O Estado Verde - Edição 22413- 23 de dezembro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO No 369 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 23 de dezembro de 2014 JUKA RODRIGUES

POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

Um ramo que também adotou a logística reversa

Setor dá destinação correta a embalagens descartadas. Os óleos lubrificantes usados ou contaminados, popularmente conhecidos como óleo queimado, além de poluir o solo, são considerados resíduos tóxicos perigosos para o meio ambiente e para a saúde humana. Págs. 6 e 7

AQUECIMENTO GLOBAL

ALERTA

Observatório Orbital de Carbono identifica grandes concentrações de dióxido sobre o Brasil, o Norte da Austrália e o Sul da África. A região Centro-Oeste de nosso País destaca-se pela alta concentração do gás de efeito estufa. Página 3

Com tantas luzes piscando, além da beleza, a decoração natalina também pode oferecer riscos. Por isso, a Coelce montou um serviço especial de atendimento ao cliente. Página 12

Pesquisadores da Nasa mapearam as emissões de CO2 do planeta

Concessionária de energia trabalha em esquema de plantão no Natal


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VERDE

Coluna Verde

AGENDA VERDE

TARCILIA REGO tarcilia_rego@terra.com.br

ENTÃO É NATAL...

Que o espírito natalino traga aos nossos corações a fé inabalável dos que acreditam em um novo tempo. Desejo Boas Festas e um Natal de muita alegria, com muitos presentes e consumo conscientes. Em especial, meu carinho aos leitores, patrocinadores e apoiadores do caderno O Estado Verde, não esquecendo os colegas do jornal O Estado, muito menos, os jornalistas parceiros, que durante todo o ano, nos presenteiam com sugestões de notícias, também. Feliz Natal, saúde, harmonia e prosperidade! UM BOM EXEMPLO DE LEGISLAÇÃO Está em vigor, em São Francisco, Califórnia, uma nova lei que reduz impostos para donos de terrenos, aquelas áreas que, comumente, chamamos por aqui, de baldias. O proprietário paga menos impostos, se disponibilizar esses espaços para o cultivo de hortas urbanas comunitárias, durante um período mínimo de 5 anos. Dados do município americano indicam que o interesse dos cidadãos pela prática da agricultura urbana está aumentando. A lista de espera para conseguir um espaço para fazer uma horta chega até os dois anos. Bem que poderíamos adotar essa medida. Canso de ver tantas áreas desocupadas, mal cuidadas, poluindo a paisagem ambiental de Fortaleza, muitas dessas áreas com o IPTU atrasado, sem qualquer função social e sendo ‘cevadas’ por latifundiários, na grande maioria, para em um futuro próximo, serem vendidas. Além do mais, a horta urbana só traz benefícios, significa produção de alimentos mais perto do local de consumo, fortalecimento dos vínculos comunitários, alternativa de lazer saudável e barato e aumento da quantidade e qualidade das áreas verdes na cidade. E O SALÁRIO, OH! Enquanto o salário mínimo passou dos atuais R$ 724 para R$ 790,00 - aumento de 9% -, deputados e senadores reajustaram os próprios salários em 26,3%. Os deputados argumentaram que o aumento era necessário para corrigir a inflação dos últimos quatro anos, quando houve o último aumento. Os congressistas ainda têm gastos com alimentação, moradia, gasolina, passagens aéreas e manuten-

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ção do escritório parlamentar, bancados por verba pública. Também, foram aprovados aumentos salariais para a presidente da República, ministros de Estado, ministros do STF e o procurador-geral da República. Detalhe, Dilma passará a receber menos do que um deputado federal. Aqui, a pergunta que não cala: quem banca alimentação, saúde, moradia, transporte, gasolina e lazer aos milhões de brasileiros que terão de viver com R$ 2,164 por dia em 2015? NATURA Conquista certificação B Corporation “Certifield Benefit Corporation” pela sustentabilidade dos seus negócios. Um selo que reconhece empresas que empreendem em benefício da sociedade. As instituições certificadas passam a ser reconhecidas como B Corporation ou B Corps. Para celebrar, a Natura reuniu parceiros e especialistas, dia 9, em São Paulo, para discutir a evolução do modelo de gestão empresarial para uma nova economia, em mais um passo para o desenvolvimento sustentável, com o desafio de gerar impacto positivo para a sociedade e meio ambiente. Participaram do encontro “Pense Impacto Positivo”, especialistas da área de sustentabilidade, empresários, acadêmicos e terceiro setor. Na ocasião, a Natura apresentou sua nova visão de sustentabilidade, e entre os princípios que orientaram o desenvolvimento do novo modelo de atuação estão: economia circular; consumo consciente; responsabilidade pela cadeia de valor; geração de impacto social por meio de incentivo a educação e novos modelos de negócios sustentáveis.

25 DE DEZEMBRO DE 2014 Dia de Natal

• O Natal é uma festa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo. Como diz a letra da canção, ‘Natal Todo Dia’, do Roupa Nova, é quando “um clima de sonho se espalha no ar, pessoas se olham com brilho no olhar, a gente já sente chegando o Natal, é tempo de amor, todo mundo é igual”. O termo natal deriva-se do latim ‘natalis’, que significa nascer, ser colocado no mundo. Como adjetivo significa também o lugar onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa. Desde muito tempo, mesmo sendo uma comemoração cristã, é considerado por pessoas de diferentes crenças como o dia consagrado à reunião da família, à paz, à fraternidade e a solidariedade entre os homens. O Papai Noel, um dos maiores símbolos do Natal é inspirado em São Nicolau, um bispo católico que viveu no século IV e que costumava presentear as crianças em dezembro. O costume de enfeitar árvores faz parte de várias culturas é um ritual muito antigo que celebra a fertilidade da natureza. O hábito foi adotado pelos cristãos no século XVI. A tradição ganhou força na Alemanha, difundindo-se para outros países.

29 DE DEZEMBRO DE 2014 Dia Internacional da Biodiversidade

• A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para aumentar a conscientização das pessoas sobre a necessidade de se conservar e proteger a diversidade biológica, ou seja, a variedade de vida no planeta. O Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção em Unidades de Conservação Federais, publicado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em 2011, compilou 1.333 registros de 313 espécies da fauna ameaçada em 198 UCs federais. Isso representa 50,6% das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção protegidas em 63,9% das unidades administradas pelo Instituto.

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes e Elisangela Alves. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873


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EFEITO ESTUFA

Mapa feito via satélite mostra concentração de emissão de carbono Observatório Orbital de Carbono, da Nasa, lançado em julho para monitorar as emissões do planeta, mostra os lugares de maior concentração de dióxido de carbono no planeta DIVULGAÇÃO/NASA

POR TARCILIA REGO tarciliarego@oestadoce.com.br

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gência espacial americana mapeia emissões de Dióxido de Carbono (CO2) . A Nasa acaba de divulgar primeira leitura feita pelo Observatório Orbital de Carbono (OCO), lançado em julho deste ano, para monitorar o clima. O mapa, enviado por satélite, mostra distribuição de emissões de carbono no mundo. As áreas que mais concentraram dióxido de carbono foram o sul da África e a América do Sul. O CO2 é o gás que mais agrava o fenômeno do efeito estufa. Os pesquisadores da Nasa decidiram mapear as emissões do dióxido – referência métrica padrão para determinar o Potencial de Aquecimento Global (PAG) dos demais Gases de Efeito Estufa (GEE’s) – para ajudar cientistas a entenderem melhor como a atividade humana influencia o clima. Os dados foram colhidos entre o início de outubro até 11 de novembro, último. Os mapas evidenciam que os gases são misturados por ventos, formando grandes manchas horizontais ao longo das linhas de latitude do planeta. MÉTODO É possível identificar grandes concentrações de dióxido de carbono, indicadas pela cor vermelha, sobre o Brasil,

o Norte da Austrália e o Sul da África, provavelmente motivadas por queimadas na vegetação local, seja a floresta tropical brasileira ou a savana africana. O mapa também mostra elevadas concentrações na América do Norte, Europa e China. Estas podem estar mais associadas a atividades industriais com uso de combustíveis fósseis. O satélite da Nasa leva um único instrumento, o espectrômetro, que separa as várias cores da luz do Sol refletida na superfície da Terra e analisa o espectro para determinar o quanto de dióxido de carbono e oxigênio molecular existe na amostra. O OCO produz mapas mensais do dióxido de carbono em regiões de 1,6 mil quilômetros quadrados da superfície da Terra com uma precisão de frações de 1%. De acordo com o Observatório, os estados de Mato Grosso e de Goiás, na re-

gião Centro Oeste do Brasil, destacam-se pela alta concentração do gás de efeito estufa. Algumas áreas atingem, aproximadamente, 402.5 ppmv (partes por milho de volume). A explicação pode estar relacionada à atividade econômica das duas unidades federativas, baseada no agronegócio. De acordo com a agência ambiental dos Estados Unidos (EPA), a maior fonte de emissões de GEE provenientes de atividades humanas naquele país, é a queima de combustíveis fósseis para a eletricidade, calor e transporte. No caso do Brasil, a principal, vem da queimada e derrubada de florestas. Segundo o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil 2008, produzido pelo IBGE, a destruição da vegetação natural, em especial na Amazônia e no Cerrado.

GEE Um dos maiores problemas ambientais, que é considerado como um fenômeno determinante para o futuro da humanidade e elemento essencial a ser considerado na elaboração de políticas públicas e estratégias de desenvolvimento global, é a emissão de gases-estufa. Os GEE´s prendem o calor e tornam o planeta mais quente. As atividades humanas são responsáveis por quase todo o aumento desses gases na atmosfera nos últimos 150 anos. DIÓXIDO DE CARBONO O dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis e matéria orgânica e desflorestamento. O potencial de aquecimento global de uma molécula de dióxido é usado como referência métrica padrão para determinar o potencial de aquecimento global (PAG) dos demais Gases de Efeito Estufa (GEE’s). Todos os anos, mais de 40 bilhões de toneladas de carbono são jogadas na atmosfera, causando concentrações recordes de gases do efeito estufa. Metade desse carbono fica na atmosfera. O resto é absorvido por oceanos e vegetação terrestre. Pesquisadores procuram saber para onde todo esse carbono está indo e se os sistemas naturais estão perdendo sua capacidade de absorver parte dessa poluição.


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IBGE

Instituto lança Mapa Político do Brasil

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IBGE acaba de lançar o Mapa Político do Brasil na escala 1:2.500.000 (1cm=25km). Em versão impressa e digital, o trabalho consiste em uma representação cartográfica de todo o território brasileiro, informando a distribuição espacial das capitais e cidades, com destaque para as de maior população. Esse mapa é utilizado como referência em projetos geocientíficos, fornecendo suporte aos tomadores de decisão para o macroplanejamento do país e para geração de diversos mapas em escalas menores. O Mapa Político do Brasil 1:2.500.000, devido a sua ampla dimensão (1.800mmX2.260mm), é disponibilizado nas suas versões, impressa e digital, dividido em 4 quadrantes, a fim de possibilitar sua impressão e manuseio. O produto, completo e por quadrantes, no formato PDF poder ser baixado através do linkftp://geoftp. ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/Brasil2500_2014/. As cartas imagem proporcionam uma visão atualizada do território,

compatível com os requisitos de representação da escala, e apresentam a denominação dos elementos geográficos de maior relevância. Devido à característica simplificada desse produto, a sociedade pode dispor das informações de forma mais rápida do que em relação à produção de uma folha topográfica completa. Elaborado a partir da Base Cartográfica Contínua do Brasil na escala de 1:1.000.000 (1cm=10km), o mapa é composto por limites estaduais e internacionais, feições hidrográficas, pontos extremos, sistema de transporte, vegetação, energia e comunicações. A edição de 2014 traz a atualização da distribuição territorial brasileira, correspondente aos 5.570 municípios do Brasil. A versão do Mapa Político do Brasil divulgada hoje pelo IBGE retrata a situação populacional com base no Censo Demográfico de 2010. Desde 1940, o IBGE produz o Mapa Político do Brasil. Essa edição retrata a evolução da divisão territorial do Brasil até hoje.

SÃO FRANCISCO

Comissão que trata da transposição do rio aprova relatório de trabalhos A Comissão do Senado que acompanhou as obras da transposição do Rio São Francisco, aprovou relatório dia 19. Segundo noticiado na Rádio Senado, o relator Humberto Costa , do PT de Pernambuco, apresentou o relatório dos trabalhos da Comissão, defendeu a realização da obra e a continuidade dos trabalhos de acompanhamento pelo Senado ao solicitar a criação de uma nova comissão de acompanhamento na legislatura que iniciará em 2015. Segundo Humberto Costa, “em primeiro lugar, é preciso prosseguir acompanhando as obras de transposição, cuja conclusão está prevista para 2015 e de revitalização, que são requisitos para a oferta de abundante de re-

cursos hídricos depois de terminadas as obras. É por essa razão que propomos a criação de uma nova comissão para acompanhar essas iniciativas na próxima legislatura” . O projeto tem 477 quilômetros de canais, quatro túneis, 14 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios. As obras foram iniciadas em 2007, com previsão para serem concluídas em 2010. Entretanto só devem ser finalizadas em dezembro de 2015. O custo total estimado aumentou de R$ 4,2 bilhões para R$ 8,2 bilhões. A meta é levar a água do Rio São Francisco a 12 milhões de pessoas em quatro estados nordestinos: Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL E AMBIENTAL DA PROPRIEDADE Sexto princípio a ser exposto neste espaço, a função social da propriedade foi reconhecida expressamente pela Constituição de 1988, nos arts. 5º, inc. XXIII, 170, inc. III e 186, inciso Ao afirmar-se que existe uma função social que deve ser exercida na propriedade, quer-se com isto dizer que ao proprietário se impõe o dever de exercer o seu direito de propriedade, não mais unicamente em seu próprio e exclusivo interesse, mas em benefício da coletividade, sendo precisamente o cumprimento da função social que legitima o exercício do direito de propriedade pelo seu titular. PROPRIEDADE RURAL A Carta Constitucional brasileira, no art. 186, inc. II, estabelece, por exemplo, que a propriedade rural cumpre a sua função social quando atende, entre outros requisitos, à preservação do meio ambiente. Com efeito, a Lex Magna está determinando, de fato, que proprietário rural deve exercer o seu direito de propriedade obedecendo os requisitos que proporcionam a preservação da qualidade ambiental. Destarte, o exercício de seu direito de propriedade só será considerado legítimo se a determinação constitucional for observada. BENEFÍCIO DA COLETIVIDADE Neste aspecto jurídico da questão, vale ressaltar a análise proficiente do então Ministro do STF, Eros Roberto Grau, para quem a admissão do princípio da função social (e ambiental) da propriedade tem como conseqüência básica fazer com que a propriedade seja efetivamente exercida para beneficiar a coletividade e o meio ambiente (aspecto positivo), não bastando apenas que não seja exercida em prejuízo de terceiros ou da qualidade ambiental (aspecto negativo). ADEQUAÇÃO AMBIENTAL Em razão da concordância da doutrina neste pé, enfatize-se o fato de que a função social e ambiental não constitui um simples limite ao exercício do direito de propriedade, como aquela restrição tradicional, por meio da qual se permite ao proprietário, no exercício do seu direito, fazer tudo o que não prejudique a coletividade e o meio ambiente. Diversamente, a função social e ambiental vai mais longe e autoriza até que se imponha ao proprietário comportamentos positivos, no exercício do seu direito, para que a sua propriedade concretamente se adeqúe à preservação do meio ambiente. JORNALISTA E ESCRITOR

CÓDIGO FLORESTAL Lembremos, por exemplo, o que define o novo Código Florestal (LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012). O diploma estabelece, no art. 2º, que as florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade COM AS LIMITAÇÕES QUE A LEGISLAÇÃO EM GERAL E ESPECIALMENTE ESTA LEI ESTABELECEM. (grifo meu). Todavia, o que se vê é o desrespeito generalizado ao Código Florestal. Isto, em havendo capilaridade da fiscalização, ensejaria as penalidades impostas pela lei. OBEDIÊNCIA À LEI O professor Paulo Affonso Leme Machado, especialista em Direito Ambiental, funda-se no artigo 18 do referido Código, para sustentar a possibilidade de impor ao proprietário a recomposição da vegetação de preservação permanente, nesses casos. Ademais, o princípio da função social e ambiental da propriedade elimina, de uma vez por todas, qualquer dúvida que poderia haver nessa matéria. E dá respaldo constitucional para uma imposição coativa ao proprietário, inclusive pela via judicial, com vistas a recomposição da área de preservação permanente, independentemente de ter sido ele o responsável ou não pelo desmatamento e ainda que jamais tenha existido vegetação na área em questão. FELIZ NATAL Desejo aos que me honram com sua leitura semanal, um mar de amores, de sorrisos e alegrias neste Natal. E que o ano de 2015 seja de amazônicas felicidades para todos, uma floresta verdejante de profícuas realizações.


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Nossas abelhas nativas– exímias polinizadoras DIVULGAÇÃO

POR MARCELO CARVALHO*

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mas das doces lembranças que tenho de minha infância, nas idas à casa de minha vó em Pacajus, era o delicioso mel que ela sempre tinha guardado fruto das nossas abelhas indígenas, fluido, levemente ácido e floral. Mel de jandaíras e Canudos e outras tantas joias aladas especialistas em polinizar nossa flora nativa. A verdade é que as abelhas polinizadoras incansáveis estão desaparecendo, desde o começo dos anos 90 tem se observado o sumiço rápido e até então misterioso no mundo todo. Fato preocupante, dado a importância delas não só pelos produtos que nos fornecem, mas também pelo seu valioso trabalho como polinizadoras, tendo esses agentes um papel chave na manutenção da diversidade, pois são essenciais para a maior parte das plantas com flores, e assim para o próprio ecossistema, sustentando as populações de plantas que muitos outros animais utilizam como alimento e moradia. (Sheperd et al. 2003, Klein et al. 2007). Incluindo aí o próprio homem, estima-se que um terço da alimentação humana dependa direta ou indiretamente da polinização realizada por abelhas. Hoje se sabe que o desaparecimento das abelhas está ligado ao uso de agrotóxicos. Nossas abelhas nativas estão numa situação muito pior. Jataís, Uruçus, Tiúbas, Irapuás, Jandaíras, Canudos e outras sofrem com a predação do ambiente, coleta indiscriminada de colônias na natureza ou do mel sem manejo adequado e com o já citado o uso dos agrotóxicos. Outro ponto é lapso cultural muito influenciado pela introdução e criação das abelhas melíferas do gênero Apis, desde o século XVIII, que trouxe junto toda uma bagagem de manejo e criação estabelecida em torno do gênero 500 anos antes na Europa, sufocando de certo modo, o estudo, manejo e criação dos Meliponíneos. As abelhas sem ferrão das quais estão incluídas nossas abelhas indígenas, são insetos sociais de ampla distribui-

ção geográfica e diversidade. O conhecimento sobre as abelhas sem ferrão é muito antigo quando comparado com as atividades envolvendo, na América, as abelhas Apis melífera (popularmente chamadas de europeias, italianas ou africanas). Os povos indígenas há séculos se relacionam com os meliponíneos (abelhas nativas), seja criando-os ou explorando-os de forma predatória. Essa herança cultural indígena esta presente até mesmo nos nomes popu-

lares das abelhas: Tataíras, Guarupu, Mombuca e tantas outras. Engraçado que o alimento produzido por elas não pode nem ser chamado de mel. A legislação vigente se baseia em padrões físico-químicos do mel produzido por abelhas estrangeiras. Para ser considerado como mel, o produto das abelhas indígenas deveriam ter umidade máxima de 20% - mas chega a 35% - e pelo menos 65% de açúcares redutores (tem 50%). Culpa de um regulamento

de 1952, da época de Getúlio Vargas. (Janaina Fidalgo). Uma das habilidades especiais das abelhas nativas é a polinização por vibração do abdômen. Trata-se de um interessante e eficiente método de coleta de pólen pelas abelhas em flores com anteras tubulares. Nesse tipo de coleta de pólen, as abelhas usam sua musculatura do abdômen para vibrar as anteras e liberar o pólen. Cada vez mais é necessário expandir o conhecimento sobre nossas abelhas indígenas e as interações das mesmas com as plantas nativas e agrícolas, esses estudos servirão como base para a conservação desses polinizadores e nos processos por eles desempenhados nos ecossistemas e na agricultura. Essas preciosidades aladas de grande função ecológica merecem continuar voando por ai polinizando e produzindo esse mel delicioso, obra que alquimista nenhum é capaz de elaborar. REFERÊNCIAS Nunes-SILVA, PATRICIA; HRNCIR, MICHAEL& IMPERATRIZ-FONSECA, VERA LUCIA. 2010 A Polinização por abdômen. Universidade de São Paulo, 141-143. VILLAS-BÔAS, JERÔNIMO. 2012. Manual tecnológico Mel abelhas sem ferrão. Instituto sociedade População natureza. 11-19.


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LOGÍSTICA REVERSA

Postos dão destinação correta a embalagens contaminadas

Material coletado passa por processo de blendagem e, ao final, transforma-se em fonte de energia na indústria cimenteira. O que era lixo vira uma nova matéria-prima

FOTOS: JUKA RODRIGUES

POR JESSICA FORTES jessicafortes@oestadoce.com.br

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o fazer uma troca de óleo lubrificante no veículo em um estabelecimento qualquer, o consumidor quase nunca imagina que a atitude pode significar um ato que pode gerar sérios impactos para o meio ambiente. Caso o estabelecimento escolhido para o serviço não faça parte de um programa de recolhimento de óleo usado e contaminado, o descarte indevido pode resultar em contaminação química e os danos podem ser irreversíveis. Os Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados (Oluc), vulgarmente conhecidos como óleo queimado, além de contaminar o solo, são considerados resíduos tóxicos perigosos, não só para o meio ambiente, como também, para a saúde humana. A responsabilidade sobre os resíduos sólidos deve ser compartilhada por todos os agentes da cadeia de produção e consumo. Pensando em garantir uma destinação ambientalmente correta e economicamente viável aos produtos tóxicos e contribuir para a sustentabilidade dos recursos naturais, alguns postos de combustíveis contratam empresas para fazer o recolhimento deste material e dar uma destinação adequada a eles. Em Fortaleza, uma parceria firmada entre o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos) e a Ultralimpo Soluções Ambientais recolhe, recicla e transforma, o que antes era considerado lixo, em energia para as usinas cimenteiras. As embalagens e outros materiais contaminados com óleos lubrificantes coletados nos postos de gasolina passam por alguns processos e são transformados em combustível para a indústria de cimento. Segundo o gerente executivo da Ultralimpo, Danísio Silva, mensalmente são recolhidos cerca de 30 toneladas de resíduos, que após

passar por processo de blendagem técnica, são encaminhados para uma usina localizada em Sobral, no interior do Estado e viram energia para a produção do cimento. “O material coletado é transportado para o galpão de reciclagem da Ultralimpo e passa por um processo de trituração e blendagem técnica que consiste em adicionar pó de madeira ao material.

A blendagem transforma o resíduo em sólido e após isso nós enviamos para as usinas, que co-processam esse material e utilizam como combustível na fabricação do cimento”, explica Danísio. FALTA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL Apesar de a parceria já ter três anos, de acordo com o assessor econômico do Sindipostos, Antônio José, apenas

10% dos 300 postos de combustíveis da Capital aderiram ao programa que dá uma destinação correta aos resíduos contaminados. Ele conta que ainda falta consciência ambiental dos envolvidos, mas que muitos trabalhos de divulgação sobre a importância do processo, estão sendo realizados, com o objetivo de conseguir mais adesões. “Os empresários precisam atentar


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VERDE para a importância desse descarte e destinação correta, acredito que quando houver obrigatoriedade, as adesões aumentem. Os órgãos de fiscalização estão muito envolvidos e a política de resíduos sólidos já fala dos perigos do descarte incorreto”, comenta. EMPRESA ESPECIALIZADA A Ultralimpo é especializada no gerenciamento de resíduos e atua nas áreas de indústria, postos de combustíveis, shoppings, hotéis, supermercados, condomínios e restaurantes, realizando treinamentos e consultoria ambiental, implantação da coleta seletiva, manuseio e segregação de resíduos, além de coleta, transporte e destinação final de resíduos contaminados, controle de indicadores, entre outros serviços. Além de atuar com soluções ambientais, a Ultralimpo conta com a Gestão Integrada de Resíduos, um sistema que integra toda a cadeia, desde a sua geração até a sua destinação final, que se desenvolve nas instalações do cliente de acordo com as suas necessidades. O conceito de TWM – Total Waste Management, também desenvolvido pela empresa, pode ser entendido como o conjunto de medidas e controle sistemático da coleta, segre-

O óleo lubrificante usado ou contaminado, por não ser biodegradável, leva dezenas de anos para desaparecer do ambiente e quando descartado indevidamente, causa grandes prejuízos, por exemplo: - 01 litro de óleo lubrificante usado ou contaminado pode contaminar 1 milhão de litros de água, contamina 1.000 m² de superfície aquosa (forma uma camada superficial tóxica que dificulta a passagem de luz e as trocas de oxigênio, causa a queda da fotossíntese aquática e a morte da fauna e da flora) - A água contaminada é facilmente absorvida pelos organismos e mata tudo à sua volta. - Inutiliza totalmente o solo atingido, tanto para a agricultura, quanto para a edificação; - Geralmente causa poluição hídrica superficial - Impacta o lençol freático e os aquíferos (reserva de água potável do futuro)

gação na fonte, estocagem, transporte, processamento, tratamento, recuperação e disposição final de resíduos, que visam garantir que objetivos oriundos da norma NBR – ISO 14.001, possam ser alcançados através da gestão ambiental. A empresa possui Licença de Operação expedida pela Semace, cadastro federal do Ibama, certificado de MOPP/ Seguro Ambiental, certificação de destinação final dos resíduos coletados e relatório mensal de automonitoramento dos resíduos para compor os outros processos de Licenciamento Ambiental.

SAIBA MAIS • A HP fornece soluções de reciclagem em mais de 50 países do mundo. Desde o início do HP Planet Partners, o programa já recolheu 500 milhões de cartuchos em todo o mundo. A empresa certifica-se de que todos os cartuchos de impressão originais, devolvidos através do programa, são submetidos a um processo de reciclagem de várias fases com tecnologia de ponta.

Logística Reversa A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº 12.305, de 02/08/2010 regulamentada pelo Decreto 7.404 de 23/12/2010. Entre os conceitos introduzidos em nossa legislação ambiental pela PNRS estão: a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística reversa e o acordo setorial. Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: é o “conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde hu-

mana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei.” Logística reversa: é “o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação”. “A Lei 12.305/2010 dedicou especial atenção à Logística Reversa e definiu três diferentes instrumentos que poderão ser usados para a sua implantação: regulamento, acordo setorial e termo de compromisso. Fonte: Ministério do Meio Ambiente


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LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Ibama e IBP lançam projetos para acelerar licenças Trabalho faz parte de um acordo de cooperação técnica. Um dos projetos, o Manual de Resíduos Sólidos, é um guia para melhorar o manuseio dos resíduos de perfuração

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rojetos que poderão tornar mais rápido o processo de Licenciamento Ambiental foram apresentados no último dia 18 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Entre outras ações, eles vão permitir que o setor de exploração de petróleo e gás tenha acesso a informações que contribuam para o licenciamento. O trabalho faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT), assinado entre os dois institutos no ano passado. Isso ocorreu, após discussões do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) a partir de 2008, que identificaram a necessidade de aprimorar o processo de licenciamento e planejamento de oferta de blocos para exploração de petróleo e gás. Ao todo, estão previstos 12 projetos que, juntos, poderão diminuir pela metade o tempo de tramitação de todo processo de licenciamento ambiental para a área de petróleo e gás. O presidente do Ibama, Volney Zanardi, ressaltou que o órgão está aberto a sugestões dos setores interessados em agilizar o licenciamento, desde que as soluções apresentadas não comprometam a qualidade e o rigor do

processo de licenças. Disse que estão trabalhando uma série de ferramentas, sistemas, estudos, procedimentos de uma forma articulada com o setor [de petróleo] para ganhar uma melhor efetividade e eficiência no licenciamento. “A dificuldade que nós temos é sobre o nível de detalhamento de alguns estudos, mas existe toda uma abertura do Ibama para discutir com o setor. Esse processo precisa se consolidar e essa discussão de alternativas tem que ser propostas pelo setor em si”. O presidente do IBP, João Carlos de Luca, disse que os projetos são de médio e longo prazos, que o IBP trabalha para encontrar soluções que vão beneficiar a todos a médio e longo prazo. Ele disse ainda que, no curto prazo, ainda existem discussões. “Tudo o que nós estamos fazendo vai facilitar em tudo, mas no curto prazo ainda não. E o Ibama tem consciência disse e estimula que nós levemos sugestões”. Um dos projetos, o Manual de Resíduos Sólidos, é um guia que traz as condições que os prestadores de serviço devem seguir para melhorar o manuseio dos resíduos de perfuração. O manual será lançado em 2015 na forma de cartilha, quando o IBP também vai oferecer cursos para os trabalhadores

em uma parceira com o Senai. Outro, é a Análise de Risco Ambiental Offshore, que reúne experiências de outros países e sugestões para o aperfeiçoamento do gerenciamento de risco ambiental nas atividades de exploração. O documento já foi entregue ao Ibama e também será lançado na forma de guia no próximo ano. Além disso, foi formada uma parceria entre os dois institutos que criaram o Portal de Educação Ambiental (www.peabc.com.br),

que integrará as iniciativas das operadoras de petróleo da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O portal é voltado para a comunidade que vive próximo aos campos de produção. Mais um projeto lançado hoje, Estudo do Estado da Arte dos Rodolitos – disponibiliza informações técnicas para orientar o licenciamento de atividades de petróleo e gás em áreas que tenham a presença dessas algas calcárias, nas águas rasas da costa brasileira. *Com informações da Agência Brasil.

Selo Verde: Hoje, Conpam certifica nove municípios cearenses Selo Município Verde. O Governo do Estado, através do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), realiza hoje, a solenidade de Certificação do Selo Município Verde para nove municípios cearenses. A cerimônia acontece às 9 horas, no auditório espaço das águas, da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). O anúncio dos agraciados será feito pela presidente do Conpam, Virgínia Carvalho anuncia os agraciados: Barreira, Brejo Santo, Caucaia, Crateús, Crato, General Sampaio, Iguatu, Novo Oriente e Piquet Carneiro.

O programa, instituído pela Lei Estadual n.º 13.304/03 e regulamentado pelos Decretos n.º 27.073/03 e n.º27.074/03, chega a sua 10ª edição. Este ano foram 110 municípios inscritos, dos quais 77 apresentaram a documentação necessária. Após os procedimentos de análise documental, visitas técnicas e análise de recursos, foram nove aprovados. De acordo com o regulamento, serão certificados com o Selo Município Verde, todos os municípios que obtiverem o mínimo de 50 pontos na classificação geral nas catego-

rias A, B e C. O município de Barreira foi o melhor pontuado, com 73,80 pontos, único na categoria B. Nenhum atingiu a categoria A. Os outros oito municípios ficaram na categoria C. A Primeira condição para que o município se inscreva é ter em funcionamento o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), além de incentivar para que as políticas ambientais relativas aos resíduos sólidos também sejam praticadas, criando canais para a efetiva participação da sociedade nas definições das prioridades.


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MERCADO DE APARAS

A reciclagem de papel no Brasil

Somente em 2013, os cooperados e os catadores independentes receberam R$ 286,4 milhões pela venda de aparas de papel. O segmento reúne cerca de 1.000 empresas em todo o País

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Associação Nacional dos Aparistas de Papel (Anap) acaba de divulgar Relatório Anual 20132014 com informações detalhadas sobre o setor. De acordo com o consultor da Anap e diretor da Anguti Estatística, Pedro Vilas Bôas, responsável pelo levantamento dos dados do Relatório, em 2013º mercado estava desaquecido para a atividade. Em entrevista ao portal do Compromisso Empresarial Para Reciclagem (Cempre), disse que a oferta de material foi baixa e que “os preços estavam baixos e os catadores ficaram desestimulados com a atividade”. Com o mercado da reciclagem ‘meio parado’, naquele momento, os catadores buscaram e encontraram emprego na construção civil, quando o setor estava aquecido. “Mas o aumento de preços observado em 2013, aliado ao fim das grandes obras, provocou o retorno dos catadores ao segmento, recompondo a oferta no exato momento em que a demanda enfraquecia, o que levou à queda de preços do material”. PREÇOS Os preços das aparas estão caindo. Ainda de acordo com a entrevista concedida ao Cempre, Vilas Bôas disse que “o ano de 2014 está sendo difícil para os aparistas, principalmente pelo desempenho da economia no segundo trimestre que, em função da Copa do Mundo e do consequente excesso de feriados, registrou redução na demanda, provocando forte queda nos preços.” Em 2013, a taxa de recuperação de papéis recicláveis no Brasil foi de 58,9%. O maior índice ficou com os papéis ondulados e kraft: 78,4% de taxa de recuperação. Entende-se por aparas de papel, sobras ou fragmentos, pontas de um material que se apara ou desbasta. Inicialmente, considerado resíduo ou resto, as aparas de papel, papelão ou outros, de uma indústria de papel e celulose, por exempli, vira matéria-prima para a indústria de reciclagem e transformação. SEGMENTO O segmento de aparas reúne cerca de

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mento de reciclagem no Brasil, não apenas de papel, mas de todos os materiais recicláveis. Se trabalharmos bem, isso poderá ser benéfico para todos . O fator essencial é a desoneração da cadeia. Caso isso aconteça, teremos uma nova e promissora era para a reciclagem de papel”. TIPOS DE APARAS No Relatório, consta que há 31 tipos de aparas de papel no Brasil. O consultor destaca, quais são os mais representativos. Explica que as aparas podem ser divididas em quatro grandes grupos: aparas de papel marrom (ondulados e kraft), aparas de papel branco com pasta de alto rendimento (jornal e revista), aparas de papel branco sem pasta mecânica (offset e couché) e aparas de papel-cartão. As aparas de papelão ondulado respondem por cerca de 70% do total comercializado no País.

1.000 empresas em todo o País. Mas o que faz o aparistas? “Para responder de forma simplificada”, conforme o Relatório Anual do setor, pode-se dizer que toda a adequação entre oferta e demanda por aparas é feita pelas empresas do comércio atacadista de material reciclável ou simplesmente aparistas, que coletam, classificam e distribuem o material onde quer que ele seja demandado, o que exige uma logística complexa, pois o consumo, nem sempre, encontra-se próximo às áreas produtoras. O aparista é o empresário responsável pela compra de aparas dos pequenos comerciantes, dos sucateiros, das associações, das pequenas empresas, sobras de produção gráfica, de bancos, de su-

permercados, de escolas, dentre outros. Ou seja, trabalham com aparas de papéis totalmente recicláveis para as indústrias. DIFICULDADES E OPORTUNIDADES Segundo o consultor, as maiores dificuldades para o segmento passam, principalmente, pela falta de padrão de crescimento do País. “Essa oscilação gera momentos de profundo desequilíbrio entre a oferta e a demanda de material, trazendo fortes variações nos preços que são prejudiciais a todos os players da cadeia da reciclagem de papel”. Já as maiores oportunidades vieram com a implantação da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), “se exitosa, levará à reordenação do seg-

IMPORTÂNCIA DOS CATADORES Ainda, segundo Vilas Bôas , as cooperativas e catadores respondem por cerca de 20% do volume entregue aos aparistas e, se for considerado que uma das fontes de material dos sucateiros, também, é o catador, conclue-se que, um grande percentual do material coletado vem desses trabalhadores, gerando renda de forma significativa para as camadas mais pobres da população. “Em 2011, quando fizemos o primeiro levantamento estatístico, as cooperativas representavam 7% do material coletado pelos aparistas e, em 2013, já tinham dobrado sua participação. Há, porém, espaço para o crescimento que deve ocorrer à medida que as cooperativas se estruturem e se firmem no cenário econômico nacional.” Os dados apontam que, somente em 2013, os cooperados e os catadores independentes receberam, aproximadamente, R$ 286,4 milhões pela venda de aparas de papel, quantia três vezes maior do que em 2011. O valor das aparas de papel está sujeito a variações fortes de um ano para o outro e que, em 2013, estava apresentando boa cotação.


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ROUPAS ECOLÓGICAS

Marca aposta no social e ganha sustentabilidade

Quando é possível vestir uma causa e ajudar ao meio ambiente. Fibras que já foram PET, um dia, hoje são camisetas temáticas, ecológicas e também, moeda social POR JESSICA FORTES jessicafortes@gmail.com

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udo começou com a campanha “Vida na Seca”, no final de 2012, que tinha como objetivo ajudar os sertanejos que estavam sofrendo com a estiagem que castigava o interior do Ceará. Solidário ao sofrimento das comunidades afetadas, o publicitário Rafael Studart, desenvolveu uma coleção de camisetas temáticas que foram comercializadas em todo o Brasil e o lucro das vendas, destinado às famílias do município de Milhã, no interior do Estado, uma área muito impactada com a seca. O sucesso dessa campanha trouxe estímulo e coragem para que Rafael criasse uma marca que, além de transmitir uma mensagem ecológica, pudesse mobilizar os usuários das redes sociais em práticas sustentáveis e solidárias. Segundo Rafael, atualmente a página da

VIDAbr conta com quase 800.000 seguidores em sua fanpage. “Com esta campanha, nós arrecadamos 16 mil litros de água potável e três toneladas de alimentos que beneficiaram cerca de 50 famílias. Foram poucas unidades familiares, mas o importante é que todas foram abastecidas por bastante tempo”, disse. CAPACITAÇÃO Outro ponto interessante, é a fabricação das etiquetas que utiliza papel reciclado e é transformada em papel semente. “Ou seja, a etiqueta, se plantada, ou mesmo descartada, vai trazer vida, dela nascerá uma planta”, explica. Para auxiliar nos processos de reciclagem e criação do papel semente, a VIDAbr capacitou jovens de uma associação que trabalha com dependentes químicos, oportunizando geração de renda para a entidade.

“Nós capacitamos e investimos nos jovens do Projeto Resgate, de forma que eles fabricassem o papel semente, a partir do nosso papel descartado. O projeto desenvolveu e, atualmente, é o único que produz papel semente aqui no Ceará. Eles fazem um trabalho muito bonito, produzindo cartões, convites, crachás, marcador de páginas, enfim, uma série de materiais interessantes, tudo de forma independente e sustentável”, comemora. AJUDA AO MEIO AMBIENTE As camisetas são confeccionadas com tecidos provenientes da reciclagem de garrafas PET (Poli Etileno Tereftalato) e algodão orgânico. Para cada peça fabricada, são retiradas cerca de duas garrafas PET do meio ambiente. Rafael explica que o tecido é comprado de uma indústria que faz o beneficiamento do material, mas o projeto é in-

stalar uma usina deste tipo no Ceará. Para 2015, Rafael faz segredo, mas confirma novos projetos, como “Eu crio um Mundo Renovável”, que beneficiará os catadores de lixo. “Não posso dar detalhes da campanha, quero fazer surpresa, mas certamente será um sucesso, pois nosso objetivo é incluir socialmente os catadores de lixo, que vivem marginalizados”, finaliza. IDEIA BRILHANTE Além de ecológicas, as camisetas que surpreendem pelo processo de confecção, também, surpreendem pela brilhante ideia: o efeito solar ou fotossintético das peças, cujas estampas, produzidas com material especial, aparecem quando expostas ao sol. SERVIÇO Para adquirir as camisas basta entrar no site http://www.vidabr.com.br/.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RECICLAGEM

A reciclagem inteligente das garrafas torna-se uma ótima opção de sustentabilidade, mas, para o lixo virar um novo produto para consumo, é indispensável a participação de cidadãos conscientes. A reciclagem do PET é feita por empresas especializadas, mas todo o processo só começa quando cada um começa a ‘fazer a sua parte’. Por exemplo: separar o lixo na fonte geradora de forma a incentivar a prática da coleta seletiva. A não segregação dos resíduos

inviabiliza o processo industrial de reciclagem. “A indústria têxtil é a maior usuária de PET reciclado”, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). A partir de um processo especial de extrusão, fibras de poliéster são produzidas diretamente das garrafas recicladas. “Tais fibras têm inúmeras aplicações, desde roupas até mantas geotêxteis, que ficam invisíveis sob o solo, mas que cumprem funções importantes.

Um dos usos mais difundidos é o de revestimentos automotivos: 100% dos carros nacionais usam carpetes de PET reciclado.” Segundo a empresa, Fujiro Ecotextil, a partir de fibras de garrafas PET, são necessárias 2,5 garrafas, mais ou menos, para a produção de uma camiseta ecológica. “Não é a toa que retiramos mais de 4 milhões de PET do meio ambiente.”

REAPROVEITAMENTO: As garrafas PET são totalmente recicláveis, possuem fibras altamente resistentes e maleáveis, podendo ser reaproveitadas para a confecção de fios.

COMO OS FIOS SÃO FEITOS: Para a produção dos fios, as garrafas PET são separadas por cor, moídas e descontaminadas. Após este processo são fundidas a 300°C para filtragem de impurezas. Finalmente são moldados em filamentos para a tecelagem de malhas. PRODUTOS COM FIOS RECICLADOS: As camisetas ecológicas são feitas com 50% de poliéster proveniente de garrafas PET, trançadas com 50% de algodão. O resultado é uma malha macia, resistente e confortável. Para cada camiseta são retiradas 2,5 garrafas do meio ambiente. Fontes: Abipet - www.abipet.org.br e Fujiro Ecotextil - www.fujiro.com.br


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CEIA DE NATAL

Como preparar receitas com produtos regionais

Duas receitas práticas e saudáveis, com ingredientes fáceis de encontrar no bioma Caatinga. A dica é da nutricionista do Programa Semear

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lém de uma grande diversidade cultural e de saberes, o Semiárido nordestino, também é marcado por uma diversidade de sabores. Que tal colocar na sua ceia de Natal uma pitada dos ricos aromas, cores e sabores da região? Para colorir e alegrar ainda mais a sua mesa neste dia especial sugerimos uma en-

trada e uma sobremesa, bem regionais, utilizando produtos da Caatinga na elaboração dos pratos, que além de saborosos e saudáveis, são simples e fáceis de preparar. A sugestão é da nutricionista Neide Rigo, consultora do Programa Tecendo Elos, realizado pela Coopercuc em parceria com o Programa Semear.

o pela entrada, a Vamos lá? ComeçandDA DE MANGA sugestão é uma SALA de 4 a 6 porções. COM CENOURA, rende

Agora vamos à sobremesa, um CREPE COM RECHEIO DE UMBU E CANELA. Ingredientes: Massa; 1 xícara de leite; 1 ovo; ¾ de xícara de farinha de trigo; 1 colher (chá) de fermento em pó; 1 pitada de sal; 1 colher (sopa) de óleo ou manteiga em temperatura ambiente; 1 colher (chá) de açúcar. Para o recheio: 1 e 1/2 xícara de umbu inchado, firme, descascado e cortado em lascas, 4 colheres (sopa) de açúcar e 2 colheres (chá) de canela em pó Preparo: Bata os ingredientes da massa no liquidificador até ficar um creme liso. Deixe descansar enquanto faz o recheio. Misture os ingredientes do recheio numa frigideira e deixe aquecer somente até derreter o açúcar. Reserve. Aqueça uma frigideira antiaderente sem untar e despeje um pouco da massa e rodeie a frigideira para que a massa fique bem fininha. Deixe dourar, vire com uma espátula e espere dourar do outro lado. Quando as massas estiverem prontas, recheie com um pouco do umbu e dobre. Sirva com vinagre de umbu (se tiver) ou com geleia de umbu dissolvida em água no fogo.

SOBRE O SEMEAR

Ingredientes: de lada; 1 manga gran 1 cenoura grande ra bem firme, ralada; da ain quase madura, mas ode ser branca, se não a (p 1 cebola roxa fatiad fina xícara de cebolinha tiver da roxa); 1/2 2 pi ); al gosto (opcion picada; Coentro a a sem sementes picada oç mentas dedo-de-m 2 limões; Sal a gosto; de em tirinhas; Suco Azeite, se quiser. ntes, e todos os ingredie Preparo: Mistur . Para dar um ar ro pe prove e corrija o tem te algumas uvas jun ainda mais festivo, passas deixadas de molho em água por 1 hora.

O Semear é um programa de gestão do conhecimento em zonas semiáridas do Nordeste do Brasil, cujo objetivo é facilitar o acesso a saberes, inovações e boas práticas que possam ser adotados e replicados pela população rural para melhorar suas condições de vida e promover o desenvolvimento sustentável e equitativo da região. É um programa do

Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), implementado pelo Instituto Americano para a Agricultura (IICA), com o apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID). Mais informações: http://www. portalsemear.org.br ; www.ifad.org ;www.iica.org; www.aecid.org

NEIDE RIGO

OPORTUNIDADE

Oferta de bolsa para projetos na área de Transportes Sustentáveis

Jovens estudantes e pesquisadores de todo o mundo têm a oportunidade de receber uma bolsa de US$ 10 mil para patrocinar projetos na área de transportes e eficiência energética. O aporte é oferecido através de patrocinadores pelo

projeto norte-americano Lee Schipper Memorial Scholarship. De acordo com o informativo oficial, não existem restrições quanto à localização dos candidatos. Mas, o apoio é oferecido a jovens de até 35 anos, estudantes

ou recém-formados, mesmo em mestrado, doutorado ou pós-doutorado. A participação, no entanto, depende da apresentação de um projeto na área de Transportes Sustentáveis e Eficiência Energética. O programa é inspirado

no pesquisador e doutor Leon J. Schipper, que dedicou a vida a estudos neste segmento, criando tecnologias que reduzissem o impacto ambiental da mobilidade urbana. As inscrições estão abertas até o dia dez de janei-

ro. Na primeira fase serão selecionados dez projetos a serem analisados quanto à viabilidade, consistência, alinhamento com os ideais do programa, contribuições, referências, entre outras coisas. O órgão escolherá dois projetos ven-

cedores, que receberão o patrocínio. Obtenha mais informações para a sua inscrição, através do site: http:// leeschipper.embarq.org/ home/callforapplications2015scholarshipperiodnowopen.


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UTILIDADE PÚBLICA

Concessionária de energia trabalha em esquema de plantão no Natal

Com tantas luzes piscando, a companhia montou um serviço especial de atendimento ao cliente. Solicitações e informações devem ser realizadas por meio da Central de Relacionamento

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lém da beleza, a decoração de natalina, também pode oferecer riscos. Com tantas luzes acesas na noite de Natal, a Coelce montou um plano de atendimento para o feriado de papai Noel. A ação envolve, integralmente, a área de atendimento ao cliente, que funcionará com a Central de Relacionamento normalmente (24 horas por dia), oferecendo todos os serviços da companhia. Amanhã (24), as lojas funcionarão até meio-dia e no dia 25 (quinta-feira) estarão fechadas. Quanto à área técnica, a Coelce manterá equipes de plantão em pontos estratégicos em todo o Estado, a fim de agilizar o atendimento emergencial. Para se ter uma ideia, 577 pessoas estarão de plantão no feriado, entre elas: operadores de baixa tensão e média tensão, eletricistas, técnicos e engenheiros. Além disso, 272 viaturas estarão à disposição da população para atendimentos. Com toda essa operação, a companhia pretende garantir um Natal mais iluminado em todo o Ceará. ALERTA Por trás do colorido das festas de final de ano, pode surgir uma fagulha de perigo e por isso, a Coelce alerta para a importância de utilizar com eficiência e segurança a energia natalina, principalmente, em casa. São atitudes simples e essenciais para que a festa não acabe mais cedo e com maiores problemas. A maior parte dos acidentes com eletricidade ocorre por falta de informação, atenção ou pelo uso errado de materiais e ferramentas. A falta de atenção e cui-

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dado com as instalações elétricas pode ocasionar incêndios e até a morte. O fogo pode começar por algum curto-circuito na rede elétrica ou pelo uso prolongado das luzes, que superaquecem e queimam. O engenheiro especialista em Eficiência Energética da Coelce, Marcony Melo, chama atenção para um perigo comum não só na época de decoração natalina. “Um perigo a que muitas pessoas estão expostas frequentemente sem sequer perceberem é com relação aos benjamins ou ‘T’s’”. Geralmente, os consumidores abusam no uso do acessório, de extensões e emendas mal feitas e com falhas no isolamento, além de dimensionar de forma inadequada, as instalações dos enfeites.

Segundo Melo, o benjamim concentra em um ponto só, intensidade de correntes elevadas, que podem provocar aquecimento, chegar ao ponto do derretimento do “T” e causar um princípio de incêndio. Além disso, sendo um ponto quente, ele automaticamente aumenta o consumo de energia. Ou seja, significa desperdício, já que a energia é transformada em calor sem nenhuma utilidade. VEJA AS DICAS -Evite que a árvore de Natal bloqueie a porta, a janela ou a circulação das pessoas. Deixe-a longe de materiais de fácil combustão, como sofás e guarda-roupas; -Não coloque as luzes próximas a enfeites de papel ou cartolina. O ideal é não usar esse tipo de decoração na árvore se a ideia é colocar pisca-piscas; -Não instale o conjunto de lâmpadas decorativas em estrutura metálica e também pontiaguda; -Evite deixar a instalação em área sujeita à chuva ou alagamento; -Desligue o conjunto da tomada de energia ao substituir lâmpadas e nunca execute esse procedimento puxando a tomada pela fiação; -Nunca deixe a fiação ao alcance de crianças; -Os fios desencapados provocam choques, curtos-circuitos e, às vezes, incêndios. Passar fios por baixo de tapetes ou por trás de cortinas também pode causar incêndios. -Estabeleça um horário definido para ligar e desligar, sendo o ideal das 18h à meia-noite, evitando desperdício de

energia e riscos de acidentes e princípio de incêndio; CONSUMO CONSCIENTE Com relação ao consumo, o engenheiro da Coelce informa que considerando apenas um conjunto padrão de 100 “pisca-piscas”, com 50W de potência, o consumo é de 16,5 KWh/mês. Se ligado por 11 horas diárias, das 19h às 6h da manhã, por exemplo, pode significar um aumento de R$ 8,30 na conta de energia. A sugestão para esse caso é a redução do tempo de funcionamento dessas lâmpadas decorativas. Se forem ligadas das 19h à meia-noite, por exemplo, o consumo cai para 7,5 KWh/mês, o que equivale a apenas R$ 3,75 a mais na conta de energia. Outra dica é o uso de produtos que utilizam a tecnologia Led, que consomem menos energia e são mais seguros. Além disso, a economia de energia pode chegar a 80%.

SERVIÇOS

- Em caso de acidente, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193. - Para comunicar ocorrências, solicitar serviços ou informações, a população pode ligar gratuitamente para 0800.285.0196, da Coelce ou através do portal www.coelce.com.br ou ainda através das redes sociais da companhia: Twitter (@coelce), Facebook (/ coelce) e pelo novo aplicativo para smartphones (Coelce). *Com informações da Coelce.


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