Traduzido do original em Inglês
Journey into the Gospel By Paul Washer © HeartCry Missionary Society | www.HeartCryMissionary.com
Publicaremos esta obra em oito partes, ou fascículos, e, posteriormente, em um volume único contendo toda a obra. A presente publicação é composta da parte VIII deste livro.
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Tradução por Camila Almeida Revisão e Capa por William Teixeira
1ª Edição: Agosto de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta transcrição são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
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Uma Jornada No Evangelho Por Paul David Washer [Publicaremos esta obra supracitada em oito partes, ou fascículos. A presente publicação é composta da parte VIII deste livro. Veja a Parte I clicando aqui]
O Eterno Amor Do Filho Charles Spurgeon escreve: “Desde toda a eternidade o Filho de Deus amou o Seu povo: mesmo desde os tempos antigos. ‘Enchendo-Me de prazer com os filhos dos homens’. Muito antes que Ele viesse à terra, Ele amou os homens que Seu Pai Lhe dera, de modo que Ele determinou ser um com eles, e pelo resgate deles a pagar o preço terrível de vida por vida. Ele viu toda a companhia dos Seus eleitos no espelho da Sua presciência, e os amou com um amor eterno, oh, o amor que brilhou no coração de nosso Redentor ‘no princípio’! Esse mesmo amor nunca conhecerá um fim. Aqui para nós é a Sua glória. Ele nos amou assim, de modo que o Céu não pôde prendê-lO; Ele nos amou assim, de forma que desceu para nos redimir; e tendo vindo entre nós em meio ao nosso pecado e vergonha, Ele ainda nos ama. ‘Como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim’. Amor, tu tens a tua maior glória alcançada no coração do Salvador Divino! E a glória deste amor, que é sem começo, limite, mudança ou fim, é o próprio sangue vital do Evangelho. O amor de Jesus é as boas novas de grande alegria. O nosso grande Médico ama o doente, e deleita-Se em curá-los. Ele entra na enfermaria entre os paralíticos e os feridos pela praga com um intenso desejo de abençoá-los. Jesus é amigo do pecador. Quão arrebatadoramente isso faz minha alma cantar sobre Ele como ‘Jesus, amante da minha alma’! Um evangelho gracioso habita na glória do amor de Cristo!” (MTP [Metropolitan Tabernacle Pulpit: Púlpito do Tabernáculo Metropolitano], Vol. 35, p. 172). “Muito antes que as luzes do céu fossem acesas, ou as estrelas começassem a brilhar no Céu, quando ainda todo este mundo dormia na mente de Deus, como florestas não nascidas dormiam dentro da bolota do carvalho, nós estávamos no coração de Cristo... Podemos estar certos de que infalivelmente Seu olhar nos contemplou previamente, e que Seu coração amoroso de antemão nos amou quando ainda não tínhamos existência...” (MTP, vol. 41, p. 603-604).
A Causa Primária Thomas Watson escreve: “A causa prima (ou seja, a causa primária), e causa impulsiva, foi a livre graça. Foi amor em Deus Pai enviar a Cristo, e amor em Cristo que Ele veio para ser
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encarnado. O amor foi a motivação intrínseca. Cristo é Deus-homem, porque Ele é um amante do homem. Cristo veio por piedade e indulgência por nós: non merita nostra, sed misera nostra (Agostinho). ‘Não nossos méritos, mas nossa miséria’ fez com que Cristo Se revestisse de carne. Cristo encarnar-Se foi um fundamento de livre graça, e um propósito de puro amor. O próprio Deus, embora Todo-Poderoso, foi superado com amor. Cristo encarnado é nada além de amor revestido com carne. Assim como Cristo assumiu a nossa natureza humana foi uma obra-prima da sabedoria, assim também, foi um monumento da livre graça” (A Body of Divinity [Lit.: “Um Corpo de Teologia” — Esta obra foi publicada em Português com o título: “A Fé Cristã”, pela Editora Cultura Cristã — N. do R.], p. 194).
Amor Ao Inferior Thomas Watson escreve: “Para quem Cristo veio. Foi pelos amigos? Não; Ele veio para o homem pecador. O homem que tinha desfigurado a Sua imagem, e abusado de Seu amor; o homem que transformou-se em rebelde; contudo Ele veio para o homem, tendo resolvido conquistar a obstinação com a bondade. Se Ele viesse por alguém, por que não para os anjos que caíram? “Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão” (Hebreus 2:16). Os anjos são de origem mais nobre, criaturas mais inteligentes, mais capazes de servir; ai, mas contemple o amor de Cristo, Ele não veio para os anjos caídos, mas para a humanidade. Dentre as várias maravilhas da magnetita não é a menos importante, que ela não atraia ouro ou pérolas, antes despreze estes, ela atrai o ferro para si, um dos metais mais inferiores: assim, Cristo deixa os anjos, os espíritos nobres, ouro e pérola, e vem para o pobre homem pecador, e os atrai aos Seus abraços” (A Body of Divinity, p. 195-196). John Owen escreve: “Mas o Senhor Cristo colocou o Seu amor em nós, aquele amor a partir do qual Ele morreu por nós, quando éramos pecadores e ímpios; ou seja, cada coisa que pode nos tornar desagradáveis e indignos. Embora fôssemos tão desfigurados quanto o pecado poderia nos tornar, e mais profundamente endividados do que toda a criação poderia pagar ou responder, ainda assim Ele estabeleceu o Seu amor sobre nós, para nos libertar dessa condição, e fazer-nos encontrar com a mais íntima comunhão com Ele. Nunca houve amor que tivesse tais efeitos e que custasse a Ele tão caro em Quem Ele era, e se mostrasse tão vantajoso para aqueles sobre quem ele foi colocado. Na busca disso, Ele suportou tudo o que há de mau sobre a Sua própria Pessoa, e nós recebemos tudo o que há de bom no favor de Deus e bem-aventurança eterna” (Obras, Vol. 1, p. 168).
Pela Alegria Estabelecida Diante dEle O Filho abriu mão da Sua vida pela glória de Seu Pai, e assim morreu por Deus. O Filho
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deu a Sua vida pelo grande amor com que Ele nos amou e assim morreu por Seu povo. Para concluir nosso estudo, consideraremos um último motivo que levou o Filho à cruz: a alegria que Lhe fora proposta. Dizer que o Filho foi movido pela esperança futura de alegria pode dar origem à objeção de que tal afirmação é contraditória, ou que apresenta Cristo como egoísta. Como Ele poderia buscar em uníssono a glória de Deus, a salvação de Seu povo e a Sua própria alegria? Estas acusações são facilmente respondidas. Em primeiro lugar, temos que compreender que o Filho de Deus encontrava a Sua maior alegria na promoção da vontade e da glória do Pai. Portanto, a Sua alegria, a glória de Deus e a redenção do povo de Deus era um e o mesmo para Ele. Ele não tinha lealdades ou paixões concorrentes. Em segundo lugar, temos que compreender que o Filho de Deus está certo em buscar a Sua própria alegria. Afinal, todas as coisas foram feitas por Ele e para Ele (Colossenses 1:16). O Pai ama o Filho, entregou todas as coisas em Suas mãos (João 3:35), e deseja que todos honrem o Filho como O honram (João 5:23). É a boa vontade do Pai que a alegria do Filho seja completa. Toda a criação, em todos os reinos, tem um grande e final propósito: eles foram criados e existem para a glória e o deleite do Filho de Deus.
Alegria: O Fim Para O Qual Cristo Estava Destinado Por William Gouge (Comentário sobre Hebreus, Vol. 2, p. 928) William Gouge escreve: “A alegria de Cristo era e é composta do seguinte: “1. Aquela glória que Cristo deixou quando Ele desceu às partes mais baixas da terra (Efésios 4:9); portanto, um pouco antes de Sua ascensão para lá, Ele, assim, orou: ‘Agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse’ (João 17:5). 2. Tudo o que foi acrescentado pela obra da redenção, como: (1) A manifestação mais clara das características Divinas de Deus. (2) A exaltação da Sua natureza humana. (3) A redenção e salvação do homem, seguindo estes. (4) Os louvores que através de todas as eras devem ser dadas a Ele. (5) A pregação do Evangelho por todo o mundo”.
Alegria: A Recompensa Prometida A Cristo Por Thomas Boston (Obras, Vol. 8, p. 470-471) “Por fim, Ele tinha uma promessa de uma recompensa gloriosa a ser conferida a Ele, como um mérito adequado de Sua obra consumada; havia um gozo estabelecido diante
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dEle na promessa, pelo que Ele suportou a cruz, desprezando a vergonha (Hebreus 12:2). Nunca houve tal obra operada; e nunca houve tal recompensa prometida. Quanto a isso, pertence a promessa quíntupla. 1. A promessa de um novo tipo de participação em Deus, como Seu Deus e Pai: ‘Ele me chamará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus’ (Salmos 89:26). Nosso Senhor Jesus tinha Deus como Seu Pai, por direito de geração eterna, mas houve uma nova relação constituída entre Deus e Cristo como o segundo Adão, cabeça da aliança, fundamentada em Seu compromisso e cumprimento da condição da aliança... Porque pela Sua obediência até a morte, Ele obteve o gozo de Deus como um Deus e Pai. Eu não digo, Ele o obteve para Si mesmo; o homem Cristo não precisava fazer isso, porquanto Ele o tinha, em virtude da união pessoal das duas naturezas: mas Ele o obteve para os pecadores, que tinham perdido toda a participação salvífica em Deus, e não poderiam ser felizes sem isso. 2. A promessa de uma exaltação gloriosa, para ser servo honorário do Pai, primeiro ministro do Céu, como grande administrador da aliança: ‘Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime’ (Isaías 52:13). ‘Te darei por aliança do povo’ (Isaías 49:8). No cumprimento da condição da aliança, Ele tomou sobre Si a forma de servo, e Se humilhou até a morte de cruz; pelo que também Deus, segundo a promessa da aliança, O exaltou soberanamente a primeiro ministro do Céu, e Lhe deu um nome como grande administrador da aliança, que está acima de todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho (Filipenses 2:7-10). 3. A promessa de uma semente e prole, numerosa como as estrelas do céu: ‘Ele verá a Sua posteridade’ (Isaías 53:10). ‘Assim será a tua descendência’ (Gênesis 15:5); a saber, “em multidão, como as estrelas do céu” (Hebreus 11:12), toda a multidão dos eleitos, todos eles vivem por Sua morte, e carregam a Sua imagem, como um filho a de seu pai. Ele consentiu sofrer as dores da morte; mas estas eram dores de parto, para a realização de um numeroso nascimento. Ele era como um grão de trigo que cai na terra e morre; mas a promessa garantida a Ele, nesta condição, é que Ele daria muito fruto (João 12:24). 4. A promessa de que Ele herdaria todas as coisas, como herdeiro primário. ‘Também o farei meu primogênito’ (Salmo 89:27). Assim, o apóstolo diz: Deus o ‘constituiu herdeiro de tudo’ (Hebreus 1:2). E o próprio Cristo declara Sua possessão em conformidade; ‘Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai’ (Mateus 11:27). Assim, Ele tem por promessa tesouros adequados para apoiar a honra conferida a Ele. Porém, mais sobre isso posteriormente.
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5. Por último, a promessa de vitória e domínio sobre todos os inimigos Seus e de Seu povo: ‘E eu derrubarei os seus inimigos perante a sua face’ (Salmo 89:23). Ele foi ao encontro de Satanás, do pecado e da morte, na disputa dos designados herdeiros da glória; e não tão logo Ele Se envolveu contra eles, logo o ímpio mundo dos homens começou uma guerra contra Ele também, mas Ele tinha a promessa de Seu Pai, de vitória e domínio sobre todos eles; que, embora Ele recebesse a primeira queda, e morresse na batalha, contudo Sua morte seria a destruição do domínio de Satanás, do poder do pecado e das correntes de morte que prendiam o Seu povo; e que todo aquele que prosseguisse em apoiar aquela causa cambaleante, cairia sob Ele: ‘Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés’ (Salmos 110:1)”.
1. De acordo com o escritor de Hebreus 12:2, por que o Filho de Deus dispôs-Se a deixar a glória do Céu, tomou sobre Si a carne humana, e suportou a humilhação e a dor da cruz? Explique a sua resposta.
Notas De Estudo Hebreus 12:2. “Pelo gozo que Lhe estava proposto”. Antes da fundação do mundo, o Pai tinha posto diante de Seu Filho as alegrias inefáveis e prazeres eternos que seriam Seus, como resultado dEle ser obediente até à morte e morte de cruz. Matthew Henry escreve: “Ele [ou seja, o Filho] tinha algo em vista sob todas as Suas aflições, o que era agradável a Ele; Ele Se alegrou ao ver que pelos Seus sofrimentos Ele satisfaria a ofendida justiça de Deus e asseguraria a Sua honra e governo, de modo que Ele pudesse fazer a paz entre Deus e o homem, que Ele selaria o pacto da graça e seria o Mediador dele, para que se abrisse um caminho de salvação para o principal dos pecadores, e que Ele efetivamente salvaria todos aqueles que o Pai Lhe tinha dado, e Ele mesmo seria o primogênito entre muitos irmãos. Esta era a alegria que Lhe estava proposta” (MHC [Matthew Henry's Commentaries: Comentários de Matthew Henry], Vol. 6, p. 954). John Gill escreve: “Cristo sofreu tanta desgraça, e tais sofrimentos; a saber, por uma questão de ter uma semente espiritual, uma numerosa descendência com Ele no Céu, os quais são Sua alegria e coroa de júbilo; por causa da salvação de todos os eleitos, no que o Seu coração estava estabelecido; e para a glorificação das perfeições Divinas, o que não era pouco deleite e prazer para Ele” (EONT [Exposition of the Old and New Testaments: Exposição do Antigo e Novo Testamentos], Vol. 9, p. 472). “Suportou a cruz, desprezando a afronta”. Cristo não somente suportou com paciência cada ofensa e vergonha associada com a cruz, mas Ele suportou todo o poder da ira de Seu Pai. Albert Barnes escreve: “Ele, visando a honra e alegria estabelecida diante dEle, suportou os sofrimentos mais severos a que o corpo humano pode
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ser submetido, e a forma de morte que é considerada como a mais vergonhosa” (BN [Barne's Notes: Notas de Barnes], Hebreus, p. 295). “E assentou-se à destra do trono de Deus”. Isso resume todas as honras e as alegrias que foram dadas a Cristo por Sua obediência à vontade de Deus. Ele foi exaltado ao lugar mais alto do universo, ao lugar mais alto no próprio Céu.
A Alegria De Compartilhar A Presença E Glória Do Pai O escritor de Hebreus dificilmente poderia nos dar uma explicação mais clara da motivação que levou Cristo à cruz do Calvário: Ele fez isso pelo gozo que Lhe estava proposto. Mas, o que era aquela alegria que tanto comoveu o Filho de Deus? Era primeiramente, e acima de tudo, a alegria de retornar à presença de Seu Pai e de compartilhar a glória de Seu Pai, uma glória que era Sua, antes da fundação do mundo. Foi uma grande tribulação para o Filho de Deus deixar a morada de Seu Pai no Céu, e uma aflição infinitamente maior suportar o pecado de Seu povo e ser desamparado, mesmo abandonado por Deus em lugar deles. Ele suportou tais agonias indescritíveis, e até mesmo desprezou-as, porque Ele olhou para a futura esperança de mais uma vez habitar com o Pai, e regozijar-Se, mesmo deleitar-Se em Sua presença. 1. O que o Salmo 16:9-11 nos ensina sobre a verdade esboçada na introdução acima? Com base neste texto, descreva a alegria que levou Cristo à cruz e O sustentou em meio ao sofrimento indescritível.
Notas de Estudo Salmo 16:9-11. Em Atos 2:25-30 e Atos 13:33-37, tanto Pedro e Paulo aplicam estas palavras de Davi a Cristo e Sua ressurreição. “Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura”. Cristo enfrentou a cruz com uma forte alegria de coração e uma grande confiança. “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”. A razão para tal confiança foi a promessa da ressurreição. Deus havia prometido não deixar Cristo na sepultura, mas ressuscitar-Lhe dentre os mortos. “Far-me-ás ver a vereda da vida”. Matthew Poole escreve: “Tu me levantarás da sepultura, e Me conduzirás ao lugar e estado de felicidade eterna” (Salmo 16:11). Albert Barnes escreve: “Embora Ele devesse morrer — descer às regiões dos mortos, e deitar-Se no túmulo escuro —, contudo havia um caminho, novamente, para o mundo dos vivos, e esse caminho seria apontado para Ele por Deus. Em outras palavras, Ele não sofreria permanecer entre os mortos...” (BN, Salmos, Vol. 1, p. 133). “Na tua presença há fartura de alegrias”. O “gozo que Lhe fora proposto” e que motivou-O a suportar todas as coisas relacionadas com a Sua encarnação e sofrimento, era que Ele voltaria para
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a própria presença de Deus no Céu e para a plenitude da alegria e deleites eternos que são encontrados ali. Isaías profetizou “o lugar do seu repouso será glorioso” (11:10). Albert Barnes escreve: “Não alegria parcial; não alegria imperfeita; não alegria misturada com dor e tristeza; não alegria que, embora, por si só verdadeira, não satisfaz os desejos da alma..., mas a alegria completa, satisfatória, pura, sem nuvens, sem mistura com qualquer coisa que diminuiria a sua plenitude ou o seu resplendor; alegria que não será diminuída...” (BN, Salmos, Vol. 1, p. 133). John Gill escreve: “Cristo, sendo ressuscitado dentre os mortos, subiu ao Céu, e foi recebido na glória na presença de Seu Pai, e é glorificado com Ele mesmo, com a Sua gloriosa presença, pelo que Ele orou (João 17:5); e isso enche a Sua natureza humana com plenitude de alegria, um gozo indizível e cheio de glória” (EONT, Vol. 3, p. 585). “À tua mão direita há delícias perpetuamente”. John Gill escreve: “Cristo, tendo entrado no Céu, está assentado à destra de Deus em natureza humana, uma honra que não é conferida a nenhum dos anjos (Hebreus 1:13); onde o homem Jesus Cristo é infinitamente deleitado com a presença de Deus, as alegrias celestes que nunca desvanecem, a companhia dos anjos e santos glorificados” (EONT, Vol. 3, p. 585).
Alegria Do Filho Na Presença Do Pai Charles Spurgeon escreve: “Cristo, ressuscitado dentre os mortos subiu para a glória, para habitar na proximidade constante com Deus, onde a alegria está em Sua plenitude para sempre: A previsão disso impulsionou-Lhe em Seu glorioso, mas doloroso labor” (TD [Treasury of David: Tesouro de Davi], Vol. 1, p. 197). Stephen Charnock escreve: “Esta é uma parte da alegria da alma de Cristo; Ele tem agora a plenitude da alegria, um prazer satisfatório em vez de uma tristeza esmagadora; a ‘plenitude da alegria’, não apenas algumas faíscas e gotas como Ele tinha agora e, então, em Sua condição humilhada; e isso, na presença de Seu Pai. Sua alma é alimentada e nutrida com uma visão perpétua de Deus, em cujo rosto Ele contempla não mais carrancas, não mais propósitos de tratá-lO como um servo, mas aqueles sorrisos que devem dar uma sucessão perpétua de alegria a Ele, e encher a Sua alma com chamas frescas e puras. Em comparação com estes deleites as maiores alegrias desta vida são angústia e horror. Sua alma tem alegrias, prazeres sem mistura, sem número, a plenitude, sem escassez, uma constância sem interrupção, e uma perpetuidade sem fim” ([Citado por Spurgeon em] Treasury of David, Vol. 1, p. 209). Jonathan Edwards escreve: “Cristo desde a eternidade está, por assim dizer, no seio do Pai, como o objeto de Sua infinita complacência. NEle está a felicidade eterna do Pai. Antes que o mundo existisse, Ele estava com o Pai, no gozo de Seu amor infinito; e tinha deleite infinito e bem-aventurança naquele gozo; como Ele declara sobre Si mesmo em Provérbios
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8:30: ‘Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo’. E quando Cristo subiu ao Pai depois da Sua paixão, foi para Ele, para o gozo da mesma glória e bem-aventurança no gozo do Seu amor... O amor que o Pai tem por Seu Filho é realmente grande: a Divindade, por assim dizer, total e plenamente flui uma corrente de amor a Cristo; e a alegria e o prazer de Cristo são proporcionalmente grandes. Este é o fluxo de delícias de Cristo, o rio do Seu prazer infinito” (Obras, Vol. 2, p. 29). 2. No Salmo 16:9-11, aprendemos que foi a esperança da futura alegria na presença do Pai que levou o Filho a suportar a cruz. Nos seguintes textos, nós aprenderemos que parte dessa alegria era a glorificação ou exaltação do Filho ao lugar que era Seu por direito, mesmo antes da fundação do mundo. Escreva seus pensamentos sobre esses textos. João 17:4-5 João 17:24
Notas De Estudo João 17:4-5. “Eu glorifiquei-Te na terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer”. Cristo glorificou a Deus sobre a terra em duas formas específicas: (1) Ao revelar Deus aos homens (v. 6); e (2) por Sua obediência à vontade do Pai. João Calvino escreve: “Ele completou todo o curso da Sua vocação” (CC [Calvin's Commentaries: Comentários de Calvino], Vol. 18, p. 168. “E agora glorifica-Me tu, ó Pai, junto de Ti mesmo”. Jonathan Edwards escreve: “A glória do Pai e do Filho é falada como a finalidade da obra da redenção” (Obras, Vol. 1, p. 110). João Calvino escreve: “Ele deseja ser glorificado com o Pai, não que o Pai O glorifique secretamente, sem testemunhas, mas que, tendo sido recebido no Céu, Ele possa conceder uma magnífica demonstração de Sua grandeza e poder, de modo que cada joelho dobre-se diante dEle (Filipenses 2:10)” (CC, Vol 18, p 169). Por que Cristo busca essa glória para Si mesmo? As seguintes razões devem ser consideradas: (1) Ele desejou tanta glória, porque esta era Sua por direito. João Calvino escreve: “Ele não deseja nada que não pertença estritamente a Ele” (CC, Vol. 18, p. 169). Matthew Henry escreve: “Veja com que a confiança Ele espera aquele gozo estabelecido diante dEle... este não pode ser negado a Ele... Havia tal valor infinito no que Cristo fez para glorificar ao Seu Pai que Ele mereceu justamente todas as glórias de Seu estado exaltado. Se o Pai foi um ganhador em Sua glória pela humilhação do Filho, era apropriado que Filho não fosse perdedor por meio dele” (MHC, Vol. 5, p. 1153-1154). (2) Ele desejou tanta glória, porque Ele também glorificaria o Pai. Em João 13:31, Jesus declarou: “Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nEle”. (3) A glória de Cristo é a alegria
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dos santos. O santo não terá maior privilégio no Céu do que contemplar a formosura do Filho exaltado e glorificado. “Com aquela glória que tinha conTigo antes que o mundo existisse”. Esta é uma forte prova da preexistência e Divindade do Filho. Ele desejava ter de volta aquela glória que Ele tinha deixado para trás (Filipenses 2:5-11). John Trapp escreve: “Nosso Salvador, então, não é um Deus ambicioso” (João 17: 5). João Calvino escreve que Cristo desejou que “a majestade Divina, que Ele sempre possuiu, fosse agora demonstrada ilustrativamente na Pessoa do Mediador, e na carne humana com que Ele estava revestido” (CC, Vol. 18, p. 169). Matthew Henry escreve: “Ele ora para que até mesmo a Sua natureza humana seja promovida para a maior honra que fosse capaz, Seu corpo a corpo glorioso; e a glória da Divindade fosse agora manifestada na Pessoa do Mediador, Emanuel, o Deus-homem” (MHC, Vol. 5, p. 1153). Albert Barnes escreve: “Ele agora ora para que Deus exalte-O até a dignidade e a honra que Ele tinha antes de Sua encarnação. Este é o estado a que Ele está agora exaltado, com a honra adicional de ter realizado a expiação do pecado, e ter aberto o caminho para salvar uma raça de rebeldes da morte eterna” (BN, João, p. 355). João 17:24. “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo”. A palavra “quero” vem da palavra grega thélo que pode ser traduzida como “desejar”. Este tem sido chamado de última vontade e testamento de Cristo por Seu povo. John Trapp escreve: “Cada palavra é cheia de vida e alegria. Eu não desejaria (diz o Sr. Baxter) por todo o mundo que este único verso fosse deixado de fora da Bíblia” (CONT [Commentary on The Old and New Testament: Comentário Sobre o Novo e Antigo Testamento], Vol. 5, p. 406). O Pai ama o Filho e não vai responder-Lhe com relutância ou escassamente, mas em abundância. “Que me deste”. Aqui encontramos um grande motivo para a Divina obra salvadora entre os homens pecadores: Ele é movido a salvá-los não por causa de algum mérito encontrado neles, mas para dar-lhes a Seu Filho. Ao longo dos tempos, Deus salvou e transformou uma multidão incontável dentre a raça caída de Adão para que Ele possa dar-lhes como um presente a Cristo (Veja também: João 3:35; 6:37, 39; 10:27-30). “Também eles estejam coMigo, para que vejam a Minha glória que Me deste”. Cristo revela agora o grande motivo por trás de Sua petição: Ele pediu que Seu povo pudesse ver o Seu esplendor eterno, a plenitude de Suas excelências, perfeições, beleza e poder. O Filho deseja ser glorificado porque Ele é Deus, e é correto que Ele seja glorificado. Evitar essa glória seria negar Sua Divindade. O Filho deseja que a Sua glória seja vista por Seu povo, porque a coisa mais amorável e graciosa que Ele poderia fazer por eles e o maior privilégio que Ele poderia conferir-lhes seria permitir-lhes a entrada na Sua presença para que contemplem a plenitude de Sua glória. John Owen escreve: “É evidente que nesta oração, o Senhor Jesus Cristo refere-Se à Sua própria glória e à manifestação da mesma. Mas aqui, Ele não está tanto preocupado com a Sua própria glória quanto Ele
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está pelo proveito, benefício, satisfação e bem-aventurança de Seus discípulos, na contemplação de isso... Desta forma José encarregou seus irmãos, quando ele havia se revelado a eles, que eles deveriam dizer ao pai sobre toda a sua ‘glória no Egito’ (Gênesis 45:13). Isso ele fez, e não para uma ostentação de sua própria glória, mas para a satisfação que ele sabia que seu pai teria no conhecimento disso. E tal manifestação de Sua glória aos Seus discípulos o Senhor Jesus Cristo deseja aqui, para encher-lhes com satisfação bendita para sempre” (Obras, Vol. 1, p. 286). “Porque Tu Me amaste antes da fundação do mundo”. O Pai busca a glória do Filho por causa de Seu amor eterno e paternal por Ele. John Gill chama-lhe de um “amor antigo” (EONT, Vol. 8, 91 p.). O Pai criou o universo e ordenou a salvação de uma multidão a partir da massa da humanidade caída, porque Ele ama Seu Filho e busca a Sua glória. Por meio de Sua encarnação, vida perfeita, cruz e ressurreição, a porta foi aberta para o Filho obter a maior glória para Si mesmo. Ele tem “em tudo tenha a preeminência” (Colossenses 1:18), e todas as coisas no Céu e na terra foram “congregadas” nEle (Efésios 1:10). Tudo isso tem sido realizado de acordo com a benevolência e perfeita satisfação do Pai.
A Alegria De Adquirir Um Povo Redimido Até agora, nós aprendemos que Deus o Pai ama o Seu Filho acima de tudo e ordenou todas as coisas para a Sua glória e por benevolência. Assim, antes da fundação do mundo, Deus ordenou salvar um povo dentre a multidão da humanidade pecadora para que eles sejam para a glória, honra e louvor do Filho. De acordo com a vontade do Pai, e tendo em consideração esta alegria que Lhe fora proposta — a alegria de redimir um povo Seu próprio — o Filho voluntariamente, mesmo com alegria, suportou tudo por Sua noiva e pela alegria que ela acabaria trazendo a Ele. Por meio de Sua encarnação e morte, Ele garantiu uma grande congregação para Si mesmo de toda tribo, língua, povo e nação. Ele fez deles uma fonte de contínua alegria, satisfação e glória por toda a eternidade. Charles Spurgeon escreve: “Trazer Seus escolhidos para a felicidade eterna era a grande ambição que O inspirou, e O fez percorrer um mar de sangue” (TD, Vol. 1, p. 197). Matthew Henry escreve: “A salvação das almas é uma grande satisfação para o Senhor Jesus. Ele considerará todos os Seus sofrimentos bem proveitosos, e Ele mesmo abundantemente recompensado, se os muitos filhos forem, por meio dEle, trazidos pela graça para a glória. Que Ele tenha isso, e Ele tem o suficiente. Deus será glorificado, crentes arrependidos serão justificados e, então, Cristo estará satisfeito” (MHC, Vol. 4, p. 308). 1. No Salmo 2:8, o que o Pai promete ao Seu Filho? Explique como esta promessa era um aspecto da “alegria que Lhe fora proposta”, e que O levou a entregar Sua vida na cruz do Calvário?
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2. As seguintes passagens das Escrituras ilustram ainda mais as verdades reveladas no Salmo 2:8, que o Filho deixou as glórias do Céu e abraçou a cruz para que pudesse redimir um povo para a Sua própria glória e alegria. Escreva seus pensamentos sobre esses textos: Isaías 53:11; Isaías 62:5; Lucas 15:10.
Notas De Estudo Salmo 2:8. Este Salmo é atribuído a Davi (Atos 4:25), e é frequentemente citado no Novo Testamento como tendo sido cumprido em Cristo (Atos 4:25-27; 13:33; Hebreus 1:5). Ele foi considerado por muito tempo um salmo Messiânico. “Pede-Me, e Eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por Tua possessão”. Com relação a Davi, esta promessa refere-se à sua posse da terra prometida e a sujeição das nações. No que diz respeito ao Filho de Deus, o salmo se refere ao Seu governo sobre toda a criação e o ajuntamento de um povo para Si mesmo de toda tribo, língua, povo e nação. Deus foi movido a salvar as nações, não por causa de algum mérito ou virtude que Ele descobriu neles, mas para que Ele pudesse dar um povo redimido como herança ao Seu filho, por Sua alegria, beneplácito e glória. Charles Spurgeon escreve: “Em grandes festas muitos monarcas têm sido conhecidos por dizerem ao seu favorito: ‘Peça o que eu te darei, e nada te será negado no dia de hoje’. Desta forma, o grande Pai diz ao Seu glorioso Filho, o Príncipe da Paz, ‘PedeMe, e Eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por Tua possessão’. O Pai solicita que Ele abra a boca, e peça um domínio sem limites. Ele Lhe dará nações distantes, sim, e toda a terra para ser o Seu reino” (MTP, Vol. 26, p. 253-254). John Gill escreve: “Estes são dados a Ele como Sua herança e possessão, como Sua porção, para serem apreciados por Ele; e Ele os estima, como tal, e reconhece-os como uma formosa herança, e um tesouro peculiar, Suas joias, e a menina dos Seus olhos” (EONT, Vol. 3, p. 531). Cristo entregou a Si mesmo na cruz com a esperança da certeza que o Seu trabalho não seria em vão e Sua recompensa não seria escassa. A graça soberana faria o Filho receber a Sua recompensa. Deus prometeu a Abraão, Seu servo: “Olha agora para os céus, e conta as estrelas... Assim será a tua descendência” [Gênesis 15:5]. Se Deus fez tal promessa ao Seu servo que creu, quanto maior é aquela promessa a Seu Filho que obedeceu até à morte e morte de cruz! Isaías 53:11. “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si”. A obra do Messias seria marcada pelo sofrimento intenso por carregar as iniquidades do Seu povo e a ira de Deus. A palavra “trabalho” vem da palavra hebraica `amal que denota trabalho cansativo, labuta, aflição e angústia. Albert Barnes escreve que a palavra referese, “ao árduo e cansativo labor e aflição envolvidos na obra da redenção, como o que
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exauriu os poderes do Messias como um homem, e afundou-O até a sepultura” (BN, Isaías, Vol. 2, p. 281). “Ele verá”. Uma declaração poderosa. A obra do Messias não seria em vão. Ele a veria até a sua consumação. Ele a realizaria e Se alegraria, mesmo Se deleitaria, em sua recompensa: a justificação de “muitos”. João Calvino escreve:” Ele [i.e. Isaías] declara que Cristo, depois de ter sofrido, obterá o fruto da Sua morte na salvação dos homens. Quando ele diz: ‘Ele verá’, podemos fornecer as palavras, “Fruto e Eficácia” (CC, Vol. 8-4, p. 126). “E ficará satisfeito”. O Messias seria completamente satisfeito em Sua realização. A palavra “satisfeito” vem da palavra hebraica saba que significa ser satisfeito, saciado ou pleno; alguém ter plenitude ou ter em excesso. Matthew Poole escreve: “Ele estimará a Sua própria glória e de Seu Pai, e a salvação de Seu povo, uma recompensa abundante por todos os Seus sofrimentos” (Isaías 53:11). João Calvino escreve: “Isso é repleto da mais doce consolação; pois Isaías não poderia ter melhor expressado o amor infinito de Cristo por nós do que ao declarar que Ele tem o maior prazer em nossa salvação, e que Ele descansa nisso como o fruto de Seu trabalho, e que Aquele que obteve o Seu desejo descansa naquilo que Ele mais ardentemente desejou; pois, nenhuma pessoa pode ser dito ser satisfeita, senão aquela que obteve o que desejava tão ardentemente a ponto de ignorar todo o restante e ficar satisfeito com aquilo somente” (CC, Vol. 8-4, p. 126-127). John Gill escreve: “Ora, o fruto de tudo isso Ele vê com prazer indizível, e, o que dá a Ele uma satisfação infinita; a saber, a redenção completa de todos os eleitos, e a glória das perfeições Divinas demonstradas nisso, bem como a Sua própria glória, em consequência disso; ... Como uma mulher, depois que ela dá à luz, e as dores agudas são terminadas, tendo trazido à luz um filho, olha para ele com alegria e prazer, e é satisfeita, e se esquece de sua anterior dor e angústia; assim também Cristo, depois de todos os Seus sofrimentos e aflições, vê um grande número de almas regeneradas, santificadas, justificadas e trazidas para o Céu, em consequência deles, o que é uma visão mui agradável e satisfatória a Ele” (EONT, Vol. 5, p. 316). Jonathan Edwards escreve: “Ele vê o trabalho de Sua alma, ao ver a Sua semente, os filhos trazidos como resultado de Seu trabalho de parto. Isto implica que Cristo tem o Seu prazer, mais verdadeira e propriamente, em obter a salvação de Sua Igreja, não meramente como um meio, mas como no que Ele Se alegra e está satisfeito, mais direta e propriamente” (Obras, Vol. 1, p. 114). Isaías 62:5. “...como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus”. A linguagem mais íntima é empregada aqui para comunicar a natureza e extensão da alegria de Cristo na noiva que Ele redimiu para Si. Encontrou-a maldita, Ele a redimiu com Seu sangue, Ele transformou-a pelo Seu poder, e Ele a apresenta a Si mesmo com alegria sem limites. Matthew Henry escreve: “Isto é muito aplicável ao amor de Cristo por Sua igreja e à complacência dEle em relação a ela, que aparece tão brilhantemente em Cânticos de Salomão, e que será pleno no Céu” (MHC, Vol. 4, p. 364). John Gill escreve: “Cristo é o Senhor, Deus de Sua igreja e povo; Emanuel, Deus conosco; e Ele está na relação de um
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noivo para eles, e eles na relação de uma noiva dEle; e, como tal, Ele Se alegra com eles com grande alegria, e isso para fazer-lhes bem; por isso Se alegrou neles desde toda a eternidade, quando pela primeira vez foram desposados com Ele; E assim Ele faz no tempo, na redenção: esta foi a alegria proposta a Ele, que O animou a levar a cruz, e desprezar o seu opróbrio; ou seja, aqueles que seriam resgatados e salvos por Ele, e trazidos à glória; Ele Se alegra com a conversão deles, e vai apresentá-los a Si mesmo com alegria no reino espiritual e pessoal, e ao Seu Pai no último dia; e particularmente, o que se intenciona aqui, haverá uma tal profusão de bênçãos sobre a Igreja no último dia, como o que mostrará abundantemente a alegria de Cristo em Seu povo” (EONT, Vol. 5, p. 365). Lucas 15:10. “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. O termo “diante dos anjos” é uma referência ao Céu, a morada de Deus (veja o verso 7). A ideia principal não é que os anjos se alegram, mas que a alegria superabundante de Deus por causa da salvação de Seu povo transborda para todo o Céu e a toda santa criatura que lá habita. “Por um pecador que se arrepende”. A relação entre Hebreus 12:2 e este verso é claro. A alegria que foi proposta a Cristo e que O levou a dar a Sua vida em resgate de muitos inclui a alegria de ver uma multidão de santos glorificados, redimidos pelo Seu próprio sangue. Charles Spurgeon escreve: “Um pecador se arrependeu, e todo o Céu deve ter dia festivo a seu respeito. Oh, irmãos, há alegria suficiente no coração de Cristo sobre Seus salvos para inundar todo o Céu com deleite. As ruas do Paraíso são cheias até os joelhos com as águas celestes da alegria do Salvador. Elas fluem a partir da própria alma de Cristo e os anjos e espíritos glorificados banham-se no intenso ribeiro” (MTP, Vol. 30, p. 526). Matthew Henry escreve: “Há sempre alegria no Céu. Deus Se alegra em todas as Suas obras, mas particularmente nas obras de Sua graça. Ele Se regozija em fazer o bem aos pecadores penitentes, com todo o Seu coração e toda a Sua alma. Ele Se regozija não somente na conversão de igrejas e nações, mas, mesmo por um só pecador que se arrepende, embora, apenas um único” (MHC, Vol. 5, p. 741).
Ele Ficará Satisfeito Por Edward Payson “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53:11). “Algum de nós já viu o que os anjos viram, quando o Filho de Deus deixou o seio de Seu Pai, e trocou um trono no Céu por uma manjedoura na terra; se O tivéssemos visto despojar-Se de Sua glória, esvaziando-Se da forma Deus, assumindo a forma de servo, e aparecendo na Terra, à semelhança da carne do pecado, com o propósito declarado
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de viver na pobreza, e morrer uma morte ignominiosa, agonizante, maldita — naturalmente, teríamos sido levados a exclamar: ‘Que justo propósito Ele pode ter em vista? Que motivo pode ser suficientemente poderoso para induzir tal Ser a fazer sacrifícios tão grandes, a encontrar sofrimentos tão extraordinários!?’. Esta questão um apóstolo parcialmente respondeu. Ele nos informou que Jesus Cristo suportou a cruz e desprezou a vergonha por causa da alegria que Lhe fora proposta. No que consistia essa alegria, podemos aprender com o capítulo diante de nós, e especialmente a partir de nosso texto. Aqui é predito, que Ele verá o fruto do trabalho da Sua alma, ou seja, os frutos ou efeitos de Seus sofrimentos, e ficará satisfeito. No contexto, somos informados o que estes frutos serão. Ele, justificará a muitos, Ele verá a Sua posteridade, e o prazer do Senhor prosperará na Sua mão. O gozo proposto a Ele, pelo que Ele suportou a cruz, desprezando a vergonha, foi, então, a alegria, o que resultaria de ver Seu Pai glorificado e os pecadores salvos, em consequência de Sua encarnação, sofrimentos e morte. Isto, nosso texto afirma, Ele verá, e a visão irá satisfazê-lO. Enquanto o contempla Ele sentirá que Ele é amplamente recompensado por todos os Seus sacrifícios, labutas e sofrimentos...”. “Nosso Redentor já tem visto muito do fruto dos Seus sofrimentos. O nosso mundo uma vez estéril, regado por Suas lágrimas e Seu sangue, já produziu uma grande colheita de justiça e salvação. Sua cruz, como a vara de Arão, brotou e floresceu, e começou a dar precioso fruto incorruptível. A partir de Sua cruz fluiu todo o conhecimento religioso, toda a real bondade, toda a verdadeira felicidade que existe entre os mortais desde a Queda. Na cruz, que, como a escada vista por Jacó na visão, une o Céu e a terra, miríades de seres imortais, que estavam afundando no abismo sem fundo, têm subido às mansões celestiais; outras miríades, agora vivas, estão seguindo-os na subida. Nos patriarcas, profetas e os israelitas piedosos; nos apóstolos e outros pregadores primitivos do Cristianismo; nos inúmeros convertidos, os quais por instrumentalidade deles, foram transportados das trevas para a luz; em todos os indivíduos verdadeiramente piedosos, que, desde então, existiram dentre os homens; em todos os verdadeiros Cristãos, que agora estão na terra, nosso Redentor tem visto os frutos de Seus sofrimentos. Em cada Cristão verdadeiro agora presente Ele vê um desses frutos, vê uma alma que foi redimida da miséria sem fim e desespero por meio de Seu sangue, e feito um herdeiro da glória, honra e imortalidade. Então, quanto, quão muito, Ele já tem visto realizado, no cumprimento da promessa diante de nós! Quantas almas imortais foram arrebatadas como tições do fogo eterno! Quantos indivíduos foram instruídos, santificados, perdoados, consolados e feitos mais do que vencedores, por meio dAquele que os amou! Quantas famílias piedosas se alegraram juntas em Sua bondade; quantas igrejas foram plantadas, regadas e feitas florescer! Quanta felicidade os membros de todas essas igrejas têm na vida, na morte e no Céu! Que imensa, quase inumerável, multidão, de espíritos
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felizes, redimidos dentre os homens, estão agora ao redor do trono de Deus e do Cordeiro! E mesmo enquanto eu falo, o número desses espíritos felizes, e a colheita que nasce dos sofrimentos do Salvador estão aumentando. Mesmo enquanto eu falo pecadores em diferentes partes do mundo estão vindo para o reino de Deus. Mesmo enquanto eu falo, almas imortais, lavadas no sangue de um Salvador, santificadas pelo Seu Espírito e justamente feitas vitoriosas sobre o último inimigo, a morte, estão entrando Céu, a partir dos quatros cantos da terra, e iniciam a sua canção eterna. Ora, Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém”. “E enquanto o nosso três vezes bendito Redentor tem, assim, visto, e ainda vê a felicidade dos seres humanos aumentando em virtude de Seus sofrimentos, Ele também tem visto, e ainda vê a glória de Deus aumentando igualmente. Ele tem visto milhões, que já foram inimigos de Seu Pai, transformados em amigos; Ele tem visto milhões, que uma vez cegamente adoravam deuses falsos, e que atribuíam a eles a glória da criação, preservação e governo do mundo, convertidos de seus ídolos inúteis para adorarem o único Deus vivo e verdadeiro, que fez o céu e a terra. Ele viu a lei de Seu Pai obedecida e honrada por multidões, os quais, se não fosse por Ele, teriam continuado a pisoteá-la. Ele tem visto dez mil vezes dez mil orações e atribuições de louvor, elevadas a partir do mundo, o que, se não fosse por Sua interposição, nunca haveria uma destas como aceitáveis sacrifícios espirituais agradáveis ao Seu Pai. Ele viu o trono eterno cercado, e Aquele que está sentado sobre ele adorado por quase incontáveis multidões, que uma vez desonraram a Deus na terra, e que estavam prestes a blasfemar dEle no inferno. Em suma, Ele tem visto Sua Religião voando em todo o mundo como nas asas dos anjos, espalhando bênçãos onde ela vai, e proclamando a paz na terra, boa vontade para com os homens e glória a Deus nas alturas. Certamente, a previsão diante de nós já tem sido parcialmente cumprida” (Obras Completas, Vol. 2, p. 152-154).
Por Que Deus Se Alegra Nos Redimidos Por Edward Payson “Que o infinito e todo-bendito Senhor, diante do qual todas as nações são como nada e vaidade, deve regozijar-Se no arrependimento de um pecaminoso verme de pó, parece, à primeira vista, estranho, e quase inacreditável. Porém, por mais estranho ou incrível que pareça, é evidente, tanto a partir de Suas declarações e Sua conduta, que tal é o fato... No entanto, é certo, que Deus não Se alegra no arrependimento dos pecadores porque isso pode adicionar qualquer coisa à Sua felicidade ou glória essencial; pois Ele já é infinitamente glorioso e feliz, e assim permaneceria mesmo que todos os homens na terra, e todos os anjos no Céu corressem loucamente para o Inferno. Tem o Todo-
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Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou algum lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos? Não, nossa bondade não o alcança Ele, e quando tivermos feito tudo, nós somos apenas servos inúteis. Por que então Deus Se alegra quando nos arrependemos? Ele Se alegra: 1. Porque os Seus graciosos propósitos eternos e Seus compromissos com Seu Filho, então, são cumpridos. Aprendemos com as Escrituras que todos os que se arrependem, foram eleitos por Ele em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e dados a Ele como Seu povo no Pacto da Redenção. Aprendemos também que Ele disse ao Seu Filho: ‘O Teu povo será mui voluntário no dia do Teu poder’. Ele, portanto, Se alegra em vê-los se arrependerem, como nos alegramos quando nossas promessas são cumpridas, e os nossos propósitos favoritos realizados. 2. Deus Se alegra quando os pecadores se arrependam, porque trazê-los ao arrependimento é a Sua própria obra. Esta é uma consequência do dom de Seu Filho, e é efetuada pelo poder do Seu Espírito. As Escrituras nos informam que Ele Se alegra com todas as Suas obras, e com razão Ele Se alegra nelas; pois elas são todas boas. Mas, se Ele Se alegra em Suas outras obras, muito mais Ele pode alegrar-Se nesta, uma vez que é de todas as Suas obras a maior, a mais gloriosa, e a mais digna dEle mesmo. Nessa obra, a imagem de Satanás é apagada, e a imagem de Deus restaurada a uma alma imortal. Nessa obra, um filho da ira é transformado em um herdeiro da glória. Nesta obra, um tição de fogo é arrebatado do fogo eterno, e plantado entre as estrelas no firmamento do Céu, para que ali brilhe com resplendor crescente para todo o sempre. Essa não é uma obra digna de Deus, uma obra na qual Deus pode devidamente Se alegrar? 3. Deus Se alegra com o arrependimento dos pecadores, porque proporciona-Lhe uma oportunidade de exercer misericórdia e demonstrar o Seu amor a Cristo, perdoando-os por amor a Ele. Cristo é Seu Filho amado, em quem Ele está sempre bem satisfeito. Ele O ama como a Si mesmo, com um amor infinito; um amor que é tão inconcebível por nós, como Seu poder criativo e a duração eterna. Ele O ama não somente por causa da relação próxima e inseparável união que subsiste entre eles, mas pela perfeita santidade e excelência de Seu caráter, e especialmente pela benevolência infinita que Ele demonstrou em realizar e consumar a grande obra da redenção do homem. Como é a natureza do amor manifestar-se em atos de bondade para com o objeto amado, Deus não pode, senão desejar demonstrar o Seu amor por Cristo, e mostrar a todos os seres racionais o quão perfeitamente Ele está satisfeito com o Seu caráter e conduta, como Mediador. A fonte inesgotável de amor a Cristo, que enche Seu coração, está constantemente à procura de novos canais em que possa fluir e mostrar-se às criaturas. Como Davi perguntou: ‘Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul, para que lhe faça benevolência por amor de Jônatas?’ [2 Samuel 9:1], assim podemos conceber Deus como perguntando:
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‘Há ainda algum pecador arrependido, a quem Eu lhe faça benevolência por amor de Cristo?’. E quando um pecador é encontrado, Deus não pode deixar de estar satisfeito, porque isso Lhe proporciona uma oportunidade para mostrar o Seu amor por Cristo, concedendo perdão em virtude de Sua expiação e intercessão... 4. Deus Se alegra quando os pecadores se arrependem, porque ele se agrada de vê-los escapar da tirania e das consequências do pecado. Deus é luz; santidade perfeita. Deus é amor; pura benevolência. Tanto a Sua santidade e a Sua benevolência O levam a Se alegrar quando pecadores escapam do pecado. O pecado é aquela coisa abominável que Ele odeia. Ele o odeia como uma coisa má ou maligna, e amarga ou destrutiva. Na verdade, é ambos. É a peste, a lepra, a morte das criaturas racionais. O pecado infecta e envenena todas as suas faculdades; mergulha-os nas mais baixas profundezas da culpa e miséria, e contamina-os com uma mancha, que todas as águas do oceano não podem lavar, que todos os fogos do Inferno não podem remover; a partir do que nada pode purificá-los, senão o sangue de Cristo” (Obras Completas, vol. 3, p. 235-241).
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use estas palavras para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
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2 Coríntios 4 1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 2
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na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está 4 encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo 6 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 10 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus 11 se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na 12 13 nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, 14 por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará 15 também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de 16 Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o 17 interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação 18 produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se Issuu.com/oEstandarteDeCristo não veem são eternas.