TECNOLOGIA 26/08/2011

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Tecnologia SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011

DISPUTA

Samsung usa filme "2001" como argumento jurídico contra Apple ara se defender em um processo relacionado a patentes movido pela Apple, advogados da Samsung usaram como argumento uma cena do filme "2001: uma Odisseia no Espaço", de 1968, dirigido por Stanley Kubrick. Segundo a empresa, o design do iPad e de tablets atuais seria inspirado nos dispositivos fictícios que aparecem

P

no filme. A Apple, portanto, não poderia alegar que criou esse design. "O tablet do clipe tem um formato retangular, bordas estreitas, uma superfície predominantemente plana, uma parte traseira plana e uma espessura fina", diz parte do documento citado pelo Foss Patents, ressaltando as semelhanças entre os dispositivos do filme e os tablets atuais.

www.ojornalweb.com

Tecnologias brasileiras que conquistaram fama mundial >> Págs. 3 e 4

Escolas americanas estão abandonando a escrita à mão >> Págs. 6 e 7

Jobs renuncia à presidência da Apple >> Pág. 8

COMPORTAMENTO

Torre de Na cena citada pelos advogados da Samsung, que está no YouTube, dois astronautas comem enquanto usam computadores muito parecidos com os atuais tablets

Steve Jobs renuncia à presidência da Apple Steve Jobs, 56, anunciou nesta quarta-feira que deixará a presidência-executiva da Apple, cargo que ocupava desde 1997. Sua saída levanta dúvidas sobre o futuro da maior empresa de tecnologia do mundo. Os motivos não foram revelados, mas o executivo está desde janeiro de licença médica -- a terceira nos últimos sete anos. "Sempre disse que, se chegasse o dia em que não poderia mais cumprir meus deveres e expectativas, eu seria o primeiro a avisá-los", disse Jobs em comunicado (leia abaixo) à diretoria da Apple. "Infelizmente esse dia chegou." Jobs passou por um transplante de fígado há dois anos e, em 2004, descobriu que tinha uma forma rara de câncer no pâncreas. Nas suas raras aparições neste ano, como no lançamento do iPad 2, em março,

ele pareceu ainda mais magro que o normal. Apesar de estar de licença desde o início de janeiro (nem ele nem a Apple explicaram a razão), o momento do anúncio foi considerado surpreendente, aumentando ainda mais os questionamentos sobre o estado da sua saúde. Segundo o "Wall Street Journal", o executivo continuava envolvido nos últimos meses na empresa e na estratégia de desenvolvimento de produtos --nova versão do iPad deve chegar às lojas nos próximos meses, assim como o mais recente iPhone.

TROCA DE COMANDO Jobs afirmou que pretende continuar como empregado, diretor e presidente do conselho da Apple e recomendou que Tim Cook, 50, que o subs-

titui desde janeiro, assuma a presidência definitivamente. A direção da Apple confirmou que tanto Cook será o novo presidente-executivo como que Jobs comandará o conselho. Cook está na empresa desde 1998 e foi o responsável por transformar a cadeia de fornecedores da Apple, tornando-a mais eficiente. Mas não tem o perfil de "showman" de Jobs. Ainda que Jobs continue trabalhando, não se sabe qual o impacto que sua saída terá nos rumos da empresa, em que ele era a principal força criativa. Ele teve papel fundamental no renascimento da linha Mac e no desenvolvimento de produtos como iPad, iPod e iPhone, que inicialmente pareciam supérfluos, mas que se tornaram fenômenos de massa, transformando a indústria em torno deles.

babel >> Pág. 5

Vinci tablet, um produto feito para inserir crianças e bebês ao mundo da tecnologia

O contato cada vez mais cedo com softwares americanos pode dificultar a comunicação entre diferentes gerações >> Pág. 5

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IMAGEM DIGITAL

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Gustavo Boroni

Peter Urmenyi IMG - IMAGEM DO DIA

Incentivando a produção das Artes Visuais em Alagoas, os autores das imagens mais interessantes, poéticas, inusitadas ou criativas, avaliadas por mim, serão publicadas aqui na coluna.Uma ótima oportunidade para novos aspirantes a fotógrafos da era digital, mostrar sua visão em Cores Pixels. Envie a fotografia em 300 dpi para imagemdigital@gustavoboroni.com.br, especificando Marca/modelo da câmera e um breve título . Boa Sorte e Bons clicks : D

Como escolher a sua?

conta é o Zoom óptico (que preserva a qualidade óptica em toda extensão da lente, o zoom digital é um zoom que distorce a foto ,deixando com um aspecto mais granulado (quando usado ao máximo) o Baterias podem causar muitas dores de cabeça. Se você viajar muito, prefira câmeras com pilhas, pois assim você poderá ter algumas recarregaveis e algumas normais para caso esteja em algum lugar sem eletricidade. Se não for o caso, uma câmera com bateria interna recarregável por usb é uma ótima opção também, pois assim poderá recarregá-la no próprio computador ou por qualquer cabo USB comum. :D

FOTO*CORES*GRAFIA

Em comemoração ao dia 19 de agosto de 2011, Dia Mundial da Fotografia, alunos do curso de fotografia do SENAC, realizaram uma exposição fotográfica nas instalações da Instituição em Maceió, com múltiplos olhares sobre a realidade, vida, cores, sorrisos... Um desafio para alunos do curso básico de fotografia.

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Registro do cotidiano em CoresPixel

CÂMERAS FOTOGRÁFICAS DIGITAIS

Múltiplos olhares em Cores Pixels

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''A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.''

**Publicitário, Relações Públicas, Fotógrafo e Professor de Fotografia imagemdigital@gustavoboroni.com.br www.gustavoboroni.com.br

Hoje eu abri meus e-mails e recebi 4 propagandas de lojas oferecendo máquinas fotográficas a preços "acessíveis" e cada loja com 30 tipos diferentes de modelos e marcas de câmeras. É ótimo termos tantas opções de escolha assim, mas ao mesmo tempo é confuso demais. "Como eu escolho?" "Por que essa é mais barata que a outra?" "Eu realmente preciso de tantos megapixels assim?" "O que megapixels, afinal?" "Quanto mais fina melhor?" e a pergunta derradeira: "Qual é a melhor"? Não existe, de fato, uma "melhor". Irá depender de quais recursos você mais gostaria de usar, e que fotografias você gosta de clicar. Não é uma ciência exata, mas há algumas dicas que podem ajudar muito na hora de comprar sua câmera compacta. O que devemos prestar atenção na hora de escolher nossa compacta: o Com mais megapixels , você terá imagens maiores e com possibilidades de melhores resoluções. Mas o tamanho do arquivo irá aumentar, ficam maiores, mais pesados e necessitam de mais espaço para armazenar. Se você não pretende imprimir/revelar fotos maiores que 20×30 cm, uma câmera de 10 Megapixels já será interessante. o Zoom óptico X Zoom Digital. Esqueça o Zoom Digital, finja que ele nem existe. O único que

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Tendo como Curadoria o professor Gustavo Boroni, os alunos dos curso de "Inicialização à Fotografia(Fotografia Básico)" do SENAC em Alagoas, apresentam juntos e pela primeira vez a exposição COLETIVO1: Múltiplos Olhares em cores Pixel. Em uma rica paleta de cores, fotografias que impressionam pelos ângulos e enquadramentos, apresentando em solo alagoano todo um processo criativo estimulado durante as aulas.

TÍTULO: Olhares FOTOGRAFIA: Letícia Maria MARCA: NIKON MODELO: D80

Da letra escrita à tecla O pesquisador destaca que há diversas vertentes saudosistas de olho na catarse de uma das formas mais antigas da expressão humana, que também questionam o fim da letra personificada, em detrimento do uso das letras de forma ou apenas as virtualmente digitadas. "Os Estados Unidos estão eliminando, talvez, porque já achem desnecessário. Se a pessoa com o teclado identifica as letras, é capaz de ler, de digitar uma mensagem, então, já está alfabetizada. O próximo passo será eliminar a escrita à mão, praticamente ninguém vai escrever, todos vão digitar no teclado. É a coisa horrível da tecnologia, mas é o próximo passo. Se já estão adotando a eliminação da letra cursiva, o próximo passo será a eliminação da escrita à mão. Agora tem os problemas. A letra cursiva tem certos atributos que a letra tipo de imprensa não tem. Ela identifica em primeiro lugar a pessoa. A assinatura revela tudo. Se

a pessoa, por exemplo, faz uma assinatura e, no fim, uma série de círculos, circundado os traços, sabemos que é uma pessoa extremamente egocêntrica, que está construindo um mundo fechado para ela. Existem aspectos da personalidade que são transparentes e passam para o formato da letra. A grafologia, por exemplo, não poderá ser feita", diz o pesquisador. E acrescenta: "O brasileiro fica procurando saber o que foi feito lá fora para fazer aqui. Mas, também, quem pode discutir com o argumento aderido por mais de 40 estados americanos? O mais provável é que isso se irradie pelo mundo. Para abandonar o ensino da letra escrita, eles alegam perda de tempo. Se a criança se alfabetizou com a letra de imprensa, já sabe ler, porque ir gastar mais tempo com a letra cursiva? Mas é preciso lembrar que ela está treinando, mexendo com seus hábitos psicomotores, e aí é só perceber a Teoria

Piagetiana (Jean Piaget 18961989) do desenvolvimento psicomotor até o desenvolvimento mental, até o estágio das operações formais. Escrever envolve desenvolvimento de hábitos psicomotores. A psicomotricidade não existe plena numa criança de seis anos de idade. Ela vai se desenvolvendo aos poucos, o desenvolvimento é lento. Agora, lógico que é mais fácil desenhar uma letra tipo bastão, do que tentar imitar uma letra cursiva. Porque então se começa a alfabetizar com esse tipo de letra? Simplesmente pelo desenvolvimento psicomotor da criança". O que nos resta agora é aguardar os primeiros resultados dessa experiência. Por enquanto, continua tudo como dantes. De promissor nisso tudo, por enquanto, além do ´boom´ na pulverização dos já quase indispensáveis tablets, temos a valorização de quem se dedica a trabalhar a letra cursiva como arte.

O professor Lemos, doutor em Língua Portuguesa, diz que o fim do ensino da letra cursiva já era esperado pelo desuso

Arte escrita A calígrafa Adriana Menezes, que há mais de 10 anos tem como profissão exclusiva caligrafar álbuns e convites de casamento, garante não ter medo das mudanças. "A procura pela letra escrita à mão é muito gran-

de. Trabalho com caneta bico de pena e aprimoro esse trabalho constantemente. Estudei em colégio de freira, essa letra que tenho hoje é fruto de muito caderno de caligrafia, que fiz até a 6ª série. Pode até diminuir, mas a escrita a mão não vai acabar nunca", acredita Adriana.


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HISTÓRIA

EDUCAÇÃO

Escolas americanas estão abandonando a escrita à mão Os Estados Unidos anunciaram o fim do ensino da letra cursiva nas escolas para que os alunos sejam alfabetizados nos computadores uestionando se o lápis e o papel estão mesmo ultrapassados, estudiosos e críticos analisam se a cognição infantil não ficará comprometida com a novidade. Até a grafologia pode entrar para a história em um futuro não muito distante Esses dias, a notícia de que os Estados Unidos estariam tirando do currículo o ensino da letra cursiva, escrita a mão, para substituí-la pelo uso escorreito do teclado dos computadores, melhor dizendo, dos tablets, gerou bastante surpresa e incômodo. Não sem razão. Nossa geração pode estar protagonizando a gênese de uma transformação que, pelo andar da carruagem, pode digitar um ponto final em mais um capítulo da história da humanidade escrita a pena e lápis, em pergaminho e papéis. Que quase ninguém mais escreve a mão, isso é fato. Na era do "Ctrl c + Ctrl v", as letras artisticamente desenhadas e imortalizadas em manuscritos do século XVI, por exemplo, hoje estão restritas a poucas letras cheias de rococós, estampadas em envelopes de convites de casamento. Cartas e missivas foram substituídas pelos práticos e-mails. Aquele bilhetinho previamente perfumado? Se transformou em torpedo mesmo. Logo, o que há pouco tempo parecia inquestionável, hoje é realidade em curso. O argumento dos partidários da ideia de que o ensino da letra escrita está ultrapassado, e que o verbo "digitar" superou a conjugação do "escrever" é forte. Provavelmente um caminho sem volta. No mundo inteiro, principalmente em países desenvol-

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7 tecnologias que nasceram no Brasil Conheça algumas inovações que nasceram por aqui e conquistaram fama mundial Quando o assunto é o Brasil, reclamamos da corrupção e da impunidade na política, dos problemas na educação e da sensação de insegurança. Quando se trata dos demais países, achamos que a imagem da nação que é passada a eles é resumida em fute-

bol, samba e favelas. No mundo da tecnologia, entretanto, isso não é bem assim. O Brasil é bastante respeitado na área e tornou-se com o tempo um grande berço de inovações que alcançaram todo o globo.

Radiotransmissão: o padre pioneiro Um protótipo do modelo utilizado por Landell. Quando pensamos em avanços na ciência, logo imaginamos a modernidade, os aparelhos revolucionários e as descobertas recentes. Mas o Brasil já era um expoente na área há muito tempo, como no caso do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, que é um dos responsáveis

pelo invento do rádio. É isso mesmo: em 1900, o brasileiro fez a primeira transmissão de voz através de uma máquina sem a ajuda de fios, utilizando ondas eletromagnéticas e modulação do som. A técnica era tentada por cientistas de todo mundo, mas foi Landell o primeiro a ter êxito.

Infelizmente, o governo brasileiro não o ajudou na continuidade do projeto e apenas algumas de suas patentes foram reconhecidas aqui e nos Estados Unidos – ao contrário do italiano Marconi, considerado mundialmente como o inventor do rádio, que foi devidamente financiado e desenvolveu de vez a tecnologia.

Bina: quem está me ligando?

vidos, o uso do livro didático já é combinado com tablets que comportam infinitamente mais informações que os cadernos e livros carregados em mochilas por estudantes do passado.

Modismo tecnológico O projeto-piloto aplicado no Estado de Indiana, na região centro-oeste dos EUA, que prevê a adesão de outros 40

Estados participantes do Common Core Stated Standards Initiativa (Iniciativa para um Padrão Comum de Currículo), movimento que visa a padronização do ensino básico nos Estados Unidos, por enquanto, é opcional. Mas a recomendação é que as escolas deixem de ensinar a letra cursiva aos seus alunos e se "foquem em áreas mais importantes". Difícil não ficar nostálgico diante

da iminência do que pode representar, em um futuro não tão distante assim, o fim da escrita manual. E o que será da assinatura pessoal que identifica nossos documentos? Estaremos mesmo fadados aos chips e tarjas? E a grafologia, com seus estudos que garantem decifrar a alma humana pelos traços revelados nas letras cursivas? Será o seu fim? E os cadernos de caligrafia? Ainda existem?

Maglev Cobra: o trem sustentável Há alguns anos, os trens maglev já existiam em outros países, até mesmo em escalas comerciais, como é o caso da China. Mas isso não impede o Brasil de ter sua participação: o Maglev Cobra, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de

Janeiro, é um promissor projeto na área de transporte público. Movimentando-se através de levitação magnética, os trens maglev têm problemas de consumo para manter-se fora do chão. É aí que entra o dedo dos cientistas brasileiros: teoricamente, o pro-

jeto nacional não tem consumo algum, exceto um gasto em nitrogênio em estado líquido, um produto barato para universidades (cerca de R$ 0,80/litro). Até a implantação do sistema seria mais em conta do que um sistema de metrôs, por exemplo.

Todas as vezes que seu telefone tocar e um pequeno aparelho informar qual é o número de quem está efetuando a ligação, agradeça ao eletrotécnico mineiro Nélio Nicolai, inventor do Bina, o popular identificador de chamadas. Mundialmente utilizado, o aparelho é capaz de rastrear quem está efetuando a chamada através da identificação de sinais e modulações de frequência. Projetado e patenteado em 1977, mas lançado só cinco anos depois, o Bina significa que “B (o receptor) identifica o número de A (quem está ligando)”. Ainda na década de 1980, Nicolai recebeu o reconhecimento internacional pela invenção. Em seguida, entrou em uma polêmica sobre direitos autorais com operadoras brasileiras, que vendiam seu aparelho sem a devida autorização.

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Etanol: um substituto real para a gasolina Antes da década de 1970, quando o assunto era combustível para automóveis, ninguém imaginava que haveria uma alternativa real para a gasolina. Foi aí que aí que o engenheiro Urbano Ernesto Stumpf desenvolveu e patenteou uma série peças que constituíam o motor a álcool, abrindo as portas do etanol para o mundo. Cinco anos depois, após a primeira grande crise do petróleo, o governo brasileiro entendeu a necessidade de apostar na invenção e lançou o Pró-Álcool, um programa nacional que incentivava o uso do combustível em veículos brasileiros. O plano deu certo: atualmente, o país é o segundo maior produtor, o maior exportador e o pri-

O Dodge 1800, primeiro carro a álcool no Brasil

meiro a atingir o uso sustentável em etanol. O sucesso também é garantido pelos investimentos agrícolas na coleta da matéria-

TECNOLOGIA

TECNOLOGIA

prima (no nosso caso, a cana-deaçúcar), mas a política sustentável brasileira também é reconhecida lá fora.

H2Life: a água potável que vem de você mesmo Imagine-se perdido em alto-mar ou vítima de um desastre natural. Sem água potável para beber, a desidratação é inevitável. É aí que surge uma das salvações, que no futuro pode estar em seu kit salva-vidas: um canudo que filtra a urina e a deixa própria para consumo. O curioso aparato é de invenção brasileira, do jornalista e empresário Ricardo Fittipaldi. O canudo realiza duas filtragens, que eliminam resíduos e substâncias da urina, além de uma purificação, que a deixa livre de bactérias e outros organismos que poderiam ser prejudiciais. Seu uso principal seria em situações de risco, como resgates, além de ser presença obrigatória em kits de sobrevivência. O invento gerou polêmica, pois a maioria não achou o H2Life nada higiênico, apesar das garantias do Inmetro, que aprovou totalmente o produto.

Walkman: o som portátil é coisa nossa

Kinect: toque tupiniquim no Xbox 360 Na E3 de 2010, o mundo foi apresentado ao Project Natal (rebatizado de Kinect), uma revolucionária tecnologia para os video games. A proposta todo mundo já conhece: jogar no console da Microsoft sem a ajuda de controles, utilizando apenas comandos feitos pelos movimentos do corpo

do jogador, que é rastreado por um sensor especial. O que pouca gente conhece é que um brasileiro é a cabeça por trás do aparelho: o engenheiro curitibano Alex Kipman, que vivia há mais de dez anos nos Estados Unidos quando teve a ideia para o aparelho. A ideia veio de uma forma cu-

riosa: durante as férias em sua terra natal, ele se inspirou na vida sem tecnologia, botões e aparelhos em excesso – e utilizou esse pensamento para inovar na área e dar controle total ao corpo do jogador. O “Natal” do nome também não é coincidência: a cidade é uma das favoritas de Kipman.

O aparelho portátil da Sony, que revolucionou a indústria fonográfica ao dar liberdade às pessoas de ouvirem o que quiserem com um aparelho que pode ser carregado no bolso, tem suas origens em terras brasileiras. Nascido na Alemanha e criado no Brasil, Andreas Pavel desenvolveu em 1972 o primeiro reprodutor estéreo de áudio portátil (utilizando as finadas fitas cassete), sob o nome de stereobelt. Ele até registrou as patentes em vários países, mas a Sony iniciou a produção de seu produto anos depois sem a devida autorização ou realização de pagamentos a Pavel. Foi apenas na década de 2000, após muita pressão sobre a empresa, que os royalties foram finalmente concedidos ao legítimo inventor do aparelho.

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CAPA

“Mim fala português” Crianças estão aprendendo o bê-á-bá nas janelas dos games dos tablets, iphones e playstations. E, por isso, o neologismo estrangeiro entre os jovens de hoje é muito mais frequente do que em outros tempos Eudes Cavalcante EDITOR DE TECNOLOGIA

uem tem mais de 30 anos de idade tem o privilégio de ter vivido o antes e o depois das mudanças que a tecnologia impôs às nossas vidas. Ao conversar com crianças e adolescentes dá pra sentir o choque cultural entre as gerações desses dois momentos. A tecnologia transformou várias faces de nossas vidas, a linguagem também acompanhou essas mudanças. Em vários momentos da história, a juventude ficou marcada pelo uso de gírias. Mesmo antes dos tempos dos “brasas“ e dos “moras” dos anos 60, o uso de gírias sempre foi o grande barato para se identificar na galera. Mas o fenômeno a se constatar agora é a criação de gírias com a mistura de termos técnicos da informática ao vocabulário comum do dia a dia. Como a maioria dos softwares são produzidos pelos americanos, o inglês é dominante nesse novo cenário. Não devemos ser xenófobos; afinal, o uso de palavras estrangeiras invade o Brasil desde o descobrimento. Ainda bem, caso contrário, ainda estaríamos falando alguma língua indígena. Para os desinformados, é bom avisar que o nosso idioma é formado a partir de línguas estrangeiras, a exemplo do latim, tupi, iorubá,

É uma geração que está aprendendo o bê-á-bá nas janelas dos games dos tablets, iphones e playstations. E, por isso, o neologismo estrangeiro entre os jovens de hoje é muito mais frequente do que em outros tempos. Os mais Ao mesmo tempo que o velhos avanço da tecnologia cria devem novas formas de falar, nosacompanhar sas gírias antigas vão ficanas novidades do ultrapassadas. no mundo Dona Marilene, avó do dos mais Thiago de 8 anos, afirma que jovens não consegue entender o neto ou ser compreendida:

Q

francês, inglês e italiano. Com o tempo, o próprio idioma possui um processo natural de seleção de palavras que descarta o que lhe é excessivo. Mas abusar do inglês é problemático. É comum ver garotas que procuram blusas pink, para ficar in, já que, hoje, acordou tão down. Rapazinhos que, quando vão para night com seu brother, curtem um som hard core… No trabalho, há pessoas que estartam projetos, fazem back up dos papers que estão workstation e terminam com um coffee break, Salvo em seu Day offs, of

course e dão o feedback. No ambiente de trabalho, vê-se os profissionais comunicando-se dessa forma:

- “… já mandei printar.’’ - ‘‘… tem que setar o parâmetro.’’ - ‘‘… upa o arquivo.’’ - ‘’… zipa antes de mandar.” Até aí nenhum problema, pois o pessoal da área entende isso perfeitamente. E se o pessoal não for da área? Na intenção de estar em harmonia com a linguagem

de seu grupo, as pessoas têm que ter cuidado para não se expôr ao ridículo linguístico. Uma espécie de tentativa insana de falar de forma a se sentir privilegiada. E o mais engraçado é que muitas dessas pessoas só conhecem essas e mais uma meia dúzia de palavras em inglês. A cada dia, o cenário só tende a piorar, porque, quanto mais nova a criança, mais cedo o contato com a tecnologia. Estar diante de crianças que aprendem a teclar antes mesmo de saber ler e escrever pode nos colocar em uma nova torre de babel.

“Outro dia, reclamei com meu neto para não tocar mais num assunto e mandei ele virar o disco. Ele não compreendeu. Eu sou dos tempos do vinil e ele é da época dos CDs, que só têm um lado.” “Piorou quando eu quis saber se ele tinha me entendido. Perguntei se tinha caído a ficha. Depois me toquei que ele nunca tinha visto um orelhão de ficha. Quando ele tava muito danado, perguntei se tinha baixado um espírito ruim nele. Ele me disse que fez download. Meu Deus, tô muito desatualizada.” Já a estudante Carla Patrícia, de 18 anos, relata o seu pequeno problema: “Até hoje não consegui explicar para minha avó que não conheci meu novo namorado pelo iogurte” .

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Etanol: um substituto real para a gasolina Antes da década de 1970, quando o assunto era combustível para automóveis, ninguém imaginava que haveria uma alternativa real para a gasolina. Foi aí que aí que o engenheiro Urbano Ernesto Stumpf desenvolveu e patenteou uma série peças que constituíam o motor a álcool, abrindo as portas do etanol para o mundo. Cinco anos depois, após a primeira grande crise do petróleo, o governo brasileiro entendeu a necessidade de apostar na invenção e lançou o Pró-Álcool, um programa nacional que incentivava o uso do combustível em veículos brasileiros. O plano deu certo: atualmente, o país é o segundo maior produtor, o maior exportador e o pri-

O Dodge 1800, primeiro carro a álcool no Brasil

meiro a atingir o uso sustentável em etanol. O sucesso também é garantido pelos investimentos agrícolas na coleta da matéria-

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prima (no nosso caso, a cana-deaçúcar), mas a política sustentável brasileira também é reconhecida lá fora.

H2Life: a água potável que vem de você mesmo Imagine-se perdido em alto-mar ou vítima de um desastre natural. Sem água potável para beber, a desidratação é inevitável. É aí que surge uma das salvações, que no futuro pode estar em seu kit salva-vidas: um canudo que filtra a urina e a deixa própria para consumo. O curioso aparato é de invenção brasileira, do jornalista e empresário Ricardo Fittipaldi. O canudo realiza duas filtragens, que eliminam resíduos e substâncias da urina, além de uma purificação, que a deixa livre de bactérias e outros organismos que poderiam ser prejudiciais. Seu uso principal seria em situações de risco, como resgates, além de ser presença obrigatória em kits de sobrevivência. O invento gerou polêmica, pois a maioria não achou o H2Life nada higiênico, apesar das garantias do Inmetro, que aprovou totalmente o produto.

Walkman: o som portátil é coisa nossa

Kinect: toque tupiniquim no Xbox 360 Na E3 de 2010, o mundo foi apresentado ao Project Natal (rebatizado de Kinect), uma revolucionária tecnologia para os video games. A proposta todo mundo já conhece: jogar no console da Microsoft sem a ajuda de controles, utilizando apenas comandos feitos pelos movimentos do corpo

do jogador, que é rastreado por um sensor especial. O que pouca gente conhece é que um brasileiro é a cabeça por trás do aparelho: o engenheiro curitibano Alex Kipman, que vivia há mais de dez anos nos Estados Unidos quando teve a ideia para o aparelho. A ideia veio de uma forma cu-

riosa: durante as férias em sua terra natal, ele se inspirou na vida sem tecnologia, botões e aparelhos em excesso – e utilizou esse pensamento para inovar na área e dar controle total ao corpo do jogador. O “Natal” do nome também não é coincidência: a cidade é uma das favoritas de Kipman.

O aparelho portátil da Sony, que revolucionou a indústria fonográfica ao dar liberdade às pessoas de ouvirem o que quiserem com um aparelho que pode ser carregado no bolso, tem suas origens em terras brasileiras. Nascido na Alemanha e criado no Brasil, Andreas Pavel desenvolveu em 1972 o primeiro reprodutor estéreo de áudio portátil (utilizando as finadas fitas cassete), sob o nome de stereobelt. Ele até registrou as patentes em vários países, mas a Sony iniciou a produção de seu produto anos depois sem a devida autorização ou realização de pagamentos a Pavel. Foi apenas na década de 2000, após muita pressão sobre a empresa, que os royalties foram finalmente concedidos ao legítimo inventor do aparelho.

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“Mim fala português” Crianças estão aprendendo o bê-á-bá nas janelas dos games dos tablets, iphones e playstations. E, por isso, o neologismo estrangeiro entre os jovens de hoje é muito mais frequente do que em outros tempos Eudes Cavalcante EDITOR DE TECNOLOGIA

uem tem mais de 30 anos de idade tem o privilégio de ter vivido o antes e o depois das mudanças que a tecnologia impôs às nossas vidas. Ao conversar com crianças e adolescentes dá pra sentir o choque cultural entre as gerações desses dois momentos. A tecnologia transformou várias faces de nossas vidas, a linguagem também acompanhou essas mudanças. Em vários momentos da história, a juventude ficou marcada pelo uso de gírias. Mesmo antes dos tempos dos “brasas“ e dos “moras” dos anos 60, o uso de gírias sempre foi o grande barato para se identificar na galera. Mas o fenômeno a se constatar agora é a criação de gírias com a mistura de termos técnicos da informática ao vocabulário comum do dia a dia. Como a maioria dos softwares são produzidos pelos americanos, o inglês é dominante nesse novo cenário. Não devemos ser xenófobos; afinal, o uso de palavras estrangeiras invade o Brasil desde o descobrimento. Ainda bem, caso contrário, ainda estaríamos falando alguma língua indígena. Para os desinformados, é bom avisar que o nosso idioma é formado a partir de línguas estrangeiras, a exemplo do latim, tupi, iorubá,

É uma geração que está aprendendo o bê-á-bá nas janelas dos games dos tablets, iphones e playstations. E, por isso, o neologismo estrangeiro entre os jovens de hoje é muito mais frequente do que em outros tempos. Os mais Ao mesmo tempo que o velhos avanço da tecnologia cria devem novas formas de falar, nosacompanhar sas gírias antigas vão ficanas novidades do ultrapassadas. no mundo Dona Marilene, avó do dos mais Thiago de 8 anos, afirma que jovens não consegue entender o neto ou ser compreendida:

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francês, inglês e italiano. Com o tempo, o próprio idioma possui um processo natural de seleção de palavras que descarta o que lhe é excessivo. Mas abusar do inglês é problemático. É comum ver garotas que procuram blusas pink, para ficar in, já que, hoje, acordou tão down. Rapazinhos que, quando vão para night com seu brother, curtem um som hard core… No trabalho, há pessoas que estartam projetos, fazem back up dos papers que estão workstation e terminam com um coffee break, Salvo em seu Day offs, of

course e dão o feedback. No ambiente de trabalho, vê-se os profissionais comunicando-se dessa forma:

- “… já mandei printar.’’ - ‘‘… tem que setar o parâmetro.’’ - ‘‘… upa o arquivo.’’ - ‘’… zipa antes de mandar.” Até aí nenhum problema, pois o pessoal da área entende isso perfeitamente. E se o pessoal não for da área? Na intenção de estar em harmonia com a linguagem

de seu grupo, as pessoas têm que ter cuidado para não se expôr ao ridículo linguístico. Uma espécie de tentativa insana de falar de forma a se sentir privilegiada. E o mais engraçado é que muitas dessas pessoas só conhecem essas e mais uma meia dúzia de palavras em inglês. A cada dia, o cenário só tende a piorar, porque, quanto mais nova a criança, mais cedo o contato com a tecnologia. Estar diante de crianças que aprendem a teclar antes mesmo de saber ler e escrever pode nos colocar em uma nova torre de babel.

“Outro dia, reclamei com meu neto para não tocar mais num assunto e mandei ele virar o disco. Ele não compreendeu. Eu sou dos tempos do vinil e ele é da época dos CDs, que só têm um lado.” “Piorou quando eu quis saber se ele tinha me entendido. Perguntei se tinha caído a ficha. Depois me toquei que ele nunca tinha visto um orelhão de ficha. Quando ele tava muito danado, perguntei se tinha baixado um espírito ruim nele. Ele me disse que fez download. Meu Deus, tô muito desatualizada.” Já a estudante Carla Patrícia, de 18 anos, relata o seu pequeno problema: “Até hoje não consegui explicar para minha avó que não conheci meu novo namorado pelo iogurte” .

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Escolas americanas estão abandonando a escrita à mão Os Estados Unidos anunciaram o fim do ensino da letra cursiva nas escolas para que os alunos sejam alfabetizados nos computadores uestionando se o lápis e o papel estão mesmo ultrapassados, estudiosos e críticos analisam se a cognição infantil não ficará comprometida com a novidade. Até a grafologia pode entrar para a história em um futuro não muito distante Esses dias, a notícia de que os Estados Unidos estariam tirando do currículo o ensino da letra cursiva, escrita a mão, para substituí-la pelo uso escorreito do teclado dos computadores, melhor dizendo, dos tablets, gerou bastante surpresa e incômodo. Não sem razão. Nossa geração pode estar protagonizando a gênese de uma transformação que, pelo andar da carruagem, pode digitar um ponto final em mais um capítulo da história da humanidade escrita a pena e lápis, em pergaminho e papéis. Que quase ninguém mais escreve a mão, isso é fato. Na era do "Ctrl c + Ctrl v", as letras artisticamente desenhadas e imortalizadas em manuscritos do século XVI, por exemplo, hoje estão restritas a poucas letras cheias de rococós, estampadas em envelopes de convites de casamento. Cartas e missivas foram substituídas pelos práticos e-mails. Aquele bilhetinho previamente perfumado? Se transformou em torpedo mesmo. Logo, o que há pouco tempo parecia inquestionável, hoje é realidade em curso. O argumento dos partidários da ideia de que o ensino da letra escrita está ultrapassado, e que o verbo "digitar" superou a conjugação do "escrever" é forte. Provavelmente um caminho sem volta. No mundo inteiro, principalmente em países desenvol-

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7 tecnologias que nasceram no Brasil Conheça algumas inovações que nasceram por aqui e conquistaram fama mundial Quando o assunto é o Brasil, reclamamos da corrupção e da impunidade na política, dos problemas na educação e da sensação de insegurança. Quando se trata dos demais países, achamos que a imagem da nação que é passada a eles é resumida em fute-

bol, samba e favelas. No mundo da tecnologia, entretanto, isso não é bem assim. O Brasil é bastante respeitado na área e tornou-se com o tempo um grande berço de inovações que alcançaram todo o globo.

Radiotransmissão: o padre pioneiro Um protótipo do modelo utilizado por Landell. Quando pensamos em avanços na ciência, logo imaginamos a modernidade, os aparelhos revolucionários e as descobertas recentes. Mas o Brasil já era um expoente na área há muito tempo, como no caso do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, que é um dos responsáveis

pelo invento do rádio. É isso mesmo: em 1900, o brasileiro fez a primeira transmissão de voz através de uma máquina sem a ajuda de fios, utilizando ondas eletromagnéticas e modulação do som. A técnica era tentada por cientistas de todo mundo, mas foi Landell o primeiro a ter êxito.

Infelizmente, o governo brasileiro não o ajudou na continuidade do projeto e apenas algumas de suas patentes foram reconhecidas aqui e nos Estados Unidos – ao contrário do italiano Marconi, considerado mundialmente como o inventor do rádio, que foi devidamente financiado e desenvolveu de vez a tecnologia.

Bina: quem está me ligando?

vidos, o uso do livro didático já é combinado com tablets que comportam infinitamente mais informações que os cadernos e livros carregados em mochilas por estudantes do passado.

Modismo tecnológico O projeto-piloto aplicado no Estado de Indiana, na região centro-oeste dos EUA, que prevê a adesão de outros 40

Estados participantes do Common Core Stated Standards Initiativa (Iniciativa para um Padrão Comum de Currículo), movimento que visa a padronização do ensino básico nos Estados Unidos, por enquanto, é opcional. Mas a recomendação é que as escolas deixem de ensinar a letra cursiva aos seus alunos e se "foquem em áreas mais importantes". Difícil não ficar nostálgico diante

da iminência do que pode representar, em um futuro não tão distante assim, o fim da escrita manual. E o que será da assinatura pessoal que identifica nossos documentos? Estaremos mesmo fadados aos chips e tarjas? E a grafologia, com seus estudos que garantem decifrar a alma humana pelos traços revelados nas letras cursivas? Será o seu fim? E os cadernos de caligrafia? Ainda existem?

Maglev Cobra: o trem sustentável Há alguns anos, os trens maglev já existiam em outros países, até mesmo em escalas comerciais, como é o caso da China. Mas isso não impede o Brasil de ter sua participação: o Maglev Cobra, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de

Janeiro, é um promissor projeto na área de transporte público. Movimentando-se através de levitação magnética, os trens maglev têm problemas de consumo para manter-se fora do chão. É aí que entra o dedo dos cientistas brasileiros: teoricamente, o pro-

jeto nacional não tem consumo algum, exceto um gasto em nitrogênio em estado líquido, um produto barato para universidades (cerca de R$ 0,80/litro). Até a implantação do sistema seria mais em conta do que um sistema de metrôs, por exemplo.

Todas as vezes que seu telefone tocar e um pequeno aparelho informar qual é o número de quem está efetuando a ligação, agradeça ao eletrotécnico mineiro Nélio Nicolai, inventor do Bina, o popular identificador de chamadas. Mundialmente utilizado, o aparelho é capaz de rastrear quem está efetuando a chamada através da identificação de sinais e modulações de frequência. Projetado e patenteado em 1977, mas lançado só cinco anos depois, o Bina significa que “B (o receptor) identifica o número de A (quem está ligando)”. Ainda na década de 1980, Nicolai recebeu o reconhecimento internacional pela invenção. Em seguida, entrou em uma polêmica sobre direitos autorais com operadoras brasileiras, que vendiam seu aparelho sem a devida autorização.

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IMAGEM DIGITAL

TECNOLOGIA

Gustavo Boroni

Peter Urmenyi IMG - IMAGEM DO DIA

Incentivando a produção das Artes Visuais em Alagoas, os autores das imagens mais interessantes, poéticas, inusitadas ou criativas, avaliadas por mim, serão publicadas aqui na coluna.Uma ótima oportunidade para novos aspirantes a fotógrafos da era digital, mostrar sua visão em Cores Pixels. Envie a fotografia em 300 dpi para imagemdigital@gustavoboroni.com.br, especificando Marca/modelo da câmera e um breve título . Boa Sorte e Bons clicks : D

Como escolher a sua?

conta é o Zoom óptico (que preserva a qualidade óptica em toda extensão da lente, o zoom digital é um zoom que distorce a foto ,deixando com um aspecto mais granulado (quando usado ao máximo) o Baterias podem causar muitas dores de cabeça. Se você viajar muito, prefira câmeras com pilhas, pois assim você poderá ter algumas recarregaveis e algumas normais para caso esteja em algum lugar sem eletricidade. Se não for o caso, uma câmera com bateria interna recarregável por usb é uma ótima opção também, pois assim poderá recarregá-la no próprio computador ou por qualquer cabo USB comum. :D

FOTO*CORES*GRAFIA

Em comemoração ao dia 19 de agosto de 2011, Dia Mundial da Fotografia, alunos do curso de fotografia do SENAC, realizaram uma exposição fotográfica nas instalações da Instituição em Maceió, com múltiplos olhares sobre a realidade, vida, cores, sorrisos... Um desafio para alunos do curso básico de fotografia.

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Registro do cotidiano em CoresPixel

CÂMERAS FOTOGRÁFICAS DIGITAIS

Múltiplos olhares em Cores Pixels

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''A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.''

**Publicitário, Relações Públicas, Fotógrafo e Professor de Fotografia imagemdigital@gustavoboroni.com.br www.gustavoboroni.com.br

Hoje eu abri meus e-mails e recebi 4 propagandas de lojas oferecendo máquinas fotográficas a preços "acessíveis" e cada loja com 30 tipos diferentes de modelos e marcas de câmeras. É ótimo termos tantas opções de escolha assim, mas ao mesmo tempo é confuso demais. "Como eu escolho?" "Por que essa é mais barata que a outra?" "Eu realmente preciso de tantos megapixels assim?" "O que megapixels, afinal?" "Quanto mais fina melhor?" e a pergunta derradeira: "Qual é a melhor"? Não existe, de fato, uma "melhor". Irá depender de quais recursos você mais gostaria de usar, e que fotografias você gosta de clicar. Não é uma ciência exata, mas há algumas dicas que podem ajudar muito na hora de comprar sua câmera compacta. O que devemos prestar atenção na hora de escolher nossa compacta: o Com mais megapixels , você terá imagens maiores e com possibilidades de melhores resoluções. Mas o tamanho do arquivo irá aumentar, ficam maiores, mais pesados e necessitam de mais espaço para armazenar. Se você não pretende imprimir/revelar fotos maiores que 20×30 cm, uma câmera de 10 Megapixels já será interessante. o Zoom óptico X Zoom Digital. Esqueça o Zoom Digital, finja que ele nem existe. O único que

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Tendo como Curadoria o professor Gustavo Boroni, os alunos dos curso de "Inicialização à Fotografia(Fotografia Básico)" do SENAC em Alagoas, apresentam juntos e pela primeira vez a exposição COLETIVO1: Múltiplos Olhares em cores Pixel. Em uma rica paleta de cores, fotografias que impressionam pelos ângulos e enquadramentos, apresentando em solo alagoano todo um processo criativo estimulado durante as aulas.

TÍTULO: Olhares FOTOGRAFIA: Letícia Maria MARCA: NIKON MODELO: D80

Da letra escrita à tecla O pesquisador destaca que há diversas vertentes saudosistas de olho na catarse de uma das formas mais antigas da expressão humana, que também questionam o fim da letra personificada, em detrimento do uso das letras de forma ou apenas as virtualmente digitadas. "Os Estados Unidos estão eliminando, talvez, porque já achem desnecessário. Se a pessoa com o teclado identifica as letras, é capaz de ler, de digitar uma mensagem, então, já está alfabetizada. O próximo passo será eliminar a escrita à mão, praticamente ninguém vai escrever, todos vão digitar no teclado. É a coisa horrível da tecnologia, mas é o próximo passo. Se já estão adotando a eliminação da letra cursiva, o próximo passo será a eliminação da escrita à mão. Agora tem os problemas. A letra cursiva tem certos atributos que a letra tipo de imprensa não tem. Ela identifica em primeiro lugar a pessoa. A assinatura revela tudo. Se

a pessoa, por exemplo, faz uma assinatura e, no fim, uma série de círculos, circundado os traços, sabemos que é uma pessoa extremamente egocêntrica, que está construindo um mundo fechado para ela. Existem aspectos da personalidade que são transparentes e passam para o formato da letra. A grafologia, por exemplo, não poderá ser feita", diz o pesquisador. E acrescenta: "O brasileiro fica procurando saber o que foi feito lá fora para fazer aqui. Mas, também, quem pode discutir com o argumento aderido por mais de 40 estados americanos? O mais provável é que isso se irradie pelo mundo. Para abandonar o ensino da letra escrita, eles alegam perda de tempo. Se a criança se alfabetizou com a letra de imprensa, já sabe ler, porque ir gastar mais tempo com a letra cursiva? Mas é preciso lembrar que ela está treinando, mexendo com seus hábitos psicomotores, e aí é só perceber a Teoria

Piagetiana (Jean Piaget 18961989) do desenvolvimento psicomotor até o desenvolvimento mental, até o estágio das operações formais. Escrever envolve desenvolvimento de hábitos psicomotores. A psicomotricidade não existe plena numa criança de seis anos de idade. Ela vai se desenvolvendo aos poucos, o desenvolvimento é lento. Agora, lógico que é mais fácil desenhar uma letra tipo bastão, do que tentar imitar uma letra cursiva. Porque então se começa a alfabetizar com esse tipo de letra? Simplesmente pelo desenvolvimento psicomotor da criança". O que nos resta agora é aguardar os primeiros resultados dessa experiência. Por enquanto, continua tudo como dantes. De promissor nisso tudo, por enquanto, além do ´boom´ na pulverização dos já quase indispensáveis tablets, temos a valorização de quem se dedica a trabalhar a letra cursiva como arte.

O professor Lemos, doutor em Língua Portuguesa, diz que o fim do ensino da letra cursiva já era esperado pelo desuso

Arte escrita A calígrafa Adriana Menezes, que há mais de 10 anos tem como profissão exclusiva caligrafar álbuns e convites de casamento, garante não ter medo das mudanças. "A procura pela letra escrita à mão é muito gran-

de. Trabalho com caneta bico de pena e aprimoro esse trabalho constantemente. Estudei em colégio de freira, essa letra que tenho hoje é fruto de muito caderno de caligrafia, que fiz até a 6ª série. Pode até diminuir, mas a escrita a mão não vai acabar nunca", acredita Adriana.


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TECNOLOGIA

Tecnologia SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011

DISPUTA

Samsung usa filme "2001" como argumento jurídico contra Apple ara se defender em um processo relacionado a patentes movido pela Apple, advogados da Samsung usaram como argumento uma cena do filme "2001: uma Odisseia no Espaço", de 1968, dirigido por Stanley Kubrick. Segundo a empresa, o design do iPad e de tablets atuais seria inspirado nos dispositivos fictícios que aparecem

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no filme. A Apple, portanto, não poderia alegar que criou esse design. "O tablet do clipe tem um formato retangular, bordas estreitas, uma superfície predominantemente plana, uma parte traseira plana e uma espessura fina", diz parte do documento citado pelo Foss Patents, ressaltando as semelhanças entre os dispositivos do filme e os tablets atuais.

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Tecnologias brasileiras que conquistaram fama mundial >> Págs. 3 e 4

Escolas americanas estão abandonando a escrita à mão >> Págs. 6 e 7

Jobs renuncia à presidência da Apple >> Pág. 8

COMPORTAMENTO

Torre de Na cena citada pelos advogados da Samsung, que está no YouTube, dois astronautas comem enquanto usam computadores muito parecidos com os atuais tablets

Steve Jobs renuncia à presidência da Apple Steve Jobs, 56, anunciou nesta quarta-feira que deixará a presidência-executiva da Apple, cargo que ocupava desde 1997. Sua saída levanta dúvidas sobre o futuro da maior empresa de tecnologia do mundo. Os motivos não foram revelados, mas o executivo está desde janeiro de licença médica -- a terceira nos últimos sete anos. "Sempre disse que, se chegasse o dia em que não poderia mais cumprir meus deveres e expectativas, eu seria o primeiro a avisá-los", disse Jobs em comunicado (leia abaixo) à diretoria da Apple. "Infelizmente esse dia chegou." Jobs passou por um transplante de fígado há dois anos e, em 2004, descobriu que tinha uma forma rara de câncer no pâncreas. Nas suas raras aparições neste ano, como no lançamento do iPad 2, em março,

ele pareceu ainda mais magro que o normal. Apesar de estar de licença desde o início de janeiro (nem ele nem a Apple explicaram a razão), o momento do anúncio foi considerado surpreendente, aumentando ainda mais os questionamentos sobre o estado da sua saúde. Segundo o "Wall Street Journal", o executivo continuava envolvido nos últimos meses na empresa e na estratégia de desenvolvimento de produtos --nova versão do iPad deve chegar às lojas nos próximos meses, assim como o mais recente iPhone.

TROCA DE COMANDO Jobs afirmou que pretende continuar como empregado, diretor e presidente do conselho da Apple e recomendou que Tim Cook, 50, que o subs-

titui desde janeiro, assuma a presidência definitivamente. A direção da Apple confirmou que tanto Cook será o novo presidente-executivo como que Jobs comandará o conselho. Cook está na empresa desde 1998 e foi o responsável por transformar a cadeia de fornecedores da Apple, tornando-a mais eficiente. Mas não tem o perfil de "showman" de Jobs. Ainda que Jobs continue trabalhando, não se sabe qual o impacto que sua saída terá nos rumos da empresa, em que ele era a principal força criativa. Ele teve papel fundamental no renascimento da linha Mac e no desenvolvimento de produtos como iPad, iPod e iPhone, que inicialmente pareciam supérfluos, mas que se tornaram fenômenos de massa, transformando a indústria em torno deles.

babel >> Pág. 5

Vinci tablet, um produto feito para inserir crianças e bebês ao mundo da tecnologia

O contato cada vez mais cedo com softwares americanos pode dificultar a comunicação entre diferentes gerações >> Pág. 5

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