Revista da Indústria do Vestuário
Em busca da
inovação O tecido inteligente abre as portas do mercado para um novo tipo de conceito em vestuário: com tecnologia de ponta
BRASIL X CHINA
A competitividade de custos na produção afeta a indústria
EMPREGO
cursos técnicos e de aprendizagem facilitam a colocação no mercado
ACONTECE NO Sindives t
veja a repe rcu dos princip ssão eventos e n ais ovid da entidadeades
VERÃO 2013 As primeirAs tendênciAs dA próximA temporAdA são revelAdAs
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SUMÁRIO
Fotos Shutterstock
4 EDITORIAL Os destaques da edição e do setor
5 PALAVRA DO PRESIDENTE
Ronald Masijah aponta as diretrizes da indústria e do Sindicato
16 TECNOLOGIA/ CAPA
6 FUXICO
Os tecidos inteligentes ganham seu espaço graças ao seu poder de se adaptar às necessidades dos consumidores
Confira os lançamentos e assuntos que impactam a rotina industrial
9 NA REDE
As novidades mais relevantes da internet para o setor
10 ENTREVISTA Diretor-executivo do IEDI faz um balanço da atual situação da área e os desafios a serem vencidos
12 PRÓXIMA ESTAÇÃO
Fique por dentro das tendências para o verão 2013 que prometem fazer a cabeça dos estilistas na próxima SPFW
26 HISTÓRIA
O Dia Internacional da Mulher é marcado pela luta de tecelãs e costureiras que há mais de 200 anos reivindicavam pelos seus direitos
28 POR DENTRO DO SINDICATO
Notícias, acontecimentos e colaboradores que movimentaram a instituição neste início de ano
28 CONTEXTO Haroldo Silva, executivo do Sindivestuário, analisa o mercado e as expectativas da indústria
32 TRABALHO E JUSTIÇA A advogada Maria Thereza Pugliesi esclarece questões trabalhistas e legais ao empresário
34 AGENDA
Programe-se para os próximos eventos do setor, dentro e fora do Brasil
22 CAPACITAÇÃO
Saiba mais sobre os cursos técnicos e de aprendizagem que o SENAI oferece no segmento têxtil e de vestuário
Revista Vestir
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Editorial união de três sindicatos da indústria têxtil, o sindivestuário apresenta nova publicação voltada para empresários e profissionais do setor
ViSTa eSSa
ideia
dIREToRIAS - TRIênIo 2010/2013
Sindicato da Indústria do Vestuário feminino e Infanto Juvenil de São paulo e Região Ronald Moris Masijah – Presidente; Stéfanos Anastassiadis – Vice-Presidente; Maurice Marcel Zelazny – Diretor-Secretário; Joseph Davidowicz – Suplente de Diretoria; Sidney Knobloch – Suplente de Diretoria; Oscar Dominguez – Suplente de Diretoria; Dorival Carlos Cecconello – Conselho Fiscal; Luiz Jaime; Zaborowsky – Conselho Fiscal; Haylton de Souza Farias Filho – Conselho Fiscal; Mario Perel – Suplente do Cons. Fiscal; Eliana Penna Moreira – Suplente do Cons. Fiscal; Juliana Saicali Dominguez – Suplente do Cons. Fiscal; Haroldo Silva, Diretor Sindicato da Indústria do Vestuário masculino no Estado de São paulo Heitor Alves Filho – Presidente; Max Paul Cassius – Vice-Presidente; Carlos Ernesto Abdalla – Diretor Secretário; Heitor Alves Netto – Suplente de Diretoria; Wilson Ricci – Suplente de Diretoria; José Alberto Sarue – Suplente de Diretoria; Francesco D`Anello – Conselho Fiscal; Rubens Alberto Cohen – Conselho Fiscal; Renato André Cassius – Conselho Fiscal; Humberto Pascuini – Suplente de Conselho Fiscal; Osvaldo Zaguis – Suplente do Conselho Fiscal; Antonio Valter Trombeta – Suplente do Conselho Fiscal Sindicato da Indústria de camisas para homem e Roupas brancas de São paulo Nelson Abbud João – Presidente; Antonio do Nascimento Dias Poças – Vice Presidente; Heitor Alves Netto – 1º Secretário; Adriana Dib Cury Silveira – 1ª Tesoureira; Ronaldo Ferratoni Alves – Conselho Fiscal; Déborah Abbud João – Conselho Fiscal; Rodney Abbud João – Conselho Fiscal; Roberto da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Vera Lúcia da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Wady João Cury – Suplente Conselho Fiscal Rua Mario Amaral, nº172-2ºAnd. – Paraíso -S.Paulo-SP-Tel.3889.2273
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Fruto da união dos três
mais importantes Sindicatos das Indústrias do Vestuário do País, o Sindivestuário tem a grande satisfação de apresentar a primeira edição da Revista Vestir. Uma publicação trimestral que visa ser porta-voz de toda a cadeia produtiva do setor e ainda defender os interesses das indústrias do vestuário. Hoje, a junção entre Sindiroupas, Sindivest e Sindcamisas representa um universo de mais de oito mil indústrias e desempenha importante papel na economia do nosso País. Gera emprego para cerca de 500 mil trabalhadores e possuí faturamento de mais de R$ 18 bilhões por ano, números que correspondem a 40% de toda a produção nacional, hoje em 2,6 bilhões de peças.
A reportagem de capa dessa edição fala sobre a tecnologia dos tecidos inteligentes e suas vantagens frente aos tecidos normais. Especialistas da área explicam as sensações e funcionalidades que eles oferecem ao consumidor como maior conforto, segurança e até usos medicinais e estéticos. Para falar sobre os avanços da indústria do vestuário e a concorrência internacional, acompanhe a entrevista com o diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. E ainda uma matéria que já aponta as tendências para o verão 2013. Essas e outras novidades podem ser lidas nessa publicação. Sejam bem-vindos e tenham uma ótima leitura.
REVISTA VESTIR é uma publicação trimestral do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário). O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião do Sindivestuário. JoRnAlISTA RESponSáVEl Roberto Souza (Mtb 11.408) EdIToR-ExEcuTIVo Fábio Berklian EdIToR-chEfE Hélio Perazzolo EdIToR Rodrigo Moraes SubEdIToRA Tatiana Piva REpoRTAgEm Marina Panham, Rosangela Silva, Silvia Dalpicolo, Tatiana Piva pRoJETo EdIToRIAl Fábio Berklian pRoJETo gRáfIco Rogério Macadura /StartUP Comunicação dESIgnERS Leonardo Fial, Luiz Fernando Almeida, Felipe Santiago conTATo comERcIAl rspress@rspress.com.br ApoIo EdIToRIAl E gRáfIco: Edgar Melo e Rogério Macadura /StartUP Comunicação TIRAGEM 5.000 exemplares Rua Cayowaá, 228, Perdizes | São Paulo - SP | CEP: 05018-000 11 3875-5627 / 3875-6296 | rspress@rspress.com.br www.rspress.com.br
Palavra do PrEsidEntE
inViáVel na práTica Em 1995, a associação BrasilEira dE normas técnicas (aBnt) criou as Medidas
Normativas Referenciais Mínimas para o Vestuário. Nela há um perfil antropométrico que aponta medidas padrão dos brasileiros respeitando os diferentes perfis da população e levando em consideração as características dos colonizadores do País. Desde 2008, uma resolução do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização, Qualidade e Tecnologia Industrial (Inmetro) também exige que empresas responsáveis pelo processo de etiquetagem têxteis no Brasil sigam uma padronização na qual as etiquetas contém obrigatoriamente o país de origem da peça; o nome, razão social ou marca do órgão competente no país de consumo e identificação fiscal do fabricante nacional ou do importador; o nome das fibras têxteis, os cuidados para conservação e indicação de tamanho ou dimensão escritos em caracteres legíveis. Outras entidades, porém, têm apresentado novas propostas em relação à padronização de tamanhos e modo de etiquetagem no Brasil. Mas elas não têm sido vistas com bons olhos pela maioria dos representantes da indústria do vestuário. Por isso, é preciso olhar para essa questão com outros olhos para melhor entender o atual panorama e como, de fato, o sindicato e as indústrias enxergam essas novas sugestões. Entre elas estão a troca dos tamanhos P, M e G nas etiquetas por informações sobre altura, tamanho da cintura, comprimento do braço e até a largura do pescoço. E até uma divisão que diferencia três biotipos: comum, atlético e especial. Essa padronização nunca vai entrar em vigor, pois é inviável tecnicamente. São sugestões de pessoas de gabinete que não têm noção do que acontece na fábrica. São vários os motivos que nos fazem crer que essas normas não dariam certo. Essas medidas se chocam com a moda, com o poder de criação das
marcas. Já perdemos para a China, por exemplo, em custos e carga tributária. Não podemos perder a possibilidade de criação. Para exemplificar isso, basta lembrar das calças com as barras mais curtas - chamadas informalmente de ‘pula-brejo’. Outro problema envolve a fiscalização para checar se as normas estariam sendo cumpridas pelas indústrias nacional e estrangeira. Como seriam checadas as peças que chegam do exterior? Na alfândega eles iriam olhar peça por peça, conferindo se a manga e o cavalo da calça estão nos tamanhos corretos? Chega até ser tolo. Já em relação aos produtos nacionais, existem outros ‘poréns’. As normas de outros países não funcionam para o Brasil por uma questão de colonização. Temos uma mistura grande de raças que influenciam no biotipo e, portanto, nos tamanhos de roupas. Já é possível identificar essas diferenças quando se observa a população da região Norte e do Sul do Brasil. Isso pode até funcionar nos Estados Unidos, mas eles têm uma população bem parecida. Eles são mais altos, mais gordinhos. Por tudo isso, as questões culturais devem ser consideradas quando se aborda este assunto. Em suma, todo processo de adaptação das fábricas seria complicado. Sendo necessário mexer em toda a modelagem das peças. E, quando estes parâmetros de medidas são alterados, os primeiros a perceberem e, muitas vezes, não aceitarem, são os consumidores finais. As pessoas estão acostumadas a comprar um tamanho de sutiã de uma determinada marca e, de repente, há uma mudança e ela se vê obrigada a ter que medir as costas, a lateral e adivinhar qual é o melhor tipo de bojo para então voltar a comprá-lo? O brasileiro nunca vai deixar de preferir experimentar a peça que quer comprar. Usar uma fita métrica para saber quais são suas medidas ou andar com uma na bolsa, parece bem inviável não?
novas sugestões de padronização de tamanhos e de etiquetagem de roupas no Brasil são alvo de críticas
Ronald masijah presidente do Sindicato do Vestuário (Sindivestuário)
Revista Vestir
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Fuxico
Mercado
Para celebrar a chegada das coleções
de inverno às vitrines, o Santana Parque Shopping propôs uma reciclagem geral na visão de moda de seus lojistas e promoveu no final de fevereiro, um encontro especial com a consultora de moda e estilo Silvia de Souza, que apresentou um panorama das tendências do inverno 2012. Focado especialmente nos lojistas do shopping, o evento contou com desfiles, produções de moda, sugestões de venda e ideias para a criação de vitrines e visual merchandising. “Nosso objetivo foi proporcionar aos nossos lojistas informação especializada sobre as últimas novidades da moda de maneira prazerosa e interativa”, explicou a gerente de marketing do Santana Parque, Carolina Calhanone. O encontro visa deixar as lojas ainda mais competitivas e engajadas nos modismos da estação.
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eStiliSta marcelo Sommer aSSina linha excluSiva Para Seção de moda do extra DIVULGAÇÃO
Santana Parque ShoPPing inveSte em conSultoria de moda Para SeuS lojiStaS
Fashion
a rede de suPermercados inova mais uma vez e fe-
cha parceria com o estilista Marcelo Sommer para assinar uma linha exclusiva da coleção outono/inverno da rede. A contratação do renomado estilista tem como objetivo vincular ainda mais o Extra como opção de compra para roupas, trazendo para os clientes peças alinhadas às últimas tendências de moda, com qualidade e preços acessíveis. Para este lançamento, Marcelo assinará uma linha composta por 20 peças, com o estilo único do profissional, que começou sua carreira em 1995, com o lançamento da marca Sommer. O estilista já trabalhou no desenvolvimento de produtos e estilo da Fórum, Zoomp, M2000 e Calvin Klein. Além disso, já coordenou a equipe de estilo da Zapping e também foi editor de moda da revista
Making off da linha do estilista Marcelo Sommer para o Extra
Trip. Marcelo Sommer também participa do calendário fashion do País, como a São Paulo Fashion Week. “Queremos oferecer uma ampla solução de compras e aproveitar o fluxo de clientes que frequentam as nossas lojas para apresentar também nosso diferencial no setor têxtil. Temos uma moda democrática, acessível e com opções para toda a família, que é o publico da marca”, explica Sidnei Abreu, diretor comercial do têxtil, no Grupo Pão de Açúcar. “Com a coleção Outono Inverno 2012, o consumidor vai ter uma clara percepção de que é possível andar na moda sem ter que pagar mais por isso”, completa.
eVento DIVULGAÇÃO
Venda mais
o “Pronta moda”, evento de negócios que oferece aos lojistas produtos de moda no sistema de pronta entrega, realizou a sua primeira edição do ano com os lançamentos para o Inverno 2012 no dia 18 de março, no Hotel Pestana, em São Paulo (SP). O evento, planejado para atender aos lojistas do setor de moda, ofereceu produtos de qualidade de venda imediata e também para reposição de estoques. Este for-
“Pronta moda inverno 2012” no hotel PeStana (SP) mato favorece também o escoamento do excedente de produção das marcas, evitando o encalhe de peças de uma mesma coleção. A cada edição circulam pelo salão de negócios cerca de 1.200 pessoas entre compradores, expositores, lojistas e profissionais da área de moda. As próximas edições de Inverno 2012 do “Pronta Moda” acontecerão nos dias 15 de abril e 20 de maio. www.prontamoda.com.br
social
camPanha ‘o câncer de mama no alvo da moda’
o humorista marcelo adnet não resistiu e também
foi um dos clicados para a campanha ‘O Câncer de Mama no Alvo da Moda’. O apresentador, de maneira descontraída, não se intimidou com os cliques do fotógrafo Gui Paganini e fez poses irreverentes, vestindo um dos modelos da nova camiseta masculina da Campanha. As novas camisetas com o Alvo
tendência
cuecaS agora também São elementoS faShion Quem diria. As peças que originalmente foram pensadas e produzidas como proteção, hoje, habitam o guarda-roupa masculino como item fashion e indispensável. Ao longo dos anos a peça íntima masculina foi sendo adaptada à moda aderindo tecidos mais maleáveis e mais confortáveis. Depois, chegaram os cortes. Hoje, já se fala em cuecas para compor o look. Pensando desta forma e se adequando às necessidades do mercado, a grife masculina Convicto desenvolveu uma linha de “underwears” que agrega moda e conforto. “É possível identificar traços da personalidade do homem só de olhar para o tipo de cueca que ele veste” afirma o consultor de moda da marca Mario Costa. A Convicto apostou e desenvolveu os três modelos para atender todos os estilos. Usou também uma mescla de cores que variam do branco, passando pelo cinza e terminam no preto. “Nessa coleção investimos nos tecidos e na modelagem, mas não descartamos a idéia de colorir e de divertir a peça para a próxima coleção” completou Mário. www.convicto.com.br
da Moda podem ser encontradas nas lojas Hering de todo o Brasil, ou pelo site www.heringwebstore. com.br. Parte da renda com a venda dos produtos da Campanha é revertida ao Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), maior centro de tratamento de câncer de mama do Brasil. Saiba mais sobre a Campanha no site www.ocancer demamanoalvodamoda.com.br
debate
Seminário Sobre a nova Política de comPraS PúblicaS o sinditêxtil-sP e a abit
(Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) realizou em fevereiro o primeiro Seminário Nova Política de Compras Públicas, para esclarecer os empresários e representantes do setor têxtil e de confecção sobre os novos instrumentos de compras governamentais (margem de preferência). Vale lembrar que a ABIT foi uma das grandes defensoras da utilização de uma margem de preferência de 25% para as compras governamentais. Contudo, em novembro de 2011, o governo anunciou alíquota de 8% para os primeiros meses, não descartando a revisão no futuro. O encontro informou sobre como será a aplicação da Margem de Preferência, que produtos estão contemplados e os que não estão (índice de nacionalidade), dentre outras regras.
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Fuxico
Mercado
desFile
faShion Weekend PluS Size aPreSentou lançamentoS Para o inverno 2012
que atendem manequins a partir do 44 do País, é dirigido pela jornalista, modelo e empresária Renata Poskus Vaz, e pela jornalista e empresária Ana Cristina de Souza. “Fashion Weekend Plus Size Inverno 2012” contou com o patrocínio do Shopping Frei Caneca (pela terceira edição) e do Grupo ProEvento Technologies, responsável pelo cadastramento dos convidados. O evento contou também com o apoio do Instituto Embelleze, que assinou, pela segunda vez, o cabelo e a maquiagem do casting de 40 modelos. www.fwps.com.br
mega Polo moda realiza 12ª edição do coleçõeS e aPreSenta lançamentoS e tendênciaS Para o outono/inverno 2012
DANIEL ASSIS
as PrinciPais tendências e lançamentos para o outo-
no/inverno 2012 foram apresentados por mais de 20 modelos que desfilaram 1500 looks durante a 12ª edição do Coleções, principal evento do Mega Polo Moda, centro atacadista de moda e pronta-entrega mais importante da América Latina. Nesta edição, que aconteceu de 27 a 29 de fevereiro, as novidades das marcas estiveram na passarela de 20 metros de comprimento e, em poucos meses, estarão nos guarda-roupas dos brasileiros. Para abrir o primeiro dia de desfiles, a atriz e estrela da campanha Deborah Secco esteve presente no evento promovido pelo shopping. “O Coleções é muito representativo para o mercado nacional, pois além de apresentar as
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principais tendências e apostas para a estação, é um ótimo gerador de negócios”, afirma a gerente de marketing do Mega Polo Moda, Juliana Gama. A produção dos desfiles ficou sob os cuidados da Cia Paulista de Moda e, para Reginaldo Fonseca, fundador e diretor-executivo da marca, o desafio de cada edição é inovar e surpreender os empresários que se programam para vir à São Paulo e conferir as novidades, adaptando o que foi apresentado no mercado internacional à realidade brasileira. “O Mega Polo Moda é hoje o termômetro da moda nacional, e quase 80% do que é mostrado nas passarelas, chega ao guarda-roupa dos brasileiros”, completa. www.megapolomoda.com.br
DANIEL ASSIS
DANIEL ASSIS
momento
MARCIA FASOLI
DIVULGAÇÃO
o “Fashion Weekend Plus Size”, principal evento de moda GG do Brasil, no Centro de Convenções Frei Caneca. Com um público estimado de dois mil visitantes – a grande maioria formada por lojistas e confeccionistas interessados em ingressar no segmento Plus Size –, o FWPS apresentou os lançamentos em moda casual, lingerie e festa de grifes de todo o Brasil. Além dos desfiles, o evento contou com um salão de negócios, no qual os lojistas puderam conhecer melhor as grifes participantes e tirar pedidos. Organizado pela Super 2 Eventos, o FWPS, principal evento de moda de grifes
DIVULGAÇÃO
na última semana de FeVereiro, aconteceu em São Paulo
Na rede Notícias
sua marCa na rede O FacebOOk anunciou no final de fevereiro, durante o Facebook Marketing Conference (fMC), em Nova Iorque, que as empresas já podem utilizar a funcionalidade Timeline. Desta forma, as marcas podem apresentar a história do lançamento de suas peças e coleções por meio da famosa linha do tempo. Além do lançamento do novo design das páginas, o Facebook anunciou que as informações em tempo real estarão disponíveis globalmente para todos os administradores de páginas. Eles terão acesso instantâneo a informa-
Bom negóCIo O FashiOnera é a nova rede
social criada para reunir as principais grifes nacionais e internacionais. O espaço é voltado para os usuários de internet pesquisarem e compartilharem roupas, sapatos, bolsas e acessórios femininos que fazem o seu estilo.Tratase de um ótimo ambiente para grifes apresentarem sua coleção, pois os clientes podem compartilhar com seus amigos e seguidores as peças que mais gostam, criando um closet público e exclusivo. Para quem quiser, além de encontrar looks incríveis e manter-se atualizado com as novidades do mundo da moda, o visitante poderá mostrar seu estilo, pois o Fashionera abre um espaço para a divulgação de looks numa galeria de fotos. Acesse: www.fashionera.com.br
ções valiosas sobre suas páginas, como “Pessoas Falando Sobre Isso” e “Métricas de Publicações”, incluindo “Alcance” (Orgânico, Pago, Viral) e “Usuários Envolvidos”.
Intel CapItal Investe na FashIon.me O braçO de investimentOs
e-CommerCe de moda personalIzada a OlOOk, primeira plataforma de moda personalizada do Brasil, chega ao mercado brasileiro para oferecer uma solução inovadora: uma loja virtual que personaliza as vitrines de cada cliente com recomendações de itens exclusivos de acordo com o estilo de cada compradora. O site apresenta calçados, bolsas e acessórios desenhados pela equipe de estilistas da olook, com materiais de alta qualidade e por preços acessíveis: até 30% inferiores se comparados ao padrão do mercado. “Existe uma enorme perspectiva de crescimento para o setor de moda on-line no Brasil, porém, as pessoas ainda não conseguem encontrar peças originais, com qualidade e preços justos. A olook, além de apresentar as últimas tendências, oferecerá uma consultoria de moda através das recomendações mensais de itens específicos para cada consumidora”, revela André Beisert, Co-CEO da olook. www.olook.com.br
de capital de risco da Intel passou a ser investidora da rede social focada em moda Fashion.me. “O Fashion.me surgiu como byMK em 2008 e faz parte ativa dos projetos inovadores que surgiram na internet brasileira nos últimos anos. Revolucionamos a maneira como o mercado de moda se relaciona com as pessoas e, com o investimento da Intel Capital, queremos levar a democratização da moda para o mundo inteiro”, disse em nota Flávio Pripas, sócio fundador do Fashion.me. Conheça: http://fashion.me/
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EntrEvista Tendência
Batalha de Diretor-executivo do IEDI aponta os avanços da indústria do vestuário e o que ainda precisa ser feito para vencer a concorrência internacional
gigantes Ao longo Dos Anos,
a indústria do vestuário passou por muitas transformações, que vão desde o processo de fabricação das peças a mudanças de design e marcas. Hoje, o mercado está em outro panorama, com a mesma qualidade e com o favorável aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas. Porém com a competição acirrada dos produtos fabricados em países em que os custos são mais baixos. O diretorexecutivo do Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, falou com a Vestir sobre os principais aspectos do setor têxtil e de vestuário do Brasil e os desafios que ainda precisam ser vencidos. Vestir - Qual a situação atual da indústria no País? Júlio Sérgio Gomes de Almeida - A indústria têxtil e de vestuário brasileira está passando por problemas de competitividade, aliás, em todos os segmentos isso está acontecendo. E é fruto do movimen-
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to do próprio País, pela valorização cambial e os altos custos brasileiros. Hoje, o Brasil é um dos lugares com custos mais elevados no mundo: o câmbio mais valorizado, a taxa tributária mais alta, custo de capital, de terceiros, energia, encargos trabalhistas, logística, e assim por diante. Desde o ano passado, os custos de salário dos empregados também aumentaram. Tudo isso, junto com a qualificação muito alta, vem tirando o Brasil da competição pelo espaço no mercado externo e interno. O Brasil, com esse amplo processo de desenvolvimento, está se tornando um país caro. E com isso, o setor passa a procurar países de custos mais baratos, onde o gasto com energia é médio, em que eles subsidiam o setor produtivo, não tem custo de logística alto, entre outros fatores. Vestir - Muitas empresas têm optado por terceirizar mão de obra em países como Índia e China, por serem mais baratas. Qual a solução para conseguir-
Por sílvia Dalpicolo | Foto Divulgação
mos trazer de volta esses clientes para a indústria brasileira? Almeida - Isso vale para todos os setores, mas no caso da indústria têxtil e vestuário esse é um problema especial. O Brasil costumava exportar mais seus produtos, mas hoje há dificuldade não só nessa operação, como também em manter o mercado interno. Com isso, há uma perda dupla, deixa-se de mandar fabricações para outros países e aqui, a queda da produção acaba acarretando outros fatores como desemprego – que esse ano atingiu o segmento de forma mais grave. Esse é um setor que sempre vai existir, ele pode perder densidade para os importados, mas vai continuar tendo participação ativa na economia. A indústria nunca vai deixar de existir por ser muito pulverizada no País. É impossível abastecer o mercado interno somente com itens vindos do exterior. Para melhorar esse quadro é preciso diminuir as taxas brasileiras, o câmbio. É sempre possível melhorar a produção, treinamento de mão de obra, as empresas têm um dever de casa a ser feito e é importante que se faça, mas não vai resolver tudo. Os demais problemas de custos e a concorrência do exterior fazem com que o setor enfraqueça muito. Vestir - Quais são os principais desafios da indústria hoje e o que ainda precisa ser feito para melhoria? Almeida - O grande desafio é como o setor pode responder ao cenário pós-crise mundial de 2008, quando muitos dos mercados importantes para o segmento caíram. A crise que abate a Europa agora também já gera reflexos. O continente fechou 2011 com o PIB negativo. A indústria de vestuário cresce em torno de 5 e 6% ao ano, acompanhando o crescimento do varejo, que é um mercado expansivo. Por isso, para crescer mais é preciso que sejam adotadas medidas para responder a esse assédio do produto importado. O setor tem feito sua parte, que é inovar mais, melhorar a qualificação da mão de obra, desenvolver marcas, criar moda, mas ainda é preciso rever a questão de custos, que já não é algo que a indústria pode resolver. Vestir - O que o mercado têxtil brasileiro oferece em vantagem ao mercado chinês? Almeida - O Brasil tem vantagem no
que se refere à qualidade de produtos e materiais em relação ao mercado de outros países. O produto brasileiro está em xeque com o padrão internacional no quesito custo, mas a qualidade é bastante superior aos demais, tanto em relação ao padrão têxtil quanto ao desenho. Claro que é sempre bom se especializar mais, apostar mais nessas linhas de inovação, mas já é possível perceber as melhoras. O Brasil tem que continuar nessa direção.
o sEtor DE vEstuárIo não tEm nADA DE ImProDutIvo. ElE Está sEmPrE Em constAntE Evolução E tEm InvEstIDo Em DEsEnho E DEsEnvolvImEnto DE mArcAs”
Vestir - de que maneira a indústria evoluiu ao longo do tempo? Almeida - O setor de vestuário não tem nada de improdutivo. Ele está sempre em constante evolução e tem investido em desenho e desenvolvimento de marcas. Há grandes exemplos de lojas que souberam coordenar indústria e varejo e são exemplos de empresas que souberam crescer e ampliar a produtividade. E ainda fazer sua parte para o desenvolvimento de todo o segmento. O setor não deve nada para nenhum outro quando se fala em criatividade e crescimento. Vestir - Qual a perspectiva de futuro da indústria de vestuário brasileira e mundial? Almeida - Continuará crescendo. O consumidor está sempre em busca de novos produtos e esse padrão de 5 a 6% deve continuar. Este é um mercado dinâmico e deve continuar assim. Vestir – O consumidor brasileiro se preocupa com qualidade e imagem, está sempre antenado na moda e é muito exigente em relação aos padrões de produtos. de que maneira isso impacta positivamente o mercado têxtil e de vestuário no País? Almeida - Esse público quer mais qualidade, diversidade e as marcas estão sempre à frente para atender essas exigências. Por isso, é muito importante desenvolver o que podemos ter de vantagem competitiva. Nosso problema é somente custo. O brasileiro gosta de inovação, em todos os setores, seja tecnologia, vestuário ou outros. É preciso explorar isso no mercado e a indústria tem feito bem o dever de casa.
Julio Sérgio Gomes de Almeida diretor-executivo do Instituto de Estudos Para o desenvolvimento Industrial
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Próxima estação InvestImento
De olho no
Para os profissionais da moda, a temporada de calor do próximo ano já chegou. Isso porque os pesquisadores de tendências já apontam o que vem por aí nas próximas semanas de moda brasileiras
verão 2013 12 Revista Vestir
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Por Sílvia Dalpicolo | Fotos Shutterstock e Divulgação
Entra Estação, sai Estação e o mundo da moda se movi-
menta todo para criar as coleções da próxima temporada. São meses de pesquisas, buscas de referências em desfiles internacionais e nas artes como um todo. Além de muitas pessoas envolvidas, analisando cada aspecto das novas linhas: tecidos, estampas, modelagens, cores, materiais, uma infinidade de coisas que ao final de todo o processo dá corpo a diversos produtos como blusas, calças, vestidos e saias. E esse trabalho é contínuo. Nem bem acabaram os desfiles de outono/ inverno e o verão 2012 e, sim, as grifes e os pesquisadores já estão pensando na primavera/ verão 2013. As empresas que fazem esse trabalho de rodar o mundo em busca de inspiração para o que estará in no próximo ano já estão a todo vapor. O portal de tendências WGSN é um dos que já estão pensando no ano que vem. A equipe é formada por 150 olheiros pelo mundo, que ficam atentos ao que tem de mais interessante em diversos campos – artes, moda, música, festivais, desfiles, exposições e feiras.
De seis em seis meses acontece uma reunião em Londres, onde se discute tudo o que foi visto de repetições para, então, desenhar as macrotendências para os próximos dois anos. “É um trabalho muito interessante para entender o contexto global atual e, assim, conseguir chegar a cores, materiais e a moda propriamente dita com as peças de roupas que vão integrar as vitrines”, analisa Andrea Bisker, diretora do WGSN na América Latina. Depois de todo o processo de pesquisa in loco, os pesquisadores passam a avaliar o que é tendência e o que não é. “Uma pesquisa de moda vai muito além de um bom acervo icnográfico dos desfiles. Depende de referências que estão diretamente ligadas ao perfil de público-alvo da empresa e as influências nela incididas”, explica Marcelo Pedrozo, consultor de moda do SENAC Lapa Faustolo, que ainda indica como é feito o filtro de tudo que foi apresentado nas passarelas: “O importante é fazer uma análise comercial com profunda identificação com seu público-alvo. Quem define o que é bom ou ruim é o consumidor”. E as apostas de tendências para o próximo verão já foram feitas.
Andrea Bisker diretora do WGSN na América Latina
É tempo de reinventar Com o tempo, muitas tendências vêm e voltam. Peças que já tiveram seu auge, caíram no brega para depois ressurgir com total glamour. Neste inverno, por exemplo, depois de anos no limbo fashion, o veludo é o material da vez. E para 2013, as décadas de 1920, 50 e 60, em uma mistura de twist e mod couture, estão em alta de novo. Delicadeza
LeItura De moDa Para o profissional que precisa aprimorar seu portfólio ou capacitar seus colaboradores, a ex-editora da Vogue Brasil Regina Guerreiro acaba de lançar o Ui! (Luste Editores), obra que mistura de forma bem-humorada (e cheia de exclamações, como a autora) 40 anos de vida profissional e pessoal, em textos e fotografias.
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Próxima estação InvestImento
Na FábrIca
outraS teNDêNcIaS Para Sua coLeção
esporte é chique
em volumes e silhuetas que combinam requinte e frivolidade, num jogo onde o resultado é a ostentação de uma feminilidade exagerada. Matérias primas customizadas, alto artesanato, ornamental que flerta com o kitsch, elaboradas técnicas de costura e modelagem são pontos chaves.
o muNDo eStá SuPer coNectaDo, Então, muItaS vezeS mISturamoS teNDêNcIaS que vemoS NoS DeSFILeS Do ExtErior Para as EstaçõEs antEriorEs aqui Andrea Bisker, diretora do WGSN na América Latina
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Mix cultural As diferenças entre povos e culturas ao redor do mundo são, agora, celebradas como uma maneira a respeitar e valorizar o local, sem deixar de estar integrado ao global, criando um atraente mix de elementos. Essa etnia vem representada pelas estampas remetentes à África, com toque tribal e os tons terrosos. O conceito é de uma sociedade moderna que presta suas homenagens ao tradicional enquanto segue em frente no caminho natural da evolução. “No último Fashion Rio (outono/inverno 2012), esse tema já começou a aparecer em algumas coleções, o que nos faz crer que será uma tendência forte para o mercado brasileiro, assim como o esportivo”, aposta Andrea. É justamente essa conexão entre as
A tendência apareceu tímida durante a primavera 2011, mas ao que tudo indica virá com mais força já nessa primavera, carona no espírito de ano olímpico. A moda esportiva vem do desejo de praticidade e conforto, alinhado a um estilo urbano-chic, que encontra inspiração na modernidade da metade do século XX. Pureza da linha, limpeza visual, sofisticação e elitismo, são marcas desse estilo que é traduzido em silhuetas geométricas e aerodinâmicas. Tecnologia, dobraduras, origami e efeitos 3D são as bases das criações desse tema.
Invista no romantismo
Primavera sempre é sinônimo de peças mais românticas. Assim, você poderá investir nos encantos e mistérios submarinos, o exotismo e espírito de aventura dos paraísos tropicais, e o charme dos balneários do mediterrâneo são homenageados. Outro ponto alto das coleções baseadas neste tema será o estilo de vida descontraído das cidades à beiramar. As principais influências desta história que reverencia o mar são Atlantis, Palm Beach e Cruzeiro Mediterrâneo.
mais diferentes culturas que resulta em um rico material de pesquisa para elaborar as coleções. Hoje em dia, a maior parte das grandes tendências é compartilhada pelos mais badalados circuitos fashion – Paris, Nova York e Milão – com o resto do planeta. “O mundo está super conectado, então, muitas vezes misturamos tendências que vemos nos desfiles do exterior para as estações anteriores aqui. No fim, as coleções acabam trazendo um pouco de cada coisa, num mix de tendências. Mas é importante respeitar os desejos de cada consumidor local”, analisa a diretora da WGSN. “Só há previsões de sobrevivência para as empresas que atuarem de forma criativa no mercado. O vício da cópia tende a corroer a imagem da marca e a estagná-la. Quem está começando e tem a intenção de se firmar, deve, desde agora, exercitar a criação autoral”, sentencia Pedrozo. Sempre in Não importa o vai e vem das coleções, há peças e estilos que estão sempre em alta, por isso, investir nelas quer dizer ter o guarda-roupa sempre atualizado de acordo com as tendências. Um exemplo é o estilo navy. A cada verão, a tendência parece se firmar com mais força, claro, com algumas atualizações, mas sempre em alta. O mesmo acontece com os flo-
rais na primavera, às vezes liberty, às vezes maxi, a moda segue o ritmo da estação. Para quem quer investir em um armário coringa para ter sempre uma peça bacana em mãos, Andrea Bisker dá mais uma dica: “No Brasil sempre vai ter espaço para os curtos, os estampados e os tecidos leves. A mulher brasileira adora cores vibrantes e mistura de elementos e, isso, no verão vem com mais força ainda. Outro aspecto bastante interessante, da qual as consumidoras devem tirar proveito, é que o mercado brasileiro surpreende a cada dia. Os tecidos aqui têm muita qualidade e somos inovadores em matéria de reciclagem e e-fabrics”. Mas o principal segredo de produzir roupas e apresentar ao consumidor looks modernos não está apenas em seguir as tendências. Afinal, independente do que é mostrado nas passarelas é imprescindível respeitar o gosto pessoal dos clientes no momento da compra. “Devemos ler tendências como referências que indicam linguagem comum de mercado. Isso não quer dizer que você não possa imprimir sua identidade em suas criações, mas pode estar subsidiado pelas informações de seu meio. Basta uma pequena análise nas coleções das grifes de referência para evidenciar este dado”, analisa Marcelo Pedrozo.
uma PeSquISa De moDa vaI muIto aLém De um bom acervo IcNográFIco DoS DeSFILeS. DePeNDe De reFerêNcIaS quE Estão DIretameNte LIgaDaS ao PerFIL De PúbLIco-aLvo Da emPreSa e aS INFLuêNcIaS NeLa INcIDIDaS
Marcelo Pedrozo consultor de moda do SENAc Lapa Faustolo
aNote Na ageNDa
As principais semanas de moda brasileiras já têm data para acontecer. O Rio-à-Porter será de 21 a 25 de maio, simultaneamente ao Fashion Rio, que vai de 22 a 26 de maio. Logo em seguida, fashionistas de plantão, profissionais da moda, jornalistas e apreciadores têm um encontro marcado no SPFW, entre 31/05 e 05/06. O line-up dos desfiles dos três eventos, assim como mais informações sobre os locais, ainda não foi divulgado.
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Tecidos inteligentes proporcionam uma nova experiência de vestuário, em que a peça se adapta ao corpo de acordo com a real necessidade do consumidor
Muito Mais que
roupas
s
Por Sílvia Dalpicolo | Fotos Shutterstock e Divulgação
A revolução TecnológicA está por toda a parte, basta
reparar um pouco e comparar com os recursos que estavam disponíveis há 20 anos. Do telefone com teclado circular aos aparelhos sem fio até os primeiros celulares startac e, hoje, o boom dos smartphones. Quem não se lembra do primeiro computador, com aquele imenso monitor e sistema operacional que demorava séculos para carregar um documento, mas que, ao substituir as máquinas de escrever, eram tidos como verdadeiros milagres? E agora, as pessoas fazem suas viagens trabalhando em notebooks cada vez menores ou lendo livros em tablets cheios de recursos. Mas não são apenas na telefonia e na informática que se podem notar as evoluções. A indústria do vestuário tem feito a sua parte para que elas cheguem também ao guarda-roupa. O resultado disso são peças mais confortáveis e facilmente adaptáveis ao corpo e ao ambiente externo. São os chamados tecidos inteligentes. “Podemos dizer que ele recebe essa denominação quando apresenta uma ou mais características técnicas ou estéticas que o tornará diferente dos tradicionais, alterando a funcionalidade dos tecidos e permitindo ao usuário usufruir de benefícios até então impossíveis e inimagináveis”, define Marcelo Costa, diretor de Unidade de Formação Profissional do SENAI-SP. Ele ainda aponta como principais vantagens desse tecido frente aos demais, as sensações e funcionalidades que oferecem ao consumidor, como mais conforto, segurança, além de uso para fins medicinais e estéticos. A praticidade desse tipo de material tem feito muitas marcas recorrerem a
ele. E seu uso pode ser encontrado nos mais diversos tipos de peças: de meias e roupa íntima a blusas mais sofisticadas e roupas próprias para atividades físicas. A variação de um item para outro é o tipo de produção, podendo ser por meio do uso de fios inteligentes ou impregnação dos tecidos com produtos ativos, ou seja, acabamentos que podem modificar as características físicas ou químicas. A primeira é adotada quando a peça final será submetida à frequentes lavagens ou o seu toque suave deve ser valorizado, como é o caso de produtos esportivos, lingeries ou para uso casual. “Neste caso, como o princípio ativo está na matéria-prima que constitui o fio, não há qualquer desprendimento nas lavagens e o efeito é o mesmo por toda a vida útil da roupa. Não há qualquer restrição de aplicação e pode ser usado em técnicas seamless (sem costura)”, explica Elizabeth Haidar, gerente de Marketing da Rhodia Fibras. O segundo tipo possui a vantagem de ser mais flexível, podendo ser realizado em quaisquer matérias-primas têxteis, já que o tratamento acontece no final do processo de malharia ou tecelagem. No entanto, essa impregnação não pode ser feita em técnicas sem costura ou meias, e ainda pode alterar o toque do material têxtil. “Seja na produção de fibras, nos acabamentos ou em acessórios, a grande alavancagem na produção dos tecidos inteligentes está relacionada à nanotecnologia. Ela adota o princípio da produção em escala nanométrica (a milionésima parte do milímetro), e por meio da construção de estruturas dos átomos é possível alterar as características físicas e químicas de materiais
o conSumiDor não SAbe Dizer quAl ATribuTo quer em umA PeçA (...) cAbe àS emPreSAS TêxTeiS que inveSTem PeSADo em PeSquiSAS FAzer A leiTurA De comPorTAmenToS e conhecimenTo DAS neceSSiDADeS Do corPo
Elizabeth Haidar gerente de Marketing da Rhodia Fibras
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já existentes, ou fazer surgir novos materiais, como o caso dos tecidos inteligentes”, aponta Costa. Um exemplo que pode ser citado são as fibras tradicionais como o poliéster e a poliamida. Elas continuam produzidas em larga escala, com as características peculiares que cada uma tem, mas com novas versões, ou seja, continuam sendo os mesmos materiais, porém, com toques diferentes em relação aos tradicionais. Com criações de novas fibras e fios específicos para cada tipo de de-
manda (como roupa íntima ou para a prática esportiva). Mercado de olho na tendência Proporcionalmente ao grande avanço tecnológico na produção desses itens e na significante qualidade deles está à procura do mercado para sua utilização. Diversas marcas têm cedido aos apelos de peças com mais conforto e versatilidade, desde grifes femininas a consagradas assinaturas esportivas. “Grandes marcas de roupas voltadas
volvimento, e possui uma escala de produção não muito larga. “Não dá para precisar valores, pois isso depende muito dos fatores e das características envolvidas, mas se pode estimar, em média, de três a quatro vezes mais que os tecidos tradicionais”, completa o diretor do SENAI. E já que essa produção ainda é uma novidade para o mercado geral, investir nela e ter boa aceitação requer cuidado e preparo das empresas envolvidas. No caso da Rhodia, Elizabeth Haidar conta que houve a necessidade de formar toda a cadeia têxtil e os consumidores para as vantagens da adoção destes materiais, uma vez que nem sempre eles são detectados visualmente. “Como são partículas minúsculas no interior do fio, a importância da credibilidade da marca ao anunciar o novo produto tem um papel fundamental para que o consumidor acredite e decida sua compra. Após o uso de acordo com a orientação, a atração e aceitação pelo produto são totais”, comemora. O crescimento de vendas dos produtos têxteis inteligentes tem aumentado muito, já que o brasileiro sempre está em busca da melhor qualidade e da melhor tecnologia oferecida. O exemplo desse comportamento pode ser visto no aumento de venda de produtos eletrônicos e smartphones – esse último com venda 115% maior entre janeiro e novembro de 2011 em relação ao mesmo período de 2010, segundo a
o DeSAFio AinDA é A APlicAção DoS TeciDoS inTeligenTeS em mAior eScAlA, o que DePenDe muiTo Do AumenTo DA renDA DA PoPulAção e DA Diminuição DoS cuSToS De ProDução Marcelo Costa, diretor da Unidade de Formação Profissional do SENAI-SP
TecnologiA nAS PASSArelAS para a prática de atividades físicas e os principais fornecedores de materiais esportivos para os times tradicionais, as grandes seleções e atletas de renome têm utilizado esse material. Na moda íntima também há bons exemplos de lojas que possuem linhas específicas deste tipo de artigo”, exemplifica Marcelo Costa. O único porém são os altos custos dos tecidos inteligentes, já que ainda se trata de uma tecnologia nova, que acarreta custos de pesquisa e desen-
Os tecidos inteligentes já estão presentes em diversas peças das coleções de marcas conhecidas. No último SPFW, com as tendências para a temporada outono-inverno 2012, a marca UMA por Raquel Davidowicz, apresentou uma linha, em sua maioria, composta por peças com poliéster com aparência de couro amassado e sarja com tratamento para ganhar aparência emborrachada. Outra grife que prioriza os tecidos com diferenciais é a Osklen, do estilista Oskar Metsavaht, que aposta em fibras sintéticas e no material de secagem rápida, chamado acqualight, uma criação própria. Blue Man, Salinas e Lenny, marcas de moda praia cariocas também são conhecidas no cenário fashion por utilizar materiais confortáveis e maleáveis para as temperaturas altas do verão.
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como São PArTículAS minúSculAS no inTerior Do Fio, A imPorTânciA DA creDibiliDADe DA mArcA Ao AnunciAr o novo ProDuTo Tem um PAPel FunDAmenTAl PArA que o conSumiDor AcreDiTe e DeciDA SuA comPrA Elizabeth Haidar, gerente de Marketing da Rhodia Fibras
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consultoria GFK. Portanto, a expectativa do consumidor para artigos têxteis que tragam benefícios além de vestir o corpo tem acompanhado este crescimento. “Geralmente, o consumidor não sabe dizer qual atributo quer em uma peça, como impermeabilidade ou bloqueador de raios ultravioletas. Por isso, cabe às empresas têxteis que investem pesado em pesquisas fazer a leitura de comportamentos e conhecimento das necessidades do corpo para descobrir em qual assunto trabalhar. E assim lançar produtos que o consumidor reconheça como indispensáveis”, analisa a gerente de Marketing da Rhodia Fibras. E parece que essas ações têm trazido resultados positivos para a empresa: em torno de 35 a 40% de suas vendas ao setor têxtil são feitas com base em fios inteligentes. Longo processo produtivo E falando da sensibilidade das empresas em diagnosticar a necessidade do seu cliente, como produtora, criadora e desenvolvedora de materiais inteligentes, a Rhodia Fibras atua como um eixo estratégico para acompanhar essa tendência de mercado. A empresa possui cinco centros de pesquisa no mundo – um deles no Brasil – além de uma cadeia de produção dos fios de poliamida integrada, desde as matérias-primas compradas de empresas petroquímicas até o fio final, destinado à indústria têxtil. “Intensas pesquisas e trabalhos estreitos com os parceiros têxteis e laboratórios externos resultam em lançamentos de produtos avançados para o segmento do vestuário, tanto no País como no exterior”, indica Elizabeth. E apostar nesse tipo de inovação, sem dúvida, não é tarefa fácil. A gerente de Marketing aponta que um dos principais desafios deste tipo de produção é permitir que o resultado final acrescente vantagens adicionais às da poliamida, já que este é um material bastante valorizado pelo mercado, por suas características tradicionais. Essa “nova criação” ganha um valor diferente aos olhos do consumidor, atraindo-o para a compra do artigo. “Um exemplo
recurSoS De PonTA A tecnologia entra na indústria do vestuário a favor de mais qualidade dos tecidos e menos trabalho para o consumidor final. Os materiais tecnológicos podem atuar nas peças de roupas em forma de tecidos que: • Se adaptam às variações de temperatura • São aromáticos • Atuam como repelentes de insetos • São impermeáveis • Possuem agentes antibactericidas • São hidratantes e protegem a pele do envelhecimento • Bloqueiam os raios UVA e UVB • Reagem às mudanças do ambiente e também do atleta. Quando o atleta transpira, o tecido expande e permite que o corpo fique mais fresco e seco • Não sujam • Alteram de cor quando úmidos, ao secarem, voltam a cor normal • São antimanchas
recente é o fio Emana, uma poliamida modificada com cristais bioativos e que ganhou esse nome porque, em contato com o calor do corpo, emana raios infravermelhos, aumentando a microcirculação sanguínea. Esse processo traz vários benefícios ao usuário, como a redução dos sinais de celulite e a redução da fadiga muscular”, detalha. Para chegar a esse conceito final, a empresa contou com a ajuda de dermatologistas, fisiologistas, mineralogistas, entre outros profissionais, além de investir em equipamentos de ponta para viabilizar a fabricação do produto. Em seu primeiro ano, está perto de atingir a capacidade instalada e já dispara ações para desafunilar a produção. Mesmo se tratando de um material fresco para o segmento do vestuário, os tecidos inteligentes têm muitas promessas para o futuro. Hoje, as principais novidades do segmento são os produtos capazes de trazer conforto em climas quentes e úmidos, característico de grande parte das regiões brasileiras, priorizando a leveza e o toque macio do tecido. Outras vertentes dos itens inteligentes que também estão em alta são aqueles que eliminam os desconfortos da transpiração das axilas e pés, em diversas blusas e meias. A proteção solar através da roupa, mantendo o conforto climático, também é um mercado que cresce em ritmo acelerado nos últimos dois anos. “A conscientização quanto aos malefícios da ação solar sobre a pele está muito forte, sobretudo entre o público mais jovem. Podemos prever que a proteção solar nos artigos têxteis é algo que será quase obrigatório nos artigos de vestuário no futuro próximo”, aposta Elizabeth. E as mulheres também encontram outra poderosa vantagem em relação à maior inimiga feminina: a celulite. “Diversas marcas conhecidas no mercado possuem produtos que reduzem o aspecto dos furinhos sem que ninguém perceba que ela está usando uma roupa com este recurso. Esta é uma das maiores apostas têxteis entre este público”, analisa a gerente de Marketing da Rhodia Fibras. Para um futuro a longo prazo, as
perspectivas também são otimistas. Já é possível se pensar em materiais de tecidos que reproduzem imagens em seu entorno, com propriedades bactericidas e antivírus (na prevenção de infecções hospitalares), roupas que tocarão música e que serão capazes de checar os parâmetros cardiovasculares do usuário. Segundo Marcelo Costa, a tendência é de crescimento, novas criações e destaque na indústria. Os tecidos inteligentes oferecem diferenciais que todo o setor procura para fugir da concorrência desleal dos asiáticos na produção de tecidos mais baratos, que em contrapartida são básicos e não oferecem opções de recursos. “O desafio ainda é sua aplicação em maior escala, que depende muito do aumento da renda da população e da diminuição dos custos de produção”, finaliza.
SejA nA ProDução De FibrAS ou noS AcAbAmenToS ou em AceSSórioS, A grAnDe AlAvAncAgem nA ProDução DoS TeciDoS inTeligenTeS eSTá relAcionADA à nAnoTecnologiA, que AlTerA AS cArAcTeríSTicAS FíSicAS e químicAS De mATeriAiS
Marcelo Costa, diretor da Unidade de Formação Profissional do SENAI-SP
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SENAI oferece cursos técnicos e de aprendizagem para capacitar, com qualidade, os trabalhadores do setor
InvestImento
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Por Redação | Foto Shutterstock
OS cuRSOS PROFISSIONAlIzANtES de qualidade são desejo
não apenas de possíveis empregadores como também dos próprios estudantes que planejam ingressar no mercado de trabalho. Estar bem preparado para novos desafios, adquirir bom conhecimento e vivência na área almejada são requisitos que os novos trabalhadores buscam em uma instituição de ensino. Em relação a isso, a indústria têxtil e de vestuário conta com um forte aliado. Uma das escolas profissionalizantes mais tradicionais do Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), oferece o curso técnico para preparar jovens e adultos interessados em entrar no segmento. O programa técnico têxtil possui 1.200 horas de duração e contempla disciplinas como: Comunicação Oral e Escrita, Processos Produtivos Têxteis (em três níveis), Fundamentos Físicos e Matemáticos, Ensaios Têxteis, Gestão da Produção, Gestão das Pessoas e Projetos, divididos em quatro semestres letivos, além de obrigatoriedade de 400 horas de estágio supervisionado em empresa de cadeia têxtil produtiva. “Os programas são baseados nos itinerários de formação profissional. O SENAI-SP, dentre outros, possui um itinerário na área têxtil e outro na de vestuário. As cargas horárias e conteúdos são determinados pelos comitês técnicos setoriais, grupo formado por técnicos da instituição de ensino, representantes de empresas, sindicatos, associações, comunidade, poder público,
entre outras pessoas. E são validados pelos conselhos consultivos”, detalha Marcelo Costa, diretor de Unidade de Formação Profissional do SENAI-SP. Todo esse cuidado na elaboração dos programas é reconhecido pelo público, pois a cada ano aumenta o número de interessados em ingressar no curso. “Em 2011 foram expedidos 27.569 certificados por 63 unidades do SENAI-SP. A instituição trabalha com um indicador denominado aluno/hora: estas capacitações totalizaram 6.859.301 alunos/hora nas áreas têxtil e de vestuário no mesmo ano”, comemora Costa, ao mencionar que a Unidade de Formação Profissional do SENAI-SP também já aponta um aumento de 16% nas matrículas em relação ao mesmo período do ano passado. Visão para o futuro Um dos diferenciais que a escola possui é o cuidado com o preparo profissional de seus alunos, com base em teoria, mas também em prática. Como a principal preocupação é deixá-los prontos para atuar no mercado, as unidades oferecem programas especiais para aprendizes, que ajudam jovens que acabaram de concluir o Ensino Fundamental a iniciar sua carreira no segmento. Os cursos, voltados para o público de 14 a 24 anos, são totalmente gra-
NO PERíOdO dE 2010 A 2012, O SENAI dEvERá INvEStIR APROxImAdAmENtE R$ 35 mIlhõES NA AquISIçãO dE máquINAS, FERRAmENtAS E mObIlIáRIOS
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Em 2011 FORAm ExPEdIdOS 27.569 cERtIFIcAdOS POR 63 uNIdAdES dO SENAI-SP NAS áREAS têxtIl E dE vEStuáRIO
tuitos, com opções de costureiro industrial polivalente, operador de processos de tecimento e operador de processos de beneficiamentos. “Estes cursos são realizados em unidades da instituição ou como projetos especiais de empresas parceiras”, explica o diretor. Mesmo para quem já trabalhou em outros locais, mas ainda está na faixa etária indicada, é possível se candidatar ao programa de aprendizagem, desde que não seja em empresas nas quais já atuou. O contrato de trabalho do aprendiz não pode exceder dois anos, enquanto a duração do curso vai depender da formação profissional a qual o aluno é submetido. Ou seja, o tempo necessário para desenvolver nele as competências para que possa desempenhar de uma ocupação qualificada. Com tantos programas de preparo de adultos e aprendizes para o mercado têxtil e de vestuário, a escola vem aprimorando suas instalações para melhor
FONTE: SENAI
um POucO dE hIStóRIA
O SENAI foi criado em 1942 por empresários do setor industrial. Hoje é considerado o maior complexo de educação profissional e técnica da América Latina. São mais de 2,3 milhões de brasileiros formados a cada ano que entram para o mercado de trabalho. Além disso, a escola apoia empresas em 28 áreas industriais na formação de recursos humanos e prestando serviços técnicos e tecnológicos, como consultoria e assistência ao setor produtivo, laboratoriais, pesquisa aplicada e informação tecnológica. No estado de São Paulo, o SENAI possui diversas unidades no interior, capital e região metropolitana, que oferecem cursos técnicos nas áreas têxtil e de vestuário.
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atender às necessidades de seus alunos e também do mercado de trabalho. “No período de 2010 a 2012, a instituição tem investido aproximadamente R$ 35 milhões na aquisição de máquinas, ferramentas, mobiliários e mais R$ 15 milhões na adequação da infraestrutura da unidade do Brás (têxtil) que receberá as instalações do SENAI Bom Retiro (vestuário)”, esclarece Marcelo Costa.
ESPEcIAlIStA NA áREA Uma das principais unidades do SENAI no ramo têxtil e de vestuário fica no coração do segmento da capital paulista: o bairro do Brás. A Escola Francisco Mattarazzo atende a cadeia produtiva têxtil de todo o território nacional, capacitando profissionais para o setor e prestando serviços tecnológicos às empresas. Totalmente voltada para a área industrial da cadeia, a unidade atende às áreas de fiação, tecelagem, malharia e beneficiamentos têxteis. São cursos de formação, oficinas, laboratórios e núcleos de apoio. Mais informações sobre cursos, inscrições e seleções: Escola SENAI Francisco Mattarazzo Rua Correia de Andrade, 232 Brás – SP Telefone: (11) 3312-3540 E-mail: senaitextil@sp.senai.br Site: www.sp.senai.br/textil
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História
Ponto de vista
O Dia Internacional da Mulher surgiu devido a lutas pela igualdade de direitos e melhores condições de trabalho nas indústrias de vestuários EM 8 DE MarçO é comemorado o
Revolução
Dia Internacional da Mulher, data marcada por uma manifestação de liberdade para o, até então, chamado sexo frágil. A história desse dia está intimamente ligada à indústria do vestuário. Os primeiros protestos femininos começaram já no século XVIII quando a escritora Mary Wollstonecraft criou a obra A reivindicação dos Direitos das Mulheres, em que denunciava as condições desumanas com as quais elas eram tratadas na indústria, com qualidade de trabalho precária, carga horária pesada e salários muito inferiores aos dos homens. A ocasião mais marcante, a qual é relacionada o Dia Internacional da Mulher, veio quase um século depois, durante a Revolução Industrial. Operárias de uma fábrica de vestuário em Nova York entraram em greve em 8 de março de 1857, para protestar sobre a discriminação que sofriam e a escancarada diferença de tratos em relação ao sexo masculino. Entre as reivindicações, elas pediam pela redução da jornada de trabalho de 16 para dez horas diárias e salários
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Por Sílvia Dalpicolo | Foto Shutterstock
iguais aos dos homens, que chegavam a ganhar até três vezes mais exercendo a mesma função no exército. O episódio foi marcado por violência e tragédia. Mulheres apanharam de policiais e foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Centenas de trabalhadoras morreram carbonizadas nesse dia. As primeiras datas comemorativas O movimento se repetiu em 1908 e 1910 e, nessa primeira ocasião, 15 mil mulheres se uniram também em Nova York, para acabar com as péssimas condições trabalhistas e a escravidão infantil. Foi quando o Partido Socialista da América tomou a iniciativa de criar o Dia Nacional da Mulher, comemorado todo último domingo de fevereiro. Já no segundo ano, foi a vez da Europa entrar na briga durante a Conferência Internacional das Mulheres, que aconteceu em Copenhagen, na Dinamarca. Nela, as alemãs, inspiradas pelo movimento americano, estabeleceram um Dia Internacional da Mulher, que seria celebrado anualmente, porém sem data fixa. O movimento ganhou força com o dia 25 de março de 1911, quando a fábrica Triangle Waist Company, nos Estados Unidos, pegou fogo e mais de 100 dos 500 empregados do local – mulheres, crianças, judeus, europeus, morreram na tragédia.
Naquela época, as saídas de emergências eram trancadas, pois os donos dos estabelecimentos alegavam que os funcionários roubavam as peças produzidas. Os sobreviventes da tragédia saíram a público para relatar as péssimas condições de trabalho com que os trabalhadores tinham de lidar. Foi a partir desse episódio que o movimento em prol dos direitos femininos ganhou mais força e surgiram entidades que apoiavam a causa. Elas merecem! Logo após essa sequência de manifestações e ocorrências, em 1913, as russas se engajaram na causa e também instituíram o seu dia internacional como o último domingo de fevereiro, segundo o calendário usado no país nessa época, o Juliano. Em 1917, outros protestos aconteceram em St. Petersburg, na data estipulada como o dia das mulheres pela Rússia. A data coincidia com 8 de março no calendário utilizado no restante do mundo, o cristão. Desse ano em diante, todos os países comunistas e socialistas passaram a adotar este dia oficialmente, como o dia dos direitos femininos e da paz internacional, até que, em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a comemoração ao calendário.
FOI a PartIr DESSE EPISóDIO quE O MOvIMEntO EM PrOl DOS DIrEItOS FEMInInOS ganhOu MaIS FOrça E SurgIraM EntIDaDES quE aPOIavaM a cauSa
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Por dentro do SIndIcato Notícias
Davi Zaia, secretário de Gestão Pública do Estado de São Paulo; a primeiradama, Dona Lú Alckmin, presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo; Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário e Heitor Alves Filho, presidente do Sindiroupas
sindivestuário
é prinCipal parCeiro
da Campanha do agasalho 2012 Contato direto com indústrias do setor de confecções facilitará captação de doações para o projeto do Governo do Estado de São Paulo
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AindA EStAmoS no outono. Mas sim, a Campanha do Agasa-
lho já começou em todo o estado. Este ano, o projeto que leva o slogan “Roupa boa, a gente doa” começou mais cedo justamente para que quando chegue o inverno, as pessoas que necessitam ser ajudadas já estejam devidamente agasalhadas. O principal parceiro da Campanha de 2012 é o Sindivestuário (entidade que une os três principais sindicatos do setor têxtil) e foi na sede da instituição que aconteceu a festa oficial de lançamento da Campanha na noite do dia 14 de março. Estiveram presentes no evento cerca de 60 pessoas, entre eles Ronald Moris Masijah, presidente do Sindivestuário e do Sindivest; Heitor Alves Filho, presidente do Sindiroupas; Alfredo Bonduki, presi-
dente do Sinditêxtil de São Paulo; Fábio Beretta Rossi, presidente do Sinditec de Americana e Fernando Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). Os representantes do governo, Maria Lúcia Ribeiro Alckmin, mais conhecida como Lú Alckmin, presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (instituição organizadora da Campanha) e esposa do governador Geraldo Alckmin; outros coordenadores do projeto como Flávia Ferraro; Davi Zaia, secretário de Gestão Pública do Estado de São Paulo; Ivan Dorelli, assessor especial do deputado Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo e José Sanchez, coordenador de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo.
Por tatiana Piva | Fotos Jackson Santos
Sindicato e a Campanha Há cerca de 10 anos o Sindivestuário apoia a Campanha do Agasalho, projeto que existe no estado de São Paulo desde 1947 e incentiva a população e entidades em geral a fazer doações de agasalhos e cobertores para oferecer assistência aos mais necessitados no período do inverno. O presidente do Sindivestuário esteve no início do ano na inauguração da Escola de Moda, outro projeto do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e nessa ocasião obteve contato com a presidente da entidade, Lú Alckmin. Foi lá que surgiu a ideia de ampliar a participação das indústrias têxteis na Campanha do Agasalho. “Resolvemos fazer alguma coisa diferente dos anos anteriores, pois temos conhecimento e contato direto com as empresas que produzem roupas, com os empresários e donos das indústrias”, explica Masijah. Isso porque boa parte delas são associadas ao Sindivestuário, que hoje representa mais de oito mil empresas de confecção. É justamente por conta disso que a captação de doações será facilitada. Segundo Heitor Alves Filho, presidente do Sindiroupas, funcionários e secretárias das entidades vão fazer contato com as empresas para que elas disponibilizem suas doações. “Estamos convocando os nossos associados para colaborarem com a Campanha para que tenhamos grande êxito.” Ronald Masijah contou em primeira mão em seu discurso que já está providenciando um grande caminhão para conseguir fazer a entrega das doações no Palácio do Governo. E planeja uma corrida de 5km, na qual o ingresso será doações de roupas para a Campanha.
• A Campanha do Agasalho este ano começou em 1º de março e terá encerramento no dia 15 de maio. • Em 2011 o governo arrecadou 6 milhões e 300 mil peças de roupas. Este ano o objetivo é chegar a 7 milhões e 500 mil. • 5 mil caixas já foram distribuídas. No total são mais de 26 mil que serão colocadas em cerca de 2500 entidades cadastradas no Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo. Doações podem ser entregues na sede do Sindivestuário. O endereço é Rua Mário Amaral, 172 - 2º andar, no Paraíso. aquela faxina e doar coisas velhas e sem uso. Mas não é isso que queremos, queremos que as pessoas deem roupas boas. Às vezes temos peças no nosso armário há um ano e pensamos que ainda vamos usar, pensamos que vamos emagrecer, engordar. Mas aquela peça esquecida significa uma energia parada. Podemos doar e fazer tão bem à nós e ao próximo”, disse. Durante o evento a primeira-dama também fez questão de enfatizar a importância da parceria do Sindivestuário na Campanha do Agasalho 2012 e lembrou que muitas vezes as fábricas e lojas desfazem-se de peças novas que por algum motivo técnico não foram aprovadas, peças de desfiles, manequins, usadas em exposições e que podem ser utilizadas pelos mais carentes. Segundo Flávia Ferraro, coordenadora da Campanha junto com a Alice Weber, diretora do projeto, mais de 2500 entidades inscritas no Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo receberão caixas de papelão na qual as pessoas poderão fazer suas doações. Ela explica ainda que o critério de distribuição e avaliação das entidades é função do Governo.
RESolvEmoS FAzER AlGumA CoiSA diFEREntE doS AnoS AntERioRES, PoiS tEmoS ConhECimEnto E ContAto diREto Com AS EmPRESAS quE PRoduzEm RouPAS, Com oS EmPRESáRioS E donoS dAS indúStRiAS Ronald Moris Masijah, presidente do Sindivestuário
Captação de doações Lú Alckmin comentou que o tema deste ano “Roupa boa, a gente doa” tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de pensarmos não só nos necessitados, mas em pessoas mais carentes que precisam de peças boas para saírem para procurar um emprego, por exemplo. “As pessoas acham que na época da Campanha do Agasalho elas devem fazer uma limpeza no seu armário, fazer
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CONTEXTO Debate
Preocupado com a redução drástica da competitividade e com a crise europeia que pode durar muitos anos, o governo resolveu reduzir a carga tributária da indústria. A própria Presidência da República está à frente desta dura empreitada, que não é um ato de vontade de quem a ocupa, mas de convencimento de vários atores.
enfim: o governo
anuncia redução de
7 pontos percentuais na carga tributária NA teNtAtivA de toRNAR o PAís mais propício ao investimento
na indústria e, consequentemente, em pesquisa, desenvolvimento e inovação, o governo pretende reduzir – num curto espaço de tempo – a carga tributária que é, hoje, de 35% para 28% no segmento industrial. A principal voz do governo diz: “Nosso atual sistema tributário empresarial é desatualizado, injusto e ineficiente”. Além disso, “Ele dá incentivos tributários para transferir produção e lucros para o exterior e afeta desfavoravelmente empresas que optam por permanecer [no país]”. A análise é perfeita. Esse é exatamente o maior – mas não o único – problema que as empresas brasileiras enfrentam, sobretudo na transformação de bens. porém, a despeito da declaração soar como um lampejo de esperança e,
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ao mesmo tempo, mostrar lucidez, todas as informações acima não devem ajudar em nada a indústria do Brasil. A razão é uma só: a redução de tributos deve ocorrer nos Estados Unidos e as afirmações são do presidente Barack Obama. Mesmo não sendo um sentimento nobre, dá até uma ponta de inveja; não? Enquanto isso, em pindorama – como diria Elio Gaspari – a carga tributária só aumenta e a indústria só encolhe, como é o caso do vestuário, por exemplo. Some-se a isso a disparada na importação de roupas prontas que cresceu 70% em toneladas, somente em janeiro/12, quando comparada ao mesmo período de 2011. Se isoladas, as compras de vestuário da China saltaram 73%, diante de idêntica base, pois saíram de 5,2 para 9,0, em milhares de quilos.
Por Haroldo silva | Fotos shutterstock e divulgação
De outro lado, temos outro aparente paradoxo, no mercado de vestuário: o comércio vai bem, mas a indústria vai de mal à pior. As vendas do comércio varejista do setor cresceram em 2011, vis-à-vis 2010, 3,58% e 3,48%, no Brasil e em São paulo, respectivamente. No mesmo intervalo, a produção física industrial recuou 4,4% e 7,4%, sempre de acordo com dados do IBGE. As razões para o baixo dinamismo da indústria como um todo são amplamente conhecidas, especialmente pelo Governo federal. Câmbio sobrevalorizado, custo de capital dentre os maiores do mundo, tributação excessiva, legislação anacrônica e infraestrutura defasada e – pasme-se – programas estaduais de apoio à importação são alguns dos principais obstáculos que limitam a competitividade sistêmica da indústria de transformação nacional. Nesse contexto, a indústria do vestuário ainda carrega desproporcionalmente o peso dos encargos trabalhistas e das obrigações acessórias que, desde 1988, não param de brotar da inventividade tecnoburocrata que parece não encontrar limites. Os efeitos resultantes desse conjunto de fatores que roubam a capacidade da indústria do país de concorrer com isonomia são perversos, sob qualquer ponto de vista. Mas, para o emprego eles são
ainda mais nítidos. Conforme destaca o gráfico 1, o pessoal Ocupado na Indústria do Vestuário no Brasil é, atualmente, apenas 60% do que foi em janeiro de 2001, já em São paulo temos apenas 38% dos trabalhadores que tínhamos no início da década passada. Antes que possam alegar que a produtividade seja o grande mérito disso – o que seria bom, de fato – não é, pois a produção física do setor é apenas 50% do que foi em 2002, em termos nacionais e 74%, na indústria paulista. Os dados mostram o desmantelamento da indústria no Brasil. Aquelas que mais empregam são as que mais sofrem. A agonia do empresário de lutar cotidianamente contra todos esses fatores que eliminam a capacidade de competir – mesmo que só internamente – parece não ter fim. A grande notícia é a de que o governo irá baixar a carga tributária, de verdade. pena que isso ocorrerá na esfera de administração do Tio Sam. por aqui, reina a letargia em agir diante do óbvio. Chega, para a indústria, de ser expectadora. O parque fabril brasileiro precisa se rebelar contra o descaso e assumir o papel de protagonista do seu próprio futuro, sob pena de sucumbir – prematuramente – a um papel secundário em poucos anos. Menos tributos cá, assim como lá e já!
Haroldo Silva Diretor-executivo do Sindivestuário e prof. da UNIITALO executivo@sindicatosp.com.br
Gráfico 1 - Pessoal Ocupado na Indústria do Vestuário (em % - base: jan-2001=100)
PessoAl ocuPAdo NA iNdústRiA do vestuáRio No BRAsil é, AtuAlmeNte, APeNAs 60% do que Foi em jANeiRo de 2001. já em são PAulo temos APeNAs 38% dos tRABAlHAdoRes que tíNHAmos No iNício dA décAdA PAssAdA
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Trabalho e JusTiça Artigo
Embora o assunto ‘mEDIDas’ seja recorrente, novamente nos
vimos bombardeados com informações que não condizem à realidade, e diga-se, de passagem, informações equivocadas e desprovidas de embasamento legal. A Resolução nº 06/08, do CONMETRO, que trata do Regulamento Técnico Mercosul sobre Etiquetagem de Produtos Têxteis, no Capítulo II – Das Informações Obrigatórias define: “Os produtos têxteis de procedência nacional ou estrangeira, destinados à comercialização deverão apresentar obrigatoriamente as seguintes informações: uma indicação de tamanho ou dimensão, conforme o caso. No caso dos produtos do vestuário, as indústrias estão obrigadas a indicar o tamanho, já que dimensão refere-se aos produtos de cama, mesa e banho. É isto e, somente isto. A indústria do vestuário deverá obrigatoriamente enunciar em cada um dos seus produtos a indicação de tamanho através de numeração, 38, 40, 42 (...) ou, P,M,G, etc. Assim não podemos confundir o que é compulsório e o que é voluntário. O Regulamento Técni-
Questões
Leia artigo da advogada do sindivestuário, dra. maria thereza Pugliesi sobre a polêmica do regulamento de etiquetagem e padronização de tamanhos na Indústria do Vestuário do País
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Por maria thereza Pugliesi | Fotos shutterstock e Divulgação
co é compulsório, o que não ocorre com as normas de padronização de medidas homologadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que são voluntárias e referenciais. E, nesse sentido, as normas relativas às medidas do corpo humano vêm sendo revisadas para atualização e adequação aos novos padrões de dimensões, afinal as últimas atualizações registradas datam o ano de 1995. As novas medidas estarão compiladas em uma nova norma de vestibilidade da ABNT, mantido, entretanto, o seu caráter voluntário.
tErÇo ConstItuCIonaL sobrE FÉrIas Com atraso tambÉm DEVE sEr PaGo Em Dobro A concessão das férias com atraso implica pagamento em dobro dessa parcela, com o respectivo adicional de um terço, que deve ser calculado sobre o valor total das férias, inclusive a dobra. Em processo em fase de execução, a Subseção 1 - Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou embargos da Moinho Pacífico Indústria e Comércio Ltda. e manteve inalterada decisão da Segunda Turma do Tribunal que determinou o pagamento em dobro do terço constitucional. A decisão foi unânime.
sEGuro DEsEmPrEGo
(FONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA DO TST)
Trata-se de um benefício temporário concedido ao trabalhador dispensado sem justa causa, observando-se os seguintes requisitos: • ter recebido salário nos últimos seis meses; • ter trabalhado pelo menos seis meses nos últimos 36 meses; • não estar recebendo nenhum benefício da Previdência Social, como aposentadoria, auxílio doença, auxílio reclusão e pensão exceto auxílio-acidente e abono de permanência em serviço; • não possuir renda própria para seu sustento e de seus familiares. O valor do benefício será calculado com base nos três últimos salários recebidos pelo trabalhador e indicados no requerimento. O valor mínimo é de um salário mínimo e o maior de três salários mínimos. A Lei garante ao trabalhador o direito de receber de três a cinco parcelas do benefício, de forma contínua ou alternada, a cada período de 16 meses. O número de parcelas será definido de acordo com os meses em que o trabalhador esteve empregado nos últimos 36 meses anteriores à data da dispensa. Entretanto, obter o benefício ficou mais difícil, uma vez que o Governo Federal determinou que para ter acesso ao Seguro- Desemprego, o trabalhador deverá tentar uma nova recolocação. Atualmente, no instante em que o trabalhador pede o Seguro-Desemprego, o nome e o perfil profissional constam automaticamente no cadastro do Sine – Sistema Nacional de Empregos e, se, por três vezes for convocado para determinada vaga de emprego e não comparecer, sem justificativa, o seguro é cancelado automaticamente. A intenção é oferecer, para quem pleiteou o benefício uma nova oportunidade de trabalho. Dessa forma, em vez do dinheiro do Seguro, que tem prazo para acabar, o trabalhador recebe uma proposta de salário. Se estiver em tratamento de saúde, ou, em um curso de qualificação profissional, o candidato pode recusar as vagas, mas nesses casos o processo vai ser examinado pelo Ministério do Trabalho, em Brasília. O novo sistema é abastecido pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine), Caixa Econômica Federal e pelo próprio Ministério. As três instituições atuam no pagamento do Seguro-Desemprego e incluirão os currículos no site do Portal Mais Emprego, do Governo Federal. Por ser público, ele pode ser consultado pelas empresas.
Dra. Maria Thereza Pugliesi Advogada do Sindivestuário jurídico@sindicatosp.com.br
o rEGuLamEnto tÉCnICo É ComPuLsórIo, o quE não oCorrE Com as normas DE PaDronIzaÇão DE mEDIDas homoLoGaDas PELa assoCIaÇão brasILEIra DE normas tÉCnICas (abnt), quE são VoLuntárIas E rEFErEnCIaIs
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AGENDA
Novos Negócios
Texfair fashion Moda ÍntiMa A Texfair Fashion é dedicada para expositores e lojistas, como uma opção extremamente adequada para expor e conhecer os lançamentos para a temporada Primavera-Verão 2012/2013 dos diversos segmentos de moda. Data: 17/04/2012 - 20/04/2012 Local: Parque Vila Germânica Blumenau - SC Temporada: Primavera-Verão 2012/2013 Site: http://www.texfairfashion.com.br
FranCal 2012 Em sua 44ª edição a FRANCAL - Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios é o principal evento do setor no Brasil e um dos maiores do mundo. Dentre os produtos apresentados, pode-se encontrar calçados masculinos, femininos e infantis; acessórios em couro; bijuterias; artigos esportivos e de viagem; matérias primas e equipamentos para o setor calçadista. Data: 26/06/2012 - 29/06/2012 Local: Anhembi Parque São Paulo -SP Temporada: 2012 Site: www.feirafrancal.com.br
Realizado anualmente pela associação da moda íntima no Ceará, o evento, que reúne as principais marcas cearenses do segmento, já é consolidado no calendário cearense sendo o único do Norte/Nordeste e um dos maiores do Brasil com feira e palestras. Durante a feira, tem-se a oportunidade de conferir novas tendências e os lançamentos dos fabricantes de moda íntima da região, além de conhecer fornecedores, avaliar novas oportunidades de compras e de investimento que o mercado oferece, visto que o evento irá reunir todos os fabricantes de lingerie no Ceará em um único ambiente. Data: 15/04/2012 - 17/04/2012 Local: Centro de Convenções do Ceará – Fortaleza/CE Temporada: 2012 Site: www.modaintimaceara.com.br
TecnoTêxTil Brasil
Considerada a mais explosiva das feiras de Paris (França), a Mode City engloba o mundo da lingerie, beach, swim e underwear, e peças de bem-estar em geral. Divididos em quatro “universos”, 78% dos expositores são estrangeiros, assim como 70% dos visitantes.
A Tecnotêxtil Brasil confirma ser um grande evento têxtil no coração econômico do País. A feira reúne as principais marcas da indústria têxtil nacional e internacional que apresentam a um dos maiores mercados mundiais suas inovações e tecnologias em máquinas de corte, máquinas de costura, bordadeiras, teares, matéria-prima, estamparia, automação industrial, acabamento, aviamentos, fios e etiquetas.
Data: 07/07/2012 - 09/07/2012 Local: Paris Expo - Porte de Versailles Paris - França Temporada: 2012 Site: www.mode-city.com/
Data: 23/04/2012 - 26/04/2012 Local: Expo Center Norte – Pavilhão Azul – São Paulo - SP Temporada: 2013 Site: www.tecnotextilbrasil.com.br
Paris Mode ciTy 2012
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Ceará 2012
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