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Lula Castello Branco
Maceió, domingo, 27 de junho de 2010 | Ano XVI | Nº 174 | www.ojornalweb.com
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ALAGOAS
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Começar de novo Movidas pela esperança, vítimas das enchentes em Alagoas reúnem forças para a reconstrução
ritmo ainda é lento, mas as vítimas das enchentes ocorridas no interior de Alagoas, há uma semana, estão lutando para voltar à normalidade. Elas vão precisar de muita ajuda, mas já deram início à reconstrução, não só da casa que o rio levou, mas da própria vida e da esperança. Com a solidariedade que estão recebendo, elas esperam ter forças para começar de novo. Páginas A9 a A20
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Economia
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expansão imobiliária em Alagoas, a partir do Minha Casa, Minha Vida, está valorizando áreas antes sem valor considerável. Essa valorização se estende ao interior, onde há unidades do programa federal. Página A33
A enchente contra a arte em Muquém
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Esportes
TV
seleção brasileira joga amanhã, na Copa da África, contra o Chile nas oitavas de final. No ano passado, o time de Dunga bateu os chilenos por 4 x 2. Hoje: Inglaterra x Alemanha e Argentina x México. Copa 2010
Bianca Rinaldi e a antipática Arminda
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O JORNAL
Política A2
Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br
“TEATRINHO” DA CATÁSTROFE Que as forças políticas do Estado precisam unir esforços perante as fortes chuvas que destruíram municípios alagoanos desde a semana passada, é inegável, indiscutível. Mas uma coisa é preciso ser feita: deve-se ter cuidado com os demagogos, aqueles que se aproveitam dos momentos difíceis envolvendo a coletividade e “semeiam” seus votos, em meio à “fértil” lama do caos e do sofrimento. Tudo visando não o bem coletivo, mas individual, de si mesmo. A prática não é incomum. Por isso, usá-la, da forma mais descarada possível, não é nenhum sacrifício para essas figuras, que não perdem as brechas para “entrar em cena”, com suas imensas “carasde-pau”. E aí vem a pergunta: como detectar quem está realmente querendo ajudar, com propostas de auxílio fraternal verdadeiras e concretas, e quem só está de posse de um discurso vazio, cheio de ideias meramente alegóricas? A resposta está na pura observação do “modus operandi” desses personagens...
DÊ OUVIDOS! O alerta foi feito, esta semana, pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em visita às áreas atingidas em Alagoas e Pernambuco. Botando o pé na lama de fato, no municípios vítimas das cheias, Lula alertou para a revoada dos demagogos. É bom ouvir o presidente...
FECHADO? E, neste fim de semana, muitos partidos começam a resolver como entrarão na disputa eleitoral deste ano em Alagoas. É que acontecem as convenções partidárias, para cumprir o prazo determinado pelo calendário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Mas um alerta: apesar de ser o que diz a lei, nem tudo se fecha, de fato, nas convenções. No dia de registro das atas sempre há a possibilidade de mudanças...
MAIS AJUDA Além dos bancos oficiais – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – outras instituições financeiras se solidarizam com os municípios de Alagoas e Pernambuco por conta das enchentes e oferecem ajuda. Na última sextafeira, através de sua assessoria de comunicação, o banco Santander decidiu doar R$ 1 milhão para ajudar as áreas atingidas pelas fortes chuvas.
CNJ 1 A partir de 1º de agosto, todas as petições e peças processuais dirigidas ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devem ser encaminhadas apenas pela Internet. A determinação está na Portaria 52, do CNJ. Para isso, tribunais, magistrados, advogados, as partes dos processos e demais interessados precisam estar cadastrados no Sistema de Processo Eletrônico do Conselho (E-CNJ). O cadastramento é feito na Seção de Protocolo do CNJ, em Brasília, ou em um dos tribunais conveniados (clique aqui).
DILMA NO RODA Após Marina Silva e José Serra ocuparem o centro do Roda Viva, chega a vez da candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, ser sabatinada, amanhã, no programa da TV Cultura. Com apresentação do jornalista Heródoto Barbeiro, o programa será gravado a partir das 18 horas, com transmissão ao vivo pelo site do Roda Viva www.tvcultura.com.br/rodaviva. Na TV Cultura , a entrevista será exibida às 22 horas, sem qualquer corte ou edição.
CORAÇÃO
Marco Antônio
A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, acompanhou o presidente Lula na visita aos municípios de Alagoas atingidos pelas enchentes e disse que se emocionou com o que viu.
DIRETAS Cenário, nas ruas de Maceió, após o jogo da seleção brasileira de futebol contra a de Portugal pela Copa do Mundo da África do Sul, na última sexta-feira: deserto... A esmagadora maioria das empresas e repartições públicas da capital e do Estado decidiu encerrar expediente antes mesmo do jogo. Já há quem fale em transformar os dias de jogos da seleção brasileira de futebol, em tempos de copa, em feriado...
Domingo, 27 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br
Conselho para fiscalizar TCs será debatido em audiência no Senado Criação do órgão se daria nos mesmos moldes do CNMP e do CNJ Da Editoria de Política, com assessoria
A criação de conselho para fiscalizar os Tribunais de Contas de todo o país será tema de audiência pública no Senado na próxima terça-feira, às 9 horas da manhã. As Cortes, hoje, vivem momento delicado: dos 34 Tribunais de Contas do Brasil, 14 deles possuem processos em andamento envolvendo seus conselheiros. A informação é das entidades que compõem a Fenastc (Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas), que briga pela criação do conselho, nos moldes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 30/2007, que prevê a instalação do conselho, tem autoria do senador Renato Casagrande (PSB-ES) e relatoria do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Instituições da sociedade civil, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através do presidente nacional, Ophir Cavalcante, já manifestaram apoio integral à criação do novo órgão. “A implantação do conselho será extremamente útil para a construção de um verdadeiro sistema de controle externo, nacional, unificado, contribuindo para a equalização da atuação
Surgimento de novos Tribunais de Contas Em paralelo à possibilidade de surgimento do Conselho Nacional dos Tribunais de Contas está a tentativa de criação de Tribunais de Contas dos Municípios (TCM). A proposta foi sugerida na primeira semana de março pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e, poucos dias depois, também pelo governo do Tocantins. A criação de novos tribunais tem gerado polêmica e enfrentado forte resistência por parte das entidades de classe. Contesta-se a legalidade da proposta e o ônus aos cofres públicos. Para Marcelo Henrique Pereira, presidente da Fenastc, “os tribunais existentes encontram-se suficientemente organizados, aparelhados e desempenham funções adequadas ao controle das contas públicas, em âmbito estadual e municipal, sendo desnecessário, descabido, ineficiente e antieconômico propugnar pela criação de novos órgãos”. DEFESA - Os parlamentares, por outro lado, defendem que os novos tribunais serão mais ágeis e terão mecanismos de impedir a corrupção - os conselheiros deverão ser escolhidos pelos próprios deputados. Tanto em Tocantins quanto no Rio de Janeiro, os representantes estaduais anunciam que não haverá aumento de gastos com a criação de novo tribunal, uma vez que a proposta é dividir - em estrutura física e quadro funcional - os atuais Tribunais de Contas dos Estados. Da mesma forma que representações no Rio de Janeiro e Tocantins da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Federação Nacional das Entidades dos Servidos dos Tribunais de Contas (Fenastc) manifestou descrença com o projeto dos deputados, uma vez que “o novo órgão não estará imune aos problemas do atual”. O caminho correto, de acordo com a Fenastc, seria investir no aperfeiçoamento dos atuais órgãos de controle e promover uma reforma constitucional do sistema nacional de controle externo, com a unificação e uniformização da atuação destes órgãos.
Senador Romero Jucá é o relator da proposta de criação do conselho
de todas as Cortes de Contas brasileiras, seu aperfeiçoamento técnico e o alcance das missões constitucionais a eles delegadas. É vista pelos servidores como uma instância capaz de corrigir defeitos, aprimorar o sistema e valorizar a atuação funcional, bem como corrigir vícios, irre-
gularidades e atos de corrupção”, afirma Marcelo Henrique Pereira, presidente da Fenastc. O novo conselho será constituído por 17 membros, com mandato de dois anos, admitida uma recondução. Entre os integrantes, um membro indicado pela Fenastc, dois ministros do
Tribunal de Contas da União (TCU), três conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados (TCE) e um conselheiro dos Tribunais de Contas dos Municípios (TCM), além de dois cidadãos e cinco representantes das entidades regulamentadoras das profissões que são requisitos para o controle externo (advocacia, administração, economia, engenharia/arquitetura e contabilidade). Se a PEC for aprovada, o prazo para a instalação do conselho é de 180 dias. Aescolha dos membros, por sua vez, acontece por nomeação do presidente da República, depois de aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Já a presidência do novo órgão fica com o ministro indicado pelo TCU que for mais antigo no cargo. O argumento para a criação do Conselho, segundo escreveu no relatório o senador Romero Jucá é “garantir a mais ampla transparência no desempenho de atividades públicas e evitar que se cometam abusos ou atos de improbidade administrativa”. Tanto quanto os Conselhos Nacionais de Justiça e do Ministério Público, o Conselho Nacional dos Tribunais de Contas representa gastos ao Estado brasileiro. Os recursos correrão à conta das existentes dotações orçamentárias da União, com o devido remanejamento.
Fiscalização de contas de campanha Das variadas atividades de competência dos Tribunais de Contas brasileiros está a fiscalização das contas de campanha de candidatos e partidos políticos. Os demonstrativos de recursos captados e os gastos realizados devem, por imposição normativa, serem prestados ao Tribunal Eleitoral (Superior ou Regional, conforme o caso), mediante balancetes e demonstrativos, todos acostados de documentos comprobatórios. As Cortes Eleitorais, no entanto, não dispõem de pessoal
qualificado, experiente e habilitado para o exame contábil e jurídico, razão pela qual são requisitados, de dois em dois anos, a cada pleito, servidores dos Tribunais de Contas (da União, dos Estados/Distrito Federal e dos municípios), para atuarem junto àqueles tribunais. O exame detalhado irá fundamentar, depois, os pareceres de aprovação (total ou com ressalvas) ou rejeição das contas de campanha. “Assim como os mesários desempenham um papel im-
portantíssimo na coleta dos votos em cada pleito, a avaliação da lisura na demonstração da contabilidade eleitoral é fundamental para que se evitem ou afastem vícios, irregularidades, crimes eleitorais e, principalmente, a corrupção, num esforço de valorização da competição legal e com isonomia e a materialização do espírito democrático que define, através do voto individual, a seleção dos candidatos a cargos eletivos”, afirma o presidente da Fenastc, Marcelo Henrique Pereira.
Escolha de conselheiros e ministros A Federação Nacional das Entidades de Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil tem proposto também, por meio de parlamentares (deputados federais e senadores), projetos tendentes ao aperfeiçoamento das regras para premiar os critérios de habilitação e competência técnico-profissional, reduzindo as indicações meramente políticas na escolha dos conselheiros e ministros dos Tribunais de Contas. No último dia 16 de abril, uma representação formulada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pelo presidente da Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon), José Gustavo Athayde, pelo procurador-geral do MP de Contas do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, Geraldo Costa Da Camino, e pelo procurador da República no município de Santa Maria (RS), Rafael Brum Miron, solicita a “arguição de descumprimento de preceito fundamen-
tal”, sobre as escolhas de ministros/conselheiros para as Cortes de Contas brasileiras. Apenas parte das vagas (duas de três) tem escolha “vinculada”, direcionada a membros do corpo de julgadores substitutos e ao ministério público especial. As demais têm sido objeto de disputas políticopartidárias, conforme representação enviada a PGR. “Partidos e blocos ‘loteiam’ entre si, os cargos, dando azo à afirmação popular de que os Tribunais de Contas são ‘cemitérios de políticos que não têm mais voto’ou ‘prêmio para políticos que atenderam às determinações partidárias ou prestaram relevantes serviços às agremiações’”, afirma o presidente da Fenastc. O documento cita exemplos de parentes de governantes ou parlamentares sendo escolhidos, ou companheiros de bancada, ou, ainda, pessoas que executaram funções (secretariado ou outras) nos staffs administrativos dos governos. O expediente lista
diversas situações ocorridas em passado recente, “que ilustram o ‘balcão de negócios’ em que se transformou a seleção de candidatos para ocuparem o cargo de julgador nas Cortes de Contas”, na opinião da Fenastc. Ainda sobre a comprovação da “reputação ilibada” e dos “notórios conhecimentos”, pode-se verificar que algumas das nomeações enquadraram beneficiários que respondiam a processos na Justiça e, mesmo não havendo condenação, uma avaliação mais acurada deveria ser precedente à cogitação de sua indicação para funções que exigem aquele requisito. “Está-se, assim, diante de vício de desvio de finalidade, posto que a aceitação de candidato (depois nomeado para ministro ou conselheiro) sem o cumprimento dos requisitos (básicos) constitucionais é vício de pleno direito, ou de nulidade absoluta, insanável, a ser decretado imediatamente”, afirma Marcelo Henrique Pereira.
Falta de padrão no trabalho entre TCs Os 34 Tribunais de Contas do Brasil são 100% diferentes entre si no “modus operandi”. Uns estão muito avançados no controle das obras públicas, outros privilegiam o exame de editais de licitação. Alguns real-
izam, ano a ano, um quantitativo visivelmente superior de inspeções e auditorias in loco, outros nem tanto. A informação é da Fenastc, que alerta para a inexistência de uma lei nacional de controle
externo. “O tratamento diferenciado entre Prefeituras e governos é extremamente perigoso. Isto confirma a necessidade de profundas mudanças no sistema Tribunal de Contas”, comenta o presidente da Fenastc.
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Política
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Contexto Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com
PONTAPÉ INICIAL O PDT e o PMDB consolidam neste domingo as candidaturas majoritárias e proporcionais, com o ex-governador Ronaldo Lessa e o senador Renan Calheiros nas condições de carros-chefe da campanha. A aliança que levou à formação da Frente de Oposição sofreu abalos no decorrer do processo, mas nada que retire o ânimo de Lessa e de Renan. Lessa se diz firme e disposto à luta e Renan reafirma o compromisso que o levou a se separar do governador Téo Vilela (PSDB), depois de anos de parceria eleitoral. O PSDB e o PTB realizam suas convenções no último dia do prazo – que é 30. Ambos não completaram a chapa majoritária e, no caso do PSDB, há problemas até para a formação da chapa proporcional. A corrida eleitoral começa oficialmente a partir das convenções com a homologação das candidaturas, mas é bom lembrar que a chapa majoritária pode mudar até na véspera da eleição. De qualquer forma, dá-se hoje o pontapé inicial para a Frente de Oposição.
VISSE?
NO ALTO
O governo vai esperar até a última hora para decidir sobre o vice-governador. Os contatos até agora resultaram infrutíferos, pois quem se ofereceu não serve e quem o governador Téo Vilela (PSDB) deseja não se decidiu. Téo quer uma aliança com o prefeito Cícero Almeida (PP).
Professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) sugeriram transferir a cidade de Jacuípe, no Norte do Estado, para outro local. Eles entregaram ao prefeito Amaro Jorge o Plano Diretor alertando que a cidade, onde está atualmente, será sempre inundada pelo rio – que tem o nome da cidade.
CIO DA TERRA O governo do Estado anuncia que dispõe de R$ 7 milhões para financiar a agricultura familiar. O dinheiro é do Fundo de Combate à Pobreza.
FORÇA
CERCO
A família Duarte, em Palmeira dos Índios, discute o apoio maciço para Patrícia Sampaio, filha de Geraldo Sampaio, falecido este ano. O apoio maciço para Patrícia significa que o deputado estadual Fernando Duarte não será candidato à reeleição.
Aliás, a disputa pela Assembléia Legislativa em Palmeira dos Índios está bastante concorrida na eleição este ano. Além de Patrícia Sampaio, outros setes candidatos a deputados disputam os votos do eleitorado palmeirense e prometem acirrar.
TRT de Alagoas será presidido por uma desembargadora Vanda Lustosa assume amanhã presidência da Corte Trabalhista da 19ª Região Os desembargadores Vanda Maria Ferreira Lustosa e Pedro Inácio da Silva tomam posse amanhã nos cargos de presidente e vice-presidente do TRT de Alagoas, respectivamente. A cerimônia será realizada às 19 horas, no Pleno do TRT da 19ª Região, 2º andar do edifício Pontes de Miranda, Avenida da Paz, Centro. O evento contará com a presença de diversos operadores do Direito de destaque no Estado e em âmbito nacional, entre eles, o subprocuradorgeral da República, Washington Bolívar Júnior; e os ministros do Superior Tribunal Militar (STM), Artur Vidigal de Oliveira e José Coelho Ferreira. A desembargadora Vanda Lustosa é oriunda da Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região, e ingressou na Corte do Tribunal do Trabalho de Alagoas no dia 3 de abril de 2007. No dia 6 abril de 2010, foi eleita para presidir o TRT da 19ª Região no biênio 2010/2012. PLANOS - A magistrada fala dos seus planos frente à presidência da Justiça do Trabalho em Alagoas. “Minha gestão será voltada à valorização de magistrados e
SÃO ELES
DUPLA
Os sete candidatos a deputados estaduais que disputam o eleitorado de Palmeira dos Índios são: Edval Gaia, Marcelo Vitor, Isnaldo Bulhões, Alves Correia, Ronaldo do INSS, Júnior Miranda e Fernando Toledo.
Em Arapiraca, a exprefeita Célia Rocha (PTB), candidata à Câmara Federal, e o deputado estadual Ricardo Nezinho (PTdoB), candidato à reeleição, formam a parceria em busco dos votos na Região Do Agreste.
CONTA CORRENTE O governo do Estado usou 126 milhões de dólares do empréstimo tomado ao Banco Mundial para “capitalizar” a nova previdência estadual.
PEDRA 1
PEDRA 2
Tem uma pedra no meio do caminho da tão cobiçada ponte sobre o Rio São Francisco ligando Penedo a Neópolis-SE, que está difícil de remover. Os governadores de Alagoas, Téo Vilela (PSDB) e de Sergipe, Marcelo Deda (PT) já se reuniram para discutir a solução do problema, mas em vão.
A ponte iria desafogar a BR-101 e encurtar a distância entre Maceió e Aracaju, mas a pedra no meio do caminho é pesada demais para ser removida. Os governadores Téo Vilela e Marcelo Deda chegaram a conclusão de que é preciso fazer outro traçado para evitar que caminhões trafeguem pelo centro de Penedo.
EXPRESSAS Demitido da Rádio Grande Rio FM, de Penedo, por se lançar candidato a deputado estadual, o radialista Jorginho Seixas (PT) mantém a candidatura. Candidato a senador, José Costa (PPS) reafirma que só haverá dois fortes candidatos ao governo do Estado este ano. O advogado Marcelo Brabo, um dos mais disputados no mercado, garante que o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) não está inelegível. Com a morte trágica do ex-prefeito Albérico Cordeiro, o vereador Vicente Targino perdeu o grande eleitor na disputa pela Prefeitura de Palmeira dos Índios. Dono de 15 mil votos, o médico Beto Baía deve mesmo fechar acordo para apoiar um candidato a deputado estadual em União dos Palmares. O médico Beto Baía até pensou disputar ele mesmo uma vaga na Assembléia Legislativa, mas decidiu se preservar. Ele quer ser prefeito de União.
servidores, bem como à excelência do convívio institucional com o Ministério Público
do Trabalho e advogados que militam no campo de batalha laboral, haja vista a impor-
tância incomensurável de cada um, e de todos para a efetivação da justiça”, disse.
REFORMA TRIBUTÁRIA ORÇAMENTO
Nova margem para remanejar será votada
HOMENAGEM PÓSTUMA A eleição de Patrícia Sampaio seria uma homenagem ao pai dela, Geraldo, que foi deputado estadual, vice-governador e conselheiro do Tribunal de Contas.
Desembargadora Vanda Lustosa: “Minha gestão será voltada à valorização de magistrados e servidores”
O Congresso Nacional se reúne na próxima terça-feira para votar o projeto de lei do Executivo 3/2010, que fixa em 30% o limite de remanejamento de recursos das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010 (Lei 12.214/2010). A reunião está marcada para as 19h30, no Plenário da Câmara dos Deputados. Na justificativa do projeto, o governo informa que, em anos anteriores, a margem de remanejamento foi de 30% do montante total de recursos. A redução para 25% da verba de cada obra incluída na LOA/2010 teria retirado do Grupo Executivo do PAC (Gepac) a flexibilidade necessária para tocar os trabalhos com agilidade. O relator, deputado Carlos Abicalil (PT-MT), observa que, desde 2006, o governo tem tido essa liberdade de remanejamento de recursos para programas de infraestrutura. “Assim, não pretende o Poder Executivo inovar no mundo jurídico ou orçamentário, mas simplesmente assegurar a possibilidade de reconfiguração dos investimentos, restritos ao PAC, que, por várias razões de ordem fática, se mostrem inviáveis momentaneamente”, disse. Abicalil também optou pela rejeição de duas emendas apresentadas ao PLN pelo senador Pedro Simon (PMBB-RS) que suprimiam a flexibilização pretendida pela proposta e tornavam ainda mais rígidas as regras para abertura de crédito ao Orçamento no caso das obras do PAC. As informações são da Agência Senado.
Imposto sobre Grandes Fortunas reacende debate A aprovação do projeto de Imposto sobre Grandes Fortunas na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, no último dia 9 de junho, reacendeu o debate sobre reforma tributária na Câmara. Os deputados acreditam que é preciso inverter a tendência dos impostos brasileiros, de taxar mais os mais pobres e desonerar os mais ricos. Só não há consenso de que esse tributo seja a melhor maneira para fazer isso. O imposto está previsto na Constituição de 1988, mas nunca foi regulamentado. Essa antiga polêmica ressurgiu quando a CCJ aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 277/08, da deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que estabelece em R$ 2 milhões o piso para a cobrança, definindo esse patamar como fortuna. AReceita Federal calcula em R$ 3,5 bilhões o potencial de arrecadação do imposto caso ele seja aprovado neste ano. Essa estimativa é baseada no substitutivo do relator da proposta na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), deputado João Dado (PDT-SP), que é fiscal da Receita
de São Paulo. Pela proposta, as alíquotas seriam de 0,3% para patrimônios acima de R$ 2 milhões; 0,7% para patrimônios acima de R$ 10 milhões; e 1% para patrimônios acima de R$ 50 milhões. Dado aguarda que a proposta seja levado ao plenário para apresentar seu parecer, que já está pronto. Ele também inseriu a possibilidade de deduzir do Imposto sobre Grandes Fortunas outros tributos sobre patrimônio, incidentes sobre bens imóveis (ITR e IPTU) e sobre veículos (IPVA), além de deduzir o próprio Imposto de Renda (IR). Essa é a proposta com maior chance de ir a votação, mas é difícil que ela seja aprovada. “Aqui é o capital que manda, foram os donos das grandes fortunas que impediram que a proposta fosse votada”, afirma. CONSTITUINTE - As dificuldades para criação desse imposto começaram na Assembleia Constituinte, em 1988. Enquanto outros impostos, como o de renda, podem ser regulados por lei comum, esse precisa de uma lei complementar, que tem trami-
tação especial no Congresso e precisa ser aprovado em plenário por 2/3 dos deputados (342 parlamentares). Para Luciana Genro, essa foi uma manobra para não regulamentar o imposto. “A carga tributária brasileira é alta, mas é mal distribuída. Precisamos começar uma tributação mais forte sobre a riqueza e a propriedade, para podermos tributar menos o salário e o consumo”, defende. Aproposta sofre forte oposição. Em fevereiro, um projeto semelhante foi rejeitado no Senado, e na Câmara a CFT não conseguiu analisar a proposta, que era sempre retirada das votações. Com o prazo esgotado, a CCJ chamou para si a proposta, que foi aprovada e está pronta para ir ao plenário. “É uma boa intenção, e temos de elogiar a deputada Luciana Genro pela dedicação, mas num mundo com capital sem fronteira o resultado seria o inverso, o imposto provocaria a fuga de investidores para outros países”, acredita o deputado Guilherme Campos (DEM-SP), um dos principais opositores da proposta na CFT.
Experiências em países da Europa Para Guilherme Campos, o imposto foi pensado em um momento no qual a economia brasileira era bastante fechada, e mesmo assim o deputado argumenta que as experiências já não eram boas. De fato, o imposto sobre fortunas existiu na maior parte dos países europeus, e hoje apenas a França e parte das regiões da Suíça têm impostos semelhantes ao que se quer criar no Brasil. Na Índia, por exemplo, o imposto incide apenas sobre propriedades improdutivas, como casas vazias sem alugar. Na França, o Imposto de Solidariedade sobre a Fortuna, como é chamado, surgiu em 1982, foi extinto em 1987, mas recriado em 1989. Pessoas físicas que tenham patrimônio acima de 790 mil euros (R$ 2,5 milhões) pagam alíquotas que variam de 0,55% a 1,8% – a mais alta incide sobre patrimônios acima de 16 milhões de euros (R$ 46,7 milhões). Fo-
ram arrecadados R$ 4,42 bilhões de euros em 2007 (R$ 9,1 bilhões). “Esse é um imposto ideológico, e é uma antiga reivindicação dos socialistas, mas caiu em desuso e nem a esquerda quer mais esse imposto na Europa”, destaca o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que é especialista em tributação. Essa também é a justificativa dele para que a primeira proposta para regulamentar o imposto seja do então senador Fernando Henrique Cardoso. De acordo com Hauly, o imposto fazia sentido em 1989, quando o ex-presidente apresentou o Projeto de Lei Complementar 202/89, mas não é possível mais pensar em tributar estoques, como ativos financeiros e patrimônio. O imposto, segundo ele, deveria recair sobre fluxos de renda, ou seja, quando essa patrimônio gera riqueza realmente. Além disso, argumenta,
os impostos sobre patrimônio atuais são de difícil cobrança, e arrecadam pouco. Hauly ressalta que IPTU, ITR, IPVAe os impostos de transmissão de herança não passam de 4% da arrecadação no Brasil. A proposta de Fernando Henrique e outras quatro semelhantes também estão prontas para serem votadas em plenário desde 2000, mas nunca entraram em pauta. O texto do ex-presidente estabelece como grande fortuna um patrimônio superior a 2 milhões de cruzados novos, o que equivale a R$ 6,3 milhões em valores atualizados. Para os críticos da proposta, o caminho é rever os impostos brasileiros, principalmente as alíquotas do Imposto de Renda, e desonerar o consumo de bens consumidos pela população mais pobre, como medicamentos e itens da cesta básica. As informações são da Agência Câmara.
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Marco Antônio
Ministra Erenice Guerra anunciou liberação de 80 mil cestas e criação de linha de crédito de R$ 1 bilhão
Marco Antônio
Ministro João Santana trouxe gabinete para área de crise: reconstrução terá que ser feita em três fases
Lula prioriza recuperação de Alagoas Em uma semana, presidente envia oito ministros, libera R$ 275 milhões e se emociona ao visitar áreas atingidas Alexandre H. Lino Repórter
O presidente Lula colocou Alagoas e Pernambuco como prioridade para reconstrução após da tragédia das chuvas que varreram mais de 30 cidades nos dois Estados. Deixando de lado o calendário eleitoral, em menos de uma semana, ele liberou R$ 550 milhões, sendo R$ 275 milhões para cada. Para se ter uma ideia, oito ministros, o comandante do Exército e a
presidente nacional da Caixa Econômica foram deslocados para a região durante a crise que até o fechamento desta edição já tinha registrado 51 mortes e mais de 40 mil desabrigados. Além da liberação dos recursos, foram diversas as ações coordenadas pelo governo federal para resgatar as vítimas das tragédias. Por exemplo, a antecipação do pagamento de R$ 45,5 milhões do Programa Bolsa Família. De acordo com se-
cretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social, Rômulo Paes, cerca de 35% do total de famílias que recebem recursos do Bolsa Família nesses estados serão beneficiadas. Em Alagoas, serão liberados R$ 11,5 milhões para 140.526 famílias. “Isso permite que as famílias tenham recursos imediatos e possam usar [o dinheiro] para adquirir mantimentos e, de certa forma, recomeçar a atividade econômica dos municípios”,
disse o secretário. Segundo ele, além de fazer o pagamento imediato, o governo também vai flexibilizar a apresentação de documentos para as famílias que perderam seus cartões de saque do benefício. A ação será feita em parceria com a Caixa Econômica Federal. “A pessoa já pode procurar a prefeitura para pegar um documento que comprove que é beneficiária do Bolsa Família e se dirigir a uma agência da Caixa Econômica para que
possa receber o benefício”, afirmou. Até o momento, 82 mil cestas de alimentos foram liberadas pelo ministério e pela Defesa Civil. Em Alagoas, 231 mil litros de leite serão distribuídos na próxima semana. “Isso não basta, pois há municípios que não têm água e energia. Por isso, vamos enviar 11 cozinhas móveis que serão instaladas nos municípios mais devastados”, afirmou Paes. Sem esquecer que o minis-
tro Nelson Jobim informou que já estão à disposição de Alagoas todos os equipamentos e infraestrutura necessária para o atendimento aos desabrigados, garantindo também a vinda de pontos móveis que servirão para atender as localidades que se encontram isoladas, sem acesso por terra. Nelson Jobim também disponibilizou todo o efetivo do Exército Brasileiro para que possam atuar nas ações de recuperação dos municípios.
Linha de financiamento de R$ 1 bilhão O presidente Lula também nós já viemos com ações que assinou uma medida provi- vão apoiar o Estado, no ensória no valor de R$ 1 bilhão frentamento dessa tragédia, para criar uma linha de finan- e que o governo federal se ciamento, a juros subsidiados, compromete em garantir para ser usada como capital novas moradias para os dede giro, compra de material sabrigados ou dede construção, equipamentos, salojados”, afirmou bens de capital para o a ministra-chefe da comércio e pequeCasa Civil, Erenice nos, médio e granGuerra, logo após des empresas nos visitar os desabrimunicípios atingigados e ficar muito Saúde e dos pelas enchenemocionada. Educação tes. O presidente também anunciou REFORÇO - O também que, segundo o Degoverno também fizeram partamento Nacioanunciou a transfeaportes nal de Infraestruturência de recursos ra e Transporte para reforço das extras (DNIT), dentro dos atividades de assispróximos 14 dias, a tência médica e reponte da BR 101 de construção das uniAlagoas, que foi dades de saúde no rompida pelas valor de R$ 21 milhões para águas, estará conPernambuco e R$ 26 milhões cluída. para Alagoas pelo Ministério “Por mais que a imprensa da Saúde. “Temos a obrigadivulgue o estado da calami- ção política, humana e moral dade do que aconteceu em de ajudar para reconstruir o Alagoas, ela não representa a que foi destruído nos estado totalidade da tragédia. A si- de Pernambuco e Alagoas”, tuação é muito grave. Mas disse Lula.
Ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o presidente avistou a extensão da tragédia e cobrou empenho total dos ministros
Integração: Reconstrução em três fases O ministro da Integração Nacional, João Santana, tem sobrevoado todos os dias os municípios afetados pelas chuvas. Ele afirmou que a situação pode ser dividida em três etapas: socorro humanitário, reconstrução e transformação. Santana, que ficou na vaga ocupada por Geddel Vieira Lima, foi o primeiro ministro a ser enviado por Lula, ainda no sábado, após ser informado da situação catastrófica com a enchente. João Santana praticamente mudou o gabinete ministerial para região. A primeira consiste na retirada das vítimas e feridos em locais de risco, e levá-los para lugares seguros, oferecendo alimentação e medicamentos necessários. A segunda parte serve como recons-
trução dos prejuízos materiais (residências, prédios públicos, hospitais, bancos, casas lotéricas, etc.). E na terceira se refere à transformação de vida das pessoas atingidas de maneira direta ou indireta com as chuvas. João Santana também se posicionou em relação a restauração das rodovias que estão comprometidas. Ele afirmou que o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, determinou a reconstrução de pontos mais atingidos nas rodovias e nas pequenas estradas que dão acesso aos municípios e que o material necessário para a reconstrução de pontes já estão sendo encaminhados diretamente do Estado do Rio Grande do Sul.
O QUE ESTÁ SENDO FEITO POR ALAGOAS SEGURANÇA - O Ministério da Justiça enviou 38 militares do Corpo de Bombeiros Militar, de vários Estados, para atuar no município de Santana do Mundaú. A base de Operações será em União dos Palmares. Além disso, 40 militares e vários policiais militares de vários Estados, estão se deslocando, via terrestre, para Alagoas. Já estão atuando na região efetivo diário de 950 pessoas, entre bombeiros, exército, bombeiro civil, policiais militares, voluntários e defesa civil do Rio Grande do Sul e Distrito Federal. ENERGIA ELÉTRICA - Os municípios de União dos Palmares e Branquinha encontram-se em situações mais críticas. Em Quebrangulo, foi normalizado o atendimento às principais unidades públicas, como hospital, igreja, locais de abrigo e prefeitura, com 40% das unidades consumidoras restabelecidas (72 mil pessoas).
TRANSPORTES - Na altura de Rio Largo (km 81), o tráfego está interrompido, com desvio pela BR-316AL. O DNIT iniciou a recuperação das cabeceiras da ponte sobre o rio Mundaú. Estão sendo realizadas ainda ações conjuntas entre Ministério dos Transportes e Ministério da Defesa, por meio do Exército, com a utilização de pontes móveis. Está previsto para o dia 6 de julho o restabelecimento da BR 416. ALIMENTOS E ABRIGO - A Secretaria Nacional de Defesa Civil disponibilizou 31 mil cestas de alimentos, bem como 6.394 kits de abrigamento e 67 rolos de lona plástica. Mais 50 mil cestas estão sendo transportadas para o Estado. COMUNICAÇÕES - A telefonia móvel já foi restabelecida, com exceção dos municípios de Branquinha, Capela, Ibateguara, Quebrangulo e Santana do Mundaú.
MINISTROS QUE ESTÃO ACOMPANHANDO O GABINETE DE CRISE Erenice Guerra – Casa Civil Márcio Fortes – Cidades Nelson Jobim – Defesa João Santana – Integração Nacional Paulo Sérgio Passos – Transportes José Gomes Temporão – Saúde Fernando Haddad – Educação Márcia Lopes – Assistência Social
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PMDB prevê eleger 12 governadores Fundação Ulysses Guimarães traça perpesctivas da legenda para as eleições de outubro nas cinco regiões do País Congresso em Foco
Presidente do PMDB, Michel Temer fortalece as alianças regionais após ser indicado para vice de Dilma
À primeira vista, como apenas empresta o vice para a candidatura de Dilma Rousseff, do PT, o PMDB de Michel Temer pode parecer um coadjuvante no pleito de outubro. Se as eleições, porém, foram avaliadas pelo ângulo das disputas regionais, o partido demonstra por que se tornou a maior agremiação política do país depois da redemocratização. Sem candidato próprio à Presidência há 12 anos, a aliança com o PT para tentar eleger Dilma Rousseff dará ao PMDB ainda mais poder político, após as eleições de 2010, principalmente nos estados. É o que prevê uma estimativa da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), especializada em estudos políticos do PMDB. Pela projeção da fundação, o partido poderá eleger até 12 governadores, cinco a mais do que os sete eleitos
nas eleições de 2006. A avaliação é referendada pelo presidente da FUG no Espírito Santo, Chico Donato, que esteve nas cinco regiões do país visitando os diretórios regionais do PMDB pelo projeto “Estradas e Bandeiras”. Apelidado de “IBGE do PMDB”, o estudo realizado entre abril e maio de 2009, também dá como certa a manutenção das duas maiores bancadas no Congresso com integrantes do partido. Atualmente, o PMDB tem 18 senadores e 90 deputados. A conta de Donato nos governos estaduais leva em consideração um vice-governador no Amazonas, já que o partido indicou o ex-secretário de governo do Amazonas José Melo como vice na chapa do candidato a governador do estado, Omar Aziz (PMN). Aziz foi o vice-governador do peemedebista Eduardo Braga, exgovernador do estado, e can-
didato ao Senado junto com a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB). A chapa garante palanque para Dilma. Os outros onze estados com chances reais, segundo o dirigente do PMDB, são: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Maranhão, Bahia, Rondônia e Tocantins. Com a eleição de um número maior de governadores, o PMDB deverá controlar uma fatia ainda do orçamento nacional. Como mostrou o Congresso em Foco em fevereiro de 2009, o dinheiro público administrado pelo PMDB já ultrapassa em mais de duas vezes o orçamento federal da Argentina. Sem contar as prefeituras, o partido controla cerca de R$ 258,9 bilhões, divididos em seis ministérios, sete governos estaduais, a Câmara e o Senado.
Partido é o mais bem estruturado O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Davi Fleischer também acredita que a tendência é que o PMDB eleja um grande número de deputados, senadores e governadores. Para sustentar a tese, o cientista político recorre aos números das últimas eleições, tanto municipais quanto estaduais. Em 2008, por exemplo, o partido fez o maior número de vereadores e prefeitos. E já possui uma grande quantidade de deputados estaduais, além de deter a maior bancada de deputados e senadores no Congresso. “Tudo indica que o PMDB vai continuar a crescer. É o partido mais bem estruturado do país, com presença em quase todos os municípios”, afirmou Fleischer. Mas ele ressalta que o partido pode ter problemas em alguns estados, como Minas Gerais e Maranhão, onde o PT foi obrigado pelo diretório nacional a se aliar com os peemedebistas. Para Fleischer, a aliança pode surtir o efeito contrário. “Isso deixou parte do PT irritado”, frisa o cientista político. Para o dirigente da Fundação Ulysses Guimarães, o desgaste entre os dois partidos não é problema mesmo
após a greve de fome do depu- na disputa pelo Palácio do tado Domingos Dutra (PT- Planalto. Há uma possibilidaMA) e do líder petista mara- de de intervenção no diretório nhense Manoel da Conceição catarinense do PMDB e os rena Câmara na semana passa- veses da disputa no Distrito da. “Este deputado é um Federal, onde parte do partiarqui-inimigo dos Sarney há do defendeu a candidatura muito tempo. O protesto e a própria do governador Roreação do PT não devem fazer gério Rosso (eleito de forma diferença no eleitorado no indireta após a renúncia do Maranhão”, avalia Donato. ex-governador José O peemedebista do EsRoberto Arruda) e a pírito Santo também parte vencedora optou acredita em uma virapor oferecer à chapa do da na Bahia em favor PT a vaga de vice. do candidato do Maranhão e Mesmo, porém, no PMDB, que atualmencaso dessa vitória, pote está em terceiro Minas têm derá haver problemas. lugar nas pesquisas. problemas O nome escolhido para “Na Bahia, apesar das na aliança vice, o deputado Tadeu pesquisas, o ex-minFillipelli durante anos com o PT foi um dos principais istro da Integração Geddel, pode ser bealiados de Joaquim neficiado com a polaRoriz, principal adverrização entre o goversário dos petistas em nador candidato à reeBrasília. Boa parte dos eleitoleição do PT e o candidato do res parece resistir a votar DEM, Paulo Souto. O estado numa chapa que tenha quer uma alternativa e acre- Fillipelli de vice. ditamos que nosso candidato Em Santa Catarina, a depassa para o segundo turno”, cisão de abandonar a candiavalia. datura própria e tentar reeOs dois casos citados pelo ditar a “tríplice aliança” cientista político, Maranhão e DEM, PSDB e PMDB - cauMinas Gerais, como proble- sou estranheza à cúpula namas para a aliança entre PT e cional do partido. Tanto que PMDB também podem ser so- foi aberto prazo de oito dias mados a dois outros entraves para defesa do diretório reeleitorais recentes para os dois gional, sob risco de intervenpartidos que marcham juntos ção nacional.
André Puccinelli, do Mato Grosso do Sul, é um dos governadores com maiores chances de reeleição
Pesquisas indicam quem é favorito Mas, apesar da avaliação positiva da Fundação Ulysses Guimarães, o PMDB não lidera as pesquisas em todos os estados em que tem candidato próprio. A maior chance, por enquanto, está na reeleição do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. O candidato do PMDB tem 51% das intenções de voto, segundo a pesquisa do Instituto Ibrape (8-14-abril). O ex-governador Zeca do PT (PT) tem 32%
e a senadora Marisa Serrano (PSDB) com apenas 8%, índice menor do que os de brancos, nulos e indecisos que somam 9%. Além dessa possibilidade de reeleição, o PMDB avança em dois estados importantes, antes controlados por governadores do PSDB. Em Minas Gerais, Hélio Costa já aparece na frente na última pesquisa Sensus com 49,5% contra 20,7% de Antonio Anastasia (PSDB).
No Rio Grande do Sul, apesar da neutralidade do candidato do partido em relação ao palanque para Dilma Rousseff, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), está em segundo lugar nas pesquisas. Segundo a última pesquisa Vox Populi (12-maio), Tarso Genro (PT) tem 32% das intenções de voto contra 27% de Fogaça. Considerando a margem de erro, os dois candidatos estão tecnicamente empatados.
Disputa no DF desagrada militantes
Petista Agnelo Queiroz obteve apoio para ser o candidato ao governo do DF em aliança com o PMDB
Adisputa no Distrito Federal ganhou contornos inesperados. O anúncio da coligação entre PT e PMDB - que sempre foram adversários ferrenhos -, levantou novamente a questão da bandeira ética nas eleições. Os peemedebistas, especialmente por conta do ex-governador Joaquim Roriz, possuem uma imagem ligada a escândalos de corrupção. O PT sempre tentou levantar um discurso de contraponto. Tanto que elegeu Cristovam Buarque (hoje no PDT) ao governo em 1994. Porém, a aliança entre os dois partidos, na tentativa de dar um palanque único a Dilma Rousseff, acabou desagradando a militância dos partidos.
Além disso, serviu para dividir o PMDB. O partido elegeu Rogério Rosso como governador para mandato tampão com a cassação de José Roberto Arruda e a renúncia de Paulo Octávio. Na cerimônia de posse, ele, que foi administrador de Ceilândia no governo de Roriz e presidente da Codeplan no governo Arruda, prometeu não se candidatar à reeleição. O presidente regional do partido, deputado Tadeu Filippelli, costurou um acordo de bastidores com petistas e se lançou a vice de Agnelo Queiroz (PT). No último dia 17, Rosso se lançou como pré-candidato, tendo Ivelise Longhi (PMDB) como sua vice. Na carta manus-
crita enviada à direção regional do partido, o peemedebista afirmou que a polarização entre o PT e Roriz, que vai se candidatar pelo PSC, “não traduz os anseios da nossa sociedade”. “Durante os entendimentos que permearam o processo de eleição indireta no DF existia a esperança, um norte, respaldado na articulação de Vossa Excelência com outros partidos e lideranças políticas do DF, da formação de um novo pensamento, uma nova opção para o Distrito Federal”, afirmou. Dois dias depois, o partido, em convenção tumultuada, definiu-se pelo apoio a Agnelo Queiroz, com Filipelli como vice.
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Opinião A6
A proteção dos rios “A natureza quando agredida não se defende, se vinga” Alder Flores Alder Flores, advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental
Atualmente, a preocupação com o ambiente está presente na vida de grande parte da população em diferentes culturas e países, com temas dos mais variados. Dentre os temas abordados um tem chamado a atenção, diz respeito à proteção e à recuperação das matas ciliares, em razão da sua interação com outros aspectos ligados à proteção ambiental. Por mata ciliar pode ser entendido como a vegetação que se desenvolve ao longo das margens dos rios, córregos, lagos e lagoas, represas e nascentes. A mata ciliar é tecnicamente conhecida como área de preservação permanente. Essas áreas cobertas ou não por vegetação nativa que está localizadas ao longo das margens dos rios, córregos, lagos, lagoas, represas e nascentes tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo, diminuir as enchentes e assegurar o bem estar das populações. Este tipo de vegetação é fundamental para o equilíbrio ambiental. É importante destacar que a preservação e a recuperação das matas ciliares, aliadas a praticas de conservação e ocupação adequada do solo urbano e rural, têm função de proteger os recursos hídricos, mas de tudo visa evitar ações danosas para o ser humano. As matas ciliares controlam a erosão evitando o assoreamento dos mananciais, impedindo que os sedimentos carregados das partes altas cheguem com sua total intensidade aos cursos de água, além de minimizarem os efeitos das enchentes. As raízes das matas servem como fixadora do solo das margens, evitando o processo erosivo intenso. Essas matas mantêm a qualidade e quantidade das águas, filtrando possíveis poluentes, além de auxiliar na proteção da fauna e flora local. No nosso modesto entendimento sobre o assunto, já que não é nossa área de atuação, a principal função das matas ciliares é contribuir para a proteção das nascentes e dos mananciais, se constituindo em um elemento básico de proteção dos recursos hídricos e das ocupações desordenadas, apresentando diversos benefícios tanto do ponto de vista de utilidade, em relação direta ao ser humano, quanto do ponto de vista efetivamente ecológico, para a preservação do equilíbrio ambiental, pois as matas ciliares têm inteira relação com a quantidade e com o comportamento da água existente nos sistemas hidrográficos. As matas ciliares, se bem conduzidas e integradas a outras espécies de matas, podem vir a formar corredores ecológicos, que são linhas que unem fragmentos de matas e outras matas. Finalizando, alerto para o desmatamento e para o uso desordenado das ocupações ao longo das margens dos recursos hídricos, através do parcelamento do solo quer seja em área rural ou urbana. Pois a natureza quando agredida não se defende, se vinga.
Domingo, 27 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: opiniao@ojornal-al.com.br
A força latina A Copa do Mundo de 2010 reforçou uma característica que tomou conta do futebol nos últimos 20 anos: a formação de craques na América Latina. Com apenas cinco representantes na África do Sul, todos classificados para segunda-fase, as seleções demonstraram igualdade e, em muitas vezes, superioridade aos gigantes. Resultados bem mais expressivos que o dos europeus, como os fiascos protagonizados por Itália e França, demonstraram que a escola europeia está em descenso. Não é de hoje que os latinos incomodam. Vale ressaltar até mesmo que a primeira Copa, lá em 1930, foi vencida pelo Uruguai, no mesmo período campeão olímpico; ou que o Brasil é o único penta – e que ao menos este ano não poderá ser mais alcançado. Ou até mesmo o favoritismo da Argentina que teve a melhor campanha da fase de grupos e que tem o melhor jogador da atualidade: o baixinho Lionel Messi. Sem esquecer a retranca segura do time paraguaio.
De que falamos?
As fracas campanhas dos europeus também refletem outra situação: a dificuldade dessas seleções em campos adversos ou “distantes de casa”. Nunca uma copa que não foi realizada na Europa foi vencida por um europeu. Uma característica que justifica o excesso de importações latinas para o “velho mundo” ou até mesmo o inchaço de seleções com naturalizados, como é o caso de Portugal e Alemanha. O que se espera agora é que o futebol feio e truncado, bem ao estilo europeu, seja substituído pela ginga e pela malícia, ou até mesmo pelos passes rápidos e os dribles em velocidade das seleções que melhor jogaram a primeira fase. Nesse quesito vale lembrar o fortalecimento, tímido, mas consistente das seleções asiáticas, que se classificaram mostrando vontade de aprender o que há de melhor no outro lado do mundo. Independentemente do resultado final desta Copa, “o sangue latino” demonstrou que tem tudo para sempre entrar como favorito.
Ponto de vista
San
O poder do povo “É indispensável dizer não à banalização do princípio de inocência”
A tragédia que nos une “A reconstrução será demorada e todos precisam fazer sua parte” Renan Calheiros Senador e líder da bancada do PMDB
O último final de semana vai demorar a sair da memória de todos nós, especialmente dos mais de 160 mil alagoanos das cidades que foram duramente castigadas pelas chuvas, enchentes e trombas d’água. O saldo de dor e devastação foi aterrador: dezenas de mortes, mais de 80 mil desalojados ou desabrigados, centenas de desaparecidos, mais de 11 mil casas levadas pela correnteza e outras 7,5 mil danificadas. Pude constatar pessoalmente o cenário da tragédia em algumas cidades da zona da mata como Rio Largo, Murici, Branquinha e União dos Palmares. Foi com muita dor, com a alma apertada que vi pais e mães de família assombrados, desnorteados, procurando por familiares ou em busca de algum pertence nos entulhos que a chuva acumulou. Muitos só com a roupa do corpo, sem comida, água e luz elétrica. O bem supremo, a vida de nossos entes queridos, infelizmente, não pode ser reposto e por eles nós continuaremos a clamar a Deus. Podemos, sim, reerguer nossas casas, reconstruir nossas ruas, reedificar as escolas dos nossos filhos, refazer nossas ferrovias. Como seres humanos podemos, sim, refazer nossos sonhos, tijolo a tijolo. Para tal contamos com a infinita solidariedade dos brasileiros e com o total apoio do presidente Lula que, emergencialmente, destinou quase R$ 600 milhões para socorrer as vítimas. A principal ação será garantir alimentos, água e reconstruir as casas perdidas. Tão logo as informações do desastre chegaram ao presidente, ele determinou a vinda de ministros de estado a Alagoas e cobrou providências imediatas para o resgate e a assistência às vítimas. Do Brasil todo e do exterior vieram donativos como cestas básicas, água potável, barracas, cobertores, remédios, agasalhos e outras contribuições imprescindíveis em tragédias como esta, que alcançou Alagoas e Pernambuco. Na segunda-feira após as enchentes nos reunimos com o presidente Lula até a madrugada traçando o plano de socorro às vítimas. O governo federal liberou os recursos emergenciais, criou um programa específico e desburocratizado do Minha Casa, Minha Vida para reerguer 19 mil moradias, enviou as Forças Armadas à região, encaminhou cestas básicas, reforçou o atendimento médico e liberou mais recursos diretamente para os municípios atenderem as vítimas e controlar doenças infecto-parasitárias, comuns após grandes cheias. Depois da tragédia, da solidariedade às vítimas com donativos de todo o Brasil e até mesmo do exterior, é hora de reconstruir Alagoas. Em muitas cidades, como Branquinha, será a partir do zero. O governo também liberou linhas de crédito do BNB, da CEF e do Banco do Brasil para o comércio e a indústria e antecipou o pagamento do Bolsa Família dos meses de junho e julho, além de liberar o FGTS para os atingidos. São providências indispensáveis para retomarmos a normalidade e reconstruir nosso futuro. Afinal, a reconstrução será demorada e todos precisam fazer sua parte.
André Marques Advogado, consultor, escritor e doutorando em Direito
A conhecida Lei Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) é uma grande vitória do povo brasileiro, com um milhão e setecentas mil assinaturas de eleitores, onde foi demonstrado que o exercício de cidadania é possível e que o povo deve ser ouvido por seus representantes. A LC 135/2010 aumentou o prazo de inelegibilidade, onde em meu pensar seu maior mérito foi o de afastar a discussão acerca do princípio da presunção de inocência (mesmo sabendo do devido processo legal e do contraditório), onde a aplicação eleitoral era ampliada, não produzindo efeito na esfera criminal. Na redação da lei, podemos visualizar que o princípio da presunção de inocência não possui valor pleno, ademais nenhum princípio possui e desta forma é preciso harmonia com os demais princípios para que um direito não seja rejeitado por outro de igual valor. Sabemos que o povo é o titular do poder e o processo eleitoral evidentemente é democrático. Tal afirmação não é confirmada na política do Brasil, tendo em vista que a maioria da população é pobre e vota atendendo aos interesses e condicionados à influência dos poderosos - sendo caso de legítima oligarquia. No cenário atual, de forma notória estão presentes o predomínio do oligarquismo. Desta forma, é ingenuidade acreditar que somente o povo pode repudiar nas urnas os
políticos desonestos e não a legislação pertinente à matéria. A permissão para que criminosos governem e legislem para uma sociedade é fazer desaparecer os valores transcendentais desse conjunto, resultando a transposição da criminalidade como um poder sem visibilidade para a esfera do poder com visibilidade, tornando o estado em confronto ao exterior apresentando-se legitimado. Com advento da Lei Ficha Limpa, acredito que todos esperam que os corruptos sejam punidos ao terem impedido seu acesso ou mesmo permanência nos cargos políticos, fazendo do Brasil um lugar melhor. É indispensável dizer não à banalização do princípio de inocência, não suportando argumentos deste instituto como instrumento de defesa, penalizando toda sociedade, amiudando a Constituição Federal ao transfigurá-la numa Constituição Lassale. Enfim, sabemos que todos nós sonhamos com um Brasil sem as mazelas atuais e para melhorarmos isso precisamos estar conscientes de nossas responsabilidades no momento do voto ser depositado nas urnas. Nossa contribuição para o Brasil que sonhamos é eleger aqueles candidatos e candidatas não inseridos na lista dos políticos “ficha suja” e comprometidos com o bem comum.
O JORNAL Diretor-Executivo Petronio Pereira petronio@ojornal-al.com.br
Professor
Nesta época - onde o direito ao voto vale muito e pode fazer a diferença - quatro já foram os candidatos que nos procuraram, dizendo de seu apreço pela Cultura. Mas, ao começarem a falar de suas intenções, verificamos, sem muito esforço, que suas percepções pedem que com eles (ou elas) iniciemos um diálogo, saneando equívocos; alguns, em verdade, históricos. Suas palavras sempre começam por elogiar o esforço dos que “ainda” encontram forças para manter funcionando determinadas instituições. Depois dizem que lêem estes artigos e que acompanham, com muita preocupação, as aflições dos “artistas da terra”. No entanto, ponderam: - É tanta miséria, tantos são os problemas que fica difícil “ajudar” a cultura, não é professor? “Depende de que estamos falando”, quase sempre respondemos. “Se pensarmos em termos de ajuda, talvez aí se encontrem desperdícios; se falarmos em investimento, não. Aqui o retorno, social ou econômico, sempre virá”. E, para tornar as coisas palpáveis, falamos do Nós do Morro, do Afroreggae, do Projeto Axé, da Cufa, que vêm atuando Brasil afora, nas esferas políticas, sociais, esportivas e culturais, recebendo reconhecimento internacional. E para retornarmos ao universo de nosso chão, “conversamos” sobre os muitos Pontos de Cultura existentes em Alagoas e dizemos das iniciativas comunitárias em Maceió, a exemplo do Bom Parto, Jacintinho, Ponta Grossa e de várias grotas. Quando o momento permite, e evitando os clichês que põem em confronto - quase sempre de gosto acadêmico, é bem verdade - esquerda e neoliberais, salvaguardando as raras exceções de sempre, ponderamos sobre os gestores que colocam o mercado à frente da sociedade e daqueles outros que procuram instrumentalizar a cultura, limitando seus feitos aos interregnos das eleições: dois em dois anos. E recordando o que disse Dom Hélder, arcebispo emérito de Olinda e Recife, falando-nos de persistência, na Universidade Católica de Pernambuco, quando lá cursávamos Sociologia (Pregar é dizer, repetir, tornar a dizer, dizer de novo), relembramos que o grande desafio está em conciliar interesses e desejos dos envolvidos no processo, com tempos diferenciados e, não poucas vezes, díspares. O tempo do artista diletante é o tempo do deleite entre seus pares; do artista profissional, é toda uma vida. Dos mestres e brincantes da cultura popular tradicional, é sua própria vida. Do produtor cultural, é o desafio do próximo empreendimento. Dos políticos arrivistas, é o tempo do voto; dos que atuam sem as limitações impostas pelo imediatismo, é o futuro. Do educador é a utopia enquanto sonho possível. Cartas à Redação: opiniao@ojornal-al.com.br
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Fenda pode separar a África em duas Abertura de 60 quilômetros de comprimento em Afar, na Etiópia, surgiu em 2005 e continua crescendo BBC Brasil O continente africano poderá ser dividido ao meio pelo aparecimento de um novo oceano em dez milhões de anos, segundo um grupo de cientistas britânicos que vêm monitorando mudanças geológicas na região de Afar, na Etiópia. Segundo descreveram os cientistas durante uma conferência da Royal Society, de Londres, uma fenda de 60 quilômetros de comprimento se abriu a região em 2005 e vem crescendo desde então. Um monitoramento num período de apenas dez dias verifi-
cou a expansão da fenda em oito metros, segundo o sismólogo James Hammond, da Universidade de Bristol, um dos coordenadores do estudo. Os pesquisadores dizem que o processo acabará dividindo a África em dois, transformando parte da Etiópia e da Somália em uma grande ilha no Oceano Índico. ERUPÇÃO - A fenda começou a aparecer em 2005, após a erupção do vulcão Dabbahu, na região de Afar. O local, apesar de ainda não ter água, está localizado abaixo do nível do mar. Os sismólogos dizem que
estão presenciando um processo que normalmente só ocorre debaixo dos oceanos. “Partes de Afar estão abaixo do nível do mar, e o oceano está separado por apenas uma faixa de 20 metros de terra do território da Eritréia”, afirmou Hammond à BBC. “Então essa terra cederá eventualmente, o mar entrará e começará a criar esse novo oceano”, disse o cientista. Segundo ele, com o tempo esse oceano crescerá até separar de vez a região do chamado “Chifre da África” do restante do continente, criando assim “uma África menor e uma ilha muito grande no Oceano Índico”.
Segundo os cientistas, a fenda em Afar vai levar ao surgimento de um novo oceano em 10 milhões de anos
POLÊMICA 1
Fetos não sentem dor até a 24ª semana, diz estudo Os fetos não são capazes de sentir dores antes da 24ª semana de gestação. Essa é a conclusão de uma série de estudos realizados por cientistas do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, no Reino Unido, e publicado na quinta-feira pela BBC News. Nesse estágio do desenvolvimento, segundo os pesquisadores, as conexões cerebrais dos fetos não estão completamente formadas. O útero induz o bebê ao sono, num estado inconsciente. Segundo a rede britânica de notícias, o debate sobre quando um feto sente ou não sente dor foi levantado porque há uma discussão no Reino Unido para modificar o prazo limite para a realização de abortos. Atualmente, essa prática é permitida somente até a 24ª semana. Os cientistas descobriram que as conexões nervosas na região do córtex, área que proces-
sa respostas de dor no cérebro, não está formada completamente antes de 24 semanas. Segundo o relatório, pode-se concluir que “o feto não pode experimentar dor por nenhum dos sentidos antes desse período da gestação”. Baseado nesses resultados, os pesquisadores disseram que não há razão para modificar o limite para a realização de abortos no Reino Unido. Os cientistas disseram à BBC News que, mesmo após as 24 semanas, o feto se mantém em um estado de sedação e inconsciência. A Lei do Aborto foi estabelecida em 1967 e vigora em todas as partes do Reino Unido, menos na Irlanda do Norte, onde a prática é proibida, exceto para os casos em que a mãe corre riscos de morte. Ativistas antiaborto protestaram contra o resultado do estudo. DEFICIÊNCIAS SÉRIAS
- Um outro estudo tentou estabelecer que tipo de malformações mentais e físicas poderiam resultar em “deficiências sérias”. Abortos motivados por malformações são permitidos por lei após 24 semanas de gestação. Eles representam 1% do total de abortos em todo o país. No passado, grupos que querem mudanças na legislação sobre o aborto disseram que o conceito de malformações e suas consequências tem sido interpretado de forma ampla demais, resultando em abortos mesmo quando as malformações são relativamente pequenas - ou pouco graves. Sobre essa questão, o Royal College concluiu que não seria prático criar-se uma lista de condições tidas como “deficiências sérias” porque é difícil prever o impacto, a longo prazo, de malformações sobre a criança e sua família.
POLÊMICA 2
Justiça da Alemanha aprova suicídio assistido BERLIM - A principal corte criminal da Alemanha tomou uma decisão inédita nesta sextafeira em relação ao suicídio assistido. A decisão ocorreu depois que o tribunal derrubou a condenação de um advogado que havia orientado um cliente a interromper a alimentação artificial de sua mãe, que estava em coma havia cinco anos, em 2007. Um tribunal inferior havia condenado o advogado Wolf-
gang Putz por tentativa de assassinato, com uma pena de nove meses de prisão, com suspensão. A Corte Federal de Justiça disse que a mulher, de 71 anos, havia dito em 2002, antes de entrar em coma, que não queria ser mantida viva naquelas circunstânicias. Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, ministra da Justiça do país, saudou a decisão. “Não deve haver tratamento contra
a vontade de uma pessoa”, disse ele em comunicado. O parlamento já havia aprovado uma lei que torna as declarações das pessoas sobre se querem ou não tratamento para prolongar a vida, em casos de doença terminal, uma determinação obrigatória para os médicos. Mas a decisão de agora torna legal encerrar a vida de uma pessoa por meio da interrupção do tratamento, se é a vontade dela.
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Prejuízo nas cidades supera os R$ 740 mi Sem seguro para garantir a estrutura de casas e negócios, maioria dos atingidos ainda não sabe como recomeçar Láyra Santa Rosa Repórter
As enchentes que atingiram quatro rios que cortam Alagoas pegaram de surpresa milhares de pessoas no último final de semana. Houve uma devastação geral de cidades, onde muitos perderam tudo o que tinham. Os
prejuízos estão sendo contabilizados aos poucos, mas já passam de R$ 740 milhões. Casas, mercadinhos, lojas de rede, usinas, veículos e prédios públicos foram invadidos pela força da água. Na maioria desses locais pouco pode ser aproveitado e, para completar, quase ninguém tem seguro de perdas, o que poderia diminuir o
tamanho do dano. Apesar do Sindicato de Seguros de Alagoas (Sincor-AL) apontar que houve um crescimento de 20% desse mercado no Estado, nas cidades do interior, esse contingente não passa de 1%. “Nos últimos três anos, o mercado tem crescido bastante, mas a maioria foi feito na capital. Acredito que
por questões sociais e até por falta de conhecimento, a maioria das pessoas dessas cidades atingidas pelas enchentes não tem seguro e vão acabar ficando com o prejuízo”, comentou Edmilson Ribeiro, diretor do Sincor. O que a maioria das pessoas desconhece é que, hoje, existem seguros para todos os tipos de
bens e para danos causados por desastres naturais. Residências, indústrias, lojas e automóveis que sejam atingidas por cheias de rios, queda de árvores, raios e ventanias, podem ser totalmente cobertos em casos de perdas, deixando as pessoas com prejuízos materiais minimizados. “Muitos não tem idéia da importância do
seguro e, culturalmente, acham que uma situação de perda nunca irá acontecer com ele. Outros, realmente desconhecem esse tipo de cobertura em casos de desastres naturais, mas as mudanças climáticas estão acontecendo e o mercado está pronto para atender as necessidades das pessoas”, falou Edmilson Ribeiro. Fotos: Yvette Moura
Nas ruas de Rio Largo é comum ver carros largados, de cabeça para baixo, cheios de lama
Danos causados pela natureza têm cobertura Há seis anos, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) responsável pela fiscalização das operações de seguros, determinou que intempéries da natureza em veículos passassem a ser cobertas. A partir de então, todos os planos de veículos chamados de compreensivos, responsáveis pelas coberturas contra colisão, incêndio e roubos, tiveram que cobrir a submersão total ou parcial do veículo em água doce. “Tirando o seguro do carro,
que no pacote dele já vem incluso os casos de alagamentos ou danos por enchente, os outros são separamos. Funciona com uma cobertura básica, que nela vamos incluindo os acessórios. Tanto no empresarial, quanto no residencial atendemos casos de desastres naturais”, explicou Edmilson Robeiro, integrante do Sincor. No seguro residencial, as pessoas podem incluir na apólice apenas o valor do imóvel, como também incluir os móveis e ele-
trodomésticos. “Esse tipo de seguro, juntamente com o de empresas acaba sendo repartido. Mas é possível avaliarmos numa quantia os móveis e eletrodomésticos que serão cobertos através de valores em casos de perdas. Apenas jóias e dinheiro ficam de fora”, disse o corretor. “O seguro residencial não é tão alto. Num caso de um apartamento de cem mil, a pessoa pagará entre R$ 250 ou R$ 300 por ano, fora o valor que escolher para a cobertura dos pertences”.
O diretor do Sincor acredita que após essa tragédia é possível que a procura por seguro aumente no interior do Estado. “A maioria das pessoas foi pega de surpresa e não esperava que essa enchente tivesse proporções tão grandes. Muitos, nunca se preocuparam em fazer um seguro. Acredito que agora a procura deva aumentar, principalmente de comerciantes e donos de carros. O seguro é uma garantia, um investimento de segurança”, completou. (L.S.R.)
Sem seguro, o carro de Joaquim foi levado pelas águas: prejuízo
Um seguro para cada tipo de situação Na maioria das cidades atingidas pela tromba d’água, existem histórias de pessoas que tiveram seus carros invadidos e até mesmo levados pela correnteza. Com o nível dos rios mais baixos, o que resta são carcaças cobertas pela lama e raízes de plantas. Amaioria dos veículos que tiveram perda total continuam abandonados, completando o cenário de devastação das casas destruídas pela força dos rios. Em Rio Largo, o comerciante Joaquim Oliveira, dono de uma ótica no Centro do município, foi um dos que perdeu o carro. O veículo, uma Sportage, avaliada em cerca de R$ 25 mil, estava no concerto quando a oficina foi invadida pelo Rio Mundaú. “Eu parei o carro na quinta-feira para fazer um concerto na parte elétrica. A previsão era que o carro ficasse pronto no sábado, mas na manhã do mesmo dia, as águas invadiram a cidade e ele acabou arrastado”, contou. “Eu estava viajando quando soube da situação de Rio Largo. Me avisaram do carro e da ótica que também tinha sido invadida pela enchente. Foram dois prejuízos de uma única vez”, contou. Para completar a situação do comerciante, nem a ótica e nem o carro tinham seguro. “O carro era antigo, por isso eu nunca pensei em colocar seguro. Ele foi arrastado por quilômetros e só parou quando bateu num poste, ficando preso. Foi perda total. Jamais pensei que isso pudesse acontecer”, lamentou. “Em relação à loja, não sabia que tinha seguro para esse
tipo de situação. Por sorte o prejuízo foi apenas nos móveis. Coloquei um vigia que acabou evitando que a loja fosse invadida por saqueadores”, falou. Caso o comerciante tivesse feito seguro, logo após tomar conhecimento da situação ele deveria ter ligado para a Central de Atendimento da empresa ou para o corretor, que tomaria as providências necessárias. O veículo seria levado para uma oficina onde passaria por uma avaliação para atestar se houve perda total. “Se for decretado a perda total, que geralmente acontece quando entra muita água no veículo, demora 30 dias para o reembolso. Caso tenha sido uma situação mais simples, o veículo será consertado e entregue em perfeitas condições de uso”, explicou o corretor de seguros Milson Fiel. De acordo com o corretor, além das inundações casos de árvores que caem em veículos também têm cobertura do seguro. “Tudo vai depender da situação. Se o carro estava estacionado em lugar permitido ou passando por uma via e foi atingido por árvores ou enchentes tem cobertura. Mas, se estiver passando pela praia e a maré bater o prejuízo é do dono”, explicou Fiel. “Hoje em dia é muito comum que, com qualquer chuva as ruas ficarem inundadas. Se o motorista estiver passando e entrar água no motor ou problema hidráulico a seguradora também deve ser chamada e arcar com o prejuízo”, avisou. (L.S.R.) Continua na página A12
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Para as vítimas e para as cidades, a ordem é recomeçar a planejar a vida O desespero com o desastre natural continua estampado no rosto de cada morador que teve sua cidade invadida pela enchente. As pessoas tentam se recuperar do susto e do trauma. Nos 28 municípios que foram vítimas da tromba d’água, não faltam histórias de lojas que foram invadidas pela água e por pessoas para saquear; carros levados pela correnteza e que acabaram tendo perda total; usinas e fábricas devastadas, além das milhares de casas destruídas
com tudo que se tinha dentro. Sem falar das pessoas que arriscaram suas vidas se jogando nas águas para não perder nenhum bem. O clima, na maioria dos municípios, ainda é de desolação, mas a palavra de ordem é recomeço. Passados alguns dias da enchente, em Rio Largo, os comerciantes vão retomando aos poucos a vida, com o que restou. A cidade vive um mutirão de limpeza para retirar a sujeira deixada pelo Rio Mun-
daú. O município foi um dos que teve parte do Centro, região comercial, destruído pelas águas. As perdas estão sendo contabilizadas aos poucos. No município que faz parte da região da Grande Maceió, grande parte das pessoas desconhecem as possibilidades de segurar seus bens. “Existe seguro para esse tipo de catástrofe, é? Não fazia idéia que tinha. Essa é a terceira enchente que passo aqui no município e foi a vez que perdi mais coisas. Se soubesse do seguro, pode-
ria ter evitado toda essa dor de cabeça que estou tendo agora. Cheguei a passar mal quando vi a água entrando”, lamentou o dono de um mercadinho, José Guilhermino da Silva. Com os olhos perdidos em direção ao Rio Mundaú, que já voltou para o lugar, o comerciante conta como a invasão da água aconteceu. “Passei a noite preocupado com a possibilidade do Rio encher. Moro em cima do mercadinho e sempre ficava olhando. Por
volta de três horas resolvi me deitar, quando desci para abrir o mercadinho, umas sete horas a água estava subindo. Foi tudo muito rápido, quando percebi, já estava dentro da loja. Não tive como tirar nada de dentro”, lembrou. Desesperado, temendo perder as mercadorias, José Guilhermino foi um dos que se negou a deixar o estabelecimento. “O povo estava desesperado, sem falar daqueles que se aproveitaram para saquear. Meu marido subiu no balcão
do caixa e a água continuava subindo. Pensei que ele fosse ser arrastado, a sorte foi que chegaram uns bombeiros e conseguiram resgatá-lo”, contou Jadirlene dos Santos Silva, esposa do comerciante. “Assim que a água começou a subir, eu e minha filha fomos para o outro lado da rua. Foram momentos de desespero geral. Ainda não temos idéia do que perdemos. Estamos contando agora com o apoio dos fornecedores, para tentarmos recomeçar”, disse a mulher. (L.S.R.) Fotos: Yvette Moura
Loja de eletrodomésticos foi saqueada Assim como o mercadinho de José Guilhermino, várias outras lojas e casas pelo centro de Rio Largo estavam destruídas. Por toda parte as marcas da invasão da água continuavam estampadas pelas paredes. A situação era de caos. Farmácias, açougues, padarias, lojas de roupas e livros ficaram destruídas. Nas lojas Insinuantes do Município, não restou nada. Além da invasão da água que arrastaram eletrodomésticos e móveis, ainda houveram saques. “Não tem mais nada dentro da loja, só lama e umas carcaças sem utilidade. No dia da enchente, o povo arrombou a porta e saiu daqui levanto tudo que via pela frente. A água subia rápido, mas o povo estava mais preocupado em carregar alguma coisa. Acredito que ela tenha seguro, mas ninguém esteve por aqui para avaliar”, disse o vigilante Gérson Cavalcante. O gerente da loja em Rio Largo, Saulo Guedes, confirmou a existência do seguro, mas informou que os prejuízos ainda não foram contabilizados. “A regional da Insinuante está calculando o que houve de perda. Nos próximos dias devemos fazer um balanço, mas acredito que tenha sido um prejuízo grande. A loja estava cheia de peças”, contou. “Sabemos que os produtos que estavam no mostruário foram levados pelas águas do rio, mas o que estava no estoque foi roubado pelas pessoas. Infelizmente, muitos se aproveitam do momento de tragédia para se beneficiar. Não sobrou nada”, lamentou. No momento da enchente a loja estava fechada. Segundo o gerente, ele estava chegando no município para abrir a filial da Insinuante
quando se deparou com o avanço do rio. “Não deu tempo de fazermos nada. A loja abre às oito horas e, quando estava chegando, o rio já tinha invadido tudo. Ainda avisei a empresa de segurança, mas não deu tempo de evitar os saques”, falou Saulo Guedes. “Por enquanto, a cidade deverá ficar sem a loja. Acredito que ainda vai demorar alguns meses para tudo voltar ao normal, enquanto isso os funcionários foram deslocados para Maceió”. O produtor musical, Jupiraci Correia, presenciou o momento em que a loja foi saqueada. “A água começou a invadir a rua por volta de cinco da manhã. O rio passa logo aqui atrás e foi subindo rápido. Quando cheguei na rua, já tinha água. O povo já tinha arrombado a Insinuante e corria com as mercadorias. A água alta e as pessoas se arriscando. Cheguei a ver gente ser arrastada e voltar para pegar mais coisas”, relatou. Assim como a maioria das pessoas que mora na região central, próximo ao povoado conhecido como Ilha, Jupiraci também teve a casa invadida pela água. “Quando comecei a perceber o que estava para acontecer consegui mobilizar uns amigos e retirar minhas coisas. Diante da proporção da tragédia meu prejuízo foi mínimo. Mas, minha casa foi invadida. A água chegou a passar de dois metros”, falou. “Graças a Deus minha família está bem. Tenho uma filha pequena, mas conseguimos tirá-la a tempo. Eu não estou com medo, mas minha mulher quer se mudar daqui. Essa é a segunda enchente do rio que eu pego, mas foi a pior de todas”, avaliou. (L.S.R.)
Preocupado em perder as mercadorias, José Guilhermino insistiu em permanecer no mercadinho; só saiu com os bombeiros
Números nas áreas atingidas são catastróficos As fortes chuvas que caíram na cabeceira dos rios Mundaú, Paraíba, Camaragibe e Jacuípe no último final de semana, foram às responsáveis por inundações e destruições em 28 cidades alagoanas. Os dados contabilizados são de uma verdadeira catástrofe. Até o final da manhã de sexta-feira, 34 corpos tinham sido encontrados, 76 pessoas estavam desaparecidas, trinta mil desalojadas, mais de 27 mil desabrigadas e quase vinte mil casas tinham sido destruídas e danificadas.
Depois da enchente, os municípios de Quebrangulo, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes,São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Paulo Jacinto, Murici, Rio Largo, Viçosa, Atalaia, Cajueiro, Capela, Jacuípe e Satuba estão em situação de calamidade pública. São Luiz do Quitunde, Matriz do Camaragibe, Jundiá e Ibateguara estão em situação de emergência. Já Maceió, Chã Preta, Marechal Deodoro, Passo do Camaragibe, Marechal Deodoro, Maragogi, Santa Luzia do Norte, Colônia de Leo-
poldina e São Miguel dos Milagres tiveram danos menores. Dessas cidades, algumas ainda continuam sem energia e sem o abastecimento de água regularizado. Para atender à população, a Defesa Civil montou um mutirão, onde distribui todos os dias água, alimentos e doações. Famílias inteiras perderam tudo que tinham e estão sendo mantidas em abrigos. Para completar, agentes de saúde percorrem os municípios para tentar evitar a proliferação de doenças. Ainda não existe previsão de
quando a situação deva voltar a sua normalidade. Na última quinta-feira, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou o Estado, garantiu a liberação de R$ 275 milhões para a reconstrução das cidades alagoanas. O recurso, segundo ele, já foi depositado na conta do governo estadual e pode ser utilizados para esta finalidade. Os municípios ainda deverão contar com recursos dos fundos de Defesa Civil Estadual que é administrado pelo Estado. (L.S.R.)
Em meio à catástrofe, muitas pessoas arriscaram suas vidas para saquear a loja de eletrodomésticos
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ÀS VESPERAS DE INAUGURAR
Malha ferroviária sofre golpe da natureza Depois de cerca de 10 anos desativados, trechos da ferrovia alagoana voltam a ficar estagnados por causa das chuvas Patrycia Monteiro Repórter
Às vésperas de ser finalmente reinaugurada, a malha ferroviária alagoana volta a sofrer novo revés. Há dez anos, por causa do excesso de
chuva, dois trechos de seu percurso foram destruídos, desativando o trem de transporte de cargas do Estado. Na ocasião, as áreas atingidas foram a Ponte de Lourenço de Albuquerque, em Rio Largo, e o ramal Norte, loca-
lizado entre os municípios de Atalaia e Capela. E os estragos causados pela última enchente, ocorrida no final de semana passado, são ainda maiores. De acordo com o governador Teotonio Vilela, 70% do
trecho alagoano da ferrovia Transnordestina foi destruído pela chuvarada recente, no trecho entre Porto Real do Colégio, em Alagoas e Palmares, em Pernambuco. Segundo ele, a estrada de ferro alagoana iria ser reativada no
próximo dia 27, mas agora está sem data para voltar a operação. Embora o governo do Estado tenha divulgado que o prejuízo causado pela destruição da ferrovia soma R$ 300 milhões, a assessoria de im-
prensa da Transnordestina Logística, empresa que detém a concessão da linha férrea do Estado, afirmou que ainda não sabe a dimensão das suas perdas e que só vai se pronunciar depois de concluir o seu levantamento interno. Yvette Moura
Trilhos dos trens foram destruídos nas cidades atingidas pelas enchentes
10 mil usuários de trens sofrerão Mas, desta vez, o transporte bressaltos antes mesmo das de passageiros também foi catástrofes naturais recentes. prejudicado pelas enchentes. Prevista para ser iniciada Segundo o gerente operacional em 2007, com prazo de conda Companhia Brasileira de clusão de três anos, a Trens Urbanos (CBTU), Mauro obra enfrentou atraNunes, cerca de 400 so de um ano na conmetros de trilhos, locessão da licença amcalizados no km biental. De lá para cá, 317, em Rio Largo a obra que deveria foram destruídos e integrar o interior do 400 meltros as obras de reconCeará, Pernambuco, de trilhos strução só serão Alagoas e Piauí a em Rio concluídas em, pelo dois dos maiores menos, seis meses, portos do Nordeste, Largo prejudicando 10 mil Pecém e Suape, vem foram usuários do transfurando todos os destruídos porte coletivo. Além prazos previstos nos disso, a CBTU só vai estados envolvidos. operar com duas loO valor do orçacomotivas, já que mento registrou inuma delas ficou cremento de cerca de R$ presa em Rio Largo. 900 milhões, saltando de R$ Contudo, é im4,5 bilhões iniciais, para R$ 5,4 portante ressaltar que as obras bilhões. Nos bastidores, corre da Transnordestina já vinham a informação de que o próprio sofrendo adiamentos e so- presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anda aborrecido com os atrasos do projeto, apesar da rapidez com que saiu a aprovação do financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos esforços dos governadores nordestinos para facilitar as desapropriações necessárias para o bom andamento da obra. Procurada pela equipe de O JORNAL, a diretoria da Transnordestina Logística S/A, líder do consórcio vencedor para construção da Transnordestina, nunca quis dar entrevista sobre o andamento da obra em Alagoas e no Nordeste. Segundo especialistas em logística, aparentemente o empresário Benjamin Steinbruch - um dos sócios da Transnordestina, e presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - não acredita no empreendimento. (P.M.)
Projeto é prioridade para Lula Mineradora: condições a ferrovia Por outro lado, o presidente Lula considera a obra uma das prioridades da sua gestão e se ressente com a possibilidade de encerrar seu mandato sem cortar a fita inaugural da ferrovia Transnordestina - que consta inclusive como uma das obras estruturantes do Programa Nacional do Crescimento no Nordeste. Fontes que preferem não se identificar, afirmam, inclusive, que há dois anos, quando era ministra, Dilma Roussef cogitou caçar a concessão da ferrovia. Verdade seja dita, aqui e ali, a obra ganhou ritmo acelerado nos últimos meses, mas perma-
necia sem data para ser concluída. Quando for encerrada, a Transnordestina terá cerca de 1,7 mil quilômetros de extensão, ligando o município de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, aos Portos de Pecém e Suape. “Em Alagoas não está prevista nenhuma ampliação da malha ferroviária, em função da Transnordestina. Apenas será construído um ramal em Pernambuco que ligará a estrada de ferro alagoana ao empreendimento regional. O único investimento previsto era a da reconstrução dos trechos destruídos no ano 2000”, afirma Fabiano Pomper-
mayer, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Segundo ele, o transporte de cargas ferroviário alagoano atravessou uma década sem investimentos na sua reconstrução porque o projeto não era viável economicamente. “Nos seus últimos anos, a estrada de ferro de Alagoas operava com certa capacidade ociosa. Para o modal logístico ferroviário ser atrativo financeiramente é necessário haver um volume de carga considerável - o que não era o caso”, analisa. (P.M.)
Em entrevista dada à equipe de O JORNAL, o empresário Carlos Bertone, presidente da Mineradora Vale Verde, instalada em Craíbas, no Agreste de Alagoas, comentou que executivos da Transnordestina Logística haviam o procurado para saber sobre a concretização de sua empresa no Estado. “Eles disseram que se a gente se instalasse aqui em Alagoas o empreendimento deles se tornaria viável economicamente”, deixou escapar. E no que depender da confirmação do investimento da
Mineradora Vale Verde, a ferrovia alagoana pode acabar avançando de uma vez por todas, apesar do revés recente. Pois, para se fixar definitivamente no Estado, a empresa dependia de investimentos na ampliação da infraestrutura de fornecimento de energia e água na região Agreste do Estado e, ao que tudo indica, vai ter as suas prerrogativas atendidas. Atualmente, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) está analisando o texto do edital de licitação que viabilizará o primeiro contrato de Parceria
Público-Privada (PPP) de Alagoas e, se tudo correr dentro do previsto, em julho o edital será publicado no Diário Oficial do Estado. O texto convocará a iniciativa privada para investir na construção de uma nova adutora no Agreste, orçada em R$ 140 milhões, além da manutenção de outras existentes na região. O contrato prevê a construção, manutenção e a operação das adutoras pelo período de 30 anos, atendendo a demanda da Mineradora. (P.M.) Continua na página A14
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Agreste será beneficiado com nova subestação Outra boa notícia veio na primeira quinzena do mês, quando a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) arrematou o lote da subestação de energia de Arapiraca no Leilão de Transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na Bolsa de
Valores de São Paulo (Bovespa). A oferta vencedora da empresa de economia mista registrou apenas 17% de deságio sobre a Receita Anual Permitida Máxima, chegando a R$ 5,3 milhões. O contrato de concessão deve ser assinado pela Chesf até o final deste mês e, a par-
tir de então, a previsão de entrada da operação comercial da nova subestação é de 24 meses. Com a conclusão da obra, vários municípios do Agreste e do Sertão de Alagoas serão beneficiados, sobretudo Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Junqueiro, São Sebastião, Teo-
tônio Vilela, Coruripe e Jequiá da Praia. O empreendimento vai atender, inclusive, a demanda de energia do distrito industrial de Arapiraca, do Shopping Pátio Arapiraca e da Mineradora Vale Verde, viabilizando a concretização desses investimentos. (P.M.) Thallysson Alves/Estagiário
Temporais destruíram a malha ferroviária de Alagoas
Reconstrução da malha viária: R$ 112 milhões A malha ferroviária de Alagoas tem 550 km de extensão e o orçamento de sua reconstrução era estimado em R$ 112 milhões. “Antes de sua destruição no ano 2000, a estrada de ferro transportava
açúcar e álcool, sobretudo das usinas do Litoral Norte”, relembra Manuel Messias, diretor do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) de Alagoas, ex-superintendente da Companhia Brasileira de
Trens Urbanos (CBTU). Na opinião dele, a estrada de ferro alagoana faz falta. “Na ausência do trem de cargas, as empresas passaram a utilizar intensivamente o transporte rodoviário para escoar a sua pro-
dução com grandes desvantagens: além de ter um custo mais elevado, os caminhões contribuem para tornar o trânsito de Maceió ainda mais congestionado durante a época da safra”, argumenta. (P.M.)
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Testemunhas do fim do mundo, na Laje Antigos moradores relembram data de um dilúvio que matou, pelo menos, mil pessoas, em março de 1969 Divulgação
Odilon Rios Repórter
UNIÃO DOS PALMARES - A tragédia provocada pelas chuvas em Alagoas sempre fez parte da história e pode ser lembrada em episódios trágicos, contados pela boca dos sobreviventes. Uma destas enchentestalvez a mais famosa de todasaconteceu em São José da Laje, em 1969. Em viagem pela região dos vales do Mundaú e do Paraíba, em meio a histórias de pessoas desoladas sem praticamente mais nada além da vida para reconstruir, O JORNALlocalizou dois sobreviventes da cheia da Laje e conversou com um repórter, que esteve na cidade três dias depois da tromba d’água, aumentando a força do rio Canhotinho, passando pelo município. Era madrugada do dia 15 de março de 1969. Dia da festa do padroeiro da cidade, São José. Lajenses que moravam em outras partes do País apareceram para acompanhar as solenidades, reencontrar os amigos, colocar o assunto em dia. A cidade estava cheia de gente, o dia foi de bebedeira, comemorações, saudades. A maioria dormia. Rapidamente, uma tromba d’água desceu o Rio Canhotinho. Arrastou casas, ruas, destruiu o que estava pela frente. Aenchente na cidade não poupou nada: matou gente rica, gente pobre, crianças, velhos. Nunca se soube, ao certo, pelo menos oficialmente, da quantidade de mortos. Os arquivos da época indicam mil pessoas. Muitas delas jamais foram encontradas até hoje. Outros corpos foram encontrados, dias ou meses depois, em Satuba, Rio Largo e até em Fernão Velho,
em Maceió. “Eu tinha 28 anos na época, era moço ainda. Morava no sítio Cotia Queimada, na Laje. O que eu lembro é que tudo acabou no dia 17 de março, tudo eu falo o quê passou, a cheia. Quando a gente foi fazer farinha, não dava mais porque estava tudo úmido. Na minha casa, ninguém notou nada porque a gente morava um pouco longe da cidade. Mas, o povo chegou para falar do quê aconteceu. Eu vi uma cidade toda destruída, toda, toda”, lembra José de Araújo Batista, que recebeu a reportagem na varanda de sua casa, enquanto a chuva voltava a cair em União dos Palmares, uma das quinze cidades que decretou situação de calamidade pública, depois das enchentes da semana passada. “Perdi muitos amigos. Vi muitos corpos colocados no trator, para serem enterrados em cova rasa. Não dava tempo de programar o enterro, tudo era rápido”, disse José de Araújo. “Acabou-se tudo. Até a Igreja de São José, do padroeiro, não sobrou. Hoje, tem a Igreja de São Carlos, não tem mais a outra”, afirmou. “Os corpos eram encontrados, às vezes, de monte. Tinha uma casa caída. O trator levantava uma parede, vinham uns cinco ou seis de uma vez. Muitas famílias inteiras que eu conhecia morreram, não deixou um membro vivo”, contou. Quarenta e um anos depois da cheia da Laje, José de Araújo foi testemunha de outras enchentes. Ele já morou em São Luiz do Quitunde, Matriz de Camaragibe e agora, União dos Palmares. Em todas, ele viu a cheia. A última foi na semana passada. Como na da Laje, não perdeu nada.
História conta outras enchentes em AL
A enchente que aconteceu semana passada comprovou a lenda: a cada 10 anos, acontece uma catástrofe
Jornalista testemunhou a tragédia O jornalista Valmir Calheiros chegou a São José da Laje depois de dois ou três dias, após as enchentes de 1969. “O cenário não tinha mudado tanto assim. A cidade estava destruída, a linha férrea que havia na Laje, ligando o município a Recife, sumiu nas águas. Para se ter uma idéia, na usina Serra
Grande, naquele dia da cheia, havia 400 trabalhadores. Veio o rio e levou tudo. A versão que contam é que foi uma tromba d’água, que caiu e levou toda a cidade. Essa tromba caiu na cabeceira do Canhotinho. A casa da família do jornalista Márcio Canuto, por exemplo, não sobrou nada. A cheia foi famosa,
virou até cordel, contado por um dos sobreviventes”, recordou Valmir. Como aconteceu com a atual enchente, a da Laje teve repercussão nacional. Saiu na revista Cruzeiro, veículo de comunicação de maior circulação, com fotos dos dramas estampados nas páginas. (O.R.)
Defesa Civil faz relatório sobre causas A previsão da Defesa Civil é que, durante esta semana, seja emitido um relatório dando conta das causas da enchente nos vales do Mundaú e Paraíba. Na última sexta-feira, a Defesa Civil emitiu laudo dando conta da morte de 34 pessoas, vítimas das enxurradas. O sistema da Defesa Civil funciona através de alertas. A Coordenadoria Estadual avisa
às municipais dos riscos das populações ribeirinhas. O que se investiga é o porquê do alerta ter sido dado e as cidades não terem atendido rapidamente. É errado se pensar que São Pedro é o responsável pela catástrofe. A suspeita é que uma barragem, em Pernambuco, rompeu e causou os estragos em Alagoas. Essa hipótese é descartada
pelo Governo. “A quantidade de chuvas foi realmente grande nesta época. Em cinco dias, choveu 450 milímetros. A média é 230 milímetros em um mês. A barragem de Bom Conselho não foi afetada e mesmo que fosse, não causaria os estragos que nós vimos”, disse o diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Adriano Augusto. (O.R.) Arquivo
A paz de quem já passou por pesadelos Trezentos metros à frente de sua casa, na escola municipal Domingos da Silva Cunha, 18 famílias se apinham em duas salas de Educação de Jovens e Adultos. Atragédia suspendeu as aulas. Quem estava ali, perdeu tudo. Ou quase tudo. Dona Maria Cícera Pereira estranhamente estava serena. Mexia a comida no fogão que ganhou, enquanto outras mulheres recolhiam roupas ou separavam qualquer objeto, algo talvez para preservar a identidade. Ela perdeu tudo na enchente de União. E Maria Cícera parece ter razões para estar assim, sem ansiedade. Ela sobreviveu a cheia da Laje quando tinha sete anos. Com a ajuda da mãe, que ainda está viva, preservou na memória o dia da cheia. “A gente estava em casa,
dormindo. De repente, encheu tudo. Minha mãe acordou e nós corremos, saímos de casa. Voltamos para lá depois, não sei quanto tempo. Estava na ‘cepa’, a casa foi levada pelo rio toda. Perdemos tudo. Aenchente acabou com boa parte da vida da minha mãe”. Sobrevivente da cheia da Laje, Maria Cícera perdeu tudo, de novo, este ano. “Meu filho, eu só quero uma coisa: que o Governo me dê uma casa. O resto eu tenho isso aqui [mostra os braços] para construir tudinho. Me sobrou a vida. Ela é muito para mim”, destaca a sobrevivente das duas cheias. “Nessa agora eu tava em casa e a gente saiu correndo na hora do almoço. Não deu tempo de pegar nada”. Ela preservou a lição de fé, da mãe. (O.R.)
Há 41 anos, o município de São José da Laje viveu dias de pesadelo, com a chegada de uma tromba d’água
Valmir Calheiros é um dos jornalistas que mais conhecem a história de Alagoas. Em suas contas, as grandes cheias, pelo menos as do século XX, podem ser revistas em um espaço de dez anos, entre uma e outra. No século XX, teve a cheia de 14; depois a de 24. A de 1949 foi em Maceió e arrasou a Rua Barão de Anadia. A força das águas era tanta que as ondas batiam violentamente na barreira do bairro do Farol. O antigo farol, da época do Império, que funcionava atrás da Catedral Metropolitana, rachou. A região do Poço foi a mais afetada em 1924, quando uma tromba d’água, de consequências menos drásticas que a de 1949, desabou sobre o Rio Reginaldo., na madrugada de um dia 19 de abril, sexta-feira da Semana Santa. “As enchentes acontecem porque vemos o desmatamento das áreas dos rios e o assoreamento. Veja que os rios. Todos eles, em Alagoas, eram navegáveis, todos caudalosos. Alguns viraram filetes de água, por causa da destruição das margens. O imperador Dom Pedro II, quando veio a Alagoas inaugurar a catedral em Maceió, veio de barco, pelos rios. Hoje, não poderia fazer isso”, descreve o jornalista. Entre agosto e setembro de 2000, as chuvas em Alagoas atingiram 27 municípios. Vale do Paraíba, Grande Maceió, todo o Litoral Norte e a região Zumbi (compreendendo União dos Palmares, Flexeiras, Murici, Messias, Branquinha, Santana do Mundaú, São José da Laje, Ibateguara, Colônia Leopoldina e Joaquim Gomes). Ao todo, o número de mortos foi de 21. Os desalojados foram 55.425, os desabrigados 57.895 e 38 desaparecidos. 126.336 pessoas foram afetadas de alguma forma pelas enchentes. Cada enchente, uma história diferente. No ginásio estadual Antônio Gomes de Barros, em União dos Palmares, os desabrigados têm suas memórias preservadas, em catástrofes anteriores. José Cícero da Silva, de 42 anos, viu três enchentes: 89, 2000 e 2010. “As enchentes ficam cada vez piores”. Maria Pereira, 49 anos, viu duas enchentes. “Perdi tudo nas duas. A outra foi há dez anos. A água batia na cintura”. Maria de Melo da Silva, 50 anos, três enchentes. Perda total em todas elas. “É uma coisa séria, muito rápida.Vem a água, invade tudo. Ainda bem que sempre tem um aviso: choveu, a gente fique em alerta”. (O.R.)
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A cidade que vai se renovar pela água
Gabriela Lapa Estagiária*
BRANQUINHA - A rotina é de limpeza e espera. Há uma semana, Branquinha viu as águas do Rio Mundaú arrastarem todo o centro da cidade, deixando mais de três mil pessoas desabrigadas. Dividi=das em abrigos e em casas de parentes, elas não têm energia elétrica nem água
potável, mas encontraram na solidariedade uma maneira de não perder a esperança para reconstruir o lugar onde viviam. “A gente se vira como pode: um abriga o outro, põe na casa que o rio não levou. Vai contornando a situação”, explica Maria Aparecida Praxedes, agente de saúde do município. Ela conta que ficou ilhada no dia da enchente, ouvindo os
gritos de socorro dos vizinhos, e agora trabalha para ajudar os desabrigados, distribuindo cestas básicas. A concentração é feita no que restou do prédio da igreja, e não é preciso esperar muito para ver uma grande fila se formar. Junto com voluntários do exército, Aparecida vai controlando os nomes de quem recebeu e quem ainda não tem alimen-
to, compartilhando da dificuldade geral. Para receber a cesta, demora, mas ninguém se importa. “Se a gente for comprar no mercadinho que sobrou, o preço é um absurdo. Só o quilo da mortadela custa o dobro do normal”, disse a dona de casa Denise da Silva. A casa dela foi invadida pela água, mas a família ficou a salvo. “Meu
marido trabalha em Maceió e não conseguiu pegar a estrada para cá no dia da enchente. Agora a gente depende da água que meu irmão traz, todo dia, de União dos Palmares”, contou enquanto carregava a comida. Mas não foi só o preço do mercadinho que subiu. As velas, indispensáveis na cidade – que está sem energia elétrica – ficaram superfatura-
das. Givaldo Simão, que costumava trabalhar como servente de pedreiro, aproveitou a tragédia para mudar de profissão. Desde que o rio invadiu a cidade, ele viaja de União a Branquinha todos os dias para vender caixas de velas. “Quatro caixas custam R$5. Dá para ganhar bem”, calculou, satisfeito com o faturamento em cima dos casos de necessidade.
“Quem vive tem que acreditar”
Maria Aparecida não teve condições de sair de casa e fez o parto da nora no meio da enchente
Parto foi feito no meio da enchente Como a água do rio começou a subir ainda com dia claro, muitos pressentiram a tragédia que estava por vir. Mas na hora em que a correnteza invadiu a cidade, alguns, como Graciliano e Rosângela, não tiveram tempo nem de pensar em gritar por socorro. “Foi questão de minutos até a água chegar na cintura da gente. Eu quase morro. Se não tivesse usado a porta de casa para me proteger, tinha sido levada”,
lembra a dona de casa. “Um homem ficou pendurado na árvore, com a perna quebrada, até o rio baixar. Outro morreu quando escorregou do telhado. Não aguentou segurar”, contou. Ela também lembrou que uma das vizinhas foi arrastada pela água, e se salvou usando um porco para não afundar. “O bicho gritava, mas ou ela se agarrava nele ou morria afogada”, contou Rosângela.
A agente de saúde Maria Aparecida Praxedes ficou ilhada dentro de casa, sem condições de ajudar a nora, que entrou em trabalho de parto. “Não tinha energia elétrica, água potável nem médico para acudir. Fiz o parto Deus sabe como, e no outro dia levei mãe e bebê para o hospital de Murici”, lembrou, emocionada com o nascimento da neta: um acalanto para a família que perdeu a casa. (G.L)
No centro, a força da correnteza derrubou uma ponte, arrastou linhas de trem e deixou as ruas irreconhecíveis. Por todos os lados, o cenário lembra uma guerra. Para salvar o pouco que restou da casa onde morava sua mãe, o aposentado Graciliano da Silva pôs tudo na calçada e não economizou na água sanitária. Ele presenciou todas as enchentes que a cidade já sofreu. “Antes dessa, houve uma em 1989 e uma em 2000, mas eu nunca tinha visto tanta destruição”, lembrou o aposentado. Com a ajuda dos vizinhos, ele recuperou a mobília, e agora se ocupa em não deixar que os outros desistam de fazer da cidade o lugar que era. “Dizem que a esperança é a última que morre, mas isso só acontece com quem já morreu”, diz, otimista. “Quem vive tem que acreditar”. Sem luz elétrica ou água potável, a população de Branquinha depende da solidariedade para refazer a vida. Desde o começo da semana, equipes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) usam um caminhão misto de sucção para limpar as ruas e drenar os esgotos abertos pela água do rio. Uma equipe de médicos vindos de São Paulo também ficou de prontidão para ajudar. Montou hospitais de campanha na parte alta da cidade e vem realizando atendimentos de todos os tipos desde então. Segundo o tenente Niglia, no comando da operação, 12 toneladas de remédios e de água mineral, além de 10 mil cestas básicas estão sendo distribuí-
Graciliano se esmerou para limpar os móveis e retomar a vida
das para as vítimas da enchente. Mergulhadores profissionais também acompanharam os médicos e, ao chegar à cidade, formaram, com a Defesa Civil de São Paulo e os bombeiros militares, uma poderosa equipe de resgate – essencial na busca por corpos que tenham sido soterrados com a enchente. “Meu irmão ficou em casa para salvar as nossas coisas e desapareceu. Tudo o que que-
remos é que os bombeiros encontrem o corpo dele”, disse Rosângela Clemente, uma das muitas que acompanham dia e noite o trabalho dos voluntários. Como Graciliano da Silva, ela também viu o Rio Mundaú castigar Branquinha três vezes. “Sempre deu tempo de correr e salvar as coisas. Mas dessa vez, a água não perdoou. Levou até a família da gente”, lamenta a dona de casa. (G.L.)
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A vida se renova nas brincadeiras de criança Pelo menos três mil pessoas foram afetadas pela enchente. Quem não ficou na casa de vizinhos, na parte alta da cidade, acabou sendo colocado no ginásio da escola estadual Juvenal Omena – uma das poucas edificações que resistiu à fúria da água. Lá, apesar da falta de estrutura, as
famílias renovam as forças e a esperança, dividindo a mesma vontade de recuperar o que foi perdido. Pelos corredores, as crianças brincam em pilhas de roupas doadas, desenham amarelinhas, pulam elástico como se não passassem por dificuldades. Elas seguem o exemp-
lo dos adultos, que buscam maneiras de enfrentar a tragédia com otimismo. “Meu genro pescou isso aqui para a gente almoçar. De pouquinho em pouquinho, tudo se ajeita”, disse Maria Aparecida da Silva, limpando meia dúzia de peixes.
O aposentado José Vieira também não fez por menos. Para não ser vítima das velas superfaturadas, ele providenciou dez litros de gás e tirou um velho candeeiro do armário. “É como quando eu era menino. A gente não tinha luz elétrica, então usava o candeeiro para iluminar a casa”,
recorda, animado com a perspectiva de poder enxergar à noite. O espaço que restou do antigo campo de futebol ficou repleto de areia dos escombros. Mas as crianças souberam aproveitar, assim mesmo. Quem não perdeu a casa, e podia brincar mais tranquilo,
se reuniu e montou um time improvisado para jogar vôlei. Com idade entre 8 e 12 anos, os meninos pensavam na escola e no dia em que vão ver Branquinha bonita outra vez. “O que aconteceu foi ruim. Mas o que é que a gente pode fazer?”, indagou Lucas da Silva, com 10 anos. (G.L)
Otimismo e jogo do Brasil pelo rádio Os métodos para contornar os efeitos da tragédia também incluem futebol. Apaixonados pela copa do mundo, os adultos encontraram bom humor e otimismo para improvisar uma antena de rádio e ouvir o jogo do Brasil contra Portugal. Do jeito como estavam, sentados em máquinas escavadeiras ou de pé nos escombros, ficaram reunidos, atentos ao rádio. “A idéia de improvisar a antena foi do meu vizinho. Já que a gente tem que esperar a situação de Branquinha melhorar, por que não fazer isso torcendo pela seleção?”, perguntou Cícero Araújo, tomando cuidado para a antena não cair. A solidariedade da população também conta na hora
No abrigo, famílias dividem a solidariedade e o que restou da vida,
de minimizar as adversidades. Mesmo agrupados nas salas de aula do ginásio, junto com os animais que conseguiram salvar, as famílias comemoram a assistência que têm re-
cebido de voluntários. Todos os dias há distribuição de quentinhas, além de roupas e outros artigos vindos tanto de Maceió como de outros lugares do Brasil. (G.L)
O cotidiano das famílias agora é ir buscar as doações de água e comida para a sobrevivência
Cidade será reconstruída de novo Para a prefeita, Ana Renata, é a prova de que, na hora da dificuldade, todos se sentem iguais. “Não há ricos nem pobres, todos se ajudam”, afirma. Ela já tem um projeto para reconstruir o centro de Branquinha, inclusive todo o setor administrativo, que foi levado na enchente. “O empresário João Lyra nos cedeu os terrenos da parte alta que fica pró-
xima à entrada da cidade. Vamos fazer um projeto e erguer as casas”, comemora. A reconstrução do comércio e do centro administrativo ainda não tem data para começar, mas deve ser feita em breve. E, como contou Ana Renata, vai fazer não só a alegria da população como tornar ainda mais verdadeiro o lema pintado em uma placa na en-
trada da cidade. Devastada pela enchente, mas tomada pelo otimismo dos seus moradores, Branquinha anuncia para quem nela chega: “Esta é uma cidade que se renova” E tal como fênix renasceu das cincas, Branquinha promete se renovar através das águas. *Sob a supervisão da Editoria de Cidades
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Mônica Lima Repórter
O retrato da tragédia ainda está por todas as partes dos municípios atingidos, quase uma semana depois de serem devastados pelas enchentes. Pelas ruas, a retirada dos entulhos continua de forma lenta e gradativa, o serviço de energia e abastecimento de água ainda é precário e as cidades mais afetadas estão às escuras, como Branquinha e Santana do Mundaú. As famílias atingidas caminham desnorteadas sem acreditar no que ocorreu, enquanto se preparam para retomar a vida, em meio aos escombros, como estão fazendo alguns desabrigados que optaram por montar barracas de lona no que restou de sua antiga residência, em União dos Palmares. A tragédia que abalou os municípios alagoanos está sendo comparada ao terremoto do Haiti, ocorrido em março passado. Na comunidade quilombola de Muquém, 56 pessoas jamais se esquecerão que não morreram porque se ampararam em duas jaqueiras, durante mais de dez horas. Eles já figuravam na relação dos desaparecidos. O recomeço para muitos será difícil, principalmente para quem perdeu a casa totalmente e, dependerá da ajuda de políticas públicas para voltar a ter um teto. A incerteza de quando a vida voltará à normalidade assusta as pessoas, que parecem não ter acordado do pesadelo. Todos já estão certos que a temporada em casa de parentes e nos abrigos improvisados em escolas, prédios públicos, posto de combustível e outros locais, será longo. A tentativa de voltar à rotina está ocorrendo lentamente, porque a ajuda também está chegando aos poucos. No iní-
Imagens das cidades destruídas: aos poucos a vida vai tomando seu lugar
Uma semana depois, a tragédia ainda vive em muitos lugares
Aos poucos, os municípios vão traçando planos e os moradores retomando suas vidas, mas ainda há muito o que fazer cio da tragédia foi difícil para os prefeitos organizarem os alojamentos e distribuir mantimentos, agasalhos e adotar outras providências. O primeiro momento foi de desespero, porque a enchente pegou de surpresa a população e o poder público. Socorrer aos necessitados e controlar a situação foi uma tarefa difícil, porque uma boa parte das cidades não está preparada para acontecimentos dessa natureza. Quem sobreviveu, busca força na fé, independente de credo religioso, para suportar os próximos dias, reconstruir o
que a água levou e recomeçar. Para uns, não será nada fácil, porque a casa se foi na enchente, tudo o que juntaram no decorrer dos anos se perdeu. Em Rio Largo, um dos municípios onde a enchente fez um estrago incalculável, porque não afetou apenas os bens materiais, mas também sentimentais, a população tenta, aos poucos, se acostumar com a imagem do Centro, que se transformou num cenário de guerra. As casas se transformaram em entulhos, o mercado público desapareceu, o lixo que ainda se acumula em alguns
pontos e o barulho da cachoeira que surgiu após o muro de contenção que ficava próximo ao rio ter desabado, ocupando o leito do principal acesso a região central. Conviver com essa realidade não está sendo nada fácil para as famílias desabrigadas. Em Gustavo Paiva, antiga Vila Operária, a maioria dos imóveis está abandonada. Uns não resistiram a força das águas e desabaram. No local, que ainda não tem água, nem energia, há pessoas que tentam viver em meio às ruínas, improvisando barracos.
O alto de um morro com plantação de cana foi o local escolhido por Marluzi Conceição de Oliveira, montar uma tenda de lona para habitar com o esposo, a filha e um neto. Com o pouco que restou, a família tenta sobreviver, olhando para o que restou de sua casa. O medo de uma nova enchente faz com que não deseje retornar mais ao imóvel. “Estou feliz porque estamos vivos, creio em Deus e não posso me desesperar”, disse a evangélica. Quem não quis ir para os abrigos improvisados nas escolas de Rio Largo, estão se
arriscando a morar em barracos improvisados em frente à sede da Igreja Sagrado Coração de Jesus, que resistiu ao temporal. Nele moram seis pessoas de duas famílias, como diz José Fábio. Sem água e energia, eles passam o dia sem ter o que fazer, recebendo ajuda de algumas pessoas. O que faz permanecerem em meio aos entulhos é o medo dos saques que continuam ocorrendo, mesmo com o policiamento que foi enviado, mas que tem se concentrado no Centro, porque algumas lojas foram saqueadas.
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Moradores de Munrici buscam retomar suas vidas depois da tragédia
Centro de Murici foi devastado: é hora de recomeçar Com o Centro devastado pela enchente do rio Mundaú, quem teve perdas aproveita o tempo, tentando recuperar o que ficou em pé. O proprietário de depósito de construção e loja de material elétrico e hidráulico, Jonathas Procópio, mesmo ainda abalado procurava salvar algumas peças que não foram levadas pela água. Com um prejuízo ainda desconhecido, tentava
lavar os equipamentos restantes, para vender por um valor inferior. “Estou tentando recuperar o mínimo para comercializar, sei que os preços serão reduzidos, mas é o jeito encontrado para não termais prejuízo”, ressaltou. O barulho das máquinas recolhendo os destroços ainda é ouvido na cidade. Os moradores sabem que é trabalho para mais de um mês. As pessoas,
ainda desacreditadas, caminham pelos escombros, uns em busca de encontrar objetos deixados pelos desabrigados e outros foram na tentativa de encontrar algo que faça voltar ao passado. Com o filho de pouco mais de um ano nos braços, a dona de casa Maria Cícera da Silva, retornou a ponte que passa sobre o rio, para verificar sua
casa, ou melhor o terreno, no local onde antes existiam um imóvel hoje só resta o vazio. Residindo na casa da mãe, ainda continua sem acreditar no que ocorreu e sonha com o futuro, apostando na possibilidade de voltar a ter um lar longe do Mundaú. Morador antigo de Murici, Antônio Lourenço, não se conforma com a destruição do
Centro. Desde que houve a tragédia, ele tem percorrido as ruas tentando encontrar o motivo que causou o desastre na cidade. “Olho para todos os lados e não acredito no que vejo. Estou tentando me refazer do susto, mas duvido que a cidade volte a ser a mesma”. Nas lojas, os funcionários e proprietários vão retomando a atividade, limpando os equipa-
mentos que restaram, procurando colocar em ordem, para começar a atender a população. Mesmo com as deficiências, o abastecimento de água que estava programado para ser restabelecido. Durante a semana, equipes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), supervisionadas pelo diretor Álvaro Machado, trabalhavam para isso. (M.L.)
Quilombolas terão que deixar terras em União dos Palmares Na terra de Zumbi dos Palmares, as famílias que residem no povoado de Muquém vivem um drama: eles terão que dizer adeus à terra em que viveu seus antepassados, por determinação do poder público, que não admite mais a reconstrução das casa que ficam a margem do rio Mundaú. O aviso também já foi dado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, que sobrevoou os municípios atingidos e anunciou recursos para a reconstrução das cidades. Na área, apenas dez casas continuam em pé, apesar das rachaduras nas paredes. A informação tem causado tristeza nos quilombolas, que já receberam a visita de um dos integrantes da Fundação Cultural Palmares. Maurício Reis está em Alagoas e tem percorrido as áreas quilombolas afetadas pela enchente. Na última quinta-feira, ele discutiu com integrantes da prefeitura e da Caixa Econômica uma linha de financiamento para essas comunidades. Os comerciantes que tiveram suas lojas afetadas se preparam para o recomeço, tentando salvar o que restou e se protegendo como podem dos saques que não param. A parte mais casti-
gada pela enchente, a beira do rio, ainda continua sem energia e água, o que tem dificultado a vida do comércio. Mesmo com deficiência, Leiliane Vergetti, dona de um depósito de construção, ainda abalada, resolveu reabrir o estabelecimento. Com a ajuda dos funcionários, ela lavava alguns equipamentos que restaram, a loja foi saqueada logo que o nível da água baixou. Nos demais pontos de vendas, todos procuravam limpar o que restou. O desastre deixou um rastro de escombros nas ruas próximas ao rio, que estão servindo para as famílias montarem seus barracos. Fugindo do tumulto dos abrigos e dos roubos, os desabrigados estão, aos poucos, retornando para o local em que residiam. Fabiana Maria dos Santos e o esposo juntaram o que restou de sua casa e montaram um casebre. Nem mesmo as dificuldades, a falta de infra-estrutura se tornam empecilho para eles. “Resolvemos voltar para nossa antiga casa. Aqui é melhor e não veremos o pouco que conseguimos ser levado, como está ocorrendo nos abrigos”, justificou. A vizinha, Maria Cícera Gomes, que ainda nem recuperou o que
perdeu, seguirá o mesmo caminho de volta pra casa. Os irmãos Luís e Romildo Malta Silva, não gostaram da experiência no ginásio Manoel Gomes de Barros, e resolveram montar um barraco em cima dos entulhos. Com o pouco que sobrou estão tentando recomeçar a vida, enquanto aguardam uma posição sobre o novo lugar, onde poderão reconstruir a sua moradia. Asolidariedade está fazendo com que, quem não tem muito a oferecer, se prontifique a abrigar os mais necessitados. Num imóvel simples, seis famílias resolveram se alojar, dividindo amor, a fé e a esperança em dias melhores. Juntas, as mulheres lavavam roupas que conseguiram recuperar na lama , como informou Edvânia Valentim e Terezinha da Conceição. Acompanhada dos dois netos Maria Ferreira, observava o genro e o esposo montarem a nova moradia da família. Acostumada em sua casa que construiu com sacrifício, não suportou passar mais de dois dias no alojamento. “Minha vida foi construída nessa casa e é em cima do que sobrou que vamos ficar”, afirmou. (M.L.)
Em Santana do Mundaú, a rotina virada pelo avesso A tranquilidade de Santana do Mundaú foi substituída pelo entra e sai de pessoas, caminhões, militares, máquinas que removem os escombros. Atordoados, os moradores caminham de um lado para o outro, ficam nas portas sentados observando toda movimentação. Sem água, aproveitam, como podem, a ajuda que chega em carros pipas, para lavar os móveis, as roupas e darem o ponta pé inicial para a reconstrução de suas vidas e da cidade devastada pela enchente. No semblante de cada um, a certeza de que ainda levará um certo tempo para a situação normalizar. O rio se transformou num imenso lamaçal. Mas mesmo assim, há quem se arrisque a pescar alguns peixes, que agonizam na água fétida. A escassez de comida é a justificativa para a aventura. A laranja, farta
no município, também tem servido para matar a fome. A ajuda tem chegado através de doações vinda de todas as partes, inclusive por quem também sofreu com a tragédia. A residência da dona de casa Ana Maria Cavalcante, foi o porto para muitas pessoas durante a enchente. Quando as águas invadiram a cidade, chegando a quase dois metros, a moradora abrigou muita gente num terreno na parte alta da cidade, de onde assistiram, aflitos, ao desespero dos que gritavam em busca de socorro e do barulho das casas que caiam uma a uma. As lembranças do momento, comparado a um filme de terror, faz com que Ana chegue a chorar, pois não tinha como sair para socorrer os outros moradores. “Meus móveis e a feira foram arrastados pelas águas. Mas tenho contado com
o apoio da minha família. Além disso, neste momento, o que tudo que tenho está sendo dividido com cinco famílias que agora estão comigo em casa”, disse. A primeira enchente sofrida por Diógenes Batista, há mais de dez anos, serviu de alerta para que procurasse outro local para morar no Centro. Mas a mudança não impediu que ele, mais uma vez, enfrentasse o problema. Quando a água começou a invadir a cidade, Diógenes se refugiou com os filhos no primeiro andar. “Agora é ter fé em Deus para recomeçar, porque perdi tudo. Mas são coisas da natureza e dela ninguém escapa”, disse. Mesmo sem acreditar e ainda desorientados os moradores vão tentando recomeçar, com as ajudas que recebem e o apoio da família. (M.L.)
Em União dos Palmares, comunidade de Muquém terá de deixar as terras próximas ao rio Mundaú: raízes
Maria Cícera ainda não acredita no que aconteceu
Jonathas Procópio tantava vender peças da sua loja
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A capital do futuro mundo está pensando e discutindo como preservar e transformar positivamente o meio ambiente. Em cada capital de cada Estado e país, grupos se reúnem para falar sobre coleta seletiva, novas formas de energia, planejamento urbano, arborização. Gestores e populações assumem o compromisso de pensar nas gerações futuras e no planeta que eles herdarão. Para entrar no clima e fazer nossa parte, resolvemos dedicar um espaço privilegiado para temas ligados a Maceió que vêm dando e prometem dar o que falar. Você está convidado a pensar em uma cidade mais verde.
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Apenas duas mãos, mas todo o sentimento do mundo Yvette Moura
lante uma árvore. É com base nessa ideia clássica, simples, que muita gente vem melhorando a qualidade de vida de sua família e vizinhança, através de um pequeno esforço que beneficiará várias gerações. O JORNAL conta um pouco da história de dois espaços arbóreos criados por pessoas em dois pontos diferentes da cidade, em homenagem àqueles que fazem de Maceió uma capital mais verde. O primeiro deles foi iniciado há mais de 20 anos, na casa em que a Dona Mariza Bezerra Costa, 69, vive com o marido e onde criou todos os seus filhos. Localizada na Rua Miguel Palmeira, a quantidade de plantas não é visível da calçada, onde, inclusive, árvores são raras. Apenas uma, grande, frondosa, ocupa a frente da casa vizinha. Ao chegar ao quintal da aposentada, no entanto, o cenário é bem outro: rosas, margaridas, caqueiras, samambaias, palmeiras - cinco espécies! - e, principalmente, orquídeas, sua maior paixão em se tratando de planta, ocupam uma área modesta, mas bem arranjada. Dona Mariza gasta cerca de uma hora por dia cuidando do seu jardim, entre regar, adubar e retirar as folhas secas. Para ela, o maior benefício de ter um quintal verde está na beleza com que enche os olhos todos os dias. "Amanhecer o dia vendo uma flor aberta é maravilhoso. Quando um botão abre, é o mesmo que um neném nascendo", compara. Ela começou aos poucos, comprando flores, principalmente rosas. Depois tomou gosto e abriu o leque de variedades. A preferência por viver perto da natureza ela trouxe dos tempos em que morava em um sítio, em Viçosa, ainda criança. Paixão que foi sendo acomodada na residência da família, que não compartilha do mesmo entusiasmo, mas respeita a atividade da "jardineira". Segundo Dona Mariza, nin-
Na rua de Danilo Canuto, cada árvore traz na sua história a busca coletiva por uma vida melhor
guém da vizinhança reclama, mas a maioria também não planta. "Tem gente que não gosta porque dá trabalho, mas para mim é uma distração. Árvore é bom, dá sombra... mas agora todo mundo cimenta o quintal inteiro. Parece que querem morrer queimados", brinca. Em outro extremo, mais perto do mar, em Riacho Doce, o músico Danilo Canuto Torres, 24, seguiu o exemplo do seu tio, o ambientalista Pedro Vieira Lima Neto, 45, e continua o trabalho iniciado no seio familiar, em uma pequena rua sem saída, composta de casas de tijolo aparente, repletas, em sua maioria, de plantas de todo tipo. Há cerca de 15 anos, Pedro comprou um terreno no local, parte de um sítio que tinha apenas um proprietário. Seu sonho era construir uma espécie de vila, onde todos se conhecessem e lidassem de forma harmoniosa com o meio ambiente. Ambiente esse que não era lá essas coisas na época. A área verde onde acássias, sucupiras, bromélias, craibeiras e mais
uma infinidade de espécies se multiplicam a cada dia era um grande descampado. Quando chovia, segundo Danilo, a barreira que sela a saída da rua desprendia lama e pedra, que escorria via abaixo, provocando erosão e prejuízo para aqueles que começavam a construir suas casas ali, incentivados pelo seu tio. "Não havia uma árvore aqui", frisa o músico. Aos poucos, com a ajuda de alguns amigos da rua, Pedro foi povoando o local desmatado, plantando aos poucos, ao estilo e paciência dos monges budistas. Danilo continuou o trabalho, com mudas retiradas de jardins de amigos ou que ganhava de presente. Foi mais além e passou a intervir também com a construção de um muro de contenção, com pedras, para impedir que a barreira cedesse. Hoje, o que se vê é um grande "jardim" natural, com bancos, uma mesa larga, placas com nomes de espécies, degraus e muita sombra e vento fresco,
um lugar ideal para a brincadeira das crianças - que são muitas - ou o passeio dos adultos. "As pessoas vêm passear aqui, com bebês de colo, as crianças sobem na barreira, brincam de pé no chão", orgulha-se Danilo. A sua motivação, segundo ele, vem da própria atração que Danilo sente pelas plantas, gosto cultivado desde a infância, quando morava próximo à Avenida Amélia Rosa, na Ponta Verde. O músico conta que muitas daquelas árvores hoje frondosas foram colocadas ali por ele e seus irmãos, incentivados, mais uma vez, pelo tio Pedro, que na época possuía uma loja de mudas. Hoje convive com uma nova geração que, ao que tudo indica, vai seguir o mesmo caminho da dupla: são as crianças da rua, que adoram vê-lo plantando algo novo. "Quando eu passo por aqui [ele já não mora no local, mas em uma casa próxima], elas ficam perguntando logo: 'Vai plantar, Danilo?', e correm para ver", conta, rindo.
DISK ÁRVORE
Plantas em domicílio, sem custo e sem trabalho Inspirado, também, no ditado "de grão em grão a galinha enche o papo" e buscando a solução para as reclamações de falta de tempo ou dificuldade de locomoção daqueles que pretendiam arborizar o espaço em que vivem, mas não podiam ir até a Sempma para fazer a solicitação, o órgão lançou um serviço inovador que promete instaurar um serviço de "planta em domicílio": o Disk Árvore. O sistema é simples e evita a burocracia. Ele funciona da seguinte forma: o cidadão interessado faz uma ligação para o número 0800-828000, da secretaria, e fala da sua intenção em plantar a árvore. O técnico do outro lado da linha, então, realiza uma entrevista rápida, buscando informações sobre o terreno; se o local do plantio é um jardim, quintal ou calçada, se existe fiação elétrica próximo, qual o tamanho disponível para plantio e se os vizinhos concordam. A partir das respostas e das especificações sobre o tipo de planta pensado pelo morador, será analisada a espécie ideal. O horário de funcionamento do Disk Árvore é o mesmo da secretaria, das 8h às 14h, sem pausa para o almoço. O prazo dado inicialmente para o atendimento da solicitação é de um dia útil, e não há custo algum para o interessado. A área atendida pelo serviço, porém, se restringe à zona urbana da cidade (a zona rural chega a 52% da área total de Maceió), como ressaltou o secretário e somente para de-
Lula Castello Branco
Thallysson Alves
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Segundo secretário, contagem de mudas estimula participação popular
Novos arborímetros serão instalados Além das árvores de verdade, outra espécie especial deve ser vista em Maceió em breve. Em um futuro próximo. O arborímetro instalado na Avenida Fernandes Lima, Farol, será multiplicado e instalado em diversos pontos da cidade. Segundo o secretário Ricardo Ramalho, a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) está, atualmente, em busca de parceiros públicos e privados para a sua concretização. Ainiciativa pretende dar maior visibilidade à causa, que, na visão do secretário, é coletiva, e não do município, isoladamente. Ele acredita que, com a meta e o número alcançado estampado em diversos locais, a ideia aos poucos tomará conta das pessoas, e essas passarão a ajudar a arborizar a capital alagoana. Por enquanto, a ideia tem dado certo, mesmo que ainda visível em apenas um ponto. A procura pelo plantio de mudas cresceu consideravelmente depois do lançamento do projeto Maceió Mais Verde - um milhão de árvores para a nossa cidade.
Como O JORNAL publicou na edição de 18 de abril deste ano, tanto o número de solicitantes como o de mudas vêm se intensificando desde 2005, quando foi lançada a meta a ser cumprida até 2012. Hoje, o painel registra que existem 225.998 mudas distribuídas em Maceió. Faltam, portanto, 774.002 plantas, a serem plantadas durante os próximos dois anos e sete meses. No primeiro ano, oito ações reuniram 3.562 mudas plantadas, das quais três em conjuntos habitacionais abertos, uma em condomínio, uma em instituição de ensino e duas em áreas públicas (um delas em parceria com duas empresas privadas). Já em 2009, 76.059 mudas foram distribuídas entre 68 locais, dos quais 38 solicitantes. As residências não são especificadas nas estatísticas, que as dividiram entre os bairros arborizados, o que representa um número potencial considerável, visto que constam 15 localidades com o total de 199 unidades plantadas. Esse número tende a acrescer agora, a partir do lançamento do Disk Árvore.
Bairros distintos, índices variados Ricardo Ramalho, secretário de meio ambiente: lançamento incentiva pequenos plantios mandas pequenas. "Para condomínios ou estabelecimentos que desejem plantar 100, 200 árvores, é preciso procurar a secretaria, fazer um estudo do terreno. Não é imediato, porque há um planejamento, mas nós vamos atender", garante Ramalho. Nesses casos, a contrapartida solicitada pelo órgão se resume à mão de obra para ajudar no plantio. As mudas, em todos os casos, são doadas pelo município, através do projeto Maceió Mais Verde, assim como a orientação profissional. A ideia surgiu quando começaram a surgir reclamações sobre a dificuldade em percorrer o caminho tradicional em busca de uma nova árvore, prin-
cipalmente por aqueles que só desejavam conseguir uma quantidade reduzida de plantas. Os principais argumentos eram a distância da sede da Sempma que fica no Bebedouro, bairro periférico, geograficamente - e o horário conflitante com o período em que a maioria das pessoas está no trabalho. "Essa é mais uma estratégia para que a meta de um milhão de árvores seja atingida até 2012, buscando sempre a participação das pessoas e a conscientização ambiental, agora contemplando também aqueles que não se sentem à vontade para ir até a secretaria", afirmou o secretário municipal do meio ambiente. Esse é o caso de Danilo Canuto, que gostou da inicia-
tiva, quando soube pela reportagem do seu lançamento. Antes, ele não utilizava mudas da prefeitura porque não possui carro. "Para mim, que não conto com transporte, fica difícil ir lá na secretaria pegar as plantas", justificou. Agora já planeja utilizar o serviço: "Espero que funcione". O lançamento foi feito através do programa Cidadania, apresentado pelo radialista França Moura, na Rádio Jornal. As primeiras ligações foram atendidas no ar, com o objetivo, segundo Ricardo Ramalho, de estimular a população a repetir o exemplo dos cidadãos "pioneiros". Essa medida fez parte das comemorações oficiais do Dia Mundial do Meio Ambiente
O último levantamento do Índice de Área Verde (IAV), realizado em 2003 pela Sempma, constatou que existiam três metros quadrados de área verde para cada habitante, apenas 25% da taxa mínima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 12m² por pessoa. Esse número foi um dos maiores responsáveis pelo nascimento do projeto Maceió Mais Verde. Passados sete anos, no entanto, é preciso atualizar o índice. Além disso, foi observado, ao longo do tempo, que é preciso identificar que áreas sofrem mais com a falta de arborização, o que não havia sido feito até agora. Por isso, a Sempma contratou uma empresa especializada em mapeamento, a Geomap Engenharia, há cerca de três meses, para realizar o trabalho.
O prazo dado para sua finalização foi até o fim de maio. Segundo Noaldo Araújo, diretor ambiental da Sempma, estão sendo feitos os últimos preparativos, e o relatório do mapeamento do Índice de Área Verde (IAV) de cada bairro foi apresentado no Dia Mundial do Meio Ambiente, através do programa Cidadania. O método que foi utilizado envolve o registro de imagens por satélite e a delimitação do espaço com a ajuda do Global Positioning System (GPS), ou Sistema de Posicionamento Global. A "fórmula" do cálculo consiste dividir o total de metros quadrados de áreas públicas e particulares do terreno - afora reservas ambientais e áreas de proteção permanente - pelo número de habitantes daquela região.
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Fotos: Lula Castello Branco
O Centro de Atividades, que passou por revitalização recente, é o lugar ideal para fazer piqueniques, tocar violão, namorar ou passear com a família
Proibido baderna
No Lago das Ninfeias, é possível observar jacarés. Na trilha, uma cobra, de vez em quando, dá o ar da graça
Um parque de diversões diferente A primeira coisa que vem à cabeça, quando o assunto é meio ambiente, é a natureza. Rios, árvores, flores, pássaros. As áreas verdes de uma cidade são emblemáticas e acabam virando referência da saúde ambiental do município e, por isso mesmo, são tão importantes para a população. O Parque Municipal, situado na Rua Marquês de Abrantes, no fim de Bebedouro, é um desses locais que hoje contribuem para a educação de crianças e o lazer de todas as idades. O barulho dos veículos, o movimento intenso, o ar abafado e o excesso de poluição de todos os tipos, aspectos comuns das capitais brasileiras - inclusive Maceió - vão ficando para trás à medida que o parque fica mais próximo. De rua feita de asfalto, o chão passa a ser de paralelepípedo; as casas ficam menores e mais simples, e o verde vai tomando conta da paisagem.
O impacto sentido pela brisa soprando o rosto e o barulho de pássaros e vegetação, a cerca de 15 minutos do centro da cidade, porém, não é nem um pouco gradual. A mudança é marcante e acaba por conquistar ainda na primeira impressão. Visitando o lago dos jacarés pelo segundo dia seguido, os irmãos Wesley Evayne de Oliveira Ferreira, 9 anos, e Richard de Oliveira Leite, 13, pareciam estar afetados por esse deslumbramento. Acompanhados do tio, o servente de pedreiro Joedson Chagas de Oliveira, 35, os dois não paravam de sorrir e apontar para as cabeças quase submersas dos bichos. Tímidos, Wesley e Richard contaram que acharam tudo muito bom, mas a preferência é mesmo pelo espaço que estavam, um deck de madeira de onde pode se observar com mais proximidade os animais nadando ou se perdendo
também é possível passear entre a vegetação. Este último veículo foi o escolhido por Geovani Santos de Oliveira, 33, que levava a amiga Mariana Araújo, 20, ao parque pela primeira vez. Ele já conhece o local desde criança, quando o acesso, segundo ele, ainda era restrito. Seu local preferido é o que ele chama de bica, uma fonte natural de água própria para beber, que jorra de um paredão de pedras de calcário arroxeadas, brancas e mostardas, em formato de degrau. Um cano foi colocado para facilitar o acesso ao líquido pelos visitantes. Mas bom mesmo é percorrer o caminho a pé, aproveitando para contemplar todas as atrações.
Richard e Wesley adoraram a visita e voltaram no dia seguinte
entre as plantas aquáticas. No dia em que a reportagem esteve lá, mais de dez jacarés aproveitavam a trégua da chuva na água ensolarada. Joedson também gostou do que viu. Morador da região, nunca tinha visitado o local, mas, quando soube, por meio de um amigo, que havia um parque próximo de sua residência, com entrada gra-
tuita, resolveu levar os sobrinhos. Agora, os três planejam ir com mais frequência à reserva. O transporte utilizado por eles é a bicicleta, um ótimo veículo para curtir a estrada que atravessa o terreno, como eles fizeram durante toda a manhã. Essa não é a única maneira de visitar o Parque Municipal. De carro ou de moto,
De trilha da acessibilidade a músicas ao vivo, de tudo há Para conhecer tudo que o Parque Municipal tem a oferecer, é preciso programar mais de uma passada por lá se o visitante quiser curtir, de fato, cada pedacinho. De projetos especiais com hora marcada a atrações "da casa", a área de preservação ambiental pode agradar a todos os gostos. Os aventureiros podem optar por quatro trilhas, além do caminho principal, que possui cerca de 1,7km. A maior delas é a Trilha da Aventura, com 774 metros, seguida pela Trilha da Mata, com 321m, Trilha Pau-Brasil, com 187m, e Trilha da Paz, com 152m. Uma quinta, em processo final de construção, segundo José Simplício de Medeiros Júnior, coordenador do Parque Municipal, é uma novidade pioneira no Brasil: um caminho adaptado a portadores de necessidades especiais, mais larga, com piso apropriado e corrimões que auxiliarão deficientes visuais a caminhar no meio da natureza sem receio. A previsão é que ainda neste semestre a via esteja liberada, mas cadeirantes já podem
aproveitar a oportunidade. Para os amantes de bichos, o local é um prato cheio para observação dos animais, e algumas surpresas podem ser excitantes. O mais comum é encontrar os jacarés-de-papoamarelo - são cerca de 150, de acordo com levantamento feito no Parque Municipal - no Lago das Ninfeias. Se der sorte, um adulto ainda pode ser visto tomando banho de sol a poucos metros do deck de observação, mas não se preocupe, eles são alimentados pelos fiscais da reserva. Saguis, pequenos micos cinza, branco e preto, também são comuns e, frequentemente, chegam próximo o suficiente para uma troca de impressões com os humanos. Não é permitido alimentá-los, para respeitar seu cardápio natural. Se a coragem for seu ponto forte, torça para encontrar uma jiboia no caminho. Elas são relativamente comuns no parque e, não raro, podem ser avistadas passeando pela via principal. Os funcionários sempre as capturam e as devolvem à mata mais distanci-
Fonte natural garante água e beleza à vontade para os visitantes
ada dos visitantes, mas antes é possível tocá-la, enquanto está nas mãos de um deles. No dia da visita da reportagem, a cobra apareceu - ela tinha mais de 1,5m, e esticada ficava maior do que o seu "raptor". Também há boas novas no ar. Um levantamento feito pela Sempma identificou, segundo o secretário Ricardo Ramalho, 94 espécies de aves que vivem no Parque Municipal, entre elas quatro ameaçadas de extinção, como o urutau e o limpa-folha. Para ele, a opor-
tunidade de observar os pássaros não atrai somente pesquisadores, mas o cidadão comum. A população de plantas ainda não foi totalmente elencada, mas se sabe que a variedade de espécies, tanto nativa da Mata Atlântica (90% da vegetação) como exóticas, é enorme. Há, no mínimo, seis espécies de orquídea, seis de bromélia, três de helicônias e três de palmeiras, além de um sem-número de árvores, como o visgueiro, os ipês roxo e
amarelo, o pau-brasil, o oiti, o cajueiro e a maçaranduba. Dentre as exóticas, o que mais se vê são os bambuzais, que se tornaram uma praga. "O parque não mais aquela mocinha que nunca foi violada", compara Ramalho, "mas essas espécies foram inseridas há mais de 100 anos, em determinados casos", ressaltando que o órgão procura fazer o controle das espécies. Depois de andar tanto, ficou com sede? Não é um problema. A fonte faz as vezes de bebedouro, no fim da trilha principal. Para descansar, existem bancos distribuídos ao longo do caminho, e uma série de mesas e cadeiras foi recéminstalada no Centro de Atividades, onde ocorrem projetos como o Viva Cultura, cuja última atração contou com a cantora Cris Braun. Para aqueles que gostam de levar lembranças de lugares marcantes, por que não dar sua contribuição ao meio ambiente e levar uma muda para casa? Plantar uma árvore da Mata Atlântica pode ser um ótimo exercício de cidadania.
“Roubo virou coisa do passado”, garante guarda Amaior parte dos problemas enfrentados hoje pelo Parque Municipal está, na verdade, ao redor da área verde, e é decorrente do processo de crescimento urbano desenfreado. Os dois maiores transtornos são a invasão de terras e o lançamento de esgoto no Riacho do Silva. No passado, os assaltos também prejudicavam as visitas ao parque. Bandidos esperavam os transeuntes mais afastados da via principal e acabavam levando os pertences das vítimas. Esse tipo de crime era relativamente comum, e, segundo o guarda municipal Joruatan Cardoso, que
já trabalha há mais de seis anos protegendo o local, já houve troca de tiros. O problema foi resolvido, conforme Joruatan, quando a Secretaria contratou uma empresa particular de segurança para dar apoio à guarda, que conta com uma base no fim da via principal do parque. "Nós tivemos muitos gestores que não entendiam o que era a Guarda Municipal. O prefeito Cícero Almeida está olhando para a gente com bons olhos", elogiou, falando sobre as condições de trabalho. No entanto, ainda acha que a situação po-
deria melhorar. "O primeiro passo é disponibilização de um meio de comunicação como o rádio, porque hoje a gente depende de telefone para falar com a portaria ou a base da guarda no Conjunto Joaquim Leão". Para percorrer o caminho que vai da entrada à casa dos policiais, um funcionário da empresa por plantão de 12h, com uma moto, é designado. Quando a reportagem visitou o parque, o simpático Aurélio Júnior era o responsável pelo trabalho. Ele contou que a maior parte do tempo - eles estão no local 24h - é tranquila, e mesmo os antigos rou-
bos de jacarés foram superados. O fiscal ambiental Reuben Costa, 55, responsável pelo lago onde os animais vivem, disse que o último ocorreu há quatro meses. Segundo ele, os raptos sempre aconteciam de madrugada. Os jacarés-de-papo-amarelo eram levados para extração da pele - a mais cara do mundo, de acordo com o coordenador do parque, José Simplício - e o consumo da carne, muito apreciada, mas proibida, a menos que seja proveniente de um criadouro autorizado. Com a segurança particular, as subtrações pararam de acontecer.
Para transformar o lugar em um espaço saudável, onde famílias, crianças, grupos universitários e outros segmentos pudessem visitar sem preocupações, algumas regras foram estabelecidas pela administração do parque e disseminadas com a população através de um esforço de conscientização ambiental. Cena comum antigamente, o som do carro alto e garrafas de bebidas alcoólicas espalhadas em lugares de convívio eram frequentes. Agora, nada disso é permitido, assim como os banhos, a exemplo do Buraco da Velha, uma nascente popular entre os moradores do entorno, palco, muitas vezes, de confusão. "Infelizmente, todos tiveram que sofrer por alguns", lamentou José Simplício de Medeiros, coordenador do Parque Municipal. Segundo ele, o objetivo é fazer do local um espaço que também promova a educação e a preservação ambientais. Simplício destacou que o controle de entrada e saída está mais rigoroso e sempre orienta os funcionários para registrar o nome, profissão e motivo da visita, até para identificar o perfil daqueles que procuram o espaço. Só há uma entrada, apesar de o terreno ser aberto, o que acaba sendo um desafio constante, fazer com que os moradores da região entendam que só é permitido o acesso por um local. "Felizmente, as pessoas estão mais conscientes", comemorou o coordenador. Antes de entrar, também é obrigatória a utilização de um adesivo. De fato, na porta, o material estava sendo entregue, e todas as pessoas vistas dentro do parque estavam utilizando o sinal, o que torna fácil, mesmo de longe, saber quem está ali a passeio. Segundo Aurélio, o segurança, quem não apresenta o adesivo é convidado a se retirar do Parque Municipal. HISTÓRIA O Parque Municipal de Maceió ocupa uma área de 82,4 hectares, que fazem ligação com parte alta da cidade, através de nove loteamentos, um conjunto, um condomínio e uma favela: Cabo Luiz Pedro, Bruno Ferraz, Jardim Glória, Brisa do Farol, Morada dos Palmares, Morada dos Bosques, Fernandez, Jardinópolis, São Geraldo e Costa Rego, Conjunto João Sampaio, Condomínio Santa Terezinha e favela Denilma Bulhões. Apopulação estimada que vive em seu entorno, em 2003, era de cerca de 60.000 pessoas. Ele está inserido na microbacia do Riacho do Silva, que deságua na lagoa Mundaú, e foi criado em 1978, pela Lei Municipal nº 2.514, de 27 de julho de 1978, pelo então prefeito Dilton Simões. De acordo com o documento, o parque era vinculado à Superintendência Municipal de Obras e Viações (Sumov). 30,85 hectares do total que hoje compreende o parque foram doados à prefeitura pela família Leão, em um acordo que tornava o empreendimento do grupo gerido por eles, o Loteamento Jardim Petrópolis II, livre da preservação da área verde obrigatória. A outra parte do terreno era da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), que possuía uma instalação abandonada no local. Foi feito um comodato entre o órgão e o poder municipal, com período vigente de 10 anos, embora o prazo venha se estendendo até hoje. Em troca, o prédio da Intendência Municipal foi disponibilizado.
Joruatan: veterano no parque
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Plano Diretor será revisto em 2011 Marco na história da formação urbana de Maceió, documento terá imperfeições corrigidas O Plano Diretor de Maceió, um marco na história da formação da cidade e, talvez, o documento mais importante para o meio ambiente já aprovado em Alagoas, está fazendo aniversário e, em breve, passará por um processo de modificação. Depois de cinco anos de aprovado, a Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) se prepara para revisar a legislação em 2011, com o objetivo de atualizar questões importantes e aperfeiçoar as regras para o crescimen-
to urbano da capital alagoana. A informação foi dada pela diretora do Plano Diretor de Maceió, Dione Laurindo. Segundo ela, esse é um prazo já previsto no Estatuto da Cidade, documento do governo federal que deu origem à construção dos planos no Brasil. Ainda não foram estipulados todos os pontos que devem ser modificados, mas já existem demandas observadas por alguns gestores. Um deles, identificadas pela equi-
pe da Sempla, é a extensão das regras para drenagem urbana de Maceió, antes presente em apenas algumas áreas. A intenção é ampliar as exigências para todos os territórios, que na prática significa definir uma parte de cada terreno para garantir a permeabilidade do solo, para abastecimento da rede aquífera da cidade. Segundo o secretário Ricardo Ramalho, a necessidade de revisão do Plano Diretor é motivada pela própria
dinâmica das discussões ambientais. Temas que não haviam chegado na "pauta do dia", na época em que ele foi feito, hoje precisam ser incluídos no planejamento da cidade, tanto a curto como a longo prazo. O maior exemplo, para ele, é o do aquecimento global. Na sua visão, é preciso pensar no crescimento de Maceió aliado a técnicas que minimizem o agravamento do efeito estufa e buscar solucionar, ao máximo, os problemas já exis-
Arborização de estacionamento: regra instaurada pelo Plano Diretor
Meio ambiente é o elo entre áreas de atuação O Plano Diretor é dividido em cinco grandes zonas de interesse: política habitacional, uso e ocupação do solo, mobilidade urbana, patrimônio cultural e meio ambiente, cujo capítulo II é totalmente dedicado a ele. Porém, o tema está presente em todas as áreas, conforme a diretriz de respeito ao patrimônio natural estabelecida. O conceito "meio ambiente" é tratado, no documento, com mais abrangência do que a conceituação do dia-a-dia; ele não se limita a pensar nas áreas verdes, apesar de ser um dos pontos fortes. Há, também, o entendimento que a cultura, a organização social, o transporte e as edificações estão envolvidos com essas duas palavras, só para citar alguns exemplos. Para Dione Laurindo, há vários pontos avançados no plano, que se tornam conquistas importantes para a cidade. Uma delas foi a determinação de um ocupação ordenada e restrita no litoral norte, uma das áreas cotadas, anteriormente, para a expansão da área urbana, o que preocupava ambientalistas e moradores da região. Ele ficou enquadrado como Zona de Interesse Ambiental e Paisagístico
(Ziap), um dos tipos de classificação instituídos de acordo com os interesses para cada território. Estão enquadrados nessa zona, também, terrenos de marinha da lagoa Mundaú e do litoral, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do Prataji, Catolé, Fernão Velho, Santa Rita, as encostas ou grotas com declividade igual ou superior a 45º, a ponta de restinga do Pontal da Barra, o Parque Municipal de Maceió, a reserva florestal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Cinturão Verde do Complexo Cloroquímico do Pontal. Ela também enfatizou a importância das exigências que passaram a valer para grandes estabelecimentos, como sistema de drenagem de água de chuva, para garantir a permeabilidade da área; apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), um documento novo, já que antes só era pedido o Estudo de Impacto Ambiental (EIA); e mais rigidez na política de compensação arbórea. O secretário municipal do meio ambiente, Ricardo Ramalho, também procura destacar a abrangência do impacto positivo em relação ao meio am-
biente, depois da aprovação do Plano Diretor de Maceió. "À medida que você ordena o crescimento da cidade, há um reflexo direto no que se refere ao meio ambiente, em todas as áreas de atuação". No seu entendimento, um dos maiores ganhos - para ele, são inúmeros - foi a instauração das Zonas de Interesse Ambiental e Paisagístico (ZIAPs), locais onde a ocupação comercial é bem mais restrita, e a habitacional precisa atender a várias regras, tudo pretendendo impedir a descaracterização da organização de moradias tradicional e a preservação do que ainda resta do mangue. Ela citou algumas peculiaridades, como o fato de ser proibido o remembramento de terreno para construção de megaconstruções, ou seja, a compra de várias residências menores com o objetivo de juntar as terras e construir um condomínio, por exemplo. A verticalização dos prédios também é rigorosamente controlada: só é permitido utilizar 20% do lote e subir até o equivalente a 20 andares. A doutora em Estudos Urbanos e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Regina Dulce par-
ticipou, desde gestões passadas, da discussão em torno do Plano Diretor. Durante a gestão do prefeito Cícero Almeida, ela prestou assessoria para o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), organização que presta consultoria à Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) a respeito do projeto. Ela trabalhou também com a capacitação de movimentos populares ligados à moradia. Regina, que é coordenadora do Núcleo de Estudos do Estatuto da Cidade (NEST/CNPq), avalia que o maior benefício do plano foi introduzir no texto do ordenamento territorial o tema do meio ambiente. "Principalmente associado às várias formas de apropriação do uso do solo, dos distintos interesses existentes no município", avaliou. Segundo ela, o zoneamento abriu possibilidade para respeitar a conservação dos recursos naturais existentes no território, estabelecendo prioridades e restrições, associadas aos tipos de atividades permitidas e à disponibilidade de saneamento ambiental. Ela alerta, no entanto, que não basta aprovar o Plano Diretor: "Tem que implementar, e da forma correta".
tentes. "Recentemente foi instaurado um novo índice, o Índice de Proteção Solar. Ele trabalha com o número de doenças de pele, a sensação térmica - quando, numa mesma temperatura, a sensação é diferente - e outros fatores", citou. Outra questão que deve ser revista, na opinião de Ramalho, é a inclusão de medidas específicas contra a poluição sonora e visual, que ganharam ênfase, segundo ele, nos últimos anos.
Participação da sociedade civil Depois de muita discussão com diferentes segmentos da sociedade civil, diretamente ligadas ao desenvolvimento das políticas públicas aprovadas com o Plano Diretor, o Plano Diretor de Maceió foi finalmente aprovado na Câmara de Maceió e sancionado pelo prefeito Cícero Almeida, em 2005. Para construir todas as diretrizes presentes no projeto, foram ouvidas reclamações e sugestões de artistas, associações de moradores, líderes comunitários, empresários do setor imobiliário, professores da Ufal, vereadores, Organizações Não Governamentais (ONGs), funcionário públicos e mais uma variedade de segmentos. Foram feitas 12 oficinas temáticas para discussão de temas específicos e três audiências públicas, que contaram com uma participação massiva de cerca de 700 pessoas cada uma. A criação do Plano Diretor, de acordo com o Ministério das Cidades, deve ser feita com participação popular. O não atendimento dessa prenúncia pode inviabilizar a aprovação do projeto, inclusive, de acordo com Dione Laurindo. Para ela, o fato de ser a primeira legislação municipal com participação da sociedade é um grande trunfo. Ela conta que a prefeitura não teve dificuldade em conseguir a aprovação do Ministério, e em apresentações posteriores do documento, recebeu elogios de gestores de outras capitais. Também foram utilizados, no processo, fotos, filmagens, relatórios, pesquisas e estudos acadêmicos para identificar problemas e soluções relacionados ao ordenamento urbano de Maceió. Todo o material pode ser acessado pelo público, bastando fazer uma solicitação à Sempla. Para a revisão do plano, todo o caminho deve ser feito novamente. Para iniciar os trabalhos, a Sempla precisa finalizar a revisão do Código de Postura de Maceió, um dos "filhos" do Plano Diretor que trata da ocupação dos espaços públicos, como placas, descaracterização de fachadas, e poluição sonora. Atualmente, o projeto está sendo discutido com diferentes segmentos e se prepara para a sua conclusão e apresentação em audiência pública.
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No litoral norte, natureza aliada à infraestrutura De um lado, praia de areia clara e mar verde esmeralda; de outro, coqueirais. A urbanização da orla entre Cruz das Almas e Jacarecica tem o grande desafio de driblar os erros cometidos na ocupação da Ponta Verde, Pajuçara e Jatiúca e inaugurar um novo tipo de convívio entre o litoral e os habitantes de Maceió. Atualmente à espera de parecer da Secretaria de Patrimônio da União, já que a obra será construída em terreno de propriedade do Estado Nacional, o projeto será uma das maiores intervenções urbana feita no litoral norte, que foi enquadrado no Plano Diretor de Maceió como uma Zona de Interesse Ambiental e
Paisagístico (Ziap), uma grande responsabilidade para a Prefeitura Municipal. Por isso, uma série de adaptações em respeito ao patrimônio natural da região será adotada, além da requalificação dos trechos já existentes, nas duas pontas, conforme apresentou o secretário municipal do Planejamento, Marzio Delmoni. O vídeo feito especialmente para a apresentação da projeção da obra durante a concorrência pública que definiu a empresa contratada para o trabalho mostra com detalhes como as modificações se relacionam ao espaço. A extensão do trecho urbanizado é de 3,4km. Para percorrer o caminho,
será possível fazê-lo a pé, de carro ou de bicicleta: o projeto conta com vias de mão dupla para veículos motorizados; calçadas com rampas de acessibilidade, inclusive de acesso à areia; e ciclovia. Toda a orla será arborizada, assim como a orla já requalificada. O estilo será o mesmo: áreas grandes de gramado com coqueiros e árvores nativas da Mata Atlântica garantirão a sombra e a beleza do lugar, além das áreas verdes preservadas do outro lado da rua. Em relação aos serviços disponibilizados ao cidadão, postos policiais, quadras de esporte, chuveiros e banheiros públicos estarão distribuídos na região, assim como barracas e
quiosques de comida. A diferença, porém, se deve ao respeito da faixa de areia pelos estabelecimentos comerciais e ao projeto inovador de construção. Serão feitas barracas conjugadas em dupla, para evitar o gasto excessivo e palha para a cobertura do telhado, e a diminuição do espaço necessário. Imaginar um via para veículos, além das quadras de esporte e passeio para ciclistas, chega a assustar aqueles que já conhecem o local, onde trechos de mata ciliar e mangue ainda resistem às intervenções humanas. No entanto, o secretário municipal de infraestrutura, Daniel Eugênio, garante que toda a área verde será respeitada, assim como
a faixa de praia, como já havia citado Marzio Delmoni. Em Cruz das Almas e Jacarecica, o estabelecimento de uma via de ligação entre os dois bairros e a reurbanização das orlas é um desejo antigo dos moradores e comerciantes. Com a pequena extensão da orla repleta de hotéis convivendo com um pequeno número de barracas já carcomidas pelo tempo e frequência de assaltos em áreas próximas à do Coqueiral, localizado no fim da extensão litorânea de Cruz das Almas, os estabelecimentos que ainda sobrevivem não conseguem ampliar seus negócios, e os moradores são obrigados a frequentar outras praias para garantir a diversão.
Projeto também prevê acessos à praia O projeto de urbanização da área que vai de Cruz das Almas a Jacarecica faz parte de outro maior, de requalificação de toda a orla de Maceió, iniciada nos bairros mais movimentados do litoral. A padronização de normas para a ocupação comercial, a revitalização do espaço e a arborização foram as principais diretrizes da iniciativa. No caso do litoral norte, será incluída, ainda, outra modificação, um pedido antigo daqueles que moram à beira do mar, mas não conseguem chegar até ele facilmente: a construção de 33 acessos para a praia, do início da área menos povoada de Cruz das Almas até Riacho Doce. A demanda existe porque, durante os anos de ocupação da área, a maioria dos proprietários de grandes terrenos em frente à areia acabou por fechar todo o espaço com muros, cercas de arame farpado ou tatames. Além disso, a falta de planejamento na construção de residência não deixou espaço para ruas ou mesmo becos em que os pedestres pudessem atravessar para a areia. Com isso, os moradores que residiam do outro lado da rodovia AL-101 Norte, ou mesmo os visitantes e turistas, precisavam andar muito para conseguir um espaço que servisse de passagem. Afalta de circulação de pessoas em grandes faixas também contribuía para a ocorrência eventual de assaltos ou tentativas de abuso sexual. Anecessidade da construção dos acessos é ainda mais visível quando se percorre o local onde será feita a urbanização da orla: a maior parte do percurso é ocupada por clubes de categorias e grandes prédios, como a Escola Fazendária e o Clube da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Caso não fosse pensada, quem se aventurasse a fazer uma caminhada no trecho só poderia voltar à rodovia estadual no fim do passeio. Daniel Eugênio explicou que não deverá haver problemas em relação aos proprietários dos terrenos situados entre os dois pontos. "A faixa em que vamos construir é da União, que cedeu à prefeitura. O que estamos fazendo é garantir que a praia seja usufruída pelo público", citou. TRÂMITE E ORÇAMENTO O processo licitatório já foi feito, segundo conta Delmoni, e, além da resposta da SPU, há ainda a espera pelos recursos, que já estão garantidos por duas emendas parlamentares do deputado federal Maurício Quintella Lessa (PR) e do senador Renan Calheiros (PMDB). As verbas são provenientes do Ministério do Turismo, ainda de acordo com o secretário, e são da ordem de R$ 24.827.148, sendo R$ 21.647.148 da União e R$ 3.180.000 de Maceió. Para o futuro, Marzio Delmoni ainda anuncia que haverá a continuidade da urbanização até Paripueira, mas a prefeitura também busca recursos para concretizar o objetivo. Amenina dos olhos deverá ser o Mirante, que ganharia uma requalificação total, com a derrubada das barracas antigas e construção de novas, além do acesso aos pedestres e aos carros em todo o trecho.
Projeção da obra de urbanização: orla padronizada em todo o litoral de Maceió
Secretário Daniel Eugênio: áreas particulares serão respeitadas
Marzio Delmoni, do Planejamento, anunciou projetos para o futuro
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Com a concretização do projeto, mais ciclovias como esta poderão ser vistas pela cidade
Para o ciclista Daniel Moura, plano incentivará uso da bicicleta como opção consciente
Veículos não motorizados serão priorizados em Maceió Viver diariamente com os engarrafamentos que já começam a atingir o patamar de quilométricos, o som das buzinas e motores ouriçados pelo tempo curto livre e a fumaça que emana dos veículos de quatro rodas é, no mínimo, desconfortante. Optar pelo transporte de duas rodas conhecido popularmente como "camelo" - a bicicleta - também pode ser um teste de sobrevivência. Esse malabarismo diário, no entanto, tem solução, e a maior iniciativa do gênero, até hoje, está sendo finalizada em Maceió: a construção do Plano de Mobilidade Urbana, que
pretende estabelecer regras e reorganizar o trânsito da cidade. No primeiro dia de junho, última segunda-feira, o Plano Setorial de Transportes Não Motorizados, primeira - e grande - etapa do projeto foi apresentado em uma audiência pública, realizada no auditório da Faculdade Integrada Tiradentes (Fits). O projeto, em sua versão "quase" final, foi apresentado à sociedade civil, para que os últimos ajustes sejam feitos, com base nas sugestões dadas pelos presentes. Daniel Moura Soares, 26, arquiteto e participante do movi-
mento de ciclistas que organiza, todo mês, a Bicicletada de Maceió, acha a iniciativa louvável, mas enfatiza que existe a necessidade de conscientizar as pessoas sobre a utilização do meio de locomoção não só por necessidade, mas por opção. "Hoje, o que se vê é uma maioria que utiliza a bicicleta como meio de transporte porque não pode pagar a passagem de ônibus", falou. Para que a população - principalmente a classe média - comece a encarar o veículo não motorizado de duas rodas como uma alternativa mais saudável para utilização em pe-
quenos percursos, é preciso educação nesse sentido. A construção de um projeto que apresente as propostas viáveis, em Maceió, para a utilização da bicicleta em toda a área urbana é um passo importante para a sua concretização. O ciclista sentiu falta, porém, do planejamento do uso do transporte público, essencial para o melhoramento das condições ambientais da cidade. Esse é o próximo passo a ser tomado pela Secretaria de Planejamento, segundo Dione Laurindo, diretora do Plano Diretor, do qual o projeto de mobilidade é "filho".
O empenho do município, de acordo com ela, é fazer com que mais pessoas utilizem menos o veículo particular. Os benefícios, além de ambientais, também são mais sensíveis a curto prazo: a locomoção se torna mais rápida e econômica. "Com o Plano de Mobilidade e a sua aplicação, as pessoas tendem a deixar o automóvel para virar usuárias desses transportes", reforçou. A elaboração do Plano Setorial de Transportes não Motorizados de Maceió foi iniciado em junho de 2008. A responsável pela elabo-
ração do plano é a Organização Não Governamental (ONG) mineira Rua Viva, especializada nesse setor e vencedora da licitação que disponibilizou cerca de R$ 372 mil ao projeto, 90% deles provenientes do Ministério das Cidades. Para construir o plano com a participação popular, uma audiência pública foi realizada em agosto de 2009. As principais reclamações estavam ligadas à falta de padronização das calçadas e à precariedade da estrutura para o tráfego de bicicletas. Esse dois pontos são os carros-chefe do projeto municipal.
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38 anos pensando no meio ambiente ocê sabia que o Dia Mundial do Meio Ambiente tem mais de 30 anos de existência? Pois é. A comemoração foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, em uma conferência sobre o tema, ocorrida em Estocolmo, na Suécia. De lá para cá, a data só vem ganhando o incentivo da população mundial. No Brasil, até um decreto presidencial foi criado para acompanhar o movimento. De nº 86.028, o documento data de 27 de maio de 1981, durante o governo do general João Figueiredo, quando o Brasil ensaiava uma guinada rumo à redemocratização, depois de uma ditadura militar que durou, até 1985, 21 anos. O decreto determina a criação da Semana Nacional do Meio Ambiente em todo o território nacional, a ser comemorado no início de junho, para envolver, também, o Dia Mundial. Em seus cinco artigos, fica justificado que o objetivo da criação oficial é "promover a participação da comunidade nacional na preservação do patrimônio natural do País". Até mesmo uma coordenação nacional foi instituída, ligada ao Ministério do Interior, através da Secretaria Especial do Meio Ambiente. Por aqui, uma série de eventos oficiais também acompanhou os esforços da comunidade internacional. Foram promovidas palestras, oficinas, panfletagens, ações práticas e visitas a espaços verdes. Muita coisa já foi feita na Semana Integrada do Meio Ambiente, organizada por uma força-tarefa composta dos governos municipal e estadual, instituições do Sistema S, como o Sebrae e o Senac, órgãos públicos e empresas privadas, como a Braskem. Atividades práticas também não faltaram na cidade. No último domingo (30), por exemplo, uma equipe da Superintendência de Limpeza Urbana (Slum) percorreu a orla, no trecho entre o Hotel Atlantic e o Posto 7, entregando panfletos e catando o lixo deixado na areia da praia. Segundo o superintendente da Slum, Ernandi Torres Baracho, a ação foi voltada aos turistas e moradores de Maceió, no intuito de conscientizar a população sobre a produção de lixo individual, que, mesmo pequena, se torna um grande problema reunida. Até uma sessão especial foi feita pela Assembleia Legislativa e a Câmara de Maceió, em conjunto, no Parque Municipal, para discutir a arborização da cidade, no primeiro dia de junho. Para quem não participou da Semana e das iniciativas paralelas, ou ainda pretende repetir a dose, a oportunidade surge no Dia Mundial do Meio Ambiente. A programação completa você confere aqui.
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Projeto melhora vida de comunidade Alunos e professores de escola municipal em Arapiraca utilizam plantas medicinais para fabricar remédios caseiros Carolina Sanches Repórter
ARAPIRACA – Uma iniciativa de uma professora do Ensino Fundamental de Arapiraca tem revolucionado a vida de alunos da Escola Benjamin Felisberto e toda comunidade de Gruta d’Água, na zona rural do município. O projeto pedagógico “Saúde, Que Vem da Terra”, idealizado pela educadora Edinalva Pinheiro dos Santos, mobiliza professores, alunos e moradores da comunidade para resgatar a tradição popular, com a utilização de técnicas para o plantio de ervas medicinais e a fabricação de remédios caseiros. A professora explicou que trabalhou muitos anos na escola e que havia se por dois anos. Ela retornou em 2007 assumindo o cargo de diretora e percebeu que alunos estavam enfrentando pequenos problemas de saúde. Como a comu-
nidade fica cerca de 7 quilôme- que afastavam o aluno da sala tros da rodovia AL-115 e os de aula e atrapalhavam o aprenpostos de saúde são distantes, dizado”, ressaltou a educadora. a dificuldade para tratamento Para resolver os problemas era grande. que afetavam seus alunos e a Mesmo com pouca estrutu- comunidade em torno, o prora, a Edinalva decidiu colocar jeto possibilitou, através de conem prática algumas técnicas que ceitos estudados em sala de aprendeu em capacitações e curaula, melhorar as consos do Projeto Amanhã, dições de vida daquela uma iniciativa da prefeicomunidade. “O projetura municipal com a to tem ajudado a trabaCompanhia de Projeto faz lhar diversas disciplinas Desenvolvimento do com que os ao mesmo tempo e isso Vale do Rio São Francisco tem melhorado o renalunos (Codevasf), que visa à cadimento dos alunos”, pacitação e treinamento trabalhem afirmou Edinalva. de jovens moradores de O resultado dos tradiversas zonas rurais, proporciobalhos foi a produção de nando uma melhoria da disciplinas cerca de 20 remédios fiqualidade de vida. toterápicos, incluindo “Na escola tinham xaropes, pomadas, gemuitos casos de sarna, léias, balas, tônicos, sabonetes, piolho e os professores tinturas produzidos com a mareclamavam com os pais, mas nipulação das ervas medicinais. eles alegavam não ter condi- A maior parte do material é disções de comprar remédios. tribuída entre os alunos e a coOutro problema que acontecia munidade. O restante é comereram casos de diarréia e gripes cializado em mercadinhos e fei-
ras. “Aaceitação do produto tem sido muito boa e o preço é pequeno o que atrai compradores”, disse a professora. A Prefeitura Municipal também é parceira do projeto e busca incentivar o trabalho em outras comunidades. Edinalva Pinheiro afirma que a manipulação dos medicamentos está sendo feita com a supervisão e apoio do sanitarista da Vigilância Sanitária Municipal, Saulo Sales. FUTURO – O projeto já está sendo ampliado para outras escolas. “Nossa próxima meta agora é instalar um laboratório para processamento em larga escala das ervas medicinais”, afirma Edinalva. A idéia é que a produção seja comprada pela prefeitura e distribuída nas unidades de saúde. “Capacitaremos jovens carentes da região, gerando emprego e renda”, disse a professora Edinalva Pinheiro.
Fotos: Carolina Sanches
Edinalva Pinheiro mostra medicamentos produzidos em escola
Matéria-prima é retirada da Farmácia Viva Os alunos da Escola Benjamin Felisberto também participaram da criação da primeira Farmácia Comunitária de Alagoas, em parceria com a Codevasf e Secretarias Municipal de Educação, Agricultura e Saúde. O espaço fica ao lado da escola e possui uma horta com 40 espécies de plantas medicinais para produção de
remédios caseiros. A professora Edinalva contou que, através da horta do projeto amanhã, percebeu a importância da cultura do uso de ervas fitoterápicas no tratamento de enfermidades. “O remédio caseiro, aos poucos, estava deixando de ser usado. Muitas pessoas que não tinham condições de comprar remédio deixavam de se tratar
de doenças que não eram consideradas graves”, disse. Para que o projeto começasse a ser realizado na comunidade, professores e pais passaram por uma capacitação sobre o cultivo, a aplicação e a utilização correta das ervas. O curso foi ofertado por técnicos da Codevasf. O projeto contribui com o processo de alfabetização
das crianças, que apreendem os conceitos de matemática ao medir o canteiro de ciências, com a explicação dos processos de desenvolvimento das plantas, de história resgatando a cultura milenar das plantas medicinais. Além disso, a farmácia comunitária proporciona aos jovens a oportunidade de qualificação profissional.
Farmácia Viva possui horta com 40 espécies de plantas medicinais
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Além de aprender o manueio das plantas medicinais, alunos podem levar para casa os remédios caseiros que são produzidos na escola
Jonathan dos Santos disse que xarope ajudou a curá-lo de uma tosse
Comunidade e alunos reconhecem os benefícios do projeto pedagógico Moradores da comunidade e até mesmo as crianças da escola que já usaram o produto afirmam que conseguiram o efeito desejado, sem precisar recorer a médico ou remédios industrializados. A auxiliar de serviços gerais, Valdirene do Nascimento, disse que, há al-
guns meses, seu filho de 10 anos estava com muita tosse e ela não tinha condições de leválo a um posto médico. Valdirene conta que foi orientada a usar o xarope produzido na escola e que seu filho melhorou em pouco tempo. “A comunidade não tem posto de
saúde perto e eu não tinha condições de comprar remédio caro. O trabalho na escola tem ajudado muita gente por aqui”, ressaltou. O estudante Jonathan dos Santos, de 8 anos, mostra com um sorriso no rosto o composto fitoterápico que é produzido
através do projeto. Ele não participa da produção porque é restrita a alunos mais velhos, mas sabe bem os efeitos do remédio. “Já estive com a garganta ruim e pedi ajuda para as professoras. Elas me deram o remédio da escola e eu melhorei”, disse.
Mas não foi o trabalho com os remédios fitoterápicos que deixaram a professora Edinalva conhecida na comunidade. Sua história começou há mais de 10 anos, época quando decidiu fundar a primeira escola de sua comunidade. A unidade de ensino funcionava salão de esto-
cagem de fumo com duas salas de aula. Edinalva passou um ano em meio como voluntária até ser aprovada em concurso público promovido pela Prefeitura Municipal. Neste período, a educadora foi eleita presidente de sua comunidade.
Projeto foi reconhecido em premiações regionais e nacionais e publicado em revistas científicas
Trabalho é divulgado no país O trabalho realizado na escola da comunidade Gruta d’Água tem alcançado reconhecimento em concursos e feiras no país. No ano passado, Edinalva conquistou, junto com outros quatro professores, um de cada região do Brasil, o concurso Revista Fórum e Fundação Banco do Brasil - Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais. Um total de 2.640 professores de escolas públicas do ensino fundamental estavam na disputa. A vitória no concurso da Revista Fórum e da Fundação Banco do Brasil vem somar a outras duas conquistas suas como professora e diretora da Escola Benjamin Felisberto da Silva. A educadora já representou duas vezes o Estado junto com professores de sete
estados brasileiros que chegaram à final do concurso Professor Nota 10, promovido pela Fundação Victor Civita, de São Paulo (SP), com o objetivo de estimular e premiar o trabalho docente de qualidade. Criado em 1988, o prêmio também é um reconhecimento aos professores que lutam pela construção de um país com cidadãos críticos e conscientes de seus direitos. As premiações já renderam frutos à escola. O Sebrae anunciou, durante a oficina do Fórum Social Mundial, que irá estabelecer uma parceria com a instituição para implantar a farmácia viva junto ao Projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), para que a solução seja ampliada para outras unidades
de ensino de Alagoas. APRESENTAÇÃO – Além de premiações, a educadora tem sido convidada para eventos e publicações em revista. Ela foi uma das selecionadas para participar de uma feira organizada pelo Ministério da Saúde. E em abril deste ano, Ednalva Pinheiro, esteve em Brasília para participar do programa Ponto a Ponto, da TV Brasil, onde debateu sobre o 2° Concurso Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais – Transformação e Desenvolvimento em debate na Escola. A mesa de debates foi composta pelo presidente da Fundação BB, Jacques Pena, o gerente de Comunicação da Fundação BB, Claiton Mello, e o jornalista Renato Rovai.
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Dona Maria Quitéria mostra casa de taipa que está reconstruindo no Conjunto Deda Paes
Lonas estão sendo utilizadas para diminuir o impacto das chuvas sobre o solo nas áreas de risco
Quando a necessidade supera o medo Moradores de áreas de risco em Maragogi desafiam a natureza e resistem em deixar casas comprometidas Eduardo Almeida Repórter
MARAGOGI - A dona de casa Maria Quitéria da Silva, de 23 anos, conhece de perto os perigos de habitar uma área de risco. Há dois anos morando no Conjunto Deda Paes – na periferia de Maragogi –, ela, o marido e os dois filhos pequenos viram o casebre em que viviam desabar pela segunda vez com as chuvas que caíram nas últimas semanas. O medo da morte, porém, não foi suficiente para que a dona de casa deixasse a área em que mora. Maria Quitéria está reconstruindo sua casa de taipa com a ajuda de parentes, amigos e vizinhos. “Medo de que aconteça al-
guma tragédia nós temos. Mas para onde iremos se abandonarmos nossas casas?”, questiona. “Sempre que chove é a mesma coisa. Sabemos que algo de ruim vai acontecer. Com essas últimas chuvas, primeiro o teto começou a cair. Depois, uma parede. E por fim, a casa veio ao chão. A gente percebeu que ela estava desabando e decidiu sair. A prefeitura deveria olhar com atenção para os moradores do Deda Paes”, afirma, lembrando que o prefeito Marcos Madeira se comprometeu em construir casas populares no conjunto. Assim como Maria Quitéria, centenas de pessoas vivem em situação de risco em Maragogi. A Defesa Civil municipal esti-
ma que 80% das residências do Conjunto Deda Paes apresentam problemas estruturais. A coordenadora do órgão na cidade, Aliete Estanislau, afirma que só a construção de 300 casas populares resolveria o problema. Para tentar minimizar o impacto das chuvas sobre as residências, a Defesa Civil distribuiu lonas, que estão sendo comercializadas pelas próprias vítimas, conforme mostrou a reportagem de O Jornal na última quinta-feira. RESISTÊNCIA - O pescador Manoel Ernesto Fernandes, 52 anos, é enfático ao informar o motivo pelo qual não deixa a casa de apenas um cômodo em que vive: “Não saio daqui para abrigo nenhum,
apenas para outra casa”. Nem mesmo o fato de morar em área de encosta e de parte da parede lateral de sua residência ter desabado fizeram o pescador mudar de idéia. Ele admite ter medo de uma possível tragédia e reconhece os perigos de sua habitação irregular, mas atribui exclusivamente a Deus a responsabilidade pela sua proteção e de sua família. “Se Deus quiser, não há de acontecer nada. Sei os perigos que estou correndo, mas esta foi a primeira vez em que parte da casa desabou. Vamos construir novamente e rezar para que nada aconteça, como nunca havia acontecido antes. Não procurei a Defesa Civil porque não achei que fosse neces-
sário. No dia que precisar, vou procurar a coordenadora e pedir uma ajuda. Por enquanto, está bom desse jeito. Não quero ir para abrigo nenhum, morar em escola”, relata Manoel Ernesto Fernandes, que reside há mais de um ano no Conjunto Deda Paes. Depois de passar um ano numa casa cujo aluguel era pago pela prefeitura, Jucelina Maria dos Santos, 24 anos, voltou a morar em área de risco. Ela explica que foi obrigada a deixar o local em que vivia com o marido e o filho de um ano, no centro da cidade, após o fim do prazo estipulado pela Defesa Civil. Hoje a dona de casa reside numa área de barreira, mas garante que não pensa em deixar o casebre em
que mora, o qual teve que reconstruir depois que parte da fachada desabou durante chuvas que caíram no meio do ano passado. “Por mim, continuaria morando em uma casa alugada. Mas a Defesa Civil estipula o prazo de um ano para que nós desocupemos o local. Como não tinha para onde ir com minha família, decidi morar aqui no Conjunto Deda Paes. Sei que corremos muitos riscos, mas não saio para abrigos porque conheço a realidade deles. Abrigo não é lugar para nenhuma pessoa morar, a gente sofre muito lá. Prefiro morrer por aqui mesmo, perto da minha família e dos meus amigos”, desabafa a dona de casa Jucelina Maria.
Defesa Civil alerta sobre os riscos MARAGOGI - Maragogi bar a qualquer momento, registrou o desabamento de provocando a morte de famídez casas e cerca de trezen- lias inteiras. Estamos tentantas pessoas atingidas pelas do conscientizar os moradochuvas que caíram nos últi- res de áreas de risco. Esperamos dias. Para minimizar os mos que eles também colaimpactos provocados pelo borem com o nosso trabalho, temporal, equipes da Defesa que é para seu próprio bem”, Civil percorreram as áreas de acrescenta. risco alertando a população Conforme Estanislau, são sobre as possibilidades de consideradas áreas críticas os desmoronamento e distribuí- povoados São Bento e Barra ram lonas que serviriam para Grande – na zona rural – e o a proteção das residências. Conjunto Adélia Lyra e o Mas, o trabalho do órgão tem Conjunto Deda Paes. Nesse sido em vão já que a popula- último, seriam necessária a ção continua nos locais de construção de 300 casas porisco e está comercializado o pulares. Nos demais locais, material que foi doado pela a retirada dos moradores. prefeitura e pelo comércio. Mas ela reconhece “Os moradores, além de a dificuldade finão deixar as áreas de nanceira e logística risco, estão comerda prefeitura para cializando as doafazer essa remoções. Por isso, a ção. “Nenhuma Lonas que Defesa Civil muniprefeitura tem recipal decidiu percursos suficientes foram discorrer os povoados para relocar moratribuídas e fiscalizar a utilidores de quatro estão sendo zação dos donaticomunidades. vos. Estamos conSeria necessária comerciasultando a promouma ajuda dos golizadas por tora de Justiça vernos Estadual e moradores Francisca Paula e o Federal nesse cacoronel Osman Viso”, afirma. lela para sabermos as medidas que PARCERIAS - A podem ser tomacoordenadora lembrou aindas com as pessoas da que a Defesa Civil de Maque forem pegas vendendo ragogi estabeleceu parcerias ou receptando os produtos”, com o Instituto Brasileiro do observa Aliete Estanislau, Meio Ambiente e dos Recurcoordenadora da Defesa Civil sos Renováveis (Ibama) e em Maragogi, em tom de in- com o 6º Batalhão de Polícia dignação com as denúncias Militar. Toras de madeira recebidas essa semana. que foram apreendidas pela A coordenadora alertou PM foram entregues à Depara os riscos de acidente que fesa Civil, após autorização a não utilização das doações do Ibama, e estão sendo utipode provocar. “Como a mai- lizadas para dar suporte a or parte das casas estão com- casas com a estrutura comprometidas e os moradores prometida. “Além dessa, esse negam a deixar as casas, a tamos buscando outras parDefesa Civil decidiu distri- cerias que permitam fortabuir as lonas. Mas, se a popu- lecer as ações desenvolvidas lação não usa o material pela Defesa Civil no munidoado, as casas podem desa- cípio”, completou.
Defesa Civil isolou áreas no povoado São Bento, devido aos riscos de desabamento, mas população segue morando no local
Prefeito afirma que casas vão sair do papel MARAGOGI - O projeto para a construção de casas populares no Conjunto Deda Paes, em Maragogi, é antigo, mas até hoje nunca saiu do papel. A área foi desapropriada pela prefeitura há aproximadamente três anos para abrigar famílias em situação de risco e deveria funcionar provisoriamente. Hoje há mais de 300 residências no local – a maioria delas feitas de taipa, o que expõe a vida dos moradores. No entanto, o prefeito Marcos Madeira afirma que entregará à população, no mínimo, cem casas até o final do seu mandato. “A prefeitura construiu 27 casas com recursos próprios e aguarda parecer do governo Federal e da Caixa Econômica para a construção de cem unidades. O projeto prevê a construção de trezentas casas no total, mas a prefeitura não tem recursos sufi-
Casas populares devem substituir residências que estão comprometidas
cientes para isso. Nós contamos com a parceria do governo Federal e da Caixa Econômica Federal. Sabemos que o trâmite vem se arrastando ao longo de três anos, mas pedimos um pouco de paciência por parte dos moradores
da área”, explicou o prefeito de Maragogi, Marcos Madeira. Conforme o gestor, a prefeitura tem conhecimento que 80% das casas do conjunto apresentam problemas estruturais. Madeira informou que a Defesa
Civil tem procurado as famílias e está distribuindo lonas para que possam cobrir suas casas. Outra medida adotada pela prefeitura é a remoção das famílias cujas residências estão ameaçadas de desabar. “Se uma casa corre risco de desabar, a Defesa Civil vai até o local e transfere a família para um local seguro. O custo do aluguel é pago pela prefeitura nesses casos”. Madeira ressaltou os esforços da prefeitura, lembrando que a área onde funciona o conjunto foi desapropriada pelo município para retirar flagelados que viviam às margens da AL-101 Norte. “Nós retiramos o moradores da rodovia para evitarmos acidentes e estamos buscando agora entregar uma moradia a eles, mas o tempo para a realização do projeto não é aquele que gostaríamos que fosse”, completou.
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Minha Casa, Minha Vida valoriza áreas Devido à franca expansão do segmento habitacional, terrenos na periferia registram elevação de preços Thallysson Alves/Estagiário
Valdete Calheiros Repórter
As empresas de construção civil e do mercado imobiliário de Alagoas estão lucrando alto graças à consolidação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa, Minha Vida. Nos últimos anos, os programas federais vêm impulsionando o mercado da construção civil no Brasil. Em Alagoas, o mercado tem acompanhado a tendência nacional. Outra característica observada no mercado imobiliário alagoano é que o Programa Minha Casa, Minha Vida tem ajudado a dobrar ou até mesmo triplicar o valor dos terrenos localizados na periferia de Maceió e em cidades com população superior a 50 mil habitantes, a exemplo de Arapiraca. De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL), Jubson Uchoa, terrenos com grandes extensões são os mais visados desde o início do Minha Casa, Minha Vida. Para exemplificar, o presidente da Ademi citou os terrenos localizados no entorno do Shopping Pátio Maceió. “Desde a sua construção, as atenções do mercado imobiliário tem se voltado para o local”, considerou. Jubson Uchoa afirmou que nessas áreas, algumas inclusive utilizadas para o plantio de cana de açúcar, é possível fazer grandes construções imobiliárias, principalmente com casas. “É como se as áreas tidas como rurais, apesar de estarem
dentro de Maceió, estivessem sendo transformadas em áreas urbanas. O Minha Casa, Minha Vida, entre outros incentivos, oferece taxas de juros baixas, parcelamentos mais alongados e subsídios para famílias de baixa renda”, explicou. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas (Sinduscon-AL), Marcos Holanda, as construtoras procuram áreas afastadas e de grandes proporções para poder erguer as unidades do Minha Casa, Minha Vida. De acordo com sua avaliação, esse é o momento da valorização dos terrenos da periferia de Maceió. O presidente do Sinduscon vai mais além ao apostar em novos horizontes para terrenos até então esquecidos pelo mercado imobiliário. “Ao construir casas ou apartamentos, o governo precisa investir em toda a estrutura local. Ganha a população que recebe escolas, transporte, segurança, postos de saúde, saneamento, lazer, afinal de contas é preciso garantir mais comodidade aos novos moradores”, atestou. Marcos Holanda lembrou que seis mil pessoas estão em treinamento no Senai e outras 15mil serão treinadas em breve para serem inseridas no mercado da construção civil. “Temos cerca de 10 mil novas unidades habitacionais em construção. É preciso inserir pessoas qualificadas no mercado de trabalho para que este não venha sofrer com a carência de mão-deobra. É preciso fortalecer o setor da construção civil”.
Segundo Marcos Holanda, áreas esquecidas, agora valem muito
Jubson Uchoa: grandes terrenos são os mais procurados atualmente
Novas empresas são abertas no Nordeste No Nordeste, 250 novas empresas foram criadas, incrementando em 9% o número de empregos. As despesas com mão-de-obra aumentaram 25%, atingindo a cifra de R$ 8 bilhões. O setor movimentou R$ 18,4 bilhões, com alta de 20% sobre os valores de incorporação e obras. A Bahia está no topo do ranking regional com o maior volume de recursos aplicados em obras, cifra que corresponde a R$ 6,5 bilhões. Contudo, o emprego no mercado baiano recuou no período e exatas 395 vagas foram reduzidas, enquanto apenas 14 novas empresas foram criadas. O círculo virtuoso de crescimento foi mais consistente em Pernambuco, que é o atual canteiro de obras do Nordeste. Lá no estado vizinho, foram
criadas 54 novas empresas e o nível de ocupação no setor registrou alta de 10%, gerando 5,8 mil novos empregos. A construção civil pernambucana movimentou R$ 3,1 bilhões em 2008, elevando os gastos com pessoal em 18,96%, somando R$ 551 milhões. É válido lembrar que boa parte das medidas anticrise instituídas pelo governo federal, no período entre 2008 e 2009, tiveram foco direcionado ao setor que faz intensivo uso de mão-de-obra. A indústria da construção movimentou R$ 159 bilhões em incorporações, obras e serviços no ano de 2008, com crescimento de 22,3%, em relação a 2007. No mesmo período, as obras de infraestrutura aumentaram 27,1%, as edificações industriais, comerciais e outras
edificações não residenciais, 28,8% e o grupo serviços especializados para construção, 21,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As entidades públicas responderam pelo maior montante destinado a obras e serviços, com R$ 67,6 bilhões, ou 43,9% do total. O setor empregou 1,8 milhão de pessoas em 2007, contra 1,6 milhão do ano anterior. O número de empresas também registrou incremento de 52 mil para 56,6 mil e o gasto total com o pessoal foi R$ 38,2 bilhões. De uma forma geral, o Minha Casa, Minha Vida, programa federal de habitação popular, acirrou a disputa de construtoras por terrenos em periferias, locais que antes não des-
pertavam o interesse do mercado imobiliário. O Minha Casa, Minha Vida é o programa que concebe subsídios para compra de imóvel à baixa renda – até seis salários mínimos – e condições facilitadas de financiamento pela Caixa Econômica Federal. As construções nas periferias e nas cidades do entorno das capitais tiveram um primeiro impulso com a alta da renda que fez renascer uma classe média baixa emergente e a ampliação do crédito imobiliário dos bancos privados. Os empreendimentos dos programas só são viáveis com construções de edifícios padronizados, o que permite custo menor e em grandes terrenos. O retorno nessas construções é menor, por isso é preciso ter volume.
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Agricultura familiar além das porteiras Conquistar novos mercados e acesso ao crédito são alguns dos desafios dos pequenos produtores alagoanos Nide Lins Repórter
Os produtores de laranja lima em Santana do Mundaú têm um sonho: colocar as frutas nos balcões dos supermercados da rede Walmart em São Paulo. Atualmente a produção de 120 mil milheiros/ano já são comercializadas nas lojas da rede em Recife e do Estado, e também na Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Conquistar e ampliar novos mercados são um dos desafios da agricultura familiar de Alagoas. Ou seja, vender além das porteiras dos sítios e das fazendas. Mas para chegar lá, o caminho não é curto. É preciso organizar os pequenos produtores em cooperativas, saber negociar, ter acesso a crédito, receber assistência técnica e os produtos com qualidade. O alagoano Antônio Carlos, de Santana do Mundaú está entre os 40 cooperados na Cooperativa dos Produtores de Laranja Lima, mas na região do
Vale do Mundaú, o cultivo da fruta conta com mais de 2 mil pequenos produtores. "Nossa laranja tem qualidade. Nossa meta é comercializar em São Paulo através do Walmart. Mas também queremos ampliar o mercado com a venda da banana comprida", conta Antônio. Outro sonho da cooperativa é a fábrica da polpa da laranja lima para suprir a perda de 30% da produção. "De dezembro a fevereiro tem laranja demais, o preço baixa e não dá para esperar uma boa cotação no mercado, porque estraga rápido. Já testamos a polpa da fruta misturada com limão. Porém, falta recurso para o projeto da fabrica", relata o produtor. O projeto está orçado em torno de R$ 83 mil. Para abrir e ampliar os novos mercados o Sebrae/AL e parceiros realizaram o “II Seminário de Inovação no Agronegócio Pra quem quer plantar conhecimento e colher bons negócios” Cerca de 200 produtores partici-
Antônio Carlos: nossa meta é levar a laranja lima para São Paulo
Fatima Santos: agricultura familiar em Alagoas tem qualidade
param do evento. Para Fátima Santos, gerente da Carteira de Agronegócios do Sebrae, o seminário reuniu todas as informações necessárias para fazer com que o produtor não se preocupe apenas com o produto para sua família, mas para os consumidores externos também. "O grande desafio da agri-
pio de Viçosa. No primeiro semestre deste ano a prefeitura de Viçosa comprou seis toneladas de inhame para a merenda escolar. Agora deve fechar novo contrato para o segundo semestre. "O preço do inhame comprado pela prefeitura é bem melhor que do ofertado no mercado. Também existe uma mudança
cultura familiar é abrir as portas do mercado, por que ele já existe. Mas, o comércio não se resume apenas as grandes redes de supermercados, há também as compras governamentais", explica Fátima Santos, adiantando que um bom exemplo de políticas publicas é a inserção do inhame na merenda escolar no municí-
de atitude, a prefeitura deixou de comprar enlatados e adotou uma dieta saudável com cardápio variado para as crianças de escolas públicas. Os inhames produzidos no Vale do Paraíba têm qualidade, uma das exigências do mercado", diz Fátima. Atualmente o Sebrae tem 21 projetos de agricultura que envolve 8 mil famílias do Estado.
Sabonetes de leite de cabra, uma alternativa
Angelina dos Santos com a nova embalagem do sabonete de cabra
O sucesso do sabonete de leite de cabra também foi um dos temas apresentados no Seminário de Inovação no Agronegócio, pela alagoana da cidade de Maravilha, Angelina Barreiros dos Santos. Ela ao lado de 18 mulheres criaram a Associação de Produção Artesanal de Cosméticos de Maravilha (Natucapri) que produz sabonetes aromatizados nas fragrâncias camomila, erva-doce, canela, maracujá e aveia e mel, além de buchas para banho, fabri-
cadas com esponjas vegetais, entre outros produtos. "A gente não tinha perspectiva de emprego na cidade, nosso grande potencial é a caprino cultura, e assim surgiu a oportunidade de produzir os sabonetes para agregar valor. E está dando certo. na última Artnor vendemos R$ 3 mil. Ainda não temos renda mensal e nem capital de giro, por isso toda venda vira investimento. Este ano queremos criar a linha de xampu, condicio-
nador, óleos e hidratantes. Antes a gente não tinha nada, hoje temos um futuro pela frente", diz Angelina. Um dos derivados que tem conquistado espaço no mercado é o sabonete a base de leite de cabra. Rico em proteínas, aminoácidos e vitaminas A, D e E, além de sais minerais, passou a ser usado para fortalecer e recuperar a saúde dos cabelos e auxiliar no combate a um problema que preocupa até os homens
menos vaidosos - a calvície. Atualmente o mercado do Natucapri são as feiras de agricultura familiar e a Artnor. Elas também recebem encomendas para Brasília e Minas Gerais. Para incrementar o produto natural, as associados criaram uma bolsa de estopa com flores da folha de milho seco. Para Fátima Santos, os sabonetes de cabra atendem os consumidores, que buscam produtos naturais com qualidade".(N.L)
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Apenas 4% têm assistência técnica Para o economista Cícero Péricles, a agricultura familiar tem futuro. A opinião do economista é calcada no estudo realizado por ele com base no último senso do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE) de 2006 publicado no ano passado. Mas, para o sucesso dos pequenos agricultores que compõem 90% dos estabelecimentos agrícolas no Estado é preciso de intervenções no presente, como acesso ao crédito, assistência técnica e apoio a comercialização, os principais gargalhos da agricultura familiar. "A agricultura familiar tem a capacidade de resposta imediata na produção de alimentos, na ocupação da mão-deobra rural, na geração de riqueza e distribuição da renda no campo, incorporando práticas ambientais em direção a
uma agricultura sustentável", diz o economista no seu estudo. Ainda segundo Cícero Péricles, a agricultura familiar é responsável por quase toda a produção de arroz, feijão, mandioca e milho do Estado; por mais da metade da produção pecuária; e por quase toda a horticultura e floricultura. "Esta produção é a garantia da segurança alimentar, atendendo ao mercado interno e evitando importações. Também abre espaços para a agroindustrialização (derivados do leite, milho, coco, mandioca, etc.) e possibilita exportações (fumo e flores)", analisa. Segundo o censo do IBGE sobre a produção agropecuária em 2006, agricultura familiar produz 19,931 toneladas de arroz contra 678 não fami-
liar, o feijão são 124.573 toneladas e a produção do não familiar é de 10.742. Na mandioca a diferença é enorme, os familiares colhem 1.357.953 contra 121.351. Já na pecuária os ovos (dúzia) atingem o patamar de 15.193.754 contra 9.762.623. No financiamento dos 123 mil estabelecimentos, 109 mil não mantêm laços com o sistema financeiro para suas atividades produtivas e apenas 4% dos produtores alagoanos têm esse apoio regular em suas propriedades, e mais 4% recebem a orientação de forma ocasional. Um percentual elevado, mais de 90%, desconhece essa atividade em seu espaço produtivo. Para Cicero, apesar das dificuldades, enfrentadas pelos pequenos agricultores lentamente está mudando. No estudo do economista
aponta a energia elétrica está na maioria dos estabelecimentos (83 mil); a rede social de proteção atende a um terço dessas unidades (43 mil), que recebe benefícios (pensões e aposentadorias) da previdência social ou de programas do governo; a televisão chega a 80 mil dessas unidades; mais de 20 mil estabelecimentos são dirigidos por mulheres; o gás (GLP, GNV e Biogás) é mais presente nos lares (46.678) que a lenha (25.736) ou o carvão vegetal (9.727). O economista ressalta que dois mil agricultores utilizam os métodos orgânicos em seus estabelecimentos. “Neste conjunto de milhares de unidades familiares, a agricultura alagoana vem encontrando sua alternativa de futuro” conclui o economista, Cicero no seu Agricultura familiar em Alagoas.
O economista Cicero Periclés ressalta que dois mil agricultores familiares utilizam os métodos orgânicos em seus estabelecimentos
Compras pelas Conab crescem 300%em AL A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) responsável pela compra da produção da agricultura familiar em Alagoas, no ano passado, comprou R$12,8 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na operação de Formação de Estoque (feijão, milho e grãos em geral). Já na operação de aquisição de alimentos perecíveis (macaxei-
ra, mel, inhame, frutas e hortaliças) a Conab comprou R$ 4,280 milhões. O PAA tem como finalidade o apoio aos agricultores familiares, por meio da aquisição de alimentos de sua produção, com dispensa de licitação. Os alimentos adquiridos diretamente dos agricultores familiares ou de suas associações e cooperativas são destinados à formação de estoques gover-
namentais ou à doação para pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, atendidas por programas sociais locais. A operacionalização do PAAé simples, a compra é feita diretamente pela Conab, por preço compensador, respeitando as peculiaridades e hábitos alimentares regionais e a situação do mercado local. Para o superintendente da
Conab em Alagoas, Elizeu José Rego, de 2008 para 2009, com a criação de uma superintendência no Estado a compra dos produtos da agricultura familiar registrou um crescimento de 300%. Segundo Eliseu a produção dos pequenos agricultores tem qualidade, mas ainda carece de assistência de técnica e organização através de cooperativas e associações. (N.L)
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CAIXA E IMOBILIÁRIAS De 20 dias para até 48 horas. Essa é a agilidade que a Caixa Econômica Federal pretende ganhar no processo de aprovação de crédito com a implantação de um novo modelo de correspondente imobiliário feito em parceria com as imobiliárias. Com a estratégia, a oferta dos empréstimos ocorrerá além dos horários dos bancos, inclusive nos finais de semana. O projeto piloto foi concluído oito Estados. A expectativa é que o novo modelo seja implantado até o final do ano em todo o País. Nesse sistema, o comprador encontra o imóvel desejado e vai até a imobiliária parceira da Caixa, que faz o atendimento, montagem do processo e inserção dos dados no sistema via web para dar entrada no processo de aprovação de crédito e confecção do contrato. Em seguida as informações são enviadas para a Caixa. Após as análises cadastral, de risco de crédito e de capacidade de pagamento, o crédito é aprovado em até 48 horas. Vamos aguardar.
MAIS SOBRE A CAIXA Inicialmente, o modelo contemplará apenas os processos envolvendo imóveis de até R$ 130 mil que se enquadram no “Minha Casa, Minha Vida”. Como os imóveis do programa do governo federal já foram avaliados pela Caixa, a situação facilita o processo de análise.
DONA DO DINHEIRO O correspondente imobiliário executará exclusivamente atividades operacionais e não terá nenhuma interferência sobre os aspectos que impactam na concessão do crédito, como as análises de risco de crédito e de capacidade de pagamento. Essas atribuições continuarão nas mãos da Caixa, afinal ela é a dona do dinheiro.
SUBSÍDIO PARA A LINHA BRANCA O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que esteja em estudo o retorno de alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da chamada linha branca, que reúne geladeira, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, e nem para nenhum outro setor.
FOI SÓ ESPECULAÇÃO Um estudo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), sugerindo subsídios para uma nova classificação da eficiência energética, levantou a lebre de que novos estímulos ao setor poderiam sair nas próximas semanas. Em resumo: tudo não passou de especulação.
...RECLAMAÇÕES Tempo de Copa do Mundo, São João, festas e de alegria, certo? Quase! Os construtores estão esperando que a o torneio mundial de futebol passe logo para que as vendas voltem ao normal.
ESSA COPA! Assim como em outros setores da economia, o setor imobiliário também sente uma natural queda nas vendas. Que o digam os corretores de plantão.
TORCER EM VEZ DE COMPRAR No lugar de ir às compras, o consumidor em geral prefere ver os jogos da Copa, assar milho, dançar forró ou tomar quentão.
NÃO ESTÁ FÁCIL A falta de mão de obra qualificada tem levado os construtores à loucura. Dez em cada dez construtores têm sido obrigados a realocar profissionais entre os canteiros e a sair em busca de novos trabalhadores para evitar atrasar a entrega de empreendimentos.
EM FOCO
O presidente do Sinduscon/SE e do Conselho de Administração da Norcon, Tarcísio Teixeira, também esteve em Maceió agora em junho para prestigiar o 82° Encontro Nacional da Indústria da Construção.
Domingo, 27 de junho de 2009 | www.ojornalweb.com | e-mail: comercial@ojornal-al.com.br
Fabricantes já admitem: “pode faltar cimento” Setor investe em novas fábricas; mas não descarta importar produto Pode faltar cimento no país, ainda que de forma pontual, admitiu esta semana o vicepresidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) José Otávio de Carvalho, na Firjan. A causa está no volume de grandes obras previstas para serem feitas daqui até 2013 - as do Plano de Aceleração do Desenvolvimento (PAC), do programa Minha Casa, Minha Vida e, principalmente, as construções das instalações para Copa do Mundo e Olimpíadas. “A indústria está investindo, há projetos de novas fábricas sendo executados. Mas podem ocorrer situações pontuais de descasamento entre a oferta e a demanda. A indústria está se preparando, inclusive, para importação, a fim de suprir um eventual desabastecimento”, afirmou Carvalho, durante o 1º Workshop sobre a Indústria do Cimento, promovido pelo SNIC e pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Perguntado sobre se a importação implicaria aumento do preço do cimento, Carvalho disse que não teria como responder, já que cada fábrica po-
Concreto utilizado pela construção civil tem como base o cimento
deria adotar uma solução diferente. Desde 2006, o governo reduziu a zero a alíquota do imposto para os cimentos importados, oriundos de qualquer parte do mundo. Porém, o preço na maioria dos outros
países é mais alto: hoje, o Brasil tem um dos menores preços de cimento do continente americano (cerca US$ 92/tonelada). “O cimento representa, no país, menos de 2% do custo total de uma moradia”, ressal-
tou o vice-presidente do SNIC. Operam atualmente no Brasil 70 fábricas, pertencentes a 12 grupos nacionais e estrangeiros, com capacidade instalada da ordem de 67 milhões de toneladas/ano. Em 2009, foram consumidos no país 51,5 milhões de toneladas - haveria margem, portanto, para um crescimento no consumo da ordem de 30%. A estimativa é que, em 2010, o consumo seja 12% maior que no ano passado. “No fim de 2009, estimavase crescimento da ordem de 7%. Mas, com a expansão do crédito, revisamos essa previsão para um crescimento de 12%”, informou Carvalho. Ele ressalta que o consumo per capita no Brasil é baixo: de 272 kg por habitante, contra a média mundial de 422 kg. Para se ter uma ideia, na Coreia do Sul, o consumo é de 1.042 kg por habitante; na China, de 1.038 kg; e na Espanha, 936 kg. “O consumo no Brasil é relativamente baixo em comparação com países desenvolvidos e muito aquém daqueles que estão passando por processo de desenvolvimento.”
SEMINÁRIO
PESQUISA
Projetos mudam cotidiano em canteiros de obra
Reclamações sobre imóveis na planta cresce 35%
Os profissionais da construção civil alagoana terão a oportunidade de conhecer uma série de experiências no setor que resultaram na melhoria das condições de trabalho em canteiros de obra. Promovido pelo Comitê Permanente Regional Sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho (CPR-AL), o seminário ocorrerá no dia 21 de julho, no auditório da Casa da Indústria, no Farol, no horário das 8h às 17h. “O foco do evento será as inovações na área de segurança e saúde na construção civil. Queremos incentivar a adoção de boas práticas pelas empresas construtoras’, disse o presidente do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-AL). O seminário é voltado para construtores, engenheiros, operários, mestres e encarregados de obra; dirigentes sindicais, profissionais de RH, de gestão
da qualidade e de segurança e saúde que atuam na indústria da construção, além de técnicos, pesquisadores e estudantes envolvidos com temas relacionados ao binômio trabalho x saúde. O evento terá início com palestra de auditores fiscais do Trabalho da Paraíba, Carlos Alberto de Pontes e Soraia Pinheiro, sobre o envolvimento da concessionária de energia daquele estado num programa de redução de acidentes elétricos na indústria da construção. Em seguida o engenheiro Marco Antônio Rodrigues abordará projetos de instalações elétricas provisórias implantadas em canteiro de obras. O sistema de acoplamento do cinto de segurança na laje a ser concretada será outro tema do seminário. O tema será abordado pelo membro do CPRPE, engenheiro João Carlos
Corte Real. À primeira palestra da tarde será proferida pelo engenheiro Roberto da Costa Barros Filho, membro do CPRSE, que discutirá grampos-suporte embutidos na laje como medida para evitar acidentes por quedas e procedimentos de segurança em construções pré-moldadas. O engenheiro mecânico Braulino Prado de Oliveira, que também é membro da ABEMC-AL, discutirá a manutenção preventiva e ensaios não destrutivos nos eixos dos elevadores de obra. O médico do trabalho do SESI, Antônio José de Oliveira, encerrará o evento falando sibre medicina do trabalho no dia-a-dia da obra. Informações e inscrições no Sinduscon-AL: (82) 3241-5528. A inscrição será confirmada mediante a doação, no dia do evento, de um lata de leite em pó, que será doada a instituições de caridade.
Para muita gente, a compra de um imóvel na planta é um momento de realização pessoal. No entanto, a ansiedade pela entrega das chaves pode dar vez à decepção. De outubro de 2009 a maio último, o Instituto Brasileiro de Estudos e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) registrou aumento de 35% nas queixas relativas à compra de imóveis na planta. São cerca de 30 reclamações semanais. No topo do ranking, o atraso na entrega, seguido pelos chamados vícios de construção - ou seja, defeitos como piso mal instalado, janelas e portas emperradas - e por construções em desacordo com o memorial descritivo. “O problema é que, com o acesso ao crédito cada vez mais fácil e rápido, as pessoas visitam a imobiliária e já saem de lá com o contrato assinado, sem submetê-lo à análise de um advogado”, afirma José Geraldo Tardin, presidente do Ibedec.
DEBATE
IBGE
Aneel altera cálculo de reajuste de eletricidade
Aumentam gastos com reforma e compra de imóvel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta quinta-feira (24) que todas as 63 distribuidoras de energia elétrica do País assinaram o aditivo aos contratos de concessão proposto pela Agência em fevereiro deste ano, que altera o sistema de cálculo dos reajustes de tarifas. A medida valerá apenas para os próximos reajustes, faz com que seja levada em conta na formulação dos reajustes os ganhos de escala obtidos pelas empresas com o crescimento de seus mercados con-
sumidores. O Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que esses ganhos não estavam sendo computados, o que teria feito com que os consumidores de todo o País pagassem, nos últimos sete anos, cerca de R$ 1 bilhão a mais por ano nas contas de luz. O problema, inclusive, foi um dos principais objetos de apuração da CPI da Conta de Luz que funcionou até o começo deste ano na Câmara dos Deputados. AAneel vem argumentando que a questão pode ser sa-
nada daqui para frente, mas que dificilmente poderá ter reembolso dos valores já pagos, uma vez que, apesar de reconhecer que havia uma distorção na metodologia, a Agência sustenta que os cálculos feitos anteriormente seguiam as regras estabelecidas. Mesmo assim, a Aneel abriu, no dia 28 de maio, uma audiência pública para avaliar a possibilidade de um possível reembolso do que foi pago a mais para os consumidores. A consulta terminará na próxima segunda-feira (28).
Os gastos mensais das famílias brasileiras com aquisição e reforma de imóveis registraram crescimento nos últimos sete anos, segundo revela a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto no período 20022003, ano a que se refere a POF anterior, a fatia designada para aquisição e reforma de imóveis, por exemplo, era de 4,8% do total das despesas das famílias, em 2009 esse porcentual havia subido para 5,8%.
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Confira as promoções na Revista da TV
B1 Fotos: Lula Castello Branco
As tradicionais peças de barro esculpidas por dona Irinéia ficaram cobertas de lama
Muquém devastado Alessandra Vieira Editora de Cultura
abituada desde sempre a conviver com o drama das enchentes, a comunidade do povoado Muquém, construída às margens do Rio Mundau, assistiu com olhos de rotina ao aumento insistente do nível das águas na última sextafeira, 18. Enquanto chovia, os costumeiros preparativos foram feitos: móveis e objetos foram suspensos; as crianças levadas para casas de parentes em locais mais altos; e cerca de 50 pes-
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soas permaneceram a espera do inevitável. Viria mais uma cheia. No entanto, o que aconteceria a esses remanescentes do Quilombo dos Palmares e a alagoanos de diversas cidades do Estado assumiria proporções dantescas. Por onde passavam as águas arrasavam tudo o que encontravam pela frente, deixando um rastro de destruição e milhares de vítimas. Em Muquém, uma delas é a mestra Irinéia Rosa Nunes da Silva, Patrimônio Vivo de Alagoas. Continua na página B2.
Dona Irinéia passou a madrugada em cima de um muro, aguardando que as águas baixassem. Suas três filhas ficaram abrigadas em árvores
O JORNAL foi ver de perto como ficou o povoado dos herdeiros de Zumbi, em União dos Palmares, depois que a violência das águas devastou cidades alagoanas no último dia 18, deixando milhares de vítimas. Uma delas é a mestra Irinéia, Patrimônio Vivo de Alagoas
Encomenda de mil esculturas foi perdida. Um prejuízo de R$ 15 mil
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Variedades B2
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Continuação da página B1 Fotos: Lula Castello Branco
No ateliê de dona Irinéia restaram apenas lama e lixo
Dona Irinéia e seu marido ficaram oito horas em cima de um muro
Seu Antônio Nunes, marido de dona Irinéia, conta como foram os momentos de horror vividos por ele e sua famíla durante toda a madrugada
Como tantas famílias afetadas na comunidade - situada em União dos Palmares, aos pés da Serra da Barriga -, dona Irinéia e seus parentes perderam absolutamente tudo. Naquele dia, a artesã passou toda a madrugada em cima de um muro, junto a seu marido Antônio Nunes, uma filha e o genro, convivendo com o medo, o lixo e as cobras. “Escapamos por um milagre de Deus. Eram 16h30 quando a água começou a arrastar e derrubar tudo. Ficamos durante oito horas aguardando que a água descesse. Só conseguimos sair a uma hora da manhã. Quando descemos estava tudo destruído e escuro. Na minha cozinha, a geladeira estava boiando. Ficamos esperando amanhecer para ver o que íamos fazer”, conta dona Irinéia. Mil peças esculpidas por ela e o marido - encomendas de hotéis de Salvador - foram perdidas. Um total de R$ 15 mil de prejuízo. “Não deu para salvar nada”, diz seu Antônio. 56 integrantes da comunidade ficaram 18 horas em cima de duas jaqueiras. Entre elas, quatro filhas de dona Irinéia: Mônica, Mauricéia, Claudicéia e Auricéia. Eles só foram localizados na terça-feira, 22, quando integrantes do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e da Secretaria de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (Semarh) foram ao local, de helicóptero. Das 90 casas existentes em Muquém, 50 foram destruídas, oito ficaram de pé e as outras estão podem desabar. “Não sabemos o que fazer só nos resta esperar. Sabemos que não pode-
mos mais ficar aqui. Não vão nem mais religar a energia. O local está condenado”, lamenta. TERRA DE ARTISTAS Muquém - distante 83 quilômetros de Maceió - é conhecida pela diversidade e criatividade do artesanato dos descendentes quilombolas, como as peças ornamentais e utilitárias de barro moldada pelas hábeis mãos dos artesãos, além de produtos a partir da fibra, palha da bananeira e da taboa. Mas foi dona Irinéia que se tornou referência na cultura popular do Nordeste brasileiro. A artesã ficou famosa por esculpir anjos, santos, cabeças e outras figuras do seu imaginário. Atualmente, sua arte está presente em restaurantes, pousadas e galerias de arte de todo o País. Em entrevista a O JORNAL em abril deste ano, dona Irinéia declarou: “Graças ao artesanato hoje sou outra mulher, reformei minha casa, comprei geladeira. Não sei ler e nem escrever, meu marido é quem assina o meu nome nas peças. Meus nove filhos estão estudando, é meu maior orgulho. Dois vão se formar como professores”. SOLIDARIEDADE - As pessoas que puderem ajudar dona Irinéia - que desde o dia 13 de maio de 2005 compõe o Registro do Patrimônio Vivo (RPV) - e a comunidade dos remanescentes dos quilombolas, serão bem recebidas. Não existem muitas casas; o ateliê e o forno de dona Irinéia não funcionam mais; mas o patrimônio continua vivo. (A.V.)
Como em outras cidades, moradores da comunidade pedem ajuda
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Em Eclipse, um Exército de vampiros sai à caça de Bella para matá-la
Enfim, Eclipse O aguardado filme estreia nesta quarta-feira nos cinemas brasileiros
Reuters risten Stewart, 20, mal pode esperar para cravar os dentes em Amanhecer, a parte final da série de filmes de sucesso Crepúsculo, sobre a paixão por um vampiro. A atriz principal da série, cujo terceiro filme Eclipse estreia nos cinemas em 30 de junho, afirmou que, quando a adolescente Bella Swan finalmente se tornar uma dos mortos-vivos em Amanhecer, ela será uma das vampiras mais “cool” do filme.
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“Eu pensei bastante sobre isso e mal posso esperar para de fato acontecer. Vai ser uma viagem, vai ser esquisito”, disse Stewart a jornalistas durante o fim de semana de entrevistas para promover Eclipse. Os filmes Crepúsculo giram em torno de Bella e seu romance proibido com o vampiro Edward Cullen. Os livros de Stephenie Meyer se tornaram um sucesso de vendas e os filmes também. O primeiro, Crepúsculo, e o segundo, Lua Nova, arrecadaram juntos US$
1,1 bilhão (R$ 1,969 bilhão) nas bilheterias de todo o mundo. A expectativa dos fãs é grande para Eclipse, no qual um Exército de vampiros sai à caça de Bella para matá-la. Mas muitos dos que assistiram a Crepúsculo argumentam em sites e em outros lugares que o quarto livro, Amanhecer, é muito sombrio para ser transformado em um filme para o público adolescente. De fato, o estúdio por trás da saga, o Summit Entertainment, afirmou na semana passada que dividiria
Amanhecer em duas partes, após uma série de especulações na mídia indicando que a empresa precisaria de dois filmes para contar uma história tão complicada. Stewart, entretanto, parecia animada com a decisão do estúdio e pelo fato de Bella, em Amanhecer, ser transformada numa morta-viva pelo amado Edward. A atriz afirmou que ela e outras pessoas envolvidas no projeto sabiam há muito tempo que Amanhecer seria transformado em dois filmes.
Robert Pattinson é parente distante de Drácula Vasculhe o passado do astro de Crepúsculo Robert Pattinson, e o que você descobre? Uma ligação sanguínea com o Drácula, o maior vampiro de todos os tempos. O site genealógico na Internet Ancestry.com disse na quarta-feira que o ator britânico é um parente distante do Drácula Vlad 3º - o monarca do século 15 que inspirou o Conde Drácula na literatura de Bram Stroker em 1897. “Rastrear a família de
Pattinson até Vlad foi uma pesquisa difícil, mas as peças que foram desvendadas criaram o acompanhamento perfeito para A saga Crepúsculo”, disse Anastasia Tyler, uma genealogista do Ancestry.com. Pattinson interpreta o vampiro apaixonado Edward Cullen na série de filmes de sucesso baseado nos romances de Stephenie Meyer. Especialistas em histórias de famílias disseram que Pattinson e Vlad - o déspota nascido
na Transilvânia conhecido como Vlad, o Empalador-- provavelmente têm parentesco através da atual família real britânica. Pattinson, 24 anos, é um primo distante do príncipe William e do príncipe Harry pelo lado do pai deles, provavelmente através da família Pickering, que viveu no norte da Inglaterra no início do século 16, disse a Ancestry.com. “Sem mito ou magia, descobrimos realeza e vampiros na vida de Pattinson - fazendo
sua história se tornar tão sobrenatural quanto a que ele interpreta na telona”, disse Tyler. Pattinson não é o único astro de cinema cujo passado carrega uma misteriosa semelhança com seu personagem em cena. No ano passado, o Ancestry.com disse que a atriz Emma Watson, que interpreta a bruxa adolescente Hermione Granger nos filmes de Harry Potter, é parente de uma mulher no século 16 acusada de bruxaria.
TV ABERTA EDUCATIVA 06h00 06h30 07h00 08h00 09h00 10h00 10h30 11h00 11h30 12h00 12h45 13h00 13h30 14h00 14h30
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Roda a Roda Jequiti Programa Silvio Santos De Frente Com Gabi Arquivo Morto // Cold Case Desaparecidos // Without a Trace Plantão Solidário Estética // Nip/Tuck Encerramento
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O JORNAL
Espaço B4
Domingo, 27 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: ojornal@ojornal-al.com.br
UMAS POUCAS PALAVRAS
Marques de Melo José Marques de Melo é um dos colaboradores de ESPAÇO, por onde solta o seu viés sertanejo de raiz. Este é o seu terceiro texto que publicamos. Desta feita, dá uma informação sobre sua história familiar, e nos ajudar a conhecer sobre a formação sertaneja, costumes da região e sobre o detalhe da integração de fronteira oeste entre Alagoas e Pernambuco. Os depoimentos sobre os locais são fundamentais para que se trace uma história dos costumes e, especialmente, a história das mudan-
ças que acontecem. A invasão do espaço pelas novidades vai abrindo novas formas de interrelações e muitas delas se encontram anunciadas e enunciadas neste texto, especialmente, no sentido das montagens dos perfis familiares. Há uma afirmativa implícita no texto: as mudanças tendem a uma interferência geral no universo dos costumes e, por outro lado, ele ressalta o papel da mulher nordestina no dia-adia da economia. Deste modo, mergulhando na saga de sua família, coloca em relevo pó tempo regional.
Não é mera coincidência o fato de, há cem anos, naquele município, haver nascido Iveta Marques de Melo, uma matriarca cuja história de vida constitui paradigma do empreendedorismo. E, como tal, seu resgate pode nutrir a vocação inerente ao pólo de negócios do campus Sertão da UFAL instalado em Santana do Ipanema, neste ano de 2010.
Itinerário de uma sertaneja empreendedora José Marques de Melo
provocaram o enfarto que o vitimaria, levando à sepultura. Atribuindo sua viuvez à parentela intolerante, Eufrosina rompeu com a família. Decidiu mudar-se para a cidade de Santana do Ipanema e recomeçar tudo do zero. Trouxe em sua companhia onze filhos, renunciando publicamente ao sobrenome Wanderley. Assumindo a identidade familiar do marido, deu uma lição de altivez que selaria os destinos de sua numerosa prole.
undada em 1787, pelo Padre Francisco Correia, Santana do Ipanema caracterizou-se como espaço socioeconômico em que a mulher sempre ocupou papel de relevo. Crescendo como lugar de passagem dos nativos fulni-ô, que nas secas periódicas buscavam refúgio em paragens irrigadas, acolhia também pecuaristas atraídos pelas oportunidades de negócios com o gado de corte. No princípio, o povoado sobreviveu pelo estoicismo de abnegadas mulheres do povo, irmanadas pelo beatismo franciscano, que ali permaneceram vigilantes, zelando a capela de Senhora Santana. Mais adiante, o progresso local contaria com a participação de mulheres destemidas, educadoras e comerciantes, cujas figuras emblemáticas foram, no passado, a Viúva Manoel Rodrigues da Rocha, popularmente conhecida como D. Sinhá Rodrigues, e na atualidade a Prefeita Municipal Renilde Silva Bulhões. Não é mera coincidência o fato de, há cem anos, naquele município, haver nascido Iveta Marques de Melo, uma matriarca cuja história de vida constitui paradigma do empreendedorismo. E, como tal, seu resgate pode nutrir a vocação inerente ao pólo de negócios do campus Sertão da UFAL instalado em Santana do Ipanema, neste ano de 2010.
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SAGA FAMILIAR - Nascida em 29 de junho de 1910, na vila de Poço das Trincheiras, então distrito de Santana do Ipanema, Dona Iveta provém da estirpe batava dos Wanderley, herança de sua mãe Eufrosina, e da linhagem luso-brasileira dos Marques, a que pertencia seu pai, o advogado de ofício, José Ceciliano. Pela tradição familiar, Dona Eufrosina fora prometida a um primo Wanderley. Os casamentos intersanguíneos Iveta Marques de Melo na companhia da amiga Jaci Lima resultavam de estratégia típica da economia de subsistência, no sentido de garantir a integridade do patrimônio tiva senão “roubar” Eufrosina, tendo a cumplicidade de rural. Mas, ao visitar parentes que residiam na fronteiriça seus parentes de Águas Belas, onde se casaram. Fato consumado, o clã Wanderley manteve as apacidade de Águas Belas, a loura Eufrosina enamorou-se do moreno José Ceciliano. Originário da vila de Canhotinho, rências, aquiescendo em abrigar o jovem casal e coopo jovem Marques não perdeu tempo, pedindo a mão da tar José Ceciliano, dando-lhe a tutela do cartório do vinoiva aos pais. Face à recusa, o forasteiro não teve alterna- larejo. Entretanto, as permanentes tensões familiares
Fotos: Arquivo pessoal
ESPÍRITO DE CLÃ - Para sobreviver, a Viúva Marques conduziu a filharada à luta. Empregou os varões no comércio local e constituiu uma arriscada empresa familiar. Era ao mesmo tempo uma fábrica de fundo de quintal (produtora de doces e salgados, que os filhos menores vendiam de casa em casa) , uma oficina de corte e costura (ocupando a força de trabalho das filhas mulheres) e um artesanato de rendas de bilro (que ela própria tocava, ensinando o ofício às filhas caçulas Iveta e Marina). Desta maneira, subsistiu com dignidade, educando os filhos e dando bom exemplo aos descendentes. Tal mãe, tal filha. A trajetória de Iveta Marques de Melo espelhou em grande estilo o itinerário percorrido pela genitora. Voluntariosa, determinada e persistente, como a mãe Eufrosina, ela enfrentou a autoridade materna, na etapa matrimonial. Mesmo pertencente ao clã dos fundadores de Santana do Ipanema e sendo herdeiro de Jorge Firmo de Melo, o principal panificador da cidade, seu noivo, o automobilista Leuzinger Alves de Melo, recebeu um não peremptório, ao pedi-la em casamento. Dona Eufrosina reprovava seu estilo de vida boêmia. E não houve quem a convencesse a mudar de opinião. Isso talvez explique porque 4 de suas filhas permaneceram solteiras convictas. Sem opção, Leuzinger “roubou” Iveta , contando com a cumplicidade do futuro prefeito da cidade, seu cunhado Joel Marques e de sua esposa Mariquinha Nepomuceno. Contrariando a matriarca de sangue holandês, eles acolheram a nubente na fazenda Coqueiros, onde residiam. E a apadrinharam na subida ao altar da matriz de Senhora Santana.
Poupança e investimento proporciona rendimentos O jovem casal viveu inicialmente na casa da família do marido, até que Iveta convenceu Leuzinger a renunciar à boemia. Sua meta: construir o patrimônio familiar, estribado na poupança doméstica, lastreando um fundo de investimento imobiliário. O ponto de partida foi a construção da casa própria. Ao invés de residir nas proximidades do comércio, à margem do rio Ipanema, a família Marques de Melo adquiriu um terreno espaçoso, a preço módico, no alto do Monumento. Desbravou assim o espaço urbano que abrigaria, anos depois, a elite da cidade e os equipamentos de natureza educativa e cultural. Enquanto Leuzinger viajava, gerenciando uma
companhia de transportes interurbanos e mediando negócios agrícolas, Iveta assumia a construção da vivenda familiar. Mesmo estando inconclusa a obra, mudou-se com filhos e empregados para o bairro alto. Assim procedendo, acompanhou de perto a construção, fiscalizando os artesãos contratados pelo marido ausente. Uma vez por semana, Leuzinger ficava com a família, dialogando com a esposa sobre as etapas seguintes da obra. Concluída a ampla residência, Iveta incentivou o marido a prosseguir no ramo da construção civil, edificando casas para alugar aos adventícios que vinham ocupar postos no setor terciário, então prosperando na região. O esquema era o mesmo.
Leuzinger financiava e planejava a obra, contratando os serviços de pedreiros, marceneiros e outros especialistas. Iveta administrava com mão de ferro, mas com o coração aberto. Cobrava eficiência dos empreiteiros, mas dava assistência aos seus familiares, procedentes de outras plagas. Começou o trabalho silencioso de filantropia que a converteu numa espécie de anjo dos desvalidos. O investimento imobiliário começou a dar rendimentos satisfatórios, permitindo a Leuzinger abandonar o trabalho itinerante, mediando negócios entre produtores e varejistas. Vivendo com a família, dedicou-se a novas construções, enveredando pelo segmento das casas populares.
Casarão da família é transformado em um hotel Sempre atento às flutuações do mercado, um dia Leuzinger confidenciou a Iveta: ouvi na Rádio Nacional que está em vias de aprovação uma nova lei, favorecendo inteiramente os inquilinos. Juntos, tomaram a decisão de buscar outro rumo comercial. Para reaver o patrimônio investido, Iveta aconselhou a venda dos imóveis aos inquilinos que fossem bons pagadores. E assim procederam. Mas, o que fazer com o capital recuperado? Consultando amigos e parentes, surgiu a idéia de aplicar num empreendimento hoteleiro, pois a cidade não contava com hospedaria confortável. E converteram o casarão da família num hotel de referência na região. Antes, construíram uma casa no terreno vizinho
para acolher a unidade familiar, abrigando também os agregados domésticos. O projeto do Hotel Avenida foi concebido e executado com muita segurança, numa admirável parceria do casal Marques de Melo. Leuzinger comandou a reforma do edifício e a aquisição dos utensílios apropriados. Para tanto, contou com a assistência do cunhado, Clovis Marques, comerciante de prestígio na praça do Recife, onde foram comprados os insumos próprios da moderna hotelaria. Iveta ficou encarregada de gerenciar o restaurante, visando atrair clientes pela qualidade da gastronomia. Ela comprou um jipe para operacionalizar o abastecimento. Antes de inaugurar o hotel percor-
reu as fazendas produtoras de alimentos, no município e cercanias. Negociou exclusividade no fornecimento de frutas, legumes, aves, laticínios e produtos congêneres. Contratou cozinheiras, treinou arrumadeiras e instruiu garçonetes. Como decorrência dessa divisão de trabalho na empresa familiar, a matriarca foi dando asas à sua vocação industrial, ao erigir uma fábrica de fundo de quintal que a consagrou como produtora emblemática de doces de frutas. Enquanto isso, o patriarca dedicava-se a supervisionar o hotel, reunindo amigos e hóspedes, nos fins de tarde, para passar em revista a atualidade nacional e mundial, abastecendo-se das últimas notícias no rádio e jornais.
Iveta com o filho mais velho (José) nos braços. Ao fundo, a Cachoeira de Paula Afonso
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O que faz Marques de Melo Jornalista, professor doutor, inúmeros títulos de dignidade acadêmica e, dentre eles, Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Alagoas.
Doçaria, um novo negócio Inicialmente, Dona Iveta montou uma unidade à parte, visando abastecer o restaurante do hotel. Numa estação, fabricava doces de goiaba em barra e na outra, cajus ameixados. Logo, os hóspedes começaram a pedir que ela vendesse caixas ou pacotes extras para presentear amigos e parentes. A demanda cresceu de tal modo que Dona Iveta ampliou sua estrutura produtiva, contratando mais ajudantes e duplicando as encomendas aos fornecedores. Houve momentos em que empregava 20 a 30 trabalhadores temporários na fábrica de doces. Também passou a negociar previamente com os plantadores de frutas, antecipando as compras, ou seja, fechando negócios na florada para entrega na colheita. Ela se realizava inteiramente nessa atividade, independente do marido, pois não visava lucro para ser reinvestido. O capital amealhado ela aplicava seletivamente em doações à família, dando preferência aos filhos e netos, mas fazendo caridade às pessoas necessitadas que ela socorria em situações dramáticas: viúvas, órfãos, acidentados, fracassados, etc. EXCURSÕES - Como atividade sazonal, Dona Iveta organizou passeios recreativos para clientela exclusiva. Nesse sentido, ela foi desbravadora do turismo rural. Ainda jovem, promovia excursões anuais a propriedades de amigos ou conhecidos. Levava filhos, sobrinhos, vizinhos para vivenciar o cotidiano rural, principalmente na fase da colheita e da fartura. Mais tarde, passou a organizar excursões a pontos turísticos situados na geografia nordestina. Seus destinos preferidos eram a Cachoeira
de Paulo Afonso (BA), visitando a Usina da Pedra, e a cidade de Águas Belas (PE), onde os índios fulni-ô se reuniam uma vez por ano para celebrar o Toré. As curtas distâncias permitiam sair de madrugada e voltar à noitinha, naturalmente incluindo o farnel alimentar, que ela preparava com esmero para não perder tempo em restaurantes de beira de estrada. Paradas estratégicas, à sombra de árvores frondosas, ensejavam o refrigério gastronômico, bem como a realização de atividades fisiológicas, atrás de moitas espessas. Depois, seu destino passou a ser Juazeiro do Padre Cícero, no Ceará. Sua motivação era mística: pagar promessas devidas ao santo do povo. Essa obrigação justificava a adesão de amigos e parentes. Dependendo do tamanho do grupo, Dona Iveta alugava caminho-
Hotel Avenida
netas, kombis ou ônibus. Essas eram excursões que, tomando mais de um dia, requeriam o pouso em pensões ou hotéis e a alimentação em restaurantes indicados por pessoas de confiança, prévios usuários dos serviços oferecidos. Na verdade, as iniciativas propostas por Dona Iveta no ramo do turismo rural, religioso ou cultural não configuravam empreendimentos com finalidade lucrativa. Ela não queria auferir lucros, mas também não desejava subsidiar os participantes. Do ponto de vista financeiro, tratava-se de um rateio entre os usuários, cabendo-lhe o trabalho de planejamento e coordenação, que ela realizava por puro prazer, sem cobrar um centavo. Anote-se que tais iniciativas eram abertas exclusivamente a pessoas do seu entorno familiar ou domiciliar.
Cartomantes e jogo do bicho eram alguns dos seus passatempos Convém ainda registrar que, se tivesse sobrevivido aos tempos em que os investimentos na bolsa de valores representam operações de risco, Dona Iveta talvez estivesse fazendo inversões dessa natureza, ou seja, jogando na bolsa. Deduzo essa possibilidade da sua fascinação pelos jogos recreativos. Na época dos bingos, ela promovia em casa noites de disputa com suas amigas, sorteando prêmios especiais e até mesmo quantias em dinheiro... Outra de suas predileções era arriscar alguns trocados em bilhetes de loteria e no jogo do bicho. Para apostar, munia-se de palpites enraizados nos sonhos das empregadas ou de familiares. Também gostava de precaver-se em relação ao futuro, consultando videntes e cartomantes. Quando os bandos de ciganos passavam pela cidade, ela chamava as pitonisas para ler sua mão e de suas colaboradoras, decifrando os caminhos que lhes estavam reservados pelo destino. RELIGIOSIDADE - Dona Iveta cultivava uma religiosidade peculiar. Educada no catolicismo tradicional, conviveu com um marido agnóstico e anticlerical. Para manter o equilíbrio familiar, absteve-se de freqüentar regularmente a igreja. Mantinha em casa um santuário, onde realizava diariamente suas orações, em companhia dos filhos pequenos e das empregadas. Promovia novenas em ocasiões especiais. Nunca deixava de comparecer aos atos missionários conduzidos pelo Frei Damião de Bozzano. Mais tarde, dedicou-se ao culto ao Padre Cícero, promovendo romarias. A iniciação religiosa dos filhos ela transferiu à irmã caçula, Marina, católica fervorosa, presidente da congregação das filhas de Maria na matriz de Senhora Santana. Todos os filhos estiveram sob a tutela das tias
carolas, até a primeira comunhão. Depois disso, fez um pacto com o marido. Ela cuidava da educação das filhas, que foram estudar em colégios de freiras católicas. Ele se encarregava de orientar os filhos, cuja formação secundária se deu em colégios protestantes ou laicos, em Maceió e Recife. Devota de Santa Rita de Cássia, Dona Iveta manteve freqüente contato com as outras integrantes da sua irmandade. Seu desejo era enterrar-se vestida com o hábito de Santa Rita. Para tanto, mandou costurar antecipadamente a mortalha. Mas, teve que repor o estoque, porque freqüentemente emprestava o hábito a amigas que foram surpreendidas pela morte sem haver providenciado as vestes para a última caminhada ao Santa Sofia, o cemitério local. Outro ritual da sua predileção era a missa celebrada anualmente em homenagem a São Pedro, seu padroeiro. Mesmo sem comparecer ao ato, ela patrocinava a missa festiva da capela de São Pedro, no bairro da Maniçoba, no dia 29 de junho. Tinha muita fé nas rezadeiras e benzedeiras, requisitando-as de vez em quando para receber suas bençãos e para submeter os filhos a sessões de desencosto, prevenindo-os assim dos maus olhados e misérias congêneres. FILANTROPIA - A chegada dos netos foi o indicador que a fez encerrar gradativamente, de comum acordo com o marido, a empresa familiar. Começou pela desistência da atividade industrial. Em seguida, fechou o restaurante do hotel, mantendo apenas o serviço de café da manhã, mesmo assim supervisionado por empregada de confiança. Recolheu-se à vida privada, conservando apenas a horta, cultivada em propriedade mantida nas cercanias, bem como a criação de aves, jabutis e suínos. Na verdade, essa foi uma estratégia que ela engendrou para garantir o emprego
de fiéis servidores, ociosos com a desativação do hotel. Continuou também a alimentar os velhinhos recolhidos à Casa de São Vicente, cujo jantar ela preparava em casa e religiosamente mandava um empregado levar ao abrigo, até o fim de sua vida. MEMÓRIA - Cercada por netos, legítimos, postiços e adotados, Dona Iveta desfrutou os últimos anos exercitando o memorialismo que lhe permitia transmitir lições de perseverança e otimismo. Adorava contar as histórias dos seus tempos de mocidade. Duas narrativas predominavam. Suas lembranças da adolescência na fazenda Pacus, quando a família era obrigada a refugiarse na serra, toda vez que chegavam ameaças de invasão do vilarejo pelo bando sanguinário de Lampião. Também gostava de recordar a epopéia da viagem marítima a Santos. Viajou, em companhia da filha Elza, no tempo da Guerra, receando que o navio fosse atingido pelos torpedos lançados por submarinos alemães. Esse episódio fez parte da aventura empreendida pelo jovem Leuzinger. Induzido a deixar a boemia, tentou vida nova em São Paulo. Atraído pela irmã Edite, proprietária de uma fazenda exportadora de bananas, no Vale do Ribeira, ele veio sozinho e depois trouxe a família. Ao reencontrar o marido e a cunhada, Dona Iveta recuperou o ânimo. Mas, logo se mostrou inadaptada ao clima frio. Sensibilizada pela tristeza da filha Elza, saudosa dos costumes sertanejos, não lhe foi difícil convencer Leuzinger a retornar ao torrão alagoano. Mesmo enfrentando os perigos da viagem marítima, voltavam com a determinação de recomeçar a vida, na terra natal.
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Hoje Divulgação
Continua a apresentação do espetáculo Não te esqueças que venho dos trópicos (foto) da Companhia de Dança Maria Emília Clark, às 16h e às 20h, no Teatro Gustavo Leite – Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá. A peça contextualiza o pintor alagoano Fernando Lopes, envolvendo mais de 500 pessoas entre técnicos, bailarinos, alunos e crianças do Projeto Social mantido pela Academia Maria Emília Clark. No palco serão 40 bailarinos, entre crianças e adolescentes. Ingresso: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira). Mais informações: (82) 3336-8292 / 8888-7173 / 9318-7172.
Amanhã Show com o trio Nó Cego, apresentação da quadrilha do grupo da terceira idade, ações esportivas e recreativas no Sesc Guaxuma (Rua Coronel Mário Saraiva, s/n), no próximo dia 28, às 13h. Ingressos: R$ 4 a R$ 11 (gratuita para comerciários com carteira do Sesc). Mais informações: 0800 284 2440 / (82) 3325-5021 / 3377-3280.
Sexta-feira O espetáculo Barney e seus amigos levará as crianças alagoanas a um mundo imaginário repleto de aventuras e situações inusitadas. No dia 2 de julho será a vez da meninada de Arapiraca curtir a peça, às 17h, no Clube dos Fumicultores. Ingressos: Foto Nacional 1 e 2. Já no dia 4 do mesmo mês, serão as crianças maceioenses que irão assistir à divertida estória, às 16h30, no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá). Ingressos: stands Viva Alagoas. Mais informações: (82) 3033-5539 / 81065414. Happy Hour com a Orquestra Sal da Terra no Sesc Poço (R. Pedro Paulino, 40), dia 2 de julho, às 19h30. Ingressos: R$ 5 a R$ 11. Mais informações: 0800 284 2440 / (82) 2123-2440.
Em Breve Encontro de RPG no dia 3 de julho, a partir das 9h, no Sesc Poço (R. Pedro Paulino, 40). Entrada franca. Mais Informações: 0800 284 2440 / (82) 2123-2440. Agora é a vez de Maceió receber o show solo de Oscar Filho que já passou por mais de 75 cidades brasileiras e foi visto por mais de 105 mil pessoas. Putz grill... será apresentado no dia 4 de julho, às 20h30, no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá). Ingressos: R$ 80 (Inteira) e R$ 40 (meia – carteirinha de estudante e idosos), à venda no Stand Viva Alagoas. Mais informações: (82) 3033-5539 / (82) 8821-7727. Música ao vivo com o grupo Moleque Atrevido no Sesc Guaxuma (Rua Coronel Mário Saraiva, s/n), no dia 4 de julho, a partir das 13h. Mais informações: 0800 284 2440 / (82) 3325-5021 / 3377-3280. O curso de Psicologia do Centro Universitário Cesmac vai abrir inscrições para novos cursos de inverno, a partir de segunda-feira (dia 21/06). As aulas serão ministradas durante as férias, pelos professores da instituição, entre os dias 19 e 23 de julho. A carga horária das capacitações é de 20h, com direito a certificado de participação. Gratuitos e abertos à comunidade em geral - inclusive estudantes e profissionais de outras instituições de ensino e com formação em diversas áreas do conhecimento - os cursos serão oferecidos nos turnos da tarde e da noite. Para participar, basta entregar duas latas de leite no ato da inscrição. Nestas férias serão oferecidos nove cursos: o de Psicopatologia, com o professor Félix Vilanova; Psicologia Jurídica Civil e Criminal, com Franklin Bezerra; Jogos de Empresas, com Walter Rocha; Psicodrama, com Rosiete Pereira; Gestão do Comportamento Humano nas Organizações, com Robson Menezes; Psicologia Hospitalar e Processo de Adoecer, com Margarida Ferreira; Sexualidade Humana, com Cristine Rose; Sexualidade Infantil, com Ivana Carla; e Ludoterapia, com Silvino Ferro. As inscrições vão até o dia 9 de julho e podem ser feitas na Faculdade de Psicologia do Cesmac (R. Íris Alagoense, no Farol). Mais informações: (82) 3215-5153.
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JetNews
RECADO “A maior felicidade é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos” Elenilson Gomes
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Chico Brandão
Chico Brandão
Com Glória NO MÊS DE AGOSTO
Márcia e Manuel Marques, dois seres que são a prova viva de que amizade sincera existe e que para ser cultivada pode ser feita de grandes e pequenos gestos
ENCONTRO DA BELEZA Desde ontem, Maceió é referência de beleza. Até amanhã, cidade sedia o Intercoiffure Brasil, Associação Internacional de Mestres Cabeleireiros, o primeiro Meeting anual no país. O evento conta com a presença de alguns dos mais badalados hairstylists do cenário nacional, que se reunem para trocar experiências, discutir as principais tendências em cabelos e maquiagem e participar de um workshop com a estilista Martha Medeiros sobre a fusão de moda e beleza. Chico Brandão
Chico Brandão
Há vários anos, o mês de julho ficou marcado no calendário da sociedade maceioense como a época em que os salões do Ritz Lagoa da Anta se abriam para receber gente bonita e amiga que desfrutariam momentos mágicos em festas temáticas, cuidadosamente pensadas, para comemorar o sucesso das colunas Top e Jet News e o meu aniversário. Assim foi com as noites da Tailândia, Marrocos, Dubai, Paris, Índia... Este ano pensamos em algo diferente. Algo que expõe bem o sentimento as belezas de um país como o nosso. E mesmo sem nenhuma referência ao universo futebolístico, este ano o tema escolhido foi nosso tropicalismo. Mas é impossível pensar em festa, celebração quando nosso Estado está passando por momentos tão difíceis, com cidades destruídas pela ação das águas das chuvas. Fui visitar algumas destas localidades e fiquei impressionado com o estrago e o sofrimento de famílias inteiras. Por isso, a festa "Moro Num País Tropical", que seria realizada dia 22 de julho será transferida para outro momento. Agora o tempo é de unir forças e ajudar nossos irmãos. Nosso encontro fica marcado para o dia 31 de agosto. Sabemos que até lá as coisas ainda não terão voltado ao normal, mas, durante este período, poderemos ajudar mais concentrando nossas ações no amparo destas pessoas que estão sofrendo. Em breve, os convidados desta noite serão devidamente comunicados, com cartas explicando os porquês dessa mudança. De antemão, sei que esta atitude será bem aceita, pois todos querem ver Alagoas sorrir novamente. Obrigado a todos, Elenilson Gomes! CINQUENTÃO Cercado pela família e amigos Gélio Medeiros comemorou seus cinquenta anos, ontem, num jantar, tipo petit comite, organizado por sua amada Martha Medeiros, no Wanchaco. O cardápio foi desenvolvido especialmente para a ocasião pela chef Simome Bert e contou com décor de Walmy Becho.
FAX E E-MAIL A queridaGeneildes Carvalho e Roseana Santos, duas mulheres ímpares, que sempre se destacam em tudo o que fazem, sendo presenças obrigatórias em nossos eventos sociais
O nosso fax e email para envio de notícias: 4009-1960 e topnews@ojornal-al.com.br
Acontece hoje, no Teatro Gustavo Leite, a última apresentação do espetáculo "Não te esqueças que venho dos trópicos", da Companhia de Dança Maria Emília Clark e seu Projeto Social. A obra contextualiza o pintor alagoano Fernando Lopes, envolvendo mais de 500 pessoas entre técnicos, bailarinos, alunos e crianças do Projeto Social, mantido pela Academia Maria Emília Clark.
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Adermatologista Cleide Vieira vem colocando os antenados na linha com os tratamentos de pele - aliados a conselhos valiosíssimos de cuidados com a cútis, em sua Pele.
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Yeda Rocha, uma dama em nosso mundo social, é uma das presenças confirmadas na festa Moro Num País Tropical que acontecerá dia 31 de agosto Chico Brandão
O Pátio Maceió também está na rota da solidariedade com os milhares de alagoanos, vítimas das fortes chuvas que caíram no Estado. Como forma de prestar o seu apoio, o mall está recolhendo mantimentos (alimentos não perecíveis, roupas, água mineral, agasalhos e material de higiene pessoal) que serão encaminhados ao Corpo de Bombeiros, órgão responsável pela triagem e distribuição dos donativos às vítimas das chuvas.
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As peças da coleção de veraneio que desembarcaram a pocuo na Santa Lolla, de Carolina e Mariana Freitas estão sumindo das vitrines e, principalmente, dos estoques. Eu, se fosse você, corria até lá para garantir sua peça.
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Nas refeições informais não há nenhuma restrição quanto a se repetir um prato, e o mesmo acontece com o bufê. Porém, quando estão previstos vários pratos a serem servidos na ordem própria de uma refeição completa servida à francesa, somente se repete um prato se o garçom oferecer uma segunda vez. Caso contrário, não se pede para repetir a sopa ou qualquer dos pratos. Em uma refeição completa um prato completa o precedente, de modo que a fome não será aplacada com o primeiro deles, mas somente ao fim da refeição, incluída a sobremesa.
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Henrique Dória segue como um dos queridinhos do empresariado alagoano com os excelentes serviços de suas Dryclean USA Ponta Verde e Stella Maris.
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Daniela Albuquerque também marcará presença no evento em que Martinha participará, em São Paulo, apresentando as novidades de seu ateliê, desta vez em couro
A NOVA DONA DO PEDAÇO "A nova dona da alta costura paulistana". É assim que Martha Medeiros está sendo chamada em São Paulo e a convite de João Doria Jr. realiza, no sofisticadíssimo Jóquei Club de São Paulo, na próxima quarta-feira, dia 30, às 19 horas mais um lançamento. Reunindo um bom percentual do PIB nacional e famosos como Hebe Camargo, Daniela Mercury, Maria Fernanda Cândido, Preta Gil, Daniela Albuquerque e muitas outras, Martinha apresentara sua colecao 2011 inspirada nas mulheres que ficaram imortalizadas pelo seu estilo como Audrey Herpborn e Jaqueline Kenedy Onassis, afinal não existe nada mais moderno do que ser classuda e extremamente chic.Também será lançada sua nova coleção de couro, com rendas que já tem lista de espera pelos shortinhos, mini jaquetas e coletes que prometem ser o novo desejo fashion e estarão nas capas das principais revistas de moda do Brasil. Para pessoas como eu que conhecem Martinha desde menina sabem que ela é uma estrela, que tem luz própria e que todo este sucesso é mais do que merecido .
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O JORNA L
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Domingo, 27 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cultura@ojornal-al.com.br
EFEITO NARANJA ônica Fireman ainda colhe os elogios do lançamento que realizou em sua Naranja, da nova coleção Outo/Inverno. Para apresentar as peças, ela recrutou suas clientes e deu um show com as peças desfiladas. Gente bonita e inteligente não faltou no interior de sua loja, o que significa dizer que Maceió está ainda mais bonita com as chiques ainda mais estilosas. A seguir, alguns cliques desta tarde de moda e champanhe.
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Mônica Fireman, ao centro, com a equipe que compõe sua Naranja
Larissa e Branca Rosa Fragoso
Dani Dória com sua Luma
Anamélia, Eliane e Fátima France
Cleide e Carol Vieira com a anfitriã
Sandra Malta, Mônica e Soraya Perciano Aline Angeli, Roberta e Chico
Letícia e Flávia Soares
Peças da coleção Cholet
Luciana Bengo e suas filhas
Margareth Gama e Lucinha Peixoto
Sheila Sampaio e Eliane Arouche
Kelly e Nena Praxedes
Edilene Galvão e Danielly Marzullo
Ednúsia e Cristina Suruagy
Heloísa Cox e Mônica Firemam
Andressa Porciuncula e Rita Perelli
RECEITEX
O BOM GOSTO NA DEPUTADO JOSÉ LAGES Terezinha Menezes conquistou de vez as maceioenses. Trazendo para sua Maria Joaquina grifes até então só encontradas no eixo Rio-São Paulo, ela revolucionou ao atender os anseios das mais chiques. Com peças de marcas consagradas como Lorane, ela segue fazendo sucesso na cidade.
O mês de junho já está terminando, mas o friozinho ajuda a manter o clima de festa junina. A dica da coluna é de um cappuccino-quentão. Para o caramelo, você vai precisar de duas colheres de Cappuccino em pó, 100 gramas de açúcar, duas colheres de sopa de água, ¼ de copo de creme de leite, um colher de chá de pimenta do reino preta moída e uma colher de sopa de manteiga. Misture o açúcar e a água numa panela e leve ao fogo até ficar com cor de caramelo. Retire do fogo e acrescente o creme de leite, previamente misturado ao cappuccino, pimenta e manteiga, batendo sempre. Reserve. Para o quentão: um litro de cachaça, 500 ml de água, três paus de canela, seis cravos, uma raiz de gengibre descascada e cortada em rodelas e colheres se sopa de água. Leve ao fogo todos os ingredientes com exceção da cachaça. Deixe ferver até reduzir a metade e acrescente a cachaça e deixe evaporar por 5 minutos anda no fogo. Coe. Quando for servir, ainda bem quente, acrescente uma colher do caramelo, mexendo bem.
Não é a toa que Eliane e Elaine Tenório seguem como referência quando o assunto é gastronomia. Seu Alecrim Verde é um dos restaurantes mais procurados, tanto no almoço como no jantar. Um dos sucessos desta temporada, são os pratos feitos especialmente para o período junino.
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Estiveram com os telefones congestionados, recebendo mil parabéns por mais um niver que comemoraram, o hoteleiro João Ricardo Neto, João Marcelo Cansanção, a antropóloga Nádia Fernanda Maria de Amorim e a empresária Rita Tenório.
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Amanhã, a querida Niedja Belo será o centro das atenções, em razão de mais um niver que comemora. Desde já, os nossos parabéns!
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Quem estava com saudades do Lopana, comandado por Eduardo Salles, temos uma boa notícia: o reduto dos chiques que adoram curtir a brisa à beira-mar está em contagem regressiva para o retorno das férias. Dia 1º de julho, ou seja, na próxima quinta-feira, a equipe volta ao trabalho, com novidades.
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FAX O nosso fax para envio de notícias: 4009-1960.
MAIS LEITE Uma maior ingestão de cálcio pode melhorar significativamente a saúde das crianças, revelou estudo publicado recentemente na revista americana Bone. Um dos pesquisadores, afirma que o leite e seus derivados são ricos em cálcio, sendo extremamente importantes para o crescimento e fortalecimento dos ossos nas crianças e adolescentes. O alerta é de que o consumo de três porções de leite por dia fornece às crianças não somente o cálcio de que precisam, mas também outros nutrientes essenciais como potássio, fósforo e proteínas.
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O JORNAL
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A SELEÇÃO E OS BLOQUEIOS DEFENSIVOS A seleção brasileira aceitou o bloqueio de Portugal na última sexta. Talvez pela segurança que o empate lhe dava, o time não buscou meios para furar a defesa adversária e conquistar sua terceira vitória no Mundial. No primeiro tempo, tínhamos como principal alternativa ofensiva a exploração do lado direito. Maicon subia muito e, invariavelmente, criava chances pelo flanco. Precisando do empate para garantir a classificação, o técnico de Portugal, Carlos Queiróz, resolveu acabar com a festa. No segundo tempo, ele pediu para Cristiano Ronaldo cair pela esquerda, nas costas do avançado Maicon, e obrigou nosso lateral a ficar mais preso à marcação. Depois, o atacante Simão entrou na equipe, e esse lado ficou ainda mais ofensivo. Dunga prendeu Maicon, segurou também Daniel Alves, e as duas seleções ficaram engessadas, sem inspiração para chegar ao gol. Uma constatação que podemos fazer a partir do jogo de sexta é que Kaká realmente não tem substitutos à altura nesse elenco da seleção brasileira. Julio Baptista decepcionou como opção. O jogo flui com o camisa 10, que, mesmo quando não atua bem, chama a marcação e abre espaços para os companheiros. Quando está inspirado, ele realmente faz a diferença, como aconteceu no duelo com Costa do Marfim. Felizmente, Kaká está confirmado amanhã, no jogo contra o Chile. Além do craque, Robinho volta ao time e também será uma excelente válvula de escape para o Brasil. Mais requisitado, Luís Fabiano também tende a melhorar seu desempenho.
HISTÓRIA DO CLÁSSICO Alemanha e Inglaterra têm história nas Copas. Os dois países, inclusive, já decidiram o Mundial de 1966, quando os ingleses conquistaram o seu único título. Num jogo polêmico, a Inglaterra foi beneficiada por um gol ilegal de Hurst, aos 8 minutos da prorrogação. A bola bateu no travessão e no chão, mas não ultrapassou a linha do gol. O árbitro não titubeou e confirmou o tento. Hoje, quando as duas seleções iniciarem o duelo eliminatório, a partir das 11h, muitos dos fantasmas daquela partida vão ser evocados.
ARGENTINA A Argentina tem um excelente ataque, mas inveja o Brasil na sua parte defensiva. O time de Maradona gostaria muito de contar nesta Copa com o talento brasileiro do meio para trás. Lá, os zagueiros são muito lentos, e os laterais apenas compõem a equipe. Não há brilho nesse sistema defensivo. Hoje, o treinador da Argentina vai precisar contar com todo seu poderio ofensivo para o time passar sem sustos pelo México. Vai ser um bom teste.
CURTO-CIRCUITO O japonês Honda foi um dos jogadores de maior destaque da primeira fase do Mundial. Com belas jogadas e gols decisivos, ele foi fundamental para a excelente campanha de seu País. Terça-feira, o Japão vai encarar o Paraguai nas oitavas. Hoje, na melhor das hipóteses, um campeão do mundo vai arrumar as malas na África. Inglaterra, Alemanha e Argentina entram em campo para matar ou morrer.
Coletividade explica os 100% da Holanda na primeira fase da Copa Johannesburgo - Desta vez não vai ser por problemas de relacionamento que a seleção holandesa não vai chegar às finais de um Mundial. Ao contrário de outras edições, quando até casos de racismo foram especulados entre o elenco da ‘Laranja Mecânica’, o time comandado por Bert Van Marwijk, classificado em primeiro lugar no Grupo E, com nove pontos, esbanja amizade e o bom humor é visível em todos os treinamentos em Johannesburgo. “Estamos juntos há dois anos. Nossas famílias se conhecem. Tratamos de problemas particulares em nossas concentrações”, disse Van Bronckhorst, lateral-esquerdo e capitão da equipe da Holanda. O time atual não tem o mesmo glamour de outros que ostentavam craques como Gullit e Van Basten ou Bergkamp e Kluivert, mas aposta no equilíbrio dentro e fora de campo para voltar a chegar pelo menos às semifinais, feito que não consegue desde 1998, quando perdeu para o Brasil nos pênaltis. “Não existe estrelismo em nosso grupo. Todo mundo se dá bem”, revelou Sneijder, sem querer comentar elencos do passado. “Não fiz parte do grupo. Não posso falar nada.” O certo é que em gerações passadas jogadores oriundos do Suriname - ex-colônia holandesa na
A Holanda, de Sneijder, pode pegar o Brasil nas quartas de final
América do Sul -, como Reizenger, Davids, Kluivert não se davam com os irmãos Frank e Ronald De Boer, Bergkamp entre outros. Isso só prejudicou a equipe holandesa, que deixou de galgar posições importantes em mundiais de um passado recente Há duas semanas, um episódio demonstra toda a preocupação da delegação holandesa em demonstrar que todos se dão bem no grupo. O técnico Marwijk proibiu os jogadores de utilizarem o Twitter na concentração, após um vídeo ser colocado no youtube, no qual o atacante Elia xinga o zagueiro Khalid Boulahrouz, de origem marroquina. Em comunicado pelo site oficial da seleção, Elia e Boulahrouz afirmaram ter sido apenas uma brincadeira. A presença de Bert Van
Marwijk no comando do time também se mostra como um fator positivo. Ao contrário de seus antecessores, como Rinus Michels, Dick Advocaaat, Guus Hiddink e Louis Van Gaal, Marwijk não é badalado pela imprensa ou pelos grandes clubes da Europa. Aos 57 anos, o técnico passou por equipes médias da Europa como Feyenoord, da Holanda, e Borussia Dortmund, da Alemanha. “Todos temos a mesma vontade de vencer e iremos bem forte atrás de nossos objetivos”, disse o treinador, que está no comando da equipe desde 2008, após substituir o ídolo nacional Marco Van Basten. Amanhã, às 11h, a Holanda enfrenta a Eslováquia por uma vaga nas quartas de final. Com certeza, muito unida.
PORTUGAL Cristiano Ronaldo ficou isolado no ataque de Portugal, na sexta-feira, contra o Brasil. Jogou como centroavante, lutou muito, mas bateu duas faltas de maneira bisonha e em determinados lances abusou do individualismo. Mesmo assim, foi eleito o melhor jogador em campo - pela terceira vez em três jogos de Portugal no Mundial. A eleição é feita com a maioria dos votos pela internet, de torcedores. O atacante admitiu que estranhou a função que exerceu em campo. "Não é onde mais gosto de jogar, mas quero ajudar. Fiquei um pouco sozinho, é verdade, mas o importante é que nos classificamos", disse. "O Mundial começa agora e estamos confiantes". Cristiano afirmou que foi bom jogar contra Lúcio, que definiu como um dos melhores zagueiros do mundo, apesar de ter perdido a maioria das disputas. "Foi um duelo normal, mas toda a equipe do Brasil foi bem". Para ele, o empate foi um excelente resultado para Portugal. "Não jogamos contra a Estrela Amadora (time pequeno português) e sim contra uma das melhores seleções do mundo".
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O general da banda Mascherano lidera a Argentina no confronto eliminatório contra o México PRETÓRIA - Javier Alejandro Mascherano tem 26 anos e mede 1,74 metro. Mas quando está em campo com a camisa da seleção argentina se transforma em um gigante. A ponto de Diego Maradona não ter dúvidas de colocar a braçadeira de capitão no ‘Jefecito’ (chefinho em português), apelido ganho quando ainda atuava pelo River Plate, herança de seu mentor Leonardo Astrada, “El Jefe” como é conhecido. “Javier é o jogador que mais se assemelha comigo. Possui um grau muito elevado de liderança sobre o elenco”, afirma constantemente “El Diez”. Hoje, diante do México, às 15h30, em Johannesburgo, pelas oitavas de final da Copa do Mundo da África do Sul, Mascherano volta ao time após ficar fora do duelo com a equipe da Grécia. Motivo: ele estava “pendurado” com um cartão amarelo. “Não posso me dar ao luxo de perder um jogador como ele. Sua presença em campo me garante que muito do que falamos nos treinos e concentração será feito”, disse o técnico Maradona, sem esconder o orgulho por seu atleta. Articulado e inteligente, Mascherano, que já atuou 60 vezes pela Argentina e disputou o Mundial da Alemanha, em 2006,
Samuel deve reforçar o time O zagueiro Walter Samuel se recuperou de uma lesão e deve reforçar a defesa da Argentina contra o México pelas oitavas de final do Mundial. “Todos os jogadores estão à disposição da comissão técnica”, disse, sexta-feira, Donato Villani, médico da seleção, sem dar outros detalhes. Essa afirmação significa que o zagueiro da Inter de Milão foi liberado após se recuperar de uma contratura muscular sofrida durante a vitória da Argentina por 4 x 1 sobre a Coreia do Sul. Samuel foi substituído aos 22 minutos do primeiro tempo por Nicolás Burdisso, que foi titular na vitória por 2 x 0 sobre a Grécia. Durante os últimos dias, o zagueiro fez trabalhos em separado enquanto realizava tratamento intensivo para se recuperar da lesão. Com Samuel liberado, a definição de seu retorno ao time titular depende do técnico Diego Maradona, que pode preservá-lo para a sequência da Copa do Mundo, caso a Argentina consiga eliminar o México.
Mascherano é a principal peça do sistema defensivo da Argentina no Mundial
assume tranquilamente o papel de representante do treinador dentro de campo. Nos treinamentos nos campos da Universidade de Pretória é normal vê-lo orientar os companheiros sob o olhar de
Maradona. “Entramos em um momento do Mundial em que é preciso manter a concentração a todo instante. Não podemos entrar na euforia da torcida. Sabemos que os argentinos nos levam do céu ao in-
ferno em segundos. É preciso jogar um balde de água fria em todos e seguir buscando nossos objetivos passo a passo”, disse o ex-corintiano. Mascherano, jogador do Liverpool desde 2007, sabe como poucos tirar parte da responsabilidade atirada sobre as costas de Lionel Messi. “O futebol segue cada vez mais para uma disputa tática. Não se pode esperar que o craque faça a diferença em todos os jogos. Você precisa ter um esquema bem definido para que não seja surpreendido”, avaliou. O atleta argentino não se mostrou satisfeito com o desempenho do time nos três primeiros jogos da primeira fase. “Sei que jamais chegaremos à perfeição, apesar de a procurarmos sempre, mas não podemos ter momentos ruins, ficarmos sem a bola por 15 ou 20 minutos em uma partida decisiva.” Ele se referia principalmente aos jogos contra Coreia do Sul e Grécia. Sobre o favoritismo argentino para a conquista da Copa do Mundo que aumenta a cada vitória, Mascherano prefere manter a calma. “Existem outras seleções mais favoritas que a nossa. Estamos atrás deste sonho como qualquer outra equipe”, complementou.
Jogadores mexicanos estão muito confiantes JOHANNESBURGO - Efraín Juárez sabe que existe bastante pessimismo em sua pátria sobre as possibilidades da seleção mexicana derrotar a equipe Argentina na Copa do Mundo da África do Sul, hoje, no Estádio Soccer City, em Johannesburgo Entretanto, pediu aos seus compatriotas que acreditem no time, pois assegura que a equipe vai lutar até a “morte” para triunfar nas oitavas de final. O meio-campista de 21 anos disse que passa boa parte do tempo livre na concentração em redes sociais e que por isso tem conhecimento do que se fala e se publica no seu país. “Sabemos que há gente confiando e outras não. O que eu quero pedir-lhes é que não duvidem de que faremos o melhor para o bem da seleção e do país e que vamos fazer o melhor possível para conseguir ganhar. Espero que não duvidem de nós”, afirmou Juarez. Os argentinos chegam com 100% de aproveitamento para enfrentar os mexicanos, que tiveram uma atuação ruim
na derrota por 1 x 0 para o Uruguai. “No futebol não há favoritos e muitas coisas podem especular. Eles fizeram uma primeira fase muito boa e por isso são apontados como favoritos, mas estamos mentalizados em fazer um bom trabalho apesar do que falam ou digam”, afirmou Juárez. Por sua vez, o meio-campista Gerardo Torrado afirmou que é preciso, também, que a seleção mexicana jogue com muita inteligência, deixando as emoções de lado para conseguir superar a Argentina. Torrado classificou o atacante argentino Lionel Messi como “o melhor ou um dos melhores do mundo”, mas advertiu que “ele sozinho não é a Argentina”. “Nós temos que ser inteligentes e não nos preocupar só com ele, mas trabalhar em conjunto para poder anular essa habilidade individual”, disse Torrado, analisando o modo com o México deve agir para conter Messi no confronto em Johannesburgo. Apesar da Argentina ser favorita, Torrado disse que a seleção mexicana
pode surpreender. “Estamos muito focados e acho que vai ser um jogo em que nós temos que acreditar que podemos vencer”. O México terminou a primeira fase em segundo lugar no Grupo A, com um empate contra a África do Sul (1 x 1), uma vitória sobre a França (2 x 0) e uma derrota para o Uruguai (1 x 0). DÚVIDA - O atacante Carlos Vela continua sendo dúvida na seleção mexicana que enfrentará a Argentina. O jogador, mais uma vez, treinou nesta quinta-feira separado do restante do grupo. O atleta do Arsenal, que está com uma lesão no tendão da perna direita, conversou por dez minutos com o treinador Javier Aguirre e depois deu uma corrida ao redor de um campo secundário do faculdade Waterstone, em Johannesburgo. O atacante sofreu a lesão na vitória sobre a França por 2 x 0, na segunda rodada do Mundial e desde então não tem treinado com bola.
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Encontro marcado Seleção brasileira vai duelar amanhã com o Chile por uma vaga nas quartas Victor Melo Editor de Esportes
A seleção brasileira sabe que os erros cometidos na primeira fase vão ganhar grandes proporções a partir de amanhã. Nas oitavas de final, a seleção duela com o Chile, às 15h30, num jogo em que o perdedor vai arrumar as malas e voltar para casa. Sexta-feira, contra Portugal, algumas dificuldades do elenco brasileiro foram realçadas. Julio Baptista, por exemplo, não cumpriu a missão de abastecer o ataque, que pouco trabalhou. O lateral-esquerdo Michel Bastos também está sendo muito questionado pela imprensa e parte da torcida. Sem confiança, o jogador fica mais preso à marcação e não evolui ofensivamente. Burocrático, ele pouco participa da partida e, quando tem a bola, toca para o lado ou avança um pouco e chuta sem precisão. Dunga também espera pelos médicos da seleção para definir os titulares. Elano não atuou na última sexta, mas tem boas chances de reaparecer entre os titulares. Felipe Melo também está machucado, com uma lesão no tornozelo, e é outra dúvida. Caso o primeiro não possa atuar, Ramires e Daniel Alves brigam pela vaga. Se Felipe não atuar, Josué é o substituto natural, mas também não está descartada a possibilidade de o treinador compor o meio-campo com Ramires, Gilberto Silva, Daniel Alves e Kaká, que volta ao time após cumprir suspensão. A esperança dos jogadores brasileiros é de que o Chile seja mais ofensivo que os portugueses. Na coletiva de sexta, o técnico Dunga e os atletas reclamaram muito da postura defensiva de Portugal. O Brasil prefere ser atacado para buscar a vitória em estocadas rápidas. “Eles ficaram com quase todos,
uns nove pelo menos, atrás da linha do meio de campo. O jogo foi duro, com muitas faltas também, truncado. Mesmo assim, tivemos duas ou três chances de fazer gols”, destacou Dunga. Com Kaká, o time também ganha poder criativo e variação de jogadas, um dos maiores problemas da seleção na última partida. O ataque também precisa evoluir. E, para aumentar esse poder de fogo, Dunga vai contar amanhã com o retorno de Robinho, poupado contra Portugal. Luís Fabiano, que se destacou contra Costa do Marfim e teve atuação apagada na sexta, espera ser mais municiado para dar trabalho ao goleiro adversário. BAIXAS - Amanhã, o Chile não vai contar com os zagueiros Ponce e Mendel, além do volante Estrada, todos suspensos. Por isso, o técnico Marcelo Bielsa vai quebrar a cabeça para escalar os titulares. FREGUÊS – O Chile é um velho freguês da seleção brasileira. Em 65 jogos ao longo da história, o Brasil venceu 47, empatou 12 e perdeu apenas sete. O time canarinho marcou 152 gols e sofreu 55, saldo de 97. Nas eliminatórias da Copa, as duas seleções se encontraram duas vezes, com duas vitórias brasileiras, 3 x 0, em 2008, e 4 x 2, no ano passado. Kaké e Robinho voltam ao time titular da seleção no jogo de amanhã
GUIA DO TORCEDOR CHILE -Bravo; Isla, Fuentes, Contreras e Jara; Carmona, Vidal, Fernandez e Valdivia; Alexis Sánchez e Beausejour. Técnico: Marcelo Bielsa.
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BRASIL - Julio Cesar; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Josué ( Felipe Melo ou Ramires), Daniel Alves (Elano) e Kaká; Robinho e Luís Fabiano. Técnico: Dunga.
Quando: amanhã - Onde: Johanesburgo - Hora: às 15h30
Julio Cesar revela que usou colete proibido DURBAN - O colete lombar utilizado pelo goleiro Julio Cesar no jogo de sexta-feira continha placas de metal, o que não é permitido pela Fifa. Além das imagens do material, notadas depois de um choque de Julio com o jogador Raul Meireles, durante o segundo tempo da partida entre Brasil e Portugal, o próprio goleiro, num ato falho, confirmou que atuou com uma proteção inadequada, segundo as normas da entidade responsável pelo Mundial. “Tem um negócio de ferro ali, mas não vai escrever isso por causa da Fifa, senão você vai me ferrar”, disse ele a um repórter, já no final da área de entrevista do estádio Moses Mabhida minutos após o jogo. Na hora da confidência, Julio Cesar não percebeu que era observado pela reportagem da Agência Estado No lance da dividida com Meireles, em que sentiu dores nas costas, Julio Cesar foi atendido pelo massagista Adenir Silva e, em seguida, pelo médico José Luiz Runco. O primeiro levantou a camisa do goleiro, a fim de saber exatamente o local da contusão Naquele momento, o colete surgiu com algumas hastes para fora. Rapidamente, Runco puxou a camisa do goleiro para baixo. Em entrevista, mais tarde, o médico negou que houvesse algo metálico na proteção usada pelo goleiro. “É formada apenas por um tecido com velcro, tem a finalidade de dar uma sensação de estabilidade ao atleta”, declarou. Ele não sabia da revelação feita por Julio Cesar pouco antes. De acordo com Runco, o goleiro costuma jogar na Internazionale com um colete idêntico. No início da entrevista, o jogador até se irritou quando indagado com insistência sobre o porquê da proteção nas costas. “Não sinto dores nenhuma. Vamos pular a pergunta, parar com isso e falar do jogo com Portugal”.
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Nilmar diz estar pronto para jogar novamente Durban - A presença de Julio Baptista e Daniel Alves contra Portugal não foi novidade. A surpresa de Dunga foi Nilmar. O atacante, que já havia entrado alguns minutos na estreia diante da Coreia do Norte, começou como titular no lugar de Robinho, poupado pelo treinador para o confronto das oitavas de final. E coube ao jogador do Villarreal salvar os reservas em Durban. Só Nilmar mostrou condições de ser utilizado em uma eventualidade nesta Copa do Mundo. Ele fez um ótimo primeiro tempo, quando mandou uma bola na trave de Portugal. Depois caiu um pouco, mas sem motivo para reclamar depois de tudo que enfrentou na carreira. “Estar aqui, por tudo o que eu passei com os problemas de lesões e ficar praticamente um ano sem jogar, com duas cirurgias, é uma situação especial. Foi muito legal poder jogar 90 minutos e estar bem”, afirmou Nilmar, que só foi informado de que seria titular pouco antes do jogo, na preleção. “Fiquei sabendo hoje (sexta), mas tem que estar sempre preparado A ansiedade foi grande. Jogar um jogo de Copa é sempre diferente”, contou o atacante, que se colocou à disposição de Dunga se ele precisar. “Robinho e Luís Fabiano estão juntos há três anos. Sei bem disso. Mas tenho que ficar sempre preparado, tem o risco de acontecerem lesões ou cartões amarelos”. Se Nilmar foi bem, Julio
Baptista decepcionou. Substituto de Kaká, o meia foi burocrático, deu preferência para os passes de lado, não jogou verticalmente. Até o arremate, sua principal característica, não foi utilizado. Ele deu apenas um chute e sem nenhum perigo. Daniel Alves também esteve abaixo de outras aparições pela seleção. A atuação fez o torcedor sentir saudade de Elano, destaque do Brasil nos dois primeiros jogos. Atuando improvisado no meio de campo, o lateral-direito criou poucas jogadas ofensivas e não foi eficiente na recomposição defensiva. “Sempre que jogo me sinto confortável. Para mim o importante é jogar, seja em qual posição for”. O jogo também registrou dois estreantes em Copa. O volante Josué entrou no lugar de Felipe Melo aos 44 minutos do primeiro tempo. E não conseguiu esconder suas felicidade. “Acho que fiz uma boa estreia, me movimentando bastante para ajudar meus companheiros. Quando começou, eu estava um pouquinho ansioso porque ouvi o grito e fui logo tirando o casaco rápido para entrar, sem muito aquecimento, mas fiz o que o Dunga me pediu”, afirmou. Grafite, que entrou no lugar de Luís Fabiano, também sentiu o gostinho de disputar um jogo de Mundial. “Confesso que fiquei um pouco ansioso no começo, mas depois, aos poucos, procurei me soltar, procurando ajudar os meus companheiros”.
Jogadores querem melhorar performance
Nilmar foi o reserva que mais se destacou na partida contra Portugal
DURBAN - O discurso dos jogadores da seleção foi uniforme depois do empate com Portugal, sexta-feira, que deu ao Brasil o primeiro lugar do grupo. Para eles, o objetivo foi alcançado, mas o time não jogou bem. Daqui pra frente, admitiram, não se pode mais errar. O sucesso e o fracasso caminham próximos na fase decisiva da Copa do Mundo. “Erramos muitas bolas, algumas até ingênuas. Cometemos muitos erros nos passes. O Dunga teve razão em esbravejar à beira do campo porque não fizemos o que estamos acostumados”, reconheceu Gilberto Silva, três Copas às costas. O volante deixou o estádio Moses Mabhida preocupado. Ele viveu os dois lados da moeda. Campeão em 2002 na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, Gilberto Silva estava em campo também na eliminação diante da França, há quatro anos na Alemanha. O Brasil foi derrotado por 1 x 0, gol de Thierry Henry, em uma falha de posicionamento em uma cobrança de falta. “Nas oitavas de final não podemos errar tanto como hoje (sexta). Apegada daqui para frente muda totalmente, não há espaço para tantos erros. As coisas serão mais complicadas agora.
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Injeção de ânimo Atletas projetam evolução da Inglaterra no jogo de hoje contra a Alemanha JOHANNESBURGO - Mesmo que magra e muito suada, a vitória por 1 x 0 sobre a Eslovênia na última quarta-feira renovou o ânimo dos ingleses. O time que andava cabisbaixo depois de empatar seus dois primeiros jogos no Mundial, agora fala grosso e promete partir para cima dos alemães nas oitavas de final. “A Alemanha tem uma boa equipe, mas temos de avançar e bater todos os times”, afirmou o técnico Fabio Capello. O meia Frank Lampard também está empolgado para o duelo de hoje, às 11h. Para ele, as atuações ruins do ‘English Team’ na primeira fase fazem parte do passado. “A Copa do Mundo começa agora, na fase eliminatória. Todos começamos do zero e estamos a quatro vitórias de algo muito especial, que é o título. O que você fez na primeira fase não lhe faz ganhar nada agora”, atestou. O jogador destaca ainda a postura aguerrida que o time apresentou contra a Eslovênia. “A Inglaterra não tem de temer ninguém, uma vez que recuperou seu espírito”, disse. “Se jogarmos da mesmo forma que atuamos contra a Eslovênia, teremos boas chances de avançar. Com determinação, já demonstramos o que somos capazes de fazer. Não importa contra quem vamos jogar, sempre vai ser difícil. Qualquer equipe vai ser forte agora”, acrescentou.
dos ingleses na busca pelo título, mas garantiu que isso não abalou o otimismo dos jogadores. “Teria sido melhor enfrentar Gana (segunda colocada do Grupo D e adversário dos EUA nas oitavas de final), mas para ganhar um torneio como o Mundial, temos de vencer as melhores equipes, sem escolher adversários”, afirmou. Defoe também não esconde a ansiedade para enfrentar os alemães. “Eles têm uma equipe bem organizada, que movimenta muito bem a bola. É uma time difícil de jogar contra, mas são jogos desse tipo que são bons de jogar”.
Lampard comanda o meio-campo da Inglaterra
Apesar de reconhecer que a partir das oitavas de final os jogos tendem a ser ainda mais equilibrados, Lampard prevê um duelo especial contra os alemães. “Toda partida tem suas dificuldades, mas contra a Alemanha será um confronto
de alta categoria que, obviamente, toda a nação vai a seguir com paixão”, disse. Herói da classificação ao marcar o gol contra os eslovenos, o atacante Defoe admitiu que ficar com a segunda vaga do Grupo C complicou o caminho
SEGURANÇA - A polícia sul-africana informou nesta quinta-feira que vai reforçar a segurança em Bloemfontein para o jogo de domingo. “Houve tensão entre torcedores no passado e, evidentemente, vamos levar isso em consideração”, disse o porta-voz da polícia, Sally de Beer. “A polícia considera que o perfil dos torcedores justifica reforçar as medidas de segurança”. A última vez que Alemanha e Inglaterra se enfrentaram em um torneio oficial foi na Eurocopa de 2000, em Charleroi, na Bélgica. Durante dois dias a cidade virou um campo de batalha e cerca de 500 hooligans foram presos. Na ocasião a Inglaterra venceu por 1 x 0.
Beckenbauer critica os ingleses Os alemães trataram de minimizar a opinião de Franz Beckenbauer sobre a seleção inglesa. Recentemente, ele disse que a Inglaterra retrocedeu sob o comando de Fabio Capello, mas a comissão técnica da Alemanha garantiu ter opinião diferente e disse considerar o seu eterno rival muito perigoso.
O assistente técnico Hansi Flick disse que a Inglaterra tem um “futebol moderno” com Capello e melhorou na parte tática e, por isso, é a favorita para o duelo pelas oitavas de final deste Mundial, no domingo, na cidade de Bloemfontein, diante da jovem equipe alemã.
Em uma coluna, após o empate dos ingleses por 1 x 1 com os EUA, Beckenbauer argumentou que a Inglaterra retrocedeu com o técnico italiano e, de certo modo, também pela escassez de talentos locais no Campeonato Inglês. Segundo Beckenbauer, um dos homens que foi campeão do mundo como
técnico e jogador, a Inglaterra abusa dos cruzamentos. Quinta-feira, quando questionado se concordava com a opinião de Beckenbauer, Flick respondeu com um “não”. “Para mim, a Inglaterra é uma equipe experimentada e pode vencer qualquer um”, ressaltou.
Schweinsteiger é dúvida do técnico JOHANNESBURGO A Alemanha pode perder um dos melhores passadores desta Copa do Mundo para a partida de hoje, às 11h. O meia Schweinsteiger saiu da partida contra Gana reclamando de dores na coxa direita e, de acordo com o assistente técnico da seleção, Hansi Flick, ainda não é possível precisar as chances do jogador do Bayern de Munique atuar no jogo. “O tempo de recuperação é curto, mas os médicos estão trabalhando para que esse desconforto passe logo”, disse Flick. De acordo com as estatísticas da Fifa, Schweinsteiger é o jogador que mais acertou passes: 200 de 241 nas três primeiras partidas foram perfeitos, um aproveitamento de 83%. “Com o corte de Ballack, temíamos que o meio-campo da seleção perdesse essa qualidade no passe, mas Bastian tem sido fantástico. Precisamos muito dele nessa Copa”, completou Flick. Outros alemães têm se destacado nesse quesito. O lateral-direito Philip Lahm, que assumiu a faixa de capitão com a saída de Ballack, acertou 84,19% dos passes: 197 de 234 tentativas. Os zagueiros Per Mertesacker e Arne Friedrich, com 87% e 84% de acerto, respectivamente, também vão bem. Até agora, o recordista em aproveitamento é o brasileiro Lúcio, com 93% de acerto em dois jogos.
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O clássico do Rei Motivados pela presença de Pelé, CRB e CSA reabrem hoje o Trapichão Lula Castello Branco
Luciano Milano Repórter
Pelé volta a Alagoas após 30 anos do jogo entre Santos e seleção alagoano
Dois anos fechado para reformas estruturais, o estádio Rei Pelé será reaberto na tarde de hoje. A programação para o retorno de jogos da maior praça esportiva de Alagoas foi prejudicada por conta das chuvas que caíram no Estado, na semana passada, desabrigaram mais de 70 mil e mataram outras 35 pessoas. O governo não confirma, mas informações extra-oficiais dão conta que foram gastos mais de R$ 15 milhões na reforma, que incluiu também colocação de ar-condicionado nos vestiários, acentos acolchoados nos bancos de reservas, novas cabines para imprensa, acesso remoto à internet e intervenção em toda estrutura de concreto do local, que ameaça desabar. Das atrações anunciadas, apenas a presença de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, que empresta o nome ao estádio e retorna ao Trapichão 30 anos depois da sua última visita, quando defendeu o Santos em partida contra uma seleção alagoana, está confirmada. Segundo a assessoria do Governo do Estado, Pelé desembarcará por volta das 15h, no centro do gramado do Trapichão. Em seguida, ele concederá entrevista coletiva na nova sala de imprensa do estádio. O Rei do futebol colocará o pé no hall da fama do Trapichão às 16h30, e ainda dará o pontapé inicial ao clássico entre CRB e CSA, válido pelo Campeonato do Nordeste, que será disputado a partir das 18h. Além da festa para Pelé, a programação prevê, também, homenagens a 10 personalidades que, de alguma maneira, contribuíram com o local, que já foi palco de grandes batalhas futebolísticas. Outro que terá o pé cravado no hall da fama do Trapichão é o ex-jogador Adeilton, do ASA, que, também de acordo com a assessoria do Governo do Estado, marcou o gol da vitória sobre o CSA, nos jogos que antecederam a inauguração do Trapichão. A mesma homenagem receberá o exjogador Douglas, do Santos, que marcou o primeiro gol no Rei Pelé.
Azulão tenta se recuperar da goleada
INACABADA - Mesmo com todo oba-oba em torno da reinauguração do Rei Pelé e todo dinheiro que foi gasto lá dentro, o Trapichão voltará a receber jogos e torcida sem que as obras estejam totalmente terminadas. Quem confirma a informação é o diretor do Museu dos Esportes, que está precisando de melhorias, também, em sua parte estrutural, o jornalista e historiador Lauthenay Perdigão. "Acho que o Rei Pelé deveria ser reaberto no dia 25 de outubro (data da inauguração do estádio). Até porque, ele voltará a receber jogos, mas sem as obras todas estarem concluídas, o que deve acontecer, somente, em três meses. Mas está valendo, e espero que a festa seja bonita", declarou Perdigão.
CSA e CRB voltam a se enfrentar de maneira oficial na tarde de hoje, no Rei Pelé, local onde já protagonizaram muitas emoções a seus torcedores. Os rivais jogam às 18h, no Trapichão, em partida válida pela sexta rodada do Campeonato do Nordeste. Os dois bem que poderiam chegar ao duelo de hoje em situação melhor na competição. Mas uma avaliação equivocada das duas diretoria e suas comissões técnicas fizeram com o Galo da Pajuçara e o Azulão do Mutange
mandassem a campo, na rodada da última quinta-feira, times reservas para o confronto contra Treze e Santa Cruz, respectivamente, e se dessem mal. Em casa, o CRB acabou sendo derrotado por 3x1, no estádio Severiano Gomes Filho, na Pajuçara. Já o CSA, foi a Recife e deu um vexame bem maior: foi goleado por 6x1, no Arruda, e causou um princípio de crise. As duas torcidas, inclusive, não gostaram nada do que viram e já pedem a
cabeça dos técnicos, caso percam na tarde de hoje. CSA - Anderson; Celso, Nado, Anderson La Bamba e Claudinho; Anderson, Lau, Serginho e Brawn; Alexsandro e Catanha. Técnico Lino CRB - Carlos Carioca; Toninho, Pedrosa e Leandro; Amaral, André Silva, Jonathan, Everton e Renatinho; Edmar e Paulinho Marília. Técnico Celso Teixeira
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*Tabela atualizada antes dos jogos de ontem