A Glória de Cristo, por R. M. M’Cheyne

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A GLÓRIA DE CRISTO .


Traduzido do original em Inglês

Father, I Will By R. M. M'Cheyne

Este volume consiste em um excerto do sermão supracitado [Pai, Eu Quero], por Robert Murray M’Cheyne

Via: Reformation-Scotland.org.uk

Tradução por Camila Almeida Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Setembro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Glória de Cristo Por R. M. M’Cheyne

[Um Excerto do Sermão Pai, Eu Quero*]

Há três estágios na glória de Cristo. Esta será a ocupação do Céu: a contemplação de todas elas. Primeiro. A glória original de Cristo. Esta é a Sua glória não derivada, não criada, como igual ao Pai. Ela é mencionada em Provérbios 8:30: “Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo”. E, novamente, nesta oração: “aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (v. 5). Dessa glória nenhum homem pode falar, nenhum anjo, nem arcanjo. Somente de uma coisa sabemos, que devemos honrar o Filho, bem como devemos honrar o Pai. Ele compartilha com o Pai em ser o Único todo-perfeito, quando não havia nada para admirar, ninguém para adorar, nem anjos com harpas de ouro, nem serafins a cantar Seu louvor, nem querubins a clamar: “Santo, Santo, Santo”. Antes que todas as criaturas existissem, Ele era Um com o Deus infinitamente perfeito, bom e glorioso. Ele era, então, tudo o que Ele mais tarde evidenciou ser. A criação e redenção não O mudaram. Elas apenas revelaram o que Ele era anteriormente. Elas apenas forneceram os objetos para que aqueles raios de glória repousassem, de forma que brilhavam tão plenamente como antes, desde toda a eternidade. A eternidade será tomada com o louvor a Deus, à medida que Ele revelou a Si mesmo absolutamente; assim mesmo Ele sairá do retraimento de Sua amável e bem-aventurada eternidade. Segundo. Quando Ele Se tornou carne. “O Verbo se fez carne” [João 1:14]. Cristo não obteve mais glória, tornando-Se homem, mas Ele manifestou a Sua glória de uma nova maneira. Ele não ganhou uma perfeição maior, tornando-Se homem; Ele tinha todas as perfeições de Deus anteriormente. Mas agora essas perfeições eram derramadas através de um coração humano. A onipotência de Deus agora movia-se em um braço humano. O amor infinito de Deus agora batia em um coração humano. A compaixão de Deus pelos pecadores agora brilhava em um olho humano. Deus era amor antes, mas Cristo foi o amor

__________ * “Pai, Eu Quero” é extraído de Memórias e Lembranças do Reverendo Robert Murray M'Cheyne, pelo Reverendo Andrew Bonar. Publicado pela primeira vez em 1844, (Reimpresso, Edinburgh: Oliphant, Anderson, e Ferrier, 1883), páginas 419 a 431.

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coberto com carne. Assim como quando você vê o sol brilhando através de uma janela colorida, e contudo a mesma luz do sol, ainda que brilha com um brilho agradável, de modo semelhante em Cristo habita toda a plenitude da Divindade. A perfeição da Divindade brilhou por todos os poros, por meio de toda a ação, palavra e olhar, as mesmas perfeições, somente estavam brilhando com um brilho ameno. O véu do templo era um tipo de sua carne, porque ele cobria a luz brilhante do santo dos santos. Mas, assim como a luz brilhante da Shekiná muitas vezes brilhou através véu, assim ocorreu, pois à Divindade do próprio Cristo irrompeu-se através do coração do homem Jesus Cristo. Houve muitas aberturas do véu quando a glória resplandecente brilhava. 1. Quando Cristo transformou a água em vinho. Ele manifestou a Sua glória e os Seus discípulos creram nEle. A Onipotência falou com uma voz humana, e o amor de Deus, também, brilhou na mesma; pois Ele mostrou que Ele veio para transformar toda a nossa água em vinho. 2. Quando Cristo chorou sobre Jerusalém. Isso foi uma grande demonstração da Sua glória. Havia muita coisa que era humana nEle: Os pés que ficavam sobre o Monte das Oliveiras eram humanos. Os olhos que desprezaram a cidade deslumbrante eram humanos. As lágrimas que caíram no chão eram humanas. Mas oh, havia a ternura de Deus batendo debaixo daquele manto! Olhem e vivam, pecadores. Olhem e vivam. Eis o vosso Deus! Aquele que vê a Cristo chorando, viu o Pai. Este é Deus manifestado em carne. Alguns de vocês temem que o Pai não queira que vocês venham a Cristo e sejam salvos. Mas vejam aqui, Deus está manifestado em carne. Aquele que vê o Filho vê o Pai. Vejam aqui o coração do Pai e o coração do Filho desvelados. Oh! Por que vocês duvidam? Cada uma dessas lágrimas escorre do coração de Deus. 3. Na cruz. As feridas de Cristo foram as maiores demonstrações de Sua glória que já existiram. A glória Divina brilhou mais através de Seus ferimentos do que através de toda a Sua vida antes. O véu foi então rasgado em dois, e pelo que todo o coração de Deus permitiu comunicar-se. Aquele era um corpo humano que se contorcia, pálido e torturado, sobre o madeiro maldito; eram mãos humanas que foram furadas tão rudemente pelos cravos; era carne humana que suportou aquele golpe mortal sobre o lado; era sangue humano que fluía de mãos e pés, e lado; o olho que humildemente se virou para o Seu Pai era um olho humano; a alma que suspirou sobre Sua mãe era uma alma humana. Mas oh, havia glória Divina fluindo através de tudo. Cada ferida era uma boca para falar da graça e do amor de Deus! A santidade Divina brilhou: O infinito ódio ao pecado estava ali quando Ele Se ofereceu, assim, um sacrifício sem mácula a Deus! A sabedoria Divina brilhou: todos os seres criados não poderiam ter concebido um plano pelo qual Deus seria justo e justificador. O amor Di-

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vino: cada gota de sangue que caiu veio como um mensageiro do amor de Seu coração para contar sobre o amor da fonte. Este foi o amor de Deus. Aquele que vê a Cristo crucificado, vê o Pai. Oh! olhem para o pão partido, e vocês ainda verão essa glória fluindo! Aqui está o coração de Deus desvelado, Deus Se manifestou em carne. Alguns de vocês estão debruçados sobre o seu próprio coração, examinando seus sentimentos, observando sua doença. Desviem o olhar de tudo no interior. Eis-me aqui, eis-me! — Cristo clama — Olhem para Mim, e sejam salvos. Contemplem a glória de Cristo! Há muita dificuldade sobre o seu próprio coração, mas não há trevas sobre o coração de Cristo. Olhem através de Suas feridas; acreditem no que vocês veem nEle. Terceiro. A glória de Cristo assunto. Eu não posso falar disso. Eu confio que um dia, em breve, eu verei isto. Ele não deixou de lado a glória que Ele tinha na terra. Ele ainda é o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Mas Ele tem mais glória agora. Sua humanidade não é mais um véu para esconder qualquer um dos raios de Sua Divindade. Deus brilha ainda mais claramente através dEle. Agora, Ele obteve muitas coroas, o óleo de alegria, o cetro de justiça. O Céu será gasto em contemplar a Sua glória. Veremos o Pai eternamente nEle. Olharemos em Seu rosto, e em Seu olho humano leremos o terno amor de Deus por nós, para sempre. Ouviremos de Seus santos lábios humanos claramente do Pai. “Chega, porém, a hora em que não vos falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai” (João 16:25). Olharemos em Suas cicatrizes, saradas, porém evidentes e abertas em Suas mãos, e os pés, e o lado, e a fronte de brilho celeste, e leremos ali eternamente o ódio de Deus contra o pecado, e o Seu amor por nós que O levou a morrer por nós. E, às vezes, talvez, possamos inclinar a nossa cabeça onde João inclinou-se, sobre Seu santo seio. Oh! Se o Céu deve ser desfrutado dessa forma, o que farão vocês que nunca viram a Sua glória? Ó, amados, se sua eternidade deve ser gasta assim, passem muito de seu tempo desta forma!

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne Adoração — A. W. Pink Agonia de Cristo — J. Edwards Batismo, O — John Gill Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo Neotestamentário e Batista — William R. Downing Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina da Eleição Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos Cessaram — Peter Masters Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da Eleição — A. W. Pink Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida pelos Arminianos — J. Owen Confissão de Fé Batista de 1689 Conversão — John Gill Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne Eleição Particular — C. H. Spurgeon Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A — J. Owen Evangelismo Moderno — A. W. Pink Excelência de Cristo, A — J. Edwards Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah Spurgeon Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A — Jeremiah Burroughs Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação dos Pecadores, A — A. W. Pink Jesus! – C. H. Spurgeon Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon Livre Graça, A — C. H. Spurgeon Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4

encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5

de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 9


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