Orgulho, por Anne Dutton

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ORGULHO ANNE DUTTON


Traduzido do original em Inglês

Anne Dutton's Letters on Spiritual Subjects • This monster, pride — this hellish sin By Anne Dutton

Via: GraceGems.org

Tradução por Camila Almeida Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Julho de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

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Orgulho Por Anne Dutton

[Cartas de Anne Dutton Sobre Temas Espirituais • This monster, pride — this hellish sin]

Caro Senhor, Como o orgulho é um pecado que habita e opera em todos os Cristãos neste mundo, que todos nós, então, como servos de Cristo, confiando nEle — nosso Mestre vitorioso, perdoador do pecado, subjugador do pecado, e doador de graça — vigiemos e nos oponhamos sempre que o inimigo atacar ferozmente. 1. O pecado do orgulho é o filho da incredulidade. O orgulho brota de uma descrença em Deus ser o que Ele é, em Sua imensa e essencial glória, em Sua infinita, não-derivada, toda-abrangente, incompreensível autossuficiência; e de um vão conceito da criatura ser o que de fato não é — que a criatura é algo independente de Deus. Considerando que, sem a Sua mão que a tudo auxilia e supre, em breve a criatura afundaria diante de seu primeiro nada, e seria, como é em si, um mero vazio, menos do que nada, e vaidade. 2. Este pecado do orgulho transformou miríades de anjos de luz em legiões de demônios sombrios, e, por isso, eles foram lançados para baixo do Céu ao abismo do Inferno. 3. O orgulho foi o pecado que derrubou Adão, e nele toda a sua posteridade, até o último, a partir da altura da excelência criada, natural e principesca, em uma profundidade insondável de escravidão espiritual, e mero deserto de miséria eterna. 4. O orgulho é um pecado pelo qual toda a lei de Deus, em cada um dos seus Dez Mandamentos, é quebrada. 5. Este pecado do orgulho, enquanto brota da incredulidade no Evangelho, é diretamente oposto ao Evangelho de Cristo. O orgulho rejeita o Salvador, no todo ou em parte, e gostaria de rivalizar com Ele, em condições de extrema vaidade, contra o Senhor da glória. O orgulho gostaria de roubar o Salvador de Sua coroa de valor inestimável, o Qual morreu no lugar do pecador, para erguê-lo da morte para a vida eterna, e gostaria de assentar-se com Ele em Seu elevado e eteno trono. Sim, o orgulho é diretamente contrário ao grandioso propósito de Deus, o Pai, no Evangelho, que é, fazer para Si um nome eterno, desvelar as

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riquezas da Sua livre graça, no todo e em todas as partes da salvação e bem-aventurança de um pecador, para o louvor eterno de Sua própria glória. Mas o orgulho — orgulho horrível — não suportará que o Senhor receba toda a glória da Sua graça salvadora, de Sua livre, rica, graça sem limites, mas estabelece o miserável eu no lugar de Jeová, para anular, tanto quanto pudesse, o propósito da eternidade de salvação de pecadores, e da glorificação de Deus! O orgulho estabelece a criatura como um cooperador com o Criador; uma criatura temporal, um mero nada, a igualar-se ao nível do eterno EU SOU! Sim, o orgulho exclui a Deus — o Deus eterno — e dá a um homem, o eterno trono essencial de Jeová, e da altura da insolência, diz: “EU SOU! E não há ninguém além de mim”. 6. O orgulho faz da criatura — o homem, apesar de novamente criado em Cristo, segundo a imagem de Sua pureza, e, como tal, tendo consigo uma nova impressão de glória Divina — algo mui contrário ao Santo Jesus, o Qual em eminência e excelência a tudo excede, era manso e humilde! 7. O orgulho faz com que um membro de Cristo leve sobre si a horrível imagem do Diabo! Nada dá um tal semblante infernal a um espírito de inclinação celestial quanto o pecado do orgulho, a semente da antiga serpente, a abominação infernal. 8. Este pecado do orgulho, o primogênito da incredulidade, como brota a partir dela, e viver nela como um ramo seu e na vida da raiz, é um monstro grávido que contém em si mesmo e é fértil para dar à luz a uma plenitude de todo o pecado. 9. Nada como o pecado do orgulho nos incapacita para o serviço Divino. Ele nos torna incapazes, na medida em que prevalece, de qualquer serviço aceitável a Deus ou ao homem. 10. Esse pecado de orgulho, semelhante a um dragão, está pronto, com a boca aberta, para devorar cada nascimento celeste, logo após o parto. E ele destruiria eficazmente todos os frutos dos santos, os quais, pela fé, eles trazem para Deus por meio de Cristo, tão logo eles surgem, se eles não fossem apanhados instantaneamente com a mão como a do Deus todo-poderoso sobre o trono da graça, para garantia da alegria e glória Sua e de Seu povo. 11. O orgulho é aquela abominação vil que o Senhor odeia, e o que Ele não permitirá naqueles a quem Ele ama. Este pecado do orgulho, se o coração não é profundamente humilhado por causa dele, e se não se arrepender sinceramente, irá trazer abaixo, sobre os filhos de Deus, os Seus castigos paternais, severamente. 12. Este pecado do orgulho é um ladrão, pois rouba de Deus a honra que deveria ser dada

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a Ele por Seu povo se humilde, e daquela alegria que Ele tem na humildade deles. O orgulho também rouba os crentes de sua alegria e consolo presentes. 13. O orgulho é um pecado que milita diretamente contra toda a glória Divina, ao ser exibido e consentido. O orgulho afasta o seu olho altivo daquela exibição ilustre da glória de Deus o Pai na eleição, do Filho de Deus na redenção, e de Deus, o Espírito Santo, no chamado eficaz, e assim frustra, tanto quanto pode, o grande propósito do Deus da glória, que em e por meio desta demonstração resplandecente deve fazer-nos mansos e humildes para que possamos ser felizes aqui e no futuro, ao sermos santos. O orgulho não nos permitirá dar ao Senhor, em qualquer um desses aspectos, a glória devida ao Seu nome. Ele rouba a Deus, bem como o Seu povo, e, roubando-lhes, destina a roubar-Lhe. Este horrível pecado do orgulho fará os amigos do Senhor comportarem-se como Seus inimigos, sim, lutarem contra Ele com Suas próprias misericórdias, e até mesmo com as Suas mais livres, mais ricas misericórdias, atuando com as maiores hostilidades. Este monstro, o orgulho — esse pecado infernal — excitará um homem a odiar a Deus por Seu grande amor, ferir a Sua honra, perfurar o Seu coração, esfaquear até a morte a Sua vida infinita, por meio desses favores preciosos que ele transforma nos mais agudos punhais, os quais, em Sua imensa generosidade, Ele concede ao mais indigno, e com o que Ele coroa, para a vida e glória imortal, os súditos mais rebeldes, que, por atos renovados de inimizade, merecem morrer contínua e eternamente. 14. O orgulho é um pecado tão abominável que nenhuma língua ou pena pode expressar uma milésima parte de sua culpa agravada. Ninguém, senão o Senhor Deus, em Seu entendimento infinito, pode sondar a imensa profundidade desta grande iniquidade. Então, se o orgulho é tão grande pecado, e tem em si uma tal plenitude de malignidade contra Deus e o homem, não admira que o povo de Deus seja tentado a ele por Satanás, que odeia a Deus, que nos odeia. Daí podemos aprender a admirar a infinita sabedoria e amor de Deus, que concebeu e forneceu um caminho, por meio da e através da morte de Seu Filho unigênito, para salvar o Seu povo deste abominável pecado — para salvá-los do seu domínio aqui, pela graça — e de sua própria existência futuramente, na glória. Admiremos, portanto, o poder invencível do favor de Jeová, em que Ele não lança fora os Seus servos escolhidos de seus serviços designados, embora o orgulho que provoca a Deus apareça nas melhores realizações deles. Nós somos sempre maravilhados com aquela graça incomensurável que perdoa esta grande iniquidade, e que continua a nos amar livremente, não obstante, pela mais preciosa misericórdia do Senhor, nós retribuímos em inimizade!

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A partir disso, aprendemos o infinito mérito do sangue do Redentor que expiou esse pecado de uma culpa infinita, e reconciliou tais “filhos do orgulho”, com um Deus infinitamente santo, e que nos purifica continuamente das sujas máculas desta iniquidade profundamente manchada. E que as maravilhas sem fim golpeiem os nossos corações para a elevação dos louvores, e por eras eternas, em e pela graça onipotente do Espírito Santo — Quem começou a destruição do orgulho em nós, e irá consumá-lo para a perfeição da nossa alma, e plena, eterna alegria e glória. Se o orgulho é uma tão grande iniquidade, Choremos por causa dele amargamente; Humilhemo-nos diante de Deus, por causa dele, profundamente; Lavemo-nos na estabelecida fonte aberta, instantaneamente; E supliquemos perdão e graça subjugadora constantemente. Novamente, se o orgulho é um pecado tão abominável, que tomemos posição com toda a nossa força contra ele, ou antes, que nos oponhamos a ele e o destruamos; sejamos fortes no Senhor e na força do Seu poder. E já que não conseguimos servir a Deus como gostaríamos e deveríamos, neste mundo, enquanto este sutil pecado poderoso opera dentro de nós, anelemos por aquelas alegrias mais nobres dos santos na glória; onde nem por orgulho, nem por qualquer outro pecado, desonraremos, feriremos, nem entristeceremos o nosso grande e bom Deus, o Deus da graça e amor, nunca mais, para sempre. A benevolência dAquele que habitava na sarça esteja com você, e que você prospere excessivamente, até que o tempo se desvaneça em glória eterna. Amém!

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide! Solus Christus! Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne Adoração — A. W. Pink Agonia de Cristo — J. Edwards Batismo, O — John Gill Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo Neotestamentário e Batista — William R. Downing Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina da Eleição Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos Cessaram — Peter Masters Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da Eleição — A. W. Pink Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida pelos Arminianos — J. Owen Confissão de Fé Batista de 1689 Conversão — John Gill Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne Eleição Particular — C. H. Spurgeon Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A — J. Owen Evangelismo Moderno — A. W. Pink Excelência de Cristo, A — J. Edwards Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah Spurgeon Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A — Jeremiah Burroughs Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação dos Pecadores, A — A. W. Pink Jesus! – C. H. Spurgeon Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon Livre Graça, A — C. H. Spurgeon Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

 Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a — John Flavel  Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston  Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H. Spurgeon  Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W. Pink  Oração — Thomas Watson  Pacto da Graça, O — Mike Renihan  Paixão de Cristo, A — Thomas Adams  Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards  Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural — Thomas Boston  Plenitude do Mediador, A — John Gill  Porção do Ímpios, A — J. Edwards  Pregação Chocante — Paul Washer  Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon  Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200  Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon  Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon  Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M. M'Cheyne  Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer  Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon  Sangue, O — C. H. Spurgeon  Semper Idem — Thomas Adams  Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill, Owen e Charnock  Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) — C. H. Spurgeon  Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J. Edwards  Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen  Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J. Owen  Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink  Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R. Downing  Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan  Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de Claraval  Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica no Batismo de Crentes — Fred Malone

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Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria


2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4

encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5

de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 9


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