OJORNAL 23/05/2010

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O JORNA L Maceió, domingo, 23 de maio de 2010 | Ano XVI | Nº 145 | www.ojornalweb.com

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ALAGOAS

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Ficha Limpa provoca polêmica

Em Alagoas, juristas elogiam o projeto, mas advertem que “segurança jurídica” pode ser prejudicada Páginas A2 e A3 Lula Castello Branco

Ibama e polícia intensificam o combate à pesca da lagosta A operação Impacto Profundo, do Ibama e das PMs de Pernambuco e Paraíba, intensifica o combate à pesca da lagosta no período do defeso. Página A16

Projeto Geração Saber reformula o modo de educar em Alagoas Páginas A18 e A19

Municípios do litoral norte estão na rota da prostituição

CRB se prepara para a Série C com problemas no patrimônio

Páginas A21 e A22

Esportes

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O JORNAL

Política A2

Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br

MINISTROS...

O ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT licenciado, Carlos Lupi, visita Alagoas amanhã para participar de aulas inaugurais do Projovem em municípios do interior do Estado. Às 10 horas da manhã, no aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, Lupi desembarca e às 11 horas dará entrevista coletiva.

A partir do meio dia acompanha a aula inaugural do Projovem em Maribondo e, as 13 horas, em Coité do Nóia. Às 14h30, concede entrevista a uma emissora de rádio em Arapiraca. Já às 16 horas, Lupi participa da aula inaugural do Projovem em Limoeiro de Anadia. Ele retorna a Maceió às 17 horas.

A noite, se reúnem em um jantar com lideranças da Frente Popular, que apóia a candidatura de Ronaldo Lessa para governador e da ex-ministra Dilma Roussef, do PT, a presidente da República. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, acompanha Lupi, que estará com Lessa percorrendo o Estado. “Vamos discutir também as alianças e o quadro político local”, disse o dirigente do PDT em Alagoas Welinson Miranda.

... EM ALAGOAS Já na próxima quinta-feira, quem desembarca em Maceió é o ministro dos Esportes, Orlando Silva. Filiado ao PCdoB, ele visita Alagoas para o lançamento da pré-candidatura do ex-deputado federal constituinte Eduardo Bomfim ao Senado.

FÓRUNS O presidente do Fundo Especial de Modernização do Poder Judiciário (Funjuris), juiz João Dirceu, inspecionou na semana que passou as obras dos Fóruns das comarcas de Penedo e Igaci, no interior do Estado. O Fórum de Penedo tem inauguração prevista para janeiro de 2011, já o do município de Igaci, cujas obras começaram há mais de um mês, tem previsão de ser entregue em seis meses.

VOLTA DA BANDA A partir de hoje, a Polícia Militar retoma o tradicional Programa Vem Ver a Banda Tocar, a partir das 10h, na área de lazer da praia de Ponta Verde. Iniciado em 1988, o programa toca um repertório variado de diversos ritmos como o forró, xote, baião, samba, frevo, rumba, mambo e o encanto da Música Popular Brasileira (MPB).

SEPRONE O Centro Universitário Cesmac promove, entre os dias 17 e 19 de junho, a quinta edição do Simpósio de Engenharia de Produção do Nordeste (Seprone). O evento acontece no Centro Cultural e de Exposições de Maceió.

Este ano, o evento anual - que reúne estudantes, pesquisadores e professores da área - tem como tema “As fontes complementares de energia e a Engenharia da Produção” e deve contar com a presença de 800 participantes.

CENSO ESCOLAR O censo escolar da rede pública de ensino da capital terá início na próxima quarta-feira. A fim de deixar o pessoal administrativo das escolas informado quanto ao procedimento para preenchimento das informações relativas ao censo, o Departamento de Dados e Informações da Secretaria Municipal de Educação realizou treinamento com os servidores de apoio administrativo das escolas. O censo é uma exigência do Ministério da Educação e faz parte das informações utilizadas pelo governo federal para definir uma série de encaminhamentos necessários para a manutenção das escolas.

DIRETAS A secretária municipal de Turismo, Claudia Pessôa, participou do lançamento da companhia aérea Noar, no auditório Internacional Zumbi dos Palmares.

A empresa vai começar a operar na primeira quinzena de junho, interligando inicialmente Maceió, Recife e Aracaju.

E os policiais militares continuam na luta pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que unifica o piso salarial da categoria.

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Aprovada, lei do Ficha Limpa não é consenso entre juristas Dúvidas estão até na gramática; TSE deve se posicionar nos próximos dias Odilon Rios Repórter

Aaprovação do projeto Ficha Limpa, pelo Senado Federal, na última semana, iniciou uma temporada de confusão em torno de vários assuntos que gravitam a nova lei - até mesmo os que questionam a existência do projeto.

Termos gramaticais poderiam blindar os ficha suja do passado; juristas se dividem quanto ao prazo para aplicação da nova lei. O PSDB entrou com consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para saber: a nova lei vale para este ano? Ela muda as regras do jogo das eleições?

Por sua vez, o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, diz que a nova lei vale para condenações futuras - excluindo as condenações já existentes. Mas, admite que precisa conhecer mais o projeto.

E quem pode ser chamado de ficha suja? O vereador ou o deputado assassino? O prefeito ou o governador condenado por improbidade? Advogados dizem que todos eles podem ser classificados desta forma; outros acreditam que cada caso é um caso.

Todos são unânimes: eles devem ser condenados por um órgão colegiado - neste caso, a segunda instância judicial - uma câmara criminal ou o pleno do Tribunal de Justiça ou os juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Além disso, dizem que os juízes é quem darão a palavra final, depois da apreciação do TSE sobre o projeto.

Entrevistado por O JORNAL, o presidente da Associação Brasileira de Magistrados e Promotores Eleitorais e coordenador-geral do Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o juiz Marlon Reis, resume: “Quem está condenado por órgão colegiado está inelegível”. Apartir deste ponto, completa: “Independente de se caber recurso ou não”.

Seguindo essa linha de raciocínio, alguém condenado por uma das câmaras do Tribunal de Justiça; ou o pleno do TJ; ou ainda do TRE - citando alguns exemplos- está fora da disputa.

Uma decisão monocrática- um desembargador ou juiz- não pode classificar o pretenso candidato como ficha suja.

O princípio é retroativo?

“Não, a lei não retroage. Inelegibilidade é critério, quem está neste critério fica inelegível”. Para concorrer a qualquer cargo público, há uma lista de exigênciasque agora incluem ser ficha limpa. Neste caso, quem quer ser candidato tem de ser cidadão, maior de idade e ter idade mínima para concorrer a cargos públicos. Assim, ser ficha limpa é critério, assim como é critério ser candidato a governador ou vice governador com 30 anos, completados até o dia da posse.

“O projeto foi excelente, vai aju-

Juiz Marlon Reis, coordenador do MCCE: “O projeto foi excelente, vai ajudar aos eleitores brasileiros neste ano” Lula Castello Branco

Advogado Marcelo Brabo avalia que alterações na legislação só passam a valer a partir das eleições de 2012

dar aos eleitores brasileiros neste ano”, resumiu.

E pode ser aplicada este ano?

“Matéria de inelegibilidade não altera o processo eleitoral. Há decisões do Supremo [Tribunal Federal] seguindo isto”, afirmou.

Especialista em Direito Eleitoral, o advogado Marcelo Brabo tem entendimento diferente. “Temos a presunção de inocência. Uma pessoa só pode ser considerada condenada se a sentença for transitada e julgada”, explicou. Para ele, as alterações só valem nas eleições de 2012. “É como vimos na verticalização. As regras foram aplicadas na eleição seguinte e se respeita o artigo 16 da Constituição Federal, onde se diz que qualquer alteração só pode vigorar nas próximas eleições. Se for agora, vira casuísmo. Não se

pode mudar as regras do jogo quando o jogo está sendo jogado”, analisou.

Por isso, segundo o advogado, não é certo imaginar que toda pessoa condenada por um órgão colegiado está fora de uma eleição. Para Marcelo Brabo, fica fora quem responde a eventuais ações de improbidade ou penais, como desvio de dinheiro público ou pessoas acusadas em estelionato. “Por que estes crimes a pessoa pode praticar à frente de uma gestão pública”, contou.

Acusados de pedofilia, por exemplo? “A pedofilia é um clamor da sociedade mas a ação é dirigida a uma pessoa, não a um todo. Para mim, pode concorrer”.

Alguém acusado de assassinato? “Em tese pode, só se for um latrocínio”. E um prefeito

acusado de desviar dinheiro público? “Não pode concorrer porque ele cometer o crime no cargo público”. E sonegação fiscal? “Se for condenado em ação criminal, não pode. Se for fiscal, pode”.

Os acusados de integrar o esquema de desvio de dinheiro público na Assembleia, descobertos pela Operação Taturana, podem concorrer porque não foram condenados por um órgão colegiado da Justiça; mesma situação dos que respondem por desvios e descobertos pela Operação Gabiru, Navalha, Resurgere- esta última citados por assassinato.

“A grande situação que vivíamos é que estávamos em um manto e este manto precisava ser descoberto”, disse Brabo, defendendo o projeto como cidadão.

(Continua na página A3

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Política

O JORNAL JORNA L A3

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Contexto Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com

A RIQUEZA DO AGRESTE A descoberta de jazidas de minério no Agreste alagoano não é surpresa nenhuma; o subsolo da região é rico em ferro, cobre, alumínio e até vanádio.

Tudo isso é do conhecimento das autoridades desde o começo da década de 80, pelo trabalho executado pela extinta Companhia do Desenvolvimento de Alagoas (Codeal).

A Companhia Vale do Rio Doce, quando ainda era uma estatal, pegou os estudos da Codeal e investiu na região pesquisando com mais profundidade.

Ninguém está na região, principalmente em Craíbas, procurando algo que não tenha certeza da existência.

O estranho é que, apesar de tudo, o poder público não fez a sua parte.

Hoje, a empresa que deseja explorar o minério cobra uma adutora com vazão mínima de 37 metros cúbicos por segundo, e uma linha de energia elétrica exclusiva.

São exigências básicas.

E, melhor, são exigências que podem ser atendidas devido à vocação do Estado – que é pródigo em água e energia elétrica.

O Estado só não tem sido pródigo em ações positivas.

SALOMÉ

SEMEIA

Bateram o martelo e o PT negará a legenda para o ex-superintendente da Polícia Federal, José Pinto de Luna, disputar o Senado. O martelo foi batido em Brasília e a direção do PT em Alagoas tem dois caminhos: aceitar a imposição ou romper. E vai aceitar a imposição.

O senador Renan Calheiros (PMDB) anunciou o perdão das dívidas rurais até 10 mil reais e a reabertura da renegociação dos prazos para inclusão de débitos na dívida ativa da União. O prazo havia terminado em 30 de novembro de 2009 e foi estendido para 31 de outubro de 2010.

VERDE O deputado federal Benedito de Lira (PP) garante não haver problema algum com a candidatura do filho, Arthur, à Câmara Federal, no chapão do governo.

NO JOGO

PERDAS

Tudo é possível. O senador Fernando Collor (PTB) pode indicar o vicegovernador na chapa do governador Téo Vilela (PSDB) e desistir de ser candidato ao governo. Em 2014, Collor disputaria o governo do Estado e Téo Vilela sairia para o Senado.

Candidata à Câmara Federal, a ex-prefeita Célia Rocha (PTB) tem em mãos várias combinações para se posicionar quanto às candidaturas para o governo do Estado. E o que ela não queria mesmo era que o senador Fernando Collor não fosse candidato.

VERMELHO Os ex-deputados federais José Thomaz Nonô e João Caldas garantem haver problema sério com a candidatura de Artur Lira à Câmara Federal, no chapão do governo.

PÂNICO 1

PÂNICO 2

Os deputados afastados por terem sido denunciados pela “Operação Taturana” estão sobressaltados. É que vazou a informação de que o juiz Gustavo de Souza vai decretar novamente o afastamento de todos eles, por coerência.

Faz sentido. O informante dos deputados sustenta que, se o juiz Gustavo de Souza não decretar o afastamento novamente dos deputados, entrará em contradição jurídica. Foi o juiz quem deu a primeira sentença afastando os deputados.

APOCALIPSE NOW

MCCE em AL destaca moralidade Integrante do MCCE em Alagoas, o advogado Adriano Argolo, segue na contramão de Marcelo Brabo. Condenados por homcídios, pedofilia, estupro e sonegação fiscal não podem concorrer. “Se for condenado em segunda instância, que é órgão colegiado, não pode”. E o projeto?

O que mudou no Brasil? “Trouxe moralidade à vida pública, dei-

xando pessoas envolvidas em crime fora da eleição”.

“Basta ver o que acontece: um candidato a cargo de juiz, se tiver processo, não pode concorrer; uma pessoa que concorre ao serviço público, também não.

Restava esse critério a quem vai concorrer nas eleições”, afirma.

“Diz-se que a lei não é constitucional por causa da retroati-

vidade. Não é verdade. Não se faz um julgamento de uma pessoa. Apenas se diz que é critério, para concorrer a uma eleição, é que ela não tenha a ficha suja.

Preenche-se ou não este requisito. E vale para este ano porque essa alteração não afeta o processo eleitoral. Mudaria se houvesse uma resolução alterando tudo, o que não é o caso. Não é

como a verticalização, que mudava as regras de todo o jogo, das composições”, disse Argolo.

“O que se vai esperar é que o Judiciário receba ações de impugnação de muitos candidatos.

E o MCCE também aposta neste desgaste político, a ser enfrentado pelos ficha suja porque os processos contra eles devem ser acelerados”, acrescentou. (O.R.)

“Ninguém pode ser condenado se processo não foi esgotado” No outro extremo, está o advogado Fábio Ferrário: “A proposta é digna de aplauso, mas ela é inconstitucional”. E o porquê?

“Por que fere o princípio da presunção da inocência. Ninguém pode ser condenado se o processo não foi esgotado em todas as instâncias judiciais”. É o que diz o artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal.

Não acredita que a nova lei deva ser aplicada este ano. “Ela mudou as regras do jogo”. “O que existe é que não podemos retroceder para prejudicar. Toda essa mudança, não tenha nenhuma dúvida, vai ser objeto de questionamento no Supremo Tribunal Federal [STF] e no Tribunal Superior Eleitoral [TSE].

Creio que esta situação é muito perigosa”.

Ferrário cita a “segurança jurídica”, prejudicada pela nova lei: “Basta observarmos o que aconteceu com os deputados que foram afastados dos cargos. O juiz Gustavo Souza Lima afastou, o Tribunal de Justiça acatou e o Supremo desfez tudo”.

Lula Castello Branco

Advogado Fábio Ferrário acredita que a “segurança jurídica” fica prejudicada com a lei recém-aprovada

Ele diz que, superior ao projeto, está a iniciativa popular. “A iniciativa popular é sempre bem vinda, digna de louvor, mas es-

quece-se que quem elege as pessoas é o povo e o povo sabe o precedente dos seus candidatos.

O maior tribunal que temos é o

povo. Não se pode dizer que o povo não sabe votar. Aí estaríamos contra a democracia”, afirmou o advogado. (O.R.)

Polêmica sobre texto se estende por todo o país Não é somente dentro de Alagoas que o projeto tem as suas discordâncias. E não é à toa. O projeto Ficha Limpa é de iniciativa popular, recolheu mais de 1,5 milhão de assinaturas, e chegou ao Congresso Nacional sofreu alterações, discussões, reclamações. Na redação final, torna inelegível o candidato condenado na Justiça por um colegiado, um grupo de juízes. O candidato tem o direito de recorrer da decisão. Mas, os processos contra ele passam a ser julgados com prioridade. O político com mandato que for condenado pela Justiça fica proibido de se candidatar pelo resto do mandato e mais oito anos.

Quem renunciar ao mandato para fugir da cassação fica inelegível. Quem foi condenado e já cumpriu a pena pode se candidatar. Mas quem ainda está cumprindo pena não tem direi-

to a disputar a eleição. versidades de Harvard e Johns “Embora o projeto ficha Hopkins, ambas nos Estados limpa seja uma grande denún- Unidos, José Rodrigues Filho. cia contra a corrupção no Brasil, “A escolha de candidatos que está no rol dos países mais deve ser função dos corruptos do mundo, seu efeipartidos políticos e to para combatê-la é dos eleitores. Repassar mínimo, conforme esessa função para o sistudos que consideram tema legal não parece que não se combate ser um bom caminho, Projeto de corrupção de forma pois quanto mais relei do normativa. A sociedagulada for uma sociecandidato de está tão desengadade, maior será a cornada e desesperada Ficha Limpa rupção. Se os partidos com a corrupção e oupolíticos permitem é de tros males sociais que candidatos corruptos, iniciativa deu, mais uma vez, a estão reforçando a corpopular prova de sua força e rupção no país. A socapacidade. Espera-se ciedade deve lutar por que doravante o parmais justiça social e lamento responda equidade e por um sistema sempre ao clamor solegal mais justo. Esses são os cacial, evitando tamanho sacrifí- minhos mais adequados para cio e desespero”, diz o profes- se combater a corrupção”, afirsor da Universidade Federal da mou.

Paraíba e pesquisador das uniO tempo verbal virou tam-

bém assunto de polêmica. O senador Francisco Dornelles, que propôs uma mudança na expressão “os que tenham sido” para “os que forem”, neste caso, condenados pela Justiça, acabou abrindo um debate: a lei vale para quem é condenado agora? Ou retroage ao passado?

Favorável ao projeto, o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, um dos apoiadores do Ficha Limpa, afirma que a nova lei vai inibir os criminosos. “Ao recorrer, o recurso ganhará prioridade para ser julgado. Então, se o candidato tiver culpa no cartório, ele vai preferir cumprir os trâmites normais da justiça e abrir mão da eleição, porque se recorrer ele pode ser preso.” Aposta na ética, independente das polêmicas. (O.R.)

É mais fácil o camelo passar no fundo da agulha, do que o prefeito Cícero Almeida (PP) indicar o vice-governador na chapa de Téo Vilela. Agora indique...

MATUTANDO Em 2006, o deputado Antônio Albuquerque serviu de conselheiro do então candidato a governador Téo Vilela – que hesitava em disputar a eleição. Este ano, Albuquerque está distante do governo, mas avisa que ainda não decidiu quem vai apoiar para governador.

DISFARCE O silêncio do deputado federal Olavo Calheiros (PMDB) não quer dizer que ele concorda com a especulação de seu nome para vice-governador na chapa de oposição. Olavo é candidato mesmo à reeleição e não adianta conversar com ele o contrário.

EXPRESSAS O ministro dos Esportes, Orlando Silva, está sendo esperado quinta-feira, 27, em Maceió, para bater o martelo em torno do segundo candidato da oposição ao Senado.

E o segundo candidato da oposição ao Senado será do PCdoB, que é o partido do ministro Orlando Silva.

A unidade do Instituto Tecnológico de Alagoas (IFAL) em Penedo vai custar R$ 4 milhões e 500 mil. A obra deve começar em agosto.

Com Penedo, o IFAL completará a quinta unidade no interior do Estado. Os quatro outros municípios contemplados são:Arapiraca, Maragogi, Piranhas e Murici.

Profissionais do Programa Saúde da Família que estavam em greve em Penedo voltam ao trabalho amanhã. Prometeram a eles pagar a gratificação de 30%.

Senador Francisco Dornelles apresentou emenda que modificou texto

Dom Dimas Lara Barbosa acredita que nova lei vai inibir criminosos

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Política

O JORNAL JORNA L

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Yvette Moura

Deputado João Beltrão entra como o puxador de votos do PRTB

Lula Castello Branco

No PSDC, deputado Dudu Albuquerque serve como articulador

Radialista Ildo Rafael é uma das apostas do PTN para a disputa

Nanicos se articulam para as eleições Articulações dos partidos emergentes em Alagoas estão intensas para a disputa proporcional deste ano Alexandre H. Lino Repórter

Enquanto os grandes partidos tensionam a disputa deste ano, um grupo de legendas se organiza silenciosamente para conseguir vitórias eleitorais: são os nanicos, que preferem ser

chamados de emergentes. Eles fazem contas utilizando as regras geradas a partir do uso da proporcionalidade na composição das casas legislativas. Não faltam exemplos de sucesso, como o PSL em 1998, que elegeu sozinho uma bancada com três deputados estaduais, ou o

PTdoB, que tanto em 2002 quanto em 2006 emplacou dois estaduais.

As contas feitas pelos “estudiosos” do quadro eleitoral apontam que o coeficiente eleitoral para eleger um estadual deve variar entre 56 e 60 mil votos. Já para federal, o núme-

ro é próximo da exatidão: 165 mil votos. As contas são necessárias na hora do fechamento das coligações, pois os nanicos - que sempre rejeitam essa definição, considerada pejorativa - contam com poucos votos, mas com disposição para fazer campanha.

O mais interessante é que nenhum dos “contadores” expõe a fórmula utilizada e todos evitam aparecer para comentar as avaliações. Outro segredo guardado com a maior segurança são os nomes de todos os componentes das chapas. Somente os mais fortes

aparecem na hora das negociações, escondendo muitas vezes algumas surpresas.

Para avaliar o quadro, O JORNAL fez um levantamento apontando como andam as articulações destes grupos faltando pouco mais de um mês para o registro das candidaturas.

Lula Castello Branco

Galba Novais é aposta do PRB na disputa pela Cãmara Federal

Suplente, Dino Filho é um dos nomes do PSL para a Assembleia

PTN, PSL, PRB, PSDC, PRTB e PSC: 5 vagas As contas são animadoras.

Os seis principais nanicos - PTN, PSL, PRB, PSDC, PRTB e PSC se fortaleceram e prepararam o quadro para eleição deste ano.

Somando todas as opiniões vindas dos presidentes e responsáveis pelas articulações, é possível dizer que, separadas, as chapas devem eleger cinco deputados estaduais e contam com chances de eleger um deputado federal, caso a legenda consiga fechar com o PSDB e o DEM. Os pequenos evitam atrair políticos com mandato, pois eles são considerados mais fortes. No

entanto, o PSDC e o PRTB fizeram um caminho diferente. As duas legendas usam estratégias diferentes ao filiar um deputado estadual. No PRTB, o deputado João Beltrão entra como puxador de votos. Os outros candidatos têm a mesma expectativa de votação. Completam o time os ex-deputados Fátima Cordeiro, Antonio Carlos Rezende, o “Cacalo”, o ex-superintendente da CBTU, Adeilson Bezerra e o exprefeito Neno.

Enquanto no PSDC, o deputado Dudu Albuquerque serve como articulador, pois sua

candidatura e sua força política em Arapiraca permitem que outras legendas menores negociem alianças com os democratas. Já o PTN vem com o radialista Ildo Rafael, o Bispo Lindomar, o ex-deputado Júnior Leão e o Pastor Jó.

O PRB liderado pelo suplente de senador Euclides Mello montou uma chapa baseada na força do partido em Maceió. Os dois vereadores da capital são candidatos: Marcelo Gouveia para estadual e Galba Novaes para federal. Sem esquecer, que a legenda também quer ganhar votos na

majoritária e lança o polêmico jornalista José Muniz Falcão como candidato ao Senado.

E já que o assunto é estratégia o PSL é dos mais dinâmicos. O presidente Romero Baia monta uma campanha com os suplentes de deputado estadual Dino Filho, Pastor João Carlos e Manoel Sant’Anna – que assumiram no ano passado, após os afastamentos judiciais decretados a partir da Operação Taturana.

A coligação trabalha para ser fechada com o PTN e com o PRB. (A.H.L.)

PV foi uma das siglas emergentes que mais cresceu Com a crise ética no PT, o Partido Verde foi a legenda que mais cresceu nos últimos oito anos no Brasil. Ligado as causas ambientais, a sigla acumulou um aumento de 40% de filiados desde o ano passado.

Inclusive, os verdes entram pela primeira vez na disputa presidencial com chances de vitória: a aposta é a senadora Marina Silva (AC). Em Maceió, o PV conta com os vereadores

Silvio Camelo e Marcelo Palmeira.

A estratégia do partido é interessante, já que ele estuda tranquilamente o posicionamento das principais legendas na conjuntura eleitoral. O PV participou de reuniões da Frente por Alagoas, encabeçada por Ronaldo Lessa, mas não fechou a porta para o PSDB de Téo Vilela.

Na proporcional, os candidatos são mantidos sob sigilo.

ESQUERDA – O PV é encarado como um partido ideológico, assim como o PSOL, PSTU e PCB, siglas com discurso de esquerda e que defendem bandeiras ligadas ao socialismo. Com exceção da vereadora Heloísa Helena e do vereador Ricardo Barbosa, ambos do PSOL, as demais legendas não contam com lideranças expressivas.

Fora isso, os três partidos

que já caminharam juntos em outras campanhas podem ficar separados, pois o PSTU e o PCB fazem uma série de exigências para fechar a coligação (como a restrição na política de alianças e a negação de doações financeiras do empresariado). Só que a aliança é necessária ao PSOL devido ao tempo de TV, já que Heloísa é candidata ao Senado. (A.H.L.)

Sílvio Camelo é um dos vereadores do Partido Verde em Maceió

PMN e PTdoB deixam de ser pequenos Em Alagoas aconteceu um fenômeno diferente de todo o Brasil. Somente aqui o PMN e o PTdoB podem ser considerados dois partidos grandes. O PMN, inclusive, elegeu a maior bancada na campanha de 2006, em uma articulação encabeçada pelo exdeputado Celso Luiz, que liderava a legenda naquele momento. Foram 11 eleitos no mais vitorioso chapão da história proporcional na Assembleia Legislativa, sem esquecer que o grupo também emplacou um federal.

Já o PTdoB se tornou uma legenda de sucesso a partir da disputa de 2002, quando emplacou dois deputados. A mesma vitória foi obtida em 2006 e caminha para ser repetida agora, já que a legenda entra na campanha com quatro candidatos eleitoralmente fortes. Três deputados estão no grupo: Ricardo Nezinho, Antonio Albuquerque e Carlos Cavalcante.

Além deles, o radialista Alves Correia está tentando retomar o mandato perdido na última campanha. (A.H.L.)

DISSÍDIO DE ESTATUTÁRIOS O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4417, no Supremo Tribunal Federal (STF), contestando dispositivos do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo - recém aprovado - que definiriam ser competência daquela corte fixar novas condições de remuneração e trabalho em dissídio coletivo por greve de servidores estatutários.

As informações são do STF. De acordo com o governador, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 114, parágrafo segundo (com a redação dada pela Emenda Constitucional 45/04), cuidou do tema, primeiro afirmando que, nos dissídios coletivos, a intervenção judicial tem caráter subsidiário, sendo cabível no caso de não haver consenso entre as partes envolvidas - empresas e sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais.

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O JORNAL

Nacional

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Felicidade pode ir para a Constituição Entidades, artistas e intelectuais se mobilizam por PEC que defina direito de ser feliz como obrigação do Estado Congresso em Foco Baseados na experiência de outros países, um número crescente de entidades, artistas, intelectuais, personalidades e outras pessoas querem incluir na Constituição Federal o direito de ser feliz, possibilitando reforçar as obrigações do Estado em áreas como a garantia de saúde, educação e proteção social.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) encampou a ideia, e tenta no momento reunir as 27 assinaturas necessárias para apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que dará a seguinte redação ao artigo 6º da Carta: “Art. 6º. São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

Cristovam também colocará o tema em debate em audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos do Senado – presidida por ele – realizará no próximo dia 26. “A busca à felicidade engloba todos os outros direitos humanos previstos na Constituição”, explica Cristovam.

“A CARA DO BRASILEIRO” - O ex-jogador Sócrates, craque do Corinthians e das seleções brasileiras de 1982 e 1986, é outro que aderiu ao movimento. Sua opinião sobre o movimento + Feliz: “É a cara do brasileiro, talvez a nossa commodity mais importante seja a felicidade”.

Diversos países atribuem ao Estado responsabilidade constitucional pela busca de meios para a garantia do direito de ser feliz. A Declaração de Direitos da Virgínia (EUA, 1776) outorgou aos cidadãos o direito de buscar e conquistar a felicidade.

Na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789), há a primeira noção coletiva de felicidade, determinan-

do que reivindicações dos indivíduos sempre se voltarão à felicidade geral.

As constituições do Japão, da Coreia do Sul e da África do Sul também determinam que todas as pessoas têm direito à busca pela felicidade, devendo o Estado empenhar-se na garantia às condições para atingi-la.

Como juntar o Brasil a essa lista de nações? Os responsáveis pelo movimento + Feliz, uma campanha de caráter apartidário e não governamental, entendem que o primeiro passo é mobilizar a sociedade. A ideia é agregar iniciativas da sociedade que ajudem a assegurar direitos básicos fundamentais para a felicidade humana. Caso, por exemplo, da educação pública de qualidade para todos.

“IDEIA GENIAL” - Uma das entidades que endossaram o movimento, denominado + Feliz, é a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Seu presidente, Antonio Carlos Bigonha, diz que uma das funções do Ministério Público é exatamente fazer a sociedade mais feliz.

Ele completa: “O + Feliz traz uma perspectiva ética para o serviço público brasileiro e para as relações da sociedade civil. Nessa perspectiva de adequar a necessidade do cidadão e os recursos disponíveis na sociedade. É uma solução que parece simples, mas é uma ideia genial porque traz esse conteúdo ético de melhorar a relação entre aquilo que o cidadão precisa e os recursos disponíveis”, afirma.

Presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), Luciano Borges dos Santos acredita que a proposta, ao possibilitar a ênfase em direitos ainda não plenamente assegurados no país, “reforça os valores sociais”. E acrescenta que ela pode ter efeitos jurídicos relevantes, inclusive

Buarque tenta obter as 27 assinaturas necessárias para apresentar a PEC do Direito de Ser Feliz

Para Antonio Carlos Bigonha, presidente da ANPR, é uma ideia genial

“Felicidade é a nossa commodity mais importante”, avalia Sócrates

para a ação dos defensores públicos.

“Será mais um instrumento constitucional para pautar a administração pública em decisões e na elaboração de políticas públicas. O Judiciário também terá

o esforço e o envolvimento de todos com vistas à melhoria do país, mais feliz será nossa sociedade.

“Quando uma comunidade se articula e canaliza todo seu capital humano na busca por so-

um elemento objetivo para tomar suas decisões”, afirma Luciano dos Santos, destacando a importância do apoio da sociedade civil à proposta.

O pressuposto do movimento é que, quanto maiores

luções, surge algo ainda mais importante: o capital social; é disso que estamos falando nessa proposta de emenda constitucional”, resume o idealizador do movimento, o publicitário Mauro Motoryn.

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REFORMA POLÍTICA

Congresso deve ampliar recursos para educação

Deputados pedem urgência sobre realização de plebiscito este ano

Agência Câmara Desde 2001 está em vigor o Plano Nacional de Educação, o PNE (Lei 10.172/01), que traçou as metas educacionais para o País pelo prazo de dez anos. Até 31 de dezembro o Congresso precisa aprovar o 2º PNE, que vai definir as diretrizes para 2011 a 2020. A previsão é a de que o Executivo envie à Câmara o texto do novo plano nas próximas semanas, com base nas propostas aprovadas durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), em março deste ano em Brasília.

O aporte de mais recursos para a educação pública e a instituição de metas claras que garantam a continuidade dos programas educacionais são pontos que dominam as propostas da conferência e que devem entrar no 2º PNE. Além disso, os deputados da Comissão de Educação e Cultura da Câmara já realizam, desde 2009, encontros nos estados para subsidiar o novo plano. As pro-

postas apresentadas também pedem mais recursos. Ameta é dobrar em quatro anos a participação da educação no PIB, o indicador que mede a produção total de bens e serviços finais do país.

As propostas também visam a implantação de um sistema educacional mais articulado com estados e municípios e a criação da escola integral no ensino básico, entre outros assuntos.

Adeputada Maria do Rosário (PT-RS), cotada para assumir a relatoria do 2º PNE, lembra que, para um país com pouca tradição em planejamento, é encorajador saber que está sendo finalizado um plano decenal de educação.

“Pela primeira vez, vamos concluir uma década na qual tivemos metas estabelecidas, embora em 2001, quando a lei do PNE foi sancionada, os instrumentos para o alcance dessas metas foram retirados, o que prejudicou principalmente a educação tecnológica, superior e infantil”, disse.

Congresso em Foco O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) protocolou na última sexta-feira um requerimento pedindo a urgência na votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 2392/10, que prevê a realização de plebiscito este ano sobre a reforma política.

Contando com a assinatura de 280 parlamentares, a matéria iria, então, para análise direta do plenário, não precisando tramitar nas comissões permanentes. De acordo com a proposta, os eleitores responderiam se querem que o Congresso faça a reforma política a partir de 2011.

O plebiscito aconteceria, segundo o projeto, na mesma data do primeiro turno das eleições gerais de 2010. Além de escolher presidente, governadores, senadores e deputados, os eleitores também responderiam a seguinte pergunta: “O Congresso Nacional deve aprovar uma reforma política que promova maior transparência, controle social e o combate efetivo à corrupção?”.

Se a maioria simples do eleitorado se manifestar favoravelmente à questão, a próxima legislatura estará vinculada à votação de uma reforma política em sua primeira sessão legislativa, que começa em 2 de fevereiro de 2011, e deve estar concluída até o fim da legislatura.

Amatéria começou a tramitar na Câmara em fevereiro nas

Jungmann protocolou requerimento pedindo urgência na votação de projeto que prevê plebiscito em outubro

comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça (CCJ). Desde então, recebeu parecer favorável do deputado Charles Lucena (PTB-PE), relator na CFT. Ele analisou somente se a proposta é viável financeiramente.

Na opinião do parlamentar do PPS, por ser realizada no mesmo dia das eleições, é possível “considerar o projeto de decreto legislativo adequado financeiramente”. Ele ressalta que, com um orçamento previsto de R$ 549 milhões para realizar o pleito, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem condições de organizar o plebiscito.

De acordo com a justificativa do projeto, a proposta foi apresentada porque a reforma política vem sendo tratada pelo parlamento brasileiro desde os primeiros anos de vigência da Constituição atual. “Dos debates sobre o assunto, tanto internamente, como nos veículos de comunicação, constatase haver consenso acerca da necessidade de aprovação de uma reforma política, não obstante os diversos pontos de vista acerca dos termos e balizas em que esta aprovação deverá dar-se”, disse Jungmann no texto da matéria.

Ao lembrar da aprovação do projeto Ficha Limpa pelo

Congresso, Jungmann afirmou que o Congresso não tem mais como adiar a realização de uma reforma política. “O problema é urgente e o plebiscito precisa ser realizado já na próxima eleição. A experiência do Ficha Limpa mostrou que, pressionado pela sociedade, o legislativo age mais rápido. E se a pressão for por meio de uma consulta popular oficial, ganha um peso muito maior já que, com o plebiscito aprovado, a realização da reforma política deixa de ser um anseio e passa a ser uma obrigação dos parlamentares”, disse Jungmann, de acordo com a assessoria do PPS.

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O JORNAL

Opinião A6

O poluidor-pagador “Aquele que lucra com uma atividade deve responder pelo risco ou pelas desvantagens delas resultantes” Alder Flores Alder Flores, advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental

O princípio do poluidor-pagador impõe a reparação dos danos causados por atividades econômicas ao meio ambiente, bem de uso comum pertencente à população.

O principio do poluidor-pagador constitui fundamento primário da responsabilidade civil: este princípio constitui o fundamento preliminar da responsabilidade civil em matéria ambiental, sua origem nada mais é que um princípio da equidade, existente no direito romano: aquele que lucra com uma atividade deve responder pelo risco ou pelas desvantagens delas resultantes. É o que, em outras palavras, diz a doutrina: o princípio da responsabilidade objetiva e o da equidade, para que se impõe o dever da reparação do dano e não somente porque existe a responsabilidade. Assume o agente todos os riscos de sua atividade, pondo-se fim, em tese, à prática inadmissível da socialização do prejuízo e da privatização do lucro.

Portanto, a compensação ambiental objetiva reparar a coletividade pelo uso do patrimônio ambiental a ela pertencente, a compensação ambiental se justifica na medida em que empreendimentos que tendem a causar significativos impactos ambientais utilizam ou ocasionam dano a bem pertencente ao povo.

O princípio do poluidor-pagador serve de fundamento para perfeita aplicação da responsabilidade civil por dano ambiental, uma vez que o poluidor sabe perfeitamente que, se poluir, será obrigado a pagar um valor monetário, em geral de custo alto, pelo dano que houver praticado.

Ocorre, porém, que o princípio do poluidor-pagador é absolutamente compatível com o principio da prevenção, visto que todos os princípios devem ser analisados harmonicamente, porque o princípio do poluidor pagador é evitar que danos sejam causados ao meio ambiente, isto não significa, porém, que o poluidor possa comprar sua cota de poluição, mas, sim, é por necessária ilação, o poluidor deverá ser obrigado a ressarcir monetariamente ao dano que causar ao meio ambiente.

No entanto, é importante esclarecer que para que haja quaisquer imposições de sanções ambientais administrativas, é necessário entender que a responsabilidade administrativa está vinculada ao princípio da legalidade previsto no Artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal, significando que não pode existir infração administrativa do meio ambiente sem lei prévia que a defina. Por outro lado, a lei de crimes ambientais penaliza ao funcionário público que fizer afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnicos e científicos em procedimentos referentes ao aval ambiental, ou aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental.

Na administração pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, mas, na administração pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa pode fazer assim; para o administrador público significa deve fazer assim.

Isto é o que ensina a lei.

Empregos crescem e salários aumentam “Há muito tempo não se ouve falar de achatamento salarial e rotatividade de mão de obra” Renan Calheiros Senador e líder da bancada do PMDB

As corporações financeiras que atuam no Brasil estão sendo compelidas a reavaliar as estimativas do crescimento da economia brasileira em 2010. Isso porque o mercado, aquecido, vem surpreendendo os analistas. Um dos principais indicadores de saúde econômica brasileira está, sem dúvida, na expansão continuada do emprego.

A criação líquida de postos de trabalho formais no mês de abril totalizou 305 mil novas vagas, segundo os números divulgados pelo Ministério do Trabalho. Este é o melhor resultado para meses de abril e o segundo maior de toda a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged – iniciada em 1992.

Nos primeiros quatro meses do ano foram gerados 962.327 postos de trabalho formais, constituindo o melhor quadrimestre de geração de empregos na história do País. Em virtude do crescimento do mercado de trabalho, a estimativa total para 2010 foi alterada de 2 milhões para 2,5 milhões de novos postos de trabalho, descontadas as demissões.

O comércio e a construção civil bateram recordes de geração de emprego. Foram abertas 40.725 novas vagas no comércio e 38.418 novos postos de trabalho na construção civil.

Entretanto, os setores que mais contribuíram para o resultado recorde foram serviços – 96.583 – e indústria de transformação – 83.059. O setor agrícola apresentou uma geração de 38.951 empregos.

A perspectiva de crescimento econômico de até 7% também tem facilitado a conquista de aumentos reais de salários este ano. As categorias profissionais com data-base para renovação coletiva de trabalho no primeiro semestre estão conseguindo negociar acordos que garantem aumentos salariais de até 2,9% além da reposição integral das perdas com a inflação.

O ambiente macroeconômico é muito positivo e está favorecendo a negociação de aumentos reais de salários e melhores condições de trabalho. A massa de salários nas seis principais regiões metropolitanas do País cresceu 5,2% acima da inflação, segundo o IBGE, o que tem segurado os indicadores de consumo.

Em apenas um ano, os salários de admissão dos trabalhadores com carteira assinada deram um salto de 16% acima da inflação. Segundo dados do Ministério do Trabalho, entre março de 2009 e março deste ano o salário médio de admissão dos trabalhadores formais subiu de R$ 720 para R$ 843,9. Por isso tudo há muito tempo não se ouve falar de achatamento salarial e rotatividade de mão de obra. Felizmente.

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: opiniao@ojornal-al.com.br

Dois lados do Fator Previdenciário A semana que passou trouxe consigo duas mudanças na política brasileira. Uma de caráter geral e outra muito específica, mas que do mesmo jeito mexe diretamente com a vida de milhões de brasileiros. Ao lado do projeto Ficha Limpa, foi extinto o Fator Previdenciário, uma espécie de redutor criado pelo governo FHC para frear o aumento do número de aposentadorias dos trabalhadores que não atingiam a idade mínima. Durante sua existência, o regulador se mostrou perverso por diminuir consideravelmente os recursos. O projeto segue para sanção de Lula, que tem uma missão difícil pela frente.

No entanto, o presidente sabe que o fim do Fator Previdenciário é o mais justo e correto, porém não há ambiente no atual governo, nem tampouco no próximo para fazer essa mudança. Umas das razões é o déficit histórico da Previdência Social, que não consegue se bancar, bem como o elevado montante de benefícios concedidos no passado e que transformaram poucas aposentadorias em verdadeiras fortunas.

Sem contar que os mais céticos defendem que a

extinção pura e simples do fator precipitaria a introdução da idade mínima, um retrocesso maior do que o próprio dispositivo tucano.

Lula também lembra que em 2003 viveu um dos momentos mais delicados em seus quase oito anos de governo quando precisou reformar a Previdência.

Seu partido rachou e se dividiu. Seus aliados de primeira linha – os servidores públicos – se afastaram e até hoje criticam o presidente. Sem esquecer que, mesmo com a mudança, a seguridade social brasileira ainda agoniza por no passado não ter sido preparada para encarar o futuro.

Para mudar esse quadro, que pode já ser novo a partir da sanção presidencial, sem a existência do Fator Previdenciário, o governo atual ou futuro precisa encontrar uma fórmula. Ou seja, que amplie as fontes de receitas da Previdência, seja na base do empregador ou na do empregado, e diminua contribuições sociais, bem como as renúncias e isenções fiscais. Só resta saber quem é que vai querer dividir o bolo e pagar a conta.

Ponto de vista

San

O dilema da Lei de Responsabilidade Fiscal “O consumo interno é que fez a roda da economia girar, impedindo que o País mergulhasse no caos” João Lyra Ex-deputado federal

No auge da euforia neoliberal do governo Fernando Henrique, surgiu, com desmedida força, a ideia de equilibrar as finanças da União, estados e municípios. Nascia, assim, a Lei Complementar nº 101, de 2000, ou simplesmente a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Todos os anos, durante o mês de maio, os jornais estão repletos de entrevistas com os pais ou mães da mencionada Lei, que repetem exultantes a vitória contra a gastança até então prevalecente, uma herança maldita de governos dito populistas. Segundo eles, a Pátria está a salvo da desordem financeira, graças aos oito anos da Era FHC. “Nem tanto ao mar, nem tanto à terra”, dizem os que não rezam pela cartilha tucana, Reconhecem, entretanto, que, quando as despesas são maiores que as receitas, as consequências são trágicas por que atingem a todos. E um exemplo disso é a atual situação da Grécia, cujo endividamento já equivale a 140% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Mas, opinam: o Estado não pode ser insensível às demandas sociais do seu povo, tampouco se omitir quando o pior bate a porta, como foi o caso do Brasil para enfrentar e vencer os efeitos da débâcle americana de 2008.

Os autores da LRF saúdam a velha máxima de que as contas públicas são iguais às contas de uma família, que não pode gastar mais do que ganha. Há controvérsias nessa afirmação...

Primeiro, porque as famílias não se comportam assim. Se elas o fizessem, o capitalismo não iria para a frente, viveria eternamente em

crise. E o crédito, onde ficaria? Agora mesmo, o êxito colhido diante da crise internacional decorreu, exatamente, do consumo das famílias, cuja expansão sustentou o nível da atividade econômica e o nível do emprego formal.

Aliás, foi isso o que enfatizou o presidente da República: o consumo interno é que fez a roda da economia girar, impedindo que o País mergulhasse no caos.

Em segundo lugar, porque o ufanismo de alguns não permite enxergar a injustiça que se impõe à sociedade, sobretudo aos mais pobres, pelo tal controle de gastos. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em 2004, portanto a quatro anos de vigência da LRF, mostra que os municípios brasileiros estavam vivendo um dilema: o sucesso fiscal acarretando sacrifícios na área social. Como esse quadro permanece inalterado, Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), tem reiterado que “o problema é que no Brasil se disseminou uma cultura de que só interessa o fiscal e que se dane o social. É preciso mudar a LRF tanto para ampliar os controles fiscais quanto para harmonizar a responsabilidade da área fiscal com a responsabilidade social”.

Nos 10 anos da LRF, ainda estamos muito distante de uma norma que dê cabo a esse dilema: garantir que estados e municípios honrem, prioritariamente, o pagamento dos seus compromissos financeiros ou sacrifiquem esses pagamentos para prover as necessidades da maioria da população.

O JORNAL Diretor-Executivo Petronio Pereira petronio@ojornal-al.com.br

Marcial Lima Professor

Em 1983, o governador eleito de Minas Gerais, ao anunciar o secretariado, foi perguntado sobre a pasta da Cultura.

Respondeu: “Nesse assunto não me meto. Essa é uma secretaria que não elege ninguém, mas eu não me arrisco a escolher um nome. Se escolho alguém que não é do ramo, no dia seguinte uma gente barulhenta se instala bem aqui na porta do Palácio, vai para os jornais e faz até enterro do futuro secretário.

Deixo isso com eles. Afinal, não faz lá muita diferença e me livro dessa amolação”.

Em 1995, volto a Belo Horizonte, para um Encontro de Cultura. Fui um dos 870 participantes. Durante quatro dias, dialogamos sobre as realizações daqueles 12 anos. Numa oportuna convergência de ideias, valorizamos as manifestações artísticas, não esquecendo, no entanto, a cultura como facilitadora das relações humanas e do convívio social. À noite, tínhamos os espetáculos locais e, durante o dia, discutíamos os temas Cultura e Desenvolvimento Humano nas Cidades, Movimentos de Ação Cultural e Políticas Públicas, tendo como palestrantes pessoas comprometidas com uma gestão de qualidade: Maria Antonieta Cunha, secretária Municipal; Berenice Menegale, secretária Estadual; Hamilton Faria, do Instituto Polis; Miguel Angel, da Unesco; Patrus Ananias, prefeito; Marina Silva, senadora; Aziz Nacib, presidente da SBPC; a cantora Titane, o poeta Capinan, entre outros.

Em 2009, no curso Gestão Contemporânea da Cultura, reencontro-me com Minas, quando José Márcio Barros, mestre em Antropologia Social e doutor em Comunicação e Cultura, coordenando oito professores, propiciou-me uma ampla reflexão sobre As Mediações da Cultura: Arte, Processo e Cidadania. Nesses 26 anos, como se vê, a despeito da mais completa insipiência daquele governante, houve um profícuo caminhar. E esse avanço deveu-se a uma participação cidadã, que soube fazer uso de seus direitos. Lembrei-me, então, de Saint-Exupéry, quando, em 1943, trouxe a público uma de suas metáforas: “Quem anda sempre pra frente, não pode mesmo ir muito longe”. É como o pintor que, de tempo em tempo, dá uns passos para trás, para observar seus traços no conjunto, contextualizados no quadro, como um todo. Mas, se os recuos passam a ser sintomáticos, é hora de preocupação.

Essa semana, os gestores públicos mineiros receberam o MinC, Unesco, USP e UnB. Analisaram os desafios e definiram caminhos de enfrentamento das dificuldades no universo da Cultura. E nós? Continuamos a testemunhar o descaso pela capacitação, o menosprezo pelo planejamento e o entusiasmo pelo eventismo. Uma trilogia que aponta para o empobrecimento.

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O JORNAL JORNA L A7

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GRIPE SUÍNA

Diagnóstico de Aids pode ser falso Vacina contra a influenza A pode resultar em diagnóstico positivo para o teste de HIV, alerta Ministério da Saúde Agência Brasil BRASÍLIA - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tranqüilizou, na última sextafeira, as pessoas que se vacinaram contra a influenza A(H1N1) – gripe suína e tiveram, num período de 30 dias depois, diagnóstico positivo no teste de HIV. Segundo ele, embora raros, há casos de falsos positivos em diagnósticos de Aids depois que o paciente tomou a vacina contra a nova gripe.

“Toda a rede que faz o diagnóstico de Aids está alerta de que, em casos raros, pode haver casos falsos positivos se o exame

for feito dentro do período de 30 dias a partir do momento que a pessoa tomou a vacina contra a gripe H1N1”, afirmou; Ele explicou que o falso resultado acontece porque a vacina contra a influenza A (H1N1) – gripe suína faz com que o organismo produza anticorpos que podem confundir o teste de diagnóstico do vírus da Aids.

A recomendação do Ministério da Saúde, principalmente para as gestantes, que não podem aguardar um longo período para realizar o exame de HIV, é que elas informem os centros de testagem, caso tenham tomado, nos últimos 30 dias, a vaci-

na contra a gripe. “Se neste caso, sultados dos testes de HIV em o teste der positivo, será feito pessoas que tomaram a vacina outro teste mais sofisticado, que contra a influenza A dará o diagnóstico com (H1N1) – gripe suína pocerteza. Não há nenhum deriam ter resultados falrisco”, garantiu o minissos positivos. tro.

O ministério orienAnticorpos Em nota aos profistou os profissionais de gerados saúde a avisarem os pasionais da saúde, o Departamento de Doen- pela vacina cientes sobre a possibiças Sexualmente podem ser lidade do resultado Transmissíveis, Aids e confundidos falso positivo. De acorHepatites Virais do do com a assessora da com HIV Unidade de Laboratório Ministério da Saúde já havia alertado que antido ministério, Lilian corpos gerados pela vaInocêncio, os pacientes cina contra a gripe suína que obtiveram resultado posipodem ser confundidos tivo no exame de HIV devem com o vírus HIV. Com isso, os re- refazer o teste após 30 dias para

um diagnóstico definitivo. “A gente soltou a nota técnica como uma cautela aos profissionais de saúde. A vacina é nova e as reações que ela pode causar ainda são desconhecidas”.

Segundo Lilian Inocêncio, todos os exames de HIV passam por um teste comprobatório no qual é usado um método de análise diferente do primeiro. “Existe uma normativa que determina que todos os laboratórios de saúde pública e privada façam um novo teste em casos de resultado positivo. A pessoa que fizer o teste não vai ser informada, o pró-

prio laboratório deve realizar o teste confirmatório”.

De acordo com a assessora, as pessoas não devem deixar de tomar a vacina contra a influenza A (H1N1) – gripe suína. Este alerta foi direcionado apenas aos profissionais de saúde e teve o objetivo de descartar a possibilidade de exames com resultados falsos positivos chegarem aos pacientes. “Não existe nenhum risco com relação a vacina contra a influenza A (H1N1), pedimos que todos sejam imunizados. Além disso, tomar a vacina não impede que o teste de HIV seja feito, se necessário”, alertou.

Aprovada nova lente para cirurgia de miopia Folha Online SÃO PAULO - A Anvisa acaba de aprovar a comercialização no Brasil de uma lente intraocular para correção de miopia.

A nova lente é implantada na frente da íris, sem mexer no cristalino do olho (como acontece com lente para correção de catarata) e sem desgastar a córnea (o que é feito na cirurgia a laser para miopia).

A lente intraocular é indicada para quem quer corrigir cirurgicamente o distúrbio, mas não pode fazer o procedimento a laser, segundo o oftalmologista Cláudio Lottemberg, do hospital Albert Einstein.

“O laser é menos invasivo, mas é contraindicado para quem tem córnea muito fina ou um grau muito alto de miopia”, diz Lottemberg.

AAnvisa aprovou a lente, fabricada pela Alcon, para miopias de 6º a 16,5º, mas os médicos ouvidos pela Folha consideram o implante mais apropriado a partir do 9º (miopias consideradas mais altas).

“Os riscos inerentes à cirurgia são baixos, mas existem”, lembra Paulo Schor, chefe do departamento de cirurgia refrativa do Instituto da Visão, da Unifesp.

De acordo com uma revisão de estudos feita pela Fundação

Cochrane, o implante da lente intraocular e a cirurgia a laser são igualmente seguros.

A cirurgia para o implante dura cerca de 30 minutos e não requer internação, mas precisa ser feita em centro cirúrgico. A anestesia é local. É feita uma incisão de três milímetros para a introdução de um cartucho que leva a lente para dentro do olho, explica Leôncio Queiroz, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, de Campinas.

Já no olho, a lente é injetada por um êmbolo no local e, por seu formato maleável, adaptase ao espaço interno e apoia-se na área entre a íris e a córnea.

Como a incisão é muito pequena, não é preciso fazer a sutura com pontos: o corte cicatriza naturalmente.

Arecuperação é rápida. “No dia seguinte à cirurgia, a visão está restabelecida, já dá até para checar o seu e-mail”, diz Schor.

Nas semanas seguintes, é preciso usar um colírio específico e evitar movimentos muito bruscos.

Além de ser mais invasivo do que a cirurgia de miopia a laser, o implante da lente intraocular deve custar cerca de 50% mais caro. “A cirurgia com um aparelho de laser “top” de linha custa cerca de R$ 6.000 por olho; o implante deve custar, por olho, uns R$ 10 mil”, calcula Schor.

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O JORNAL

Internacional A8

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: internacional@ojornal-al.com.br

Simulação de ida a Marte durará 520 dias “Tripulantes” da Mars500 serão trancados em compartimentos semelhantes aos da Estação Espacial Internacional MOSCOU - Seis homens da Rússia, Europa e China se preparam para passar 520 dias juntos e isolados do resto do mundo, simulando uma viagem a Marte.

O “embarque” acontecerá em 3 de junho, quando três russos, um ítalo-colombiano, um francês e um chinês serão trancados num conjunto de apertados compartimentos na sede do Instituto de Problemas Biomédicos, em Moscou, onde ficarão até novembro de 2011, como parte da missão chamada Mars500.

Martin Zell, da Agência Espacial Europeia (AEE), que comanda a experiência, disse à Reuters que a missão bate um recorde de duração.

“Acho que quando falamos em uma missão humana ao Planeta Vermelho, provavelmente ainda levará 20, ou mais possivelmente 30 anos para chegarmos lá”, afirmou ele.

Cada um dos seis “tripulantes” terá apenas três metros quadrados de “espaço pessoal”. Eles farão semanas de sete dias, com dois dias de folga, exceto quando houver simulações especiais e de emergências.

Sob comando de um russo, os “tripulantes” vão viver e trabalhar como se fossem astronautas da Estação Espacial Internacional, com uma rotina de manutenções, experiências científicas e exercícios diários.

Após 250 dias, o grupo será dividido: três irão para a “superfície” de Marte, e os outros três passarão um mês “em órbita”.

No ano passado, no mesmo instituto, quatro russos, um alemão e um francês haviam feito uma simulação de 105 dias da viagem a Marte.

Desta vez, os seis participantes serão rigidamente monitorados, com registros dos seus parâmetros psicológicos e fisiológicos.

Todos os “tripulantes” dominam o inglês, mas nem todos falam russo, que é a outra língua de trabalho durante a missão. “Se não conseguirmos nos entender, vamos usar a linguagem corporal”, disse o participante russo Sukhrob Kamolov.

A comunicação com o resto do mundo será apenas por email, e a conexão será propositalmente interrompida de vez em quando. Haverá também uma demora de 40 minutos nas mensagens, como seria numa missão real a Marte.

Otimistas, os seis “astronautas” não esconderam sua emoção, embora dificilmente venham a viajar de verdade para Marte no futuro.

O chinês Wang Yue, único astronauta profissional do grupo, citou a competição no espaço - alinhando-se à ambição de Pequim de eventualmente enviar sua missão tripu-

Tripulação composta por três russos, um chinês, um ítalo-colombiano e um francês “embarca” dia 3 de junho e só “retorna” em novembro de 2011

lada a Marte.

“Acho que a Mars500 deve ser um marco na corrida espacial humana, na história huma-

na no espaço”, disse ele a jornalistas. “A exploração espacial é difícil e enorme, precisa de cooperação internacional, então

tenho sorte de estar aqui.”

O francês Romain Charles disse que estava colocando um “tijolinho nesta grande mura-

lha ligando a Terra a Marte”.

“Tomara que meus netos vão a Marte um dia, e eu possa dizer a eles: ´Eu fiz parte disso´.”

AKATSUKI

Japão lança satélite para estudar clima de Vênus TÓQUIO - O Japão lançou cluindo nuvens, temperatura e na última sexta-feira uma nave força dos ventos. especial que durante dois anos O desenvolvimento estudará o planeta Vênus, esdo Akatsuki custou apropecialmente seu clima. ximadamente 280 miUm foguete transporlhões de dólares. tando um satélite chamaA missão em Vênus do Akatsuki decolou de segue a primeira expeSatélite um centro especial japoriência lunar japonesa, nês em Kagoshima, de deve chegar que no ano passado comacordo com a Agência de à órbita de pletou 19 meses. O proExploração Aeroespacial Vênus em jeto lunar visava criar um Japonesa. Em japonês, mapa detalhado da su“akatsuki” significa alvo- dezembro perfície da Lua e analirada. sar sua distribuição miO Akatsuki deve cheneral. gar à órbita de Vênus em O Japão lançou seu pridezembro. O satélite cirmeiro satélite em 1970 e já realiculará o planeta durante dois zou diversas ações bem-sucedianos para analisar seu clima, in- das no espaço.

Mancha escura no canto superior da imagem, do lado direito, são a ISS e o ônibus Atlantis pouco antes da acoplagem, no último dia 16

EM 0,54 SEGUNDOS

Fotógrafo capta voos da Atlantis e da Estação Espacial em frente ao Sol PARIS - O francês Thierry Legault conseguiu captar o momento em que a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e o ônibus espacial Atlantis passavam em frente ao Sol enquanto cruzavam a Europa. O fotógrafo de 48 anos precisou viajar da

França até a Espanha para achar o ponto ideal e ainda teve apenas 0,54 segundo para registrar a passagem. As informações são do Daily Mail.

A pequena mancha escura no canto superior direito da imagem mostra o Atlantis e a ISS cerca de 50 minutos antes

da acoplagem, no último dia 16. “Eu fui à Espanha enquanto o resto da Europa esperava tempo ruim”, diz Legault à reportagem. Outra dificuldade, além do deslocamento, foi o pequeno tempo para o registro, já que a estação e a espaçonave viajavam a mais

de 26 mil km/h.

Para registrar a passagem, o fotógrafo utilizou um prisma que “absorveu” a maior parte da luz do Sol, além de combinar na câmera uma pequena passagem para a luz com uma exposição muito rápida para a imagem.

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SAÚDE

Direito de todos ou de quem pode pagar?

Diante de uma situação de precariedade no sistema público, pagar por planos privados se tornou caso de vida ou de morte Sumaia Villela Repórter

Que o serviço público de saúde sofre, de tempos em tempos, uma enxurrada de críticas e denúncias contra a superlotação e a deficiência no atendimento, todo mundo sabe. Que a falta de medicamentos nas farmácias do governo anda levando muita gente a buscar na Justiça o direito garantido na Constituição Federal, também. Certamente, o leitor já precisou, ou conhece alguém que já utilizou o setor pri-

vado para realizar algum procedimento na área. Mas, afinal, quanto o alagoano gasta para cuidar de sua saúde?

Para entender como e qual a parcela de Alagoas que gasta – além dos impostos – dinheiro para a garantia de uma vida saudável, a equipe de reportagem de O JORNAL pesquisou sobre os planos de saúde que, certamente abocanham a parcela mais gorda do valor direcionado à saúde.

O Caderno de Informações da Saúde Suplementar – órgão

do Ministério da Saúde – de março de 2010 publicou pesquisa feita em dezembro de 2009, que indicou que menos de um décimo da população alagoana tem plano de saúde. São 281.081 pessoas, ou 8,91% de pouco mais de três milhões de habitantes.

No ranking dos estados, Alagoas ocupa a vigésima posição.

Dos “beneficiados” alagoanos, 221.906 estão em Maceió – que possui 936.314 habitantes.

Os outros 101 municípios contam, juntos, com 59.175 consumidores de plano de saúde. Isso

significa dizer que apenas um quinto (21,05%, exatamente) dessas pessoas estão no interior de Alagoas, enquanto os outros quatro quintos (ou 78,95%) se concentram em uma única cidade.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), atualizados em 2008, 81,5% da população alagoana sobrevive com até um salário mínimo, sendo 56,9% com metade do valor ou menos.

Apenas 9,5% têm a renda enquadrada entre mais de R$ 510 até R$ 1.020, ou seja, mais de um

ou, no máximo, dois salários mínimos. Aqueles que ganham mais que dois salários e, portanto, podem ser considerados inseridos no mercado consumidor dos planos de saúde, somam, juntos, 6,1% do total, divididos em 2,3% (mais de dois a três salários mínimos), 2,2% (mais de três a cinco) e 1,6% (mais de cinco). Foram contabilizados, ainda, 2,4% de pessoas sem remuneração e 0,7% que não declararam.

Levando em conta gastos como aluguel, IPTU, energia,

água, transporte, escola, alimentação e pormenores, além do desconto previdenciário e impostos retirados da fonte, fica difícil entender como encaixar, em uma renda menor do que R$ 1.530, os gastos com saúde, em especial com as mensalidades dos planos, geralmente muito caras para quem paga sem a contrapartida de grupos empresariais. Principalmente quando se trata de pessoas com mais de 58 anos de idade, estágio da vida em que sua doença equivale a ouro para as empresas do ramo.

O drama de não ter o produto que vende Em busca de um dos mui- põem os produtos que vende: tos exemplos de vida daque- “não é preciso pagar o interles que são atendidos pelo namento, não há preocupaserviço de saúde pública, a ção no caso de acidente, méreportagem foi até um dos dicos especialistas à disposimaiores postos de saúde de ção”.

Maceió, o PAM Salgadinho.

Enquanto conversava com CARO DEMAIS - Sua uma família, que, relutante, renda, apesar de incerta, está contava os problemas médi- entre os 2.2% da população cos pelos quais passam e de Alagoas que recebe de 3 a como recorrem ao tratamen- 5 salários. Teoricamente, ela to, uma senhora se aproxi- teria algum dinheiro sobranmou para fazer uma denún- do todo mês, que poderia ser cia. A autônoma Josete Alves empregado em um plano de da Silva, de 60 anos é o retra- saúde, já que os seus três fito do aperto pelo qual passa lhos hoje já são o alagoano na hora de cuicasados e moram dar da saúde. em suas próprias Ela reclamava casas. No entando mau atendito, o valor cobramento dado por do para que ela Como num um hospital parpossa desfrutar ticular cadastrado da segurança de supermercado pelo Sistema Únium convênio priàs avessas, co de Saúde vado engoliria cada um (SUS), onde nunmais de um quarca havia médico to do seu salário: tem que disponível para R$ 600 é o total comprar atendê-la, desde aproximado que seus males dezembro de a autônoma pre2009. Aos poucos, cisaria desembolporém, mais do sar todo mês – que o sofrimento isso na mais barapara ter acesso ao ta das operadoras que seu direito constivende. tucional, a mulher se revelou O motivo do preço elevao próprio exemplo do drama do é sua idade. Essa é a lógisentido pela população que ca utilizada pelas empresas: precisa recorrer ao setor pri- quanto mais aniversários, vado para conseguir atendi- mais problemas de saúde; mento, mas não possui renda logo, mais visitas ao hospisuficiente. tal, consultas e exames. ResuJosete é vendedora de pla- mindo: mais prejuízo para o nos de saúde, mas nunca teve plano. Caso o associado posum. Precisa acordar cedo, en- sua alguma doença crônica, frentar fila para conseguir tanto pior. Como num superficha, esperar horas no mercado às avessas, o consuHospital Geral do Estado midor é obrigado a “com(HGE) para ser atendida, dis- prar” seus males. No caso de pensar exames caros e eco- Josete, sua fatura incluía dianomizar para comprar remé- bete, pressão alta, problemas dios. Porém, todos os dias, cardiovasculares e início de fala dos benefícios de que dis- osteoporose. (S.V.)

Mais acessível para quem precisa menos Para os mais novos, porém, o valor é mais “acessível”. De acordo com Josete Alves, o Alerta Médico, “que é um plano mais barato”, diz, fica em torno de R$ 45,65 para pessoas de 0 a 18 anos; de 20 a 40, o preço cobrado é estabelecido em cerca de R$ 100 a R$ 130.

Para confirmar os valores dados por Josete e saber, de fato, o quanto significa o plano de saúde no orçamento, foi feita uma consulta a três empresas para simular um orçamento baseado em três hipóteses: cobertura individual, com cálculo encima de 22 anos, inclusão de uma pessoa de 60 anos e, um terceiro, combinando com o valor de um cônjuge, de 27 anos de idade.

Todas as informações dadas a O JORNAL são igualmente disponibilizadas a qualquer usuário através dos sites das operadoras ou em contato com o setor de vendas.

O primeiro a ser consultado, Alerta Médico, considerado mais barato do que a

maioria, correspondeu a sua fama. O plano com internação em apartamento ficaria em R$ 83,31. Na enfermaria, o valor baixaria para R$ 69,09 para os clientes na faixa dos 20 anos. Já para cliente com 60 anos, só seria possível firmar contrato até o próximo dia 30. O motivo não ficou claro, mas o atendente afirmou que, depois dessa data, a empresa não vai trabalhar mais com “idosos”. De toda forma, foram dadas duas opções: R$ 98, valendo somente para consultas e exames, e R$ 291, contando com a internação. Um exame médico, entretanto, seria feito antes para detectar os problemas da pessoa.

Ainda pressionado sobre os valores, o profissional do Alerta Médico acabou confirmando o que todos, em tese já sabem: “Com você é jovem, todo mundo lhe quer [os planos de saúde]. Já com o idoso, existe muito gasto, não compensa, é muito caro”, afirmou. (S.V.) Continua nas páginas A10 e A11

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Subdivisão de grupos e preços diferenciados são algumas das opções Na Unimed, as faixas etárias são ainda mais segmentadas e os grupos se subdividem mais. Outra diferença também chama a atenção: há duas opções de compra, uma válida para todo o território nacional, com consultas e exames incluídos, e outra só para Alagoas, e outra em que é preciso pagar, além da mensalidade, uma taxa extra de R$ 10 por consulta e R$ 3 por exame.

Os valores dados para o plano de abrangência nacional foram os seguintes: individual, R$ 318, com direito a internação em apartamento, R$ 245 com enfermaria. No plano família, uma pequena alteração: R$ 222 para quem tem 22 anos, R$ 895 para a pessoa de 60 e R$ 290 para um homem de 27 anos, todos com apartamento. Sendo em enfermaria, os valores são,

respectivamente: R$171, R$ 670 e R$ 222. Todos esses valores são mensais, e incluem todo tipo de cirurgia e tratamento, segundo assegurou o funcionário, por telefone, citando uma resolução da Agência Nacional de Saúde (ANS) de outubro do ano passado, que obriga os planos a oferecer todos os serviços.

Ele assegurou, ainda que não há de aumento do paga-

mento devido à deficiência de saúde da pessoa idosa.

Com o Excelsior, a cobertura de cirurgias e outros procedimentos para a faixa etária de 58 adiante foi o elemento mais diferenciado. Apesar de mais barato – o plano para pessoas desta idade fica em R$ 485,29 com enfermaria e R$ 565,78 com apartamento – não cobre imediatamente gastos hospitalares provenientes

de problemas já adquiridos antes de firmar contrato.

Além disso, o usuário idoso passa por uma “perícia” médica, como informou o atendente e, no caso de identificação de um problema e uma possível intervenção cirúrgica ligada a essa condição, só seria feita através do plano depois de dois anos de pagamento. Antes disso, seria preciso pagar

todos os custos, de diária de internação ao anestesista.

Os outros valores do plano família foram R$ 110,27 e R$ 128,55, enfermaria e apartamento, respectivamente, para a mulher com 22 anos, e R$ 91,88 e R$ 107,14 para um homem da mesma idade. “A mensalidade masculina é mais baixa porque não é preciso pagar pelo parto”, esclareceu o vendedor. (S.V.) Marco Antônio

Apesar dos impostos pagos, sistema público não oferece muitas opções para o cidadão

Yvette Moura

Como funciona e onde está o SUS em Alagoas?

Humberto Gomes de Melo: deixar o SUS para quem de fato precisa

Ao analisar de perto os números disponíveis no site do Ministério da Saúde, é possível verificar, à primeira vista, que o setor particular possui uma boa fatia da saúde de Alagoas, se for levado em conta o número de estabelecimentos.

De 2.381 unidades de saúde, que vão desde Centro de Atenção Psicossocial (Caps) a Hospitais Gerais, quase metade delas são empresas privadas: 1.031, ou 1.065, se contarmos as 29 entidades beneficentes sem fins lucrativos – que não deixa de ser particular – e as cinco fundações privadas.

Outras 1.291 instituições, são de administração pública direta, e mais 15 também ligadas ao setor público, mesmo que não geridas pelo Estado ou municípios, como a Marinha. Na lista, consta ainda uma cooperativa, um sindica-

to e oito serviços sociais autônomos.

Ao verificar o número de leitos disponíveis, porém, o panorama fica mais claro: dos 6.904 existentes, somando todas as áreas, clínica, cirúrgica, pediátrica, obstétrica, complementar, Hospital/DIA (doenças infecciosas) e outras especialidades, 5.898 são do Sistema Único de Saúde (SUS). De âmbito federal, existem 209; estadual, 1.110, e municipal, 1.214. Na área privada, constam 4.371. Então, como é possível contabilizar esse total?

Porque 3.419 leitos das unidades particulares são, na verdade, do SUS. Eles estão disponíveis em instituições da saúde conveniadas, ou seja, que recebem um repasse de verbas de acordo com esse número, além do total de procedimentos realizados.

Segundo dados repassados pelo médico Humberto Gomes de Melo, provedor da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e presidente da Associação de Hospitais do Estado de Alagoas, existem no Estado, registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 90 unidades hospitalares que atendem ao SUS, sendo 40 privadas e 52 públicas. Em regime de internação, são 40 os hospitais que atendem a pacientes do sistema público. Desses, 27 fazem também o atendimento ambulatorial.

Ainda de acordo com Humberto Gomes, no ano de 2009, de um total de 186.501 internações realizadas pelo SUS em hospitais de Alagoas, 65,4% (122.034) aconteceram na rede privada. O valor total de gastos do SUS com inter-

nações hospitalares em Alagoas somaram R$ 132,8 milhões, e desse total 68,5% (R$ 91,1 milhões) foram para pagamento dos serviços prestados pela rede privada. Foram realizados ainda, em 2009, 2,1 milhões de procedimentos ambulatoriais para pacientes do SUS, tendo recebido, pela realização dos serviços, R$ 65,9 milhões.

Segundo o presidente da associação dos hospitais, o repasse de dinheiro feito pelos planos de saúde é semelhante ao do SUS: não há valor fixo.

Eles pagam pela produção dos serviços prestados, levando em conta a conformidade dos contratos firmados. Qual o lucro total da rede privada? Não há levantamento, de acordo com o Dr. Humberto, mas ele assegura que o setor vive com a corda no pescoço. (S.V.)

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Lula Castello Branco

Número de leitos oferecidos em Alagoas ainda é pequeno

Público ou privado?

Público ou privado, o número de leitos por mil habitantes ainda é baixo. Levando em conta o total existente em Alagoas, são 2,19 para cada grupo. Para que o alagoano tenha acesso a melhores serviços de saúde, qual seria a solução? O JORNAL ouviu duas posições antagônicas para entender quantos caminhos existem – e quais são eles – para alcançar esse objetivo.

Humberto Gomes de Melo acredita que é preciso haver uma sensibilização daqueles que possuem renda suficiente para adquirir um plano de saúde para que deixem o SUS, em suas palavras, “para quem precisa”.

SUS é direito de todo brasileiro, diz presidente do CES Para Benedito Alexandre, presidente do Conselho Estadual de Saúde, o serviço público não deve ser encarado como caridade, mas um direito de todo brasileiro. “O SUS não é sistema para pobre”, enfatiza, e lembra que todos, sem distinção, precisam utilizá-lo uma vez ou outra.

“Quem sofre um acidente, por exemplo, qual o primeiro contato com médico, com o socorro? O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, que são públicos. Depois, obrigatoria-

mente, por lei, o paciente tem iniciativa privada, que ser levado para o ainda que disponíHospital Geral do veis para pacientes Estado, e de lá, do SUS. caso a família deciPassar a responda, vai para um sabilidade do SisNa rede particular”, explitema Único de Saúprivada, o ca, citando, ainda, de para hospitais e a vacinação, e ouclínicas particulapaciente é tras conquistas. res, para ele, é pretratado Ele também crijudicar o atendicomo tica a falta de priomento. “A rede priridade em investir vada objetiva o mercadoria as verbas direciolucro, mesmo que o nadas à saúde em dinheiro seja invesinstituições públitido em melhorias. cas, que acabam O paciente é tratado por concentrar a como mercadoria, diferentecriação de leitos na mente da pública”, compara.

A preferência pela rede privada também não dá garantia de bom atendimento, na sua visão. Uma realidade conhecida por todos que possuem plano de saúde. Benedito Alexandre lembrou as salas de espera de emergência lotadas, mesmo particulares. “Tem que parar de pensar que porque é privado não tem problema”.

A prioridade do Conselho, atualmente, segundo ele, é abolir a iniciativa privada na oferta de contratação de novos centros de saúde. Ele se refere à contratação de Organizações Sociais (OS)

para, por exemplo, fornecer agentes de saúde, impedindo, assim, a realização de concurso público nas áreas defasadas. Além disso, criticou o contrato feito com uma empresa de consultoria para gerenciar o HGE. Na visão de Alexandre, esse é um tipo de privatização da saúde, que tira um setor essencial do país do seio do controle social. “O governo que fazer alteração do modelo de gestão, o conselho topa discutir. Mas não estamos dispostos a entregar o que é público”, avisou. (S.V.)

NÚMEROS - Ele não acredita que a baixa aderência ao plano de saúde seja resultado da também baixa renda da população do Estado. Segundo ele, o que falta é “agressividade” das empresas do ramo, e a ampliação das vendas para o interior alagoano. “Você acha que apenas 600 mil pessoas em mais de 101 municípios possam pagar por um plano? Eu não acredito”, reforça.

A estratégia, para Gomes de Melo, já vem sendo aplicada em Alagoas, é a intensificação das vendas do plano empresa, pelo seu valor mais acessível aos trabalhadores. “O individual é caro”, concorda. (S.V.)

Benedito Alexandre afirma que todo brasileiro tem direito ao SUS

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Fotos: Marco Antônio

O grande dia pede preparativos especiais: o vestido pode ser alugado e o investimento chega a R$ 2 mil

Os detalhes fazem toda a diferença quando a noiva quer transformar o dia no mais especial da sua vida

O mês das noivas ainda é uma tradição Mesmo com tantas mudanças, o costume de subir ao altar em maio ainda é a escolha de muitas mulheres Elisana Tenório Repórter

Para muitas mulheres, o “grande dia” torna-se ainda mais pomposo e glamoroso quando acontece em maio. As décadas passam, os costumes se modificam, as tradições se adaptam e se modernizam, mas maio continua sendo oficialmente delas: das noivas.

Por conta disso, a quantida-

de de “senhoritas” – de todas as idades, etnias e faixas sociais – que sonha em subir ao altar neste período para se tornarem “senhoras” ainda é considerado alto.

A empresária Ângela Moura, de 32 anos, é um clássico exemplo disso. Anteontem, quando o ponteiro do relógio bateu 19h30, ela realizou o sonho e rumou em direção ao Convento de Penedo,

Questão cultural passa entre gerações O estilista Leo Sanches confirma que o sonho de se casar em maio continua em alta.

“Quando o mês se aproxima, os pedidos para confeccionar os vestidos aumentam. Acho que isso é uma questão cultural que vai passando de geração a geração”, opinou.

No entanto, Leo Sanches também revela que, competindo lado a lado com maio, está o mês de dezembro, que é considerado um mês de sorte – representa o nascimento de Jesus Cristo – mas também um mês rentável, já que todos os trabalhadores recebem o 13º salário.

Em relação aos modelos, ele diz que isso varia muito dependendo do gosto e do estilo da noiva. Em Alagoas, os estilizados predominam mais.

Fazem parte desse “grupo”, aqueles que os especialistas do assunto descrevem como “carregados”, onde há, por exemplo, babados, rendas renascenças.

Também há os clássicos que, como o nome já diz, atravessa décadas como sinônimo de bom gosto. Estão inseridos nesse contexto os cleans, aqueles mais “limpos”, onde não há nenhum ou quase nenhum adereços e detalhes.

Leo Sanches: dicas valiosas

Agora, para não correr o risco de errar na escolha do tecido, Leo Sanches dá a dica: “Nos casamentos realizados das 16h às 21h podem sem usados os mesmos tipos de vestidos. Agora, pela manhã, não é recomendável usar o zebeline, que é o tecido mais caro. Nestas ocasiões, o mais adequado é usar, por exemplo, musseline de seda ou crepe”, explicou. (E.T.)

onde jurou amor eterno ao, agora, seu esposo. Ângela, porém, também é um clássico exemplo dos tempos modernos: apesar de ter escolhido o aristocrático convento e o tradicional mês para casarse, ela contrariu matrimônio grávida de quatro meses.

O garotinho – que ainda não tem nome – nascerá em outubro. No entanto, casar-se, agora, foi minuciosamente pla-

nejado para que um antigo sonho se transformasse em realidade. “Maio é o mês de Nossa Senhora, portanto, já é um excelente sinal de muita sorte, de felicidade eterna”, argumentou a empresária.

Depois que ficou definida a data e o local do casório, Ângela correu atrás dos preparativos. E tudo foi feito em velocidade recorde. Para se ter uma ideia, entre a escolha do mo-

delo e a prova final do vestido passou-se apenas uma semana. Quarta-feira passada, por exemplo, ela estava em uma loja especializada, em Maceió, fazendo uma das provas.

A empresária não quis mostrar o vestido escolhido para o “grande dia”, mas deu dicas de como será o modelo. “Quis algo diferente, que fosse um clássico, mas com estilo”, resumiu a noiva.

Na prática, isso significa dizer que a empresária optou por um modelo branco de calda de sereia – que se está usando muito – com bolero para cobrir os ombros e gola alta. Na cabeça, flores estilizadas. Nos pés, sandálias Chanel com laços. “Optei por um modelo clássico e moderno, que valorizasse e respeitasse seu estado (a gestação)”, explicou o estilista Leo Sanches.

Investimento é de, no mínimo, R$ 25 mil Atualmente, quase não se compra vestidos de noiva. O mais usual, agora, é realizar o primeiro aluguel, quando o vestido é feito especialmente para esta ocasião. O estilista monta o modelo seguindo as recomendações da noiva e respeitando suas medidas. Depois da festa, porém, a peça é devolvida a loja.

Este tipo de aluguel custa de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Para o segundo aluguel o valor fica em torno de R$ 1 mil.

A igreja e o salão de festa são outros itens criteriosamente escolhidos pelos noivos e suas famílias. Em relação ao templo, de acordo com profissionais que trabalham na organização de casamentos, os preferidos são as igrejas de Santa Terezinha, Nossa Senhora de Lourdes (localizada no Jardim do Horto), São Pedro e Aldebaran.

Os preços variam dependendo do local escolhido. A média fica em torno de R$ 600,00 a R$ 1 200,00. O curioso é que a Catedral Metropolitana de Maceió deixou de ser um dos lugares mais procurados, apesar de ainda ser um dos mais caros.

Na opinião dos profissionais, isso aconteceu devido ao tamanho do templo e sua localiza-

Flora indica as novas tendências para convites, festas e lembranças: tudo chega a R$ 25 mil, no barato

ção. O Centro de Maceió é considerado inseguro e violento.

Agora, a organização da festa representa um item à parte.

Já foi o tempo em que não havia regras para se organizar o evento, agora, até ensaio é realizado para que nada saia na base do improviso.

Aempresária Flora Almeida, proprietária da Mahdi’s Organização de Eventos, ressalta que a primeira novidade é em relação aos convites. Agora, virou

tradição os padrinhos receberem, acompanhados deles, vinhos ou champanhes. Já a festa, segue os padrões estabelecidos pelos noivos. Alguns em até distribuição de adereços para noivos e convidados dançarem.

De acordo com Flora Almeida, uma festa para 300 pessoas – sem luxo e ostentação – fica em torno de R$ 25 mil.

Nesse orçamento, estão incluídos todos os itens: convites, bolo, aluguel e decoração da

igreja e do salão de festa, Buffet, lembracinhas para os convidados (que geralmente são docinhos ou amêndoas) e o tão sonhado dia de noiva ou de noivo, que inclui massagem relaxante, cabelo, maquiagem, manicure, pedicure.

Casar é muito caro? Pode até ser, mas o peso da tradição fala mais alto para muito gente que continua sem querer “abrir mão” deste ritual para ingressar numa nova fase da vida. (E.T.)

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DE OUTRO MUNDO

O dia em que os ETs visitaram Maceió O fato incrível aconteceu em 1957 e ainda hoje, quase 53 anos depois, desperta curiosidade em muita gente Gabriela Lapa Estagiária*

Sexta-feira, 9 de novembro de 1957. Na primeira página do Jornal de Alagoas, uma notícia encheu de espanto os olhos dos leitores: “Diversas pessoas afirmaram ter visto ontem sobre esta cidade, entre as 14h e às 16h, um estranho objeto brilhante em formato de disco”. Logo abaixo, nas primeiras linhas do periódico, depoimentos de comerciantes da época relatam a surpresa diante da aparição do objeto, que ninguém conseguiu identificar. Mesmo quem tentou adivinhar a sua natureza ficou dividido, e os que se atreveram a dar-lhe um nome acabaram alvos das mais criativas piadas.

Hoje, quase 53 anos depois, a aparição do Objeto Voador Não Identificado (Ovni) estampada na primeira página do jornal, já extinto continua chamando atenção. Arquivada na Biblioteca Estadual, ela é o único registro material do acontecimento que só ficou guardado na memória de quem o presenciou. “Eu estava perto da praça Coronel. Lucena Maranhão, em Bebedouro, comemorando o aniversário de um primo. De repente, vi uma multidão se formando na rua e apontando para o céu.

Era o maior objeto que eu já vi, e voava sobre as nossas cabeças com uma velocidade incrível”, lembra o médico Rober-

to Coelho. Na época da aparição, ele tinha pouco mais de 17 anos, mas guardou bem na memória as lembranças daquela sexta-feira. “Graças a Deus eu não fui o único que viu, mas infelizmente, nem todo mundo gosta de comentar”, conta.

Como esse tipo de objeto é geralmente associado às histórias de vida extraterrestre, Roberto Coelho admite que, por bastante tempo, as pessoas que presenciaram a aparição em Maceió ficaram receosas de comentá-la. Mas ele mesmo, diz que nunca se importou.

“Eu vi alguma coisa no céu, naquele dia. Não parecia com nada que já tivesse visto. Não sei o que era, mas estava lá”, afirmou o médico.

No dia em que o Ovni foi visto pelos frequentadores da Praça Lucena Maranhão, conta-se que ele percorreu vários pontos da capital, e não só o bairro de Bebedouro. Na primeira página, o Jornal de Alagoas registrou essas andanças destacando que o estranho objeto assumia diferentes formas à medida em que se deslocava. E, segundo Roberto Coelho, ao contrário do que prega o imaginário popular, não era um disco e nem tinha cor metálica. “Lembro que tinha forma oval e era branco como leite. Emitia uma luz muito forte”, descreve o médico. * Sob a supervisão da editoria de cidades Thallysson Alves/Estagiário

Ovni também foi visto em outros bairros Depois daquela sextafeira de novembro, para tentar entender o que era o objeto que causou tanto alvoroço na capital, Roberto Coelho começou a estudar mais relatos de avistamentos pelo Brasil e pelo mundo, e encontrou outras pessoas dispostas a seguir na busca. Já mais velho, ele se uniu a profissionais conceituados da época que, juntos, formaram o primeiro grupo de ufólogos (do inglês “Unidentified Flying Object”, ou Objetos Voadores Não Identificados) de Alagoas. “Descobrimos muitas coisas naquela época”, recorda o médico. Entre casos e “causos”, ele ouviu relatos de aparições mais discretas que se repetiram em pontos distintos da cidade, quase sempre com características semelhantes. “Um desses relatos foi de um pescador, em Riacho Doce. Ele contou que estava perto da praia quando viu um objeto em formato de pêra se aproximar da água, na beira do mar. Tinha uma luz muito forte, se deslocava com grande velocidade, e ficou muitos segundos naquela posição, sobre a água”, conta Roberto Coelho. Segundo ele, o pescador disse ainda que viu a água do mar borbulhando quando o Ovni ficou mais próximo.

Além do caso de Riacho

Doce, muitos outros foram descobertos pelo médico e pelo grupo de ufólogos.

Roberto Coelho conta que ouviu as histórias e pesquisou por bastante tempo tentando entender o que eram os ovnis, de onde vinham e qual o seu objetivo. Mas até hoje não conseguiu responder essas perguntas. “O grupo (de ufólogos) fazia reuniões constantes, tínhamos revistas e materiais comprados em Portugal e nos Estados Unidos que falavam dos casos de avistamentos mais famosos, especulando a sua verdadeira natureza, mas o assunto é muito delicado”, conta o médico.

Tão delicado, que a maioria das pessoas torce o nariz e dá risada quando ouve falar sobre. “Quem vê ou já viu os ovnis prefere não comentar para não ser tido como louco”, avalia. Mas junto com o grupo que conseguiu formar em Alagoas, ele pôde compartilhar seu conhecimento com ufólogos de outros estados em encontros e exposições. Na sala de casa, o médico guarda miniaturas dos mais variados tipos de ovnis, inclusive um que reproduz a queda de um disco voador e a morte de seus tripulantes. De todas as que possui, uma já lhe rendeu um prêmio em exposição realizada no Recife. (G.L.)

Roberto: lembrança inesquecível da noite em que viu disco voador

Aparições são seguidas por apagões elétricos Segundo Roberto Coelho, os relatos de avistamentos têm muitas características em comum. “Geralmente, os ovnis aparecem em lugares descampados, próximos de usinas ou do mar. E o que é mais curioso, logo após o seu desaparecimento há queda de energia na área onde ele foi visto”, observa o médico.

“Aqui, mesmo, em Maceió, foi assim. Naquela sexta-feira de novembro de 1957, faltou energia no Estado inteiro durante umas boas sete horas.

Quem consegue explicar?”, questiona.

O caso mais famoso envolvendo avistamento de Ovni

aconteceu nos Estados Unidos da América (EUA)em 1947, na cidade de Roswell, Novo México. Jornais da época noticiaram a queda de um disco voador em uma região descampada da cidade, mas o fato foi desmentido pelas Forças Armadas dos EUA, que alegaram se tratar apenas de um balão meteorológico.

Consta nos registros guardados por ufólogos de todo o mundo, que um rancheiro encontrou destroços de um disco voador no campo ao lado de sua casa. O disco tinha entre 8 e 10 metros de diâmetro e, ao seu lado, jaziam três corpos com forma humanóide,

provavelmente tripulantes, com cerca de 1,20m de altura.

Consta nos registros, e em livros publicados anos mais tarde por testemunhas, que uma equipe de resgate isolou a área onde teria caído o disco voador, levando embora os cadáveres encontrados.

No premiado documentário “Acidente em Roswell”, 97 minutos de imagens em preto e branco mostram equipes realizando necropsias nos supostos corpos extraterrestres, além de depoimentos de militares e ufólogos. No Brasil, tentativas semelhantes de “esconder” a presença de discos voadores aconteceu em 19 de

maio de 1986. A data ficou conhecida como “noite dos ovnis”, quando o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta-I), em Brasília, detectou a presença de 21 Objetos Voadores Não Identificados nos estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro. Contam os estudiosos que, na ocasião, caças da Força Aérea Brasileira (FAB) perseguiram os objetos em uma operação que durou quase três horas. Mas tudo o que restou de registro do acontecido foi arquivado e ficou em poder do Governo Federal. (G.L.) Continua na página A15

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A15 Reproduções/Thallysson Alves/Estagiário

Em Maceió, contato foi de 2º grau Os estudiosos classificam o tos de contato com ovnis são contato com ovnis de quatro vistos, pela maioria das pesformas: primeiro, segundo, ter- soas, com tanta desconfiança. ceiro e quarto graus. “O de priNo Brasil, em municípios meiro grau é aquele avistamen- do interior, esses relatos ficato de longe, como certos fazen- ram quase rotineiros durante deiros de Roswell relataram em a década de 1970, mas mesmo 1947. Apessoa está em um local quem jura que viu um Ovni descampado e percebe, no céu, duvida da sua natureza. Para o os pontos brilhantes se moven- médico Roberto Coelho, ainda do rapidamente”, diz o médi- que não existam seres verdes co. “O de segundo grau é o com olhos esbugalhados queavistamento de perto, como o rendo dominar o mundo, não que aconteceu em Maceió. Ter- é de todo improvável que exisceiro e quarto graus envolvem ta vida em outros pontos do tripulantes do Ovni, sendo um universo. “Por quê só o nosso o contato indireto e o outro, a planeta seria capaz de abrigar abdução”. vida e desenvolvimento? Pode Embora registros de contaser que haja civilito de 3º e 4º graus sejam mais zações tanto mais raros que os dos outros desenvolvidas dois tipos, o médico quanto mais atrasaufólogo tem notícia das que a nossa”, de alguns. “Há uma pondera. história contada por Na casa do méObjetos um casal americano dico, revistas portusão que ninguém, até guesas com artigos hoje, conseguiu prosobre ufologia reveexplicados var. Ele diz que vollam os segredos encomo tava de férias quanvolvendo avistasendo naves do encontrou um esmentos. Assim cotranho objeto pairanmo documentários da FAB do no céu. Ao se senproduzidos por cotirem atraídos pelo nhecidos canais de objeto, marido e mutelevisão, esses artilher saíram do carro, gos trazem depoimene a única coisa de tos de pessoas que, na época que se lembram dedos acontecimentos, ajudaram pois disso é de ter chegado em a camuflar a existência dos casa muitos dias depois do pre- ovnis. São, na maioria, militavisto para a viagem de volta”, res aposentados, ex-funcionáriconta Roberto Coelho. “Um fa- os do alto escalão do governo moso psiquiatra americano rea- de seus países. lizou sessões de hipnose com No Brasil, a maioria dos obeles para tentar entender o que jetos vistos pela população aconteceu nesse período, e che- foram explicados pelas autorigou a publicar um livro com dades como sendo naves da relatos detalhados da abdução força aérea em processo de sofrida pelo casal”. teste. Mas a justificativa não Em todos os casos de avis- convenceu. “Quem realmente tamento de ovnis, o objeto é as- viu os ovnis no céu sabe que sociado a formas de vida ex- nave nenhuma, nem com toda traterrestre. Aidéia de que, em tecnologia, se desloca com taalgum lugar do universo, exis- manha velocidade”, diz Robertem civilizações superdesen- to Coelho. “Mas, se eram realvolvidas observando a vida na mente ovnis e o que estavam faTerra sempre povoou o imagi- zendo ali, ninguém consegue nário popular. Por isso, os rela- explicar”, define. (G.L.)

Foto registrou ovni voando na capital

Foto tirada na época mostra o disco voador no céu de Maceió

Thallysson Alves/Estagiário

Análise de especialista atesta veracidade da foto

Miniaturas de discos voadores já ganharam prêmios

Em Maceió, o registro da passagem do objeto voador não ficou restrito à reportagem do antigo Jornal de Alagoas. Uma foto, guardada até hoje na casa do médico Roberto Coelho e tirada por um amigo seu na época, mostra o momento em que o objeto cruzou a Praça Lucena Maranhão.

Roberto Coelho lembra que sofreu com a desconfiança de muita gente que duvidou da autenticidade da imagem. Por isso, quando teve oportunidade, enviou o material para análise com um especialista. “Ele disse logo que queria ver os negativos, já que se tratava de uma foto tirada em câmera analógica”, recorda o médico. “Peguei os negativos, mostrei, e depois da análise ele concluiu que aquela foto nunca poderia ter sido manipulada.

Nosso registro era verdadeiro”.

Quando lembra do que aconteceu naquele dia, Roberto Coelho ainda se espanta, com os olhos arregalados. E mesmo tanto tempo depois, os detalhes do estranho objeto continuam vivos na sua memória. “Havia um compartimento superior que brilhava, girando muito rápido, com várias janelinhas”, recorda-se. “Por um momento, ele ficou parado no céu, foi aumentando de tamanho, depois sumiu. Nunca vi nada parecido em toda a minha vida”, conta.

Tanto tempo estudando relatos de avistamentos, junto com outros ufólogos, deu a Roberto Coelho um volumoso arquivo de casos para relembrar. O grupo de que ele participava, o primeiro do tipo em Alagoas, acabou se desfazendo com a morte de alguns integrantes. Mas o material que conservaram e reuniram por anos permanece nas mãos do médico. (G.L.)

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IMPACTO PROFUNDO

“Caça” à lagosta flagra irregularidades Pescado foi apreendido por fiscais do Ibama em várias cidades alagoanas; operação deve durar até o fim do mês Lula Castello Branco

Thiago Gomes Repórter

Uma semana inteira de fiscalização em pontos comerciais e colônias de pescadores espalhados pelo litoral de Alagoas resultou na apreensão de quase 200 quilos de lagosta, 66 quilos de camarão e no recolhimento de equipamentos utilizados na pesca predatória e na comercialização dos crustáceos. Esse é o saldo, ainda parcial – com números referentes à última sexta-feira – da terceira etapa da operação Impacto Profundo, desencadeada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos renováveis (Ibama) e pelas polícias ambientais de Pernambuco e da Paraíba para combater a pesca predatória no período de reprodução das espécies – o conhecido defeso.

As equipes ambientais visitam, desde a última segundafeira, bares, restaurantes, balanças de pescados e pequenos pontos da capital e também do interior onde são vendidas lagostas. A proposta é averiguar se a cadeia produti-

Lagosta pescada durante defeso

va tem se adequado aos padrões recomendados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e também pelo Ministério do Meio Ambiente para captura do pescado.

Assim como acontece em todas as unidades da federação, as irregularidades são costumeiras, mas os fiscais estão sempre de olho, impondo as regras e ressaltando as penali-

dades para os comerciantes que desrespeitarem as normas.

Em Alagoas, os agentes ambientais encontraram volumes de crustáceos sendo comercializados fora dos parâmetros de tamanho, de tempo e de metodologia de captura.

Como sinais destas irregularidades, os fiscais apreenderam 180 kg de lagosta, a maioria em Maceió, na balança de pescados de Jaraguá e no Mercado Público da Produção, no bairro da Levada. Nestes locais, foram recolhidos 147 kg do crustáceo que estava sendo comercializado irregularmente.

A ilegalidade também foi detectada em estabelecimentos comerciais nos litorais Sul e Norte do Estado. Em pequenos quiosques e em restaurantes, os proprietários vendiam lagostas sem a declaração obrigatória do estoque, que deveria ter sido feita até o dia 7 de dezembro do ano passado, bem no início do defeso. Como a pesca fica proibida em território nacional por um intervalo de cinco meses, o pescado era armazenado e comercializado até que durasse o estoque.

Fiscalização dura até final do mês Os agentes ambientais seguiram uma rotina de visitações aos locais onde se havia denúncias de irregularidades.

Ao todo, foram mais de 70 estabelecimentos fiscalizados.

Conforme a demanda de informações que chegavam, eles se dirigiram para os estabelecimentos e fizeram a vistoria.

Além de Maceió, os policiais estiveram em Marechal Deodoro , na Praia do Francês, e nos municípios de Japaratinga e Maragogi, onde a venda de lagostas é comum.

Até a última sexta-feira, somente na capital, na Praia do Francês e em Japaratinga aconteceram apreensões. Os agentes inspecionaram, pelo menos, 10 restaurantes, quatro pontos de desembarque de pescados e 15 quiosques.

Na cidade de Japaratinga, foram apreendidos 33 kg de la-

gosta em um restaurante localizado bem no centro da cidade. O animal estava armazenado de forma regular, mas o proprietário não dispunha da declaração de estoque naquele momento, o que configura irregularidade.

Na Praia do Francês, três quilos do crustáceo foram recolhidos pelos policiais em bar que fica de frente para o mar. O mesmo problema com a venda irregular foi atestado e o material foi cedido para uma instituição de caridade em Marechal Deodoro.

Do município de Maragogi, até a cidade de São José da Coroa Grade, a primeira de Pernambuco, os agentes não encontraram irregularidades. “Visitamos os estabelecimentos comerciais que recebemos a denúncia, averiguamos as condições e conversamos com os pro-

prietários. Como tudo estava em ordem, partimos para outra missão”, revelou o coordenador da operação Impacto Profundo 3, agente federal Jaime Pereira.

Ele explicou que as equipes ainda continuam trabalhando, pelo menos, até o final deste mês em Pernambuco, Alagoas e Paraíba. “Há grupos fiscalizando o litoral nordestino inteiro”, explicou, afirmando que a ação também alcança o estado do Espírito Santo.

“Esta é a segunda vez que estamos em Alagoas e, assim como da primeira vez, encontramos irregularidades na comercialização das lagostas. O que desejamos é intensificar esta fiscalização para que a cadeia produtiva se adeque aos padrões estabelecidos pelos Ministérios da Pesca e do Meio Ambiente”, informou. (T.G.)

Captura tem armadilha específica A pesca da lagosta, segun- Diário Oficial da União, interdo determinação do Ibama, so- rompe a proibição da pesca de mente pode ser feita com o uso lagostas vermelha (Panulirus do covo, um tipo de gaiola. No argus) e verde (Panulirus laeentanto, entre os pescadores vicauda), nas águas sob jurishá muita resistência quanto a dição brasileira, excepcionalesta metodologia. Eles recla- mente para este ano de 2010, mam que o material é inviável ficando permitida a largada devido ao alto custo e a dura- das embarcações devidamenbilidade curta, de apenas três te autorizadas para a pesca meses. destas lagostas, a partir de zero Esta forma de pesca foi hora do dia seguinte à sua pudecidida pelo Governo Fede- blicação. ral depois de ampla discusO defeso da pesca das lasão com o Comitê de Gestão gostas vermelha e Sustentável da Lagosta, comverde foi instituído posta pelo Ministério pela IN do Ibama da Pesca, Ibama e nº 206/2008, que representante da proíbe, no período categoria. E que de 1º de dezembro em alguns Estados, a 31 de maio de Pescadores como é o caso do cada ano, nas águas reclamam Ceará, a pesca já se sob jurisdição braadaptou a mudansileira a pesca desque ça. tas espécies. Tamcovo É proibido usar bém determina esta é caro e rede caçoeira, comIN que o desembarpressor, maramque das referidas dura pouco baia, pescar lagosta espécies somente vermelha com meserá tolerado até o nos de 13 cm de dia 30 de novembro cauda e lagosta verde cada ano, data em de com cauda meque as embarcações deverão nor do que 11 cm. retornar da faina pesqueira, A penalidade prevista na Lei com todos os covos conduzidos Crimes Ambientais é a de- dos em sua última saída. tenção de um a três anos e Dando ainda o prazo de três multa que varia entre R$ 700 dias, após esta data, para que a R$ 100 mil, com acréscimo de o produto da última pesca da R$ 10 por quilograma pescado. lagosta seja encaminhado até os frigoríficos e empresas proDEFESO - A Instrução cessadoras legalmente constiNormativa Interministerial nº tuídas.

6/2010, do Ministério da Pesca No entanto, por pressão e Aquicultura e do Ministério dos comerciantes, o Ibama ando Meio Ambiente, publicada tecipou o fim do defeso para nesta quarta-feira (19/05) no o dia 20 de maio. (T.G.)

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Secretaria de Educação já tem maquetes de alguns Centros de Educação Profissionalizante

Um novo caminho para o saber em AL Projeto a ser implantado no Estado vai incrementar a Educação e investir em melhorias para alunos e professores Valdete Calheiros Repórter

Alagoas está no caminho certo na luta por uma educação de qualidade. A afirmação é do representante do Ministério da Educação, Laudo Bernardes, mobilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), para acompanhar o processo de implantação e desenvolvimento do Programa Geração Saber no Estado.

O secretário de Estado da Educação e do Esporte, Rogério Teófilo, está bastante

confiante no rumo que as coisas têm tomado no Estado.

“Alagoas passa por uma importante mudança na educação. O Projeto Geração Saber simboliza a quebra de paradigmas. A visão de que o aluno é o personagem central no processo da educação é a aposta mais acertada que o governo pode ter. O Geração Saber está reformulando o modo de educar no Estado”, afirmou Rogério Teófilo.

Ele diz que a realidade educacional está mudando em Alagoas graças à parceria assumida entre o governador

Cursos técnicos em diversas áreas são parte do projeto para a Educação

Teotonio Vilela Filho, o prefeito de Maceió, Cícero Almeida e as secretarias de Estado e do Município de Educação.

Rogério Teófilo disse que a educação não pode ser vista como um problema só do governo do Estado. Segundo ele, 90% dos alunos de Alagoas são da rede pública e desses, 70% são da rede municipal de ensino de Alagoas.

“O governo de Alagoas está fazendo sua parte.

Somente neste ano de 2010, absorvemos 50 mil novos alunos na rede estadual de

ensino. Alagoas está voltada para a educação. No ano em que comemoramos o centenário do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, o governo do Estado retomou o processo educacional. Temos consciência de que ainda há muito a fazer pela educação pública, ao mesmo tempo em que sabemos que a mudança depende do empenho e até sacrifício de todos os atores envolvidos no processo. Pais, alunos, professores, gestores e conselho escolar. Todos juntos irão soerguer a educação em Alagoas”, considerou.

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“Piso é um dos melhores do País” Rogério Teófilo afirma que o piso pago aos professores está entre os 10 melhores do País. Ele confirmou que as reivindicações da categoria são justas e serão, gradativamente, compensadas. “O Geração Saber nos proporcionou um diagnóstico completo do sistema educacional em Alagoas.

Temos o mapa e estamos caminhando pelo lugar certo. É um processo longo, mas com um final certo, o da educação de qualidade. Daremos aos alunos da rede pública de Alagoas a educação que eles

merecem”, garantiu.

Parte desse processo, o Geração Saber já é uma realidade em Alagoas. O projeto tem o desafio de mudar a realidade educacional de Alagoas, melhorando a qualidade da aprendizagem dos alunos da educação básica da rede pública e revertendo os indicadores educacionais do Estado.

Para garantir as mudanças, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte trabalha com cinco principais linhas de ação: políticas educacionais, organização da estrutura e fun-

cionamento da Secretaria, tecnologia da informação e da comunicação na educação, regime de colaboração entre Estado e municípios e melhorias das condições da rede escolar.

O projeto foi desenvolvido por cerca de 250 técnicos da Secretaria da Educação, em uma iniciativa do governo do Estado que, por meio do financiamento do governo federal e apoio técnico do Pnud está mudando a realidade da Educação em Alagoas.

O Geração Saber foi ini-

ciado desde o segundo semestre de 2008 e visa qualificar o desempenho funcional da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte e de todo o sistema educacional do Estado, através de um grande programa de ações para cumprir as metas do Pacto pela Educação. É através do programa inovador que o governo irá efetivar as diretrizes do Pacto pela Educação. Graças a ele, os professores iniciaram capacitações que envolvem a conclusão do ensino superior. (V.C.)

Projeto prevê criação de 12 centros profissionalizantes Teófilo afirma que Alagoas está traçando o melhor para Educação

MEC vai investir R$ 200 milhões Para colocar o Projeto Geração Saber em prática, o governo do Estado tem o apoio do Ministério da Educação (MEC), que já reservou R$ 200 milhões para serem investidos em Alagoas nos próximos 18 meses.

Do total, cerca de R$ 8 milhões devem ser alocados para a alfabetização, que deve beneficiar 100 mil alunos. A periferia vai contar com novas 5 mil vagas, por meio de R$ 8,2 milhões de investimento.

Estão previstas também a reforma e a ampliação de 105 escolas, o que vai custar quase R$ 30 milhões.

Além dos recursos do MEC, o governo do Estado fez um empréstimo de R$ 25 milhões com o Banco Internacional para serem aplicados na construção e reforma de centros esportivos, adiantou o secretário Rogério Teófilo.

Ele comentou sobre a mais recente ação do governo do Estado em prol da melhoria do corpo técnico da educação. “O Diário Oficial da última sexta-feira traz publicado o projeto de lei que altera a lei estadual nº 6.907, que dispõe sobre a carreira

Stella: parceria com o Sistema S

dos profissionais da educação. Segundo a nova redação, os integrantes da carreira dos profissionais da educação lotados em unidade escolar considerada de difícil acesso perceberão, sem prejuízo do subsídio do cargo de provimento efetivo, gratificação de R$ 100, que será atribuída por ato do secretário. O projeto de lei foi encaminhado à Assembleia Legislativa, onde será apreciado. Esse pleito é bastante antigo e está prestes a ser concretizado”, comemorou, antecipadamente, o secretário. (V.C.)

O representante do Ministério da Educação, Laudo Bernardes, é um dos mais crédulos em relação ao Projeto. “Costumo dizer que o Geração Saber tem tudo e está dando certo porque foi criado por alagoanos para desenvolver a educação no próprio Estado”, afirmou.

Além de educar, o programa irá profissionalizar os alagoanos. Até 2016, haverá, no Estado, 12 Centros Estaduais de Educação Profissionalizante.

Haverá Centro Estadual de Educação Profissionalizante nos municípios de Pilar, Arapiraca (serão construídos dois), Viçosa, Santana do Ipanema, Teotônio Vilela e Palmeira dos Índios. Além disso, algumas escolas de Maceió serão reformadas para esse fim. É o caso das escolas José Correia Titara, Benedita de Castro Lima e Escola Técnica de Saúde Valéria Hora.

As unidades serão construídas ou reformadas de modo a atender a todo o Estado. A meta da Secretaria da Educação é capacitar com cursos profissionalizantes aproximadamente 5 mil alunos depois que todos os Centros Estaduais de Educação Profissionalizante estiverem em pleno funcionamento.

A supervisora de Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria de Estado da

Educação e do Esporte, Stella Lima de Albuquerque, lembrou que o último Centro Estadual de Educação Profissionalizante foi entregue à população no último dia 16, em Coruripe. “O próximo a ser inaugurado está localizado na Colina dos Eucaliptos, em Maceió. A entrega a população irá acontecer em julho”, adiantou.

Os Centros Estaduais de Educação Profissionalizante irão funcionar, em Alagoas, em parceria com o Sistema S. Para Rogério Teófilo, a melhoria da qualidade do ensino é condição indispensável para ampliar a oferta de educação profissional tecnológica, técnica de nível médio e de formação inicial e continuada.

Os Centros Estaduais de Educação Profissionalizante irão ofertar diversos tipos de cursos. A oferta irá atender a vocação natural de cada município. Haverá cursos de técnicos de enfermagem, administração, comércio, segurança do trabalho, secretaria

Laudo Bernardes: fé do projeto

escolar, transações imobiliárias, serviços de condomínio, informática, biocombustíveis, agronegócio, manutenção e suporte em informática, meio ambiente, eletroeletrônica, reciclagem, design de móveis, agente comunitário de saúde, imagem pessoal, hospedagem, lazer,

cozinha, cooperativismo, mecânica, eletrotécnica, eletromecânica, manutenção automotiva, eletromecânica, processamento de pescado, design de embalagem, apicultura, agroecologia, biblioteconomia, fruticultura, petroquímica, plásticos, análises químicas, análises clínicas e saúde bucal.

Os cursos são gratuitos e serão ofertados durante os três horários. O tempo de duração do curso varia de um ano a um ano e meio. Haverá 30 alunos em cada sala de aula.

Segundo a supervisora de Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria da Educação, Stella Lima de Albuquerque, os Centros Educacionais começam a despontar no cenário alagoano para oferecer capacitação profissional para atender ao desenvolvimento do Estado.

“Alagoas está crescendo na área da indústria com a instalação de vários empreendimentos”, diz. (V.C.)

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Eduardo Almeida

“Léo”, 19 anos, deixou a casa dos pais aos 13 e, desde então, vive pelas ruas de Porto Calvo.

Zona para a prostituição infanto-juvenil Crianças e adolescentes invadem as ruas de cidades do Litoral Norte de Alagoas para se prostituírem Eduardo Almeida Repórter

PORTO CALVO – Sempre aos fins de tarde, “Léo”, como gosta de ser chamada, deixa o casebre em que mora, no povoado Manganzala, em Porto Calvo, para percorrer bares da cidade à procura de companhias masculinas. Avida noturna que teve início aos 13 anos de idade, quando a então menina fugiu de casa, já lhe rendeu frutos: uma gravidez aos 14 e algumas doenças sexualmente transmissíveis, que só foram curadas após meses de tratamento. Revoltada com a própria família, ela garante que não vê alternativas para deixar o “único mundo que a acolheu”.

As roupas provocantes denunciam as intenções da jovem, e são complementadas pela forte maquiagem e pelo perfume que exala o cheiro da perversão. Hoje, aos 19 anos, ela relata suas experiências com a tranquilidade de quem não vê mais perspectivas na profissão que escolheu.

“Léo” garante que foi ultrapassada pelas gerações que a suced-

eram. Por meninas de 14, 15 e 16 anos que se vendem em troca de dinheiro, seja para manter uma vida de ilusões ou pela simples falta de oportunidade. Por meninas que esqueceram de ser crianças para se tornar mulheres.

Como só estudou até a sexta série do ensino fundamental, a “profissão dos sonhos” – aparentemente comum a maioria das pessoas – nunca bateu em sua porta. Os esforços para se tornar assistente administrativo esbarraram na falta de oportunidades, o que, segundo a jovem, contribuiu para que nunca deixasse as ruas de Porto Calvo. Um município pequeno em dimensões e em número de habitantes, localizado no Litoral Norte de Alagoas, mas que enfrenta um problema que se arrasta por décadas e ganha força com a falta de políticas públicas eficazes: a prostituição infanto-juvenil.

Um estudo elaborado pelo Ministério da Justiça revela que a prostituição infanto-juvenil está presente em 16,88% dos municípios brasileiros. A situação é ainda mais grave no Nordeste,

onde 32% das cidades registram Criança e do Adolescente (ECA) casos de exploração de jovens, é aplicado no País está inadeseguido pelo Sudeste, com quada.

25,7%, e pelas regiões Sul e CenEm Alagoas, ainda não há tro-Oeste, com 17,3% e 13,6% re- um relatório oficial sobre a spectivamente. As cidades lito- prostituição envolvendo jorâneas que têm população esti- vens. Segundo a Secretaria da mada entre 20 e 100 mil habi- Mulher, Cidadania e Direitos tantes são as que acumulam os Humanos, cabe ao maiores índices de prostituConselho de Proteção ição, devido a baixa à Criança e ao renda da população e a Adolescente o papel exploração turística. de mapear as princiConforme relatório Estatísticas pais áreas de exploapontam ração sexual de adoemitido pela Organização das Nações Unidas 940 casos lescentes. No entanto, (ONU), o Brasil tem ato Conselho atribui a ualmente entre 100 e 500 de abuso responsabilidade aos mil adolescentes viven- nos últimos conselhos tutelares de do da prostituição, dis- quatro anos cada município, que tribuídas em 241 rotas de deveriam notificar e tráfico de menores e mulencaminhar para a heres. Deste número, Justiça os casos de abuso.

11,5% são agenciadas Procurados pela reportagem pela própria família, que marca de O Jornal, apenas o presiencontros e lucram com a ex- dente do Conselho Tutelar de ploração sexual das adolescentes. Matriz de Camaragibe soube Preocupada com esta situação, a precisar números.

ONU sugeriu mudanças no Naquele município, foram Judiciário e nas polícias bra- registrados 84 casos de abuso, sileiras. Para a Organização, a entre aliciamento de menores, forma como o Estatuto da prostituição infanto-juvenil, ex-

ploração sexual em bares e abuso sexual propriamente dito. Em Porto Calvo, onde adolescentes utilizam o centro da cidade como zona para a prostituição, não há informações precisas sobre o número de casos registrados em 2009. O Conselho Tutelar alega que os dados se perderam durante a mudança de gestão e que até abril de 2010 apenas três registros foram feitos. A situação também se repete em Japaratinga e Maragogi, que se enquadram no perfil traçado pelo Ministério da Justiça.

Ainda de acordo com a Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Alagoas registrou 940 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes nos últimos quatro anos. O mesmo relatório aponta 606 notificações por exploração sexual infanto-juvenil. Dados mais gerais, revelam que 39 mil jovens sofreram algum tipo de violência – seja ela sexual ou não – entre o segundo semestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009. Os

números incluem não só casos de abusos ou exploração, mas registros de assassinatos e envolvimento com o tráfico de drogas.

ECA – O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê o crime de exploração sexual de menores no artigo 244. A exploração engloba o abuso sexual e consiste no tipo de violência que possui fins comerciais e, comumente, tem como intermediador um aliciador. A pena prevista para quem for pego cometendo esse tipo de delito varia entre quatro e dez anos de detenção mais multa.

O Código Penal Brasileiro também aborda o tema. Ele estabelece que há “violência presumida” mesmo quando a criança ou o adolescente consente, mas tem menos de 14 anos. Essa prática é considerada como crime de estupro ou atentado violento ao pudor, pois em razão da idade a lei presume que ela não tinha maturidade ou consciência suficiente para tal consentimento.

Bares e “espetinhos” funcionam como ponto de encontro em Porto Calvo PORTO CALVO – Quem pensa que as zonas de prostituição encontram-se na periferia da cidade, engana-se. Em Porto Calvo, os bares e “espetinhos” do Centro são utilizados por crianças e adolescentes como pontos de encontro. A área se tornou tão conhecida como zona de prostituição que

o Conselho Municipal de Segurança decidiu implantar câmeras de segurança no local e o Conselho Tutelar da cidade ingressou na Justiça para determinar horários de funcionamento para os estabelecimentos.

“O Conselho Tutelar recebeu denúncias e tem conheci-

mento de que os bares e ‘espetinhos’ do Centro funcionam como ponto de prostituição.

Por isso, já estamos adotando as medidas cabíveis. Ingressamos na Justiça Comum para determinar horários de funcionamento. Mas também não podemos esquecer que outras locais, na periferia da cidade”,

relatou o conselheiro João Fonseca, de Porto Calvo.

Conforme o conselheiro, a área com maior índice de prostituição infanto-juvenil no município é o povoado Manganzala. Para combater os números, o Conselho Tutelar desenvolve atividades educativas alertando sobre os riscos que

as adolescentes correm e pedindo que a população denuncie. “Nos reunimos não só com as adolescentes, mas com os pais e professores, para que desenvolvam um trabalho de conscientização”.

Sobre o monitoramento com câmeras no centro de Porto Calvo, o promotor de

Justiça Sérgio Simões informou que a decisão do Conselho de Segurança do município visa não apenas coibir a prostituição infanto-juvenil, como também evitar assaltos e furtos na área.

A medida ainda não tem data definida para entrar em vigor.

(E.A.) (Continua na página A22)

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Adolescentes relatam as dificuldades enfrentadas na vida noturna Fotos: Eduardo Almeida

PORTO CALVO – A rotina de “Léo”, 19, mudou aos 13 anos, quando a adolescente decidiu deixar a casa dos pais, no povoado Manganzala, para se prostituir pelas ruas de Porto Calvo. A pobreza e a esperança de uma vida melhor a conduziram para um caminho sem volta. Aos 14 veio a gravidez, acompanhada do abandono e de algumas doenças sexualmente transmissíveis. Aos 15, ela se viu obrigada a viajar para Belém/PA, na tentativa de fugir do estigma da profissão que adotou.

“Vivia em um ambiente de pobreza, sem condições de alimentação e de higiene. Passei muita necessidade antes de entrar nesse mundo, que também não é fácil. Mas foi o caminho que decidi seguir. Não me arrependo das escolhas que eu fiz, mesmo sabendo que algumas não foram certas. A gente tem que responder pelas nossas atitudes e apenas escolhi o que achei melhor. Aquele era o melhor caminho, ou pelo menos o mais fácil no momento”, relata “Léo” sobre o início da vida na prostituição.

“Léo” explica que ao longo dos seis anos em que trabalha pelas ruas de Porto Calvo já se deparou com algumas situações inusitadas, como ser rejeitada por clientes durante o pro-

grama, e outras perigosas, que envolveram agressões. “Nós nunca sabemos com que vamos nos deparar. Saímos com caminhoneiros, que também não tem muita educação, mas saímos com pessoas mais educadas, que estão de passagem pela cidade. Um programa pode nos reservar muitas surpresas e temos que estar preparadas”. Mas nem o perigo foi suficiente para que ela deixasse a prostituição.

“Iniciante”, como ela gosta de se intitular, a adolescente E.M.S., 14 anos, prefere ser chamada de “Fia”. A garota conta que ingressou no mundo da prostituição após ser molestada pelo padrasto quando ela tinha apenas doze aos.

Antes de ganhar as ruas de Porto Calvo, viveu durante alguns meses com um homem 31 anos mais velho que ela.

Para superar as dificuldades que encontra, ela diz que busca inspiração em “Léo” – a amiga com quem também divide clientes.

“Os abusos que meu padrasto cometia foram o principal motivo para que saísse de casa.

Primeiro, eu tinha medo do que ele poderia fazer comigo se eu falasse o que estava acontecendo.

Depois, quando criei coragem, minha mãe não acreditou em mim. Então decidi fugir de casa

MPE diz que falta apoio da população JAPARATINGA – Apesar da, com a chegada de turistas, das campanhas de combate à aumentam as denúncias sobre exploração sexual de crianças casos de exploração sexual ene adolescentes desenvolvidas volvendo jovens. Mas, além nacionalmente, falta apoio da das denúncias tardias, nem população. É o que garante a sempre as investigações terpromotora de Justiça Francisca minam em tempo hábil, o que Paula de Santana, represen- dificulta a punição dos culpatante do Ministério Público dos. O MPE tem acompanhaEstadual (MPE) em Maragogi do a atuação dos conselhos e e Japaratinga. Para a promoto- tem intensificado os trabalhos ra, as denúncias feitas pelo de combate”, observa FranDisk 100 poderiam coibir esse cisca Paula Santana, acrescentipo de crime e evitar que mais tando que caixas de denúncias adolescentes passassem a se poderiam auxiliar no combaprostituir no Litoral Norte e te à exploração de crianças e em outras regiões do Estado. adolescentes.

“As campanhas estão aí e A falta de apoio rea população é alertada todo latada pelo MPE é condia sobre a necessidafirmada pelos consede de denunciar os lhos tutelares. De acorcasos de exploração sedo com o presidente xual envolvendo medo Conselho de Matriz nores, mas, infeliz- Denúncias de Camaragibe, Geremente, isso não acon- poderiam mauro dos Santos, o tece. As denúncias che- auxiliar no trabalho do órgão pogam ao Ministério Púser mais eficaz se combate à deria blico Estadual semacontasse com a particinas e até meses depois exploração pação da sociedade. que aconteceram, o “Os casos existem e que dificulta a prisão precisam ser denunciade quem comete este dos. Só o trabalho do tipo de crime. EnConselho não é suficiente, a quanto a sociedade continuar participação dos moradores é calada, nada vai mudar. Para fundamental. Temos que comisso existe o Disk 100, que per- bater esses crimes por todos mite denúncias anônimas”, os lados, fechar o cerco contra informa a promotora. quem explora crianças e adoSantana revela que a alta lescentes”. temporada é o período no qual Outro problema relatado o MPE e os conselhos tutela- por Geremauro é a falta de res mais recebe denúncias testemunhas para este tipo de sobre casos de abuso sexual. crime. Segundo ele, além de Segundo ela, turistas de ou- não denunciar, a população tros estados e até de fora do se nega a testemunhar nos país utilizam os hotéis e pou- casos notificados pelo Consadas da região como ponto selho Tutelar. “Apesar de copara a prostituição, o que tam- brar ações efetivas de combém dificulta a punição dos bate, a sociedade se nega a culpados. Nesse trabalho de testemunhar sobre esse tipo combate, o MPE conta com o de crime. Sem testemunhas apoio da Polícia Militar e da não temos como comprovar Polícia Civil. Os conselhos tu- que o acusado cometeu o detelares e as secretarias de lito e o ciclo se repete. Não Assistência Social são aponta- basta cobrar, tem que particidos como referência. par para que haja redução dos “Durante a alta tempora- abusos”. (E.A.)

“Léo” e “Fia” revelam que começaram a se prostituir, respectivamente, aos 13 e 14 anos em Porto Calvo

na primeira oportunidade que aparecesse. Foi o que aconteceu, ‘me casei’ com uma pessoa 31 anos mais velho do que eu. Na verdade, o casamento foi um refúgio para mim”, revela a adolescente.

O casamento visto como refúgio logo ruiu, durou apenas quatro meses, segundo “Fia”.

Ela explica que a diferença de idade foi um dos principais motivos para o fim da união. Sem marido e sem casa, “Fia” decidiu ganhar as ruas de Porto Calvo.

“Não tinha alternativa. Não podia voltar para casa, por conta do meu padrasto e não tinha mais marido. Também não estudei, nem terminei o ensino fun-

damental. Foi o caminho que encontrei: a prostituição. Ainda estou começando, mas já vi que não é nada fácil”.

Companheira de “Léo” e “Fia”, M.C.S., conhecida como “Cicinha”, 15 anos, conta que a pobreza foi a responsável por fazê-la entrar no mundo da prostituição. “Eu passava fome em

casa e vi que podia melhorar de vida me prostituindo, a explicação é essa”. Mas, segundo “Cicinha”, não há um valor fixo cobrado pelo programa. “Nós olhamos o quanto o cliente pode nos pagar. Além de bebidas e do local aonde vamos, ele pode pagar entre R$ 30 e R$ 100. Mas nem todos pagam isso”.

Apesar de afirmar que passou a se prostituir para melhorar de vida, “Cicinha” reconhece que não houve grandes mudanças em sua rotina. “Hoje eu não passo mais nenhuma necessidade, tenho o que comer e como me vestir, mas as coisas não mudaram muito. O que mudou mesmo foi a liberdade que hoje eu tenho”. Aadolescente confessa que a liberdade a que se refere está associada ao consumo de bebidas alcoólicas e até ao acesso a drogas ilícitas, como maconha e crack.

“Depois que passei a me prostituir tive acesso a tudo o que você imaginar, da cerveja ao whisky, do cigarro comum ao crack. Não falta quem nos ofereça esse tipo de coisa. Agora a gente tem que saber que usar esse tipo de coisa pode prejudicar a gente mesmo. Já pensou se durante um programa a gente fica inconsciente? Temos que ter cabeça para saber que isso é errado”, completa a adolescente. (E.A.)

Conselhos tutelares funcionam sem estrutura MATRIZ DE CAMARAGIBE – Se falta consciência por parte da população, que não denuncia os casos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes, também falta estrutura nos conselhos tutelares do interior do Estado. Dependentes dos recursos fornecidos pelas administrações municipais, muitos funcionam de forma precária, sem veículos para realizar rondas e sem aparelhos telefônicos – o que, segundo os próprios conselheiros, dificulta a ação de combate a crimes como a prostituição infanto-juvenil.

“O Conselho Tutelar recebe denúncias diariamente, mas nem sempre tem como averiguar esses casos. Falta estrutura física. Falta apoio do poder público, que ainda não acordou para a gravidade dos problemas envolvendo nossos jovens. São muitas as adolescentes que frequentam bares na periferia da cidade para se prostituir. Apenas o trabalho ostensivo surtiria efeito em curto prazo”, explicou Geremauro dos Santos, 25 anos, presidente do Conselho Tutelar de Matriz de Camaragibe há três anos.

Conforme Geramauro dos Santos, entre setembro do ano passado e março deste ano, o Conselho desenvolveu um trabalho conjunto com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, com a Guarda Municipal e com o juiz da cidade, Igor Vieira. A parceria consistiu em um “toque de acolher” a partir das 21h, no qual as crianças e adolescentes que eram encontradas desacompanhadas pelas ruas de Matriz de Camaragibe eram recolhidas e levadas até suas residências, onde os pais eram notificados pelo Conselho.

“Durante o período em que vigorou a portaria, houve a diminuição no número de crianças encontradas nas ruas da cidade, o que também implicou na redu-

Conselheiros afirmam que ações de combate à exploração sexual jovens esbarrou na falta de estrutura

ção dos casos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes. Se comparáramos os números dos três primeiros meses do ano passado com o mesmo período deste ano, observamos que a redução foi drástica: 20 em 2009 para 3 este ano. Porém, com o fim da portaria, tudo voltou ao normal, já que os jovens não temem punições”, disse Geremauro dos Santos.

O conselheiro Ildo Lins, 31 anos, lembra que a exploração sexual de crianças e adolescentes acarreta outros crimes, como a venda de bebidas alcoólicas e de cigarros a menores e pode levar até à morte. “O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é desrespeitado a todo instante. Não só quem sai com adolescentes está cometendo um crime, mas quem vende bebidas e cigarros está contribuindo para que o ciclo continue. A exploração também pode implicar em

algo mais grave, que seria o extremo. Ainda são poucos os casos de morte associação à exploração, mas eles existem”, observou.

A falta de estrutura se repete no Conselho Tutelar de Porto Calvo, município que já foi palco de um escândalo que ganhou proporção nacional, em 1999, depois que um esquema de exploração sexual de crianças e adolescentes foi descoberto. O conselheiro João Fonseca explica que o órgão desenvolve um trabalho educativo de prevenção, por meio de palestras nas escolas da rede pública da cidade, a fim de minimizar as carências enfrentadas pela falta de apoio do poder público.

“Todos os conselhos enfrentam problemas, isso não é algo exclusivo de Porto Calvo. Mas nós temos que aprender a trabalhar com as deficiências e criar alternativas, como as pa-

lestras nas escolas e todo o trabalho preventivo. O Conselho também conta com o apoio da Secretaria de Assistência Social e do Conselho Regional Especializado de Assistência Social, o Creas. Sem essa parceria, ficaria inviável desempenhar nossa função como deveríamos, prestando assistência”, informou João Fonseca.

Em Porto Calvo, a falta de estrutura se associa à desorganização. O Conselho Tutelar do município não possui um arquivo com dados estatísticos sobre os casos de violência envolvendo crianças e adolescentes. Os conselheiros alegam que a mudança na gestão do órgão acarretou na perda. “Como assumimos no início do ano, os dados anteriores ficaram com os antigos membros do Conselho. Infelizmente, não temos como apresentar estatísticas”, revelou o conselheiro João Fonseca. (E.A.)

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Arapiraca

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Procuram-se profissionais qualificados Chegada de novas indústrias em Arapiraca exige do mercado de trabalho cada vez mais especialização Fotos: Carolina Sanches

Carolina Sanches Repórter

ARAPIRACA – Os efeitos do crescimento do município de Arapiraca e região, nos últimos anos, já estão sendo sentidos, especialmente na questão relativa à mão-de-obra.

Com a perspectiva de chegada de novas indústrias e a expansão da atividade da construção civil a necessidade de pessoas qualificadas se tornou ainda maior.

Para suprir a carência existente e a que está por vir, entidades e poder público se mobilizam a fim de garantir mãode-obra capaz de atender as necessidades dos investidores.

O objetivo é que a maior parte do quadro de funcionários das indústrias seja da região.

Uma das empresas que anunciou a preocupação com a falta de profissionais qualificados foi a mineradora Vale Verde que já demonstrou a preocupação com a carência de profissionais qualificados para ocuparem as vagas que serão ofertadas quando a em-

Carlos Bertoni explica que a Vale Verde está preocupada com a contratação de mão-de-obra qualificada

presa começar a se instalar na região.

Mineração Vale Verde, em-

presa ligada a canadense Aura Minerals, mantêm escritório na região de Serrote da Laje,

município de Craíbas, com licença para exploração mineral. A mineradora continua

Projetos capacitam jovens no Agreste A Prefeitura Municipal, em parceria com empresas privadas, tem realizado projetos que incentivam a qualificação profissional de jovens em Arapiraca.

Dentre os projetos existe o Motiva Ação da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços.

O projeto tem o objetivo de qualificar os jovens de comunidades rurais do município para que conquistem o primeiro emprego. Para isso, eles são capacitados através de cursos numa parceria com o Senac, obtendo assim mais conhecimentos e se qualificando fazendo com que se transformem em profissionais aptos a desenvolverem as atividades que escolheram para atuar, dentro dos padrões exigidos pelo mercado de trabalho.

“O projeto já conseguiu que muitos jovens ingressassem no mercado de trabalho, promovendo a inserção sócio-econômica dos mesmos e possibilitando as empresas a contratar jovens qualificados e com grande potencial”, destacou a diretora administrativa da Secretaria, Dayana Ferreira.

A diretora informou que, no último mês de março, foi concluído o projeto Pró-Jovem Trabalhador, que realizou a capacitação de 1.500 jovens em diversos segmentos como educação, beleza, mecânica, entre outros. “Parte desses jovens já estão empregados e isso mostra como é importante que sejam realizados projetos que incentivem a capacitação das pessoas”, expôs.

Dayana disse que além dos projetos, a Prefeitura Municipal disponibiliza alguns cursos para comunidades carentes em parceria com o Senac e Senai. “Estamos atentos a demanda que esta surgindo para dar oportunidade das pessoas se inserirem no mercado de trabalho”, afirmou.

com os estudos na área e, antes “Nosso objetivo é garantir emmesmo de entrar em fase de prego para aqueles que se adeconstrução e operação, já quarem ao nosso plano de tragerou 77 empregos diretos. A balho. Deveremos trazer gente previsão para os próximos de fora, mas essas pessoas são anos é de geração de 2 mil em- técnicos especializados que já pregos durante a instalação. trabalham no ramo da mineraOs investimentos previstos ção há vários anos. O que nós chegam a R$ 1 bilhão. queremos é formar novos proQuando entrar em produfissionais aproveitando a ção, em 2012, aproximadamão-de-obra local, o que mente 700 pessoas conjá foi acordado com o tinuarão com seus emInstituto do Meio Ampregos diretos. Isso sem biente”, explicou o precitar os trabalhadores e Empresas sidente. prestadores de serviços demonstram Bertoni disse que já envolvidos indiretafoi enviado às Secrepreocupação tarias de Educação dos mente com a mineração com a e os benefícios com os municípios próximos altos investimentos, tria Arapiraca e Craíbas falta de butos retornando ao mão-de-obra um relatório com a Estado e aos municípios lista de profissionais e geração de negócios que serão necessários como hotelaria, transna obra de instalação da porte e alimentação, mineradora, prevista para coentre outros serviços. meçar no ano que vem. “IniO presidente da minerado- ciativas e projetos de capacira, Carlos Bertoni, explicou, du- tação que estão sendo realirante uma audiência Pública zados não são suficientes. que aconteceu na Câmara de Daqui para frente, a necessiVereadores de Arapiraca, que dade de mais capacitação vai a empresa esta preocupada com se dar de maneira mais a contratação dos profissionais. forte”, avalia.

Vagas estão disponíveis no Sine

Regis Jackson, presidente da Acisa destaca a importância de se investir na educação profissional

Empresas querem suprir carência A busca por uma colocação no mercado de trabalho está cada vez mais difícil, e faz necessária a busca pelo conhecimento e qualificação. Mas a escassez de profissionais promete estar com os dias contados em Arapiraca e região. Além de empresas particulares, o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) perceberam a oportunidade e estão investindo em educação e capacitação industrial.

Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária de Arapiraca (Acisa), Regis Jackson de Albuquerque Cavalcante, antes de qualquer coisa é preciso frisar muito a educação.

“Hoje todas as empresas bus-

cam um profissional qualificado, então esse profissional tem que ter uma boa educação e experiências profissionais relevantes”, afirmou.

Ele destacou que, para que a pessoa esteja apta a concorrer no mercado de trabalho, é importante estar preparada, pois a concorrência é cada vez mais forte. “As empresas procuram profissionais que tenham flexibilidade para estar trabalhando em diferentes segmentos, em diferentes indústrias. O importante é ter conhecimento suficiente para se adaptar em diversas áreas”, ressaltou Cavalcante.

Regis explicou que existe uma carência em áreas como a da construção civil e de serviços, mas que o município já inves-

te na educação em projetos como a Escola de Tempo Integral e o Motiva Ação. Ele também informou que são realizadas parcerias com o Sesi e Senai para que jovens tenham oportunidade de se capacitar.

O diretor de Gestão e Empreendedorismo da Acisa, Jofre Dias Filho, apontou três carências na região que são: A necessidade de qualificação de mão-de-obra, a falta de capacitação das pessoas que já estão empregadas e a ausência da visão de empreendedorismo.

O diretor destacou que a chegada do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (Ifal), previsto para começar a funcionar este ano em Arapiraca, vai contribuir para que a carência diminua.

Os jovens que buscam qualificação estão tendo mais oportunidade de conseguirem um emprego no interior do Estado.

A gerente do escritório do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Arapiraca, Cícera Maria de Vasconcelos Brandão, revelou que através dos cadastros no banco de dados é possível perceber que os jovens buscam qualificação para conseguir espaço no mercado de trabalho têm mais oportunidades.

A gerente explicou que o número de pessoas empregadas por intermédio do órgão tem apresentado crescimento e que diariamente são ofertadas mais de 10 vagas. São cerca de 100 contratações por mês. comentou que muitos jovens têm buscado cursos profissionalizantes para se qualificar e buscar um emprego.

O setor de vendas lidera em número de vagas. Em alguns casos as exigências são que a pessoa tenha transporte próprio e qualificação. “Os jovens estão mais conscientes da necessidade da qualificação exigida pelas empresas. Existem muitas entidades que oferecem cursos profissionalizantes em Arapiraca.”, explicou Cícera Brandão.

Quando uma empresa cadastrada no Sine abre uma

vaga para contratação, comunica ao sistema, que busca no banco de dados pessoas com o perfil exigido. “Sempre tem vaga para algum serviço.”, falou a gerente.

O Sine/Arapiraca ainda disponibiliza uma sala para que representantes das empresas realizem entrevistas de emprego. “Atradição de contratar pessoas para assumir funções sem que apresentem condições de suprir a necessidade pode estar perdendo terreno no mercado empresarial. Afunção social do Sine é de intermediar relações de contratação e reduzir o índice de desemprego. Através do Sine, a empresa vai contratar alguém qualificado”, observou Cícera.

A gerente alertou que a maior dificuldade não esta em encontrar o candidato, porque existem pessoas com bons currículos para suprir a demanda, mas a falta de um telefone para contato durante a seleção.

“Com as facilidades dos planos de telefonia móvel, a spessoas mudam o telefone rapidamente e não comunicam ao Sine. Isso tem feito com que muitos percam a oportunidade de serem chamados porque os números de telefones que contam no currículo estão desligados ou fora de área”, afirmou.

Cícera Maria revelou que muitos jovens buscam qualificação

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Em busca do etanol de segunda geração Na corrida munidal pelo novo combustível, Estado desenvolve trabalho em centro de pesquisa da Embrapa Patrycia Monteiro Repórter

O etanol brasileiro, cuja matéria-prima é a cana-de-açúcar, emite 62% menos gás carbônico que a gasolina. Aprodução do combustível no País é considerada a mais avançada tecnologicamente porque, embora o Brasil não seja o líder mundial no volume de produção, com 27 bilhões de litros por ano, consome apenas um litro de combustível fóssil no processo de transporte e de colheita para cada 9,3 litros produzidos. Por outro lado, os Estados Unidos, que são os líderes mundiais, com 40 bilhões de litros por ano produzidos a partir do milho, tem uma performance ambiental 6,6 vezes inferior à brasileira. Os americanos, que mantêm uma produção subsidiada e ineficiente, consomem 1 litro de combustível fóssil para cada 1,4 litro de etanol fabricado. E além da vantagem ambiental, o custo médio de produção do etanol de cana é de é U$ 0,28 por litro, enquanto o de milho é de U$ 0,45.

Apesar da grande competitividade que o combustível brasileiro tem hoje, os centros de pesquisas nacionais se empenham para desenvolver o chamado etanol de segunda geração. Isso ocorre em função da forte concorrência de outros países que também buscam biocombustíveis menos poluentes, como a Alemanha e a Dinamarca, além dos Estados Unidos, que estão investindo muito em pesquisa para pro-

duzir em larga escala o chamado etanol celulósico – extraído a partir da biomassa.

Uma das pesquisas nacionais de álcool de segunda geração está sendo elaborada em Alagoas pelo pesquisador Antônio Santiago, da Unidade de Execução de Pesquisas (UEP) da Embrapa, localizada em Rio Largo. O estudo, executado desde novembro do ano passado com R$ 1,7 milhão investido pela Petrobras, conta com a parceria de outros centros de pesquisas, de instituições de ensino superior e de dez agroindústrias canavieiras de sete estados.

“Atualmente a palha da cana-de-açúcar tem basicamente dois destinos nos canaviais brasileiros: a queimada e o depósito no solo para decomposição – o que representa de certa forma um desperdício de energia, considerando que a matéria-prima pode ser utilizada para produzir mais etanol, elevando ainda mais a competitividade do combustível brasileiro”, afirma. Segundo ele, para Alagoas, que não dispõe mais de áreas para expandir o cultivo, a pesquisa é tão relevante quanto os investimentos em novas variedades de cana-deaçúcar e irrigação, porque pode promover o crescimento vertical da produtividade. “Há duas décadas, em cada hectare de terra, eram produzidas 50 toneladas de cana. Hoje, esse volume de produção pode chegar até 80 toneladas graças às inovações tecnológicas agrícolas”, frisa.

Trabalho visa o aproveitamento da palha da cana-de-açúcar

Pesquisa tem recursos garantidos e acontece durante 3 anos

Parceria mobiliza diversos setores e instituições São parceiros da pesquisa, as Unidades da Embrapa de Jaguariúna (SP), de Teresina (PI), Petrolina (PE), de Planaltina (DF), Recife (PE) e de Aracaju (SE) – a qual está vinculada a UEP de Rio Largo -, além da Embrapa Nacional, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Participam ainda as universidades Estadual de Londrina (UEL) e Federal de Uberlândia (UFU) e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que faz parte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).

As pesquisas em campo, por sua vez, estão sendo realizadas

com o apoio dos produtores de etanol do Piauí, Pernambuco, Goiás, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Alagoas.

No Estado, algumas destilarias estão negociando sua inserção no estudo, mas a Usina Coruripe, do grupo Tércio Wanderley, já está integrada ao projeto.

“As equipes responsáveis pela coordenação dos estudos em cada região produtora deverão ajustar as variáveis para a realidade local, mas estamos definindo o padrão básico. Creio que já teremos resultados preliminares nos próximos 18 meses”, afirma Santiago, mencionando que a pesquisa tem prazo de execução

de três anos.

Até o final de 2012, os pesquisadores vão avaliar uma série de características e variáveis, como a dinâmica de produção e de decomposição da palhada, como é conhecida-, sua influência na fertilidade e outras propriedades do solo, na dinâmica de insetos pragas, nematóides, doenças, plantas daninhas e na fauna do solo. Serão analisados, também, o desenvolvimento e a produtividade da cana-de-açúcar em sistemas de produção com diferentes proporções de palhada.

As variáveis estudadas terão seu potencial avaliado enquanto indicadores de sustentabili-

dade dos sistemas de produção da cana-de-açúcar, com ênfase na produção de energia a partir da palhada. A gestão do projeto é conduzida pelo líder geral, e os líderes de cada projeto componente nos estados serão responsáveis pela execução dos planos de ação. O monitoramento e controle das atividades e resultados são feitos por um colegiado com membros da Embrapa e Petrobras, que avalia os relatórios semestrais e realiza reuniões anuais. O pesquisador Antônio Santiago imagina que o País poderá produzir etanol de segunda geração dentro do espaço de tempo de cinco anos.

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Economia

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BAIXA TEMPORADA

Trade aposta no turismo de eventos Segmento cresce no País, torna-se opção para Maceió, além de impulsionar 55 setores da economia Nide Lins Repórter

O turismo de negócios em Maceió está impulsionando o mercado de locação de automóveis. Segundo dados da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (ABLA), houve um crescimento neste segmento, que representa 26% de todas os alugueis de carros. Já o turismo de lazer abocanha uma fatia de

22% . Os números revelam que a capital alagoana não limita apenas ao turismo de sol e mar.

Ao contrário do turismo de lazer que sobrevive das férias escolares e dos feriadões, o de evento acontece o ano inteiro, principalmente na baixa temporada.

Captar eventos para Alagoas é sonho de todo hoteleiro e de mais de 54 setores da economia, como taxistas, restaurantes, buffet, agencias de viagens e locadoras

de veículos, entre outros.

Segundo a secretária municipal de Promoção do Turismo de Maceió, Claudia Pessôa, o número divulgado pela associação, comprova que os investimentos em captação de eventos estão dando retorno. “O turismo de eventos é um dos mais rentáveis da cadeia produtiva do setor. O turista de eventos gasta três vezes mais que o de lazer. E conquistar uma fatia desse mercado é

muito importante. Atualmente hotel, pousada ou resort já inaugura com centro de convenções para captar eventos e manter a ocupação durante a baixa temporada”, diz a secretária.

CONSTRUÇÃO - Na disputa para captar um evento vale tudo, um bom exemplo foi 82º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), o maior evento do segmento na América

Latina, onde o prefeito de Maceió, Cicero Almeida foi pessoalmente defender o nome da cidade para sediar o evento. “Serão mais de mil profissionais que vão movimentar a economia de 9 a 11 de junho, período de baixa temporada. Captar evento é somar parcerias com as entidades de classe, governo, prefeitura e o Maceió Convention”, destacou.

O presidente do Sinduscon, Marcos Holanda, está otimista com

a realização do evento em Alagoas depois de 81 edições em outros estados. “Sediar pela primeira vez o principal evento do setor na América Latina é grande conquista para Alagoas. O evento além de aquecer a economia da cidade, ao mesmo tempo vai promover Maceió junto aos profissionais da cadeia produtiva. Quem viaja a negócios sempre retorna com família para curtir a cidade e Alagoas é a bola da vez”, disse Holanda.

Centro precisa ser climatizado

Brasil aparece em sétimo lugar

Maceió tem belo cenário na- como estar localizado estratetural, ótima gastronomia, boa gicamente próximo a maior rede hoteleira e, claro, o Centro concentração de hotéis e serviCultural e de Exposições, equi- ços de entretenimento e gastropamento que impulsionou o tu- nomia da cidade, facilitando o rismo de eventos. Mas para acesso e otimizando o tempo torná-lo mais competitivo é predos participantes ciso climatizar. Segundo a sedos eventos e concretária de Estado do Tugressos. rismo, Danielle NoO presidente do vis, o projeto já foi fiMaceió Convention nalizado. & Visitors Bureau, “Para a climatizaAlfredo Rebelo, disção ser viabilizada é se que o trade turísCaptação necessário uma tico está com muita de eventos adaptação das instaesperança de que o exige lações físicas do cencentro possa estar tro. Com os orçaclimatizado até o parcerias e mentos em mãos e o fim de 2010. mobilização dimensionamento desse investimento, PARCERIAS a etapa seguinte é a Para captar eventos, viabilização dos rea Setur firmou parcursos para execução ceria com o MCVB, dos projetos”, disse.

Semptur e os empresários de Apesar da muturismo. Uma das ações foi a dança ainda não ter saído do elaboração de um planejamenpapel, a secretária ressalta que to que visa orientar o segmeno Centro de Convenções é mo- to com ações de curto, médio e derno e bem equipado, e se longo prazos e também a parcomparado com outros do mes- ticipação de eventos específicos mo porte possui vantagens, do setor, a exemplo do Espaço

O Brasil ocupa a 7ª posição do ranking mundial de eventos internacionais, segundo estudo divulgado pela Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA). No ano passado, foram realizados 293 eventos internacionais no País, 39 a mais que em 2008. De acordo com dados, o País cresceu 15,4%, enquanto a média do mundo foi de 10,8%. O estudo também aponta que o Brasil está em 5º lugar entre os países que mais registraram aumento no número de eventos realizados em 2009.

“O desempenho do Brasil é surpreendente, pois, além desses números positivos, o País só concorre na captação de cerca de 60% dos eventos, pois existem encontros apenas europeus ou asiáticos, por exemplo”, afirmou a presidente da Embratur, Jeanine Pires.

No ano de 2003, o País ocupava a 19ª posição no ranking, com a realização de eventos internacionais em 22 cidades. Já em 2009, 48 cidades brasileiras sediaram eventos internacionais, contra 45, em 2008.

Bussiness Show que aconteceu em São Paulo.

Segundo Alfredo Rebelo, o MCVB vem desenvolvendo um plano de negócios, completamente voltado para ações que priorizam a captação de eventos. Em 2010, o foco da fundação foi completamente redesenhado, baseado em acordos com a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (Abih-AL).

“Atualmente o MCVB prioriza e foca as suas ações para o mercado de eventos e a ABIH o de lazer, desta forma, temos conseguido desenvolver um bom trabalho de captação, alcançando as metas pré-determinadas no plano de marketing para este ano”, disse Rebelo.

Segundo a diretoria executiva do Maceió Convention, Larissa Borsato, para este ano estão programados sete eventos, que vão reunir um público entre 500 e 2 mil participantes cada um. Já para 2011, cinco eventos já estão confirmados e cada deve reunir entre 1.200 e 2 mil pessoas.

Cláudia Pessôa: turismo de eventos é um dos mais rentáveis

Centro de Convenções: equipamento moderno e boa localização

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Economia

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Correntistas de alta renda devem dobrar Apostando no crescimento sustentável da economia, bancos planejam captação de novos clientes “premium” Hoje há mais de 10 milhões de pessoas dentro da faixa de renda que os bancos consideram potenciais clientes de contas personalizadas. Em cinco anos, esse número deve dobrar graças ao aumento dos salários e ampliação do emprego com carteira assinada no País, segundo estimativa das instituições.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) contou mais de 217,7 milhões de contas correntes ou clientes com poupança aberta no País em 2008. Dentre esses, os bancos consideram cliente “premium”

aquele com renda maior ou investimentos consideráveis.

Não importa o nome – Prime do Bradesco, Van Gogh do Santander, Premier do HSBC ou Personalité do Itaú Unibanco –, as contas “premium” são restritas a quem tem um bom salário. O mínimo para “ser convidado” a integrar algum desses grupos é ter um salário de R$ 3.500 ou investimentos superiores a R$ 50 mil.

Robert Wieselberg, superintendente do segmento Van Gogh, diz que a ascensão de 30 milhões de trabalhadores para a classe C desde 2005 aponta

para um futuro promissor. Sem citar dados específicos sobre o volume de clientes gerenciados frente aos correntistas comuns do Santander, ele diz que a “alta renda vai dobrar”.

“A gente estima que a quantidade de brasileiros que ganha mais de R$ 4 mil vai dobrar até 2015. Desse crescimento, 80% vêm de um grupo de renda inferior, isto é, que subiram de classe. Os outros são os filhos e netos de quem já é rico hoje. Temos 10 milhões na alta renda. Estimamos que isso vá chegar a 20 milhões nos próximos cinco anos”.

SERVIÇO DIFERENCIADO - Para o diretor do Bradesco Prime, Marcos Daré, esse serviço nada mais é do que uma forma de dar atendimento diferenciado do varejo. Ele também não cita números, mas afirma que a base de clientes “premium” do banco “cresceu consideravelmente desde a inauguração, em 2003”.

“Esse nicho de clientes corresponde a cerca de 1% da população economicamente ativa no Brasil e possui grande capacidade e propensão de consumo de produtos e serviços financeiros. Isso exige do banco mais

qualidade da prestação de serviços, especialmente no atendimento diferenciado, e na consultoria financeira”.

O HSBC ampliou neste ano os serviços Premier, que agrega clientes com salário superior a R$ 7.000. O banco diz que seu novo serviço, chamado de Advance, vem para complementar o já existente, abrangendo correntistas com ganhos a partir de R$ 3.500.

Pesquisa do IPEA divulgada na semana passada mostrou que a renda do brasileiro cresceu 17,1% entre 2004 e 2008. A grande diferença, se-

gundo o estudo, foi sentida mais entre os trabalhadores com menores salários, enquanto os mais qualificados tiveram queda da renda.

A Pesquisa Observador Brasil 2009, divulgada em março pela financeira Cetelem, apontou que a renda média mensal do brasileiro foi de R$ 1.285. Apesar de as atenções estarem voltadas para um forte crescimento da economia e mais crédito circulando no País, ainda falta um bom caminho até que a média dos salários reais atinja o mínimo para ser “premium”.

Lula quer acelerar prazo para abertura de empresas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu estudo ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sobre a viabilidade de instituir sistema de abertura de empresas em apenas 30 minutos.

Estudo divulgado pelo suíço Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Administração, que mede o ambiente de negócios nos países, considera que há excesso de burocracia no Brasil para abertura de empresas e que isso “trava” as oportunidades de negócios.

Dentre 58 países analisados pelo estudo, o Brasil ficou no 38° lugar no ranking sobre ambiente econômico. No entanto, no quesito “eficiência do governo”, que analisa legislação, política

fiscal, estrutura institucional e finanças públicas, o País ficou na 52ª posição.

Lula disse que quer adotar no Brasil sistema que existe em Portugal, onde uma empresa é aberta, segundo ele, em 37 minutos.

O presidente afirmou que conversou sobre o assunto com o primeiro-ministro português, José Sócrates, sobre o formato usado naquele país e que pediu ao ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) que busque viabilizar a ideia.

“Já pedi para o Miguel Jorge ir atrás. Acho importante dar uma estudada sobre como funciona lá [em Portugal], porque eles têm um balcão de venda de

empresas. Eles preparam os projetos, vendem, então, é importante ver isso. Tem uma queixa aqui [no Brasil sobre demora para abrir empresas].” Lula disse que gostaria de criar neste ano o Ministério da Micro e Pequena Empresa, mas desistiu porque a imprensa trataria do assunto como oportunismo eleitoral.

Sugeriu, então, que o próximo presidente faça.

“Não é compatível que o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior seja o representante da micro e pequena empresa, mas meus companheiros da imprensa iriam dizer que era questão eleitoral. E eu resolvi deixar para que quem vier depois de mim que faça ou não faça.”

Segundo o presidente Lula, sistema português pode ser adaptado para a realidade brasileira

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JORNAL

O JORNAL

A28

Imobiliário

Imóveis.com Theodomiro Jr.

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QUEM VAI AO FEIRÃO CAIXÃ A cada ano, o potencial comprador do “Feirão da Casa Própria” fica mais jovem. Na sexta edição do evento, realizado pela Caixa Econômica em outras capitais do País, verificouse que a faixa etária da maioria dos candidatos a mutuários voltou a baixar. Em 2008, cerca de 34% do total de candidatos tinha entre 30 e 39 anos. Em 2009, nada menos que 39,4% do total tinha entre 26 e 35 anos. Apesar dos números ainda não estarem fechados,a expectativa é de que a maioria fique na faixa dos 24 aos 30 anos. Além de jovem, os candidatos são, em sua maioria, casados (56,2%) e assalariados (57%) com registro em carteira. O levantamento feito pela CEF apontou ainda o grau de escolaridade de quem circulou pelos corredores nas últimas edições da feira. Em média, 47,2% têm ensino médio completo e 35,3% curso superior completo ou incompleto. Mais da metade dos visitantes (66,5%) tem renda pessoal mensal entre R$ 800 e R$ 3.500 e 69% deles pagam aluguel.

RECICLAGEM NO CANTEIRO A Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat), órgão vinculado à CBIC, realizou com sucesso três experiências de reciclagem em canteiros de obras em Salvador, que permitiram estruturar e validar a metodologia de reciclagem de resíduos classe A em canteiros de obras. O estudo comprovou a viabilidade de reciclar estes resíduos no próprio local da obra.

TEMA DO ENIC 2010 A experiência de reciclagem de resíduos classe A e a reutilização de resíduos na construção serão temas do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que será realizado em Maceió, de 9 a 11 de junho.

ANOTE NA AGENDA Caberá à engenheira Patrícia Pereira de Abreu Evangelista apresentar o painel sobre reciclagem de resíduos no Enic. Por tanto, anote na agenda: a palestra ocorrerá no dia 11 de junho, das 16h20 às 17h, durante reunião da Comat.

COM UM PÉ EM ALAGOAS A RE/MAX, maior rede imobiliária do mundo em transações, com atuação em 78 países, reunirá a imprensa alagoana, esta semana, para apresentar as diretrizes da empresa nos estados nordestinos onde iniciará suas operações: Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

Originário de Denver (EUA), o grupo instalou sua regional no Recife.

PUXÃO DE ORELHA A promotora de Justiça Stela Valéria Cavalcanti está de olho nas denúncias de poluição da praia da Barra de São Miguel. Ela chamou para um puxão de orelha representantes da Prefeitura da Barra de São Miguel, do Instituto do Meio Ambiente e da Companhia de Saneamento de Alagoas.

POLUIÇÃO NA BARRA Ficou acertado que o município e a Casal trabalharão em conjunto para resolver o problema o mais rápido possível, isso enquanto terminam as obras de saneamento previstas para serem concluídas em agosto. A natureza, a população e quem está investindo na região agradecem.

SEGURO-FIANÇA EM ALTA De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a arrecadação de prêmios de seguros-fiança aumentou 29,4% em 2009 - de R$ 11,9 milhões em janeiro para R$ 15,4 milhões em dezembro. É a saída para quem quer alugar e não tem fiador.

EM FOCO

Quem está trabalhando quase 24 horas por dia é a jornalista Patrícia Barros, assessora de imprensa do 82º Encontro Nacional da Indústria da Construção.

Trata-se do primeiro Enic realizado em Alagoas. A área de comunicação do evento não podia estar em melhores mãos.

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br

ENTREVISTA / GILBERTO MAGALHÃES OCCHI

Feirão da Caixa é o último realizado este ano Caixa Econômica Federal realiza entre os dias 27 e 30 de maio mais um Feirão Caixa da Casa Própria, no Maceió Shopping. Este será o 6º feirão de imóveis realizado em Alagoas e o último de 2010. Em parceria com a Associação das Empresas do Mercado Mobiliário de Alagoas (ADEMI-AL), serão ofertados no evento cerca de 3 mil a 4 mil unidades com valores entre R$ 50 mil e R$ 130 mil. Em entrevista ao Jornal Imobiliário, o superintendente do banco em Alagoas, Gilberto Magalhães Occhi, falou sobre as condições e vantagens de se adquirir um imóvel

A

O Jornal - Quais são os números deste Feirão da Casa Própria?

Gilberto Magalhães - Os estados estão autorizados a firmar parcerias e a previsão é que em Alagoas dez empresas do mercado mobiliário participem do feirão. Serão ofertadas entre 3 mil a 4 mil unidades e os valores irão variar de R$ 50 a R$ 130 mil. Os empreendimentos serão construídos em Maceió e talvez em cidades como Marechal Deodoro e Arapiraca. A expectativa para o Feirão é positiva, já que, de novembro até abril foram contratadas mais de 9 mil unidades em Alagoas.

Além de Marechal Deodoro e Arapiraca, a Caixa vai financiar empreendimentos do Minha Casa Minha Vida em outros municípios alagoanos?

Sim. Temos projetos em diversos municípios metropolitanos. Já foram mais de duas mil contratações em Arapiraca e temos 87 projetos que estão em análise e, com certeza, serão aprovados, porque se tratam de cidades com mais de 50 mil habitantes e áreas urbanas, com infra-estrutura necessária para a construção dos empreendimentos. Será um investimento de mais de R$ 1,7 bilhão. Até o fim do ano queremos construir 20 mil unidades em Rio Largo, Penedo, Paripueira, Barra de Santo Antônio, Coqueiro Seco, União dos Palmares e até aqui já construímos quase 10 mil.

Em Maceió, até a semana que vem deverão ter mil unidades disponíveis no Eustáquio Gomes.

Será um investimento de R$ 60 milhões.

com as facilidades do financiamento da Caixa. Gilberto é mineiro, trabalha há 30 anos na Caixa Econôminca e já passou pelos estados de Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro até chegar à superintendência de Alagoas, onde está há dois anos.

"Sinto-me realizado trabalhando numa instituição que atende com o mesmo empenho desde os mais necessitados, via Bolsa Família, por exemplo, até os grandes empresários da construção civil, pelo financiamento de novos empreendimentos", diz Gilberto Magalhães.

tias. Quais são esses seguros?

Existem dois seguros pelos quais o adquirente contribui para um fundo garantidor no caso de ocorrências como perda de emprego, invalidez permanente ou morte. São taxas pequenas.

E o seguro de término de obra?

Este seguro é calculado sobre o valor do empreendimento. A seguradora firma um acordo operacional para atender a demanda de recursos por parte das construtoras que ingressam no programa. A Caixa faz o contrato com a construtora quando o acordo é confirmado e se responsabiliza pelo término das obras contratadas.

Uma vantagem que chama muito a atenção é o subsídio do governo federal, não?

Sim. O governo federal subsidia com R$ 17 mil as famílias com renda de até R$ 1.395.

Até recentemente a sociedade brasileira tinha a idéia de que os financiamentos da Superintendente da Caixa Econômica em Alagoas, Gilberto Magalhães Caixa eram impagáveis, fruto dos tempos do Sistema que estarão nos estandes ins- nem ter recebido quaisquer Financeiro da Habitação e benefícios do governo fede- que ainda hoje afetam contalados no Feirão. tratos antigos assinados na ral. década de 80 e 90. Hoje, com Quem não pode ir a uma Como é feito esse contro- as prestações decrescentes agência bancária durante a essa realidade mudou, não? semana também sairá ga- le?

Mudou e muito. Vamos a Quem já foi beneficiado nhando, não?

De fato. Além dessas van- pelo governo federal tem seu um exemplo. Certa família tagens, existe ainda o horário CPF registrado. A intenção do com renda de R$ 1.200 quer fidiferenciado. O Feirão irá fun- programa é dar subsídio a nanciar um imóvel que custa cionar no final de semana e quem realmente precisa, R$ 60 mil. Com o subsídio de ficará aberto até às 22 horas. quem não tem casa própria, R$ 17 mil do Minha Casa, O cliente pode levar sua fa- caso contrários vira um co- Minha Vida, a família vai financiar os R$ 43 mil restantes. mília e não mércio.

A taxa de precisa se juros é de Quais preocupar 5% ao ano em faltar são as vane o prazo no traba- tagens do para o paM i n h a lho. gamento é C a s a de 300 Quais O Fei- M i n h a meses. A as vantarão será to- Vida? primeira gens que o Um dos talmente prestação consumid e d i c a d o principais fica em dor enconao Minha diferenciais torno de R$ tra ao adCasa Mi- do progra330. Em 5 quirir seu nha Vida? ma são os anos a imóvel no Q u a l - descontos prestação Feirão? quer pes- em cartócairá para O cliensoa pode rio. Eles vacerca de R$ te terá mais c o m p r a r riam con294. Em 10 vantagens a um imóvel forme anos cairá porque em no Feirão, renda de para cerca um único m e s m o cada pesde R$ 259. local ele que não soa. Para Em 20 anos terá vários seja pelo a q u e l e s a prestação empreendiMinha Ca- que recepaga pela mentos à até sa Minha bem família será de disposição e poVida. Mas, para três salários míR$ 187 e enfim, derá comparáaqueles que de- nimos, a isenção “No Feirão da sejam participar em despesas car“As prestações na 300ª prestação los, encontrando aquele que medo programa, é toriais é total.

Casa Própria na Caixa são a parcela será de pouco mais de lhor se adeque as necessário ter Após esse patadecrescentes. R$ 152, finalizansuas necessida- ele poderá tirar uma renda máxi- mar, os descondes. Outra grantos podem chema de R$ 4.900. suas dúvidas Um financia- do o débito com o banco, diferende vantagem é a gar a 80%, concom nossos mento cuja te do que ocorria presença da Quais os em- forme tabela dino passado. Para Caixa para orienvidida por faixa pecilhos desse gerentes e prestação quem ainda não tar sobre as conde renda. O beprograma? possui casa pródições de financomparar os comece em O interessa- neficiado pagará pria, essa será ciamento, se do não pode ter no máximo 25% diversos emR$ 330, cairá, uma grande pode usar o imóvel em seu das despesas.

FGTS ou o preendimentos nome no local no final, para oportunidade de adquirir um Minha Casa Os ténicos onde pretende ofertados.”

R$ 152.” imóvel com as Minha Vida, por adquirir o novo que planejaram facilidades de fiexemplo. O clienimóvel e não o programa innanciamento da te poderá esclapode ter finan- cluíram vários recer todas essas dúvidas ciamento habitacional em ne- seguros para cercar o Minha Caixa e os benefícios do junto aos gerentes da Caixa, nhum outro lugar do país e Casa, Minha Vida de garan- Minha Casa Minha Vida.

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O JORNA L JORNAL

Dois

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br

Confira as promoções na Revista da TV

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Thallyson Alves

Em matéria de literatura

Estudantes da capital alagoana ainda vivenciam pouca motivação nas aulas de literatura dadas nas escolas; um quadro resultante de conhecimentos limitados visando apenas à aquisição de notas para aprovação

Uma boa aula de literatura deve partir do estudo e da leitura de obras, textos e gêneros literários prazerosos e associados à realidade atual. O JORNAL foi conhecer como a disciplina Literatura Brasileira vem sendo ministrada aos estudantes do ensino médio de escolas públicas e particulares; uma sistemática que ainda necessita de estímulo para que seja assimilada de forma sábia e atrativa

Elô Baêta Repórter

professor abre a uma turma de jovens estudantes um leque de narrativas literárias. Uma delas seria “eleita” para discussão em sala de aula. Inicia-se um sedutor processo de leitura. O labirinto amoroso de um personagem com o âmago marcado pelo sabor amargo do silêncio, da solidão e do ciúme, Bentinho, atormentado por profundas suspeitas de traição da mulher amada - a bela morena de longos cabelos e olhos de cigana, oblíquos e dissimulados -, Capitu, com o seu melhor amigo e por desconfianças sobre a paternidade do seu filho causa fascínio instantâneo nos alunos. Foi unânime. Dom Casmurro, uma das mais fascinantes obras da literatura brasileira de Machado de Assis, foi a escolhida para ilustrar os encantos da aula literária. Um dia em que um clássico apoderou-se de forma genial dos jovens leitores, conquistando suas entranhas emotivas, recheando seus universos, compartilhando e refletindo suas vivências, adentrando nos seus mundos.

Será assim que a Literatura Brasileira vem sendo ofertada pelos educadores às novas gerações? Será a didática utilizada suficientemente satisfatória no sentido de fazer os estudantes imergirem no amor profundo com o qual os autores produzem as suas obras? Serão os produtos literários apresentados como uma chance única, irrecusável, de descoberta do ser, de associação à própria vida, numa oferta imperdível de mediação do saber? Uma discussão que envolve mestres, doutores, professores, estudiosos, formadores de uma gama renovada de leitores amantes da Literatura.

A reportagem de O JORNAL foi em busca de melhor conhecer os meandros da Literatura Brasileira enquanto disciplina obrigatória na grade curricular do ensino médio de escolas públicas e privadas, em Alagoas, e se deparou com um cenário que, na maioria das vezes, compõe um quadro ainda “morno”, acanhado, de motivação.

Embora haja tentativas de estímulo, os relatos deixam transparecer nas linhas e entrelinhas um certo esforço em transpor limites, que ainda esbarra nas exigências imediatistas de conhecimentos limitados, com resumos superficiais dos clássicos literários e de grandes obras, visando a um objetivo único: a aprovação para o ingresso a faculdades.

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Continua nas páginas B4 e B5.

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O JORNAL

Espaço B2

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br

UMAS POUCAS PALAVRAS

Graciliano Belmira Magalhães tem dado importante contribuição à vida acadêmica em Alagoas, basicamente em duas frentes: Sociologia e Literatura.

Isto se reflete neste texto, no qual trabalha Graciliano Ramos que foi, inclusive, objeto de estudo em seu doutoramento. Neste depoimento, ela discute a relação entre romance e sociedade, situando a obra de Graciliano na composição política da formação histórica brasileira.

Uma conversa com Belmira Magalhães Depoimento ao Grupos Agenda e Registro da Memória Alagoana Sávio de Almeida

Sávio de Almeida Filho

Belmira Magalhães primeira coisa que gostaria de salientar refere-se à atualidade dos escritos de Graciliano Ramos, que tão bem refletem a relação entre as subjetividades dominantes e dominadas, a necessidade dos donos do poder de criar indivíduos que se submetam sem contestação aos desmandos dos patrões e do poder público. Esta é uma realidade que mantém no campo brasileiro, em 2008, por exemplo, 4234 pessoas em regime de trabalho típico da escravidão. Por isso, entendo que a relação entre o capitalismo periférico e as formas de representá-lo literariamente se põe, ainda hoje, com força total, não mais no sentido anterior de busca da nacionalidade, mas como equacionamento da possibilidade do regional/nacional num mundo globalizado.

Em minha opinião, a obra romanesca de Graciliano Ramos estabelece esse dialogo, ou seja, ela nos acena com a possibilidade de haver um narrador diferente, por exemplo, daquele narrador volúvel, de Machado de Assis, pois suas narrativas representam uma realidade que está na periferia da periferia do capitalismo. É nesse sentido que caminha a pesquisa científica, ou seja, na tentativa de encontrar respostas para as perguntas que inquietam o pesquisador; por exemplo, me inquieta saber como se comportam esses narradores, que discutem as relações de classe numa região subsumida à lógica do capital que, ao mesmo tempo, mantém formas de exploração do trabalho précapitalista não tendo, em princípio, que se justificar, ou melhor, tentar silenciar as desigualdades sociais para si e para o dominado, ou viver a angústia de não pertencer ao mundo dos donos do poder, ou ainda, tendo de discutir sobre aqueles que não conseguem refletir sobre a própria realidade.

Na verdade, o que estamos querendo mesmo, com essas indagações, é problematizar a noção de periferia e mostrar os diferentes papéis assumidos pelos narradores de Graciliano Ramos. Se você observar, por exemplo, a forma como se estabelece a relação entre o centro-sul e o nordeste, vai constatar que ela está inteiramente ligada à forma como o Brasil se insere no capitalismo internacional; cada região do país reagirá diferentemente ao poder centralizador.

Portanto, analisar Graciliano Ramos é, cada vez mais, perceber claramente essa conexão e poder entender que, embora por caminhos diferentes, as repostas têm de levar em consideração sempre a historicidade e a totalidade Esses, portanto, são os narradores de Graciliano Ramos, tanto em Vidas secas, como em São Bernardo e Angústia, que só podem ser qualificadas de regionais se não se levar em conta a capacidade do romancista de refletir, a partir de uma singularidade social, aspectos das relações somente possíveis no gênero humano. A nosso ver é esse o grande êxito de Graciliano Ramos, o de conseguir alcançar em suas obras o entrelaçar de uma singularidade, que diz respeito à situação vivenciada nas relações de classe na periferia da periferia do capitalismo em meados do século XX e, ao mesmo tempo, discutir as possibilidades de humanização de suas personagens. É nesse sentido que sustento a minha discordância com aquela crítica que rotulou e rotula os romances de Graciliano, da fase madura, sob a classificação preconceituosa de regionalista. Argumento a favor dessa afirmação dizendo que a discussão empreendida pelo escritor, nessas três obras, tem como foco central a situação de homens, mulheres e crianças se re-

A

lacionando, regidos pela lógica do sistema capitalista, na periferia desse sistema, que prioriza relações pré-capitalistas de exploração.

Na verdade, não se trata de nada localizado, regionalizado, o que vemos são representações literárias que discutem, através da eleição de diferentes circunstâncias sociais, a luta de classe e a composição das subjetividades necessárias para que a situação de opressão se perpetue. Por outro lado, as narrativas mostram formas de enfrentamento possíveis para que os dominados possam mudar suas existências e, portanto, ser classificado como regional carrega sempre a carga semântica de ser menor, de não alcançar a universalidade necessária a uma obra de arte, se restringindo a aspectos que só dizem respeito a uma sociabilidade e a um tempo histórico.

Em Graciliano Ramos, o que vemos é exatamente o inverso, na sua narrativa a humanidade das personagens é a tônica dominante, mesmo que para isso a autoria se utilize de uma estrutura de linguagem própria de uma sociabilidade específica. É interessante ressaltar que enquanto escrevia os capítulos de Vidas secas, o próprio Graciliano Ramos percebeu como a crítica, normalmente realizada pelos críticos do sudeste do país, não conseguia alcançar o quanto esse romance refletia sobre a realidade brasileira, com suas relações humanas de forma totalizante. Em carta a seu tradutor argentino, Benjamin de Garay, ele dizia que: “Ultimamente uns cidadãos têm aqui sustentado que a literatura do Nordeste é coisa mesquinha, interessante apenas para gente miúda. Os indivíduos que se dedicam à nobre cultura do café só se poderão contentar com romances grandes, que serão escritos em São Paulo, com certeza. As regionalices do nordeste não valem nada. É o que dizem. Não sei não, Garay. O meu bárbaro pensamento é esse: um homem, uma mulher, dois meninos e um cachorro dentro da cozinha, podem representar muito bem a humanidade. E ficarei nisso, enquanto não me provarem que os arranhacéus têm alma”.

ANGÚSTIA - Para mim, em Angústia, através da relação entre as personagens, Graciliano discute o ideário da pequena burguesia e a exploração do capitalismo, ao mesmo tempo que enfatiza, através de um aparente caso de amor, a necessidade de compreensão da realidade para buscar formas de intervenção da subjetividade e investigar criticamente a moral social burguesa, a partir da visão de uma classe média que se forma dentro do aparato do Estado, portanto, atrelada à lógica do capital.

Neste romance, Graciliano relata o percurso de Luís da Silva, filho de um pequeno produtor, que sai do campo, onde tinha uma vida razoável, consegue estudar, e perde tudo. Seguem-se então em andanças pelas fazendas e pelas pequenas cidades, ensinando, até chegar a Maceió onde espera encontrar uma “colocação”.

Na verdade, já naquela época Graciliano alertava que, para uma realidade como a alagoana, o Estado representava a única opção de uma vida mais confortável, com uma certa segurança; no entanto, como vimos, a única forma de consegui-la era através do favor. Fica bem evidenciado no romance que para essa parcela da população não há saída, sem a proteção de alguém que esteja sempre cobrando a ajuda oferecida. Não aparece, por parte das personagens, nenhuma crítica a respeito dessa rede de influências, como se isso fizesse parte da natureza das interações políticas, e na verdade foi dessa forma, historicamente, que se estabeleceram as relações de poder, tanto no campo como na cidade.

A conseqüência direta dessa situação de classe tem sido um comportamento ideológico conservador, que quer a manutenção das coisas como estão e nós veremos isso no relacionamento entre Luís da Silva e Julião Tavares.

Graciliano compõe um personagem tenso, como tensa é a classe que representa. Luís da Silva tem arroubos de grande escritor, mas só escreve miudezas que são roídas pelos ratos; é

um crítico da política estatal, mas se mantém com o que ela lhe oferece. Moralmente, é um conservador que traz entranhada a ideologia patriarcal.

Para lidar com a classe baixa usa os recursos adquiridos por sua situação social que já dera resultado para conseguir o emprego: seduz Marina com carinho e promessa de casamento. Para provar sua intenção, faz gastos.

No entanto, os recursos são parcos e a jovem quer mais, endividando o futuro marido. Com Julião Tavares o contato vem dos cafés que freqüenta, onde podem estar tanto o burguês como os representantes da classe média.

Desde o início do contato entre essas duas personagens, o ódio de Luís da Silva com relação ao outro é explicitado. Não é Marina a razão do seu ódio, o que o transtorna é a situação de classe do outro.

Senão vejamos: há uma passagem em que Luís da Silva expõe claramente o desejo de poder ser como Julião Tavares e as causas de seu ódio, que pode chegar a ter a clareza de que o rival é postiço, mas nem por isso deixa de almejar ser como ele. O interessante é observar a forma que foi acenada para a construção da possibilidade de o protagonista subir na escala social. Só através da loteria, isto é, só com um golpe de sorte é possível a ascensão social: “16.384, gemia o cego batendo no cimento. Ou seria outro número. Cem contos de réis, dinheiro bastante para a felicidade de Marina. Se eu possuísse aquilo, construiria um bangalô no alto do farol, um bangalô com vista para a lagoa. Sentar-me-ia ali, de volta da repartição, à tarde, como Tavares & Cia., Dr. Gouveia e os outros e contaria histórias à minha mulher, olhando os coqueiros, as canoas dos pescadores. 16.384. Vestido de pijama, fumando, olharia lá de cima os telhados da cidade, os bondes pequeninos a rodar quase parados e sem rumor, os focos da iluminação pública, os coqueiros negros à noite. Uns quadros a óleo enfeitariam a minha sala. Marina dormiria num colchão de paina. E quando saltasse da cama, pisaria num tapete felpudo que lhe acari-

ciaria os pés descalços. 16.384. Um tapete fofo, sem dúvida. E a cama teria uma colcha bordada cobrindo o colchão de paina, uma colcha bordada em seis meses” .

Como se vê, não é difícil perceber a riqueza de informações expostas nessa passagem; ela acontece enquanto Luís da Silva pensa sobre a precariedade de sua casa, de seu colchão. Não poderia deixar de assinalar a força simbólica da imagem do colchão, que vai ser retomada em Vidas secas como um elemento desencadeador das ações da família dos retirantes. Com o grito do cego e a possibilidade de ganhar na loteria, o pensamento se direciona para um novo rumo. Novamente Julião Tavares aparece através da referência à sua firma comercial (Sentarme-ia ali, de volta da repartição, à tarde, como Tavares & Cia., Dr. Gouveia e os outros); como se vê, o desejo é o de pertencimento à outra classe. Todas as metáforas são construídas para mostrar a escalada social da personagem se a sorte o favorecesse: a cidade é vista de cima, os pescadores estão bem longe, paralelamente é construída a imagem da abundância com quadros, colchão e colchas bordadas. Finalmente é reforçada a única possibilidade de se manter nessa posição, a exploração do trabalho (uma colcha bordada em seis meses), isto é, a partir de seis meses do trabalho das bordadeiras.

Nessa passagem, o relacionamento das três classes fundamentais da sociedade daquela época está explicitado, com ênfase no papel oscilante da classe intermediária.

A cena é interrompida - com uso de recursos linguísticos - mostrando a distância que existe entre realidade e desejo; logo em seguida, o contato com a realidade mostra que, com o dinheiro que deu a Marina, quase nada foi comprado para o enxoval. Observase assim que o sofrimento do narrador/personagem é a conseqüência de seu lugar social, que o coloca entre duas situações: uma, composta de todas as personagens que constituem sua vizinhança e que o fazem se destacar, o que é representado em suas relações com Marina, muito mais jovem, bonita, segundo o noivo, mas que aceita a corte e as “safadezas” com a promessa de casamento.

Ao mesmo tempo, há o medo de ser confundido pelos de fora como um deles, por isso não há uma só palavra de afeto e aceitação ou compreensão para nenhum dos vizinhos.

Outra, onde mantém contato com pessoas importantes, nos cafés, no jornal, na repartição, e que lhe apresentam um mundo de que só participa pela margem.

O desfecho da história é, assim, o mais comum de todos: moço rico, namorada pobre, gravidez e abandono. Luís da Silva tem a futura esposa roubada e abandonada, sem mais serventia Diferentemente de Fabiano com o soldado amarelo, que o deixa partir, ensinando-lhe o caminho para sair da caatinga, pois percebe que matá-lo não resolveria o problema dos trabalhadores rurais; Luís da Silva, pelo contrário, uma personagem-tipo, pertencente a uma classe que necessariamente não tem condições de uma consciência plena, enquanto classe, mata seu desafeto e representante da classe que o oprime, no entanto, contraditoriamente, deseja fazer parte daquela classe. A postura, como se vê, é sempre acompanhada de um ressentimento individual, que, embora explicite as relações de poder entre os dominantes e seus subalternos, não reivindica uma mudança das relações de exploração em geral.

Luís da Silva quer apenas ser prestigiado e, se possível, chegar, por algum milagre, ao mesmo patamar dos que o oprimem.

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O que Belmira faz Professora/pesquisadora dos Programas de Pós-graduação em Sociologia e de Letras e Lingüística da UFAL e dos cursos de Graduação em Ciências Sociais e em Letras; Socióloga, especialista em Ciência Política, Doutora em Letras. Coordenadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre a Condição Feminina – do Instituto de Ciências Sociais - ICS/UFAL.

s sobre Graciliano Ramos Vidas Secas Para entendermos a proposta de autoria em Vidas secas, partiremos de três premissas: O latifúndio, e não a seca, é o alvo principal da reflexão do romance. A relação dessa forma de exploração da terra no Brasil e os caminhos do capitalismo, nos anos trinta do século passado forram o chão da narrativa; Aestrutura romanesca quebra a circularidade da vida das personagens. A composição dos capítulos se articula fazendo operar um crescimento da humanização das personagens, que culmina com a Fuga para outras paisagens; O romance, embora apresente traços, principalmente pela utilização de léxicos próprios de uma determinada região, não tem uma proposta regionalista, pois realiza exemplarmente a dialética de unir uma situação singular a uma discussão das possibilidades de humanização.

Vida seca, a nosso ver, reflete sobre o alcance do latifúndio, num país periférico, na formação das personalidades necessárias a esse sistema, destacando

as formas de relacionamento entre os viventes, o tipo de exploração, a forma de resolução dos problemas sociais.

Nessa sociabilidade o sistema capitalista tem, necessariamente, ao explorar o trabalho, de reduzir os oprimidos à condição próxima da animalidade, para poder usufruir dos benefícios econômicos e políticos da estrutura social.

Essa é a discussão central do texto: a forma como as relações de classes procuram, através da prática do trabalho e das diversas formas de práxis ideológicas, moldar os trabalhadores que lhes são necessários. No capítulo ‘Contas’ temos a seguinte passagem: “Se pudesse economizar durante alguns meses levantaria a cabeça, forjara planos.

Tolice, quem é do chão não se trepa.

Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes”. É interessante ressaltar a insistência do narrador, que a tudo controla, na necessidade de educação dos filhos do casal, pois, para que a força de trabalho cumpra sua função, não basta ser explorado é preciso preparar a geração

futura para a mesma empreitada.

Essa tarefa, naquela realidade, é executada essencialmente pela família, por isso Fabiano mostra a necessidade de fazer seguir uma tradição que perpassa sua família a gerações: “A cabeça inclinada, o espinhaço curvo, agitava os braços para a direita e para a esquerda.

Esses movimentos eram inúteis, mas o vaqueiro, o pai do vaqueiro e o avô e outros antepassados mais antigos haviam-se acostumado a percorrer veredas, afastando o mato com as mãos. E os filhos já começavam a reproduzir o gesto hereditário”.

A forma de garantir a exploração nas sociedades capitalista vem diretamente do papel representado pelo Estado nesse sistema que, além de controlar as principais instituições que processam a reprodução ideológica dominante, detém o poderio policialmilitar e através dele está sempre pronto a intervir mostrando ao trabalhador como precisa se conduzir e combatendo qualquer forma manifestação de resistência.

Em Memórias do Cárcere o autor explicita o porquê da surra e prisão sem

sentido que Fabiano leva do soldado em Vidas secas: “Surra – santo Deus! – era a degradação irremediável. Lembrava o eito, a senzala, o tronco, o feitor, o capitão do mato. [...] em seguida o aviltamento. É assim na minha terra, especialmente no sertão”.

O narrador autobiográfico de Memórias do Cáceres mostra que a explicação para o ato da surra não está relacionada ao delito mas ao sistema, que precisa aplicar uma tatuagem na alma, para que não haja possibilidade de esquecimento das hierarquias dos mandos. Esse é o papel da surra pública que tem Fabiano como vítima.

Na verdade, o que procuramos fazer aqui foi assinalar algumas passagens dos textos de Graciliano Ramos, em que a discussão sobre a generidade humana, a tomada de consciência da realidade e as dificuldades de enfrentamento são discutidas, a partir de formas literárias que enfatizam a relação impossível de ser desfeita entre a singularidade de uma sociabilidade e a universalidade de exploração do trabalho, realizada pelo sistema capitalista, numa sociedade periférica.

Sávio de Almeida

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Continuação da página B1 Arquivo / Esther Carvalho

“Mandar resumir o romance é destruir a sua forma”

Para estudiosos, leitura de obras deve ser feita de forma responsável

Os Lusíadas, de Camões; Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida; a virgem dos lábios de mel trazida por José de Alencar em Iracema; Os Sertões, de Euclides da Cunha; Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto; Macunaíma, de Mário de Andrade; Vidas secas, de Graciliano Ramos; Grande Sertão - Veredas, de Guimarães Rosa; A hora da estrela, de Clarice Lispector, tantas e tantas outras obras juntas no barril dos grandes clássicos literários, mas que, na maioria das vezes, chegam aos alunos para serem utilizadas a partir de vias pouco enriquecedoras, como em forma de resumo, esbarrando em leituras superficiais.

Uma alternativa de aprendizado definida pelos estudiosos como pouco construtiva, com escassos ou quase nenhum entendimento sobre as obras, e recebedora de amplas críticas, a começar pela sábia frase de Paul Valéry: “Se se resume um texto científico ou filosófico, fica-se com a sua essência; mas, se se resume um romance ou poema, perde-se a sua essência”. Completada com a enfática afirmação do professor da Faculdade de Letras do Programa de Pósgraduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e crítico literário Roberto Sarmento. “Não há crime maior no ensino de literatura do que mandar o aluno resumir o poema, o romance. Literatura é forma. Mandar resumir o romance é destruir essa forma.

Tirar de sua forma original é matar o livro”, comenta.

Realidade que, para Sarmento, vai além da didática que

Sarmento: “Pensa-se em literatura ainda como no Século XIX”

vem sendo empregada nas salas de aula, mas sim da visão sobre a literatura da comunidade de um modo geral.

“Pensa-se ainda como no Século XIX em relação à literatura: como um texto que pode libertar o ser humano de sua vida ordinária, comezinha. Enfim, como ópio, desvio da realidade. Ou então se enxerga na literatura, além dessa dimensão escapista, um discurso de prestígio, mas que, na prática, não serviria para nada. Uma espécie de ornamentação do espírito. Isso é o que se encontra em templos como escolas, academias e agremiações literárias. Com uma visão dessa não há didá-

tica, por melhor que seja, que resolva a situação do ensino de literatura, ainda mais sendo dos mais precários. Se a literatura saísse do currículo do ensino médio, ninguém ia sentir falta, só os professores que vivem profissionalmente disso”, afirma.

DISCURSO LITERÁRIO Para ele, a literatura deve ser estudada com acuidade crítica para que possa levar o leitor a perceber a forma literária das obras, a sua construção simbólica e a sua responsabilidade por dizer o mundo com a atualização constante dos professores através de cursos de formação continuada. “A literatu-

ra teria de se libertar das garras do discurso li-beral-humanista, segundo o qual ela salva ou melhora o ser humano. É preciso ver a literatura como trabalho humano consciente, que pode nos levar às últimas consequências da reflexão sobre tudo, ainda que os resultados sejam terríveis para o despertar da consciência. É preciso que os professores estejam atentos às novidades, às transformações por que passa o discurso literário. Se o professor não se renova intelectualmente, como fará o aluno perceber a riqueza de um poema, de um conto, de um romance?”, enfatiza.

Questionado sobre como as obras literárias devem ser levadas ao estudo contemplativo e prazeroso do alunado em substituição a esse lado superficial da “moeda” de ensino, o professor e crítico literário aponta a leitura responsável dos textos como uma possível solução para uma melhor e mais atrativa absorção do seu conteúdo, não sendo o seu entendimento apenas restrito ao enredo da obra, mas também considerando a importância da sua informação estética para que, assim, possa haver o despertar do espírito crítico.

“Ficar simplesmente com a história que se conta em um romance é pouco ou nada. Sem pensar que quem dá as cartas é a construção, a elaboração artística (que, em geral, não é apreciada pelo cidadão comum) do texto, não se chega a apreciar devidamente a literatura: fica-se com o seu fantasma. Infelizmente é isso que a literatura no ensino médio nos passa e nos faz crer”, salienta. (E.B.) Arquivo / Esther Carvalho

“

Se o professor não se renova intelectualmente, como fará o aluno perceber a riqueza de um poema, de um conto, de um romance?

”

Roberto Sarmento

Ler como uma arte sedutora O escritor, ator e doutorando em Estudos Literários pela Faculdade de Letras da Ufal Nilton Resende traz a sedução como a palavra-chave para um contato leal e prazeroso dos estudantes do ensino médio com a literatura.

“O contato com qualquer obra, clássica ou não, deve partir da busca de seduzir. Não se deve pegar um texto em sala de aula para ser analisado, mas sim para ser lido, fazendo com que o aluno goste. Depois, tentase ver o que há naquele texto que o tornou passível de admiração para, então, serem estudadas as categorias literárias.

Também não se deve estudar a obra em pedaços. Nada de capítulo, trecho de um romance.

Deve-se estudar o romance todo. Caso não haja essa possibilidade de leitura completa, parte-se para os contos. Mas isso não poderá ser feito se o professor não tiver uma história como leitor. Se ele não lê, como poderá levar o aluno a ler”, ressalta.

LEITURA ÁRIDA - Nilton Resende apresenta uma sistemática de ensino que deveria permear as discussões literárias entre professores e estudantes, que, ao seu ver, são insatisfatórias em todos os sentidos, sobretudo por o ensino da literatura ainda estar atrelado a sua história, e não ao estudo de textos de forma estimulante e aprofundada, levando-se em conta

mais a cronologia do que os gêneros literários .

“No 1º ano do ensino médio há a introdução aos gêneros, mas logo após o aluno é obrigado a estudar o Barroco, o Arcadismo, entre outros; a estudar obras em verso cuja complexidade torna a leitura árida.

O estudo deveria ser dividido em gêneros: no 1º ano, a prosa (contos, crônicas, romances).

Com isso, poderiam ser estudados autores de épocas diversas, quando então entraria a questão da periodização, da relação com o seu contexto. No 2º ano se estudaria o verso, o drama e, no 3º ano, haveria uma retomada de tudo, de modo mais panorâmico”, explica.

Para o escritor, o universo estudantil alagoano carente de estímulos literários não é de responsabilidade apenas dos professores, mas também de escolas, faculdades e alunos. Ele ressalta que é necessário que haja mudanças na forma como a literatura vem sendo cobrada no vestibular, para que também haja modificações no conteúdo programático estabelecido para o ensino médio. “Antes, cobrava-se a periodização; agora, cobra-se nada, tudo ficou muito vago, ou seja, partiu-se da pedra para a fumaça. Se antes era ruim, continua ruim. Creio ser o estudo por gêneros o modo mais eficaz de se ensinar literatura e temos professores preparados para isso; não todos, mas alguns”, comenta. (E.B.)

O professor Nilton Resende afirma ser a sedução essencial para um contato prazeroso e estimulante dos alunos com os escritos literários

Literatura ainda é morna no seio escolar O ensino da disciplina Literatura Brasileira no meio educacional alagoano, tanto público quanto privado, dá sinais de busca por um encontro verdadeiramente promissor entre a sua chegada ao seu seio estudantil como um arsenal de conhecimentos atrativos e reflexivos sobre o universo da realidade, ajudando o “pensar” sobre

a intimidade de cada ser. Um encontro, muitas vezes, frustrado pelo imediatismo escolar para a aprovação e a aquisição de notas curriculares.

Um modelo que urge por aparecer, mas que, para o professor de Literatura Joabedan da Silva, ainda adormece na ausência do prazer em ler da juventude alagoana e ao arsenal tecno-

lógico que permeia a realidade das novas gerações. “Os alunos não gostam de ler, sobretudo os clássicos literários. O interesse dos jovens é cada vez menor por leitura e por literatura, mas o professor deve ser motivador, com aulas expositivas, dramatização e adaptação do conteúdo das obras aos dias de hoje. As escolas têm caráter imediatista, por

isso não se cobra mais a leitura da obra na íntegra, ficando os alunos limitados a resumos e explicações superficiais. Com a Internet fica ainda mais difícil adaptar a literatura tradicional ao mundo moderno. Os estudantes não veem muito sentido nisso”, diz. (E.B.) Continua na página B5.

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Continuação da página B4

Caminho livre para mestres e professores Mestres e professores de Literatura têm um caminho livre a seguir na condução das aulas, uma vez que não há nenhuma determinação ou guia do Ministério da Educação e Cultura (MEC) a ser seguida em relação ao ensino literário no Brasil, mas apenas parâmetros curriculares de auxílio aos professores da 1ª à 4ª série, bem como dos ensinos fundamental e médio.

Com formação superior em Letras e Artes pela Ufal, a professora de Literatura Brasileira do ensino médio das redes pública e privada Zuleide Calado

conta que a condução das suas aulas é voltada à associação do momento das escolas literárias a comportamentos e personagens que refletem a sociedade atual, assegurando a formação de “bons leitores”.

“Se a aula de literatura for para o aluno decorar não funciona. Mas, se for levado o contexto literário e social dos textos e obras literários, o aluno percebe as semelhanças com a atualidade, demonstra interesse e se identifica”, destaca a professora, que desenvolve o projeto Ler e Escrever em escola pública, onde os alunos leem

a obra e escrevem a sua própria vida baseada nela.

Uma sistemática que agrada ao estudante do 2º ano do ensino médio João Lucas Paes, que afirma já ter lido clássicos como Iracema, A moreninha e Cartas chilenas. “Gosto muito de literatura, da vivência atual que a gente encontra em algumas obras. As aulas são interessantes porque são colocados fragmentos de textos para que a gente identifique com a atualidade”, conta, mas confessa que o seu interesse maior pela disciplina foi resultante de uma nota baixa.

Prestes a ingressar na facul-

dade, o aluno do 3º ano de uma escola particular Yago José Cunha revela que o gosto pela disciplina Literatura Brasileira surgiu a partir da sua separação do Português na grade curricular, mas que ainda sente dificuldades no entendimento de obras barrocas e parnasianas.

“Gosto mais das obras modernas, mas não tenho muita vontade de ler. Nas aulas lemos os resumos das obras, as suas principais características, para fazer a ligação com o contexto histórico atual porque é o que é mais cobrado na escola e no vestibular”. (E.B.) Fotos: Thallyson Alves

Welma Miranda almeja conhecer as obras literárias através da arte

Wanderson Barros: “Gostaria de me tornar um escritor no futuro”

Isvânia: "Ler é um processo de atração" A escritora alagoana Isvânia Marques, autora de livros de crônicas, poesias e de literatura infantil, destaca o incentivo à arte de ler como essencial a um conhecimento de sucesso sobre a literatura. Uma atração que começa pelo seu principal estandarte, o professor, que precisa - e deve - ser um bom leitor.

Ela explica que a literatura deve ser levada às salas de aula de forma atrativa, tendo na dramatização das obras um caminho promissor para um maior feedback entre alunos e educadores. “Há escolas aqui, em Alagoas, que têm bons projetos literários, que devem incluir vivência, pesquisa, interpretação e criticidade das obras, selecionadas pelo professor para serem escolhidas em sala de aula. Mas a literatura ainda engatinha”.

Incentivo que ainda é insuficiente para a estudante de escola pública do 3º ano do ensino médio Welma dos Santos, de 17 anos. “Não gosto muito de literatura porque tem que

Para a escritora Isvânia Marques, o professor deve ser um bom leitor

ler muito, cansa. Leio só o assunto que é dado em sala de

aula e faço o meu resumo.

Prefiro ler histórias, mas obras

literárias não. Só a literatura de cordel é que eu acho mais interessante”, revela.

Mas como ela gostaria de ter contato com a literatura?

“Preferia que o professor passasse um trabalho que fosse ler o livro e depois mandar a gente fazer uma produção artística sobre ele ou passasse um filme sobre a obra para a gente ver. Acho que assim, eu e a minha turma iríamos gostar mais porque a maioria dos meus colegas também não tem interesse!”.

Com pretensões de ser professor de Português e Redação ou até mesmo escritor, Wanderson Barros, de 18 anos, demonstra fascínio pela escrita e pela leitura como artes estimuladoras da criatividade.

Os alunos anseiam. Os professores tentam. E os contos, crônicas, poesias, obras e clássicos continuam com as suas páginas abertas à espera de os seus encantos serem entendidos e sabiamente transmitidos por “dedos” de mestres às novas gerações. (E.B.)

TV ABERTA EDUCATIVA 06h00 06h30 07h00 08h00 09h00 10h00 10h30 11h00 11h30 12h00 12h45 13h00 13h30 14h00

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Via Legal Brasil Eleitor Palavras de Vida Santa Missa Viola Minha Viola A Turma do Pererê Esquadrão Sobre Rodas Castelo Rá-Tim-Bum Janela Janelinha ABZ do Ziraldo Curta Criança Um Menino Muito Maluquinho Catalendas Dango Balango

TV ALAGOAS A emissora não forneceu sua programação.

Canal 3 14h30 15h00 16h00 17h00 18h00 18h30 19h00 20h00 21h00 22h30 23h00 00h45 01h45 02h45

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TV Piá Stadium A'UWÊ Ver TV De Lá pra Cá Cara e Coroa Papo de Mãe Conexão Roberto D'Ávila EsportVisão Nova África Cine Ibermédia A Grande Música DOC TV Curta Brasil

Canal 5

Canal 7

TV GAZETA 05h45 06h45 06h55 07h25 08h00 09h00 09h30 12h25

13h20 14h00 -

Santa Missa Sagrado Gazeta Rural Pequenas Empresas Globo Rural Auto Esporte Esporte Espetacular Renato Aragão Especial Poeira em Alto Mar Os Caras de Pau Temperatura Máxima Tá Dando Onda

15h44 - Globo Notícia 15h47 - Futebol 2010 - Campeonato Brasileiro: Corinthians x Fluminense 18h00 - Domingão do Faustão 20h45 - Fantástico 23h10 - SOS Emergência 23h45 - Passaporte África 00h20 - Domingo Maior - Eu, Robô 02h15 - Sessão de Gala - Tudo Pela Vida

Canal 11

TV PAJUÇARA 01h15 05h25 05h55 06h45 07h15 08h00 09h00 10h00

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IURD Bíblia em Foco Desenhos Bíblicos Nosso Tempo Desenhos Bíblicos Record Kiks Ponto de Luz Alagoas da Sorte

11h00 11h30 12h00 12h30 17h00 20h30 00h00 01h15

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Informativo Cesmac Conexão Record Kids Tudo é Possível Domingo Espetacular Programa do Gugu Serie: Heroes IURD

TV BANDEIRANTES Canal 38 07h00 10h30 11h00 12h00 13h00 13h30 15h30 18h00 20h30 22h30 23h00 23h30 23h35 00h35 01h05 03h05

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Info Brasil Caminhoneiro Rota Sertaneja Uma Escolinha Muito Louca Liga Dos Campeões Magazine Band Esporte Clube Campeonato Brasileiro Terceiro Tempo Domingo no Cinema E Estrelando Pancho Villa The Unit - Tropa de Elite Fórmula Indy - Bump Day De Olho na Copa Canal Livre Mundo Fashion Cine Band Doutor Fantástico Vida Vitoriosa

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RECADO

JetNews

“A maior felicidade é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos” Elenilson Gomes

topnews@ojornal-al.com.br

Gustavo Boroni

Sílvio Eugênio

Holofotes DICAS NEWS

A arquiteta Valéria Cox mostra sua faceta de modelo e, transformada pela produção de Gabriela Cabus, encanta com a suavidade de seus traços embalados em cores fortes Sílvio Eugênio

A aniversariante da última sexta-feira, Lúcia Cox, com o maridão Kennedy Cox, que também lhe rendeu muitas homenagens Arquivo

Arquivo

Boas maneiras são aquelas que ensinamos no dia-a-dia de nossos filhos desde que eles são pequenos. Agora, na adolescência, parece que foi um esforço em vão. Usar as palavras mágicas da infância: "por favor", "obrigado", "com licença","desculpe", nem em sonho; cumprimentar as pessoas ao chegar e ao sair de algum lugar. Esqueça!

Respeitar e ser delicado com todos, sejam moços ou mais velhos, funcionários, professores - enfim, todas as pessoas. As vezes, só diante de suborno; respeitar a privacidade dos outros, não mexendo no que não é seu sem pedir permissão.

Impensável! Ter paciência quando os outros estão falando, escutando com atenção e esperando a sua vez, acredito que nem quando são pequenos. A questão é que os pais devem ficar atentos para que seus herdeiros não se transformem em abóboras quando passarem da adolescência para a idade adulta. Fiquem no pé. Bons modos também é herança.

COPA DO MUNDO ACopa do Mundo nem começou e já está promovendo mudanças na cidade. É que o bar e restaurante Maria Vai Com as Ostras mudará de endereço durante as partidas do Brasil na Copa do Mundo 2010, fixando residência no Renaissance Festas e Eventos. E o melhor: os torcedores poderão comemorar o resultados dos jogos ao som da banda alagoana Trem Bala, com sucessos de pop-rock, e ao som do pagoda do Boca de Forno.

Quem também se adéqua ao clima da Copa é o Espaço Pierrre Chalita, que, a partir do dia 15 de junho, com a estreia entre Brasil x Coréia do Norte, arma a superfesta Laduma Mix. Com a assinatura da Invent Produções, de Matheus Vilela, e da Suprema Produções, de André Normande, o evento contará com espaço climatizado, superestrutura de quatro telões gigantes e seis TVs de plasma, além de decoração inspirada na África do Sul - tudo para garantir o máximo de emoção na transmissão (e comemoração!) do maior espetáculo esportivo do mundo.

LÚCIA COX Na última sexta-feira, a querida Lúcia Cox foi, mais uma vez, o centro das atenções, recebendo felicitações de amigos e familiares por mais um niver que celebrava. Ela que comanda uma dos buffets mais tradicionais e disputados da cidade, o Favo de Mel, é dona de uma sensibilidade ímpar para entender os desejos daqueles que buscam seus serviços e seus conselhos. Aproveitamos apra desejar muitas felicidades e agradecer a parceria de anos com esta coluna. Parabéns e muitos anos de vida!

Sempre antenadas às novidades da moda, Katherine Albuquerque já garimpa peças para sua próxima coleção

Referência na acupuntura, em Maceió, a médica Carla Cansanção mantêm uma das agendas mais disputadas da cidadde

FAX O nosso fax : 4009-1960.

Os empresários Filipe Mourão e José Pinto anunciam amanhã (24), em coletiva à imprensa, a chegada da RE/MAX ao mercado imobiliário alagoano. Os dois são másteres franqueados da empresa para os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Na entrevista coletiva aos jornalistas, no Wanchako, os dois falarão sobre o inovador modelo de negócios da rede, que está espalhada por 78 países e nasceu em Denver, nos EUA, na década de 70.

1

Mamá Omena já está a mil produzindo um dos eventos mais aguardados da cidade: o Forró Arezzo. Os vips estão para lá de ansiosos esperando os disputados convites para a festa. Ana e Aninha Loureiro, responsáveis pelo arrasta pé chique, já colecionam felicitações por mais um ano desta grande festa.

2

O Arraiá do Zé Pereira volta com toda animação e muito forró no dia 02 de junho, no Espaço Pierre Chalita. A organização do evento promete realizar o São João mais animado da capital trazendo as bandas Brasa do Forró, A Forrozada, Forró da Xatrez e trio pé de serra. Pontos de vendas: Viva Alagoas, restaurante Zé Pereira e Sunfilm.

Informações: 8891.3029 / 9981.1963

3

Creuza Lippo, uma das arquitetas que mais se destacam no mercado, será um dos destaques de uma noite tropical que será montada no Ritz Lagoa da Anta

A coleção outono/inverno que as jovens empresárias Mariana e Carolina Freitas trouxeram para sua Santa Lolla continua dando o que falar. As bolsas estão na mira das antenadas.

8

Almoço de domingo é sinônimo de Alecrim Verde para muitos amigos.

Os motivos são explicados com o cardápio servido por lá, incluindo o delicioso menu de sushis, que já está conquistando fãs. Palmas para Elaine e Eliane Tenório.

9

Quem anda colecionando elogios é a querida Nadeje de Holanda Feitosa pelo bom gosto empregado em sua Idear Home Design. O espaço, que reúne o melhor de três segmentos de decoração, está chamando a atenção em toda a cidade.

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Chico Brandão

Chico Brandão

Vaninha Nutels tem recebido muitos elogios pela belíssima coleção outono/inverno que trouxe para suas Andarellas. As peças são destaque nas principais revistas do País. Parabéns!

4

Com o requintado menu do Portp Salles, a pizzaria que leva o mesmo nome já é sucesso. Ela se tornou a opção perfeita para quem sabe apreciar uma boa massa. O amigo Eduardo Salles, que comanda o lugar, está de parabéns por mais esse empreendimento.

5

Não deixem de dar os parabéns às empresárias Ana Lúcia Netter Ferreira e Clotilde Rosa Oiticica, ao médico Cláudio Wlademir Silva, a jornalista Isa Mendonça, a Luiz Conrado Veiga e a Amadeu Delane Ramos, que comemoram hoje mais um niver.

Felicidades!

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As vitrines da Bob Store estão um verdadeiro convite às mais chiques da cidade.

O lugar é uma das referências do que está na moda nesta estação.

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Marcos Garcia é presença confirmada numa noite tropical que será realizada no final de julho

O amigo Sérgio Falcão segue como um dos nomes mais fortes da contrução civil, em Alagoas

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NATHALIE E ARTHUR Dois momentos do nupcial de Nathalie e Arthur: a entrada da noiva com seu pai; e os recém-casados posando para suas primeiras fotos oficiais

noite de 8 de maio ficará marcada para sempre na memória de Nathalie,filha de Mirabeau e Maria de Fátima Madeiros e de Arthur, filho de Ludgero e Rosa Núbia de Barros Lima, que escolheram esta data para unir suas vidas. Com uma belíssima cerimônia, realizada diante do altar da Igreja Mãe do Povo, em Jaraguá, eles pronunciaram o tão esperado "sim" na frente de amigos e familiares, que lotaram o recinto. Anoiva ainda coleciona elogios pelo bom gosto do vestido que usou; um autêntico Audifax Seabra, que a deixou ainda mais linda. A preparação para o nupcial aconteceu no Hotel Ritz Lagoa da Anta, onde será maquiada e penteada por profissionais do Fios de Cabelo. Uma linda recepção foi oferecida aos convidados no imponente Espaço Pierre Chalita, que ficou pequeno diante de tanta emoção e felicidade emanadas de todos que ali marcaram presença. Entre os detalhes que deixaram a noite ainda mais suntuosa, estão o bolo de Dona Zeeze, as delícias de Izabel Pinheiro, décor de Walmy Becho e cerimonial de Drica.

Chico Brandão assinoui o registro de todos os flashes, publicados hoje, na coluna. Mais uma vez, felicidades ao casal Que Deus os abençoe!

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Os noivos com suas irmãs Nayara e Nathália, de vermelho, os pais de Nathalie, Fátima e Mirabeau, e Mirabeau Filho, irmão da noiva

Os padrinhos Lourdinha e Antônio Sanches Nadejane Madeiros com Nathalie

Os noivos com os irmãos de Arthur, sua avó e seus pais, Rosanúbia e Ludgero

José Alfredo de Mendonça e Andréa e Marcelo Lima

Dalvinha e Fábio

Os padrinho Roselma e Jorge Amorim

Michele e Morvan Madeiros

O noivo, de azul, com seus padrinhos

Posando ao lado do bolo projetado por Dona Zeeze, que aind rende elogios ao casal

O jovem casal com seus pajens Carlinhos, Gabriel, Fernandinho e Vinícios e a daminha de honra Alice

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Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura Artesanato

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Hoje

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Toada, coco, poesia e pandeiro. Dessa mistura nasceu uma autêntica expressão da cultura popular alagoana. A Poesia Musicada no Pandeiro (foto) tem um pouco de teatro e declamação. A mistura pode ser conferida no Projeto Maceió Viva Cultura, a partir das 18h, no Posto Sete (Jatiúca). A outra atração da noite nasceu em Salvador, mas é alagoano há 20 anos.

Igbonan Rocha é destaque entre os grandes interpretes da cidade.

Amanhã Sensibilidade em tom emotivo e com apelo social serão revelados no livro “Temas Ocultos em Cartas Abertas”, 18ª obra de Maria da Puresa Amorim, lançado às 19h30, no salão do Hotel Brisa Tower (Av. Álvaro Otacílio, 4201, Jatiúca). Mais informações: (82) 9628-0404.

Terça-feira Negrinha, monólogo escrito e interpretado por Sara Antunes, será exibido às 20h, no Café Literário Esmal, terça e quarta-feira.

O grupo baiano Oco Teatro Laboratório traz para Maceió, de terça-feira ao dia 30 de maio, o projeto Clássicos Teatrais no Nordeste. Durante seis dias, a companhia de Salvador-BA ministrará oficinas, realizará encontros com grupos locais e apresentará dois espetáculos de seu repertório: Branca e Os sonhos de Segismundo. Confira a programação: de 25/05 a 27/05, no Espaço Cultural da Ufal (antiga Reitoria), às 18h - Cursos Tecendo partituras, Energia e eExpressividade e A dança do clown; 28/05, no Espaço Cultural da Ufal (antiga reitoria), às 18h Encontro com grupos de pesquisa da cidade e do Estado sobre o Nortea; 29/05, às 20h, no Teatro Sesi – espetáculo Os sonhos de Segismundo; 30/05, às 20h, no Teatro Sesi - Espetáculo Branca. Mais informações: (82) 8888-3031/ 9930-9866.

Sexta-feira O Balé Imperial da Rússia vai encantar o público às 21h, no Teatro Gustavo Leite (Jaraguá). Mais informações: (82) 3034-0930 / 8825-2808.

Sábado O Sindicato dos Jornalistas e o Núcleo de Ecojornalistas de Alagoas (NEJ-AL) vão realizar uma oficina sobre jornalismo ambiental, cujo tema central será a sustentabilidade. O evento, realizado em parceria com a Braskem e a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes-AL), será aberto a profissionais e estudantes de jornalismo, tendo início às 9 horas, no auditório do cinturão verde da Braskem. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas junto ao Sindicato dos Jornalistas, através do telefone 3326-9168. Devido ao número limitado de vagas, serão atendidos os cinqüenta primeiros interessados.

O Arraia dos Seresteiros vai festejar o São João com o compositor pernambucano Nando Cordel, o som do mestre Chau do Pife, xotes xaxados e baiões. Ingressos à venda no estande Sue Chamusca (Maceió Shopping). Mais informações: (82) 3235-5301 / 9925-7299.

Em Cartaz A exposição João das Alagoas e seus Discípulos está na Biblioteca Pública Municipal de Capela (Av. Paulo Moreira Albuquerque, 75) até o dia 31 de maio. Entrada franca. Mais informações: (82) 9951-9510.

A oitava edição da Mostra Alagoana de Dança vai acontecer entre os dias 24 de julho e 6 de agosto. Poderão participar do festival: escolas de dança, grupos profissionais ou amadores, bailarinos residentes em Alagoas. A idade mínima é de 10 anos, com autorização dos pais ou responsáveis. Este ano, nove municípios fazem parte do projeto: Maceió, Viçosa, São Miguel dos Campos, Santana do Ipanema, Coruripe, Penedo, Arapiraca e Maragogi. As inscrições gratuitas seguem até 18 de junho.

Formulário: www.cultura.al.gov.br ou na sede da Secult (Praça Marechal Floriano Peixoto, 517, Centro de Maceió). Mais informações: (82) 3315-7868.

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Os adversários de Alagoas na Série C O Galo conheceu no meio da semana o grupo na Terceira Divisão 2010; O JORNAL traz nesta edição um breve raio-x sobre a chave B da Terceirona

O JORNA L JORNAL

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Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: esportes@ojornal-al.com.br

As duas faces de Lúcio Uma fera em campo, capitão da Seleção Brasileira parece ser outra pessoa fora dele Por Globoesporte.com Em campo, um jogador sério, de cara feia. Símbolo de raça e determinação, que não tem medo de encarar nenhum adversário.

Mas o capitão da seleção brasileira se transforma quando tira a chuteira, troca de roupa e volta para casa. Parece outra pessoa.

Um Lúcio pouco conhecido. O marido de Dione, o pai de Vitória, João Vitor e Valentina é uma pessoa calma, sorridente, que adora brincar.

“Em campo sempre encaro tudo com muita seriedade. Não deixo espaço para brincadeira.

Mas dentro de casa, não. Quando passo da porta deixo o futebol, a luta, tudo lá para fora. Sempre fui mais tímido, mais tranquilo. Mais caladão”, disse Lúcio em entrevista ao repórter da TV Globo Tino Marcos. Se nas quatro linhas Lúcio assusta os atacantes com seus 1,89m e 88 quilos e o temperamento forte, fora delas o zagueiro é uma pessoa afetiva.

Memória – “Já passei por momentos difíceis em que pensei largar o clube, a seleção. Em momentos assim (de críticas) eu

sofro. Eu também tenho coração, tenho sentimento. Já chorei bastante. São momentos que machucam. Ninguém costa de passar, mas faz parte da nossa carreira”, explica o zagueiro.

Lúcio é o nono personagem de uma série de reportagens especiais do Jornal Nacional sobre os 23 convocados por Dunga para a Copa do Mundo. Ou melhor, Lucimar da Silva Ferreira.

“Mudaram o nome agora, mas para mim continua sendo Lucimar”, disse Maria Olindina da Silva, que trabalhava como camareira quando escolheu o nome do filho.

“Trabalhava na escola Fazendária. E lá sempre chegavam pessoas de fora. Achei bonito esse nome. Não me arrependi”, disse. Mas quando chegou ao Internacional, o zagueiro começou a sofrer com as brincadeiras dos companheiros. Lucimar saiu de campo. E Lúcio começou uma carreira de sucesso.

“O pessoal lá no Sul dizia que Lucimar era nome de mulher.

Ele ficava lá na dele, quietinho, não respondia a ninguém. Então resolveu trocar”, completa Dona Olindina.

Com seus 1,89 e 88 quilos, o zagueiro da Internacionale e Seleção Brasileira mete medo nos adversários

Lúcio prefere dar uma outra versão para a história “A mudança aconteceu no Internacional. O Guto Ferreira era treinador e veio falar comigo. Ele disse que não dava para gritar na beira do campo “Lucimar, tira a bola” ou “Lucimar sai daí”. Aí no dia seguinte ele veio com essa história de Lúcio.

E todo mundo passou me chamar assim. Até porque estava há só um mês no Inter. Desde 1997 só me chamam de Lúcio.

Você acaba se acostumando.

Quando me chamam de Lucimar agora parece estranho. A mãe não se acostumou com o “novo nome” que o filho carrega nas costas dos uniformes.

Após 13 anos, prefere continuar

chamando-o pelo nome de batismo.

“Falo com ela. Mãe, eu sou o Lúcio, não sou o Lucimar (risos).

Mas não tem jeito. E minha esposa também, as vezes, para me cutucar me chama assim. As crianças quando querem pegar no meu pé fazem a mesma coisa (risos). Para mim hoje até soa estranho”, disse Lúcio.

Atacante - No começo, Lúcio queria ser atacante. Só com 14 anos se estabeleceu como zagueiro no Planaltina. Fez testes no Goiás, no Vila Nova, no Cruzeiro.

Não passou.

“O pessoal disse que iria ligar e até hoje não fizeram contato

(risos)”. Se no futebol a situação estava difícil, em casa também era complicada. Os pais do zagueiro se separaram.

“Separação quem sempre leva a culpa é o pai. Mas não ficamos sem se falar. A gente se falava por telefone. Quando deu ele foi me visitar”, lembra Seu José Ferreira, pai do zagueiro.

Nesta época difícil época, um momento marcou a vida de Lúcio e da mãe. O jogador precisava de uma nova chuteira para entrar em campo. Pediu de presente ao pai um dia que foi visitá-lo. Recebeu a promessa de que ganharia, mas após dois dias voltou para a casa sem nada.

Na identidade, o nome de batismo pelo qual Lúcio é pouco chamado

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Esportes

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Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: esportes@ojornal-al.com.br

Adilson Batista diz não ao Palmeiras O técnico Adilson Batista confirmou, ontem, que recebeu uma proposta para assumir o comando do Palmeiras. Em Atibaia, onde o elenco do Cruzeiro treina desde quinta-feira, o treinador disse que preferiu permanecer no futebol mineiro.

Adilson está no clube desde 2008, quando assumiu o cargo na vaga deixada por Dorival Júnior.

A partir daí, foram dois títulos

mineiros, duas boas campanhas no Campeonato Brasileiro e três participações na Taça Libertadores, sendo que, em 2009, a Raposa foi derrotada apenas na decisão, para o Estudiantes.

Em sua terceira temporada, o treinador comandou a equipe em 166 jogos, com 96 vitórias, 32 empates e 38 derrotas. Agora, terá a chance de fazer mais uma campanha de sucesso no Brasileirão.

TABELA DO BRASILEIRO

Diretoria do Flamengo afirma que prioridade no clube é renovar o contrato de Adriano, que acaba dia 30

SÉRIE A 1 Corinthians 2 Avaí 3 Botafogo 4 Cruzeiro 5 Guarani 6 Ceará 7 Palmeiras 8 Internacional 9 Fluminense 10 Grêmio Prudente 11 Atlético-MG 12 Santos 13 Flamengo 14 Atlético-PR 15 São Paulo 16 Grêmio 17 Vitória 18 Vasco 19 Atlético-GO 20 Goiás

P 6 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 1 1 1 1 1 1 0

J 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

V 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

E 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 2 2 1 1 1 1 1 1 0

D 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 2

GP 4 8 5 4 3 2 1 4 1 5 2 4 2 3 2 1 1 1 0 2

GC 2 3 4 3 2 1 0 4 1 6 5 4 2 4 3 2 2 2 1 4

S 2 5 1 1 1 1 1 0 0 -1 -3 0 0 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -2

% 100 66 66 66 66 66 66 50 50 50 50 33 33 16 16 16 16 16 16 0

PG - pontos ganhos; J - jogos; V - vitórias; E - empates; D - derrotas; GP - gols pró; GC - gols contra; SG - saldo de gols.

AGENDA 16h - Corinthians x Fluminense 16h - Internacional x São Paulo 16h - Ceará x Vitória 16h - Atlético-MG x Atlético-PR 18h30 - Avaí x Vasco 18h30 - Flamengo x Grêmio Prudente 18h30 - Guarani x Cruzeiro

Para curar a ressaca Flamengo quer esquecer o sonho de voltar a vencer a Libertadores depois de 29 anos O sonho de voltar a vencer a Libertadores depois de 29 anos parou na Universidad do Chile. Apesar do abatimento pela eliminação do torneio continental, o Flamengo tenta começar a pensar no Brasileirão, competição a qual ainda não venceu esse ano. Para se reabilitar e curar a dor do torneio continental, o treinador Rogério Lourenço aposta na série caseira que terá pela frente.

Os três próximos confrontos do time rubro-negro serão no Maracanã. O primeiro, neste domingo, às 18h30, contra o Grêmio Prudente. Depois, os adversários serão o Fluminense (26/05) e o Grêmio (29.05). “É óbvio que a gente estava com o foco na Libertadores, mas é vida que segue. Temos de aproveitar esses três jogos em casa, mesmo um sendo clássico. A perspectiva é boa”, disse o técnico.

Mesmo com a eliminação, o treinador acredita que a tor-

cida irá comparecer ao Maracanã neste domingo em bom número para apoiar a equipe.

No Brasileirão, o Flamengo empatou os dois primeiros jogos, diante de São Paulo e Vitória. o fiasco na Libertadores com série caseira no Maracanã.

“Nesta quinta-feira, o mais importante foi resgatar a autoestima deste grupo. A torcida pode estar orgulhosa. Honramos a tradição do Flamengo”, disse o treinador.

Em seis jogos à frente do Flamengo, Rogério Lourenço venceu apenas dois, perdendo outros dois e empatando mais dois. Mesmo com o início irregular, assim como as atuações da equipe, aposta que a equipe irá evoluir quando tiver mais tempo para treiná-la.

“Meu trabalho começou bem contra o Corinthians. Vencemos uma equipe invicta. No Brasileiro, pegamos o São Paulo, que está na semifinal da Libertadores, e o

Vitória, finalista da Copa do Brasil. Praticamente não tive tempo para treinar. Com tempo para trabalhar, vou conseguir colocar em prática minhas convicções”, afirmou.

Nesta última quarta-feira, a presidente Patrícia Amorim declarou que Rogério Lourenço, que era auxiliar do antigo treinador Andrade, já assinou o contrato como técnico do Flamengo e que a tendência é mantê-lo à frente da equipe.

ADRIANO – Ainda sobre o futuro, o Flamengo tenta fazer com que o atacante Adriano permaneça no clube, assim como o companheiro dele de ataque, Vagner Love. Adriano ficar no Gávea é prioridade da diretoria. O contrato do Imperador termina no próximo dia 30, e o jogador interessa a clubes europeus. O Roma teria, inclusive, uma proposta pronta para fazer ao atacante.

Esportes 4

Domingo, 23 de maio de 2010 | www.ojornalw

CRB conhece seus adversários n Marcelo Alves pesar de pouco menos de 60 dias para o início da Série C do Campeonato Brasileiro, O OJORNAL entrou em contato com os representantes dos times do Grupo B (CRB, ABC-RN, Alecrim-RN, Campinense-PB e Salgueiro-PE, para saber como as equipes estão se preparando para a competição. Até agora, sabe-se que não se pode traçar o perfil definitivo dos quatro cinco times, mas o a reportagem apresenta um raio-x com a atual realidade dos clubes quanto às negociações, especulações e contratos de jogadores.

Dos quatro clubes o CRB, o ABC-RN e o Alecrim-RN estão investindo em contratações. O time regatiano contratou até agora 14 joga-

A

dores e o alvinegro do rio grande do norte acertou com dez atletas.

Além disso, as duas equipes estão disputando amistosos e ainda têm pela frente a Copa do Nordeste.

O CRB enfrentou ontem o seu maior rival, o CSA, no chamado Desafio das Multidões e o ABC enfrenta hoje um time holandês e na próxima quinta tem pela frente o Boca Juniors da Argentina. Enquanto isso, o Alecrim-RN que não tem nenhum amistoso para fazer está trazendo sete jogadores do Santos para compor seu elenco. Já Campinense e o Salgueiro, estão passando por situações iguais. Os dois clubes estão lutando com objetivo de arrecadar dinheiro para montar a equipe. O Campinense deve anunciar o nome do novo treinador da equipe amanhã. E o Salgueiro não tem, ainda, jogador nem treinador: todo o elenco do time Pernambucano foi dispensado.

Yvette Moura

Novo diretor de futebol alvirrubro, Ênio Oliveira afirma que o CRB montou time para retornar ao Brasileiro da Segunda Divisão em 2011

ABC-RN Rebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro, no ano passado, o ABC-RN investe forte para retornar à Série B. E como preparação para a competição nacional, que acontece em julho, e também às disputas do Nordestão, a direção do clube marcou dois amistosos internacionais: um com um time holandês e outro com uma equipe argentina.

De acordo com o superintendente de Futebol do ABC-RN, Ricardo Moraes, o primeiro desafio acontece na tarde de hoje contra o time AGOVV, da segunda divisão da Holanda. A partida está marcada para as 17h, no estádio Maria Lamas Farache, o Frasqueirão. Já no segundo duelo, a diretoria desafiou o Boca Juniors da Argentina. O jogo, que está confirmado, acontece na próxima quinta-feira (27), às 20h30, também no Frasqueirão.

Ricardo Moraes disse que os amistosos têm o objetivo de apresentar ao torcedor alvinegro os novos contratados do ABC, bem como dar movimentação ao time e angariar recursos com a renda das partidas. O superintendente de Futebol do ABC-RN disse que foram contratados dez jogadores, como o zagueiro André Alves (ex-Volta Redonda-RJ), la-

CAMPI

Adiretoria do CRB está investindo tudo para reforçar o time para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série. C. Fugindo, totalmente, da política inicial do clube, que era de promoção de jogadores da categoria de base, a direção regatiana contratou até agora 14 atletas, mais de um time. O treinador do CRB, Celso Teixeira, disse que pretende contratar mais dois jogadores e fechar o elenco com 30 atletas, sendo que o restante oriundo da base do CRB. Celso Teixeira indicou e a direção do CRB contratou os seguintes jogadores: Carlos Carioca e Hudson (goleiros), Toninho, Pedrosa e Leandro (zagueiros), Amaral (lateral direito), Renatinho (lateral esquerdo), Macaé e Fabinho Vitória (volantes), Ewerton e Dio (meias), Edson Di, Ivan e Emilio (atacantes).

Além do investimento no elenco rega-

tiano, a diretoria do Galo está reforçando a supervisão de futebol do clube e a corpo técnico do time profissional. Na tarde da última segunda-feira, o ex-jogador do CSA, nio Oliveira, assumiu a supervisão de Futebol do CRB. E também pensando no condicionamento dos atletas para evitar contusões, o CRB conta com dois preparadores físicos: os irmãos Vitor e Rodrigo Albuquerque.

De acordo com o diretor de futebol do CRB, nio Oliveira, a direção do Galo só tem um pensamento: retornar para a Série B do Brasileiro. “Estamos trabalhando em unidade e o único pensamento do time é ficar entre os quatro primeiros e voltar a Segunda Divisão do Brasileirão. Não tem alternativa”, disse nio Oliveira. “Por isso que estamos fazendo essa montagem antecipada do

grupo”, ressaltou.

Em relação ao grupo, o diretor de futebol do Galo disse que a equipe vai respeitar todos os quatro adversários, mas vai entrar em campo para vencer as partidas.

“Vamos buscar um bom resultado com o ABC. Vamos ao Rio Grande do Norte para vencer”, destacou nio Oliveira.

Na tarde de ontem, o CRB fez a primeira partida do Desafio das Multidões com o seu maio rival no Estado, o CSA. A equipe regatiana fará outra partida contra o Azulão do Mutange no próximo sábado (29). Apesar dos dois clássicos, Celso Teixeira não classificou como preparatório para a Série C. Para ele, somente durante a Copa do Nordeste é que o elenco principal que irá disputar a Terceira Divisão Nacional será testado. (M.A)

Mergulhado em problemas. Esta é a real situação vivida pelo CampinensePB para disputar o Campeonato Brasileiro da Série C. Assim como o ABCRN, a Raposa foi rebaixada da Série B, no ano passado. A equipe não está com uma boa instabilidade financeira. A diretoria do Campinense busca novos parceiros para tentar reequilibrar as contas e começar a montar a equipe para disputar a competição. Com a divulgação da tabela da competição nacional, jogadores da Raposa já apontam o CRB como o time mais difícil do grupo.

O diretor de Futebol do Campinense, Steferson Mariz, disse que amanhã a direção anunciará o técnico que irá comandar o time na competição nacional. De acordo com ele, os técnicos Gilmar Batista (ex-Corinthians-AL), Reginaldo Souza (ex-Ipyranga-SP e CSE-AL), Suelio Lacerda (ex-Souza) e o Nazareno Silva (ex-Atlético Alagoinha-BA) já foram contatados, mas a escolha somente será definida amanhã. “Primeiro vamos contra-

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no Brasileiro da Terceira Divisão ALECRIM-RN

Leandro Campo, novo ténico do ABC-RN

teral direito Ronaldo (ex-Crac de CatalãoGO), os volantes Basílio (ex-ChapecoenseSC) e Ricardo Oliveira (ex-Mogi-MirimSP), além do meia Ewerton César (exCriciúma-SC). O atual treinador do ABCRN é o Leandro Campos que comandou o alvinegro na conquista do estadual do Rio Grande do Norte, perdendo apenas duas partidas. Na tarde da última sextafeira (21) a diretoria do ABC-RN cancelou a contratação do meia Jorge Henrique, que estava no Ceará, porque o jogador não se apresentou no clube. Jorge Henrique iria para o ABC-RN por empréstimo até o fim da temporada.

No Clube do Povo há alguns jogadores conhecidos do futebol alagoano como o goleiro Camilo, que passou pelo CRB.

NENSE tar o treinador para depois definirmos o planejamento que vamos fazer para a disputa da Série D”, disse Mariz. Na tarde de hoje acontece uma reunião com o empresário Genivaldo Santos para tratar da possível parceria entre o Campinense e a Gênio Sport.

Mariz falou também que ainda está em negociação a renovação de contratos da base de jogadores que participou do Campeonato Paraibano e tem interesse em ficar para a disputa da Série C, entre eles Gileno, Lima, Rafinha, Israel, Márcio Blot, Rayan e Ricardo Miranda. O meia Gileno classificou o Grupo B como difícil. Para Gileno, o adversário mais perigoso do Grupo B é o Galo, pela competência do técnico Celso Teixeira. O volante Lima ratifica o pensamento do companheiro, afirmando que o CRB é o adversário mais difícil para a Raposa. Outro que também aponta o CRB como o mais forte do grupo é o zagueiro Rayan. Ele vê o CRB como o principal adversário do Campinense. (M.A)

Vindo da Série D do Campeonato Brasileiro do ano passado, o Alecrim-RN vai contar com jogadores do Santos-SP para a disputa da série D da competição nacional. Isso porque o presidente do Verdão, Orlando Caldas, fechou uma parceria de empréstimo com o time da Vila Belmiro. Orlando Caldas disse que além de sete jogadores, a direção do Santos vai enviar para o Alecrim uma comissão técnica completa, formada por treinador, preparadores de goleiro e físico, fisiologista e fisioterapeuta. Porém os reforços só chegam ao clube no início de junho, quando começa a pré-temporada do time, visando a Série D. O presidente do Verdão disse que o Santos só irá anunciar o nome do treinador amanhã.

O mandatário do Verdão disse que pretende formar um elenco com 25 jogadores. O presidente do Clube informou que os jogadores que virão do Santos são o goleiro Samuel, o lateral direito Bruno, o zagueiro Ricardo; o lateral esquerdo Anderson, os meias Abydal e Rogério e o atacante Artur. Caldas afirmou que, além dos jogadores do Santos, o restante do elenco será composto pelos melhores jogadores que disputaram o campeo-

Por falta de pagamento, Galo perder o Beer CRB

Caldas firmou contrato com o Santos F. C.

nato estadual do Rio Grande do Norte.

“Iremos fazer como na disputa da Série D, do ano passado, quando conseguimos subir de série contando somente com os melhores jogadores do Rio Grande do Norte”, disse. Caldas revelou que pretende contar ainda com os jogadores que disputaram o estadual como o meia Carioca, considerado o melhor jogador da competição local, o volante Satané, o lateral direito Nego e zagueiro Maceió, natural de Alagoas.

Depois do acesso a Série C, Alecrim ganhou novos patrocinadores. AUnimed, empresa patrocinadora do Fluminense, já fechou contrato o com o Alecrim. Orlando Caldas espera ainda contar com o apoio dos governos estadual e municipal do Estado.

SALGUEIRO Juntando os cacos, o Salgueiro-PE não tem elenco e nem tem receita definida para disputar a Série C do Campeonato Brasileiro. Essa é real situação que se encontra o time do Carcará. Apesar de ter feito uma boa campanha no Campeonato do Interior, conquistando o título da competição, o Carcará, literalmente, desmanchou seu elenco, por falta de dinheiro. “Se eu não angariar renda, vamos contratar jogadores da região local”, disse o presidente do Salgueiro, José Guilherme, o Zé Guilherme.

De acordo com Zé Gulherme, todos os jogadores que foram campeões do Campeonato Interior pernambucano foram dispensados. “Hoje, não temos nenhum jogador no elenco. Nem mesmo o treinador.

Dispensamos todos no final de abril, porque não temos dinheiro para ficar com jogadores até o início da Série D”, disse Zé Guilherme.

Com o caixa zerado, o mandatário do Carcará disse que por enquanto não quer falar sobre contratações. Neste momento, o objetivo principal do presiden-

te do Salgueiro é arrecadar receita para depois fazer um planejamento para contratações. “Não tem nada definido. Tudo depende de receita”, afirmou. Ele disse que caso não consiga apóio financeiro para contratar jogadores para a competição nacional, o time vai apenas cumprir tabela. “Se conseguirmos patrocínio, a gente tenta montar um time mais forte.

Se não, vamos trabalhar com jogadores da região”, disse Guilherme.

“Com o término do Estadual e da conquista do Troféu do Interior, o Carcará se despedaçou. O treinador Paulo Júnior foi comandar outro clube e levou consigo alguns jogadores do Salgueiro, como o atacante Branquinho”, disse Zé Guilherme. Além disso, o Carcará perdeu um grande investidor. O empresário Cleber Souza deixou o clube e foi patrocinar a equipe do Petrolina. A estréia da equipe do Salgueiro-PE está agendada para o dia 18 de julho, contra o Alecrim, às 16h, no estádio Cornélio de Barros, o Salgueirão, em Salgueiro. (M.A)

O ex-vice-presidente do CRB, Valter Pitombo Laranjeira, o Toroca, disse na última sexta-feira que o clube regatiano terá de volta o Beer CRB. Toroca pediu para que os proprietários do imóvel apresentem as promissórias comprovando que o CRB não quitou a dívida. Ele questiona ainda o porquê de, somente agora, depois de 43 anos, a família de Emérita Fazio, reclamar o prédio na Justiça. O advogado e parente de Emérita Fazio, Bruno Fazio, disse que em 1967, ano da assinatura do contrato, o presidente do CRB, Severiano Gomes e o Toroca fizeram a aquisição do imóvel no valor de Cr$ 10 mil, junto com Emérita Fazio.

“Era para eles darem um sinal, e dez parcelas do valor, mas eles pagaram quatro ou cinco parcelas e não concluíram o pagamento”, disse Bruno Fazio.

O advogado disse que somente agora entrou na Justiça porque sua família cansou de ser cobrada, todos os meses, pela União por uma dívida feita pelo CRB. “Todo mês chega cobrança da União para a família, já que o terreno onde está instalado o imóvel pertence à marinha”, afirmou Bruno Fazio.

Toroca questionam, também, por qual motivo o atual proprietário não apresentar as promissórias comprovando que o CRB deve e não pagou o que foi acordado. “Por que eles não provam que não foram pagas as promissórias?”, indagou Toroca. O ex-dirigente do Galo não afirmou que o CRB teria quitado as parcelas, mas diz que foram mais de cinco, como garante Bruno Fazio. “Foram muito mais de cinco parcelas pagas pelo CRB”, garantiu.

“Ele tem que apresentar o contrato, porque lá tem tudo. É fácil o reclamante dizer que o CRB está devendo, difícil é apresentar as provas que o clube deve alguma coisa”, disse. Toroca acredita que o imóvel vai ser devolvido ao CRB. “O CRB vai conseguir de volta o prédio do Beer CRB. A Justiça vai fazer justiça”. O Departamento Jurídico alvirrubro, por intermédio do advogado Fernando Costa, irá recorrer da sentença ao Pleno do Tribunal de Justiça. O caso pode e deve subir para o Superior Tribunal de Justiça. (M.A)

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Esportes 6

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Fora de combate Em virtude de uma lombalgia, líbero Serginho não estreia pelo Brasil na Liga de Vôlei O líbero Serginho deve ficar fora da estreia do Brasil na Liga Mundial de Vôlei. Com uma forte lombalgia, o jogador não participou do treino da seleção brasileira masculina nesta última sexta-feira, no Centro de Desenvolvimento do Voleibol Aryzão, em Saquarema (RJ) para se submeter a um tratamento.

“A não ser que haja uma melhora significativa poderemos contar com o Serginho”, afirma o técnico Bernardinho. Em busca do nono título, o Brasil estreará na Liga Mundial contra a Bulgária nos dias 4 e 5 de junho, na cidade mineira de Uberlândia.

Giba, Leandro Vissotto, João Paulo e Théo se juntaram ao grupo esta semana e participaram do treino comandado por Bernardinho. Dante, que se apresenta no próximo domingo (30.05), Éder, com uma pubalgia, e Rodrigão, que foi para São Paulo, não treinaram. O meio de

rede Éder, inclusive, já está fora dos primeiros jogos do Brasil na Liga Mundial.

Segundo o técnico da seleção brasileira, a equipe estreará na competição longe do ideal, especialmente, pelo pouco tempo de treinamento. “Mas o time será competitivo, principalmente, para a estreia contra a Bulgária, principal adversário da chave”, afirma Bernardinho.

Caso Serginho não tenha condições de jogo, seu substituto é Mario Jr., que no ano passado, fez sua estreia na Liga Mundial. “É difícil ser igual ao melhor líbero do mundo, mas fico satisfeito em ajudar o grupo”, diz Mario Jr. “Não gostaria que minha ajuda fosse dessa forma.

A contusão do Serginho foi uma fatalidade. Mas pode acontecer com qualquer um, e tenho que estar preparado”, completa o jogador.

Mario Jr estreou na Liga

Mundial em julho do ano passado, contra a Venezuela, em Caracas. A seleção brasileira venceu os venezuelanos por 3 sets a 0.

Este ano, além da Bulgária, o Brasil jogará na primeira fase da Liga Mundial contra a Holanda, nos dias 12 e 13 de junho, em Brasília, e Coreia do Sul, 18 e 19 do mesmo mês, no Rio de Janeiro.

Em seguida, o time brasileiro embarcará para o exterior, onde enfrentará Holanda, Coreia e Bulgária, respectivamente. Afase final será realizada entre os dias 21 e 25 de julho, em Córdoba, na Argentina.

A Liga Mundial terá a participação de 16 seleções. O Brasil está no grupo ª Na chave B jogarão Sérvia, China, Itália e França, enquanto o grupo C é composto por Rússia, Estados Unidos, Finlândia e Egito.

Cuba, Argentina, Alemanha e Polônia integram a chave D.

Considerado o melor do mundo, Serginho é ausência sentida por Bernardinho

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Esportes

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Azar no sorteio para Roland Garros Thomas Bellucci encara Llodra na estreia em Paris e pode pegar Nadal nas oitavas de final O sorteio da chave principal de Roland Garros não ajudou os brasileiros. Na última sexta-feira, Thomaz Bellucci, cabeça de chave número 24, soube que terá na estreia o experiente francês Michael Llodra - 46º colocado do ranking - e, se avançar, pode enfrentar o espanhol Rafael Nadal, “Rei do saibro” e tetracampeão em Paris, nas oitavas de final. Ricardo Mello, tenista 91 do mundo, terá o croata Marin Cilic (12) como seu primeiro adversário.

Bellucci pega na segunda rodada o vencedor de um jogo entre dos qualifiers. Se alcançar a terceira fase, seu provável adversário será o croata Ivan Ljubicic (16). Caso triunfe mais uma vez, aí sim chegará ao duelo com Rafael Nadal.

Embalado pelos títulos dos Masters 1.000 de Monte Carlo,

Roma e Madri, o espanhol estreia contra o jovem local Gianni Mina - convidado e apenas o 653º tenista do mundo. Número 1 do mundo, o suíço Roger Federer pega na sua primeira partida em Paris o austríaco Peter Luczak, 71º no ranking.

Murray - Entre os principais cabeças de chave, o britânico Andy Murray foi quem teve menos sorte na definição das chaves do Grand Slam francês. Atual quarto colocado no ranking, o escocês estreará contra o perigoso francês Richard Gasquet (68), ex-top 10.

O sérvio Novak Djokovic (3), que não jogou em Madri por causa de problemas respiratórios, escapou de um forte rival na primeira rodada. Seu adversário na fase inicial será o cazaque Evgeny Korolev (73).

Serena Williams é atual número 1 do mundo

Serena e Henin podem duelar nas quartas Roland Garros não verá uma repetição da final do Australian Open. O sorteio das chaves do Grand Slam francês definiu que Serena Williams e Justine Henin, que jogaram pelo troféu em Melbourne, devem se encontrar logo nas quartas de final em Paris.

Número 1 do mundo, a americana estreará contra a suíça Stefanie Voegele (76), enquanto a belga, ex-líder do ranking, jogará na primeira rodada contra a búlgara Tsevtana Pironkova

(100). Caso vençam três jogos, Serena e Henin (23) enfim se enfrentarão. Antes, porém, Henin poderá ter pela frente a russa Maria Sharapova (13), em um provável duelo na terceira rodada.

Número 2 do mundo e segunda cabeça de chave do torneio, Venus Williams estreia contra a suíça Patty Schnyder (61).

A atual campeã de Roland Garros, Svetlana Kuznetsova (6), começará sua luta pelo bi contra a romena Sorana Cirstea (34).

Belluci não levou muita sorte: o brasileiro pode pegar Rafael Nadal na próxima fase em Garros

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Sílvio Eugênio

Fátima e Vanessa Tenório

A brincadeira de criança virou negócio sério

Beleza Receitinhas naturais

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Kid's Fashion Kid's 2010

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Fotos: Sílvio Eugênio

"Devemos estar em paz com nossas escolhas" Vanessa Tenório "Ter coragem para correr riscos é fundamental" Fátima Tenório ta Fátima. Dona Amarígia, mãe das professoras foi a pessoa que mais colaborou para o início de tudo.

Quando eram adolescentes, ela dizia “que uma boa moça tinha que ser independente e falar línguas”.

Fátima é formada em Letras com mestrado em Educação, em Bath, na Inglaterra. Vanessa, aos 16 anos, optou por Agronomia, profissão do pai. Mas, logo que concluiu, fez o mesmo que sua irmã mais nova: especializou-se em Educação, mas, anteriormente, fez Marketing. Nascidas na

Professoras, mães e mulheres de negócio

a outra sabe exatamente como terminar. Juntas agregam quase dois mil alunos distribuídos em duas unidades da escola. Para levá-los ao exterior com maior conforto e assistência, criaram um programa que traduz fielmente o modelo dos intercâmbios tradicionais. Lá, eles têm uma casa, louça para lavar, estudos diários e, claro, muita diversão. Com a System Tour, Fátima e Vanessa puderam proporcionar um melhor acompanhamento dos alunos para outros países.

Fátima dá as dicas para quem quer ser profissional sem abrir mão da vida pessoal: "Para ser feliz, também profissionalmente, é preciso ter muita criatividade, gostar de verdade do que se propõe a fazer, ter bastante consciência de que a opção escolhida é aquela mesma que se quer. "É importante satisfazer a si própria, principalmente", comenta Vanessa. E ainda completa: "Sempre fiz as tarefas da Lia e participei de suas atividades". No começo eram 45 alunos e só as duas irmãs que ensinavam. Hoje, elas assumem o treinamento de todos os professores que chegam ao System. Na rotina pessoal, cuidam-se com atividades físicas, mental e alimentação equilibrada. "Ter coragem para correr riscos é o principal", concordam as irmãs.

Fátima Tenório

uma longa caminhada, centenas de viagens, muita correria e uma satisfação que parece infinita, é que Fátima e Vanessa Tenório ergueram o System. Junto com a escola de línguas, as irmãs, que já brincavam de professora desde a infância, casaram, tiveram filhas e ensinam, além de inglês e espanhol, a delicada tarefa de administrar a vida de mãe, mulher e profissional.

Lia, de 13 anos (filha de Vanessa), diz: "Mamãe, você viaja muito...

Mas eu quero ser igual a você quando eu crescer". Marígia, 22 anos, e Marina, 15 anos (filhas de Fátima), contabilizam as viagens da mãe, sempre com admiração. Só este ano, as professoras já foram ao exterior quatro vezes, divulgando e apresentando o sistema de ensino para escola bilíngue, criado por elas - o Systemic Bilingual. O método já está sendo aplicado no Colégio Friburgo, Casinha Pequenina, dois dos melhores ensinos de São Paulo e na Escola Lápis de Cor, em Natal. Países como EUA, Espanha, Alemanha e França já têm interesse no Systemic Bilingual. Por aqui, ainda contamos com o sistema Wink (também próprio), um curso rápido com aulas direcionadas ao interesse profissional de cada pequeno grupo.

Fátima e Vanessa enfatizam que o apoio familiar é muito importante para o resultado profissional de qualquer pessoa. Eraldo (marido de Fátima) e Carlos (marido de Vanessa) aprovam e colaboram com o resultado final do trabalho diário. "É preciso ser compreensivo", diz Vanessa. "Senão, como poderíamos estar aqui hoje", comple-

N

Vanessa Tenório

Bahia e criadas na Paraíba, hoje estão estabelecidas em Maceió, correm o mundo para trocarem conhecimentos e se entusiasmam com o crescimento profissional delas e de seus funcionários, com a maneira que eles amadurecem em suas carreiras.

Arotina delas se mantém controlando as coisas de casa pelo telefone (só o celular da Fátima tocou seis vezes durante nossa conversa); elas mais parecem uma em duas.

Quando uma começa um diálogo, a outra termina; uma começa um trabalho,

Fátima Tenório Vanessa Tenório

“AS MARIAS” - BELEZA Fotos: Divulgação

Por Andrelly Rocha e Nana Gomes

Beleza caseira Mulheres adoram produtinhos de beleza, é potinho para os olhos, pomadas para pele, hidratante para os cabelos, uma lista interminável. Pensando nisso, reunimos algumas dicas, fáceis e BARATAS, para fazer e usar em casa. Momento utilidade pública para quem quer ficar mais bonita, de maneira saudável e se manter organizada.

PRIMER – Fixador de maquiagem Ingredientes: Glicerina Água mineral Um potinho qualquer onde possa ser feita a mistura Espátula (ou qualquer outro objeto para mexer) Um recipiente para guardar o primer Passo a passo: Misture uma colher de sopa de glicerina com três colheres de sopa de água, sempre na proporção de 1 para 3. O fixador dura até dois meses.

Para usá-lo é só molhar o pincel no produto, tirar o excesso, passar na sombra ou blush e aplicar no rosto.

Loção de limpeza de pincéis Ingredientes: 1 xícara de chá de água filtrada ou mineral 1/4 de xícara de chá de álcool 1/2 colher de sopa de detergente em gel 1/2 colher de sopa de shampoo neutro ou para cabelos normais a oleosos 1 colher de sopa de condicionador “leave in” líquido ou em creme.

Passo a passo: Misturar todos os ingredientes, de maneira devagar e até se dissolverem por completo. Guardar em uma embalagem limpa.

Lembrando que é interessante limpar os pincéis uma vez por semana para não acumular resíduos e não proliferar bactérias.

Deixe-os secar deitados, sob uma toalha para que a forma das cerdas não seja danificada.

Máscara de beleza antioxidante e anti-inflamatória bulledebeaute.wordpress.com

Ingredientes: 1 comprimido de Aspririna C efervescente Água Pires 1 pincel de base

Sala Vip Diretor-Executivo Petronio Pereira petronio@ojornal-al.com.br Editor-Geral Deraldo Francisco deraldo@ojornal-al.com.br Diretora Comercial Eliane Pereira comercial@ojornal-al.com.br

Passo a passo: Coloque o comprimido num pires e junte um pouco de água. Quando o comprimido começar a dissolver, lambuze o pincel no pó e passe no rosto previamente lavado com água morna.

Deixe a pele secar e retire com água morna, em seguida lave com água fria.

Ela é ótima para recuperar a pele pós-balada, evitando os efeitos da fumaça do cigarro e da maquiagem na pele.

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Ingredientes: Morango *Açúcar *Colher ou garfo para amassar Passo a passo: Amasse os morangos (pode ser os feinhos do fundo da embalagem) e misture ao açúcar.

Aplique o creme no rosto com movimentos suaves e deixe por 15 minutos. Apesar de muita gente indicar colocar suco de limão, achamos perigoso, pois corre o risco de manchar a pele, mesmo lavando superbem e usando à noite. Mas pode incrementar com mel e aveia.

EDITORA DE JORNAIS DE ALAGOAS LTDA www.ojornalweb.com ojornal@ojornal-al.com.br

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Produção de moda Ana Brigida Farias anabrigida1@hotmail.com

Diagramação Benedito Lima benedito@ojornal-al.com.br

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TO K D É C O R

Fotos: Divulgação

"Salão Internacional do

Móvel,

Poltrona Under Construction, de Pedro Franco e Christian Ullmann para A Lot Of

em Milão"

ilão recebeu visitantes do mundo todo em busca das novidades e tendências em decoração no Salão Internacional do Móvel de Milão.

O evento, que aconteceu em Rho, na Lombardia, Província de Milão, em abril deste ano teve mais de 250 mil m2 com estandes e exposições por toda a cidade.

Vários estilos, cores e materiais re-

M

Poltrona Magic Hole, de Philipe Starck para a Kartell

presentando marcas consagradas do mundo do design participaram da feira.

Cada vez mais, brasileiros, entre profissionais, lojistas e apreciadores, visitam a feira de Milão para descobrir as novas tendências do mercado, buscando cores, revestimentos, estilos e linguagem que farão os projetos de arquitetos e decoradores. Aqui, exemplos de assentos.

Medea, de Alberto Colzani para Cerruti Baleri. A pequena poltrona feita de estrutura de aço e coberta com couro. A escolha desses materiais garante um extremo conforto e adaptação do encosto e dos apoios dos braços na forma do corpo

Cadeira de balanço, de Franco Albini para Cassina Canapo. Edição inédita de uma peça criada em 1945

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1 - Cadeira Arad, de Ron Arad para a italiana Moroso. Feita de fio de aço inoxidável e com forma escultural 2 - Sgabello, da Living Divani 3 - Offcut Bench, de Tom Dixon. O banco da marca inglesa, feito com madeira que, normalmente, é descartada na linha de produção. Isso dá características únicas para cada peça 4 - Cadeira Peg, de Tom Dixon. A marca do designer inglês vai mostrar sua cadeira Peg, de madeira sólida e com uma boa capacidade de empilhamento

Fotos: Rildo Cundiev e Jorge Marcelo Oliveira

KID’S O Iguatemi Campinas recebeu no último final de semana, dias 15 e 16 de maio, a sexta edição do Fashion Weekend Kids na cidade.

Em um cenário assinado por Chris Ayrosa, o evento reuniu crianças e adolescentes de até 15 anos, além de pais e mães, apresentando a coleção inverno das grifes Spezzato Teen, Maria Bonitinha, VR Kids e Tyrol.

A apresentadora Yasmim Manaia, do Disney Channel, foi a principal atração no sábado, ao desfilar pela Spezzato Teen ao lado da modelo-mirim Maria Eduarda Caporossi, de 3 anos, cliente da grife.

No domingo, o ator Marcello Novaes desfilou ao lado do filho Pedro Novaes, para a VR Kids.

Encerrando o evento, o ator Cássio Reis desfilou para a Tyrol com as crianças Giulia Rodrigues, de 7 anos, e Miguel Ferraz, de 3 anos, clientes da loja.

Realizado como parte das comemorações pelos 30 anos do Iguatemi Campinas, o Fashion Weekend Kids reuniu cerca de 2 mil convidados e também teve caráter benemerente.

Cada família levou um agasalho para doação à ONG Grupo Primavera, filiada à Fundação FEAC.

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Por Flávia Barros l flavia.barros@hotmail.com >>>

Fotos: Divulgação

Adidas Em edição exclusiva, a Adidas Originals está lançando, no Brasil, uma coleção especialmente desenvolvida para os "apaixonados". A linha que já foi sucesso entre os c o n s u midores da marca no Hemisfério Norte traz calçados e roupas todos adornados por corações vermelhos.

Entre as peças - todas em preto e branco - voltadas para o público feminino, chamam a atenção as versões do modelo “Nizza Sleek”, que recebem as estampas em opções com canos alto e baixo. Os artigos ganham ainda um “laceclip” sobre os cadarços. Já a linha vestuário apresenta camisetas, casacos e vestidos.

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BOLSOS APARENTES

DÂNDI

Siwy conquista “celebs” com seus shorts

Denims contrastam com clássicos O bom gosto e a exuberância dos dândis que saíram diretamente das páginas de Oscar Wilde foram a inspiração para a Damyller nesta coleção de inverno. Fotografada por Sacha Höchstetter, a campanha teve um cenário de uma mansão clássica de muito luxo e requinte.

Para as mulheres, a clara influência do guarda-roupa masculino resgata shapes mais overs, camisas e blazers - porém as peças vêm sempre acrescidas de complementos femininos, como saias e acessórios. Já os homens ganharam blazers e jaquetas, camisetas polo e malhas.

Também existe uma forte característica masculina no guarda-

roupa feminino, que adota, além do visual, uma postura mais austera sem perder a feminilidade. “As peças que possuem cauda, lembrando fraque, além de ser atuais, permitem produções muito bacanas e superdescoladas”, aponta Damylla Damiani, consultora de Moda de Marca.

Nos jeans, muitos efeitos de lavanderia, como desgastes e bigodes. O artigo também é responsável por construir looks suntuosos, como saias e vestidos estruturados.

Aproveitando a overdose de shorts que as celebridades vêm usando, uma marca em especial investiu em modelos com os bolsos aparentes, em diferentes tecidos e cores. A Siwy, de Michelle Siwy, nasceu no ano de 2005 e já queridinha de famosas como a atriz e cantora Vanessa Hudgens.

Inspirada por mulheres modernas, a coleção de Primavera 2010 da marca traz peças arrojadas, com uma grande diversidade de lavagens - white denim, delavé, black, acinzentada, acid washed, entre outras.

Mas, com certezas, os hits da grife para o calor são os shorts, principalmente os modelos que deixam à vista bolsos com forros de estampa cashmere.

Curso de O Boticário traz a Maceió o maquiador Ricardo Tavares

Alice A Le Sac Brodé (São Paulo/SP), grife de bolsas bordadas e autorais desenvolvidas pela designer Sandra Fukelmann, apresenta modelos inspirados na história “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll.

"Sempre procuro a parte lúdica das coisas, e, com isso, as bolsas se tornam também divertidas, ponto em comum com o universo de Alice", afirma Sandra.

Os lançamentos têm formato de vaso e bordados que destacam elementos da história, como a própria Alice, o gato, o coelho e as cartas de baralho. A Le Sac Brodé, grife de Hylda Lucena, atende a uma consumidora que busca produtos criativos, versáteis e únicos.

O Boticário realizará um curso especial de maquiagem no Hotel Radisson, nos dias 26 e 27 de maio, com o maquiador carioca Ricardo Tavares. Responsável pelo visual de estrelas como Daniele Suzuki, Ingrid Guimarães, Juliana Knust e Fernanda Paes Leme, Ricardo vem ensinar às mulheres alagoanas como realçar, ainda mais, sua beleza. Com duração de dois dias, o curso terá duas turmas - uma à tarde e outra à noite.

Mais informações sobre as inscrições podem ser obtidas em todas as lojas O Boticário de Maceió, Rio Largo ou Marechal Deodoro.

25 anos de Thaty "Thaty foi lançada em 1985 e logo se tornou a paixão das jovens da época. O objetivo da nova linha é rejuvenescer e revitalizar a marca, trazendo um clima de conto de

F I L Ó

fadas, comum entre as meninas de 16 a 25 anos, consumidoras foco das novidades", conta Fabio Gilioli, gerente de categoria de Perfumaria do Boticário. A fragrância de toda a linha Thaty Princess foi pensada para atender às escolhas das meninas que têm suas próprias escolhas. "Inspirei-me nessa nova jovem e escolhi a família floral frutal, que traduz o romantismo da garota de hoje", afirma o perfumista Hernán Figoli, da Givaudan, responsável pela criação da fragrância. As embalagens são na cor lilás e possuem estampas de estrelas e uma minicoroa com corações, ícones do universo das princesas. O designer do frasco da deo colônia foi inspirado em um vestido de festa, com tampa que lembra uma verdadeira coroa.

Havaianas Pensando no Dia dos Namorados celebrado no dia 12 de junho -, a Havaianas está lançando uma edição especial de suas populares sandálias. Com modelagem Slim, as peças ganham inspiração delicada e romântica, com tiras douradas e solado estampado com corações vermelhos.

A novidade está disponível no Espaço Havaianas - localizado na Rua Oscar Freire, em São Paulo/SP - e em pontos-de-venda de todo o País. O preço sugerido do produto é de R$ 28,90.

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