O Significado de Kosmos em João 3.16, Apêndice III, A Soberania da de Deus, por A. W. Pink

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O Significado de

“Kosmos” em João 3:16 A. W. Pink


Traduzido do original em Inglês

Appendix III - The Meaning of “Kosmos” in John 3:16 By A. W. Pink

Via: EternalLifeMinistries.org

Tradução por Timóteo Werner Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Maio de 2016

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

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O Significado de “Kosmos” em João 3:16 Por Arthur W. Pink

[Livro “A Soberania de Deus” • Apêndice III]

Pode parecer para alguns de nossos leitores que a exposição que demos de João 3:16 no capítulo sobre “Dificuldades e Objeções” é forçada e antinatural, porquanto que não parece fazer sentido a nossa definição do termo “mundo” e aparenta estar fora de harmonia com o significado e o alcance desta palavra em outras passagens, onde, fornece uma definição de “mundo” como sendo o mundo dos crentes (os eleitos de Deus). Muitos diriam a nós: “Certamente, ‘mundo’ significa mundo, isto é, você, eu e todo mundo”. Em resposta diríamos: Sabemos por experiência própria o quão difícil é pôr de lado as “tradições dos homens” e chegar a uma passagem que temos ouvido ser explanada de certa maneira por tantas vezes e estudá-la cuidadosamente por nós mesmos sem inclinações. No entanto, isso é essencial se quisermos entender a mente de Deus. Muitas pessoas supõem que já conhecem o simples significado de João 3:16, e, portanto, eles concluem que nenhum estudo diligente é requerido delas para descobrir o ensino preciso deste verso. Desnecessário dizer que tal atitude impede a entrada de qualquer luz adicional que poderiam obter sobre a passagem. No entanto, se alguém pegar uma Concordância e ler cuidadosamente as várias passagens em que o termo “mundo” (como tradução de “kosmos”) ocorre, ele vai perceber rapidamente que verificar o significado preciso da palavra “mundo” em tais passagens não é tão fácil como é popularmente suposto. A palavra “kosmos”, e sua palavra equivalente em Português “mundo”, não é usada com um significado uniforme no Novo Testamento. Muito longe disso. Ele é utilizado em um grande número de maneiras diferentes. Abaixo, vamos nos referir a algumas poucas passagens onde este termo ocorre, sugerindo uma tentativa de definição em cada caso: 1. “Kosmos” é usado para o Universo como um todo: Atos 17:24: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra”. 2. “Kosmos” é usado para significar a Terra: João 13:1; Efésios 1:4, etc, etc: “Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo

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para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”. “Passar deste mundo” significa, deixar esta terra. “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo”. Esta expressão significa: antes da terra ser fundada — Compare com Jó 38:4, etc. 3. “Kosmos” é usado para o sistema do mundo: João 12:31 etc. “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” — Compare com Mateus 4:8 e 1 João 5:19. 4. “Kosmos” é usado para toda a raça humana: Romanos 3:19, etc: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus”. 5. “Kosmos” é relativo à humanidade, menos aos crentes: João 15:18; Romanos 3:6: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim”. Os crentes não “odeiam” a Cristo, então “o mundo” aqui deve significar o mundo de descrentes em contraste com os crentes que amam a Cristo. “De maneira nenhuma; de outro modo, como julgará Deus o mundo?”. Aqui é outra passagem onde “o mundo” não pode significar “você, eu, e todo mundo”, pois os crentes não serão “julgados” por Deus — Veja João 5:24. De modo que, também aqui, só pode ser o mundo de descrentes que é apresentado. 6. “Kosmos” é usado para os gentios em contraste com os judeus: Romanos 11:12 etc: “E se a sua (Israel) queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua (Israel) plenitude!”. Note como a primeira cláusula em destaque é definida pela última cláusula colocada destacada. Aqui, mais uma vez, “o mundo” não pode significar toda a humanidade porque assim excluiria Israel! 7. “Kosmos” é usado somente para crentes: João 1:29; 3:16-17; 6:33; 12:47; 1 Coríntios 4:9; 2 Coríntios 5:19. Deixamos nossos leitores se voltarem para estas passagens, pedindo-lhes que anotem, cuidadosamente, exatamente o que é dito e relacionado com “o mundo” em cada passagem. Assim, será visto que “kosmos” tem pelo menos sete significados diferentes e claramente definidos no Novo Testamento. Pode-se perguntar: então Deus usou uma palavra assim

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para confundir e embaraçar aqueles que leem as Escrituras? Nós respondemos: Não! Nem escreveu Sua Palavra para pessoas preguiçosas que são demasiadamente lentas ou demasiadamente ocupadas com as coisas deste mundo, ou, como Marta, tão ocupadas em “servir”, eles não têm tempo e nem coração para “examinar” e “estudar” as Sagradas Escrituras! Deve ser perguntado depois: Mas o que um examinador das Escrituras faz para saber qual dos significados acima, sobre do termo “mundo”, é relativo às passagens dadas? A resposta é: Isto pode ser determinado por um estudo cuidadoso do contexto, notando diligentemente o que é pressuposto por “o mundo” em cada passagem e em intensa oração, consultando outras passagens paralelas àquela que está sendo estudada. O principal assunto de João 3:16 é Cristo como o Dom de Deus. A primeira cláusula nos diz pelo que Deus foi movido a “dar” Seu Filho unigênito, que foi Seu grande “amor”; a segunda cláusula nos informa para quem Deus “deu” Seu Filho, e foi para “todo aquele (ou, melhor, ‘cada um’) que crê”; enquanto a última cláusula faz conhecida o porquê Deus “deu” Seu Filho (Seu propósito), e que é, para que todo aquele que crê “não pereça, mas tenha a vida eterna”. Que “o mundo” em João 3:16 refere-se ao mundo dos crentes (os eleitos de Deus), e a contraposição ao “mundo dos ímpios” (2 Pedro 2:5) é estabelecido, inequivocamente estabelecido, através de uma comparação das outras passagens que falam do “amor” de Deus. “Deus prova o seu próprio amor para CONOSCO” — os santos, Romanos 5:8. “Porque o Senhor corrige a quem ama” — todo filho, Hebreus 12:6. “Nós o amamos porque ele NOS amou primeiro” — os crentes, 1 João 4:19. Deus se “compadece” dos ímpios (veja Mateus 18:33). Aos ingratos e maus, Deus é “benigno” (veja Lucas 6:35). Os vasos de ira, Deus suporta “com muita paciência” (ver Romanos 9:22). Mas “aos Seus”, Deus “ama”!!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne Adoração — A. W. Pink Agonia de Cristo — J. Edwards Batismo, O — John Gill Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo Neotestamentário e Batista — William R. Downing Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina da Eleição Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos Cessaram — Peter Masters Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da Eleição — A. W. Pink Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida pelos Arminianos — J. Owen Confissão de Fé Batista de 1689 Conversão — John Gill Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne Eleição Particular — C. H. Spurgeon Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A — J. Owen Evangelismo Moderno — A. W. Pink Excelência de Cristo, A — J. Edwards Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah Spurgeon Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A — Jeremiah Burroughs Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação dos Pecadores, A — A. W. Pink Jesus! – C. H. Spurgeon Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon Livre Graça, A — C. H. Spurgeon Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

 Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a — John Flavel  Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston  Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H. Spurgeon  Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W. Pink  Oração — Thomas Watson  Pacto da Graça, O — Mike Renihan  Paixão de Cristo, A — Thomas Adams  Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards  Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural — Thomas Boston  Plenitude do Mediador, A — John Gill  Porção do Ímpios, A — J. Edwards  Pregação Chocante — Paul Washer  Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon  Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200  Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon  Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon  Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M. M'Cheyne  Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer  Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon  Sangue, O — C. H. Spurgeon  Semper Idem — Thomas Adams  Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill, Owen e Charnock  Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) — C. H. Spurgeon  Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J. Edwards  Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen  Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J. Owen  Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink  Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R. Downing  Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan  Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de Claraval  Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

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Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4

encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5

de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 9


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