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Nossa Palavra nossapalavra@odefensor.com.br
Rastros de destruição
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Depois que a pandemia do novo Coronavírus passar, será possível ver, com maior clareza, o saldo de sobreviventes no mercado de trabalho brasileiro e seus efeitos. Até o momento, os rastros de destruição dos postos de emprego são notórios e atingem profissionais de todas as escolaridades.
Apesar de todas as dificuldades, ainda há muita esperança na retomada da economia e do mercado de trabalho após a crise sanitária, mas o alento para o trabalhador ainda vem da prorrogação do Auxílio Emergencial.
Vale ressaltar que a crise do emprego já se arrastava desde antes da Covid-19 e foi agora potencializada. A retomada do trabalho dependerá da união de esforços, ou seja: de políticas de apoio à geração de renda mais efetivas, para o destravamento do mercado consumidor.
A ampliação de impostos poderá comprometer essa retomada. São necessários incentivos para o início de novos ciclos. Os rastros de destruição
da pandemia terão de ser combatidos através de planejamento e inteligência, com ações mais organizadas e que tenham realmente o fim de contribuir na recuperação do País.
Hipóteses realistas preveem vacina para 2020. Até que chegue a todos, muitas etapas precisam ser vencidas. Administrar a espera com menor número de danos exige a colaboração coletiva. Dos governos, com políticas aptas a informar e proteger os que são obrigados a se expor. Da população, com obediência às três regras de ouro: usar máscara, evitar aglomerações e lavar as mãos.
Diante da mais grave crise sanitária do século, com vidas em risco, espera-se que sejam ouvidas a ciência e a medicina. Nesse campo, as eventuais discordâncias são salutares e devem ser confrontadas, com dados científicos e até com ajuda das ciências jurídicas.
Mas que prevaleça o conhecimento. É o que se espera da boa política.
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Clika do
Gabriel Bagliotti
gabrielbagliotti@gmail.com
Quem planta vento... Colhe tempestade!
A sabedoria popular é fascinante, não é mesmo meus amigos?
Com todos os seus ditados e provérbios dois deles tem me chamado muito a atenção nos últimos dias. O primeiro é: Quem planta vento... Colhe tempestade!
Isso porque, quem acompanha os bastidores da política de nossa Cidade já percebeu que a situação está complicada e a crise instalada entre o atual prefeito Vanderlei José Mársico, e os vereadores Beto Girotto e Rodrigo de Pietro cresce a cada dia que passa.
O que será que o prefeito esperava de seu governo? Será que Mársico almejava ter quatro anos com bons ventos e céu de brigadeiro? Que não enfrentaria nenhuma oposição? Se sonhou com isso, ficou apenas na cabeça, porque a realidade é bem diferente!
Parte do grupo situacionista se esquece da politicagem que era praticada em nossa Cidade em um passado não muito distante. Quando o mesmo grupo era contrário ao governo do ex-prefeito José Paulo Delgado Junior.
Será que nenhum deles se lembra de que maneira eram conduzidas as criticas, os ataques? Que por diversas vezes as acusações superavam as esferas administrativas e chegavam às incidas pessoais!
Denegrindo não só os ocupantes dos cargos públicos em questão, mas todo o seu secretariado, primeiro, segundo e terceiro escalões, chegando até a família de todas essas pessoas, que assim como se escuta hoje, também amam nossa querida Taquaritinga!
E ainda seguindo na linha dos ditos populares, o segundo que também resume bem o atual cenário é aquele: Quem com ferro fere, com ferro será ferido!
Nesse caso podendo ser adaptado para: Quem com Beto fere, com Beto será ferido!
Seguindo naquele passado não muito distante, no qual muitos não querem se lembrar, o chefe do Executivo adorava ter por perto o vereador Beto Girotto, critico ferrenho à gestão de Paulo Delgado.
Hoje, Beto é um dos principais opositores de Mársico. O pior é que por conta de mais de vinte anos de amizade, Girotto conhece o passado de Mársico, o que deixa a situação ainda mais complicada para o chefe do Executivo. Já que seu atual opositor tem informações que podem balançar as estruturas do governo em questão.
A certeza meus amigos é que a campanha eleitoral deste ano, com toda certeza, será uma das mais sujas e disputadas dos últimos anos.
Até a próxima!
Em T
m o
Gilberto Tannus
jgcarll@yahoo.com.br
No divã
Sabe doutora, recordo-me da primeira vez em que viajei sozinho a São Paulo, capital. Há quarenta anos.
Utilizávamos dinheiro vivo ou cheques. Pequenos gastos nos bares de rodoviárias, com bilhetes do metrô e passagens de ônibus circulares eram pagos com trocados que levávamos na carteira. Notas de maior valor – usadas em emergências – ocultávamos em bolsos costurados por dentro da calça. Anéis e colares ficavam na gaveta do criado mudo de casa. No pulso um relógio vagabundo. De reserva, enfiávamos calça, camisa e dois pares de meias e cuecas numa mochila velha. Tudo para despistar assaltantes ou trombadinhas.
O ônibus da Empresa Cruz saía de madrugada de Taquaritinga, entrava em Araraquara, São Carlos e Campinas antes de chegar, ao amanhecer, à “cidade grande”. Desembarcávamos cansados, mas não reclamávamos. Naqueles idos ninguém tinha pressa. Livros comprados por reembolso postal demoravam duas semanas; cartas manuscritas, enviadas em envelopes selados, tardavam dias. Caso não extraviassem. Éramos felizes e não sabíamos. O tempo arrastava-se devagar e a areia da ampulheta da existência caia lenta, lentamente.
Empurra-empurra na estação do metrô. Já no interior de um vagão deparei-me com a real realidade do povo paulistano: milhões de pessoas condenadas à solidão. Sentados ou em pé, homens, mulheres e crianças – assustados – evitavam cumprimentar-se. Sorri então para uma senhora. Fingindo não
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perceber, desviou o olhar. Nas fisionomias, desconfiança. Mas, não apenas isso. Algo mais... Medo. Sim, um medo profundo. Temiam-se uns aos outros, viam-se como inimigos – todos acovardados atrás de um escudo de indiferença e frieza.
Filosofei. Entes hermeticamente isolados de seus semelhantes, com os quais cruzavam nas ruas, nos centros comerciais, no transporte coletivo, nas empresas onde trabalhavam. Perfeitas mônadas leibnizianas. Não há duas iguais no universo. No sistema do pensador alemão Leibniz, levam ao seu máximo a ideia de substância individual, fundamentada nos princípios de identidade e da razão suficiente.
Pode a senhora imaginar o peso esmagador da angústia que cada um daqueles seres suportava nas costas? Incapazes de se entregarem emocionalmente desarmados às incertezas da aventura de um relacionamento pessoal, buscavam em organizações gregárias institucionais o bálsamo para as feridas abertas pela falta de afeto humano. Da histérica necessidade de fuga da solidão, supervalorizavam o pertencimento às torcidas organizadas de futebol e associações de escolas de samba do bairro.
Doutora, naqueles 15 minutos da curta viagem de metrô, eu, misantropo irremediável, pude compreender a razão do desespero espiritual dos milhões de habitantes da “cidade grande”. Qual David Riesman e seu “A Multidão Solitária”, qual nada...
Terminou meu tempo?
*Prof. Gilberto Tannus é mestre em história pela Unesp
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