duo favoriti
di v ersi Diversi… diferente dos outros, diverso. O Duo Favoriti começa suas atividades em 2014 trabalhando com música do período clássico-romântico para guitarra tradicional e guitarra terza, e em suas pesquisas do repertório pouco explorado para esta formação, se depara com os livros dos compositores Mauro Giuliani, Ferdinando Carulli e Anton Diabelli e com a expressão “temas favoriti”, e assim escolhe o nome do duo. A guitarra terza é um instrumento menor que a guitarra clássica criada para ser usada principalmente na música de câmara. Como seu nome sugere, é afinada uma terça acima do seu parente maior. Portanto, basta colocar um capotraste na terceira casa do instrumento tradicional para explorar o repertório escrito para este instrumento. Johan Gaspar Mertz (1806-1856) escreveu extensivamente para guitarra terza e guitarra clássica tradicional, como a Fantasia op. 38.
O Duo Favoriti é o único duo brasileiro a utilizar réplicas das guitarras modelo Rene Lacôte de 1829, o mesmo modelo usado pelo guitarrista espanhol Fernando Sor (1778-1839), e interpreta nas guitarras românticas o Dueto Op. 55 no. 3., e o Minueto da Sinfonia no. 39, arranjo do violonista catalão Miguel Llobet (1878-1938) para o duo que formou com sua aluna Maria Luisa Anido (1907-1996), o duo Llobet-Anido. Atraído pelos diversos timbres da orquestra, Llobet realiza adaptações de obras de compositores clássicos como Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), ampliando as possibilidades expressivas do violão e transformando suas adaptações num marco histórico para o repertório de duos de violão... Na Canção sem palavras op. 19b, no. 2 para piano de Felix Mendelssohn (1809-1847), transcrita para dois violões por Edson Lopes, o duo também usa as guitarras Lacôte a fim de buscar a sonoridade e a expressão sugerida pelas palavras do compositor: “A palavra é ambígua, e na música compreendemos uns aos outros com toda a clareza”.
As integrantes quando pensaram no projeto de gravar seu primeiro CD, logo se sentiram motivadas a homenagear compositores-violonistas importantes na formação de uma geração cuja trajetória passa em algum momento pelo Conservatório de Tatuí - Edson Lopes (1957-), Geraldo Ribeiro (1939-) e Jair de Paula (1933-2012), e decidiram gravar pela primeira vez algumas de suas composições. Cantabile foi escrita originalmente para camerata de violões e sua versão para duo de violões foi feita em 1992. Edson Lopes (1957- ) é um dos principais violonistas brasileiros e professor no Conservatório de Tatuí desde 1974, onde também dirige a Camerata de Violões. Suas atividades como concertista, são bem conhecidas, mas o seu lado compositor é pouco divulgado. Compôs cerca de treze peças para violão solo, quatro peças para duo de violões e uma peça para dois trombones e piano. Huerba foi uma homenagem ao célebre Duo Abreu (Huerba ao contrário) e é a única obra do compositor que faz referência à linguagem modernista, composta em 1977. Dois Amigos foi composta em 1985, dedicada ao amigo violonista Roberto Colchiesqui, com quem Edson formou um dueto e gravou os discos “Prelúdio” e “Violão e Louvor”. Inflexão Modinheira de Geraldo Ribeiro (1939-) é uma obra em estilo urbano composta em 2008. Transita entre o erudito e o popular e caracteriza-se pelo lirismo romântico e detalhes que evocam a modinha do século XVIII e XIX. Geraldo Ribeiro foi o primeiro concertista erudito brasileiro e pioneiro no ensino superior
de violão. Fundou a primeira cadeira de violão na Universidade de Brasília e a ocupou de 1966 a 1968 e no Conservatório de Tatuí, atuou como professor de violão de 1983 a 2008. Compôs cerca de 300 obras, que incluem peças solo, música de câmara com violão e outros instrumentos e concertos para violão e orquestra. Algumas dessas obras foram publicadas pela Ricordi e Di Giorgio, mas a maioria permanece em manuscrito. Dança Paraguaia representa a única obra original para duo de violões do saudoso violonista e professor Jair de Paula (1933-2012), composta em 2003. Seu Jair foi o primeiro professor do Conservatório de Tatuí, exercendo suas atividades de 1969 a 2011. Deixou um arquivo musical com diversos arranjos de música popular, trechos de ópera, música espanhola, a maioria para formações camerísticas e algumas obras para violão solo de caráter didático e composições baseadas principalmente em temas brasileiros. Sambalanço é a obra mais conhecida do seu Jair. Composta em 1969, ganhou uma versão inédita para duo de violões. No arquivo doado ao Conservatório de Tatuí, consta uma versão incompleta para trio de violões. A versão gravada aqui é uma revisão de Dagma Eid, baseada no manuscrito para trio e na obra original para violão solo que ficou famosa na interpretação da violonista Cristina Azuma. Tico Tico no Fubá , e Brasileirinho são obras populares arranjadas por Edson Lopes e Jair de Paula para dois violões.
pat r ícia nog ueira Pós-graduada em Metodologia do Ensino da Música pela Faculdade Internacional de Curitiba e formada em violão pelo Conservatório de Tatuí, iniciou seus estudos aos oito anos de idade com a professora Hiclei Gobatti. Aos dez ingressou no conservatório na classe do professor Edson Lopes onde também recebeu orientações da Angela Muner. Em 1990 obteve o primeiro lugar no I Concurso Nacional Souza Lima e segundo lugar do segundo turno do concurso da Universidade São Judas Tadeu em São Paulo. Em 1995 participou do Intercâmbio de Jovens Violonistas tocando na cidade de Curitiba e Rio de Janeiro. Neste mesmo ano foi aluna do XXVI Festival de Inverno de Campos do Jordão. Gravou dois CDS com a Camerata de Violões de Tatui intitulados: “Octopus Convida” e “ Vê se te Agrada”. Em 1998 formou-se em aperfeiçoamento de violão e concluiu bacharelado em Direito. Atualmente é professora de violão no Conservatório de Tatuí, e na Escola Livre de Música Municipal de Itapetininga.
dag ma eid Iniciou seus estudos musicais em 1981 no Conservatório de Tatuí, e teve como principais professores Márcia Boroto, Giácomo Bartoloni e Paulo Porto Alegre. É Bacharel em Violão pela Universidade Estadual Paulista e Mestre em Música pela Universidade de São Paulo com a pesquisa sobre as canções catalãs do violonista Miguel Llobet. Complementando sua formação em instrumentos de cordas dedilhadas, estudou alaúde, arquialaúde, guitarra barroca e vihuela e participou de festivais e cursos de extensão universitária no Brasil e no exterior, com destaque para o Dartington Summer School, na Inglaterra. Participou como solista no III Festival de Música Barroca de Assunción, junto com a Orquestra da Universidad del Norte. Premiada em concursos nacionais, realiza intensa atividade na área de música de câmara integrando duetos, trios, cameratas de violões, grupos de música antiga e outras formações. Gravou os CDs "Vê se te Agrada" e "Octopus convida" e tem se apresentado em várias cidades do Estado de São Paulo. Atualmente é professora de violão, cordas dedilhadas históricas e música de câmara no Conservatório de Tatuí.
01. 02.
J. G. Mertz (1806-1856) Fantasia op. 38 Fernando Sor (1778-1839) Duo op.55, no. 3
(Andante, Tema e variações, Movimento de valsa)
W.A.Mozart (1756-1791)
03. Minueto (da sinfonia op.39) F. Mendelssohn (1809-1847)
04. Canção Sem Palavras (op. 19b, no. 2 ) E. Lopes (1957- )
05. Cantabile 06. Huerba 07. Dois Amigos
G. Ribeiro (1939- )
08. Inflexão Modinheira J. de Paula (1933-2012)
09. Dança Paraguaia 10. Sambalanço 11. 12.
W. Azevedo (1923-1980) Brasileirinho (arr. Jair de Paula) Z. de Abreu (1880-1935) Tico tico no fubá (arr. Edson Lopes)