Como Observar o Dia do Senhor, por John Owen

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Como Observar o Dia do Senhor John Owen


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Traduzido do original em Inglês

“How to Observe the Lord’s Day” by John Owen A Summary Study and Paraphrase by D. Scott Meadows

Via: ReformedBaptistFellowship

Tradução por Camila Rebeca Almeida Teixeira Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Dezembro de 2016

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão do Ministério Reformed Baptist Fellowship, sob a licença Creative Commons AttributionNonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Como Observar o Dia do Senhor Por John Owen

[Um Estudo Resumido e Parafraseado por D. Scott Meadows]

John Owen (1616-1683) foi um dos maiores teólogos da era Puritana, e talvez, mesmo desde os apóstolos. Ele defendia a doutrina e prática do Dia do Senhor encontradas na Declaração de Fé e Ordem de Savoy, 1658 (Congregacional), a qual ele ajudou a escrever: Pelo desígnio de Deus, há uma lei da natureza que, em geral, uma proporção do tempo seja destinada ao culto a Deus; desta forma, em Sua Palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, válido a todos os homens em todas as eras, Deus particularmente nomeou um dia em sete para um descanso, para ser-Lhe santificado. Desde o início do mundo até a ressurreição de Cristo, foi o último dia da semana; e, a partir da ressurreição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, o que na Escritura é chamado de Dia do Senhor, e deve continuar até o fim do mundo como o Sabath Cristão; sendo abolida a observação do último dia da semana. Este Sabath é assim santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações, e ordenação os seus assuntos comuns de antemão, não apenas observam um santo descanso todo o dia a partir de suas próprias obras, palavras e pensamentos sobre suas ocupações e recreações mundanas; mas também dedicam todo o tempo em exercícios públicos e privados de Seu culto e nos deveres de necessidade e misericórdia (Savoy, Cap. 22, parágrafos 7 e 8). Esta linguagem é familiar aos Batistas Reformados porque a Confissão de Fé de Batista de Londres de 1689 diz exatamente a mesma coisa. A Confissão de Fé de Westminster (1646, Presbiteriana) também concorda com isso. Muitas objeções a esse consenso dos Cristãos Reformados sobre o Dia do Senhor têm incomodado as igrejas, e ainda incomodam. Owen e outros responderam com sólidos, acadêmicos e exegéticos tratados que têm resistido ao teste do tempo. Uma das calúnias mais populares contra a observância do Dia do Senhor é que ela é necessariamente legalista e opressora. O conselho de Owen sobre este assunto expõe OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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essa disputa. Muitos que estão menos familiarizadas com os escritos de Owen e outros puritanos podem se surpreender com a cautela com que advertem contra o legalismo e suplicam pela profunda espiritualidade em toda a vida Cristã, incluindo o Dia do Senhor. Se meu estudo abreviado e paráfrase do conselho de Owen trouxer diante dos Cristãos atuais uma nova consideração e apreciação que conduza a uma recuperação da sã doutrina e prática, serei grato. De coração, encorajo todos a lerem Owen por si mesmos, nas próprias palavras dele. Seu estilo de escrita pode ser desafiador, mas com a bênção do Senhor e esforço constante para entender o significado de Owen, a maioria poderá ser imensamente beneficiada. ***

“Como observar o Dia do Senhor”, por John Owen Desde que muitos têm escrito sobre as muitas especificidades desses deveres, apenas os citarei brevemente.1

Preparação na Noite de Sábado Necessidade. Estritamente falando, sábado à noite não é parte do Dia do Senhor, mas há boas razões para usá-lo como preparação. Porque Deus é grande e santo. Nós estamos prestes a ter comunhões especiais com Deus no Domingo. A reverência requer preparação especial para isso (Eclesiastes 5:1; Levítico 10:3). Deus não ama a nossa pressa em Sua presença sem a atitude correta (Hebreus 12:28-29). Não é suficiente mostrar reverência com os nossos corpos; devemos ter um espírito reverente. Porque somos distraídos e embaraçados por outras coisas. Mesmo aqueles que vivem para o Senhor durante toda a semana normalmente estão trabalhando em alguma vocação não-religiosa que ocupam grande parte de seus pensamentos. Os dias de trabalho podem nos dessensibilizar para as coisas de Deus. Ainda que devemos consagrar cada momento Fonte: The Works of John Owen, Vol. 18, Exercitation 6, “The Practical Observance of the Lord’s Day” (#1120) [Obras de John Owen, Vol. 18, Exercício 6, “A Observância Prática do Dia do Senhor” (# 11-20)]. 1

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e atividade a Deus, contudo muitos deles não são muito propícios à uma mentalidade celestial. Devemos orar sempre, mas há um benefício em uma oração especial e preparatória para o Dia do Senhor. Devemos livrar nossas mentes dos negócios seculares, terrenos, tanto quanto conseguirmos a cada sábado à noite. Se não tivermos muito cuidado com isso, estaremos despreparados para adorar como deveríamos no Domingo. A fidelidade no sábado promove bênção no domingo. Específicos. Eu ofereço três qualificações antes de minhas três diretrizes particulares. Qualificações Estas são intencionadas como diretrizes úteis, não regras estritas. Se você encontrar melhores maneiras de se preparar no sábado à noite para observar o Dia do Senhor, eu ainda alcançarei o meu propósito. Não estou dizendo que estes são ordens para o sábado à noite em particular, mas apenas que são ordens gerais, e que têm uma aplicação muito útil no sábado à noite. Se nós formos verdadeiramente incapazes de fazer essas coisas em um determinado sábado à noite, não devemos pensar que pecamos, mas apenas que perdemos uma boa oportunidade. Diretrizes: Meditação. Medite na majestade, santidade e grandeza de Deus. Lembre-se dEle como o Autor do nosso descanso sabático. Lembre-se de Sua obra que nos leva a celebrar as Suas ordenanças, especialmente a redenção por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Pondere na importância, razões e propósitos do Dia do Senhor que está chegando. Reflita sobre seus santos privilégios, benefícios e deveres. Uma compreensão completa dessas coisas nos ajuda a valorizá-las mais do que aqueles que simplesmente sabem que o domingo é um tempo sagrado. A meditação voluntária sobre Deus e Seu amor como esta nos liberta para adorar em nosso melhor sem distração. Súplica. Ore especificamente sobre os deveres do Dia do Senhor. A oração é a preparação para cada dever. A oração é a principal maneira de expressar a dependência de Deus em Cristo. A oração é necessária para levar nossos corações a um sentimento de nossa própria OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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miséria espiritual e nossa necessidade desesperada da graça de Deus. Um período de oração antes do Dia do Senhor é um meio indispensável para maior bênção. Devemos agradecer a Deus e celebrar a Sua bondade ao nos dar este dom. Além de ação de graças, ofereça petições por duas coisas principais. 1) Pela graça de temê-lo e deleitar-se em Sua adoração, por vir a Ele com humildade, amor, alegria e paz, e para remediar nossos defeitos de insuficiente diligência, firmeza e disciplina mental. 2) Pela remoção dos males que nos prejudicam na adoração, como as tentações de Satanás, distrações mentais e ofensas contra pessoas e coisas, pecados estes que impedem a verdadeira adoração (Romanos 8:26-27). Instrução. O dever de ensinar os familiares sobre como adorar o verdadeiro Deus, cai especialmente sobre as suas cabeças, como vemos no elogio de Deus a Abraão (Gênesis 18:19). Os chefes de família devem instruir periodicamente as suas famílias sobre como guardar o Dia do Senhor. Negligenciar isso tem levado primeiro à mera formalidade e, depois, à negligência completa do Dia do Senhor.

Observância no Domingo Em público. A observância pública é a principal. As observâncias privadas são secundárias, seja por um indivíduo ou uma família. Deveres públicos. Devemos atender e executar todas as partes do culto solene ordenadas por Deus para as santas congregações, precisamente obedecendo a Sua vontade revelada nas Escrituras. Uma finalidade deste dia é dar glória a Deus. É por isso que Ele nos deu ordens e deveres específicos. Sem estes, poderíamos nos tornar inovadores na adoração, mas isso ofenderia a Deus. Portanto, Ele declarou plenamente o que e como devemos fazer para a adoração no Dia do Senhor, de modo que seja aceitável a Ele e O glorifique. Não é meu propósito pormenorizar todas as partes bíblicas sobre o culto da igreja, mas eu gostaria de oferecer alguns conselhos gerais. Prefira o culto solene e público ao culto privado. Normalmente, estes não precisam se interferir, mas se o fizerem, devemos escolher o culto público, porque é uma das principais razões que Deus separou o Dia do Senhor como Seu. Erram aqueles que negligenciam o culto público desnecessariamente, mesmo que seja para frequentar o culto individual ou

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familiar, pois estão estabelecendo sua própria escolha e desejos contra a sabedoria e autoridade de Deus. Prefira igrejas onde possamos cumprir melhor os propósitos bíblicos do Dia do Senhor, desde que você não viole outros aspectos da ordem divinamente designada. É legítimo buscar as melhores ajudas para nossa fé e obediência. Devemos usar os meios mais apropriados para o nosso crescimento na luz espiritual, conhecimento e graça. Adore com reverência, seriedade, ordem, diligência e atenção. Essas características internas da adoração verdadeira são muito importantes, embora não possamos fazer digressões para explicá-las e defendê-las aqui. Auxílios aos deveres públicos. Ao dedicar um dia inteiro ao culto de Deus, devemos ter cuidado com os problemas comuns que podem minar sua utilidade espiritual. Acautele-se de fazer o culto público durar tanto tempo de modo que até mesmo os piedosos fiquem enfadados e cansados dele. Deve-se levar em conta duas coisas: 1) A capacidade limitada de alguns, seja através de fraqueza física ou até mesmo de uma certa falta de vontade. Um pastor sábio preferiria permitir que ovelhas mais fortes ficasse aquém de sua edificação máxima do que obrigar as ovelhas mais fracas a acompanharem o ritmo delas, arruinando assim os fracos. Seria melhor se tivéssemos muitas pessoas dizendo que os cultos da igreja eram muito curtos do que ter alguns adoradores sinceros que realmente são desencorajados por serem sobrecarregados e, portanto, não obter nada através de reuniões prolongadas. Sêneca disse sobre um grande orador: “Temíamos se ele iria terminar”. Os pregadores devem avaliar tal brevidade. 2) Também leve em conta a lâmina das afeições religiosas das pessoas. Nós devemos afiá-la, e o tédio irá embotá-la e arruinála. Use refrigérios físicos para que possamos nos sentir fortes e bem em nossa adoração. Deus não exige jejum e perda de peso neste dia. A lei do Antigo Testamento contra cozinhar alimentos não é uma exigência para a nossa observância do Dia do Senhor. Isso equivocadamente reintroduziria o sábado do sétimo dia restritamente e imporia aos Cristãos a Lei e o espírito da Antiga Aliança. No entanto, alguns princípios básicos devem ser lembrados: 1) Não prepare ou coma refeições quando você deveria estar participando na adoração pública. 2) Sempre pratique o autocontrole para que você não comece a pecar, e para que não perca a atenção devido a uma barriga cheia. 3) Tenha cuidado para comer OEstandarteDeCristo.com Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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e beber com sobriedade e pureza moral. Devemos fazer isso sempre, logo ninguém deve considerar isso como pesado no Dia do Senhor. Esforce-se arduamente para tornar este dia espiritualmente benéfico. Este tipo de esforço não é apenas lícito no Dia do Senhor, mas exigido como parte de sua observância. Os cochilos não são uma parte religiosa do Dia do Senhor, exceto quando nos ajudam a cumprir os seus deveres. Mesmo viagens longas são permitidas se necessário para participar de uma boa igreja ou cumprir qualquer outra obrigação do Dia do Senhor. Todas as dores e trabalhos no Dia do Senhor são lícitos se nos ajudarem a guardá-lo como devemos. Um homem pode agradar a Deus viajando muito neste dia, enquanto outro pode estar pecando ao fazê-lo. Faça obras de caridade e necessidade. Visite o doente. Alivie os pobres. Ajude os aflitos. Resgate pessoas ou mesmo animais que estejam perecendo. Alimente o seu gado. Todos nós sabemos que essas coisas são legítimas no Dia do Senhor, e muitos têm escrito para defendê-las. Tenha cuidado com esportes e recreações. O bom senso sobre isso no domingo é encontrado na legislação antiga dos imperadores e nações. Podemos resumir os melhores sentimentos ao lembrá-lo de que o Dia do Senhor deve ser cheio de alegria nEle para que Ele possa ser louvado e glorificado. Em privado. Tenha em mente esses três princípios simples: 1) O tempo para o desempenho dos deveres religiosos individuais e familiares deve ser antes ou depois da igreja. 2) A observância do Dia do Senhor em privado inclui oração, leitura da Bíblia, meditação e ensino após a igreja. 3) Considere a consciência, habilidade e oportunidade de cada pessoa. A Deus seja a glória somente! Ω

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2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5 de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas OEstandarteDeCristo.com que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se 10 Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas. 2


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