OJORNAL 30/10/2011

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O JORNA L Maceió, domingo, 30 de outubro de 2011 | Ano XVIII | Nº 340 |

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ALAGOAS Yvette Moura

R$ 3,00

Audiências públicas vão discutir corte de árvores Aproposta para o corte de centenas de árvores na AL-220, em Campo Alegre, será discutida em audiências públicas. Páginas A15 a A19

Aldo tomará posse como ministro amanhã O deputado federal alagoano Aldo Rebelo (PCdoB-SP) tomará posse como o novo ministro do Esporte amanhã. Proposta na Assembleia Legislativa Estadual quer a derrubada de milhares de árvores que ficam às margens da rodovia AL-220; intenção é evitar acidentes

Páginas A3 e A4

Traficantes brigam por território Na Pitanguinha, criminosos das grotas do Estrondo e da Moenda disputam espaço à bala e assustam a comunidade Os traficantes das grotas do Estrondo e da Moenda, na Pitanguinha, estão em guerra. Um grupo

tenta vencer o outro para assumir o controle do tráfico de drogas. No bairro, o crime fechou uma esco-

la, um posto de saúde, cancelou uma passeata pela paz e impediu que lideranças comunitárias

participassem de uma reunião com o comandante do Exército. Agentes de saúde não vão até as gro-

tas para atender a população. Os bandidos ainda ameaçam invadir a delegacia do 7º Distrito de Polí-

cia, do bairro. As polícias preparam uma grande operação para a Pitanguinha. Páginas A13 e A14

Larissa Fontes/Estagiária

DOIS Bienal A do Livro de Ala-

goas termina hoje, mas, para nós de O JORNAL, fica a sensação do dever cumprido. Durante os dez dias do evento, jornalistas enviaram matérias geradas diariamente e publicadas tanto no impresso quanto no site Jornal Web. Na edição de hoje, destacamos a exposição de Rosana Ricalde. Também trazemos uma galeria de fotos com pessoas que visitaram o nosso estande.

Sheila Maluf, nome forte por trás da V Bienal

Páginas B1, B2 e B3 A partir de 2012, as escolas deverão se adequar às mudanças; idade-limite do ensino infantil agora é seis anos

O rentável mercado funerário em Alagoas

Conselho muda educação infantil Com a mudança para os nove anos do ensino fundamental, a idade-li-

mite para o ingresso do aluno no ensino infantil é seis anos, completos

até 31 de março do ano letivo. As decisões são do Conselho Nacional

de Educação (CNE) e pegaram os pais de alunos de surpresa. Página A9

Página A24

Dificuldades enfrentadas pelos alunos da Uneal

Yvette Moura

Nova regra dos cheques

Página A25

Embriaguez ao volante gera multa de R$ 16,3 mil Intolerante com quem bebe e vai dirigir, o delegado Denisson Albuquerque arbitrou uma fiança de R$ 16.350,00 a um condutor que foi flagrado dirigindo bêbado. O condutor não pôde pagar e está na Casa de Custódia.

Página A20

Denisson disse que quem dirige embriagado deve ser responsabilizado por crime doloso

Em “Aquele Beijo”, Grazi quer emplacar personagem

Página A12

Galo precisa de 4 pontos para retornar à Série B

MARÉS 05h54.........................................1.9 12h04.........................................0.3 18h08.........................................1.9


O JORNAL

Política A2

Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br

SURGINDO O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), está de olho na eleição presidencial de 2014. Muito bem avaliado em seu governo e tendo sido o mais bem votado, proporcionalmente, na última eleição, ele sabe que precisa ter palanques dos mais variados caso queira mesmo aparecer no cenário nacional. É por isso que o socialista se movimenta cada vez mais intensamente no sentido de fortalecer o nome do deputado Givaldo Carimbão (PSB) na eleição para prefeito de Maceió. E, para mostrar que topa fazer um acordo de grandes proporções, o governador tem se aproximado do alagoano Téo Vilela (PSDB). Em duas semanas foram duas agendas públicas com resultados positivos.

FUMAÇA A Polícia Federal decidiu abrir inquérito só para apurar as suspeitas de uso de caixa dois pelo Panamericano para doações a campanhas políticas. A PF vai investigar a suspeita de corrupção no Estado de Alagoas e o uso do dinheiro por parte do secretário Luiz Otávio Gomes – que até então negava qualquer possibilidade de estar sendo investigado.

FOGO Na sexta-feira, assim que voltou de Brasília com o governador Téo Vilela, o secretário Luiz Otávio Gomes reuniu assessores mais próximos para avaliar se sua permanência no cargo desgasta o governo. Enquanto isso, no Palácio República dos Palmares já tem gente defendendo o afastamento do secretário que aparece com o nome em uma troca de e-mails de diretores do Panamericano.

O caráter heterogêneo do PSD é o que o faz ficar próximo da sociedade. Os partidos em geral passam a defender núcleos e ficam segmentados” Índio da Costa,

presidente do PSD no Rio de Janeiro

POUCA COISA

O único patrimônio declarado pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, em Alagoas é uma casa em Viçosa, sua terra natal. Ele fez vida política em São Paulo, depois que assumiu a presidência da UNE, no final dos anos 70. O comunista é deputado federal por aquele Estado.

INCLUSÃO

O Fórum Alagoas Inclusiva fará reunião plenária amanhã, às 9h, no miniauditório do 1º andar da Casa da Indústria. O principal ponto de pauta será a construção de um plano de atividades para 2012, que contribua para a inclusão social das pessoas com deficiência e demais grupos em desvantagem social. Quem encabeça o movimento é a deputada Rosinha da Adefal.

Domingo, 30 de outubro de 2011

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Plano de Cargos e Carreiras é o tema mais tenso da Assembleia Fernando Toledo e Ernandi Malta representam interesses em conflito Alexandre H. Lino Repórter

De um lado os servidores da Assembleia Legislativa liderados por Ernandi Malta. Do outro, os deputados capitaneados pelo presidente Fernando Toledo (PSDB). No meio uma grande disputa que a cada dia parece mais distante de se resolver: a implantação do Plano de

Cargos e Carreiras. Uma Ação Civil Pública apresentada pelo governo do Estado apontou que os deputados estão estourando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no lugar de implantar o PCC. A decisão foi do juiz Manoel Cavalcante de Lima Neto, da 18ª Vara Cível de Maceió (Vara da Fazenda Pública Estadual). De uma só vez, o magistra-

do suspendeu os efeitos da lei que ampliou o número de comissionados dos gabinetes dos deputados; outra que criou mais cargos em comissão, e uma terceira que instituiu novas formas de gratificação a servidores efetivos e comissionados. Hoje, por exemplo, cada deputado pode nomear até 25 servidores comissionados para seu gabinete, ao custo mensal total

de R$ 50,8 mil. Além disso, a existência de 60 novos cargos comissionados de “assessores administrativos especiais”, para os quais foram nomeados exterceirizados que haviam deixado de receber salários. A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa promete para amanhã o ingresso de um recurso tentando suspender a decisão liminarmente.

Disputa se arrasta por anos e está perto do fim No entanto, as últimas movimentações políticas e jurídicas apontam que o que hoje é um problema pode se tornar, caso não aconteça nenhum empecilho, uma solução para resolver o impasse que perdura por 15 anos. Na última semana, em busca de um consenso, Fernando Toledo e Ernandi Malta deram um tempo a troca de acusações pesadas que permeia a relação desde que o tucano venceu a disputa pela presidência da Assembleia em 2008. O sindicalista nunca teve proximidade com o adversário – que em paralelo ajudou a fortalecer um movimento que culminou na criação de uma associação de servidores, tirando parte da base sindical. Porém, nas entrevistas da semana, Toledo afirmou que a decisão judicial paralisava o funcionamento do Legislativo, causando um blecaute, já que os 60 comissionados fazem parte dos serviços de limpeza e manutenção do prédio-sede. Ele também evitou criticar o presidente do sindicato, como quase sempre faz, optando por deixar entrelinhas que Malta estaria preocupado em fazer um bom acordo para os servidores. “Na verda-

Tensão entre sindicato e deputados gerou duas paralisações nos últimos anos, além da troca de ataques

de a decisão judicial veio prejudicar e está indo de encontro ao andamento da negociação do Plano de Cargos e Carreiras dos Servidores (PCCs), uma vez que a medida suspende as verbas de gabinetes e os cargos comissionados da Casa”, destacou Toledo. Por outro lado, Malta também garantiu o armistício e evi-

tou qualquer crítica. Liderou a assembleia dos servidores que adiou a paralisação prevista para começar na quinta-feira. Ele adiou a decisão para próxima semana, mesmo sabendo que o feriado de Finados, na quartafeira, atrapalha qualquer articulação, e na prática dá aos deputados mais uma semana sem greve. Para o presidente do

STPL, a medida judicial foi exata e busca beneficiar o conjunto dos servidores. O sindicalista acredita que o presidente da Assembleia tem que se reunir com o Poder Executivo para por um ponto final no impasse da implementação do PCC. Até lá, os salários dos comissionados e as gratificações dos servidores seguem suspensas.

Marco Antônio

NOVIDADE O novo prefeito de São Miguel dos Campos, George Clemente, anunciou a criação da Secretaria de Cultura e a criação da Comenda Douglas Apratto. O prefeito ainda pretende resgatar a história das vilas operárias da fábrica de tecelagem Vera Cruz e Sebastião Ferreira.

FINALISTA A TV Educativa de Alagoas (TVE), emissora do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), é finalista na categoria Televisão, com a matéria Quilombola, exibida no programa Página Aberta, do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento. O prêmio é uma iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial vinculada ao Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro.

E AGORA? O vereador Carlos Ronalsa ligou o alerta depois que o Ministério Público Estadual recomendou que a Câmara Municipal revogue o decreto que permite que um vereador more fora de Maceió. Ronalsa tem interesse na disputa de prefeito em Piaçubuçu. Quem pode ficar de vez com a vaga em Maceió é o suplente Alan Balbino.

E VAI FICANDO O vereador Marcos Rios é duro na queda. Ele adiou para próxima semana a abertura das investigações que podem culminar com sua cassação na presidência da Câmara da Barra de Santo Antônio. Rios nega tudo e diz que está sendo alvo de um golpe.

DIRETAS Quem saiu dos holofotes foi o coronel Neitônio Freitas. Depois de sua tumultuada passagem pelo comando do Corpo de Bombeiros, ele optou pela discrição. Tem muita gente querendo saber se o delegado João Mendes será candidato a vereador em Maceió. Ele, por enquanto, faz mistério. O ex-deputado Alberto Sextafeira foi chamado pelo PSB para ser o principal nome do partido na disputa por uma vaga na Câmara de Maceió. Ele estuda o convite. Já quem confirmou que estará na disputa é o exdeputado Cícero Valentim. Ele será candidato na chapa do Partido Verde.

Presidente do Legislativo evitou distribuir críticas na última semana

Sindicalista evitou paralisação para hipotecar chance aos deputados

Toledo potencializou segunda gestão

Ernandi Malta melhorou o discurso

Ao ser eleito em 2006, Fernando Toledo foi o primeiro a se movimentar pela presidência da Assembleia Legislativa. Terminou nem disputando o voto, já que uma articulação do próprio governador Teotônio Vilela Filho com o deputado Antonio Albuquerque, até então no DEM, isolou o tucano, que ficou sem chapa e sem votos. Toledo terminou isolado, não conseguindo sequer o comando da Comissão de Constituição e Justiça. Só que veio a Operação Taturana e Albuquerque perdeu espaço, já o preterido de antes, ficou fortalecido. O tucano assumiu a presidência em um dos momentos mais delicados da história do Legislativo e conseguiu impor um ritmo para tirar a imagem da ALE da pior de suas crises. Não foi tarefas das mais fáceis, já que o novo presidente tinha pouca experência no Legislativo e não participava de movimentações políticas e esperava muito pela orientação política sugerida pelo Palácio República dos Palmares.

Desde que foi eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo, Ernandi Malta, só cresceu politicamente. A primeira vitória foi disputada, vencendo apertado Henrique Lopes. Na reeleição, um passeio em cima da chapa encabeçada por Fátima Leão. Com fama de durão, o sertanejo colocou a categoria no cenário do funcionalismo estadual. A força do discurso duro, do tom pouco conciliador e da força de mobilização potencializaram o dirigente para além dos muros. Ele até desenhou a possibilidade de uma candidatura a deputado estadual quando se filiou ao PT, mas desistiu. Pode ser que seu nome apareça nas urnas no próximo ano. Por enquanto, o assunto é tratado como tabu. A aproximação com os petistas, inclusive, surgiu após o cumprimento de uma promessa de campanha: filiar a entidade a Central Única dos Trabalhadores. Malta ganhou o apoio de outros sindicatos e passou a ser figurinha carimbada em

Mesmo assim, enfrentou duas paralisações dos servidores e diversas críticas pela dificuldade de cumprir acordos. Fora isso, seguiu assistindo o congelamento por dois anos do duodécimo, o que de fato irrita os deputados. Agora, já reeleito e comandando o Legislativo no segundo mandato, Fernando Toledo impôs outro ritmo. Ele está mais polido nas ações, obtendo melhores resultados nas votações e articulando muito bem nos bastidores – o que pode vir até a garantir seu mais sonhado plano: a indicação para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas. Aliado do governo de primeira linha, ele tem obtido mais força no plenário e no comando dos grupos internos, mesmo tendo se afastado de Albuquerque, com quem não tem a melhor das relações. Da mesma forma que conseguiu vencer a resistência entre os tucanos e garantir o aumento do Orçamento para R$ 135 milhões em 2012.

protestos, participando até mesmo dos atos do 1° de maio. Neste período, ele liderou duas greves – uma delas histórica em plena repercussão da Taturana quando a sede estava funcionando temporariamente na Associação Comercial. Foi nas paralisações, que o sindicalista não mediu esforços para peitar os deputados, coisa que os antecessores não estavam muito acostumados a fazer. No entanto, Ernandi Malta precisa fazer seu “cavalo de batalha” sair do papel e entrar em prática. Ele até conseguiu que o Plano de Cargos e Carreiras fosse aprovado no voto. Só que o PCC que permitiria reajustes diretos para os mais de mil servidores efetivos do Legislativo nunca foi executado e terminou indo parar na Justiça. Os deputados alegam que não tem dinheiro em caixa para pagar o aumento trabalhando com um orçamento congelado de R$ 119,6 milhões. O assunto virou novela e terminou com a suspensão de uma série de leis que geram benefícios indiretos à servidores e comissionados.


Política Domingo, 30 de outubro de 2011

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Contexto

Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com

COM LICENÇA Setembro passou e outubro, e já estamos praticamente em novembro, e nada do Ibama se pronunciar sobre a licença ambiental para construção do estaleiro em Alagoas. Nada da licença e nada também de qualquer justificativa para a demora. O silêncio só aumenta a suspeita de que o estaleiro alagoano foi um sonho. Os que entendem do assunto também acham a demora suspeita e os que não entendem já começam a fazer coro com aqueles que duvidavam do estaleiro, não só pela incapacidade de mobilização do Estado, mas especialmente pela vizinhança incomoda na disputa por um mesmo projeto. Seria viável um estaleiro em Alagoas com dois estaleiros – um já pronto e funcionando – em Pernambuco? Haveria demanda suficiente para atender estaleiros tão próximos um dos outros? Essa parece ser a questão central. O estaleiro não é uma fábrica comum de navios que exige apenas aço e solda, mas um projeto complexo que precisa de mão de obra especializada e, especialmente, garantia de demanda de serviços capaz de justificar o volume investido. Não se constrói estaleiros para ficar vendo navios, e sim para fazer navios. E fazer navios não é uma atividade corriqueira que coloca a produção na vitrine para ser vendida à mercê do interesse eventual do consumidor. O problema do estaleiro em Alagoas pode estar além da licença do Ibama.

PERDEU

ACHOU

O Ministério da Integração Nacional perdeu o decreto de Alagoas que colocou 19 municípios em estado de calamidade pública devido às enchentes e, por isso, o Estado ficou sem acesso ao programa de crédito do Banco do Nordeste.

Alertado pela bancada federal, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, mandou reeditar o decreto e reabilitou Alagoas a receber crédito do BNB para recuperar padarias, lojas e outros negócios destruídos pelas enchentes.

PEGAR OU LARGAR O BNB dispõe de R$ 1 bilhão para financiar essas perdas com as enchentes. Cada pequeno empresário pode retirar até R$ 100 mil, dependendo do negócio e das perdas.

CONTRA

A FAVOR

O deputado federal João Lyra (PSD) é contra a proposta para se apresentar uma Emenda Coletiva no valor de R$ 150 milhões para pagar as casas das vítimas das enchentes em Alagoas, porque vai prejudicar as Emendas Individuais.

Autor da Emenda de R$ 2 milhões para iniciar a dragagem das lagoas Mundaú e Manguaba, o deputado federal João Lyra alertou que o volume da Emenda Coletiva iria reduzir e até mesmo suprimir as Emendas Individuais em 2012.

RECADO FORTE Mas o deputado federal João Lyra insiste para que as família vítimas das enchentes “não assinem nenhum papel nem pague nada” pelas casas.

OUTRO

NOME

Chamou a atenção na reunião da bancada federal em Brasília o fato de o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB) ter falado mais no nome do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do que no governador Téo Vilela.

E, por falar no deputado Carimbão, ao comentar o problema com as casas construídas para as vítimas das enchentes em Alagoas – e que a Caixa Econômica exige o pagamento – ele sugeriu dar o nome de “Minha Casa, Minha Dilma”.

PALAVRA FINAL Em tempo: para o deputado federal Carimbão, só a presidenta Dilma pode resolver o problema das casas para as vítimas das enchentes.

FRIAS

FUGA

O promotor Luiz Tenório descobriu que quatro empresas que venceram 17 licitações públicas realizadas pela Prefeitura de Traipu são fantasmas. Os contratos somam R$ 4,5 milhões, e o promotor pediu a intervenção no município.

Foragido desde que foi avisado com antecedência da chegada da polícia para prendê-lo, o prefeito de Traipu, Marcio Santos, foi visto pela última vez na Bahia. O promotor Luiz Tenório garante que a situação de Traipu é “gravíssima”.

ESTADO PRESENTE Para o promotor Luiz Tenório, a única possibilidade de se colocar as contas de Traipu em ordem é com a intervenção do Estado.

EXPRESSAS Sobre a fuga espetacular do prefeito Márcio Santos, o que intriga é o fato de ele ter sido informado da investigação sigilosa do Ministério Público Estadual. E uma vez bem informado, o prefeito Márcio Santos se antecipou e procurou o Ministério Público se oferecendo para depor antes de ser chamado. O promotor Luiz Tenório, que investiga as contas da Prefeitura de Traipu, está encontrando dificuldade, mas é para descobrir alguma coisa lícita e legal no município. O Ministério Público nem soube, mas a Câmara de Maceió realizou concurso público para procurador, e o único aprovado foi o presidente da Casa, o vereador Galba Novaes.

Aldo Rebelo toma posse como ministro do Esporte na segunda Lideranças destacam a força política no cenário nacional de alagoano do PCdoB O novo ministro do Esporte, o alagoano Aldo Rebelo, em entrevista concedida ontem, em Brasília, classificou a demissão do antecessor, Orlando Silva, “uma conveniência” do governo da presidente Dilma Rousseff. Em seu gabinete, onde passou a manhã de ontem reunido com assessores, Rebelo disse que não há “demissão justa ou injusta”. Nomeado por Dilma na última quinta-feira, Aldo toma posse na próxima segunda-feira, às 15 horas, no Palácio do Planalto. “Não há demissão justa ou injusta. O que há é uma conveniência do governo e da chefe do Poder Executivo no caso. E o ministro foi quem tomou iniciativa de pedir afastamento, porque achava que não podia impor ao governo a continuidade de uma crise para a qual não se encontrou solução à vista. O ministro Orlando Silva é um homem capaz, preparado, honesto e que ainda terá grandes serviços a prestar ao PCdoB e ao país”, declarou. COPA - Sobre a organização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil, Rebelo promete uma relação de “cooperação” com a CBF, e que não guarda “ressentimento”, embora tenha sido presidente, em 2001, da CPI da CBF-Nike, que investigou os negócios da entidade máxima do futebol brasileiro. “Não guardo nenhum tipo de ressentimento. A CPI não foi nenhum tipo de instrumento de vingança ou perseguição pessoal. O governo e o Ministério do Esporte vão trabalhar com a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e a CBF [Confederação Brasileira de Futebol] principalmente no sistema de cooperação”, disse. “Posição firme não significa confronto. Posição firme não significa afrontar instituições que também integram o esforço de construir a Copa do Mundo no Brasil”, respondeu, ao ser indagado se o governo iria endurecer nas relações com a Fifa. “De César o que é de César e de Deus o que é de Deus. Da Fifa o que é da Fifa e do governo brasileiro o que é do governo brasileiro”, disse o ministro. Ele afirmou que as responsabilidades do governo são “instransferíveis”. Se houver divergências nas negociações, segundo ele, serão analisadas e será adotada a “posição que corresponda aos interesses do país e da população brasileira”. EQUIPE - Sobre a formação de sua equipe, Aldo Rebelo disse que ainda não escolheu os nomes. “O trabalho do ministério prossegue no mesmo caminho”, disse. O ministro afirmou que a presidente Dilma Rousseff, com quem conversou na última quinta-feira, no Palácio da Alvorada, o deixou à vontade para fazer mudanças na cúpula do ministério. “É natural que haja renovação, que haja mudanças quando elas forem necessárias”, declarou. SEGUNDO TEMPO - De acordo com Aldo, não haverá novos convênios do Programa Segundo Tempo entre Ministério do Esporte e ONGs, razão principal da crise que resultou na demissão de Orlando Silva. Segundo ele, os convênios já existentes não serão renovados, mas ele afirmou que o programa, destinado a desenvolver atividades esportivas com crianças em comunidades carentes, terá continuidade. “O Segundo Tempo, como programa, continuará existindo porque é um programa muito importante do governo e do ministério. Agora, nós vamos procurar celebrar esses convênios com entes públicos, principalmente com prefeituras”, afirmou o ministro.

Aldo Rebelo, novo ministro: “Da Fifa o que é da Fifa e do governo brasileiro o que é do governo brasileiro”

Para Lessa, Aldo estabiliza governo Considerando que Aldo Rebelo aterrissa no Ministério dos Esportes em plena crise que culminou com a saída de Orlando Silva, o ex-governador Ronaldo Lessa (PSB) avalia que o alagoano terá a função de estabilizar politicamente o governo de Dilma Roussef. “Pela força e firmeza do Aldo Rebelo, nessa hora de crise que o governo federal enfrenta, o Aldo vem para estabilizar o cenário, o governo Dilma. Ele saberá montar uma equipe, tanto política quanto tecnicamente, capaz de dar prosseguimento normal à pasta, que, com a Copa do Mundo

e as Olimpíadas, se torna uma pasta de muita influência e importância”, avaliou Lessa. “O curriculum não só político do Aldo o credencia para o cargo, assim como ele colaborou com o governo Lula, tenho certeza de que vai ajudar em muito a gestão da presidente Dilma. E esse papel de estabilizar que ele pode cumprir é muito importante, e o Aldo tem essa habilidade. O Aldo teve uma história importante de luta no movimento estudantil, uma caminhada que inclui o ministério de Relações Institucionais, e conhece bem as instâncias que o governo federal tem que lidar

nesse momento de crise, e sobretudo para gerenciar a pasta dos Esportes”, teoriza o exgovernador. DENÚNCIAS - Ronaldo Lessa sai em defesa do ex-ministro Orlando Silva. “Todo governo passa por essa fase de denúncia. Eu, particularmente, acredito que o Orlando não praticou nenhuma irregularidade. Ele, em seu contato com o governo de Alagoas, sempre manteve uma postura honesta e correta. E por que o policial que fez as denúncias não fez isso anteriormente. Só agora que surgiram as denúncias”, defendeu Lessa.

Lessa acha que novo ministro será capaz de montar equipe competente para dar prosseguimento normal à pasta

Um dos “100 cabeças” do Congresso O presidente do PCdoB em Alagoas, Eduardo Bomfim, classifica Aldo Rebelo como “um dos maiores quadros do cenário político”. Uma avaliação presente na lista dos 100 parlamentares mais influentes elaborada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Na lista das “100 cabeças” do Congresso Nacional, divulgada em setembro, Rebêlo aparece como um dos grandes articuladores entre o grupo de peso de parlamentares por São Paulo, ao lado de nomes como o senador Eduardo Suplicy e os deputados federais João Paulo Cunha e Ricardo Berzoi-

ni, todos do PT. Na lista, Aldo é citado como “articulador”. “O Aldo é, com certeza, um dos maiores quadros do cenário político nacional. E isso não é uma visão do PCdoB, mas é uma opinião suprapartidária, de todo o cenário político. Ele tem um estilo seguro, firme em suas decisões, e leva isso para o campo das articulações políticas, sempre em defesa da soberania nacional, de um projeto de desenvolvimento para o Brasil”, disse Bomfim. Para o presidente do PCdoB em Alagoas, a nomeação de Aldo Rebelo para o Ministério dos Esportes tem um peso im-

portante para o partido, que continua a frente da pasta, mas ressaltam que a capacidade técnica do deputado para o cargo é algo que ultrapassa as fronteias do partido. “Pelo histórico que o Aldo Rebelo carrega, sua contribuição no governo Lula como ministro de Relações Institucionais, a presidência da Câmara, o credencia para o cargo. Mas essa força, essa competência para a vida pública não é uma avaliação específica dos correligionários do PCdoB. É uma avaliação também suprapartidária, é algo que todos conhecem”, disse Bomfim. (Continua na página A4)


Política

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Partido de Aldo fala em fortalecimento A ida de Aldo Rebelo para o Ministério dos Esportes pode ter reflexo positivo no PCdoB no Estado natal do novo ministro. Eduardo Bomfim, que preside a legenda em Alagoas, diz que a tendência do partido é o crescimento. “A nossa história de legalidade recomeça a partir de 1986 para cá. É muito pouco tempo. E aqui em Alagoas atualmente estamos presentes por meio de diretórios em 37 municípios, e esse cenário só tende a crescer. O partido tem se fortalecido e ampliado as suas bases, sempre dentro de um projeto de desenvolvimento para Alagoas”, disse Bomfim. Recentemente, o PCdoB realizou a primeira reunião com a nova direção estadual do partido, eleita na 16ª Conferência Estadual. No debate sobre os rumos do partido, o crescimento da legenda no Estado foi destacado por números com o de pré-can-

didatos a vereadores para as eleições de 2012, que chega a 200 nomes. Atualmente, o principal nome do PCdoB na capital é o vereador Marcelo Malta, que representa o partido na Câmara. ALIANÇAS 2012 - Segundo o presidente do PCdoB em Alagoas, em se tratando das eleições municipais do próximo ano, o partido deve repetir a aliança feita para o pleito de 2010, unindo-se a partidos como o PMDB e o PSB. “A intenção é essa, formar um grupo de oposição como tivemos nas eleições de 2010, unindo-se a nomes como do Ronaldo Lessa e Renan Calheiros. Uma frente capaz de colocar em prática um projeto para Alagoas que possa mudar a estrutura de desenvolvimento do Estado. Acho que é um grupo forte, capaz de trazer mudanças reais para Alagoas”, avalia Bomfim. Yvette Moura

APÓS APROVAÇÃO

Comissão da Verdade investigará crimes ocorridos durante ditadura Em votação simbólica na última quarta-feira, por unanimidade, o plenário do Senado aprovou projeto de lei da Câmara dos Deputados que cria a Comissão Nacional da Verdade. De acordo com a proposta, a comissão deverá examinar e esclarecer as graves violações de Direitos Humanos praticadas no período de 1946 até a data da promulgação da Constituição de 1988, com o objetivo de “garantir o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”. A matéria espera pela sanção da presidente Dilma Rousseff. O relator do projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Aloysio Nunes (PSDBSP), proferiu em Plenário parecer também em nome da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A votação nessas duas comissões foi prejudicada pela aprovação, no dia anterior, de requerimento de urgência para votação da matéria diretamente em plenário. A proposição foi aprovada na CCJ, também por unanimidade, no último dia 19. Apesar do prazo elástico, o relator afirmou, na tribuna, que “a Comissão só vai se legitimar se mantiver seu foco nos crimes contra os direitos humanos cometidos durante período da ditadura de 1964”, quando “a ação experimental de um grupo de energúmenos violentos acabou assumindo uma escalada, até se transformar em uma política de Estado de extermínio de adversários”. O foco temporal, acrescentou, deverá ser o

Senador Aloysio Nunes foi o relator do projeto na CCJ do Senado

da vigência do Ato Institucional número 5 (AI-5), entre 1968 e 1979, quando este foi revogado pela Lei da Anistia. “A comissão não vai produzir a verdade oficial. Há de trabalhar formulando as boas questões, exercendo o senso crítico, cotejando fontes, numa investigação isenta, objetiva, e não na interpretação, que é sempre sujeita ao anacronismo de quem olha o passado a luz de suas convicções presentes”, afirmou Aloysio

Nunes. De acordo com o relator, além de mostrar a autoria de torturas, assassinatos, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres, ainda que tenham sido cometidos no exterior, a comissão terá “uma tarefa mais ampla: identificar e tornar público o funcionamento da estrutura repressiva montada no tempo da ditadura”. Mas ele avisou que a comissão irá explorar “uma ferida que não vai se fechar

nunca, qualquer que seja o resultado”. “Ela não dará a última palavra sobre os fatos, porque muitos deles continuarão encobertos, não nos iludamos”, afirmou. Para o senador, o projeto “é ousado, corajoso”, pois “cria um instrumento hábil para atingir sua finalidade, de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos cometidas de 1946 para cá”. A Comissão Nacional da Verdade terá prazo de dois anos, contados da data de sua instalação, para a conclusão dos trabalhos. Terá uma equipe e dotação orçamentárias próprias. Poderá pedir informações, dados e documentos de quaisquer órgãos e entidades do poder público, mesmo se classificados com o mais alto grau de sigilo. Poderá também determinar a realização de perícias e diligências para coleta ou recuperação de informações, documentos e dados. Será composta por sete membros, designados pela Presidência da República, dentre brasileiros de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e com o respeito aos direitos humanos. Esses membros não poderão ter cargos executivos em agremiações partidárias ou cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas do poder público. Receberão remuneração mensal de R$ 11.179,36. A sessão do Senado foi presenciada pela ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário; e pelo relator da proposta na Câmara dos Deputados, deputado federal Edinho Araújo (PMDB-SP).

“Disseminar anticorpos no tecido social” Bomfim: “O partido tem se fortalecido e ampliado suas bases”

Quem é o novo ministro do Esporte José Aldo Rebelo Figueiredo nasceu em Viçosa, município da Zona da Mata de Alagoas, em 23 de fevereiro de 1956. Jornalista, Aldo ingressou no cenário político pelas mãos do movimento Estudantil, chegando ao posto de presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre 1980 e 1981. Em 1977, ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCdoB), onde permanece até hoje. Em sua trajetória política, ficou marcado por posicionamentos fortes, e sobretudo, nacionalistas, chegando a apresentar um polêmico projeto que tentava reduzir o uso de palavras estrangeiras no país. Mais recentemente foi escolhido para relatar o polêmico projeto de reforma do Código Floresta.

Aldo foi presidente da Câmara dos Deputados entre 2005 e 2007, ministro de Estado da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais do Governo Lula, no período de 2004 a 2005. Presidiu, em 2002 a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN). Foi vereador da cidade de São Paulo em 1989 a 1991, e atualmente está no sexto mandato de deputado federal. Durante o mandato à frente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, chegou a assumir a Presidência da República no governo do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso aconteceu em novembro de 2006, quando Lula fez uma viagem oficial á Venezuela.

O senador recebeu uma série de apartes em seu pronunciamento. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que a melhor coisa para a proposição foi a designação de Aloysio Nunes para relatoria. Ele citou a morte do político Davi Capistrano, que teve o corpo esquartejado após morrer em uma sessão de tortura. Para Jarbas Vasconcelos, “a narrativa das atrocidades, por si só, vai contribuir muito para disseminar anticorpos no tecido social do Brasil”. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) disse que a aprovação do projeto é “um momento memorável desta legislatura”. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) disse que voltava no passado, revivendo a luta pela redemocratização do país. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que o Senado teve nesta quarta-feira uma sessão histórica. Ele deixou de apresentar emendas preparadas por seu partido, visando uma rápida aprovação a matéria. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lembrou os momentos de dificuldade que Aloysio Nunes, que militou no movimento estudantil, viveu durante a ditadura e homenageou a todos que lutaram contra o regime militar. O senador Pedro Taques (PDTMT) questionou se “existe paz sem justiça” e afirmou seu convencimento da necessidade de aprovação do projeto agora e sem emendas. Os senadores Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilson Santiago (PMDB-PB) elogiaram a forma como as discussões foram conduzidas pelo relator. Para os senadores do PT Jorge Viana (AC) e Eduardo Suplicy

Jorge Viana destacou que Comissão da Verdade é “suprapartidária”

(SP), a construção conjunta do projeto - apresentado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relatado por um senador oposicionista e que deverá ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff - mostra que o interesse na matéria é suprapartidário. “AComissão da Verdade é, de fato, uma comissão do país. Ela é suprapartidária, vai do

PSDB ao PT, de quem é governo a quem é oposição. O Senado é a casa que acolhe esse arranjo legítimo, que só acontece quando estamos vivendo a plenitude da democracia”, afirmou Jorge Viana. O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) afirmou que a matéria poderia ter sido aprimorada se tivesse sido apreciada pelas outras duas comissões

da Casa, cuja análise foi prejudicada pelo pedido de urgência para sua votação em plenário. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou que a forma de trabalho que deverá ser adotada pela comissão se assemelha ao que fez Nelson Mandela na África do Sul, sem outra motivação que não a busca da verdade. O senador Wellington Dias (PT-PI) disse não ter dúvidas de que a presidente Dilma Rousseff terá “carinho e responsabilidade” na escolha dos integrantes da comissão. O senador Romero Jucá (PMDBRR) disse que a criação da Comissão da Verdade é “um ato que ajuda a virar a página da História”. A senadora Ana Amélia (PP-RS) elogiou o relatório de Aloysio Nunes, que, para ela, foi feito com serenidade e racionalidade. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse considerar que, com a aprovação do projeto, a democracia brasileira se consolidará ainda mais. O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse que o Brasil tem avançado em todas as dificuldades que tem enfrentado, principalmente na busca da cidadania para os brasileiros. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse esperar que “o Brasil possa conhecer essa página, ler essa página e virar essa página sem ódio e sem rancor”. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA), o Congresso está criando “um pilar que fortalece o Estado de Direito e a democracia no Brasil”. Os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Anibal Diniz (PT-AC) destacaram ainda a competência demonstrada por Aloysio Nunes na confecção do parecer.


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BR-101, no Espírito Santo, é apontada como a segunda mais perigosa

Trecho da BR-381, em Minas Gerais, a rodovia onde foi contabilizado o maior número de acidentes durante o ano de 2010: 1.350

A BR-101 é a rodovia de maior risco para os condutores no Nordeste

As 10 rodovias federais mais perigosas Duas rodovias do ranking são localizadas no Nordeste: a BR-101, em Pernambuco, e a BR-116, no Ceará RANKING 1º BR 381/Minas Gerais | Acidentes com Mortos: 113 | Acidentes com Feridos: 1.237 2º BR 101/Espírito Santo | Acidentes com Mortos: 94 | Acidentes com Feridos: 1.272 3º BR 101/Pernambuco | Acidentes com Mortos: 83 | Acidentes com Feridos: 828 4º BR 040/Minas Gerais | Acidentes com Mortos: 76 | Acidentes com Feridos: 926 5º BR 470/Santa Catarina | Acidentes com Mortos: 61 | Acidentes com Feridos: 1.244 6º BR 101/Santa Catarina | Acidentes com Mortos: 60 | Acidentes com Feridos: 1.041 7º BR 116/Rio Grande do Sul | Acidentes com Mortos: 51 | Acidentes com Feridos: 687 8º BR 153/Goiás | Acidentes com Mortos: 49 | Acidentes com Feridos: 486 9º BR 116/Ceará | Acidentes com Mortos: 46 | Acidentes com Feridos: 356 10º BR 282/Santa Catarina | Acidentes com Mortos: 42 | Acidentes com Feridos: 667

As 10 rodovias federais com maior incidência de acidentes contabilizaram juntas um total de 675 ocorrências com mortos e 8.744 com feridos, aponta a 15ª Pesquisa de Rodovias divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O número é grande, mas não gera surpresa, já que a maioria das rodovias do país (57,4%) possui algum tipo de comprometimento, seja na pavimentação, na sinalização ou na geometria viária.

No ranking das 10 piores há duas no Nordeste: a BR-101, em Pernambuco, que levou o 3º lugar, e a BR-116, no Ceará, a 9ª mais perigosa do país. O levantamento da CNT mostrou também que cresceu neste ano a parcela de vias que estão em situação crítica (classificadas na pesquisa como ruins ou péssimas). Grande parte é administrada pelo governo (ou seja, não estão sob concessão), com 53.226 quilômetros de extensão necessitando de reparos.

De acordo com a pesquisa, o governo federal gastou em 2010 - conforme os últimos dados disponíveis - mais de 14 bilhões de reais com as perdas geradas por acidentes ocorridos nas vias federais policiadas. O montante representou uma perda de 0,4% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no ano passado, e foi superior ao investimento feito pelo próprio governo nas rodovias e estradas do país em igual período.

HISTÓRIA

“Invasão de alienígenas” no Maranhão completa 40 anos Imagine-se na seguinte situação. Você está em casa ou no carro, escutando o programa de rádio de maior audiência local e, de repente, o locutor para tudo e começa a narrar, como se fosse ao vivo, uma invasão alienígena a menos de 60 quilômetros de sua residência. Detalhe: em uma época em que não existia internet nem telefonia celular. O que você faria? Imaginaria que era o final do mundo, ficaria em pânico e pediria perdão por todos os seus pecados (ou não, como diria Caetano Veloso)? Correria para o campo de pouso alienígena para tentar manter contato ou fazer logo amizade com os seres de outro planeta? Muitos sabem que essa situação foi vivida na costa leste dos Estados Unidos em 1938, durante a transmissão da novela “A Guerra dos Mundos”, de H.G. Welles, transmitida pela Rádio CBS, na voz de Orson Welles. Agora, o que muitos não sabem é que existiu um produto brasileiro que também causou comoção e pânico. Claro, obedecendo às devidas proporções. Em 30 de outubro de 1971, a rádio Difusora AM, de São

Luís, fez uma edição de “A Guerra dos Mundos”. Na época, os idealizadores do projeto queriam, de um lado, aumentar a audiência da rádio AM, que já enfrentava a televisão. Do outro, provar que mesmo diante de novos veículos, o rádio ainda tinha um forte apelo popular, capaz de causar comoção ou pânico. Essa história agora virou o livro “Outubro de 71: memórias fantásticas da Guerra dos Mundos”, cujo lançamento aconteceu na próxima quartafeira na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís. O programa provocou apenas inquietação na cidade e em vários recantos do interior do Estado, agravamento do estado de saúde de pessoas nervosas e uma série de outros danos que obrigaram as autoridades a tomar providências”, criticou um jornal na época A invasão alienígena no Maranhão foi narrada dia 30 de outubro de 1971, um sábado pela manhã, dia do aniversário da Difusora AM. O roteiro foi construído pelos profissionais Sérgio Brito, Elvas Ribeiro (conhecido como Para-

fuso), Manoel José Pereira dos Santos (o Pereirinha), José Branco, Rayol Filho, Bernardo de Almeida, Reynaldo Faray, José Faustino dos Santos (o Jota Alves) e Fernando Melo. OS ALIENÍGENAS - Era para ser uma manhã normal. Durante o programa “Paradão – As músicas que você classificou”, que tocava os maiores sucessos na época, entre os quais Gal Costa, Paulo Sérgio, Aguinaldo Timóteo e The Fevers, surge a vinheta da Difusora com uma notícia extraordinária, interrompendo a parada de sucessos: professores norteamericanos avistaram explosões vindas de Marte por volta das 5h da manhã, horário de Brasília. As explosões eram partículas de hidrogênio em direção à Terra. Informação essa que foi “confirmada” pelo professor fictício Mário Cordelini, do Observatório nacional do Rio de Janeiro. No transcorrer do programa, os produtores recorreram às “transmissões” da Rádio Repórter do Rio de Janeiro e afirmaram que estavam em sintonia com a BBC de

Londres, dizendo que ambas haviam confirmado a notícia de que objetos voadores nãoidentificados estavam chegando à região Sudeste. “Os Estados Unidos são os mais visados”, disse o locutor sobre a chegada das tropas alienígenas. Em meio a “problemas de transmissão” e “muitos ruídos”, os repórteres da Rádio Difusora AM narraram a chegada de objetos desconhecidos chegando a São Luís. Os repórteres conseguiram até trechos dos diálogos das “torres de controle” do Aeroporto Marechal Cunha Machado, na capital maranhense. Os repórteres também “conseguiram” entrevistas com testemunhas que tinham avistado os objetos voadores não identificados. Um destes objetos tinha um formato de cilindro e pelo menos 30 metros de diâmetro. “Eu nunca vi nada parecido”, dizia o repórter Jota Alves, durante a transmissão da “invasão alienígena” no Maranhão. A rádio Difusora AM teve “problemas” na transmissão, duvidando da integridade física dos repórteres em campo. Até mesmo o diretor da rádio,

Capa do jornal “O Imparcial” estampa a notícia da “invasão”

Fernando Costa, entrou no ar afirmando que “poderemos a qualquer momento sair do ar”. “Agora é necessário que falemos com os senhores. Mais do que nunca devemos ter fé. Fé e coragem”. Ao final do programa, os locutores confirmaram que era tudo uma brincadeira. O programa sobre a “Guerra dos Mundos” durou aproximadamente uma hora. Pouco tempo depois, a rádio foi invadida pelo exército e tirada do ar por algumas horas. OS EFEITOS - Moradores de São Luís que viveram aquele episódio lembram do susto que tomaram na manhã daquele 30 de outubro de 1971. “A gente ficava esperando informações mais concretas. Era complicado. Teve gente que pensou em sair da cidade”, de-

screveu o comerciante Alberto Silva, de 60 anos. “A minha família estava desesperada. Mas quando disseram que era uma brincadeira, tivemos uma sensação de alívio e revolta contra a rádio”, complementou José Ribamar Lima, aposentado de 71 anos. No dia seguinte, jornais de São Luís davam como manchete “Ficção Científica alarmou população” e “Fim de Mundo do Bacelar”, em referência a Magno Bacelar, então presidente da Rádio Difusora AM. “O programa provocou apenas inquietação na cidade e em vários recantos do interior do Estado, agravamento do estado de saúde de pessoas nervosas e uma série de outros danos que obrigaram as autoridades a tomar providências”, criticou um jornal na época.


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Opinião A6

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Madeira? É polêmico. O plano do deputado Joãozinho Pereira (PSDB) de retirar as árvores que margeiam a AL-220 está longe de ser um consenso. De um lado, as famílias de vítimas que perderam as vidas em acidentes nos últimos 20 anos. Um número elevado que nunca foi contabilizado. Do outro, ambientalistas que não conseguem sequer aceitar a possibilidade de que as espécies sejam retiradas. São mais de 2 mil em um trecho de mais de 50km. E do tamanho do problema surgem diversas perguntas que até o momento não apresentam respostas: Terá derrubada? Terá remoção? Terá replantio? Diante de tantas dúvidas, o próprio deputado anunciou que serão realizadas sessões públicas em Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Campo Alegre e São Miguel dos Campos, municípios que interligam a rodovia. Nessas audiências, a sociedade poderá opinar sobre a medida e como a retirada das árvores deve acontecer. Enquanto isso não ocorre, um abaixo-assinado circula em redes sociais contra a iniciativa política, para evitar que a ação aconteça. Joãozinho não fala explicitamente defendendo o corte das árvores e destaca que pretende a retirada de todos os obstáculos, inclusive cercas, muros, galpões e qualquer objeto que prejudique a visão ou possa ampliar o estrago

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O Financiamento e a licença ambiental – II

do acidente no caso de uma fuga de pista. Resumindo: o motivo do corte é para preservar a segurança do tráfego e dos usuários. Os ambientalistas reagem expondo o tamanho do crime ecológico, pois as espécies mais novas têm 25 anos, já que o plantio foi feito em 1985 como uma ação ambiental promovida pela Usina Porto Rico. O debate alagoano é similar a um que acontece no eixo Rio-São Paulo sobre a retirada de árvores da extensão da rodovia Presidente Dutra. A paisagem na entrada da cidade de Resende, sentido Rio-São Paulo, já não é mais a mesma. Após o corte de árvores próximo a Porto Real, devido às obras de ampliação da ponte no local, outras espécies foram retiradas do canteiro central da rodovia. Só que diferente daqui, lá, em 2009, a flora foi depredada indiscriminadamente, sem nenhuma proposta ou discussão de recompensar o espaço perdido. A concessionária que administra a pista derrubou e só depois perguntou se podia fazer – baseada em uma liminar questionada nos tribunais superiores. Agora vereadores das cidades circunvizinhas e deputados estaduais estão engajados para que o replantio seja imediato e que os prejuízos não fiquem na conta das futuras gerações.

“Servindo para agregar ao que já se tem de direito” Alder Flores Advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental Volto a insistir neste tema em razão de ter mais uma vez observado que muitas instituições privadas ou públicas não acompanharam ao que ensina o ordenamento jurídico em relação à competência em matéria ambiental. Com relação às competências, enquanto diversidade de poder-dever de que se servem os órgãos estatais para realizar suas funções e emitir decisões estabeleceu a Constituição Federal, em razão da denominada autonomia da União, Estados-membros e Municípios, dois grandes grupos. - A Competência material: Exclusiva, atribuída a uma entidade com exclusão das demais; Comum cumulativa ou paralela que consiste num campo de atuação comum as várias entidades, sem que o exercício de uma venha a excluir a competência de outra, que pode assim ser exercida cumulativamente. Significa a possibilidade de praticar certos atos, em determinada esfera, juntamente e em pé de igualdade. Já a Competência Legislativa é exclusiva, atribuída a uma entidade com exclusão das demais; Privativa enumerada como própria de uma entidade, com possibilidade, no entanto, de delegação e competência suplementar. Difere da exclusiva, na medida em que esta é indelegável, já que não admite suplementariedade nem delegação; concorrente, conceito que compreende dois elementos, a saber, possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto ou matéria por mais de uma entidade federativa, bem como primazia da União no que

tange a normas gerais; Suplementar, vinculada à competência concorrente, significando o poder de formular normas que desdobrem o conteúdo de princípios e normas gerais ou que supram à ausência ou omissão destas. A orientação constitucional, portanto, é estabelecer competências comuns a todos os entes da Federação brasileira, União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Diante de uma situação, devemos observar a preponderância da matéria em exame, examinando, dois critérios básicos: O critério da preponderância do interesse e da colaboração entre os entes da federação. O Conama através da resolução 237/99, Art. 6º estabelece que compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo estado por instrumento legal ou convênio. Quanto à formalização do convenio o mesmo deve ser visto como de cooperação técnica ao contrário do que muitos pensam, servindo o mesmo para agregar ao que já se tem de direito. O Município é um ente da Federação, dotado de autonomia, tal quais os estados, e de organização política própria. Portanto, o Município é um ente da federação, sujeito às normas gerais, mas não subordinado ao Estado. Isto é o que ensina a lei.

Cresce a aposta externa no Brasil “Seis grandes montadoras decidiram instalar fábricas no Brasil” Renan Calheiros

Senador e líder da bancada do PMDB

Enquanto o mundo sofre com as incertezas da crise financeira global, o Brasil continua a apresentar indicadores apontando que a economia interna está no caminho certo. Não estamos imunes, mas as projeções de crescimento são positivas, a inflação está sob controle e as oscilações do mercado de trabalho estão estáveis. O mais recente dado se refere aos investimentos externos no país. No primeiro semestre deste ano, o Brasil atraiu US$ 32,5 bilhões – R$ 56,5 bilhões – em Investimentos Estrangeiros Diretos, chamado de IED. Entre os países do Brics grupo que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul – ficamos atrás apenas da China. O relatório é da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento – Unctad. Entre os países chamados de emergentes, a China segue líder na captação de investimentos estrangeiros. Foram US$ 61 bilhões nos primeiros seis meses de 2011. Os investimentos na Rússia somaram US$ 23,4 bilhões e na Índia, US$ 17,8 bilhões. Já a África do Sul está bem atrás, com apenas US$ 2,5 bilhões. Este índice avalia os valores investidos em produção, como a construção de fábricas, em fusões e aquisições de empresas e empréstimos entre matrizes e filiais. No acumulado deste ano até setembro, as fusões e aquisições realizadas por companhias es-

Direito Humanitário “Prescreve que nunca possam ser lançados bombardeios sobre populações civis”

Datas & Fatos

João Baptista Herkenhoff Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, professor da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha e escritor / www.jbherkenhoff.com.br Uma longa luta travaram e travam mulheres e homens, grupos ativistas, profetas e mártires para afirmar o primado do Direito contra a barbárie. Ao lado dos “Direitos Humanos” e dos “Direitos dos Povos”, vigora o chamado “Direito Humanitário”. O “Direito Humanitário” busca salvaguardar um “mínimo ético” nos palcos de guerra. É o “Direito Humanitário” que estabelece o caráter intocável de qualquer lugar onde esteja presente a “Cruz Vermelha Internacional”. A Cruz Vermelha está acima de nações, partidos ou facções. Onde haja um “ferido de guerra” ali estará a Cruz Vermelha para prestar “socorro humanitário”. Outras instituições internacionais recebem hoje o mesmo tratamento da Cruz Vermelha, como, por exemplo, os “Médicos sem Fronteiras”. Também o Direito Humanitário estabelece o respeito ao militar já abatido no confronto das armas, por ferimento que o impossibilite de combater, bem como o resguardo daquele que foi feito prisioneiro. É inominável covardia, repudiada pelo Direito Humanitário, tripudiar sobre o ferido ou sobre aquele já submetido à condição de “prisioneiro de guerra”. Ainda o Direito Humanitário prescreve que nunca possam ser lançados bombardeios sobre populações civis. Os crimes que se praticam contra o Direito Humanitário são considerados “crimes de guerra”. Lamentavelmente, só

os que perdem a guerra são julgados pelos seus crimes. Os vencedores julgam-se isentos de responsabilidade pelos crimes contra a Humanidade, em que tenham incorrido. Bebi todos esses conceitos no curso de minha existência: na Casa do Estudante de Cachoeiro de Itapemirim; no contato com meu avô materno que foi magistrado em Santa Catarina e que, na velhice, tornou-se um militante pacifista (datilografei para esse avô, a partir de originais manuscritos, dois de seus livros: O Sol do Pacifismo e A Civilização e sua Soberania); nas aulas da Faculdade de Direito do Espírito Santo, com Ademar Martins, professor de “Teoria Geral do Estado” de toda uma geração acadêmica. Como é triste ver esmagado o Direito Humanitário, nesta quadra da História. Esmagado pelos que jogaram bombas nas torres de Nova York matando milhares de pessoas. Esmagado pelo país que foi vítima dessa agressão e que, em revide, praticou repetidos ataques contra países árabes, vitimando populações civis, inclusive crianças, doentes e velhos. Uma jornalista inglesa registrou que uma bomba foi lançada sobre uma maternidade em Bagdá. Não importa se temos o poder de nos opor a essas negações do mínimo ético que é exigido mesmo quando países estão em confronto bélico. Falar podemos, protestar podemos e nunca deveremos nos calar quando a consciência exigir de nós uma posição.

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Médici sobe ao poder - O general Emílio Garrastazu Médici é eleito presidente do Brasil pelo Congresso Nacional, reaberto para a ocasião, no dia 30 de outubro de 1969, iniciando o período mais duro da ditadura. Ele assumiu o poder disposto a combater a esquerda utilizando as mesmas táticas da "guerra suja". 1905 - A aspirina começa a ser vendida pela primeira vez, tendo sido desenvolvida pela firma química alemã Bayer. 1909 - Convenção das Municipalidades lança Ruy Barbosa à Presidência da República, com o apoio do PRP. 1938 - O programa A Guerra dos Mundos, uma adaptação de Orson Welles para o texto de H.G. Wells foi transmitido nos Estados Unidos. A invasão de marcianos, narrada como se fosse ao vivo, deixou a população em pânico. 1960 - Nasce Diego Armando Maradona, ex-jogador do futebol argentino. 1964 - Numa entrevista coletiva, o presidente da República do Brasil, General Castelo Branco, nega denúncias de tortura. 1974 - O boxeador Muhammad Ali nocauteia George Foreman e conquista novamente o título de campeão dos pesos pesados. 1980 - Ahmed Ben Bella, primeiro presidente de Argélia, é libertado após permanecer quinze anos preso. 1983 - O presidente Raúl Alfonsin toma posse na Argentina. Ele foi o primeiro civil a ocupar o cargo desde 1975. 1988 - O brasileiro Ayrton Senna vence o GP do Japão e conquista antecipadamente o título de campeão de Fórmula 1. 1989 - Morre Pedro Vargas, cantor popular mexicano. 1997 - O Governo brasileiro baixa um pacote de medidas econômicas para defender o real. 1998 - As chuvas provocam o maior congestionamento do ano em São Paulo: 224 quilômetros de extensão.

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trangeiras no Brasil totalizaram US$ 14 bilhões. Esse montante já é superior ao total obtido em 2010, de US$ 8,8 bilhões. O fluxo dos investimentos externos no primeiro semestre de 2011 quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado, quando o volume foi de apenas US$ 12 bilhões. Segundo os especialistas, a tendência do Brasil é manter esta curva ascendente na captação de recursos externos no país, que já vem sendo registrada nos últimos quatro anos. Dentre os países da América Latina, o Brasil também representou mais de um terço dos investimentos estrangeiros diretos no continente. O fluxo de IED no mundo, que atingiu US$ 720,2 bilhões no primeiro semestre e os emergentes, a exemplo do que ocorreu em 2010, captaram mais de 50% dos investimentos transnacionais. Mas é preciso cautela nestas projeções, já que a crise pode interferir neste tipo de investimento. No Brasil temos ainda uma particularidade. O governo adotou medidas pontuais para se vacinar contra a crise. Uma delas foi o aumento do IPI para importação de um segmento de carros populares. O resultado foi que seis grandes montadoras decidiram instalar fábricas no Brasil e isso vai representar mais investimentos e mais empregos no país.

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BOOM

Jovens e idosos são desafios para países Nações pobres se preocupam com alta taxa de fertilidade, enquanto os ricos enfrentam envelhecimento da população O número recorde de jovens e idosos no mundo traz grandes desafios para governos de países ricos e pobres, diz um relatório da ONU sobre crescimento mundial divulgado na semana passada. “Em alguns países pobres, as altas taxas de fertilidade minam o desenvolvimento e acentuam a pobreza, enquanto nas nações ma-

is ricas, a preocupação é com a baixa fertilidade e o número reduzido de pessoas que entram no mercado de trabalho”, afirma o relatório Situação da População Mundial 2011, divulgado na semana passada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). O estudo mostra que, tanto em nações ricas como pobres,

o padrão de vida dos idosos está totalmente ligado às tendências observadas entre a população jovem. Em países pobres, por exemplo, jovens desempregados migram das zonas rurais para as cidades ou para outros países onde as opções de emprego são melhores. E acabam deixando para trás familiares idosos que muitas vezes ficam

sem o apoio que necessitam. Já em nações mais ricas, o número baixo de jovens implica em incertezas sobre quem irá cuidar dos idosos no futuro e pagar benefícios como a aposentadoria. A população mundial, segundo a ONU, está crescendo a uma velocidade jamais vista e vai chegar a 7 bilhões no dia 31 de outubro.

Metade dos 7 bilhões tem 24 anos ou menos Atualmente, as pessoas de 24 anos ou menos formam metade dos 7 bilhões de habitantes (sendo que 1,2 bilhão tem entre 10 e 19 anos) do mundo. Lidar com o alto índice de desemprego neste grupo é um dos grandes desafios apontados pelo relatório. No auge da crise econômica, a taxa de desemprego global nessa faixa etária chegou aos níveis mais altos já registrados: de 11,9% para 13% entre 2007 e 2009. Em particular as mulheres jovens são as que encontram maior dificuldade em encontrar emprego. Em algumas regiões, o desemprego entre jovens é tão alto que acaba tendo implicações sociais. Como exemplo, o relatório lembra que o alto índice de desemprego entre jovens árabes – que chegou a 23,4% - teria agido com uma espécie de fenômeno catalisador nas revoluções da chamada Primavera Árabe. Altas taxas de gravidez entre adolescentes também preocupam pelo seu papel no crescimento desenfreado da população em determinadas regiões. O problema é mais grave na África Subsaariana e na América Latina e Caribe, de acordo com o relatório da ONU. E ainda nos países pobres ou em desenvolvimento, deficiências no setor da educa-

blema. Lá, as mulheres ficam no mercado de trabalho por muito mais tempo, adiando o casamento e a gravidez – ou mesmo decidindo por não ter filhos. Para lidar com essa situação – que, segundo o relatório, talvez seja o mais grave dos problemas sócio-econômico da Finlândia – o governo vem investindo fortemente em programas para incentivar o aumento da natalidade.

ção, mediante o atual ritmo do crescimento populacional, podem criar sérias distorções sociais. O relatório cita como exemplo a Índia: “Geógrafos e cientistas sociais estão céticos e questionam como tantos jovens vão estar prontos para terem vidas produtivas em uma economia cada vez mais sofisticada e complexa, quando mais de 48% das crianças indianas estão mal nutridas e apenas 66% com-

pletam o ensino primário”. ENCOLHIMENTO Em muitos países ricos, a grande preocupação vem no sentido oposto, no encolhimento da população, que pode trazer sérias consequência para a economia e para a sustentação da Previdência Social. A Finlândia, assim como outras nações europeias, o Japão e a Coreia do Sul, exemplificam bem esse pro-

ENVELHECIMENTO Segundo o documento da agência da ONU, atualmente há 893 milhões de pessoas com mais de 60 anos no mundo. Até a metade deste século, este número vai praticamente triplicar, chegando a 2,4 bilhões. A expectativa de vida média atual é de 68 anos, quando era de apenas 48 anos em 1950. O envelhecimento populacional está ocorrendo inclusive em países onde a renda da população é considerada baixa ou média. “Todos os países estão vendo suas populações envelhecer em um grau ou em outro”, afirma o documento, acrescentando que o crescimento populacional entre idosos será mais rápido que em outros setores da população pelo menos até 2050.

Edward Wilson: “Dez bilhões é o limite a nos ater” “É absolutamente crucial agora monitorar de perto o crescimento da população humana. De fato, estamos acelerando, com a estimativa de 9 bilhões em 2043, acima do que se esperava anteriormente a partir de análises de população feitas pelas Nações Unidas. Dez bilhões é o limite a que deveríamos nos ater. Podemos fazer isso, e pelo menos as tendências apontam na direção certa, com quedas nos índices

de natalidade em todos os continentes. Mas deveríamos nos esforçar mais para ao mesmo tempo nos afastarmos da opressão às mulheres e de gestações indesejadas”. A declaração é do biólogo Edward O. Wilson é professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e atua como pesquisador, naturalista e escritor. Ele ganhou duas vezes o prêmio Pulitzer para não-ficção

e trabalha no museu de Zoologia Comparativa de Harvard. Ainda mais importante que isso, deveríamos estar pensando de forma mais criativa sobre a questão do crescimento do consumo per capita no futuro em todo mundo. Este aumento vai ser devastador e certamente será necessário tratar disso de forma a se alcançar sustentabilidade na alimentação e pro-

visão de níveis decentes de moradia ao redor do globo. Isso não parece realmente estar na agenda mundial de forma a causar impacto nos países e nas pessoas mais atingidas pelo problema. Estou particularmente preocupado com o que estamos fazendo com outras formas de vida. Estamos destruindo a diversidade biológica, que consiste de ecossistemas e das espécies que os habitam.

População mundial já é de 7 bilhões; a maioria mora na zona urbana

O perigo de sermos “mais ou menos verdes” Parte do nosso problema é que ao se tornar “mais ou menos verde”, a população mundial tem se concentrado nas partes não vivas do meio ambiente, nos recursos naturais, na qualidade da água, na atmosfera, mudança climática e outros. Até aí tudo bem, mas agora deveríamos estar dando igual atenção à parte viva do meio ambiente - os ecossistemas que sobrevivem e a grande maioria das espécies, que têm milhões de anos e estão em pleno

processo de erosão. Gostaria que déssemos mais atenção à criação de reservas e parques naturais em todo mundo. Em alguns lugares isso vem acontecendo, aleatoriamente, mas não da forma necessária. Realmente precisamos separar mais regiões em que a natureza, o resto dos seres vivos possam ser protegidos, enquanto resolvemos os problemas da nossa espécie e nos ajustamos antes de destruir toda a Terra.

As opções para o próximo século Ou sairemos deste século e entraremos no século XXII com um planeta em condições muito ruins e com muito menos condições de abrigar vida ou sairemos dele com a maior parte das outras formas de vida preservada e com o potencial para reconstruir a natureza de forma a dar à Humanidade uma chance real de viver no paraíso, com níveis de vida decentes para todos. Não podemos esperar que os países em desenvolvimento criem programas de produção e consumo sustentáveis en-

quanto os países desenvolvidos não larguem na frente e mostrem o caminho. No momento, os ricos têm padrões absurdos de consumo, e as diferenças entre os setores mais ricos e os mais pobres estão cada vez maiores mesmo nos países em desenvolvimento. Essa é uma tendência muito perigosa. Precisamos dar o exemplo nos países desenvolvidos adotando, no mínimo, medidas de limitação do consumo e uma distribuição mais inteligente da riqueza.

“Fui otimista”, diz pesquisador americano O professor americano Paul R. Ehrlich fez uma previsão catastrófica em 1968. O mundo tinha pessoas demais, e milhões morreriam de fome, se não houvesse um controle do aumento populacional. A teoria era parte do livro “Population bomb” (Bomba populacional), que se tornou um dos mais vendidos da época e reabriu uma discussão antiga (a do economista inglês Thomas Malthus) sobre a sustentabilidade da vida de bilhões de pessoas no planeta. Mais de 40 anos depois da publicação do seu trabalho mais conhecido, Ehrlich chegou a ser questionado por “erros” em

suas estimativas, mas ele mantém a defesa da gravidade da situação. “Fui otimista na época em que publiquei o livro”, disse, às vésperas de o número de pessoas no mundo atingir 7 bilhões - quase o dobro da população global na época em que o livro foi lançado. Segundo ele, o risco de colapso global ainda existe, por mais que o crescimento populacional esteja perdendo velocidade. “O risco é menor de que o que prevíamos em 68, mas ele ainda existe.” Ehrlich nega que suas previsões tenham sido equivocadas, por tratarem de crescimento desenfreado.


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PRÉ-ESCOLA

Seis anos para entrar no fundamental Resolução do Conselho Nacional de Educação, que entra em vigor em 2012, determina limite de idade Anna Cláudia Almeida Repórter

Uma decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre o limite da idade para uma criança ingressar nos nove anos do ensino fundamental promete pegar pais e mães de surpresa. A resolução entrará em vigor a partir de 2012, e, com isso, escolas de todo Brasil deverão se adequar às novas normas. As mudanças nas regras das escolas brasileiras começaram a ser implantadas em 2009, dentre elas a aprovação para que a idade mínima de um aluno que ingresse no ensino fundamental, que anteriormente era definida de forma aleatória pelas escolas. A normatização deverá trazer várias modificações na vida escolar de milhares de crianças no país, dentre elas, os seis anos completos até o dia 31 de março do ano letivo. Em algumas unidades de ensino, crianças que fazem aniversário entre 1º de abril e 30 de junho já eram consideradas aptas para cursarem a antiga alfabetização. Mas de acordo com a decisão do CNE, mesmo aquelas que fizerem idade nova neste período deverão permanecer na educação infantil. Em outros tempos, cada Estado era responsável e determinava a idade para que o aluno pudesse fazer o período de transição da edu-

cação infantil para o ensino fundamental. Algumas escolas do país chegavam a aceitar que crianças com apenas cinco anos já pudessem iniciar o processo de alfabetização.

A implantação do ensino fundamental de nove anos deixou uma lacuna e, com relação às matrículas, não definia uma data limite para os alunos. Ou seja, a partir de agora a idadelimite para a passagem do

aluno é de seis anos. Nas escolas da rede púbica, as alterações já foram implantadas neste ano. Já nas escolas particulares, o novo sistema de ensino irá vigorar em 2012. O problema é que muitos

Idade cronológica e mental podem ser diferentes O desenvolvimento de uma criança tem um maior estímulo quando ela ingressa na escola. É neste local que ela aprende a conviver com outros colegas, trabalhar com mais intensidade o cérebro, o que contribui para seu crescimento emocional e educacional. Aescolha de colocar a criança na escola pode vir precocemente ou apenas na idade correta, dependendo de uma série de fatores. Pais que precisam voltar ao trabalho e não encontram com quem deixar os filhos, optam pelas unidades de ensino como o local adequado e seguro para o acompanhamento. Maria Valderez, diretora de uma escolar particular de Maceió, apresenta de forma objetiva que a melhor hora de ‘entregar’ a criança aos cuidados do professor seja a partir dos três anos. É nesta idade que os pequenos iniciam a fase do desligamento do vínculo familiar e descobrem um mundo diferente. Os primeiros passos de uma criança na sua vida escolar são de grande importância. “Ela sai da companhia exclusiva dos pais e descobre amigos e um mundo diferente. Por isso é necessário um cuidado tanto de pais como dos professores para que não ocorram traumas em relação ao aprendizado. São novas janelinhas que se abrem no cérebro das crianças, com as orientações aplicadas nas escolas”. Com o passar dos anos, professores já sabem identificar o potencial de cada aluno e é desta forma que são feitas as avaliações necessárias para o nível intelectual. Maria Valderez elogia a decisão do CNE, mas explica que já existem pais contra a mudança. “Isso acaba sendo desgastante para a família. Já tive um problema aqui na escola com um pai que acabou retirando todas as crianças da es-

Larissa Fontes/Estagiária

A pedagoga Maria Valderez Barbosa destaca a importância dos primeiros “passos” da criança na escola

cola. A família não concorda e temos que explicar o porquê da resolução, lembrando ainda que toda regra tem exceção, que será analisada pelo Conselho Estadual”, explica. Diferentes umas das outras, cada criança tem seu processo evolutivo e, mesmo com a implantação de um novo sistema, esta mudança não deverá interromper a construção do saber. “Cada criança é única. A lei prevê que os casos especiais sejam analisados. O aluno precisa ser acompanhado pela família e nunca ir de encontro com sua evolução, porque poderá prejudicar o desenvolvimento dele”. O novo sistema adotado para a educação no Brasil segue padrões internacionais e por isso teve a finalidade de organizar melhor o sistema de ensino. Mas o maior empecilho encontrado nas unidades de ensino são os pais, que muitas vezes não querem respeitar a idade mental da criança e costumam abdicar a ideia de que os filhos não estão

preparados para avançar no percurso da educação. Adiretora pedagógica coloca ainda que é para isto que as escolas dispõe de uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, para fazer um estudo detalhado do aluno. “Nós chamamos de conselho de classe. Cada criança é acompanhada individualmente e podemos perceber se ela está apta para avançar de turma. Fazemos análises didáticas e psicológicas, de acordo com a faixa etária”, coloca ao afirmar que o desafio é a orientação dos pais para que a escola não perca sua autonomia. Apesar de considerar válidas as mudanças impostas pelo CNE, ela acredita que o limite da idade não é o maior desafio. “Respeitar a idade da criança é um grande passo, mas acredito que o governo precisa ter um olhar diferenciado para as crianças especiais. As escolas têm que recebê-las e ter os mecanismos fundamentais para realizar um bom trabalho com elas. A faixa etária não é o mais importan-

te”. O mesmo pensamento é compartilhado pela psicóloga infantil Fátima Bonfim. Para ela, a limitação na idade escolar pode ser benéfica, mas também traz um problema que consequentemente será motivo de discussão entre pais e educadores. “Acho válido estabelecer a data, pois isso fará os pais perceberem que as crianças precisam de um tempo para chegarem a escola. Mas também quando se estipula data-limite, e o aluno completa os seis anos um dia após a data, abre-se uma discussão, porque um dia não faz diferença alguma”, explica. Já a possibilidade de retornar a uma turma que já foi desbravada pela criança pode trazer problemas para o desenvolvimento intelectual, como a falta de motivação, de estímulo, desinteresse. Essa interferência, de acordo com a psicóloga, poderá acarretar em riscos para o trabalho educacional do aluno. (A.C.A.)

pais estão alheios a restrição do limite de idade ou não conhecem o que vai ocorrer na vida escolar dos filhos. Mas o problema, de acordo com a CNE, é que no texto, quando se dizia ‘início do ano’

as escolas sempre interpretavam como sendo o primeiro semestre. A definição da data limite seria para evitar confusão assim como já acontece nos países do Mercosul, onde o 31 de março foi estipulado.

Na há como fiscalizar a lei em AL Segundo a presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Bárbara Heliodora, apesar das mudanças no sistema educacional brasileiro, o processo de fiscalização dos conselhos estudais é praticamente nulo. Sem uma estrutura que consiga atingir as mais de mil escolas em Alagoas, a educadora coloca que o principal meio para vistoriar são as denúncias. Em Alagoas, o processo de mudança teve início em 2007, com a emissão pelo conselho estadual de uma resolução, que complementou a decisão e organizou o ensino fundamental do estado. A norma começou a ser adotada e, segundo o conselho, até a aplicação por completa da lei, em 2012, todas as escolas já estarão adaptadas ao novo limite de idade para o aprendizado. Foi através desta norma complementar emitida pelo Conselho para a Secretaria Estadual de Educação (SEE), que foi dada ciência os coordenadorias regionais de educação (CREA) sobre as novas diretrizes seguidas no ensino fundamental, tanto para as escolas públicos e privadas, normatizando assim todo o sistema. “A lei se cumpre e a resolução do Conselho Nacional de Educação deve ser aplicada em todas as escolas, sejam elas as particulares, cenecistas ou as públicas municipais e estaduais. Estipular o limite de idade foi a forma encontrada pelo MEC de dar a oportunidade das crianças viverem mais tempo como crianças”. A imposição dos pais para que os filhos avancem no ensino será o maior problema para que a lei seja respeitada. As crianças chegam às escolas precocemente e juntamente com o apoio da tecnologia, acabam se desenvolvendo numa velocidade ainda maior, mas existem as limitações que deveriam ser consideradas pela família, de acordo com a educadora.

Thiago Sampaio

Heliodora: todos terão que se adaptar

“Muitos pais chegam às escolas e acham que pelo filho saber digitar, mexer num computador, já está apto para seguir ao 1º ano. Só que eles esquecem que a educação das crianças não é apenas isso, requer todo um cuidado da escola, todo um acompanhamento e as etapas não devem ser ultrapassadas”. Bárbara Heliodora diz ainda que o procedimento não agrada aos pais e muitos acabam sentindo-se lesados, recorrendo à Justiça. O problema, relata, é que em caso de mudança de Estado, poderão ter que se adequar a norma do CNE. “Imagine se os pais precisarem mudar de domicílio e a escola que pretendem matricular o filho não aceite, eles terão problemas e novamente seguir para a justiça”. A única solução, segundo a educadora, é convencer os pais de que o mais adequado é que os filhos sejam matriculados no ano propício. “Nós estaremos acompanhando, mesmo que não exista uma forma eficaz de fiscalização. Muitos aceitam e entendem a situação, aqueles que pensam o contrário devem entender que a lei é apenas uma forma encontrada pelo Ministério em dar o melhor a criança”, disse. (A.C.A.)


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Crime e castigo para embriaguez Em autuação inédita em Alagoas, jovem está preso na Casa de Custódia por dirigir embriagado e não pagar fiança Deraldo Francisco Editor-Geral

Uma fiança no valor de R$ 16.350,00 – o equivalente a 30 salários – pode funcionar como um fator inibidor de embriaguez ao volante, pelo

menos para um motorista do Pilar. O jovem Myck Valdiano dos Santos, de 20 anos, está preso na Casa de Custódia, porque não tem o dinheiro para pagar a fiança por ter sido preso em flagrante dirigindo embriagado. Ela esta-

va na companhia de mais quatro colegas, também embriagados. Certamente, Myck Valdiano nunca mais esquecerá deste acontecimento na sua vida e, se tiver juízo, vai pensar muito antes de beber e sair com um

carro. Por muita sorte, mais tarde ele não terá de recordar de uma tragédia pela qual foi responsável. Ele dirige, mas não é habilitado e, na quarta-feira passada, quando foi perseguido e preso por uma guarnição da

Polícia Militar, foi submetido ao exame do bafômetro que revelou um teor de álcool muito acima do permitido. O jovem foi preso e autuado em flagrante, incurso no Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que

Yvette Moura

Alterações no Código Penal

Myck Valdiano, o motorista, não pagou a fiança de 30 salários mínimos

Fuga cinematográfica e flagrante Por volta das 21h, a PM de Marechal Deodoro recebeu pelo rádio-comunicador uma informação dando de que cinco rapazes, num veículo Fiat Uno de cor cinza estavam trafegando com o veículo em alta velocidade e assustando os moradores. Iniciou-se uma procura pelo carro suspeito e o veículo só foi localizado pouco depois das 22h, na rodovia AL-101 Sul, no sentido Maceió. Na barreira policial da Ilha de Santa Rita, o condutor recebeu ordem para parar, não atendeu, furou o bloqueio e seguiu em alta velocidade pela BR-424, rumo ao pólo, no Pilar. Os policiais militares fizeram disparos para o alto, mas o motorista não parou. Houve solicitação de reforço e, após ser perseguido por três viaturas da PM, o Fiat Uno cinza de placa NMI-4611/AL, do Pilar parou após cair num buraco às margens da BR-101, nos arredores do Pilar. O carro pertence a Mick Valdiano, que estava dirigindo, mas está no nome de José Amaro dos Santos, tio dele. O carro foi revistado, bem como os seus cinco ocupantes, mas a PM não encontrou armas ou drogas. No entanto, segundo versão da polícia e o laudo do bafômetro, o condutor estava

embriagado. Os cinco rapazes passaram a tarde bebendo em Marechal Deodoro e, à noite, foram fazer arruaças na cidade. PRISÃO - Antes de serem levados para a Central de Polícia, os rapazes escoltados até o posto da Polícia Rodoviária Federal do Tabuleiro do Martins, onde Mick Valdiano foi submetido ao teste do bafômetro. Ele poderia ter sido se recusado porque, constitucionalmente, ninguém é obrigado a construir provas contra si. Ele não se importou com isso. O laudo do exame foi essencial para a autuação em flagrante por embriaguez ao volante, crime previsto no CTB e que prevê punição com prisão e condenação de até quatro anos mais multa. Na delegacia, os quatro rapazes que estavam com o condutor foram liberados. Eles tiveram sorte de não morrer num acidente, uma vez que, na fuga da polícia, o Fiat Uno em que estavam passou entre duas carretas na BR-101 escapando de uma violenta colisão. Suspeita-se que o veículo “andou” a 160km/h. Muitas vidas correram riscos, principalmente as dos ocupantes dos veículos. Na delegacia, os rapazes disseram que mandaram o colega parar o carro, mas ele não atendeu a ninguém. (D.F.)

Com a mudança do Código de Processo Penal, no início deste ano, os crimes com pena igual ou inferior a quatro anos comportam o arbitramento de fiança. O crime de embriaguez ao volante prevê uma pena de até três anos de prisão. A autoridade policial pode arbitrar a fiança de um a cem salários mínimos. Acima disso, só a autoridade judicial que também é responsável pela cassação do arbitramento de uma fiança feito por um delegado de polícia. Neste caso, por exemplo, se o jovem Myck Valdiano não puder mesmo pagar a fiança, não ficará preso até o pagamento da pena, mas o magistrado pode relaxar sua prisão, anulando a atuação do delegado. Ou seja, perdoando o pagamento da fiança. Não aconteceu ainda, pode acontecer. Myck Valdiano acreditava que, na Central de Polícia, seria advertido pelo delegado e depois, quando passasse o efeito da cachaça, seria liberado. Pelo meos foi o que ele contou para um dos amigos. Ele se surpreendeu quando recebeu a informação de que iria para casa naquele momento se desembolsasse R$ 16.350, 00. Ao delegado, ele disse que trabalhava como segurança, mas estava desempregado e que não tinha o dinheiro da fiança. Neste caso, ele foi levado para o xadrez da Central de Polícia e, na manhã de quinta-feira, transferido para a Casa de Custódia, no Jacintinho, onde estava até a última sexta-feira. Se não for liberado neste final de semana, amanhã ele será transferido para o Cadeião. (D.F.)

trata da “embriaguez ao volante”. A autuação inédita foi do delegado José Denisson de Albuquerque Sousa, que é do 7º Distrito de Polícia (DP), mas estava de plantão na Central de Polícia no dia da ocorrência.

Delegado Denisson Albuquerque diz que não esperava tanta repercussão ao optar pelo valor máximo

Fiança maior pode ser educativo O delegado Denisson Albquerque disse que não esperava que sua decisão tivesse tanta repercussão em Maceió. Considerado linha dura na Polícia Civil alagoana, ele disse que não é tolerante com embriaguez ao volante e que aplica sem dó nem piedade o que está previsto na legislação. O JORNAL entrevistou o delegado sobre o assunto: O que o senhor pretendia quando arbitrou uma fiança tão alta? - Inicialmente, eu pensei em arbitrar uma fiança de 50 salários mínimos. A lei me faculta até cem, mas não quis ser extremista. Depois, ouvi os meus policiais e baixei para 30. Não fiz nada diferente do que a lei prevê. Mas é comum a autoridade policial trabalhar com um ou dois salários mínimos... - Isso varia de delegado para delegado. Tenho alguns colegas que agem assim mas eu sou intolerante com embria-

guez ao volante. Se você se embriaga e vai dirigir deve ser responsabilizado por tudo que acontecer. Se ferir alguém, se matar, se causar danos materiais. Para mim essa história de crime culposo para bêbado ao volante é balela. O condutor nestas condições deve responder por crime doloso. Mas o motorista é pobre... - Pouco me importa. Se ele teve dinheiro para beber com os amigos à tarde toda, num dia de semana quando as pessoas estão trabalhando, dirigir um carro pondo em risco a vida das pessoas e até ser dono do carro, então poderá pagar a fiança. O senhor sempre agiu assim? Não. Antes da reforma do Código de Processo Penal eu nem arbitrava fiança. Autuava em flagrante e mandava o infrator para a cadeia. Se a autoridade judicial quisesse soltálo que o fizesse, mas eu mesmo não.

O senhor acha que essa sua atitude vai inibir a embriaguez ao volante? - A minha intenção não era essa. Mas tenho certeza absoluta que esse motorista vai pensar duas ou três vezes a mais quando beber e tiver que dirigir. A medida não é educativa. Agi como a lei prevê. Eu apenas apliquei o que está previsto na legislação. O que o senhor achou da repercussão que o caso alcançou? - Fiquei surpreso. Depois do plantão, fui para casa descansar e, como não consegui dormir, fui resolver os meus problemas pessoais já que tinha direito à folga. De repente o meu telefone não parou de tocar. Eram jornalistas querendo mais informações e alguns colegas [operadores do Direito] me parabenizando pela decisão. Sinceramente como não era essa a minha intenção, mas, se repercutiu bem é sinal de que fiz a coisa certa. (D.F.)


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Um bairro ameaçado pela violência Disputa de traficantes amedronta moradores e fecha posto de saúde, escola e creche municipal na Pitanguinha Sumaia Villela Repórter

É tempo de guerra na Pitanguinha. O bairro, que antes era conhecido somente pela seresta, que desfila alegria pelas ruas mensalmente, hoje aparece nos noticiários como um território ameaçado pela violência do tráfico de drogas. A Escola Estadual Sebastião da Hora, o posto de saúde e a creche municipal foram tomados por pânico, ao receberem a informação de que seriam invadidos, semana passada. Mas o perigo não come-

çou ou acabou nos dois dias de correria. Ele ocupa o dia-a-dia dos moradores até hoje. A Pitanguinha, desde sempre, é rodeada por grotas de pobreza. Em volta do “tabuleiro” de classe média e alta, estão o Vale do Reginaldo e as grotas da Moenda e do Estrondo. Do outro lado fica o Feitosa, bairro que também se confunde com as favelas. E nessa depressão geográfica existe um tradicional comércio de entorpecentes. Antes, de maconha. Hoje, de crack. E com a mudança de produto veio também a qualificação criminal.

Há cerca de um mês, o crime começou a mostrar sua força. O bairro, que antes tinha apenas a sua parcela “pobre” coagida pelos traficantes, agora já assiste a violência chegar ao asfalto. De pequenos assaltos e furtos, a região passou a viver um terror típico de grandes conflitos: um barulho esquisito, um grito, qualquer coisa é sinal de problema com o comércio de entorpecentes. A Polícia Militar precisou reforçar a segurança no local para tranquilizar os trabalhadores e usuários dos órgãos públicos.

Thiago Sampaio

Bairro da Pitanguinha é rodeado por grotas

Agentes de saúde não descem a grota O início da guerra declarada entre os traficantes da Moenda e do Estrondo pode ser contado pelo tempo que as duas equipes do Programa Saúde da Família (PSF) não descem as grotas para atender a população. “A gente recebe recomendação dos próprios moradores. Eles falam: ‘não desçam, deixa que a gente vem até aqui, que o tiro ta comendo solto lá”, revela Gustavo, um dos integrantes do grupo. Enquanto isso, 1.336 famílias e 4.887 pessoas ficam com atendimento prejudicado. “Eu entendo que nós precisamos continuar o trabalho, mas se eles mesmos falam para a gente não descer, eu que não vou. Não vou me arriscar. Já fiquei passando mal depois daquela correria no posto, fui bater no hospital”, se justifica uma enfermeira. E o temor tem fundamento. Há duas semanas, uma das agentes comunitárias, Marília, conta que uma adolescente de 19 anos foi ao posto de saúde buscar ajuda. Ela havia sido baleada na perna porque teria ficado presa em meio a um tiroteio, na Grota da Moenda. Ajovem foi encaminhada para o hospital após receber os primeiros atendimentos. Depois disso, a agente não encontrou mais a jovem; sua família se mudou logo após o ocorrido e não deixou pista de seu paradeiro, segundo soube depois. E esse não foi o único caso de violência ocorrido neste mês em que os ânimos do tráfico estão afetados. Todos os dias, os pacientes trazem notícias de uma nova morte, um novo tiroteio. Com os funcionários do PSF, no entanto, nunca aconteceu nada. Eles sempre são respeitados, e precisam também respeitar os que ali vivem, criminosos ou não. A coisa funciona assim, cada um na sua, em nome da sobrevivência de todos. “tiroteio não tem hora e dia marcados para acontecer, né?”, graceja Gustavo, um dos enfermeiros. Mas quando se fala de droga, dependência química, tratamento para viciados, a coisa muda de figura e os agentes, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos ficam quase de mãos atadas. Lá, as duas equipes receberam capacitação para iniciar um trabalho nesse sentido, mas não conseguiram sair do lugar. Avigilância na grota é constante. Os traficantes conhecem todos os passos dos agentes de saúde, e se eles pisarem fora da linha podem ter problemas. “Sabe como nós sabemos disso? Porque quando a gente põe o pé na entrada da grota, a mulher que eu vou visitar lá embaixo já sabe que eu estou ali. Quando sou recebida, me fala que tava dormindo e acordou porque falaram que eu estava chegando. Eles têm postos de observação”, aposta. Segundo elas, não é a primeira vez que as equipes ficam sem descer. Antes, já ficaram afastadas da grota por um dia, uma semana. Mas nunca ficaram tanto tempo impedidos de fazer as visitas. (S.V.) Continua na página A14


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Caminhada da paz não pode sair às ruas Na Pitanguinha, a paz não pode sair às ruas, literalmente. No último dia 21 de outubro, deveriam passear pelo bairro moradores e estudantes da Escola Sebastião da Hora, com faixas e mensagens que pediriam o cessar fogo da violência cotidiana. ACaminhada da Paz, organizada pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Pitanguinha, seria parte de um trabalho de desenvolvimento de uma comunidade

pacífica, mas o tráfico, indiretamente, impediu que ela ocorresse. Clarissa*, que trabalhava na organização da caminhada, contou que o receio da equipe envolvida era que os traficantes tomassem o evento como uma provocação, e tentassem fazer um atentado. O adiamento já estava sendo discutido, mas a decisão foi tomada depois da ameaça de invasão à escola. Os funcionários do CRAS

receberam a informação de que todos os órgãos deveriam fechar, e obedeceram. “Nós estávamos nos preparativos para o dia seguinte, fazendo os cartazes, e tivemos que deixar tudo e ir embora”, narrou. Como as crianças da escola – alvo da coação – seriam as principais envolvidas na caminhada, o medo de que elas estariam em risco foi determinante. A nova data ainda não está definida, mas o certo é que vai

Thiago Sampaio

Amigos separados por causa do tráfico Se a violência sem freios ou máscara é fato novo que assusta os moradores da Pitanguinha “de cima”, a situação é bem pior para os habitantes das grotas do bairro. Ao contrário dos agentes de saúde, eles não têm escolha, precisam descer para voltar à casa, todos os dias. E, sem querer, são envolvidos pelo conflito. Maria e Vitor, estudantes do ensino fundamental, são amigos dentro da escola. Fora dela, atualmente, está difícil manter o contato. Eles têm medo de visitar um a casa do outro, e mesmo nos arredores da instituição não é mais seguro, depois das ameaças. “Dos traficantes da Grota da Moenda eu não tenho medo, passo normal por eles. Mas se for do Estrondo eu acho que eles me matam”, responde um deles, sobre se eles temiam os homens do tráfico. “Quando falaram que ia invadir a escola, todo mundo começou a chorar. Eu e mais uns meninos nos ajoelhamos e começamos a orar”, contou Vitor. Mas esse choque inicial, diante de fato tão diferente, não chega a se repetir em outras ocasiões. As crianças moradoras dessas grotas falam tão naturalmente de homicídios e outros crimes como se narrassem um filme ou um jogo. Os adultos também vivem acuados. Amanda, moradora da Grota do Estrondo, diz que o terror psicológico é tanto que se uma bomba junina estoura em uma tarde de domingo, todos correm para fechar as portas e rezar para ficar de fora do tiroteio. “Eles sempre passam avisando quando vai ter sangue. Manda a gente se trancar em casa e fingir que não ouve nada”, conta. Se os pais evitam discutir o que seria melhor para a comunidade, as crianças possuem a língua solta pela inocência, e falam sem pudores sobre o que achariam melhor para sua região. “Eu não queria que a polícia invadisse, porque ia ser a maior confusão, ia ter tiroteio e bala perdida, ia quebrar tudo e podiam matar gente que não tem nada com isso”, opina um. Já outro pensa no resultado: “Mas aí não ia mais ter bandido, depois”. SEM REUNIÃO - Uma liderança comunitária do bairro contou que o medo se estende também às conversas com agentes de segurança. Ela conta que no mês de março, logo após o comandante do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMTz), Pinto Sampaio, ser designado para a posição atual, ele convidou diversos líderes da comunidade para uma reunião dentro do quartel, que faz limite com a Grota do Estrondo. O resultado? Ninguém foi. “Ficou todo mundo morrendo de medo, porque os traficantes poderiam pensar que a pessoa seria... com diz mesmo? Cabueta. Aí não apareceu um gato pingado”, conta ela, que diz que a chamada “lei do silêncio” começou há uns três anos, quando o tráfico começou a ficar mais ousado. A liderança acredita que o centro de coleta seletiva que funcionava do Estrondo, de propriedade da Associação dos Moradores da Pitanguinha e onde trabalhavam 22 pessoas da comunidade, foi incendiado por eles, em 2008. “Acho que eles se incomodam com o que não podem controlar”, opina. (S.V.)

ocorrer na primeira semana de dezembro, para dar tempo das coisas se acalmarem entre os agentes do tráfico. “Agora vai ocorrer, independente do que aconteça”, garantiu Clarissa. Mas o confronto não é o previsto por ela; essa tensão diária, de acordo com a organizadora, não é comum. “Violência sempre teve, mas nunca mexeram com a gente, até porque nós atendemos os idosos deles, as mães, os pais”, opina. (S.V.)

Escola Estadual Sebastião da Hora foi fechada depois de divulgada a informação de que seria invadida

Olho por olho, dente por dente O medo, entre os moradores da Pitanguinha, é uma mordaça que os impede de contar o que ocorre nessa prisão invisível que é a violência. Amenor menção ao conflito do tráfico faz as pessoas olharem para o lado, a fim de saber se alguém percebeu o tema da conversa. Para aqueles que moram nas comunidades onde estão sediados os chefes locais do tráfico, eles sequer querem ser vistos falando com um jornalista. Para colher as informações sobre a origem do conflito entre os criminosos das duas áreas, foi preciso fazer um mosaico de dados de diversas fontes, que nunca revelavam todos os detalhes da trama. Como o caso está sendo investigado pela Polícia Civil, a reportagem não vai revelar todas as nuances da guerra, para não atrapalhar o trabalho do órgão de segurança. A disputa pela supremacia do comércio de entorpecentes, na região, sempre ultrapassou a fronteira da concorrência “saudável”. O sangue já era derramado pelo controle do tráfico, de tempos em tempos, na região. A boca da Grota da

Moenda queria se sobrepor à do Estrondo, e vice-versa. Mas a briga estourou há cerca de um mês, quando um inocente morreu. O chapeiro José Lenilson Santos Silva, 25, bebia em um bar com dois homens na Grota do Estrondo, após o toque de recolher imposto pela bandidagem. Era consenso entre as pessoas ouvidas que o jovem não estava envolvido em práticas ilícitas; trabalhava honestamente para sustentar duas filhas pequenas e a esposa, uma empregada doméstica. Em determinado momento, alguém o chamou na porta. Ele olhou. Um buraco foi aberto a bala em sua nuca. O problema é que ele era irmão de um dos traficantes, conhecido pelo apelido de Cicatriz. Existem duas versões para o motivo do assassinato: a maioria acha que a morte de Lenilson serviu para atingir o irmão criminoso; alguns, no entanto, sustentam que ele foi morto por engano. O fato é que os homens – que seriam traficantes da Moenda – que cometeram o homicídio fugiram para outra grota de Maceió, onde es-

tariam escondidos desde então. A partir daí uma vingança estaria sendo planejada. As ameaças feitas à Escola Sebastião da Hora seriam resultado disso. Quatro meninas que lá estudam seriam o alvo, todas irmãs ou namoradas de soldados do tráfico. Seriam usadas como moeda de troca e coagidas a revelar o local onde os assassinos de Lenilson estariam escondidos. Até um carregamento de armas chegou à comunidade na semana do pânico que tomou os órgãos públicos do bairro. Uma fonte falou da possível participação dos traficantes que escondem os assassinos no conflito. Alguns nomes e nuances permanecem obscuros, mas um dado é certo: em breve, se uma operação não for deflagrada no momento certo, um confronto armado de proporções parecidas com as brigas de traficantes do Rio de Janeiro ocorrerá nas duas grotas. (S.V.) *Todas as pessoas citadas na reportagem tiveram seus nomes e, em alguns casos, o gênero, trocados para que não sofram qualquer tipo de ameaça ou pressão.


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Projeto quer retirar 2 mil árvores das margens de rodovia

Proposta foi votada na Assembleia Legislativa do Estado e aprovada por unanimidade pelos deputados

Láyra Santa Rosa Repórter

Enquanto boa parte da sociedade tem tomado consciência da importância do meio ambiente para uma qualidade de vida melhor, principalmente no que se refere às questões de desmatamento, Alagoas inicia uma discussão considerada por muitos como um descompasso da atualidade. Isso porque foi votada na Assembleia Legislativa do Estado a indicação para a remoção ou transferência de 2 mil árvores que ficam à margem da rodovia estadual AL-220. O motivo para a ação seria o grande número de acidentes que acontecem no trecho; a maioria com vítimas fatais. A sugestão foi do deputado Joãozinho

Pereira (PSDB) e já foi aprovada por unanimidade pelos outros parlamentares. Desde então, a ação tem gerado uma série de debates e questionamentos. Existem correntes que defendem o projeto por envolver vidas, mas também, há aqueles que são totalmente contra, partindo em defesa do meio ambiente. O pedido do parlamentar aconteceu depois de um grave acidente, que matou quatro pessoas de uma mesma família no último mês de setembro, num dos trechos da rodovia. O acidente que tirou a vida de Laurita Nogueira de Alcântara, que estava no sexto mês de gestação; Leandro Alcântara Silva; Maria Dinaura de Alcântara e José Aloísio Alcântara teria ocorrido após o motorista José Jackson, que dirigia o veículo

Jetta em alta velocidade, derrapar na pista molhada e colidir na Pajero que eles estavam. Com a pancada, o carro em que a família viajava foi jogado em direção as árvores, agravando ainda mais o acidente. Para justificar a retirada das árvores, o deputado alegou que a rodovia está entre as que mais registram acidentes fatais em Alagoas. Para ele, as árvores acabam tendo relação, por ficarem nas margens da estrada como barreiras, além de dificultar a visão de quem cruza a rodovia. Em contrapartida, a cada árvore retirada, seriam replantadas outras três em locais adequados. Diante de tantas dúvidas, o próprio deputado anunciou que serão realizadas sessões públicas em Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Campo Alegre e São Miguel dos Campos,

municípios que interligam a rodovia. Nessas audiências, a sociedade poderá opinar sobre a medida e como a retirada das árvores deve acontecer. Enquanto isso não ocorre, um abaixo assinado circula em redes sociais contra a iniciativa política, para evitar que a ação aconteça. A maior preocupação de ambientalista é que essa medida ‘vire moda’ e acabe se tornando comum ao longo de todas as rodovias verdes de Alagoas. Existem pelo menos oito trechos onde as folhagens da vegetação formam um verdadeiro túnel. Na AL-215, no trecho que corta a cidade de Marechal Deodoro, e no trecho de Boca da Mata, assim como a AL-220, as árvores deixam o ambiente de rodovia mais ameno e bonito.

Família de vítimas defende medida Árvores plantadas na década de 80 A família de Laurita Nogueira de Alcântara, Leandro Alcântara Silva, Maria Dinaura de Alcântara e José Aloísio Alcântara defende o projeto do deputado, apesar de entender que o acidente só ocorreu devido ao fato do motorista José Jackson estar alcoolizado e dirigir em alta velocidade. Ainda muito abalados com as mortes, eles afirmam que vão realizar uma manifestação, pedindo que as árvores sejam mesmo retiradas. “Esse não foi o primeiro acidente na AL-220 que teve liga-

ção com aquelas árvores e, se elas continuarem na margem da estrada, não será o último. Sei que elas não têm culpa diretamente, mas com a colisão na estrada, meu sobrinho tentou desviar o carro de uma árvore e acabou batendo em outra. Se elas não estivessem ali, ele teria parado no canavial e poderia ter se salvado. A colisão com a árvore foi o que causou as mortes”, afirmou Maria Rejineide Alcântara, que é filha e tia, de três das quatro vítimas. De acordo com a familiar, Laurita e Leandro eram casa-

dos e estavam à espera do primeiro filho. Eles saíram de Arapiraca junto com os avós de Leandro, Maria Dinaura e José Aloísio para o casamento do filho de Rejineide que iria ocorrer em Maceió. “Estávamos esperando eles chegaram em Maceió para o casamento. Eles vinham normalmente pela rodovia, quando o José Jackson perdeu o controle do carro e bateu no veículo que meu sobrinho dirigia. Eles foram assassinados pelo José Jackson que estava completamente alcoolizado”, afirmou.

Marcas de colisões estão expostas nos troncos das árvores que ficam às margens da rodovia

O acesso a AL-220 por São Miguel dos Campos é a porta de entrada para o caminho das imponentes árvores. A maioria de troncos largos, com pelo menos 26 anos de vida, contam a história daquela estrada. As marcas dos acidentes e das inúmeras tentativas de retiradas podem ser vistas nos troncos da maioria delas. De acordo com o levantamento do Instituto do Meio Ambiente (IMA), existem ao longo de toda à pista 1635 plantas, a maioria das espécies frutíferas das mangueiras e dos brincos de viúva. Elas foram plantadas no local na década de 80, como forma de arborizar o trecho de semi-árido do agreste alagoano pela Usina Porto Rico, que fica em Campo Alegre. “A usina arcou com o plantio das mudas. Uma atitude louvável na época, principalmente para um contexto onde não valorizavam às questões ambientais. Por conta do pioneirismo, se cometeram algumas falhas técnicas no planejamento de arborização, mas nada que modifique a importância do ato”, disse o ambientalista Ricardo Ramalho, que integra a Organização não Governamental Movimento Minha Terra. Desde que foram plantadas, essa não é a primeira vez que tentam retirar as árvores da margem da rodovia. Há alguns anos, foi descoberto pelos órgãos ambientais do Estado, uma ação de anelamento nos troncos das plantas. Com isso, a seiva não conseguia circular pelas árvores, causando a morte de algumas delas. Foi preciso uma intervenção rígida para que a situação

Ricardo Ramalho acredita que situação de rodovia deve ser analisada

diminuísse. Outro fato é que as plantas vivem sendo podadas sem nenhuma técnica e também acabam morrendo. “Nós do movimento acompanhamos a primeira tentativa de matar essas árvores. Denunciamos a situação aos órgãos ambientais que agiram e resolveram à questão. Mas, desde então, outras ações aconteceram e com o mesmo intuito de retirá-las. Recentemente fizeram uma poda em quase todas as árvores para poder proporcionar a passagem de veículos grandes. Isso tirou um pouco da beleza do local, que era um grande túnel recortado por esses mesmos veículos”, contou Ramalho. Para o ambientalista, antes de qualquer discussão para a retirada das árvores, deveriam analisar a situação da rodovia e constatar se ela é realmente segura, segundo as normas de trânsito. “As árvores estão paradas no seu canto, dando sombra e purificando o ar da poluição dos carros. Porém, é pre-

ciso saber por que esses acidentes acontecem. É muito provável que tenha ligação com os motoristas que passam em alta velocidade, alguns embriagados e que comentem imperícias. Antes de qualquer coisa, não seria o caso de pensar em deixar a estrada mais segura, com redutores de velocidade e placas de sinalização”, falou. Ricardo Ramalho aproveita para dizer que não é totalmente contra a iniciativa, mas que para ela acontecer é preciso que o plantio das novas mudas aconteçam antes. “A supressão das árvores pode até ser admitida desde que condicione antes de tudo o projeto de arborização substituto, regido pelas normas técnicas atuais, com plantas de portes maiores”, colocou. “Porém, ainda acredito que isso seja um atraso, um verdadeiro descompasso diante da tendência mundial. Sem falar que pode abrir precedentes para novos casos de supressão sejam sugeridos”.


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Motoristas trafegam em alta velocidade e aumentam riscos de acidentes Na última semana, a reportagem de O JORNAL esteve no local para tentar identificar quais os verdadeiros riscos da rodovia e pode constatar como funciona o trânsito na região. Como se trata de uma grande reta, os motoristas não poupam o velocímetro e cruzam a pista em alta velocidade. Além das árvores, a rodovia é pouco sinalizada e existem em vários trechos placas, postes, muros e até casas invadindo a área de domínio do

Departamento de Estradas e Rodagens de Alagoas (DER-AL). No decorrer de toda a pista é fácil encontrar as marcas de freadas e, até mesmo, árvores tombadas, provavelmente derrubadas após acidentes. A história de tragédias da AL-220 também está marcada pelas cruzes à beira da estrada e pequenas lapides que apontam aonde algumas dessas mortes aconteceram. Assim como essas mesmas árvores servem como lembran-

ças tristes, elas servem de alimentos e de sombra para quem trabalha e mora no entorno da estrada. É embaixo de um pé de brinco de viúva, que durante a semana o auxiliar de moto bomba, José Fabiano dos Santos, faz a sua refeição na hora do almoço. “Gosto muito dessas árvores. Ela traz essa sombra, que alivia o calor do dia de trabalho no campo e na época de fruto, ainda alimenta a gente. É o lanche, já que nem sempre tenho dinheiro para trazer. São muito boas”, disse. Já perto do Centro de Campo Alegre, a comerciante Rita Virgínia Nascimento também aproveita a sombra da mangueira para trabalhar. “Moro aqui há dezoito anos e quando cheguei à árvore já estava. Não sei por que querem tirá-las da rodovia. Nesse calor do Agreste, só elas mesmas para aliviar a nossa vida. Essa árvore aqui já faz parte da história da minha família, tanto que montei minha banca de fruta embaixo dela”, comentou. “Agora a rodovia é perigosa mesmo. Mais não é culpa das árvores não. Os verdadeiros culpados são os motoristas, que pas-

sam aqui em alta velocidade, tudo doido. As árvores não vão para o meio da pista, para eles baterem nelas. Sou contra essa iniciativa”. O caminhoneiro Cícero Antônio Omena, que também é morador de Campo Alegre, cruza a AL-220 quase todos os dias. Ele relata já ter visto muito acidente grave no local, mas apesar disso, afirma ser contra a remoção das plantas. “Agente que é motorista sabe bem que esses acidentes são por causa de imprudência. Se fosse respeitado o limite de velocidade, a pancada não seria tão forte. Sem falar que essas árvores aliviam a temperatura da pista e deixam o caminho mais bonito. Tirá-las é algo fora do contexto. É preciso melhorar essa estrada, mas com outras ações”, disse. A rodovia quase não tem acostamento e fica numa área mais alta, que o terreno tomado pela agropecuária. Mesmo que a barreira natural seja retirada, a pista poderá continuar perigosa, já que no caso de acidentes, os veículos acabariam caindo nas ribanceiras de cerca de um metro.

Fotos: Yvette Moura

Comerciante Rita Virgínia aproveita sombra da árvore para trabalhar

Árvores estão na faixa de domínio do DER A principal polêmica em torno da rodovia é o fato das árvores terem sido plantadas, dentro da faixa de domínio do DER-AL, sem respeitar a Legislação de Trânsito, que determina que não exista nenhum obstáculo entre 15 e 20 metros do centro da pista. Só que as barreiras não são feitas apenas de árvores, mais de postes, muros, casas e até placas de sinalização. “O ideal era não haver nenhum obstáculo em toda a rodovia, para que se o motorista tivesse uma falha não se chocasse com nada. Mais esse não é o caso, em nenhuma estrada em nível estadual. Na maioria das nossas rodovias e também naquele trecho, temos as árvores e muitos outros obstáculos, como muros, residências e postes”, disse o diretor presidente do DER-AL, Marcos Vital. De acordo com ele, a AL220 é a terceira mais movimentada do Estado e que também ocupa a terceira colocação em maior número de acidentes. “Na maioria das vezes o motivo dos acidentes estão ligados ao excesso de velocidade, já que ninguém respeita os 80km permitido; ingestão de bebida alcoólica e falha no veículo, como falta de freio”, falou. “Com a frequência de acidentes e quantidade de obstáculos, acabam havendo colisões mais graves, com vítimas fatais. Mais não existe nenhum dado que esteja diretamente ligado a essas árvores”. Sobre a indicação de reti-

Em outro trecho da rodovia AL-220, no município de Boca da Mata, vegetação é próxima da pista

rada das árvores da AL-220 até a última sexta-feira, o órgão ainda não havia recebido nenhum documento da Assembleia Legislativa. “É preciso deixar claro, que ainda não fomos notificados. Quando isso acontecer, encaminharemos para o Instituto do Meio Ambiente para que eles façam um parecer técnico. Como é um assunto bem polêmico, acho necessário um debate maior e inclusive, com a participação do Ministério Público Estadual e de toda a sociedade”, afirmou. O presidente do DER contou que durante a semana, teria entrado em contato com o parlamen-

tar Joãozinho Pereira, para tentar entender qual a sugestão do parlamento alagoano e explicar alguns pontos. “Tive uma conversa com o deputado, para que ele me explicasse melhor essa situação. Inclusive fiz um questionamento, sobre quem arcaria com o custo do replantio. Por isso, é importante a participação da sociedade nessa discussão, durante audiências públicas”, colocou. ELETROBRAS – Já como medida de tentar resolver o problema dos obstáculos no entorno das rodovias estaduais, o DER-AL já comuni-

cou a Eletrobras que eles terão que remover os postes que ocupam a faixa de domínio do órgão. Em situação ainda mais complicada que as árvores, os postes são alvos frequentes de acidentes com automotores. Só em Maceió esse ano, foram necessárias as trocas de 94 equipamentos, destruídos durante colisões no trânsito. “Fizemos a solicitação para uma troca gradativa e passamos a orientação, que evitem a instalação de novos postes nessa área. Estamos tratando de vidas, então temos que resolver esse problema”, afirmou Marcos Vital.


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Em trecho da rodovia próximo a Marechal Deodoro, as árvores também ficam perto da pista

IMA faz estudo de espécies no local Assim como o DER, o IMA também não recebeu nenhum comunicado sobre a supressão das árvores da rodovia estadual. Apesar disso, já iniciou um estudo de todas as espécies da área. “A equipe de gestão florestal já iniciou um levantamento das espécies, da extensão da área e está elaborando um parecer técnico, conforme a Legislação Ambiental”, contou Ricardo César, diretor técnico do IMA. “Já fomos a campo e contabilizamos a existência de 1635 árvores, em 26 km de rodovia, todas frutíferas, que estão há uma distância de seis metros do centro da rodovia. Ficando fora dos padrões da Legislação de Trânsito”. Com esse estudo, o IMA deverá avaliar se as árvores podem ou não ser cortadas da rodovia. Ficará a critério do órgão a decisão final, após a avaliação. “Tudo será avaliado,

principalmente qual será o dano no caso da supressão. Se ela puder ser feita, também vamos emitir através do laudo, quais ações compensatórias deverão ser feitas. A decisão final só irá acontecer, depois de passar pela procuradoria jurídica, que analisará todo o aspecto legal da medida”, explicou. Para o diretor técnico do IMA, a sugestão do parlamentar pegou a todos de surpresa. “Não posso dar nenhuma posição sobre a decisão do órgão, já que tudo ainda está em analise. Porém, diante do déficit de arborização que vivemos, foi uma grande surpresa essa medida”, completou Ricardo César, informando que o laudo do IMA, deverá ficar pronto no prazo de 30 dias. “Mesmo com o laudo, só vamos nos manifestar oficialmente sobre o que vai acontecer, após recebemos a orientação da Assembleia Legislativa”.

Árvores são protegidas por Lei Municipal O que muitas pessoas não sabem é que para se podar ou cortar uma árvore é necessário autorização dos órgãos ambientais. No caso de Maceió, é preciso solicitar a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente uma avaliação. “A retirada e a poda tem que ser solicitada. Muitas pessoas acham que a árvore estando dentro de sua propriedade também a pertence, mais não é assim. Ela é patrimônio do Meio Ambiente e quem se arrisca a mexer nelas, pode sofrer consequências e multas”, afirmou José Rubens da Silva, diretor do Departamento de Parques e Jardins, da Sempma. De acordo com José Rubens as árvores de Maceió são protegidas pela Lei Municipal 4305/ Maio 1994, artigo 99 e 100. “Aárvore é patrimônio do município, esteja ela onde estiver. Também existem aquelas tombadas

que são proibidas de serem tocadas por serem bastante antigas”, disse. “No caso de quem se arrisca ao corte sem a nossa autorização pode ser multado e ainda, ter que replantar a três mudas, com altura mínima de dois metros e ficar responsável por sua manutenção por um ano”. No órgão ambiental existe um plantão fiscal que é responsável por esse levantamento de cortes e podas no município. “As nossas equipes são acionadas e fazem uma avaliação da árvore. É analisada a espécie, se trata de uma árvore rara e se realmente pode ser podada ou cortada. Em área particular é preciso pagar ainda uma taxa de R$ 78,80 para essa avaliação e o corte, fica por conta do proprietário da área”, afirmou. “Tem gente que acha que é dono da árvore e quer cortar por interesse pessoal. Já fomos

chamados para tirar árvores que estavam impedindo uma obra de uma casa ou mesmo, por estar caindo folhas na piscina”. O diretor do Departamento de Parques e Jardins defendeu a arborização das cidades. “As árvores interferem diretamente na qualidade de vida das pessoas, nas temperatura e na poluição. A retirada de forma desordenada, acaba deixando os ambientes mais secos e sem vida, já que até a presença dos animais está ligada a arborização”, falou. Os pedidos para os cortes de árvores também não param de chegar no Corpo de Bombeiros. No sub-grupamento Ambiental são mais de dez pedidos de cortes por mês, só que estes só podem acontecer, quando a árvore está ameaçando a segurança das pessoas. “Várias vezes chegamos para um chamado e quando ava-

liamos a situação da árvore, percebemos que está em ótimo estado. Não fazemos a poda e nem o corte, já que essa não é a nossa função. Porém o serviço especial emergencial, quando existe o risco é feito”, relatou o sub-comandante do Ambiental, tenente Roberval Henrique. Em relação as ocorrências envolvendo árvores, o militar informou que elas são comuns, principalmente no período de inverno. “A maior parte das ocorrências acontece no período de chuva e ventos fortes. As árvores acabam caindo em cima dos carros e casas, colocando em risco. Nesses casos sempre agimos. No caso de acidentes com veículos, também recebemos muito chamados. Mais as árvores não são diretamente envolvidas, já que elas estão no canto da pista e acabam atingidas pela imprudência dos motoristas”, completou.

Subcomandante diz que ocorrências envolvendo árvores são comuns

Marcas na pista indicam derrapagem de veículo próximo à vegetação

Trabalhadores aproveitam a sombra das árvores para descansar

Corte sem autorização de órgão ambiental pode gerar multa


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Um campus para chamar de nosso Sem prédio próprio desde 2006, estudantes de Administração estudam em salas emprestadas no Cepa Gabriela Lapa Estagiária*

O que aconteceria se você passasse no vestibular, e só depois descobrisse que a universidade não disponibilizou salas de aula para a turma da graduação? A resposta é a realidade de 40 alunos do curso de Administração Pública da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), que desde 2006 não têm lugar fixo para estudar. Hoje, as turmas utilizam o Centro de Formação de Professores (Cenfor) do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa), mas não possuem laboratórios, nem sala de informática. “Depois do vestibular, o primeiro sentimento foi de surpresa. Ninguém imaginava se preparar, estudar, e encontrar um campus que não existe; salas de aula emprestadas. É um descaso, e o pior é que não podemos fazer nada, a não ser esperar”, conta o estudante do terceiro período, Alessandro Passos. Desde o ano passado, quando foi admitido na universidade,

ele acompanha o drama dos colegas do curso noturno, e reforça as cobranças dos alunos à Secretaria de Estado e ao Conselho de Educação, que deveriam cuidar do problema. Na semana passada, os estudantes fizeram um protesto e paralisaram as atividades da Universidade, na tentativa de cobrar das autoridades uma resposta à situação do curso. Mas até agora, todas as reuniões agendadas com a Secretaria de Estado da Educação foram adiadas, e sem o parecer do órgão, o Conselho não pode agir em favor dos estudantes. “Nós tínhamos começado uma negociação, com a gestão anterior, para conseguir o prédio do antigo Lyceu, que está ocioso. Mas depois que o secretário Adriano Soares assumiu a pasta, todos os encontros foram desmarcados ou reagendados”, disse o reitor da Uneal, Jairo Campos. *Sob a supervisão da Editoria de Cidades

Nem o reitor explica a inexistência do prédio O reitor da Uneal, Jairo Campos, reconhece os problemas de estrutura, e diz que desde que assumiu o cargo, no ano passado, vem tentando resolver a situação com a Secretaria de Educação. Segundo ele, o secretário Adriano Soares já desmarcou quatro reuniões para tratar do assunto, incluindo a última, que estava programada para terça-feira passada. “Levamos um chá de cadeira de mais de duas horas, e depois ele ligou pedindo para voltarmos em outra data. Enquanto isso, a comunidade me cobra, e eu não posso fazer nada”, conta o reitor. Para acabar com a falta de um campus próprio em Maceió, ele diz que a Uneal pretende transferir as atividades do Cenfor para o antigo Lyceu Alagoano, que tem boa localização e está desocupado. A ideia virou um processo de cessão pública em março do ano

passado, mas até agora não saiu do papel. Documentos de posse dos estudantes revelam que o caso estacionou na Secretaria de Administração e Gestão Pública do Estado (Segesp) em fevereiro deste ano. Questionado pela reportagem, nem o reitor Jairo Campos soube explicar por que a concessão do prédio tem sido tão demorada. “O governo sinalizou positivamente quando levantamos a questão, da primeira vez. Essa discussão vem sendo feita há muito tempo, mas é mais política que operacional. O prédio está sem uso, nós poderíamos aproveitá-lo, dar vida a ele. Se as pessoas sabem disso e nem assim tomam uma providência, é porque o problema é político. E, nesse contexto, as decisões são sempre lentas”, diz Campos, que reclama de falta de apoio até para estruturar o campus sede da Uneal, em Arapiraca. “Estou vendo a hora

O sonho se transforma em pesadelo O problema dos estudantes de administração começou em 2006, quando a universidade, que tem sede em Arapiraca, ofertou uma extensão para Maceió com curso noturno. O vestibular teve mais de 400 inscritos, incluindo candidatos de outros estados, mas não havia prédio próprio para receber os 40 aprovados na seleção. De lá para cá, as aulas acontecem em salas emprestadas pelo Centro de Formação de Professores do Cepa (Cenfor), no Farol, sem espaço nem estrutura suficientes. “Nós ficamos um bom tempo sem condicionadores de ar, assistindo aula no calor ”, conta Alessandro Passos. “Só ganhamos aparelhos novos depois de fazer um protesto, mas ainda falta muita coisa”. Por ser emprestado, e funcionar apenas como centro de formação, o prédio do Cenfor não tem espaço suficiente para os laboratórios de que os estudantes precisam, nem para a biblioteca.

Márcio Allan, aluno do 5º período, conta que a Uneal chegou a publicar um edital de extensão na área de informática, mas como não havia como trabalhar no projeto, ninguém pôde participar. “Mesmo que usássemos os computadores do Centro, não há máquinas suficientes para todas as turmas”, lamenta. Além disso, os alunos reclamam da má qualidade dos quadros brancos, e até da água mineral. “Muitas vezes, precisamos nos dividir para comprar água boa de beber”, conta Alessandro. “Como o Estado espera formar futuros administradores, se nem o básico nós temos à disposição?”, questiona. Na tentativa de minimizar a situação, a reitoria começou a organizar uma biblioteca, usando a sala da coordenação do Cenfor, mas o espaço não é o bastante, e segundo os estudantes, acaba ficando desorganizado. “A estrutura é horrível”, diz Márcio Allan.

“Se as pessoas sabem disso e nem assim tomam uma providência, é porque o problema é político”, defende o reitor.

dos cupins derrubarem uma sala, de tão ruim que está a situação”, completa. Enquanto a solução não chega, os estudantes tentam completar a graduação da maneira que podem. A maioria torce por uma resposta rápida da Secretaria de Educação, na expectativa de poder melhorar a própria formação antes de sair da faculdade. “É tudo muito diferente do que pensávamos quando passamos no vestibular. Só quero me formar com um pouco mais de estrutura”, diz Márcio Allan. Mas até quem já saiu da Uneal enfrenta problemas com a universidade. Segundo Allan, os estudantes da primeira turma de administração noturna, criada em 2006, esperam o diploma há quase dois anos; tudo porque o curso ainda não tem o reconhecimento oficial do Conselho Estadual de Educação. “Eles contrataram algumas pessoas

do MEC [Ministério da Educação] para fazer a avaliação no ano passado, e como o reitor Jairo começou a trabalhar para estruturar o prédio onde estudamos, deram um parecer positivo ao reconhecimento do curso. O problema é que, mesmo assim, o Conselho não aprovou. Até agora, o pessoal que se formou em 2010 espera poder buscar o diploma, e principalmente, poder legalizar a formação”, conta o estudante. Na página oficial que mantém na internet, a Uneal fala em oferecer cursos de mestrado e doutorado, e até em ampliar o número de vagas para administração. Segundo o reitor Jairo Campos, o Estado já provou que tem demanda, e que existe uma carência grande de formação na área, mas até que esses problemas sejam resolvidos, pelo menos por enquanto, atender a esse público é uma discussão fora de pauta.


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Artesanato busca espaço em Arapiraca Um trabalho que pode ser tratado como terapia. É assim que boa parte dos artesãos considera a arte de fazer artesanato na cidade de Arapiraca. As criações, como não poderiam deixar de ser, são diversas, alegres e criativas. Vão dos bordados, das rendas, até peças feitas de jornais. Durante a semana, a equipe de reportagem de O JORNAL conheceu quem se dedica a esse passatempo que dá lucro certo. Carlos Alberto Jr. Repórter

ARAPIRACA- Boa parte dos artesãos conhece a arte de criar objetos e recriar outros ao acaso, outros por necessidade. Mas todos têm em comum o prazer de se dedicar a esse tipo de trabalho que acaba se tornando um vício, no bom sentido da palavra e ainda se torna um meio de sobrevivência. Entre os de Arapiraca não poderia ser diferente. No entanto, o que falta é mais atenção da população local e também do município em fornecer meios para a valorização da arte produzida na cidade.

Os esmerados trabalhos enchem os olhos dos turistas nacionais e estrangeiros. O artesanato de Alagoas é um dos mais ricos e variados do Nordeste e é produzido em todos os quadrantes do Estado. São trabalhos em palha, cerâmica, madeira, couro, casca de coco, fibra da bananeira e bordados em geral confeccionados por pessoas simples, geralmente das comunidades que têm no artesanato uma fonte de renda. Na verdade, a produção artesanal de Arapiraca é um pouco diferenciada da que é produzida em cidades turísticas, por exemplo. Não existem comuni-

dades que se engajaram na produção de artesanato. A associação criada há alguns anos foi desfeita justamente por falta de associados. "Depois da mudança para cá, a associação perdeu força e acabou sendo desfeita", explicou a artesã Quitéria Nunes. Ainda dominado pelas mulheres, cujos trabalhos são feitos com esmero e dedicação, o artesanato produzido em Arapiraca é rico e diversificado. Mesmo não tendo uma característica marcante, como acontece em outras cidades do Estado, a produção da cidade é diversificada e isso pode ser considerado como ponto atrativo para o aumento

na produção e no consumo dos produtos artesanais. Desde 2007, a cidade conta com uma moderna estrutura arquitetônica que abriga, hoje, cerca de 40 artesãos. Trata-se do Mercado de Artesanato Margarida Gonçalves. O projeto contemplou em seu início, 85 artesãos da cidade e de outros municípios representados por 11 entidades beneficiados com 40 boxes, uma praça de alimentação e uma concha acústica para apresentações culturais. O local ainda tem banheiros, iluminação e jardins. No entanto, o que deveria ser um centro propulsor para geração de emprego, renda e lazer

para pouco mais 120 artesões, possui hoje apenas 30 boxes ocupados e menos da metade de profissionais expondo seus trabalhos para venda. Muitos artesãos abandonaram o local por falta de incentivo e também de clientes. Uma das reclamações dos expositores é a falta de algo simples, mas que, na opinião dos ouvidos pela reportagem de O JORNAL, é fundamental, uma placa de identificação do local. "Muita gente nem sabe que existe esse espaço aqui, mesmo após quatro anos de inauguração. Se a população daqui não sabe, imagine os turistas", desabafa a artesã Benedita Maria da Silva que

Fotos: Cortesia/Bruno Veríisimo

Nova artesã conquista clientela Meio que sem planejar, a dona de casa e agora aprendiz de artesã, Maria Ivany Veríssimo Duarte, de 61 anos, irmã de Geny, viu no artesanato uma opção à falta de emprego. Acostumada com ao batente diário de trabalho, ela não desanimou quando se viu desempregada há alguns meses. Espelhou-se na irmã e começou a produzir suas próprias peças, a maioria feita em tecido. "Minha irmã acabou me incentivando a fazer artesanato. Me emprestou algumas revistas especializadas e fui observando como cada peça é feita. Como já sabia costurar e tinha uma máquina quase centenária, que veio da minha avó, mas que ainda faz o serviço muito bem feito, decidi aprender mais e preparar algumas coisas, como encostos para portas com formatos de animais, até um sapo e uma cobra já consigo fazer", brinca com suas criações, algumas já feitas sob encomenda.

De acordo com ela, as peças produzidas ainda são baratas, o que não é motivo para desânimo, por exemplo. Muito pelo contrário. De um mês para cá ela aprendeu a fazer bolsas femininas em tecido. "Como ainda não tenho uma clientela grande, minhas amigas estão ajudando a divulgar o que faço e os pedidos começam a chegar. Espero que continue assim", disse. Para o futuro, ela busca um aperfeiçoamento e já planeja participar de cursos e oficinas de aperfeiçoamento, a exemplo do que fez a irmã. "Tenho buscado conhecer melhor o artesanato e estou gostando. Vou me engajar num grupo da melhor idade aqui do bairro que ensina, entre outras coisas, a fazer peças em tecido. Enquanto estou sem emprego, o artesanato está me ajudando, e muito, até pelo fato de ser também uma distração", afirmou a mais nova artesã de Arapiraca. (C.A.J.)

Ivany encontrou no artesanato uma forma de ganhar dinheiro

produz em seu boxe peças feitas em papel de jornais velhos. As peças são variadas e vão desde relógios de parede, cadeiras, baús e outras para decoração. Procurada pela equipe de O JORNAL na última semana para falar sobre a presença e o apoio do município à produção artesanal, a secretária municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Dayana Ferreira, pediu que as perguntas fossem enviadas para seu e-mail, as quais seriam remetidas ainda na mesma tarde. No entanto, até o fechamento desta reportagem, na noite de sexta-feira, a mensagem não havia sido respondida.

Artesãs do Mercado de Artesanato querem mais apoio do município

“Aranha” é um dos poucos homens artesãos de Arapiraca

Passatempo virou trabalho há oito anos Tudo começou como um passatempo para a hoje artesã, Maria Geny Veríssimo Duarte de Andrade. Hoje, passados pouco mais de oito anos, a antiga dispensa da sua residência virou um ateliê de onde saem criações diversas e com clientela certa. Na verdade, a casa quase inteira se transformou um ponto de criação, já que sua sala é usada para suas pinturas em peças de tecido. Dividida entre os afazeres domésticos, os três filhos e o esposo, ela encontra tempo a qualquer hora do dia para criar suas peças que vão desde porta-jóias até bordados e pinturas de barras de toalhas de banho, por exemplo. "Não dia, nem hora. Pode ser até pela madrugada. Se bater vontade de fazer alguma peça, eu me sinto na obrigação de fazer, de criar", frisa Geny, enquanto pinta uma peça. No momento ela trabalha com mais afinco na pintura de

Geny já tem clientela certa para suas criações feitas em casa

30 toalhas de banho, peças que têm uma saída maior nessa época de final de ano. Cada uma custa, em média R$ 60.

Numa sacola pendurada num canto do seu ateliê, ela já expõe outras peças com bastante saída, os famosos porta-jóias

feitos com tecido, em formato de uma pequena bolsa, vendidos ao preço de R$ 15. "As que não são vendidas eu costumo presentear pessoas amigas nesse período do ano. Coloco alguns sabonetes dentro e presenteio. É também uma forma de divulgar meu trabalho e isso dá muito resultado", justificou a artesã. Porém, os planos de Geny Veríssimo vão além de continuar produzindo artesanato em casa. Sua ideia, que já vem de alguns anos, é montar uma oficina como forma de divulgar ainda mais a arte de produzir artesanato em Arapiraca. "Minha vontade é ensinar as pessoas a produzir, a criar. Passar adiante o que aprendo a cada dia da minha vida. Mas a falta de tempo ainda não me permitiu tocar esse plano", frisou a artesã que já teve peças levadas para fora do Estado e também do Brasil, sem precisar participar de exposições ou feiras. (C.A.J.)

Artesão diversifica criações e se destaca Um dos poucos homens que produz artesanato em Arapiraca é mais conhecido como "Aranha", apelido que veio da sua infância. Adaelson Ferreira dos Santos tem 16 anos de estrada e colhe os frutos de ter percebido, desde a infância, seu dom de produzir arte com as próprias mãos. Ele fala com orgulho de ter viajado para uma feira hippie em Recife (PE), com a finalidade de conhecer mais sobre o artesanato produzido por aquele grupo. "Foi lá onde comprei as primeiras peças, os primeiros materiais e ferramentas de tra-

balho. Comecei fazendo pulseiras e correntes. Fui me aperfeiçoando com os próprios erros. Considero que fazer artesanato exige um aperfeiçoamento constante. A gente não pode parar. Dentro do que faço, procuro fazer sempre o melhor e isso dá o resultado esperado", explicou. Até poucos anos atrás ele possuía uma pequena barraca instalada irregularmente na Praça Marques da Silva. Foi lá onde trabalhou durante muito tempo e conseguiu, com sua simpatia, formar sua clientela, a qual, segundo ele, é bem varia-

da. "Tem coisas que faço que são compradas por senhoras, jovens e até o pessoal espírita", disse, ao mostrar correntes feitas com búzios e outras com miçangas de coloridas. Com a inauguração do Mercado de Artesanato Margarida Gonçalves, ele resolveu alugar um ponto na conhecida rua São Francisco. Para tanto, "Aranha" teve que abrir uma empresa e legalizar sua arte. "O que eu achava que seria negativo, acabou aumentando ainda mais meus rendimentos, como consequência da diversificação do que faço. Foi quando resolvi

ampliar os produtos vendidos", explicou o artesão que passou a vender camisetas, chapéus, anéis e até CDs e DVDs. As peças produzidas pelo "Aranha" são diversificadas e exclusivas. São criações feitas a partir do bambu, couro de boi e também de coco. E tudo, segundo ele, vende. Para tanto ele possui em sua residência seis máquinas que o ajudam na produção e criação das peças. "Já investi cerca de R$ 4 mil em cinco máquinas e outra chegará nos próximos dias", concluiu. (C.A.J.) Continua na página A22


Arapiraca

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Artesanato vira terapia Além de uma fonte de renda, o artesanato é visto pelos próprios artesãos como uma forma de terapia. O fato de se concentrar na criação ou na reprodução de alguma peça exige concentração e dedicação. Os relatos ouvidos pela reportagem durante a última semana foram unânimes quando apontam os efeitos benéficos para o cérebro e para o cotidiano de quem produz arte com as mãos e também como a cabeça. É o caso da professora Quitéria Nunes, que hoje produz peças para festas, com produtos reciclados e nem pensa em voltar para a sala de aula. "Comecei no artesanato por acaso quando um padre de Feira Grande, minha cidade natal, me pediu para fazer uma

cruz para a festa da Via Sacra. Não tinha ideia de como fazer. Mas parei, pensei e a ideia deu tão certo que acabei fazendo 250 cruzes. Tudo o que faço é criação própria, o que exige uma atenção redobrada no momento em que estou criando", salientou a artesã. A também ex-professora, Ana Maria de Souza, trocou os 15 anos de trabalhos na Educação do Estado pelo artesanato. Ela trabalha com peças feitas com bordado e com pontos em cruz e, apesar da falta de clientes no seu boxe, localizado no Mercado de Artesanato Margarida Gonçalves, ela se mostra satisfeita. "Fiz uma escolha e não me arrependo. De certa continuo ensinando porque dou aulas de artesanato", justificou.

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Cortesia/Bruno Veríssimo

Sebrae começará a apoiar na cidade

Artesã passa o tempo produzindo no Mercado de Artesanato

Já o artesão, Adaelson Ferraira dos Santos, o "Aranha" afirmou que o artesanato não apenas um meio de ganhar dinheiro. "É uma terapia, sim. Qualquer problema é deixado de lado quando a gente começa a fazer um trabalho. Se eu ganhasse na loteria não pararia de fazer meu arte-

sanato. Pelo contrário. Aumentaria minha produção e passava essa arte para mais pessoas. Não me vejo fazendo outra coisa. Para mim, um emprego convencional não iria funcionar. Tudo o que tenho, tudo o que consegui é resultado do artesanato", concluiu. (C.A.J.)

A partir do próximo ano, os artesãos de Arapiraca receberão uma atenção do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae. Isso porque serão implantadas ações específicas voltadas para este segmento que ajuda a movimentar a economia na cidade. Segundo explicou a coordenadora do Programa Sebrae de Artesanato, Jacquelinny Martins, o trabalho feito pelo Sebrae é focado no Top 100, uma premiação que ajuda na divulgação do artesanato produzido no Estado. Em sua terceira edição, o certame terá suas inscrições iniciadas a partir do próximo dia 30 de novembro. "Para participar, o artesão deve ser legalizado, através de uma associação, cooperativa ou

como micro empresa. Uma comissão julgadora vai analisar cada trabalho inscrito e, a partir de fevereiro, um auditor, indicado pelo Sebrae, fará uma análise mais criteriosa do que for exposto no ato da inscrição, que só pode ser feita pela internet, através do nosso site", explicou. O vencedor terá seus trabalhos expostos em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, além de receber catálogo com os 100 melhores trabalhos feitos no Brasil. "Esse material é distribuído em todo o País e também será divulgado em diversos outros países. Cada trabalho recebe também um selo de qualidade do Sebrae, além do nosso suporte", concluiu a coordenadora do Programa Sebrae de Artesanato. (C.A.J.)

Arquivo/Yvette Moura

Segunda maior cidade de Alagoas comemora idade nova firmando seu crescimento no Estado

Arapiraca completa 87 anos com avanços Da Redação ARAPIRACA - A segunda maior cidade do Estado chega aos 87 anos de emancipação política como o principal foco de desenvolvimento no interior de Alagoas, com a chegada de novos empreendimentos e oportunidades de negócios para pequenos e médios produtores. O município apresenta o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB), entre as cidades alagoanas, composto em mais de 70% pelos setores de Indústria e Serviços, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande). Com potencialidades econômicas que passam por diversos segmentos do agronegócio até uma intensa produção do setor moveleiro, o município, antes conhecido nacionalmente apenas pela cultura do fumo, é atualmente o grande descentralizador da economia local. "A política de desconcentração dos investimentos é uma das principais marcas da atual gestão do governo de Alagoas. O município de Arapiraca contribui de maneira intensa para que o estado permaneça nessa constante

crescente do setor produtivo", destaca o secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes. O aquecimento da indústria e do comércio cria um efeito muito positivo para a população arapiraquense. Segundo o secretário, a renda se torna mais equilibrada com o aumento da geração de riquezas e, consequentemente, do consumo. Uma importante ferramenta que vai contribuir ainda mais para o crescimento econômico do município será o Polo Moveleiro Nascimento Leão. A área vai fomentar a produção do setor em toda a região Agreste, abrigando empresas de pequeno e médio porte. Com previsão para ser inaugurado até o final de dezembro, o Polo conta com investimentos da ordem de R$ 5,3 milhões. A área total é de 120 mil m², onde 25% será destinado aos empreendedores ligados ao Arranjo Produtivos Locais (APL) Móveis do Agreste. FORÇA - Uma das cadeias produtivas que mais cresce em Arapiraca são os cultivos da mandioca e de hortaliças, fortalecidos pelas ações dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) da Mandioca e de Horticultura no Agreste, que oferecem aos produtores aparatos técnicos e tecnológicos para a otimização da produção e seu consequente escoamento. Com projetos desenvolvidos pelo Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL) destinados ao aperfeiçoamento das condições de produção, como a eficiência dos fornos em casas de farinha, que obteve 50% de redução da lenha utilizada, e a instalação de campos experimentais de mandioca, a comercialização da raiz e seus derivados cresceu no último ano. Agricultores familiares venderam 12 mil sacas de farinha para a Companhia

Nacional de Abastecimento (Conab), 100 toneladas para a rede varejista de supermercados e 180 toneladas para o programa de prospecção de mercados pelo Comércio Brasil. Em uma área de 4.500 hectares, houve um aumento de 100% na produtividade, que chega a 90 mil toneladas do produto por ano. HORTICULTURA - Criado em 2008 o APL Horticultura, focado no desenvolvimento da agricultura orgânica com vista na sustentabilidade, também avançou na região. Em uma pesquisa realizada em 2010 pelo Sebrae/AL, os dados mostram um aumento de 80% na renda mensal das famílias agriculto-

ras, que recebem um média de R$ 900,00 cada. Além disso, a diversificação do cultivo de hortaliças aumentou em 10%. Até novembro do ano passado, os agricultores trabalharam com 32 tipos diferentes do produto, verduras e legumes. A produtividade média, segundo os dados disponibilizados, foi de 1400 toneladas/m² por ano. Os números demonstram os esforços feitos com a finalidade de fomentar os pequenos empreendedores como forma de promover o desenvolvimento econômico da região e de Alagoas. O Estado investe em capacitação, consultorias, oficinas, encontros e cursos por meio de parcerias com órgãos pú-

blicos - como a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Sebrae/AL, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), entre outros - e empresas privadas a fim de proporcionar aperfeiçoamento das técnicas e tecnologias utilizadas nos arranjos para ampliar a produtividade e a comercialização da agricultura familiar. Outro setor da região, que avança em Arapiraca e no município de Craíbas, é a exploração de minérios de ferro, cobre e também ouro. A Mineradora Vale Verde, que já faz sondagens na região, aponta possibilidades concretas de ocorrência dos materiais no solo destes municípios.

PROGRAMAÇÃO DOS 87 ANOS 7 horas - Coorida da Emancipação, com saída e chegada no Ginásio Municipal João Paulo II, no Centro 7h30 - Missa em Ação de Graças, na Concatedral Nossa Senhora de Bom Conselho 9 horas - Hasteamento das bandeiras, no Largo Dom Fernando Gomes 10 horas - Lançamento do Selo "Professor Miguel Valeriano" e coletiva de imprensa concedida pelo Prefeito Luciano Barbosa, no auditório das escolas de Tempo Integral, no Centro 15 horas - Início do desfile militar e estudantil percorrendo as ruas do Centro da cidade


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Economia Domingo, 30 de outubro de 2011

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Brisa Mar, o mais novo hotel de Maceió Localizado em Pajuçara, empreendimento com 150 apartamentos do grupo Rede Brisa Hotéis custou R$ 20 milhões Fotos: Nide Lins

Nide Lins Repórter

Nos anos 50, o centro da cidade era o núcleo comercial e residencial mais valorizado de Maceió, nada de “shopping center” e as praias eram imensos sítios de coqueirais. Os poucos hotéis atendiam à demanda dos representantes comerciais, turistas ainda eram poucos, mas quando o rei Pelé esteve em Maceió ficou hospedado no Hotel Beiriz, na Rua do Sol, e até a rua foi fechada para receber o rei do futebol. Histórias como esta fazem parte da memória da hotelaria alagoana, que não parou no tempo e evoluiu, a exemplo do Hotel Beiriz, o primeiro empreendimento da Rede Brisa Hotéis, que no dia 21 deste mês abriu as portas do Brisa Mar, o mais novo hotel de Maceió. Localizado na praia da Pajuçara, o novo hotel no valor de R$ 20 milhões conta com 150 apartamentos e gera 50 empregos diretos. Atualmente a Rede Brisa Hotéis tem os hotéis Praia Bonita (3 estrelas) com 39 apartamentos na praia da Pajuçara; o Costa Mar (3 estrelas) com 66 apartamentos e em 2006 o Brisa Tower, primeiro 4 estrelas do grupo na praia da Jatiúca. “Meu avô, Carlos Nogueira, era um homem empreendedor e nos anos 50, o centro era o auge de Maceió”, conta o empresário Carlos Gatto. Com a desvalorização da área central da cidade, o hotel foi vendido e, em 2004, transformou-se numa sede de secretaria de Estado. O novo hotel da rede Brisa Hotéis apostou na beleza da praia da Pajuçara e presenteou os hóspedes com restaurante com pele de vidro no último andar, para o turista e alagoano tomar o café da manhã com a melhor vista panorâmica da praia da Pajuçara e das piscinas naturais. Operando em sistema de soft opening (fase de treinamento), o hotel Brisa Mar está funcionando com 100 apartamentos para atender a demanda dos turistas passantes (sem reserva no hotel). A partir de novembro começa receber os hóspedes de agências de viagens. “Maceió é um destino consolidado no turismo de lazer. Na alta temporada, os hotéis atingem a ocupação máxima. No turismo de eventos, o Centro de Convenções para 2012 está com agenda lotada. Investir em Maceió é trazer mais turistas para nossa cidade e o hotel atende ao perfil da família, dos executivos e de eventos”, disse o presidente do grupo, o alagoano Carlos Gatto.

Há quartos específicos para atender os portadores de deficiência

No restaurante, planejamento que garante uma vela vista do mar

O novo empreendimento hoteleiro da capital reúne beleza, sofisticação, conforto e muita tecnologia

Empresário Carlos Gatto, investimento do grupo hoteleiro alagoano

Estilo contemporâneo do projeto privilegia ambientação clean O projeto do hotel tem assinatura das arquitetas Humberta Farias e Tatiana Amaral, que apostaram no estilo contemporâneo e ambientação clean. O prédio foi edificado para aproveitar o máximo da luz do dia, a exemplo do res-

taurante todo espelhado. Já os equipamentos são de última geração, a exemplo das lâmpadas Led que oferecem baixo consumo de energia e altíssima durabilidade. As TVs também são Led de 40 polegadas e o ar condicionado tem

a tecnologia do inversor que economiza entre 30 a 40% de energia. O hotel tem energia solar para o aquecimento da água e coleta seletiva de lixo. O Brisa Mar tem dois apartamentos adaptados para os

portadores de necessidades especiais, para casais, triplo e quádruplo. Todos os apartamentos são equipados com ar condicionado split, tv Led 40, secador de cabelo, cofre individual, internet wireless. Também tem dois salões para

atender ao turismo de eventos, o segmento que mais traz retorno para hotelaria e cidade. Em Maceió estão em construção mais cinco hotéis: Meridiano, Holiday Inn, Formule 1, R1 e Ritz Suítes. (N.L.)


Economia

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Cemitério Parque das Flores, em Maceió: jazigos que podem chegar a mais de R$ 13 mil para uso imediato

Já nos cemitérios públicos da capital, além das taxas mensais e anuais, há problema de falta de espaço

EM CASO DE MORTE

Custo para fazer um enterro é alto Mercado de planos funerários cresce em Maceió, já que despesas podem chegar a mais de R$ 15 mil Elisana Tenório Repórter

Quanto custa morrer? A curiosidade, que termina se transformando em preocupação e investimento, atinge, cada vez mais, a população alagoana, sobretudo, as pessoas pertencentes às camadas sociais C, D e E. Resultado: a indústria da morte transformou-se num bom negócio, já que velório e sepultamento deixaram de ser tratados como um momento inesperado e improvisado - que era resolvido numa espécie de ‘vaquinha’ entre familiares e amigos. Agora, o ritual e os gastos do ‘último adeus’ passou a ser minuciosamente planejado para caber no orçamento familiar.

E a conseqüência disso é a ascensão dos planos funerários. Eles agora são vários – Previda, Planvida, Plasvida, Renascer, Solnascer, dentre outros que atuam em Alagoas – e não param de angariar novos associados. O último a entrar no mercado local, o Previda, existe há oito anos e é o que mais possui associados. São quase 500 mil pessoas que pagam mensalidades para garantir velório e sepultamento impecáveis a si e aos entes queridos. “O melhor de tudo é que a maioria é adimplente. Os planos funerários deixaram de ser tabu e transformaram-se em negócios rentáveis e confiáveis. Como qualquer empresa, vende e entrega o produto comprado. Nossa meta é colocar o

Previda na cesta básica do alagoano”, declara o diretor comercial, Geraldo Sampaio. Ele tem razão duas vezes. Acerta quando afirma que a população reconhece, cada vez mais, a importância de se fazer um plano funerário e também não erra quando diz que o mercado está em franca ascensão e, por isso mesmo, é lucrativo. Atualmente, apenas o Previda realiza 300 sepultamentos por mês no Estado. A expectativa, porém, não só dele, mas dos demais planos, é ampliar a oferta, já que há demanda e ela está receptiva. Para captar clientes, os planos trabalham e trabalham muito. O serviço pode ser fechado às 24 horas do dia, basta apenas um telefonema para

que o agente funeral vá até onde a pessoa interessada encontra-se. “Não só vamos onde o cliente chama, como também fazemos um trabalho porta a porta nos bairros de Maceió e de cidades do interior”, conta o supervisor de serviços, Benedito José da Silva Júnior. LEQUE DE OPÇÕES – Os preços e os serviços oferecidos dependem do plano acertado. A partir de R$ 17,00 por mês, a pessoa pode escolher como será o funeral e o sepultamento. O pacote básico inclui a urna e sua ornamentação; o carro funerário; translado em todo território alagoano; higienização do cadáver; mortalha e capela para velório. Alguns considerados mais simples, ainda in-

cluem mimos como kit café e água. Uma coisa, porém, é certa: quanto mais caro, mais caprichado e rico em detalhes. Em todos, contudo, o titular ganha o direito a colocar nove dependentes e três agregados. A carência varia conforme a idade. Quem tem mais de 70 anos é preciso esperar seis meses; menos que isso passa a ter direito depois de 90 dias. Por uma mensalidade no valor de R$ 48,00, a pessoa garante, dentre outros itens, restauração facial do cadáver, necromaquiagem e assessoria cerimonial. O negócio está tão profissional que há planos funerários locais que investem em cursos específicos para seus funcionários realizarem no Sul e Sudeste do País.

“Costumamos enviar periodicamente profissionais a São Paulo para serem submetidos à cursos de tanatopraxia, que promove a maquiagem, a restauração e a conservação da aparência do cadáver”, explica o gerente comercial de um plano funerário, Rodrigo Sampaio. Outros itens que encarecem o pacote é o tipo de caixão (a qualidade da madeira e os detalhes dos acessórios são que fazem a diferença) e o cemitério escolhidos. Os públicos são, é claro, mais baratos. Alguns planos funerários ainda oferecem outras vantagens, como descontos em consultas médicas, odontológicas e fonoaudiológicas, óticas, farmácias e exames.

Escolha do cemitério influencia Marco Antônio

O plano funerário é dividido em dois subgrupos. No primeiro deles estão os rituais do velório e do sepultamento. Já no segundo, encontra-se o cemitério e seus jazigos. Ou seja, também é preciso garantir o espaço em que o corpo será enterrado. Os valores dependem dos locais escolhidos. O maior cemitério público de Maceió, o Cemitério de São José, localizado no Trapiche da Barra, cobra, na sua taxa anual de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), R$ 82,72 para os que possuem ossário e mausoléu. Já para os que têm jardineira, o valor sai por R$ 63,04. Dependendo do plano funeral que cada um possui, ainda é preciso pagar R$ 122,00 para sepultar no mausoléu d família. Os familiares dos que não tem jazigo precisam desembolsar R$ 43,32 para o corpo ser enterrado em cova rasa. “Nesse caso, a família precisa voltar três anos depois para retirar os ossos e colocá-los num ossário, pois, depois desse prazo, o cemitério fica liberado para sepultar outra pessoa”, explica o auxiliar administrativo do Cemitério de São José, André José dos Santos. Já nos cemitérios privados, os preços também são muito diferenciados, dependendo da escolha. No Parque das Flores, o mais famoso e bonito cemitério de Maceió, os valores dependem da localização do jazigo e se uso será imediato ou não. Se for para usar na hora que o negócio for chegado é preciso desembolsar de R$ 12.900 a R$ 13.700. Se o uso for preventivo e o pagamento à vista, a tabela estipulada é de R$ 8.294,00 a R$ 8.954. Esses preços, contudo, podem ser parcelados em até 40 vezes. Outra novidade foi o lançamento recente, por parte do Previda, do plano on line. Com ele, qualquer pessoa pode comprar seu jazigo, nos quatro cemitérios (Parque das Flores e Memorial Parque, em Maceió; Parque do Agreste, em Palmei-

Os preços dos caixões dependem do modelo e do material de confecção

ra dos Índios e Parque São Francisco, em Arapiraca) que a funerária administra, a qualquer hora do dia ou da noite, pelo computador. CUSTO ALTO - É preciso está preparado financeiramente para a hora da morte. Na mais branda das hipóteses, os familiares são obrigados a pagar, no mínimo, R$ 350,00, apenas pelo caixão e a mortalha. Há urnas, contudo, que custam até R$ 10 mil. Os empresários do segmento explicam que o preço depende do tipo da madeira e dos acessórios. Se precisar velar o corpo, o preço do salão para velório sai, em média, por R$ 400,00. Enfim, o pacote médio luxo com a urna mortuária de padrão mediano, higienização, necromaquiagem, vestimenta social, carro para cortejo fúnebre dentro de

Maceió e parâmetros conforme credo religioso e orientação para retirada da certidão de óbito sairá a partir de R$ 1.500,00. Se os familiares optarem por cremar o corpo, o local mais próximo é o Cemitério Morada da Paz, em Recife. Até lá, o valor médio de translado cobrado pelas funerárias é de R$ 900,00. Porém, ainda é preciso pagar pela cremação (R$ 3.200,00) e pela urna de cinza R$ 150,00. O empresário Eugênio Sampaio não quis detalhar o projeto, mas Alagoas se prepara para ter seu primeiro crematório. Ainda não há data definida para a inauguração, mas se sabe que funcionará no Cemitério Parque das Flores. No momento, o grupo funerário está realizando pesquisa para verificar qual o nível de aceitação da população para, assim, puder montar o crematório.

Empresário Eugênio Sampaio, projeto para abrir um crematório


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EspaçoConsumidor Thiago Gomes consumidor@ojornal-al.com.br 4009.1995 (no horário da tarde)

NOVA REGRA DOS CHEQUES Começou a vigorar desde a última sexta-feira a exigência de inclusão na folha de cheque da data de sua impressão. A nova regulamentação exige que os bancos aprimorem e divulguem as regras para o uso de cheques pelos correntistas, estabelecendo critérios objetivos e transparentes para o seu fornecimento, como suficiência de saldo em conta-corrente; restrições cadastrais; histórico de ocorrências com o uso de cheques; estoque de cheques em poder do cliente; registro no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF); e regularidade de dados e documentos.

SUPERMERCADOS 1 Os produtos duráveis (aqueles que não desaparecem com o uso, mas se desgastam naturalmente) têm garantia legal de 90 dias, e os não-duráveis (aqueles que desaparecem após o uso, como alimentos), de 30 dias.

SUPERMERCADOS 2 É um tipo de seguro que oferece extensão ou complementação da garantia oferecida pelo fabricante. Como ela é cobrada, avalie quais as vantagens e desvantagens dela, antes de assinar o contrato.

MERCADO

Após redução da inflação oficial, analistas admitem acerto do BC Para eles, autoridade monetária estava correta na análise da crise e de seus efeitos Não é ainda uma goleada, mas o Banco Central está ganhando o jogo que vem disputando com o mercado desde que sinalizou, lá em agosto, que o cenário externo justificaria o início de uma trajetória de redução de juros. É o que afirmam economistas à luz de indicadores de atividade e, mais recentemente, da redução da inflação corrente e da expectativa para o fechamento do ano na meta, ainda que no teto, conforme mostrou a Pesquisa Focus. Na última segunda-feira, ao divulgar as medianas das expectativas dos analistas do mercado para o IPCA de 2011, o Banco Central confirmou o recuo da previsão de inflação

de 6,52% - taxa ao redor da qual as projeções têm rodado desde setembro - para 6,50%. Trata-se de um leve recuo, de apenas 0,02 ponto porcentual, mas o suficiente para a autoridade monetária não se ver na obrigação, caso o número se confirme, de escrever uma carta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) no final do ano para justificar a inflação acima do teto da meta, que é de 6,50%. Diante dos indicadores que comprovam a desaceleração econômica esperada pelo BC em agosto a produção industrial caiu 0,20% na margem -, da desaceleração do ritmo de crescimento do crédito para Pessoa Física em setembro e da

volta para a meta das expectativas de inflação, os analistas já admitem que o BC acertou lá atrás quando delineou o cenário em que a crise externa iria impactar a economia doméstica. Aeconomista-chefe do Royal Bank of Scotland (RBS), Zeina Latif, está entre os que reconhecem que o BC acertou no seu prognóstico. “O fato concreto é que o BC acertou mais que o mercado o cenário internacional e as suas implicações para a atividade doméstica”, diz a economista. Ela só acha cedo para dizer que o BC acertou totalmente na questão da inflação, mesmo com a redução recente das expectativas, porque ele

nunca previu a inflação rompendo a meta e “isso ainda pode acontecer”. “De qualquer forma, a tendência é a Focus interromper a alta por hora”, diz Zeina, para quem a Focus tem limite para piora. Evidentemente, diz a economista, o IPCA-15 baixo - em outubro a inflação por este indicador foi de 0,42% ante 0,53% em setembro - influenciou positivamente o ligeiro recuo da mediana das expectativas de inflação para 2011. Isso, de acordo com a economista, ajuda a dinâmica inflacionária deste e do próximo ano. “Tem casas reduzindo expectativa de crescimento do PIB, o que ajuda a inflação”, diz.

SUPERMERCADOS 3 Qualquer divergência entre a oferta anunciada em encartes publicitários e a apresentação real no ponto de venda, sobretudo o preço, caracteriza oferta enganosa. Assim, o consumidor deve esclarecer qualquer diferença com o gerente no local, ou denunciar a um órgão de defesa do consumidor.

SUPERMERCADOS 4 Fique atento aos valores registrados no caixa, pois se houver diferença entre a cobrança e o que está registrado na gôndola, prevalece o menor valor.

SUPERMERCADOS 5 Produtos que já vêm do fabricante em embalagem padronizada (como pacote de papel higienico e cartela de iogurte) não podem ser vendidos de forma fracional pelo supermercado. Afinal, as informações obrigatórias da embalagem são disponibilizadas considerando o todo.

SUPERMERCADOS 6 A loja só é obrigada a efetuar a substituição em caso de defeito. Se a troca for por motivo de cor, tamanho ou gosto, o estabelecimento define suas regras, sendo que elas devem estar explícitas na etiqueta ou nota fiscal.

SUPERMERCADOS 7 Eles seguem as mesmas determinações dos nacionais, e mais, as informações devem sempre estar em língua portuguesa

BOMBA MEDIDORA PARA COMBUSTÍVEIS No momento do abastecimento desça do veículo e acompanhe o trabalho do frentista. Antes do abastecimento a bomba medidora para combustíveis deve indicar “ZERO” para a quantidade de litros e o total a pagar. Não se esqueça de conferir o valor do preço por litro. Observe a existência do lacre na bomba medidora para combustíveis. Ele impede o acesso aos locais de regulagem. E toda bomba medidora para combustíveis verificada mostra uma etiqueta adesiva do Inmetro que indica a validade da verificação.

BALANÇA Examine a balança. Objetos colocados sobre o prato de pesagem (papelão molhado, moedas, etc) ou a existência de ganchos e barbantes pendurados, imãs, etc, que possam provocar erros contra o consumidor. Antes da pesagem observe que a indicação se inicie do zero. Acompanhe sempre a pesagem e veja quanto a balança está indicando. Observe a existência do lacre na balança. Ele impede o acesso aos locais de regulagem. Toda balança verificada mostra uma etiqueta adesiva do Inmetro que indica a validade da verificação.

PRODUTOS PRÉ-MEDIDOS Para a maioria dos produtos, a indicação da quantidade aparece na embalagem, em rótulo ou etiqueta. Para outros, a indicação é gravada no próprio produto, por exemplo: sabão em barra; no cardápio ou em cartaz (por exemplo: chope e refrigerante em copo). A indicação da quantidade refere-se somente ao produto. O peso da embalagem (lata, saco plástico, vidro, bandeja, etc) ou do líquido conservante (salmoura, calda) não são incluídos no peso do produto.

QUALIDADE INDUSTRIAL Todo produto têxtil deve trazer, obrigatoriamente, nas etiquetas as seguintes indicações: nome ou razão social ou a marca registrada do fabricante ou importador; número do CNPJ ou outra identificação fiscal; país de origem do produto; indicação da composição têxtil (nome da fibra e sua porcentagem); cuidados necessários para a conservação do produto; e indicação de tamanho.

Procon Alagoas - Rua Dr. Cincinato Pinto, 503, no Centro da capital. Atendimento gratuito pelo número 151. Mande sua denúncia, dica ou dúvida para a coluna Espaço Consumidor. Todos os domingos, em O JORNAL.

Comportamento dos preços tem surpreendido No Banrisul, o economista Cássio Zimmermann, diz ter ainda um pouco de dúvida sobre a efetividade da queda da inflação, como prevê a Focus, porque, segundo ele, o cenário neste momento não é aquele que o mercado previa e nem o que o BC esperava. “Está no meio do caminho”, diz o economista do banco gaúcho. Todavia, ele não nega que o comportamento dos preços ao consumidor tem surpreendido os analistas do mercado. “Por enquanto, o BC está com a cabeça na lâmpada. As projeções estão apontando para uma inflação no teto da meta”, reitera Zimmermann. “Mas lá trás, o BC estava mais

certo que o mercado sim”. O problema, de acordo com o economista do Banrisul, é que a convergência tem se dado de forma muito lenta. “Não que eu duvide do BC, mas faltam ainda alguns resultados. Mas se tiver que fazer um placar, diria que o BC está ganhando o jogo. Não é ainda uma goleada, mas está ganhando”, admite o economista. Zimmermann confessa que está inclinado a caminhar para o cenário do BC. “É nítido e natural que o BC tenha outras informações que nós não temos. Como ele acertou lá trás e mantém a trajetória da sua política monetária, é mais um indício de que ele está vendo mais piora

no cenário externo”, avalia o economista. O Banrisul trabalha com projeções de 6,50% para o IPCA no fechamento deste ano e de 5,40% no ano que vem. “Na projeção deste ano eu não mexo mais. Se tiver que mudar, reduzirei a projeção do IPCA para 2012”, diz. O presidente e economistachefe do Banco Ribeirão Preto (BRP), Nelson Rocha Augusto, diz não ter dúvidas de que o BC acertou e por uma razão muito simples: “As autoridades, quando estão imbuídas de propósitos corretos e têm mais informações que seus comandados, acabam acertando”, afirma.

Augusto lembra que naquela semana de agosto que antecedeu o primeiro corte de 0,50 ponto porcentual da Selic, que o mercado todo contestou, o presidente do BC, Alexandre Tombini, participou de várias reuniões presenciais na Europa com autoridades econômicas de todo o mundo. “Quando ele volta da Europa e induz os membros do Copom a votar um corte da Selic era porque ele tinha informações que nós não tínhamos. Eu não tenho a menor dúvida de que o Tombini estava correto e tomou a decisão correta”, diz o presidente do BRP, que trabalha com o IPCAfechando em 6,40% este ano.

EMPRESAS

Saúde dos funcionários tem sido estratégica para os negócios SÃO PAULO – A saúde e o bem-estar dos profissionais deixaram de ser assuntos que não pertencem somente ao meio corporativo. Um estudo reali-

zado com 500 gestores de programas de qualidade de vida durante o XI Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, promovido pela pela ABQV

(Associação Brasileira de Qualidade de Vida), revelou que 70% das empresas enxergam este assunto como estratégico. A maioria dos respondentes acredita que os investimentos nestas áreas são fundamentais para reduzir custos com assistência médica (28%), manter a produtividade (27%) e reter talentos (23%). Os dados indicam ainda que 12% dos entrevistados disseram que as empresas investem em qualidade de vida devido às questões tributárias, como o FAP (Fator Previdenciário de Prevenção), e 9% disseram que é por causa da valorização da marca.

PROBLEMAS - O estudo revelou também quais são os maiores problemas que as empresas têm devido ao estilo de vida dos funcionários. Para 68%, são o estresse e as questões emocionais, seguidos por nutrição e obesidade e pela falta de atividade física. Já 9% disseram que são o uso de álcool, o tabagismo e as drogas. Para tentar minimizar estes tipos de problemas, as empresas oferecem diferentes programas de qualidade de vida, sendo que 78% apostam na ginástica laboral e 8% em academia corporativa ou grupos de corrida.


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Imobiliário

Domingo, 30 de outubro de 2011

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ECONOMIA

Geração de resíduos precisa ser revista Arquivo

Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os municípios brasileiros coletaram cerca de 31 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD) no ano passado, 8,7% a mais que em 2009. "Trata-se de um dado preocupante, já que as quantidades reais são ainda maiores, visto que os municípios em geral coletam somente os entulhos abandonados ou indevidamente lançados em logradouros públicos", afirma o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Sergio Ângulo. Atualmente, dispomos de um arcabouço legislativo e de marcos regulatórios por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Política Nacional de Saneamento Básico, que colocam o setor no tema com alguma maturidade. Porém, segundo Ângulo, a maior parte dos resíduos gerados na construção civil vem de autoconstruções e reformas e, na maioria das vezes, não são destinados corretamente porque não há conhecimento da população, que acaba jogando os entulhos no lixo comum - ou ainda depositandoos em terrenos baldios, praças, ruas e encostas de rios. Em vigor desde 2003, a Resolução 307 do Conama estabelece uma regra simples e óbvia: quem gera entulho deve se responsabilizar pelo transporte e destinação adequada desses materiais. Ou seja, entulho jogado em áreas públicas ou despejado em terrenos particulares pode gerar multas ou ainda o responsável pode responder uma ação na justiça. A deposição clandestina de entulho agrava os impactos ambientais, uma vez que provoca o assoreamento de córregos, o entupimento de redes de drenagem e, como consequência, em alguns casos, as enchentes urbanas. Os aterros ilegais, por sua vez, acabam por se tornar locais atrativos para destinação a baixo custo, agravando o problema. RECICLAGEM - De acordo com dados do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (IBDS), aproximadamente 90% dos resíduos da construção civil podem ser reciclados. "Acomercialização e reutilização dos produtos podem reduzir custos e diminuir o volume de guarda e transporte dos itens, gerar receitas diretas com a venda ou indiretas por meio de doações e redução do consumo de energia da extração de recursos naturais", revela o presidente do IBDS, Carlos Renato Garcez do Nascimento. Inúmeras pesquisas em universidades apontam caminhos para o reaproveitamento desses resíduos. Em usinas de beneficiamento, o entulho vermelho (restos de tijolos, telhas, blocos cerâmicos e terra) se transforma em um agregado reciclado que pode ser utilizado como base e sub-base na pavimentação de ruas, por exemplo. Já o entulho cinza, composto por restos de concreto, vira areia reciclada (ideal para argamassa de assentamento) e brita de diversas granulometrias. Em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), foi inaugurada em maio de 2011 uma usina de reciclagem de materiais de construção - a Usipar. O processo usado na fábrica recolhe resíduos do tipo A, que inclui a caliça das obras de construção (restos de material cerâmico, concreto, argamassa) e tritura, transformando os materiais em areia, brita, pedrisco e rachão, que serão comercializados para uma nova utilização na construção civil com o preço 25% mais barato que os produtos não recicla-

Dados revelaram que um dos problemas mais sérios é a deposição clandestina de entulho em locais inadequados, o que agrava os impactos ambientais

uma casa ideal - construção que prevê o reaproveitamento total de todos os resíduos plásticos, orgânicos e minerais. O modelo será replicado em toda a América do Sul, Central e Caribe, e levada ao Summit of Americas e Rio +20, ambas em 2012.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que cada município crie um programa de gestão dos resíduos

dos. Além disso, o processo evita a extração desses materiais no meio ambiente. Atualmente, apenas cerca de 5% do total de resíduo gerado na construção civil é reciclado no Brasil. Na Europa e nos Estados Unidos, a prática da reciclagem do entulho já está consolidada. AHolanda, por exemplo, recicla 95% do entulho. Para Sérgio Ângulo, o processo de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil no Brasil ainda está muito precário. Segundo o pesquisador, a Política Nacional de Resíduos Sólidos pode até regulamentar a gestão de resíduos, mas ainda é necessário evoluir a discussão sobre reciclagem. "Primeiro temos que resolver a questão global de gestão de resíduos para depois cuidar de resíduos da construção", diz. Ângulo acredita que as dificuldades da gestão de resíduos na construção começam pelos fatores culturais: "dificilmente o engenheiro vai parar de trabalhar na obra para implantar um sistema de reciclagem no canteiro", afirma. O pesquisador também demonstra preocupação com a qualidade do material reciclado, já que muitos produtos apresentam problemas. "Nós temos de olhar com mais atenção para o que ainda não tem como ser reciclado", complementa. Ele cita como exemplo a

madeira com biocida, o gesso misturado com concreto e a argamassa pigmentada. Segundo Ângulo, o setor de construção civil enfrenta três principais desafios em relação à gestão de resíduos: a difusão da resolução Conama 307 em pequenos municípios, de forma a eliminar o descarte ilegal; a introdução de práticas de redução da geração de resíduos para geradores informais e a disseminação de tecnologias apropriadas de reciclagem e práticas de controle de qualidade dos materiais que permitam reverter os indicadores de reciclagem nacionais. RECURSOS DISPONÍVEIS - Visando estimular a reciclagem de resíduos de construção e demolição - e seu reaproveitamento nas obras - além de promover a educação ambiental e a mobilização da sociedade, a Caixa Econômica Federal lançou a chamada pública para implementação de projetos para gestão de resíduos sólidos de construção e demolição, feitos por consórcios públicos e prefeituras municipais. O Fundo Socioambiental Caixa poderá aplicar até R$ 3,8 milhões nos projetos. O investimento contribuirá para a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo estimativas do banco oficial, de 40 a 70% dos resíduos urba-

nos são de construção e demolição, gerados na construção da infraestrutura urbana. BOAS PRÁTICAS - APolítica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que cada município deve criar um programa de gestão dos resíduos da construção civil, justamente para que possa ter autonomia para decidir como resolver o problema - já que não há uma receita ou fórmula de sucesso a ser copiada por qualquer um em qualquer lugar. No estado de São Paulo, as prefeituras de São José do Rio Preto e Americana criaram pontos de entrega voluntária de entulho, contrataram aterros e construíram usinas de beneficiamento que reciclam os resíduos, transformando-os em matéria-prima de qualidade para obras públicas. São José já consegue reciclar cerca de 80% de todo o entulho gerado nas obras que ocorrem na cidade. Outro exemplo interessante no estado é Guarulhos, que também conta com uma usina recicladora de entulho. No Paraná, a empresa Kürten lançou recentemente, em parceria com grupo de empresas alemãs, a primeira franquia nacional de casas pré-fabricadas em wood frame, sistema construtivo que agiliza processos e reduz o impacto ambiental na construção

civil. As estruturas das moradias são feitas em ambiente industrial, com sistemas totalmente automatizados e com alto controle de qualidade. Além da rapidez, é possível ter uma "obra seca e limpa", que dispensa o uso de cimento, tijolos e armações convencionais. Por ser planejada de forma racional, praticamente não há desperdício de materiais. Outro exemplo de sustentabilidade na construção civil refere-se à demolição do antigo pavilhão do Parque Barigui, em Curitiba - que dará lugar a um moderno centro de eventos. Cerca de 500 toneladas de ferragens, madeira, telhas, peças de granito, globos de luz, divisórias, pias e torneiras serão reutilizadas pelo município em diferentes equipamentos urbanos. O plano do consórcio de empresas, responsável pela construção e operação da obra, é a utilização integral de todo o material gerado pelo trabalho. O que não puder ser destinado à reciclagem será utilizado na própria construção do novo centro. A estimativa é que 200 toneladas de resíduos sejam utilizadas na própria obra. Em abril de 2011, a ONG brasileira Curadores da Terra foi a vencedora do Concurso Internacional Ashoka / Fundação Rockfeller - Sustainable Urban Housing -, com a proposta de

FÓRUM NACIONAL - As discussões sobre o papel da construção sustentável no desenvolvimento das cidades tiveram início no 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável (SBCS11), promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), no mês de agosto, na cidade de São Paulo (SP). Em outubro, as discussões continuaram no Fórum Nacional e Feira Internacional de Resíduos Sólidos - o Sustain Total, em Curitiba (PR). O evento, que aconteceu de 05 a 07 deste mês, fez parte de uma rede de feiras internacionais de resíduos sólidos (Reino Unido, Dubai, Coreia do Sul e Estados Unidos) e tem por objetivo integrar parceiros estratégicos e compartilhar soluções entre os continentes, além de fomentar a discussão sobre as questões abordadas na PNRS. Promovido pelo IBDS, o evento levou as principais tecnologias e modelos de gestão de resíduos sólidos de países líderes da Europa, América e Ásia. A feira reuniu as principais soluções e equipamentos a setores produtivos, empresas públicas e governos municipais, de forma a contribuir para uma melhor elaboração, desenvolvimento e gerenciamento dos planos municipais. O encontro contou com uma programação completa de painéis de debates, reunindo mais de 50 palestrantes, sobre 24 temas relacionados à gestão de resíduos sólidos. Segundo o presidente do IBDS, Carlos Renato Garcez do Nascimento, a promoção de debates sobre os resíduos sólidos na construção civil visa à superação de desafios internos e externos ao longo da cadeia produtiva. "Só assim poderemos assegurar avanços no estágio atual de gestão de resíduos sólidos do setor, como: a promoção e a implementação da autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a formalização de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades no pós-obra, exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores e receptores", disse. Fonte: Do original da Revista Fator Brasil

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Dois Domingo, 30 de outubro de 2011

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B1 Fotos: Alessandra Vieira

Três vidros em areia colorida se juntam em diferentes ordens, fazendo uma relação com a ampulheta, ou o tempo sendo contado pela areia

Palavras de Ricalde

Em 21 trabalhos expostos em "Palavras compartilhadas", mostra que acontece na Bienal do Livro de Alagoas, artista plástica fluminense apresenta sua peculiar relação entre escrita e imagem como uma das mais marcantes características de sua obra. Confiram nesta e nas páginas B2 e B3.

Rosana Ricalde é vista como uma artista contemporânea, ligada às vanguardas da arte conceitual, à poesia concreta, ao Dadaísmo e ao surrealismo

Elô Baêta Repórter

Quando um ser de depara com a arte - e suas infinitas e ilimitadas linguagens -, vivencia um verdadeiro ritual de experiências, partilhadas entre artista-espectador, espectador-artista. Ao pensar sobre a criação artística, o jogo interpretativo pode ser tão profundo quanto explorado. Pensar que ora pode se encaixar ao fazer arqueológico, diante de descobertas de diferentes siste-

mas, em conjugações de signos, imagens, materiais, conteúdos, objetos. Ou ora ser metafórico, como exercício poético. Ou ora ser utópico, baseado naquele Princípio de Esperança de Ernst Bloch, que faz entender as obras-de-arte como uma associação tanto à manifestação quanto à aquisição de uma linguagemleitura que não quer reproduzir o mundo, ou imitá-lo. Mas fundi-lo, inaugurá-lo. É com esse "mapa" de possibilidades que admiradores de arte como Guilherme Vergara se refe-

rem às muitas e possíveis interpretações ao se aventurarem em visitas ao imaginário da artista plástica Rosana Ricalde, visto como "extremamente contemporâneo, ligado às vanguardas da arte conceitual, à poesia concreta, ao Dadaísmo, ao surrealismo" - aqueles movimentos artísticos que reinventaram a compreensão da arte no Século XX. Esses mesmos conhecedores dos seus traços apontam ainda para a dimensão ambivalente entre a percepção imaginativa das obras de Ricalde e os instrumentos utilizados no seu processo criativo, causando do estranhamento à conquista de

novos e curiosos sentidos, já que, para eles, torna-se também universal, por muitas vezes buscar inspiração em todas as "geografias do imaginário humano". "O trabalho da artista Rosana Ricalde é de tal forma complexo, embora aparentemente singelo, que desafia todos a pensarem como explorá-lo da melhor maneira possível como um legado de práticas artísticas experimentais, ou antimétodos inaugurais da arte, pois não se prestam como receitas para a repetição. Como compartilhar com aqueles que irão cuidar das ações interpretativas, do campo potencial de leituras

múltiplas que seu conjunto de obras oferece, sem perder sua densidade poética ou o seu valor sistêmico ou polissêmico (aquilo que inaugura vários sentidos ao mesmo tempo)"?. O comentário de Vergara é direcionado a "Palavras compartilhadas". A mais recente exposição da artista de Niterói e uma das atrações da Bienal do Livro de Alagoas. É justamente nesse universo entre escrita e imagem; palavras e linguagem visual; paisagens de areia falando de tempos - e mudanças -; entre retratos-imagens inexistentes, que o Caderno Dois adentra a partir de agora.


Variedades

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Domingo, 30 de outubro de 2011

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RELÓGIO BIOLÓGICO Não são só as mulheres que precisam se preocupar com o relógio biológico antes de ser mãe. De acordo com um estudo, a fertilidade masculina declina conforme o passar dos anos e depois dos 41 as chances de se tornar pai diminuem rapidamente. A fertilidade masculina caiu em até 7% a cada ano, entre os homens com 41 e 45 anos. Depois dessa idade, a fertilidade diminuiu ainda mais e de maneira mais rápida. De acordo com os cientistas, os filhos de pais mais velhos têm mais riscos de desenvolver doenças como autismo, esquizofrenia e epilepsia. Além disso, as crianças têm duas vezes mais chances de morrer antes de chegar a fase adulta.

Arquivo

Numa pose ousada e irreverente Sterpaula Coutinho exibe as costas de seu modelo, em companhia da nossa Martha Medeiros, em recente encontro de moda em São Paulo

Os "Contrapoemas" exibem textos de Manuel Bandeira

Entre imagens e paisagens:

palavras e palavras

Holofotes EUA Depois da virada de coleção, os amigos Girley e Arthur Rocha embarcaram para Nova York, onde curtem 15 dias de merecidas férias, com direito à companhia dos filhos. Já Mirian Canuto está de volta após temporada na Europa.

FERNANDA & VICTOR Vicente de Paulo Mendonça e Nize Barbosa de Souza Mendonça e Alberto Mário Mafra Filho e Ângela Lúcia Rezende Rocha Mafra nos convidando para a cerimônia de casamento dos seus filhos, Fernanda e Victor, que acontece no dia 29 de outubro, na Igreja de Santa Teresinha. Após a cerimônia, os noivos recepcionarão os convidados no Espaço Pierre Chalita.

À ITALIANA Aos 47 anos, Monica Bellucci vestiu corset e hotpants e foi para as ruas de Portofino, na Itália, para fotografar a nova campanha da Dolce & Gabbana. Na coleção, muitas formas inspiradas em lingeries, como bustiês

e hotpants estruturados, além das estampas de frutas e legumes, resultado de uma das referências que nortearam o verão 2012 de Domenico Dolce e Stefano Gabbana: a culinária italiana.

BAR EM BAR Maceió irá aderir a um dos mais importantes eventos gastronômicos do País, o Festival Bar em bar, que acontece simultaneamente em todo o Brasil nos dias 3 e 4 de dezembro. Durante um mês, os 1.200 bares e restaurantes participantes do festival em 91 cidades do País, oferecerão aos consumidores um petisco que melhor representa a especialidade da casa a um preço promocional de R$ 10,00. Breve, daremos mais detalhes. Os panetones chegaram às lojas e supermercados brasileiros até 7,5% mais caros este ano. O aumento foi motivado pela alta nos preços de alguns dos ingredientes, como farinha de trigo e leite. Ou seja, a turma vai ter que investir um pouco mais nas guloseimas para este Natal.

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A turma que não perde uma festa pode tirar a fantasia do armário. Na próxima segunda, o Orákulo será o quartel geral do Dia das Bruxas em Maceió. A festa – que terá início às 20 – contará com música eletrônica, forró e axé, para bruxos de todos os estilos musicais.

ao O JORNAL como sua peculiaridade artística. "Em geral, a palavra está presente como matéria-prima do meu trabalho, seja como fonte de inspiração ou mesmo como material, sendo utilizada como imagem. Esse é um interesse que me acompanha desde a infância, a forma da palavra, e foi entrando no meu trabalho naturalmente", explica a artista. A série deixa transparecer uma compreensão única. Os vocábulos não estão nas entrelinhas, mas expostos, com ciência e consciência da artista de sua visualidade. Enquanto palavras - reconstruídas trafegam harmonicamente do literário para o visual. "Rosana apresenta uma nova leitura da linguagem, remetendo-nos ao poder da palavra ao longo dos tempos - por conseguinte, seus trabalhos evocam geografias,

histórias, filosofias", registrou Guilherme Vergara suas impressões sobre a criatividade de Ricalde no catálogo da mostra. E a artista fala o quanto a magia da escrita poética, literária, tem influenciado suas mostras. "A presença da escrita é uma constante. Algumas mostras, como a ´Palavras compartilhadas´, onde apresento um conjunto de obras que misturam pesquisas mais antigas com pesquisas mais recentes, a presença da palavra é bem direta. Em outros casos, como a minha última mostra, ´A beleza e a verdade´, a palavra está mais diluída, servindo como base para a idealização das obras, mas não sendo percebida tão diretamente. Mas sempre elá está baseando as mostras que venho realizando". Impressões que começam a ser sentidas bem no início, em "Contrapoemas". É lá onde Rosana exercita o fazer poéti-

Ainda ouvindo os elogios pela realização do Maceió Fashion Design, que trouxe para a capital alagoana o ator global Thiago de Los Reys, Vanessa Souto e Sílvia Cunha já trabalham em mais um grande evento: a chegada do Papai Noel e a abertura oficial do Natal 2011 no shopping, agendada para o início de novembro. Hoje quem vai ter os telefones congestionados é a jornalista e crítica de gastronomia Nide Lins, por mais uma virada de calendário. Desejamos a ela muitas felicidades, luz e sorte! Parabéns, amiga! Já amanhã é a jornalista Carolina Sanches que comemora mais um niver junto de amigos e familiares.

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co com histórias, pensamentos, provérbios. E o faz a partir do momento em que se apodera de poemas de Manuel Bandeira, os recorta em vinil adesivo preto e sai articulando antagonismos, à medida que substitui as palavras do poeta por um novo poema - também recortado, em vinil branco -, construído com seus antônimos, em uma alternância de fundos negros e brancos. "Versos escritos n´água Versos apagados da terra/Os poucos versos que aí vão - Os muitos versos que aqui ficam/ Em lugar de outros é que os ponho - Em lugar de si mesmos é que os tiro/Tu que me lês, deixo ao teu sonho - Tu que não me lês, privo ao teu pesadelo/ Imaginar como serão Imaginar como não serão". (Os versos à direita são do poema de Bandeira "Versos escritos n´água"; os da esquerda, os antônimos de Rosana). (E.B.)

Da literatura, surgem os autorretratos

NO BOLSO

Com tudo Uma das artistas naïf mais respeitadas do mundo, a alagoana Tânia de Maya Pedrosa, foi a aniversariante mais festejada do último dia 26. Querida por todos, a amiga curtiu a virada de calendário sem grandes comemorações, devido à perda recente na família. Felicidades, amiga, muita saúde, sucesso e ainda mais felicidade.

O que "Palavras compartilhadas" como integrante do projeto ArteSESC, cujo objetivo é a realização de mostras itinerantes pelo Brasil como forma de tornar conhecidos os acervos de instituições culturais e a produção de artistas de vários partes do País com a exibição de suas obras nas unidades do Sesc ou em outros espaços - traz é a abertura de três momentos relacionais entre a escrita. E três motivos: imagem, paisagem e construção textual. Apresentado por Ricalde em 21 obras - inspiradas em textos teóricos ou poéticos de livros -, intituladas de "Contrapoemas", "Auto-retratos", "Provérbios", "O tempo muda tudo", "Mar Egeu/Mar Vermelho", "Marco Polo" e os "Manifestos", esse jogo de palavras - e cores - presente nas obras é revelado por Rosana

Fitas rotuladoras formam autorretratos de escritores brasileiros

Fitas rotuladoras (quem delas lembrar, Rosana traz à saudade) se desenrolam aos montes e cores na construção de "Auto-retratos". Retratos de sujeitos - escritores -, onde a pintura dá lugar à escrita. Com literatura, Mário Quintana, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Augusto Massi e Graciliano Ramos se autorrotulam, descrevem o que pensam, o que sentem, o que acreditam ser eles mesmos. Assim, ganham molduras, tornam-se imagens, através das fitas em cores convergentes com os seus discursos. "Em ´Auto-retratos´, o interessante é pensar que, como os pintores pintam seus autorretratos, alguns poetas também decidem se descrever, só que usando a palavra. E o resultado pode ser tão ou até mais rico, em alguns aspectos, do que as imagens desenhadas e pintadas que os artistas fazem de si", destacou Rosana no catálogo de referência da mostra. Mas será que a utilização desses textos na mostra significa que são os autores os da "cabeceira" de Ricalde? "Em algum momento foram... Mas, em geral, minha leitura é muito fragmentada. Sempre estou com vários livros começados. E vou seguindo. Alguns livros termino; outros, sempre retorno. Mas, nesse momento, dentre essa pilha que me segue, estão ´O castelo branco´, ´As mil e uma noites...´. E sempre muitos livros de poesia, que leio sem muita ordem", disse ao O JORNAL. (E.B.) Continua na página B3


Variedades Domingo, 30 de outubro de 2011

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B3

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Coloridos provérbios "Quando eu faço o trabalho, a verdade absoluta se relativiza, um texto se soprepõe ao outro e, ao mesmo tempo, vira uma forma bonita, um painel de texto que, quando você olha, não dá para visualizar os textos, se vê mais do que se lê". Fala a artista sobre "Provérbios". O quadro de

frases coloridas para serem vistas com óculos escuros. Mais um momento de "Palavras...". "Provérbios" se abre ainda à discussão de uma questão: a polifonia. "Um retorno a uma situação de diversas vozes, de múltiplas interpretações. É quando se coloca o

mesmo texto, em que, de acordo com o filtro (a cor), se tem leituras diferentes. O corpo do texto integral é um único, porém, se é usado um filtro azul, apenas um ponto de vista é lido... O ´mundo polifônico´ está se tornando alvo de questões hoje", explica a artista. (E.B.)

Fotos: Alessandra Vieira

No Globo Terrestre, uma infinidade de tiras do livro "As viagens de Marco Polo", recortadas e coladas

O tempo muda o tempo todo Três vidros em areia colorida - um, com as palavras "o tempo"; outro, "muda"; e mais outro, "tudo" - se juntam em seis diferentes ordens, fazendo uma relação com a ampulheta, ou o tempo sendo contado pela areia. E, à medida que a areia escorre, o "senhor" de todas as passagens, e paisa-

gens, e situações, e mudanças (o tempo) surge. "O tempo muda tudo". E "Muda tudo o tempo". E "Tudo muda o tempo". E "Muda o tempo tudo". E "O tempo tudo muda". E "Tudo o tempo muda". "A gente pode filosofar através da construção desse tipo de imagem; tem algo de duna,

de a paisagem se deslocar com o vento; também, com as mudanças climáticas, vários lugares se perdem, o mar toma conta, e a areia invade. Tudo se juntou no meu pensamento, a forma de unir texto à imagem", diz Rosana sobre as obras de "O tempo muda tudo". (E.B.)

Nas fronteiras do Globo: os mares

Na série "Mares", as palavras Mar Vermelho e Egeu é que dão formato às águas

Na série "Mares", o Mar Vermelho e o Egeu aparecem desenhados, é bem verdade. Mas a construção de seu vaivém - calmo ou revolto - não surge só a partir de traços aleatórios de Ricalde, mas de palavras e com palavras. Palavras que, na verdade, não passam de seus próprios nomes. "O mar se autorregurgita. Bate, chacoalha,

agita. Os de Rosana Ricalde, à deriva do fluxo que escorre da caligrafia, tomam também formas dinâmicas", destaca Luciano Vinhosa. A vazão artística aos mares de letras mínimas de Rosana permanece na instalação "Marco Polo". Nela, a vazão artística se dá com a colagem de uma infinidade de tiras do livro "As

viagens de Marco Polo", recortadas e coladas em um Globo Terrestre. Talvez, a intenção da artista foi não só aludir aos muitos lugares percorridos pelo navegador, mas também tentar pôr fim às fronteiras, misturando raízes, línguas, culturas; unindo lugares, países, cidades, em um grande mar sem dono. (E.B.)

Compartilhando mais palavras

Letras em seis momentos

O gosto de Rosana Ricalde pela escrita não é de hoje. Nos tempos de menina, um de seus maiores prazeres era o velho hábito de "passar seus cadernos a llimpo". Graduada em Gravura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, a artista tem vasto currículo de mostras pelo Brasil afora. "Palavras compartilhadas",

Em "Manifestos", Rosana coloca em seis diferentes momentos verdades capazes de transformar o tempo de cada um. Senão tudo, ao menos algo. Para isso, resgata ideias e as transforma em leitura, como frisa, "mais visual que ideológica". Os manifestos nada mais são que impressões sobre papel de 60 cm x 42 cm. Os que os diferenciam são seus significados. Um deles é o "Leitura

que ela conta ter a ideia do título nascido a partir da seleção das obras que, ao seu ver, "deveriam percorrer um País como o nosso", já visitou Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Amapá, Tocantins, Acre. Mas o próximo destino de "Palavras...", quando deixar a Bienal, que cerra suas portas às 22h de hoje, ela ainda desconhece. "Essa exposição já viajou mais que eu mesma. E fico muito feliz de saber que mi-

nhas palavras estão sendo compartilhadas com o público de Alagoas pela primeira vez", destaca Ricalde. (E.B.) Vá lá. A exposição "Palavras compartilhadas" pode ser visitada na V Bienal do Livro de Alagoas, no mezanino do Centro Cultural e de Exposições de Maceió, das 10h às 22h. Contatos com a artista pelo e-mail: rosanaricalde@gmail.com ou pelos telefones (21) 9608-5400 ou (22) 2764-0286.

dinâmica", onde utiliza estatísticas das letras empregadas na escrita do Manifesto neoconcreto. Já o "Manifesto de verbos" é antropófago, "sem espaços entre as palavras e com os verbos que surgem após essa junção de palavras colocados em negrito", como atenta a inscrição da instalação. Há ainda os escritos apenas com palavras onde haja a presença de vogais, o "De-

glutição do manifesto", e o "Deglutição do manifesto II", onde a tônica são as sílabas separadas. O olhar também recai sobre Além do "Manifesto objeto". Nele, o tal objeto é sobreposto à imagem da obra de Waldemar Cordeiro intitulada "A mulher que não é B. B.", e "Manifesto visível", uma ruptura também sobreposta a outra obra de Cordeiro; dessa vez, o quadro "Ideia visível". (E.B.)

Fotos: Alessandra Vieira

TEMPO DE AGRADECER Muita gente visitou a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas desde a sua abertura, no último dia 21. E muita gente aproveitou para dar uma passada no estande de O JORNAL, que, em uma iniciativa pioneira, levou uma equipe de jornalistas para cobrir, em tempo integral, a Bienal do início ao fim. Foram dez dias de trabalho intenso, com matérias geradas diariamente e publicadas tanto no impresso quanto no site Jornal Web. A Bienal termina hoje, mas fica a sensação do dever cumprido. A certeza do exercício do bom jornalismo, que acredita e valoriza a cultura do seu lugar. Por esse motivo, reservamos esse espaço para prestar uma homenagem àqueles visitantes/leitores que nos prestigiaram e apoiaram o projeto durante todo o evento.

Adriana Moraes, relações públicas; Emanuel Galvão, escritor; e Ítalo Galvão

Arriete Vilela, escritora

Ricardo Cabús, escritor e produtor cultural

Shirley Nascimento, jornalista

Sônia Lucena, pesquisadora

Francisco de Barros, escritor e autor do "ABC das Alagoas"

VEJA QUEM PASSOU NO ESTANDE DE O JORNAL DURANTE A BIENAL... Lêdo Ivo, escritor, após a sua palestra na Bienal do Livro

Marly Ribeiro, escritora

Maria de Lourdes do Nascimento, escritora

Fred Correia, artista plástico

Everaldo Dantas, fotógrafo

... E QUEM ESTEVE LÁ DURANTE TODO O TEMPO

Fábio Poeta, escritor

Nara Cordeiro, cantora

Persivaldo Figueiroa

Anne, Joana e Eliene Albuquerque, do telemarketing de O JORNAL

Elô Baêta e Alessandra Vieira, jornalistas

Cortesia/Valdirene Leão


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De olho no Patrimônio

As bicas (fotos) que abasteciam a comunidade no século 17 encontram-se em péssimo estado de conservação

Alessandra Vieira - alessandra@ojornal-al.com.br

QUANDO REINAVA O ALGODÃO As fábricas de tecidos Vera Cruz e Sebastião Ferreira, em São Miguel dos Campos; as de Rio Largo e Pilar; a Carmen, em Fernão Velho, e a de Piaçabuçu; a Companhia Agrofabril Mercantil e a fábrica de Linhas Estrela, em Delmiro Gouveia; a Cia. de Fiação e Tecidos Norte Alagoas, em Saúde; a atual Fábrica da Pedra, instalada em Delmiro Gouveia... ...o lazer e o futebol dos operários nas vilas; a religiosidade nos terreiros das fábricas, enfim, esse cenário industrial que tornou o final do Século XIX e o desenrolar dos cem anos seguintes historicamente marcados na cultura alagoana, com suas vilas de especial significado de Saúde, Fernão Velho e Alexandria, retorna com uma visão mais contemporânea sobre a identidade do Estado através das folhas do mais novo calendário da Fapel. "Tecelagem da memória - o algodão e as vilas operárias em Alagoas" é fruto de estudo iconográfico de um projeto de pesquisa do historiador Douglas Apratto, da museóloga Cármen Lúcia Dantas e do cientista social Golbery Luiz Lessa, com ilustrações e imagens do fotógrafo José Ronaldo. Abaixo, selecionamos algumas dessas imagens presentes no calendário - primeira parte do projeto dos pesquisadores que, como de costume, culmina em um livro sobre o mesmo tema, com lançamento previsto para 2012.

FÁBRICA DE TECIDOS PIAÇABUÇU

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PERNAMBUCO

Bicas do Sítio Histórico de Olinda estão pichadas e sujas Moradores lamentam falta de cuidado com as bicas que abasteciam comunidade Jornal do Commercio Construções pitorescas no Sítio Histórico de Olinda (PE), as três bicas que abasteciam a comunidade no século 17 encontram-se pichadas e sujas. Duas delas - a do Rosário e a dos Quatro Cantos - ainda jorram água. A Bica de São Pedro, no bairro do Varadouro, está desativada há quase oito anos. "É um abandono completo", lamenta o motorista José Paulo dos Santos. Morador do bairro do Bonsucesso, de frente para a Bica do Rosário, ele conta que a fonte serve de sanitário público e depósito de lixo. "Não há limpeza desde o ano passado", comenta. Apesar de os canos verterem

água transparente, o líquido se acumula num tanque misturado a sacos de lixo, plásticos, cascas de coco e laranja, papelão, sapatos e latas. Moradores do Rosário ainda usam a bica, quando há desabastecimento no bairro, principalmente para lavar roupas. A fonte tem duas saídas de água, uma doce e outra salobra. "Deviam fazer a limpeza todo mês", diz José Paulo. A comunidade pede fiscalização no Largo do Rosário, para proteção da bica e da praça defronte ao antigo chafariz. Madeiras do assento e do encosto dos bancos da praça foram arrancadas. A Bica dos Quatro Cantos, apesar de ter sido pintada pela

Prefeitura de Olinda este ano, exibe pichações. "Esse não é o único problema, o pior é a falta de energia. Acompanhia elétrica esteve aqui, um mês atrás, para tirar gambiarras da rua, e deixou a bica às escuras", informa Marcos Gonçalves, morador do Beco do Jasmim, junto da fonte, há 74 anos. Segundo ele, a água da fonte prestava antigamente, quando não havia ligações clandestinas de fossas. "A prefeitura devia botar uma placa informando às pessoas que essa água não deve ser usada, por causa da contaminação. Tem gente que toma banho na bica", diz ele. Contaminação por coliformes fecais teria sido o motivo do fechamento da Bica de São

Pedro, na esquina da Rua Henrique Dias, de acordo com Severino Ramos. O chafariz fica na lateral da casa onde ele mora. "Três exames da água, feitos por órgãos federal, estadual e municipal, apresentaram o mesmo resultado", declara. Todo ano, Severino Ramos renova a pintura da bica, mantendo a cor branca com detalhes amarelos, que não pode ser alterada. "Pinto num dia e no outro está tudo pichado." Aprefeitura disse que vai vistoriar os chafarizes, mas adianta que todos passam por manutenção. "A pintura da Bica dos Quatro Cantos é recente", afirma a secretária de Patrimônio de Olinda, Márcia Souto.

CACHOEIRA - BA

Empresário é processado por destruir terreiro de candomblé

CIA DE FIAÇÃO E TECIDOS DE SAÚDE

Mexer com a fé dos outros não dá certo. Um empresário e também advogado é acusado de invadir e destruir 14 hectares de área verde, aterrar uma lagoa e o barracão pertencente ao terreiro de candomblé da Roça do Ventura, para construir um condomínio de luxo, no município de Cachoeira, na Bahia. Ademir Oliveira dos Passos está sendo processado em uma ação civil conjunta do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Estado por ofensa à liberdade religiosa e destruição de patrimônio histórico. E ele foi bem ousado. Na intenção de construir o condomínio com 110 casas na área, se negou a parar as obras, apesar

No lugar do barracão pertencente ao terreiro de candomblé da Roça do Ventura seria construído um condomínio de luxo

de ordem judicial. O local estava em processo de tombamento, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

(Iphan). A Roça do Ventura era onde os adeptos mais antigos do candomblé realizavam os rituais africanos.

Se condenado, Passos terá que reconstruir o barracão e pagar indenizações que somam um milhão de reais.

Pré-história brasileira em Sergipe no Museu Arqueológico do Xingó Por volta de 1985, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe identificaram, na região da cidade de Canindé do São Francisco (a 200 km de Alagoas), vestígios que indicavam a presença humana pré-histórica na região. Na década seguinte, seria construída no local a Usina Hidrelétrica de Xingó. Para proteger esse patrimônio, situado na área que provavelmente seria inundada com a construção da represa, foi lançado um grande projeto de salvamento arqueológico, que durou dez anos. O resultado do levantamento foi a descoberta de 42 sítios arqueológicos e 16 de arte rupestre apenas nessa região do baixo São Francisco, testemunhos de 9 mil anos de ocupação humana. Com todo esse acervo reunido, em 2000 a

No museu está preservado o patrimônio de quase 60 sítios arqueológicos e de arte rupestre encontrados no Nordeste do País

Universidade Federal de Sergipe criou o Museu Arqueológico do Xingó (MAX). São cerca de 50 mil peças, entre vestígios cerâmicos, instrumentos líticos, adornos em

osso, restos alimentares e mais de 200 esqueletos humanos. Hoje a instituição recebe mais de 30 mil visitantes ao ano. O MAX (http://max.org.br/) mantém uma exposição per-

manente, apresentando destaques de seu acervo e os principais resultados de pesquisas realizadas pela instituição, além de mostras temporárias de curta duração.


Variedades Domingo, 30 de outubro de 2011

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Roteiro

Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Horóscopo Artesanato

alessandra@ojornal-al.com.br

Em Breve

n O espetáculo Segundo São Matheus, do grupo Delírio (PR), chega a Alagoas graças ao Palco Giratório Sesc. Além das apresentações que serão realizadas em Maceió (Sesc Centro - R. Barão de Alagoas, 229) e em Arapiraca (Sesc Arapiraca - R. Manoel Cazuza, s/n, Santa Edwiges), o grupo Delírio participará da mesa redonda "Pensamento Giratório - Desconstrução da Literatura para Material Dramático", ao lado do Companhia teatral Ganymedes, de Maceió, e da oficina Preparação do ator. Toda a programação desta quarta e última etapa do palco Giratório 2011 acontece de 2 a 7 de novembro. Entrada franca. Mais informações: 0800 284 2440 / (82) 3326-3133.

n O humor e as piadas de Zerinho do Nordeste serão a atração do Teatro de Arena (anexo ao Deodoro), no próximo dia 5, com o espetáculo "Rasgando o verbo", graças ao apoio da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas. Ingressos: R$ 5 e R$ 10. Mais informações: (82) 3315-5656 / 8840-4424 / 9131-8260.

n O espetáculo de dança "Pela luz dos olhos teus" é a nova montagem da Academia e Companhia de Dança Maria Emília Clark. Dessa vez, o espetáculo vai percorrer a trajetória da colecionadora e pintora naif Tania de Maya Pedrosa. A apresentação vai acontecer no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de exposições de Maceió, em Jaraguá), nos dias 19 (19h) e 20 e novembro (16h e 19h). Ingresso: R$ 25 (promocionais a preço de meia-entrada). Duração: 2h.

Em Cartaz n Até o próximo dia 8 de novembro, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de Alagoas, realiza o seu XV Festival Estudantil de Teatro do Estado de Alagoas no palco do Teatro Deodoro. Lá, os temas dos espetáculos são os mais diversos e os estudantes têm a oportunidade de pôr em execução a imaginação nos textos, figurinos e cenários. Ingressos: R$ 5. Mais informações: (82) 8864-2422.

Horóscopo ÁRIES (20 mar. a 20 abr.) Dia neutro a vida sentimental e amorosa. Haverá, também, muitas dificuldades que só serão solucionadas com bastante trabalho, otimismo e perseverança. Cuide da saúde, evite abusos e tome cuidado com os inimigos.

LEÃO (22 jul. a 22 ago.)

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TOURO (21 abr. a 20 mai.) Dia em que poderá fazer ou pedir empréstimos e assinar documentos, ações ou mesmo pedir aumento de vencimentos, que será muito bem sucedido. A saúde estará boa e chances de êxito amoroso e social.

VIRGEM (23 ago. a 22 set.)

Lucros em negócios relacionados com a terra e propriedades de um modo geral. Os transportes também estão favorecidas, bem como viagens por via aérea. As dificuldades serão solucionadas.

Muita atividade física e mental você empregará hoje. Mas no final sairá vencedor. Os meios de comunicações, e transportes estão favorecidos. Contudo, evite desavenças na vida familiar.

SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.)

CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.)

Período em que deverá evitar questões e negócios com pessoas da família. Por outro lado, haverá progressos profissionais devido à influência de pessoas desconhecidas. Cuide de sua saúde.

Algumas perturbações passageiras na vida doméstica e depressão psíquica estão previstas para você neste dia. Aja com calma e autoconfiança, que tudo tende a dar certo. Melhora da saúde e das chances gerais. Visite seus amigos e parentes.

GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Com otimismo e entusiasmo, você conseguirá ótimos resultados. Procure evitar os compromissos arriscados. Não trate nada com pessoas desconhecidas.

LIBRA (23 set. a 22 out.) Boa influência para cuidar dos seus interesses pessoais e assuntos sentimentais. Pessoas próximas vão procurar favorecê-lo. Saúde, dinheiro, amor e loteria sob excelentes influxos.

AQUÁRIO (21 jan. a 20 fev.)

Muita disposição, otimismo e compreensão para com os outros. Assim estará você nesta fase que tem tudo para lhe ser maravilhosa. Mas evite estragar tudo isso por causa dos ciúmes e do orgulho pessoal.

CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Todas as suas possibilidades de êxito, estarão conjugadas hoje. Basta que dê mais atenção às pessoas próximas ou vizinhos para desenvolver com sucesso qualquer transação. Excelente período para contratar. Cuide da aparência.

ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Bom dia para solicitar a casa própria em um órgão competente do governo, se ainda não a tem. Sucesso nos transportes e em viagens, principalmente as aéreas. Harmonia familiar e êxito sentimental.

PEIXES (21 fev. a 20 mar.)

Dia em que pressagia o recebimento de ótimas notícias e de apoio financeiro por parte de amigos leais e dos superiores hierárquicos. Êxito em viagens, no amor, diversões e passeios.


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RELIGIÃO VATICANO

Domingo, 30 de outubro de 2011

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Papa proclama três novos santos Congregação dos Servos da Caridade e do Instituto das Filhas de Santa Maria da Providência. Os três foram proclamados santos às 6h34, horário de Brasília. A canonização dos novos santos foi pedida a Bento XVI pelo cardeal Angelo Amato, prefeito regional da Congregação das Causas dos Santos. Bento XVI falou sobre a vida e a dedicação de cada um dos santos. Destacou a confiança com a qual eles se entregaram ao Senhor, e ressaltou o testemunho de São Luigi Guanella. "Um testemunho humano e espiritual. É para toda a Igreja um dom particular de graça", declarou. "Durante a sua existência terrena, ele [Guanella] viveu, com coragem e determinação, o Evangelho da Caridade. Graças à profunda e contínua união com Cristo, na contemplação de seu amor, Pe. Guanella, conduzido pela Providência divina, tornou-se companheiro e mestre, conforto e alívio dos mais pobres e dos mais necessitados". Para descrever Santa Bonifácia, fez analogia com uma passagem da primeira Carta aos Tessalonicenses, um texto que usa a metáfora do trabalho manual para descrever o trabalho evangelizador. "A nova Santa se apresenta a nós como um modelo completo em que ressoa o trabalho de Deus, um eco que convida suas filhas, as Servas de São José, e também a todos nós, a acolhermos seu testemunho com a alegria do Espírito Santo, sem temer a contrariedade, difundindo em todas as partes a Boa Nova do Reino dos céus", disse o papa. O Papa concluiu sua homilia convidando a todos para seguir os exemplos desses três Santos, "a fim de que toda a nossa existência se torne testemunho de autêntico amor a Deus e ao próximo", justificou.

Azevedo, Gilvânia Martiliano e Mário Soares. Entre os convidados estão o coro e orquestra El Shadday, de Abreu e Lima (PE) e a cantora Damares, de São Paulo. O evento contará com um salão, onde os cantores terão a oportunidade de apresentar seus trabalhos e assim mostrar a história da música. No dia 12, cantores e profissionais da música serão premiados e homenageados.

O pastor José Luiz e a igreja contam com a participação de profissionais e interessados nesta área para reforçar a programação. Os palestrantes serão Josué Francisco, maestro da banda de música Louvores de Sião (Farol); Maria das Vitórias, regente do Coral Louvor Jovem e Coral Celeste (Farol); a otorrinolaringologista Carine Bandeira; presbítero e cantor João Batista, entre outros.

Pastor José Costa Mendes trabalha em quatro estados da Argentina

Mônica Lima Repórter

A conversão ao evangelho de Jesus mudou para sempre a vida do cantor evangélico Mário Poncell, ex-motorista de ônibus, que encontrou na música o seu caminho, levando mensagem de amor, paz e esperança. Poncell chega ao seu quinto CD "Deus muda a história", cujo título tem a ver com as transformações que ocorreram desde 1990, quando ingressou na igreja Assembleia de Deus e aceitou Jesus como seu Salvador. Segundo ele, as zombarias de quem não acreditava no seu talento não foram suficientes para que desistisse de levar a frente o seu sonho de expressar todo o seu amor a Jesus, através do louvor. Além de cantor, Mário Poncell também é responsável pela maioria das canções dos seus CDs. Em "Deus muda a história", três louvores se destacam, sendo a música "Louve" o carro chefe do trabalho. "Esse hino fala das mudanças que ocorreram e mostram a importância do louvor que pode libertar", diz. Na relação consta ainda, "Pra chegar aqui" e "Grande voo". Essa última fala do arrebatamento que os evangélicos aguardam com grande expectativa e marca o retorno de Jesus à terra para julgar a humanidade e levar os seus escolhidos para iniciar uma nova vida. Sempre confiante e certo da sua missão, Mário Poncell segue como um missionário, evangelizan-

do através do louvor. O envolvimento com a música começou há mais de 15 anos quando Mário Poncell ficou desempregado e passou a enfrentar dificuldades. Para ele, o alívio para os problemas que passava chegou quando se converteu em uma igreja evangélica, em Santa Luzia do Norte. A partir daí, o louvor passou a estar presente em sua vida, apesar de não ter a oportunidade que queria para mostrar o seu talento. Antes de lançar o primeiro CD, os louvores eram gravados em fitas cassetes. O lançamento do primeiro CD "O amor maior" ocorreu oito anos após a sua conversão. Dado o ponta pé inicial, enfrentando dificuldades e correndo em busca de parcerias, Poncell em 2000, lançou o seu segundo trabalho "Pare de sofrer", que foi gravado em São Paulo. Em 2002, chegou ao mercado "Creia na vitória" e em 2006, " Só Ele faz". O quinto CD, lançado este ano, está sendo divulgado pelo cantor em Alagoas e em outros estados brasileiros. Recentemente, ocorreu o lançamento em Campina Grande (Paraíba). Para 2012, Mário Poncell pretende lançar mais um trabalho e, para isso está correndo em busca de patrocínios. "Como missionário e servo fiel do senhor Jesus". Mário não pretende parar, "enquanto houver inspiração e vontade de levar a mensagem de salvação".

Mário Poncell divulga seu novo CD em Alagoas

EVANGÉLICA

Papa Bento XVI canonizou mais três santos no último domingo

Bento XVI canonizou a freira Bonifácia Rodríguez e os religiosos italianos Guido María Conforti e Luigi Guanella Da Redação O papa Bento XVI proclamou no domingo passado (23), no Vaticano, diante de milhares de fiéis, três novos santos: uma espanhola e dois italianos. Aespanhola é a freira Bonifácia Rodríguez de Castro (1837-1905), fundadora da Congregação das Servas de São José. Os outros dois são os religiosos italianos Guido María Conforti (18651931), arcebispo de Parma, fundador da Pia Sociedade de São Francisco Xavier para as missões estrangeiras (Missionários Xaverianos) e Luigi Guanella (1842-1915), fundador da

ríodo de 6 a 13 de novembro de 2011. Durante toda a semana acontecerão palestras com profissionais na área da música, ouvidoria, oficinas e outras atrações. Uma grande equipe está envolvida neste trabalho visando a excelência. Maestros, produtores, músicos e cantores da terra e de outras localidades foram convidados, a exemplo de Sarah Farias, Míria Mical, Dorinha Lima, Geú

Assembleia de Deus planeja Semana Internacional da Música Thiago Gomes Repórter

A Assembleia de Deus no Tabuleiro do Martins, em parceria com o projeto Amigo Leal, promove pela primeira vez, em Maceió, a Semana Internacional da Música com a finalidade de valorizar a música e os cantores da linha gospel. O evento acontecerá na congregação assembleiana localizada na Avenida Maceió, naquele bairro, no pe-

denominação no Estado. "Estamos trabalhando em quatro Estados, e recordo que não tinha evangélicos naquele lugar quando cheguei. Isso só tem acontecido porque estamos sendo acompanhados pelas orações da igreja em Alagoas", falou o pastor Mendes. No ano passado, o missionário veio à capital alagoana por motivo semelhante. Só que ele estava acompanhado pela esposa, Vânia Moura Mendes, que tinha planos de fazer um checkup médico. Mendes queria descansar um pouco e ainda pretendia restabelecer a saúde. Ele sofreu um derrame cerebral logo após um acidente automobilístico ocorrido na província de Bell Ville, que pertence ao departamento - ou Estado - de Córdoba, na Argentina.

Missionário retorna a Argentina O pastor José Costa Mendes, missionário alagoano da Assembleia de Deus, que faz um trabalho de evangelização há 33 anos na Argentina, vai retornar aquele país nos próximos dias. Ele viaja depois de vir a Maceió para fazer alguns exames médicos e tratar da saúde. Segue, agora, para continuar a obra que está sendo desenvolvida com a ajuda de vários obreiros de uma igreja já estabilizada na nação e que está sob os olhares e a contribuição do povo de Alagoas, mais especificamente pela Secretaria Executiva de Missões da Assembleia de Deus em Alagoas (Semadeal). O anúncio da volta do obreiro ao campo missionário foi dado na última semana pelo pastor José Antonio dos Santos, presidente da

HORÁRIOS DAS MISSAS AOS DOMINGOS Igreja Nossa Senhora da Assunção (Santo Eduardo): 9h30 e 19h; Igreja Divino Espírito Santo (Jatiúca): 7h e 18h; Igreja dos Capuchinhos (Farol): 6h30, 9h, 18h; Igreja Menino Jesus de Praga (Pinheiro): 7h30, 16h, 19h30; Igreja Nossa Senhora de Lourdes (Horto): 7h30 e 19h; Igreja de São Pedro (Ponta Verde): 8h e 19h.

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O JORNAL

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A dois passos do paraíso

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CRB só precisa fazer o dever de casa para voltar ao Brasileiro da Segunda Divisão


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BatePronto Victor Mélo - jornalistavictor@gmail.com

PARADA FOI RUIM PARA O CRB A decisão da CBF, enfim, saiu e o CRB agora precisa colocar o pé na estrada outra vez. Duas semanas de indefinições não podem, por nada, tirar o foco dos jogadores do Galo da Série C. Considero que a parada forçada foi prejudicial aos alagoanos. Quando o campeonato foi interrompido, os regatianos estavam no topo do grupo e muito mais confiantes do que os atletas de Paysandu e América, seus principais adversários na Chave E. O encanto das duas vitórias sobre o Papão foi quebrado, mas cabe ao técnico Paulo Comelli motivar o elenco nos dias que se seguem. Sem as indefinições do "tapetão", os jogadores sabem o que precisam fazer. A missão passa por uma vitória sobre o desconhecido Luverdense, na quarta, e um empate com o América, no dia 16. Se atingir os 11 pontos, o Galo se despede da Terceira Divisão e começa a traçar planos mais ousados para a Série B do Brasileiro. Além do trabalho de redirecionamento do foco dos atletas, o CRB também precisa convencer sua torcida a lotar o Trapichão nos próximos jogos. Não há mais o que esperar. A massa deve saber que o futuro de seu clube depende de dois jogos e não pode medir esforços para empurrar o time rumo à classificação. Não haverá mais adiamentos.

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Mudança de rumos Felipe Massa já pensa em 2012, mas sonha com vitória na Índia

Felipe Massa é apenas o sexto colocado no Mundial de 2011

DIREÇÃO A diretoria do ASA trabalha em duas frentes. A primeira é dar todo o suporte necessário para que os jogadores mantenham o clube na Série B do Brasileiro. Mas essa questão passa pela outra missão: fazer com que os jogadores não percam a concentração no campeonato. Os atletas do clube estão sendo assediados por outros times para 2012 e, mesmo que eles neguem, isso mexe com a ansiedade. Raul, por exemplo, já recebeu propostas de clubes paulistas.

SEMANA IMPORTANTE A próxima semana é decisiva para o futebol alagoano. O CRB esta envolvido com as definições da Série C e o ASA tenta se afastar da zona de risco jogando em casa, sábado, contra o Náutico.

INVESTIMENTOS DISTINTOS CRB e CSA adotaram políticas distintas nesta temporada. O Galo deu ênfase ao futebol profissional. Jogadores e funcionários recebem em dia, o time se destaca na Série C, mas a base foi deixada de lado. O Azulão, ao contrário, investiu nas categorias inferiores e, como prêmio, conquistou o título estadual sub-18.

CURTO-CIRCUITO A alagoana Marta virou figurinha carimbada em Maceió. De férias, a melhor jogadora do mundo participa de jogos festivos e descansa perto da família e dos amigos enquanto se prepara para a maior missão de sua carreira: conquistar o ouro nas Olimpíadas de 2012. Com boas ações, o atacante Aloísio Chulapa virou referência fora de campo do CRB. O jogador dá atenção aos garotos do clube e até ajudou o Galo a comprar material para a base.

NOVA DÉLHI - Com os títulos dos Mundiais de Pilotos e de Construtores já definido, nas mãos de Sebastian Vettel e da Red Bull, respectivamente, as últimas três etapas da Fórmula 1 não terão grandes atrativos em termos de objetivos para todos os corredores. Assim, os pilotos já começam a pensar na próxima temporada. Entre eles está o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari. A corrida de hoje começa às 6h30 (de Alagoas) “Nós já estamos trabalhando muito duro para o próximo ano, já estamos desenvolvendo o carro, tentando reunir todas as ideias para o novo carro, tentando ver todos os pontos em que não estivemos bem neste ano. Assim, podemos ter um carro mais forte, o que eu acredito ser o porquê de estarmos trabalhando tão forte para o ano que vem”, declarou o piloto, nesta quinta-feira. No entanto, o próprio piloto admite que estas últimas corridas podem ser importantes para ele. Muito criticado ao longo da temporada, inclusive por dirigentes da própria equipe, por seu baixo rendimento, o brasileiro sabe que uma sequência de bons resultados neste fim de ano pode melhorar a avaliação da escuderia sobre seu trabalho. Assim, o pensamento para o GP da Índia, que acontece neste domingo, em Nova Délhi, é de buscar a vitória. “Nós estamos concentrados para estas últimas três corridas. O objetivo é sempre lutar pelo pódio, para tentar ver se temos a possibilidade de, inclusive, brigar pela vitória”, afirmou. Massa, no entanto, admite que o bom desempenho de seu carro dependerá muito do circuito indiano, que estreia este ano na categoria. “Talvez consigamos ser mais competitivos, dependendo da pista podemos ter mais dificuldades. Então vamos ver como estaremos aqui”, avaliou. “Espero que possamos ir bem para conseguir melhores resultados”, completou.


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O poder da fisioterapia Novos tratamentos ajudam atletas a voltar mais rápido ao esporte Luciano Milano Repórter

No Pan, jogadora de vôlei Jaqueline fraturou duas vértebras e foi cortada do grupo da seleção brasileira

Alagoano fala sobre o Caso Jaqueline Depois de diagnosticado o tipo de lesão que sofreu Jaqueline, o tratamento é prescrito e o paciente passa a ser tratado por um fisioterapeuta que irá reabilitar o doente com tratamentos como pilates, hidroginástica ou indicado para caso específico. Em Alagoas, esse tipo de trabalho também é feito pelo fisioterapeuta Fernando Paes, 30. Apesar de jovem, o profissional se especializou em fisiologia do exercício, é mestrando na profissão que abraçou e leciona na área em uma faculdade particular da capital alagoana. "Fisioterapia reabilita e previne o corpo de lesões e traumas. A fisiologia do exercício, em que sou também especialista, trabalha nesse sentido. Tudo num contexto que visa a entender o funcionamento do corpo", explicou.

Há dois anos, trabalhou com fisioterapeuta do CRB. Ligado ao esporte, Fernando Paes recebe em sua clínica jogadores de futebol lesionados por conta do esforço repetitivo e carga pesada de treinamentos e conhece bem a realidade dos desportistas quando o assunto é o corpo, seus limites e superação. Mesmo de longe e sem acesso aos exames de imagem da jogadora de vôlei Jaqueline, Fernando topou falar sobre o caso da lesão de Jaqueline. "Não posso falar muito sobre o caso da Jaqueline porque o que sei foi informação obtida pela imprensa. Mas pelo que vi na televisão, me chamou a atenção o fato de no voleibol aquele tipo de contato físico entre jogadoras, principalmente de um mesmo time, ser incomum. Aparentemente, e apesar do

trauma, a coisa poderia ter sido pior se tivesse atingido a medula da atleta", explicou Fernando Paes, confirmando que o procedimento no atendimento a Jaqueline foi bem feito e que também as lesões foram simultâneas, o que dificulta dizer qual aconteceu primeiro. "O atendimento foi rápido e bem feito, e isso ajuda. Vi até que tentaram virá-la, mas logo o pessoal do socorro chegou e a imobilizou. Aquela é uma situação, como disse, inusitada. Como você (reportagem) comenta, ela levou as duas mãos, uma para parte de trás da cabeça, e a outra na parte de cima. Por isso, não dá para dizer qual foi consequência da outra, mas dá para afirmar que, provavelmente, uma levou à outra", explicou o especialista em fisiologia do corpo humano. (L.M)

Na semana de competições de voleibol feminino no PanAmericano de Guadalajara, no México, uma cena forte marcou o jogo de estreia entre Brasil e Porto Rico, na fase de classificação. Numa cena incomum para um esporte onde praticamente não existe contato físico, a líbero Fabi se chocou com a ponta de rede Jaqueline. Depois de uma largada de uma adversária portoriquenha na quadra brasileira, Fabi e Jaqueline tentaram juntas a defesa, mas acabaram batendo cabeça. A pancada da libero foi na parte frontal e logo Fabi estava de pé. Mas Jaqueline não teve a mesma sorte e, por conta do choque na parte da trás da cabeça, a jogadora teve uma concussão cerebral que a fez desma-

iar em quadra. Por alguns minutos, os primeiros socorros foram prestados à jogada brasileira, que foi imobilizada e deixou o local já acordada e reclamando de muita dor. Conduzida de maca para o Hospital Real San Jose, em Guadalajara, Jaqueline foi submetida a exames mais detalhados que constataram, além da concussão tida na quadra, a fratura de duas vertebras: C5 e C6. Segundo a equipe médica da seleção brasileira, por pouco, a pancada não atingiu a medula, o que poderia limitar alguns movimentos de membros superiores e inferiores. Naturalmente, Jaqueline retornou ao Brasil e não foi relacionada pelo técnico José Roberto Guimarães para o Mundial do Japão, que começa no próximo dia 4.

Medula poderia ter sido atingida Segundo Fernando Paes, fraturas nas vértebras C5 e C6 e região da coluna também podem causar hemorragia e, em alguns casos, chegam a atingir a medula, o que, ainda também com os conhecimentos passados pelo fisioterapeuta alagoano, poderia ter causado danos mais sérios à jogadora. "No caso da Jaqueline, ela vai ter que usar por um tempo o colete imobilizador e realizar fisioterapia indicada para o problema dela. Mas falando em contusões mais graves, ela poderia ter sofrido limitação dos movimentos dos membros superiores e inferiores, ou de ambos até, o que a impediria de praticar seu esporte. Quero voltar a dizer que tudo isso que falo é baseado no que vi na televisão e li na imprensa, naturalmente não vi exames", destacou. PERFIL - O JORNAL tentou ainda traçar um perfil de pacientes, incluindo jogadores de futebol e de outros esportes que Fernando atende em sua clínica,

mas o fisioterapeuta disse que não tinha exatamente um modelo de pacientes que o procuram para recuperação. Ele explicou como funciona mais ou menos e que tipos de problemas mais freqüentes surgem na clínica. "Bom, há muito jogador de futebol que procura a clínica e chega reclamando do excesso de carga e peso nos trabalhos diários. Além disso, falta de repouso por conta da rotina inerente ao trabalho do atleta profissional. Também são submetidos a fortalecimento da própria coluna e da musculatura, que, por conta do desgaste, acaba ficando atrofiada", disse Fernando Paes, que também atende corredores e praticantes de exercício em geral. "É preciso ter cuidado e acompanhamento de um profissional na hora de praticar exercício, seja lá qual for ele. O corpo só vai responder de acordo com a maneira que é tratado. Se a coisa não é legal, é claro que se vai ter problema", aconselhou. (L.M)


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Depende de nós CRB precisa de quatro pontos para selar seu retorno ao Brasileiro da Segunda Divisão

Yvette Moura

Victor Mélo Editor de Esportes

O CRB já conhece o caminho que precisa trilhar para chegar ao Brasileiro da Série B. Depois de a CBF, enfim, definir a tabela final do Grupo E da Terceirona, o Galo sabe que os pontos conquistados contra Paysandu e América-RN foram mantidos e que ele terá mais três jogos a cumprir nesta fase da competição. O Galo lidera a chave com sete pontos e só depende de suas forças para conquistar o acesso na véspera de seu centenário. Com uma vitória sobre o Luverdense, na próxima quarta-feira, às 17h, no Estádio Rei Pelé, o time ficará muito próximo da classificação. Mas, para não precisar fazer contas, é importante conquistar também um ponto no duelo com o América-RN, marcado para o dia 16, também em Maceió. O time alagoano fecha sua participação na fase no dia 20, às 17h, contra o Luverdense, no Mato Grosso. CONTAS - O supervisor do CRB, Marcos Lima Verde, já fez as contas para a classificação e acha que com uma vitória na quarta-feira o time estará praticamente garantido na Segundona. "Não sou matemático, mas, como teremos confrontos diretos entre Paysandu, América e Luverdense, creio que com dez pontos nós vamos nos classificar. Para não dar sopa ao azar, seria importante somarmos quatro pontos nos três jogos que ainda vamos disputar. A definição na última quintafeira foi boa porque nosso time já estava precisando jogar. Ficar trabalhando sem saber quando vai ser marcada a próxima partida só aumenta a ansiedade. Só posso dizer à torcida que estamos preparados", comentou Lima Verde.

Jogadores do CRB querem que este pôster fique na história do clube; time está muito perto de confirmar a classificação para a Série B

Galo melhorou o seu aproveitamento Com a exclusão do Rio Branco da Série C, o CRB aumentou seu aproveitamento, já que havia empatado o jogo contra o clube acriano no Rei Pelé. Os pontos dos jogos de Galo, América e Paysandu conquistados diante do Estrelão não valem mais. Assim, o CRB soma duas vitórias e um empate. O Paysandu, que havia conquistado uma vitória fora de casa diante do Rio Branco, ficou com três pontos. Já o América, que havia vencido o time do Acre no Rio Grande do Norte, tem apenas um ponto. Teoricamente, o Galo foi beneficiado pelas mudanças. "Mas tudo isso é muito relativo. Estamos na liderança do grupo e precisamos focar em um jogo por vez para conquistarmos nosso objetivo, que é

levar o CRB à Segunda Divisão no ano de seu centenário", comentou o técnico Paulo Comelli. Para o jogo de quarta-feira, o treinador conta com o retorno do goleiro Cristiano e do lateral-esquerdo Paulo Rodrigues, que cumpriram suspensão automática no jogo contra o Paysandu, no dia 16. PARADA - O preparador físico Cláudio Creato intensificou o trabalho de reforço muscular dos atletas regatianos na última semana com o objetivo de prepará-los para os jogos decisivos. Se o CRB passar de fase, vai encarar uma maratona de jogos na reta final da competição. Além de chegar à Série B, é voz corrente na Pajuçara que o clube tem totais possibilidades de lutar pelo título da Terceirona. (V.M.)

P

1 2 3 4

TABELA DO BRASILEIRO SÉRIE C

TIME

CRB Paysandu América-RN Luverdense

PG J 7 3 1 0

3 3 2 0

V

2 1 0 0

E D

1 0 1 0

0 2 1 0

GP GC SG 5 1 1 0

1 4 2 0

4 -3 -1 0

PG - pontos ganhos; J - jogos; V - vitórias; E - empates; D - derrotas; GP - gols pró; GC - gols contra; SG - saldo de gols.

Jogos restantes CRB x Luverdense – dia 02/11, às 17h Luverdense x Paysandu – dia 06/11, às 18h América x Luverdense – dia 09/11, às 15h15 Luverdense x América – dia 13/11, às 18h CRB x América – dia 16/11, às 19h30 Paysandu x Luverdense – dia 16, às 19h30 América x Paysandu – dia 20, às 16h Luverdense x CRB – dia 20, às 16h


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Aloísio Chulapa é a referência do grupo regatiano O atacante Aloísio Chulapa virou referência no grupo regatiano. Experiente, ele orienta os mais jovens e ensina os caminhos para a conquista mais importante do clube nos últimos anos. "Essa parada atrapalhou um pouco, mas, felizmente, as coisas começaram a andar e vamos agora direcionar o foco

para os jogos. Nesse momento, é importante controlar a ansiedade. O CRB está perto da Série B, mas a gente não ganhou nada ainda. Todo mundo na Pajuçara conta com o apoio dessa torcida maravilhosa no próximo jogo para dar aquela força a mais no momento de definição", comentou o atacante,

que marcou dois gols nas últimas partidas contra o Paysandu. Chulapa deve ser mantido no ataque do CRB no próximo jogo. O centroavante Cadu está se recuperando de uma lesão muscular, mas deve ficar como opção para o técnico Paulo Comelli. O atacante André Luiz, que fraturou a clavícula no

primeiro jogo contra o Paysandu, no Rei Pelé, ainda luta contra o tempo para voltar a vestir a camisa regatiana nesta Série C. "A previsão sobre o retorno dos dois é complicada. Posso dizer que eles estão treinando leve e trabalhando para voltar", comentou o supervisor Marcos Lima Verde. (V.M.) Yvette Moura

O atacante Aloísio Chulapa comanda as ações ofensivas do CRB e também cumpre, com louvor, o papel de ídolo das crianças regatianas

Galo tem projeto ousado para o seu centenário Todo o planejamento do CRB para o ano de seu centenário passa pela classificação à Segunda Divisão do Brasileiro. Os dirigentes não falam abertamente, mas, nos bastidores do clube, o objetivo é manter os jogadores no elenco para a disputa do Campeonato Estadual. Para isso, os dirigentes esperam seduzir os atletas com a oferta de salários em dia e um calendário que contemple toda a

temporada. O CRB não conquista um título alagoano desde 2002 e quer retomar seu período de glórias nesta década. Massagista do Galo há 22 anos, Assis diz que o clube vive o melhor período dos últimos anos. "Os funcionários e jogadores estão tranqüilos para trabalhar. O mês tem mesmo 30 dias aqui no CRB e ninguém pode reclamar de nada. Estamos tendo todo o respaldo da direto-

ria. Isso acaba se refletindo dentro de campo, não é?", comentou Assis. Dois treinadores - O CRB teve dois técnicos neste Brasileiro da Série C. Flávio Lopes iniciou o trabalho e fez toda a pré-temporada com os jogadores; Paulo Comelli assumiu o comando na reta final da segunda fase e obteve bons resultados. "O Paulo é um excelente profissional. Ele

conquistou o grupo, mexe muito bem na equipe e posso dizer que estamos no caminho certo", declarou o gerente de futebol, Alarcon Pacheco. Alarcon ainda tem vínculo com o Corinthians-AL e não sabe se vai continuar na Pajuçara em 2012. "Vamos analisar isso mais para frente. Por enquanto, estou focado nessa missão de colocar o CRB na Segunda Divisão do Brasileiro", disse. (V.M.)

REFORÇO

Atacante Jô acerta com Luverdense GOIÂNIA - Uma notícia acabou pegando os jogadores do Vila Nova de surpresa. O atacante Jô rescindiu com o clube goiano e acertou com o Luverdense-MT. A equipe de Mato Grosso disputa a Série C do Campeonato Brasileiro. A negociação aconteceu muito rápido e o atacante nem atua mais pelo alvirrubro. O contato partiu do empresário do atleta juntamente com a diretoria do Vila. O técnico Roberto Cavalo tentou demovê-lo da ideia, mas a proposta tentadora fez com que ele fizesse o acerto. “O Jô é um jogador de velocidade e atua bem pelos lados. Todas as vezes que eu precisei ele se apresentou bem. O mercado está muito disputado e não seria interessante segurar um jogador insatisfeito”, disse o treinador. A passagem de Jô pelo Vila durou pouco mais de um mês. Ele tinha acertado um contrato de empréstimo junto ao Cruzeiro-RS até o final do ano após curta passagem pelo Internacional. O atleta de 21 anos foi formado nas divisões de base do Cruzeiro-RS e se destacou durante a disputa do Campeonato Gaúcho deste ano. Por conta de sua boa atuação, ele acabou sendo contratado pelo Internacional. No Colorado, no entanto, o jogador não conseguiu se firmar e foi integrado ao time sub-23.


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Guia do torcedor

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BAHIA - Problemas - Fahel (terceiro cartão), Lulinha (terceiro cartão), Ricardinho (machucado), Carlos Alberto (machucado) - Time provável (4-3-1-2) - Marcelo Lomba, Gabriel, Paulo Miranda, Titi e Dodô; Marcone, Fabinho, Hélder e Camacho; Jones e Souza. Técnico: Joel Santana. ATLÉTICO MINEIRO x PALMEIRAS Hoje, Arena do Jacaré, 17h

CORINTHIANS x AVAÍ Hoje, Pacaembu, 15h (de Alagoas) CORINTHIANS - Problemas - Alessandro (expulso), Chicão (pneu-

ATLÉTICO MINEIRO - Problemas - Mancini (terceiro cartão), Pierre (emprestado pelo Palmeiras, deve jogar, mas o Atlético tem de pagar a multa no dia seguinte) - Renan Ribeiro, Carlos César, Réver, Leonardo Silva e Triguinho; Pierre e Filipe Souto; Magno Alves, Daniel Carvalho e Bernard; André. Técnico: Cuca.

AVAÍ - Problema - Bruno (terceiro cartão) - Time provável (4-3-1-2) - Felipe, Daniel, Gian, Caçapa e Fernandinho; Júnior Urso, Pedro Ken, Cleverson e Lincoln; Robinho e William. Técnico: Toninho Cecílio.

PALMEIRAS - Problemas - Ricardo Bueno (emprestado pelo Atlético Mineiro), Marcos Assunção (machucado) - Time provável (4-2-3-1) - Deola, Cicinho, Thiago Heleno, Henrique e Gabriel Silva; Márcio Araújo e Chico; Maikon Leyte, Valdivia e Luan; Fernandão. Técnico: Luiz Felipe.

monia), Alex (machucado) - Time provável (4-2-3-1) - Júlio César, Wélder, Paulo André, Leandro Castan e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; William, Danilo, Jorge Henrique (Alex); Liédson. Técnico: Tite.

VASCO x SÃO PAULO Hoje, São Januário, 15h VASCO - Problemas - Diego Souza (terceiro cartão), Fágner (terceiro cartão), Eduardo Costa (machucado) - Time provável (4-2-3-1) - Fernando Prass, Allan, Dedé, Renato Silva e Jumar; Rômulo e Nilton; Éder Luís, Juninho e Felipe; Élton. Técnico: Cristóvão Borges. SÃO PAULO - Problemas - Rogério (machucado, dúvida). Time: Dênis, Rhodolfo, João Filipe e Xandão, Piris, Wellington, Carlinhos Paraíba e Juan; Marlos; Lucas e William José. Técnico: Émerson Leão. GRÊMIO x FLAMENGO Hoje, Olímpico, 15h GRÊMIO - Problemas - Fábio Rochemback (machucado) - Time provável (4-2-3-1) - Victor, Mário Fernandes, Saimon, Rafael Marques e Júlio César; Fernando e Gilberto Silva; Marquinhos, Douglas e Escudero; André Lima. Técnico: Celso Roth. FLAMENGO - Problemas - Maldonado

(terceiro cartão), Negueba (terceiro cartão) - Time provável (4-2-3-1) - Felipe, Leonardo Moura, Alex Silva, Wellinton e Júnior César; Aírton e Williams, Renato e Thiago Neves; Ronaldinho Gaúcho e Deivid. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

FIGUEIRENSE x BAHIA Hoje, Orlando Scarpelli, 15h FIGUEIRENSE - Problemas - Pittoni (machucado) - Time - Wilson, Bruno, Roger Carvalho, Édson Silva e Juninho; Ygor, Túlio, Maicon e Elias; Wellington Nem e Júlio César. Técnico: Jorginho.

Atualizada antes dos jogos de ontem

CORITIBA x AMÉRICA MINEIRO Hoje, Couto Pereira, 17h CORITIBA - Problemas - Léo Gago (machucado, dúvida), Leandro Donizete (machucado), Tcheco (machucado) - Time provável (4-2-3-1) - Vanderlei, Jonas, Jéci, Émerson e Lucas Mendes; William e Gil; Rafinha, Davi e Marcos Aurélio; Bill. Técnico: Marcelo Oliveira AMÉRICA MINEIRO - Problemas Marcos Rocha (expulso) - Time provável (3-4-1-2) - Neneca, Gabriel, Ânderson e Everton Luís; Glauber, Amaral, Leandro Ferreira e CArletto; Rodriguinho; Kempes e Alessandro. Técnico: Givanildo de Oliveira CURIOSIDADE - O América só venceu o Coritiba uma vez, pelo Brasileiro, no Couto Pereira. Em 1973, vitória por 2 x 0, com dois gols de Cândido. AT. GOIANIENSE x INTERNACIONAL Hoje, Serra Dourada, 17h ATLÉTICO GOIANIENS - Problemas Thiago Feltri (terceiro cartão) - Time provável (4-3-1-2) - Márcio, Rafael Cruz, Ânderson, Gílson e ERnandes; Pituca, Marino, Bida e Vítor Júnior; Anselmo e Felipe. Técnico: Hélio dos Anjos. INTERNACIONAL - Problemas - Jô (machucado), Nei (terceiro cartão), Rodrigo Moledo (terceiro cartão), D’AlessandroLeandro Damião (machucado, dúvida) - Time provável (4-2-3-1) - Muriel, Sandro Silva, Bolívar, Juan e Kléber; Guiñazú e Bolatti; Tinga, Andrezinho e Oscar; Leandro Damião. Técnico: Dorival Júnior.


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PORTO ALEGRE

No Fla, Ronaldinho reencontra o Grêmio O Flamengo foi eliminado da Copa Sul-Americana nesta quarta-feira. Mas o time carioca não tem muito tempo para lamentar a derrota. Hoje, o duelo é contra o Grêmio, às 15h (de Alagoas), pelo Brasileirão. Mais uma partida decisiva, onde o RubroNegro precisa vencer para continuar na luta pelo título. É isso que o técnico Vanderlei Luxemburgo está passando para seus jogadores. O comandante quer que o time esqueça a Sul-Americana. “Não temos muito tempo para lamentar a eliminação na Copa Sul-americana e já temos

um compromisso muito complicado diante do Grêmio no próximo domingo. Portanto, o momento é de focar única e exclusivamente nesta partida, já que precisamos de um resultado positivo para seguir bem dentro daquilo que planejamos”, disse Luxemburgo. Hoje, as atenções também ficarão voltadas para a arquibancada. Tudo por conta das hostilidades que deverão ser promovidas pela torcida do Grêmio a Ronaldinho Gaúcho, que acabou indo atuar pelo Flamengo, mesmo tendo proposta dos gremistas.

AGENDA DE HOJE Série C 16h Chapecoense x Brasiliense-DF 16h Ipatinga-MG x Joinville Atacante Éder Luiz foi poupado na partida da última quarta e estará em campo no duelo com o São Paulo

Ataque em duas frentes Bem na Sul-Americana e líder do Brasileirão, Vasco duela hoje à tarde com o São Paulo O Vasco mostrou na quarta-feira que está de olho não apenas no Brasileiro, depois da goleada sobre o Aurora, o Cruzmaltino entrou de cabeça na luta pelo título. Essa disputa não será nada fácil. Mais difícil ainda é administrar as duas competições. Porém, o técnico Cristóvão Borges vê condições, ele apenas pede um pouco de cautela para sua equipe. Hoje, o Vasco recebe o São Paulo, às 15h (de Alagoas), em São Januário. “Nós voltamos nossa direção para o Campeonato Brasileiro, somos líder e temos que

defender essa liderança. Temos um jogo difícil, em casa, contra uma equipe que também disputa o título. Sabemos que não vai ser fácil. Ai agora a gente se prepara, concentra para esse jogo. Assim como nós temos que administrar as duas competições, temos que ir de passo a passo”, disse o comandante. Flamengo e São Paulo também entraram em campo nesta quarta-feira, pela Sul-Americana. Entretanto, as duas equipes perderam e acabaram sendo eliminadas. Com isso, o Vasco é o único time brasileiro

na competição. O adversário das quartas de final é o Universitário, que derrotou o Godoy Cruz. Para Bernardo, o resultado não dá moral apenas na SulAmericana, depois da boa atuação, o time cresceu até mesmo para o Brasileirão. “Essa vitória dá moral para a equipe. A gente trabalha todo dia para isso e todos estão de parabéns. Cristóvão tem passado muita confiança para nós, por todo trabalho que já foi feito. Vamos continuar nesta pegada. Temos outro jogo importante no domingo”.

Série D 16h Anapolina x Tupi 16h Cuiabá-MT x Santa Cruz-PE Espanhol 12h Sevilla x Granada-ESP 12h Barcelona x Mallorca 12h Sporting de Gijón x Athletic Bilbao 12h Atlético de Madri x Zaragoza 12h Valencia x Getafe 12h Osasuna x Levante 12h Real Sociedad x Real Madrid 12h Villarreal x Rayo Vallecano 12h Málaga x Espanyol 12h Racing Santander x Betis Inglês 11h Tottenham x QPR Italiano 09h Bologna x Atalanta 09h Cagliari x Lazio 09h Catania x Napoli 09h Fiorentina x Genoa 09h Internazionale x Juventus 09h Lecce x Novara 09h Parma x Cesena 09h Roma x Milan 09h Siena x Chievo Verona 09h Udinese x Palermo


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Preciso esperar Técnico Tite tem dúvidas para escalar o Corinthians no jogo contra o Avaí São Paulo - Depois de deixar o treino de quarta-feira por causa de dores na coxa esquerda, Alex não participou do coletivo de quinta no CT Dr. Joaquim Grava e segue como dúvida no Corinthians para o jogo de hoje, contra o Avaí, às 15h (de Alagoas), no Pacaembu. A partida é válida pela 32ª rodada do Brasileirão. O técnico Tite escolheu Jorge Henrique para ocupar a vaga deixada pelo meia no time titular. Assim, Willian e Liedson também formaram o ataque, e Danilo foi o único meia de criação da equipe. Sem atuar há cinco partidas e com chance de ser suspenso na sexta por até nove jogos pelo STJD por causa da expulsão contra o Bahia, Emerson fez dupla de ataque reserva com Adriano. Outra novidade foi a entrada de Welder na lateral direita. Ele será o substituto de Alessandro, que no último fim de semana foi expulso durante o empate por 1 a 1 com o Internacional. A atividade foi realizada em campo reduzido, e os 11 escolhidos por Tite foram os seguintes: Julio Cesar; Welder, Paulo André, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo; Jorge Henrique, Willian e Liedson. Já o time reserva teve esta formação: Danilo Fernandes; Alessandro, Wallace, Marquinhos e Ramon; Edenilson, Luis Ramírez, Bruno Octavio e Morais; Adriano e Emerson Sheik.

Tite ainda não sabe se vai poder contar com o meia Alex na partida de hoje, no Pacaembu

Médico fala sobre Adriano Paciência. Foi esse o pedido de Adriano antes e depois de seu primeiro jogo pelo Corinthians, no último dia 9, contra o Atlético-GO. A expectativa dele e da comissão técnica era que ele fosse evoluindo a cada partida, entrando em ritmo e adquirindo uma melhor condição física. Quase 20 dias depois, o pedido à torcida corintiana continua o mesmo. Fora dos últimos dois jogos (contra Cruzeiro e Internacional) para acelerar seu processo de condicionamento físico, o camisa 10 não tem mostrado evolução em campo. Na terça-feira, ele participou por cerca de 40 minutos de um jogotreino contra o São Bernardo (da quarta divisão paulista) e apareceu pouco. Curiosamente, a comissão técnica havia optado por cancelar o seu treino regenerativo do dia anterior para que ele pudesse render melhor. “Vejo ele chateado por querer ajudar e o corpo não deixar. Percebemos quando a pessoa quer ajudar e não consegue. Você vê que ele quer. Mas ele está melhorando, tem se movimentado mais nos treinos. Estamos felizes por ele estar voltando ao futebol”, comentou o zagueiro Chicão. Segundo Joaquim Grava, tudo está dentro do previsto. O consultor médico do Timão garante que ele tem se dedicado aos treinamentos e que sua volta contra o Avaí depende apenas da avaliação de Tite. Grava, porém, faz o alerta: dificilmente o jogador chegará a um nível de excelência ainda em 2011. “Faltam sete partidas. Claro que ele não vai atingir o auge. Não precisa ser médico para saber que isso não”.


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