OJORNAL 22/06/2010

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O JORNA L Maceió, terça-feira, 22 de junho de 2010 | Ano XVI | Nº 169 | www.ojornalweb.com

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ALAGOAS

R$ 1,00

Enchentes causam mortes e destruição em Alagoas Defesa Civil confirmou 26 mortos, mais de 73 mil desabrigados ou desalojados e 607 desaparecidos Thiago Sampaio/Agência Alagoas

As águas do Mundaú inundaram União dos Palmares, mataram pessoas e destruíram ruas inteiras

Thiago Sampaio/Agência Alagoas

Na Usina Laginha, dezenas de caminhões foram virados como se fossem de brinquedo

Lula Castello Branco

Desolada sobre os escombros de sua casa, Josenilda Prudêncio lamenta os estragos da enchente

té ontem, as enchentes que atingiram Alagoas Ao todo, 26 cidades, inclusive Maceió, foram atingi- beração em cinco dias do FGTS para as vítimas. tinham deixado 26 mortos, 73.728 desalojadas das pelas enchentes. O governo federal anunciou o Amanhã, o presidente Lula chega a Alagoas. ou desabrigadas, 834 doentes e 607 desaparecidos. envio de hospitais de campanha para o Estado e a liPáginas A2, A3, A4, A7 e de A9 a A16

A

Petrobras fará investimentos de US$ 224 bi Página A8

Dona de casa é acusada de tentar matar a filha Página A14

Luís Fabiano marca dois gols e dá um bico na ansiedade O atacante Luís Fabiano fez as pazes com a rede e está mais confiante para encarar os próximos desafios do Brasil na

Os jogos de hoje

França

Copa do Mundo. Até domingo, ele não marcava há seis jogos e não escondia a ansiedade. Com os dois gols anotados na vitória por 3 x 1, contra África do Sul

X

11h00

México

Costa do Marfim, o atacante provou que pode ser decisivo para a seleção. Sexta-feira, o Brasil vai enfrentar Portugal, que goleou ontem a Coreia do Uruguai

X

11h00

Grécia

Norte por 7 x 0. Ontem também, o Chile venceu a Suíça por 1 x 0, e a Espanha bateu Honduras por 2 x 0.

Argentina

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15h30

Copa 2010 Nigéria

Coreia do Sul

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15h30

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O JORNAL

Política A2

Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Lula Castello Branco

Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br

RECONSTRUÇÃO NA LAJE A cidade de São José da Laje tem demonstrado resistência e insistência. Nos últimos 41 anos, o município “encarou” três grandes cheias. A pior de todas foi em 1969, quando muita morreu e a cidade precisou ser reconstruída tijolo por tijolo. Hoje, a cidade se recupera de uma mais grave surpresa da natureza. As chuvas foram consideradas normais para o período, mas, a tromba d´água do rio Canhoto que desceu de Pernambuco quase “varre” a cidade do mapa de Alagoas. Ontem foi dia de retirar a lama e iniciar – mais uma vez - a reconstrução. Mas o povo da Laje é forte e perseverante e vai recomeçar tudo de novo. O Canhoto no município arrastando tudo que encontrava. Casas foram destruídas e pessoas morreram afogadas, principalmente idosos e crianças. O que era estrada virou rio. O resultado dos estragos pôde ser visto ontem em toda a sua dimensão. Por um momento, houve uma ameaçadora desolação, mas os moradores de São José da Laje já arregaçaram as mangas e iniciaram a reconstrução. Vão precisar da ajuda do povo alagoano, e do poder público, é bem verdade, mas quem não precisa de ajuda para recomeçar?

NÚMEROS Se for levado em consideração o número de pessoas desaparecidas, o número de mortos vítimas das enchentes em Alagoas vai subir consideravelmente. Vale lembrar que, em outras enchentes parecidas com a que se registra hoje, dezenas de pessoas não foram encontradas, nem mortas nem vivas. Essas podem ser principalmente, aquelas pessoas que moravam em sítios distantes da zona urbana. Ou seja, os dados oficiais sobre mortos serão divulgados, mas a verdade sobre quantas pessoas morreram no Estado nunca se saberá ao certo.

Cenário de destruição em Branquinha, após fortes chuvas: governo federal prometeu ajuda

Chuvas mobilizam políticos e Lula promete dinheiro para AL Ministros sobrevoam áreas atingidas e anunciam a construção de casas Odilon Rios Repórter

José Árabes

SAQUEADORES

Editor de Política

Em Rio Largo, um grupo de larápios se aproveitou da tragédia e saqueou casas, estabelecimentos comerciais e carros. Preocupadas em atender as vítimas das enchentes, as autoridades policiais não puderam fazer nada no sentido de evitar a ação dos ladrões. Muita gente perdeu seus pertences para a enchente.

Os estragos causados pelas chuvas que caem desde a semana passada em Alagoas mobilizaram grupos políticos, entidades da sociedade civil organizada, governo, prefeituras e virou tema do “Café com o Presidente”, programa das segundas feiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele anunciou que vai editar medida provisória para liberar recursos aos Estados atingidos. Ontem, ele recebeu, em Brasília, os governadores dos dois Estados para conversar sobre o quadro de destruição, tratado como uma das piores tragédias dos últimos 20 anos no Estado. Ao mesmo tempo, o governo de Alagoas assinou decreto de Estado de Calamidade Pública no Estado. O documento foi publicado ontem, no Diário Oficial do Estado. Também foram publicados dois decretos que declararam situação de emergência nos municípios afetados pelas chuvas. Entre as cidades atingidas pela chuva, 15, segundo o governo, encontram-se em estágio de calamidade: Quebra0ngulo, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Paulo Jacinto, Murici, Rio Largo, Viçosa, Atalaia, Cajueiro,

BRANQUINHA Pode-se dizer que medo de errar que a cidade de Branquinha foi a mais atingida pela enchente. O rastro de destruição foi demarcado pelos limites da cidade com os outros municípios. Ou seja, foi tudo destruído. As imagens denotam regiões arrastadas por tufões, fenômenos muito comuns nos Estados Unidos, por exemplo. O que era casa virou um amontoado de escombros, entre tijolos e telhas. O que era pista virou rio.

SANTANA Santana do Mundaú foi o primeiro município alagoano a ser atingido pela enchente. O nível do rio Mundaú subiu de repente e invadiu a cidade. Em outras épocas, o rio passa lentamente pela cidade, fazendo suas curvas até chegar a União dos Palmares. Este ano, a terra da laranja teve boa parte de sua estrutura física levada pelas chuvas. Mas, como há na cidade regiões altas, as pessoas tiveram onde se proteger. Perderam suas casas, mas continuaram vivas. O município ficou totalmente ilhado. Não se chegava à cidade nem por Alagoas, nem por Pernambuco.

BEBEDOURO No final de semana passado e ontem o bairro de Bebedouro ficou semi-ilhado. Isso porque o acesso pela rua principal, a Cônego Costa, foi tomado pelas águas da Lagoa Mundaú, no trecho da linha férrea. Quando o rio Mundaú enche, o reflexo é sentido na lagoa e, assim, as regiões próximas são alagadas. A travessia foi por carroceiros e canoeiros.

Capela, Jacuípe e Satuba. Amobilização dos setores se arrastou por todo o fim de semana. Às 11 horas da manhã de sábado, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) telefonou para o presidente Lula pedindo socorro federal. Às 15 horas, os ministros Márcio Fortes (Cidades) e João Santana (Integração Nacional) vieram ao Estado para anunciar a construção de casas nas áreas mais atingidas. O governador percorreu as áreas atingidas de helicóptero. O senador Fernando Collor (PTB), o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, também visitaram áreas atingidas pelas enchentes. Três helicópteros do Estado, além de mais dois emprestados pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Aeronáutica ajudavam no resgate de pessoas que estavam penduradas em telhados das casas ou isoladas em áreas alagadas. Ontem, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), trazendo apoio dos governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, trouxe cestas básicas e mantimentos aos desabrigados, que, até o fim da manhã de ontem, passavam de 70 mil. O Rio enviou dois hospitais de campanha. Corpo de Bombeiros e o Exército se mobilizaram, no fim de semana, para facilitar a distribuição de alimentos doados pela população ou a Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab). Parte da Transnordestina, ferrovia que interliga os portos do Ceará, Pernambuco, Maranhão e Alagoas, também foi destruída, no trecho alagoano. Segundo o governo do Estado, os prejuízos são de R$ 300 milhões e a reinauguração do trecho, marcada para o dia 27, não tem mais data para ser entregue. A Transnordestina tem 550 quilômetros de extensão. Em Alagoas, as obras recuperavam parte dos trilhos que haviam sido destruídos por outra enchente, em 2000, e estavam incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), custando R$ 112 milhões, que deveria baratear, em 40%, o transporte de açúcar, álcool, gesso, cimento, adubo e fertilizante. “Alagoas vive uma tragédia”, disse o governador. Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça também discutiram ações. O chefe do MP, Eduardo Tavares, reuniu promotores para traçar estratégias com os promotores das cidades. A presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, em ato normativo, suspendeu os prazos processuais e demais atividades dos juízos das comarcas - inclusive cartórios extrajudiciais - de Quebrangulo, Paulo Jacinto, Branquinha, Murici, União dos Palmares, São José da Laje, Rio Largo, Atalaia, Joaquim Gomes, Viçosa, Cajueiro, Capela

e Santa Luzia do Norte, até hoje. A desembargadora-presidente, ao elaborar o ato normativo, levou em consideração os sérios transtornos resultantes das fortes chuvas que atingiram o Estado de Alagoas, provocando alagamento nas dependências dos fóruns das comarcas, de modo que as atividades forenses estariam com seu normal funcionamento prejudicado. Elisabeth Carvalho considerou ainda que diante dos estragos, cabe promover minuciosa análise local para determinar a real extensão dos danos causados. O ato normativo entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se todas as disposições em contrário. SOLIDARIEDADE - Apresidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, comovida e apreensiva com as dificuldades e sofrimentos vividos pelas populações dos municípios castigados pelas últimas chuvas, manifestou sua solidariedade e apoio irrestrito do Poder Judiciário às vítimas das enchentes. Ela estará empreendendo visita aos municípios atingidos e solicitando aos servidores do Poder Judiciário donativos para os desabrigados. Os donativos devem ser encaminhados ao Cerimonial, no prédio sede do TJ, à direção do Fórum da Capital, no Barro Duro, e aos demais fóruns do interior.

Lula Castello Branco

EXPLORADORES Em Bebedouro, a solidariedade passou longe. Logo que o trecho próximo à estação ferroviária ficou intransitável, montou-se um sistema alternativo de travessia. O esquema envolvia carroças de burro, barcos e canoas. Houve gente que cobrou até R$ 2,00 por cabeça, numa travessia de pouco mais de 50 metros. Sem alternativa, as pessoas tiveram que pagar. Seria isso ou um contorno de mais de 15 quilômetros.

JORNALISTAS No último final de semana, os jornalistas de Alagoas se reuniram para a 19ª edição do seu Congresso Estadual. Este ano, o evento aconteceu no município de Palmeira dos Índios, com o patrocínio da Prefeitura local, da Secretaria de Estado da Saúde e da Fapeal, além de contar com o apoio da Clipping Notícias. Durante o evento, o município de Palmeira dos Índios prestou homenagem ao professor José Marques de Melo, filho da terra e referência nacional na área de comunicação social. O evento contou também com a participação de integrantes da direção da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), além de representantes dos sindicatos do Rio Grande do Sul e de Sergipe.

DIRETAS A cada ano, o concurso de quadrilhas juninas, fase eliminatória para decisão do Brasileiro, este ano em Recife, registra confusão. Quem perde quer saber porque perdeu e fala em maracutaia. Quem ganha só quer saber de comemorar, o que é confundido com deboche. Este ano, a campeã do São João foi a Rosa dos Ventos, do Eustáquio Gomes Gomes. A reclamação ficou com a Luar do Sertão, que não ganhou e desconfiou do resultado e questionou os jurados. A PM precisou intervir.

Cícero Almeida pediu para que governo federal “acenasse” a Alagoas

Presidente Lula anunciou que vai editar MPs para ajudar o Estado

Estragos nas cidades e reclamações de prefeitos Os estragos das chuvas eram objeto de reclamação dos prefeitos, dos vereadores e até dono dos cartórios. Pelos dados da Associação dos Cartórios, três foram destruídos nas enchentes. “Há cidades que o cartório foi embora. Não sobrou nada das escrituras. Estão colocando os poucos livros que sobraram no sol”, disse o presidente da associação, Iran Malta. Já os prefeitos se reuniram ontem, na sede da Associação dos Municípios (AMA) para discutir o quadro. Eles formaram uma comissão para uma conversa, nos próximos dias, com o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Isnaldo Bulhões. Aproposta é que as cidades possam ser autorizadas a fazer doações aos municípios

mais castigados pela enxurrada. “Aproposta é que cada cidade deposite este dinheiro em uma conta e que ele seja usado para se comprar aquilo que está se precisando”, disse o prefeito Cristiano Matheus (PMDB), que estava no encontro. O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), pediu que o governo federal “acenasse” para o Estado e lembrou da força das chuvas no Rio de Janeiro. Citou ainda que mesmo com as enchentes o São João da capital está mantido. “Só vamos fazer o São João porque está tudo programado. Vamos brincar o São João mas procurar ser solidário”, disse. Por outro lado, prefeitos de municípios do interior atingidos

pelas fortes chuvas contabilizavam os estragos. Toninho Lins (PSB, Rio Largo) explicava que, nas próximas horas, esperava-se aumento no número de corpos, com o recuo das águas. “Os acessos a cidade ficaram fechados. Havia muita água atrás da Igreja, que subiu e não sobrou nada. A Defesa Civil na cidade foi conversar com o governador”, disse o prefeito de Rio Largo. “Estamos com todos os nossos estoques chegando a exaustão. Não basta que os ministros venha a Alagoas. Temos que ter mais”, afirmou. “Precisamos de garantia de reconstrução”. Em União dos Palmares, segundo a Prefeitura foram contabilizadas 12 pessoas mortascom

possibilidade desse número crescer para, pelo menos, 30. Houve situações, segundo a Prefeitura, de uma família inteira morrer. Oitocentas famílias estão alojadas em postos de saúde e escolas. O governo negou morosidade. O Departamento de Estradas e Rodagens (DER) fez ontem um levantamento nas cidades que tiveram acessos obstruídos pela lama ou destruição; a Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas (Casal) disponibilizou 2,8 mil vasilhames, cada um com 20 litros de água, para distribuição. Cidades como Capela, Jacuípe, Paulo Jacinto e Quebrangulo tiveram o abastecimento de água reestabelecido no fim de semana. Continua na página A3

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Política

O JORNAL JORNA L A3

Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Contexto Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com

A REVOLTA DAS ÁGUAS Há tragédias que não se prenunciam e tragédias anunciadas. As tragédias causadas pelas cheias dos rios, por exemplo, são acontecimentos que se pode prever. Carrasco e vítima do próprio mecanismo que criou, a população assiste a devastação sem nada poder fazer - exceto enterrar seus mortos e lamentar as perdas materiais.Os Rios Mundaú, Canhoto, Camaragibe e Paraíba estão abrindo caminho para contornar o que o homem brecou e devastou. Nada mais justo e natural. As barreiras que deslizam e soterram residências foram antes golpeadas pelas mãos do homem insensível e mal-educado. O pior é que muitos parecem acreditar que a água, por ser mole, não vai procurar seu novo caminho. Esses vão continuar sendo vítimas da revolta das águas. E ainda arrastam o vizinho para a morte.

VEM CÁ

CRÍTICA

O presidente Lula ligou para os governadores Téo Vilela e Eduardo Campos chamando-os a Brasília para discutirem a ajuda às vítimas das chuvas em Alagoas e Pernambuco.

O senador Fernando Collor (PTB) cobrou ação enérgica do governo do Estado na assistência às vítimas das enchentes dos Rios Canhoto, Mundaú, Paraíba e Camaragibe.

SUGESTÃO DELE O senador Fernando Collor sugeriu a criação de uma comissão especial para agilizar a ajuda às vítimas da cheia no Estado.

MAIS 2

ELE

A Frente de Oposição por Alagoas se reuniu ontem para discutir o ingresso de mais dois partidos: o PRTB e o PSDC. Agora são oito os partidos coligados em torno da pré-candidatura de Ronaldo Lessa (PDT) ao governo do Estado.

O detalhe dos dois novos partidos que passam a integrar a Frente de Oposição liderada por Ronaldo Lessa é o PRTB, que tem forte ligação com o senador Fernando Collor (PTB), que também pleiteia a candidatura ao governo do Estado.

ESTREIA DO VICE O presidente estadual do PT, Joaquim Brito, participou ontem da primeira reunião como candidato a vice-governador de Ronaldo Lessa.

NEGA

APROVADO

A ex-prefeita Célia Rocha negou a negociação para ser a vice-governadora na chapa do governador Téo Vilela (PSDB), numa composição com o PTB. "Não sei de nada. Sou candidata à Câmara Federal", avisou.

O governador Téo Vilela (PSDB) atendeu ao pedido do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB)e prometeu liberar o dinheiro do Fundo de Combate à Pobreza para os municípios atingidos pelas chuvas.

QUEM AMA PERDOA O prefeito Luciano Barbosa disse que falou com o governador na condição de presidente da Associação dos Municípios (AMA).

PERDAS

DANOS

Metade da linha férrea que tinha sido recuperada pela Transnordestina Logística, entre os municípios de Porto Real do Colégio e Palmares-PE, foi destruída pela enxurrada. Com isso, a data de inauguração do trecho foi transferida.

A assessoria da Transnordestina Logística informou que não sabe ainda quando será inaugurado o trecho da ferrovia em Alagoas. Antes das chuvas que se precipitaram no Estado, a data de inauguração estava marcada para o dia 29.

TREM FANTASMA Por ironia, foi outra enchente dos Rios Mundaú e Canhoto que destruiu a linha férrea em Alagoas em 2002.

EXPRESSAS A Companhia de Água e Saneamento de Alagoas (Casal) liberou 2,8 mil vasilhames com 20 litros de água potável cada um, para as vítimas da enchente no Interior do Estado. Em Santana do Ipanema, o Riacho Camoxinga está com volume d´agua acima do limite. A precipitação pluviométrica na região, este mês, foi a maior dos últimos três anos. Já em Pão de Açúcar o problema é a falta de energia elétrica. A vereadora Rosinha da Adefal é a entrevistada desta noite do Conversa de Botequim, com o jornalista Plínio Lins, no Rapa Nui, na Ponta Verde. A partir das 9 horas. Em Palmeira dos Índios, a situação da Barragem da Cafurna ainda é de risco; se houver sobrecarga a barragem pode romper.

Collor cobra a instalação de um comitê para vítimas das chuvas Senador visitou municípios, cobrou empenho do governo e resgatou idosa Lula Castello Branco

Editoria de Política O senador Fernando Collor (PTB) sugeriu a criação de um grupo de comando especial para ajudar os milhares de desabrigados que foram vítimas da enchente do final de semana. Aproposta foi feita durante o Programa Cidadania na Rádio Jornal AM conduzido pelo radialista França Moura. Collor, inclusive, foi o primeiro a propor a criação de um hospital de campanha para evitar doenças epidêmicas. No fim da tarde, o governo Lula autorizou a instalação de tendas médicas – com profissionais vindos do Rio de Janeiro. À noite, o senador esteve, em Brasília, com o presidente Lula, os governadores Eduardo Campos (PSB/PE) e Teotonio Vilela, além da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e o senador Renan Calheiros (PMDB). Lula marcou uma visita para amanhã aos dois Estados. Além de deixar acertada a liberação de recursos (sem estabelecer valores); autorização para uso do FGTS e a criação de uma comissão do

Fernando Collor contou que nunca viu uma tragédia desta proporção

Ministério de Minas e Energia para viabilizar o religamento da rede elétrica na região. Ainda na audiência com Lula, o senador Fernando Collor entregou-lhe artigo escrito pelo empresário e ex-deputado federal João Lyra, que também encaminhou informações ao presidente sobre a situação de Alagoas com os estragos das enchentes, com destaque para a região de União dos Palmares.

Pela manhã na rádio, Collor lamentou a tragédia: “Isso é uma calamidade, algo que eu nunca vi”, afirmou, lembrando da enchente de 1989. “Precisamos de uma grande ação efetiva para salvar o nosso povo. Só que precisamos de uma coordenação, pois estamos no meio de uma crise, temos que ter um comando de guerra”, destacou cobrando a instalação de um telefone para auxílio e doações. “Temos

que ter secretários com o pé na lama”, contou. O senador realizou salvamentos por conta própria e resgatou de helicóptero uma idosa paraplégica em Santana do Mundaú. O senador chamou a atenção para as doenças que surgem após enchentes, cobrando vacinas e medicamentos. Ele conclamou a participação de toda a sociedade em um mutirão para apoiar as famílias, como a presença de estudantes das áreas de saúde nas regiões atingidas pela enchente. “O povo está só, está sofrendo, chorando, desassistido, sem perspectiva, é necessário uma ação efetiva do poder público para compensar um pouco da ausência física das autoridades”, disse. Collor visitou os municípios auxiliando moradores que foram vítimas das chuvas. Cobrando ações do governo, para o senador é preciso que os secretários estaduais entrem de cabeça na busca para salvar os que sobreviveram, que podem ser vítimas do pós-crise, ao contrair doenças a partir da água contaminada.

UNIDOS

ELEIÇÕES

Frente por Alagoas acerta convenção no domingo

Juiz suspende portaria contra adesivos

Yvette Moura

A reunião de ontem da Frente por Alagoas decidiu que PMDB, PT, PC do B, PDT, PR, PV e PRP farão convenção conjunta, no próximo domingo, no ginásio do Sesi, no bairro Trapiche da Barra, para referendar o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) como candidato ao governo do Estado. O vice será o presidente estadual do PT, Joaquim Brito, referendado pelo partido na última sextafeira, depois de encontro com um dos coordenadores da campanha da candidata petista Dilma Rousseff em Alagoas, o ex-deputado federal José Dirceu. Além disso, entre as decisões, os integrantes da frente acordaram que vão lançar chapas conjuntas, ou seja, com todos os partidos, para depu-

Grupo aceitou decisão do PT que indicou Joaquim Brito como o vice

tado federal e estadual. “Domingo será a grande convenção, rumo à vitória”, disse Joaquim Brito. CHUVAS - Os integrantes

da Frente se reuniram ontem não só para discutir o quadro eleitoral como também para manifestar solidariedade aos atingidos pelas chuvas em todo o Estado.

Lessa critica ausência do Estado “É nítida a ausência do Estado na assistência à população”. A observação é do ex-governador Ronaldo Lessa, que nesse domingo, acompanhado do senador Renan Calheiros (PMDB) e do prefeito de Arapiraca e presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Luciano Barbosa (PMDB), sobrevoou, de helicóptero, as cidades alagoanas mais atingidas pelas chuvas dos últimos dias. Segundo Lessa, além do Corpo de Bombeiros, que atua intensamente no socorro aos desabrigados, não se vê nenhuma outra estrutura de governo nas cidades. “Essa não é a pri-

meira vez que o Estado é atingido por inundações, mas, talvez, seja a mais violenta”, afirmou. A comitiva esteve nos municípios de Rio Largo, União dos Palmares, Branquinha e Murici, e pôde verificar de perto os estragos causados pelas inundações, que além de deixarem milhares de pessoas desabrigadas, trouxeram morte e muita destruição. “Em 2000, Alagoas também foi atingido por fortes chuvas e inundações em diferentes localidades, o que causou a destruição de pontes, casas, rodovias. O Estado todo teve que ser praticamente reconstruído. Os prejuízos foram enormes,

mais de 90 mil pessoas perderam suas casas, ficaram desabrigadas. Mas, com muito esforço, conseguimos reerguer os municípios, reconstruímos as pontes, as rodovias e as residências”. Na avaliação do ex-governador, essa cheia talvez seja, a mais violenta das últimas décadas. “Apesar de o número de desabrigados e de cidades atingidas ser bem menor do que o que ocorreu em 2000, o que impressiona é a fúria com que as águas invadiram os municípios. Sem falar do número de mortes e pessoas desaparecidas. O rastro de destruição é desolador”, finalizou Lessa.

NOVA SEDE

Semas pode mudar para prédio da Igreja Católica O secretário municipal de Assistência Social, Francisco Araújo, reuniu-se com o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, para discutir a proposta de mudança de sede da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para um prédio da Igreja Católica.

Segundo Francisco Araújo, a iniciativa partiu do prefeito Cícero Almeida, que tem ideia de levar a Semas para um local de acesso mais fácil, onde possa atender a um maior número de usuários. Durante o encontro, Dom Muniz mostrou a disposição

da Igreja em disponibilizar o espaço do Centro Social Dom Adelmo, no Vergel, para a Semas desenvolver o trabalho com a população. Ficou marcada uma nova reunião para verificar quais são as reais necessidades para o funcionamento da secretaria.

Alexandre H. Lino Repórter

O juiz eleitoral Luciano Guimarães Mata suspendeu os efeitos da portaria do juiz da 2ª Zona Eleitoral, Paulo Zacarias, que impedia a circulação de automóveis com adesivos de pré-candidatos nas eleições de outubro. O integrante do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas concedeu liminar em mandado de segurança impetrado pelo PRP apontando que não existe como demonstrar na prática a existência de propaganda eleitoral irregular. Na semana passada, cerca de 300 carros foram alvos da fiscalização com risco de multa e até mesmo prisão para aqueles motoristas que desobedecessem a decisão judicial. Com isso, as ações policiais que estavam acontecendo em diversos pontos da cidade estão suspensas. Para o juiz “a legislação eleitoral, a princípio, não impede a promoção pessoal, ao contrário, resguarda a liberdade de expressão, sendo a Justiça Eleitoral chamada a atuar apenas quando tais atos ameaçam a igualdade de oportunidades dos pretensos candidatos em determinado pleito, atuação esta que impõe análise individual, condicionada ao caso concreto e devidamente judicializado”. Luciano Guimarães ainda lembrou que o próprio TRE está judicializando cada um dos casos de abusos contra a legislação eleitoral, e os candidatos que utilizem destes métodos estão sendo multados conforme prevê a lei. O juiz eleitoral ainda questionou o trabalho de policiais militares na retirada dos adesivos, apontando que os PM’s estavam passíveis ao descumprimento constitucional excedendo inclusive as suas funções devido a subjetividade da decisão do juiz da 2ª Zona Eleitoral. REUNIÃO – E para continuar a preparação para as eleições, está marcada para hoje, às 9 horas da manhã, uma reunião na presidência do Tribunal Regional Eleitoral com a Corregedoria Eleitoral e a Procuradoria Regional Eleitoral e o órgãos da defesa social (estadual e federal) para discutir o funcionamento do aparato da área de segurança pública durante o período eleitoral.

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O JORNAL

Nacional A4

O presidente responde Coluna semanal do presidente Lula

Flaviane Lopes Francisco, 35 anos, professora de São Mateus (ES) – Gostaria de saber por que há diferença nas bolsas-benefícios do Projovem Urbano e do Projovem Rural? Presidente Lula – Todas as quatro modalidades do Projovem oferecem ajuda financeira de R$ 100. O valor é o mesmo, tanto para o Projovem Urbano quanto para o Adolescente, Campo ou Trabalhador. A diferença entre o Projovem Urbano e o Projovem Campo refere-se apenas ao número de bolsas mensais pagas em cada programa e isso depende da frequência escolar. No caso do Projovem Urbano, o aluno recebe a bolsa durante os dezoito meses ininterruptos em que frequenta a sala de aula, recebendo formação em algumas áreas. No Projovem Campo, embora o curso tenha duração total de dois anos, o aluno tem aula mês sim e mês não, o que representa 12 meses de freqüência escolar e é por esse período que ele recebe a bolsa. Os programas atenderam, em 2008 e 2009, mais de 1 milhão de jovens e este ano a expectativa é de atender mais 1 milhão. A iniciativa está assegurando aos jovens brasileiros de 18 a 29 anos a oportunidade de voltar à escola e obter uma capacitação profissional. Edvaldo Francisco dos Santos, 36 anos, auxiliar administrativo de Itapecerica da Serra (SP) – Gostaria de saber por que o programa Minha Casa, Minha Vida está demorando tanto para sair na minha cidade, sendo que já foi fechado convênio com CEF, e até agora a prefeitura da cidade não tem uma posição. Presidente Lula – No âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, a Caixa Econômica já recebeu de Itapecerica da Serra proposta para financiar um conjunto com 350 unidades habitacionais. Aprevisão é de que o contrato para a produção do empreendimento seja assinado até o final do mês que vem e sua conclusão ocorra no segundo semestre de 2011. Além deste, encontra-se em negociação outro conjunto para a cidade com 300 unidades habitacionais. No caso de empreendimentos destinados a famílias com renda de até três salários mínimos, a escolha das famílias é feita pelo estado ou pelo município que apresentou a proposta, com base em critérios definidos pelo Ministério das Cidades. De 1 milhão de unidades habitacionais previstas no PAC 1, a Caixa já recebeu, até a primeira quinzena de junho, propostas para a construção de 917.432 e, destas, já foram contratadas 482.230 em todo o Brasil, no valor total de R$ 30,7 bilhões. Eu compreendo que exista uma certa ansiedade porque, afinal, o Brasil ficou muito tempo sem uma política habitacional. Mas posso assegurar que o programa está andando num ritmo muito forte e dando respostas firmes ao déficit habitacional, principalmente no caso dos mais pobres. Adriano Douglas Raimundini, 44 anos, professor de Jardinópolis (SP) – O Fundeb é um fundo criado para valorizar o professor. Mas, na prática não é bem isso que ocorre. Sendo ele um fundo contábil e separado do orçamento do município, por que a folha de pagamento dos professores continua vinculada à Lei de Responsabilidade Fiscal? O senhor não pode fazer uma lei desvinculando a referida folha de pagamento da LRF e criando uma Lei de Responsabilidade da Educação? Presidente Lula – Para começar, é preciso esclarecer algumas questões. Na verdade, ainda que seja um fundo contábil, os recursos do Fundeb integram sim o orçamento dos municípios e têm sido decisivos para a valorização da educação básica. É importante lembrar que o Fundeb é fruto de uma emenda constitucional que obriga o investimento de 60% dos recursos do fundo na valorização dos profissionais do magistério. Portanto, estão garantidos os recursos necessários para um dos propósitos para o qual o fundo foi criado, ou seja, a melhoria da remuneração dos professores. Com isso, foi possível estabelecer – o que é inédito – o piso salarial nacional dos professores da rede pública, que hoje está em R$ 1.025,00. Se há prefeitos que não cumprem o estabelecido pela lei do Fundeb, cabe aos habitantes a fiscalização e aos tribunais de contas tomar as medidas cabíveis por conta do descumprimento de um imperativo constitucional. O problema neste caso não é do Fundeb, mas da prefeitura, que tem que fazer o uso correto dos recursos. Envie você também sua pergunta para o presidente Lula através do e-mail opinião@ojornal-al.com.br

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Fortes chuvas obrigam Dilma a cancelar viagem a Pernambuco Estado contabiliza 12 mortes e mais de 17.700 pessoas desabrigadas RECIFE - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, decidiu cancelar a visita que faria nesta terça-feira a Pernambuco para prestigiar festas de São João e conversar com lideranças políticas. Segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra, Dilma desistiu da viagem por causa das fortes chuvas que atingem a região. “Ela conversou com o Eduardo Campos (governador de Pernambuco) para avaliar a situação do Estado e decidiu voltar direito da Bahia para Brasília”, disse De acordo com a Defesa Civil de Pernambuco, o Estado contabiliza 12 mortes e mais de 40 mil pessoas fora de casa, sendo 24.331 desalojados - estão em casas de amigos e parentes - e 17.779 pessoas estão desabrigadas, ou seja, dependem de abrigos públicos. Ao todo, 53 municípios foram atingidos, com destaque para as cidades de Palmares e Barreiros. Ontem, na cidade de Belo Jardim, no agreste do Estado, foi encontrado o corpo do adolescente Denilson Leite dos Santos, de 13 anos. O garoto havia sido arrastado pela correnteza quando tentava atravessar as localidades de Cohab I e Pontilhão, na última sextafeira. Já na cidade de Palmares, a mais atingida do Estado, foi en-

Centro da cidade pernambucana de Palmares ficou completamente submerso; chuvasafetaram 53 municípios

contrado o corpo de uma idosa que ainda não teve o nome divulgado. Das 4 estradas que estavam interditadas, 3 já foram desbloqueadas: BR-104, BR- 423 e BR-232. Apenas a BR-101 continua bloqueada na altura de Palmares. BARRAGEM - No sábado, as comportas da barragem de Carpina, que têm o objetivo de

conter cheias no Recife, foram abertas. A Companhia de Defesa Civil do Recife (Codecir) estará monitorando 15 comunidades nas margens do Rio Capibaribe para prestar atendimento às famílias em caso de necessidade. Segundo o secretário de Recursos Hídricos e presidente da Compesa (Companhia Pernambucana de Sanamento),

João Bosco, a barragem de Carpina tem capacidade de 270 milhões de metros cúbicos e, normalmente, opera com 70 milhões. Como houve um acréscimo de mais cem milhões de metros cúbicos decidiu-se que ela seria esvaziada. Ela opera com um terço da capacidade porque é preciso guardar esse espaço para cheias.

RIO

Fotógrafo da TV Globo é morto a tiros de fuzil RIO DE JANEIRO - O fotógrafo da área de comunicação da TV Globo, Márcio Alexandre de Sousa, 36, foi morto com cerca de dez tiros de fuzil no bairro de São Cristóvão, zona norte do Rio, no início da tarde de domingo. De acordo com informações da Polícia Militar, o corpo de Sousa foi encontrado em um dos acessos do morro do Tuiuti, na esquina das ruas General Padilha e Almérico de Sousa e a duas quadras da casa onde morava com a família, no mesmo bairro. Segundo a assessoria da TV Globo, Márcio de Sousa era fotógrafo há cinco anos da emissora e costumava viajar para realizar trabalhos de divulgação do setor artístico. Sua última viagem foi com o elenco da novela “Passione” à Itália. O enterro do fotógrafo foi marcado por comoção e revolta ontem no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, também na zona norte. Amigos e

familiares afirmaram que Souza não era usuário de drogas e que pretendem entrar com um processo na Justiça contra o Estado. O serviço reservado da PM afirmou que investigações confirmam que o fotógrafo era usuário de drogas e tinha uma dívida com traficantes, mas a corporação não disse se existem provas. O crime aconteceu no início da tarde de ontem, entre 12h e 12h30, quando Márcio levava o filho de 10 anos a uma aula de futebol no estádio São Januário, em São Cristóvão. Familiares afirmaram que os dois foram abordados por dois homens armados em uma motocicleta que mandaram a criança correr. Em seguida, eles atiraram contra o fotógrafo. Parentes falaram que o filho de Márcio “está em estado de choque e só chora”. O fotógrafo tinha mais dois filhos, sendo uma menina de 13 anos e um bebê de nove meses.

Schatzmayr foi responsável pelo isolamento dos vírus da dengue

HERMANN SCHATZMAYR

Morre virologista que combateu varíola e pólio SÃO PAULO - Morreu ontem o virologista Hermann Gonçalves Schatzmayr, aos 74. Ele participou dos esforços de erradicação da varíola e de combate à poliomielite no país, além de ter sido o responsável pelo isolamento dos vírus da dengue 1, 2 e 3 no Brasil. Teve falência múltipla dos órgãos, no Rio de Janeiro. Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e da Academia Brasileira de Ciências, Hermann integrou vários comitês internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele ingressou na Fiocruz em 1961, onde atuou desde então. Por 30 anos esteve à frente do departamento de Virologia, que deu origem a diversos centros de referência nacionais e internacionais. Ocu-

pou o cargo de presidente da instituição entre 1990 e 1992. Nos anos 1960, desenvolveu pesquisas que incluíam o isolamento e identificação do vírus da pólio e o estudo de surtos. Pouco depois, liderou a equipe responsável pela diluição e distribuição da vacina Sabin, que acabara de ser adotada pelo Brasil e era importada na forma concentrada para o país. Nas décadas seguintes, esteve à frente de projetos de pesquisas com também com varíola e rubéola. Nos anos 1980, quando a epidemia de dengue já preocupava em alguns países da América Latina, dedicou-se ao estudo do vírus, isolando os tipos 1, 2 e 3. Hermann Schatzmayr deixa esposa, dois filhos e cinco netos.

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Irã barra entrada de inspetores da AIEA Governo alega que relatório da agência da ONU contém informações incorretas sobre as atividades nucleares do país TEERÃ - O Irã proibiu a entrada de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), anunciou ontem, o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Ali Akbar Salehi. Segundo a agência de notícias local Mehr, Salehi disse que a decisão foi tomada porque os inspetores, que não se identificaram, estariam oferecendo informações incorretas sobre as atividades nucleares do Irã. “Na semana passada anunciamos à AIEA os nomes de dois dos inspetores da agência que não possuem mais o direito de entrar no Irã, já que divulgaram um relatório que não está em conformidade com a realidade, antes do processo oficial”, disse. Salehi não revelou o nome nem a nacionalidade dos dois inspetores, e sublinhou ainda que esta decisão não põe em xeque a cooperação do Irã com o organismo internacional. O Irã anunciou esta medida após a publicação de um novo relatório da AIEA, onde se conclui que é impossível confirmar o caráter puramente pacífico programa nuclear da República Islâmica. O relatório também expressa a “preocupação” da AIEAsobre a verdadeira natureza do programa nuclear iraniano, referindo-se “a possível existência de atividades secretas, passadas ou presentes, ligadas ao setor nuclear, que envolveria organizações militares.” O diretor da agência iraniana diz que seu país não vai permitir inspeções além do protocolo adicional, ou seja, as inspe-

ções surpresas para qualquer instalação nuclear do Irã. “No passado, quando estávamos realizando voluntariamente o protocolo adicional, os inspetores podiam inspecionar qualquer instalação nuclear iraniana de forma inesperada”, diz Salehi, ao acrescentar que isto estava fora das normas da AIEA. A autoridade nuclear do Irã diz, entretanto, que atualmente existem estas inspeções surpresas, porém acrescentou que são feitas sobre uma série de condições acordadas. Salehi também se referiu à criação de um reator mais potente em Teerã, para a produção de medicina nuclear (isótopos) e diz que os especialistas iranianos estão trabalhando há vários meses para projetá-lo. “Se trata de um reator parecido ao atual de Teerã, com algumas alterações para melhorar o seu desempenho”, disse ele, explicando que o modelo atual tem a capacidade de 5 megawatts, e o novo modelo pode aumentar para até 20 megawatts. COMUNICADO - Em Viena, a AIEA rejeitou as alegações iranianas. “A AIEA tem total confiança no profissionalismo e na imparcialidade dos inspetores em questão”, disse o porta-voz Greg Webb por meio de comunicado. “A agência confirma que seu relatório sobre a implementação de fiscais no Irã, publicado no dia 31 de maio de 2010, é totalmente preciso”, disse o porta-voz, acrescentando que a agência reguladora da Organização das Nações Unidas (ONU) continuará a monitorar a situação.

Novo presidente colombiano tem histórico de polêmicas BOGOTÁ - Juan Manuel Santos, eleito o novo presidente da Colômbia no domingo, é uma figura política polêmica dentro de seu país e na América do Sul. Ele ficou famoso no continente por liderar uma operação militar contra as Farc em solo equatoriano que quase levou o país a um conflito com Equador e Venezuela. Tramita na Justiça colombiana um processo que pede a prisão de Santos por considerá-lo culpado pela morte de 25 pessoas durante a operação Fênix, realizada em março de 2008 no lado equatoriano da fronteira entre os dois países. Então ministro da Defesa do governo Uribe, Santos é considerado o responsável por conceber a ação militar que culminou com a morte do líder guerrilheiro Raúl Reyes e é considerada uma das maiores der-

Santos foi eleito em segundo turno no domingo, derrotando Mockus

rotas das Farc. Mas o principal conflito do novo presidente com um vizinho é com a Venezuela. A briga com o Hugo Chávez começou em 2002, quando Santos apoiou publicamente uma tentativa frustrada de golpe contra o mandatório venezue-

lano. Mais tarde, ele defendeu a concessão de asilo político na Colômbia ao golpista Pedro Carmona. Devido ao episódio, Chávez colocou Santos na lista de inimigos públicos de seu país. Um dos principais desafios de Santos será restaurar as relações com os vizinhos.

No entanto, ele também se envolveu em polêmicas internamente, Em 1997, ele foi acusado de golpista pelo então presidente Ernesto Samper após se reunir clandestinamente com os líderes guerrilheiros com Raúl Rayes e Carlos Castaño, além de outros integrantes do Exército de Libertação Nacional (ELN). No encontro, Santos teria o objetivo de provar as acusações de que Samper recebia dinheiro do narcotráfico. Parlamentares chegaram a mover, em vão, uma moção contra ele. Seus opositores internos o acusam de querer chegar ao poder “a qualquer custo”. A versão oficial é de que a reunião teve como objetivo negociar a pacificação do país. Mas, atualmente, Santos se posiciona contrário a qualquer tipo de negociação com os rebeldes das Farc.

Ex-ministro de Uribe é mestre em Economia Nascido no dia 10 de agosto de 1951, Santos é formado em Economia e Administração de Empresas pela Universidade de Kansas, mestre em Economia e Desenvolvimento Econômico pela London School of Economics e mestre em Administração Pública pela Universidade Harvard. Santos é casado há 23 anos com Mary Clemencia Rodriguez, conhecida como Tutina, com quem três filhos Martín, 21 anos, María Antonia, 19 anos, e Esteban, 16 anos. A ligação dele com a política vem de seu avô, Eduardo Santos Montejo, que presidiu o país entre 1938 e 1942. O período deu origem a uma corrente política do Partido Libe-

ral, denominada “Santismo”, que até hoje vigora no país e tem no atual presidente um de seus principais seguidores. Afamília dele também tem ligações com o jornalismo. Seu pai, Enrique Santos Castillo, foi um famoso editor do jornal El Tiempo, de propriedade do irmão de seu avô. O próprio Santos também trabalhou no periódico colombiano. A sua entrada na política nacional ocorreu quando o expresidente César Gaviria lhe ofereceu o comando do Ministério do Comércio Exterior em 1991. No entanto, ele quase foi obrigado a não aceitar o convite feito por Gaviria quando recebeu um diagnóstico equivocado de câncer.

Na reta final da campanha, Santos procurou se aproximar do eleitorado através das redes sociais na internet, especialmente pelo Twitter e pelo Facebook. Durante todo domingo, o perfil UneteaSantos foi atualizado com mensagens de incentivo aos eleitores para irem às urnas e com agradecimentos após os primeiros resultados parciais apontarem sua vitória. “Este triunfo também é do presidente Uribe”, diz mensagem do perfil de Santos divulgada após as 20h (horário de Brasília), quando os primeiros resultados foram divulgados. No início da tarde de ontem, após o resultado final disse: “9.004.221 obrigado! Porque

unidos fomos e somos mais. Obrigado Colômbia”. Também foi postado um comunicado de agradecimento no perfil do novo presidente no Facebook, além da reprodução de matérias de sites internacionais sobre as eleições do país. A reação virtual de Santos veio após candidato derrotado Antanas Mockus, do Partido Verde, ter conseguido gerar grande repercussão para a sua campanha nas redes sociais no início da corrida presidencial. O perfil oficial de Mockus no Twitter (AntanasMockus) possuía até ontem 63.063 mil seguidores, contra os 10.443 seguidores do presidente eleito.

Nicolas ficou conhecido como “o canibal de Rouen” pela imprensa

Mineiros que conseguiram sair esperam notícias dos companheiros

MACABRO

CHINA

Preso é julgado por Explosão em mina canibalismo na França de carvão mata 47 PARIS - A justiça francesa começou a julgar ontem um preso acusado de canibalismo depois de matar, em janeiro de 2007, um colega de cela na prisão de Rouen (oeste) e de comer parte de seus pulmões “para apoderar-se de sua alma”. Nicolas Cocaign, apelidado “o canibal de Rouen” pela imprensa e outros presos, é acusado de assassinar Thierry Baudry, de 41 anos, depois de uma briga por causa da limpeza da cela. Cocaign, que então tinha 35 anos e que estava preso por tentativa de estupro, teria matado a socos seu companheiro de

cela, a quem também atacou com uma tesoura e usou um saco plástico para asfixiá-lo. Depois começou os preparativos com a intenção de comer o coração de sua vítima. Com uma lâmina de barbear, ele teria aberto o tórax de Baudry e extraído parte do pulmão. Comeu um pedaço e depois misturou o resto com cebola. Sua intenção seria se apoderar da alma do morto. Um terceiro detento que estava na cela não se atreveu a intervir, mas acabou se suicidando na prisão dois anos depois.

PEQUIM - Uma explosão na madrugada de ontem em uma mina de carvão na província de Henan, no centro da China, deixou 47 trabalhadores mortos, como confirmaram as autoridades locais. A explosão aconteceu no distrito de Weidong, na jurisdição da cidade de Pingdingshan, quando 75 mineradores estavam fazendo trabalhos com explosivos. O governo municipal confirmou que 28 mineradores conseguiram sair da mina com vida. O empreendimento é de propriedade privada, mas a li-

cença para exploração venceu no último dia 6. Assim, as primeiras investigações apontam que o antigo dono dos direitos sobre o local retomou a atividade de forma ilegal. As minas chinesas são as mais perigosas do mundo devido à precariedade dos métodos de segurança e da exploração excessiva de muitas delas. Mais de 2.600 mineiros morreram no ano passado, segundo cifras oficiais. O gigante asiático, além disso, lidera o ranking mundial de acidentes de trabalho, com mais de 83 mil mortos ao ano.

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Opinião A6

Ensaio sobre o amor (conclusão) (Seus cantos e seus encantos) “Já se sentiam seguros e confiantes entre si: um com outro e um pelo outro” Murillo Rocha Mendes Membro da Academia Alagoana de Cultura Pois bem, o fato é que iniciaram uma convivência de atração mútua, vivendo-a no dia a dia que já lhes era comum. A paixão que os havia aproximado e atingido, logo se transformou e alastrou-se em fogo purificador de suas buscas e desejos. Ato contínuo, a estima, a admiração, a confiança e o respeito, como consequência, impuseram-se, redefinindo valores, comportamentos e atitudes, estabelecendo uma sólida parceria, auspiciosamente incondicionada, capaz de vencer distâncias e de ultrapassar obstáculos, suficiente à capacitação por que ansiavam. Apaixonados, consectários, celebravam-se; envolviam-se, cada vez mais, fizeram-se protagonistas de acendradas avaliações, para cortar as asas de uma precoce e atilada volúpia, mantendo-se na pureza do amor, contendo a paixão que lhes alvoroçava os sentidos e conspirava contra um projeto de longo prazo; e, assim, lograram refrear e frustrar as investidas desses inebriantes provocadores. Guardavam-se, conscientemente, para quando fosse próprio e natural. Então, materializariam, consumariam o amor dado e recebido e todas as suas sublimes e prazerosas consequências. Assim agindo, sem que percebessem, cultivavam a própria substância do amor, do amor sem culpas; do puro amor entre eles, sem fronteiras e sem limites, o amor-amor entre dois seres verdadeiramente enamorados, convertendo-o em seiva de que se poderiam nutrir nas futuras e inumeráveis conjunções de que deveriam ser protagonistas, e por todo o tempo que lhes haveria de ser comum. A partir daí, espontânea e amoravelmente, despertaram para um processo novo e construtivo, em que, sem qualquer planejamento, já estavam solidariamente envolvidos. Consumavam, deste modo, uma auspiciosa aliança. Já se sentiam seguros e confiantes entre si: um com outro e um pelo outro. Essa era a perspectiva ditada pelos primeiros raios luminosos do amor que se derramavam sobre eles e os fortaleciam cada vez mais, e mais..., conclamando-os a que se fizessem complementares, inseparáveis e fiéis: um para o outro, por toda a vida, e além da vida. Eles acreditavam e proclamavam que, no amor verdadeiro, os prazeres físicos devem ser frequentes, o mais que se possa, exercitados na mutualidade e na reciprocidade; que, por isso mesmo, se transformariam em sólidos sentimentos. O verdadeiro amor, na prática que adotaram, dentro de uma sólida convivência, era uma amálgama de sentidos e sentimentos, capaz de ultrapassar as intempéries da vida e o passar dos tempos. O relacionamento que construíram fez-se em união companheira, acesa e colorida, uma exuberância do querer e do oferecer; renovada, sempre, no dar e no receber, no perdoar e ser perdoado. Um magistério de corajosas renúncias e de mútuas satisfações. Enfim, eles davam exemplo de que o amor é nobre e forte e não morre com a morte. Nascia, então, o amor que se fez sol e sal de suas vidas, unindo-os em sentimentos vivos e supinamente prazerosos. Nada ou ninguém poderia, a partir dessa consolidação, atentar contra esse sacramento consensual, construído sem imposições, mansamente, espontaneamente, motivo por que se tornara sacramental. A paixão que, inicialmente, os atraíra, convertera-se em sentimentos de perpetuação, emoldurando estima, lealdade, amizade, respeito, solidariedade e, sobremodo, amor incondicionado; uma contínua e ascendente determinação de caminharem, juntos e unidos, os caminhos de uma existência a dois, que queriam longa, harmônica e frutuosa. Embora haja brotado de uma tenra e incendiária paixão, de uma frívola atração material de aparências e de formas, o amor que entre eles fora concertado em definitivo, transformou-se em compartilha de vida: até que a morte inclemente o desfizesse, ou, segundo poderia ser visto, mantendo-se para além da morte. No caso deles, certamente, nem ela, a severa ceifadora, haveria de abater e extinguir, no ente supérstite, esse inexpugnável e vertical sentimento de amor. Tudo, embasado na fé e vivendo a esperança de um reencontro na eternidade...

Mas que dia infeliz! “Volta a chover e a água mais violentamente volta a inundar o quarto ficando pior que antes” Jandira Torreiro Advogada e escritora Acordei com o som de um carro que passava na orla próximo às 6 horas; aqui não se respeita a lei do silêncio, pulei da cama, meti os pés na água da chuva que após invadir a varanda adentrara ao quarto. Sem empregada, eu mesma retirei a enorme quantidade de água da suíte, fui retirá-la debaixo da cama, mas o rodo não alcançava a extensão, tive de entrar debaixo da cama engatinhando e o fiz rapidamente, mas, para sair, foi um verdadeiro sufoco, uma tortura, pois tentava sair de ré mas as ancas não permitiam! Fiquei um tempo enorme tentando sem consegui-lo, até que resolvi mudar a técnica e rastejando sai por onde entrara! Após ter concluído o estafante trabalho,a higiene e o café matinal, fui para o computador escrever meu texto semanal, a máquina emperrou e não ligou, busquei o notebook e com dificuldade escrevi sobre a PEC da felicidade-, querem incluir como direito do cidadão a busca da felicidade. Terminado o texto telefonaram do Banco do Brasil avisando que fora devolvido um cheque de R$ 75,00 da Caixa e ainda que eu seja cliente dessa instituição há quarenta anos, não me avisaram e carimbaram o cheque, levei um baita susto, pois não movimento aquela conta, pois, é apenas conta salário, talvez por isso mesmo, eu jamais tive um gerente de contas como acontece com outras instituições congêneres, mesmo oficiais. Decepcionada e infeliz pela falta de consideração daquela instituição da qual sou cliente desde o meu primeiro estágio, há muitos anos, cumprindo orientação do banco depositário, tentei conseguir a cópia do tal cheque, junto à Caixa , para as devidas providências, enquanto espero, haja sofrimento! Ao receber a tal cópia, depois de longo tempo, verifiquei para minha surpresa que a assinatura não era minha, fora falsificada, e que aquele cheque fora roubado juntamente com outro com a numeração subsequente, ligo para Caixa para sustar o segundo cheque antes que seja também depositado, informaram-me que somente poderia ser feito pessoalmente, e nada adiantou eu apelar para o Estatuto do deficiente físico, que, como tantos outros não são respeitados, e da impossibilidade de me deslocar naquele momento sozinha para a minha agência, onde tenho conta salário há quase 20 anos. Para minha infelicidade era uma sextafeira e teria de sofrer todo o fim de semana. Enquanto penso nisso, a chuva volta a cair e mais uma vez com mais violência ultrapassa a borracha de proteção então, temendo um novo exercício forçado embaixo da cama, telefono para seguradora que a princípio deveria cobrir a despesa com inundação. Depois de longo tempo, chegam três homens e dizem que nada podem fazer pois a água era de chuva, mas mexeram na borracha que sempre impedira a água de entrar no ambiente; em menos de 10 minutos terminaram o “pseudo serviço” e me deram um boleto para assinar, na agonia com o cheque, e com o susto da água que voltava a invadir o ambiente, assinei sem ler o conteúdo o que jamais costumo fazer. Volta a chover e a água mais violentamente volta a inundar o quarto ficando pior que antes; profundamente triste e infeliz tento falar com a seguradora, era necessário que os técnicos retornassem antes do fim de semana para desfazer o que fizeram, evitando outra inundação maior! Esperando-os atrasei minha ida à fisioterapia e não fui atendida, justamente naquele dia em que estava estressada. Infeliz e decepcionada voltei para casa, as compras que pedi no armazém vieram quase todas estragadas, queijo, pão de centeio e iogurte vencidos, frutas passadas, somente aproveitei o mel de abelha! Infeliz ligo para O Jornal, pergunto se meu artigo sobre a PEC chegara, responderam-me a página fora fechada o e meu texto não chegara, pois, com tantos aperreios eu atrasei em enviá-lo. Mais triste ainda eu fiquei, pois caprichara na sua produção. Enfim, chegou a noite e pensei relaxar vendo um bom programa, mas, eis que falta luz e constato que meu forno de microondas quebrara! Fui deitar, arrumei a cama pelo tato e na minha oração agradeci a Deus pelo dia desastroso, mas que conseguira superar!

Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: opiniao@ojornal-al.com.br

Nunca se viu Caos. É isso que os municípios da zona da mata alagoana vivem. Uma tromba d’água sem precedentes, ao lado de muita chuva e vento quase varreram cidades do mapa. Foi tanta água a tal ponto que só deu tempo de correr, pois desta vez nada ficou para salvar. Rapidamente os rios tomaram conta das ruas e subiram pelas calçadas, atingindo casas e derrubando prédios, em alguns pontos da cidade, com mais de dois metros de profundidade. Em União dos Palmares o rio subiu, pasmem, 14 metros – o maior nível de sua história. Os carros viraram, caminhões boiaram pelo rio. Outros flutuaram ao sabor das ondas barrentas que se formaram em mais de 15 cidades. E a imagem de um tanque de etanol que pesava toneladas perdido dentro da imensidão das águas, como um barquinho de papel, chocou o Brasil inteiro. Desta vez as fotos aéreas não conseguiam refletir o tamanho do estrago provocado pela maior inundação de todos os tempos em Alagoas, iniciada com as fortes chuvas que caíram em Pernambuco e que desceram com força pelos

rios que cortam os dois estados. Dos edifícios, alguns que ficaram em pé, a água ultrapassava o primeiro andar. A água infiltrava pelas rochas e terra e formavam verdadeiras cascatas que invadiam as estradas. As cidades de Quebrangulo, Branquinha e Santana do Mundaú simplesmente desapareceram embaixo de uma água lamacenta, suja, que varreu o que encontrou pela frente. Rio Largo tremeu, assim como São José da Laje, Viçosa e Murici. Do outro lado, Matriz do Camaragibe e Jacuípe ficaram completamente isoladas. Das casas mais baixas, não sobraram nem os telhados. No salvamento foi toda uma epopeia. Com algum sacrifício, subindo calçadas, casas e prédios, os bombeiros mais uma vez foram heróicos ao impedir uma tragédia ainda maior. Um helicóptero não parou. O governo federal entrou em campo liberando recursos. O Estado agora contabiliza os prejuízos e as famílias enterram seus mortos, na busca de reconstruir. Na prática, a tranqüilidade só virá agora quando parar de chover.

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Lições da tragédia “É hora de pôr a inércia de lado e partir para a ação” Ronaldo Lessa Engenheiro e ex-governador de Alagoas

Do alto, a tragédia revela toda sua extensão: cidades submersas, imensas estruturas arrancadas e arrastadas pela força das águas, gente atônita vagando nas áreas alagadas. No domingo, ao lado do senador Renan Calheiros e do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), sobrevoamos o Estado e constatamos a calamidade. Os números ainda são imprecisos, mas até a tarde de ontem havia 20 mortos e mais de 60 mil pessoas desabrigadas e/ou desalojadas. Ao todo, 21 municípios de Alagoas foram atingidos. A tragédia poderia ser ainda maior caso muita gente avisada previamente tivesse relutado em abandonar domicílios. Os que ficaram podem estar entre os tantos desaparecidos. Nos locais que visitamos, encontramos prefeitos lutando contra a situação contando apenas com esforços próprios, o governo do Estado esteve ausente. Já o governo do presidente Lula mandou para cá os ministros Márcio Fortes (Cidades), João Santana (Integração Nacional), e Paulo Sérgio Passos (Transportes). Eles garantiram ajuda emergencial. Em agosto de 2000, durante nosso primeiro mandato, o Estado passou por crise semelhante. As chuvas inundaram, destruíram e mataram.

Os prejuízos chegaram a R$ 177 milhões; 27 municípios foram atingidos. Pusemos o colete da Defesa Civil e fomos trabalhar junto com o Corpo de Bombeiros no resgate das pessoas e na ajuda aos desabrigados. O trabalho foi árduo, levou tempo, mas conseguimos recuperar Alagoas, graças a um esforço coletivo que envolveu toda a sociedade como ONG’s, organizações religiosas, associações e sindicatos. Os alagoanos deram-se as mãos e juntos nos pusemos de pé. É necessário que se faça algo parecido agora. Não podemos deixar que as coisas se resolvam por si só ou que se resolvam com o tempo. O governo estadual precisa fazer a sua parte, arregaçar as mangas e trabalhar. Há milhares de pessoas precisando desesperadamente de comida, água e roupas. É hora de pôr a inércia de lado e partir para a ação. É neste momento que um governo comprometido com o povo se revela; é neste momento que um governante mostra o seu tamanho. Usamos o colete da defesa Civil durante a tragédia – voltaríamos a usar tempos depois até que os índices sociais de Alagoas melhorassem. Naquele período estivemos em alerta e aprendemos todos com o episódio. Que o governo seja humilde e busque aprender com a história.

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“Levantava o braço, pedia carona, mas os motoristas não paravam”

Djalma de Melo Carvalho Membro da Academia Maceioense de Letras Repetidas vezes o próprio personagem contou esta história no antigo Bar do Tonho, em Santana do Ipanema, e eu aproveitei seu enfoque pitoresco para reproduzi-la no livro Festas de Santana, em 1977. Agora, motivo novo me faz relembrá-la. Encontrei em meus arquivos, há pouco, o recorte do trabalho jornalístico assinado pela repórter Láyra Santa Rosa, intitulado BR-316, no Sertão, a estrada sem fim, que O Jornal publicou em sua edição de 27/01/2008. Refere-se a repórter ao trecho de 48 km de estrada de barro, poeirenta, esburacada e abandonada, que vai do entroncamento Carié à divisa de Alagoas com Pernambuco, passando por Canapi. E acrescenta ela: “Poucos são os carros de pequeno porte que se arriscam cruzar a rodovia. Alguns moradores denunciam que a região é muito visada por comerciantes de mercadorias ilegais. Os traficantes de drogas também usam a BR como rota para o transporte de entorpecentes. Tem servido também a assaltantes fortemente armados que entram em Alagoas sem ser abordados por policiais.” Quando o presidente da República aqui esteve recentemente, nossos nobres políticos esqueceram de lhe dizer, em meio às manifestações de boas-vindas, que esse pedaço de estrada, maldito e esquecido, nunca foi asfaltado. O descalabro desafia por muito tempo o prestígio dos alagoanos que exercem liderança naquela região. Entre 1957 e 1961, por algumas vezes transitei por aquela estrada. Ainda não havia asfalto na rodoviatangente que vai de Petrolândia a Arcoverde, passando por Ibimirim, em Pernambuco. Ali, ao lado do entroncamento, existia o conhecido Hotel do Peba (bar e hospedaria), onde, horas a fio, passageiros aguardavam transporte para completar o retorno a Alagoas. O conterrâneo Zé Panta, o personagem desta história, era sujeito inteligente, espirituoso, cheio de gracejo e gozador da humanidade. Tocava violão e era seresteiro de verdade. Faz alguns anos, foi para o túmulo como motorista aposentado do DNER. Herdara a virtuosa qualidade de músico do pai, Manuel Panta, tocador de pratos da banda que abrilhantou a solenidade comemorativa do Centenário da Independência, em 1922, em Santana do Ipanema. Tão compenetrado estava ele com o compasso naquela histórica apresentação, que os pratos destruíram sua larga gravata, reduzindo-a a um toquinho, pertinho do nó. Certa feita, Zé Panta retornava de uma das visitas que costumava fazer à sua noiva em Ibimirim ou Tacaratu, Pernambuco. Vestido de linho branco e segurando o inseparável violão, pacientemente aguardava transporte à porta do Hotel do Peba. Levantava o braço, pedia carona, mas os motoristas não paravam o veículo, cobrindo-o de poeira. Mais um caminhão, mais outro, e nada. Até que enfim uma alma boa parou para atendê-lo. Mas aí aconteceu o incômodo: Zé Panta esquecera o violão numa mesa do hotel. Ao retornar com o instrumento, eis a recusa do motorista: “Se soubesse que o senhor era violeiro, não teria parado. Veja bem: mesmo pagando em dobro, aqui não carrego rapariga, soldado de polícia e violeiro! Entendeu?” Zé Panta entendeu a implicância do motorista com essa boa gente, e continuou aguardando novo transporte... Cartas à Redação: opiniao@ojornal-al.com.br

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A estrada e o violão

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Economia

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Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br

FGTS será liberado para desabrigados Medida anunciada pelo presidente Lula deve ter aplicação imedidata, de acordo com a Caixa Econômica Federal O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo vai liberar o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) às pessoas afetadas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco. “Vamos fazer o mesmo que fizemos para

Santa Catarina e com a mesma rapidez, inclusive liberar o Fundo de Garantia daqueles que tiverem Fundo de Garantia e foram vítimas de enchentes”, afirmou Lula. O presidente não deu detalhes de como será a liberação.

Nos dois estados há pelo menos 31 mortes confirmadas e mais de 100 mil pessoas desabrigadas pelas chuvas que atingem a região desde a semana passada. Antes de começar a discursar na 4ª Conferência Nacional das Cidades, em Brasília, ele pediu um

minuto de silêncio em homenagem aos mortos e desaparecidos em decorrência das chuvas. Ainda ontem, o ministro das Cidades, Márcio Fortes afirmou que o governo deve liberar recursos para Alagoas e Pernambuco. O dinheiro, segundo ele, virá de Lula Castello Branco

Como ajuda aos desabrigados, os recursos do Fundo de Garantia estarão disponíveis em até 5 dias, no limite de R$ 4.650,00

uma medida provisória editada este mês que prevê R$ 1,2 bilhão para estados e municípios afetados por desastres naturais. A quantia que será destinada especificamente para os dois estados ainda não foi definida e vai depender da apresentação

SERASA

Cai quantidade de cheque sem fundos A inadimplência com cheques no Brasil foi de 1,86% em maio, segundo informou a Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito. Conforme o Indicador, este foi o menor porcentual para um mês de maio desde 2004. No mês passado foram devolvidos cerca de 1,76 milhão de cheques e compensados 94,3 milhões. No acumulado do ano, até maio, 1,90% dos cheques emitidos no Brasil foram devolvidos - o menor porcentual registrado desde 2006 para o mesmo período. De acordo com os técnicos da Serasa Experian, enquanto a inadimplência ligada a cartões de crédito, financeiras e bancos aumentou em maio, os cheques sem fundos registraram movimento contrário. O resultado estaria ligado ao fato

Recursos serão liberados em 5 dias, diz Caixa BRASÍLIA - A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse que os recursos do FGTS para as vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco devem ser liberados em cinco dias úteis. Segundo ela, esse é o tempo neces-

sário para que a Caixa viabilize o atendimento à população. “Temos que esperar a água baixar, mas normalmente conseguimos fazer isso em cinco dias úteis”, disse. Aideia é usar a mesma estratégia adotada para ajudar as vítimas das enchentes de Santa Catarina e

do Rio de Janeiro. O limite de saque será de R$ 4.650, respeitando o saldo de cada contribuinte. A Caixa também está fazendo outras ações na região, como a reemissão gratuita de documentos para quem perdeu sua documentação na enchente, sus-

pensão de cobrança de multas e juros para parcelas que vencerem nesse período e condições diferenciadas para crédito. “Também estamos vendo o que podemos fazer para liberar recursos de habitação para a região”, disse a presidente.

Prejuízos econômicos não foram calculados Valdete Calheiros Repórter

Os prejuízos materiais provocados pelas chuvas que caíram em Alagoas são ainda incalculáveis, de acordo com o economista Adelmo Mota. Comércio, indústrias, lavouras,

tudo foi completa ou parcialmente destruído nos municípios do Vale do Mundaú e do Vale do Paraíba. O economista avalia que a reconstrução dos municípios não será fácil. “Cerca de 70% dos municípios alagoanos sobrevivem exclusivamente com os recursos

do INSS, dos programas federais e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Em alguns lugares, nada ficou de pé, de residências particulares a prédios públicos”. Atalaia, Branquinha, Cajueiro, Capela, Jacuípe, Joaquim Gomes, Jundiá, Maragogi, Marechal

Deodoro, Matriz do Camaragibe, Murici, Paulo Jacinto, Quebrangulo, Rio Largo, Santana do Mundaú, São José da Laje, São Luiz do Quitunde, Satuba, União dos Palmares e Viçosa foram os municípios atingidos. Leia mais sobre as chuvas nos cadernos de Cidades e Municípios

Após reinar por anos como principal linha de crédito dos brasileiros, o cheque especial tem perdido adeptos. Dados do Banco Central (BC) mostram que, proporcionalmente, o uso dessa opção nunca foi tão baixo. Hoje, o limite da conta é fonte de 34% dos empréstimos realizados pelas famílias. Há dez anos, eram 60%. Mas a troca embute um problema grave: os clientes têm migrado para uma opção ainda mais cara, o cartão de crédito - que tem o maior juro entre as operações bancárias. Em abril, 26,8% de todo o crédito da pessoa física foi tomado no dinheiro de plástico, novo recorde. Bancos admitem que “pode haver problema” se a expansão continuar no atual ritmo por muito tempo. Como meio de pagamento,

Projeção para crescimento da economia aumenta para 7,06% A projeção de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia neste ano aumentou pela 14ª semana consecutiva. Aestimativa passou de 6,99% para 7,06%. Para 2011, foi mantida a expectativa de 4,5%. As informações são do boletim Focus, publicação semanal elaborada com base em projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da economia. Para o crescimento da pro-

Às vésperas de a integração dos serviços de cartões de pagamento nos estabelecimentos comerciais entrar em vigor, a Secretaria de Direito Econômico anunciou que investiga denúncias de pressão da Cielo sobre varejistas. A secretaria, que faz parte da estrutura do Ministério da Justiça, recebeu denúncias de que a empresa estaria forçando donos de postos de combustíveis a assinar contratos em branco, sem especificações de tarifas ou taxas de administração. “Os comerciantes não podem aceitar imposições da Cielo ou da Redecard. Temos preocupação com pequenos supermercados e pontos de venda no País, que são mais vulneráveis a esse tipo de pressão. Vamos convocar as empresas a prestar esclarecimentos”, disse a diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica (DPDE) da SDE, Ana Paula Martinez. Segundo ela, o ministério já recebeu quatro denúncias feitas por postos de gasolina,

dução industrial, não houve alteração nas projeções de 11,32% para este ano e de 5% para 2011. A estimativa para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB passou de 41,20% para 41%, neste ano, e de 39,85% para 39,70%, em 2011. Para a cotação do dólar, foi mantida a projeção de R$ 1,80, neste ano. Para 2011, a estimativa passou de R$ 1,86 para R$ 1,89.

A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) para este ano foi ajustada de US$ 15 bilhões para R$ 15,10 bilhões. No próximo ano, os analistas esperam um superávit comercial de US$ 6 bilhões, contra os US$ 6,23 bilhões previstos anteriormente. Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com

o exterior), neste ano, os analistas alteraram a estimativa de US$ 48,20 bilhões para US$ 47,57 bilhões. Para 2011, eles ajustaram a projeção de US$ 57,40 bilhões para US$ 57,99 bilhões. A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do País) passou de US$ 36 bilhões para US$ 35 bilhões, em 2010, e permaneceu em US$ 40 bilhões, em 2011.

Analistas preveem pouso suave para o País 3,5% e 5%, os juros devem subir bastante, a inflação permanecerá ainda num nível elevado e o déficit em conta corrente pode crescer. Além disso, 2011 pode ser o ano em que o novo governo aproveitará para tentar conter o gasto público, o que significa segurar o reajuste do funcionalismo e do salário mínimo (que indexa milhões de benefícios pre-

videnciários e sociais), mexendo no bolso de boa parcela da população. “O Brasil vai ter de trazer essa economia aquecida para um nível de crescimento mais razoável”, diz o economista Armando Castelar, da Gávea Investimentos. Ao contrário de outros momentos do passado, quando o País era obrigado a frear violentamente em função de crises,

desta vez a desaceleração tem tudo para ser um processo civilizado. “Pouso forçado é coisa do passado, quando o Brasil tinha problemas de solvência. Hoje, nós parecemos mais os países desenvolvidos de antigamente, já que os desenvolvidos agora têm problemas parecidos com os que a gente tinha no passado”, resume André Loes, economistachefe do HSBC no Brasil.

de o consumidor estar evitando o parcelamento com cheques pré-datados. Entre os estados, a maior inadimplência no acumulado do ano foi registrada no Amapá (12% de janeiro a maio). Em seguida aparecem Maranhão (índice de 9,70%), Roraima (9,63%), Acre (8,02%) e Sergipe (6,69%). Em São Paulo, o índice de cheques sem fundos no acumulado do ano é o menor do ranking: 1,45%. Rio de Janeiro (1 57%), Santa Catarina (1,70%) e Paraná (1,70%) aparecem na sequência. Por regiões, a Norte apresenta o pior resultado, com índice de 4,29% nos cheques sem fundos em 2010, até maio. Nordeste (3,23%), Centro-Oeste (2,43%), Sul (1,82%) e Sudeste (1,57%) completam o levantamento.

Cartões substituem cheque especial

CARTÕES

A economia brasileira deve fazer um “pouso suave” depois do superaquecido início de 2010, na visão predominante entre os analistas. Isso quer dizer que, embora não deva ser nada desastroso, o cenário a partir do fim do ano - e, especialmente, em 2011 - será bem menos propenso à euforia. Afinal, a economia deve desacelerar de um ritmo anual entre 7% e 8% para algo entre

de projetos por parte dos governadores dos dois estados. Para obter o dinheiro do governo federal, os dirigentes devem apresentar ao Ministério da Integração Nacional um relatório detalhando os danos provocados pela chuva.

a migração do cheque para o dinheiro de plástico é um movimento esperado e que aconteceu em praticamente todos os países. Mas, no Brasil, a troca tem uma particularidade: gerou mudança no perfil do endividamento das famílias. É aí que mora o problema, já que o juro do cartão é muito maior que o praticado no cheque: o uso do limite da conta cobra 161,3% ao ano; o rotativo do cartão cobra 238,3%. Em outras palavras, os brasileiros trocam um juro caro por outro mais caro ainda. A Febraban diz que a mudança do perfil de endividamento não traz preocupação por enquanto, mas admite que “pode haver problema” se o atual ritmo continuar por muito tempo.

Ministério da Justiça investiga denúncias mas o número pode ser maior. Apartir de julho, os lojistas poderão receber os pagamentos de diversas bandeiras utilizando apenas uma máquina. Atualmente, o estabelecimento precisa ter um terminal da Cielo, para a bandeira Visa, e um da Redecard, para as demais operadoras. “O poder está com o lojista e ele não pode aceitar pressão. As duas administradoras têm que concorrer e o preço, baixar,” disse Ana Paula. Cielo e Redecard não comentaram as denúncias. A diretora do DPDE reiterou a necessidade de regulamentação do setor, campeão de reclamações nos Procons entre 2007 e 2009, superando a telefonia e os bancos. “O desafio é proteger o consumidor e fazer com que os serviços sejam claros e transparentes”, disse. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defendeu uma nova regulação para garantir um crescimento equilibrado do setor.

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Economia

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Papel Moeda Marco Aurélio Mello - marcoaurelio@ojornal-al.com.br

UM DIREITO NÃO DIVULGADO A cena é comum: o proprietário de um veículo contrata um seguro e recebe uma lista de oficinas credenciadas pela operadora. Quando ele aciona a empresa, devido a um sinistro, recebe logo a recomendação de levar o carro para uma das oficinas da lista. O que poucas pessoas sabem é que elas têm o direito de escolher livremente a oficina e, podem sim, optar por aquela de sua confiança, mesmo que ela não esteja entre as “recomendadas”. E o melhor, sem que isso acarrete qualquer custo extra. O direito está expresso em circular da Superintendência de Seguros Privados. O que leva ao desconhecimento é que o direito de livre escolha não está expresso com a devida clareza nos contratos, além, claro, do velho e prejudicial hábito do brasileiro em assinar qualquer documento sem lê-lo por completo. E no caso de contrato, a preguiça é maior ainda. É para informar sobre esse direito, tantas vezes desrespeitado, que a Susep está chamando a atenção dos segurados e dos consumidores em geral. Segundo a entidade, a lista de oficinas credenciadas é apenas uma referência. Mas, há um alerta, o consumidor tem liberdade para escolher a oficina que quiser, mas não pode contratar um serviço que extrapole o limite segurado. O que não deixa de ser óbvio. Outro detalhe importante que deve ser levado em consideração na hora da oficina é a segurança, entenda-se, garantia do serviço realizado. Muitas oficinas podem não garantir esse item que é fundamental, destaca ainda a Susep.

TURISMO E COPA 1 Documento do Ministério do Turismo projeta que a receita do País com turistas estrangeiros deve crescer dos atuais R$ 6,3 bilhões para R$ 8,9 bilhões até a Copa do Mundo de 2014. A projeção é de um faturamento 55% maior com a vinda de turistas do exterior.

TURISMO E COPA 2 No quesito geração de emprego, o Ministério estima a criação de 2 milhões de novas vagas de trabalho formal, com carteira assinada, além das informações nos próximos quatro anos. Isso só referente à Copa.

TURISMO E COPA 3 Por fim, projeta-se um crescimento significativo na quantidade de desembarques domésticos que devem passar de 56 milhões para 73 milhões de passageiros. E aí, o bicho pega. Os gargalos devem ficar mais evidentes no setor. O próprio Ministério reconhece. Eles estão na infraestrutura aeroportuária, na qualificação profissional e na rede hoteleira. Como faltam quatro anos para os jogos, tempo há para se tentar corrigir os erros...ou não?

Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br

PETROBRAS

Plano prevê US$ 224 bilhões em investimentos até o ano de 2014 Maior parte dos recursos será aplicada na exploração da camada do pré-sal A Petrobras planeja investir US$ 224 bilhões entre 2010-2014, uma média de US$ 44,8 bilhões por ano, informou a estatal em fato relevante disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Do montante total, 95% serão aplicados no Brasil, ou US$ 212,3 bilhões, e a parcela restante no exterior, ou US$ 11,7 bilhões. “O Plano de Negócios 20102014 mantém as metas de crescimento para a companhia, incluindo os recursos necessários para a exploração e desenvolvimento das descobertas de petróleo no pré-sal. Ameta de produção de petróleo é de 3,9 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe) em 2014 e projeção de 5,4 milhões de boe em 2020”, revelou a estatal. A Petrobras notou que o novo planejamento implica um aumento de 20% em relação ao antecedente, sendo US$ 31,6 bilhões referentes a novos projetos, dos quais 62% dedicados para a área

De acordo com a Petrobras, cerca de 95% dos recursos anunciados serão investidos no próprio País

de Exploração e Produção (E&P), ou US$ 19,7 bilhões. “O plano considera uma geração de fluxo de caixa operacional baseada em um preço médio de petróleo de 80 dólares

o barril para o período, abaixo da média das projeções do mercado”, diz o comunicado. “A redução da projeção de produção total de 318 mil boe, em comparação com a do Plano

anterior, se deve a revisão das metas internacionais, em função da revisão dos investimentos futuros para adequação à atual estratégia de E&P da Petrobras”, diz a Petrobras.

Estatal via investir em etanol via aquisições O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem que a estatal deverá crescer em produção de etanol através de aquisições. “Tínhamos estratégia diferente, e mudamos. Era de greenfields (novas usinas) e hoje estamos revendo para crescimento de produção principalmente via aquisições”, disse Gabrielli em entrevista sobre o Plano de Negócios da Petrobras para o período entre 2010 e 2014. A Petrobras prevê investir US$ 3,5 bilhões em biocombus-

tíveis (produção, logística e comercialização) até 2014, um aumento de mais de US$ 1 bilhão em relação ao plano anterior. Ontem, a Petrobras anunciou um acordo com a São Martinho que permitirá a expansão do negócio da estatal em etanol para o Centro-Oeste, com a empresa passando a atuar em uma região considerada nova fronteira para a cana. Há cerca de dois meses, a Petrobras firmou um acordo com a Açúcar Guarani, do grupo francês Tereos, com a estatal detendo na

Guarani participação semelhante à fatia que terá em uma nova empresa formada com a São Martinho. De acordo com Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível, braço de biocombustíveis da estatal, a estratégia de crescimento da petrolífera em etanol terá como base tanto as participações na Guarani quanto na nova empresa constituída com a São Martinho. APetrobras tem uma estratégia de não ser majoritária em seus acordos de etanol, mas buscan-

do uma participação relevante. Juntamente com suas parceiras, a Petrobras tem atualmente capacidade de processamento de 24 milhões de toneladas de cana, com previsão de produção de 890 milhões de litros de etanol na safra 2010/11. Mas esse volume deve mais que dobrar até 2014, para 2,6 bilhões de litros, segundo o novo plano de investimento da estatal. Aestatal projeta ter entre 4% e 5% da produção de etanol do País em 2014.

BNB CULTURA O Banco do Nordeste abriu edital do Programa BNB de Cultura - Edição 2011, uma linha de patrocínio em parceria com BNDES, para apoio à produção e difusão da cultura nordestina, mediante seleção pública de projetos, envolvendo R$ 6 milhões para as áreas de Música, Literatura, Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual e Artes Integradas. O edital está disponível no Portal do BNB: www.bnb.gov.br

ÚLTIMA Começou ontem o prazo de pedido de reserva para a oferta pública de ações do Banco do Brasil. Os interessados devem fazer a solicitação até o dia 29, em qualquer corretora de sua preferência. O BB vai oferecer ao mercado 286 milhões de novas ações ordinárias, além de outros 70,84 milhões de ações secundárias. Mas, a quantidade poderá ser ampliada com mais um lote suplementar de 39,15 milhões de ações. Com lançamento, o Banco do Brasil poderá ter uma captação estimada em R$ 10,3 bilhões.

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Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br

Thiago Sampaio/Secom

Chuvas provocaram em enchentes nos rios Mundaú e Paraíba trazendo prejuízos para 22 municípios alagoanos e deixando mais de 68.500 pessoas desabrigadas

Destruição e morte em Alagoas Aumento do nível de rios Mundaú e Paraíba alaga cidades, destrói mais de 11 mil casas e mata 26 pessoas Flávia Batista Editora de Cidades

As cidades destruídas lembram cenários de guerra. Onde antes existiam casas, escolas, prédios públicos, hoje só restam escombros e tristeza. As cenas das águas invadindo as casas não saem das lembranças dos milhares de moradores que perderam tudo que tinham e hoje dependem da

ajuda do poder público e da solidariedade para sobreviver. Ao todo, 22 municípios foram atingidos, mais de 177 mil pessoas foram afetadas, 26 mil desabrigadas. Mais 7 mil casas foram danificadas e outras 11 mil foram destruídas. Mais de 200 prédios públicos foram atingidos e 26 pessoas, até ontem à noite, perderam a vida, além de outras 834 que estavam feridas até a tarde de

ontem. É um cenário devastador e preocupante. Três indústrias do setor sucroenergético foram prejudicadas pela força das águas. As usinas Santa Clotilde (Rio Largo), Serra Grande (São José da Laje) também foram afetadas pela enchente. Mas o estrago maior ocorreu na Usina Laginha, em União dos Palmares, pertencente ao Grupo João Lyra, onde cinco

tanques que armazenavam etanol – com capacidade total de armazenamento de cerca de 10 milhões de litros – foram arrancados e levados pela forte correnteza. A Usina Laginha foi uma das indústrias que sofreu com as intempéries. Num dos principais centros de emprego do Estado, o cenário também foi de destruição: tanques que pesam toneladas boiavam

como se fossem brinquedo. A força da água não poupou caminhões e nem a estrutura do escritório. Por onde passavam, as águas deixavam um rastro de destruição. A escola, que fica dentro da área da usina foi totalmente destruída pelas águas. Enquanto em alguns lugares, a vida começa a ser retomada; em outros, muito ainda

há o que se fazer antes de pensar em recomeço. As perspectivas são de muito trabalho, especialmente no município que praticamente deixou de existir: Branquinha. Foi de lá onde surgiram os flagrantes mais comoventes, da cidade destruída, das famílias desoladas, do poder público pedindo socorro, se apegando à solidariedade humana para salvar vidas.

Lula Castello Branco

Usina Laginha, em União dos Palmares, do Grupo João Lyra, foi atingida pela enchente do rio Mundaú Thiago Sampaio/Secom

Tragédia: Chuvas elevaram as águas no Mundaú destruindo o município de União dos Palmares

A fúria da enchente do Mundaú arrastou casas, sonhos e vidas no município de São José das Laje Lula Castello Branco

O guarda chuva foi a única proteção para Rosa Quitéria que chora, no meio dos destroços, em União

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Cidades

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Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br

Nível da Mundaú assusta maceioenses Moradores de Bebedouro, Bom Parto, Fernão Velho, Vergel, Mutange e Pontal da Barra contabilizam prejuízos Láyra Santa Rosa Repórter

O aumento do volume de água no Rio Mundaú atingiu diretamente os bairros que ficam às margens da lagoa que leva o mesmo nome. Em Maceió, ruas, casas e estabelecimentos comerciais nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Fernão Velho, Vergel, Mutange e Pontal da Barra foram invadidos pelas águas. O dia de ontem foi de limpeza para parte dos moradores, enquanto outra parte ainda aguardava o nível da água baixar. Na capital, mais de mil pessoas ficaram desabrigadas. Na manhã de ontem, parte da Avenida Senador Rui Palmeira, no Bom Parto, continuava alagada. Apenas carros altos, caminhões e motociclistas se arriscavam a cruzar a avenida. Os moradores que precisavam atravessar acabavam sendo obrigados a entrar na água. O nível da lagoa subiu tanto, que durante todo o domingo, a travessia teve que ser feita de canoa. Segundo a dona de casa, Rosemary da Silva, essa foi a primeira vez que a água da lagoa invadiu sua casa. “Quando chove

Bebedouro: mais de 24 horas de água Em Bebedouro a situação também ficou complicada. Foram mais de 24 horas com o nível de água alto. Assim como no Bom Parto, as canoas foram necessárias para dar suporte para os moradores, já que a Rua Cônego Costa, principal do bairro, estava intransitável. Ontem, a situação tinha amenizado e sobraram apenas alguns pontos de alagamentos. O clima ainda era de preocupação e de contabilização dos prejuízos. “Estou aqui há mais de dez anos e essa foi uma das maiores enchentes que já vi. Ainda tentamos colocar os equipamentos para o alto, mas água chegou a um metro de altura e atingiu tudo”, disse o comerciante Fabiano Santos Barbosa, dono de açougue em Bebedouro.

“Não faço idéia do quanto terei de prejuízo. Hoje é dia de limpeza, estamos tentando tirar a água que ficou dentro do açougue, para então contabilizar. Essa água chegou de surpresa, ainda estou tentando entender o que aconteceu”, falou. Para completar, os comerciantes do bairro que tiveram seus estabelecimentos invadidos pela água, ainda tiveram que se preocupar com saques. “Dormi aqui na loja, mesmo estando cheio de água, com medo de invadirem e me roubarem. Há pessoas que não respeitam o desespero de ninguém. Por aqui a água chegou a quase meio metro de altura. Pra passar tínhamos que usar canoa”, contou a comerciante Josinete César, moradora de Bebedouro. (L.S.R.)

Novas enchentes preocupam moradores Os moradores da Orla Lagunar continuam preocupados com um novo aumento do nível da lagoa Mundaú. Apesar de muitas casas em Bebedouro terem sido construídas com pontos de elevação, a água do último fim de semana não poupou quase ninguém, assustando toda a população. “Sempre a água entra pelas ruas do bairro, mas como minha casa fica um pouco distante da margem da lagoa, é preciso muita água para chegar até aqui. Mas foi o que aconteceu. As marcas ainda estão na parede, a sorte é que parte da minha casa foi construída num ponto um pouco mais elevado”, falou o aposentado Djalma Francisco de Melo. “Foi tudo muito rápido. A água foi entrando, entrando e quando menos es-

Fotos: Yvette Moura

muito e a maré está alta, a lagoa fica beirando a porta da minha casa. Dessa vez, ela invadiu tudo. A sorte foi que deu tempo de levantar os móveis, senão o prejuízo seria muito maior”, contou a moradora do Bom Parto, enquanto atravessava a parte inundada. “Estava precisando atravessar e não tinha como fazer. O jeito que tive foi colocar os pés nessa água para passar. Não temos muita opção por aqui”, lamentou. O desempregado Genivaldo Abílio Silva também teve a casa invadida pela água. Na rua onde ele mora, que fica transversal à Avenida Senador Rui Palmeira, o nível da lagoa alcançou um metro, deixando várias famílias desabrigadas. “Aminha rua continua cheia. Dentro do Bom Parto está tudo alagado. Estou na casa do meu sogro por segurança, mas ainda não tenho idéia do vai prestar das minhas coisas em casa”, disse. “A água subiu muito rápido. Estava em casa com minha família e quando me dei conta a lagoa estava dentro da casa. Coloquei minhas filhas pequenas nas costas e deixei tudo para trás. O mais importante é a vida delas”, disse.

perava, estava dentro de casa. Colocamos sofás, guarda roupa e geladeira em cima de tijolos e cadeiras para a água não atingir. Tivemos sorte, mas a preocupação continua”. Com os olhos cheios de lágrimas, a dona de casa Maria José Silva Melo, disse temer pela família. “As águas são imprevisíveis. Se começar a chover de novo e achar que a lagoa vai encher, pego minhas netas pequenas e saio de casa. O medo é pela nossa vida e de perder tudo”, disse. “Nunca vi a lagoa entrar tanto por aqui. No ano de 2000, a situação foi parecida com essa e tivemos que deixar a casa. É rezar para que essa chuva pare e o nível da lagoa baixe. Estou com muito medo”. (L.S.R.)

Morador levantou os móveis, colchão e tudo que pôde para a força das chuvas não levar seus únicos bens comprados com muito sacrifício

Cerca de três mil pessoas estão desabrigadas Gabriela Lapa Estagiária*

Ontem pela manhã, prefeitura, secretarias e representantes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) realizaram uma coletiva para apresentar as ações de assistência que vão minimizar os estragos causados pelas chuvas na capital. A estimativa é de que, nos bairros próximos à Lagoa Mundaú, cerca de três mil pessoas estejam desampa-

radas. Segundo o coronel Almeida, coordenador da Defesa Civil do Município, a lagoa transbordou durante o fim de semana e atingiu os bairros do Pontal da Barra, Vergel do Lago, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Fernão Velho, onde a situação foi mais grave. “Os moradores entraram em contato conosco ainda no sábado à noite, para pedir ajuda. No total, 1.200 pessoas perderam as casas, e outras 800 estão desalojadas”,

disse o coronel. Ainda segundo ele, os agentes da Comdec levaram cerca de 12 horas para transferir as pessoas atingidas das áreas de alagamento para abrigos temporários. No Pontal, o nível da água subiu tanto que a transferência teve que ser feita de barco. A primeira medida tomada para minimizar os estragos foi no sentido de garantir a alimentação das famílias atingidas. Elas ganharam quentinhas du-

rante todo o fim de semana e, de acordo com a Secretaria Municipal de Ação Social (Semas), devem continuar nesse sistema até poder receber cestas básicas. “Não demos as cestas em um primeiro momento porque não há condições de as famílias aproveitarem os alimentos. Elas estão desabrigadas”, explicou o secretário Francisco Araújo. “Mas assim que a situação melhorar, vamos dar início à entrega”, garantiu.

Apartamentos no Dique-Estrada serão ocupados Nos bairros atingidos, prédios da prefeitura e ginásios estão sendo usados como abrigos provisórios para as famílias. Durante a coletiva, o prefeito Cícero Almeida anunciou que as pessoas que viviam na Favela Sururu de Capote serão transferidas, em breve, para os apartamentos recém-construídos no Dique Estrada. Eles já foram planejados para relocar os moradores, mas não haviam sido inaugurados. “Quando a situação melhorar, podemos pensar em uma cerimônia de inauguração, mas agora a prioridade é garantir o bem estar das pessoas”, declarou o prefeito, destacando que as famílias que já possuíam cadastro para receber o apartamento terão prioridade. Ao todo, estão disponíveis 728 unidades. Além de se mobilizar para conter os estragos na capital, os

O aumento do volume de água na Mundaú atingiu o de Bom Parto

órgãos municipais também vão ajudar a Defesa Civil nos municípios do interior, que foram mais afetados pela chuva. Ontem, o prefeito Cícero Almeida anunciou a distribuição inicial de mil cestas básicas. “Estamos

compartilhando o sofrimento com os lugares afetados. Equipes da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) estão de plantão, bem como as da Defesa Civil, que não devem deixar a capital de-

samparada, mas vão contribuir com o auxílio aos outros municípios”, garantiu o prefeito. Segundo o coronel Almeida, em três dias, choveu cerca de 204,2 milímetros – quase o esperado para todo o mês de junho, que é 240,3 mm. Mas esse excesso, isolado, não seria suficiente para causar tantos estragos. Asituação foi agravada pela chuva que caiu em Pernambuco, aumentando o volume dos rios que cortam Alagoas. “A Lagoa Mundaú não comportou tanta água e transbordou. Por isso, os bairros da orla sofreram mais”, disse o coronel. “O excesso de chuvas no nosso Estado era contornável, mas não podíamos prever o que ia acontecer em Pernambuco”, justificou. (G.L.) *Sob a supervisão da Editoria de Cidades

Força-tarefa pretende conter epidemias

Em alguns lugares, a vida já voltou ao normal

Patrycia Monteiro

Elisana Tenório

Repórter

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou uma forçatarefa para conter a difusão de epidemias em decorrência das enchentes. Desde o final de semana, técnicos fazem o recolhimento de amostras de água, palestras para desabrigados sobre prevenção de doenças, além de distribuírem medicamentos, vacinas e hipoclorito de sódio para descontaminação da água. “Percorremos os nove principais municípios atingidos pela chuva e distribuímos kits de emergência com soro fisiológico, remédios para dor, febre, hipertensão, diabetes e curativos em hospitais e nas unidades municipais da Secretaria da Saúde. Estamos alertando a população sobre como evitar as doenças diarréicas que

são as mais comuns nessas situações, além da leptospirose, cólera, febre tifóide e hepatite”, explicou Sandra Canuto, superintendente da Vigilância em Saúde da Sesau, mencionando que os técnicos da Secretaria percorreram os municípios de Rio Largo, Quebrangulo, Branquinha, Santana do Mundaú, Paulo Jacinto, Jacuípe, Murici, União dos Palmares e Matriz de Camaragibe. Durante o final de semana, boa parte da remessa de medicamentos foi realizada de helicóptero nas áreas em que o acesso por terra não foi possível. No total, foram entregues 16 mil frascos de paracetamol, 40 mil ampolas de soro fisiológico, 60 mil ampolas de dipirona, oito mil ampolas de antibiótico, 24 mil máscaras descartáveis, 100 mil luvas para procedimentos cirúrgicos e oito mil litros de hipoclorito de sódio.

Repórter

Ontem, a rotina nos bairros do Pontal da Barra e Fernão Velho havia se normalizado. Já não havia mais ruas alagadas, o comércio funcionava normalmente e as pessoas podiam contar com tranqüilidade o susto que havia passado durante o final de semana. No Pontal da Barra, todos os bares localizados na beira da Lagoa Mundaú estavam abertos ontem à tarde. As lojas de artesanato estavam à disposição do público. Grupos de turistas, aliás, percorria as ruas estreitas da localidade a escolha de peças que os agradasse. “Nos assustamos um pouco, mas, graças a Deus, o pior já passou. Agradeço por não ter havido mortes”, declarou a ar-

tesão Maria do Socorro Fran-cisco. Já em Fernão Velho, a situação foi pior nas ruas Da Praia e Mangueiras. Mesmo assim, ontem à tarde, tudo estava praticamente normalizado. Apenas alguns moradores “apagavam” os últimos indícios do temporal: mesas, colchões, camas, sofás, dentre outros móveis, permaneciam nas portas das casas para secarem ou serem limpos. “No sábado, o nível das águas atingiu a porta de nossas casas, mesmo que nossas residências estejam localizadas muito acima da pista”, contou a dona de casa Zuila Fernandes Prado, acrescentando que a última enchente que atingiu Fernão Velho ocorreu há três anos. Para prevenir futuros acidentes causados por deslizamentos de barreira, os enge-

nheiros responsáveis pelo as áreas 5 e 7 do conjunto habitacional que está sendo construído pelo governo do Estado no Vale do Reginaldo, resolveram erguer uma área de contenção de barreira. Ontem, o local estava sendo limpo para, em seguida, a contenção ser erguida. “É melhor reforçar a segurança para prevenir acidentes”, declarou Francisco Pedro, um dos responsáveis pela obra. O que aconteceu – O desastre que atingiu Alagoas começou a se formar em Pernambuco, onde, de fato, o temporal caiu na quinta e sexta-feira da semana passada. A força das águas atingiu os rios Mundaú e Paraíba, localizados no estado vizinho e isso fez com que Alagoas fosse atingida por tabela, já que a água escorreu as ci-

dades ribeirinhas. “Alagoas é um campo de drenagem de água”, declarou o gerente de Operações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Roberto Lobo. Na prática, o que aconteceu foi o seguinte: quinta e sextafeira da semana passada, quando Pernambuco foi atingido pelo temporal, as águas começaram a escoar pelos rios Mundaú e Paraíba e atingiram várias cidades. As águas do Rio Paraíba, que nasce na cidade pernambucana de Paranamatama, atingiram Quebrangulo, Paulo Jacinto, Viçosa, Cajueiro, Capela, Atalaia e Pilar. Já os Rio Mundaú causou estragos em Santana do Mundaú, São José da Laje, Branquinha, Murici, Messias, Rio Largo e Satuba.

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Vítimas das chuvas no municipio de Rio Largo observavam o que restou das casas em que moravam

Na cidade de Branquinha não sobrou nada, até o trilho foi arrancado pela força da enchete do Mundaú

Enchentes dos rios provocam destruição Maioria das famílias de Branquinha, Santana do Mundaú, União dos Palmares e Rio Largo, perdeu tudo Mônica Lima Repórter

O cenário é de destruição nos municípios alagoanos que foram atingidos pelas chuvas. Por causa dos temporais, o nível dos rios Mundaú e Paraíba, na região da Zona da Mata, subiu e a força da água fez com que algumas cidades quase fossem devastadas. Em Branquinha, Santana do Mundaú, União dos Palmares e Rio Largo, a maioria das famílias perdeu tudo, inclusive a casa em que residiam, que virou escombro. Até ontem, os municípios estavam sem água potável, energia ou comunicação. Todos necessitavam de alimentação para os desabrigados. Na localidade de Gustavo Paiva, em Rio Largo, a Vila Operária, foi um dos locais mais atingidos. As águas chegaram até o teto e algumas não resistiram e desmoronaram. Nos imóveis que ainda estão em pé, as paredes estão com rachaduras e o teto ameaçado. Pelas ruas os sinais da devastação são visíveis e chocantes, com móveis espalhados pelas ruas, alimentos, roupas, paredes caídas, telhas, madeira, eletrodomésticos, aparelhos de som e outros equipamentos que foram levados pela correnteza. Na manhã de ontem, em Gustavo Paiva, as vítimas das chuvas observavam o que restou das casas em que moravam. Cada um tem uma história de horror para contar dos momentos que viveram entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado, quando o nível do rio Mundaú atingiu o ponto máximo, fazendo com que as águas se transformassem em ondas que passaram varrendo tudo que encontraram pela frente. “Em 15 minutos tudo estava destruído, não deu tempo salvar nada. O que restou não presta mais”, disse Josivan

Valério, que retornou a casa para ver se conseguia resgatar alguns móveis, documentos e outros objetos. Abalado com a tragédia, ele afirmou que, quando observou que o volume do rio tinha aumentado, procurou retirar a esposa e não teve mais como retornar, porque tudo já tinha se transformado num imenso mar. Bartira da Silva Costa voltou ontem, ao que agora são escombros da casa em que morava com o esposo. No sábado, quando as águas começaram a tomar conta da rua, ela não teve tempo de retirar os móveis. O imóvel foi ao chão e Bartira passou a morar com o marido em um terreno onde improvisou um barraco com lona, juntamente com outras pessoas que foram afetadas pela enchente. Nas proximidades da igreja do Sagrado Coração de Jesus, apenas o templo não foi afetado. E foi justamente lá que muitos moradores procuraram abrigo. Todas as casas que estavam em volta foram destruídas totalmente, inclusive a escola Gustavo Paiva. Maria Verônica, que reside no local há 47 anos, disse que já ocorreu enchentes, mas após as águas baixarem, retomavam à vida. “Mas dessa vez, não vai ser possível. Aqui não moro mais, porque corremos o risco de passar outra vez por uma situação semelhante. A água chegou próximo ao teto. Foram momentos que nunca mais vou esquecer”, disse, emocionada. O medo dos vândalos que resolveram se aproveitar da tragédia para garimpar o que restou, fez com que Maria José da Silva, não abandonasse a casa que está ameaçada de desabar. “Estamos precisando de ajuda, está faltando tudo, mas não posso sair porque estão vindo roubar”, disse.

A força do trator foi necessária para limpar as ruas de Branquinha

A força das águas arrastou tanques de etanol da Usina Laginha

Em Branquinha, nada restou A prefeita de Branquinha, Renata Moraes, era o retrato do desespero, desde que a enchente tomou conta da cidade, destruindo todo o Centro, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e residências. “A água passou e levou tudo, devastou a cidade. Eu não sei onde está mais nada, o prédio da prefeitura está acabado, as casas comerciais sumiram, os Correios, a Casa Lotérica, a Rodoviária. Tudo demais sumiu”, afirmou. Sem saber o que fazer e apostando em ajuda do Governo Federal para recomeçar, a prefeita começou o dia cedo. Por volta das 6 horas, estava na sede da Associação dos Municípios de Alagoas, para conseguir cestas básicas e, em seguida, se dirigiu a uma emissora de TV, onde o governador Teotonio Vilela Filho, concedeu entrevista. “Fui atrás de ajuda porque a cidade acabou. Ainda não sei por onde começar, estou tentando me organizar”, revelou, enquanto recebia ajuda de voluntários que

foram levar alimentos. A cidade estava sem água, energia e comunicação. Para minimizar os problemas, a prefeita contratou serviço de caminhão pipa para abastecer a população. A igreja foi transformada em quartel-geral onde foi montada uma cozinha para fazer a comida das famílias. Os prédios públicos desapareceram, restando apenas o que funciona o Peti e o primeiro andar da Secretaria de Assistência Social. Pelas ruas cheias de lamas e escombros, as máquinas estavam a todo vapor, retirando os entulhos. Nas calçadas, os moradores atingidos ainda não acreditavam no que viam. Josefa Cael retornou para salvar alguma coisa, mas só conseguiu resgatar duas cadeiras plásticas, o resto foi levado pelas águas. Aprefeita Renata Moraes já tinha feito pela manhã o enterro de duas crianças e de uma senhora, mas não sabia ainda quantas pessoas tinham morrido, porque muitas esta-

vam desaparecidas. “Os corpos que apareceram fizemos os enterros. Ainda não sei quantos morreram realmente”, disse. Desesperada ela ia de uma canto ao outro, falando com os funcionários e voluntários, tentando definir locais que serviriam para atender a todos que procuravam socorro. No final do dia, o senador Fernando Collor, que tinha percorrido algumas cidades atingidas pelo temporal, esteve em Branquinha. Com o exprefeito e esposo de Renata, Raimundo Lopes, Collor disse que estava levando solidariedade e que teria no final da tarde um encontro com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, a quem mostraria, através de fotos a situação em que o município ficou. O senador garantiu que o governo Federal se comprometeu em construir as casas desde que seja num terreno distante das margens do rio Mundaú e que seriam enviadas cestas básicas. (M.L.)

Centro de Murici desapareceu

Na cidade de Rio Largo, Josivan Valério, perdeu tudo em 15 minutos

Quatro mil desabrigados em Rio Largo O secretário de Finanças de Rio Largo, Daniel Lima, fez um apelo para que as pessoas contribuíssem com agasalhos e colchão, principalmente para as crianças. “O município havia comprado alimentos e cestas de alimentos para as famílias. Fazemos cálculos que há, pelo menos quatro mil desabrigados e 1200 casas destruídas”, disse. Muitas pessoas foram a Gustavo Paiva verificar o que o

temporal causou e ficaram espantados com o nível de destruição. Muitos não se conformavam em ver os entulhos, os móveis jogados. O cabeleireiro Luís Carlos, que reside no Eustáquio Gomes, não se conformou com as notícias através dos meios de comunicação e quis verificar in loco. Comovido disse que já tinha mobilizado a comunidade para recolher alimentos, roupas e outros produtos. (M.L.)

As águas devastaram o Centro de Murici. Pelas ruas, troncos de árvores que foram arrastadas pelas águas e invadiram as casas, a exemplo do Cartório de Registro Civil, cujo principal acesso foi fechado por um imenso tronco de árvore. As imponentes palmeiras reais da praça onde acontece os festejos tombaram, os muros caíram, a maioria dos estabelecimentos comerciais e mais de mil casas foram ao chão. Geladeiras, sofás, mesas, aparelhos de TV, som e outros equipamentos estavam espalhados pelas ruas. Quem Centro da cidade de Murici foi totalmente destruído pelas chuvas foi ao local, mal podia acreditar na cena que era exposta mos com vida. Os móveis, de- não acreditava no que estava pois compramos e vamos re- vendo: as casas dos vizinhos aos olhos. Na rua Gersino Barbosa, a começar”, disse, ao mostrar no chão e as ruas que desapamoradora Graça Damasceno os cômodos tomados de lama receram, restando apenas escombros. estava desolada com o que e o que restou revirado. Apenas a planta baixa do Algumas famílias atingivia em sua casa. A água dessa vez não perdoou e entrou imóvel restou na casa em que das foram levadas para um com toda força levando os antes morava Antônio Gomes galpão e outras para casa de pertences da família, que mo- da Silva e sua mãe Maria parentes. Voluntários pela rava numa casa confortável. Cícera da Silva. Ao olhar tudo manhã estavam distribuindo “O que conforta é que esta- em volta Antônio, disse que o café. (M.L.)

Chuva arrastou tanques da Lajinha A Usina Laginha, do Grupo João Lyra, que fica em União dos Palmares, foi atingida e quatro tanques de etanol foram levados durante a enchente. O prédio onde funcionava o escritório desmoronou. Os reboques dos caminhões tombaram com a força da água, as casas que ficam próximas, bem como o trilho do trem que havia sido reformada há pouco, também não resistiram. Funcionários que estavam na noite de sexta-feira disseram que a as águas passavam levando tudo, obrigando algumas pessoas a se abrigarem no teto das casas que ainda estavam de pé. O bairro de Jatobá, que fica às margens do rio Mundaú desapareceu em União dos Palmares. Apenas escombros ficaram de um lado e do outro do rio. Nem mesmo o posto de combustível escapou. Os destroços espalhados por todos os cantos, ferros retorcidos, veículos destruídos, bicicletas, postes de iluminação caídos. As famílias tentavam a todo custo resgatar o que ficou, mas era praticamente impossível. Em cima de um amontoado de tijolos, telhas, madeiras, pedras e móveis, Josenilda Prudêncio, observava o que restou do seu antigo lar. Essa era a primeira vez que retornava ao imóvel, depois de ter saído correndo, com medo da água que chegou em ondas, lembrando o mar. “Estava chovendo e eu não tirava os olhos do rio. Mas quando observei a que água estava se aproximando muito rapidamente, eram ondas que passavam levando tudo. Foi difícil ter que sair. Todos corriam para a parte da cidade que não tinha sido afetada”, destacou. Num outro ponto, Quitéria Rosa Damásio, de pouco mais de 80 anos, ao lado do cachorro e do que restou da sua residência, observava o vai e vem de vítimas e curiosos, que passavam de um lado para o outro. A idosa, chorando, aguardava veículos da prefeitura que a levaria para um dos abrigos improvisados em ginásios de esporte e escolas públicas. (M.L.)

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Santana do Mundaú ficou isolada durante a sexta-feira: um dos lugares mais afetados pelas águas

Todos os prédios da parte baixa de Branquinha foram destruódos; cidade praticamente sumiu do mapa

Dados: catástrofe em 26 municípios Águas não pouparam pessoas ou prédios públicos e particulares; prejuizos ainda são contabilizados nas cidades Láyra Santa Rosa Repórter

As fortes chuvas que caíram na cabeceira dos rios Mundaú, Paraíba, Camaragibe e Jacuípe no último final de semana, foram as responsáveis por inundações e destruições em 26 cidades alagoanas. Os dados contabilizados até o final da manhã de ontem são de uma verdadeira catástro-

fe. Vinte e seis mortes já foram contabilizadas e mais de 600 pessoas continuam desaparecidas. Além de 47 mil desalojados, mais de 27 mil desabrigados e mais de 11 mil casas destruídas e danificadas. A força das águas não poupou ninguém, destruindo prédios públicos, pontes, usinas e casas por toda parte. Entre as cidades mais afetadas estão Santana do Mundáu, que está

isolada desde a última sextafeira à noite; União dos Palmares; São José da Lage; Quebrangulo; Jacuípe e Rio Largo. A maioria delas está sem água potável e sem energia elétrica, ainda não existe previsão para que os sistemas sejam refeitos. Ainda de acordo com o levantamento da Notificação Preliminar de Desastre foram atingidos com as inundações

os municípios Joaquim Gomes, Jundiá, São Luiz do Quitunde, Matriz do Camaragibe, Paulo Jacinto, Murici, Viçosa, Atalaia, Cajueiro, Capela, Maragogi, Marechal Deodoro, Satuba, Maceió e Colônia de Leopoldina Durante todo o dia de ontem, representantes das forças armadas e governo do Estado se reuniram para bus-

car alternativas de assistência as comunidades atingidas com as enchentes. O clima de preocupação continua, principalmente porque existe previsão que volte a chover no Estado de Pernambuco – local das nascentes dos rios alagoanos. “Choveu em três dias na cabeceira dos rios uma quantidade prevista para chover em seis meses, foram mais de 400 milímetros de água.

Tínhamos noção que iria chover muito, mas não imaginávamos que fosse ter essa proporção toda. Estamos diante de uma catástrofe. Um cenário de filme de guerra”, disse o tenente-coronel, Denildson Queiroz, secretário executivo da Defesa Social do Estado. “É muito difícil dizer qual cidade está em pior situação, muitas foram destruídas”.

Famílias inteiras foram arrastadas Com a cheia, várias casas foram invadidas e famílias inteiras arrastadas. “A situação é crítica. Temos até agora 26 mortes e mais de 600 pessoas desaparecidas. É um número muito alto, diante da situação é provável que o número de óbitos cresça”, falou. “Agora estamos esperando os dados dos municípios através da Notificação Preliminar de Desastre para sabermos os danos reais que essa enchente causou. É importante que os municípios nos enviem esse documento, para então podermos encaminhar para o Ministério

Divulgação

da Integração Nacional, que enviará recursos”. Passado o primeiro impacto da catástrofe, onde foi iniciado o socorro das pessoas que ficaram ilhadas e feridas, o momento agora é de assistência. “Na sexta-feira e no sábado o nosso trabalho foi o de socorro. Agora, vamos iniciar a assistência com remédios, para evitar epidemias; com água potável, já que existem pessoas que estão há mais de três dias sem beber água e caso tomem as águas dos rios, podem contrair doenças; distribuição de comida e roupas”, explicou Denildson Queiroz. (L.S.R.) São José da Laje, assim como há mais de 40 anos, está sofrendo com uma enchente devastadora

Operação de socorro iniciou em Santana O trabalho dos militares do Corpo de Bombeiros começou ainda na noite de sexta-feira, quando o efetivo começou a ser deslocado para as cidades do interior do Estado. As primeiras equipes foram para Santana do Mundaú, União dos Palmares, Branquinha e Murici, onde foi iniciado o socorro das vítimas. “O socorro começou na noite de sexta-feira. O efetivo do Sub-grupamento Ambiental e do Salvamento Aquático foi deslocado para os pontos mais críticos iniciando os trabalhos dos Bombeiros. Muitos passaram mais de 24 horas em atividade”, contou o comandante operacional metropolitano, coronel Josivaldo Feliciano de Almeida. Apenas na manhã de sábado, os helicópteros do Estado conseguiram fazer os primeiros atendimentos. Muitas pessoas ficaram presas em cima dos telhados das casas e em árvores. “No sábado estávamos apenas com os helicópteros do Estado, como são pequenos não conseguimos chegar à cidade de Santana do Mundaú que permaneceu isolada até domingo. Nesse momento, contamos com o apoio dos três helicópteros do Estado, dois da Força Área e um da Polícia Rodoviária Federal, que deverá nos ajudar na distribuição dos donativos”, completou coronel Josivaldo. ÁGUA – Assim como os postes de energia que foram

arrastados pela força da água, várias tubulações também foram levadas pela enxurrada. Muitos municípios estão sem água potável desde sexta-feira à noite. Palmeira dos Índios e Capela são as cidades com a situação mais critica e sem previsão para retomar o abastecimento. “A previsão é que consigamos estabelecer o abastecimento em Capela e Palmeira em 15 dias. Várias tubulações foram levadas pela força da água, destruindo tudo. Estamos buscando formas alternativas para atender a população”, explicou o vice-presidente de Gestão Operacional da Casal, Álvaro Menezes. “Além desses dois municípios, Jacuípe, Paulo Jacinto e Quebrangulo também ficaram continuam sem água. A situação nesses locais deve ser resolvida mais rápido, acredito que até quarta tudo esteja normalizado”. Enquanto isso, a expectativa é que hoje a Defesa Civil Estadual distribua carros pipas em todos os municípios que estão sem água, além de 2,8 mil vasilhames, cada um com 20 litros de água. “Cada cidade sem água terá dois carros pipas, com 15 mil litros cada até que o abastecimento seja normalizado. Além dos vasilhames que serão distribuídos para o consumo humano”, completou o comandante do Bombeiros, coronel Neitônio Freitas. (L.S.R.)

Há 41 anos, enchente assolava São José da Laje Roberto Vilanova Repórter

Março, 1969. No dia do padroeiro São José, o santo para o qual o nordestino apela pedindo chuva para plantar o milho do São João, choveu demais em São José da Laje, a 90 quilômetros de Maceió. A chuva torrencial estragou a festa do padroeiro e a população se recolheu cedo – até parecia que algo de tenebroso estava para acontecer. E antes da primeira hora do dia 20 realmente aconteceu a pior tragédia, até então, que marcou a cidade e comoveu o País. Há exatos 41 anos o Rio Canhoto transbordou e deixou a cidade de São José da Laje submersa – só a torre da Igreja de São José, com 10 metros de altura, poderia ser vista. Primeiro repórter a chegar à cidade, o jornalista Valmir Calheiros conta que ainda hoje se assusta ao lembrar o cenário de destruição completa e corpos boiando no Rio Canhoto – que corta a cidade pela metade, depois de se precipitar da Serra Grande, na divisa com Pernambuco. Valmir chegou à cidade com os repórteres fotográficos

Pedro e Gilberto Farias, pai e filho, que documentaram a tragédia e repassaram as imagens para a imprensa no Sul do País. Uma tromba d´agua na cabeceira do Rio Canhoto, que nasce acanhado em Pernambuco e se torna caudaloso em Alagoas, elevou o nível e fez o rio transbordar. Milhares de desabrigados e dezenas de mortos; o jornalista Valmir Calheiros contou que foi difícil quantificar quantos morreram na tragédia, porque muitos corpos não foram localizados ou foram encontrados muito tempo depois e distante do local da tragédia. “Acidade foi totalmente destruída e teve de ser reconstruída”, relatou Valmir. COMO FOI - Passava da meia-noite quando o telegrafista da Rede Ferroviária, conhecido como Luiz, recebeu o aviso vindo da Estação de Serra Grande. Pelo Código Morse veio o aviso da tromba d´agua em Pernambuco e do arrastão que o Rio Canhoto vinda fazendo. Luiz saiu pela rua tentando acordar a cidade. O telegrafista ainda encontrou alguns notívagos, mas a maioria da população estava dormindo.

- Corram que o Rio Canhoto vem arrastando tudo! – anunciava o telegrafista. Para alguns foi providencial o aviso de Luiz. Mas, para a maioria da cidade não houve tempo; a maioria da população foi surpreendida enquanto dormia e, para o jornalista Valmir Calheiros, isto foi fatal, sobretudo, para velhos, mulheres e crianças. “Quem pôde correr, foi para o alto. Mas muita gente não teve tempo. Em poucos minutos a água cobriu tudo. Só a torre da Igreja Matriz de São José podia ser vista. O resto ficou tudo embaixo d´agua”, recorda Valmir. A tromba d´agua que se precipitou na cabeceira do Rio Canhoto triplicou o volume normal do rio e imprimiu uma velocidade nunca vista. A correnteza arrastou até vagões estacionados na estação ferroviária e retorceu os trilhos de ferro. Mas, o caso mais comovente para Valmir é o protagonizado pela professora Maria José. Deficiente visual, ela perdeu os pais e se salvou mesmo sem saber nadar. “Ela fez até um cordel para contar a história da tragédia que viveu”, contou Valmir. “Ela não pôde ver a tra-

gédia, mas sentiu na pele.” Maria José foi salva pelo vizinho e não gosta de lembrar a tragédia, mas é o marco que o jornalista Valmir Calheiros exibe como exemplo de superação e sorte. “Você já pensou uma pessoa que não enxerga escapar de uma tragédia dessa?!”, indagou Valmir. A tragédia em São José da Laje foi tão grave, que o então governador Lamenha Filho teve de criar uma Pasta só para cuidar da reconstrução da cidade. “Até a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) teve de ajudar a reconstruir a cidade de São José da Laje”, lembrou Valmir. Outro detalhe que o jornalista destacou refere-se ao ciclo como essas tragédias acontecem. Valmir lembrou que em 1949 registrou-se a tragédia causada pelas fortes chuvas em Maceió – que derrubou até o Farol da Marinha. “O Farol só foi reconstruído em 1951, no governo Arnon de Mello, mas distante do local onde era antes”. “Vinte anos depois, em 1969, deu-se a tragédia em São José da Laje. E, agora, 41 anos depois, se repete em várias cidades”, concluiu Valmir.

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SEM ACESSO

Chuvas deixam rodovias interditadas Pontes caídas deslizamentos e crateras interromperam a comunicação entre municípios de Alagoas e Pernambuco Gabriela Lapa Estagiária*

Com o grande volume de chuvas nos últimos dias, não só os municípios do interior do Estado foram devastados. Durante o final de semana, vários trechos das estradas que dão acesso às cidades do interior tanto de Alagoas, quanto de Pernambuco, ficaram interditados. Pontes caídas e crateras que se abriram também dificultaram a comunicação com esses lugares. Quem precisava viajar, teve de desistir e foi obrigado a ficar em casa.

No último sábado, deslizamentos e quedas de árvores provocaram a interdição da BR-104 nos trechos correspondentes aos km 0 e 9, em Ibateguara e São José da Laje. O acesso a União dos Palmares ficou parcialmente interditado, e apenas os motoristas que trafegavam até o começo da tarde puderam desviar pela AL-101 Norte. Depois do meio-dia, entretanto, essa rodovia e os quilômetros 27, 34 e 37, em União dos Palmares, e o km 25, em Joaquim Gomes, ficaram totalmente alagados. Em Satuba, o prejuízo aconteceu no trecho

do km 268, da BR-316, no coSegundo a PRF, a meço da noite, deixando moforça da água levou toristas sem rotas alparte da ponte de ternativas. acesso a Novo Lino, O tráfego nas rona divisa com Perdovias só foi normalinambuco, e abriu O tráfego zado no domingo. uma cratera de 5 menas Ainda no começo do tros em Rio Largo, ardia, a Polícia Rodoviárastando, inclusive, rodovias ria Federal (PRF) libeos trilhos do trem que só foi rou a BR-104, ficando fazem o percurso até normalizado Maceió. Ontem, o treintransitáveis apenas os trechos corresponno domingo cho próximo a Satuba dentes a Satuba e o já estava liberado. aos quilômetros 0 e 82 Ainda segundo a da BR-101 (em Novo PRF, muitas estradas Lino e Rio Largo, resde Pernambuco também ficaram bloqueadas. pectivamente).

Para tentar reparar esses estragos, o Departamento de Estradas e Rodagem de Alagoas (DER) mobilizou equipe em alguns dos locais mais afetados. De acordo com o diretor-presidente, Marco Vital, o órgão está fazendo um levantamento dos prejuízos e deve reparar os danos em breve, com apoio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra). “Por enquanto, as ações são provisórias para ajudar equipes de assistência a chegar aos municípios. Desde sábado estamos reparando o acesso a Quebrangulo, Viçosa e Atalaia até que algu-

ma medida efetiva possa ser tomada”, declarou. Em Maceió, o prejuízo nas ruas não foi tão grande, mas elas também deverão ser recuperadas. Durante a coletiva de imprensa com a Defesa Civil, na manhã de ontem, o prefeito Cícero Almeida anunciou a pavimentação das principais avenidas da capital, bem como as ruas que ainda não estão asfaltadas. Segundo o prefeito, isso deve acontecer assim que o período de chuvas acabar. *Sob a supervisão da Editoria de Cidades

Rastro de destruíção em 26 cidades

Tempo pode melhorar a partir da amanhã Patrycia Monteiro Repórter

De acordo com a previsão do tempo do Departamento de Meteorologia da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), hoje o céu ficará nu-

blado e haverá chuvas esparsas no litoral, Zona da Mata e parte do Agreste alagoano. Segundo Emanuel Teixeira, meteorologista da Semarh, a chuva dará trégua a partir de quarta-feira. “O sol aparecerá entre nuvens em todo Estado, com chuvas isoladas e

rápidas, pela manhã. Teremos nebulosidade variável durante o dia”, disse, mencionando que novas previsões serão divulgadas depois de amanhã. No total, 22 cidades foram atingidas pelo excesso de chuva em Alagoas, sendo que 15 delas tiveram estado de cala-

midade decretado pelo Governo do Estado. São elas, Quebrangulo, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Paulo Jacinto, Murici, Rio Largo, Viçosa, Atalaia, Cajueiro, Capela, Jacuípe, e Satuba.

Muita água em Pernambuco afetou Alagoas As enchentes vêm sendo causadas pelo volume de chuva de Pernambuco que contribuiu para elevar o nível dos rios alagoanos, provocando enchentes que destruíram parte das cidades alagoanas e pernambucanas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, já são

mais de 70 mil pessoas atingidas pelas chuvas. No estado vizinho, 53 municípios foram atingidos, deixando mais de 40 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas, sendo que 17,7 mil delas estão desabrigadas. No total, foram registradas 13 mortes

até o fechamento desta edição. Ontem, o governo federal anunciou que vai liberar recursos para prestar socorro aos desabrigadas em Alagoas e Pernambuco. O presidente Lula disse que espera o tempo melhorar para dar início ao trabalho de recuperação de

casas, pontes, estradas e para limpar as cidades. Ele informou ainda que a Aeronáutica montará um hospital de campanha em Palmares (PE) para prestar atendimento às pessoas que precisam do hospital da cidade, que foi totalmente alagado. (P.M.)

AL e SE vão ter inverno mais rigoroso O inverno começou oficialmente ontem no hemisfério Sul, às 8h28 (horário de Brasília). Segundo a agência meteorológica Climatempo, a estação deve ser marcada pelo frio intenso causado pelo fenômeno La Niña e pelo ar seco, que já vem castigando o sudeste nos últimos dias. Seis massas polares já alcançaram o Brasil desde abril, mas é em agosto que devem começar a ser sentidos os efeitos do resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial que caracteriza o La Niña, conforme a meteorologista da Climatempo, Patricia Madeira. “No ano passado, estávamos sob o domínio do El Niño, fenômeno oposto ao La Niña. O inverno foi muito frio no Sul, e foi frio também no Sudeste e no Centro-Oeste. Este ano também se espera por frio, mas com ca-

racterísticas diferentes. Se no ano passado enfrentamos um inverno frio e úmido, este ano teremos frio seco”, explica Patricia. Segundo a meteorologista, no Nordeste, os Estados mais chuvosos ao longo do Inverno devem ser Sergipe e Alagoas. O frio chega ao sul da Bahia em agosto e em julho e em setembro, os termômetros registram temperaturas acima da média. A chuva será irregular. Em julho os volumes acumulados ficam abaixo da média entre Recife e Natal, mas a partir de agosto a umidade aumenta novamente. No Ceará, no Maranhão e no Piauí, a chuva fica acima da média em agosto, o que diminui o número de queimadas. Mas na maior parte do interior da região, as práticas agrícolas só são viáveis com irrigação artificial. (P.M.)

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Cidades

O JORNAL JORNA L

A14

Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br

Campanhas visam arrecadar donativos Uma grande rede social se formou para angariar fundos e doações para as vítimas das enchentes em Alagoas Yvette Moura

Patrycia Monteiro Repórter

Thiago Gomes Ojornalweb.com

buir, sobretudo, com os desabrigados da igreja. A direção informa que cerca de mil membros foram afetados pelas últimas chuvas. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros também recebem donativos nas unidades espalhadas pela capital e pelo interior. Nos quartéis gerais, os militares estão mobilizados para fazer a seleção e distribuição dos mantimentos. Há postos de coletas em todos os prédios do Centro Universitário Cesmac e nas lojas do Bompreço de Maceió. Amaior parte deste material arrecadado será enviado aos locais afetados pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). O montante já começou a ser distribuído.

Uma verdadeira rede de solidariedade foi criada pela população de Alagoas para ajudar as vítimas das chuvas. Campanhas e mutirões surgem desde que as primeiras informações da calamidade foram divulgadas pela imprensa. A ajuda parte de órgãos públicos, templos religiosos e estabelecimentos comerciais. Sem destacar ações individuais que nem são conhecidas. A Associação Alagoana de Magistrados (Almagis) lançou a campanha “Almagis Solidária” para recolher alimentos, água potável e roupas. As doações podem ser entregues na própria seLENÇÓIS E COBERTORES de da entidade, na Rua Barão de Anadia, no Centro, ou ainda, ca- - O governo do Estado está recoso seja uma quantidade de man- lhendo donativos para distribuir timentos maior, funcionários se entre as vítimas das enchentes dispuseram a buscar na casa do que estão em abrigos públicos. voluntário. Neste caso, a coleta São bem-vindos alimentos nãoé solicitada pelo telefone 3221- precíveis, lençóis, cobertores, roupas, agasalhos, fraldas descartá4907. Em acordo com a Almagis, o veis, calçados e água mineral. As doações podem ser enDepartamento Estadual de Trântregues na sede da sito (Detran) de Alagoas inSecretaria de Estado da formou que a colaboAssistência e Desenvolração do órgão será em vimento Social ou em disponibilizar dois capostos de atendimento minhões para o transporte dos donativos até Localidades da Casal: Capital (Maceió) - Prédio-sede as regiões do interior mais da Casal (rua Barão de que foram afetadas atingidas Atalaia, 200, Centro); pelas inundações. Gerência Comercial Já a Secretaria de terão (rua do Comércio, 115, Estado da Infraestruprioridade Centro – antigo tura (Seinfra) e os órProduban); Gerência de gãos ligados a este segInformática (rua mento se uniram no Emanoel Pedro F. Cossentido de reconstruir ta, nº 8, Bom Parto); Gerência de os acessos danificados Engenharia de Segurança e pela enxurrada e restabelecer o saneamento e o abas- Medicina do Trabalho (rua do tecimento d’água nas áreas atin- Sossego, s/n , Farol); Prédio do gidas. Em várias cidades, faltam Arquivo Central da Casal (rua do água potável e energia elétrica Sossego, s/n, Farol); Gerência de desde sexta-feira quando acon- Produção e Desenvolvimento teceu o temporal. O Departa- Operacional (rua do Sossego, s/n, mento de Estradas de Rodagem Farol – Prédio da Manutenção da (DER) e a Companhia de Abas- Casal); Gerência de Suprimento tecimento e Saneamento de Ala- e Patrimônio (rua Dr. Antônio goas (Casal) estudam os locais Pedro de Mendonça, 96, mais comprometidos e estão Pajuçara); Unidade de Negócio agindo nos prioritários. A Casal do Benedito Bentes (av. Pratagy, entregou para a Defesa Civil 2,8 279, Benedito Bentes). No intemil vasilhames, cada um preen- rior, os donativos podem ser enchido com 20 litros de água po- caminhados para a Unidade de Negócio do Leste da Casal (na tável. AOrdem dos Advogados do rua Manoel Oiticica, 20, Centro, Brasil, seccional Alagoas Rio Largo); Unidade de Negócio (OAB/AL), também se dispôs a Serrana (av. Conselheiro Sebastião ajudar. Convocou os associados Lima, 701, Paraíso, Palmeiras dos a doarem mantimentos na sede Índios); Unidade de Negócio do da entidade, no Centro de Ma- Sertão (rua Olavo Bilac, 230, ceió, ou informar a doação pelo Centro, Delmiro Gouveia); Unidade de Negócio do Agreste telefone 2121-3207. A Assembleia de Deus em (rua Santo Antônio, 128, Centro, Alagoas realiza um mutirão com Arapiraca); Unidade de Negócio o objetivo de arrecadar agasa- da Bacia Leiteira (av. Sebastião lhos, brinquedos e, principal- Pereira Bastos, 668, Monumento, mente, mantimentos para distri- Santana do Ipanema).

Doações estão sendo arrecadadas por órgão do governo e pela iniciativa privada

Sistema O JORNAL e Grupo JL fazem doações Da Editoria de Cidades O Jornal Sistema de Comunicação (impresso, site e rádio) iniciou, no último sábado, uma campanha de arrecadação para ajudar as vítimas da enchente que atingiu Alagoas no último final de semana. O diretor financeiro do Sistema, Sálvio Taine, explicou que, até agora, foram arrecadadas junto a empresas parceiras, água mineral, que será entregue às vítimas localizadas em União dos Palmares. “Decidimos substituir nossa

tradicional festa junina, que fazemos todos os anos, pelos donativos”, ressaltou o diretor Sálvio Taine, acrescentando que os donativos devem ser encaminhados para a antiga sede do O JORNAL, localizado a Avenida Gustavo Paiva, na Mangabeiras. Em paralelo, o Grupo João Lyra também realiza sua campanha de doações para as vítimas da enchente. Hoje, a primeira remessa de água mineral será entregue no Povoado do Jacinto, localizado em União dos

Palmares. Este povoado é formado basicamente por funcionários da Usina Lajinha e, por conta do temporal, está sem água e energia elétrica. As duas usinas pertencentes ao Grupo João Lyra, localizada em Minas Gerais, também aderiram à corrente de solidariedade. Ontem, de acordo com o gerente-social, Ronaldo Melo, foi enviado um caminhão repleto de produtos. A previsão é de que a doação chegue a Alagoas na próxima quinta-feira.

“Estamos arrecadando junto aos nossos parceiros alimentos não perecíveis, água mineral, colchões, cobertores, enfim, produtos que possam ser levados para os desabrigados”, explicou Ronaldo Melo. Quem quiser ajudar, deve encaminhar sua doação para qualquer empresa a Concessionária de Veículos Mapel, em Mangabeiras, ou o escritóriocentral do Grupo João Lyra, localizado na Rodovia AL-101 Norte, Km 6, nº 3 600, Guaxuma.

Trens param atividades por tempo indeterminado Thallysson Alves Estagiário*

Até quinta-feira os trens urbanos deverão ter funcionamento suspenso. Esta é a previsão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para as cidades de Maceió, Satuba e Rio Largo. Mas mesmo a atividade retorne, o percurso será reduzido para pouco mais da metade do deslocamento original. A mudança é consequência da invasão violenta das águas nas linhas férreas, que levou consigo aproximadamente 400 metros de trilhos e toda a sua base de sustentação.

Até ao meio dia de ontem, um dos trens fez transporte até o povoado de Utinga Leão, enquanto outro está preso na cidade de Rio Largo sem poder retornar à Maceió. Segundo informações oficiais da CBTU, o trem não tem como voltar, pois a linha férrea entre as estações Gustavo Paiva e Utinga, foi praticamente arrancada. A equipe técnica da CBTU informou que a recuperação dos trilhos já começa hoje e terá um prazo de até seis meses. O que preocupa cerca de 10 mil passageiros que buscam o transporte férreo por ser um meio mais

acessível à economia das famílias com baixa renda salarial. TRANSNORDESTINA Ainda não foram fornecidos dados oficiais sobre os prejuízos decorrentes da invasão das águas na ferrovia Transnordestina, que interliga os portos do Ceará, Pernambuco, Maranhão e Alagoas. Todo o trecho que vai entre as cidades de Porto Real do Colégio (AL) e Palmares (PE) deverão ser reconstruídos. 70% das linhas férreas pertencentes a Alagoas foram destruídas, o que causou um prejuízo de R$

300 milhões após o investimento da Companhia Ferroviária do Nordeste. Com 550 km de extensão, a ferrovia estava em recuperação dos trilhos. Eles foram destruídos por outra enchente, em 2000, no mesmo trecho alagoano. As obras fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, e pretende baratear o transporte de cargas (açúcar, álcool, fertilizantes, gesso e cimento) em aproximadamente 40%. * Sob a supervisão da Editoria de Cidades

UNIÃO DOS PALMARES

EXECUÇÃO

Mãe tenta matar menina de três anos

Empresário é morto Família de grávida com 8 tiros na Jatiúca reclama de demora

Iracema Ferro

O empresário Juvêncio Afonso Leite, de 62 anos, dono da Barra Sul Empreendimentos Ltda, foi morto com oito tiros de pistola Ponto 40, na Avenida Antônio Gomes de Barros, Jatiúca, quando chegava para almoçar no restaurante Engenho Massayó. O crime foi praticado por volta das 14h do último domingo, por um homem ainda não identificado que estava numa moto CG preta, com placa MUW-3231/AL, e fugiu em alta velocidade, tomando destino ignorado. Juvêncio acabara de descer de sua caminhonete preta, placa NLW-9701/AL, na companhia da esposa, quando foi atingido pelos disparos. O caso está sendo investigado pela equipe da delegada Sheila Carvalho, do 2º Distrito Policial. De acordo com uma testemunha, que pediu para não ser identificada, a ação do acusado

Repórter

Marinalva Timóteo da Silva, de 35 anos, foi presa na noite do último sábado, acusada de violência doméstica, crime praticado em São Miguel dos Campos. De acordo com o presidente do Conselho Tutelar, Gilliard Ferreira, a entidade recebeu uma denúncia de que Marinalva saía todas as noites para bares da cidade, onde se embriagar e levava a filha de apenas três anos em sua companhia. Ao chegarem num bar no Centro da cidade, a mulher foi flagrada bêbada e com a criança no colo. Nervosa, Marinalva se negou a conversar com a equipe do Conselho Tutelar. “Ela sentou na calçada, agarrou a filha e disse que não ia a canto algum. Depois, conseguimos convencê-la a ir para a casa de sua mãe, que ficava a cerca de cem metros. Ela novamente sentou-se na calçada,

agarrou a filha e disse que nada a faria entregar a menina e que pela criança matava e morria. Por fim, Marinalva deu uma ‘gravata’na filha, apertando com força o pescoço e ainda passou a perna por cima da menina. A criancinha estava gritando de dor, então, resolvemos arrancá-la da mãe”, relatou Gilliard Ferreira. Aacusada ainda tentou agredir o conselheiro tutelar, mas foi contida por agentes da Guarda Civil Municipal e levada para a Delegacia Regional de São Miguel dos Campos, onde foi autuada em flagrante por violência doméstica. Segundo Gilliard Ferreira, ele vai procurar o Ministério Público para denunciar Marinalva por maus-tratos e tentativa de homicídio contra a filha. “Amenina ia morrer se nós não tivéssemos agido rapidamente”, avalia. Depois da confusão, a criança, que é órfã de pai, foi entregue à avó paterna.

SAMU

foi muito rápida. “O motoqueiro veio logo atrás da caminhonete da vítima. Quando o homem saiu da caminhonete, o criminoso parou a moto, desceu, sacou a arma e atirou. Imediatamente, ele voltou para a moto e fugiu. Aesposa da vítima não foi atingida porque apesar de ter descido da caminhonete, ela não tinha chegado perto do marido quando o motoqueiro atirou”, explica a testemunha. Consultando o sistema de Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan), os policiais descobriram que a placa da moto utilizada pelo acusado era fria. Familiares da vítima serão intimados a prestar depoimento a partir de amanhã. A polícia quer saber se Juvêncio Leite tinha inimigos declarados, se estava sendo ameaçado e a família tem a quem atribuir o crime. (I.F.)

Adona de casa Josineide de Oliveira Santos, moradora da Grota da Alegria, no Benedito Bentes, teve seu filho em casa, na noite deste domingo. Afamília reclama que solicitou socorro médico ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e que teve que esperar por três horas e meia até a chegada da ambulância. De acordo com a versão da família, eles entraram em contato com o Samu tão logo Josineide começou a ter contrações, às 18h. Cerca de duas horas depois, uma vizinha fez a segunda ligação para o Samu e a ambulância não chegou. O coordenador da Operação Asfixia, o agente Daniel Pinto, contou que uma equipe passava pelas proximidades da casa e foi abordada pelos familiares. “Eles disseram que a ela estava em trabalho de parto há quase três horas e que o Samu se recusava a ir atende-la. Entramos

em contato com o Samu e rapidamente uma viatura chegou”, explica Daniel Pinto. Procurado pela reportagem de O JORNAL, o coordenador médico do Samu afirmou que, a primeira ligação recebida pelo órgão foi por volta das 20h30, mas que neste contato não foram passadas informações suficientes para que fosse determinado o encaminhamento de uma ambulância para o local. “Cerca de 80% das ligações que recebemos são trotes, por isso precisamos de informações precisas. Nossa prioridade são casos de trauma, acidentes, ocorrências em que a pessoa está sob risco de morte”, explica. Mãe e filho foram levados para a Casa Maternal Denilma Bulhões, no Benedito Bentes, onde receberam atendimento médico e estão em observação. De acordo com a equipe da unidade de saúde, os dois passam bem. (I.F.)

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O JORNAL

Municípios

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Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: municipios@ojornal-al.com.br

EntreLinhas entrelinhas@ojornal-al.com.br

INAUGURADA Foi inaugurada, na manhã de ontem, uma Casa de Custódia em Arapiraca. O local fica localizado na Avenida Norte, onde funcionava a Delegacia Regional. A delegacia foi desativada desde o final do ano passado com a instalação da Central de Polícia de Arapiraca. Na Central, passaram a funcionar a Delegacia Regional, três distritais (53º, 54º e 55º DPs) e a delegacia plantonista. A Casa de Custódia tem capacidade para 100 presos e ficará sob a responsabilidade da Polícia Civil. A previsão é que os presos sejam levados para o prédio no próximo final de semana.

SUSPENSO As Agências da Previdência Social em União dos Palmares, Rio Largo e Viçosa suspenderam o atendimento em razão das chuvas que provocaram inundações no último final de semana em 21 municípios alagoanos. A suspensão dos serviços ocorreu nas diversas áreas nos municípios atingidos devido ao corte no fornecimento de água, energia elétrica e telefonia. A APS Rio Largo foi alagada em 20cm, deixando muita lama dentro da agência, mas não houve dano aos equipamentos. As outras duas agências, União e Viçosa, não foram atingidas pelas águas.

FALTA DE ÁGUA As chuvas que caíram nos últimos dias no município de Quebrangulo danificaram o sistema de abastecimento de água de Palmeira dos Índios. É que a força das águas danificou a adutora Helenildo Ribeiro, que abastece os dois municípios. A previsão é de que o abastecimento seja retomado em 15 dias.

Chuvas elevam rios, inundam casas e deixam desalojados Cidades do Litoral Norte de AL foram castigadas pelas enchentes Eduardo Almeida Repórter

LITORAL NORTE - Pela segunda vez em menos de vinte dias, as cidades do Litoral Norte do Estado foram castigadas por enchentes provocadas pelas chuvas. Em São Luís do Quitunde, Matriz de Camaragibe, Passo de Camaragibe, Jundiá e Jacuípe, o nível dos rios Santo Antônio, Camaragibe, Manguaba e Jacuípe se elevou, causando a inundação de residências e deixando milhares de pessoas desalojadas no último final de semana. Além dessas cidades, as chuvas também provocaram estragos em Maragogi. A Defesa Civil informou que dez casas desabaram e cinquenta

pessoas ficaram desalojadas. o número de desabrigados A área mais comprometida, sepassou de cinco mil gundo a coordenadora do órdurante o final de gão, Aliete Estanislau, semana. Lá, quinze fica no Conjunto casas desabaram e Deda Paes, onde outras centenas ficaaproximadamente ram comprometidas Escolas 80% das casas – a depois que a água pública e maioria feitas de do rio Camaragibe ginásios taipa – apresentam invadiu as residênestão sendo problemas. Na área, cias. Ontem, a cidautilizados no mínimo, 120 pesde registrava 300 desoas foram afetadas sabrigados. como pelas chuvas. São Luís do abrigo nos Escolas públicas Quitunde também municípios da rede municipal e sentiu os impactos quadras poliespordas chuvas. Três tivas estão sendo casas desabaram e utilizadas para abriaproximadamente cem gar os desalojados. pessoas ficaram desalojadas, A situação se repeembora a elevação do rio Sante em Matriz de Camaragibe, to Antônio tenha provocado onde, conforme a prefeitura, danos em dezenas de casas. A

Defesa Civil Estadual divulgou que a cidade registrou mortes com as cheias. Porém, o prefeito Cícero Cavalcante negou a informação, alegando que nenhum órgão municipal tomou conhecimento do fato. “As prefeituras de Matriz de Camaragibe e São Luís do Quitunde distribuíram cerca de três mil cestas básicas em cada cidade. Os desalojados estão sendo acompanhados pela Defesa Civil e, à medida que o nível do rio Camaragibe está baixando, estão voltando para casa”, explicou Cícero Cavalcante, que, assim como os outros gestores, participou ontem de uma reunião com o comandante da Defesa Civil Estadual, Denildson Queiroz.

Município de Jacuípe fica sem água e energia

SOLIDARIEDADE 1 O Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, representantes da prefeitura e a população de Maragogi estão dando exemplo de solidariedade. Todos uniram força para minimizar os impactos provocados pelas chuvas que caíram no último final de semana em Barreiros, Pernambuco. Como as cidades são limítrofes, há um grande número de maragogienses morando no estado vizinho e que, assim como os barreirenses, precisam de ajuda.

SOLIDARIEDADE 2 Em parceria com a prefeitura de Maragogi, a Cooperativa dos Pequenos Agricultores de Maragogi (Coopeagro) também colaborou com as vítimas das enchentes em Barreiros. Produtos da cooperativa foram entregues aos desabrigados, que, devido a situação de calamidade, chegam a disputar os alimentos. O cenário no município pernambucano é de devastação depois que o rio Una transbordou.

EXPLORAÇÃO A destruição provocada pelas chuvas inflacionou os preços de produtos como velas e água mineral nas cidades atingidas. Garrafas de 20 litros de água, que custam em média R$ 5, estão sendo comercializadas a R$ 12 em Barreiros. O preço dos produtos obriga os moradores das áreas mais afetadas a aguardar a ajuda das doações. Nem mesmo a situação de calamidade pela qual passam as vítimas comoveu os comerciantes.

PARCERIA Na cidade de Passo de Camaragibe, as secretarias de Saúde e de Assistência Social decidiram firmar uma parceria para atender às vítimas das chuvas. Enquanto uma pasta fica responsável pela remoção e relocação das famílias atingidas, a outra busca evitar que o número de casos de doenças como a leptospirose cresçam no município. Estão à frente das secretarias de Saúde, Josina Quirino, e de Assistência, Nailton Manoel.

MPF 1 Em solidariedade às vítimas das enchentes que atingiram municípios alagoanos, o Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas está realizando uma campanha interna de doação de alimentos e roupas, e também disponibilizou a sede do órgão para se tornar um ponto de arrecadação de donativos. Tanto a Procuradoria da República em Alagoas, quanto a PRM-Arapiraca serão pontos de coleta.

MPF 2 Para doar alimentos não perecíveis, roupas, agasalhos, colchonetes e outros itens, basta levar o material à sede do MPF/AL, localizada na Av. Fernandes Lima, 3296, Farol, Maceió - AL. Para quem está em Arapiraca e cidades vizinhas, basta procurar a PRM-Arapiraca, localizada na Av. Ceci Cunha, 555, Alto do Cruzeiro, Arapiraca.

TRANSBORDOU Cortesia/Sertão24Horas

Os bairros Baraúna e Artur Morais, em Santana do Ipanema, tiveram ruas alagadas e casas invadidas pelas águas do Riacho Camoxinga que transbordou devido às chuvas que caíram nos últimos dias. A ponte que liga os bairros ao centro da cidade foi tomada pelas águas.

A situação mais grave, no entanto, é a de Jacuípe, onde as enchentes provocaram o desabamento de 45 casas e deixaram mais de 1800 desabrigados. A água das chuvas invadiu residências, repartições públicas e deixou o município sem energia, água e sem comunicação entre a noite da sexta-feira e a manhã do último domingo. De acordo com o prefeito Amaro Jorge, 80% das casas da cidade estão com a estrutura comprometida.

“O nível do rio Jacuípe subiu e inundou a maior parte das casas da cidade, deixando o município ilhado. Não havia energia elétrica, água e comunicação entre a noite de sextafeira e a manhã do domingo. A água também destruiu documentos dos órgãos públicos e danificou computadores e aparelhos de TV. É necessário um mutirão para reconstruir Jacuípe, pois a cidade está totalmente destruída”, observou o prefeito Amaro Jorge.

O Governo do Estado decretou, através do Diário Oficial, “Estado de Calamidade” em Jacuípe. Outros quatorze municípios – dos 21 que foram atingidos pelas chuvas – também tiveram o “Estado de Calamidade” decretado. A cidade também contará com um hospital de campanha, com equipes de médicos e enfermeiros provenientes do Rio de Janeiro. Além de Jacuípe, Santana do Mundaú também terá uma unidade médica.

Outra cidade do Litoral Norte afetada pelas chuvas foi Passo de Camaragibe, onde o leito do rio Camaragibe se elevou e provocou o desabamento de 35 casas, deixando aproximadamente 200 pessoas desabrigadas. As secretarias de Assistência Social e da Saúde montaram um plano de ação, que incluiu a evacuação das áreas de risco – com a transferência dos moradores para escolas e creches – e a distribuição de cestas básicas. (E.A.) Cortesia: Alex Silva

Joaquim Gomes contabiliza estragos MARAGOGI - Com a elevação do rio Camaragibe, as ruas de Joaquim Gomes também foram tomadas pela água no último final de semana. Dados da Defesa Civil revelam que quinze casas desabaram no município e que outras centenas estão com a estrutura física comprometida – ainda não há um número preciso. O temporal também resultou na morte de duas pessoas, que foram arrastadas pela correnteza do rio. Ontem pela manhã, o cenário era de reconstrução. Representantes da gestão municipal se reuniram com membros da Defesa Civil Estadual, em Maceió, para apresentar o relatório com os impactos causados pelas chuvas. Conforme o prefeito Benedito pontes, cerca de cem pessoas ainda estava desalojadas. Os desabrigados foram levados para escolas da rede pública e para quadras poliesportivas da cidade. “Tanto a área urbana quanto a zona rural foram afetadas pelas chuvas. Nós esperamos, agora, o apoio do Governo do Estado para reconstruir a cidade. A população de Joaquim Gomes está carente de água, alimentos e até roupas. Cem famílias ainda continuam sem local para morar, já que a água invadiu as casas e comprometeu a estrutura física delas”, observou Pontes antes da reunião com representantes da Defesa Civil. No final da tarde de ontem, o Governo do Estado anunciou a liberação de 8 mil cestas básicas. Joaquim Gomes deverá receber apenas cem, que serão distribuídas pelo Corpo de Bombeiros. Também devem receber cestas básicas as cidades de União dos Palmares, Quebrangulo, Santana do Mundaú, Jacuípe, Murici, Rio Largo, Viçosa, Branquinha, Paulo Jacinto, Cajueiro, Capela, Satuba e Atalaia. (E.A.)

Chuvas provocaram alagamentos e deixaram centenas de desabrigados em Joaquim Gomes

Maragogi ajuda cidade de PE MARAGOGI - As chuvas que caíram no último final de semana também atingiram os municípios do Litoral Sul de Pernambuco – que fazem limite com Maragogi. Barreiros decretou estado de calamidade pública depois que o temporal provocou o desabamento de casas e deixou dezenas de pessoas desaparecidas. Para amenizar os danos causados pelas chuvas na cidade vizinha, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a prefeitura e a população de Maragogi montaram uma força-tarefa. Os trabalhos tiveram início na última sexta-feira à noite, com o resgate dos moradores que ficaram ilhados na cidade. Devido ao grande volume de água e a elevação do rio Una, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar de Maragogi precisaram utilizar lanchas para resgatar as vítimas da enchente. Mergulhadores profissionais também participaram do socorro das vítimas, que seguiu até a manhã de ontem. Aprefeitura da cidade ainda não informou o número de desaloja-

dos após as chuvas. Além de auxiliar no resgate dos moradores do município pernambucano, a força-tarefa montada em Maragogi enviou alimentos, colchões e cobertores para Barreiros. Segundo o tenente-coronel Osman Vilela, comandante do 6º Batalhão da PM, ontem foi entregue pela polícia mais de 500 kg de alimentos e 15 colchões aos desabrigados pelas chuvas. Aprefeitura de Maragogi também enviou alimentos e a Unidade Mista de Saúde (UMS) distribuiu sopa aos desabrigados ontem à noite. “A situação é de calamidade e a Polícia Militar, assim como o Corpo de Bombeiros, a prefeitura e a população, vem auxiliando nos trabalhos de resgate e reconstrução. Desde a última sextafeira não param de chegar donativos. Além do caráter social dessa ajuda, estamos solidários aos policiais militares que trabalham no 6º BPM, mas que residem em Barreiros. Afinal, as chuvas deixaram um cenário devastador no município”, disse Vilela,

que auxiliou nos trabalhos de resgate. Segundo o secretário de Obras e Infraestrutura de Maragogi, Pedro Jeová Albuquerque, a prefeitura de Maragogi disponibilizou veículos de coleta para recolher o lixo na cidade pernambucana e evitar a proliferação de doenças. “O prefeito Marcos Madeira está em Barreiros desde a última sexta-feira e autorizou o envio de alimentos, do caminhão que coleta o lixo e está acompanhando os trabalhos de resgate. Maragogi e Barreiros estão desenvolvendo as ações em parceria”, observou. A coordenadora da Defesa Civil em Maragogi, Aliete Estanislau, explicou que entrou em contato com o órgão de Pernambuco para propor uma parceria. Estanislau informou ainda que os comerciantes da cidade se uniram para doar alimentos aos desabrigados no estado vizinho. “Precisamos que a população continue colaborando para que nossos vizinhos superem essas dificuldades”, argumentou. (E.A.)

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Enchente destruiu duas pontes, casas, pontos comerciais, prédios públicos e deixou mais de 3 mil desalojados

Comerciante José Cabra mostra estragos em lanchonete que foi construída há 18 anos no Centro

Chuva destrói centro de Quebrangulo Área central da cidade foi a mais atingida com enchente que derrubou casas e pontos comerciais Carolina Sanches Repórter

Quebrangulo - Muita lama e parte da cidade destruída. Acena era de desolação ontem no município de Quebrangulo, localizado cerca de 100 quilômetros de Maceió. Paredes de casas, galpões, pontos comerciais e prédios públicos desabaram com a força da água que também derrubou duas pontes e danificou parte da ferrovia. O local foi um dos mais atingidos pelas chuvas que caíram na última sexta-feira e na madrugada de sábado. A enchente do Rio Paraíba,

causada pela queda de uma barragem no município de Bom Conselho, em Pernambuco, na última sexta-feira, destruiu o Centro, que fica localizado na parte baixa do município. O Rio Quebrângulinho transbordou, aumentando o volume de água que invadiu a cidade. Sob a lama, muitos moradores tentavam retirar, na manhã de ontem, carros e objetos pessoais. Outros olhavam os estragos sem saber por onde recomeçar. Equipes da Eletrobrás Distribuição Alagoas intensificaram os trabalhos para recuperar os postes e fios de alta tensão que

foram danificados. De acordo com o relato dos moradores a chuva começou por volta de 12h da tarde, mas o nível da água subiu rapidamente às 16h. Desde sexta-feira, faltou água potável, energia elétrica e telefonia móvel e fixa no município. A energia elétrica e a telefonia fixa estavam sendo restabelecidas parcialmente na manhã de ontem. No centro da cidade, moradores e comerciante contabilizavam os prejuízos. "É muito triste ver a lanchonete que construí há 18 anos ser destruído. Não tenho como saber ainda o prejuí-

zo, mas foi de 100% dos equipamentos e mercadoria", lamentou o aposentado José Cabral da Silva, de 67 anos. A comerciante, Marilene Pereira, viu a água subir rapidamente e levar móveis e eletrodomésticos. "Eu perdi as paredes e o material de uma loja de construção e uma clínica veterinária e minha casa ficou cheia de rachaduras. O prejuízo foi muito grande. Na minha casa moram 8 pessoas que hoje estão dormindo em um quarto, o único local da casa que não foi atingido", disse a moradora que recolhia al-

gumas roupas de sua família encontradas na lama. A aposentada Maria Zilma Cavalcanti, de 62 anos, conta que escapou de ser levada pelas águas com a ajuda de uma filha, ela disse que não conseguia sair de casa por causa da forte correnteza. "Tive muitas perdas materiais, mas o importante é que todos da minha família estão bem. Todos os moradores ajudaram uns aos outros na hora das chuvas fortes e isso ajudou bastante", ressaltou. RISCO - Equipes do Corpo de Bombeiros ajudaram os mo-

radores a deixar as casas que estavam nos locais de risco e atenderam chamados de desabamento e quedas de árvores. Até a tarde de ontem, bombeiros permaneciam no município para ajudar na distribuição dos mantimentos e roupas. As doações para o município estão sendo entregues no Grupamento do Corpo de Bombeiros em Palmeira dos Índios. Além das casas e pontos comerciais, as secretarias de Finanças, Educação, Saúde, obras e uma creche municipal foram destruídas. Fotos: Carolina Sanches

O calçamento das principais ruas do centro da cidade foi arrancado pela força das águas

Mais de 3 mil estão desalojados no município A cidade teve 70% das casas invadidas pela água do Rio, que transbordou após a derrubada de uma barragem. Mais de 200 residências desabaram e houve dificuldade para alojar as milhares de pessoas que ficaram sem ter como retornar a residência. Segundo os levantamentos iniciais da Prefeitura Municipal, mais de 3 mil pessoas ficaram desalojadas. A coordenaria da Defesa Civil de Alagoas divulgou ontem que haviam cerca de 800 desabrigados no município.

De acordo com a Secretária de Assistência Social do município, Betânia Teixeira, esta foi considerada a pior enchente que o município enfrentou. "Houve uma cheia há 20 anos, mas não foi tão devastadora como essa de sexta-feira", explicou. APrefeitura Municipal organizou os locais para abrigar as pessoas que tiveram as casas destruídas como escolas e ginásios de esporte. Também estava sendo realizado o acompanhamento da distribuição dos donativos

Mantimentos doados estão sendo distribuídos em municípios

e de água potável em carrospipa. "O trabalho agora é reerguer a cidade que foi destruída pela enchente. É uma situação de calamidade e estamos acompanhando e ajudando no que for possível desde sexta-feira", disse o prefeito do município Marcelo Lima. Equipes da Defesa Civil Estadual e Municipal realizaram ontem levantamento dos estragos, mas até o fechamento desta edição o relatório não havia sido concluído. O coordenador da

Defesa Civil municipal, Lauro Braga Sobrinho, um relatório com a avaliação de danos deverá ser entregue amanhã na Defesa Civil Estadual. Além do município de Quebrangulo, a enchente do Rio Paraíba atingiu as cidades de Paulo Jacinto, Capela, Cajueiro, Branquinha e Atalaia. O município de Paulo Jacinto estava sem comunicação por telefone fixo e móvel. Muitas localidades ficaram ilhadas impedindo que pessoas deixassem suas casas.

Abastecimento de água está sendo feito através de carros-pipa

Cidades atingidas recebem donativos Municípios atingidos pe- pios, onde a base de distrilas chuvas estão recebendo buição foi estabelecida no donativos de diversos pon- município de Joaquim Gotos no Estado. Órgãos públi- mes. cos, empresas e entidades O transporte de rodovia não governamentais estão en- abastece as cestas básicas em viando doações as pessoas São José da Laje, União dos que foram atingidas pelas Palmares, Branquinha e enchentes. As maiores carênQuebrangulo, com cias, segundo a Defesa Civil, exceção de Santana são de alimentos não do Mundaú, que perecíveis e água pela deficiência de potável. acesso por via terO Corpo de restre recebe apoio Municípios Bombeiros está de uma aeronave têm empregado na da FAB, com mancarência de Operação Inverno timentos de água, alimentos 2010 com um efetialimentação, colvo diário de 500 chonetes, cobertonão militares. Devido à res, entre outros. perecíveis diminuição das Tais municípios e de água chuvas, a operação foram primeirapotável inverno está conmente assistidos centrada no apoio pelo fato do estaàs pessoas afetado de calamidade das, através de mepública decretado pelo didas assistenciais. governo do Estado. A Operação de O secretário estadual de distribuição teve início Saúde, Herbert Motta, visiontem, às 10h, com o apoio tou municípios atingidos pela de dois helicópteros da Força enchente e explicou que a seAérea Brasileira (FAB), trans- cretaria esta dando apoio e portando dois militares do reforço aos hospitais das ciCorpo de Bombeiros de dades atingidas e que já foAlagoas para administrar a ram entregues medicamendistribuição em seis municí- tos e insumos.

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Paul Auster escreve histórias que não simplesmente se cruzam, mas se derivam e se multiplicam

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Um romance muito Paul Auster Relações perigosas de um aspirante a poeta estão em Invisível, mais uma engenhosa construção do autor cujo estilo se equipara a um enigmático cenário de espelhos

Marta Barbosa UOL Entretenimento

presentar múltiplas perspectivas sob o mesmo enredo é um recurso narrativo que parece não sair de moda. Pena que nem todos os escritores que optam pela estratégia compartilhem do mesmo talento de quem pode ser tido como um mestre desses tempos, Paul Auster. Do seu mais recente título nas prateleiras, Invisível destaca-se mais uma vez a engenhosa construção que se multiplica,

A

em um enigmático cenário de espelhos. Invisível parece o ponto de chegada em uma trajetória de narrativas marcadas pela multiplicidade, em que histórias não simplesmente se cruzam, mas se derivam e se multiplicam. Não é à toa que muitos críticos apontam como o melhor dos últimos tempos, este que é um “romance muito Paul Auster”. São quatro partes de uma história que tem em seu centro o jovem Adam Walker, estudante e aspirante a poeta na

Nova York dos anos 60, e em uma intensa e rápida passagem por Paris. Na borbulha de seus 20 anos, ele tem um encontro que mudará sua vida. Cruza em uma festa com o professor Rudolf Born, um homem manipulador, de olhar inquiridor e algo suspeito; e com sua atraente mulher, Margot. Distantes de sua França natal, o casal envolve o inexperiente Adam num jogo perigoso, que apenas parece ter alguma vantagem. O talento do autor em descrever o imprevisível com atenção cirúrgica aos

detalhes enche de tensão esse triângulo sentimental. Entre os três há sexo, traição, morte, injustiça. Não falta nada para sustentar uma grande tragédia. Ponto auge da trama é a envolvente descrição da relação incestuosa entre Adam e sua irmã Gwyn. Embora carregado de todo peso que um incesto pode representar, não há nada de culposo ou feio na forma em que o autor apresenta o encontro dos irmãos. Há uma atmosfera de naturalidade na forma em que a

intimidade fraterna desperta o desejo em ambos. No início, tudo não passa de uma curiosidade mútua pelo corpo do outro. Com o passar dos anos, e peso de relações fracassadas, faz crescer o sentido daquela relação de pecado, vivida com a leveza dos que não sentem culpa. Invisível não é um livro de frases fortes, ou manobras de pensamento intrigantes. É uma narrativa bem construída, em exercício de tempos verbais, de perspectivas narrativas e também da matemática

do improvável - o mesmo talento capaz de fazer histórias aparentemente distantes ganharem sentido juntas, intrínsecas. Talvez uma frase do livro, que aparece logo na primeira parte da narrativa, vale ser destacada porque de certa forma resume perfeitamente o enredo de Invisível: “Só porque uma coisa é improvável, não significa que não venha a acontecer”. Leia a seguir trecho do mais recente livro do escritor Paul Auster, Invisível.

“Um dia eu seria bom o bastante para poder me chamar de poeta” Apertei a mão dele pela primeira vez na primavera de 1967. Na época eu era estudante do segundo ano na universidade Columbia, um garoto ignorante, cheio de apetite por livros e com a crença (ou ilusão) de que um dia eu seria bom o bastante para poder me chamar de poeta, e, como eu lia poesia, já havia encontrado o seu xará no inferno de Dante, um morto que se esgueirava entre os últimos versos do canto 28 do Inferno. Bertran de Born, o poeta provençal do século xii, que levava, segura pelos cabelos, a própria cabeça cortada, a qual balançava para trás

e para a frente como um lampião — sem dúvida uma das imagens mais grotescas naquele catálogo de alucinações e tormentos em forma de livro. Dante era um leal defensor da obra de De Born, mas condenou-o à danação eterna por ter aconselhado o príncipe Henrique a se rebelar contra o pai, o rei Henrique ii, e, como De Born provocou o rompimento entre pai e filho e os transformou em inimigos, o engenhoso castigo de Dante foi separar De Born dele mesmo. Por isso o corpo decapitado vagava gemendo no outro mundo e perguntando ao viajante florentino se algum sofrimento po-

deria ser mais terrível que o seu. Quando se apresentou como Rudolf Born, meus pensamentos logo se voltaram para o poeta. Algum parentesco com Bertran?, perguntei. Ah, respondeu ele, aquela criatura infeliz que perdeu a cabeça. Talvez, mas não parece provável, eu receio. Não tenho nenhum de no nome. É preciso ser da nobreza para isso, e a triste verdade é que posso ser qualquer coisa menos um nobre. Não tenho lembrança do motivo por que eu estava lá. Alguém deve ter me chamado para ir junto, mas quem foi essa pessoa é uma coisa

que se evaporou da minha cabeça há muito tempo desde então. Não consigo lembrar nem onde foi a festa — na parte alta ou na parte baixa da cidade, num apartamento ou num sótão — nem sequer o meu motivo para aceitar o convite, uma vez que eu preferia evitar grandes aglomerações na época, ficava desnorteado com o barulho do falatório das multidões, tolhido pela timidez que tomava conta de mim na presença de gente que eu não conhecia. Mas naquela noite, de forma inexplicável, eu disse sim, e lá fui eu com o meu amigo esquecido para onde quer que ele estivesse me levando. O que lembro é isto: a certa altura da noite, acabei me vendo sozinho, em pé num canto da sala. Estava fumando um cigarro e olhando para as pessoas do lado de fora, dúzias e dúzias de corpos jovens amontoados nos limites daquele espaço, ouvindo o alarido emaranhado de palavras e risos, e me perguntei que diabo eu estava fazendo lá e pensei que talvez já estivesse na hora de ir embora. Havia um cinzeiro em cima de um aparelho de calefação à minha esquerda, e, quando me virei para apagar meu cigarro, vi que o receptáculo cheio de guimbas estava se erguendo na minha direção, aninhado na palma da mão de um homem. Sem que eu tivesse percebido, duas pessoas tinham acabado de sentar sobre o aparelho de calefação, um homem e uma mulher, os dois mais velhos do que eu, sem dúvida mais velhos do que qualquer um na sala — ele por volta dos trinta e cinco, ela já à beira dos trinta anos ou com trinta e poucos. Formavam um casal incongruente, me pareceu, Born num terno de linho branco amarrotado e um pouco encardido, com uma camisa branca igualmente amarrotada por baixo do paletó, e a mulher (cujo nome mais tarde eu soube ser Margot) vestida de preto. Quando agradeci pelo cinzeiro, ele me dirigiu um breve e cordial aceno de cabeça e disse O prazer é meu com um levíssimo sotaque estrangeiro. Francês ou alemão, não consegui identificar, pois seu inglês era quase impecável. Que mais eu vi naqueles primeiros instantes? Pele pálida, cabelo avermelhado e descuidado (mais curto que o cabelo da maioria dos homens na época), rosto largo e simpático, sem nada particularmente característico (um rosto genérico, de certo modo, um rosto que se tor-

naria invisível em qualquer multidão), e olhos castanhos e firmes, os olhos inquiridores de um homem que parecia não ter medo de nada. Nem magro nem pesado, nem alto nem baixo, mas apesar disso dava uma impressão de força física, talvez por causa da solidez das mãos. Quanto a Margot, ficou sentada sem mover nenhum músculo, fitando o vazio, como se a missão dela na vida fosse mostrar um ar entediado. Mas era atraente, profundamente atraente para os meus vinte anos de idade, com seus cabelos pretos, o suéter preto de gola rulê, minissaia preta, botas pretas de couro, e uma maquiagem pesada e preta em torno dos grandes olhos verdes. Não uma beleza, talvez, mas um simulacro de beleza, como se o estilo e a sofisticação de sua aparência corporificas-

Mais recente livro de Paul Auster

sem um ideal feminino daquele tempo. Born disse que ele e Margot estavam quase indo embora, mas me avistaram sozinho no canto e, como eu parecia infeliz, resolveram se aproximar e me animar um pouco — só para ter certeza de que eu não ia cortar a garganta antes de a noite chegar ao fim. Eu não tinha a mínima ideia de como interpretar suas palavras. Será que aquele homem estava me insultando, me perguntei, ou estaria de fato tentando mostrar alguma bondade para um jovem estranho e perdido? As palavras em si tinham um certo teor jocoso, que desarmava, mas o aspecto dos olhos de Born ao dizer aquelas palavras era frio e reservado, e não pude deixar de ter a sensação de que ele estava

me testando, escarnecendo de mim, por razões que eu não conseguia nem de longe entender. Dei de ombros, dirigi-lhe um ligeiro sorriso e disse: Acredite se quiser, estou me divertindo como nunca na vida. Foi aí que ele se levantou, apertou minha mão e me disse seu nome. Após minha pergunta sobre Bertran de Born, ele me apresentou Margot, que sorriu para mim em silêncio e depois voltou à sua tarefa de fitar o vazio com ar indiferente. A julgar pela sua idade, disse Born, e a julgar por seu conhecimento de poetas obscuros, eu diria que você é um universitário. Estudante de literatura, sem dúvida. Universidade de Nova York ou Columbia? Columbia. Columbia, suspirou ele. Que lugar mais desolador. Você conhece? Estou dando aulas na Escola de Relações Internacionais desde setembro. Professor visitante, contrato de um ano. Felizmente, já estamos em abril e vou voltar para Paris daqui a dois meses. Então é francês. Por acaso, inclinação e passaporte. Mas suíço de nascimento. Suíço francês ou suíço alemão? Estou ouvindo um pouco das duas coisas na sua voz. Born emitiu com a língua o som de uma risadinha e, depois, fitou-me nos olhos com atenção. Você tem um ouvido apurado, disse ele. De fato, sou as duas coisas — o produto híbrido de uma mãe germanófona e um pai francófono. Cresci indo e vindo entre os dois idiomas. Em dúvida sobre o que dizer em seguida, fiquei calado um momento e depois fiz uma pergunta inocente: E o que está lecionando na nossa universidade desoladora? Desastre. É um tema bem amplo, não acha? Mais especificamente, os desastres do colonialismo francês. Estou dando um curso sobre a perda da Argélia e outro sobre a perda da Indochina. Essa guerra adorável que herdamos de vocês. Nunca subestime a importância de uma guerra. A guerra é a expressão mais pura e mais vívida da alma humana. Você está começando a falar como um poeta sem cabeça.

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Roteiro

Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura Artesanato

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Amanhã Quadrilha junina, fogos, fogueira, muita comida gostosa e a apresentação de Valério do Sertão e Banda. As atrações vão fazer parte da Festa de São João da Santorégano Pizzaria Ltda (AL-101 Norte, 56 – Riacho Doce), a partir das 20h. Couvert: R$ 5. Mais informações: (82) 3355-1222.

6a feira A banda Alma de Borracha (foto) vai ser a atração do Engenho Massayo (Av. Amélia Rosa, 173), às 21h. No repertório, rock dos anos 60, 70, 80 e 90. Couvert: 8. Mais informações: (82) 33571099,

Sábado A Banda L 100 vai apresentar sucessos dos Titãs, Lulu Santos, Capital Inicial, Engenheiros do Havaí e Legião Urbana, às 22h, no Engenho Massayo (Av. Amélia Rosa, 173). Couvert: R$ 8. Mais informações: (82) 3357-1099. A Companhia de Dança Maria Emília Clark e seu Projeto Social realizarão no Teatro Gustavo Leite – Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá – nos dias 26 (20h) e 27 (16h e 20h) deste mês, o espetáculo Não te esqueças que venho dos trópicos. A peça contextualiza o pintor alagoano Fernando Lopes, envolvendo mais de 500 pessoas entre técnicos, bailarinos, alunos e crianças do Projeto Social mantido pela Academia Maria Emília Clark. No palco serão 40 bailarinos, entre crianças e adolescentes. Ingresso: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira). Mais informações: (82) 3336-8292.

Em Breve O espetáculo Barney e seus Amigos levará as crianças alagoanas a um mundo imaginário repleto de aventuras e situações inusitadas. No dia 2 de julho será a vez da meninada de Arapiraca curtir a peça, às 17h, no Clube dos Fumicultores. Ingressos: Foto Nacional 1 e 2. Já no dia 4 do mesmo mês, serão as crianças maceioenses que irão assistir à divertida estória, às 16h30, no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá). Ingressos: stands Viva Alagoas. Mais informações: (82) 3033-5539 / 8106-5414. Agora é a vez de Maceió receber o show solo de Oscar Filho que já passou por mais de 75 cidades brasileiras e foi visto por mais de 105 mil pessoas. Putz Grill... será apresentado no dia 4 de julho, às 20h30, no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá). Ingressos: R$ 80 (Inteira) e R$ 40 (meia – carteirinha de estudante e idosos), à venda no Stand Viva Alagoas. Mais informações: (82) 3033-5539 / (82) 8821-7727. O curso de Psicologia do Centro Universitário Cesmac vai abrir inscrições para novos cursos de inverno, a partir de segunda-feira (dia 21/06). As aulas serão ministradas durante as férias, pelos professores da instituição, entre os dias 19 e 23 de julho. A carga horária das capacitações é de 20h, com direito a certificado de participação. Gratuitos e abertos à comunidade em geral - inclusive estudantes e profissionais de outras instituições de ensino e com formação em diversas áreas do conhecimento - os cursos serão oferecidos nos turnos da tarde e da noite. Para participar, basta entregar duas latas de leite no ato da inscrição. Nestas férias serão oferecidos nove cursos: o de Psicopatologia, com o professor Félix Vilanova; Psicologia Jurídica Civil e Criminal, com Franklin Bezerra; Jogos de Empresas, com Walter Rocha; Psicodrama, com Rosiete Pereira; Gestão do Comportamento Humano nas Organizações, com Robson Menezes; Psicologia Hospitalar e Processo de Adoecer, com Margarida Ferreira; Sexualidade Humana, com Cristine Rose; Sexualidade Infantil, com Ivana Carla; e Ludoterapia, com Silvino Ferro. As inscrições vão até o dia 9 de julho e podem ser feitas na Faculdade de Psicologia do Cesmac (R. Íris Alagoense, no Farol). Mais informações: (82) 3215-5153. O projeto Quarta no Arena está de volta a partir do dia 21 do próximo mês com a exibição da produção teatral alagoana. Cada espetáculo será encenado por duas semanas consecutivas, às quartas-feiras, com ingressos no valor de R$ 3 e R$ 6, totalizando 20 apresentações. Confira a programação: 21 e 28 de julho – Madame, da Cia Infinito Enquanto Truque; 4 e 11 de agosto – Os fuzis, da Cia Piloto de Teatro; 18 e 25 de agosto – O avarento, da Cia 6 Ponto-Cena; 1º e 8 de setembro – O dono da noite, da Cia Muro Imaginário; 15 e 22 de setembro – Os dragões não conhecem o paraíso, da Cia do Avesso; 29 de setembro e 6 de outubro – Romeu e Julieta, da Cia Expressão e Inclusão; 13 e 20 de outubro – A troca, da Associação Teatral das Alagoas – ATA; 27 de outubro e 3 de novembro – Nós, nus e os outros, da Cia de Teatro Animus; 24 de novembro e 1º de dezembro – Calila, da Aiégua Produções; 8 e 15 de dezembro – K, da Cia Ganymedes.


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Marcelo e Resende lançam novo CD

Dupla lança CD com repertório jovem e eclético Elô Baêta Repórter

Foi em meados de 1998, na cidade de Alta Floresta – divisa com o Estado do Pará –, que Odair Gonçalves Salvador e José Orlando Resende se conheceram. Um encontro que logo se transformou em afinidade sonora, consolidando uma trajetória de lutas e vitórias até chegar ao sucesso e tornar os seus nomes artisticamente familiares aos ouvidos de muitos, em boa parte do País, como Marcelo e Resende. A dupla certeira – que elegeu trabalho e persistência como palavras de ordem – logo começa a colher louros e consegue gravar “Pensa”, o primeiro CD; quatro anos mais tarde, explode com o segundo, “Bateu Saudade”, seguidos do terceiro, do quarto... Agora, eles – considerados a mais nova revelação na música sertaneja – completam 13 anos juntos nos palcos com a certeza de terem encontrado a trilha sonora de sucesso da carreira no novo trabalho, que vem com arranjos modernos para ornamentar a história de amor entre

vampiros de “Crepúsculo” - série que conquistou plateias adolescentes no Brasil inteiro – como carro-chefe de “Lua Nova”, o sexto álbum da carreira da dupla, com lançamento no segundo semestre deste ano. O repertório jovem e eclético que comanda o novo CD será apresentado juntamente com mais 19 canções que completam o disco em um tour 2010, que, segundo os empresários João Maria Lourenço e Angelina Martone, da Marj Martone Produções, “terá o que de mais moderno é usado hoje nos grandes shows do Brasil”. Com “Lua Nova, eles dizem que chegam inovando em arte e musicalidade, brindando o público e os fãs com o seu melhor. “É um CD voltado para a juventude. Moderno em ritmo, letra e energia. Nesse trabalho trazemos uma pegada jovem, romântica, mas também ritmos nordestinos”, conta o paranaense Marcelo, que cresceu apurando os ouvidos com o som de músicas caipiras cantadas por seu pai nas rodas de viola. Uma história que se funde com a do seu companheiro de palco, Resende, cujo pai formava

dupla caipira com um primo animando os bailes de roça nos fins de semana. AO VIVO – A dupla sertaneja já contabilizava quatro CDs quando deu ainda mais brilho à carreira com o lançamento do primeiro DVD, “Marcelo e Resende ao vivo em Oliveira – MG”, no ano de 2009. Um trabalho eclético que chegou às mãos de muitos - entre emissoras de rádio, fãs e inúmeras plateias -, carimbado pelos principais sucessos da dupla e por canções de grandes nomes na esfera musical brasileira, como “Entre a serpente e a estrela”, de Aldir Blank, eternizada na inconfundível voz de Zé Ramalho. Com arranjos de Ed Júnior e David Filho, “Marcelo e Resende ao vivo” traz também - para os que curtem o som sertanejo - a inesquecível “Papo de aranha”, canção que abriu as portas para a projeção da dupla nos estados de São Paulo e Minas Gerais e também no Sul do País, além de ter galgado por várias semanas o primeiro lugar em conceituadas rádios nacionais. Para os que curtem o som sertanejo, o duo avisa que “chegou a hora de eles fazerem sucesso no País inteiro”.

TV ABERTA EDUCATIVA 05h50 06h50 07h05 07h20 07h50 08h00 08h45 09h00 09h30 10h00 10h30 11h00 11h30 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 14h30

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Jornal do SBT - Manhã Carrossel Animado Bom dia & Cia Igreja Mundial Plantão Alagoas Cinema em Casa Cinema em Casa As Tontas Não Vão ao Céu Casos de Família Programa do Ratinho Plantão Solidário

Cocoricó Curta Criança Vila Sésamo Sem Censura Tô Sabendo Estúdio Móvel Karkú, Uma Galera Atrevida Snobs Expedições Lá e Cá Cara e Coroa Repórter Brasil Observatório da Imprensa Repórter África - Copa 2010 Samba na Gamboa Arte com Sérgio Brito Mama África Sem Censura

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TopNews

RECADO “A maior felicidade é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos” Elenilson Gomes

topnews@ojornal-al.com.br

Texform/Grafitex

Chico Brandão

Pit Stop NO DIA 22 DE JULHO Uma festa para ser marcante precisa ser pensada em todos os detalhes. Desde o local até a decoração, sem falar dos bufeets e da segurança, tudo necessita de atenção especial. Em razão disso, precisamos alterar a data da festa Moro Num País Tropical, que aconteceria dia 21 de julho, para o dia 22 de julho. Assim, uma grande atração, reservada para esta maravilhosa noite, ficará pronta a tempo de encantar os convidados desta noite de amigos. Então fica o aviso (ele será dado em outras oportunidades): dia 22 de julho, os salões do Ritz Lagoa da Anta se abrem para momentos de alegria e glamour de Moro Num País Tropical. Capa do convite de Moro Num País Tropical, festa que acontece no próximo mês, em nova data, dia 22 de julho, mas no mesmo local, Ritz Lagoa da Anta

Chico Brandão

Ana Loureiro comemora o sucesso dos lançamentos de O Boticário, que deixam suas franquias entre as mais procuradas do Estado

FAX O nosso fax para envio de notícias: 4009-1960. Chico Brandão

Chico Brandão

FORRÓ FIOS Mais um arraial acaba de entrar para a agenda dos VIPs, lindos e badalados da cidade: é o Forró Fios, comandado pela equipe de Mônica Casado e com o apoio de marcas como Wella, Loreal e Senscience. A festa, que há alguns anos começou reunindo os colaboradores do Fios de Cabelo, este ano ganhou ares de superprodução, assinada por André Normandi e pela dupla Luciana Amaral e Manuela Toledo, e vai tomar conta do Armazém Uzina no próximo domingo, dia 27, às 18 horas. No melhor estilo família, o evento terá espaço infantil, concurso para eleger as melhores produções, comidas típicas, quadrilha e coco-de-roda -- além da animação comandada pela banda Affarra, Sertanejo com Alex Franco e DJs. As camisas já estão à venda em todos os salões Fios de Cabelo, a R$ 50 (adulto) e R$ 30 (criança). Na compra de duas camisas de adulto, grátis um ingresso infantil. Reserva de mesas e informações : 99643381.

BELEZA EM FOCO

Marythânia Melro, que mantém uma linda coleção de inverno de sua Teenager e o empresário Marcos Palmeira: presenças confirmadas, dia 22 de julho, na festa Moro Num País Tropical

Não é novidade para ninguém que o corte de cabelo de Gisele Bündchen é um dos mais copiados pelas norte-americanas. De acordo com a revista "Allure", além de agradar as mulheres, as "beachy waves" da modelo também conquistaram os homens. Em uma pesquisa publicada na última edição da publicação, 63% dos homens entrevistados disseram que o corte à la Gisele é o ideal para qualquer garota. A vice-liderança ficou com Jennifer Aniston, a favorita de 25% dos marmanjos. No quesito sobrancelha, a atriz Thandie Newton foi considerada um exemplo, ao contrário de Jennifer Connelly, que é adepta do "estilo Malu Mader". Pra terminar, quando o assunto foi maquiagem, a ala masculina optou por um simples lápis escuro ao redor dos olhos.

Nosso Estado sofreu um duro baque, neste final de semana, com as fortes chuvas que arrasaram várias cidades alagoanas. Campanhas foram lançadas para arrecadar roupas e alimentos para as famílias que perderam tudo. Procure um ponto de arrecadação e entregue seu donativo. As fotos que nos chegam não deixam nada a dever as tragédias ocorridas no sul do Brasil ou mesmo fora do país.

1

Tereza Rezende Turismo preparou uma viagem que vai levar muitos alagoanos para Orlando no período de 15 a 25 de setembro deste ano. O pacote inclui transporte aéreo, hotel, translado e muita diversão nos parques da Disney. Com preços a partir de U$d 1.074,00 não dá para perder.

2

A convite da Grafmarques, maior indústria gráfica de Alagoas, o designer Rodrigo Ambrosio criou a inédita Série Helvexa. Todos juntos Rumo ao Hexa, inclusive a Família Tipográfica Helvética™, a mais popular do mundo e figurinha carimbada no meio gráfico. O resultado foi uma série de postais tipográficos e um pôster / tabela para Copa do Mundo 2010. Confira a versão virtual em www.ambros.io/helvexa

3

Mônica Fireman segue fazendo a alegria das antenadas. Não basta lotar sua Naranja com peças de arrasar, ela resolveu fazer uma festa de preços. Casa lotada!

4

A patologista Alice Pereira Leite segue colecionando elogios pelo primoroso trabalho que realiza à frente do laboratório de análises clínicas da Santa Casa de Misericórdia

7

Com peças que dão o que falar, e qua causaram o maior frisson na última edição do SPFW, a Colcci, comandada por aqui por João Mascarenhas, continua como uma das queridinhas dos antenados.

9

Oscar Filho, que faz parte do programa humorístico CQC, traz seu espetáculo "Putz Girill", uma comédia inteligente, para o Teatro Gustavo Leite, no dia 5 de julho. Em formato Stand Up, a peça promete fazer todo mundo rir. Venda no estande Viva Alagoas (Maceió Shopping). Mais informações: 3033-5539.

Hoje, a marca Mahogany desembarca na cidade com uma super loja dentro do Maceió Shopping. A casa, especializada em cosméticos de qualidade, promete ser um dos novos points para os que adoram cuidar do cabelo e do corpo.

8

Os segredos do Mr. Hora, restaurante localizado no Pátio Maceió e comandado pela dupla Ana Hora e José Ferreira, ninguém sabe. A questão é que os pratos servidos por lá estão entre os mais procurados do mall.

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Chico Brandão

Chico Brandão

ASantorégano apresenta uma super programação para a comemoração da Festa de São João, que acontece amanhã, a partir das 20 horas. Entre as atrações, estão Valério do Sertão e Banda, quadrilha junina, fogos, fogueira e muita comida gostosa. A festa já virou tradição e todos os anos reúne famílias inteiras para relembrar as tradições juninas. E para incentivar a tradição, o casal matuto mais animado vai ganhar um jantar na Santorégano. Vale a pena, vestirse a caráter e participar. Informações: 3355-1222

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O adesivo para decorar paredes não é unanimidade entre os decoradores, mas muita gente quer um em casa. É uma alternativa barata para incrementar ambientes, mas que precisa ser bem avaliada. Aideia divertida, desde que os adesivos sejam usados em ambientes descontraídos. Os adesivos podem ser colocados em qualquer ambiente, exceto os que têm necessidade de serem lavados, porém, adesivos mais resistentes, que podem ser colocados em áreas externas e resistem bem à água e ao sol, mas é preciso se informar na hora da compra.

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Em destaque: Paula Sarmento, que vem dando mais gás ao turismo, em Alagoas e Cláudia Pessoa, que segue se destacando por seu excelente trabalho na Secretaria de Turismo do Município

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Homem de confiança

Com os dois gols marcados contra a Costa do Marfim, Luís Fabiano ganha moral para buscar artilharia da Copa Página 4


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Esportes 2

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BatePronto Victor Mélo - jornalistavictor@gmail.com

LUÍS FABIANO FEZ A DIFERENÇA Domamos a Jabulani. Domingo, contra a Costa do Marfim, nossas principais peças começaram a funcionar. Kaká foi expulso, mas evoluiu muito em relação à estréia. Esteve bem mais perto do jogador que ajudou a colocar o Brasil no topo do Ranking da FIFA. A seleção, mais solta no gramado e livre da ansiedade do primeiro jogo, foi mais aguda, mais eficiente. O grande destaque foi nosso homem de frente. Como já escrevi outras vezes nesse espaço, a seleção conta com dois jogadores imprescindíveis, que, coincidentemente, entraram no ano da Copa longe da condição ideal. O primeiro é Kaká, que já foi enaltecido no primeiro parágrafo, e o segundo é Luís Fabiano. O centroavante do Sevilla sempre foi o "air-bag" de Dunga. Quando a seleção corria o risco de entrar em crise, ele aparecia das sombras e marcava gols improváveis. Os poderes do atacante deixaram de ser detectados em campo a partir da vitória do Brasil sobre a Argentina, em setembro do ano passado, por 3 x 1. Foram seis jogos sem marcar, mas, após a apresentação pouco inspirada do time diante dos norte-coreanos, o artilheiro marcou presença. Com dois golaços - um irregular, diga-se de passagem , Luís Fabiano deu um bico na ansiedade dele, do treinador e de milhões de brasileiros. A seleção se livrou, com sobras, de um adversário que poderia complicar a vida de qualquer um nesta Copa. Costa do Marfim não jogou bem, mas foi o Brasil que soube anular suas peças e encaixar seu estilo. Vencemos a batalha fundamental no meio-campo, puxamos contraataques letais, variamos o jogo, atacamos pelas pontas e pelo meio e colocamos respeito no nosso lado do campo. Foi uma atuação convincente. Dunga já tem um parâmetro nesse ano para exigir um padrão de qualidade dos jogadores. Com o time classificado às oitavas, a partida contra Portugal servirá para definir o primeiro colocado e para Dunga soltar a equipe. Mais acostumados com a pressão e as condições da Copa na África, os atletas devem evoluir tanto na parte coletiva quanto na individual.

DUNGA X IMPRENSA A relação entre o treinador os jornalistas é bem complicada. Há excessos dos dois lados. Parte da imprensa, em nome da tal coerência, defende teses absurdas mesmo quando a seleção joga bem. Dunga, por sua vez, se preocupa demais com as críticas e vai para as entrevistas pronto para o combate, caçando canelas. O treinador precisa se resguardar mais, até para não levar essa briga para o grupo da seleção brasileira. A imprensa esportiva também precisa evoluir. Essa ladainha de detonar todos os técnicos que comandam a seleção é até infantil. Os torcedores são volúveis. Na mesma partida, podem amar ou odiar um time ou um jogador, mas esse é um papel que cabe à torcida. Parte da imprensa, algumas vezes, é embalada pela massa justamente no momento em que precisa analisar os fatos com frieza.

CURTO-CIRCUITO Dentro do contexto da partida, a expulsão de Kaká foi injusta. O árbitro errou no lance do segundo gol brasileiro e quis compensar. Deixou de punir com veemência jogadas mais ásperas, principalmente dos marfinenses, e deu salvo-conduto aos jogadores para se estranharem. No final da partida, tentando restabelecer a ordem, resolveu punir o camisa 10 brasileiro. Se observarmos as regras do futebol, o cartão vermelho foi bem aplicado, mas ele demonstrou que o juiz não teve critério ao longo dos 90 minutos.

Missão cumprida Espanha derrota Honduras por 2 x 0 e se reabilita na Copa Uma das grandes favoritas ao título, a Espanha se reabilitou da decepção na estreia e venceu a Honduras por 2 x 0, gols de David Villa, ontem, no estádio Ellis Park, em Johannesburgo, pela segunda rodada do Grupo H da Copa do Mundo da África do Sul. Com a vitória, os espanhóis se recuperaram da derrota para a Suíça na rodada de abertura e soma-

ram seus primeiros três pontos. A equipe europeia ocupa agora a segunda colocação da chave. A Suíça também soma três, mas leva desvantagem no saldo de gols. O Chile, que venceu os suíços por 1 x 0, lideram com seis pontos, enquanto que Honduras é o lanterna, sem pontuar. Os resultados desta segunda deixaram o Grupo H inde-

finido, com chances de classificação para as quatro seleções. Para ficar com a vaga, a Espanha precisa vencer o Chile no confronto mais esperado desta chave, na próxima sexta, às 15h30. No mesmo horário, Suíça e Honduras brigam por uma das vagas do grupo. As duas seleções classificadas para as oitavas de final vão enfrentar os times do Grupo G, do

Villa fez os dois gols da Espanha

Fifa vai se pronunciar hoje sobre pena a Dunga JOHANNESBURGO - A Fifa deve se pronunciar ainda hoje sobre os incidentes com Dunga após a vitória (3 x 1) do Brasil contra Costa do Marfim, no último domingo. Não está descartada uma possível punição, multa ou uma simples advertência ao treinador da seleção brasileira pelos supostos xingamentos ao árbitro francês Stephane Lannoy, que apitou o jogo, ao atacante Drogba e ao comentarista Alex Escobar, da TV Globo. Hoje, a entidade também

decide quantos jogos Kaká será suspenso por ter sido expulso na partida diante dos marfinenses. A expectativa é de fique de fora apenas do confronto contra Portugal, na próxima sexta, em Durban. Até o final da noite de segunda em Johannesburgo, a Fifa analisava que medidas deveriam ser tomadas no caso Dunga. As decisões seriam anunciadas por meio de um comunicado oficial. O treinador corre o risco de ser punido em um artigo do Código Disci-

plinar da Fifa, que prevê suspensão ou multa por ofensas aos árbitros e profissionais envolvidos no evento esportivo. Há poucos meses, o técnico da Argentina, Diego Maradona, foi punido com a suspensão de dois meses e uma multa de US$ 25 mil por também ofender jornalistas numa conferência de imprensa após conquistar a classificação para a Copa. “Que chupem todos e que continuem chupando”, disse Maradona aos jornalistas.


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Sem piedade Portugal massacra a Coreia do Norte por 7 x 0 e fica bem perto de vaga A seleção de Portugal conseguiu alcançar a meta de vencer por uma boa margem de gols, ontem, e goleou a Coreia do Norte por 7 x 0, em partida disputada no Estádio Green Point, na Cidade do Cabo, e válida pela segunda rodada do Grupo G da Copa do Mundo da África do Sul Até agora, esta é a maior goleada da competição. Assim, Portugal vai entrar na última rodada do Grupo G em situação mais tranquila, já que está com quatro pontos e tem sete gols de saldo, enquanto a Costa do Marfim, com só um ponto, amarga saldo negativo de dois gols. Na última rodada da chave, no dia 25 de junho, os portugueses vão duelar com o Brasil, em duelo que valerá a liderança do grupo, enquanto que a Coreia do Norte, que já está eliminada, vai medir forças com os marfinenses. O duelo de ontem marcou a repetição de um dos maiores jogos da história da Copa do Mundo. Em 1966, depois de estar perdendo por 3 x 0, Portugal conseguiu uma vitória e derrotou a Coreia do Norte por 5 x 3, nas quartas de final. E não foi dessa vez que os norte-coreanos conseguiram se vingar desse incrível revés. Além disso, agora acumulam 12 gols sofridos contra Portugal em dois confrontos em Mundiais. O técnico Carlos Queiroz fez quatro alterações na escalação de Portugal em relação ao time que empatou por 0 x 0 com a Costa do Marfim para o confronto com a Coreia do Norte. Liedson, Deco, Danny e Paulo Ferreira foram trocados por Hugo Almeida, Tiago,

Cristiano Ronaldo fez um gol no jogo de ontem

Simão e Miguel, respectivamente. Apesar da larga vitória, Portugal não teve uma boa atuação no primeiro tempo e, aplicada e disciplinada, a Coreia do Norte surpreendeu ao adotar uma postura ofensiva na etapa inicial, mas pecou pelas suas deficiências. Assim, também deixou espaços na sua retaguarda. Na etapa final, os portugueses aproveitaram estes espaços, jogaram em velocidade, abusando dos contra-ataques e construíram a goleada, marcando seis gols nos 45 minutos finais, o que mostrou o seu poderio ofensivo. ANÁLISE TÁTICA DA PARTIDA Depois de um empate por

0 x 0 com a Costa do Marfim, a seleção de Portugal conseguiu mostrar o seu poderio ofensivo nesta segunda-feira e venceu a Coreia do Norte por 7 x 0, em partida disputada no Estádio Green Point, na Cidade do Cabo, na maior goleada da Copa do Mundo da África do Sul até agora. Para isso, aproveitou os espaços deixados pela seleção asiática. Ao contrário da sua estreia na Copa do Mundo, quando atuou fechada na defesa e não se abriu nem quando sofreu o primeiro gol do Brasil na derrota por 2 x 1, a Coreia do Norte decidiu ser mais ofensiva diante de Portugal. A postura até surtiu efeito no primeiro tempo, quando a equipe surpreendeu os adversários, criou várias chances de gol, mas teve a meta vazada

por Raúl Meirelles aos 29 minutos. No segundo tempo, porém, a ofensividade norte-coreana redundou em um desastre. Atuando em velocidade, Portugal explorou os contraataques e massacrou os atordoados adversários. Assim, fez seis gols em 45 minutos, com Simão, Hugo Almeida, Tiago, que marcou dois, Liedson e Cristiano Ronaldo. Na partida, Portugal finalizou 26 vezes contra 15 tentativas dos norte-coreanos, que pecaram pela falta de precisão, já que só acertaram o gol defendido por Eduardo quatro vezes. Já o goleiro Ri MyongGuk, vazado seis vezes, viu a bola ir ao seu gol outras sete vezes. Com marcação fraca, a seleção da Coreia do Norte deu

muito espaço aos jogadores portugueses. No confronto, a equipe cometeu apenas três faltas, sendo que a primeira aconteceu apenas no início do segundo tempo. Mais competitiva, a seleção portuguesa cometeu 18 faltas e teve mais posse de bola (55% a 45%). Sem marcar gols pela seleção portuguesa desde fevereiro de 2009, o astro Cristiano Ronaldo lutou muito para acabar com o jejum nesta segunda-feira. Se movimentou, deu assistências e bons passes para os seus companheiros e foi o jogador que mais finalizou na partida. Ele chutou sete vezes, acertou o gol em cinco delas e na última, aos 42 minutos do segundo tempo, deixou a sua marca na goleada de Portugal. PORTUGAL - Eduardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pedro Mendes, Raúl Meireles (Miguel Veloso) e Tiago; Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida (Liedson) e Simão (Duda). Técnico - Carlos Queiroz. COREIA DO NORTE - Ri Myong-Guk; Cha Jong-Hyok (Nam Song-Chol), Pak CholJin, Ri Jun-Il, Ri Kwang-Chon e Ji Yun-Nam; Mun In-Guk (Kim Yong-Jon), An Yong-Hak e Pak Nam-Chol (Kim KumIl); Hong Young-Jo e Jong TaeSe. Técnico: Kim Jong Hun. Técnico - Kim Jong-Hun. GOLS - Raúl Meirelles, aos 29 minutos do primeiro tempo; Simão, aos 8, Hugo Almeida, aos 11, Tiago, aos 15 e aos 44, Liedson, aos 36, e Cristiano Ronaldo, aos 42 minutos do segundo tempo.


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Eu resolvo! Luís Fabiano comemora tranquilidade para marcar mais gols na Copa JOHANNESBURGO - Quando admitiu que atacante vive de gols, Luís Fabiano estava falando sério. O jejum sem balançar as redes desde que a seleção brasileira se juntou em Curitiba não o deixava dormir direito, mesmo sem jamais ter sido cobrado pelos companheiros e comissão técnica. Mas ter passado em branco nos dois amistosos na África, contra Zimbábue e Tanzânia, e também na estreia da equipe na Copa do Mundo diante da Coreia do Norte batia em sua cabeça como se ele estivesse devendo ao grupo O torcedor no Brasil e também nas tribunas dos estádios de Johannesburgo já cobrava uma reação do atacante. Depois de ver a 9 da seleção vestir uma legião de outros jogadores, Luís Fabiano comeu grama para convencer Dunga de que a posição era dele. Conseguiu na segunda parte das Eliminatórias SulAmericanas e mais efetivamente na Copa das Confederações de 2009, quando foi artilheiro do time com cinco gols. Mas Dunga estava de olho nele. Sabia do seu fraco aproveitando até antes da partida contra a Costa do Marfim. Em nenhum momento, porém, acenou com a possibilidade de tirá-lo da equipe. O treinador esperou. E Luís Fabiano finalmente reagiu. Os dois primeiros gols da seleção diante dos marfinenses na vitória por 3 x 1 alimentaram o atacante, que voltou a sorrir e a caminhar com a cabeça erguida. “Eu sabia que tinha de dar uma resposta. E tinha de ser contra Costa do Marfim. Atacantes vivem de gols. Há muita coisa ainda pela frente, mas agora tenho mais tranquilidade para trabalhar”, admitiu. Com os gols, ele entra na briga pela artilharia do Mundial, que tem o argentino Higuaín com três gols. O Brasil já tem mais duas partidas garantidas contra Portugal, nesta sexta-feira, pela terceira rodada da fase de grupos, e nas oitavas diante de um dos classificados do Grupo H (Espanha, Chile, Honduras ou Suíça) “Não penso nisso, nessas conquistas individuais, mas sei que é sempre bom marcar numa Copa. Sei que os gols virão na hora certa Fico feliz principalmente porque pude ajudar a seleção e sei que quando a seleção ganhar o povo fica maluco”. Nenhum dos 23 jogadores de Dunga

Luís Fabiano marca o 1o gol do Brasil contra Costa do Marfim

tem certeza de que estarão na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Por isso, todos entram em campo para fazer história na África do Sul. Luís Fabiano não quer deixar passar sua chance. Para figurar numa lista respeitada de artilheiros de

mundiais, ele precisa fazer mais quatro gols. Não é fácil. Se tivesse marcado pelo menos um contra os norte-coreanos, o caminho seria mais curto. Ronaldo ainda é o artilheiro de todas as Copas, com 15 gols.

Dunga procura agora substituto para Kaká JOHANNESBURGO - Com a expulsão de Kaká nos minutos finais da vitória sobre a Costa do Marfim, no domingo, Dunga será obrigado a mudar a escalação da seleção brasileira para o jogo de sexta-feira, contra Portugal, no encerramento da primeira fase da Copa. Mas ele garante estar tranquilo e diz ter boas opções à disposição - além disso, o Brasil já assegurou a classificação antecipada para as oitavas de final, o que tira um pouco da importância do duelo com os portugueses. Depois da partida de domingo no Estádio Soccer City, em Johannesburgo, Dunga saiu em defesa de Kaká, dizendo que a expulsão foi “totalmente injusta”. Mas também lamentou a ausência de seu principal jogador na terceira rodada do Mundial, pois esperava que ele pudesse atuar para ganhar mais ritmo de jogo - agora, o meia irá aproveitar a folga forçada para fazer um trabalho especial para aprimorar a sua recuperação física e técnica. Enquanto Kaká já está descartado, Dunga ainda depende da recuperação de outro titular do meio-decampo para definir o time que enfrentará Portugal na cidade de Durban. O meia Elano levou uma forte pancada durante o jogo contra a Costa do Marfim e deixou o estádio mancando. Mas os médicos da seleção afirmaram que o caso não é grave e que é possível que ele volte aos treinos em dois ou três dias, estando, assim, liberado para jogar na sexta-feira. Se puder contar com Elano, Dunga precisaria fazer apenas uma mudança no time - mesmo já classificado, ele não deve poupar nenhum titular diante de Portugal, pois quer manter o ritmo e melhorar o entrosamento dos jogadores. O meia Júlio Baptista é o substituto natural de Kaká, como o próprio treinador já afirmou, e surge como favorito para ficar com a vaga. Mas existem outras opções, como Daniel Alves, Ramires, Kleberson e até mesmo Nilmar Com a entrada de Júlio Baptista no lugar de Kaká, o esquema de jogo da seleção continuaria praticamente o mesmo. Uma alternativa seria Daniel Alves, uma espécie de 12.º jogador do time brasileiro, que costuma entrar sempre no segundo tempo e é bastante versátil. Se quiser uma postura mais ofensiva, Dunga pode optar pelo atacante Nilmar, recuando Robinho para a armação das jogadas. E, se for mais precavido, tem Ramires e Kleberson como opções.


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Plano B

Para desencantar, Messi lidera reservas da Argentina contra a Grécia

POLOKWANE - Um empate contra a Grécia hoje, às 15h30 (de Brasília), no estádio Peter Mokaba, em Polokwane, valerá à Argentina a classificação às oitavas de final como líder do Grupo B. Mas o que importa mesmo ao técnico Diego Maradona é o desencantar de Lionel Messi na Copa do Mundo. O melhor jogador do mundo fez boas partidas contra Nigéria e Coreia do Sul, mas ainda não balançou a rede. E é para isso que ele estará em campo em meio a um time recheado de reservas. Como o primeiro lugar está praticamente assegurado, Maradona poupará seus titulares para as oitavas de final. Apenas o goleiro Romero, o zagueiro Demichelis, o meia Verón - que retorna de contusão - e Messi jogarão contra os gregos. E o técnico espera que o camisa 10 comece a repetir o que ele mesmo fez na Copa de 1986: desequilibrar e conduzir a Argentina ao título. Sempre que pode, Maradona faz questão de elogiar seu pupilo nas entrevistas. “Messi vai decidir no momento certo e este momento esta chegando”, disse o treinador. “Deixá-lo de fora de uma partida seria um pecado. Não posso escalar a equipe e deixar quem faz a diferença de fora. Ela vai jogar”. O moral do atacante é tão grande com o treinador que ele usará a braçadeira de capitão, pois Mascherano não vai jogar. Maradona também se utilizou da história para mostrar que o melhor de Messi está por vir. “Na Copa de 1986 fomos campeões, mas eu não fiz gol

Messi ainda não balançou a rede na Copa

logo nos primeiros jogos”. Por falar em história, o confronto com a Grécia tem significado especial: foi contra esse adversário que marcou seu último gol em Copas, há exatos 16 anos e um dia. “Espero que o primeiro gol de Messi seja tão ou mais bonito do que aquele”. Para se classificar sem depender do resultado do jogo entre Coreia do Sul e Nigéria, a Grécia precisa vencer a Argentina por três gols de diferença. E os jogadores acreditam que podem conseguir essa façanha. “Todos conhecemos a Argentina e sabemos quem são. Têm 22 jogadores fantásticos e Messi, que está um degrau acima. Mas também depende de nós. Se jo-

garmos bem, podemos conseguir (a vitória). Se nos mantivermos concentrados nos 90 minutos, acho que podemos vencer”, disse o atacante Kapetanos. GRÉCIA - Tzorvas; Kyrgiakos, Vyntra, Papadopoulos e Torosidis; Tziolis, Papastathopoulos, Katsouranis e Karagounis; Gekas e Salpingidis. Técnico: Otto Rehagel. ARGENTINA - Romero; Otamendi, Burdisso, Demichelis e Clemente Rodríguez; Bolatti, Maxi Rodríguez e Verón; Messi, Aguero e Milito. Técnico: Diego Maradona.

Maradona elogia atuação do Brasil PRETÓRIA - Um empate contra a Grécia, hoje, em Polokwane, garante à Argentina o 1.º lugar no Grupo B. Mas esta não parece ser a maior preocupação de Diego Maradona no momento. Nesta segunda, em Pretória, o treinador voltou a expressar a sua obsessão pela seleção brasileira. “O Brasil é o grande favorito ao título. Ganha mesmo quando não joga bem”. Em seguida, discretamente, deu sua “secada” no time de Dunga. “Não gosto de ser apontado como favorito, pois em Mundiais o favorito sempre cai”. Também comentou o fato de Luís Fabiano ter dito que havia feito o segundo gol contra a Costa do Marfim com a “mão de Deus”, relembrando frase do próprio Maradona ao anotar o polêmico gol contra a Inglaterra, em 1986. “O dele foi com o braço. Duas vezes”, sorriu. E completou: “Achei tragicômico o juiz perguntar a ele se havia usado o braço. Quando fiz o gol, saí correndo, olhando para o bandeirinha, quarto árbitro, torcedores...” Maradona diz não se surpreender com o desempenho dos sul-americanos nesta primeira fase. “Nossas Eliminatórias são bem mais disputadas”. E prevê: “Se a Itália cair logo de cara, vai ser um quilombo (caos)”, cutucou o argentino, que apresentou o presente recebido de suas filhas pelo Dia dos Pais, festejado em várias partes do mundo no último domingo: um estiloso óculos escuros. Há um consenso entre os jornalistas que acompanham a Argentina em Pretória. Se Maradona conseguir melhorar a zaga, vai ser difícil o título não ir para Buenos Aires pela terceira vez. O ataque se mostra capaz de criar muitas oportunidades nos 90 minutos. Mas o setor defensivo permite chances aos rivais. Por isso, “El Diez” vai usar o jogo desta terça contra os gregos como um “super coletivo” para aparar as arestas na retaguarda.


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África do Sul e França se dividem entre honra e milagre na Copa

Diego Forlán é o destaque do Uruguai

Não vai ter arrumadinho México e Uruguai negam “jogo de compadres” e disputam a liderança RUSTEMBURGO - México e Uruguai fazem às 11h (de Brasília) de hoje, no estádio Royal Bafokeng, em Rustemburgo, um confronto que vale a liderança do Grupo A da Copa do Mundo. Mas que também pode se transformar em amistoso, já que o empate classifica as duas seleções às oitavas de final. As equipes somam quatro pontos, mas os uruguaios têm um gol a mais de saldo (3 x 2) e, por isso, ficarão em primeiro lugar se a partida terminar empatada. Dessa forma, evitaria um provável confronto contra a poderosa Argentina de Messi na próxima fase. Tanto mexicanos como uruguaios preocuparam-se em negar qualquer tentativa de arranjo de resultado para favorecê-los. “Que a partida possa terminar empatada é parte da realidade, mas se sugere que podemos entrar em acordo, isso descarto totalmente e não gosto que ninguém pense

isso de mim”, disse o técnico da “Celeste”, Oscar Tabarez. “Tentaremos ganhar e estou certo que o Uruguai fará o mesmo”, concordou Javier Aguirre, treinador mexicano. “Espero que ganhe o futebol. Que seja uma partida viril, bem disputada e que vença o melhor”. O Uruguai terá a mesma formação que venceu a África do Sul por 3 x 0, com Forlán jogando recuado e a dupla de frente sendo formada por Suárez e Cavani. “O México sempre foi um adversário difícil devido às características de seus jogadores. São rápidos, habilidosos e têm um bom chute de média distância”, elogiou Tabarez. No México, Aguirre precisará fazer duas mudanças. O atacante Vela sofreu uma lesão muscular contra a França e será substituído por Barrera. Já o volante Juárez recebeu o segundo cartão amarelo e dará lugar a Guardado. “Estamos cientes que não fizemos

nada ainda. Não há motivos para se alegrar por enquanto”, disse o treinador. SINA DE EMPATE - No que depender do retrospecto do estádio Royal Bafokeng, mexicanos e uruguaios sairão de campo comemorando. As três partidas da Copa disputadas ali até o momento terminaram empatadas por 1 a 1: Inglaterra x Estados Unidos, Nova Zelândia x Eslováquia e Gana x Austrália. MÉXICO - Pérez; Osorio, Moreno, Rodríguez e Salcido; Rafa Márquez, Torrado, Guardado e Giovanni dos Santos; Barrera e Javier Hernández. Técnico: Javier Aguirre. URUGUAI - Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Fucile; Arévalo, Pérez, Alvaro Pereira e Forlán; Suárez e Cavani. Técnico: Oscar Tabarez.

BLOEMFONTEIN - África do Sul e França entram em campo às 11h (de Brasília) de hoje, no estádio Free State, em Bloemfontein, de chuteiras nos pés e calculadora nas mãos. Ambas as seleções somam apenas um ponto no Grupo A da Copa do Mundo, mas ainda têm chances matemáticas de avançar às oitavas de final. Por ter um gol a mais de saldo (-2 a -3) do que o rival, a França tem uma tarefa um pouco menos complicada: precisa vencer por cinco gols de diferença e torcer para que não haja empate entre México e Uruguai. Já a África do Sul tem que ganhar por seis gols de diferença e também esperar que haja vencedor no outro jogo. Se houver qualquer empate no confronto entre uruguaios e mexicanos, sul-africanos e franceses se despedirão do Mundial. O técnico da seleção anfitriã, Carlos Alberto Parreira, disse não acreditar em arranjo de resultado. “Estou seguro que não haverá nenhum trato. Mas o nosso problema é ganhar o nosso jogo e esperar que o outro resultado seja bom para nós”. Como precisa golear, Parreira deve escalar uma África do Sul ofensiva, abrindo mão do esquema com somente um atacante. Assim, Mphela deve ganhar a companhia de mais um homem de frente, provavelmente Parker. O goleiro Khune e o volante Dikgacoi, suspensos, darão lugar a Moenneb e Khubobi, respectivamente. A escalação, no entanto, só será divulgada horas antes do jogo. A equipe da casa terá uma França retalhada por problemas disciplinares. O centroavante Anelka foi excluído da Copa por ter xingando o técnico Raymond Domenech no intervalo do jogo contra o México e ter se recusado a pedir desculpas. O elenco não treinou no domingo como forma de protesto contra a saída do atacante. Essa greve, por sua vez, custou a demissão do chefe da delegação na África do Sul, Jean-Louis Valentin. O clima no elenco é tão ruim que o capitão Evra faltou nesta segunda à entrevista coletiva obrigatória das vésperas das partidas. Coube a Domenech tentar explicar a constrangedora situação. “É difícil, sei que gastamos muita energia fora do âmbito esportivo, o que é uma infelicidade. Não há palavras para explicar o que aconteceu. Ações vão significar mais do que palavras”, afirmou. Domenech não falou sobre esperança de classificação, mas sobre despedir-se da Copa com honra. “A reputação da equipe francesa estará em jogo. Se esta reputação estará alterada ou não, não sei. No fim da partida isso será respondido. A única coisa que espero de desportistas desse nível é que se comportem bem no campo”. No lugar de Anelka, que já deixou a África do Sul, Domenech deve escalar Thierry Henry, que ainda não entrou em campo no Mundial FRANÇA - Lloris; Sagna, Gallas, Abidal e Evra; Diaby, Toulalan, Malouda e Govou; Ribéry e Henry. Técnico: Raymond Domenech. ÁFRICA DO SUl - Moenneb; Gaxa, Mokoena, Khumalo e Masilela; Letsholonyane, Khubobi, Tshabalala e Pienaar; Parker e Mphela. Técnico: Carlos Alberto Parreira.


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Esportes

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Terça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: esportes@ojornal-al.com.br

Meninas de ouro

Campeã olímpica, seleção brasileira de vôlei joga hoje em Maceió contra o Japão Acostumados a ver de perto os melhores jogadores de vôlei de praia do país anualmente no Circuito Banco do Brasil, os alagoanos agora receberão a seleção brasileira feminina de vôlei, com oito campeãs olímpicas em ação: a líbero Fabi, a oposto Sheilla, as centrais Fabiana e Thaísa e as ponteiras Jaqueline, Paula Pequeno, Mari e Sassá. Depois de enfrentar o Japão em dois amistosos em Natal, o Brasil jogará mais uma partida em Maceió hoje, às 20h30, no ginásio do Sesi. “Estamos no início da temporada. Estes são nossos primeiros jogos. Nos amistosos em Natal, não jogamos bem

na primeira partida, mas diminuímos os erros e evoluímos na segunda. Nosso objetivo é utilizar estes jogos para aferir o que vem sendo feito nos treinamentos e procurar melhorar sempre. Temos duas competições importantes no ano: o Grand Prix e, principalmente, o Mundial, título que ainda não temos”, comentou o técnico José Roberto Guimarães. O Brasil fez o treino de reconhecimento do ginásio do Sesi no domingo, das 20h às 21h30. As atividades serão abertas à imprensa e os jornalistas poderão falar com técnico e jogadoras ao término das mesmas.

BILHETES - Cada entrada custará R$ 20. Estudantes e idosos pagam meia. No ato da compra e da entrada no ginásio será exigida a carteira de identificação estudantil e a carteira de identidade. Cada torcedor poderá comprar até seis ingressos e os de meia-entrada serão nominais.

CSA e CRB ainda entre os melhores do Nordestão Luciano Milano .Repórter

Representantes de Alagoas na Copa do Nordeste, CSA e CRB voltaram a campo na competição nacional no último fim de semana. No sábado, o Galo foi até Recife, enfrentou o Náutico e ficou no empate sem gols. Já no domingo, o Azulão do Mutange recebeu o Fluminense de Feira de Santana, às 10h da manhã, por conta do jogo do Brasil contra Costa do Marfim, no mesmo dia à tarde, e também não conseguiu vencer o adversário. Em partida disputada no Nelson Peixoto Feijó, o time azulino saiu perdendo e empatou a partida com um gol de pênalti, convertido pelo atacante Catanha. Mesmo sem vencerem seus compromissos, os rivais alagoanos se mantiveram no grupo

dos quatro primeiros colocados: o CSA continua líder, agora com 10 pontos, enquanto que o Galo da Pajuçara perdeu uma posição, caiu do segundo para o terceiro lugar, com 8, mesma pontuação do vice-líder, o ABC, que tem melhor saldo de gols que o time alvirrubro. Na próxima quinta, também pelo Nordestão, o CRB joga à tarde contra o ABC, às 15h, no estádio Severiano Gomes Filho. Já o CSA vai a Recife, onde pega o Santa Cruz, que é apenas o sexto lugar na competição regional. Para o jogo, o técnico Lino não terá o volante Anderson, que deu uma entrada violenta no jogador do Fluminense e foi expulso. SEGUNDONA LOCAL– Os oitos clubes que irão disputar o Campeonato Alagoano da Segunda Divisão - CSA, São

Wellington Rocha/CBV

Incluindo os dois amistosos disputados em Natal, Brasil e Japão já se enfrentaram 92 vezes. Foram 59 vitórias brasileiras contra 33 das orientais. O jogo de ontem realizado em Maceió não foi computado nesse histórico.

Luiz, São Domingos, Sete de Setembro, Capelense, Igreja Nova, Sport e C.E.O. - se reuniram na tarde de ontem, na sede da Federação Alagoana de Futebol (FAF) para o primeiro arbitral que definiu as regras da Segundona. Entre os pontos que ficaram acertados, estão a data de início e término da competição. Segundo a FAF, a competição estadual terá a primeira rodada disputada no dia 22 de agosto, com a final em 7 de novembro. A competição será feita, na primeira fase, em jogos só de ida, com quatro clubes passando para a segunda fase. Na etapa final, haverá o cruzamento olímpico, garantindo os dois finalistas na Primeira Divisão em 2011. A única equipe que não compareceu à reunião foi o Santa Rita, de São Luiz do Quintunde.

Oito campeãs olímpicas estão no grupo da seleção

TABELA DO NORDESTÃO

P CLUBE PG 1 CSA 10 2 ABC 8 3 CRB 8 4 CONFIANÇA 6 5 TREZE 6 6 SANTA CRUZ 5 7 FLUMINENSE-BA 5 8 VITÓRIA 4 9 NÁUTICO 4 10 FORTALEZA 4 11 CEARÁ 4 12 AMÉRICA RN 4 13 BAHIA 1 14 SERGIPE 1 15 BOTAFOGO-PB 0

J 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 4 3 4 4 4

V 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0

E 1 2 2 0 0 2 2 1 1 1 1 1 1 1 0

D GP GC 0 10 6 0 9 3 0 4 2 1 8 7 1 6 6 0 6 5 0 4 3 1 7 4 1 5 5 1 5 5 2 5 5 1 2 3 3 2 8 3 2 9 4 3 7

SG APROV. 4 83.3% 6 66.7% 2 66.7% 1 66.7% 0 66.7% 1 55.6% 1 55.6% 3 44.4% 0 44.4% 0 44.4% 0 33.3% -1 44.4% -6 8.3% -7 8.3% -4 0.0%

PG - pontos ganhos; J - jogos; V - vitórias; E - empates; D - derrotas; GP - gols pró; GC - gols contra; SG - saldo de gols.


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