A Interpretação das Escrituras • Cap. 12 • A. W. Pink

Page 1


A Interpretação das Escrituras A. W. Pink


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

Traduzido do original em Inglês

Interpretation of the Scriptures By A. W. Pink

Este e-book consiste apenas no Cap. 12 da obra supracitada.

Via: PBMinistries.org (Providence Baptist Ministries)

Tradução por Camila Rebeca Almeida Revisão por William Teixeira Capa por William Teixeira

1ª Edição: Fevereiro de 2017

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons AttributionNonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

A Interpretação das Escrituras Por A. W. Pink

Capítulo 12 ________________________________________

17. Exposição das parábolas. Este é um outro ramo do nosso assunto sobre o qual pelo menos um capítulo inteiro deveria ser dedicado, mas o perigo de sobrecarregar a paciência de alguns dos nossos leitores torna isso desaconselhável. Devido à grande simplicidade da sua natureza e da linguagem, é comumente suposto que as parábolas são mais facilmente compreendidas do que qualquer outra forma de instrução bíblica, quando o fato é que provavelmente o ensino mais errado foi propagado por cauda da incompreensão do sentido de alguns de seus detalhes; isso aconteceu com as parábolas mais do que com qualquer outra porção da Palavra. Grande cuidado deve ser tomado com as parábolas, pois é especialmente importante determinar e, em seguida, manter em mente o escopo ou principal propósito de cada uma. Mas em vez disso, com muita frequência as parábolas são abordadas exclusivamente para a finalidade de encontrar apoio aparente para alguma doutrina específica ou ideia que o pregador deseja provar. E, em consequência disso, muito nelas foi arrancado de seu significado original, e elas foram entendidas de modo a contrariar completamente outras passagens. Também aqui a analogia da fé deve ser observada de forma constante, e nossa interpretação de cada parábola deve ser medida por ela. A definição infantil de que “uma parábola é uma história terrena com um significado celestial” expressa a ideia geral. É uma forma de ensino pela qual as coisas espirituais são representadas sob imagens sensíveis. As parábolas são de fato ilustrações em palavras, tendo algo da mesma relação com a instrução daqueles a quem elas são dirigidas, como fazem as ilustrações pictóricas usadas em livros para elucidar o leitor da página impressa. A partir da relação com a verdade apresentada ou lição aplicada podem ser reunidos certos

OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

3


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

princípios importantes, mas simples e óbvios, que precisam ser tidos em consideração no estudo das parábolas de nosso Senhor. Em primeiro lugar, a parábola, como uma imagem ilustrativa, só pode apresentar o seu objeto parcialmente. Nenhuma ilustração pode fornecer ou exibir todos os aspectos de seu objeto, não mais do que a “planta” de um edifício do arquiteto pode mostrar segundos e terceiros andares, e muito menos os representar como serão quando concluídos, embora possa sugerir algo sobre deles. Assim, uma parábola indica para nós apenas determinados alguns aspectos do assunto. Por isso nós as encontramos agrupadas; todas em um grupo representando o mesmo assunto, mas cada uma estabelecendo uma característica distinta do mesmo; como acontece nas parábolas de Mateus 13, as quais lidam com os “mistérios do reino dos céus”, e com aquelas de Lucas 15 que nos mostram não somente a graça recebendo os pecadores, mas buscando, encontrando, vestindo e lhes dando um banquete. Em segundo lugar, as parábolas são subordinadas ao ensino direto; sendo projetadas não para a prova, mas para a ilustração de uma doutrina ou dever. Deve sempre ser lamentado quando Cristãos professos são culpados de colocar uma parte das Escrituras contra outra, mas quando uma parábola é utilizada para anular alguma doutrina simples ou mandamento de Deus, o absurdo é adicionado à irreverência. Daí, apelar para Mateus 18:23-25, para provar que o Deus de toda graça pode revogar o Seu perdão; ou negar a responsabilidade do homem com base em que “a moeda de prata perdida” de Lucas 15 retrata o pecador por um objeto inanimado, é tanto tolo quanto profano. Em terceiro lugar, é igualmente evidente que devemos buscar determinar o principal objetivo de Cristo na principal lição de moral que Ele pretendia aplicar; ainda assim, esse dever óbvio é muito negligenciado. Com muita frequência, as parábolas são tratadas como se seu propósito fosse deixado em aberto para conjecturas e suas lições para inferência incerta. Tal ideia ímpia e modo leviano de lidar com elas é claramente refutada por aquelas parábolas em que o próprio Cristo explicou aos Seus discípulos. Assim, não somos deixados inteiramente aos nossos próprios recursos, pois aquelas interpretadas pelo Senhor devem ser consideradas como amostras, cada uma estabelecendo alguma verdade distinta, cada detalhe possuindo um significado. Em quarto lugar, é importante obter uma compreensão correta da própria representação parabólica, uma vez que fornece a base da instrução espiritual. Se não entendermos a alusão natural, não podemos dar uma exposição satisfatória da linguagem em que é estabelecida. Devemos também ter cuidado para que não estendamos a representação para além dos limites que ela pretendia ir. Essa representação se torna óbvia quando nos concentramos sobre a ideia principal da parábola e permitimos que os seus detalhes a OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

4


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

tornem mais distinta. A parábola não deve ser separada em partes, mas vista como um todo; todavia, não esqueça que cada detalhe contribui para a sua verdade central, não há um simples uso exagerado de palavras. Normalmente, o contexto deixa claro qual é o seu propósito e significado. Assim, a parábola do rei fazendo uma prestação de contas com os seus servos (Mateus 18:23) foi proferida em resposta à pergunta de Pedro no verso 21; a do rico insensato em Lucas 12 foi ocasionada por um espírito de cobiça por parte de quem desejava obter uma parte da herança de seu irmão. Aquelas em Lucas 15 foram a partir do que está relacionado em seus versos de abertura. As parábolas incidem sobre os aspectos mais fundamentais do dever e do comportamento, em vez de sobre os detalhes minuciosos desses. Como esclarecido acima, muito ensino errôneo é resultado da falta de atenção a essas regras simples. Assim, certos teólogos que são basicamente defeituosos a respeito da Expiação têm argumentado a partir da parábola do filho pródigo que, uma vez que nenhum sacrifício foi necessário para reconciliá-lo com o Pai ou fornecer acesso ao seio de Seu amor, Deus perdoa absolutamente, por pura compaixão. Mas isso é uma perversão clara da parábola, pois não é como um Pai, mas como justo Governador que Deus exige uma satisfação à Sua justiça. Igualmente há uma deturpação grave da graça do Evangelho, se entendermos a partir da parábola do servo incompassivo (Mateus 18:23-35) que a graça divina é sempre exercida aos homens sem um sacrifício propiciatório aceito por Deus, para reparação feita à Lei quebrada (Romanos 3:24). Essas parábolas nunca foram destinadas a ensinar o fundamento do perdão divino; é errado forçar qualquer parábola a mostrar todo um sistema de teologia. Alguns têm até mesmo extraído da passagem em que Cristo proíbe Seus discípulos de arrancarem o joio, um argumento contra a igreja local exercer uma disciplina tão rigorosa a ponto de desassociar membros heréticos ou desordenados, o que é refutado por Seu ensino em Apocalipse 2 e 3, onde essa frouxidão é severamente repreendida. Igualmente perigoso e desastroso é aquela interpretação que fez a parábola dos trabalhadores na vinha ensinar a salvação pelas obras. Uma vez que a parábola dá um notável exemplo da importância de nos atentarmos para as definições, faremos algumas observações sobre ela. Após a recusa do jovem rico a deixar tudo e seguir a Cristo, e Ele buscar inculcar aos Seus discípulos a solene advertência desta triste situação, Pedro disse: “Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?” (Mateus 19:22-27). O Senhor respondeu duplamente: a primeira parte, como a questão era legítima, declarando que tanto aqui e no futuro há abundante recompensa para aqueles que O seguiram (vv. 2829). Na segunda parte, nosso Senhor sondou o coração de Pedro, dando a entender que OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

5


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

por trás de sua pergunta havia uma disposição errada, uma ambição carnal que Ele tinha tantas vezes repreendido nos apóstolos, quando eles disputaram a respeito de qual deles seria o maior no reino e quem teria os primeiros assentos no mesmo. Havia um espírito mercenário agindo neles, pois consideravam que eles tinham reivindicações de retribuições mais elevadas do que outros, uma vez que eles foram os primeiros a deixar tudo e seguir a Cristo, aumentando assim a sua própria importância e deixando Jesus sob obrigações. Daí a parábola de Mateus 20:1-15, ser precedida pelas palavras: “Mas muitos que são primeiros serão últimos; e os últimos serão os primeiros”, e seguida por palavras semelhantes. Uma vez que não há espaço para duvidar que a parábola dos trabalhadores da vinha foi designada para ilustrar as palavras em Mateus 19:30 e 20:16, é claro que nunca foi destinada a ensinar o caminho da salvação, de modo que interpretá-la assim é perder completamente o seu objetivo. A intenção do Senhor evidentemente era inculcar aos Seus discípulos que a menos que eles mortificassem os males provenientes de seus corações, esses eram de tal caráter que roubariam todo valor da devoção mais antiga e prolongada, e que o último e mais breve serviço a Ele, em razão da ausência de autoafirmação, seria considerado digno aos Seus olhos de receber recompensa tanto quanto o primeiro. Além disso, Ele queria que soubessem que faria o que quisesse com aquilo que era Seu próprio, logo, eles não deveriam ditar os termos de serviço. Foi corretamente observado por Trench 1 em suas notas sobre essa parábola que um “acordo foi feito pelos primeiros trabalhadores contratados (20:2) antes de entrarem em seu trabalho, exatamente o acordo que Pedro quis fazer: “O que teremos?”; enquanto aqueles posteriormente envolvidos eram de um espírito mais simples, confiando que o senhor daria a eles tudo o que era correto e justo”. 18. Palavras com significados diferentes. Existem muitos termos nas Escrituras que não são de modo algum usadas de modo uniforme. Algumas têm diversos sentidos, outras têm significados variados de um modo geral. Isso não significa que elas são usadas de forma arbitrária ou caprichosa, menos ainda que isso visa confundir a mente dos simples. Às vezes, é porque o termo original é muito amplo para ser expresso por um único equivalente em português. Às vezes, ocorre em outra forma com ênfase. Mais frequentemente, são as várias aplicações que são feitas para vários objetos. Assim, é uma parte importante da tarefa do expositor delimitar essas distinções, e, ao invés de confundir, deixar claro cada sentido diferente e, assim, “manejar bem a palavra da verdade”. Assim, a palavra grega Paracleto é traduzida como “Consolador”, em relação ao Espírito, no Evangelho segundo 1

Pink faz referência a Richard Chenevix Trench (1807-1886), e seu livro: Notes on the parables of Our Lord [Notas sobre as parábolas de Nosso Senhor].

OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

6


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

João, mas como “Advogado” em relação a Jesus Cristo primeira epístola de João (2:1). Parece haver pouco em comum entre essas expressões, mas quando descobrimos que o termo grego significa: “pessoa chamada para o lado de alguém (para ajudar)”, a dificuldade é removida, e a verdade abençoada é revelada: o Cristão tem dois ajudantes divinos, Um prático e Um legal; Um dentro de seu coração e Um no Céu; Um ministra a ele, o Outro advoga por ele. A palavra grega diatheke ocorre trinta e três vezes; seu significado comum — como o hebraico berith — sendo “aliança”. Na Versão Autorizada é assim traduzida por vinte vezes, e como “testamento” por treze vezes. Ora, uma aliança, estritamente falando, é um contrato entre duas partes, uma prometendo fazer certas coisas mediante o cumprimento de certas condições pela outra parte; enquanto testamento é algo por meio do que alguém concede certos dons. Não parece haver nada em comum entre os dois conceitos, na verdade, são totalmente contrários. Mas nós acreditamos que nossos tradutores traduziram o termo corretamente em ambos os sentidos, embora nem sempre o fizeram felizmente; certamente deve ser “aliança” em 2 Coríntios 3:6 e Apocalipse 11:19. É justamente traduzido como “aliança” em Hebreus 8:6, e “testamento” em 9:15, pois ali é feito um testamento para ilustrar uma determinada correspondência entre a dispensação divina preparatória e a última. O testamento não se torna válido enquanto a pessoa está viva, ele só pode ter efeito após a sua morte. Hebreus 9:15-17, trata de uma disposição que mostra a maneira pela qual os homens obtêm uma herança através das riquezas da graça divina. Assim, em vez de usar syntheke, que expressa mais exatamente uma aliança, o Espírito Santo de modo proposital usa diatheke, que poderia ter uma dupla aplicação. Vejamos agora alguns exemplos em que a mesma palavra em português tem muitas variantes. Como nas palavras bem conhecidas do nosso Senhor: “Deixa que os mortos sepultem os seus mortos” (Mateus 8:22), assim a palavra “vemos” é usada em dois sentidos diferentes em Hebreus 2:8-9: “Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito... Vemos, porém, coroado de glória e de honra...”, onde primeiro faz referência ao que já havia sido exposto, e em segundo lugar, à percepção da fé. “Resgate” é por meio de poder, bem como por preço. Às vezes, Deus defendeu ou resgatou o Seu povo, destruindo os seus inimigos: Provérbios 21:18; Isaías 43: 4; Faraó e seus exércitos no Mar Vermelho. Muitos têm ficado grandemente perplexos com as aplicações notávelmente diferentes feitas quanto à palavra “carga” em Gálatas 6:2-5: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo... cada um levará o seu próprio fardo”. O primeiro tem em vista a carga de fraquezas do Cristão, que deve simpatizar em espírito de oração com seus irmãos e irmãs, e ajudá-los de modo prático. Este último tem referência à OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

7


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

responsabilidade individual, seu estado pessoal e destino, que ele mesmo deve cumprir, e que não pode ser transferido para outros. A palavra grega para o primeiro é “pesos”, ou fardos, os quais exigem uma mão amiga. Este último significa um “dever”, ou confiança imposta. O significado do termo “carne” parece ser tão óbvio que muitos consideram como um grande desperdício de tempo examinar as suas várias conexões na Escritura. Supõe-se rapidamente que a palavra é sinônimo de corpo físico, e por isso uma investigação cuidadosa não é feita. No entanto, na verdade, “carne” é usada nas Escrituras para incluir muito mais do que o aspecto físico do nosso ser. Lemos sobre a “vontade da carne” (João 1:13) e “as obras da carne” (Gálatas 5:19), algumas das quais são atos da mente. Somos proibidos de fazer provisão para a carne (Romanos 13:14), o que certamente não significa que devemos morrer de fome ou negligenciar o corpo. Quando se diz: “o Verbo se fez carne” (João 1:14), devemos entender que Ele tomou para Si toda uma natureza humana, consistindo de espírito (Lucas 23:46), alma (João 12:27) e corpo. “Nos dias da sua carne” (Hebreus 5:7) significa o tempo de Sua humilhação, em contraste com Sua presente exaltação e glória. Mais uma vez, o leitor mediano da Bíblia imagina que “o mundo” é equivalente a toda a raça humana, e, consequentemente, muitas das passagens na quais esse termo ocorre são mal interpretadas. Muitos também supõem que o termo “imortalidade” não exige qualquer exame crítico, concluindo que se refere à indestrutibilidade da alma. Mas nunca devemos presumir entender algo da Palavra de Deus. Se a concordância for consultada, será encontrado que “mortal” e “imortal” nunca são aplicados à alma do homem, mas sempre ao seu corpo. “Santo” e “santificar” representam em nossas Bíblias em português uma e a mesma palavra hebraica e grega no original, mas elas não são de modo algum usadas uniformemente, antes possuem uma variedade de abrangência e aplicação; daí as diversas definições dos homens. A palavra é de tal modo ampla que nenhum único termo em português pode expressá-la. Que significa mais do que “separado” é claro a partir do que é dito sobre o nazireu: “todos os dias da sua separação, ele é santo ao Senhor” (Números 6:8), dizer: “todos os dias da sua separação, ele é separado” seria uma tautologia sem sentido. Assim, sobre Cristo, está escrito: “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Hebreus 7:26), onde “santo” significa muito mais do que “separado”. Quando aplicada a Deus essa palavra indica a Sua majestade inefável (Isaías 57:15). Em muitas passagens expressa uma qualidade moral (Romanos 7:12; Tito 1:8). Em outras, refere-se à pureza (Efésios 5:26; Hebreus 9:13). Muitas vezes significa consagrar-se ou dedicar-se a Deus (Êxodo 20:11; João 17:19). Quando o termo é aplicado ao Cristão conota, em termos gerais: (1) a relação OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

8


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

sagrada com Deus, em cuja graça fomos levados a Cristo; (2) aquela bendita graça interior pelo qual o Espírito nos fez conhecer a Deus e nos capacitou a ter comunhão com Ele e (3) a vida transformada resultante disso (Lucas 1:75; 1 Pedro 1:15). A palavra “juízo” é outra que exige um verdadeiro estudo. Há julgamentos da boca de Deus que Seus servos devem fielmente declarar (Salmos 119:13), ou seja, toda a revelação da Sua vontade, a regra pela qual devemos andar e pelo que Ele ainda nos julgará. Esses “juízos” (Êxodo 21:1) são os decretos divinos que fazem conhecida a diferença entre certo e errado. Há também juízos da mão de Deus: “Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste” (Salmos 119:75). Esses são a disciplina graciosa que ele administra aos Seus filhos; enquanto aqueles que são o castigo aos iníquos (Ezequiel 5:15), são maldições judiciais e punições. Em algumas passagens a palavra “juízo” expressa o conjunto de providências de Deus, muitas dos quais são “um grande abismo” (Salmos 36:6) e “inescrutáveis” (Romanos 11:33) a qualquer mente finita, coisas que não devem ser esquadrinhadas por nós. Eles indicam o Seu governo soberano, pois “justiça e juízo são a base do Seu trono” (Salmos 97:2), semelhantemente a retidão da administração de Cristo (João 9:39). “Ele trará justiça [julgamento] aos gentios” (Isaías 42:1) intenciona a doutrina justa de Seu Evangelho. Em Judas 14 e 15 a referência é às operações solenes do último dia. “Ensina-me bom juízo e ciência” (Salmos 119:66), essa passagem consiste em um pedido por prudência, uma compreensão mais clara para aplicar o conhecimento de forma correta. “Fazer justiça e juízo” (Gênesis 18:19) significa sermos justos e equitativos em nossas relações.

Sola Scriptura!

Sola Gratia! Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

9


OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Facebook.com/ArthurWalkingtonPink Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.                                     

10 Sermões — R. M. M’Cheyne  Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a — Adoração — A. W. Pink John Flavel Agonia de Cristo — J. Edwards  Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston Batismo, O — John Gill  Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H. Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo Spurgeon Neotestamentário e Batista — William R. Downing  Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W. Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon Pink Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse  Oração — Thomas Watson Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a  Pacto da Graça, O — Mike Renihan Doutrina da Eleição  Paixão de Cristo, A — Thomas Adams Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos  Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards Cessaram — Peter Masters  Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural — Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da Thomas Boston Eleição — A. W. Pink  Plenitude do Mediador, A — John Gill Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer  Porção do Ímpios, A — J. Edwards Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida  Pregação Chocante — Paul Washer pelos Arminianos — J. Owen  Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon Confissão de Fé Batista de 1689  Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado Conversão — John Gill Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200 Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs  Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel  Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon  Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M. Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards M'Cheyne Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins  Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink  Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne  Sangue, O — C. H. Spurgeon Eleição Particular — C. H. Spurgeon  Semper Idem — Thomas Adams Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —  Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill, J. Owen Owen e Charnock Evangelismo Moderno — A. W. Pink  Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Excelência de Cristo, A — J. Edwards Deus) — C. H. Spurgeon Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon  Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J. Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink Edwards Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink  Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen Spurgeon  Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A — Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J. Jeremiah Burroughs Owen Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação  Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink dos Pecadores, A — A. W. Pink  Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R. Jesus! – C. H. Spurgeon Downing Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon  Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan Livre Graça, A — C. H. Spurgeon  Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield Claraval Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry  Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill no Batismo de Crentes — Fred Malone OEstandarteDeCristo.com 10 Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria


Facebook.com/ArthurWalkingtonPink

2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5 de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eternoOEstandarteDeCristo.com de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas 11 que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas. 2


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.