito que viverá um melhor momento no médio prazo. Lembrando que precisamos de bons governantes para tudo isso se concretizar”, completou. Filippe frisa ainda que vários projetos estão nascendo pela Accor, empresa francesa multinacional do setor hoteleiro, e o principal desses, é o que já tem sido colocado em práticas em alguns hotéis da cidade, onde o apartamento é transformado em um escritório privativo e o cliente pode utilizar com aluguel mensal, diário ou até mesmo por horas. “Já temos o apartamento e toda estrutura com internet, telefone, ar condicionado, segurança, limpeza, entre outras ferramentas, e otimizamos a um valor viável e menor que o mercado para locações de salas no mesmo padrão, assim todos saem ganhando, além da linda vista para o mar que temos em nossos empreendimentos. E um outro projeto é a transformação de espaços ociosos em centro de convivência compartilhado, trazendo pessoas para trabalhar, tomar um café e ter pequenas reuniões; é uma outra forma de buscar a rentabilidade destes espaços, sempre seguindo as normas necessárias de segurança em relação à pandemia”, declara o gestor sobre alguns dos projetos.
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FOTO: EVELYN DUTRA @EVDUTRA
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Belas páginas compõem a história de Macaé Em tempos de pandemia, os macaenses celebram a data com otimismo e a vontade de dar a volta por cima e ganhar a vitória da superação CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
BREVE HISTÓRIA SOBRE MACAÉ
“O
nde o mar beija a areia morena, Onde o rio se encontra com o mar, Onde o sol banha a terra serena, Tu estás, Macaé, a sonhar...”. Assim, lembrando o Hino de Macaé o município vive a passagem dos 207 anos da criação da Vila de São João de Macaé. Em tempos de pandemia, os macaenses celebram a data com otimismo e a vontade de dar a volta por cima e ganhar a vitória da superação. Conhecida como “Princesinha do Atlântico”, a cidade de Macaé tem uma história bastante expressiva. Data do século XVII a sua povoação, cuja ocupação inicial se deu a pedido do governador geral do Brasil, para fazer frente aos contrabandistas que cobiçavam o pau-brasil, abundante na região. Nossos antepassados aqui chegaram em companhia de 200 índios Tamoios e iniciaram o processo de colonização do município. No século XVII já havia na região do rio conhecido à época como Miquié, uma fazenda com engenho, colégio e capela, construída no sopé do morro de Sant’Anna. No início do século XIX, o povoado estava às vésperas de seu segundo centenário, mas seu desenvolvimento esbarrava na falta de autonomia administrativa, concedida, finalmente, em 1813, quando o Príncipe Regente D. João elevou o povoado à categoria de Vila de São João de Macahé. Exatamente 33 anos mais tarde Macaé chegava a condição de cidade, e ainda no século XIX foi construído um importante sistema viário, o que permitiu, em 1846, a vila receber os foros da cidade. O período áureo de Macaé impulsionado pela monocultura da cana-de-açúcar declinou, quando o porto de Macaé perdeu sua importância em conseqüência da implantação da Via Férrea . Nos anos 20, impulsionado pela cultura do café, o município experimenta certo crescimento, mas somente em 1974, com a descoberta de petróleo na região, e com a chegada da Petrobras, Macaé passa a viver um novo momento econômico, marcado fundamentalmente pelo crescimento demográfico, com sua população superando a casa dos 270 mil habitantes.
No ano de fundação de Cabo Frio (1615) tem início a conquista dos Goitacás do Norte, com um triste episódio. Os habitantes da nova vila exigem a destruição dos nativos da vizinhança e espalham em seus campos roupas de doentes de varíola, a fim de contaminá-los. A medida desumana não traz qualquer vantagem aos feitores. O índio continua arredio e, nas planícies de Campos, ainda se mostra “intratável”. Só com a ameaça de pirataria na região surge o interesse no povoamento de Macaé. Durante o domínio da Espanha sobre Portugal, o então ministro espanhol em Londres, o estadista Gondomar, alertou o governo de Madri quando soube da pretensa invasão de aventureiros ingleses. Sem recorrer à luta, o hábil diplomata conseguiu fazer com que os ingleses desistissem da investida. Mesmo assim, o governo espanhol tomou providências para defender a terra, ordenando ao governador-geral Gaspar de Souza que estabelecesse de cem a duzentos índios numa aldeia sobre o rio Macaé, defronte à Ilha de Santana, e que fundasse um povoamento semelhante sobre o rio Leripe (hoje Rio das Ostras), onde os inimigos cortavam as madeiras colorantes de Pau-brasil, principal mercadoria contrabandeada. O filho de Araribóia, Amador Bueno, chefiou o povoado que corresponde hoje à cidade de Macaé. O outro núcleo primitivo se estabeleceu na Freguesia de Neves, onde o missionário Antonio Vaz Ferreira conseguiu catequizar os índios que campeavam às margens dos rios Macaé, Macabu e São Pedro. A colonização oficial, feita pelos
jesuítas, só teve início em fins de 1630, quando eles começaram a erguer a Capela de Santana, um engenho e um colégio num lugar posteriormente conhecido como a Fazenda dos Jesuítas de Macaé. A dominação dos goitacás, e o possível acesso às suas planícies, foram conquistas obtidas pelo trabalho conjunto dos jesuítas João de Almeida, João Lobato e, principalmente, Estevão Gomes, capitão-mor de Cabo Frio. Rico senhor do Rio de Janeiro, Gomes conseguiu apaziguar os selvagens, por ter-lhes prestado ajuda na época da epidemia provocada pelos colonizadores. Em 1695, um dos sucessores dos Sete Capitães, Luis de Barcelos de Machado, construiu a Capela de Nossa Senhora do Desterro, num lugar posteriormente conhecido como Freguesia do Furado e transferido em 1877 para os domínios do distrito de Quissamã. Apesar de todos esses esforços de colonização, até o fim do Século XVII, Macaé continuou desprotegida. Nas ilhas de Santana instalou-se um centro de piratas franceses que, em 1725, saqueavam todo o litoral. Roubavam embarcações e assaltavam os que traziam gados e mantimentos para a cidade do Rio de Janeiro. Com a expulsão dos jesuítas, em 1795, por ordem do Marquês de Pombal, a localidade recebeu novos imigrantes vindos de Cabo Frio e de Campos para ocupar as terras já apaziguadas. O povoado progrediu, surgiram novas fazendas e engenhos. O desenvolvimento da região garantiu sua elevação à categoria de vila, com o nome de São João de Macaé em 29 de julho de 1813. Com o território desmembrado de Cabo Frio e Campos, Macaé torna-se municí-
pio em 25 de janeiro de 1814. Passagem terrestre obrigatória entre o Rio de Janeiro e Campos, Macaé foi sede do registro criado pelos viscondes de Asseca, com a função de cobrar impostos e fiscalizar tudo o que saía da Paraíba do Sul, mantendo o território sob ferrenha opressão. Em 15 de abril de 1846, a lei provincial nº 364 eleva a Vila São João de Macaé à categoria de cidade. Em 1862 já circulava o primeiro jornal, o “Monitor Macaense”. Com o crescimento da produção dos engenhos de açúcar de Campos, o governo imperial se dá conta da necessidade de auxiliar o seu escoamento, pois o porto de São João da Barra já ultrapassara sua capacidade. Inicia-se, então, em 1872, a construção do canal Campos-Macaé, atravessando restingas, num trajeto de 109 quilômetros, utilizando como porto marítimo a enseada de Imbetiba. Nascia um importante porto para a economia fluminense, que seria palco de uma intensa agitação comercial no fim do período imperial. A criação da via férrea trouxe novo impulso, com as companhias concessionárias das Estradas de Macaé, do Barão de Araruama, do ramal de Quissamã e da Urbana de Macaé. Mais tarde chegaram os trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina. Em 1910, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Alfredo Baker, criou a Prefeitura Municipal de Macaé, entregando sua administração ao niteroiense Silva Marques. A população macaense não aceitou a imposição, impedindo a posse e levando o caso à Justiça, que impugnou o prefeito. Ainda em 1938, a Comarca de Macaé passa a constar de dois termos: Macaé e Casimiro de Abreu. Vinte anos depois, a lei 3.386 constitui a Comarca de Macaé de um só termo, o município de Macaé, composto pelos distritos de Macaé, Barra de Macaé, Carapebus, Quissamã, Córrego do Ouro, Cachoeiro de Macaé, Glicério e Sana. Mais tarde seriam incorporados os distritos de Vila Paraíso, Frade, Parque Aeroporto e Imboassica. As principais lavouras do município são a cana-de-açúcar, laranja, tomate, café, mandioca, banana, feijão, batata-doce, milho, arroz e abacaxi. A pecuária também é bastante desenvolvida. De sua arquitetura colonial, Macaé conserva apenas a Igreja reformada de Santana e o Forte Marechal Hermes, de 1651. A lenda diz que essas duas construções se uniam por um túnel, feito pelos jesuítas, onde eram escondidos tesouros. Hoje, a descoberta de petróleo na plataforma continental trouxe grande impulso à economia local, fazendo de Macaé um dos municípios que mais contribuem para a geração de riquezas para o Estado do Rio de Janeiro. (Fonte http://www. macae.rj.gov.br/municipio)
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Macaé: 1813 - 2020 CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
CÂMARA MUNICIPAL DE MACAÉ
O
prédio foi construído em 1838, para servir de residência do Português Francisco Domingues de Araújo, pai do Visconde de Araújo. Quando Macaé ainda era uma Vila, esse Português estabeleceu-se comercialmente, negociando escravos, tornando-se então, proprietário de fazendas, que atualmente constituem o perímetro urbano. Esta residência chegou acolher D. Pedro II em visita à cidade de Macaé, no ano de 1847. Informações obtidas e resumidas dos folhetos da série; Macaé Nossa Terra, Nossa Gente - Série Patrimônio Histórico Edificado - IHGM - Instituto Histórico e Geográfico de Macaé Prefeitura Municipal de Macaé . Acervo Centro de Memória Antônio Alvares Parada CHALET DOS MELLOS
1891 - Nesta época, foi construido o casarão da rua Conde de Araruama, conhecida como Chalé dos Mellos. O prédio foi erguido a mando do Coronel Bento de Araújo Pinheiro abastecido fazendeiro em Cabiúnas e Conceição de Macabu, em terreno arrematado do Padre José Alves da Cruz, no ano de 1882.Sua planta , sob forma de chalé “romântico”, foi, provavelmente extraida de um catálago Europeu guardando influências ecléticas.Telhas importadas da França pela importadora “Maison de Bordeaux” nas quais está a marca do fabricante “Peirre Sacoman-Saint Henry-Marseille. Informações retiradas e resumidas do folheto NAQUELE TEMPO Instituto Histórico e Geográfico de Macaé Fundação Macaé de Cultura Petrobras - E7P - Bacia de Campos.
O setor de limpeza é imprescindível no combate à propagação do coronavírus Em Macaé, um cerco de combate ao Covid-19 no início da pandemia, a Prefeitura intensificou o processo para desinfectar unidades de saúde, ruas e bairros da cidade
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iante dos desdobramentos da pandemia do coronavírus Covid-19, no mundo e no Brasil, a Prefeitura de Macaé ampliou ainda mais suas frentes de combate, desenvolvendo um amplo trabalho para impedir a sua transmissão. Neste sentido, umas das ações foi intensificar o processo para desinfect a r u n i d a d e s d e sa ú d e , ruas, patrimônios públicos e bairros da cidade. Um trabalho integrada entre empresa prestadora de serviços com a prefeitura, seguindo prioritariamente suas instruções quantos aos locais a ser desinfect a d o s. O s p o n t o s p r i o r i t á r i o s f o r a m o Po st o de Saúde Jorg e Caldas, onde está funcionando o Centro de Triagem ao Coronavírus, o Hospital Público de Macaá (HPM), Hospital da Unimed, Hospital São Lucas. O serviço promoveu ainda a desinfecção do Calçadão da Rui Barbosa. O material utilizado é água, sanitizante, desinfetante e essência, tendo como equipamento es-
DIVULGAÇÃO
sencial um carro pipa de 10 mil litros. Uma equipe devidamente t r e i n a d a e p r ot e g i d a com os EPI's (Equipamento de Proteção Individual) adequadas à tarefa. Além dessa ação, as atividades de varrição urbana, a de coleta de lixo urbano e a de Resíduos de Serviços de Saúde, são de extrema importância. É e xt r e m a m e n t e n e cessário que as pessoas que realizam estes trabalhos de limpeza e desinfecção estejam usando os materiais de segurança, como máscaras e roupas protetoras.
Os pontos prioritários foram o Posto de Saúde Jorge Caldas, onde está funcionando o Centro de Triagem ao Coronavírus, o Hospital Público de Macaá (HPM), Hospital da Unimed, Hospital São Lucas. O serviço promoveu ainda a desinfecção do Calçadão da Rui Barbosa.
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NOVA AURORA
Em 1873, foi fundada a Sociedade Particular Música Nova Aurora, Hoje Sociedade Musical Nova Aurora, cujas primeiras reuniões ocorreram em prédios não mais existente, na atual Rua Pereira de Souza então rua dos Pescadores, quase esquina com a Avenida Presidente Sodré. Em 1889, foi lançada a pedra fundamental da Sede e , no mesmo ano, foi iniciada a construção. Foram responsáveis pela obra o Eng. Joaquim Saldanha Marinho Filho, Antônio Maurício Liberalli e o construtor Sancho Baptista Pereira. O prédio foi constituído de apenas um pavimento com características ecléticas. Destacando-se na parte central a empena que forma o frontão triangular, com vão fechado em arco ogival. A porta principal, centralizada, de madeira com almofadas e bandeira de vidro, dá acesso à capela. Os vãos laterais são de verga reta, fechados por janelas e em vidro e venezianas. Macaé Nossa Terra, Nossa Gente - Série Patrimônio Histórico Edificado - IHGM Instituto Histórico e Geográfico de Macaé Prefeitura Municipal de Macaé . Acervo Centro de Memória Antônio Alvarez Parada MONUMENTOS NA PRAÇA VERÍSSIMO DE MELO
Preciosa peça, inteiramente confeccionada em ferro fundido. Seu burilamento conta com motivos marinhos vegetação, concha e peixe. Data do século XIX e tem autoria de célebre artista plástico Sérnes. Inaugurado em 29 de julho de 1913 Monumento político, comemorativo do primeiro centenário de Macaé. Inaugurado em 29 de julho de 1913 CORETO
O monumento data da primeira década do século XX. Os elementos que constituem a peça, com simbologias diversas fundidas em alto relevo, revelam uma beleza impar. Todos os metais utilizados em sua construção foram adquiridos, por meio de catálogo, da fundição Escocesa W. MACFARLANE & Co., com sede em GLASGOW . Inaugurado em 15 de dezembro de 1914 LIRA DOS CONSPIRADORES
No final do século dezenove, em 25 de dezembro de 1882, nascia uma nova Banda de música em Macaé. Seus membros eram descendentes da Sociedade Musical Nova Aurora, ocasionando uma competição, que acabou favorecendo o engrandecimentos de ambos. Entre os anos de 1883 e 1888, a Sociedade Musical lutou contra a escravatura, utilizando sua Banda de Música como força arregimentadora de massa, e cedendo suas dependências para reuniões dos abolicionistas. O prédio foi inaugurado em 22 de maio de 1887, abrigando no seu interior uma capela, sua padroeira é Nossa Senhora da Penha. Macaé Nossa Terra, Nossa Gente - Série Patrimônio Histórico Edificado - IHGM Instituto Histórico e Geográfico de Macaé Prefeitura Municipal de Macaé . Acervo Centro de Memória Antônio Alvarez Parada SOLAR MONTE ELÍSIO-CASTELO
Aos turistas, a tradição vai contando, orgulhosa, que Dom Pedro II nele se hospedou, que a Princesa Isabel, periodicamente, visitava os familiares ali residentes. O Solar nasceu logo após a Independência do Brasil. Conta a história que Francisco José Domingues, senhor de cinco fazendas, além de fazendeiro progressista, era ativo negociante. Promoveu o comércio de Macaé com as regiões vizinhas e, sobretudo, com a Corte Imperial, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Suas atividades ficaram conhecidas em sua pátria de origem - Portugal - pelo que o Rei o credenciou com o título de Visconde. Casou-se com D. Luiza Leopoldina Guimarães de Araújo, nobre dama da aristocracia de Pelotas, na então província do Rio Grande do Sul. O casal fixou residência em Macaé, no prédio, onde hoje funciona a Câmara Municipal. D. Leopoldina, porém, já Viscondessa de Araújo, quis transferir residência para a Fazenda Caturra, num casarão de um só pavimento. Informações obtidas no site do Castelo.www. castelo.com.br
Nova Aurora
Lira dos Conspiradores
Forte Santo Antônio de Monte Frio
A
História Militar da 1ª Bateria do 10º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (1ª/10º GACosM) pode ser dividida em dois períodos: o primeiro tem início em 16 de março de 1613, com a instalação do Forte Santo Antônio de Monte Frio, e termina com a sua desativação em 19 de novembro de 1859; o segundo período teve como marco inicial o ano de 1893, quando o Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, concluiu sobre a “necessidade de se fortificar, para proteger um porto, como o de Macaé, tão vizinho à Capital da Nação e de tão fácil acesso”, motivando, assim, a inauguração do Forte Marechal Hermes, em 15 de abril de 1910. Portão das Armas - Reinaugurada em 1958, a entrada do Forte Marechal Hermes é guarnecida pelos históricos canhões 152.4, desativados em 1997. No decorrer dos seus 390 anos de vida, a 1ª/10º GACosM acompanhou, efetivamente, os movimentos sociais, políticos e econômicos da Região Norte Fluminense, seja contribuindo para as suas consecuções ou tendo compartilhando destes movimentos. Pavilhão de Comando - Com estilo arquitetônico datado de 1939, tratase da principal edificação do Forte, pois concentra as atividades do Comando e administrativas. O Governo Geral ordenou ao Capitão-Mor da Capitania de Cabo Frio, Constantino Menelau, a construção de uma fortificação para viabilizar a fixação do aldeamento à foz do Rio Macaé. O “Forte de Santo Antônio de Monte Frio” teve suas obras concluídas em 1613, no saliente NE, do planalto em que se ergue o morro, por isso chamado de Fortaleza, armando-a com cinco peças. Posteriormente, em 1762, foi reconstruída por Conde de Cunha, por ordem do então Governador do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Moraes, e ficou armada com 7 bocas de fogo. Em 6 de março de 1855 a cidade foi aba-
lada por um fato famoso: a praga rogada por Manoel da Mota Coqueiro, momentos antes do seu enforcamento, a despeito de seus protestos de inocência, para que a cidade estagnasse o seu progresso por um século. Por uma estranha coincidência, em 19 de novembro de 1859, a fortificação foi desativada juntamente com outras do Estado do Rio de Janeiro por ordem do então Ministro da Guerra, o Coronel Reformado Sebastião do Rego Barros “por não serem satisfatórias suas condições defensivas e muito onerosa ao Tesouro Nacional a sua conservação Muralha do Forte Santo Antônio do Monte Frio. - Construída em 1613, por ordem do Capitão-Mor de Cabo Frio, Constantino Menelau, com o objetivo de impedir a interiozação de navios piratas pelo Rio Macaé, este patrimônio Histórico e Cultural distingue-se por ser o marco inicial da Cidade de Macaé. O segundo ciclo econômico de Macaé, impulsionado pelas construções do Canal e da Ferrovia Macaé-Campos e pela lavoura cafeeira nos Distritos Serranos, fez nascer um importante porto fluminense, que seria palco de uma intensa agitação comercial no fim do período Imperial. Em 1880, a Companhia que explorava este transporte marítimo dispunha de cinco balsas a vapor com tráfego regular entre Imbetiba e o Rio de Janeiro. O velho e abandonado Forte repercutiu esta fase de intenso progresso em Macaé, pois em 1893, o Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, conclui sobre a “necessidade de se fortificar, para proteger um porto, como o de Macaé, tão vizinho à Capital da Nação e de tão fácil acesso”. Assim, são iniciadas as obras de um semi-reduto, no saliente sudoeste, em cota de 22 metros mais ou menos, orçada a em 828 contos de réis. Entretanto, a cidade, mais uma vez, vê extinguir-se o vertiginoso crescimento econômico, pois a Leopoldina, com a ligação Rio Bonito-
-Macaé-Campos, absorveu todo o transporte da produção dessa região, cujo barateamento nos custos foi uma lógica opção dos produtores. Seguiu-se, daí, rápido declínio do Porto de Imbetiba, que permaneceu, assim, sem função, até que sua licença alfandegária foi extinta em 1903. As obras da Fortaleza seguiram o declínio do Porto. Em conseqüência, após gastos 231 contos, entre 1898 e 1900, e, também, por falta de verba, a obra foi suspensa em meados de 1900. Construída em 1908 com quatro Canhões Armstrong 152, 4 provenientes do desativado Cruzador Tamandaré, por determinação do então Ministro da Guerra, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca. Objetivada a defesa do Porto de Macaé, à época, imprescendível para o desenvolvimento regional Em 1908, o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, então Ministro da Guerra, esteve na cidade por ocasião de uma das recepções semanais realizadas no Solar de Monte Elíseo, residência do Coronel José de Lima Carneiro da Silva, neto de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Estavam presentes, além do coronel, outros descendentes do Patrono do Exército Brasileiro. Na ocasião, ficou decidido, como consta em documentos do arquivo do Distrito Federal, que a família de Caxias doaria 30 contos de réis para a conclusão das obras, agora sob um projeto mais reduzido do que o orçado originalmente. O governo, por sua vez, comprometeu-se com mais 15 contos de réis. POSTO DE COMANDO DA BATERIA ALTA
Liga-se aos quatros canhões por túneis, transformando o eco em um interessante sistema de intercomunicações. Com localização previlegiada, permite admirar vários outros pontos turísticos de Mac Ainda em 1908, o Ministro da Guerra, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, determinou a construção de uma bateria alta, no topo do morro da Fortaleza, numa cota de 41 metros. Tal opção deveu-se à exigüidade de recursos para o melhoramento e bem assegurar a sua defesa.
Monumentos na Praça Veríssimo de Melo
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Macaé: 1813 - 2020 CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS
Comando da 8ª Região Militar e ficou guarnecido por um contingente do 38º Batalhão de Infantaria, chefiado pelo 2º Tenente João Augusto Mendes Autas. Entretanto, só foi transformado em uma Organização Militar pelo Decreto Nº 12502, de 6 de junho de 1917, que lhe concedeu autonomia administrativa, os quadros de organização de pessoal e de distribuição de material e a denominação de 6ª Bateria Isolada, tendo como primeiro comandante o Capitão Hermes d’Allicourt Severiano da Fonseca, filho do Marechal Hermes da Fonseca. (Informações cedidas pelo Forte Marechal Hermes). Existe uma lenda que através de um túnel, poderia sair do Forte e chegar até o Castelo. Será esta a entrada. Informações sobre canhões e construções obtidas no folheto FORTE MARECHAL HERMES - Patrimônio Histórico Cultural. Fonte: www.desema.com.br Fotos com GIL: aérea de Macaé, Palácio dos Urubus, Câmara Municipal de Macaé, Forte Marechal Hermes.
TEXTO: ISIS MARIA BORGES GOMES
MONUMENTOS AOS PRACINHAS BRASILEIROS
Em 21 de dezembro de 1908, depois de locada a bateria alta no topo do morro pelo tenente-coronel de engenharia José Bevilacquia, as obras foram reiniciadas, dirigidas pelo capitão de engenharia Alberto Lavenére Wanderley. Em 13 de fevereiro de 1909 o primeiro-tenente Feliciano Sodré assumiu as obras até o seu término, com a instalação de quatro canhões Armstrong 152 mm, c/50 TR, montados em reparos Wavasseur, recentemente desativados do Cruzador Tamandaré, da Marinha Brasileira. O Forte foi inaugurado em 15 de abril de 1910, pelo então Ministro da Guerra o Exmo General José Bernadino Bormann, na presença do Marechal Hermes da Fonseca, Presidente Eleito da República e demais autoridades civis e militares. O Presidente Eleito e sua comitiva foram recebidos pelo Coronel José de Lima, neto de Caxias, seguindo, posteriormente, de carruagem, até o local da inauguração. ESTAVA ASSIM INAUGURADO O FORTE MARECHAL HERMES.
À mesma data, foi o Forte entregue ao
HINO DE MACAÉ
Forte Marechal Hermes
O Hino de Macaé - com música do pianista Lucas Vieira e letra do Professor Antonio Alvarez Parada, conforme Deliberação 221/65, de 17 de setembro de 1965,
Banda da Educação se apresenta online no aniversário de Macaé CRIAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ELTON SANTOS TEXTO: ASSESSORIA
O
aniversário de 207 anos de fundação da vila de Macaé, comemorado nesta quarta-feira (29), ganhará musicalidade com a banda da Secretaria de Educação, que vai se apresentar às 9h nas redes sociais da Prefeitura de Macaé (Instagram e Facebook). Os integrantes vão tocar o tradicional hino de Macaé e outras canções. A programação virtual, que não será presencial devido à pandemia do coronavírus, faz parte de uma das ações online de homenagem à cidade. Também nesta quarta-feira (29), a Corporação Musical Professor Rossini Medeiros (Colégio Municipal Tarcísio Paes de Figueiredo, da Bicuda Grande), completa dois anos. Os integrantes, que estão ensaiando em lives com os instrutores, vão aproveitar a apresentação da banda da Secretaria de Educação para comemorar. Segundo o coordenador do projeto, Luís Carlos Pereira, esta apresentação será especial para a população de Macaé e os alunos da rede municipal. "Um dos momentos mais marcantes para as bandas é no aniversário de Macaé, em que os integrantes se apresentam no desfile cívico-militar, se socializam e mostram os trabalhos desenvolvidos nas escolas. Este ano o desfile foi suspenso, mas a alegria da música vai continuar", pontua. A banda da Secretaria de Educação possui instrutores concursados, que participam do projeto Bandas Escolares e também se apresentam em instituições e outros eventos. E mesmo neste período de suspensão temporária das aulas, eles estão se dedicando à música, participando de ensaios através de lives com os alunos, que
contam com os instrumentos em casa, além de dinâmicas, informes e interações através de grupos de WhatsApp. O objetivo é destacar métodos e técnicas da música e incentivar princípios como disciplina, concentração, postura, expressão, além de dedicação aos estudos. Muitos dos instrutores já foram ex-alunos e integrantes de bandas da rede municipal. PROJETO
Cerca de 600 participantes de 13 escolas municipais fazem parte do projeto "Bandas Escolares". O objetivo é preparar os alunos a se tornarem cidadãos críticos e permitir que talentos das escolas sejam valorizados e reconhecidos, contribuindo com a interação da comunidade e cultura. A ação segue a determinação da lei 13.278-2016, que inclui as artes visuais, a dança, a música e o teatro nos currículos dos diversos níveis da educação básica. O trabalho das corporações musicais é ministrado nas escolas municipais Generino Teotônio de Luna (Professor Jamil Andrade Dias - Virgem Santa), Polivalente Anísio Teixeira (Costa do Sol), Oscar Cordeiro (Aeroporto), Professora Maria Isabel Damasceno Simão (Centro), Tarcisio Paes Figueiredo (Professor Rossini Medeiros -Bicuda Grande), Elza Ibrahim (Ajuda), Jacyra Tavares Duval Corporação Musical Geraldo Bernardo Alves (Novo Cavaleiros), Paulo Freire (Lagomar), Olga Benário Prestes (São José do Barreto) e Leonel de Moura Brizola (Barra). A previsão é que as unidades municipais Samuel Brust (Fronteira), Wolfango Ferreira (Barra) e Olga Benário Prestes (São José do Barreto) também implementem suas bandas escolares.