Características da obra contemporânea.
A arte dos nossos dias, chamada contemporânea, adoptou a atitude de analisar e representar gestos, objectos e conceitos como: - representação / realidade; - obra de arte / objecto do dia a dia/ quotidiano; - arte / vida; - mundo exterior / mundo interior; - criador / espectador; - forma / fundo; - razão / emoção; - ideia / forma; - superfície / suporte. A arte contemporânea é constituída por estilos ou movimentos totalmente diferentes, porque é também o resultado de movimentos diferentes, anteriores, da arte «moderna» do início do século XX… . Estilos mais Figurativos: arte concetual, dadaísmo, pop art, surrealismo, expressionismo .
Estilos
menos
figurativos/
mais
expressionismo abstrato, art informel, op-art,
abstratos:
cubismo,
Cubismo Com o Cubismo Picasso quebra a ideia da pintura como imitação da realidade. Influenciado pelo entalhamento de máscaras africanas decide representar objetos em várias perspectivas resultando composições com grande abstracionismo geométrico.
Picasso, Três Músicos (1921)
Expressionismo Neste estilo o artista, deforma os objetos que observa, para expressar a emoção relacionada com esses objetos. Cria mensagens políticas ou espirituais, como o absurdo da pobreza e da solidão urbanas.
Otto Dix , O Vendedor de fósforos (1920) O pintor mostra um soldado mutilado (cego e paralítico) vendendo fósforos na rua enquanto é claramente ignorado pelos passantes.
Sabia que o tratamento oferecido aos veteranos de guerra dependia de sua classe social. Assim, a sua pintura não apenas denunciava a guerra de um modo geral, mas também as tensões sociais específicas que dividiam a Alemanha na época. Surrealismo A corrente artística Surrealismo
defende a arte como uma
expressão do sonho, do inconsciente, alusiva também à estética Simbolista, da segunda metade do século XIX.
A Tentação de Santo Antão, Salvador Dali, 1946
Salvador Dali representava como afirmava, "retratos de sonhos pintados a mão (...) para materializar imagens de concreta irracionalidade com a mais imperativa fúria de precisão",
A Persistência da Memória, Salvador Dali, 1931
Esses relógios moles, flácidos, derretidos, são imagens poderosas, intensamente sugestivas, associadas a índices do abandono, da transitoriedade e do medo.
Art informel A Art informel, valoriza a espontaneidade no gesto, da pincelada, as qualidades físicas da tinta como a textura, Pollock usa gestos com ritmos dinâmicos, desenvolvendo a sua técnica «driping» que consistia em salpicar tinta sobre a tela, inspirandose nas pinturas com areia dos índios norte-americanos.
Jackson Pollock, Blue Poles (1952)
Jean Dubuffet, Apartment houses, Paris, 1946
Jean Dubuffet, Four trees, 1972 Dubuffet rejeitava a ideia de que a arte devesse ser esteticamente agradável, e era favor de uma arte mais primitiva influenciada por culturas de países não industrializados, como também de crianças.
Tal como dubuffet, os artistas henri matisse e paul klee foram também influenciados por ilustrações de crianças;
Henri Matisse, The dance, 1910 Para
conheceres
mais
obras
deste
artista
moderno:
http://web.educastur.princast.es/proyectos/jimena/pj_leontinaai/arte/webimarte2/WEBIMAG/SX X/PINTURA/matise.htm
Paul Klee, Landscape with yellow birds Conhece melhor paul Klee, em http://www.artistsandart.com/2009/12/paul-klee-18791940-icannot-be.html
Com
Piet Mondrian, o
abstracionismo apresenta uma
abordagem mais geométrica, usando ângulos retos cujas linhas e retângulos sugerem a precisão mecânica da máquina, como na obra «Composição em vermelho, amarelo e azul».
Piet Mondrian, Broadway Boogie Woogie, 1942-43
Wassily Kandinsky, Fuga, 1914
Já para o pintor russo Wassily Kandinsky, o abstracionismo serve para expressar a realidade espiritual. As suas obras apresentam
uma
linguagem
capaz
de
associar
formas
geométricas a formas naturais . Op Art A corrente artística Op Art, iniciada por Víctor Vasarely, visa a modelação de formas, a sensação de movimento, como deslizamentos de formas que se contraem e expandem, rotações, ou
então
cintilações,
sugerindo-se
aparecimentos
desaparecimentos de figuras.
Víctor Vasarely
e
Arte conceptual Para a arte conceptual, também chamada a "arte da ideia", o mais importante é o processo da sua criação, ou seja, as ideias e os projetos que ajudaram a construir a obra em vez da obra final propriamente dita. Assim, o que há são documentos gráficos como fotografias de artistas produzindo arte, por exemplo, encenando.
Henry Flint, 1963. Teórico da Arte Conceptual
Dadaísmo
Esta corrente artística propõe a "antiarte", referindo que na arte deve haver lugar para as formas ou expressões mais imediatas, onde pulse a vida, como por exemplo, ruídos que são comparados a ritmos espirituais.
A Fonte, Marcel Duchamp, 1917. Eis um exemplo da arte DADA. A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo, especialmente depois de sua morte, está baseada no conceito de ready made. Enviada para um concurso, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri.
"Cut with the Dada Kitchen Knife through the Last Weimar Beer-Belly Cultural Epoch in Germany", de Hannah Höch (1919).
No movimento DADA os artistas utilizavam objetos do cotidiano, fotografias, jornais e diversos outros elementos, no mínimo, inusitados, para se fazer arte até aquele momento. O dadaísmo foi, talvez, o primeiro movimento artístico que rejeitou totalmente qualquer outro estilo anterior. Aliás, transformar qualquer coisa em obra de arte era, na verdade, uma forma de criticar o sistema da arte.
Pós-minimalismo Esta corrente queria criar formas com um curto período de vida (efémeras) para que as obras não fossem apenas um meio de negócio. Como exemplo, em 1968 o escultor Richard Serra, atirou chumbo derretido para um canto da Galeria Leo Castelli, em Nova York, chamando-a «slashing». Com esta obra pretendeu criar algo não vendável mas que explicasse algumas das qualidades do chumbo.
The Hedgehog and the Fox (escultura), Richard Serra, 2000 Sobre a montagem destas paredes de ferro onduladas: http://news.stanford.edu/news/2011/july/slideshow/10509.html
Nos earthworks transformando a terra em formas esculturais gigantescas, permitindo a atuação das forças da natureza, como a chuva, o vento e a erosão.
Spiral Jetty, Smithson, 1970. Arte de Envolvimento e de Participação
A Arte de Envolvimento e de Participação
(environnement),
trabalha sobre a concepção de um espaço tridimensional onde se criam obras do imaginário artístico. Nesta arte procura-se a incorporação do observador, que se torna parte da obra ao vivenciar os objetos expostos, por exemplo, pelo sentido do tato.
Pop Art As obras do movimento Pop Art incluem sĂmbolos e produtos da cultura popular transformando formas consideradas vulgares, em refinado.
Marilyn, Andy Warhol, 1963 - 1967
Head, Red and Yellow Roy Lichtenstein, 1962
Mais sobre este artista : http://lichtensteinfoundation.org/
Marilyn Monroe, Willem de Kooning, 1954
A obra chamada «Marilyn Monroe», de Willem de Kooning (à direita) pode ainda ser considerada figurativa, apesar de suas pinceladas largas pouco sugerirem os rudimentos de um corpo humano e suas características faciais.
A arte contemporânea é rebelde por natureza e essa rebeldia fica mais evidente na busca da originalidade e de vontade de surpreender. Os artistas procuram a multi-sensorialidade, e multiplicidade de meios expressivos, como pintura, música, teatro, vídeo, dança, poesia... Performarte A Performarte resulta da especialização da Body Art, onde o corpo é utilizado como meio expressivo num determinado espaço ou envolvimento, mas sem as intenções estéticas «convencionais», exploradas por exemplo, no ballet.
«A Void», Lilibeth Cuenca Rasmussen
Arte contemporânea em Portugal As Instalações A arte contemporânea medita nas transformações do dia a dia: a revolução
digital e
a
consequente
globalização,
por
meio
da internet, a corrida espacial, ou a preocupação ecológica pelo reaproveitamento de materiais. As Instalações são montagens multimedia, onde o artista recorrre a meios como a fotografia, escultura, o video ou o computador de modo a provocar uma percepção multissensorial (tactil, olfativa, visual...) onde se explora o espaço, a profundidade, através do contraste entre cores. Portugal, hoje em dia, assume cada vez mais um papel de renome na pintura e escultura contemporânea. Joana Vasconcelos é a mais célebre artista contemporânea de Portugal da geração dos finais do anos oitenta. Segundo Joana Vasconcelos a Instalação está ainda «perto da partida. Esta artista é já uma das mais célebres artistas utilizando a grande escala (tamanho) e elementos da cultura pop ou objectos do quotidiano na construção das suas esculturas. Em 2005, apresentou " A Noiva" na Bienal de Veneza, Néctar é um lote de duas esculturas que integram a Colecção Berardo, sediada no CCB, a par da sua instalação Aladino.
Néctar de Joana Vasconcelos, na entrada do Museu Colecção Berardo.
No panorama artístico português destacam-se também outros artistas, como Paula Rego, com muitas obras na Colecção Berardo. Em 2006, o CCB apresentou uma exposição retrospectiva da sua obra. Tempos antes, também Serralves orgazinou uma exposição de Paula Rego, onde acorreram cerca de 200.000 pessoas. O artista Manuel Cargaleiro, e Querubim Lapa assumem o expoente
de
uma
azulejaria
contemporânea,
baseada
nos contrastes - e mediatizando na arte as figuras geométricas. Barahona Possollo, um dos mais célebres artistas portugueses da actualidade tem uma obra que se caracteriza por uma grande riqueza de cores quentes, com matizes de sombras sedosas, e por um detalhe quase fotográfico, de grande qualidade técnica. Alberto Lume e Jorge Martins também se destacam no panorama artístico português. Outros artistas de renome:
Joaquim Rodrigo ,Lourdes Castro, Paula Rego, Alberto Carneiro, Eduardo Batarda, João Vieira, Jorge Molder, Júlia Ventura, Helena Almeida, Fernando Brito,
Manuel João Vieira, Marta Wengorovius, Rita Barros, Eva Mota, Álvaro Lapa, Sara Anahory, Miguel Soares, Joana Rosa, António Palolo, Gerardo Burmester, Joaquim Bravo, Maria José Oliveira João Vilhena. Alexandre Farto Alexandre Reigada Ângelo de Sousa Benedita Serrano Bottelho Jorge Vieira José Escada Júlio Pomar
Maria Helena Vieira da Silva Miguel Soares Nadir Afonso Rogério Abreu
No Porto, destaca-se a Fundação de Serralves e, em Lisboa, destaca-se o Museu Colecção Berardo no CCB, e, em 2012 a colecção de arte moderna da Fundação Portugal Telecom .
O movimento contemporâneo «ARTE POBRE» A primeira exposição Arte Povera aconteceu em 1967, na galeria La Bertesca, em Gênes, sucedendo-se de inúmeras outras, na europa e nos Estados Unidos. O nome vem do uso que dá a materiais pobres, da natureza ou culturais, apelando a uma renúncia espiritual, franciscana a tudo o que é material, convidando a redescobrir significados nos objetos mais banais, insignificantes e quotidianos, ora naturais como materiais vegetais, a terra, a pedra, a madeira, ou fabricados como o ferro, a corda, panos e roupa ou até mais sofisticados como o néon. A Arte Pobre produz obras inconfundíveis, embora nos Estados resulte de experiências da Arte Conceptual, Arte Pop e Minimalista, do Happening e do cinema alternativo. De um modo global, os artistas do panorama contemporâneo italiano, apresentam uma atitude de guerra à sociedade de consumo, preocupando-se mais com o processo em fazer surgir novas ideias, do que a preocupação geral do mercado de arte americano, que preocupado mais com o aspeto final das obras.
Giovanni Anselmo O artista Giovanni Anselmo explorou o encontro entre a realidade e a ficção criando tensão entre ambos.
Alighiero e Boetti
Ferruccio Bortoluzzi
Pier Paolo Calzolari
Enrico Castellani
Rossella Cosentino
Luciano Fabro
Lucio Fontana
Piero Gilardi
Jannis Kounellis
Mario Merz
Marisa Merz
Piero Manzoni
Giulio Paolini
Claudio Parmiggiani
Pino Pascali
Giuseppe Penone
Kichinevsky
Michelangelo Pistoletto http://www.tate.org.uk/art/artworks/pistoletto-venus-of-therags-t12200
Gilberto Zorio
Atividade : Observa imagens referentes à corrente «arte pobre», e, após, descreve
por
escrito,
quais
são
as
características
contemporâneas de uma delas à tua escolha.
Podes apresentar em suporte de papel ou digital, como ainda enviar para o meu mail, que é o miguelyeswecan@gmail.com
Para observar de forma pessoal e imaginativa.
. modelado – representação ou não de volume. Gradação de luz/cor/contrastes suaves/ esfumados ou violentos/claros/escuros. . perspetiva – de que tipo: técnica, representação naturalista ou realista; efeitos plásticos a nível das sensações produzidas; interesse pela pela criação de espaço/profundidade com vários planos/afastamentos.
Recursos
usados
como
cenários
paisagísticos, elementos de arquitetura….
Sugestões para conheceres mais sobre arte contemporânea Visita museus ! Museu TATE, em Inglaterra
http://www.tate.org.uk/
Museu MADRE, em Itália http://www.madrenapoli.it/ Museu
METROPOLITANO
em
http://www.metmuseum.org/toah/works-of-art/1996.403.15
Nova
Iorque,
É bom imaginar títulos para as obras... Um esboço rápido ou uma pequena frase podem ser meios úteis para ajudar a explorar e a interiorizar…
No fim da visita ao museu, questiono-me:
o que ficou mais presente?
FIM