Traduzido do original em Inglês
Journey into the Gospel By Paul Washer © HeartCry Missionary Society | www.HeartCryMissionary.com
Publicaremos esta obra em oito partes, ou fascículos, e, posteriormente, em um volume único contendo toda a obra. A presente publicação é composta da parte II deste livro.
O conteúdo deste e-book não é reconhecido por HeartyCry Missionary Society como a publicação oficial desta obra em Língua Portuguesa. Para obter mais informações sobre HeartyCry Missionary Society visite o seu website: www.HeartCryMissionary.com
Tradução por Camila Almeida Revisão e Capa por William Teixeira
1ª Edição: Agosto de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta transcrição são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado pelo website oEstandarteDeCristo.com, com contato prévio com HeartyCry
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Uma Jornada No Evangelho Por Paul David Washer
[Publicaremos esta obra supracitada em oito partes, ou fascículos. A presente publicação é composta da parte II deste livro. Veja a Parte I clicando aqui]
Capítulo I O Motivo de Deus Para Enviar O Filho É oportuno perguntar qual poderia ter sido a motivação de Deus para enviar o Seu Filho unigênito para morrer, para que homens pudessem ser salvos. Nas Escrituras, descobrimos que Deus não salva o homem por causa de alguma necessidade Divina, ou por causa do valor inerente do homem, ou por causa de algum ato nobre que o homem poderia ter feito. Em vez disso, Deus foi movido a salvar para o louvor da Sua própria glória e pelo grande amor com que nos amou.
Deus Não Tinha Necessidade Uma das verdades mais inspiradoras sobre Deus é que Ele é absolutamente livre de qualquer necessidade ou dependência. Sua existência, o cumprimento de Sua vontade e a Sua felicidade ou boa vontade não dependem de alguém ou alguma coisa fora de Si mesmo. Ele é o único Ser que é verdadeiramente auto-existente, autossustentável, autossuficiente, independente e livre. Todos os outros seres derivam sua vida e bem-aventurança de Deus, mas tudo o que é necessário para a existência e perfeita felicidade de Deus é encontrado em Si mesmo. Ensinar ou mesmo sugerir que Deus fez o homem ou salva o homem porque Ele era carente ou incompleto é absurdo, e até mesmo blasfemo. Deus fala através do Salmista: “Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude” (Salmos 50:9-12). O apóstolo Paulo escreve: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do
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céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (Atos 17:24-25). Charles Hodge escreve: “De acordo com as Escrituras Deus é autossuficiente. Ele não precisa de nada fora de Si mesmo para Seu próprio bem-estar ou felicidade. Em todos os aspectos, Ele é independente de Suas criaturas” (Systematic Theology [Teologia Sistemática], Vol. 1, p. 556). A. W. Tozer escreve: “Se todos os seres humanos, de repente, tornassem-se cegos, ainda assim o sol brilharia durante o dia e as estrelas à noite, pois estes não devem nada aos milhões que se beneficiam de sua luz. Assim, se cada homem na terra se tornasse ateu, isso não afetaria a Deus de forma alguma. Ele é o que Ele é em Si mesmo, sem consideração de qualquer outro. Crer nEle não acrescenta nada às Suas perfeições; duvidar dEle não O diminui em nada” (The Knowledge of the Holy [O Conhecimento do Santo], p. 40).
O Homem Não Tinha Mérito Uma das verdades mais humilhantes sobre o homem é que Ele é absolutamente desprovido de virtude ou mérito. De acordo com as Escrituras, a imagem de Deus no homem foi seriamente desfigurada e a corrupção moral contaminou todo o seu ser: corpo (Romanos 6: 6,12; 7:24; 8:10,13), razão (Romanos 1:21; 2 Coríntios 3:14-15; 4:4; Efésios 4:17-19), emoções (Romanos 1:26-27; Gálatas 5:24; 2 Timóteo 3:2-4) e vontade (Romanos 6:17; 7:14-15). Todos os homens nascem com uma grande tendência ou inclinação para o pecado e são capazes do maior mal, dos crimes mais indizíveis e das perversões mais vergonhosas. Tudo o que os homens fazem é contaminado por sua própria corrupção moral, e o pecado impregna até mesmo os seus atos mais heroicos e altruístas (Isaías 64:6). As Escrituras também ensinam que as ações do homem não são movidas por qualquer amor por Deus ou qualquer desejo de obedecer aos Seus mandamentos. O homem não ama a Deus de um modo digno nem de acordo com os comandos da lei (Deuteronômio 6: 4-5; Mateus 22:37), nem há um homem que glorifique a Deus em cada pensamento, palavra e ação (1 Coríntios 10:31; Romanos 1:21). Todos os homens preferem a si mesmos a Deus (2 Timóteo 3:2-4), e todos os atos de altruísmo, heroísmo, dever cívico e bem religioso exterior é movido pelo amor a si mesmo ou amor a outros homens, mas não por amor a Deus. Além disso, a mente do homem é hostil para com Deus, não pode submeter-se à vontade de Deus, e não pode agradar a Deus (Romanos 8:7-8). Portanto, os homens tendem a cada vez maior corrupção moral, e esta deterioração moral seria incalculavelmente mais rápida do que é se não fosse pela intervenção Divina, que restringe o mal do homem. Finalmente, o homem não pode livrar-se ou recuperar-se de sua condição pecaminosa e depravada.
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Ele é morto espiritualmente (Efésios 2:1-3), moralmente corrupto (Salmo 51: 5) e não pode mudar a si mesmo (Jeremias 13:23). Com base na descrição bíblica acima sobre o homem, é evidente que Deus não foi movido a salvar o homem por causa de alguma virtude inerente ou mérito encontrado nele. É evidente que não há nada no homem caído que poderia motivar um Deus santo e justo a amá-lo, mas somente para trazê-lo a julgamento e condená-lo. O que, então, moveu Deus a enviar o Seu Filho unigênito para a salvação de homens pecadores? De acordo com as Escrituras, Deus o fez para o louvor da Sua glória e pelo grande amor com que nos amou.
Para A Glória De Deus As Escrituras ensinam que a criação do universo, a Queda do homem, a nação de Israel, a cruz de Cristo, a Igreja, e o julgamento das nações, todos têm um grande e final propósito: a glória de Deus. O que significa dizer que Deus faz todas as coisas para a Sua própria glória? Isso significa que Ele faz tudo o que Ele faz, a fim de que a plenitude de tudo o que Ele é seja manifestado à Sua criação e que Ele seja estimado, adorado e apreciado como Deus. Charles Hodge escreve: “Os homens têm por muito tempo se esforçado para encontrar uma resposta satisfatória à pergunta: Por que Deus criou o mundo? Para que finalidade isso foi concebido?... O único método satisfatório de determinação da questão é apelando para as Escrituras. Ali é explicitamente ensinado que a glória de Deus, a manifestação de Suas perfeições, é a finalidade última de todas as Suas obras” (Teologia Sistemática, Vol. 1, p. 565, 567). Jonathan Edwards escreve: “Assim, vemos aquela grande finalidade das obras de Deus, que é tão variadamente expressa na Escritura, é de fato apenas UMA; e esta finalidade é mais adequada e abrangentemente chamada, A GLÓRIA DE DEUS” (Obras, Vol. 1, p. 119). Mais uma vez, Jonathan Edwards escreve: “Assim, é evidente que a glória de Deus é a finalidade última da obra da redenção...” (Obras, Vol. 1, p. 111).
Deus Deve Buscar A Sua Própria Glória? É frequentemente perguntado, mesmo por Cristãos sinceros, se é ou não é correto para Deus agir visando a Sua própria glória. Para responder a essa pergunta, precisamos apenas considerar quem é Deus. De acordo com a Escritura, Ele é infinitamente maior do que
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toda a Sua criação reunida. Portanto, não é apenas o direito, mas é necessário que Ele tome o lugar mais alto e faça da Sua glória a grande razão ou finalidade principal de tudo o que Ele faz. É certo para Ele tomar o centro do palco e realizar todas as coisas para que Sua glória [i. e. a plenitude de quem Ele é] seja conhecida por todos, com o fim de que Ele seja glorificado [i. e. estimado e adorado] acima de tudo. Para Ele, evitar tal preeminência seria negar que Ele é Deus. Para qualquer um que não seja Deus buscar tal preeminência seria a forma mais grosseira de idolatria. Thomas Boston escreve: “Cada agente racional propõe-se um fim ao agir, e o mais perfeito, o fim mais elevado. Ora, Deus é o Ser perfeitíssimo, e Sua glória, a finalidade mais nobre” (Obras, Vol. 1, p. 11). A. A. Hodge escreve: “Uma vez que o próprio Deus é infinitamente mais digno do que a soma de todas as criaturas, segue-se que a manifestação de Sua própria excelência é... o maior e mais digno fim concebível” (Outlines of Theology [Esboços de Teologia], p. 245 [Publicado em Português pela Editora PES — N. do R.]). Charles Spurgeon escreve: “Deus deve ter o motivo mais elevado, e não pode haver maior motivo concebível que a Sua própria glória... O bem de Suas criaturas Ele considera cuidadosamente; mas mesmo o bem de Suas criaturas é apenas um meio para o fim principal, a promoção da Sua glória. Todas as coisas existem, então, para Seu prazer, e para a Sua glória elas diariamente trabalham” (MTP [Metropolitan Tabernacle Pulpit: Púlpito do Tabernáculo Metropolitano], Vol. 10, p. 304). Eis um trecho da carta de Robert Haldane, dirigida, em 1824, ao Sr. Cheneviere, o bem conhecido professor de Teologia em Genebra: “Não havia nada trazido à consideração dos estudantes de teologia os quais me assistiram em Genebra, que pareceu contribuir tão eficazmente para a derrubada de seu falso sistema de religião, fundado sobre filosofia e vãs sutilezas, como a visão sublime da majestade de Deus apresentada nos quatro versos finais desta parte da Epístola (ou seja, Romanos 11:33-36). DEle, e por Ele, e para Ele são todas as coisas. Aqui, Deus é descrito como o Seu próprio fim último em tudo o que Ele faz. Considerando Deus como alguém tal como eles mesmos, eles [ou seja, os alunos] ficaram, a princípio, primeiramente assustados com a ideia de que Ele deve amar a Si mesmo supremamente, infinitamente mais do que todo o universo, e, consequentemente, deve preferir Sua própria glória a todo o mais. Mas quando eles foram lembrados que Deus na realidade é infinitamente mais amável e mais valioso do que toda a criação, e que, consequentemente, se Ele vê as coisas como elas realmente são, Ele deve considerar-Se infinitamente digno de ser mais valorizado e amado, viram que esta verdade era incontestável. Sua atenção foi, ao mesmo tempo direcionada para numerosas passagens da Escritura, que afir-
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mam que a manifestação da glória de Deus é a grande finalidade da criação que Ele tem principalmente em vista em todas as Suas obras e dispensações, e que este é um propósito que O leva a exigir que todas as Suas criaturas racionais devam concordar, e buscar, e promovê-lo como seu primeiro e mais importante dever. Passagens para esse efeito, tanto no Antigo e Novo Testamento, excedem em número àquelas passagens com as quais estão cientes os que examinam este assunto” (Romanos, p. 552).
A Glória De Deus E O Bem Da Criatura É extremamente importante compreender que Deus não busca a Sua própria glória à parte do maior bem de Suas criaturas. Na verdade, o maior bem que Deus poderia realizar para as Suas criaturas e a maior bondade que Ele alguma vez poderia mostrar-lhes é glorificar a Si mesmo — para dirigir todas as coisas e operar em todas as coisas para que a plenitude de tudo o que Ele é seja exibido diante deles. Se Deus é de valor, esplendor e beleza infinitos, então, segue-se que o mais valioso, o mais esplêndido, e mais belo dom que Ele alguma vez poderia dar às Suas criaturas é a mais plena revelação de Si mesmo. Louis Berkhoff escreve: “Ao buscar a auto-expressão para a glória do Seu nome, Deus não desconsidera o bem-estar, o bem maior de outros, antes promove-os... O fim supremo de Deus na criação, a manifestação de Sua glória, portanto, inclui, como fins subordinados, a felicidade e a salvação das Suas criaturas, e o recebimento de louvores a partir de corações gratos e adoradores” (Louis Berkhoff, Systematic Theology [Teologia Sistemática], p. 136137). A. A. Hodge escreve: “Nada pode exaltar e abençoar tanto a criatura do que ser feita o instrumento e o testemunho da glória do Criador infinito” (Esboços de Teologia, p. 245). Hugh Binning escreve: “a busca de Sua majestade por Sua própria glória não é prejudicial ao bem da criatura, mas a própria comunicação de Sua plenitude ocorre junto com isso, de modo que ao glorificar a Si mesmo, Ele é mais benéfico para Suas próprias criaturas... Nosso bendito Senhor deve, então, fazer mais para nosso benefício quando Ele faz tudo para a Sua própria glória... Ó bendito auto-interesse que nos deu um ser e bem-estar; que não faz nenhuma vantagem disso, mas dá vantagem! Ele tem a honra de tudo, mas nós temos o benefício de tudo” (Obras, p. 4). Charles Spurgeon escreve: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e desfrutá-lO. O maior e mais elevado objetivo de Deus é fazer para Si mesmo um nome glorioso e eterno. Uma vez que Deus é Deus isso deve ser assim; pois Ele é cheio de amor e bondade para com as Suas criaturas, e Ele não pode abençoar mais plenamente as Suas criaturas do que por Se fazer conhecido a elas. Tudo o que é bom, verdadeiro, santo, excelente, amável, está em Deus. Ele não é apenas o doador de ‘todo bem e todo dom perfeito’, mas Ele pró-
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prio é a soma e a substância de toda a bênção; e é para o bem maior de todas as criaturas que Ele fez com que elas venham a conhecer o seu Deus” (MTP, Vol. 37, p. 565).
Glória De Deus Através Do Evangelho Nós aprendemos que Deus glorifica a Si mesmo por dirigir todas as coisas e operar em todas as coisas para que a plenitude de tudo o que Ele é seja revelada à Sua criação. De todas as obras de Deus na história, nenhuma glorifica tanto a Deus como a Cruz de Jesus Cristo e a salvação que foi cumprida por Ele. Neste único ato, a plenitude dos atributos de Deus é revelada da melhor maneira possível, o que torna possível que Deus seja estimado, adorado e apreciado no maior grau possível tanto pelos anjos e remidos. Por que Deus deu Seu Filho para a salvação dos homens? Não olhe para a razão em uma humanidade caída que é arruinada em valor e destituída de mérito. Olhe para Deus! Ele realizou esta grande obra da salvação por causa do Seu Nome e louvor da Sua glória! Jonathan Edwards escreve: “Agora, esta distintiva glória do Ser Divino tem sua manifestação mais brilhante nas coisas desveladas para nós no Evangelho; as doutrinas ensinadas ali, a palavra ali dita, e os conselhos Divinos, agem e operam ali revelados. Estas coisas têm as mais claras, mais admiráveis e distintivas representações e demonstrações da glória da perfeição moral de Deus, que jamais foram feitas ao mundo” (Obras, Vol. 1, p. 291).
1. Em Romanos 11:36 é encontrada uma das declarações mais majestosas de toda a Escritura. De acordo com este texto, qual é o grande propósito ou “principal finalidade” de todas as coisas? Como isso nos ajuda a entender o Divino motivo por trás da obra da salvação de Deus? 2. Nas Escrituras, Deus agir em prol de Seu Nome é Ele agir para a Sua própria glória. De acordo com a seguinte Escritura, qual é a motivação de Deus para salvar o Seu povo? Será que Ele os salva como uma resposta ao mérito deles, ou com a finalidade de demonstrar a Sua própria glória? Salmos 79:9. Salmos 106:6-8. Isaías 48:9. Isaías 63:12. Jeremias 14:7. Ezequiel 36:22-23.
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Notas De Estudo Romanos 11:36. “Para Ele são todas as coisas”. Nesta frase simples é encontrado o sentido de tudo. É uma verdade fundamental da Escritura que Deus criou todas as coisas e age em todas as coisas por Seu beneplácito, e para o grande propósito de demonstrar ou fazer conhecidos os Seus gloriosos atributos, para que Ele possa ser adorado e totalmente apreciado como Deus. “A Ele seja a glória para sempre”. O universo foi criado para ser um teatro sobre o qual Deus pudesse mostrar Seu valor infinito. Portanto, a única resposta apropriada é estimar o valor de Deus acima de todas as coisas, atribuir somente a Ele a mais alta honra, adoração e louvor, e, finalmente, encontrar a nossa alegria e satisfação única e completamente nEle. No estudo de teologia, há uma frase em latim muito importante usada para descrever esta verdade: Soli Deo Gloria, que traduzida é “Somente a Deus seja a glória”. “Amém” é uma afirmação simples, ainda assim poderosa, que pode ser traduzida como: “Assim é”, “Assim seja” ou “Que isso seja cumprido”. Aqueles que entendem o valor de Deus nunca são inquietados ou incomodados por tais declarações como: “Deus faz tudo para a Sua própria glória”. Eles simplesmente curvam-se em adoração e reconhecem que Ele está certo em fazê-lo. Salmo 79:9. Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome... por amor do teu nome. Homens indignos e pecadores não têm nenhuma base para o seu pedido de salvação, exceto que Deus pode fazê-lo por Sua própria glória. João Calvino escreve: “Eles (ou seja, Israel) testemunham que eles não trazem nada propriamente seu para influenciálO a ter misericórdia deles; e que o único fundamento que eles apresentam diante dEle é a Sua própria glória. Disto aprendemos que os pecadores não são reconciliados com Deus pelas satisfações ou pelo mérito das boas obras, mas por um livre e imerecido perdão” (CC [Calvin's Commentaries: Comentários de Calvino], Vol. 5, p. 291). Matthew Henry escreve: “O nome e honra de Deus seriam muito promovidos, se Ele os libertasse; a Sua misericórdia seria glorificada ao libertar aqueles que eram tão miseráveis e impotentes. Ao revelar Seu braço eterno em nome deles, Ele faria para Si um nome eterno; e sua libertação seria um tipo e figura da grande salvação, que na plenitude dos tempos o Messias, o Príncipe, operaria, para a glória do nome de Deus” (MHC [Matthew Henry's Commentaries: Comentários de Matthew Henry], Vol. 3, p. 543). Salmo 106:6-8 — Não obstante. Deus salva o pecaminoso Israel (v. 6-7) não “por causa”, mas “apesar” do que eles merecem. Não há nada em nossa humanidade caída que poderia mover um Deus justo a agir em nosso nome. É graça Divina e não o mérito humano, o que retém Deus de vindicar a Sua justiça e derramar a Sua ira. O paralelo do Novo Testamento a esta palavra é o termo, “Mas Deus...”, em Efésios 2:4. Ele salvou por amor do Seu nome, para que Ele pudesse fazer conhecido o Seu poder. O Nome de Deus é uma referência ao
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próprio Deus. Deus salva o homem por causa de quem Ele é, por amor de Si mesmo, por Sua própria boa vontade e glória. Esta é a grande “causa primeira” de tudo o que Deus faz. Albert Barnes escreve: “Pela a promoção da Sua própria honra e glória; pode ser visto que Ele é poderoso e misericordioso. Isso é constantemente dado como a razão pela qual Deus salva os homens; por que Ele perdoa o pecado; por que Ele redime a alma; por que Ele liberta do perigo e da morte... Esta é a maior razão que pode ser atribuída ao perdão e salvação de pecadores” (BN [Barne's Notes: Notas de Barnes], Salmos, Vol. 3, p. 104). John Gill escreve: “E assim, o Israel espiritual de Deus é salvo, não pelas excelências superiores neles, pois eles não são mais sábios do que outros; nem por causa da sua retidão; mas para mostrar a sabedoria e fidelidade de Deus, Sua graça e misericórdia, Sua justiça e santidade, poder, bondade e verdade” (EONT [Exposition of the Old and New Testaments: Exposição do Antigo e Novo Testamentos], Vol. 4, p. 159). Isaías 48:9. “Por amor do Meu nome retardarei a Minha ira”. Aqui, Deus adia Seu julgamento por causa de Seu próprio propósito, reputação e glória. Não há nada no homem pecador que poderia motivar um Deus santo e justo a retardar ou restringir a Sua ira contra ele. A razão para a misericórdia deve vir de dentro do próprio Deus. “E por amor do meu louvor me refrearei para contigo, para que te não venha a cortar”. A misericórdia de Deus é motivada por uma paixão pela Sua própria glória. Ao retardar a Sua ira, Ele recebe louvores para Si mesmo através daqueles que estão sendo salvos e através daqueles que ouvem sobre isso! Toda a história redentora abunda da glória de Deus! Charles Spurgeon escreve: “Então, o Senhor olhou para encontrar uma razão para misericórdia em seu comportamento passado, mas não conseguiu ver nenhuma. Ele olhou para seu caráter presente para um fundamento, e não o achou, pois mesmo enquanto eles estavam sob a vara, exibiam dureza de coração, de modo que nem mesmo os olhos da misericórdia podia ver alguma razão neles para o favor. O que o Senhor fará? Ele não agiria sem uma razão: deve haver algo para justificar a Sua misericórdia, e mostrar a sabedoria do Seu caminho. Desde que não há nenhuma no infrator, onde a misericórdia encontrará o seu apelo? Eis a inventividade do amor eterno! O Senhor volta-Se para Si mesmo; e dentro de Si mesmo encontra uma razão para Sua graça...” (MTP, Vol. 18, p. 158). Isaías 63:12. “Aquele cujo braço glorioso ele fez andar à mão direita de Moisés, que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno?”. Israel era uma nação de idólatras indignos, mas Deus salvou Israel para fazer para Si um nome eterno. Através da obra de redenção, Deus constrói um monumento eterno para a Sua glória. Matthew Henry escreve: “Isto é o que Deus está fazendo no mundo com o Seu glorioso braço, Ele está fazendo para Si mesmo um nome glorioso, e este durará por eras sem fim, quando os nomes mais célebres dos grandes da terra estarão escritos no pó” (MHC, Vol. 4, p. 372). Charles Spurgeon escreve: “Agora, como Deus obteve para Si mesmo um grande nome no
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Mar Vermelho, Ele tem obtido muito mais pelas grandes obras de salvação no dom de Jesus. Ah! Aqui o Egito é eclipsado, e a destruição de Faraó não mais é lembrada... Enquanto eu O vejo abaixar a cabeça bendita, e O ouço bradar de Sua morte: ‘Está consumado’, eu digo que o Altíssimo obteve para Si um nome eterno, um nome glorioso... Todos as outras profundidades são superficiais; este é um abismo. Todas as outras alturas da bondade podem ser escaladas; mas esta nunca. Empilhe os Andes sobre o Pelion, os Alpes sobre Alpes, o Matterhorn sobre Mont Blanc, e os Andes nos Himalaias; todos não são grandes o suficiente para serem um símbolo de Seu amor. O Filho de Deus encarnado condenado! O Filho de Deus morto! O Filho de Deus na sepultura! e tudo isso por nós! Verdadeiramente, Ele fez para Si mesmo um nome glorioso” (MTP, Vol. 37, p. 567-568). Jeremias 14:7. “Posto que as nossas maldades testificam contra nós”. Charles Spurgeon escreve: “Você é obrigado a confessar que há dez mil razões pelas quais Deus não deve abster-Se de Sua ira, e por quais razões esmagadoras Ele deve lançar você fora; mas você não consegue encontrar sequer um único argumento pelo qual Ele deve ter o prazer de poupar e salvar você. Todo homem que é realmente trazido a Cristo é primeiramente despido de tudo que ele estabeleceu como dependência como fundamento de esperança, e feito ver que nele mesmo há culpa merecedora de condenação, e rebelião que exige punição, mas não há nenhuma qualidade que possa mover a simpatia Divina ou segurança, por sua própria excelência, com relação a Deus. Em nós, por natureza, não há belezas de caráter, nem encantos da virtude, ou amabilidade de conduta que conquiste o coração do TodoPoderoso” (MTP, Vol. 18, p. 159). “Ó Senhor, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos”. Não tendo encontrado nada em seu povo para mover Deus à misericórdia, o profeta Jeremias suplica a Deus que salve, apesar deles e por amor do Seu nome. João Calvino escreve: “O Profeta toma como certo que só havia um remédio: que Deus salvará o Seu povo por amor de Seu próprio Nome; como se ele dissesse: “Em nós mesmos nada encontramos, senão razões para a condenação; busco, então, em Ti mesmo uma razão para perdoar-nos; pois, enquanto Tu nos observas, Tu deves necessariamente nos odiar e ser, assim, um juiz rígido; cesse, pois, de procurar alguma coisa em nós ou de chamar-nos para uma consideração, mas busca em Ti mesmo um motivo para salvar-nos” (CC, Vol. 9, p. 210-211). Ezequiel 36:22-23. “Dize, portanto à casa de Israel: Assim diz o Senhor DEUS: Não é por respeito a vós que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre os gentios...”. O povo de Israel precisava entender por que eles estavam sendo libertos. Deus não estava salvando-os por causa do mérito ou virtude deles, mas, apesar de não terem nenhum dos dois. Este é um grande desencorajamento para o orgulho. Matthew Henry escreve: “As razões para a misericórdia de Deus são todas buscadas dentro
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dEle mesmo; Ele retirará o seu povo da Babilônia, não por causa deles, mas por causa de Seu próprio nome” (MHC. Vol. 4, p. 961). Este texto é um lembrete importante que a obra salvadora de Deus em nosso favor foi “por causa dEle” e “apesar de nós”. O nosso caráter e ações somente poderiam levar um Deus santo a afastar-Se, e um Deus justo a condenar, mas Deus nos salvou de modo que Seus gloriosos atributos podem ser revelados, e que Seu nome seja feito grande entre as nações.
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use estas palavras para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide! Solus Christus! Soli Deo Gloria!
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Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria
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2 Coríntios 4 1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 2
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na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas.