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O JORNA L Maceió, domingo, 18 de abril de 2010 | Ano XVI | Nº 116 | www.ojornalweb.com
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ALAGOAS
R$ 2,00
LEI DAS LICITAÇÕES
Governo quer mudar antes da eleição Deputado Rui Palmeira apresenta nova emenda que reduz período de licitação; para oposição manobra é eleitoreira Página A3
Yvette Moura
Prédio do CCBi vai virar memorial
da antiga Faculdade de Medicina, localizado no Prado e mais conhecido como CCBi, será tombado e transformado no Memorial da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A ideia é da reitora Ana Dayse, que já está correndo atrás de verbas para concluir o projeto. Esses recursos devem ser obtidos no governo federal e na iniciativa privada. Oprédio Página A14
Yvette Moura
Presídio-favela abriga 480 famílias há mais de 20 anos
Conselho traça perfil do preso em Alagoas Página A4
Dnit e índios discutem obras na BR-101 Páginas A18, A19 e A20
Grupo de teatro combate o trabalho infantil Página A31
Zagallo e Dida já foram até campeões mundiais; zagueiro Pepe corre contra o tempo para defender Portugal
Nas celas e pavilhões imundos do presídio, as crianças e os idosos contraem várias doenças respiratórias e de pele
Esportes Alagoanos marcam presença na história das Copas do Mundo
Dois Escritora alagoana Arriete Vilela apresenta seu acervo de poemas em Obra Poética Reunida
A população de um grande povoado no interior do Estado, ou de um pequeno bairro em Maceió, vive nos 16 pavilhões da Colônia Penal Santa Fé. O presídio fica nos arredores de União dos Palmares e, quando foi construído, deveria abrigar presos de bom comportamento dispostos a trabalhar na lavoura. Após 25 anos de ocupação, as famílias ainda vivem em condições subumanas. Crianças e idosos são os que mais sofrem no presídio-favela. Páginas A9, A10 e A11
TV Letícia Spiller fala de sua personagem em Viver a Vida
Páginas B1 e B5
CMYK
O JORNAL
Opinião A2
O estaleiro e o licenciamento “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” Alder Flores Alder Flores, advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente verifica a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados efetivos ou potencialmente poluidores ou que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. O Brasil é uma República Federativa “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. A definição da competência em matéria ambiental começa pela Constituição, em seu Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. O artigo 23 da Constituição, estabelece que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; preservar as florestas, a fauna e a flora; registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. Vê-se, claramente, que a defesa e preservação do meio ambiente, da biodiversidade e do patrimônio genético incumbem ao poder público, em princípio nos três níveis, Federal, Estadual e Municipal. De acordo com a Resolução 237/97 do Conama, a competência está fundamentada na predominância do interesse, com base nos impactos ambientais da obra ou do empreendimento, visto que a licença ambiental tem por função precípua o desenvolvimento sustentável, baseada na análise dos impactos gerados pela atividade e não na titularidade dos bens afetados. Neste sentido, deve-se ser atentado que por principio o órgão titular do bem afetado pela atividade ou empreendimento não se Intitula como o competente para emitir a licença ambiental, pois esta situação fere o Art. 10 da lei 6.938/81. As atividades que devem ser licenciadas pela União, são basicamente aquelas de significativo impacto ambiental no âmbito nacional ou regional, localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em países limítrofes; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da união; localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais estados; cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites do país ou de um ou mais estados. O mesmo artigo ainda estabelece que o IBAMA fará o licenciamento após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos do estados e municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, definindo ainda que o órgão da união poderá delegar aos estados o licenciamento de atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando quando possíveis as exigências. Ao órgão estadual caberá o licenciamento ambiental em empreendimentos localizados ou desenvolvidos em mais de um município, ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do distrito federal, cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais municípios, delegados pela união, aos estados ou distrito federal por instrumento legal ou convênio, lembrando ainda, que os municípios devem ser ouvidos. É de conhecimento dos que militam na área, que os órgãos ambientais brasileiros, em sua grande maioria, atravessam dificuldades estruturais e técnicas, fazendo com que exista um elevado trâmite administrativo e burocrático na sua capacidade de atendimento, não sendo prudente que ocorram discussões em relação a quem é competente ou não para licenciar esta ou aquela atividade. O que a lei ensina é que exista a cooperação sistêmica, definida pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente, e que haja a complementariedade em suas funções, visando à gestão ambiental compartilhada com as devidas responsabilidades, independentemente de questões político-partidárias, no sentido do que os mesmos através desta cooperação se capacitem, objetivando garantir os preceitos constitucionais definidos no art. 225. É importante destacar que, o meio ambiente é bem de uso comum do povo, não sendo propriedade da união, dos estados, do distrito federal ou dos municípios. No caso em questão, o licenciamento será feito pelo Estado se os impactos ambientais se restringirem aqueles definidos no art. 5° da Resolução 237 do Conama, caso contrário será da união.
Indígenas de Alagoas: do anonimato à afirmação étnica “Os povos indígenas de Alagoas vêm à sociedade expressar a sua diversidade cultural” Jorge Vieira Jornalista Ao completar 100 anos de indigenismo oficial, data marcada pela criação do Serviço de Proteção ao Índio e (SPI), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cria a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), publica decreto de reestruturação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e estruturação de Secretaria de Saúde Indígena, atendendo às históricas reivindicações dos povos indígenas e de entidades não-governamentais. Em Alagoas, ao longo de muitas décadas, as lideranças indígenas lutam pelo reconhecimento étnico e garantia dos direitos históricos dos seus povos, principalmente pela demarcação definitiva dos territórios tradicionais. Entretanto, o processo administrativo de identificação encontra-se paralisado, apesar das constantes mobilizações e cobranças junto aos órgãos governamentais. Neste momento histórico em que se encontra o país, marcado pela estabilidade das instituições políticas, crescimento econômico e garantia da sustentabilidade da maioria da população, os povos indígenas de Alagoas vêm à sociedade expressar a sua diversidade cultural e reivindicar das autoridades governamentais a garantia e posse dos territórios tradicionais, construção de uma política de educação escolar específica e diferenciada e a imediata estruturação da Secretaria de Saúde Indígena. Durante os cinco séculos, de diferentes maneiras e períodos, as forças econômicas expulsaram a população nativa e se apropriaram para explorar a riqueza, com a extração de borracha, da madeira, na construção de rodovias, de hidrelétricas, e na produção de grãos, da cana-de-açúcar e da pecuária. Essas terras, depois de 1850, foram consideradas devolutas para atender à lógica expansionista, transferidas para municípios e particulares. Na perspectiva das políticas públicas, esses povos estavam destinados ao desaparecimento, a ponto de autoridades governamentais definirem prazos para a aculturação. A título de exemplo, em 1978, o ministro do Interior, Rangel Reis, previu dez anos o fim das populações. Entretanto, contrariando a lógica integracionista da política indigenista oficial – a perspectiva de redução e extinção -, os povos indígenas, desde a década de 1940, afirmam a identidade no cenário nacional e internacional. Durante a abertura política, no Brasil, a partir da década de 1970, os movimentos sociais, organizações populares e partidos de esquerda começaram a se fortalecer e ter papel importante na reconstrução da democracia. Neste contexto, com o apoio da Igreja Católica, organizações da sociedade e professores universitários, os povos indígenas fortaleceram suas organizações e articulação interétnica. Os povos indígenas de Alagoas, até a década de 1980, estavam reduzidos, para a opinião pública e órgãos governamentais em dois povos: os XucuruKariri, município de Palmeira dos Índios, e os Kariri-Xokó, em Porto Real do Colégio. Os referidos lugares, com a instalação do Posto do SPI e, posteriormente, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), tornaram-se centros de assistência e atendimentos, principalmente nas áreas de educação e saúde. A Reserva dos Kariri-Xokó tornou-se referência importante para as práticas religiosas dos diversos povos, particularmente no período do o Ouricuri – lugar sagrado -, concentrando em determinados períodos membros de diversas etnias. Essa realidade vai se manifestar com maior intensidade a partir da segunda metade da década de 1970 e início de 1980. Apoiados na memória dos mais velhos e participando de momentos coletivos desses povos, aparecem no cenário local e nacional os povos Wassul-Cocal, no município de Joaquim Gomes, Tingui-Botó, em Feira Grande, Karapotó, São Sebastião e os Geripankó, no município de Pariconha, Alagoas. A partir de 1998, surgem os Kalankó, no município de Água Branca, Karuazu e Katökinn, em Pariconha, e Koiupanká, em Inhapi, aparecem para a sociedade reivindicando dos órgãos públicos o reconhecimento étnico e a demarcação dos territórios. Neste ano, esses povos participam de Sessão Pública na Assembléia Legislativa, no Dia do Índio, 19 de abril, para cobrar dos deputados e representes dos órgãos federais e estaduais a imediata criação de Grupos Técnicos (GT) para a identificação e demarcação dos territórios tradicionais, como também a indenização com os impactos provocados pela duplicação da BR-1001 e da Transnordestina.
Domingo, 18 de abril de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: opiniao@ojornal-al.com.br
BRICs com autoridade Brasil, Rússia, Índia e China constituíram, nessa semana que passou, uma marca na economia mundial. A reunião que aconteceu em Brasília e contou com os presidentes das quatro maiores nações que não fazem parte do G7 demonstrou ao mercado a disposição dos BRICs em intervir cada vez mais pesado nos rumos econômicos, assim como fazem as grandes potências. Donos de quase a metade da população mundial, eles apareceram em um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que diz que os países do bloco serão responsáveis por 60% do crescimento da economia nos próximos oito anos. Assim, podemos concluir que a reunião chamou mais a atenção internacional que um encontro dos países mais ricos do mundo. Especialmente, ao decidir no encontro pelo fortalecimento das moedas locais em detrimento ao dólar ou ao euro, os países demonstraram maturidade política e independência econômica em relação aos blocos americano e europeu. E responsabilidade maior
foi adiantar que, ao menos por enquanto, não se analisa a possibilidade de se discutir agora uma moeda única para o bloco. O grupo que nasceu fortalecido em plena crise econômica mundial foi o que menos sentiu os desgastes em 2008 e 2009, pois soube investir no saneamento das contas internas e na desconcentração de renda. Talvez por isso tenham conquistado respeito dentro e fora de seus países. Sem contar que os quatro governantes surfam em alta popularidade e são ligados a grupos orientados por partidos de esquerda ou liberais, em seus mais diferentes matizes. É por isso que pode se concluir que os países conquistaram uma vitória coletiva na declaração final divulgada pelos governantes de Brasil, Rússia, Índia e China. Os BRICs agora contam com autoridade suficiente para cobrar reformas imediatas no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional, de modo a dar mais voz para as nações em desenvolvimento.
Ponto de vista
San
Lula entre a popularidade e o preconceito “Nenhum presidente teve tão boa avaliação quanto Lula” João Lyra Ex-deputado federal
Não sabemos qual o motivo, mas a mídia não deu muito destaque à última pesquisa do Datafolha, que apresentou um recorde histórico: desde o ano de 1990, quando o levantamento começou a ser feito, nenhum presidente teve tão boa avaliação quanto Lula. O Datafolha mostra que, considerando-se as faixas de renda, um dos saltos mais notáveis na avaliação positiva de Lula foi passar de 56% para 68% de “bom” ou ”ótimo” entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos (equivalentes a cinco mil e cem reais). Sendo assim, citada pesquisa mostrou de forma clara e inquestionável a quase total aprovação dos brasileiros ao atual presidente. A opinião da maioria jogou por terra dois falsos argumentos, frequentemente usados para desmerecer Lula e o seu governo. O primeiro desses argumentos é que a aprovação do “filho do Brasil” se baseia, exclusivamente, em uma política assistencialista, expressa no maior programa social do mundo: o Bolsa Família. Na verdade, para quem nunca passou fome, dividir o pão é “assistencialismo”, até irresponsabilidade com o dinheiro público. É um posicionamento cruel, insensível à nossa realidade, que significa eternizar a pobreza e as desigualdades, o que o governo Lula tem combatido como política de Estado. O segundo argumento, uma vergonhosa falsidade, utilizado para atacar o Presidente, é que
ele é aprovado pela massa ignorante, que não sabe nada, os desvalidos da sorte, os migrantes que contaminam as regiões ricas (leia-se, nordestinos) somente porque desejam sobreviver. A pesquisa do Datafolha desmente esses falsos argumentos, pois até entre os segmentos detentores de educação superior, a aprovação de Lula subiu de 65% para 70%. No que respeita aos aposentados, que, segundo a oposição é o “calcanhar de Aquiles” de Lula, os dados do mesmo Instituto mostram justamente o contrário: nesse segmento, que totaliza quase 30 milhões de brasileiros, com mais de 60 anos, em dois meses, a aprovação de Lula subiu de 67% para 73%. Nas regiões Sul e Sudeste, a popularidade de Lula atingiu 69% e, no Nordeste, a cifra é o recorde dos recordes: 87% de aprovação! Se Lula não sofresse tamanho preconceito das camadas mais ricas da população, sua popularidade estouraria os computadores do Datafolha. Não há por que duvidar disso. Ademais, com o PAC-2, que compreende investimentos da ordem de 950 bilhões de reais em saúde, saneamento, habitação, educação e segurança, não seria absurdo imaginar num percentual beirando os 100%! Entre a popularidade, que goza há sete anos, como nenhum outro presidente em nossa história, e o “ódio doentio”, que lhe dedicam os preconceituosos, Lula caminha, seguramente, para eleger a ex-ministra Dilma Rousseff.
O JORNAL Diretor-Executivo Petronio Pereira petronio@ojornal-al.com.br
Pedro Oliveira
Jornalista Muitas vezes estava eu em pleno e merecido cochilo de domingo, no balanço de minha velha e amiga rede quando o telefone tocava. Do outro lado da linha aquela voz tão conhecida e a pergunta de sempre: “Tá assistindo o jogo, Pedrinho? Nosso Flamengo está ganhando companheiro”. Ele sabia que eu detesto futebol (não torço nem em Copa do Mundo) e jamais estaria assistindo qualquer partida, seja lá qual fosse. De imediato vinha meus “cordiais xingamentos” ele morria de rir e voltava para ver o seu super amado Flamengo triunfar. Em outra ocasião, quando era vice-governador, marquei com ele um encontro em seu gabinete para a manhã de uma segunda-feira. Esperei por mais de uma hora e ele não apareceu. De repente, meu celular tocou e identifiquei o seu nome. “Pedrinho, venha aqui em casa, pois não posso ir ao gabinete”. Ao chegar ao seu encontro deu-me a informação: o Flamengo havia perdido o jogo no domingo e ele “não estaria disposto a ouvir gozações”. Era um fanático pelo Flamengo. Na terça-feira (13) à noite estivemos com ele (eu e Meg) conversamos e rimos até por volta das 21 horas. Incentivamos a sua necessária ida para São Paulo, pois não nos convencia o atendimento que estava tendo em Maceió. Prometeu-nos que assim que se sentisse “menos fraco” essa providência seria tomada. Por volta das seis horas da quartafeira toca o meu celular e era o seu genro, Marcos Rômulo (o Marquinho para nós), que me dava a notícia: “Pedro, tenho uma notícia terrível, o Dr. Abílio acabou de falecer”. Foi um golpe sem tamanho, mas a missão seguinte era também muito difícil: acordar Meg e falar a ela que o seu “maninho” (como ela carinhosamente o trata) tinha morrido. A partir daí foi uma dor tamanha, um sofrimento de proporções devastadoras, amenizados apenas pela solidariedade de amigos que de pronto chegaram e se plantaram ao nosso lado. Era inconcebível termos perdido o nosso Luis Abílio, em circunstâncias tão surpreendentes, pois não encontramos justificativas para tal desfecho. O seu velório mostrou o tamanho do amor que semeou em vida. A quantidade de coroas de flores que tomou todas as dependências da área dizia do carinho que os amigos sentiam por ele. Uma pessoa comentava comigo: “Nunca vi tanta emoção, nunca assisti tanta gente chorando a perda de um amigo, um ente querido”. Ele se fez merecedor dessas homenagens e dessa dor. Por sua bondade, por sua conduta, pelo seu caráter. Hoje acordei com um vazio imenso no peito. A vontade era ficar sem fazer nada e apenas repassar o filme de nossas vidas, dos nossos encontros, da nossa pequena e feliz família, do seu jeito de ser: atrasando sempre nos horários marcados, brigando (de brincadeira) com a nossa Maíra, pois os dois se nutriam um amor profundo; a mania de me fazer ficar bebendo em sua companhia e do Marcos Rômulo nas festas em nossa casa, mesmo eu morrendo de sono. Era sempre o último a sair. É uma saudade muito doída. Quanta dor entre nós que o cercamos e que com ele convivemos. Desde a dor maior de sua mãe, a minha querida Naida, que aos 88 anos tem um pouco de Santa de tanta resignação e fortaleza interior a nos dar lições, passando por essa criatura dedicada Sandra, sua esposa amorosa, a qual aprendi a admirar a cada dia de convivência, suas filhas, genros e netos, sua irmã que o adorava (ele morria de medo das suas broncas), a sobrinha querida Maíra e esse velho cunhado que ele deixa órfão e quebrado ao meio por sua partida. Depois de tudo isto tenho uma última história nossa para contar: Foi à beira do seu caixão, acariciando o seu rosto, que lhe fiz uma promessa: “Meu querido Abílio a partir de agora juro a você que assumo a condição de torcedor do Flamengo. Sei que é impossível assumir no todo essa paixão, pois a sua era inigualável, mas farei de tudo para não decepcioná-lo”. E aqui estou eu. Flamenguista de carteirinha, com muito orgulho. A todos, como ele costumava dizer: SAUDAÇÕES RUBRO NEGRAS! Cartas à Redação: opiniao@ojornal-al.com.br
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Política
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Domingo, 18 de abril de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br
Contexto politica@ojornal-al.com.br
DIA DO ÍNDIO Em homenagem ao Dia do Índio, a Assembleia Legislativa realiza amanhã, a partir das 15 horas, em seu plenário, uma sessão especial para debater a situação dos indígenas em Alagoas. Além de integrantes dos povos Kariri-Xokó, XucuruKariri, Tingui-Botó, Aconã, Karapotó, Geripancó, WassuCocal, Katökinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Conselho Indígena Missionário (Cimi) devem participar do debate. A sessão especial foi proposta pelo deputado estadual Judson Cabral (PT). Na oportunidade, os índios devem solicitar apoio dos deputados para que façam gestão junto aos órgãos federais para a criação imediata de grupos técnicos (GT) de identificação e demarcação dos territórios tradicionais, como também a indenização com os impactos provocados pela duplicação da BR-101 e da Transnordestina. Esse ano também está sendo comemorado cem anos de indigenismo oficial. Em Alagoas, ao longo de muitas décadas, as lideranças indígenas lutam pelo reconhecimento étnico e garantia dos direitos históricos de seus povos, principalmente pela demarcação definitiva dos territórios tradicionais. Entretanto, o processo administrativo de identificação encontra-se paralisado, apesar de constantes mobilizações e cobranças junto aos órgãos governamentais.
PRÊMIO... O Sindicato dos Corretores de Seguros em Alagoas (Sincor-AL) lança na próxima quinta-feira mais um prêmio de jornalismo no Estado. O Prêmio Alberto Marinho de Jornalismo, foi criado em conjunto com a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) e a Escola Nacional de Seguros (Funenseg). A iniciativa conta com o apoio do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, que ajudou a elaborar o regulamento e participa da organização. Poderão concorrer os trabalhos publicados até o dia 21 de junho de 2010, abordando o tema “A indústria do Seguro como fator de desenvolvimento urbano, social, econômico e ambiental no Estado de Alagoas”.
... DE JORNALISMO Serão aceitas inscrições em três categorias: jornalismo impresso, telejornalismo e webjornalismo. Cada vencedor receberá troféu, certificado e R$ 3 mil em dinheiro. O objetivo é homenagear os profissionais que produzirem as melhores reportagens sobre o setor, que é um dos mais importantes do mercado. O lançamento será às 8 horas, na sede da entidade, durante um café da manhã para a imprensa e convidados.
PASSEIO... O passeio turístico em embarcações nas orlas marítima e lagunar de Maceió terá uma nova regulamentação. Um projeto de lei encaminhado pela Prefeitura à Câmara Municipal de Maceió quer estender a toda a orla da capital as mesmas regras que já existem para o passeio de jangada às piscinas naturais da Pajuçara.
... DE BARCO Entre as mudanças propostas pela Prefeitura está a obrigatoriedade de credenciamento das embarcações junto à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). O credenciamento terá validade anual e será concedido em caráter precário e revogável a qualquer tempo.
EDUCAÇÃO Com o título “Gestão Democrática, Currículo, Conhecimento e Cultura” a Secretaria Municipal de Educação realiza, amanhã, o VI Seminário de Formação e Valorização Profissional, no Centro de Convenções de Maceió - Teatro Gustavo Leite, das 8 horas da manhã às 17 horas. O seminário será direcionado paras os profissionais de educação da rede municipal.
ESPORTES A Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), promove na próxima terça-feira, às 10 horas da manhã, no ginásio radialista Arivaldo Maia, no Jacintinho, a solenidade de entrega de equipamentos e de material esportivo para os quatro núcleos do projeto PELC/Pronasci – Benedito Bentes 2, Vergel e Jacintinho. O investimento nesse projeto é de aproximadamente R$ 60 mil.
EXPRESSAS
Governo do Estado quer “emenda da emenda” para garantir licitações Para bancada de oposição, manobra vai favorecer “farra das licitações” Da Editoria de Política O governo do Estado tem até o próximo dia 5 de maio para alterar uma emenda à lei estadual que proíbe a abertura de licitações. Se não conseguir, a máquina estatal estará proibida de fazer compras fora da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no Plano Plurianual (PPA) ou financiadas pelo Banco Mundial. Isso vale para compras com grandes somas em dinheiro, e que não estão planejadas pelos tucanos. Com isso o governo passa a ter no máximo 120 dias, ou seja quatro meses antes das eleições, para abrir processos licitatórios. Só que essa emenda já é uma alteração na emenda anterior modificada no ano passado que
ampliou a data para 180 dias, garantindo assim isenção e menor interferência do governo nas licitações durante o processo eleitoral. Sendo assim, foi preciso um “jeitinho” do governo para remendar a emenda e fazer com que a Constituição estadual retroaja para beneficiar projetos que ainda estão sendo desenvolvidos. Atualmente, os tucanos estão com aproximadamente R$ 1 bilhão que foram tomados de empréstimos de organismos internacionais no ano passado. Asituação é tão delicada que durante a semana o governo tentou manobrar na Assembleia Legislativa para que a emenda fosse colocada em votação. Para se ter ideia, na última quarta-
feira, mesmo com a morte do ex-governador Luís Abílio de Sousa (PDT), integrantes da bancada governista e da Mesa Diretora não foram sensíveis ao pedido de suspensão da sessão para acompanhar o enterro do pedetista. O JORNAL apurou que eles queriam ganhar tempo para correr com a emenda. O clima inclusive ficou tenso quando o deputado Paulão (PT) apontou para pedir vistas e travar a tramitação. O presidente Fernando Toledo (PSDB) fez o possível para dar agilidade. A expectativa é que a emenda seja votada em plenário no máximo até a próxima semana. Na quinta, a situação foi idêntica e a falta de quórum prejudicou a iniciativa do governo.
“A chamada foi feita em um ritmo de tartaruga para tentar dar tempo na chegada de outros parlamentares”, contou um deputado. Foram várias ligações do Palácio República dos Palmares pedindo que os deputados não faltassem. Na prática, o governo acredita que a emenda engessa o Estado, em pleno ano de campanha política. Por isso, há uma proposta para a derrubada desta emenda por via jurídica, que acredita que as licitações se enquadram na mesma legislação que permite abertura de concurso público, portanto, podem ser feitas até junho, três meses antes da eleição. Esse é o argumento jurídico. Hoje, a lei estadual estende este prazo para seis meses antes da votação.
Deputado recua e passa a defender tempo maior Autor da emenda que aumentou o tempo para 180 dias, o deputado Rui Palmeira (PSDB) defendeu o projeto, mas para criar consenso, como disse, está disposto a retirá-lo de pauta. “Tenho um parecer da Procuradoria Geral da República que me diz que esta emenda não engessa o Estado. O que fiz foi trazer para Alagoas o que determina a lei federal. Até porque existem os impedimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, estou disposto a votar favorável em outra emenda”, disse Palmeira. O deputado faz referência ao projeto que retorna ao prazo anterior de 120 dias para licitações. As discussões devem obedecer ao regimento. E criar uma emenda a emenda deve ser feito em duas votações na Assembleia Legislativa. Aprimeira delas será na terça. “Se não conseguirmos, o Estado fica engessado”, contou o líder do Governo, Alberto Sextafeira (PSB). Apreocupação do governo é se a oposição trabalhar para esvaziar sessões ou até mesmo pedindo vistas da mudança, o que pode extrapolar o prazo limite para modificação. Atualmente, como está va-
Rui, que integra bancada governista, foi autor da emenda que colocou o prazo de 180 dias para licitações
lendo, a emenda 33 diz que o Governo não pode mais fazer licitações. Claro que a regra tem exceções: serviços emergenciais, como compra de comida, carteira escolar ou hospitalar- incluin-
do serviços semelhantes- estão de fora. Obras previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no Plano Plurianual (PPA) e financiadas pelo Banco Mundial
também estão na lista de exceções. Contratos licitados com dinheiro federal também não se incluem na emenda estadual Apenas as obras exclusivamente estaduais integram a proibição.
Paulão questiona seriedade do governo estadual O deputado estadual Paulão criticou a mudança proposta pela emenda. Para ele, o governo brinca de mudar a legislação e coloca o Estado em uma situação de insegurança jurídica. Paulão explicou que essa questão da licitação já estava resolvida, inclusive com decisão favorável do Supremo Tribunal Federal. O petista vê pressão governista para fazer com que Rui Palmeira ingresse com a nova emenda. Paulão explicou que no ano passado, após a aprovação da emenda proposta pelo deputado – que fazia parte da bancada governista, mas ainda não era filiado ao PSDB – o governo recorreu no STF, via Procuradoria Geral do Estado. O pedido foi feito pelo próprio governo do Estado. Só que a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) não teve sucesso na interpretação dos ministros, pois a modificação de 120 para 180
Paulão diz que governo inicia caminhada para “farra das licitações”
dias se adequava a legislação vigente na maior parte do País. Segundo Paulão, o governo
inicia uma caminhada para a “farra das licitações” na tentativa de gastar antes das elei-
ções os recursos que estão em caixa devido ao arrocho salarial aplicado nos servidores públicos durante os três anos e meio da administração tucana. “O governo está engajado em modificar a legislação para poder manobrar com parcelas dos empresariado que tem interesses nessas licitações. Assim, cai a máscara deste governo que diz que é transparente, mas peca na hora de licitar”, destacou. O petista acredita que os tucanos estão preocupados em aprovar a “emenda da emenda” devido ao elevado número de processos licitatórios que estão atrasados. Ele disse que o próprio governador está engajado na pressão aos deputados da base governista para poder ter mais força de negociação política com o empresariado nas vésperas do processo eleitoral.
Com a proximidade das eleições, começa a surgir também uma figura tradicional nas disputas: o “franco-atirador”, que sai disparando para todos os lados.
CUT: “Governo usa dois pesos, duas medidas”
O detalhe é que a esmagadora maioria não faz isso só por fazer e, sim, devido a segundas, terceiras e, até, quartas intenções.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Izac Jacson, não poupou críticas ao que considerou uma manobra governista. Para ele, o governo utiliza dois pesos e duas medidas na administração financeira. “Para aplicar o reajuste do servidor falam que não tem facilidade, nem dinheiro e que extrapola a
É como se diz mesmo no popular: “Cão que ladra não morde”. Na política alagoana, há aqueles que, além de não morder, até assopram...
LRF. Para reforçar o caixa do empresariado mudam até a legislação em cima da hora”, analisou o sindicalista. Izac explicou que foi surpreendido ao saber que a legislação estava sendo modificada em pleno ano eleitoral. “Usar a máquina para favorecer uma candidatura é uma medida que
tem que ser repudiada. Como ele [Téo Vilela] é governador e planeja ser candidato, deveria ao menos aceitar concorrer em condições de igualdade com os outros que querem entrar na disputa”, atacou o presidente da CUT. Para o sindicalista, é preciso que juristas acompanhem de
perto a tramitação e a possível edição desta emenda sobre o prazo para abertura de licitações. “Acredito que essa mudança fere a lei de licitações. Estamos perto da eleição e o prazo de 180 dias já está estabelecido e não pode ser mudado. É preciso que acompanhem de perto e se necessário entrem na Justiça”, assegurou.
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Analfabeto, sem emprego e assassino Esse é o perfil do preso de Alagoas, segundo relatório do Conselho Penitenciário; órgão cobra soluções do governo Yvette Moura
Odilon Rios Repórter
O mais completo perfil do preso alagoano já está pronto e traz a assinatura do Conselho Penitenciário de Alagoas. É a primeira vez que uma instituição esmiúça, preso a preso, cadeia a cadeia, a política criminal e penitenciária no Estado. Cópias desse material estão prontas e seguirão para a mesa do governo, da presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, e do procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, a partir de amanhã. Antes disso, O JORNAL publica, com exclusividade, o documento, que radiografa o ano de 2009, mas também faz uma análise desde 2006. Os detalhes podem ajudar a buscar soluções mais rápidas para os principais problemas nas cadeias públicas. Oferecer políticas localizadas para os presos, em especial a recuperação de alguns deles. Toda a sociedade sabe destes problemas. Ninguém, até a semana passada, tinha tantos dados estatísticos, balanços e discussões como os conselheiros penitenciários. Até as atas resumidas das discussões entre os conselheiros estão publicadas. O documento tem quase 200 páginas e conta também com a assinatura da OAB, Ministério Público Estadual, Federal, Intendência do Sistema Penitenciário, representante dos profissionais de Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário, Defensoria Pública Estadual e representantes da sociedade. Só a finalização da
Relatório também diz que a maioria dos presos alagoanos é de pardos, tem entre 26 e 36 anos de idade e cumpre pena que varia entre 8 e 15 anos de prisão
mais completa radiografia dos presos demorou cinco meses para ficar pronta. E, pelo visto, valeu a pena porque este é o perfil, resumido, dos presos condenados: pardo, classificação do Instituto
“Ferida aberta” do governo estadual O relatório toca em uma São José da Tapera, São Luiz “ferida aberta” do gover- do Quitunde, São Sebastião, no estadual: as condições Taquarana, Teotonio Vilela das cadeias. Faz elogios e e Traipu. também ferozes críticas: Uma das propostas do “Segundo se pode obser- conselho é que estas comarvar pelos relatórios de ins- cas sejam desativadas porpeção anexos, toda a rede que, na teoria, são lugares de unidades prisionais menos violentos, por terem estão sucateadas por falta menos condenações. Ou de um plano de ação para ainda, também em tese, se sua reestruturação que o considera que estas cidades governo se reusa a ver com podem ter presos em delegaseus próprios olhos”, diz o cias, aguardando julgamento. material. E mais à frente Nos crimes, contando sentencia: “Segundo esses apenas os condenados, o relatórios de inspeção rea- maior número de presos, em lizados pelos integrantes 2009, respondia por homicídeste Conselho Peniten- dio (176), seguido por roubo ciário, sem exceção, todas (162), porte de arma de fogo as unidades precisam de (50) e furto (42) e tráfico de cuidados urgentes em suas entorpecentes (42). estruturas físicas”. Comparado aos O caos na estruanos, o gráfico das tura física dos presícondenações está dios foi revelado, Caos na posto assim: em 2006, com exclusividade, estrutura as cadeias tinham por O JORNAL, em mais envolvidos em novembro do ano física dos roubos. Naquela passado. Era uma presídios foi época, os homicídios análise feita a partir revelado por ocupavam a segunda de relatórios dos colocação (135), enconselheiros peni- O JORNAL trando pelo porte ileem 2009 gal de arma de fogo tenciários. É possível perceber que o nú(38), tráfico de entormero de presos conpecente (43) e furto (80). denados em Alagoas Em 2009, os homicídios supouco mudou. Em 2006, peraram esta marca: foram foram 613; 524 em 2007; 438 176 condenados contra 162 em 2008 e 569 em 2009. Em por roubo. Os condenados 2009, Maceió teve 298 con- por porte ilegal de arma de denações; Arapiraca, 58; fogo crescem progressivamenParipueira, um dos meno- te: 38, em 2006; 24, em 2007; res municípios do Estado, 14, em 2008 e 50, em 2009. está em terceiro na lista: 25 Os crimes por furto, ao condenados, ano passado. invés de crescerem, dimiTrinta e cinco cidades nuem o número de condenanão condenaram ninguém: dos. Em 2006, foram 80, caiu Anadia, Batalha, Bran- em 2007 (67), menos ainda quinha, Cacimbinhas, Ca- em 2008 (46) e 42, em 2009. jueiro, Campo Alegre, CaChama a atenção na parnapi, Capela, Chã Preta, te mais baixa da lista, com Colônia Leopoldina, Coru- menos condenações. O criripe, Feira Grande, Igreja me de extorsão, mediante Nova, Junqueiro, Maravilha, seqüestro, teve 21 condenaMarechal Deodoro, Mata dos somente em 2008, mais Grande, Matriz de Cama- que a soma dos anos de 2006 ragibe, Messias, Murici, (4), 2007 (3) e 2009 (5); o Novo Lino, Olho d’Água crime de seqüestro e cárcedas Flores, Pão de Açúcar, re privado teve um condenaPilar, Paulo Jacinto, Pira- do em 2006, nenhum em nhas, Porto de Pedras, Porto 2007, apenas um em 2008 e Real do Colégio, São Brás, 4 em 2009. (O.R.)
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referindo-se aos mestiços; é analfabeto ou estudou pouco; não trabalha ou jamais trabalhou, por isso, segundo o conselho, entrou no mundo do crime; a maioria foi
condenada por homicídio, puxando outros crimes, como o tráfico de entorpecentes, porte de arma e furto; tem entre 26 e 36 anos e estão condenados entre 8 e 15 anos de prisão. “Presídio é conseqüência,
vale lembrar isso. As soluções para uma cadeia com menos gente devem discutidas e aprofundadas, com a sociedade e o poder público”, disse o presidente do conselho, Francisco Torres.
Superlotação não escapa do relatório Um velho e conhecido problema são as superlotações das cadeias. Não escapam ao relatório do Conselho Penitenciário. Em 2009, havia 1.829 vagas nas cadeias, 564 presos a mais. O número de presos provisórios era 1.336. Os homens respondem pela maioria: 1.718; mulheres, 128. “O número de mulheres cresce progressivamente, entre os condenados”, disse Francisco Torres, presidente do Conselho Penitenciário. A faixa etária dos presos condenados é essa: a maioria (771) tem entre 26 e 36 anos, com condenações entre 8 até 15 anos. Cinco respondem a penas entre 50 e 100 anos, 240 trabalharam, 74 estudaram, 1.115 são pardos, 589 brancos e 244 negros. No Baldomero Cavalcante, o número de presos que estuda, entre os condenados, está caindo. Eram 129, em 2006; 60, em 2007. Apenas dois presos, em 2008, estudavam e 18, em 2009, eram estudantes. O Baldomero tinha, em 2009, 641 presos condenados. Tinha quase a metade em 2006: 393. Dos 641 presos, em 2009, condenados, 35 trabalhavam. Isso representa 5,4% dos presos, apenas no Baldomero
Cavalcante. Na penitenciária feminina, o Presídio Santa Luzia, das 128 condenadas, 46 trabalhavam e 21 estudavam ou 35% trabalhando e 16,4% estudando, uma média um pouco maior que a dos homens. Uma das propostas dos conselheiros é a construção de presídios em lugares específicos, no Estado, para ajudar na administração dos presos. Propõe-se presídios em Penedo, Palmeira dos Índios, São Luiz do Quitunde, União dos Palmares, São Miguel dos Campos e Delmiro Gouveia e mais um em Maceió. Isso para acelerar julgamentos e facilitar o acesso das famílias dos detidos, além de “reduzir a superpopulação carcerária em Arapiraca e Maceió, facilitando o cumprimento das penas, mais próximos de suas cidades de origem”, diz o material do conselho. Outra proposta é que as varas criminais possam ser transferidas para a parte alta da capital, próximo ao complexo prisional. É uma medida, defende o conselho, que acelera o trâmite dos processos- garantindo a solução de um problema imediato: a superlotação. Até o sistema de
videoconferência, usado como modelo no julgamento, pode ser descartado se o Tribunal de Justiça se propor a construir um fórum próximo aos presídios no Tabuleiro dos Martins. O Conselho propõe ainda que o Governo transforme a Intendência do Sistema Prisional em Secretaria de Administração Penitenciário, desvinculado da Secretaria de Defesa Social. “Há muito, o governo do Estado não vem disponibilizando suficiente manutenção para um bom funcionamento da estrutura do sistema penitenciário em todo o Estado, gerando uma insegurança institucional cuja estrutura física já se acha bastante precária conforme constatado”, diz o relatório. Diz mais: “A prisão não pode ser mais considerada um simples depósito de pessoas humanas como acontece em Alagoas. Procura-se apenas conter o preso para que não fuja. Necessário se faz encarar com mais seriedade o tratamento penal a ser dado aos presos, pena de incorrermos em mais violência na sociedade com o retorno do apenado à criminalidade”. (O.R.) Marco Antônio
Francisco Torres, presidente do Conselho, diz que número de mulheres condenadas cresce progressivamente
Não é só isso. Maceió responde, esmagadoramente, pela maioria das condenações no Estado. E 35 cidades não condenaram ninguém em 2009. A relação completa está nesta edição.
Outro lado: Igesp fala de realizações O JORNAL pediu que a Intendência do Sistema Prisional pudesse encaminhar, pelo correio eletrônico, as principais realizações da atual gestão dos presídios, atualmente com o coronel Dário César. Foram estas: reformas em módulos e presídios; construção de módulos; construção de abrigos; fardamento dos presos; conta corrente para presos; cursos de capacitação para agentes; retomada das oficinas de trabalho para presos; armamentos; funcional para agentes; bolsa complementação; boa relação com a categoria; gerências todas têm agentes; implantação do Projeto Indústria do Conhecimento (SESI); investimento na segurança; avaliação de desempenho dos agentes penitenciários; porte de arma para agentes. Houve também, segundo o e-mail enviado, o disciplinamento no porte de arma dos agentes penitenciários. Isso para evitar troca de tiros nos presídios; apresentou-se também projeto que aumenta a segurança do presídio de Arapiraca. Ele fica ao lado do campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), cujos alunos estavam preocupados com possíveis fugas dos presos ou rebeliões, podendo atingir o campus. BOLSA - Além disso, sempre de acordo com a Igesp, cada agente penitenciário recebe uma bolsa que incentiva a formação e a qualificação dos profissionais da área de segurança. As agentes penitenciárias femininas também receberão curso de Técnicas de Defesa Pessoal, durante seis dias. Houve ainda disciplinamento no uso de uniformes pelos agentes penitenciários. Segundo a Igesp “para aumentar a auto-estima dos profissionais e melhorar a apresentação dos agentes”. Foi criada ainda, em parceria com o Sesi, uma Indústria do Conhecimento, de incentivo a leitura e inclusão digital, aponta o e-mail enviado pela Igesp. (O.R.)
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CNMP discute sistema carcerário do país Superlotação de presídios, corrupção, tortura e falta de políticas públicas são listados como principais problemas
Encontro realizado em Brasília pelo CNMP, que reuniu procuradores e promotores de todo o país, discutiu situação do sistema carcerário nacional
Mais de cem promotores e procuradores de todo o Brasil, além de sete conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público, estiveram reunidos durante a semana para discutir o sistema carcerário no Brasil. O encontro aconteceu em Brasília e foi coordenado pelo conselheiro Maurício Albuquerque, presidente da Comissão de Comissão Disciplinar de Controle do Sistema Carcerário e de Controle das Medidas SócioEducativas, do CNMP. Os membros do MP, reunidos em grupos de trabalho, discutiram os principais temas que envolvem o sistema prisional brasileiro, como revisão da legalidade da manutenção das prisões provisórias e definitivas e outros aspectos do controle da execução das medidas de restrição de liberdade; superlotação carcerária e condições físicas dos estabelecimentos; modelo da atuação do MP na execução penal e no controle externo da atividade policial, especialmente no que se refere a presos provisórios. Os problemas mais graves identificados pelos participantes do Encontro foram a superlotação dos presídios, o alto índice de corrupção do sistema, a existência de tortura nos estabelecimentos prisionais e a falta de políticas públicas efetivas para a área. Após a discussão nos grupos, uma série de propostas
foram apresentadas, entre elas, a criação de sistema informatizado de acompanhamento e controle de prazos de prisão, a criação de órgão próprio para monitoramento do sistema carcerário, o estabelecimento de metas e medidas para impedir, em nível nacional, a permanência de presos provisórios em delegacias de polícia; a padronização da periodicidade das fiscalizações e inspeções dos presídios, inclusive com a uniformização dos relatórios respectivos; a criação pelos MPs de grupos com atribuição exclusiva de controle externo da atividade policial, sem prejuízo do exercício do controle difuso, contando com estrutura material e humana necessárias para o exercício de suas atribuições; e a criação de promotorias com atribuição na área de direitos difusos e tortura, para trabalhar especificamente com ocorrências em prisão. Todo o material produzido no encontro será agora analisado na Comissão de Comissão Disciplinar de Controle do Sistema Carcerário e de Controle das Medidas Socioeducativas do CNMP e, posteriormente, levado ao plenário do conselho. O presidente da comissão, conselheiro Maurício Albuquerque, pretende, ainda, apresentar uma proposta de resolução sobre o assunto, que uniformize a atuação do MP em todo o Brasil.
CONGRESSO NAÇÕES UNIDAS
Mutirão Carcerário do CNJ já liberou 20 mil presos no Brasil O Mutirão Carcerário, criado em 2008 por iniciativa do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, já permitiu, entre agosto daquele ano e abril de 2010, a expedição de alvarás de soltura de 20 mil presos que já haviam cumprido a pena a que foram condenados ou se encontravam privados de sua liberdade ilegalmente. Este foi um dos dados apresentados na última sexta-feira, no 12º Congresso das Nações Unidas sobre
Prevenção ao Crime Justiça Criminal, realizado em Salvador (BA), pelo conselheiro do CNJ Walter Nunes e pelo juiz federal auxiliar do STF, Jairo Schäfer. Segundo Jairo Schäfer, o Brasil, com 473 mil presos, tem uma das mais altas taxas carcerárias do mundo, superadas apenas por poucos países, entre os quais a Rússia e os Estados Unidos. Segundo ele, o mutirão carcerário já permitiu a análise de 112 mil processos desses presos e a concessão de 34.600 benefícios, incluindo alvarás de
soltura ou progressão do regime de prisão para semiaberto (com possibilidade de trabalhar fora, retornando ao presídio à noite) ou aberto, com o preso podendo dormir em casa, mas se apresentando periodicamente à autoridade policial. Com isso, já se começou a aliviar os excessos da população carcerária. Eles informaram, ainda, que o programa “Começar de Novo”, também criado por iniciativa do atual presidente do CNJ e STF com objetivo de permitir a reinserção de ex-presos na
sociedade, oferecendo-lhes emprego, já permitiu colocar em postos de trabalho 2.000 presos e que a expectativa é aumentar esse número para 7.000, até o fim deste ano. Informaram, ainda, que o CNJ declarou o ano de 2010 “Ano da Justiça Criminal”, significando a importância que decidiu atribuir ao tema. Ontem, aconteceram debates no Congresso, em que se negocia a redação da “Declaração de Salvador”, o documento final a ser divulgado amanhã, quando se encerra o evento.
Falta de controle da população carcerária: problema O conselheiro do CNJ Walter Nunes informou que os mutirões carcerários foram consequência de inspeções públicas realizadas por iniciativa do conselho e que “revelaram uma inconsistência muito grande no funcionamento da Justiça criminal”. Então, para sanar ou minorar os problemas encontrados, o CNJ criou um grupo de trabalho incumbido de elaborar um plano estratégico específico para as varas criminais. A partir da constatação de
que, no complexo sistema judiciário brasileiro, composto por tribunais, todos eles com autonomia, não havia um compartilhamento de experiências, nem mesmo a definição da estratégia para enfrentar o problema, que na verdade é global, concluiu-se que, para obter melhores resultados, a Justiça como um todo precisa atuar com maior sintonia. Segundo Nunes, constatouse, também, que um grande problema da execução penal é a falta de controle da população
carcerária. Havia - e ainda continua havendo - presos já com direito a benefício que não deveriam mais estar na prisão. Por outro lado, o sistema de regime aberto de cumprimento de pena é inadequado. Isto porque, além de o formato atual não servir para ressocializar o preso, as pessoas sob este regime não são controladas ou monitoradas quando em liberdade. Diante disso, o CNJ propôs ao Congresso Nacional a introdução do monitoramento ele-
trônico dos presos, já em vigor em alguns países, mas ainda em debate no Brasil. Na última quinta-feira, o ministro do STF Cezar Peluso, que também participou do Congresso e preside grupo latino-americano que elaborou proposta de uma convenção internacional destinada a tornar obrigatória a obediência de regras mínimas no tratamento de presos, ponderou que a questão precisa ser bem analisada, levando em consideração os direitos humanos do preso.
Sistema de processo eletrônico será inaugurado Amanhã, será inaugurado, em Natal, o sistema de processo eletrônico elaborado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, com sede em Recife. Segundo o conselheiro do CNJ Walter Nunes, o modelo do TRF da 4ª Região é o melhor até agora desenvolvido e será implantado em todo o país. Com a generalização do processo eletrônico, a Justiça ganhará mais celeridade, o que possibilitará acelerar, também, a revisão dos processos dos detentos. Ele funcionará 24 horas por dia, todos os dias da semana. Isto significa que qualquer advogado que quiser acessar um processo poderá acessá-lo
a qualquer hora, e um juiz, mesmo se encontrando fora do país, poderá dar despachos em processos a ele afetos. Walter Nunes observou que “o grande o problema da prestação da atividade jurisdicional em país de dimensões como o Brasil reside na questão da comunicação”. Ele exemplificou essa dificuldade, no modelo tradicional, por exemplo para ouvir uma pessoa na Amazônia ou no Nordeste, se o processo está tramitando no Sul. Lembrou que vários juízes já adotam, por exemplo, a videoconferência, sem necessidade de deslocamento do preso para o local da audiência. Por
outro lado, a saída do modelo tradicional para o eletrônico dá maior consistência, principalmente em recurso, quando o processo vai para instâncias superiores, pois permite o contato direto com a prova da forma como ela foi produzida. Nunes apontou, também, as transformações que o novo sistema permitirá na comunicação em regime de plantão, quando ocorre a prisão de alguém em flagrante. Segundo ele, a ação própria da autoridade policial é momento extremamente crítico. É quando a pessoa está no cárcere, sem que tenha havido uma determinação judicial. Portanto, requer rapidez.
No modelo tradicional, a polícia manda um calhamaço de papel para o Judiciário. No regime de plantão, seja qual for a hora, o juiz encaminha o processo para o Ministério Público, e depois ocorre toda a triangulação de retorno da forma de tramitação desses documentos. Na forma eletrônica que começa a ser utilizada por alguns juízes, tudo isso se faz por essa via: na hora em que a autoridade policial encaminha o processo para o juiz, ela já a encaminha para o MP. Isso abrevia, em muito, o tempo de apreciação final dos processos. Nunes lembrou que, no CNJ, todos os processos são eletrônicos.
Tuma Júnior diz que Justiça ainda depende de atualização legislativa
Secretário: “Legislação deixa a desejar” O secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, disse na última sexta-feira, durante o congresso em Salvador, que a justiça brasileira tem cumprido o seu papel no combate ao crime, mas que ainda existem entraves legais que a impedem de ser mais rápida em alguns casos, “para que se possa dar à população uma maior sensação de segurança”. O secretário, que representa o Ministério da Justiça nos debates do congresso, ressaltou, porém, que não responsabiliza a Justiça por eventuais deficiências. “Eu não responsabilizo a Justiça”, afirmou o secretário. “Eu acho que a nossa legislação, em alguns momentos, deixa a desejar e obriga que a Justiça faça ou deixe de fazer coisas que acabem prejudicando toda a investigação, todos os procedimentos”, disse. Ele citou como um dos entraves ao combate ao crime organizado o fato de a Justiça, por força da legislação, não conseguir bloquear recursos de criminosos e organizações criminosas, sem que haja sentença nesse sentido transitada em julgado. E isso, no entender dele, é de grande importância. “Eu acho que esse é o único caminho que a gente tem para avançar efetivamente (no combate ao crime), materializar aquilo que parece uma coisa filosófica, para mostrar ao criminoso que o crime não compensa”, afirmou o secretário. “Se a gente não aliar isso a uma repressão focada no recurso
proveniente da atividade criminosa - e aí serve para qualquer tipo de organização, internacional ou uma pequena quadrilha de furto de automóveis -, se a gente não focar mais o bem do que a pessoa do criminoso daqui por diante, a gente nunca vai conseguir chegar a um resultado que se espera, que a população anseia”, afirmou. Sobre a Justiça brasileira, o secretário disse que ela já se democratizou, mas depende ainda de uma atualização legislativa. “Eu acho que a gente tem que buscar uma solução, adequar a legislação”. Ele lembrou que Executivo e Judiciário têm feito um trabalho no sentido de resolver esse problema. PRESOS - O Secretário Nacional de Justiça informou que um tema que também tem gerado muita discussão é a proposta de uma nova convenção sobre o tratamento mínimo a ser dispensado a presos. Atualmente, estão em vigor recomendações sobre isso constantes na Convenção de Genebra, de 1955, que no entanto não são vinculantes, isto é, não obrigam os países a segui-las. Agora, está em discussão a elaboração de uma convenção que torne obrigatórias as regras de tratamento mínimo aos presos. Tuma Júnior ponderou que as divergências sobre o tema decorrem do fato de que as realidades dos países em questão de presídios são muito diferentes.
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Área inundada na cidade de Tubarão (Santa Catarina), em 1974, quando 199 pessoas morreram
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Vista aérea dos municípios de Navegantes e Itajaí, em Santa Catarina, inundados em 2008
DESASTRES NATURAIS
Experiência de reconstrução no Brasil Apesar da história contradizer a fama de que País está livre de desastres naturais, nação continua despreparada “Menos de 36 horas foram suficientes para encher o rio a mais de 14 metros de seu nível normal. O rio alagou quase todos os barrancos e as casas neles estabelecidas, causando inúmeros males e prejuízos diretos na colônia e em todo seu território habitado. (...) Embora não sendo ca-
racterística de meu temperamento, não pude deixar de chorar como uma criança, vendo a cena de destruição em toda a parte.” O relato foi escrito em 30 de abril de 1856 pelo alemão Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da colônia que mais tarde se tornaria a cidade de Blu-
menau, em Santa Catarina. Na carta, endereçada a um conselheiro do Império, Hermann conta detalhes de uma enchente de novembro de 1855. “A situação foi tristíssima em toda a parte, os preços dos mantimentos subiram muito e, para não ver os colonos perecerem de fome e per-
derem inteiramente o fruto de anos de trabalho, não houve remédio senão sustentá-los de novo com fortes adiantamentos, que abateram todos meus cálculos anteriores.” Após 155 anos, outras tantas histórias de perdas e prejuízos por desastres naturais somam-se
à de Hermann. O País – com fama de estar livre dos infortúnios da natureza – contradiz essa ideia desde ao menos o período imperial. Apesar disso, o Brasil tem feito muito pouco para se preparar contra desastres naturais. “Nossa abordagem é muito reativa, ou seja, quando acontece
algum grande desastre, todos se mobilizam, mas pouco é feito para modificar os riscos, a vulnerabilidade”, afirma o engenheiro brasileiro André Dantas, acadêmico do Departamento de Engenharia de Recursos Civis e Naturais da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.
Reconstrução em Santa Catarina
Vítima da enchente em busca de alimentos alagados em SC, em 2008
Inundação em Blumenau, em 1983, deu origem a Oktoberfest no Brasil
Defesa Civil: 80% das cidades estão “só no papel” Estimativa da Secretaria Nacional da Defesa Civil mostra que menos de 20% das cidades brasileiras têm uma equipe preparada para lidar com desastres naturais, como enchentes, deslizamentos e secas. De acordo com a secretária Nacional de Defesa Civil, Ivone Valente, oficialmen-
te o órgão está presente em 4 mil municípios, mas em cerca de 3 mil existe “apenas no papel”. Cabe justamente à Defesa Civil mapear riscos e sugerir ações de correções. Ivone disse que o fato de o órgão ser regido por decreto, e não por lei, contribui para essa defi-
ciência. “Ficamos a critério da consciência da prefeitura de cada município. Cada prefeito decide se quer ou não criar o departamento, já que ele não é obrigatório.” Uma das propostas da secretaria é que as Defesas Civis de todo o país sigam algum tipo
de padronização. O assunto deve ser encaminhado para avaliação do Congresso Nacional até abril. “Os gestores continuarão com autonomia para definir, mas pelo menos seria importante ter padronizada uma estrutura básica em todo o Brasil”, afirma Ivone.
Prejuízo é dez vezes maior por falta de prevenção Asecretaria não tem uma estimativa de quanto o Brasil gasta a mais por não ter uma política de planejamento, porém, levantamento da ONG Contas Abertas aponta que o Brasil gastou apenas no ano passado dez vezes mais com reparos causados por desastres naturais do que com prevenção. Em 2009, o governo federal teve custos de R$ 1,3 bilhão com o programa “Resposta aos Desastres e Reconstrução” e apenas R$ 138 milhões com o de “Prevenção e Preparação para Desastres”.
Segundo o Em-Dat, nos últimos dez anos ocorreram pelo menos 51 grandes episódios de secas, inundações, deslizamentos de terra, atingindo cerca de 5,2 milhões de pessoas, das quais mais de mil morreram. O prejuízo econômico é estimado em US$ 3,5 bilhões. Apenas em 2009, de acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, mais de 1,2 milhão de pessoas tiveram suas vidas mudadas em decorrência de desastres naturais, 200 mil ficaram desalojadas, 100
mil desabrigadas e 40 morreram. “Precisamos aprender mais com países como Japão e Nova Zelândia, que trabalham de forma séria nessa questão. Na Nova Zelândia, por exemplo, existe a Lei de Gerenciamento da Defesa Civil que define as obrigações de todos os envolvidos na gestão de desastres. Essa lei é referência mundial, porque estabelece uma estrutura contínua de estudo, monitoramento, preparação, planejamento, resposta e reconstrução
de desastres”, afirma Dantas. Para o acadêmico brasileiro, é necessário também que os desastres naturais não sejam vistos apenas como um problema da Defesa Civil. O engenheiro lembra que ter centros integrados é importante no trabalho de prevenção e em situações de emergência e reconstrução. “Na China, por exemplo, existe um grupo que centraliza essas situações. São pessoas bem treinadas para coordenar todos os recursos antes e depois dos desastres”, explica.
País não tem integração para casos de emergência Hoje, o país não tem grupo semelhante que integre as mais diversas áreas para atuar em momentos de emergência. Para a professora Maria de Lúcia Hermann, do Departamento de geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), essa é questão básica. “A nossa experiência de re-
construção é muito desorganizada. Mesmo os voluntários não sabem a quem recorrer. Estamos longe de dar uma condição mais tranquila para quem sofre esse tipo de tragédia. Temos apenas a boa vontade”, afirma a professora. Maria de Lúcia coordena na universidade um Grupo de De-
sastres Naturais de Santa Catarina. “Mas lá podemos dizer que o nosso trabalho é mais de consultoria. As condições do clima mudaram, os episódios estão mais freqüentes e a população tem ocupado mais áreas. O Brasil precisa com urgência que essa questão seja levada a sério”, pontua a geógrafa.
“A tendência mundial é investir ao máximo em preparação em todos os níveis. Para isso, precisamos entender que o ‘desastre de todo o dia’, como as enchentes registradas neste verão em São Paulo, deve ser percebido como tão importante como qualquer outro desastre”, completa Dantas.
Em novembro de 2008, o Os números da reconstruEstado de Santa Catarina foi ção das cidades ainda são deassolado por uma das maio- sencontrados. De maneira res catástrofes naturais do país. emergencial, o governo de Enchentes e deslizamentos Santa Catarina recebeu, por atingiram 63 cidades, afetando meio da Medida Provisória 2 milhões de pessoas. O cená- 448, R$ 360 milhões. Segundo rio de destruição foi compara- o governo federal, o total invesdo ao deixado pelo Furacão tido foi de R$ 2,6 bilhões, Katrina, nos Estados Unidos. sendo R$ 1,3 bilhão por meio A condição para o caos to- da liberação do FGTS. Em doamou forma em 20 de novem- ções, foram mais de R$ 36 mibro, quando um anticiclone lhões. “Até o mês passado, al(com ventos em sentido anti- gumas pessoas ainda morahorário) associado em alto-mar vam em abrigos. A construção a um vórtice ciclônico (com de casas novas ainda está ocorventos em sentido horário) for- rendo”, completou. De acormou um dilúvio no litoral ca- do com a Defesa Civil estatarinense. dual, 12 mil pessoas estiveram Em 24 de novembro, após diretamente envolvidas nos fazer um sobrevoo pela região trabalhos de reconstrução, atingida, o governador de San- além de milhares de voluntáta Catarina, Luiz Henrique Sil- rio. veira, descreveu a situação A professora diz que decom uma frase que seria repepois dessa tragédia tida diversas vezes: “Os moro olhar para os deros derreteram como se sastres naturais fossem sorvete.” mudou. “As pes“Foram 135 soas estão olhando Em dois mortes (97% por somais para essa terramento) e dois questão. Mas ainda dias, choveu desaparecidos. Maé preciso criar um em Santa is de 80 mil desabricentro de estudos e Catarina gados. Houve peratendimento aos da total da agriculdesastres. Hoje, te400 mm; em tura. Naquele ano, mos um grupo na novembro, foram praticamenuniversidade, mas foram te três meses choé mais uma consul1000mm vendo e três dias de toria”, disse. dilúvio. Em dois dias, choveu 400 milíOKTOBERmetros (mm). Em FEST, 1983 - Em 1983, novembro, foram uma enchente deixou a cidade 1.000 mm, superande Blumenau, em Santa Catado a média do ano”, lembra a rina, completamente submerprofessora Maria de Lúcia sa. A tragédia inspirou uma Hermann, do Departamento festa: a Oktoberfest. “O objetide geociências da Universida- vo, mais do que arrecadar dide Federal de Santa Catarina nheiro, era recuperar a autoes(UFSC). “Pessoas ficaram ilha- tima da população”, conta a das e passaram dias sem comi- professora Maria de Lúcia. da”, completou. Na primeira edição, em Além disso, mais de 23 ro- 1984, o evento reuniu 102 mil dovias estaduais foram dani- pessoas que aproveitaram a ficadas, além das estradas fe- festa típica alemã regada à derais. O turismo, as indústri- muita cerveja. Naquele ano, as, a agropecuária, as peque- foram consumidos 103 mil linas e microempresas, o comér- tros de chope. A festa, que este cio, os abastecimentos de água, ano realizará sua 27ª edição, luz e gás também foram pre- já chegou a reunir 1 milhão de judicados. A Defesa Civil esta- pessoas. Juntando todas as edidual contabilizou 4,3 milhões ções, mais de 17 milhões já pasde quilos de alimentos doa- saram pela Oktoberfest. Em dos, 2,5 milhões de litros de 2008, quando a região voltou água, 1 milhão de quilos de a ser castigada por enchentes roupas, além de brinquedos, e deslizamentos, a festa arremateriais de higiene pessoal e cadou cerca de R$ 3,5 bilhões. outros. (Continua na página A7)
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Reconstrução envolve memória do povo “Como explicar para uma senhora de 90 anos, que há 60 deles guarda sua tesourinha na gaveta, ao lado da cama, que a sua casa não está mais lá. O trabalho de reconstrução de uma cidade envolve muito mais do que valores, é a memória de uma população. São essas pessoas que fizeram a história e souberam preservar
300 anos de cultura.” Responsável por coordenar a reconstrução de Goiás Velho em 2001, Salma Saadi, superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás, contou os desafios para devolver à população a rotina que lhes dava vida.
LEIA A SEGUIR OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA A ENCHENTE - A enchente atingiu Goiás Velho em 31 de dezembro de 2001. Eram por volta das 6h quando o Rio Vermelho, afluente do Araguaia, começou a encher. Às 11h, veio a tromba d’água, com ondas fortes: 19 pontes foram destruídas, 170 imóveis foram atingidos total ou parcialmente. A cidade tinha recebido em 7 de dezembro daquele ano o título de Patrimônio da Humanidade do Fundo da Organização das Nações Unidades para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Às 23h, o leito do rio já tinha baixado. A cena era assustadora. A praça onde ficava a Cruz do Anhanguera, em frente à casa da poetisa Cora Coralina (1889-1985), por exemplo, era um buraco. Por sorte, ninguém morreu. Foram cerca de 120 pessoas envolvidas diretamente na reconstrução da cidade, que demorou dois anos para ser concluída.
Soldados e voluntários retiram imagens sacras em meio aos escobros em Paraitinga, no interior de São Paulo, atingida por chuvas intensas
PRIORIDADES - Foi preciso definir quais eram as prioridades. Vimos primeiro as casas em pior estado, aquelas com risco iminente de desmoronar. Segundo, a idade do morador. Atendemos os mais idosos primeiro. Nessas horas é preciso considerar a idade das pessoas. Percebemos que os mais velhos normalmente entram em um processo de depressão. PSICÓLOGOS - Equipes de psicólogos se juntaram ao grupo que trabalhava na reconstrução da cidade. Era preciso dar assistência às pessoas que tinham perdido seus bens. Muitas não queriam deixar suas casas e entraram em um processo de tristeza. COMITÊ GESTOR - É fundamental ter um comitê gestor para que as decisões fiquem concentradas e os problemas possam ser administrados. É fundamental que as pessoas saibam a quem procurar. No comitê decidimos qual seria a rotina de trabalho – nove frentes foram abertas. Toda tarde, por exemplo, a gente recolhia todo material colocado nos contêineres. Depois, era feita uma seleção. Separávamos álbuns de fotos, documentos, tudo que pudesse ser reaproveitado, restaurado e representasse a memória ou história das pessoas de Goiás Velho. Também foi decisão do comitê contratar empresas localizadas na cidade para que a economia local pudesse girar. ENTULHO - Espalhamos 31 contêineres pela cidade. Enquanto limpávamos a lama, colocávamos nos contêineres todos os chamados entulhos originados com a destruição. Contratamos uma empresa de restauro emergencial. Eles entraram em cada imóvel e fizeram uma seleção do que poderia ser aproveitado. Reaproveitamos telhas, madeiras. Fizemos o que existe na França, onde existem lojas que você só compra entulhos de obras. Usamos tudo que poderia ser reaproveitado. DOAÇÃO - A mobilização e solidariedade foram de extrema importância no trabalho de reconstrução. Recebemos, por exemplo, do Ibama a doação de 12 caminhões grandes de madeira. Eram madeiras apreendidas porque foram extraídas de forma ilegal. Além disso, alguns monumentos da cidade foram adotados por grandes empresas. VOLUNTÁRIOS - Diversas campanhas se espalharam pela cidade. A igreja fez a campanha do cimento e arrecadou 162 sacos. A prefeitura de Goiânia emprestou quatro caminhões-pipa e lavamos toda a cidade. O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) mandou um engenheiro à cidade para trabalhar na reconstrução. Arquitetos e engenheiros de Goiás Velho se juntaram ao grupo e catalogaram casa por casa que havia sido atingida pela enchente. Açougues doaram frangos. O grupo das senhoras da melhor idade fizeram uma campanha na qual vendiam chás e iguarias de Goiás que arrecadou R$ 3,5 mil. Cantores que nasceram no Estado fizeram shows e arrecadaram R$ 16 mil. Ao todo, foram gastos quase R$ 10 milhões para reconstruir ou restaurar os imóveis atingidos.
Exemplo de São Luiz do Paraitinga São Luiz do Paraitinga, cidade turística localizada a 182 quilômetros de São Paulo, utilizará a experiência de Goiás Velho para reconstruir o município destruído pelas águas do Rio Paraitinga, que transbordou com as fortes chuvas no começo deste ano. Prédios históricos, entre eles a igreja matriz São Luiz de Tolosa, construída no século 19, foram destruídos. Segundo balanço do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 300 imóveis foram afe-
tados pela chuva. Mais de 4 mil pessoas foram obrigadas a sair de casa. Os prejuízos ainda são somados, mas apenas com o cancelamento do carnaval – um dos mais tradicionais do Estado de São Paulo – cerca de R$ 20 milhões deixarão de ser arrecadados. Em janeiro, foram liberados, por meio do PAC das Cidades Históricas, R$ 10 milhões para a reconstrução e restauração dos imóveis na cidade.
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Voluntários trabalham na prevenção de desastres em janeiro passado em Istambul, capital da Turquia
Crianças em escola de Istambul mostram saber como reagir a tremor, embora ainda não tenham enfrentado um
Cidades se preparam para terremotos Países em desenvolvimento realizam obras para que danos sejam mínimos quando da ocorrência de um tremor Ao passar pelas ruas de Istambul, na Turquia, Mustafa Erdik, diretor de um instituto de engenharia de terremotos, sente-se como um médico que observa a enfermaria superlotada de um hospital. Sua maior preocupação são as dezenas de milhares de edifícios espalhados pela cidade, construídos de forma
aleatória, sem inspeção e com pressa, enquanto a população ultrapassa a marca dos 10 milhões (há apenas 50 anos, contava-se 1 milhão de moradores). Para alguns sismólogos, esses prédios “esperam se tornar destroços”. “Os terremotos sempre encontram o ponto mais fraco”, afirmou Erdik. Istambul é uma das diversas cidades de países em de-
senvolvimento localizadas em áreas sísmicas, onde a população cresce mais rápido que a capacidade de oferecer moradia suficientemente segura para protegê-la de um desastre – que, em alguns casos, poderia ser ainda maior do que o terremoto do Haiti, em 12 de janeiro. Roger Bilham, sismólogo da Universidade do Colora-
do, afirma que a crescente e cada vez mais urbana população mundial - que deve aumentar em mais 2 bilhões até o meio deste século e exigir 1 bilhão de habitações - enfrenta “uma forma não reconhecida de arma de destruição em massa: casas”. Segundo ele, sem uma expansão nos esforços para mudar as práticas de construção
e educar as pessoas - de prefeitos a pedreiros - sobre modos simples de tornar estruturas mais seguras, é quase certo que a tragédia do Haiti seja superada ainda neste século quando um grande terremoto atingir Karachi, no Paquistão; Katmandu, no Nepal; Lima, no Peru; ou outra de uma longa lista de cidades pobres localizadas onde ter-
remotos grandes são inevitáveis. Em Teerã, a capital do Irã, Bilham calcula que 1 milhão de pessoas poderiam morrer em um terremoto de intensidade similar ao do Haiti (7,0 graus de magnitude). Em Istambul, um estudo estimou que um tremor deixaria de 30 mil a 40 mil mortes, além de ferir 120 mil gravemente.
Preparando-se para resistir ao pior Entre as cidades ameaçadas e localizadas em países em desenvolvimento, Istambul se destaca por tentar ficar à frente do risco. Um primeiro passo foi dado em 2006, quando se traçou um grande plano para os terremotos. Criado para os governos municipal e federal pela equipe de Erdik e por pesquisadores de outras três universidades turcas, o plano é raridade fora de locais ricos como Tóquio e Los Angeles. Seguir a longa lista de recomendações é um desafio, pois, como na maioria das cidades muito populosas, a maior fonte de pressão política em Istambul não vem de um terremoto iminente, mas do tráfico, da criminalidade, da falta de empregos e de outros problemas “em tempo real”. Mesmo assim, as lições aprendidas com a devastação no Haiti aumentaram a urgência de uma ação em Istambul, que faz o que pode para escapar de seu próprio desastre. O esforço de preparação está vindo de cima, com códigos de construção mais rígidos, seguro para terremoto obrigatório e empréstimos de bancos de desenvolvimento internacional para melhorar ou substituir escolas e outros prédios públicos que sejam vulneráveis. A prioridade é manter em pé estruturas vitais como hospitais, escolas e corpos de bombeiros. Por meio de um programa financiado com mais de US$ 800 milhões em empréstimos do Banco Mundial e do Banco de Investimento Europeu, a Turquia está no estágio inicial de fortalecer centenas de escolas vulneráveis em Istambul, além de importantes prédios públicos e mais de 50 hospitais. Até agora, cerca de metade das 700 escolas definidas como alta prioridade foi reforçada ou substituída. Nos distritos onde o trabalho foi ou está sendo feito, estudantes, pais e professores expressam alívio, mas se mostram
Paredes são reforçadas por pedreiros em escola primária de Istambul
conscientes de que a renovação não diminui as chances de calamidade. “As melhorias são ótimas, mas o prédio ainda pode ruir”, disse Serkam Erdogan, professor de inglês em uma escola primária próxima à costa, cuja construção foi reforçada e recebeu ajustes simples – como alargar as portas para facilitar a retirada. “Precisamos aprender a viver com esse risco. As crianças precisam saber o que fazer.” Por isso, em uma sala da 5.ª série a assistente social Nazan Sati pergunta às crianças de 11 anos o que fariam se um terremoto acontecesse naquele exato momento. A princípio, todos levantam a mão, mas ela pede que mostrem, não falem. Então, todos se protegem embaixo de suas carteiras. A ameaça para as crianças e seus pais está além das paredes da escola, em cada metro dos bairros tomados por estruturas chamadas “gecekondu” (“que aterrissou durante a noite”, em tradução livre). Elas foram construídas rapidamente nos últimos 10 ou 20 anos, enquanto centenas de milhares de migrantes de regiões rurais chegavam à cidade. Esse tipo de construção é comum em muitas das zonas sísmicas mais instáveis do planeta. Bilham, da Universidade do Colorado, estima que ape-
nas 3% das construções em andamento ao redor do mundo estão sob acompanhamento de engenheiros. Peter Yanev, que foi conselheiro do Banco Mundial em engenharia de terremotos, ressaltou que, mesmo quando alguém com um diploma de engenharia está envolvido, não há garantia de que a construção será segura, porque há pouco treinamento especializado nos países em desenvolvimento. Perante esses problemas, organizações não-governamentais treinam dezenas de voluntários em distritos pobres e os mantêm equipados com rádios, alavancas e kits de primeiros socorros para que estejam prontos a responder quando – e não “se” – o pior acontecer. Mustafa Elvan Canteking, engenheiro turco que dirige o projeto (financiado por uma agência de desenvolvimento da Suíça), participou do treinamento de 49 equipes na cidade e viajou para Marrocos, Jordânia e Irã para ajudar a criar programas semelhantes. Ele afirma que a dura realidade das dezenas de pequenas comunidades de uma megacidade é que, quando um terremoto acontece, elas têm de contar com elas mesmas. Foi o que ocorreu em 2008, quando um forte tremor atingiu a Província de Sichuan, na China.
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A vida em liberdade atrás das grades Em condições degradantes e subumanas, mais de 400 famílias moram em celas na antiga colônia de Santa Fé Mônica Lima Repórter
Morar atrás de grades, em celas que um dia abrigou presos em cumprimento de pena. Esta é a realidade de centenas de pessoas que, há cerca de 20 anos, transformaram um presídio, em moradia, no município de União dos Palmares. Muitos já passaram pelo lugar,
alguns desistiram de continuar vivendo em meio ao lixo, fezes e urina. Mas outros optaram por transformar o local em uma residência, apesar da falta de estrutura e das condições de salubridade e ainda acalentam o sonho de morar em uma casa, longe da miséria em que são obrigados a morar. A estrada de barro esburacada, que se transforma num
imenso lamaçal durante o período de chuva, em meio aos canaviais é o principal acesso a comunidade de Santa Fé. O nome do bairro é herança da antiga colônia penal, desativa há mais de 25 anos. Uma escola e um posto de saúde são os equipamentos instalados no povoado que fica na área rural de União dos Palmares, conhecida como terra da Liberdade,
por ter abrigado o maior quilombo da história do Brasil. A antiga construção composta de 16 pavilhões, com infiltrações, paredes sujas, sem água ou qualquer tipo de infraestrutura, foi o espaço onde aproximadamente 480 famílias decidiram morar. Os primeiros habitantes chegaram logo após a desativação do antigo presídio Santa Fé. Mas
tudo foi tão imediato que, quando os primeiros moradores chegaram, ainda havia alguns presos. Aos poucos, os pavilhões foram sendo desativados, até o dia em que não restou mais nenhum detento e os novos inquilinos puderam então ocupar cada cela. O ambiente em quase nada mudou: ainda resta aquela aura de prisão, de privação de
liberdade. Mas hoje, ao invés de criminosos, os pavilhões abrigam em suas dependências pessoas idosas, crianças, jovens e adolescentes, que anseiam por dias melhores, mas custam a acreditar em quem chega prometendo ajuda. A desconfiança é o resultado dos que já passaram pelo povoado prometendo ações, que nunca se concretizaram. Yvette Moura
Vivendo os dias no improviso Na comunidade, as condições de sobrevivência são as mais difíceis. Sem água e sem banheiro, as famílias improvisam para sobreviver. A área externa dos pavilhões é usada pelos moradores para fazer as necessidades fisiológicas. Por isso, é comum se deparar com resto de fezes ao redor dos terrenos. A água é adquirida através de uma perfuração feita em um cano que abastece as casas que ficam fora do terreno da antiga colônia. Uma procissão de mulheres e até de crianças é vista diariamente carregando vários utensílios com o líquido preciso. O banho, muitas vezes é tomado lá mesmo e as crianças menores não perdem a oportunidade de, no auge da inocência, transformar aquele, num momento de lazer. Pelos pavilhões, já passaram diversas famílias. Algumas, diante da luta para sobreviver, acabaram desistindo e optaram por abandonar o local. Mas outras pessoas, na pura
falta de opção onde morar, acabaram ficando e estão lá há 23 anos. É o caso de Maria José Serafim da Silva, que reside no que era uma cela com o esposo e cinco filhos. Seu sogro foi o primeiro a ocupar uma das dependências da colônia, pouco depois de inúmeros moradores, inclusive de outros estados, chegarem para habitar o local. Os anos se passaram, os filhos foram nascendo e a família Serafim da Silva cresceu sem perspectiva de morar num local digno. Maria José, durante esses anos, perdeu as contas de quantas pessoas passaram pela comunidade, prometendo a construção de habitações para eles. “Eu ainda acredito que um dia vou ter a minha casa para morar com meus filhos e meu marido”, diz, meio desconfiada, contando que os cinco filhos estão na escola e apostam que terão um futuro melhor. (M.L.) (Continua nas páginas A10 e A11)
As crianças nascem e crescem, acostumadas com a vida sem estruturas
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Apesar da vida dura e difícil, os sonhos resistem Desconfiados com os estranhos que se aproximam da colônia Santa Fé, já que são vítimas de discriminação pela sociedade local, os moradores observavam a equipe de Reportagem de O JORNAL. Alguns fizeram questão de falar, como José Cláudio dos Santos. O jo-
vem sonhador, apaixonado pela dança e teatro, mora há cerca de 10 anos no pavilhão, e já sabe muito bem o que é enfrentar dificuldades. No espaço em que mora, a sala, o quarto e a cozinha, são divididos com lençóis e lonas. Mas o jovem não perde a chance de reivindicar o que
acredita ser de direito. Ele cobra políticas públicas, principalmente a construção de um conjunto habitacional, há muito prometido. Desempregada, Maria Iolanda Ferreira, mora há apenas um ano numa das celas da antiga colônia, opção que encontrou para
fugir do aluguel. Uma amiga indicou o lugar e, mesmo sabendo das condições desfavoráveis, resolveu enfrentar a miséria, o mau cheiro que exala das fezes e da urina das pessoas e dos animais. “Não penso em sair daqui, antes de ter a minha casa própria para morar”, sonha. (M.L.)
Os pavilhões que abrigavam presos são o lar das famílias, que padecem, vítimas do descaso
Projeto social acena mudanças para a comunidade A chance de ter uma oportunidade, pequena que seja, de ter uma vida melhor pode acontecer. A comunidade da Santa Fé está prestes a ser beneficiada com um projeto social, que há mais de seis anos, desenvolve um trabalho em Maceió, no Village Campestre II. O Centro de Formação e Inclusão Social Inaê, destinado para crianças e adolescentes em
situação de risco é uma iniciativa da ialorixá mãe Neide Oya D’Oxum, do Grupo União Espírita Santa Bárbara. A ação faz parte da política de expansão do projeto, e vai funcionar como uma extensão da escola para as crianças que moram na comunidade. Nas visitas que fez a todas as famílias que ocupam os pavilhões, Mãe Neide viu de perto a
miséria e ouviu as histórias de angústia e aflição dos moradores. Em parceria com a prefeitura do município, o projeto Inaê na Terra da Liberdade está em contagem regressiva para iniciar. Os primeiros passos para concretização das atividades já começaram, com o aluguel de uma casa na comunidade, onde serão construídos dois galpões
e um refeitório. Lá serão dadas oficinas de capoeira, dança afro, teatro e percussão. Nessa primeira etapa serão atendidas 100 crianças, mas a proposta é alcançar outros moradores. Entre os pequenos beneficiados, a expectativa é tanta que, nem mesmo as inscrições foram abertas e 80% das vagas já foram preenchidas. (M.L.)
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Adultos terão oportunidade
Moradores, apesar de tanta carência, deixam acesa a chama da esperança em uma vida melhor
A proposta do Centro de Formação não contempla apenas as crianças. Os pais também estão nos planos, dentro do programa de geração de emprego e renda. Através da realização de cursos profissionalizantes, como corte e costura, pinturas, confecções, os adultos poderão ter nas mãos a oportunidade de mudar o rumo de suas vidas. Quatro servidores do município já foram designados para trabalhar na merenda e nas oficin a s . Apenas percussão e dança afro ficaCrianças já rá a c a r g o contam os dos modias para o nitores início das q u e atuam atividades no projeto Inaê, e m Maceió. Como não poderia deixar de ser, os moradores receberam a notícia do projeto com um misto de esperança e desconfiança. Cansados das promessas feitas no passado e de já terem visto outros projetos nascerem e terem vida curta, eles olham com certa suspeita. Mas também se empolgam na expectativa do início das atividades. Crianças e jovens já estão contando os dias, para começarem a participar das oficinas que, nessa fase, será feita nos galpões que estão em construção na sede do Inaê e, que serão transferidos para um dos pavilhões. (M.L.)
Sede do projeto social está sendo preparada: benefícios futuros
Os pavilhões terão um novo uso: servirão de espaço para as oficinas
Reaplicando a fórmula em uma nova situação Aexpectativa é que o projeto na comunidade de Santa Fé repita o sucesso do projeto de Formação e Inclusão Social no Village Campestre II, que atende mais de 50 pessoas, entre crianças e jovens da comunidade.
Ainiciativa, segundo contou a idealizadora, aconteceu depois de nos anos de 1990, observar a carência das famílias que migraram do interior para capital alagoana em busca de novas oportunidades. “O primeiro passo foi juntar um grupo
de mulheres e, com retalhos confeccionamos peças, que foram comercializadas e, o dinheiro da venda foi se multiplicando. E, a partir daí, o projeto foi crescendo e tomando outra dimensão”, conta. Com o apoio da Fundação
Cultural Palmares, Neide realizou recentemente diversas oficinas para comunidade, encerrando o curso com um desfile que contou com os artistas da rede Globo Isabel Filardis e Ernesto Xavier. (M.L.)
As condições subumanas das famílias parecem esquecidas pelo poder público
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IML será transferido para o Tabuleiro; prédio passará por reformas e sediará uma escola para restauro
A arquitetura da antiga Faculdade de Medicina será transformada em Memorial da Universidade
O prédio histórico pronto para renascer Tombamento do edifício prédio do CCBi abre as portas para um mundo de novas possibilidades para a antiga Faculdade Mônica Lima Repórter
A história da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) não pode ser contada sem passar pela antiga Faculdade de Medicina, no Prado, onde tudo começou. O prédio imponente que serve de referência e que chegou a dar nome à praça situada em frente, deverá ser tombado e transfor-
mado num Memorial da Ufal. Mas não será apenas mais um museu, Será um espaço destinado a unir o passado ao presente, promovendo ações que envolvam a comunidade. Aideia de fazer do prédio um memorial partiu da reitora Ana Dayse quando, ao tentar procurar material para as comemorações dos 50 anos da Ufal, em 2011, constatou que não havia infor-
mações suficientes. De imediato, ela resolveu formar uma comissão tendo a frente do projeto como presidente, o professor Niraldo Farias. O grupo foi sub-dividido, uma vez que, a proposta não se limita apenas a restauração do prédio, mas a produção de livros, espaço com material dos antigos reitores, entre outros. Mas, para o projeto ser colocado em prática, a Universidade
Federal de Alagoas necessitará de recursos e, não são poucos. Atualmente, a reitora e dos demais envolvidos estão em busca de captar recursos junto ao Governo Federal, que certamente dará a sua contribuição. “Mas também vamos recorrer à iniciativa privada, diante da grandiosidade da obra, que se transformará num pólo de pesquisa, ensino e formação para futuras ge-
rações”, explicou Niraldo Farias. Situado num ponto limítrofe, dividindo as zonas Norte e Sul de Maceió, o prédio que já foi o Centro de Ciência Biológicas, por onde passaram nomes ilustres da Medicina alagoana, não voltará a ter como destino o abandono, ao qual foi submetido no século passado, após o encerramento das atividades do antigo quartel do Exército. “O
projeto é tornar o CCBI num espaço vivo, que sirva para contar a história da universidade. Queremos que a população possa desfrutar dele, através de cursos, palestras e outras atividades que serão disponibilizadas. Ele também pode servir para formação de profissionais na área de restauro, uma vez que, em Alagoas há carência de especialistas”, exemplificou.
Praça da Faculdade está no projeto A Praça Afrânio Jorge há muito que mudou de nome e passou a ser conhecida unicamente como Praça da Faculdade, por causa da proximidade com a escola de Medicina. Ela também está incluía do projeto de recuperação. E, para isso, a direção da Ufal está em entendimento com o município, para que o logradouro público seja recuperado. Palco das antigas festas natalinas e de apresentações culturais, das décadas de 1970 e 80, a praça também será contemplada. O projeto prevê no Panteon, monumento construído para abrigar os restos mortais dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, haverá painéis que contarão a história da praça e do memorial, ficando aberto à visitação pública. Corredores abrigarão uma série de novos equipamentos como biblioteca, livraria e até hospedagem
Pedra fundamental será lançada O Memorial da Ufal será apenas uma parte do grande projeto que será implantado na antiga Faculdade de Medicina. O prédio, que ainda hoje recebe alunos da área de saúde, já está com data marcada para deixar de funcionar: o último dia do ano letivo. A partir daí, começará todo o processo de restauração de suas dependências. Em 2011, quando encerra a sua gestão na universidade, a
reitora Ana Dayse, pretende lançar, logo no início do ano, a pedra fundamental que dará o pontapé inicial para a obra. O curso de Medicina funcionará em um bloco, que está sendo construído próximo ao prédio da reitoria, no campus A. C. Simões, no Tabuleiro. O projeto “Memorial da Ufal – 50” anos foi elaborado pelos estudantes de Arquitetura e Urbanismo da disciplina
Prática de Restauro. A coordenação dos trabalhos está sob responsabilidade da professora Josimary Farrare, que prepara os alunos para trabalhar em 4.727,3 m² de área para ser restaurada. Nesses espaços serão construídos restaurante, auditório, livraria para divulgação das publicações da Edufal, biblioteca - inclusive com obras em Braille – e ala destinada a história da universidade. (M.L.)
IML vai virar escola de restauro A professora Josimary Farrare já esteve em Salvador, para verificar o trabalho realizado na primeira Faculdade de Medicina da Bahia, que foi restaurada e se transformou numa escola de restauro. Aideia é construir uma semelhante, no local onde funciona o Instituto Médico Legal, que atenderá jovens da comunidade, que suprirá a carência de profissional no setor de restauro em Alagoas. “A estrutura do IMLdeverá ser trans-
ferida para um outro local, que ainda não está definido. Há um projeto antigo para que passe a funcionar em uma área do Tabuleiro do Martins, mas que nunca saiu do papel”, explicou Josimary. De acordo com ela, está sendo feita uma pesquisa para identificar a procedência dos azulejos, que formam o painel “Cristo Médico”, e em outros pontos do prédio e das estátuas que estão espalhadas no jardim.
A professora informou que o material veio da cidade do Porto, em Portugal, especialista na arte de azulejaria e porcelana, que tem suas peças espalhadas pelo mundo. Com a expansão da Ufal e o intercâmbio com outros países, está previsto no projeto, a construção de um local destinado a hospedagem de professores, palestrantes e outros que vem participar de atividades na instituição. (M.L.)
HISTÓRIA - O prédio onde funcionou a primeira Faculdade de Medicina de Alagoas, foi construído pelo engenheiro militar Carlos Jorge Calheiros de Lima, em 1891, através do Governo Federal, para abrigar a sede do Quartel do 33° Batalhão de Caçadores, que depois passou a ser o Quartel do Exército, até a década de 1940. Após a transferência para o quartel erguido na sede do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado, na Avenida Fernandes Lima. Depois de ter sido transferido, o prédio ficou abandonado, o que levou um grupo de médicos, tendo a frente Abelardo Duarte e IB Gatto, a fundar a Sociedade de Medicina. Eles ficaram sabendo, através do Programa A Voz do Brasil, que o Governo Federal havia liberado o prédio para ser transformado na Faculdade de Medicina. E, em 1951 o arquiteto Joffre Sant Yves Simon, iniciou a construção, transformando em estilo neoclássico, colocando símbolos como o de Asclépio , o deus grego da Medicina. (M.L.)
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Na idade certa para viver bem a vida Jovens de mente e espírito, homens e mulheres da terceira idade enxergam além do alcance e garantem a felicidade Valdete Calheiros Repórter
A última quarta-feira de cada mês é praticamente uma data sagrada para centenas de “jovens da terceira idade” que largam todos os seus afazeres para se dedicarem a uma atividade maravilhosa: a vida.
Prazerosa e obrigatória a programação que, uma vez por mês homens e mulheres que já passaram dos 60, 70 ou mesmo dos 80 anos costumam fazer é se encontrar numa programação de happy hour para conversar, dançar, passar o tempo, paquerar e quem sabe arrumar um novo amor.
É o caso, por exemplo, das amigas Vanusa Monteiro de Souza, Geraldina Cavalcante Pimentel e Marina Hozana de Araújo. Cada uma das jovens senhoras tem uma história de vida distinta. Mas ao som das bandas musicais que se apresentam no palco, elas têm um único desejo em
comum: a vontade de viver intensamente. A professora Vanusa Monteiro de Souza tem 64 anos, é separada, tem quatro filhos e sete netos. Há cinco anos ela frequenta o happy hour, mesma época em que pôs fim a um casamento de 37 anos.
Vanusa mora sozinha por opção. Disse que, apesar de adorar os filhos e os netos não dividiria seu espaço com ninguém. “Faço minhas próprias coisas. Cozinho, faço minhas compras, cuido da minha casa, enfim, cuido da minha vida”. A professora contou que
antes de participar do happy hour, frequentou o local duas vezes e ficou meio receosa. “Agora não perco um baile. Trago até mesmo meus netos. Sinto que estou mais disposta. Não tenho diabetes nem sou hipertensa. Minha maior certeza é que temos a idade que queremos ter”, ensinou.
Fotos: Thallysson Alves
Um “fera” que está na terceira idade
O segredo é estar bem consigo mesmo A dona de casa Geraldina Cavalcante Pimentel tem 78 anos e ficou viúva há 11. Seu amor pela dança e pelo convívio com os outros idosos ela divide com os três filhos, os seis netos e os três bisnetos. Geraldina conta que nunca teve uma cadeira de balanço em casa já para não querer sentar-se à medida em que a idade avance. Quanto à saúde de
dona Geraldina? Vai muito bem obrigada. Aliás, ela diz que se não fosse tão ativa estaria cheia de problemas da saúde, por causa da idade. Antes de sair de casa, a jovem senhora dá uma olhada no espelho para conferir o visual. Passaear sem batom ou brincos? Jamais! “Sinto-me sem roupa”, compara ela. A também dona de casa
Marina Hozana de Araújo tem 72 anos e três filhos que lhes deram 10 netos e outros quatro bisnetos. Ela faz questão de dizer que foi mãe muito nova. “Aos 15 anos de idade”. Segundo ela, ao perder a juventude para a maternidade teve como ganho o amadurecimento de saber que, para ser feliz ela só precisa estar bem com ela mesma. (V.C.) As amigas Marina Hozana, Geraldina e Vanusa: sem perder um baile
Amor forte, à prova até do tempo A maior parte dos frequentadores das festas para a terceira idade são solteiros, separados ou viúvos e iniciam – ou não – um relacionamento à medida em que convivem juntos. Mas há também casais formados há muito tempo e longe das pistas de dança. Um desses casais é formado pela professora Dilva Paiva Lyra de Carvalho, 57 anos, e pelo comerciário Marcos Antônio de Carvalho, de 63. Há pelo menos sete anos, o casal deixa todos os compromissos profissionais, os três fil-
hos e os quatro netos para aliviar o estresse caudado pelo dia-a-dia e para manter viva a chama do casamento. Eles estão juntos a 43 anos, 37 dos quais como marido e mulher. “Não há vida particular ou casamento que resista tanto tempo se cada um não fizer a sua parte. Aqui a gente fica feliz individualmente e garante a felicidade do outro”, resumiu a professora Dilva Paiva. Confessando-se orgulhosa, Dilva Paiva disse que o marido é o “queridinho” das meninas da terceira idade. “Como
formamos um dos poucos casais, ele é o centro das atenções. Mas não ligo não. Até gosto”, garante. É, mesmo que ela tivesse ciúmes, a situação seria logo contornada. Sem nenhuma cerimônia, Marcos Antônio disse que só tem olhos para Dilva. “Essa é a mulher da minha vida. Tudo o que ela faz é perfeito. De qualquer jeito ela é sempre linda”, derreteu-se em uma declaração de amor que ultrapassou até mesmo os longos anos de convivência a dois. (V.C.)
Diva e Marcos: o queridinho das “meninas” é apaixonado pela esposa
Em Delmiro Gouveia, as atenções estão voltadas para Laércio Lemos Vilar, 65 anos. No ano passado, ele foi aprovado no vestibular de Engenharia Civil, no Campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), naquela cidade. O agora estudante universitário divide seu pouco tempo livre com a esposa, os cinco filhos e os quatro netos. Ele contou que sempre teve vontade de cursar uma faculdade, mas por morar no interior do Estado, a distância era seu maior empecilho. “Hoje não sei se irei atuar na minha profissão depois que eu me formar. A idade está chegando. Quando me tornar engenheiro civil, terei 70 anos. Mas, vamos ver o que o futuro reserva”, disse. A esposa da Laércio Lemos, Ione Varlene Malta Vilar, tem 58 anos. Eles estão casados há cinco. O estudante universitário disse que ela lhe dá total apoio. “Acho que ela ainda não atentou para o fato de que minhas amigas da faculdade tem, em média, vinte e poucos anos”, brincou. (V.C.)
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Obras de duplicação da BR-101 passarão por aldeias, terras e até um açude de propriedade indígena
O desenvolvimento duela com a tradição A duplicação da BR-101 tem tirado o sossego de três tribos indígenas, que temem que a obra destrua as aldeias Láyra Santa Rosa Repórter
Fabyane Almeida Estagiária *
A duplicação da rodovia Federal BR-101, programada para começar no próximo mês de maio, está tirando o sossego de três tribos indígenas alagoanas. Isso porque, as aldeias dos Wassu-Cocal, Kariri-Xocó e Karapotó ficam localizadas exatamente em trechos que pre-
cisaram ser removidos para o crescimento da estrada. Casas, árvores centenárias, açudes, escolas e o próprio território que é protegido pelo Governo deixarão de existir para dar lugar à construção de mais duas faixas de rodagem. Na véspera do Dia do Índio, as tribos não têm nada o que comemorar e reclamam de, mais uma vez, terem de ter suas áreas invadidas, em prol do progresso dos “brancos”. É na margem da rodovia que mui-
tas famílias tiram o sustento vendendo frutas, verduras e artesanato. Foi ainda ao longo da BR-101, que a vida das aldeias foi desenvolvida com a construção de casas e escolas. Essa não é a primeira vez que os índios são obrigados a deixar suas áreas. Há mais de 50 anos, época quando a via foi construída, eles tiveram que deixar seus lares e não receberam a indenização desejada. Cada tribo sofre com uma problemática de acordo com Fotos: Yvette Moura
O cacique Geová tem esperanças de aumentar território para reunir os índios que estão longe da aldeia
O território para os rituais sagrados dos Kapotós é sempre “bisbilhotado” pelo “homem branco”
sua região. Os Wassu Cocal, que ficam localizados no município de Joaquim Gomes serão os mais atingidos com a duplicação da rodovia. No projeto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) serão removidas 250 casas, mais de seis quilômetros de árvores frutíferas, três escolas construídas recentemente para repassar os ensinamentos indígenas, vários estabelecimentos comerciais, além da mudança do Rio Capim que
serve para a pesca da aldeia. Já na região do Baixo São Francisco, os Kariri-Xocó, em Porto Real do Colégio; e os Karapotós, em São Sebastião, vão perder mais de oito quilômetros de terras indígenas. Além de um açude responsável pela água que abastece uma das aldeias, sumirão do mapa, árvores centenárias e uma área usada para o plantio de ervas, mandioca, milho, amendoim, feijão e pastos para a criação de animais. Com tantas mudanças pres-
tes a acontecer em suas vidas, as tribos são unânimes ao afirmarem que só deixam as obras passarem por suas aldeias se conseguirem que algumas reivindicações sejam atendidas, dentre elas a liberação de territórios que estão em negociação com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Os líderes indígenas garantem que, com a execução das obras, vão sofrer grandes impactos que ultrapassam a diminuição de suas faixas territórios e atingem suas populações direta e indiretamente.
Estrada interfere na vida da aldeia A duplicação da BR-101 nesta aldeia irá desalojar mais de 100 famílias, derrubando casas, árvores frutíferas centenárias que chegam dar mais de 800 frutos na época de colheita. “Essa não é a primeira vez que a BR-101 passa dentro da aldeia. Em 1955, a BR foi construída e nós não sequer fomos indenizados. E agora, mesmo que sejamos indenizados, não teremos mais as árvores dão frutos o ano inteiro. Depois que tirarem uma árvore teremos que esperar anos para que outra plantada volte a dar frutos”, declarou o cacique Geová da Silva que nasceu e sempre viveu na comunidade. Já o líder comunitário José Cláudio Luiz da Silva, que mora há 45 anos na mesma casa, disse que não quer sair, mas se esse é o único jeito, não terá o que fazer. Ele disse que o pior de toda essa situação é não saber o que o destino reserva para recomeçar a vida pela segunda vez. Ele e mais cinco famílias vivem numa mesma fazenda e se sustentam da renda obtida da venda de frutas. Mas não só as árvores que sustentam a aldeia serão derrubadas. Com a obra, três escolas recentemente construídas deixarão de existir. São nessas unidades de ensino onde são passados os ensinamentos indígenas às crianças.
Cláudio sabe que não terá como continuar na casa que mora há 45 anos
Lá, elas aprendem a respeitar os mais velhos, a preservar a cultura, e conhecem a importância da terra, da natureza e dos ritos religiosos. “Eles são livres para participar do ritual, até porque isso tem que partir de dentro de cada um, tem que ser uma vontade espontânea”, disse Rosinei dos Santos, coordenadora da escola indígena e presidente da associação. A população está esperando que tudo se resolva antes que as obras atinjam a comunidade e, por isso, todos estão dispostos a ajudar. “O pior é a incerteza do amanhã. Está tudo muito bonito no papel, mas na hora da execução, a história pode ser outra. Só deixamos nossas casas quando fizerem as outras”, afirmou Rosinei dos Santos.
Outra pessoa também preocupada com as mudanças que se adivinham é a diretora da escola indígena, Maria José Paulino, que além de estar desanimada porque vão derrubar uma escola que está em ótimas condições, pensa também na sua família. Foi na beira da estrada, que a educadora criou seus cinco filhos. “Tenho todo tipo de fruta na minha casa: laranja, acerola, banana, mangas que eu pegava tudo fresquinho do pé. Agora até que as árvores cresçam, vou ter que comprar”, afirmou Maria José. “Sem falar na história da minha casa que foi onde vivi durante 45 anos. A casa está até precisando de uma reforma, mas vou esperar a decisão da duplicação para não investir e depois perder tudo”. (L.S.R. / F.A.)
História e tradição dos Wassu-Cocal A população dos WassuCocal é de 3.500 indígenas. Eles são descendentes das famílias Honório e Malta, responsáveis pela conquista dos territórios hoje habitados. A área foi conquistada logo após a guerra do Paraguay como recompensa pela vitória. “Dom Pedro II doou as terras, em 1918, aos nossos ancestrais, que eram guerreiros. A princípio, eram 57,19 mil hectares, hoje temos apenas 2.719 hectares. Nossas terras foram invadidas por posseiros e ficamos apenas com isso”, contou o cacique Geová Silva. De descendência dos
Tupis Guaranis, os WassuCocal viviam, na época do descobrimento do Brasil, no Litoral e foram subindo, fugindo da ação dos colonizadores, até chegar à região da Zona da Mata alagoana. Há vários anos, eles vivem naquele mesmo local realizando rituais religiosos a cada 30 dias. Como manda a tradição, se isolam do contato com o “homem branco”, vivendo suas origens. É durante os ritos, que eles se encontram com os encantados como chamam os espíritos de antepassados indígenas. Antigamente, todos trabalhavam como bóias-frias
para os fazendeiros. Depois começaram a praticar a agricultura de subsistência, plantando e colhendo, de forma individual, vendendo as frutas na margem da rodovia. Hoje, essa é a maior forma de sobrevivência da tribo. “Cada índio tem seu território e cuida de sua terra. Infelizmente, a nossa área não dá para todos os nossos índios morarem e alguns deixaram a aldeia seguindo para Maceió e até Recife. A nossa expectativa é ganhar mais terra para que todos possam morar na aldeia”, completou o cacique Geová Silva. (L.S.R. / F.A.)
Morando às margens da BR há anos, os Wassu terão, mais uma vez, que abrir passagem para a rodagem
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Karapotós querem mais terra para integrar tribo O clima é de expectativa e ansiedade dentro da Aldeia dos Karapotós, que fica a menos de dez quilômetros da região central do município de São Sebastião. As famílias já sabem que, em breve, terão suas terras tomadas para a duplicação da rodovia BR-101, área que foi habitada por esse povo de etnia Xucuru, há mais de duzentos anos e reintegrada a nova geração na década de 90. A pequena Aldeia onde reside cerca de 120 famílias, com um pouco mais de 300 índios é dividida em duas partes: Terra Nova e Tabuado. Ao todo, as terras em poder da tribo não chegam a medir dois mil hectares, quando na verdade essa área deveria ser quase o dobro no tamanho. Eles aguardam agora a liberação da Funai de mais 1.200 hectares, que servirá para habitar índios que vivem longe de sua cultura.
Fotos: Yvette Moura
Essa negociação será essencial para que os índios se tranquilizem e não criem problemas durante a construção da nova via. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) pode até iniciar as obras, mas quando chegar a cerca de sete quilômetros da Aldeia, deverá suspender a duplicação até que as negociações sejam finalizadas e todas as reivindicações atendidas. Hoje, a entrada de acesso à tribo fica na rodovia BR-101. Da pista, é possível avistar as casas e as plantações. Nem mesmo o aviso na entrada alertando que só é permitido o acesso de pessoas com autorização evita a aproximação do homem “branco”. Essa situação é um dos maiores problemas enfrentados pelos indígenas que lutam para manter sua privacidade, inclusive durante os rituais. (L.S.R. / F.A.)
A aldeia dos Karapotós está logo abaixo da BR
Aldeia tenta manter a cultura indígena viva Os Karapotós viviam na região de São Sebastião, há mais de 200 anos, até que o Barão de Penedo passou por aquela região e expulsou as famílias de suas terras. Alguns fugiram e se esconderam em Porto Real do Colégio junto, com a tribo dos Kariri-Xocós. Os que decidiram ficar acabaram casando com brancos e vivendo uma cultura diferente. “Muitos índios que casaram com brancos viveram escondidos durante muito tempo. Mas, quando tinha ritual que sempre acontece no começo e no meio do ano, esses índios levavam seus filhos menores, a maioria sem a família branca saber, para participar e aprender a cultu-
ra indígena”, lembrou o pajé Auru. A tribo se firmou novamente, após o casamento de um cacique Karapotó que foi morar em Porto Real do Colégio, com uma índia KaririXocó. Eles tiveram vários filhos que deram origem a nova geração dos Karapotós que vivem hoje em São Sebastião. “Estamos aqui há 17 anos. Quando chegamos, essa área tinha apenas pasto para a criação de gado. Fomos replantando árvores e a mata nativa para deixar esse local um pouco parecido como era no tempo dos nossos ancestrais”, disse o índio. “Na época do Barão de Penedo, ele nos expulsou daqui, queimou nos-
sas ocas e acabamos tendo que fugir para sobreviver. Foi a força do nosso povo que fez com que decidíssemos voltar e, através de documentos que estão no Museu do Rio de Janeiro, provamos que essa terra nos pertenceu no passado e que deve ficar conosco”. A ligação com os índios de Porto Real do Colégio sobrevive até hoje. Pelo menos, duas vezes por ano, eles se deslocam para a cidade vizinha para participar dos rituais sagrados. “A cada 15 dias, nos refugiamos na mata para fazer os nossos rituais. Mas, pelo menos no começo e no meio do ano, vamos para Porto Real do Colégio participar com eles. Os Kariris foram os berços de
muitas tribos que se refugiaram por lá. Índios de várias etnias passaram por ali durante mais de 500 anos”, contou o pajé. É durante os rituais que crianças e adultos aprendem com os mais velhos os ensinamentos dos Karapotós. Dentro da mata, eles sabem mais sobre suas origens e sobre as manifestações religiosas. “É naquele momento que nos refugiamos para ensinar a nossa tribo mais sobre nossas origens. Vivemos próximos ao branco e influenciados também pela sua cultura, mas quando estamos naquele espaço na mata, nos fechamos para as nossas origens e nossos ancestrais”, disse. (L.S.R. / F.A.)
O pajé Auru teme que a aldeia seja ainda mais invadida por intrusos
Duplicação pode facilitar invasões Com a duplicação, os Karapatós devem perder uma faixa de terra que se estende em três quilômetros. Com ela, serão retirados árvores frutíferas, plantações de subsistência responsável pela alimentação dos índios e, ainda, um açude que foi construído com recurso próprio e abastece de água potável os Karapotós. Porém, uma das maiores preocupações dos lideres indígenas do local é que a tribo fique ainda mais acuada pela falta de respeito às suas tradições. “Estamos cada vez mais próximos da cidade e acuados pela presença do homem branco. Já tivemos problemas graves por causa dessa invasão, inclusive chegando ao confronto físico. Sabemos que essa duplicação faz parte do desenvolvimento do Estado e não podemos impedi-la. Porém, nos preocupa bastante essa obra, principalmente por acreditarmos que ela poderá piorar essa situação, deixando a nossa aldeia ainda mais fragilizada”, disse o pajé dos Karapotós, Auru de Oliveira Souza. Segundo o pajé, é comum a aldeia enfrentar problemas de invasão. Há alguns meses, um ônibus alvo de assalto na rodovia Federal foi abandonado com passageiros dentro da tribo. Os passageiros ficaram assustados, mas foram os ín-
dios que prestaram o apoio, levando as vítimas para a sede da Polícia Rodoviária Federal. Sem contar que, durante as manifestações religiosas, feitas em áreas de mata virgem, os “brancos” de fazendas próximas ficam observando de morros mais altos os rituais sagrados, muito mantidos em segredo pelos índios, há várias gerações. O pajé revela que é constrangedor flagrar, muitas vezes, as pessoas observando os rituais. Os curiosos ficam de cima de um morro próximo a mata aonde acontecem as manifestações religiosas analisando as cerimônias. “A nossa situação é bastante delicada. Sofremos o tempo todo com essa invasão. Não somos respeitados nem durante os nossos rituais que é feito na mata do Ouricuri, local frequentado pelos nossos ancestrais”, contou. “Já deixamos outra área de mata porque passava por dentro de terras que estão em negociação e ainda não nos pertencem. Com isso, nos deslocamos para outra área que fica perto de um morro onde sempre somos observados. Quando não, ainda reclamam que cantamos alto, atrapalhando o sono deles. Só que aquele momento é quando conseguimos encontrar verdadeiramente com a nossa cultura”, explica. (L.S.R. / F.A.)
Índios mais velhos passam para os descendentes as histórias...
... e tradições como forma de manter o contato com antepassados
Subsistência das tribos pode estar em risco Na tribo dos Karapotós eles ainda não têm idéia de quando as obras de duplicação da rodovia BR-101 devem ser iniciadas. O que eles sabem é o quanto serão prejudicados com essa nova construção. “Já veio um pessoal da engenharia do DNIT fazer umas medições da rodovia. Aduplicação irá acontecer do lado esquerdo no sentindo Aracajú–Maceió e vai atingir exatamente a nossa maior riqueza que é o açude. Esse açude é quem abastece as nossas casas e serve de água para beber e tomar banho. Se quiserem retirar ele, terão problemas porque não vamos permitir”, contou o pajé Auru de Oliveira. De acordo com o líder indígena, a retirada desse açude irá implicar com problemas de falta de água potável para a comunidade. “Já furamos mais de quinze poços e não encon-
tramos nenhum com água de boa qualidade. Temos outros açudes que servem para a pesca, mas só esse que tem água potável. Retirá-lo causará graves danos a nossa Aldeia”, disse o pajé. “Esse açude foi feito com recursos da Funasa. Foi muito caro. Fizemos uma estação de tratamento onde nossa água recebe cloro, hipoclorito e é filtrada até chegar as nossas casas. Nosso maior temor é que a duplicação aterre a nascente e não podemos perder a nossa fonte”. Outra preocupação de Auru de Oliveira é em relação a retirada das plantações de subsistência. “Plantamos nessa área desde quando nos mudamos para cá. A terra é arada e recebe amendoim, mandioca, milho, feijão para alimentar nossas famílias. Com a rodovia a nossa área de plantio será
toda removida. Já sofremos com a falta de terra para os nossos índios que moram na cidade e agora perder mais terra que nos alimenta fica complicado. Só vamos deixar isso acontecer depois que tudo estiver combinado e organizado”, falou. Na comunidade, o plantio é dividido por família. Cada uma tem sua plantação e escolhe o que deseja cultivar. Mesmo sendo cada um responsável por seu pedaço de terra, eles se unem no plantio e na colheita um do outro. “A gente trabalha junto. Índio que não ajuda o outro, quando vai colher ou plantar na sua terra também não recebe ajuda. Mas somos muito unidos”, lembrou Auru de Oliveira. O pajé afirmou, ainda, que não existe dinheiro que pague os prejuízos que eles devem ter diante da duplicação.
“Vamos esperar para ver como vai ser feito essa negociação. Eles estão proibidos de mexer por aqui enquanto as coisas não tiverem acertadas. Mesmo assim, não tem indenização que pague o que vão nos retirar. Não adianta querer enganar o índio com proposta besta que não vamos aceitar. Queremos o que nos é de direito”, alertou o índio. Entre as reivindicações da comunidade indígena, eles querem que seja feito um acostamento mais alongado e passarelas para travessia da rodovia. “O número de acidentes já é grande com apenas duas faixas, imagina quando for duplicada. Temos muito receio dos números de acidentes, mas esperamos que sejam feitas passarelas para facilitar o nosso acesso aos dois sentidos da rodovia”, finalizou o pajé Auru. (L.S.R. / F.A.)
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As terras das aldeias estão isoladas de forma frágil: com cercas, muitas vezes invadidas pelos “brancos”
Ampliação da rodovia pode aumentar acidentes Assim como os índios de São Sebastião, os Kariri-Xocós, em Porto Real do Colégio, que têm 500 anos de resistência, vivem a expectativa da duplicação. A aldeia tem cerca 3.200 índios que dividem num pequeno espaço de terra que chega aos 600 hectares. Essa não é a primeira vez que a aldeia é cortada pela rodovia BR101. No início da década de 70, ela foi construída, passando por cima das terras dos Kariris-
Xocós, que acabou sendo dividida ao meio. Com a chegada do “progresso” a tribo acabou crescendo à margem da rodovia. Muitos índios, não acostumados com o movimento constante acabaram sendo vítimas de atropelamentos, em alguns casos chegando até a morte. Segundo Jó Santana, técnico agrícola da Funai, seu pai foi uma das vítimas da rodovia. Logo após a construção, ele foi atropelado por um caminhão e
não resistiu aos ferimentos. “Meu pai foi a primeira vítima, mas durante esses anos outros irmãos índios também morreram. Com o alargamento da pista esse número tende a crescer ainda mais, pois os carros e caminhões passam com muita velocidade”, afirmou Jó. Mas esse não é o único problema que está surgindo com a duplicação. Muitas casas serão derrubadas e reconstruí-
das em outros lugares. Árvores frutíferas também serão derrubadas e são elas que garantem hoje a sobrevivência da maioria dos índios. Sem falar nos pastos que servem para alimentação dos animais, que serão removidos para dar passagem a rodovia. A princípio, a duplicação vai parar sete quilômetros antes de chegar às terras indígenas, para que sejam analisadas as propostas dos índios da aldeia. (L.S.R. / F.A.)
Para entrar na aldeia sagrada, tem que se pedir antes, a permissão dos espíritos da natureza
O lugar onde até o pensamento é vigiado Na aldeia de Porto Real do Colégio existem várias casas pequenas e uma igreja católica no meio, provando a passagem da colonização. A tribo fica localizada dentro do município ribeirinho, sendo apenas isolada por um portão de ferro e estacas de madeira. Como a área territorial da aldeia é pequena, não comporta todas as famílias indígenas, que acabam se refugiando na cidade. Diante dessa situação, a proximidade com o homem “branco” e com sua cultura, acaba sendo influencia direta dentro dos costumes da tribo, inclusive o uso da televisão e antenas parabólicas, presente em quase todas as casas. A aldeia é representada pelo pajé Júlio Queiroz, de 73 anos, que faz parte da 8ª geração e pelo cacique Cícero Santiago. A aldeia é considerada ponto de encontros de vários índios, pois já foi habitada por indígenas de outras aldeias que fugiam da exploração. Desse modo, houve uma miscigenação dos índios das várias aldeias com o homem “branco”, o que gerou um crescimento populacional da aldeia Kariri-Xocó, ficando pequena a terra para muitos índios. Hoje, 120 famílias saíram do campo e foram para cidade, local que dá mais condições de trabalho e, de certa forma, os afasta da convivência direta com os costumes antigos. O local é de uma energia diferente. Na entrada, uma portaria foi colocada para evi-
tar a proximidade de qualquer pessoa sem autorização. Eles consideram aquele local uma área sagrada, habitada pelos espíritos de seus ancestrais. A entrada só pode acontecer com o consentimento do cacique ou do pajé da tribo. Mesmo assim, com a companhia de algum indígena. A equipe de reportagem de O JORNAL esteve lá, mas antes de entrar na área foi alertada: “cuidado com seus pensamentos”. No decorrer da mata, uma parada para fazer um pedido a um espírito de natureza, local onde os índios passam para fazer parte de suas orações. Andando mais um pouco, chegamos a uma espécie de aldeia abandonada. As casas são pequenas, com cerca de um metro de altura e de um vão só, mas na época de oração servem para a estadia dos índios Kariris-Xocós. Elas ficam em torno de um terreiro que serve como ponto de encontro nos períodos de rituais para danças e orações. O local de manifestação cultural é também chamado de Ourucuri. Fica distante da cidade para que outras pessoas não possam observar. Eles consideram o momento que estão reunidos como sagrado, onde passam os ensinamentos para seus filhos. “O momento dos rituais é sagrado para se disciplinar e amar, pedindo força e segurança para todos, não só da aldeia, mas para todo mundo”, declarou pajé Júlio Queiroz. (L.S.R. / F.A.)
DNIT estuda compensações para obra
Jó Santana lembra que seu pai e outros índios morreram atropelados
Pajé Júlio explica que os rituais são para disciplinar a paz e o amor
Duplicação é crucial para o desenvolvimento Problemas com a licença ambiental são hoje um dos maiores empecilhos para o início das obras de duplicação da rodovia BR-101, que vai cortar Alagoas da cidade de Novo Lino até Porto Real do Colégio. Serão mais de 248 quilômetros de estrada, com construção de várias pontes, viadutos, ciclovias e acessos mais seguros às usinas de açúcar. No caso das áreas urbanas, o projeto contará ainda, com a criação de vias marginais e contornos. Aduplicação atingirá, ainda, as três tribos indígenas, que reivindicam a construção de novas
casas para as famílias que serão retiradas, construção de escolas que terão que ser removidas, de pontos comerciais para a venda de alimentos na margem da rodovia e passarelas para a travessia dos pedestres. Aobra está orçada em R$ 1,3 bilhão e prevista para ser iniciada em maio. “A principio ainda estamos vendo com o Ibama a situação de algumas licenças ambientais, que foram liberadas com condicionantes. Alguns trechos estão sem liberação e não podemos trabalhar. Em maio, vamos iniciar a construção de canteiros, para, em setembro
após o período de chuva, passar a terraplanagem e iniciar a duplicação. Temos 540 dias, a partir do inicio, para a conclusão da obra”, explicou o superintendente Regional do DNIT, Fernando Fortes Melro Filho. A duplicação da BR-101 em Alagoas está dividida em seis lotes de obras que serão executados simultaneamente. A nova pista será construída em pavimento rígido, garantindo mais tempo de vida útil para a via, onde circulam aproximadamente 7 mil veículos diariamente, principalmente caminhões. As obras serão feitas atra-
vés de empresas que passaram por processo licitatório e ainda, por equipes do Exercito Brasileiro. A rodovia BR-101 é uma das mais importantes, já que corta Alagoas de Norte a Sul, ligando a todos os outros estados nordestinos e da região Sudeste. “Essa duplicação será muito importante, principalmente no que diz respeito a questão do turismo no Estado. A BR-101 é, sem dúvida, uma das nossas principais rodovias e esse projeto deixará ela mais segura em todos os sentidos”, contou Fernando Fortes. (L.S.R. / F.A.)
Desde que o projeto de duplicação foi iniciado, integrantes do DNIT, Funai e das próprias aldeias que deverão ser atingidas com as obras têm sentando para negociar. Os índios estão numa luta para tentar perder o mínimo possível de território e, de imediato, terem suas faixas de terras devolvidas, além de reivindicações como a construção antes da derruba de tudo que tiver que ser removido. “Cada tribo tem pleiteado o que interessa. Na sede dos Wassu-Cocal eles pedem ciclovia, que será atendido; pontos de travessias que também serão inclusos no projeto; construção de uma área para comércio, que estamos estudando a possibilidade de fazer. Mas, também pedem coisas como ônibus escolar que não é responsabilidade do DNIT. O que estiver no nosso alcance, vamos ajudar e todos vão ser devidamente indenizados”, disse o chefe do serviço de engenharia do DNIT, Romel Melo.
Segundo o funcionário do DNIT, não são apenas as áreas de reservas que terão que ser removidas, mas todas as construções que tiveram ao longo da margem da rodovia. “Ainda não sabemos como vai funcionar o processo de negociação. Mas, existe a possibilidade de as famílias serem indenizadas, com tudo que for retirado casas, árvores, pastos ou mesmo, com a construção de casas e replantio. Isso será algo que veremos mais adiante de acordo com a necessidade das comunidades”, explicou Romel Melo. “A obra vai ter que acontecer e a gente espera chegar num denominador comum. Vamos dar inicio às obras e, se for o caso, pulamos as aldeias e depois voltamos para concluir o projeto. Esperamos que isso não seja necessário. Tudo será conversado e o projeto está aberto a readequações”. (L.S.R. / F.A.) * Sob a supervisão da Editoria de Cidades
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ubir na mangueira do quintal para alcançar o galho mais alto, comer fruta colhida na hora, ter casa na árvore, passear com o primeiro amor à sombra da vegetação que margeava as ruas de Maceió. Os cidadãos mais velhos guardam na memória pelo menos uma dessas lembranças de um passado verde. Entre os jovens, porém, crescer entre a natureza vem se tornando cada vez mais difícil. O último levantamento do Índice de Área Verde (IAV), realizado em 2003 pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma), constatou que existiam três metros quadrados de área verde para cada habitante, apenas 25% da taxa mínima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 12m² por pessoa. De lá para cá, no entanto, a situação está mudando, graças a um esforço do poder público, que conta com a população. A multiplicação da consciência ambiental é revelada, aos poucos, através do número de árvores já plantadas e da procura de moradores, empresas privadas e órgãos públicos pelo projeto Maceió Mais Verde – um milhão de árvores para a nossa cidade, da Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma). Tanto o número de solicitantes, bem como o de mudas, vem se intensificando desde 2005, quando foi lançada a meta a ser cumprida até 2012. Hoje, o “arborímetro” – um enorme painel com o formato do desenho infantil de uma árvore – instalado na Avenida Fernandes Lima, Farol, registra que 223.712 mudas já foram distribuídas em Maceió. Faltam, portanto, 776.288 plantas, a serem plantadas durante os próximos dois anos e oito meses. É um objetivo desafiador, mas a evolução das estatísticas mostra que é possível chegar aos seis zeros que faltam.
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O ar que Maceió respira vai ficar mais puro Até 2012, 1 milhão de árvores serão plantadas na capital alagoana “Arborômetro” acompanha o ritmo da plantação de árvores em Maceió; meta é chegar a um milhão
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Marco Antônio
Ações levam mais verde para áreas públicas, conjuntos residenciais abertos e condomínios No primeiro ano, oito ações reuniram 3.562 mudas plantadas, das quais três em conjuntos habitacionais abertos, uma em condomínio, uma em instituição de ensino e duas em áreas públicas (um delas em parceria com duas empresas privadas). A maior delas foi a instalação de três mil coqueiros na orla marítima. Segundo o diretor ambiental da secretaria, Noaldo Araújo, 2005 foi o período de produção do material, que chegou a 40 mil no Parque Municipal de Maceió, um dos dois locais responsáveis pela tarefa. Já no ano seguinte, a plan-
tação quase duplicou, atingindo 7.072, assim como os parceiros, que subiram para seis. Em 2008, após uma baixa drástica no ano anterior, o número avançou para 10.052 unidades e 27 solicitantes. Mas foi em 2009 que a mudança de atitude passou a ser evidente: 76.059 mudas foram distribuídas entre 68 locais, dos quais 38 solicitantes. As residências, porém, não são especificadas nas estatísticas, que as dividiram entre os bairros arborizados, o que representa um número potencial considerável, visto que constam 15 localidades com o
total de 199 unidades plantadas. Esse total não inclui os Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) e Termos de Compensação Vegetal (TCV), duas ferramentas importantes para alcançar o objetivo, segundo Noaldo. O primeiro é firmado entre o Ministério Público Estadual (MPE) e a instituição ou empresa que violou leis ambientais, e é responsável pelo montante de 8.285 mudas de 2005 a 2009. O diretor detalhou o procedimento: “A multa aplicada de acordo com os crimes é diminuída, desde que a parte uti-
lize o recurso para plantar um determinado número de árvores, o que é fiscalizado pela secretaria”. O segundo termo corresponde a 30.632 unidades plantadas entre 2005 e março de 2010, e corresponde à vegetação que teve que ser compensada ao local onde um estabelecimento foi instalado. “Se ele quer retirar seis árvores para construir o prédio, terá que plantar a mesma quantidade e cuidar delas até a idade adulta, o que acaba impedindo muitas empresas de continuar com o plano inicial”, relatou Noaldo. Lula Castello Branco
Na Fernandes Lima, as flores proporcionam ar mais puro e com aroma
“Todos devem contribuir para a arborização da cidade”, diz secretário No entanto, na avaliação do secretário da Sempma, Ricardo Ramalho, o número é tão valioso quanto a causa. “O importante é a mobilização da população, para que todos contribuam para a arborização da cidade, além do que já fazemos nos espaços públicos”. É o caso do residencial Tabuleiro do Martins, localizado no fim da Avenida Menino Marcelo, popularmente conhecida como Via Expressa, em uma região onde dois fatores constantemente viravam dor de cabeça: a exposição direta ao sol e a Lagoa da Coca-Cola, localizada no outro lado da pista. Sem vegetação próxima ou pontos elevados que projetassem sombra no condomínio, os moradores sofriam com o calor das residências, apesar da existência de algumas árvores desde sua construção, em 1991. Com a chuva, os alagamentos também eram constantes. Em 2008, o cenário do residencial mudou, quando 50 mudas, entre árvores frutíferas e espécies de paisagismo foram plantadas em regime de mutirão de moradores de todas as idades, orientados por técnicos da secre-
taria de meio ambiente. O resultado foi aprovado e mais duas ações foram realizadas, a última em janeiro deste ano, quando mais 35 unidades passaram a ser cultivadas no local. A secretária do condomínio, Calene Santos, narrou a experiência: “Fizemos um café da manhã para atrair a todos e juntamos a criançada para ajudar, e foi um sucesso”. Atualmente, o pomar e os jardins são podados quatro vezes ao ano, quando uma equipe da Sempma é chamada para coordenar e orientar o trabalho. É possível ouvir pássaros cantando durante todo o dia, segundo a dona de casa Ana Cláudia do Nascimento, que mora no residencial desde 1992. “Antes era muito ruim, parecia uma favela. Agora, se tiver estressado, é só sentar embaixo de um ‘pé de árvore’”. Ao fim da visita, Calene se despede da reportagem. Surge a pergunta se ela também é moradora. Diante da negativa (“moro próximo do Aeroclube”), respondeu de pronto se aonde mora é arborizado da mesma forma: “Não. Queria eu que fosse como aqui!”. Lula Castello Branco
No Benedito Bentes, o canteiro terá árvores frutíferas, como mangueiras, jambeiros e jenipapeiros; população local apoiou a iniciativa
Canteiro do Benedito Bentes II tem pés de manga, jambo e jenipapo No Benedito Bentes foi implantado um canteiro com fruteiras, na entrada do bairro, em frente ao Caic Dr. José Maria de Melo. “Nós plantávamos e os alunos arrancavam. Quanto
aos tijolos, nós tivemos que mudar o padrão, porque, do jeito que estava antes, eles chutavam e quebravam tudo”, lamenta Noaldo. Foi também o caso de roubos de mudas na
ADOTE UMA ÁRVORE
Noaldo Araújo, da Sempma, diz que supressão de árvores preocupa
Legislação prevê punição com multa para quem derrubar árvores na capital A tentativa de derrubada de árvores como a do residencial Tabuleiro do Martins ainda é comum em Maceió, e é, na avaliação de Noaldo Araújo, um dos maiores empecilhos do projeto. “As pessoas devem saber que é proibido podar ou cortar árvores sem entrar com um pedido na secretaria, e mesmo assim é preciso ter uma justificativa”, referindo-se a condições como estado de saúde da planta ou risco a construções próximas. “São profissionais da Sempma que vão até o local para realizar o trabalho”, acrescenta. A norma está prevista na lei municipal 4.305, de maio de 1994, e o seu descumprimento pode resultar em multa de até 20 Unidades Fiscais de Referência do Município (UFRMs) – atualmente fixada em 37,46 a unidade - por espécie de árvore, no caso de supressão. As me-
didas se aplicam à vegetação de porte arbóreo, ou seja, o “vegetal lenhoso com diâmetro do caule superior a cinco centímetros à altura do peito a partir de um metro do solo”. O conceito que norteia esse procedimento alega que qualquer árvore, estando em terreno público ou particular, é um bem de interesse comum do município em que está situado; as árvores da calçada nem sequer pertence a quem a plantou. Para atender a demanda, no entanto, o município conta com uma equipe de cerca de 25 profissionais em regime de plantão, contingente que pode aumentar conforme o projeto evoluir. “Sabemos que é pouco, e vamos buscar a ampliação aos poucos. Ainda é preciso fazer uma avaliação da melhor forma, porque depende de contratação e parcerias”, justifica o diretor ambiental.
Para plantar uma muda, porém, o procedimento é muito mais simples. Segundo Noaldo, os viveiros do Parque Municipal, localizado no Bebedouro, e do setor de Parques e Jardins, no Vergel, estão de portas abertas para pessoas interessadas em arborizar sua casa. Para conseguir até três mudas, só é preciso preencher um formulário com dados pessoais e assinar um termo de compromisso de que cuidará bem da planta. “Temos inúmeras espécies de mata atlântica e frutas típicas de Alagoas”, propagandeia. Para quantidades maiores, o pedido deve ser feito à Secretaria de Meio Ambiente, como fez o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Rômulo Coelho Gonçalves, 28, que atuou como um verdadeiro multiplicador da causa. Há seis meses morando no Residencial Jacarecica, localizado no bairro de mesmo nome, o universitário observava em uma mata próxima a existência de várias espécies de pas-
sarinhos e sagüis e resolveu ajudar a preservar essa diversidade e acabar com o calor do lugar. Ele procurou, um por um, 60 apartamentos do condomínio, e lhes falou sobre as vantagens de arborizar a área comum do local. A aceitação foi unânime, o que lhe muniu de apoio para procurar a Sempma e solicitar o plantio das mudas. Na última quarta-feira (14), a equipe técnica foi ao residencial para fazer a avaliação do local. “Esse apoio da prefeitura é muito bom. O agrônomo veio aqui e nos orientou quanto à abertura de covas, o espaçamento de uma para outra, que espécies afastam insetos ou quais são desaconselháveis para o local”, contou. Serão plantadas 100 mudas em duas etapas; a primeira abarca de 50 a 60 unidades. Ele conseguiu, assim, pular etapas do trabalho do município e contribuir para que outro problema comum não chegasse a ameaçar as plantas ainda frágeis: o vandalismo.
Praça Centenário, Farol, logo após sua revitalização. “Por isso nós fazemos a manutenção dos canteiros periodicamente e tentamos conscientizar a população, que o proje-
to melhora a qualidade de vida deles”. No canteiro do Caic, daqui há alguns anos, as crianças poderão experimentar o gosto de comer jambo, manga e genipapo direto do pé.
Mapeamento de bairros vai atualizar o índice de arborização de Maceió Apesar de o canteiro plantado em frente ao Caic contribuir para o embelezamento da cidade – fator levado em conta para avaliar a qualidade de vida por órgãos mundiais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) –, na região circunvizinha as árvores são encontradas em quantidade considerável, local onde as residências ainda preservam a tradição do quintal repleto de plantas frutíferas. Por outro lado, em bairros como Prado e Ponta da Terra, as casas de porta e janela coladas umas às outras ampliam a vastidão do cimento e do asfalto. Diante da constatação, a necessidade de aplicar os recursos com mais precisão determinou o próximo passo do projeto municipal, que promete finalizar, até o fim de maio, o mapeamento do Índice de Área Verde (IAV) de cada bairro, a fim de identificar os locais mais necessitados. Segundo Noaldo, a contratação de uma empresa especializada em mapeamento, a Geomap Engenharia, já foi feita há cerca de 30 dias. “Também vamos poder atualizar o índice de arborização de Maceió, que já deve ter mudado ao longo da atuação do projeto”, acrescentou o diretor municipal. O método utilizado para a tarefa envolve o
registro de imagens por satélite e a delimitação do espaço com a ajuda do Global Positioning System (GPS), ou Sistema de Posicionamento Global. A “fórmula” do cálculo consiste dividir o total de metros quadrados de áreas públicas e particulares do terreno – afora reservas ambientais e áreas de proteção permanente – pelo número de habitantes da região. Segundo estudiosos da área a precisão do índice pode variar, já que o valor pode ser elevado não pela quantidade de árvores, mas pela baixa quantidade de pessoas. Apesar disso, o sistema é utilizado no mundo todo para chegar ao indicativo. De acordo com Ricardo Ramalho, a partir do estudo, bairros com menor índice serão priorizados, mas a medida não impede a plantação em outras localidades, principalmente se um solicitante procurar o órgão. “Estamos para plantar 30 mil mudas no bairro do Benedito Bentes e em Ipioca”, exemplificou o secretário do meio ambiente, aconselhando também a aproveitar o período para buscar o projeto: “com a chuva e a chegada do inverno nós vamos intensificar os trabalhos. O mês de maio é o melhor”.
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Cambona terá viaduto e orla de Jacarecica será urbanizada
Perspectiva do projeto para a construção do viaduto da Cambona/Leste-Oeste; projeto está na fase de aviso de licitação para construção
No último dia 9 de abril foi dado o primeiro passo rumo à concretização de duas grandes mudanças no ambiente urbano de Maceió. Os diários oficiais do Município, Estado e União publicaram avisos de licitação para reurbanização da orla que vai de Cruz das Almas a Jacarecica e a construção de um viaduto no cruzamento da Avenida Leste-Oeste com a General Hermes, na Cambona. As obras sinalizam para a possibilidade de resolver, parcialmente, dois grandes problemas estruturais que afligem a capital alagoana, próprios da transição entre cidade média e cidade grande: o aumento crescente do número de carros e o rápido alastramento da área urbana. Localizadas em áreas menos favorecidas da capital, em diferentes proporções, o desenvolvimento de infra-estrutura também abre a possibilidade de novas atividades. Quanto à construção do viaduto na Cambona, o principal objetivo, segundo o secretário Daniel Eugênio, Municipal de Infraestrutura, é o desafogamento do trânsito, quando o fluxo de carros que transitam
entre o Centro da cidade e bairros como Bom Parto, Mutange e Bebedouro se encontra com o que segue do Farol para a orla lagunar. Em relação às residências e pontos comerciais localizados na área de construção do viaduto, o contato ainda está sendo feito. “Vamos negociar caso por caso, embora boa parte da obra esteja no contexto da via”, afirmou. A rua em que a estrutura será elevada será a Avenida General Hermes, que passará por cima da Avenida LesteOeste. Na simulação da obra é possível verificar que algumas construções terão que ser retiradas. Embora a estrutura do cruzamento não seja muito modificada. Quem trabalha ou vive no entorno, no entanto, ainda não tem uma opinião definida a respeito da edificação, como Ednaldo Graça, o gerente do supermercado Unicompra, cujo viaduto será diretamente vizinho. “Quando começar é que vamos ver como vai ficar. Por enquanto, acho positivo. Não deve prejudicar nosso movimento”. Lula Castello Branco
Obra em Jacarecica é desejo antigo da comunidade Em Cruz das Almas e Jacarecica, o estabelecimento de uma via de ligação entre os dois bairros e a reurbanização das orlas é um desejo antigo dos moradores e comerciantes. No melhoramento da renda, da segurança ou do transporte, a notícia foi recebida com otimismo na região. Com a pequena extensão da orla repleta de hotéis convivendo com um pequeno número de barracas já deterioradas pelo tempo e freqüência de assaltos em áreas próximas à do coqueiral, localizado no fim da extensão litorânea de Cruz das Almas, os estabelecimentos que ainda sobrevi-
vem não conseguem ampliar seus negócios, e os moradores são obrigados a freqüentar outras praias para garantir a diversão. O italiano Graciano Pace, proprietário de um restaurante de massas e pizzaria em uma rua que desemboca no coqueiral, se entusiasmou com a possibilidade de dar mais visibilidade ao estabelecimento, que, segundo ele, só ganha clientes por causa do boca-aboca, já que o local é difícil de ser achado. Residente de Maceió há dez anos, o aposentado resolveu abrir na própria casa, depois de um ano, um pequeno lugar para comercia-
lizar pratos cujas receitas trouxe consigo da terra natal. Hoje, tem vontade de instalar uma pousada no andar de cima, mas não há recursos suficientes. “Aqui é muito escuro. Se essa obra acontecer, vai dar mais visibilidade, porque as pessoas começarão a passar por aqui. Então, com o tempo, eu abro minha pousada”, calculou, esperançoso. A grande vantagem da via de ligação entre o bairro que mora e o que trabalha, para ele, é a diminuição do tempo de caminhada e o risco que deixará de correr, quando margeia, todos os dias, a AL101 Norte.
Cosme da Silva Santos, 28, trabalha no local há quatro anos, e mora em Jacarecica. Sua rotina consiste em chegar a pé, às 14h, e sair às 22h, de ônibus, não sem antes ter que andar um bom percurso rumo ao ponto. Com a urbanização, ele se sentirá mais seguro no caminho para o trabalho e de volta para casa, devido ao movimento de pessoas que deve crescer na região. A grande vantagem da via de ligação entre o bairro que mora e o que trabalha, para ele, é a diminuição do tempo de caminhada e o risco que deixará de correr, quando margeia, todos os dias, a AL101 Norte.
Cosme da Silva disse que comunidade de Jacarecica se sentirá mais segura
Lula Castello Branco
Projeto terá vias definidas para pedestres e ciclistas
Orla de Jacarecica vai ganhar importante obra de urbanização
Orçamento para as duas obras conta com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento Os recursos das obras são provenientes do governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com parcela de contrapartida do município. Na construção do viaduto, serão investidos R$ 24,4 milhões -
R$ 21,9 milhões de recursos federais e R$ 2,5 milhões do município. Na reurbanização da orla, o valor é de R$ 24.827.148, sendo R$ 21.647. 148 da União e R$ 3.180.000 de Maceió. De acordo com o texto, as
empresas interessadas devem entregar as propostas no dia 13 (viaduto) e 14 (urbanização da orla) de maio, na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanismo (Seminfra). O principal critério será o menor preço, embora tenham que
obedecer às normas exigidas nos projetos. Quanto à continuidade de melhorias na cidade, o secretário Daniel Eugênio comentou a política municipal: “na verdade, essas mudanças dão seqüência a esse grande projeto
de urbanização promovido em Maceió. Elas serão implantadas de imediato, mas outros também estão planejados, como a Via Norte, ligando o Benedito Bentes à Guaxuma, e a pavimentação e drenagem no litoral Norte”.
Segundo o secretário da Seminfra, Daniel Eugênio, o projeto prevê uma via para pedestres, uma ciclovia – que deve escoar a grande quantidade de bicicletas que transitam diariamente pela rodovia – e áreas de esporte e lazer. Também serão ampliadas as vias de acesso aos dois bairros. A mudança de movimento será sentida, provavelmente, com muito mais força em Jacarecica, onde só há, atualmente, uma entrada para carros. Na orla, três barracas dividem o espaço. Na rua, o movimento é ainda menor. Consertando calmamente o portão de sua pousada, o aposentado catarinense Orlando Rosskamp era um dos únicos a “colocar a cara no portão”, no dizer popular. Ele acredita que o perfil do bairro mudará, assim como o de seu empreendimento. “Jacarecica é um bairro de veraneio, de temporada, aonde famílias vêm passar um feriado prolongado ou as férias. Com a reurbanização, o bairro passará a ser turístico, e até as casas que são usadas com esse fim podem se transformar em moradias de fato”, avaliou Orlando. Ele comemorou a possibilidade da abertura de restaurantes e vida noturna no local, um atrativo a mais para o seu negócio. Daniel Eugênio explicou que não deverá haver problemas em relação aos proprietários dos terrenos situados entre os dois pontos. “A faixa em que vamos construir é da União, que cedeu à prefeitura. O que estamos fazendo é garantir que a praia seja usufruída pelo público”, citou, referindose a um problema recorrente no litoral Norte: a falta de vias de acesso à areia. Segundo ele, a medida também pretende cumprir um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público Estadual (MPE) e o poder municipal, relacionado a esse direito da população.
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Jangada Acessível começa a atrair turistas especiais Marina Ferro
Depois do lançamento da Acessibilidade 1, uma jangada projetada especialmente para deficientes físicos, em fevereiro, o setor turístico já começa a sentir as mudanças provocadas pelo empreendimento pioneiro e exclusivo no País. Segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH), o número de visitantes que se encaixa no segmento dobrou, e mais três embarcações já estão em processo de construção. A ampliação do projeto, desenvolvido pelo arquiteto e urbanista ergonomista (profissional especializado em adaptar sistemas e objetos ao bem-estar do indivíduo) Jorge Luiz Silva, será possível graças a duas importantes parcerias, a Braskem e a rede de hotéis norte americana Radisson – presente em 40 países –, que investirão, juntas, R$ 49.500 ), para custeio dos recursos técnico, material e humano, e o desenvolvimento das novas jangadas. Aprimeira delas foi financiada pelo próprio Jorge Luiz, que contou com o apoio da Secretaria Municipal de Promoção do Turismo, Secretaria de Convívio Urbano, Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias da COPPEUFRJ e Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), que ainda permanecem nessa nova etapa. Cláudia Pessoa, a secretária municipal de turismo, foi responsável, inclusive, pela aproximação das duas empresas com o pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em Maceió, o passeio às piscinas naturais para turistas especiais tem crescido nos últimos dias; oportunidade de conhecer esse cartão-postal de Maceió agora é para todos
Em pouco tempo, houve aumento na procura pelo passeio Apesar do pouco tempo, Dinho já também começou a perceber o aumento da procura. “Já recebi cadeirantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Belo Horizonte”, enumerou. Porém, a jangada não atrai só gente de fora: “Até o pessoal que é daqui e nunca teve a oportunidade de fazer o passeio vem e se encanta”, co-
memorou o jangadeiro. Foi o caso do presidente da Adefal, Luiz Carlos Santana, 29, que já visitou as piscinas três vezes. Paraplégico há 21 anos por causa de uma infecção na medula, Luiz nunca havia tido a oportunidade de conhecer um dos maiores cartões postais de Maceió. O turismo – afirmou ele – é uma das maio-
res reivindicações da associação. “esperamos que até o fim do ano oito jangadas iguais estejam já em funcionamento”. Para ele, este é um grande avanço em relação à maior dificuldade dos cadeirantes, a de locomoção, ou como explica, “exercer o direito de ir e vir de todo cidadão”. Agora o foco, segundo
ele, é conseguir com que as empresas de ônibus atendam ao Decreto nº. 5.296, de dezembro de 2004, que determina a total adequação das frotas a deficientes até 2014. Semana passada, a Piedade adquiriu 17 veículos já equipados com o elevador, sob orientação da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).
OFÍCIO - A embarcação foi feita pelo pescador e jangadeiro Sidney Cícero da Silva, 40, conhecido como Dinho, que aprendeu o ofício há 28 anos, com um antigo construtor conhecido como Geraldo, e desde então vem fazendo muitas das jangadas que mancham de branco, com suas velas, o mar verde-esmeralda da cidade. Para adaptar a estrutura tradicional ao projeto, Dinho teve que aumentar a proporção da jangada, que passou a ter 6,45m de comprimento por 1,98m de largura. Ela pode comportar até dois deficientes e mais três acompanhantes (“para a família”, explicou), e possui um apoio de madeira onde a cadeira de rodas é encaixada. Uma barra de segurança é fechada à frente dos cadeirantes, mais ou menos na altura do peito. O contato entre Jorge e Dinho foi realizado pelo próprio pesquisador, que procurou a Colônia de Pescadores Z1, onde o indicaram para o trabalho. “Ele me explicou a idéia e eu gostei, aceitei na hora”, contou o jangadeiro. Mas como chegar até ela? Diante do obstáculo, o artesão Durval Joaquim, de Viçosa, ficou responsável por construir uma esteira resistente, fácil de manejar e grande o suficiente para que a pessoa pudesse dar a volta com a cadeira de rodas ou que andasse lado a lado com outro cadeirante. O material escolhido foi o bambu cana-da-índia, alinhados em módulos de 5m de comprimento por 1,60m de largura. Além do financiamento, o Radisson começou um trabalho de divulgação do atrativo, realizado pela assessoria de comunicação da empresa. Os resultados estão sendo positivos não só nacionalmente, mas mundialmente, conforme a seccional da assessoria de Alagoas. A meta do hotel é alcançar o número de 20 hóspedes portadores de mobilidade reduzida mensais até dezembro deste ano. Atualmente, são recebidas uma a três pessoas, a cada mês. Carlos Gatto, presidente da ABIH, conta que o ritmo do crescimento de hóspedes portadores de deficiência ainda é lento, mas já vem dando resultados. “Posso dizer que dobrou, mas o número de pessoas é pequeno. O processo leva tempo, e a época do verão já passou, quando recebemos mais visitas”, justificou. Ele conta que os estabelecimentos já estão divulgando a novidade para seus clientes.
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Turistas especiais de fora e de Maceió têm, cada vez mais, procurado o passeio às piscinas naturais da Pajuçara
Pescador garante a segurança do transporte legal aos passageiros especiais Ahabilidade de carregar portadores de deficiência para o mar e retorná-los à jangada não é tarefa para marinheiros de primeira viagem. Segundo Dinho, é preciso saber o jeito mais confortável de transportá-los, coisa que os jangadeiros de Maceió conhecem bem, habilidade adquirida desde o tempo em que a Acessibilidade 1 não existia. “Antes, a gente já recebia alguns cadeiran-
tes, mas era uma dificuldade. Tinha que amarrar ele no banco e carregar pelo caminho de areia. Para se ter uma ideia, quando eles chegavam lá, nem podiam descer da embarcação”, lembrou. As idas e vindas renderam maior facilidade para a assimilação do projeto; mesmo assim, o grupo que atualmente trabalha com a jangada acessível recebeu orientação da Associação de
Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), sobre o tratamento mais adequado ao público alvo. Até a segurança em caso de acidentes melhorou bastante. “Nunca aconteceu nenhum tipo de desastre, mas se um dia tiver a jangada não traz risco nenhum. Todos vão de colete salva-vidas para a piscina, e a trava de segurança tem abertura manual, para que eles mesmos possam se sol-
tar. E, como quem fica amarrada é a cadeira, se virasse eles ficariam flutuando como nós”, detalhou. Dinho ressaltou ainda que todos os jangadeiros tenham curso de natação realizado pela marinha. PROGRAMAÇÃO Segundo Dinho, é preciso ficar atento também às marés propícias para que esse tipo de públi-
co visite as Piscinas Naturais. O período ocorre duas vezes ao mês, durante as luas cheia e nova, quando o nível de água está mais baixo e o local fica o mais próximo possível da sensação de terra firme. É possível programar a visita com antecedência, por meio de um telefonema (9905-2515) ou no local, em frente à balança de peixe da Pajuçara. De se-
gunda a quinta-feira, a esteira é disponibilizada para que as pessoas que utilizam cadeira de rodas tenham acesso à praia, de acordo com os horários previstos de maré baixa. No entanto, qualquer hotel ou instituição pode solicitar ao projeto a montagem da estrutura em terra fora da data, sem acréscimo no valor cobrado normalmente (R$ 20,00 por pessoa). Marco Antônio
A cidade de Maceió é modelo de acessibilidade para o resto do País Segundo Jorge Luiz, as condições favoráveis de mobilidade presentes em Maceió, aliadas à formação litorânea da cidade, com praias de águas calmas e protegidas pela cadeia de corais, determinaram sua escolha pela capital alagoana entre todos os municípios costeiros do País. “Maceió, além de belas praias, tem ótimas condições topográficas da bacia que favorecem a implantação do projeto. A orla de Maceió, embora não esteja 100% alinhada com as normas de acessibilidade, está acima da média nacional, depois de sua reurbanização. Além disso, o aeroporto oferece as melhores condições para o trânsito de cadeirantes”, especificou. Mas o esforço por facilitar a vida dos deficientes físicos não está restrito ao espaço público. Para atender a demanda crescente e as exigências da prefeitura, estabelecimentos que trabalham com turismo vêm adequando seu espaço àqueles que possuem a mobilidade reduzida, estimados, atualmente, 15 milhões de brasileiros, ou 9% da população. De acordo com Carlos Gatto, as adaptações vão de corrimões de apoio no quarto e no banheiro a Box maiores e portas mais largas. “A medida mais nova é a disponibilização de uma cadeira especial, de aço inox, instalada dentro do Box, para que o portador de necessidades especiais não precise molhar sua cadeira de rodas”. Ele também ressaltou as mudanças da orla como ponto essencial no crescimento dessse tipo de turismo em Maceió. “A orla, além de ficar mais bonita, ainda possui rampas de acesso em todas as esquinas”. O que falta, segundo ele, é uma maior di-
vulgação da jangada e demais especificidades no material institucional distribuído pelo governo para o resto do Brasil. “Nós estamos apoiando, divulgando o projeto, mas seria bom que se aproveitasse o momento em que todos os olhos estão voltados para o tema, por causa da novela [Viver a Vida]”, opinou. Cláudia Pessoa, secretária municipal de turismo, também afirmou que os esforços estão direcionados para o atendimento às leis que tratam da acessibilidade (Decreto nº 5.296, de dezembro de 2004, que regulamenta a Lei nº 10.048/2000 e a Lei nº 10.098/2000). “Fazemos um trabalho junto aos restaurantes, bares e demais estabelecimentos da área. É preciso sensibilizar os empresários, a responsabilidade é nossa enquanto cidadão”. Em Alagoas, o percentual de deficientes (incluindo todos os tipos) em relação ao total de habitantes é mais alto do que a média nacional, de 14,5%: mais de 445 mil pessoas se enquadram no segmento, ou 16,1%. Outras iniciativas da prefeitura, ainda em fase de aplicação, podem contribuir para a disseminação da fama de Maceió como destino ideal para deficientes com dificuldade de locomoção e demais tipicidades. No Parque Municipal de Maceió, por exemplo, está em curso a construção de uma trilha especial para portadores de deficiência visual, usuários de cadeiras de rodas, entre outros. Também deverá melhorar a situação dos turistas e residentes o projeto Calçada Legal, que pretende adequar as vias de pedestre às leis de acessibilidade. Um modelo já foi inaugurado em frente à Adefal, no Farol.
Idealizador do projeto Jangada Acessível, Jorge Luiz diz que as condições de Maceió são as melhores da região costeira brasileira
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Operários retomam obras do aterro sanitário em ritmo acelerado Depois que as águas de março diminuíram o ritmo das obras da primeira célula da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos de Maceió, conhecido como aterro sanitário, obrigando a Prefeitura Municipal a adiar sua inauguração, a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), estabeleceu novo prazo para que o primeiro caminhão de lixo seja desviado do cami-
nho da Vila Emater para as imediações do Distrito de Cachoeira do Meirim. O superintendente Ernande Torres Baracho anunciou que em meados de maio o aterro já começa a funcionar. Segundo ele, embora algumas etapas tivessem suspensas por causa da chuva, outros procedimentos que não dependiam da permanência do bom tempo foram realizados. Agora, o trabalho já
está normalizado – e, de acordo com suas palavras, “de vento em popa”. “A célula está na fase de acabamento. Faltam apenas alguns detalhes, como a pavimentação das vias de acesso e a instalação da usina que tratará o chorume”, citou. O líquido que escorre do amontoado de lixo será transformado em água e servirá para o consumo da Central, a compostagem (transformação
de resíduos orgânicos em insumos utilizáveis na agricultura). Iniciadas em outubro de 2009, as obras da primeira célula deveriam terminar em março. Uma vez pronta, a estrutura passará a receber todo o lixo da cidade, e terá vida útil de cinco anos. Ela será impermeabilizada, e haverá poços de monitoramento na região para ajudar no controle da contaminação dos lençóis freáticos.
Serão quatro espaços semelhantes ao todo, cada um acionado a partir da desativação do anterior; em 20 anos, aterro sanitário terá alcançado sua capacidade máxima. A área total utilizada corresponde a 139 hectares (o equivalente a mais ou menos 139 campos de futebol). A delimitação do espaço construído, porém, é de cerca de 90 hectares. O orçamento destinado ao
projeto foi de R$ 300 milhões, pagos ao consórcio de empresas vencedora da licitação, a V2 Ambiental. Nele está incluída a construção do aterro sanitário e o processo de recuperação do terreno onde o lixão está instalado, no São Jorge, um fator que, apesar de demorar cerca de 30 anos para ser finalizado, já vem aumentando as perspectivas de negócio no bairro. Yvette Moura
Imóveis do Sítio São Jorge serão valorizados Mesmo com a vista privilegiada, a proximidade da praia e uma grande área verde ainda preservada, o crescimento populacional do antigo Sítio São Jorge, hoje transformado em bairro, nunca chegou a vingar. Famílias em situação precária, muitas atraídas pela possibilidade de tirar o sustento do lixo, ocuparam, ao longo dos anos, as encostas da área; poucas ruas reúnem casas amplas, de terrenos grandes, porém desvalorizadas; dois grandes prédios aguardam que a vida tome conta de seus aposentos. Os estabelecimentos da região são, na quase totalidade, pequenos, propriedades das pessoas que insistem e viver ali, apesar da fumaça e do mau cheiro trazido pelo vento. Os terrenos mal alcançavam os R$ 20 mil, e o rodízio de donos é intenso. É o que pode se observar em uma rápida passada pelo local, ou em uma conversa com alguns dos moradores. Geraldo Gomes da Silva, 34, entende bem essa realidade. Seus pais se mudaram para o bairro quando ele ainda não havia nascido, em um sítio. Depois que ambos faleceram e o terreno foi repartido entre ele e mais cinco irmãos, o aposentado – graças a uma cirurgia feita no coração – passou a viver no Conjunto Luiz Pedro IV, praticamente aos pés do lixão. A vista principal das casas é a montanha de detritos, cujo nascimento Geraldo se recorda bem. “Eu vi a primeira caçamba de lixo chegar aqui, quando tinha 6 ou 7 anos. Não tem essa água verde que passa em frente ao conjunto? Era um riacho, com peixe e tudo; a gente tomava banho e minha mãe lavava roupa nele”, recorda, se referindo à língua de esgoto que desemboca em Cruz das Almas, após passar pela Grota do Arroz. Segundo ele, as casas do conjunto são vendidas a uma faixa de R$ 10 a 20 mil, com mais freqüência que em outras regiões. O problema, na sua avaliação, é a falta de costume com os insetos, o cheiro e a visão do lixo. “Minha esposa, logo quando veio para cá, adoeceu. Tinha ânsia de vômito, tontura”. Uma de suas vizinhas, contou ele, está para se mudar antes do verão, quando os incêndios no lixão são mais freqüentes e a fumaça toma conta das residências. A mulher sofre de asma. Porém, já vislumbrando a recuperação da área, e mesmo sabendo que serão anos até que esses efeitos sejam sanados, muita gente começou a elevar o preço dos imóveis. Geraldo pretende esperar até que o processo esteja mais avançado para vender sua parte do sítio herdado, alugar sua casa e viver no interior, como sempre sonhou. A valorização dos terrenos da região já é realidade, antes mesmo da desativação do lixão. Wellington Costa, 26, vendeu seu pedaço de terra de 10m por 25m há quatro meses, por um valor superior ao triplo de quando o comprou, há dois anos. De R$16 mil, a propriedade passou a valer R$60 mil. Ele também vislumbra o crescimento do negócio de seu sogro, proprietário do Mercadinho Miramar. Wellington conta que a família pretende abrir um churrasquinho ou bar, tipo de empreendimento impensável atualmente. “Quem é que vai querer comer cheirando lixo?”, justifica. Segundo Ernande Torres, o processo de revitalização da área envolve diversas etapas. O lixo será recoberto; uma camada material inerte (aquele que não participa de nenhuma reação química) será colocada; o chorume será tratado e o espaço será reflorestado aos poucos com vegetação nativa. Wellington conta que antes não havia muita esperança de que isso de fato ocorresse, quando gestões anteriores haviam prometido a mudança. “Agora estamos otimistas, porque estamos vendo o aterro sendo construído”.
Técnicos da Prefeitura de Maceió e ambientalistas dão explicações sobre a instalação do aterro sanitário e como ele vai funcionar, diferentemente de como é um lixão Lula Castello Branco
Célula está em fase de acabamento, faltando apenas a pavimentação das vias de acesso; chorume será transformado em água utilizável Yvette Moura
No Sítio São Jorge, com a saída do lixão, os imóveis serão mais valorizados e as pessoas terão uma melhor qualidade de vida
Dois galpões e uma profissão A situação mais preocupante, talvez, seja a da Vila Emater, onde residem os catadores de lixo. Depois de mal-entendidos e protestos da comunidade, a Prefeitura e os trabalhadores finalmente parecem ter entrado em acordo. Serão duas as medidas principais adotadas pelo município. A primeira delas trabalhará com o desenvolvimento do ofício em que os catadores já estão inseridos: a comercialização de material reciclado. Para viabilizar a atividade, dois galpões de triagem serão construídos para que a Coopvila, cooperativa criada pelo grupo, sob orientação do poder público municipal e auxílio da Organização Não Governamental (ONG) Guerreiros da Vila, selecione o material aproveitável para a reciclagem, um na Santa Lúcia e outro no Benedito Bentes. Asegunda medida, realizada através da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e parceiros, será a capacitação profissional dos trabalhadores, para que aprendam a ser carpinteiros, eletricistas, pedreiros e demais ofícios necessários à construção das células da Central, para que sejam contratados pelos consórcios de empresas, além de cursos mais amenos, como cabeleireira. Os recursos já estão garantidos, através do convênio com o Ministério das Cidades, que repassará a maior parte dos cerca de R$ 650 mil destinados aos projetos, dinheiro também proveniente do PAC. Ernande Torres conta que o objetivo foi auxiliá-los a conseguir a autossuficiência, para que não dependam indefinidamente de ajuda governamental, como as bolsa de assistência do governo federal. “É preciso ensiná-los a pescar”.
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Novo sistema de organização reduz índice de dispensa por licença médica Arquivo
De outubro de 2009 a janeiro de 2010, o número de servidores municipais afastados por motivo de licença médica diminuiu em 80%. A intrigante redução, ocorrida em apenas três meses, não tem relação com a melhora súbita das pessoas que voltaram ao trabalho. A solução foi mais simples: um software (programa de computador) foi criado para que as secretarias pudessem controlar os pedidos feitos pelos funcionários. A ferramenta, que começou a ser desenvolvida em novembro de 2009 pela Secretaria de Municipal Administração, Recursos Humanos e Patrimônio (Semarhp), foi idealizada com o objetivo de facilitar a verificação do número total de dias em que passava afastado cada trabalhador, diminuindo, assim, os casos de licença desnecessária. Antes de entrar em funcionamento – todo o município já está usando o software desde janeiro deste ano –, o servidor entregava o documento aos Recursos Humanos (RH) de onde estava lotado, e o controle era feito manualmente, através do preenchimento de fichas. Além do enorme volume de papel e trabalho, dificilmente era possível verificar com a velocidade necessária se a pessoa já havia excedido o limite de dias de afastamento determinado pelo Estatuto do Servidor. Segundo o secretário municipal de administração, Sérgio Vilela, essa foi a linha indutora do projeto. “Sem a inspeção dos afastamentos poderia existir o desatendimento ao dispositivo legal que obriga a avaliação médica oficial para novas concessões de licenças, e é justamente nesse aspecto que se concentraram os es-
SAIBA O QUE DIZ O ESTATUTO DO SERVIDOR A RESPEITO DA LICENÇA MÉDICA:
Secretário Sérgio Vilela, da Administração, disse que o novo sistema vai organizar as concessões de licenças
forços para corrigir essas incongruências”, destacou. O documento define o máximo de 30 dias de falta por ano, consecutivos ou não. Quando esse limite for ultrapassado, o funcionário deve ser examinado por um profissional da Junta Médica do município, que verificará se o descanso é, de fato, necessário. Se o afastamento solicitado foi mais longo que três dias seguidos, também é preciso passar por esse processo. “Imagine controlar todos os atestados da Secretaria Municipal de Educação, que tem um volume grande [6.023] de servidores”, exemplificou o
analista Fernando Pinto, um dos programadores da ferramenta. Agora, os gestores dos RHs de cada órgão municipal inserem os dados dos pedidos até o fim de cada mês. Um treinamento foi dado pela secretaria para que não houvesse problemas com o uso do programa, que possui uma interface simples. Ele calcula sozinho o número de dias, e, se houver a tentativa de inclusão de um novo atestado, o sistema impede o usuário. SOFTWARE LIVRE - A ferramenta, totalmente desen-
volvida por técnicos da Semarhp – com custo zero, portanto – foi elaborada seguindo determinação do governo federal; um software de uso livre e gratuito. Por causa dessas características, a possibilidade de o projeto ser exportado para outros estados se torna mais concreta. O interesse, inclusive, já foi demonstrado por várias capitais, durante o 51º Fórum Nacional de Secretarias Municipais de Administração das Capitais (Fonac), ocorrido em março, no Hotel Ritz Lagoa da Anta. Porém, ainda não há negociações em curso.
Art. 101 - Será concedida ao servidor Licença para Tratamento de Saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Art. 102 - Para licença até 3 (três) dias, a inspeção será feita por médico assistente e, se por prazo superior, por Junta Médica Oficial. § 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado. § 2º - O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de 30 (trinta) dias de licença para tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença, independentemente do prazo de sua duração, será submetido à inspeção por Junta Médica Oficial. Art. 103 - Findo o prazo da licença, o servidor será submetido à nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria. Art. 104 - O laudo da Junta Médica não se referirá ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço ou doença profissional. Art. 105 - O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido à inspeção médica.
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Trânsito gera polêmica em Maragogi Vereadores e comerciantes reclamam do plano de tráfego elaborado pelo 6º Batalhão da Polícia Militar Eduardo Almeida
Eduardo Almeida Repórter
MARAGOGI – Classificado como “caótico” pela população, o trânsito no segundo pólo de turismo do Estado tem provocado muita polêmica entre vereadores, comerciantes e representantes da Polícia Militar de Alagoas. As restrições às áreas de estacionamento e o elevado número de multas – aplicadas inclusive aos próprios vereadores – motivaram questionamentos sobre a eficácia do plano de ordenamento, elaborado pelo 6º Batalhão da PM após um estudo de tráfego na região. Se de um lado os vereadores e empresários alegam que faltam áreas para estacionar no Centro, o que afeta o comércio local, a Polícia Militar argumenta que as ruas estreitas da cidade permitem que as vias funcionem apenas como local de parada, ou seja, o tempo necessário para o embarque e desembarque de passageiros. No entanto, as discussões giram em torno de áreas para carga e descarga de mercadoria, que atualmente não atendem os anseios dos empresários locais. Descontentes com as alterações no trânsito, uma comissão de vereadores e comerciantes procurou o Ministério Público Estadual para informar os prejuízos que acumulam. A promotora de Justiça Francisca Paula Santana convocou uma audiência pública, onde o Conselho Municipal de Segurança definiu alterações no plano de ordenamento. Ficou acertado que parte das placas de sinalização, que custaram cerca de R$ 13 mil aos cofres públicos, seria retirada e as áreas liberadas para estacionamento. Conforme o comandante
Áreas para carga e descarga de mercadorias não atende os anseios dos empresários
do 6º Batalhão, tenente-coronel Osman Vilela, as alterações podem significar um retrocesso. Vilela explicou que o ordenamento foi baseado em um estudo que monitorou os principais pontos de trânsito na cidade. O comandante disse ainda que a eficácia do plano elaborado pela polícia foi constatada durante o carnaval deste ano, quando o trânsito fluiu nor-
malmente, sem congestionamentos. “O ordenamento deu mais fluidez ao trânsito, que era caótico. Durante o carnaval, quando a população cresce com a chegada de turistas, não registramos problemas. As mudanças implantadas aconteceram baseadas em estudos e não de forma arbitrária. No entanto, o projeto está aberto a sugestões, que podem ser adotadas caso
a maioria assim decida. A PM não trabalha para impor e, sim, em colaboração com a população, que é a maior beneficiada com o projeto”, explicou Osman Vilela. Segundo a presidente da Câmara de Vereadores, Elba Vasconcelos, as discussões sobre o trânsito de veículos em Maragogi foram motivadas pelo número de reclamações que os membros do
Legislativo receberam. A vereadora explicou que algumas placas foram retiradas e que a sinalização horizontal de algumas vias apagada. A PM suspendeu as multas na última semana, após acordo estabelecido entre Ministério Público, prefeitura, vereadores e a própria polícia. “Os vereadores entenderam que há excesso de placas
proibindo o estacionamento. Em Palmares, Pernambuco, há doze placas enquanto em Maragogi há sessenta. O número de multas também é elevado, foram mais de 600 só este ano. Nós entendemos que deve haver um trabalho educativo antes das punições. Até turistas haviam sido multados”, explicou a presidente da Câmara, Elba Vasconcelos.
Eduardo Almeida
Conselho define o reordenamento
Conselho Municipal de Segurança definiu, durante reunião, as novas alterações para o tráfego de veículos na área central da cida-
Associação aprova mudanças no trânsito Para a representante da Associação dos Hotéis, Pousadas e Trade Turísticos do litoral norte (Ahmaja), Vergínia Stodolni, o ordenamento do trânsito em Maragogi deve trazer benefícios para o setor. Ela acredita que os ajustes realizados atendem à demanda de crescimento da cidade, que vê a população triplicar durante a alta temporada. No entanto, acredita que as mudanças ainda encontram resistência em questões culturais. “Toda mudança provoca conflitos, que são superados
com o tempo, à medida que a população vai se adaptando. O município cresceu bastante e precisa de um trânsito fluído, sem congestionamentos. Mas são necessárias algumas adaptações ao plano inicial proposto pela polícia. Maragogi recebe turistas de todos os lugares do Brasil e até de outros países. Para nós do setor hoteleiro, a organização é muito bem vinda, porque mostra que a cidade está preparada para receber visitantes”, observou. Vergínia cita o ordenamento do trânsito durante o
carnaval como exemplo. Segundo ela, durante a Festa de Momo deste ano, nenhum grande congestionamento foi registrado no município. “Trabalho com turismo há muitos anos em Maragogi e nunca vi um carnaval tão organizado quanto este último. O trabalho da Polícia Militar merece destaque, porque foi bastante eficiente. O plano de tráfego atendeu todas as expectativas do setor hoteleiro”, garantiu. A empresária lembra que já foi multada, mas reconhe-
ce o erro ao relatar que estacionou em área proibida. “Como já disse, é uma questão cultural. Eu sabia que o local era de estacionamento proibido, mas decidi continuar mesmo assim. Era cômodo naquele momento, e não posso afirmar que o policial não estava cumprindo o seu papel. Mas temos que nos conscientizar sobre a importância de respeitar normas de trânsito”, ressalta a representante da Associação dos Hotéis, Pousadas e Trade Turístico, Vergínia Stodolni.
As discussões sobre o trânsito em Maragogi ganharam força na última semana, quando o Conselho Municipal de Segurança definiu novas alterações para o tráfego de veículos na área central da cidade. Durante a reunião, que aconteceu na sede da Câmara Legislativa, foram delimitadas áreas específicas para carga e descarga de mercadorias e para estacionamento até a conclusão das obras de revitalização do Centro, que devem ser finalizadas ainda este ano. Após a apresentação do plano de ordenamento feito pelo 6º Batalhão da PM, os vereadores, a promotora de Justiça Francisca Paula Santana, o secretário de Obras e Infraestrutura de Maragogi, Pedro Jeová, representantes da Guarda Municipal e da Associação de Hotéis, Pousadas e Trade Turísticos do litoral norte sugeriram mudanças, que foram acatadas pelo comando da polícia e já começaram a vigorar. O patrulhamento de trânsito, que também havia sido suspenso, voltou ao normal. Segundo a promotora Francisca Paula Santana, além de prejudicar o comércio do município, o plano de ordenamento impedia a execução de serviços públicos, como a manutenção da rede elétrica. Técnicos da Eletrobrás Distribuição Alagoas (antiga Companhia Energética de Alagoas – Ceal) alegaram que os reparos na rede do município estariam parados depois que uma equipe do órgão foi multada por estacionar em área proibida durante a execução dos trabalhos de manutenção.
“O ordenamento não pode impedir a execução de serviços públicos. Esse foi mais um dos motivos pelos quais o Ministério Público Estadual decidiu convocar o Conselho de Segurança para discutir o trânsito em Maragogi. O plano inicial servirá como base para as melhorias. O acesso de vereadores à Câmara, por exemplo, não pode ser impedido. Uma área deve ser destinada para o estacionamento de veículos próximo ao local, o que não havia anteriormente”, observou a promotora de Justiça Francisca Paula. Para o secretário de Obras e Infraestrutura de Maragogi, Pedro Jeová, o município não acumulará prejuízos com a retirada de placas e a pintura de novas faixas, o que custou cerca de R$ 13 mil aos cofres públicos. Ele explicou que o material deve ser relocado para outras áreas que também necessitam de sinalização, portanto sem ônus para a prefeitura. Apenas placas para deficientes físicos e outras indicativas de carga e descarga de mercadorias terão que ser confeccionadas. “Foram confeccionadas 115 placas de metal para substituir as de madeira que existiam na cidade. Elas serão apenas relocadas para outros pontos que não têm sinalização atualmente. Não haverá perdas para o município, já que o material será reaproveitado. Mas, será necessária a compra de novas placas, indicando áreas exclusivas para carga e descarga, além de vagas para deficientes físicos”, expôs o secretário de obras, Pedro Jeová.
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Cine Sesc exibe filmes no interior Projeto vai beneficiar com produções brasileiras as unidades de Palmeira dos Índios e Teotônio Vilela O serviço Social do Comércio (SESC) realiza mais uma etapa do projeto Cine Sesc no Interior. Nos dias 28 e 29 de abril serão exibidos filmes brasileiros nas unidades Sesc Ler Palmeira dos Índios e Sesc Ler Teotônio Vilela. O pbjetivo é garantir o acesso de jovens e adultos ao cinema de qualidade e, a partir disso, promover o debate e incentivar a reflexão sobre temas como cidadania e cultura. No dia 28 será exibido, em Palmeira dos Índios, o filme Maré, Nossa História de Amor, da premiada diretora Lucia Murat. No dia 29, em Teotônio Vilela, será a vez de O Céu de Suely, de Karim Aïnouz. A entrada é franca em ambas as exibições. A narrativa de Maré, Nossa História de Amor foi construída a partir de elementos comuns da realidade brasileira e se utiliza de elementos lúdicos, característicos de um musical. O filme é uma releitura do clássico Romeu e Julieta, de Shakespeare, com traços da realidade subdesenvolvida do Brasil, junto à nossa musicalidade e dança contemporânea. A personagem Analídia é filha de um dos chefes do tráfico de drogas.
Jonatha, interpretado por Vinícius D’Black, escolhido entre mais de 500 candidatos para viver o personagem, é irmão do chefe da facção rival do pai de Analídia. Separados pelo apartheid das drogas, eles encontram no grupo de dança da comunidade um refúgio para o sonho. Este é o segundo filme em que a diretora Lucia Murat e a atriz Marisa Orth trabalham juntas. O primeiro foi Doces Poderes. O Céu de Suely apresenta a história de uma jovem de 21 anos, Hermila (interpretada por Hermila Guedes), que está de volta à sua cidade natal, a pequena Iguatu, no interior do Ceará. Ela volta acompanhada de seu filho. Ambos estão à espera de Mateus, pai da criança, que ficou em São Paulo para resolver assuntos pendentes. O tempo passa e Mateus desaparece. Hermila quer, a qualquer custo, sair daquela cidade e tem uma ideia inusitada: rifar seu próprio corpo para conseguir dinheiro suficiente para comprar uma passagem de ônibus para outra cidade e começar uma vida nova. Com direção de Karim Aïnouz, o mesmo diretor de Madame Satã, o filme será exibido no Sesc Ler Teotônio Vilela.
Vacinação contra a aftosa começa em maio Alagoas dará início a mais uma campanha de vacinação contra a febre aftosa no próximo mês. Velha conhecida dos produtores de bovídeos (bois e búfalos) e já incorporada aos hábitos agropecuários, essa etapa traz uma novidade. Pela primeira vez será realizada durante o mês de maio. Amudança no calendário vacinal, que teve seus meses alterados de abril e outubro para maio e novembro, atendeu a um pedido de diversos segmentos da agropecuária alagoana. “Igualamos nosso calendário aos de Sergipe e Bahia. Temos um trânsito intenso de animais com esses estados. Movimentação que ficava prejudicada durante as campanhas de vacinação por causa das distorções de datas”, explica Hibernon Cavalcante, diretor presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal). As novas datas da campanha solucionam problemas, mas os criadores devem ficar atentos: as vacinas só podem ser adquiridas durante os meses de vacinação de Alagoas. “Alguns produtores que possuem propriedades em Alagoas e Pernambuco, que continua vacinando em abril, já estão comprando vacinas para aplicar nos animais dos dois estados. Isso não pode ser feito. As
vacinas aplicadas em Alagoas só poderão ser compradas em maio”, alerta Hibernon. A vacinação, destinada a todos os bovinos e bubalinos, começa, no próximo dia 1° e vai até 31 de maio. A exemplo de outras etapas o governo de Alagoas doará 165 mil doses de vacinas para produtores que possuírem até 10 animais. Os criadores que não se encaixarem nesse perfil devem adquirir a vacina em uma loja agropecuária. A nota fiscal de compra serve como comprovante da vacinação e deve ser apresentada em um dos escritórios da Adeal, até 15 dias depois do término da campanha. Quem não vacinar ou não declarar a vacinação está sujeito a penalidades, como multas e impedimento de comercializar os animais. “Estamos no rumo de alcançar o reconhecimento de zona livre da febre aftosa. Amanutenção de bons índices de cobertura vacinal é um fator importantíssimo nesse processo. Por isso, nessa campanha enfatizaremos as fiscalizações a propriedades de risco e produtores inadimplentes”, declara Hibernon. Em caso de dúvidas, os produtores podem acessar www.adeal.al.gov.br ou ligar gratuitamente para 0800 082 0040.
Festival “Gargalhada” vai contar com a participação de diversos artistas que trabalham com o universo do circo em Alagoas
CULTURA
Arapiraca realiza o primeiro encontro de palhaços do Estado Um evento que tem como foco a brincadeira e o riso vai invadir as ruas de Arapiraca Nos próximos dias 23, 24 e 25 o município sedia o Festival Gargalhada, o primeiro encontro de palhaços da cidade. A atividade é uma realização da Companhia Teatral Turma do Biribinha, comandada pelo palhaço mais conhecido do Estado. A ideia deste animado encontro surgiu da necessidade de imortalizar a tradição da arte circense em Alagoas. “Viajamos o Brasil todo participando de eventos grandiosos neste segmento e queremos aproximar nossa arte do público daqui. Temos competência e talento de sobra”,
diz o representante do grupo, Silveira Júnior, o palhaço Mixuruca, preocupado em perpetuar essa cultura popular às futuras gerações. Mixuruca seguiu a carreira do pai, o Biribinha. Iniciou na “brincadeira” ainda criança, aos seis anos. “O circo tem essa magia. Começamos jogando umas bolinhas e quando menos se espera, já estamos completamente envolvidos”, conta o palhaço, duas vezes campeão (2005 e 2009) no quadro Se Vira nos 30, do programa Domingão do Faustão. Venceu com instrumentos inusitados: um piano feito com garrafas e o outro com panelas. No festival Gargalhada
serão três dias de muita alegria e atividade, com a participação de artistas consagrados do universo circense. Na sexta (23), haverá uma “palhaceata”, um desfile de palhaços, músicos, atores, artistas de rua contagiando o público para a prática do riso. Em seguida, apresentação do artista cearense Augusto Bonequeiro, com seu parceiro de palco, o Boneco Fuleragem, além da exibição do filme O Circo, de Charles Chaplin. Já no sábado (24), é a vez do espetáculo Palha Assada, do palhaço Xeleléu (BA); Linguiça Antes e Depois do Amor, do palhaço Linguiça (PE); e Casar pra depois
Morrer... de Rir, da Turma do Biribinha. Palestras sobre o circo, exibição de filme nas comunidades também fazem parte do evento. Fechando o encontro, no domingo (25), os Doutores da Alegria levarão doses de humor aos hospitais. No final da tarde, mais apresentações com os artistas da terra – um circo lambe lambe e um conto mágico – e a participação especial de Márcio Libar, fundador do Teatro de Anônimos (RJ), com O Pregoeiro. Os espetáculos que serão apresentados na Tenda da Alegria, montada no Parque Ceci Cunha, terão custo de R$ 5 e R$ 10. Mais informações: (82) 9323-2389 ou 9946-3151.
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Arapiraca
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Grupo combate a exploração infantil Cia. Luzes da Ribalta realiza um trabalho de orientação às pessoas que circulam nas ruas do centro da cidade Carolina Sanches Repórter
ARAPIRACA – Apesar de o trabalho infantil no País ter caído 0,7% na comparação com 2007, o Brasil ainda tem 993 mil crianças ocupadas entre 5 e 13 anos. A informação faz parte da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nordeste é a região que apresentou a maior proporção de pessoas ocupadas com idade entre 5 e 17 anos. A triste realidade não se restringe apenas a áreas rurais. No centro da cidade de Arapiraca, não é difícil encontrar crianças que, ao invés de estarem na escola, estão trabalhando. São tarefas enfadonhas e mal remuneradas como vendedores DVDs, picolés e balas. Também há engraxates e vigias de carros. Para combater o problema no município, um grupo de teatro iniciou um trabalho de orientação as pessoas que circulam nas ruas da cidade. Além desta ação, o grupo realiza oficinas de teatro para crianças de comunidades carentes. A iniciativa é da Cia. Teatral Luzes da Ribalta, composta por um grupo de atores do município de Arapiraca. O Diretor de markting da Luzes da Ribalta, Marlos Henrique dos Santos Ferreira, explicou que a proposta de promover ações para coibir o trabalho infantil no município surgiu pela observação
de pessoas do grupo de tea- lha do grupo teatral, R.R. detro. “Os participantes perce- volveu aos artistas e disse beram que o grupo teatral que não sabia ler. Quando não pode se restringir ape- percebeu a aproximação de nas a apresentações de espe- um adulto, que também tratáculos, mas contribuir para balha como engraxate, o mea melhoria da sociedade”, nino se afastou da reportaafirmou. gem de O JORNAL. Há duas semanas, uma Para Marlos Henrique, o nova etapa do projeto foi co- que leva as crianças a trabalocada em prática. Antes, a lharem é a realidade econômiação era apenas através de ca das famílias, que têm conoficinas de teatro que são rea- dições de manter seus filhos lizadas nas comunidades ca- na escola, obrigando-os a conrentes. “As oficinas são opor- tribuírem com o orçamento tunidades para que as crian- doméstico como forma de gaças e adolescentes das comurantia da sobrevivênnidades possam acia de toda a família. prender teatro e, ao “Muitos pais impõem Artistas que seus filhos abanmesmo tempo, ter do grupo donem os estudos para uma ocupação que evite o trabalho na trabalhar e isso é prefazem rua”, afirma. judicial. Os pais deveNa segunda etapa, panfletagem riam buscar outras foros artistas se fanta- e orientam mas de sobreviver e se siam e vão às ruas crianças nas conscientizar de que o para realizar um traestudo é o diferencial ruas do balho de conscientizapara um futuro meCentro ção. O alvo é o centro lhor”, diz. da cidade, onde a circulação de pessoas é PROIBIDO – A legislamaior. Nas ações, o ção brasileira proíbe qualquer grupo distribui panfletos e tipo de trabalho para menocartilhas educativas e orien- res de 14 anos. O trabalho a ta crianças, adolescentes e partir dos 14 anos é permitiadultos. “Buscamos explicar do apenas na condição de para as pessoas a importân- aprendiz, em atividade relacia de respeitar a Lei. Quando cionada à qualificação proencontramos crianças e ado- fissional. E acima dos 16 anos lescentes trabalhando, bus- o trabalho é autorizado desde camos explicar a importân- que não seja no período da cia de ir à escola e de prati- noite, em condição de pericar outras atividades”, expli- go ou insalubridade e desde cou o diretor de marketing. que não atrapalhe a jornada O menor R.S., de 11 anos, escolar. No entanto, se o trabalha como engraxate nas jovem com mais de 16 anos ruas do centro de Arapiraca. não tiver carteira assinada ou Ele contou que trabalha pela estiver em situação precária, manhã e a tarde para ajudar ele entra nos números de traa família. Ao receber a carti- balho infantil e ilegal.
Carolina Sanches
Atores do grupo de teatro circulam pelas ruas e flagram crianças trabalhando no centro de Arapiraca
Escolas oferecem jornadas ampliadas O projeto de Escolas de Tempo Integral de Arapiraca foi o primeiro do Estado. Atualmente, a cidade possui sete escolas que oferecem jornadas ampliadas com reforço escolar e atividades complementares, a exemplo de aulas de balé, dança, música, aulas de Francês, teatro, informática, atividades esportivas, cultivo de hortaliças e alimentação cinco vezes ao dia, além da oferta de cursos profissionali-
zantes para os pais de alunos. A proposta tem o objetivo de reforçar o repasse de conhecimentos, estimulando as potencialidades dos jovens, além de manter os alunos em tempo integral, com uma jornada de dez horas. Relatório divulgado pela Secretaria Municipal de Educação no final do ano passado revelou que nenhum dos 1.900 alunos desistiu ou pediu transferência para estudar em outro estabelecimento.
Para Maria José Gomes, as Escolas de Tempo Integral têm sido uma aliada ao combate ao trabalho infantil no município. “Retirar uma criança do trabalho infantil implica em que ela seja mantida e acolhida pela escola, a oportunidade para participar de atividades complementares na escola, políticas de inclusão, políticas que atendam as famílias dessa criança, que a criança tenha assistência do sistema de saúde”.
Projeto busca diminuir índices
MPT lança campanha em AL
No Brasil foram criados alguns programas para combater o trabalho infantil. Além do Bolsa Escola, no qual os pais recebem uma quantia em dinheiro por cada criança mantida na escola, há o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). O programa oferece a Bolsa Criança Cidadã, com o objetivo de recriar condições mínimas para que a família possa prover suas necessidades básicas e complementar sua renda. Existe ainda o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Em Arapiraca, o programa atende mais de 1300 cri-
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas deu início a uma série de atividades para sensibilizar a população e abrir o debate sobre as responsabilidades do Estado, da sociedade e da família na proteção integral de crianças e adolescentes. Em 2010, o MPT traz uma nova campanha educativa de combate ao trabalho infantil, bem como concurso de redação destinado a alunos da rede municipal de ensino. Em uma audiência pública que será realizada na próxima quinta-feira, o MPT pretende fazer amplo debate sobre o combate ao trabalho infantil. O evento contará com a participação de representantes da Justiça do
anças e adolescentes entre 7 e 15 anos, distribuídas nos 29 núcleos existentes. De acordo com a coordenadora do Peti em Arapiraca, Maria José Gomes Carneiro, o município tem conseguido reduzir os índices do trabalho infantil através de diversas ações que contemplam a área rural e urbana. “O enfrentamento das políticas feitas no Brasil contra o trabalho infantil tem dado resultado. Os números caíram pelo enfrentamento do governo, da sociedade”, afirma. A coordenadora disse que a maior dificuldade esta relacionada as crianças que trabalham na agricultura fami-
liar. “Temos dificuldades para identificar os locais porque em muitos casos as crianças trabalham com a porta da casa fechada e se escondem quando a equipe do Peti se aproxima”, ressalta. Dentre as ações do Peti em Arapiraca esta a realização de oficinas de música com aulas para as crianças e adolescentes assistidos no projeto. “Ao abandonarem a escola, ou terem que dividir o tempo entre a escola e o trabalho, o rendimento escolar dessas crianças é muito ruim. Para que isso não acontece realizamos atividades que despertem o interesse das crianças”, expôs Maria José.
Trabalho (TRT 19ª Região), do Ministério Público Estadual, da Associação dos Magistrados do Trabalho de Alagoas (Amatra), da Vara da Infância e da Juventude da Capital, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Prefeitura Municipal de Maceió, dentre outros órgãos. O objetivo de abrir a discussão sobre o papel dos Conselhos Tutelares é no sentido de sensibilizar os conselheiros para atuação na chamada busca ativa de crianças encontradas trabalhando nas ruas. Isso faz parte da estratégia de implantação do disque denúncia, que funcionará 24 horas na capital, em cumprimento a acordo judicial firma-
do com o MPT. De acordo com a procuradora do Trabalho Rosemeire Lôbo, a intenção é sensibilizar os conselheiros tutelares para atendimento imediato às demandas apresentadas pela sociedade sobre exploração do trabalho de crianças e adolescentes e exploração sexual infantil, a partir do disque denúncia. “Todos temos de unir forças, cada um fazendo sua parte, para tentarmos extinguir essa chaga mundial que é o trabalho precoce. Por isso é importante que todos estejamos cientes de nossas responsabilidades. Não dá para extinguir o trabalho infantil sem que haja parceria e união de forças”, declarou.
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Xiemar Zarazúa, presidente da Coca-Cola Brasil, esteve em Maceió
Nova unidade da empresa multinacional no Benedito Bentes, na capital alagoana, projeto sustentável exigiu recursos de R$ 90 milhões
Coca-Cola vai investir R$ 11 bi no Brasil País e Nordeste se destacam, segundo presidente nacional da companhia, como mercados promissores Patrycia Monteiro Repórter
Cerca de 28% da população brasileira ingere refrigerante pelo menos cinco vezes por semana, ou mais. De acordo com estudo divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde, o consumo das bebidas gaseificadas e de sucos artificiais aumentou
13,4% no ano passado, em relação a 2008. O Brasil já é o terceiro mercado consumidor mundial do produto, perdendo apenas para os Estados Unidos e o México. E é nesse cenário para lá de positivo para o setor que foi inaugurada na última sextafeira a primeira fábrica ecologicamente correta da Coca-Cola na América Latina, localizada
no bairro do Benedito Bentes, em Maceió. A nova unidade industrial adotou tecnologias que permitem o uso eficiente e racional de insumos como água e energia, materiais de construção certificados e adquiridos nas proximidades do Estado para reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera. O empreendi-
mento, chamado Conviver Bebidas e Alimentos, pertence ao Sistema Empresarial Constâncio Vieira e requisitou R$ 90 milhões em investimentos. A nova unidade, de 38 mil metros quadrados, foi erguida numa área de 210 mil metros quadrados, no Bairro do Benedito Bentes. “A nova fábrica verde de
Alagoas já é um exemplo para as outras unidades do Sistema Coca-Cola no Brasil. Desejamos que seu modelo seja amplamente reproduzido entre os nossos franqueados”, afirmou Xiemar Zarazúa, presidente da CocaCola no Brasil, que esteve presente na solenidade de inauguração do empreendimento. Animado, o executivo, nascido no
México, traduz em números a boa fase vivida pelos fabricantes nacionais de bebidas. “A divisão brasileira da Coca-Cola registrou crescimento de 4% no volume de vendas no ano passado. Vendemos 9,6 bilhões de litros de bebidas não alcoólicas e atingimos um faturamento de R$ 17 bilhões”, contabilizou. (Continua na página A34)
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Brasil: nas unidades da companhia, trabalham cerca de 38 mil funcionários e outros 340 mil dependem indiretamente das atividades da rede
País é o quarto maior mercado consumidor De acordo com o executivo, o Brasil é o quarto maior mercado consumidor global da CocaCola - abaixo apenas do Estados Unidos, México e China – com grandes chances de subir algumas posições no ranking em médio prazo. “E é de olho nesse potencial que decidimos investir um total de R$ 11 bilhões no País, no período entre 2010 e 2014. No ano passado, eu tinha anunciado que estávamos fazendo um dos maiores investimentos de todos os tempos no Brasil, de R$ 1,7 bilhão. Mas, este ano, o aporte de recursos será 17% superior e deve atingir um total de R$ 2 bilhões”, disse. O executivo explica que o crescimento das vendas da Coca-Cola em mercados emergentes como China, Índia e Brasil ajudou a companhia a registrar um aumento de 55% no lucro do quarto trimestre de 2009, embora os negócios na América do Norte continuem sendo pressionados pela fraqueza no consumo. Lá, a receita caiu
Presente em todo o Brasil, o abastecimento de refrigerante está garantido
4% e o volume de vendas encolheu 1%. Em termos internacionais, no entanto, o volume de vendas cresceu 6%, com altas significativas nas receitas na Índia e na China. “O resultado da Coca-Cola reflete uma tendência observada em outros resultados corporativos divulgados recentemente: o consumo em mercados emergentes da Ásia e da América Latina está
ganhando força, enquanto nos Estados Unidos os consumidores ainda não se reergueram”, refletiu. Com atuação no País desde 1942, a divisão da multinacional no Brasil é composto pela CocaCola Brasil e mais 16 grupos empresariais independentes, chamados de fabricantes autorizados, além da fabricante de chás Leão Junior e a de sucos
Del Valle, que juntas elaboram o produto final em suas 43 unidades industriais e o distribuem aos pontos de venda. No total, o Sistema Coca-Cola Brasil gera 38 mil empregos diretos e outros 340 mil empregos indiretos. De acordo com Zarazúa, os fabricantes nacionais fraqueados mantêm um contrato com a multinacional, no qual se comprometem a produzir, engarrafar e distribuir todos os produtos da Coca-Cola Brasil, observando um rigoroso padrão de qualidade mundial, que é marca registrada da empresa. Há fábricas de Coca-Cola em todas as regiões do País, garantindo o abastecimento de cerca de um milhão de pontos de venda. “Hoje, a Coca-Cola Company está presente em mais de 200 países e responde por mais de 400 marcas de bebidas não-alcoólicas, entre estas, quatro das cinco marcas mais consumidas no planeta: Coca-Cola, CocaCola light, Fanta e Sprite”, destaca, sem falsa modéstia. (P.M.)
BANCO PATAGÔNIA
Banco do Brasil afirma que ainda não fechou a aqusição O Banco do Brasil informou na sexta-feira que “até o momento não há qualquer posição definitiva” sobre a aquisição do Banco Patagônia, na Argentina. Segundo o comunicado, o BB diz que há a possibilidade de comprar o controle acionário do banco argentino ou ainda deter uma participação relevante na instituição. “Dentre as alternativas que estão em análise, há a possibilidade de que o Banco do Brasil venha a deter uma participação relevante ou o controle acionário daquele banco”, diz trecho do comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Banco Patagônia, no entanto, informou que as negociações com Banco do Brasil para a aquisição do banco argentino se encontram “muito avançadas” e estima que “nos próximos dias” poderá chegar à conclusão de um acordo. Segundo comunicado do Patagônia, este acordo pode incluir a aquisição do controle do banco argentino pelo brasileiro. A notícia é mais um capítulo no processo de internacionalização do BB, o maior banco da América Latina, revelado por seu presidente, Aldemir Bendine, em novembro de 2009. O interesse do banco brasileiro por uma fatia no argentino foi revelado em dezembro. Nesta semana, o BB já havia informado que obteve do Fe-
Um dos principais bancos da Argentina, compra pelo BB acelara processo de internacionalização
deral Reserve o status de “Financial Holding Company”, o que o autoriza a exercer atividades bancárias nos Estados Unidos. Para acelerar a entrada naquele mercado, o BB considera comprar algum banco regional onde haja forte concentração de brasileiros e latinos. Simultaneamente, o banco
estatal avança no plano de levantar de 8 a 10 bilhões de reais por meio de uma oferta pública primária, proposta que será apresentada aos acionistas, conforme anunciou na quarta-feira. O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem afirmando que o BB havia fechado a
compra do Patagônia e que no dia 22 o comando do banco brasileiro irá a Argentina para a formalização da compra. Na sexta, a BM&FBovespa suspendeu os negócios com os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) do Banco Patagônia, no “aguardo de maiores esclarecimentos” sobre a aquisição.
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Faculdade expande de olho na classe C Grupo controlador da Maurício de Nassau anuncia investimento de R$ 30 milhões em novo campus de Maceió Patrycia Monteiro Repórter
Uma das maiores redes de ensino superior do Nordeste, o Grupo Ser Educacional, obteve há 15 dias a aprovação de US$ 35 milhões em financiamento da International Finance Corporation (IFC), instituição financeira vinculada ao Banco Mundial (Bird). E com o novo aporte de capital, o grupo mantém um ambicioso plano de expansão: aumentar de 29 mil para 50 mil o número de alunos matriculados nas faculdades que fazem parte de sua rede, no prazo de quatro anos, e ainda entrar nos mercados de Sergipe e Maranhão - onde ainda não mantém negócios. Atualmente, o Ser Educacional, que é sediado em Recife (PE), detém nove instituições de ensino superior distribuídas pelos estados de Pernambuco, Bahia, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. A holding é a controladora das Faculdades Maurício de Nassau, Faculdades Joaquim Nabuco, Faculdade Baiana de Ciências (FABAC) e Centro Profissionalizante Joaquim Nabuco, onde oferece cursos de graduação, pós-graduação e técnicos. A rede entrou no mercado alagoano há um ano e meio, após fazer a aquisição da antiga Escola Superior de Administração e Marketing e Comunicação (ESAMC), que mantinha uma faculdade localizada na rua Sandoval Arroxelas, bairro de Ponta Verde. De lá para cá, a holding mudou o nome da instituição para Faculdade Maurício de Nassau e incrementou o portfólio com lançamento de cinco novos cursos de graduação: Jornalismo, Nutrição, Turismo, Direito e Farmácia. Antes, a ESAMC oferecia os cursos de Administração, Publicidade e Propaganda, Ciên-
cias Contábeis e Design Gráfico. “Na nossa unidade de Maceió temos cerca de 900 alunos matriculados, mas queremos elevar esse número para seis mil até 2014. Para tanto, pretendemos ampliar ainda mais a oferta de cursos, atingindo um total de 18, e construir um novo campus no qual vamos investir R$ 30 milhões”, afirma Janguiê Diniz, fundador e presidente do Conselho do Grupo Ser Educacional, mencionando que os novos cursos só serão definidos quando a holding tiver em mãos os resultados de uma pesquisa de mercado encomendada para avaliar as demandas por graduação de Maceió e que devem ser entregues no prazo de 30 dias. De acordo com o empresário, o mercado de ensino superior do Nordeste está longe da saturação e ainda tem muito potencial de crescimento, apesar da concorrência acirrada. “Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), apenas 12% da população, com idade entre 18 e 24 anos, está matriculada em algum curso de graduação. Precisamos atrair esses 88% que estão de fora das salas de aulas, isso sem mencionar o contingente de pessoas com mais idade e que ainda não concluiu o curso superior. Para tanto, queremos oferecer o diferencial da qualidade de ensino”, diz. Diniz explica que nas cidades do Recife, Salvador e Fortaleza a demanda por cursos de graduação é crescente entre estudantes de famílias das classes A e B. “Contudo, em Maceió e em João Pessoa percebemos que a demanda está mais aquecida entre os estudantes das classes C e D”, afirma. “Por isso, os investimentos que estamos realizando em Alagoas é direcionado para atender os anseios desses grupos”, acrescenta.
Segundo o empresário Janguiê Diniz, objetivo é ampliar quantidade de alunos em Maceió até 2014, abrindo um leque maior de cursos
Empreendimento será no Farol O empresário conta que o novo campus será construído no bairro do Farol, nas proximidades do Centro de Maceió, num terreno de 11 mil metros quadrados. “As obras serão iniciadas em meados de julho, com previsão de conclusão de 18 meses. Será um prédio de 12 andares com 20 mil metros quadrados”, descreve, mencionando que o prédio, que já pertenceu à ESAMC, não será desativado em função da construção do novo campus. “Vamos manter uma unidade voltada para as classes A e B, no prédio da Ponta Verde, com alguns cursos, e o outro para as classes C e D, onde serão oferecidos cursos diferentes, com mensalidades a preços competitivos”, afirma Diniz. Outra novidade reservada para o mercado alagoano, ainda este ano, é a implementação de projetos de responsabilidade social por parte do Ser Educacional em Maceió. “Já desenvolvemos ações deste gênero nos ou-
tros estados onde atuamos. Em Alagoas, estamos elaborando alguns projetos direcionados para área de meio ambiente e devemos adotas algumas comunidades para desenvolver ações voltadas para Educação”, frisa. Além de Maceió, o grupo pretende aplicar a outra parte dos recursos do financiamento adquirido com o Bird na construção de novos campi nas cidades de João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Caruaru (PE), além de dois prédios e uma biblioteca no Recife (PE). “Aaprovação do financiamento pelo IFC é um importante reconhecimento do alto nível acadêmico das instituições do Grupo. O projeto do IFC possibilita melhorar os padrões educacionais em um setor altamente fragmentado, e atrair recursos privados ao setor educacional brasileiro, ainda carente de investimentos”, afirma. Fundado em 2003, o Grupo Ser Educacional tem mostrado
um crescimento expressivo nos últimos anos. Em 2008, com entrada do fundo norte-americano de private equity Cartesian Capital Group, a holding realizou aquisições em Salvador, Maceió e Natal, e aperfeiçoou sua estrutura gerencial para dar suporte a seu crescimento futuro. No Recife, a unidade da Faculdade Maurício de Nassau iniciou processo de certificação da ISO 9000 E 14000, que designam, respectivamente, o grupo de normas técnicas estabelecendo um modelo de gestão de qualidade e a série de normas que estabelece diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro da organização, sendo a única instituição de ensino da região já com os processos de certificação em andamento. “Aconquista das ISOs é um modo de garantir os processos, a qualidade de nossos cursos e a responsabilidade sócio-ambiental que transmitimos a nossos alunos e funcionários”, destaca Janguiê Diniz.
Presente em cinco estados nordestinos, atualmente mais de 29 mil alunos estão matriculados na rede
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IMPORTANDO MÃO-DE-OBRA O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão, disse esta semana que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) de alguns segmentos da construção está beirando os 90%. De acordo com ele, grande parte das empresas está com NUCI entre 87% e 88%. Simão ponderou que não há razão para temer um eventual desabastecimento, pois todas as empresas estão investindo e ampliando a capacidade de produção. O presidente da CBIC disse ainda que a falta de mão de obra especializada está obrigando o setor a importar trabalhadores da Colômbia, Bolívia e Peru. O número ainda não é significativo, porém é mais uma demonstração de que este é o principal gargalo do setor.
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ENTREVISTA/MÁRIO DIAS
“Despejo em 15 dias só quando não há garantias” empresário Mário Dias desembarcou em Maceió na década de 80 em busca de um lugar ao sol. Não só conseguiu um “lugar” privilegiado como fundou uma administradora de imóveis que leva seu nome - cuja carteira reúne atualmente 1500 unidades. Formado em Direito, Mário Dias se incomoda quando “especialistas” em leis abordam assuntos dos quais desconhecem. “São informações que levam o consumidor ao erro e que são, na verdade, um deserviço à sociedade”, disse Mário Dias, referindo-se a
O
recente artigo publicado na imprensa alagoana. Em entrevista ao Jornal Imobiliário, Mário Dias esclareceu vários pontos da Lei do Inquilinato, que sofreu alterações no início do ano. Um dos principais pontos diz respeito ao dispositivo que define prazo de 15 dias para que a ação de despejo seja executada. Diferente do que foi amplamente divulgado, esse prazo refere-se a um caso bem específico. Saiba qual é ele na entrevista a seguir, concedida por Mário Dias em seu confortável escritório.
PRIORIDADE As famílias que moram em áreas de risco ou que possuem mulheres chefes de família serão priorizadas na modalidade do programa Minha Casa, Minha Vida que atende a famílias com renda de até R$ 1.395. Ainda bem que o temporal que vem afogando Aracaju e Salvado não chegou por estas bandas.
EMBAIXO D’ÁGUA Falamos na semana passada que a cidade sobreviveu relativamente bem às pancadas de chuva. Digo relativamente por que teve prédio na Ponta Verde sendo invadido pelas águas.
NÍVEL DE EMPREGO Apenas no acumulado dos dois primeiros meses deste ano, o nível de emprego na construção civil cresceu 4,14%, com a impressionante contratação de mais 101.813 trabalhadores formais. E ainda tem gente que critica o Minha Casa, Minha Vida.
BOA NOTÍCIA Quem pretende construir ou reformar não precisa mais correr. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos materiais de construção - que vigora desde abril de 2009 e terminaria em 31 de junho - foi estendida até o fim de 2010. Serão mantidas reduzidas as alíquotas de 30 produtos.
EXPLICAÇÃO Fabricantes e varejistas já haviam avisado ao governo que muitas lojas e construtoras estavam formando estoques dos materiais, como forma de se precaver contra a alta de preços que ocorreria quando a redução do IPI acabasse. O problema é que essa prática poderia provocar a falta de produtos nas lojas, o que os deixaria mais caros, porque não há como controlar preços quando há falta de mercadorias.
NÚMEROS A boa nova é que a indústria avisa que tem plenas condições de atender à demanda crescente. Antes da redução do IPI, a indústria estava com 77% de utilização da capacidade produtiva e apenas 35% das empresas previam investimentos para os próximos 12 meses. Hoje, a utilização da capacidade produtiva está em 85%, o que dá certo respiro, e mesmo assim 70% das empresas preveem investimento.
CIMENTO Sustentada pelo avanço da construção civil nos últimos meses, a venda de cimento no Brasil no mês passado foi 20,6% maior que no mesmo mês de 2009. Foram 5,1 milhões de toneladas vendidas em março.
EM FOCO
O sr. está investindo firme na internet como ferramenta de negócios. Qual a importância da web no faturamento da Mário Dias? Em termos de negócios efetivados ainda não representa muito, mas em termos de consultas a nossa carteira de imóveis vem crescento. Para se ter uma idéia já recebemos consultas de clientes na Rússia, Europa e Estados Unidos. Dá para traduzir em números? Atualmente, cerca de 20% do nosso atendimento provem de consultas pela homepage. Agora, se considerarmos o acesso pelos proprietários, esse índice é de 100%. Por meio da internet todos podem tirar extratos, acompanhar a situação do seu imóvel e receber circulares informativas. Agora, inovamos com os formulários para declaração do Imposto de Renda disponibilizados na internet. O que o visitante encontra no sítio? Já por parte dos clientes é possível consultar a localização do imóvel em mapas, conhecer o valor do aluguel, do IPTU e do condomínio, além de poder fazer uma visita virtual por meio de fotos. Ninguém mais tem tempo para percorrer a cidade visitando imóveis para alugar até mesmo por questões de segurança. O internauta pode até mesmo de madrugada visitar os imóveis. A campanha que sorteia notebooks entre os clientes vem dando resultado? Sim. Os clientes trazem seus imóveis para que administramos e não escondem o interesse na campanha, que beneficia também que fecha contratos de aluguel. Qual a dinâmica da campanha? No mês em que o locador e o locatário fecharem contrato na Mário Dias concorrerão a dois notebooks, um equipamento para cada um. Os sorteios ocorrem sempre no 15º dia útil do mês seguinte à assinatura do contrato. Seis clientes já foram sorteados nos últimos três meses. Um assunto preocupa o setor: a inadimplência. Como sua empresa enfrenta essa questão? Praticamente não temos inadimplência. Até este momento temos 8 mil reais de inadimplência. Esse valor representa 0,02% dos créditos que temos a receber, ou seja, não considero isso inadimplência.
O secretário de Estado da Infraestrutura, Marco Fireman, uniu coro aos demais secretários de Estado da Habitação do País reivindicando aumento de 35% no teto do valor repassado pelo Programa Minha Casa, Minha Vida 2. Atualmente, o governo federal financia moradias com custo de até R$ 52 mil, mas o valor subiria para R$ 70,2 mil com o reajuste. A proposta surgiu no Fórum Nacional de Secretários de Habitação realizado em São Paulo nesta terça.
de mora. Ou seja, estou inadimplente e o locador entra com ação de despejo. O locatário, para não ser despejado, resolve pagar o que deve. Ou seja, purgou (acabei) com a mora. Antes, o inadimplente podia lançar mão desse recurso duas vezes por ano, agora é apenas uma vez no período de dois anos. Se atrasar novamente e for alvo de uma ação neste período será despejado, mesmo que queira pagar. Agora, o propietário por aceitar o pagamento. Outro erro: o texto dizia que “O pagamento de multa por rescisão contratual tinha que ser integral anteriormente e que agora a multa deve ser apenas pelo tempo restante do contrato.” Errado. Ela nunca foi integral. O Código Civil já dizia claramente que o pagamento da multa é proporcional ao tempo de atraso. Se uma imobiliária fizer tal tipo de cobração estará agindo errado e poderá ser acionada para devolver a diferença. Vi outras falhas mas vamos ficar por aqui.
E qual o segredo? Temos um bom critério de seleção de clientes, um setor de cobrança muito eficiente e flexibilidade de negociação com clientes que passam por situações atípicas em decorrência de desemprego e perda de receita. Sempre encontramos uma solução.
Empresário e advogado MárioDias esclarece a Lei do Inquilinato
Para o locador, a preocu- o juiz pode levar semanas pação é receber o aluguel em para ler o processo e emitir a sua decisão. dia... Nós garantimos o repasse Esta novidade não foi do aluguel mesmo que o inquilino não o faça. E isso vale uma revolução como foi tão para o IPTU a para a pintura propalado, então? De fato. Não foi, mas abriu após a desocupação do imóvel. Quando o proprietário nos a oportunidade para se buscar entrega um imóvel, ele pode os seus direitos. Existindo a armar uma espreguiçadeira lei, existe o direito em potenna praia e ficar tranqüilo por- cial. que receberá o seu aluguel e O sr. acredita terá a certeza de que esta alteraque as contas do ção vai estimuimóvel serão lar contratos pagas. Esta ga- Recentemente sem garantia? rantia é prevista li um artigo Posso dizer em contrato. que na Mário na imprensa Dias realizamos A Lei do muitos negócios Inquilinato so- alagoana e sem estipular gafreu alterações percebi que rantias em derecentemente. corrência da lei. Quais são os existe muita só: uma pesprincipais destadesinformação Veja soa conhecida, ques? sem restrições, Li recente- sobre as novas com renda prómente um artigo pria, emprego há publicado na im- alterações na mais de um ou prensa alagoana Lei do dois anos, tem e percebi que patrimônio e um existe muita de- Inquilinato nome a zelar. s i n f o r m a ç ã o mesmo entre Para que vou mesmo entre pedir uma gapessoas que quem atua rantia a essa pesatuam no setor. no setor. soa. A garantia é O texto diz que a história do a lei torna o descliente. É aquela pejo mais rápido quando há inadimplência. É história de que antigament o um erro afirmar isso. A rapi- fio do bigode e a palavra dada dez no trâmite do despejo eram a garantia. Já fizemos ocorre apenas nos casos em mais de 100 operações sem que não há garantias em con- garantia depois de janeiro, trato. O juiz pode conceder quando entrou em vigor os uma liminar para desocupa- novos artigos da lei. ção do imóvel em 15 dias sem Algo mais chamou sua precisar ouvir o inqluino inadimplente. Nos contratos atenção no referido artigo? O texto diz ainda que “o onde há garantias, como fiador, seguro-fiança ou caução, inquilino pode atrasar o pagao trâmite é normal. Até mento da multa de mora duas mesmo a questão dos 15 dias vezes a cada ano”. Não se é discutível. Além desse prazo trata de multa mas de purga
Se o contrato tiver garantias o trâmite na Justiça é normal. Mas fica a pergunta: o que pode ser considerado normal. Quanto tempo as ações de despejo levam para ser concluídas? Tem ações de despejo que levam dois a três anos. O Código de Processo Civil estabelece os seguintes prazos: Depois de receber a ação o juiz tem 10 dias de prazo para decidir. O cartório tem mais 10 dias para providenciar a citação do inquilino e 15 dias para o oficial de justiça encontrar o réu e entrega a citação. Deois o inquilino tem mais quinze dias para fazer a contestação ou pagar a dívida e o juiz mais 10 dias para decidir. Levaria dois meses num rito normal mas não existe prazos definidos. Há casos que chegam a 4 anos. É como uma ação que temos contra um inquilino iniciada em 2006. Estou brigando com o inquilino e com o juiz até hoje, já que este assumiu a defesa do devedor. Cabe inclusive uma representação contra o juiz. Ele acatou uma apelação fora do prazo e deu um efeito suspensivo numa apelação de ação de despejo, o que é proibido textualmente pela lei 8245. Qual tempo recorde o sr. já conseguiu? Foram três meses. E faço questão de citar o nome deste magistrado, o dr. Domingos de Araujo Lima Neto, juiz de Direito da 9ª Vara Cível da Capital. A obrigação de pagar a taxa de condomínio é do inquilino? A dívida do condomínio é chamada "própria do bem". Na ausência do inquilino, quem deve ser executado é o proprietário. E tem mais. Se a dívida foi contraída quando o proprietário era outra pessoa, o atual passa a ser alvo da execução, daí a importância de se checar no condomínio se existem pendências antes de comprar o imóvel.
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Dois
Confira as promoções na Revista da TV
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B1 Arriete Vilela / arquivo pessoal
Arriete em versos e prosa Escritora alagoana lança Obra poética reunida, uma coletânea com os seus dez livros de poemas publicados; compilação vem sendo distribuída em escolas das redes pública e privada do Estado e em bibliotecas daqui e de todo o País em um trabalho de “formiguinha”, inédito em Alagoas, realizado pela própria autora Arquivo pessoal
Elô Baêta Repórter
ou ler a composição de uma menina do interior”, anuncia uma das madres do Colégio de São José diante da turma de garotas concorrentes a vagas para o ingresso na instituição de ensino - uma das mais tradicionais de Maceió no passado. A leitura da redação foi a redenção. Estava escrito: a tímida menina, vinda da cidade de Marechal Deodoro, é aprovada com louvor para fazer parte do quadro de estudantes da escola. Mal sabia a madre que a autora do poético texto que tinha em mãos - inspirado em uma paisagem rural e que havia chamado a sua atenção -, Arriete Vilela, tinha um talento poético ainda adormecido no seu âmago e, anos depois, iria ser definitivamente seduzida pela infinita e fértil estrada de “fantasiar pessoas, situações e mundos diversos” com as suas inseparáveis companheiras: palavras, palavras, palavras.... Uma “pena” (trabalho literário) tocante, poética, literária. Um caminho sem desvios - que decidiu abraçar como a sua vida,
“V
como um “filho”, para inevitavelmente se transformar em uma das mais nobres escritoras da literatura alagoana. Reverenciada e referenciada aqui e lá fora. Com livros de contos, crônicas, poemas, romance e prosa poética escritos em quase 40 incansáveis anos de dedicação à literatura e o afago de mais de 30 prêmios literários, homenagens e um indiscutível reconhecimento nos meios acadêmico e estudantil, a escritora Arriete Vilela agora presenteia os alagoanos com mais um “filho” nascido das suas entranhas literárias: Obra poética reunida, coletânea com os seus dez livros de poemas publicados até agora. Um relicário que traz desde o primeiro deles - a marca oficial do seu início na arte da escrita poética, publicado na “flor” da sua juventude (por volta dos 20 anos) -, Eu, em versos e prosa (1971), passando por Ávidas paixões, áridos amores (2007), A palavra sem âncora (2005), Frêmitos (2004), Artesanias da palavra (2001), Vadios afetos (1999), O ócio dos anjos ignorados (1995), A rede do anjo (1992) e 15 poemas de Arriete (1974), até o mais recente deles, Palavras em travessia (2009).
Reprodução
Em cima - e nas três fotos da página B5 -, imagens da natureza, fruto do treino do olhar de Arriete Vilela (acima) em mais uma de suas paixões: a fotografia; coletânea (ao lado) visa facilitar o estudo sistemático de estudantes e acadêmicos, além de evitar distorções nas publicações dos poemas da autora na Internet
A ideia da reunião dos frutos da sua poderosa veia poética, que irriga a alma de uma seiva definida por ela como imprescindível a sua vida, em um só volume tem por trás o forte zelo e o inegável carinho com as suas obras e os seus leitores. “Três razões me motivaram a idealizar essa coletânea dos meus livros de poemas. Aprimeira delas é porque todos eles já estão com as edições esgotadas, o que dificulta o acesso do leitor; depois, para evitar distorções na Internet, onde muitos dos meus poemas estão dispersos, publicados sem referências bibliográficas e até com erros; e a terceira para facilitar o estudo sistemático das minhas obras por estudantes de escolas e universidades”, explica Arriete. Desde a sua publicação, Obra poética reunida vem sendo distribuído em bibliotecas de Alagoas e do Brasil e apresentado em escolas públicas e privadas e em faculdades do Estado pessoalmente pela escritora. “Tenho sido incansável em relação as minhas obras: visito escolas e faculdades, constantemente, para apresentar os meus livros. A divulgação é que é complicada porque não temos agente literário, não temos quem quebre ponta de lança para que o nosso trabalho circule nacionalmente. Escrevo porque a literatura, de
certa forma, dá sentido a minha vida, mas quero ser lida, claro, e o retorno dessa leitura me faz, de certa maneira, avaliar a minha escrita literária e tentar, sempre, aperfeiçoá-la”, afirma. As mais de 500 páginas da coletânea, minuciosamente produzida, editada e revisada pela escritora, com uma tiragem de 300 exemplares - boa parte com o patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) -, é uma verdadeira viagem pelas linhas e entrelinhas do amor: “A minha poesia / lambe a carne viva do amor. / Não que haja mágoas, dores, / cicatrizes. Ou contendores. / Não há. / É o próprio amor que se oferece / em carne viva / à minha poesia”. (trecho do Poema 11 de Palavras em travessia). E das palavras: “A Palavra / - memória do mundo - / trança, dentro das paixões míticas, / jeitos singulares de confirmar-se / oráculo: / faz-se único destino / única fortuna / o gosto único do melhor vinho / e o mais desarrazoado e irrenunciável amor do Poeta”. (Poema 42 de Apalavra sem âncora), tônicas ressaltadas por Arriete como constantes nos seus discursos literários poéticos. Para a autora: “O exercício de toda uma vida literária, de dedicação única à literatura”. Continua na pág. B5
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Espaço B2
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UMAS POUCAS PALAVRAS
Existiria uma alagoanidade?
A barba stulti discit tonsor
O texto de Golbery apresenta sua inquietação quanto à natureza de nosso processo histórico, discutindo o que poderia ser chamado de atributo da alagoanidade ou aquilo que caracteriza a condição do local a ponto de evidenciar a sua particularização. Foi produzido a partir de depoimento dado ao Grupo de Registro da Memória Alagoana, integrante do Agenda/Alagoas. Golbery é um dos representantes do que vem sendo pensado em Alagoas no campo do marxismo. A sua tese merece ser lida por todos aqueles que se encontram empenhados na construção/reconstrução de Alagoas, seja qual for a matriz política a que pertença. No fundo, argumenta a necessidade de encontrarmos Alagoas nos andamentos da formação histórica e, como tal, necessariamente específica. É preciso saber que ela existe e traz um modo de ser e fazer-se Alagoas. No fundo seu argumento leva à proposta de um novo bloco histórico. Espaço teve o objetivo de incentivar a discussão sobre o que é Alagoas. A mesmice da políti-
ca em Alagoas deve ser quebrada e outra esfera de discussão deve ser aberta. Seria de extrema importância que as diversas correntes construíssem teoricamente sobre nós, condição democrática por excelência no que Espaço vem colaborando. Para o caso, não importa o que se pensa, mas que se pensa. É necessário que Alagoas se pronuncie em outro patamar, que se veja em profundidade como condição básica de estar em sua atualidade ou em sua atualização, melhor dizendo, para enfatizar como deveria ser o andamento da performance histórica. Espaço neste sentido está aberto para a construção da política e deve ser entendido como um local que aposta na modernidade de Alagoas; o Estado precisa ser alavancado, sair da exótica mesmice que o assume. É preciso encontrar os termos da modernidade e somar pelo moderno, pelos avanços sociais e econômicos. É tempo de um chamamento maior pela construção de uma sociedade alagoana menos atrasada,
menos desbotada não é uma tarefa junto e nisto deve não tem o monop petência o que é vida política. Espaço vem co pode ser coisa min contribuição. As d possível que toda não se repetir. Tod mados para esta diálogo. Golbery f é lugar para um go habituar a ver o o um projeto de tra por uma formulaç
Dialética da alagoan Golbery Lessa famosa frase “o alagoano não tem identidade” faz uma geléia de várias dimensões que precisam ser percebidas nas suas especificidades. É engraçado que a frase afirma a existência de um ente denominado “alagoano”, portanto, de uma identidade e, ao mesmo tempo, afirma que este ente não teria identidade. Nesse grau de generalização, a frase estabelece uma incoerência lógica e um absurdo ontológico. A frase só faria sentido se separasse uma identidade em si de uma identidade para si. O conceito de “formação social”, de “consciência em si” e “consciência para si” resolvem boa parte do problema. Mesmo que constatássemos a inexistência de um sentimento de alagoanidade em toda a população desse território que chamamos Alagoas e em todas as épocas, isso de modo algum nos autorizaria a afirmar inexistência de uma formação social particular entre a foz do Rio São Francisco e a foz do Rio Persinunga. Ou seja, a existência de uma alagoanidade é independente da consciência que os alagoanos tenham dela ou das interpretações que os acadêmicos lhe dêem, ela é um fato social objetivo, que tem dimensões materiais e dimensões subjetivas, espirituais. Não é necessário termos consciência das singularidades do nosso sotaque para entorná-lo nas nossas conversas mais cotidianas e nos momentos mais graves, bem como não é necessário termos consciência das especificidades de vários de nossos gestos para usá-los nas situações mais comezinhas e nas cerimônias mais importantes. De fato, em qualquer sociedade a maior parte dos indivíduos passa toda a vida tendo apenas uma consciência muito limitada de suas especificidades espirituais e objetivas. Quem deseja afirmar a inexistência de uma alagoanidade precisa, antes de tudo, provar a inexistência de especificidades objetivas e subjetivas na formação social que costumamos chamar de Alagoas, não basta apontar dificuldade que o alagoano tem de reivindicar uma identidade local positiva. Tem existência real mesmo um ente que ainda não foi de uma “consciência em si” a “uma consciência para si”. Outro tipo de objeção comum à noção de alagoanidade vem dos representantes do pensamento “pós-moderno”, geralmente instalados em cadernos de cultura, espaços alternativos de produção musical e cátedras universitárias. Como os autores europeus e norte-americanos dos quais partem, temem os universais e suas possíveis conseqüências autoritárias no campo da ciência, da arte e da política, principalmente em suas derivações socialistas. Os conceitos de alagoanidade, estado, classe, nação, “verdade objetiva” e “realismo artístico” seriam necessariamente encobridores das identidades de gênero, etnia, opção sexual e outras. A alternativa seria a afirmação prática e teórica da incognoscibilidade do mundo social e de uma estratégia não utópica e não universalista no campo da luta política, marcada principalmente pelo subjetivismo e pela valorização exclusiva das assim chamadas “micro-identidades”. Mesmo discordando de seus fundamentos filosóficos, admito sem dificuldade que o
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pensamento pós-moderno trouxe avanços no que se refere à ampliação do leque de temas das ciências sociais, bem como questionamentos relevantes sobre verdades envelhecidas, com alguns impactos epistemológicos e políticos positivos. O principal problema desta perspectiva em Alagoas reside no fato de que, pelas várias razões que apontamos acima, a nossa modernidade é incompleta, incoerente e estagnada, o que faz com que a crítica pós-moderna fique sem objeto. Faltanos a consolidação de universais básicos, como os sistemas de educação, saúde, água potável, produção cultural, estradas e comunicação. Somos oprimidos principalmente pela ausência desses universais e não pela sua presença, mesmo que já exista a opressão especificamente moderna no interior das versões incompleta desses universais; sofremos mais pela não universalidade e pelo caráter não clássico do assalariamento do que pelas derivações desse regime de trabalho na sua forma acabada; o alagoano luta para ser oprimido por um patrão moderno, já que o mercado de trabalho formal é restrito; humilhase para fazer parte da rede estatal de proteção, já que as alternativas são o desespero ou a subserviência ao mandonismo. CIDADANIA - Sofremos menos devido às limitações burguesas da noção de cidadania do que pela não vigência desse conceito no cotidiano da população; sofremos menos de stalinismo no espaço público do que de hegemonia do liberalismo conservador. Desse modo, na realidade alagoana o pensamento pós-moderno tem tornando inférteis até suas positividades, já que propõe uma espécie de esquecimento dos problemas provenientes da incompletude da modernidade, o que termina gerando um alheamento completo da realidade e levando água para o moinho de um status quo arcaico. Somos um feixe de identidades e podemos sublinhar a identidade que queremos em cada momento e de acordo com os nossos interesses, desejos e sentimentos. Isso não nega o fato de que há uma hierarquia de causalidades entre os vários complexos sociais nos quais estão incluídas as nossas várias identidades e que tenhamos que levar isso em conta quanto nos movemos para privilegiar essa ou aquela dimensão de nosso ser. Mas, por outro lado, é um equívoco imaginar que as identidades inseridas no universo do trabalho, que é o momento predominante do sistema social, sejam as únicas dignas de mobilização. Como a revolução é um movimento amplo e complexo de superação do capital, precisa mobilizar todas as identidades relevantes na medida e de acordo com as necessidades e desafios postos pela realidade. Dizer que existe uma “alagoanidade” que pode ser reinventada como outra identidade social qualquer é análogo a dizer que existe uma identidade masculina, uma identidade feminina, uma identidade operária. O caráter social das identidades pressupõe que elas foram inventadas (com maior ou menor consciência, com maior ou menor ação coletiva) e podem ser reinventadas. Se Alagoas foi uma invenção do decreto de D. João VI, o que eu não acredito, passou a ter existência real e a ser reinventada pelos alagoanos, passou a ter uma existência social objetiva, mesmo que cambiante.
“A noção de identidade regional pa O conceito de alagoanidade é muito importante do ponto cognitivo e epistemológico, mas também é decisivo para pensarmos um projeto político para Alagoas. Há uma frase em qualquer constituição democrática, seja na brasileira, seja na alagoana, basilar para percebermos a importância da identidade regional. A frase é a conhecida “todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”. Ora, se a democracia formal, que não é a única possível, mas é importante e desejável, se baseia na idéia de povo, é preciso definir o povo e o território que ele ocupa. A noção de identidade regional passa a ser decisiva para pensar políticas públicas, revolução democrática e mediações para um socialismo futuro, ou seja, a noção de alagoanidade é intrínseca à discussão da cidadania e do status quo capitalista na sociedade alagoana. Esta é uma sociedade onde o Estado de Direito é extremamente precário, onde a cidadania burguesa é ainda uma esperança e não uma efetividade. Gosto de sublinhar essa conexão porque às vezes falo de alagoanidade e meus interlocuto-
res pensam que estou falando de um jarro de flores, de um elemento sem sustentação teórica e sem implicações práticas. Quando discuto a questão da identidade alagoana, discuto a questão da cidadania e as possibilidades de superação do capitalismo. Não há como ter uma sociedade civil que debata cidadania, políticas públicas e socialismo se não existir a percepção e a reconstrução de uma identidade local, pois esta funciona como cimento cognitivo de uma comunidade política; a existência desta comunidade é decisiva para as correntes progressitas, mesmo que saibamos desde Marx que não é uma ágora de socialmente iguais. A percepção e a reconstrução da identidade local têm muito de “invenção da tradição”. Nesse ponto, entra o historiador. O historiador não é apenas um destruidor de mitos, também cria narrativas alternativas com algumas dimensões mitológicas, é inevitável. Não estou defendendo o irracionalismo, estou dizendo que há dimensões arbitrárias em qualquer narrativa, pois toda narrativa implica em escolhas valorativas. Se falarmos de classe
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O que faz
a, menos infernal em certos aspectos. Isto de alguém ou de um grupo; é de um conser entendida uma coisa trivial: a esquerda ólio da honestidade, da verdade e da comválido para uma faixa bem mais larga da
Golbery Lessa, 43, graduado em História pela UFAL, Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp. Pertence ao quadro técnico do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, onde exerce o cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. É membro colaborador do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capitalismo Contemporâneo, da UFAL.
ontribuindo para um debate sobre Alagoas; núscula, pode ser maiúscula, mas existe tal diversas correntes devem se pronunciar e é as concordem que Alagoas deve mudar e dos os setores da sociedade devem ser chamodernização, mas é preciso um grande finaliza seu texto dizendo que Alagoas não olfo. Certamente não é. Nós precisamos nos outro a partir de suas idéias, entender que nsformação não vinga por imposição, mas ção coletiva, abrangente.
nidade (III)
“‘Alagoanizar’ Marx é a maneira de ser coerentemente marxista” Fotos: Sávio de Almeida
A formação histórica: caminhos e possibilidades
assa a ser decisiva para pensar políticas públicas” operária, de identidade da classe operária, estaremos fazendo abstrações e deixando de lado as várias identidades existentes no interior da classe operária, pois os operários são negros, brancos, mulatos, maceioenses, penedenses, paulistas etc. A afirmação de uma “verdadeira” identidade operária contra uma “artificial” identidade alagoana não tem coerência teórica porque a identidade operária também tem dimensões construídas pelo historiador e pelos próprios operários. Fico muito à vontade de trabalhar com os dois conceitos, de ter preocupação com a classe trabalhadora, com os negros, com os índios, mas também com a identidade alagoana global, que abarca classes sociais antípodas e grupos étnicos antagônicos. Entre os regateanos e azulinos há industriais e operários. Se observarmos Pernambuco nos últimos quinze anos, perceberemos que a auto-estima pernambucana melhorou muito ao mesmo tempo em que os projetos econômicos, mesmo sendo conservadores, passaram a ser efetivados. Os dois fenômenos estão conecta-
dos: nova etapa do desenvolvimento do capitalismo e nova etapa da reafirmação da identidade local. Os investimentos no Porto de Suape e no Galo da Madrugada estão relacionados, condicionaram-se mutuamente. Isso também ocorreu na Bahia. O tropicalismo de Caetano e Gilberto Gil está ligado ao pólo de Camaçari e à modernização conservadora liderada por Antonio Carlos Magalhães. Sem esses avanços nas dimensões simbólica e econômica o carnaval baiano não seria a apoteose da indústria cultural que é hoje. Seria decisivo que nós alagoanos tivéssemos a percepção que pernambucanos e baianos tiveram do caráter político da reconstrução da própria identidade local; entretanto poderíamos ir além, trilhando por um caminho de reinterpretação da alagoanidade que fosse mais progressista, democrático e que tivesse dimensões socialistas sem deixar de abarcar um conjunto de classes, estratos sociais, etnias e outras referências identitárias. O objetivo não seria a constituição de uma nova etapa de capitalismo conservador, mas um momento
de reforma profunda da sociedade no sentido de sua democratização sob hegemonia do próprio povo, de um novo bloco histórico, e não das atuais classes dominantes. Não concebo nenhum programa político para o presente de Alagoas que seja o programa máximo socialista. Mesmo para um socialista revolucionário, o programa político para Alagoas precisa ser composto por uma série de reformas no interior do capitalismo, do contrário teríamos que propor o socialismo em um único Estado da Federação ou desistir de fazer política, que são os equivocados caminhos trilhados por alguns marxistas em Alagoas. É necessário, portanto, focar na realização da reforma agrária, na reforma das instituições públicas básicas, como a Assembléia Legislativa, a Justiça e as câmaras de vereadores, e na reforma das políticas públicas essenciais, como saúde, educação e cultura, além de propor modificações profundas no modelo econômico, buscando ampliar o mercado interno e reverter o sentido exportador da economia.
Em Alagoas, discutir a revolução mundial é tratar da favela Sururu de Capote, é debater a favela ou vila de pescadores de Jaraguá. Quem não tiver um programa político capaz de ajudar a população da favela Sururu de Capote, não me venha falar de revolução mundial. Minha preocupação teórica básica é o relacionamento entre a revolução socialista e a realidade local, meu foco é a partir da seguinte hipótese: para nós alagoanos, “alagoanizar” Marx é a única maneira de ser coerentemente marxista. Parece que estou ouvindo: “Céus, heresia entre as heresias”. Mas percebam: “alagoanizar” Marx implica em “marxianizar” Alagoas. Isso é o que mais me move no presente. Trazer todas as preocupações mais avançadas da vanguarda socialista, da vanguarda científica, e tentar caminhar na via que os clássicos socialistas trilharam: trabalhar a conexão com a minha realidade e estar junto ao meu povo. O fato de sermos alagoanos tem conseqüências existenciais muito importantes. Como temos vivido num capitalismo travado, que produz principalmente o lado negativo do sistema e inibe suas positividades, acabamos vivendo numa tragédia permanente. Não temos sido um povo épico, mas um povo trágico. Nada está completo, nada está certo, o bem quase nunca vence o mal, a democracia não se estabelece, os talentos artísticos são destruídos, a infância é desprezada. O nosso grau de tragédia é tão acentuado que os nossos erros pessoais têm conseqüências muito maiores do que ocorre em outras formações sociais. Acredito que essa natureza trágica da sociedade alagoana possui aspectos extremamente negativos, mas também possibilita uma abertura epistemológica, como ocorre com toda tragédia. Facilita determinadas percepções sobre as possibilidades do presente e do futuro, bem como abre a nossa visão para questões universais. Isso ajuda a explicar, por exemplo, a argúcia de Graciliano Ramos para o trágico. Mesmo tendo a percepção dessa existência trágica, e talvez até por tê-la, acredito que há várias aberturas para o futuro. Nenhuma história é fechada. A nossa história está aberta e temos que ter sensibilidade para compreender seus cursos alternativos; mas é preciso ter mais que uma compreensão intelectual, é preciso também uma compreensão existencial e afetiva. É isso que tenho buscado. Tento encontrar janelas e acredito na fertilidade de várias das janelas que encontro. Não é uma crença apenas ética, não é uma fé idealista, é uma convicção científica. Acredito que nossa atitude deve ser a seguinte: reconhecer a tragédia, reconhecer que essa realidade trágica tem conexão com o mais íntimo das nossas individualidades, mas ao mesmo tempo responder com uma abertura epistemológica e uma abertura afetiva para as possibilidades futuras inscritas no presente. É preciso acreditar nessas possibilidades. Ninguém nunca vai ouvir da minha boca uma análise teleológica da história de Alagoas; uma análise da história de Alagoas que não perceba bifurcações no passado e que feche o futuro. É muito fácil fazer uma análise pessimista, a qual justifica uma série de posições políticas conservadoras, mesmo quando estão pintadas com uma linguagem revolucionária, e encobre posturas imorais na vida pessoal e no espaço público. Tenho a nítida percepção do caráter trágico da nossa sociedade, do caráter trágico da vida de cada um de nós, mas também percebo que estamos condenados à luta em busca de um futuro que nos ofereça acesso à dignidade humana, caminho que trilharemos com a ajuda da filosofia, da arte, da ciência, da política e, principalmente, do afeto. Alagoas é um péssimo lugar para um golfo.
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Continuação da página B1
Obras inspiram a produção de trabalhos acadêmicos Iracema Ferro
As obras de Arriete Vilela tismo, das perdas; ao se conhenão só são inspiradoras, como cer através do próprio corpo e apreciadas e profundamente ao modo como o “eu lírico” se analisadas nos meios acadêmi- situa em um determinado escos, sendo tema de inúmeros paço na construção da sua estudos, ensaios, monografias identidade como elementos, see dissertações. Agora, o “fazer gundo ela, visivelmente marcapoético” da escritora alagoana dos nos poemas de Arriete vem sendo objeto de análise da Vilela. A autora do estudo enfatiza tese de doutorado em Estudos Literários, da Universidade ainda mais duas questões, ao Federal de Alagoas (Ufal), da seu ver, recorrentes na literatuprofessora-mestre Elaine ra poética da escritora alagoaRaposo, intitulada Memória, na: a temporalidade e a naturecorpo e espaço na poesia de Arriete za. “Também é muito forte na Vilela, iniciada no ano passado sua obra o se conhecer através e com previsão de conclusão da passagem do tempo numa tentativa que não se confunde em 2012. A doutoranda explica que a com saudosismo, mas voltar ou ideia de trazer a obra poética de deter o tempo que se foi. O eu Arriete como tema da sua tese lírico ainda é um Dom Quixote, partiu da premissa da ausência, perseguindo o tempo, que não em Alagoas, de espaços para se deixa apreender, que se dediscussões e estudos das obras senvolveu. É o olhar para trás de escritores alagoanos, além e ver quanto desse ser que se da carência de uma estrutura constituiu no passado tem a ver com o aqui e agora. viável que dê visibilidade às Também surgem de produções dos autores da forma muito marcante terra. “Em Alagoas, não nas suas obras poéticas há um espaço considerável para se discutir as O poeta componentes da natureza, retratando uma obras de autores alagoanos, principalmente precisa ser paisagem que é nossa: lido para mar, lagoas, rios, conspara quem estuda os contemporâneos, nem que a sua truindo um sentido de identidade”, completa uma estrutura que enobra se a doutoranda. globe a produção, a cirPara ela, Memória, culação e a recepção das consolide corpo e espaço na poesia obras de escritores e de Arriete Vilela é mais poetas locais. Todo esse uma tentativa de reconhetripé fica sob a responcimento, de forma acadêmica, sabilidade do poeta ou escritor, como é o caso de da importância da obra literáArriete, que não só produz, ria da escritora alagoana. como faz a sua obra circular “Enquanto herança, trabalhos pessoalmente, com a distribui- como esse deixam várias marção em escolas, universidades cas, além de ser mais uma via de validar os textos poéticos e bibliotecas”. O fato de no Estado haver de Arriete, que já é um nome maior demanda de estudos consolidado no contexto de sobre prosa do que sobre poe- produção literária. É uma sia, além da pouca ou quase forma de abrir caminhos para total ausência de comercializa- que surjam outros estudos no ção dos escritos de autores sentido de perceber que os nos“pratas da casa” nas livrarias sos contemporâneos estão prolocais, são outros fatores res- duzindo, mas que os seus texsaltados por Elaine Raposo tos não chegam ao leitor. O como inquietantes e aguçado- poeta precisa ser lido para que res para o estudo em minúcias a sua obra se consolide; precida obra poética de uma escri- sa passar pelo crivo tanto do tora alagoana. “As livrarias da leitor especializado quanto do cidade e do Estado não ven- comum. Alagoas é uma terra dem os escritores locais, e isso de grandes poetas e escritores, se agrava ainda mais em rela- mas a maioria fica no anonição à poesia”, destaca a auto- mato. Foi muito doloroso para ra, fazendo menção ao ser hu- mim perceber essa realidade”, mano, no seu mais profundo salienta a professora-mestre, âmago, que habita os poemas também autora da dissertação de Arriete; ao estar no mundo, de mestrado - defendida com ao se colocar enquanto ser - so- louvor - O lugar do corpo em bretudo as mulheres - em busca Arriete Vilela: um estudo sobre da identidade; à relação com o Lãs ao vento e Fantasia e avesso. outro através do amor, do ero- (E.B.)
Elaine Raposo analisa o “fazer poético” da escritora em sua tese de doutorado, intitulada Memória, corpo e espaço na poesia de Arriete Vilela
Autora premiada e de grandes paixões Graduada em Letras pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e mestra em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Arriete Vilela é uma eterna abnegada do seu ofício poético, com uma vida marcada por longos e infindáveis passeios pela literatura e pela poesia e cerca de duas dezenas de obras publicadas, muitas delas memoravelmente premiadas. Para além do avesso da corda; Pequena história da meninice e outras estórias, que recebeu o Prêmio Carlos Paurílio - Grupo Literário Alagoano; Remate"; "Carlos Moliterno: vida e obra, contemplada com os prêmios Comendador Tércio Wanderley, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), e Organização Arnon de Melo, da Academia Alagoana de Letras; O poeta popular José Martins dos Santos; Fantasia e avesso; Farpa, que concedeu à escritora o Prêmio Romeu Avelar, da Academia Alagoana de Letras; Grande baú, a infância; Lãs ao vento, com o qual recebeu o Prêmio Luzia Aizim de Ficção e Poesia de Mulheres, concedido pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras da capital carioca... Um breve montante das tantas e tantas raízes fincadas pela escritora no seu fértil solo literário. O seu indiscutível talento com as palavras também vem sendo reverenciado com homenagens, com o seu nome estampado na Biblioteca Escritora Arriete Vilela, da Ufal, e no Edifício Arriete Vilela, no condomínio Praça dos Poetas, e o recebimento de inúmeros reconhecimentos, como o Mérito Cultural, da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro; os prêmios Imprensa - Categoria: Poesia, da Fundação Cultural Cidade de Maceió, e Destaque na Literatura, concedido pela Prefeitura Municipal de Maceió; o Alto Mérito Sociocultural, da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro; a Comenda Nise da Silveira, e tantos outros. (E.B.)
Escritora comanda estudo semanal de textos literários É fato que a escritora pendurou o bastão como professora da Ufal, mas não a sua nobre missão de transmitir todo o seu saber poético literário às novas gerações. Tanto é que, há mais de dez anos, organiza e coordena grupos de leitura, agregando valor ao estudo literário no Estado. Em turmas com cerca de cinco alunos, Arriete comanda com maestria um estudo semanal de textos literários de diversos autores - baseados nos temas dos cursos e selecionados por ela -, aliado às linguagens fotográfica (com o apoio da fotógrafa Rose Dias) e cinematográfica, com exibições de
filmes referentes às temáticas discutidas. As oficinas deste ano já foram iniciadas a todo vapor, com as turmas de Erotismo na literatura (já encerrado), Recortes do romance contemporâneo e Literatura e cinema: diálogos, com aulas uma vez por semana para cada uma e duração de três meses. “Esses cursos são uma forma de estimular e de despertar o interesse das pessoas por literatura através da leitura de obras de grandes nomes”, salienta a professora. Com cursos de cinema, de fotografia e de Publicidade e Propaganda - este último, com formação superior -, Arriete
Vilela deixa escapar que fotografar é mais uma de suas paixões. “Sempre gostei de tirar fotos dos meus familiares. Como escrever é um ato muito solitário, descobri esse hobby, que treina o meu olhar para o que é sensível. Estou me aperfeiçoando, fotografando com os meus alunos dos grupos de leitura”, revela. O seu amor e a sua dedicação pela literatura - escancarados, premiados e inquestionavelmente conceituados - têm uma razão de ser e são resumidos pela escritora com uma única e polida afirmação: “Enquanto eu for viva, cuidarei da minha literatura como de um filho”. (E.B.)
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RECADO
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“A maior felicidade é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos” Elenilson Gomes
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Chico Brandão
Arquivo
Holofotes DICAS NEWS Existe um ponto que leva muitos casais ao fim de seu relacionamento: falta de diálogo. Um exemplo bem simples é quando uma das partes se interessa por determinado assunto ou segue uma religião e pressiona o outro a participar. Pior, há quem coloque toda a família no pé para participar desta ou daquela tradição familiar. Pois bem, ir uma ou duas vezes aos lugares que seu amor gosta não significa dizer que isso deve acontecer sempre. Conversem e ponham em pratos limpos essa situação. Não se pode ceder sempre!
CHICO BRANDÃO
Clicado com Gal, sua musa, Chico Brandão segue na maratona de “parabéns para você, em razão de mais um niver que celebrou ontem Chico Brandão
Chico Brandão, homem talentoso, generoso e iluminado, passa o final de semana celebrando mais uma virada de calendário. O niver foi ontem, mas como este renomado fotógrafo tem milhões de amigos, com certeza ouvirá coros de parabéns por alguns dias. Aproveitamos para desejar muitas felicidades, mais sucessos e esta iluminação divina que o permite ser referência no que faz. Parabéns querido amigo e o nosso muito obrigado por sua parceira com esta coluna. Tudo de bom para você! Sempre!
EU USO ÓCULOS
Os amigos Corália e Wander Lobo são presenças mais que obrigatórias em nossos eventos sociais e filantrópicos Chico Brandão
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Uma pesquisa revelou que mulheres usuárias de óculos de grau ainda têm dificuldades em encarar seus modelos como acessórios de moda e estilo. Elas afirmam que preferem, muitas vezes, não usar o modelo mesmo sabendo que podem prejudicar sua visão. A razão, para muitas, está na dificuldade em combinar o apetrecho com o formato de seus rostos. Aliás, o estudo também revelou que quando percebem que podem ter modelos diferentes e específicos para seu rosto e para cada ocasião elas passam até a colecioná-los.
DIAMANTE Clodovaldo Oliveira e toda a equipe da Mapel comemoram mais um reconhecimento obtido pela concessionária da Volkswagen. Na Campanha Alta Performance da VW, de fevereiro, a Mapel ficou em quinto lugar, numa avaliação de 100 empresas de todo o Brasil. Com 1890, ela leva o "troféu" de diamante. A campanha avalia itens como rentabilidade, vendas, participação no mercado e o índice de satisfação dos clientes. Em pouco tempo ela alcançará o topo. Alguém duvida?
Sempre atenta as úlitmas novidaes, a querida Fábia Moura é destaque no mundo dos negócios
Soninha Lages, uma grande dama em nosso mundo social, é presença confirmada em nossa festa de julho
FAX O nosso fax : 4009-1960.
A noite de 26 de abril promete ser bem agitada, no Teatro do Colégio Marista. Lá será exibido o filme Anna Bella, a princesa de Galles, que foi escrito, produzido e dirigido pelo médico psiquiatra Mário Jorge Calheiros Feijó e filmado nas dependências do Hospital Escola Portugal Ramalho. A assessora de comunicação Betty Costa nos reforçou o convite.
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Hoje, mais do que nunca, é dia de correr para Ipioca e saborear as delícias servidas no restaurante Hibiscus.
A empresária Alessandra Nutels, sucesso com sua Flu Look, espera a chega da cegonha que em breve trará sua primeira herdeira, já batizada de Letícia
O programa Conexão, transmitido pela Tv Pajuçara volta às telinhas no próximo dia 25. Bárbara Santiago estará a frente da atração, que para esta nova temporada trará muitas surpresas e quadros inovadores. A festa de lançamento acontece no próximo dia 22, às 20h, no Hotel Radisson, Praia de 7 Coqueiros.
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Com um time de grandes grifes, Mônica Fireman está atraindo todas as atenções para a sua Naranja. Marcas Lenny, Body for Sure, entre outras, desembarcaram por lá cheias de novidades. Confiram!
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A direção da Sal Produções nos informou que, " por motivo de força maior", o espetáculo "Putz Grill", com o comediante Oscar Filho, que seria realizado hoje, no Teatro Gustavo Leite do Centro de Convenções de Maceió, foi adiado para o dia 4 de julho. Quem achava que ia dar boas gargalhadas neste final de semana vai ter que procurar outro programinha. Por outro lado, informa que a devolução dos ingressos acontecerá a partir do dia 21 de abril no estande do Viva Alagoas do Maceió Shopping. Informações: 30335539 /8821-7727
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O bom gosto de Terezinha Menezes fez de sua Bonequinha de Luxo um dos points mais comentados da cidade. Sua loja multimarcas chegou mostrando a que veio com coleções maravilhosas. Enquanto Mônica Luz Lobo comemora mais um prêmio Light Design of World, entregue em Frankfut, na Alaemanha, sua mãe, a querida Lygia Coutinho deixa seus amigos alagoanos com saudades, voltando para o Rio de Janeiro.
Leis que proíbem cigarro em locais públicos diminuem as internações decorrentes de ataques cardíacos. É o que mostra uma revisão de 50 estudos divulgada pela Colaboração Cochrane nesta semana. O trabalho representa a primeira análise sistemática do efeito das legislações antitabagistas aplicadas em 13 países. O caso é sério, já que a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que o tabaco seja a segunda maior causa de mortalidade do mundo: 10% dos adultos morrem em decorrência do uso.
Chico Brandão
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Almoço em família combina com o ambeinte e com o cardápio servido no Alecrim Verde, das queridas Elaine e Eliane Tenório. O menu de comida japonesa, então, faz o maior sucesso.
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Se uma briga de casal incomoda, o que dizer de uma sessão pública e melada de afeto. Ninguém gosta de presenciar os dois, pois ninguém tem nada a ver com a infelicidade ou felicidade das pessoas. Troca de carinho explícito é até aceitável, mas com certas limitações. Nada de beijos estalados e cinematográficos. Isso constrange quem está ao seu lado. O mesmo para as brigas. Quer lavar roupa suja, corra para casa.
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Enquanto Adriana Beràrd continua se destacando no mercado alagoano com suas belas folhagens, Sterpaula Coutinho encanta brasileiros e estrangeiros com suas magníficas orquídeas
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Social
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Domingo, 18 de abril de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br
MARTHA MEDEIROS NÃO PÁRA Se você chegar numa banca de revistas, neste fim de semana, ela estará na capa da Caras e da Contigo! vestindo Daniela Mercury e sua filha Giovana Povoas de noiva. Também verá que ela é a única entrevista da edição especial da Caras Moda, onde suas pecas são comparadas as pecas de alta costura de Karl Lagerfeld. Na sofisticadíssima Casa Claudia Luxo, uma matéria com quatro páginas, intitulada Sucesso Brasil, mostra um pouco mais sobre ela. Na Isto É Gente faz um editorial chamado de Vestida para arrasar. De quem estamos falando? É claro que estamos falando do maior nome da moda brasileira na atualidade, nossa querida Martinha Medeiros.E como para ela tudo ainda é pouco, Thereza Collor lançou seu livro na última quarta usando um vestido étnico lindíssimo assinado por Martha. Débora Secco apareceu provocante num super evento realizado no Hotel Unique, em Sao Paulo, com um mini bege de manguinha de pérola recebendo altos elogios em toda a mídia brasileira .Esta semana ela será uma das entrevistadas do programa Amaury Jr e no início do mês faz mais um desfile de noivas no programa da amiga Hebe Camargo.Mas o que Martinha ama mesmo e ficar em Maceió, na sua loja , atendendo suas clientes alagoanas, por isto chega amanhã à cidade repleta de novidades para a sua Maison M e recebendo a todos com aquela atenção especial que fizeram dela este sucesso!
Fotos: Chico Brandão
PARABÉNS, KALLARRARI!
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Kallarrari, que ainda recebe os parabéns por mais um niver
Os amigos Viviana e Luciano Cartaxo com sua herdeira Ana Julia que será batizada hoje
Ontem, o renomado coiffeur Kallarrari celebrou mais uma virada de calendário, comemorando também para comemorar mais um ano de sucesso de seu salão, que há bem pouco tempo foi totalmente reformulado. Ele, que em 2010 faz bodas de prata na profissão, tem motivos de sobra para celebrar: o ambiente de seu estúdio está ainda mais chique, os tratamentos são top de linha e ele continua sendo o queridinho dos antenados de Maceió. O slão ganhou sobrenome e agora será conhecido como Kallarrari Kapsalon. A este querido amigo e grande profissional (um dos melhores de Alagoas), os nosso parabéns e o desejo de mais sucessos em sua vida.
Para as mães mais chiques
Cantão marca Francesca Romana Diana tem ótimas opções de presentes para o Dia das Mães. São cinco kits especialíssimos, com pulseira, colar e brincos, para deixar todas as gerações de mamães sempre elegantes. Eles ainda vêm em uma charmosa caixa porta-jóias, com detalhe especial do papel de seda com o famoso pattern de Ipanema. Tudo isso a partir de R$ 320,00. Dica preciosíssima!
Novas dependências do Kallarrari Kapsalon
Mammoth Store
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Soninha Sampaio Camelo estava de tirar o fôlego, na formatura de seu marido, usando um belíssimo modelo só encontrada nos domínios da Mammoth
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Coleção Outono/Inverno Cantão. Ana Lins não tem tido mais sossego depois da chegada de peças como estas. Sofia Arecippo Marinho e Rafaella da Costa Barros com a designer Elisa Atheniense que esteve na cidade para o lançamento de sua nova linha de bolsas e sandálias, na loja que leva seu nome
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Moda
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Por Flávia Barros l flavia.barros@hotmail.com >>>
F I L Ó
Chanel lança joias delicadas e femininas sua nova Coleção de Acessórios, com discretas peças elegantes. Inspirada na flor ícone da marca, a Coleção Camélia feita em ouro amarelo e diamantes Para as Linhas Suaves de pulseiras, braceletes, anéis e brincos.
Swarovski Brasileiro
Grazi parece ser mesmo a mais nova queridinha da joalheria Vivara. Voou direto para NY interpretando uma princesa delicada e romântica. No Studio de dança do SOHO o ensaio foi fotografado por Paulo Vainer para a campanha
do dia das mães e dos namorados, em sequência. No Make e no hair DudaMolinos e assinando o styling Rodrigo Pollack.
Pela primeira vez no Brasil, a Swarovski, marca austríaca conhecida por seus cristais lapidados, apresenta uma coleção de joias exclusivas. A linha - chamada 'Ginga Collection' - traz peças que têm o País como inspiração, "destacando as cores e o DNA nacional", verde, amarelo e azul. Pensando na Copa do Mundo, uma das referências é o simbolismo do 'olho grego' conhecido como um forte amuleto -, que surge com aplicações especiais para levar sorte à seleção de futebol. Engajada socialmente, a multinacional destinará R$ 4 de cada artigo vendido para a 'Fundação Gol de Letra', organização mantida pelos ex-jogadores de futebol Raí de Oliveira
A Chiclets, marca de goma de mascar ícone dos anos 80 e 90, lança uma coleção exclusiva desenvolvida pelo estilista Ronaldo Fraga. São peças com estampas desenhadas e desenvolvidas pelo designer e inspiradas no produto: tanto a embalagem quanto as próprias pastilhas da goma se transformaram em prints coloridas e divertidas.
A Levi Strauss, fabricante dos conhecidos jeans Levi's, reinventa sua imagem e pretende aproximar a marca do luxo com a venda de peças mais sofisticadas e a abertura de novas megastores, publicou nesta quarta-feira o The Wall Street Journal. Com isso a companhia, com 157 anos de história, quer, além de ser uma referência no setor de roupas básicas, situar-se entre as grifes preferidas dos "fashionistas" ao mesmo tempo em que impulsiona as vendas, informa as agências de notícias internacionais.
A Natureza Agradece
Grazi Massafera com ares de princesa Vivara!
A estilista Chanel adorava joias, sempre. Mas dizia: "O Objetivo da joia Não É Fazer Uma mulher Parecer Mais rica, Mas fazê-la Parecer Mais Bonita, o que não é a mesma coisa". Pensando nisso, a Maison Apresenta, Para o verão 2010/11
Depois de 21 meses de pesquisa, duas mil ideias e mais de 40 protótipos, a Puma revelou o seu novo sistema de embalagem, que substitui as caixas de papelão. Feito pelo designer industrial Yves Béhar, o lançamento substituirá todas as caixas presentes no varejo até o 2º semestre de 2011. A embalagem é composta por duas partes: uma sacola feita com plástico de garrafas recicladas, que depois ganha utilidade no cotidiano, e um cartão dobrável com encaixes, que acondiciona o calçados, sem necessidade de cola ou aviamento.
e Leonardo Nascimento e que ajuda crianças em situação de vulnerabilidade social. Para estrelar a campanha de lançamento dos produtos, a eleita foi a modelo Raica de Oliveira. Segundo a diretora da empresa, Andrea Bedricovetchi, a morena foi escolhida por ser uma top internacional e representar, como poucas, a beleza brasileira. A modelo foi clicada pelas lentes do fotógrafo Renam Christofoletti e com stylist de Rita Lazzaroti. O maquiador Daniel Hernandez foi responsável por cabelo e make.
BOX FASHION
Vision Ana Brígida
Olha o azul ai gente!!!!!! Quem foi que disse que o azul virou o hit da estação? As passarelas do mundo gritaram pra todos ouvirem em alto e bom som..melhor pra todos verem!! Todo mundo ta sabendo e você não pode deixar de apostar, toda mulher de estilo tem uma peça azul no guardaroupa , blue blue blue muito blue. Jeans detonado ou até mesmo clarinho com cara de velho que fica um luxo com ankle boots . Até as unhas entram na reta do blue. Delire e ouse!!!!
No lançamento da embalagem, chamada "Clever Little Bag" (Saquinho Inteligente), foram destacados dados positivos para o meio am-
biente: Diminuição de cerca de 29 milhões de sacolas plásticas; Redução de uso de água e energia em 25%; Diminuição de emissão de CO2 em 25%; Redução de uso de papel em 75%; Redução de utilização de papelão em 65%. Futuramente, pretendem mudar também a embalagem das coleções de vestuário, agregando à campanha "Sou metade do saco que eu era".
Dúvidas de Moda | anabrigida1@hotmail.com
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Vale a taça! A uma vitória do título carioca, Botafogo tenta quebrar escrita em decisões contra o Flamengo Página 2
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BatePronto Victor Mélo - jornalistavictor@gmail.com
GRANDES DO RIO DEVEM SE UNIR Os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro devem fechar um acordo para defenderem ações em comum. Os grandes de São Paulo já fizeram este pacto e a tendência é de que o modelo paulista seja até copiado. Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo sempre divergiram em questões de interesse do futebol carioca, mas, após a conturbada reeleição de Fábio Koff no Clube dos 13, os dirigentes chegaram à conclusão de que precisam se unir para lutar por seus interesses. Na eleição do Clube dos 13, que envolvia disputas na cúpula do futebol brasileiro, Botafogo e Vasco votaram no candidato da Confederação, Kléber Leite. Fla e Flu preferiram manter Koff no poder.
UNIÃO EM ALAGOAS? Se transferirmos essa decisão para o âmbito alagoano, poderia ser criado um bloco de coalizão entre CRB, ASA e CSA, principais marcas do Estado. A união desses clubes de massa poderia representar o fortalecimento do futebol local, que enfrenta uma grave crise financeira e está levando pouca gente aos estádios.
LIGAS X FEDERAÇÕES De volta ao time do Fla, Adriano vai ser acompanhado de perto pelos marcadores do Botafogo
A reeleição de Koff abriu o debate no futebol brasileiro sobre a criação de Ligas, como defende abertamente, por exemplo, o presidente do Sport, Silvio Guimarães. A CBF e as Federações prometem combater com veemência essa iniciativa com medo de perder espaço no País. Os confrontos podem ganhar força ainda neste mês.
SÃO PAULO X SANTOS O São Paulo promete hoje lutar muito na Vila Belmiro para acabar com a banca do Santos. Time mais badalado do momento, o Peixe gerou um certo ciúme no Morumbi e a rivalidade acirrada deve ser colocada em campo. De acordo com Jorge Wagner, o Tricolor já sabe como explorar os pontos fracos do Santos, ou seja: os espaços deixados no campo defensivo quando o Peixe ataca em massa. Para se classificar à decisão, o São Paulo precisa vencer o rival por dois gols de diferença. O jogo começa às 16h.
BOTAFOGO X FLAMENGO O Botafogo sabe da importância do clássico de hoje para o seu futuro no Estadual. Com uma vitória sobre o Flamengo, o Alvinegro quebra a escrita de não vencer o rival na decisão do carioca nesta década. O cenário é favorável à equipe de Joel, que ficou treinando no Rio enquanto o Fla fazia uma desgastante partida contra a Universidad Católica. O time rubronegro é melhor tecnicamente, mas está desgastado física e psicologicamente, o que pode favorecer ao jogo de força do Glorioso.
CURTO-CIRCUITO A dor de cabeça de Joel Santana é Adriano. O destaque do Flamengo treinou com desenvoltura a partir de quinta-feira e está descansado. Esse pode ser ainda o ponto de desequilíbrio do clássico. O CRB volta a reunir a tropa na próxima terça-feira. O técnico Celso Teixeira vai iniciar o trabalho visando à Série C basicamente com a prata da casa.
Clássico decisivo Botafogo será campeão carioca se derrotar hoje o Flamengo na decisão do Segundo Turno A derrota de 2 x 0 para a Universidad Católica, no Chile, pela Copa Libertadores, na noite de quarta-feira, não vai deixar o Flamengo abatido para a decisão da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca, contra o Botafogo, hoje, às 16 horas (de Brasília), no Maracanã. Pelo menos é isso que os jogadores da equipe estão garantindo às vésperas da final. “O nosso grupo é composto por jogadores experientes, que sabem muito bem que um jogo não pode influenciar outro. A partida contra a Católica faz parte do passado e precisamos de uma melhor atuação contra o Botafogo, que tem um estilo de jogo muito bem definido e vai nos dar trabalho”, afirmou o lateral-direito Leonardo Moura. Pensamento parecido tem o goleiro Bruno. “O Flamengo conta com jogadores experientes e sempre assumimos a nossa responsabilidade. Tenho certeza de que não entraremos em campo abatidos contra o Botafogo,
principalmente por se tratar de uma decisão”, garantiu. Em relação ao time que vai a campo, o técnico Andrade deverá anunciá-lo apenas minutos antes do confronto. O treinador terá o reforço do atacante Adriano, que não participou dos últimos jogos por conta de dores lombares. O meia Michael, recuperado de dores na coxa direita, é outro que reaparece na equipe. Em contrapartida, o zagueiro Álvaro, com um estiramento na panturrilha direita, foi vetado pelo departamento médico. David e Fabrício disputam sua vaga. Na lateral-esquerda, Rodrigo Alvim assume o posto de Juan, suspenso por ter sido expulso na vitória por 2 x 1 sobre o Vasco. GLORIOSO - Com uma atuação ruim do volante Túlio Souza diante do Fluminense, o técnico Joel Santana voltou a ter uma dúvida para a partida contra o Flamengo: quem será o
substituto de Lúcio Flávio, afastado com um problema no dedo? Leandro Guerreiro e Sandro Silva têm vagas asseguradas, restando o posto de camisa 10. Se Túlio Souza, de fato, sair, a tendência é que Edno possa enfim ganhar uma oportunidade entre os titulares. Se vencer a partida de hoje, o Botafogo conquista a Taça Rio e consequentemente o título carioca. Se o jogo terminar empatado, vai ser disputado nos pênaltis. FLAMENGO - Bruno; Leonardo Moura, David (Fabrício), Ronaldo Angelim e Rodrigo Alvim; Toró, Willians, Maldonado e Michael; Vagner Love e Adriano. BOTAFOGO - Jefferson; Antônio Carlos, Fahel e Fábio Ferreira; Alessandro, Túlio Souza (Sandro Silva), Leandro Guerreiro, Renato Cajá e Marcelo Cordeiro; Herrera e Loco Abreu.
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Novidade na quadra Squash ganha adeptos em Arapiraca e movimenta os atletas com a realização do Estadual Carolina Sanches Repórter
ARAPIRACA - O squash vem ganhando força no interior de Alagoas. Em Arapiraca, a modalidade esportiva é praticada por mais de cem pessoas, entre homens e mulheres. Até a próxima quarta-feira, atletas de todo Estado participam em um campeonato que começou sexta-feira no município. A iniciativa é da academia Aquarius, que promove a sétima edição do Open de Squash. O técnico eletricista Ismael Barboza dos Santos, de 37 anos, é um dos veteranos na modalidade em Arapiraca. Ele participa do campeonato na categoria avançada e diz que a expectativa é de conquistar as primeiras colocações. "Este é o terceiro campeonato que participo e agora estou mais experiente e confiante que nos outros", afirmou. Quem começou a prática do squash há pouco tempo não perde a esperança de conquistar uma boa colocação no campeonato. O advogado Veridiano Almir Lira, de 25 anos, disse que pratica a modalidade há
cinco meses. Ele contou que foi incentivado pelo irmão quando o acompanhava nos treinos. "Jogava muito futebol à noite, mas depois que conheci o squash deixei um pouco o 'racha' de lado", afirmou. O campeonato recebe 20 participantes, entre homens e mulheres, que competem em duas categorias, avançado e intermediário. De acordo com o proprietário da academia, José Luzivam Gomes de Oliveira, o objetivo da realização do torneio é oferecer aos praticantes do esporte um momento para mostrar as habilidades, além de ser uma forma de socializar o esporte. Luzivan explicou que a modalidade já é oferecida há 14 aos na academia e que sempre chegam novos adeptos. "O squash vem crescendo muito por aqui. A modalidade pode ser praticada por todas as idades, e pode ser realizada em qualquer época do ano, já que, por ser em quadra fechada, não depende de sol nem e chuva", explica o empresário, ao ressaltar que também pratica o esporte. "Quem começa a jogar o
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Competição começou na última sexta-feira e vai ser disputada até a próxima quarta-feira, em Arapiraca
squash se apaixona e não deixa mais de freqüentar a academia. Um campeonato deste nível é muito importante para incentivar a pratica", observou Luzivan. O JOGO - A atividade praticada com uma raquete e uma bolinha. Semelhante ao tênis, a diferença é que o exercício é feito em uma quadra em fren-
te a um paredão. Pode-se treinar sozinho, mas os jogos são em duplas (um contra um), ou uma dupla contra outra. O objetivo é bater a bola contra a parede e rebatê-la após ela ter dado apenas um quique no chão. A origem da prática vem da Inglaterra, no início do século 19. Os primeiros relatos sobre o
esporte têm duas versões. Segundo a primeira, prisioneiros ingleses tiveram a ideia de arremessar bolas contra a parede com as próprias mãos, batizando a brincadeira de racket. De acordo com a outra, um grupo de estudantes da Harrow School criou a prática em 1822, provavelmente baseada nos detentos.
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Mulheres ainda buscam seu espaço
A professora Alessandra de Farias pratica squash há seis anos
Apesar de muito praticado em Arapiraca, o esporte possui mais adeptos do sexo masculino. As mulheres ainda são minoria na modalidade. Mas essa realidade pode estar com os dias contados. Aos poucos, mulheres estão rendendo-se à prática do squash. A educadora física Alessandra Andréa de Farias, que também pratica o squash, explicou que muitas pessoas são atraídas pelos benefícios que a modalidade proporciona. "O squash é um exercício completo, que trabalha per-
nas, glúteos e região lombar, bem como o pulmão e o coração", disse. Segundo Alessandra, o jogo ajuda a gastar muitas calorias e exige concentração e estratégia. "Não existem contra-indicações para a prática do squash, mas sim limitações. Pessoas cardiopatas, obesas e grávidas devem ser orientadas pelos seus médicos", alerta. APOIO TOTAL - Alessandra conta que muitas mulheres que conhecem o squash acabam virando
adeptas do esporte e que não sentem nenhuma resistência por parte dos homens que praticam. "As mulheres que vêm à academia sempre voltam", garante. Foi o que aconteceu com a estudante Bárbara Camila Rodrigues, de 17 anos. Ela começou a assistir aos treinos na academia Aquarius e se interessou pelo esporte. "Gostei muito de praticar squash. Comecei no ano passado e este ano passei um tempo afastada, mas senti falta e retomei os treinos", contou a estudante. (C.S)
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A Copa do Mundo é nossa Zagallo e Dida já defenderam Alagoas nos Mundiais; Pepe pode defender Portugal na África do Sul Victor Melo Editor de Esportes
lagoas já revelou jogadores de grande destaque no futebol mundial, mas apenas dois, Zagallo e Dida, tiveram o privilégio de disputar uma Copa do Mundo. Os dois craques também merecem ser exaltados pelos elencos qualificados que integraram, conquistando dois títulos mundiais. “Eram estilos completamente diferentes. O Zagallo jogava mais atrás, era mais tático e talvez por essa obediência ao sistema conseguiu uma vaga cativa nas seleções de Feola e Aymoré Moreira. É difícil comparar os jogadores porque tinham características bem distintas, mas, tecnicamente, Dida era melhor, mais impetuoso, artilheiro. Zagallo também tinha muitas qualidades e era um atleta cerebral”, comentou o jor-
A
nalista e historiador Lauthenay Perdigão. “Um fato interessante é que os dois estrearam na seleção no mesmo dia, 4 de maio de 1958, contra o Paraguai”, completou o historiador. Mário Jorge Lobo Zagallo nasceu no Estado, dia 9 de agosto de 1931, mas foi para o Rio de Janeiro com apenas oito meses e desenvolveu toda a sua carreira na Cidade Maravilhosa, defendendo, como atleta, as cores de América, Flamengo e Botafogo. Zagallo chegou à seleção executando uma nova função no futebol. Ele era um ponta recuado, que voltava para buscar a bola no meiocampo e também ajudava na marcação na lateral. A polivalência rendeu a ele o apelido de Formiguinha e um lugar nas seleções de 58 e 62. As características diferentes para os sistemas de jogo da época fizeram Zagallo, que atuava no
Flamengo, vencer o duelo com o badalado Pepe, do Santos, pela vaga na equipe titular da seleção. Ele chegou ao time principal quando o técnico Vicente Feola começou a treinar o escrete e se destacou na preparação para o Mundial já na partida do dia 4 de maio, contra o Paraguai, em que o Brasil venceu por 5 x 1. O alagoano marcou dois gols e se manteve no timee nas três partidas seguintes. Mas seu rival Pepe tinha muitas qualidades técnicas, um chute impressionante e retomou a condição de titular. No último amistoso antes da Copa, Feola testou o time com Pepe e Zagallo, mas quem ficou com a vaga de titular no primeiro jogo da competição foi o Velho Lobo. Sua primeira partida na Copa foi disputada dia 8 de junho. Na estreia, a seleção bateu a Áustria por 3 x 0, gols de Mazolla (2) e Nilton Santos.
Didi, Vavá, Dida e Zagallo na seleção brasileira campeã em 1958
Um gol marcado na decisão contra a Suécia Na Copa de 58, Zagallo disputou seis partidas e marcou um gol na finalíssima, diante da Suécia, dia 29 de junho. O Brasil ficou com a taça após bater os donos da casa por 5 x 2 e, além do alagoano, marcaram nesse jogo Pelé (2) e Vavá (2).
Em 1962, Mário Jorge Zagallo era um dos jogadores mais experientes do grupo e manteve a condição de titular. O técnico contratado foi Aymoré Moreira e a base titular da seleção era formada por jogadores do Botafogo. Além de Zagallo, a equipe con-
tava com Nilton Santos, Didi e Amarildo, que substituiu Pelé a partir do segundo jogo, contra a Tchecoslováquia. Esses cinco jogadores trouxeram o entrosamento e a qualidade do Glorioso e foram fundamentais para a conquista do bicampeonato, com grande
destaque para Garrincha, o craque da Copa. Se Zagallo marcou um gol na última partida da Copa de 58, em 62, ele deixou sua marca no primeiro jogo, contra o México. A seleção venceu esse duelo por 2 x 0 e outro gol foi marcado por Pelé. (V.M)
Velho Lobo também brilhou como treinador
Zagallo jogava como ponta recuado
Zagallo se orgulha de ser o único homem do Planeta que conquistou quatro títulos mundiais. Após pendurar as chuteiras, ele virou treinador e comandou aquela que seria considerada a seleção mais espetacular da história do futebol. O alagoano assumiu o escrete no lugar de João Saldanha e estreou no amistoso do dia 22 de março de 1970, contra o Chile. Pé-quente, o trei-
nador iniciou o trabalho com uma vitória por 5 x 0. O último jogo oficial da seleção comandada por Saldanha foi no dia 8 de março de 70 e a escalação foi a seguinte: Leão, Carlos Alberto Torres, Brito, Fontana e Marco Antônio; Piazza, Gérson, Dirceu Lopes e Pelé; Jairzinho e Edu. O Brasil venceu a Argentina por 2 x 1, gols de Pelé e Jairzinho, mas o
time sofreu algumas mudanças importantes até a estreia no Mundial. Zagallo fez alguns testes e, trabalhando em conjunto com os líderes da equipe, sacou Leão, Fontana, Marco Antônio, Dirceu Lopes e Edu. Para a estreia do Brasil no Mundial, contra a Tchecoslováquia, entraram Félix, no gol, Everaldo, Clodoaldo, com
Piazza sendo recuado para a zaga, Rivellino e Tostão. A seleção fez uma bela apresentação e goleou por 4 x 1, dia 3 de março de 70. Depois, o Brasil venceu a Inglaterra, por 1 x 0, a Romênia, por 3 x 2, o Peru, por 4 x 2, o Uruguai, por 3 x 1, e a Itália, por 4 x 1, conquistando o tricampeonato no dia 21 de junho. (V.M)
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Derrotas dolorosas em 74 e 98 Zagallo continuou à frente da seleção, mas acabou sofrendo uma derrota impactante nas semifinais da Copa de 1974, quando o Brasil foi desclassificado pela Holanda, de Cruyff, dia 3 de julho, com uma derrota por 2 x 0. Após esse jogo, o Velho Lobo foi muito criticado por não ter se precavido em relação à força da Laranja Mecânica. O Brasil ainda disputou o terceiro lugar no Mundial e foi derrotado por 1 x 0, terminando a competição em quarto lugar. As duras críticas sofridas pelo alagoano quase o fizeram abandonar a carreira de treinador e, talvez por isso, ele só voltou à seleção em 1994, como coordenador-técnico. Ao lado de Parreira, pegou um time desacreditado e ajudou a montar um ferrolho na defesa. Com Romário e Bebeto inspirados na frente, a seleção venceu as desconfianças e conquistou o tetra batendo a Itália, dia 17 de julho, na decisão por pênaltis. Zagallo levantou assim seu quarto troféu de campeão do mundo, estabelecendo um recorde difícil de ser batido. A boa campanha da seleção fez a CBF convidar Zagallo para voltar ao comando do time nacional. Desgastado, Parreira se afastou e o Velho Lobo iniciou seu último voo com o Canarinho dia 23 de dezembro de 1994, no amistoso contra a Iugoslávia, em Porto Alegre. O Brasil acabou vencendo a partida por 2 x 0, gols de Viola e Branco, e animou o alagoano para a sequência do trabalho. Veio o Mundial de 1998 e a grande aposta do treinador era Ronaldo, o melhor jogador do mundo. A seleção cresceu durante a competição e chegou à final contra a França, dia 12 de julho, em SaintDenis. Depois de ter batido a temida Holanda nos pênaltis, nas semifinais, a seleção entrou na decisão como favorita, apesar de jogar na casa do adversário. Mas Ronaldo sofreu convulsões no dia da partida e o time perdeu o foco. Zagallo escalou o Fenômeno, que não reunia as condições físicas ideais e a seleção sofreu uma das derrotas mais dolorosas de sua história, por 3 x 0. Com esse vicecampeonato, o alagoano encerrou sua passagem pela seleção e foi buscar outros desafios por clubes nacionais. (V.M)
Dida ao lado de Pelé na concentração da seleção brasileira
Dida, a Copa de 58 e a disputa com Pelé O alagoano Edvaldo Alves Santa Rosa, o Dida, também fez parte da seleção brasileira nos Mundiais. Sua trajetória foi bem menos intensa que a de Zagallo, mas não por falta de talento. Craque do CSA na década de 50, Dida brilhou no Flamengo e chegou à seleção em 1958. Sua estreia foi registrada no dia 4 de maio, na vitória contra o Paraguai, por 5 x 1, partida que também marcou o início do trabalho de Zagallo no escrete. Edvaldo fez uma boa partida e marcou um gol. No dia 7, ele se manteve na equipe titular de Feola no empate com o Paraguai, por 0 x 0, e seguiu no time no amistoso contra a Bulgária, ao lado de Pelé, com a seleção vencendo por 4 x 0 e o alagoano marcando um dos gols. No segundo amistoso contra os búlgaros, Dida perdeu a condição de titular e o ataque brasileiro foi formado por Garrincha, Mazolla, Pelé e Canhoteiro. Ele continuou na reserva num duelo de preparação contra o Corinthians e re-
cuperou a condição de titular há dois jogos do Mundial, dia 29 de maio, diante da Fiorentina, amistoso vencido pelo Brasil por 4 x 0. Dida seguiu no time na partida não-oficial contra a Inter de Milão, vitória da seleção por 4 x 0, na Itália, marcou um gol e disputou apenas a primeira partida do Mundial, contra a Áustria, no dia 8 de junho. O Brasil venceu por 3 x 0, mas Dida perdeu a posição para Vavá. “A determinação era para que apenas um jogador por posição fosse escalado e, pelo o que eu sei, o Dida barrou o Pelé no início da Copa”, afirmou o irmão do craque, Edson Santa Rosa. “Depois, o meu irmão ficou abalado por causa da forma como ele foi sacado do time pelo técnico Vicente Feola. Foram convocados 22 jogadores para o Mundial de 1958, na Suécia, sendo dois para cada posição, mas poderia haver uma adaptação para o Dida jogar com o Pelé. O Brasil estreou na Copa contra a Áustria e venceu por 3 x 0, com dois gols de
Mazzola e um de Nilton Santos. O meu irmão perdeu um gol, mas isso não atrapalhou a seleção, já que, depois, até o grande jogador Didi declarou que ele foi fundamental na partida porque abriu espaços na defesa adversária. Infelizmente, Dida não foi escalado para o jogo seguinte, contra a Inglaterra, perdendo a vaga para Vavá”, lembrou Edson. No banco de reservas, Dida foi campeão mundial em 1958, mas ficou magoado com a seleção. Em grande forma, o craque achava que poderia ter sido melhor aproveitado no Mundial e deixou a Suécia amargurado. “Ele passou uns seis meses para voltar a ser o jogador que foi convocado para a seleção”, contou Edson. A ligação entre Dida e Alagoas foi maior que a de Zagallo. Edvaldo nasceu em Maceió, desenvolveu todo o seu talento no Estado e chegou a defender a camisa do CSA. Ele faleceu no dia 17 de setembro de 2002. (VM) Continua na página 6
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Pepe estreou na seleção de Portugal em 2007
Pepe pode ser o 3º alagoano na Copa Victor Mélo Editor de esportes
O terceiro alagoano que pode disputar uma Copa do Mundo iniciou a carreira no CRB, passou pelo Corinthians-AL e hoje atua no poderoso Real Madrid. O zagueiro Pepe se naturalizou português e, de acordo com o médico Carlos Noronha, que acompanha o seu tratamento no joelho, tem 80% de chances de participar do Mundial da África. Ao contrário de Zagallo e Dida, o zagueiro não teve chances na seleção brasileira, mas pode enfrentar o time pentacampeão no dia 25 de junho, quando Brasil e Portugal vão duelar na primeira fase. Quatro meses depois de sofrer uma grave lesão no joelho direito, Pepe já iniciou o trabalho no gramado na última segunda-feira, em Madri. Sua lesão vai ser reavaliada por médicos do Real e da seleção portuguesa, e o técnico português Carlos Queiroz deve esperar até o último dia para convocá-lo. Aos 27 anos, Pepe é titular absoluto da seleção lusitana e não atua desde o dia 12 de dezembro do ano passado, quando se machucou numa partida entre Real e Valencia. “Os médicos dizem que meu joelho está bem, mas que devo tomar algumas precauções. Tenho muita vontade de ajudar a seleção portuguesa e, se o treinador me convocar, acho que estarei no Mundial”, declarou o jogador. HISTÓRICO – Képler Laveran Lima Ferreira asceu em Maceió no dia 26 de fevereiro de 1983, e deu seus primeiros passos rumo à carreira profissional no CRB, em 2000. Nesse período se transferiu para o Corinthians-AL e, no ano seguinte, já estava defendendo o Marítimo, de Portugal. Também atuou no Porto, de 2004 a 2007, quando se transferiu para o Real Madrid. O alagoano foi convocado pela primeira vez para a seleção portuguesa no dia 30 de agosto de 2007 para a disputa do Campeonato Europeu e, até hoje, disputou 24 partidas com a camisa vermelha, marcando dois gols. PERFIL Pepe Nome completo Képler Laveran Lima Ferreira Data de nascimento: 26 de Fevereiro de 1983 (27 anos) Local de nascimento: Maceió, Brasil Altura: 1,87m Peso: 81 Kg Pé: destro Apelido: Pepe Clube atual: Real Madrid Número: 3 Posição: zagueiro
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Prova dos 9 Sem pensar em regulamento, Santos prioriza ataque contra o São Paulo O Santos pode perder por até um gol de diferença para o São Paulo, hoje, às 16h, na Vila Belmiro, que se classifica para a final do Paulistão. Mas, no Peixe, ninguém quer saber de jogar usando o regulamento. Alertados pelo ótimo segundo tempo feito pelo Tricolor no último domingo, no Morumbi (o São Paulo chegou a empatar, mas o Santos venceu por 3 x 2), os santistas dizem o que é preciso fazer para evitar um triunfo do adversário desta vez. “Temos que apostar em uma marcação mais forte, não deixar a bola ser tocada por eles na entrada da área. Eles possuem jogadores que chutam bem, e, se fizermos essa marcação, vamos conseguir desestabilizar um pouco este ponto forte do São Paulo. E não podemos pensar em regulamento. Temos que jogar da maneira de sempre, buscando o gol. No último jogo, recuamos no segundo tempo e não sabemos jogar assim”, alertou Leo. Marquinhos concorda com o companheiro nos dois aspectos. Ele lembra que todos no Peixe precisam ajudar na marcação,
X SANTOS - Felipe, Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Neymar, André e Robinho. Técnico: Dorival Júnior SÃO PAULO - Rogério Ceni, Cicinho, Alex Silva, Miranda e Junior Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Cleber Santana e Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho. QUANDO: hoje, às 16h / ONDE: Vila Belmiro
AGENDA DE HOJE Campeonato Inglês 09h30 Wigan x Arsenal 12h Portsmouth x Aston Villa
Peixe, de Neymar, venceu o São Paulo no primeiro confronto do mata-mata por 3 x 2, domingo, no Morumbi
mas sem perder a característica de atacar, o que fazem melhor. “Quando se fala em marcação, não é só do meio-campo. Ela começa na frente e assim, consequentemente, facilita para o pessoal de trás. Fomos um pouco abaixo do que podemos no segundo tempo no Morumbi e temos que melhorar para fazer o jogo perfeito. Isso é complicado por 90 minutos, há os momentos de turbulência, mas
precisamos estabilizar a equipe”, explicou o meia. Marquinhos ensina que o regulamento só deve ser lembrado nos momentos finais da partida e em situações específicas. Se o empate ou uma derrota por um gol de diferença vale para o Santos chegar à final e um desses resultados estiver acontecendo, que se faça a “cera”, diz o atleta. “A vantagem só vai ser im-
portante no fim. Não adianta falar que pode jogar pelo empate ou por uma derrota porque não tem como segurar um time que sempre ataca. E tem que atacar mesmo, independentemente de vantagem. Claro que se faltarem cinco minutos para o jogo acabar, e o placar estiver 0 x 0, aí o time não precisa acelerar, pode fazer cera, pois todo mundo faz”, avisou Marquinhos.
Ricardo Gomes não consegue esconder o jogo Como é de praxe, apesar de já saber qual time vai escalar, Ricardo Gomes não divulgou oficialmente o São Paulo para o clássico de hoje, às 16h. No entanto, durante sua última entrevista coletiva antes do clássico, o treinador deu algumas dicas de qual será a formação. Com a semana livre, o comandante trabalhou a equipe com: Rogério Ceni, Cicinho, Alex Silva, Miranda e Junior Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Cleber Santana e Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho. E esta deve mesmo ser a escalação do Sampa. “Só 45 minutos antes, não vou antecipar”, afirmou Ricardo Gomes.
GUIA DO TORCEDOR
No entanto, perguntado sobre Washington ficar fora, com Fernandinho em seu lugar: “Contra o Botafogo, fomos com Marlos, Dagoberto e Fernandinho e fizemos cinco gols. É uma variação que temos a obrigação de ter. Temos ela com o Fernandinho, que agora está bem. Isso vai durar o ano todo, com ou sem um homem de referência. Pode ou não ser utilizado (Washington). Não conta o número de artilharia, conta ter a variação”. Outra dúvida é a lateral esquerda. Junior Cesar, que falhou em dois gols do Santos no último confronto, não agradou Ricardo Gomes, que testou Richarlyson, volante de origem, na po-
sição. Ele está confirmado entre os titulares. “O Richarlyson tem uma forma física boa. Vou tentar melhorar este lado, mas o Junior Cesar, que é mais forte no ataque, pode ser utilizado durante a partida. Vou apostar no retorno do Richarlyson, mesmo fora da sua posição”, analisou Gomes. Cicinho volta para lateral direita. Com isso, Jean ficará no banco de reservas. Então, no meio de campo, fica a última dúvida. Marlos, suspenso por ter recebido cartão vermelho na primeira partida, está fora. Cleber Santana é a favorito para vaga. E Ricardo dá indícios de que ele será titular: “Não costumo fazer isso,
mudar muito. Com a saída do Marlos, você tem de mudar bastante. Claro que, com isso, muda o posicionamento do Hernanes”. Mais recuado, como volante vindo de trás, assim atuou o camisa 10 quando Marlos esteve em campo. Com Cleber Santana, Hernanes adianta um pouco e fica mais na frente. Ele, inclusive, é a grande aposta da comissão técnica para o confronto. Apesar do mistério, o treinador são-paulino, nas entrelinhas, escalou o Tricolor: “Temos de fazer melhor do que foi o segundo tempo contra o Santos. As mudanças já estão anunciadas, o resultado é que vai mostrar se foram benéficas ou não”, finalizou.
Campeonato Italiano 10h Udinese x Bologna 10h Atalanta x Fiorentina 10h Parma x Genoa 10h Sampdoria x Milan 10h Bari x Napoli 10h Cagliari x Palermo 10h Catania x Siena 13h30 Lazio x Roma Campeonato Espanhol 12h Málaga x Valladolid 12h Tenerife x Getafe 12h Xerez x Racing Santander 12h La Coruña x Almería 14h Athletic Bilbao x Zaragoza 16h Real Madrid x Valencia Campeonato Pernambucano 16h Ypiranga-PE x Porto-PE 16h Santa Cruz-PE x Salgueiro 16h Sete de Setembro x Central 16h Cabense x Vera Cruz 16h Vitória-PE x Araripina 16h Náutico x Sport Campeonato Paulista 16h Santos x São Paulo 18h30 Santo André x Grêmio Prudente Campeonato Mineiro 16h Cruzeiro x Ipatinga-MG Campeonato Estadual do Rio 16h Botafogo x Flamengo Campeonato Baiano 16h Bahia x Bahia de Feira 17h Vitória x Camaçari
Esportes 8
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Moda / Design / Beleza / Saúde
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Espaço Gourmet
Moqueca de camarão com polvo Chef Jonatas Moreira
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Eduardo Tavares Amante da natureza e ligado ao mar e à terra
VOGA
Versatilidade a prova
TOK DÉCOR Nova textura
Renda
O Gosto da estação
Produtos Para dar um clima
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Eduardo Tavares Apaixonado pelos quatro cantos de Alagoas.
Quem não conhece o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares Mendes, chefe do Ministério Público Estadual, não imagina que por trás do homem do Direito, do tribuno do júri, do exdiretor de faculdade e professor de Direito Penal, existe um homem de hábitos simples, amante da natureza e ligado ao mar e à terra. Filho da pequena cidade de Traipu, encravada no beiral do Rio São Francisco, ele veio para Maceió, quando ainda estudante. Antes disso, trabalhou e viajou por quase todo o Estado. Essa talvez seja uma característica que o faça ser um apaixonado pelos quatro cantos de Alagoas. Quando não está trabalhando, Eduardo está no campo ou no leito do "Velho Chico", ou no mar. Ele tem como hobby velejar a bordo de seu "Day seiller - Catarine", nome dado ao seu Velamar de 22 pés em homenagem à sua esposa. Um tempo desses, Eduardo colocou a esposa e o filho Júnior a bordo do veleiro e "subiu" quase que todo o baixo Rio São Francisco, pernoitando nas chama-
das "croas" e desfrutando do sabor dos pescados que ainda abundam no chamado Rio da Unidade Nacional. Na vida profissional, o procurador Eduardo Tavares está no auge. Mas antes disso, passou por uma longa caminhada, além de ter sido por quatro vezes presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas, diretor para o Nordeste da Confederação Nacional do Ministério Público. Em fevereiro último, ele recebeu aqui os seus colegas procuradores-gerais de todo o Brasil e pôde levá-los para visita a vários pontos turísticos do Estado. Seu sonho é poder dar uma volta ao mundo a bordo de um veleiro e com o "Eduardinho", seu filho mais novo, a bordo. Enquanto não realiza esse seu sonho, Eduardo Tavares vai ficando por aqui, curtindo o "Sertão do São Francisco" e as águas da enseada da Pajuçara ou do complexo lagunar. "Vivemos em um dos lugares mais lindos do mundo", disse. Recentemente, passou três dias em alto mar, saboreando os mais deliciosas iguarias e a brisa marinha. O que mais repudia no ser humano é a inveja e, se pudesse, não via uma criança passando fome. Para ele, Alagoas está repleto de homens de bem, que buscam construir um futuro mais digno para os alagoanos. No entanto, como em toda sociedade, existem pessoas comprometidas com a corrupção. "Diminuir as injustiças, foi este o interesse que me fez ingressar na vida ministerial", apontou. Caseiro, Eduardo não dispensa um bom filme, sendo um de seus prediletos "Em busca da felicidade" com Will Smith. Poucos sabem que ele também toca piano com excelência. Recentemente, em uma festa foi convidado por amigos
para demonstrar que ainda mantinha a agilidade nos dedos. O chefe do MP ainda gosta de restaurantes e de sair com os seus colegas promotores e procuradores de Justiça. Ultimamente tem visitado o interior alagoano e, cada vez mais, se vê encantado com suas belezas e com a hospitalidade do seu povo. Outro hobby de Eduardo Tavares é escrever. Quando pode, escreve artigos para os jornais, abordando os mais variados temas. Experiência que relembra os velhos tempos quando deu os primeiros passos na profissão de jornalista em Maceió ou quando dirigiu um jornal em Palmeira dos Índios. Otimista, Eduardo Tavares Mendes aposta em um futuro melhor para o País e para o seu povo sofrido como em relação ao Meio Ambiente, uma de suas prioridades. "Costumo dizer a frase de um autor desconhecido de que mais vale preservar uma gota d'água do Velho Chico, hoje, do que chorar uma lágrima por ele amanhã, mesmo que sincera", disse. Devoto de Nossa Senhora do "Ó", ele se considera um homem de fé. "Sou movido pela paixão, sentimento que revoluciona o espírito e pela esperança que no dizer do Padre Antonio Vieira é 'a doce companheira da alma'", destacou.
TOK DÉCOR Por Jakeline Siqueira jakelinesiqueira@hotmail.com
Em Maceió, a revenda S.C.A tornou-se uma referência de móveis planejados pela qualidade, atendimento personalizado e a variedade que a empresa oferece. Em cada detalhe do desenvolvimento do projeto, a equipe de consultores atende o cliente com a segurança e muito planejamento. O mobiliário é versátil e atende a todos os projetos dos clientes e profissionais da Arquitetura e Decoração que podem ousar na troca de idéias e pesquisas nas mais diversas execuções. A loja foi inaugurada em 2002 e tem desde ambientes para cozinha a dormitórios, home theater, offices,salas de banho, lavanderias a outros ambientes executados pela empresa. Entre tantas qualidades, a empresa oferece também comodidades como; garantia, prazo de entrega, instalação e assistência técnica. A S.C.A é considerada uma das
principais e destacadas indústrias de mobiliário planejado do país. O seu parque fabril está localizado em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, um dos principais pólos moveleiros da América Latina. O design diferenciado permite que a marca ofereça soluções personalizadas de mobiliário, com exclusividade. Novidade Uma novidade exclusiva que a revenda S.C.A oferece é o revestimento Slimstone, um revestimento natural com 5 mm de espessura, leve e resistente produzido com a mais alta tecnologia. O acabamento com o produto permite móveis com uma beleza diferenciada, um design moderno e arrojado que se adapta a todo tipo de projeto. O Slimstone permite um resultado estético sofisti-
cado. Vale a pena conhecer este material na loja e conferir de perto projetos com sua aplicação, uma exclusividade em Alagoas de beleza e funcionalidade moderna.
Serviço: S.C.A. Maceió | Av. Alameda Álvaro Calheiro, 1120 | Mangabeiras | Fone: (82) 3235-1702 | www.sca.com.br
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Espaço-Gourmet
MOQUECA DE CAMARÃO COM POLVO Ao som de uma música baiana e o cheiro saboroso de uma moqueca de camarão com polvo, o chef Jonatas Moreira fala da sua vida. Com 22 anos, Jonatas passou quatro anos na França se aperfeiçoando em Gastronomia no Institut Paul Bocuse, onde trabalhou em restaurantes renomados como o Michel Bras, Ledoyen(Christian Lesquer) e Lourent Bouvier. Seu estilo é a culinária contemporânea, que ele aprimora com pratos clássicos do restaurante do seu pai, o Akuaba, no espaço gourmet Vera Moreira, sua mãe. "A minha mãe é a melhor chef do mundo, tanto por saber trabalhar com sabores como pela técnica que ela utiliza. Uma gran-
de autodidata", ressalta. Baiano, da cidade de Salvador, Jonatas chegou a estudar Administração de empresas em Maceió, mas logo percebeu que a Gastronomia era o que mais queria fazer, abandonou o curso e foi para a França. "Cresci entre as panelas, via minha mãe cozinhando, meu pai atendendo os clientes, aquele ambiente é saudável, gostoso, lembra família, requinte, solidariedade e sofisticação". Entre as especiarias que mais gosta de preparar estão os frutos do mar, que ele salienta o siri mole como uma iguaria incomparável. "Não existe em nenhum outro lugar". Entre os peixes que aprecia estão o Robalo, o Camurim, a Cioba e a Carapeba. Para o futuro, Jonatas planeja
abrir um restaurante Akuaba, em Salvador. "Possivelmente em 2013, por enquanto, quero aprimorar os pratos clássicos criando uma culinária franco africana e pratos que sejam deliciosos, porque acho tudo isso muito gratificante", diz apaixonado pelo que faz. Para o espaço Gourmet , Jonatas preparou a moqueca e passa a receita que encanta os amantes da boa Gastronomia, tudo isso associado ao prazer de comer bem e está ao lado de pessoas interessantes. "O rigor e o esmero de trabalhar um prato com cuidados com a matéria-prima, além de transformar o prazer de cozinhar em uma arte, foi o que me encantou ao escolher Gastronomia", conclui.
Chef Jonatas Moreira
Ingredientes: - 250 gramas de Polvo cozido - 200 gramas de camarão(sem cabeça) - 1 tomate picado - 1 cebola picada - meio molho de coentro - meio molho de cebolinha verde - 300 ml de leite de côco - 10 ml de azeite de dendê - dois limões - sal a gosto
Modo de preparo: Coloca-se tudo em uma panela(preferência de barro) e põe para ferver. Após o cozimento desliga o fogo. Para acompanhamento, coloca a farofa
de dendê e o arroz branco. Para decorar o prato acrescenta uma pimentabiquinho e uma folhinha de coentro.
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O JORNA L
Moda / Design / Beleza / Saúde C4
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Versatilidade Lojas Renner
Em Voga
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01 - Blusa MC Cortelle 69,90 - Bolsa Sint Satinato 79,90 - Cinto Sint Accessories 59,90 - Sapato Satinato 02 -Blusa Alon Requesr 69,90 - Colar Preto Accessories 49,90 - Meia Calça Beterraba Lupo 25,90 - Anel Bs Preto Accessorios 22,90 - Bota Cano Satinato 199,00 03 - Colete Cra Just Be 59,90 - Blusa Esta Blue Steel 35,90 - Short Jly Blue Steel 59,90 - Calça Ref Blue Steel 59,90 - Bota Cano Santinato 199,00 04 - Colete Ald Marfinno 49,90 - Blusa Rib Blue Steel 19,90 - Calça Hare Blue Steel 79,90 - Bolsa Sint Satinato 129,00 - Sapato Satinato
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05 - Vestido Marfinno 99,90 - Meia Calça Loly pop 10,90 - Bota cano Satinato 199,00
O Sala Vip agradece a colaboração da Mega Model (Ari Barroso) - Hair Style Jr. Gavazzi - Produtores Rodrigo e Denyse Fernandes - Lojas Renner - Modelo Mikaela
Renda a todo gosto
nesta nova estação
A renda é presença indiscutível para os looks nessa temporada. Feita em tecido transparente de malha aberta, fina e delicada, pode ser aplicada em camisetas, vestidos e calças, das mais variadas formas e desenhos. A atmosfera londrina, que serviu de inspiração para a coleção Outono/Inverno 2010 da Renner, traz o tom romântico utilizando a renda para res-
saltar a feminilidade e sofisticação que o inverno pede, seja em composições completas ou nos detalhes incrementando o look. Preços Sugeridos: Blusa Renda R$59,90 Camiseta Renda R$25,90
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