OJORNAL 21/03/2010

Page 1

Exemplar de assinante

O JORNA L A água que Maceió bebe Maceió, domingo, 21 de março de 2010 | Ano XVI | Nº 93 | www.ojornalweb.com

|

ALAGOAS

R$ 2,00

Yvette Moura

Yvette Moura

TRATAMENTO - Na subestação do Pratagy, a água é tratada num processo que envolve pelo menos oito quilômetros de tubulações. A água sai clarificada e pura. Divulgação

QUALIDADE

- O órgão de controle externo da qualidade da água faz coleta toda semana da amostra em Maceió. Vigilância atesta que produto pode ser consumido. Thalysson Alves - Estagiário

ABASTECIMENTO

- Nas torneiras dos consumidores, a água chega de forma intermitente. A Casal não fala em rodízio no abastecimento, mas confirma deficiência.

CAPTAÇÃO - A rede da Casal em Maceió recebe água de quatro mananciais: Pratagy, Catolé, Aviação e Fernão Velho. Mas a produção não é suficiente, e a companhia recorreu aos poços profundos: são 160 na capital. Entre os mananciais de superfície, o Pratagy é o maior de Maceió, com uma vazão de cerca de 2.800 metros cúbicos de água por hora. Este manancial abastece a área nobre da capital alagoana. O sistema Catolé/Cardoso (foto) é o segundo maior e abastece 20% da população concentrada no Farol e entre Bebedouro e Pontal da Barra. Suplemento Especial

Em AL, 6,5% dos presos recebem auxílio-reclusão Páginas A3 e A4

A revolta da natureza Sertão perde com a falta anuncia o fim do mundo? de estrutura das rodovias Páginas A14 e A15

Páginas A17 e A18

O JORNAL faz raio X das reformas nos maiores estádios de AL Esportes

CMYK


O JORNAL

Opinião A2

Princípios de direito ambiental “Elementos instrutores para as ações políticas visando à conformação de uma política ambiental racional” Alder Flores Alder Flores, advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental

Princípios são enunciados genéricos que devem iluminar tanto a elaboração das leis, a criação de normas jurídicas autônomas e a estipulação de cláusulas contratuais, como a interpretação e aplicação do direito. Neste sentido, os princípios de direito ambiental ou de proteção ambiental formam-se como concepções básicas, elementos instrutores para as ações políticas visando à conformação de uma política ambiental racional. No direito ambiental ainda cabe lembrar que por se tratar de um ramo público, decorrente do poder de impérium do Estado, que passou a intervir na atividade privada de modo a manter o equilíbrio ecológico, são aplicados os princípios maiores que regem a administração pública, quais sejam: legalidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Dentre os princípios de maior importância para o tema ambiental, diz respeito ao principio da informação, que nem sempre é observado pelos agentes públicos como ensina a lei, pois a sonegação de informações podem gerar danos irreparáveis à sociedade, pois poderá prejudicar o meio ambiente que, além de ser um bem de todos, deve ser sadio e protegido por todos, inclusive pelo poder público, conforme o art. 225 da Constituição. Conforme o inciso IV do citado artigo, o poder público, para garantir o meio ambiente equilibrado e sadio, deve exigir estudo prévio de impacto ambiental para obras ou atividades causadoras de significativa degradação do meio ambiente, ao que deverá dar publicidade, ou seja, tornar disponível e publico o estudo e o resultado, o que implica a obrigação ao fornecimento de informação ambiental. O art. 16 § 2º da Constituição disciplina o patrimônio cultural, traz especificamente que “cabe a administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providencias para franquear a sua consulta a quanto dela necessita”. A lei 6938/81 que trata da Política Nacional do Meio Ambiente prevê a divulgação de dados e informações ambientais para a formação de consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico. No art. 9º diz que “entre os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente está a garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando-se ao poder público produzi-la, quando inexistentes inclusive”. Neste sentido, é importante que os órgãos responsáveis pela gestão ambiental, quer seja a nível federal, estadual ou municipal, atentem para o principio da informação, no sentido de que desenvolva os meios necessários legais com a devida agilização para a prestação das informações que lhe forem requisitadas pelos interessados, sem causar embaraços. Isto é o que ensina a lei.

Importância da Igreja Católica na resistência ao neoliberalismo na América Latina “Combate à concentração de renda e ao modelo de Estado privatizado” Jorge Vieira Jornalista

A América Latina e do Caribe é marcada historicamente pela utilização dos colonizadores como território de exploração da riqueza natural e de suas populações. As atrocidades ocorreram com o genocídio e o etnocídio praticados pelos invasores. Nos tempos modernos, a Grande Pátria foi sugada pelas políticas implantadas pelos europeus e estadunidenses, usando as elites brancas nativas, a exemplo da Guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) no século XIX, e os golpes militares na segunda metade do século XX. Na escola de Chicago ideólogos estruturam o neoliberalismo, mas foi no Chile, sob o comando do ditador Augusto Pinochet, que implantou-se a cartilha do Estado mínimo: privatização dos direitos sociais e das empresas estatais, precarização do trabalho e das políticas sociais. A Igreja Católica, de Bartolomeu de Las Casas às Conferências Episcopais Latino-Americanas (Celam), posicionou-se contra a exploração de indígenas, negros e pobres. Em 1968, na cidade de Medellin, Colômbia, os bispos analisam a pobreza como resultado de um processo histórico de exploração. E, portanto, a solução não está numa ação de caridade, mas na transformação das estruturas injustas. Frente à sociedade dominante, constata-se a resistência histórica de grupos indígenas e afrodescendentes, líderes populares e revolucionários. No México, em reação ao Nafta (Área de Livre Comércio dos Estados Unidos, Canadá e México), levantou-se o movimento indígena de Chiapas, liderado pelo comandante Marcos, em janeiro de 1994, apoiado pela igreja local. No Brasil, juntando-se aos movimentos sociais, partidos políticos de esquerda e ao movimento sindical, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pastorais sociais, movimentos e lideranças eclesiásticas construíram o processo de resistência às medidas neoliberalismo capitaneada pelos partidos da burguesia subservientes aos interesses do capital internacional. Nesse processo, destaca-se inicialmente a resistência histórica de Cuba, desencadeando a eleição de Hugo Chaves na Venezuela, Lula no Brasil, Evo Morales na Bolívia, Manoel Correa no Equador, culminando com a chegada ao poder de outros presidentes na região contrários à dominação estadunidense e europeia. Na conjuntura latino-americana, destaca-se a ação da Igreja e o seu compromisso com a transformação da sociedade e a construção do Reino de Deus. A sua ação se materializa no fortalecimento dos organismos de pastorais, no apoio às políticas públicas de democratização da terra e dos recursos naturais e no combate à concentração de renda e ao modelo de Estado privatizado.

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: opiniao@ojornal-al.com.br

Falta cidadania Na semana que passou, duas situações ocorridas no Estado mostraram que o povo alagoano anda muito carente de cidadania. Muita gente não tem documento ou tem algum tipo de pendência para resolver na esfera judicial. Quem não tinha nada para resolver precisava ao menos cortar o cabelo. Nas duas ações, ambas em regime de mutirão promovido pelo poder público – Estado e Município –, o povo foi beneficiado. Na primeira ação, ocorrida no Clube Fênix Alagoana, milhares de pessoas foram ao local – que funcionou com estrutura para emissão de documentos e orientações jurídicas – em busca de cidadania. Para finalizar o grande evento de atendimento especial e gratuito ao povo carente, foi realizado um casamento coletivo. Trezentos casais se apresentaram para a cerimônia do matrimônio. No outro dia, outra força-tarefa em benefício do povo mais precisado de apoio do poder público aconteceu em Maceió e, novamente, milhares de pessoas se avistaram no local, para resolver algum tipo de pendência na vida e tornarem-se mais cidadãos ou cidadãs.

Trabalho semelhante aconteceu no presídio feminino, onde as detentas receberam assistência do poder público. Mas, nas unidades prisionais alagoanas, este tipo de ação é comum, e, sempre que ocorre, muitos presidiários são atendidos e têm seus problemas, ao menos, ouvidos por autoridades. Alguns casos não podem ser resolvidos de forma célere, mas é dado o primeiro passo e, com ele, vem a esperança pela liberdade. Seja qual for a ação para oferecer mais cidadania às pessoas carentes, o atendimento sempre será maciço. Sempre haverá uma multidão em busca dos serviços. Isso implica dizer que as autoridades ainda têm muito o que fazer para equacionar este problema chamado falta de cidadania em Alagoas. A bem da verdade, alguns gestores já dispuseram a dar a sua parcela de contribuição para este processo. Se cada cumprir o seu papel, tanto na condução normal do seu cargo como nessas atividades extraexpediente, o povo alagoano receberá fortes doses de cidadania na veia.

Ponto de vista

San

Uma proposta letal contra empresas e trabalhadores “Não se criam empregos por meio de artifícios e leis impositivas” João Francisco Salomão Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC) / salomão@fieac.org.br A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que diminui a jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, sem redução de salário, e aumenta a hora extra de 50% para 75%, seria um tiro, disparado por aqueles que a fomentam, na competitividade das empresas e no pé dos próprios trabalhadores. Afinal, além de não gerar empregos, pode significar o fechamento de numerosos postos de trabalho. Numerosas firmas ficariam impossibilitadas de arcar com o imenso ônus acarretado pela medida, cuja adoção seria um contrassenso neste momento em que o Brasil recupera-se vigorosamente da grande crise mundial. Obviamente, a proposta tem imenso apelo em termos de marketing político, pois seu objetivo tácito, embora irreal e inviável, é a criação de mais empregos. Assim, corre-se o risco de, neste ano de eleição e disputa pelos votos dos brasileiros, assistirmos à matéria entrar na ordem do dia da Câmara dos Deputados. Por isso, é importante uma cívica mobilização no sentido de demonstrar aos parlamentares os equívocos contidos na PEC, a começar pela perda de competitividade das empresas brasileiras. A experiência nacional e de outros países confirma que a redução da jornada em nada contribui para o aumento da oferta de empregos. Os defensores da proposta alegam que sua adoção abriria 2,25 milhões de vagas. Trata-se, entretanto, de um cálculo simplista e equivocado, que desconsidera a realidade da economia e do universo produtivo. De imediato, todas as empresas arcariam com aumento de custos com a folha de pagamentos superior a 10%. Teriam, então, de reduzir drasticamente as margens ou até mesmo trabalhar sem lucro. A outra alternativa seria repassar essa majoração, com efeitos em cascata muito negativos em todas as cadeias de suprimentos, com inevitável queda no consumo e pressão inflacionária. As micro e pequenas empresas, nas quais trabalha mais da metade dos brasileiros com emprego formal, seriam as mais prejudicadas. Para muitas delas, a redução da jornada significaria fechar as portas. Para as firmas prestadoras de serviços, como informática, saúde e marcenaria, o impacto seria contundente, pois 60% de seu custo referem-se a recursos humanos. Os setores empregadores de mão de obra intensiva, como os de calçados, têxteis, vestuário e móveis, que já perderam milhares de postos de

trabalho para a China, atuam em mercado muito competitivo. Portanto, qualquer diferença em custeio pode significar dispensa maior de trabalhadores. Ademais, o repasse dos custos teria maior impacto nos produtos de menor valor, em cuja produção os recursos humanos significam percentual expressivo do preço final. Assim, mais uma vez os ônus recairiam sobre quem tem menor poder aquisitivo. Isto seria péssimo para os consumidores e os empresários, pois seria reduzido o poder de compra da população, com efeito em cascata negativo em toda a economia. Por outro lado, é preciso considerar que o exercício da democracia e o avanço da economia brasileira conferiram maturidade à interação entre capital e trabalho. Assim, conforme estabelece a Constituição, empresas e trabalhadores podem negociar livremente a jornada adequada a cada empresa e atividade. No Brasil, a média semanal de horas trabalhadas é de 41,4 horas, já inferior à da maioria dos países, inclusive daqueles com os quais competimos, e um pouco superior à de algumas nações desenvolvidas. Em muitas destas, embora haja nível mais elevado de automação e qualificação, se trabalha mais tempo do que no Brasil. Por meio da negociação, sindicatos e empresas poderão encontrar as soluções dentro das possibilidades e necessidades de cada setor, conforme suas características, potencialidades e restrições, que somente os envolvidos conhecem e entendem. Nada lhes deve ser imposto. Há segmentos que têm negociado redução gradativa da jornada até chegar a 40 horas semanais, mas se respeitando a capacidade das empresas de absorver de maneira programada o aumento de custos. Nada a ver com a PEC, cuja aprovação significaria medida abrupta, com impacto muito difícil de ser assimilado. Assim, independentemente de interesses eleitorais imediatos, de pessoas ou grupos, é necessário pensar nos objetivos maiores do País, e estes seriam muito prejudicados se os custos da produção e trabalho forem onerados. Não se criam empregos por meio de artifícios e leis impositivas. Multiplicação de postos de trabalho é a decorrência natural de investimentos, crescimento sustentado e educação de qualidade!

O JORNAL Diretor-Executivo Petronio Pereira petronio@ojornal-al.com.br

PABX (082) 4009-1900

Chefe de Reportagem - Vera Valério redacao@ojornal-al.com.br

FAX/REDAÇÃO (082) 4009-1950

Editor de Política - José Árabes politica@ojornal-al.com.br Editora Nacional/Internacional - Vera Alves nacional@ojornal-al.com.br

Editor-Geral Deraldo Francisco deraldo@ojornal-al.com.br

Editor de Economia - Marco Aurélio economia@ojornal-al.com.br Editor de Esportes - Victor Melo esportes@ojornal-al.com.br Editora de Cultura - Alessandra Vieira cultura@ojornal-al.com.br Editor de Veículos - Gabriel Mousinho veiculos@ojornal-al.com.br Editora de Turismo - Nide Lins turismo@ojornal-al.com.br

Diretora Comercial Eliane Pereira comercial@ojornal-al.com.br

Editor Gráfico - Alberto Lima albertolima@ojornal-al.com.br Editor de Fotografias - Marco Antônio marcoantonio@ojornal-al.com.br

“Ações eventuais deixam heranças tímidas e descontinuadas”

Marcial Lima Professor

Evidenciamos, semana passada, que alguns pré-candidatos, cumprindo um ritual de cada quatro anos, já encomendam seu programa de governo. Esses documentos apresentados durante as campanhas, após as eleições, preenchidos os cargos segundo o costume de atender à base de sustentação, quase sempre são esquecidos, porquanto, na ausência de um planejamento estratégico que leve em conta uma ação integrada, cada secretaria segue seu próprio caminho. Lembramo-nos que em 1985, a Secult motivou 136 artistas e intelectuais dos mais atuantes a, durante 28 dias, em um fórum de debate, levantarem subsídios para elaboração do Plano de Cultura de Alagoas. Trabalho minucioso, firmado em 10 princípios básicos, que se desdobravam em diversos pontos programáticos, apontando, inclusive, para um Sistema Estadual de Cultura, que definiria ações de Políticas Públicas. Esse plano, no entanto, não alcançou o efeito transformador esperado. Por não vir acompanhado de uma agenda estratégica, caracterizou-se como uma extensa catalogação de desejos e, como quase todos os envolvidos deram por concluídas suas responsabilidades ao término do fórum, não se comprometendo com o acompanhamento de sua implantação, o documento caiu em total esquecimento. À guisa de reflexão, poderíamos levantar outras hipóteses para seu insucesso, intuindo que a metodologia escolhida deixou de levar em conta o fato de que a comunidade só se sente comprometida com as políticas das quais ela participa, ativa e diretamente, de sua construção. E o documento em questão foi elaborado por aqueles que o órgão público considerava como uma plêiade seleta e qualificada de especialistas do segmento cultural, convictos de que suas necessidades coincidiam com os anseios das comunidades, que são várias e diversificadas. Outra suposição é que o fórum se realizou numa atmosfera onde a cultura se encontrava divorciada da arquitetura governamental, desarticulada de qualquer rede de comprometimento, onde cultura, turismo, meio ambiente, infraestrutura, educação, ação social e saúde dialogassem. Temos um desafio: irmos além dos eventos, que, por serem em sua maioria circunstanciais, deixam heranças tímidas e descontinuadas. Daí entendermos que política de governo e política de Estado não se distinguem só e exclusivamente pela dimensão do público envolvido, “mas por sua capacidade de intervir e alterar cenários de maneira contundente e transformadora”. Cartas à Redação: opiniao@ojornal-al.com.br

EDITORA DE JORNAIS DE ALAGOAS LTDA e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br site: www.ojornalweb.com Av. Gustavo Paiva, 3771 - Mangabeiras - Maceió -AL - CEP: 57037-280

Coordenador Editorial - Voney Malta vfamalta@ojornal-al.com.br

Editora de Cidades - Flávia Batista cidade@ojornal-al.com.br

Retomando a questão

REPRESENTANTE NACIONAL FTPI

FAX/COMERCIAL (082) 4009-1960 CLASSIFICADOS (082) 4009-1961 ATENDIMENTO AO ASSINANTE (082) 4009-1919 Vendas avulsas Alagoas: Dias úteis - R$ 1,00 Domingos - R$ 2,00 Nºs atrasados - R$ 4,00 Outros estados: Dias úteis - R$ 3,00 Domingos - R$ 5,00

SÃO PAULO: (11) 2178-8700 RIO DE JANEIRO: (21) 3852-1588 BRASÍLIA: (61) 3326-3650 RECIFE: (81) 3446-5832 www.ftpi.com.br Sucursais MARAGOGI – SUCURSAL COSTA DOS CORAIS END. PRAÇA BATISTA ACIOLY, Nº 43 CENTRO – FONE – 3296-2221 E-MAIL: maragogi@ojornal-al.com.br ARAPIRACA – SUCURSAL AGRESTE END. PRAÇA LUIZ PEREIRA LIMA, 287, 1º ANDAR, SL 09 CENTRO - FONE - 3521-4608 E-MAIL: arapiraca@ojornal-al.com.br

Assinaturas em Alagoas: Semestral - R$ 185,00 Anual - R$ 370,00 Assinaturas em outros estados: Anual - R$ 560,00 / Semestral - R$ 280,00

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES E NÂO REFLETEM A OPINIÃO DE O JORNAL


O JORNAL

Política

A3

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Contexto politica@ojornal-al.com.br

TWITTER 1 Como não poderia deixar de ser, cada nova ferramenta de comunicação que surge com potencial de massificação passa a conquistar novos adeptos entre a classe política. É o caso do Twitter, uma espécie de microblog em que diversas personalidades já botaram a cara. Inclusive candidatos a cargos públicos eletivos, que buscam aderir a novas redes sociais de olho em algo que, apesar de muito importante, não recebe a mínima importância da maioria da sociedade: o voto. A pergunta que fica é: isso realmente ajuda na eleição? Alguns especialistas ouvidos pela Agência O Globo advertem que nem sempre. Segundo eles, os efeitos são diferentes, por exemplo, entre candidatos às eleições majoritárias (presidente, governador e senador) e às proporcionais (deputados federal e estadual).

TWITTER 2

TWITTER 3

O cientista político Juliano Borges coloca que o potencial do Twitter depende da forma como o candidato o utiliza. Ele acredita que os aspirantes aos cargos proporcionais não tenham nada a perder com a adesão ao microblog, diferentemente daqueles que desejam vencer uma eleição majoritária. “As redes sociais são apenas uma ferramenta. A ideia é articulá-las numa campanha muito mais abrangente e me parece que isto ainda não está definido pelos candidatos. As eleições proporcionais têm menos atenção e, por isso, os candidatos não têm nada a perder com isso”, disse.

O chefe de departamento de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Afonso de Albuquerque, acrescenta que o mau uso do Twitter por parte dos candidatos a cargos majoritários pode, inclusive, ter efeito contrário à ideia pretendida. “A maioria dos votos para a eleição proporcional é por regiões. Essa votação regional é menos vulnerável que aquela que precisa de meios gerais. Com isso, o elemento do risco é menor”, disse. “A minha sensação é de que as novas mídias ainda são mal compreendidas por quem funciona com a lógica dos mais antigos”, disse o especialista.

SEMANA DA ÁGUA Para marcar a passagem do Dia da Água, comemorado amanhã, a Codevasf, em parceria com a Semarh, o IMA, a Casal, a Prefeitura de Santana do Ipanema e a Construtora Sucesso, realizam, a partir desta segundafeira até o próximo dia 31, a I Semana Integrada da Água. O evento acontece nos municípios atendidos pelo Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco da Codevasf.

BIGODINHO Aquele advogado, mais conhecido pela mala preta do que pelo brilho da caneta, chorou feito um menino, na semana passada, ao saber que poderia ser preso. E o risco continua.

SANTOS DUMONT 1

SANTOS DUMONT 2

A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) inaugura amanhã, às 8 horas da manhã, mais um Centro de Referência de Assistência Social (Cras), desta vez no Conjunto Santos Dumont, no Tabuleiro do Martins. O Cras beneficiará cerca de cinco mil famílias das áreas do Santos Dumont e de bairros adjacentes.

No mesmo local, será inaugurado o primeiro Laboratório de Inclusão Digital da Semas, com salas amplas e inúmeros computadores. Nesse laboratório serão ministrados cursos de formação básica e profissional em informática para a comunidade. O laboratório tem capacidade para quatro turmas de 20 alunos.

TSE 1

TSE 2

Em seu site oficial, o Tribunal Superior Eleitoral alerta que estão circulando e-mails em nome do Tribunal comunicando o cancelamento de títulos eleitorais e solicitando a atualização de dados cadastrais para a Justiça Eleitoral. Também circulam e-mails falsos informando ao internauta que uma suposta ausência dele como mesário teria gerado o cancelamento de seu título de eleitor.

A Justiça Eleitoral não envia e-mails a eleitores, nem para comunicar cancelamento de títulos eleitorais, nem para convocar cidadãos para atuarem como mesários. O TSE não autoriza nenhuma outra instituição a enviar e-mails em seu nome. Mensagens desta natureza devem ser apagadas, pois podem conter vírus de computador. As informações são do site Ojornalweb.com.br.

EXPRESSAS O governo do Estado começa a “carregar” o discurso para contra-atacar as informações de que o estaleiro de Coruripe ainda não estaria confirmado. Mesmo com a chegada das bombas d’água do Canal do Sertão, permanece a pergunta: quando a centenária obra será entregue? E a “central de boatos” das eleições de 2010 continua ligada a todo vapor. E olhe que ainda nem chegaram perto as convenções partidárias, que definem candidatos e coligações...

Tutmés Airan, do TJ: “Esse auxílio é o mínimo que pode ser oferecido”

Maurílio Ferraz: “Não é pensão para vagabundos. É para as famílias”

Apenas 6,5% dos detentos em AL contam com auxílio-reclusão Benefício é da Previdência Social e detento deve provar que trabalhava Odilon Rios Repórter

A família de um preso merece receber salário, enquanto esta pessoa responde a uma pena na cadeia? A pergunta circula na internet. Afinal, a família produziu um “bandido”, “assassino”, “estuprador”, “marginal”, portanto “a família do preso merece sentir a dor de um pai e uma mãe vítimas do crime”, conforme um dos depoimentos na rede mundial de computadores.

“Você sabia que todo presidiário com filhos tem uma bolsa para sustentar a família, pois o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos pois está preso?”, diz o trecho de uma das mensagens eletrônicas, também circulando na internet. O assunto é polêmico. Nenhuma entidade, em Alagoas, assume publicamente ser contrária ao auxílio reclusão, pago pelo governo federal, através da Previdência Social. Questiona-se o valor:

entre R$ 560,81 a R$ 798,30. No bombardeio de informações, muitas não correspondem exatamente à realidade. Por exemplo: nem todos os presos, portanto nem todas as famílias, estão aptas a receber este dinheiro. Antes, o preso tem de confirmar à Previdência Social que tinha emprego e carteira assinada - assim contribuinte do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) - antes da prisão. Dos quase dois mil presos em Alagoas, 131 recebem este

benefício (6,5% da população carcerária), segundo o INSS. “Não são todos os presos que têm direito a este benefício. Deve ser comprovada a contribuição previdenciária”, disse o gerente do INSS em Alagoas, Ronaldo Medeiros. Pela condição de pobreza do Estado (das 830 mil famílias, 390 mil dependem do Bolsa Família; Alagoas tem o mais baixo IDH do Nordeste e uma dívida de R$ 7 bilhões), o benefício não se “encaixa” a maioria das famílias dos presos alagoanos.

Assunto é discutido por Conselho Penitenciário Este assunto já virou pauta de uma reunião do Conselho Penitenciário, há duas semanas. A pouca quantidade de pessoas, aptas a receber este benefício, chamava a atenção. “Essa discussão tem que ser contextualizada. Se pegarmos o contexto social brasileiro, veremos que a maioria da população recebe salário mínimo, as condições de vida são difíceis”, disse o promotor de Justiça da Vara de Execuções Penais, Cyro Blatter. Segundo ele, como o auxílio-reclusão é antigo, a discussão atual é por conta dos valores. “Há uma ideia de que este valor pode incentivar as pessoas a algum tipo de delito”, explica. O promotor leva em conta o preço de um preso para não concordar com os valores pagos no auxílio reclusão: em Alagoas, um preso custa R$ 1.700,00. Afora os R$ 798,30, o teto do benefício, a cada família do preso. A soma é de R$ 2.498,30. “O que eu discuto é o valor. Acho que ele é elevado para o nosso contexto social, poderia ser menor. Acredito que esta é a polêmica: não o benefício, mas o valor”, crê Blater. “Este valor somado equivale a cinco salários mínimos. Acredito que este valor poderia ser ¾ do salário mínimo vigente. Seria o mais justo socialmente”. Coordenadora do Fórum Permanente de Combate às Drogas, Noélia Costa, vê a situação de uma forma diferente. Há o problema - os presos - mas existe uma faixa intermediária: o viciado, potencial criminoso, que poderia receber tratamento do poder público, retirando-o da zona de potencial preso, diminuindo os custos das cadeias- e também o repasse do auxílio reclusão. “A ponta deste problema não está nas cadeias, mas fora

Promotor Cyro Blatter avalia que o valor pago poderia ser menor

delas, na sociedade, que não ajuda a sociedade no combaquer enxergar nem os presos te às drogas, e os dependennem os drogados. Acho que o tes químicos, os gastos serão benefício é importante, deve menores, os crimes dimicontinuar a ser pago para as nuem, a sociedade se benefipessoas, e também ter que ser cia”, analisa. criado um outro benefício: O presidente da uma bolsa para ajudar Associação dos Magisa retirar dependentes trados (Almagis), Mauquímicos das ruas ou rílio Ferraz, pensa que o aqueles que estão nas Em Alagoas, benefício ajuda as famífamílias e estas famí- preso custa lias. “Não é assim, não lias tentam encontrar é uma pensão para vaformas de tratamento”, R$ 1.700,00; gabundos. É para as faexplicou. o valor do mílias. Quem contri“Teríamos a dimi- benefício é buiu com a previdência nuição do número de social, recebe aquilo que presos e no pagamen- R$ 798,30 pagou. Isso ajuda a mito deste benefício. Ao norar a tragédia famimesmo tempo, ajudaliar. É uma providência ríamos os dependensadia, não deixa a família do tes, que estão desassistidos. preso ficar à própria sorte. Eu Por isso, nós temos a campa- teria críticas se este benefício nha crack nem pensar, que é fosse distribuído de forma desum alerta contra todo esse regrada”, analisou. bla-blá-blá”, disse Costa. Ex-secretário de Resso“O que vemos é que a cialização, e hoje desembargamaioria dos crimes tem a par- dor, Tutmés Airan conhece os ticipação das drogas. Se se presídios alagoanos como

poucos. Sabe, por exemplo, que o auxílio é pago, mas não surte o efeito desejado porque faz exigências que acabam não incluindo a maior parte da população carcerária. “Este auxílio não tem aplicação porque ele pressupõe que o trabalhador preso tenha uma contribuição dada a previdência. E isso não atinge nem 1% da população do sistema prisional. Exclui 99% dos presos”, analisa. Por isso, ele tem uma visão levando em conta a família do preso. “Ele deixa do lado de fora uma família que, se não tiver amparo, vai entrar no mundo do crime também. Só existe um jeito contra isso: políticas públicas para as famílias dos presos, até para evitar a lógica do crime: o marido preso e depois, a mulher. E os filhos vão caminhar para a marginalidade, tornandose traficantes”, afirma. Ele leva em conta o trabalho da cientista social Eliane Pimentel, intitulado “Amor Bandido”, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), uma análise do perfil das mulheres presas. “Se temos políticas públicas, evitamos novos deliquentes. Não tenho nenhuma dúvida em relação a isso. Quando eu era secretário, eu presenciei a seguinte situação: uma mulher que criava o filho na cadeia. As pessoas reclamavam: ‘a lei diz que não pode’. Eu reuni a equipe e perguntei para as pessoas: e onde eu vou colocar essa criança?”, perguntou. A equipe não deu a resposta. “Boa parte da visão que temos hoje é alimentada pelo preconceito”, expõe. “Vemos o crime, e a imagem das famílias nas portas dos presídios, humilhadas. Esse auxílio é o mínimo que pode ser oferecido”, analisou o desembargador. (O.R.) (Continua na página A4)

CMYK


Política

O JORNAL JORNA L

A4

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Defensor lembra lado social; conselheiro avalia que pessoas confundem Para o defensor público Othoniel Pinheiro, o auxílio também deve ser olhado pelo lado social - o da recuperação das famílias. “Nós temos na Constituição Federal, recentemente, a inclusão da alimentação como direito do cidadão brasileiro e temos um pai de família que é preso, e a família fica sem o amparo. Sem o auxílio, não respeitaríamos o direito da família da ter acesso a alimentação. Esse auxílio é pago às famílias desamparadas”, destaca. LEI FEDERAL - O advogado Francisco Torres é presidente do Conselho Estadual Penitenciário. Trabalha diretamente com presos há 32 anos. Já foi feito refém em uma rebelião na cadeia, já ficou na linha de tiro entre policiais e presos. Sabendo dos dois lados- o do lado de fora e o de dentro das cadeias - diz que as pessoas devem ter uma imagem diferente. “As pessoas confundem. Dizem que o benefício é para bandido. Só que existe uma lei federal”, explicou. Seguindo os dados do INSS, ele diz que, por causa da lista de exigências, o bene-

Saiba mais sobre o auxílio-reclusão O auxílio reclusão existe há 50 anos e, pelos dados dos ministérios da Previdência Social e da Justiça, em 2009, R$ 174,10 milhões em benefícios foram pagos a 26,6 mil dependentes. Tem direito: o segurado que tiver sido preso não poderá estar recebendo salário da empresa na qual trabalhava, nem estar em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; a reclusão deverá ter ocorrido no prazo de manutenção da qualidade de segurado; o último salário-de-contribuição do segurado (vigente na data do recolhimento à prisão ou na data do afastamento do trabalho ou cessação das contribuições), tomado em seu valor mensal, deverá ser igual ou inferior aos seguintes valores, independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas, considerando-se o mês a que se refere. O benefício pode ser solicitado por meio de agendamento prévio, pelo portal da Previdência Social na Internet, pelo telefone 135 ou nas Agências da Previdência So-

Marco Antônio

fício não é pago a todos. “É raro encontrarmos em Alagoas alguém que receba este benefício. A não ser que seja aquele que trabalha, tem carteira assinada”, disse. “Desde aquela época, os valores pagos do auxílio reclusão são baixos”. Leva em conta a baixa escolaridades dos presos, e as dificuldades em ter emprego, com carteira assinada. Para ele, a realidade das cadeias explica boa parte desse processo. “O que vemos é que o crime é associado às questões sociais, o cara que não tem emprego, não tem carteira assinada. Então, ele vai fazer o quê? Vai vender droga, será aliciado por qualquer um para isso. Temos um comércio, essas pessoas são aliciadas para o comércio da droga, o crime”. E o porquê? “A dificuldade que temos é social.A falta de emprego leva o povão para o crime”. De acordo com ele, apenas um estudo mais aprofundado da realidade prisional brasileira dará condições de o Estado- incluindo a sociedade- de promoverem uma mudança de concepção nas cadeias- e na maneira de encarar o preso.

cial, mediante o cumprimento das exigências legais. DADOS - Segundo números do Ministério da Justiça, este é o perfil do preso ou dos presídios alagoanos: nenhum deles têm bloqueador de celular, a maioria dos presos tem o ensino fundamental incompleto (478, números publicados em agosto). Há ainda 438 analfabetos. A maioria dos presos tem condenações entre 15 e 20 anos; também a maior parte tem entre 18 e 24 anos e são pardos. Nos crimes contra a pessoa, diz o MJ, os presos de Alagoas, em sua maioria, respondem por homicídios considerados simples (classificação do MJ); nos crimes contra o patrimônio, os roubos qualificados encabeçam a lista dos crimes mais comuns entre os presos no Estado. Pelos dados da Intendência do Sistema Prisional, 68% dos presos são provisórios. Pelos dados do Conselho Penitenciário, Alagoas teria que construir, a cada ano, um novo presídio para 450 presos. Presos provisórios são aqueles que aguardam julgamento.

Francisco Torres: “A dificuldade que temos é social. A falta de emprego leva o povão para o crime”

MUDANÇA

Novo Código de Processo Penal é aprovado pela CCJ do Senado

ELEIÇÕES 2010

“Lula termina bem o governo”, diz Serra O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse na última sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “está terminando bem o governo”. PT e PSDB deverão se enfrentar na campanha para a Presidência da República neste ano, com o governador paulista como candidato. Serra foi questionado pelo jornalista José Luiz Datena, da Band, se os partidos que o apoiarão irão conseguir superar a força política de Lula. “Eu não comparo uma coisa com a outra. O Lula fez dois mandatos, está terminando bem o governo. O que nós queremos para o Brasil? Que ele continue bem e até melhore. Então aí, não é o partido que vai se comparar. O partido te apóia, você tem que ver quem é que vai ser presidente, quem vai dirigir as coisas, porque o presidente é insubstituível. Ele não governa terceirizado”, disse. CANDIDATURA - Na entrevista, veiculada no SP Acontece, programa diário comandado por Datena na Band, Serra afirmou que lançará sua candidatura ao Palácio do Planalto no começo de abril. Em fevereiro, o PT lançou a

candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. O governador foi questionado ainda se sua estratégia de campanha seria separar a figura do presidente da figura de Dilma. “Você, quando é eleito, eu sou governador e fui prefeito, quem toma as decisões, inclusive nos momentos difíceis é o prefeito, o governador e o presidente. Isso é insubstituível. Não há delegação nesse caso e você responde ao povo porque o povo te deu o voto. Não há ninguém que governe com alguém paralelamente – nem acho que esse seja o caso , nem o Lula pretenderia fazer isso – mas isso não funcionaria no Brasil e nenhum lugar do mundo”, respondeu. Em outra pergunta, sobre se considerava sua história de vida mais forte do que a história da ministra, o governador respondeu: “Eu tenho uma história. O pessoal vai conhecer a história, vai conhecer a história dela, das outras, da Marina (Silva, senadora do PV que é pré-candidata à Presidência), que é uma pessoa de muitos méritos. E vai julgar, vai analisar e vai decidir”, disse.

Senador Renato Casagrande foi o relator do projeto do novo Código de Processo Penal brasileiro

Criação da figura do juiz das garantias - responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal -, modelo acusatório, restrição ao instituto do habeas corpus, fim da acareação entre acusados, permissão para que jurados possam conversar uns com os outros, limitação de recursos e possibilidade de penas mais rápidas. Estas são algumas das mudanças do projeto de reforma do Código de Processo Penal (CPP), aprovado esta semana pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e que amplia o combate à impunidade. Com 702 artigos, que traz profundas modificações em vários dispositivos da atual legislação (Decreto-Lei 3.689/41), a proposta vai agora ao Plenário, para votação em turno único. Em seguida,voltará à CCJ para exame da redação final. Depois, passará novamente pelo Plenário, antes de ser encaminhado à Câmara dos Deputados. A comissão votou o substitutivo do relator, senador Renato Casagrande (PSB-ES). O substitutivo baseou-se em projeto de lei 156/09, do senador José Sarney (PMDB-AP), fruto de um anteprojeto elaborado por uma comissão de juristas criada em julho de 2008. Aessa proposta foram anexadas outras 48 proposições. Esses projetos transformaram-se numa proposta única, concluída em dezembro do ano passado pela Comissão Temporária de Estudo da Reforma do CPP, constituída especialmente para análise do assunto.

Emenda prevê que PMs poderão lavrar TCOs Emenda destacada pelo senador Demostenes Torres (DEM-GO), para permitir ao policial militar poderes para lavrar os chamados TCOs (termos de circunstância de ocorrência), foi aprovada pelos senadores, depois de ampla discussão. Conforme o artigo 291 do substitutivo, “o delegado de polícia que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando as requisições dos exames periciais”. A emenda de Demostenes, subscrita por Marco Maciel

(DEM-PE), substituiu a expressão “delegado de polícia” por “autoridade policial”, mantendo o texto original do anteprojeto, de modo a permitir que policiais militares também possam lavrar os termos circunstanciados. “Foi inserido no texto ‘delegado de polícia’para favorecer a categoria, mas manter o texto como está é prestar um desserviço ao país. Não podemos tirar nenhuma autoridade policial do combate ao crime”, argumentou Demostenes, que leu trecho de discussão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor dos policiais militares.

Contestando a emenda, Casagrande argumentou que o delegado de polícia, por ter formação em Direito, está mais preparado para essa função. “Nem todos os policiais militares têm essa formação. Estamos, com a emenda, delegando uma competência que pode funcionar bem em 90% dos casos, mas que pode também gerar injustiça”, explicou o relator, que recebeu apoio de Romeu Tuma (PTB-SP). PARTICIPAÇÃO - Vários senadores elogiaram a proposta aprovada. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Inácio Arruda

(PCdoB-CE) afirmaram que vários segmentos da sociedade não acreditavam que o Senado conseguiria aprovar a reforma do código. Serys Slhessarenko (PT-MT) destacou a participação do movimento das mulheres em temas que envolveram defesa dos seus direitos e atendem também a interesses e necessidades da população. Ao elogiar a proposta, Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu o fim do inquérito policial. “É no inquérito policial que se inicia todo o equívoco que termina em impunidade”, garantiu.

CMYK


Política

O JORNAL JORNA L A5

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Sigilo bancário: nova lei está em pauta Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal deve analisar projetos nesse sentido na próxima terça-feira O Brasil pode ter uma nova lei de sigilo bancário, mais flexível e, ao mesmo tempo, mais rigorosa com os agentes públicos que têm acesso a dados de pessoas investigadas. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve analisar na próxima terça-feira projetos apresentados pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), em 2003, e pelo então senador Antero Paes de Barros (PSDBMT), em 2005, com o objetivo de alterar a Lei Complementar 105/01. A flexibilização do sigilo bancário é uma recomendação da Financial Action Tark Force (FATF), força-tarefa que congrega 31 países, incluindo o Brasil, com o objetivo de combater, em nível global, a lavagem de dinheiro. A experiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, que tinha por objetivo apurar a evasão de divisas e lavagem de dinheiro entre 1996 e 2002, mostrou também a necessidade de se alterar o tratamento jurídico do sigilo bancário. ACESSO - O senador Gerson Camata (PMDB-ES), relator das duas propostas (418/03 e 49/05), apresentou um substitutivo que consolida as ideias sugeridas pelos autores. O principal ponto da proposta é atribuir a todos os órgãos públicos de fiscaliza-

ção e investigação o acesso automático a dados sigilosos, uma vez concedida a autorização judicial. Claro que dentro da competência desses órgãos, que são listados na proposta. A ordem judicial, conforme o projeto, será concedida a toda a operação de investigação. Com isso, não é necessária a renovação do pedido quando da operação surgirem novos suspeitos ou novos bens, direitos ou valores que mereçam investigação própria. A única exigência aos órgãos de investigação é formalizar uma comunicação ao juiz competente. DEFINIÇÃO - O projeto, que será analisado também pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), define o que é dado protegido ou não por sigilo. Caso seja aprovado, deixariam de ser sigilosos, por exemplo, os dados que informem se a pessoa possui ou não capacidade financeira ou patrimonial para realizar determinadas operações ou transações com certas quantias. Perderiam também a proteção os valores globais, com a respectiva identificação da pessoa física ou jurídica, correspondente a operações financeiras como lançamento a débito em contas correntes de depósito ou em contas de depósito de poupança.

PRECATÓRIOS

Orientações do CNJ devem sair em abril Até o próximo mês, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deverá ter definido as orientações aos tribunais de Justiça de todo o país para o pagamento de precatórios devidos pelo governo. Essa é a expectativa do grupo de trabalho responsável pelo estudo e a apresentação de medidas administrativas que vão regulamentar a Emenda Constitucional 62, publicada no último mês de dezembro. Na última quarta-feira, o grupo criado pelo CNJ identificou os pontos da EC 62 considerados mais sensíveis. A emenda alterou a Constituição Federal e instituiu o regime especial de pagamento de precatórios pelos estados, municípios e o Distrito Federal. Alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF), a emenda permite, por exemplo, a quitação dos precatórios pelo poder público em até 15 anos. Até então, a Constituição determinava que as dívidas fossem liquidadas em 10 anos. A EC 62 também permite o uso de um percentual mínimo (entre 1% e 2%) da receita corrente líquida para a quitação dos precatórios. Ela prevê, ainda, o pagamento das dívidas por meio dos chamados “leilões reversos”, que estabelecem como o primeiro credor contemplado aquele que aceitar o maior desconto no valor do precatório. “Estamos trabalhando para produzir todas as orientações possíveis aos tribunais de Justiça para que o pagamento seja uniformizado em todo o país e a liberação dos recursos aos credores seja feita de forma célere”, explica o ministro Ives Gandra Martins Filho, conselheiro do CNJ que

coordenou a primeira reunião do grupo de trabalho. Ainda de acordo com a Emenda Constitucional 62, os recursos para o pagamento de precatórios (que vão para contas especiais sob a administração dos TJs) deverão ser liberados preferencialmente para a quitação dos precatórios de menor valor. Questões dessa natureza, previstas na EC 62, estão sendo analisadas pelo grupo de trabalho do CNJ, assim como a sanção a ser aplicada quando a legislação não for cumprida. BANCO DE DADOS Em outubro de 2009, o Conselho Nacional de Justiça publicou a Resolução 92, criando o Sistema de Gestão de Precatórios (SGP). Por meio desse banco de dados - que será alimentado pelos tribunais de Justiça - o CNJ pretende conhecer a realidade nacional sobre a questão dos precatórios. No Tribunal de Justiça de São Paulo, por exemplo, estima-se que existam 71 mil precatórios a pagar. O SGP conterá informações como a entidade devedora; a instância judicial condenatória; o valor total dos precatórios expedidos pelos tribunais até 1º de julho de cada ano; as datas do trânsito em julgado da decisão condenatória e da expedição do precatório; a natureza do crédito; o valor total dos precatórios não pagos até o final do exercício e o valor total da verba orçamentária anual para o pagamento, entre outros dados. A resolução 92 também prevê que os tribunais deverão dar publicidade às referidas informações nos respectivos sites na internet e conforme a ordem de expedição dos precatórios.

Relator da PEC do CNTC, senador Romero Jucá apresentou emenda à proposta original

PEC prevê criação do Conselho Nacional dos TCs A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado deve examinar, na próxima quarta-feira, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o Conselho Nacional dos Tribunais de Contas (CNTC). Pela PEC 30/07, apresentada pelo senador Renato Casagrande (PSBES), o conselho seria um órgão superior de controle administrativo, financeiro e disciplinar semelhante aos que já foram implantados na esfera da Justiça e para o Ministério Público - o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). De acordo com a proposta, o novo conselho deve ser constituído por 15 membros, com mandato de dois anos, admitida uma recondução. No entanto, o relator da matéria, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresenta emenda que acrescenta mais um integrante e altera a composição para garantir que os Conselhos Federais de Contabilidade (CFC), de Economia

(Cofecon) e de Engenharia e Arquitetura (Crea) tenham representação no órgão, assim como a Federação Nacional das Entidades de Servidores dos Tribunais de Contas. Para acomodar esses novos integrantes, Jucá reduz para um o número de integrantes originários dos Tribunais de Contas dos Estados (Casagrande previa três); do Ministério Público da União junto ao TCU (eram dois) e dos Ministérios Públicos juntos aos TCM (aqui também eram dois). Em comum, as propostas do autor e do relator mantêm concordância, entre outros pontos, com a participação de dois cidadãos com idoneidade moral, reputação ilibada e notórios conhecimentos, um deles indicado pelo Senado Federal e o outro pela Câmara dos Deputados. As duas propostas estão ainda alinhadas quanto aos assentos reservados ao Tribunal de Contas da União (TCU), com vagas para dois ministros dessa corte; aos Tribunais de Contas dos Municípios (TCM),

que terão apenas um conselheiro; e ao Ministério Público junto aos TCM, também um conselheiro somente. NOMEAÇÃO - Cada órgão e entidade integrante indicará seu próprio representante e todos deverão ser nomeados pelo presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado. A presidência será ocupada pelo ministro indicado pelo TCU que for mais antigo no cargo. Uma das atribuições do conselho será controlar a atuação administrativa e financeira dos tribunais de contas, assim como o cumprimento os deveres funcionais dos integrantes de cada uma dessas cortes. O conselho devera, por exemplo, zelar pelo cumprimento das leis orgânicas e regimentos dos Tribunais de Contas, apreciar a legalidade dos atos administrativos praticados, inclusive com poder para anular e rever as medidas ou fixar prazo para a adoção das providências. Na sua proposta, Casa-

grande assinala que é incompatível com o Estado democrático de direito a existência de estruturas orgânicas na esfera estatal imunes a fiscalização. “Todo e qualquer poder, órgão, instituição ou servidor público deve estar sujeito a alguma forme de controle, com, vistas a garantir a mais ampla transparência no desempenho de atividades públicas e evitar que se cometam abusos ou atos de improbidade administrativa”. Jucá ratifica a opinião do autor quanto à conveniência de um órgão superior de controle dos Tribunais de Contas. Segundo ele, a experiência bem sucedida dos órgãos de controle na esfera da Justiça e do Ministério Público confirma que esses conselhos contribuem para tornar mais ágil e eficaz a atuação dos órgãos fiscalizados e para coibir desvios funcionais e de gestão. Se passar na CCJ, a matéria seguirá para o Plenário do Senado, onde será votada em dois turnos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Plenário tem a pauta de votações trancada por 8 medidas provisórias A pauta das sessões ordinárias do Plenário está trancada por oito medidas provisórias. A mais complexa é a MP 472/09, que concede incentivos fiscais a diversos setores da economia. O relator Marcelo Ortiz (PVSP) já apresentou um projeto de lei de conversão para a matéria. Nas sessões extraordinárias, que ainda não têm uma pauta definida, os deputados poderão votar projetos prioritários escolhidos pelos líderes. O custo dos benefícios dados pela MP 472/09 é estimado pelo governo em cerca de R$ 3 bilhões em 2010. Um dos principais pontos é a suspensão de tributos para a construção de refinarias e indústrias petroquímicas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-

Oeste. No caso de materiais de construção e de bens de informática, o relator limita a concessão do benefício aos produtos que não possuem similares no mercado nacional. PREVIDÊNCIA - Uma MP que deve provocar muitos debates é a 475/09, que reajusta em 6,14% os benefícios da Previdência acima de um salário mínimo. O percentual vale a partir de 1º de janeiro de 2010 e corresponde ao INPC mais aumento real de 2,518%, equivalente a metade da variação positiva do PIB em 2008. No ano passado, os partidos de oposição obstruíram as votações em plenário defendendo a votação do PL 1/07, ao qual foi incorporada emenda

do Senado que dá, a todos os aposentados pela Previdência, reajuste igual ao do salário mínimo (INPC mais variação integral do PIB). SALÁRIO MÍNIMO - O salário mínimo também está em pauta. A MP 474/09 aumenta o valor de R$ 465 para R$ 510 a partir de 1º de janeiro deste ano. O reajuste de 9,67% inclui a variação do INPC de fevereiro a dezembro de 2009 e a variação do PIB de 2008. RECICLÁVEIS - Outra MP que tranca a pauta é a 476/09. Ela concede um crédito presumido de IPI às empresas que usarem artigos recicláveis como matérias-primas na fabricação de seus produtos. Esses itens

deverão ser adquiridos diretamente de cooperativas de catadores. Um regulamento do Executivo definirá quais materiais podem gerar o crédito presumido, que deve ser usado para abater o IPI a pagar apenas dos produtos que contenham essa matéria-prima. ESTATAIS - A quinta MP que tranca os trabalhos é a 477/09. Ela concede crédito extraordinário de R$ 18,1 bilhões a ministérios e estatais no Orçamento de 2009, mas cancela outros R$ 14,6 bilhões, a maior parte de investimentos. Recursos próprios das empresas do governo da ordem de R$ 2,5 bilhões serão usados para compor o novo crédito.

MP prevê a extinção do seguro habitacional O seguro habitacional vinculado ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH) é extinto pela MP 478/09. O governo argumenta que poucos mutuários escolhem esse serviço. A Caixa Econômica Federal será responsável por administrar os seguros já feitos nessa modalidade até dezembro de 2009, em lugar das

seguradoras ou agentes do sistema habitacional. A MP também prevê um aporte de R$ 172 milhões, pela União, ao Fundo de Desenvolvimento Social, com o objetivo de financiar moradias para famílias de baixa renda organizadas em cooperativas ou associações.

MUNICÍPIOS - A última MP que tranca os trabalhos é a 480/09, que abre crédito extraordinário de R$ 1,37 bilhão a vários ministérios. Desse total, um crédito de R$ 384 milhões destinase ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para recompor perdas ocorridas devido à queda de arrecadação de tribu-

tos federais por causa da crise econômica. O FPM é composto por uma parte desses tributos. Ao Ministério da Integração Nacional, a MP concede R$ 384 milhões para o atendimento a vítimas de desastres naturais ocorridos no final de 2009 nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

CMYK


O JORNAL

Nacional A6

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: nacional@ojornal-al.com.br

Internet vira tribunal do caso Isabella Pai e madrasta da menina que morreu após cair do 6º andar do prédio em que morava serão julgados amanhã IG SÃO PAULO - Ao digitar Isabella Nardoni no Google aparecem quase 700 mil resultados para a busca. No Orkut, passam de mil as comunidades que debatem a morte da menina. Adiscussão chegou a blogs, sites e, mais recentemente, ao twitter, onde o “Caso Isabella” e o “Justiça Justa” acumulam quase 2 mil seguidores em pouco mais de um mês de existência. Pela primeira vez, o Brasil acompanha tamanha mobilização em torno de um crime. Nem mesmo a morte de João Hélio, que ficou preso ao cinto de segurança do carro da mãe durante um assalto em fevereiro de 2007, no Rio de Janeiro, e foi arrastado por mais de sete quilô-

metros, despertou tantos sentimentos. Na internet, pessoas que dizem nunca ter tido qualquer contato com a família de Isabella e dos acusados, Alexandre Nardoni (pai da menina) e Anna Carolina Jatobá (madrasta), exercem papel de detetives e juízes do caso. A reportagem do iG entrou em contato com três pessoas que acreditam que o casal Nardoni é inocente e três que consideram-nos culpados. Para defender seus pontos de vista, elas não medem esforços. Algumas, passam mais de duas horas diárias na internet em função disso. A artesã Maria Goretti Guimarães, de 56 anos, é uma delas. Ela participa de quatro comunidades “Quem matou Isabela Nardoni?”, “Eu defendo Alexan-

dre Nardoni”, “Justiça sim; Injustiça não” e “Contradições no caso Isabela” e conta que, diariamente, encontra-se pela web com pessoas que, como ela, acreditam na inocência de Alexandre e Anna Jatobá. “A internet é de suma importância em casos assim, ela fornece a ferramenta que precisamos para ir mais a fundo em algo que não conhecemos”, diz, e acrescenta que ela ajuda na mobilização. “Sem ela, não seria possível”, afirma. Goretti criou o blog Caso Isabella Oliveira Nardoni e, por causa dele, estudou até mesmo como funciona o reagente Luminol, utilizado pela perícia no apartamento de onde Isabella caiu do 6º andar. “Aprendi que ele pode dar positivo para outras substâncias que não sangue. Estudei

asfixia mecânica e, por isso, acho que não ela foi esganada”, conta ela, que também divulgou vídeos sobre o caso, sendo que um deles já ultrapassou os 30 mil acessos. Por que tanto esforço? “Porque acredito que nada fizeram, não sou defensora de assassinos. Se um dia for comprovada a culpa, sem sombra de dúvidas, que paguem com os rigores da lei por tamanha barbárie”, justifica. As contradições no processo são os motivos que a assistente social Paula da Silva Pereira, de 45 anos, alega para defender o casal. Criadora do twitter “Justiça Justa”, que tem 450 seguidores (até dia 18), prega a inocência do casal e o utiliza para divulgar o blog Nardoni Isabela Nardoni.

Nele, publica reportagens divulgadas na imprensa, laudos e entrevistas que supostamente mostram erros da investigação e da perícia. “Há poucos dias do julgamento, as apelações psicológicas para incriminar ainda mais o casal e levar a população ao clamor público continuam indiscriminadamente”, diz o blog. Em entrevista ao iG, Paula nega relação com a família dos acusados e diz que apenas neste último mês entrou em contato, por telefone e e-mail, com Antônio Nardoni, pai de Alexandre. O motivo da dedicação, diz ela, é mostrar o “outro lado da história”. “Quando foi marcado o júri estava na hora de perdermos o medo e darmos um grito por Justiça”, afirma.

Livro começa com “audiência no céu”

Advogada obtém cópias de depoimentos Mais do que participar de de ter uma filha de 6 anos a sensites e comunidade, a advogada sibilizou ainda mais com o crime. mineira Juliana Campos, de 38 “Olho para ela dormindo e penanos, também investiga a morte so na Ana Carolina (mãe) que de Isabella. Com a ajuda de ami- não vive mais esses momentos gas, conseguiu cópias de laudos mágicos”, afirma. e partes de depoimentos prestaDiariamente, de hora em dos pelo casal e por testemunhas. hora, ela atualiza sites e blogs No post de quinta-feira, há um dos quais faz parte. “Acomtrecho do depoimento de Anna panhei todos os andamentos do Carolina, onde ela conta que bri- processo”, diz. A motivação, exgava muito com o marido. Há plica, é o “desejo de que não haja ainda fotos e vídeos que podem mais um caso de impunidade”. ser vistos no Blog Caso Isabella Para ela, além do caso em si, Oliveira Nardoni. que considera “cho“Agente buscou pesquisar cante”, a internet foi o assunto para tamfundamental para disbém ser responsável seminar o debate. por aquilo que publica. “Acompanhei também Eu acho que falta ao o caso da rua Cuba e brasileiro se posicionar da Daniela Perez, mas “Acho que diante das coisas”, exna época não tínhamos todas as plica. as ferramentas que provas Juliana, que acreditemos hoje. As pessoas ta veementemente na só liam as reportagens, apontam culpa do casal, conta hoje elas podem opipara eles” que, diante da polêminar e discutir”, ressalca sobre a esganadura ta. ou não da menina, enA empresária cataviou fotos dos ferimenrinense Diana Rosa, de tos e cópias de laudos 39 anos, diz que começou a para peritos de outros acompanhar o caso já no dia seEstados, que nada tinham a ver guinte à morte de Isabella. “Leio com o caso. “Todos foram unâ- tudo e no começo torci para que nimes em dizer que houve es- não fosse o casal, mas acho que ganadura”, afirma. todas as provas apontam para O interesse pelo caso saiu, in- eles”, explica. clusive, do mundo virtual. AgoDiana ainda se espanta com ra, sempre que pode, Juliana en- o clamor público que o caso contra-se pessoalmente com as criou. “A população exigiu, foi amigas que fez pela internet em às ruas, se mobilizou e as autoSão Paulo e no Rio Janeiro, que ridades corresponderam”, diz, e hoje ajudam-na a manter o blog. acrescenta que a real importânDiariamente, dedica pelo menos cia deste julgamento deve ser duas horas ao caso, entre pes- percebida mais a frente. quisas, entrevistas e atualizações Para elas, pelo bem ou pelo Uma das amigas de Juliana, mal, o caso Isabella já se mostra a agente de viagens Andréa Ra- como “um divisor de águas” na mos, de 40 anos, conta que o fato Justiça brasileira.

O médico aposentado Carlos Souza Goulart, além de fazer parte de diversas comunidades, criou o blog Acreditamos no Casal Nardoni, que possui diversas fotos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina com Isabella. Nelas, eles aparecem felizes em festas e situações típicas de uma família harmoniosa. Goulart conta que aprendeu a usar o Orkut com a ajuda dos netos e, no começo, achava que era apenas “brincadeira de adolescentes”, mas percebeu “estar muito errado”. Hoje, no blog, diz reunir pessoas de diversos Estados do Brasil e até uma amiga que acompanha o caso do Japão. “Algumas pessoas nunca se olharam, mas temos aqui um canal pra compartilhar informação”, diz.

Isabella em foto de arquivo pessoal da família e que hoje circula em sites de relacionamneto e blogs

Fotos e filmagens serão proibidas O Tribunal de Justiça de São Paulo definiu, na tarde de quinta-feira, o esquema de cobertura de imprensa do julgamento da morte da menina Isabella Nardoni, 5 anos, previsto para amanhã no Fórum de Santana. De acordo com o TJ, não será permitido o registro de qualquer imagem ou áudio duran-

te os trabalhos, por proibição do juiz Maurício Fossen. A intenção é preservar a identidade dos jurados. Todos os profissionais de imprensa terão que deixar o equipamento em uma sala reservada e haverá a alternância do acesso da imprensa ao plenário a cada hora.

Os jurados ficarão hospedados em alojamentos no Fórum da Barra Funda e os réus, Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, em uma casa de detenção da Grande São Paulo, que ainda não foi definida. O júri popular terá início às 13h e deve terminar na quinta ou na sexta-feira.

Médicos prometem “revelações” O julgamento do casal Nardoni não deve encerrar a discussão em torno da morte da menina no que depender dos médicos George Samuel Sanguinetti e Paulo Roberto Papandreu. Os dois escreveram livros em que contestam a versão oficial da polícia para o crime e

prometem “revelações” sobre o caso. Para eles, o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, independentemente do resultado, não colocará ponto final na polêmica. Mesmo após ter o primeiro livro que escreveu sobre Isabella

apreendido pela Justiça paulista, o médico gaúcho Paulo Papandreu, de 53 anos, não se intimida e promete pré-lançar outra obra. Desta vez, com outro nome, sem a foto de Isabella ou menção direta à garota, mas com a mesma tese: “a morte foi um acidente doméstico”.

O livro de Papandreu mistura ficção e realidade, e utiliza metáforas para recontar o caso. Ele começa o texto com uma “audiência no céu”, em que um guardião argumenta se a menina deve entrar pela “janela dos que sofrem acidentes domésticos ou a dos que são assassinados”. O médico defende que a esganadura – que, para ele, seria a única prova do assassinato – não aconteceu e questiona quais motivos levariam um “casal dentro dos padrões” a cometer um crime tão brutal. “O comportamento deles não embala suspeitas. Não existe uma doença que acomete um casal e este combine entre si para trucidar um filho”, diz. Em outro trecho, reforça: “o casal não possuía histórico de desequilíbrio mental que pudesse explicar tamanha violência, não havia pressões socioeconômicas envolvidas e os exames laboratoriais não demonstraram a existência de substâncias psicoativas no organismo deles”. Papandreu afirma que se convenceu de que a menina acordou, procurou pelo pai e não o encontrou. Ao se ver sozinha no apartamento, entrou em desespero e, na tentativa de encontrar um rosto familiar, cortou a rede de proteção da janela do quarto dos irmãos. “Projetou a parte superior do corpo no buraco ali feito por ela, mas desequilibrou-se para fora. (...) Fraquejou e caiu”, descreve o livro. A MOTIVAÇÃO - O alagoano George Sanguinetti diz que se motivou a escrever “Quem matou Isabella Nardoni” na tentativa de “contribuir para o aprimoramento da medicina legal brasileira” e promete algo inédito: “revelar a motivação do crime”. “Vou falar o que ninguém tem: a razão para ela ter sido jogada com violência da janela do 6º andar do Edifício London”, afirma. Em maio de 2008, o médico foi contratado pela família de Alexandre Nardoni para revisar os laudos do caso. Durante a análise, diz ter encontrado “erros crassos” cometidos pela perícia: “não havia marcas nem internas nem externas de uma esganadura; dizem que ela quebrou a bacia e o rádio ao ser jogada com violência no assoalho, mas essas fraturas só poderiam acontecer pela queda do 6º andar”. O perito diz que o crime pode ter sido cometido por uma terceira pessoa, mas também não descarta a participação do casal. “Não sei a autoria, mas sei que faltou investigação. As provas que hoje imputam autoria ao casal são as mesmas que os absolvem”, afirma.

CMYK


Nacional

O JORNAL JORNA L A7

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: nacional@ojornal-al.com.br

Hospitais fazem pressão para evitar redução da jornada de enfermeiros Projeto das 30 horas semanais tramita há 10 anos Congresso em Foco Donos de hospitais estão pressionando deputados para que não seja pautado o Projeto de Lei 2295/00 - matéria pronta para votação em plenário que fixa em 30 horas semanais a jornada de trabalho de enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e parteiras. Atualmente, a carga horária desses profissionais é de 40 horas semanais. “Fui procurado por donos de hospitais, mas assumi compromisso com os profissionais de enfermagem. Não vou mudar de posição”, relata o deputado Maurício Rands (PTPE), autor de um requerimento para incluir o projeto na pauta. A proposta tramita há dez anos na Câmara. O petista explica que a redução da carga horária dos profissionais de enfermagem vai melhorar a qualidade do atendimento à população. “Quando você vai ao hospital, quem atende é o médico, mas quem cuida é a enfermeira”, argumenta Rands, ressaltando que a carga horária dos médicos é de apenas 20 horas semanais. “Não será um aprovação fácil, mas a proposta tem um apoio largo”, admite o deputado pernambucano. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que também apresentou requerimento para que a matéria fosse incluída na pauta, ressalta que o tema precisa ser enfrentado, apesar da pressão dos donos de hospitais. Para ele, o projeto gera conflito ao assegurar melhores condições de trabalho aos enfermeiros que trabalham em clínicas e hospitais particulares; negócios que, segundo Chico, estão entre os “mais lucrativos” do país. O deputado fluminense ainda avalia que muitos donos

Presidente da FNE, Silvia Casagrande, em reunião com relator da CCJ

de hospitais são, ou podem vir a ser, financiadores de campanha dos deputados. “A Câmara precisa aprender a fazer votações polêmicas. Ela não pode ficar empacada. O projeto está há muito tempo em discussão.” A matéria deve ser analisada em breve no plenário da Câmara. Discutida na última reunião de líderes com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), ela foi incluída nas matérias que devem ser apreciadas nas próximas duas semanas. Contudo, Chico Alencar tem dúvidas em relação à votação da matéria. Ressaltando já ter visto diversas matérias serem pautadas e depois esquecidas, ele se apoia no compromisso dos líderes partidários, que pediram urgência na análise do projeto. FEDERAÇÃO - Apresidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Silvia Casagrande, afirma que o setor privado é o que mais torna precárias as relações de trabalho

da categoria, oferecendo baixos salários e condições indignas. Como exemplo, ela cita que há casos de auxiliares de enfermagem recebendo menos de um salário mínimo e cargas horárias que superam as 40 horas semanais estabelecidas por lei. “Agente sabe do poder deles, do lobby deles, principalmente na Câmara”, afirma Silvia, complementando que o setor público já adota as 30 semanais para os profissionais da enfermagem. Ela explica que a redução da jornada de trabalho vai beneficiar a saúde do trabalhador, e em consequência, a do usuário da saúde. “Quem ganha com isso é a sociedade brasileira. Afinal, 60% dos trabalhadores do setor da saúde são da enfermagem.” A reportagem procurou a Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) para comentar o assunto. A assessoria informou que o presidente da entidade participava de um evento e só poderia retornar na sexta-feira - o que não aconteceu - ou na segunda-feira.

Tucano crê em sanção neste semestre Além da pressão dos donos de hospitais, também existe a pressão para a aprovação do projeto. São mais de 20 requerimentos de inclusão do projeto na pauta, além de cinco pedidos de urgência, sendo um deles assinado pelos líderes partidários. “O projeto deve ser votado na semana que vem ou, no máximo, na outra”, afirma o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), autor do primeiro requerimento de inclusão. O tucano explica que a proposta deveria ter sido apreciada no final do ano passado, quando ficou pronta

para ir a plenário após sua aprovação, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Contudo, os projetos relativos ao pré-sal acabaram por adiar a votação. “Não seria demais dizer que a matéria será sancionada pelo presidente ainda neste semestre. Vamos lutar para isso”, destaca Sampaio. MOBILIZAÇÃO - O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Profissionais de Saúde, Damião Feliciano (PDTPB), participou na sexta-feira, em João Pessoa (PB) de uma mobilização pelas 30 horas semanais dos enfermeiros.

“Com uma jornada de trabalho excessiva, esses profissionais ficam estressados e a qualidade do atendimento deixa a desejar. Os enfermeiros são constantemente expostos a sobrecarga de trabalho, além de sofrer o desgaste com fatores físicos, psíquicos e biológicos dos pacientes. Merecem a redução da carga horária e salário decente”, afirmou o deputado paraibano, que é médico. O presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), não retornou os contatos feitos pela reportagem.

CMYK


O JORNAL

Internacional A8

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: internacional@ojornal-al.com.br

Franceses criam a maior foto do mundo Com 26 bilhões de pixels, foto panorâmica de Paris ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa BBC Brasil PARIS - Dois fotógrafos franceses e uma empresa de informática criaram uma foto panorâmica em 220º de Paris com 26 bilhões de pixels que, segundo eles, seria a maior imagem digital do mundo. A fotografia em altíssima resolução ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa, afirmam os autores do projeto Paris 26 Gigapixels. Para compô-la, os fotógrafos Arnaud Frich e Martin Loyer tiraram 2346 fotos da capital francesa, que foram reunidas em uma só imagem por um programa de computador criado pela empresa Kolor. A partir da foto panorâmica de 220º exposta no site do projeto, o internauta pode aproximar a imagem para ver em detalhes vários locais turísticos importantes da capital francesa, enquanto escuta como trilha sonora a música do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. As principais referências parisienses, como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Catedral de Notre-Dame, o Museu do Louvre e o monumento Grand Palais podem ser vistas na imagem. Também é possível clicar sobre esses pontos para obter algumas informações sobre sua história e arquitetura. Aaltíssima resolução da foto, superior à do site Google Earth, também permite que se observe placas de ruas, objetos nas vitrines e detalhes das roupas de algumas pessoas que aparecem nas imagens.

um dos autores da imagem, o fotógrafo Arnaud Frich, especialista em fotos panorâmicas e visitas virtuais de Paris. Frich utilizou duas câmeras colocadas sobre uma plataforma motorizada feita sob medida para o projeto Paris 26 Gigapixels para tirar as mais de 2 mil fotos. Seu parceiro, o fotógrafo Martin Loyer, visitou inúmeros telhados parisienses para escolher o local ideal para que as fotos fossem tiradas: o cobertura da igreja Saint-Sulpice, no bairro de Saint-Germain-des-Près. “Essa foto mostra as possibilidades que existem com as técnicas para reunir imagens com altíssima resolução. Isso representa um avanço em relação às visitas virtuais”, disse Tohme.

Foto no site do projeto traz recursos interativos que permitem passear e visitar alguns dos mais importantes pontos turísticos de Paris

Na imagem, é possível ver detalhes dos principais pontos turísticos de Paris Com base nisso, os autores do projeto incluíram algumas “surpresas” na foto para divertir os internautas, que precisam vasculhar a imagem para en-

contrá-las. Entre as “surpresas”, há animais exóticos nos telhados parisienses e brincadeiras que fazem alusão à região da Haute-Savoie, nos Alpes, onde fica a sede da Kolor. O internauta poderá localizar, por exemplo, um queijo

Reblochon, típico da região, sobre uma mesa em uma rua de Paris. O PROJETO - Rami Tohme, porta-voz da Kolor, disse à BBC Brasil que as fotos foram realizadas em setembro do ano passa-

do em menos de três horas. Mas o projeto inteiro levou dois anos para ser realizado. “Não é uma foto revolucionária do ponto de vista artístico, mas ela tem o mérito de oferecer uma vista excepcional da cidade em alta resolução”, disse

FICHA - A Kolor é uma empresa jovem, inovadora com base nos Alpes franceses e referência no mundo em soluções para “costura” de imagens. Seu software Kolor Autopano foi usado para montar automaticamente as 2346 fotos. Arnaud Frich é o fotógrafo mais famoso em fotos panorâmicas na França. E Martin Loyer é um fotógrafo especializado em paisagens extraordinárias. Viajando em vários estratos da cidade, de cima dos telhados para as passagens e túneis subterrâneos, ele dá valor a lugares desconhecidos ou ocultos. O resultado do projeto pode ser conferido no site: http://www.paris-26-gigapixels.com.

CMYK


O JORNAL

Cidades

A9

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br

A infância com a saúde na balança Cerca de 15% das crianças brasileiras estão com peso acima do ideal; guloseimas e falta de atividades são os vilões Valdete Calheiros Repórter

No Brasil, 15% das crianças e dos adolescentes são obesos. O índice é alarmante, principalmente quando se pensa que milhares de outras crianças passam fome nas periferias brasi-

leiras. Em Alagoas, embora não haja estatística sobre o assunto, os nutricionistas advertem que os pacientes que procuram ajuda em seus consultórios na briga contra a balança têm cada vez menos idade. E não é para menos. Segundo a nutricionista Nilzete

Luzia Calaça, os maiores erros na alimentação têm início logo nos primeiros dias de vida. “Não se pensa em alimentação adequada apenas na idade adulta. A amamentação e o desmame são fundamentais para o tripé composto pela alimentação, peso ideal e saúde”, en-

sinou a nutricionista. Ainda de acordo com ela, a amamentação contribui de forma significativa para a manutenção do peso normal da criança. “As mamadeiras artificiais, além de não proteger contra doenças, têm uma grande quantidade de calorias que cau-

sam um aumento de peso nos primeiros meses de vida, podendo evoluir para a obesidade infanto-juvenil”, alertou a profissional. Uma outra dica é a de que os pais devem criar o hábito, logo no primeiro ano de vida da criança, de todos sentarem-

se à mesa nas horas da refeições para se alimentar de maneira saudável e balanceada. A preocupação dos especialistas faz sentido: de acordo com Nilzete Luzia Calaça, uma criança obesa tem 70% de chance de tornar-se um adolescente obeso.

Bons exemplos são essenciais para elas Ensinar às crianças e aos adolescentes a terem hábitos alimentares saudáveis não é tarefa das mais fáceis. Nesse aspecto todos concordam, tanto os pais quanto os nutricionistas. Afinal, qual deve ser a receita do bolo? Na avaliação da nutricionista, os filhos se espelham nos pais. Portanto de nada adianta, ensina Nilzete Luzia, a mãe ou o pai mandar o filho comer frutas e verduras, se no prato do adulto tiver apenas frituras e massas. “Cabe inicialmente aos pais estimular os filhos a consumirem alimentos nutritivos, fontes de minerais, vitaminas, proteínas e fibras como frutas, verduras, legumes, grãos, leite e carnes, considerando a qualidade e a quantidade do consumo. Vale lembrar também que a ingestão de água é de vital importância para o organismo desempenhar suas funções”, completou. É esse caminho correto a se seguir entre a mesa e a balança que a família dos meninos Guilherme Passos Cardoso Silva, 8 anos, e Luan Henrique Passos Souza, 10 anos, está tentando – e conseguindo – fazer. Os meninos são primos. Juntos às respectivas mães e eles, por iniciativas próprias, resolveram procurar a ajuda de uma nutricionista para perder peso. Os garotos iniciaram o tratamento há pouco tempo. Apesar disso, a disciplina em seguir o cardápio prescrito está dando bons resultados. (V.C.)

“Não é ruim comer certo e gostoso” Guilherme Passos decidiu sozinho que queria emagrecer. A mãe, a enfermeira Clara Passos, deu o apoio inicial que o filho precisava. O menino admitiu que se sentia incomodado com os comentários de alguns amiguinhos da escola em relação ao seu peso, mas garante que questões ligadas à saúde foram decisivas para a mudança de hábito. O menino pesa 50kg. Mas garante que chegará aos 45kg. E força de vontade não lhe falta. “Não comia fruta ou verdura nenhuma. Não queria, não tinha vontade e nem gostava. Agora, já como maçã com prazer. É gostosa. Ao contrário do que possa aparecer não sofro. Não é ruim aprender a comer coisas certas e gostosas. E o melhor é que eu não deixei de comer o que eu gosto. Tomo até milk shake. Adiferença é que agora aprendi a comer certo”, contou o menino com uma maturidade impressionante para sua pouca idade. A mãe, Clara Passos, diz entender de onde vem tanta maturidade. “Temos pessoas obesas na família. Então, desde cedo, esse assunto foi tratado em casa de forma ampla. Ensinamos que se alimentar bem não é apenas para ficar com o corpo magro ou para que outras pessoas não critiquem. É uma questão de saúde”, contou. Apesar de ser ainda uma criança, Guilherme já apresentava pequenas alterações nas enzimas hepáticas e estava com as taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose elevadas. Ao praticar atividades físicas na escola, o menino reclamava de não ter pique. (V.C.)

CMYK


Cidades

O JORNAL JORNA L

A10

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br

Na mesa e na consciência: qualidade é mais saudável que quantidade Thallysson Alves / Estagiário

Aos poucos, a os dias de guloseimas sem limites estão ficando para trás, garante a família. A força de vontade de diminuir os dígitos da balança fez escola dentro de casa. Ao ver o primo perder peso, o menino Luan Henrique Passos Souza, seguiu os mesmos passos e também foi à procura de nutricionista. O garoto pesa 63 kg. De acordo com a família, está pelo menos 13 quilos acima do ideal. O quadro também está mudando. Ele comemora o fato de em apenas uma semana ter perdido dois quilos e “com saúde”, acrescentou Luan. Um pouco diferente do primo, Luan já tinha em seu cardápio frutas e verduras. O problema estava na quantidade. Ele comia muito. Agora, além, de ter reduzido a quantidade de alimentos a porções indicadas para a sua idade, ele faz atividades físicas. “Todos os dias faço uma hora de caminhada, antes mesmo de ir à aula pela manhã. Também faço educação física, judô e na próxima semana inicio a natação”, relacionou o menino com os olhos brilhando e ares de atleta. (V.C.)

Fartura de doces prejudica o desenvolvimento de crianças e adolescentes

Guilherme e Luan agora têm alimentação saudável, mas não deixaram de comer o que gostam: equilíbrio

Thallysson Alves / Estagiário

Já foi o tempo em que criança gordinha era criança saudável

Mariellena: geração sedentária

Na avaliação da nutricionista Mariellena de Andrade Cardoso Fragoso, os dois meninos, assim como centenas de outras crianças, faz parte de uma geração que se acostumou, desde cedo, ao sedentarismo, controle remoto da televisão, videogame, internet, alimentos gordurosos, frituras e refrigerante. Enfim, se habituaram a alguns hábitos que precisam ser reformula-

dos, com urgência, para poder manter a saúde na infância, adolescência e fase adulta. “A obesidade têm componentes genéticos, ambientais e comportamentais. Nos fatores genéticos entra a história familiar. Se um dos pais é obeso, a criança tem 50% de chances de ser também. Se a obesidade estiver presente no pai e na mãe, as chances de o filho também ser obeso sobe

para 80%”, afirmou. Nos fatores ambientais, Mariellena de Andrade Cardoso Fragoso, elencou a alimentação. De acordo com ela, a inserção das mães no mercado de trabalho e a mudança no estilo de vida provocou mais consumo de produtos industriais, com maior densidade calórica e maior teor de gordura. Esse tipo de alimentação tomou o lugar

das verduras, dos legumes e das frutas. Tais alimentos foram substituídos pelos fast food”, explicou a mestranda em Nutrição Humana pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Como fator comportamental, a nutricionista citou até mesmo a violência, que impede, por exemplo, que os pais sintam-se tranquilos em deixar seus filhos brincarem

na rua, de jogar bola ou de esconde-esconde. “Isso sem falar no tempo excessivo em frente à televisão ou no acesso à Internet”. Uma coisa é certa, segundo as nutricionistas Nilzete Luzia Calaça e Mariellena de Andrade Cardoso Fragoso: há muito, criança gordinha não é mais sinônimo de criança saudável e isso tem de ser encarado com preocupação. (V.C.)

CMYK


O JORNAL JORNA L Domingo, 21 de marรงo de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

A11

CMYK


Cidades

O JORNAL JORNA L

A12

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br

Prédios ignoram riscos de incêndio Sem planos para combater fogo, muitos condomínios de Maceió convivem com o perigo sem preocupação Mônica Lima Repórter

O perigo de incêndio, sobretudo em prédios antigos de Maceió, parece ignorado pela população. Um episódio ocorrido no início do mês, no Residencial Teotônio Vilela, na Serraria, e que resultou na morte da universitária Eliseuma Moura, de 27 anos, chamou a atenção para um problema registrado em outros condomínios de Maceió: a

falta de um sistema de combate a incêndio. A situação é mais crítica nos edifícios construídos entre os anos 70 e 80, porque o projeto arquitetônico não contemplou esse tipo de serviço e os moradores, ao longo dos anos, não se mobilizaram para implantar. Numa volta pelos prédios construídos pelo antigo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado de Alagoas (Ipaseal), é possível identificar a falta de

uma série de equipamentos de fundamental importância para combater incêndio. Contando com a sorte, há moradores que ignoram a possibilidade de um dia serem pegos de surpresa com as chamas tomando conta do imóvel. A exemplo de José Marques dos Santos, que há 39 anos reside no conjunto Castelo Branco, na Jatiúca. Um dos moradores mais antigos do conjunto, José Marques, disse que não existe, em

nenhum dos andares do prédio, extintores, como também válvula de incêndio na parte externa. Mesmo com essas ausências, José Marques acredita que não tem o que temer, confiante apenas nas três décadas em que mora no residencial e nunca teve necessidade. Mas há outros moradores preocupados com a possibilidade de acontecer um incêndio no Castelo Branco. Mar-

celo Juliano Coelho é um deles. De forma irônica ele diz que em nenhum dos prédios há qualquer tipo de equipamento que possa ser utilizado para combater o fogo. “Aqui não existe nenhum equipamento que possa controlar um incêndio. Os prédios são desprovidos de extintores e não há hidrantes fora do conjunto”, disse. Acrescentando que as caixas de energia ainda são de madeiras, as mesmas da época em que o residencial foi

entregue. Segundo ele, a falta de estrutura também é culpa dos proprietários dos imóveis, que não pagam com regularidade a taxa de condomínio. Marcelo Juliano afirmou que há síndicos com interesse de implantar um sistema, mesmo que seja apenas a compra de extintores, mas esbarram no problema dos moradores que não cumprem com suas obrigações financeiras para melhoria do conjunto.

Equipamentos abandonados à sorte Próximo ao residencial Teotônio Vilela, onde ocorreu o incêndio no início mês, os moradores do conjunto José Tenório, ficaram preocupados com a proporção do caso que destruiu o apartamento da vítima. A maioria dos prédios não possuem extintores. Em alguns é possível encontrar o equipamento abandonado entre os corredores. E sem a manutenção, possivelmente falharão durante uma ocorrência. Na parte externa dos prédios, a válvula de incêndio não possui mangueira e, muitas vezes, está sem água. O síndico do bloco 93, Alan Gama, tomou como exemplo o acidente registrado no Teotônio Vilela e já se mobilizou para equipar o local. Alan informou que já está pesquisando o preço dos extintores, para colocar nos três andares do prédio. E revelou que não saberia como manusear alguns equipamentos em caso de um incêndio. “É um absurdo os prédios não terem um sistema de combate a incêndio, mas é um problema que deveria ter sido solucionado durante a construção. Na época, não houve a preocupação dos responsáveis pela obra”, lamentou. (M.L.)

Lula Castello Branco

Num dos andares de um prédio na Serraria, mangueira velha já não serve

Bombeiros listam os mais perigosos Os prédios antigos estão na relação do Corpo de Bombeiros, como os que podem ser atingidos por um incêndio de grande proporção devido a ausência de um projeto de combate ao fogo. Por isso, todos os anos, eles são vistoriados e os responsáveis orientados a tomarem as medidas cabíveis para dotar os prédios de material necessário mínimo, como os extintores. O chefe de vistoria de Serviços Técnicos, capitão Gerônimo Nascimento, que é responsável pelos edifícios que ficam na parte baixa de Maceió, afirmou que os mais preocupantes são os construídos pelo Ipaseal, que

não têm projeto para casos de sinistros. Há casos de edifícios construídos na década de 80 que possuem um sistema contra incêndio. O capitão explicou que, nos casos em que é constatada a ausência de equipamentos, são notificados e orientados a tomarem as providências necessárias. Mas há casos ainda mais complexos, como os edifícios antigos que não têm uma administradora do condomínio, sendo administrado por moradores, que muitas vezes não possuem recursos para viabilizar um projeto, já que dependem do pagamento da taxa do condomínio.

O capitão Gerônimo, disse que a multa é a última instância a que recorre, que o objetivo principal da fiscalização é cobrar a implantação de mecanismos que evitem tragédias. PREVENÇÃO - A prevenção é o principal caminho que os moradores das unidades habitacionais devem adotar, para evitar um sinistro. Para isso deve ser realizada palestras com a comunidade, procurar aprovar junto ao Corpo de Bombeiros, uma projeto de proteção contra incêndio, instalação de equipamentos e testes de manutenção adequados. (M.L.)

CMYK


O JORNAL JORNA L Domingo, 21 de marรงo de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

A13

CMYK


O JORNAL JORNA L

Cidades A14

A15

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidades@ojornal-al.com.br

Estaremos nós no fim dos tempos? A onda apocalíptica está em voga por causa dos fenômenos naturais; cientistas e religiosos falam sobre estes “sinais” Mônica Lima Repórter

Os terremotos, as enchentes, os tsunamis, o aumento da temperatura e do nível do mar. A soma desses fenômenos naturais trouxe de volta, e com toda força, a onda apocalíptica. Estaremos nos aproximando do fim do mundo? Apesar do exagero que

a frase insinua, muitas pessoas acreditam piamente que a terra está em contagem regressiva para o fim. Diante do descontrole da natureza, muitas vezes provocados pela mão do homem, há grupos que acreditam que as profecias estão se cumprindo e que a vida humana na terra está caminhando para a sua última aventura. Verdade ou não, cada um ao

seu modo ou seguindo preceitos religiosos, acompanham todos os acontecimentos com expectativa, havendo alguns que acreditam que esses são os sinais verídicos de que a terra passará por um processo de destruição. Enquanto isso, os céticos observam de longe os rumores da tragédia, certos de que tudo não passará de mais um movimento

O juízo final, segundo as religiões Yvette Moura

Mas será que estamos próximo do fim dos tempos? A pergunta continua sem resposta para muitas pessoas. Porém, para quem segue dogmas religiosos, o mundo está se preparando para a chegada do Messias, o Cristo que salvará os que optaram por seguir os seus mandamentos. E, em meio a esse mistério, procuram se preparar como podem e tentam. Mas também convencer amigos, familiares e outros incrédulos de que o momento é de reflexão e conversão, para que no dia do juízo final não sofram na grande tormenta por tantas vezes anunciadas. No ocidente, as religiões monoteístas que acreditam num único Deus, pregam para os fiéis a idéia de que uns serão poupados do julgamento prometido e da fúria do Criador. Estes serão encaminhados para um paraíso, podendo ocorrer antes, durante ou após o grande dia. Já as religiões politeístas, voltadas para a adoração a vários deuses, acreditam em conceitos variados de um destino individual após a morte e, ainda, de um período de renascimento, ou uma transformação coletiva da humanidade. Para o padre Manoel Henrique, titular da igreja de São Pedro, na Ponta Verde, o homem religioso, muito fiel a Deus, começa a acreditar que os desastres naturais, ocorridos com frequência ultimamente, é castigo Dele. Esses fenômenos são sinais do desagrado Divino em relação ao tratamento que os homens têm dispensado à natureza. “Esse mesmo homem é capaz de imaginar que Deus pode destruir tudo que criou pelo seu poder e criar um novo céu e uma nova terra”, diz. De acordo com o sacerdote, a história do fim do mundo tem origem em várias religiões: no judaísmo, no cristianismo e nas tribais, se propagando até o

apocalíptico, como tantos que surgiram em décadas passadas. Desde a antiguidade, profetas ou homens comuns anunciam o fim da vida terrena. Essas profecias surgiam geralmente em datas marcantes, como na mudança de século ou antes da passagem de um cometa pela órbita terrestre. Diante destes contextos, grupos religiosos anunciavam e aguarda-

vam o momento final. Mas no fim das contas, nenhuma catástrofe acontecia e o mundo continuava no mesmo rumo. Mas as profecias não deixaram de se repetir. Nem a modernidade e a previsão científica com toda inovação tecnológica, apagou definitivamente a ideia de que algo de muito ruim vai acontecer ao mundo. Só não sabe o quê.

Yvette Moura

Os desastres naturais se intensificaram neste século. Com eles, as profecias sobre o fim do mundo, como sempre voltaram a ser um atrativo especial nas mesas de discussão. Mas, se depender do ponto de vista científico, o grande dia não acontecerá. O geólogo Ricardo Queiroz, tem a explicação para os terremotos e tsunamis que atingiram alguns países. O terremoto, ou melhor, abalo sísmico é originado do choque entre placas tectônicas (fragmentos da crosta terrestre). Essas placas, que têm peso e tamanho diferentes, se movimentam em cima de uma camada chamada mondo, que não é rí-

Queiroz: explicações científicas

gida e onde existe o magma. “Elas se movimentam em dire-

ção e velocidade contrárias. Se distanciam entre si, em torno de 8 cm por ano”. De acordo com Ricardo Queiroz, o choque de placas convergentes faz com que surja liberação de uma grande quantidade de energia, provocando terremotos e vulcões. Uma região no planeta, conforme informou o geólogo, que vai da América do Sul, passando pelas Américas Central e do Norte, passando pelas Filipinas, Japão, China , Indonésia e chegando a Austrália, formando um anel chamado de fogo, é o ponto onde acontece 90% desses fenômenos naturais. (M.L.)

Brasil não corre risco de tremores

Evangélicos: são sinais da volta de Cristo Tendo como base o princípio da criação que está no primeiro livro da bíblia, Gênesis, o pastor Batista, Carlos Alberto Alves, vice-presidente da Ordem dos Pastores Batistas, disse que Deus organizou tudo e criou um lugar com vida, onde antes só existia o vazio. Depois que criou a luz, os mares, os animais e o homem a sua imagem e semelhança. “O homem foi feito para eternidade. A partir da desobediência, começou a derrocada da humanidade”, explica. E, a partir do momento que desobedece, surge uma série de problemas, como a desagregação familiar, as agressões a nature-

Os fenômenos à luz da ciência

za, as doenças e outros males. Conforme a doutrina evangélica, essa história terá um final. E tudo que está ocorrendo são prenúncios de que Jesus está retornando. “A humanidade passará por tribulações, como terremotos, tsunamis e enchentes. Além disso, haverá uma grande batalha no mundo e então, o fim da vida terrena”, anunciou o pastor Carlos Alberto. Ele diz ainda que Jesus virá buscar todo aquele que vive o que ele pregou. “A salvação está no que se relaciona de verdade. A igreja somos nós, porque o espírito de Deus habita em nós”, ressaltou. (M.L.)

Já os abalos sentidos recentemente no Brasil, segundo explicou Queiroz, foi conseqüência do grande choque que liberou ondas sísmicas. No Brasil informa Ricardo Queiroz, tem uma zona de cizalhamento, ou fraqueza, onde existe umas fendas que podem captar e liberar a energia dos choques de placas e provocar os abalos. Essa zona chega a Santana do Mundaú, em Alagoas. Em Rio Largo, onde a população informou que houve tremor, foi consequência de uma falha. Ou seja, na

crosta existem bacias sedimentares separadas do embasamento do cristalino (rochas mais duras), a separação de uma bacia com o cristalino que formou essa ruptura. “O Brasil está longe de sofrer um terremoto de grandes proporções”, garantiu Queiroz, justificando que os abalos serão sempre consequência de tremores ocorridos em outros locais. “O que está previsto para o país é a possibilidade de uma onda gigante atingir o litoral, devido a uma provável explosão em uma ilha vulcâni-

ca nas Ilhas Canárias, que já foi detectado por geólogos”, adiantou. Com a erupção vulcânica, parte da ilha cairia no mar e o que pode gerar uma onda de grande dimensão que se propagaria, atingindo as Américas. O litoral Norte brasileiro, até o Rio Grande do Norte, podem ser os maiores atingidos. A onda poderá, ainda, chegar com menos intensidade na Paraíba, Pernambuco e Alagoas, em função da posição geográfica. (M.L.)

Não há fim até a missão ser cumprida

Para o padre Manoel Henrique, o mundo não vai acabar, pelo menos agora

homem moderno. “O mito do fim do mundo sempre surgiu durante a passagem do século, acompanhado de vários sinais e fenômenos da natureza, como prova da justiça de Deus, que não falha quando o homem não acerta”, explicou. Mas o padre deixa claro que, cientificamente, o mundo não vai acabar, pelo menos agora. “Poderemos sofrer mudanças climáticas, sem acontecer o fim do mundo. O próprio Jesus disse que ninguém sabe desse dia. Somente o Pai que conhece o dia e a hora da segunda vinda de Cristo”, ressaltou. Segundo o padre Manoel Henriques, essa segunda vinda de Jesus Cristo tem criado uma

visão negativa, diante da possibilidade da ocorrência de catástrofes. Mas ele defende a ideia de que, o retorno será em tempos de plenitude. “O que está sendo visto como sinais, nada mais são do que o fruto do pecado do homem, da perda dos valores fundamentais, a desestruturação familiar”, disse, afirmando, entretanto, que tudo isso ainda pode ser recuperado. “O cristão deve encarar todas essas mudanças de forma religiosa, com o temor de Deus. Ao mesmo tempo em que deve fundamentar suas idéias cientificamente, para não cair em fanatismo, exageros messiânicos e, certamente perigosos”, disse. (M.L.)

Amparado em fundamentos lógicos, científicos e na moral, a doutrina espírita baseada nos ensinamentos de Alan Kardec, tem como visão o princípio de que Deus é “a inteligência suprema, a causa de todas as coisas, o todo poderoso”. Baseado nesses conceitos, o presidente do centro Espírita William Crooker, Eurídes Porangaba, um estudioso do kardecismo não acredita que haverá o fim físico,

porque a terra não cumpriu a sua missão. “Enquanto nós não nos amarmos, a terra não cumpriu sua missão”, disse, enfatizando que esse amor é independente de credo religioso, cor e ou classe social. Para ele, a maioria das tragédias que ocorreram foram devido ao egoísmo e a ignorância. “A terra é uma escola, um laboratório para desenvolver a inteligência e apurar os sentimentos”, afirmou. (M.L.) Yvette Moura

A cultura popular em conflito com os credos

Porangaba: “A terra é um laboratório para apurar os sentimentos”

Segmentos religiosos populares, iniciados no século passado e que tiveram continuidade no atual, acreditam que realmente estamos próximos de uma mudança, que culminará com o encerramento da vida na terra. Líderes religiosos como Frei Damião e Padre Cícero chegaram a dizer que “adeus até mil e tanto, porque a 2000 ninguém chegará”. O fim anunciado na chegada

do novo milênio não vingou e a humanidade conseguiu chegar ao século XXI, mas sem se livrar da possibilidade do fim. Para o sociólogo Sávio Almeida, essa ideia tem a ver com o moralismo e com a cultura popular de que é preciso a humanidade repensar seus conceitos, como se estivesse presa. “Já estamos em 2010 e o mundo não se acabou”, diz. Católica, a jornalista Fátima

Almeida, não faz ligação entre as mudanças climáticas e a destruição do homem. Ao contrário, afirma que o processo destrutivo é o fruto das agressões de quem devia ter preservado o meio ambiente. “O fim do mundo é quando morrer, porque o universo se renova e evolui”, disse. Evangélica fervorosa, a líder comunitária do Clima Bom, Juracy Silva, afirmou que o

Apocalipse está batendo a porta. Ela usa o exemplo do último livro da Bíblia, onde em vários capítulos se trata da vinda de Jesus, com catástrofes e muita destruição. Para ela, Deus ainda não preparou o povo para subir, ou seja, ir morar no Paraíso. “O povo tem de estar preparado, porque Jesus está voltando, só não sei o dia nem a hora. Creio porque está na bíblia”, justifica. (M.L.)

Movimento das placas tectônicas explicam os terremotos: território brasileiro está fora do perigo

Maias: mito ou pura superstição? Inúmeras profecias anunciando o fim do mundo foram divulgadas. Algumas chegaram a se concretizar, outras não passaram do mito. De Nostradamus, aos pastorinhos de Fátima, passando pelos que se intitulam ceifeiros da última hora, que anunciam o final dos tempos e convocam a humani-

dade para se arrepender dos pecados. O mais novo anuncio do fim do ciclo da terra está previsto para acontecer dentro de dois anos. A profecia tem como base o calendário dos povos Maias, que anuncia 2012 como o ano-chave para mudanças em nosso planeta e

o fim de um ciclo, no dia 22 de dezembro. “O sol mudará sua polarização, após receber um raio sincronizado com origem no centro da galáxia. Um raio dará origem a explosões solares, iniciando a transformação do planeta”. Desse modo terá início o sexto ciclo solar. (M.L.)


O JORNAL JORNA L A16

Domingo, 21 de marรงo de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

CMYK


O JORNAL

Municípios

A17

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: municipios@ojornal-al.com.br

Rodovia sem estrutura causa prejuízos Trecho da BR-316, entre as cidades de Canapi e Mata Grande, é o único em AL que não tem pavimentação Carolina Sanches

Carolina Sanches

No município de Mata Grande a população estimada Repórter é de 25 mil habitantes e Canapi MATA GRANDE – Asfalto de 17 mil. Na região existem não é infra-estrutura encontra- cinco assentamentos sendo da em toda a extensão das ro- quatro em Mata Grande e um dovias federais em Alagoas. No em Canapi, mas não ficam nas trecho entre os municípios de áreas próximas da rodovia feCanapi e Mata Grande, no deral. O projeto para a pavimentaSertão do Estado, a falta de pavimentação da BR-316 inviabi- ção do trecho esta em fase de liza o trajeto na estrada. A poei- aprovação do Instituto Brara e os buracos fazem a viagem sileiro de Geografia e Estatística demorar ainda mais. O trecho (IBGE) que já autorizou a reaé o único de toda a extensão da lização de uma audiência públirodovia em Alagoas que não ca para a realização das obras. O estudo de Impacto foi pavimentado. Ambiental solicitado Ao todo são 49 km pelo Dnit identificou o da única estrada que liga o Alto Sertão de Alagoas São 49 Km empreendimento é funa Pernambuco que não é de rodovias damental para um maior desenvolvimento sopavimentada. O relatório do Departamento no Sertão cioeconômico não só Nacional de Infra- do Estado dos municípios alagoanos, mas de toda a miEstrutura de Transportes sem que abrange (Dnit) divulgado no estrutura crorregião os municípios pernamfinal do ano passado identificou que esse tre- adequada bucanos vizinhos. De acordo com o cho da rodovia entre supervisor do Dnit de Canapi e Mata Grande Santana do Ipanema, José se encontra em péssimo estado, com sinalização defi- Fernandes de Souza, além de ciente e sem viabilidade de promover o desenvolvimentransito noturno, exceto na tra- to local permitindo o transvessia urbana de Canapi, do porte da produção agrícola, o projeto tem o objetivo de dikm 35,4 ao km 37,6. Quem se arrisca no percur- minuir os transtornos da poso reclama das más condições pulação. “A obra esta avaliada pista. “Há muito tempo que da em R$ 50 milhões. O propercorro o trajeto de Canapi a jeto também tem o objetivo Mata Grande e sei a dificulda- facilitar o tráfego de veículos de de depender da rodovia que do Estado de Alagoas em diainda é estrada de terra. Nos reção a municípios pernamdias de chuva a pista fica in- bucanos como Inajá, Arcotransitável”, relata o vendedor Verde, Ibimirim, Sertânia, entre outros”, explicou. José Vitor Venâncio.

Trecho da rodovia BR-316 entre Canapi e Mata Grande é o único de toda a extensão da rodovia em Alagoas que não foi pavimentado

Condutores temem ser alvos de criminosos Com 10 anos como motorista passando pelas rodovias do Sertão do Estado, Severino Amaro dos Santos, conhece as condições das estradas. Ele disse que devido a falta de estrutura da BR316 próximo a Mata Grande a dificuldade para trafegar aumenta. “Agradeço por

nunca ter sido vítima de um acidente nesta região. Tenho muitos prejuízos financeiros com pneus furados e outros problemas na caminhonete”, ressalta. “O trecho entre Mata Grande e Canapi é complicado. Muito buraco, pouco asfalto. É um risco seguir

por uma estrada dessas, ainda mais quem não conhece nada por aqui. Quando chove a situação fica pior”, afirmou o motorista. O morador Jose Edson ressalta que, pela falta de infra-estrutura da malha viária, o trecho tem se tornado local propício a assal-

tos, uma vez que os motoristas precisam diminuir a velocidade dos veículos e, assim, ficam mais vulneráveis aos bandidos. “A falta de estrutura também dá brecha a comercio ilegal de produtos pela dificuldade de acesso e falta de fiscalização”, observou.

CMYK


Municípios

O JORNAL JORNA L

A18

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: municipios@ojornal-al.com.br Carolina Sanches

Feira de gado é realizada ao lado da rodovia

Dificuldades para o comércio local Audiência deve discutir projeto O péssimo estado da rodovia faz com que os pequenos agricultores da região tenham dificuldades para transportar os produtos para serem comercializados. Alocalidade possui um potencial para o desenvolvimento econômico agrário, mas não e bem explorado e parte da produção é escoada por Pernambuco, tendo em vista às péssimas condições da BR-316. O agricultor José Francisco da Silva contou que vende boa parte de sua mercadoria para outras cidades e que muitos produtores preferem transportar seus produtos pela estrada pernambucana que, apesar de mais extensa, tem melhores

condições de tráfego. “O custo para o transporte por Pernambuco é alto e muitas vezes temos que recorrer a atravessadores”, relata. A falta de estrutura da rodovia acarreta em um custo mais elevado para o transporte de mercadoria. De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Mata Grande, Iran Barbosa, a região tem uma boa produção de melão, melancia, milho, feijão e algodão. A pecuária também é muito explorada nos municípios com o comércio de gados e cabras. Segundo Barbosa, a falta de estrutura da BR-316 tem sido o

maior entrave para o desenvolvimento na região que possui mais de 3 mil pequenos agricultores. “Apavimentação tem sido uma reivindicação antiga dos moradores que dura quase 40 anos. Espero que com o andamento do projeto e a realização do Estudo de Impacto Ambiental a obra possa sair do papel”, expôs. O presidente do sindicato lembrou que recentemente uma empresa de grande porte anunciou o interesse de investir na região, mas a péssima qualidade da pista foi o maior entrave para que o empreendimento não ficasse na região e fosse instalado em Pernambuco.

Para a licença prévia da obra de pavimentação da rodovia foi necessário uma análise sócio econômica do Estudo de Impacto Ambiental. O relatório foi elaborado pela especialista em Gestão Ambiental e Ordenamento Territorial Erika Klen Panquestor. Os estudos utilizaram pesquisas em dados disponíveis no IBGE e no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No diagnóstico foram analisados diversos aspectos dos municípios de Canapi e Mata Grande. De acordo com o estudo, os municípios apresentam em estagnação econômica, sendo a pavimentação da rodovia uma alternativa para o crescimento eco-

nômico dos municípios, já que a falta de infra-estrutura rodoviária é apontada por muitos como um dos motivos da ausência de empreendimentos industriais na região. O estudo apontou ainda que o transporte na BR-316 possui uma forte deficiência tanto pela precariedade quanto pela falta de trafegabilidade da rodovia no período de chuvas, que podem deixar a pista intransitável. O relatório orienta que para que a obra seja executada é necessário a execução de programas ambientais bem como a associação dos mesmos as políticas públicas locais. Cabe ao Dnit a articulação com as demais autorida-

des e entidades públicas e privadas nas ações de caráter regional e municipal relevantes a BR-316 entendendo que toda ação tomada deve ser reportada as entidades públicas federais, estaduais e municipais. O supervisor do Dnit José Fernandes de Souza explicou que a audiência pública é fundamental para que a obra seja autorizada a verba para a pavimentação liberada. “Todos os envolvidos co o projeto irão participar da audiência pública que vai discutir com moradores, sindicatos e poder público como será o andamento das obras e quais os impactos que ela pode causar na região”, disse.

CMYK


O JORNAL

Arapiraca

A19

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: municipios@ojornal-al.com.br

Fotos: Divulgação

Alunos de escolas do município fazem visita programada ao espaço Biblioteca tem acervo de mais de dois mil livros

Casa se transforma em centro cultural no interior do Estado Há três anos, o espaço tem atraído visitantes de todas as idades Carolina Sanches Repórter

ARAPIRACA – Há três anos, uma família do município de Arapiraca transformou a casa em uma biblioteca. Todos os ambientes da casa, exceto os dois quartos, foram redecorados. A garagem é um espaço dedicado à realização de atividades lúdicas, onde os visitantes podem ler e brincar em conjunto, usando livros e brinquedos. No interior da casa a decoração é voltada para atividades de leitura, expressão plástica e jogos didáticos. Há três anos, a funcionária pública Maria das Neves

da Silva, com a ajuda de familiares, organizou uma biblioteca dentro de casa. Além da biblioteca existe ainda uma sala de leitura e outra de pesquisa. A cozinha da casa virou uma brinquedoteca e a decoração das paredes é feita com material reciclado. Maria das Neves contou que lia muitos livros para a filha Clara Maria Oliveira Gonçalves, de 11 anos, que ela ganhava de presente. Os livros continuaram chegando e o quarto de Clarinha ficou pequeno. O material foi parar na antiga cozinha da casa e foi assim que nasceu a “Tequinha”, como a famí-

lia de Clara carinhosamente chama a bibliotequinha da menina. Desde que começou a ser divulgada, a biblioteca Tequinha, que fica no bairro Alto do Cruzeiro, tem atraído e encantado visitantes de todas as idades. O acervo hoje conta com mais de dois mil exemplares, entre livros, gibis e periódicos. Para comemorar o aniversário da biblioteca, no próximo dia 10, uma grande festa está sendo organizada para a comunidade. Em frente a casa serão realizadas várias atividades culturais. Uma tenda na rua, com apresentações de recital de poe-

sia e leituras de trechos de livros de escritores arapiraquenses, será montada para receber o público. O público também vai poder apreciar e adquirir peças do bazar intitulado “Made In B. Tequinha”, que estará funcionando com a venda de artigos de materiais reciclados. O objetivo das vendas é angariar fundos para a renovação do acervo da biblioteca. Quem quiser também pode levar um livro para doar ou adquirir uma camiseta que foi elaborada para a data. A atividade esta prevista para começar às 17h, na Rua João Paulo II.

Local é aberto para visitas

A casa é visitada por estudantes e familiares que buscavam conhecer o espaço ou encontrar material para ajudar em pesquisas e trabalhos. As escolas também freqüentam o espaço, mas em horário programado. Antes de usufruir do acervo, os visitantes assistem a uma apresentação a respeito da cria-

ção da Tequinha e da importância da leitura. Recentemente, o espaço recebeu a visita de alunos do curso de Biologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Maria das Neves explicou que um dos objetivos da criação do espaço foi permitir que muitas pessoas tivessem acesso a leitura. “Temos que

dar acesso, democratizar o livro. A gente libera tudo: o corredor, o jardim. Queremos que a Tequinha seja um lugar sedutor e aconchegante para criança ler. A gente sabe que a criança quando é estimular desde cedo pode se tornar leitora”, afirma Maria das Neves. A história da biblioteca

Tequinha já foi apresentada no Encontro Estadual de Gestores de Bibliotecas Públicas e o no Encontro Alagoano do Proler, que teve como objetivo reunir todos os segmentos do livro-leitura do Estado. A história também foi levada para o Encontro Nacional de Gestores de Bibliotecas Públicas.

Indústria do Conhecimento comemora um ano de atividades A unidade Indústria do Conhecimento José Alexandre dos Santos, em Arapiraca, completa um ano de funcionamento neste fim de semana. O centro multimeio, idealizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI), oferece biblioteca, CDteca, DVDteca, gibiteca e internet à popu-

lação e funciona no Lago da Perucaba. São mais de 2000 títulos à disposição dos usuários. O espaço foi inaugurado dia 20 de março do ano passado e atende um público estimado em mais de 500 pessoas ao mês, principalmente para acesso à internet, leitu-

ra, pesquisas escolares e Curso de Informática Básica no Sistema Linux Educacional 3.0 com certificados emitidos pelo Secretaria de Educação de Arapiraca. Os centros multimídia são estruturados de forma a atender lacunas na promoção do acesso à informação e ao con-

hecimento, estimulando práticas de leitura e pesquisa. São mais de 2000 títulos à disposição dos usuários. Para comemorar a data, uma vasta programação teve início na última sexta-feira, com a celebração de missa em ação de graçase apresentações artísticas e culturais.

CMYK


O JORNAL JORNA L A20

Domingo, 21 de marรงo de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

CMYK


O JORNAL

Economia

A21

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br

Yvette Moura

BNB libera R$ 1,3 bi em AL e bate recorde de aplicações De acordo com a instituição, houve crescimento em todas as modalidades Patrycia Monteiro Repórter

Quando a crise financeira mundial ameaçou fazer estragos na economia do País, os bancos públicos brasileiros deram forte contribuição para manter as diversas atividades produtivas turbinadas pelo crédito. Prova disso foi o volume de desembolsos recorde realizado pelo Banco do Nordeste (BNB) nos estados em que atua em 2009, com direito a recorde de aplicações também em Alagoas. No total, o banco aplicou R$ 20,8 bilhões na região Nordeste e Norte de Minas Gerais e Espírito Santo, registrando alta de 51% em relação a 2008. No Estado, o montante transferido atingiu a cifra histórica de R$ 1,3 bilhão, um valor 34% acima do registrado no ano anterior.

“Se for comparar com o volume de recursos de 2007, o incremento do ano passado foi de mais de 100%”, diz, animadamente, Expedito Neiva, superintendente do Banco do Nordeste em Alagoas. Segundo ele, o desempenho de 2009 pode ser atribuído ao novo direcionamento estratégico do banco oficial no Estado que promoveu melhorias em sua governança corporativa, investindo em parcerias para expansão de crédito, em capacitação de pessoal e em tecnologia. “Este ano, avançamos mais em parcerias que mantínhamos com secretarias de estado, prefeituras e instituições como o Sebrae e as Federações da Indústria, Comércio e Agricultura”, frisa o executivo. De todos os recursos investidos no Estado, 53,7% foram direcionados para o segmento

de Comércio e Serviços, 21,4% para Indústria e 21% para Agropecuária. O financiamento para as micros e pequenas empresas alagoanas registrou aumento de 23% em relação a 2008, somando R$ 61 milhões em recursos. E todas as linhas de financiamento do BNB obtiveram aumento de desembolsos no mercado de Alagoas. Expedito Neiva conta que as aplicações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em Alagoas somaram R$ 473 milhões no ano passado, registrando aumento de 29% no ano. “Empresas como a Braskem – que captou recursos para a duplicação de capacidade de sua planta de PVC no Estado – e os novos empreendimentos do Pátio Shopping Maceió, Jaraguá Equipamentos, Corr Plastik e BBA Nordeste

foram alguns dos principais beneficiados pelos recursos do fundo”, enumera. De acordo com o superintendente, o volume de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em Alagoas cresceu 26% em 2009, somando R$ 54 milhões em empréstimos para os pequenos agricultores. “Foi um excelente desempenho, principalmente se levarmos em consideração que no período entre 2007 e 2008 houve redução de 34% no financiamento do programa no Estado”, diz. “Para incrementar as aplicações do Pronaf, criamos novas centrais de atendimento no interior de Alagoas e articulamos parcerias com sindicatos rurais, cooperativas e secretarias de Agricultura do Estado e municípios”, conta.

José Expedito Neiva, superintendente do Banco do Nordeste em Alagoas

Ao longo do ano passado, o Pronaf emprestou para os pequenos agricultores alagoanos R$ 54 milhões, um incremento de 26% sobre 2008

Crediamigo obteve forte expansão de 40% Linha de microcrédito urbana do BNB, direcionada para atender a demanda por financiamento dos micro e pequenos empresários, sobretudo informais - também cresceu em 2009. Aalta foi de 40,8%, somando R$ 86 milhões em volume de crédito. Já o Adiantamento de Crédito de Câmbio (ACC), financiamento em dólar para as empresas exportadoras, obteve média de crescimento de 73%, com aplicações de R$ 400 milhões. “Esse produto foi alavancado pelos grupos empresariais do setor su-

croalcooleiro alagoano que, diante da escassez de crédito no mercado financeiro internacional, em função da crise, buscaram financiamento no BNB”, analisa Expedito Neiva. Segundo o executivo, o desempenho de Alagoas foi um dos cinco melhores da área de atuação do BNB. “Em 2010, esperamos mais crescimento, embora ainda não tenhamos fechado nenhuma estimativa. Existe uma tendência de expansão de negócios impulsionada pela modernização do parque industrial do setor sucroal-

cooleiro alagoano e pela instalação de novos empreendimentos hoteleiros no Estado. Por isso, estamos otimistas em relação a este ano”, afirma. DESEMPENHO GLOBAL - Em toda sua área de atuação, o Banco do Nordeste contratou 308,4 mil operações de crédito pelo FNE, somando R$ 9,1 bilhões em investimentos em vários setores da economia nordestina. Para as micro e pequenas empresas, foram destinados R$ 1,8 bilhão. Pelo CrediAmigo, o

BNB investiu outro R$ 1,5 bilhão nos estados. Em 2009, foram contratadas 356,8 mil operações por meio do Pronaf, totalizando R$ 890,1 milhões em investimentos. O Banco do Nordeste fechou o ano de 2009 com um lucro líquido de R$ 459 milhões, dos quais R$ 325,1 milhões são referentes aos resultados do segundo semestre. Os números constam no balanço anual divulgado pelo BNB. O desempenho foi 9% superior ao apresentado no fim de 2008, quando foi alcançada a marca de R$ 421 milhões. Marco Antônio

O novo shopping de Maceió, na parte alta da cidade, foi um dos empreendimentos beneficiados pelos recursos do Fundo Constitucional

CMYK


Economia

O JORNAL JORNA L

A22

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br

Alagoas é referência no ensino e aprendizagem de inglês Método considerado revolucionário está presente em 42 unidades de educação Nide Lins Repórter

Há mais de 30 anos o estudo de inglês não era exigência para conquistar uma vaga no mercado do trabalho, mas a dona de casa Marigia Tenório sonhava com futuro promissor para as filhas Vanessa e Fátima, tanto que aprender mais de uma língua era primordial. As meninas seguiram a risca o conselho da mãe e aos 13 anos Vanessa foi intérprete de músicos de violoncelo, na cidade de João Pessoa. Sempre na vanguarda, em 2002, as irmãs criaram o método de ensino “Systemic” e atual-

mente 42 unidades de educação estão licenciadas para utilizar a metodologia de ensino de inglês criada pelas alagoanas. Com investimento de R$ 10 mil, as unidades licenciadas têm acesso ao conteúdo, livros e treinamentos dos professores. “Não usamos a gramática tradicional, mas criamos o método para uma criança, a partir de três anos, estudar inglês através das próprias disciplinas escolares. A criança ou adolescente não decora mais um texto em inglês, ninguém é mais papagaio. Com o Systemic o aprendizado é rápido, compreensível porque a língua estrangeira é ensinada

dentro da realidade das disciplinas em português”, explica Vanessa. O método adota práticas utilizadas nos Estados Unidos, Leste Europeu e Ásia. “Pesquisamos a literatura sobre desenvolvimento cognitivo das crianças e aprendizagem de língua estrangeira durante cinco anos e visitamos escolas primárias que recebiam estrangeiros nos Estados Unidos e na Inglaterra, observando como as crianças que não falavam inglês passavam, depois de um tempo, a se comunicar bem e acompanhar as matérias sem maiores dificuldades”, revela.

Segundo Fátima Tenório, o Systemic ganhou espaço em escolas bilíngues de São Paulo. “O nosso método de estudar inglês se encaixou perfeitamente nos colégios que usam duas línguas, porque as disciplinas e o conteúdo não divergem. Hoje as crianças, a partir de seis anos, que estudam pelo método Systemic assimilam melhor e na sala de aula só falam inglês. Estas crianças têm mais chances de vencer no mercado de trabalho”, conta Vanessa. O Systemic está presente no Sul, Sudeste e Nordeste, sendo São Paulo e Minas Gerais são os estados com mais unidades licenciada.

Vanesa e Fátima Tenória rodeadas pelos alunos do método Systemic

Pai sugere Maceió para escola de inglês Vanessa Tenório formou-se em Agronomia pela Universidade de São Paulo e Fátima Tenório em Geologia pela Universidade de Brasília. Cada uma pensava seguir um destino diferente, mas coube ao pai Zelson Tenório, alagoana, seduzir as filhas a morar em Maceió. “Agente vivia vasculhando nas bibliotecas, livros didáticos de inglês para saber das novidades, porque tínhamos um sonho de abrir uma escola de inglês. Nosso pai sugeriu Maceió como local ideal para isso e, claro, concordamos na hora. Abrimos a escola System com a cara e coragem e pagamos o aluguel da casa com meu salário”, lembra Vanessa. Logo que abriram a unidade em 1985 tinham 45 alunos, uma diarista, um vigia, sem secretaria e nem telefone e Com duas Vanessa e Fátima unidades em eram as Maceió, professohoje são ras. “Todos os equipamais de mentos da 1.700 escola foram comalunos prados a prestação, mesmo no começo pagamos as contas direitinho”, conta Fátima. Atualmente, são mais de 1.700 alunos no System Ponta Verde e Pajuçara. Em 2002 nasceu o Systemic. Em 2006, uma nova metodologia foi implantada, o Wink, destinada ao ensino de inglês para adultos em apenas 12 meses e que atualmente já possui outras versões para universitários (Wink College) e empresas (Wink Corporate). Para manter sempre atualizada no mercado, Vanessa e Fátima Tenório participam, no mínimo, de duas feiras por ano e também são convidadas por escolas do exterior para proferir palestra sobre o método de ensino Systemic, criado por elas.

CMYK


Economia

O JORNAL JORNA L A23

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br

SELO FISCAL DE PRODUTO

Decreto disciplina emissão e uso Mecanismo foi instituído no final do ano passado a pedido dos contribuintes e começa a vigorar em dois meses Publicado no Diário Oficial da sexta-feira, o decreto nº 5.406 disciplina a utilização do Selo Fiscal de Produto, sancionado do fim do ano passado. Aautenticação, aplicada a vasilhames que contenham água mineral natural ou água adicionada de sais, tem o objetivo de garantir um maior controle sobre as operações realizadas pelos contribuintes do ICMS. A norma, que é obrigatória para as mercadorias em território alagoano, só entra em vigor a partir do segundo mês após a publicação e vale também para produtos provenientes de outros estados. Os recipientes não se-

lados existentes em estoque estão autorizados a circular nesta condição até 30 de junho. O selo deverá ser aplicado antes da saída do estabelecimento, no fecho de cada unidade. Segundo o diretor de Tributação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Ronaldo Rodrigues, a novidade foi um pedido dos próprios contribuintes. “A instituição deste mecanismo veio por solicitação das empresas, em função de existir no mercado produtos não condizentes com as condições sanitárias adequadas. Além de ser uma questão de saúde pública, também será útil para o fisco”, diz ele.

A aquisição poderá ser efepela Sefaz. Os interestuada por sindicatos, associasados devem apreções ou cooperativas de sentar requerimento classe dos fabricantes, à Superintendência que funcionarão como da Receita Estadual, distribuidores para emanexado com contraO selo deve to social ou ata de presas inscritas como ser aplicado constituição, certidões industriais. O requerimento deverá ser feito na saída, no negativas ou de regujunto à Sefaz. A quanlaridade, balanço pafecho da tidade terá que correstrimonial ou comprocada ponder ao consumo vação de capacidade mensal previsto, tendo econômico-financeira unidade como base a média de e 500 exemplares imsolicitações do trimespressos com a exprestre anterior. são “amostra”, entre O estabelecimento outros. gráfico responsável Já o sindicato, associação pela impressão será habilitado ou cooperativa de classe interes-

sado no credenciamento deverá enviar, além dos itens já mencionados, comprovante da constituição jurídica, por meio do Registro Civil de Pessoas Jurídicas e do Ministério do Trabalho. A análise de todos os documentos ficará a cargo da Diretoria de Cadastro da Fazenda, que emitirá parecer quanto à requisição. Os selos poderão ser repassados aos estabelecimentos mediante Autorização de Aquisição de Selo Fiscal de Produto, que conterá identificação do fabricante e do distribuidor. Entretanto, para recebê-los, é necessário ser inscrito no Cadastro de

Contribuintes, possuir licença concedida pela vigilância sanitária, estar regular quanto às obrigações tributárias e comprovar o registro da marca no Ministério da Saúde. Todas as movimentações de entrada e saída, inclusive das quantidades inutilizadas ou devolvidas, terão que ser registrada no Mapa de Controle. O descumprimento das normas constitui infração, sujeitando as penalidades previstas na Lei nº 6.165, de 31 de julho de 2000. A penalidade pela falta da autenticação, por exemplo, será de duas Unidades Padrão Fiscal de Alagoas – atualmente R$ 16,21.

A empresa, que é a quarta fabricante de aviões do mundo, tem crescido no segmento de jatos executivos

AVIAÇÃO

Embraer dobra lucro e alcança US$ 500 milhões Afabricante de aviões brasileira Embraer registrou em 2009 um lucro líquido de R$ 894,6 milhões, uma quantia 47,9% a mais que no ano anterior. A receita líquida do quarto maior fabricante de aviões do mundo somou R$ 10,812 bilhões, segundo o comunicado divulgado pela companhia. O lucro bruto de exploração Ebitda ficou em R$ 731,8 milhões com uma margem operacional do 6,8%. A Embraer entregou no ano um total de 264 aviões, entre estes 122 do segmento de aviação comercial, 115 aeronaves executivas, sete aviões de transporte de defesa e 20 Super Tucanos para as Forças Aéreas do Brasil, Chile e a República Dominicana. No quarto trimestre, a Embraer ganhou R$ 167,5 milhões que contrastam com as perdas de R$ 40,5 milhões registradas no mesmo período do ano anterior. Entre outubro e dezembro, a companhia brasileira, líder mundial no segmento de até 120 assentos, alcançou o recorde de entregas trimestral, com 91 aeronaves. A bolsa de pedidos da companhia fechou 2009 com US$ 16,6 bilhões, equivalente a três anos de receitas, segundo seus dados. A Embraer manifestou confiança no aumento do número de pedidos ao longo de 2010 e que possa superar os números de 2009. A empresa espera entregar neste ano 90 aviões comerciais e 137 executivas, dentre as quais 120 serão da família Phenom e outros 17 das marcas Legacy e Lineage. Os investimentos este ano alcançarão os US$ 300 milhões, dos quais US$ 160 milhões serão destinados à pesquisa e desenvolvimento.

CMYK


JORNAL

O JORNAL

A24

Imobiliário

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornal-al.com.br | e-mail: imobiliario@ojornal-al.com.br

Imóveis.com Theodomiro Jr.

imobiliario@ojornal-al.com.br

DÚVIDA SOBRE O IR Não importa o tamanho, o preço ou a localização do imóvel. Todo ano, o proprietário deve declará-lo no ajuste anual do Imposto de Renda (IR). Além disso, devem ser informadas as condições em que o bem foi adquirido: se foi à vista, financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) ou por outra linha de crédito, ou ainda comprado na planta e pago em prestações diretamente com a construtora. Conforme explica o especialista da consultoria IOB, Rogério Ramos, o imóvel se valoriza ao longo dos anos, mas o valor informado na declaração deve ser o efetivamente pago no ato da compra. É sabido que ao ser vendido, o preço declarado fica muito abaixo do verificado no mercado. A dúvida é se existe uma maneira de amenizar essa diferença para efeito do imposto. Ele mesmo responde a questão, afirmando que não. Os valores a serem informados na ficha “Bens e Direitos” são os valores efetivamente pagos por ocasião da aquisição. Não podem ser atualizados. Devem ser sempre repetidos.

JARDIM ROYAL Esta semana a Contrato Engenharia estará assinando o primeito lote de contratos do Residencial Jardim Royal. Já a partir desta terça-feira (23), mais de 400 clientes deverão se dirigir ao estande do empreendimento, no Shopping Pátio Maceió, para assinar seus contratos. São os primeiros de um total que deve chegar a quase 10 mil unidades. E haja trabalho para a Caixa e para o escritório da Contrato Engenharia.

SOARES NOBRE Quem está feliz da vida com o sucesso de seus clientes é Emanoel Soares Nobre, diretor da imobiliária que leva seu sobrenome. A Soares Nobre foi a primeira em Alagoas a acreditar e a investir no programa Minha Casa, Minha Vida, por isso conseguiu reunir um seleto grupo de construtoras que também viram no programa uma oportunidade para fazer bons negócios. No clube estão também a Cerutti e a Produção.

FGTS EM CONSÓRCIO Quem tiver recurso depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já podem utilizar os recursos da conta para amortizar, liquidar e pagar parte das prestações de consórcios imobiliários. A medida, que já havia sido aprovada pelo Conselho Curador do FGTS no fim de 2009, esperava apenas a regulamentação da Caixa para começar a valer. O que ocorreu nesta sexta-feira.

PEQUENO DETALHE A novidade está disponível para os clientes que já tenham sido contemplados com a carta de crédito e adquirido o imóvel.

RESTRIÇÕES O problema é que existe uma série de restrições: o imóvel deve estar na localidade onde o cliente trabalha ou reside há mais de um ano, com exceção para as regiões metropolitanas, onde é permitido que o imóvel esteja em cidades vizinhas.

TEM MAIS O cliente não pode ser dono de outro imóvel no local, nem ter em seu nome financiamento pelo SFH. Por fim, o FGTS só pode ser usado para abatimento no consórcio de imóveis com valor de até R$ 500 mil. Ufa!

EM FOCO

Perspectiva artística do Espaço Europa quando estiver concluído: complexo reúne torres residenciais e comerciais, lojas e espaços multiuso

Complexo do JTR estará pronto até o final do ano Evento apresenta cozinhas que serão entregues junto com unidades A Cipesa confirmou na manhã deste sábado que entregará o complexo multifuncional do Jatiúca Trade Residence (JTR) ainda este ano. Para comemorar o ritmo acelerado das obras e o sucesso de vendas, um evento especial, com direito a brunch tropical e show com a cantora Wilma Araújo, tomou conta do boulevard central do JTR. Além de acompanhar o andamento das obras, os investidores e convidados visitaram três novos apartamentos decorado e viram de perto um dos atrativos do empreendimento: as cozinhas assinadas pela Dellano, que já virão montadas em cada uma das unidades comercializadas. “A excelente aceitação do JTR pelo mercado nos mostra que trabalhar, morar e se divertir no mesmo local é um desejo crescente entre os consumidores”, afirma Luiz Henrique Taboada, diretor-presidente da Cipesa. Tendência mundial Seguindo o conceito que virou tendência em metrópoles como

Nova Iorque, Tóquio e São Paulo, o JTR reúne na beiramar da Jatiúca um complexo com torres residenciais, comerciais e lojas, além de espaços multiusos. “Este projeto com certeza é um marco para a construção civil de Alagoas

pelo ineditismo do seu conceito e amplitude de sua obra”, acrescenta Taboada. Entre as marcas que já confirmaram presença no empreendimento estão o Supermercado Palato, a Academia Formafit, a Livraria

Estar decorado em apartamento com dois quartos no JTR

Nobel, o salão de beleza Via Brasil, lojas como O Boticário, Água de Coco e 200 Milhas, a lavanderia 5 à Séc, Bob’s, China in Box, Sarah's Esfihas e Sorveteria Bali. No total, serão 487 apartamentos e 178 escritórios, distribuídos em edifícios de nove e dez andares interligados por um grande boulevard, que atravessará o quarteirão interligando a Avenida Álvaro Otacílio à Rua José Pontes Magalhães. Para garantir a segurança do complexo, que será totalmente monitorado por circuito interno de TV, cada uma das seis torres contará ainda com portaria própria e modernos equipamentos de segurança, além de dois subsolos de garagem, sendo parte exclusiva para os moradores. Com acabamento de alto padrão e diferenciais como internet wireless e piso elevado (que proporciona flexibilidade de layout), uma das duas torres de escritórios terá ainda quatro andares corporativos, projetados especialmente para atender grandes empresas.

Serviço permite personalizar acabamentos O Jatiúca Trade Residence (JTR) traz ainda outro diferencial: um serviço de personalização no acabamento dos apartamentos. É o Personal Line, que conta com uma equipe de arquitetos contratada para orientar os clientes que desejarem modificar uma ou mais áreas do seu apartamento. “O cliente pode mudar desde o piso até

a torneira se quiser”, explica Mariana Abdala, arquiteta do JTR. São várias opções de revestimentos, bancadas, cubas, metais e esquadria. Para se ter uma ideia das alterações possíveis, um dos apartamentos prontos e decorados que serão lançados no próximo dia 17 contam com alguns opcionais do Personal Line. “Dessa forma

é mais fácil visualizar essas possibilidades”, diz Mariana. “Além disso, o cliente que contratar o Personal Line ganha bonificação ou descontos nas lojas parceiras do programa para decorar o apartamento. São elas: Dellano, Florense, Evviva Bertolini e Lúmina”. “Pay per use” - Nos blocos residenciais – com um a quatro

quartos - outro detalhe fica por conta do sistema home service, com serviços pay per use como faxineira e lavadeira. “Cada vez mais as pessoas desejam morar perto do trabalho e as empresas buscam áreas com boa estrutura de serviços”, enfatiza Taboada. “Um projeto como o JTR vem ao encontro desta necessidade”.

O empresário e principal executivo da Vivendi Empreendimentos, Felipe Cavalcante, promoverá nesta quarta-feira (24) um coquetel de boas vindas aos clientes do ILOA Vida em Família, empreendimento inovador que será erguido na Barra de São Miguel. Na oportunidade, será apresentado o Grupo Solare, que gerenciará o complexo, formado por condomínio, clube e resort; e a RCI, empresa que gerenciará o intercâmbio de férias com outras unidades espalhadas por todo o mundo. Por fim, ainda será sorteada uma viagem para Orlando, com passagem e hospedagem para casal. Estarão concorrendo apenas os clientes do ILOA presentes ao evento. Perspectiva da piscina no Espaço América e Ásia: projeto garante privacidade e vista privilegiada da orla e praia da Jatiúca

CMYK


O JORNA L JORNAL

Dois

Confira as promoções na Revista da TV

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

B1 Yvette Moura

Mário Jorge Feijó foi agraciado em 1976 com o primeiro prêmio do extinto Festival de Penedo. Das oito edições do evento, o diretor participou de sete. Na tela do computador: Anna Bella e seu príncipe Arquivo pessoal

Mente brilhante de um médico-cineasta Distante das câmeras há 30 anos - dedicados à Psiquiatria - Mário Jorge Calheiros Feijó retorna agora com Anna Bella, a princesa de Gales, média-metragem filmado nas instalações de um hospital psiquiátrico e com elenco formado por funcionários do local Alessandra Vieira Editora de Cultura

randes cineastas já utilizaram a loucura como tema principal em seus filmes criando cenas e personagens que marcaram a história do cinema mundial. Foi assim com Robert Wiene em O Gabinete do Dr. Caligari (1920); Alfred Hitchcock, em Psicose (1960); Ingmar Bergman, em Através de um espelho (1961); Samuel Fuller, em Paixões que

G

alucinam (1963); Federico Fellini, em Julieta dos espíritos (1965); Milos Forman, em Um estranho no ninho (1975); Stanley Kubrick, em O iluminado (1980); James L. Brooks, em Melhor é impossível (1997); David Fincher, em Clube da luta (1999); Laís Bodanzky, no brasileiro Bicho de sete cabeças (2000); Ron Howard, em Uma mente brilhante (2001); e mais recentemente, Martin Scorsese, em A ilha do medo (2010) - atualmente em cartaz em Maceió. Como se vê, a abordagem da

saúde mental nas telas vai além do suspense, passando pelo drama até a comédia. O retrato de um personagem com distúrbios psiquiátricos e o cotidiano do hospital onde ele é tratado são também o foco principal do novo filme do alagoano Mário Jorge Calheiros Feijó. Baseado em uma personagem real, Anna Bella, a princesa de Gales é um projeto cinematográfico extremamente peculiar. O inusitado está nos bastidores, habitados por

detalhes, no mínimo, incomuns. Um deles é o fato de o média-metragem, de 35 minutos, ter sido filmado nas dependências de um hospital psiquiátrico - mais precisamente o Portugal Ramalho; outra razão é o elenco amador ser formado por funcionários e estagiários da casa de saúde. O mais curioso, no entanto, é Mário Jorge - diretor, roteirista e produtor - ser psiquiatra. CONTINUA NAS PÁGINAS B4 E B5.

A psicóloga Tatiana Loureiro vive a personagem Anna Bella jovem

CMYK


O JORNAL

Espaço B2

UMAS POUCAS PALAVRAS

A barba stulti discit tonsor

B3

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Lautheney e Zequito

Faz tempo que isto foi dito, quase um quarto de século

Espaço volta ao futebol. Trago dois artigos escritos ainda na década de oitenta do século passado. Um deles foi publicado pelo bom amigo Noaldo Dantas em sua revista que, caso não me engane era Última Palavra. Foi lá que saiu o texto sobre Zequito Porto, gente fina do CRB. Lautheney ainda está por aqui, tomando conta do seu Museu que o Estado parece teimar em negar importância. Foi publicado no velho Jornal de Alagoas; não lembro quem o dirigia à época. Claro que estamos diante de dois nomes de importância no modo como o dito esporte que era bretão se fez alagoano. Zequito foi uma glória do CRB; Lautheney é azulino, o que demonstra existir muita gente boa no CSA. Deixei os textos quase como estavam: apenas encurtei. Um abraço no Lautheney e no próprio Zequito, através do meu abraço em sua digna família. O Museu dos Esportes Edvaldo Alves Santa Rosa passará a colaborar conosco de modo mais sistemático. As fotos que utilizamos são do arquivo daquele Museu. É preciso que se olhe para o Museu e já que parece que o Estado não faz isso, quem sabe alguma empresa não assume o patrocínio daquela casa. Vamos ajudar o esporte de Alagoas fazendo com que o Museu com o nome do grande Dida viva melhores dias. Voltando ao meu querido futebol. Uma homenagem a duas grandes figuras: Lautheney Perdigão e Zequito Porto.

Por outro lado, a maioria dos nossos que se lançam no campo da história, prefere eleger temática ligada ao culto dos heróis que, inclusive, em inúmeros casos, são criados para que a própria elite continue no culto de si mesma. Esta história trabalhada, pouco significado vai ter para o “povão”. Para os plebeus, a guisa de exemplo, Tavares Bastos é um ilustre desconhecido. No entanto, o nome Pinga de imediato toca milhares de torcedores que se habituaram ao acotovelamento nos campos do Mutange e da Pajuçara. Por isto mesmo, é fácil perceber que o consumo dos heróis é relativo ao segmento social que os arquiteta. E viva Pinga! Legitimamente CRB. Tô meio envergonhado de ser Flamengo depois das declarações do goleirão. Prefiro um péssimo goleiro e bom cidadão a um péssimo cidadão e bom goleiro. Um atleta de relevo e um Clube como o Flamengo devem tomar cuidado em face da representatividade que possuem. Obv.: Apesar disso, Flamengo até depois de morto.

Zequito Porto, um monarca alagoano

Fotos: Arquivo pessoal

O

Capelense, em 1960

Penedense, em 1965

ele somente poderia atingir o máximo que tivesse condições de pagar. Dona Josefa falava sempre na necessidade de conseguir emprego. Zequito já era conhecido em Maceió e belo dia, Hebel Quintela o convidou para jogar no juvenil do CSA. Foi para o juvenil do CRB. Nenhum outro motivo o levou, a não ser gritar pelo seu próprio futuro. Passa para o primeiro quadro, na época em que o grande e esquecido dirigente, dos maiores dentre os melhores das Alagoas, Teófilo Saraiva, pertencia ao Comando do CRB. A recompensa chega e Zequito consegue seu primeiro emprego: foi ser caixa de Pontes & Cia. Ganha o seu primeiro salário; nunca havia visto tanto dinheiro e sai pelo comércio a fora, comprando roupa e sapato; ainda hoje se lembra da calça de flanela e do par de chiquito novo, tudo comprado na Loja América. Não foi de uma hora para outra, que Zequito teve condições de calçar chuteira. O material esportivo era caro. Lá no Diocesano, os “padres” não forneciam equipamento; daí, cada qual jogava com o tipo de sapato que tivesse condições de comprar. Nosso amigo somente foi calçar chuteira quando ingressou no juvenil do CSA. Ali, o clube dava tudo. Teófilo Saraiva ouviu falar do talento e se mandou a procurá-lo. Falou com Dona Josefa. Veio a cantada; no CRB ele arranjava futuro. Vai ser na Pajuçara, que começa e termina a sua carreira profissional. Fica no juvenil do alvi-rubro, em torno de um

Estivadores, em 1963

Zequito (1º da direita) no CRB

ano; entra para o segundo time, faz algumas partidas e, finalmente, era titular do primeiro esquadrão. Naquela época, o técnico do CRB era um sargento da Marinha por nome Fiel. Um bom técnico a privilegiar um atleta viril, em detrimento de performance técnica. Fiel começava o treinamento, exatamente, às seis horas da manhã. No campo do CRB existia alojamento; era pequeno, estreito e um punhado de camas. Os atletas profissionais e amadores dormiam ali, na véspera do treinamento; às cinco horas estavam de pé e às seis, começava o treino. Quem os acordava era José Barros; comiam mungunzá, tomavam café. Nas vésperas, ficava uma base de 16 atletas dormindo. Não havia qualquer confusão. José de Barros era um disciplinador e qualquer falta era comunicada ao diretor de Esportes Terrestres: Otacílio Maia. José de Barros era o faz-tudo: enchia bola, era roupeiro, cozinhava e, finalmente, dava o jogador completo ao técnico. Fiel era homem duro, punha disciplina e todo o mundo respeitava. O fato de ter vindo do sul, já era um cartão de visita respeitável. Correu em Maceió a notícia de que havia chegado a Maceió um sargento que entendia de foot-ball. O CRB convidou. O treino durava uma hora e era como se fosse um treino normal. Não havia esquentamento; era apitar e começar. Tinha um médico que cuidava dos ferimentos: Dr. Jacques Azevedo. Zezito entrou no primeiro time e ganhou um emprego. De Pontes & Cia. foi trabalhar

Esporte Clube Alagoas, em 1955

Seleção alagoana de 1952

com Patterson. Zequito joga foot-ball no CRB até 1935. Neste ano, acontece o inesperado: menisco e ninguém sabia o que era isto. Tratava sem qualquer resultado. Aparentemente, ficava bom. Voltava ao campo e vinha a dor. Não foi pancada, apesar de que as defesas de Maceió jogavam forte, eram pesadas. Escapou de muita cipoada, mas não conseguiu fugir da má sorte. Pulou para dar uma cabeçada e voltou errado. Entrouxou a perna e daí por diante, era suplício. O CRB custeou as despesas. Não ficou bom e tudo isso acontece, justamente, na época em que havia sido convocado para jogar na seleção. Nasceria o técnico, o jornalista e o dirigente. Vai ser o treinador do Vasco da Gama, time mantido por um português, dono de A Despensa Familiar. O português dedicava-se ao Vasco, pagava jogadores e arrebanhava o que havia de melhor no Vergel do Lago e Ponta Grossa. O Vasco formava entre os melhores dos pequenos. Teve um goleiro excelente: Epaminondas jogou na seleção alagoana. Zequito treinava o time no campo do CSA, no campo do CRB e de um pequeno time que existia no Farol, o Ipiranga. Pertencia à Liga Suburbana. Os que iam despontando no Ipiranga, Zequito levava para o Vasco. Pouco a pouco o seu trabalho vai aparecendo; aliás, havia sido discípulo de um famoso treinador que aportou nas Alagoas; era húngaro: Franz Gaspar. O húngaro funda escola em Maceió e

Um dirige um Museu e outro foi desta para melhor

Uma enciclopédia chamada Lauthenay

Lição de vida e futebol Monarca José Porto nasceu em Viçosa, reino de muita gente boa. Zequito Porto, o monarca do foot-ball, chegou às vésperas de um Natal. Era o ano de 1910 e começava a lenda viva, de seis décadas de presença nos campos das Alagoas; cronista, técnico. Josefa Porto, dona de uma pequena bodega em Viçosa, abandonada pelo marido, com quatro filhos nas costas, resolve, em 1920 vir para Maceió e montar negócio na Rua do Queimado e ali, perto da gente do terno do raspa, imprensado entre a quase favela e a riqueza da Avenida da Paz, Zequito começou a ser bom de bola, fazendo fama com sua forma rápida e hábil de postar-se na meia esquerda. Era ali, que se faria o grande inside. Foi pelo terno da raspa que Dona Josefa montou bodega, possivelmente, concorrente de nosso avô, Fausto Vieira de Almeida. A freguesia era pobre. Dona Josefa colocou na bodega feijão, arroz e coisas do gênero, no acanhado do pequeno negócio de secos e molhados. Faria concorrência a nosso avô, vendendo para estivadores, carroceiros, lancheiros, agulheiros, trapicheiros e toda a gama das pessoas do fundeadouro de Jaraguá; gente que recebia o dinheiro contado no fim de semana. Na verdade, ela montou bodega num pedaço de terra que seria celeiro de craques em Maceió. Foi ali que um ex-seminarista por nome Waldemar, morador da Praça do Rayol - onde nasci -, fundou o Uruguai Foot-ball Club, time em que Zequito seria a estrela da mesma forma em que foi no Diocesano e do C.R.B., após ultra-rápida temporada no juvenil do CSA, levado pelas mãos de Hebel Quintela, mas logo Zequito saia. Foi sempre Galo-de-Campina. Depois disso, a única vez que Zequito vestiu a camisa do CSA foi em jogo contra o América de Recife, convidado por outro grande jogador da época: Tininho. Zequito agradece tudo à tenacidade de sua mãe, que, por cima de todas as dificuldades, no fim do mês, tirava do pequeno apurado e pagava o externato, no Diocesano. Era um colégio caro. Apesar das dificuldade, Zequito estava no meio deles, vivia com eles, mas na hora do recreio dava-se a célebre cena de criança pobre no meio das ricas; enquanto as outras comiam, ele ficava sentado em um banco, olhando. Acontece que Zequito era o cobra e, faziam-se disputas entre internos e externos. É claro que o externato sempre vencia, contando com a habilidade do menino pobre e é, justamente, daí, que vem o primeiro dinheiro pago ao Zequito, por conta da habilidade com a bola. Recebe proposta para jogar pelo internato, em troca de lanche. Aceitou. Os externos disseram não e Zequito passou vexame. O craque se arrependeu da atitude e tentou voltar para seu antigo grupo. Dona Josefa, inclusive, não estava de acorde. Zequito tenta externos o rejeitam. Terminam por fazer uma reunião; espécie de julgamento. Finalmente, Zequito volta. Fosse outro, tudo ficava no seu cada qual; sendo Zequito, deu-se a volta. Naquela época, havia campeonato entre os colégios de Maceió e Zequito era vital. Não podia pagar o lanche e nos últimos dois anos, não podia pagar a própria mensalidade. O Irmão Flávio deixa que ele fique estudando por conta dos “padres”, não iria perder algumas dezenas de gol. Se o complexo do terno do raspa era um celeiro de craques, o Colégio Diocesano também. Dizia Zequito, que o Hebel Quintela levou muitos jogadores do Diocesano para o CSA. Dona Josefa Porto nunca havia tomado posição quanto ao futebol. Sabia que em termos de estudo,

O que fazem Lautheney e Zequito Porto

universaliza no meio do sururu, o esquema do WM. Quem trouxe Franz Gaspar foi Antônio Gomes de Barros, ganhando a fortuna de setecentos mil réis, além de casa para alojar-se com a família. Franz Gaspar precisava de um assistente e escolheu Zequito. Nesta época, o Zequito já estava bem de vida e não precisava de foot-ball para ganhar dinheiro. Admirava o trabalho de Franz Gaspar; entendia que se tratava de um treinador completo. Dava preparo físico, esquemas táticos e cuidava da parte técnica do jogador, treinando chute, cabeça, controle de bola. Além disso, dispunha de muita habilidade para lidar com os jogadores. Franz Gaspar achava que o jogador devia dormir agarrado com a bola. Daí, o CRB ter sido transformado no famoso esquadrão de aço. Aprendendo com Franz Gaspar, Zequito consolidou fama. Foi treinador e campeão pelo CRB, bicampeão em 50/51. De técnico foi ser juiz, posição que abandonou. Depois cronista de foot-ball, usava o pseudônimo de Zeprietro. Hoje, Zequito Porto guarda duas coisas; a paz do guerreiro e o respeito de toda a comunidade esportiva de Alagoas. O Monarca está aí, dando uma lição de vida. Saiu para o futebol com a habilidade nos pés. Fez de tudo. A nova geração conta com um Zequito Porto? Conseguiria sair de tanta batalha com a cabeça levantada, na dignidade de sua vida desportiva? Deus guarde o velho Zequito Porto e mantenha a juventude de seu exemplo.

Lauthenay vem reunindo fotos, recortes, artigos, reportagens, entrevistas, livros, camisas, fitas de jogos e, inclusive, vídeos, com uma dedicação incomparável. Jornalista e radialista competente, jogador frustrado, Lauthenay deixou de ser apenas um pesquisador para se tornar parte integrante da história do nosso futebol. Poucos foram os estudos produzidos sobre o futebol em Alagoas. Uma das grandes exceções ocorre com o trabalho do Lauthenay. A ele, Alagoas deve a guarda, divulgação e estudo de material riquíssimo. Todo aquele que admira e gosta do futebol aqui nas Alagoas na certa acompanhou o seu trabalho e por ele soube de coisas do arco da velha. O futebol é tema de prestígio jornalístico, mas não desperta interesse acadêmico. Deve existir outra linha temática que vai interessar mais de perto aos historiadores, sociólogos, antropólogos e outros profissionais. Com isto, o que é um dos mais expressivos fenômenos de massa dentro de nossa sociedade, passa em brancas nuvens, ficando sem a necessária análise e aclaramento de sua posição no universo social brasileiro. Por outro lado, a maioria dos que se lançam no campo da história, prefere eleger temática ligada ao culto dos heróis que, inclusive, em inúmeros casos, são criados para que a própria elite continue no culto de si mesmo. Esta história trabalhada, pouco significado vai ter para o “povão”. Para os plebeus, à guisa de exemplo. Tavares Bastos é um ilustre desconhecido. No entanto, o nome Pinga de imediato toca milhares de torcedores que se habituaram ao acotovelamento nos campos do Mutange e da Pajuçara. Por isto mesmo, é fácil perceber que o consumo dos heróis é relativo ao segmento social que os arquiteta. Foi justamente aos heróis do “povão” que Lauthenay dedicou a vida. Simplesmente, matéria de escolha de uma área de trabalho e quem o conhece sabe que seria bom em qualquer campo que escolhesse. Seriedade, disciplina, organização e vontade de explicar não faltam. Como Theo, Felix Lima Júnior e tantos outros, Lauthenay faz parte de uma geração à qual chamaremos de contida. Não se trata de uma geração marcada pela idade de seus componentes mas pela própria biografia da Província e que, somente há bem pouco tempo começa a quebrar os fatores de contenção. Contudo, por nenhum motivo, isto vai invalidar a contribuição que as pessoas desta geração deram, dentro do tamanho e da perspectiva que poderiam dar. Foram pessoas que deixaram coisas concretas, uma obra. Por seu turno, Lauthenay continua em pleno vigor dos seus 52 anos criativos, a maioria deles dedicada ao futebol que conheceu nos “gramados”, passando no Tiradentes e no CSA, na posição de centroavante. O Tiradentes era, praticamente, um time de vizinhança, juvenis mantidos, ao mais das vezes, pelo esforço de Waldomiro Breda, homem que, também, durante anos se dedicou ao futebol da terra. Desde time, Lauthenay saiu para aspirante do CSA e chegou, em algumas oportunidades, a jogar no time principal, o CSA de Dida, já pelos anos de 1952/53. Naquela época, Alfredo Ramiro Bastos, médico, improvisava o seu lado de técnico de futebol. Acontece que saiu de Maceió, indo fazer um curso de sua área profissional nos Estados Unidos. Para suprir a lacuna que ficou, o CSA mandou buscar um técnico em Recife, Édesio Leitão, e com ele, o centroavante Lauthenay vai desaparecer dos gramados ou como se diz: “pendurar as chuteiras”. O novo técnico queria fazê-lo mudar de posição, passar para a ponta direita. Não tendo vinculação profissional, larga o time e larga o futebol, apesar de insistentemente

convidado para o CRB, por outro grande homem do esporte alagoano: Zequito Porto. Lauthenay nasceu em Maceió, no dia 27 de agosto de 1934. Seus pais João Lopes do Carmo e Maria Benedita Perdigão do Carmo. Fez o curso primário no Diocesano e a formação secundária no Guido. Quando chega à encruzilhada da Universidade, não encontra em Maceió aquilo que escolheria cursar: Educação Física ou Jornalismo. Parte para a vida e nela vai encontrar os campos e a própria história que iria trabalhar. A sua carreira de radialista e jornalista é iniciada na Rádio Progresso, onde entrou como foca pelas mãos de Eraldo Bulhões que era o diretor de Esportes. Pouco tempo depois, Eraldo se afastou e Lauthenay vai assumir a direção. Há um extraordinário salto de qualidade: de foca passa a diretor em coisa de meses. Inicia uma posição de relevo na crônica esportiva, transformando-se na memória do futebol de Alagoas, gerindo um arquivo montado em três cômodos de sua casa. Deixando a Progresso, passa para a Rádio Gazeta onde lança, em nossa modesta opinião, o melhor programa esportivo de todos os tempos na rádio alagoana: O Esporte em Grande Estilo. A razão é bastante simples: abandona o trivial dos programas radiofônicos e lança um estilo que, em nenhum outro momento do rádio esportivo no Estado, poderá ser atingido. Saindo da Gazeta vai para a Rádio Difusora e, posteriormente, para a Palmares. Trabalha em todas as rádios de Maceió. Na sua versão de jornalista, escreveu a mais brilhante coluna esportiva de nossos jornais: Arquivos Implacáveis. Estes artigos serviram de base para a montagem de um de seus livros. Além da Gazeta, colaborou com o Jornal de Hoje, Jornal de Serviços e Jornal de Alagoas. No seu campo profissional, destaca três nomes. No rádio, chama a atenção para Haroldo Miranda, cuja narração chegava a emocioná-lo. Nos jornais, menciona como expressivo, Luiz Alves e lembra, também, o nome de Aldo Ivo. Ao todo, Lauthenay publicou três livros e espera um outro para este mês de maio. São mais de 1000 escritos, entre artigos, crônicas, contos. Centenas de fotografias, recortes de jornais, revistas especializadas. Fitas e mais fitas gravadas, inclusive vídeos. Um acervo que ninguém mais poderia reunir e organizar como Lauthenay Perdigão. Pelo que se leu, na realidade, Lauthenay Perdigão é um tema da história do futebol em Alagoas.

ATUALIZAÇÕES: • Lauthenay agora está com 75 anos; • Publicou 04 livros: Futebol Alagoano através dos Tempos; Arquivos Implacáveis; Memória Fotográfica do Futebol Alagoano; No Mundo da Bola; • Está aguardando a nova publicação do livro Arquivos Implacáveis, prevista para dezembro de 2010, pela UFAL; • São mais de 3000 artigos, contos e crônicas; • Milhares de fotografias (mais de 10.000); • 300 camisas; • 297 livros; • As fitas de vídeo estão sendo todas passadas para DVD; • Realiza o Cantinho da Saudade há 6 anos, onde um ídolo falecido e um ídolo vivo são homenageados. Até hoje, foram 96 homenageados.

O Museu dos Esportes é comandado por Lauthenay; acervo possui, entre outros, fotografias, camisas e recortes de jornais e revistas


O JORNAL JORNA L

Variedades B4

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornal-al.com.br | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

Continuação da página B1

As cenas foram gravadas durante as noites e nos finais de semana Fotos: Arquivo pessoal

A paixão do médico-cineasta pela sétima arte foi marcada pelos festivais de cinema em Penedo. Das oito edições da mostra, Mário Jorge participou de sete. Lá ganharam a telona o misto policial e terror A maldição de Klemenn (1975, quando foi criado o Festival do Cinema Brasileiro de Penedo); Início de uma neurose e Repetições (ambos de 1976 - ano em que houve a primeira edição do Prêmio do Festival de Penedo, na qual Mário Jorge foi premiado por Repetições, uma história sobre um rapaz que faz uma viagem ao próprio cérebro em busca de autoconhecimento); Epílogo, sobre o incesto entre um casal de irmãos; Natureza terapia, a ação da natureza sobre as pessoas; Divina comédia humana, as convenções sociais reprimindo o ser humano; A hora da visita" - seu único documentário -, sobre a velhice, a decrepitude, a solidão; e A vida começa ao entardecer, a ligação homossexual entre dois amigos. “Os festivais penedenses eram o melhor meio de os rapazes que pretendiam fazer cinema se apresentarem ao público. Naquele ano de 1975 surgiram seis: Júlio Simon, com o filme Encontro com Pierre Chalita; Edson Silva e o documentário Palmeira em foco; Denício Calixto e Festa de bravos - vaquejada; Celso Brandão e o ensaio experimental Reflexos; Joaquim Alves e Crise; e o sexto inscrito, Mário Jorge, com A maldição de Klemenn. Os três últimos foram considerados os melhores e cada um deles desenvolveu ao seu modo as suas carreiras. Celso e Joaquim foram muito além das oito edições do Festival de Penedo e ainda atuam, mesmo enfrentando alguns obstáculos e pausas na trajetória. Produziram filmes em 35 e 16 milímetros, vídeo-tape e vídeo-digital. Mário Feijó, que participou como superoitista até o 7º Festival, largou o cinema pelos afazeres da sua vida profissional na Medicina Psiquiátrica”, descreve o crítico de cinema Elinaldo Barros. De lá para cá foram 30 anos em que a câmera ficou longe das mãos, enquan-

to as ideias insistiam em povoar a cabeça. Sempre inclinado em retratar a sua preocupação pelas questões humanas, Mário Feijó - atual diretor do hospital explora em seu novo filme a esquizofrenia em sua faceta mais branda. O digital Anna Bella, a princesa de Gales foge do estereotipado binômio violência/doença mental, constantemente explorado pelo cinema, e revela uma paciente psiquiátrica esquizofrênica de 50 anos, interna há muito tempo, vítima de delírios e alucinações em meio à realidade do hospital. Em seus desvarios, a personagem é rica, filha do governador do Estado, possui 20 anos e é noiva do príncipe do Reino Unido. “Baseei-me em vários pacientes, mas a principal fonte foi mesmo a interna, que delirava as 24 horas do dia, morou conosco durante duas décadas e faleceu aos 82 anos. Sofria de esquizofrenia paranóide, delírios de perseguição, erotomania (convicção de que outra pessoa, geralmente de uma classe social mais elevada, está secretamente apaixonado por ela), de auto-rreferência e, às vezes, era hostil. Mas existe um lado do esquizofrênico que não é violento, e foi esse lado que quis expor no filme: o mundo narcísico, fantástico, delirante e calmo dessas pessoas atormentadas”, revela o cineasta Mário Feijó. Para as filmagens, realizadas de outubro a dezembro do ano passado, Mário Jorge contou com a participação de dezenas de funcionários do Hospital Portugal Ramalho. “Jamais conseguiria fazer esse filme se não fosse a boa vontade e o desprendimento dos colegas. Não podíamos interferir na rotina do hospital, então, gravávamos à noite e nos finais de semana. Além das locações na clínica, tivemos duas externas, uma na Casa da Palavra e outra no Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa). Os apoios de Ricardo Nogueira e de Fernando Lobo também foram fundamentais”, confessa o diretor-psiquiatra. (A.V.) Continua na pág. B5

A psiquiatra Rosimeire Rodrigues fez o papel de uma paciente

Para a cena no pátio do hospital foram utilizados 65 figurantes

Príncipe de Gales chega de moto pelos corredores

CMYK


O JORNAL JORNA L

Variedades

B5

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

Continuação da página B4

Funções foram trocadas para que cada um vivenciasse o dia-a-dia do outro Arquivo pessoal

A atendente Ivana venceu a timidez e viveu a irmã de um paciente

Como os funcionáriosatores iriam vivenciar personagens do seu cotidiano, Mário Jorge preferiu inverter os papéis para que os enfermeiros, psiquiatras, psicólogos, estagiários e até o advogado e o arquiteto do hospital não representassem a si mesmos no filme. “Conseguimos mudar as funções de quase todos para que cada um vivenciasse o diaa-dia do outro”, comentou. Sendo assim, a psiquiatra Rosimeire Rodrigues fez o papel de uma paciente; a advogada Solange de Lucena, a de enfermeira; o arquiteto Adelmo Guimarães Júnior viveu um estagiário; Audenis Aguiar Peixoto, na época diretor da casa de saúde, interpretou outro paciente; e o enfermeiro Manoel Dantas foi o médico e pai de Anna Bella. A psicóloga Tatiana Loureiro viveu a personagem Anna Bella quando jovem. Para ela, a experiência deu a oportunidade de entender mais o universo desses pacientes. “Por mais que conheça-

mos e aprendamos a lidar com eles, interpretá-los é algo revelador. Esses pacientes são vítimas de preconceitos, mas temos que nos lembrar que eles têm sentimentos, que sofrem. Viver Anna Bella me mostrou que devemos ficar atentos e reforçar o nosso trato para com eles”, disse. A atendente Ivana, acostumada a observar as idas e vindas dos familiares dos internos, viveu a irmã de um paciente. “A gente não costuma ver com detalhes o que o outro passa, mas o que mais me surpreendeu foi ver que, debaixo da minha timidez, eu consegui me superar. Foi uma grande surpresa, boa e emocionante”, revela. Além delas também participaram do filme a assistente social Teresinha Araújo, que fez Anna Bella aos 50 anos; a estagiária de Medicina Catarina Rosa, que viveu uma fotógrafa; a estagiária de Psicologia Candice Vasconcelos, uma jornalista cujo personagem tem um papel surpreendente no desfecho do filme; a enfermeira Silvana Vasconcelos, uma das poucas a desempenhar a sua própria função vivida na realidade; e o próprio Mário Feijó, como de costume, fez uma ponte no filme ao interpretar um dos secretários da comitiva do governador na cena gravada na escadaria do Mupa. “Foi o meu momento Hitchcock”, brincou. Entre tantas outras, uma das cenas de maior destaque - além da chegada do príncipe pilotando a moto pelos corredores do prédio do Portugal Ramalho - é a de um dos pacientes entra em crise no pátio do hospital. Foram utilizados 65 figurantes, onde a maioria dos funcionários fez o papel de pacientes. “É interessante destacar que o maior laboratório para os atores foram os próprios pacientes. Eles mesmos escolheram quem iriam interpretar. No dia da filmagem, cada um deles já chegou caracterizado com as roupas e os trejeitos do paciente que iria viver”, comenta Mário Feijó, que nessa cena contou com a ajuda de Lucas Fonseca, Diego Nunes, Cícero Albuquerque, Thiago Jorge Feijó e Eduardo Jorge Feijó como assistentes de direção e fotografia. Previsto para ser lançado em 40 dias, o média não encerra a vida artística de Mário Jorge. Em sua mente brilhante, já germinam sementes para novos projetos. “No final do ano estarei rodando outro filme também com a temática psiquiátrica. Aúnica coisa que posso adiantar é que ele terá helicópteros e cenas com carros”, garante. Sendo assim, essa não será a última vez que ouviremos falar desse psiquiatra, que gosta de manejar a câmera e é louco por cinema. (A.V.)

A esquizofrenia é uma doença psíquica gravíssima, não tem cura e atinge 1% da população mundial. Graças aos avanços da ciência e da tecnologia, através de remédios, a moléstia pode ser controlada. No entanto, parte desses pacientes, mesmo medicados, nunca vai deixar de delirar. Esse é o caso de Anna Bella.

TV ABERTA EDUCATIVA 06h00 06h30 07h00 08h00 09h00 10h00 10h30 11h00 11h30 12h00 12h45 13h00 13h30 14h30

-

Via Legal Brasil Eleitor Palavras de Vida A Santa Missa Viola Minha Viola A Turma do Pererê Poko Castelo Rá-Tim-Bum Janela Janelinha ABZ do Ziraldo Curta Criança Os Heróis da Praia Papo de Mãe Cultura Ponto a Ponto

Canal 3 15h00 16h00 16h30 17h00 18h00 18h30 19h00 20h00 21h00 22h30 23h00 00h45 01h45

-

Stadium Assim que Funciona Expedições Ver TV De Lá pra Cá América Latina Tal Como Somos Som na Rural Conexão Roberto D'Ávila EsportVisão Arte com Sérgio Brito Cine Ibermédia Curta Brasil DOC TV

Canal 7

TV GAZETA 05h50 06h50 07h00 07h30 08h05 09h00 09h30 12h25 13h00

14h56 -

Santa Missa Sagrado Gazeta Rural Pequenas Empresas Globo Rural Auto Esporte Esporte Espetacular A Turma do Didi Temperatura Máxima Acquamarine Globo Notícia

14h59 - Domingão do Faustão 16h45 - Futebol 2010 - Campeonato Carioca Fluminense x Resende 19h00 - Domingão do Faustão 20h45 - Fantástico 23h10 - Big Brother Brasil 10 23h55 - Domingo Maior - 8 Milímetros 02h05 - Flash Big Brother Brasil 10

TV PAJUÇARA TV ALAGOAS A emissora não forneceu sua programação.

Canal 5

00h00 05h25 05h55 06h45 07h15 08h00 09h00 10h00

-

IURD Bíblia em Foco Desenhos Bíblicos Nosso Tempo Desenhos Bíblicos Record Kiks Ponto de Luz Alagoas da Sorte

Canal 11 11h00 11h30 12h30 17h00 20h30 00h00 01h00

-

Informativo Cesmac Record Kids Tudo é Possível Domingo Espetacular Programa do Gugu Serie: Heroes IURD

TV BANDEIRANTES Canal 38 07h00 10h30 11h00 12h00 13h00 13h30 16h30 19h00 21h00 21h30 22h30 23h25 23h30 00h30 01h00

03h00 -

Info Brasil Caminhoneiro Rota Sertaneja Uma Escolinha Muito Louca Magazine UEFA Band Esporte Clube Futebol 2010 Terceiro Tempo Videonews Força Secreta Mar Sem Fim: Viagem À Antártica De Olho na Copa Canal Livre Mundo Fashion Cine Band Wall Street - Poder e Cobiça Vida Vitoriosa

CMYK


Social

O JORNA L

B6

Domingo 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

RECADO

JetNews

“A maior felicidade é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos” Elenilson Gomes topnews@ojornal-al.com.br

FLAVINHA & MÁRIO noiva foi pontualíssima e ao som da Ave Maria caminhou em direção ao altar montado nos jardins da casa que passaria a ser sua. Flávia arrancou suspiros dos convidados. Estava belíssima com seu vestido assinado pela estilista francesa Bárbara Bui e que mais parecia saído de um sonho, pois refletia o espírito despojado e ao mesmo tempo chique da noiva. Mário Marroquim também não escondeu sua emoção. Afinal, era sua futura esposa que se dirigia para ele. Tudo foi perfeito, a começar pela decoração. Ponto para Rodrigo Barbosa, que inspirado pela natureza que cercava o lugar, preparou um belíssimo cenário para o “sim” com a ajudinha de Léo Guimarães, que cuidou da iluminação com sua Vídeo Machine. Gabriela Cabus também merece muitos elogios pelo refinamento do cabelo e da maquiagem que fez na noiva. As daminhas foram um capítulo a parte, pois esbajavam alegria com roupas coloridas grifadas pela Domenica. O Dj Peixe e banda Cannibal não deixaram ninguém parado, enquanto Wilma Araújo praticamente hipnotizou os convidados com sua voz. O Buffet Favo de Mel se superou e Marli e Raquel Brizeno ainda ouvem coros de parabéns pelo magnífico bolo. A noite foi um sucesso e teve a coordenação de Mamá Omena. A este jovem casal já desejamos toda a felicidade do mundo. Só reforçamos nosso desejo para que, em breve, um herdeiro nasça desta união que tem tudo para ser muito feliz.

A

A emocionante entrada da noiva, que foi levada até ao altar por seu pais Lygia e Pedro Coutinho

Já o noivo foi conduzido por sua mãe Marly e seu irmão Evandro Marroquim

Logo após o “sim”, Mário Marroquim e Flávia Coutinho deixam sua felicidade registrada pelas lentes de Chico Brandão

Flavinha cercada pelos irmãs Marroquim

A noiva com suas damas de honra Waleska Tenório e Alexandra Alves

Marcelo Lobo e Mônica, irmã da noiva

Paulo Gusmão e Simone Lobo

Geni carvalho, Gláucia e James Passos, Miguel ângelo e Fernando Gazineo

Maurício e Carla Cansanção

Sandro e Emmanuele Marroquim

Fernanda Quintella, a noiva e Mônica Fireman

Cristina e Cid Porto Filho

Mário Marroquim com seus filhos Marina e Ighor junto com Flavinha

Um brinde entre Carla, Flavinha e Lygia

Eduardo Salles e Christine Porto

Flávia com Alexandra e Fernandinho Luz

Tereza Tenório e Laura Vasco

Cristóvão Ferreira, Meire, José Gomes e Amrinilda Amrim

Heloísa e Luiz Eduardo Cox com Antônio e Valéria Cox

Paula Cartaxo e Danillo Dantas

CMYK


Social

O JORNA L B7

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

NA MAISON M artha Medeiros já provou ser uma das mulheres mais influentes de Alagoas. Por onde passa leva o nome do Estado enaltecendo suas belezas. Quando consegue parar por aqui, em instantes, reúne algumas das mulhers mais chiques da cidade. E assim foi no último dia 10, quando lotou sua Maison M para o lançamento de sua mais nova coleção. O evento ainda trouxe mais novidades, como a grife UMA. Jardins climatizado, prosseco gelado, as delícias do chef Wanderson Medeiros e muita moda: motivos de sobra para agitar nosso mundo social. A seguir, confira alguns cliques deste evento que marcou o calendário fashion da cidade.

M

Wanderson Medeiros com sua equipe: arrasaram

Maria Clara Oiticica, Adriana, a anfitriã e Sneider Lages

Flávia Barros, Martha Medeiros, Carmosina Pereira Leite e Ana Brígida

Martha Medeiros, que trouxe muita moda para a Páscoa alagoana

Wandinha Coutinho e Flávia Jucá Teixeira

Paula Lessa e Nena Ferreira recebem Aninha e Sônia Sampaio

Ledinha Maranhão, Martha e Walderez França

Os anfitriões da festa: Walmy Becho, Martha e Olga Wanderley

Chiquérrima, a Dra. Elizirene Caldas com sua neta Camila

Claudinha Albuquerque e Romilda Pessoa

Carol e Marta Azevedo

Bebete Monteiro e Rosa Santos

O vermelho vem com força na coleção de Martinha Marly Lyra com Rosângela e Mirella Coelho, que já desfilavam a nova coleção

Deputada Kátia Lisboa e Valéria Cox

Shiela Maluf e Cláudia Toledo

Thaíse e Eladja Ferro Cláudia Sampaio e Lisiana Cansanção

Luciana e Adriana Barbosa

Marineuza Florêncio e Martha Medeiros

Dra. Roberta Granja e Cleide Granja

CMYK


O JORNAL JORNA L

Variedades B8

Roteiro

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com| e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura Artesanato

cultura@ojornal-al.com.br

Hoje

Divulgação

Haverá dois eventos em comemoração ao Dia Mundial da Água, no Pontal da Barra e no Posto 7 (Jatiúca) dentro do projeto Viva Cultura Música, em parceria com a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente. O I Maceió Viva Cultura Música Itinerante acontece dentro do I Encontro de Arte e Cultura do Pontal, às 16h, com os grupos Oficina 137 (foto) e Chamaluz, na Pracinha da Igreja. No Posto 7 terá, a partir das 18h, a música instrumental de Van Silva com participação especial de Carlos Bala, da cantora Roberta Aureliano e fechando a noite o grupo Alma de Borracha, prestando homenagem aos Beatles. Aberto ao público. Billy Magno, Geraldo Benson e convidados fazem a festa dos que forem ao Restaurante Trilha do Mar (R. V. Santana, 3, Garça Torta), às 16h. Couvert: R$ 10. Mais informações: (82)3355-1271/9331-0154. O Dia Internacional pela Eliminação do Racismo e os 12 anos em que Zumbi foi incluído na galeria de Herói Nacional serão lembrados em Ato Público pela Valorização da Cultura Popular e Afro, evento que acontecerá a partir das 17h, na Praça Santa Tereza (Vergel do Lago).

Terça-feira A caatinga inspira o artista Paulo Soares a esculpir peças feitas a partir de árvores mortas. A partir das 17h, o Museu Palácio Floriano Peixoto (Praça Mal. Floriano Peixoto, 517 - Centro) abre as portas para 55 desses trabalhos na exposição O Grito da Caatinga. A mostra ficará exposta até o dia 31 de maio, com entrada franca e visitação monitorada as terças, quintas e sextas-feiras, das 8h às 17h; quartas-feiras, das 8h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. Mais informações: (82) 3315-7874.

Quinta-feira O Cine Sesc no Interior pega carona na mostra Cinco Vezes Lucia Murat (que acontece em Maceió) e exibe, às 19h, no Sesc Ler Teotônio Vilela, Maré, Nossa História de Amor, um dos filmes da premiada diretora carioca. A exibição tem entrada franca. Maré, Nossa História de Amor constrói uma narrativa a partir de elementos comuns da realidade brasileira, assim como se utiliza de elementos lúdicos, característicos de um musical. O filme pode ser caracterizado como uma releitura do clássico Romeu e Julieta, com traços da realidade subdesenvolvida do Brasil, junto à nossa musicalidade e dança contemporânea. Mais informações: 0800 284 2440. De 25 e 28 deste mês, o Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso (Jaraguá) vai virar palco para diversas apresentações artísticas da Feira de Negócios dos Municípios Alagoanos. Na programação, espaço para grupos folclóricos e também para bandas de axé e forró. Na quinta-feira (25) tem o som da banda A Farra, sexta-feira (26) o agito fica por conta da Cannibal e no sábado tem o forró do grupo Capa de Sela. Os shows estão marcados para às 22h. Entrada franca. Mais informações: (82) 2122-7300.

Sábado O Núcleo de Apoio e Desenvolvimento de Capoeira (NadecAL) promoverá o seu II Seminário Alagoano de Capoeira, das 8h às 17h, na Escola Jaime de Altavila no bairro de Santa Lúcia, em Maceió. Inscrições individuais: R$15. Mais informações: (82) 8844-4838.

Domingo Para levar literatura também para as crianças, o projeto Papel no Varal estreia a edição infantil. O Papelzinho no Varal, vai acontecer às 15h, no Parque Municipal de Maceió, em mais uma edição do Viva Cultura no Parque. A tarde literária vai contar com a participação musical da compositora Ezra Mattivi. Aberto ao público (convites disponíveis nas lojas Super Pizza). Mais informações: (82)88721705/3315-4735.

CMYK


O JORNAL

Classificados

D1

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: reservas@ojornal-al.com.br

APTO. VENDA CENTRO CONDOMÍNIO FECHADO VENDO apto novo- Sala L com varanda, 03 quartos, sendo 02 suites, Wc social, cozinha, área de serviço. Predio com guarita, interfone, salão festa, churrasqueira, piscina,bar, elevador , pertinho de tudo. R$ 135 mil. Aceito financiamento bancário. Tr. 9351-4440 CRECI 343.

CRUZ DAS ALMAS VENDO apto. térreo em Cruz das Almas, defronte a FITS. Valor R$ 120 mil. Tr.: 88684938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 9326-1127. Creci: 1736 CRUZ DAS ALMAS – VENDO apto sala p/ 02 ambientes com varanda,com linda vista para o mar, 02 quartos sendo 01 suíte, Wc social e de serviço, cozinha, 01 vaga. R$ 130 mil. Aceito financiamento. TR. 93514440- CRECI 343. VENDO quarto e sala, cozinha e Wc, com armários.Todo mobiliado com sofá,cama,geladeira, fogão, TV, gerador, restaurante pilotis e serviço de limpeza 1 vez por semana no apto. Lavanderia. Condomínio baixo apenas 120,00. Valor do apto R$ 105 mil à vista.Tr. 9351-4440 CRECI 343

FAROL LUIZ TAVARES VENDE Edf. Albarello, 3 qtos., s/ 1 ste., wc de empregada, coz., área de serviço, piscina, salão de festa, sauna, sala de ginástica. P. para morar. Sinal + 100 parcelas. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com FAROL – VENDO apto. próximo ao Colégio Marista,sala com varanda, 03 quartos sociais, sendo 01 suite com varanda,Wc social, cozinha, Área de serviço, dependência completa empregada.1 vaga. Área útil 110m² R$ 140 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. FAROL – VENDO apto sala l com varanda, 02 quartos s/ 01 suite, Cozinha, Wc social, dependência empregada completa. Nascente. R$ 110 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. VENDO Farol – Residencial Praça Dos Poetas – Vdo. Aptºs., Sala C/ Var., 02/4 Sendo 01 Suite, Wc Social,Cozinha, Area De Serv., Tr. 9946-2711 // 93812513 Creci 384. VENDO Farol –Pré Lançamento – Cond. Fechado - Apartamentos Com 96,00m2 Sala Ampla P/ 02 Amb., 03/4, 01 Suite, Wc Social, Coz., Area De Ser., E Wc De Serviço. Obs: Prédio Com Apenas 03 (Treis) Andares, C// Elevador. Area Externa: Jardim, Esp., D’agua, E Garagem. Tr. 9946-2711 // 9381-2513 Creci 384.

FAROL – CONDOMÍNIO MORADA DAS ÁRVORES VENDO apto sala com varanda, 03 quartos sendo 01 suite, todos com armários, lavabo, cozinha, área de serviço, dependência completa empregada, 01 vaga, área útil 115m². salão de festas; piscina, poço artesiano e ótima localização.R$ 155 mil.Tr. 9351-4440 CRECI 343. VENDO Farol – Pré-Lançamento – Res. Bem Viver Iii – Cond. Fechado -No Terreo: Sala Ampla P/ 02 Amb. Wc Social, Cozinha, Deposito, Area De Serviço E Wc De Serviço. No Pav. Superior: 03 Ou 02/4 Sendo 01 Suite, Wc Social, Varanda Em 01 Quarto. Tr. 9381-2513 / 9946-2711 Creci 384. VENDO apto. no Edf. Alexandre I, 3 qtos. (ste. + rev.), sala c/varanda, cozinha, próximo ao Marista e a Unimed. Tr.: 8822-3637. Creci: 494 VENDO apto. no Edf. Pallais de Versailles, 3 qtos. (2 suítes) + 1 qto. P/escritório, ampla sala c/varanda, copa, cozinha, dce. Tr.: 8822-3637. Creci: 494 VENDO apto. no Edf. Praça dos Poetas, 3 qtos. (ste.), sala, varanda, cozinha, totalmente nascente. Prédio c/salão de festas, piscina. Estudo receber imóvel de menor valor. Tr.: 8822-3637. Creci: 494 VENDO apto. no Edf. Mikonos, 3 qtos. (ste.), sala, copa, cozinha, armários, dce. Lindo apartamento. Tr.: 8822-3637. Creci: 494

ALUGUEL Casa - Farol Sla de estar, jantar, 3 stes, piscina, churrasqueira, gabinete. Casa - Tabuleiro do Martins Sla ampla, ¾ s/ 1 ste, wc, gab., disp., coz., gar.

FAROL – VENDO apto (Rua Colégio Marista), Sala L com varanda, 03 quartos sociais, sendo 01 reversivel, Wc social, cozinha, área de serviço, nascente. R$ 160 mil.Tr. 9351-4440 - CRECI 343. VENDO apto. no Edf. D. Avelar, 3 qtos. (ste.), sala c/varanda, copa, cozinha, dce, c/armários nos qtos., na cozinha, estantes, box. Tr.: 8822-3637. Creci: 494

FEITOSA BARILOCHE – FEITOSA – VENDO apto sala grande para 2 ambientes, varanda, 03 quartos sendo 01 suite, cozinha, Wc social, Dependência completa de empregada. Nascente Excelente localização. Condomínio baixo. Por apenas 100 mil. Tr. 9351-4440 – CRECI 343.

GRUTA VENDO apto na Gruta, R$ 130 mil. Fone: 9444-4608

JATIÚCA LUIZ TAVARES VENDE apto. no Edf. Lótus, quarto/sala, wc, cozinha, área de serviço, garagem. R$ 105 mil, s/ 50% sinal e o restante em 60x + 1 + INCC cumulativo. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE Edf. Via Natura, sala, quarto, cozinha americana, varanda, área de serviço. Valor R$ 140 mil. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. Email: luiztavares.n@hotmail.com NOVINHO VENDE Edf. Enseada Jatiúca, 3 qtos., s/3 stes., c/armários, sala coz., wc’s e 3 garagens de frente p/ o mar. Tr.: 9982-5470. Creci: 136-F.

APARTAMENTOS SUPER FACILITADOS EM CONSTRUÇÃO Jatiúca Ed. Maison Saint Laurent - entrega prevista: dez/12 - parcelado até 80 meses Área aprox. 96m² - 4 por andar, var, sala, wc soc, 3 qtos (st) coz serv, dce. Ed. Renovatio - Pronto para morar - c/1 ou 2 qtos. Financio até 100 meses pela construtora. Ed. Iluminato - Entrega prevista março/2010 - Área 75m² - 3 qtos s/ 01 suite. Parcelo até 100 meses pela construotra. Ed. Leblon - Entrega Prevista dez/11 Área aprox. 92m² - sala c/ var, wc soc, 3 qtos (st0 coz, serv, dce, piscina, 2 vgs. Parcelado até 120 mese. PONTA VERDE Ed. Damascus - Em construção - Entrega Nov/2010 - Área 101m² - 3 qtos (st), dce, piscina. Financio até 100 meses p/construtora Ed. Classic - Em Construção - entrega prevista fev/2011 - Área 144m² - 3 sts, gabinete, piscina, 2 vgs. Financiamento pela Construtora até 100 meses. Ed. Elegance - Entrega jan/2010 - Área 132m² - sala c/ var, gabinete, 3 qtos s/2 stes, coz, serv, dce, piscina, salão festas, 2 vagas. Financio até 100 meses p/ Construtora. Ed. Brilhanche - Em Construção - entrega abril/2012 - Área aprox. 64m² - 2 suites s/1 revers, piscina. Financio até 100 meses p/cosntrutora. Ed. Spazio Vitale - em cosntrução - entrega prevista julho/2012 - Opção de 1 e 2 quartos. Financio até 130 meses p/construtora. MANGABEIRAS Ed. Absolut - entrega prevista: dez/10 Opções de 01 e 02 quartos. Construção: Construtora Penedo - parcela até 60 meses. PAJUÇARA

Ed. Amalfi - Entrega prevista: Nov/11 Padrão V2 - sala, wc soc, 3 qtos (st) coz, serv. parcela até 100 meses. Ed. Dolce Vita - Entrega Prevista; 36 meses - área aprox. 137m² - 2 ou 3 vagas - parcelado. APTOS. PRONTO P/MORAR JATIUCA Ed. Oregom - PRONTO PARAMORAR - Varanda, sala, wc social, 3 qtos (st) coz. serv, dce, piscina. Ed. Edmilson Pontes - Ao lado co Corredor Vera Arruda - sala c/ var, 3 qtos (st) todos c/ arms, coz. c/arms, serv, dce, 1 vaga Ed. Chales Garnier - sala c/ var, 3 qtos s/ 02 suites (o1 é revers), coz. c/ arms, serv, wc serv, 2 vagas Ed. Porto Valarta - Área media 63m² novo, prox. ao Shopping, opção de 2 e 3 qtos. Prazo até 60 meses pela construtora. PONTA VERDE Ed. Casablanca - R$ 160 mil - Varanda, sala, wc social, 3 qtos (st) s/ 01 reversivel todos com armariso, cozinha com armários, serv. Ed. Antilhas - Sala c/estante, varanda, wc social c/armário e blindex, 3 qtos c/armários s/1 ste, coz. c/armários, área de serviço; Ed. Montcarlo - R$ 185 mil - sala, 2 qtos, wc social, coz., área de serviço, piscina. Ed. Gennesis - Área 100m² - 3 qtos (st) dce, pisicna, 2 vgs. Financio até 100 meses p/ construtora Ed. Ilha de Limnos - Baira Mar - Bl. B Area 106m²- varanda, sala, wc soc, 3 qtos (st) coz, serv, dce. Ed. Houston - Área 106m² - varanda, sala, wc soc, 3 qtos (st) coz, serv, dce, piscina, 2 vagas. Ed. Ed. Pallais Royal - Beira Mar - 194m² 3 vgs, piscina, sl. festas, sala 3 amb, c/ terraço, lavabo, 3 suites, coz. serv, dce. Ed. Delphos - Área 155m³³ - piso granito, sala 3 amb, c/ var c/ vista mar, home, 3 qtos s/ 2 suites (sts. c/ arms, coz. c/ arms, serv, dce, 3 vagas, piscina sl. festa

Ed. Esmeralda - R$ 170 mil - 3 qtos s/1 revers, sala c/ var, coz, serv, wc serv. andar alto Ed. Buarque de Holanda - Área 260m² Varanda em L, sala 3 amb, 4 qtos s/ 2 suites todos c/ arms, wc´s c/ blindex, coz, c/ arms, serv, dce, 4 vgs PAJUÇARA Ed. Casa Bela - Beira Mar - Varanda, sala, wc social, 2 quartos sendo 01 suite, coz. serv, 2 vagas. Ed. Luiza Fernandes - Sala c/ var, , wc ´s com box, 3 suites c/ arms, s/ 01 revers, coz. c/ arms, serv, dce, 2 vags. Área 150m² MANGABEIRAS Residencial San Francisco - Varanda, sala, wc social, 3 qtos (st) s/1 revers, coz, serv. Ed. Roberto Malta - Vendo quarto e sala, coz, wc., 2 elev, gerador, gás, 01 vaga Condomínio Ilhas do Caribe - sala c/ estante, wc´s c/ Box blindex, 3 qtos c/ arms, s/ 01 suite, coz. c/ arms, wc serviço. R$ 120 mil. Ed. Gabriela - sala, varanda, wc social, 3 qtos (st), coz. área de serviço. R$ 80.000,00 FEITOSA Residencial Sangrilá III - Sala 2 ambientes, 3 qtos sendo 01 suite, cozinha com armários, área serviço. FAROL Ed. Myconos - R$ 170 mil - Varanda, sala 2 amb, wc social, 3 qtos (s) , coz, serv, dce. Prox. ao Tribunal de Contas PRADO Ed. Vega - Pc. Da Faculdade - andar alto, varanda, sala, wc soc, 3 qtos (st) coz, serv, dce. R$ 120 mil

CASAS Farol Alameda Acre - Vendo casa com garagem, sala estar, 2 amb, jantar, wc soc. , 3 qtos c/ arms (st) coz. c/ arms, e despensa, serv, depósito, dce. Troco apto. R$ 210 mil.

NOVINHO VENDE Edf. Vivart, 3 qtos., s/1 ste., coz., wc’s e 2 garagens. Tr.: 9982-5470. Creci: 136F. NOVINHO VENDE Edf. Roberto Malta, 2 qtos. C/armários, s/1 ste., coz. C/armários, wc social, 1 garagem. Tr.: 9982-5470. Creci: 136F. NOVINHO VENDE Edf. Roberto Malta, 1 qto., sala, wc social e 1 garagem. Tr.: 9982-5470. Creci: 136F. LUIZ TAVARES VENDE Edf. Gentille Bellini, ampla sala de estar, sala de jantar, varanda, 4 stes., s/1 master c/closet, dce, copa/coz., despensa, área de serviço, 4 vagas na garagem. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com JATIÚCA – PRÓXIMO AO POSTO 7E PARMEGIANO VENDO apto quarto sala, cozinha e área de serviço e Wc social, Condomínio baixo. Excelente localização por apenas R$ 90 mil. Tr. 9351-4440. CRECI - 343. LUIZ TAVARES VENDE Edf. Acores, varanda, estar social, sala de estar, 1 ste., wc social, 3 qtos., cozinha, 2 vaga na garagem, 30m². R$ 270 mil. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com JATIÚCA– VENDO apto sala com varanda 03 quartos sendo 01 suíte com armários, cozinha com armários, DCE. Nascente próximo ao mar. 02 vagas garagem. Excelente localização. Piscina, salão de festas, R$ 230 mil.Tr. 9351-4440 CRECI 343. JATIÚCA- 1ª QUADRA PRAIA VENDO apto sala de estar e jantar com varanda, 02 quartos sociais, cozinha, área de serviço, DCE, em frente ao Posto Sete, 01 vaga. R$ 160 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343.

Av. Rotary - Excelente casa com garagem, terraço, 3 salas, gabinete, wc soc, 3 qtos (st) copa, coz, serv, dce. Exc. p/ consultório R$ 300 mil. JATIÚCA Rua Luiz Ramaljho de Castro - Garagem, terraço, sala 2 ambientes, wc social, 3 qtos (st) czoinha serviço. Stella Maris - Térreo: Garagem, sala 3 ambientes com terraço e churrasqueira, gabinete, lavabo, cozinha com arms, serv, dce. 1º. Andar: circulação wc social com Box e arms, 4 qtos s/ 01 suite c/ hidro e armários, terraço p/2 quartos TABULEIRO JARDIM FORMOSA- Casa com terraço, garagem, sala 2 ambientes, wc social, 03 quartos sendo 01 suite, copa/ cozinha com mesa em granito e armários, depósito SANTAAMÉLIA C5941 - Terraço, garagem, sala 2 ambientes, wc social, 03 quartos sendo 01 suite, cozinha, despensa, área de serviço. BARRO DURO C5621 - Área para churrasqueira, garagem, sala estar e jantar, wc social, 2 quartos sociais, cozinha, área de serviço. Mezanino com sala de TV, 2 quartos sendo 01 suite.

PONTO COMERCIAL Farol Empresarial Comendador Palmeira Vendo sala com wc. Prédio com elevador. R$ 27 mil

TERRENOS JATIÚCA Rua Hamilton Barros Soutinho - Antiga Rua Santo Amaro - Vendo terreno 12x25 BARRO DURO Av. Juca Sampaio - Terreno Comercial prox. ao Hiper Comercial e Casa Jardim do Barro Duro med. 15x40 LITORAL SUL Barra São Miguel - Arquipélago do Sol - Vendo lote 15x30 no Bahamas

Realizando o seu sonho de morar bem!

Casa - Farol 720m², 4/4 s/ 1 ste máster c/ closet, var., piscina, gar. p/ 8 carros.

Apartamento Jacarecica Esc. Apto ¾, var., a. de serv., coz., wc social, 500,00 mensal cond. e IPTu inclusos. Apartamento Gruta de Lourdes 1º andar, ¾, sla , coz, a. de serv., wc, armários.

www.jcconsultoriaimobiliaria.com.br

3241-5781 9966-3207 JATIÚCA – VENDO apto 1ª quadra da praia, sala L com varanda, 03 quartos, s/ 01 suíte, todos c/ armários, Wc social, cozinha com armários, dependencia completa empregada, 02 vagas garagem. Prédio c/ salão festas, gerador, sala de espera, guarita de segurança, 02 elev. 02 vagas garagem. R$ 260 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343

VENDO Mangabeiras – Edf. Modena – Aptº C/ Sala Ampla P/ O2 Amb., C/ Varanda (Vista Para O Mar), 03 Suites, Wc Social, Cozinha, Area De Serviço E Dce. Tr. 9381-2513 /// 9946-2711 Creci 384.

MANGABEIRAS

VENDO apto. novo no Edf. Melillas, próximo ao Shopping, 3 qtos., nascente, 4º andar. Tel.: 8832-7666.

MANGABEIRAS - ILHAS DO CARIBE – VENDO apto sala 2 ambientes com varanda, 03 quartos sendo 01 suíte, 1 vaga, andar alto, vista para o mar.. Desocupado. A vista 125 mil. TR. 9351-4440 CRECI 343. MANGABEIRAS – VENDO apto sala p/ 2 ambientes, 03 quartos, sendo 01 suite, 01 reversível, cozinha, Wc social, desocupado. R$ 150 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. MANGABEIRAS- VENDO apto andar alto, sala de estar e jantar, 03 quartos, sendo 01 suite com varanda, 01 social, 01 reversivel, cozinha, Wc social, Wc serviço.R$ 175 mil. Tr. 9351-4440.CRECI 343.

OUTROS BAIRROS

LUIZ TAVARES VENDE Palazzo Magglore, 4 stes., jantar/estar, lavabo, coz., 4 vagas de garagem. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com

PONTA VERDE – VENDO apto. sala 2 ambientes, 03 quartos sendo 01 suite, 01 reversível, Wc social, cozinha, 02 vagas de garagem. R$ 230 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. PONTA VERDE – RUA DEPUTADO JOSÉ LAGES - VENDO apto com 117m², sala com varanda, 03 quartos sendo 01 suíte, Wc social, DCE, 01 vaga. R$ 220 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. LUIZ TAVARES VENDE apto. no Edf. Karuma, beira mar, 4 qtos. R$ 700 mil, opção de pagamento. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251.

VENDO P. Verde – Dom Francisco Pizarro – Aptº De Frente C/ 130m2 De Area /Útil, C/Sala Ampla P/ 02 Amb., 03/4 Suite, Wc Social Area De Serviço E Dep. Comp. De Emp. Tr. 93812513 /// 9946-2711 Creci 384.

PONTA VERDE – VENDO apto sala p/ 2 ambientes 03 quartos sendo 01 suite, cozinha, área de serviço, Wc social, 01 vaga garagem. Área 87m². Excelente localização. 1 Vaga. R$ 160 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343.

LUIZ TAVARES VENDE apto. c/ 3 qtos., 1 ste., coz., área de serviço, 1 garagem. R$ 140 mil, financiamento pela Caixa, BB etc. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. Email: luiztavares.n@hotmail.com

NOVINHO VENDE Edf. Dulce Maria, 3 qtos., s/1 ste., sala, coz., wc social e 1 garagem. Tr.: 9982-5470. Creci: 136-F.

LUIZ TAVARES VENDE Edf. Palazzo Bianchi, 4 stes., dce, sala de estar e jantar, lavabo, 4 vagas de garagem. Tr.: 96078869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com

PONTA VERDE – VENDO apto sala com varanda, 03 quartos sendo 01 suite todos com armários, Cozinha, dependência completa de empregada. 01 vaga. R$ 135 mil. Tr.9351-4440. CRECI 343.

LUIZ TAVARES VENDE Edf. Shangrilá, 3 qtos., s/1 ste. Reversível, sala de estar/jantar, cozinha e área de serviço. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com

PONTA VERDE

MANGABEIRAS – VENDO apto sala “L” com varanda, 03 quartos sendo 01 suite, wc social, Wc de serviço, cozinha com armarios, área de serviço. Nascente. Ótima localização. Prédio novo e desocupado. R$ 155 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343

PONTA VERDE – VENDO apto próximo ao Bompreço. Sala com varanda, 03 quartos com armário, sendo 01 reversível, 01 Wc social, cozinha com armários, a. serviço, 01 vaga. Excelente localização. R$ 135 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343.

MANGABEIRAS – VENDO quarto sala, novo e desocupado, financio pela Construtora e ou Bancos. Nascente. Ótima localização.Salão festas, gerador, guarita segurança, gás individualizado. R$ 115 mil. Tr. 9351-4440 – CRECI 343.

PONTA VERDE - VENDO apto, sala 02 ambientes, varanda grande, 03 quartos sendo 01 suíte, cozinha. Área serviço, Wc Social, DCE,. 02 vagas. Nascente. Prédio com 02 elevadores, salão festas. R$ 260 mil. TR. 9351-4440 CRECI 343.

APARTAMENTOS Ponta Verde Ed. Canavial Apto 102 - Sala, wc social, 2 qtos, coz., área de serviço, wc serviço. Ed. Canavial Apto 302 - Sala, wc social, 2 qtos, coz., área de serviço, wc serviço. Ed. Desirré - Área 66m² - Sala c/ var., 2 stes s/1 revers, coz., serviço. Ed. Abaíba - Lida vista p/mar Área 200m² - var., sala c/estante e bar, wc social c/arms, e bliondex, 3 qtos s/2 stes c/(stes c/arms e varanda), coz. c/arms, serv, DCE, 2 vagas. Ed. Rui Palmeira - Sala c/ var, wc soc, 3 qtos s/1 revers, coz, serv, wc serv, 1 elev. Jatiuca Ed. Platanus - Aptos: 403 - Novo, sala c/ var, wc social, 2 qtos (st) coz, serv, 2 elev, gerador, gás. Ed. Platanus - Aptos: 405 - Novo, sala c/ var, wc social, 2 qtos (st) coz, serv, 2 elev, gerador, gás. Ed. Platanus - Aptos: 406 - Novo, sala c/ var, wc social, 2 qtos (st) coz, serv, 2 elev, gerador, gás. Ed. Platanus - Aptos: 501 - Novo, sala c/ var, wc social, 2 qtos (st) coz, serv, 2 elev, gerador, gás.

Ed. Oregon - Aptos: 402, Novo, 2 qtos s/1 ste, coz, serv. piscina, salão festas 1 ou 2 vagas. Ed. Oregon - Aptos: 602, Novo, 2 quartos s/1 suite, coz, serv. piscina, salão festas 01 ou 2 vagas. Ed. Jorge de Lima - Sala com estante, wc soc. c/arm. E blindex, 3 quartos s/1 ver. Todos c/arms, coz.c/arms, serv. c/arms, wc serv, c/blindex. Ed. Seatlle - Apto. 505 - Novo, 2 quartos s/1 ste, coz, serv. piscina, salão festas 01 ou 2 vagas. Ed. Seatlle - Apto. 603 - Novo, 3 quartos s/1 suite, coz, serv. piscina, salão festas 01 ou 2 vagas. Ed. Seatlle - Apto. 606 - Novo, 3 quartos s/1 suite, coz, serv. piscina, salão festas 01 ou 2 vagas. Mangabeiras Ed. São Rafael - Varanda, sala, wc social, 3 qtos s/1 ste, coz., área de serviço, dependência completa. Ed. Barra Mar - Varanda, sala, wc social, 3 qtos s/1 revers, coz., área de serviço, wc de serviço. Pajuçara Ed. Timoneiro - varanda, sala, wc social, 2 qtos (st) cozinha, área de serviço, wc serviço.

Jacarecica Conj. Alfredo Gaspar de Mendonça - Sala, wc social, 2 quartos, cozinha, área de serviço. Poço Ed. Bruno Perreli - Apto. 107 Novo, c/varanda, sala, wc social, 3 qtos ( st) coz, área serviço, lazer na cobertura c/salão festas, piscina, sauna. Ed. Bruno Perreli - Apto. 903 Novo, c/varanda, sala, wc social, 3 qtos ( st) coz, área serviço, lazer na cobertura c/salão festas, piscina, sauna. Cruz das Almas Ed. Santa Joana - Sala, wc social, 2 qtos, coz., serviço, wc serviço Serraria Conj. José Tenório - alugo com sala, wc social, 2 qtos, coz. serv. R$ 350,00 + Cond. R$ 50,00. Iptu incluso

CASAS Ponta Verde Rua Prof. Vital Barbosa - Térreo - Garagem, terraço frontal e lateral, sala estar 2 amb, sala jantar, 1 ste revers, copa/coz., serv, dce. 1º. Andar: gabinete e 2 suítes.

Farol Rua Pedro Oliveira Rocha - Rua entre a Cycosa e o HSBC com garagem, sala única, wc social, 3 qtos (st) copa/cozinha, serv, dce. Excelente para escritório.

PONTOS COMERCIAIS Centro Rua França Morel - Excelente para consultório ou escritório com recepção com wc, 2 salas com wc, depósito. Farol N4112 - Alugo prédio com 2 pavimentos na AV. Tomaz Espindola, 151 - Farol. R$ 1.500,00 JATIUCA N1212 - Av. Álvaro Otacílio ( Beira Mar ) Alugo terreno vizinho a Galeria Passeio Stella Maris medindo 22,50 x 70. Exc. p/ Agência Bancária. N1705 - Av. Álvaro Calheiros Alugo terreno medindo 12x30. N1213 - Av. Álvaro Calheiros Alugo terreno medindo 60x33. Jacintinho Loja - Alugo loja com wc ao Lado do Gramadão R$ 250,00.

CMYK


O JORNAL JORNA L

Classificados D2

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: reservas@ojornal-al.com.br

CENTRO VENDO Centro – Rua Da Praia Pré-Lançamento – Res. Vila Da Praia – Cond. Fechado C/ Apenas 09 (Nove) Casas Duplex. No Terreo: Sala P/ 02 Amb. Cozinha Americana, Area De Serviço. No Pav. Superior: 02/4, Sendo 01 Suite E Wc Social. Tr. 9381-2513 / 99462711 Creci 384.

FAROL LUIZ TAVARES VENDE Edf. Pergano, 125m², 3 qtos., 1 ste. + 2 ste. Reversível, sala p/ 2 ambientes c/ varanda, coz., dce, 2 vagas na garagem, c/ armários. R$ 350 mil, aceito carta de crédito. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE no Edf. Nantes , 3 qtos., 1 ste. + wc de empregada, 2 vagas de garagem, piscina, salão de festa, sala de ginástica, guarita de segurança, 100% na cerâmica. Sinal + 80 parcelas. Tr.: 96078869. Creci: 1251. LUIZ TAVARES VENDE apto. no Edf. Via Grandesso, 3 qtos. Sociais s/2 stes., varanda, sala p/2 ambientes, coz., área de serviço, dce, garagem. R$ 280 mil s/ 50% sinal e o restante em 60x + 1% + INCC cumulativo. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. Email: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE apto. no Edf. Mont Serrat, varanda 2 salas de estar, 3 stes., copa, cozinha, despensa, área de serviço, 2 qtos. De empregada c/ 1 wc, armário e split. Tr.: 96078869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE apto. 2 qtos., sala p/2 amboentes, wc, coz., área de serviço. Tr.: 96078869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE Edf. Diana, 40m², 4 salas. Valor R$ 110 mil, financiamento pela Caixa. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE apto. c/3 qtos., 1 ste., coz., área de serviço, 2 vagas na garagem. Aceito carta de crédito. R$ 170 mil. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE no Edf. Francisco Brennand, 3 stes., dce, sala de estar, 3 vagas de garagem. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com LUIZ TAVARES VENDE Edf. Palazzo Ducale excelente cobertura. Valor R$ 1.257, 392, sinal + 40 parcelas. Pronto para morar. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com

PAJUÇARA NOVINHO VENDE Edf. Bruno Perrelí, 3 qtos., s/ 1 ste., sala, coz. e 1 garagem. Tr.: 99825470. Creci: 136-F. VENDO Pajuçara – Edf. Trianon – Vdo. Aptº., C/ Sala Ampla, 03/4 Suite, Wc Social E Demais Comodos. Tr. 9946-2711// 93812513 Creci 384.

SERRARIA OPORTUNIDADE! VENDO vários lotes no São Jorge, 6x10, R$ 10 mil; 6x9, R$ 9 mil. Tr.: 8896-3946/ 9978-6430. Creci: 1007. VENDE-SE apto. no Residencial Vale Verde 3º andar, 3 qtos., coz., garagem, wc social, campo de futebol, salão de festas, piscina. Tr.: 9129-7020/ 9902-4182.

APTO. ALUGA FAROL ALUGO apto. no Edf. Ulysses Braga, 2 qtos., wc social, sala c/varanda, copa, cozinha, dce. Tr.: 8822-3637. Creci: 494 FAROL – ALUGO apto ao lado do Mirate São Gonçalo e ao Colégio Sacramento, 03 quartos sendo 02 suítes, cozinha área de serviço, dependência completa empregada, 02 vaga. Área útil 130m². Nascente. Aluguel R$ 1.200,00 + Condomínio+IPTU . Tr. 93514440 – CRECI 343. ALUGA-SE suíte atrás da Casa da Indústria. R$ 350,00. Tratar: 9981-2638.

JATIÚCA ALUGO apartamento c/ quarto e sala, mobiliado, a 50m da praia, na Jatiúca. Mensalidade ou temporada. Contato: 88366816/ 3337-0369.

CASA VENDA BARRO DURO VENDO casa no São Jorge. Valor R$ 100 mil. Tratar pelos telefones para contatos: 88684938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 9326-1127. Creci: 1736

Creci: 1852

VENDA APTO. PONTA VERDE Ed. Carlos Piatti. Lançamento 2 e 3/4 com suíte, varanda, piscina, salão de festa, sala ginástica, sauna. Entrada + saldo em até 100 meses direto com a construtora. Ed. Kanandu. Excelente Beira mar 257m². sala jantar, sala de estar p/2 ambientes, 4/4 s/2st, varanda, cozinha completa de armários, wc social, lavabo, despensa, dce. Com dois qtos de empregada 3vagas de garagem Ed. Everaldo Castro. Pronto p/morar 92m² 3/4 s/1 st, DCE, varanda, sala para 2 ambientes. Piscina. Salão de Festa, sala de ginástica, sauna. 2 vagas garagem Entrada mais saldo em até 100 meses. Pode ser financiado pela CEF.

VENDA CASA FAROL Casa Farol 3/4 sendo 1 ste c/Hidromassagem, wc social, wc serviço, sala p/2 ambientes em Granito, armários na coz. e nos qtos. Garagem p/2 carros. Aceito imóvel de menor valor ou Carro. VENDA APTO. FEITOSA PROTO PARA MOPRAR 3/4 1st. Rever. Gás. nascente, reformado, Entrada R$ 15 Mil saldo 100 x R$ 650 direto c/a construtora ou financiamento pela Caixa Econômica. Lançamento próx. ao Shopping Mira mar cond. fechado c/ vigilância 24Hs 3/4 s/1 ste reversível, gás, sl festa, sl ginástica, sauna, piscina. Ent. 10 mil saldo em até 120 meses. Pagando em dia desconto de R$ 100 reais na mensalidade até a entrega da obra.

9988 0035 9125 0187 8856 9726

VENDO Farol –Rua Estatistico T. De Freitas - Vdo. Casa Em Terreno De 10,00 X 30,00, C/ Garagem, Varanda, 02 Salas, Gabinete, 03/4, Wc Social, Cozinha, Area De Serviço E Dce.Tr. 9381-2513 // 9946-2711 Creci 384. FAROL– VENDO casa jardim, terraço, sala p/ 02 ambientes, 03 quartos sendo 01 suite, todos com armários, cozinha, dependência completa emprega, quintal, garagem, R$ 240 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343

FAROL – PRÓXIMO AO COLÉGIO MONTESSORI VENDO casa com sala de visita, sala de jantar, 03 suítes, sendo 01 com closed, todos com armários, depósito, área de serviço, cozinha com armários, DCE, garagem. R$ 160 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. JARDIM DO HORTO FAROL – VENDO casa nova, sala de estar, sala de jantar, gabinete,, hall, 04 suites, sendo 01 master com closed,copa/cozinha, despensa, área de serviço, DCE, garagem, jardim,R$ 650 mil. Facilito pagamento. Tr. 9351-4440 CRECI 343. VENDO Pré-Lançamento – Res. Parque Do Farol – Cond. Fechado Casas Duplex C/ 120 M2 - No Terreo: Jardim, Garagem, Sala Ampla P/ 02 Amb., Wc Social, 01 Quarto, Cozinha E Area De Serviço. Tr. 9381-2513 / 9946-2711 Creci 384.

PONTO COMERCIAL – LANCHONETE EM FUNCIONAMENTO, COM INSTALAÇÕES E UTENSÍLIOS NA PONTA VERDE. TRATAR: 9331-7774 JATIÚCA VENDO casas em Jatiúca. Valores R$ 250, 220 e 150 mil. Tr.: 88684938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 93261127. Creci: 1736

JACINTINHO VENDO casas no Jacintinho. Valores R$ 50, 45 e 80 mil. Tr.: 8868-4938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 9326-1127. Creci: 1736 OPORTUNIDADE! VENDEcasa 2 qtos., cerâmica, wc, quintal. Não aceito financiamento. R$ 30 mil. Tr.: 8896-3946/ 9978-6430. Creci: 1007.

OUTROS BAIRROS VENDO uma casa na principal do Santos Dumont. Com mais de 90m² de área construída, 3/4 - sendo um suíte, garagem, lajeada e área de serviço. Perto de escola, farmácia e mercado. Contato: 9614-3286 VENDE-SE excelente casa no Pontal do Peba, no município de Piaçabuçu, com 4 qtos., s/ 2 stes., 3 banheiros sociais, copa, coz., ampla sala de estar, churrasqueira e piscina de frente para o mar. R$ 150.000,00. Tr.: 9998-1011. VENDO imóvel (defronte ao Campo do Sete), med. 20x40. Valor R$ 160 mil. Tr.: 88684938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 9326-1127. Creci: 1736 VENDO casa em Bebedouro. Valor R$ 22 mil e no Conj. Peixoto. Valores R$ 80 e 60 mil. Tr.: 8868-4938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 9326-1127. Creci: 1736 PARIPUEIRA –RUA POR TRAZ DA CASA VASCO VENDA casa terreno 10x30, varanda, 02 salas, 03 quartos, copa e cozinha, WC social, quintal enorme.R$ 65 mil. TR. 93514440. CRECI 343 VENDO Santa Amélia – Vdo. Mansão C/ Linda Vista P/ Lagoa, C/ 03 Salas, 04 Suites, E Demais Comodos. Lazer: Piscina, Sauna, Salão De Ginastica, Quadra De Futebol De Salão, Churasqueira Etc. Tr. 9381-2513 // 9946-2711 Creci 384. SANTA AMÉLIA – VENDO casa nova, com jardim, garagem, sala visita, sala de jantar, 03 suites, cozinha, DCE. R$ 270 mil. Tr. 9351-4440-CRECI 343 LUIZ TAVARES VENDE Excelente casa no Aldebaran, área 600m², terreno 1,450m². Tr.: 9607-8869. Creci: 1251.

PRADO PRADO – VDO. Casa C/ 02 Pav., C/ Sala, 03/4, Wc Social, Cozinha E Area De Serviço, E Grande Quintal. Medindo 8,00 X 50,00, Tr. 9381-2513 // 99462711 Creci 384

POÇO VENDO casas no Conj. Pajuçara. Valores R$ 190, 145, 150 e 220 mil. Tr.: 8868-4938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 93261127. Creci: 1736

CASA ALUGA OUTROS BAIRROS

IMÓVEIS PARA VENDA APARTAMENTOS Ponta Verde Cond. Itália, 2qts, Sendo 1suite, 2ª Qd. Da Praia De P. Verde, Próx. Supermercados, Escolas, Etc. Ref. Fha - 139 63m, 2qts, s/1ste, 2vagas. Próx. a Praça do Skate. Ref. Fha-02 235m piso em granito, 4suites, sala, coz. wc social, 2varandas, 2vagas. Aceita imóvel De Menor Valor. Ref. Fha-134 Melhor Local Da Ponta Verde, 146m, 3qts Sendo 1suite, Sala C/Varanda, Coz. Dce. 1vaga. Ref. Fha-23 - Tel. 3033-6000. Desportista Humberto Guimarães, 4qts s/2stes, granito, sala, coz. área de serviço, var., 2vagas, 137m. Ref. Fha-25 3suites s/2reversíveis, Sala, Coz, Dce, Varanda, Armários, 120m, 2vagas. Ref. Fha-28 Ótima local., 3stes c/armários, sala c/varanda, coz, 2vagas. Ref - Fha - 35 Sala P/2 Ambientes, 3qts s/1ste, coz, área De Serviço, 2 Vagas,120m. Ref - Fha - 40

Próx. a Praça Lyons, 3qts. s/1ste, sala, varanda, wc, coz. área de serviço, 1vaga, 98m. Ref. Fha-29 3suites, Sala C/ Varanda, cozinha, Dce, C/Armários. R$ 450.000,00, Recebe Imóvel De Menor Valor. Ref- Fha-32 Pajuçara 3qts, s/1ste, sala, coz, wc social, prédio revestido em ceramica área de lazer c/piscina, qd., academia, etc. 2 elevadores. Entrega Dez/10. Stella Maris 51m, Q/S, Cozinha, Wc Social, Mobiliado, 1vaga, 7° Andar. Ref. Fha - 01 122m, 3stes, sala P/2 ambientes, coz. dce, varanda. Ref. Fha - 12 Mangabeiras 3qts, Sendo 1reversível, Sala 2ambientes, Coz. Área De Serviço, Wc Social, Varanda, Wc De Serviço. Ref. Fha - 38 Linda Cobertura Beira Mar Totalmente Mobiliada Pronta P/Morar, 4vagas, 290m.

Terreo C/3 Qts Sendo 1suite, Wc Social, Sala, Varanda, 103m. Nasc. Cond. 170,00. Ref. Fha-13 - Tel. 3033-6000. Cruz das Almas Novo! 2qts, Wc Social, Sala Em L, Varanda, Cozinha, Área De Serviço, 1vaga, Piscina, Salão De Festas, Nascente. Ref-Fha-06 Farol Cobertura, 4qts. s/2stes, 3salas, 2wcs, despensa, coz. dce, armários, Terraço Descoberto. Ref-Fha-14 Para Investir: Galeria C/10 Salas Já Alugadas. Òtima Localização. Todas C/Wc. Ref - Fhpc - 01 - Tel.3033-6000. Gruta Arte Vida Ii, 3qts, Sendo 1suite, Sala, Coz, Área De Serviço, Cozinha Pronta, Wc Decorado, 1vaga. Ref. Fha166 - Tel.3033-6000

CASAS Farol 3qts, Sendo 1suite, 2salas, Gabinete, Coz, Jardim, Quintal, Churrasqueira, 180m. R$150.000,00. Ref. Fhc-07 4qts Sendo 1suite C/Banheira, 2salas, Gabinete, Cozinha C/Armários, Wc Social, Jardim, Quintal, 230m. Ref. Fhc-18 - Tel.3033-6000. Jardim Petrópolis 5suites, Varanda, Sala, Coz, Despensa, Lavabo, Dce, C/Armários, Piscina, Pomar C/Mais 1.800m. Ref-Fhc-51 250m, 4suites, Sala, Cozinha, Lavabo, Dce, Piscina, Ótimo Acabamento. Ref. Fhc - 012

San Nicholas

Santa Amélia

3suites, Gab, 3salas, Coz. Dce, 3carros, Varanda, Jardim, Dce. Ref. Fhc-32 -Tel.3033-6000. Feitosa Nova! Cond. Fechado, 3qts, Sendo 1suite, Sala P/2 Amb. Coz. Varanda, 100m, Podendo Ser Financ. Ref-Fhc-08 Tel.3033-6000. Serraria Rua Tranquila, 3qts. Sendo 1suite, Sala, Gabinete, Despensa, Coz. Lavand. Dce, Jardim, Quintal. Ref. 09-Tel. 3033-6000.

Vista P/Lagoa, Nasc. 180m² Área, 3/4 Sendo 1suite C/Closet Mezanino Coz. C/Armário 8vgs Pisc. Ref. Fhc52 - 3033-6000. Mangabeiras 250m, 3qts Sendo 1suite, 3salas, Cozinha, A. Serviço, Dce, Garagem, Pisc. Ref. Fhc13 - Tel.3033-6000.

Águas Mansas Ipioca, Lote 20x30m Preço De Ocasião, Aceita Carro, Moto. Ref. Fht07

IMÓVEIS PARA ALUGUEL Poço Ponto Comercial Com Moradia Para Salão, Lanchonete, Etc. Praça Sininbú Loja Com Wc Em Galeria. Praça Sininbú Loja Com Wc, Depósito E Vitrine. Praça Sininbú Salas Individuais com e sem banheiro. Centro - Escritórios/Clínicas Ocupando Todo Andar, Espetacular Vista E Ventilação, Montado C/Bancadas Em Granito, Armários Modernos, Portas De Vidro, C/Várias Salas, Refeitório, Sanitários, Condicionadores De Ar.

3033-6000 2122-6018 TABULEIRO

SERRARIA

OPORTUNIDADE! VENDO casa c/ 2 qtos., salas, coz., quintal 5x15. R$ 17 mil. Tr.: 8896-3946/ 99786430. Creci: 1007.

VENDO Serraria – Investidores / Renda Garantida – Próximo Ao Novo Shopping - Vdo. Condominio C/ 06 Casa Novas. Tr. 9381-2513/9946-2711. Creci 384.

LUIZ TAVARES VENDE no bairro do Murilopólis, casa med. 572m² construída em em 3 lotes, cada 15x30, 4 qtos., 3 stes. S/1 com closet + gabinete, sala p/ 3 ambientes, com varanda, lavabo, wc, ampla coz. C/ copa, lavanderia, dependência completa de empregada + VENDE-SE uma excelente casa c/ 3 qtos., 1 ste., garagem p/3 carros, terreno 15x30, Tabuleiro Novo. Valor R$ 135 mil. Tr.: 8826-5328. LUIZ TAVARES VENDE casa nova no Jardim Petropólis, 3 qtos., 3 stes. + dce, sala p/ 2 ambientes, coz., área de serviço, garagem p/ 6 carros. Valor R$ 300 mil, financiamento pela Caixa. Tr.: 96078869. Creci: 1251. E-mail: luiztavares.n@hotmail.com

VENDO Serraria – “Jardins De Versalles” – Vdo. Próximo Ao Novo Shopping – Casas Duplex Em Cond. Fechado. No Terreo: Jardim, Terraço/Garagem, Sala Ampla P/ 02 Amb.Wc Social , Cozinha E Area De Serviço. Pav. Superior: 02 Suites. Area De Lazer Do Condominio: 02 Piscinas (Adulto/Infantil), Campo De Futebol, Playground E Salâo De Festas. Tr. 9381-2513 / 9946-2711 Creci 384.

ALUGA-SE Kitnet no Trapiche, 1º e 2º andar. R$ 250,00. Tratar: 9981-2638.

COMERCIAL VENDA CENTRO VENDO Centro –Renda Garantida - Vdo. Prédio Comercial, Terreo C/ Recepção E Mais 02 Pavimentos, C/ 12 Salas Grandes. Tr. 9946-2711 // 9381-2513 Creci 384. VENDO Centro – Renda Garantida – Vdo. Excelente Estacionamento, Todo Fechado E Com Todas As Vagas Cobertas. Tr. 9381-2513///99462711 Creci 384. CENTRO - VENDO prédio Comercial na Rua Cirilo de Castro, com frente para 02 Ruas com área construída total de 247,50m². Excelente para Comércio. Nascente. Excelente localização. R$ 130 mil. TR. 9351-4440 CRECI 343.

FAROL VENDO ponto comercial no Work Center, linda sala c/armários, birôs, estante, sala de espera. Tr.: 8822-3637. Creci: 494

LUIZ TAVARES VENDE sala comercial no Norcon Empresarial, na Av. Com. Gustavo Paiva, Mangabeiras. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. Email: luiztavares.n@hotmail.com

TERRENOS

Ponta Verde Novo, Qto/Sala Próx. Praça Do Skate, Prédio C/Piscina R$ 1.100,00 C/Cond. Imóveis Comerciais Farol casa comercial 300m, área, c/3 stes c/closet, 2salas, coz, armários, copa, despensa, esta. p/6 carros, dce, Jardim, Varanda. Centro ótimas salas individuais, conjugadas, c/ou s/wc, p/escritórios, consultórios, Etc. Centro galpão, próx. Mercado c/2wc, 1depósito, ótimo p/comercio em geral. Poço Loja C/Escritorio, Depósito, Rua De Grande Movimento.

ALUGA-SE 01 casa no Trapiche, c/2 qtos. Tratar: 93716436.

MANGABEIRAS

Jacarecica Beira Mar, 2.100 M Excelente Oportunidade, Praia Da Sereia. Tel.3033-6000.

Apartamentos Ponta Verde Quarto/Sala, Varanda, C/Geladeira E Fogão. R$ 1.100,00 C/ Cond. E Iptu. Pajuçara 3qts Sendo 1suite C/Armários Sala C/Varanda, Coz, Dce, Ótima Localização. R$ 900,00 C/Cond. E Iptu. Mangabeiras Próx. Praia 3qtos Sendo 1suite, Sala, Varanda, Coz, Área De Serviço. R$1.800,00, C/Cond. E Iptu. Mangabeiras 3qts Sendo 1suite, Wc Social, Armários Na Coz, E 1quarto, Blindex Nos Banheiros. R$1.500,00 C/Cond. E Iptu.

TRAPICHE

LUIZ TAVARES VENDE sala comercial no Norcon Empresarial, na Av. Com. Gustavo Paiva, Mangabeiras. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251. Email: luiztavares.n@hotmail.com

CHÁCARAS

Cond. Fechado, 900m Vista P/Mar 100%Regularizado. Ref. Fht-05 - Tel.3033-6000

MARAGOGI: COND. PRAIA CAMACHO - à 500m do Hotel Salinas e à 3 km da cidade, alugamos casas e chalés mobiliados, à beira-mar, p/ fins de semana, feriados etc. Contato: 3337-3664/ 9982-7855. Site: www.camacho.maragogi.com

VENDO Serraria – Lançamento – Vila Mariah - Casas (Cond. Fechado), C/ 116m2, Duplex, No Terreo: Garagem, Sala P/ 02 Amb., Lavabo, Cozinha E Area De Sev.,E Varanda -1º Andar: 03/4, 01 Suite, Wc Social E Var..Lazer: Piscina C/ Deck, Quadra De Futebol, Churasqueira, Parque Infantil, Etc., Tr. 9946-2711 / 9381-2513 Creci 384. SERRARIA – VENDO casa nova (condomínio Fechado) ao lado da Fundação BRADESCO. com 02 salas, 03 quartos, sendo 02 suites, DCE, 02 Vagas, finíssimo acabamento com área útil 300m². R$ 450 mil. TR. 9351-4440. CRECI 343.

POÇO VENDE-SE 01 sala, nº 104, no primeiro andar, na galeria Maceió Mall, na Av. Dona Constança, Sto. Eduardo. Tr.: 9129-7020/ 9902-4182.

COMERCIAL ALUGA FAROL ALUGA-SE salas comerciais, por trás da Casa da Indústria. R$ 350,00, incluso energia e condomínio. Tr.: 9981-2638

POÇO ALUGA-SE um ponto comercial na rua Pedro Paulino, Poço (de frente ao Senac). Tr.: 30355993.

OUTROS BAIRROS ALUGA-SE Sala, Auditório p/ palestra e outro afins, com capacidade para 60 pessoas, com arcondicionado, internet, TV e DVD. Rua Professor Domingos Correia, 123, s/loja - Arapiraca - contato: 3522-5206 e 88409727.

EMPREGOS OFERECE-SE OUTRAS ATIVIDADES PRODUTOR (A) Ambos os sexos acima de 18 anos, p/ trabalhar em casa c/ produção de marketing impresso. Não é vendas. Ganhos iniciais a partir de R$ 700,00 p/ produção + Ajuda de custos. Despachamos o serviço até sua casa. Única empresa nacional no segmento há 4 anos. Interessados escrever p/ Caixa Postal 7539 CEP: 06298-970 – Osasco – SP e receba informações gratuitamente.(Obs.: Com letra legível)

4009-1961 LIGUE E ANUNCIE

Devedores de: Impostos Federais, Estaduais, Municipais, Bancos privados ou não. Temos a solução para seu problema. Tel.: (61) 3326.1960

CMYK


Classificados Domingo, 21 de marรงo de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: reservas@ojornal-al.com.br

O JORNAL JORNA L D3

CMYK


O JORNAL JORNA L

Classificados D4

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: reservas@ojornal-al.com.br BARRO DURO – VENDO terreno medindo 60m de frente por 40m de frente a fundos de esquina, todo plano, ótimo para construção. R$ 260 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. VENDO Àrea no Tabuleiro medindo de frente 112m, por 146m lado direito, e 196m lado esquerdo, excelente casa construção de casa, galpões. R$ 220 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343. VENDO Tabuleiro – Proprietários / Corretores – Preciso De Grandes Areas P/ Compra ( De 5 A20 Há.).Tr. 9946-2711 //9381-2513 Creci 384.

AV. DAPAZ – VENDOterreno beira mar, medindo 15 x 41=615m². Ótimo para atividades comerciais tais como: Salão de Festas, Depósitos, Galpões e outros. R$ 240 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343

VENDO Opala Diplomata, Ano 1990, 04 Cilindro, Cor Cinza. Único Dono.R$ 8.000,00 – Tr. 9946-2711 // 9381-2513.

LOTES VENDO B. Stº Antonio – Vdo. Lote Medindo 9,50 X 17,00, Proximo A Delegacia. Ligue 9946-2711 / 93812513 Creci 384. VENDOLitoral Sul – Cond. Laguna – Vdo. Exelente Lote Medindo 909 M2. 100% Nascente. Defronte A Praça Principal. Tr. 9381-2513 / 9946-2711 Creci 384.

PRAIAS VENDO terreno no Loteamento Barra Mar. Valor R$ 23 mil. Tr.: 88684938/ 9612-4077/ 9113-8185/ 93261127. Creci: 1736

OUTRAS ATIVIDADES PRECISO TRABALHAR DE: motorista particular, com experiência, sr. Luís. Tr.: 8871-1622/ 3241-7145.

CAPITAL NOVINHO VENDE Chácara c/casa, 3 qtos. todos stes., sala, coz., piscina, c/área de 2.570m², c/duas frentes, próx. ao Aeroporto. Tratar pelo telefones para contatos: 9982-5470. Creci: 136-F.

PRAIAS VENDO Praia Do Péba – Vdo. Chacará C/ 10 Há., Casa Grande, Sala Para 03 Amb., Sala De Refeição, 07/4, 03 Suites, Copa/Cozinha C/ Disp., Obs: Toda Avarandada, Mais Um Galpão/Garagem, Uma Suite Grande Para Hospede. 03 Casas De Morador. Varias Fruteira E Coquieros. Tr. 99462711 // 9381-2513 Creci 384.

TERRENOS VENDA CAPITAL TABULEIRO – VENDO Durval de Goés Monteiro, px Café Emecê - área com 1850m², de esquina com duas frentes. Excelente localização para comercio.Tr. 9351-4440 CRECI 343.

VENDO imóvel comercial na Av. Duque de Caxias (Centro), excelente terreno, ideal p/apartamentos, salas comerciais, 1.130m², fundos c/a rua Silvério Jorge. Vendo, troco, incorporo. Aceito imóvel de menor valor. Facilito. Tr.: 8822-3637. Creci: 494

MANGABEIRAS - VENDO OU INCORPORO terreno medindo 21.5m de frente, por 28m de frente a fundos, nascente excelente localização, próximo ao Supermercado Extra e ao Shopping Iguatemi.R$ 350 mil.Tr. 9351-4440 CRECI 343.

VENDOFarol – Construtores/Incorporadores - área de esquina, nascente, med. 30Mts. de largura na frente e nos fundos, por 51Mts de comprimento em ambos os lados.Tr. 9381-2513 / 9946-2711 Creci 384.

VENDO Stella Mares – Construtores/Investidores – Area P/ Incorporar 100%, Mendindo 39 X 30.Tr. 99462711 // 9381-2513 Creci 384.

CORSA VENDE-SE Corsa 95, c/ar condicionado, GNV, trava e alarme. Tr.: 9150-6543/ 8871-5788.

ALDEBARAN ÔMEGA - VENDO Terreno med. 800m² ótima localização. R$ 390 mil. Tr. 9351-4440 CRECI 343.

SÍTIOS VENDA

ASTRA VENDO Astra (Milenium) 1.8, Cor Prata, Com Ar, Dir. Hid., Travas Das Portas E Mala Eletricas, Vidros E Retrovisores Eletricos, Etc. Completissimo.Tr. 9381-2513 / 9946-2711.

LOTEAMENTO VISTADO ATLANTICO – VENDO Terreno medindo 15 x 28= 420m², excelente vista para o mar. R$ 70 mil. Tr. 93514440- CRECI 343

NOVINHO VENDE terreno no Loteamento Oceanis, med. 13x34 de grota (cond. Fechado). Tr.: 99825470. Creci: 136-F.

EMPREGOS PROCURA-SE

VEÍCULOS CHEVROLET

LUIZ TAVARES VENDE no Cond. Residencial Laguna, frontal c/ a rua em projeto A8, 20m; lateral esquerdo: 43,71m; fundos: 43,48m. R$ 520 mil s/ 50% sinal e o restante em 60x + 1% + INCC cumulativo. Tr.: 9607-8869. Creci: 1251.

VEÍCULOS ACESSÓRIOS PEÇAS E OFIC. MARTELINHO DE OURO desamasse seu carro sem precisar pintar. Rua João Vieira Chagas, 18, Mangabeiras. Tel.: 9303-4305/ 8818-5820, c/ Zé Carlos (Técnico).

OPALA

VEÍCULOS FIAT SIENA VENDE-SE Siena Branco 1.098/99 - 4 portas, GNV. Tratar 9309-1806.

VEÍCULOS FORD ESCORT VENDO Escort 1.6 L, Ano 2001, Motor Zetec Rocan, Cor Prata, C/ Ar, Dir. Hid. Travas Eletricas, Jogo De Rodas. Primeirissima. .Tr. 9381-2513 / 9946-2711.

VEÍCULOS VOLKS POLO VENDE-SE 1 Polo completo, jogo de rodas e bancos de couro, cor preto. Tr.: 9139-0619.

MODA ESTÉTICA E COSMÉTICOS TRATA PÉ - calos e unhas cravadas, massagem corporal, limpeza de pele, tratamos também cabelos e fazemos depilação. Tratar: 3336-5096.

4009-1961 LIGUE E ANUNCIE

Supervisor, 20 horas semanais, remuneração R$2,62/hora + Vale Transporte + Benefícios. Interessados enviar CV para rh@ibreciclagem.org.br. LICENCIAMENTO, CONSULTORIA E PROJETOS AMBIENTAIS Plano de Gerenciamento de Resíduos - PGRSS / PGRCC RADA, EIA/RIMA, Plano de Contingência, Análise Risco Outros projetos - DNPM,IBAMA, IMA e SEMPMA. André (82) 9999-8430 E-mail: an.melo@hotmail.com

DR. GEORGE SAMUEL SANGUINETTI FELLOWS Assistente técnico para Defesa e Acusação, área civil e criminal. Perícias e laudos. Tr.: (82) 3223-5504/ 99822895 - E-mail: gsanguinetti@terra.com.br. Site: www.sanguinetti.com.br

Aceitamos encomendas de tortas, bolos e salgados. Tr.: 8833-0803/ 9999-3112

Ensina-se reforço, da Alfabetização ao 4º ano. Tr.: 8833-0803/ 9999-3112 NEGÓCIOS

SERV. PROF.

CRIAÇÃO ANIMAL

SERVIÇOS DIVERSOS

VENDO 01 égua e 01 cavalo Mangalarga, excelente animais, bonitos e bem tratados. Tratar: 9612-3586 / 3033-0797.

ELETRICISTA DE ALTA E BAIXA TENSÃO atende em domicílio e comércio (24 horas). Tr.: 9304-5887/ 8807-4038.

VENDE-SE lindos filhotes de Yorkshire. Tr.: 9952-9664/ 33139781/ 9145-3140.

TRABALHE EM CASA RESPONDENDO CARTAS -50 vagas, ambos sexos, sem experiência, ensinamos o serviço,p/ trabalhar em casa, c/ produção de mala direta, respondendo, envelopando e etiquetando impressos informativos. Não é vendas. Única empresa nacional no segmento há 5 anos, com possibilidades de ganhos iniciais de R$ 700,00 por produção. Interessados devem enviar 3 selos de R$ 0,60 à C.P.:11238 CEP.:05422-970 ou entre no site - www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br/397561

DIVERSOS VENDE-SE Uma espingarda submarina cobra ataque. Nova R$ 180,00, usada R$ 140,00. Tr. 962-9245. VENDE-SE Duas mesas de serigrafia p/ revelar novas. Tr. 9824421. ADQUIRA SEU CARRO NOVO OU USADO Com parcelas fixas à partir de R$ 120,00, oferta mínima de 10%. Aceitamos o seu carro, como entrada. Contactar 3022-2882, c/ Gean.

INSTALAMOS: sercas elétricas e colocamos câmaras e alarmes. Tr.: 9317-4014.

Guia de Serviços LICENCIAMENTO, CONSULTORIA E PROJETOS AMBIENTAIS Plano de Gerenciamento de Resíduos PGRSS / PGRCC RADA, EIA/RIMA, Plano de Contigência, Análise Risco Outros projetos - DNPM, IBAMA, IMA e SEMPMA. André (82) 9999-8430 - E-mail: an.melo@hotmail.com

CMYK


O JORNAL

Espaço B2

UMAS POUCAS PALAVRAS

A barba stulti discit tonsor

B3

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Lautheney e Zequito

Faz tempo que isto foi dito, quase um quarto de século

Espaço volta ao futebol. Trago dois artigos escritos ainda na década de oitenta do século passado. Um deles foi publicado pelo bom amigo Noaldo Dantas em sua revista que, caso não me engane era Última Palavra. Foi lá que saiu o texto sobre Zequito Porto, gente fina do CRB. Lautheney ainda está por aqui, tomando conta do seu Museu que o Estado parece teimar em negar importância. Foi publicado no velho Jornal de Alagoas; não lembro quem o dirigia à época. Claro que estamos diante de dois nomes de importância no modo como o dito esporte que era bretão se fez alagoano. Zequito foi uma glória do CRB; Lautheney é azulino, o que demonstra existir muita gente boa no CSA. Deixei os textos quase como estavam: apenas encurtei. Um abraço no Lautheney e no próprio Zequito, através do meu abraço em sua digna família. O Museu dos Esportes Edvaldo Alves Santa Rosa passará a colaborar conosco de modo mais sistemático. As fotos que utilizamos são do arquivo daquele Museu. É preciso que se olhe para o Museu e já que parece que o Estado não faz isso, quem sabe alguma empresa não assume o patrocínio daquela casa. Vamos ajudar o esporte de Alagoas fazendo com que o Museu com o nome do grande Dida viva melhores dias. Voltando ao meu querido futebol. Uma homenagem a duas grandes figuras: Lautheney Perdigão e Zequito Porto.

Por outro lado, a maioria dos nossos que se lançam no campo da história, prefere eleger temática ligada ao culto dos heróis que, inclusive, em inúmeros casos, são criados para que a própria elite continue no culto de si mesma. Esta história trabalhada, pouco significado vai ter para o “povão”. Para os plebeus, a guisa de exemplo, Tavares Bastos é um ilustre desconhecido. No entanto, o nome Pinga de imediato toca milhares de torcedores que se habituaram ao acotovelamento nos campos do Mutange e da Pajuçara. Por isto mesmo, é fácil perceber que o consumo dos heróis é relativo ao segmento social que os arquiteta. E viva Pinga! Legitimamente CRB. Tô meio envergonhado de ser Flamengo depois das declarações do goleirão. Prefiro um péssimo goleiro e bom cidadão a um péssimo cidadão e bom goleiro. Um atleta de relevo e um Clube como o Flamengo devem tomar cuidado em face da representatividade que possuem. Obv.: Apesar disso, Flamengo até depois de morto.

Zequito Porto, um monarca alagoano

Fotos: Arquivo pessoal

O

Capelense, em 1960

Penedense, em 1965

ele somente poderia atingir o máximo que tivesse condições de pagar. Dona Josefa falava sempre na necessidade de conseguir emprego. Zequito já era conhecido em Maceió e belo dia, Hebel Quintela o convidou para jogar no juvenil do CSA. Foi para o juvenil do CRB. Nenhum outro motivo o levou, a não ser gritar pelo seu próprio futuro. Passa para o primeiro quadro, na época em que o grande e esquecido dirigente, dos maiores dentre os melhores das Alagoas, Teófilo Saraiva, pertencia ao Comando do CRB. A recompensa chega e Zequito consegue seu primeiro emprego: foi ser caixa de Pontes & Cia. Ganha o seu primeiro salário; nunca havia visto tanto dinheiro e sai pelo comércio a fora, comprando roupa e sapato; ainda hoje se lembra da calça de flanela e do par de chiquito novo, tudo comprado na Loja América. Não foi de uma hora para outra, que Zequito teve condições de calçar chuteira. O material esportivo era caro. Lá no Diocesano, os “padres” não forneciam equipamento; daí, cada qual jogava com o tipo de sapato que tivesse condições de comprar. Nosso amigo somente foi calçar chuteira quando ingressou no juvenil do CSA. Ali, o clube dava tudo. Teófilo Saraiva ouviu falar do talento e se mandou a procurá-lo. Falou com Dona Josefa. Veio a cantada; no CRB ele arranjava futuro. Vai ser na Pajuçara, que começa e termina a sua carreira profissional. Fica no juvenil do alvi-rubro, em torno de um

Estivadores, em 1963

Zequito (1º da direita) no CRB

ano; entra para o segundo time, faz algumas partidas e, finalmente, era titular do primeiro esquadrão. Naquela época, o técnico do CRB era um sargento da Marinha por nome Fiel. Um bom técnico a privilegiar um atleta viril, em detrimento de performance técnica. Fiel começava o treinamento, exatamente, às seis horas da manhã. No campo do CRB existia alojamento; era pequeno, estreito e um punhado de camas. Os atletas profissionais e amadores dormiam ali, na véspera do treinamento; às cinco horas estavam de pé e às seis, começava o treino. Quem os acordava era José Barros; comiam mungunzá, tomavam café. Nas vésperas, ficava uma base de 16 atletas dormindo. Não havia qualquer confusão. José de Barros era um disciplinador e qualquer falta era comunicada ao diretor de Esportes Terrestres: Otacílio Maia. José de Barros era o faz-tudo: enchia bola, era roupeiro, cozinhava e, finalmente, dava o jogador completo ao técnico. Fiel era homem duro, punha disciplina e todo o mundo respeitava. O fato de ter vindo do sul, já era um cartão de visita respeitável. Correu em Maceió a notícia de que havia chegado a Maceió um sargento que entendia de foot-ball. O CRB convidou. O treino durava uma hora e era como se fosse um treino normal. Não havia esquentamento; era apitar e começar. Tinha um médico que cuidava dos ferimentos: Dr. Jacques Azevedo. Zezito entrou no primeiro time e ganhou um emprego. De Pontes & Cia. foi trabalhar

Esporte Clube Alagoas, em 1955

Seleção alagoana de 1952

com Patterson. Zequito joga foot-ball no CRB até 1935. Neste ano, acontece o inesperado: menisco e ninguém sabia o que era isto. Tratava sem qualquer resultado. Aparentemente, ficava bom. Voltava ao campo e vinha a dor. Não foi pancada, apesar de que as defesas de Maceió jogavam forte, eram pesadas. Escapou de muita cipoada, mas não conseguiu fugir da má sorte. Pulou para dar uma cabeçada e voltou errado. Entrouxou a perna e daí por diante, era suplício. O CRB custeou as despesas. Não ficou bom e tudo isso acontece, justamente, na época em que havia sido convocado para jogar na seleção. Nasceria o técnico, o jornalista e o dirigente. Vai ser o treinador do Vasco da Gama, time mantido por um português, dono de A Despensa Familiar. O português dedicava-se ao Vasco, pagava jogadores e arrebanhava o que havia de melhor no Vergel do Lago e Ponta Grossa. O Vasco formava entre os melhores dos pequenos. Teve um goleiro excelente: Epaminondas jogou na seleção alagoana. Zequito treinava o time no campo do CSA, no campo do CRB e de um pequeno time que existia no Farol, o Ipiranga. Pertencia à Liga Suburbana. Os que iam despontando no Ipiranga, Zequito levava para o Vasco. Pouco a pouco o seu trabalho vai aparecendo; aliás, havia sido discípulo de um famoso treinador que aportou nas Alagoas; era húngaro: Franz Gaspar. O húngaro funda escola em Maceió e

Um dirige um Museu e outro foi desta para melhor

Uma enciclopédia chamada Lauthenay

Lição de vida e futebol Monarca José Porto nasceu em Viçosa, reino de muita gente boa. Zequito Porto, o monarca do foot-ball, chegou às vésperas de um Natal. Era o ano de 1910 e começava a lenda viva, de seis décadas de presença nos campos das Alagoas; cronista, técnico. Josefa Porto, dona de uma pequena bodega em Viçosa, abandonada pelo marido, com quatro filhos nas costas, resolve, em 1920 vir para Maceió e montar negócio na Rua do Queimado e ali, perto da gente do terno do raspa, imprensado entre a quase favela e a riqueza da Avenida da Paz, Zequito começou a ser bom de bola, fazendo fama com sua forma rápida e hábil de postar-se na meia esquerda. Era ali, que se faria o grande inside. Foi pelo terno da raspa que Dona Josefa montou bodega, possivelmente, concorrente de nosso avô, Fausto Vieira de Almeida. A freguesia era pobre. Dona Josefa colocou na bodega feijão, arroz e coisas do gênero, no acanhado do pequeno negócio de secos e molhados. Faria concorrência a nosso avô, vendendo para estivadores, carroceiros, lancheiros, agulheiros, trapicheiros e toda a gama das pessoas do fundeadouro de Jaraguá; gente que recebia o dinheiro contado no fim de semana. Na verdade, ela montou bodega num pedaço de terra que seria celeiro de craques em Maceió. Foi ali que um ex-seminarista por nome Waldemar, morador da Praça do Rayol - onde nasci -, fundou o Uruguai Foot-ball Club, time em que Zequito seria a estrela da mesma forma em que foi no Diocesano e do C.R.B., após ultra-rápida temporada no juvenil do CSA, levado pelas mãos de Hebel Quintela, mas logo Zequito saia. Foi sempre Galo-de-Campina. Depois disso, a única vez que Zequito vestiu a camisa do CSA foi em jogo contra o América de Recife, convidado por outro grande jogador da época: Tininho. Zequito agradece tudo à tenacidade de sua mãe, que, por cima de todas as dificuldades, no fim do mês, tirava do pequeno apurado e pagava o externato, no Diocesano. Era um colégio caro. Apesar das dificuldade, Zequito estava no meio deles, vivia com eles, mas na hora do recreio dava-se a célebre cena de criança pobre no meio das ricas; enquanto as outras comiam, ele ficava sentado em um banco, olhando. Acontece que Zequito era o cobra e, faziam-se disputas entre internos e externos. É claro que o externato sempre vencia, contando com a habilidade do menino pobre e é, justamente, daí, que vem o primeiro dinheiro pago ao Zequito, por conta da habilidade com a bola. Recebe proposta para jogar pelo internato, em troca de lanche. Aceitou. Os externos disseram não e Zequito passou vexame. O craque se arrependeu da atitude e tentou voltar para seu antigo grupo. Dona Josefa, inclusive, não estava de acorde. Zequito tenta externos o rejeitam. Terminam por fazer uma reunião; espécie de julgamento. Finalmente, Zequito volta. Fosse outro, tudo ficava no seu cada qual; sendo Zequito, deu-se a volta. Naquela época, havia campeonato entre os colégios de Maceió e Zequito era vital. Não podia pagar o lanche e nos últimos dois anos, não podia pagar a própria mensalidade. O Irmão Flávio deixa que ele fique estudando por conta dos “padres”, não iria perder algumas dezenas de gol. Se o complexo do terno do raspa era um celeiro de craques, o Colégio Diocesano também. Dizia Zequito, que o Hebel Quintela levou muitos jogadores do Diocesano para o CSA. Dona Josefa Porto nunca havia tomado posição quanto ao futebol. Sabia que em termos de estudo,

O que fazem Lautheney e Zequito Porto

universaliza no meio do sururu, o esquema do WM. Quem trouxe Franz Gaspar foi Antônio Gomes de Barros, ganhando a fortuna de setecentos mil réis, além de casa para alojar-se com a família. Franz Gaspar precisava de um assistente e escolheu Zequito. Nesta época, o Zequito já estava bem de vida e não precisava de foot-ball para ganhar dinheiro. Admirava o trabalho de Franz Gaspar; entendia que se tratava de um treinador completo. Dava preparo físico, esquemas táticos e cuidava da parte técnica do jogador, treinando chute, cabeça, controle de bola. Além disso, dispunha de muita habilidade para lidar com os jogadores. Franz Gaspar achava que o jogador devia dormir agarrado com a bola. Daí, o CRB ter sido transformado no famoso esquadrão de aço. Aprendendo com Franz Gaspar, Zequito consolidou fama. Foi treinador e campeão pelo CRB, bicampeão em 50/51. De técnico foi ser juiz, posição que abandonou. Depois cronista de foot-ball, usava o pseudônimo de Zeprietro. Hoje, Zequito Porto guarda duas coisas; a paz do guerreiro e o respeito de toda a comunidade esportiva de Alagoas. O Monarca está aí, dando uma lição de vida. Saiu para o futebol com a habilidade nos pés. Fez de tudo. A nova geração conta com um Zequito Porto? Conseguiria sair de tanta batalha com a cabeça levantada, na dignidade de sua vida desportiva? Deus guarde o velho Zequito Porto e mantenha a juventude de seu exemplo.

Lauthenay vem reunindo fotos, recortes, artigos, reportagens, entrevistas, livros, camisas, fitas de jogos e, inclusive, vídeos, com uma dedicação incomparável. Jornalista e radialista competente, jogador frustrado, Lauthenay deixou de ser apenas um pesquisador para se tornar parte integrante da história do nosso futebol. Poucos foram os estudos produzidos sobre o futebol em Alagoas. Uma das grandes exceções ocorre com o trabalho do Lauthenay. A ele, Alagoas deve a guarda, divulgação e estudo de material riquíssimo. Todo aquele que admira e gosta do futebol aqui nas Alagoas na certa acompanhou o seu trabalho e por ele soube de coisas do arco da velha. O futebol é tema de prestígio jornalístico, mas não desperta interesse acadêmico. Deve existir outra linha temática que vai interessar mais de perto aos historiadores, sociólogos, antropólogos e outros profissionais. Com isto, o que é um dos mais expressivos fenômenos de massa dentro de nossa sociedade, passa em brancas nuvens, ficando sem a necessária análise e aclaramento de sua posição no universo social brasileiro. Por outro lado, a maioria dos que se lançam no campo da história, prefere eleger temática ligada ao culto dos heróis que, inclusive, em inúmeros casos, são criados para que a própria elite continue no culto de si mesmo. Esta história trabalhada, pouco significado vai ter para o “povão”. Para os plebeus, à guisa de exemplo. Tavares Bastos é um ilustre desconhecido. No entanto, o nome Pinga de imediato toca milhares de torcedores que se habituaram ao acotovelamento nos campos do Mutange e da Pajuçara. Por isto mesmo, é fácil perceber que o consumo dos heróis é relativo ao segmento social que os arquiteta. Foi justamente aos heróis do “povão” que Lauthenay dedicou a vida. Simplesmente, matéria de escolha de uma área de trabalho e quem o conhece sabe que seria bom em qualquer campo que escolhesse. Seriedade, disciplina, organização e vontade de explicar não faltam. Como Theo, Felix Lima Júnior e tantos outros, Lauthenay faz parte de uma geração à qual chamaremos de contida. Não se trata de uma geração marcada pela idade de seus componentes mas pela própria biografia da Província e que, somente há bem pouco tempo começa a quebrar os fatores de contenção. Contudo, por nenhum motivo, isto vai invalidar a contribuição que as pessoas desta geração deram, dentro do tamanho e da perspectiva que poderiam dar. Foram pessoas que deixaram coisas concretas, uma obra. Por seu turno, Lauthenay continua em pleno vigor dos seus 52 anos criativos, a maioria deles dedicada ao futebol que conheceu nos “gramados”, passando no Tiradentes e no CSA, na posição de centroavante. O Tiradentes era, praticamente, um time de vizinhança, juvenis mantidos, ao mais das vezes, pelo esforço de Waldomiro Breda, homem que, também, durante anos se dedicou ao futebol da terra. Desde time, Lauthenay saiu para aspirante do CSA e chegou, em algumas oportunidades, a jogar no time principal, o CSA de Dida, já pelos anos de 1952/53. Naquela época, Alfredo Ramiro Bastos, médico, improvisava o seu lado de técnico de futebol. Acontece que saiu de Maceió, indo fazer um curso de sua área profissional nos Estados Unidos. Para suprir a lacuna que ficou, o CSA mandou buscar um técnico em Recife, Édesio Leitão, e com ele, o centroavante Lauthenay vai desaparecer dos gramados ou como se diz: “pendurar as chuteiras”. O novo técnico queria fazê-lo mudar de posição, passar para a ponta direita. Não tendo vinculação profissional, larga o time e larga o futebol, apesar de insistentemente

convidado para o CRB, por outro grande homem do esporte alagoano: Zequito Porto. Lauthenay nasceu em Maceió, no dia 27 de agosto de 1934. Seus pais João Lopes do Carmo e Maria Benedita Perdigão do Carmo. Fez o curso primário no Diocesano e a formação secundária no Guido. Quando chega à encruzilhada da Universidade, não encontra em Maceió aquilo que escolheria cursar: Educação Física ou Jornalismo. Parte para a vida e nela vai encontrar os campos e a própria história que iria trabalhar. A sua carreira de radialista e jornalista é iniciada na Rádio Progresso, onde entrou como foca pelas mãos de Eraldo Bulhões que era o diretor de Esportes. Pouco tempo depois, Eraldo se afastou e Lauthenay vai assumir a direção. Há um extraordinário salto de qualidade: de foca passa a diretor em coisa de meses. Inicia uma posição de relevo na crônica esportiva, transformando-se na memória do futebol de Alagoas, gerindo um arquivo montado em três cômodos de sua casa. Deixando a Progresso, passa para a Rádio Gazeta onde lança, em nossa modesta opinião, o melhor programa esportivo de todos os tempos na rádio alagoana: O Esporte em Grande Estilo. A razão é bastante simples: abandona o trivial dos programas radiofônicos e lança um estilo que, em nenhum outro momento do rádio esportivo no Estado, poderá ser atingido. Saindo da Gazeta vai para a Rádio Difusora e, posteriormente, para a Palmares. Trabalha em todas as rádios de Maceió. Na sua versão de jornalista, escreveu a mais brilhante coluna esportiva de nossos jornais: Arquivos Implacáveis. Estes artigos serviram de base para a montagem de um de seus livros. Além da Gazeta, colaborou com o Jornal de Hoje, Jornal de Serviços e Jornal de Alagoas. No seu campo profissional, destaca três nomes. No rádio, chama a atenção para Haroldo Miranda, cuja narração chegava a emocioná-lo. Nos jornais, menciona como expressivo, Luiz Alves e lembra, também, o nome de Aldo Ivo. Ao todo, Lauthenay publicou três livros e espera um outro para este mês de maio. São mais de 1000 escritos, entre artigos, crônicas, contos. Centenas de fotografias, recortes de jornais, revistas especializadas. Fitas e mais fitas gravadas, inclusive vídeos. Um acervo que ninguém mais poderia reunir e organizar como Lauthenay Perdigão. Pelo que se leu, na realidade, Lauthenay Perdigão é um tema da história do futebol em Alagoas.

ATUALIZAÇÕES: • Lauthenay agora está com 75 anos; • Publicou 04 livros: Futebol Alagoano através dos Tempos; Arquivos Implacáveis; Memória Fotográfica do Futebol Alagoano; No Mundo da Bola; • Está aguardando a nova publicação do livro Arquivos Implacáveis, prevista para dezembro de 2010, pela UFAL; • São mais de 3000 artigos, contos e crônicas; • Milhares de fotografias (mais de 10.000); • 300 camisas; • 297 livros; • As fitas de vídeo estão sendo todas passadas para DVD; • Realiza o Cantinho da Saudade há 6 anos, onde um ídolo falecido e um ídolo vivo são homenageados. Até hoje, foram 96 homenageados.

O Museu dos Esportes é comandado por Lauthenay; acervo possui, entre outros, fotografias, camisas e recortes de jornais e revistas


O JORNAL

Especial

1

A água que Maceió bebe

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

O problema da falta d’água tem sido uma preocupação recorrente das populações e governos pelo mundo. Será que as futuras gerações terão água pura para beber ao longo das próximas décadas? Haverá água suficiente para o consumo animal e a irrigação? Diante desse questionamento, O JORNAL decidiu ir atrás de respostas e saber de onde vem a nossa água de cada dia.

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L

2

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

População reclama da falta d’água Autoridades afirmam que não há carência do líquido, mas ausência de infraestrutura para distribuí-lo As cenas da trilogia Mad Max, no início da década de 80, chocaram o mundo. A Terra havia se transformado em um imenso deserto, quase tudo poderia ser vendido, até um simples gole de água. Num futuro não tão distante, e sem água, a Terra caminharia para o Apocalipse? Era uma pergunta do filme, sem resposta. Mas há apostas na comunidade científica de que a falta de água no

Planeta é uma realidade próxima, muito próxima. Aqui em Alagoas, as autoridades afirmam que o problema não é a falta de água, mas sim a falta de infraestrutura para levá-la a todos os lugares. Por causa disso, nem é preciso usar efeitos especiais para ver as cenas “futurísticas”, diariamente em algumas partes de Maceió; quem mora na Ponta Grossa não tem água na

torneira; ao redor do sistema Pratagy, no Benedito Bentes, é irônico notar pessoas indo e vindo com baldes e latas d’água na cabeça. As grotas da capital não estão abastecidas, não apenas porque não existem do ponto de vista legal - e isso seria uma das justificativas para o serviço público não atender as pessoas desses lugares -, mas porque o sistema de distribuição de água em

Salão usa água para lavar cabelos A própria Casal reconhece os problemas: a infraestrutura da cidade é desigual, mas, segundo eles, a água chega ao mesmo tempo em todos os lugares. Infraestrutura significa canos novos. Na Jatiúca, a encanação é velha; na Ponta Grossa também, tem mais de 40 anos, é da época que o bairro era “a Ponta Verde da elite alagoana”. Por outro lado, diz a Casal: para combater o desabastecimento, investe na substituição da rede hidráulica: a Jatiúca tem obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a troca da rede de canos; uma parte da periferia também tem canos novos; portanto, a água chega às torneiras sem grandes problemas. Mas a companhia reconhece uma tarefa muito maior, ainda pela frente: distribuir água para todos, ao mesmo tempo, acabando com as reclamações. Ana Lúcia Laurindo é cabeleireira na Jatiúca. É a segunda casa que ela mora no mesmo bairro. Quando saiu de uma casa para outra, levou móveis, objetos pessoais e a “mala sem alça”: a falta d’água, velha conhecida na primeira casa. Ela lembra os vexames que já passou no salão por causa da falta d’água. “Era antevéspera de Natal, eu não sabia que faltava água nesse lugar. A cliente estava com tinta no cabelo e, na hora de lavar, nada de água. Tive que comprar um garrafão de 20 litros para acabar o trabalho”, disse. A cliente foi embora, a falta d’água ficou. Ana Lúcia mobilizou vizinhos contra a Casal, reclamou. “Disseram para eu deixar para lá. Sempre foi assim. Não resolvem”. E como ficou? “Agora melhorou mais”. E o que é

Ana Lúcia já teve que usar água mineral para lavar cabelos no salão

“melhorar mais”? “Falta água só na área de serviço. Quando chega, é de madrugada; vai até às 10 da manhã; depois só de madrugada”. Dentro de casa, tem água para tudo, certo? “Muitas vezes, falta também. Só quando tem a ‘seca’ mesmo”. A “seca” é quando a cisterna de cinco mil litros, feita no prédio onde

ela mora, não enche o suficiente. São dias sem água. E aí? “Aí tem que pegar a água direto da cisterna, ‘pesca-se’ a água e leva para casa”. E isso é “melhorar mais”? “Quem mora no terceiro andar tem muito mais trabalho. O prédio não tem elevador”. A máquina de lavar só funciona de madrugada.

Maceió é desorganizado, atende mal a todas as partes da cidade. Na década de 70, os “futuristas” da engenharia em Maceió diziam que o colapso estava próximo. A capital crescia porque o Nordeste crescia; a população saía do interior, apostava em novas oportunidades na capital e precisariam de água. Traçaram-se os planos do Sistema Pratagy. Era uma

solução que, se na época estivesse pronta, representaria um sossego de 30 anos. Só algumas partes do Pratagy saíram do papel nos anos seguintes. O desabastecimento não parou. Década de 90, e a cidade “explodiu”: um shopping na Mangabeiras, conjuntos residenciais na parte alta, áreas de mangue aterradas para dar lugar a casas e supermercados. Nos anos 2000, o Pratagy

aumentou sua capacidade, mas técnicos ouvidos por O JORNAL sabem que o sistema, sozinho, não resolve as constantes falta de água. Estudos no subsolo alagoano vão revelando novos mananciais e áreas que estariam saturadas - com risco da água acabar - terão poços fechados em nome do futuro. Um futuro bem menos apocalíptico que o do filme.

Liminares para não pagar água Ana Lúcia é apenas uma gunar; e o combate às perdas milhares de pessoas em das. Maceió sem água. E pode se Em Maceió, o Programa considerar uma “sortuda” de Aceleração do Cresporque tem água na cimento (PAC) prevê investorneira, nem que sejam al- timentos de R$ 120 milhões, gumas horas por dia. “A para levar mais água às Jatiúca tem água. O proble- torneiras. “Tínhamos uma ma é infraestrutura”, diz o situação pior, muito pior. diretor operacional da Casal, Quando não tinha o sistema Jorge Brizeno. “Não vive- Pratagy, era assim: a água é mos em um deserto, temos distribuída toda ao mesmo água. Á água está próxima tempo. O que temos hoje é da gente; agora, temos que problema de inter infraestrutura: fraestrutura. Pode parte elétrica, bomtambém ser problebas, adutoras”, explima de pressão, com cou. exceção de dois luNova Brizeno contou Medeiros Neto adutora gares: que os bairros de e Santos Dumont. Maceió estão tendo passará Nesses dois lugares, “troca de anéis”, pela Av. temos que fazer nome técnico para Fernandes ‘manobra’ para a troca de canos. A água chegar”, afirLima tubulação - analisa ele mou o diretor da - tem redes antigas, Casal. Na região do obstruídas ou estranConjunto Castelo guladas (sobrecarBranco, na Jatiúca, a regada). Há partes da tubulação tem que ser subsPonta Grossa, Levada, tituída. A lista de “afazeres” Vergel do Lago, Virgem dos não para de crescer; além de Pobres e Pontal da Barra todos esses problemas, exissem água. São dificuldades te uma “chuva” de limiadmitidas pela companhia. nares, “blindando” ricos de Contra a falta de água pagarem um bem tão preou desabastecimento em cioso e relativamente baraMaceió, a Casal adota me- to. A tarifa de água custa R$ didas: o Sistema Pratagy 19,80. Isso dá direito a 10 entra na sua terceira fase, mil litros em casa. “Mas tem ampliando o abastecimento aqueles que não querem na capital; está prevista a pagar. Há grandes fazenconstrução de uma adutora deiros... temos situações nas na Avenida Fernandes Lima, cidades de Batalha e Delno canteiro central, para miro Gouveia e até um exmelhorar a distribuição de secretário de Estado que não água; novas redes de con- paga água”, disse Jorge dução de água para a orla la- Brizeno. O governo tenta

reaver o prejuízo com ações no Ministério Público Estadual. MAIS BARATA - Das praias de Maceió, é possível ver na orla de Ponta Verde ou Jatiúca os prédios sendo abastecidos com caminhõespipa. Eles poderiam ser a imagem do caos; da falta de água; de afastamento dos turistas, símbolos do atraso ou do subdesenvolvimento. Mas um estudo dos pesquisadores José Cristóvão da Silva, Thiago Alberto da Silva Pereira e Jaildo Santos Pereira, do Curso de Engenharia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) conclui que alguns prédios optam por economizar mais comprando água, de origem duvidosa e entregue por caminhões-pipa, do que usar o abastecimento da Casal. Funciona assim: Quando atingem a taxa mínima de consumo, todos têm de pagar mais. Assim, o dono do hotel ou o síndico do prédio desliga os registros, liga para a empresa de caminhão-pipa e compra a água. “É mais barato. Agora, a lei diz que não pode existir uma outra empresa de água com a concessão desse serviço. A empresa que deveria fazer esse serviço era a Casal”, explica o secretário de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH). “É mais barato e não paga taxa de saneamento”, explicou.

Agência atesta potencial hídrico Os dados são da Agência Nacional de Águas (ANA): a região metropolitana de Maceió é composta por 11 cidades. Na maioria delas, o tipo de abastecimento é feito através de mananciais subterrâneos e superficiais. De todos, a situação mais preocupante é a de Paripueira “porque o abastecimento é feito através de poços”. Os poços não permitem que a água receba tratamento de uma estação, como acontece em um rio, onde é

captada para tratamento e, logo depois, distribuída para as casas. Mas não é apenas Paripueira que integra a lista de preocupações. Há riscos de poluição nos mananciais que abastecem as cidades de Barra de São Miguel, Pilar e Santa Luzia do Norte. “Em Alagoas, o principal problema concentra-se na capacidade de produção dos sistemas de abastecimento de água, o que sugere a adoção de

ampliação desses sistemas como alternativas técnicas para a garantia da oferta de água. Do total de investimentos previstos R$ 192,2 milhões), destaca-se a ampliação dos sistemas integrados Bacia Leiteira e Agreste, que corresponde a 72% do total”, atesta o relatório da ANA, seguindo as mesmas declarações de Jorge Brizeno. Apesar da identificação desses problemas, o relatório diz que o potencial hídrico é bom.

Diretor operacional da Casal, Jorge Brizeno reclama da inadimplência por conta das liminares Em vários bairros da orla, a torneira virou peça meramente decorativa; água não chega na cozinha

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L 3

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Ocupação desordenada ameaça fontes Mananciais de superfície, Catolé e Pratagy estão “espremidos” pelo crescimento desordenado da cidade A água que abastece a maior parte da capital alagoana vem hoje de duas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) que lutam para sobreviver próximo a uma cidade que cresce desordenadamente. Os manancias de superfície do Catolé e Pratagy têm suas nascentes dentro das APAs que levam seus nomes e estão, cada vez mais, “espremidos”. Depois de anos de desmatamento restaram apenas 5.425 hectares de Mata Atlântica no Catolé e 13.469 hectares no Pratagy. Sem essas matas ciliares, que ficam no entorno dos rios, as nascentes e suas fontes correm o risco de desaparecer, virando grandes areiais. A APA do Catolé abrange os municípios de Satuba, Maceió, Coqueiro Seco e Santa Luzia do Norte. Dentro dela são encontrados vários riachos, o Catolé (que dá nome a APA) e o Aviação, que são os responsáveis pelo abastecimento de água de alguns bairros da capital. Já o Pratagy começa na cidade de Messias, passa por Rio Largo até chegar em Maceió, ao bairro do Benedito Bentes. As duas APAs são alvo constantes das ameaças do homem. É fácil, durante uma breve caminhada, notar pontos de desmatamento, princi-

palmente nas áreas mais próxi- “mais fácil” é derrubar essas mas aos bairros de Maceió. matas. Sem falar naqueles que Geralmente fruto da ação de descem as trilhas em direção proprietários de imóveis que aos riachos e acabam deixando tentam aumentar suas residên- lixo pelo caminho”, disse o cocias invadindo o que resta de mandante do BPA, tenente-cofloresta. Sem contar que, du- ronel Maxwell Santos. “As rante os passeios dentro da APAs estão localizadas entre as Mata Atlântica, são deixados cidades que não param de cressacos de lixo, garrafas pets e cer. Sempre que chega denúnisopor utilizados no piqueni- cia, nós estamos indo atrás e que do dia anterior. Lixo que evitando o desmatamento, mas demora milhares de anos para nem sempre podemos ser decompor. estar presentes. Mas o É uma luta constanimportante são as peste para conseguir mansoas denunciarem”. ter essas áreas preserSegundo o comanvadas. O Batalhão de dante do BPA, em jaPolícia Ambiental “É uma luta neiro deste ano duas (BPA), que tem sua sepessoas foram presas manter de no Catolé, faz na Catolé desmatando. essas áreas no área incursões várias “Eles estavam retirando vezes durante a sema- preservadas” madeira para vender a na. Já na APA do lenha para padarias no Pratagy, localizada no Santos Dumont. ConBenedito Bentes, a siseguimos prendê-los tuação é diferente. As em flagrante e nunca mais ações só acontecem na encontramos nada desse tipo maioria das vezes após denún- por aqui”, revelou. “As pessoas cias anônimas. É muito comum precisam começar a ter consnessa área a mata ser derruba- ciência ambiental. A maioria da, principalmente para peque- sabe que é crime, mas continas plantações de subsistência nuam achando que não serão ou criações de animais. punidas. Sem falar que acredi“As pessoas têm uma cultu- tam que o recurso nunca vai ra de degradar. Hoje, um dos acabar. Se as matas desaparecenossos maiores problemas é a rem, as fontes de água também ocupação desordenada. Os bair- vão junto”. ros vão crescendo, e o caminho Por causa do desmatamen-

to em vários pontos desstas APAs, algumas vezes durante o ano, principalmente na época do inverno, a água que abastece as cidades tem que ser desviada pela Casal. “A chuva traz sedimentos para dentro dos rios, deixando a água sem qualidade para consumo. Muitas vezes não tendo condições de tratá-la. Quando isso acontece, é o primeiro sinal de degradação das matas ciliares, atingindo as bacias de abastecimento. Nesse caso desviamos a água por um tempo, ficando apenas com as dos reservatórios”, explicou Jorge Brizeno, superintendente operacional da Casal. Segundo Brizeno, se as áreas de matas ciliares não fossem mexidas, independentemente da grande quantidade de chuva ou não, as águas dos mananciais permaneceriam com a qualidade inalterada. “Uma bacia bem protegida não perde a qualidade de sua água, independentemente do regime pluviométrico de chuva. Já as áreas com desmatamento, que vem sofrendo com ocupações irregulares e retirada de areia para fazer traço, acabam arrastando sedimentos para os reservatórios de abastecimento e deixando a água imprópria para o consumo”, ressaltou.

A Mata Atlântica garante proteção à nascente do rio Catolé

Um cena que poucos têm oportunidade de ver: o espelho d’água do reservatório do Catolé

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L

4

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Barragem do Catolé: um oásis dentro da cidade

No sistema Catolé-Cardoso e no Aviação, a água que vem de nascentes localizadas na Mata Atlântica é ainda mais pura que a do Pratagy. As duas ficam localizadas numa mesma área em Satuba. O local é de uma beleza única, de águas cristalinas, habitadas por peixes de várias espécies e cercado pela mata. Área dos mananciais guarda belezas intocadas e esplendorosos espelhos d’água. O primeiro a ser visto na área da Casal é o Sistema Aviação. É de um pequeno riacho, cheio de baronesas e muitos peixinhos que a água é sugada para um decantador. Ela recebe o tratamento apenas com cloro. Após isso, é enviada para tanques, de onde pos-

teriormente abastece a caixa d’água da Cidade Universitária e outros sete bairros. Ainda na mesma área de preservação ambiental, basta andar cerca de dois quilômetros e está lá, a esplendorosa barragem do Catolé-Cardoso. Apesar de em alguns pontos da margem a mata estar maltratada, o local parece nunca ter sido tocado pelo homem. A água é cristalina e reflete todo o entorno da encosta. Para chegar à mata é preciso atravessar o pequeno muro de contenção da água da reserva. A mata fechada é de difícil acesso. Não é todo mundo que conhece aquela área. Acompanhados de uma equipe do Batalhão de Polícia Ambiental

(BPA), a reportagem de O JOR- tratamento é feito apenas à base NAL teve acesso à área, e, de- de cloro, seguindo a recomenpois de uma longa caminhada, dação nacional. “Onze meses se esquivando de vários obsdo ano, essa água é táculos, árvores de todas as espura. Apenas na época pécies e tamanhos, cheda chuva é que fica com gamos a uma das nasa qualidade do consucentes do Catolé. A sensação mo comprometida. Isso Ao longe pela mata, por causa dessas áreas o barulho da água já é de uma onde a mata foi retirapode ser escutado. Ao água mais da. Mas a esperança é se aproximar, o som fica refrescante que as encostas não ainda mais intenso. Nesmais mexidas e do que a sejam ses riachos preservados, reparadas naturalmensaída da te”, explicou Antônio a água da nascente é ainda mais pura e cristorneira Capistrano. talina. Brota de dentro Após a água ser da terra e escorre por captada na barragem, entre as árvores até cheela desce 14 quilômetros em gar à barragem. A sensação é direção à estação de tratamenque esta água é mais refrescan- to, que fica localizada em te do que a saída das torneiras. Bebedouro. “Essa estação foi a Graças a essa qualidade, o primeira feita pela Casal em

1950. É uma bacia natural, onde, a partir do momento que fica com o registro aberto, desce por gravidade para a estação de tratamento de Bebedouro. Todo o processo de captação é feito sem qualquer mecanismo de energia”, completou o engenheiro. No que se refere aos poços profundos, que exploram as águas dos mananciais subterrâneos, as atenções precisam ser redobradas em relação ao abastecimento de água em Maceió. A Casal tem 160 poços autorizados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) que abastecem bairros como a Serraria e o Reginaldo. Segundo um estudo que está sendo feito pelo órgão, outros dois

mil poços também têm a outorga, enquanto mil estariam em situação irregular. “Estamos fazendo um estudo para conhecer toda a situação dos recursos hídricos de Maceió. A ideia é saber quais as áreas que estão sendo mais exploradas, sua condição de renovação natural, e quais as áreas com maior potencial”, contou o secretário-executivo da SEMARH, Alex Gama. “Depois desse levantamento, que deverá ser finalizado em abril, vamos iniciar ações de fiscalização. Podemos, inclusive, lacrar alguns desses poços em situação irregular que esteja mexendo diretamente com o nível do manancial subterrâneo e proibir a perfuração de outros”.

Mananciais e poços profundos São quatro os manan- da orla lagunar, o bairro do ciais que abastecem Maceió: Farol, Pitanguinha, PinheiPratagy, Aviação, Catolé e ro, Chã de Bebedouro, BebeFernão Velho - mas, em al- douro, Santa Amélia, Cenguns bairros onde os siste- tro, Trapiche e Pontal da mas de adutoras não chega, Barra são abastecidos por a água é fornecida por ele. poços profundos, que comBem menores, mas não pletam o abastecimento com menos importantes estão o cerca de 2.500 metros cúbi- sistema Aviação, com 700 cos de água por hora. Todos metros cúbicos por hora os poços da Casal têm ou- responsável pela água que torga, autorização para o chega ao Tabuleiro do Maruso da água, que é contro- tins, Clima Bom, Colina dos lado pela Secretaria de Eucaliptos, Cidade UniverEstado do Meio Ambiente sitária, Medeiros Neto, Pee Recursos Hídricos (SEtrópolis e Eustáquio MARH). Gomes -, e o Fernão Entre os sistemas Velho, com apenas de abastecimento de 70 metros cúbicos superfície, o maior é que abastece apenas o Pratagy, que tem O sitema de aquela região de Mauma vazão média de superfície ceió. 2.800 metros cúbicos Toda as águas de de maior superfície que chede água por hora. Ele é o responsável vazão é o gam aos maceioenpelo abastecimento Pratagy ses precisam passar nos bairros de Pajupelas estações de traçara, Jaraguá, Ponta tamentos da Casal. Verde, Jatiúca, ManEm cerca de 30 migabeiras, Jacarecica, nutos, elas recebem o Ponta da Terra, Pocloro, são filtradas, retiraço, Cruz das Almas, Ja- das as impurezas e estão cintinho e Feitosa. Além de prontas para o consumo. 80% da região do Benedito São necessárias quatro etaBentes e parte dos bairros pas a partir da captação da do Vergel, Trapiche, Prado, água nas barragens dos Cambona, Levada, Ponta rios, para que tudo esteja Grossa, Centro e Pontal. pronto. O sistema Catolé-CarNa subestação de tratadoso é o segundo maior, mento do Pratagy, localizacom aproximadamente da no bairro do Benedito 1.200 metros cúbicos de á- Bentes, são através de 8 quigua por hora. Ele é o res- lômetros de tubulações que ponsável por 20% do abas- a água chega à Câmara de tecimento da capital. Parte Mistura. Nesse local, ela re-

cebe os produtos químicos iniciais para o processo de clarificação. “As águas de superfície têm um visual feio, mas isso não quer dizer que está imprópria para o consumo. Temos uma água de boa qualidade e a tratamos para seguir os moldes que determina o Ministério da Saúde”, explicou o engenheiro e gerente do Laboratório Central da Casal, Antônio Capistrano. Em seguida, a água passa para a Câmara de Mistura Lenta ou Floculadores. É nessa etapa que os grãos dos produtos químicos se juntam com algumas impurezas e formam outros grãos que ficam na outra etapa de tratamento. Já mais clara, é na terceira etapa na Câmara de Sedimentação ou Decantador que as partículas de sujeira ficam presas no fundo dos tanques. Por fim, a água muda de tanque novamente e passa pelo processo de desinfecção com o cloro, para eliminar microrganismos que possam ter ficado durante todo o processo. “Depois dessa etapa, a água fica armazena em tanques e já segue direto para a casa das pessoas. No caso das águas que vêm dos poços, elas não precisam de tratamentos, pois não têm contato com as impurezas da superfície”, disse Antônio Capistrano.

Aquedutos conduzem, por dentro da mata, água coletada nas barragens até as centrais de tratamento

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L 5

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Despoluição do Jacarecica: ação para o futuro Para garantir que o lençol freático seja mantido como reserva estratégica, é preciso que outras estações com água de mananciais superfícies sejam criadas. “Muitos dos nossos riachos sobrevivem da água que vem do subterrâneo, como é o caso do Catolé. Temos que nos preocupar em preservar as nossas bacias, para que no futuro sirvam para a captação de água para o consumo da cidade que não para de crescer”, afirma Alex Gama, secretário de Recursos Hídricos do Estado. “Vivemos um momento em que a situação da água não é confortável, mas ainda não é tarde para revertermos um problema mais grave. Existe um projeto que devemos colocar em andamento para despoluir alguns riachos, como é o caso do Jacarecica, para quem sabe no futuro abastecer Maceió”. O secretário-executivo lembra que a cidade tem crescido de forma desordenada e, graças a isso, a situação de muitos rios e riachos tem se complicado. “Todas as nossas bacias estão sofrendo com esse crescimento desordenado. Falta saneamento, as matas são derrubadas para a construção de casas, o lixo jogado na água junto com o esgoto; um verdadeiro descaso. Precisamos trabalhar junto com o Plano Diretor, o saneamento e o crescimento urbano para evitar que essa ocupação, sem planejamento, atinja o meio ambiente e no futuro afete toda a cidade”, afirma.

Perfuração de poços é monitorada Para se furar um poço, é necessária uma autorização da SEMARH. O primeiro passo é procurar o órgão que fica localizado em Jacarecica, no mesmo prédio onde funciona a Delegacia Geral de Polícia Civil. Para quem não conhece o funcionamento, eles entregam uma cartilha explicando e orientando a necessidade da outorga, que é um documento que dá ao usuário o direito de usar determinada quantidade de água por determinado período de tempo. Com essa autorização, fica assegurado o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água. Para conseguir o docu-

mento, é necessário saber se o manancial de onde ele quer captar água ou diluir efluentes é de domínio estadual ou federal. Em seguida, o usuário deverá informar na SEMARH o tipo de uso que fará da água, como é o caso de abastecimento humano, para matar a sede de animais, irrigação e pesca. Para cada uma dessas, existe um formulário diferente que deverá ser entregue na secretaria. É necessária, ainda, a escritura da área, bem como toda a documentação pessoal de pessoa física ou empresa, localização do ponto de captação através de

mapas e ainda o pagamento de uma taxa. “O primeiro passo é, sem dúvida, procurar a secretaria para se inteirar de todos os trâmites. Para se obter uma outorga, é necessária uma série de estudos, para que não comprometa o lençol freático”, disse Alex Gama. “A indicação é que o poço seja cavado por uma empresa cadastrada na SEMARH, que tenha um geólogo que analisará a área. Com esse parecer é que saberemos se a área pode ser perfurada e quais os danos que isso pode causar. Dependendo dessa análise, a outorga será concedida ou não”, diz Gama.

Poço sem autorização é irregular Segundo Alex Gama, qualquer poço para o consumo de água, para ser perfurado, precisa do documento de outorga. “Sem essa autorização, o poço é irregular. Existe todo aquele procedimento a ser cumprido. A água é um bem de domínio público; ninguém tem o direito de utilizá-la sem controle. Quem faz isso está cometendo um crime ambiental”, afirmou. O tamanho exato do manancial subterrâneo que abastece Maceió com água potável ainda não foi calculado pela SEMARH, mas abrange praticamente toda a parte alta da cidade e área da Zona da Mata alagoana. “Na área do litoral as águas são salinizadas, por isso não são boas para o consumo. Já a da parte do Tabuleiro é mais pura. É justamente nessa área onde existem muitos poços”, contou o geólogo e coordenador do Pró-água em Alagoas, Wilton Rocha. “Na parte baixa, os poços são mais rasos, não passam de dez metros de profundidade. Quando a qualidade da água é afetada, eles abandonam esse poço e perfuram outros”. Outro problema que atin-

Cidade cresce desordenadamente

Pontos em negrito mostram a quantidade de poços conhecidos

ge o lençol freático é sua contaminação com a construção irregular de postos de combustíveis, cemitérios e fossas. “Uma vez contaminado, toda a água do lençol freático ficará imprópria para o consumo humano. Não teremos como tratá-la em baixo da terra. Uma despoluição poderia demorar centenas de anos para acontecer. Por isso é preciso o cuidado na liberação para a construção de postos, cemitérios e fossas”, explicou Wilton Rocha. Ele alerta, ainda, para o uso desordenado da água do lençol freático que, poste-

riormente, pode acabar salinizada. “A água que abastece o lençol freático é reposta pela água da chuva. Em muitos pontos, a água já não desce impedida por asfaltos e a ação do homem. Se a água desses mananciais for retirada, mais do que reposta, poderemos ter uma salinização geral”, contou o geólogo. “É preciso respeitar o nível da água. Para se ter uma ideia com a desativação de alguns postos da Casal devido à criação do Pratagy, o lençol freático foi recuperado em 60% em cinco anos”.

Passar pela área da Serraria em direção ao Tabuleiro do Martins e se deparar com uma cidade que não para de crescer. Por toda parte canteiros de obras. O número de lançamentos imobiliários se multiplica; alguns condomínios com mais de quatrocentos moradores. Maceió segue crescendo em direção à parte alta. O crescimento de uma população que deve triplicar nos próximos cinco anos está preocupando os técnicos da Casal, que garantem que sem planejamento pode faltar água. É provável que seja criada mais uma subestação de abastecimento; desta vez vinda do rio Meirim. O projeto já existe. Está orçado em R$ 120 milhões, mas os recursos ainda não chegaram ao Estado. “A cidade está crescendo verticalmente. Terrenos onde

morava apenas uma família estão dando espaço para outras várias. Falta planejamento. É um crescimento desordenado que está preocupando a Casal”, afirmou Jorge Brizeno, superintendente operacional da Casal. “Hoje a estrutura que temos não vai suportar o crescimento. Temos um projeto para a expansão do sistema Pratagy e outro, que aguardamos a liberação de recurso para uma subestação do Rio Meirim. Ainda não iniciamos as obras porque o dinheiro não chegou”. O superintendente operacional da Casal alertou, ainda, para os cuidados com a preservação dos riachos de Maceió e cidades vizinhas. “Não sabemos o dia de amanhã. A cidade não para de crescer. Hoje, infelizmente, o rio Jacarecica, que poderia ser um fornecedor de água,

está quase um Salgadinho. Ainda temos condições de preservar outros, como é o caso do rio Niquim, na Barra de São Miguel”, disse. “Se não preservarmos as nossas bacias, chegará um momento em que teremos que buscar água no rio São Francisco. Para isso, o custo ficará mais caro, e a população é que vai sofrer no bolso”. Ele alerta, ainda, que não se pode confiar no abastecimento do lençol freático. “Ainda temos muita água potável no nosso subsolo, mas precisamos respeitar o limite de reserva, usando de forma racional. Não dá para só usar a água dos poços profundos, pois um dia ela também pode chegar ao seu limite. É preciso um alerta geral para que todo o nosso sistema de água seja preservado”, disse Brizeno.

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L

6

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Investimentos de R$ 668,12 milhões Cálculo é da Agência Nacional de Águas (ANA), mas o volume de recursos previsto é menos da metade Para suprir satisfatoriamen- (Casal), o aporte de recursos te a demanda de água da po- previsto no Programa de pulação alagoana até 2025, seria Aceleração do Crescimento necessário investir R$ 668,12 (PAC) para expansão do milhões em melhorias no siste- Sistema Pratagy/Meirim vai ma de abastecimento do conseguir atender às necessiEstado. O cálculo é da Agência dades de investimento de exNacional de Águas (ANA), dis- pansão e modernização da rede ponível no seu Atlas Nordeste, de Maceió até os próximos 30 publicado em 2009. Contudo, o anos. Esse projeto conta com volume de recursos previstos verbas federais da ordem de para obras corresponde a R$ 252,86 milhões. menos da metade, somando O principal gargalo R$ 279,24 milhões. reside na falta de previSegundo o estudo, são de recursos para as do montante total neobras necessárias no incessário, pouco mais de terior de Alagoas orçaMais de R$ 267 milhões precida pelo governo federal duzentos em R$ 26 milhões. O sam ser direcionados para o sistema de abasmilhões Atlas da ANA aponta tecimento de Maceió em obras que só para suprir a deem obras emergenciais manda dos municípios no Sistema Meirim – emergenciais de Junqueiro, São para adequação de um Sebastião, Teotônio novo manancial - e na Vilela, Canapi, Delmiro implantação das terceiGouveia, Inhapi, Mata ras e quartas etapas do Grande, Olho d´Água do Sistema Pratagy. Esse valor cor- Casado, Pariconha e Água responde a 38% da demanda Branca seria necessário aplicar total por investimento no R$ 33 milhões em obras. Estado. Outros 70 municípios comDe acordo com Jessé Mota, põem uma grande região capresidente da Companhia de rente de R$ 366,5 milhões em Saneamento de Alagoas investimentos para obras de

adequação do sistema existente (ver quadro). Apenas 18 municípios no Estado detêm sistema de abastecimento considerado satisfatório para demanda futura de água, que dispensam investimentos, segundo o Atlas da ANA. O estudo indica que a obra de ampliação da Adutora do Agreste, que tem Arapiraca como principal município abastecido, requisitaria 36% dos recursos necessários para melhorar o sistema de abastecimento de Alagoas. A obra prevê a proposição de um novo sistema produtor para atender exclusivamente Arapiraca e pequenas obras de ampliação em trechos da adutora existente. O Atlas aponta que é necessário investir num reforço da Adutora do Alto Sertão, complementando a oferta hídrica com água subterrânea cuja captação seria realizada no aquífero Jatobá, localizado na divisa de Pernambuco, além da implantação de novas adutoras em Canapi e Mata Grande. O orçamento geral desse conjunto de obras soma R$ 23 milhões em recursos.

Presidente da Casal, Jessé Mota diz que aporte de recursos vai possibilitar expansão do sistema Meirim

Recursos não atendem demanda De acordo com Alex Gama, secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, de fato os investimentos previstos são insuficientes para suprir a demanda real de Alagoas. “Como o próprio levantamento da ANA mostra, em todo país a necessidade de investimento é alta. Infelizmente, a grande maioria dos estados e municípios não dispõe de recursos próprios para destinar às obras necessárias. A saída é fazer projetos e buscar recursos de bancada e do governo federal”, afirma. Gama diz que a oferta de água no Estado não é tão crítica, considerando que 70% do abastecimento vem dos rios que percorrem Alagoas. “O fato de não dependermos da oferta de águas subterrâneas é um indicador positivo porque esses reservatórios devem ser utilizados de forma estratégica e como último recurso”, frisa. “Por outro lado, é necessário desenvolver

trabalhos de conservação das bacias hidrográficas existentes para evitar o esgotamento dos nossos recursos naturais”, diz. Segundo o secretário, os principais rios fornecedores de água para a população alagoana são o São Francisco (cujo insumo é captado por adutoras localizadas na região Agreste e Sertão), o Pratagy (que abastece Maceió e a captação é feita na região do Benedito Bentes) e o Catolé (localizado em uma Área de proteção Ambiental APAdo Catolé – situado no município de Satuba). “Todos esses mananciais sofrem com a pressão da ocupação urbana desordenada e a ação poluidora do homem”, afirma. Alex Gama conta que o governo federal planeja aplicar R$ 1 bilhão em recursos nas obras de revitalização do rio São Francisco em todos os estados margeados por ele. Aqui no Estado há atualmente 24 obras em execução que prevêem R$

42 milhões em obras de saneamento, criação de aterros sanitários e recuperação de mata ciliar, nos municípios de Olho d´Água do Casado, Santana do Ipanema, Piaçabuçu, Batalha, Igreja Nova, Canapi, Carneiros e Jaramataia”, enumera. “Mas há ainda outros R$ 55 milhões que estão sendo licitados para atender ainda os municípios de Belo Monte, Craíbas, Jacaré dos Homens, São Brás, Olho d´Água das Flores e Major Isidoro”, completa. “Nos rios Pratagy e Catolé, a Secretaria de Meio Ambiente desenvolveu um Plano Diretor que prevê restrições ao uso e ocupação das áreas, projetos de saneamento, conservação de matas entre outras ações que visam conservar os mananciais. Algumas ações do plano vêm sendo operacionalizadas em parceria com os municípios, especialistas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Casal”, conta.

Casal tenta equilibrar finanças Após anos de operação no vermelho, cujo déficit anual entre receita e despesa girava em torno dos 20% em média, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) vem anunciando que equilibrou suas contas. A meta estabelecida pelo governo do Estado para empresa é a de geração de superávit de 10% até este ano. O Balanço da Companhia de 2010 é que vai mostrar se a meta foi atingida ou não. Contudo, mesmo atingindo um volume de receitas capaz de honrar o pagamento de todas as suas despesas, a Casal continua sem capacidade de investimento para direcionar a todas as obras necessárias para ampliar a modernizar a rede de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto do Estado. Segundo o presidente da Casal, Jessé Mota, em 2009, a empresa faturou R$ 165 milhões contra um total de despesas de R$ 165 milhões.

“Atualmente, cerca de 30% dos gastos da Casal correspondem ao pagamento da folha de salarial e encargos sociais. Outros 20% vão para o consumo de energia – a companhia é uma das maiores consumidoras da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) – e mais 17% vai para o pagamento de dívidas do passado. O maior credor da empresa hoje é a União, para quem paga débitos antigos de FGTS e INSS, mas ainda há dívidas com antigos fornecedores”, afirma Mota. Segundo o presidente da Casal, recentemente a companhia obteve a Certidão Negativa de Débitos (CND) de órgãos da União, recuperando a capacidade de contrair crédito e firmar convênio com outras empresas. “Tínhamos R$ 400 milhões em dívidas com a União e mais R$ 85 milhões em débitos com a Ceal. Aderimos ao novo programa de refinanciamento de

dívidas do governo federal e renegociamos nosso débito de energia. Dessa forma, mudamos o perfil do nosso endividamento, parcelando o estoque da dívida com a Ceal no prazo de 30 anos. Com isso, estamos redirecionando cerca de R$ 3 milhões mensais para o pagamento da fatura mensal de energia, além do pagamento de débitos”, contabiliza. Mota conta que a receita da Casal cresceu de R$ 122 milhões para R$ 165 milhões no período entre 2006 e 2009. “Este ano, esperamos uma receita bruta de R$ 172 milhões e vamos investir R$ 25 milhões em recursos próprios para fazer pequenas obras de melhorias no sistema de abastecimento do interior do Estado”, afirma. “Nos últimos anos, dada a situação precária das finanças da empresa, a Casal não tinha recursos para investimento o que impactou na qualidade da prestação de serviços à população.

Recursos para a implantação da terceira e quarta etapas do Pratagy demandam 38% do orçamento

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L 7

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Flagra de desperdício de água: cano jorra na rua; crianças aproveitam a água para tomar banho

Em AL, 50% da água é desperdiçada A mesma quantidade de água que abastece Maceió é jogada fora ou usada clandestinamente Para complicar a situação a água se infiltra no subsolo e do abastecimento de água em desaparece. Assim, fica difícil Maceió, o sistema ainda sofre identificar”, disse o assessor um grande golpe: o desperdí- da Vice-Presidência, Moisés cio. Essa perda de água é de Vieira da Rocha Neto. Mas, segundo ele, esse responsabilidade do usuário e da companhia que faz a dis- problema está com os dias tribuição. Não se sabe quem contados. Moisés Vieira indesperdiça mais água em formou que o convênio que a Maceió: se a Casal ou a popu- Casal fez com a Companhia lação. Enquanto essa pergun- de Saneamento Básico do ta não é respondida, a “água Estado de São Paulo (Sabesp) permite a implantação de teclimpa escorre pelo ralo”. Enquanto a média nacional nologias capazes de identificar relativa à perda no abasteci- até mesmo esses vazamentos, mento é de 40%, em Alagoas hoje, praticamente invisíveis. ela [a média] passa dos 50%. A Casal aposta todas as suas Isso implica dizer que a fichas nesse convênio com a mesma quantidade de água Sabesp, tanto do ponto de que abastece Maceió também vista operacional quanto adé jogada fora, ou desviada de ministrativo. Moisés Vieira exforma clandestina. De uma plicou que a eliminação de forma ou de outra, os prejuí- vazamento será o resultado de um trabalho a partir de zos são grandes. Para explicar melhor, pesquisas que vão identificar pouco mais de um copo até mesmo aqueles do subsod´água se perde para cada lo. copo consumido. Enquanto o O presidente da usuário bebe um copo Casal, Jessé Mota, d´água, outro é jogado acredita que o saneafora ou ingerido sem o mento da companhia, registro oficial da comtanto do ponto de Cerca de vista do oferecimento panhia que administra o abastecimento. 30% das de um bom serviço Isso é um compliquanto de operaperdas cador porque, sem ter cionalidade, passa ocorrem pela correção das perinformações sobre quanta água é condas, sejam elas de ligacom sumida em Maceió, a vazamentos ções clandestinas ou de vazamentos. Casal fica impossibili“Um dos grandes tada de fazer investidesafios da empresa é a mentos e de saber se diminuição de suas perdas de precisará ou não aumentar a captação, tratamen- receita. Só para se ter uma ideia, cerca de 30% de nossas to e distribuição da água. O certo é que a água é colo- perdas decorrem de problecada na rede de distribuição e mas na rede, como vazamendisponibilizada para o con- tos de tubulação e quebra de sumidor que é cadastrado,. adutoras. Outros 70% corresQue paga sua conta certinho pondem às ligações clandese para aquele que pensa que tinas, desvios e inadimplêna água é pública e, portanto, de cia. Entre os clientes cadastrados da Casal, o índice de distribuição gratuita. Da forma como a com- inadimplência gira em torno panhia não tem informações dos 15%. Para combater esse precisas sobre o consumo ir- prejuízo, firmamos um conregular de água – as famosas vênio de transferência de tecligações clandestinas – tam- nologia com a Sabesp e estabém não tem quanto ao volu- mos realizando auditorias me que se perde na sua rede. comerciais para recuperação Isso mesmo. Acompanhia não de receita”, conta Mota. Na Casal, outra medida tem o controle dos vazamentos. Nem quantos são, quanta para conter inadimplência, água se perde. A Casal traba- desvio de água e desperdício, lha com estimativas e pre- será a substituição de 50 mil sunções. hidrômetros. Segundo Moisés A Presidência de Gestão Vieira, no ano passado foram Operacional da Casal infor- substituídos 56 mil desses mema que só tem conhecimento didores do consumo de água. dos vazamentos visíveis. “Há Em Maceió são 120 hidrômeaqueles vazamentos em que tros.

Ainda é muito comum ver pelas ruas de Maceió pessoas lavando calçadas com água potável mesmo com tantas campanhas ambientais

Lições para aprender contra o desperdício Moisés Vieira explica que o desperdício ainda é um motivo de grande preocupação para a Casal. Por isso, ele recomenda alguns cuidados elementares que a população deve tomar para, quem sabe, mais tarde, não ter que amargar o colapso no fornecimento de água. Tecnicamente, ele chama os conselhos de “medidas racionais no consumo da água”: - Não lavar o carro com mangueira; o mais prudente é usar o balde; - Evitar a “vassoura hidráulica”; trata-se de uma brincadeira e o termo serve para ilustrar a mangueira ligada na torneira do jardim para lavar a calçada; recomenda-se que a calçada seja varrida para arrastar a poeira sem a necessidade de desperdiçar água; - Em casa, recomenda-se fechar a torneira nos interva-

los em que se está escovando os dentes, fazendo a barba, tomando banho ou lavando a louça. “Essas são medidas simples que têm resultados vantajosos para todos. Principalmente dentro de casa, onde a conta relativa ao consumo será bem menor”, explicou Moisés Vieira. Em casa, uma família de quatro pessoas, que não têm atividades que utilizem água em excesso (como uma lavanderia, ou lava-jato, por exemplo), deve ter o consumo entre 15 e 35 metros cúbicos de água por mês. Essa mesma família deve desconfiar caso seu consumo esteja acima deste patamar. A elevação do consumo pode estar ligada ao descontrole dos moradores deste imóvel ou ao roubo de água, invariavelmente cometido pelo vizinho do lado.

CMYK


Especial

O JORNAL JORNA L

8

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

Rede tem mais de mil quilômetros Aquedutos passam por locais de difícil acesso, onde geralmente acontecem as avarias nos canos Em Maceió, a rede de distribuição da Casal mede 1,3 mil quilômetros de extensão. Se for colocada numa linha reta, a tira de aquedutos de concreto e aço e os canos de PVC liga Maceió a Fortaleza. Antes do tratamento para distribuição aos domicílios, a água passa por aquedutos que passam por trechos inóspitos, onde ocorrem avarias causadas por vândalos. Em muitas situações, essas ações prejudicam o forneci-

mento de água. A água pode até não ser em grande quantidade, mas, quando o quesito é qualidade, a água encanada de Maceió se destaca. E as informações não são da Casal, que naturalmente teria grande interesse em divulgar o fato. Os dados são da Vigilância de Saúde Ambiental (VSA), órgão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A VSA foi criada nos mu-

nicípios brasileiros através da Portaria 518, de 25 de março de 2004, assinada pelo então ministro da Saúde, Humberto Costa. A portaria “estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, além de dar outras providências”. A responsabilidade do VSA é fiscalizar torneira por

torneira a qualidade da água que chega às casas do maceioense. Mas a qualidade atestada pela equipe da VSA só vai até a “torneira de entrada”, que, normalmente, é aquela que no jardim, no cantinho do muro, cerca de um palmo depois do hidrômetro. Quando a rede se estende para dentro de casa e a água passa por algum tipo de reservatório (cisterna, caixa d´água ou outro recipiente), o órgão

não mais atesta a sua qualidade. Isso porque a limpeza e conservação desses reservatórios não são de responsabilidade da Casal. “Podemos garantir que, nesses três anos de funcionamento, nunca encontramos uma situação que merecesse suspensão no fornecimento de água por conta de o resultado da análise dar insatisfatório”, disse Alex Teixeira, coordenador da VSA. “Na minha

casa, eu tomo água da torneira de entrada”, garantiu. Em Maceió, os técnicos da VSA podem ser considerados os donos da água. Isso porque, caso eles identifiquem irregularidade na qualidade do produto em determinada rede, eles têm autoridade para determinar a suspensão do fornecimento, principalmente por se tratar de uma questão de saúde pública. “Ainda não precisamos fazer isso”, comentou.

Água coletada nas torneiras de jardim é analisada para garantir qualidade de consumo

Monitoramento da VSA é semanal

Moradora responde questionários antes de a água ser coletada

Amostras são lacradas e enviadas ao Laboratório Central (Lacen)

Expediente Edição: Vera Valério Reportagens: Deraldo Francisco Láyra Santa Rosa Odilon Rios Patrycia Monteiro

Arte: Marcelo San Fotografia: Yvette Moura Lula Castelo Branco Marco Antônio Revisão: Jackson Pinheiro Diagramação: Jamylle Bezerra

Todas as semanas, uma o resultado dos exames e é equipe da VSA sai de sua obrigado a inseri-lo no sala, no 3º andar do prédio- Siságua, na Internet. A sede da Secretaria Municipal demora na inclusão desses de Saúde (SMS), na praia da dados no sistema implica Avenida. De tão pequena a em cobranças expressas do equipe, no dia de coleta, a Ministério da Saúde (MS). sala fica fechada. Caso seja identificada alOs técnicos vão aos bair- guma irregularidade, o ros predefinidos e fazem 15 órgão deve procurar imedicoletas diferentes. A água atamente a companhia respara análise é coletada na ponsável pela distribuição primeira torneira depois do ou, no caso de Sistema hidrômetro, a chamada Alternativo Coletivo ou “torneira de entrada”, sem Sistema Alternativo India interferência do manu- vidual, a pessoa responsáseio dos moradores. “A vel. A recomendação inicial população sempre nos re- é de suspender o fornecicebe muito bem. Não temos mento de água logo problemas em fazer que se detectar falhas a coleta”, disse na qualidade da água Alex Teixeira. Ele para evitar contamiexplicou ainda que, nação da população. depois da coleta, o Mas, em termos de morador responde São feitas qualidade da água, a um questionário. 15 coletas embora não se tenha As amostras são registrado um grande acondicionadas em diferentes problema nesse quesidois recipientes de to, ele não é 100% plástico e, após o “uma maravilha”. Há isolamento, são enno sistema um fenôviadas ao Laborameno chamado “intório Central (Latermitência”, que são cen), onde são realiaqueles intervalos entre o zados os exames de físico- fornecimento normal e a inquímico [que verifica o PH, terrupção. Esses intervalos turbidez e a cor], microbi- são popularmente conheciológico [que verifica a exis- dos como “falta d´água”. tência de coliformes termoTecnicamente, sem contolerantes] e teste de cloro duzir a água, a rede perde [que verifica os padrões de pressão e, desta forma, fica potabilidade]. mais vulnerável à entrada A coleta pode ser feita de microorganismos, entre em rede de distribuição, eles, bactérias e outros que área interna de instalações podem ser prejudiciais à sua prediais após a caixa saúde humana. d´água, saída do tratamen“Quanto maior for esse to na Estação de Tratamento período de intermitência, de Água (ETA), reservatório maiores serão os riscos de de distribuição, chafariz, cis- contaminação da rede”, coterna, veículo transportador mentou Alex Teixeira. Ele (carro-pipa), poços, cacim- disse que, embora essa interba, açude/barreiro, fonte, mitência esteja mais frenascente, mina, represa/bar- quente, ainda não apresenragem ou rio. tou resultados que prejCerca de 15 dias depois udiquem a população de desta coleta, o VSA recebe Maceió.

CMYK



SISTEMA

Especial 2

O JORNAL JORNA L DE COMUNICAÇÃO Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br


SISTEMA

Especial Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br

O JORNAL JORNA L DE COMUNICAÇÃO 3


O JORNAL JORNA L

Especial

DE COMUNICAÇÃO

4

Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br

5

A preservação da vida no planeta começa pelo uso inteligente da água Iracema Ferro

dita que ela é um recurso natural ilimitado. Apesar de haver 1,3 milhão de km³ de água na Terra, segundo dados do Ministério Público Federal, nem sequer 1% desse total pode ser economicamente utilizado, sendo que 97% dessa água se encontra em áreas subterrâneas, formando os aqüíferos, ainda inacessíveis pelas tecnologias existentes. Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, 50% da taxa de doenças e morte nos países em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Assim sendo, o rápido crescimento da população mundial e a crescente poluição, causado também pela industrialização, torna a água o recurso natural mais estratégico de qualquer país do mundo.

Repórter

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, o Dia Mundial da Água, tem como objetivo a conscientização pública da importância da água, conversação e manutenção dos recursos hídricos, bem como a preservação do Meio Ambiente. Através da Lei n.º 10.670, de 14 de maio de 2003, o Congresso Nacional Brasileiro instituiu o Dia Nacional da Água na mesma data. Essas ações foram previstas na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, quando foi instituída a Agenda 21, um documento voltado para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios das próximas gerações. Reflete um consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O Dia Mundial da Água é um alerta para a necessidade de implementar políticas públicas e conscientização ambiental para a conservação da água. Mas para chegar a este objetivo, vários outros problemas de ordem social, política, cultural e econômica precisam ser solucionados. O combate à pobreza, mudança dos padrões de consumo, dinâmica demográfica e sustentabilidade, proteção e promoção das condições da saúde humana, promoção do desenvolvimento dos assentamentos humanos, integração de meio ambiente e desenvolvimento na tomada das decisões, proteção da atmosfera, combate ao desflorestamento, luta contra a desertificação e a seca, promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável, conservação da diversidade biológica, manejo ambientalmente saudável da biotecnologia entre outros temas co-relacionados fazem parte das áreas relacionadas na Agenda 21 que precisam ser receber atenção especial para, como resultado, haver a manutenção da água potável que ainda resta no planeta. No Dia Mundial da Água é preciso lembrar que, em diversos lugares do mundo, milhares de pessoas já sofrem com a falta desse bem essencial à vida. A água é um bem precioso e insubstituível. É um elemento da natureza, um recurso natural. É de domínio público e de vital importância para a exis-

tência da própria vida na Terra. A água é um recurso natural que propicia saúde, conforto e riqueza ao homem, por meio de seus incontáveis usos, dos quais se destacam o abastecimento das populações, a irrigação, a produção de energia, o lazer, a navegação. Dados do Greenpeace, organização não-governamental de proteção ao meio ambiente, o Brasil tem 11,6% de toda a água doce disponível no planeta. Também está no Brasil o maior rio do mundo, o Amazonas, e o maior reservatório de água subterrânea do planeta, o Aquifero Guarani. Mesmo com este grande volume de água, o Brasil já experimenta problemas com o abastecimento, tendo em vista que o maior manancial está na área menos povoada, que concentra apenas 7% da população brasileira. Países como o Egito, África do Sul, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Haiti, Turquia, Paquistão, Iraque e Índia já passam por problemas graves de escassez de água potável. Em todo o mundo, domina uma cultura de desperdício de água, pois ainda se acre-

CMYK

SISTEMA


SISTEMA

Especial 6

O JORNAL JORNA L DE COMUNICAÇÃO Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br


SISTEMA

Especial Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br

O JORNAL JORNA L DE COMUNICAÇÃO 7


SISTEMA

Especial 8

O JORNAL JORNA L DE COMUNICAÇÃO Domingo, 21 de março de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.