Especial Galardão Empresa do Ano 2012 e 2013 (1170 - 28-11-2014)

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Sardoal alarga “Transporte a Pedido” ao sábado durante época natalícia O projecto “Transporte a Pedido” que decorre no município do Sardoal vai ser alargado aos sábados, durante todo o dia, entre 29 de Novembro e 27 de Dezembro, anunciou a autarquia em comunicado. O objectivo passa por promover e incentivar as compras no comércio local, durante a época do Natal. O “Transporte a Pedido” foi uma medida, implementada a 19 de Maio deste ano, que permite que qualquer residente neste concelho, atra-

vés da marcação prévia pelo número 800 209 226, obtenha transporte à hora que quiser e para onde quiser. O “Transporte a Pedido” pode transportar mais do que uma pessoa, se o percurso o permitir, e tem um custo inferior ao do táxi o que implica uma significativa redução de custos. Se o serviço for requisitado por 8 pessoas, a autarquia envia um autocarro de nove lugares ao invés de um táxi.

ECONOMIA

O alargamento de funcionamento desse serviço vem no seguimento dos contactos que o município sardoalense fez junto dos comerciantes, através do Gabinete de Apoio ao Empresário, para que na época de Natal abrissem os seus estabelecimentos ao sábado à tarde. Desta forma a população que reside fora da vila pode deslocar-se mais facilmente à sede de concelho para fazer as suas compras de Natal num dos 13 estabelecimentos disponíveis.

27 de Novembro de 2014

A NERSANT E O MIRANTE entregam prémios Galardão Empresa do Ano

O MIRANTE e a NERSANT entregaram os prémios Galardão Empresa do Ano relativos a 2012 e 2013. Para além das empresas premiadas foram atribuídos galardões à mulher empresária do ano, jovem empresário e prémio carreira empresarial. A cerimónia decorreu na Casa do Campino, em Santarém, e contou com a participação do secretário de Estado da Economia.


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27 NOVEMBRO 2014 | O MIRANTE Sem equipas de trabalho motivadas, empenhadas e que vistam a camisola pelas suas empresas não se alcança o sucesso, frisaram os empresários. Miguel Cecílio, da Cecílio S.A., agradeceu aos colaboradores da empresa “a quem já chamamos família” e sem os quais “não seríamos o que somos hoje”. O empresário recebeu o prémio PME do ano 2012 e notou a importância de se premiar e reconhecer o mérito das empresas da região

Sem equipas empenhadas e motivadas não se alcança o sucesso Galardões Empresa do Ano foram entregues na noite de terça-feira em Santarém O mérito das empresas deve-se, em grande parte, ao esforço e empenho dos trabalhadores que ajudam a fazer crescer os negócios. Este foi o denominador comum dos discursos dos empresários galardoados na noite de terça-feira, 25 de Novembro, na gala de atribuição dos prémios Galardão Empresa do Ano, iniciativa da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém e do jornal O MIRANTE. Sem equipas de trabalho motivadas, empenhadas e que vistam a camisola pelas suas empresas não se alcança o sucesso, frisaram os empresários. Miguel Cecílio, da Cecílio S.A., agradeceu aos colaboradores da empresa “a quem já chamamos família” e sem os quais “não seríamos o que somos hoje”. O empresário recebeu o prémio PME do ano 2012 e notou a importância de se premiar e reconhecer o mérito das empresas da região. “É condição essencial para o sucesso”,

vincou. O empresário recordou o pai, Francisco Cecílio, e os tempos em que o pinhão “se partia com duas pedras”. João Pedro Galopim, da Vertequip, Micro-Empresa do ano 2013, notou que “só mantendo uma equipa motivada é possível ter sucesso”. Um segredo partilhado também por Carlos Gonçalves, da empresa Mendes Gonçalves, vencedora do prémio PME do ano. “O nosso segredo é ter uma equipa jovem, dinâmica e inovadora”, frisou. “Acreditamos que a partir da nossa terra [Golegã] podemos continuar a fazer a diferença”, realçou. No discurso de agradecimento, o responsável da Empresa do Ano 2013, José dos Santos Luís, da Pedramoca, também destacou que o mérito se deve “a uma equipa disciplinada e orientada, sempre com paixão e entrega pelo que faz”. Alberto Miranda, responsável da Agrotemplário, empresa galardoada com o prémio Micro-Empresa do ano 2012, conside-

rou o Ribatejo “uma região extraordinária” e capaz de produzir “jóias” que têm de ser mostradas ao mundo. “Produzimos muito bem e além do grande clima temos gente que pode ajudar a criar dinamismo nesta região”, notou. O administrador da Agrozel, Jorge Fernandes, dedicou o galardão Empresa do Ano 2012 ao pai que, aos 87 anos, continua activo e com ideias de investimento. “Já pensei em me reformar mas só o vou fazer quando ele também se reformar”, elogiou. Nos outros discursos da noite Carmen Santos, da Wtejo Enologia, elogiou a importância da Nersant no apoio aos novos projectos e empresários. Carmen recebeu o prémio Jovem Empresária. O prémio Mulher Empresária foi entregue a Maria Madalena Marques. “Agradeço de forma carinhosa e dedico este prémio a todas as mulheres que trabalham para alcançar o sucesso”, disse. O prémio Carreira

Empresarial foi entregue a Alfredo Maria Orvalho que não pôde comparecer por motivos de saúde. “Ele está muito agradecido e deixa um grande obrigado”, notou o neto, João Orvalho, que levou a distinção. A iniciativa da Nersant e de O MIRANTE realizou-se no decorrer do Nersant Business 2014, onde compareceram numerosos empresários estrangeiros. A cerimónia decorreu na Casa do Campino em Santarém.

João Nuno, neto de Alfredo Orvalho, recebeu prémio em nome do avô

Carlos Gonçalves da empresa Mendes Gonçalves recebe o prémio PME do ano 2013

João Galopim recebeu prémio Micro-Empresa do ano 2013

Élio Cecílio e Miguel Cecílio recebem prémio PME 2012

O prémio Mulher Empresária foi entregue a Maria Madalena Marques

Carmen Santos recebeu o prémio Jovem Empresário


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GALARDÃO EMPRESA DO ANO 2012/2013 | 3

Alberto Miranda da Agrotemplário recebeu prémio Micro-empresa 2012 Salomé Rafael e Paulo Resende da Danbanho

“Ser empresário nos dias de hoje é um acto de coragem” Presidente da Nersant, Salomé Rafael, fala das preocupações dos empresários da região

Jorge Fernandes, da Agrozel, distinguido com o prémio Empresa do Ano 2012

José dos Santos Luís, da Pedramoca, venceu prémio do Empresa do Ano 2013

Conceição Cunha e o seu neto Miguel Cunha

A presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant, Salomé Rafael, considera que o financiamento às empresas é uma das maiores preocupações actualmente. A dirigente, que falava na entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, aproveitou a presença do secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, para referir que “a maioria das empresas está descapitalizada e os financiamentos existentes são escassos”. E acrescentou que ao nível da banca a maioria do financiamento “é a curto prazo e suportados em contas correntes caucionadas com prazos de alto risco de denúncia a 30 dias”, criticou. A dirigente falou também do novo quadro comunitário de apoio - Portugal 2020 - sublinhando que existem muitos investimentos em carteira e projectos que não avançam enquanto não forem conhecidos todos os regulamentos. Salomé Rafael defende que o novo quadro seja “rapidamente” agilizado e que o Portugal 2020 seja “verdadeiramente” vocacionado para a economia e para as empresas uma vez que são elas que criam emprego e riqueza. Também a carga fiscal que recai sobre empresas e famílias é para Salomé Rafael uma preocupação. Em 2014 a carga fiscal e parafiscal sobre a economia é de 36,6 por cento e em 2015 deverá aumentar para 37 por cento. Reconhecendo no entanto que se fizeram “alguns progressos”, nomeadamente ao nível da recente reforma do código do IRC e as alterações no cálculo do IRS. “Estas alterações são positivas mas ainda são insuficientes”, afirma. Salomé Rafael critica o facto dos custos energéticos em Portugal serem “muito” superiores à média dos outros países europeus. E deu o exemplo de França que paga, em média, menos 40 por cento que Portugal. “Em alguns sectores os custos com a energia são já superiores aos custos com pessoal. Como se não bastasse, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos propõe para 2015 um aumento médio de 6,8 por cento”, lamenta. Os aumentos nos combustíveis, por via da fiscalidade verde, que se esperam a partir de Janeiro do próximo ano também

A dirigente falou também do novo quadro comunitário de apoio - Portugal 2020 sublinhando que existem muitos investimentos em carteira e projectos que não avançam enquanto não forem conhecidos todos os regulamentos. Salomé Rafael defende que o novo quadro seja “rapidamente” agilizado e que o Portugal 2020 seja “verdadeiramente” vocacionado para a economia e para as empresas uma vez que são elas que criam emprego e riqueza

mereceram críticas da presidente da Nersant. Salomé Rafael considera que esta taxa vem agravar os preços dos combustíveis para milhares de empresas de pequena e média dimensão, muitas delas exportadoras e responsáveis pela maioria dos postos de trabalho do sector secundário. “Mais uma vez as pequenas e médias empresas vão ver a sua competitividade externa diminuída”, realça. Salomé Rafael defende que ser empresário nos dias de hoje é um “acto de coragem”. “Todos conhecemos as dificuldades por que passam as empresas para cumprir com todas as suas obrigações fiscais e burocráticas. Gerir tesouraria, pagar salários e concorrer num mercado global”, refere. Entre 2010 e 2012 as exportações do distrito de Santarém cresceram quase o dobro da média do país (46,4% contra 28,8%). As empresas que têm participado nas acções de internacionalização com a Nersant, no mesmo período, subiram o seu volume de exportações, em média, 250 por cento. “Estes dados mostram de forma clara que as empresas do Ribatejo estão orientadas e preparadas para o desafio da inovação e da competitividade, um dos garantes para o crescimento das exportações”, concluiu.


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O prestígio de um prémio também depende do prestígio de quem o atribui Director-Geral de O MIRANTE alertou para a degradação de uma riqueza chamada Tejo

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s prémios Galardão Empresa do Ano, resultado de uma parceria entre a Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém e O MIRANTE, foram criados com a intenção de destacar o trabalho de empresários e empresas da região e a qualidade dos premiados valoriza a iniciativa mas só pode atribuir distinções com prestígio e visibilidade quem tiver o respeito da comunidade e valor reconhecido. A ideia foi defendida pelo director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, no decurso da sua intervenção. “O MIRANTE é o maior jornal regional do país e numa área que abrange 23 concelhos somos líderes em todas as frentes de forma tão destacada dos nossos principais concorrentes como de distancia a terra está da lua”. Quanto à NERSANT é a única associação empresarial da região e eu diria que as outras que existem, se existem, nem se dá por elas. Daí que a parceria para esta iniciativa tenha nascido tão naturalmente como natural é estarmos todos atentos ao que vai ser hoje o nosso jantar”, referiu. Há 14 anos que os prémios Galardão Empresa do Ano são entregues mas algumas dificuldades de ordem operacional têm provocado um ou outro atraso. Este ano a organização decidiu, para acertar calendário, atribuir prémios relativos a 2012 e 2013.

Uma situação a que o orador fez referência. “Quem dá nem sempre dá tudo o que pode. Esta máxima aplica-se a este caso. O vosso prémio não tem menos valor por ser dado com algum atraso e esperamos, sinceramente, que o recebam com alegria, porque a nossa intenção é boa e a nossa vontade de valorizar o trabalhos dos empresários e a sua importância na região é genuína e queremos que seja reconhecida, não só entre pares mas junto das comunidades”, pediu. Fez ainda um elogio a todos os gestores e empresários em geral ao declarar que dirigir é, na sua perspectiva, o trabalho mais exigente do mundo. “Temos que saber tudo daquilo que mandamos fazer ou, no mínimo, temos que perceber de tudo sobre aquilo que temos em mãos e que damos nas mãos. Mesmo que a Economia seja o nosso fraco, ai de nós se não soubermos entesar-nos com os homens da banca. Mesmo que as contas não sejam o nosso forte, ai de nós se não soubermos discutir o preço das mercadorias. Mesmo que as finanças sejam Matemática pura e dura, ai de nós se não soubermos fazer contas de cabeça”, explicou. O director geral de O MIRANTE pontuou o seu discurso com algumas referências mais descontraídas, tendo relembrado alguns episódios vividos noutras entregas de prémios. “Ao longo dos anos já vivemos situações dignas de serem contadas Começo por uma que

Joaquim António Emídio acho deliciosa e que foi da nossa responsabilidade. Numa noite como esta com mais de 500 pessoas na sala e os premiados em cima do palco, percebemos que nos tínhamos esquecido de levar os prémios para a cerimónia. Imaginem uma cerimónia sem os prémios para entregar na hora de chamar os premiados ao palco. Mas foi exactamente isso que aconteceu e sobrevivemos. Outra histó-

ria deliciosa foi a da presença de membros a mais do Governo da altura, uma situação que gerou algum stress e também riso. Como os lugares das mesas são limitados tivemos um membro do Governo de beicinho por não ter ficado na mesa da organização onde já estava outro membro do Governo”. E com o secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, e alguns deputados na sala e tendo atrás de si, no salão da Casa do Campino, uma imagem do Tejo, Joaquim António Emídio, referiu-se à situação do maior rio de Portugal. “É, no entanto, este rio que nos envergonha a todos. Envergonha e um dia talvez seja a nossa desgraça se continuarmos tão distantes do envolvimento cívico a que estamos obrigados contra aqueles que poluem os rios e e o ar que respiramos. O rio lá em baixo é apenas uma memória boa da infância. De vez em quando lembramo-nos que podia ser atracção turística ou porto de embarcações de Verão ou um lugar habitado para namorarmos. Não é assim na maior parte do seu curso desde que entra em Portugal até chegar a Lisboa. E não vale fingir que ele não existe pois quase todos nós já andámos perdidos nas suas marachas ou ficamos angustiados por vermos como as águas inundam os campos e estragam as colheitas nos anos de grandes cheias”, declarou a finalizar, tendo acrescentado que se para o ano não estiver na cerimónia de entrega dos Galardões Empresa do Ano, estará à beira Tejo, na sua horta, onde tem uma dúzia de árvores e “uma maracha para cuidar”.

Ricardo Gonçalves pede investimentos em estradas para melhorar a economia O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, aproveitou a entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano para voltar a chamar à atenção para a necessidade de requalificar a Estrada Nacional 362 que liga Santarém a Alcanede. Para o autarca é precisa uma intervenção urgente como forma de facilitar a vida às empresas que operam naquela zona, lembrando que uma das empresas galardoadas, a Pedramoca, tem instalações naquela freguesia. Segundo o autarca, as empresas da zona têm uma facturação anual de cerca de 400 milhões de euros e a recuperação da estrada custa cerca de 13 milhões de euros. “Este é um tipo de investimento que tem um efeito multiplicador da economia. Muitas vezes os pequenos investimentos têm muito maior retorno”, salientou, realçando que do volume de facturação destas empresas que usam a EN 362 mais de metade é resultado da exportação. “O nosso governo fala muito em exportação e não podemos esquecer esta região”, sublinhou Ricardo Gonçalves que falou também da importância da construção do IC3 para a região, sobretudo para os transportes de resíduos para a Carregueira, Chamusca. “Se calhar durante muitos anos fizemos investimentos que não tinham retorno, hoje estamos na altura de sermos mais criteriosos. Os autarcas

Elza Vitório, Lurdes Fernandes, Lucilia Vieira e Deolinda Simões

Ricardo Gonçalves quando pedem investimentos é com base em critérios e pedimos que nos ouçam”, concluiu o autarca.

Um grupo de convidados de empresa Mendes Gonçalves


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Secretário de Estado desafiou empresários a tirarem mais proveito dos apoios disponíveis Leonardo Mathias disse que, até ao inal do ano, icam prontos os regulamentos que permitem o acesso ao inanciamento do próximo quadro comunitário de apoio. As empresas do Ribatejo devem aproveitar todas as ajudas que o Governo coloca ao seu dispor para serem mais competitivas, quer no mercado interno, quer no mercado externo, e não devem desperdiçar a oportunidade de recorrerem ao financiamento disponível para investimento e inovação, considerou o secretário de Estado Adjunto da Economia, Leonardo Mathias, durante a cerimónia de entrega do Galardão Empresa do Ano 2012/2013. O governante falava, por exemplo, da agenda para a Competitividade do Comércio, Serviços e Restauração 2014-2020, lançada em Julho deste ano pelo Ministério da Economia, da Marca “Portugal Sou Eu” ou da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que promove o apoio à participação em feiras internacionais. Respondendo a um conjunto de preocupações dos empresários, pela voz da presidente da Nersant, Salomé Rafael, o governante indicou que as empresas do Ribatejo, à semelhança das outras no país, têm à sua disposição um “triplo pacote” de incentivo ao investimento, assegurado por três instrumentos de apoio. O novo quadro comunitário de apoio 2014/2020, coloca ao dispor dos empresários, nos próximos seis anos, 9,5 mil milhões de euros destinados à competitividade e internacionalização

Certame. Empresários da Colômbia icaram satisfeitos com a participação em Portugal O Secretário de Estado Leonardo Mathias (ao centro), com o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves e alguns convidados de Pequenas e Médias Empresas (PME). Leonardo Mathias assegurou também que, até final do ano, toda a documentação e quadro legislativo vai ficar pronto para que, em 2015, os empresários possam submeter as suas candidaturas aos fundos comunitários. Também no próximo ano entra em funções a Instituição Financeira de Desenvolvimento, criada para facilitar o acesso ao financiamento para as PME nacionais, embora esta não seja “a varinha mágica” que vai resolver todos os problemas. “É mais um instrumento de transparência e canalização de fundos comunitários mas não resolve os problemas de financiamento com que os empresários se confrontam. As taxas de juro em Portugal são de 5% e na Alemanha são de 0,5% quando uma empresa se vai iniciar. O financiamento aqui não tem nada a ver com o da Alemanha e estão aqui representantes da banca que

podem explicar isso melhor que eu”, atestou Leonardo Mathias. Salientou ainda que a “estabilidade fiscal” é indispensável para promover a competitividade num país, na cena internacional, mantendo o compromisso que assumiram com os empresários ao nível do IRC. “Tributamos 0% de IRC para as novas empresas, pelo menos nos três primeiros anos de actividade”, exemplificou. O secretário de Estado fez um diagnóstico ao tecido empresarial da região de Santarém, destacando o facto de, em 2013, o volume de exportações ter crescido 2%, as importações terem diminuído mais de 10%, a taxa de natalidade das empresas da região ter aumentado 20%, o encerramento de empresas ter diminuído para 1/3 nos últimos dois anos e o volume de negócios, em finais de 2013, ultrapassar 1,3 mil milhões de euros na região.

Empresários fazem negócios no Nersant Business

Certame decorreu entre 24 e 26 de Novembro no CNEMA O MIRANTE visitou a 3ª edição do Nersant Business, que decorreu entre 24 e 26 de Novembro no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. No local estiveram mais de uma centena de empresários estrangeiros em reuniões de negócios com empresários portugueses. O objectivo foi estabelecer contactos para futuros negócios e parcerias empresariais. Durante os três dias foram feitas mais de um milhar de reuniões de negócios. Célio Santiago veio de São Tomé e Príncipe para alargar a sua rede de contactos e fazer mais negócios. A sua empresa, a Me-Zochi, trabalha na área da distribuição, importando todo o tipo de mercadoria. Refere que o certame correspondeu às expectativas e que os negócios vão continuar depois do evento empresarial terminar. Só na manhã de terça-feira, 25 de Novembro, reuniu com 20 empresários da região de Santarém. Costuma participar em feiras em Portugal mas é a primeira vez que está em Santarém. “O objectivo é conhecer empresas da região que queiram trabalhar com a minha empresa”, explicou a O MIRANTE. Alejandro Velasquez veio da Colômbia dar a conhecer o seu gabinete de arquitectura. O arquitecto veio a Santarém buscar parceiros que pretendam ir ao seu país, na América do Sul, fazer negócios. “Existem muitas empresas portuguesas que querem entrar no mercado colombiano e este encontro é muito importante porque nós podemos abrir as portas”, explica Alejandro Velasquez. Em Portugal há alguns dias, o arquitecto conta que já conheceu alguns locais da região e afirma que existem muitas parecenças entre Portugal e Colômbia. Donalina é a proprietária da Mercearia Donalina na ilha de Santiago, Cabo Verde. É a primeira vez que vem a Portugal e conta que já encontrou alguns parceiros de negócios. A empresária refere que nunca compraram nada em Portugal mas costumam comprar produtos portugueses que se vendem em Cabo Verde. Donalina decidiu viajar ao nosso país para participar no Nersant Business porque quer comprar directamente. “Fica mais barato”, diz. A empresária está muito satisfeita e considera que foi muito bem recebida em Santarém. A grande maioria dos empresários estrangeiros veio dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) mas O MIRANTE encontrou, em conversas de negócios, empresários do Irão, Canadá e Brasil. O Nersant Business é iniciativa pioneira em Portugal e que se tem afirmado no país como um ponto de encontro entre empresários portugueses e estrangeiros. A edição deste ano do evento contou com um número record de participantes, num total de 14 países representados e mais de 100 empresários e entidades institucionais presentes.


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Ligação a todos os grandes projectos agrícolas dos últimos trinta anos Eng.º Alfredo Orvalho - Carreira Empresarial

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lfredo Augusto Maia Alves Orvalho tem o seu nome ligado à evolução do sec-

tor agrícola na região e no país, através da Agrotejo e da Agromais. As duas organizações que ajudou a fundar em 1986 e 1987,

e onde colocou todo o seu conhecimento e entusiasmo, foram fundamentais para o desenvolvimento da agricultura e pioneira na forma como conseguiram organizar a produção e comercialização no sector. Natural do Pinheiro Grande, Chamusca, onde actualmente reside, Alfredo Orvalho fez o ensino básico naquela localidade, estudou no Colégio Andrade Corvo em Torres novas e fez os seus estudos superiores da Escola Agrária de Santarém, onde tirou o curso de Engenheiro Técnico-Agrário, em 1957. Oriundo de famílias ligadas ao sector agrícola, Alfredo Orvalho participou, enquanto dirigente da Agrotejo e Agromais, na concretização de todos os grandes projectos do sector dos últimos trinta anos. No seu vasto currículo estão, entre muitos outros, a introdução da cultura extensiva do milho na lezíria do Vale do Tejo; o emparcelamento agrícola; a electrificação rural do campo agrícola do Pinheiro Grande e da Golegã; a aquisição das instalações e implementação do posto de recepção e secagem de cereais na Azinhaga; a aquisição das instalações e implementação do posto de recepção e secagem de cereais na Chamusca ou a aquisição das instalações e implementação do projecto da Hortejo. Considera o desenvolvimento e consolidação da Agromais Plus, na Golegã, uma empresa de comercialização de factores de produção criada pela Agromais para ajudar a garantir o rigoroso cumprimento das especificações de qualidade do

“A Agrotejo e Agromais, organizações que ajudou a fundar e onde colocou todo o seu conhecimento e entusiasmo, foram fundamentais para o desenvolvimento da agricultura e pioneiras na forma como conseguiram organizar a produção e comercialização no sector.”

produto agrícola final, como o mais estimulante dos inúmeros projectos em que esteve envolvido. Alfredo Orvalho iniciou a sua actividade profissional em 1957 no departamento agrícola da empresa José Marques Agostinho, no Entroncamento. Em 1960 passou para a empresa Shell Portuguesa, onde exerceu a sua actividade profissional no departamento agrícola como engenheiro técnico-comercial durante 33 anos. Como dirigente associativo exerceu cumulativamente funções técnicas na Shell e de gerente na Sociedade Agro-Pecuária do Pinheiro Grande que se formou em 1971. Durante a sua actividade profissional, manteve-se sempre ligado ao campo, residindo em Lisboa, Santarém (1972 a 1985) e Pinheiro Grande onde actualmente reside. Tem duas filhas e quatro netos. Foi sempre muito dinâmico para o desenvolvimento da aldeia onde nasceu, tendo promovido a criação da ADAP - Associação do Desenvolvimento da Aldeia do Pinheiro Grande e vários projectos a nível cultural, gastronómico e agrícola

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Uma empresa de um só trabalhador em constante movimento Agrotemplário – Galardão Microempresa 2012

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Agrotemplário é uma microempresa, sedeada em Tomar, que opera na área da consultoria agrícola e no comércio de factores de produção. Alberto Miranda, 50 anos, é o proprietário e único trabalha-

dor. Fundou a empresa a 11 de Novembro de 2011, após ter trabalhado durante oito anos em nome individual. Antes, já tinha acumulado experiência no sector, tendo trabalhado em duas empresas do Ribatejo. Formado em Engenharia Agrónoma pe-

la Escola Superior Agrária de Santarém, a oportunidade de se lançar como empresário surgiu em 2002, altura em que ficou desempregado. Arregaçou as mangas e pediu para receber, por inteiro, a verba do subsídio de desemprego a que tinha direito. Em 2013, a Agrotemplário apresentou um volume de negócios de 500 mil euros, o mesmo valor que o empresário, que faz do carro o seu escritório e do Iphone a sua principal ferramenta de trabalho, estima alcançar em 2014. Números que fazem com que agradeça a confiança que os cerca de 200 clientes, espalhados por todo o país, em si depositam. Faça chuva ou faça sol, Alberto Miranda sai para o terreno seja para angariar clientes ou para testar novos fertilizantes ou nutrientes. Por isso, consulta sempre o Boletim Meteorológico quando se levanta da cama, depois de ler as notícias. Atento às novas tecnologias procura implementar métodos e produtos inovadores, por exemplo, na fertilização, nutrição e protecção das plantas. Tem sabido aproveitar as potencialidades de novos produtos e alguns negócios que surgiram na altura certa. A Agrotemplário nunca tem produtos em stock. Se o cliente precisa Alberto Miranda vai buscar e ele próprio carrega, descarrega, entrega e aplica onde e a que horas for necessário. Juntamente com os agricultores, faz a análise dos terrenos e escolhe os produtos mais adequados a cada caso. Um trabalho que, na sua modesta opinião, podia ser feito através de uma maior colaboração entre as universidades e as empresas. A microempresa acompanha os clientes

desde que a semente é deitada à terra até à colheita do produto, trabalhando em todo o tipo de culturas. Se for necessário, pelo meio, trata-se de alguma praga que surja para que o resultado final seja o melhor. Entre Março e Julho chega a trabalhar 14 a 16 horas por dia. Nos momentos do ano em que há menos que fazer no terreno dedica-se ao estudo e aos ensaios laboratoriais, estando neste momento a tirar um Mestrado em Agricultura Sustentável. A curto prazo pensa abrir uma loja na Chamusca e para o ano se o novo Quadro Comunitário de Apoio assim o permitire, construir a sede da empresa na Zona Industrial de Tomar, onde já tem um lote de terreno com projecto aprovado. Prefere dar passos pequenos e sólidos mas não descarta a internacionalização, nomeadamente, em Angola e Moçambique

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Competência técnica e qualidade são a chave do sucesso Agrozel - Agro-Pecuária do Zêzere - Galardão Empresa do Ano 2012

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Agrozel – Agro-Pecuária do Zêzere, uma das firmas do grupo Rações Zêzere, possui em Ferreira do Zêzere modernas

instalações onde se dedica à produção de ovos e recria de galinhas. São quinze pavilhões de grandes dimensões onde 300 mil galinhas produzem diariamente cerca de

200 mil ovos. A produção é vendida a outra firma do grupo, a Zêzereovo, que depois os faz chegar às grandes cadeias de distribuição, como a Sonae, dona dos hipermercados Continente ou a Jerónimo Martins, dona da cadeia Pingo Doce. Além da produção de ovos a empresa cria um milhão de galinhas por ano para postura. Adquire pintos que, depois de 16 a 18 semanas de crescimento, são vendidos para o mercado nacional. Como o mercado dos ovos tem picos e está sempre debaixo de uma forte concorrência dos produtores de Espanha, a empresa tem também 600 hectares de pinheiros e eucaliptos, que vende para a indústria da celulose, e que representam uma mais-valia constante. Jorge Fernandes, administrador da empresa e filho do seu fundador, Francisco Fernandes, tem uma visão clara para o negócio e um objectivo definido, continuar a crescer, sem descurar os valores da competência técnica e da qualidade do produto, características que têm feito a diferença na hora de rivalizar com os concorrentes, nomeadamente os estrangeiros e na manutenção da confiança dos clientes nacionais. Os novos desafios da empresa passam pela plantação de 40 hectares de nogueiras e mais de 80 hectares de oliveiras para diversificação das áreas de negócios. A Agrozel foi constituída a 2 de Janeiro de 1988 e nasce da visão empreendedora

Criatividade é essencial para o aumento da competitividade Cecílio S.A. - Galardão PME 2012

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uem vai com frequência às compras já se deparou com certeza com embalagens do “Arroz d’Avó” e de pinhões da marca “Pinheiro”. A empresa que comercializa essas marcas é a empresa Cecílio, S.A. e está sedeada na Zona Industrial de Monte da Barca, em Coruche. Os irmãos Élio Cecílio e Miguel Cecílio são os administradores e estão a dar continuidade ao negócio iniciado pelo pai, Francisco Cecílio, na década de 70 do século passado. A Cecílio S.A. é um exemplo de que as empresas podem crescer em tempos de crise económica. No último ano aumentou em 50 por cento as vendas do arroz em relação ao ano anterior. Também na área do pinhão conseguiu um aumento ao nível das vendas. A previsão de facturação em 2014 é de cerca de dez milhões de euros graças à conquista de novos clientes no estrangeiro. Noventa por cento da produção de pinhão é para exportação. “Desde sempre que exportamos mas a quantidade não era tão grande como actualmente. Temos dado a conhecer o nosso produto em diversas feiras internacionais e isso tem ajudado a conquistar mercado”, referem os administradores. A empresa Cecílio S.A. exporta para todos os países da Europa, Palestina, Japão, Austrália, Estados Unidos da América, Canadá e para alguns países de África. Além do arroz e do pinhão também produz marmelada, patés, tomate e milho. Élio e Miguel Cecílio criaram a Casa Agrícola Ce-

“Continuar a crescer, sem descurar os valores da competência técnica e da qualidade do produto, características que têm feito a diferença na hora de rivalizar com os concorrentes, nomeadamente os estrangeiros.” de Francisco Fernandes que hoje, aos 88 anos, continua a recusar ficar parado em casa apesar de ser o filho, Jorge, de 61 anos, quem gere a empresa.A Agrozel começou por produzir frangos numas instalações pequenas no concelho de Ferreira do Zêzere e foi sempre crescendo e cimentando a sua posição enquanto produtor de excelência no panorama nacional. Em 2012 facturou 12 milhões de euros e conta já com 41 empregados. Recentemente investiu dois milhões de euros na melhoria e optimização das suas instalações para conseguir produzir mais e melhor mas com menos custos. Jorge Fernandes é um empresário optimista que acredita que se as empresas não apostarem na exportação não terão futuro. O país, diz, é pequeno demais para grandes negócios cá dentro. Defende que os empresários não podem ficar de braços cruzados à espera dos apoios do Governo e acredita que a região de Santarém pode dar um contributo decisivo para a produtividade do país. Segundo ele, é preciso apostar mais na agricultura

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“A empresa Cecílio S.A. exporta para todos os países da Europa, Palestina, Japão, Austrália, Estados Unidos da América, Canadá e para alguns países de África. Além do arroz e do pinhão também produz marmelada, patés, tomate e milho.”

cílio onde produzem arroz numa área de 200 hectares e possuem uma exploração suinícola onde matam cerca de um milhar de porcos por mês. “Somos um grupo e aproveitamos as sinergias dos nossos recursos. Se um funcionário que costuma trabalhar numa área estiver livre e houver mais trabalho na casa agrícola, por exemplo, vai trabalhar para lá. Temos uma óptima relação com os trabalhadores e isso é uma mais-valia para a empresa”, reforçam. Com uma equipa de cerca de oito dezenas de funcionários, os próximos projectos da empresa passam por continuar a aposta na melhoria da qualidade dos seus produtos, tornando-o mais atractivo para o cliente. Élio e Miguel Cecílio pretendem continuar a aposta no mercado internacional. O segredo do sucesso passa pela aposta na inovação.


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Uma empresa portuguesa que dá outros sabores ao Mundo Mendes Gonçalves – PME do Ano 2013

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Mendes Gonçalves entrou no mercado há 32 anos com um produto inovador: o vinagre de figo feito a partir dos frutos produzidos na região sobretudo em

Torres Novas. Com uma das fábricas mais modernas da Europa a empresa cresceu todos os anos em facturação e em recursos humanos. Tem actualmente duas centenas de colaboradores e uma estratégia à esca-

la global com presença em vários países. Uma coisa que nunca mudou foi o orgulho de se tratar de uma empresa portuguesa e a sua ligação à Golegã, que ostenta nos rótulos do que produz. Carlos Gonçalves é o administrador da empresa. Foi lá que, aos 16 anos, começou a trabalhar com o pai, tendo ainda dado serventia aos pedreiros que construíram as instalações. Tem apostado na inovação e na originalidade da junção de sabores e aromas. A empresa tem crescido no mercado nacional por via da marca bandeira, a Paladim – Temperos de Portugal, com uma vasta gama de produtos que vai do vinagre ao aos molhos, passando pelo piri-piri e pela maionese. No ano passado o volume de facturação atingiu os 21 milhões de euros e prevê-se para este ano uma subida de três milhões. A Mendes Gonçalves é uma empresa profissional com um cariz familiar e que, diz o administrador, sempre foi inquieta por natureza. Fez uma grande aposta na internacionalização e estima que em 2017 o volume de facturação na área do mercado externo represente cerca de 40 por cento do total. Tem presença em vários países e tem vindo a conquistar mercados em África e Médio Oriente. Não faz uma mera exportação, preferindo ter parceiros locais que representem a marca e que são escolhidos com base numa relação de confiança. A empresa chega a desenvolver produtos e embalagens adaptadas aos hábitos dos vários países.

“Com um departamento de investigação e desenvolvimento onde trabalham nove pessoas, a empresa está constantemente a dar sabor às invenções. Para a Argélia a Mendes Gonçalves desenvolveu três tipos de vinagretes.” Com um departamento de investigação e desenvolvimento onde trabalham nove pessoas, a empresa está constantemente a dar sabor às invenções. Para a Argélia a Mendes Gonçalves desenvolveu três tipos de vinagretes. O design é outra das apostas da empresa e não é entregue a mãos alheias. Tudo é feito internamente por questões de rapidez e rigor, incluindo o fabrico das embalagens. Além das marcas próprias a Mendes Gonçalves fabrica para outras marcas os mesmos produtos mas com características e sabores diferentes. A fábrica está preparada para criar soluções para os clientes, como foi o caso da invenção de uma maionese congelável para empresas de sandes congeladas. Não é por acaso que a empresa é escolhida como fornecedora certificada por algumas das maiores marcas do Mundo. É com base na inovação que a empresa tem sido distinguida em vários concursos nacionais e internacionais. Carlos Gonçalves sublinha que há excelentes produtos portugueses e que quem defende o consumo de produtos nacionais não o deve fazer apenas por uma questão de ajudar Portugal porque a maior parte do que produzimos é realmente de qualidade. E a prova disso é a Mendes Gonçalves

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“Trabalho as horas que forem necessárias porque não gosto de falhar” Maria Madalena Marques – Galardão Mulher Empresária 2013

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uma pessoa de fé e acredita que nada acontece por acaso. Maria Madalena Marques, 58 anos, fundou a “Óptica Alípios” em Tomar, com o marido, no início da vida de casados. Foi em 1977. Deixou o emprego de secretária no escritório de um advogado e dedicou-se de alma e coração a aprender tudo o que era necessário para que o investimento corresse bem. A aprendizagem e dedicação duram até aos dias de hoje. Quando a óptica abriu desempenhava quase todas as funções. Atendia os clientes, fazia as encomendas, tratava da contabilidade. Hoje é a directora executiva das cinco lojas “Óptica Alípios” que estão distribuídas por Tomar, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Alferrarede e Leiria. Espaços que também contam com o seu toque na decoração. Nunca se deita sem concluir os compromissos do dia ou terminar as tarefas prometidas aos clientes. Diz que falhar é o pior que lhe pode acontecer. Não é optometrista mas acompanha o marido a todos os eventos profissionais, congressos de optometria ou feiras de óptica. Vai porque quer entender melhor as necessidades da empresa e sentir-se completamente segura na hora de tomar decisões. A sua vida não se rege por horários. Trabalha as horas que forem necessárias. Garante que sempre conseguiu conciliar

a vida empresarial com a familiar. Apesar disso tem dias em que, mesmo trabalhando juntos no mesmo espaço, só vê o marido em casa. Com humor diz que não têm

tempo para se zangar um com o outro. Natural de Ferreira do Zêzere, reside em Tomar desde os onze anos. Não se imagina a exercer um cargo político embora sinta

“Quando a óptica abriu desempenhava quase todas as funções. Atendia os clientes, fazia as encomendas, tratava da contabilidade. Hoje é a directora executiva das cinco lojas “Óptica Alípios” que estão distribuídas por Tomar, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Alferrarede e Leiria.” que podia fazer muitas coisas pelo desenvolvimento da cidade. É vaidosa quanto baste e optimista por natureza. Antes de ir de férias organiza tudo de tal maneira que é como se fosse emigrar. Os dois filhos decidiram fazer carreira na empresa, o que a tranquiliza mas inquieta ao mesmo tempo porque o mercado está difícil. Adora estar sozinha com os seus pensamentos. Quando pode escolher as companhias gosta de se rodear de pessoas interessantes. A jardinagem e a leitura são os seus grandes prazeres. A cozinha funciona como uma terapia. Aproveita cada momento que a vida lhe dá de bom e tenta tirar algo positivo dos momentos menos bons. Sonha, um dia, em ter mais liberdade para fazer coisas interessantes mas sem que isso se torne numa obsessão. Refere que ser distinguida como Mulher Empresária do Ano é o reconhecimento das suas capacidades de trabalho e do sucesso do seu projecto mas que também é um prémio para as mulheres que, como ela, trabalham para ter sucesso

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A enóloga que analisa todos os vinhos da região Carmen Santos - Galardão Jovem Empresário 2013

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armen Santos decidiu criar a sua própria empresa em 2013 e não está arrependida do passo dado, após ter trabalhado

vários anos numa empresa de consultoria na área da enologia. Com base na experiência e conhecimentos adquiridos nasceu a WTejo Enologia – Análises e Consultoria,

nas instalações da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS), onde funciona um laboratório dotado de moderno equipamento para analisar amostras de vinho. A empresa presta ainda serviço de consultoria aos vitivinicultores da região e não só. A enóloga diz que o facto de ter estudado na ESAS facilitou a parceria com a escola para ali criar a sua empresa e montar o laboratório numa altura em que se encontrava desempregada. Os incentivos à criação de empresas, a que acedeu através da Nersant, constituíram outro factor decisivo para o nascimento da WTejo Enologia. “Foi uma grande luta até aqui chegar, muitas vezes com vontade de desistir porque a parte burocrática (relacionada com o crédito bancário) é muito chata”, resume quem hoje sente que o esforço começa a valer a pena. Licenciada em Engenharia Agro-Alimentar pela ESAS e com um curso de acreditação de laboratórios na Universidade Católica do Porto, Carmen Santos tem feito também várias formações específicas na área da Enologia. Integra ainda a câmara de provadores da CVR Tejo. Natural de Alverca e a residir em Santarém há vários anos, casada e mãe de três filhos, a engenheira explica que no seu laboratório recebe amostras de vinho de toda a região, de grandes casas agrícolas a pequenos produtores. Como é natural, a época das vindimas é a que mais trabalho proporciona. E esta campanha está a correr bem. A tecnologia de que dispõe permite, em 45 segundos, saber como está o vinho em termos de acidez, grau e outros parâmetros, possibilitando posteriormente ao vitivinicultor tratar ou afinar o produto final. “Quando o vinho está bom e é são tudo corre bem. O grande desafio está em fazer

“Criou a WTejo Enologia – Análises e Consultoria, nas instalações da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS), onde funciona um laboratório dotado de moderno equipamento para analisar amostras de vinho. A empresa presta ainda serviço de consultoria aos vitivinicultores.” vinho de uvas menos boas, com vários problemas e várias doenças. É nessas alturas que este conhecimento e estas análises todas se justificam”, diz a enóloga que afirma ter seguido essa área “por acaso”. No 3º ano da licenciatura queria optar pela vertente de produtos horto-frutícolas, “só que, por azar, nesse ano não abriu”. E entre as áreas de carnes e de vinhos preferiu esta última. Com três crianças pequenas, Carmen Santos diz que tem de gerir muito bem o seu tempo para as poder acompanhar nesta fase. Tem vários projectos em mente para alargar a actividade da empresa, nomeadamente às áreas dos eventos e da exportação de vinhos, mas neste momento assume que “não dá!”. Por isso foca-se, para já, no aconselhamento técnico e nas análises. Consumidora pontual e moderada de vinho, diz que na família directa toda a gente gosta de vinho mas ninguém produz. Carmen Santos considera que os néctares da região têm subido muito de qualidade graças ao investimento nas adegas, às novas plantações e ao apoio da parte técnica. A enóloga conclui afirmando que o vinho está na moda e tem futuro

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O mais importante de uma empresa é o seu capital humano Pedramoca – Galardão Empresa do Ano 2013 Empresa criada por José dos Santos Luís

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Pedramoca – Sociedade Extractiva de Pedra – foi criada em 1982 por José dos Santos Luís, dando continuidade ao trabalho do seu sogro, Francisco Frazão Carvalheiro, que explorava duas pedreiras. A Pedramoca facturou em 2013 cerca de cinco milhões de euros, uma facturação que suplantou em meio milhão de euros a do ano anterior. José dos Santos Luís considera que os resultados positivos resultam de muito empenho e de uma motivação permanente que não treme perante os obstáculos. A internacionalização, que iniciou há muitos anos, é outro factor importante. O maior volume de exportação é para a China e a empresa tem promovido contactos em países do Médio Oriente, nomeadamente Arábia Saudita e Dubai. A Europa também absorve uma parte importante da produção da Pedramoca. Com uma equipa de 34 funcionários, o empresário garante que o capital mais importante de uma empresa é o capital humano. Segundo ele, é muito importante que os funcionários estejam motivados. A Pedramoca é uma empresa familiar. José dos Santos Luís tem a trabalhar consigo a sua esposa, Maria Fernanda, os filhos Francisco Luís e Ana Luís e a nora

Os altos voos de uma empresa inovadora Vertequip - Galardão Micro-Empresa 2013

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Vertequip é uma empresa condenada ao sucesso se tivermos em conta o dinamismo e a criatividade dos seus sócios e principais trabalhadores. Manuel Júnior, um cidadão brasileiro a trabalhar em Portugal desde 1997, inspirou-se e de uma ideia simples criou um produto que pode revolucionar em poucos anos o trabalho em altura e profundidade. A Vertequip fabrica produtos que compõem um Sistema de Translação e Elevação de Pessoas (STEP), substituindo andaimes, plataformas elevatórias e cordas para realização de vários trabalhos.

Instalada na Chamusca, a Vertequip já chega a muitos países de todo o mundo. Os dois sócios principais da empresa, Manuel Júnior e Pedro Gonçalves, vivem do outro lado das fronteiras a conquistar mercado internacional para o seu produto. Na Chamusca João Galopim coordena a fábrica e uma pequena equipa que vai do engenheiro mecânico até ao director de marketing. A grande ideia que sustenta esta empresa foi criada quando Manuel Júnior percebeu que podia substituir nos trabalhos em altura os andaimes e as cordas por uma estrutura muito mais segura para evitar os acidentes

de trabalho e poupar na mão-de-obra assim como em tempo gasto na execução do mesmo. A ideia é simples mas o resultado pode ser revolucionário a curto prazo se entretanto as empresas não demorarem muito tempo a perceber o valor do empreendimento. Apesar da empresa ter poucos anos, e o projecto só ter sido aprovado pelo QREN em meados de 2013, a actividade comercial e a dinâmica já têm resultados extraordinários. O maior conta-se em poucas palavras. O equipamento pensado para trabalhos em altura está neste momento a ser usado num poço para extracção de carvão em Angola onde proporciona a descida a mais de cem metros de profundidade. Foi, até agora, o maior negócio da empresa no sector da exportação que nesta altura representa 80% do negócio. Outro exemplo: a empresa não tem faltado às principais feiras internacionais e onde está causa sensação. Em Espanha uma televisão abriu o seu telejornal recorrendo aos equipamentos da Vertequip para mostrar outro ângulo de abordagem de imagens em directo. Concebido para a construção civil o equipamento pode ser usado com o mesmo sucesso no mercado das artes ou do desporto. João Galopim revelou a O MIRANTE que o grande desafio da empresa é ultrapassar fronteiras e levar o equipamento às

“O maior volume das exportações da Pedramoca é para a China e a empresa tem promovido contactos em países do Médio Oriente, nomeadamente Arábia Saudita e Dubai. A Europa também absorve uma parte importante da produção.”

Ana Isabel. O empresário nasceu em Aldeia da Ribeira, concelho de Santarém, e tinha como projecto de vida trabalhar no ramo da cal, seguindo a tradição da sua família. A sua ligação ao sector da pedra foi feita através da sua esposa, após esta ter herdado as pedreiras que eram exploradas pelo pai. José dos Santos Luís diz que os piores anos da sua vida profissional foram vividos após o 25 de Abril devido a dificuldades no escoamento da sua produção. Conta que na altura, devido à falta de encomendas, os funcionários só trabalhavam três dias por semana.

“A Vertequip de Manuel Júnior e Pedro Gonçalves fabrica produtos que compõem um Sistema de Translação e Elevação de Pessoas (STEP), substituindo andaimes, plataformas elevatórias e cordas para realização de vários trabalhos. Instalada na Chamusca já tem clientes em vários países” grandes empresas que operam nos maiores mercados do mundo. O grande problema é abrir portas onde estão instalados grandes interesses. Vontade de trabalhar não falta. Os prémios que o produto recebeu nos dois últimos anos já abriram portas nomeadamente em empresas importantes como é o caso da EDP, que premiou a empresa com uma menção honrosa no prémio “EDP inovação”. A conquista dos prémios “Aveiro Empreendedor” e “Caixa Empreendedor” também contribuíram para o conhecimento da empresa e da dinâmica da sua equipa. João Galopim conta que num ano conseguiram certificar a qualidade do produto, produzir catálogos, conceber o sítio na internet, conquistar parceiros em várias partes do mundo e montar uma máquina que faça jus à qualidade do produto e ao seu interesse para o mercado

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