Suplemento Solidariedade Social (Edição 1136 - 03-04-2014)

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Câmara de Coruche candidata requalificação de Vale Mansos a últimos projectos do QREN A Câmara de Coruche vai aproveitar o rateio final dos fundos comunitários do QREN (Quadro Referência Estratégico Nacional) para avançar com a candidatura do Plano Estratégico de Desenvolvimento Vale Mansos. O projecto, que tem um investimento previsto de 432.288,32 euros mais IVA, inclui a qualificação urbanística da Rua da Escola, Rua António Teles, Rua do

Vale e Rua do Limoeiro, em Vale Mansos. O objectivo passa pela repavimentação dessas ruas. A intervenção nos arruamentos será feita após a infra-estruturação que será realizada pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo. A autarquia explica que além do novo tapete betuminoso existe uma “clara preocupação” com a promoção da mobilidade, principalmente dos

mais idosos, através da execução de passeios com dimensões regulamentares. O projecto visa melhorar a circulação de pessoas e veículos e promover o usufruto e permanência dos habitantes nos espaços requalificados. Além disso, também pretende atrair visitantes ao espaço rural potencializando a fixação de novos residentes.

ECONOMIA Misericórdias e Instituições de Solidariedade Social são o retrato da nossa humanidade Num tempo em que manda a economia e o lucro há portos de abrigo de que nos podemos orgulhar

03 de Abril de 2014

Três centenas de participantes nos “Encontros Empresariais China-Portugal” da AIP Iniciativa para aumentar os canais de intercâmbio e para divulgar a oferta portuguesa 10

Empresa de irrigação escolheu fixar-se na lezíria ribatejana por ser local estratégico NRB – Soluções de Irrigação desenvolve actividade na agricultura há oito anos 11 Empresa da Semana

Clínica Sentidos na Golegã aumenta número de parcerias

Mais especialidades e continuação dos rastreios são alguns objectivos

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Laboratório da Fala desenvolve acções com a comunidade Regularmente são feitos workshops, rastreios e outras iniciativas 12

Os 50 anos da loja Tronco em Vila Franca de Xira

Das máquinas de costura Oliva a toda a gama de electrodomésticos

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Delgometal em Vialonga comemora vinte anos

Entrada em novos mercados estrangeiros é o actual desafio 13 nesta edição: G U I A

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RESTAURANTES Só nos lembramos das Instituições Particulares de Solidariedade Social e das Misericórdias quando precisamos do seu apoio ou dos seus serviços mas elas estão sempre a funcionar, atentas às necessidades sociais das comunidades onde se inserem, vinte e quatro horas por dia. Sem elas e sem o seu labor a nossa vida seria um inferno. Sem as pessoas que generosamente as dirigem. Sem os funcionários que lá trabalham e sem os voluntários que dão o que podem de si para as ajudar, seria impossível ao Estado zelar pelos cidadãos, por muito dinheiro que tivesse disponível para o fazer. Tratar do próximo não é questão para compêndios de economia. É questão de humanidade e de solidariedade. Não se compra nem se vende. Em tempos de grandes necessidades como os actuais, a dor e o sofrimento só não são maiores porque contamos com um batalhão imenso de gente disponível e fraterna que trata de quem já não pode tratar de si. Que alimenta quem tem fome. Que dá abrigo aos mais pobres dos pobres. 2 a 9


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ESPECIAL SOLIDARIEDADE SOCIAL 03 ABRIL 2014

Santa Casa da Misericórdia de Benavente aposta na saúde

Centro de Repouso Fonte Serrã abre valência de Centro de Dia Situado na Póvoa de Santarém, o Centro de Repouso e Lazer Fonte Serrã abriu uma nova valência. “A necessidade de casas de repouso tem aumentado no nosso país, para conseguir dar resposta às solicitações que nos têm chegado decidimos aumentar a capacidade para o número de residentes bem como abrir a nova valência de Centro de Dia, com capacidade para 10 utentes” explica Amélia Silva, responsável pela instituição. O público alvo do Centro de Repouso e Lazer Fonte Serrã é bastante vasto. Os serviços prestados vão desde a recuperação hospitalar a utentes autónomos, utentes semi-dependentes, utentes acamados e utentes com Alzheimer. Toda esta realidade leva-os a encontrar respostas especificas para cada situação, desde fisioterapia de recuperação e fisioterapia geriátrica ao projecto que têm com a APFADA (Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Doentes de Alzheimer) para estimular os utentes com Alzheimer. Para além destas respostas têm outras activida-

des, sendo estas de entretenimento (filmes, TV, jogos, actividades inter-institucionais, passeios, comemorações de datas festivas, etc.). “A idade e as suas consequências não devem ser encaradas como algo que diminui as próprias pessoas, deve ser enfrentada com maturidade e naturalidade e cada caso ser analisado de maneira única, pois todos temos características diferentes”, isto é o que têm vindo a confirmar ao longo destes 7 anos de vida da instituição, sendo o seu objectivo a busca constante da excelência, ajustando a instituição às expectativas e necessidades dos seus utentes, refere a responsável. Como ferramenta de apoio a ajudar a alcançar esse objectivo, o Centro instalou há 2 anos atrás um Sistema de Gestão da Qualidade, o qual formaliza, dentro da instituição, a comunicação, o planeamento de acções (acções formação, acções preventivas, acções correctivas, entre outras) e o controlo de execução, aumentando assim a confiança dos utentes e respectivos familiares.

A Santa Casa da Misericórdia de Benavente aumentou a sua capacidade de resposta na área da saúde, desde Novembro de 2011, altura em que entrou em funcionamento o Bloco Operatório. Dotado de equipamentos de última geração, o Bloco Operatório surgiu na sequência de um acordo de cooperação com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo. Das mais de duas mil cirurgias concluídas destacam-se as mais de quatro centenas de cirurgias de catarata efectuadas no âmbito oftalmológico. A equipa responsável pelas cirurgias desta natureza é chefiada pelo médico Paulo Nunes. Até ao momento já efectuaram 158 cirurgias de catarata no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, 34 no âmbito da ADSE e 238 particulares. Especialidades médicas como Cardiologia e Otorrinolaringologia, que não se encontram cobertas pelo protocolo com a ARS, ou no caso da Dermatologia e Oftalmologia, em que existe cobertura mas cuja produção acordada é insuficiente,

estão também disponíveis na Santa Casa da Misericórdia de Benavente. Nestes casos dando aos utentes a possibilidade de beneficiar de consultas particulares com preços acessíveis. Para além destas especialidades, a Santa Casa da Misericórdia atende diariamente cerca de quatro centenas de utentes no que respeita aos meios complementares de diagnóstico, nomeadamente no âmbito da Radiologia, Provas Cardiovasculares, Endoscopias e Medicina Física e de reabilitação.


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Falta de coordenação das redes sociais beneficia os profissionais da “pedincha” Provedor da Misericórdia da Golegã preocupado com o que pode acontecer aos mais pobres dos pobres Martins Lopes critica o responsável pela Segurança Social a nível distrital, Tiago Leite, a quem acusa de não procurar dialogar com as Misericórdias e lamenta que a instituição que dirige nem sequer consiga ter resposta do mesmo em relação a projectos que apresenta.

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Santa Casa da Misericórdia da Golegã dá apoio a 380 pessoas nas suas várias valências. Para o fazer tem ao seu serviço 110 funcionários. É o terceiro maior empregador do concelho. A sustentabilidade está assente numa gestão equilibrada e atenta e numa equipa coesa de profissionais liderada há vinte e quatro anos pelo Provedor Lopes Martins. A crise que afectou tudo e todos, fez abrandar alguns projectos e provocou o aumento de dívidas dos utentes, mas não fez mossa na actividade solidária da instituição. “Recentemente contabilizei quase 90 mil euros de débitos. Quer de utentes institucionalizados ou a beneficiar do apoio noutras valências, quer de pessoas que deixaram de pagar rendas. Isso está-nos a preocupar grandemente”, explica Martins Lopes. Os débitos nem sequer são das pessoas mais carenciadas. Muitas vezes são de famílias onde entra mais que um rendimento e que até consomem o dinheiro que não é delas. “Eu dou-lhe um exemplo. Têm a seu cargo a gestão da pensão de um familiar idoso institucionalizado e para além de não pagarem o serviço à Misericórdia, ainda usam o restante em proveito próprio”, conta o Provedor. “O idoso, na maior parte dos casos, nem sabe o que se está a passar”, acrescenta. Os fornecedores estão a ser pagos a trinta dias. E até tem sido possível pagar mais cedo a um ou outro que esteja a passar por alguma dificuldade. Os trabalhadores também recebem a tempo e horas, refere Martins Lopes. “Felizmente temos as contas controladas. A Misericórdia da Golegã paga há longos anos aos seus funcionários, sempre no dia 27. E não devemos nada. Nem subsídios de férias ou de Natal. Muitas vezes conseguimos até

ajudar trabalhadores com mais dificuldades que nos contactam, pagando-lhes os subsídios de férias e de Natal antecipadamente”. As valências da Santa Casa do Misericórdia da Golegã são o Lar de Idosos Rodrigo da Cunha Franco, o CATEI (Centro de Acolhimento Temporário de Emergência para Idosos), o Centro de Dia, o Apoio domiciliário, o Centro de Férias Sénior e as Residências de Nossa Senhora das Misericórdias. Depois tem outras valências que funcionam no Clube Vida, por onde, semanalmente, passam cerca de 160 pessoas que têm diversas actividades socioculturais, nomeadamente um grupo de teatro, um grupo coral e um grupo de bandolins. “Temos cerca de 40 voluntários, principalmente pessoas que se aposentaram mais cedo e que desenvolvem trabalhos no Clube Vida que funciona na Casa Vaz, que é um espaço aberto à comunidade”, explica Martins Lopes. “Nós existimos para ajudar os mais pobres dos pobres” As Residências de Nossa Senhora das Misericórdias, inauguradas em 2001, foram uma das apostas do Provedor. O aldeamento é actualmente composto por 24. O objectivo era a obtenção de receitas que permitissem dar sustentabilidade a todas as valências. “Ou as Misericórdias conseguem ter sustentabilidade ou correm o risco de não conseguir ajudar os mais pobres dos pobres. O que verificamos é que o envelhecimento aumenta e o Governo não vai conseguir aguentar. Nós temos que nos preparar para assumir uma parte destas situações. Temos que arranjar factores de sustentabilidade. O investimento nas residências foi duro mas o retorno começa a chegar e irá manter-se. Algumas residências iniciais voltaram a ser vendidas. Algumas novas ainda esperam compradores. Temos várias modalidades para os interessados. Os residentes beneficiam de todo o apoio que não podem ter em suas casas. Temos pessoas de fora do concelho. De Lisboa, por exemplo. A maioria das pessoas tem autonomia. Vamos ter agora a inauguração da horta biológica. É um complexo muito bonito junto às residências com um talhão para cada uma. Fomos premiados duas vezes pela Missão Sorriso da qual é presidente a dona Maria Cavaco Silva. Fica muito bonito.

É junto às residências. Cada residente fica com um talhão para cuidar. Vai ser a 24 de Maio e haverá uma missa campal por alma dos antigos residentes. Já faleceram mais de vinte. Foram inauguradas em 2001", refere. Martins Lopes aproveita para esclarecer os menos esclarecidos que possam imaginar que projectos lucrativos se destinam a enriquecer as Misericórdias. “Nós trabalhamos para ajudar os mais pobres dos pobres. É para isso é que existe a Misericórdia. Eu tenho aqui uma série de pessoas que não pagam comparticipações porque não têm como. Não conhecemos uma única pessoa no concelho que precise da Misericórdia e que não tenha apoio dela. Logo que são sinalizados pela rede, nós damos a cobertura. A Segurança Social paga a sua parte e nós suportamos o resto no caso das pessoas que não têm dinheiro para pagar a sua parte. Das 112 pessoas internadas, só 8 ou 9 têm rendimentos acima dos 500 euros”, refere. A crise impediu a Misericórdia da Golegã de avançar, para já, com um outro grande projecto que também irá contribuir para a sustentabilidade da instituição. Trata-se de um edifício moderno composto por 60 quartos, metade dos quais duplos, com zona ampla ajardinada, piscina terapêutica, sala de fisioterapia, gabinete médico, biblioteca e espaço de entretenimento. O objectivo é oferecer o máximo conforto e a melhor assistência a quem tem pensões acima da média. “Quando estiver concluído e começar a ter retorno, daqui a vinte ou trinta anos, quem tiver nesta instituição tem mais uma fonte de rendimento para ajudar quem nada tem. É mais um projecto de sustentabilidade”, explica. Pensar no futuro é obrigatório porque as despesas são cada vez maiores. “Quando vim para a Misericórdia, há 24 anos, éramos obrigados a ter um funcionário para cada cinco utentes. Era raro termos um utente dependente. Agora é raro termos um que não seja dependente. Temos quase um funcionário por cada duas pessoas. E quem paga a contratação de mais recursos para termos um patamar de excelência de serviço prestado somos nós. E desde 2007 o Governo inviabilizou que o Centro de Saúde fizesse domicílios ao nível da enfermagem nas Misericórdias. Tivemos que contratar enfermeiros e suportar as despesas com a compra do material. Há Misericórdias que não estão a fazer um trabalho como deve ser porque não têm capacidade para contratar mais funcionários”, lamenta Martins Lopes.

Martins Lopes

"O senhor director tinha o dever de se interessar muito mais pelas Misericórdias" O Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Golegã lamenta que as redes sociais funcionem de forma deficiente, não rentabilizando os recursos existentes e permitindo que algumas pessoas “mais espertas” consigam aproveitar a situação beneficiando de ajudas em duplicado em detrimento de outras, muitas vezes mais carenciadas. “O Plano de Desenvolvimento de Diagnóstico Social que está, até, a ser actualizado, é um documento teoricamente benéfico mas que só serve para inglês ver porque não é aplicado. Cada um tem o seu ‘quintalinho’ e depois há pessoas que por saberem que é assim, vão bater às portas todas. Isso já devia ter acabado há muito mas continua”. O trabalho do Ministro da Solidariedade, Mota Soares, é elogiado. Já o do Director do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Santarém, Tiago Leite, é fortemente criticado pelo Provedor. “O senhor director tinha a obrigação e o dever de se interessar muito mais pelas Misericórdias do Distrito. De dialogar com elas. O Distrito continua a não ter um diagnóstico nem um plano de Desenvolvimento Integrado. O senhor quer fazer um equipamento, faz o projecto, a câmara autoriza e a Segurança Social dá-lhe o alvará se tiver condições para funcionar. Toda a gente faz o que quer e onde quer mas então onde estão as respostas integradas para o futuro?”. E acrescenta. "Lamento que a Misericórdia tendo quase nada de candidaturas aprovadas, continue a ter candidaturas reprovadas. Foi um elevador para o Clube Vida que foi secundarizado no Inalentejo com a conivência dele. Três candidaturas ao abrigo do Socorro Social para pequenas obras de recuperação. Nem resposta ele deu. Tive um projecto candidatado ao Pares. Não havia mais necessidade de outro centro de dia que não na Golegã e nada. Teve que ser um investimento todo nosso”.


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Residências assistidas da Misericórdia de Tomar abrem portas este ano Os utentes terão todo o tipo de apoio de acordo com a sua vontade e necessidades

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Santa Casa da Misericórdia de Tomar prevê a entrada em funcionamento do projecto das residências assistidas para idosos já no início do segundo semestre deste ano. O projecto chama-se “Edifício Social de População Adulta - Pessoas Idosas” e as obras de construção estão praticamente concluídas. Falta agora todo o trabalho de equipar este edifício de três pisos, localizado num terreno junto às imediações do lar de idosos da Misericórdia, perto da Igreja de Santa Maria dos Olivais, em Tomar. “Julgamos que no prazo de 60 dias o edifício estará em condições de iniciar a actividade”, refere Fernando de Jesus, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tomar, acrescentando que “numa fase inicial será para formação dos novos trabalhadores em contexto de trabalho e daqui a 90 dias já em pleno com os novos residentes”. Com um total de 35 apartamentos, sendo que 18 são indi-

viduais e os restantes 17 são duplos, as residências assistidas para idosos sugiram da necessidade de dar uma resposta a uma faixa etária da população que continua a crescer. O investimento no novo equipamento foi de 2,3 milhões de euros, com apoio comunitário do QREN - Quadro de Referência Estratégica Nacional, através do programa Operacional Mais Centro. Todos os apartamentos disponíveis irão ser alugados e os seus utentes terão todo o tipo de apoio de acordo com a sua vontade e necessidades, seja ao nível da alimentação, do tratamento das roupas, de cuidados médicos, actividades lúdicas, entre muitos outros, de modo a alcançarem a desejada qualidade de vida e segurança, com atendimento personalizado. No entanto, como salienta o Provedor da Misericórdia de Tomar, “a contratação desses serviços será feita de forma separada, pois pretendemos que as pessoas sejam completamente

CRIB inaugura novas instalações do Lar Residencial O CRIB - Centro de Recuperação Infantil de Benavente, uma instituição de apoio à pessoa com deficiência, vai inaugurar, no próximo dia 13 de Abril às 15h, as novas instalações do Lar Residencial, na Rua da Liberdade - Vila das Areias (junto ao depósito da água) em Benavente. A inauguração será presidida pelo Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Agostinho Branquinho, e contará com a presença dos utentes do CRIB, assim como das suas famílias e amigos. Com capacidade para cerca de 24 utentes, o Lar do CRIB tem quartos individuais e duplos apetrechados com equipamentos modernos que ajudam a zelar pela segurança e bem estar dos seus utentes.

Com um total de 35 apartamentos, sendo que 18 são individuais e os restantes 17 são duplos, as residências assistidas para idosos sugiram da necessidade de dar uma resposta a uma faixa etária da população que continua a crescer autónomas e possam continuar a fazer a sua vida no exterior, caso assim o pretendam”. Já com pré-candidatos inscritos, todos do concelho de Tomar, o projecto das residências assistidas deverá, segundo as previsões da Direcção da Santa Casa da Misericórdia de Tomar, abrir portas no início do 2º semestre deste ano. Para Fernando de Jesus, a grande vantagem deste equipamento é ele estar inserido num complexo geriátrico, em que haverá uma complementaridade de apoios e acompanhamentos, não muito usuais nesta área do Social. No fundo será uma espécie de campus integrado na prestação de diferentes cuidados e apoios.

Misericórdia de Pernes organiza ATL nas férias da Páscoa A Santa Casa da Misericórdia de Pernes, vila do concelho de Santarém, organiza de 7 a 17 de Abril, o ATL “Páscoa em Acção”. A iniciativa direccionada para crianças entre os 5 e os 15 anos proporcionará aos participantes umas férias da Páscoa com muitas actividades divertidas. PeddyPapper, orientação, competição em consola Wii, jogos tradicionais, trabalhos manuais e apoio ao estudo são algumas das actividades realizadas durante este ATL. Para mais informações contactar através do e-mail secretaria@scmpernes.ptou através do telefone 243446070.

Obras. Praticamente concluído, o edifício das residências assistidas tem um total de 35 apartamentos disponíveis


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Fundação CEBI está há 45 anos ao serviço da comunidade Respostas inovadoras nos domínios da educação, acção social e saúde

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Fundação CEBI, sediada em Alverca, iniciou as suas actividades em 1968. Ao longo dos seus 45 anos de existência, transporta uma história de contributos cívicos e solidários, com o objectivo primordial de dar respostas inovadoras, adequadas e ajustadas a necessidades sociais emergentes no combate à exclusão, à pobreza e à criação de uma sociedade mais solidária e inclusiva, fundamentalmente nos domínios da Educação, da Acção Social e da Saúde. Tendo por base os valores da igualdade de oportunidades e da defesa da coesão social e do ambiente, que enformam os princípios do humanismo e solidariedade e do desenvolvimento sustentável, foi definida a Missão da Fundação CEBI - apoiar o desenvolvimento efectivo da comunidade, em especial dos seus grupos mais vulneráveis, através das melhores práticas de serviço com vista à melhoria da sua qualidade de vida.

Privilegia-se a Educação como acção complexa e colaborativa, em que para além do ensino curricular, proporciona a prática dum conjunto de actividades em que são desenvolvidas as capacidades e interesses dos alunos, tendo sempre presente os valores em que o respeito pelo outro, pela diferença, pela tolerância e pela solidariedade é o mais importante. Frequentam o Colégio José Álvaro Vidal 1660 crianças e jovens, desde o berçário até ao 9º ano de escolaridade. A Acção Social desenvolve-se em 3 áreas. O Apoio a Idosos, em 2013, acolheu mais de 250 idosos em Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. No que se refere à Emergência Social - acolhimento temporário de crianças em perigo - foram entregues aos serviços da Fundação, durante 2013, 49 crianças às quais foi elaborado o respectivo Projecto de Vida. Estiveram igualmente acolhidas sete famílias monoparentais, até serem integradas socialmente e no mercado de trabalho. Na Inter-

POPULARIDADE. Fundação CEBI é uma das principais instituições do concelho de Vila Franca na resposta às áreas da saúde, acção social e educação venção Social e Comunitária - apoio social e psicológico à comunidade - do qual beneficiaram, em média, cerca de 450 famílias, cujo apoio traduziu-se em Ajuda Alimentar, Banco de Roupas, Acção Social Escolar (Bolsas de Acção Social no Colégio, comparticipação de manuais escolares e refeições) e Apoio Económico pontual a situações de crise. Na área da Saúde, a Clínica de Medicina Física e de Reabilitação registou cerca de 350 consultas e atendimentos diários. Foram incrementadas acções que con-

duziram a uma gestão eficiente e eficaz, com estratégias bem definidas, com uma cuidada gestão de recursos humanos e com uma assertiva política de redução de custos, aliadas a uma aposta na iniciativa, na inovação, na melhoria da qualidade dos serviços prestados e no trabalho em rede. A gestão da qualidade é também uma forte aposta, já implementada no Colégio, Clínica e Departamento de Emergência Social, estando como objectivo próximo o seu alargamento a todas as áreas da Fundação.


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Novo lar para idosos do Pego em condições de abrir portas em Maio Centro Social ainda não tem garantidos os acordos com a Segurança Social que garantem financiamento estatal que nos preocupa e que pode tornar muito complicada a vida e o trabalho que este centro social tem vindo a desenvolver”, salienta. No entanto, o presidente da direcção do Centro Social do Pego confia que a curto prazo sejam dadas indicações no sentido de avançar a comparticipação financeira da Segurança Social para o funcionamento do lar, até porque, conforme salientou, “quando foi da candidatura, o que nos foi dado a conhecer por alguns técnicos ligados à Segurança Social é que este tipo de candidatura ao ser aprovado imediatamente tinha as implicações de, na parte do orçamento da Segurança Social, ser previsto o estabelecimento dos acordos de cooperação”.

INTENÇÃO. João Barata, 90 anos, é um dos candidatos a residente no novo Lar do Pego

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om uma capacidade para 68 utentes, o lar para idosos do Centro Social do Pego, no concelho de Abrantes, está concluído e deverá começar a receber os primeiros residentes já em Maio. No entanto, até ao momento, ainda não estão garantidos os acordos com a Segurança Social que permitem financiar o funcionamento desta estrutura de apoio a idosos. A ausência, até ao momento, de garantias de assinatura dos acordos de cooperação com a Segurança Social, que consistem num pagamento mensal de um valor por cada utente, estipulado anualmente em protocolo de cooperação celebrado com o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, não vai pôr em causa a abertura do novo lar do Pego em Maio, mas irá certamente limitar o acesso de grande parte dos pré-candidatos por não conseguirem suportar financeira-

mente o valor mensal a pagar. Isto porque, segundo estipula a lei, o valor de referência a pagar todos os meses por cada utente inserido numa estrutura deste género de apoio a idosos é de 938,43 euros, sendo que a comparticipação financeira da Segurança Social é de 355 euros/mês por utente, no âmbito dos acordos de cooperação. Caso estes não sejam assinados, o utente terá de suportar mensalmente o valor de referência o que, no meio rural em que se insere o Lar do Pego, é incomportável. “Os candidatos ao nosso lar são pessoas de magros recursos, é impensável imaginar que todos os candidatos que aí estão e que têm pensões mínimas, quase na sua totalidade, tenham disponibilidade para pagar o valor de referência que é superior a 900 euros”, refere António Mor, presidente da direcção do Centro Social do Pego. “É uma situação

João Barata anseia pela abertura João Possidónio Barata, 90 anos, é utente do Centro de Dia do Centro Social do Pego e um dos candidatos a residente efectivo do lar. Todos os dias percorre a pé a pequena distância que separa o edifício do Centro de Dia do novo lar e sonha com o dia em que possa vir a ser um dos novos habitantes desta infra-estrutura recentemente concluída que mais se parece com um hotel de cinco estrelas. “Aquilo faz falta”, desabafa a O MIRANTE este idoso que se orgulha de ainda conseguir fazer tudo sozinho. A construção do novo lar do Pego arrancou em 2012 no seguimento da aprovação de uma candidatura ao programa de financiamento comunitário POPH - Programa Operacional de Potencial Humano e representou um investimento de 2 milhões e 200 mil euros. Numa fase inicial o novo Lar do Pego irá criar entre 15 a 20 novos postos de trabalho, que poderão aumentar de acordo com o índice de dependência dos residentes que ali estiverem.


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Dedicação. António Mor é o presidente da instituição

Centro Social do Pego serve a população há 14 anos No dia 1 de Março de 2000 o Centro Social do Pego iniciou o seu trabalho com o Centro de Dia e o apoio domiciliário com oito funcionários. Em 2004 arrancou o projecto da creche e do ATL que depois foi convertido em jardim-de-infância. Hoje, o Centro Social do Pego emprega 42 pessoas, tem 26 utentes que usufruem do Centro de Dia e mais 30 em apoio domiciliário. “O nosso Centro de Dia hoje, para ser lar, rigorosamente, só falta dar a cama aos nossos utentes porque vamos buscar as pessoas a casa a partir das 8h00 da manhã, damos as refeições do dia e só depois de jantar é que vão para casa, para além dos cuidados de higiene que temos aqui”, salienta António Mor, presidente da direcção há 14 anos. O balanço destes anos à frente da instituição é positivo. “Começámos com 8 pessoas a trabalhar em 2000 e hoje são 42, em que muitas delas são o suporte ou o forte complemento do rendimento das

respectivas famílias”, refere António Mor. Responder às necessidades da população, seja ao nível dos idosos ou das crianças, tem sido o grande móbil do Centro Social do Pego que aposta muito no trabalho de cruzamento de gerações, promovendo encontros frequentes entre os alunos da creche e do jardim-de-infância com os idosos do Centro de Dia. António Mor defende que para se estar num projecto destes e conseguir um bom desempenho é preciso ter “formação e vocação” e ainda outra particularidade: ter coração. Orgulha-se de ter equipas de trabalho que respondem com eficácia às necessidades da população e que têm em conta todos os pormenores das relações humanas. Ainda não iniciaram o trabalho no novo lar, mas a direcção do Centro Social do Pego já tem em vista outros “sonhos”, como lhe chama António Mor, que a longo prazo gostaria de avançar com o projecto de construção de residências assistidas para idosos.

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Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo é uma das mais activas da região Luísa Pato é Provedora desde 2011 e lidera uma instituição de boas causas A Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo foi fundada em Abril de 1947, altura em que foi constituída uma comissão instaladora que passou a gerir o Hospital de Santa Cruz, que existia desde 1600. O Lar de S.João, um dos dois equipamentos da Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo, foi inaugurado em 1977. A actual Provedora é a Engª Luísa Pato. A instituição tem promovido ao longo dos anos trabalho ao nível social e humanitário através das seguintes valências: lar de idosos (Lar de S. João e Casa de Santa Cruz), centro de dia, residências assistidas, serviço de apoio domiciliário, atendimento domiciliário permanente “Sempre Consigo” e cantinas sociais. A Casa de Santa Cruz, inaugurada em 2007, resultou da remodelação do antigo Hospital da Misericórdia. Presentemente a Misericórdia do Cartaxo, para além dos 35 utentes da Casa de Santa Cruz, presta apoio a 65 utentes do Lar de S. João, a 12 nas residências assistidas, 45 em apoio domiciliário, e 25 em centro de dia. Em média a instituição tem entre 85 e 90 funcionários, onde se incluem funcionários do quadro e técnicos avençados, o que torna a instituição num dos quatro principais empregadores do concelho do Cartaxo. O seu orçamento anual ronda os dois milhões de euros. Para além dos funcionários a instituição conta com um grupo de voluntários que contribui com os seus préstimos às

A instituição tem promovido ao longo dos anos trabalho ao nível social e humanitário através das seguintes valências: lar de idosos (Lar de S. João e Casa de Santa Cruz), centro de dia, residências assistidas, serviço de apoio domiciliário, atendimento domiciliário permanente “Sempre Consigo” e cantinas sociais

Decisão. Luísa Pato quer deixar a instituição organizada e funcional quintas-feiras, durante a manhã na Casa de Santa Cruz e durante a tarde no lar de S.João, os quais promovem a interacção com os utentes dinamizando actividades que vão desde o artesanato, pintura, música, entre outras. A par deste grupo, também os colaboradores, para além do trabalho diário, e os órgãos sociais da instituição, prestam o serviço de voluntariado pela causa, e com dedicação possibilitando aos utentes que o seu dia-a-dia seja passado com qualidade nos dois equipamentos, que dispõem de uma vigilância e acompanhamento dos utentes durante 24 horas e que primam

pela qualidade dos seus serviços. “Cada vez mais a marca Santa Casa é um sinónimo de qualidade, de bem fazer, mas também de boa gestão, o que faz com que as pessoas acreditem em nós e tenham confiança”, referiu a O MIRANTE a provedora da Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo, Luísa Pato, que reconhece que as pessoas “continuam a ser solidárias quando há projectos concretos”. “A herança que eu quero deixar como Provedora é uma Santa Casa do Cartaxo ainda melhor, sustentável financeiramente, com um projecto de funcionamento e de funcionalidade muito bem definido

Luísa Pato considera-se uma mulher de causas Luísa Pato, Provedora da Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo desde 2011, considera-se uma mulher de causas e uma lutadora e diz que está sempre disponível para tudo o que a instituição necessita. Não dispensa a visita quase diária aos equipamentos da instituição e gosta do contacto directo com os utentes. A sua ligação com a Santa Casa surge pelo exemplo do seu pai que foi mesário da Santa Casa durante muitos anos e um dos elementos da comissão que abriu o Lar de S.João. Antes de ser Provedora, ocupou o cargo de viceProvedora. Engenheira Civil de formação, é responsável pela gestão da empresa da família. Exerce actividade política e ao longo dos anos tem desempenhado diversos cargos autárquicos para os quais foi eleita integrando listas do PSD. É uma figura incontornável da vida pública do Cartaxo.

que permita a que quem me vai substituir encontre a instituição organizada e com o caminho traçado a nível funcional”, refere, garantindo que neste momento os objectivos da instituição passam por melhorar diariamente nos serviços prestados, tendo como prioridade acabar de pagar os encargos referentes à Casa de Santa Cruz, equipamento que foi criado para provir a acção social do Lar de S.João gerando receitas que possam ajudar a acção social da Misericórdia do Cartaxo

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Pedidos de ajuda têm aumentado na Misericórdia de Santarém Duzentos funcionários para 14 valências frequentadas por um milhar de utentes

DEDICAÇÃO. Mário Rebelo lidera a Misericórdia que já tem cinco séculos de história

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Santa Casa da Misericórdia de Santarém (SCMS), está a servir em média 125 refeições diárias nas cantinas sociais. Um número que aumenta ao fim-de-semana, com mais 21 refeições do que aquelas que tem protocoladas com a Segurança Social. O serviço de cantinas sociais é muito procurado por jovens licenciados com filhos e que estão desempregados. “O número de refeições aumenta ao fim-de-semana porque durante a semana as crianças comem na cantina da escola e ao fim-de-semana os pais têm que levar para os filhos”, explica o Provedor, Mário Rebelo. Para além das refeições das cantinas sociais a Misericórdia serve no total das suas valências cerca de 2500 refeições. Ao serviço da Misericórdia de Santarém, instituição com mais de cinco séculos de actividade, estão cerca de duas centenas de funcionários, distribuídos pelas catorze valências onde é dado apoio a mais de um milhar de pessoas. Cerca de 70 voluntários dão apoio às diversas actividades. A Santa Casa da Misericórdia é utilizada também ,por 30 a 40 pessoas que diariamente vão tomar banho e mudar de roupa na instituição. Apesar da crise condicionar a gestão da Misericórdia de Santarém, a instituição vai avançar com alguns projectos. Ficou com a gestão da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) de São Domingos que está preparado para dar uma resposta máxima a 65 utentes e em breve vai começar a explorar a Quinta das Fontainhas - situada ao lado do ERPI - que lhes foi cedida por 99 anos. Até ao final do ano vai também ter a funcionar sete residências assistidas. Quem vai em peregrinação para Santiago de Compostela ou Fátima pode descansar na Pousada da Misericórdia. O custo é de cinco euros e para além da dormida pode incluir banho e pequeno-almoço. O provedor afirma que a existência das Misericórdias nunca fez tanto sentido como agora e que a crise acabou por se tornar uma oportunidade. “A crise serviu para nos unirmos e darmos mais valor às coisas que não dávamos. Havia muito consumismo e a maioria das pessoas vivia acima das suas possibilidades. Toda esta situação deve servir para reflectirmos e acredito que daqui a dez anos as pessoas vão poupar como os

Provedor da Misericórdia de Santarém desde 2010 Mário Rebelo nasceu a 29 de Outubro de 1949. É Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém desde 2010. Está no segundo mandato que termina a 31 de Dezembro de 2015. O engenheiro civil, natural de Moçambique, onde passou toda a sua infância e juventude, fez quase toda a sua carreira profissional como quadro superior da Câmara de Santarém e diz que estar à frente da Misericórdia é como gerir uma média empresa. Casado, pai de um casal e avô de três netos, Mário Rebelo é dono de um vasto currículo ligado ao movimento associativo, tendo desempenhado cargos de relevo quer no âmbito do movimento rotário quer na delegação de Santarém da Cruz Vermelha ou no Círculo Cultural Scalabitano, entre outros.

nossos antepassados faziam”, sublinha. Para Mário Rebelo, que também é presidente do secretariado da União de Misericórdias do Distrito de Santarém, o grande desafio de um Provedor é criar receitas e diminuir a despesa. “Não podemos dizer que as Misericórdias não são sustentáveis. Temos é que criar soluções para a auto-sustentabilidade destas instituições”.

SOLIDARIEDADE SOCIAL

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