1349-03-05-2018 (ESPECIAL SAÚDE E ASCENSÃO)

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ECONOMIA A hora do Valleypark, no Cartaxo, vai chegar José Eduardo Carvalho revelou que recentemente foram fechados negócios com empresas internacionais. Defendeu ainda que o projecto urbanístico do Valleypark é de grande qualidade e que não vão ali ser instalados “barracões” nem se vão vender os lotes ao desbarato 20

03 de Maio de 2018 Faz parte integrante da edição de O MIRANTE nº 1349

A melhor forma de não ter doenças é a prevenção

Um novo conceito de beleza Serrano’s 2330 Barbershop Cabelo, barba e bigode, tatuagens, limpeza de pele e snooker ao som de música alegre. Rodrigo Serrano é o gerente 23

Festa do Vinho e do Chocolate é aposta ganha no Cartaxo Pedro Magalhães Ribeiro destacou a importância de salvaguardar cada vez mais a identidade do concelho 21

Inaugurado Laboratório de Criatividade em Alcanena

O laboratório na Escola Secundária foi inaugurado pelo secretário de Estado da Educação 20

26º aniversário da ARPIA com Secretária de Estado para a Inclusão Secretária de Estado para a Inclusão, Ana Sofia Antunes, esteve presente no aniversário 20

Coruche quer Parque Empresarial do Sorraia até final do ano

Presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira, diz que está a aguardar o visto do Tribunal de Contas para poder dar início às obras 20

O conjunto de textos sobre questões de saúde que publicamos na edição desta semana não foram copiados de sites duvidosos da internet. Foram escritos propositadamente para os leitores de O MIRANTE por quem sabe daquilo que fala, numa linguagem acessível. Contêm informações rigorosas sobre temas como Apneia do Sono, Perda de Audição, Reabilitação Oral Integrada, Arritmias, Adolescência, Operações às Cataratas, entre outros. 2

Luísa Sobral, João Pedro Pais e Carolina Deslandes na Festa da Ascensão A tradicional Festa da Ascensão na Chamusca vai realizar-se este ano de 5 a 13 de Maio e não vão faltar nomes sonantes da música para animar os festejos 12 Especial Ascensão


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Aprender mais sobre saúde com quem nos sabe ensinar

O conjunto de textos sobre questões de saúde que publicamos na edição desta semana não foram copiados de sites duvidosos da internet. Foram escritos propositadamente para os leitores de O MIRANTE por quem sabe daquilo que fala, numa linguagem acessível. Contêm informações rigorosas sobre temas como Apneia do Sono, Perda de Audição, Reabilitação Oral Integrada, Arritmias, Adolescência, Operações às Cataratas. Vale a pena gastar alguns minutos a lê-los. E ler também faz bem à saúde!

Drª Cristina Amorim Médica Oftalmologista

Santarém: Rua Vasco da Gama, 23 Lj C/D - Telef.: 243 328 303 Almeirim: R. 5 de Outubro 57 - r/c Telef.: 243 597 700

Maria João Silva Dermatologista Consultórios: Santarém - 243 328 303

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fotos DR

cesso interferem no ciclo do sono e no relaxamento da musculatura da garganta, transformando-se num gatilho para a Apneia.

Gustavo Reis Médico Pneumologista

Isabel Monteiro Médica Cardiologista

A Apneia é um problema de saúde pública. Saiba como! O QUE É O SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO? O Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono – SAOS – é um distúrbio respiratório grave que se carateriza por paragens respiratórias durante o sono - apneias - estas paragens podem ter uma duração variável e repetir-se diversas vezes durante a noite. A Apneia do Sono é um importante problema de saúde pública, com uma elevada prevalência, mas frequentemente pouco valorizado. COMO SE REALIZA O DIAGNÓSTICO? Em muitos casos, o doente não tem conhecimento dos episódios de apneia e são os familiares que se apercebem dos sinais, especialmente durante a noite. Por esta razão, a família do doente tem um papel fundamental na deteção de eventuais sinais e sintomas desta patologia, como por exemplo: o ressonar intenso, movimentos corporais frequentes e paragens respiratórias. Note-se que nem todas as pessoas que ressonam ou têm sintomas semelhantes aos descritos sofrem de Apneia Obstrutiva do Sono, existem outros distúrbios e doenças que podem causar sonolência diurna e sono de má qualidade. Deverá ser sempre o médico especialista a diagnosticar esta patologia. COMO SE MANIFESTA A APNEIA DO SONO? O primeiro e mais comum sinal de apneia do sono é habitualmente observado pelos familiares do doente: o ressonar. Quem observa o doente enquanto dorme, refere frequentemente que “não tem um ressonar normal” e que por vezes, após um período de silêncio, em que parece não respirar, o doente volta

Rita Monteiro Cotrim Médica Dentista

a respirar de modo ofegante, após um ronco mais intenso. A sonolência diurna excessiva devido à má qualidade do sono é outro dos sintomas frequentemente associado a esta doença. Compromete a capacidade intelectual e desempenho das atividades diárias, eleva o risco de acidentes de viação e de trabalho. Estima-se que a sonolência diurna excessiva seja responsável por 10-30% de todos os acidentes de viação e represente a principal causa de acidentes fatais. No entanto, é necessário ter em atenção que este sintoma pode não estar presente até fases avançadas da doença – tornando, nestes casos, a manifestação da doença silenciosa. Outros sintomas frequentemente associados a esta doença são: episódios abruptos de despertar noturno com falta de ar e palpitação cardíaca, dores de cabeça de predomínio matinal, insónia, sono fragmentado e sensação de sono não reparador, sendo recorrente o doente referir que acorda mais cansado do que quando se deita. Esta má qualidade do sono produz, ainda, outros sintomas, tais como: défice de atenção, dificuldade de concentração, presença de irritação, ansiedade e impaciência durante o dia, bem como alterações de memória. No sexo masculino, a Apneia Obstrutiva do Sono encontra-se associada a impotência sexual. É POSSÍVEL PREVENIR A APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO? Sim. Partilhamos algumas medidas importantes: Adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e exercício físico, é essencial para minimizar o risco. Sabemos como o excesso de peso constitui um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de Apneia Obstrutiva do Sono. Também os fumadores devem fazer um esforço adicional para a cessação tabágica, uma vez que este hábito agrava consideravelmente a doença. De igual modo, é recomendada moderação na ingestão de bebidas alcoólicas, que em ex-

QUEM É MAIS PROPENSO A DESENVOLVER A APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO? Qualquer pessoa pode apresentar apneia do sono, até mesmo as crianças. Os fatores de risco variam de acordo com o tipo da doença, mas pelo menos duas características são comuns: ser do sexo masculino e ter mais de 50 anos de idade. Os homens, em geral, são duas vezes mais propensos a desenvolver a doença do que as mulheres. No entanto, estas têm o seu risco aumentado se apresentarem excesso de peso ou se encontrarem no período pós menopausa. QUAL A IMPORTÂNCIA DA APNEIA DO SONO NA CARDIOLOGIA? As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal e na Europa, por essa razão mantêm-se no topo das prioridades no que se refere ao planeamento em Saúde. A Apneia Obstrutiva do Sono apresenta diversas consequências do ponto de vista social, sendo um importante fator de risco cardiovascular, daí a importância do diagnóstico precoce em cardiologia. As doenças cardiovasculares são, assim, complicações comuns e potencialmente fatais da apneia do sono não tratada. A hipertensão arterial resistente aos medicamentos, a doença coronária, o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca, as arritmias (muitas vezes noturnas) e o acidente vascular cerebral ocorrem com maior frequência nos doentes com Apneia do Sono. O tratamento eficaz da Apneia do Sono reduz significativamente o risco de desenvolvimento das doenças cardiovasculares, diminuindo a morbilidade e mortalidade associadas. De realçar, que o controlo dos outros fatores de risco cardiovasculares, como o tabagismo, o colesterol elevado, a diabetes, a obesidade e o sedentarismo é fundamental. O TRATAMENTO DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO A escolha do tipo de tratamento adequado para a Apneia Obstrutiva do Sono depende de vários fatores, entre os mais relevantes: a gravidade da doença, traduzida pelo número e duração das paragens respiratórias, as características morfológicas do doente, a presença de outras doenças concomitantes e, dentro do possível, a preferência do doente.

O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é um equipamento médico que mantem abertas as vias aéreas superiores, evitando a Apneia. O tratamento com CPAP é, atualmente, a forma mais comum de tratamento para os doentes com o diagnóstico de Apneia Obstrutiva do Sono moderada ou grave e deve ser utilizado conforme indicação médica todas as noites sem interrupções. O DAM (Dispositivo de Avanço Mandibular) é um dispositivo médico intra-oral aplicável no tratamento da apneia do sono ligeira e na roncopatia. Este dispositivo permite uma maior passagem de ar através das vias aéreas durante o sono. É um dispositivo feito à medida de cada doente, de menores dimensões, mais cómodo, de fácil transporte, ajuste e confeção, constituindo uma alternativa válida, mas apenas nos doentes selecionados e por indicação médica. O DAM requer indicação prévia por parte de um médico pneumologista que encaminhará posteriormente o doente para a Medicina Dentária a fim de ser conseguido um acompanhamento multidisciplinar e mais adequado a cada caso. CADA CASO UM TRATAMENTO EFICAZ. MELHORE A SUA QUALIDADE DE VIDA! A articulação e o trabalho multidisciplinar entre as equipas de Pneumologia, Cardiologia e Medicina Dentária são decisivos na prevenção, diagnóstico e tratamento adequado desta patologia, bem como no acompanhamento futuro do doente. A abordagem atempada da Apneia Obstrutiva do Sono permite prevenir os possíveis eventos cardiovasculares e a redução das capacidades cognitivas, podendo ainda resolver problemas de foro familiar. O doente que anteriormente ressonava vai agradecer poder voltar para a cama do casal e, assim, melhorar muitos aspetos da sua qualidade de vida. O tratamento da Apneia requer um grande compromisso do doente e elevada empatia por parte do médico.


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Luís Tomás Gonçalves*

Médico, Saúde e Medicina - a mudança do paradigma Quando iniciámos os estudos na Faculdade de Medicina de Lisboa em 1971, estávamos longe de pensar que este caminho nos traria tantos ensinamentos, alegrias e desilusões. Uma experiência de vida não pode ser relatada num texto de opinião. Uma síntese pode ser feita e deve reflectir o que hoje sentimos no novo enquadramento político, social e económico em que o Médico, a Saúde e a Medicina são olhados de uma forma diferente. A Medicina e o conhecimento médico progridem lentamente até à sua prática clínica. Partindo do conhecimento das ciências básicas e à utilização sistemática de uma metodologia comprovada de causa efeito, a prática médica é hoje capaz de criar bem-estar, prolongar a vida e prevenir a doença de uma forma eficaz. Em Portugal, o modelo organizacional tem permitido integrar equipas pluridisciplinares capacitadas com meios técnicos para prevenir, diagnosticar e tratar de forma precoce muitas das doenças conhecidas. As especialidades médicas aparecem assim como o corolário de um processo evolutivo e aplicação cada vez mais estreita dos conhecimentos médicos em cada área. A utilização das técnicas e as competências exigem cada vez mais uma prática exigente e diferenciada com uma prolongada curva de aprendizagem. A especialidade de Ortopedia e Traumatologia é uma especialidade médico-cirúrgica recente com uma progressão rápida no reconhecimento social pelo resultado da sua eficácia na prevenção e tratamento das doenças osteoarticulares. O mundo actual, invadido por ciborgues, exige à medicina e aos médicos, as melhores técnicas para serem aplicadas e assim resolverem as limitações funcionais que as doenças degenerativas e decorrentes do trauma originam.

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QUEDAS E ACIDENTES DOMÉSTICOS Hoje, a prevenção das quedas é uma prioridade nacional e social. Todos os anos milhares de idosos em Portugal sofrem uma fractura do colo do fémur. Infelizmente, se nada for feito na organização do actual sistema de saúde e para os que sofrerem esse tipo de fractura não haverá uma resposta em tempo útil. O seu número irá aumentar nos próximos anos na mesma proporção da idade média de vida e da osteoporose. A traumatologia também ocupa uma preocupação particular dos médicos ortopedistas, quer tenha origem no desporto, nos acidentes domésticos, de viação ou de trabalho. DOENÇAS DEGENERATIVAS – PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO DOENTE COM OSTEOARTROSE Também aqui os conceitos mudaram. Até aqui a osteoartrose era uma patologia exclusivamente associada ao envelhecimento e à população idosa. No entanto a doença está cada vez mais associada com o desporto de alta competição. Quando ocorrem lesões da cartilagem nos atletas, o tratamento pode ser complexo na medida em que a grande preocupação passa pelo regresso à actividade física. A par do risco associado à actividade desportiva e independentemente das cargas, há indivíduos que estão predispostos ao aparecimento dessa deformação cartilagínea por apresentarem outros factores de risco como lesões do ligamento cruzado, do menisco, a fadiga e a descoordenação muscular. A hereditariedade tem um papel importante. Os filhos de pais portadores de gonartrose, mesmo sem terem sofrido lesões graves, podem em 25% dos casos desenvolver essa mesma doença. Os mecanismos conhecidos estão associados às interleucinas, considerados “mediadores pró-inflamatórios” que irritam as terminações nervosas da sinovial ou do osso subcondral e causam inflamação, dor e perda de função.

Podemos afirmar que o desporto moderado é saudável mas o desporto de alto rendimento, pelos microtraumatismos ou pelos macrotraumatismos predispõem a artrose. O imobilismo é prejudicial para a cartilagem devendo o exercício físico ser estimulado em todas as idades de forma controlada e com apoio de preparadores físicos informados. DEPRESSÃO E OSTEOARTROSE De acordo com os estudos epidemiológicos da Organização Mundial da Saúde, a incidência da depressão é de 4,4%. O que significa que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo têm depressão. Na população com osteoartrose (artrose) a incidência de depressão é de 18% e em alguns estudos pode chegar aos 40%.

03 MAIO 2018 A osteoartrose é causa de grande morbilidade e a depressão a terceira causa de incapacidade, medida em DALY`S. Tratar a osteoartrose vai melhorar o prognóstico da depressão assim como o tratamento da depressão pode melhorar o prognóstico da artrose. * Chefe do serviço de ortopedia do Hospital Distrital de Santarém


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João Protásio Fialho*

Adolescência O sucesso da espécie humana no planeta Terra, pelo menos nos últimos 10.000 anos, com o progressivo domínio, quer sobre as outras espécies vivas, quer sobre os recursos naturais do planeta, deveu-se não às armas de defesa e ataque naturais que a nossa espécie pudesse ter, como garras, dentes ou força e velocidade de deslocação, mas a uma qualidade, essa sim muito desenvolvida na espécie humana, que é a nossa inteligência. Por sua vez esta só nos deu poder porque potenciou de uma forma extraordinária a nossa capacidade de adaptação. A capacidade de adaptação e de reacção a novos ambientes, recursos, dificuldade, fracassos e sucessos é que tem permitido ao longo da história da nossa espécie a sobrevivência primeiro, e depois o domínio sobre praticamente todo o planeta. Numa perspectiva completamente diferente, (mais ontogenética, ou seja em termos de desenvolvimento individual de um ser humano em particular e já não numa perspectiva filogenética, de desenvolvimento da espécie como um todo), o bebé nasce e vai adquirindo, com uma lentidão quase única entre as espécies animais do planeta, uma autonomia e capacidade de sobrevivência cada vez maiores, com um desenvolvimento, quer corporal quer do sistema nervoso central, relativamente lentos e cada vez mais consistentes , ao longo de anos, encontrando-se por volta dos 11-13 anos então relativamente amadurecidos, quer a nível físico quer a nível das capacidades intelectuais, então já com uma diferenciação da capacidade de abstracção com o desenvolvimento de raciocínios e esquemas mentais de uma complexidade notável. Começa então para o jovem uma fase de desenvolvimento intenso, agora já não somente das suas capacidades e faculdades mentais, mas das suas capacidades emocionais e de relacionamento con-

O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE sigo próprio e com o mundo procurando encontrar o seu padrão de relacionamento consigo próprio, com os pais , os familiares , os amigos de ambos os sexos, com a sociedade, com os sucessos e fracassos de um caminho que se vai revelando cada vez mais individual. A partir de então o jovem vai descobrir, com maior ou menor capacidade de reflexão que entretanto vai adquirindo, que vai ser cada vez mais necessário aliar as capacidades racionais puras a faculdades e percepções emocionais e afectivas, aliança que a resultar de forma bem sucedida, vai potenciar extraordinariamente a sua capacidade de auto e heterorealização, com possibilidades de evolução por vezes surpreendentes. A não ser bem, ou menos bem, sucedida, pode também limitar muito a expressão das outras faculdades lógica e relacionais porventura menos complexas entretanto desenvolvidas no seu passado recente... Assim se compreende facilmente a extraordinária capacidade plástica de um jovem adolescente capaz de fazer coisas extraordinárias tanto num bom como num mau sentido, com uma capacidade de pregnância, de aprendizagem fecunda e adaptativa, a um nível que posteriormente na sua vida dificilmente terá. O jovem está naturalmente sedento de modelos e de padrões que lhe possam servir de orientação no meio de um universo de possibilidades. É assim que um mesmo jovem tanto é capaz de atitudes de extrema generosidade e abnegação desinteressadas, como de atitudes de egoísmo e indiferença. Tanto pode ser capaz de se empenhar e trabalhar com afinco, com uma capacidade de trabalho intelectual e físico únicas, que talvez não venha a ter mais na sua vida, como ficar em estado de inanição e indiferença … Daí ser tão importante para um jovem um apoio e seguimento estruturantes, exemplos e valores que lhe sirvam de alguma forma de bússola num mundo imenso de possibilidades... É sobretudo fascinante como essa etapa da vida pode ser tão fecunda de possibilidades e oportunidades e como ela pode ser aproveitada para potenciar uma vida tão rica e plena de realização... *Médico Psiquiatra - Doenças Nervosas

MEDICINA DENTÁRIA

DR. BART LIMBURG

Consultas todos os dias úteis, das 8.30 às 12.30 horas e das 14 às 18.00 horas. Acordos com C.G.D. e com Sams Quadros Av. Bernardo Santareno, 13 - 1º Dtº (Av. do Hospital Novo) Telem. 243 332 757 - Telef. 961 357 777 2005-177 SANTARÉM | www.bartlimburg.com

5 O utente é o centro da nossa atuação e a sua satisfação é o nosso foco quando desenvolvemos novos serviços.

Graça Ferreira da Silva*

GFS, 20 anos a prestar cuidados de saúde em Santarém Ao celebrar 20 anos de existência a GFS protagoniza um inegável caso de longevidade. Esta longevidade deve-se a um conjunto de fatores que sempre têm norteado a atuação da clínica, os quais, genericamente, se prendem com um modelo de prestação de cuidados de saúde assente na qualidade de serviços e na procura contínua das melhores soluções para as necessidades dos nossos utentes. O serviço de recolha de análises clínicas é disso o exemplo mais recente. O utente é o centro da nossa atuação e a sua satisfação é o nosso foco quando desenvolvemos novos serviços. O cuidado crescente com a humanização dos serviços aliada à qualidade dos mesmos, são uma realidade, comprovada pelo reconhecimento e a avaliação positiva feitas pelos nossos utentes que recomendam a GFS. Ao longo destes 20 anos, a GFS sedimentou uma posição de prestígio e de reconhe-

cido valor na prestação de cuidados de saúde em Cardiologia no distrito de Santarém. Mas porque pretendemos continuar a desenvolver-nos e a crescer, temos hoje uma oferta mais diversificada, assente numa visão holística, moderna e integradora do conceito de saúde. Assim, incluem-se no nosso portfolio, para além de consultas e exames em Cardiologia, também em Pneumologia e em Angiologia e Cirurgia Vascular, bem como consultas em Medicina Interna, Medicina Geral, Psicologia e Nutrição. Continuaremos a construir um futuro assente no compromisso de satisfação com os nossos utentes e parceiros, os quais reconhecem a qualidade do nosso atendimento, plasmada na certificação da qualidade dos serviços obtida através do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001). Fá-lo-emos numa perspetiva de melhoria contínua, mas também por via da dinamização duma oferta de serviços em saúde reconhecidamente válidos e inovadores, nos quais o valor e a diferenciação continuem a estar associados a esta marca de referência na saúde em Santarém. * Médica Cardiologista GFS - Serviços Médicos do Coração


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Diogo Baptista*

Reabilitação Oral Integrada Restabelecer a forma e função a quem perdeu a capacidade de mastigar e sorrir faz da Reabilitação Oral uma das áreas da Medicina Dentária mais intimamente relacionadas não só com a auto-estima, mas sobretudo com a qualidade de vida dos pacientes. Cada vez mais se assiste a uma abordagem integrativa e global do paciente como um todo e não apenas focando um dente em particular. A área da Reabilitação Oral, nomeadamente, tem evoluído de forma muito significativa nos últimos 25 anos. Embora os princípios básicos se tenham mantido praticamente inalterados, as técnicas e materiais que temos hoje ao nosso dispor possibilitam uma escolha diversificada e mais ajustada aos diferentes critérios e necessidades de reabilitação funcionais e estéticos. A filosofia de tratamento deverá ser sempre baseada nas necessidades do paciente, tendo em vista a opção mais conservadora e minimamente invasiva possível, desde que no final estes dois factores não limitem o principal objectivo – devolver a saúde oral global do paciente. O raciocínio deve partir sempre do que

O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE é ideal e, eventualmente, ir inserindo as condicionantes do paciente. Por isso é fundamental os Médicos Dentistas terem uma visão integral ou trabalharem em equipas interdisciplinares. Caso contrário irão, eles próprios, limitar as opções ao paciente. Um determinado paciente poderá ter necessidade de, por exemplo, extrair um dente e colocar um implante, desvitalizar o adjacente e colocar um espigão/falso coto, regularizar os níveis gengivais, realizar um branqueamento dentário e por fim efectuar revestimentos com coroas ou facetas em cerâmica pura. Hoje em dia, através do planeamento reverso, desenho digital do sorriso (DSD), impressões 3D, guias radiológicas e cirúrgicas, cargas imediatas e conceito de dentes-num-dia são tudo ferramentas que dispomos para construirmos o sorriso ideal.

A equipa multidisciplinar deverá estar capacitada para avaliar e integrar todos os tratamentos necessários num plano de tratamento global e estabelecer a sequência terapêutica para que se atinja o resultado final idealizado e que o mesmo seja estável e duradouro no tempo. O caso clínico apresentado ilustra o modo como a Reabilitação Oral Integrada pode beneficiar e melhorar a condição oral de um paciente que, por apresentar diversos problemas dentários, com um plano de tratamento estudado e um reduzido número de consultas podemos atingir o equilíbrio e harmonia ideais. Caso realizado pela Equipa Médica da Clínica Denticare – Santarém. * Médico Dentista - Diretor Clínico DENTICARE – Santarém / Especialista em Reabilitação Oral pela FMD – Universidade de Lisboa / Assistente de Reabilitação Oral do ISCS – Egas Moniz

Eduardo Lopes*

Complicação mais frequente da cirurgia de catarata Actualmente são poucas as complicações da cirurgia de catarata. Segundo a sociedade americana de catarata e cirurgia refractiva, três milhões de americanos são sujeitos a cirurgia de catarata com um

03 MAIO 2018 sucesso global de 98% ou mais. A complicação mais comum desta cirurgia é a opacificação da cápsula posterior. Embora algumas pessoas a apelidem de catarata secundária, ela realmente não é uma catarata. Durante a cirurgia é removida a catarata e é substituída por uma lente intra-ocular. Grande parte da membrana transparente que circunda a lente natural (chamada cápsula da lente) é deixada intacta durante a cirurgia e a lente intra-ocular é implantada dentro dela. Em cerca de 20% dos doentes a parte posterior da cápsula torna-se turva algum tempo após a recuperação da cirurgia ou até meses mais tarde, causando a opacificação da cápsula posterior. Esta ocorre porque as células epiteliais remanescentes após a cirurgia cresceram na cápsula. A situação é tratada por laser yag, processo indolor e eficaz que leva apenas alguns minutos. O doente pode relatar, após o procedimento, uma sensação de ver moscas voando mas tal desaparece em algumas semanas. *Médico Oftalmologista / Clínica Climeco


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Vitor Paulo Martins *

Palpitações O coração como motor principal do nosso organismo, como relógio orientador e regulador das nossas atividades, encerra em si determinadas particularidades que nem sempre entendemos. As palpitações traduzem uma anormal consciência do batimento do coração quando estamos em repouso. Normalmente não sentimos o batimento cardíaco. Mas podemos sentir os batimentos cardíacos em condições normais (stress, exercício físico intenso, emoções súbitas, sensação de dor intensa) sem que tal seja considerado anormal. No entanto se sentirmos acelerações, batimentos mais fortes ou irregulares ou ainda se essas palpitações se associam a cansaço, falta de ar, dor no peito, sensação de desmaio ou mesmo desmaio podemos estar na presença de uma arritmia. A importância e a gravidade de uma arritmia depende do seu tipo, ou seja da sua classificação, podendo ir de situações benignas a eventos que podem ser fatais. A chamada morte súbita é quase sempre a tradução de uma arritmia maligna. A simples palpação do pulso pode determinar se temos uma pulsação normal entre 60 e 100 batimentos por minuto, que terá ainda que ser regular e sempre com a mesma amplitude. Se o pulso for irregular é sempre uma arritmia e nesse caso senão houver um diagnóstico prévio, deverá consultar um médico. A arritmia mais frequente que se apresenta com pulso irregular é a Fibrilhação Auricular. Esta situação não tratada, sobretudo no grupo etário após os 65 anos, poderá ser uma causa de acidente vascular cerebral (AVC). A chamadas taquicardias (pulso acelerado superior a 100 por minuto) que poderá ser normal (durante prática de exercício físico, stress emocional) poderá estar relacionada com quadros de anemia, febre, desidratação, hipertiroidismo, hipoglicemias, consumo de drogas ilícitas, nicotina ou mesmo quadros psiquiátricos. A resolução destas situações poderá levar ao desaparecimento da taquicardia. O enquadramento de uma disritmia determina o prognóstico ou a potencial gravidade associada. Se houver pa-

O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE tologia cardíaca conhecida, história anterior de enfarte do miocárdio ou de insuficiência cardíaca deveremos ser mais rigorosos em obter um diagnóstico porque existe uma elevada possibilidade dessa arritmia ser grave. Um simples eletrocardiograma (ECG) pode dar o diagnóstico. Mas estas situações são muitas vezes intermitentes, o que obriga à realização de registos eletrocardiográficos de 24-48 horas ou mesmo de 30 dias. Mesmo assim pode não ser suficiente para chegar a um diagnóstico. Pequenos aparelhos (detetores de eventos implantáveis), com o tamanho de 1 cm3 (mais pequeno que um pacemaker) são colocados em pacientes em suspeitamos que existe uma determinada arritmia que pode causar a morte ou um AVC incapacitante. O tratamento das palpitações depende da sua causa. Este poderá passar pela resolução de um quadro de febre, correção de uma anemia, normalização de uma disfunção da glândula tiroideia, mas muitas vezes são necessários medicamentos antiarrítmicos e beta-bloqueadores. No entanto, hoje já substituímos muitos destes medicamentos por ablações desses focos elétricos anómalos, através de um cateterismo que elimina com uma elevada taxa de sucesso muitas destas arritmias. Em casos de corações com função contráctil muito deprimida ou taquiarritmias graves que poderão conduzir a uma morte súbita, teremos que colocar com desfibrilhador implantável que deteta automaticamente essas arritmias e administra um choque que permite salvar uma vida. Deste modo é importante entender, perceber, classificar e tomar uma atitude na presença de palpitações. Se for o seu caso recorra ao seu médico, preferencialmente um cardiologista, para que possa ser definida uma estratégia que lhe permita ter uma vida mais saudável e livre de imprevistos. *Médico Cardiologista e Arritmologista. / Diretor Clínico da Clínica do Coração Santarém / www.clinicadocoracaosantarem.pt / Tel: 243 329107

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O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE A UCARDIO pode também orgulhar-se de proporcionar uma tecnologia normalmente disponível apenas em contexto hospitalar e cujos méritos são já bem reconhecidos

Jorge Humberto Guardado*

UCARDIO-Cardiologia diferenciada Localizada em Riachos, a UCARDIO é a concretização de um projecto pessoal assumido em nome do especial carinho que Jorge Humberto Guardado, o seu mentor e Director Clínico, tem quer pela área da Cardiologia quer pela sua terra natal e região do Médio Tejo. UM SERVIÇO DE PROXIMIDADE E INTEGRADO Caracterizada pelos tratamentos diferenciados, pela elevada especialização do seu corpo clínico e pela política de proximidade, a UCARDIO é um espaço onde a Cardiologia é interpretada em sintonia com um amplo leque de especialidades médicas, na tentativa de proporcionar o melhor tratamento a cada utente. Parte significativa das pessoas que apresenta doenças cardiovasculares tem também outras patologias associadas, pelo que o seu diagnóstico e tratamento deve ser feito de forma integrada com todas as áreas de especialidade médica que estão envolvidas. A UCARDIO tem no seu quadro Cardiologistas diferenciados e com experiência em Cardiologia de Intervenção, Electrofisiologia/Arritmologia Cardíaca e Ecocardiografia avançada, que trabalhando em equipa podem proporcionar aos utentes as intervenções mais adequadas na doença coronária e valvular, miocardiopatias, insuficiência cardíaca e arritmias. Para além de um corpo clínico especialmente capacitado, experiente e sensível ao bem-estar do utente, este é um espaço que proporciona o essencial das técnicas no âmbito da Cardiologia de ambulatório - Eletrocardiograma, o Holter, o Registo de Eventos Cardíacos, a Pressurometria (MAPA), a Ecocardiografia e a Prova de Esforço. A UCARDIO pode também orgulhar-se de proporcionar uma tecnologia normalmente disponível apenas em contexto hospitalar e cujos méritos são já bem reconhecidos entre a comunidade médica: a Ecocardiografia de Sobrecarga, em nome da qual é exigido um importante investimento material e humano. A Ecocardiografia de Sobrecarga em Esforço caracteriza-se pela elevada sensibilidade e especificidade no diagnóstico, por comparação a uma simples prova de esforço. Consistindo num “método fisiológico”, trata-se de um exame especificamente focado na avaliação da doença coronária mas que também tem a vantagem de simultaneamente poder ser utilizado para identificar e estratificar patologias como a doença valvular, a miocardiopatia hipertrófica,

a hipertensão pulmonar ou a existência de gradientes intraventriculares, uma entidade subdiagnosticada e que motiva muitas vezes queixas e /ou alterações na prova de esforço (só com ECG) em adolescentes e jovens adultos desportistas. Sendo uma técnica que permite analisar o paciente enquanto este exerce um esforço físico análogo ao da sua vida diária. Mas outro dos importantes argumentos a favor desta tipologia de exame não-invasiva reside no facto de não incluir radiação (teste “verde”, amigo do doente e do ambiente) contrariamente ao que se verifica com outras opções de análise como é o caso da cintigrafia de perfusão do miocardio, esmagadoramente utilizada no nosso país. É muito mais simples – e melhor para o doente – se utilizarmos métodos que não façam mal às pessoas, de acordo com o influente cardiologista, Prof. Carlos Cotrim, que foi pioneiro na utilização da Ecocardiografia de Sobrecarga em Portugal e na Europa e cujo contributo profissional se afigura como uma incalculável mais-valia para a UCARDIO. A excelência dos serviços proporcionados na UCARDIO explica-se não apenas pela grande aposta em constituir uma equipa médica e técnica que conciliasse um currículo diferenciador e altamente especializado com uma filosofia e partilha de valores comuns. Fazendo jus a todos estes elementos, esta corresponde a uma das poucas clínicas em regime de ambulatório distinguidas com a certificação ISO 9001 (Sistemas de Gestão de Qualidade), tendo sido uma das primeiras a obter esta insígnia, no ano de 2012. E porque é intenção chegar cada vez mais longe no universo da Cardiologia, a clínica já vai para a realização da terceira Reunião Médica Anual com a Medicina Familiar da região e brevemente dará início à realização de projetos de formação e investigação científica, fortificando-se, passo ante passo, o compromisso que este espaço de saúde assumiu com o bem-estar da sociedade. * Cardiologista de Intervenção, Director Clínico - Ucardio

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Odete Batista *

Presbiacusia, a Necessidade de Intervenção Precoce A Presbiacusia representa uma perda progressiva da audição directamente ligada ao envelhecimento das estruturas sensoriais do ouvido interno, sendo a principal causa de surdez nos idosos. Apesar de só ser perceptível a partir dos 60 anos, a perda progressiva já está instalada a partir dos 30 anos, ainda que apenas para a sensibilidade auditiva dos sons muito agudos superiores a 10KHz ainda com pouco impacto na comunicação. Apenas poderá ser mais perceptível em situações de grupo com muito ruído ambiente quando procuramos perceber uma mensagem verbal de um interlocutor sem pistas visuais. Não existe qualquer tipo de solução médico-cirúrgica e a intervenção passa pela utilização de ajudas auditivas - as próteses auditivas. À medida que a perda de sensibilidade dos sons agudos vai evoluindo, alguns sons da fala começam a ser também afetados, surgindo os primeiros sintomas de dificuldades na conversação. Existem fatores individuais ligados a aspetos genéticos, ambientais ou à combinação dos dois, que explicam o motivo pelo qual algumas pessoas apresentam uma presbiacusia mais precocemente do que outras e, consequentemente, sintam as dificuldades auditivas mais cedo. Como aconteceu com Ludwig Van Beethoven que sofreu de uma surdez progressiva ao longo da sua vida, causando uma profunda angústia e um isolamento social também ele progressivo. Curiosamente, foi na fase de pior agravamento da sua au-

O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE dição que este génio musical, produziu a sua obra-prima, a Nona Sinfonia. No entanto, e à medida que vamos envelhecendo, o nosso cérebro vai também perdendo algumas capacidades, entre as quais a plasticidade e capacidade de compensação: as estruturas neuronais perdem a capacidade de se adaptar e moldar a novas realidades e é tanto mais real quanto maior for o envelhecimento, a falta de estimulação ou a existência de pequenas agressões a nível das estruturas nervosas. Tal cenário, explica o motivo pelo qual, também na presbiacusia, a intervenção precoce é importante. Logo que é detetado um défice sensorial, é fundamental que as estruturas cerebrais responsáveis por receber a informação auditiva, a nível cerebral, sejam estimuladas para que não percam a funcionalidade e, assim, possam conservar a memória auditiva. O diagnóstico e a intervenção precoce na perda auditiva associada à idade são fundamentais para uma boa qualidade de vida do indivíduo idoso. Assim, justifica-se plenamente que uma vez detetada uma perda sensorial, a pessoa afectada deva ser acompanhada num programa de reabilitação auditiva com vista a estimular o mais precocemente possível as estruturas sensoriais e neuronais. Deste modo, será possível potencializar a conservação das capacidades funcionais e também a memória auditiva. A sua falta poderá causar danos irreversíveis nas estruturas nervosas responsáveis pela audição, comprometendo o sucesso de um programa de reabilitação auditiva mais tardio quando as estruturas cerebrais já não têm as mesmas capacidades. Para que possamos assegurar um maior sucesso da intervenção, e para que o paciente possa retirar um benefício adequado de toda a tecnologia disponível nas modernas próteses auditivas, a intervenção e estimulação precoce da audição é fundamental. * Audiologista, Audio Teste – Centro Auditivo Widex

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O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE A ESSS aposta num ensino de proximidade, uma característica que faz toda a diferença do ponto de vista da preparação para o mercado de trabalho.

Isabel Barroso*

Escola Superior de Saúde abre curso de Técnico Superior Profissional em Apoio Domiciliário A Escola Superior de Saúde de Santarém desenvolve a sua atividade no domínio da saúde, no âmbito da formação e aprendizagem ao longo da vida, da investigação, da difusão e transferência de conhecimentos e da participação em redes de cooperação, nacionais, estrangeiras e internacionais. É uma escola de excelência considerada a nível nacional e internacional, como instituição de referência no espaço geográfico da educação superior no domínio da saúde, nomeadamente no ensino de enfermagem. A ESSS aposta num ensino de proximidade, uma característica que faz toda a diferença do ponto de vista da preparação para o mercado de trabalho. Trabalhar em Saúde envolve mais do que meras competências técnicas, sendo fundamental um outro tipo de aprendizagem complementar.

A oferta formativa da ESSS, a nível da licenciatura, é exclusivamente dedicada ao curso de enfermagem. A diversificação fica reservada para os cursos de mestrado e de pós-graduação. Ao nível das pós-licenciaturas, é possível obter uma especialização em áreas específicas: enfermagem comunitária, enfermagem de reabilitação, enfermagem de saúde materna e obstetrícia (ESMO), enfermagem de saúde infantil e pediatria. Oferece igualmente cursos de mestrado em enfermagem comunitária e ESMO, bem como em Gestão de Unidades de Saúde em parceria com a Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém e conta igualmente com um curso de mestrado Erasmus Mundus em Enfermagem de Emergência e Cuidados Críticos no âmbito de um consórcio internacional com a Universidade de Oviedo (Espanha), a Universidade de Napier (Escócia), o Instituto Politécnico de Santarém e a Universidade de Faro. No ano letivo 2018/2019 a ESSS irá abrir pela primeira vez um curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Apoio Domiciliário que visa qualificar técnicos para gerir intervenções promotoras da satisfação de necessidades fisiológicas, de segurança e sociais da pessoa, ao longo da vida, em contexto domiciliário, visando o seu bem-estar e a qualidade de vida. O curso tem a duração de 4 semestres letivos, sendo que o último corresponderá na sua totalidade ao desenvolvimento de estágio em entidades da área de abrangência da escola, com áreas funcionais congruentes com o curso, e com as quais a escola celebrou protocolos. * Directora da Escola Superior de Saúde de Santarém

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António Pinto Correia*

A audição no idoso A melhoria das condições de vida e dos cuidados de saúde alcançados no nosso país nas últimas décadas tem-se traduzido por um aumento da esperança média de vida dos portugueses e que actualmente já se situa acima dos oitenta anos. Contudo, a este aumento não tem correspondido igual ganho na qualidade de vida do idoso pelo que se pode afirmar que vivemos mais mas a verdade é que após a reforma os anos para usufruto desta com saúde andam em Portugal em média entre cinco e sete anos. Faz parte do processo natural de envelhecimento a degradação da audição, processo que se inicia na idade adulta, se torna mais evidente normalmente a partir dos 60 /65 anos e que se considera ser o início da 3ª idade. A agravar o processo natural de perda auditiva pela idade, estão as “agressões” ao longo da vida activa: stress, produtos tóxicos, hábitos alimentares, exposição crónica ao ruído elevado entre outras que agravam a saúde em geral e contribuem para uma mais precoce degradação da função auditiva. Esta perda auditiva que em medicina tem o nome de Presbiacusia vai sendo lenta e progressiva levando a uma adaptação do próprio indivíduo que muitas vezes não tem percepção do seu deficit auditivo. Por norma são os familiares e amigos quem primeiro notam a perda auditiva que se traduz no início o não perceber o que lhe é dito, e no pedido frequente para repetir ou para por a televisão mais alta. A maior dificuldade reside na compreensão da voz hu-

O MIRANTE - ESPECIAL SAÚDE mana uma vez que a perda auditiva se inicia e é mais acentuada nas frequências mais agudas correspondentes aos sons da voz humana. É esta a razão que leva estes doentes a dizer que ouvem bem mas não percebem. À medida que se vai dando o envelhecimento a perda auditiva vai aumentando, lentamente, com repercussões cada vez maoires na qualidade de vida. De referir ainda que o processo de envelhecimento não atinge só o ouvido pelo que a nível do sistema nervoso central as alterações degenerativas levam a uma maior dificuldade no processamento da discriminação dos sons a nível central. Salientar que a evolução é muito variada, umas vezes precoce, outras mais tardia, ocasionalmente rápida, outras mais lenta, o que faz com que encontremos surdez severa em pessoas relativamente jovens e idosos na chamada quarta idade (acima dos 80 anos) com audição razoável. ATITUDE TERAPÊUTICA A presbiacusia como parte normal do envelhecimento não tem tratamento curativo. Contudo, podemos e devemos sempre intervir a nível dos factores gerais de saúde, que contribuam para um envelhecimento mais saudável e de que se salienta a melhoria da actividade física; a correcção dos hábitos alimentares; terapêuticas medicamentosas que possam controlar doenças como a hipertensão arterial, a diabetes e os valores das gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos). A melhoria da audição apenas é possível com recurso ao uso de próteses auditivas. Para que a reabilitação auditiva seja mais eficaz, deve ter início numa fase relativamente precoce da doença (melhor preservação da memória auditiva) e ser feita por audiologistas com formação específica após avaliação em consulta de Otorrinolaringologia. *Médico Otorrinolaringologista

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Luísa Sobral, João Pedro Pais e Carolina Deslandes na Festa da Ascensão Certame realiza-se de 5 a 13 de Maio na Chamusca

foto arquivo O MIRANTE

Não vai faltar a tradicional entrada de ooiros que vai percorrer as ruas da Chamusca

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tradicional Festa da Ascensão na Chamusca vai realizar-se este ano de 5 a 13 de Maio e não vão faltar nomes sonantes da música para animar os festejos. O cantor Virgul, uma das vozes da extinta banda portuguesa Da Weasel, sobe ao palco no primeiro dia, sábado, 5 de Maio. No domingo, dia 6, é a vez do fado com a

actuação de Ricardo Ribeiro, que foi distinguido, em 2011, com o prémio de Melhor Intérprete Masculino pela Fundação Amália Rodrigues. Tatanka, que se tornou conhecido como vocalista da banda portuguesa The Black Mamba, e que se estreou a solo recentemente, actua no Palco Principal da Ascensão na segunda-feira, 7 de Maio, seguindo-se

a actuação de David Antunes na noite seguinte. Na noite de quarta-feira, 9 de Maio, véspera do feriado municipal de Quinta-Feira de Ascensão, é a vez do cantor João Pedro Pais animar a festa. No dia 10, Quinta-Feira de Ascensão, principal dia do certame a animação musical está a cargo da Banda da Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio Carregueirense Vitória, fundada em 1930. Luísa Sobral e Carolina Deslandes sobem ao palco nos dias 11 e 12, respectivamente. A artista Ana Laíns encerra a Festa da Ascensão deste ano com um espectáculo musical no domingo, 13 de Maio. Durante os nove dias em que vai decorrer a tradicional festa ribatejana não vão faltar as também tradicionais largadas de toiros, picarias e na Quinta-Feira de Ascensão realiza-se a habitual entrada de toiros que vai percorrer a principal rua da Chamusca até à praça de toiros da vila. Também não vão faltar as tasquinhas, onde os visitantes podem apreciar a gastronomia do concelho da Chamusca, e o artesanato

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Durante os nove dias em que vai decorrer a tradicional festa ribatejana não vão faltar as também tradicionais largadas de toiros, picarias e na QuintaFeira de Ascensão realiza-se a habitual entrada de toiros


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O homem reservado que é capaz de pôr uma sala a rir quando sobe ao palco António José Silva Medes é um dos melhores actores amadores da Chamusca

A entrada de António José Silva Mendes para o teatro começou por um convite para ser contraregra numa peça que estava a ser ensaiada pelo Grupo de Teatro Amador do Montepio.

foto O MIRANTE

Tem uma carreira artística de quase sessenta anos. Começou no Teatro de Revista e teve muitos papéis em peças dramáticas. Foi sempre actor amador e foi dirigido por todos os encenadores da sua Chamusca Natal. Tem uma casa de móveis há cinquenta anos mas está a sair de cena da sua vida profissional. Do teatro não vai sair nunca.

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tinta das paredes da sala está a cair. Há uma estante sem livros, um espelho de corpo inteiro com rodas como os das antigas alfaiatarias e modistas, uma cristaleira sem vidros, um suporte em madeira para vasos e um carrinho de servir bebidas. Cada peça é de sua nação. Em cena, sentados a uma mesa escura, próximos um do outro, estão um jornalista e um actor amador. A luz do pequeno gravador acende-se e o diálogo tem início. Vai durar 58 minutos com dois pequenos intervalos. António José Silva Mendes, 77 anos, um dos mais conhecidos actores amadores de teatro da Chamusca, provavelmente o mais cómico de todos os da sua geração, começa a falar. Saltita de tema para tema. Por vezes hesita. As maiores falhas acontecem quando quer referir nomes. Nessas alturas improvisa. Passa à frente. Faz o que sempre fez quando está em cena e tem uma branca. “Nessas alturas uma pessoa não se pode calar. Por vezes digo coisas sem sentido até me surgir uma palavra que me volte a colocar no sítio certo”. O pano está a fechar-se sobre a sua actividade profissional de comerciante de móveis, ao fim de cinquenta anos. O jornalista adia por alguns minutos a parte da conversa relativa ao teatro. Quer alguns dados biográficos. António José Silva Mendes aceita a sugestão. Nunca foi de discutir os guiões. Os ensaiadores pediam e ele fazia o melhor que sabia. E trabalhou com todos os ensaiadores dos grupos de teatro da sua terra. “Nasci na Chamusca em 16 de Novembro de 1940. Sempre aqui vivi. Tenho um irmão mais velho que emigrou para Angola e só regressou quando foi a independência. Eu sempre aqui vivi. Podia lá ter ido visitá-lo mas nunca fui. Fiz a escola primária mas não fiz o exame de admissão ao liceu. Desisti. Nunca gostei muito da escola”, confessa com um sorriso. O relato segue pausado. “O meu pai,

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António Silva Mendes é actor amador há várias décadas Eduardo Lima, era pedreiro. Tinha uma sociedade de construção e era sócio numa serração. Meteu-me lá a aprender o ofício. Quando casei o meu sogro tinha uma fábrica de malhas aqui ao lado, tinha uma outra loja de utilidades e vendia móveis. Convidou-me para vir para os móveis e aqui estou a fechar o negócio”. É uma manhã de sábado e pouca gente passa na Rua Câmara Pestana, em frente à porta envidraçada da loja em liquidação. As aparentes falhas de memória em relação a nomes não são da idade. António José Silva Mendes sempre teve aquele problema. O que lhe valia quando começou a representar era o “Ponto”. O “Ponto”, elemento responsável por “assoprar”, em voz baixa, as falas que deviam ser repetidas, em voz alta, pelos actores e que estava escondido do público num alçapão situado no centro-baixo do palco, já quase não existe mas existia quando António José Silva Mendes começou a representar e salvou-o de muitos embaraços. “Um dia, já não me recordo quando, tive uma branca e por mais que improvisasse não conseguia encontrar o fio à meada. Aproximei-me tanto da caixa do ponto que

quase meti a cabeça lá dentro”, conta a rir. Não se lembra do nome do primeiro “Ponto” que conheceu mas diz que era um hortelão que vendia couves em Alpiarça e que por isso tinha que se levantar muito cedo. “Nos dias em que os ensaios se prolongavam noite dentro ele acabava por adormecer. Um dia até caiu do palco mas felizmente não se aleijou. Ele era muito bom. Muito bom mesmo. Soprava as falas muito bem. Tivemos depois um outro que não era tão bom. Não conseguia sussurrar e o que ele dizia aos actores ouvia-se nas primeiras duas filas”. A entrada de António José Silva Mendes para o teatro começou por um convite para ser contra-regra numa peça que estava a ser ensaiada pelo Grupo de Teatro Ama-

dor do Montepio. Era ele que marcava a entrada e saída dos actores em cena e diz que chegou a ensaiar um ou outro pequeno papel mas a peça, que se chamava “Os Pimentas”, não chegou a ser apresentada. “Era para ir à tropa quando começou a guerra mas acabei por não ir. Os meus pais chegaram a falar com alguém mas não sei se não fui por causa desse pedido ou por outro motivo. Safei-me é o que interessa. Em vez da tropa tive o teatro”. A estreia como actor foi numa Revista, género teatral de gosto popular constituído por quadros marcados pela sátira social e política, separados por números musicais e de dança. “Nessa altura, quem dinamizava o teatro na Chamusca era o João Samouco da Fonseca, que agora vive em Lisboa. Ele escrevia as peças, as cantigas, ensaiava. Era muito criativo e inteligente e também muito exigente. A Revista onde tive os primeiros papéis chamava-se “Cepa Torta”. Quem a representava era o Grupo Cénico do Montepio União Chamusquense. Foi um sucesso tão grande que fizemos uma digressão. Fomos de Ponte de Sôr a Vila Franca de Xira com passagem por muitas outras terras e sempre com sucesso”, recorda. O Grupo Cénico do Montepio União Chamusquense, apesar de amador, mobilizava para cima de sessenta pessoas. Era uma grande estrutura que confirma a ideia de que a Chamusca é uma terra de artistas e artesãos. Os cenários, o guarda-roupa, a iluminação improvisada a partir de projectores feitos com latas da antiga fábrica do tomate, a Spalil, controlados por uma mesa de mistura feita por um dos elementos... tudo era feito por voluntários. A música para os textos de João Samouco da Fonseca era feita por um correeiro chamado António Arrenega. Muitas músicas das várias revistas apresentadas com grande sucesso foram gravadas e passavam na Rádio Ribatejo. “Os cenários tinham dez metros por sete e eram feitos por verdadeiros artistas. Pintores, desenhadores, carpinteiros. E ninguém faltava aos ensaios porque o ensaiador era muito rigoroso e todos lhe tinham respeito”, explica

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“Enquanto me convidarem e eu puder irei sempre ser actor” Quando andava na escola António José Silva Mendes não era um miúdo com graça e nunca se lembra de fazer pantominas ou de tentar fazer rir, fosse quem fosse. Na sua vida profissional também não é de andar sempre a contar piadas. “Falo com muita gente e sou simpático mas de um modo geral até sou reservado”, diz. Quem o viu encarnar personagens simplórias no teatro de revista diz que não há outro actor amador que tenha tanta graça como ele. “Os encenadores diziam-me para fazer assim ou assado e eu fazia e realmente verificava que a sala ria com gosto. As pessoas achavam-me muita piada”. Quem nunca achou muita piada aos ensaios até tarde foi a sua esposa, Eduarda Maria. O MIRANTE quer saber se não se-

riam ciúmes uma vez que havia mulheres no Grupo. O actor jura que não. “Confesso que uma das razões porque fui para o teatro foi por haver lá raparigas. Estávamos em 1960/61, os tempos eram outros e eu tinha vinte anos. Tive alguns namoricos mas nada sério. A sério foi com a minha mulher que, por acaso, não conheci no teatro porque ela nunca sentiu inclinação para representar apesar de gostar de ir ao teatro”. Devido à sua experiência como actor continua a ser convidado por companhias amadoras do concelho ou ligadas ao concelho. Recentemente participou em algumas sessões de “Mil e Uma noites”, um projecto conjunto da Chamusc’Arte, (Chamusca), Poucaterra (Entroncamento) e

te da autarquia Sérgio Carrinho (CDU) e foi com ele que se cimentou o actual figurino, tanto da entrada como da festa da Ascensão, que normalmente só decorria em dois dias. Durante anos o responsável pela entrada era o ganadeiro António da Úrsula, de Santo Estêvão, que fornecia os animais (normalmente três toiros e vários cabrestos). Toda a

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foto O MIRANTE

Quem o viu encarnar personagens simplórias no teatro de revista diz que não há outro actor amador que tenha tanta graça como ele. “Os encenadores diziam-me para fazer assim ou assado e eu fazia e realmente verificava que a sala ria com gosto. As pessoas achavam-me muita piada”. Teatro da Meia Via (Torres Novas). Antes, foi actor em algumas peças da Companhia de Teatro do Ribatejo e do Grupo Fatias de Cá, de Tomar. Fez de Neruda na peça O Carteiro de Pablo Neruda; foi mordomo na peça de Shakespeare “Sonho de Uma Noite de Verão”. E fala dos outros desafios teatrais que o aguardam se quiserem contar com ele para os enfrentar.

“Ideia de recriar as entradas de toiros nasceu no Centro Cultural Chamusquense” Um dos momentos altos da Semana da Ascensão na Chamusca é a entrada de toiros pela Estrada Nacional 118 que, dentro da vila, tem o nome de Rua Direita de S. Pedro. Aquela recreação é feita para lembrar os tempos em que os toiros que eram lidados na tourada de Quinta-Feira vinham da Ganadaria até à Praça escoltados por campinos e entravam na vila, de madrugada. Com a adopção do transporte dos animais em camionetas acabou aquela prática e foi só nos anos oitenta que a ideia de pôr de novo os animais a atravessar a rua surgiu. Quem a teve e concretizou foram elementos do então Centro Cultural Chamusquense. Cinco ou seis anos mais tarde os dirigentes do mesmo solicitaram à câmara municipal que assumisse aquela tarefa por ter mais meios para o fazer. Na altura era presiden-

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operação logística e a nível de segurança era supervisionada pelo presidente da autarquia e pelo vice-presidente, Francisco Matias. A entrada da Chamusca é a única entrada de toiros, das várias que são feitas, que implica o corte de uma estrada nacional durante vinte minutos.

António Silva Mendes

A primeira e a última vez que a mãe foi ver o filho pegar um toiro Natural de uma terra de tradições taurinas, António José Silva Mendes é, muito naturalmente, aficionado mas confessa que nunca se aproximou muito de um toiro, nem sequer de um novilho. E também não foi forcado quando era jovem como alguns amigos dele. “Eu não fui forcado e o meu filho Filipe também não. Quem foi forcado foi o meu filho do meio, o Nuno é que foi forcado. Nessa altura eu acompanhava o grupo dele muitas vezes. A mãe não costumava ir mas um dia levei-a comigo a uma corrida na Figueira da Foz. Foi ela e a minha filha Maria S. João. Infelizmente aquilo correu mal e o Nuno, que era primeiro ajuda, ficou muito maltratado. A mãe chorava, a irmã gritava e foi a última vez que foram. Eu confesso que o facto de acompanhar o grupo não era só por gostar de ver touradas e ter orgulho no meu filho mas também porque ficava sempre preocupado quando eles iam pegar”. António Mendes chegava a ir com amigos ver touradas a Espanha porque gosta muito do toureio a pé mas agora, com a idade já a pesar nas pernas, prefere assistir às transmissões através do Canal “Toros”. “Vejo todas as que são em Madrid e Sevilha”, revela.


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José Luís Justino Carpintaria Mário - Vale de Cavalos

André Luís Trincão Pneus - Chamusca

Confiante na evolução da sua empresa e preocupado com o futuro do concelho

“O futuro constróise com o querer das pessoas e com boas políticas”

Quando olha para a sua empresa, José Luís Justino sente-se optimista e explica porquê. “Temos uma boa carteira de clientes, tendo em conta a dimensão da empresa e conseguimos responder às exigências do mercado. Na minha perspectiva temos pernas para andar”. Mas o empresário já não vê com tanto optimismo o futuro do concelho. “Estou bastante apreensivo. A população está envelhecida e é difícil fixar os jovens porque somos uma zona agrícola e não temos indústrias. Os jovens tendem a fixar-se em zonas mais industrializadas”, sublinha. Com 45 anos e com gosto por viagens, diz que a sua viagem de sonho era ao Oriente, não mencionando qualquer país em particular. É casado e sendo benfiquista deve aproveitar a festa da Ascensão para descomprimir de um final de campeonato nacional que deve estar a viver com enorme ansiedade. É fiel às tradições locais e durante a Ascensão gosta das entradas de toiros, dos espectáculos musicais e toda a festa em geral. Defende que a festa deve continuar concentrada na sede do concelho. “Acho que se deve manter na Chamusca. As várias freguesias já têm as suas próprias festividades e também participam na Ascensão”, justifica.

André Luís é um jovem moderno e activo, que frequenta o ginásio e pratica crossfit, bobyboard e canoagem mas isso não o impede de respeitar as tradições locais e de participar em manifestações culturais que as exaltam, como é o caso da Semana da Ascensão. Não tem uma perspectiva negativa do desenvolvimento do concelho da Chamusca porque acredita nas pessoas e instituições. “Com a força e o querer dos habitantes e com políticas bem definidas, auguro um bom futuro, até porque isso também influenciará positivamente a Trincão Pneus”, refere. Mas a prosperidade da sua empresa não depende apenas da evolução positiva do concelho a nível económico e social. “O futuro da empresa dependerá do seu desempenho e estou certo que a gerência e restantes colaboradores, com empenho e dedicação, tudo farão para garantir os objectivos presentes e os delineados para o futuro”, declara. Quando se lhe pergunta a opinião sobre uma eventual descentralização da Festa da Ascensão para outras freguesias, não hesita na resposta. “Percebo a pertinência da questão mas imagino que a descentralização iria dispersar as pessoas, tornando a festa principalmente para os visitantes de outras localidades e menos interessante”, conclui.

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Luís Vieira Gerente do Restaurante O Corticeiro - Chamusca

Daniel Maria Proprietário da empresa de construção Daniel Constrói em Vale de Cavalos

“Tenho esperança que virão dias melhores”

Gostava de um dia fazer uma viagem à China

Aos 53 anos de idade Luís Vieira trabalha 12 a 13 horas por dia. Só assim consegue ter um negócio viável e ir mantendo a esperança de que os dias que estão para vir serão sempre melhores que os que está a viver. Amigo de todos os seus clientes, quando lhe perguntam qual o seu clube de preferência diz que é a Selecção Nacional. E com o Mundial à porta quem é que não vai torcer pela selecção, seja de que clube for? É amante de caça e pesca e diz que a viagem mais interessante que fez foi à zona alemã da Suíça. Gosta da sua terra e respeita as tradições. Se não está mais vezes na Festa da Ascensão é porque está ocupado no restaurante a proporcionar bons momentos e boa gastronomia aos seus clientes. É contra a descentralização da festa, da vila da Chamusca para as freguesias, e defende o actual figurino em termos de programação. “Acho que a festa da Ascensão não deve ser alterada porque as pessoas das outras freguesias vêm ao nosso encontro”, explica. E acrescenta que deve ser reforçada a participação das restantes freguesias na grande festa do concelho.

Casado, 58 anos de idade, sportinguista a duzentos por cento e amante da caça e da pesca, Daniel Maria diz que a sua viagem de sonho era uma visita à China. Enquanto não concretiza esse desejo vai folgando quando o trabalho lhe permite e não falha à Semana da Ascensão, participando nela activamente. Está satisfeito com o actual figurino da grande festa do concelho e diz que se algo mais pudesse ser feito que fosse o alargamento da participação na mesma das organizações culturais das diversas freguesias. Trabalha com afinco para fazer a sua empresa progredir e o seu maior desejo é que haja maior desenvolvimento na terra de forma a haver trabalho para todos.

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Amílcar Rodrigues Gerente da Varela Rodrigues, Lda - Parreira

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Dina Maria Carvalho Mota Casa das Bifanas na Chamusca

Bruno Oliveira Presidente da União de Freguesias da Parreira e Chouto

“Gasta-se dinheiro Sem empregos na Ascensão que era a Chamusca vai melhor empregue perdendo os jovens noutras coisas” Dina Mota reside em Alpiarça mas conhe-

“O futuro constrói-se com grande entusiasmo e muito dinamismo”

Não é muito fiel a tradições mas participa nas iniciativas da Semana da Ascensão como visitante. Diz que na festa se gasta muito dinheiro que poderia ser usado noutras coisas. “Não sou a favor de uma Ascensão tão dispendiosa. Poupando um pouco podia-se investir noutras coisas”, refere. Aceitaria a descentralização da Festa da Ascensão para as freguesias, se o objectivo fosse levar a Ascensão a pessoas com dificuldades financeiras e de mobilidade. Casado, 38 anos e a residir na Parreira, Amílcar Rodrigues pratica ciclismo, gosta de viajar e a sua viagem de sonho seria ao Texas nos Estados Unidos da América. Olha para o futuro com optimismo. “Gosto muito da minha terra. Temos as infra-estruturas principais para uma freguesia da nossa dimensão embora se possa sempre melhorar pequenos aspectos. Quanto à minha empresa, é pequena mas claro que o objectivo é sempre crescer”, conclui.

O que acha da descentralização da Festa da Ascensão para outras freguesias? Compreendo que possa existir alguma distribuição das festas, no entanto, se me questionassem das minhas festividades em outras freguesias ficava reticente. Por isso penso que a forma como está elaborada é a ideal. As freguesias podiam participar de uma outra forma? Estamos a alguns quilómetros da nossa sede de concelho. É muito complicado darmos uma resposta tão abrangente a todos os nossos fregueses. É claro que gostava de poder proporcionar um maior envolvimento da nossa população na festa mas é bastante complexo. Isso implicaria a criação de transportes regulares para o evento o que é impossível. Nem para os eventos realizados na freguesia os conseguimos ter. Como vê o futuro da sua terra? O futuro cria-se no presente, não se prevê. No entanto, seria cínico se não respondesse. Vejo-o com bons olhos, com entusiasmo, com

ce bem a Chamusca porque é ali que tem o seu estabelecimento, a Casa das Bifanas. Em tempo de Semana da Ascensão quando solicitada a revelar o que pensa sobre o futuro da Chamusca, é frontal. “A Chamusca não está a ir no bom caminho porque não há empresas a localizarem-se na terra. Sem elas, as pessoas jovens não encontram emprego na chamusca e abandonam a terra”, diz. Benfiquista assumida, solteira, diz que pela parte dela faz o que pode e por isso tem projectos que quer concretizar para ampliar e melhorar o seu negócio. Afirma-se fiel às tradições e acompanha as iniciativas da Semana da Ascensão como qualquer outro habitante da Chamusca. Não apoia a ideia de descentralizar a festa pelas freguesias do concelho, defendendo, ao invés aquilo que tem sido feito que é a participação activa das colectividades e instituições das freguesias na festa. Temos ranchos folclóricos, músicos, cantores, artesãos de várias localidades do concelho que participam na Semana da Ascensão e isso deve mantido e reforçado.

03 MAIO 2018 dinamismo...entre muitas outras coisas positivas! Se não tivesse esta mentalidade e dedicação não dava tudo o que tenho de mim todos os dias. Não acreditava no meu trabalho e no de quem me acompanha. Não prescindia da minha vida pela vida pelos outros. É fiel às tradições? Sim, de certa forma, mas depende das tradições, dado que considero que muitas estagnam, perdem a sua essência ou são alteradas. Participa na Semana da Ascensão? Participo mediante a minha disponibilidade. Actualmente participo mais do que no passado, não por ser presidente de Junta, mas sim pela minha disponibilidade. Mas não tanto quanto participo as festas de S. Pedro ou no Festival do Cogumelo que são eventos da freguesia.


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