1316-14-09-2017 (VIVER NO RIBATEJO)

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Viver no Ribatejo

Suplemento do Jornal O MIRANTE

Autarcas fazem milagres apesar da falta de estratégias nacionais Envelhecimento e abandono do interior só não são mais graves porque ainda há políticos empreendedores O MIRANTE acompanha de perto o que se passa num vasto conjunto de municípios e por isso sabe que só o trabalho de muitos autarcas corajosos, empreendedores e empenhados tem impedido que o envelhecimento e o abandono do interior não sejam muito mais graves do que já são. Fazer o que tem sido feito para que as suas populações tenham uma vida de qualidade e para que quem visita os seus concelhos se encante ao ponto de voltar e, em certos casos, equacionar fixar-se é algo que vale a pena relembrar numa altura em que a região foi mais uma vez notícia nos grandes meios de comunicação social de Lisboa apenas devido à tragédia dos incêndios, como antes em relação a outras tragédias. Não há estratégias nacionais e o poder central não dá aos cidadãos do interior o que vai conseguindo dar aos cidadãos de Lisboa, seja ao nível dos transportes, da saúde, do ensino e da segurança. Perante o centralismo do país e com orçamentos tantas vezes exíguos, os autarcas não baixam os braços e, para além de fazerem o que lhes compete, não cedem perante a inércia ou a lentidão dos decisores nacionais. Comprar terrenos que deviam ser comprados pelo poder central para construir esquadras de polícia ou quartéis da GNR, centros de saúde, escolas, tribunais, é um dos melhores exemplos. O dinheiro em vez de sair do orçamento dos ministérios sai dos orçamentos municipais. Mas há muito mais. Há municípios da região a oferecer incentivos a nível de alojamento e complemento salarial a médicos para tentar que os cidadãos tenham assistência médica. Há municípios a dar apoios à natalidade dentro daquilo que lhes é possível. Há municípios a fazerem manutenção de edifícios onde funcionam serviços do Estado. As populações dos municípios da região falam diariamente com os seus autarcas. Encontram-nos nos cafés, nas colectividades, na rua. Sabem onde eles moram e sabem que se lhes baterem à porta eles estão disponíveis para os ouvir. Sabem que podem ser recebidos na câmara municipal. Que podem intervir nas reuniões dos órgãos autárquicos sem haver quem os mande retirar da sala. Não há unanimidades e não há satisfação total mas os primeiros insatisfeitos são muitas vezes os próprios autarcas. Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que mais de um quarto da população e mais de um terço do emprego e do Produto Interno Bruto (PIB) se concentram em apenas 3% do território nacional, nomeadamente na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Face a esta centralidade, verificar que fora de Lisboa há municípios que conseguem proporcionar qualidade de vida aos seus cidadãos e criar pólos de interesse para quem ali não reside, é de destacar. É isso que O MIRANTE tem feito e que volta a fazer neste suplemento. E é isso que voltará a fazer muitas mais vezes.

Cartaxo

Salvaterra de Magos

Almeirim

Rio Maior Vila Franca de Xira

Coruche

Torres Novas

Alcanena

Santarém

Tomar


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Uma localização privilegiada com excelentes acessibilidades

Almeirim para além da fama de ser a Capital da Sopa da Pedra

foto arquivo O MIRANTE

O concelho de Almeirim abrange uma área de 222,1 km2 e tem cerca de 23.400 habitantes (2011). Fazem parte do concelho as freguesias de Almeirim, Fazendas de Almeirim, Benfica do Ribatejo e Raposa. A sua localização geográfica é um ponto forte no desenvolvimento do concelho, encontrando-se a 76 km de Lisboa e a 7 km de Santarém. Presentemente, os dois troços de estradas que mais servem a população de Almeirim são a EN114 e a EN118, assim como o IC10. A A13, que atravessa parte do concelho, e a construção da ponte Salgueiro Maia vieram reforçar a localização privilegiada de Almeirim em matéria de acessibilidades, nomeadamente com a ligação à A1. A sua excelente e apreciada culinária, onde pontifica a sopa da pedra, tal como o melão e o vinho, gozam de justa fama e são uma marca de Almeirim. O concelho tem incorporado novas infra-estruturas sociais e culturais que têm contribuído para melhorar a qualidade de vida.

Uma atenção especial ao futuro através do apoio à Educação e à Cultura Almeirim assume a designação de Capital da Sopa da Pedra e é principalmente por isso que o concelho é conhecido e visitado ao longo de todo o ano por milhares de pessoas de todo o país.

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importância da gastronomia para a economia local tem merecido a máxima atenção da câmara municipal que se tem empenhado em acções de promoção da mesma, juntando à Sopa da Pedra, o melão de Almeirim e o pão tradicional chamado “caralhota”. O Festival da Sopa da Pedra e do Petisco é a iniciativa mais emblemática a esse nível mas a requalificação da zona junto aos restaurantes e a criação de um amplo parque de estacionamento gratuito são investimentos de relevo. As quintas existentes na região, quase todas com produção de vinhos, a par das adegas cooperativas de Almeirim, Benfica do Ribatejo e Gouxa, ajudam a comple-

mentar a oferta turística. Mas Almeirim não é apenas gastronomia. A Gala da Ópera, apadrinhada pelo Tenor Armando Calado, que decorre normalmente em Setembro e que reúne os principais nomes do canto lírico a nível nacional; o Festival “Guitarra d’Alma”, em Novembro, cujo patrono é o mestre da guitarra portuguesa, Custódio Castelo, são dois eventos que merecem a inclusão num roteiro cultural de âmbito nacional. Os eventos mencionados, apesar de atraírem visitantes, são dirigidos à população do concelho e enquadram-se numa política de permanente promoção da cultura. O Museu Municipal de Almeirim é um local que se aconselha a quem quer conhecer a história local. O espaço recebeu já uma Menção Honrosa, na categoria de Melhor Museu Português, pela Associação Portuguesa de Museologia. Viver no concelho de Almeirim é viver numa zona tranquila e num concelho cuidado, com todas as infra-estruturas necessárias. Já este ano foram inauguradas as obras de requalificação da escola do Moi-

nho de Vento, construída em 1966, e estão previstas outras intervenções no parque escolar do concelho. O Serviço de Componente de Apoio À Família nos estabelecimentos de ensino, englobando o fornecimento de refeições, o prolongamento de horário e actividades nas interrupções lectivas, a par do cuidado posto nas ementas escolares, no programa de regime da fruta escolar e da atribuição de bolsas de estudo, por exemplo, são prova da atenção dada às crianças e aos jovens. A melhoria das condições do estádio municipal, o investimento nos parques de lazer, em ciclovias, em lugares de estacionamento e noutros equipamentos, a par da manutenção de um serviço próprio de transportes urbanos, são uma manifestação da vontade da câmara em proporcionar a melhor qualidade de vida possível aos munícipes. A centralidade geográfica e acessibilidades têm Almeirim no centro desenvolvimento económico de região. A produção agrícola aliada à indústria da trans-

formação de produtos alimentares, de onde se destaca a Sumol + Compal e as Adegas Cooperativas, têm um peso importante no que toca à economia local, a par de múltiplas outras empresas do sector secundário. A cidade é também sede de alguns serviços regionais como é o caso do Comando Distrital de Operações de Socorro da Protecção Civil, o ACES (Agrupamentos de Centros de Saúde) da Lezíria II ou a Associação Distrital de Atletismo. Segue-se o sector secundário, destacando-se as indústrias de construção e obras públicas, metalurgia, metalomecânica, material eléctrico e transportes, calçado, vestuário e têxteis, alimentação e bebidas e madeira. O sector primário está relacionado com a produção de vinho, com as culturas frutícolas e hortofrutícolas com grande destaque para o melão, o tomate e o milho. Em Almeirim estão sediadas algumas das mais importante organizações de produtores do país

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Observar morcegos no Carsoscópio e experimentar “piar” em minderico

Em Alcanena há trabalho e foram criadas boas condições para se viver e investir

foto DR

Atenção focada em equipamentos escolares, culturais, desportivos e sociais Com uma taxa de empregabilidade acima da média, o concelho de Alcanena combina essa vantagem com uma boa oferta de equipamentos a nível escolar, cultural, desportivo e social.

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iniciativa privada beneficia de boas condições para a instalação de empresas, situação geográfica favorável e um mercado de mão-de-obra com grande versatilidade como o provam os casos de sucesso em diferentes áreas de actividade. O tecido empresarial de Alcanena assenta nas indústrias seculares dos curtumes e dos têxteis, que se souberam renovar e modernizar, continuando a criar riqueza e a gerar emprego mas a estas juntaram-se especializações produtivas mais recentes nas áreas dos materiais de construção, das máquinas industriais e da exploração florestal relacionada com o pinheiro bravo e o eucalipto. O total de empresas e sociedades é superior a 2.000 e representa cerca de 6,5% do Médio Tejo, com incidência nas actividades do comércio por grosso e a retalho e das indústrias transformadoras. O mercado de trabalho encontra-se, igualmente, orientado para os sectores terciário (57,92%) e secundário (40,72%), caracterizando-se o sector primário por uma agricultura de subsistência, com registo de cerca de 730 explorações agrícolas e menos de 1,5% da população empregada a nível municipal. A câmara municipal tem respondido à preferência dos empresários pela instalação dos seus negócios, criando não só condições para que isso aconteça mas investindo em tudo o que é essencial para que mais

famílias se fixem no concelho. O investimento no ensino, no desporto e em actividades culturais, tem resultado. A disponibilidade municipal para que quem está não sinta vontade de partir e para quem não está se fixe é notória. Os incentivos e apoios são muitos e mesmo em áreas como a promoção da natalidade que exige medidas estratégicas a nível nacional que não existem. Não deixa de haver um sinal de esperança. Em Dezembro de 2015 a câmara municipal decidiu atribuir o “Cabaz Bebé Feliz”a todos os recém-nascidos/as cujos agregados familiares residam no concelho. Quem visita o concelho de Alcanena tem oportunidade de ficar a conhecer a vasta biodiversidade existente na zona do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros que integra o concelho; pode deslumbrar-se com a paisagem nos miradouros naturais do Cabeço de Santa Marta e da Serra de Santo António; surpreender-se pela raridade do Polje/Lagoa de Minde ou aventurar-se no Complexo das Nascentes do rio Alviela e, se for tempo para isso, mergulhar na praia fluvial dos Olhos de Água. E é junto à nascente do rio Alviela que

se encontra o Centro Ciência Viva do Alviela - Carsoscópio. Trata-se de um espaço de ciência e tecnologia integrado na Rede Nacional de Centros Ciência Viva onde é possível viajar pelo Maciço Calcário Estremenho ao longo de 175 milhões de anos, desvendar os percursos subterrâneos da água a três dimensões ou “colocar-se na pele” de um morcego. Outros pontos de interesse são o Museu de Aguarela Roque Gameiro, a Arcada do Vale, aqueduto centenário que outrora saciou a sede da capital, o Museu da Bone-

O município de Alcanena está situado na sub-região do Médio Tejo (NUTS III), pertencente à região Centro (NUTS II). A área geográfica do concelho abrange 127,3 km2 e serve de ponto de encontro entre o maciço calcário estremenho e a bacia terciária do Tejo, estendendo-se por sete freguesias (União das Freguesias de Alcanena e Vila Moreira, Bugalhos, União das Freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheiro, Minde, Moitas Vendas, Monsanto e Serra de Santo António), com um total de 13.868 habitantes. É um concelho com paisagens agrestes e deslumbrantes e com uma actividade cultural que inclui um Festival Anual de Jazz, que decorre em Minde, e o Festival Materiais Diversos que decorre em Setembro. Tem também diversos museus nomeadamente o Museu de Aguarela Roque Gameiro e dois museus etnográficos, para além do peculiar Museu da Boneca. O Complexo das Nascentes do rio Alviela e a praia fluvial dos Olhos de Água e o Centro Ciência Viva do Alviela - Carsoscópio são lugares que atraem muitos visitantes. É no concelho de Alcanena, em Minde, que ainda se fala o minderico.

ca, o Museu Etnográfico de Moitas Venda e o Museu Rural e Etnográfico de Espinheiro. A cachola e a morcela são enchidos típicos de Alcanena que é possível encontrar em alguns dos inúmeros restaurantes existentes no concelho, alguns dos quais com fama a nível nacional

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Capital do Vinho à beira Tejo O concelho do Cartaxo, localizado aproximadamente a 60 km de Lisboa, tem cerca de 24.500 habitantes (2011) e 158,2 km2 de extensão. Coberto por uma boa rede de estradas nacionais e municipais, o Cartaxo tem acesso directo à A1 e é ainda atravessado pelas linhas ferroviárias do Norte e Leste (situa-se no concelho o importante nó ferroviário do Setil). O Rio Tejo desenha-lhe ainda a fronteira a Sul com Salvaterra de Magos e oferece às embarcações de recreio o recuperado embarcadouro de Valada. O Município do Cartaxo tem investido fortemente na rede de infra-estruturas e equipamentos que cobrem praticamente todas as áreas. O vinho é a marca de referência do concelho onde o rural e o urbano se harmonizam.

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Dificuldades económicas do Cartaxo não travaram investimento na qualidade de vida

O vinho, o Tejo, a ligação à A1 e a área empresarial Valleypark são trunfos valiosos

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uando uma câmara municipal como a do Cartaxo, que passou os últimos quatro anos a trabalhar no equilíbrio das contas, decide pagar do seu orçamento obras na Unidade de Saúde Familiar de Valada, que eram da responsabilidade do Ministério da Saúde, isso diz muito da vontade que ali existe de proporcionar as melhores condições de vida à população do concelho. E a essas obras há a juntar muitas outras que, sem serem obras de milhões, são obras de muitos milhares. Reparações na Escola Básica José Tagarro, no Cartaxo; na escola de Pontével e em inúmeras outras escolas e jardins-de-infância da rede pública em todo o concelho, por exemplo, ou trabalhos de remodelação e manutenção dos parques infantis. A preocupação com a qualidade de vida dos cidadãos do Cartaxo estende-se à cultura, ao desporto, à segurança, às questões sociais. O Centro Cultural do Cartaxo tem uma programação regular de qualidade e recebe inúmeras iniciativas da responsabilidade de associações e escolas.

Os apoios a clubes e associações e as obras que estão a ser feitas para remodelação dos campos polidesportivos descobertos do Complexo Cultural e Desportivo da Quinta das Pratas, a par de obras já feitas nas piscinas municipais para repor as condições mínimas de utilização. Apesar de o município ainda não ter conseguido resolver todos os problemas financeiros, sendo dos que a nível nacional demoram mais tempo a pagar, tem mostrado credibilidade suficiente para conseguir que haja empresas a concorrer às obras postas a concurso. Nos últimos quatro anos todo o investimento feito foi praticamente dirigido à melhoria dos equipamentos existentes para garantir que a população continua a beneficiar da sua utilização mas o Cartaxo não tem descurado a sua promoção, tanto a nível turístico como em termos de atracção de investimento. O Museu Rural e do Vinho e o Projecto Cartaxo Capital do Vinho são a manifestação da ligação do concelho à cultura da vinha e à produção do vinho e com o incre-

mento do turismo em Lisboa ganharam maior visibilidade e importância. A Festa do Vinho propõe todos os anos uma viagem ao mundo dos vinhos, proporcionando o conhecimento e a descoberta das características dos néctares representados neste certame por um vasto leque de expositores. É o ponto de encontro entre produtores e apreciadores do vinho, mas também lugar onde convivem a gastronomia regional, a animação musical, os concursos ou a corrida de toiros. Um outro evento que se destaca é a Feira de Todos os Santos, por ocasião do dia 1 de Novembro, que é uma das feiras tradicionais mais antigas do país. Os frutos secos, os produtos da época, o artesanato, a água-pé, os vinhos, a gastronomia e a animação atraem todos os anos milhares de visitantes. Para além de ter uma posição de destaque a nível da produção de vinho da Região Demarcada do Tejo, o concelho do Cartaxo é marcado pela beleza dos campos agrícolas, em especial pela vinha, o que o torna mais atractivo.

Um outro evento que se destaca é a Feira de Todos os Santos, por ocasião do dia 1 de Novembro, que é uma das feiras tradicionais mais antigas do país. A sua ligação ao Tejo, nomeadamente na zona de Valada, são importante factor de atracção de visitantes, tanto da região como da capital, dada a proximidade e a ligação por auto-estrada. A construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Valada e Pontével, para além da melhoria em termos ambientais que introduz, cria melhores condições para a concretização do projecto turístico. A nível de captação de novas empresas, com a consequente criação de riqueza e de emprego qualificado o Cartaxo tem como grande trunfo a Área de Localização Empresarial do Falcão – Valleypark, com uma área infraestruturada de 155 mil m2 e constituída por 63 lotes de 500 e de 1000m2, todos com possibilidade de emparcelamento, benefícia de localização de excelência no acesso a vias rodoviárias e é NUTS II para efeitos de fundos comunitários. Os lotes já estão a ser comercializados e com a melhoria da situação económica do país é certo que em breve o investimento feito venha a ter retorno

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Coruche assume-se como Capital Mundial da Cortiça mas flutua bem no turismo População tem qualidade de vida e boa assistência na acção social e educativa

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oruche assume-se como Capital Mundial da Cortiça devido à quantidade de cortiça que é produzida e transformada no seu território. Para sublinhar essa posição realiza anualmente a Feira Internacional da Cortiça, FICOR, na qual participam os principais actores do sector, nomeadamente produtores, industriais e investigadores. O Observatório do Sobreiro e da Cortiça, um edifício singular, único no país, revestido a cortiça no exterior e no interior do auditório, foi desenhado pelo arquitecto Manuel Couceiro como homenagem ao sobreiro, árvore de Portugal, e é a casa-mãe da Capital da Cortiça. Ali, há espaço para formação, para laboratórios destinados ao estudo do binómio sobreiro/cortiça, para um centro de documentação. O concelho, marcadamente rural, tem na agricultura florestal e de regadio as suas principais actividades. A indústria ligada à transformação desempenha também ela um papel fundamental no desenvolvimento. No município existem três zonas industriais. Uma no Monte da Barca, outra no Couço e a terceira, denominada Zona Oficinal, em São José da Lamarosa.

Um sector onde Coruche tem investido é o do turismo. A actual campanha promocional do turismo de Coruche, que pode ser vista no site oficial do município, tem como mote “A Lezíria é para ser vivida” e é bastante apelativa. Para além de um vídeo com imagens do concelho, engloba uma série de fotografias com legendas como “Respire fundo. Aqui pode”; “Aqui, o ginásio é a céu aberto” para promoção das actividades desportivas de ar livre; “Aqui, os cavalos não são de madeira” fazendo a ligação ao cavalo e ao campo; “Aqui, sabe bem ser malandrinho”, que remete para a orizicultura do concelho; “Aqui, sabe bem andar com a cabeça no ar”, referente a viagens de balão de ar quente; “Aqui, sabe bem andar à deriva”, relativa a desporto aquático e “Aqui, brindamos ao que é nosso”, com uma bela imagem de um sobreiro e a frase “Somos a Capital Mundial da Cortiça”. Há também uma série de chamadas de atenção para pormenores curiosos como o facto da entrada a sul da vila sede do concelho se fazer por sete pontes sobre o Rio Sorraia, existentes em apenas três quilómetros, pintadas em tons que vão do amarelo ao vermelho-escuro.

O concelho, marcadamente rural, tem na agricultura florestal e de regadio as suas principais actividades. A indústria ligada à transformação desempenha também ela um papel fundamental no desenvolvimento. Para despertar curiosidade em relação ao Museu Municipal é referido que ali está exposto aquele que deverá ser o mais antigo sino de Portugal, datado do séc. XIII. O museu está localizado no centro da vila e integra a Rede Portuguesa de Museus. Apesar de ser uma vila rural, Coruche é um lugar onde os cidadãos têm qualidade de vida, quer pela facilidade de acesso a todos os serviços básicos, como a saúde ou o ensino, quer pela sua localização privilegiada, o que permite usufruir da oferta cultural de Lisboa. A autarquia apoia as associações, dá atenção às escolas e colabora na realização de actividades complementares de acção educativa, designadamente no do-

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“A Lezíria é para ser vivida” O concelho de Coruche está situado na margem sul do Rio Tejo, já na zona de transição com o Alentejo, e ocupa uma área de 1.115,7 km2, o que o torna o concelho mais extenso da Lezíria e o 10º a nível nacional. Com 19.944 habitantes (2011), o concelho tem seis freguesias: Biscainho, Branca, Coruche/Fajarda/Erra, Couço, Santana do Mato e São José da Lamarosa. Esta vasta região do Vale do Sorraia oferece grandes potencialidades agrícolas e tem instaladas algumas importantes unidades agro-industriais, sendo a Zona Industrial do Monte da Barca um factor importante no desenvolvimento económico local. A charneca coruchense é ainda rica no montado de sobro, o que faz do concelho o primeiro produtor mundial de cortiça, sendo de relevar a aposta na criação do Observatório do Sobreiro e da Cortiça.

mínio da acção social escolar e de ocupação dos tempos livres. Dá também particular atenção aos idosos e aos que residem fora da sede do concelho, tendo nesse âmbito criado dois espaços do cidadão, um dos quais no Couço

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As únicas salinas do interior do país

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Rio Maior é sinónimo de desporto de alta competição e de campeãs de marcha atlética Um concelho com ensino de qualidade e atracções turísticas que trata bem quem lá mora

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alar em Rio Maior é falar de desporto e é falar também de atletas campeãs e recordistas na difícil disciplina da marcha atlética como Susana Feitor e Inês Henriques ou de treinadores como Jorge Miguel. O Complexo Desportivo de Rio Maior incorpora um Centro de Preparação Olímpica, em parceria com o Comité Olímpico de Portugal, que é o único no país destinado a acompanhar as federações olímpicas portuguesas e ACOLOP. É também ali que funciona o Centro de Alto Rendimento de Rio Maior - Natação, em parceria com o Instituto do Desporto de Portugal, IP e a Federação Portuguesa de Natação, que dispõe de um conjunto de equipamentos e valências de suporte à preparação dos atletas das Selecções Nacionais Portuguesas de Natação. O Complexo Desportivo de Rio Maior é ainda o Centro de Treinos da Federação Portuguesa de Futebol e por ali passaram muitos dos futebolistas de topo mundial enquanto jovens, como Cristiano Ronaldo. O complexo é gerido pela Desmor, EM, SA, uma empresa pública municipal criada pela Câmara de Rio Maior que tem por objectivo a promoção e gestão do fenómeno desportivo em Rio Maior. As instalações que o integram são, para além do Centro de Estágios, Complexo de Pisci-

nas e Estádio Municipal, o Parque Desportivo, os campos de Voleibol e Futebol de Praia, o Pavilhão Polidesportivo, o Pavilhão Gimnodesportivo e o Pavilhão Multiusos. Para além das instalações para a prática desportiva, o concelho tem como atractivos a sua boa localização geográfica, as boas acessibilidades, uma boa rede de serviço de proximidade, escolas de qualidade e outra oferta educativa de relevo, proporcionada pela inovadora Escola Profissional de Rio Maior e pela Escola Superior de Desporto do Politécnico de Santarém. Rio Maior faz parte da Associação Internacional de Cidades Educadoras, assumindo por esse facto o compromisso de garantir a qualidade de vida de todos os seus habitantes, através de um equilíbrio com o ambiente natural, o direito a um ambiente sadio, além do direito ao alojamento, ao trabalho, aos lazeres, e aos transportes públicos e de promover activamente a educação para a saúde e a participação de todos os seus habitantes nas boas práticas de desenvolvimento sustentável. O turismo é um sector em crescimento e realizam-se visitas guiadas às Salinas, Olhos d’Água, Dolmen/Igreja de Santa Maria Madalena e Porto do Rio. Também há turistas que descobrem as belezas naturais pelos seus próprios meios, a maioria

dos quais oriundos de países tão variados como Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Canadá, EUA, Irlanda e Espanha. As Salinas situam-se a cerca de 3 km de Rio Maior e encaixam-se num vale tifónico no sopé da Serra dos Candeeiros. Rodeadas de arvoredo e terras de cultivo são consideradas uma maravilha da natureza uma vez que o mar fica a 30 quilómetros. O conjunto apresenta-se como uma minúscula aldeia de ruas de pedra e casas de madeira, junto à qual se destacam uns curiosos tanques de formas e dimensões irregulares, que a partir da Primavera se enchem de água salgada dando origem a alvas pirâmides de sal. Em 2013 foi criado no concelho o Centro de Negócios e Inovação que tem como missão fomentar o desenvolvimento de empresas competitivas e dotar as novas estruturas empresariais das mais sólidas bases, para que consigam superar o desafio do início da actividade, estando também focado na concepção e implementação de soluções inovadoras de serviços e ferramentas de apoio às empresas e/ou empreendedores que lhes permitam obter vantagens de competitividade num mundo cada vez mais global. Rio Maior tem também uma Área de Localização Empresarial gerida pela Depomor, entidade que tem como um dos accionistas a câmara municipal.

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Com 21.192 habitantes e uma superfície de cerca de 272,8 km2, terra de vales e colinas onde se encontram a paisagem serrana e as planuras ribatejanas, o concelho de Rio Maior, constituído por dez freguesias (Alcobertas, Arrouquelas, Asseiceira, Azambujeira/Malaqueijo, Fráguas, Marmeleira/Assentiz, Outeiro da Cortiçada/Arruda dos Pisões, Rio Maior, São João da Ribeira/Ribeira de São João e São Sebastião), representa um espaço privilegiado de transição entre a região do Vale do Tejo e o Litoral Oeste do país. Os principais acessos fazem-se pela A15 (que faz ligação à A8 e A1) e pela EN114 (Santarém – Caldas da Rainha). O concelho de Rio Maior tem ainda como principais pontos naturais de referência a Serra dos Candeeiros, as Salinas de Fonte da Bica e o Rio Maior, afluente do Tejo. A grande aposta autárquica no sector desportivo colocou a cidade de Rio Maior no mapa do país como Capital do Desporto. Efectivamente dispõe hoje de excelentes infra-estruturas para quase todo o tipo de práticas desportivas e de estágios profissionais e ainda de uma Escola Superior de Desporto.

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A meia distância entre Lisboa e Santarém

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Falcoaria como Património da Humanidade deu alento ao turismo em Salvaterra de Magos Qualidade de vida e uma Escola Profissional de sucesso são outras mais valias do concelho

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turismo é um dos factores de desenvolvimento do concelho de Salvaterra de Magos e ganhou maior importância a 1 de Dezembro de 2016, quando a arte da Falcoaria em Portugal foi declarada Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Aquela decisão não surgiu inesperadamente do céu como os falcões. Foi resultado de uma candidatura intitulada “Falcoaria. Património Humano Vivo”, liderada pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, devido à autenticidade que o edifício da Falcoaria Real confere ao concelho, em parceria com a Universidade de Évora e a Associação Portuguesa de Falcoaria (APF), contando ainda com o apoio e colaboração da Entidade Regional de Turismo do Alentejo/Ribatejo. A Unesco considera a Falcoaria como uma actividade onde predadores e presas evoluíram juntos durante milhões de anos, definindo-a como uma das mais antigas relações entre o Homem e a Ave e a Falcoaria de Salvaterra de Magos, instalada no antigo edifício da Falcoaria Real de Salvaterra de Magos, datado do século XVIII, permite aos visitantes a observação daquelas aves ao vivo em demonstrações de voo em que as mesmas mostram toda a sua perícia, na tentativa de capturar uma “falsa presa” lançada pelos falcoeiros. O concelho tem muitos mais atractivos para os visitantes. O Museu “Escaroupim e o Rio” constrói um percurso expositivo que dá a conhecer a importância do rio Tejo e dos seus afluentes, enquanto ele-

mento de fixação humana e evidencia as actividades socioeconómicas que durante séculos foram exploradas e rentabilizadas pelas comunidades locais. Aquele espaço amplia a oferta turística naquela aldeia, juntando-se ao Núcleo Museológico da Casa Avieira, aos passeios de barco no Rio Tejo, à observação de aves, ao parque de merendas, ao restaurante panorâmico e ao miradouro natural sobre o Tejo. Existe no concelho de Salvaterra de Magos um parque de campismo, um parque de estacionamento para auto-caravanas e algum alojamento rural. A complementar a oferta, os inúmeros restaurantes apresentam pratos típicos da cozinha local, que sofreu, ao longo dos tempos, a influência da Lezíria, da Charneca e do rio Tejo. Da Lezíria e da Charneca vieram as carnes de borrego; de cabrito; de aves, bem como outras carnes bravas. As sopas são bem condimentadas e ricas em legumes, hortaliças, carnes e enchidos. Do Tejo continuam a vir o sável, a saboga, o barbo, a fataça, a lampreia e a enguia, que são utilizados em sopas, açordas, molhatas e assados. A doçaria é composta por pudins, biscoitos, arroz doce, broas, tortas e bolos bem amassado, cuja massa fica horas a fermentar. As actividades ligadas à cultura local são estimuladas e apoiadas. A câmara municipal dá apoio a bandas de música, ranchos folclóricos, associações de defesa do património e grupos de teatro. E acontece o mesmo em relação aos clubes e co-

lectividades que promovem a prática desportiva. A rede de jardins-de-infância, escolas do ensino básico, do ensino secundário profissional é adequada e é dada uma atenção especial às condições das mesmas. A Escola Profissional de Salvaterra de Magos, considerada uma das melhores escolas profissionais do país, tem colocado no mercado de trabalho muitos alunos que vieram a ter carreiras profissionais de grande sucesso, nomeadamente na área da restauração. Salvaterra de Magos é uma vila com qualidade de vida evidente com serviços eficientes. E a situação só não é melhor porque há áreas da responsabilidade da administração central, como a da saúde, que tem uma crónica carência de médicos de família

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A cerca de 50 km de Lisboa e a 30 km de Santarém situa-se, na margem Sul do Tejo, o Concelho de Salvaterra de Magos, com mais de 22.000 habitantes (2011) e uma área de 243,9 km2. Integram o Concelho seis freguesias: Glória do Ribatejo/Granho, Marinhais, Muge e Salvaterra de Magos/Foros de Salvaterra. Salvaterra de Magos beneficia de boas acessibilidades, com ligações a A13 e à A10. Mas para além destas importantes ligações inter-regionais, beneficia ainda de ligações directas a todos os Concelhos vizinhos. A beleza da vila e da Lezíria apresenta-se convidativa ao turismo, com o seu Cais Fluvial, a Praia Doce e a típica aldeia de pescadores do Escaroupim, para além da Barragem de Magos, que convida à pesca desportiva e aos desportos náuticos. Outro pólo de atracção a nível do turismo é a “Falcoaria”, que é Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Do Tejo continuam a vir o sável, a saboga, o barbo, a fataça, a lampreia e a enguia, que são utilizados em sopas, açordas, molhatas e assados. fotos arquivo O MIRANTE


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Um concelho histórico cada vez mais moderno

Santarém é capital nacional do Gótico, da Agricultura e da Gastronomia

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Dinamização do sector da restauração tem sido a chave para dar vida ao centro histórico

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pesar de ainda não ter a chancela da Unesco, Santarém assume com toda a propriedade a designação de Capital do Gótico devido à grande concentração no seu centro histórico de edifícios com aquele tipo de arquitectura. Essa é a vertente histórica do concelho que também tem uma grande ligação à agricultura, sublinhada por uma Feira Nacional de Agricultura conhecida em todo o país. O concelho ganhou maior visibilidade graças ao Festival Nacional de Gastronomia e o município tem-se empenhado na modernização e internacionalização do mesmo e na sua utilização para atrair mais investimentos nessa área, para se juntarem aos que já foram feitos por empresários da restauração. Nos últimos anos, tais investimentos ajudaram a dinamizar a cidade e os jovens, nomeadamente os que estudam no Instituto Politécnico de Santarém já não sentem necessidade de se deslocar para encontrarem oferta adequada às suas necessidades, o mesmo acontecendo com uma parte significativa da população. A criação de um Gabinete de Apoio ao Investidor e de um Portal do Investidor permitiu ao município dar um maior apoio ao empreendedorismo e aos potenciais investidores no concelho. No Portal do Investidor na zona “Oportunidades”, foi criada uma bolsa imobiliária onde particulares e empresas podem colocar gratuitamente propostas para compra e venda de imóveis. Outra inovação é o contacto directo via e-mail, com resposta num prazo máximo de 24 horas, com excepção dos fins-de-semana. O Gabinete de Apoio ao Investidor da Câmara de Santarém tem em funcionamento o programa Via Expresso Investidor que garante redução de taxas até 30% a quem pretenda investir no concelho, des-

tinado a pessoas colectivas ou singulares que pretendam criar a sua própria empresa ou expandi-la em qualquer sector de actividade. Já o Via Expresso Jovem, um projecto semelhante mas destinado a investidores com idade entre os 18 e 35 anos, proporciona redução nas taxas até 50%.

Santarém tem uma boa rede de escolas e infantários e uma boa rede de estradas. O apoio dado às inúmeras colectividades e associações, tanto a nível desportivo como cultural, a par do dinamismo das mesmas, é um elemento importante para o desenvolvimento do concelho. fotos DR / arquivo O MIRANTE

Capital de distrito, Santarém é sede de concelho, subdividido em 18 freguesias, com 552,54 km² de área e 61.752 habitantes (2011). Dista de Lisboa 66 km e do Porto 242 km, sendo atravessado pelas auto-estradas A1 e A15, beneficiando ainda da ligação à A13 através da Ponte Salgueiro Maia. Excelentes acessibilidades, a somar à linha férrea que cruza a cidade ribeirinha, trazem a Santarém uma renovada centralidade no país. As dezoito freguesias são: Abitureiras, Abrã, Alcanede, Alcanhões, Almoster, Amiais de Baixo, Arneiro das Milhariças, Gançaria, Moçarria, Pernes, Póvoa da Isenta, Vale de Santarém e as uniões de freguesias de Achete, Azóia de Baixo e Póvoa de Santarém; Azóia de Cima e Tremês; Casével e Vaqueiros; Cidade de Santarém; Romeira e Várzea; S. Vicente do Paúl e Vale de Figueira. Terra de história, o centro urbano possui um património monumental notável. Apelidada de “Capital do Gótico”, Santarém tem ruas estreitas e sinuosas, típicas de uma cidade que se desenvolveu entre muralhas. Apesar da sua dimensão territorial, Santarém tem uma boa rede de escolas e infantários e de equipamentos de apoio social e tem uma cobertura a nível de água e saneamento próxima dos cem por cento. É um bom concelho para viver e investir, onde o ensino superior politécnico acrescenta saber.

As antigas instalações da Escola Prática de Cavalaria permitiram a localização em Santarém de novos tribunais, beneficiando a população local e dos concelhos vizinhos e contribuindo para a dinamização da economia local. Através da empresa Águas de Santarém o município conseguiu, apesar da extensão do seu território e da dispersão das localidades, ter uma cobertura próxima de cem por cento, tanto a nível de água como de saneamento, contribuindo para a eliminação de inúmeros focos de poluição. As antigas instalações da Escola Prática de Cavalaria permitiram a localização em Santarém de novos tribunais, beneficiando a população local e dos concelhos vizinhos e contribuindo para a dinamização da economia local. O Teatro Sá da Bandeira tem uma programação cultural regular e em termos de cinema é uma excelente alternativa aos filmes comerciais das salas do centro comercial. As associações de cultura promovem inúmeras iniciativas. O Núcleo Museológico de Arte e Arqueologia, na Igreja de S. João do Alporão, a Torre das Cabaças, a Casa do Brasil, o Convento de S, Francisco, o Museu Diocesano, a Igreja do Milagre, a Sé, o Jardim das Portas-do-Sol, são alguns dos muitos locais visitados pelos turistas

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O MIRANTE | 14 /09/17

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Viver no Ribatejo |

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À beira da albufeira de Castelo de Bode

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Tomar tem como principal património a capacidade criativa dos seus cidadãos Um concelho com ADN Templário e massa crítica em abundância

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m bom nível cultural e uma elevada capacidade de iniciativa da população são dois elementos fundamentais para perceber o concelho de Tomar. Ali resiste-se ao centralismo e há massa crítica em abundância. Ao contrário do que se passa em muitos outros municípios, em Tomar o poder local tem que ter extrema atenção ao que pensam e fazem os munícipes em vez de ter a tentação de impor seja o que for. Com uma enorme herança histórica que soube preservar ao longo dos séculos e um ADN Templário, Tomar segue o seu caminho com orgulho e altivez, conseguindo conjugar essa postura com uma abertura cosmopolita. A actividade das múltiplas associações culturais tem importância fundamental na formação dos jovens, complementando de forma eficaz o trabalho das escolas. Sem grandes meios financeiros o município tem procurado interpretar da melhor forma o papel que lhe foi destinado, apoiando da melhor maneira as iniciativas da sociedade, melhorando as infra-es-

truturas e criando condições para que os munícipes tenham uma boa qualidade de vida e resposta para alguns problemas do dia-a-dia. A criação de um espaço do cidadão em Asseiceira, por exemplo, pode não significar nada quando se fazem balanços de actividades municipais mas tem uma importância grande para a população local que ali pode renovar o Cartão de Cidadão e da carta de condução, marcar consultas médicas ou tratar de assuntos relacionados com a ADSE e com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), por exemplo. O arranjo de estradas e a substituição dos esgotos, a manutenção dos transportes municipais, a recuperação da habitação social, a melhoria dos serviços de atendimento valem por vezes mais que uma qualquer modernice cibernética. E decerto que a auto-estima dos cidadãos também melhora quando assiste à iniciativa de fazer obras de reabilitação e reforço estrutural do Aqueduto dos Pegões. A promoção do que de melhor existe e

é feito no concelho é outra área de grande importância. Com a gestão do Convento de Cristo a cargo do Estado, a câmara municipal conseguiu potenciar a importância da Sinagoga, atraíndo turistas estrangeiros e nacionais que habitualmente não vinham à cidade. A pequena aldeia de Cem Soldos criou do nada, graças à iniciativa de jovens criativos e com iniciativa, um festival de música portuguesa que já faz parte do calendário nacional de festivais de Verão. A festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos envolvendo a grande maioria da população, é um exemplo ainda maior de trabalho comunitário. Todos os apoios canalizados para estes eventos são de realçar. Ao longo do ano desenrola-se um grande conjunto de iniciativas que também atraem visitantes. Encontro dos Reiseiros (Janeiro); Mostra da Lampreia (Fevereiro/ Março); Carnaval Popular da Linhaceira; Congresso da Sopa (Maio); Festa Templária (Maio); Tomarimbando – Festival Internacional de Percussão (Julho); Festival de Es-

Tomar abrange uma área territorial de 351,2 quilómetros quadrados, na sub-região do Médio Tejo, em plena zona de convergência das regiões naturais do Alto Nabão, Bairro e Albufeira do Castelo de Bode. O concelho é atravessado pelo rio Nabão, tem onze freguesias e 40.674 habitantes. Concelho ligado à história dos Templários, o seu monumento mais conhecido e visitado é o Convento de Cristo mas existem muitos outros monumentos no concelho que integram as listas do património nacional. Possui uma sinagoga que atrai milhares de turistas. Tem inúmeras associações e colectividades ligadas ao ensino artístico e no concelho; na aldeia de Cem Soldos decorre anualmente um Festival de música portuguesa denominado Bons Sons. A Festa dos Tabuleiros que se realiza de quatro em quatro anos também atrai visitantes de todo o país.

A pequena aldeia de Cem Soldos criou do nada, graças à iniciativa de jovens criativos e com iniciativa, um festival de música portuguesa que já faz parte do calendário nacional de festivais de Verão. tátuas Vivas (Setembro); Todos com o Feijão… o Feijão com Todos (Outubro); Feira de Santa Iria - Feira das Passas (Outubro). Tomar tem boas vias de comunicação rodoviárias e tem transporte ferroviário. Tem oferta de qualidade tanto a nível de restauração como de hotelaria. Para além de atrair turistas e facilitar a mobilidade da população, isso é essencial para atrair investimento. O município tem trabalhado com a Associação Empresarial NERSANT e já há investidores interessados em instalar-se no concelho. A tradição industrial de Tomar e a existência de um Instituto Politécnico da cidade podem ser determinantes. O tecido empresarial de Tomar encontra-se especializado nas indústrias da madeira e derivados (fabrico de mobiliário e papel, serração e carpintaria), agro-alimentar (frutas, azeite e vinho) e materiais de construção mas há possibilidade de surgirem empresas de outras áreas

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Viver no Ribatejo

14 /09/17 | O MIRANTE

Maioria da população tem entre vinte e cinco e sessenta e quatro anos

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Torres Novas é um concelho que dá a máxima importância à educação e à cultura Câmara tem vindo a salvar património que faz parte da memória colectiva

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s principais artistas portugueses já actuaram no Teatro Virgínia, em Torres Novas. A sala, que resultou da integral remodelação do antigo Teatro Virgínia, tem a melhor programação da região e mantém esse destaque desde a sua inauguração. Para além de cantores e bandas de música, nacionais e estrangeiras, a programação inclui teatro, bailado e consegue, sem cedências em termos de qualidade, integrar trabalho artístico produzido localmente. A cultura tem sido uma das áreas de maior investimento do município e a vantagem dessa aposta beneficia a sua população e atrai população de concelhos vizinhos. Na sede do concelho foi construída a melhor e mais bem apetrechada biblioteca do distrito de Santarém. Baptizada com o nome Gustavo Pinto Lopes, a biblioteca tem um auditório onde se realizam regularmente debates, lançamentos de livros e espectáculos para determinados nichos de público, muitos dos quais produzidos por grupos amadores. Merece também destaque o facto de

o Palácio dos Desportos ter sido preparado, aquando da sua construção de raiz, para receber grandes espectáculos, como já aconteceu. Já este ano, em Julho, abriu um novo espaço de cultura no edifício denominado Convento do Carmo, onde funcionou durante décadas o hospital, após obras de recuperação. Tal como no caso do Teatro Virgínia, a câmara comprou o edifício e com as obras realizadas evitou a sua degradação, salvaguardando património que faz parte da memória colectiva da população e evitando proliferação de ruínas no centro histórico da cidade. Com a maioria da população na faixa etária dos 25 aos 64 anos, Torres Novas é uma das duas cidades do distrito onde funcionam salas de cinema comercial, alojadas num centro comercial. A dinâmica cultural é reforçada pela actividade de inúmeras colectividades espalhadas por todo o concelho, algumas das quais centenárias, que têm escolas de música, bandas, grupos de tea-

tro e ranchos folclóricos. Na freguesia da Meia Via foi recuperado o Teatro Maria Noémia que também tem programação regular. O Museu Municipal Carlos Reis funciona num antigo palacete recuperado, denominado Casa Mogo de Melo, e é outro pólo de cultura, a par do Museu Agrícola de Riachos. As igrejas e o castelo, classificado Monumento Nacional e em bom estado de recuperação, integram um vasto conjunto de edifícios que merecem uma visita. No concelho ficam também o Monumento Natural das Pegadas de Dinossauro da Serra d’Aire e a gruta nascente do Rio Almonda e as ruínas da Vila Cardílio. Torres Novas tem duas escolas secundárias, Maria Lamas e Artur Gonçalves; uma Escola Básica do 2º e 3º ciclo (Manuel Figueiredo) e uma Escola Profissional. É neste concelho que está instalada a Escola Prática de Polícia e a sede da Associação Empresarial da Região de Santarém, Nersant, considerada uma das mais dinâmicas do país.

O município de Torres Novas fica localizado na Região Centro (NUTS II) e sub-região do Médio Tejo (NUTS III). O concelho tem 36.717 habitantes e uma área total de 270 quilómetros quadrados, caracterizada pela coexistência da formação calcária da Serra de Aire e das várzeas do rio Almonda, que se alargam em lezírias na confluência com o Tejo. A cidade de Torres Novas acolhe a sede deste concelho que integra as freguesias de Assentis, Chancelaria, Meia Via, Pedrógão, Riachos (vila), União das Freguesias de Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel, União das Freguesias de Olaia e Paço, União das Freguesias de Torres Novas (Santa Maria, Salvador e Santiago), União das Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca e Zibreira. As idades da generalidade da população nas dez freguesias situam-se na faixa etária dos 25 aos 64 anos. A União das Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca concentra o número mais significativo de habitantes, superando os 8.400.

Em Julho, abriu um novo espaço de cultura no edifício denominado Convento do Carmo, onde funcionou durante décadas o hospital, após obras de recuperação. A par da rede de escolas e infantários, que abrange todo o seu território, o concelho tem uma excelente oferta a nível de equipamentos de saúde, estando instalada na sede do concelho o Hospital Rainha Santa Isabel, uma das três unidades hospitalares que integram o Centro Hospitalar do Médio Tejo. No concelho funciona uma boa rede de IPSS. O município tem boas área para instalação de empresas e a sua localização, na confluência da A1 e A23, é um factor competitivo de relevo. Tem a funcionar a “ StartUp Torres Novas”, um espaço dedicado a todos os empreendedores locais e de âmbito nacional e internacional

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O MIRANTE | 14 /09/17

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Viver no Ribatejo | 11 Um concelho urbano que se orgulha da sua componente rural

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Vila Franca de Xira é um concelho moderno e com condições excelentes para se viver Depois do Museu do Neo-Realismo a Fábrica das Palavras veio sublinhar a aposta na cultura

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nova biblioteca municipal de Vila Franca de Xira, denominada “Fábrica das Palavras” e inaugurada a 20 de Setembro de 2014, é um edifício de arquitectura moderna da autoria do arquitecto Miguel Arruda, localizado à beira-rio, que permite ao visitante uma ligação contínua com o meio exterior envolvente: de um lado a cidade, do outro o rio e a lezíria. Através deste novo centro de cultura e lazer, de acessos privilegiados e gratuitos, a câmara municipal reforçou a sua capacidade de intervenção enquanto promotora e dinamizadora da educação, literacia, generalização do acesso à informação e inclusão social. O edifício de sete pisos é já uma referência concelhia e nacional, seja na vertente cultural ou de lazer e, para além da moderna biblioteca, integra uma cafetaria, galeria de exposições e uma sala polivalente/auditório. Apesar de não ser uniforme em termos de paisagem e urbanismo o concelho tem como fio condutor o esforço que é feito para proporcionar a todos os habitantes boa qualidade de vida. A aplicação de uma taxa de IMI abaixo do legalmente estipulado e do IMI Familiar; a existência de um bom Parque Escolar e de apoios da câmara municipal ao funcionamento das escolas de pré-escolar e 1.º ciclo; a boa rede de Instituições Particulares de Solidariedade Social, com valências desde a infância até à Terceira Idade e a existência de inúmeras associações e colectividades, com oferta variada ao nível cultural e desportivo, são alguns exemplos, a par de parques urbanos, jardins e caminhos ribeirinhos, para lazer e desporto. A existência de um moderno hospital,

As festividades anuais do Colete Encarnado e Feira de Outubro atraem milhares de visitantes nacionais e estrangeiros. O Barco Varino municipal com os seus passeios no Tejo é outro atractivo. de uma boa rede de transportes a nível do concelho e a nível de ligações a Lisboa e a outras zonas do país, quer através da ferrovia, quer de estradas nacionais e auto-estradas conferem-lhe um alto nível de atractividade, recentemente reforçada com o aumento dos empregos nas áreas de indústria e comércio, com a abertura de novas empresas PME e também de grandes empresas. O concelho tem uma boa oferta cultural ao nível de espaços a visitar, nomeadamente museus, entre os quais se destaca o Museu do Neo-Realismo e Núcleos Museológicos, a par de iniciativas desenvolvidas ao longo do ano, algumas das quais de referência nacional, como a Cartoon Xira, a Bienal de Fotografia ou o Prémio de Música Carlos Paredes. As festividades anuais do Colete Encarnado e Feira de Outubro atraem milhares de visitantes nacionais e estrangeiros. O Barco Varino municipal com os seus passeios no Tejo é outro atractivo, bem como as iniciativas anuais de promoção da gastronomia local, “Março, mês do Sável” e “Sabor do Campo à Mesa”, em Novembro. É de sublinhar o recente lançamento do vinho de produção municipal “Encostas de Xira” feito com

uvas produzidas na Quinta da Subserra, em Alhandra, propriedade do município. Vila Franca de Xira é um bom local para investir. Para além da centralidade, das boas acessibilidades e de valores competitivos em relação à capital a política fiscal ao nível da derrama dá isenção do imposto para volumes de negócios até 150 mil euros e prolongamento da isenção para volume de negócios até 300 mil euros para empresas criadoras de emprego. O Programa Municipal “Revitalizar, Consigo” proporciona be-

O concelho de Vila Franca de Xira tem uma área de 317,7 quilómetros quadrados e tem seis freguesias: União das Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz; União das Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho; União das Freguesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras; União das Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa; Freguesia de Vialonga e Freguesia de Vila Franca de Xira. No concelho residem 135.886 pessoas (2011). Integra características urbanas e rurais e a sua localização permite-lhe usufruir de um valioso património natural: da beleza do rio Te­jo, à Reserva Natural do Estuário do Tejo; do es­plen­­­dor das Le­zí­rias à imponência dos Montes. A ligação secular às lides do campo e à criação de gado proporcionada por uma das mais vastas áreas do concelho – a Lezíria – confere a Vila Franca de Xira uma importante herança cultural que constitui uma das principais bases da sua identidade: a festa brava. A caracterização económica do concelho é definida, essencialmente, por uma concentração de actividades no sector terciário, nomeadamente ao nível do comércio e serviços, devido à progressiva regressão do sector industrial.

nefícios fiscais na reabilitação de instalações empresariais/industriais e existe um Gabinete de Apoio ao Investidor que apoia a instalação de novos investimentos, acelerando processos burocráticos e/ou administrativos e fazendo pontes entre os vários serviços municipais e organismos do Estado

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Viver no Ribatejo

14 /09/17 | O MIRANTE publicidade


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