Revista Literária Plural nº 8 (especial) Movimento Poesia Em Emergência

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EDITORIAL Caro

No 8

Ano 18 - nº 8 - maio/2020 - Rio de Janeiro/RJ OFICINA Editores Editor-chefe: Sérgio Gerônimo Editor-assistente: Mozart Carvalho Editora-logística: Vanda Delgado (in memoriam) Praça Antonio Callado, 53/603, Barra da Tijuca Rio de Janeiro - RJ - 22793-084 WhatsApp: (21) 9 9924-3906 facebook.com/Oficina-Editores-110484595740314/ www.oficinaeditores.com.br

Revista Literária Plural ISSN 2238430-8 00008 Capa/arte-final/projeto gráfico: Sérgio Gerônimo Impressão e acabamento: Letras e Versos Fotografias: acervo da editora Revisão final: Adriana Bandeira Conselho Editorial: Ana Carolina Coelho, Glenda Maier, Juju Campbell (in memoriam), Márcia Leite e Mozart Carvalho Normas para publicação: Revista Literária Plural está aberta a publicações de crônicas, contos, biografias, poemas, traduções, entrevistas, resenhas de livros, roteiros em geral, monografias... Os textos deverão vir digitados em fonte TNR, tamanho 10, por e-mail ou CD (com cópia em papel) e endereçados ao Conselho Editorial. -3-

leitor:

A Revista Literária Plural vem proporcionar, em seu oitavo número, uma coletânea especial, de poemas, do MOVIMENTO POESIA EM EMERGÊNCIA, capitaneados pelos editores! Foram quinze dias de adesões dos mais diferentes naipes de poetas. Palavras poéticas disseminadas de repúdio, solidariedade, emoção, alegria, tristeza que descontaminaram o momento de “espanto”, mais uma vez recorrendo ao nosso poeta Gullar, vividos por nós todos, para desfazermos todos os nós em quaisquer cantos que existam. Independente da dor, o ser dói como um todo. É através desse movimento, que buscamos o belo e o trágico, o terno e a cruel realidade da pandemia, o lugar onde encontraremos a força da humanidade traduzida no vigor de textos poéticos. Um diálogo entre os anseios e o fato que tem por finalidade nos conservarmos vivos na certeza de que tudo passará. Sérgio Gerônimo Mozart Carvalho Editores


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Participantes do Movimento Poesia Em Emergência Abril de 2020 Angela Andrade Anna Salles Anny Guerrini Arlete Moreira dos Reis Beatriz Chacon Beatriz Dutra Celi Luz Claudia Luna Elisa Flores Ethel Naomi Glenda Maier Heloísa Amado Isabel Vargas Jania Souza Lucia Rosadas Luiz Otávio Oliani Marcia Agrau Maria do Carmo Bomfim Mozart Carvalho Paulo Roberto Cunha Paulo Vargas Renate Gigel Ricardo França Sérgio Gerônimo Sol Figueiredo

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Como começou! MOVIMENTO POESIA EM EMERGÊNCIA Considerando o momento atual, no qual o mundo, por que não dizer o planeta, dá voz aos sentimentos e às transformações, em uma sociedade multifacetada, propomos: “MOVIMENTO POESIA EM EMERGÊNCIA”, coordenado por Mozart Carvalho e Sérgio Gerônimo, editores da OFICINA Produções, despertando a palavra, o grito da permanência de convivência, na labuta diária de ressignificação da vida. Ferreira Gullar afirma que “a arte é a prova de que a vida não basta”. A arte é uma manifestação que abandona a realidade palpável e nos atira nos braços da sensibilidade e do pensamento, recontando ao homem suas guerras, conquistas, celebrações, reveses, amores, tradições e... Poesia. Poetas de todos os matizes interajam no MOVIMENTO POESIA EM EMERGÊNCIA! Utilizem as redes sociais! Aos poetas participantes, oferecemos uma publicação revista online, sem ônus, referente a esse movimento. Para aceitar ser parte integrante do movimento, basta citar, ao colocar no seu post, MOVIMENTO POESIA EM EMERGÊNCIA. 15/04/2020

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Angela Guerra (Rio de Janeiro/RJ) 25/04/2020 QUANDO? A um movimento da batuta O mar se tingiu de azul profundo, arrematado por um rendilhado branco imaculado A um movimento da batuta os girassóis cresceram e se viraram para saudar o sol que surgira no horizonte A um movimento da batuta os pássaros alçaram voo e nos céus desenharam sonhos, abanando as asas chilreando alegremente A um movimento da batuta nos libertamos e saímos por aí, sem eira nem beira, sem destino ou meta a cumprir A um movimento da batuta tudo mudou.

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Anna Salles (Rio de Janeiro/RJ) 17/04/2020

VAZIO olho e estรก vazio sem flores sem som sem cores e o sentimento vai embora quando olho o vazio toda hora.

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Anny Guerrini (Bahía Blanca/Buenos Aires/AR) 17/04/2020 MOVIMIENTO POETRY EN EMERGENCIA Elevaré mis plegarias para que haya otro universo donde exista una rara costumbre: susurrar conjuros que exorcicen la soledad del infinito y la vida vuelva a hilar los tiempos de la esperanza.

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Arlete Moreira dos Reis (Rio de Janeiro) 16/04/2020

NATUREZA Vejo da minha sala A Árvore de minha janela. Parece me perguntar Por que não chego a janela. Compreende que estou triste E dá o jeito dela, Mostra o tucano em seu galho e Num carinho sem par, balança suas folhas, como me quisesse abraçar, Jogando-me um vento fresco, desejando me alegrar.

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Beatriz Escorcio Chacon (Niterói/RJ) 22/04/2020 QUATRO PAREDES Já rabisquei muito poema o pé no chão solarado. Impossível o verso noturno no assoalho de agora já lustroso de tão gasto. Meu coração precisa apanhar sol eu preciso de óculos e luminária essa é toda a minha impossibilidade.

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Beatriz Dutra (Rio de Janeiro/RJ) 22/04/2020

A PANDEMIA DE 2020 De repente, a pressa e a correria dos nossos dias dissiparam-se no ar... De repente, todo o tempo que não tínhamos veio inteirinho para as nossas mãos... E, atônitos, perguntamo-nos: E agora?... Até quando?... Perplexidade, inquietação e necessidade de reaprendermos a VIVER... Mas priorizando desta vez: o amor, a amizade, a saúde, a solidariedade, o perdão, a realização dos sonhos... enfim... a felicidade!... Que tenhamos tempo para tudo isso, Amém!

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Celi Luz (Rio de Janeiro/RJ) 20/04/2020 FICA VIVO Tenho sede de horizonte se meu olhar não te alcança. Se eu pudesse mergulharia pelas águas espelho da lua moldaria a esperança o amuleto da sorte. Ah! Se eu pudesse, meu guerreiro, terias a muiraquitã do Amazonas. Nada de mal te aconteceria.

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Claudia Luna (Rio de Janeiro/RJ) 17/04/2020

GRANDES CIDADES Grandes cidades Doentes terminais Estado grave! Grandes cidades Nuvens de poluição Barulho de trânsito Banho de esgoto Ar de fumaça O canto dos pássaros É o estalido das balas! Suas crianças pensam Que papel vem da papelaria Leite da fábrica Legumes do supermercado O único a salvo Ainda é o pão da padaria. Mas e a farinha? Seus homens sensíveis Se escondem no hospício Os que se dizem sãos Do lado de fora Estão E todos os dias Matam e se matam Nesta imensa barbárie.

Sobreviver nas grandes cidades É um terror! Artificiais elas são. [tua melhor amiga é a Televisão] Teu melhor companheiro O dinheiro Tua maior doença: a solidão. Pois na correria não há mais tempo Para Re-la-cio-na-men-tos. Homens: Retomem sua humanidade Respeitem a natureza Parem de matar a si E a essas cidades.

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Elisa Flores (Rio de Janeiro) 16/04/2020 DA CONQUISTA Deletei instantes de enfrentamentos por temor da loucura se fazer presente Não quero me tornar covarde com ideias permanentes mas lutar por mudanças através do embate a tantos bloqueios da mente É preciso repensar tais contratempos e tentar prosseguir sempre em frente ante derrotas e vitórias na conquista do pleno existir Do livro: O último acorde

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ETHEL NAOMI (Rio de Janeiro/RJ) 15/04/2020 CORPO RITUAL

Corpo bizarro forma geografia de distribuição de sortilégio. Estranhos envelopes de carnes esfoliadas. Espíritos residem nas suas sombras e abduzem a canais subterrâneos, sejam pela explosão ou o rasgar da pele. Meu corpo é a do outro, sobretudo por amar outro ser - corpo. No corpo nasce a palavra. A linguagem treme de desejo, medo e gozo. Corpo pede descanso, humilde reconhece o fardo, todavia não se rende. Corpo de arroz do camponês conduz a alma, a palavra do ancestral, pede permissão à árvore anciã de flores amadurecidas pelo verão. Espantalho aposentado capta o desejo do Corvo que ala, põe, conduz a coragem da escrita. Corpo sem pecado deseja romper a vergonha da culpa em perpétua vigília. Libido ativada sem perturbar a veste de origem. Giros, giros, retornos sem sucesso, espalha tudo pro alto. Não há vácuo no meu presente pensamento. Ausente no tempo. Tênue sustenido trava na garganta. Corpo pede descanso, humilde reconhece o fardo, todavia não se rende. Minha alma transgressora não espelha em meu corpo – mente deficiente. Ideograma é corpo, homenagem aos deuses, vale mais que a própria vida. Palavra divina escrita nos cascos da tartaruga. Corpo nu e cru. Butoh – Dança do fracasso diante da imensidão marítima a clamar perdão. Declamar em gestos grotescos a dor insuficiente do filho pela mãe que a morte resgatou. Corpo colecionador de imagens. Corpo pede descanso, humilde reconhece o fardo, todavia não se rende!

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Glenda Maier (Rio de Janeiro/RJ) 15/04/2020 ESPERANÇA Nesta guerra invisível Unimos as mãos Em preces e ajuda Tentando recuperar Valores humanos Esquecidos nas armas E em muita ambição.

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Heloisa Amado (Rio de Janeiro/RJ) 16/04/2020 PANDEMIA

De repente, Ninguém mais saía. Éramos prisioneiros de um vírus, Tão forte, tão destruidor, Que, avassaladoramente, Não queria alguns Queria todos, queria o mundo Em total pandemia. Como em telepatia Passamos a entender Que só a Deus ele temeria E, em união, de mãos dadas Ajoelhamos, Olhamos para o céu com alegria, Começamos, fervorosamente, a orar Pedindo a Deus que nos ajudasse, Pois só ELE nos salvaria.

Olhares perdidos Vagueiam na incompreensão, Ruas desertas, silêncio, Lágrimas vertidas, solidão. A natureza, com sua beleza intensa, Agradece a despoluição. As cores, nuances diversas, Aparecem com mais emoção. A magia das fantasias, Absorve-nos. Fazendo-nos querer esquecer Que ele já existia. Sorrateiramente, Em uma velocidade galopante, O mundo inteiro ele invadia. A proporção que ele crescia Era tão alucinante Que nos entorpecia, Não acreditando no número de mortes que assistíamos.

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Isabel C. S. Vargas (Pelotas/RS) 29/04/2020)

VIVENDO A HISTÓRIA De gênio e de louco, dizem todos, que nós temos um pouco. Nunca o mundo foi tão doido Como está aparentando agora. Em meio a uma pandemia As pessoas não aceitam regras, Arriscam-se como se fossem imortais. Outros discutem política, ignorando a realidade. Uns vivem em um mundo à parte Tal qual Dom Quixote, o personagem Lutando contra inimigos errados Deixando de encarar a situação. O mundo está em choque Com esse inimigo real Contra quem temos que recuar Para podermos nos defender. Enquanto o homem se isola O planeta se recupera dos danos Mostrando como o homem É inconsequente e predador. Se faz necessário sabedoria para vencer Os medos, os inimigos e os fantasmas Que perturbam os seres humanos Para se tornarem melhores no futuro. Estamos passando por provação Para tomarmos consciência De nossos erros, nossa finitude Nossa responsabilidade para com todos. - 18 -

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Jania Souza (Natal/RN) 17/04/2020

POESIA EM EMERGÊNCIA Um caos virou a rotina A vida foi enclausurada O espírito grita Devolvam-me a liberdade Quero cheirar e pegar Meus queridos amados Quero abraçar a arte E continuar a navegar

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Lúcia Rosadas (Rio de Janeiro/RJ) 18/04/2020 QUADRAS Terríveis são esses dias Não me canso de dizer Pra acabar com essa agonia Já nem sei o que fazer Mas que vírus tão malvado Vem perturbar a gente Deixando por resultado Ou um morto ou um doente Vírus, para longe vá! Digo isso com certeza Fizeste só coisa má Por tua vil natureza Não existe nada pior Do que esse vírus malvado Que veio pro nosso lado Isso sabemos de cor

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Luiz Otávio Oliani (Rio de Janeiro/RJ) 17/04/2020

QUARENTENA no confinamento seres sobrevivem à rotina sem o lá fora reinventam-se sem motores poluição vuco-vuco importa o resguardo a contemplação do ser (in)certeza da liberdade num futuro próximo

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Marcia Agrau (Nova Friburgo/RJ) 16/04/2020 EMERGÊNCIA A sós nesse isolamento, só nos cabe um pensamento: porque ainda nos amamos, nós nos entredevoramos . Se continuarmos sós nada restará de nós. E o que ficará pra trás, sem que os dois percebamos, nessa altura dos problemas, apenas alguns poemas, nada mais.

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Maria do Carmo Bomfim (Rio de Janeiro/RJ) 17/04/2020

FARSA Ser feliz? que pretensĂŁo: tanta misĂŠria, faces sofridas, terra maldita, a vida se escoando por uma bala perdida, perdido o sangue, perdida a vida.

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Mozart Carvalho (Rio de Janeiro/RJ) 15/04/2020 VIDA as horas bailam com o tempo brotam essências valiosas mero pensamento não existe repetição na vida nenhum poema é destinado ao leitor a música ao ouvinte, a pintura ao observador é a natureza do homem ser história, sinfonia e arte pensar é escrever sem petrechos é poesia. é sussurrar. sem temor

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Paulo Roberto Cunha (São Francisco de Itabapoana/RJ) 17/04/2020

TEMPO FRIO Corta o vento minh’alma Banhada, salgada desse mar sem fim Dentro de mim Um oceano a desaguar... O canto das águas contra as rochas, Ecoa... Um pássaro solitário, voa... Em seus voos rasantes sobre o mar Com ele eu vou, sou todo D e s t r e z a... Olhos atentos Captam, transformam E o vento que corta M o l d a.

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Paulo Vargas (Portão/RS) 18/04/2020 QUERO SAIR PRA RUA Quero sair pra rua, e gritar Estou Vivo, num rútilo com altivo, na esperança que perpetua, quero cruzar as luas, com muitas amizades, capatázios de verdades, dando rédeas pro destino, como fosse um menino, deslumbrado pela liberdade. Quero fulgor do sol, sentir brisa no rosto, a estrada é meu posto, desde o pular no arrebol, dum capitólio ao paiol, apreciar lindas paisagens, ouvindo do cosmo mensagens, onde tudo é apreciável, cascata de água potável, nas mais lindas paragens.

Quero mergulhar a alma, nas águas da esperança, num rio que o pé alcança, trazendo de volta a calma, no cinema bater palma, no fim de alguma peça, andar pelas ruas sem pressa, sem se preocupar com fim, quem sabe um novo clarim, onde a utopia começa. A estrada é meu lar, liberdade minha religião, o casulo não é não, algo pro meu salutar, é como um jornal comprar, e não ler o noticiário, universo é meu signatário, desse meu viver lindo, nenhum mal é bem vindo, aqui é meu itinerário.

Sob a luz de Aldebarã, e toda a constelação rumar a vastidão, com todo o meu clã, sentir cheiro pelas manhãs do café de algum posto, de viver bem disposto, andando de mãos dadas, entre prosas e gargalhadas dividindo momentos com gostos.

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Renate Gigel (Novo Hamburgo/RS) 18/04/2020

DEPOIS DA TEMPESTADE E quando o perfume do café conquistar alturas peregrinas, E deleitar minhas narinas, Quero poder selar meu alazão alado, mãos afundadas em suas crinas, Sair do meu casulo, esparramada em liberdade, Galopar nuvens e chuva cristalina, Saboreando, cabelos ao vento, Colorido arco-íris de sete cores Em rubras faces das lembranças dos vividos amores.

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Ricardo França (Rio de Janeiro/RJ) 23/03/2020

A MÁSCARA SOCIAL & O GRITO ON LINE Em seu primeiro emprego aprendeu a dizer “sim senhor”, quando concordava e “sim senhor”, quando discordava. Depois de tanto tempo levou dez anos para chorar a obediência dos olhos Atrás da máscara hospitalar, contudo, o medo ainda estava lá.

A última máscara social que ele usou denunciava seus olhos molhados. Então era ele de verdade. Mas o que ele via? Um menino, um dia, caçava rã com uma linha de pipa pendurada em uma vara de bambu, com um anzol de arame amarrado na ponta.

Ele, enfim, revelava publicamente que não era forte. Era fraco. Que não era resiliente, mas obediente. E a resiliência dava-lhe coices mas a dor e os hematomas da angústia eram unanimidade sobre seus tapetes de sonhos subservientes.

“Você não sabe beijar!” “Você não sabe beijar!” “Você não sabe beijar!” Disse, cantando três vezes a menina que saiu correndo na rua de terra batida E o menino abatido tocou seus lábios com as mãos e percebeu que realmente não sabia beijar Quando o jovem cortou o cabelo e fez a barba pensando em servir ao Exército, imaginou-se numa trincheira de guerra a disparar a metralhadora em inimigos que não via. A vida não era um filme e ele foi dispensado após exame de vista

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Ei! Você, sob a máscara. Por que você não grita? Está em isolamento social. Então, vai, aproveita, grita! Depois respira o isolamento, oxigena o ontem negligenciado. Você não precisava ser forte o tempo todo. Lhe é permitida a fraqueza. Pois então chora. Arranca a máscara em elegia ao grito! Você esta online. E o mundo inteiro esta pedindo para você nunca mais parar de gritar.


Sérgio Gerônimo (Maricá/RJ) 15/04/2020

SITUAÇÃO CRÍTICA no raiar dos meus olhos a premência da liberdade de portas abertas permanece o íntimo a situação crítica: o horizonte!

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Sol Figueiredo (Campos/RJ) 18/04/2020 UM DIA APÓS O OUTRO Sim, eu sempre fui muito destemida, E encarava enfim cada das etapas, A cada desafio e novos tapas, Com brio, a cada fio dessa vida! Pra alguns eu parecia até metida, Na verdade era só uma pura capa, Que encapa e talvez assim não derrapa, Nessa vida vivida e tão corrida! Contida sem fim, meu amor escapa... Por este mundo afora sem um mapa, Quão perdida, já vivo então sofrida! Um dia após o outro, qual esfiapa... A vida a fio tal como uma farpa, Vã agonia que por fim me trucida!

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