ESPECIAL PRÉMIOS TURISMO ALENTEJO E RIBATEJO E FESTA DO VINHO - CARTAXO (Edição 1191 - 23-04-2015)

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Amiais de Baixo recebe segunda edição do Festival da Carne de Capado Depois do sucesso da primeira edição, realizada no ano passado, o Festival da Carne de Capado está de regresso à vila de Amiais de Baixo, nos dias 1 e 2 de Maio. A iniciativa, que volta a ser promovida pela junta de freguesia local, assume-se já como uma referência nos eventos ligados à gastronomia do distrito de Santarém. A junta de freguesia organiza o festival em

parceria com a Casa do Povo (onde o evento vai ter lugar), a Associação de Pais e Encarregados de Educação da escola de Amiais de Baixo e o Clube Desportivo Amiense. Conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Santarém. A organização pretende com este evento que a par da componente gastronómica, vai ter animação musical, dar a conhecer a cozinha tradi-

ECONOMIA

cional de Amiais de Baixo e, através dela, convencer os visitantes a regressarem à vila mais vezes ao longo do ano. O Festival da Carne de Capado, pioneiro em Portugal, tem início marcado para as 19h00 do dia 1 de Maio e prolonga-se durante todo o dia 2 (entre o meio-dia e a meia-noite).

23 de Abril de 2015

Turismo do Alentejo e Ribatejo premeia empresas do sector

O mérito e a excelência de empresas ribatejanas e alentejanas do sector turístico foram premiados pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. A cerimónia de entrega de

prémios que decorreu no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, contou com a presença de cerca de uma centena e meia de convidados. 2

“Um bom gestor público tem que conhecer o território onde trabalha” Entrevista António Ceia da Silva é presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. É um homem afável mas frontal. Quando tem que criticar critica e quando fala do Alentejo e Ribatejo elogia sempre, sempre, sempre porque considera que todas as situações são boas para aprender. Uma entrevista em que afirma ainda que “se as dificuldades nos atrapalham então não estamos cá a fazer nada.” 4

ISLA de Santarém atribui bolsas de estudo a alunos da região A bolsa tem o valor de 1.500 euros por ano lectivo 13

Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo completou 68 anos Reconhecimento das pessoas e das suas famílias é a melhor prenda 4

Projecto “Floresta Segura” apresentado em Manique do Intendente, Azambuja A cerimónia foi presidida pelo secretário de Estado João de Almeida 14

Escola Profissional de Rio Maior promove Jornadas Profissionais 12


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Turismo do Alentejo e Ribatejo premeia empresas do sector Se há muito para fazer também é verdade que muito já foi feito...e bem feito O mérito e a excelência de empresas ribatejanas e alentejanas do sector turístico foram premiados pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo a 14 de Março. A cerimónia de entrega de prémios que decorreu no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, e contou com a presença de cerca de uma centena e meia de convidados. No Ribatejo, o prémio de Melhor Animação Turística foi atribuído aos Cruzeiros do Tejo – Rota do Escaroupim e da Cultura Avieira, organizados pela empresa Proma-

tur de Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos. Nesta categoria, o projecto Ria a dentro, também do concelho de Salvaterra de Magos, recebeu uma menção honrosa. Na categoria de Melhor Enoturismo, a Quinta da Lagoalva de Cima, no concelho de Alpiarça, recebeu uma menção honrosa. A Feira Nacional do Cavalo, da Golegã, foi nomeada como Melhor Evento e as Tasquinhas de Rio Maior distinguidas com o prémio de Melhor Gastronomia. O Observatório do Sobreiro e da Cortiça recebeu em casa a menção honrosa de Melhor Projecto Público.

No Turismo do Alentejo, a empresa Vertigem Azul de Tróia, concelho de Grândola, recebeu o prémio de Melhor Animação Turística com os Passeios no Sado e na Costa de Tróia – Observação de Golfinhos e de Aves no Estuário do Sado. Dois projectos muito semelhantes promovidos pelas empresas Get High (Ferreira do Alentejo) e Come Fly (Évora) receberam menções honrosas nesta categoria. O projecto Torre de Palma Wine Hotel, em Monforte, foi premiado como Melhor Empreendimento Turístico, recebendo o Ho-

tel Rural Horta da Moura, em Reguengos de Monsaraz, uma menção honrosa nesta categoria. Ao Serenada Enoturismo, do concelho de Grândola, foi atribuída uma menção honrosa de Melhor Enoturismo. O Festival Internacional de Balões de Ar Quente (FIBAQ), organizado a partir do concelho de Fronteira, e o projecto Palavras Andarilhas, de Beja, receberam menções honrosas na categoria Melhor Evento. A Gadanha Mercearia, em Estremoz, foi a vencedora do prémio Melhor Gastronomia. O Melhor Projecto Público foi atribuído à Câmara Municipal de Moura pela requalificação dos espaços urbanos de Mouraria. O projecto Sublime Comporta Country Retreat & Restaurant na Comporta, concelho de Grândola, ganhou o prémio de Melhor Turismo Rural. Nesta categoria, o júri distinguiu com menções honrosas a Herdade de Água d’Alte, concelho do Redondo, e a Train Spot Guesthouse, na Beirã, concelho de Marvão.


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Reconhecimento público do "Cante" e de outros parceiros As empresas do ramo do turismo não foram as únicas premiadas nesta cerimónia. Extra concurso, a Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo distinguiu, em

conjunto com a Agência Regional de Promoção Turística, empresas de outros sectores de actividade que se destacam pelas suas iniciativas e contributo para a divulgação

PRÉMIOS TURISMO ALENTEJO E RIBATEJO

das regiões do Alentejo e Ribatejo. O cante alentejano, reconhecido como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, recebeu o Prémio Especial do Turismo Alentejo/Ribatejo. O MIRANTE foi distinguido com o prémio de Melhor Comunicação. Nesta categoria, foram ainda premiados os jornais Correio do Ribatejo, Alto Alentejo, Diário do Sul e Diário do Alentejo, o editor regional da Agên-

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cia Lusa no Alentejo, Manuel Luís Mendes, e as revistas É Ribatejo, Mais Alentejo e a Turisver com a reportagem “Espelhos de Água do Alentejo”. O Museu Diocesano de Santarém, Pavilhão Temático “A Bolota” de Portel, Festival MEO Sudoeste e o empresário Vasco Gallego receberam a Distinção Iniciativa. O Prémio Agência Regional de Promoção Turística foi atribuído a Filipe Silva e à Otto-Mark.

Exigência do júri dá maior importância aos prémios Sector é visto à lupa diariamente e qualquer falha é ampliada O júri dos prémios Turismo do Alentejo e Ribatejo 2014 foi tão exigente como o mais exigente dos turistas de todo o mundo. Num sector onde a concorrência é fortíssima e qualquer fragilidade ou falha pode ganhar dimensões catastróficas aquela postura tem que ser elogiada. Milhares e milhares de olhos observam à lupa o sector do turismo a todo o momento. As redes sociais vieram ampliar as opiniões de cidadãos comuns e de críticos especializados. Quem tem qualidade cresce. Quem não tem qualidade marca passo. Quem tenta mostrar o que não tem nem é, arrisca-se a ir ao fundo. A falta de candidaturas ajudou muito a que um ou outro prémio não tenha sido atribuído. Mesmo assim houve muitos e rasgados elogios. O júri dos prémios, reuniu no dia 27 de Fevereiro, no auditório da sede do Turismo de Portugal. Participaram na reunião os seguintes elementos do Júri: José Manuel Simões (presidente do júri), Armando Rocha, Teresa Ferreira, António Lacerda, Carina Monteiro e Joana Emídio. Por indisponibilidade de agenda, não puderam participar os seguintes membros: Jaime Serra, José Elias, José Miguel Piçarra e Pedro Cherrim, tendo alguns destes elementos feito chegar à reunião de júri as suas apreciações. Deu apoio à reunião a técnica da Turismo do Alentejo ERT, Maria Manuel Gantes.

Alentejo leva algum avanço mas o Ribatejo vai no bom caminho O júri congratulou-se com o número de candidatos aos prémios, observando, no entanto, a grande diferença de número de candidaturas entre o Alentejo e Ribatejo. Por

esse motivo destacou a necessidade de se comunicar mais e melhor a iniciativa no território do Ribatejo. A justificação para o desequilíbrio actual foi explicada pelo presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo. "O Alentejo está a ser trabalhado há cinco anos e o Ribatejo apenas há um ano. Ainda há muito por fazer", disse, na cerimónia de apresentação dos prémios.

Insistir na valorização de novos projectos O júri considerou que se deve valorizar a afirmação de novos projectos, sobretudo aqueles que

contribuam para a afirmação da essência do Alentejo e do Ribatejo e das suas especificidades.

Premiar ou não premiar os que já foram premiados?

dar oportunidade a outros projectos e propôs a inclusão desta regra no regulamento. A primeira voz a contestar a proposta foi a do próprio presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo. Ceia da Silva lembrou que “a excelência deve ser reconhecida, sempre”.

O júri considerou que não devia premiar os projectos que tinham sido premiados no ano anterior, para se


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ESPECIAL PRÉMIOS TURISMO ALENTEJO E RIBATEJO 23 ABRIL 2015

Os vencedores do Alentejo MELHOR ANIMAÇÃO TURÍSTICA - ALENTEJO Passeios no Sado e na costa de Tróia - Observação de Golfinhos e de Aves no Estuário do Sado, da empresa Vertigem Azul (de Tróia/ Grândola), justificando a sua preferência pela sustentabilidade e robustez do negócio que conta com 17 anos; forte ligação ao território do litoral alentejano; pela iniciativa em diversificar a gama de produtos oferecidas no destino Alentejo, nomeadamente com a componente de observação de golfinhos aliada a actividades de âmbito cultural e paisagístico. MENÇÕES HONROSAS Get High (de Ferreira do Alentejo) e Come fly (Évora) Pela diferenciação dos produtos/ actividades que conferem uma nova perspetiva do Alentejo. Ou seja, a oportunidade de se experienciar este destino a partir das "Alturas", aliando-se a uma outra perspectiva que o júri considerou valorizar que é a promoção da animação turística acessível a diferentes públicos, nomeadamente as actividades radicais para públicos com mobilidade condicionada. MELHOR EMPREENDIMENTO TURÍSTICO - ALENTEJO Torre de Palma, Wine hotel, de Monforte, pelo arrojo, e qualidade, pelo bom trabalho de recuperação do edificado tradicional da região; pela Qualificação da Oferta - 5 estrelas; relação com o território e produção de vinho. MENÇÃO HONROSA Hotel Rural Horta da Moura (em Reguengos de Monsaraz) evidenciando o processo de requalificação que esta unidade foi objecto, bem como numa aposta de qualificação dos serviços disponíveis para os clientes. MELHOR ENOTURISMO - ALENTEJO Prémio não atribuído MENÇÃO HONROSA Serenada, Enoturismo (do concelho de Grândola), pela qualidade que consegue afirmar no meio enoturistico, num território ainda pouco conhecido na área da promoção turística associada ao vinho. MELHOR EVENTO - ALENTEJO Não foi atribuído prémio MENÇÕES HONROSAS Festival Internacional de Balões de Ar - Quente (FIBAQ) (que se organiza a partir do concelho de Fronteira), por todo envolvimento que este evento tem com o território e a capacidade de atracção de visitantes e pela visibilidade que dá ao Alentejo e à sua paisagem. Projecto Palavras Andarilhas, de Beja, pelo crescimento sustentado que este evento tem verificado ao longo dos anos. Conseguindo superar-se para uma dimensão internacional. As palavras andarilhas trazem ao Alentejo reconhecidos artistas, escritores, contadores de histórias, agentes culturais e cantores de todo o mundo. A cultura e o turismo unem-se neste evento, permitindo a possibilidade aos visitantes conhecerem e trocarem experiências culturais muito diversificadas. MELHOR GASTRONOMIA - ALENTEJO Gadanha Mercearia (de Estremoz) pela qualidade, pela inovação e pela juventude deste projecto. MELHOR PROJECTO PÚBLICO - ALENTEJO Requalificação dos espaços urbanos de Mouraria, de Moura, considerando que a valorização e qualificação do espaço público deve ser premiada. O projecto de Moura é um exemplo dessa requalificação e valorização com contributos a curto/médio prazo para o desenvolvimento do turismo no Alentejo. A qualificação do espaço público devolve a cidades aos seus moradores e porque se tornam espaços vivos são atractivos para os visitantes, o caso de Moura parece ter sido um exemplo bem sucedido. O júri considerou ainda que o projecto Polis Sudoeste é uma proposta importantíssima na senda da qualificação e valorização do espaço público, no entanto, o facto de ainda não se encontrar o projecto completamente terminado, remete para a sua possível candidatura para o ano que vem, quando todas as obras do projecto estiverem terminadas. MELHOR TURISMO RURAL - ALENTEJO Sublime Comporta Country Retreat &Restaurant, na Comporta, em Grândola, pela qualidade , e excelência de serviço que esta unidade de Turismo Rural pretende associar à sua imagem. MENÇÃO HONROSA Herdade de Água d’Alte, no concelho do Redondo, pela qualidade e tranquilidade que transmite, e que são mais valias associadas à região. Train Spot Guesthouse, na Beirã, no concelho de Marvão, pela inovação dos serviços propostos, ainda pela valorização e qualificação de um património arquitectónico diferente.


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Os vencedores do Ribatejo MELHOR ANIMAÇÃO TURÍSTICA - RIBATEJO Cruzeiros no Tejo - Rota do Escaroupim e da Cultura Avieira, da empresa Promartur de Salvaterra de Magos, justificando a sua escolha pelo facto desta empresa ter o produto turístico mais estruturado e divulgado. MENÇÃO HONROSA Rio a Dentro, também do concelho de Salvaterra de Magos, e que apresenta propostas inovadoras e alternativas para a descoberta do património natural que o Tejo proporciona aos seus visitantes. MELHOR EMPREENDIMENTO TURÍSTICO - RIBATEJO Não foi atribuído MELHOR ENOTURISMO - RIBATEJO Prémio não atribuído MENÇÃO HONROSA Quinta da Lagoalva de Cima do concelho de Alpiarça CATEGORIA MELHOR EVENTO – RIBATEJO Pela notoriedade que dá à região, pela afirmação que tem a nível nacional e internacional, o júri atribui o Prémio à Feira de S. Martinho – Feira Nacional do Cavalo da Golegã (promovida pelo Município em colaboração com a Associação Nacional da Feira do Cavalo) MELHOR GASTRONOMIA - RIBATEJO Foram considerados nesta categoria os eventos associados à valorização da gastronomia, nomeadamente as mostras e festivais gastronómicos. “Tasquinhas de Rio Maior" - Evento promovido pela câmara municipal, em conjunto com a Associação Comercial e Empresarial de Rio Maior, - iniciativa precursora do que é hoje tão difundido como meio de valorização da gastronomia, a dinamização de mostras ou “tasquinhas”. MELHOR PROJECTO PÚBLICO – RIBATEJO MENÇÃO HONROSA Observatório do Sobreiro e da Cortiça, no concelho de Coruche - Um projecto fundamental para a divulgação de um produto de referência que está indissociavelmente associado com a paisagem e o território, tanto do Ribatejo como do Alentejo. MELHOR TURISMO RURAL - RIBATEJO Não foi atribuído prémio

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ESPECIAL PRÉMIOS TURISMO ALENTEJO E RIBATEJO 23 ABRIL 2015

“Se as dificuldades nos tolhem então não estamos cá a fazer nada” António Ceia da Silva - Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo António Ceia da Silva é um homem afável mas frontal. Quando tem que criticar critica e quando fala do Alentejo e Ribatejo elogia sempre, sempre, sempre porque considera que todas as situações são boas para aprender. Para melhorar. Considera que Portugal aproveita pouco aquilo que pode ser um selo universal e diferenciador. Homem de andar no terreno, faz cerca de 11 mil quilómetros por mês nas estradas portuguesas. Foi deputado na Assembleia da República e diz que foi a pior experiência da sua vida. Quando se começou a falar na integração dos municípios da Lezíria do Tejo no Turismo do Alentejo o senhor torceu o nariz à ideia. Nesta altura qual é a sua posição? Não torci o nariz. Fui daqueles que, na altura, afirmei de forma muito concreta, e fui o primeiro fazê-lo, quer por carta quer no âmbito da comissão de Economia da Assembleia da República, que tomassem atenção que se colocassem na lei a NUT 2, automati-

camente, o Médio Tejo e o Oeste passariam para o Centro e a Lezíria viria para a Entidade de Turismo do Alentejo. Alertei para essa situação. Claro que não fui ouvido. No entanto, a partir do momento em que saiu a lei acabou a discussão. Em Portugal ligamos muito à forma e pouco ao conteúdo. Não tinha nada contra o Ribatejo. É assim? As primeiras pessoas que têm que gostar do Ribatejo são aqueles que lá vivem.

“Um bom gestor público tem que conhecer o território onde trabalha” António Ceia da Silva nasceu a 11 de Abril de 1963 em Portalegre, onde viveu até ir estudar para Coimbra com a intenção de se licenciar em Direito. Uma oportunidade que teve de trabalhar como técnico de turismo, na Região de Turismo de São Mamede (Portalegre) mudou-lhe o rumo da vida. Descobriu a grande paixão da sua vida. Mais tarde, acabaria por se licenciar em Direito para concluir o que tinha começado, tendo dado aulas no ensino secundário, em Elvas. Esteve na primeira edição da Feira Internacional de Turismo (FITUR) a fazer atendimento atrás do balcão e confessa que nunca perdeu uma oportunidade de aprender. Foi presidente da Região de Turismo de São Mamede e já depois dos 40 anos decidiu que devia aliar a experiência de vários anos no sector do Turismo ao conhecimento académico e licenciou-se em Turismo. Seguiu-se o mestrado em Gestão

Estratégica de Destinos Turísticos e está a fazer o doutoramento no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, em Lisboa. É professor no Instituto Politécnico de Portalegre e já foi convidado para dar aulas na Universidade de Évora. Está no segundo mandato na presidência da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e pretende recandidatar-se a mais um. Ceia da Silva não é homem de estar sentado no seu gabinete. Diz que um bom gestor público tem que conhecer o território onde trabalha. “Um bom gestor público é aquele que motiva, que conhece, que está junto dos empresários, dos agentes, das autarquias. Esta é a minha forma de estar. Assusta-me muito quando um gestor público está no gabinete e é lá que recebe as pessoas. Quando um empresário de Santarém ou da Chamusca pede para falar comigo sou eu que

Neste momento, sou um defensor inequívoco do Ribatejo. Vou defender a região até à exaustão. E não vamos estar a mudar tudo outra vez. Agora ninguém me tira do Ribatejo. Estamos a trabalhar há um ano nesta região e não se pode mudar tudo outra vez. A região não merece isso e não podemos andar a brincar às politiquices. Os concorrentes têm os mesmos destinos turísticos há mais de duas décadas, não estão a mudar todos

vou lá. Para isso temos que ter bons gabinetes mas temos que ser nós a escolher técnicos qualificados e formá-los todos os dias”, explica. O presidente da ERT considera que sem humildade, trabalho e paixão não se consegue fazer nada na vida. Faz cerca de 11 mil quilómetros por mês de carro a percorrer as regiões das quais é presidente. É quase sempre o próprio quem conduz o automóvel. Nos poucos tempos livres que lhe restam gosta de fazer caminhadas e jogar sueca com os amigos todos os meses para descontrair e relaxar. Tem o ritual de ver o jornal da SIC Notícias à meia-noite para estar informado da actualidade. Tem uma filha com 19 anos com quem tem uma relação muito forte e próxima. Apreciador de comidas fortes, gosta de sopa de pedra ou pezinhos de porco de coentrada. Nas diversas iniciativas gastronómicas para as quais é convidado já foge dos petiscos e confessa que anda sempre com o mesmo copo e finge que prova todos os vinhos...”Não é por mal. É para não arruinar a saúde”.

os dias. O Ribatejo é uma região com uma potencialidade incrível. Acho que existe um problema de auto-estima. As primeiras pessoas a dizerem que o Ribatejo é extraordinário, fabuloso têm que ser os ribatejanos. O Ribatejo tem um problema que é o facto de estar muito próximo da capital mas temos que transformar essa proximidade numa vantagem. O que está a ser feito ao nível do Turismo do Alentejo e Ribatejo? O que compete à Entidade Regional de Turismo é fazer o melhor trabalho naquela região, dignificá-la, fazer engenharia de produto. Estamos a fazer os planos operacionais estratégicos, estamos a trabalhar o Tejo, o Equestre, o Cinegético, a Gastronomia, a articulação com empresários e autarcas. Esse trabalho está a ser feito. Fomos a única entidade regional do país que apresentou um plano até 2020. Nós sabemos bem o que queremos e discutimo-lo com os agentes. Os ribatejanos viraram as costas ao rio Tejo? Vamos avançar com um concurso dirigido aos alunos das escolas intitulado “Um turista, um amigo no Ribatejo”. Temos que começar pelos mais jovens com esta campanha de sensibilização, mas demora tempo. Como o Tejo faz parte do dia-a-dia não valorizamos tanto e que muitas vezes é muito superior ao que existe lá fora. É normal desvalorizarmos e nós latinos nunca gostamos daquilo que temos. Embora não se canse de repetir que o Alentejo não é o Ribatejo, e vice-versa, é normal que tenha que fazer um esforço para relacionar, minimamente, as duas realidades. Já teve a tentação de encaixar algumas coisas…mesmo a martelo? Nunca na vida. Aí sou muito profissional. Se há alguma situação que me deixa tranquilo é o facto de, desde o primeiro dia, termos dito que o Ribatejo não é o Alentejo e vice-versa. O Ribatejo vai para além daqueles 11 concelhos da Lezíria e há condições para fazer protocolos e parcerias para envolver todo aquele território, aliás onde O MIRANTE trabalha, em determinados projectos. Se vamos fazer um projecto de valorização do Tejo porque é que não há-de ser alargado até Abrantes ou Vila Franca de Xira? Estamos completamente disponíveis para o fazer. Há produtos e roteiros que são transversais às regiões. Há alguns que podem ser articulados em conjunto com o Alentejo e Ribatejo. A classificação do “Cante” já contou

Não tem sotaque alentejano mas, como bom alentejano, gosta de contar anedotas de alentejanos. “Os alentejanos têm um espírito impressionante, são eles próprios que contam anedotas de si próprios, o que valoriza aquela bonomia que caracteriza o Alentejo”, diz. Com a vida agitada que leva gosta de ver uma boa comédia no cinema ou televisão. “A vida é tão complexa que faz falta uma comédia para rir e descomprimir do stress do dia-a-dia. Assusta-me um bocadinho os tempos que vivemos. Tornamo-nos demasiado egoístas”, realça. Na infância não teve quem lhe contasse histórias para adormecer. A mãe era doméstica mas trabalhava imenso porque tinham uma casa “enorme” onde recebiam os hóspedes que eram os alunos que iam fazer o liceu a Portalegre e ficavam lá a dormir. “A minha mãe acabou por ter muito pouco tempo para os filhos. Tive que ser autodidacta e contar histórias a mim próprio”, recorda com um sorriso.


23 ABRIL 2015 ESPECIAL alguma coisa para o Turismo do Alentejo ou a marca Alentejo já estava a cantar antes do “Cante”? Aquilo que estamos a trabalhar é a questão da activação do património imaterial. Entendemos que não basta a classificação da Unesco. É necessário que o turista possa fruir dessa mais-valia que o património imaterial significa. Estamos a incentivar a criação de casas de Cante no Alentejo, como as casas de fado em Lisboa. São espaços de gastronomia, restaurantes, onde o turista pode ver e ouvir Cante Alentejano. Os restaurantes alentejanos que tenham animação de Cante vão ser apoiados. Dentro de alguns anos o Alentejo vai ter várias casas de Cante e aí sim damos uma dimensão económica e turística àquilo que já foi uma valorização cultural. O que vai marcar a próxima geração de turistas é a procura de destinos únicos. Estamos a trabalhar vários dossiês de candidatura à Unesco, entre eles a Cultura Avieira e somos parceiros da marca da Falcoaria em Salvaterra de Magos. Uma grande parte dos alentejanos quando se junta em convívios, canta. É algo que faz parte da sua identidade cultural. Os ribatejanos não dançam o fandango e devem ser muito poucos os que sabem dançar, muito menos sem música. Avançar com uma candidatura do Fandango a Património Imaterial da Humanidade faz sentido? Faz todo o sentido. Para mim foi uma experiência muito boa ter estado na 9ª Convenção do Património Imaterial da Unesco em Paris e tive ocasião de assistir à apresentação das candidaturas que chegaram àquela fase final. Ganhei uma percepção diferente da forma como Portugal aproveita pouco aquilo que pode ser um selo universal e diferenciador. O Fandango tem todas as condições para vir a ser classificado. E isso pode ser um importante aspecto de valorização e atracção do território porque o turista vai ver o que é classificado. O que é importante é fazer um excelente dossiê de candidatura envolvendo os fandanguistas porque eles é que estão por dentro dessa tradição. A marca Alentejo é muito forte. Há quantos anos começou a ser implantada e quanto dessa implantação foi feita à margem de estruturas oficiais? Alentejo e Ribatejo são duas marcas muito fortes, com muita identidade, muita força cultural e identitária. O caminho faz-se caminhando. O sector do vinho foi o primeiro a contribuir para a notoriedade do Alentejo e é um exemplo do que deve ser feito. Apesar de haver mais de 800 marcas no mercado, o vinho apareceu sempre, quer em Portugal quer no estrangeiro, como Alentejo. A marca Alentejo teve muita força associada à excelência e à qualidade do produto. A Toscânia, que para mim é um exemplo no Turismo, trabalha a sua marca há 40 anos, como Barcelona e outros grandes centros turísticos. Nós estamos a trabalhar a marca Alentejo há apenas cinco anos, que significa zero. Apesar de tudo, a National Geographic considerou-nos um dos 21 destinos preferidos do mundo. O The Guardian, o segundo jornal britânico mais lido, considerou-nos um dos dez destinos de praia do mundo. Em cinco anos já fizemos muita coisa e garanto que o Ribatejo vai começar a ser falado, pela qualidade e excelência. Os vinhos alentejanos têm essa identidade própria de que falou mas os vinhos do Ribatejo estão na Região de Lisboa. Qual é a sua opinião? Os vinhos do Litoral Alentejano também estão integrados no Sado. Este país, às vezes, tem umas configurações geográficas muito interessantes. Estamos a trabalhar com as comissões vitivinícolas do Tejo, do Alentejo e com a Associação

PRÉMIOS TURISMO ALENTEJO E RIBATEJO

O Fandango tem todas as condições para vir a ser classiicado. O que é importante é fazer um excelente dossiê de candidatura envolvendo os fandanguistas *** O Ribatejo vai para além daqueles 11 concelhos da Lezíria e há condições para fazer protocolos e parcerias para envolver todo aquele território, aliás onde O MIRANTE trabalha, em determinados projectos. Se vamos fazer um projecto de valorização do Tejo porque é que não há-de ser alargado até Abrantes ou Vila Franca de Xira? *** Alentejo e Ribatejo são duas marcas muito fortes, com muita identidade, muita força cultural e identitária. O caminho faz-se caminhando. *** Vou defender a região até à exaustão. E não vamos estar a mudar tudo outra vez. Agora ninguém me tira do Ribatejo. Estamos a trabalhar há um ano nesta região e não se pode mudar tudo outra vez *** O que vai marcar a próxima geração de turistas é a procura de destinos únicos. Estamos a trabalhar vários dossiês de candidatura à Unesco, entre eles a Cultura Avieira de Produtores do Litoral Alentejano, que está integrado no Sado. Ligo pouco à forma e muito ao conteúdo. Vamos trabalhar todos em conjunto. A nós compete-nos coordenar, agora quem sabe e quem domina as questões ligadas ao enoturismo são técnicos especializados e nós articulamos com a comissão vitivinícola. O segredo é sabermos coordenador e saber incentivar esse trabalho. O senhor tem uma postura afável mas

“Ser deputado foi a pior experiência da minha vida” Ceia da Silva foi deputado na Assembleia da República eleito pelo Partido Socialista em 2005 mas não levou o mandato até ao fim. Confessa que foi a pior experiência da sua vida e que serviu de lição porque nunca mais quer repetir. “Sou um executivo e ali não se pode fazer nada. Não se deixa trabalho feito e não temos poder de decisão. Há muita burocracia e hierarquias muito pesadas. Fui deputado por acidente. Não queria mas devido a uns problemas tive que ir. Foi bom apenas para saber que não quero repetir”, garante. Continua a ser militante do PS mas não tem participação activa. Diz que o seu par-

é conhecido por ser frontal. Não deve ter ficado muito satisfeito por constatar que os Prémios de Turismo Alentejo Ribatejo 2014 tenham tido tão poucas e tão fracas candidaturas do Ribatejo, mesmo tendo em conta que o Alentejo tem 47 municípios e o Ribatejo apenas 11. Foi o primeiro ano e há uma dinâmica empresarial que tem que ser incentivada. É natural. No segundo ano será melhor e no terceiro ainda melhor. O nosso objectivo com os prémios é motivar, estimular, reconhecer, premiar o mérito e é criar espírito de equipa e família. Não tenho dúvidas que nos próximos anos vai ser muito melhor. As candidaturas são espontâneas, provavelmente tem que haver dinâmica para incentivar as pessoas a candidatarem-se. Vamos trabalhar aquele território. Não se cansa de repetir que um destino turístico não é construído pelo presidente da Entidade Regional de Turismo mas em conjunto com os autarcas, empresários, cidadãos e também diz que não gosta de falar do passado mas do futuro. A pergunta é: Qual o piso em que vai ser trabalhado, nos próximos tempos, na construção do destino turístico do Ribatejo? É um trabalho que se faz com calma. Vou dar-lhe exemplo: fomos a única entidade que falou com as comunidades intermunicipais em relação às intervenções territoriais integradas. Do ponto de vista do próximo quadro comunitário de apoio vamos ter instrumentos decisivos em relação às autarquias que têm uma componente de promoção de marketing e turismo. Dissemos que estamos aqui e queremos que as câmaras municipais possam ser parceiras da ERT em projectos que queiram fazer na área da reabilitação do património de acordo com as rotas de touring cultural e paisagístico. Nós estamos lá, somos interventivos. Estamos a trabalhar com os municípios em vários projectos até 2020. O Ribatejo tem as touradas e as festas tradicionais com largadas. Trata-se de um segmento turístico que não reúne unanimidade e que pode ser até constrangedor. Como lida com ele? Eu não sei cantar e fui o principal impulsionador do Cante a Património da Unesco e se fosse por mim, pela minha voz, nunca teríamos conseguido a aprovação da candidatura. (risos). As toiradas, os toiros, fazem parte da cultura da região do Ribatejo. Houve um momento em que se começou a trabalhar as feiras medievais e hoje em dia isso perdeu a identidade porque se fazem feiras medievais em todo o lado. As largadas e as corridas de toiros devem ser feitas no Ribatejo porque é lá que existe essa tradição. Há quem não goste mas é algo que faz parte da alma, do coração e do carácter do Ribatejo e isso tem

tido é o Turismo do Alentejo e do Ribatejo. Orgulha-se de ter sido “sempre” eleito e reeleito para os cargos por unanimidade. Católico não praticante confessa gostar do Papa Francisco. Gosta de apreciar arte sacra mas, na sua opinião, a igreja é onde “quisermos que seja”. Aprecia os cemitérios norte-americanos porque são jardins e em Portugal são locais “mais sombrios”. “Provavelmente temos mais vontade de conversar com um ente querido num espaço ajardinado e não nos nossos cemitérios”, opina. O presidente da ERT afirma que existem duas coisas que alargam horizontes: ler e viajar. A Patagónia - que separa a Argentina do Chile, na América do Sul – foi o destino que mais o marcou. Também uma viagem ao Dubai lhe merece destaque porque foi uma viagem inesperada. Ceia da Silva descobriu que não tinha lugar no

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que ser valorizado. Estava em preparação um plano de sinalização turística viária e urbana para implementar este ano. Qual é o ponto da situação? Quando falei nisso houve, provavelmente, má interpretação. Um plano destes depende dos fundos estruturais e é um plano para três, quatro anos. Trata-se de sinalizar cerca de 40 por cento do território. É um grande investimento. Assim que os avisos de concurso permitirem vamos avançar com o estudo, que vai ter que ter muitos parceiros e vai exigir muitas aprovações. A sinalização viária, turística, nomeadamente urbana, é decisiva e tem que ser feita para quem não vive no território e não conhece os locais turísticos. É um processo imprescindível. Não receia que esse plano de sinalização turística possa ser prejudicado pela fraca e confusa sinalização rodoviária existente e pela sinalização turística colocada pela extinta Região de Turismo do Ribatejo, por exemplo, que ainda é visível em muitos locais da região? O plano vai implicar que a própria Estradas de Portugal e as autoridades rodoviárias, todas estas instituições façam parte da comissão de elaboração dessa sinalização. Lá está, mais uma vez, a nossa forma de trabalhar. Não vou fazer um projecto de sinalização em que as várias instituições não estejam envolvidas. Muitas vezes significa retirar o que está mal e por tudo o que seja considerado bom, para não haver duas sinalizações. Tem que ser feita uma renovação total. É um projecto que vai demorar. O Turismo do Alentejo e Ribatejo sofreu ou beneficiou com a crise? A crise é sempre uma oportunidade. Quando nos dizem que temos dificuldades e problemas eu digo que então não estamos cá a fazer nada. Um gestor público está no exercício das suas funções para contornar as dificuldades e conseguir superá-las. O nosso grande problema é que dependemos ainda muito do mercado interno, cerca de 70 por cento. O mercado português é pequeno, limitado. Se 70 por cento dos turistas são portugueses, se há uma perda de poder de compra e de motivação para o consumo dos portugueses, é natural que se reflicta. O nosso objectivo é termos cada vez mais turistas portugueses mas inverter estes números e ter cada vez mais turistas estrangeiros. Queremos ter muitos mais turistas portugueses, mas queremos, ainda mais, ter muitos mais turistas estrangeiros para que esse condicionamento das tais crises de consumo que possa existir num mercado tão pequeno possa influenciar os números do turismo na zona do Alentejo e Ribatejo.

voo que tinha planeado e como precisava descansar escolheu um destino no próprio dia e surgiu o Dubai, que acabou por se tornar uma viagem marcante. Nunca repete destinos, “mesmo que esteja no melhor local do mundo”. “Há sempre outros locais que podem ser excepcionais. Quando viajamos devemos olhar para a frente e não para os pés. Quando viajo vou sempre com a perspectiva de aprender. Acabo por ser um mau parceiro de viagem porque sou um critico, vejo sempre o que está bem, o que está mal e estou sempre a falar de turismo”, revela, entre sorrisos. Com o novo acordo ortográfico admite que adquiriu uma nova língua portuguesa, muito própria. Escreve de ambas as formas. Às vezes, no mesmo texto escreve com o antigo e o novo acordo ortográfico, consoante lhe apetece.


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ESPECIAL PRÉMIOS TURISMO ALENTEJO E RIBATEJO 23 ABRIL 2015

“Um destino turístico é feito por todos” Presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo O trabalho contínuo desenvolvido em parceria pela Entidade Regional de Turismo, autarquias locais, empresas, agentes e comunicação social é para o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, a chave de sucesso para a construção de um destino turístico de excelência. “Nós somos hoje uma família”, afirmou António Ceia da Silva, dirigindo-se às cerca de uma centena e meia de amigos e empresários presentes na cerimónia de entrega de prémios do Turismo do Alentejo e Ribatejo, que decorreu no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche. O envolvimento de 50 municípios e 30 empresas das regiões do Alentejo e Ribatejo no maior stand da Bolsa do Turismo de Lisboa (BTL), destaca António Ceia da Silva, foi fruto de profícuas parcerias e muito trabalho em

Ribatejo enfrenta novos desafios e responsabilidades Os primeiros passos no caminho do reconhecimento público Na primeira edição dos prémios do Turismo do Alentejo e Ribatejo, apenas quinze projectos ribatejanos se candidataram. O júri sugeriu maior divulgação. O responsável pelo turismo lembrou que o Alentejo começou o seu trabalho há cinco anos e o Ribatejo apenas há um ano. Os premiados sentem que o reconhecimento do seu trabalho é um estímulo e um desaio. A responsabilidade de responder às expectativas e a vontade de agarrar novos desafios são estados de espírito partilhados pelas seis entidades do Ribatejo premiadas pela Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo. Nesta primeira edição de entrega de prémios do Turismo do Ribatejo, a escolha do local da cerimónia não foi inocente. Reconhecido com uma menção honrosa na

categoria de Melhor Projecto Público, o Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, foi o palco deste certame. “Este é o local âncora do centro de competências do sobreiro e da cortiça que está no fundo a traçar o que pretendemos fazer”, explica a vice-presidente da Câmara Municipal de Coruche, Fátima Galhardo, realçando que o prémio é um reconhecimento do investimento que a autarquia fez neste edifício

equipa. “Um destino turístico é feito por todos”, frisou. Num mercado onde o turista é cada vez mais culto, exigente e informado, o Turismo do Alentejo e Ribatejo está a apostar estrategicamente na área da identidade de forma a conseguir oferecer destinos mais qualificados e diferenciadores. Recorrendo ao exemplo da Toscânia, que tem uma actividade na área do turismo há 40 anos, Ceia da Silva lembrou que o Alentejo está a ser trabalhado apenas há cinco anos e o Ribatejo há apenas um ano. “Ainda há muito por fazer. O turismo é um sector exigente e no qual é preciso trabalhar todos os dias”, realçou. Os prémios, baseados na cortiça e no sobreiro, são para Ceia da Silva “um bom exemplo de que pode haver pontes entre o Alentejo e o Ribatejo” e surgem como “um obrigado àqueles que se de-

cuja arquitectura se assemelha a uma rolha de cortiça. “Uma década de trabalho, esforço e dedicação dos Cruzeiros do Tejo na rota do Escaroupim e da cultura avieira”, realça o proprietário da empresa Promartur, João Diogo, foi reconhecida com o prémio de Melhor Animação Turística. Para o empresário, o futuro do país passa pelo turismo e estes prémios surgem como “um tónico para as empresas continuarem a trabalhar ainda mais e melhor”. O vereador da Câmara Municipal de Santarém, Luís Farinha, foi ao palco receber a menção honrosa de Melhor Animação Turística atribuída ao projecto Ria a Dentro, também do concelho de Salvaterra de Magos. Um dos exemplos que prova que “o turismo é a actividade económica que mais cresce e uma âncora para a região”, salienta o presidente da Agência Nacional de Promoção Turística, Vítor Silva. Fazer melhor do que fizeram até agora é o objectivo que Sofia Campilho, responsável pelo enoturismo da Quinta da Lagoalva de Cima, em Alpiarça, se compromete a alcançar depois de recebida a menção honrosa de Melhor Enoturismo. Apesar de

"Num mercado onde o turista é cada vez mais culto, exigente e informado, o Turismo do Alentejo e Ribatejo está a apostar estrategicamente na área da identidade de forma a conseguir oferecer destinos mais qualiicados e diferenciadores." dicam ao turismo um ano inteiro”. Em relação ao critério estabelecido pelo júri de não premiar empresas ou agentes turísticos distinguidos anteriormente, o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo mostrou a sua discórdia e lembrou que “no turismo não há uma segunda oportunidade e a excelência deve ser reconhecida sempre”.

ter ficado surpreendida com esta distinção, Sofia Campilho considera que o Ribatejo tem muito a aprender com o Alentejo e “estes prémios criam uma dinâmica muito interessante no mundo do turismo”. O prémio de Melhor Gastronomia atribuído às Tasquinhas de Rio Maior é para a presidente da autarquia, Isaura Morais, uma distinção do trabalho e empenho de toda a comunidade riomaiorense, em especial associações e colectividades do concelho. Mais do que um evento, a autarca considera que as tasquinhas são um “movimento económico, social e cultural” e realça que esta foi uma “excelente edição em termos do número de entradas”. Distinguida como Melhor Evento, a Feira Nacional do Cavalo da Golegã é para o presidente da Câmara Municipal da Golegã, Rui Medinas, um evento que os diferencia no país e no mundo pela promoção da excelência do cavalo lusitano. “Este prémio é uma honra e um prestígio, mas ao mesmo tempo também nos responsabiliza muito porque nada fica por aqui. Pelo contrário, temos de continuar a fazer ainda melhor”, salienta.


23 ABRIL 2015 ESPECIAL

FESTA DO VINHO - CARTAXO

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foto arquivo O MIRANTE

Festa do Vinho no Cartaxo promete quatro dias de muita festa e tradição Vinhos, gastronomia e tradições locais encontram-se no Pavilhão Municipal de Exposições do Cartaxo durante os quatro dias de festa.

A

27ª edição da Festa do Vinho vai encher o Pavilhão Municipal de Exposições do Cartaxo, de 30 de Abril a 3 de Maio, para quatro dias de festa que vão aliar as tradicionais tasquinhas, à exposição e venda de vinhos, provas enogastronómicas e animação musical. A cerimónia de inauguração decorre na quinta-feira, 30 de Abril, pelas 18h00, com a entrega dos prémios prestígio da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), no âmbito do 8º aniversário da associação. “Da uva ao vinho” é o mote do desfile et-

nográfico que dá o pontapé de saída para a Festa do Vinho 2015 na quinta-feira, 30 de Abril. O desfile parte do Largo do Valverde, pelas 10h30, passando pelas ruas Stael Machado e Batalhoz e terminando na Praça 15 de Dezembro. Os alunos do 1º ciclo do ensino básico do Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita do Cartaxo, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e associações do concelho marcam presença na iniciativa. Pelas 21h00, fala-se de “A Tourada - Olhar o presente, perspectivar o futuro”, no Auditório Municipal da Quinta das Pratas, num colóquio organizado pela Associação Cultural e Recreativa Gentes do Cartaxo. No Pavilhão Municipal de Exposições, a música começa a partir das 21h30, com a actuação da Banda da Sociedade Cultural e Recreativa de Vale da Pinta e do DJ Fernando Valente. Na sexta-feira, 1 de Maio, haverá uma prova gastronómica promovida pela Adega

Cooperativa do Cartaxo, às 15h30, na área reservada do pavilhão. A animação é garantida pela Bandinha da Sociedade Filarmónica Ereirense, a partir das 16h00, hora a que começa o Festival Taurino 2015, na Praça de Toiros do Cartaxo. O presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, Vasco d’Avillez, marca presença na Festa do Vinho 2015 para apresentar o livro vínico “Celebrar”, pelas 18h30. À noite, a animação vai estar a cargo do Grupo de Cantares da Associação Filarmónica União Lapense e DJ Reverence do Festival Valada. O Auditório Municipal recebe a partir das 15h00 de sábado, 2 de Maio, o seminário “Desafios ao Vinho do Tejo - Posicionamento no mercado nacional e internacional” em paralelo com a cerimónia de entrega de prémios do concurso de vinhos da campanha 2014/2015 do Melhor Vinho na Produção do Concelho do Cartaxo e da Região Tejo. A tarde no Pavilhão Municipal é

animada ao som de Os Besoiros da Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense. Pelas 18h00, a área reservada acolhe uma prova enogastronómica organizada pela Sociedade Agrícola Casal do Conde, S.A. A cerimónia de entrega de prémios do “Melhor Stand” e “Melhor Tasquinha” decorre a partir das 21h00, seguida das actuações do grupo Revolver e DJ Fernandinho. No último dia de certame, 3 de Maio, a tarde será animada, a partir das 15h30, com as actuações dos grupos Zumba Kids e Little Stars da Sociedade Filarmónica Cartaxense, prova enogastronómica promovida por Fernando Rodrigues Carvalho, Unipessoal Lda, actuação de danças de salão do Ateneu Artístico Cartaxense e provas de vinhos. Produtores de vinho e casas agrícolas marcam presença neste certame de quatro dias que surge como um ponto de encontro de gentes e tradições.


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Vasco d’Avillez apresenta livro vínico “Celebrar” O presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, Vasco d’Avillez, vai marcar presença na Festa do Vinho 2015 do Cartaxo para apresentar o livro vínico “Celebrar”. A apresentação vai decorrer na sexta-feira, 1 de Maio, pelas 18h30, no Pavilhão Multiusos de Exposições. Ajudar o leitor a escolher o melhor vinho para cada data especial do ano é a missão a que Vasco d’Avillez se compromete neste primeiro livro, lançado em Novembro de 2014. Um livro que conta histórias e lendas associando-as a vinhos de diferentes aromas, tonalidades e castas numa viagem que nos leva a apreciar cada garrafa. No sector vitivinícola há mais de quatro décadas, Vasco d’Avillez é presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa desde 2011 e consultor na empresa Stilavi Consultadoria.

Festival Taurino no primeiro de Maio Como manda a tradição, é no dia 1 de Maio que tem início a temporada na Praça de Toiros do Cartaxo. Este ano na forma de um festival taurino, a partir das 16h00, a fa-

vor da Associação Gentes do Cartaxo. Na arena vão actuar o novilheiro Sérgio Nunes e os cavaleiros amadores Francisco Parreira, Manuel Oliveira e Bernardo Salva-

dor. As pegas aos toiros de Pinto Barreiros e São Torcato estarão a cargo dos Forcados Amadores do Cartaxo. O festival taurino tem o preço único de 7,50 euros.


23 ABRIL 2015 ESPECIAL

FESTA DO VINHO - CARTAXO

Personalidades do sector debatem desafios ao vinho do Tejo “Desafios ao Vinho do Tejo no Futuro - Posicionamento no mercado nacional e internacional” é o mote do seminário que vai juntar personalidades do sector vitivinícola na tarde de sábado, 2 de Maio, no Auditório Municipal da Quinta das Pratas do Cartaxo. A sessão de abertura será presidida pelo presidente da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, pelas 15h30.

A cerimónia de entrega de prémios do concurso de vinhos da campanha 2014/2015 do Melhor Vinho na Produção do Concelho do Cartaxo e da Região Tejo decorre a partir das 15h45. As sessões temáticas começam pelas 16h30 com moderação a cargo da Viticartaxo - Associação de Vitivinicultores da Região do Cartaxo e Azambuja. “Preparação e condução da vinha” é o tema do primeiro painel, dinamizado por Manuel Botelho,

do Instituto Superior de Agronomia. Helena Mira, da Escola Superior Agrária de Santarém, fará uma comunicação sobre “Formação em Enologia”. Pedro Gil (Adega Cooperativa do Cartaxo) dissertará acerca da “Produção de Vinho”. No quarto painel, o director-geral da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, João Silvestre, aborda o tema da “Comercialização”. Pedro Magalhães Ribeiro preside igualmente a sessão de encerramento deste se-

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A sessão de abertura será presidida pelo presidente da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, pelas 15h30 minário integrado no âmbito da Festa do Vinho do Cartaxo 2015 e das comemorações do 8º aniversário da AMPV.


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