O Eco Jornal - Dezembro de 2021, ed 272

Page 1

Dezembro de 2021 - Edição 272 - Ano XXII

Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis - RJ

UM REVEILLON EM MEIO A TANTOS FRACASSOS Foto: Andrieli Sostizzo

PÁGINA

08 Foto: Karen Garcia

QUESTÃO AMBIENTAL

TURISMO

CIÊNCIA

PLÁSTICO OCEÂNICO ESTÁ CRIANDO NOVAS COMUNIDADES DE VIDA EM ALTO MAR

OS MELHORES DESTINOS TURÍSTICOS PARA 2022, SEGUNDO GUIA LONELY PLANET

EXTRATOS VEGETAIS E ÓLEOS VOLÁTEIS DE AÇAFRÃO-DATERRA USADOS EM LAVOURAS

PÁGINA

03

PÁGINA

07

PÁGINA

14


DIRETOR EDITOR: Nelson Palma CHEFE DE REDAÇÃO: Núbia Reis CONSELHO EDITORIAL: Raissa Jardim, Núbia Reis. DIAGRAMAÇÃO: Raissa Jardim

CNPJ: 06.008.574/0001-92 INSC. MUN. 19.818 - INSC. EST. 77.647.546 Telefone: (24) 3361-5410 E-mail: oecojornal@gmail.com Site: www.oecoilhagrande.com.br

DADOS DA EMPRESA: Palma Editora LTDA. Rua Amâncio Felício de Souza, 110 Abraão, Ilha Grande-RJ CEP: 23968-000

As matérias escritas neste jornal, não necessariamente expressam a opinião do jornal. São de responsabilidade de seus autores.

EDITORIAL

IMAGINAR É O CAMINHO PARA PENSAR Imaginem se no mundo de hoje aparecessem de surpresa, os grandes pensadores do passado. Se Immanuel Kant, filósofo alemão (Influenciado por: Aristóteles, René Descartes, David Hume, Platão, etc), aparecesse de surpresa, na atualidade e fizesse uma palestra sobre suas próprias frases e começasse dizendo: “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” Ao explicar o que ele quis dizer com isso, grande massa da plateia, jovem, se perguntaria: Será que ele se refere a questões raciais? Por que ele fala tanto sobre isso? Concluída a explicação dessa frase ele parte para outra: “A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir”. Da mesma forma poderia surgir a contundente resposta: é machista! Na verdade, não é nada do outro mundo, é simplesmente que os tempos mudaram. Hoje se explica com figurinha, com frases lacônicas que se acredita dizerem tudo. É possivelmente comum dar um livro a alguém para ler e ao final de ler o prefácio dizer: não concordo. Pois é! São outros tempos e sem discutir o mérito, temos que nos adaptar a eles. Estaremos sob uma ditadura de costumes? Estaremos em uma evolução que com um simples símbolo explicase toda a bíblia? Será uma forma de armazenar tudo com pouco espaça, imitando um pendrive? Possivelmente em nosso espaço de memória não caiba a necessidade do saber, razão que teremos que simplificar tudo? Ou será que não necessitamos de tanto conhecimento para sermos sábios? O bullying, no passado tornava o adolescente esperto e capaz de se defender de qualquer absurdo. Hoje o traumatiza para o resto da vida! Enfim tudo mudou, inclusive o conceito de certo e errado. Caro leitor, não estou discutindo o certo ou errado, isto fica para você, eu estou apenas tentando mostrar as diferenças dos tempos. Estou jogando uma pimentinha na arte de pensar para que você se manifeste na coluna dos leitores, no jornal, que está muda, explicando como você encara estas mudanças. O positivo ou negativo delas, o que será o amanhã do hoje, isto que hoje já é o amanhã do ontem e já não acompanhamos as mudanças? Para

os filósofos tudo tem explicação, até buscam lá na velha Grécia e mostrando que tudo está presente o que diziam à época. Mas para nós mais “coloquiais”, como vamos entender isso ou pelo menos nos adaptarmos às mudanças? Para a grande massa é “um tiro no escuro”, ou como cordeiros passando o dia com medo dos lobos e quem os come é seu próprio pastor. O celular é o grande transformador dos tempos, pois dá espaço a todos de serem o que são, sem saberem que não têm saber. Por outro lado, existem nessa enorme massa jovem contemporânea, grandes iluminados, com mentes privilegiadas que descobriram caminhos por onde não se pensava passar, Bill Gates como exemplo entre tantos! O leitor poderá entender que estou me contradizendo em relação ao início do texto. Não é isso, quero mostrar que nesta transformação existem mentes que avançam com impressionante velocidade na sabedoria, outras que querem acompanhar por “osmose”, atropelando tudo em nome do saber. Grande pensador italiano afirmou que a internet deu voz a grande número de imbecis, sem espaço, que com um computador e quatro paredes se tornavam sábios ilimitados. É! O sapiens vai ter que mostrar que realmente é sapiens para se adaptar. Não ache graça ou considere palavras ao vento, realmente estamos nesse barco, possivelmente “fazendo água” em abundância e não será uma simples caneca que estancará o vazamento, onde venceremos nos adaptando ou seremos fatalmente náufragos das mudanças. O conceito de melhor ou pior será seu! Reme até ver o que acontecerá! Minha pretensão neste mês, era de escrever sobre o Natal e Ano Novo, mas também sofreram tantas mutações que não encontrei por onde começas. Não entendo mais a razão de existirem, com tantas diferenças da origem. “Se não produzirem dinheiro ou consumo não há razão da existência no conceito atual”. O propósito atual pode ser pífio. Amem!

O Editor

Sumário 03

QUESTÃO AMBIENTAL

08

MATÉRIA DE CAPA

10

COISAS DA REGIÃO

16

COLUNISTAS

07

TURISMO

09

INFORMATIVO O ECO

12

TEXTOS, NOTÌCIAS E OPINIÕES

18

INTERESSANTE


QUESTÃO AMBIENTAL

PLÁSTICO OCEÂNICO ESTÁ CRIANDO NOVAS COMUNIDADES DE VIDA EM ALTO-MAR

Cientistas constataram que muitas espécies costeiras não apenas sobrevivem, mas prosperam em plástico marinho nos oceanos

Por Revista Planeta

superfície conduzem a poluição do plástico das costas para regiões onde correntes giratórias prendem os objetos flutuantes, que se acumulam com o tempo. O mundo tem pelo menos cinco giros infestados de plástico, ou “manchas de lixo”. O Giro Subtropical do Pacífico Norte, entre a Califórnia e o Havaí, contém o plástico mais flutuante, com uma estimativa de 79.000 toneladas métricas de plástico flutuando em uma região de mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Embora “mancha de lixo” seja um nome impróprio – grande parte da poluição consiste em microplásticos, pequenos demais para serem vistos a olho nu –, detritos flutuantes como redes, boias e garrafas também são arrastados para os giros, carregando com eles organismos provenientes de suas casas costeiras.

Novo oceano aberto

Hidroides costeiros Aglaophenia pluma, um caranguejo de oceano aberto (gênero Planes) e cracas do gênero Lepas colonizando um pedaço de detritos flutuantes. Crédito: Instituto Smithsonian

Animais e plantas costeiras encontraram uma nova maneira de sobreviver no oceano aberto: colonizando a poluição do plástico. Um comentário publicado na revista Nature Communications elaborado por pesquisadores do Smithsonian Environmental Research Center, do Williams College, do Instituto de Oceanografia Scripps, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Washington (EUA) e do Instituto de Ciências Oceânicas, Pesca e Oceanos da Colúmbia Britânica (Canadá) relata espécies costeiras crescendo em lixo centenas de quilômetros mar adentro no Giro Subtropical do Pacífico Norte, mais comumente conhecido como “Grande Mancha de Lixo do Pacífico”. “As questões do plástico vão além da ingestão e do emaranhamento”, disse Linsey Haram, principal autora do artigo e ex-bolsista do Smithsonian Environmental Research Center (Serc). “Está criando oportunidades para a biogeografia das espécies costeiras se expandir muito além do que pensávamos ser possível.” Os giros de plástico oceânico se formam quando as correntes de

Os autores chamam essas comunidades de neopelágicas. “Neo” significa novo e “pelágico” se refere ao oceano aberto, em oposição à costa. Os cientistas começaram a suspeitar que as espécies costeiras poderiam usar plástico para sobreviver no oceano aberto por longos períodos após o tsunami japonês de 2011, quando descobriram que cerca de 300 espécies haviam feito rafting por todo o Pacífico em destroços do tsunami ao longo de vários anos. Mas até agora, eram raros os avistamentos confirmados de espécies costeiras em

Linsey Haram, bióloga marinha que estuda organismos no plástico do oceano, em uma expedição à Colúmbia Britânica. Crédito: Stephen Page

Dezembro de 2021, O ECO

3


QUESTÃO AMBIENTAL plástico diretamente no oceano aberto. Para essa descoberta, Haram se associou ao Ocean Voyages Institute, uma organização sem fins lucrativos que coleta poluição por plástico em expedições à vela, e a dois oceanógrafos da Universidade do Havaí em Manoa (EUA). Os oceanógrafos Jan Hafner e Nikolai Maximenko criaram modelos que podiam prever onde o plástico tinha maior probabilidade de se acumular no Giro Subtropical do Pacífico Norte. Eles compartilharam essa informação com o Ocean Voyages Institute. Segundo Haram – agora membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) –, uma vantagem do Ocean Voyages Institute é a baixa pegada de carbono de seus navios. “Pode ser necessária muita energia para chegar ao meio do oceano com um barco movido a combustível fóssil”, disse ela. “Então, eles usam grandes navios a vela para percorrer e remover plásticos do oceano aberto.” Durante o primeiro ano da pandemia de covid-19, a fundadora do Ocean Voyages Institute, Mary Crowley, e sua equipe conseguiram coletar um recorde de 103 toneladas de plásticos e outros detritos do Giro Subtropical do Pacífico Norte. Ela enviou algumas dessas amostras para o Laboratório de Invasões Marinhas do Serc. Lá, Haram analisou as espécies que os colonizaram. Ela encontrou muitas espécies costeiras – incluindo anêmonas, hidroides e anfípodes semelhantes aos camarões – não apenas sobrevivendo, mas prosperando, em plástico marinho.

Mar de perguntas Para os cientistas marinhos, a própria existência dessa comunidade de “novo oceano aberto” é uma mudança de paradigma. “O oceano aberto não era habitável para Anika Albrecht, do Ocean Voyages Institute, em organismos costeiros uma expedição de 2020 coletando plástico no Giro Subtropical do Pacífico Norte, onde serviu como até agora”, disse Greg Imediata. Crédito: Ocean Voyages Institute 2020 Ruiz, cientista sênior Gyre Expedition do Serc que chefia o Laboratório de Invasões Marinhas onde Haram trabalhou. “Em parte por causa da limitação do habitat – não havia plástico lá no passado – e em parte, pensamos, porque era um deserto de comida.” A nova descoberta mostra que as duas ideias nem sempre são verdadeiras. O plástico está fornecendo o habitat. E, de alguma forma, esses inesperados praticantes de rafting estão encontrando 4

Dezembro de 2021, O ECO

comida. Ruiz disse que os cientistas ainda estão especulando exatamente como – se eles derivam para os pontos mais salientes de produtividade existentes no giro ou porque o próprio plástico age como um recife, atraindo mais fontes de alimento. Agora, os cientistas têm outra mudança com a qual lutar: como esses rafters costeiros podem sacudir o meio ambiente. O oceano aberto tem muitas espécies nativas, que também colonizam detritos flutuantes. A chegada de novos vizinhos costeiros pode perturbar ecossistemas oceânicos que permaneceram inalterados por milênios. “As espécies costeiras estão competindo diretamente com esses rafters oceânicos”, disse Haram. “Eles estão competindo por espaço. Eles estão competindo por recursos. E essas interações são mal compreendidas.”

Espécies invasoras E existe a ameaça das espécies invasoras. Os cientistas já viram isso começar a se manifestar com os destroços do tsunami japonês, que transportou organismos do Japão para a América do Norte. Vastas colônias de espécies costeiras flutuando no oceano aberto por anos a fio poderiam atuar como um novo reservatório, dando aos rafters costeiros mais oportunidades de invadir novos litorais. “Essas outras costas não são apenas centros urbanos… Essa oportunidade se estende a áreas mais remotas, áreas protegidas, ilhas havaianas, parques nacionais, áreas marinhas protegidas”, disse Ruiz. Os autores ainda não sabem o quão comuns são essas comunidades “neopelágicas”, se podem se sustentar ou se existem fora do Giro Subtropical do Pacífico Norte. Mas a dependência mundial do plástico continua a crescer. Os cientistas estimam que o lixo plástico global acumulado pode chegar a mais de 25 bilhões de toneladas métricas até 2050. Com tempestades mais violentas e frequentes no horizonte graças às mudanças climáticas, os autores esperam que ainda mais desse plástico seja jogado no mar. As colônias de rafters costeiros em alto-mar provavelmente só crescerão. Esse efeito colateral Luz Quiñones, do Laboratório de Inhá muito esquecido da poluição vasões Marinhas do Serc, analisa uma do plástico, disseram os autores, mistura de organismos costeiros (o hipode em breve transformar a vida droide Aglaophenia pluma) e organismos de oceano aberto (cracas Lepas) na terra e no mar.


QUESTÃO AMBIENTAL

SISTEMA FECOMÉRCIO RJ LANÇA INSTITUTO DE SUSTENTABILIDADE Iniciativa atende crescente demanda por soluções que respeitem o meio ambiente Por Fecomercio RJ

O Sistema Fecomércio RJ lançou, nesta quarta, 08 de dezembro, o Instituto Fecomércio de Sustentabilidade – IFeS, o primeiro instituto desse porte ligado a uma Federação do Comércio no país. Tendo o presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, e o diretor executivo do IFeS, Vinicius Crespo, como anfitriões, a cerimônia contou com a participação do secretário estadual de Meio Ambiente, Thiago Pampolha, e do secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere, além de outras autoridades e dirigentes do Sesc RJ e Senac RJ. No evento, o diretor Vinicius Crespo apresentou o Programa Repet, no qual colaboradores do Sistema Fecomércio RJ e doadores anônimos poderão depositar garrafas pets para reciclagem. Um dos principais objetivos do IFeS é o de estabelecer uma alternativa segura na implantação de programas que atuam no desenvolvimento

do empreendedorismo social e ambiental, como meio para promover o crescimento humano, empresarial e das instituições, otimizando, assim, as práticas sustentáveis presentes na relação entre empresários e consumidores do comércio de bens, serviços e turismo fluminense. A fundação do IFeS estabelece o entendimento de que a sustentabilidade caminha na mesma direção e em paralelo ao desenvolvimento econômico, garantindo a manutenção do negócio alinhado às leis vigentes, e às expectativas do consumidor, cada vez mais exigente com os comportamentos éticos e ambientalmente sustentáveis das empresas. “O setor privado tem um papel essencial no processo de amadurecimento das práticas de sustentabilidade, pois tem a agilidade necessária para impulsionar as inovações e tecnologias, e ainda, atuar como influenciador e engajador dos mais diversos públicos – governos, fornecedores, colaboradores e c o n s u m i d o r e s ”, ressalta Vinicius Crespo, diretor do IFeS. Pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) comprova essa tendência. O estudo revelou que 76,1% dos fluminenses levam em consideração

a preservação do meio ambiente em suas atitudes. Sobre a disposição em pagar um valor maior por produtos ambientalmente adequados, 42,8% dos consumidores afirmaram estão dispostos a gastar mais, tendo essa contrapartida. Como pioneiro nesse segmento, o IFeS dará início a diversas iniciativas e propõe uma série de benefícios à sociedade, como geração de emprego e renda, orientação ao comércio local, apoio às cooperativas de catadores, preservação dos recursos naturais, entre outros. “Estamos dando um grande passo para um futuro melhor e mais sustentável para todos os cidadãos fluminenses. Entre os diversos benefícios que o Instituto Fecomércio de Sustentabilidade proporcionará à economia do Rio de Janeiro, destaco a melhoria no ambiente de negócios, a meta do Plástico Zero (100% reciclado até 2030) e o aumento da adesão de todo setor empresarial. Nosso objetivo é que esse projeto vire modelo para outras Federações do Brasil. Vamos, juntos, construir um país ambientalmente melhor para todos”, comemora Antonio Florencio de Queiroz Junior, presidente do Sistema Fecomércio RJ.

IFeS inaugura máquina de coleta e descarte de garrafas pet O primeiro projeto piloto do IFeS, o programa RePET, foi apresentado no lançamento do instituto. Trata-se de uma máquina de coleta totalmente automatizada e construída especificamente para esse descarte de garrafas pet e suas tampinhas plásticas. A iniciativa tem como base a Dezembro de 2021, O ECO

5


QUESTÃO AMBIENTAL

logística reversa pós-consumo, processo que consiste na coleta e encaminhamento à reciclagem (ou outra destinação adequada) de produtos e seus resíduos após o descarte do consumidor final. Nessa primeira fase, todos os colaboradores do Sistema Fecomércio RJ poderão depositar as garrafas na máquina modelo e serão beneficiados diretamente com esse correto descarte, instalada na sede da Fecomércio RJ, no bairro do Flamengo. A população também poderá fazer o descarte no formato “Doador anônimo”, assim qualquer pessoa vai poder fazer o depósito, entretanto, não terão benefícios diretos, mas indiretos. O projeto fundamenta-se em três pilares: Operação, Rastreabilidade & Comprovação Legal e Interação com o Consumidor. As garrafas terão como fim processos de reciclagem dos resíduos. A doação das garrafas resultará em premiações para os colaboradores, que poderão ganhar benefícios do Sistema Comércio, como hospedagens nos hotéis Sesc RJ, descontos em cursos do Senac RJ, entre outros. Além das garrafas plásticas, serão 6

Dezembro de 2021, O ECO

arrecadadas - em recipiente próprio – as suas tampinhas, que vão ser destinadas aos Projetos “Rodando com Tampinhas” e “Pet Solidário”. Assim como as tampinhas, as garrafas plásticas recebidas serão encaminhadas gratuitamente às cooperativas de catadores

cadastradas no sistema, com o objetivo que sejam comercializadas com a indústria da reciclagem, corroborando o compromisso social do Sistema Fecomércio RJ com os catadores. Ao longo do processo serão gerados relatórios detalhando a performance do impacto gerado pelo projeto. O Sistema Fecomércio RJ terá também acesso a um dashboard de acompanhamento em tempo real, tanto dos volumes resgatados quanto dos indicadores de sustentabilidade atrelados à ação. “Esse é apenas o primeiro passo rumo a um ambiente de negócios mais sustentável. Nossa intenção é sensibilizar os empresários e a população fluminense, na busca incansável por soluções que tenham como foco a responsabilidade socioambiental, que vão além das obrigações legais e econômicas. Esperamos, em breve, levar esse projeto para todo estado do Rio de Janeiro, em parceria com o poder público”, ressalta Vinícius Crespo, diretor do IFeS.


TURISMO

OS MELHORES DESTINOS TURÍSTICOS PARA 2022, SEGUNDO GUIA LONELY PLANET Guia turístico faz sua tradicional lista de sugestões de viagens, ainda em meio a um cenário instável provocado pela pandemia.

Por BBC

O guia turístico Lonely Planet lançou seu Melhores destinos para 2022, 2. Cidades tradicional livro anual de melhores destinos, - Auckland, Nova Zelândia: A cidade segundo o Best in Travel com sugestões de viagens para 2022 e com neozelandesa mais populosa tem uma vida a expectativa de que a situação pandêmica urbana animada mas também acesso fácil a 1. Países permita a maior reabertura do turismo. - Ilhas Cook: Ao sul do Oceano Pacífico, no praias e reservas naturais. “Não é à toa que O Best in Travel é dividido entre países, meio do caminho entre a Austrália e a costa Auckland é constantemente citada como regiões e cidades que, segundo a equipe do oeste da América do Sul, está um arquipélago uma das melhores cidades do mundo em Lonely Planet, “oferecem uma amplitude de de 15 ilhas descritas como “gotas de terra qualidade de vida”, diz o guia. experiências de tirar o fôlego, para inspirar e ao longo de 2 milhões de quilômetros - Taipei, Taiwan empolgar”. - Freiburg, Alemanha quadrados de Pacífico azul e selvagem” e “Claro que estamos vivendo em um cenário “ao mesmo tempo remotas e acessíveis, - Atlanta, Estados Unidos complexo para viagens”, agrega o guia. - Lagos, Nigéria modernas e tradicionais”. “Enquanto a pandemia global - Nicósia, Chipre continua a impactar o mundo, - Dublin, Irlanda estamos nos esforçando para - Mérida, México equilibrar viagem e segurança, - Florença, Itália e um sentido de cautela junto - Gyeongju, Coreia do Sul a nosso infinito desejo de viajar. Dessa forma, nossa lista 3. Regiões de 2022 é tanto uma lista de - Westfjords (Fiordes Ocidentais), desejos para o futuro quanto Islândia: Região visitada por apenas uma lista de lugares para visitar 10% dos turistas que vão à Islândia, agora mesmo.” segundo o Lonely Planet, os Fiordes Veja a seguir a lista completa, Ocidentais são o local “onde as que é liderada pelas Ilhas dramáticas paisagens islandesas Cook (na categoria de países), alcançam seu clímax e onde o Ilhas Cook, no Pacífico, ficam próximas a Nova Zelândia — Foto: Cook Island pelas paisagens islandesas Tourismo Corporation turismo em massa desaparece”. de Westfjords (na categoria de A região montanhosa tem praias, regiões) e pela neozelandesa fiordes e cachoeiras. - Noruega Auckland (na categoria cidades). - Virgínia Ocidental, Estados Unidos - Ilha Mauricio No ano anterior, no auge da pandemia e - Xishuangbanna, China - Belize em meio às restrições nos deslocamentos, o - Costa de Kent, Reino Unido - Eslovênia Lonely Planet havia feito em sua edição 2021 - Porto Rico, Estados Unidos - Ilha de Anguila uma celebração de viagens sustentáveis - Shikoku, Japão - Omã e locais. E antes disso, na edição 2020, a - Deserto do Atacama, Chile - Nepal Floresta Amazônica havia entrado no top 10 - Scenic Rim, Austrália - Malauí de principais regiões. - Ilha de Vancouver, Canadá - Egito - Borgonha, França Dezembro de 2021, O ECO

7


MATÉRIA DE CAPA

UM REVEILLON EM MEIO A TANTOS FRACASSOS Por Nelson Palma Nossa ilha viveu viradas muito interessantes no passado, produzidas pela comunidade ou pela Prefeitura por pressão da comunidade. O fim de um ano e o início do outro eram marcandos por esperança, por acreditar em dias melhores e pela fé que se depositava nos propósitos. Era uma luta permanente à procura de melhorar, sempre. Os tempos mudaram, estas datas quentes se tornaram mornas e porque não dizer murchas. Já se parecem com um fim de semana de qualquer feriado. A ocupação podemos dizer que foi plena, a qualidade do visitante, melhorou em relação aos últimos tempos, graças ao aumento dos barcos. Tornou-se caro vir à Ilha. Quanto à festa em si, a desinformação foi total. Não se sabia o nome da banda, hora de apresentação enfim, nada tinha resposta. Não sabemos se por efeito da pandemia, por deficiência dos próprios restaurantes, decadência da mão de obra, ou

Foto: Andrieli Sostizzo

por tudo isso junto, o atendimento foi péssimo. Esta opinião foi coletada

ano se reduziu a 10 minutos,

ouvindo pessoas influentes que vivem aqui e se dedicam ao segmento

que seria tempo suficiente se

turístico.

fosse de forte intensidade, mas

Esperava-se neste “pós pandemia” um momento melhor, mas ao que

como não foi, percebeu-se

se viu não foi a contento. Queima de fogos e show musical na virada

que desapontou considerável

sempre foram o ponto alto, tanto na expectativa quanto na realização. A

número de turistas que tinham

comunidade como um todo era motivada e se mobilizava para esta festa.

expectativas muito melhores.

Hoje com estas mudanças dos tempos, se espera que aconteça “como Deus

Show: a Banda Pai Rock e

mandar” e como Ele não deve ser muito adepto de oba oba, também deixa

Boca do Rio, no dia 31 e 2. Era

acontecer sem capricho. Parece que o “lugar onde fez a morada”, já não

desconhecida do público e

é interessante. Apesar dos pesares, ainda é um lugar especial no planeta,

não havia informações sobre

não sabemos se durará, mas continuamos tendo a esperança de que o trem volte aos trilhos. O desgaste entre Prefeitura e comunidade é muito grande e ao que parece ouvindo as lamúrias de insatisfeitos, apontam que a Prefeitura nos tem como concorrentes, não como parceiros. Este embate toma “eco” quando se analisa que o atual secretário de Turismo é tido como desconhecido por nunca ter aparecido por aqui. Ainda pior, para arrumar o “espaço para compadres” criaram o cargo de secretário de Eventos, destinado ao secretário de Turismo anterior. Para completar, muito mal visto na Ilha pela sua gestão desajustada na TurisAngra, porquanto se tornando péssima. Será óbvio que não recuperará seu prestígio de forma fácil em uma comunidade de tendência radical como a nossa. Queima de fogos: chegava ao alcance de 15 minutos intensos, neste

8

Dezembro de 2021, O ECO

o show e nem sobre eles mesmos. No dia primeiro show de Gabriel Pensador, que tem seu público bem definido, também

tornou-se

fraco

porque pouco se sabia o que e quando iria acontecer. Na verdade um desperdício por uma organização que deixou a desejar. A crítica é a ela, não aos artistas!


INFORMATIVO DE O ECO

O ECO JORNAL NA COMUNIDADE Por N. Palma – O Eco Jornal

Mês passado emitimos opiniões sobre a discussão dos novos caminhos que a APA Tamoios, poderá trilhar. Neste mês voltamos às críticas aos desacordos, sociais, comerciais e pessoais que continuam assolando a harmonia no Abrão. Há poco tempo, por iniciativa do INEA (PEIG), foi realizado curso de condutores para atuarem nas visitas ao parque. Isto é algo plenamente previsto, necessário, tem regras e de apoio aos visitantes. Por mais que pareça absurdo, esta formação de condutores está produzindo um total desacordo entre Guia de Turismo e Condutores. Um verdadeiro “bafafá” se desenrola entre eles, porque o entendimento não tem espaço nas discussões. Aqui no Abrão, nada surpreende, pois, a discórdia, a disputa por espaço, e o cultural sempre foram palco de contendas. Nós já explicamos o fenômeno em edições anteriores. Mas temos que lamentar que não tenhamos um pequeno ângulo de correção neste comportamento, para encontrar o norte. O prejuízo gerado é para todos os envolvidos. Todos perdem. O que seria razoável é que todos ganhassem. O escopo do curso é exatamente beneficiar a todos. Algumas pessoas procuraram o jornal, para obterem opiniões, obviamente o jornal orientou para harmonia. A razão é encontrada pela discussão harmônica dos fatos ou partes. Ao que estamos

observando é o caminho inverso. Muito lamentável. Há pelo menos 20 anos lutamos contra o comportamento de que “só porrada gera compreensão”, mas ao que nos parece “Nicolau Machiavel vive aqui”. O comportamento parece ideologia, cuja definição é: “adequar a ideia aos fatos”, muito próximo de que “os meios justificam o fim”. Dentro de um simples raciocínio, dá para afirmar, não só como inadequado, mas como indesejável este comportamento. Vamos esperar até janeiro de 2022, que usando de ironia “deverá ser um dos anos mais pacíficos da história contemporânea”, em que se encaixe também o armistício entre CONDUTORES X GUIAS.

PITOSTO FIGHE - IRONIA

ATENÇÃO PENSADORES: MUNDO SÓLIDO E MUNDO LÍQUIDO Eu nasci no “rigor” do mundo sólido, quase basalto, mas agora vivo no mundo líquido. Qual a possibilidade de eu ser náufrago?

Dezembro de 2021, O ECO

9


COISAS DA REGIÃO

REDUÇÃO DA APA DE TAMOIOS (RJ) POR DECRETO É INCONSTITUCIONAL, DIZ STF O Supremo Tribunal Federal anulou parte de um decreto do estado do Rio de Janeiro que reduziu o território da Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios, em Angra dos Reis. A decisão, unânime, foi tomada na ADI 5.676, julgada na sessão virtual encerrada em 17/12. A APA Tamoios, unidade de conservação de uso sustentável com 22.530 hectares, foi criada pelo Decreto estadual 9.452/1986. Na ADI, a Procuradoria-Geral da República, autora da ação, argumenta que o Decreto 44.175/2013 redefiniu a área total em 7.173 hectares, uma subtração de 68% da área original. Segundo a ADI, com a edição da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a APA de Tamoios foi recepcionada como unidade de conservação e a partir de então qualquer alteração desse tipo só

poderia ser realizada por meio de lei. O Instituto estadual de Meio Ambiente (Inea) alegou que a alteração não afeta a porção territorial da APA Tamoios. De acordo com o Inea, o novo plano de manejo não reduz a área da APA, apenas aplica regras de zoneamento mais restritivas nas parcelas da unidade de conservação que se sobrepõem a áreas do Parque Estadual da Ilha Grande e da Reserva Biológica da Praia do Sul. O relator da ação, ministro Ricardo Lewandowski observou que, embora o decreto tenha sido editado a pretexto de regulamentar a abrangência do plano de manejo da APA de Tamoios, acabou disciplinando tema que, segundo a Constituição, está sujeito à reserva de lei. O ministro salientou que a jurisprudência do STF é no sentido de que, mesmo que a área de proteção tenha sido criada por decreto, qualquer alteração nos espaços territoriais

Por Conjur

só pode ser realizada por meio de lei formal. Para Lewandowski, a subtração da APA de Tamoios transgrediu os princípios constitucionais da proibição à proteção insuficiente e da vedação ao retrocesso. De acordo com o ministro, a supressão de extenso espaço territorial especialmente protegido da unidade de conservação também contraria o dever de proteção e preservação do ambiente (artigo 225, caput). “O Estado, por imposição constitucional, possui o dever geral de proteção ambiental”, argumentou o relator. A ADI foi julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão “com área total aproximada de 7.173,27 hectares”, contida no artigo 1º do Decreto 44.175/2013 do governador do Estado do Rio de Janeiro. Com informações da assessoria do STF.

AGETRANSP AUTORIZA AUMENTO NAS LINHAS SOCIAIS DA CCR BARCAS

A Agetransp também analisou o pleito de reajuste para a linha seletiva Praça XV-Charitas, que pode subir para R$ 21. Por G1 Em sessão regulatória, o Conselho Diretor da Agetransp reconheceu o direito da Concessionária CCR Barcas ao reajuste de tarifa das linhas sociais. Foi aplicado o índice de 11,667%, referente à variação do IPCA (índice de inflação calculado pelo IBGE) entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021 (projetado), como previsto em contrato. Assim, a concessionária fica autorizada a reajustar a tarifa atual, de R$ 6,90 para R$ 7,70, a partir do dia 12 de fevereiro de 2022. 10

Dezembro de 2021, O ECO

A Agetransp também analisou o pleito de reajuste para a linha seletiva Praça XVCharitas. A agência aplicou índice de 10,74%, referente à variação do IPCA entre novembro de 2020 e novembro de 2021. A CCR Barcas fica autorizada a reajustar a tarifa dos atuais R$19 para R$ 21, a partir do dia 12 de fevereiro. Para a tarifa turística das linhas da Divisão Sul (Ilha Grande, Mangaratiba e Angra dos Reis), a concessionária fica autorizada a passar a tarifa de R$18,40 para R$ 20,50. Para

o reajuste da Divisão Sul foi aplicado o índice de 11,667%, referente à variação do IPCA entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021 (projetado), como previsto em contrato. Os usuários precisam ser informados sobre os reajustes pelas concessionárias com pelo menos 30 dias de antecedência. As medidas entram em vigor com a publicação no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro.


COISAS DA REGIÃO

AMPLIAÇÃO DO TERMINAL DA TRANSPETRO PREOCUPA MORADORES E ESPECIALISTAS EM ANGRA DOS REIS A empresa tenta aprovar a obra sem que seja exigido um estudo de impacto ambiental da região. Por Guilherme Boisson, de RJ2

abastecimento do Tebig. A empresa alega que não vai haver aumento no número de embarcações que atracam ali, mas o projeto gerou protestos de ongs ambientais. “A região possui algumas espécies marinhas, como o próprio boto cinza, que é o símbolo ecológico do Rio de Janeiro, já considerada ameaçada de extinção. Também a tartaruga verde, o cavalo-marinho, Imagem mostra terminal da Transpetro em Angra, o Tebig. uma série de espécies de pesca. É Foto: Reprodução uma região ambientalmente muito sensível, um ambiente que nas A ampliação do terminal marítimo de últimas décadas vem sofrendo sucessivos Angra dos Reis – operado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras – vem preocupando vazamento de óleo”, disse Sérgio Ricardo, moradores e ambientalistas da região. presidente da ONG Baía Viva. A Transpetro tenta aprovar a obra do Especialistas dizem que, sem estudo de terminal sem que seja exigido um estudo de impacto ambiental, aumentam os riscos de acidentes, como o vazamento de óleo que impacto ambiental. O deputado Carlos Minc, presidente da aconteceu em 2015. Frente Parlamentar Ambientalista da Alerj, Cerca de 25 mil litros de óleo se espalharam pela baía durante uma operação criticou a ausência dessa análise. “Essa obra, seguramente, exigiria um de transferência de combustível entre dois estudo de impacto, primeiro, por ser um navios. Na época, a Petrobras foi multada em R$ 50 milhões pelo Instituto Estadual do terminal petroleiro, e segundo por estar Ambiente e perdeu a licença para fazer esse na baía da Ilha Grande, portanto, fere o zoneamento do litoral e fere a legislação, tipo de operação. O atual terminal possui 15 tanques de é uma ameaça que deve ser evitada”, disse combustível e dois píeres de atracação, às Minc. No mês passado, o procurador Leonardo margens da Baía de Ilha Grande. Ele é usado Quintanilha, da assessoria jurídica da para abastecer navios que operam nos portos de Mangaratiba e Sepetiba, e funciona como Secretaria de Meio Ambiente, fez diversos entreposto de exportação e importação questionamentos à empresa sobre a obra Em seu despacho ele alega que “elementos de petróleo, abastecendo, por exemplo, a aparentam confirmar o escopo da obra de refinaria de Duque de Caxias. Seis anos depois do desastre de 2015, aumentar a capacidade do terminal” e que a Transpetro tem planos para construir essa expansão teria como objetivo “dar vazão estruturas que vão ampliar a capacidade de a uma majoração gradativa de operações de

transbordo a contrabordo”. Ou seja, um maior número de operações de transferência de óleo entre navios, como a que causou o vazamento de 2015. A companhia respondeu aos questionamentos do procurador, e negou mais uma vez que a obra vá aumentar a capacidade do Tebig. A carta da empresa diz que apenas: “Ocorrerá um aumento de flexibilidade de utilização da atual capacidade de operação do terminal, devido à nova alternativa operacional, para as operações do transbordo a contrabordo, trazendo entre outros ganhos, mais segurança para estas operações.” “Os pescadores, quilombolas, indígenas e as várias organizações da sociedade civil e da academia relatam que a participação não tem ocorrido, que uma escuta verdadeira dos povos tradicionais não tem acontecido. Quando acontecem as audiências públicas, essas audiências seriam apenas proforma, os questionamentos colocados pela população não seriam respondidos nem pelas autoridades ambientais, nem pelas empresas envolvidas nesses empreendimentos. São esses os povos que mais sofrem quando ocorre um impacto ambiental danoso, ou seja, quando ocorre algum tipo de vazamento de óleo, ou outros tipos de afetação ao meio ambiente”, explica Guilherme Pimentel da Defensoria Pública. A Transpetro disse que a implantação das novas estruturas no terminal de Angra dos Reis, assim como todos os demais empreendimentos da companhia, cumpre orientações dos órgãos reguladores e ambientais.

Dezembro de 2021, O ECO

11


TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES NOTÍCIA

CEDAE FAZ PARCERIA COM JOVEM VENCEDOR DE PRÊMIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS Estudante que criou filtro de microplástico para estações de tratamento de água visitou a ETA Guandu a convite da Companhia. Ele será o primeiro apoiado pelo Centro de Inovação Socioambiental da Cedae Por CEDAE

Primeiro brasileiro vencedor do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, na categoria de votação popular, com a criação de filtro que retira microplásticos da água no processo de tratamento, o estudante Gabriel Fernandes Mello Ferreira, de 17 anos, visitou a sede da Cedae e a Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu em novembro. Recebido pelo presidente da companhia, Leonardo Soares, e pelo diretor de Saneamento e Grande Operação, Daniel Okumura, ouviu a notícia de que será o primeiro a ter um projeto desenvolvido com o apoio do futuro Centro de Inovação Socioambiental da Cedae, que será inaugurado em fevereiro. Soares apresentou a Gabriel iniciativa da empresa de criação do laboratório em parceria com universidades e instituições de pesquisa com previsão de inauguração no início de 2022. O presidente colocou a estrutura da companhia à disposição do jovem cientista para efetivamente instalar o filtro em uma estação de tratamento de água de grande porte a fim de aprimorar sua pesquisa. - Estamos interessados em apoiar Gabriel neste projeto que é muito legal e combina com a agenda ESG (social, ambiental e governança) que estamos implementando. Estamos focados em segurança e qualidade hídrica. Da sede da Cedae, na região central do Rio, Gabriel, acompanhado do pai, Cloves Ferreira, seguiu para a ETA Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para visita técnica na maior estação do mundo em produção contínua de água. Atualmente morando na cidade de Itajaí (SC), o estudante é natural de Niterói (RJ). Segundo ele, participar de projeto em seu estado natal é motivo de orgulho. - Eu cresci com a água da Cedae e estou muito feliz em colaborar. Para mim é muito 12

Dezembro de 2021, O ECO

significativo instalar o filtro no estado em que nasci. Estou propondo uma solução que vai mandar água melhor para toda a população. Por isso quis tratar o microplástico em uma estação de tratamento. Eu me sinto fazendo um pouquinho para tornar o mundo melhor. Depois de ver toda essa estrutura, minha cabeça está com várias ideias. Gabriel elogiou o trabalho da Companhia, com foco na agenda ESG e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, especialmente no 6º: - É importante uma empresa tão grande como a Cedae e que distribui água para a população estar preocupada com a agenda ESG e trazer soluções inovadoras como a minha. É muito difícil fazer ciência. Fiquei muitos meses pensando no filtro, mas somos capazes de melhorar o meio ambiente juntos. A equipe que está à frente da ETA Guandu dará suporte para que Gabriel dimensione o equipamento da unidade. O diretor Daniel Okumura explicou que a Cedae poderá produzir o filtro no Rio de Janeiro, sob a supervisão do estudante e de seu pai, que tem acompanhado o jovem em todos os projetos. - Gabriel será o nosso primeiro apoio no projeto de inovação. Ele terá todo o suporte técnico e operacional para ampliar a pesquisa que já começou bem-sucedida. Sobre o projeto premiado De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde, os microplásticos são definidos como pequenos pedaços (inferiores a 5 mm de comprimento) de qualquer tipo de resíduo plástico encontrados em rios, fontes de água potável e até garrafas envasadas. O projeto “Desenvolvimento de um mecanismo de retenção de microplásticos em Estações de Tratamento de Água (ETAs)”

desenvolvido por Gabriel Fernandes em parceria com a professora Fernanda Poleza foi selecionado como o melhor de saneamento do mundo no Stockholm Junior Water Prize 2021, na Suécia. Partículas minúsculas muito difíceis de captar em sistemas de filtragem porque são menos densas, eles são os grandes vilões da vida aquática do planeta. O projeto do estudante utiliza um tipo de skimmer (como os “coadores” aspiradores utilizados em piscinas) para filtragem. O skimmer empurra a água para um cilindro plástico com um fundo de nylon e, quando a água passa por esse “copo”, o microplástico fica retido.

NÓS APOIAMOS QUEM DEFENDE: - a democracia e o nacionalismo na organização social do país; - a família como célula de educação; - a fé de todos os credos; - o respeito às diversidades; - a preservação ao meio ambiente; - a ética nas discussões e o respeito ao pensamento oposto. “Não concordar é um direito do pensamento”. - Não apoiamos ideologia políticopartidária nos estabelecimentos de ensino em todos os níveis. Entendemos que estes são princípios básicos para uma organização social sem guerra ideológica e por consequência harmônica, produtiva e feliz. O Eco Jornal


TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES OPINIÃO

COMO SOBREVIVER ÀS MUDANÇAS GLOBAIS? Há pontos complexos, como desacelerar investimentos em inteligência artificial Por Ernesto Lavina*, de Folha de S. Paulo

Duas crises direcionarão a evolução da ecologia humana, ambas oriundas de diferentes dimensões da revolução tecnológica. Uma interna, social, decorrente da evolução exponencial dos algoritmos e da inteligência artificial, levando bilhões de pessoas a perderem sua utilidade para o sistema produtivo. Outra externa, planetária, causada pela imensa alteração climática em função do aumento dos gases de efeito estufa. As duas crises vão coincidir, atingirão seu máximo mais ou menos ao mesmo tempo, em meados do século 21. “Mudanças globais” vão muito além da ciência, entram em questões éticas e morais. Segundo o historiador israelense Yuval Harari, temos de pensar desde agora no que fazer com os bilhões de pessoas que ficarão sem importância econômica quando máquinas passarem a projetar as máquinas do futuro, incluindo avanços tecnológicos desenvolvidos por máquinas. Humanos perderão relevância, a inteligência artificial trabalhará melhor e mais rápido. E este momento coincidirá com os imensos custos sociais do aumento da temperatura média global. A temperatura média da Terra, de 12ºC no início da Revolução Industrial, hoje está próxima dos 14ºC. São jogados na atmosfera, a cada ano, mais de 40 bilhões de toneladas de CO2. Nos últimos 400 mil anos, o teor de CO2 na atmosfera esteve sempre abaixo de 300 ppm (partes por milhão); hoje se encontra em 417 ppm e segue avançando. As geleiras desaparecem em todo o mundo. Recuaram entre 1 km e 1,5 km no século 20. O nível do mar está aumentando: estudos sugerem elevação de 20 cm a 40 cm nas próximas décadas, podendo

ultrapassar o 1,1 m projetado pelo IPCC climáticas, mas teremos dificuldades em (Painel Intergovernamental sobre Mudanças compreender o que está acontecendo com o planeta, pois nossa atenção estará focada Climáticas) para 2100. O desenvolvimento tecnológico sem em estratégias de sobrevivência. Seremos 10 controle social eficiente poluiu e destruiu bilhões de pessoas em 2050. Conseguiremos ecossistemas. Humanos derrubaram florestas criar relevância social para tantos seres? Ações imediatas teriam de contemplar e ocuparam imensas áreas com concreto e plástico. Sua população continua crescendo, a captura de CO2 da atmosfera (apenas enquanto a dos animais selvagens diminui. reduzir as emissões não vai mais resolver), Nos dois últimos séculos houve, por certo, reformulação total nos padrões de exploração conquistas sociais imensas, como controle dos recursos naturais e drástica redução na da fome, antibióticos e prolongamento do emissão de poluentes industriais, pesticidas, fármacos, hormônios e microplástico. tempo de vida. Nosso modelo social faz a riqueza ser gerada Ao mesmo tempo, discutir questões tão e disseminada pela sociedade em escala complexas quanto desaceleração nos global. Mas o modelo é muito deficiente. investimentos em inteligência artificial e Produzimos alimentos para sustentar todas redução da taxa de natalidade onde isto as pessoas, mas não vencemos a fome. E ainda não ocorre. Ações com tal amplitude, degradamos o ambiente em escala global. envolvendo por vezes crenças e valores não A conta está chegando, e terá que ser paga. negociáveis em determinados contextos O planeta vai se ajustar em outro equilíbrio: culturais, podem ser implementadas em mais quente, mais árido, e com distúrbios curto prazo? Talvez já seja tarde. atmosféricos intensos e frequentes. O modelo macroeconômico privilegia * Professor do Programa de Pós-Graduação em Geologia da Unisinos (RS) ganhos cada vez maiores com cada vez menos custos. Como consequência natural, algoritmos e inteligência artificial evoluem de modo exponencial. Afinal, são mais eficientes na produção de riqueza. No dia a dia, não queremos saber dessas questões, pois já temos problemas demais. Infelizmente, como diz Harari, nesta lacuna o sistema pensa por nós, decide o nosso futuro. E, no futuro pensado pelo sistema, algoritmos e big data estarão mais aptos a produzir riqueza a baixo custo. Vamos Meninos Iraquianos nadam em rio perto de Bagdá, que passa por ser atropelados pelas mudanças onda de calor. Ahmad al -Rubaya Dezembro de 2021, O ECO

13


TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES CIÊNCIA

EXTRATOS VEGETAIS E ÓLEOS VOLÁTEIS DE AÇAFRÃO-DA-TERRA USADOS EM LAVOURAS Por Jornal Novoeste

Fotos: Novoeste/divulgação

Acadêmico Loss repassa unidades de açafrão-da-terra

No trigo, testes ocorreram entre junho de 2021 até outubro de 2021

Na produção de milho o resultado será avaliado em fevereiro de 2022

Organizado pelo acadêmico do curso de Agronomia Valdemir Paulinho Loss, juntamente com o professor André Sordi, na faculdade Unoesc, campus Maravilha, surgiu o projeto que usa extratos vegetais e óleos voláteis de açafrão- -da-terra na prevenção e controle de doenças foliares. “Logo no início da pandemia no ano de 2020, quando ficamos trinta dias afastados de nossas atividades, iniciei em casa o projeto no qual usaria óleos essenciais, extraídos de plantas para o controle da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), pois para a produção de soja orgânica entre outras culturas existe poucos produtos para o controle da mesma”, explica Loss. No Brasil existe áreas de produção em grande escala de grãos orgânicos, mas os produtores não têm produtos registrado para tais culturas. A agricultura atual aumentou o potencial de produção graças à aplicação de produtos químicos para o controle de pragas e de doenças de plantas, mas, o uso indiscriminado de agrotóxicos tem causado sérios prejuízos ao meio ambiente e à saúde do agricultor. A busca por métodos alternativos para o controle de doenças e pragas de plantas vêm sendo pesquisado com a finalidade de causar menores danos ao ambiente e a saúde humana. Desde os tempos antigos,

sabe-se que plantas e especiarias aromáticas, bem como seus óleos essenciais, têm graus variados de atividade antimicrobiana, assim, extratos dessas plantas podem ser usados para atrasar ou inibir o crescimento de microrganismos patogênicos. Assim, em conversa na faculdade, chegouse à ideia de usar o açafrão-da-terra, pois o mesmo é usado na área medicinal a muito tempo e o mesmo tem seu potencial antifúngico.

aplicações no intervalo de quinze dias, com quantidade de 0ml, 500ml, 1000ml, 1500ml, 2000ml e 2500ml.

14

Dezembro de 2021, O ECO

Período de desenvolvimento “Começamos a fazer os testes na cultura da soja, em outubro de 2020, seguindo até maio de 2021. Na cultura do trigo iniciamos em junho de 2021 até outubro de 2021. Já na cultura do milho iniciou-se em novembro de 2021 e ainda seguimos com os testes”, explica o acadêmico. Resultados Na cultura da soja foi verificado a severidade e o controle da ferrugem asiática. Na cultura do trigo foi confirmada com resultados sobre as doenças foliares como mancha, Giberela na espiga e peso por mil sementes. “Na cultura do milho estamos avaliando o controle sobre ferrugem, mancha foliar, para chegar a uma avaliação final em fevereiro de 2022”, adianta Loss. Nas culturas citadas foram feitas três

Conclusão e avaliação “Na cultura da soja por nos ter um ano com pouca pressão de doenças, não foram constatadas diferenças sobre os componentes de rendimento na cultura. Já no trigo tivemos uma resposta promissora sobre as doenças inicias e de final de ciclo com resultados a serem publicados no artigo no qual vai ser escrito futuramente. “A princípio os resultados iniciais são incipientes para concluir. Não se vê resultados na produção de soja, e somente pela avaliação do trigo não se pode tirar muitas conclusões”, analisam os envolvidos. Na cultura do milho, já foram realizadas duas aplicações do produto no qual até o momento está tendo um resultado visual promissor com expectativas de bons resultados. Açafrão-da-terra O produto a base açafrão-da-terra que está sendo testado nas culturas, mencionadas é natural (orgânico) no qual não degrada o meio ambiente. Futuramente, dependendo do resultado e eficiência, o novo produto poderá ser patenteado pelo acadêmico.


TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES NOTICIA Trabalhos desenvolvidos com extratos brutos ou óleos essenciais, obtidos a partir de plantas medicinais, têm indicado o potencial dessas substâncias no controle de fitopatógenos (Oliveira, 2016). Nesse sentido, o problema da pesquisa consiste em como o uso do extrato vegetal e o óleo volátil de açafrão-da-terra podem auxiliar, em uma formulação adequada, no controle e prevenção de doenças foliares. Tabela

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro. Cv (%) = coeficiente de variação. NS: não significativo

HOTÉIS DO RIO ATINGEM 96% DE OCUPAÇÃO NA NOITE DE RÉVEILLON Por Fernando Moraes, de Arteiras Comunicação

A virada do ano nos hotéis do Rio de Janeiro foi de casa cheia. Na noite do Réveillon, HotéisRIO consolidou 96% de ocupação. O número confirma a expectativa do setor, que previa um grande fluxo de visitantes para apreciar um dos maiores atrativos turísticos do país, o Réveillon carioca. Além dos encantos da cidade, a abrangência da cobertura vacinal e a exigência de comprovante de vacina para acesso a hotéis, restaurantes e pontos turísticos contribuíram para dar tranquilidade aos turistas na escolha do destino, gerando a alta taxa de hospedagem. Os bairros mais procurados no período de 30 de dezembro de 2021 a 1º de janeiro de 2022 foram Ipanema e Leblon, com 95,08%, seguidos de perto por Barra e Recreio,

VOCÊ SABIA? Acompanhamento de soja ocorreu entre outubro e maio

Segundo uma velha superstição japonesa, seu primeiro sonho do ano se tornará realidade. Trigo apresentou resposta promissora sobre as doenças inicias

com 95,02%. Na sequência, vieram Leme e Copacabana, com 91,31%, Flamengo e Botafogo (91,27%) e Centro (88,09%). A região da Barra/Recreio, que contou com espetáculo pirotécnico em dez pontos, sendo seis em hotéis, também comprovou um interesse crescente dos visitantes. O presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, ressaltou a presença majoritária de turistas brasileiros, na maioria oriundos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul, em grande parte já vacinados. “Esse bom resultado é fruto de um intenso trabalho de divulgação e promoção, feito em parceria com o governo do estado, pela SETUR, em todas as cidades emissoras para o Rio de Janeiro”, destacou Alfredo Lopes.

Este jornal é de uma comunidade. Nós optamos pelo nosso jeito de ser e nosso dia a dia, portanto, algumas coisas poderão fazer sentido somente para quem vivencia nosso cotidiano. Esta é a razão de nossas desculpas por não seguir certas formalidades acadêmicas do jornalismo. Sintetizando: “É de todos para todos e do jeito de cada um”!

@vocesabia Dezembro de 2021, O ECO

15


COLUNISTAS

SE NÃO TENHO O NOVO, USO O VELHO Toda mudança requer uma luta com o que está sedimentado na sociedade. Ela se inicia assim que as primeiras novidades despontam como fogos de artifício – é ano novo, vida nova, numa cíclica disputa de opiniões, novas tecnologias, quebras de paradigmas. Aquilo que passou, passou... Assim pensa a vanguarda como um ser criado pelo desejo humano de mudança que corre para frente sem olhar suas próprias pegadas. Estes vestígios são rastros, registros históricos que não devem ser esquecidos, todavia, entendidos, contemplados. São fósseis que podem remontar a milhares de anos. Essa fossilização é encontrada com o estudo da arte. Essa trajetória histórica é um rio fluido, como o de Heráclito, onde as águas não mais retornam, pois fluíram – não são as mesmas. Essa é a nova direção - assim dizem os que rumam direto à foz que se chama vanguarda. No entanto, ela nunca deve se esquecer do que é: pois bebe todo dia nesta foz as águas de sua própria história. Não é interessante criar uma polarização entre vanguarda e tradição cultural. Posicionar-se mais equilibradamente é salvaguardar todo o tesouro depositado nos braços dos museus que carregam com muito esforço cantando como as musas a história da arte, que queiram ou não, se apresenta sempre ciclicamente: “Se não tenho o novo, uso o velho”! O que é a tradição se não apenas o que me resta como o último suspiro? A vanguarda avançou, todavia mais tarde se torna obviamente no futuro: nossa permanente tradição cultural. No entanto, este fenômeno, como um sempre novo raiar de um claro dia, nunca deve se esquecer de que um dia se tornará também parte dessa história. Quando nasce pensa que é nova espécie, diferente de sua antiga genitora, como uma serpente alienígena que saiu de um ovo colocado num estranho ninho. Ela deixou para trás o que se entendia, se fazia – a antiga “poiesis” de um estilo 16

Dezembro de 2021, O ECO

agora abandonado. Um fazer diferente coroa essa sua nova poiesis, o da nova invenção, precedida pelo espanto na atualidade que vive o próprio “Thauma” vestido de branco assustando a tradição outrora mais garrida, que lembra velhos tempos, sempre simbólica, enigmaticamente semiótica. No entanto, se não há nada de novo a ser oferecido pela vanguarda e estamos em estado de marasmo, a tradição deve reocupar os lugares vazios onde poderia estar a novidade: a que então perde seu trono para a hereditariedade por não aproveitar uma boa ocasião. Sacar o antigo de sua posição cravada no bloco da cultura é a ocorrência que leva o objeto da vanguarda a lutar por seu novo espaço. Todavia, a tradição possui suas defesas contra o que pode substituí-la. Está incontestavelmente posicionada a rebater todos os argumentos que a fazem se retirar de cena para ceder seu lugar ao novo que surge do além para ocupar novos territórios de um reino, possivelmente troiano - este não cederá facilmente, a menos que seja enganado por um cavalo de madeira e a esperteza de um Ulisses da vanguarda. Porém, se aquele lugar na cultura se encontra vazio, algo estará ali para preencher. Recordemos a invenção do rádio, do cinema, das redes sociais. Assim que foram estabelecidas, inauguradas por uma série de programas, ocupando o tempo e a atenção dos ouvintes radiofônicos, os cinéfilos e os internautas, estes não puderam fazer escolhas porque não havia nada lá antes do surgimento dessas novas mídias. Surgiram porque um vácuo na cultura permitiu o novo. Estas novidades carregaram em suas informações o que pretendiam – uma boa ocasião. Ofertaram os mais variados programas vestidos de entretenimentos sem que ainda tivessem oposição dentro de seus próprios formatos. Só mais tarde, dentro de múltiplos meandros, em infinitas veredas, foi encontrada resistência porque o tempo criou adversários dentro de seu próprio nicho

Por Ricardo Yabrudi

propondo novos modelos. Se não possuo o novo, uso o velho! O antigo carrega um saudosismo, romantismo de humanos, inseparáveis do homem apegado à sua história. A vanguarda por sua vez quase nunca rompe com o tradicional, todavia, o disfarça com uma barba bem tosquiada. A moda vem e vai. A moda não quer sair de moda. Tem a pretensão de agradar a todos, sendo universal para não perder seguidores, nem clientes. É astuta! Sendo assim, é cortês, amável, delicada, moldando seus fruidores com mão leve, vestida de uma luva de pelica para não deixar marcas, nem muitos rastros, transmutando valores de forma quase imperceptível como se molda o gesso, criando uma escultura nova com cara de velha, ou talvez disforme como o fez Rodin com seus torsos enigmáticos lembrando algo humano perdido, atrofiado. Porque se assentam nos museus, estatuárias mutiladas como a “Vitória de Samotrácia”?

(Foto retirada da internet. “Vitória de Samotrácia”, aproximadamente 220 a 180, A.C.)


COLUNISTAS Os gregos poderiam a rejeitar jogando-a no lixo. Na verdade, essas estátuas nos corredores dos museus, às vezes, sem braços, sem cabeças são mais que obras de arte, são “registros” históricos que são preservados para garantir às gerações futuras, mesmo com formas inacabadas, o que os gregos esculpiram, exibindo no mármore os talentos de verdadeiros artistas, amantes da arte mimética, como o fez Fídias. Com atenta observação às datas das esculturas gregas pode-se notar claramente que os antigos helenos eram apegados à tradição. A vanguarda para eles era um sinal de corrupção, como foi o caso das tragédias de Eurípedes que destruiu todo o legado da dramaturgia de Ésquilo e Sófocles – sua sequência foi interrompida por esse amigo de Sócrates. Esta foi a opinião de Nietzsche, tanto em “O nascimento da tragédia” quanto no “Crepúsculo dos ídolos”. Para esse filósofo

o novo seria ocupar na ópera wagneriana o que se perdeu no século V, A.C.. Para ele havia um buraco na arte total de Richard Wagner encenada em Bayreuth. Assim Nietzsche, ofereceu ao recente amigo um retorno aos valores tradicionais gregos: “Se não tenho o novo, uso o velho para criar o novo”. Muita coisa se tem jogado fora pela vanguarda que tenta descartar o que está consumado, aprovado e reconhecido pela sociedade. Apenas é preciso estar atento ao que se chegou ao fim mesmo, num desgaste definitivo, sovado, e assim, com acerto, preencher com novidades. O processo histórico estético objetivado na arte não deve ter pressa para que seja alterado porque a boa novidade em sua melhor intenção retira o fator enjoamento. A novidade é bem vinda, certamente, todavia, no instante em que propõe algo novo de verdade; e não o de ocupar o que tem galardão e reconhecimento

generalizado pela história, como um simples trocar de roupa. Para que a vanguarda não substitua toda a tradição, pulverizando, não deixando vestígios para que esta não venha a incomodá-la no futuro, a tradição é sempre fortalecida de forma natural. O homem desde os primórdios quando inventou a arte, dependurou um colar no seu pescoço com uma pedra que antes atirava nas suas caçadas. Repaginou e resignificou aquele elemento inerte, depois copiou sua imagem em estatuetas em espantosa mimese. O belo aliado à vanguarda tenta buscar essa reminiscência - a busca de uma eterna insatisfação com o que se tem sempre, resignificando a tradição. É eterno sofrimento em busca de uma novidade que não tem fim, porém um eterno retorno, um cíclico desejo que pendula entre o tédio e a felicidade, passado e futuro.

SANGUE DERRAMADO Por Marcos Espínola*

O olhar da sociedade para as polícias, especialmente a militar contém equívocos que merecem ser revistos. Influenciado por diversos segmentos, essa visão do que significa ser policial no Brasil é deturpada, em particular num estado como o Rio de Janeiro, cujo cenário de guerra está estabelecido com a presença das facções criminosas por toda a parte. Demonizar esses profissionais é uma injustiça, pois o que eles enfrentam diariamente, os credenciam muito mais como heróis do que vilões, como alguns assim tentam classificá-los. Por diversos motivos a imagem da corporação vem sendo arranhada sem que o cidadão tenha a possibilidade de ver o outro lado. Ter, por exemplo, acesso ao impacto da violência na vida deles e de suas famílias. Para se ter ideia, segundo a Corporação, em 2017 os PMs do Rio enfrentaram criminosos armados mais de 4 mil vezes, média de 14 confrontos

por dia, trocando tiros e ficando de frente com a morte diariamente. Agora, em 2021, de janeiro a outubro, foram mais de seis mil armas apreendidas, sendo quase 400 fuzis, um aumento de 25% em relação ao mesmo período no ano passado. Foram em média 90 prisões realizadas por dia. Trabalho árduo e com bons resultados pouco divulgados. Repete-se que a PM do Rio é a que mais mata, porém pouco se fala que ela é a que mais tem baixa. Somente este ano foram mais de 120 PMs assassinados até outubro. Entra e sai ano e o saldo é similar, sendo muitas famílias de policiais destruídas não só pelas mortes, mas pelas sequelas da violência. Em 2018, mais de 1,3 mil PMs do Rio foram afastados do trabalho por problemas psicológicos. Com mais de 40 mil agentes na ativa, na ocasião, foram realizados mais de 30 mil atendimentos psicológicos ou

psiquiátricos. Tudo isso sem contar centenas deles afastados permanentemente, mutilados e invalidados por conta de tiros e violência de toda espécie. Os mesmos que cobram ações contra criminosos e pedem socorro aos policiais, os criticam vorazmente por ações que resultam em morte. Desconsideram inúmeras variáveis nesse contexto, a principal delas o forte aparato bélico dos criminosos que aterrorizam a população, as comunidades e o cidadão de bem de um modo geral. É preciso que se entenda que o sangue derramado pela violência urbana também é do policial que dá a vida para proteger a população. Isso merece ser lembrado e respeitado. *Advogado criminalista e especialista em segurança pública

Dezembro de 2021, O ECO 17


INTERESSANTE MEMORIAIS DA IMIGRAÇÃO ITALIANA “Caro leitor, nós temos um compromisso com nossa imigração, nossa cada à cultura italiana, que poderá não ser de seu interesse, portanto história e nossas marcas deixadas, razão de termos esta página dedi- nossas desculpas”. Mas se quiser nos acompanhar será bem-vindo!

MEMORIAL DOS PALMA

Serão bem-vindos a participar desta página, todos os interessados na divulgação da memória da cultura italiana. Aqui temos espaço para todos e por certo nos estimularão a perseverar nesta jornada. Não esqueçam de que o “talián” é a língua mais falada no Brasil depois

do português. Envie sua matéria para o e-mail do jornal: oecojornal@ gmail.com. Também podem ler todas as edições passadas, em www. oecoilhagrande.com.br e saber mais sobre nós mesmo em WWW. memorialdospalma.com.br além de instagram e facebook.

Repetimos para que o novo leitor, entenda nosso propósito pelo início: - Nesta casa nos criamos, aprendamos o básico da vida, que é o sentimento familiar, respeitar a todos, ser honestos e termos Deus como fundamento espiritual. - Você pode enviar notícias, opiniões, contos, enfim tudo o que possa interessar à imigração italiana. Nós publicaremos!

1 - A FESTA DO 3º ANIVERSÁRIO DO MEMORIAL ESTÁ CANCELADA. Conforme já publicamos, seria no dia 15 e 16 de janeiro de 2022. Optou-se para dois dias 15 e 16 de janeiro para dar oportunidade aos parentes que vem de longe de adequarem sua viagem. Infelizmente a seca que está arrasando o Rio Grande, nos obriga transferi-la para o final de semana de 21 de abril por ser feriado. A festa será nos dias 22 e 23 de abril para que sobrem um dia do feriadão para vir e outro para voltar. Consultamos o maior número possível e concordaram com a data. Não há agua nem para o suficiente consumo de água da casa, além de um insuportável calor acima de 38º. Vamos acreditar em dias melhores! REPETINDO: O PROGRAMA SERÁ O MESMO Programa para o dia 22 de abril 9.00h CAFÉ para quem estiver chegando; 10.00h SIMPLES CERIMONIAL, que constará: - abertura; - pronunciamento de inscritos para falar; - cenas diversas de declamação, cantoria ou contos; - parabéns aos três recentes septuagenários. É cultural entre nós aos 70 anos fazer um festão, mas por motivos inesperados, entre eles a pandemia, não se realizou, então neste evento farão parte do 18

Dezembro de 2021, O ECO

“pacote festivo”, os septuagenários, Abel, Davi e José Elói (o Zeca, anfitrião da festa. - Caramba eram piás recentemente!); - momento de oração e de agradecimento a Deus por tudo; - Encerramento; Em sequência: - foto de todos os presentes na área externa do memorial. O corte do tradicional bolo, ainda será equacionado como se desenvolverá. É imposição universal o corte do bolo; - liberdade para prosear, conhecer o memorial, a cachoeira, brincar com os carneirinhos, sem esquecer a participação do kruchev, ver os peixes na pesqueira, contemplar a cara de poucos amigos do touro, enfim, congraçamento. 13.00h o tradicional churrascão (vai ter costelão) e se possível alguma atração musical. Rodas de prosa até às 17.00h. 19.00 capeletti al brodo para quem ficar. Prosseguindo com ciácole (prosa) em forma de “filó” e como improviso, música. Programa para o dia 23 Semelhante ao de 21, com as modificações que se fizerem necessárias em função do número de pessoas que vierem nesse dia. IMPORTANTE Nos facilitaria sobremaneira se pudessem confirmar o dia ou os dias e o número de pessoas: e-mail: oecojornal@gmail.com Acomodações: não há acomodações no memorial, por tanto, informamos hotel em Jacutinga, simples e bom preço a 16 km. - Na


IMIGRAÇÃO ITALIANA entrada para Erechim, bem confortável bom preço e a 30km ou a rede Traduzindo: hoteleira de Erechim onde encontrarão também com bom preço o Desejando que todos tenham tido um Natal de propósitos positivos Ibis Erechim. realizados e um 2022 abrindo espaço para dias melhores! Até a festa gurizada! “Santo Deus! Como temos saudade desse lugar”! Endereços dos hotéis sugeridos: Hotel e Restaurante Martinelli · Av. Angelo Gasparetto, 480, 99730-000 Jacutinga, RS (54) 9156-4302 ou 3368-1286 4 – AINDA NOTÍCIAS

MEMORIAL DOS PALMA – PALMAS NA II GUERRA MUNDIAL

Brisa Parque Hotel - Erechim - RS F. 54.3519 2346 http://www.brisaparquehotel.com.br Rua Henrique Pedro Salomoni, 621 Bairro Frinape - Erechim RS

Memoria da segunda guerra mundial – parente e não parentes. OS PALMA NA II GUEERA, nomes dos militares de sobrenome PALMA, encontrados no ALMANAQUE II GM. Militares com sobrenome “PALMA”: - Antonio Ché Palma (MGB - 2º Sargento Especialidade Artilharia; condecorado com Medalha de Bronze Força Naval do 2 – SAUDADE: LEMBRANÇA DOS BONS MOMENTOS Nordeste); - Antonio Palma (FEB/EB -Cabo; nat. Campinas (SP); ida 2/7/44-6º Regimento Infantaria/1ªDiv. Inf. Exp.; volta 18/7/45; Medalha Camp., Itália); - Antonio Sanches Palma (FEB/EB - Sd; ida 22/9/44-6ºRegimento Infantaria/ 1ª Div. Inf. Exp.; volta 18/7/45; Medalha de Campanha, Itália); - Augusto Palma Vieira (FEB/EB Sd; nat. Petrop. (RJ); ida 23/11/44-Deposito de Pessoal; evacuado 17/9/45; Medalha de Campanha, Itália); - Bolivio Di Palma (FAB - 2º Sargento, Aeronáutica; condecorado com Medalha de Campanha do Atlântico Sul, período de 1942 a 1945); - Emilio Palma (FEB/EB - Sd; ida 2/7/44- 6º Regimento de Infantaria/1ª Div. Inf. Expedicionária; volta 18/7/45; Medalha de Campanha, Itália); - Geraldo Ramos Palma (FEB/ EB - 2º Sgt.; ida 22/9/44- Companhia Canhões-I-Btl. / 11ºRegimento Inf./1ª DIE; volta 17/9/45; Med. Camp. Itália); - João Palma (FEB/EB Soldado do Exército; ida 23/11/44 - Deposito Pessoal; volta 17/9/45 - João Palma da Silva (FAB - 1º Sargento, Aeronáutica; Condecorado Medalha de Campanha do Atlântico Sul, período de 1942 a 1945); João Palma Netto (MGB - Marinheiro 1ª Classe Especialidade Sinais; Condecorado Medalha de Serviços de Guerra com 2 estrelas); - Luiz Que tal este desenho. A saudade vigora, não é? Raízes deixam Palma (FEB/EB - Soldado; ida 2/7/44-6º Regimento de Infantaria/1ª marcas. Até se misturam como no desenho, mas ninguém apaga. O Div. Inf. Expedicionária; evacuado15/6/45; Medalha Camp., Itália); salto e a casa são marcas para nós. Milton Palma (FEB/EB - Sd; ida 22/9/44-Cia.Canhões Anti-Carro/11º Regimento Infantaria/1ª Div. Inf. Exp.; volta 17/9/45; Med. Camp., Itália); - Oswaldo Palma da Silva (FAB - Capitão Quadro Mecânico 3 – FELICITAÇÕES DE NATAL E ANO NOVO de Avião, Aeronáutica; Medalha de Campanha Atlântico Sul, de Tantti Auguri a tutti valtri, par que sia stato un Natele coi fati positive 1942/45); - Paulo Florêncio Palma (FEB/EB -Soldado; ida 8/2/45 - CRP; realisai e uno buono principio del ano 2022, par vérdere una strada, volta 3/10/45 - Deposito de Pessoal; Medalha de Campanha, Itália); sempre piu buona e bella. “Anca vansar um qualque soldo sbuso”. - Setembrino de Oliveira Palma (FAB-Cap Int. Aeronáutica; Med.Cruz TOSATI, TOSE e VECI, IN FINA EL 15 DE JENARO COL MEMORIALE IN Aviação Fita B e Medalha de Campanha Atlântico Sul,1942/45): Vicente da Palma Nunes (FEB/EB - Soldado; ida 2/7/44-6º Regimento FESTA. de Infantaria/1ªDiv. Inf. Exp.; volta18/7/45; Medalha Campanha, Dio santo, come semo promosi de questo posto!!!!! (Obs: - por mais raro que pareça, encontrei uma tradução para Itália); Nossos agradecimentos ao PQDT Luiz Fagundes que nos remeteu SAUDADE, no nosso Talian, Vêneto dos imigrantes: PROMOSO. Esta as informações. Valeu Luiz! corruptela do italiano traduz saudade. Saudade é a 5ª palavra mais difícil de traduzir no mundo)

Até janeiro de 2022

Dezembro de 2021, O ECO

19



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.