Vidas da Mata Soluções sustentáveis para problemas antigos
José F. Pedro Junior Arquitetura e Urbanismo UNAERP | 2019
VIDAS DA MATA
soluções sustentáveis para problemas antigos
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José F. Pedro Junior VIDAS DA MATA
soluções sustentáveis para problemas antigos
UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO 2019
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto -
P372v
Pedro Junior, José Florisvaldo, 1987Vidas da mata : soluções sustentáveis para problemas antigos / José Florisvaldo Pedro Junior. - - Ribeirão Preto, 2019. 180 f. : il. color. Orientador: Prof. Me. Jadiel Wyllian Tiago. Monografia (graduação) - Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Arquitetura e Urbanismo. Ribeirão Preto, 2019. 1.Planejamento urbano. 2. Arquitetura sustentável. 3. Sustentabilidade. I. Título. CDD 720
José F. Pedro Junior VIDAS DA MATA
soluções sustentáveis para problemas antigos
Caderno de projeto, parte integrante do Trabalho Final de Curso, apresentado como exigência para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Ribeirão Preto, sob orientação do Prof. Me. Jafiel Wyllian Tiago e coorientação do Prof. Dr. Edson Salerno Junior.
Aprovado em ______/______/____________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________ Avaliador externo
________________________________________________ Jadiel Wyllian Tiago orientador Universidade de Ribeirão Preto | UNAERP
________________________________________________ Edson Salerno Junior coorientador Universidade de Ribeirão Preto | UNAERP
Matamos a natureza que nos mantém vivos Poluímos o ar que nos faz respirar Com óleos, resíduos e chorume matamos a terra que nos dá alimento Não há mais sensibilidade pela vida humana, Quem dirá pelas vidas daqueles que não têm voz Os rios, os mesmo que matam nossa sede, Viram depósitos irregulares Há desmatamento para tudo virar pasto Nesses pastos há venenos Esses venenos habitam nossos pratos No final das contas somos seres racionais Quisera eu que Deus tivesse feito a raça humana Irracional como os animais. - Junior Pedro
Fonte: Avinash Lodhi
Primeiramente agradeço a Deus por mais uma oportunidade dada em minha vida, uma vez que muitos dariam tudo para estar em meu lugar e visto a desigualdade que rege nosso planeta, realizar uma segunda graduação é um privilégio que poucos podem ter. Em segundo lugar agradeço imensamente aos meus pais José e Sônia Pedro, os quais sempre me apoiaram em tudo que desejei fazer. A eles devo a pessoa que sou e o caráter que tenho. Saibam que o amor que me deram desde sempre me motivaram a ter forças e a chegar até o final desse curso. Agradeço também aos amigos: Ingrid Ribeiro e Fernanda Lessi que desde 2007 caminham ao meu lado e contribuíram de forma grandiosa para o desenvolvimento do meu estudo e me apoiaram desde o início. Ana Flávia Bueno, Juliano Matias, Juliana Pereira, Luana Nascimento e Marcela Berti que sempre me deram o ânimo e coragem para continuar em todos os momentos em que pensei em desistir e fizeram por mim o que poucos fariam. Não posso deixar de fora também minha querida amiga Letícia França que desde o começo desse curso esteve ao meu lado e durante esses 5 anos me motivou e me ajudou chegar até aqui. Você é parte chave da minha formação. Ao meu orientador Jadiel Tiago que sempre esteve disponível e me incentivou desde o início a não desistir da proposta dessa pesquisa Me socorreu, apoiou e me motivou em um dos momentos mais críticos que passei durante os cinco anos do curso. Obrigado Jadiel, você sempre será lembrado com muito carinho. Ao meu querido coorientador Edson Salerno Junior que aceitou o desafio de fazer parte desse projeto. Sua exigência, competência e seu carinho refletem em seu trabalho e no desenvolvimento dessa pesquisa. Obrigado por todas as dicas, conversas e apoio du-rante todo esse tempo em que trabalhos juntos. A todo o corpo docente da Universidade de Ribeirão Preto que foram gentis em passar todo o seu conhecimento de forma competente. Em especial agradeço ao professor Carlos Stechhahn e ao professor Anderson Jacob por todo o tempo e confiança em mim investidos. Levarei os ensinamentos de vocês sempre. A professora Ruth Cristina Montanheiro Paolino,
agra deci men tos exemplo de mulher, a qual dedico toda a minha admiração. Obrigado pelo acolhimento e amor dado durante todos esses anos, inclusive aos puxões de orelhas. Foram esses puxões que fizeram eu me tornar o profissional que sou hoje. Agradeço por sempre ter acreditado em meus passos e aceitado minhas decisões. Serei eternamente grato. Registro também a minha gratidão a professora Marcela Cury Petenusci pela participação nesse trabalho e pelos projetos de pesquisas que juntos desenvolvemos. Deixo também meu agradecimento e reconhecimento a Roberta Montanheiro Paolino por toda a ajuda e apoio que me deu. Sua dedicação e amor a natureza me inspiraram a decidir fazer essa pesquisa. Obrigado a todos que de forma direta ou indireta fizeram parte de mais essa etapa da minha vida. Serei eternamente grato a todos vocês.
resumo;
abstract;
Nos últimos anos, a palavra sustentabilidade vem sendo cada vez mais utilizada em diversos setores que envolvem nosso cotidiano. Utiliza-se a palavra sustentabilidade na política, na alimentação, no consumo dos recursos naturais. Muitas vezes, perde-se o real significado da palavra e a mesma passa a ser utilizada de forma banal. O conceito do que é ou não sustentável é muito abrangente, porém, uma vez que realmente compreendido, pode-se tornar uma importante ferramenta para o planejamento urbano para o desenvolvimento e crescimento de cidades conscientes de que os recursos naturais são finitos. Com o intuito de reafirmar a compreensão de algo que é sustentável tem-se a proposta de implantação de um bairro sustentável no município de Ribeirão Preto (SP) no entorno de uma área ambientalmente frágil: a Estação Ecológica de Ribeirão Preto ou Mata de Santa Tereza como é mais popularmente conhecida na cidade. A área vem passando por um crescimento significativo da mancha urbana no decorrer dos últimos anos e necessita de atenção e cuidado cada vez mais para manter suas características originais sendo que preserva uma pequena amostra da Mata Atlântica. A proposta deste projeto está pautada na compreensão da palavra sustentabilidade juntamente com os princípios do New Urbanism. Assim, a junção dessas ideias torna possível entender como um bairro sustentável ou ecológico deva realmente funcionar.
In recent years, the word sustainability has been increasingly used in various sectors that involve our daily lives. The word sustainability is used in politics, in food, in the consumption of natural resources. The real meaning of the word is often lost and it is used in a banal way. The concept of what is or is not sustainable is very comprehensive, but since really understood it can become an important tool for urban planning and the development and growth of cities aware that natural resources are finite. In order to reaffirm the understanding of something that is sustainable, there is the proposal to implement a sustainable neighborhood in the city of Ribeirão Preto (SP) in the vicinity of an environmentally fragile area: the ecological station of Ribeirão Preto or Mata de Santa Tereza as it is most popularly known in the city. The area has been experiencing significant urban stain growth over the past few years and needs attention and care increasingly to maintain its original characteristics in which it preserves a small sample of the Atlantic rainforest. The proposal of this project is based on the understanding of the word sustainability along with the principles of New Urbanism. Thus, the junction of these ideas becomes possible to understand how a sustainable or ecological neighbourhood should actually work.
PALAVRAS-CHAVE: sustentabilidade, bairros sustentáveis, planejamento urbano.
KEY-WORDS: sustainability, sustainable neighborhoods, urban planning
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introdução; 2 referencial teórico 3 4
referências projetuais
de dados
levantamento
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Projeto
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Os bairros ecológicos vêm surgindo para suprir algumas dessas preocupações e apresentar aos seus habitantes novas formas de viver. Nesses bairros mostra-se uma preocupação primaria com o pedestre. Ou seja, em um bairro
sustentável a prioridade é para 0 caminhar do pedestre e trans-portes públicos ou alterativos (bi-cicletas, patinetes, entre outros). Não se deve esquecer também a preocupação nas edificações em re-lação a taxa de ocupação e de per-meabilidade do solo para deixar o lote com mais áreas permeáveis e a utilização de recursos naturais que não afetam o meio ambiente dire-tamente, uma vez que os recursos naturais são finitos.
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Nota-se que a preocupação com o meio ambiente está se tornando cada vez mais fundamental para o desenvolvimento e crescimento urbano de uma cidade. Diversos fatores que colocam em ris-co a rotina dos moradores de uma cidade poderiam ser facilmente evitados caso houvesse um planejamento urbano digno e a execução do mesmo fosse de fato aplicada corretamente. Percebe-se a ausência cada vez mais de áreas permeáveis, reutilização de matérias que são descartados, utilização de energia renováveis. O desenvolvimento sustentável pode contribuir de forma direta e positiva para o crescimento econômico e urbano desde que aplicados e executados corretamente uma vez que os recursos naturais são finitos e uma hora ou outra irão acabar. Esses são apenas alguns dos fatores que podem ser inseridos fa-cilmente na vida de uma cidade e a tornar sustentável.
Com a intenção de desenvolver tal proposta serão feitas pesquisas bibliográficas com o in-tuito de compreender melhor os conceitos básicos de sustentabili-dade e como esse quesito pode ser inserido no planejamento urbano de um município. Haverá também análises de levantamentos de da-dos locais com o objetivo de com-preender melhor a área de estudo e se ela irá comportar a proposta do objeto desse estudo. Por fim será apresentada a elaboração de uma proposta de um bairro sustentável e se há possibilidade da implantação do mesmo em uma área am-bientalmente frágil¹ no município de Ribeirão Preto (SP) que é a Es-tação Ecológica de Ribeirão Preto (EERP) ou a Mata de Santa Tereza
¹ O conceito de fragilidade ambiental ou de áreas frágeis diz respeito à suscetibilidade do meio ambiente a qualquer tipo de dano, inclusive à poluição. Daí a definição de ecossistemas frágeis ou áreas frágeis como sendo aqueles locais que, por suas características, são particularmente sensíveis aos impactos ambientais adversos, de baixa resiliência ou de pouca capacidade de recuperação (GOMES e PEREIRA, 2011).
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como os morados da cidade preferem chamá-la. A proposta responde ao crescimento urbano que a região vem passando no decorrer dos últimos anos e tem a intenção de apresentar aos possíveis usuários novas formas de viver em harmonia entre o homem e a natureza e, assim, contribuir de maneira positiva com o meio ambiente.
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Todas as informações teóricas, levantamento de dados, análises projetuais, estudos preliminares e o anteprojeto da proposta desse bairro serão inseridos no decorrer deste caderno com a intenção de incluir o maior número de informações possíveis para facilitar a compreensão teórica e projetual para todos que tenham acesso ao mesmo.
1.1 - Problema A degradação da mata de Santa Tereza que, desde o incêndio de 2014, tem sua recuperação em estágio lento e há também dificuldade em aprovar planos de revitalização da área. Tal degradação favorece a apropriação inadequada da área pelo mercado imobiliário, muitas vezes com a conivência do poder público. Nota-se que atualmente a região da EERP possui diversas edificações sendo realizadas em seu entorno, algumas quase no limite que protege a mata de Santa Tereza. Tais atitudes influenciam diretamente a preservação da fauna e flora local, sem contar que a ausência de corredores verdes, que conectam fragmentos florestais, dificulta ainda mais a proteção a animais silvestres ou domésticos em situação de abandono. Por estar localizada próximo a rodovias, o fluxo de carro contribui de forma ainda mais direta para que os
Figura 1 - Imagem aérea da Mata de Santa Tereza, 2019 Fonte: Estação Ecológica de Ribeirão Preto
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1.2 - Objetivos A seguir serão expostos o objetivo geral e os objetivos específicos que o presente trabalho possui desde o desenvolvimento final até a conclusão do mesmo.
1.2.3 - Objetivos Específicos • Compreender a legislação do município e o motivo do surgimento de brechas para a urbanização no entorno da mata; • Estudar novas formas de viver, mostrando a possibilidade de harmonia entre o homem e a natureza; • Valorizar e potencializar os espaços verdes em torno dos córregos; • Implantação de corredores verdes para locomoção de animais; • Valorizar a qualidade de vida através do espaço público; • Contribuir para a preservação da fauna e flora local; • Apresentar o conceito de sustentabilidade ambiental e como ela pode ser inserida no cotidiano das pessoas.
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índices de poluição e resíduos cresçam, sem contar as interferências que as vias e os condomínios ao redor produzem, fazendo com que os animais sejam confundidos por emissões de sons e luzes durante o dia e a noite. Com isso o problema vem crescendo ainda mais nos últimos tempos devido a algumas brechas encontradas no atual plano diretor da cidade, que ainda não teve sua revisão completa aprovada e contribui para que surjam oportunidades de atuação do mercado imobiliário para que sejam comercializados loteamentos ou edificações em regiões do município que precisam de atenção e preservação.
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1.2.1 - Objetivo Geral O objetivo geral deste trabalho é elaboração de um projeto de um novo bairro que associe a conservação ambiental ao uso do espaço urbano pela população.
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A cidade de Ribeirão Preto – SP vive um crescimento constante. Tal evolução é possível ser notada a partir dos dados fornecidos pelo IBGE (2019) que indicam que o município de Ribeirão Preto possui população estimada de 694.534 habitantes sendo que de acordo com o último censo realizado em 2010 essa população era de 604.682 pessoas. Com isso percebe-se o crescimento da macha urbana juntamente com a população (figura 2 e 3). Porém esse crescimento pode ser realizado de forma consciente e respeitando as diretrizes do plano diretor do município.
Figura 3 - Imagem aérea da cidade de Ribeirão Preto no ano de 2019 Fonte: Google Earth
Figura 2 - Imagem aérea da cidade de Ribeirão Preto no ano de 2010
Para que isso ocorra, inicialmente é preciso ter a consciência de que os recursos naturais presentes no mundo todo são finitos e necessitam de total atenção no modo em que são utilizados. Para auxiliar a compreensão dos conceitos que podem vir a ser empregados no projeto serão apresentados referencias teóricos para que tenhamos esclarecidos os diversos significados de meio ambiente e sustentabilidade e como esses fatores podem ser inseridos de forma positiva, juntamente com o desenvolvimento econômico, no cotidiano dos moradores de um bairro, cidade ou país.
Fonte: Google Earth
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2.1 - O conceito de meio ambiente
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Ao falar em meio ambiente e os problemas ambientais que estão inseridos nesse contexto é comum alguns indivíduos fazerem a ligação de tal significado a situações que acontecem distante da realidade em que vivem. Essa visão limitada do que realmente é meio ambiente pode estar relacionada às concepções restritas que muitos possuem sobre o tema. A dificuldade em compreender o real significado do conceito de meio ambiente dá-se a ênfase midiática de problemas e fatos ambientais isolados, o que retira do contexto a complexidade do conceito, fenômenos e causas reais associados a esta (PEREIRA e CURI, 2012). O meio ambiente é composto tanto por natureza original e artificial. Nesse universo encontra-se também elementos como o solo, a água, o ar, fauna, flora, patrimônio histórico, paisagístico e turístico. Ou seja, pode-se conceituar como meio ambiente a associação entre os meios: físico, bioló-gico e químico (DIAS e MARQUES, 2011). Encontra-se também o conceito de meio ambiente na Lei Federal n° 6.938/81 que está inserido no artigo 3 (inciso I) da Política Nacional do Meio Ambiente. A lei classifica o meio ambiente da seguinte maneira: “um conjunto de condições, leis, influências e integrações de ordem física, química e biológica, que permite, obriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981). Para Pereira e Curi (2012) o meio ambiente é um processo dinâmico e que passa por mudanças constantes. Essas mudanças são provocadas por fatores não antrópicos ou por ações praticadas pelo ser humano nos processos das transformações culturais. O meio ambiente (em constante mudança) interfere e direciona os seres neles envolvidos. Assim, o meio ambiente pode ser engrandecedor ou destruidor da própria humanidade que o manipula. O uso da palavra sustentabilidade está totalmente ligado ao meio ambiente e como essa ferramenta pode contribuir de forma positiva para salvar esse meio e todos os seres nele presente. Figura 4 - Floresta Amazônica Fonte: InfoEscola
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2.2 - Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável
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Percebe-se que a palavra sustentabilidade vem sendo empregada cada vez mais em diversos setores como: meio ambiente, economia, educação, construção civil, entre outros. Sendo assim, a sustentabilidade ambiental² pode ser considerada a capacidade que um determinado grupo de pessoas possui em viver em um ambiente sem causar impactos negativos a esse local. O conceito de algo que seja sustentável está diretamente ligado ao modo que determinadas ações são desenvolvidas em conjunto com diversos setores da sociedade sem que essas ações agridam o meio ambiente (BRASIL SUSTENTÁVEL, 2014). Lassu (2014) comenta que as questões relacionadas a sustentabilidade podem ser tra-tadas a partir de três pilares que necessitam interagir entre eles (figura 5). Esse tripé citado pelo autor é composto por economia, sociedade e meio ambiente. Ou seja, sem esses três fatores funcionando juntos e de maneira coerente o desenvolvimento da sustentabilidade fica inviável. Há também o debate para a inserção de novos pilares como cultura e tecnologia para completarem a questão em geral, mas enquan-to esses novos conceitos não são inseridos, é importante lembrar que o tripé citado pode ser aplicado de maneira macro (para um país ou no próprio planeta) ou de maneira micro (dentro de casa ou em uma pequena vila agrária).
Com isso entende-se por desenvolvimento sustentável o processo que é capaz de preencher todas as necessidades da geração atual sem prejudicar o desenvolvimento e as necessidades das futuras gerações. Ou seja, é um desenvolvimento que possui a consciência de que os recursos são finitos e visa a preocupação com o futuro das pessoas e do planeta. Esse conceito foi elaborado durante a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que teve como intenção gerar propostas com a finalidade de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental (WWF, 2014). Segundo Herculano (1992, p.34) o desenvolvimento sustentável:
[...] pode ter um sentido profundamente radical, de igualdade e justiça social, de preservação, de diversidade cultural, de autodeterminação e de integridade ecológica, mas, pode também ser uma noção conservadora e entendida dentro de um marco tradicional de teoria econômica.
Com isso, conclui-se que o movimento ambientalista foi criado para protestar e auxiliar a sobrevivência do planeta, de bichos e plantas ameaçados de extinção (Pelicioni, 1998). Na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento houve a elaboração de um documento chamado de Relatório Brundtland. O conteúdo desse relatório indica que a responsabilidade pela degradação ambiental é uma responsabilidade de todos e que a busca por soluções é algo comum a toda a humanidade uma vez que o planeta é um e finito (LAYRARGUES, 1997). Ainda em relação ao relatório, segundo Layrargues (1997), pode-se destacar a elaboração de um novo conceito: Figura 5 - Tripé do real significado da palavra sustentabilidade Fonte: Autor, 2019
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O conceito de desenvolvimento sustentável tem, é claro, limites – não limites absolutos, mas limitações impostas pelo estágio atual da tecnologia e da organização social, no tocante aos recursos ambientais, e pela capacidade da biosfera de absorver os efeitos da atividade humana. Mas tanto a tecnologia quanto a organização social podem ser geridas e aprimoradas a fim de proporcionar uma nova era de crescimento econômico. Para a Comissão, a pobreza generalizada já não é inevitável. A pobreza não é apenas um mal em si mesma, mas para haver um desenvolvimento sustentável é preciso atender às necessidades básicas de todos e dar a todos a oportunidade de realizar suas aspirações de uma vida melhor. Um mundo onde a pobreza é endêmica estará sempre sujeito a catástrofes, ecológicas ou de outra natureza (LAYRARGUES, 1997).
² Sustentabilidade ambiental: são ações que não colocam em risco os elementos naturais que sustentam a integridade global do ecossistema: a qualidade do ar, dos solos, das águas e dos seres vivos. Encontrar novas tecnologias para reduzir a pressão sobre o meio ambiente, que minimizem o esgotamento e propiciem substitutos para esses recursos (SOUZA e RIBEIRO, 2012).
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2.3 - Desenvolvimento sustentável aplicado ao planejamento urbano
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de forma harmônica e conjunta uma integração entre os três pilares fundamentais para o desenvolvimento da sustentabilidade (SILVA e ÁVILA, 2014). O planejamento de uma cidade é algo complexo de se fazer e deve levar em conta fatores como atividades humanas e efeitos ambientais. Para realizar tal planejamento deve haver uma compreensão total das relações entre cidadãos, serviços, po¬líticas de transportes e geração de energia (ROGERS, 2005). Ainda de acordo com Rogers (2005, p.33), em função do rumo que a tecnologia e o desenvolvimento de diversos materiais sustentáveis vem sendo desenvolvidos, deve-se investir no conceito da cidade compacta que é “uma cidade densa e socialmente diversificada onde as atividades econômicas e sociais se sobreponham e as comunidades sejam concentradas em torno das unidades de vizinhança. ” Esse conceito de cidade densa seria facilmente inserido na ideia de uma cidade sustentável, que atenda diversos objetivos que vão desde políticos e cul¬turais até econômicos e físicos. A cidade sustentável é uma cidade com diversos aspectos e que engloba as seguintes características: uma cidade justa, uma cidade bonita, uma cidade criativa, uma cidade ecológica, uma cidade fácil, uma cidade compacta e policêntrica e uma cidade diversificada (ROGERS, 2005).
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O desenvolvimento sustentável depende totalmente do planejamento e da compreensão de que os recursos naturais são finitos e uma hora os mesmos estarão escassos. Há também a necessidade da compreensão da diferença entre conceitos de desenvolvimento e crescimento econômico. Quando não há a diferenciação desses dois conceitos é natural que o crescimento consuma mais energia e os recursos naturais, o que leva ao esgotamento de tais recursos, os quais são fundamentais para a sobrevivência da humanidade. Compreende-se que o desenvolvimento econômico leva em consideração a qualidade em vez de quantidade, que pode ser atingida através do uso da reciclagem e da reutilização de materiais que normalmente são descartados em grande escala (WWF, 2014). WWF (2014) também escreve que os países mais pobres necessitam incondicionalmente do desenvolvimento econômico, porém não devem seguir o sistema adotados pelos países industrializados. Caso os países do Hemisfério Sul seguissem os padrões de países do Norte, por exemplo, o consumo dos recursos naturais e minerais seriam 10 e 200 vezes mais do que o consumo atual. Ou seja, o consumo nesses países em desenvolvimento deve ser reduzido e não aumentado. Com isso, entende-se a necessidade de desenvolver um planejamento que condiza com o cenário atual e consiga realizar
Figura 6 - Zoneamento de núcleos Fonte: Richard Rogers. Cidades para um pequeno planeta, p. 39.
O planejamento urbano vem passando por mudanças desde a virada do último milênio e continuará a passar ainda mais por variações no decorrer dos anos. Por isso, é fundamental realizar mudanças nos pressupostos do planejamento urbano e suas prioridades. Sendo assim, os arquitetos e urbanistas são pressionados a repensar formas para de uma política urbana na tentativa de desenvolver cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis sem deixar de lado a função social da cidade, que é um local
de encontro para atender objetivos da sustentabilidade social e para gerar uma sociedade democrática e aberta. Com isso, desde o início do século XXI começou-se a perceber os novos desafios que os profissionais ligados ao desenvolvimento e planejamento das cidades passam até o presente momento: a preocupação focada na dimensão humana reforçada pelo aumento da preocupação do bem-estar de pedestres ciclistas e com a vida na cidade como um todo (GEHL, 2013).
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Figura 6.1 - La Defense, Paris. Bairro totalmente pensado e projetado para o pedestre com fluxo de veículos subterrâneo Fonte: Shutterstock
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Com a compreensão dos conceitos esclarecidos nota-se que eles podem ser inseridos na rotina de uma cidade com o intuito de melhorar a qualidade de vida de seus moradores e contribuir de forma direta para a preservação do meio ambiente de forma sustentável. Mas para a aplicação das teorias apresentadas até o momento é necessário entender o que é um bairro tradicional (parte fundamental para a construção de uma cidade) e como o mesmo pode vir a se transformar em um bairro sustentável dentro das propostas do New Urbanism³. O bairro tradicional é uma das unidades básicas para o planejamento urbano. Esse conceito de bairro permanece o mesmo independente da escala variar entre uma cidade de pequeno ou de grande porte, desde que exista dois ou mais bairros compartilhando um eixo ou rua específicos. Há a necessidade de se atentar para o uso dessa palavra: bairro. Não se utiliza essa caracterização para tratar de empreendimentos da urbanização dispersa que envolvem loteamentos desconectados ou de uso único. Um bairro de verdade deve atender al-
guns pontos como: habitação, locais de trabalho, centros comer¬ciais e/ ou funções cívicas; porém em formatos compactos, comple¬tos, conectados e o mais importante: sustentáveis (FARR, 2013). O New Urbanism sugere uma reformulação para a cidade de forma compacta e com usos misto com a intenção de facilitar a mobilidade urbana priorizando os transportes urbanos e alternativos, como a ciclovias por exemplo, e que promova o encontro de pessoas e desenvolva nesses indivíduos o senso de comunidade. Com relação a tipologia dos edifícios previstos por essa vertente está previsto a conexão entre edificações, a garantia da escala humana e a facilitação do censo de localização do indivíduo (NEW URBANISM, 2014). O New Urbanism sugere que o conceito de bairros sustentáveis, de forma ambiciosa, seja compreendido de uma forma de desenvolver o planejamento urbano com o intuito de integrar diversos usos em um mesmo loteamento (figura 7). Esses usos devem ser desenvolvidos de forma estratégica e sustentável (SILVA e ÁVILA, 2014).
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2.4 - Bairros, new urbanism e bairros sustentáveis
³ New Urbanism: A carta referencial do New Urbanism para arquitetos e urbanistas foi criada em 1996 com a intenção de alcançar uma requalificação de comunidade ou bairro que esteja ligada com um centro urbano. O Novo Urbanismo busca a adequação de projetos arquitetônico de forma que esteja relacionada ao meio natural ou urbano no qual está inserido (ANDRADE, DOMENEGHINI e MORANDO, 2013).
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que a prioridade passa a ser percursos a pé ou por bicicletas). Um bairro, no urbanismo sustentável (figura 8), deve atender às necessidades atuais. Para isso, segundo Farr (2013), precisa atentar-se a cinco distinções; são elas: o bairro é um bloco de construções de um corredor de transportes públicos; a parada de ônibus central é substituída por um sistema de transporte rápido; possuir infraestrutura de alto desempenho; a mistura e a densidade permitem habitações livres de automóveis e, por último e mais importante, caminhos verdes com habitats e infraestrutura dão limites bem definidos ao bairro.
Figura 7 - Proposta de paisagem do New Urbanism
Figura 8 - Vauban, Friburgo, Alemanha. Bairro ecológico como telhados em placas solares.
Fonte: CNU
Fonte: SustentArqui
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Uma forma de desenvolver essas estratégias é a criação de bairros sustentáveis. De acordo com SILVA e ÁVILA (2014) os benefícios de um bairro sustentável englobam o tripé da sustentabilidade já citado anteriormente. A aplicação do tripé deve contribuir para o desenvolvimento de novas formas de viver em comunidade e consequentemente aumentar a qualidade de vida desses indivíduos que possam vir a compartilhar esse bairro. Entre os benefícios do bairro sustentável podem ser citados: melhoria na qualidade do ar, maior eficiência hídrica e energética, preservação ambiental, interação social e melhoria no deslocamento do pedestre (uma vez
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2.5 - A integração dos sistemas verdes urbanos através de corredores verdes
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Uma cidade é composta por uma unidade mínima de urbanização: os bairros. A cidade se torna um espaço público urbano, por isso deve ter sua infraestrutura verde integrada aos seus espaços públicos verdes. Entende-se como o conceito básico da infraestrutura verde a demarcação do perfil de diversos bairros que interligam as pessoas e as construções e são essas delimitações de que promovem o perfil de uma cidade. A qualidade de uma cidade está ligada a quantidade de espaços públicos e como esses espaços estão ou não ligados aos seus habitantes. O bem-estar da vida urbana é definida pela existência de um sistema de espaços públicos livres destinados a lazer de seus habitantes. Não se deve esquecer que a quantidade desses espações deve condizer com o número de moradores do município e que esses sejam distribuídos na malha urbana de forma justa e inclusiva de maneira que toda a população tenha acesso (CARASEK, MASCARÓ e BORGE, 2017). A integração desses espaços pode ser realizada através da conexão da paisagem por meio de corredores verdes urbanos (figura 9). Os corredores verdes são áreas verdes lineares e funcionam como eixo de circulação que produzem a unificação de fragmentos florestais. Têm como objetivo principal proporcionar a integração desses fragmentos de modo a propiciar fluxos migratórios e o livre deslocamento de animais aumentando exponencialmente a cobertura vegetal (PRAUN JÚNIOR, 2007). FERREIRA (2010, p. 5) cita uma definição de Machado et al (2004) que ajuda a compreender o que realmente são corredores verdes:
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Redes de Corredores Verdes são espaços livres lineares que ligam grandes áreas não lineares ou grandes manchas de espaços naturais. Estes conjuntos constituem sistemas de espaços, planejados, projetados e geridos para fins múltiplos, incluindo objetivos ecológicos, recreativos, culturais, estéticos e produtivos, compatíveis com o conceito de sustentabilidade (FERREIRA, 2010, p.5 apud Machado et al, 2004).
Figura 9 - Proposta do escritório Espacio Colectivo Arquitectos e Opus para a implantação de corredores verdes em Cali, Colômbia Fonte: Archdaily
Os corredores possuem grande contribuição na proteção da biodiversidade, manutenção da fauna e flora, redução da temperatura ocasionada pelo sombreamento, utilização dos meios de recreação, integração dos espaços verdes abrigando a circulação da vida silvestre e funcionando como um dispositivo de conectividade. A conectividade é um dos principais resultados da realização de áreas verdes integrados. No município de Ribeirão Preto (SP), município base para a proposta desse estudo, percebe-se que a cidade se torna cada vez mais espacialmente segregada, sendo que tais corredores podem promover tanto a conectividade ambiental como social.
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2.6 - A atual realidade ambiental em âmbito nacional
Fonte: Ajuntament de Barcelona
Segundo Forman (2004, p. 42), a conectividade foi um dos principais objetivos na elaboração do Mosaico territorial para a região metropolitana de Barcelona:
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O objetivo global é proporcionar conectividade à paisagem, para facilitar a circulação das espécies e das pessoas. O meio mais seguro para consegui-lo em longo prazo é a criação de amplas áreas de conexão, incluindo corredores largos. Possivelmente existem poucas que requeiram corredores, mas a existência dos mesmos acrescenta a circulação de numerosas espécies. Existem evidências que indicam que a fauna está mais a gosto numa mancha conectada que em uma isolada, e que a fauna do conjunto de uma paisagem se sustenta melhor se as manchas que compreendem estão interconectadas entre si. Há cinco tipos de conexão entre esmeraldas que proporcionam flexibilidade. Todos eles favorecem a circulação das espécies, além disso proporcionar uma trilha para o passeio (Forman, 2004, p.42).
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Figura 10 - Rede de corredores verdes em Barcelona, Espanha
Tem-se a intenção de introduzir um panorama da realidade ambiental no Brasil. Essa síntese servira para compreender como a educação e preocupação ambiental está sendo pensada no país e como esses pensamentos podem influenciar na proposta do projeto de um bairro sustentável. Deve-se atentar que a crise na política ambiental sempre existiu no Brasil, porém houve um aumento significativo desta quando a taxa de desmatamento na Amazônia cresceu 28,8% em 2013 em relação ao ano de 2012 (ACCIOLY, 2019). Em 2019 houve uma grande polêmica no que se refere a revisão de unidades de conservação e redução de multas por desmatamento, havendo a intenção de extinguir-se a pasta do Meio Ambiente, o que não houve e acabou resultando apenas na eliminação da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas (ACCIOLY, 2019). Dentro desse contexto, a política ambiental vem sendo discutida cada vez mais no Brasil, sendo que em 2019 em que diversos acidentes ambientais vêm acontecendo com frequência. Dois grandes casos que aconteceram neste ano merecem ser destacados: o caso do rompimento da barragem de Brumadinho (MG) e o crescimento do desmatamento na Amazônia por meio de queimadas. A cidade de Brumadinho (MG), no dia 25 de janeiro de 2019 foi gravemente atingida pelo rompimento da barragem da Vale (mineradora multinacional brasileira). O rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão (figura 11) causou um mar de lama na cidade que deixou consigo rejeitos de minério de ferro. Além dos rejeitos, o ocorrido provocou a morte de diversas pessoas e a destruição da Vila Ferteco (próxima à área administrativa da mineradora). O impacto ambiental desse rompimento provocou a contaminação do local e a morte de diversos animais e vegetação local (remanescente da Mata Atlântica) que é rica em biodiversidade. O solo local foi contaminado pela grande quantidade de resíduos que veio junto com a lama e consequentemente irá prejudicar o desenvolvimento da vegetação ali presente (SANTOS, 2019). A parte hídrica do local também foi afetada, tendo-se decretada a morte do Rio Paraopeba, pois a fundação SOS Mata Atlântica, que realizou diversos estudos, na região e constatou o comprometimento da vida aquática deste pela lama (GARRÔCHO e VIEIRA, 2019). Segundo a WWF (2019) “um desastre dessas proporções pode – e deve – ser evitado por meio de leis ambientais que garantam a segurança das comunidades e da natureza”.
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Figura 11 - Imagem aérea da cidade de Brumadinho, MG, tomada pela lama após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão Fonte: Revista Veja, 2019.
Figura 12 - Imagens das queimadas na Amazônia em 2019 Greenpeace Brasil, 2019.
Outro ponto importante a ser comentado de acordo com ACCIOLY (2019), é o aumento do desmatamento na Amazônia (figura 12) que em 2012 teve seu índice mais baixo em um período de 14 anos. No entanto, quando se faz um comparativo entre os anos de 2017 e 2018, observou-se um aumento de 13,7% na extração de árvores (figura 13).
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Figura 13 - Gráfico comparativo do desmatamento no Brasil Fonte: Ministério do Meio Ambiente, SOS Mata Atlântica e Projeto de estimativa de desflorestamento da Amazônia, 2019.
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2.6 .1 - A relação da cidade de Ribeirão Preto com o meio ambiente
Ao entendermos um pouco da realidade ambiental atualmente no Brasil, podemos fazer o mesmo na cidade de Ribeirão Preto. É importante compreender a relação do município com o meio ambiente uma vez que será o local da proposta do objeto desta pesquisa. A cidade de Ribeirão Preto (figura 15), interior de São Paulo, carece de áreas verdes. Essa situação se agravou com os últimos registros de desmatamentos na cidade. Prova dessa carência são os dados do Programa Nascentes do Governo do Estado de São Paulo, que apontam uma área de 310 mil metros quadrados na cidade que precisa de fiscalização ambiental. Essa falta de vegetação está localizada, em grande parte, nas margens do Rio Pardo. Outro ponto importante da cidade que necessita de atenção é a Mata de Santa Tereza (APOLINÁRIO, 2018). De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, 44 propriedades participam do programa e estão promovendo o processo de recuperação dessas áreas, estando já 225 hectares restaurados (APOLINÁRIO, 2018).
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Ainda de acordo com Machado (2019), em 2019, as queimadas aumentaram de maneira significativa em áreas florestais, sendo que, segundo dados do INPE (figura 13), os focos maiores ficaram concentrados em cidades como: Novo Pro-gresso, Altamira e São Félix do Xingu (todas no Estado do Pará). Uma pequena parte dos resultados dessa ação foram apresentas pelo governador do Estado do Pará (Helder Barbalho) ao atual presidente Jair Bolsonaro. O governador afirma que somente na Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingo mais de 3.000 hectares foram perdidos.
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Figura 15 - Vista aérea da cidade de Ribeirão Preto, SP Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2019.
Figura 14 - Tabela de focos de incêndio entre 2018 e 2019 Fonte: Patrícia Figueiredo/G1 e INPE, 2019.
Assim, conclui-se que o país necessita urgentemente de uma consciência ambiental mais ativa, principalmente dos governantes. Há a necessidade de compreender que a preocupação com o meio ambiente é algo fundamental para a vida. Deve-se cuidar e proteger as áreas ambientais e de proteção pensando no presente e no futuro, uma vez que o ambiente em que vivemos influencia diretamente na vida humana na Terra.
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qualidade de vida dos moradores da cidade e contribuir para a melhoria do conforto térmico do município, além de colaborar para a preservação de fauna e flora de diversas espécies. Uma vez inseridos, esses corredores verdes contribuiriam também no favorecimento da conectividade entre as áreas verdes e áreas de preservação locais (JORNAL DA USP, 2017). Já em relação à qualidade do ar, a cidade de Ribeirão Preto atingiu a pior marca no mês de agosto de 2019, sendo classificada como a cidade do estado de São Paulo com o pior índice de poluição no ar. O município ficou na frente de cidades como São Paulo (SP) e Cubatão (SP) que possuem um histórico problemático em relação a qualidade do ar. Foi identificado como agente poluidor o MP10, que é um tipo de partícula inalável e que agrava doenças respiratórias. O relatório, que foi feito pela CETESB, mostrou que o nível
de poluição da cidade foi ruim entre 1 hora da manhã até as 18 horas da noite no dia 19 de agosto de 2019. A metodologia usada pela CETESB foi através da rede automática através da radiação beta (EPTV, 2019). Ribeirão Preto (figura 16), no ano de 2019, cresceu 20 posições em relação aos últimos 8 anos no Programa Municipal Verde Azul e atualmente está 21º lugar no Ranking Ambiental do Estado de São Paulo, porém ainda encontra indicadores ambientais baixo como: gestão da água, qualidade do ar (como citado anteriormente) e arborização urbana. Na tentativa de reverter esse quadro serão investido R$ 140 mil na atualização do inventário da cidade e haverá também a realização de um levantamento da arborização no município, que poderá servir para ter mais controle de árvores que podem ou não ser removidas (GOMES, 2019).
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Atualmente o projeto 4 Verde Cidade , presente no município desde 1998 e reformulado após a implantação do projeto Cidade Limpa, vem crescendo e ganhando força em Ribeirão Preto. Porém, as iniciativas das empresas privadas em adotarem as praças e assumirem a manutenção das mesmas, ocorre em grande maioria na zona sul da cidade. Ou seja, essa postura contribui ainda mais para que haja o crescimento da desigualdade local deixando as áreas periféricas em desvantagens. Devido a essa realidade, a prefeitura vem tentando convencer os empresários a investirem na manutenção de praças e canteiros nas zonas Norte e Oeste (VICENTE, 2014). Existe em Ribeirão Preto a ausência de corredores verdes, o que contribui ainda mais para que a precariedade dos sistemas verdes locais seja ainda mais agravante. Esses corredores, uma vez implantados, poderiam melhorar a
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O Projeto Verde Cidade: oferece a oportunidade para as entidades da iniciativa privada e da so¬ciedade civil organizada “ado¬tarem” áreas verdes, parques, praças, rotatórias e canteiros centrais de avenidas. Em con¬trapartida a empresa poderá di¬vulgar sua marca, obedecendo às especificações da Lei Cidade Limpa, que regulariza a publici¬dade em Ribeirão Preto (Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Disponível em: http://ribeiraopreto.sp.gov.br/limpezarp/i25pgm-verde.php. Acesso em: 27 de agosto de 2019.
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Programa Municipal Verde Azul: Lançado em 2007 pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o Programa Município Verde Azul – PMVA tem o inovador propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental com a descentralização e valorização da agenda ambiental nos municípios. Assim, o principal objetivo do PMVA é estimular e auxiliar as prefeituras paulistas na elaboração e execução de suas políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do estado de São Paulo (Secretária da Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente. sp.gov.br/verdeazuldigital/o-projeto/. Acesso em: 27 de agosto de 2019).
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Figura 16 - Vista aérea do Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali em Ribeirão Preto, SP Fonte: Revista Revide, 2019.
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Uma vez compreendidos os conceitos apresentados e a relação da cidade de Ribeirão Preto com o meio ambiente, têm-se a intenção de desenvolver um projeto para que os pontos levantados até o momento possam ser aplicados ao planejamento urbano como ferramenta para aprimorar a qualidade de vida dos indivíduos de um determina-do município. Assim há a ideia de indicar a possibilidade de implantação de um bairro sustentável no município de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo. Com isso, o local para a proposta do projeto de um loteamento foi estabelecido ao redor da Estação Ecológica de Ribeirão Preto (Mata de Santa Tereza) na cidade de Ribeirão Preto (SP) e está localizada na ro-dovia Duarte Nogueira, km 317 do municí-pio ( igura 17).
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2.7 - A possibilidade da inserção de um bairro sustentável no município de Ribeirão Preto
Figura 17 - Localização da área de estudo no município de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019.
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Figura 18 - Foto de uma coruja no interior da Mata de Santa Tereza (EERP) Fonte: Bartira Moreira, 2019.
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A Estação Ecológica de Ribeirão Preto (EERP) possui 62 anos de existência enquanto área legalmente protegida, está localizada na zona sul da cidade de Ribeirão Preto (SP) e possui área composta por 154 ha. Com o passar dos anos a cidade passou por um crescimento e ampliou suas fronteiras e a EERP vem sendo pressionada pela expansão urbana, tendo sua biodiversidade comprometida. Deve-se lembrar que a Mata de Santa Tereza (EERP) faz parte da paisagem da cidade e preserva uma amostra da Mata Atlântica, mesmo que pequena, sendo a única nesta região muita devastada (SÃO PAULO, 2010). São PAULO (2010) ainda relata que durante a elaboração do plano de mane-jo, a EERP contava com a ocorrência de 5 espécies de mamíferos e 104 espécies de aves por meio de dados primários e 4 espécies de mamíferos e 22 de aves (dados secundários) figura 18 19. Já em relação à vegetação presente no local, é formada por um dos maiores fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual da cidade e é considerado como a fração mais rica em espécies e de maior Valor de Conservação para Ribeirão Preto. A Estação possui registrado mais de 212 espécies vegetais. Além disso, para a produção do plano de manejo da ERRP, foram catalogadas mais 67 espécies nativas e outras 4 exóticas ainda não registradas. Assim, totalizando 283 espécies com a inclusão de todos os hábitos de vida: árvore, arbusto, epífita, feto arborescente, herbácea, liana, palmeira, parasita e taquara.
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Figura 19 - Foto de uma borboleta no interior da Mata de Santa Tereza (EERP) Fonte: Bartira Moreira, 2019.
A Estação Ecológica de Ribeirão Preto possui em sua área uma pequena amostra da Mata Atlântica que é única na região. Essa mostra, que se encontra devastada pela ocupação agrícola, nos permite compreender melhor os ecossistemas de floresta que preenchiam boa parte da cidade e da região. Sendo assim, a unidade de conservação (UC) é um local de extrema importância para ensinamentos sobre patrimônio natural e sua conservação. Porém há a necessidade de ações de restauração de ecossistemas que podem vir a funcionar como banco de germoplasmas para a fonte de sementes e restaurações de florestas na região (SÃO PAULO, 2010).
Em setembro de 2014 a EERP foi vítima de um incêndio (figura 20) de grandes proporções que atingiu mais de 30 hectares da mata de Sana Tereza. A EERP teve 63% de sua área totalmente devastada pelo fogo. A causa do incêndio segue desconhecida até os dias atuais (EPTV, 2019). Com isso, no ano de 2018, foram constatados sinais de recuperação da mata de Santa Tereza, que possui grande importância para o equilíbrio da temperatura local e contribui para diminuir os índicies de poluição, podendo levar até seis anos para que haja alguma revitalização na-tural significativa (EPTV, 2018).
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Conclui-se, então, que a região proposta possui grande importância ecológica para a cidade de Ribeirão Preto e necessita de cuidados e investimentos para ter seu potencial recuperado e continuar a contribuir para o meio ambiente protegen-do a fauna e flora locais. Ou seja, o local sugerido pode vir a ser viável para o desenvolvimento do projeto de um bairro sustentável que englobe a conservação ambiental ao uso do espaço público pela população. Mas, para que essa inserção possa acontecer, deve-se obedecer a algumas diretrizes que o plano de manejo propõe e compreender melhor a área em que o projeto será desenvolvido. De acordo com o mapa (figura 21) realizado pelo plano de manejo da EERP, é possível compreender como a Mata de Santa Tereza e seu entorno é classificada e dividida. Vidas da Mata | Soluções sustentáveis para problemas antigos
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Figura 21 - Mapa de divisão e classificação das zonas da EERP Figura 20 - Imagem da EERP após o incêndio em 2014. Fonte: G1, 2019.
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Fonte: Plano de Manejo, 2010
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levantamento de dados
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BAIRRO PARQUE RIBEIRÃO PRETO
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Levantamento de dados -----BAIRRO JARDIM PROGRESSO
CONDOMÍNIO VISTA ALEGRE
CONDOMÍNIO QUINTA DA BOA VISTA
A fase de levantamento de dados foi desenvolvida com o intuito de compreender a área e, assim, contribuir para o desenvolvimento da proposta do projeto. Para a realização desse levantamento foram utilizados mapas disponíveis pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e pelo Google Earth. Assim, a junção dessas duas ferramentas irá ajudar a representação gráfica do estudo da região e facilitar o compreendimento dessa área. O primeiro passo para iniciar o levantamento de dados é a identificação dos bairros e condomínios (figura 23) que estão no entorno da área escolhida. Através da imagens, pode-se identi icar 6 condomínios e 4 bairros na região.
Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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BAIRRO JARDIM JOÃO ROSSI
CONDOMÍNIO PORTAL DA MATA
LEGENDA: BAIRRO PARQUE RIBEIRÃO PRETO BAIRRO JARDIM PROGRESSO CONDOMÍNIO QUINTA DA BOA VISTA CONDOMÍNIO VISTA ALEGRE CONDOMÍNIO PORTAL DA MATA BAIRRO JARDIM CALIFORNIA BAIRRO JARDIM JOÃO ROSSI BAIRRO VILA DO GOLF CONDOMÍNIO QUINTA DO GOLF CONDOMÍNIO IPÊ BRANCO CONDOMÍNIO IPÊ AMARELO
Figura 23 - Identificação dos bairros
BAIRRO JARDIM CALIFORNIA
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CONDOMÍNIO QUINTA DA BOA VISTA
BAIRRO VILA DO GOLF
CONDOMÍNIO IPÊ BRANCO
CONDOMÍNIO IPÊ AMARELO
CONDOMÍNIO QUINTA DO GOLF 59
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Levantamento de dados ------
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O mapa de Figura e Fundo (figura 24) demonstra que o entorno da estação Ecológica de Ribeirão Preto possui taxas de ocupação do solo em diferentes níveis. Nota-se que a região do bairro Jardim Progresso tem ocupação do lote quase integral e possui uma grande concentração de edificações. Nota-se também que há baixa taxa de permeabilidade do solo. Analisou-se também indícios de que a maior parte dos moradores das residências ali presentes modificaram a planta original adicionando cobertura para garagem nos 5 metros de recuo frontal (exigidos pela prefeitura municipal) e edículas ao fundo dos lotes. Já o bairro Vila do Golf, Quinta da Alvorada e os locais destinados a condomínios fechados (figura 23) possuem maior permeabilidade do solo do solo e possuem edificações menos concentradas no uso do terreno.
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3 .1 - Ocupação do Solo Figura e Fundo
LEGENDA: ÁREA DE ESTUDO / PROJETO
Figura 24 - Mapa de Figura e Fundo Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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3 .1.2 - Ocupação do Solo Concentração Habitacional O mapa de concentração habitacional (figura 25) possui relação direta com o mapa de Figura e Fundo (figura 24) uma vez que demonstra como esses lotes são utilizados e as edificações nesses terrenos acontecem. Nota-se por predominância que a parte da área de estudo que há mais residências (no que diz respeito ao uso do solo) é o bairro Jardim Progresso. Já nas áreas intermediarias o uso do solo não é tão concentrado e está presente em bairros não tão antigos no município e que fazem parte do crescimento e expansão da mancha urbana. Porém, tal ato deve-se ao fato de a região ter crescido verticalmente. Percebe-se também que as áreas com taxa de ocupação do lote e com maior índice de permeabilidade ficam restritas às áreas destinadas a condomínios fechados ou de uso institucional. LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO ALTA CONCENTRAÇÃO MÉDIA CONCENTRAÇÃO BAIXA CONCENTRAÇÃO
Figura 25 - Mapa de Concentração Habitacional Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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Levantamento de dados ------
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3 .1.3 - Ocupação do Solo Gabarito Através do mapa de Gabarito (figura 26) é possível perceber que a região não possui grandes indicies de verticalização. No mapa é apresentado, por predominância, como o crescimento vertical aconteceu na região. Sendo assim percebe-se que as regiões mais antigas (Jardim Progresso) e as áreas destinadas a condomínios fechados possuem gabaritos de um a dois pavimentos. Porém com o crescimento urbano e a ação do mercado imobiliário há edificações mais recentes que possuem gabarito mais alto e crescimento vertical mais intenso. Nesse caso é possível citar regiões como os bairros Vila do Golf por exemplo. Já as demais áreas com gabarito intermediário (3 a 6 pavimentos) basicamente ficam concentrados na parte mais antiga da região.
LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO 1 A 2 PAVIMENTOS 3 A 6 PAVIMENTOS 6 OU PAVIMENTOS
Figura 26 - Mapa de Gabarito Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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------ Levantamento de dados
3 .2 - Uso do Solo Ao observar o mapa de uso e ocupação do solo (figura 27), pode-se perceber que há predominância de locais destinados a residências. Esses locais vão desde bairros até condomínios e novos loteamentos ainda em fase de construção. Os usos institucionais identificados funcionam como escola e hospitais. Já os principais usos comerciais e prestação de serviços são identificados como o eixo da avenida Luiz Eduardo Toledo Prado na qual shopping Iguatemi está localizado. Com isso, pode-se identificar que há pontos importantes que serão destacados no mapa de equipamentos (figura 28) no entorno da área do projeto que está sendo proposto.
LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO USO COMERCIAL USO PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO USO RESIDENCIAL USO INSTITUCIONAL
Figura 27 - Mapa Uso do Solo Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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------ Levantamento de dados IGREJA NOSSA SENHORA DA GRAÇA
CASAS BAHIA ESCOLA JARDIM MONTE CLARO CENTRO EDUCACIONAL MARISTA
IGREJA INTERNACIONAL DA GRAÇA DE DEUS
HOSPITAL SANTA TEREZA
HOSPITAL ESTADUA
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HARAS
3 .3 - Equipamentos Urbanos O mapa de equipamentos urbanos (figura 28) serve para deixar ainda mais claro o potencial da área e como a mesma vem sendo utilizada de diversas maneiras através do crescimento da mancha urbana. Percebe-se a presença de diversos equipamentos como: hospitais, centro de compras (shopping Iguatemi), posto de combustível e diversas escolas. Há a predominância de equipamentos no sentido comercial na área em análise. Percebe-se também que a presença de equipamentos destinados ao lazer é precária e a região possui potencialidade para conter equipamentos de lazer de uso público. Esse tipo de proposta pode trazer diversos benefícios, incluindo a revitalização de áreas verdes frágeis e degradas.
ESTAÇÃO DE RÁDIO
TÊNIS CAMP
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE RIBEIRÃO PRETO
HOTEL ST FELICIDADE
POSTO DE COMBUSTÍVEL ESPAÇO GOLF
SHOPPING IGUATEMI
ESCOLA LICEU ALBERT LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO EQUIPAMENTO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EQUIPAMENTO INSTITUCIONAL EQUIPAMENTO COMERCIAL
Figura 28 - Mapa de Equipamentos Urbanos Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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3 .4 - Fluxos
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Pode ser considerado como fluxo as diversas movimentações urbanas que ocorrem em um município e que são importantes para o desenvolvimento dessa cidade. Com isso, os fluxos mais necessários estão relacionados a meios de transportes, ou seja, esses fluxos acontecem em espaços públicos como: ruas, avenidas, rodovias, etc.
3 .4.1 - Fluxos Hierarquia Viária Física O mapa de Hierarquia Viária Física (figura 29) destaca que, de acordo com RIBEIRÃO PRETO (2010), as vias expressas (SP 333 - Rodovia Duarte Nogueira) devem possuir 15 metros de largura a partir das cercas que o delimitam e 20 metros nas áreas industriais. Não há pontos de congestionamento no trânsito dessa área. Em análise ao contrapor o mapa de hierarquia viária física com o mapa fornecido pela prefeitura municipal de Ribeirão Preto (em anexo a figura 29) nota-se que há um planejamento para abertura de avenidas parques e parques lineares a serem implantadas na região em estudo, principalmente no entorno da EERP.
LEGENDA VIA ARTERIAL | VIA EXPRESSA IMPLANTADAS VIAS PRINCIPAIS | AVENIDAS IMPLANTADAS VIAS PRINCIPAIS | AVENIDAS A IMPLANTAR PARQUES LINEARES A IMPLANTAR AVENIDA PARQUE A IMPLANTAR ÁREA DO PROJETO
Figura 29 - Mapa de Hierarquia Viária Física Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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------ Levantamento de dados
3 .4.1 - Fluxos Hierarquia Viária Funcional O sistema viário funcional, conforme a figura 30, é composto principalmente por via expressa, avenidas, vias coletoras e locais. No mapa da figura 28 está explicito o fluxo que é visto em pesquisa in loco. Através desses estudos percebeu-se que houve recentemente a aberturas de diversas vias (locais e avenidas) devido ao crescimento urbano da região. A maioria dessas aberturas seguem o plano viário físico (figura 29) que é proposto pela prefeitura local.
LEGENDA RODOVIA AVENIDAS VIAS COLETORAS ÁREA DO PROJETO
Figura 30 - Mapa de Hierarquia Viária Funcional Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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Perfil Topográfico A-A
3 .5 - Recursos Naturais
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Considera-se recursos naturais elementos que constituem parte do solo natural e os quais são possíveis avaliar pontos importantes para a elaboração de projetos como: pontos de enchentes, áreas de preservação, áreas frágeis para edificações, entre outras. Através desses diagnósticos, pode-se desenvolver medidas preventivas para futuros problemas para área.
Perfil Topográfico B-B
Perfil Topográfico C-C
Perfil Topográfico D-D
Perfil Topográfico E-E C
C
B
D
3 .5.1 - Topografia O mapa de topografia, figura 31, demonstra como é o relevo do local escolhido para o desenvolvimento do projeto. Analisando as curvas de nível de metro em metro, nota-se que o ponto mais baixo do terreno, de acordo com as imagens está a 539 metros em relação ao nível do mar e o ponto mais alto encontra-se a 580 metros em relação ao nível do mar. A delimitação da área de projeto no geral, possui inclinação média de 2,8% em suas extremidades, sendo a inclinação máxima de 9,5%. Essa área, em sua totalidade, possui 5,36 km de distância e elevação média de 536 me-tros em relação ao nível do mar.
E
LEGENDA
Figura 31 - Mapa de Topografia Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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ÁREA DE ESTUDO / PROJETO
E
B
D A
A
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------ Levantamento de dados
3 .5.2 - Hipsométrico O mapa hipsométrico (figura 32) aponta que, naturalmente, os escoamentos de águas pluviais podem acompanhar o relevo natural da área. Com isso, é natural que essas águas sigam o sentido norte e desaguem no rio Ribeirão Preto e no córrego Serraria. As curvas vão desde 541 a 608 metros ao nível do mar. Conforme o mapa exemplifica, percebe-se um possível ponto de enchente demarcado em linha tracejada em vermelho. Uma possível solução para esse problema seria a implantação de um parque ou a implantação de uma grande área permeável para driblar tal ação juntamente com alguma solução de drenagem urbana sustentável.
LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO 586 - 608 METROS AO NÍVEL DO MAR 585 - 571 METROS AO NÍVEL DO MAR 570 - 557 METROS AO NÍVEL DO MAR 556 - 541 METROS AO NÍVEL DO MAR
Figura 32 - Mapa de Relevo Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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3 .5.3 - Mapa de Declividade A declividade apresentada (figura 33), aparentemente é favorável para o desenvolvimento do projeto. Atenta-se que a área em amarelo no mapa é a parte com menos inclinação no local, porém há um possível ponto de enchente nessa região (demarcado em linha tracejada azul). Mas não se deve desconsiderar que as demais regiões marcadas no mapa não ultrapassam, em média, a inclinação de 15%. Ao observar o mapa da figura 30 percebe-se que predomina inclinações entre 5 e 10%.
LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO INCLINAÇÃO DE 0 - 5% INCLINAÇÃO DE 5 - 10% INCLINAÇÃO DE 10 - 15% INCLINAÇÃO DE 15 - 30% INCLINAÇÃO DE 30 - 60%
Figura 33 - Mapa de Declividade Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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3 .5.3 - Mapa de Vegetação e Bacias Hidrográficas No mapa de vegetação e bacias hidrográficas (figura 34) é possível notar que na área do projeto há três córregos (Serraria, Horto e Vista Alegre) e um rio (Ribeirão Preto). Com isso deve-se ter cuidado em relação ao parcelamento do solo nessa região. Já em relação a vegetação nota-se a presença de uma significativa massa de vegetação que possibilita a ideia inicial desse trabalho que é de proteger a mata de Santa Tereza. Esses maciços verdes possibilitam a implantação e diretrizes para a inserção de corredores verdes e a melhoria da ecologia da paisagem local. Esses corredores podem facilitar a locomoção de animais e, consequentemente, contribuir para a preservação dessas espécies. Além desses corredores verdes, pode-se ter a diretriz de implantação de parques urbanos ou parques lineares, o que é totalmente possível como já demonstrado pelo poder público no mapa da figura 29.
LEGENDA ÁREA DE ESTUDO / PROJETO CÓRREGO SERRARIA RIO RIBEIRÃO PRETO CÓRREGO DO HORTO CÓRREGO VISTA ALEGRE
Figura 34 - Mapa de Vegetação e Bacias Hidrográficas Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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3 .6 - Mapa de crescimento da mancha Com o auxílio da figura 35 pode ser notado o crescimento que a zona Sul da cidade de Ribeirão Preto passou entre os anos de 2004 até o ano de 2019. Esse crescimento, de acordo com as ofertas imobiliárias que estão sendo divulgadas, tende ainda mais a crescer. Ou seja, a região possui grande potencial ecológico e por isso deve ter o seu processo de urbanização totalmente planejado para que a intervenção do homem não prejudique ainda mais o meio ambiente. Durante os 15 anos analisados nas imagens, é notária como a valorização imobiliária na região da zona Sul teve um grande investimento e continuará a ter nos próximos anos. Através da imagem, também é possível observar que a urbanização no entorno da EERP cresceu signi icativamente. Na imagem do ano de 2015 no mapa, pode-se observar também o prejuízo, em termos ambientais, que a EERP teve com o incêndio que ali ocorreu. Figura 35 - Mapa de crescimento da mancha Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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referências projetuais
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4.1 - LLOYD CROSSING Teto verde
Ficha Técnica
Área para captação e tratamento de água pluvial para reutilização local
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Dono do projeto: Portland Development Commission Localização: Lloyd District - Portland Oregon 97232 - United States Arquitetos responsáveis: Mithun Architects + Designers + Planners Contexto do projeto: Urbano Project Type: Uso misto Dimensão do projeto: 750.000 m² Descrição do projeto: Novo e reforma Novo: 95.0% Renoação: 5.0%
Corredores viários com vegetação intensificada
Localização do projeto Implantação do projeto com edificações e vegetação do paisagismo
Teto com captação de energia solar
Espaços públicos abertos com permeabilidade do solo
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O projeto tem a intenção de renovar a região de formas sustentáveis. Para isso o conceito inicial é otimizar os recursos naturais a favor das edificações atuais. Esses recursos são: - Reaproveitamento da água (utilizada no local ou água pluvial); - Implantar uso de energia solar ou eólica na infraestrutura; - Novas formas para intersecções e o tratamento de águas residuárias no espaço urbano central; A principal intenção do projeto é restaurar a ecologia da paisagem urbana através do melhoramento da qualidade e das conexões da paisagem urbana que se conectam a corredores já existentes. A cobertura das árvores aumen-tará de 14,5% para 30% entre 2004 e 2050. Com a reutilização da água será reduzido em 62% e as taxas anuais serão reduzidas em 89% por meio de um sistema integrado de água que inclui o gerenciamento e tratamento de águas pluviais, e o tratamento e reuso de água cinza e cinza para fins não-potáveis. Planta dos fluxos com vegetação Direção dos fluxos
Área de implantação do projeto
Expectativa da área para 2050 após a implantação
Elevação das vias com canteiro central permeável
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Expectativa da área após execução do projeto
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4.2 - Pedra Branca Ficha Técnica
O objeto principal é o espaço público, dessa forma, o bairro surge no entorno de uma praça. Partindo de critérios adotados para a localização de moradias, comércio, serviços, lazer, trabalho e educação, a distâncias confortáveis para serem percorridas à pé ou de bicicleta, um bairro-cidade para 40.000 moradores, 30.000 empregos e 10.000 estudantes vem sendo construído, com horizonte de conclusão do núcleo principal em 2020.
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Arquitetos responsáveis: Jardins Arquitetura e Engenharia Ano do projeto: 2012 Área: 1,7 milhão de metros quadrados de área construída Localização: Palhoça, Florianópolis - SC Projeto Premiados: Prêmio AsBEA 2012. O projeto recebeu menção na categoria projetos especiais.
A história da Pedra Branca começa no final da década de 90, quando se planejou a transformação de uma fazenda familiar, com suas belezas naturais, em um bairro diferenciado. O loteamento foi registrado como um bairro chamado Cidade Universitária Pedra Branca. A construção do empreendimento prioriza a qualidade de vida urbana, viabilizando o uso misto da rua (moradia e comércio), tornando-a mais viva e resgatando o conceito das antigas cidades, encaixando-se nos conceitos do Urbanismo Sustentável, o que a torna referência nacional e internacional.
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Rua Compartilhada
Planta
Corte
Para alcançar os objetivos, o escritório projetou ruas denominadas “compartilhadas”. A rua possui cerca de 250 metros (aproximadamente 3 quarteirões), ligando a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) a praça central do bairro, com iluminação sofisticada e pavimentação de basalto. O objetivo é construir uma rua sem calçada, sem meio-fio, onde a prioridade é do pedestre e todos andam no mesmo nível. Com o conceito de “rua caminhável”. No dia 10 de novembro de 2013 teve a primeira “rua compartilhada” do Brasil inaugurada.
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Projeto
Após a Execução
Projeto
Após a Execução
Execução do projeto
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O bairro preza pelo uso racional do espaço edificado, onde tudo acontece em um só lugar:
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Referências Projetuais ------
Habitar
Lazer
Priorizar o pedestre
Trabalhar
Lounges
Tecnologia
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4.3 - Vauban Valorização do verde, alta permeabilidade do solo e plantio de alimentos para consumo próprio
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Friburgo, Alemanha
Ruas compartilhadas, escala do pedestre e valorização do transporte público
Vauban é uma antiga área militar. A região foi aproveitada para a implantação de um bairro modelo. A maioria dos moradores do bairro não possui carros particulares. Cerca de 2 mil pessoas moram no local e consomem pouca energia, além deles mesmo geragem a sua própria energia por meio de fontes renováveis. Cerca de 20% da energia consumida pelos moradores de Vauban é proveniente das placas solares instaladas no telhado das moradias do bairro. Assim através de meios alternativos, os moradores do local conseguiram reduzir em 60% o consumo de água, 90% dos resíduos são reciclados e 90% das moradias consumindo alimentos orgânicos.
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Recuos frontais e permeáveis, ruas locais compartilhadas e escala do pedestre
Telhado com placas solares para produção de energia
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Referências Projetuais ------
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------ Referências Projetuais
Ruas na escala do pedestre
Figura e fundo da ocupação do lote no bairro
Implantação do bairro e as conexões verdes
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------ Estudo Preliminar
Estudo Preliminar ------
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5
estudo preliminar
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5 .1 - Partido e Conceito LEGENDA Para o início da elaboração do projeto partiu-se do ponto de inserir ideias sustentáveis que contribuam com a preservação da Mata de Santa Tereza e permitam a urbanização de forma consciente na área. Sendo assim usou-se a palavra sustentabilidade como partido do projeto. Com isso observaram-se as diretrizes municipais que englobam o parcelamento do solo, diretrizes viárias que propõem duas vias principais (sendo uma extensão de uma avenida já existente e a implantação de uma avenida parque no entorno do córrego Serraria). Para o desenvolvimento do partido é extremamente importante respeitar o entorno da EERP e contribuir para a preservação dela. Outro ponto fundamental é a preservação do desvio do córrego serraria e da captação de água que também foram contempladas na concepção da avenida parque. Há também a intenção da proposta de represamentos em diversos pontos no decorrer da avenida parque e principalmente no encontro do córrego serraria com o rio Ribeirão Preto com a intenção de diminuir as chances de enchentes no local. Antes do projeto ser iniciado produziu-se e analisou-se um mapa síntese da área (figura 36). Esse mapa consiste na junção de: diretrizes viárias, leis ambientais e municipais e diretrizes do plano de manejo da EERP. O conceito do traçado do projeto surgiu após a reflexão do referencial teórico, do partido e das diretrizes. Assim chegou-se à conclusão que o conceito adotado seria de um bairro que despertasse em seus usuários o senso de comunidade e valorizasse o pedestre. Ou seja, a ideia inicial é desenvolver um traçado que coloque o pedestre em primeiro lugar e valorize meios de transporte alternativos (bicicleta, patinete e transporte público). A escala do pedestre será trabalhada com a inserção de ciclovias espalhadas em todo o projeto e a proposta de ruas compartilhadas. Essas ruas possuem a função de priorizar o pedestre e fazer com que o mesmo se sinta à vontade em utilizar um espaço que até então era apenas de automóveis. A sustentabilidade estará no traçado através de ruas compartilhadas e calçadas permeáveis além do uma ciclovia em todo o traçado. O partido sustentável do projeto será reforçado ainda mais com a sugestão de usos de placas fotovoltaicas e de poços de captação de água pluvial.
CÓRREGO VISTA ALEGRE CÓRREGO DO HORTO CÓRREGO SERRARIA RIO RIBEIRÃO PRETO VIA ARTERIAL | EXPRESSA
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O objetivo principal deste estudo preliminar é definir as diretrizes que serão adotadas para a elaboração da proposta do projeto de um loteamento ecológico que contribua para a preservação da fauna e flora local que está presente na Mata de Santa Tereza e apresente novas formas de viver. Tudo isso na tentativa de apresentar novas formas de viver e mostrar que é possível a urbanização em áreas ambientalmente frágeis desde que respeitemos a natureza e assim despertar em futuros loteamento a importância do uso consciente do parcelamento do solo em áreas que necessitam de cuidado e atenção. A gleba possui 1.103.300,87 m². e do ponto de vista topográfico ela é essencialmente um vale. A área possui o córrego Serraria que em determinado ponto se encontra com o rio Ribeirão Preto e será o encaminhamento natural das águas pluviais de todo o projeto.
Estudo Preliminar ------
IMPLANTADA PRINCI VIAS PRINCIPAIS | AVENIDAS IMPLANTADAS VIAS PRINCIPAIS | AVENIDAS A IMPLANTAR PARQUES LINEARES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE RIBEIRÃO PRETO
A IMPLANTAR AVENIDA PARQUE A IMPLANTAR POSSÍVEL PONTO DE ENCHENTE VIA PARQUE - 40 METROS PARCELAMENTO DO SOLO EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAL. GABARITO MÁXIMO DE 4 METROS. LOTES COM NO MÍNIMO 300 m². TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA DE 50%. BRU MÁXIMA DE 100 hab/ha. DENSIDADE BRUTA ESCOAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL
Figura 36 - Mapa Síntese da Área Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019
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5 .2 - Mapa Síntese
Estudo Preliminar ------
5 .3 - Mapa Conceito
DIRETRIZ VIÁRIA (VIA ESTRUTURAL) DIRETRIZ VIÁRIA (VIA COLETORAL)
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Ao analisar o mapa síntese (figura 36) e compreender melhor o entorno da área é necessário desenvolver um mapa conceito (figura 37). Esse mapa possui a inserção das diretrizes propostas pela prefeitura do município de Ribeirão Preto (SP) juntamente com a demarcação das áreas de preservação permanentes (APP). Há também a marcação da via parque com uma distância de 40 metros a partir do limite da ERRP e a implantação da avenida parque. Após a marcação desses limites e inserção das diretrizes o traçado se torna mais claro e assim fica possível fazer o zoneamento das áreas destinadas a usos como: residências, comércio, serviços e institucionais. Nota-se que as curvas de nível devem guiar o traçado inicial do projeto.
ÁREA VERDE APP USO RESIDENCIAL USO COMERCIAL
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Através do mapa síntese (figura 36) percebe-se que na gleba há declividade média que varia de 5 a 10% de inclinação (figura 33). Há também a presença de diversos cursos d’água como o córrego serraria e o cruzamento desse com o rio Ribeirão Preto. Esse encontro deve ser destacado pois eles se unem dentro da área de projeto. Essa união pode vir a se tornar um possível ponto de enchente, sendo assim na hora do parcelamento do solo esse local deve receber atenção para não haver problemas futuros. Já as diretrizes viárias físicas e funcionais demonstram que há a intenção da implantação de parques lineares no de correr das áreas de proteção permanente que cercam o rio Ribeirão Preto e o córrego do Horto. Percebe-se também a diretriz para a construção de uma avenida parque nas proximidades do Córrego Serraria. Com o intuito de auxiliar o desenvolvimento da proposta do plano ilustrativo realizou-se a produção de um estudo da paisagem com a inserção do traçado proposto. Com a ideia de proteger e conservar ainda mais a Mata de Santa Tereza será indicado a proposta de uma via parque em toda a região que delimita a área do projeto e o entorno da EERP como pede o plano de manejo da mata. Já a legislação indica que a urbanização no local deve ser estritamente residencial com gabarito máximo de quatro metros de altura. Os lotes devem ter no mínimo 300m² e com taxa de ocupação máxima de 50% do lote. A densidade bruta deve ser de no máximo 100 hab/ ha. Pode-se haver a mesclagem entre parcelamento do solo destinado a residências com o uso institucional no local desde que o mesmo seja proposto de forma coerente com a região. O parcelamento destinado a comércio e serviço deve estar a uma distância mínima de 500 metros da zona do entorno imediato (que se inicia no entorno da proposta da via parque) (figura 21)
USO PRES PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS USO INSTITUCIONAL
Figura 37 - Mapa Conceito Fonte: Autor, 2019
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LEGENDA
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5 .4 - Plano Ilustrativo
RESIDENCIAL COMERCIAL PRESTAÇÃO DE SERVIÇO INSTITUCIONAL
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CICLOVIA
O plano ilustrativo (figura 38) tem como objetivo demonstrar a proposta inicial do traçado do loteamento e como esse traçado irá funcionar no local. Nele é destacado as diversas dimensões de lotes, os locais reservados a áreas verdes e de lazer, além das áreas de preservação permanente e dos locais que possuem cursos d’água. No plano, também é pos-sível notar a ligação e conexão da vegetação já existente no en-torno da área do projeto com a vegetação proposta no plano. Essas conexões podem ser reatravés de alizadas corredores verdes.
Figura 38 - Plano Ilustrativo Fonte: Autor, 2019
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Estudo Preliminar ------
5 .5 - Estudo da Paisagem
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Na intenção de contribuir para o plano ilustrativo (figura 38) foi desenvolvido um estudo da paisagem que teve como objetivo ampliar a compreensão da área e do entorno através de ilustrações (figura 39, 40, 41, 42) nas quais podese ver o traçado proposto de forma mais clara. Desenvolveu-se também algumas imagens tridimensionais para tornar mais viável o entendimento do projeto e das ideias inicialmente propostas. Essas imagens (figura 43, 44, 45) contêm alguns conceitos iniciais que irão auxiliar o desenvolvimento do traçado.
Figura 39 - Ilustração da área e entorno
Figura 42 - Ilustração da área e entorno
Figura 43 - Conceitos iniciais
Figura 44 - Conceitos iniciais
Figura 45 - Conceitos iniciais
Figura 40 - Ilustração da área e entorno
Figura 41 - Ilustração da área e entorno
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projeto
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Projeto ----------- Projeto
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LEGENDA PROPOSTA DA VIA PARQUE LARGURA MÍNIMA DE 40 METROS PROPOSTA DA AVENIDA PARQUE
PLANO VIÁRIO
mento. Esse traçado envolve as vias locais, o formato das quadras, definições dos dimensionamentos dos lotes e as conexões verdes. Essas conexões são extremamente importantes no desenho desse bairro, uma vez que elas possuem a função de ligar a vegetação da EERP com a vegetação da APP além de conectar com os remanescentes identificados no mapa de vegetação e bacias hidrografia (figura 34). Assim, foram realizados croquis a mão, levando em conta já a de-finição do sistema viário. Esses croquis podem ser vistos nas fi-guras 47, 48, 49 e 50.
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EXTENSÃO DA AVENIDA LUIZ EDUARDO TOLEDO PRADO
O projeto teve início a partir do amadurecimento do plano ilustrativo (figura 38). Para o desenvolvimento da proposta levou-se em conta os pontos sinalizados no mapa conceito (figura 37) e no plano ilustrativo (figura 38) além da junção de todas as diretrizes já analisadas. Assim, o passo seguinte foi definir o sistema viário (figura 46) principal que estaria presente na posposta. Essas vias deveriam conter como eixos principais: a extensão da Avenida Luiz Eduardo de Toledo Prado (já existente), além das pospostas para implantação de uma avenida parque nas extremidades das áreas de proteção permanente e de uma via parque no limite que contorna o limite da EERP. Além das vias pensou-se também na APP e nas possíveis extensões dessas áreas com a intenção de aumentar a preservação da flora local. A ideia mencionada pode ser vista na figura 46. O eixo da APP terá também a diretriz de sistema de lazer que poderá ser melhor visto nas páginas seguintes no memorial descritivo. Com o sistema viário principal definido, deu-se início ao desenho do traçado do lotea-
Figura 46 - Ideia do projeto Fonte: Autor, 2019
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Figura 47 - Croqui
Figura 48 - Croqui
Fonte: Autor, 2019
Fonte: Autor, 2019
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Figura 49 - Croqui
Figura 50 - Croqui
Fonte: Autor, 2019
Fonte: Autor, 2019
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Após o estudo a mão de diversas possibilidades de traçado realizou-se de forma digital a proposta de um desenho que fosse mais viável para esse projeto. A ideia digitalizada desse traçado pode ser visto na figura 51.
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Após a elaboração do desenho (figura 51), chegou-se à conclusão que a ilustração deveria passar por algumas alterações com o intuito de melhorar o aproveitamento da área de estudo juntamente com a topografia e o escoamento de água pluvial para não haver problemas de drenagem no futuro. Com isso realizou-se alterações no traçado e essas mudanças podem ser vistas na figura 52. Mesmo após a alteração do desenho identificou-se a necessidade de alterar novamente a proposta. Os pontos identificados que poderiam ser alterados estão demarcados na evolução do traçado (figura 53).
LEGENDA LOTES RUAS COMPATILHADAS ÁREA PARA COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO CICLOVIA
PROPOSTA INICIAL DO TRAÇADO
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ALTERAÇÃO DO TRAÇADO
Figura 51 - Traçado
Figura 52 - Traçado
Fonte: Autor, 2019
Fonte: Autor, 2019
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LEGENDA LOTES RUAS COMPATILHADAS ÁREA PARA COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO CICLOVIA PROPOSTA DE AUMENTO DA ÁREA VERDE AUMENTO DA ÁREA DE COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ABERTURA DE UMA VIA CENTRAL
EVOLUÇÃO DO TRAÇADO
Figura 53 - Evolução do Traçado Fonte: Autor, 2019
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Projeto ------
Traçado Final
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Levando-se em conta todos os pontos identificados na evolução do traçado, foram realizadas todas as alterações apontadas com o intuito de deixar o desenho do loteamento mais funcional e sustentável. Para isso foi inserida uma ciclovia no traçado do projeto além de ser inserido uma via central, o que deixa as quadras menores e prioriza o pedestre. Houve também a inserção de poços de captação de agua pluvial para utilização para manutenção das ruas locais, além da proposta da distribuição de placas fotovoltaicas na extensão da APP para captação de energia solar e utilização na iluminação noturna local ou para algum evento de lazer que possa ocorrer nas diretrizes do parque urbano que será mencionado de forma mais detalhada no memorial descritivo. O traçado finalizado da proposta que engloba essa pesquisa está presente na figura 54. Nessa implantação é possível identificar todo o processo evolutivo que o desenho do projeto passou e notar que o mesmo ficou mais compatível com os objetivos deste trabalho. Assim, com a implantação geral do loteamento finalizada (figura 54) torna-se possível compreender todos os pontos levantados até o momento para a proposta de um loteamento ecológico em uma área ambientalmente frágil de Ribeirão Preto (SP). Para contribuir ainda mais para a compreensão dessas ideias desenvolveu-se um memorial descritivo no qual constam todos os principais pontos a serem levados em conta para o desenho do projeto.
IMPLANTAÇÃO GERAL Figura 54 - Traçado Final Fonte: Autor, 2019
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Projeto ------
6.1 - Memorial Descritivo
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6.5 - Sistema Viário
Será feita à terraplenagem adequada a abertura do sistema viário, com execução de cortes e ou aterros compactados necessários conforme o projeto. Deverão ser realizado as passagens subterrâneas e aéreas para animais silvestres.
Todo o sistema viário, incluindo os passeios, deve ser realizado com pavimento permeável (figura 55) inclusive os dispositivos de acessibilidade. Deve haver também a implantação de ruas compartilhadas que priorizem o pedestre juntamente com a diferenciação de paginação de acordo com a implantação proposta (figura 56).
6.3 - Melhoramentos Urbanos
PISO DRENANTE
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O loteamento residencial foi projetado de acordo com as diretrizes da prefeitura municipal de Ribeirão Preto e do plano de manejo da estação ecológica de Ribeirão Preto (mata de Santa Tereza), lei municipal nº 501/95 plano diretor, leis complementares nº 1.616/04, 2158/07, 2.505/12 ou que venha a substitui-la, leis federais n.º: 4.771/65 e 6.766/79 e alterações. Devido ao prazo máximo estabelecido por legislação municipal de dois anos para implantação do loteamento urbano até sua aprovação a área a ser parcelada corresponde à parte da gleba para qual foram emitidas as diretrizes da prefeitura municipal de Ribeirão Preto.
6.2 - Terraplenagem
BANCO DE AREIA GROSSA OU PÓ DE PEDRA GUIA DE CONTENÇÃO
• Abertura de vias de circulação e de acesso com implantação de guias e sarjetas. • Demarcação dos lotes, quadras e logradouros com colocação de marcos de concreto. • Sistema de escoamento de águas pluviais, inclusive galerias e bocas de lobo. • Sistema estrutural de infiltração e retenção ou retardo do fluxo de águas pluviais. • Rede de distribuição de água, inclusive ramais prediais e instalações de hidrantes. • Rede de esgotos sanitários, inclusive ramais prediais. • Rede de energia elétrica e iluminação pública de acordo com as normas da CPFL nas tubulações subterrâneas espalhadas no decorrer do loteamento. • As instalações hidráulicas e elétricas serão inseridas em galerias técnicas para manutenção e terão acesso por alçapões entre as calçadas e as vias compartilhas, para assim, evitar rasgos no meio das ruas. • Implantação de paisagismo dos sistemas de lazer e arborização do sistema viário.
PEDRISCO BRITA
Figura 55 - Detalhamento de pavimento permeável Fonte: Casa Abril modificado pelo autor, 2019 SOLO
6.4 - Áreas Públicas As áreas de domínio público (sistemas de lazer) e de domínio da prefeitura (institucional) foram distribuídas no loteamento de acordo com as diretrizes fornecidas pela secretaria de planejamento e gestão pública conforme processo nº 02 2014 043976-1.
Figura 56 - Proposta da pavimentação permeável Fonte: Casa Abril modificado pelo autor, 2019
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Projeto ------
3,50
Figura 58 - Ilustração de passagem aérea para animais Fonte: Autor, 2019
ÁREA DE LOTES
Figura 59 - Macaco utilizando a passagem aérea para travessia Fonte: Projeto Macacos Urbanos
Figura 60 - Ilustração de passagem aérea para animais Fonte: Elisandro Oliveira dos Santos modificado pelo autor, 2019.
0,50 cm RUAS COMPARTILHADAS
0
cm
2,00
0, 8
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Haverá também distribuição de passa-gens subterrâneas ( igura 57) e aéreas ( igura 58, 59 e 60) para locomoção de animais silvestres. O posicionamento dessas passagens deve ser implantado após estudos (hotspots) realizados por biólogos para identi icar o melhor lugar a serem colocados. Devem-se levar em conta os trechos de rios e, principalmente, rodovias para a proposta da inserção dessas passagens. As passagens de faunas devem direcionar os animais para esses acessos e impedir a passagens deles para as vias com o intuito de prevenir acidentes. O impedimento do acesso e direcionamento às passagens pode ser realizados através de cercas ixas no chão seguindo orientações de pro issionais espe-cializados em prevenção de acidentes rodoviários da fauna brasileira.
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Atenta-se também para a implantação de uma Via Parque. A mesma deve ter 40 metros antes de haver qualquer edificação iniciando-se no limite que contorna a EERP do início da área de estudo como pede o plano de manejo (figura 21). Fica estabelecida as seguintes dimensões para a via parque: • Faixa de vegetação de segurança contornando a EERP: 2 metros de largura. • Ciclovia: 4 metros. • Calçadão: 12metros. • Ruas compartilhadas: 16 metros • Passeio que antecede as edificações: 6 metros. • Total da Via Parque: 40 metros. Já as demais vias: • Avenida Parque e extensão da Avenida Luiz Eduardo Toledo Prado: 40 metros (conforme seção transversal). • Via coletora: 20 metros (conforme seção transversal). • Vias de circulação local (vias compartilhadas): 15 metros (conforme seção transversal) * • Passeios: mínimo de 4 metros de largura • Ciclovia deve ser inserida no decorrer de toda a região de acordo com a implantação apresentada. As ruas compartilhadas seguem o conceito de priorizar a escala do pedestre. A permeabilidade das ruas quanto e das calçadas tem como objetivo enviar a água pluvial para o lençol freático. A inserção de canteiros centrais possui a função de conectar a vegetação da mata com os remanescentes na área e na APP, além de contribuir para a arborização do município e proporcionar o aumento do conforto térmico da área.
PASSAGEM SUBTERRÂNEAS PARA ANIMAIS
0
5m
10 m
15 m
Figura 57 - Ilustração de passagem subterrânea aérea para animais Fonte: Autor, 2019
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127 GSPublisherVersion 0.99.100.100
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Projeto ------
Nota-se a predominância de ruas compartilhadas para inserir a escala do pedestre. Em via de luxo alto foi inserida a proposta de uma lombofaixa (faixa elevada) ampliada que irá conectar as vias compartilhadas centrais com o cruzamento da Avenida Luiz Eduardo Toledo Prado (figura 61).
6.6 - Zoneamento e Gabarito
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6.6.1. Macrozoneamento: ZUC (zona de urbanização controlada); ZMT (zona de Mata de Santa Tereza); ZPM (zona de preservação máxima 6.6.2. Uso do solo: AUM II (área de uso misto II); AEPU (área especial para parque urbano). 6.6.3. Gabarito máximo permitido na ZUC será de 4 metros.
Figura 62 - Zoneamento Urbano Fonte: Autor, 2019
Figura 61 - Sinalização da faixa elevada Fonte: Autor, 2019
ZONEAMENTO URBANO ------ 128
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Projeto ------
6.7 - Tipologia de lotes
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Figura 63 - Tipologia dos lotes de 10 x 30 metros Fonte: Autor, 2019
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6.7.1. Tipo 1: lotes para uso residencial unifamiliar com gabarito máximo de 4 metros e recuos previstos de 2 metros lateral, 5 metros de frente e 3 metros de fundo. Tipo 2: lotes para uso comercial e prestação de serviço para atender a demanda do local. O uso desses lotes deve ser disciplinado e atender algumas diretrizes como: realizar/produzir coleta seletiva, reutilização de água pluvial, utilização de energia solar, baixo impacto de poluição e a utilização de materiais biodegradáveis. Tipo 3: lotes para uso comercial e/ou prest. de serviço até 2 pavimentos com restrição de fechamento no térreo. Essas edificações necessitam ter suas construções iniciadas a uma distância mínima de 500 metros do limite da EERP. 6.7.2. Variação dos lotes: área mínima para lotes de 300m² (10 x 30 metros). Há duas variações no tamanho dos lotes: 12 x 32 metros (384 m²) e 15 x 35 metros (525 m²). 6.7.3 Estipula-se que as edificações sigam as recomendações já mencionadas além das seguintes diretrizes: cada edificação poderá dividir sua cobertura em 50% na forma de teto verde e 50% em placas fotovoltaicas. Com isso, irá contribuir para a drenagem urbana sustentável e utilizar energias renováveis para a diminuição do consumo de energia elétrica tradicional (figura 63, 64 e 65).
Figura 64 - Tipologia dos lotes de 12 x 32 metros Fonte: Autor, 2019
Figura 65 - Tipologia dos lotes de 15 x 35 metros Fonte: Autor, 2019
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------ Projeto
Projeto ------
6.8 Ocupação máxima e taxa de permeabilidade do solo nos lotes
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6.9 Uso e destinação
O loteamento destina-se ao uso residencial (majoritariamente), comercial e prestação de serviços.
6.10 Usos proibidos
• O uso de produtos químicos específicos será permitido respeitando-se uma distância mínima de 50 m do limite da EERP, além disto o uso deverá atender às normas estabelecidas em legislação específica sendo obrigatória a comunicação da aplicação à EERP; • Recomenda-se que a pista prevista de 40m no trecho que margeia a Mata de Santa Tereza (figura 21) seja transformada em via parque, seguindo-se o traçado determinado pelo Decreto Municipal nº 212/08 a fim de inutilizar a Estrada Municipal de Guatapará no trecho que corta a Mata de Santa Tereza. • Nas áreas de urbanização consolidada existentes após a Rodovia SP 333 internamente ao anel viário, será permitida atividades não residenciais com índice e risco ambiental máximo 1,0 e ficam condicionadas ao licenciamento ambiental municipal. * Todas as restrições obrigatórias deverão constar nos contratos de compromisso de compra e venda e nas escrituras definitivas.
6.12 Estimativa de população Todos os que não estiverem enquadrados no item 6.
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Para cálculo da população estimada adotou-se o valor de 3 habitantes por unidade de habitação. Todos os cálculos e definições de áreas estão expostos na prancha técnica da proposta da implantação geral (figura 67).
USO DOS LOTES
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TOTAL ZONA
QUANTIDADE DE LOTES
PAVIMENTOS
UNIDADES POR PAVIMENTOS
HAB/UNIDADE
HAB/LOTE
POPULAÇÃO ESTIMADA
840 7 38 905
1 1 2 -
1 1 2 -
3 3 3 -
3 3 12 -
2.520 21 456 2.997
DENSIDADE POPULACIONAL PERMITIDA (HAB/HA)
ÁREA À SER PARCELADA NA ZONA (HA)
POPULAÇÃO MÁXIMA PERMITIDA
POPULAÇÃO MÁXIMA PREVISTA EM PROJETO
DENSIDADE POPULACIONAL BRUTA (HAB/HA)
ZUC
100
31,18
3.118
2.997
96,11
ZMT
0
0
0
0
0
ZPM
0
0
0
0
0
6.13 Pavimentação Após a abertura das ruas serão retiradas amostras do solo que possibilitarão especificar o tipo de pavimento a ser executado e que atenda plenamente o loteamento. A pavimentação deve ser permeável utilizando as paginações necessárias para manter o padrão estético e funcional da proposta.
6.14 Diretrizes Ambientais O sistema de drenagem do empreendimento deverá contemplar a implantação de dispositivos hidráulicos destinados à atenuação (retenção e/ou reuso) das águas pluviais, com deflúvio menor que as condições pré-existentes na área do empreendimento. As áreas com vegetação nativa existentes, fragmentadas ou conectadas à EERP deve-
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6.8.1. A taxa de ocupação máxima do solo para todos os tipos de edificações será de 50%. 6.8.2. Todos os lotes terão permeabilidade mínima de 50%, sendo mínimo de 25% de área comum e 25% nas áreas dos lotes de modo a manter a funcionalidade dos ecossistemas.
6.11 Restrições
rão ser mantidas podendo constituir a reserva de áreas verdes dos parcelamentos do solo, conforme Art. 168 do Código do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, Lei municipal nº1616/04. A área do loteamento, de acordo com o plano de manejo, possui a função de conservação da área natural legalmente protegida, servindo de trampolins ecológicos à avifauna visitante, manter a permeabilidade do solo em taxas aceitáveis e preservar a paisagem e a visualização da Mata de Santa Tereza. Sugere-se a implantação de poços para captação de água pluvial e reutilização dessa água para manutenção do bairro, além da inserção de valas e trincheiras de infiltração para contribuir com a drenagem urbana sustentável do local. Há também a diretriz de inserir no decorrer de toda a APP (córrego Serraria e rio Ribeirão Preto) um parque urbano juntamente com espaços para lazer da população. Essas ações irão associar a conservação ambiental ao
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------ Projeto
Projeto ------
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uso do espaço urbano pela população e promover o convívio coletivo dos habitantes e visitantes do local. Recomenda-se também que placas fotovoltaicas sejam distribuídas no decorrer da APP com o intuito de promover e gerar a utilização de energias renováveis. Para que isso ocorra será proposto que sejam instaladas 15 placas de 40 x 20 metros em todo o espaço verdes indicados na implantação geral (figura 67). As placas sugeridas são da marca Trina Solar e possuem 72 células fotovoltaicas, o que gera uma potência média de 320 wp. Cada placa possui 2 x1 metro e devem completar o painel de 40 x 20 metros. Assim cada painel irá gerar uma média de 640.00 Wh/dia. Considerando que serão 15 unidas no de correr da área, a produção média diária no total será de: 9.600.000 Wh. Por fim, aconselha-se a construção de represamentos no decorrer da APP para potencializar a captação de água pluvial e aprimorar a drenagem urbana local. Esse represamento também está sinalizado na implantação geral e sua execução deve ser feito acompanhado de biólogos e profissionais da área para não afetar a vida da fauna aquática local (figura 67). Realizou-se também a elaboração de um logotipo (figura 66) para agregar e reforçar a identidade visual do projeto proposto. Pensou-se no nome VIDAS DA MATA devido ao fato do projeto ter sido desenvolvido pensando na preservação da Mata de Santa Tereza e as diversas formas de vidas presentes no interior da EERP.
Figura 66 - Logotipo desenvolvido para agregar identidade visual ao projeto Fonte: Autor, 2019
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------ Projeto
Projeto ------
Após a apresentação da prancha técnica (figura 67) serão mostrados detalhes técnicos e imagens ilustrativas para auxiliar a compreensão da proposta do projeto.
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CNICA | IMPLANTAÇÃO GERAL
PRANCHA TÉCNICA | IMPLANTAÇÃO GERAL
Figura 67 - Prancha Técnica | Implantação Geral Fonte: Autor, 2019
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PROPOSTA DE TRAÇADO
PRANCHA TÉCNICA | IMPLANTAÇÃO GERAL
LOTEAMENTO SUSTENTÁVEL | VIDAS DA MATA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO OBJETO
IMPLANTAÇÃO TÉNICA AUTOR DO PROJETO
JOSÉ F. PEDRO JUNIOR FOLHA
1/5
ESCALA
GRÁFICA
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Projeto ------
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Figura 68 - Detalhes Ilustrativos Fonte: Autor, 2019
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Figura 69 - Detalhes Ilustrativos Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019 139
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Projeto ------
VIA EXISTENTES AV. LUIZ EDUARDO TOLEDO PRADO VIAS A IMPLANTAR AVENIDA PARQUE Vidas da Mata | Soluções sustentáveis para problemas antigos
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VIA PARQUE COLETORA RUAS COMPARTILHADAS VIAS LOCAIS
MAPA DE VIAS
Figura 70 - Detalhes Ilustrativos Fonte: Autor, 2019
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Figura 71 - Mapas de Vias Projetadas Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019 141
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------ Projeto
Projeto ------
LEGENDA EERP PARQUE URBANO HIDROGRAFIA COM REPRESAMENTO
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CICLOVIA POÇO PARA CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL RUAS COMPARTILHADAS CONEXÕES VERDES (VEGETAÇÃO)
PLANO ILUSTRATIVO DE DIRETRIZES PROJETUAIS
Figura 72 - Plano Ilustrativo de Diretrizes Projetuais Fonte: Autor, 2019
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Figura 73 - Implantação Humanizada Fonte: Google Earth alterado pelo autor, 2019 143
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Projeto ------
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perspectivas
PONTOS DE LOCALIZAÇÃO DAS PESPECTIVAS
Figura 74 - Pontos de Localização das Perspectivas
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1
Figura 75 – Área Institucional e área de lotes Fonte: Autor 2019.
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147
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2
Figura 76 – Área Institucional e área de lotes Fonte: Autor 2019.
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3
Figura 77 – à rea verde com ponto de encontro Fonte: Autor 2019.
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4
Figura 78 – Área verde em torno da APP Fonte: Autor 2019.
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5
Figura 79 – à rea verde da APP com placas fotovoltaicas Fonte: Autor 2019.
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155
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6
Figura 80 – à rea de lotes com ruas compartilhadas Fonte: Autor 2019.
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7
Figura 81 – Represamento do córrego Serraria Fonte: Autor 2019.
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8
Figura 82 – Via Parque Fonte: Autor 2019.
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9
Figura 83 – Áreas verdes permeáveis Fonte: Autor 2019.
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163
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10
Figura 84 – Avenida Parque Fonte: Autor 2019.
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165
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11
Figura 85 – Avenida Parque Fonte: Autor 2019.
12
Figura 86 – Ligação das vias coletoras compartilhadas por faixa elevada Fonte: Autor 2019.
------ Projeto
Projeto ------
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7
referências bibliográficas
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171
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lista de figuras
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Figura 47 - Croqui _______________________________________________________________________ Figura 48 - Croqui ______________________________________________________________________ Figura 49 - Croqui ______________________________________________________________________ Figura 50 - Croqui ______________________________________________________________________ Figura 51 - Traçado ______________________________________________________________________ Figura 52 - Traçado _____________________________________________________________________ Figura 53 - Evolução do Traçado_____________________________________________________________ Figura 54 - Traçado Final _________________________________________________________________ Figura 55 - Detalhamento de pavimento permeável ________________________________________________ Figura 56 - Proposta da pavimentação permeável ________________________________________________ Figura 57 - Ilustração de passagem subterrânea aérea para animais ____________________________________ Figura 59 - Macaco utilizando a passagem aérea para travessia _______________________________________ Figura 58 - Ilustração de passagem aérea para animais_____________________________________________ Figura 60 - Ilustração de passagem aérea para animais ____________________________________________ Figura 61 - Sinalização da faixa elevada _______________________________________________________ Figura 62 - Zoneamento Urbano _____________________________________________________________ Figura 63 - Tipologia dos lotes de 10 x 30 metros __________________________________________________ Figura 65 - Tipologia dos lotes de 15 x 35 metros __________________________________________________ Figura 64 - Tipologia dos lotes de 12 x 32 metros __________________________________________________ Figura 66 - Logotipo desenvolvido para agregar identidade visual ao projeto ______________________________ Figura 67 - Prancha Técnica | Implantação Geral _________________________________________________ Figura 68 - Detalhes Ilustrativos _____________________________________________________________ Figura 69 - Detalhes Ilustrativos ____________________________________________________________ Figura 70 - Detalhes Ilustrativos _____________________________________________________________ Figura 71 - Mapas de Vias Projetadas _________________________________________________________ Figura 72 - Plano Ilustrativo de Diretrizes Projetuais ______________________________________________ Figura 73 - Implantação Humanizada _________________________________________________________ Figura 74 - Pontos de Localização das Perspectivas ________________________________________________ Figura 75 – Área Institucional e área de lotes ____________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 76 – Área Institucional e área de lotes ____________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 77 – Área verde com ponto de encontro ___________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 78 – Área verde em torno da APP _______________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 79 – Área verde da APP com placas fotovoltaicas ____________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 80 – Área de lotes com ruas compartilhadas _______________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 81 – Represamento do córrego Serraria ___________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 82 – Via Parque ___________________________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 83 – Áreas verdes permeáveis _________________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 84 – Avenida Parque ________________________________________________________________ Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ Figura 85 – Avenida Parque ________________________________________________________________
114 115 116 117 118 119 120 123 125 125 126 127 127 127 128 129 130 131 131 135 136 138 139 140 141 142 143 145 146 146 148 148 150 150 152 152 154 154 156 156 158 158 160 160 162 162 164 164 166
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Lista de Figuras Figura 1 - Imagem aérea da Mata de Santa Tereza, 2019 ____________________________________________ 21 Figura 2 - Imagem aérea da cidade de Ribeirão Preto no ano de 2010 ___________________________________ 26 Figura 3 - Imagem aérea da cidade de Ribeirão Preto no ano de 2019 ___________________________________ 27 Figura 4 - Floresta Amazônica ______________________________________________________________ 29 Figura 5 - Tripé do real significado da palavra sustentabilidade _______________________________________ 30 Figura 6 - Zoneamento de núcleos ____________________________________________________________ 33 Figura 6.1 - La Defense, Paris. Bairro totalmente pensado e projetado para o pedestre com fluxo de veículos subterrâneo 34 Figura 7 - Proposta de paisagem do New Urbanism ________________________________________________ 36 Figura 8 - Vauban, Friburgo, Alemanha. Bairro ecológico como telhados em placas solares. ____________________ 37 Figura 9 - Proposta do escritório Espacio Colectivo Arquitectos e Opus para a implantação de corredores verdes em Cali, Colômbia 39 Figura 10 - Rede de corredores verdes em Barcelona, Espanha ________________________________________ 40 Figura 11 - Imagem aérea da cidade de Brumadinho, MG, tomada pela lama após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão _______________________________________________________________________________ 42 Figura 12 - Imagens das queimadas na Amazônia em 2019 ___________________________________________ 43 Figura 13 - Gráfico comparativo do desmatamento no Brasil _________________________________________ 44 Figura 14 - Tabela de focos de incêndio entre 2018 e 2019 ____________________________________________ 46 Figura 15 - Vista aérea da cidade de Ribeirão Preto, SP _____________________________________________ 47 Figura 16 - Vista aérea do Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali em Ribeirão Preto, SP ________________________ 49 Figura 17 - Localização da área de estudo no município de Ribeirão Preto ________________________________ 51 Figura 18 - Foto de uma coruja no interior da Mata de Santa Tereza (EERP) ______________________________ 52 Figura 19 - Foto de uma borboleta no interior da Mata de Santa Tereza (EERP) ____________________________ 53 Figura 20 - Imagem da EERP após o incêndio em 2014. _____________________________________________ 54 Figura 21 - Mapa de divisão e classificação das zonas da EERP ________________________________________ 55 Figura 23 - Identificação dos bairros __________________________________________________________ 58 Figura 24 - Mapa de Figura e Fundo __________________________________________________________ 60 Figura 25 - Mapa de Concentração Habitacional __________________________________________________ 62 Figura 26 - Mapa de Gabarito ______________________________________________________________ 64 Figura 27 - Mapa Uso do Solo _______________________________________________________________ 66 Figura 28 - Mapa de Equipamentos Urbanos ____________________________________________________ 68 Figura 29 - Mapa de Hierarquia Viária Física____________________________________________________ 70 Figura 30 - Mapa de Hierarquia Viária Funcional _________________________________________________ 72 Figura 31 - Mapa de Topografia _____________________________________________________________ 74 Figura 32 - Mapa de Relevo ________________________________________________________________ 76 Figura 33 - Mapa de Declividade _____________________________________________________________ 78 Figura 34 - Mapa de Vegetação e Bacias Hidrográficas _____________________________________________ 80 Figura 35 - Mapa de crescimento da mancha ____________________________________________________ 83 Figura 36 - Mapa Síntese da Área ____________________________________________________________ 102 Figura 37 - Mapa Conceito _________________________________________________________________ 105 Figura 38 - Plano Ilustrativo _______________________________________________________________ 106 Figura 39 - Ilustração da área e entorno _______________________________________________________ 108 Figura 40 - Ilustração da área e entorno _______________________________________________________ 108 Figura 41 - Ilustração da área e entorno________________________________________________________ 108 Figura 42 - Ilustração da área e entorno _______________________________________________________ 109 Figura 44 - Conceitos iniciais _______________________________________________________________ 109 Figura 43 - Conceitos iniciais _______________________________________________________________ 109 Figura 45 - Conceitos iniciais _______________________________________________________________ 109 Figura 46 - Ideia do projeto ________________________________________________________________ 112
Lista de Figuras ------
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------ Lista de Figuras
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Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ 166 Figura 86 – Ligação das vias coletoras compartilhadas por faixa elevada ________________________________ 168 Fonte: Autor 2019. ______________________________________________________________________ 168
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