ESPECIAL FESTAS EM HONRA NOSSA SENHORA DO CASTELO - CORUCHE 2016

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Economia

11 de Agosto de 2016 Faz parte integrante da edição de O MIRANTE nº 1259

Coruche elege cortiça para potenciar desenvolvimento Concelho tem a maior área de montado de sobro do país e tem investido na promoção e desenvolvimento da fileira corticeira. É um dos sectores que mais emprego dá no concelho 4

Carminho, Carlão e Os Reds nas Festas de Nª Senhora do Castelo

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Nersant Business continua a captar interesse estrangeiro

Um teimoso perfeccionista que não gosta de falhar

Este ano estreia-se no evento uma delegação da Hungria. O encontro Internacional de Negócios vai decorrer em Tomar de 24 a 26 de Outubro 10

José Fernando é responsável pela Xiral Alumínios e Ferro 9 Identidade Profissional

De negócio em negócio conforme o vento soprava de feição Manuel Marques Francisco, gerente da Francicampo em Salvaterra de Magos 8 Três Dimensões

Sapatinhos da Tia Lena uma das jóias do comércio tradicional de Coruche

Helena Maria Palma Rita é uma empresária positiva que ama a sua terra 3

Encontro de gerações no Lar e Repouso do Ribatejo

O dia dos avós foi celebrado com um convívio inter-geracional 8

Cheque-Formação contemplou seis mil trabalhadores da região Medida dinamizada ainda tem candidaturas abertas e Nersant ajuda empresas e IPSS a elaborá-las 7

Quebra na produção de vinho pode chegar aos vinte por cento Materiais de construção e equipamentos é com a André Neves Dias & Filhos Empresa com sede na zona industrial de Almeirim é de uma família ligada ao sector 10

EMPREGOS

Empresa da Semana

FRIMOR regressa “Tomate, Azeite a Rio Maior e Alho” à mesa a 31 de Agosto em Santarém 10

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XII

classificados

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O MIRANTE - Festas em honra Nossa Senhora do Castelo - Coruche

11 AGOSTO 2016

Carminho, Carlão e Os Reds nas Festas de Nossa Senhora do Castelo em Coruche Arcebispo de Évora preside à procissão dos 500 anos na tarde de 15 de Agosto

foto O MIRANTE

Quarta-feira, 17 de Agosto, dia do Campino e feriado municipal, realiza-se a partir das onze da manhã, o tradicional Cortejo Histórico e Etnográfico que este ano tem como tema “Da natureza à cultura, 500 anos de devoção a Nossa Senhora”.

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fadista Carminho, o ex- The Weasel Carlão, Os Reds e David Antunes são as atracções musicais da edição deste ano das Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo que decorrem em Coruche de 6 a 18 de Agosto. Carminho sobe ao palco no dia 16 de Agosto, Carlão actua no dia 17 e Os Reds encerram os festejos no dia 18 de Agosto. Touradas à corda, largadas, corrida de toiros, desfile de tertúlias, festival de folclore ou o cortejo etnográfico são outras atracções de uma das mais tradicionais festas da região. As Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo são das mais reconhecidas festividades religiosas e populares do país, contando sempre com milhares de visitantes que não perdem a oportunidade de visitar Coruche nesta época do ano. São inúmeras as razões para visitar a vila, até 18 de Agosto, tendo este ano um motivo acrescido, dado que se comemoram os 500 anos da tradicional Procissão em Honra de Nossa Senhora (1516-2016), que terá lugar no dia 15 de Agosto pelas 18h00, com a presença confirmada de D. José Alves, Arcebispo de Évora. A origem do culto estará relacionada com a carta-ordem de D. Jorge de Lencastre, Mestre da Ordem de Santiago e de Avis, datada de 13 de Junho de 1516, em que se mandava fa-

ANIVERSÁRIO. Sociedade Instrução Coruchense comemora em 2016, 120 anos zer uma solene procissão em honra de Nossa Senhora, no dia 2 do mês de Julho, dia da visitação a sua prima Santa Isabel. D. Jorge de Lencastre cumpria ordens de D. Manuel I, para quem era necessário que todos os cristãos soubessem agradecer, com o devido louvor, as graças concedidas por intermédio de Nossa Senhora e, por isso, todos os anos, como se fazia no dia de Corpo de Deus, era uma obrigação organizar-se uma procissão com a maior pompa possível. Mais tarde, e porque a Igreja Católica assinalava maior festividade no dia da Assunção de Nossa Senhora, 15 de Agosto, a procissão foi transferida para esta data. A parte religiosa da festa teve início a 6 de Agosto, com as novenas. A parte de animação popular tem início a 13 de Agosto, dia da juventude, com destaque para a Picaria à Vara Larga, às 19h00, e os concertos de David Antunes e Midnight Band, a partir das 22h00 seguindo-se o DJ André Henriques pe-

la noite dentro. O dia 14, traz novidades no tradicional fogo-de-artifício, que tem início às 00h00 e que terá este ano associado um espectáculo multimédia, localizado no rio Sorraia, com uma projecção (em leque de água), de imagens evocativas dos 500 anos da procissão. Também neste dia haverá muita actividade taurina no centro histórico, com destaque para a Tourada à Corda, depois das 18h00, momento alto de todos os que apreciam este tipo de animação, que se irá repetir também nos dias 16 e 18 de Agosto. Depois do fogo, a partir das 00h30, a Sociedade de Instrução Coruchense dará um concerto evocativo dos 120 anos da banda com o tema “Do cinema à música” com projecção simultânea em ecrã led de imagens e bandas sonoras de filmes universais. Para o dia 15, dia da Padroeira, esperam-se este ano milhares de fiéis para a celebração desta data histórica da procissão. Este é

também o dia do Festival de Folclore “António Neves”, com a participação de grupos portugueses e estrangeiros. O dia 16 e também conhecido como Dia do Aficionado terá um grande Desfile de Tertúlias, ao final da tarde, que a exemplo do ano anterior será certamente recheado de muita música e animação. O destaque desta noite será para Carminho, que irá proporcionar certamente um concerto memorável que tem início às 23h00. O dia 17 de Agosto, dia do Campino e feriado municipal irá oferecer a recriação cultural de memórias e identidades das gentes de Coruche a partir das 11h00, através do cortejo Histórico e Etnográfico que este ano tem como tema “Da natureza à cultura, 500 anos de devoção a Nossa Senhora”. O cantor Carlão, ex-membro da banda de hip-hop The Weasel (1993-2010) encerrará este dia com um espectáculo no Palco Sorraia. O último e sexto dia destas Festas do Castelo, será o Dia da Paixão Pura, Coruche!, que irá ter em palco “Os RED”, rapazes extremamente divertidos e irreverentes que apostam na qualidade musical sem nunca esquecerem a sua capacidade de animação e interpretação, tornando o seu espectáculo único. Tasquinhas, boa gastronomia, etnografia, e muito mais farão destes seis dias e seis noites, momentos inesquecíveis para os Coruchenses e para os milhares de turistas que visitam Coruche, durante este mês de Agosto

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O MIRANTE - Festas em honra Nossa Senhora do Castelo - Coruche

“Sapatinhos da Tia Lena” é uma das jóias do comércio tradicional de Coruche Helena Maria Palma Rita é uma empresária positiva que ama a sua terra

foto O MIRANTE

O

s Sapatinhos da Tia Lena fica em Coruche mas os seus clientes não são apenas de Coruche. Há alguns residentes noutros concelhos que descobrem a loja através do Facebook e ficam de tal modo cativados que acabam por visitar a loja. Os Sapatinhos da Tia Lena trabalha maioritariamente com marcas portuguesas e a escolha é feita com intenção de aliar a qualidade à moda e ao conforto. Para além de sapatos há malas e peças de vestuário. Helena Maria Palma Rita, natural e residente em Coruche, sempre gostou de malas e sapatos. Mas quando optou por abrir Os Sapatinhos da Tia Lena teve outros factores em conta. “A oportunidade surgiu em 2011, quando de repente Coruche ficou sem uma única sapataria. As pessoas tinham que se deslocar para comprar sapatos. Eu tinha trabalhado vários anos no comércio e tinha mudado de emprego para recepcionista numa fábrica por achar que era mais seguro mas já estava cansada daquele trabalho de escritório . Com o apoio do meu marido, que tem sido o meu grande pilar, e das minhas filhas, decidi ter o meu próprio negócio”, explica. A balanço que faz após cinco anos de actividade é positivo. “Felizmente Coruche é um bom mercado e estou muito con-

tente. Também há pessoas de outros pontos do país que compram pelo Facebook e que, quando passam por aqui vêm ver a loja. Modéstia à parte, acho que depois voltam, pela simpatia de quem as atende, que por acaso sou eu (risos)”. Os Sapatinhos da Tia Lena ficam na Rua da Misericórdia nº 51. Funciona das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00 nos dias úteis. Aos Sábados das 10h00 às 13h00. Pode ser contactada através do telefone 965718516. Tem página no Facebook.

Helena Maria Palma Rita não se limita a falar da sua sapataria. Para ela é o comércio tradicional de Coruche no seu todo que está em alta. “Acho que Coruche está já bastante bem recheada de lojas giras e agradáveis. Temos um bocadinho de tudo para “oferecer” aos clientes. Só é pena a nossa associação de comerciantes não ser mais próxima para poder ajudar a dinamizar ainda mais o comércio”, declara

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O MIRANTE - Festas em honra Nossa Senhora do Castelo - Coruche

Cortiça como motor do desenvolvimento de Coruche Município aposta cada vez mais neste sector para promover o concelho foto arquivo O MIRANTE

O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira

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om a maior área de sobreiro a nível nacional, a eleição da cortiça como imagem de marca de Coruche surgiu como natural na aposta de desenvolvimento realizada nas últimas décadas no concelho. “A cortiça é fundamental para o desenvolvimento do concelho”, afirma o presidente da câmara, Francisco Oliveira. “Não só por termos a maior área de montado de sobro mas também pelo que ela representa em termos de empregabilidade ao nível do sector primário e também na componente que tem a ver com a transformação da cortiça”, refere. As três unidades de transformação de cortiça instaladas no concelho “empregam mais de 400 trabalhadores”.

O sector corticeiro representa uma importância muito grande na Península Ibérica. Coruche lidera a Rede Europeia dos Territórios Corticeiros (Retecork), da qual fazem parte Portugal, Espanha, França e Itália, onde a preocupação com a promo-

ção e a protecção do sector é muito grande, não só nas componentes da transformação da cortiça mas também na componente da biodiversidade do montado. No âmbito da aposta neste sector, o município aproveitou os fundos comunitários para construir uma estrutura - o Observatório do Sobreiro e da Cortiça - vocacionada para promover a inovação no sector, valorizando e dando visibilidade a um produto com projecção internacional. O Observatório tem actualmente parcerias com várias universidades, que utilizam o edifício - ele próprio um “ícone” da aplicação da cortiça na construção e no mobiliário - para os seus trabalhos de campo. “O Observatório da Cortiça tem ganho cada vez mais confiança por parte das pessoas e das entidades, das universidades e dos empresários. Nos últimos dois anos o observatório tem tido visitas importantes como a do arquitecto chinês Wang Shu, vencedor do prémio Pritzker de Arquitectura 2012, entre outras, e essa promoção internacional acaba por dar frutos”, afirma o autarca. Outras das apostas do município de Coruche passou pela criação da FICOR - Feira Internacional de Cortiça. Este certame pretende relançar a cortiça como alavanca da economia nacional, reforçar a liderança internacional de Portugal no sector e afirmar, ainda mais, Coruche como a Capital Mundial da Cortiça e através dessa afirmação internacional promover a marca Coruche nas vertentes turística e económica. O futuro passa pela investigação, desenvolvimento e procura de novas vertentes de utilização da cortiça. A FICOR já

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Coruche lidera a Rede Europeia dos Territórios Corticeiros (Retecork), da qual fazem parte Portugal, Espanha, França e Itália *** O futuro passa pela investigação, desenvolvimento e procura de novas vertentes de utilização da cortiça. mostrou algumas novas aplicações da cortiça no vestuário, na bijutaria, na prática desportiva, nos automóveis. “Mas o grande valor económico da cortiça ainda está assente na produção da rolha que representa 70 por cento. A nossa grande aposta passa pela qualidade deste produto e pela preservação da nossa floresta”, conclui Francisco Oliveira

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500 anos da procissão em honra de Nossa Senhora do Castelo expostos em Coruche Mostra está patente no mercado municipal da vila até Janeiro de 2017 foto arquivo O MIRANTE

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ponto de partida da exposição “500 anos da procissão em honra de Nossa Senhora” é a ordenação que D. Manuel I fez em 1516 para que se organizasse, por todo o reino e em cada ano, uma procissão, o mais solene possível, em honra de Nossa Senhora”, explicou a coordenadora da exposição, Ana Maria Correia, acrescentando que a Coruche esta ordem chegou por carta de D. Jorge de Lencastre, administrador da Ordem

de Avis, cujo território incluía na época Coruche. A mostra foi inaugurada no dia 5 de Agosto no mercado municipal da vila e pode ser visitada até 7 de Janeiro do próximo ano. A exposição partiu de uma investigação feita por Ana Maria Correia no Arquivo Histórico da Irmandade de Nossa Senhora do Castelo e contou com a colaboração de diversos especialistas em várias áreas, designadamente do Museu Nacio-

nal de Arte Antiga, em Lisboa, no estudo do fato rico de Nossa Senhora, bem como de algumas alfaias litúrgicas da colecção de ourivesaria. Além do fato rico e das alfaias litúrgicas, nomeadamente um turíbulo, uma naveta e duas galhetas, a exposição inclui ex-votos datados do século XVIII, e outros mais recentes, assim como “centenas de fotografias de militares que estiveram no Ultramar e que preenchem as paredes da sacristia da ermida do castelo”, e registos de filmes da década de 1940 e da actualidade, bem como cartazes antigos e inúmeras fotografias de época representativas do percurso da procissão pelas ruas da vila. Além do acervo da Irmandade de Nossa Senhora do Castelo, a exposição conta com peças de colecções particulares, testemunhos da devoção coruchense à Senhora do Castelo. “Vão estar expostas várias peças usadas para o pagamento de promessas, como uma balança em tempos usada para pesar essencialmente cereais e um cofre onde os devotos depositavam as suas esmolas”. Paralelamente, é editado um catálogo da exposição

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A exposição partiu de uma investigação feita por Ana Maria Correia no Arquivo Histórico da Irmandade de Nossa Senhora do Castelo e contou com a colaboração de diversos especialistas em várias áreas, designadamente do Museu Nacional de Arte Antiga com textos relativos ao culto mariano e a esta devoção de autoria, entre outros, de Ana Correia, Ana Kol, António Camões Gouveia, António Gil Malta, Aurélio Lopes e Miguel Gonçalves Ferreira. No dia da inauguração da exposição realizou-se também o lançamento do postal dos CTT - Correios de Portugal comemorativo do quinto centenário da procissão de Nossa Senhora. A procissão de Nossa Senhora do Castelo continua a realizar-se na vila de Coruche sempre no dia 15 de Agosto

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O MIRANTE - Festas em honra Nossa Senhora do Castelo - Coruche

Maria José Varela 37 anos, Óptica Vanessa

“Largadas de touros deviam sair do centro histórico” Ainda existem pessoas empenhadas em trabalhar em prol da comunidade e manterem a tradição das festas anu-

Patrícia Martins do SOS - Centro de Saúde Ocupacional do Sorraia

“Temos um concelho muito bonito e a câmara tem feito sobressair isso” Ainda existem pessoas empenhadas em trabalhar em prol da comunidade e manterem a tradição das festas anuais em Honra de Nossa Senhora do Castelo? Sim, as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo continuam a mobilizar muitas pessoas, que se empenham efectivamente em manter as tradições desta nossa festa. Participa nas festas e de que forma? Tempos houve em que a minha participação era mais activa. Hoje em dia trabalho na Cervejaria a Cubata, onde é nosso lema assegurar um serviço eficiente e de qualidade não só aos habitantes, mas também aqueles que nos visitam nesta altura do ano. Que importância tem esta festa para a região? As festas acabam sempre por movimentar o comercio local, não só pelos habitantes, mas também pelos emigrantes e visitantes. E para a sua empresa? Eu

ais em Honra de Nossa Senhora do Castelo? Sim, as tradições ainda se mantém vivas e passadas de geração em geração. Participa nas festas de que forma? Participo nas festas como espectadora. Gosto de assistir aos espectáculos musicais e do convívio com os amigos. Que importância têm estas festas? As festas atraem mais pessoas a Coruche e isso ajuda o desenvolvimento local. A sua empresa é beneficiada de que forma? Temos que fechar nesses dias por causa das largadas de touros nas ruas da vila. O que gostava de ver diferente nas festas? Gostava que as largadas de touros fossem fora do centro histórico pois as ruas são estreitas o que dificulta a passagem e o acessos. Em que medida as festas contribuem para a economia local e o desenvolvimento da terra? As festas contribuem de forma positiva, pois atraem mais pessoas, o que faz com que exista um maior consumo de bens e serviços. Como vê o futuro do seu concelho? Vejo com a esperança de que a médio e longo prazo haja mais investimento no nosso concelho e a criação de novas empresas para o desenvolvimento local.

trabalho na SOS - Centro de Saúde Ocupacional Sorraia, Lda., uma empresa prestadora de serviços de Medicina do Trabalho, Segurança e Higiene. As festas e tudo aquilo que a movimenta não tem “influência” directa na nossa actividade. O que gostava de ver diferente nas festas? Numa altura em que a economia não é famosa, pedir as Festas de antigamente, talvez fosse um pouco injusto. Mas existe uma coisa que gostaria que as nossas festas tivessem. Gostava que pudesse haver alguma coisa direccionada para as crianças, como por exemplo diversão, jogos tradicionais, quem sabe até programação especifica.. Em que medida as festas contribuem para a economia local e o desenvolvimento da terra? Tal como já disse, as Festas de Coruche são visitadas por milhares de pessoas nestes 6 dias. Inevitavelmente que o comércio e a economia local ficam a ganhar, não só a área da restauração, como o comércio em geral. São milhares de pessoas a consumirem aquilo que temos para “oferecer”. Como vê o futuro do seu concelho? Francamente penso que temos um concelho muito bonito, e nos últimos anos a autarquia tem conseguido fazer evidenciar essa beleza natural. Vejo, ou pelo menos espero, que consigamos atrair investidores para o nosso concelho, para que os habitantes possam ter poder de compra, e espero que se consigam continuar a organizar campeonatos mundiais, como aconteceu agora recentemente o da Pesca, para atrair visitantes a Coruche.

Carla Pereira Assistente Administrativa da empresa “Cabra D’Ouro”

“As festas são uma lufada de ar fresco para a restauração e para o comércio “ Ainda existem pessoas empenhadas em trabalhar em prol da comunidade e manterem a tradição das festas anuais em Honra de Nossa Senhora do Castelo? Sim, penso que sim. As festas são motivo de orgulho para o concelho e a população esforça-se para que assim seja, ano após ano. Participa nas festas e de que forma? Este ano irei participar apenas como visitante mas em anos anteriores a empresa Cabra D’Ouro e os seus funcionários participaram no Cortejo Etnográfico, um dos principais pontos atractivos das festas. Que importância tem esta festa para a região? As Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo são uma tradição muito antiga e são um dos principais eventos culturais e religiosos da região. Acho que posso até dizer que se tornaram ao longo dos anos no principal cartão de visita do Concelho e a maior fonte de orgulho e união para a comunidade. E para a sua empresa? A Cabra D’Ouro

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é uma das beneficiárias do afluxo de visitantes ao concelho que se verifica durante o período das festas. Os nossos produtos são vendidos no comércio local e nesta altura há um aumento de encomendas por parte dos nossos clientes. Além disso as festas são também uma plataforma para a promoção dos nossos produtos. Os turistas e visitantes que vêm de outras regiões do país têm a oportunidade de experimentar os nossos queijos e talvez mais tarde se tornem clientes fiéis da nossa empresa. O que gostava de ver diferente nas festas? Não sei bem como responder a essa pergunta. Estou satisfeita com as festas tal como são agora. Espero que se continue a apostar na tradição mas que também não se descuide a vertente mais direccionada aos jovens. Actualmente já existem muitas actividades pensadas para os jovens, tais como as tasquinhas, a música ao vivo e a animação de rua mas acho que ainda existe espaço para mais iniciativas que cativem os jovens. Em que medida as festas contribuem para a economia local e o desenvolvimento da terra? As festas contribuem bastante para a economia local. A afluência da população do concelho e dos muitos turistas que visitam Coruche por ocasião das festas é uma lufada de ar fresco para a economia da restauração e comércio local. E nos últimos anos tem-se apostado bastante na promoção dos produtos típicos da região e dos artistas e artesãos locais. Como vê o futuro do seu concelho? Infelizmente não vejo um futuro muito brilhante, especialmente para os nossos jovens. É preciso mais investimento para criar mais emprego. Coruche é uma boa terra para se viver. Temos uma excelente qualidade de vida, mas os jovens da nossa terra vêm-se obrigados a sair para procurar melhores oportunidades e poucos são aqueles que se estabelecem por cá. O concelho tem vindo a perder população o que leva também a perda de serviços e assim se inicia um ciclo vicioso em tudo negativo para o concelho. Mas como diz o ditado, a esperança é a ultima a morrer e por isso há que ter esperança em que a situação do país em geral e a do concelho em particular melhorem.


Vítor Galão Proprietário da Galão Publicidade de Almeirim

“As festas populares são uma boa alavanca para o comércio local” Ainda existem pessoas empenhadas em trabalhar em prol da comunidade e manterem a tradição das festas anuais em Honra de Nossa Senhora do Castelo? Sim e penso que a nova geração não vai deixar acabar esta tradição. Participa nas festas e de que forma? A minha participação tem sido apenas como visitante. Que importância tem esta festa para a região? Penso que é uma boa forma de dar a conhecer a vila e o que de bom

cá existe, além do factor económico que representa. E para a sua empresa? Fazemos alguns trabalhos para o comércio local. O que gostava de ver diferente nas festas? Gostava de ver ainda mais visitantes. Em que medida as festas contribuem para a economia local e o desenvolvimento da terra? Penso que as festas religiosas e populares continuam a ser uma boa alavanca para o comércio local e para o seu desenvolvimento. Como vê o futuro do seu concelho? A minha mãe é que é natural de Coruche, eu pertenço a outro concelho, mas penso que o concelho de Coruche tem tudo para crescer.


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