Sermão Nº 1024, O Trono da Graça, por Charles Haddon Spurgeon

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Traduzido do original em Inglês

The Throne Of Grace — Sermon Nº 1024 The Metropolitan Tabernacle Pulpit — Volume 17 By C. H. Spurgeon

Via SpurgeonGems.org Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.

Tradução por William Teixeira Revisão e Capa por Camila Almeida

1ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons AttributionNonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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O Trono da Graça (Sermão Nº 1024) Pregado na manhã do Dia do Senhor, 19 de novembro de 1871. Por C.H. Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.

“O Trono da Graça.” (Hebreus 4:16) Estas palavras são encontradas embutidas neste verso gracioso: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”. Elas são uma joia engastada em ouro; a verdadeira oração é uma aproximação da alma, através do Espírito de Deus, ao trono de Deus; não é a pronunciação de palavras. Não é somente o sentimento de desejos; é a progressão dos desejos a Deus, a aproximação espiritual de nossa natureza ao Senhor nosso Deus. A verdadeira oração não é um mero exercício mental, nem uma performance vocal, mas é muito mais profunda do que isso, é a transação espiritual com o Criador do Céu e da Terra. Deus é Espírito invisível aos olhos mortais, e apenas pode ser percebido pelo homem interior, o nosso espírito dentro de nós, gerado pelo Espírito Santo em nossa regeneração, discerne o Grande Espírito, comunga com Ele, Lhe dirige seus pedidos e recebe dEle respostas de paz. É um negócio espiritual do começo ao fim; sua intenção e objetivo final não é para o homem, mas achegar-se a Deus. Para tal oração, é necessária a obra do Espírito Santo; se a oração fosse de lábios somente, nós precisaríamos apenas da respiração em nossas narinas para orar; se a oração fosse de desejos somente, muitos excelentes desejos são facilmente sentidos, até mesmo por homens naturais; mas quando é o desejo espiritual e a comunhão espiritual do espírito humano com o Grande Espírito, o Espírito Santo deve estar presente em absoluto! Ele deve dar-lhe sua vida e poder, ou então, a verdadeira oração nunca será apresentada; a coisa oferecida a Deus usará o nome e terá a forma, mas a vida interior de oração estará muito longe disso. Além disso, é claro a partir da coleção do nosso texto, que a interposição do Senhor Jesus Cristo é essencial à oração aceitável; como a oração não será verdadeiramente oração sem o Espírito de Deus, assim ela não será uma oração que prevalece sem o Filho de Deus! Ele, o grande Sumo Sacerdote que deve ir além do véu por nós; não, através de Sua Pessoa crucificada o véu deve ser inteiramente retirado! Até então, nos encontramos afastados do Deus Vivo. O homem ou a mulher que, apesar do ensino da Escritura, tenta orar sem um Salvador insulta a Divindade, e aquele que imagina que seus próprios desejos naturais, chegando diante de Deus sem estarem aspergidos com o precioso sangue serão um sacrifício aceitável diante de Deus, comete um erro! Ele não trouxe uma oferta que Deus

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pode aceitar mais do que se tivesse golpeado o pescoço de um cão, ou oferecido um sacrifício impuro. Operada em nós pelo Espírito, apresentada por nós, por meio do Cristo de Deus, a oração torna-se poder diante do Altíssimo, somente assim e de nenhuma outra maneira. Por ordem, queridos amigos, para que eu possa despertar-vos à oração, nesta manhã, e para que suas almas possam ser levadas a aproximarem-se do trono da graça, eu propus tomar estas poucas palavras e tratá-las como Deus me habilitará. Vocês têm começado a orar; Deus começou a responder; esta semana tem sido muito memorável na história desta Igreja. Números maiores do que nunca de uma só vez vieram à frente para confessar a Cristo como nítida resposta às súplicas do povo de Deus, como se a mão do Altíssimo tivesse sido vista estendida do Céu entregando a nós as bênçãos que pedimos! Agora, vamos continuar em oração, sim, vamos reunir forças em intercessão, e quanto mais conseguirmos, mais zelosos sejamos para que tenhamos mais e mais êxito! Não nos deixemos estreitados em nossos próprios corações, uma vez que não está estreitado em nosso Deus. Este é um bom dia, e um tempo de boas novas; e vendo que temos ouvido do Rei, estou mui ansioso que devemos falar com Ele por milhares de outros, para que eles também, em resposta às nossas súplicas, possam ser trazidos para perto de Cristo. Na tentativa de explorar o texto nesta manhã, vou abordá-lo assim: Em primeiro lugar, aqui está um trono; em seguida, em segundo lugar, aqui está a graça; então vamos colocar os dois juntos, e vamos ver a graça em um trono; e colocá-los juntos em uma outra ordem, veremos a soberania manifestando a si mesma, e resplandecente em graça.

I. O texto fala de um trono: “O trono da graça”. Deus deve ser visto em oração como nosso Pai; que é o aspecto mais querido por nós, mas não devemos considerá-lO como se Ele fosse como nós somos, pois o nosso Salvador tem qualificado a expressão: “Pai Nosso”, com as palavras, “que estás no Céu”. E junto aos calcanhares deste nome condescendente, a fim de nos lembrar de que nosso Pai ainda é infinitamente superior a nós, Ele nos manda dizer: “Santificado seja o teu nome, venha o teu reino”, de modo que nosso Pai ainda deve ser considerado como um Rei. E na oração não só chegamos aos pés de nosso Pai, mas também ao trono do Grande Monarca do Universo! O Propiciatório é um trono, e não podemos esquecer disso; e a oração deve ser sempre considerada por nós como uma entrada nos tribunais da realeza do Céu; se queremos nos comportar como devem os cortesãos, na presença de uma ilustre majestade, então não estamos em perda por conhecermos o espírito correto em que devemos orar. Se na oração, chegamos a um trono, é claro que o nosso espírito deve, em primeiro lugar, ser reverente e humilde; espera-se que o assunto levado ao Rei manifeste homenagem e honra. Os orgulhosos que não reconhecem o Rei, os traidores que se rebelam contra a Soberana Vontade devem, se forem sábios, evitar

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qualquer aproximação ao trono. Deixe o orgulho morder o meio-fio a uma distância; deixe a traição espreitar pelos cantos, pois apenas a reverência humilde pode vir diante do Rei, quando Ele senta vestido com Suas vestes de majestade. Em nosso caso, o rei diante do qual chegamos é o mais alto de todos os monarcas, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores! Imperadores são apenas as sombras de Seu poder imperial; eles se denominam reis por direito Divino, mas que direito Divino eles têm? O senso comum ri e escarnece de suas pretensões! Só o Senhor tem direito Divino, e a Ele somente o Reino pertence! Ele é o Bendito e único Soberano. Aqueles são apenas reis nominais, são levantados, e colocados pela vontade dos homens, ou pelo decreto da providência, mas Ele é, sozinho, o Senhor, o Príncipe dos reis da terra: “Ele não se senta em um trono precário, Nem permite que seja emprestado.” Meu coração, não se esqueça de prostrar-se em tal presença; se Ele é tão grande, coloque a boca no pó diante dEle, pois Ele é mais poderoso do que todos os reis! Seu trono tem influência em todos os mundos! O Céu obedece alegremente; o inferno treme da Sua carranca; e a terra é obrigada a prestar-Lhe homenagem voluntária ou involuntariamente. Seu poder edifica ou destrói! Criar ou esmagar, tanto um quanto outro é muito fácil para Ele! Alma minha, certifique-se de que quando você se aproxima do Onipotente, que é como um fogo consumidor, você tire os sapatos, e adore-O com mais humildade. Além disso, Ele é o mais Santo de todos os reis; Seu trono é o grande Trono Branco, imaculado e claro como cristal. “Os céus não são puros diante dele, e aos seus anjos atribui loucura” [Jó 15:15; 4:18]; e tu, uma criatura pecadora, com que humildade deve se aproximar de Deus? Familiaridade pode haver, mas não deixe que seja ímpia; ousadia deve haver, mas não deixe que seja impertinente. E lembre-se você está na terra, e Ele nos céus; você ainda é um verme da terra, uma criatura esmagada pela traça, e Ele é o Eterno; antes que os montes nascessem Ele era Deus, e se todas as coisas criadas devem passar de novo, ainda assim Ele é o mesmo! Meus irmãos e irmãs, eu tenho medo de que não nos curvemos como deveríamos diante da Majestade Eterna; mas a partir de agora, vamos pedir ao Espírito de Deus para colocar-nos em um bom estado de espírito, para que cada uma de nossas orações seja uma aproximação reverente à infinita Majestade nas alturas. Há um trono, e, portanto, em segundo lugar, devemos nos aproximar com gozo devoto; se eu me encontro favorecido pela graça Divina e estou entre aqueles benditos que frequentam Seus átrios, não hei de sentir prazer? Eu poderia estar em Sua prisão, mas eu estou diante do Seu trono; eu poderia ter sido expulso de Sua presença para sempre, mas é-me

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permitido aproximar-me dEle, até mesmo em Seu palácio real, em Sua câmara secreta e graciosa audiência; não hei de ser grato? Não irá a minha gratidão subir em alegria, e não hei de sentir que estou tão honrado que eu sou feito o destinatário de grandes favores quando estou autorizado a orar? Porque é que o teu semblante estava triste, ó suplicante, quando estavas diante do trono da graça? Se você estivesse diante do trono da Justiça para ser condenado por suas iniquidades, suas mãos poderiam muito bem estar em seus lombos; mas agora você está favorecido para vir diante do Rei em Suas vestes de seda de Amor, deixe seu rosto brilhar com santo gozo! Se as suas tristezas são pesadas, diga-Lhe, pois Ele pode aliviá-las; se os seus pecados são multiplicados, confesse-os, pois Ele pode perdoá-los! Ó vocês cortesãos nos salões de tal monarca, exultai, e misturem louvores com suas orações! É um trono, e, portanto, em terceiro lugar, sempre que for abordado deve ser com total submissão. Não oramos a Deus para instruí-lO quanto ao que Ele deve fazer; nem por um momento devemos ter pretensão de ditar a linha do procedimento Divino. Estamos autorizados a dizer a Deus: “Assim e assim queremos ter isso”, mas temos de acrescentar cada vez mais: “Mas, vendo que somos ignorantes e podemos estar confundidos; vendo que ainda estamos na carne, e, portanto, pode ser causado por motivos carnais; não como nós queremos, mas como Tu queres”. Quem deve ditar no trono? Nenhum leal filho de Deus por um momento imagina que ele deva ocupar o lugar do Rei! Ele inclina-se diante dAquele que tem o direito de ser o Senhor de todos, e embora ele profere seu desejo sinceramente, com veemência, importunamente, e implora e pede mais uma vez, ainda assim, está cada vez mais com esta necessária ressalva: “Tua vontade seja feita, meu Senhor, e se eu pedir qualquer coisa que não está de acordo com a Tua vontade, o meu mais profundo desejo é que Tu sejas bom o suficiente para negar o Teu servo. Vou tomar isto como uma resposta verdadeira, se Tu me recusares, se eu pedir o que não parece bom aos Teus olhos”. Se fôssemos constantemente lembrados disso, eu penso que seríamos menos inclinados a pleitear determinadas solicitações diante do trono, pois sentiríamos: “Estou aqui em busca de minha própria vontade, conforto e proveito, e talvez eu possa estar solicitando aquilo que desonraria a Deus; portanto, falarei com a mais profunda submissão aos decretos Divinos”. Mas, irmãos, em quarto lugar, se é um trono, este deveria ser abordado com expectativas aumentadas. Bem coloca o nosso hino: “Você está vindo a um Rei, Traga consigo grandes petições.” Nós não nos achegamos, por assim dizer, na oração apenas ao tesouro de Deus, onde Ele

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distribui Seus favores aos pobres; nem chegamos à porta dos fundos da Casa da misericórdia para receber os restos quebrados, que, no entanto, é mais do que merecemos; nem para comer as migalhas que caem da mesa do Mestre, que é mais do que poderíamos reivindicar. Mas quando oramos, estamos de pé no Palácio, no chão brilhante do próprio salão de recepção do grande Rei, e, assim, estamos em um terreno vantajoso! Na oração nós estamos onde os anjos se inclinam com as faces cobertas; ali, mesmo ali onde os querubins e serafins adoram diante desse mesmo trono é que as nossas orações ascendem! E vamos nos achegar ali com pedidos atrofiados e estreitados, e com fé retraída? Não, não se vem a um rei por estar dando moedas e cabras, Ele distribui amplamente peças de ouro; Ele espalha não como homens pobres, pedaços de pão e carne ruim, mas ele faz um banquete de coisas gordurosas, de coisas gordurosas cheias de medula, de vinhos puros, bem purificados! Quando o soldado de Alexandre foi perguntado sobre o que ele queria, ele não pediu pouco segundo a pequena natureza de seus próprios méritos, mas ele fez uma demanda tão forte que o tesoureiro real recusou-se a atendê-la, e levou o caso a Alexandre; e Alexandre em direito real respondeu: “Ele sabe o quão grande é Alexandre, e ele pediu a um rei; deixe-o ter o que ele pede”. Acautelai-vos, de imaginar que os pensamentos de Deus são como os vossos pensamentos, e os Seus caminhos como os vossos caminhos! Não tragam diante de Deus petições restritas e desejos estreitos, e digam: “Senhor, de acordo com estes”, mas lembrem-se, tão alto quanto o céu está acima da terra, assim estão os Seus caminhos acima dos vossos caminhos, e os Seus pensamentos acima dos vossos pensamentos. Pedi, portanto, conforme a qualidade Divina, peça grandes coisas, pois você está diante de um grande trono. Que sempre sentíssemos isso quando nos achegamos diante do trono da graça, pois, então, Ele faria por nós muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos. E amado, posso acrescentar, em quinto lugar que o espírito certo para se aproximar do trono da graça é o da firme confiança. Quem duvidaria do Rei? Quem se atreve a contestar a Palavra imperial? Foi bem dito que se a integridade fossa banida dos corações de toda a humanidade, ainda deveria habitar no coração dos reis; é vergonhoso para um rei mentir! O mendigo mais pobre das ruas é desonrado por uma promessa quebrada, mas o que podemos dizer de um rei, se sua palavra não pode ser acreditada? Que vergonha para nós, se somos incrédulos diante do trono do Rei do Céu e da terra! Com o nosso Deus diante de nós em toda a Sua glória, sentado no trono da graça, se atreverá o nosso coração a dizer que desconfia dEle? Vamos imaginar ou que Ele não pode, ou que não cumprirá a Sua promessa? Banidos sejam tais pensamentos blasfemos, e se eles têm que vir, que venham sobre nós quando estamos em algum lugar nos arredores de seus domínios, se tal lugar existe, mas não em oração quando estamos em Sua presença imediata, e O contem-

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plamos em toda a glória do Seu trono da graça! Certamente ali é o lugar para o filho confiar em seu Pai, pois o súdito leal confia em seu monarca; e, portanto, longe estejamos de ser vacilantes ou desconfiados! Firmeza de fé deve ser predominante, diante do propiciatório. Apenas uma outra observação sobre este ponto, e isso é: se a oração está chegando diante do trono de Deus, ela deve sempre ser realizada com a sinceridade mais profunda, e no espírito que torna tudo real. Se você é desleal o suficiente para desprezar o Rei, pelo menos para o seu próprio bem, não O escarneça na face, e quando Ele está em Seu trono; se você ousa repetir palavras sagradas em qualquer lugar, de modo insincero, não deixe que seja no palácio de Jeová! Se uma pessoa pede uma audiência com a realeza, e, em seguida, diz: “Eu nem sei por que eu vim; eu não sei se eu tenho algo muito especial para solicitar; eu não tenho nenhum processo muito urgente a pleitear”. Ele não seria culpado por tanta loucura e baixeza? Quanto ao nosso grandioso Rei, quando ousarmos em Sua presença, que tenhamos uma incumbência ali. Como eu disse em outro domingo, vamos tomar cuidado de não brincar em oração; isso é insolência para com Deus. Se eu sou chamado a orar em público, eu não preciso ousar usar as palavras que são destinadas a agradar os ouvidos dos meus companheiros de adoração, mas tenho que perceber que eu estou falando com Deus, e que tenho negócios a tratar com o grande Senhor. E, na minha oração particular, se, quando me levanto de minha cama de manhã me ponho de joelhos e repito algumas palavras; ou quando eu me retiro para descansar à noite e passar pela mesma forma regular, eu mais peco do que faço algum bem, sem que a minha alma fale ao Altíssimo. Você acha que o Rei do Céu tem o prazer de ouvi-lo pronunciar palavras com uma língua frívola e uma mente insensata? Você não O conhece! Ele é Espírito, e os que O adoram devem adorá-lO em espírito e em verdade! Se você tiver algumas formas vazias no prato, vá e derrame nos ouvidos dos tolos como você, mas não diante do Senhor dos Exércitos! Se você tem certas palavras para expressar o que você anexa a uma supersticiosa reverência, vá e as pronuncie nos tribunais espalhafatosos da prostituta Roma, mas não diante do glorioso Senhor de Sião! O Deus espiritual procura adoradores espirituais, e os tais Ele aceitará, somente os tais! Mas o sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, e apenas uma oração sincera é o Seu deleite. Amados, reúnam toda a sua atenção exatamente nisto: a oração não é ninharia; é um ato eminente e elevado; é um privilégio grande e maravilhoso. Sob o antigo império Persa a alguns da nobreza era permitido a qualquer momento vir ter com o rei, e este era considerado o mais alto privilégio possuído por mortais. Você e eu, o povo de Deus, temos uma licença, um passaporte para virmos diante do trono do Céu, a qualquer momento que quisermos, e somos encorajados a ir ali com muita ousadia! Mas, não esqueçamos que não é algo mediano ser um cortesão da corte do Céu e terra, adorar Aquele que nos fez e sustenta nossa existência. Na verdade, quando tentamos orar, podemos ouvir a Voz dizendo, desde a excelente glória: “dobre o joelho”. De todos os espíritos

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que veem ante face de nosso Pai que está no Céu, mesmo agora eu ouço uma voz que diz: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra” [Salmos 95:6-7; 96:9].

II. Deixe que o resplandecer e o brilho da palavra “trono” sejam demais para a visão mortal, nosso texto agora nos presenteia com o brilho suave e gentil da encantadora palavra “GRAÇA”. Somos chamados para o trono da graça, não ao trono da Lei. O rochoso Sinai uma vez foi o trono da Lei, quando Deus veio ao Parã com 10.000 dos Seus santos. Quem desejava aproximar-se de tal trono? Nem mesmo Israel. Os limites foram estabelecidos sobre o Monte, e se, apenas um animal tocasse o Monte, seria apedrejado ou traspassado com um dardo! Ó que vocês — os hipócritas que esperam poder obedecer à Lei, e pensam que podem salvar-se por ela — olhassem para as chamas que Moisés viu, e se encolhessem trêmulos e desesperados! Nós não nos aproximamos deste trono agora, pois, através de Jesus o caso é alterado; para uma consciência purificada pelo sangue precioso não há ira sobre o trono Divino; embora às nossas mentes atribuladas: “Uma vez este foi um assento de ira ardente, E lançava chamas devoradoras. Nosso Deus pareceu um fogo consumidor, E Zeloso era o Seu nome.” E, bendito seja Deus, não temos nesta manhã que falar sobre o trono de Justiça Final. Diante do qual todos nós iremos, e como muitos de nós temos crido, o encontraremos como sendo um trono de graça, bem como de justiça, pois, Aquele que está assentado sobre o trono não pronunciará nenhuma sentença de condenação contra o homem que é justificado pela fé. Mas eu não tenho te chamado nesta manhã, para o lugar de onde a trombeta da ressurreição soará de modo estridente e claro; ainda não vemos os anjos com suas espadas vingativas saírem para ferir os inimigos de Deus; ainda não estão abertas as grandes portas do abismo do inferno para engolir os inimigos que não tem o Filho de Deus reinando sobre eles. Ainda estamos no terreno da oração, e pedindo uma reconciliação com Deus, e o trono a que estamos por vir, e do qual falamos neste momento é o trono da graça. É um trono criado propositalmente para a dispensação da graça; um trono do qual cada pronunciação é enunciação da graça. O cetro que está estendido a partir dele é o cetro de prata da graça; os decretos proclamados a partir dele são propósitos de graça; os dons que estão espalhados para baixo de seus degraus de ouro são dons da graça, e aquele que está

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assentado sobre o trono é a própria graça! Este é o trono da graça para a qual nos aproximamos quando oramos, e deixe-nos por um momento ou dois pensarmos sobre isso, por meio de incentivo para consolo daqueles que estão começando a orar. De fato, para todos nós que estamos orando, homens e mulheres, se em oração eu venho diante do trono da graça, então, as falhas das minhas orações serão esquecidas. No início de sua oração, queridos amigos, vocês sentir-se-ão como se vocês não orassem; os gemidos de seu espírito, quando vocês levantarem-se dos joelhos, são tais que vocês pensam que não há nada neles; e quão apagada, suja e manchada oração é! Não se preocupem, vocês não vieram ao trono de justiça, se não quando Deus percebesse a falha na oração Ele a desprezaria; suas palavras falhas, seus suspiros e gagueira estão diante de um trono da graça! Quando qualquer um de nós tem apresentado a sua melhor oração diante de Deus, se nós víssemos como Deus vê, não há dúvida de que teríamos grande pranto sobre ela, pois há pecado suficiente na melhor oração que já foi feita para assegurar que seja lançada para longe de Deus! Mas não é um trono de justiça, repito, e aqui está a esperança para as nossas mancas, hesitantes súplicas. Nosso Rei condescendente não mantém um cerimonial imponente em Sua corte como o que tem sido observado em príncipes entre os homens, onde um pequeno erro ou uma falha assegurariam ao peticionário ser demitido em desgraça. Oh, não! Os clamores defeituosos de Seus filhos não são severamente criticados por Ele; o Supremo Senhor Tesoureiro do Palácio de cima, nosso Senhor Jesus Cristo, tem o cuidado de alterar e modificar cada oração antes que Ele a apresente; Ele faz a oração perfeita com a Sua perfeição, e prevalente com Seus próprios méritos. Deus olha para a oração, tal como apresentada por meio de Cristo, e perdoa todas as suas próprias falhas inerentes. Como isso deve encorajar qualquer um de nós que nos sentimos fracos, errantes e inábeis na oração! Se você não pode suplicar a Deus como por vezes você fez em anos passados; se você se sente como se de uma forma ou de outra você tem enferrujado no trabalho de súplica, nunca desista, mas continue ainda, sim, e venha mais vezes, pois não é um trono de severas críticas, é um trono de graça ao que você veio! Então, além disso, na medida em que é um trono da graça, as falhas do próprio suplicante não impedem o sucesso de sua oração. Que falhas existem em nós! Quão inaptos estamos para chegarmos diante do trono de Deus! Nós, que estamos todos contaminados com o pecado por dentro e por fora; algum de vocês ousaria pensar em orar, se não fosse porque o trono de Deus é um trono da graça? Se eu pudesse, eu confesso que eu não o faria. Um Deus absoluta e infinitamente santo e justo, não poderia, em coerência com a Sua natureza Divina responder a qualquer oração de um pecador como eu sou, se não fosse que Ele providenciasse um plano pelo qual a minha oração chegue até Ele, já não em um trono de absoluta Justiça, mas a um trono que também é o Assento de Misericórdia, o Propiciatório, o lugar onde Deus se encontra com os pecadores na mediação de Jesus Cristo! Ah, eu não poderia dizer-lhes: “Ore”, nem mesmo para vocês santos, a menos que fosse um trono da graça!

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Muito menos eu poderia falar de oração para vocês pecadores, mas agora eu vou dizer isso para todo pecador aqui, embora ele pense de si mesmo como o pior pecador que já viveu, clame ao Senhor e busque-O enquanto Ele pode ser encontrado! Um trono da graça é um lugar adequado para você; vá de joelhos! Por simples fé vá para o seu Salvador, pois Ele é quem é o trono da graça! É nEle que Deus é capaz de dispensar graça aos mais culpados da humanidade. Bendito seja Deus, nem as falhas da oração, nem ainda as do suplicante devem calar nossas súplicas ao Deus que Se deleita em corações quebrantados e contritos! Se é um trono da graça, então, os desejos do suplicante serão interpretados. Se eu não consigo encontrar palavras para expressar os meus desejos, Deus, em Sua graça lerá os meus desejos sem as palavras; Ele compreende os Seus santos, o significado de seus gemidos. Um trono que não fosse gracioso não poderia sensibilizar-se para interpretar as nossas petições, mas Deus, o Ser infinitamente gracioso, irá mergulhar na alma de nossos desejos, e Ele lerá ali o que nós não podemos falar com a língua. Você já viu uma mãe, quando seu filho está tentando dizer alguma coisa, e ela sabe muito bem o que o pequeno tem a dizer, e o ajuda quanto às palavras, pronunciando as sílabas para ele? E se o pequeno tem quase esquecido o que ele queria dizer, você vê a mãe sugerir a palavra, e assim o sempre bendito Espírito desde o trono da graça, nos ajudará, e nos ensinará palavras, não, escreverá em nossos corações Seus próprios desejos! Temos na Escritura casos onde Deus coloca palavras na boca dos pecadores. “Tomai convosco palavras, e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe [Oséias 14:2]: ‘Recebe-nos graciosamente e nos ame voluntariamente’”, diz Ele. Ele colocará os desejos, e colocará a expressão desses desejos em seu espírito por Sua graça; Ele direcionará os seus desejos para as coisas que você deve buscar; Ele vai ensiná-lo às suas necessidades, embora você ainda não as conheça; Ele irá sugerir-lhe Suas promessas para que você seja capaz de pleiteá-las; Ele, de fato, é o Alfa e o Ômega para as suas orações, assim como Ele é a sua salvação; como a salvação é do princípio ao fim por graça, desta forma a aproximação do pecador ao trono da graça é por graça do início ao fim! Que consolo é este! Não iremos nós, meus queridos amigos, com maior ousadia aproximarnos deste trono, como a sugar o doce significado desta preciosa Palavra de Deus: “O trono da graça”? Se é um trono da graça, então, todas as necessidades de quem vem, serão atendidas. O Rei desde tal trono não dirá: “Você deve Me trazer presentes; você deve Me oferecer sacrifícios”. Não é um trono para receber homenagem; é um trono para a distribuição de presentes! Vinde, então, vocês, os pobres como a pobreza em si! Venham, vocês que não têm méritos, e são destituídos de virtudes! Venham, vocês que são reduzidos a uma falência mendicante pela Queda de Adão e por suas próprias transgressões! Este não é o trono de majestade que se apoia pela tributação de seus súditos, mas um trono que se glorifica pelo fluxo que sai como uma fonte com torrentes de coisas boas! Venham, agora,

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e recebam vinho e leite, que são dados de graça, sim, vinde e comprai vinho e leite sem dinheiro e sem preço. Todas as necessidades do suplicante serão supridas, porque é um trono da graça; e assim, todas as misérias dos suplicantes receberão misericórdia! Suponha que eu venha para o trono da graça com o peso de meus pecados? Há Alguém no trono que sentiu o peso do pecado há muitas eras atrás, e não se esqueceu de seu peso. Suponha que eu venha carregado de tristeza? Há um Ser ali que conhece todos os sofrimentos a que a humanidade pode ser sujeita. Estou deprimido e angustiado? Tenho medo de que o próprio Deus me abandou? Há Alguém sobre o trono, que disse: “Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?”. É um trono de graça que se deleita em olhar para as misérias da humanidade com olhos ternos, de modo a considerá-las, e aliviá-las. Venham, então! Venham, então! Venham, então, vocês que não são apenas pobres, mas miseráveis; você cujas misérias os levaram há muito tempo para a morte, e ainda a temem. Vocês os cativos, venham em suas cadeias! Vocês escravos, venham com os ferros nas vossas almas! Vocês que jazem nas trevas, venham para fora com os olhos vendados como vocês estão; o trono da graça olhará para vocês, se vocês não podem olhar para ele, e dará a vocês o que vocês não têm nada para dar em troca e vai libertá-los, embora vocês não possam levantar um dedo para libertarem-se! “O trono da graça”. A palavra cresce à medida que eu a reviro em minha mente, e para mim é um reflexo mui deleitoso, que se eu chegar ao trono de Deus em oração, eu posso sentir mil defeitos, mas ainda há esperança. Eu costumo sentir-me mais satisfeito com a minha oração do que com qualquer outra coisa que eu faço; eu não acredito que é uma coisa fácil orar em público, de modo a conduzir as devoções de uma grande congregação corretamente; às vezes ouvimos pessoas elogiadas por pregar bem, mas se houver alguém capacitado a orar bem, haverá um dom igual, e uma graça maior nele. Mas, irmãos e irmãs, suponhamos, em nossas orações há defeitos de conhecimento? É um trono da graça, e nosso Pai sabe que temos necessidade dessas coisas. Suponham, há defeitos de fé? Ele vê a nossa pequena fé, e ainda não a rejeita, pequena como ela é. Ele não mensura, em todo caso, os nossos dons pelo nível de nossa fé, mas pela sinceridade e veracidade da fé. E se houver defeitos graves, mesmo em nosso espírito, e falhas no fervor, ou na humildade da oração, ainda, embora estes defeitos não devam existir lá e sejam deploráveis, a graça condescende com tudo isso; ela perdoa todos estes, e ainda a sua mão misericordiosa está estendida para nos enriquecer de acordo com as nossas necessidades. Certamente isso deve induzir muitos que não oram a orar, e deve fazer com que nós, acostumados há muito tempo a usar a arte consagrada de oração, nos aproximemos com maior ousadia do que nunca ao trono da graça! III. Mas, agora, em relação ao nosso texto como um todo, ele nos transmite a ideia de GRAÇA ENTRONIZADA. É um trono, e o que se senta sobre ele? É a graça personificada

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que está aqui assentada em dignidade, e realmente, hoje a graça está em um trono. No Evangelho de Jesus Cristo, a graça é o atributo mais predominante de Deus. Como vem a ser tão exaltada? Nós respondemos, a graça tem um trono pela conquista. A graça desceu à terra na forma do Bem-Amado, e juntou-se com o pecado. Longa e afiada foi a luta e a graça parecia estar sendo pisada pelo pecado, mas a graça finalmente se assenhoreou do pecado, o jogou em seus próprios ombros e, apesar de tudo, embora esmagada sob o peso, a graça carregou o pecado até a cruz, e o pregou ali, matou-o lá, levou-o até à morte para sempre e triunfou gloriosamente! Por esta causa, a esta hora a graça senta em um trono, pois venceu o pecado humano, suportou a pena da culpa humana, e abateu todos os seus inimigos. A graça, por outro lado, se senta no trono, pois, sentou-se ali por direito. Não há injustiça na graça de Deus; Deus é tão justo quando Ele perdoa um crente, como quando Ele lança um pecador no inferno. Eu acredito na minha própria alma que há tanto, e tão pura justiça na aceitação de uma alma que crê em Cristo, como haverá na rejeição daquelas almas que morrem impenitentes, e são banidas da presença de Jeová. O sacrifício de Cristo permitiu a Deus ser justo e justificador daquele que crê. Aquele que conhece a palavra “Substituição”, e pode apreender o seu significado corretamente, verá que não há nada devido à justiça de qualquer crente; Jesus Cristo pagou todas as dívidas do crente e Deus seria injusto se Ele não salvasse aqueles por quem Cristo sofreu vicariamente, para quem a Sua Justiça foi concedida, a quem é imputada. A graça está no trono pela conquista, e permanece lá por direito. A graça está entronizada hoje, irmãos e irmãs, porque Cristo consumou a Sua obra, e ascendeu ao céu. Está entronizada em poder. Quando falamos de Seu trono, nós queremos dizer que ela tem poder ilimitado; a graça não se assenta no banquinho de Deus; a graça não está nas cortes de Deus, mas ela se senta no trono! É o atributo reinante; ela reina hoje. Esta é a dispensação da graça, o ano da graça, a graça reina pela justiça para a vida eterna. Vivemos na era da reinante graça, tendo em vista que Ele vive sempre para interceder pelos filhos dos homens, Jesus também é capaz de salvar perfeitamente os se achegam a Deus por meio dEle. Pecador, se você encontrasse a graça pelo caminho, como um viajante em sua jornada, eu ordenaria você a familiarizar-se a ela, e pedir a sua influência; se você devesse reconhecer a graça como um comerciante no comércio, com o tesouro na mão, eu ordenaria cortejar sua amizade, pois isso enriquecerá você na hora da pobreza; se você visse a graça como um dos nobres do Céu, altamente exaltados, eu ordenaria que você buscasse a sua atenção. Mas, quando a graça se assenta no trono, peço-vos, para aproximarem-se dela de uma vez! Ela não poderia estar mais elevada; ela não poderia ser mais excelente, pois está escrito: “Deus é amor”, que é um apelido para a graça! Oh! venha e se curve diante dela! Venha adorar a infinita misericórdia e graça de Deus! Não duvide, não pare, não hesite; a

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graça está reinando! A graça é Deus! Deus é Amor! Oh, que você, vendo a graça assim entronizada, venha e a receba! Eu digo, então, que a graça está entronizada pela conquista, por direito e por poder, e acrescentarei, está entronizada em glória, porque Deus glorifica a Sua graça. É um de Seus objetivos fazer a Sua graça ilustre; Ele tem prazer em perdoar os penitentes, e assim mostrar a Sua graça perdoadora; Ele tem prazer em olhar para peregrinos e restaurá-los, para mostrar Sua graça restauradora; Ele tem prazer em olhar para o coração partido e confortá-lo, para que Ele possa mostrar a Sua graça consoladora. Há graça de vários tipos para ser obtida, ou melhor, a mesma graça atuando de diferentes maneiras, e Deus Se deleita em fazer a Sua graça gloriosa. Há um arco-íris rodeando o trono semelhante à esmeralda, a esmeralda de Sua compaixão e Seu amor. Ó almas felizes que podem crer nisso e acreditando que possam vir imediatamente e glorificar a graça, tornando-se exemplos de Seu poder!

IV. Por último, o nosso texto, se lido corretamente, tem em si esta SOBERANIA RESPLANDECENTE EM GLÓRIA — A GLÓRIA DA GRAÇA. O propiciatório é um trono, embora a graça esteja ali, ainda é um trono; a graça não desloca a soberania. Ora, o atributo da soberania é muito alto e terrível, sua luz é como uma pedra de jaspe, preciosíssima, e como uma pedra de safira, ou, como Ezequiel chama “de terrível cristal” [Ezequiel 1:22]. Assim diz o Rei, o Senhor dos Exércitos: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia... Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? [Romanos 9:15, 20-21]. Estas são grandiosas e terríveis palavras, e não devem ser replicadas. Ele é um Rei, e Ele fará o que quiser; ninguém poderá deter a mão, nem lhe dizer: “O que fazes?”. Mas, ah, que nenhum de vós esteja abatido pelo pensamento de Sua soberania, eu convido vocês para o texto. É um trono, ali há Soberania. Mas, para cada alma que sabe orar, cada alma que por fé vem a Jesus, o verdadeiro propiciatório, a soberania Divina não possui nenhum aspecto sombrio e terrível, mas está cheio de amor! É um trono da graça de onde deduzo que a soberania de Deus para um crente, para um suplicante, para aquele que se aproxima de Deus em Cristo, é sempre exercida em pura graça. Para você, para você que vem a Deus em oração, a soberania opera sempre assim: “Terei misericórdia daquele pecador que não merece, embora nele não haja nenhum mérito; ainda assim, porque Eu posso fazer o que quero do que é Meu, Eu vou abençoá-lo; vou fazê-lo Meu filho; vou aceitá-lo. Ele será Meu no dia em que eu reunir minhas joias”. Sobre o propiciatório, Deus nunca exercita a soberania a não ser em forma de graça! Ele reina, mas neste caso a graça reina pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.

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Existem essas duas ou três coisas a serem pensadas, e eu fiz. No trono da graça, a soberania está localizada sob laços de amor. Devo falar com palavras específicas aqui, e devo hesitar e fazer uma pausa para obter sentenças corretas, para que eu não erre, enquanto me esforço para falar a verdade em simplicidade. Deus fará o que quiser, mas no propiciatório Ele está sob obrigações; obrigações de Sua própria autoria, pois Ele entrou em Aliança com Cristo, e assim em Aliança com o Seu Escolhido. Embora Deus sempre será um soberano, Ele nunca quebrará a Sua Aliança, nem alterará a Palavra que saiu de Sua boca. Ele não pode negar um Pacto de Sua própria criação. Quando eu venho para Deus, em Cristo, a Deus no propiciatório, não preciso imaginar que por qualquer ato de soberania, Deus deixará de lado a Sua Aliança. Isso não pode ocorrer, é impossível. Além disso, no trono da graça, Deus é novamente vinculado a nós por Suas promessas. O Pacto contém em si muitas promessas graciosas, extremamente grandes e preciosas. “Pedi, e dar-sevos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” [Mateus 7:7]. Ainda que Deus tenha dito esta Palavra ou uma Palavra para esse efeito, foi na Sua própria opção de ouvir a oração ou não, mas não é assim agora. Pois agora, se é a verdadeira oração é feita por meio de Jesus Cristo, a Sua verdade O faz ouvi-la! Um homem pode ser perfeitamente livre, mas no momento em que ele faz uma promessa, ele não é livre para quebrá-la; e o Deus Eterno não quebrará a Sua promessa; Ele tem prazer em cumpri-la; Ele declarou que todas as Suas promessas são Sim e Amém em Cristo Jesus. Mas para o nosso consolo, quando observamos a Deus sob o aspecto alto e terrível de um soberano, temos isso para refletir: que Ele está sob vínculos do Pacto, em relação à promessa de ser fiel às almas que O buscam. Seu trono deve ser um trono da graça para o Seu povo! E novamente o mais doce pensamento de todos, cada promessa da Aliança foi confirmada e selada com sangue, e longe esteja do Deus Eterno derramar desprezo sobre o sangue do Seu Filho amado! Quando um rei envia uma carta para uma cidade, Ele pode anteriormente ter sido absoluto, e pode não ter havido nada para verificar suas prerrogativas, mas quando a cidade tem a sua carta, então, pleiteia seus direitos perante o rei. Semelhantemente, Deus deu ao Seu povo uma carta régia de bênçãos incontáveis, concedendo-lhes as fiéis misericórdias de Davi. Muito da validade de uma carta depende da assinatura e o selo, e, meu amado, quão firme é a Carta do Pacto da Graça! A assinatura é a caligrafia do próprio Deus, e o selo é o sangue do Unigênito! O Pacto está ratificado com sangue, o sangue do Seu próprio Filho amado; não é possível que possamos pleitear em vão com Deus quando pleitearmos o sangue que selou a Aliança, em tudo bem ordenada e segura! O céu e a terra passarão, mas o poder do sangue de Jesus com Deus não pode falhar! Ele fala quando estamos em silêncio, e ele prevalece quando somos derrotados. Melhores coisas dos que o de Abel ele pede, e seu clamor é ouvido. Vamos com confiança, pois, levemos a promessa em nossos corações; quando nos sentirmos aterrorizados por causa da soberania de Deus, cantemos alegremente:

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“O Evangelho eleva o meu espírito, A um Deus fiel e imutável Estabelece as bases para a minha esperança Em juramentos, promessas e sangue.” Que Deus, o Espírito Santo, nos ajude a usar corretamente, deste momento em diante: “O trono da graça”. Amém.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

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2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5 de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas. 2


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