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O Defensor Edição nº. 89| 2 de maio de 2022
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O Defensor | 2 de maio de 2022 Pais, fiquem atentos!
Atraso na fala das crianças pode indicar problemas auditivos Foto: Reprodução Google
Mesmo sem problemas auditivos ao nascer, após o Teste da Orelhinha, é fundamental que a criança passe por novos exames ao menor sinal de atraso na fala, pois a perda auditiva pode ser genética, progressiva ou consequência de remédios ototóxicos. A perda auditiva pode trazer diversos prejuízos a uma criança e um deles é no desenvolvimento da fala. É importante que os pais fiquem atentos aos sinais de atraso na linguagem oral nos primeiros dois anos de vida para que não haja efeitos negativos no desenvolvimento infantil; efeitos esses que podem acarretar em problemas por toda a vida. Muitos pais só buscam tratamento para a dificuldade auditiva dos filhos quando outros sintomas começam
a surgir. Apesar de o atraso na fala e a falta de diálogo serem os sinais mais importantes de perda auditiva, eles relacionam esses problemas, muitas vezes, a
outras causas. Diagnósticos equivocados e o costume de esperar que a criança desenvolva o diálogo naturalmente podem causar danos irreparáveis na infância e
O Defensor Momento Mulher Com circulação mensal Diretor Comercial: Mario Bagliotti Jornalista Responsável: Gabriel Silvestre Bagliotti (Reg. MTE nº. 66972/SP)
Uma publicação da: Nova Dimensão Editora Ltda. www.odefensor.com.br jornalodefensor@gmail. com “Artigos assinados não
representam necessariamente a opinião do jornal." Colaboraram nesta edição: Nathalia Davoglio Sabbatini e Gabriel Bagliotti
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até na vida adulta; além de atrasar o tratamento da alteração auditiva. “Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de a criança ter um bom
desenvolvimento, com melhores resultados no processo da reabilitação auditiva. Assim, o desempenho comunicativo pode ser alcançado mais rapidamente;
muito próximo ao de crianças com audição dentro do padrão da normalidade”, explica a Fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia e Ven-
Momento Mulher Foto: Tua Saúde
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das na Telex Soluções Auditivas. Segundo ela, “o diagnóstico pode ser feito com uma audiometria, exame que detecta a perda auditiva na maioria dos casos, dependendo da idade e da colaboração da criança”. Com o passar do anos, por causa da dificuldade de diálogo com
outras pessoas, a perda de audição não tratada afeta a socialização, a autoestima, o desenvolvimento cognitivo e a alfabetização. Não raro, há pessoas que só identificam a perda auditiva na universidade e descobrem que a dificuldade de aprendizagem ou até mesmo o déficit de atenção diagnosticado
na infância e adolescência eram causados, na verdade, por problemas na audição. “O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para
haver aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças interajam com seus interlocutores e, assim, estabeleçam novas conexões neurais. É importante enfatizar também que há diferenças entre ouvir e escutar. Os
sons que entram pelas orelhas precisam fazer sentido, ter significado”, pontua a Fonoaudióloga da Telex. Mesmo que ao nascer a criança tenha passado pelo Teste da Orelhinha sem apresentar alterações, ao menor sinal de atraso na fala é importante que ela seja examinada por um otor-
3 rinolaringologista e um fonoaudiólogo, pois a perda auditiva pode ser genética ou progressiva, ou mesmo ser causada por medicamentos ototóxicos, se manifestando, portanto, ao longo da infância. Exames como o PEATE frequência específica (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico), avaliação comportamental, Imitanciometria e PEAEE (Potencial evocado auditivo de estado estável) serão avaliações importantes, podendo auxiliar no diagnóstico da perda auditiva, servindo como ponto de partida para que o otorrino e o fonoaudiólogo, juntos, indiquem o tratamento mais adequado para cada caso. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 32 milhões de crianças, no mundo inteiro, têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 40% dos casos ocorrem devido problemas genéticos e 31% por infecções, como sarampo, rubéola e meningite.
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O Defensor | 2 de maio de 2022 De pais para filhos
Foto: Freepik
Quatro caminhos para ensinar crianças a lidarem com dinheiro
Em um período cheio de incertezas eco-
nômicas é fundamental o debate sobre o papel
dos pais no desenvolvimento da educação
financeira dos filhos. Isso, principalmente,
pelo fato de que não é mais possível se omitir
sobre esse tema. E cada vez vemos mais pessoas que crescem e se tornam endividados e inadimplentes. “Diante de um cenário de consumismo desenfreado, população endividada ou frustrada por não conseguir realizar seus sonhos, ensinar como lidar com dinheiro e anseios para crianças e jovens tornou-se um dos principais desafios de pais. Lembro que as famílias têm papel fundamental no significado que os filhos atribuem ao dinheiro e a forma como se lida com seus recursos financeiros pode influenciar a maneira como a criança irá administrar seus bens no futuro”, explica Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira e autor do livro Mesada não é só dinheiro (Editora DSOP). Ele conta que mui-
Momento Mulher tos pais, que não receberam orientações dessa natureza e encontram dificuldades em transmitir esse tipo de conhecimento. Um dos caminhos para famílias educarem financeiramente seus filhos é estimular que esses identifiquem seus sonhos de curto, médio e longo prazos; ensinando a investigar quanto custam esses e, junto com os pais, começarem a poupar. Reinaldo Domingos preparou quatro orientações de como os pais podem educar financeiramente os filhos: Comece cedo - É uma característica das crianças serem muito observadores e cedo começam a perceber que o dinheiro tem uma importância na vida dos pais e, em paralelo tem estabelecido os desejos de consumo, assim, a partir da percepção deste entendimento, que ocorre normalmente por volta dos três anos, já deve ter início a educação financeira. Frequentemente eles observam os adultos entregarem dinheiro, cartões, cheques em vários locais em troca de mercadorias. Ou seja, observam que troca dinheiro por coisas que se quer ter. Ao mesmo tempo crianças e jovens estão expostos às mensagens publicitárias que estimulam o desejo de ter. São duas forças importantes que movimentam a sociedade e, portanto, precisam ser bem compreendidas.
Combata o consumismo - O antídoto para os possíveis efeitos nocivos do estímulo ao consumo é envolver esses nas decisões familiares sobre os gastos, colocando os sonhos em primeiro lugar. Temos de mostrar que é preciso ter objetivos, fazer escolhas e que nada é mágico, porém, tudo é possível, desde que o dinheiro seja usado com foco e sabedoria. Dessa forma, habitua-se as crianças e jovens que acordos não significam negação, mas sim negociação. Eles perceberão que é possível ter, porém, nem sempre no momento que se quer. Essa prática também ajuda a aliviar o sentimento de culpa de muitos pais porque, nesse exercício, eles também aprendem a se reeducar financeiramente e deixam de ver o dinheiro - ou o poder de comprar - como uma válvula de escape para suprir lacunas em outros aspectos da vida. Combata a falta de educação financeira Uma criança que não é educada financeiramente trará grandes problemas de descontrole para os pais, por querer tudo que vê e fazer ‘birra’. A exposição das crianças às ações publicitárias faz com que estas se tornem cada vez mais cedo consumistas. Hoje a criança é elevada ao status de consumidora sem estar preparada. E a publicidade utilizada de propagandas são apelativas, que causam dese-
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jos imediatos nas crianças de querer o produto, e isso não significa necessariamente que essa criança é excessivamente consumista, pois, esse desejo será rapidamente esquecido. Uma situação que indica uma criança excessivamente consumista é quando ela gasta todo seu dinheiro ganho com mesadas e logo pede mais dinheiro para seus pais. Porém, não existe um índice que mostre qual o grau que esse problema atingiu. Seja o exemplo Os pais são referências para os filhos, ocorre que cada família deve ter seus valores, mas mesmo assim é ne-
cessário cuidado. Se a criança vê os pais comprando sem parar, vão tender a seguir esse exemplo e acabar ficando desta forma. Assim, é fundamental ter muito cuidado com o exemplo que os familiares passam, e desde cedo
demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo desenfreado e sim na atitude de atingir seus objetivos. No caso do exemplo externo, a família também terá um papel de grande relevância, que é o de estabelecer
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os limites para esta atitude. Os pais podem reforçar ou não a atitude consumista da criança e se o comportamento da criança não mudar nesse primeiro momento é muito provável que ela se torne um adulto sem limite nos seus gastos.
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O Defensor | 2 de maio de 2022 Economia do turismo
Foto: Freepik
Despacho gratuito de bagagem em voos aprovado na Câmara
Por: Diário do Turismo
A Câmara dos De-
putados aprovou nesta
mada de despacho gra-
terça-feira (26) a reto-
tuito de bagagem de
até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. O dispositivo foi incluído durante a votação de uma medida provisória que flexibiliza regras para o setor aéreo, conhecida como “MP do Voo Simples”. A medida não constava no texto original enviado pelo Executivo. Mesmo com orientação contrária do governo, os deputados
decidiram aprovar um destaque do PCdoB que proíbe a cobrança desse tipo de taxa. Foram 273 votos a favor e 148 contrários. O texto ainda precisa passar pelo Senado. Em 2016, a Anac publicou uma resolução que dava ao passageiro o direito de levar na cabine uma bagagem de mão de até 10 quilos – mas autorizava as aéreas a cobrarem por bagagens despachadas.
A justificativa da agência, à época, era que a autorização para a cobrança do despacho de bagagem aumentaria a concorrência e poderia, por consequência, reduzir os preços das passagens. Atualmente, bagagens de 23 quilos em voos nacionais e 32 quilos nos voos internacionais são cobradas à parte, com um valor adicional ao da passagem. Cada empresa estabelece o critério de cobrança e as dimensões das malas. O que diz o trecho O trecho incluído pela Câmara na MP do Voo Simples altera o Código de Defesa do Consumidor para incluir no rol das práticas abusivas a cobrança por parte das companhias aéreas por até um volume de bagagem em voos nacionais com peso inferior a 23 quilos, e em voos internacionais, com peso inferior a 30 quilos. O que diz a MP A medida provisória aprovada flexibiliza regras para o setor aéreo e segue, agora, para o Senado. A proposta estabelece, entre outros pontos: • O fim da compe-
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7 Foto:© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em 2016, a Anac publicou uma resolução que dava ao passageiro o direito de levar na cabine uma bagagem de mão de até 10 quilos – mas autorizava as aéreas a cobrarem por bagagens despachadas
tência da ANAC para outorga de serviços aéreos; • O fim da necessidade de revalidação dessas outorgas a cada cinco anos; • O fim de contratos de concessão das empresas aéreas; • O fim da obrigação de autorização prévia para construção de aeródromos. Além disso, a MP simplifica a autorização para que uma empresa estrangeira obtenha a
autorização para explorar o serviço de transporte aéreo, cabendo à Anac tratar do tema em uma regulamentação. O texto revoga uma série de exigências, hoje previstas em lei, para que uma empresa de transporte aéreo opere no país. A MP também permite que os aeródromos privados na Amazônia Legal tenham um tratamento diferenciado, com a possibilidade de adequar suas operações
por meio de regulamento específico emitido pela autoridade de aviação civil. Hoje, apenas os aeródromos públicos têm direito a essa possibilidade que, segundo a lei, tem como objetivo “promover o fomento regional, a integração social, o atendimento de comunidades isoladas, o acesso à saúde e o apoio a operações de segurança”. Em nota publicada na data da edição da MP,
o governo justificou que
de processos e procedi-
ciência na prestação de
as mudanças “atualizam
mentos do setor aéreo”
serviços e o desenvolvi-
e reduzem a burocracia
para dar maior “efi-
mento da aviação civil”.
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Taquaritinga, 2 de maio de 2022
“O Golpista do Tinder”
Especialistas dão dicas sobre como proteger seu dinheiro e evitar ser vítima de estelionato amoroso “O golpista do Tinder”, filme da Netflix que se baseia em uma história real, aborda o chamado estelionato amoroso, tipo de crime onde uma pessoa utiliza a confiança do relacionamento afetivo para obter vantagens ilícitas, levando a outra pessoa a um prejuízo econômicofinanceiro. No filme, participam as vítimas e o próprio golpista, o suposto milionário russo Simon Leviev que surge como um príncipe encantado do Tinder na vida de Cecilie Fjellhøy, Pernilla Sjoholm e Ayleen Charlotte, três mulheres que foram seduzidas pelo homem. Após uma série de eventos e artimanhas do golpista, que era o cabeça de uma organização criminosa, elas enviaram para o homem todas as suas economias e, ainda, pediram empréstimos vultosos em bancos.
O israelense Shimon Yehuda Hayut era quem se passava na verdade pelo bilionário do ramo de diamantes Simon Leviev para aplicar os golpes nas mulheres. Após conquistar a confiança das vítimas, colocava em prática sempre o mesmo plano para extorquir dinheiro e usá-lo com outras, acumulando milhões, num esquema semelhante a uma pirâmide financeira. Quando as mulheres perceberam que se tratava de uma farsa habilmente arquitetada, já era tarde demais... Mas como não cair na armadilha de estelionatários que utilizam as redes sociais para atrair suas vítimas? Segundo Fernanda Herbella, delegada de polícia do Estado de São Paulo e graduada pelo famoso FBI (Federal Bureau of Investigation, dos Estados Unidos),
golpes do tipo são mais comum do que se imagina. “O estelionato amoroso ocorre quando o autor do delito se vale da confiança conquistada em decorrência do relacionamento afetivo, para obter uma vantagem econômica às custas da vítima”, diz Herbella. Como saber se você é uma vítima em potencial? “Em geral, os criminosos buscam pessoas na faixa entre os quarenta e setenta anos, ou seja, basicamente quem tem um emprego e uma vida mais estável, do ponto de vista financeiro”, alerta Fernanda Herbella, comentando, ainda, que é comum que os autores desse tipo de crime sejam estrangeiros e conheçam as vítimas por aplicativos de relacionamento ou plataformas de prática de idiomas. Cuidados que devem ser tomados Mas há como se pre-
venir. Herbella destaca a importância de não compartilhar documentos pessoais, diminuindo as chances de se cair nas artimanhas de malfeitores. “E muito menos pedir empréstimos para entregar os valores solicitados pelo estelionatário, como aconteceu com as vítimas do Golpista do Tinder.” Aline Bak, especialista em comportamento e segurança na internet, concorda. E destaca algumas precauções para quem usa aplicativos de relacionamentos. “É preciso certificar-se de que a pessoa que está do outro lado realmente existe, pesquisando em outras redes sociais e no próprio Google”, diz ela. E continua: “Quanto mais informação conseguir reunir, melhor. ” Outra boa tática de prevenção sugerida por Aline é procurar manter algumas conversas pelo máximo de tempo possí-
vel, seja por mensagens ou chamada de vídeo, especialmente na fase que antecede o encontro presencial. “E quando marcar pessoalmente, faça-o sempre em um local público, como shoppings e restaurantes, por exemplo, preferencialmente de dia”, completa. Quando desconfiar e que providências tomar Mas mesmo após conhecer a pessoa na “vida real”, conforme explica Aline Bak, é prudente não se descuidar e ficar em estado de atenção: “especialmente no início da relação, esteja sempre de antena ligada. “Quando surgir um cenário inesperado, de crise, e que exija uma ação imediata, principalmente envolvendo pedido de dinheiro, este é um forte indício de que pode ser golpe”, destaca Aline. Conforme a especialista, há indícios que evi-
denciam que algo está fora da normalidade. “Quando houver uma situação de emergência, onde a pessoa use a confiança para fazer pressão, é preciso ficar em alerta”, diz ela. “Se houver qualquer suspeita, procurar ajuda e denunciar em órgãos competentes”, explica Bak. Porém, Aline reforça que o uso do Tinder não deve ser banido da vida das pessoas que estão em busca de um romance ou amizades. “Tanto na web como na vida real, pessoas mal-intencionadas vão continuar existindo”, diz a especialista. “Os aplicativos de namoro chegaram com o objetivo de revolucionar a forma como a sociedade se relaciona e dar chances para os mais tímidos. É preciso ter cuidado e estar atento; as medidas preventivas bastam”, conclui.