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O JORNA L Maceió, domingo, 13 de fevereiro de 2011 | Ano XVII | Nº 126 | www.ojornalweb.com
ALAGOAS
R$ 2,00
TUDO EM CASA
Negócios em família que deram certo Thallysson Alves - Estagiário
Alguns empreendimentos de sucesso em Alagoas são exemplos de que o negócio em família tem tudo para dar certo. Em Maceió, um restaurante e uma rede de depósitos de bebidas geridos por familiares têm rendido bons frutos. O trabalho bem no estilo “tudo em casa” está dando certo. Páginas A17, A18 e A19
A arte que vem do barro
Depuradora vai beneficiar 10 mil ostras/dia Página A23
O belo Niquim
Bianca Bin preparada para Cordel Encantado Ele é curto em extensão, de beleza exuberante para turistas e nativos e para quem quer apenas pescar. O rio Niquim, em Barra de São Miguel, vive hoje um dos melhores momentos de sua existência, com as ações voltadas para sua limpeza e preservação da mata ciliar. Especulação imobiliária deu um susto, mas o rio sobreviveu e se mantém bem vivo. Página A20
Tecnologia reduz custos na construção civil ESPORTES
Marco Antônio
Timão da Jornal visita o deputado João Lyra
Página A28
No encontro com os integrantes do Timão Paixão do Torcedor, da Jornal, o deputado federal João Lyra falou sobre futebol
Casal concilia trabalho e qualidade de vida
Hoje tem especial sobre os alagoanos na Copa do Brasil
CO TAÇÕES Dólar (compra) ......1.6650 Dólar (venda) .........1.6670
Euro (compra) ...... 2.2516 Euro (venda) ......... 2.2545 Poupança .............. 0,6266
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O deputado federal João Lyra recebeu, na semana passada, a visita da equipe Timão Paixão do Torcedor, da Rádio Jornal. Na oportunidade, ele bateu um papo descontraído com os radialistas sobre futebol, sua maior paixão. O período em que foi presidente do CSA e conviveu com atletas como Luiz Felipe Scolari, entre outros, foi o centro da conversa.
MARÉS 05h38.................... 0.8
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O JORNAL
Política A2
Domingo, 13 de fevereiro de 2011 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br
Lula Castello Branco
Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br
SALOMÃO Em duas semanas no comando do Tribunal de Justiça, o desembargador Sebastião Costa Filho mostrou muita tranquilidade ao se propor a receber os movimentos sociais do campo. Firme, o magistrado afirmou que não aceitaria abusos das entidades e ao mesmo tempo, sensível, conseguiu garantir que investigaria irregularidades nas áreas improdutivas. Para o major Fragoso, da Assomal, o momento agora é de negociação
AMIGOS Diferente do que muita gente esperava, os deputados petistas Judson Cabral e Ronaldo Medeiros estão trabalhando juntos na oposição ao governo estadual. Os dois, que até se estranharam, fizeram as pazes e na semana passada deixaram os tucanos com dor de cabeça.
NO BAIRRO
VEM AÍ
José Carlos Fernandes, que ficou famoso como presidente do Sindicato dos Policiais Civis, agora ataca como líder comunitário no Feitosa. Em tempo: seu grupo político ainda dá as cartas no Sindpol.
O juiz Edvaldo Bandeira Rios será o novo desembargador do Tribunal de Justiça. Ele vai herdar a vaga ocupada por Mário Casado Ramalho, que se aposenta compulsoriamente. A escolha é pelo critério da antiguidade.
PM e Corpo de Bombeiros de AL querem 31% de correção salarial Associações começam a montar planilha para encaminhar ao governo na 2ª
COMO? O deputado Fernando Toledo não conseguiu convencer os tucanos do Palácio República dos Palmares como levou um balão do PT na apreciação do Orçamento 2011. O atraso já vem prejudicando o funcionamento do governo estadual.
MAGOADO Aos poucos, o deputado João Henrique Caldas vai capitalizando a mágoa da família com o governador Teotonio Vilela Filho. Seu pai, o ex-deputado João Caldas, queria ser secretário ou ir para Brasília em um cargo, mas até agora não foi sequer recebido pelo tucano. Fora isso, a tia que era secretária foi exonerada do governo.
“
Simas quer que planilha também seja apresentada a outras instituições
Da Editoria de Política, com Ojornalweb.com
As associações que representam a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas começam a montar uma planilha a partir da próxima segunda-feira, que será encaminhada ao governo do Estado contendo as propostas de interesse das duas classes. A principal delas é o pagamento de seis datas-base atrasadas - desde 2006 - o que equivaleria um percentual de quase 31%. Ontem, representantes de entidades representativas de praças e oficiais tanto da ativa como da reserva remunerada se reuniram na sede da Associação dos Praças da Reserva, no bairro do Prado. Eles discutiram qual seria a estratégia para convencer o coman-
do das duas corporações a solicitar do Executivo a correção salarial e melhorias para a tropa. Um dos pontos debatidos foi a unificação do discurso e das ações das entidades a partir de então. Os líderes dos militares deliberaram que o melhor agora preparar uma planilha com todas as propostas da categoria. Além das datas-base, eles requerem o pagamento do residual de 7%, pendente da negociação feita em 2007 e que se transformou até em lei, mas que não foi cumprida pelo atual governo. Eles ainda citaram que farão parte do documento a ser entregue também ao Executivo os possíveis ajustes que devem ser feitos na escala de serviço da PM, na Lei de Promoções da mesma corporação, no estatuto e no có-
Paulo Paim
VOLTOU
O senador Benedito de Lira (PP) ressuscitou o principal personagem de sua campanha eleitoral para informar aos alagoanos que tomou posse. “Cabeça” voltou a aparecer na TV comemorando o mandato do novo senador.
A deputada Flávia Cavalcante (PMDB) estava visivelmente nervosa depois que soube que pode perder o mandato a partir da acusação de distribuição de combustível na campanha. Ela já foi indiciada pela Polícia Federal.
A prefeita de Anadia, Sânia Tereza (PT), enfrenta agora uma dura oposição na Câmara. Seis vereadores cerram fileiras contra a petista – que foi denunciada ao Ministério Público Estadual por até agora não ter feito a licitação dos combustíveis do município.
NA FITA O deputado estadual Ricardo Nezinho (PTdoB) está praticamente definido na presidência da Comissão de Constituição e Justiça. A mesma regra vale para Gilvan Barros (PSDB) no Orçamento.
DIRETAS Um mês passou e o PPS continua sem indicar um secretário no atual governo estadual. A expectativa é a tal lei delegada. Professores do Ifal cobraram o ex-deputado Alberto Sextafeira. Querem saber se ele vai voltar a dar aulas. Ele é concursado na instituição federal. Onde estava o superintendente do Incra, Estevão Oliveira, na conversa dos sem-terra com a direção do Tribunal de Justiça. O assassinato do chefe da Guarda Municipal de Limoeiro de Anadia, Ariston Lucena Santos, tem tudo para ser mais um crime político em Alagoas.
AGENDA - Os representantes aguardam e já disseram que vão acompanhar a votação do novo código de ética da PM, marcada para acontecer na próxima segunda-feira, pelos conselheiros de Segurança Pública. Na terça-feira, os líderes têm uma reunião com o comandante-geral da PM, coronel Luciano Silva, a partir de meio-dia.
PEC facilita projetos de iniciativa popular
Senador (PT-RS)
LAPADA
Associação das Praças Militares de Alagoas (Aspra), cabo Wagner Simas, os pontos discutidos em reunião e que serão transformados numa planilha devem também ser apresentados ao Ministério Público, OAB, Gabinete Civil, Militar, comandante geral da PM e Corpo de Bombeiros, além do secretário de Estado da Defesa Social.
NO SENADO
O que precisa ser feito é acabar com o fator previdenciário e instituir uma política permanente de r e p o s iç ã o d a s p e r d a s in f la c io n á r ia s s o f r id a s p e la s aposentadorias e pensões” .
PREOCUPAÇÃO
digo de ética, assim como a correção dos quinquênios - gratificação assegurada juridicamente para militares a cada cinco anos de serviço prestado. Para o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Wellington Fragoso, o momento é de negociação. “Vamos adotar uma postura de conversa, de diálogo e nos manter firmes no propósito de conquistar os nossos direitos”. Já o presidente da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), cabo José Soares Cordeiro, disse que o importante agora é manter a compostura e dialogar. “Não adianta lutarmos pelo que queremos fora da lei. Precisamos manter os pés no chão, apresentar esta proposta e negociar”, explicou. Na opinião do presidente da
Izac informou que serão cobrados reposição da inflação e ganho real
Sindicalistas iniciaram agenda na 5ª Em 2011, um ano de muita reivindicação por parte dos servidores públicos estaduais espera o governo do Estado. No início deste mês, sob a coordenação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas, um grupo de mais de 50 lideranças de servidores públicos estaduais e municipais se reuniu para definir a agenda de mobilizações sindicais para cobrar do Estado e dos municípios uma pauta salarial para 2011. Foi a primeira movimentação dos sindicalistas, que nos últimos quatro anos promoveram mais de uma dezena de paralisações contra o atual governo estadual. Na ocasião, o presidente da CUT em Alagoas, Izac Jacson, informou que ficou definido que o movimento irá cobrar, em cada estrutura, aumentos salariais com a reposição da inflação, o ganho real em cima do crescimento da receita e concurso público, especialmente ao governo estadual – que, para ele, insiste em uma política de desvalorização do funcionalismo. “Este ano vamos seguir apontando os problemas na esperança de que o governador e sua equipe se sensibilizem para situa-
ção delicada que estão vivendo os funcionários públicos”, afirmou. Na última quinta-feira, mais de 200 dirigentes de sindicatos foram até a sede do Tribunal de Justiça. Eles reclamaram que não estão sendo feitos reajuste das principais categorias e também questionaram decisões judiciais em relação à decretação de ilegalidade de greves. O protesto deixou o trânsito lento em várias ruas do Jaraguá e do Centro. Antes, fizeram uma parada no Palácio República dos Palmares, onde colocaram algumas cruzes pretas no portão. Depois disso, seguiram até a porta do TJ. Segundo eles, foram levadas 2.200 cruzes representando os homicídios registrados em Alagoas. O presidente da CUT em Alagoas, Izac Jackson, explicou que o objetivo da mobilização foi de cobrar uma negociação com o governo sobre a data base que está vencida há quatro anos. De acordo com presidente da CUT em Alagoas, mais de 30 mil servidores, de todas as categorias, estão sem receber reajuste salarial.
Aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado a proposta de emenda à Constituição (PEC) 3/11, que facilita a apresentação de projetos de iniciativa popular. O autor da matéria, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), explicou que o objetivo é ampliar a participação dos eleitores no processo político. A PEC muda exigências como o número de assinaturas para iniciar a tramitação desse tipo de projeto. Atualmente, é necessário que o projeto de iniciativa popular tenha assinaturas de pelo menos 1% dos eleitores, algo em torno de 1,3 milhão de assinaturas. Com a mudança prevista na PEC, esse percentual diminui para 0,5% dos
votos válidos na última eleição para deputado federal, cerca de 490 mil assinaturas. De acordo com as normas vigentes, os eleitores que assinam projetos de iniciativa popular, precisam estar obrigatoriamente distribuídos por cinco estados e a participação deve ser de 0,3% de eleitores em cada estado. A PEC altera essas exigências aumentando para nove estados, mas diminui para 0,1% o número de eleitores de cada um dos estados. Outra mudança significativa é a ampliação do tipo de texto de iniciativa popular que poderia ser encaminhado. Hoje, é permitido apenas projeto de lei. Rollemberg acrescentou a proposta de emenda à Constituição entre as possibilidades de iniciativa popular.
Adicional para juízes e membros do MP Também aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado a Proposta de Emenda à Constituição 2/11, que restabelece o adicional por tempo de serviço na remuneração das carreiras da magistratura e do Ministério Público. Antes de ser extinto por meio das Emendas Constitucionais 20/98 e 41/03, o adicional era garantido a todos servidores públicos federais. Do senador Gilvam Borges (PMDB-AP), a PEC altera o parágrafo 11 do artigo 37 da Constituição. Aproposta prevê que, para efeito dos limites remuneratórios estabelecidos no inciso do dispositivo constitucional, não serão computadas as parcelas devidas aos magistrados e membros do Ministério Público que sejam de caráter indenizatório, nem as decorrentes do adicional por tempo de serviço à razão de 1% ao ano, limitado este a 35% dos
respectivos subsídios, vencimentos ou proventos. A proposta também exclui, dos limites cumulativos fixados no inciso XI do artigo 37 e no parágrafo 11 do artigo 40 da Constituição, os proventos das aposentadorias concedidas até a promulgação da emenda, que passará a vigorar na data de sua publicação. Na justificativa do projeto, Gilvam Borges argumenta que a proposta procura corrigir uma “grave injustiça” no texto, imposta pelas Emendas 20/98 e 41/03, com a extinção da tradicional gratificação adicional por tempo de serviço, conhecida como ATS, a qual configura uma vantagem pessoal, conquistada ao longo do desempenho da função pública. Gilvam Borges sustenta ainda que a PEC irá recuperar perdas injustas impostas a servidores merecedores da remuneração inerente a seus cargos, com a ATS obtida ao longo do seu tempo de serviço.
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Política
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Contexto Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com
VIROU PESADELO O governo e o Ibama trataram de desmentir o veto à instalação do estaleiro em Alagoas, mas, apesar da veemência do desmentido, ficaram as brechas que levam à desconfiança. Por que a demora em conceder a licença ambiental? O governo não tem a resposta para a pergunta, e o Ibama responde estipulando o prazo de 90 dias para a licença ser concedida. O prazo de 90 dias extrapola o limite que o empresário German Efromovich deu a ele mesmo – que é de esperar pela licença até março. Considerando-se que os técnicos do Ibama realizaram a inspeção da área em Coruripe no final do ano passado, a demora em apresentar o veredicto é realmente intrigante. Que ninguém se surpreenda depois se o estaleiro em Alagoas for apenas um lindo sonho de uma noite de verão que virou pesadelo.
PODE
DA VEZ
O senador Benedito de Lira deixou escapar que pode, sim, disputar o governo do Estado em 2014. Embalado com quase 1 milhão de votos, ele diz que a disputa majoritária está lhe fascinando.
O PDT já definiu que o ex-governador Ronaldo Lessa é o candidato do partido à sucessão do prefeito Cícero Almeida. O único obstáculo que pode surgir é a “Lei do Ficha Limpa”.
DIVÓRCIO À VISTA O prefeito Cícero Almeida está insatisfeito no PP. Mais precisamente: o prefeito está insatisfeito com o senador Benedito de Lira.
SEM
INÚTIL
O deputado Jéferson Moraes (DEM) está sem gabinete, mas não é por falta de gabinete. O que falta é alguém para dar a ordem e abrir à força o gabinete que pertenceu ao ex-deputado Cícero Ferro – que desapareceu e levou a chave.
E, por falar no deputado Jéferson Moraes, ele disse que não apresentou Emendas no Orçamento do Estado porque de nada adianta. “O único governador que liberou dinheiro para as emendas foi o Ronaldo Lessa”, reconheceu.
PARA AFAGAR As Emendas no Orçamento do Estado servem para beneficiar os municípios onde os deputados têm base.
1A1
DOIS
O vereador João Luiz pediu para o atual superintendente da SMTT, Pinto de Luna, e o ex-superintendente, coronel Coutinho, serem ouvidos em separado pela Câmara. A convocação deles foi a pedido da vereadora Heloísa Helena.
Para a vereadora Heloísa Helena, tanto faz o superintendente da SMTT, Pinto de Luna, e o ex-superintendente, coronel Coutinho, serem ouvidos em separado ou não. “Tanto faz. Mas, se fosse comigo, eu preferiria a acareação”, disse.
PARADA FINAL O superintendente da SMTT, Pinto de Luna, e o exsuperintendente, coronel Coutinho, serão ouvidos na sessão de quarta-feira, 16, na Câmara.
VEZ
FALA
A SMTT é a bola da vez no noticiário da imprensa sobre irregularidades no serviço público municipal. O atual superintendente, Pinto de Luna, trouxe dois peritos da Polícia Federal para esmiuçarem toda a documentação e contratos da SMTT.
Mas as irregularidades detectadas na SMTT datam de longa data. O prefeito Cícero Almeida não está satisfeito com o superintendente Pinto de Luna, que denunciou as irregularidades, mas é prudente mantê-lo no cargo. O Pinto pode abrir o bico.
TROPA GORDINHA Para o vice-governador José Thomaz Nonô, não é só a média de idade avançada do policial militar que preocupa. A barriga também.
EXPRESSAS A presidência da Assembleia Legislativa informa que os móveis, telefones e eletrodomésticos no gabinete do ex-deputado Cícero Ferro pertencem a ele (Ferro). Informa também que não vai mandar abrir o gabinete à força e que vai esperar o ex-deputado Cícero Ferro aparecer e devolver a chave. Os senadores Fernando Collor e Itamar Franco vão trabalhar juntos na Comissão do Senado que tratará da Reforma Política. Do vereador Luiz Pedro: “Aqui na Câmara, eu só não vi boi voar. Mas o resto...” O diretor da Real Alagoas, Maurício Schwambch, anunciou a compra de mais 10 ônibus adaptados para cadeirantes e que servirão à linha intermunicipal.
Reforma da Lei de Execução Penal consta na lista de metas do Senado Sarney diz que mudanças em normas devem ser concluídas nos próximos dois anos Ojornalweb.com, com Agência Brasil
Nos próximos dois anos, o Senado deverá concluir a reforma do Código Eleitoral, atualizar o Código de Defesa do Consumidor, rever a Lei de Execuções Penais, além de receber os resultados finais da Comissão de Reforma Política, criada esta semana. As metas para o trabalho dos senadores foram anunciadas na última quinta-feira pelo presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP), em sua primeira entrevista coletiva depois que foi reconduzido ao cargo de presidente. Segundo Sarney, a experiência de entregar a reforma dos códigos de Processo Penal e Civil a comissões de juristas foi bem-sucedida e deve ser mantida nesses projetos. “Nós tivemos uma boa experiência de constituir comissões de experts para nos dar subsídios a alguns problemas insolúveis que estavam aí. Basta dizer que o CPC [Código de Processo Civil], que estava aqui há 12 anos e seis meses, nós conseguimos aprová-lo”, alegou o presidente. Dentro de seis meses deve ser votada a reforma do Código Eleitoral, que está nas mãos de uma comissão de juristas presidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Antonio Dias Toffoli. De acordo com Sarney, o ministro pediu prazo até maio para entregar o anteprojeto e há acordo para que seja votado em 60 dias depois disso. Uma comissão de juristas também deverá aperfeiçoar o Código de Defesa do Consumidor que, na opinião do presidente do Senado, é outro que precisa ser atualizado. “O ministro [do Superior Tribunal de Justiça] Hermani Benjamin está presidindo essa comissão, foi ele o autor do primeiro código e agora vai fazer o aperfeiçoamento dessa legislação de defesa do consumidor”, afirmou senador. Já a comissão da reforma política deve ser instalada na próxima semana. Sarney também
Senador José Sarney: “O que estamos vendo é que o problema carcerário brasileiro se torna mais grave”
quer criar uma quarta comissão para rever a Lei de Execuções Penais. Para ele, o assunto dará trabalho, mas precisa receber atenção. “O que nós estamos vendo é que o problema carcerário brasileiro se torna mais grave e é, hoje, um caos que merece tratamento imediato para darmos instrumentos legais para o governo”, justificou.
Ainda dentro das metas estabelecidas pelo presidente do Senado, está a conclusão da reforma administrativa da Casa, que há dois anos vem sendo discutida sem avanços. A proposta é cortar custos e estabelecer uma forma de gestão com base no cumprimento de metas pelos funcionários. O primeiro-secretário da
Casa, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), já anunciou que a Casa irá reduzir os gastos para se adequar ao corte orçamentário de R$ 50 bilhões anunciado ontem pelo governo. Entre as medidas que serão adotadas está a proibição do pagamento de horas extras para diretores e funcionários com funções comissionadas.
Comissão da reforma política tem ex-presidentes A comissão instituída na última quinta-feira pelo presidente do Senado, José Sarney, para elaborar um anteprojeto de lei de reforma política, conta com senadores com intensa participação na vida política do país nas últimas décadas. Dos 12 integrantes da comissão, dois foram presidentes da República: Fernando Collor (PTBAL) e Itamar, Franco (PPSMG), companheiros na chapa que chegou ao Planalto em 1990, Collor como presidente e Itamar como o vice que assumiu a titularidade do cargo depois da renúncia do primeiro. A comissão poderá contar ainda com a experiência de oito ex-governadores, aí mais uma vez incluídos Collor e Itamar. Collor chegou ao governo de Alagoas em 1989 e desse posto se projetou nacionalmente, por meio de ações administrativas e corte de altos salários acumulados por servidores, por isso ganhando então o título de “caçador de marajás”. Itamar Franco elegeu-se governador em 1996, dois anos de deixar a Presidência com o legado da estabilidade monetária – alcançada com o Plano Real. Roberto Requião (PMDBPR) governou o Paraná por três vezes, o último mandato encerrado no ano passado, após reeleição. Já esteve no
Senado Federal de 1995 a 2002, agora retornando à Casa com o discurso de que o país precisa de reformas econômicas, inclusive com autonomia para o Banco Central. Agora terá de conciliar essa agenda com os temas da reforma política. Secretário particular do avô Tancredo Neves, sua influência decisiva na escolha da carreira política, Aécio Neves (PSDB-MG) é outro exgovernador na comissão. Ele ficou á frente da administração de Minas Gerais por dois mandatos consecutivos, até o ano passado. Antes, foi três vezes deputado federal, da última vez exercendo o cargo de presidente da Câmara dos Deputados. É nome de bom trânsito nas duas Casas. O engenheiro florestal Jorge Viana (PT-AC) começou a vida política apoiando trabalhadores rurais e seringueiros, quando se aproximou do líder Chico Mendes. Em menos de uma década, conquistou seu primeiro mandato como governador do Acre, se reelegeu ao cargo e agora, no Senado, recebe a tarefa de pensar a reforma política. Estará na companhia de Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que se reelegeu agora senador, já esteve à frente do governo de Sergipe, e que também já passou pela Assembléia Legislativa de seu
estado e pela Câmara dos Deputados. O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) governou Santa Catarina por dois períodos consecutivos, até o ano passado. Passou pela Prefeitura de Joinville depois de exercer mandatos de deputado estadual e federal. Foi próximo a Ulisses Guimarães e chegou a coordenar a campanha presidencial do histórico líder da oposição ao governo militar. Também presidiu o PMDB. Bancário e radialista, o senador José Wellington Barroso de Araújo Dias (PT-PI) chegou agora ao Senado, depois de governar o Piauí por dois períodos seguidos. Sua estréia eleitoral deu-se em 1992, quando foi eleito vereador em Teresina. Na sequência, elegeu-se deputado estadual e federal, quando se destacou em investigações sobre o crime organizado. Na comissão da reforma política, estará também o exgovernador Eduardo Braga (PMDB-AM), que governou o Amazonas de 2003 a 2010, período de dois mandatos. Depois de se eleger vereador, em 1983, saltou sucessivamente para a Assembléia do Amazonas, a Câmara dos Deputados e os postos de vice-prefeito e prefeito de Manaus. Mas será de um senador
três vezes ministro a presidência da Comissão da Reforma Política. Francisco Dornelles (PP-RJ) foi titular da pasta da Fazenda no governo Sarney; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso; e voltou a ser ministro do Trabalho, no segundo mandato. A partir de 1986, elegeuse deputado federal quatro vezes seguidas. Também já esteve no comando da Secretaria da Receita Federal. MINISTÉRIO PÚBLICO - Os dois integrantes da comissão com trajetória político-eleitoral mais recente são Demóstenes Torres (DEMGO), que renovou agora seu mandato de senador, e Pedro Taques (PDT-MT), no exercício de seu primeiro mandato. Os dois compartilham trajetória profissional anterior no Ministério Público. Demóstenes, que nos últimos dois anos presidiu a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), ganhou também reconhecimento pelo combate ao crime quando esteve à frente da Secretaria de Justiça em Goiás. Como procurador da República, Pedro Taques atuou em investigações contra o crime organizado. Renunciou à carreira para assumir o mandato de senador.
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ENTREVISTA/JARBAS SANTOS DE SOUZA
“Somando perdas, a proposta é de 110%” Gilson Monteiro Repórter
Após uma greve infrutífera de 13 dias, o Sindicato dos Agentes Penitenciários tentarão na próxima segunda-feira, por meio de um habeas corpus, tirar da prisão dois profissionais da categoria acusados de torturas durante rebelião no presídio Baldomero Cavalcanti. As acusações fazem parte de uma extensa lista de críticas à categoria, que tem enfrentado a vigilância dos movimentos de Direitos Humanos, da Justiça, e da própria sociedade, diante das denúncias de corrupção e maus-tratos a detentos. Nesta entrevista exclusiva, o presidente da entidade, Jarbas Santos de Souza, rebate as acusações
de tortura e alerta para a possibilidade de voltarem a cruzar os braços caso o governo não tenha uma resposta positiva para a pauta de reivindicações. Uma das principais é o reajuste salarial de 110%, percentual do qual a categoria não abre mão. Defendendo a aprovação da PEC 308, que propõe a criação da polícia penitenciária, Jarbas de Souza classifica a função de agente penitenciário como uma “aberração jurídica”. “Na verdade, a PEC 308 trata da regulamentação de uma categoria que já existe. A função de agente penitenciário é uma aberração jurídica. Temos poder de polícia, mas não somos policiais, nem somos guardas. Trabalhamos com a custódia de presos, e diretamente com a Justiça. Essa PEC visa definir o papel do agente penitenciário na segurança pública no País”, declarou.
Fotos: Fabyane Almeida
- A categoria aceitaria negociar um percentual de reajuste inferior aos 110% reivindicados até agora? - Não. Na verdade a palavra certa seria recuperação salarial. Somando nossas perdas, só 30% é da inflação, e nossa proposta é de 110%. São quatro anos de achatamento de nossos salários, enquanto outras categorias tiveram seus reajustes. Não tem como um reajuste menor do que esses 110%. Aceitamos negociar sim para de repente haver um parcelamento, mas não o percentual é esse mesmo. Alagoas é o Estado que paga o pior salário para agente penitenciário, que é de R$ 997,50. Em todos os outros estados o salário está na média dos R$ 2,5 mil. Ninguém ganha abaixo de R$ 2 mil. Temos um levantamento dos números de todos os Estados. - Quais vantagens para a categoria e para a sociedade na transformação da categoria em polícia penitenciária, como propõe a Proposta de Emenda à Constituição 308 que tramita no Congresso Nacional? - Na verdade a PEC 308 trata da regulamentação de uma categoria que já existe. A função de agente penitenciário é uma aberração jurídica. Temos poder de polícia mas não somos policiais, nem somos guardas. Trabalhamos com a custódia de presos, e diretamente com a Justiça. Essa PEC visa definir o papel do agente penitenciário na segurança pública no país. Com a criação da política penitenciária, poderíamos atuar não apenas na custódia, mas também na recaptura de detentos. Hoje um preso fugitivo só é pego quando comete outro crime.
Nessa questão da tortura, primeiramente nós defendemos a investigação como deve ser feita, de forma séria, rigorosa e que os culpados sejam punidos. Estávamos no meio de uma greve, tentando abrir um espaço dentro dessa resistência que o governo tem em resolver as questões da classe trabalhadora. E essas denúncias serviram como um “balde de água fria” para a gente. Porque tirou o foco da greve, criando um outro fato, e passamos a ser o vilão da história. Quebrou com o movimento, politicamente. - Como o sindicato está enfrentando a prisão dos dois agentes acusados de tortura? - Temos esses dois companheiros presos por causa dessas denúncias de tortura e sequer eles foram ouvidos. Amanhã vamos ingressando com um pedido de habeas corpus no fórum. - Quais são os argumentos desse pedido? - A questão é que os acusados são primários, tem residência fixa, e nenhum deles foi ouvido até agora. São dois rapazes de família que estão sendo tratados como bandido da mais alta periculosidade. A lei fala claramente que a tortura se caracteriza quando se tentar tirar alguma coisa do indivíduo através da violência. Quando se coage pela violência. Houve uma rebelião, e para contê-la é inevitável o uso da força, com uso de balas de borracha, por exemplo. Se houve o espancamento seria lesão corporal leve, mas tortura não. Outro ponto é que se fala em clamor público. Não houve toda essa repercussão no caso. Clamor público seria em caso de tortura.
- O senhor acha que a ca- Como o sindicato tem li- tegoria sofre algum tipo de dado internamente com as perseguição? - Esse tipo de prática dedenúncias de tortura e cormonstra no final rupção supostauma perseguição mente praticadas muito grande. Se por agentes? houve a denúncia, - Treze dias de ok, vamos abrir o greve, antes disso inquérito e invespassamos mais de tigar. Eles não foum ano calados, siram nem ouvidos. lencio total, sem Tudo é baseado reclamar, dando em conversa de resultado positivo, preso. E isso é tofuga zero, rebelião mado como verzero, motim zero, dade absoluta. cadeia controlada. Onde está o direiNós voltamos a to à ampla defesa? discussão, fizemos “A Bíblia diz a greve, possibili- Então, o sindades reais de que o inferno dicato defende acontecer muita não é aqui, que não houve desgraça dentro do tortura? sistema prisional, mas o padre - Não tem nee não chegou nin- disse que é” cessidade para guém para dar isso [tortura]. uma força, para intermediar a discussão com o - Mas como a entidade governador, para nos ouvir. Quando apareceram as de- pode garantir que não há tornúncias de supostos maus tura no sistema prisional? - Não é possível garantir tratos e tortura, meu amigo, só faltou entrar na conversa porque não andamos 24 horas o representante do GGAL, o com os agentes. Agora nós coGrupo Gay de Alagoas. OAB. nhecemos nossa categoria e a A Bíblia diz que o inferno não gente sabe muito bem que o é aqui, mas o padre disse que pessoal nosso não tem essa é. Aí lá vem Irineu [Gilberto índole, nem essa necessidade. Irineu, presidente da Comis- Apareceram dois caras mortos são de Direitos Humanos da na enfermaria do Baldomero OAB], Patriota [Everaldo Cavalcante e o promotor, na Patriota, do Conselho Esta- imprensa, disse que não há dual de Defesa dos Direitos possibilidade nenhuma de Humanos] até o Conselho isso ter acontecido sem a parEstadual de Segurança estava ticipação dos agentes penitenna jogada. Agora, todo mun- ciários. Ou seja, nós ainda do para prejudicar a gente. somos homicidas. Pelo princí-
pio da mediunidade. E no direito a mediunidade não cabe. Todo crime tem um motivo, e me diga qual o motivo que nosso pessoal tinha de entrar na enfermaria, matar aquelas pessoas daquela forma bárbara? Aquele tipo de morte, se pegarmos os mortos que aconteceram no sistema prisional nos últimos dez anos, existe um padrão. É o tipo de crime praticado por detentos. - Mas quanto ao papel da Comissão de Direitos Humanos não seria esse mesmo, o de atuar quando a dignidade humana está em risco? - Não é. Isso é o desvirtuamento total da matéria. Dignidade humana é algo muito amplo. Como é que a gente a gente tem a obrigação de fazer com que o cara que está lá preso não morra, não se matem. Nós não temos essa obrigação. Nós temos em tese. Agora como tem 150 pessoas lá dentro, um cara mata o outro e você é o culpado? Não morreria gente no sistema prisional ou pelo menos diminuiria drasticamente se fosse cumprida a lei. E é aí que entra o papel dos direitos humanos. Uma simples questão prevista na Lei de Execuções Penais, que é a individualização do preso por perfil criminológico. Hoje estão sendo presos jovens, que roubam para comprar droga e o estado trata essas pessoas como bandido da pior espécie. A lei também diz que eu posso pegar uma pena alternativa, e isso é dignidade humana. A Comissão tem que cobrar a aplicação da lei. Ai vem os caras engravatados, tomando seu cafezinho, que nunca passaram um dia no sistema prisional, querendo discutir sobre a questão. A gente bate muito na forma como a
Comissão de Direitos Humanos da OAB trabalha no sistema prisional porque os caras só aparecem para pegar os holofotes em cima da desgraça da gente. - Mas as acusações de corrupção e maus-tratos por parte dos agentes penitenciários também foram constatadas na inspeção do Conselho Nacional de Justiça... - É. Mas nos relatórios do CNCPC [Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária] também identificaram os mesmos problemas que denunciamos como os prestadores de serviço, insalubridade, superlotação. - Certamente há profissionais sérios, de boa conduta. Mas, diante de tantas denúncias, não apenas em Alagoas, se pode dizer que os agentes penitenciários não participam do sistema de corrupção do sistema penitenciário? - Não. Todo lugar tem gente de bem e gente boa. O céu, que é um lugar santo, o satanás veio de lá, antes era um anjo de luz. Tem bandido no meio de promotores, de juízes, de advogados. Como também tem gente de bem no meio de presos. Não quero dizer que o concurso público purifica ninguém. Não quero dizer que o agente penitenciário é santo, não. Estamos querendo apenas dizer que nós não somos o que algumas figuras querem pintar. - Por que o sindicato recuou das denúncias feitas no mês passado de irregularidades na folha de pagamento do sistema prisional? - Na verdade, a gente recuou totalmente desse assunto. A imprensa insistiu nesse assunto, mas eu disse que não
iria mais falar. - Por quê? - Porque o prejuízo foi e está sendo muito grande para nós. Você entenda esse prejuízo das maneiras mais diversas que você possa imaginar. O único parceiro que nós temos no Estado é a imprensa.
que ser realizada por funcionários efetivos. Não se pode dar a ninguém uma arma de fogo para custodiar preso, para fazer escolta de presos, a uma pessoa que não é efetivo, que não passou pelo treinamento.
- Quais as condições dos cursos preparatórios para - Mas vocês teriam pro- quem ingressa na função? - Confesso que na academia vas dessas denúncias? - Eu lhe pergunto. Já fize- de agentes penitenciários a formação é muito premos denúncias nocária, tanto é que minais em várias hoje quem quer se situações, e por preparar paga do que que nós não próprio bolso. Tem respondemos a um o curso de tiro, mas único processo de sem estrutura nedanos morais, canhuma e acaba não lúnia ou difamahavendo a prepação? Porque todos ração suficiente. De sabem que se enlá para cá, faz cinco trarem com proanos que fomos cesso a gente tem contratados e o como provar. Só Estado nunca fez que agora não uma reciclagem, e a quero provar mais “O único coisa é assim. nada. Fizemos a denúncia e não parceiro que - Então, diante chegou um promo- nós temos no da precariedade, tor aqui para saber Estado é a não seria a capase era verdade. citação deficienimprensa” te, que garantiria - A categoria que o agente condiscorda da contratação de agentes em cará- cursado seja mais eficiente... - O Estado defende a conter emergencial, como foi determinado pelo Núcleo Cri- tratação de forma irregular, minal da Defensoria Pública pessoal pego de forma aleatória, põe uma camisa preta e do Estado? - Denunciamos formal- bota o cara dentro do sistema mente ao Ministério Público e está feito o agente penitenessa questão das contratações ciário. E ganhando menos do irregulares. Tem que se plane- que a gente ganha, mas sem jar e fazer o concurso públi- controle nenhum. O concurso co, porque o agente peniten- público é uma peneira, priciário ser contratado preca- meiro porque tem a chance de riamente como está defenden- ascensão na carreira, o profisdo a defensoria e os juízes, é sional se preocupa com seu irregular, porque, além de ser futuro, também tem a investiilegal do ponto de vista cons- gação da ficha do concursatitucional da questão de não dos. A maioria dos agentes ser convocado via concurso concursados tem curso supepúblico, a nossa função é tam- rior, e muitos outros estão curbém atividade fim, que tem sando.
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PREVIDÊNCIA
Especialista defende reforma no setor Metade da receita líquida da União é destinada ao pagamento de servidores inativos e benefícios assistenciais Djalba Lima Agência Senado
Em 21 anos, a despesa do Instituto Nacional do Seguridade Social (INSS) triplicou seu peso relativo na economia, passando a comprome-
ter 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Com esse crescimento, metade da receita líquida da União destina-se hoje à previdência (servidores inativos e INSS) e ao pagamento de benefícios assistenciais de
prestação continuada. Os números são citados pela consultora legislativa do Senado, Meiriane Nunes Amaro, como alerta para a necessidade de uma reforma na área. Especialista em previdência, tendo atuado como
assessora direta dos relatores das reformas de 1998 (governo FHC) e 2003 (governo Lula), Meiriane Nunes reconhece que o tema é espinhoso, arrebanha multidões de adversários e tem pífia quantidade de defensores.
Por seu potencial de restringir direitos e vantagens, a reforma da previdência é pouco citada entre as necessárias para o país, mas, na avaliação da consultora, talvez se revele a mais urgente. Afinal, segundo ela, o Bra-
sil, embora ainda seja um país jovem, tem despesa com previdência semelhante à de países com população envelhecida, como o Reino Unido. Com uma diferença: esses países enriqueceram antes de envelhecer.
Impacto do envelhecimento da população Os prognósticos demográficos, ou seja, as previsões sobre crescimento populacional, acendem a luz vermelha no sistema. De acordo com a consultora, a proporção de idosos (com mais de 60 anos) na população total do Brasil triplicará nos próximos 40 anos, passando de 6,8% para 22,7%. “O impacto desse envelhecimento é enorme”, avalia. Como a previdência brasileira se pauta pelo regime de repartição, a população em idade ativa sustenta a inativa. Isso significa, segundo a consultora, que o número de pessoas ativas que sustentam cada aposentado ou pensionista deve cair dos atuais 6,45 para 1,9 em 2050. “Em outras palavras, haverá cada vez menos pessoas trabalhando e sustentando o crescente número de idosos no Brasil”, resume Meiriane Nunes.
doria equivalerá a 100% do salário”. IDADE - Outra distorção apontada por Meiriane é quanto à aposentadoria por idade (aos 65 anos), para a qual se exigem apenas 15 anos de contribuição. Ela dá um exemplo: um homem que espere 50 anos para começar a contribuir para a previdência social poderá se aposentar aos 65 anos e receber o benefício por mais 16,3 anos, em média (considerando-se a expectativa de vida do brasileiro). No caso da mulher, seriam 15 anos de contribuição versus 19,1 anos de recebimento do benefício. “É fácil perceber que a conta não fecha e será cada vez mais inconsistente, em vista dos prognósticos populacionais”, acrescenta.
PENSÃO - No caso da pensão, segundo a consultora, a situação é ainda mais discreEXPLOSÃO - A consulto- pante. Não há, por exemplo, ra adverte que, se nada for nenhuma limitação relacionafeito agora, as despesas previ- da ao tempo de casamento ou união, nem à renda do denciárias explodirão, “comcônjuge sobrevivente, prometendo o futuro ao período de recebidas próximas gerações mento do benefício ou de brasileiros”. O Brasil não envelhece sozi- Aumento da ao seu acúmulo com nho, e várias nações já expectativa outros benefícios. “Como resultado, se encontram em side vida do nosso gasto com pentuação crítica, mas, brasileiro sões é tão significaticonforme Meiriane, estão reformulando seus preocupa a vo que representa o sesistemas previdenciá- Previdência gundo maior na estrutura de despesas do rios. Social INSS e, em termos de “É melhor aumenparticipação no PIB, tar agora os anos de representa o triplo da contribuição em relamédia internacional”. ção aos de aposentadoria, bem como reduzir um SALÁRIO-MÍNIMO pouco a taxa de reposição do benefício em relação ao salário, Mas, de acordo com Meiriane do que ser forçado daqui a al- Nunes, é na indexação do piso guns anos a elevar muito as previdenciário ao salário-mícontribuições sociais e dimi- nimo que reside o maior pronuir drasticamente o valor dos pulsor da elevação das despebenefícios previdenciários“, sas com benefícios. Entre 1995 e 2010, o mínimo teve aumenobserva. to real de 122%. Ela explica que, por ser vinEXPERIÊNCIAS - As experiências desses países, acres- culado ao mínimo, o piso da centa Meiriane Nunes, consti- previdência social elevou-se tuem importantes ensinamen- na mesma proporção. Situação tos. Em primeiro lugar, diz ela, idêntica aconteceu com os beas aposentadorias nos países nefícios de prestação continuaavançados se dão em idades da da assistência social (que bem maiores do que de apo- favorecem idosos e deficiensentadoria por tempo de con- tes físicos), igualmente atrelatribuição dos trabalhadores dos ao mínimo. Como dois em cada três sebrasileiros da iniciativa privada (no mínimo, 54 anos para gurados recebem o piso, a conhomem e 52 para mulher, de sultora calcula, para cada R$ 1 acordo com a consultora). Es- de aumento do mínimo, uma ses países também reduzem elevação de despesas com apobenefício concedido antes da sentadoria e pensão da ordem idade mínima, mesmo que de R$ 198 milhões, contra um preenchidos o requisito de acréscimo de receitas de apenas R$ 14 milhões - portanto, tempo de contribuição. “Aqui, mesmo consideran- déficit de R$ 184 milhões. Acrescentando-se a esse do a aplicação do fator previdenciário (que é um redutor total os gastos com assistência do valor da aposentadoria em social, a consultora chega à relação ao salário da ativa), um conclusão de que o déficit do homem na mesma situação INSS cresce R$ 230 milhões a não terá qualquer perda mone- cada R$ 1 de elevação do mítária. Ou seja, sua aposenta- nimo.
Com um número cada vez maior de idosos, que vivem mais e com mais qualidade de vida, Previdência pode ter dificuldade em pagar benefícios
Paim diz que a Previdência não tem déficit O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que a Previdência Social não tem déficit e que é desnecessária qualquer reforma. A melhor contribuição que o Congresso Nacional pode dar, segundo ele, será a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/03, de sua autoria, que impede o desvio de recursos da seguridade social. Paim observou que ainda hoje a Desvinculação de Receitas da União (DRU) abocanha 20% da receita da Previdência Social, dando ao governo federal liberdade para distribuir os recursos entre os programas que julgar prioritários. A desvinculação foi criada em 1994 com o nome
de Fundo Social de Emergência (FSE), mudando depois para Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
isso, segundo ele, os sistemas previdenciários desses países precisaram ser reformados.
ARRECADAÇÃO - O senador afirmou que a Previdência brasileira tem uma das maiores arrecadações do mundo, porque aqui os trabalhadores e as empresas recolhem contribuições que totalizam 31% da folha de pagamento. Há também contribuições sociais sobre a folha de salários, o faturamento (Cofins) e o lucro (CSLL), como observou. Paim disse que em países como França, Estados Unidos e Chile a contribuição das empresas e dos trabalhadores não ultrapassa 12%. Por
IDADE - Outro “mito”, conforme o senador, é a alegação de que a idade mínima para aposentadoria no Brasil é baixa. Com o fator previdenciário, acrescentou, os trabalhadores precisam se aposentar aos 60 anos (mulher) ou 65 anos (homens) a fim de obter ganhos integrais. A França, lembrou o senador, foi palco de grandes manifestações populares em outubro do ano passado por aumentar a idade mínima da aposentadoria para 62 anos, a partir de 2018. “Não é preciso nem dizer que o avanço
social na Europa é muito maior do que no Brasil. É só ver o salário mínimo de lá e os sistemas de saúde e de educação”, relaciona. “CRUELDADE” - Para o senador, “seria uma crueldade sacrificar ainda mais trabalhadores privados de direitos, que já se aposentam em idade avançada”. Por isso, ele é totalmente contrário a qualquer idéia se pensar em uma reforma que reduza benefícios dos trabalhadores. “O que precisa ser feito é acabar com o fator previdenciário e instituir uma política permanente de reposição das perdas inflacionárias sofridas pelas aposentadorias e pensões”, avalia.
Paulo Paim descarta necessidade de reforma da Previdência Social, já que o sistema brasileiro é um dos que mais arrecadam no mundo
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Licença Prévia x Distrito Industrial “As licenças não são exigidas para todo e qualquer empreendimento” Alder Flores Advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental O licenciamento ambiental é composto por três tipos de licenças: prévia, de instalação e de operação. Cada uma refere-se a uma fase distinta do empreendimento e segue uma seqüência lógica de encadeamento. As licenças são concedidas ao empreendedor para que exerça seu direito a livre iniciativa, desde que atendidas às precauções requeridas e exigíveis na lei a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. As licenças não são exigidas para todo e qualquer empreendimento, a lei determina quais atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva e potencialmente poluidoras, bem como as capazes, sobre qualquer forma de causar degradação ambiental. Como os conceitos de poluição e degradação trazem termos abstratos que deixam abertura para determinação da necessidade, ou não, de licenciamento. Considerando que não há como fixar de forma definitiva as atividades que causam degradação ou mesmo o grau de alteração adversa ocasionando, caberá consulta ao órgão ambiental para verificar se o empreendimento carece da licença. Neste sentido, a Licença Prévia deve ser solicitada na fase preliminar do planejamento da atividade. Sua função é atestar a viabilidade ambiental do futuro empreendimento na localização pretendida e estabelecer os requisitos básicos para as próximas fases do licenciamento ambiental, ou seja, a de implantação e operação. Deste modo, cabe a licença prévia aprovar a localização e a concepção da futura atividade. O conceito de Distrito Industrial foi descrito por Marshall no século XIX para caracterizar as concentrações de pequenas e médias empresas localizadas ao redor das grandes indústrias, no subúrbio das cidades inglesas. Dessa forma, pode-se afirmar que os Distritos Industriais ingleses eram constituídos por aglomerações de grandes, pequenas e medias empresas inter relacionadas em micro regiões geográficas, produzindo bens em larga escala tanto para o mercado interno como para o mercado externo. Neste tipo de sociedade, as pequenas e medias empresas eram fortemente beneficiadas por fatores obtidos gratuitamente na economia, na infraestrutura e na mão de obra já treinada como também na existência de recursos naturais locais e informações sobre as novas técnicas de produção. Observa-se que este tipo de desenvolvimento é o mais conhecido na literatura não só econômica, mas também entre os sociólogos, geógrafos, antropólogos e ambientalistas, como a teoria do desenvolvimento local, isto é, um modelo de desenvolvimento que não se baseia simplesmente na mensuração das variáveis econômicas, mas sim nas potencialidades de uma determinada região geográfica delimitada, levando-se em consideração, principalmente os recursos naturais existentes, a vocação trabalhista e produtiva da comunidade e fatores socioculturais. O Distrito Industrial é uma entidade sócio-territorial caracterizada pela presença ativa de uma comunidade de pessoas e de uma população de empresas num determinado espaço geográfico. Quando se cria por uma norma jurídica um distrito ou núcleo industrial é premissa básica a emissão do alvará de licença do órgão competente da prefeitura municipal. Neste instrumento autorizativo consta em seu memorial descritivo, a destinação da área e sua localização, como por exemplo, a área ora desmembrada tem por objeto a criação de terrenos que serão destinados a implantação de indústrias. Em uma análise menos apurada, a emissão do alvará de licença municipal já determina que aquela gleba de terra seja destinada para implantação de indústrias. Neste sentido, se faz desnecessário que o empreendedor requeira ao órgão estadual ou municipal de meio ambiente a licença prévia, pois a função básica da mesma é atestar a viabilidade da área para a futura implantação da atividade, devendo, nestes casos o interessado ser orientado para requerer a licença de implantação, e aí sim, atendendo todos os requisitos técnicos e legais inerentes a esta fase do licenciamento ambiental.
A vitória de diabéticos e hipertensos “O alcance socioeconômico da iniciativa é incalculável” Renan Calheiros Senador e líder da bancada do PMDB Há vários anos venho me dedicando, dentro do Congresso Nacional, no sentido de apresentar idéias e projetos que garantam assistência aos brasileiros menos favorecidos ou àqueles que enfrentam dificuldades financeiras em virtude de enfermidades, como é o caso do diabetes. Neste sentido apresentei quatro projetos beneficiando os brasileiros portadores de diabetes. O primeiro deles previa exatamente a distribuição gratuita de medicamentos para aqueles que enfrentam esta doença. Medida que foi encampada pelo governo da presidente Dilma Rousseff na semana passada. Dentro do programa “Aqui tem farmácia popular” o governo federal – conforme o compromisso assumido na campanha eleitoral de 2010 – inclui a gratuidade de remédios para hipertensos e diabéticos. No Brasil são perto de 600 mil hipertensos e mais de 300 mil diabéticos. Os óbitos causados por esta duas doenças respondem por 34% das mortes no Brasil. O alcance socioeconômico da iniciativa é incalculável e, certamente, este elevado percentual de óbitos irá diminuir sensivelmente em virtude do novo programa do governo para assistir diabéticos e hipertensos. Os custos para tratar da doença são elevados e justificam este e outros benefícios que ainda tramitam no Congresso Nacional. Dentro do pacote de projetos para os diabéticos estou propondo ainda a isenção de imposto de renda para os aposentados e pensionistas que enfrentam este mal. Esta proposta já foi aprovada no Senado Federal e encontra-se na Comissão de Seguridade Social e Saúde da Câmara dos Deputados. Outra proposta prevê também a gratuidade nos equipamentos para medir glicemia, liberdade para movimentação das contas do PIS, PASEP e FGTS, além da eliminação dos prazos de carência para auxílio-doença e concessão de aposentadorias. Os portadores destas doenças, suas famílias e todos nós só temos que celebrar uma iniciativa que estava sendo cobrada pelos hipertensos, diabéticos e pela sociedade como um todo. Eu, particularmente, fico honrado com a incorporação de uma proposta de minha autoria em um programa do governo federal. Em razão disto tive a oportunidade de enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff parabenizando-a pela belíssima iniciativa que tem efeitos residuais na arrecadação de impostos. Só quem enfrenta as duas enfermidades no dia a dia sabe o que elas representam em custos e limitações. Em relação aos demais projetos – isenção de imposto de renda, liberação de FGTS e gratuidade de equipamentos para medir glicemia –, vou continuar lutando no Congresso para vê-los aprovados o mais breve possível. Estou certo de que o novo Congresso tem sensibilidade e pendor para as causas sociais.
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De melindres e inadequações
Câncer social Em se tratando de crack, em Maceió há todo tipo de história para contar. Jovem certinho que acabou se envolvendo com a droga. Uma moça de família que foi levada ao vício pelo namorado perdido. Um jovem que destelha a casa da avó para vender as telhas de amianto e comprar crack. A família desesperada pelo fato de um membro ter entrado no mundo das drogas. Uma mãe que, para não ver o filho de 12 anos morto pelos traficantes, o acorrentou na cabeceira de sua cama. São todas histórias reais e que têm como pivô o câncer social chamado crack. Os males são os piores possíveis, e o rastro de destruição está riscando de sangue o Estado de um canto a outro. De tão devastador, o crack está fazendo com que o povo alagoano crie a maior intimidade do mundo com a morte. Há dez ou 20 anos, quando se passava por um corpo estirado no chão, tinha-se medo. Olhava-se de longe e se arripunava quando passava por um cadáver no meio da rua. “Mataram um, ali, meio-dia e em ponto e no meio da rua”. Essa frase era dita e repetida várias vezes com indignação.
Hoje, de tão banalizada a violência, as crianças se sentam ao lado dos corpos estirados no chão juntinho de uma poça de sangue. Elas até se exibem para as câmeras da imprensa. Um corpo não assusta mais como antigamente, e esse fenômeno deve ser creditado ao crescimento do crack no Estado. Mas, apenas para contar mais uma história real envolvendo a intimidade das pessoas com esse câncer social, a polícia prendeu na sexta-feira uma família inteira que era envolvida com o tráfico e consumo de crack. Dentro de casa, o pai, a mãe e um casal de filhos viviam exclusivamente do tráfico de drogas, notadamente o crack. A boca funcionava na casa onde a família morava. Isso implica dizer que as contas de água e luz eram pagas com dinheiro obtido na venda de drogas. Assim como o que pagava a feira dessa família. Essa história real revela perfeitamente o que o crack está fazendo com as famílias alagoanas. De uma forma ou de outra, alguém tem um caso bem próximo para contar.
Ponto de vista
San
Praia das Virtudes “Como é possível uma água tão cristalina” João Baptista Herkenhoff Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, professor pesquisador da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha e escritor / jbherkenhoff@uol.com.br / www.jbherkenhoff.com.br Se Pedro Caetano teve razão quando celebrou Guarapari como “um recanto que os poetas não conseguem descrever nas mais lindas canções”, um recanto onde “a lua serena vem brindar os namorados na areia morena”, isso fica ainda mais evidente quando contemplamos a beleza singular da Praia das Virtudes. Conta-se que, em tempos pretéritos, como essa praia ficasse numa localização discreta, era a preferida de freiras que vinham veranear no balneário. O povo ligou a condição de ser freira à condição de pessoa virtuosa e, então, a praia foi batizada com o nome que conserva até hoje: Praia das Virtudes. Comecemos pela água. Como é possível uma água tão cristalina! Há algum tempo, quando eu dava um mergulho, a aliança caiu do meu dedo. Fiquei nervoso. Afinal, a aliança já fez bodas de ouro. No dia seguinte, bem cedo, minha mulher sugeriu que eu fosse à praia para ver se, por acaso, a aliança estava dentro da água. Atendi. Fui ao mesmo local onde a aliança tinha tombado e mergulhei. Nem precisei procurar, tão transparente é a água. Lá estava a aliança, quietinha, esperando que eu a colhesse. Além da beleza física, a Praia das Virtudes é dotada de beleza espiritual. Uma grande fraternidade une os moradores. Quando faleceu Andreia, filha do casal José Azeredo Filho e Dona Maria José, todos choramos. A Praia das Virtudes conta com a presença de frequentadores de diversos municípios do Estado e de todas as regiões do país. Daqui onde me encontro a escrever este texto, consigo divisar: Renato Conde e Elisabeth, de Guarapari (são residentes);
senhora Deuzeny da Silva Lopes, de Cachoeiro; Paulo Roberto Vaz de Menezes e Maria José, também de Cachoeiro; Devacir Mário Zaché e Tânia, de Colatina; Luís Carlos Nemer, de Castelo; Lineu Gama, Soeli e Taísa, de Alegre. De Vitória identifico muita gente: Andreia Lopes e Sérgio Egito; Marcos Abaurre e Élvia; Gilberto Abaurre e Iná; Ângela Celestino e o Coronel Bilonga; Getúlio Azevedo, Denise, Ana Luísa e Márcia; Moacir e Maura; Carlos de França e Margareth; Getúlio Camporez e Eliane; Jovair Voelzke e Vera Lúcia; Neliomar José Pezzin; Maria da Penha Dantas Demoner; Orli, Aristides, Arlindo Sasso. Há pessoas de outros Estados: Francisco Nogueira Fontenelle e Vera Maria (Belo Horizonte); Ney Fernandes Lopes e Marlene (Pelotas). Figura lendária da Praia das Virtudes é o senhor Tatão, que faleceu com quase 100 anos, testemunhando uma das características de Guarapari que são as pessoas centenárias. A Praia das Virtudes perderia muito de sua magia sem a presença de Dona Ana, vendedora de picolé, Alemão, vendedor de água de coco, e sem o quiosque do Juca. Deixei para registrar, como fecho desta página, o traço mais surpreendente da Praia das Virtudes. Temos um músico, que é também médico: José Anselmo Lofêgo. Ele toca bandolim, violão e cavaquinho. Seu repertório são os clássicos da música popular brasileira. O Lofêgo toca para todo mundo ouvir. O público bate palmas. É um show gratuito de alguém que sabe que a arte é um bem de todos, passaporte para a construção de um mundo novo.
O JORNAL Diretor-Executivo Sálvio de Taine Maciel salviomaciel@ojornal-al.com.br
Professor
Não poucas vezes, caímos em melindres, alimentamos desavenças, vestimos carapuças, convictos de que questões postas em evidência constituem-se em criticas a pessoas, grupos ou instituições específicas. No entanto, alargando horizontes, constatamos que são desafios existentes Brasil afora. Não raro, governos, no afã de mostrar seu apreço pela pasta da Cultura, costumam “dedicá-la” a um respeitado intelectual. Outros, querendo-se enturmados, nomeiam um artista de seu grupo. Outros, ainda, ampliando bases de apoio, aceita “cedêla” a um político cujo cacife não é suficiente para “pegar uma secretaria mais importante”, como se aventou, lá em 1995, no II Encontro Internacional Sobre Formação em Gestão Cultural. Há, também, as recomposições políticas, onde parlamentares indicam empresários de áreas afins, para representá-los. Esses fatos, analisadas em momentos diversos por muitos órgãos de pesquisa, mostram que os contemplados, mais das vezes, carecem de conhecimento de causa para assumirem, com a efetividade necessária, a gestão de um órgão público de Cultura. Situação que se agrava nos locais onde não se prima por políticas integradas, com prioridades definidas, metas estabelecidas e capacidade de acompanhamento e avaliação. Crescendo em temeridade, quando injunções políticas impedem a formação de equipes técnicas capazes. Vê-se que o intelectual convicto tende a resumir a concepção de cultura ao erudito, fechando-se na expressão artística de sua preferência, em detrimento do experimental, da vanguarda, do popular. Por sua vez, muitos virtuosos são tentados a privilegiar grupos de sua simpatia, e, não poucas vezes, cabeça nas nuvens, desprendem-se do chão, escapando-lhes objetivos e métodos. Os ligados aos negócios têm internalizado o paradigma do lucro. E porque os que lhes indicam têm pressa, operando em prazos médios de dois anos, favorecem os eventos que começam e terminam em si mesmos, sem qualquer continuidade. Em certas ocasiões, contemplam classes específicas da sociedade em realizações fechadas, onde os presentes, privilegiados, sentem-se agradecidos pela distinção. Vezes outras, apelam para os eventos de massa, arrebanhando multidões. Enfatizando datas comemorativas, de empresário para empresário, ignoram se os recursos empregados servirão para dinamizar a cultura e a economia locais. Instituições não-governamentais têm oferecido cursos, seminários workshops, que servem como ponto de partida para reflexão sobre essas inadequações. Nos programas, conceito de retorno social, valorização do bem comum, respeito à ética das prioridades e outros temas essenciais para políticas públicas de qualidade. Cartas à Redação: opiniao@ojornal-al.com.br
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Buscas por corpos acontecem há um mês nas áreas devastadas; 893 mortos já foram encontrados
Fortes chuvas destruíram milhares de casas no Rio de Janeiro; a maioria delas em Teresópolis
Um mês após tragédia há 408 sumidos Episódio que deixou 893 mortos pelas chuvas no Rio de Janeiro foi lembrado com missas ecumênicas Levantamento do Ministério Público do Rio de Janeiro, realizado pelo Programa de Identificação de Vítimas (PIV), mostra que ainda há 408 desaparecidos na Região Serrana do Estado, um mês após as chuvas que provocaram a morte de 893 pessoas em seis dos sete municípios. A data foi lembrada ontem com missas ecumênicas nas cidades de Nova Friburgo e Petrópolis. Em Friburgo, município com o maior número de vítimas (423), uma cerimônia com representantes de diferentes congregações foi celebrada às 10h na Praça do Suspiro. Os organizadores soltaram balões de gás com os nomes de todas as vítimas, como forma de homenageá-las. Ao meio-dia, o sino da catedral São João Batista foi tocado uma única vez e, em seguida, os participantes foram convidados a ficarem um minuto em silêncio. A ONG Viva Rio encerrou ontem, na praça central de Friburgo, o caráter emergencial da campanha S.O.S Região Serrana. Na ocasião, teve início a
segunda etapa dos trabalhos, que consiste na reconstruição dos espaços. Donativos foram distribuídos para os atingidos. Na cidade, ainda há 4.528 desajolados e o número de desabrigados chega a 3.796. Na próxima semana, 2.081 famílias que já foram cadastradas começarão a receber o aluguel social. Manifestações religiosas aconteceram na cidade de Petrópolis, onde o bispo Dom Filippo Santoro - da diocese de Teresópolis (cidade com 373 vítimas), São José do Vale do Rio Preto (4 vítimas), Petrópolis (71 vítimas) e Areal (sem vítimas, graças a ação do prefeito que com o uso de um megafone pediu aos moradores que deixassem suas casas) - celebraram duas missas. No sábado, a homenagem foi feita às 19h na Igreja do Divino, no Vale do Cuiabá. No domingo, a missa está marcada para as 11h30 na Catedral de São Pedro de Alcântara, no Centro Histórico de Teresópolis. Também foram registradas vítimas nas cidades de Sumidouro (21) e Bom Jardim (1).
Teresópolis tem maioria dos desaparecidos De acordo com o MP-RJ, a cidade de Teresópolis ainda tem 223 pessoas desaparecidas desde as chuvas do dia 12 de janeiro. Nova Friburgo vem em seguida, com 85 pessoas. Petrópolis tem 56, Sumidouro, 2, e há 42 desaparecimentos cujas localidades não foram informadas. As comunicações de desaparecimentos são feitas por paren-
tes e amigos das vítimas e checadas por agentes do Ministério Público em hospitais, IMLe abrigos. As equipes de apoio, segundo o MP, também vão aos locais das tragédias em busca de dados que possibiltem as localizações. Em Bom Jardim e em São José do Vale do Rio Preto não há desaparecidos, segundo o levantamento do MP.
Mudança climática não é desculpa O aumento da incidência de chuvas em consequência das mudanças climáticas globais não pode servir de desculpa para os governos não agirem para evitar enchentes, na avaliação de Debarati GuhaSapir, diretora do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (Cred), de Bruxelas, na Bélgica. “Não é possível fazer nada agora para que não chova mais. Mas temos de buscar os fatores não ligados à chuva para entender e prevenir desastres como esses (das enchentes no Brasil e na Austrália)”, disse ela. “Dizer que o problema é consequência das mudanças climáticas é fugir da responsabilidade, é desculpa dos governos para não fazer nada para resolver o problema”, critica Guha-Sapir, que é também professora de Saúde Pública da Universidade de Louvain. DADOS - O Cred vem coletando dados sobre desastres no mundo todo há mais de 30 anos. Guha-Sapir diz que os dados indicam um aumento considerável no número de enchentes na última década, em termos de quantidade de eventos e em número de vítimas. Segundo ela, as consequências das inundações são agravadas pela urbanização caótica, pelas altas concentrações demográficas e pela falta de atuação do poder público. “Há
muitas ações de prevenção, de baixo custo, que podem ser adotadas, sem a necessidade de grandes operações de remoção de moradores de áreas de risco”, diz, citando como exemplo proteções em margens de rios e a criação de áreas para alagamento (piscinões). Para a especialista, questões como infraestrutura, ocupação urbana, desenvolvimento das instituições públicas e nível de pobreza e de educação ajudam a explicar a disparidade no número de vítimas entre as enchentes na Austrália e no Brasil. “A Austrália é um país com uma infraestrutura melhor, com maior capacidade de alocar recursos e equipamentos para a prevenção e o resgate, com instituições e mecanismos mais democráticos, que conseguem atender a toda a sociedade, incluindo os mais pobres, que estão em áreas de mais risco”, afirma. Para ela, outro fator que tem impacto sobre o número de mortes é o nível de educação da população. “Pessoas mais educadas estão mais conscientes dos riscos e têm mais possibilidades de adotar ações apropriadas”, diz. Apesar disso, ela observa que a responsabilidade sobre as enchentes não deve recair sobre a população. “Isso é um dever das autoridades. Elas não podem fugir à responsabilidade”, afirma.
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Queda de Mubarak é fenômeno inédito De acordo com especialistas, Jordânia e Síria são os países mais propensos a sentir os efeitos das mudanças O movimento popular que tomou as ruas do Egito por 18 dias ininterruptos até a renúncia do presidente Hosni Mubarak, na última sexta-feira, configura um fenômeno “inédito”. A opinião é do cientista político Reginaldo Nasser. Para ele, tratase de uma “verdadeira revolução”, que “derrotou (Mubarak) pacificamente”, sem armas, “numa mobilização que envonveu milhões de pessoas” de “todas as classes do egito”. “Independentemente dos resultados que virão, só por esse fato já ficará para a história”, sintetiza. Nesse processo histórico, Nasser acredita que a população - motor central da revolução - deve manter a mobilização para não colocar em risco tudo que já foi alcançado até agora. “O que deveria ser feito é a população permancer nas ruas. Esse momento é decisivo. Tomara que esses jovens continuem mobilizados permanentemente para que não corra
qualquer tipo de continuísmo ou de derrota neste momento”, avalia. Para o cientista, o Ocidente não desempenhou um papel tão nos acontecimento. Os Estados Unidos, “durante todo esse período (de protestos), não acreditaram que esse movimento crescesse”, se mantivesse da forma como ocorreu e finalmente terminasse da forma como o mundo presencia agora. Embora diversos países tenham defendido que o governo egípcio devesse dar ouvidos às manifestações populares e evitar a repressão, Nasser acredita que o momento “tem várias lições” para serem aprendidas, inclusive a de refletir o que significa essa ‘comunidade internacional’”. Os acontecimentos no Cairo devem ter efeito sobre a região. Nasser aponta a Jordânia e a Síria como países mais propensos a sentirem os efeitos da drástica mudança em curso no Egito. As relações com Israel - que compu-
nha o triângulo com Estados Unidos e Egito nos poderes da geopolítica da região - também devem ser alteradas. O cientista defende que deve ser desfeita a “visão preconcebida de que para ser aliado tem que ter ditador”, em referência ao diálogo que Israel mantinha com a suposta democracia mantida por Mubarak há praticamente 30 anos. Mas a renúncia de Mubarak, embora um momento histórico para a região, deixa muito em aberto no país. “O que é importante são as forças que cuidarão do proecesso de transisção, e (é preciso) estar atento aos militares”, avalia Nasser. Para ele, devese observar com atenção o modelo pelo qual o Exército egípcio um dos maiores do mundo - irá coordenar o país até que um novo governo seja instaurado. Entre as tantas especulações atualmente em curso sobre o futuro egípcio está a do temor sobre a eventual instauração de Estado islâmico, sobretudo pela força que
Soldados egípcios juntam-se às celebrações após a renúncia do presidente Hosni Mubarak
a Irmandade Muçulmana exerce nas alas oposicionistas egípcias. Nasser, no entanto, acredita que se interpreta de modo distor-
cido a perspectiva de um Estado islâmico: ocorre uma “demonização do islã” e se cria um “falso problema”. “Não é a religião que é o problema, é a atitude políti-
ca”, resume. “O Egito era um Estado secular e era uma ditadura”, compara Nasser com a situação vivida no país até esta quinta.
Líderes mundiais elogiam renúncia Revolta egípcia entra para a história Líderes mundiais celebraram na última sexta-feira a renúncia de Hosni Mubarak como presidente do Egito, dizendo partilhar da alegria do povo egípcio e torcer para que a transição para a democracia seja pacífica. “Hoje é um dia de grande alegria”, disse a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, em entrevista coletiva. “Somos todos testemunhas de uma mudança histórica. Compartilho da alegria do povo nas ruas do Egito.” ESTADOS UNIDOS - O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse que se trata de um momento “crucial” na história do Egito e do Oriente Médio. Porém, a reação mais esperada é a de Barack Obama, que deve fazer um pronunciamento ainda na sexta-feira. A Casa Branca disse que ele assistiu pela TV às cenas do Cairo, após ser informado de que Mubarak decidiu deixar o cargo que ocupou nos últimos 30 anos. UNIÃO EUROPEIA - Achefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, disse que “ao renunciar, (Mubarak) ouviu as vozes do povo egípcio e abriu caminho para reformas mais rápidas e profundas”. “É importante agora que o diálogo seja acelerado, levando a um governo de base ampla, que respeite às aspirações do povo egípcio e lhe garanta estabilidade.”
SUÍÇA - ASuíça decidiu bloquear imediatamente os possíveis fundos que o presidente egípcio e sua família tenham em bancos do país. O executivo publicou uma ordem pedindo aos bancos suíços que busquem e congelem os fundos do clã Mubarak, pouco depois da sua renúncia.
francês, Nicolas Sarkozy, disse que “a França espera ardentemente que as novas autoridades egípcias tomem as medidas que conduzam à criação de instituições democráticas através de eleições livres e transparentes”, segundo comunicado emitido pelo Palácio do Eliseu.
ISRAEL - Em Israel, uma fonte de alto escalão do governo disse esperar que a renúncia de Mubarak não leve a mudanças nas relações do Estado judeu com o Egito, que foi o primeiro país árabe a fazer a paz com Israel. O tratado de paz de 1979 é um dos fundamentos da diplomacia do Oriente Médio, embora seja impopular junto a muitos egípcios. Nos últimos dias, autoridades israelenses vinham manifestando a preocupação de que os sucessores de Mubarak se distanciem das políticas dele. “É cedo demais para antever como (a renúncia) irá afetar as coisas”, disse a fonte. “Esperamos que a mudança para a democracia no Egito aconteça sem violência, e que o acordo de paz permaneça.”
HAMAS - Em Gaza, um enclave palestino que sofre um bloqueio comercial de Israel e do Egito, moradores soltaram rojões e dispararam tiros para o alto em sinal de celebração. Sami Abu Zuhri, porta-voz do grupo islâmico Hamas, que governa o território, pediu aos novos líderes egípcios que suspendam o bloqueio. “A renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak, é o começo da vitória para a revolução egípcia”, disse ele. “Tal vitória foi resultado dos sacrifícios e da obstinação do povo egípcio.”
ALEMANHA - Merkel também pediu ao Egito que respeite o tratado com Israel, e disse que os novos ocupantes do poder devem dar um rumo “irreversível e pacífico” aos acontecimentos. FRANÇA - O presidente
LIGA ÁRABE - Amr Moussa, egípcio que é o secretário-geral da Liga Árabe, descreveu a revolta popular como uma “revolução branca” e prometeu contribuir com a busca por um consenso nacional. CATAR- O conselho de assessores do emir do Catar qualificou a renúncia de Mubarak como “um passo positivo e importante rumo às aspirações do povo egípcio de obter democracia, reformas e uma vida de dignidade”.
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que estava há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria “reformas democráticas” para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo. Apartir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Amedida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que “a mudança chegará” para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de feverei-
Menina é carregada nos ombros pelo pai em meio às comemorações
ro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. Nos dias subsequentes os conflitos cessaram e, após um período de terror para os jornalistas, uma manifestação que reuniu milhares na praça Tahrir e impasses entre o governo e oposição, a Irmandade Muçulmana começou a dialogar com o governo. Em meio aos protestos do dia 10 de fevereiro - o 17º seguido desde o início das manifestações -, Mubarak anunciou que faria um pronunciamento à nação. Centenas de milhares rumaram à Praça Tahrir, enquanto corriam boatos de que o presidente poderia anunciar a renúncia ao cargo. À noite e
com atraso de mais de uma hora, a TV estatal egípcia transmitiu a frustração: Mubarak anunciava, sem clareza alguma, que ‘passava alguns poderes’ para seu vice, Omar Suleiman, mas que permanecia no cargo, para a ira de Tahrir. Após o momento de incredulidade na quinta, os egípcios mantiveram a força dos protestos na sexta-feira. Insatisfeitos, milhares de manifestantes pernoitaram na Praça Tahrir, mantendo a pressão sobre o governo. No final da tarde, o vicepresidente Omar Suleiman, num pronunciamento de 30 segundos na TV estatal, anunciou que Hosni Mubarak renunciava ao poder, encerrava seu governo de quase 30 anos e abria espaço definitivamente para a transição no Egito.
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Transitar à noite pelas, aparentemente pacatas, ruas de Ipioca tem se tornado cada vez mais perigoso
Na localidade onde nasceu o Marechal Floriano Peixoto só um busto de bronze lembra o filho ilustre
Ipioca: bairro antigo e esquecido População diz que os poderes públicos esqueceram a região, que precisa de escolas, postos de saúde e segurança Carolina Sanches Editora-adjunta de Cidades
Moradores de Ipioca, no litoral norte de Alagoas, dizem que o bairro está abandonado. Eles reclamam que faltam melhorias nas áreas de educação, saúde e infraestrutura. O bairro de Maceió, que é conhecido em todo país como a terra onde nasceu o Marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente da República, sofre com a falta de manutenção dos logradouros e de investimento. A maior reclamação se refere a parte alta, conhecida com o Alto de Ipioca, sua parte principal e mais antiga, que se assemelha a uma típica cidade do
interior alagoano. Para os moradores, o bairro, com uma história tão rica, deveria ser mais preservado. Pouco se ouve falar da história de Floriano Peixoto no local, principalmente os moradores mais novos. Eles reclamam que não há festa comemorativa ou atividades escolares que lembrem o presidente. Não existe lazer e as praças estão com estrutura precária, sem manutenção. Também não há nenhuma agência dos Correios, casa lotérica ou banco 24 horas. Quem precisa pagar alguma conta ou fazer alguma transação bancária, normalmente, tem que se deslocar até o centro de Maceió.
Outra reclamação é a falta de uma ambulância para atender os casos de urgência. "Como o bairro é distante 25 quilômetros do Hospital Geral do Estado, alguns deixam de ter atendimento porque não tem dinheiro para pagar um táxi. E quando chamamos o atendimento de urgência demora muito para chegar", relata a moradora Renilde dos Santos. Ela conta que existe uma parteira na região que atende mulheres gestantes que não conseguem chegar ao hospital a tempo de ter o bebê. "A distância também prejudica quando existe algum caso de assalto ou crime e precisamos chamar a polícia", reclama.
Renilde mora há 44 anos no bairro e diz que a situação nunca melhora no local. Segundo ela, muitas pessoas não acreditam no poder público e, por isso, deixam de cobrar seus direitos. "Tem muitas dificuldades que enfrentamos principalmente pela distância do bairro. Mas estamos buscando, através da Associação dos Moradores, que as coisas melhorem por aqui", disse a moradora, que também é tesoureira da associação. Nas ruas da parte baixa do bairro, a população reclama da água "salobra". De acordo com a presidente da Associação dos Moradores de Ipioca, Cláudia Santos de Araújo, muitos têm
que pegar água em poços porque a que sai das torneiras não dá para cozinhar ou tomar banho. "Disseram que o poço foi cavado muito fundo e a água sai para as casas da parte baixa salobra, mas estamos vendo com a Companhia de Saneamento e Abastecimento o que pode ser feito para melhorar a qualidade do líquido que sai das torneiras", afirma. A quantidade de ônibus coletivo e as condições do transporte também foram criticadas. "Alguns ônibus que fazem a linha Ipioca estão velhos e chegam a quebrar durante o percurso. Outro problema é que alguns não passam pela parte
baixa e os usuários tem que andar para chegar perto de casa", conta Renilde. ITINERANTE - Em 2009, foi feita uma sessão itinerante da Câmara de Vereadores no bairro. Na ocasião, foram colocadas as necessidades de ações públicas em relação aqueles moradores que sofrem com a falta de água, falta de condições para estudo, falta de moradia, emprego e renda para sustento, e diversos outros problemas relacionado àquela comunidade. Apesar do apelo, nada foi feito que contemplasse todas as propostas. Continua na página A12
Segundo Cláudia Araújo, presidente da Associação de Moradores, a água que sai das torneiras é péssima
A única creche que atendia os moradores está fechada há quase 10 anos; não há previsão de reabertura
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O bairro possui cerca de 12 mil moradores, que se dividem entre as partes alta e baixa da localidade
Reclamação de quem mora em Ipioca: falta de postos de saúde, Correios e agências bancárias
Faltam escolas para o nível médio O bairro de Ipioca, com mais de 12 mil habitantes, possui apenas duas escolas, sendo uma da rede municipal e outra da rede estadual. A escola municipal, a Floriano Peixoto, atende aos alunos até o 5º ano do Ensino Médio. A Escola Estadual Jornalista Raul Lima que possui apenas quatro salas de aula e atende os alunos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental. Por não possuir escolas de Nível Médio, os moradores precisam se deslocar para Maceió para estudar. E essa é mais uma das reclamações do bairro. "Aqui já falta uma creche que foi fechada há dez anos e a carência de ensino médio piora a situação. Muitos moradores deixam de estudar porque não querem se deslocar para outros bairros de Maceió", relata o comerciante Márcio Máximo.
A dona de casa Laudemir é uma dessas moradoras que não terminou os estudos porque não teve como ir estudar em Maceió. "Tem um ônibus que leva os estudantes até as escolas que abrem vagas para este bairro que ficam no conjunto Santo Eduardo, mas o problema é que isso só é feito no período da manhã e tarde e eu só posso ir a noite. Ai sem ter como me ausentar de casa por muito tempo a noite, tive que deixar a escola", lamenta. A presidente da Associação dos Moradores contou que este não é um caso isolado e que a distância do bairro aliada a quantidade de habitantes já poderia ser um fator para a construção de uma escola que atenda o nível médio. "Já tivemos reuniões, mas a secretaria informa que isso deve continuar porque os alunos estão sendo
assistidos, só que não é o que acontece. Se for fazer uma pesquisa de quem abandona os estudos o número vai ser grande", diz Claudia . Claudia conta que já foi dada a proposta para que as aulas fossem ministradas na própria associação, mas a secretaria recusou por não ser viável. "É preciso destacar que as escolas que atendem ao nível fundamental também não atendem a demanda e aos estudantes, muitas vezes, têm que procurar outros bairros", reclama. Para a dona de casa Márcia Cristina, a procura comportava uma escola de nível médio. "Meus filhos ainda estão no nível fundamental, mas gostaria que eles estudassem por aqui quando estiverem nas séries mais avançadas", disse. (C.S.)
A coordenadora da 13ª CRE afirmou que não há condições técnicas de construir outra escola em Ipioca
Para secretaria, não há problemas Para a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEEE), a forma com que está sendo feita a distribuição das vagas contempla todos os estudantes de Ipioca que deixam o ensino médio. De acordo com a coordenadora da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Maria José Pereira, no bairro é feita uma parceria com o município e a secretaria sabe que a escola Escola Estadual Jornalista
Raul Lima não tem capacidade para atender toda demanda do 6º e 7º ano, por isso, são ofertadas vagas em outras escolas da região. "A prioridade é para os alunos menores, já que ficaria mais difícil para eles se deslocarem a outros bairros, mas para os maiores é oferecido o transporte e os danos são minimizados", explica. Maria José informou que uma equipe técnica da secretaria já esteve no bairro ava-
liando as possibilidades, mas que uma não teria condições de se construir uma escola. Ela confirmou que para o período da noite não existe ônibus escolar. "O que acontece é que Ipioca é um bairro de Maceió e isso deve ser levado em consideração, o mais problemático para eles é a distância e isso a secretaria tenta minimizar ofertando as vagas nas escolas Mota Trigueiros e Téo Brandão", afirma. (C.S.)
Igreja vai completar 300 anos O bairro de Ipioca tem como maior símbolo a capela de Nossa Senhora do Ó, que se prepara para festejar 300 anos em 2013. A pequena igreja, bastante danificada pelo tempo, foi construída pelos portugueses no mesmo local onde os holandeses haviam construído um forte. O local é uma fonte de pesquisa, pois esconde gavetas
mortuárias e túneis que, segundo os mais antigos, dão acesso ao rio e ao mar. Outra curiosidade é a pia onde Floriano Peixoto foi batizado. Mas os problemas na estrutura são muitos, como infiltrações e altares e imagens danificadas. A comunidade, com o apoio da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), elaborou um projeto para aquisi-
ção de recursos visando a restauração da igreja. De acordo com o artista plástico e comerciante Petrúcio Vieira, o recurso para a obra já foi liberado e a expectativa é que após a reforma a quantidade de visitantes ao local aumente. "É muito importante a preservação da igreja que é parte da história do bairro e valoriza o local", expôs. (C.S.)
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SAÚDE
Estudantes estão abusando de remédios O risco para a saúde está no uso equivocado dos medicamentos, utilizados para fins diferentes da indicação médica Um medicamento indicado no tratamento da hipertensão está sendo usado por estudantes para aliviar a ansiedade, principalmente em dias de avaliações, seminários e apresentações de trabalhos. É o propranolol, in-
dicado para controle da pressão arterial. Teoricamente, a droga só é vendida com prescrição médica, principalmente porque pode causar efeitos colaterais como insuficiência cardíaca e respiratória, se o
medicamento não for indicado para o paciente por um profissional. Isso porque quando ingerido, o propanolol reduz a frequência cardíaca. Entretanto, os estudantes apelam para o remédio por-
que ele ajuda a inibir suores e tremores. Para ficarem mais calmos na hora dos trabalhos, o uso do propanolol está sendo feito de forma inadequada. Há ainda outros medicamentos utilizados para fina-
lidades diferente das indicadas, como a Ritalina, que é um estimulante que tem sido usado para aumentar a concentração na hora de provas. Outro exemplo é o relaxante muscular Miosan, que tem sido usado para combater a
insônia. O grande perigo – e que torna essa prática dos estudantes muito preocupante -, é que esses medicamentos produzem efeitos colaterais desconhecidos por quem usa sem prescrição de um médico especialista.
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Alternativa para melhoria na qualidade de vida
Mas, atualmente, a cirurgia contra o Mal de Parkinson não é feita pelo SUS nem coberta por planos de saúde Repórter
O nosso cérebro não é responsável apenas pelos nossos pensamentos e raciocínios; todo movimento que fazemos, desde um simples piscar de olhos até o ato de andar, nasce de uma ordem vinda do sistema nervoso central, que através de neurotransmissores chega ao seu destino final, os músculos. Um grupo de células cerebrais, chamado de neurônios dopaminérgicos, são responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que age no controle dos movimentos finos e coordenados. Al-
gumas atividades do nosso diaa-dia são tão triviais que nunca paramos para pensar na sua complexidade. O ato de beber um copo d’água, por exemplo, requer um grande controle dos nossos músculos, não só para levar o braço até o copo, mas também para agarrá-lo de modo estável, levá-lo até a boca e virá-lo apenas o suficiente para que uma quantidade x do líquido chegue a boca. Isso são chamados de movimentos finos, muito dependentes da ação dos neurônios dopaminégicos. O Mal de Parkinson se caracteriza pela destruição destes neurônios, levando a uma escassez de dopamina no siste-
ma nervoso central e, consequentemente, a um distúrbio dos movimentos. Mas uma cirurgia promete melhorar os sintomas e dar mais qualidade de vida aos pacientes. O médico neurocirurgião Thiago Fortes Pinto Cavalcanti será, em breve, pioneiro em cirurgias para tratar Mal de Parkinson em Alagoas. Até então, o procedimento cirúrgico em pacientes alagoanos é feito em São Paulo. Os sintomas da doença de Parkinson só surgem quando cerca de 80% dos neurônios encontram-se destruídos. O porquê desta destruição ainda é desconhecido, o que faz com que o
Mal de Parkinson seja considerada uma doença idiopática, ou seja, sem causa definida. Etretanto, alguns fatores de risco já foram identificados: Idade: Iniciando-se normalmente ao redor dos 60 anos de idade. É raro encontrar pacientes com Mal de Parkinson antes dos 40 anos. História familiar: familiares de pacientes com Parkinson têm maior risco de desenvolver a doença Sexo: o Mal de Parkinson tanto acomete homens quanto mulheres
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Cirurgia inédita será realizada em AL Valdete Calheiros
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José de Holanda fez a cirurgia e hoje faz tratamentos complementares
O médico neurocirurgião Thiago Fortes Pinto Cavalcanti será, em breve, pioneiro em cirurgias para tratar Mal de Parkinson em Alagoas. Até então, o procedimento cirúrgico em pacientes alagoanos é feito em São Paulo. O médico é especialista no tratamento do Mal de Parkinson. Apesar da pouca idade, Thiago Fortes traz em seu currículo especialização em neurocirurgia no Hospital de Base do Distrito Federal e uma pósgraduação em dor no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, além de estágio em neurocirurgia funcional e dor no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo.
De acordo com Thiago Fortes, o Mal de Parkinson é um distúrbio do movimento caracterizado pela tríade de tremor de repouso, bradcinesia e bradpsiquismo, ou seja, tremor e lentidão e pobreza dos movimentos. “A doença tem início após a degeneração das células da substância nigra pars reticulada, o que leva a uma diminuição da dopamina no sistema nervoso central, principalmente em locais que controlam parte dos movimentos do nosso corpo. A doença tem origem genética, porém, acredita-se que fatores ambientais podem ajudar no seu desenvolvimento”, explicou o médico especialista. Ainda segundo as explicações de Thiago Fortes, a doen-
ça de Parkinson acomete homens e mulheres em proporção semelhante e tem início geralmente acima dos 60 anos, mas pode ter início aos 40 anos sendo considerados de início precoce e abaixo dos 20 anos sendo chamado de parkinson juvenil, logo com processo de envelhevimento da população essa será uma patologia mais vista e diagnosticada. “O diagnóstico da doença é clínico e se estabelece após a exclusão de outros tipos de tremores, como o tremor essencial, por exemplo, que é 20 vezes mais frequente. É uma patologia de início assimétrico, ou seja, raramente inicia dos dois lados do paciente, e se apresenta através de tremores dos membros que progridem e
podem vir junto a alterações da marcha, lentidão do pensamento e do início do movimento, rigidez, distúrbios urinários e sexuais dentre outras características. O importante é que o paciente seja avaliado por um especialista em neurologia ou neurocirurgia para que seu diagnóstico seja dado com precisão”, salientou. Thiago Fortes afirmou que a doença de Parkinson limita muito a vida do paciente que passa a ter dificuldades para realizar atividades rotineiras do cotidiano como escrever, andar, se vestir, se cobrir durante a noite. As medicações são fornecidas pelo governo em farmácias de medicação especial e alto custo. (V.C.)
Remédios e fisioterapia no tratamento
Neurocirurgião Thiago Fortes será o pioneiro neste tipo de cirurgia
Sintomas do Mal de Parkinson Os sinais e sintomas do Mal de Parkinson podem ser divididos em 2 categorias: motores e não-motores 1. SINTOMAS MOTORES
Com o tempo até andar vira uma tarefa difícil; os passos tornam-se curtos e lentos, o paciente apresenta dificuldade para se levantar e sente-se desequilibrado quando em pé.
Tremores: ocorrem principalmente quando o paciente encontra-se em repouso e melhora quando se movimenta o membro. Esta é uma característica que distingue o tremor da doença de Parkinson dos tremores que ocorrem por outras causas. Em fases inicias da doença, o tremor é intermitente e costuma passar despercebido pelos familiares e amigos. O paciente pode referir uma sensação de “tremor interno”, como se algum dos membros estivesse tremendo, quando na verdade, o tremor não é perceptível para outros. Os tremores perceptíveis costumam começar em uma das mãos, normalmente com movimentos entre o dedo indicador e o polegar, como se estivesse a contar dinheiro. Com o passar dos anos a doença avança e os tremores se tornam mais generalizados, alcançando outros membros. O tremor em repouso é o sintoma inicial do mal de Parkinson em 70% dos casos. Com o evoluir da doença, praticamente todos os pacientes apresentarão algum grau de tremor. São poucos os casos de Parkinson que não causam tremores. Como o tremor da doença de Parkinson ocorre em repouso e melhora à movimentação, este acaba não sendo um sintoma muito incapacitante, ao contrário da bradicinesia.
Rigidez: a rigidez dos músculos é outro sintoma importante do Mal de Parkinson. Assim como o tremor e a bradicinesia, a rigidez inicia-se apenas de um lado, generalizando-se conforme a doença progride. A sensação que se tem é a de que os músculos estão presos, muitas vezes limitando a amplitude dos movimentos e causando dor. Um dos sinais típicos é a perda do balançar dos braços enquanto se anda.
Bradicinesia: significa movimentos lentificados. A bradicinesia é o sintoma mais incapacitante do Parkinson. O paciente sente-se cansado, com intensa fraqueza muscular e sensação de incoordenação motora. Tarefas simples tornam-se muito difíceis, como abotoar uma camisa, digitar no computador, pegar moedas dentro do bolso ou amarrar os sapatos. O doente refere dificuldade para iniciar qualquer movimento voluntário. O paciente torna-se hesitante e descoordenado.
2. SINTOMAS NÃOMOTORES
Instabilidade postural: nosso equilíbrio enquanto andamos ou permanecemos em pé depende do bom funcionamento do cérebro; é ele que controla nosso tônus e reflexos musculares que mantêm nosso centro de gravidade estável. A perda da estabilidade postural é um sintoma que só ocorre em fases avançadas da doença de Parkinson, manifestandose principalmente com quedas regulares. - Outros sintomas motores comuns do Mal de Parkinson: - Perda expressão facial (expressão apática) - Redução do piscar dos olhos - Alterações no discurso - Aumento da salivação - Visão borrada - Micrografia (caligrafia altera-se e as letras tornamse pequenas)
Além de todas as alterações motoras, os pacientes com doença de Parkinson também podem desenvolver uma data de alterações neurológicas como demência, alterações do sono, depressão, ansiedade, memória fraca, alucinações, psicose (perda do olfato, constipação intestinal, dificuldades para urinar, impotência sexual, raciocínio lentificado e apatia). Fonte: AD Saúde
goas e graças ao empenho do governo, dos hospitais privados e dos neurologistas e neurocirurgiões, a cirurgia de Parkinson será realizada, dentro de poucos meses em terras alagoanas”, vislumbrou. José de Holanda Cavalcante, 68 anos, é um dos pacientes que já passou pelo procedimento cirúrgico. Ele convive com o Mal de Parkinson há 10 anos. Depois da cirurgia, sua vida melhorou 100%, segundo ele próprio. O funcionário aposentado do Banco do Brasil começou a perceber que não conseguia mais fazer suas rotineiras caminhadas pela orla de Maceió com a mesma velocidade de antes. Familiares e amigos também notaram que ele não estava mais executando tarefas simples com tanta rapidez e agilidade. José de Holanda procuCIRURGIA – O procedi- rou uma fisiatra que o encamimento cirúrgico é indicado nhou a um neurologista que quando o paciente está receben- logo fez o diagnóstico de do o tratamento otimizado e Parkinson. A filha de José Holanda, a foram esgotadas, pelo neurologista, as possibilidades terapêu- fisioterapeuta Rosângela Natália ticas ou ainda o paciente passa Holanda começou, então, junto a ter falha no uso das medica- à mãe e aos demais irmãos, a ções com períodos de tremor fazer uma busca sobre todos os muito acentuados e longos que cuidados que o pai iria necessinão melhoram com a medicação tar para ter a vida o mais norou ainda passa a ter efeitos co- mal possível. E deu certo. José laterais como a discinesia que é Holanda tem uma rotioutro tipo de distúrbio na diária de atividades de movimento causado de dar inveja a qualquer com o uso de levodopa jovem da faixa de 20 durante longos períodos de tempo. “Sinto falta anos e recebe ainda mais cuidados da família do “Para indicar cirurgia é preciso também apenas de que antes. dirigir o “Está tudo em ordem afastar a possibilidade na minha vida. Sinto de o paciente apresencarro” falta apenas de dirigir o tar determinadas cocarro. As outras coisas morbidades como deestão 100% melhores”, pressão, demência ou fadisse, antes de iniciar tores de risco que impemais uma aula de pilates, sob o çam um tratamento mais agressivo”, detalhou Thiago olhar da esposa, Enilda Holanda e da filha do casal, Natália, que Fortes. O médico explicou que “são é sua fisioterapeuta. Enilda Holanda afirmou que dois os principais tipos de tratamento cirúrgico para a doen- se não fosse o tratamento intença de Parkinson, baseados no sivo talvez ele não estivesse nem principio da estereotaxia, onde andando. “No começo foi difísão marcados alvos milimétri- cil achar profissionais capacitacos no cérebro do paciente e dos para o tratamento da doensão realizadas ou lesões defini- ça. Mas agora estamos bastantivas ou são implantados ele- te satisfeitos”, comemorou. José de Holanda descobriu trodos controlados por um ter Parkinson há dez anos. Na marcapasso”. O paciente fica acordado du- época, a aceitação da doença foi rante o procedimento e sua re- péssima. Ele ficou deprimido. A cuperação é muito rápida, ex- família também passou por um plicou o especialista. O pacien- grande susto que logo deu lugar te recebe alta geralmente em às pesquisas e práticas que pudessem otimizar a vida do pamenos de uma semana. “O implante do marcapasso triarca. Embora em menor quantié feito geralmente em um segundo tempo, mas nada impede que dade, ele continua tomando reo mesmo seja colocado em ape- médios após a cirurgia. A prinas uma cirurgia. O resultado é meira foi realizada há cinco definitivo levando a melhora dos anos, quando colocou um marsintomas do paciente com dimi- capasso no lado esquerdo. Em nuição do uso das medicações e julho do ano passado, fez outra controle mais adequado do qua- para colocá-lo no lado direito. José de Holanda joga baradro clínico do paciente, mas esse paciente deverá ser acompanha- lho, sai a noite, adora ir para ludo de forma rigorosa pelo seu gares onde tem música, faz médico via ambulatorial”, fri- dança de salão hidroterapia, acupuntura, terapia ocupaciosou. O médico afirmou que, por nal, fonoaudiologia, pilates, fienquanto, a cirurgia é realizada sioterapia motora e viaja muito. “Escolhi fisioterapia antes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelos convênios par- de o meu pai ter recebido o ticulares, apenas mediante or- diagnóstico de Parkinson. Hoje sei que a escolha não foi por dens judiciais. O médico neurocirurgião acaso. Sei que foi uma Graça. Thiago Fortes, aposta que, “com Posso cuidá-lo como ele merea evolução contínua que a ce”, disse emocionada Natália. saúde vem passando em Ala- (V.C.) O tratamento, conforme salientou o médico, se baseia em medicações. Os medicamentos melhoram o nível de dopamina no sistema nervoso central dos pacientes. Atualmente, a principal medicação utilizada é a levodopa. O médico acrescentou que outras medicações com boa eficácia também são usadas para ajudar o tratamento. Outro tipo de tratamento é realizado com fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e outras especialidades da saúde, já que o tratamento interdisciplinar leva a grande melhora do paciente. “A família também tem papel fundamental no tratamento do paciente com doença de Parkinson já que ela vai dar o apoio necessário ao paciente no processo de enfrentamento da doença”, ensinou.
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Alternativa para melhoria na qualidade de vida
Mas, atualmente, a cirurgia contra o Mal de Parkinson não é feita pelo SUS nem coberta por planos de saúde Repórter
O nosso cérebro não é responsável apenas pelos nossos pensamentos e raciocínios; todo movimento que fazemos, desde um simples piscar de olhos até o ato de andar, nasce de uma ordem vinda do sistema nervoso central, que através de neurotransmissores chega ao seu destino final, os músculos. Um grupo de células cerebrais, chamado de neurônios dopaminérgicos, são responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que age no controle dos movimentos finos e coordenados. Al-
gumas atividades do nosso diaa-dia são tão triviais que nunca paramos para pensar na sua complexidade. O ato de beber um copo d’água, por exemplo, requer um grande controle dos nossos músculos, não só para levar o braço até o copo, mas também para agarrá-lo de modo estável, levá-lo até a boca e virá-lo apenas o suficiente para que uma quantidade x do líquido chegue a boca. Isso são chamados de movimentos finos, muito dependentes da ação dos neurônios dopaminégicos. O Mal de Parkinson se caracteriza pela destruição destes neurônios, levando a uma escassez de dopamina no siste-
ma nervoso central e, consequentemente, a um distúrbio dos movimentos. Mas uma cirurgia promete melhorar os sintomas e dar mais qualidade de vida aos pacientes. O médico neurocirurgião Thiago Fortes Pinto Cavalcanti será, em breve, pioneiro em cirurgias para tratar Mal de Parkinson em Alagoas. Até então, o procedimento cirúrgico em pacientes alagoanos é feito em São Paulo. Os sintomas da doença de Parkinson só surgem quando cerca de 80% dos neurônios encontram-se destruídos. O porquê desta destruição ainda é desconhecido, o que faz com que o
Mal de Parkinson seja considerada uma doença idiopática, ou seja, sem causa definida. Etretanto, alguns fatores de risco já foram identificados: Idade: Iniciando-se normalmente ao redor dos 60 anos de idade. É raro encontrar pacientes com Mal de Parkinson antes dos 40 anos. História familiar: familiares de pacientes com Parkinson têm maior risco de desenvolver a doença Sexo: o Mal de Parkinson tanto acomete homens quanto mulheres
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Cirurgia inédita será realizada em AL Valdete Calheiros
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José de Holanda fez a cirurgia e hoje faz tratamentos complementares
O médico neurocirurgião Thiago Fortes Pinto Cavalcanti será, em breve, pioneiro em cirurgias para tratar Mal de Parkinson em Alagoas. Até então, o procedimento cirúrgico em pacientes alagoanos é feito em São Paulo. O médico é especialista no tratamento do Mal de Parkinson. Apesar da pouca idade, Thiago Fortes traz em seu currículo especialização em neurocirurgia no Hospital de Base do Distrito Federal e uma pósgraduação em dor no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, além de estágio em neurocirurgia funcional e dor no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo.
De acordo com Thiago Fortes, o Mal de Parkinson é um distúrbio do movimento caracterizado pela tríade de tremor de repouso, bradcinesia e bradpsiquismo, ou seja, tremor e lentidão e pobreza dos movimentos. “A doença tem início após a degeneração das células da substância nigra pars reticulada, o que leva a uma diminuição da dopamina no sistema nervoso central, principalmente em locais que controlam parte dos movimentos do nosso corpo. A doença tem origem genética, porém, acredita-se que fatores ambientais podem ajudar no seu desenvolvimento”, explicou o médico especialista. Ainda segundo as explicações de Thiago Fortes, a doen-
ça de Parkinson acomete homens e mulheres em proporção semelhante e tem início geralmente acima dos 60 anos, mas pode ter início aos 40 anos sendo considerados de início precoce e abaixo dos 20 anos sendo chamado de parkinson juvenil, logo com processo de envelhevimento da população essa será uma patologia mais vista e diagnosticada. “O diagnóstico da doença é clínico e se estabelece após a exclusão de outros tipos de tremores, como o tremor essencial, por exemplo, que é 20 vezes mais frequente. É uma patologia de início assimétrico, ou seja, raramente inicia dos dois lados do paciente, e se apresenta através de tremores dos membros que progridem e
podem vir junto a alterações da marcha, lentidão do pensamento e do início do movimento, rigidez, distúrbios urinários e sexuais dentre outras características. O importante é que o paciente seja avaliado por um especialista em neurologia ou neurocirurgia para que seu diagnóstico seja dado com precisão”, salientou. Thiago Fortes afirmou que a doença de Parkinson limita muito a vida do paciente que passa a ter dificuldades para realizar atividades rotineiras do cotidiano como escrever, andar, se vestir, se cobrir durante a noite. As medicações são fornecidas pelo governo em farmácias de medicação especial e alto custo. (V.C.)
Remédios e fisioterapia no tratamento
Neurocirurgião Thiago Fortes será o pioneiro neste tipo de cirurgia
Sintomas do Mal de Parkinson Os sinais e sintomas do Mal de Parkinson podem ser divididos em 2 categorias: motores e não-motores 1. SINTOMAS MOTORES
Com o tempo até andar vira uma tarefa difícil; os passos tornam-se curtos e lentos, o paciente apresenta dificuldade para se levantar e sente-se desequilibrado quando em pé.
Tremores: ocorrem principalmente quando o paciente encontra-se em repouso e melhora quando se movimenta o membro. Esta é uma característica que distingue o tremor da doença de Parkinson dos tremores que ocorrem por outras causas. Em fases inicias da doença, o tremor é intermitente e costuma passar despercebido pelos familiares e amigos. O paciente pode referir uma sensação de “tremor interno”, como se algum dos membros estivesse tremendo, quando na verdade, o tremor não é perceptível para outros. Os tremores perceptíveis costumam começar em uma das mãos, normalmente com movimentos entre o dedo indicador e o polegar, como se estivesse a contar dinheiro. Com o passar dos anos a doença avança e os tremores se tornam mais generalizados, alcançando outros membros. O tremor em repouso é o sintoma inicial do mal de Parkinson em 70% dos casos. Com o evoluir da doença, praticamente todos os pacientes apresentarão algum grau de tremor. São poucos os casos de Parkinson que não causam tremores. Como o tremor da doença de Parkinson ocorre em repouso e melhora à movimentação, este acaba não sendo um sintoma muito incapacitante, ao contrário da bradicinesia.
Rigidez: a rigidez dos músculos é outro sintoma importante do Mal de Parkinson. Assim como o tremor e a bradicinesia, a rigidez inicia-se apenas de um lado, generalizando-se conforme a doença progride. A sensação que se tem é a de que os músculos estão presos, muitas vezes limitando a amplitude dos movimentos e causando dor. Um dos sinais típicos é a perda do balançar dos braços enquanto se anda.
Bradicinesia: significa movimentos lentificados. A bradicinesia é o sintoma mais incapacitante do Parkinson. O paciente sente-se cansado, com intensa fraqueza muscular e sensação de incoordenação motora. Tarefas simples tornam-se muito difíceis, como abotoar uma camisa, digitar no computador, pegar moedas dentro do bolso ou amarrar os sapatos. O doente refere dificuldade para iniciar qualquer movimento voluntário. O paciente torna-se hesitante e descoordenado.
2. SINTOMAS NÃOMOTORES
Instabilidade postural: nosso equilíbrio enquanto andamos ou permanecemos em pé depende do bom funcionamento do cérebro; é ele que controla nosso tônus e reflexos musculares que mantêm nosso centro de gravidade estável. A perda da estabilidade postural é um sintoma que só ocorre em fases avançadas da doença de Parkinson, manifestandose principalmente com quedas regulares. - Outros sintomas motores comuns do Mal de Parkinson: - Perda expressão facial (expressão apática) - Redução do piscar dos olhos - Alterações no discurso - Aumento da salivação - Visão borrada - Micrografia (caligrafia altera-se e as letras tornamse pequenas)
Além de todas as alterações motoras, os pacientes com doença de Parkinson também podem desenvolver uma data de alterações neurológicas como demência, alterações do sono, depressão, ansiedade, memória fraca, alucinações, psicose (perda do olfato, constipação intestinal, dificuldades para urinar, impotência sexual, raciocínio lentificado e apatia). Fonte: AD Saúde
goas e graças ao empenho do governo, dos hospitais privados e dos neurologistas e neurocirurgiões, a cirurgia de Parkinson será realizada, dentro de poucos meses em terras alagoanas”, vislumbrou. José de Holanda Cavalcante, 68 anos, é um dos pacientes que já passou pelo procedimento cirúrgico. Ele convive com o Mal de Parkinson há 10 anos. Depois da cirurgia, sua vida melhorou 100%, segundo ele próprio. O funcionário aposentado do Banco do Brasil começou a perceber que não conseguia mais fazer suas rotineiras caminhadas pela orla de Maceió com a mesma velocidade de antes. Familiares e amigos também notaram que ele não estava mais executando tarefas simples com tanta rapidez e agilidade. José de Holanda procuCIRURGIA – O procedi- rou uma fisiatra que o encamimento cirúrgico é indicado nhou a um neurologista que quando o paciente está receben- logo fez o diagnóstico de do o tratamento otimizado e Parkinson. A filha de José Holanda, a foram esgotadas, pelo neurologista, as possibilidades terapêu- fisioterapeuta Rosângela Natália ticas ou ainda o paciente passa Holanda começou, então, junto a ter falha no uso das medica- à mãe e aos demais irmãos, a ções com períodos de tremor fazer uma busca sobre todos os muito acentuados e longos que cuidados que o pai iria necessinão melhoram com a medicação tar para ter a vida o mais norou ainda passa a ter efeitos co- mal possível. E deu certo. José laterais como a discinesia que é Holanda tem uma rotioutro tipo de distúrbio na diária de atividades de movimento causado de dar inveja a qualquer com o uso de levodopa jovem da faixa de 20 durante longos períodos de tempo. “Sinto falta anos e recebe ainda mais cuidados da família do “Para indicar cirurgia é preciso também apenas de que antes. dirigir o “Está tudo em ordem afastar a possibilidade na minha vida. Sinto de o paciente apresencarro” falta apenas de dirigir o tar determinadas cocarro. As outras coisas morbidades como deestão 100% melhores”, pressão, demência ou fadisse, antes de iniciar tores de risco que impemais uma aula de pilates, sob o çam um tratamento mais agressivo”, detalhou Thiago olhar da esposa, Enilda Holanda e da filha do casal, Natália, que Fortes. O médico explicou que “são é sua fisioterapeuta. Enilda Holanda afirmou que dois os principais tipos de tratamento cirúrgico para a doen- se não fosse o tratamento intença de Parkinson, baseados no sivo talvez ele não estivesse nem principio da estereotaxia, onde andando. “No começo foi difísão marcados alvos milimétri- cil achar profissionais capacitacos no cérebro do paciente e dos para o tratamento da doensão realizadas ou lesões defini- ça. Mas agora estamos bastantivas ou são implantados ele- te satisfeitos”, comemorou. José de Holanda descobriu trodos controlados por um ter Parkinson há dez anos. Na marcapasso”. O paciente fica acordado du- época, a aceitação da doença foi rante o procedimento e sua re- péssima. Ele ficou deprimido. A cuperação é muito rápida, ex- família também passou por um plicou o especialista. O pacien- grande susto que logo deu lugar te recebe alta geralmente em às pesquisas e práticas que pudessem otimizar a vida do pamenos de uma semana. “O implante do marcapasso triarca. Embora em menor quantié feito geralmente em um segundo tempo, mas nada impede que dade, ele continua tomando reo mesmo seja colocado em ape- médios após a cirurgia. A prinas uma cirurgia. O resultado é meira foi realizada há cinco definitivo levando a melhora dos anos, quando colocou um marsintomas do paciente com dimi- capasso no lado esquerdo. Em nuição do uso das medicações e julho do ano passado, fez outra controle mais adequado do qua- para colocá-lo no lado direito. José de Holanda joga baradro clínico do paciente, mas esse paciente deverá ser acompanha- lho, sai a noite, adora ir para ludo de forma rigorosa pelo seu gares onde tem música, faz médico via ambulatorial”, fri- dança de salão hidroterapia, acupuntura, terapia ocupaciosou. O médico afirmou que, por nal, fonoaudiologia, pilates, fienquanto, a cirurgia é realizada sioterapia motora e viaja muito. “Escolhi fisioterapia antes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelos convênios par- de o meu pai ter recebido o ticulares, apenas mediante or- diagnóstico de Parkinson. Hoje sei que a escolha não foi por dens judiciais. O médico neurocirurgião acaso. Sei que foi uma Graça. Thiago Fortes, aposta que, “com Posso cuidá-lo como ele merea evolução contínua que a ce”, disse emocionada Natália. saúde vem passando em Ala- (V.C.) O tratamento, conforme salientou o médico, se baseia em medicações. Os medicamentos melhoram o nível de dopamina no sistema nervoso central dos pacientes. Atualmente, a principal medicação utilizada é a levodopa. O médico acrescentou que outras medicações com boa eficácia também são usadas para ajudar o tratamento. Outro tipo de tratamento é realizado com fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e outras especialidades da saúde, já que o tratamento interdisciplinar leva a grande melhora do paciente. “A família também tem papel fundamental no tratamento do paciente com doença de Parkinson já que ela vai dar o apoio necessário ao paciente no processo de enfrentamento da doença”, ensinou.
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Empresas familiares: casos de sucesso Amadorismo não tem espaço nesse novo perfil de negócio, que representa 85% das micro e pequenas empresas Sumaia Villela Repórter
Negócios, negócios, família à parte. A afirmação é uma espécie de ditado popular, em que empresas do gênero são vistas como cabide de emprego e amadorismo. Mas será mesmo? O fato é que, com ou sem frase de efeito, grande parte das empresas brasileiras é gerida entre pais, mães, irmãos, filhos e outros parentes. E mais: elas contribuem com cerca de 50% para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional e constituem 85% das micro e pequenas empresas do país. Em um dia normal de um cidadão com filhos, é bem possível que ele entre em contato com várias desses empreendimentos, sem que se dê conta. São creches, restaurantes, lan-
chonetes, transporte escolar, mercadinhos, lava-jatos, boutiques, padarias... Uma infinidade de serviços está nas mãos de um tipo diferente de gestor, cujos laços com seus sócios e funcionários tem algo mais que a disposição para o negócio. Não existem pesquisas numerosas ou substanciais sobre o assunto, embora algumas associações, firmas de consultorias e instituições de ensino especializadas já tenham iniciado estudos importantes na área, como o Núcleo de Estudos de Empresas Familiares e Governança Corporativa, ligado à Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, ou o Grupo de Estudos de Empresas Familiares (GEEF), da Fundação Getúlio Vargas. No entanto, o universo de entrevistados e a falta de ampli-
tude nacional limitam a aplicação dos resultados de forma mais precisa. Em Alagoas, por exemplo, não há dados consolidados sobre esse tipo de empresa, e até a assessoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem dificuldade para achar dados nos arquivos da instituição, embora a imprensa já tenha dado vazão aos números. Para conhecer melhor as particularidades das empresas familiares, O JORNAL procurou um consultor para saber o que pode ser feito e o que se deve evitar no ramo, além de dois exemplos de casos que deram certo em Maceió, e que podem ser tomados como um estudo de caso para aqueles que desejam investir em um negócio próprio, com a ajuda ou em sociedade com parentes.
Hoje, o Restaurante Picuí é considerado um dos melhores do circuito gastronômico de Alagoas
Tradição passada a três gerações A tradição da família de Wanderson Medeiros, 31, está na carne. Três gerações passaram por todas as etapas de preparo do alimento, tornando-os conhecedores experientes, mas autodidatas. João Anacleto, seu avô, iniciou o ofício que se transformou no motivo da fama da carne de sol do Picuí, município da Paraíba: açougueiro. O conhecimento do corte, manejo, conservação e preparo do produto bovino, preciosos, vindos de um açougueiro de moldes antigos, de método artesanal, foram repassados a Rosimério Anacleto, que desde menino observou e ajudou o pai, quando ainda residiam em Picuí. À sua sabedoria se uniu o talento culinário da esposa, Inácia de Fátima Medeiros, e a idéia de conquistar mais um espaço do mercado alimentício, desta vez com o produto final. Assim, em 1989, um restaurante simples surgiu na Avenida Fernandes Lima, que levou o nome de sua terra natal. Carne de Sol do Picuí. Foram seis anos de aprendizado e construção da fama que hoje espalha o nome do município por toda a Paraíba, tamanho o seu sucesso, capaz de criar uma nova tradição na cidade de origem. De estrutura modesta e mesas simples, o forte da casa era mesmo a sua comida, farta e
Wanderson Medeiros foi o primeiro da família especializado no ramo
saborosa. Passado o período, a primeira mudança foi a transferência do estabelecimento para o Jaraguá, em um casario de esquina onde até hoje ele funciona, embora muito distinto do que foi um dia. E, durante todo esse tempo, crescia entre panelas, garçons e aromas regionais o hoje chefe de cozinha Wanderson Medeiros, o primeiro das gerações a ter uma formação profissional, diferencial que mudou os rumos do restaurante e o inscreveu no rol de bons exemplos de empreendedorismo familiar. “Eu já gostava de trabalhar lá, e me apaixonei por administração quando passei no vestibular, em 1999”, lembra ele. O ano em que entrou para a faculdade foi também a data que inaugurou no comando do restaurante. “Eu tinha 18 anos, e meu pai me entregou o sustento da família. Ele falou ´agora você toma todas as decisões. Pode me consultar, mas a palavra final é sua’. E eu tive a liberdade de escolher tudo, realmente”, contou o chef. Para Wanderson, o respeito a sua autoridade e direção foi fundamental para que a empresa familiar não incorresse em um erro comum para esse perfil, o descrédito dos dirigentes frente aos funcionários e fornecedores. “Tem pai que desfaz as ordens do filho, sem deixá-lo no comando, de fato, o que acostuma todos a tratá-lo como único dono do negócio. Foi arriscado, mas é a coisa certa a fazer”, opina. A sucessão coincidiu com o início de uma grande reforma, que mudou o perfil do restaurante de modo significativo. Toda a decoração foi idealizada para garantir uma atmosfera mais requintada, que uniu
arte ao design contemporâneo. De churrasco e pratos tradicionais do sertão nordestino, o cardápio passou a oferecer a chamada Nova Cozinha Nordestina, que une elementos regionais com a culinária internacional. Para isso, o mais novo da geração de empreendedores investiu também em um curso de culinária do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o que o deixou mais apaixonado pela cozinha, e mudou sua área de gestão. Hoje, a família continua unida no projeto, embora em flancos diferentes. Seu Rosimério e dona Inácia voltaram para a Paraíba, onde cultivam alimentos orgânicos, utilizados no restaurante que hoje se chama apenas Picuí. A esposa do fundador do negócio também é a responsável pelos doces caseiros e quitutes, como o pastelzinho. A irmã mais nova de Wanderson, Andreza Medeiros, de 28 anos, há quatro anos tomou a frente dos recursos humanos e da área de compra e vendas, também se formou em Administração e possui MBA em Gestão Empresarial. Wanderson acredita que a profissionalização da gestão e a capacitação dos funcionários foi o grande motivador da prosperidade do negócio. O empreendimento extrapolou até os limites do estado: hoje o chefe de cozinha percorre o Brasil dando aulas de cozinha regional, e o restaurante é dono de prêmios e indicações de publicações especializadas. O talentoso chef e empresário afasta os maus agouros em relação às empresas familiares. Para ele, essa característica torna o restaurante até mais especial. Continua nas páginas A18 e A19
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Fotos: Marco Antônio
Graça e Eládio começaram o negócio há cerca de 20 anos e hoje colhem os frutos de muito trabalho
Bairro popular, clientes refinados
A gestão familiar é, para eles, a receita do sucesso do empreendimento
Quem passa pela porta do depósito de bebidas Menezão, na Avenida Francisco de Menezes, no Centro, não imagina o alcance dos “tentáculos mercadológicos” da empresa. Localizado em frente à estação de trem que dá vazão aos trabalhadores dos municípios do interior que circundam a capital alagoana e feirantes do Mercado Público de Maceió, o ambiente parece bem mais modesto que o mercado a que se dirige atualmente. Fruto de uma vida de luta de uma família de árvore genealógica complexa, o depósito possui uma fachada simples estrutura de galpão, com portas cerradas apenas quando as grades de ferro descem às 17h30, horário em que o bairro começa a ser esvaziado e só permanecem os funcionários de estoques, caminhoneiros, vigilantes e um ou outro bêbado. Se a parte de fora não demonstra a magnitude do negócio, seu interior provoca uma reação de surpresa, à primeira vista. Garrafas de todas as marcas, cores e formatos ficam organizadas em uma gigantesca estante, guardada por um balcão igualmente comprido. Freezers se acumulam no canto oposto, em frente ao caixa, e inúmeros, infindáveis caixas de todos os tamanhos ficam empilhadas em uma aparente desordem – organizada apenas para os que lá trabalham – por quase toda a sua extensão. Aqueles que têm sua rotina entrecortada pela avenida, já sabe de longe quando o Menezão está aberto: uma multidão entra e sai a todo instante, veículos carregados são despachados aos seus destinos e trabalhadores se desdobram para atender a todos. Há ainda um enorme anexo nos fundos, onde duas empilhadeiras, uma elétrica e outra movida a gás trabalham dia e noite. Com esse cenário, é difícil visualizar o momento em que os então recém-casados Maria das Graças Mendonça Bonfim, 44, e José Eládio dos Santos Silva, 44, resolveram se instalar no local, que contava apenas com um quarto pequeno e uma área livre onde abriram um bar que também fornecia quentinhas na região, há 20 anos. “A gente não tinha nada, era pobre mesmo. Não dá nem para comparar com hoje, que somos clas-
se média”, diferencia Eládio, o car que existia uma hierarquia, responsável por fiscalizar o fun- e que a família precisava ficar cionamento do negócio e ga- da porta para fora. Aqui, érarantir as boas condições da mos todos profissionais”, relatam os fundadores, se compleparte estrutural do depósito. Natural de Porto Calvo, o mentando. O afeto próprio de uma emtécnico agropecuário e então professor de uma escola mu- presa familiar, no entanto, não nicipal de Jundiá, município foi negado. Muitos dos antigos distante _km de Maceió, havia funcionários do depósito hoje se mudado há poucos meses possuem negócios próprios, com sua irmã para a capital, abertos com o capital inicial disonde montou um mercadinho ponibilizado pelo casal. Outros no Feitosa. Logo casou com não tiveram o tino para a coisa, Graça – como é conhecida – e e acabaram por falir rapidamena levou para começar vida nova te. “Teve gente que saiu daqui na “cidade grande”. Empre- com R$ 20 mil em mercadoria, garam os recursos do antigo mas não deu certo. O apoio nós estabelecimento no bar do demos, isso tenho certeza”, laMercado, cujo movimento já menta o proprietário. Vilma e Edson foram bem era intenso, pela posição do antigo terminal de ônibus, que sucedidos, e hoje possuem um obrigava os passageiros a cru- depósito na Ponta Grossa, o Bonfim, que não é filial oficial do zar com o Menezão. “O pouco lucro que tínha- primeiro estabelecimento, mas mos, usávamos para investir cultiva uma parceria construída no negócio”, conta Graça. “Em com o tempo. A mulher é a responsável por adminisuma dessas vezes, tive a idéia trar o lugar, enquanto de comprar uma caixa de Edson cuida do setor de champagne, daqueles compra e vendas de cidra, e vendemos logo. mercadorias do MeneAí a gente começou a zão, posto conquistado vender mais, disponibiO casal depois de anos de exlizar outros tipos de beagora periência no negócio. bida, até que resolvemos transformar o bar em de- investe no “Ele sabe mais que eu”, elogia seu irmão. pósito, mais lucrativo e público O futuro também menos perigoso”, relaAeB tou Eládio. promete para Graça e Durante o cresciEládio. Depois de conmento do empreendiquistar uma clientela de mento, a irmã de Graça, peso, formada pelos prinVilma Mendonça Boncipais bares e restaurantes da cifim, 33, e o irmão de Eládio, dade, e por estabelecimentos Edson Francisco dos Santos localizados do Litoral Norte ao Silva, 37, se mudaram para Agreste alagoano, o casal agora Maceió e começaram a traba- investe em produtos voltados lhar com os fundadores. Os para as classes A e B. Até o inídois acabaram se apaixonan- cio do carnaval, eles esperam do e casaram pouco tempo de- inaugurar o Menezão Opção, pois, dando continuidade a uma loja climatizada que reúne uma série de matrimônios que uma das mais completas prateviraram tradição na família das leiras de cachaças, vinhos, empreendedoras. A mãe e as whiskys e cervejas do estado, tias das duas já haviam dito além de outras bebidas alcoósim no altar para irmãos (não licas apreciadas no segmento. Eles continuam investindo delas, de outra família. Confuso, não?). Além das duas, na gestão familiar como receiuma terceira, que mora em São ta de sucesso, e elencam a conPaulo, também é casada com fiança mútua como a melhor um mano de Eládio. característica de trabalhar com Com eles e com parentes os parentes. “A gente sabe que mais distantes, como primos e pode contar com as pessoas, sobrinhos, o casal conta que que está todo mundo junto. Se teve problemas no início, para a gente precisar se afastar por estabelecer limites profissionais um tempo, temos certeza que aos recém-chegados. “Como aqueles que ficarem estarão zeera todo mundo da família, eles lando pelo sucesso. Além disso, queriam ter o mesmo direito e podemos sempre ajudar a famío poder de decisão da gente. lia”, justifica Graça. (S.V.) Continua na página A19 Tivemos trabalho para expli-
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Cidades
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“Empresas familiares possuem características peculiares”, diz especialista Franklin Mariano, consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AL), pode falar dos problemas e qualidades das empresas familiares por experiência própria e competência profissional. Como muitos brasileiros, o mineiro acumula iniciativas empreendedoras, que se aperfeiçoaram à medida que o profissional se especializou em administração. Ele utiliza como exemplo o próprio passado e presente para delinear o limite entre a boa e má gestão em empresas familiares, possuidoras de características peculiares que podem alavancar o negócio ou condená-lo a um fim próximo. Segundo Mariano, é possível garantir o futuro da empresa com alguns cuidados básicos. O principal problema decorrente de uma gestão em família, segundo o consultor, reside no inevitável amadorismo inicial do negócio, que tende a se perpetuar em gerações e dinamitar os lucros do estabelecimento, caso a profissionalização da gestão e de seus participantes não seja colocada em prática. Essa característica é incentivada pela tendência de centralização do fundador, que não consegue distribuir responsabilidades por medo de erros hipotéticos, de acordo com ele. Outra questão fundamental, segundo o profissional, afligiu o casal Elódio e Graça, com seu depósito de bebidas: os limites pouco definidos entre o ambiente de trabalho e a intimidade familiar. “Eu já vi, em consultorias, o filho do proprietário pegar dinheiro do caixa porque quando não tinha dinheiro para pagar uma conta. Depois, o fornecedor chegou e não tinha como acertar o débito. Isso não pode acontecer, é preciso fazer com que ele entenda que o controle financeiro da empresa deve ser rígido”, defende, exemplificando com uma antiga loja de roupas, seu primeiro negócio: “quando chegavam peças novas, os parentes corriam para conseguir a sua, de graça. Muita gente ficou chateada, de-
Yvette Moura
Consultor Franklin Mariano destaca a importância do controle financeiro
morou, mas fiz eles entenderem que não era assim, isso estava me prejudicando”. Segundo ele, a melhor maneira de conscientizar os herdeiros e familiares em geral da seriedade da administração do negócio é fazer com que eles se envolvam desde a juventude em decisões e planejamentos, para que entendam a dificuldade e o caminho que a empresa precisa percorrer para chegar a um bom resultado. Planejamento, inclusive, é um termo que surge a todo momento na entrevista. Pensar no futuro sem esquecer o passado, investir na capacitação per-
manente dos funcionários, pensar continuamente na sucessão. Em uma empresa familiar, de acordo com ele, é preciso incentivar as gerações seguintes a se envolver de forma profissional no empreendimento. “Normalmente, sempre existe uma liderança em meio aos filhos, que deverá ser preparado para gerir os negócios. E é fundamental trabalhar o sentimento de equipe entre os membros da família, para que não haja disputa interna pelo poder”, alerta, citando um dos fatores capazes de destruir um estabelecimento do gênero. A sucessão é um dos fato-
res que mais chama a atenção de pesquisadores. Pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas revela que cerca de 70% desse tipo de empresa não chegam à segunda geração. Dessas, apenas 5% conseguem alcançar a terceira. E se nenhum dos filhos optar por seguir os passos dos pais? Mariano sugere preparar, de antemão, um empregado de confiança para o cargo, investindo também em modelos de gestão que possam ser aplicados sem a necessidade de direção de um membro da família ou única pessoa no cargo. Atualmente, uma rápi-
da proliferação de Holdings familiares é observada no mercado, com esse objetivo. No entanto, é preciso antever possíveis desvios de caminho do candidato a sucessor. Franklin conta uma situação vivida em sua administradora de condomínios, que gerencia com a esposa. “Eu preparei durante anos uma pessoa de confiança para ficar na minha posição, e ela, em determinado momento, saiu da empresa. Parecia que tudo havia desmoronado. Agora, eu tenho três candidatos, todos muito bem preparados. Se um cair fora, tenho outras opções”, ensina. O
mesmo vale para membros da família, apesar de ocorrer com menos freqüência, segundo ele. Apesar dessas dificuldades, Franklin Mariano acredita que as possibilidades de sucesso são mais numerosas. De acordo com o consultor, com visão de mercado e capacitação permanente, o ambiente mais saudável de uma empresa familiar pode prosperar. “Antes existia um preconceito com esse segmento, mas hoje essa já é uma qualidade. As grandes empresas se esforçam para transformar o corpo de funcionários em uma grande família”, exemplifica. (S.V.)
Marco Antônio
OBRAS DO VLT
Vieira Perdigão será interditada amanhã Thallysson Alves Estagiário*
O tráfego de veículos para quem parte da Praça Pirulito com direção a Estação Ferroviária estará interditado a partir de amanhã. A mudança tem o objetivo de realocar as valas que escoam as águas das chuvas, na Rua Vieira Perdigão, e faz parte das obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na capital. Conforme a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a partir de amanhã , até os vinte dias seguintes, os motoristas que partirem da Praça do Pirulito, chegando ao cruzamento entre a Avenida Siqueira Campos e a Rua Vieira Perdigão, terão que seguir rumo a Praça da Faculdade, ou ir em direção a Rua Santos Pacheco. “Segunda-feira, fiscais da SMTT [Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito] estarão no local para orientar os condutores. Aqueles que saírem da Praça do Pirulito e quiserem seguir para a Praia da Avenida, precisarão virar à esquerda em direção a Rua Santos Pacheco, e logo entrar à direita na Rua Dias Cabral, a mesma que dá acesso a emergência do Hospital Santa Casa de Misericórdia. A partir daí é só seguir em frente, passando pelos fundos da Estação Ferroviária, que terá os trilhos
Nos próximos 20 dias, trecho estará interditado para as obras do Veículo Leve sobre Trilhos
liberados para a passagem dos veículos”, explicou o assessor especial da SMTT José Moura. A CBTU também informa que nos primeiros dias da interdição serão distribuídos panfletos para orientar os motoristas sobre o desvio. Para o órgão, o VLT já estará em atividade até maio desse ano; mesmo tempo em que os trilhos, do trecho entre o povoado Utinga Leão e Lourenço de Albuquerque, também estarão recuperados. VLT EM ALAGOAS – Por proporcionar baixo custo na locomoção, a passagem do VLT deverá custar muito menos que atual passagem de ônibus. Foram investidos R$ 171 milhões na concretização do projeto. Os recursos foram utilizados na compra dos carros, na recuperação de trilhos e obras de ligação. De acordo com a CBTU, o projeto inclui oito composições, sendo cada uma com três carros. Inicialmente, a primeira composição do veículo ligará de Maceió ao povoado Utinga Leão. Para a recuperação do trecho destruído com a enchente de junho do ano passado, foi investido R$ 15 milhões, o que vai garantir melhor deslocamento em menor tempo entre os habitantes dos municípios. *Sob a supervisão da Editoria de Cidades
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Águas que geram vidas Depois de tantas ameaças, o rio Niquim, na Barra de São Miguel, reaparece com águas transparentes Fotos: Thallysson Alves/Estagiário
Thallysson Alves Estagiário
“Refletindo no meu espelho d’água as mudanças de cores no céu, ecoando entre os vales verdes infinitas cifras dos maestros coloridos, e viajando em meu corpo líquido, vidas que geram vidas para sua vida. Até encontrar o mar...”. Trecho do poema “Vida para sua Vida”, contemplação ao Rio Niquim nas palavras do fiscal da Prefeitura de Barra de São Miguel Dilton Arroxellas Peixoto. Apesar de ser curto em extensão, o Rio Niquim é considerado o grande patrimônio das comunidades ribeirinhas.
Ele nasce no município de São Miguel dos Campos (AL) e deságua na espetacular paisagem da praia de Barra de São Miguel (AL). Ainda irriga quilômetros de mangues, aquece a economia local e é perfeito para o lazer em família. Com suas águas de tom caramelo, vegetação composta por junco, aningas, nífeas entre outras, o rio também promove a vida de diversos animais. Segundo a bióloga e titular da Secretaria de Meio Ambiente da Barra de São Miguel Taciana Amorim, centenas de peixes, crustáceos, répteis, insetos, moluscos, aves e mamíferos dependem de suas águas para se reproduzirem, alimentarem e
hidratarem. “Sem contar que o homem ainda o procura para lavar suas roupas e garantir o sustento da família através da pesca”, completou. E como todo rio que corta regiões urbanas, ele também sofre com o desmatamento de suas matas ciliares. Casas invadiram seu território, destruíram mangues, jogaram lixo e despejaram esgoto. Uma agressão que durou anos, assoreou o rio, gerou doenças e espantou animais. Mas que agora, a partir de uma educação ambiental eficaz na região, toda essa problemática vem desaparecendo, dando espaço a um leito de águas transparentes que reflete o azul do céu.
Uma beleza tocada pela ambição A forte especulação imobiliária que atinge a Barra de São Miguel é considerada uma das grandes vilãs do rio Niquim. Conforme a bióloga, terrenos foram tomados ilegalmente por muitas famílias nas décadas passadas. “O desejo de morar em um local tranquilo e paradisíaco fez muitas pessoas construírem casas no município. Muitas delas fizeram seus quintais voltados para o leito do rio, que cobriram os mangues, a maternidade natural das espécies marinhas. Um crime ambiental que ainda deixa seus rastros”, lamentou. “Desde o dia que assumi a secretaria de meio ambiente, eu encontro diversas situações irregulares. Já presenciei muros construídos as margens do rio, matas ciliares destruídas para
propósitos pessoais, esgotos que escorriam para suas águas, lixos despejados em seu leito. Em todos os casos, quando encontramos os agentes, autuamos pelo crime ambiental que estavam a executar. E em caso do conflito persistir, levamos o caso para a justiça, que julga e indica a punição do agressor”, explicou a secretária. De acordo com Luciano Fonseca, fiscal da mesma secretaria de meio ambiente, em um dos mutirões de limpeza no rio foram encontrados pneus de bicicletas e trator. “Também já recolhemos restos de televisores, lingeries, portas e até um quadro de motocicleta”, contou. “Ao todo retiramos 1,5t de lixo no rio. E não podemos parar por aí. É preciso reflores-
tar o mangue, intensificar a conscientização ambiental, e estar atento a qualquer situação fora da normalidade para agirmos com rapidez. Se não fizermos isso, avalio que em 30 anos o rio some, pois ele está muito assoreado”, alertou a bióloga. Entre os parceiros nos trabalhos de preservação do rio Niquim está o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA). “Como na praia, também estamos atentos a qualquer sinal de agressão ambiental nos rios e lagoas. E quando encontramos algo que ponha em risco a preservação do rio, agimos conforme a lei manda”, declarou a Sargenta Vânia Lúcia.
Por causa das águas calmas e temperatura agradável, rio é tido como outra diversão para a família
Maternidade que clama por amparo Atividades do campo na cidade Conforme a bióloga, o manguezal é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, uma zona úmida característica de regiões tropicais e subtropicais. Ele desempenha um importante papel como exportador de matéria orgânica para os estuários, e cobre a produtividade primária na zona costeira. Por essa razão, constitui um ecossistema complexo, dos mais férteis e diversificados do planeta. “Por sua biodiversidade, o mangue é um grande berçário natural de espécies marinhas, que promove condições ideais para reprodução, eclosão, criadouro e abrigo. Ele produz 95% do alimento que o homem captura no mar, e, por essa razão, a sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em suas margens”, disse Taciana Amorim. As raízes do mangue funcionam como filtros que retêm sedimentos, e ainda constituem um importante banco genético para a recuperação de áreas degradadas. “Então, por tudo isso, a destruição dessas áreas gera grandes prejuízos. Boa parte da poluição que encontramos está nos resíduos sólidos que chegam à maré alta e ficam retidos quando ela baixa. São latas, garrafas, materiais plásticos; restos de um dia de sol curtidos por alguém que não teve o cuidado de recolher seu lixo”, disse o chefe de controle de fauna e flora da Secretaria de Meio Ambiente da Barra de São Miguel Diego Lima. Para ajudar na recuperação
Mangue vermelho é cultivado para recuperar áreas devastadas
dos manguezais, Diego Lima apresentou um berçário, que atualmente abriga 600 mudas, para serem plantadas em áreas devastadas pelo homem. “Em diversos pontos já plantamos e estou satisfeito com o progresso que conseguimos. Agora avançamos as intervenções no combate aos fungos, que são normais para essa vegetação. Quero preservar o máximo que
puder todo esse local. Me sinto feliz em fazer isso”, revelou. “No começo dos nossos trabalhos tínhamos muita resistência da população. Ela nos olhava estranho, reclamava; mas agora elas estão percebendo o quanto o nosso trabalho é importante. Passamos a receber elogios, e os turistas nos param para parabenizar”, falou Luciano Fonseca.
Entre habitações e grandes hotéis, o rio Niquim divide a cidade de Barra de São Miguel em duas partes. Ele percorre grande parte das áreas habitadas na cidade, independente da classe social. E por sua beleza encantar muitos turistas, diversos empresários instalaram seus empreendimentos em seu entorno, isso quando não constroem sua própria casa de praia. Por banhar vilas de pescadores e bairros humildes, o rio também preserva a prática de lavadeiras em seu leito. Próxima a uma ponte, Selma da Silva, de 41 anos, esfregava a roupa dela e de mais sete pessoas de sua família. “Eu cresci aqui no rio. Aprendi a lavar minhas roupas com minha mãe, que aprendeu com minha avó e assim vai. Ele é lindo. É um paraíso, onde quero estar até meus últimos dias de vida”, disse com alegria. No outro lado da mesma ponte, um grupo de turistas se banhavam nas águas calmas do rio. “É bom demais estar aqui. Para mim, é muito melhor que estar na praia. É bem mais tranquilo” declarou o comerciante Jorge da Costa Santos, de 38. Aproveitando-se dos recursos oferecidos pelo rio, hotéis, resorts e bares também oferecem aos seus hóspedes passeio de caiaques, mini-curso de ca- Seguindo a tradição, mulheres lavam as roupas da família no rio noagem e mergulho panorâmico superficial em rio, com valo- O carnaval já-já chega, a cida- te da vida que gera vidapara de fica lotada, tudo acontece ao sua vida; até aos que querem res a partir de R$ 50. “Por isso é tão importante mesmo tempo. Então, se hou- minhamorte, nasci simplesmenpreservarmos o rio. Não pode- ver uma conscientização geral, te um rio. Salva-me! Meu nome mos trabalhar só. Precisamos o rio continuará a progredir em é rio Niquim, tenho que encondo apoio dos comerciantes, dos sua recuperação”, expõe Tacia- trar o mar”, outro trecho do mesmo poema de Dilton Arpescadores, dos ribeirinhos e na Amorim. “Protejam-me, nasci na fon- roxellas Peixoto. principalmente dos visitantes.
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Arapiraca
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POUCA ÁGUA
Arapiraca tem déficit de 1 mi de litros Serviço oferecido na cidade está ultrapassado; Casal estuda construção de terceira adutora no Agreste Eduardo Almeida
Eduardo Almeida Repórter
ARAPIRACA - A conta é simples e permite compreender as constantes falhas no abastecimento de água em Arapiraca. O sistema coletivo que abastece o município – construído na década de 70 e ampliado no final da década de 90 – foi projetado para atender cerca de 140 mil habitantes, mas, atualmente, é utilizado por mais de 210 mil pessoas. Na prática, a segunda maior cidade do Estado tem um déficit aproximado de 1.000 m³ de água, ou seja, um milhão de litros, por hora. O déficit é ainda maior se levada em consideração a população dos dez municípios que integram o Sistema Coletivo do Agreste, algo em torno de 350 mil habitantes. “Além de Arapiraca, São Brás, Olho D’Água Grande, Campo Grande, Feira Grande, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Craíbas, Igaci e Coité do Nóia são atendidos pelo sistema”, explica Tácito Castelo Branco, gestor da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) em Arapiraca. De acordo com o gestor, o rodízio no abastecimento foi a medida encontrada pela Casal para minimizar os transtornos decorrentes da falta de uma terceira adutora. “No caso específico de Arapiraca, a parte baixa da cidade é abastecida durante cerca de 72 horas enquanto a parte alta tem o fornecimento interrompido. Após
esse intervalo, nós invertemos a ordem e a parte alta é que passa a ser beneficiada, também por 72 horas”, informa. Castelo Branco explica que a parte baixa compreende parte do Centro até as imediações do bairro Boa Vista, passando por Ouro Preto e São Luís. A parte alta, por sua vez, engloba outra parte do Centro e segue ao bairro Santa Edwiges, onde está localizado o Centro Administrativo. “Sabemos que a medida não agrada a população, mas, infelizmente, esta é a melhor forma de fazer a água chegar a torneira de todas as famílias do município”. Para ele, o problema só poderá ser solucionado com a construção de uma terceira adutora, que possa ampliar a capacidade das duas que existem atualmente. “A primeira adutora foi construída na década de 70. Ela foi ampliada no final da década de 90. De lá para cá, não houve nenhum investimento concreto para a construção de uma terceira adutora. Só a melhoria do sistema poderia resolver o problema crônico da falta de água”, afirma. O engenheiro informa, no entanto, que existem projetos para a construção da nova adutora. Eles estão, de acordo com Castelo Branco, em fase de desenvolvimento na Secretaria de Estado da Infraestrutura. Aadutora deve ser construída por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), cujos detalhes não foram repassados pelo gestor da Casal na re-
Moradores chegam a ficar até três dias sem abastecimento de água nas torneiras; solução encontrada pela maioria é o armazenamento
gião Agreste. Ele explica que não tem autorização para fornecer detalhes sobre o andamento do projeto. “O projeto existe há mais de
um ano, mas ainda não foi concluído. Ele está tramitando na Secretaria de Infraestrutura. A construção de uma adutora tem que atender a uma série de requi-
sitos. AParceria Público Privada vista atender a demanda não apenas da população, mas também de empresas e pequenas indústrias que se instalaram na re-
gião Agreste ao longo dos últimos quinze anos”, completou Castelo Branco. Continua na página A22
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UE e Casa de Custódia são afetadas
Micro e pequenas indústrias perfuram poços artesianos para suprir as deficiências no abastecimento de água na região Agreste do Estado
Expansão de indústrias é comprometida Além de atender a cerca de 210 mil habitantes só em Arapiraca, o Sistema Coletivo do Agreste abastece a mais de 300 micro e pequenas indústrias que estão instaladas no município. Assim como acontece com a população, o setor industrial também enfrenta problemas com as falhas no abastecimento de água, o que compromete a expansão do setor. ACompanhia de Saneamento de Alagoas (Casal) afirma ter conhecido do problema e garante estar buscando soluciona-lo. “ACasal reconhece a importância do abastecimento de água para o crescimento da economia e para o bem estar da população. No entanto, a construção de uma adutora exige especificidades que precisam ser atendidas. O projeto é complexo e está sendo apreciado. Neste contexto, é importante Parcerias Público Privadas, que possam garantir a ampliação do sistema coletivo que abastece a região Agreste”, informa Tácito Castelo Branco, gestor da Casal em Arapiraca. O gestor cita como exemplo a chegada da Mineradora Vale Verde, que vai exigir a construção de uma nova adutora. “A chegada de indústrias e o próprio crescimento da cidade exige que sejam ampliados os serviços básicos. Não estamos falando ape-
nas da rede de abastecimento de água, mas de tudo o que pode influenciar como a rede elétrica e a infraestrutura básica do município. Podemos observar uma movimentação neste sentido, pois Arapiraca não estava preparada para o crescimento vertiginoso que teve ao longo das últimas duas décadas”, acrescenta. O presidente da Associação das Indústrias de Arapiraca, Luís Sandes, explica que, devido aos constantes problemas no abastecimento de água, algumas indústrias decidiram perfurar poços artesianos e criar sistemas independentes do disponibilizado pela Casal. “As indústrias de maior porte perfuraram seus próprios poços e não dependem da Casal. As indústrias de porte menor possuem reservatórios, onde armazenam água”, afirma. No entanto, para Sandes, as falhas no fornecimento de água não é o maior problema enfrentado pelos empresários. “De uma maneira geral, o município está desenvolvendo sua infraestrutura. Há problemas com o fornecimento de água, mas há também com a distribuição de energia, com pavimentação de ruas. Acredito que a população, de uma maneira geral, seja a mais afetada com as falhas no abastecimento de água”, completa. (E.A.)
ARAPIRACA - A suspen- formou ontem o coordenador são do abastecimento de água da Casa de Custódia. no Sistema Coletivo do AgresNa Unidade de Emergênte chegou a comprometer ser- cia, a falta d’água chegou a viços na Casa de Custódia de comprometer a limpeza de Arapiraca e na Unidade de uniformes utilizados por méEmergência (UE) Doutor Dani- dicos durante procedimentos el Houly. Na Casa de Custódia, cirúrgicos. A direção-geral da presos provisórios ficaram sem UE precisou solicitar o apoio água para beber ou tomar da prefeitura de Arapiraca, banho depois que o reservató- que enviou um caminhão pipa rio do local secou. Na Unidade e abasteceu o local. Embora a de Emergência, a falta d’água unidade disponha de um recomprometeu a limpeza de servatório com 120 uniformes utilizados durante mil litros, o volume procedimentos cirúrgide água não foi sucos. ficiente para suporDurante a última tar cinco dias com o paralisação para maabastecimento susnutenção do sistema, penso. Instituições a prefeitura de AraO gerente da receberam piraca precisou enUnidade de Negóciviar dois caminhõesos da Companhia de caminhõespipa para abastecer Saneamento de Alapipa durante a Casa de Custódia, goas (Casal) na rea última que está superlotagião Agreste, Tácito da. O espaço deveria Marques, explica paralisação abrigar, no máximo, que os transtornos noventa presos, mas causados à populaconta hoje com 130. ção foram decorrenO coordenador da tes de uma falha inespeCasa de Custódia, rada. “A manutenção do Samuel de Oliveira, Sistema Coletivo do Agreste foi teme que as falhas gerem con- concluída na sexta-feira, como sequências graves. prevista. Mas, no sábado, “A constante falta d’água, houve uma nova falha e nós aliada à superlotação, pode corrigimos ela no domingo, provocar princípios de rebe- quando o fornecimento voltou liões. Com a suspensão no ao normal”. abastecimento, os detentos Marques afirmou que, após ficam amontoados e sem água, os ajustes, a distribuição e a feito animais. Nós temos que pressão da água demoram permitir que eles comprassem entre 48 e 72 horas para voltar água mineral para beber e pe- ao normal. “O abastecimento dimos apoio à prefeitura. A foi normalizado e, respeitado falta d’água também pode pro- o rodízio que existe em vocar a proliferação de doen- Arapiraca, a população terá ças. Estamos falando de uma acesso normalmente à água”, questão de saúde pública”, in- frisou. (E.A.)
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EM CORURIPE
Depuradora vai beneficiar 10 mil ostras Cooperação Espanhola Internacional para o Desenvolvimento investiu US$ 300 mil na construção da indústria Da Editoria de Municípios Coruripe – Aunidade de beneficiamento de moluscos instalada no município de Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas, vai garantir qualidade a um produto considerado nobre, a ostra, e terá capacidade para beneficiar até 10 mil unidades desse molusco por dia. Conforme o superintendente Edson Maruta, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), a unidade conta com o Selo de Inspeção Estadual (SIE) e está pleiteando o Selo de Inspeção Federal (SIF), para que possa enviar o produto a todos os estados do país. “O prédio está pronto e aguarda a instalação dos equipamentos, que já foram ad-
quiridos e passam por um processo de logística até a instalação”, explicou. A depuradora de ostras, como o local está sendo chamado, recebeu 300 mil dólares de investimentos da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid). A entidade faz parte do governo espanhol e é vinculada ao Ministério de Relações Exteriores daquele país. Para conhecer as instalações e verificar como o prédio ficou após ser finalizado, dois membros da Aecid estiveram em Coruripe esta semana. Alejandro Muñoz Muñoz, diretor de Projetos, e Jesús Molina, novo coordenador da agência no Brasil, foram ao município acompanhados por técnicos da Seagri.
Depuradora recebeu investimento de US$ 300 mil
Parceria fortalece ostreicultura A Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenlvimento está em Alagoas para fortalecer a parceria com o governo alagoano e acompanhar o andamento de alguns trabalhos. Os executivos espanhóis foram recebidos por alguns secretários de Estado e pelo governador em exercício, José Thomaz Nonô. Jesús Molina afirmou que deseja ter Alagoas como “um dos nossos principais parceiros na região, tendo em vista o potencial do Estado para o desenvolvimento de determinadas cadeias produtivas”. Em Alagoas, a parceria com o governo teve início em 2007, a partir da articulação institucional promovida pelo governador Teotonio Vilela. Além da pesca e aquicultura, há trabalhos voltados para o fortalecimento do turismo na região do Rio São Francisco, parcerias com a Agência de Fomento de Alagoas (Afal) e fortalecimento institucional junto à Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan). “Também temos trabalhos em toda a América Latina, na África e em al-
Após beneficiamento, riscos à saúde são considerados mínimos
guns países da Ásia, a exemplo das Filipinas e de Timor Leste”, destacou o diretor Alejandro Muñoz Muñoz. DEPURAÇÃO GARANTE SEGURANÇA – A depuradora de ostras tem como parceiros, além do governo do Estado e da Aecid, a Prefeitura de Coruripe, o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) e o Sebrae/AL. De início, haverá o beneficiamento das ostras da Associação de Ostreicultores de Barreiros de Coruripe (Ao barco). Mas, de acordo com o
superintendente Edson Maruta, o objetivo é que toda a produção do Estado seja beneficiada lá. Em Alagoas, os principais locais onde se produz ostra são Palatéia, na Barra de São Miguel; Ipioca, em Maceió; Barreiros, em Coruripe; Porto de Pedras, e Barra do Camaragibe, em Passo do Camaragibe. “Ao passar pela depuradora, temos a certeza de que a ostra se torna um alimento seguro, sem risco nenhum para a saúde humana”, garantiu o superintendente Edson Maruta.
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Arapiraca
O JORNAL JORNA L
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Domingo, 13 de fevereiro de 2011 | www.ojornalweb.com | e-mail: municipios@ojornal-al.com.br
Grand
Monde Por Aroldo Marques
E-mail: harold_marques@hotmail.com
O Bonito e elegante casal Francisco e Zélia Azevedo, que circula e é muito solicitado nas importantes e sofisticadas festas de Alagoas
O festeiro casal Rogério e Giane, do mais alto treme-treme social arapiraquense que estará no baile joga plumas Preto & Branco folia do Gigante
POR DENTRO & POR FORA
SANTA DO BOM CONSELHO
Abençoa Nossa Senhora do Bom Conselho do Bom Conselho, a saudade azul do povo de Arapiraca, e a ternura sensual dos gestos ritmados, por um convite tímido - audacioso, para o mais afoito vôo em direção a força livre da solidão, onde uma menina quase e já tão intima dos segredos e mistérios da vida, na noite mansa, a tua flauta bêbada, uma pobre nota musical sem nenhum sentido, numa teimosia dolorosa de não ser nada. Abençoa nossa senhora do Bom Conselho o grito desesperado do amor, onde não podia calar o som da angustia, onde no perdido dos
olhos a claridade de resplandecer. Abençoa Nossa Senhora do Bom Conselho o incerto, o desconhecido que tenta descansar os pensamentos na sombra do concreto, sem querer sonhar no azul das incertezas engolindo as lágrimas que reclamaram a necessidade e a vontade de amar. Abençoa Santa do Bom Conselho a paz na Terra, ela não cairá do céu, nem se construirá com armas nucleares, nem chegará por acordos de governos. Ela está escondida no coração do universo, e todas as coisas caminham para ela. Chegará como a aurora para este mundo maltratado e quase cansado, e será trazida pelas mãos dos simples, dos humildes e pobres desta terra. E, será anunciada pela boca das crianças e ao som das musicas de jovens corajosos. Será como o orvalho para esta terra seca. Abençoa Santa do Bom Conselho... * Homenagem da coluna a Nossa Senhora do Bom Conselho, padroeira de Arapiraca.
BATE O TAMBOR
"Oh! Quanto riso, oh quanta alegria"... "Ô! Abre alas que eu quero passar". Com gente bonita, chuva de purpurina, confetes e serpentina, assim será o grande bale Preto & Branco, Folia do Gigante, no príximo dia 19, no Clube dos Fumicultores de Arapiraca, com a orquestra Villa Lobos, e Pastuco de Olinda. Preparen a fantasia, pois será um fantástico joga plumas da alta sociedade arapiraquense... Numa realização impar de Rose Carrel e Roset Silva. Ulalá! O conceituado médico Djacy Barbosa de grande prestígio na alta medicina alagoana
TRÊS NOTAS Uma - As pessoas podem
As manas enfermeiras Roseli e Bruna, bonitas e talentosas, que circulam nas melhores e fervilhadas baladas de Arapirac
ser fashion, sem gastar muito. Uma dica da modelo Isabeli Fontana. Duas - Comentário geral, o roda-roda elegante, com seu jeito carinhoso, e o cheiro dos melhores perfumes no ar, da universitária Carmem Marques, da Faculdade Fera de Arapiraca. Três - Não tem preço ficar mais que perto de quem adnira e conhece o nosso trabalho. Pude perceber o calor do público e o quanto nós modelos somos queridas. Raica Oliveira.
STRASS
As jóias de Rose Carrel. Passear ao entardecer no Lago da Perucaba. Assistir os espetáculos no Teatro do Sesi de Arapíraca. As deliciosas comidas do Restaurante Bodega do Sertão. As festa do Colunista Social Aroldo Marques. Vem por aí mais uma tradicional Feijoada By Harold. O panelão de barro vai ferver, e
Os colunistas sociais Romeu Loureiro e Jorge Segundo, no mexe-mexe das baladas das famosas noitadas de Maceió
o Parusco vai estremecer.
POR CIMA
Não sei por que você disse adeus. Vou jogar flores no mar para te encontra. Por baixo Não, por baixo não, mais do que tudo por cima, a beleza dos jardins do Parque Ceci Cunha.
STRESS
Usar preto no verão. Os buracos, e o cai e cai das crianças, jovens e idosos na praça Marques da Silva, o maior cartão postal de Arapiraca. A poluição sonora, o complicado e nervoso transito de Arapiraca. Uma coluna social sem destaque e sem glamour, em um dos jornais de Alagoas. Além do calor, a falta de água e energia elétrica na chamada metrópole do futuro.
POR DENTRO
A mais Bonita conceituada e luxuosa revista de Alagoas, Matéria Prima, do colunista Jacyra Leão.
POR FORA
O rasga-rasga e comecome das Corujas Brancas acabando com a alegria dos pássaros nas praças da cidade.
PONTA DE LÁPIS
Presente em todas as temporadas festeiras do planeta alagoano, essa turma bem vestida, bem perfumada, são protagonistas de um drama moderno: o mundo fashion e sua versão de " A Fogueira das vaidades". Eles e elas fizeram 2010 e farão 2011. Com vocês o elenco: Zelina Teles, Nizete freire, Fabio Rogério (Fabinho do O Escritório Botequim), Rena Padilha, João Felipe Baía, Jacyra Leão, Perla Melo, Rose Carrel, André Fon, Socorro Alécio, Marcos Leão, Aroldo Marques, Romeu Loureiro, Betânia Ducarmo, Sergio Lucio, Railda Silva, Roset Silva, Fernando Baltazar... Gente linda!
Glamour é a palavra mais falada, vista e praticada pelo modelo galã Herácles nos eventos fashion da city
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Economia
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IMPOSTO DE RENDA
Mudanças na declaração do IR 2011 Fim do formulário de papel e último ano para correção da tabela são alguns dos pontos das novas regras Este ano não será mais permitida a entrega via formulários. Também é o último ano
do acordo para correção de 4,5% da tabela do IR. São obrigadas a apresentar a
declaração as pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis superiores a R$ 22.487,25 em
2010. Começa no dia 1º de março e vai até 29 de abril o prazo de entrega da declaração
do Imposto de Renda Pessoa Física 2011, ano-base 2010. Quem perder o prazo estará sujeito a
uma multa mínima de R$ 165,74. Veja o que muda no quadro abaixo:
FIQUE ATENTO Formas de entrega A declaração poderá ser enviada pela internet, por meio da utilização do programa de transmissão da Receita Federal (Receitanet), ou via disquete (nas agências do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal). Em 2011, pela primeira vez, não será permitida a entrega via formulários. Obrigatoriedade Segundo a Receita Federal, estão obrigadas a apresentar a declaração as pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis superiores a R$ 22.487,25 em 2010. Também estão obrigados a apresentar o documento os contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40 mil neste ano. Também é obrigatória a entrega para quem obteve, em qualquer mês de 2010, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas. Quem tiver a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro deste ano, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil, também deve declarar IR em 2011. A obrigação se aplica também àqueles contribuintes que passaram à condição de residente no Brasil, em qualquer mês deste ano, e que nesta condição se encontrem em 31 de dezembro de 2010. A regra também vale para quem optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à aplicação na aquisição de imóveis residenciais localizados no país, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato de venda. Atividade rural Também é obrigatória a entrega da declaração de IR 2011 para quem teve, em 2010, re-
ceita bruta em valor superior a R$ 112.436,25 oriunda de atividade rural. O documento também tem de ser entregue por quem pretenda compensar, no ano-calendário de 2010 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2010.
ser informados valores de ações, assim como ouro, ou outro ativo financeiro, com valor abaixo de R$ 1 mil. As dívidas dos contribuintes, ou seus dependentes, que sejam menores do que R$ 5 mil em 31 de dezembro de 2010 também não precisam ser declaradas.
Completo ou simplificado A Receita Federal lembra que os contribuintes podem optar por dois modelos na entrega do documento: simplificado ou completo. A regra para fazer a declaração simplificada continua a mesma: desconto de 20% na renda tributável. Este desconto substitui todas as deduções legais da declaração completa. Em 2011, o limite do desconto é de R$ 13.317,09. Em 2010, o limite foi de R$ 12.743,63. No caso da dedução por dependentes, possível apenas por meio da declaração completa, o valor subiu de até R$ 1.730,40 em 2010 para até R$ 1.808,28 no ano que vem. Nas despesas com educação (ensino infantil, fundamental, médio, técnico e superior, o que engloba graduação e pós-graduação), o limite individual de dedução passou de até R$ 2.708,94, em 2010, para até R$ 2.830,84 no próximo ano. Para despesas médicas, as deduções continuam sem limite máximo. Podem ser deduzidos pagamentos a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, além de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.
Último ano da correção da tabela Após quatro anos, a correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) chegou ao fim. O último percentual de reajuste, de 4,5%, incidirá nos valores em 2010, e será aplicado na declaração do Imposto de Renda de 2011. Depois disso, porém, não há nada fechado para que a atualização continue acontecendo. Ao corrigir a tabela do IR, o governo abdica de arrecadação, uma vez que menos contribuintes passarão a pagar o Imposto de Renda. Ou aqueles que continuarão pagando, com o reajuste da tabela, seriam menos tributados. Para que o reajuste da tabela do IR continue acontecendo de 2011 em diante, com impacto nos anos seguintes, a presidente eleita, Dilma Rousseff, terá de dar o seu aval para um novo acordo com os sindicatos.
Declaração de bens e dívidas Segundo o Fisco, a pessoa física deve relacionar, na declaração do IR, os bens e direitos que, no Brasil ou no exterior, assim como suas dívidas. De acordo com o órgão, ficam dispensados de serem informados os saldos em contas correntes abaixo de R$ 140, os bens móveis, exceto carros, embarcações e aeronaves, com valor abaixo de R$ 5 mil. Também não precisam
Imposto a pagar Caso o contribuinte tenha auferido imposto a pagar em sua declaração do IR, a Receita informou que isso poderá ser dividido em até oito cotas mensais, mas nenhuma delas pode ser inferior a R$ 50. Caso o imposto a pagar seja menor do que R$ 100, deverá ser pago em cota única. A primeira cota, ou a única, devem ser pagas até 29 de abril, e as demais até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros.O débito automático em conta corrente também permanece como opção para o pagamento do imposto devido ao Fisco, mas é permitida somente para declarações apresentadas até 31 de março para cota única, ou primeira cota, ou entre 1º e 29 de abril a partir da segunda cota.
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Imobiliário
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GESSO
Uso da tecnologia reduz custos e tempo gasto na construção civil Nova técnica ganha, aos poucos, espaço em relação ao cimento e ferro Iracema Ferro
Iracema Ferro Repórter
A expansão imobiliária notada nos últimos anos aumentou a demanda por serviços e produtos que ajudassem a reduzir os custos e tempo de execução das obras. Afinal, nenhuma construtora quer arcar com o ônus de entregar a obra depois do tempo previsto, o que chega a processos judiciais por parte dos donos que aguardam seus imóveis. Além do fator tempo, outro item que vem causando preocupação nas obras é o desperdício de materiais, que além de consumir mais matéria-prima do que o necessário, ainda gera um grande volume de lixo que vai poluir o meio ambiente. Mas como equacionar esses dos problemas? Com o uso de gesso manual, é o que garante o engenheiro Henrique Ramos, da Tudors Engenharia. Ramos afirma que é possível reduzir em apenas 1/3 o desperdício de materiais na obra com o método industrializado de gesso projetado e de ¼ em relação ao gesso comum, além de otimizar o andamento da obra, gastando apenas um dia de trabalho para construir a mesma metragem de paredes que dois pedreiros gastariam até 15 dias para executar. “A Tudors trabalha com sistema mais organizado e estruturado de trabalho, com o mínimo desperdício de material e de tempo, que hoje é tudo para um cliente. Os blocos de gesso projetado trazem mais isolamento térmico e acústico, tem maior capacidade de absorver umidade e troca entre o ambiente interno e externo, garantindo a regularidade igrométrica. Ainda entre as vantagens do uso do
Henrique Ramos, da Tudors Engenharia, recomenda uso do gesso manual, que reduz desperdício na obra
gesso está que o material se comporta melhor que o cimento sob a ação da maresia. O cimento e o ferro, usando na alvenaria, oxidam com a maresia, o que não existe com o gesso”, explica. Quem já teve obra em casa ou no ambiente de trabalho sabe que colocar uma parede de alvenaria num ambiente interno quando o piso já está pronto é um grande transtorno: demora para construir e para “curar”, faz muita sujeira, precisa quebrar a cerâmica, depois tem a fase do reboco e muita poeira. “Já o gesso pode ser colocado diretamente sobre a cerâmica. Cobrimos toda a área para sujar o mínimo possível e o trabalho é feito rapidamente”, defende. “Para se ter uma ideia da velocidade, dois pedreiros conseguem fazer 240 metros de gesso por dia, enquanto na alvenaria comum para construir
a mesma metragem esse prazo sobe para 15 dias com a mesma quantidade de operários. Sem esquecer que o gesso não precisa de reboco, ou seja, depois da a parede ‘cura’, ou seja, que o produto seca completamente (cerca de cinco dias), é só pintar. Já na alvenaria, além do tempo maior para construir e para secar, ainda precisa rebocar e lixar para só depois pintar”, completa o engenheiro. A Tudor traz ainda para o mercado alagoano um moderno sistema de pintura de interiores com Air Less, um sistema sem ar que descarta o processo mecânico por uma máquina. “Com o processo Air Less temos acabamento superior e uniforme em tempo recorde. Um único pintor consegue colorir uma área de duzentos metros num único dia de trabalho, quando seriam necessários pelo menos quatro dias para que um
profissional executasse o mesmo trabalho no método tradicional, correndo o risco de apresentar problemas, como manchas”, compara. Ramos lembra que os detalhes fazem toda a diferença numa obra e que os clientes estão cada vez mais exigentes. Ele revela que os seus funcionários passaram por um rigoroso processo de adequação ao modo mecanizado e detalhista de fazer o trabalho. Ele atribuiu a este rigor a redução do retrabalho e a satisfação do cliente sem desperdício e quebradeira. “Conseguimos recuperar atrasos em obras reduzindo o tempo de execução e mantendo qualidade superior. Em muitos casos, por causa da filosofia de ‘obras enxutas’, várias edificações são entegues inclusive antes do tempo por causa do uso do gesso projetado”, assegura.
Financiamento habitacional bate recorde e aponta crescimento O financiamento habitacional da Caixa Econômica Federal, líder nesse segmento de crédito, totalizou o recorde de R$ 77,8 bilhões em 2010, incluindo arrendamentos e repasses, 57,2% a mais do que em 2009, segundo os dados divulgados pelo banco na última sexta-feira. Com isso a carteira habitacional atingiu a marca histórica de R$ 108,3 bilhões de saldo, com alta de 53,6% em relação ao valor contabilizado em dezembro de 2009. O resultado foi impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida, que, desde o início da operação, em abril de 2009, soma 1.005.028 imóveis financiados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Na segunda fase, o programa federal destinado a imóveis
novos, com Habite-se (certificado de conclusão de obra) emitido a partir de março de 2009, vai beneficiar famílias com renda mensal de até R$ 4.900. O valor do imóvel pode chegar a R$ 170 mil, teto válido para as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Os recursos do FGTS financiam também moradias usadas, com os mesmos limites, mas, nesse caso, não há subsídio do governo federal para a compra da casa própria. Ao todo, foram liberados R$ 31 bilhões em 2010 para 389.675 moradias. Já os financiamentos com recursos da caderneta de poupança, que não têm limite de renda nem do valor do imóvel, porém juros mais altos, atingiram R$ 27,7 bilhões em 203.931 unidades habitacionais.
Governo cria índice para regular imóveis Preocupada com a valorização dos imóveis nos últimos anos, o que pode se transformar numa bolha imobiliária, a presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar a criação de um indicador de preços oficial para o setor. Para isso, segundo assessores, ela assinará um decreto criando uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para testar e montar o modelo final do Índice de Preços de Imóveis. O índice deverá medir a evolução do valor de casas e apartamentos em todas as capitais. Inicialmente, os testes serão feitos em, no máximo, cinco cidades. Participam do projeto o Ministério da Fazenda e o Banco Central, que lançou a ideia. O índice poderá ter usos diversos e enfrenta resistências dentro do próprio governo. Será um indicador de exposição ao risco dos bancos, que financiam os negócios nessa área, e também de renda gerada na economia. Um problema destacado por parte dos técnicos do governo é que o índice pode acabar se tornando também um indexador do setor, sendo usado por donos de imóveis para reajustar os preços. Há também a dificuldade em definir o modelo de índice que mais se ajusta à realidade brasileira. Ao contrário de outros setores, o imobiliário tem características específicas e o estoque de imóveis no país é diversificado. Aformação do índice pressupõe ser possível comparar o preço de um mesmo imóvel em vários momentos diferen-
tes. No caso de casas, apartamentos, lojas e demais construções, comerciais ou residenciais, há uma série de fatores que precisam ser considerados no valor final. Estudo feito pelo IBGE, em dezembro de 2010, aponta, entre os problemas, o fato de que, mesmo acompanhando uma residência determinada, não há garantia de que a qualidade foi mantida. A depreciação do imóvel, que pode não ter passado por manutenção, afeta o preço. Da mesma forma como melhorias valorizam o bem. Por isso, o governo trabalha com, pelo menos, quatro métodos distintos já usados em países como EUA, Nova Zelândia, Austrália e Espanha para encontrar o que melhor se aplica ao Brasil. A Caixa e o IBGE já criaram alguns modelos, que serão testados logo após a assinatura do decreto. O índice será um instrumento de trabalho para os agentes imobiliários, como a Caixa. Por meio dele, técnicos da CEF avaliam que será mais seguro e fácil analisar a concessão de créditos para financiamento de aquisição de imóveis no país. PESQUISAS - Atualmente, a Caixa já faz pesquisas de mapeamento de preços de imóveis, mas setorizadas, focadas em regiões de cidades em que financia crédito imobiliário. Para montar um índice nacional e que cubra toda a região das capitais, a decisão do governo foi unir a experiência no setor da Caixa e a do IBGE na coleta de dados.
A rentabilidade média foi alta, mas a maior variação marcou 2010
Crescimento de 638% em dez anos Os imóveis comerciais brasileiros deram rentabilidade média de 638% a seus investidores de 2000 a 2010, mostra o novo índice calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Esse número inclui a valorização dos imóveis e também ganhos com renda, como aluguéis. A rentabilidade média anual foi de 22,1% nos últimos 11 anos. A maior variação foi registrada no ano passado: 33,5%. O objetivo do IGMI-C (Índice Geral do Mercado Imobiliário Comercial), lançado nesta sexta-feira na BM&FBovespa, em São Paulo, é dar maior transparência à formação dos preços de venda e locação de escritórios, shoppings,
hotéis e áreas comerciais e industriais. Com isso, espera-se um estímulo ao aumento dos negócios no setor. O índice também servirá para o governo acompanhar a evolução do mercado, mas não permitirá, por enquanto, avaliar se existe uma valorização excessiva dos imóveis no país. “Não é possível saber, com base no IGMI-C, se existe uma bolha imobiliária. O índice só permitirá isso depois que ocorrer a primeira bolha. Então, será possível comparar uma possível nova bolha com os fundamentos econômicos passado para verificar se o quadro está se repetindo”, afirmou o pesquisador da FGV Paulo Picchetti.
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Confira as promoções na Revista da TV
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bitam seu mestre, João de Alagoas, e as amigas Sil, Nena e Cícera, artesãos da argila, da terra vermelha, da cidade de Capela. Gente simples melhorando a vida com o talento de moldar o barro. Agora, eles sabem agregar valor ao artesanato que produzem e não o entregam mais em troca de centavos. Os alagoanos conquistaram o mercado das artes, são cultuados como artistas populares por galerias e viraram o sonho de consumo de colecionadores, que pagam até R$ 11 mil para ter uma de suas esculturas. Conheça a história desses cortadores de cana, donas-de-casa e filho de pedreiro que se tornaram empreendedores da arte, os novos Vitalinos.
Repórter
Ainda era um menino, vivia jogando bola sem pensar na vida, mas, de tanto pisar na terra, plantou uma semente. Seu nome de anjo, Arcanjo, não lhe fez santo, mas o ajudou a criar muito São Francisco de sanfona, de flauta e de cara feliz. Mas sua alma de menino não sabia estipular o valor do seu trabalho. Qualquer moeda, apenas R$ 0,50, isso mesmo, cinquenta centavos, no máximo R$1,00, e o negócio estava fechado. O tempo passou e Arcanjo criou asas. Hoje, seu talento tem valor de arte. No mundo de Arcanjo ha-
Continua nas páginas B2, B3, B7 e B8
Menina com flores criação da mais nova ceramista de Capela, Maria Cicera
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Fotos: Nide Lins
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Banda de pífano feminina pela ótica de Marinez, esposa de João das Alagoas
A ciência do barro João de Alagoas e seus seguidores aprenderam no diaa-dia a trabalhar com a cerâmica, desde a técnica de preparo do barro até a queima do produto no forno. “A gente tem preocupação com a madeira. Só compramos legal. Vivemos da natureza e não queremos contribuir para acabar com ela. Estamos plantando eucalipto para, daqui a uns dez anos, não faltar matéria-prima”, destaca João. O primeiro passo dado por João é extrair o barro da terra, que depois sofre processo de secagem no Sol e de quebra até virar pó para então ser peneirado e misturado a outro tipo de barro sem liga. “Barro é uma ciência. Pesquisamos em livros, mas, até acertar, perdemos muitas peças na queima do forno”, conta João.(N.L.)
São Francisco e a sanfona de Arcanjo
João das Alagoas trabalhou em fábrica de doce caseiro, supermercado, barzinho e pintura de parede. Seu ganho mensal era de um salário mínimo. Na década de 80 começou a pintar quadros, porém lhe rendia muito pouco. “Quadro não vende, então, comecei a fazer santinhos de barro e vendia por R$ 2,00 no Mercado do Artesanato”, diz João. Mas, como todo menino do interior, a família não tinha condições de comprar brinquedo, por isso começou a extrair da terra as primeiras criações para a sua diversão: bichos, cavalos, bois e onças da cidade. “Não tive nenhum mestre, esculpir barro nasceu comigo”, declara João, ressaltando que, em 1984, começou a fazer santinhos de cerâmica para vender no mercado do Artesanato, em Maceió. Assim como o mestre Vitalino, de Caruaru, João das Alagoas deu início a sua arte ainda menino, porém só despertou o seu talento aos 30 anos e soube compartilhá-lo com os seus discípulos: Sil, Nena, Leonilsson Arcanjo e Cícera. “Sempre sonhei em ter uma escola de arte para ensinar, até cheguei a dar aula numa escola do município, onde descobri o Leonilsson, que a gente chama de Galeginho. Ele tinha 8 anos e hoje, com 19 anos, está conquistando o seu espaço”, lembra João. No ano passado, os artistas da cerâmica venderam mais de R$ 40 mil. Este ano, o galpão do parque da vaquejada doado pela prefeitura, a criação anda a mil. São peças espalhadas por todo canto, todas, na sua maioria, já têm endereço certo: as galerias de arte de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, os maiores consumidores da arte em cerâmica de Capela. A marca registrada do João das Alagoas são os bumba-meu-boi com desenhos em relevo dos folguedos e cenas do cotidiano nordestino. Este ano, João traz inovações: ao invés de bordar os personagens no próprio boi, ele cria esculturas, que são adicionadas ao folguedo de Carnaval. Os bonecos e bichos ganharam vida, como a cena do bumbameu-boi e as crianças em movimento. Aos 52 anos, João das Alagoas não tem vaidade, a não ser o inseparável chapéu, e até pouco tempo não tinha conta bancária, mas a sua vida melhorou nos últimos seis anos. Como empreendedor já comprou um terreno e construiu uma casa nova para a família. Atualmente acumula prêmios que lhe garante uma renda extra. O primeiro foi na década de 80, oferecido pela Fundação Pierre Chalita, no valor de R$ 5,00, mais uma cesta básica. “Na época deu para comprar a feira do mês”, revela. Foi só o começo de muitas outras premiações, que lhe conferem o título de mestre, a última delas no valor de R$ 14 mil. Como um bom artesão, soube compartilhar o seu saber e fazer com a família. Hoje, a esposa Marinez – com traços artísticos mais primitivos - e o filho João Carlos são seus discípulos, esculpindo peças cada um ao seu estilo. (N.L.)
O mestre João das Alagoas e sua criação, o bumba-meuboi, com desenhos vazados
Sucesso na Artnor Quando o talento do João das Alagoas foi parar na Feira de Artesanato (Artnor) do Sebrae, novos mercados surgiram. Galerias de arte e lojas de grife, como a Mãos de Minas, passaram a valorizar o trabalho artesanal de João. Na última edição da feira, em 2010, logo no primeiro dia, todas as peças expostas foram vendidas. Já no ano anterior, no evento Mãos de Minas, as peças de Sil e de João foram arrematadas por um único comprador logo no primeiro dia. “Nessa feira de Minas tivemos a sorte, logo no primeiro dia, um galerista comprou todas as nossas peças. Ficaram apenas as peças menores do Galeguinho e Nena, que também foram vendidas ao longo da feira”, lembra Sil. (N.L.) Continua nas páginas B3, B7 e B8
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Para Roberto Rugiero, Sil é a maior revelação de ceramistas dos últimos 15 anos
Maria Cristina, hoje com 13 anos, é uma das paixões da mãe Maria Luciene da Silva Siqueira, a Sil, excortadora de cana, que se transformou numa ceramista de notável talento. Ela encontrou no barro um ofício digno de sustentar sua família. “Minha Maria é especial, por conta disso participei de um projeto do Sebrae há 10 anos que tinha o objetivo de ensinar as mulheres um novo oficio para que elas não ficassem apenas dependentes dos benefícios. Foi quando conheci o João das Alagoas e com ele aprendi um novo ofício: o de ceramista”, lembra Sil. Ela conta que, no total, 40 mulheres participavam do projeto social do Sebrae, mas cada dia uma desistia, só restando ela para aprender. “Não perdia uma aula. Minha primeira peça foi um burrinho com um homem montado, que vendi por R$ 5,00”, lembra Sil. Hoje, considerada uma das grandes revelações do Brasil, ela já vendeu uma escultura de mais de um metro por R$ 3 mil. As esculturas da alagoana retratam a família, casinhas, jaqueiras árvore característica no trabalho de Sil -, bem como perfeitas expressões dos rostos dos personagens. Com 31 anos, Sil, não só é uma das mais requisitadas pelas galerias, como tem fãs, como o galerista Roberto Rugiero. “Conheci Sil através do Jerônimo e até hoje sigo os seus passos. A cada ano ela está melhor. É uma artista de renovação criativa, uma coisa rara. Suas peças não se repetem. É a maior revelação de ceramistas nos últimos 15 anos. Seu trabalho tem características do realismo, executado com pronunciado esmero”, diz o paulista Roberto Rugiero, da Galeria Brasiliana.
E não faltam admiradores para a artesã. Na última Artnor (Feira de Artesanato), em 2010, a gerente do hotel Radisson, Karen Stank, comprou todos os vasos com flores e outras peças para decorar o seu hotel. “O que mais me chamou a atenção em Sil foi o espírito de união. Ela apresentou peças de outros artesãos para a gente comprar. Achei muito bonito porque não quer só para ela, mas para todos”, destaca Karen. O gerente do Radisson, Alexandre Barros, ressaltou que o hotel é uma rede internacional, mas que os investidores são alagoanos e apreciadores do artesanato da terra. “A decoração do hotel é moderna, mas valoriza a cultura alagoana. Além da Sil, temos outros artistas e mestres do Estado. As obras dos artistas alagoanos vão muito além de decorativas, são uma promoção para os artesãos”, diz Alexandre. O hotel fornece o número da Sil e de qualquer outro artesão para os hóspedes que desejam adquirir as peças diretamente com o artista, sem atravessador. E realmente Sil confirma receber ligações de turistas interessados no seu trabalho. “Fico feliz porque, além de o hotel comprar as nossas peças, divulga a gente”, declara a artesã, que já realizou o sonho da casa própria. “Meu sonho agora é formar meus três filhos. Eu não tive oportunidade de estudar, mas quero ver eles formados”, afirma com determinação. (N.L.) Continua nas páginas B7 e B8
TV ABERTA EDUCATIVA 05h00 05h30 06h00 07h00 08h00 09h15 09h30 10h00 10h30 11h00 11h45 12h00 12h30 13h00
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Via Legal Brasil Eleitor Palavras de Vida Santa Missa Viola Minha Viola Curta Criança Esquadrão Sobre Rodas Castelo Rá-Tim-Bum Janela Janelinha ABZ do Ziraldo Curta Criança Um Menino Muito Maluquinho Catalendas Dango Balango
TV ALAGOAS 05h00 06h00 07h00 07h30 08h00 10h00 14h00 18h00 18h45
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Aventura Selvagem (Reprise) Pesca Alternativa Vrum Ganhe Mais Dinheiro Com Jequiti Igreja Mundial Domingo Legal Eliana Roda a Roda Jequiti Programa Silvio Santos
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Domingo, 13 de fevereiro de 2011 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br
UMAS POUCAS PALAVRAS
A música em Alagoas
Sávio de Almeida
Ninguém duvide: Alagoas tem uma grande música. É só perder o preconceito e vez em quando ouvir. Eu não vou citar nomes de grandes cantores, instrumentistas e pessoas de show que temos. Vai que esqueço algum e entro no chumbo grosso. É a todos eles que Espaço deseja cumprimentar e homenagear neste número, pedindo a todos a devida licença para falar sobre o Mestre Chau do Pife e o Regional, um grupo de cinco músicos de primeira linha que recorda nossas tradições e avança a linha da arte em belíssimas apresentações. Já os vi em três espetáculos e saí encantado e gratificado com todos três e pronto para ouvir e ver outros e outros. Cada qual no seu cada qual, são virtuoses; ninguém saberá quem é melhor do que o outro, pois se completam. Evidentemente, é o Chau quem se transforma em fio condutor, com o brilhantismo do som que ferve em seu universo. Falando sobre o regional, vou começar pelo cantor e homem da percussão, tocando o triângulo, que, aparentemente é um instrumento fácil, mas precisa, junto com o zabumba, ter a precisão suíça, crono-
metrada. Geraldo Felinto da Silva tem 60 anos de idade, nasceu em Palmeira dos Índios, sendo capaz de manejar a zabumba, o triângulo e a bateria. Começou a tocar cedo, pelos lados da mesma Palmeira, no andar dos anos 60, com a bateria em boates, somente depois é que se dedicou ao zabumba e ao triângulo. Aprendeu vendo os outros músicos tocando. O sanfoneiro é Irineu Nicácio de Oliveira, com seus 57 anos de idade, também natural de Palmeira dos Índios. Ele mexe com percussão zabumba, pandeiro -, mas o negócio é a sanfona. Começou a tocar criança, com seus 9 anos de idade, em uma sanfoninha que seu pai deu de presente. Era o caminho da descoberta do instrumento, acabar com o mistério do teclado e dos botões do baixo. José Paulo Bernardes dos Santos é o popular Xexéu, 38 anos de idade, nascido no Sítio Boca da Caixa, em Coqueiro Seco, percursionista especializado no zabumba, instrumento que também aprendeu sozinho, inspirado nos primeiros grupos de forró que viu tocando. Geraldo Alves de Araújo está no contrabaixo, com seus 49 anos e
nascido em Maceió. Começou também criança, possivelmente influenciado pelo fato de que seu pai era músico. José Prudente de Almeida é o famoso Chau do Pife, sobre quem Espaço já dedicou duas publicações. Tem 52 anos de idade e nasceu na Lagoa do Periperi, em Boca da Mata. É virtuose quando se trata de pífano. É preciso entender o que se pode chamar de música alagoana; não importa se ela parece com a feita na Paraíba, no Rio Grande do Norte, pelo fato de que existe uma música nordestina. Eu não tenho condições de definir, talvez isso seja matéria para quem discute essa questão da identidade alagoana, como Bruno, Edson, Élcio, Golberi, Rachel e outros. Às vezes, eu penso que é mais uma questão de intuir do que de definir e isso abre um imenso espaço classificatório, onde cabe um Júnior, Macléim, Setton, Wado e muitos outros até chegar à linha fundamental naive, que se encontra em Chau do Pife e Regional, ou até o senso de raiz que envolve o Nelson da Rabeca. Cabe até mesmo aquele ceguinho que cantava no comércio e a quem nunca mais vi.
Há um som na e das Alagoas, independentemente do que se pode falar sobre ele, no sentido da teorização e a gente sabe intuitivamente dizer o que é cosa nostra. É preciso que alguém escreva sobre esse pessoal, sobre a periferia, sobre a Gogó da Ema, sobre os diversos forrós que existem espalhados em Maceió e por Alagoas toda. Será que Djavan é cosa nostra? Eu acho que sim, da mesma forma que é o Hermeto Pascoal. O som é diferente, mas a própria diferença não é cosa nostra? Nesse ponto do texto, eu estou impressionado por usar uma expressão mafiosa e siciliana para falar sobre o que é nosso. Nada tem a ver uma coisa com a outra. E mesmo, tenho que escapar da necessidade de nomear Il capo di tutti capi. Na verdade, o que estou querendo é chamar atenção para a maravilha que é ouvir Chau do Pife e Regional. A homenagem que prestamos ao grupo é sincera. Alagoas precisa começar a reconhecer seus grandes valores. Os cinco homens que compõem o conjunto são pessoas humanas, dignas, finas, sensíveis, simples, modestas. Mas Alagoas precisa enten-
der que são cinco homens notáveis. Ser notável não é algo que acontece por renda, por dinheiro, mas pelo caráter e pelo talento, pelo papel social. Estamos diante de cinco homens notáveis, verdadeiros monumentos, e eu tenho a honra de tratá-los por Excelências, pois estamos diante de Sua Excelência Chau do Pife e seu Excelentíssimo Regional. É preciso aprender a baixar a cabeça para quem de fato é uma Excelência. Seu doutor de anel no dedo, seja qual for a cor da pedra, quando passar por esse povo na rua, tire o chapéu e baixe a cabeça. São as Excelências das Alagoas. Quando encontrar um cara desengonçado carregando um pife, não se iluda: é Sua Excelência, o Dr. Chau do Pife que vai passando. E, se encontrar os cinco, é um bando de Excelências e, aí sim, é que o chapéu deve chegar bem no joelho. Reconheça Sua Excelência Dr. Edinho Vovô, Sua Excelência Irineu Nicácio, Sua Excelência Dr. Xexéu e Sua Excelência Geraldo. Eu não sei qual o coletivo para Excelência, mas bem poderia ser Chau do Pife e Regional.
O Chau do Pife e Regional. Fantásticas apresentações.
Irineu Nicácio de Oliveira
Geraldo Felinto da Silva Eu comecei a tocar bateria profissionalmente em 1972, numa banda de Palmeira dos Índios por nome Os Milionários. Tocava pelo interior: Santana, Cacimbinhas, Major Isidoro, Cajueiro... Vim morar aqui, em Maceió, por volta de 1974/75 e já comecei a tocar zabumba com um sanfoneiro chamado Nelson da Sanfona, que era um cidadão lá do interior, do povoado Anel. O zabumbeiro dele faleceu e eu assumi com ele, tocando eu, ele e Zuíno. Chamava-se Trio Anelense. Toca aqui em Maceió, nas periferias todas. Ele foi para São Paulo há muitos anos. A música é o que há de mais importante na minha trajetória de vida. E sempre foi a música nordestina.
O que fazem Edinho, Irineu, Xexéu, Geraldo e Chau
Comecei ainda menino, por volta dos 9 anos de idade, tocando uma sanfoninha que meu pai me deu. Eu só vivia abusando ele. Tinha um primo meu que tocava sanfona e, quando eu o via tocando, chegava em casa e ia abusar meu pai. Naquela época, toda pessoa que optava pela música, os pais não gostavam, pois diziam que era negócio de preguiçoso. Sei lá... De cara diziam que não queria saber de nada. Era difícil. Ele ficava sem querer comprar e eu abusava, até que ele comprou uma sanfoninha para mim e aí eu comecei sozinho, em casa. Profissionalmente, eu sou dos anos 70 e lá mesmo, em Palmeira dos Índios. A gente tocava em festas de casamento, aniversário... Naquela época – hoje ninguém fala muito não – havia muito piquenique... Fretavam um ônibus, iam para outra cidade, fazenda, sítio... Então havia muito piquenique aos domingos... A gente tocava muito nessas coisas. Na época, o conjunto não tinha nome; era só Irineu mesmo. Éramos eu, um irmão meu e um rapaz por nome de Zé Narcísio: triângulo, zabumba e sanfona.
Gravei um CD romântico, fiz uma coletânea e gravei, mas sempre tocava a música nordestina. O que marca muito a minha vida é acompanhar esse pessoal, como o Chau, fazendo parte do regional do Chau do Pife. Estar também ao lado de um sanfoneiro como Irineu, de um zabumbeiro como Xexéu, de um contrabaixista como Geraldo. Eu me sinto muito orgulhoso por isso. Eu tenho um disco de românticas gravado. Canto também no Regional e a música acontece no andamento do show; a gente vai descobrindo. A gente não tem repertório fixo, o que vem na mente a gente... Deu a introdução, a gente tá cantando.
Eu vim para Maceió em 1988. Minha história com a música aqui foi tocando em restaurantes, bares. Toquei muito na orla, nessas barracas por aí. Em coletânea, eu tenho vários discos gravados e um CD somente comigo. Às vezes, o artista tá gravando e chama para botar sanfona... Aí, eu nem sei da conta. O meu CD é Tudo por Amor: forró, xote... Música nordestina. O zabumba no forró é tocado diferente; o zabumba, no baião, é uma pancada e no forró é outra. Talvez a pessoa que não entenda de música nem veja a diferença, mas existe. Quem é músico sente quando o cara está tocando um baião e quando está tocando um forró. Xote é bem diferente. Existem xote, baião, xaxado, arrasta-pé... Agora, a gente toca tudo. Tudo que o cara pede a gente dá um jeito. O mais lento é o xote; o mais avexado é o arrasta-pé. A marcha junina a gente chama de arrasta-pé. O que define a minha vida como músico é a amizade. No resumo, o mais importante mesmo é a gente estar brincando e ter amigos. Tem dia em que é uma verdadeira festa...
José Paulo Bernardes dos Santos Comecei vendo os grupos de forró tocar. Eu me inspirei nos primeiros grupos de forró que vi tocando. Eu era menino. Ficava vendo Os Pajés Nordestinos, que era composto por Vovô Edinho, Chameguinho e Zuíno. Comecei inspirado nos Pajés. Quando eu pensei em ganhar dinheiro com música, já foi por volta de 1990, por aí. Eu sou o mais novo de todos aqui no Regional. Vim ganhar um dinheirinho com música, já aqui em Maceió. Eu toquei em vários conjuntos aqui. Comecei com a banda Fogo no Forró, do Sandoval. Eu nuca
Geraldo Alves de Araújo
formei um trio. Eu trabalho mais individualmente, mas já toquei com vários sanfoneiros, como Irineu, Chameguinho... Atualmente eu estou com o Chau do Pife e outros amigos. Acho que o mais importante na vida de músico é a amizade; saber entrar e sair, como diz a velha história. E o que até hoje me marca e eu fico admirado é poder estar me mantendo assim, com música, no meio dos amigos e principalmente em Maceió, Alagoas. É uma batalha, mas eu dou graças a Deus estar me mantendo com a música.
Eu comecei a querer aprender música e ganhei uma flauta de presente. Comecei a brincar com a flauta e depois me deu vontade de passar para outro instrumento; tinha vontade de tocar e cantar. Comecei a reinar com um cavaquinho de um tio meu e aprendi. Depois eu comecei a mexer no violão dele e aprendi também. Depois fui tocar numa banda. Meu
pai era sanfoneiro, conhecido como Antônio do Baião; ele morreu em 1975, em Anadia. Eu parti para ganhar a vida com música por volta de 1976. Nessa vida de músico, o que é mais importante é o que você aprende com os companheiros de trabalho. Você conhece. No meio tem também muita falsidade. O mais importante é a amizade daqueles que são bons para você.
José Prudente de Almeida Eu comecei harmonizado com o pife desde os 8 anos de idade. Minha carreira profissional começou aos 18 ou 19, quando já tocava nas feiras. Tenho três discos gravados. Aqui, nesse Regional, não tem só os tocadores; tem meus irmãos, companheiros, amigos. Nós, juntos, formamos uma amizade, uma corrente positiva. A gente não pensa somente em dinheiro, a gente pensa em trabalhar, em viver bem, em respeitar os direitos do próximo Cada show é uma história; cada passo que a gente dá na vida é um aprender. Quando um não sabe, o outro ensina e isso rende muita coisa. Aqui, a história é muito longa. Eu e Irineu... Começamos no Maria Bonita na época; ele tocava lá. Eu tocava com o Índio do Catuaba; terminei e comecei com o Irineu e a parceria vem até hoje. O Edinho é parte da minha vida; conheço desde o tempo do Irineu. Já morei junto com Edinho, comemos piaba juntos. O Xexéu eu escolhi por ter a boca grande (risos), mas aqui ele come tudo (risos),
cada um ganha um pedaço. O Xexéu eu conheci quando ele tocava na banda Fogo no Forró, com o Sandoval. Ele era garoto novo. Aí eu fiquei tocando na banda Forró e Xodó, do Avelino Torres, da Gravadora Gogó da Ema, e hoje o Xexéu toca comigo e com outras pessoas. O Geraldo, talvez não saiba o músico que ele é, o companheiro que ele é, o amigo que ele é, a pessoa que ele tem guardada dentro do peito para oferecer aos outros. Geraldo não é um amigo que eu tenho, é um irmão. O mais velho que começou junto comigo foi o Irineu. Eu já conhecia o Edinho, mas a gente não tocava junto, depois passamos a tocar juntos faz um bocado de tempo. O mais novo de tocar junto é o Geraldo. O Chau do Pife e Regional... É que, sendo preciso em um show grande, a gente forma uma banda. Cada show é uma história. A gente vai com a formação que for preciso. Ttudo depende do andamento da história, do que a gente vai fazer. A formação completa é esta aqui.
Edinho Vovô
Chau do Pife
Geraldão
Meu nome artístico é Edinho Vovô. A música é minha sustentação; é o esteio da minha vida. Embora eu tenha outra profissão, sapateiro; recondiciono calçados, a música sempre está dentro de mim. Faz muitos anos que eu vivo tocando. Eu tenho orgulho de ter tocado com os Sociais do Forró, Chameguinho, Pipoca, Os Pajés Nordestinos. Eu integro também a banda do Naldo do Baião, Mistura Fina... Essa trajetória, para mim, é muito importante, mas me orgulho muito de ser sapateiro.
A música na minha vida... Eu me abracei com ela desde os 8 anos de idade. A música me faz bem. Deus primeiramente, depois é ela quem sustenta a minha casa, a minha família. Eu vivo bem, graças a Deus. O que tenho já é o bastante. Sempre peço a Deus, enquanto eu estiver vivo, para ele não tirar a minha noção de tocar. Eu vivo muito bem tocando.
A música me ensinou a ser mais paciente, mais amigo. A música me ensinou a ser a pessoa que sou e sabem como sou. A música é tudo.
Irineu Nicácio Como compositor nas músicas, meu nome é Irineu Nicácio. A importância da música na minha vida é alegria; é a sustentação. Com os poderes de Deus, eu vivo de música, que me dá vida, alegria, sustentação.
Xexéu A música, para mim, graças a Deus, é uma das melhores coisas que eu tenho em minha vida. Abaixo de Deus estão a minha família e a música, que é o meu trabalho e me dá tudo o que eu preciso. Ela é tudo.
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A música em Alagoas
Sávio de Almeida
Ninguém duvide: Alagoas tem uma grande música. É só perder o preconceito e vez em quando ouvir. Eu não vou citar nomes de grandes cantores, instrumentistas e pessoas de show que temos. Vai que esqueço algum e entro no chumbo grosso. É a todos eles que Espaço deseja cumprimentar e homenagear neste número, pedindo a todos a devida licença para falar sobre o Mestre Chau do Pife e o Regional, um grupo de cinco músicos de primeira linha que recorda nossas tradições e avança a linha da arte em belíssimas apresentações. Já os vi em três espetáculos e saí encantado e gratificado com todos três e pronto para ouvir e ver outros e outros. Cada qual no seu cada qual, são virtuoses; ninguém saberá quem é melhor do que o outro, pois se completam. Evidentemente, é o Chau quem se transforma em fio condutor, com o brilhantismo do som que ferve em seu universo. Falando sobre o regional, vou começar pelo cantor e homem da percussão, tocando o triângulo, que, aparentemente é um instrumento fácil, mas precisa, junto com o zabumba, ter a precisão suíça, crono-
metrada. Geraldo Felinto da Silva tem 60 anos de idade, nasceu em Palmeira dos Índios, sendo capaz de manejar a zabumba, o triângulo e a bateria. Começou a tocar cedo, pelos lados da mesma Palmeira, no andar dos anos 60, com a bateria em boates, somente depois é que se dedicou ao zabumba e ao triângulo. Aprendeu vendo os outros músicos tocando. O sanfoneiro é Irineu Nicácio de Oliveira, com seus 57 anos de idade, também natural de Palmeira dos Índios. Ele mexe com percussão zabumba, pandeiro -, mas o negócio é a sanfona. Começou a tocar criança, com seus 9 anos de idade, em uma sanfoninha que seu pai deu de presente. Era o caminho da descoberta do instrumento, acabar com o mistério do teclado e dos botões do baixo. José Paulo Bernardes dos Santos é o popular Xexéu, 38 anos de idade, nascido no Sítio Boca da Caixa, em Coqueiro Seco, percursionista especializado no zabumba, instrumento que também aprendeu sozinho, inspirado nos primeiros grupos de forró que viu tocando. Geraldo Alves de Araújo está no contrabaixo, com seus 49 anos e
nascido em Maceió. Começou também criança, possivelmente influenciado pelo fato de que seu pai era músico. José Prudente de Almeida é o famoso Chau do Pife, sobre quem Espaço já dedicou duas publicações. Tem 52 anos de idade e nasceu na Lagoa do Periperi, em Boca da Mata. É virtuose quando se trata de pífano. É preciso entender o que se pode chamar de música alagoana; não importa se ela parece com a feita na Paraíba, no Rio Grande do Norte, pelo fato de que existe uma música nordestina. Eu não tenho condições de definir, talvez isso seja matéria para quem discute essa questão da identidade alagoana, como Bruno, Edson, Élcio, Golberi, Rachel e outros. Às vezes, eu penso que é mais uma questão de intuir do que de definir e isso abre um imenso espaço classificatório, onde cabe um Júnior, Macléim, Setton, Wado e muitos outros até chegar à linha fundamental naive, que se encontra em Chau do Pife e Regional, ou até o senso de raiz que envolve o Nelson da Rabeca. Cabe até mesmo aquele ceguinho que cantava no comércio e a quem nunca mais vi.
Há um som na e das Alagoas, independentemente do que se pode falar sobre ele, no sentido da teorização e a gente sabe intuitivamente dizer o que é cosa nostra. É preciso que alguém escreva sobre esse pessoal, sobre a periferia, sobre a Gogó da Ema, sobre os diversos forrós que existem espalhados em Maceió e por Alagoas toda. Será que Djavan é cosa nostra? Eu acho que sim, da mesma forma que é o Hermeto Pascoal. O som é diferente, mas a própria diferença não é cosa nostra? Nesse ponto do texto, eu estou impressionado por usar uma expressão mafiosa e siciliana para falar sobre o que é nosso. Nada tem a ver uma coisa com a outra. E mesmo, tenho que escapar da necessidade de nomear Il capo di tutti capi. Na verdade, o que estou querendo é chamar atenção para a maravilha que é ouvir Chau do Pife e Regional. A homenagem que prestamos ao grupo é sincera. Alagoas precisa começar a reconhecer seus grandes valores. Os cinco homens que compõem o conjunto são pessoas humanas, dignas, finas, sensíveis, simples, modestas. Mas Alagoas precisa enten-
der que são cinco homens notáveis. Ser notável não é algo que acontece por renda, por dinheiro, mas pelo caráter e pelo talento, pelo papel social. Estamos diante de cinco homens notáveis, verdadeiros monumentos, e eu tenho a honra de tratá-los por Excelências, pois estamos diante de Sua Excelência Chau do Pife e seu Excelentíssimo Regional. É preciso aprender a baixar a cabeça para quem de fato é uma Excelência. Seu doutor de anel no dedo, seja qual for a cor da pedra, quando passar por esse povo na rua, tire o chapéu e baixe a cabeça. São as Excelências das Alagoas. Quando encontrar um cara desengonçado carregando um pife, não se iluda: é Sua Excelência, o Dr. Chau do Pife que vai passando. E, se encontrar os cinco, é um bando de Excelências e, aí sim, é que o chapéu deve chegar bem no joelho. Reconheça Sua Excelência Dr. Edinho Vovô, Sua Excelência Irineu Nicácio, Sua Excelência Dr. Xexéu e Sua Excelência Geraldo. Eu não sei qual o coletivo para Excelência, mas bem poderia ser Chau do Pife e Regional.
O Chau do Pife e Regional. Fantásticas apresentações.
Irineu Nicácio de Oliveira
Geraldo Felinto da Silva Eu comecei a tocar bateria profissionalmente em 1972, numa banda de Palmeira dos Índios por nome Os Milionários. Tocava pelo interior: Santana, Cacimbinhas, Major Isidoro, Cajueiro... Vim morar aqui, em Maceió, por volta de 1974/75 e já comecei a tocar zabumba com um sanfoneiro chamado Nelson da Sanfona, que era um cidadão lá do interior, do povoado Anel. O zabumbeiro dele faleceu e eu assumi com ele, tocando eu, ele e Zuíno. Chamava-se Trio Anelense. Toca aqui em Maceió, nas periferias todas. Ele foi para São Paulo há muitos anos. A música é o que há de mais importante na minha trajetória de vida. E sempre foi a música nordestina.
O que fazem Edinho, Irineu, Xexéu, Geraldo e Chau
Comecei ainda menino, por volta dos 9 anos de idade, tocando uma sanfoninha que meu pai me deu. Eu só vivia abusando ele. Tinha um primo meu que tocava sanfona e, quando eu o via tocando, chegava em casa e ia abusar meu pai. Naquela época, toda pessoa que optava pela música, os pais não gostavam, pois diziam que era negócio de preguiçoso. Sei lá... De cara diziam que não queria saber de nada. Era difícil. Ele ficava sem querer comprar e eu abusava, até que ele comprou uma sanfoninha para mim e aí eu comecei sozinho, em casa. Profissionalmente, eu sou dos anos 70 e lá mesmo, em Palmeira dos Índios. A gente tocava em festas de casamento, aniversário... Naquela época – hoje ninguém fala muito não – havia muito piquenique... Fretavam um ônibus, iam para outra cidade, fazenda, sítio... Então havia muito piquenique aos domingos... A gente tocava muito nessas coisas. Na época, o conjunto não tinha nome; era só Irineu mesmo. Éramos eu, um irmão meu e um rapaz por nome de Zé Narcísio: triângulo, zabumba e sanfona.
Gravei um CD romântico, fiz uma coletânea e gravei, mas sempre tocava a música nordestina. O que marca muito a minha vida é acompanhar esse pessoal, como o Chau, fazendo parte do regional do Chau do Pife. Estar também ao lado de um sanfoneiro como Irineu, de um zabumbeiro como Xexéu, de um contrabaixista como Geraldo. Eu me sinto muito orgulhoso por isso. Eu tenho um disco de românticas gravado. Canto também no Regional e a música acontece no andamento do show; a gente vai descobrindo. A gente não tem repertório fixo, o que vem na mente a gente... Deu a introdução, a gente tá cantando.
Eu vim para Maceió em 1988. Minha história com a música aqui foi tocando em restaurantes, bares. Toquei muito na orla, nessas barracas por aí. Em coletânea, eu tenho vários discos gravados e um CD somente comigo. Às vezes, o artista tá gravando e chama para botar sanfona... Aí, eu nem sei da conta. O meu CD é Tudo por Amor: forró, xote... Música nordestina. O zabumba no forró é tocado diferente; o zabumba, no baião, é uma pancada e no forró é outra. Talvez a pessoa que não entenda de música nem veja a diferença, mas existe. Quem é músico sente quando o cara está tocando um baião e quando está tocando um forró. Xote é bem diferente. Existem xote, baião, xaxado, arrasta-pé... Agora, a gente toca tudo. Tudo que o cara pede a gente dá um jeito. O mais lento é o xote; o mais avexado é o arrasta-pé. A marcha junina a gente chama de arrasta-pé. O que define a minha vida como músico é a amizade. No resumo, o mais importante mesmo é a gente estar brincando e ter amigos. Tem dia em que é uma verdadeira festa...
José Paulo Bernardes dos Santos Comecei vendo os grupos de forró tocar. Eu me inspirei nos primeiros grupos de forró que vi tocando. Eu era menino. Ficava vendo Os Pajés Nordestinos, que era composto por Vovô Edinho, Chameguinho e Zuíno. Comecei inspirado nos Pajés. Quando eu pensei em ganhar dinheiro com música, já foi por volta de 1990, por aí. Eu sou o mais novo de todos aqui no Regional. Vim ganhar um dinheirinho com música, já aqui em Maceió. Eu toquei em vários conjuntos aqui. Comecei com a banda Fogo no Forró, do Sandoval. Eu nuca
Geraldo Alves de Araújo
formei um trio. Eu trabalho mais individualmente, mas já toquei com vários sanfoneiros, como Irineu, Chameguinho... Atualmente eu estou com o Chau do Pife e outros amigos. Acho que o mais importante na vida de músico é a amizade; saber entrar e sair, como diz a velha história. E o que até hoje me marca e eu fico admirado é poder estar me mantendo assim, com música, no meio dos amigos e principalmente em Maceió, Alagoas. É uma batalha, mas eu dou graças a Deus estar me mantendo com a música.
Eu comecei a querer aprender música e ganhei uma flauta de presente. Comecei a brincar com a flauta e depois me deu vontade de passar para outro instrumento; tinha vontade de tocar e cantar. Comecei a reinar com um cavaquinho de um tio meu e aprendi. Depois eu comecei a mexer no violão dele e aprendi também. Depois fui tocar numa banda. Meu
pai era sanfoneiro, conhecido como Antônio do Baião; ele morreu em 1975, em Anadia. Eu parti para ganhar a vida com música por volta de 1976. Nessa vida de músico, o que é mais importante é o que você aprende com os companheiros de trabalho. Você conhece. No meio tem também muita falsidade. O mais importante é a amizade daqueles que são bons para você.
José Prudente de Almeida Eu comecei harmonizado com o pife desde os 8 anos de idade. Minha carreira profissional começou aos 18 ou 19, quando já tocava nas feiras. Tenho três discos gravados. Aqui, nesse Regional, não tem só os tocadores; tem meus irmãos, companheiros, amigos. Nós, juntos, formamos uma amizade, uma corrente positiva. A gente não pensa somente em dinheiro, a gente pensa em trabalhar, em viver bem, em respeitar os direitos do próximo Cada show é uma história; cada passo que a gente dá na vida é um aprender. Quando um não sabe, o outro ensina e isso rende muita coisa. Aqui, a história é muito longa. Eu e Irineu... Começamos no Maria Bonita na época; ele tocava lá. Eu tocava com o Índio do Catuaba; terminei e comecei com o Irineu e a parceria vem até hoje. O Edinho é parte da minha vida; conheço desde o tempo do Irineu. Já morei junto com Edinho, comemos piaba juntos. O Xexéu eu escolhi por ter a boca grande (risos), mas aqui ele come tudo (risos),
cada um ganha um pedaço. O Xexéu eu conheci quando ele tocava na banda Fogo no Forró, com o Sandoval. Ele era garoto novo. Aí eu fiquei tocando na banda Forró e Xodó, do Avelino Torres, da Gravadora Gogó da Ema, e hoje o Xexéu toca comigo e com outras pessoas. O Geraldo, talvez não saiba o músico que ele é, o companheiro que ele é, o amigo que ele é, a pessoa que ele tem guardada dentro do peito para oferecer aos outros. Geraldo não é um amigo que eu tenho, é um irmão. O mais velho que começou junto comigo foi o Irineu. Eu já conhecia o Edinho, mas a gente não tocava junto, depois passamos a tocar juntos faz um bocado de tempo. O mais novo de tocar junto é o Geraldo. O Chau do Pife e Regional... É que, sendo preciso em um show grande, a gente forma uma banda. Cada show é uma história. A gente vai com a formação que for preciso. Ttudo depende do andamento da história, do que a gente vai fazer. A formação completa é esta aqui.
Edinho Vovô
Chau do Pife
Geraldão
Meu nome artístico é Edinho Vovô. A música é minha sustentação; é o esteio da minha vida. Embora eu tenha outra profissão, sapateiro; recondiciono calçados, a música sempre está dentro de mim. Faz muitos anos que eu vivo tocando. Eu tenho orgulho de ter tocado com os Sociais do Forró, Chameguinho, Pipoca, Os Pajés Nordestinos. Eu integro também a banda do Naldo do Baião, Mistura Fina... Essa trajetória, para mim, é muito importante, mas me orgulho muito de ser sapateiro.
A música na minha vida... Eu me abracei com ela desde os 8 anos de idade. A música me faz bem. Deus primeiramente, depois é ela quem sustenta a minha casa, a minha família. Eu vivo bem, graças a Deus. O que tenho já é o bastante. Sempre peço a Deus, enquanto eu estiver vivo, para ele não tirar a minha noção de tocar. Eu vivo muito bem tocando.
A música me ensinou a ser mais paciente, mais amigo. A música me ensinou a ser a pessoa que sou e sabem como sou. A música é tudo.
Irineu Nicácio Como compositor nas músicas, meu nome é Irineu Nicácio. A importância da música na minha vida é alegria; é a sustentação. Com os poderes de Deus, eu vivo de música, que me dá vida, alegria, sustentação.
Xexéu A música, para mim, graças a Deus, é uma das melhores coisas que eu tenho em minha vida. Abaixo de Deus estão a minha família e a música, que é o meu trabalho e me dá tudo o que eu preciso. Ela é tudo.
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Roteiro
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Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura Artesanato
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Terça-feira Basílio Sé retorna ao palco do Teatro Deodoro para a gravação do seu primeiro DVD, Urubuano. O show tem direção artística de Lael Correia e contará com a participação dos músicos Tony Augusto (guitarra), Van Silva (baixo) e Ítalo Vinícius (bateria). Urubuano terá ainda a presença do ator Naéliton Santos, do grupo de dança Sururu de Capote e da atriz e cantora Roberta Aureliano. Ingresso: R$ 20, à venda na bilheteria do teatro ou na banca de revistas Zumbi dos Palmares. Durante o show, o público presente receberá o CD inédito do cantor, “DNA Caeté”. Mais informações: (82) 8832-5394. O cantor e compositor Toinho Antunes chega ao palco do Teatro Marista, às 20h30, para o lançamento de “O tempo”, seu primeiro trabalho autoral. Ingressos: à venda na Cia das Havaianas (Maceió Shopping) - grátis um CD do artista. Mais informações: (82) 3235-4280/9979-5959.
Quarta-feira Lançamento de “Os fantasmas da cidade”, primeira publicação literária do advogado alagoano Hermann Baeta, às 19h, no restaurante Engenho Massayó (Av. Amélia Rosa, Jatiúca). No dia 23, o livro segue para Coruripe, cidade-berço do escritor, para ser apresentado na Biblioteca Pública do município às 15h. Em ambos os lançamentos serão distribuídos exemplares da obra gratuitamente ao público. Mais informações: (21) 2552-5158 ou (82) 3235-1160.
Sexta-feira Preta Gil volta a agitar Maceió com sua festa “Noite Preta”, na casa Vox Room, em Jaraguá. Participações da banda Affarra e dos DJs Thales Hill e Guga César. Mais informações: noitepreta.showdeingressos.com.br. Zé Lezin e Cinderela voltam a Maceió com a comédia “Em briga de marido e mulé, ninguém mete...”. A encenação acontece nesta sexta e no sábado, às 21h, no Centro Cultural e de Exposições de Maceió (Jaraguá). Ingressos à venda no estande Viva Alagoas (Maceió Shopping). Mais informações: (82) 9316-7839.
A Orquestra de Frevo Santa Cecília e as bandas Cannibal e Patusco chegam animando a Segunda Prévia Carnavalesca do Zé Pereira no Espaço Pierre Chalita. A folia tem início às 22h. Ingressos à venda no estande Viva Alagoas. Mais informações: (82) 32356950.
Com o tema “Na Arte e Na Vida – Irreverentemente Anilda”, o VIII Baile de Máscaras dos Seresteiros da Pitanguinha chega ao Pavilhão de Feiras e Exposições do Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso. A folia tem início às 21h, levando ao palco, além dos Seresteiros, o som da orquestra Spok Frevo, do Recife, além de Concurso de Máscaras e Fantasias.
Em Breve
A banda alagoana Blues Mascavo (foto) vai se apresentar no Bar Burburinho (Recife-PE) no dia 18 de março, às 22h. Ingresso: R$ 10. Mais informações: facebook.com/recifeblues.
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Fotos: Nide Lins
Maria Eroneide Laurentino, de 36 anos, é a Nena. Uma mulher simples, simpática e muita tímida. O seu mestre, João das Alagoas, lhe ensinou o bê-á-bá da arte de cerâmica e, assim como a Sil, tem seu próprio estilo. Suas esculturas são os santos e os bumba-meu-boi vazados, recheados com histórias e cenas do cotidiano da sua cidade-natal, Capela. “Eu era dona-de-casa e dependia do salário do meu marido. Hoje tenho o meu próprio dinheiro”, comemora Nena. Atualmente, o valor das peças maiores da artesã varia de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil, trabalhos que já vêm despertando o olhar de galeristas, em especial sua última criação: um trem com personagens dos folguedos e procissão. “Antes do artesanato, eu ficava angustiava quando não tinha dinheiro, cheguei até a passar necessidade. Minha vida mudou para melhor. Não tenho o que reclamar. Quero aprender mais para ver o meu trabalho em galerias. Aqui, no artesanato, todos são como uma família ”. (N.L.)
Os trens e suas histórias: a mais nova criação de Nena
Maria, a mulher das flores Arte sacra de Arcanjo Em dezembro do ano passado, Leonilson Arcanjo, aos 19 anos, conquistou o primeiro lugar no concurso “Natal com Arte”, promovido pela empresária Lourdinha Lyra, na loja Ponto & Linha. Sua árvore-de-natal, ao invés do tradicional pinheiro, foi um mandacaru, e os anjos, os músicos da banda de pífano. O primeiro prêmio conquistado, no valor de R$ 2 mil, o deixou com lágrimas nos olhos. Discípulo de João de Alagoas desde os 8 anos de idade, Arcanjo também consegue imprimir seu estilo artístico: suas esculturas de barro, além de sacras, têm expressões bem definidas, com todos os anjos e santos tocando flauta e sanfona sempre alegres. “Gostava de jogar bola o dia inteiro, mas com o incentivo do meu pai, Edmilson Holanda, que me levou até o João de Alagoas, aprendi a trabalhar com barro”, conta Arcanjo, que, com o dinheiro da sua arte, ajuda a sua família. Seus santos e anjos pequenos custam entre R$ 20 e R$ 25. A artesão Sil conta que Galeguinho, como eles gostam de chamar o Arcanjo, até pouco tempo, não tinha noção do valor da sua arte, chegando a vendê-la até por R$ 0,50. Mas, após o prêmio “Natal com Arte”, passou a receber mais encomendas, aprendendo a dar um justo preço a sua arte. (N. L.)
Flores, muitas flores, de cerâmica formam uma pequena montanha com uma singela menina. A obra-de-arte é da mais nova artesã, Maria Cícera da Silva Siqueira, de 30 anos, irmã de Sil, também ex-cortadora de cana-deaçúcar. Cícera começou a vida de artesã ajudando a irmã, depois deu início a sua arte, com seus jarros e flores de barro. Atualmente, todos os bonecos que enfeitam suas peças têm um detalhe engraçado: são zarolhos. “Fiz a primeira peça com olhos zarolhos e vendi bem. O povo gosta, então, continuei fazendo”, revela Maria Cícera, que comercializa suas peças por preços entre R$ 100 e R$ 300 - dependendo do tamanho. Cícera, Sil, Nena e Arcanjo. Todos da cidade de Capela. Todos discípulos de João das Alagoas. Todos são os novos Vitalinos. Retratando a alma alegre dos nordestinos, eles vêm esculpindo um novo tempo, tempo de valorização da arte popular. (N.L.) Continua na página B8
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Fotos: Nide Lins
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O pernambucano de Caruaru Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino, tocador de banda de pífano, foi o primeiro artesão a retratar o povo e a cultura nordestinas com seus bonecos, bichos e folguedos de barro, que começou a modelar com apenas 7 anos, fazendo seus próprios brinquedos. Da brincadeira nasceu um dos maiores ceramistas do Brasil, cuja arte inspirou novas gerações de artistas, especialmente os do Alto do Moura, bairro de Caruaru onde viveu. Após mais de cem anos de nascimento do mestre, a produção do artesanato no Alto Moura mudou. Basta andar um pouco pelas ruas para ver figuras repetidas. Hoje, através de mol-
des os bonecos de barro são criados em série, mas os ensinamentos do mestre se perderam devido à globalização. A produção é industrial, a exemplo das mulheres de barro esguias, com cinturas finas e seios fartos; todas iguais, diferentes apenas na pintura. No Alto do Moura são raros os artistas populares, como Marliete Rodrigues, que esculpe miniaturas no barro. Ela, assim como Vitalino, cria personagens do cotidiano nordestino, e suas obras estão expostas em galerias de colecionadores. Além das minitauras, algumas - do tamanho de uma unha ganham pinturas coloridas, uma marca registrada da cerâmica de Caruaru. Em Alagoas, na cidade de Capela,
João das Alagoas, Sil, Nena, Arcanjo e Cícera têm alma do mestre Vitalino. Cada um ao seu estilo, retratam a vida, a cultura, o folguedo e os hábitos do Nordeste. Não existem moldes nem cores, a não ser a cor do próprio barro, extraído por João das Alagoas em tons leves e neutros. Assim como o mestre, os alagoanos são criativos, são “os novos Vitalinos”, de uma nova era, onde o artesanato tem valor de obra-de-arte e, na labuta diária, aprendem na prática o empreendedorismo na cultura. Para conhecer mais o universo dos novos Vitalinos, basta viajar até Capela (65 km de distância de Maceió) ou então agendar uma visita pelo 9986-8521. (N.L.)
João das Alagoas e seus discípulos da cerâmica: Arcanjo, Sil e Nena, talentos reconhecidos como artistas da cultura popular
ENTREVISTA/MARIA AMÉLIA VIEIRA - ARTISTA PLÁSTICA E GALERISTA - Qual a sua opinião sobre o trabalho de João de Alagoas? - Conheço João das Alagoas há mais ou menos 20 anos. Acompanhei os passos desse artista e o seu crescimento. João das Alagoas conseguiu romper com a tênue diferença entre artesanato e arte. Conseguiu, com muito esforço, determinação e sorte, sair para espaços mais significativos, valorizando cada dia mais o seu universo artístico. Gosto muito do trabalho do João porque ele traz as nossas histórias impressas sem estereótipos. Suas obras traduzem o movimento alegre e mágico de um Nordeste vivo e atual. Ele, além de artista, é mestre. Comparo João das Alagoas com o João de Barro, construindo taco a taco o seu espaço, um espaço largo, generoso, onde sempre cabe mais um, e esse um passa
a ser um novo artista, com cara própria e asas. - O público em geral considera que artesanato deve ser barato e se assusta ao saber que um trabalho de João das Alagoas possa ser vendido por R$ 11 mil? - Em primeiro lugar, devemos desconsiderar a palavra artesanato e enquadrar João das Alagoas como artista popular. Esse status ele conseguiu ao longo de sua carreira, galgando degraus, recebendo prêmios, sendo reconhecido por galeristas e colecionadores. Onze mil reais ainda é muito pouco por uma obra. Obrasde-arte são únicas e trazem um prazer incomum. - Como vê a relação galeria de arte e artista popular: justa ou exploradora?
- Quando penso e falo em galeria, visualizo sempre a construção do artista. Os galeristas constroem os artistas. A relação da galeria de arte com o artista popular é quase sempre justa. Não existe a consignação porque o artista vende o seu trabalho. Imagino, talvez, uma obra do João das Alagoas que esteja sendo comercializada por R$ 17 mil seja adquirida por R$ 3 mil. O galerista tem gastos fenomenais para construir um artista. Eu diria que os atravessadores, aquelas pessoas que não têm espaços legalizados, que não pagam impostos, que atrapalham as galerias estabelecidas, esses sim, são os vilões. Exploram os artistas porque não estão interessados no crescimento nem na solidez da carreira do artista. Só pensam nas vendas imediatas, no comércio. (N.L.)
“QUANDO PENSO E FALO EM GALERIA, VISUALIZO SEMPRE A CONSTRUÇÃO DO ARTISTA” Maria Amélia
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Pelo esporte, tudo! Timão da Rádio Jornal visita deputado João Lyra para debater o futebol alagoano Marco Antônio
Luciano Milano
o CSA. Dava muito trabalho, mas era divertido. Gosto muito Repórter de futebol, e todos sabem que Sofrendo com os atuais re- CSA e Fluminense são minhas sultados negativos do CSA, paixões. Hoje, meu contato grande parte da torcida azuli- mais próximo com o futebol na não esquece o nome do de- são os jogos dos meus dois cluputado João Lyra e da época bes, que acompanho pela imem que, sob seu comando, o prensa sempre que possível. Azulão foi vitorioso. A prova Mesmo com as incertezas e surdisso está nas inúmeras liga- presas do futebol, posso garantir que ser dirigente é ções que se escuta de torcedotarefa bem mais tranres para os programas esquila do que a polítiportivos de rádio, peca", brincou o depudindo o retorno dele tado, na visita que reao clube do Mutange. cebeu, na tarde da úlTambém pudera. O João Lyra tima segunda-feira, na deputado, também disse que sede do Grupo JL, em apaixonado pelo Fluacompanha Jacarecica, da equipe minense-RJ, dirigiu o Timão Paixão do TorCSA de setembro de os jogos cedor, da Rádio Jor1979 a 1987. Desse pede CSA e nal. ríodo, João Lyra deu Fluminense Com autoridade ao clube o tricampeopor tudo o que fez nato alagoano de pelo CSA na década 1980, 1981 e 1982. Já de 1980, o deputado em 1984 e 1985, o federal ainda reclamou da maior campeão estaatual fase do clube do Mudual foi bicampeão. Além dessas conquistas, o tange. “Está tudo muito diferente deputado federal foi responsável por três vice-campeonatos em relação à minha época. Vi brasileiros, ainda quando a um jogo do CSA esses dias competição era denominada (contra o Sport Santo Antônio) Taça Brasil. Os títulos foram e não gostei. Sou do tempo em obtidos em 1980, 1982 e 1983, que o CSA ia para o campo e contra Campo Grande-RJ, vencia os jogos”, declarou o deputado. Londrina-PR e Juventus-SP. Atento ao que acontece “Foi uma época boa, de muitas conquistas que tive com também no Fluminense, João
Tony Santos, Miguel Torres, Voney Malta, Marcos Silva, Marcelo Rocha, Walmari Vilela, João Lyra, Jorge Moraes, Oswaldo Barbosa, Alberto Lima, Luciano Costa e Emerson Júnior durante a reunião
Lyra demonstrou sua preferência quando o assunto é dono da camisa 1 do Tricolor das Laranjeiras. “Olha, vi todos os cinco jogos do Fluminense nessa primeira fase do Campeonato Carioca e não gostei do Diego Cavalieri. Prefiro o Berna (Ricardo)”, disse o ex-presidente do CSA. A avaliação de João Lyra se
sustenta no fato de que Cavalieri foi alvo de críticas de parte da torcida do Flu por ter falhado em jogos do Carioca. Já Berna perdeu a vaga para o concorrente, mesmo sendo decisivo no título de campeão brasileiro da equipe em 2010. Ainda no bate-papo descontraído com o Timão da Rádio Jornal, o deputado lembrou que, quando jovem, arriscou
algumas atuações como jogador – na posição de zagueiro. Além disso, comandou, como árbitro, partidas amadoras. “Arrisquei algumas vezes como jogador, como zagueiro, e até que ia bem. Mas nada mais do que isso. Também fui árbitro em outras oportunidades nos jogos amadores do pessoal da usina”, brincou o deputado.
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Missão nacional Atual campeão alagoano, Murici entra na semana da partida histórica contra o Flamengo Página 6
Walmari: Lyra foi um ótimo dirigente
CSA de 1982 foi campeão alagoano e vice na Taça de Prata
Composta pelo coordenador Walmari Vilela, comentaristas Oswaldo Barbosa e Jorge Moraes, os narradores Marcus Silva e Tony Santos, o plantão Emerson Júnior, os repórteres Alberto Lima, Luciano Costa e Marcelo Rocha, a equipe Timão Paixão do Torcedor teve como porta-voz na visita ao deputado João Lyra um dos ícones do radialismo esportivo alagoano, Walmari Vilela, que falou da importância do de-
putado no futebol alagoano, mais especificamente à frente do CSA na década de 1980. “A torcida do CSA tem mesmo que lembrar do deputado João Lyra porque a passagem dele foi extremamente vitoriosa – com títulos estaduais e três vicecampeonatos brasileiros. Por isso, sempre que o CSA, por exemplo, passar por uma fase como a de hoje, os torcedores lembram o nome do João Lyra pelo exce-
lente trabalho feito naquela época. Ele foi um ótimo dirigente, um presidente ousado e também ficou marcado por trazer jogadores como Ênio Oliveira e Vitorino, ambos gaúchos, além do Felipão (Luis Felipe Scolari). O Jacozinho também foi outro atleta que marcou na gestão do João Lyra. Enfim, a passagem do deputado pelo futebol alagoano foi de sucesso e responsabilidade”, declarou Walmari. (L.M.)
CSA e Corinthians-AL já brilharam na Copa do BR Página 4
ASA vai jogar quarta contra o Horizonte Página 5
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BatePronto MURICI EM CAMPO INIMIGO
PEDIDO ESPECIAL Peço ao presidente do Murici, o simpático Geraldão, que esqueça a camisa do Flamengo em casa nesta semana. Como maior representante do clube alagoano, pega mal ele exibir na TV a camisa do adversário. Depois dos jogos, ele pode voltar a vestir o uniforme do seu clube de coração no Rio de Janeiro. Agora, caro dirigente, é a hora de divulgar a marca do campeão alagoano.
CURTO-CIRCUITO Está difícil de parar o atacante Dinda, do Santa Rita. Com sete gols na competição, ele é a esperança da equipe de Boca da Mata para sair da zona do rebaixamento. Hoje, ele comanda o ataque do time, às 15h, contra o Sport-AL, em Atalaia. Recebemos ligações dos quatro cantos do Nordeste na semana passada. Responsáveis por caravanas de Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte, por exemplo, estavam ávidos para saber informações sobre os ingressos para o jogo entre Murici x Flamengo. Depois de enfrentar hoje o Murici, no Trapichão, o CRB vai retribuir a visita na 10ª rodada em Murici e, depois, encara o ASA em Arapiraca.
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Vai para o jogo
Victor Mélo - jornalistavictor@gmail.com
O Murici vai jogar fora de casa na partida da próxima quarta-feira, no Estádio Rei Pelé. Como seu estádio, o José Gomes da Costa, não tem a capacidade mínima exigida pela CBF para sediar jogos da Copa do Brasil, o Alviverde vai encarar um ambiente hostil no Trapichão. O adversário é o badalado Flamengo, de Ronaldinho Gaúcho, e mais de 95% do estádio será tomado pela massa rubro-negra. É grande a força e a influência do futebol carioca no Nordeste e, mais especificamente, em Alagoas. O Fla não joga em Maceió para menos de 15 mil pessoas. Lembro de sua jornada na Copa dos Campeões, em 2002, e da multidão que o clube levou ao Trapichão do primeiro ao último jogo. Era um pequeno Maracanã com o sotaque nordestino. O Murici sabe dessas dificuldades, mas comemora a confirmação da partida contra o clube da Gávea. A renda do jogo deve gerar mais receita ao Alviverde do que todo o Campeonato Alagoano e os jogadores também vão poder mostrar serviço. O volante Serginho, por exemplo, foi negociado com um grupo de empresários, mas vai ficar no Murici até este mês, justamente por causa da partida da Copa do Brasil. A competição nacional tem mesmo essa força de projeção. O lateral Wagner Diniz, ex-CRB, enfrentou o Vasco com o Treze, se destacou nas duas partidas e foi contratado pela equipe de São Januário, dando nova dimensão à sua carreira. Essa projeção empolga os atletas do Murici, que vão ser observados pela TV por “olheiros” de todo o País. Uma classificação contra o Flamengo seria um feito que teria a força de vencer o tempo em Alagoas. Mordidos de nostalgia, reverenciamos até hoje as jornadas épicas do ASA contra o Palmeiras, em 2002, do Corinthians-AL diante do Atlético-PR, em 2008, e do CSA contra o Santos, em 2009. Assessor de imprensa do Murici, Jailson Colácio, falou sobre a empolgação que toma conta do elenco. “É difícil não pensar na partida de quarta-feira. Vai ser o jogo da vida da maioria de nossos atletas, que lutaram muito para chegar à essa posição e não vão se intimidar diante do Flamengo. A motivação é muito grande e garanto que o nosso adversário vai precisar correr muito para nos vencer. Todos sabem no Murici que esse jogo pode colocar este time e os jogadores na história do esporte alagoano”, declarou.
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Carpegiani esboça São Paulo e já aposta em Rhodolfo como titular SÃO PAULO - Antes de ser apresentado oficialmente como reforço são-paulino na tarde de sexta-feira, Rhodolfo mostrou que está em alta com Paulo César Carpegiani. Em treino para definir a equipe que vai enfrentar a Portuguesa hoje, às 16h (de Alagoas), no Canindé, o zaguei-
ro esteve entre os titulares. Carpegiani apostou no 3-5-2, com Rogério Ceni, Rhodolfo, Alex Silva e Miranda; Jean, Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba, Rivaldo e Juan; Fernandinho e Dagoberto. Com a camisa 4, Rhodolfo foi apresentado logo depois da atividade. Ele assinou contrato de
cinco anos e já treina no CT da Barra Funda desde quinta-feira passada. No treinamento, Carpegiani ocupou apenas metade do campo. Um time defendia em um gol e atacava em dois. O treinador, como de costume, gesticulou e orientou em vários momentos.
Rhodolpo assinou contrato de cinco anos com o São Paulo
AGENDA DE HOJE
Guia do torcedor A T U A L I Z A D A Joel precisou mexer no time do Glorioso por causa das ausências de Loco e Marcelo Mattos
Não tem mistério Joel fecha treino para imprensa, mas divulga time do Botafogo para jogo contra o Macaé O Botafogo treinou na manhã de sexta-feira no Engenhão. A atividade foi fechada para a imprensa, entretanto, o técnico Joel Santana, quebrou o clima de mistério, e divulgou a equipe que enfrentará hoje, às 16h (de Alagoas), o Macaé. “O time que vai começar o jogo, será o que vocês viram no treino da quinta. Na vaga do Abreu, entrará o Alex e na do Mattos, entra o Arévalo”, afirmou Joel, que
não contará com Loco Abreu e Marcelo Mattos, ambos suspensos. O comandante alvinegro explicou o porquê de ter decidido escalar Alex, ao invés de Caio, que normalmente é a primeira opção no ataque. “Eu quero dois jogadores mais perto da área. O Alex tem muito potencial, faz bem o pivô, e vem merecendo essa oportunidade de começar jogando”, destacou.
Questionado sobre Caio, que parece ter perdido espaço no time, depois dos comentários no Twitter, Joel despistou: “Não existe isso. A escalação do Alex é só uma questão de opção. O Caio assim como o Everton ficará no banco de reservas e podem nos ajudar no decorrer da partida, até pelas caracterísicas que possuem, de jogar pelos lados e de velocidade”, declarou.
A N T E S D O J O G O
Alagoano 15h15 Sport Santo Antônio x Santa Rita 17h CRB x Murici Alemão 11h30 Colônia x Mainz 13h30 Werder Bremen x Hannover Baiano 13h45 Camaçari x Bahia 14h Fluminense-BA x Bahia de Feira 14h Serrano x Colo-Colo-BA 14h Ipitanga x Juazeiro 14h Vitória x Atlético-BA Espanhol 13h Hércules x Zaragoza 13h Málaga x Getafe 13h Levante x Almería 13h Real Sociedad x Osasuna 15h La Coruña x Villarreal 17h Espanyol x Real Madrid Carioca 16h Flamengo x Resende 16h Nova Iguaçu x Boavista-RJ 16h Americano-RJ x Volta Redonda 16h Madureira x Fluminense 16h Olaria x Bangu 16h Cabofriense x Duque de Caxias 16h Botafogo x Macaé
D E
Mineiro 15h Funorte x Villa Nova-MG 16h América-MG x Ipatinga-MG 16h Guarani-MG x Uberaba
O N T E M
Gaúcho 16h Novo Hamburgo x Grêmio 16h Internacional x Pelotas 16h Caxias x Porto Alegre 16h Lajeadense x Juventude 16h São Luiz x Cruzeiro-RS 16h Ypiranga-RS x Veranópolis
16h Universidade x Inter de Santa Maria 16h São José-RS x Santa Cruz-RS Inglês 14h00 Bolton x Everton Italiano 09h30 Palermo x Fiorentina 12h00 Bari x Genoa 12h00 Brescia x Lazio 12h00 Cagliari x Chievo Verona 12h00 Catania x Lecce 12h00 Cesena x Udinese 12h00 Sampdoria x Bologna 17h45 Juventus x Internazionale Paranaense 15h30 Arapongas x Rio Branco-PR 15h30 Corinthians-PR x Cascavel 16h Paranavaí x Atlético-PR 16h Cianorte x Operário 18h30 Coritiba x Roma-PR Paulista 17h00 Paulista x Corinthians 17h00 Portuguesa x São Paulo 19h30 Mirassol x São Caetano 19h30 São Bernardo x Ponte Preta 19h30 Bragantino x Ituano 19h30 Oeste x Mogi Mirim Pernambucano 17h00 Sport x Náutico 17h00 América-PE x Araripina 17h00 Petrolina x Porto-PE 17h00 Cabense x Santa Cruz-PE 17h00 Central x Vitória-PE 17h00 Salgueiro x Ypiranga-PE Português 14h00 Paços Ferreira x Marítimo 14h00 Naval x Acadêmica 14h00 Rio Ave x Portimonense 16h15 Benfica x Vitória de Guimarães 18h15 Braga x Porto
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Clube de Regatas Brasil
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CRB Lula Castello Branco
Alviverde luta pelo título do turno
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Que venha o Flamengo! Murici tenta fazer história na Copa do Brasil a partir de quarta-feira, no Estádio Rei Pelé Lula Castello Branco
O atacante Luiz André é um dos destaques do CRB nesta temporada e está confirmado entre os titulares contra o Murici
Vamos fugir! Com a meta inicial de escapar do rebaixamento, CRB pega o Murici Victor Mélo Editor de Esportes
O CRB tem um objetivo a cumprir nesse Estadual: evitar o rebaixamento. Com problemas técnicos e físicos, o time regatiano não vence há seis partidas no Campeonato Alagoano e soma apenas oito pontos em oito partidas disputadas. Para complicar, o adversário desta tarde é o Murici, que soma 16 pontos na tabela e luta pela primeira colocação. O duelo está marcado para as 17h, no Estádio Rei Pelé. No Galo, as novidades são o retorno do atacante Fernando Sá, que cumpriu suspensão automática na partida contra o CSE, em Palmeira, e as estreias do lateral-direito Flávio (ex-Náutico) e do volante Marcelo Alves (ex-Náutico). O time regatiano não conta hoje
com o lateral-esquerdo Rafinha, lesionado, e com o zagueiro Júnior, suspenso. O técnico deve escalar Valdeir na lateral. Edson deve ganhar a posição na zaga para fazer a dupla com Ítalo. Na semana passada, chegaram ao clube o meia Paulinho, que já defendeu a Ponte Preta e estava no Yverdon Sport, da Suíça, o lateraldireito Flávio e o volante Marcelo Alves. DISPENSADOS – Na última quinta-feira, a diretoria confirmou a dispensa do volante Eder, do lateral Tony e do meia Alan. O armador, inclusive, foi protagonista de uma situação inusitada na Pajuçara. Ele havia sido desligado do grupo segunda-feira, foi reintegrado no dia seguinte e outra vez dispensado após a derrota
para o CSE. Diretor de futebol do clube, Ednilton Lins garantiu que o planejamento do Galo visa ao Estadual e à Série C do Brasileiro. “Temos que ter calma para arrumar a casa nesse momento complicado. Apesar das dificuldades e do pouco tempo que temos colocar a casa em ordem, tenho certeza que o CRB vai se recuperar no Campeonato Alagoao, até porque contamos com jogadores qualificados”, comentou o dirigente. Com apenas oito pontos na tabela, o Galo já está sendo ameaçado pelo rebaixamento e está muito longe da meta de chegar ao G-4. O Galo já sofreu quatro derrotas na competição e conquistou apenas duas vitórias. Seu ataque marcou 11 gols e a defesa já foi vazada 13 vezes, déficit de dois.
O Murici está numa excelente posição no Campeonato Alagoano. Com 16 pontos, o atual campeão alagoano está firme na luta pelo bi e conta com a boa base montada no ano passado para garantir um lugar no G-4 e ainda lutar pelo título do turno. O time do técnico Gilmar Batista ainda tem dificuldades para vencer fora de casa, mas, atuando no Estádio José Gomes da Costa, não costuma perder pontos. Quarta-feira, com um gol de Franco bateu o então vice-líder Coruripe, por 1 x 0, e voltou a enconstar nos ponteiros. Recuperando-se de lesão, o atacante Alexsandro deve ser poupado nesta tarde. Josy e Franco lutam pela posição. No último jogo que disputou no Rei Pelé, o Murici venceu o CSA, por 2 x 1, e quer repetir a dose neste domingo para ganhar moral para o jogo da próxima quarta-feira, contra o Flamengo, pela Copa do Brasil. Um dos destaques da equipe no Estadual é o seu sistema defensivo, que sofreu apenas cinco gols em oito partidas disputadas. Até agora, o Alviverde venceu cinco jogos, empatou um e perdeu duas vezes. Com apenas nove gols, o ataque ainda é um dos pontos fracos da equipe. CRB: Adriano; Flávio, Edson, Italo e Valdeir; Marcelo Alves, Rodrigo Santos, Adriano e Jonathan; Fernando Sá e Luis André. MURICI: Rafael, Alex, Nado, Rogério e Paulinho; Serginho, Guêba, Bilu e Everlan; Gustavo e Josy (Franco). (V.M.)
Luciano Milano Repórter
A expectativa da diretoria do Murici é que pelo menos 30 ônibus e 500 carros particulares deixem a cidade de Murici, na próxima quartafeira, para ver a estreia do time na Copa do Brasil. Para o atual campeão alagoano, a primeira participação do clube na segunda maior importante competição nacional coincidiu de ser contra o time de maior torcida no País, o Flamengo. Ainda mais, a equipe com o maior número de torcedores do Brasil pode vir jogar no Rei Pelé, às 21h, com um dos mais badalados jogadores do futebol mundial, Ronaldinho Gaúcho, contratado pelo Rubro Negro em uma das maiores transações já feitas na terra tupiniquim. Segundo o assessor de imprensa do clube, Jailson Colácio, os três mil ingressos que foram colocados à venda na
cidade se esgotaram em menos de um dia. Já na Federação Alagoana de Futebol (FAF), de acordo com o vice-administrativo Júnior Beltrão, dos pouco mais de 12 bilhetes disponibilizados na sede da entidade, restam somente os de camarotes, porque arquibancada alta, arquibancada baixa e cadeiras especiais também foram vendidas rapidamente. "É um jogo que está me tirando o sono e de toda diretoria do Murici também. Mas será uma festa, onde o atual campeão alagoano vai enfrentar o Flamengo, clube de maior torcida do Brasil, na primeira vez que o Murici vai participar da Copa do Brasil. Mesmo com o trabalho, estamos todos felizes pelo sucesso do nosso clube", declarou Jailson Colácio. Ainda de acordo com ele, o Murici deve estrear na camisa, na quarta-feira, mais três patrocinadores que se engajam no projeto do clube para esta
O Murici manteve neste ano a base que conquistou o título do Campeonato Alagoano de 2010
temporada. Segundo o assessor, dois deles - a diretoria só deve anunciar no decorrer deste domingo - de porte nacional.
"São mais três patrocinadores que chegam para fortalecer ainda mais o Murici. O clube vai lutar pelo bicampeonato alagoano e quer se firmar,
também, no cenário nacional. Para isso, também estamos nos reforçando, e todos terão novidades nos próximos dias", comentou Jailson.
Antes de jogar em Maceió, Fla vai enfrentar hoje o Resende Vipcomm
O Flamengo esta confirmado para a partida de hoje, às 16h (de Alagoas), contra o Resende. O técnico rubronegro Vanderlei Luxemburgo concedeu entrevista coletiva após o treinamento de sexta no Ninho do Urubu e avisou que o time vai mesmo atuar com três zagueiros nesta tarde. O treinador elogiou Ronaldo Angelim, que segundo ele, não ira atuar apenas mais atras, mas também como lateral esquerdo, como acontece muito na Europa. "Ele atuou assim contra o Botafogo e, na Europa, se faz muito isso. É um jogador que vai fazer a parte defensiva para proteger as subidas ao ataque", disse Luxa, que também explicou que Ronaldinho
e Thiago Neves vão para o jogo buscando mais entrosamento. "Tenho que manter a equipe jogando. O Ronaldo e o Thiago precisam de entrosamento e ritmo de jogo. Quanto mais eles jogarem, melhor", ressaltou. Luxemburgo salientou também que os testes que estão sendo feitos tem como objetivo encontrar a melhor maneira de a equipe jogar com Thiago e Ronaldo. "Uma hora a derrota vai vir, mas temos que adiar o maior tempo possível. Fiz essas alterações por conta de uma equipe que tenho que montar para dar mais consistência por conta dos jogadores ofensivos", completou. Para um time que está em
formação, com a chegada de reforços de peso, nada mais natural do que o treinador querer fazer testes. Em relação à escalação, ao esquema tático, ao posicionamento ofensivo e defensivo... É isso o que Vanderlei Luxemburgo vem realizando no Flamengo neste início de temporada. E os jogadores consideram a estratégia muito válida. "Estamos procurando mostrar um padrão de jogo. Nossos jogos foram todos difíceis. Nosso grupo era mesmo mais complicado do que o outro, mas deu tudo certo. O time tem crescido durante a competição, mas precisamos corrigir os erros, principalmente nos passes", explicou. Talvez o grande "culpado"
O meia Ronaldinho Gaúcho deve jogar hoje e na próxima quarta
por tudo isso seja Ronadinho. A chegada do jogador fez com que o técnico rubro-negro começasse a pensar em como fazê-lo render da melhor
forma possível, em uma equipe que tem uma característica ofensiva, com meias de qualidade como Renato e Thiago Neves.
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CSA
ASA ASA ganhou projeção ao eliminar o Palmeiras
Já fiz história
Lula Castello Branco
CSA e Corinthians-AL foram os clubes de AL que chegaram mais longe na Copa do Brasil Marco Antônio
Victor Mélo Editor de Esportes
O futebol alagoano já conquistou uma posição de destaque na Copa do Brasil. Em 1992, o CSA chegou às quartas-de-final, sendo eliminado apenas pelo Sport. Em 2008, o Corinthians-AL também foi eliminado nas quartas pelo Vasco. Em 2002, o ASA não foi longe na competição, mas ganhou notoriedade após eliminar o Palmeiras, de Luxemburgo, em pleno Parque Antarctica. Em 2009, apesar de ter sido rebaixado no Alagoano, o Azulão desclassificou o Santos, na Vila Belmiro, e chegou às oitavas, caindo diante do Coritiba. FORÇA - O CSA é o time do Estado de maior tradição na competição. Em 92, o clube eliminou a Tuna Luso na primeira fase, perdendo no Pará, por 2 x 1, e goleando no Rei Pelé, por 4 x 0. Nas oitavas, o Azulão causou furor ao eliminar o poderoso Vasco da Gama, empatando na Pajuçara por 3 x 3 (o Rei Pelé estava fechado para reformas) e vencendo no Rio, por 1 x 0. O CSA caiu apenas nas
quartas, perdendo para o Sport em Maceió, por 3 x 1, e no Recife, por 4 x 0. O Corinthians-AL chegou a ser apontado como a sensação da competição nacional em 2008. O Timão foi o terror dos paranaenses na Copa do Brasil, eliminando o poderoso Atlético-PR na primeira fase - empatando os dois jogos, por 1 x 1, e vencendo nos pênaltis -, e o Paranavaí na segunda etapa, derrotando o adversário em dois jogos, por 1 x 0 e 4 x 1. Nas oitavas, o Corinthians bateu o Juventude-RS em Maceió, por 2 x 0, e perdeu fora por 3 x 1, garantindo a classificação por ter feito um gol fora de casa. Nas quartas, a equipe foi desclassificada pelo Vasco, perdendo os dois jogos por 5 x 1 e 3 x 1. O Corinthians chegou na mesma posição do CSA em 92, mas disputou duas partidas a mais porque a Copa do Brasil mudou. Anteriormente, apenas os campeões e os vice de alguns Estados se classificavam para a disputa. A CBF modificou os critérios, começou a fazer convites e inchou a competição, criando uma fase preliminar a partir de 1995.
o segundo, com sete participações, mas neste ano terá a companhia do ASA, que vai igualar os números do Galo. CRB – Sem tradição na Copa do Brasil, o CRB estreou na competição em 1993, sendo eliminado na primeira fase pelo Náutico com duas derrotas, 1 x 0, em Maceió, e 5 x 0, no Recife.
vinegro venceu por 2 x 1 e, em Sergipe, foi goleado por 4 x 2. No mesmo ano, o clube do Estado que chegou mais longe na competição foi o CSA, que foi às oitavas-de- final. Depois de bater o Moto Clube e o Ceará nas etapas preliminares, o Azulão chegou a vencer o Vasco em Maceió, por 2 x 1, mas foi desclassificado no Rio com uma goleada por 4 x 0. Em 2009, o Azulão também causou furor na competição nacional ao eliminar o Santos de Neymar na segunda fase. Depois de passar pelo Serra-ES, com duas vitórias, por 3 x 2 e 3 x 1, o Azulão pegou o Peixe no Estádio Rei Pelé. O time se encheu de brios, empatou por 0 x 0; na Vila Belmiro venceu por 1 x 0, gol de Júnior Amorim. (V.M.)
Alvinegro vai encarar o Horizonte-CE Luciano Milano Repórter
Júnior Amorim fez o gol que eliminou o Santos em 2009
Azulão do Mutange participou 12 vezes da competição O CSA também se orgulha de ter sido o primeiro clube do Estado a participar da Copa do Brasil. Em 1989, o Azulão encarou o tradicional Inter-RS e, após empatar em casa por 0 x 0, foi eliminado com uma derrota por 2 x 0 em Porto Alegre. O Azulão do Mutange também foi o clube do Estado que mais disputou a competição, 12 vezes. O CRB é
O ASA ganhou grande destaque nacional em 2002. Campeão alagoano de 2001, o Alvinegro enfrentou o favoritíssimo Palmeiras logo na primeira fase da Copa do Brasil. No primeiro jogo do mata-mata, disputado no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca, o time alagoano bateu o Verdão por 1 x 0 e levou para São Paulo a esperança da classificação histórica. No Palestra Itália, o ASA não se intimidou com a força do adversário e travou um duelo equilibrado. O Alvinegro perdeu por 2 x 1, mas, como marcou um gol na casa do adversário, eliminou os paulistas da competição. Depois do feito, o ASA não teve vida longa na competição de 2002, sendo eliminado na segunda fase pelo Confiança. Em casa, o Al-
O melhor resultado do Galo na competição foi registrado em 2006, quando eliminou o São José-AM na primeira fase e caiu diante do Cruzeiro na etapa seguinte. Em 2004, o time regatiano ainda arrancou um empate por 4 x 4 com o Flamengo, no Rei Pelé, mas foi desclassificado com a derrota no Rio por 3 x 1.
PARTICIPANTES – Além de CSA, Corinthians-AL, ASA e CRB, o Capelense e o Coruripe já participaram da Copa do Brasil. Com o título conquistado no ano passado, o Murici estreia na competição na próxima quarta-feira, contra o poderoso Flamengo. Vice-campeão estadual, o ASA joga também na quarta contra o Horizonte-CE. (V.M.)
Para evitar conexões e mais desgaste no elenco, a diretoria do ASAdecidiu que a delegação alvinegra viajará na próxima terça-feira, às 11h de Arapiraca para Aracaju, de onde pegará um avião até Ceará, em um vôo previsto para sair às 15h30. No interior cearense, o Alvinegro estreia na Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Horizonte, às 20h, no estádio Domingão, na cidade de Horizonte. A partida será a primeira entre as
equipes na fase inicial da Copa do Brasil. "Optamos por viajar para Aracaju porque, de outra maneira, teríamos que fazer conexões, escalas de Maceió até chegar ao Ceará. Como vamos jogar amanhã (ontem) pelo Estadual, haverá desgaste natural, e precisamos poupar o grupo. A diretoria e comissão técnica se reuniram e chegaram a esse entendimento", explicou o assessor de imprensa do ASA, Igor Castro. De acordo com a programação passada pela assessoria, o grupo se reapresenta hoje à tarde.
Nesta temporada, o ASA vai jogar contra o Horizonte-CE na primeira fase
PARTICIPAÇÃO DOS ALAGOANOS NA COPA DO BRASIL
2000 - CSA e CRB (primeira fase) 2001 - CSA (primeira fase) e ASA (primeira fase) 2002 -CSA (oitavas-de-final) e ASA (segunda fase)
Ano – clube – onde chegou
2003 - Corinthians-AL (primeira fase) e CRB
1989 - CSA (primeira fase)
(primeira fase)
1990 - Capelense (primeira fase)
2004 - ASA (primeira fase) e CRB (primeira fase)
1991 - CSA (primeira fase)
2005 - Corinthians-AL (primeira fase) e Coruripe
1992 - CSA (quartas-de-final)
(primeira fase)
1993 - CRB (primeira fase)
2006 - ASA (primeira fase) e CRB (segunda fase)
1994 - CRB (primeira fase)
2007 - CSA (primeira fase) e Coruripe (primeira fase)
1995 - CSA (primeira fase)
2008 - Coruripe (primeira fase) e Corinthians-AL
1996 - CRB (primeira fase)
(quartas-de-final)
1997 - CSA (primeira fase)
2009 - CSA (oitavas-de-final) e ASA (primeira fase)
1998 - CSA (primeira fase)
2010 - ASA (segunda fase) e Corinthians-AL
1999 - CSA (primeira fase)
(primeira fase)
Associação Sportiva Arapiraquense
Centro Sportivo Alagoano
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CSA
ASA ASA ganhou projeção ao eliminar o Palmeiras
Já fiz história
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CSA e Corinthians-AL foram os clubes de AL que chegaram mais longe na Copa do Brasil Marco Antônio
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O futebol alagoano já conquistou uma posição de destaque na Copa do Brasil. Em 1992, o CSA chegou às quartas-de-final, sendo eliminado apenas pelo Sport. Em 2008, o Corinthians-AL também foi eliminado nas quartas pelo Vasco. Em 2002, o ASA não foi longe na competição, mas ganhou notoriedade após eliminar o Palmeiras, de Luxemburgo, em pleno Parque Antarctica. Em 2009, apesar de ter sido rebaixado no Alagoano, o Azulão desclassificou o Santos, na Vila Belmiro, e chegou às oitavas, caindo diante do Coritiba. FORÇA - O CSA é o time do Estado de maior tradição na competição. Em 92, o clube eliminou a Tuna Luso na primeira fase, perdendo no Pará, por 2 x 1, e goleando no Rei Pelé, por 4 x 0. Nas oitavas, o Azulão causou furor ao eliminar o poderoso Vasco da Gama, empatando na Pajuçara por 3 x 3 (o Rei Pelé estava fechado para reformas) e vencendo no Rio, por 1 x 0. O CSA caiu apenas nas
quartas, perdendo para o Sport em Maceió, por 3 x 1, e no Recife, por 4 x 0. O Corinthians-AL chegou a ser apontado como a sensação da competição nacional em 2008. O Timão foi o terror dos paranaenses na Copa do Brasil, eliminando o poderoso Atlético-PR na primeira fase - empatando os dois jogos, por 1 x 1, e vencendo nos pênaltis -, e o Paranavaí na segunda etapa, derrotando o adversário em dois jogos, por 1 x 0 e 4 x 1. Nas oitavas, o Corinthians bateu o Juventude-RS em Maceió, por 2 x 0, e perdeu fora por 3 x 1, garantindo a classificação por ter feito um gol fora de casa. Nas quartas, a equipe foi desclassificada pelo Vasco, perdendo os dois jogos por 5 x 1 e 3 x 1. O Corinthians chegou na mesma posição do CSA em 92, mas disputou duas partidas a mais porque a Copa do Brasil mudou. Anteriormente, apenas os campeões e os vice de alguns Estados se classificavam para a disputa. A CBF modificou os critérios, começou a fazer convites e inchou a competição, criando uma fase preliminar a partir de 1995.
o segundo, com sete participações, mas neste ano terá a companhia do ASA, que vai igualar os números do Galo. CRB – Sem tradição na Copa do Brasil, o CRB estreou na competição em 1993, sendo eliminado na primeira fase pelo Náutico com duas derrotas, 1 x 0, em Maceió, e 5 x 0, no Recife.
vinegro venceu por 2 x 1 e, em Sergipe, foi goleado por 4 x 2. No mesmo ano, o clube do Estado que chegou mais longe na competição foi o CSA, que foi às oitavas-de- final. Depois de bater o Moto Clube e o Ceará nas etapas preliminares, o Azulão chegou a vencer o Vasco em Maceió, por 2 x 1, mas foi desclassificado no Rio com uma goleada por 4 x 0. Em 2009, o Azulão também causou furor na competição nacional ao eliminar o Santos de Neymar na segunda fase. Depois de passar pelo Serra-ES, com duas vitórias, por 3 x 2 e 3 x 1, o Azulão pegou o Peixe no Estádio Rei Pelé. O time se encheu de brios, empatou por 0 x 0; na Vila Belmiro venceu por 1 x 0, gol de Júnior Amorim. (V.M.)
Alvinegro vai encarar o Horizonte-CE Luciano Milano Repórter
Júnior Amorim fez o gol que eliminou o Santos em 2009
Azulão do Mutange participou 12 vezes da competição O CSA também se orgulha de ter sido o primeiro clube do Estado a participar da Copa do Brasil. Em 1989, o Azulão encarou o tradicional Inter-RS e, após empatar em casa por 0 x 0, foi eliminado com uma derrota por 2 x 0 em Porto Alegre. O Azulão do Mutange também foi o clube do Estado que mais disputou a competição, 12 vezes. O CRB é
O ASA ganhou grande destaque nacional em 2002. Campeão alagoano de 2001, o Alvinegro enfrentou o favoritíssimo Palmeiras logo na primeira fase da Copa do Brasil. No primeiro jogo do mata-mata, disputado no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca, o time alagoano bateu o Verdão por 1 x 0 e levou para São Paulo a esperança da classificação histórica. No Palestra Itália, o ASA não se intimidou com a força do adversário e travou um duelo equilibrado. O Alvinegro perdeu por 2 x 1, mas, como marcou um gol na casa do adversário, eliminou os paulistas da competição. Depois do feito, o ASA não teve vida longa na competição de 2002, sendo eliminado na segunda fase pelo Confiança. Em casa, o Al-
O melhor resultado do Galo na competição foi registrado em 2006, quando eliminou o São José-AM na primeira fase e caiu diante do Cruzeiro na etapa seguinte. Em 2004, o time regatiano ainda arrancou um empate por 4 x 4 com o Flamengo, no Rei Pelé, mas foi desclassificado com a derrota no Rio por 3 x 1.
PARTICIPANTES – Além de CSA, Corinthians-AL, ASA e CRB, o Capelense e o Coruripe já participaram da Copa do Brasil. Com o título conquistado no ano passado, o Murici estreia na competição na próxima quarta-feira, contra o poderoso Flamengo. Vice-campeão estadual, o ASA joga também na quarta contra o Horizonte-CE. (V.M.)
Para evitar conexões e mais desgaste no elenco, a diretoria do ASAdecidiu que a delegação alvinegra viajará na próxima terça-feira, às 11h de Arapiraca para Aracaju, de onde pegará um avião até Ceará, em um vôo previsto para sair às 15h30. No interior cearense, o Alvinegro estreia na Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Horizonte, às 20h, no estádio Domingão, na cidade de Horizonte. A partida será a primeira entre as
equipes na fase inicial da Copa do Brasil. "Optamos por viajar para Aracaju porque, de outra maneira, teríamos que fazer conexões, escalas de Maceió até chegar ao Ceará. Como vamos jogar amanhã (ontem) pelo Estadual, haverá desgaste natural, e precisamos poupar o grupo. A diretoria e comissão técnica se reuniram e chegaram a esse entendimento", explicou o assessor de imprensa do ASA, Igor Castro. De acordo com a programação passada pela assessoria, o grupo se reapresenta hoje à tarde.
Nesta temporada, o ASA vai jogar contra o Horizonte-CE na primeira fase
PARTICIPAÇÃO DOS ALAGOANOS NA COPA DO BRASIL
2000 - CSA e CRB (primeira fase) 2001 - CSA (primeira fase) e ASA (primeira fase) 2002 -CSA (oitavas-de-final) e ASA (segunda fase)
Ano – clube – onde chegou
2003 - Corinthians-AL (primeira fase) e CRB
1989 - CSA (primeira fase)
(primeira fase)
1990 - Capelense (primeira fase)
2004 - ASA (primeira fase) e CRB (primeira fase)
1991 - CSA (primeira fase)
2005 - Corinthians-AL (primeira fase) e Coruripe
1992 - CSA (quartas-de-final)
(primeira fase)
1993 - CRB (primeira fase)
2006 - ASA (primeira fase) e CRB (segunda fase)
1994 - CRB (primeira fase)
2007 - CSA (primeira fase) e Coruripe (primeira fase)
1995 - CSA (primeira fase)
2008 - Coruripe (primeira fase) e Corinthians-AL
1996 - CRB (primeira fase)
(quartas-de-final)
1997 - CSA (primeira fase)
2009 - CSA (oitavas-de-final) e ASA (primeira fase)
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CRB Lula Castello Branco
Alviverde luta pelo título do turno
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Que venha o Flamengo! Murici tenta fazer história na Copa do Brasil a partir de quarta-feira, no Estádio Rei Pelé Lula Castello Branco
O atacante Luiz André é um dos destaques do CRB nesta temporada e está confirmado entre os titulares contra o Murici
Vamos fugir! Com a meta inicial de escapar do rebaixamento, CRB pega o Murici Victor Mélo Editor de Esportes
O CRB tem um objetivo a cumprir nesse Estadual: evitar o rebaixamento. Com problemas técnicos e físicos, o time regatiano não vence há seis partidas no Campeonato Alagoano e soma apenas oito pontos em oito partidas disputadas. Para complicar, o adversário desta tarde é o Murici, que soma 16 pontos na tabela e luta pela primeira colocação. O duelo está marcado para as 17h, no Estádio Rei Pelé. No Galo, as novidades são o retorno do atacante Fernando Sá, que cumpriu suspensão automática na partida contra o CSE, em Palmeira, e as estreias do lateral-direito Flávio (ex-Náutico) e do volante Marcelo Alves (ex-Náutico). O time regatiano não conta hoje
com o lateral-esquerdo Rafinha, lesionado, e com o zagueiro Júnior, suspenso. O técnico deve escalar Valdeir na lateral. Edson deve ganhar a posição na zaga para fazer a dupla com Ítalo. Na semana passada, chegaram ao clube o meia Paulinho, que já defendeu a Ponte Preta e estava no Yverdon Sport, da Suíça, o lateraldireito Flávio e o volante Marcelo Alves. DISPENSADOS – Na última quinta-feira, a diretoria confirmou a dispensa do volante Eder, do lateral Tony e do meia Alan. O armador, inclusive, foi protagonista de uma situação inusitada na Pajuçara. Ele havia sido desligado do grupo segunda-feira, foi reintegrado no dia seguinte e outra vez dispensado após a derrota
para o CSE. Diretor de futebol do clube, Ednilton Lins garantiu que o planejamento do Galo visa ao Estadual e à Série C do Brasileiro. “Temos que ter calma para arrumar a casa nesse momento complicado. Apesar das dificuldades e do pouco tempo que temos colocar a casa em ordem, tenho certeza que o CRB vai se recuperar no Campeonato Alagoao, até porque contamos com jogadores qualificados”, comentou o dirigente. Com apenas oito pontos na tabela, o Galo já está sendo ameaçado pelo rebaixamento e está muito longe da meta de chegar ao G-4. O Galo já sofreu quatro derrotas na competição e conquistou apenas duas vitórias. Seu ataque marcou 11 gols e a defesa já foi vazada 13 vezes, déficit de dois.
O Murici está numa excelente posição no Campeonato Alagoano. Com 16 pontos, o atual campeão alagoano está firme na luta pelo bi e conta com a boa base montada no ano passado para garantir um lugar no G-4 e ainda lutar pelo título do turno. O time do técnico Gilmar Batista ainda tem dificuldades para vencer fora de casa, mas, atuando no Estádio José Gomes da Costa, não costuma perder pontos. Quarta-feira, com um gol de Franco bateu o então vice-líder Coruripe, por 1 x 0, e voltou a enconstar nos ponteiros. Recuperando-se de lesão, o atacante Alexsandro deve ser poupado nesta tarde. Josy e Franco lutam pela posição. No último jogo que disputou no Rei Pelé, o Murici venceu o CSA, por 2 x 1, e quer repetir a dose neste domingo para ganhar moral para o jogo da próxima quarta-feira, contra o Flamengo, pela Copa do Brasil. Um dos destaques da equipe no Estadual é o seu sistema defensivo, que sofreu apenas cinco gols em oito partidas disputadas. Até agora, o Alviverde venceu cinco jogos, empatou um e perdeu duas vezes. Com apenas nove gols, o ataque ainda é um dos pontos fracos da equipe. CRB: Adriano; Flávio, Edson, Italo e Valdeir; Marcelo Alves, Rodrigo Santos, Adriano e Jonathan; Fernando Sá e Luis André. MURICI: Rafael, Alex, Nado, Rogério e Paulinho; Serginho, Guêba, Bilu e Everlan; Gustavo e Josy (Franco). (V.M.)
Luciano Milano Repórter
A expectativa da diretoria do Murici é que pelo menos 30 ônibus e 500 carros particulares deixem a cidade de Murici, na próxima quartafeira, para ver a estreia do time na Copa do Brasil. Para o atual campeão alagoano, a primeira participação do clube na segunda maior importante competição nacional coincidiu de ser contra o time de maior torcida no País, o Flamengo. Ainda mais, a equipe com o maior número de torcedores do Brasil pode vir jogar no Rei Pelé, às 21h, com um dos mais badalados jogadores do futebol mundial, Ronaldinho Gaúcho, contratado pelo Rubro Negro em uma das maiores transações já feitas na terra tupiniquim. Segundo o assessor de imprensa do clube, Jailson Colácio, os três mil ingressos que foram colocados à venda na
cidade se esgotaram em menos de um dia. Já na Federação Alagoana de Futebol (FAF), de acordo com o vice-administrativo Júnior Beltrão, dos pouco mais de 12 bilhetes disponibilizados na sede da entidade, restam somente os de camarotes, porque arquibancada alta, arquibancada baixa e cadeiras especiais também foram vendidas rapidamente. "É um jogo que está me tirando o sono e de toda diretoria do Murici também. Mas será uma festa, onde o atual campeão alagoano vai enfrentar o Flamengo, clube de maior torcida do Brasil, na primeira vez que o Murici vai participar da Copa do Brasil. Mesmo com o trabalho, estamos todos felizes pelo sucesso do nosso clube", declarou Jailson Colácio. Ainda de acordo com ele, o Murici deve estrear na camisa, na quarta-feira, mais três patrocinadores que se engajam no projeto do clube para esta
O Murici manteve neste ano a base que conquistou o título do Campeonato Alagoano de 2010
temporada. Segundo o assessor, dois deles - a diretoria só deve anunciar no decorrer deste domingo - de porte nacional.
"São mais três patrocinadores que chegam para fortalecer ainda mais o Murici. O clube vai lutar pelo bicampeonato alagoano e quer se firmar,
também, no cenário nacional. Para isso, também estamos nos reforçando, e todos terão novidades nos próximos dias", comentou Jailson.
Antes de jogar em Maceió, Fla vai enfrentar hoje o Resende Vipcomm
O Flamengo esta confirmado para a partida de hoje, às 16h (de Alagoas), contra o Resende. O técnico rubronegro Vanderlei Luxemburgo concedeu entrevista coletiva após o treinamento de sexta no Ninho do Urubu e avisou que o time vai mesmo atuar com três zagueiros nesta tarde. O treinador elogiou Ronaldo Angelim, que segundo ele, não ira atuar apenas mais atras, mas também como lateral esquerdo, como acontece muito na Europa. "Ele atuou assim contra o Botafogo e, na Europa, se faz muito isso. É um jogador que vai fazer a parte defensiva para proteger as subidas ao ataque", disse Luxa, que também explicou que Ronaldinho
e Thiago Neves vão para o jogo buscando mais entrosamento. "Tenho que manter a equipe jogando. O Ronaldo e o Thiago precisam de entrosamento e ritmo de jogo. Quanto mais eles jogarem, melhor", ressaltou. Luxemburgo salientou também que os testes que estão sendo feitos tem como objetivo encontrar a melhor maneira de a equipe jogar com Thiago e Ronaldo. "Uma hora a derrota vai vir, mas temos que adiar o maior tempo possível. Fiz essas alterações por conta de uma equipe que tenho que montar para dar mais consistência por conta dos jogadores ofensivos", completou. Para um time que está em
formação, com a chegada de reforços de peso, nada mais natural do que o treinador querer fazer testes. Em relação à escalação, ao esquema tático, ao posicionamento ofensivo e defensivo... É isso o que Vanderlei Luxemburgo vem realizando no Flamengo neste início de temporada. E os jogadores consideram a estratégia muito válida. "Estamos procurando mostrar um padrão de jogo. Nossos jogos foram todos difíceis. Nosso grupo era mesmo mais complicado do que o outro, mas deu tudo certo. O time tem crescido durante a competição, mas precisamos corrigir os erros, principalmente nos passes", explicou. Talvez o grande "culpado"
O meia Ronaldinho Gaúcho deve jogar hoje e na próxima quarta
por tudo isso seja Ronadinho. A chegada do jogador fez com que o técnico rubro-negro começasse a pensar em como fazê-lo render da melhor
forma possível, em uma equipe que tem uma característica ofensiva, com meias de qualidade como Renato e Thiago Neves.
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BatePronto MURICI EM CAMPO INIMIGO
PEDIDO ESPECIAL Peço ao presidente do Murici, o simpático Geraldão, que esqueça a camisa do Flamengo em casa nesta semana. Como maior representante do clube alagoano, pega mal ele exibir na TV a camisa do adversário. Depois dos jogos, ele pode voltar a vestir o uniforme do seu clube de coração no Rio de Janeiro. Agora, caro dirigente, é a hora de divulgar a marca do campeão alagoano.
CURTO-CIRCUITO Está difícil de parar o atacante Dinda, do Santa Rita. Com sete gols na competição, ele é a esperança da equipe de Boca da Mata para sair da zona do rebaixamento. Hoje, ele comanda o ataque do time, às 15h, contra o Sport-AL, em Atalaia. Recebemos ligações dos quatro cantos do Nordeste na semana passada. Responsáveis por caravanas de Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte, por exemplo, estavam ávidos para saber informações sobre os ingressos para o jogo entre Murici x Flamengo. Depois de enfrentar hoje o Murici, no Trapichão, o CRB vai retribuir a visita na 10ª rodada em Murici e, depois, encara o ASA em Arapiraca.
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Vai para o jogo
Victor Mélo - jornalistavictor@gmail.com
O Murici vai jogar fora de casa na partida da próxima quarta-feira, no Estádio Rei Pelé. Como seu estádio, o José Gomes da Costa, não tem a capacidade mínima exigida pela CBF para sediar jogos da Copa do Brasil, o Alviverde vai encarar um ambiente hostil no Trapichão. O adversário é o badalado Flamengo, de Ronaldinho Gaúcho, e mais de 95% do estádio será tomado pela massa rubro-negra. É grande a força e a influência do futebol carioca no Nordeste e, mais especificamente, em Alagoas. O Fla não joga em Maceió para menos de 15 mil pessoas. Lembro de sua jornada na Copa dos Campeões, em 2002, e da multidão que o clube levou ao Trapichão do primeiro ao último jogo. Era um pequeno Maracanã com o sotaque nordestino. O Murici sabe dessas dificuldades, mas comemora a confirmação da partida contra o clube da Gávea. A renda do jogo deve gerar mais receita ao Alviverde do que todo o Campeonato Alagoano e os jogadores também vão poder mostrar serviço. O volante Serginho, por exemplo, foi negociado com um grupo de empresários, mas vai ficar no Murici até este mês, justamente por causa da partida da Copa do Brasil. A competição nacional tem mesmo essa força de projeção. O lateral Wagner Diniz, ex-CRB, enfrentou o Vasco com o Treze, se destacou nas duas partidas e foi contratado pela equipe de São Januário, dando nova dimensão à sua carreira. Essa projeção empolga os atletas do Murici, que vão ser observados pela TV por “olheiros” de todo o País. Uma classificação contra o Flamengo seria um feito que teria a força de vencer o tempo em Alagoas. Mordidos de nostalgia, reverenciamos até hoje as jornadas épicas do ASA contra o Palmeiras, em 2002, do Corinthians-AL diante do Atlético-PR, em 2008, e do CSA contra o Santos, em 2009. Assessor de imprensa do Murici, Jailson Colácio, falou sobre a empolgação que toma conta do elenco. “É difícil não pensar na partida de quarta-feira. Vai ser o jogo da vida da maioria de nossos atletas, que lutaram muito para chegar à essa posição e não vão se intimidar diante do Flamengo. A motivação é muito grande e garanto que o nosso adversário vai precisar correr muito para nos vencer. Todos sabem no Murici que esse jogo pode colocar este time e os jogadores na história do esporte alagoano”, declarou.
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Esportes
Carpegiani esboça São Paulo e já aposta em Rhodolfo como titular SÃO PAULO - Antes de ser apresentado oficialmente como reforço são-paulino na tarde de sexta-feira, Rhodolfo mostrou que está em alta com Paulo César Carpegiani. Em treino para definir a equipe que vai enfrentar a Portuguesa hoje, às 16h (de Alagoas), no Canindé, o zaguei-
ro esteve entre os titulares. Carpegiani apostou no 3-5-2, com Rogério Ceni, Rhodolfo, Alex Silva e Miranda; Jean, Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba, Rivaldo e Juan; Fernandinho e Dagoberto. Com a camisa 4, Rhodolfo foi apresentado logo depois da atividade. Ele assinou contrato de
cinco anos e já treina no CT da Barra Funda desde quinta-feira passada. No treinamento, Carpegiani ocupou apenas metade do campo. Um time defendia em um gol e atacava em dois. O treinador, como de costume, gesticulou e orientou em vários momentos.
Rhodolpo assinou contrato de cinco anos com o São Paulo
AGENDA DE HOJE
Guia do torcedor A T U A L I Z A D A Joel precisou mexer no time do Glorioso por causa das ausências de Loco e Marcelo Mattos
Não tem mistério Joel fecha treino para imprensa, mas divulga time do Botafogo para jogo contra o Macaé O Botafogo treinou na manhã de sexta-feira no Engenhão. A atividade foi fechada para a imprensa, entretanto, o técnico Joel Santana, quebrou o clima de mistério, e divulgou a equipe que enfrentará hoje, às 16h (de Alagoas), o Macaé. “O time que vai começar o jogo, será o que vocês viram no treino da quinta. Na vaga do Abreu, entrará o Alex e na do Mattos, entra o Arévalo”, afirmou Joel, que
não contará com Loco Abreu e Marcelo Mattos, ambos suspensos. O comandante alvinegro explicou o porquê de ter decidido escalar Alex, ao invés de Caio, que normalmente é a primeira opção no ataque. “Eu quero dois jogadores mais perto da área. O Alex tem muito potencial, faz bem o pivô, e vem merecendo essa oportunidade de começar jogando”, destacou.
Questionado sobre Caio, que parece ter perdido espaço no time, depois dos comentários no Twitter, Joel despistou: “Não existe isso. A escalação do Alex é só uma questão de opção. O Caio assim como o Everton ficará no banco de reservas e podem nos ajudar no decorrer da partida, até pelas caracterísicas que possuem, de jogar pelos lados e de velocidade”, declarou.
A N T E S D O J O G O
Alagoano 15h15 Sport Santo Antônio x Santa Rita 17h CRB x Murici Alemão 11h30 Colônia x Mainz 13h30 Werder Bremen x Hannover Baiano 13h45 Camaçari x Bahia 14h Fluminense-BA x Bahia de Feira 14h Serrano x Colo-Colo-BA 14h Ipitanga x Juazeiro 14h Vitória x Atlético-BA Espanhol 13h Hércules x Zaragoza 13h Málaga x Getafe 13h Levante x Almería 13h Real Sociedad x Osasuna 15h La Coruña x Villarreal 17h Espanyol x Real Madrid Carioca 16h Flamengo x Resende 16h Nova Iguaçu x Boavista-RJ 16h Americano-RJ x Volta Redonda 16h Madureira x Fluminense 16h Olaria x Bangu 16h Cabofriense x Duque de Caxias 16h Botafogo x Macaé
D E
Mineiro 15h Funorte x Villa Nova-MG 16h América-MG x Ipatinga-MG 16h Guarani-MG x Uberaba
O N T E M
Gaúcho 16h Novo Hamburgo x Grêmio 16h Internacional x Pelotas 16h Caxias x Porto Alegre 16h Lajeadense x Juventude 16h São Luiz x Cruzeiro-RS 16h Ypiranga-RS x Veranópolis
16h Universidade x Inter de Santa Maria 16h São José-RS x Santa Cruz-RS Inglês 14h00 Bolton x Everton Italiano 09h30 Palermo x Fiorentina 12h00 Bari x Genoa 12h00 Brescia x Lazio 12h00 Cagliari x Chievo Verona 12h00 Catania x Lecce 12h00 Cesena x Udinese 12h00 Sampdoria x Bologna 17h45 Juventus x Internazionale Paranaense 15h30 Arapongas x Rio Branco-PR 15h30 Corinthians-PR x Cascavel 16h Paranavaí x Atlético-PR 16h Cianorte x Operário 18h30 Coritiba x Roma-PR Paulista 17h00 Paulista x Corinthians 17h00 Portuguesa x São Paulo 19h30 Mirassol x São Caetano 19h30 São Bernardo x Ponte Preta 19h30 Bragantino x Ituano 19h30 Oeste x Mogi Mirim Pernambucano 17h00 Sport x Náutico 17h00 América-PE x Araripina 17h00 Petrolina x Porto-PE 17h00 Cabense x Santa Cruz-PE 17h00 Central x Vitória-PE 17h00 Salgueiro x Ypiranga-PE Português 14h00 Paços Ferreira x Marítimo 14h00 Naval x Acadêmica 14h00 Rio Ave x Portimonense 16h15 Benfica x Vitória de Guimarães 18h15 Braga x Porto
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Pelo esporte, tudo! Timão da Rádio Jornal visita deputado João Lyra para debater o futebol alagoano Marco Antônio
Luciano Milano
o CSA. Dava muito trabalho, mas era divertido. Gosto muito Repórter de futebol, e todos sabem que Sofrendo com os atuais re- CSA e Fluminense são minhas sultados negativos do CSA, paixões. Hoje, meu contato grande parte da torcida azuli- mais próximo com o futebol na não esquece o nome do de- são os jogos dos meus dois cluputado João Lyra e da época bes, que acompanho pela imem que, sob seu comando, o prensa sempre que possível. Azulão foi vitorioso. A prova Mesmo com as incertezas e surdisso está nas inúmeras liga- presas do futebol, posso garantir que ser dirigente é ções que se escuta de torcedotarefa bem mais tranres para os programas esquila do que a polítiportivos de rádio, peca", brincou o depudindo o retorno dele tado, na visita que reao clube do Mutange. cebeu, na tarde da úlTambém pudera. O João Lyra tima segunda-feira, na deputado, também disse que sede do Grupo JL, em apaixonado pelo Fluacompanha Jacarecica, da equipe minense-RJ, dirigiu o Timão Paixão do TorCSA de setembro de os jogos cedor, da Rádio Jor1979 a 1987. Desse pede CSA e nal. ríodo, João Lyra deu Fluminense Com autoridade ao clube o tricampeopor tudo o que fez nato alagoano de pelo CSA na década 1980, 1981 e 1982. Já de 1980, o deputado em 1984 e 1985, o federal ainda reclamou da maior campeão estaatual fase do clube do Mudual foi bicampeão. Além dessas conquistas, o tange. “Está tudo muito diferente deputado federal foi responsável por três vice-campeonatos em relação à minha época. Vi brasileiros, ainda quando a um jogo do CSA esses dias competição era denominada (contra o Sport Santo Antônio) Taça Brasil. Os títulos foram e não gostei. Sou do tempo em obtidos em 1980, 1982 e 1983, que o CSA ia para o campo e contra Campo Grande-RJ, vencia os jogos”, declarou o deputado. Londrina-PR e Juventus-SP. Atento ao que acontece “Foi uma época boa, de muitas conquistas que tive com também no Fluminense, João
Tony Santos, Miguel Torres, Voney Malta, Marcos Silva, Marcelo Rocha, Walmari Vilela, João Lyra, Jorge Moraes, Oswaldo Barbosa, Alberto Lima, Luciano Costa e Emerson Júnior durante a reunião
Lyra demonstrou sua preferência quando o assunto é dono da camisa 1 do Tricolor das Laranjeiras. “Olha, vi todos os cinco jogos do Fluminense nessa primeira fase do Campeonato Carioca e não gostei do Diego Cavalieri. Prefiro o Berna (Ricardo)”, disse o ex-presidente do CSA. A avaliação de João Lyra se
sustenta no fato de que Cavalieri foi alvo de críticas de parte da torcida do Flu por ter falhado em jogos do Carioca. Já Berna perdeu a vaga para o concorrente, mesmo sendo decisivo no título de campeão brasileiro da equipe em 2010. Ainda no bate-papo descontraído com o Timão da Rádio Jornal, o deputado lembrou que, quando jovem, arriscou
algumas atuações como jogador – na posição de zagueiro. Além disso, comandou, como árbitro, partidas amadoras. “Arrisquei algumas vezes como jogador, como zagueiro, e até que ia bem. Mas nada mais do que isso. Também fui árbitro em outras oportunidades nos jogos amadores do pessoal da usina”, brincou o deputado.
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Missão nacional Atual campeão alagoano, Murici entra na semana da partida histórica contra o Flamengo Página 6
Walmari: Lyra foi um ótimo dirigente
CSA de 1982 foi campeão alagoano e vice na Taça de Prata
Composta pelo coordenador Walmari Vilela, comentaristas Oswaldo Barbosa e Jorge Moraes, os narradores Marcus Silva e Tony Santos, o plantão Emerson Júnior, os repórteres Alberto Lima, Luciano Costa e Marcelo Rocha, a equipe Timão Paixão do Torcedor teve como porta-voz na visita ao deputado João Lyra um dos ícones do radialismo esportivo alagoano, Walmari Vilela, que falou da importância do de-
putado no futebol alagoano, mais especificamente à frente do CSA na década de 1980. “A torcida do CSA tem mesmo que lembrar do deputado João Lyra porque a passagem dele foi extremamente vitoriosa – com títulos estaduais e três vicecampeonatos brasileiros. Por isso, sempre que o CSA, por exemplo, passar por uma fase como a de hoje, os torcedores lembram o nome do João Lyra pelo exce-
lente trabalho feito naquela época. Ele foi um ótimo dirigente, um presidente ousado e também ficou marcado por trazer jogadores como Ênio Oliveira e Vitorino, ambos gaúchos, além do Felipão (Luis Felipe Scolari). O Jacozinho também foi outro atleta que marcou na gestão do João Lyra. Enfim, a passagem do deputado pelo futebol alagoano foi de sucesso e responsabilidade”, declarou Walmari. (L.M.)
CSA e Corinthians-AL já brilharam na Copa do BR Página 4
ASA vai jogar quarta contra o Horizonte Página 5
Lula Castello Branco
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Bianca Bin se prepara para viver a mocinha de Cordel Encantado P谩gina 5
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ASPAS
Jorge Rodrigues Jorge/CZN
“Vai tudo para o peito, o bumbum e o rosto”. Ellen Roche explicando que engordou um pouco de dez anos para cá (“ego.com.br”).
“Consigo dizer eu te amo várias vezes”.
“Eu morreria de vergonha se fosse filha dessa pessoa”.
“Eu mantive todos os meus princípios”.
“Não faria um ensaio nu de novo porque não estou a fim de ficar mostrando o corpo”.
Jorge Fernando, diretor de “Ti-Ti-Ti”, ao revelar que mantém vários relacionamentos amorosos ao mesmo tempo (Revista “Quem”).
Deborah Secco, a Natalie de “Insensato Coração”, ao frisar que, quando fez o filme “Bruna Surfistinha”, não bebeu, não usou drogas e só fumou cigarro sem tabaco (Revista “Rolling Stone Brasil”).
“Tomei um grande susto”.
Milena Toscano, a Manuela de “Araguaia”, ao lembrar do momento em que atropelou dois homens quando ia para as gravações da novela. A atriz teve a visão ofuscada pelo sol depois de fazer uma curva (Revista “Quem”).
“Se tivesse de fazer, eu faria”.
Letícia Birkheuer, em seu Twitter, criticando a atitude de Luiza Brunet, que fez um gesto obceno com as mãos ao perceber que estava sendo fotografada na praia (“ego.com.br”).
Rafael Cardoso, o Jorgito de “Ti-Ti-Ti”, que posou para a revista “gay” “Júnior” na época em que estava em cartaz com o filme “Do Começo Ao Fim”, que narra uma história de amor entre dois meio-irmãos (Revista “Quem”).
“Eu entrei com a bunda”.
Sabrina Sato, apresentadora do “Pânico na TV”, ao ser questionada sobre quem terminou o namoro: ela ou o ex, o deputado Fábio Faria (“ego.com.br”).
Armando Babaioff, o Thales de “Ti-Ti-Ti”, sobre protagonizar um beijo “gay” na tevê (“ego.com.br”).
“Consideramos esse episódio superado”.
“Vi alguma coisa, mas achei puxado demais acompanhar esse pedaço da carreira dele”.
“Mulher adora picuinha e não tenho a menor paciência”.
Claudia Raia, a Jaqueline de “Ti-Ti-Ti”, confessando que teve curiosidade de conhecer um pouco da carreira de ator pornô de Alexandre Frota, com que já foi casada (Revista “Playboy”).
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Mariana Rios, a Nancy de “Araguaia”, explicando o que a faz ter mais amigos homens do que mulheres (“extraonline.com.br”).
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Thiago Rodrigues, que viveu o Zeca de “Tempos Modernos”, sobre o processo que abriu contra a ex, a jornalista Cristiane Dias, por agressão. (“ego.com.br”).
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TELETEMA
OPOSTOS – Depois de viver Claude em "Uma Rosa Com Amor", do SBT, Claudio Lins será José Guerra, um militar e filho de um general linha dura, em "Amor & Revolução", próxima novela da emissora. O ator vai fazer par romântico com Graziela Schmidtt, que viverá Maria Paixão, uma líder estudantil. O tema central da novela, escrita por Tiago Santiago, é o período da ditadura. Ainda não há uma data definida para a estreia.
MUDANÇA – Betty Lago é a nova contratada da Record. A atriz foi escalada
COMÉDIA – "Batendo Ponto" já tem data de estreia na Globo: 3 de abril.
para a próxima novela da emissora, "Vidas em Jogo", de Cristianne Fridman. No folhetim, ela será uma empregada doméstica que fica milionária da noite para o dia. A produção deve ir ao ar em abril.
Antes de virar seriado, a produção foi exibida no fim do ano passado como especial. O programa é protagonizado por Ingrid Guimarães e tem autoria de Paulo Cursino.
VOLTA – Longe das novelas desde sua participação em "Belíssima", Adriana Esteves volta aos folhetins como a paleontóloga Júlia, em "Morde & Assopra", substituta de "Ti-Ti-Ti". Na trama escrita por Walcyr Carrasco, a personagem viverá um romance conturbado com Abner, interpretado por Marcos Pasquim.
PROCURADO – O "reality show" "O Aprendiz", da Record, está garantido na
SUCESSO – Humberto Martins será Leandro, par romântico de Lara, personagem de Susana Vieira no seriado "Lara Com Z", que estreia dia 7 de abril na Globo. O último trabalho do ator na tevê foi em "Escrito Nas Estrelas", quando viveu o bondoso médico Ricardo.
BÍBLICO – "A História de Davi" é o nome da próxima minissérie épica da Record. A produção é uma adaptação de Vivian de Oliveira e terá, inicialmente, 25 capítulos. A estreia deve acontecer no começo de 2012.
grade deste ano. A produção, apresentada por João Dória Junior, vai ser exibida entre os meses de outubro e novembro. A próxima edição do programa busca um profissional com perfil empreendedor.
DESTAQUE – No dia 13 de março, a Globo exibe, pela primeira vez, uma corrida de "Fórmula 1" em alta definição. As futuras apresentações da categoria seguirão com a mesma qualidade. A prova desta temporada será no pequeno estado Bahrein, localizado no Golfo Pérsico. TRABALHO – O autor da novela "Ribeirão do Tempo", Marcílio Moraes, nem terminou seu folhetim e já está com trabalho em vista. Ele vai escrever um novo seriado policial ambientado na cidade do Rio de Janeiro. A data de estreia ainda não foi definida.
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MAPA DA MINA Por Natalia Palmeira
VOLTA ÀS AULAS
NOVA CHANCE
SÉTIMA ARTE
(Record, dom, 15 h)
(SBT, seg, 20:15 h)
(MTV, qui, 19:45 h)
A plateia do programa "Eliana" poderá tirar dúvidas no quadro "Ciência em Show". O trio vai fazer uma experiência especial de volta às aulas. Na última etapa da "Max Olimpíadas", o vencedor vai ganhar um carro zero.
Estreia a segunda temporada do "Cantando no SBT". Misturando candidatos repescados da primeira fase e novos, o programa segue com a mesma fórmula. O músico Afonso Nigro continua avaliando o talento das crianças e Yudi e Priscila ainda estão no comando. A dupla sertaneja mirim, Victor e Vitória, é convidada do primeiro programa.
O "Cultura Ponto a Ponto" exibe os melhores programas de 2010. Nesta quinta, privilegia o cinema e mostra o ponto carioca "Arte no Porto", que funciona no armazém número 5, da Praça Mauá, no Rio de Janeiro.
MÉDICO IRREVERENTE (Record, sex, 23:55 h)
ESTREIA (Globo, dom, 1 h)
DE OLHO Estreia a nova temporada de "Arquivo Morto". No primeiro episódio, um atentado contra Lilly leva o Major Moe Kitchener até o tribunal. Tomada pelo sentimento de impunidade, Lilly planeja fazer justiça com as próprias mãos.
(TV Brasil, ter, 22 h) O "Observatório da Imprensa" dá continuidade à série de reportagens gravadas na Espanha sobre comunicação mundial e entrevista Javier Moreno, diretor do "El País". Eles falam sobre a linha editorial do jornal espanhol e sua expansão para além dos domínios do país de origem.
SHOW DE VERÃO
Dividido em dois, a segunda parte do primeiro episódio da sexta temporada de "House" é exibida nesta sexta. O episódio dá continuidade ao programa de desintoxicação de Dr. House. Com a esperança de ter a sua licença médica de volta no final do tratamento, ele tenta encurtar sua estadia no hospital psiquiátrico por meios não-convencionais.
AXÉ (TV Brasil, sab, 20 h)
(MTV, seg, 22:30 h)
BOLA O Paralamas do Sucesso encerra a temporada do "Luau MTV". No programa comandado por Bia e Branca, a banda toca muitos de seus sucessos e também músicas do último disco, "Brasil Afora".
(Globo, qua, 21:50 h) Nesta quarta, começa a primeira fase da "Copa do Brasil 2011". Os times Murici, de Alagoas, e Flamengo, do Rio de Janeiro, se enfrentam.
O "Segue O Som" recebe o cantor Carlinhos Brown para um café com Mariano Marovatto. Durante o papo, o baiano revela os artistas que o influenciaram, fala de antigos e recentes trabalhos e de sua parceria com o sogro, Chico Buarque.
Rapidinhas # O "Conexão Repórter" volta à grade do SBT neste domingo. Com 25 minutos de duração, o programa vai ao ar antes do "De Frente com Gabi". (SBT, dom, 23:35 h)
# O "Comentário Geral" fala sobre a forma. Formação muscular, boa forma, reforma, todas as variantes da palavra são abordadas no programa. (TV Brasil, qua, 19:30 h)
# O "Sustentáculos" abre a discussão "De Onde Vem a Água que Você Bebe?". (TV Brasil, seg, 20:30 h)
# No novo episódio de "Aline", a personagem principal enfrenta as dificuldades de pagar as contas e ainda tem de lidar com o fim do casamento dos pais. (Globo, qui, 22:50 h)
# Com a companhia de Leo Jaime, Fernanda Lima fala sobre sexo de maneira bem humorada no "Amor e Sexo". (Globo, ter, 23:30 h) # Gilmelândia recebe o produtor de moda Matheus Mazzafera para transformar mais uma convidada no quadro "A Patroa é Um Avião". (RedeTV!, qua, 22 h)
# Glória Pires é a entrevistada do "Arte com Sérgio Britto". A atriz fala de suas experiências com o cinema nacional, no qual foi campeã de bilheteria com longas como "Se Eu Fosse Você" e o sucesso de crítica "É Proibido Fumar". (TV Brasil, sab, 20 h)
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PRIMEIRA MÃO
Em seu terceiro papel na tevê, Bianca Bin prepara-se para viver protagonista de Cordel Encantado Por Luana Borges PopTevê
Alguns atores veem sua carreira deslanchar rápido. Foi o caso de Bianca Bin. A atriz estreou na tevê como a protagonista da temporada de 2009 de "Malhação". No ano seguinte, viveu a Fátima de "Passione". E, antes do fim da trama de Silvio de Abreu, já estava escalada para interpretar Açucena, a mocinha de "Cordel Encantado", próxima novela das seis da Globo. "Estou emendando uma coisa na outra, mas estou muito ansiosa. Quero começar a gravar logo", empolga-se. A vontade de dar vida à nova personagem, no entanto, não disfarça a insegurança que Bianca sente. Mas é justamente nesse "frio na barriga" que ela vê graça. "Gosto de ter essa sensação de caminhar na beira do abismo porque isso é que me impulsiona, me tira do lugar confortável e me faz evoluir como profissional", explica. Essa ansiedade toda veio à tona quando Bianca fez o teste para o novo papel. Isso porque a resposta positiva só veio quinze dias depois. Tempo suficiente para a atriz ficar apreensiva. "Teste é sempre a mesma coisa. As pessoas vinham me falar que o meu tinha sido bom. Eu disse: 'Gente, não quero ouvir mais nada'", recorda, aos risos. Na história, Bianca interpreta uma cangaceira que descobre ser, na verdade, uma princesa. Depois que essa revelação acontece, o nome da personagem passa a ser Aurora. E essa não é a primeira vez que Bianca encarna jovens que pensam ser uma coisa e são outra. A Marina de "Malhação" achava que era filha de um homem, mas era de outro. Já a Fátima de "Passione" passou parte da história acreditando ser filha de sua avó. Essas vivências na ficção, de certa maneira, ajudam Bianca a entender como será a cena em que Açucena descobrirá sua verdadeira identidade. "São sequências tensas e dramáticas, que exigem um pouco mais de concentração da gente", acredita. A diferença é que, dessa vez, trata-se de uma fábula e não de uma história contemporânea. Por isso mesmo, Bianca não se preocupa em encontrar um compromisso com a realidade na hora de criar a personagem. "Acho que a composição da Açucena vai ser mais por 'feeling' e pelo que o texto me dá como elemento", conta. Além disso, a atriz está se dedicando às aulas de equitação e de prosódia. O sotaque, inclusive, é parte fundamental do processo. "Considero o sotaque 50% da caracterização", avalia. A ideia é falar de uma maneira que tenha influências de Pernambuco e da Paraíba. Para isso, Bianca está escutando algumas músicas do cantor pernambucano Lenine e viu entrevistas do escritor paraibano Ariano Suassuna. "Estamos fazendo uma mistura para deixar uma coisa equalizada para o elenco inteiro", ressalta. "É mais uma filosofia do vocabulário, da língua, do ritmo da fala. É um estudo do sotaque", completa. O papel de Açucena, inicialmente, seria interpretado por Paola Oliveira, que teve de entrar às pressas em "Insensato Coração" no lugar de Ana Paula Arósio. Mas Bianca não se sente substituindo Paola. Ainda mais porque, quando um ator do elenco é trocado, vários outros podem ser realocados de outra maneira dentro da história. "Estou tentando criar a minha versão da Açucena. Não estou encarando como uma substituição da Paola para buscar alguma coisa que ela faria", frisa ela, que prefere não eleger nenhum trabalho como o mais marcante. Para a atriz, as duas personagens que interpretou na tevê tiveram a mesma importância. "A gente começa de um jeito e não tem como terminar da mesma forma. Cada ciclo de trabalho é uma grande mudança para mim", filosofa.
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TV POP NADA DE DRAMA - Mesmo oito anos depois, a sofrida Salete, personagem interpretada por Bruna Marquezine em "Mulheres Apaixonadas", ainda é lembrada pelos telespectadores. Por isso mesmo que é comum a atriz ouvir expressões de surpresa quando sai às ruas. "As pessoas se surpreendem com o meu tamanho, dizem: 'Nossa! Como você cresceu!'", conta ela, que em "Araguaia" abandonou os ares de menina sofrida ao interpretar a Terezinha. "Ela não carrega esse drama por ser órfã. Estou adorando fazer essa personagem, que é moleca e brincalhona", destaca.
DE VOLTA - Fernanda de Freitas vai voltar em nova série. A atriz está no elen-
DIRETA - Pedir para integrar o elenco das próximas novelas através do Twitter
co de "Tapas e Beijos", produção que entrará no horário de "Casseta & Planeta, Urgente!". Na história, ela será Flávia e vai contracenar com Andrea Beltrão e Fernanda Torres. Para compor a personagem, Fernanda alongou os cabelos e fez mechas louras.
dos autores está virando moda. Tatyane Goulart mandou um recado para Aguinaldo Silva dizendo que gostaria de fazer a próxima novela dele. No ano passado, a atriz interpretou a problemática Vanessa em "Cinquentinha", minissérie escrita pelo mesmo autor.
DE BEM COM A BALANÇA - Do início das gravações de "Ti-Ti-Ti" para cá,
DEDICAÇÃO INTEGRAL - Desde que começou a gravar "Amor e
Claudia Raia já perdeu sete quilos. A perda de peso, no entanto, não era uma preocupação para a intérprete da extravagante Jaqueline. Por causa de crises de enxaquecas, a atriz mudou os hábitos alimentares e, de quebra, emagreceu. A alimentação de Claudia agora é restrita a alimentos compatíveis com seu tipo sanguíneo. Além da dieta, ela mantém a boa forma com musculação e balé e ainda alia tudo isso a uma agitada rotina de trabalho.
Revolução", Graziela Schmitt está com uma rotina agitada. Além de protagonizar a trama, a atriz é moradora do Rio e tem de viver na ponte aérea para São Paulo, onde grava as cenas. "Na verdade, estou morando em São Paulo e vindo para o Rio. Fico mais tempo lá", conta, em tom bem-humorado. Por causa da agenda cheia, Graziela teve de abandonar os projetos no teatro. "Agora tenho de me dedicar à novela. Penso em voltar para o teatro e cinema, mas só depois que 'Amor e Revolução' acabar", ressalta.
CARNAVAL - A Band está montando uma mega produção para transmitir as principais festas de Carnaval deste ano que acontecem em Salvador, Recife, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo. Adriane Galisteu, Patricia Maldonado, Luize Altenhofen e Luciano Faccioli são alguns dos nomes escalados para comandar as transmissões. A programação da emissora, inclusive, vai apresentar uma série de programas especiais sobre a folia nos quatro domingos que antecedem o Carnaval.
DA MODA PARA A MÚSICA - Antes de ser "VJ" da MTV, Monique Olsen batalhava como modelo. Integrar a trupe da emissora já era um sonho desde criança. Por isso, no ano passado, a catarinense de 20 anos fez vários testes até que passou. O corpo magro exibido nas apresentações de biquíni do "Top 10 de Verão" é genética. Boa de garfo, ela adora batata frita, pastel e chocolate. Mas para manter os 60 quilos distribuídos em 1,80 metros, Monique procura balancear com verduras e comidas saudáveis.
TELONAS - Desde que estreou como atriz, Isis Valverde sempre quis fazer cinema. Pois bem, chegou a hora. A moça vai estrear nas telonas protagonizando o longa baseado na música "Faroeste Caboclo", do Legião Urbana. Escrita pelo músico Renato Russo, a letra conta a história de João de Santo Cristo, um homem que deixa a Bahia e segue para Brasília para traficar drogas, mas se apaixona por Maria Lúcia, que será interpretada por Ísis. COLORIDAS - O figurino de Bia e Branca Feres para apresentar o "Luau MTV" é um caso à parte. Sempre com maquiagem, unhas e roupas bem coloridas, as gêmeas se divertem com o visual. "A gente adora se vestir assim e meio 'riponga'. Às vezes, damos algumas sugestões de roupas", conta Branca. "O pessoal do figurino arrasa. Sempre tem peças diferentes e novidades para usarmos", ressalta Bia.
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EM FOCO
Bianca Rinaldi analisa a trajetória de Arminda em Ribeirão do Tempo Por Natalia Palmeira PopTevê
Ver Bianca Rinaldi na pele da pernóstica Arminda de "Ribeirão do Tempo" chega a ser curioso. Desde que interpretou sua primeira protagonista – em 2001 ela viveu a doce Ludmilla de "Pícara Sonhadora" do SBT –, a atriz era frequentemente escalada para o papel da mocinha nas tramas. Na novela escrita por Marcílio Moraes, Bianca encarna uma mulher autoritária, arrogante e fria. Por conta dessas características e visual louríssimo e sempre impecável, à primeira vista a personagem poderia muito bem ser classificada como uma vilã na história. Mas, no decorrer dos já nove meses de novela no ar, a Arminda apresentou um lado mais sensível desde que se apaixonou pelo atrapalhado Joca, de Caio Junqueira. "Não sou atriz só para fazer mocinhas. Acho muito bom poder diversificar e interpretar uma mulher desagradável como a Arminda", comemora. Apesar de o trabalho ter sido uma novidade na carreira de Bianca, encontrar o tom da personagem não custou muito tempo. O figurino formal e os cabelos claros foi o suficiente para a atriz encarnar a empresária esnobe e fria. "A personalidade da Arminda sempre foi muito bem definida e o Marcílio tem uma maneira de apresentá-la muito interessante. Ele não entregou a Arminda de cara. O visual me ajudou a encontrar essa frieza", ressalta. O jeito austero de Arminda, no entanto, vem sido quebrado com cenas cômicas protagonizadas ao lado de Caio Junqueira. Além de dar um ar mais humano para a personagem, serviu ainda para conquistar o público. "A gente também se diverte muito fazendo. Acho que isso é transmitido para o público. No estúdio também temos uma resposta imediata", destaca, contando que as cenas arrancam risos da equipe durante as gravações. Com uma audiência média de 15 pontos de audiência, a trama da Record foi estendida e ficará 11 meses no ar. O ritmo intenso de gravações e longo período dedicado ao trabalho não é, em nenhum momento, um fardo para Bianca. Ao contrário. A atriz faz questão de deixar claro que gosta da rotina pesada de uma protagonista. "Me dou bem com esse ritmo. Gosto de ser protagonista. Quando estreei no SBT gravava cerca de 30 cenas por dia. Quando tinha uma folguinha pensava: 'ih, caramba... Cadê a minha história?'", conta ela, sem esquecer que interpretar o papel principal de um folhetim também traz consigo o peso da responsabilidade. "Ao mesmo tempo, tenho consciência que uma novela não depende só da protagonista. O sucesso depende do conjunto. Eu procuro dar o meu melhor e me dedico 100%", destaca. A estreia de Bianca como atriz foi no filme "Lua de Cristal", quando ainda era paquita da Xuxa, em 1990.
Voltar a investir no cinema está nos planos da atriz depois que se despedir de "Ribeirão do Tempo". "Quando se está fazendo novelas fica muito difícil conciliar. Quero batalhar atrás de outros projetos fora da tevê", explica, que antes disso pretende viajar com a família de férias. No segundo semestre, ela quer voltar aos pal-
cos com o espetáculo "Tudo de Mim", escrito por Emílio Boechat e Petrônio Gontijo. "Essa peça é muito especial. Foi escrita a partir de uma ideia minha e do Petrônio para falar sobre relacionamento. É uma história que tem 60% de comédia e no restante as pessoas se debulham de chorar", adianta.
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PERSONAGEM DA SEMANA
P - Em 2008, na novela "Beleza Pura", de Andréa Maltarolli, você viveu Klaus, um jovem impulsivo, arredio e indisciplinado. O que lhe atraiu no seu atual personagem Jorgito de "TiTi-Ti", tido inicialmente como um jovem de classe alta e inconsequente? R - O Jorgito é um personagem diferente de tudo que eu já tinha feito. O "playboy", o "badboy" a principio que talvez teria uma redenção. Ou não. Quando eu soube, eu pensei "cara, vai ser divertido demais". Ainda mais porque eu nunca tinha trabalhado com Jorginho Fernando. P - Como você reagiu quando o perfil do seu personagem foi se alterando para um comportamento mais brando e menos cafajeste? R - Para nós atores é sempre interessante quando ocorre alguma mudança com o personagem. Uns dos baratos da novela é este de você não saber para o onde o personagem vai, o que vai acontecer. Começa de um jeito e termina de outro completamente diferente e você não tem a noção de como isso vai ocorrer. Você faz um filme e sabe o que vai se passar com seu personagem por inteiro, em uma minissérie também, mas em novela não. Ali você tem de construir seu personagem acreditando que pode mudar para outra coisa daqui a alguns capítulos. P - Geralmente este caminho de redenção acontece no final. Isso de alguma forma te confundiu? R - Sim, eu já me perguntei: "O que vai acontecer com o Jorgito? Será que essa redenção foi cedo para ter outra mudança?". Eu não sei para onde vai, eu espero que mude de novo (risos). Espero que vá para outro lugar, que volte para este, que não fique no mesmo lugar, acho bacana porque dá até mais ânimo. Paro e penso "putz, como é que faço agora?", "como faço para mudálo, mas sem perder o personagem que já existia antes?".
Rafael Cardoso mostra segurança da pele de Jorgito em Ti-Ti-Ti Por Gabriel Sobreira PopTevê
Os olhos claros e os cabelos loiros de Rafael Cardoso lembram os traços do arquétipo do herói. O intérprete do prestativo Jorgito de "Ti-Ti-Ti" admite que a aparência ajuda em personagens de destaque. Mas deixa claro que não quer ficar apenas nisso. "Espero fazer coisas diferentes. Não quero ficar preso neste estereótipo de galã. Não me incomoda, mas acredito que nosso trabalho é muito maior e não dá para se prender a isso", atesta. Antes de ingressar na carreira de ator, Rafael já foi jogador de futebol do clube Grêmio Porto Alegrense, estudou Engenharia Ambiental aproximadamente um
semestre, mas foi aos 15 anos, durante um comercial para televisão, em Porto Alegre – cidade natal do ator –, que ele descobriu a carreira que gostaria de seguir. "É atuar o que eu quero fazer", relembra, aos risos. No começo da trama de Maria Adelaide Amaral, o personagem de Rafael era um perfeito "playboy" e mulherengo. Com o passar dos capítulos, a mudança do perfil foi nítida. Jorgito começou a trabalhar na fábrica da mãe, virou "conselheiro" da irmã que sofria de desilusão amorosa e, até agora, encontrou sua cara-metade. "Era divertido interpretar o Jorgito mulherengo. Quando se faz um canalha assim é mais divertido porque não é a mesma coisa sempre. Não que ele não seja legal agora, mas está mais maduro e também é divertido", destaca.
P - Você é muito crítico com seu desempenho na tevê? R - Sou bastante critico. Estou aprendendo a me desapegar agora. Acredito que sempre podemos melhorar, mas sempre tenho em mente: "esse era o melhor que eu podia fazer naquele momento", que eu fiz o melhor que podia ter feito ali. Não posso me sabotar, é o que eu podia fazer. Foi o que eu entendi que tinha de ser feito naquele momento. Eu gosto de me ver no ar e assisto justamente para ver o que está bom e o que eu posso melhorar. Todo veiculo tem sua técnica e acredito que estou aprimorando a minha na televisão. E vou aprimorar até morrer.
ANIVERSÁRIOS DA SEMANA DE 13 A 19 DE FEVEREIRO 13/02 – Mateus Rocha, 36 anos. 14/02 – Douglas Simon, 38 anos. 15/02 – Sílvia Bandeira, 61 anos. 16/02 – Íris Brüzzi, 76 anos, Chico Díaz, 56 anos. 17/02 – Isis Valverde, 24 anos. Nesta data, há 28 anos, foi ao ar o último capítulo de "Eu Prometo". A novela foi escrita por Janete Clair, com a colaboração de Glória Perez e dirigida por Dennis Carvalho e Luís Antônio Piá. A trama aborda a história do
deputado Lucas Cantomaia (Francisco Cuoco), um jovem que herdou do pai muito dinheiro e a paixão pela política. Ele se apaixona por Kelly (Renée de Vielmond), uma fotógrafa que o faz renunciar alguns de seus sonhos em nome do amor. O que ele não espera é que seu grande rival político Horácio Ragner (Walmor Chagas) é muito próximo de Albano Morais (Ney Latorraca), um de seus assessores de maior confiança. Traição, vingança, moralismo, ambi-
ção e falcatruas são alguns dos elementos do folhetim ambientado no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Malu Mader, Kadu Moliterno, Célia Nobre, Rogério Fróes, Marcos Paulo, entre outros, também faziam parte do elenco. 18/02 – Christiane Torloni, 54 anos, Priscila Fantin, 28 anos. 19/02 – Evandro Mesquita, 59 anos, Carolina Pavanelli, 24 anos.
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A SEMANA DAS NOVELAS MALHAÇÃO - Rede Globo - 17h15 Segunda (14/02) - Catarina decide entrar no carro de Raquel para conversar. Catarina evita que Raquel bata com o carro. Raquel deixa a irmã a pé em um lugar deserto. Josiane fica contrariada porque a produtora a colocou para entregar filipetas na rua e se esconde de Cadu, envergonhada. Catarina reclama com Raquel, que é defendida por Duda. Raquel derrama um copo de suco no vestido que Catarina não queria que Duda usasse no ensaio fotográfico. Raquel insinua que Catarina derramou suco no vestido que Duda iria usar em suas fotos.
Terça (15/02) - Duda se enfurece com Catarina. Catarina reclama de Raquel para Babi e lamenta não poder contar para Cláudia o que aconteceu. Cadu desmente Josiane ao ouvi-la falar sobre o seu trabalho como modelo e ela pede que ele não conte para ninguém que a viu distribuindo filipetas. Anita se declara para Maicon e confessa que Anísio não é seu pai. Eric e Fred se desculpam com Pedro e Theo, mas os irmãos não aceitam o pedido de desculpas de Lúcio quando ele se aproxima. Catarina aborda Raquel quando ela chega ao colégio.
Quarta (16/02) - Raquel confessa a Catarina que só está namorando Pedro para magoá-la. Fausto fica atônito quando Catarina revela a verdade sobre o acidente de Fred. Catarina pede para Fausto se desculpar com Theo. Maicon e Babi se disfarçam para tentar localizar Anita, mas são reconhecidos por Dodói. Rogério avisa a Duda que ela vai desfilar e Josiane fica com inveja. Lorelai se fantasia para Theo, que cai na gargalhada. Maicon chega à sede do time rival do Nacional, mas é barrado na entrada pelos seguranças. Raquel afasta Pedro quando ele começa a beijá-la.
Quinta (17/02) - Raquel tem uma crise e afirma a Pedro que não vai dormir com ele. Pedro tenta acalmar Raquel, que tem uma crise nervosa. Maicon e Babi se beijam. Maicon descobre que estava sendo enganado por Anita, Anísio e Carlito e é preso pelos dois, junto com Babi, na sede do time rival. Pedro pede para falar com Catarina sobre Raquel, sem perceber que ela observa os dois. Os integrantes da torcida tentam obrigar Maicon a beijar a bandeira do tricolor. Raquel ameaça Catarina para ela se afastar de Pedro e diz que vai fazer com que ela seja expulsa do colégio.
Sexta (18/02) - O pai de Babi chega à sede do time rival com a polícia e ela se irrita com Maicon por não tê-la avisado que a ajuda estava a caminho. Catarina encontra Raquel em seu quarto e percebe que a joia que Pedro sumiu. Catarina arranca seu colar do pescoço de Raquel. Lorelai e Theo ficam desanimados com a chegada de Seu Pintinho. Geraldo fica sem graça com a cobrança que Lurdes faz por ele não ter conversado com Theo. Raquel chega ao colégio com o braço aparentemente quebrado e hesita em falar o que aconteceu para Pedro.
ARAGUAIA - Rede Globo - 18h Segunda (14/02) - Manuela consegue enganar Max e Amélia vai ao encontro de Vitor. Lenita demonstra interesse por Pimpinela. Vitor cobra uma atitude de Amélia em relação a Max. Ruriá e Estela fazem um ritual de aniversário. Manuela garante a Solano que vai ajudá-lo a encontrar Gabriel. Mariquita manda Aspásia fazer os doces para o aniversário de Madalena. Padre Emílio conta uma lenda indígena para as crianças e deixa Madalena pensativa. Glorinha e Terê seguem Neca e descobrem o seu segredo.
Terça (15/02) - Glorinha e Terê se emocionam com o circo montado por Neca. Estela vê o carro de Max passar na estrada e avisa a Solano e Manuela. Pérola sugere a Cirso que o nome da filha que vai nascer seja Cristal, mas ele não gosta da ideia porque o lembra da explosão da mina. Yvete, uma catadora de papelão, lê a notícia sobre a procura de Gabriel e avisa ao Cabo de Esquadra. Madalena olha pelo telescópio e vê uma estrela se transformar em uma índia karuê. Yvete liga para Solano e fala sobre o anúncio do jornal.
Quarta (16/02) - Solano implora que Yvete lhe dê alguma notícia de seu avô. Max pede que Veloso siga Amélia. Manuela garante a Amélia que conseguirá uma modelo famosa para estampar a capa de seu calendário de bijuterias. Manuela sugere que Amélia pose para a capa do catálogo. Vitor admira a sessão de fotos de Amélia. Nancy descobre que Salatiel está usando um nome falso e pensa em como atraí-lo para uma armadilha. Veloso relata para Max o que aconteceu na sessão de fotos de Amélia. Max invade o quarto da esposa, que reage e o ameaça.
Quinta (17/02) - Amélia sai de casa desesperada. Max guarda provas que incriminam Amélia. Max liga para um comparsa. Dora pensa em se aconselhar com Ricardo para conseguir engravidar. Padre Emílio conversa com Terê sobre Madalena. Manuela tenta induzir Amélia a contar o que aconteceu entre ela e Max. Solano fala para Mariquita que vai viajar para Belo Horizonte atrás do avô. Manuela e Fred insistem para que Amélia e Vitor saiam da operadora para ver as fotos. Amélia e Vitor ficam juntos.
Sexta (18/02) - Max chega à estalagem acreditando que flagrará Amélia e Vitor juntos e fica desconcertado ao ver Amélia em reunião com Vitor, Fred e Manuela. Dora volta para casa e encontra Geraldo à sua espera. Yvete fala para Solano que precisa pedir a permissão do Cabo de Esquadra para levá-lo ao seu encontro. Manuela procura Estela para entregar seu cachê e vê a índia fazendo um ritual. Ela ouve Estela dizer que só ela pode salvar a vida de Solano. O gaúcho ouve o grito de Estela e sente dificuldade para respirar.
Sábado (19/02) - Janaína convida Nancy para ser sua madrinha de casamento. Yvete impõe que Solano faça uma consulta com um cardiologista antes de levá-lo para ver o Cabo de Esquadra. Doutor Carlos revela a Solano que ele tem um grave problema cardíaco. Padre Emílio pede para Terezinha levar Irmã Dulce para descansar no quarto. Manuela diz a Terê que acredita que precisa se afastar de Solano para que Estela possa salvar a vida dele. Solano se assusta ao ser surpreendido por Cabo de Esquadra.
Sexta (18/02) - Edgar sugere que Marcela volte a morar com ele. Marcela encontra Renato na Editora. Mabi descobre que a separação é uma farsa. Marcela sai da Editora abalada e cruza com Isabel. Valquíria revela para a avó e os irmãos que Jacques é pai de Amanda. As clientes de Valentim descobrem que ele não é bruxo e destroem o ateliê do espanhol. Jacques encontra o ateliê de Jaqueline lotado. Júlia procura Marta para falar dos direitos de Amanda. Renato se muda e Isabel aparece em seu novo apartamento.
Sábado (19/02) - Marcela confessa para Julinho que está dividida. Francis conta para Luísa que Renato e Marcela se separaram. Thaísa finge que se machucou e busca atendimento no hospital de Eduardo. Renato vai ao apartamento de Marcela para pegar seu desenho e mima Paulinho. Amanda confessa para Ariclenes que foi ela quem entregou o croqui do vestido de Valentim para Jacques. Armandinho agarra Desirée. Stéfany se insinua para Jorgito. Edgar chega à casa de Marcela e vê Renato.
Sexta (18/02) - Norma parte em direção ao carro, mas Léo consegue fugir. Norma dá a placa do carro onde Léo estava para o delegado Rubens. Pedro sofre ao pensar em Marina. Henrique fica encantado com Marina. Pedro evolui nas sessões de fisioterapia. Andressa manda Patrick se esconder quando Cortez chega em sua suíte. Haidê vai à casa de Carol. Natalie implora para Roni conseguir um convite para a festa de Helmut Borman. Borges e Wanda tentam convencer Raul a se retratar publicamente a Werner. O juiz informa que já tomou sua decisão sobre o processo.
Sábado - (19/02) - Raul é condenado e Werner sorri vitorioso. Patrick convence Andressa a conseguir um convite para a festa de Helmut. Marina desdenha Henrique ao chegar à festa e Carol a critica. Cortez chega à festa acompanhado por Clarice e Paula. Andressa também vai à festa. Bibi se insinua para Douglas. Léo tenta convencer Pedro a desistir de Marina. Clarice e Paula veem Andressa e ficam aflitas. Paula leva Andressa para fora da festa e Cortez exige que ela vá embora. Patrick tenta confortar Andressa e Bibi flagra os dois aos beijos.
TI-TI-TI Segunda (14/02) - Edgar convence Luísa a entrar na clínica. Julinho rejeita Thales. Thaísa beija Eduardo. Luti pede um tempo a Camila para desfazer o mal entendido com Valquíria. Luísa planeja se vingar de Marcela. Jaqueline chega ao seu ateliê com Ariclenes e encontra Jacques. Marcela tem um pesadelo com Luísa e Renato a acode. Julinho fala sobre Thales com Marcela. Nicole fica furiosa com a entrevista de Stéfany na internet. Luti se encontra com Valquíria na faculdade e revela que rompeu com Camila. Marcela e Renato se beijam.
Terça (15/02) - Renato e Marcela se entregam à paixão. Thales desabafa com Jaqueline, mas não revela que gosta de Julinho. Nicole expulsa Stéfany de casa e ela pede abrigo à Dona Mocinha. Uma cliente chega ao ateliê de Valentim pedindo para ver o bruxo espanhol e Mário se faz passar por ele. Amanda revela para Marta que já sabe que é filha de Jacques e confessa que copiou o vestido de Valentim. Clotilde sugere a Jacques que eles simulem uma separação para enganar Jaqueline. Giancarlo conta para Alex que ameaçou deserdar Renato para forçá-lo a ficar com Marcela e ela ouve.
Quarta (16/02) - Marcela decide ir embora e Renato se desespera. Marta não perdoa a traição de Amanda. Eduardo conta para Julinho que Thaísa o beijou. Marcela rompe o acordo com Giancarlo e avisa que vai embora da mansão com Paulinho. Clotilde incentiva Valquíria a reatar com Luti. Renato surpreende Marcela ao avisar que ele está saindo de casa e que a Editora voltará a ser de Gustavo. Ariclenes chega ao seu ateliê e encontra clientes querendo se consultar com o bruxo Valentim. Thales faz uma nova abordagem a Julinho. Renato sai de casa.
Quinta (17/02) - Ariclenes expulsa as clientes do ateliê. Camila diz a Valquíria que não se afastará de Luti. Thales pede a Julinho para ser seu amigo. Clotilde arma um escândalo com Jacques no restaurante e os fotógrafos registram tudo. Jaqueline insiste em saber quem é a paixão de Thales, mas ele se esquiva. Edgar pede a Giancarlo o endereço de Marcela. Valquíria ouve Luti conversando com Gabriela e descobre que Amanda é sua irmã. Jacques comunica à família que ele e Clotilde decidiram se separar. Edgar aparece no apartamento de Marcela.
Insensato Coração - Rede Globo - 21h Segunda - (14/02) - Pedro e Irene conversam no hospital. Cecília e Zuleica tentam convencer Júlio a visitar Leila. Marina comenta com Bibi que contratará Júlio. Natalie discute com a esposa de Newton. Irene lê o cartão das flores que Marina enviou para Pedro no hospital. Pedro faz fisioterapia. Marina telefona para Pedro e Irene atende a ligação. Roni consegue fazer com que a revista cumpra o contrato com Natalie. André diz a Carol que eles precisam se afastar. Marina chega ao hospital e observa Irene e Pedro. Léo também vê Irene cuidando de Pedro.
Terça - (15/02) - Marina deixa o hospital com Léo. Carol se declara para André. Irene joga fora as flores que Marina deu para Pedro. Nando diz para Irene que ela voltará com ele para Porto Alegre. Depois de retirar o dinheiro de Norma do banco, Dalva morre e Celso foge. Roni acompanha Natalie em sua nova sessão de fotos. Pedro afirma a Silvio que nunca vai esquecer Marina. Norma descobre que Dalva está morta. Leila aceita almoçar com Afonso. Clarice confidencia a Vitória que seu marido está tendo um relacionamento extraconjugal com uma moça mais jovem.
Quarta (16/02) - Bia conversa com Cortez para tentar confirmar o seu relacionamento com Andressa. Clarice observa o relacionamento de Cortez com Rafa e fica comovida com a amizade entre pai e filho. Raul e Wanda trocam olhares ao ouvir Pedro falar animado sobre o casamento dos pais. Eunice fica eufórica ao saber do telefonema de Marina para Júlio. Wanda pede para Raul desistir de sair de casa por causa de Pedro. Norma descobre que sofreu um golpe de Dalva e Celso.
Quinta (17/02) - Pedro manda Irene ir embora. Marina contrata Júlio. Zuleica assina a documentação para abdicar de sua parte no apartamento de Luciana e Pedro. Rubens e Clóvis pedem para Norma reconhecer o corpo de Dalva no IML. Pedro pede para Werner retirar o processo contra Raul e afirma que ele também é culpado pelo acidente com o avião. Gabino dá o telefone de Haidê para Carol e Alice. Léo comenta com Zeca que vai tentar conseguir dinheiro com Afrânio. Norma vê Léo na rua ao sair do IML.
RIBEIRÃO DO TEMPO - Record - 22h00 Segunda (14/02) - Karina diz que quer participar da revolução que Flores está preparando. Lincon se arrepende, chama o filho para uma conversa e pede que ele tenha cuidado com Ajuricaba. Flores diz a Sereno que pretende explodir a prefeitura. Jorge propõe aos operários irem para cidade fazer uma passeata. Karina diz a Zuleide que mandou as fotos para Filomena. Virgílio recebe a encomenda de Filó e põe no quarto dela. Filó chega à prefeitura e Sancha diz a ela que o pai foi até o canteiro tentar resolver a situação com os operários.
Terça (15/02) - Querêncio volta para a prefeitura e é recebido por Sancha e sua filha. Decepcionado, ele conta que esperava outra reação dos operários e Sancha lembra que ele não faz mais parte do povo. Arminda pede ajuda á polícia para proteger a empresa. Os operários invadem a prefeitura. Ellen e Virgínia tentam acalmar os operários. Sereno põe uma caixa de madeira com a bomba embaixo de um móvel. Ajuricaba entra no gabinete, mas Querêncio diz que já está tudo resolvido. A bomba e explode e todos ficam apavorados.
Quarta (16/02) - Querêncio, Ajuricaba, Sancha, Jorge e os outros ficam nervosos com toda a fumaça. Sancha acha uma mulher ferida, reconhece Ellen e pede ajuda para socorrê-la. Filomena pede explicações sobre as fotos de Karina e Tito. Guilherme, Carmem, Virgínia e Ajuricaba aguardam notícias sobre Ellen. Filó arruma uma mala e lembra da conversa que teve com Tito aos prantos. Querêncio e Marisa assistem ao programa de Ari e ele diz que anotará tudo para devolver na hora certa.
Quinta (17/02) - Filomena e Arminda decidem ir até o hospital ver Ellen. Querêncio diz a elas que não poderão vê-la, pois o estado dela é grave. Tito vai até a casa de Karina e Nicolau vai para cima dele. Os dois começam a brigar. Teixeira conta a Bruno que Arminda deixará o cargo e os dois comemoram. Arminda conta a Filomena que foi destituída do seu cargo no Brasil e ela pergunta à amiga o que ela fará agora. Joca chega à casa de Arminda e ela dá um beijo avassalador no rapaz. Ela diz a Joca que perdeu o cargo e que vai ter de ir embora do Brasil.
Sexta (18/02) - Diana conversa com Filomena sobre o casamento com Tito e ela diz que acabou de vez. Joca decide levar Arminda ao Já Era. Arminda e Querêncio conversam sobre a destituição do cargo e Diana fica angustiada. André se despede do pai e pede mais uma vez para ele ir ao casamento. Ajuricaba diz a Ari que não acha que o líder dos operários seja o responsável pela bomba. Virgínia se emociona ao ver Sônia vestida para casar. Lincon resmunga sobre o casamento do filho para Lilian. Começa o casamento de Sônia e André.
Os resumos dos capítulos de todas as novelas são de responsabilidade de cada emissora – Os capítulos que vão ao ar estão sujeitos a eventuais reedições.
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FILMES DA SEMANA DOMINGO, 13/2 Tá Dando Onda (Globo, 12:45 h) Surf's Up, de Ash Brannon e Chris Buck. Elenco não informado. EUA, 2007, cor, 85 min. A emissora não informou a classificação etária. Animação – O jovem pinguim Cadu Maverick é um surfista promissor e participa de seu primeiro campeonato profissional. Seguido de perto por uma equipe de filmagem que documenta suas experiências, Cadu deixa sua família e sua casa no Frio de Janeiro, na Antártica, e viaja rumo à ilha Pingu para participar do campeonato de surfe Big Z. Ele acredita que a vitória lhe trará o respeito e a admiração que ele tanto deseja. Lugares Comunes (TV Brasil, 22 h) Lugares Comunes, de Adolfo Aristarain. Com Federico Luppi, Mercedes Sampietro, Arturo Puig. Argentina, 2002, cor, 110 min. Classificação Etária: 18 anos. Drama – Fernando Robles é um veterano professor de literatura e Liliana Roviera, sua esposa espanhola, trabalha como assistente social nos bairros periféricos de Buenos Aires. Quando Fernando recebe, antecipadamente, sua aposentadoria, devido à crise no país, eles terão a tranquilidade afetada. Isso os obrigará a tomar novos rumos e, talvez, a pedir ajuda ao filho residente na Espanha, um próspero burguês, que simboliza tudo aquilo que Fernando e Liliana repudiam. O Escorpião Rei 2 - A Saga de Um Guerreiro (Record, 22 h) Scorpion King: Rise of Akkadian, de Russell Mulcahy. Com Michael Copon, Randy Couture e Karen Shenaz David. EUA/África do Sul/ Alemanha, 2008, cor, 109 min. Classificação Etária: 14 anos. Aventura – Rei Sargon é o responsável pela morte de um renomado guerreiro. Seu filho, estimulado pelo sentimento de vingança, passa sete anos treinando para se tornar um lutador e suas habilidades o transformam no Escorpião Rei, pronto para reencontrar o assassino de seu pai. O Agente (Globo, 22:50 h) The Contractor, de Josef Rusnak. Com Wesley Snipes, Lena Headey e Ralph Brown. Bulgária/Inglaterra/EUA, 2007, cor, 105 min. A emissora não informou a classificação etária. Ação – O aposentado atirador profissional James Dial está sendo perseguido por ter falhado na operação de extermínio de um dos mais notórios terroristas do mundo. Ele é convocado por seus antigos contratantes para terminar um serviço e acaba sendo envolvido em um assassinato. Para provar sua inocência, precisa encontrar o assassino e a verdade por trás dessa conspiração contra ele.
SEGUNDA, 14/02 Garota Veneno (Globo, 15:05 h) The Hot Chick, de Tom Brady. Com Rob Schneider, Rachel McAdams e Anna Faris. EUA, 2002, cor, 104 min. A emissora não informou a classificação etária. Comédia – Jéssica é uma garota extremamente popular, bonita e cruel, que se acha superior a todas as pessoas com as quais convive. Sua vida muda drasticamente quando acorda no corpo de Clive, um frentista de 30 anos, considerado por todos como sendo um grande perdedor. Desesperada para retornar à antiga forma, agora ocupada por Clive, ambos passam por estranhas situações no novo visual. O Homem da Máscara de Ferro (SBT, 16:30 h) The Man in the Iron Mask, de Randale Wallace. Com Leonardo Dicaprio, Jeremy Irons e John Malkovich. EUA, 1998, cor, 138 min. Classificação Etária: livre Aventura – Paris 1662. O ambicioso e cruel rei Louis pretende destruir o líder dos jesuítas. Os mosqueteiros Dartagnan, Aramis, Athos e Porthos se reúnem secretamente para salvar o povoado das
maldades do rei. Aramis planeja resgatar um jovem preso há anos. Phillippe, misteriosamente, usa uma máscara de ferro que não permite a ninguém ver o seu rosto, mas ele terá nas mãos o poder de fazer justiça em nome de seu povo. O Vidente (Globo, 21:45 h) Next, de Lee Tamahori. Com Nicolas Cage, Julianne Moore e Jessica Biel. EUA, 2007, cor, 96 min. A emissora não informou a classificação etária. Ação – Cris Johnson ganha a vida com um medíocre número de mágica em Las Vegas, mas sua habilidade de prever alguns minutos do futuro é autêntica. Uma agente do governo sabe disso e o convoca para ajudá-la a impedir que um grupo terrorista detone uma bomba nuclear no coração de Los Angeles. Redentor (Globo, 1:15 h) Redentor, de Claudio Torres. Com Pedro Cardoso, Miguel Falabella e Fernanda Montenegro. Brasil, 2004, cor, 84 min. A emissora não informou a classificação etária. Drama – Um jornalista aceita ser o parceiro de seu amigo de infância. No entanto, esse amigo é, na verdade, um empreiteiro envolvido em um escândalo imobiliário. Após o fracasso do negócio em que se envolveu, o jornalista encontra Deus e recebe dele uma missão.
TERÇA, 15/2 Um Caminho Para Dois (Globo, 15:05 h) 12 Mile Road, de Richard Friedenberg. Com Tom Selleck, Wendy Crewson e Maggie Grace. EUA/Canadá, 2003, cor, 120 min. A emissora não informou a classificação etária. Drama – Um fazendeiro divorciado recebe sua filha em sua propriedade no interior dos EUA para passarem um verão juntos. A menina, uma adolescente rebelde criada em Los Angeles, tem dificuldades em se adaptar à rotina local e à convivência com o pai. Marci X - Uma Loira Muito Louca (SBT, 16:30 h) Marci X, de Richard Benjamin. Com Lisa Kudrow, Damon Wayans e Richard Benjamin. EUA, 2003, cor, 84 min. Classificação Etária: 10 anos. Comédia – Marci Feld não sabe nada de "rap" e pensa que pode ser qualquer coisa que os vendedores fazem nas boutiques que frequenta. Mas tudo muda depois que o "rapper" Dr. S lança um controvertido CD na gravadora do pai de Marci. Quando a música detona um protesto nacional contra seu pai e a empresa, Marci resolve entrar em cena para salvar sua reputação e os negócios da família. Glimmer Man - O Homem das Sombras (SBT, 22 h) The Glimmer Man, de John Gray. Com Steven Seagal, Keenen Ivory Wayans e Bob Gunton. EUA, 1996, cor, 91 min. Classificação Etária: 16 anos Policial – O policial especialista em "serial killers", Jack Cole, vai a Los Angeles. investigar crimes cometidos com requintes de crueldade. Ele e Jim Campbell, seu companheiro na investigação, descobrem que os crimes não passavam de uma cortina de fumaça para encobrir o envolvimento de figurações com a máfia russa. A surpresa fica por conta de Jack ser suspeito de ser o autor dos crimes. La Vendedora de Rosas (TV Brasil, 23 h) La Vendedora de Rosas, de Víctor Gaviria. Com Lady Tabares, Marta Correa e Mileider Gil. Colombia, 1998, cor, 116 min. Classificação Etária: 18 anos. Drama – Monica é uma menina de treze anos que, além de realizar pequenos roubos para sobreviver, vende flores em bares noturnos da cidade de Medellín. Órfã de pai e mãe, ela vive em um pequeno quarto de pensão alugado com suas amigas. Todas tiveram de sair de casa por diversos motivos, como violência doméstica, falta de afeto e comunicação com a família e casos de assédio e abuso sexual dentro da própria casa.
QUARTA, 16/2 A Casa Inteligente (Globo, 15:10 h) Smart House, de Levar Burton. Com Ryan Merriman, Kevin Kilner e Jessica Steen. EUA, 1999, cor, 82 min. A emissora não informou a classificação etária. Comédia – Aos 13 anos, Ben Cooper vence um concurso e ganha o direito de morar com a irmã e o pai viúvo em uma casa inteligente. No início, a casa parece atender a todas as necessidades da família. Porém, o pai começa a se interessar pela programadora da casa, irritando o filho que não quer outra mãe. O garoto decide, então, mexer no programa, virando a vida de todos de cabeça para baixo. A Cinderela (SBT, 16:30 h) Rodgers & Hammerstein's Cinderella, de Robert Iscose. Com Brandy, Whoopi Goldberg e Whitney Houston. EUA, 1997, cor, 88 min. Classificação Etária: Livre Comédia – A Fada Madrinha sempre relembra à bela e graciosa Cinderela a importância de se pensar positivamente e acreditar em si mesma. Assim, ela terá forças para enfrentar a hostilidade da sua família e encantar o seu príncipe. Sanky Panky (TV Brasil, 23 h) Sanky Panky, de José Enrique Pintor. Com Fausto Mata, Zdenka Kalina e Tony Pascual. República Dominicana, 2007, cor, 110 min. Classificação Etária: 18 anos. Drama – Na República Dominicana, Genaro trabalha no pequeno armazém da família, no bairro pobre da cidade e mora com sua mãe nos fundos. Ele está aprendendo algumas palavras em inglês e sonha em dar o "golpe do baú", casando-se com uma gringa para obter o visto e se mudar para Nova Iorque e ter uma vida melhor.
QUINTA, 17/2 O Céu Pode Esperar (Globo, 15:05 h) Down To Earth, de Chris Weitz e Paul Weitz. Com Chris Rock, Regina King e Mark Addy. EUA/Austrália/Alemanha/Canadá, 2001, cor, 87 min. A emissora não informou a classificação etária. Comédia – Um comediante negro, que sonha atuar em uma lendária casa de show em Nova Iorque, é atropelado por um caminhão e morre. Ao chegar ao paraíso, descobre que foi retirado da Terra por engano por dois anjos. Para corrigir o erro, ele volta no corpo de um empresário branco inimigo da mulher por quem é apaixonado. Loucademia de Polícia 2 (SBT, 16:30 h) Police Academy 2, de Jerry Paris. Com Steve Guttemberg, Bubba Smith e David Graf. EUA, 1985, cor, 87 min. Classificação etária: Livre Comédia – Os cadetes recém-formados na academia de polícia são destacados para ajudar uma delegacia a controlar e combater o alto índice de criminalidade da região. Mais uma vez, liderados pelo amalucado oficial Carey Mahoney, o grupo tem que dissolver uma gangue de vândalos que estão transformando a cidade em um verdadeiro caos. Aprendiz de Feiticeiro (Band, 22:15 h) The Hard Way, de Russell Mulcahy. Com Michael J. Fox, James Woods e Annabella Sciorra. EUA, 1991, cor, 111 min. Classificação etária: 14 Anos. Comédia – Nick Lang é um astro de cinema que quer parar de representar só papéis em filmes de ação. Eles dão ótima bilheteria, mas são sem conteúdo. Acreditando que conseguirá o papel de um detetive se realmente se preparar, Lang sai de Hollywood para passar duas semanas nas ruas de Nova Iorque com o detetive John Moss, um policial sem frivolidades que está no encalço de um "serial killer" que se auto-denomina "O Penetra". Desta forma, só resta a Moss encontrar uma forma de se desvencilhar de Nick para perseguir o assassino.
Ratas, Ratones y Rateros (TV Brasil, 23 h) Ratas, Ratones y Rateros, de Sebastián Cordero. Com Carlos Valencia, Bustos Marco e Davela Cristina. Equador, 1999, cor, 107 min. Classificação Etária: 18 anos. Drama – Salvador é um pequeno ladrão de Quito que está gravemente perturbado pela chegada de seu primo Angel, um ex-presidiário à procura de dinheiro rápido e de um esconderijo. Salvador está envolvido nos assuntos obscuros de seu primo, tentando escapar de um sufocante ambiente familiar. No entanto, arrastando toda a família, termina destruindo as poucas coisas que tinha sentido em sua vida.
SEXTA, 19/02 George, O Rei da Floresta (Globo, 15:05 h) George of the Jungle, de Sam Weisman. Com Brendan Fraser, Leslie Mann e Thomas Haden Church. EUA, 1997, cor, 92 min. A emissora não informou a classificação etária. Comédia – No coração da selva africana, um bebê é criado por gorilas, tornando-se o heroico e engraçado rei da floresta, George. Mas, quando uma executiva, Úrsula, surge no "habitat" natural de George, ele perde a cabeça. Deixa para trás sua floresta cheia de animais amigos, entre eles Ape, um gorila falante, e Shep, um elefante que sonha ser um cachorro, para se aventurar na cidade de São Francisco. Space Jam: o Jogo do Século (SBT, 16:30 h) Space Jam, de Joe Pytka. Com Michael Jordan, Bill Murray e Wayne Knight. EUA, 1996, cor, 96 min. Classificação Etária: Livre Aventura – Pernalonga e os Looney Tunes estão com um grande problema: uma turma de alienígenas quer levá-los para trabalhar como escravos em um parque de diversões decadente no espaço. Pernalonga os convence a resolver a questão em um jogo de basquete. No time dos Looney Tunes está Michael Jordan. Soluços e Soluções (TV Brasil, 21 h) Soluços e Soluções, de Edu Felistoque e Nereu Cerdeira. Com Fábio Villa Verde, Thadeu Menezes e Paulo Goulart Filho. Brasil, 2000, cor, 90 min. Classificação etária: 12 Anos. Drama – Um publicitário, em uma discussão com amigos em uma mesa de bar após um dia de trabalho, decide por em prática uma solução para acabar com a seca no Nordeste. Ele convence dois amigos a embarcarem com ele, levando de caminhão ao sertão uma máquina perfuratriz para cavar poços perto de vilas e povoados quase abandonados pela seca, retirando água do árido solo nordestino. Assim, ele pretende mostrar que é possível, pelo menos, minimizar uma das maiores tragédias nacionais, que aflige milhões de pessoas que sofrem com a falta de água crônica na região. Fique Rico ou Morra Tentando (SBT, 22 h) Get Rich or Die Tryin', de Tim Sheridan. Com Curtis "50 Cent" Jackson, Terrence Howard e Joy Bryant. EUA, 2005, cor, 120 min. Classificação Etária: 16 anos Drama – Baseado na história real do "rapper" 50 Cent. Marcus, um jovem da periferia, órfão de mãe e sem saber quem era seu pai, relembra, em um hospital, sua infância difícil nas ruas do violento Bronx e sua ligação com o tráfico de drogas. Porém, quando se encontra com um ex-prisioneiro que luta para se tornar uma estrela do "rap", sua vida dá uma guinada. Ojos Que No Ven (TV Brasil, 23 h) Ojos Que No Ven, de Francisco Lombardi. Com Gianfranco Brero, Gustavo Bueno e Patricia Pereyra. Peru, 2003, cor, 149 min. Classificação Etária: 18 anos. Drama – O filme narra histórias que se desenvolvem durante a conjuntura posterior ao descobrimento dos célebres "vladi-videos", que provocaram a progressiva queda do governo de Alberto Fujimori. E pretende, dessa forma, mostrar um momento político de especial influência e as consequências que se produzem em um universo de individualidades afetadas, de uma ou outra forma, por esse contexto.
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Jornal da TV Domingo, 13 de fevereiro de 2011 | www.ojornalweb.com | e-mail: jornaltv@ojornal-al.com.br
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NOME PRÓPRIO
Em Insensato Coração, Louise Cardoso garante versatilidade
Por Gabriel Sobreira PopTevê
Louise Cardoso é mais do que uma atriz. É um elenco completo. Na novela "Insensato Coração", ela vive Sueli, personagem trágica, mas que ainda assim tem alegria contagiante. "Ela é trabalhadora, honesta, bem 'Dona Xepa'. O Gilberto Braga me passou, além desta referência, outras imagens para compô-la, mas acima de tudo ela é positiva e encara a vida por um prisma realista, mas ao mesmo tempo esperançoso", destaca a atriz que teve a personagem inspirada na também atriz famosa nos anos 70, Norma Sueli. Na trama de autoria de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, a personagem de Louise é funcionária de um quiosque na orla de Copabacana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Para retratar com veracidade a vida das atendentes, a atriz conta que fez questão de ver a rotina das vendedoras e observar suas características. "Percebi que muitas tinham bermudinha, uniforme, e outra coisa, comecei de salto, mas mudamos para tênis, pois como elas servem e correm, tem de ser de tênis, elas podem virar o pé", compara aos risos. A reviravolta na vida da personagem Sueli acontece quando ela se torna dona do quiosque em que trabalha. Para celebrar o novo momento, ela compra uma bandeira colorida, na realidade nas cores do arco-íris, símbolo "gay", para dar um colorido no esta-
belecimento, e sem querer, o local vira ponto de encontro de homossexuais e simpatizantes, e se torna famoso. "A minha personagem fica amiga dos gays, apoia o filho quando ele fala que é homossexual, vai encampar a causa e ser uma defensora deles. Tem marketing social sim", garante. Abordar temas delicados jamais foi um problema para a atriz. Com mais de 30 anos de carreira, ela já viveu Gilda, uma prostituta na novela "Deus Nos Acuda", da Globo. "Chegávamos para gravar no cais do Porto de Santos e as prostitutas locais ficaram indignadas porque eu estava vestida com roupa provocante, mas morrendo de frio porque eram duas da manhã e eu estava fazendo o papel delas. Elas não gostavam, me reconheceram e amarraram a cara para mim", lembra a atriz. Depois de um tempo, quando a personagem Gilda encabeçou a luta pelos direitos das garotas de programa, Louise Cardoso passou a receber diversas cartas destas garotas parabenizando o seu trabalho. "Fiquei sabendo que elas paravam a função às 18:45 h para ver a novela e só voltavam às 19:50 h", diverte-se. A comédia é uma das principais vertentes no trabalho de Louise, mas ela garante que a porção dramática é bem atuante. Uma de suas personagens que mesclava estes dois lados era a corajosa Guiomar, da novela "Força de um Desejo". "Ela tinha sempre uma novidade. Eu nunca vi um papel assim. Ela se metia
em tudo. Ela atuava em todos os cenários da novela, da casa do barão até a senzala", recorda-se com bom humor. Para Louise, a passagem pelo programa "TV Pirata" e o filme "Leila Diniz", de 1987 – em que ela viveu a atriz que dava o nome ao longa –, foram alguns dos divisores de águas na própria carreira. Outro momento que a atriz guarda com carinho foi a participação na novela jovem "Malhação". Ela garante que em nenhum momento achou que seria menos gratificante atuar no folhetim. "Na realidade, achava que não era a minha praia, não era a minha turma e que não tinha nada a ver comigo. Me enganei, foi uma delícia fazer", confessa a atriz que vivia a divertida trambiqueira Filó. Louise Cardoso não pensa em parar. "Certa vez falei que não faria mais novela. Foi um grande erro", atesta ela, que fez diversas novelas em seguida. A razão para a frase foi porque ela queria se dedicar exclusivamente às obras do tipo minissérie. Hoje, no ar em "Insensato Coração", ela afirma só sentir falta de viver uma vilã, mas não como a personagem Daniela de "Cambalacho", que mesclava antagonismo e comédia. A personagem apanhava dos papéis de Débora Bloch, Regina Casé e até de Fernanda Montenegro. "Já fiz rendeira, prostituta, artista plástica, trambiqueira. Pois é, preciso fazer uma vilã", torce, entre risos.
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