Uma Jornada No Evangelho - Parte 6 de 8 - Paul Washer

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Traduzido do original em Inglês

Journey into the Gospel By Paul Washer © HeartCry Missionary Society | www.HeartCryMissionary.com

Publicaremos esta obra em oito partes, ou fascículos, e, posteriormente, em um volume único contendo toda a obra. A presente publicação é composta da parte VI deste livro.

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Tradução por Camila Almeida Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Agosto de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta transcrição são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado pelo website oEstandarteDeCristo.com, com contato prévio com HeartyCry

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Uma Jornada No Evangelho Por Paul David Washer

[Publicaremos esta obra supracitada em oito partes, ou fascículos. A presente publicação é composta da parte VI deste livro. Veja a Parte I clicando aqui]

Capítulo II O Motivo do Filho Ao Vir Para Salvar Nós descobrimos a partir das Escrituras que o Pai não enviou o Seu Filho por causa de mérito ou valor do homem, mas, sim, para o louvor da Sua glória e pelo grande amor com que nos amou. A seguir, vamos agora considerar as coisas que moveram o Filho a deixar de lado a Sua glória, revestir-Se em carne, e dar a Sua vida para a salvação dos homens. Descobriremos que Ele assim o fez, não por causa de qualquer virtude ou mérito encontrado neles, mas para a glória de Seu Pai, pelo grande amor com que nos amou, e pela alegria que Lhe estava proposta.

Para a Glória de Seu Pai Depois de apenas um estudo superficial sobre a vida de Cristo, é evidente que a Sua maior paixão era glorificar o Pai através de fazer a vontade dEle. Um dos aspectos mais incompreensíveis da Pessoa de Cristo é que, embora Ele, subsistindo em forma do próprio Deus, Ele não considerou a igualdade com Deus uma coisa a ser alcançada, mas de bom grado e com alegria Se esvaziou do privilégio Divino e tornou-Se um homem. Ele foi obediente ao Pai até mesmo ao ponto da morte de cruz (Filipenses 2:5-8; Hebreus 1:9). Embora houvesse outros motivos que moveram Cristo a oferecer a vida pelo homem caído, o primeiro e mais importante era a Sua todo-consumidora paixão para glorificar o Pai. Neste sentido, pode-se dizer corretamente que Cristo morreu por Deus. Jonathan Edwards escreve: “As Escrituras nos levam a supor que Cristo buscava a glória de Deus, como Seu fim mais elevado e último” (Obras, Vol. 1, p. 109). 1. Em Hebreus 10:7, encontra-se uma profecia messiânica citada a partir do Salmo 40:7. De acordo com estes dois textos, qual era o grande propósito do Filho de Deus ao vir ao mundo? Qual era a Sua grande paixão e prioridade?

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2. O que as seguintes Escrituras nos ensinam sobre a atitude do Filho para com a vontade do Pai, Sua paixão pela glória do Pai, e Seu desejo sincero de manifestar o Seu amor pelo Pai? Explique por que é apropriado dizer que Cristo realizou todas as Suas obras, até a Sua morte, em primeiro lugar para Deus. a. A obediência de Cristo à vontade do Pai (João 4:34). b. A paixão de Cristo, para glória do Pai (João 17:4). c. O ardente desejo de Cristo para manifestar o Seu amor pelo Pai (João 14:31).

O Deleite Do Filho Na Vontade Do Pai Por John Gill “Agora, como a comida é agradável, deleitosa e revigorante para o corpo do homem, assim fazer a vontade de Deus era tão delicioso e revigorante para a alma de Cristo. Ele tinha tanto prazer nisso, como um homem faminto tem ao comer e beber. Uma parte da vontade de Deus era assumir a natureza humana; Ele tinha feito isso, e com deleite e prazer; uma outra parte dela era cumprir a lei; e a lei estava em Seu coração, e era o Seu deleite, e Ele estava agora cumprindo-a; e outro aspecto da vontade de Deus era sofrer e morrer, no lugar e posição de Seu povo; e tão desagradável como este era, em si, para a natureza humana, contudo, Ele alegremente concordou com isso; e, às vezes, estava, por assim dizer, impaciente até que isso foi realizado; e Ele voluntariamente tornou-Se obediente a ela; nenhum homem poderia, com maior ânsia, colocar-se a comer, quando está com fome, do que Cristo em relação à vontade e obra do Pai, mesmo quanto aos que eram o mais ingratos para com Ele, como o homem” (EONT, Vol. 7, p. 790).

Notas De Estudo Hebreus 10:7. “Então disse”. O escritor de Hebreus aplica o Salmo diretamente a Cristo. Albert Barnes escreve: “Não é fácil ver como isso poderia ser aplicado a Davi em qualquer circunstância da sua vida. Não havia nenhuma situação em que ele poderia ter dito que uma vez que sacrifícios e ofertas não foram exigidos, ele veio cumprir a vontade de Deus, no lugar ou em vez deles... A referência da linguagem, portanto, deve ser ao Messias” (BN [Barne's Notes: Notas de Barnes, Hebreus, p. 227). “Eis aqui venho”. Uma grande declaração de submissão voluntária e obediência determinada. O Filho de Deus Se coloca à disposição e chamado de Deus. John Gill escreve: “Cristo observando que os sacrifícios legais não eram aceitáveis para Deus; que havia um corpo preparado para Ele; e que isso foi escrito sobre Ele no livro de Deus, que Ele deveria vir; e que o tempo agora era vindo, com uma observação de atenção e admiração, a questão sendo sobre o grande momento e interesse, Ele alegremente expressa a Sua disposição de vir, imediatamente, sem qual-

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quer compulsão, Ele mesmo, e não outro” (EONT [Exposition of the Old and New Testaments: Exposição do Antigo e Novo Testamentos], Vol. 9, p. 445). “No princípio do livro está escrito de Mim”. Que Cristo é falado no Antigo Testamento é afirmado pelo próprio Cristo (João 5:46) e pelos apóstolos (Atos 22:23). Matthew Henry escreve: “Deus não somente havia decretado, mas declarado por Moisés e profetas, que Cristo viria e seria o grande sumo sacerdote da Igreja, e deveria oferecer-Se um sacrifício perfeito e aperfeiçoador. Isso foi escrito sobre Cristo, no começo do Livro de Deus, que ‘a semente da mulher feriria a cabeça da serpente’, e o Antigo Testamento está repleto de profecias a respeito de Cristo” (MHC [Matthew Henry's Commentaries: Comentários de Matthew Henry, Vol. 6, p. 931). “Para fazer, ó Deus, a Tua vontade”. É notório que a vontade de Deus é mencionada três vezes nos versos 7-10. Cristo veio a este mundo com um olhar para realizar a vontade de Deus para a glória de Deus. John Gill escreve: “Quando Ele veio, Ele começou com o maior prazer, diligência e fidelidade na pregação do Evangelho, fazendo milagres, fazendo o bem aos corpos e almas dos homens, e ao consumar a grande obra da redenção do homem, que era a parte principal da vontade de Seu Pai que Ele veio cumprir” (EONT, Vol. 9, p. 445). Matthew Poole escreve: “Esta vontade de Deus estava em Seu coração, Ele Se deleitou em obedecê-la” (MPC [Matthew Poole's Commentary: Comentário de Matthew Poole], Vol. 3, p. 854). (a) João 4:34. Jesus disse-lhes: “A Minha comida é fazer a vontade dAquele que Me enviou”. A vida de Jesus foi um reflexo perfeito das palavras de Jó: “Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção” (23:12). Ele encontrou a Sua satisfação (ou seja, alimento) em fazer a vontade de Seu Pai. João Calvino escreve: “Ele não intenciona apenas que Ele a estima muito, mas que não há nada em que Ele tenha mais prazer, ou em que Ele seja mais alegre ou mais ansiosamente empregado; como Davi, a fim de magnificar a Lei de Deus, diz não somente que Ele a valoriza muito, mas que ela é mais doce que o mel (Salmo 19:10)” (CC [Calvin's Commentaries: Comentários de Calvino], Vol. 17, p. 169-170). Albert Barnes escreve: “O Seu grande objetivo, o grande projeto de Sua vida, era fazer a vontade de Deus... Este grande objetivo absorveu todos os Seus poderes” (BN, João, p. 220). Charles Spurgeon escreve: “Nosso Senhor e Mestre tinha um só pensamento, apenas um desejo, somente um objetivo. Ele concentrou toda a Sua alma, reuniu as vastas inundações de Suas poderosas capacidades, e focou-as em direção a uma grande finalidade: ‘A Minha comida é fazer a vontade dAquele que Me enviou, e realizar a Sua obra’” (NPS [New Park Street Pulpit: Púlpito De New Park Street], Vol. 6, p. 126). “E realizar a Sua obra”. A palavra “realizar” vem da palavra grega teleióo que significa tornar perfeito, ou completo; realizar completamente, terminar ou trazer ao fim. Albert Barnes escreve: “É a obra dEle oferecer a salvação, e a Sua redimir, e a dEle aplicar a salvação ao coração” (BN, João, p. 220). John Gill escreve: “O toda da obra de Deus foi feita por Ele, assim como o Senhor O comissionou; exatamente, de acordo com o modelo dado Ele, com toda a fidelidade e integridade; com a mais consumada sabedoria e

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prudência; com toda a aplicação, diligência e constância, e de modo a terminá-la, e isso sem a ajuda de qualquer outro; e de tal maneira que nada pode ser adicionado a ela para torná-la mais perfeita, ou que possa ser desfeita novamente por homens ou demônios: e que o fazer e consumar desta foram Sua comida, ou tão deleitoso e revigorante a Ele como carne é para o corpo, evidencia-se de Sua prontidão e alegria ao envolver-Se nela na eternidade; de Sua entrada antiga e laboriosa nela no tempo; de Sua constância na mesma, quando Ele tinha começado, de modo que nada poderia apartá-lo dela; Ele nem abateu-Se nem falhou sob ela, nem a deixou até que Ele a tivesse consumado” (EONT, Vol. 7, p. 791). (b) João 17:4. “Eu glorifiquei-Te na terra”. Foi a paixão de Cristo pela glória do Pai que O trouxe do Céu, revesti-O em carne, e O levou para a cruz. Seria apropriado dizer que Cristo veio à Terra para obter glória para Deus, e Seu zelo por Sua missão O consumiu (João 2:17). Aqui em nosso texto, Ele declara que Seu zelo não foi em vão, pois Ele realizou exatamente o que Ele pretendia: Ele glorificou a Deus na Terra de uma forma que foi sem paralelo na história e que não será substituída em mil eternidades. Além de todos os decretos e eventos na história redentora combinados, a maior revelação da natureza e da vontade de Deus vem até homens e anjos por meio da encarnação e da obra da cruz do Filho. Por isso, é através do Filho e de Sua obra redentora que Deus obtém a maior glória possível para Si mesmo. “Tendo consumado a obra que me deste a fazer”. No início do Seu ministério (João 4:34), Jesus declarou que Sua comida era fazer a vontade do Pai que O havia enviado. Neste texto, Ele declara que tinha realizado essa vontade. John Gill escreve: “Ele não a tomou (ou seja, a obra de Deus) sobre Si, mas sendo chamado para isso, Ele prontamente a aceitou... E embora fosse difícil, foi agradável e deleitosa a Ele” (EONT, Vol. 8, p. 84). Jonathan Edwards escreve: “Aqui isso é bastante claro, declarando a Seu pai que Ele O havia glorificado na terra, e terminou a obra que Lhe foi dada para fazer, Ele quis dizer que Ele havia terminado a obra que Deus Lhe deu para fazer para esta finalidade: que Deus seja glorificado. Ele tinha agora terminado esse fundamento, de forma que Ele veio ao mundo para estabelecer a glória de Deus. Ele havia estabelecido uma base para que o Pai obtivesse a realização de Sua vontade, e a plenitude do que Ele projetou. Pelo que é manifesto, que a glória de Deus era o máximo de Seu propósito, ou Sua finalidade última nesta grande obra” (Obras, Vol. 1, p. 110). (c) João 14:31. “Mas é para que o mundo saiba que eu amo o Pai, e que faço como o Pai me mandou”. A obediência da qual Cristo fala refere-se especificamente ao seu ser “obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8). Esta é uma das declarações mais profundas nas Escrituras. Cristo morreu em obediência ao Pai, a fim de mostrar ao mundo o Seu amor por Ele. O Filho ama o Pai acima de tudo e totalmente abraça a cruz, mesmo se apressa para ela, como a maior de todas as oportunidades para demonstrar o Seu amor imensurável por Ele. Em nossos dias, muitas vezes ouvimos que Cristo amou o homem e morreu por sua salvação, mas uma verdade ainda maior é menos conhecida e raramente

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proclamada: Cristo amou a Deus e morreu para a Sua glória. Matthew Henry escreve: “Como foi uma evidência de Seu amor pelo homem que Ele morreu para a sua salvação, assim foi por Seu amor a Deus que Ele morreu, por Sua glória e cumprimento de Seus propósitos. Que o mundo saiba que entre o Pai e o Filho não há amor perdido” (MHC, Vol. 5, p. 1121). John Gill escreve: “Como um filho é obediente a um pai, assim Cristo foi em todas as coisas obediente aos mandamentos de Seu Pai celestial, na pregação do Evangelho, obedecendo a lei, e sofrendo a morte; tudo Ele fez e sofreu como o Pai ordenou a Ele, como homem e Mediador: e para que se mostrasse plenamente o quanto Ele amava o Seu Pai, e concordava com Ele em todos os Seus desígnios graciosos; quanto a Sua vontade estava resignada à dEle...” (EONT, Vol. 8, p. 64). “Levantai-vos, vamo-nos daqui”. Cristo ergue-se para encontrar a morte de cruz por amor ao Pai. Matthew Henry, citando Dr. Goodwin, escreve: “Cristo, mencionando o grande motivo de Seus sofrimentos — o mandamento de Seu Pai —, foi a toda pressa para seguir até o sofrer e morrer” (MHC, Vol. 5, p. 1121).

3. Aprendemos que toda a vida e ministério terreno de Cristo foram direcionados a fazer a vontade do Pai. Enquanto o Seu ministério terreno estava chegando ao fim e a cruz estava se aproximando, Cristo fez uma declaração extremamente importante que nos concede grande visão sobre Seu coração e mente. De acordo com Suas próprias palavras em João 12:27-28, por que Cristo submeteu-Se à vontade do Pai, abraçou a cruz, e sofreu a sua dor? 4. Em Romanos 15:8-9, duas razões são dadas para a vinda de Cristo e Sua obra de salvação entre judeus e gentios. Como estas duas razões demonstram que a vinda de Cristo foi primeiramente e acima de tudo para a glória de Deus? (a) Cristo veio para confirmar as promessas feitas aos pais (v. 8). (b) Cristo veio para que os gentios pudessem glorificar a Deus pela Sua misericórdia (v. 9).

Notas De Estudo João 12:27-28. “Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora”. Cristo estava profundamente preocupado no mais profundo do Seu espírito, quando confrontado com a terrível realidade da cruz que O aguardava. Não seria de todo irrazoável pedir para ser dispensado ou liberto de tal destino. João Calvino escreve: “Em Sua morte devemos principalmente considerar a Sua expiação, pela qual Ele apaziguou a ira e maldição de Deus, o que Ele não poderia ter feito, sem tomar sobre Si a nossa culpa. A morte que Ele sofreu, portanto, deve ter sido cheia de horror, porque Ele não poderia prestar satisfação por nós, sem sentir, em Sua própria experiência, o terrível juízo de Deus” (CC, Vol.

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18, p. 32). “Mas para isto vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome”. Cristo não quis evitar a cruz porque esta era a própria razão pela qual Ele havia vindo. Sua morte e a salvação gloriosa de uma multidão indigna glorificaria abundantemente a glória de Deus como nenhum outro decreto ou evento anterior ou posterior. Charles Spurgeon escreve: “Os homens, então, não serão redimidos? O sangue da expiação não será derramado, e nenhum homem será resgatado de descer ao abismo? Ele deve permanecer sozinho, o grão de trigo não semeado? Se Ele o fizesse, Ele seria bastante feliz e suficientemente glorioso, pois o Céu é todo Seu. Ele precisa de homens para torná-lO bendito? Será que Ele necessita de vermes do pó para torná-lO glorioso? Se Ele permanecesse sozinho, Ele ainda seria Deus e Senhor. Mas, a penalidade de morte será deixada a cargo dos homens, homens culpados, que merecem suportá-la? Não haverá nenhuma cruz, nenhum Calvário, nenhum túmulo aberto, não haverá ressurreição, não haverá portas do Céu bem aberta para que as almas venham? Aqui está a questão, e você vê no texto quão resolutamente Jesus tinha resolvido isso. Ele diz em efeito: ‘Pai, glorifica o Teu nome por Minha morte, para esta finalidade Eu vim a esta hora, para que por Minha agonia e suor de sangue, por Minha cruz e paixão, Eu possa resgatar os filhos dos homens. Redimidos eles devem e o serão, Custe-Me o que custar. Eu resolvi carregar a penalidade, e magnificar a Tua lei, e Eu a cumprirei, embora o próprio inferno seja aberto contra Mim e todas as suas ondas de fogo passem sobre Mim. Eu suportarei a cruz, e desprezarei a vergonha, para honrar a Ti, Meu Pai’” (MTP [Metropolitan Tabernacle Pulpit: Púlpito do Tabernáculo Metropolitano], Vol. 24, p. 6). “Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei”. Jonathan Edwards escreve: “O significado é claramente que Deus glorificou o Seu nome no que Cristo tinha feito, na obra para a qual Ele O enviou; e que O glorificaria novamente, e em maior grau, no que Ele ainda faria, e no sucesso do mesmo” (Obras, Vol. 1, p. 110). Aqui é visto o acordo mútuo entre o Pai e o Filho (veja também João 17:1). Ambos definiram a glória de Deus como Seu maior objetivo. O grande objetivo da Trindade na obra salvífica de Cristo é que através da redenção de quem não merece e na forma grandiosa pela qual ela foi realizada, a plenitude de Deus seja revelada a toda a criação e Deus seja adorado como Deus.

Cristo Morreu Para A Glória De Deus Por Charles Spurgeon “Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei” (João 12:27,28). “Observe bem que o texto indica a intenção profunda que estabilizou a determinação de nosso Senhor. Por que Cristo resolveu morrer? Será que é para salvar os homens? Sim, mas não como a principal razão. Sua primeira oração não é: “Pai, salva o Meu povo”, mas: “Pai, glorifica

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o Teu nome”. A glória de Deus era a principal finalidade e objetivo da vida e morte de nosso Salvador. É para que o nome do Pai seja exaltado que Jesus quis ter as almas resgatadas. Sua paixão teve como intenção principal a demonstração dos atributos de Deus. E, irmãos, quão plenamente Ele glorificou o nome de Jeová! Na cruz, vemos a justiça Divina nas feridas sangrantes do grande Substituto: o Filho de Deus deve morrer quando o pecado é colocado sobre Ele. Ali você também contempla a sabedoria infinita, pois, o quê, senão a sabedoria infalível poderia ter concebido a maneira pela qual Deus seja justo e justificador daquele que crê. Ali, também, está o amor, rico, livre, sem limites, amor eterno, tão evidente como na morte do Redentor dos homens. Até hoje esta continua a ser uma questão relativa à expiação, que das cartas é a melhor já escrita no que diz respeito à justiça, à sabedoria ou o amor. Na expiação, os atributos Divinos são todos tão perfeitamente glorificados, de modo que nenhum remove o outro: cada um tem a sua demonstração sem decréscimo nem mesmo em mínimo grau, nem diminuem a glória de qualquer outro. Nosso bendito Senhor, para que o Pai seja glorificado, consuma até o fim o que Ele havia estabelecido diante de Si. Seja qual for o conflito que havia em Seu espírito, Seu coração foi fixado em suportar até a morte o nosso fardo, e o sofrimento até o fim de nossa penalidade” (MTP, Vol. 24, p. 6). Romanos 15:8-9. (a) “Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão”. Cristo veio como um servo para a nação de Israel. “Por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais” — Abraão (Gênesis 12:1-3; 17:7; 18:19; 22:18), Isaque (Gênesis 26:3-4) e Jacó (Gênesis 28:13-15; 46:2-4). O propósito da vinda de Cristo como um Servo era reivindicar a veracidade de Deus, cumprindo todos os tipos, profecias e promessas a respeito do Messias e a salvação que Ele traria. Desta forma, Ele provou a fidelidade de Deus e obteve glória para Ele entre o Seu povo como um Deus que guarda a aliança cuja palavra é sempre verdade. Matthew Henry escreve: “A melhor confirmação das promessas é o cumprimento delas. Foi prometido que na descendência de Abraão todas as nações da Terra seriam abençoadas, que Siló viria dentre os pés de Judá, que fora de Israel Ele procederia de modo que teria domínio, que de Sião sairia a lei, e muitos outros. Havia muitas providências intermediárias que pareciam enfraquecer essas promessas, providências que ameaçavam a deterioração fatal desse povo; mas quando o Messias, o Príncipe, apareceu na plenitude do tempo, como ministro da circuncisão, foram confirmadas todas essas promessas, e a verdade delas apareçam; pois em Cristo todas as promessas de Deus, tanto as do Antigo Testamento e as do Novo são ‘Sim’, e ‘Amém’ nEle” (MHC, Vol. 6, p. 486). (b) “E para que os gentios glorifiquem a Deus pela Sua misericórdia”. Cristo veio para que

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Deus seja glorificado entre aqueles que não eram o Seu povo e pelos candidatos mais improváveis para ser Seu povo — os gentios. Robert Haldane escreve: “Era o propósito da obra de Cristo que os gentios bem como judeus glorificassem a Deus por causa de Sua misericórdia. A glória de Deus é, portanto, exibida como o motivo da obra de Cristo. Este é o objetivo mais elevado de todas as obras de Deus” (Geneva Series [Série Genebra], Romanos, p. 614). “Como está escrito: Portanto Eu Te louvarei entre os gentios, e cantarei ao Teu nome”. Que Deus seria glorificado por Ele mesmo entre as nações foi uma declaração tão notável que é necessária uma validação proveniente da Escritura do Antigo Testamento (2 Samuel 22:50 e o Salmo 18:49). Matthew Henry escreve: “Eles glorificarão a Deus por Sua misericórdia. Pecadores não-convertidos não fazem nada para glorificar a Deus; mas obras graciosas que convertem a alma operam uma disposição para falar e fazer tudo para a glória de Deus; Deus pretendia colher uma safra de glória a partir dos gentios, os quais haviam por muito tempo convertido a Sua honra em vergonha” (MHC, Vol. 6, p. 486). Para resumir, Deus enviou o Seu Filho para obter glória para Si mesmo por cumprir Suas promessas feitas aos judeus e por redimir um povo para Si, dentre os gentios. 1. Em João 15:9 é encontrado um dos textos mais surpreendentes na Bíblia. Que verdade Jesus declara neste texto? Como isso demonstra que Ele entregou a Si mesmo na obra da redenção por causa do grande amor com que nos amou?

Notas De Estudo João 15:9. “Como o Pai Me amou, também Eu vos amei a vós”. Este é um dos versos mais surpreendentes em toda a Escritura. Qual é o motivo por trás de Sua vinda? É o grande amor com que Ele nos amou. Como o amor do Pai pelo Filho não pode ser medido, assim a profundidade do amor do Filho por nós pode não ser sondada. Albert Barnes escreve: “O amor do Pai por Seu Filho Unigênito é a maior afeição que podemos conceber. É o amor de Deus por Seu Filho co-igual, que é como Ele, e que estava disposto a suportar os maiores sacrifícios e labor para cumprir o Seu propósito de misericórdia. No entanto, esse amor é apresentado para ilustrar a terna afeição que o Senhor Jesus tem por todos os Seus amigos” (BN, João, p. 339). Matthew Poole escreve: “O amor do Pai a Cristo é eterno, imutável, constante, pleno, perfeito, sábio, justo e livre: em todos estes aspectos Cristo ama o Seu povo como o Pai O ama” (João 15:9). Matthew Henry escreve: “Assim como o Pai O amava [ou seja, Jesus], o Qual era mui digno, Ele os amava, os quais eram mui indignos” (MHC, Vol. 5, p. 1125). John Gill escreve: “Há uma semelhança entre o amor do Pai por Ele, e Seu amor por Seus discípulos: como Seu Pai O amou desde a eternidade, assim Ele os amou; como Seu Pai O amou com um amor de complacência e deleite, assim Ele também o fez e é assim que Ele os ama; e como Seu Pai O amou com um afeto especial e peculiar, com um amor invariável, constante, imutável, que durará para sempre, da mesma

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maneira Cristo ama o Seu povo” (EONT, Vol. 8, p. 97). Charles Spurgeon escreve: “a qual dos anjos Ele alguma vez disse isso? Eu acredito que os anjos são os sujeitos do amor Divino, em certo sentido, mas eu nunca li sobre Cristo dizendo-lhes: ‘Como o Pai Me amou, assim também Eu vos amei’. Este é o privilégio especial dos filhos de Adão, que caíram, o que os anjos nunca fizeram. Que maravilha!” (MTP, vol. 41, p. 602).

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use estas palavras para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

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2 Coríntios 4 1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 2

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na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5

de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas.


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